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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas
Dissertação de Mestrado
DESENVOLVIMENTO DE ACABAMENTO
ROLLED-ON EM AÇO INOXIDÁVEL
Autor: Paulo Ernesto Freiheit Côrtes
Orientador: Prof. Dr. José Maria Ramón Caccioppoli
Junho de 2009.
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
Curso de Pós-Graduação em Engenharia Metalúrgica e de Minas
Paulo Ernesto Freiheit Côrtes
paulo-ernesto.cortes@hotmail.com
DESENVOLVIMENTO DE ACABAMENTO ROLLED-ON
EM AÇO INOXIDÁVEL
Dissertação de Mestrado apresentada ao Curso de Pós-Graduação em Engenharia
Metalúrgica e de Minas da Universidade Federal de Minas Gerais
Área de concentração: Metalurgia de Transformação
Orientador: Prof. Dr. José Maria Ramón Caccioppoli
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da UFMG
2009
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a todos aqueles que, direta ou indiretamente, colaboraram na preparação deste
trabalho e em especial às pesquisadoras Berenice Gonzalez Mendonça e Margareth
Spangler Andrade que em 1998 me iniciaram na pesquisa de tecnologias metalúrgicas.
Agradeço também a José Laurindo de Souza pelo desenvolvimento dos processos de
retífica de cilindro, a Ronildison Geraldo Monteiro por todos os ensaios realizados nesta
dissertação e pelas discussões em metodologias de caracterização de superfícies, a
Rodney Santandrea pela implantação em laboratório da metodologia “Open Circuit
Potenciostat - OCP” para caracterização da resistência a corrosão e à ArcelorMittal
Inox Brasil pelo financiamento destes estudos.
iv
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ___________________________________________________ 1
2 OBJETIVOS______________________________________________________ 5
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA _______________________________________ 6
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3.1.1 R
UGOSIDADE_________________________________________________ 6
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BRILHO __________________________________________________ 17
3.1.3 FORMA ____________________________________________________ 18
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3.2.1 BANDA DE LÜDERS____________________________________________ 19
3.2.2 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE NA LAMINAÇÃO_____________________ 21
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) ________________________ 26
3.4.1 O BRILHO __________________________________________________ 28
3.4.2 A FORMA DA TIRA ____________________________________________ 28
3.4.3 MODELAMENTO MATEMÁTICO DA LE______________________________ 29
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4 PRODUTO ALVO________________________________________________ 42
5 FASE 1 - SIMULAÇÃO DO PROCESSO INDUSTRIAL EM
LABORATÓRIO_________________________________________ 45
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5.6.1 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE VERSUS CARGA DE LAMINAÇÃO_________ 65
5.6.2 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE DURANTE LAMINAÇÃO EM LABORATÓRIO __ 67
5.6.3 CONDIÇÃO IDEAL DO CILINDRO DE LAMINAÇÃO ______________________ 71
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6 FASE 2 - EXPERIÊNCIA INDUSTRIAL_____________________________ 75
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7 FASE 3 - AVALIAÇÃO DO PRODUTO OBTIDO _____________________ 87
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7.2.1 CARACTERIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE ________________________________ 89
7.2.2 O
XIDAÇÃO CONTÍNUA EM BAIXAS TEMPERATURAS ____________________ 91
7.2.3 O
XIDAÇÃO CÍCLICA EM BAIXAS TEMPERATURAS ______________________ 93
7.2.4 R
ESISTÊNCIA À CORROSÃO EM CÉLULA ELETROQUÍMICA________________ 95
7.2.5 R
ESISTÊNCIA À CORROSÃO EM CÂMARA DE NÉVOA SALINA_______________ 96
7.2.6 R
ESISTÊNCIA À CORROSÃO POR EXPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA ______________ 97
7.2.7 E
STAMPABILIDADE____________________________________________ 99
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8 CONCLUSÕES FINAIS __________________________________________ 102
9 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS_______________________________ 103
10 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS ______________________ 103
11 APÊNDICE_____________________________________________________ 108
vi
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1.1 - SEQÜÊNCIA DE PROCESSAMENTO PARA OBTENÇÃO ACABAMENTOS ........................................ 1
FIGURA 3.1 - COMPRIMENTOS PARA AVALIAÇÃO DE RUGOSIDADE.
[2]
.......................................................... 7
FIGURA 3.2 - (A) ANÁLISE TOPOGRÁFICA , (B). REPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO PERFIL MEDIDO. ................... 8
FIGURA 3.3 (A) SUBDIVISÃO ESQUEMÁTICA DO PERFIL COM VÁRIAS FREQÜÊNCIAS ESPACIAIS (P,W,R) E
(B) COMPOSIÇÃO DE TODAS ELAS. .......................................................................................... 9
FIGURA 3.4 - VALOR ABSOLUTO DA ORDENADA DE AFASTAMENTO YI.
[2]
.................................................. 10
FIGURA 3.5 - RUGOSIDADE PARCIAL ZI.
[2]
.................................................................................................. 10
FIGURA 3.6 - RUGOSIDADE MÉDIA RA.
[2]
.................................................................................................... 11
FIGURA 3.7 - DETERMINAÇÃO DE RY.
[2]
..................................................................................................... 12
FIGURA 3.8 - DIVERSAS CONDIÇÕES COM O MESMO VALOR DE RY.
[2]
......................................................... 12
FIGURA 3.9 - RUGOSIDADE RT: DISTÂNCIA ENTRE O PICO MAIS ALTO E O VALE MAIS PROFUNDO.
[2]
........... 12
FIGURA 3.10 - RUGOSIDADE RZ.
[2]
.............................................................................................................. 13
FIGURA 3.11 - DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM PERFIL E SUA CURVA MATERIALS RATE”, PARA
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE DENSIDADE DE MATERIAL
MR1 E MR2.
[2]
............... 14
FIGURA 3.12 - DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM PERFIL E SUA CURVA MATERIAL RATE (MR)”, NA
DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS
RPK E RVK.
[2]
............................................................... 15
FIGURA 3.13 - ESQUEMA DE UMA IMAGEM TRIDIMENSIONAL GERADA APÓS VÁRIAS MEDIDAS
BIDIMENSIONAIS
.
[2]
.............................................................................................................. 15
FIGURA 3.14 - ÂNGULO DE INCIDÊNCIA (Θ
I
) É IGUAL AO ÂNGULO DE REFLEXÃO (Θ
R
). ................................ 17
FIGURA 3.15 DIFUSÃO DA LUZ................................................................................................................. 18
FIGURA 3.16 (A) GRÁFICO CARGA X ALONGAMENTO APRESENTANDO PATAMAR DE ESCOAMENTO
[3]
, (B)
IMAGEM DA SUPERFÍCIE DO MATERIAL DEFORMADO APRESENTANDO AS BANDAS DE
LÜDERS.
[4]
.......................................................................................................................................... 19
FIGURA 3.17 - GRÁFICO DO PATAMAR DE ESCOAMENTO PELA TEMPERATURA DE RECOZIMENTO.
[3]
........... 20
FIGURA 3.18 - GRÁFICOS DA TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE DO CILINDRO PARA A TIRA
[4]
(A) DOIS AÇOS
DIFERENTES E DOIS DIÂMETROS DE CILINDRO E
(B) DIFERENTES ESPESSURAS. ..................... 22
FIGURA 3.19 - GRÁFICO DE TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE, PARA DIFERENTES RUGOSIDADES
INICIAIS EM DUAS DIFERENTES VELOCIDADES DE LAMINAÇÃO
.
[4]
........................................ 22
FIGURA 3.20 - EVOLUÇÃO DA SUPERFÍCIE APÓS MÚLTIPLOS PASSES DE LAMINAÇÃO COM CILINDROS
PREPARADOS POR
EDT.
[6]
.................................................................................................... 23
FIGURA 3.21 - GRÁFICO DA TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE X PRESSÃO MÉDIA RELATIVA PARA
CILINDROS PREPARADOS COM REBOLO GROSSO
.
[4]
............................................................... 24
FIGURA 3.22 LAMINADOR DE ENCRUAMENTO CONVENCIONAL DUO
[3]
................................................. 26
FIGURA 3.23 - LAMINADOR DE ENCRUAMENO QUADRUO
[11]
. .................................................................. 27
FIGURA 3.24 - LAMINADOR DE ENCRUAMENTO COM WORK ROLL BENDING
[3]
........................................... 27
FIGURA 3.25 EVOLUÇÃO DO BRILHO DO MATERIAL (A) COM A FORÇA DE LAMINAÇÃO............................ 28
vii
FIGURA 3.26 - VISÃO DE ZONAS DE DEFORMAÇÃO DURANTE LAMINAÇÃO.
[11]
........................................... 30
FIGURA 3.27 - RESULTADO DO MODELAMENTO POR ELEMENTOS FINITOS DA LAMINAÇÃO COM CILINDROS
PREPARADOS POR
EBT. À ESQUERDA EM AZUL, SUPERFÍCIE DO CILINDRO E A DIREITA EM
VERDE O RESULTADO DA TIRA APÓS LAMINAÇÃO
.
[11]
........................................................... 32
FIGURA 3.28 TÉCNICAS DE TEXTURIZAÇÃO DE CILINDROS DE LAMINAÇÃO
[11]
:........................................ 33
FIGURA 3.29 - TOPOGRAFIA DA SUPERFÍCIE APÓS LAMINAÇÃO NO LAMINADOR SENDZIMIR.
[6]
.................. 34
FIGURA 3.30 - TOPOGRAFIA DA SUPERFÍCIE DA TIRA APÓS LAMINAÇÃO NO LAMINADOR DE ENCRUAMENTO.
[6]
.......................................................................................................................................... 35
FIGURA 3.31 MICROESTRUTURA DAS DUAS FACES DA SUPERFÍCIE DA TIRA LAMINADA COM CILINDRO
TEXTURIZADO POR
SBT.
[26]
................................................................................................. 36
FIGURA 3.32 - MICROESTRUTURA DA SUPERFÍCIE DA TIRA LAMINADA COM CILINDRO TEXTURIZADO POR
LBT EM DUAS AMPLIAÇÕES.
[30]
........................................................................................... 37
FIGURA 3.33 - MODELO DA MICRO-CAVIDADE FORMADA PELO FEIXE DE LASER NO CILINDRO, DEPOIS
LAMINADO NA TIRA
.
[30]
........................................................................................................ 37
FIGURA 3.34 - MICROESTRUTURA DA SUPERFÍCIE DAS DUAS FACES DA TIRA LAMINADA COM CILINDRO
TEXTURIZADO POR
EDT.
[26]
................................................................................................. 38
FIGURA 3.35 - MICROESTRUTURA DA SUPERFÍCIE DO CILINDRO TEXTURIZADO POR EBT.
[11]
..................... 39
FIGURA 3.36 - MICROESTRUTURA DA SUPERFÍCIE DAS DUAS FACES DA TIRA LAMINADA COM CILINDRO
TEXTURIZADO POR
TOPOCROM.
[26]
................................................................................... 40
FIGURA 4.1 IMAGEM DE MICROSCOPIA DO AÇO 304 LIXADO .................................................................... 42
F
IGURA 4.2 CARACTERIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE DO AÇO 304 LIXADO ....................................................... 42
F
IGURA 5.1 LAMINADOR FENN, LABORATÓRIO DE SIMULAÇÃO TERMOMECÂNICA. ............................... 48
FIGURA 5.2 COMPORTAMENTO DE ALGUNS PARÂMETROS DE SUPERFÍCIE EM .......................................... 66
FIGURA 5.3 RUGOSIDADE DA AMOSTRA LAMINADA “ST X CARGA DE LAMINAÇÃO (T)........................... 67
FIGURA 5.4 CORRELAÇÃO DE RAF X ALONGAMENTO, ESPESSURA E RCIL................................................ 69
FIGURA 5.5 - CORRELAÇÕES DA RUGOSIDADE FINAL OBTIDA NA TIRA VERSUS PARÂMETROS DE LAMINAÇÃO
COM ALONGAMENTO IGUAL A
1,5%. .................................................................................... 70
FIGURA 6.1 LAMINADOR DE ENCRUAMENTO, ÁREA INDUSTRIAL DA ARCELORMITTAL INOX BRASIL. .... 77
FIGURA 6.2 TAXA DE TRANSFERÊNCIA DO BRILHO E DA RUGOSIDADE (RA E RY) EM FUNÇÃO DA CARGA DE
LAMINAÇÃO
. ........................................................................................................................ 80
FIGURA 6.3 RELAÇÃO DE RUGOSIDADE E BRILHO MATERIAL LAMINADO................................................. 81
FIGURA 6.4 –TAXA DE TRANSFERÊNCIA DO BRILHO E DA RUGOSIDADE RA EM FUNÇÃO DO ALONGAMENTO
SOFRIDO DURANTE LAMINAÇÃO
........................................................................................... 82
FIGURA 6.5 CORRELAÇÃO DE RAF X ALONGAMENTO, ESPESSURA E RCIL................................................ 84
FIGURA 6.6 –CORRELAÇÕES DOS PARÂMETROS DE LAMINAÇÃO COM CARGA DE LAMINAÇÃO IGUAL A
240,95T................................................................................................................................85
FIGURA 7.1 EQUIPAMENTO DIP DRY E SUAS QUATRO CÉLULAS DE AQUECIMENTO, RESFRIAMENTO,
REPOUSO E DE SOLUÇÃO AQUOSA
......................................................................................... 88
viii
FIGURA 7.2 CARACTERIZAÇÃO SUPERFICIAL ACABAMENTO RO DO AÇO 430A, MICROSCOPIA ÓPTICA,
ELETRÔNICA DE VARREDURA E PERFILOMETRIA
................................................................... 90
FIGURA 7.3 ANÁLISE SUPERFÍCIE AÇO 430/LIXADO LINHA SUPERIOR E 430/RO LINHA INFERIOR. ........... 90
FIGURA 7.4 ÍNDICE DE AMARELAMENTO X TEMPERATURA, PARA TRATAMENTO DE 3 HORAS. ................. 91
FIGURA 7.5 ÍNDICE DE AMARELAMENTO X TEMPERATURA, PARA TRATAMENTO DE 24 HORAS. ............... 91
FIGURA 7.6 AMOSTRAS PROCESSADAS PARA LEVANTAMENTO DA TEMPERATURA DE AMARELAMENTO.. 92
FIGURA 7.7 AMOSTRAS PROCESSADAS PARA LEVANTAMENTO DA CINÉTICA DE OXIDAÇÃO CÍCLICA....... 93
FIGURA 7.8 ÍNDICE DE AMARELAMENTO X TEMPO, PARA TEMPERATURA IGUAL A 180°C........................ 94
FIGURA 7.9 ÍNDICE DE AMARELAMENTO X TEMPO, PARA TEMPERATURA IGUAL A 240°C........................ 94
FIGURA 7.10 APRESENTA AS CURVAS POTENCIAL VS. TEMPO OBTIDAS NESTE TRABALHO PARA OS AÇOS
INOXIDÁVEIS
304 E 430, COMPARANDO OS ACABAMENTOS ENCRUADO 2B (AZUL), LIXADO
(VERDE, MARROM) E RO (VERMELHO). ................................................................................ 95
FIGURA 7.11 AMOSTRAS DE 430 RO (ESQUERDA) E LIXADO (DIREITA) APÓS 1000HS DE TRATAMENTO EM
CÂMARA DE NÉVOA SALINA
, SOLUÇÃO DE CLORETO DE SÓDIO 5%....................................... 96
FIGURA 7.12 AMOSTRAS DE 439 RO (DIREITA) E LIXADO (ESQUERDA) APÓS 1000HS DE EXPOSIÇÃO EM
CÂMARA DE NÉVOA SALINA
. ................................................................................................ 97
FIGURA 7.13 GRÁFICO DO BRILHO VS TEMPO (DIAS) DE EXPOSIÇÃO INDOOR E OUTDOOR DA AMOSTRA DE
430/RO................................................................................................................................ 98
FIGURA 7.14 GRÁFICO DO ÍNDICE DE AMARELAMENTO VS TEMPO(DIAS) DE EXPOSIÇÃO INDOOR E
OUTDOOR DA AMOSTRA DE
430/RO. .................................................................................... 98
FIGURA 7.15 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS RESULTADOS DOS PARÂMETROS DE AMARELAMENTO E
TEMPO DE AMARELAMENTO
. PARA TESTE DE OXIDAÇÃO CÍCLICA A 180°C........................ 100
FIGURA 7.16 COMPARAÇÃO ENTRE AMOSTRAS RESULTADOS DOS PARÂMETROS DE AMARELAMENTO E
TEMPO DE AMARELAMENTO
. PARA TESTE DE OXIDAÇÃO CÍCLICA A 240°C........................ 100
ix
LISTA DE TABELAS
TABELA 3.1 - COMPOSIÇÃO QUÍMICA AÇO BIESTABILIZADO 439 ................................................................ 25
TABELA 3.2 - PROPRIEDADES MECÂNICAS E TAMANHO DE GRÃO AÇO BIESTABILIZADO 439. ..................... 25
TABELA 3.3 - RESULTADO DA MEDIDA DE RUGOSIDADE (RA) E DENSIDADE DE PICOS (PEAK COUNTS-PC) NA
TIRA LAMINADA COM CILINDRO TEXTURIZADO POR
SBT (RUGOSIDADE DO CILINDRO IGUAL A
2 ΜM RA E 128 PC).............................................................................................................. 36
TABELA 3.4 - RUGOSIDADE RA MEDIDA EM VÁRIAS POSIÇÕES AO LONGO DO COMPRIMENTO DOS CILINDROS
TEXTURIZADOS POR
EDT ANTES E APÓS A LAMINAÇÃO DE 1750T DE AÇO
[26]
....................... 38
TABELA 3.5 - RESULTADO MEDIDA DE RUGOSIDADE (RA) E DENSIDADE DE PICOS (PEAK COUNTS-PC) TIRA
LAMINADA COM CILINDRO TEXTURIZADO POR
TOPOCROM, E APÓS 12 BOBINAS
[26]
.............. 41
TABELA 5.1 AMOSTRAS UTILIZADAS PARA SIMULAÇÃO LABORATÓRIO................................................... 46
TABELA 5.2 - VARIÁVEIS DE PROCESSAMENTO RUGOSIDADE DO CILINDRO (RA) E TIPO DE REBOLO. ......... 47
TABELA 5.3 CARACTERIZAÇÃO SUPERFÍCIE DO CILINDRO. ...................................................................... 49
TABELA 5.4 RESPESSURA DA AMOSTRA, RUGOSIDADE E BRILHO(20°) DA SUPERFÍCIE. ........................... 52
TABELA 5.5 TOPOGRAFIA DAS AMOSTRAS ANTES DE SEREM LAMINADAS................................................ 53
TABELA 5.6 CARACTERIZAÇÃO DAS AMOSTRAS 439/0,5MM, DIFERENTES RUGOSIDADE DE CILINDRO. ... 56
TABELA 5.7 COMPARAÇÃO TOPOGRAFIA E PERFIL DE ALGUNS PARÂMETROS DE RUGOSIDADE. (RA = 1,5;
2,21; 1,82; 1,5; 0,93; 1,5 μM) RESPECTIVAMENTE. ............................................................... 61
TABELA 5.8 VARIAÇÃO PARÂMETROS CARACTERIZAÇÃO DE SUPERFÍCIE COM A CARGA APLICADA. ....... 63
TABELA 5.9 TOPOGRAFIA SUPERFÍCIE 439/0,5MM LAMINADA RA
CIL
= 1,5 EM DIFERENTES CARGAS DE
LAMINAÇÃO
. ........................................................................................................................ 64
TABELA 5.10 REGRESSÃO DA RUGOSIDADE FINAL DA TIRA EM FUNÇÃO DO ALONGAMENTO, RUGOSIDADE
DO CILINDRO E DA ESPESSURA DO MATERIAL LAMINADO
..................................................... 68
TABELA 5.11 PERFIL DE RUGOSIDADE PARA TRÊS CONDIÇÕES DE RUGOSIDADE DE CILINDRO. ................ 71
TABELA 5.12 TOPOGRAFIA COM RESULTADOS MAIS PRÓXIMOS DO ACABAMENTO LIXADO. .................... 72
TABELA 5.13 COMPARAÇÃO TOPOGRAFIAS DAS SUPERFÍCIES MATERIAL LIXADO E MATERIAL RO
LAMINADO EM LABORATÓRIO
. ............................................................................................. 73
TABELA 6.1 PARÂMETROS DA EXPERIÊNCIA INDUSTRIAL REALIZADA LAMINADOR DE ENCRUAMENTO...76
TABELA 6.2 VALORES MÁXIMOS DOS PARÂMETROS DE PROCESSAMENTO DO LAMINADOR DE
ENCRUAMENTO
. ................................................................................................................... 77
TABELA 6.3 - CARACTERIZAÇÃO SUPERFÍCIE DO CILINDRO. ....................................................................... 78
TABELA 6.4 CARACTERIZAÇÃO SUPERFICIAL DA AMOSTRA ORIGINAL ..................................................... 79
TABELA 6.5 ANÁLISE DA REGRESSÃO DA TAXA DE TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE EM FUNÇÃO DOS
PARÂMETROS DE LAMINAÇÃO COM CILINDRO RUGOSO IGUAL A
2ΜM RA. ........................... 83
TABELA 7.1 CARACTERIZAÇÃO SUPERFÍCIE. ............................................................................................ 89
TABELA 7.2 TEMPERATURAS DE AMARELAMENTO (°C) POR PRODUTO.................................................... 92
x
TABELA 7.3 VALORES ENSAIOS SWIFT E ERICHSEN AÇOS 430 E 439 COM ACABAMENTOS LIXADO, 2B, RO.
............................................................................................................................................. 99
TABELA 11.1 RESULTADO CARACTERIZAÇÃO DA FACE SUPERIOR DAS AMOSTRAS APÓS LAMINADAS EM
LABORATÓRIO COM VÁRIAS RUGOSIDADES DE CILINDRO
. .................................................. 109
TABELA 11.2 RESULTADO CARACTERIZAÇÃO DA FACE INFERIOR DAS AMOSTRAS APÓS LAMINADAS EM
LABORATÓRIOS COM VÁRIAS RUGOSIDADES DE CILINDRO
. ................................................ 110
xi
LISTA DE NOTAÇÕES
2B – Acabamento do material com um passe final de encruamento com cilindro liso;
2D – Acabamento do material sem passe final de encruamento;
ABNT – Associação Brasileira Normas Técnicas;
ASTM – “American Society for Testing and Materials”;
B
f
– Brilho final da amostra;
B
i
– Brilho inicial da amostra;
DDQ – “Deep Drawing Quality”, denominação de material apropriado para
estampagem profunda como em pias e cubas;
DIN – “Deutsches Institut für Normung”;
DOE – “Design of Experiments”: metodologia sistemática de investigação das
influências das variáveis de processo ou do produto na sua qualidade final.
Dur.(HRB) – Dureza medida em Rockel B descrito pela norma ASTM E93;
E – Relação de estabilização da liga do aço;
EBT – “Electron Beam Texturing”, técnica para preparação de cilindros texturizados;
EDT – “Electrical Discharge Texturing”, técnica para preparação de cilindros
texturizados;
Esp.(mm) – Espessura;
GU – “Gloss Unit”, unidade de medição do brilho;
I8 – Sigla que designa acabamento lixado produzido pela ArcelorMittal Inox Brasil;
IL – Sigla que designa um tipo de RO produzido pela ArcelorMittal Inox Brasil;
INJ – “Ink Jet Texturing”, técnica para preparação de cilindros texturizados;
LBT – “Laser Beam Texturing”, técnica para preparação de cilindros texturizados;
LDr – Parâmetro de Limite da Razão da Estampagem, obtido por ensaio de
estiramento;
l
e
– Comprimento efetivo de leitura para avaliar rugosidade de uma superfície;
LE – Laminador de encruamento;
LE(MPa) – Limite de escoamento do material em 0,2%, descrito pela norma ASTM
A370;
l
m
– Comprimento considerado do percurso de leitura para avaliar rugosidade de uma
superfície;
xii
l
n
– Comprimento final do percurso de leitura para avaliar rugosidade de uma
superfície;
LR(MPa) – Limite de resistência, descrito pela norma ASTM A370;
l
t
– Comprimento da leitura para medidas de rugosidade da superfície;
l
v
– Comprimento inicial do percurso de leitura para avaliar rugosidade de uma
superfície;
MEV – Microscópio Eletrônico de Varredura;
OCP – “Open Circuit Potenciostat”, técnica para caracterização resistência a corrosão
em meio líquido qualquer;
PC – “Peak Count”, densidade de picos medida;
PVC – Sigla do plástico Policloreto de Vinila utilizado para proteção de superfícies e
lubrificação em processos de estampagem;
Ra – Rugosidade média de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
Ra
cil
– Rugosidade superficial inicial do cilindro de laminação;
Ra
r
– Rugosidade Ra do cilindro;
Ra
s
– Rugosidade Ra da tira;
Ra
tf
– Rugosidade superficial final da amostra;
Ra
ti
– Rugosidade superficial inicial da amostra;
RO – Sigla acabamento conhecido como “Rolled-On”;
Rpk – Rugosidade média de picos de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR
6405, 1988;
Rt – Rugosidade total de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
Rvk – Rugosidade média de vales de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR
6405, 1988;
Ry – Rugosidade máxima de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
Rz – Rugosidade média máxima de um perfil, descrito pela norma ABNT . NBR 6405,
1988;
Sa – Rugosidade média de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
SBT – “Shot Blast Texturing”, técnica para preparação de cilindros texturizados;
Sp – Rugosidade média de picos de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405,
1988;
St – Rugosidade total de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
xiii
Sv – Rugosidade média de vales de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405,
1988;
Sy – Rugosidade máxima de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
Sz – Rugosidade média máxima de uma área, descrita pela norma ABNT . NBR 6405,
1988;
TG(ASTM) – Tamanho de grão medido descrito pela norma ASTM E112;
T
Ra
– Taxa de transferência de rugosidade do cilindro para amostra;
Ye – Índice de Amarelamento, parâmetro descrito pela norma ASTM E113;
Yi – Valor absoluto da ordenada de afastamento do ponto mais alto da i-ésima saliência;
Zi – Valor da rugosidade parcial de uma superfície; η
si
– Parâmetro de rugosidade que
mede os picos mais altos de uma área, descrito pela norma ABNT . NBR 6405,
1988;
η
vi
– Parâmetro de rugosidade que mede os vales mais profundos de uma área, descrito
pela norma ABNT . NBR 6405, 1988;
θi – ângulo de incidência da luz;
θr – ângulo de reflexão da luz;
ξ
2
– Parâmetro que indica precisão do ajuste de uma função a um conjunto de pontos.
.
xiv
RESUMO
Existem tipos diferenciados de acabamentos de aços inoxidáveis para as mais variadas
aplicações. O acabamento conhecido como “Rolled-On”(RO), apresenta várias texturas
superficiais com padrões de rugosidade e brilho escolhidas pelo cliente. Neste trabalho
o acabamento RO foi desenvolvido no aço 439 com 1,5mm de espessura para substituir
o acabamento lixado.
O RO é obtido utilizando cilindro texturizado durante laminação de encruamento,
transferindo simultaneamente para as duas faces da tira seu aspecto rugoso, por isso
apresenta menor custo de produção que seu similar. Resultados de laboratório
mostraram que o RO apresenta resistência à oxidação até 300°C, resistência à corrosão
a imersão em meio salino com 0,15% NaCl e índice de estiramento em ensaios de
estampagem superiores ao acabamento lixado.
O RO foi desenvolvido em escala industrial na ArcelorMittal Inox Brasil. Por apresentar
menor “lead time“ que o acabamento similar possibilitou aumento da oferta deste
produto, inibindo importações e protegendo o “marketshare” da empresa que é a única
produtora de aços inoxidáveis na América latina.
A desenvolvimento do “know-how” do acabamento Rolled-On permitiu aumentar
competitividade no mercado, pois além de ser um produto moderno com menor custo
que outros similares, abre espaço para desenvolver uma nova família de acabamentos
diferenciados utilizando esta tecnologia.
xv
ABSTRACT
Different kinds of finishes exist for steels, a new one known “Rolled-On” (RO) could
show with different surface’s patterns, with different roughness and gloss. This work
presents the development of the RO finishes in 439 stainless steel with 1,5mm thick.
This new finishes will be produced to substitute the grindings finishes.
A RO finishes is obtained using a textured roll in temper rolling process. A rolling
process transfer roughness aspect in same time, for twice side of the strip. Laboratory
results indicate that RO finishes show 45% superior oxidation resistance, greater salt
spray corrosion resistance with 0,15% NaCl as your similar (grinding finishes) and
better drawability in stretching test.
RO was development in ArcelorMittal Inox Brasil industrial plant. It has minor lead
time as other similar finishes. This difference allowed increase of market´s offers,
protecting company´s marketshare. This new know-how improves the ArcelorMittal´s
portfolio and made possible develop others compatibles finishes.
1
1 INTRODUÇÃO
O acabamento conhecido como “Rolled-On” (RO) é comercializado no mercado como
alternativa mais barata a outros produtos similares. O processo de sua fabricação
acontece durante a laminação de encruamento, substituindo os cilindros lisos por
cilindros texturizados (padronizados), transferindo desta maneira ao mesmo tempo para
ambas as faces da tira o “aspecto visual” desejado.
O acabamento lixado é solicitado pelos clientes por causa da sua bela aparência visual e
homogeneidade superficial. Ele é utilizado principalmente para aplicações cosméticas
as
quais o bom aspecto visual é pré-requisito para aprovação do produto final.
O acabamento RO pode apresentar aspecto visual de lixado, porém com custo de
produção menor. A redução do custo é devida à exclusão da etapa de esmerilhamento de
bobinas, como mostrado na Figura 1.1.
Figura 1.1 - Seqüência de processamento para obtenção acabamentos
(a) lixado e (b) RO.
2
Segundo GONÇALVES
[1]
, o processo de lixamento degrada a superfície do material
deixando-a fragilizada. O atrito entre a lixa e a superfície da tira de aço provoca um
aquecimento “pontual” da ordem de 600°C que promove a difusão do átomo de ferro do
metal base para camada passiva do aço inoxidável formando óxido (Fe
2
O
3
- amarelado),
empobrecendo-a e deixando-a mais susceptível a corrosão. Devido a não ocorrência de
abrasão durante processamento do acabamento RO, ele apresenta resistência corrosão
superior ao lixado.
Além de proporcionar menor custo e maior resistência à corrosão é possível listar outras
vantagens do RO em relação ao lixado:
Diminuição do “Lead Time”, que é o tempo gasto para processamento de um
produto;
Melhor resistência à oxidação a baixas temperaturas;
Melhor estampabilidade;
Material apresenta mesma textura em ambas as faces da tira ou “Back Pass”,
atendendo exigências de alguns clientes;
É possível produzi-lo com espessuras inferiores as ofertadas com
acabamento lixado.
O aspecto visual do acabamento RO depende principalmente da qualidade do padrão de
textura obtido na superfície do cilindro do laminador de encruamento, bem como das
práticas de laminação e da homogeneidade da superfície do material a ser encruado.
Existem varias maneiras de preparar o cilindro para se obter o acabamento texturizado,
são citadas: utilização de rebolo grosso (“grinding wheels”) durante retífica, jateamento
do cilindro com granalha, eletro-remoção química, (EDT – “Electrical Discharge
Texturing”) e a texturização com raio laser (LBT – “Laser Beam Texturing”).
A ArcelorMittal Inox Brasil não possuí o “Know-how” para produção deste
acabamento, portanto, são necessários realizar estudos da preparação do cilindro, dos
seus defeitos, da produtividade e do comportamento deste acabamento em aços
inoxidáveis ferriticos.
3
Assim, o desenvolvimento de novos acabamentos “Rolled-On” está inserido na
atualização constante do “portifólio” de produtos e acabamentos da ArcelorMittal Inox
Brasil, mantendo assim, a sua competitividade frente aos sucedâneos. Este novo
acabamento cria nova alternativa no mercado nacional e supre importantes clientes
estratégicos no cenário mundial.
O presente trabalho objetivou desenvolvimento de um novo produto em aço inox 439,
1,5mm de espessura com “aspecto visual” do aço inox 304 lixado produzido pela
ArcelorMittal Inox Brasil, aplicando a tecnologia “Rolled-On”. O conhecimento
adquirido neste trabalho possibilitará aplicação deste acabamento em outros aços
inoxidáveis ferríticos com outras espessuras.
A homogeneidade e o padrão de textura do cilindro é um pré-requisito importante.
Neste trabalho é utilizado rebolo grosso na retífica para preparação dos cilindros de
laminação.
Para avaliação do aspecto visual e aparência das amostras, serão aplicadas técnicas de
caracterização da topografia, de medição do brilho e da cor. Estudos utilizando
microscopia óptica e eletrônica de varredura foram empregados para registrar padrão
superficial do material. Para a caracterização superficial dos cilindros de laminação foi
utilizado a técnica de réplica com resina.
Para verificar os benefícios auferidos com a utilização do novo acabamento, foi
realizado um estudo comparativo entre acabamento RO e lixado. Este estudo é
composto por análise das propriedades mecânicas e de estampagem, da resistência à
corrosão em exposição atmosférica e em meio salino, e em condições continuas e
cíclicas de oxidação a temperaturas até 300°C.
Além deste capítulo inicial, o presente texto está dividido em dez capítulos, descritos a
seguir:
4
CAPITULO 2 – OBJETIVOS
CAPÍTULO 3 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA:
Este capítulo apresenta uma pequena revisão dos conceitos de propriedades
geométricas e de caracterização de superfícies, dos processos de laminação de
planos, de aços inoxidáveis (principalmente do 439 que foi aço utilizado nesta
dissertação), e é mostrada também uma revisão dos fundamentos básicos da
laminação de encruamento. Finalmente é apresentada a descrição geral do
acabamento Rolled-On.
CAPÍTULO 4 – PRODUTO ALVO:
Neste capítulo é mostrada a caracterização do produto alvo (aço 304 com
acabamento lixado) que seria o padrão superficial desejado para o novo produto
a ser desenvolvido o 439/RO.
CAPÍTULO 5 – SIMULAÇÃO DA LAMINAÇÃO EM LABORATÓRIO:
Aqui são descritas as simulações de laminação de encruamento em laboratório a
fim de identificar qual a rugosidade do cilindro necessária para se obter
acabamento superficial da tira com aspecto mais próximo do acabamento lixado.
CAPÍTULO 6 – EXPERIÊNCIA INDUSTRIAL:
Utilizando a rugosidade de cilindro identificado pela simulação em laboratório,
são realizados ensaios industriais para avaliar a relação dos vários parâmetros de
laminação de encruamento com a transferência de rugosidade do cilindro para a
tira. Neste capítulo também é definida a prática de laminação do novo produto
439 com acabamento RO.
CAPÍTULO 7 – AVALIAÇÃO DO PRODUTO OBTIDO:
Por último, o novo produto 439 com acabamento RO, padronizado pelos
parâmetros de laminação definidos no capítulo anterior, é caracterizado. As
propriedades finais do RO aplicado em diferentes aços são comparadas as do
acabamento lixado. São apresentados estudos comparativos avaliando a
resistência à corrosão e oxidação, propriedades mecânicas e estampabilidade.
CAPÍTULO 8 – CONCLUSÕES FINAIS
CAPÍTULO 9 – SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
CAPÍTULO 10 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CAPÍTULO 11 – APÊNDICE
5
2 OBJETIVOS
O principal objetivo deste trabalho é desenvolver para ArcelorMittal Inox Brasil o
know-how” de fabricação de acabamento “Rolled-On” em chapas de aços inoxidáveis
de diversas espessuras. Para isto, têm-se os seguintes objetivos derivados:
a) Desenvolver industrialmente novo acabamento superficial “Rolled-On - RO” em
aços inoxidáveis ferríticos 439 de 1,5 mm de espessura, que apresentem
“aspecto” visual similar a do acabamento lixado obtido no aço 304, produzido
pela ArcelorMittal Inox Brasil.
b) Avaliar o processo de transferência da rugosidade do cilindro para a tira durante
a laminação de encruamento, relacionando o efeito de cada parâmetro do
processo com a aparência final do produto laminado.
c) Após conceber o novo produto 439/RO, avaliar as propriedades obtidas durante
sua aplicação e compará-las ao mesmo aço com acabamento lixado.
6
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo é apresentada a revisão bibliográfica em cinco seções: propriedades
geométricas da superfície, processo de laminação de planos, aços inoxidáveis,
laminação de encruamento e acabamento Rolled-On.
3
3
.
.
1
1
P
P
R
R
O
O
P
P
R
R
I
I
E
E
D
D
A
A
D
D
E
E
S
S
G
G
E
E
O
O
M
M
É
É
T
T
R
R
I
I
C
C
A
A
S
S
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D
A
A
S
S
U
U
P
P
E
E
R
R
F
F
Í
Í
C
C
I
I
E
E
É importante obter noção básica dos princípios e modelos utilizados neste trabalho para
um bom entendimento dos resultados apresentados. Boa parte deles decorre da
caracterização da superfície, por isso, nesta seção é apresentado o conceito utilizado
para caracterização da rugosidade, do brilho e da forma do material produzido.
3.1.1 RUGOSIDADE
Rugosidade é o conjunto de irregularidades, ou seja, pequenas saliências e reentrâncias
que caracterizam uma superfície. Uma superfície de uma peça qualquer, por exemplo,
um cilindro, quando observada a olho nu, em geral, parece perfeita. Uma análise mais
detalhada da mesma mostra que existe uma série de imperfeições, possíveis de serem
medidas com auxílio de instrumentos especiais. Estas imperfeições micro-geométricas
são conhecidas como rugosidade.
A rugosidade influencia as propriedades ópticas, mecânicas, elétricas ou magnéticas dos
materiais. Entretanto, não existe uma teoria generalizada que explica a influência da
rugosidade superficial sobre os fenômenos físicos. Os equipamentos utilizados na
indústria para verificar a rugosidade dos materiais são: rugosímetros (análise
bidimensional) e perfilômetros (análise tridimensional).
Existem normas que regulamentam a metodologia para medição de rugosidades
superficiais. Uma regra importante que deverá ser sempre aplicada à medição da
rugosidade é a correlação de três parâmetros que trabalham em conjunto: “cut-off”,
comprimento da leitura e rugosidade do material. A descrição destes parâmetros assim
como a regra que os correlaciona será apresentada em seguida.
7
3.1.1.1 Amostragem (“Cut-Off”)
Para ser possível comparar materiais em diferentes faixas de rugosidade faz-se
necessário seguir uma regra de amostragem durante sua medição. Ela especifica que a
amostragem pelas quantidades de picos e vales presentes durante a leitura deve ser
equivalente independentemente da faixa de rugosidade presente, por isso o
comprimento da leitura (l
t
) deve variar com a rugosidade.
O comprimento de amostragem é conhecido como cut-off e equivale a 1/7 do
comprimento de leitura. Trata-se de um comprimento da amostra, capaz de caracterizar
a amostra quanto a sua rugosidade. Se o valor de cut-off selecionado for maior que o
necessário, incluirá valores do perfil de ondulação que influenciariam os resultados da
medição de rugosidade.
Quanto maior a rugosidade da amostra, menores serão os comprimentos de amostragem,
isto é, menores os cut-offs. Para o cálculo da rugosidade, a amostra é dividida em 5 cut-
offs, de comprimento l
e
, sendo que o percurso inicial, l
v
, e o percurso final, l
n
(com
comprimento da metade do cut-off), serão descartados da medida, pois são
comprimentos percorridos para atingir a velocidade de medição e para a parada do
apalpador, respectivamente. (Figura 3.1)
Figura 3.1 - Comprimentos para avaliação de rugosidade.
[2]
3.1.1.2 Freqüência Espacial
Freqüência espacial é o número de ocorrências de picos (cristas) na superfície analisada
pela unidade de distância observada. A freqüência espacial é obtida na topografia da
superfície e é tratada da mesma maneira como se fosse uma onda.
8
Para proceder à coleta de dados de um perfil de topografia, é necessário realizar a
amostragem deste perfil. A amostragem ocorre com uma freqüência de medições em um
intervalo do espaço (freqüência espacial). Cada medição identifica qual o nível (altura)
da leitura. A quantidade de níveis (n) durante a medição e a freqüência de amostragem
caracterizam a precisão do resultado.
A Figura 3.2 (a) ilustra caso real do perfil coletado em uma superfície. Na Figura 3.2 (b)
pode ser visto a representação gráfica do perfil traçado em (a). Na abscissa deste mesmo
gráfico é lido a amostragem realizada em unidade de comprimento, seu intervalo indica
a freqüência da leitura da superfície. Na ordenada é mostrada a altura obtida da
topografia naquele ponto do espaço, o gráfico foi dividido em sete níveis, os pontos em
verde indicam as coordenadas armazenadas da leitura.
(a)
(b)
Figura 3.2 - (a) Análise topográfica , (b). representação gráfica do perfil medido.
A freqüência de amostragem pode não ser suficiente para possibilitar reconstrução da
topografia da superfície para análise. Existe um teorema conhecido como o teorema de
Nyquist que descreve “para uma amostragem ser representativa a sua freqüência deverá
ser no mínimo duas vezes a freqüência do sinal
a ser coletado”. Ou seja, o intervalo de
amostragem é calculado dividindo a maior freqüência espacial encontrada por 2.
Durante a realização de qualquer análise topométrica, primeiramente é necessário fazer
pré-processamento dos dados, a fim de remover ruídos, ondulações e imperfeições
indesejadas. Esta remoção é obtida aplicando diferentes filtros que suprimem da
9
topografia coletada os pontos correspondentes aquela freqüência espacial desejada. A
ondulação ou a inclinação da superfície são componentes de baixa freqüência
indesejados na análise.
O perfil coletado da amostra corresponde a uma combinação de faixas de freqüência no
espaço que o compõe. Como pode ser visto na Figura 3.3, o perfil coletado é uma
combinação das outras três freqüências espaciais encontradas nos gráficos superiores
para a mesma figura, são eles respectivamente: inclinação (P - amarelo), ondulação (W -
rosa) e rugosidade (R - azul) em si.
Perfil = inclinação(P) + Ondulação(W) + Rugosidade Equação(R) (3-1)
-15
-10
-5
0
5
10
15
0 102030405060708090100
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
W
R
P
(a)
Perfil=P+W+R
0
5
10
15
20
25
30
35
40
020406080100
(b)
Figura 3.3 – (a) Subdivisão esquemática do perfil com várias freqüências espaciais
(P,W,R) e (b) composição de todas elas.
3.1.1.3 Parâmetros de Rugosidade
Vários parâmetros são utilizados para medição de rugosidade superficial. Alguns dos
parâmetros de avaliação medem a variação vertical (amplitude do perfil) ou a variação
horizontal (espaçamento). Porém o conceito de cut-off é sempre aplicado para seu
cálculo.
Se duas superfícies com características de rugosidade diferentes são medidas, os
resultados devem permitir uma diferenciação de seus parâmetros. Se estes valores não
mostram diferença entre si, então o resultado não é significativo e deverá ser escolhido
10
outro parâmetro para a avaliação da superfície. A escolha de um parâmetro para
avaliação de diferentes superfícies está relacionada com a sua sensibilidade para
distinguir as características destas superfícies.
Algumas das diferentes definições associadas à rugosidade de uma superfície partem
dos seguintes parâmetros:
Yi : valor absoluto da ordenada de afastamento do ponto mais alto da i-ésima
saliência (ou mais baixo da i-ésima reentrância) medida em relação à linha
média, conforme a Figura 3.4.
Figura 3.4 - Valor absoluto da ordenada de afastamento Yi.
[2]
Zi: valor da rugosidade parcial. É a soma dos valores absolutos das ordenadas
dos pontos de maior afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes no i-
ésimo “cut-off”. Na representação gráfica do perfil, esse valor corresponde à
altura entre os pontos máximo e mínimo do perfil, no i-ésimo comprimento de
amostragem, conforme a Figura 3.5.
Figura 3.5 - Rugosidade parcial Zi.
[2]
Existem vários parâmetros de rugosidade, mas os principais e mais utilizados são: Ra,
Rz, Rvk e Rpk, apresentados a seguir.
11
Ra: RUGOSIDADE MÉDIA
É a média aritmética dos n valores absolutos dos desvios do perfil (Yi) dentro do
percurso de medição, lm, sendo o seu valor expresso em micrometro (ABNT NBR
6405, 1988).
n
YYY
Ra
n
+
+
+
=
...
21
(3-2)
Uma outra maneira de se medir Ra é considerando o perfil dentro do percurso de
medição l
m
. Ra, neste caso, corresponde aproximadamente à altura de um retângulo cuja
área é igual à soma absoluta das áreas delimitadas pelo perfil de rugosidade e pela linha
média do percurso l
m
(ABNT . NBR 6405, 1988). A Figura 3.6 ilustra esta situação.
Figura 3.6 - Rugosidade média Ra.
[2]
O parâmetro Ra é o parâmetro de medição mais comumente utilizado e aplicável à
maioria dos processos de fabricação. Os riscos superficiais inerentes ao processo não
alteram substancialmente o seu valor. Por outro lado, o valor de Ra não define a forma
das irregularidades do perfil, dessa forma pode-se ter um mesmo valor de Ra para
superfícies originadas por processos diferentes.
Ry ou Rmáx: RUGOSIDADE MÁXIMA
Está definido como o maior valor das rugosidades parciais, Zi, que se apresenta no
percurso de medição, l
m
. Observando a Figura 3.7, o valor de Z3, que está localizado no
3° cut-off , corresponde à rugosidade máxima Ry ou Rmáx.
12
Figura 3.7 - Determinação de Ry.
[2]
O parâmetro Ry fornece informações complementares ao parâmetro Ra (que dilui o
valor dos picos e vales). Entretanto, uma desvantagem deste parâmetro é que,
individualmente, não apresenta informações suficientes a respeito da superfície, ou seja,
não informa sobre a forma da superfície. Esta idéia está ilustrada na Figura 3.8, onde
diversas formas de rugosidade podem ter o mesmo valor para Ry ou Rmáx.
Figura 3.8 - Diversas condições com o mesmo valor de Ry.
[2]
Rt: RUGOSIDADE TOTAL
É a distância vertical entre o pico mais alto e o vale mais profundo no comprimento lm,
independente dos valores da rugosidade parcial (Zi). Na Figura 3.9 observa-se que o
pico mais alto está no retângulo Z1, e que o vale mais profundo está no retângulo Z3. A
distância entre estes dois pontos fornece o valor de Rt.
Figura 3.9 - Rugosidade Rt: distância entre o pico mais alto e o vale mais profundo.
[2]
O parâmetro Rt é mais rígido na avaliação que Ry ou Rmáx, pois considera todo o
percurso de avaliação e não apenas o percurso de amostragem.
13
Rz: RUGOSIDADE MÉDIA MÁXIMA
Corresponde à média aritmética dos 5 valores de rugosidade parcial, sendo que se define
rugosidade parcial (Zi) a soma dos valores absolutos das ordenadas dos pontos de maior
afastamento, acima e abaixo da linha média, existentes dentro de um percurso de
amostragem, cut-off. (Figura 3.10)
Figura 3.10 - Rugosidade Rz.
[2]
Em algumas aplicações, essa consideração parcial dos pontos isolados não é
aconselhável, pois um ponto isolado acentuado será considerado somente em 20%
mediante a divisão de 1/5. Assim como Rmáx, não possibilita informação alguma sobre
a forma do perfil, bem como da distância entre as ranhuras.
5
54321
ZZZZZ
Rz
+
+
+
+
=
(3-3)
Rpk - ALTURA DOS PICOS e Rvk - PROFUNDIDADE DOS VALES.
Os parâmetros Rpk e Rvk são definidos com base no gráfico da função de densidades de
picos e vales, também conhecido de “Materials Rate Curve” ou curva de fração de
contato (também conhecida como curva de ABBOTT), indica a quantidade de material
Mr em relação ao nível de corte, profundidade de perfil. Esta curva é apresentada na
Figura 3.11.
14
Figura 3.11 - Desenho esquemático de um perfil e sua curva “Materials Rate”, para
determinação dos parâmetros de densidade de material Mr1 e Mr2.
[2]
Para se obter os índices Rpk e Rvk são necessários, determinar primeiramente o índice
Rk. Isto se dá construindo uma reta na região central do curva densidade de material
que contém 40% do perfil medido (Figura 3.11). Esta região é definida quando a linha
secante da reta tem o menor gradiente. Isto é determinado movimentando a linha
secante no intervalo Mr = 40% ao longo da curva, começando em Mr = 0%.
Quando a linha apresenta o menor gradiente, estabelece-se então uma região central da
curva de onde se desenha uma reta. Esta reta equivalente apresenta menor desvio a
curva dada. O índice central Rk e obtido medindo a distância entre os pontos de
intercessão com a ordenada conforme apresentado na (Figura 3.11-b).
Os índices Rpk e Rvk (Figura 3.11-a), respectivamente, são as cotas verticais dos picos
e vales presentes calculados como a altura do cateto vertical do triângulo-retângulo
construído e possuindo a mesma área de picos ou de vales. Uma outra forma de se evitar
picos e vales maiores que não são muito representativos do perfil é descartar do gráfico
do perfil da superfície, de 0 a 2% e 98 a 100%.
A área A1 medida do triângulo retângulo formado conforme desenho da Figura 3.12-b
equivale o valor Mr
1
, e respectivamente para outra extremidade de A2 se obtem Mr
2
como demonstrado na Figura 3.12-b. Mr é o parâmetro que descreve a densidade de
15
material em percentual. É dividido então em três partes distintas, descrevendo os picos
(Rpk), os vales (Rvk) e a parte central do perfil de rugosidade (Rk).
Figura 3.12 - Desenho esquemático de um perfil e sua curva “Material Rate (Mr)”, na
determinação dos parâmetros Rpk e Rvk.
[2]
3.1.1.4 Topografia
Topografia é uma função que possibilita a representação de uma superfície em 3D. A
topografia fornece informações sobre a área da superfície. Características como picos
topográficos ou quando a área é fechada em todas as direções espaciais, não podem ser
descritas por seções verticais separadas (análise bidimensional).
Figura 3.13 - Esquema de uma imagem tridimensional gerada após várias medidas
bidimensionais.
[2]
16
Neste caso, medidas 3D são mais apropriadas; elas são obtidas fazendo-se um grande
número de medidas transversais na amostra e colocando uma próxima à outra, para
gerar o perfil tridimensional, como mostra a Figura 3.13.
Portanto, a topografia permite a representação física de forma mais completa da
superfície, pois, em seu estado natural, esta se apresenta em três dimensões.
3.1.1.5 Parâmetros de Topografia
Alguns parâmetros topográficos são equivalentes com a rugosidade. A diferença entre
eles está no fato dos parâmetros de rugosidade medir dados referentes a um perfil,
enquanto os parâmetros de topografia resultam da avaliação de uma área inteira ou de
um conjunto de perfis interpolados. Dentre os principais parâmetros estão:
Sa: Topografia média
É um parâmetro de rugosidade universalmente reconhecido, e o mais utilizado.
Corresponde à média aritmética dos valores absolutos do perfil. Para medições 2D ele é
definido segundo DIN 4768, DIN EN ISO 4287, como citado anteriormente.
Para medições 3D o valor do parâmetro Ra por si só não tem significado, se não for
especificado o cut-off. No seu cálculo não há distinção entre picos e vales, pois se
utilizam valores absolutos do perfil. Assim, picos ou vales não típicos têm pouca
influência no valor deste parâmetro. Finalmente este parâmetro não fornece informações
sobre a forma das irregularidades ou do perfil.
St: Topografia total
Derivado de Rt, este parâmetro é utilizado para determinar a distância ou altura extrema
entre o pico mais alto e o vale mais profundo da superfície. É um parâmetro que não
fornece uma informação precisa e confiável a respeito do perfil da superfície, pois leva
em conta apenas o vale mais profundo e o pico mais alto, ignorando os demais picos e
vales.
Sp: Topografia de picos
O parâmetro Sp corresponde à distância da linha média ao extremo do pico mais alto.
17
Sv: Topografia de vales
É a distância da linha média da área ao extremo do vale mais profundo.
Sz: Topografia média
Este parâmetro é calculado para revelar os valores de altura extrema da superfície e é
dado pela equação abaixo na qual, η
si
e η
vi
(i = 1, 2, ..., 5) são os cinco picos mais altos e
os cinco vales mais fundos, respectivamente.
+=
==
5
1
5
1
5
1
i
vi
i
siz
s
ηη
(3-4)
Como um único pico máximo e um único vale mais fundo não tem significado
funcional em termos de desgaste superficial e de muitas outras aplicações funcionais,
uma média dos cinco ápices maiores e dos cinco vales mais fundos é usada para
descrever as propriedades extremas da topografia superficial.
3.1.2 O BRILHO
O brilho é uma propriedade intrínseca da superfície do material, representada pela
quantidade de luz refletida diretamente da superfície do material. A demanda pela
quantidade do brilho depende da aplicação do produto final, normalmente para aços
inoxidáveis procura-se obter valores de alto brilho.
Figura 3.14 - Ângulo de incidência (θ
i
) é igual ao ângulo de reflexão (θ
r
).
O Alto brilho é obtido quando se têm superfícies lisas e altamente polidas; nesta
situação toda
a luz incidente reflete diretamente sobre a superfície refletora
apresentando um ângulo de incidência igual ao ângulo de reflexão, ver Figura 3.14.
18
Para situação de superfície irregular como é apresentado na Figura 3.15, a regra descrita
acima continua verdadeira (θ
i
= θ
r
), porém devido a variações da topografia o ângulo
incidente não será o mesmo para todos os raios do feixe de luz, ocorrendo desta maneira
um espalhamento da luz refletida, este espalhamento é conhecido como difusão ou
dispersão da luz.
Figura 3.15 – Difusão da luz
Para caracterizar o brilho podem ser utilizadas três escalas distintas de intensidade de
luz. Sua unidade de medida é conhecida como GU (“Gloss Unit”) e para cada faixa de
intensidade de luz utiliza-se diferentes ângulos (θ
i
) de medição (85°- baixo brilho, 60° -
médio brilho e 20° - alto brilho).
3.1.3 FORMA
O termo da forma aplicado à tira laminada é um pouco ambíguo, ela pode se referir à
geometria de seção transversal da tira ou a capacidade da tira se manter plana em uma
superfície horizontal, ou planicidade. O primeiro caso é conhecido como “coroamento”
e representa a diferença de espessura do centro a borda da tira. No segundo caso ela
expressa à ausência de defeitos ou irregularidades superficiais que distanciam a
superfície do material a de um plano perfeito.
O material pode apresentar irregularidades superficiais, como: abaulamentos,
amassamentos, empenamentos, quebras das superfícies e até empenos. Todas estas
irregularidades afetam qualidade do produto final. Os defeitos da forma podem conduzir
a peça produzida a esforços indesejáveis e à distorções subseqüentes de seus
componentes.
19
3
3
.
.
2
2
O
O
P
P
R
R
O
O
C
C
E
E
S
S
S
S
O
O
D
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E
E
L
L
A
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M
M
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I
N
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Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
E
E
P
P
L
L
A
A
N
N
O
O
S
S
Os processos de redução por laminação são críticos para produção de aços na siderurgia.
Com a evolução contínua da tecnologia, automação/controle e sistemas de modelamento
online”, dentre outros, adquirem-se ferramentas vitais para fabricação de produtos de
alta qualidade, possibilitando atendimento a demandas com critérios de produção cada
vez mais rigorosos, com menor ocorrência de desvio de qualidade de produto.
Nesta seção serão apresentados dois temas que fazem parte do conteúdo desta
dissertação: descrição do defeito das bandas de Lüders e estudo de transferência de
rugosidade em processo de laminação de planos.
3.2.1 BANDA DE LÜDERS
Muitos metais quando deformados, entre eles os aços inox ferríticos, apresentam uma
transição heterogênea do regime elástico para o plástico. Neste caso, ao atingir o limite
de escoamento durante sua deformação é observada uma queda repentina da carga
seguida de sua oscilação em torno de um valor aproximadamente constante, até que
finalmente esta carga de deformação retorna ao seu crescimento normal, como
apresentado na Figura 3.16-a.
(a) (b)
Figura 3.16 – (a) Gráfico carga x alongamento apresentando patamar de
escoamento
[3]
, (b) imagem da superfície do material deformado
apresentando as bandas de Lüders.
[4]
20
A deformação correspondente à esse intervalo de carga aproximadamente constante é
denominada “patamar de escoamento”. Esta deformação é heterogênea e caracteriza-se
pela propagação de bandas ao longo do metal, normalmente inclinadas 45° em relação à
direção de aplicação da carga. (Figura 3.16-b)
A ocorrência destas bandas, denominadas “Bandas de Luders”, ou linhas de distensão,
esta associada à presença de intersticiais, como átomos de carbono e nitrogênio, e
pequenas impurezas que reunidos em torno das deslocações agem no sentido de
imobilizá-las, sendo necessário um aumento de tensão para liberá-las
[4]
.
Este aumento de tensão localizado faz com que a deformação seja diferente em
diferentes regiões do metal, provocando as bandas. Estas bandas são irregularidades na
superfície que dá ao material uma aparência “fosca”.
O comprimento do patamar de escoamento é função do tipo de aço e das condições de
tratamento térmico ao qual o metal foi submetido, na Figura 3.17 apresenta um exemplo
para o aço tipo AISI 430
[3]
. Aços austeníticos, cujas deslocações estão dissociadas e
aços ferríticos estabilizados como aço 439, onde não ocorre C e N em solução sólida
intersticial e sim na forma de carbo-nitretos, não apresentam bandas de Lüders.
Figura 3.17 - Gráfico do patamar de escoamento pela temperatura de recozimento.
[3]
Para evitar tais irregularidades é necessário aplicar ao material uma deformação
equivalente a metade do patamar de escoamento
[4]
, causando desta maneira formação
21
das milhares de bandas de Lüders sob os cilindros, as quais, mesmo crescendo em
processos de deformação posterior, não serão visíveis.
3.2.2 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE NA LAMINAÇÃO
Vários autores estudaram a importância da rugosidade superficial da tira para as
diferentes aplicações.
KASPER
[5]
por exemplo, descreve em seu trabalho que a influencia da rugosidade da
superfície do metal base diminui com aumento da espessura da camada de tinta aplicada
em partes automotivas. Afirma que o brilho aparente da superfície dos painéis
automotivos pintados melhoram com o aumento da quantidade de picos na superfície e
sugere faixa ideal de rugosidade para esta aplicação de 0,5 a 2,4μm Ra.
Assim, cada aplicação exige uma diferente condição de rugosidade superficial. Para
atingir os melhores resultados é então necessário dominar processo de transferência de
rugosidade do cilindro para tira, necessários à confecção do produto solicitado. Neste
contexto são apresentados alguns estudos de transferência de rugosidade durante a
laminação.
BUSCH
[4]
estudou a transferência de rugosidade durante a laminação utilizando aço
baixo carbono microligado e aço baixo carbono em cilindros texturizados de duas
diferentes maneiras: retificado por rebolo grosso e jateados (SBT).
Avaliando a Figura 3.18-a, constata-se que a transferência de rugosidade equivale a
mecanismo de identação, materiais com limite de resistência (Re – na Figura 3.18-a)
maior (mais duros), como material M, para mesma carga e velocidade de laminação,
apresentaram menor taxa de transferência da rugosidade (Ra
s
/Ra
r
) do cilindro para tira,
onde Ra é a rugosidade média.
22
(a) (b)
Figura 3.18 - Gráficos da transferência de rugosidade do cilindro para a tira
[4]
(a) dois
aços diferentes e dois diâmetros de cilindro e (b) diferentes espessuras.
Também é possível constatar analisando gráfico da Figura 3.18-a, que para manter a
taxa de transferência de rugosidade, utilizando cilindros de maior diâmetro (400mm) é
necessário aumentar a carga de laminação. Já na Figura 3.18-b são comparados os
resultados da taxa de transferência da rugosidade com a espessura do material. Pode-se
dizer que a taxa de transferência de rugosidade aumenta quando a espessura da tira
diminui.
Figura 3.19 - Gráfico de taxa de transferência de rugosidade, para diferentes
rugosidades iniciais em duas diferentes velocidades de laminação.
[4]
A rugosidade inicial também influência muito na taxa de transferência da rugosidade, a
Figura 3.19 esclarece este fenômeno. Ela mostra que independente da rugosidade inicial
existe um dado valor de alongamento com o qual a rugosidade do cilindro é
completamente transferida para a tira, isto é taxa de transferência igual a 1.
23
Para rugosidades iniciais superiores a do próprio cilindro, antes de atingir o patamar de
alongamento citado onde a taxa de transferência é igual a 1, a laminação apaga a
rugosidade inicial alcançando marcas de rugosidade menores até que a do próprio
cilindro. Outra correlação mostrada é que a velocidade de laminação não interferiu na
taxa de transferência de rugosidade para cilindros preparados por SBT.
É evidente que a deformação mais forçada (alongamento maior) apaga a memória da
topografia da superfície anterior, porém como é mostrado na Figura 3.20, do trabalho de
POIRE
[6]
, a laminação com vários passes utilizando o mesmo cilindro e alongamento
inferior ao alongamento supra citado, reforça a textura do material. Isto é, aumenta sua
rugosidade, ou segundo Poiré, diminui a área dos platôs (brancos na topografia).
Figura 3.20 - Evolução da superfície após múltiplos passes de laminação com
cilindros preparados por EDT.
[6]
Também é observado que é preciso fazer menos força para transferir textura de cilindro
preparado por rebolo do que preparado por SBT, que apresenta textura isotrópica. De
alguma forma a textura anisotrópica alinhada no sentido de laminação facilita sua
transferência para a tira.
Os resultados de BUSCH
[4]
comprovam que a transferência de rugosidade depende da
carga de laminação e da tensão vertical na “mordida do cilindro”. Logo, pequeno
diâmetro de cilindro para uma mesma carga de laminação implica em menor
comprimento de contato e tensão vertical na mordida muito maior. Da mesma maneira,
a diminuição das trações de laminação para um mesmo alongamento implica em
aumento da carga.
24
Para finalizar, o autor sugere o parâmetro da pressão de laminação média relativa
(PMR) que é a pressão média dividida pelo limite de escoamento, para comparar taxas
de transferência de rugosidade obtidas em diferentes materiais, quando o cilindro for
texturizado por retífica. (Figura 3.21)
Figura 3.21 - Gráfico da taxa de transferência de rugosidade x pressão média
relativa para cilindros preparados com rebolo grosso.
[4]
3
3
.
.
3
3
A
A
Ç
Ç
O
O
S
S
I
I
N
N
O
O
X
X
I
I
D
D
Á
Á
V
V
E
E
I
I
S
S
Em 1912 o inglês Harry Brearly ao realizar algumas análises metalográficas quando
estudava um liga Fe-Cr (13%), observou que ela resistia ao ataque químico de vários
reagentes utilizados em metalografia. Por este motivo ele identificou esta liga,
chamando-a de “stainless steel” que significa “aço que não mancha”.
Os aços inoxidáveis ferríticos são ligas de ferro e cromo, com teor de cromo de 11% a
27%, e muito baixo teores de carbono e nitrogênio
[7]
. Geralmente possui teor de carbono
menor que 0,08% e cromo entre 13% e 18%, podendo ter pequenas adições de nióbio,
titânio, níquel e molibdênio
[8]
. Existem outros grupos de aços inoxidáveis como os
austeníticos, martensiticos e duplex, porém estes não serão tratados neste trabalho.
Por causa da crescente demanda por aços inoxidáveis ferríticos, especificamente dos
aços estabilizados, definiu-se utilizar o aço UNS43932 descrito na norma ASTM
também conhecido simplesmente como 439. Este aço é estabilizado ao titânio e ao
nióbio, e por conseqüencia não apresenta elementos como carbono e nitrogênio
dissolvidos em solução sólida.
25
Elementos de liga fortemente formadores de carbonetos ou carbo-nitretos são
adicionados aos aços inoxidáveis para restringir a formação de Cr
23
(C,N)
6
nos
contornos de grão, que resultaria em corrosão intergranular ou sensitização. Este
processo é chamado de estabilização
[9]
e oferece ganhos na soldabilidade do material,
capacidade de conformação a frio, bem como maior resistência à corrosão e à oxidação
principalmente a altas temperaturas
[10]
.
Para se conseguir obter estabilização da liga e auferir os ganhos propostos algumas
regras devem ser obedecidas, uma delas é a relação de estabilização (E) apresentada na
equação abaixo que é calculada a partir das concentrações dos elementos:
(
)
()
10
%%
%.%2
>
+
+
=
NitrogênioCarbono
NiôbioTitânio
E
(3-5)
[10]
Na Tabela 3.1 está representada a composição química deste aço, e é possível verificar a
relação de estabilização. Em seguida, na Tabela 3.2 são mostrados valores típicos de
algumas propriedades mecânicas e de microestrutura para a liga em questão.
Tabela 3.1 - Composição química aço biestabilizado 439
C(ppm) Mn(%) Si(%) Cr(%) Ni(%) N(ppm) Ti(%) Nb(%)
200 0,3 0,3 17,0 0,25 200 0,13 0,17
Tabela 3.2 - Propriedades mecânicas e tamanho de grão aço biestabilizado 439.
Esp.(mm) LE(MPa) LR(MPa) LE/LR Along(%) Dur.(HRb) TG(ASTM)
1,5 247 440 0,56 30 72 6 a 8
A aplicação deste aço está voltada para sistema de exaustão de automóveis e tubos para
usinas de açúcar, porém são também aplicados em tanques de lavar roupa, forno de
microondas. Pode-se dizer que o aço ferrítico 439 é bastante versátil, apresenta
propriedades finais em nível intermediário entre os austeníticos 304 e os ferríticos 430.
26
3
3
.
.
4
4
L
L
A
A
M
M
I
I
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C
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U
U
A
A
M
M
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E
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N
T
T
O
O
(
(
L
L
E
E
)
)
A laminação de encruamento (“Temper Rolling” ou “Skin Pass”) caracteriza-se por uma
pequena redução a frio (inferior a 3%) que promove um encruamento superficial do
metal. Ela acontece em estágio final de fabricação de produtos planos laminados, e é
responsável pelo acabamento final, aspecto superficial e pela forma do material
processado.
Esta etapa pode ser condicionada para atender às exigências de brilho e rugosidade
solicitada pelo cliente e visa também melhorar a qualidade final do material. Apresenta
os seguintes benefícios principais
[10,3]
:
1)
Eliminação do patamar de escoamento e defeito conhecido como as bandas
de Lüders;
2)
Acerto da forma;
3)
Acerto do brilho;
4)
Impressão da rugosidade desejada;
5)
Aumento da resistência mecânica do material.
Existem variações de modelos de laminadores de encruamento, porém são mais
utilizados os laminadores reversíveis contendo um par de cilindros (duos), com
diâmetro superior a 600mm, não lubrificados (a seco) como o apresentado na Figura
3.22.
Figura 3.22 – Laminador de encruamento convencional “duo”
[3]
Para materiais ultra-finos é empregado laminadores com dois pares de cilindros
(quadruos) , com diâmetro em torno de 450mm, que podem utilizar óleo para
lubrificação dos mesmos durante laminação. (Figura 3.23)
27
Figura 3.23 - Laminador de encruameno “quadruo”
[11]
.
Existem outras configurações tais como laminadores “tandem” com duas cadeiras, ou
ligados em linha ao processo final de recozimento e decapagem dos metais (inline).
Bem como sistemas mais modernos de laminação que oferecem possibilidade de aplicar
alta tração na tira (“High-Tension”) e ou realizar a leitura e acerto automático da forma
do material, conhecidos como (“Shapemeter”) e (“work roll bending”)
respectivamente.
Figura 3.24 - Laminador de encruamento comwork roll bending
[3]
O sistema de “work roll bending” é mostrado na Figura 3.24, composto de dois pares de
cilindros posicionados anterior e posterior a cadeira de laminação. Este conjunto
possibilita, além da alcançar maiores forças de tração, acertar a forma final da tira e
colocar o laminador integrado direto no fluxo de produção (inline).
A seguir, serão abordados as relações da laminação de encruamento com o brilho e a
forma da tira, serão apresentados também alguns conceitos sobre modelamento
matemático da LE e ,finalmente, sobre a aplicação prática do seu modelamento por
elementos finitos.
28
3.4.1 O BRILHO
É possível controlar o brilho final do produto ajustando parâmetros de laminação como
carga de laminação e rugosidade do cilindro. Na laminação de encruamento a seco,
quanto maior o diâmetro dos cilindros, melhor é o brilho do material produzido
[3]
. Isto
está de acordo com o fato de que com cilindros maiores se obtém maiores forças de
laminação promovendo melhor “transferência de rugosidade” (Figura 3.25-a).
O gráfico da Figura 3.25-b mostra claramente a forte dependência do acabamento final
do cilindro de laminação com o brilho. Utilizando rebolo com tamanho de grão abrasivo
menor (#1000), é possível atingir valores de brilho até 30% maiores. Também neste
mesmo gráfico fica claro o efeito de um segundo passe de laminação no brilho.
(a)
(b)
Figura 3.25 – Evolução do brilho do material (a) com a força de laminação
(b) com quantidade de passes de LE e do acabamento do cilindro.
[3]
Ao contrário da laminação a seco, na laminação a úmido, quanto maior o cilindro de
trabalho pior o brilho da tira, pois quanto maior o cilindro, maior o filme de óleo
formado sob o arco de contato dificultando a transferência do acabamento dos cilindros
para a tira.
3.4.2 A FORMA DA TIRA
Nos laminadores convencionais existem alguns recursos para realizar o controle e
correção da forma da tira são eles: o coroamento dos cilindros, balanceamento dos
cilindros e a força de laminação. O coroamento é previamente determinado através da
29
experiência operacional acumulada, podendo ser tanto positivo como negativo e irá
depender da espessura do material laminado. Durante a laminação, o operador ajusta os
cilindros aplicando maior ou menor carga nos lados de operação e acionamento.
O operador também ajusta a força de laminação de modo se obter a planicidade
desejada. Neste modo de operação o alongamento obtido é uma conseqüência e não um
objetivo. Portanto a obtenção de forma é conflitante à obtenção de alongamento. No
laminador convencional são necessários dois passes, um para garantir o alongamento e
outro para acertar a forma.
Outros recursos para melhoria da forma que podem ser utilizados são: o aumento das
trações e “work roll bending”. O aumento das trações provoca efeito semelhante a uma
desempenadeira por tração. Já o uso de “work roll bending” permite o acerto da forma
sem alterar a força de laminação. O sistema “shapemeter” possibilita verificar a forma
online”, isto é instantaneamente no processo.
3.4.3 MODELAMENTO MATEMÁTICO DA LE
A laminação de encruamento é a etapa final do processo de fabricação dos aços, seu mal
resultado compromete todas as outras etapas anteriores. Para garantir qualidade final,
faz-se necessário um controle preciso de alongamento da tira. O cálculo deste
alongamento está baseado em modelo matemático para predição da força de laminação,
torques, velocidade da linha e trações, e comportamento do cilindro de laminação.
Os modelos matemáticos de laminação atuais
[4,10,11,12]
mais precisos, consideram
mecanismos de laminação com deformação dos cilindros. Nestes modelos está previsto
a existência de uma terceira zona elástica interna (azul) onde ocorre a deformação do
cilindro, entre as zonas de compressão e recuperação elásticas (lilás), mostrado na
Figura 3.26.
30
Figura 3.26 - Visão de zonas de deformação durante laminação.
[11]
Devida à alta relação arco de contato/espessura, à baixa redução, ao alto valor do
coeficiente de atrito, ao alto achatamento elástico do cilindro da laminação de
encruamento, não é possível utilizar os modelos de laminação convencionais para
cálculos da carga e torque na laminação de encruamento
[13, 14]
.
Ou seja, para processos de laminação de encruamento as condições mecânicas de
distribuição de força e cargas aplicadas sobre os cilindros são significativamente
diferentes das condições usuais para as demais laminações.
Também, modelos simplistas como em ROBERTS
[10]
, baseados em arcos circulares dos
rolos sem consideração da sua deformação, não mostram bons resultados. Os trabalhos
de KRIMPELSTÄTER
[15]
e JORTNER
[16]
apresentam significativo avanço pois
descrevem melhor as influências e funções das deformações radiais do cilindro de
trabalho. Ou como FLECK and JOHNSON
[17]
que publicaram teoria mais apropriada
para laminação de tiras finas e folhas
[18,19]
que desconsidera tais simplificações.
Para a laminação plana, o modelo proposto por GRECO
[20]
elimina as deficiências dos
modelos clássicos anteriores. Ele propõe fator de correção para cálculo da carga de
laminação (Q), que é determinado a partir da análise de dois tipos de deformação. Este
fator corrige as deficiências que ocorrem nas condições extremas de laminação como na
31
laminação de chapas grossas ou de folhas finas, onde a razão arco de contato pela
espessura da tira excede a 1.
O estudo sistemático de parâmetros e métodos de regressão permite obter curvas
características para laminação que servem como entrada de controle e automação do
processo. Modelos matemáticos tanto “online” quanto “offline” quando ajustados e
calibrados adequadamente com dados reais, são essenciais para ajuste do laminador, e
aumento do patamar de qualidade do material laminado.
Os sistemas de modelamento analítico linear, como o de Robert ou Greco, atendem
muito bem as macro-correlações dos parâmetros de laminação. Porém, para
compreensão de sistemas não lineares, avaliação de detalhes do processo ou para
verificar e ajustar modelos semi-analíticos, são necessárias aproximações numéricas
sofisticadas baseadas em modelamento de elementos finitos.
No processo de laminação de encruamento
[21,22]
o efeito da transferência de rugosidade
superficial do cilindro para a tira é utilizado para conseguir ajustes com sua aplicação
final. O trabalho de KAINZ
[11]
apresenta os resultados de uma aplicação real da
transferência de topografia superficial do cilindro para tira.
Este autor avalia duas condições de laminação de encruamento: a seco e com óleo,
utilizando cilindro texturizado por “Electron Beam Texture (EBT)” e realizando
simulação em software comercial ABAQUS EXPLICIT
[23]
. É apresentado como
vantagem do modelamento por elementos finitos o conhecimento dos detalhes da
laminação como avaliação dos volumes e comportamento mecânico passo a passo das
cavidades da textura EBT (explicadas na seção 3.5) preenchidas pelo lubrificante.
Tal investigação fornece importantes informações a respeito das tensões, velocidades e
campos de deslocamentos internos à “mordida” do cilindro, durante laminação. Da
mesma forma, o contorno do arco não circular do cilindro é calculado
[14,15]
assim como
as pressões de contato, atrito, distribuição de carga e avaliação do escoamento plástico
32
da tira. As zonas de deformação internas na “mordida” são também identificadas
automaticamente no modelo.
O resultado da simulação por elementos finitos (Figura 3.27) apresenta o mecanismo
básico dos processos de conformação elasto-plastico-3D, como uma combinação de
mecanismos de identação e fenômenos de extrusão inversa. No mesmo ponto, o
resultado ilustra e esclarece o processo de transferência de rugosidade e sua
dependência com as propriedades do material e as condições de laminação.
Figura 3.27 - Resultado do modelamento por elementos finitos da laminação com
cilindros preparados por EBT. À esquerda em azul, superfície do
cilindro e a direita em verde o resultado da tira após laminação.
[11]
O trabalho confirma a possibilidade de modelamento por elementos finitos para estudo
da transferência de rugosidade do cilindro preparado por EBT para a tira de aço.
Extrapola as condições de laminação como na utilização de lubrificantes e apresenta
detalhes de resultados importantes que não poderiam ser obtidos por modelamento
convencional.
33
3
3
.
.
5
5
A
A
C
C
A
A
B
B
A
A
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
R
R
O
O
L
L
L
L
E
E
D
D
-
-
O
O
N
N
No processo de laminação utilizando cilindro “texturizado”, conhecido como Rolled-On
(RO), o cilindro transfere para a tira sua textura superficial e rugosidade pré-definidas.
Já que a textura do material é obtida durante a laminação, o produto final apresenta
backside”, isto é, mesma textura superficial em ambos os lados da tira.
Utilizando cilindros com rugosidades diferentes pode-se transferir uma “textura
superficial” diferenciada para a tira. Por exemplo, texturas com vales ou microcavidades
podem ser impressas na tira para reter o lubrificante, diminuindo conseqüentemente o
atrito entre a peça e a ferramenta durante a estampagem, possibilitando assim uma
estampagem mais profunda.
Existem várias técnicas para texturização de cilindros de laminação
[11]
, cada uma com
sua particularidade, apresentando diferentes resultados: distribuições de cavidades ou
vales, faixas de rugosidade, densidades de picos, homogeneidade da tira e
reprodutibilidade; elas foram comparadas em vários artigos
[24,25,26]
. Serão mostradas na
Figura 3.28 algumas técnicas para texturização de cilindros de laminação.
(a) (b) (c) (d)
Figura 3.28 – Técnicas de texturização de cilindros de laminação
[11]
:
(a) SBT, (b) Laser, (c) EDT e (d) EBT.
34
PORET E PONTET
[6]
produziram acabamento RO utilizando preparação de cilindro por
EDT e laminando tanto em laminadores do tipo Sendzimir quanto em laminadores de
encruamento.
Resultados dos autores mostraram que utilizando Sendzimir foi possível em um único
passe de laminação transferir até 80% da rugosidade do cilindro em aços inoxidáveis
ferríticos, enquanto que com laminador de encruamento, a taxa de transferência de
rugosidade caía para 40 a 50%.
As Figura 3.29 eFigura 3.30 mostram topografias da superfícies de materiais laminados
nos laminadores Sendzimir e de encruamento respectivamente. Na topografia resultante
da laminação de encruamento (Figura 3.30) pode-se observar a formação de um platô
médio, que é responsável pelo aumento do brilho da superfície do material.
Figura 3.29 - Topografia da superfície após laminação no laminador
Sendzimir.
[6]
O modelamento de transferência de rugosidade da superfície do cilindro para tira
durante a laminação de encruamento é avaliado
[10,12,15]
e apresenta boa aproximação ao
caso real. Existem programas comerciais como “FE-PACKAGE ABAQUS”
[23]
que
simulam com precisão o comportamento de transferência de rugosidade em cilindros
texturizados por EBT.
35
BÜNTEN
[21]
realizou o modelamento por elementos finitos da laminação de
encruamento avaliando a transferência da rugosidade. A simulação da laminação foi
feita para aço galvanizado utilizando ou não lubrificação durante processo. O resultado
demonstra claramente o mecanismo básico de transferência elasto-plástico 3D,
conhecido como combinação de processos de penetração e fenômenos de extrusão
reversa.
Figura 3.30 - Topografia da superfície da tira após laminação no
laminador de encruamento.
[6]
O segredo para uma boa aplicação do passe de encruamento durante a laminação é a
promoção de uma boa transferência da topografia e rugosidade da superfície do cilindro
para a tira do material. A sua superfície interfere diretamente na aplicação fim como:
estampagem, soldagem, pintura ou aplicação de revestimento. Os artigos
[4,11,21]
discutem o efeito de transferência de topografia durante a laminação, utilizando
cilindros texturizados.
WEIDERMAN
[27]
e ZEIGER
[28]
ponderam que a superfície que apresenta topografia
com baixa área de rolamento (“bearing”) e alta densidade de picos contribui para uma
boa estampabilidade. BUTLER and POPE
[29]
afirmam que superfícies ideais para
processos de estampagem possuem rugosidades de 1,4 a 2 μm Ra e densidade de picos
de 55 a 80 picos/micropolegadas.
Shot Blast Texturing (SBT)
[25]
: Esferas de granalha são atiradas por uma roda
centrifugadora contra a superfície do cilindro de laminação. O impacto destas esferas
inflige uma deformação local, provocando aparecimento de microcavidades.
Controlando a força, o diâmetro e a quantidade das esferas atiradas, pode-se conseguir a
rugosidade final objetivada (Figura 3.28-a).
36
(a) (b)
Figura 3.31 – Microestrutura das duas faces da superfície da tira
laminada com cilindro texturizado por SBT.
[26]
O resultado da textura superficial da tira é mostrado na Figura 3.31 e os valores de
rugosidade obtidos são apresentados na Tabela 3.3. Avaliando os valores de rugosidade
pode-se afirmar que apresentaram grande variação, a distribuição de textura na
superfície da tira foi esparsa e desigual e a transferência de rugosidade foi menor que
70%.
[26]
Tabela 3.3 - Resultado da medida de rugosidade (Ra) e densidade de picos (peak
counts-PC) na tira laminada com cilindro texturizado por SBT (rugosidade
do cilindro igual a 2 μm Ra e 128 PC).
Superfície superior Superfície inferior
Número da bobina
Ra (μm) PC Ra (μm) PC
Nº2 0,782 58 1,104 63
Nº7 0,938 58 1,089 49
Laser Bean Texturing (LBT)
[25,30]
: Um feixe de laser é focado na superfície do
cilindro, este feixe passa por uma roda inversora que interrompe sua passagem
intermitentemente. Em cada ponto iluminado ocorre o derretimento localizado da
superfície do material formando microcavidades. A velocidade da roda inversora e o
diâmetro do feixe a laser é que definem a rugosidade final da superfície do cilindro.
(Figura 3.28-b).
37
(a) (b)
Figura 3.32 - Microestrutura da superfície da tira laminada com cilindro
texturizado por LBT em duas ampliações.
[30]
O resultado da textura superficial da tira laminada com cilindro texturizado por LBT é
mostrado na Figura 3.32 à direita, a ampliação da cratera formada. Avaliando a
transferência de rugosidade neste processo é observado modelo da cratera na Figura
3.33. Pode-se constatar que a taxa de transferência de rugosidade é baixa, em torno de
50% e só é possível transferir 25% da altura do pico formado, ficando achatado na sua
extremidade superior.
Figura 3.33 - Modelo da micro-cavidade formada pelo feixe de laser no
cilindro, depois laminado na tira.
[30]
A vantagem deste processo é sua elevada homogeneidade superficial. Fazendo
programações em um sistema microprocessado é possível obter qualquer padrão de
textura, inclusive desenhos. Novos sistemas de laser conseguem alterar formatos e
dimensões das crateras formadas melhorando a taxa de transferência da rugosidade do
cilindro.
38
Electrical Discharge Texturing (EDT)
[6,24]
: Eletrodos são posicionados axialmente
a superfície do cilindro, que fica imerso em um meio dielétrico. Descargas elétricas são
induzidas entre o eletrodo (anôdo) e cilindro (catodo), provocando eletro-erosão em sua
superfície. A combinação da corrente, tensão, freqüência de oscilação definem a
condição final do cilindro texturizado (Figura 3.28-c).
Tabela 3.4 - Rugosidade Ra medida em várias posições ao longo do comprimento dos
cilindros texturizados por EDT antes e após a laminação de 1750t de
aço
[26]
.
Número
bobina
Status
online
Posição 1 Posição 2 Posição 3 Posição 4 Posição 5
Valor
médio
Fator
perda
pré 2,031 2,128 2,238 2,224 2 2,12
Cilindro
laminação
superior
pós 1,76 1,74 1,85 1,71 1,65 1,74 18%
pré 2,036 2,195 2,205 2,186 2,056 2,14
Cilindro
laminação
inferior
pós 1,66 1,97 1,79 1,82 1,76 1,80 15,7%
O resultado da textura superficial da tira laminada com cilindro texturizado por EDT é
mostrado na Figura 3.34. Verifica-se que a taxa de transferência de rugosidade é alta,
em torno de 80% e a textura é bem homogênea e repetitiva. De acordo com a Tabela
3.4, após laminação de 1750 toneladas de material, ocorreu somente uma perda de
rugosidade do cilindro em torno de 18%.
Figura 3.34 - Microestrutura da superfície das duas faces da tira laminada
com cilindro texturizado por EDT.
[26]
O sistema apresenta maior homogeneidade quando aplicado em grandes áreas e boa
repetibilidade se comparado com processo SBT. É possível alterar parâmetros de
processamento como corrente/tensão dos eletrodos, ou até mesmo alterar o tipo de
39
material do eletrodo para se obter a combinação rugosidade e densidade de picos
desejados.
Electron Beam Texturing (EBT)
[22]
: Um feixe de elétrons de alta energia é
utilizado para derreter a superfície do cilindro, formando microcavidades. A freqüência
de pulsação, a intensidade do feixe de elétrons, o deslocamento e rotação do cilindro são
parâmetros utilizados para definição da rugosidade final do mesmo. (Figura 3.28-d).
A Figura 3.35 apresenta o padrão da textura EBT sobre cilindro de laminação. Seu
padrão parece com a cavidade formada pelo processo LBT, porém mais irregular. É
possível com este sistema obter padrões de cavidades seqüenciadas, semi - aleatórios ou
completamente aleatórios
[31,32]
.
Figura 3.35 - Microestrutura da superfície do cilindro texturizado por EBT.
[11]
Ink Jet Texturing (IJT)
[33]
: Um microprocessador ligado a um cabeçote de uma
impressora de jato de tinta é utilizado para imprimir na superfície do cilindro uma
mascara de tinta com a textura escolhida. Posteriormente este cilindro é submetido ao
ataque químico que desgasta a superfície que não foi protegida pela tinta.
A vantagem deste processo é o menor custo do equipamento. Assim como no processo a
laser, se o sistema de jateamento estiver acoplado em uma unidade de movimentação
micro-processada, é possível obter qualquer padrão de textura desejada.
40
Topocrom
[34]
: É a tecnologia de texturização de cilindro que utiliza campo elétrico
entre o eletrodo de trabalho e a superfície do cilindro de laminação, tal qual como no
processo EDT. Porém neste caso os íons do eletrólito de cromo são depositados por
redução eletrolítica na superfície do cilindro de laminação. Ajustando os parâmetros de
eletro deposição é possível controlar o tamanho e a quantidade de material depositado.
A faixa da rugosidade da textura obtida pelo método Topocrom vai de 0,2 a 20µm Ra,
apresenta uma excelente uniformidade e repetibilidade. A precisão da rugosidade
controlada é de ±0.1µm e a taxa de transferência máxima é elevada. É uma técnica que
oferece textura fina, que esta sendo muito demandada pela industria
automobilística
[34,35]
.
Na Figura 3.36 é possível observar a estrutura superficial da tira laminada com cilindro
texturizado por Topocrom. A textura apresentada é isotrópica e bem homogênea, com
distribuição contínua das cavidades, porém aleatórias. A tabela 7 apresenta valores de
Ra/PC são sempre os mesmos tanto na superfície superior quanto inferior, valores de Ra
mostraram-se dentro da faixa de 0,9 a 1,2µm Ra e PC equivalente a 90.
Figura 3.36 - Microestrutura da superfície das duas faces da tira laminada
com cilindro texturizado por TOPOCROM.
[26]
A vantagem principal desta técnica é a alta vida dos cilindros. A Tabela 3.5 apresenta
variação da rugosidade após 12 laminações (12 “schedules”) total de 1.081t laminadas,
um ínfimo decréscimo no valor da rugosidade final foi observado. O revestimento do
cilindro com cromo afere maior dureza a sua superfície, o que diminui a formação de
defeitos superficiais.
41
Tabela 3.5 - Resultado medida de rugosidade (Ra) e densidade de picos (peak
counts-PC) tira laminada com cilindro texturizado por Topocrom,
e após 12 bobinas
[26]
.
Superfície de cima Superfície de baixo
Status
Ra (μm) PC Ra (μm) PC
Após 1 bobina 1,013 89 1,009 88
Após 12 bobinas 1,010 93 0,985 94
Foram apresentadas acima diferentes técnicas para preparar à superfície do cilindro afim
de se obter o acabamento final desejado. No presente trabalho, os cilindros serão
texturizados por retífica utilizando rebolo grosso A36.
Durante a revisão bibliográfica foi encontrada uma patente de SAMBUCO
[36]
que
utilizou esta mesma metodologia para texturização de tiras de alumínio durante a
laminação de encruamento. Seu trabalho utilizou rebolo grosso A36 e parâmetros de
retífica de cilindros definidos para obtenção de altos valores de rugosidade em torno de:
1,7 a 2,3μm Ra, 11 a 14μm Rz e 14 a 18μm Rt. É também apresentado, no mesmo
trabalho,um segundo acabamento fino obtido por jateamento de areia sobre superfície
do cilindro preparada com rugosidade inferior (~0,3μm Ra).
Para o caso de alta rugosidade a patente sugere dois passes finais, um de semi-
acabamento: 35rpm para rotação do cilindro, 400 a 500rpm para rotação do rebolo e
velocidade de deslocamento da mesa igual a 1,32 m/min; e passe final de acabamento
com: 100rpm para rotação do cilindro, 50rpm para rotação do rebolo e velocidade de
deslocamento da mesa igual a 1,32m/min e amperagem do motor de rotação cilindro de
30 a 40 A.
42
4 PRODUTO ALVO
Neste capítulo é apresentado a caracterização do acabamento lixado (produto alvo).
O acabamento RO a ser desenvolvido para o aço 439, na espessura de 1,5mm deverá
apresentar aspecto visual próximo, ou seja, similar ao acabamento lixado do aço 304
com 0,8mm de espessura, também produzido pela ArcelorMittal Inox Brasil e utilizado
principalmente para revestimento interno de elevadores.
Para caracterização superficial utilizaram-se equipamentos de perfilometria (Hommel
Werke - Modelo T8000), microscopia óptica (Leica - DMRM) e eletrônica de varredura
(FEI - XL30), bem como utilização de medidores de brilho (Byk Gardner - Mirror-Tri-
Gloss) e de cor (Byk Gardner - Spectro-Guide). Todos os parâmetros de cor e brilho
estão descritos em norma específica ASTM E313. Para caracterização da intensidade de
amarelamento da superfície utilizou-se o índice de amarelamento (YE) fornecido pelo
colorímetro.
(a)
(b)
Figura 4.1 – Imagem de microscopia do aço 304 lixado
(a) microscopia óptica (b) microscopia eletrônica.
As Figura 4.1 (a) e (b) mostram respectivamente imagens de microscopia óptica e
eletrônica de varredura da amostra com acabamento lixado. Na Figura 4. é possível
observar caracterização detalhada da superfície do mesmo material. Importante
43
ressaltar, que os parâmetros de rugosidade Ra e brilho serão mais utilizados para
comparar superfícies.
Na figura 4.2 é possível observar padrão de rugosidade da superfície bem homogênea,
com valores de St próximos de Sp, valores de Ra equivalentes de Sa e valores de Rt
próximos ao de Ry. No gráfico da topografia superficial é apresentado um perfil de
linhas bem distribuídas sem presença de picos ou sobressaltos.
Figura 4.2 – Caracterização da superfície do aço 304 lixado.
Aço 304, acabamento lixado
Rugosidade
Sa = 0.97µm
St = 18.5µm
Sp = 11.9µm
Sv = 6.63µm
Ssk = -0.354
Ra = 0,92µm
Rt = 7,94µm
Ry = 7,60µm
Na Figura 4. é mostrado resultado da caracterização superficial da amostra, a direita
superior são apresentados os valores de diferentes parâmetros de rugosidade,
topografias e brilho da amostra analisada, a descrição destes parâmetros está no capítulo
3.1.
Brilho – 20°
Long.:53 GU
44
A rugosidade objetivada para o novo acabamento RO deverá será igual a
1,0μm de Ra e brilho medido com ângulo de incidência da luz em 20° igual a
50GU.
Podem ser vistos nesta mesma tabela três mapas da topografia da superfície. Do lado
esquerdo superior é apresentado o mapa topográfico com vista de topo de uma área de
amostragem de 5 x 5mm, a escala em cores indica a altura dos picos e a profundidade
dos vales. Do lado direito inferior, é visto em escala ampliada parte da superfície
analisada. Ilustrativamente, o gráfico central da tabela apresenta um perfil
bidimensional de uma linha aleatória extraída do mapa da superfície.
O material apresenta em sua superfície planicidade elevada, bem homogênea, presença
de vales profundos e poucos picos. O parâmetro de rugosidade Ra foi escolhido para
representar a rugosidade da superfície por ele ser mais conhecido e utilizado.
Define-se então:
45
5 FASE 1 - SIMULAÇÃO DO PROCESSO INDUSTRIAL EM
LABORATÓRIO
O trabalho experimental foi dividido em três fases principais de desenvolvimento e cada
uma identifica condições ideais de processamento aplicado à fase seguinte.
A primeira fase
visa realizar simulações de laminação de encruamento em laboratório a
fim de identificar qual a rugosidade do cilindro é necessária para se obter acabamento
superficial da tira com aspecto mais próximo do acabamento lixado, conforme
apresentado no capítulo anterior.
A segunda fase
do trabalho apresenta os resultados da experiência industrial de
laminação com cilindro rugoso, utilizando valores de rugosidade indicados na fase
anterior. Os parâmetros de laminação como carga e trações são combinados para
verificação das condições de transferência de rugosidade do cilindro para tira. É
definida nesta fase a melhor condição para processamento do material 439/RO em
escala industrial.
O novo produto 439/RO “padrão” identificado na fase anterior é utilizado na terceira
fase para avaliação do seu comportamento às diferentes aplicações que ele poderá ser
submetido e seu resultado é comparado a de seu antecessor (acabamento lixado). São
avaliadas as propriedades de resistência à corrosão, à oxidação e de estampabilidade.
Nesta seção será apresentada a primeira fase
e para entendimento adequado da
simulação da laminação em laboratório, este capítulo foi dividido nos seguintes tópicos:
Metodologia;
O equipamento;
Caracterização dos cilindros de laminação;
Caracterização das amostras a serem laminadas;
Resultados;
Análise e discussão dos resultados;
Conclusões.
46
5
5
.
.
1
1
M
M
E
E
T
T
O
O
D
D
O
O
L
L
O
O
G
G
I
I
A
A
As simulações de LE para o estudo preliminar de transferência de rugosidade e brilho
do cilindro para tira foram realizadas no laminador FENN do Centro de Pesquisa da
ArcelorMittal Inox Brasil e tem como objetivo identificar qual a rugosidade do cilindro
que confere a tira aspecto superficial mais próximo do acabamento lixado.
A simulação em laboratório foi programada com intuito de se obter a relação da
rugosidade final da amostra com a espessura do material laminado e com a rugosidade
inicial do cilindro, aplicando pequenas deformações (~3%). O conhecimento do
processo de transferência de rugosidade do cilindro para tira irá permitir definir a
rugosidade ideal do cilindro a fim de se obter aspecto visual do produto lixado.
As amostras de aço 439 padrão utilizadas, foram recolhidas da linha industrial antes da
etapa de encruamento do material, acabamento (2D). O aço 439 é um aço inoxidável
ferrítico com teor de cromo de 17% e biestabilizado com titânio e nióbio (%Ti +%Nb ~
0,4). A Tabela 5.1 descreve as amostras com diferentes espessuras utilizadas para
simulação em laboratório, elas possuíam a dimensão de 100x250mm.
Tabela 5.1 – Amostras de aço 439 com acabamento 2D utilizadas para simulação
laboratório.
ID Espessura(mm)
1 0,50
2 1,00
3 1,50
4 2,25
O rebolo é identificado por sua sigla; a letra identifica o tipo de abrasivo utilizado (A-
alumina e C – carbeto de silício) e o número a quantidade de partículas de abrasivo por
milímetro quadrado. Logo, quanto maior o número presente na sigla do rebolo menor o
particulado abrasivo. Desta maneira o cilindro retificado com AC36 apresentaria
rugosidade maior do que o cilindro retificado com C80.
47
A necessidade de explorar a transferência de rugosidade em uma faixa mais abrangente
da rugosidade do cilindro (0,5 a 3,5μm Ra) e a impossibilidade de utilizar um só rebolo
para atender toda faixa, serviu como justificativa para utilizar três rebolos descritos
(AC36, A46 e C80). Cada rebolo possui um tamanho de grão abrasivo distinto, outras
variações geradas, que não a rugosidade do cilindro, serão desconsideradas.
Na tabela 5.2 é apresentado o número da identificação da experiência com respectivas
rugosidade de cada cilindro de laminação, a faixa de rugosidade do cilindro explorada
foi de 0,24 a 3,46 μm Ra.
Tabela 5.2 - Variáveis de processamento rugosidade do cilindro (Ra) e tipo de rebolo.
CILINDRO EXP.
Rugosidade
Objetivada (μm Ra)
Rebolo da retífica
SUPERIOR 1,50 A46
INFERIOR 1,50 A46
SUPERIOR 2,20 A46
INFERIOR 1,80 A46
SUPERIOR 1,50 A46
INFERIOR 0,90 A46
SUPERIOR 2,50 AC36
INFERIOR 2,50 AC36
SUPERIOR 1,00 C80
INFERIOR 1,50 C80
SUPERIOR 2,80 AC36
INFERIOR 3,50 A46
SUPERIOR 0,50 C80
INFERIOR 0,25 C80
SUPERIOR 3,00 A46
INFERIOR 3,50 A46
Para avaliar a retífica do cilindro e conhecer sua textura inicial, foram moldadas réplicas
das várias condições e posteriormente caracterizadas, o resultado é apresentado na seção
5.3. As amostras depois de laminadas foram enviadas ao laboratório para caracterização
de sua superfície, o resultado pode ser visto na seção 5.5.
48
5
5
.
.
2
2
O
O
E
E
Q
Q
U
U
I
I
P
P
A
A
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
O trabalho foi realizado no laminador da marca FENN modelo 4-085, conforme
mostrado na Figura 5.1, este possui configurações tanto duo/quadruo, reversíveis
preparado com sistema elétrico de controle de velocidade. Controle do laminador é
realizado através de software supervisório e sistemas PLC.
Figura 5.1 – Laminador FENN, laboratório de simulação termomecânica.
Para a simulação em laboratório, o laminador foi montado com a configuração duo
utilizando cilindros com diâmetro de 255mm.A laminação foi realizada a seco em um
passe imprimendo deformações no material de até 3%.
5
5
.
.
3
3
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
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D
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O
S
S
C
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D
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O
O
S
S
D
D
E
E
L
L
A
A
M
M
I
I
N
N
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
Os cilindros utilizados foram caracterizados pela sua rugosidade e topografia
superficial. Devido à limitação do equipamento de medição de brilho permitir medidas
somente em superfícies planas, não foi possível avaliar o brilho dos cilindros.
Nesta seção na Tabela 5.3 é apresentado o resultado da caracterização superficial de
alguns dos cilindros preparados para esta experiência e a descrição das rugosidades
utilizadas é encontrada na Tabela 5.2. É observado que tanto na primeira quanto na
terceira experiência o cilindro inferior apresentou padrões de homogeneidade superior
49
aos demais, na terceira experiência a face superior apresentou maior heterogeneidade
dentre os materiais laminados.
Ao mesmo tempo em que se avaliavam os resultados de laminação utilizando cilindros
rugosos, foi necessário desenvolver nova metodologia para retificar cilindros com alta
rugosidade. Novos conceitos em retífica de cilindros foram desenvolvidos, porém seus
resultados não serão apresentados neste trabalho.
A seguir serão apresentadas às caracterizações das superfícies dos cilindros utilizados.
Na próxima seção será mostrada a caracterização das amostras a serem ensaiadas.
Tabela 5.3 – Caracterização superfície do cilindro.
1ª experiência - Rebolo A46
Rugosidade
Sa = 1.53µm
St = 22.8µm
Sp = 13.8µm
Sv = 8.96µm
Rugosidade
Ra = 1,45µm
Rt = 13,38µm
Ry = 12,81µm
Rz = 10,55µm
50
2ª experiência - Rebolo A46 – Cilindro Superior
Rugosidade
Sa = 2.05µm
St = 30.3µm
Sp = 15.6µm
Sv = 14.7µm
Rugosidade
Ra = 1,90µm
Rt = 16,53µm
Ry = 15,47µm
Rz = 12,68µm
2ª experiência - Rebolo A46 – Cilindro Inferior
Rugosidade
Sa = 1.79µm
St = 27.4µm
Sp = 10.5µm
Sv = 16.9µm
Rugosidade
Ra = 1,69µm
Rt = 14,70µm
Ry = 13,89µm
Rz = 11,23µm
51
3ª experiência - Rebolo A46 – Cilindro Superior
Rugosidade
Sa = 1.83µm
St = 29.3µm
Sp = 12.6µm
Sv = 16.7µm
Rugosidade
Ra = 1,65µm
Rt = 14,45µm
Ry = 13,73µm
Rz = 11,41µm
3ª experiência - Rebolo A46 – Cilindro Inferior
Rugosidade
Sa = 0.984µm
St = 15.9µm
Sp = 7.85µm
Sv = 8.05µm
Rugosidade
Ra = 0,92µm
Rt = 8,19µm
Ry = 7,61µm
Rz = 6,65µm
52
5ª experiência - Rebolo C80 – Cilindro Inferior
Rugosidade
Sa = 1.8µm
St = 17.5µm
Sp = 6.75µm
Sv = 10.8µm
Rugosidade
Ra = 1,63µm
Rt = 12,37µm
Ry = 11,93µm
Rz = 9,85µm
5
5
.
.
4
4
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
A
A
S
S
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
S
S
A
A
S
S
E
E
R
R
E
E
M
M
L
L
A
A
M
M
I
I
N
N
A
A
D
D
A
A
S
S
As amostras antes de laminadas foram caracterizadas quanto sua rugosidade, brilho e
topografia e são apresentadas na Tabela 5.4, abaixo. Cada amostra possui aspecto
superficial particular como será tratado adiante. Porém o processo de lixamento
“desbasta” a sua superfície original revelando um outro visual.
Tabela 5.4 – Espessura da amostra, rugosidade e brilho(20°) da superfície.
ID esp Rugosidade (μm)
(mm) Ra Rt Ry Sa St Sp Sv Ssk
Brilho
(GU 20°)
1 0,5 0,17 1,89 1,79 0,194 6,08 1,97 4,11 -0,127 110
2 1,0 0,33 4,38 4,14 0,141 15,70 3,80 6,95 -1,37 73
3 1,5 0,13 2,24 2,14 0,141 10,10 2,56 7,55 -2,97 343
4 2,25 0,27 3,80 3,64 0,328 12,70 4,07 8,59 -1,99 64
53
Nas topografias e perfis apresentados na Tabela 5.5 é possível observar com mais
detalhes as diferenças superficiais de cada amostra. As amostras 1 e 3 apresentaram
menor valor de rugosidade conseqüentemente maior brilho. A amostra 2 com 1mm de
espessura foi a que mais apresentou imperfeições em sua superfície. Apesar das análises
mostrarem variações, visualmente todas a mostras apresentavam aspecto parecido.
Tabela 5.5 – Topografia das amostras antes de serem laminadas.
Amostra 1 – 439/2B/0,5mm
Amostra 2 – 439/2B/1,0mm
54
Amostra 3 – 439/2D/1,5mm
Amostra 4 – 439/2B/2,25mm
Estes materiais foram obtidos antes do encruamento na linha de produção da
ArcelorMittal Inox Brasil, porém existem variações no processamento do material
devido as diferentes espessuras utilizadas. Estas variações geraram diferentes condições
superficiais para cada amostra. Serão desconsideradas para este estudo as pequenas
variações apresentadas.
Na seção seguinte serão mostrados os resultados das amostras após serem laminadas em
laboratório e na seqüência a análise e discussão destes resultados.
55
5
5
.
.
5
5
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
As rugosidades das amostras finais (Ra
tf
) e iniciais (Ra
ti
) e dos cilindros (Ra
cil
) foram
medidas, bem como o brilho das amostras antes (B
i
) e depois (B
f
) de laminadas. As
Tabela 11.1 e Tabela 11.2 no apêndice apresentam em valores todos os resultados
obtidos da caracterização superficial em ambas as faces das amostras laminadas em
laboratório.
As tabelas apresentam primeiramente a condição das amostras [espessura, largura,
brilho inicial e rugosidade (Ra, Ry, Rt) inicial], as condições de processo (carga de
laminação, alongamento sofrido, rugosidade do cilindro), o resultado da amostra após
laminação [brilho final e rugosidade (Ra, Ry, Rt) finais] e finalmente a equação que
descreve a taxa de transferência de rugosidade (T
Ra
) que é dada por:
cil
tf
Ra
Ra
Ra
T =
(5-1)
Para facilitar a avaliação dos resultados obtidos, estes últimos foram agrupados em duas
condições diferentes, o que permitirá avaliar com mais detalhe as relações de carga e
rugosidade inicial do cilindro com a rugosidade final da amostra obtida após laminação.
O primeiro grupo do estudo da rugosidade inicial do cilindro é mostrado nas Tabela 5.6
e Tabela 5.7.
Na Tabela 5.6 são apresentados os resultados da caracterização superficial para aço 439
com 0,5mm de espessura em função da rugosidade do cilindro utilizado.
56
Tabela 5.6 – Caracterização das amostras 439/0,5mm, diferentes rugosidade de cilindro.
Ra
cil
= 0,24μm, Rebolo = C80
Rugosidade
Sa = 0.408µm
St = 7.82µm
Sp = 2.47µm
Sv = 5.35µm
T
Ra
= 2,2
Ra = 0,52µm
Rt = 3,57µm
Ry = 3,97µm
Brilho – 20°
Long.: 89,67 GU
Ra
cil
= 0,56μm, Rebolo = C80
Rugosidade
Sa = 0.441µm
St = 6.68µm
Sp = 2.6µm
Sv = 4.08µm
T
Ra
= 0,9
Rugosidade
Ra = 0,49µm
Rt = 3,53µm
Ry = 3,77µm
Brilho – 20°
Long.: 124,67 GU
57
Ra
cil
= 1μm, Rebolo = C80
Rugosidade
Sa = 1.01µm
St = 10.6µm
Sp = 5.5µm
Sv = 5.09µm
T
Ra
= 0,8
Rugosidade
Ra = 0,76µm
Rt = 5,03µm
Ry = 5,43µm
Brilho – 20°
Long.: 44 GU
Ra
cil
= 1,5μm, Rebolo = C80
Rugosidade
Sa = 0.742µm
St = 8µm
Sp = 3.84µm
Sv = 4.16µm
T
Ra
= 0,7
Rugosidade
Ra = 1,05µm
Rt = 7,27µm
Ry = 7,33µm
Brilho – 20°
Long.: 40,6 GU
58
Ra
cil
= 1,5μm, Rebolo = A46
Rugosidade
Sa = 1.06µm
St = 10.6µm
Sp = 4.23µm
Sv = 6.37µm
T
Ra
= 0,5
Rugosidade
Ra = 0,74µm
Rt = 4,83µm
Ry = 5,1µm
Brilho – 20°
Long.: 81,33 GU
Ra
cil
= 1,82μm, Rebolo = A46
Rugosidade
Sa = 0.906µm
St = 9.37µm
Sp = 3.25µm
Sv = 6.12µm
T
Ra
=0,7
Rugosidade
Ra = 1,25µm
Rt = 7,47µm
Ry = 8,43µm
Brilho – 20°
Long.: 97 GU
59
Ra
cil
= 2,21μm, Rebolo = A46
Rugosidade
Sa = 1.08µm
St = 10.2µm
Sp = 3.94µm
Sv = 6.3µm
T
Ra
=0,5
Rugosidade
Ra = 1,01µm
Rt = 6,3µm
Ry = 7,2µm
Brilho – 20°
Long.: 87,7 GU
Ra
cil
= 2,52μm, Rebolo = AC36
Rugosidade
Sa = 1.41µm
St = 13µm
Sp = 5.9µm
Sv = 7.12µm
T
Ra
=0,7
Rugosidade
Ra = 1,68µm
Rt = 10,9µm
Ry = 12,33µm
Brilho – 20°
Long.: 64 GU
60
Ra
cil
= 2,75μm, Rebolo = AC36
Rugosidade
Sa = 1.69µm
St = 19.9µm
Sp = 7.72µm
Sv = 12.2µm
T
Ra
=0,7
Rugosidade
Ra = 1,8µm
Rt = 13,47µm
Ry = 15,23µm
Brilho – 20°
Long.: 45 GU
Ra
cil
= 3μm, Rebolo = A46
Rugosidade
Sa = 2.88µm
St = 18.9µm
Sp = 8.83µm
Sv = 10.1µm
T
Ra
=0,6
Rugosidade
Ra = 1,66µm
Rt = 10,6µm
Ry = 11,5µm
Brilho – 20°
Long.: 46 GU
61
Ra
cil
= 3,5μm, Rebolo = A46
Rugosidade
Sa = 1.46µm
St = 18.5µm
Sp = 7.02µm
Sv = 11.5µm
T
Ra
= 0,5
Rugosidade
Ra = 1,65µm
Rt = 11,6µm
Ry = 11,7µm
Brilho – 20°
Long.: 55 GU
A Tabela 5.7 apresenta a comparação das topografias medidas nas amostras de aço 439,
0,5mm de espessura depois de laminado (fundo azul) e a superfície do cilindro da qual
elas foram geradas(fundo marrom).
Tabela 5.7 – Comparação topografia e perfil de alguns parâmetros de rugosidade. (Ra =
1,5; 2,21; 1,82; 1,5; 0,93; 1,5 μm) respectivamente.
Rebolo A46 - Ra
Cil
= 1,5μm
62
Rebolo A46 – Ra
Cil
= 1,5μm
Rebolo A46 – Ra
Cil
= 1,82μm
Rebolo A46 – Ra
Cil
= 2,21μm
63
Rebolo A46 – Ra
Cil
= 0,93μm
Rebolo C80 – Ra
Cil
= 1,5μm
As Tabela 5.8 e Tabela 5.9 mostram os resultados para avaliação da transferência de
textura em função da carga de laminação do aço 439 de 0,5mm de espessura e laminado
com cilindro retificado a 1,5 μm Ra (experiência 1).
Tabela 5.8 – Variação dos parâmetros caracterização de superfície com a carga aplicada.
Carga
Real (t)
Along.
(%)
Rugosidade (μm)
Ra Rt Ry Sa St Sp Sv
Brilho
(GU 20°)
6,92 1,19 1,25 7,5 8,4 1,08 10,2 3,94 6,3 97
16,01 1,04 1,44 9,4 10,3 1,25 14,2 5,88 8,1 117
44,00 7,81 2,03 13,3 13,9 1,50 16,5 9,35 7,2 42
86,59 9,35 2,15 17,7 17,3 1,50 17,0 8,45 8,5 39
64
Tabela 5.9 – Topografia superfície 439/0,5mm laminada Ra
cil
= 1,5 em diferentes cargas
de laminação.
Carga = 10t –R
cil
= 1.5μm Ra – A46
Carga = 20t –R
cil
= 1.5μm Ra – A46
Carga = 60t –R
cil
= 1.5μm Ra – A46
65
Carga = 90 t –R
cil
= 1.5 μm Ra – A46
5
5
.
.
6
6
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
D
D
O
O
S
S
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
Nesta seção é mostrada a análise e a discussão dos resultados que foram divididas em
três partes, a saber: relações de transferência de rugosidade com a carga, a avaliação da
transferência de rugosidade, discussão sobre a condição ideal de rugosidade para
cilindro de laminação.
5.6.1 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE VERSUS CARGA DE LAMINAÇÃO
Para o estudo da correlação de transferência de rugosidade com a carga de laminação
são laminadas com diferentes reduções amostras de aço 439 com 0,5mm de espessura
utilizando cilindro com rugosidade superficial igual a 1,5μm preparados com rebolo
A36.
É curioso observar Tabela 5.8 que apesar da rugosidade do cilindro ser igual a 1,5μm
Ra, aplicando maiores cargas foi possível obter rugosidade com valores até 2,15μm Ra.
Os parâmetros de rugosidade Ry e Rt se mostraram fortemente dependentes da carga de
laminação, apresentando valores de ajuste ξ
2
superior a 0,97.
Os valores do gráfico Figura 5.2 mostram a dependência da carga real aplicada com
alguns parâmetros de rugosidade e com o alongamento. O parâmetro de rugosidade
“Ry” apresentou melhor ajuste.
66
Figura 5.2 – Comportamento de alguns parâmetros de superfície em
função da carga de laminação (toneladas).
Foi extraída deste gráfico a relação carga versus alongamento dado pela equação (5.3).
965,2t)laminação( carga125,3(%)oAlongament
×
=
(5-2)
Analisando a Tabela 5.8 é observável que o valor de brilho apresenta um máximo para
um dado valor de carga em torno de 16t. Ao contrário da rugosidade o valor de brilho
não cresce continuamente com a carga de laminação. Valores de rugosidade chegam a
dobrar enquanto que o brilho máximo equivale a aproximadamente 15% do valor
inicial.
O gráfico da Figura 5.3, apresenta o comportamento assintótico da variação da
rugosidade superficial com incremento da carga de laminação. É visível que no início da
faixa pequena variação da carga promove grandes variações de transferência de
rugosidade, como o que ocorre em 20t.
67
Transferência de Rugosidade
y = 2,9891Ln(x) + 4,0434
R
2
= 0,9371
8
10
12
14
16
18
20
0 20406080100
Carga de Laminação (t)
Rugosidade Amostra (um St)
Figura 5.3 – Rugosidade da amostra laminada “St” x carga de laminação (t)
O parâmetro da superfície que melhor representou a rugosidade em função da variação
de carga de laminação foi “St” e ele é expresso pela função logarítmica apresentada no
gráfico da figura 5.3.
5.6.2 TRANSFERÊNCIA DE RUGOSIDADE DURANTE LAMINAÇÃO EM
LABORATÓRIO
Conhecer o comportamento da transferência de rugosidade passa pelo entendimento da
sua relação com a espessura do material laminado e com a rugosidade inicial do cilindro
utilizado. Para o caso prático é necessário saber se existe necessidade de ajustar os
parâmetros de laminação como rugosidade do cilindro para cada espessura utilizada.
É avaliada a dependência da rugosidade final da tira (Raf) com três variáveis
selecionadas: espessura, alongamento (along) e rugosidade do cilindro (Rcil). Para
verificar a interação entre as variáveis e o peso de cada uma delas na transferência de
rugosidade, é aplicado a metodologia de análise de resposta de superfície descrita por
BOX
[36]
, com auxílio do software de estatística MINITAB v13.32, cujo resultado é
apresentado na Tabela 5.10.
68
Tabela 5.10 – Regressão da rugosidade final da tira em função do alongamento,
rugosidade do cilindro e da espessura do material laminado.
MINITAB STATISTICAL SOFTWARE
Response Surface Regression: Raf versus along; Rcil; espessura
The analysis was done using coded units.
Estimated Regression Coefficients for Raf
Term Coef SE Coef T P
Constant 1,0240 0,12846 7,971 0,000
along 0,5237 0,15880 3,298 0,002
Rcil 0,6912 0,09700 7,126 0,000
espessura -0,1693 0,07726 -2,191 0,034
along*along 0,2962 0,25416 1,165 0,250
Rcil*Rcil -0,0567 0,14283 -0,397 0,693
espessura*espessura 0,1622 0,14079 1,152 0,256
along*Rcil 0,0120 0,22251 0,054 0,957
along*espessura -0,0775 0,19324 -0,401 0,690
Rcil*espessura -0,1411 0,11077 -1,274 0,209
S = 0,3630 R-Sq = 76,5% R-Sq(adj) = 71,8%
Analysis of Variance for Raf
Source DF Seq SS Adj SS Adj MS F P
Regression 9 19,2760 19,2760 2,14178 16,25 0,000
Linear 3 18,5585 14,3394 4,77980 36,27 0,000
Square 3 0,4404 0,4353 0,14510 1,10 0,359
Interaction 3 0,2772 0,2772 0,09239 0,70 0,556
Residual Error 45 5,9306 5,9306 0,13179
Lack-of-Fit 39 5,8816 5,8816 0,15081 18,45 0,001
Pure Error 6 0,0491 0,0491 0,00818
Total 54 25,2066
Unusual Observations for Raf
Observation Raf Fit SE Fit Residual St Resid
13 1,799 1,792 0,290 0,007 0,03 X
14 3,030 2,425 0,243 0,605 2,24R
26 2,400 1,669 0,109 0,731 2,11R
27 2,190 1,481 0,110 0,709 2,05R
34 0,796 1,519 0,137 -0,724 -2,15R
36 1,225 1,911 0,132 -0,686 -2,03R
45 2,310 1,547 0,133 0,763 2,26R
R denotes an observation with a large standardized residual.
X denotes an observation whose X value gives it large influence.
Estimated Regression Coefficients for Raf using data in uncoded units
Termos
Coeficiente
Constante -0,370156
along -0,115727
Rcil 0,851051
espessura -0,387143
along*along 0,296207
Rcil*Rcil -0,0343617
espessura*espessura 0,211789
along*Rcil 0,00934147
along*espessura -0,0885408
Rcil*espessura -0,125524
69
Na Tabela 5.10 é apresentada a regressão linear da rugosidade final da tira (Raf) em
função do alongamento, espessura da amostra e rugosidade de cilindro. Esta função
pode ser escrita como somatória dos termos multiplicada pelo seu coeficiente
correspondente. Os coeficientes dos termos desta função são apresentados em negrito na
parte final da mesma tabela. O fator de ajuste da função aos pontos foi igual a 71,8%
(em azul sublinhado, na mesma tabela).
Para compreender a importância de cada parâmetro da função é apresentado a Figura
5.4. Nesta figura são representados três gráficos que descrevem a rugosidade final da
tira (ordenada) em função do alongamento, da rugosidade de cilindro (Rcil) e da
espessura (abscissas).
Figura 5.4 – Correlação de Raf x alongamento, espessura e Rcil.
Os valores mínimos e máximos do eixo das abscissas são apresentados acima do gráfico
e o valor em vermelho é o valor corrente lido na posição da linha vermelha. A linha
pontilhada azul marca o valor de Raf (y) também em azul. Ele é o resultado da função
devida da composição dos valores em vermelho. Para cada combinação de valores em
vermelho é mostrado novo resultado para a função em azul.
Na Figura 5.4 observa-se o peso de cada variável na função rugosidade final da tira após
ter sido laminada. Esta influência é dada pela inclinação da reta, quanto maior a
inclinação maior é a variação de Raf. Conclui-se então que na simulação em laboratório
a rugosidade do cilindro possui maior influência seguida do alongamento dado no
material.
70
Conclui-se também que a rugosidade final da tira após ser laminada (Raf) aumenta com
a rugosidade do cilindro e com o alongamento. Pelo contrário, a rugosidade da tira
diminui com o aumento de espessura. Esta dependência inversa já tinha sido observada
BUSCH
[4]
. (ver Figura 3.18-b)
Fixando o alongamento no material em 1,5%, constrói-se o gráfico 3D (com auxílio do
MINITAB) mostrando a dependência da rugosidade final da amostra laminada com sua
espessura e rugosidade do cilindro utilizado. (Figura 5.5)
Figura 5.5 - Correlações da rugosidade final obtida na tira versus parâmetros de
laminação com alongamento igual a 1,5%.
A variação crescente da rugosidade do cilindro induz o aparecimento de patamares cada
vez mais elevados, especialmente as rugosidades 0,56, 1,82 e 3μm Ra apresentaram
aspectos bem regulares. Utilizando rebolo C80 a rugosidade máxima atingida foi de
1,5μm Ra, com rebolo A46 a rugosidade máxima obtida foi de 3,5μm Ra, já com rebolo
A36 rugosidade máxima obtida foi 2,75μm Ra.
Analisando os resultados da seção anterior, as condições que mais se aproximaram do
aspecto de lixado foram rebolo A46/Ra
cil
= 1,9 a 2,2μm e rebolo C80/ Ra
cil
= 1,5μm. Não
foi analisada a eficácia do rebolo A36. É curioso observar que existe uma condição de
retífica que atende o resultado utilizando rebolo fino C80 e Ra
cil
= 1,9μm.
71
5.6.3 CONDIÇÃO IDEAL DO CILINDRO DE LAMINAÇÃO
Depois de analisado o resultado da simulação, foi possível obter a similaridade com
aspecto acabamento lixado em mais de uma condição. Estas condições aprovadas são
mostradas em mais detalhes nas Tabela 5.12, Tabela 5.11 e Tabela 5.13. Cada tabela
apresenta um aspecto diferente da caracterização da superfície da amostra.
Tabela 5.11 – Perfil de rugosidade para três condições de rugosidade de cilindro.
304A / lixado
Ra
cil
= 1,5-C80/-
439/1,5mm
Ra
cil
= 1,82-A46
/439/1,5mm
Ra
cil
= 2,52-AC36/-
439/1,5mm
72
Tabela 5.12 – Topografia com resultados mais próximos do acabamento lixado.
304A /lixado
Rugosidade
Sa = 0.97µm
St = 18.5µm
Sp = 11.9µm
Sv = 6.63µm
Rugosidade
Ra = 0,92µm
Rt = 7,94µm
Ry = 7,60µm
Brilho – 20°
Long.:54 GU
Ra
cil
= 1,5-C80/-
439/1,5mm
Rugosidade
Sa = 1.01µm
St = 11.6µm
Sp = 6.02µm
Sv = 5.55µm
Rugosidade
Ra = 1,1µm
Rt = 6,9µm
Ry = 7,5µm
Brilho – 20°
Long.:41 GU
Ra
cil
= 1,82-A46/-
439/1,5mm
Rugosidade
Sa = 0.906µm
St = 9.37µm
Sp = 3.25µm
Sv = 6.12µm
Rugosidade
Ra = 1,01µm
Rt = 6,3µm
Ry = 7,2µm
Brilho – 20°
Long.:88 GU
Ra
cil
= 2,52-AC36/-
439/1,5mm
Rugosidade
Sa = 1.41µm
St = 13µm
Sp = 5.9µm
Sv = 7.12µm
Rugosidade
Ra = 1,33µm
Rt = 10,2µm
Ry = 11,8µm
Brilho – 20°
Long.:57 GU
73
Tabela 5.13 – Comparação topografias das superfícies material lixado e material RO
laminado em laboratório.
304A / lixado
Ra
cil
= 1,5-C80/-
439/1,5mm
Ra
cil
= 1,82-A46/-
439/1,5mm
Ra
cil
= 2,52-AC36/-
439/1,5mm
74
5
5
.
.
7
7
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
O parâmetro da superfície que melhor representou a rugosidade em função da variação
de carga de laminação foi “St” (topográfico) ou “Rt” (perfil).
O aumento da rugosidade do cilindro e o alongamento promovem aumento na
rugosidade final da tira (relação direta) e pelo contrário a espessura apresenta
comportamento de uma relação inversa, onde seu aumento promove diminuição de Raf.
A rugosidade do cilindro possui maior influência para variação da rugosidade final da
tira.
A simulação em laboratório permitiu identificar que várias condições atenderam a
especificação inicial, porém a situação que mais se aproximou da resposta desejada,
utilizou rebolo C80, rugosidade de cilindro 1,5μm Ra.
Entretanto,
Devido a facilidade de processamento do cilindro, custo e homogeneidade da
superfície,
definiu-se utilizar rebolo AC36 e rugosidade superficial do cilindro
de 2
μ
m Ra.
75
6 FASE 2 - EXPERIÊNCIA INDUSTRIAL
Neste capítulo é feita a descrição da segunda fase do trabalho apresentando os
resultados da experiência industrial de laminação com cilindro rugoso. A rugosidade do
cilindro utilizada por sugestão da simulação realizada em laboratório é a de 2μm Ra,
que é igual ao dobro da rugosidade objetivada na tira.
O objetivo da experiência é de identificar quais os parâmetros de laminação (carga,
tração de ré e tração de vante, alongamento) que interferem diretamente com a
transferência de rugosidade do cilindro para a tira, e com isso avaliar quais os valores
que deveriam ser utilizados para aperfeiçoar a transferência de rugosidade do cilindro de
laminação para tira.
Para melhor entendimento da experiência industrial, este capítulo foi dividido nos
seguintes tópicos:
Metodologia;
Equipamento;
Caracterização dos cilindros de laminação;
Caracterização das amostras a serem analisadas;
Resultados;
Análise e discussão dos resultados;
Conclusões.
6
6
.
.
1
1
M
M
E
E
T
T
O
O
D
D
O
O
L
L
O
O
G
G
I
I
A
A
Ensaios de laboratório mostraram qual é a rugosidade do cilindro mais adequada para
esta experiência e também deram algumas indicações do comportamento de
transferência de rugosidade. Aplicando conceitos adquiridos em laboratório, definiu-se
utilizar cilindros com rugosidade superficial de 2μm de Ra e 794mm de diâmetro.
Para avaliação do comportamento de transferência de rugosidade do cilindro para tira
durante laminação, foram identificados como principais parâmetros a carga de
laminação, a tração de vante e a tração de ré. O planejamento da experiência é
apresentado na Tabela 6.1.
76
Tabela 6.1 – Parâmetros da experiência industrial realizada laminador de encruamento.
N Car
g
a
(
t
)
Vante
(
t
)
(
t
)
Alon
g
.
(
%
)
0 400 18 20
2,48
1
100 5 10 0,19
2
100 5 15 0,25
3
100 5 20 0,27
4
100 10 10 0,27
5
100 10 15 0,34
6
100 10 20 0,40
7
105 18 10 0,47
8
105 18 15 0,50
9
105 18 20 0,57
10
130 5 10 0,51
11
130 5 15 0,59
12
130 5 20 0,78
13
130 10 10 0,60
14
130 10 15 0,72
15
130 10 20 0,85
16
130 18 10 0,78
17
130 18 15 0,86
18
130 18 20 1,00
19
174 5 10 0,86
20
174 5 15 1,00
21
174 5 20 1,19
22
174 10 10 1,00
23
174 10 15 1,13
24
174 10 20 1,28
25
174 18 10 1,22
26
174 18 15 1,32
27
174 18 20 1,45
28
350 5 10 1,87
29
350 5 15 2,00
30
350 5 20 2,22
31
350 10 10 2,00
32
350 10 15 2,24
33
350 10 20 2,40
34
350 18 10 2,36
35
350 18 15 2,49
36
350 18 20 2,49
37
400 5 10 2,12
38
400 5 15 2,00
39
400 5 20 2,45
40
400 10 10 2,36
41
400 10 15 2,48
42
400 10 20 2,48
43
400 18 10 2,48
44
400 18 15 2,48
45
400 18 20 2,48
46 170 10 15 1,23
77
Os valores do alongamento mostrados na última coluna da tabela acima foram anotados
durante processamento do material. A primeira linha da Tabela 6.1 apresenta o valor
utilizado anteriormente e a última linha o melhor valor encontrado para os parâmetros.
As condições de laminação aplicadas na experiência são as seguintes: aço 439 de
1,5mm de espessura com 1.240mm de largura, laminado a uma velocidade de 20m/min
utilizando cilindro texturizado com rebolo grosso e apresentando rugosidade superficial
de ~2μm Ra.
6
6
.
.
2
2
E
E
Q
Q
U
U
I
I
P
P
A
A
M
M
E
E
N
N
T
T
O
O
Foram realizadas experiências no laminador de encruamento industrial da ArcelorMittal
Inox Brasil, fabricante SECIM (Figura 6.1). A descrição das características do
laminador industrial são apresentadas na Tabela 6.2.
Figura 6.1 – Laminador de encruamento, área industrial da ArcelorMittal
Inox Brasil.
Tabela 6.2 – Valores máximos dos parâmetros de processamento do laminador de
encruamento.
Largura
máxima
Espessura
máxima
Diâmetro
cilindros
Velocidade
(máx)
Tração
máxima
Força de
laminação
Motor do
laminador
1500mm 3,5mm 800-
750mm
150m/min 20t 1200t 515kw
78
6
6
.
.
3
3
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
O
O
S
S
C
C
I
I
L
L
I
I
N
N
D
D
R
R
O
O
S
S
D
D
E
E
L
L
A
A
M
M
I
I
N
N
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
Nesta seção é apresentado na Tabela 6.3 o resultado da caracterização superficial no
centro e borda de um dos cilindros preparado para esta experiência com rebolo A45
objetivando e apresentando rugosidade na faixa de 1,9 a 2,1 μm Ra. Para avaliar a
superfície dos cilindros foram modeladas réplicas da suas superfícies em epóxi e
posteriormente caracterizadas no perfilômetro.
Tabela 6.3 - Caracterização superfície do cilindro.
Réplica do Cilindro - Centro
Topografia
Sa = 2.05 µm
St = 14.5 µm
Sp = 6.59 µm
Sv = 7.91 µm
Rugosidade
Ra = 2,03 µm
Rt = 9,66 µm
Rz = 7,51 µm
79
6
6
.
.
4
4
C
C
A
A
R
R
A
A
C
C
T
T
E
E
R
R
I
I
Z
Z
A
A
Ç
Ç
Ã
Ã
O
O
D
D
A
A
S
S
A
A
M
M
O
O
S
S
T
T
R
R
A
A
S
S
A
A
S
S
E
E
R
R
E
E
M
M
L
L
A
A
M
M
I
I
N
N
A
A
D
D
A
A
S
S
Para realização de experiência industrial foi selecionada a bobina de aço inoxidável 439
com 3t de peso, 1,5mm de espessura por 1245mm de largura. A composição química e
as propriedades mecânicas do material são apresentadas na Tabela 3.1 e Tabela 3.2,
respectivamente. Na Tabela 6.4 é apresentada a caracterização da amostra antes de ser
laminada. Pode-se observar praticamente ausência de rugosidade.
Tabela 6.4 – caracterização superficial da amostra original com acabamento 2D.
(0 – S) Amostra Original
Topografia
Sa = 0.0603 µm
St = 4.54 µm
Sp = 2.6 µm
Sv = 1.94 µm
Ssk = 0.311
80
6
6
.
.
5
5
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
Após aplicar a variação dos parâmetros apresentados Tabela 6.1, durante laminação
com cilindro rugoso, amostras tamanho (A4 - 210 x 297 mm) foram cortadas no centro
da largura da tira e caracterizadas quanto seu aspecto visual (rugosidade e brilho).
A tabelas apresenta as condições de processo (carga de laminação, tensão de vante,
tensão de ré e alongamento sofrido), o resultado da amostra após laminação (brilho final
e rugosidade (Ra, Ry, Rt) finais).
6
6
.
.
6
6
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
E
E
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
D
D
O
O
S
S
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
A Figura 6.2 mostra os valores percentuais da taxa de transferência de rugosidade T
Ra
[calculada segundo equação (5.1)] e da taxa de transferência de brilho (brilho final da
tira laminada dividido pelo brilho inicial da tira) em função da carga de laminação. Os
pontos nesta figura representam a média aritmética de todas as variações dos parâmetros
de laminação, previstas na experiência, para cada uma das cargas de laminação.
y = -0,05x + 97,78
R
2
= 0,98
y = 21,31Ln(x) - 69,44
R
2
= 1,00
R
2
= 0,93
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
90 140 190 240 290 340 390 440
Carga (t)
Taxa de Transferência (%)
Ra
Brilho
Ry
Figura 6.2 – Taxa de transferência do brilho e da rugosidade (Ra e Ry) em função da
carga de laminação.
81
Pode-se observar a partir das equações de ajuste neste gráfico, forte correlação
logarítmica da carga de laminação com a taxa de transferência da rugosidade (vermelho)
e uma correlação praticamente linear para a taxa de transferência do brilho (azul). É
observado maior variação para taxa de transferência de rugosidade Ra do que para os
demais parâmetros.
O gráfico da Figura 6.3 apresenta a relação linear existente entre a rugosidade Ra e o
brilho medido em cada amostra ensaiada. A relação é inversa, quanto maior a
rugosidade obtida na superfície do material, menor é seu brilho e sua equação é
mostrada no gráfico:
y = -23,173x + 107,45
R
2
= 0,6862
60
65
70
75
80
85
90
95
100
105
110
0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4
Rugosidade(um Ra)
Brilho (GU)
Figura 6.3 – Relação de rugosidade e brilho material laminado.
As diferentes combinações de aplicação da carga e das trações de vante e de ré, durante
a laminação de encruamento, irão promover um alongamento de 1 a 3% do material.
Para obter resultado desejado no produto final é necessário conciliar a quantidade de
alongamento sofrido, a rugosidade e brilho obtido em sua superfície.
O gráfico da Figura 6.4 mostra que a taxa de transferência de rugosidade, dada pela
equação (7.1) e brilho variam linearmente com o alongamento sofrido pela amostra e
estão representados pelas equações das retas ajustadas no mesmo gráfico.
82
Rcil=2,02μm Ra, Bcil=103GU
y = -7,2091x + 93,539
R
2
= 0,7545
y = 14,643x + 23,421
R
2
= 0,9162
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 0,5 1 1,5 2 2,5 3
Alongamento(%)
Taxa Transferência (%
)
Ra
Brilho
Figura 6.4 –Taxa de transferência do brilho e da rugosidade Ra em função do
alongamento sofrido durante laminação.
Para aço 439 com 1,5mm de espessura laminado com cilindro de rugosidade superficial
de 2μm Ra a taxa de transferência de rugosidade em função do alongamento do material
é dada pela equação:
421,23(%)oAlongament.643,14T
Ra
+
=
(6-1)
Foi visto nas figuras anteriores o efeito da carga de laminação e do alongamento da tira
para transferência de rugosidade do cilindro durante a laminação. Para verificar a
interação das trações de laminação com o resultado desta transferência foi realizado um
estudo estatístico, aplicando metodologia de analise de regressão de resposta de
superfície, que será apresentado em seguida.
Considerando os parâmetros de laminação, carga, tração de vante e de ré e a taxa de
transferência de rugosidade é realizada a análise de regressão de resposta de superfície
com auxílio do software de estatística MINITAB v13.32, cujo resultado é apresentado
na Tabela 6.5.
83
Tabela 6.5 – Análise da regressão da taxa de transferência de rugosidade em função dos
parâmetros de laminação com cilindro rugoso igual a 2μm Ra.
MINITAB STATISTICAL SOFTWARE
Response Surface Regression: Tx. Ra versus Carga; tração “vante”; tração “ ré”
The analysis was done using coded units.
Estimated Regression Coefficients for Tx. Ra
Term Coef SE Coef T P
Constant 0,50956 0,016589 30,717 0,000
Carga 0,14952 0,006724 22,237 0,000
vante 0,02245 0,006655 3,373 0,002
ré 0,00796 0,006685 1,191 0,241
Carga*Carga -0,05592 0,018163 -3,079 0,004
vante*vante -0,02018 0,011904 -1,695 0,099
ré*ré -0,00376 0,011170 -0,337 0,738
Carga*vante 0,01936 0,008118 2,385 0,022
Carga*ré -0,00251 0,008170 -0,307 0,760
vante*ré -0,00720 0,007985 -0,902 0,373
S = 0,03602 R-Sq = 93,4% R-Sq(adj) = 91,7%
Analysis of Variance for Tx. Ra
Source DF Seq SS Adj SS Adj MS F P
Regression 9 0,660616 0,660616 0,073402 56,56 0,000
Linear 3 0,635697 0,656345 0,218782 168,58 0,000
Square 3 0,016355 0,016766 0,005589 4,31 0,011
Interaction 3 0,008564 0,008564 0,002855 2,20 0,105
Residual Error 36 0,046720 0,046720 0,001298
Total 45 0,707337
Estimated Regression Coefficients for Tx. Ra using data in uncoded units
Termo
Coeficiente
Constant -0,0492802
Carga 0,00206121
Tração vante 0,0127965
Tração ré 0,00949443
Carga*Carga -2,48521E-06
vante*vante -0,000477551
ré*ré -0,000150558
Carga*vante 0,0000198585
Carga*ré -3,34674E-06
vante*ré -0,000221588
Na Tabela 6.5 é apresentada a regressão linear da taxa de transferência de rugosidade
em função das trações de vante e de ré e da carga de laminação. Os coeficientes desta
função são apresentados em negrito no final da própria tabela, o fator de ajuste aos
pontos foi muito bom igual a 91,7%.
84
A Figura 6.5 apresenta 6 gráficos que descrevem o alongamento, a rugosidade da Tira
(Ra) e a taxa de transferência da rugosidade (Tx.Ra) (ordenadas/linhas) em função da
carga de laminação e das trações de vante e de ré (abscissas/colunas).
Optimal
D
0,95117
Lo
Hi
Cur
alongam e
Targ: 1,50
d = 0,91655
Ra
Targ: 1,0
d = 0,99164
Tx. Ra
Maximum
d = 0,94683
y = 1,6252
y = 0,9916
y = 0,4734
400,0
100,0
18,0
5,0
20,0
10,0
vante(t) ré(t)Carga(t)
[240,9516] [6,4027] [15,8270]
Figura 6.5 – Correlação de Raf x alongamento, espessura e Rcil.
Para análise dos dados e entendimento da correlação entre os parâmetros observados,
foi utilizado MINITAB, que ajustou funções para as medições fornecidas. Aplicando
três restrições (abaixo) nas funções obtidas foi possível identificar uma das soluções
(em azul na figura anterior) para o modelo. Restrições (“
Target”):
1.
Alongamento do material deveria ser 1,5%;
2.
Rugosidade da tira Ra deveria ser 1 μm Ra;
3.
A taxa de transferência deveria ser máxima.
A solução apontada pelo modelo indicou que a carga de laminação deveria se igual a
240t, tração de vante 6,4t e de ré 16t. Analisando com mais cuidado a Figura 6.5,
verifica-se que a carga possui uma influência maior na variação da taxa de transferência
de rugosidade, como está comprovado no gráfico da Figura 6.2.
85
Adotando valor da carga de laminação sugerido pelo modelo, monta-se o gráfico 3D da
Figura 6.6 que apresenta a variação da taxa de transferência de rugosidade em função
das trações de vante e de ré para carga de laminação 241t.
15
10
0,44
vante(t)
0,45
0,46
10
0,47
0,48
0,49
0,50
0,51
15
Tx. Ra
5
20
ré(t)
Hold values: Carga(t): 240,952
Figura 6.6 –Correlações dos parâmetros de laminação com carga de laminação
igual a 240,95t.
Observando o gráfico acima, verifica-se o aumento crescente da taxa de transferência de
rugosidade com a tração de ré e a presença de um patamar máximo em 10 t para tração
de vante. Este resultado sugere que a tração de ré deve ser definida em valores bem
superiores a tração de vante, com intuito de maximizar a transferência de rugosidade.
86
6
6
.
.
7
7
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
Verificou-se a dependência “linear” decrescente do brilho da superfície do material com
a rugosidade superficial da tira laminada.
Para aço 439 com 1,5mm de espessura laminado com cilindro de rugosidade superficial
de 2μm Ra a taxa de transferência de rugosidade em função do alongamento do material
é dada pela equação (6.1):
421,23(%).643,14
+
= oAlongamentT
Ra
A função representada pela somatória dos termos vezes suas respectivas constantes
listados Tabela 6.5 são aplicáveis e podem auxiliar na laminação com cilindros
texturizados. A avaliação desta função indica que a carga possui maior influência no
aumento da taxa de transferência de rugosidade durante laminação de encruamento.
Os valores dos parâmetros de laminação carga e trações foram definidos para as
condições de laminação de encruamento do aço 439 de 1,5mm de espessura, cilindro de
laminação com rugosidade superficial 2,0 μm, são mostradas abaixo.
Defini-se a prática de laminação descrita pelos seguintes parâmetros de laminação:
A solução apontada pelo modelo indicou que a carga de laminação deveria se igual
a 240t
,
tra
ç
ão de vante 6
,
4t e de ré 16t
,
alon
g
amento de 1
,
5%.
87
7 FASE 3 - AVALIAÇÃO DO PRODUTO OBTIDO
Este capítulo apresenta a avaliação às propriedades superficiais, estampabilidade,
resistência à corrosão e oxidação obtidas para produto 439/RO desenvolvido na fase
anterior.
Para validar a acabamento RO, será avaliado seu comportamento em comparação ao
acabamento lixado, aplicando-o em diferentes aços inoxidáveis ferríticos como AISI
430, com menor espessura e menor rugosidade. Análises de resistência à corrosão,
oxidação e estampagem serão utilizadas para verificar comportamento final do produto
obtido.
Este capítulo foi dividido nos seguintes tópicos:
Metodologia;
Resultados;
Análise, discussão dos resultados e conclusões.
7
7
.
.
1
1
M
M
E
E
T
T
O
O
D
D
O
O
L
L
O
O
G
G
I
I
A
A
O acabamento RO foi desenvolvido na ArcelorMittal Inox Brasil em aço inoxidável
ferrítico 430 com espessura igual a 0,4mm e utilizando rebolo grosso na retífica para
preparação dos cilindros de laminação. Após sua produção, foi realizada caracterização
do seu aspecto superficial e se comparou o seu resultado ao do acabamento lixado.
Além da caracterização da superfície obtida, foram avaliadas outras propriedades como:
resistência à oxidação em baixas temperaturas, resistência a corrosão e estampabilidade.
RAMANATHAN
(38)
realizou estudo de oxidação em aço austenítico estabilizado com
nióbio, baseado em seu trabalho foram planejados dois ensaios em laboratório para
avaliar a resistência à oxidação a baixas temperaturas dos acabamentos sugeridos
(lixado e RO) em aços 430, 439 e 304.
88
O primeiro estudo foi realizado para conhecer a temperatura de amarelamento do
material, para este estudo utilizou-se forno mufla Vulcan modelo 3-550 em dois tempos
de tratamento 3 e 24hs a diferentes temperaturas.
O segundo estudo visou conhecer a cinética de oxidação (amarelamento x tempo) em
condição de aquecimento e resfriamentos cíclicos. Para isso, foi utilizado o
equipamento Dip Dry (Figura 7.1) da Analógica a temperaturas de aquecimento iguais a
240°C e 180°C, em ciclos de aquecimento e resfriamento com periodicidade de 30
minutos cada.
Figura 7.1 – Equipamento Dip Dry e suas quatro células de
aquecimento, resfriamento, repouso e de solução aquosa.
Para avaliação da resistência à corrosão, foi aplicada metodologia de ensaio
potenciostático em circuito aberto (OCP) descrita por Kolman
(39)
utilizando
OCP em
solução NaCl 3,5% p/v à temperatura ambiente
. Foram feitos testes de exposição
atmosférica e resistência ao meio salino utilizando câmara de névoa salina da Equilan,
solução de NaCl 5%, pH 6,5 a 7 e temperatura 35°C de acordo com a norma ASTM
B117.
Finalmente, para avaliação da estampabilidade (estiramento/ embutimento) foram
realizados ensaios em prensa hidráulica (Erichsen modelo 142-40) do tipo: - SWIFT
(LDr e Orelhamento) com lubrificação em ambos lados da chapa, força de 5kN no
prensa chapas e velocidade de 600mm/min e - ERICHSEN, com cargas de 50kN no
89
prensa chapas e velocidade do teste 20mm/min. Pasta grafitada Molykote e PVC como
lubrificante foram utilizados. Este ensaio está de acordo com com norma DIN 50101.
7
7
.
.
2
2
R
R
E
E
S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
Neste capítulo será apresentada a caracterização do acabamento RO aplicado em vários
diferentes aços. Os resultados estão divididos em sete etapas: caracterização da
superfície, resistência à oxidação contínua e cíclica em baixas temperaturas, resistência
à corrosão em célula potenciostática, câmara de névoa salina e exposição atmosférica e
finalmente estampabilidade dos materiais.
7.2.1 CARACTERIZAÇÃO DA SUPERFÍCIE
Visando comparar o acabamento RO com o acabamento lixado, são apresentados nas
Tabela 7.1 e Figura 7.3 alguns parâmetros superficiais de vários aços com diferentes
espessuras. Como é possível constatar, os acabamentos apresentaram mesmo brilho
superficial.
Tabela 7.1 – caracterização superfície.
Cor
Aço Espessura
(mm)
acabamento Brilho
85°GU
L C
Rugos.
μm Ra
YE
0,4 LIXADO 113 76,2 5,4 90,2 0,31 12,4 430
0,4 RO 115 76,0 1,9 90,3 0,49 4,2
304 0,8 LIXADO 53 55 4 91,7 0,92 11,5
439 1,5 RO 55 52 2,2 92,1 1,02 4,7
A Figura 7.2 apresenta ilustrativamente as análises obtidas por microscopia óptica,
microscopia eletrônica de varredura e perfilometria, onde são mostrados aspectos
superficiais do acabamento RO.
Os parâmetros de cor são equivalentes, mostrando pequena variação no parâmetro
saturação (C). Esta variação é retratada no parâmetro de amarelamento (YE) que mostra
forte amarelamento da superfície lixada devido a oxidação superficial. O YE mais
elevado indica que o acabamento lixado, inicialmente já possui oxidação em sua
superfície, com valores três vezes maiores do que o acabamento RO.
90
Figura 7.2 – Caracterização superficial acabamento RO do aço 430A, microscopia
óptica, eletrônica de varredura e perfilometria.
As imagens da superfície apresentadas na Figura 7.3 mostram que os acabamentos são
muito similares, com uma homogeneidade ligeiramente melhor para acabamento lixado.
As cotas do parâmetro de rugosidade St obtidos nas topografias são 3,75 e 3,68μm.
Figura 7.3 – Análise superfície aço 430/lixado linha superior e 430/RO linha inferior.
Amplitude
Sa = 0.616 µm
St = 9.61 µm
Sp = 3.6 µm
Sv = 6.01 µm
Ssk = -1.3
Rugosidade
Ra = 0,54 µm
Rt = 5,65 µm
Rz = 4,43 µm
Brilho – 20°
Long.: 94 GU
Trans.: 59 GU
91
7.2.2 OXIDAÇÃO CONTÍNUA EM BAIXAS TEMPERATURAS
Para esta avaliação são apresentados os gráficos das Figura 7.4 e Figura 7.65, eles
mostram a relação da oxidação (amarelamento) versus a temperatura dos aços
estudados, para os tempos de 3 e 24hs.
Figura 7.4 – Índice de amarelamento x temperatura, para tratamento de 3 horas.
Verificando o gráfico de YE de três horas (Figura 7.4) é possível constatar que para
todas as amostras analisadas existe um limiar na inclinação em 180°C, isto quer dizer
que a partir da temperatura 180°C observa-se um aumento da variação de
amarelamento, representada pelo aumento da inclinação da reta do gráfico.
Figura 7.5 – Índice de amarelamento x temperatura, para tratamento de 24 horas.
92
É definido como valor de inicio do amarelamento visual YE igual a 20. Extrapolando
este valor para os outros aços/acabamento a 3 e 24h calcula-se qual seria a temperatura
de oxidação para cada condição, e estas são apresentadas na Tabela 7.2.
Tabela 7.2 – Temperaturas de amarelamento (°C) por produto.
Aço T
amarelo
(3h) T
amarelo
(24h)
P430 (I8) 200°C 180°C
P304 (I8) 200°C 180°C
439 (I8) 220°C 190°C
P430 (RO) 333°C 245°C
Na Figura 7.6 observam-se as amostras tratadas às várias temperaturas nos tempos de
3hs-acima e 24hs-abaixo. Na primeira coluna pode ser vista amostra sem tratamento e
nas demais colunas amostras tratadas as temperaturas de (140, 160, 180, 200, 220 e
240°C) respectivamente. As linhas apresentam os aços 304/I8, 430A/IL, 430E/I8 e
439/I8.
Figura 7.6 – Amostras processadas para levantamento da temperatura de
amarelamento.
93
É possível distinguir a diferença de amarelamento entre as várias condições e visualizar
claramente a diferença de oxidação das amostras com acabamento RO. È possível
concluir que quanto maior a temperatura e maior tempo de tratamento maior será o
amarelamento do material, independente do tipo de aço.
7.2.3 OXIDAÇÃO CÍCLICA EM BAIXAS TEMPERATURAS
Após estudo de oxidação anterior indicar temperaturas de amarelamento (180°C e
240°C) para os acabamentos em questão, foi programado um estudo da cinética de
oxidação utilizando estas temperaturas.
Figura 7.7 – Amostras processadas para levantamento da cinética de oxidação
cíclica.
O objetivo de avaliar a cinética de oxidação é conhecer melhor a evolução da oxidação
destes acabamentos quando submetidos a temperaturas limites em condições
aproximadas a aplicações de aquecimento e resfriamento cíclico, como em mesa de
fogões.
A Figura 7.7 apresenta o resultado das amostras tratadas no “Dip Dry”, onde é visível a
diferença de oxidação entre as várias amostras. Nesta figura as amostras com
acabamento RO (segunda linha) apresentaram menor intensidade de oxidação.
94
Figura 7.8 – Índice de amarelamento x tempo, para temperatura igual a 180°C.
As Figura 7.8 e Figura 7.9 apresentam os resultados da variação do amarelamento
(oxidação) para o diferentes aços e acabamentos com espessura 0,5mm tratadas a
temperaturas 180°C e 240°C pelo tempo de 20 dias. Nos pontos medidos foi ajustada
função exponencial do tipo:
+=
0
0
)tempo(dias
exp.
t
Ayy
a
(7-1)
-2 0 2 4 6 8 101214161820
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Oxidação cíclica a 240°C
304-I8
430-I8
439-I8
430-RO
304-2B
430-2B
439-2B
Indice de Amarelamento (YE)
tempo (dias)
Figura 7.9 – Índice de amarelamento x tempo, para temperatura igual
a 240°C.
95
A partir do ajuste da curva é possível determinar qual amarelamento máximo alcançado
para cada condição e qual foi o tempo decorrido para atingir este patamar.
7.2.4 RESISTÊNCIA À CORROSÃO EM CÉLULA ELETROQUÍMICA
Esta seção irá apresentar comparação da resistência à corrosão dos aços 304, 430, para
os acabamentos lixados e RO. O ensaio utilizado no laboratório para levantar a
resistência à corrosão é conhecido como ensaio de polarização eletroquímica (curva
potenciodinâmica).
Este ensaio depende da qualidade superficial da amostra a ser analisada. E apesar de ser
uma excelente ferramenta para caracterizar resistência à corrosão por pite em metais
com diferentes composições químicas e com superfície polida (lisa), o acabamento
rugoso produz um ruído elevado que inviabiliza utilização desta técnica.
Referência bibliográfica
(39)
sugeriu que ensaio de potencial de circuito aberto (OCP)
permitiria comparar à resistência a corrosão em diferentes aços e acabamentos com
superfícies rugosas.
Figura 7.10 – Apresenta as curvas potencial
vs. tempo obtidas neste trabalho
para os aços inoxidáveis 304 e 430, comparando os
acabamentos encruado 2B (azul), lixado (verde, marrom) e RO
(vermelho).
96
Neste ensaio, são realizados os levantamentos das curvas de potencial em circuito
aberto versus tempo(s) em meio salino com 0,15% NaCl. A análise das curvas permite
saber qual é o tempo necessário para que o potencial se estabilize e o valor do potencial
de corrosão de cada material, quanto maior este valor, maior será sua resistência a
corrosão em comparação aos demais materiais.
Solução salina foi preparada e as amostras foram ensaiadas em período de 100hs cada.
O gráfico da Figura 7.10 apresenta as curvas com o patamar do potencial de corrosão de
cada amostra. É possível observar que em “condições de laboratório” o comportamento
da amostra 430/RO é similar ao comportamento do 304 lixado e que o material 430/2B
apresentou potencial mais estável indicando maior resistência à corrosão.
7.2.5 RESISTÊNCIA À CORROSÃO EM CÂMARA DE NÉVOA SALINA
Para avaliação da resistência à corrosão em meio salino, as amostras selecionadas (430 e
439), foram submetidas a exposição em câmara de névoa salina a solução de 5% NaCl,
durante 1000hs. Resultado qualitativo comparando as diferentes superfícies são
apresentados a seguir.
Figura 7.11 – Amostras de 430 RO (esquerda) e lixado (direita) após
1000hs de tratamento em câmara de névoa salina, solução
de cloreto de sódio 5%.
97
As Figura 7.11 e Figura 7.12 mostram resultado das amostras após exposição em
câmara de névoa salina. Está visível que o acabamento RO apresentou melhor
comportamento à resistência ao meio salino e o material 439/RO dentre as amostras
avaliadas apresentou o melhor resultado, observar quantidade e tamanho dos pontos de
corrosão formados (setas em verde).
Figura 7.12 – Amostras de 439 RO (direita) e lixado (esquerda) após
1000h de exposição em câmara de névoa salina.
7.2.6 RESISTÊNCIA À CORROSÃO POR EXPOSIÇÃO ATMOSFÉRICA
Para concluir a avaliação da resistência a corrosão do acabamento RO é apresentado o
estudo de corrosão por exposição atmosférica em área industrial. As Figura 7.13 e
Figura 7.14 apresentam a evolução do brilho e do amarelamento da superfície das
amostras analisadas, onde se observa leve amarelamento da amostra exposta
outdoor.
98
Figura 7.13 – Gráfico do brilho
vs tempo (dias) de exposição indoor e outdoor
da amostra de 430/RO.
Vale ressaltar que as caracterizações das amostras expostas em
outdoor são obtidas da
face inferior, aquela que está voltada para baixo. Não foi observada após período de
exposição variação do aspecto visual que reprovasse o material. Ocorreu leve
amarelamento somente naquela amostra exposta externamente. Lembrando que
amarelamentos só são perceptíveis visualmente em valores acima de 20.
Figura 7.14 – Gráfico do índice de amarelamento
vs tempo(dias) de exposição indoor e
outdoor da amostra de 430/RO.
99
7.2.7 ESTAMPABILIDADE
Para avaliar estampabilidade do novo acabamento foram realizados ensaios de
estiramento e embutimento nos aços 430 e 439 nos acabamentos: lixado , Rolled-On
(RO) e somente encruado com cilindro liso (2B).
Tabela 7.3 – Valores ensaios Swift e Erichsen aços 430 e 439 com
acabamentos lixado, 2B, RO.
Aço
Acabamento
430
lixado
430
RO
430
2B
439
lixado
439
RO
Melhor
Espessura(mm) 0,6 0,6 0,6 1,5 1,5
Estiramento
Índice Erichsen (mm)
8,7
9,74 8,67 8,67 9,82
Embutimento
Swift LDR
2,1 2,1 1,94
2,18 2,2
Orelhamento (%)
2,6
2,07 4,7 5,8 3,2
É possível observar na Tabela 7.3 que os aços 430 e 439 com acabamento RO
apresentaram melhor resultado de estiramento, com IE (índice Erichsen) em torno de
12% superior aos demais. O maior valor de IE favorece a conformação com menor raio
de canto o que exige maior deformação na espessura do material.
7
7
.
.
3
3
A
A
N
N
Á
Á
L
L
I
I
S
S
E
E
,
,
D
D
I
I
S
S
C
C
U
U
S
S
S
S
Ã
Ã
O
O
D
D
O
O
S
S
R
R
E
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S
S
U
U
L
L
T
T
A
A
D
D
O
O
S
S
E
E
C
C
O
O
N
N
C
C
L
L
U
U
S
S
Õ
Õ
E
E
S
S
O acabamento RO desenvolvido na ArcelorMittal Inox Brasil possui aspecto visual do
acabamento lixado, diferindo deste último apenas por não apresentar amarelamento em
sua superfície. Este amarelamento acontece devido ao aquecimento sofrido pelo
material durante seu processo de lixamento que degrada sua superfície.
Os resultados dos estudos de cinética de oxidação das amostras podem ser vistos nos
gráficos de barra da Figura 7.15 e da Figura 7.16. Avaliando os gráficos conclui-se que
o acabamento RO quando submetido a 180°C possui o mesmo comportamento que o
acabamento 2B, oxidando muito pouco.
100
Figura 7.15 – Comparação entre amostras resultados dos parâmetros de
amarelamento e tempo de amarelamento. Para teste de
oxidação cíclica a 180°C.
Análises de laboratório mostraram que a temperatura de amarelamento do aço 430/RO é
até 67% superior ao acabamento lixado.
Figura 7.16 – Comparação entre amostras resultados dos parâmetros de
amarelamento e tempo de amarelamento. Para teste de
oxidação cíclica a 240°C.
O RO inicia o processo de oxidação a temperatura mais elevada como 240°C, porém
nas análises o acabamento 2B apresentou melhor resistência a esta oxidação.
101
O acabamento RO mostrou possuir varias vantagens em relação ao acabamento
lixado, apresentando maior grau de estiramento, melhor resistência à corrosão e
oxidação a baixas temperaturas e melhor estampabilidade, facilitando estiramento
de cantos em peças mais complexas.
Na análise de resistência à corrosão por OCP o patamar final de estabilização representa
a capacidade de resistência à corrosão das amostras analisadas e quanto maior for seu
valor, maior é a resistente a corrosão do material.
Na Figura 7.10 pode-se observar que o material 430/RO (laranja) apresenta valor de
patamar de estabilização maior que 430/lixado (marrom) e possui valor de patamar
equivalente ao 304/lixado (verde). O acabamento que suportou melhor a resistência à
corrosão foi o acabamento liso 2B.
Todas as vezes que se deseja obter aços de qualidade para estampagem profunda (DDQ-
Deep Drawing Quality”), como cubas e pias, deseja-se que o material apresente um
alto valor de LDR nos ensaios SWIFT, ou maior facilidade para embutimento. Nos
materiais e acabamentos vistos acima o aço 439 mostrou valor de LDR superior aos
demais, porém se compararmos somente os acabamentos, o aço 430/RO apresentou
melhor capacidade de estiramento que o acabamento lixado.
Resumindo:
102
8 CONCLUSÕES FINAIS
O acabamento RO do aço 439 com 1,5 mm de espessura foi desenvolvido com sucesso
pela equipe da ArcelorMittal Inox Brasil e além de possuir aspecto visual similar a do
acabamento lixado, ele apresenta ‘
back side’.
Foram obtidas taxas de transferência de rugosidade em torno de 50%, com a utilização
de cilindros com rugosidade superficial em torno de 2μm Ra retificados com rebolo
AC36.
O processo de laminação com cilindro texturizado foi desenvolvido, a carga de
laminação definida no processo é de
240t, tração de vante 6,4t e de ré 16t, alongamento
de 1,5%.
Para laminação de encruamento do aço 439 com 1,5mm de espessura utilizando cilindro
texturizado com rugosidade superficial igual a 2μm Ra, a taxa de transferência de
rugosidade em função do alongamento do material é dada pela equação:
42,23(%)oAlongament.643,14T
Ra
+
=
Análises de laboratório mostraram que a temperatura de amarelamento do aço 430/RO
com espessura de 0,4mm e rugosidade de 0,5μm Ra é até 40% em média superior ao
acabamento lixado.
O material 430/RO apresentou maior resistência à corrosão a imersão em meio salino
com 0,15% NaCl do que o 430/lixado aplicando teste OCP. O material 439/RO mostrou
possuir propriedade de estiramento
13% superior ao produto equivalente com
acabamento lixado.
O desenvolvimento do “
know-how” do acabamento Rolled-On permite aumentar
competitividade no mercado, pois é um produto moderno com menor custo que outros
similares.
103
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Corrosion of 304 Stainless Steel Exposed to Nitric Acid - Chloride
Environments
; R Corrosion science, v. 39, n. 12, 1997, p. 2067-2093.
107
10 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Durante o período da execução deste trabalho o “Know-how” do produto Rolled-On foi
desenvolvido e o produto está padronizado na empresa, já foram vendidas mais de 780
toneladas de material para mercado externo.
Trabalhos para desenvolvimento de mercado ainda estão sendo realizados. O
acabamento RO pode ser utilizado em aplicações de cesto de lavar roupas, frisos de
carro, molduras de monitores de computador e televisões de plasma, linha branca,
grills”, churrasqueiras, coifas e utensílios de cozinha, balcões e aplicações
arquiteturais como revestimentos de fachadas. Diferentes aplicações como revestimento
interno de elevadores e mesa de fogões ainda estão sendo testadas e devido às vantagens
apresentadas, ele é um sucedâneo natural do acabamento lixado.
Algumas sugestões de continuação destes estudos são citadas:
Reavaliar retífica do cilindro utilizando rebolo C80 e Ra
cil
=1,9μm Ra;
Testar aplicação da textura no último passe utilizando o laminador Sendzimir.
Testar acabamento obtido por jateamento de granalha;
Reavaliar estampabilidade para as amostras com diferentes condições de
alongamento e rugosidade superficial obtidas na experiência industrial;
Reavaliar resistência à corrosão para as amostras com diferentes condições de
alongamento e rugosidade superficial obtidas na experiência industrial;
Reavaliar resistência à oxidação para as amostras com diferentes condições de
alongamento e rugosidade superficial obtidas na experiência industrial;
Avaliar condição de estampabilidade de material RO obtido com textura
superficial isotrópica (cilindro jateado com granalha) e anisotrópica (retificado
com rebolo);
Testar retífica a laser
Avaliar condição de revestimento do cilindro com cromo (Topcrom).
Testar outras formas de preparação de cilindro.
108
11 APÊNDICE I
Tabelas de Resultados das Caracterizações das Amostras após Laminação.
109
Tabela 11.1 – Resultado caracterização da face superior das amostras após laminadas em laboratório com várias rugosidades de cilindro.
R
cil
249
(mm) GU Ra Ry Rt Kgf % Ra
--
Ra Ry Rt GU
Amostas Aço espe ssura tipo Largura
Brilho
inicial
Rai Ryi Rti
Rebolo
Δ
hLado
tipo
Carga Max
Laminação
Alongamento Rugosidade
cilindro
PM
Ra
tf
/Ra
cil
(Ra
tf
-Ra
ti
)/Ra
cil
B
f
/B
i
Raf Ryf Rtf
Brilho
Final 20°
1.1A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,006 Superior 439-0,5 7840 1,13 1,5 32,07087199 0,59 0,48 0,552 0,89 7,23 7,23 60,67
1.1B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,007 Superior 439-0,5 10460 1,47 1,5 39,61439205 0,44 0,33 0,503 0,67 5,27 5,50 55,33
2.1A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,007 Superior 430A-0,5 18290 1,47 1,5 69,26837768 0,49 0,41 0,346 0,73 4,70 5,10 128,00
2.1B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,003 Superior 430A-0,5 14410 0,67 1,5 83,36306698 0,62 0,54 0,301 0,93 6,10 6,77 111,33
3.1A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,014 Superior 439-1,25 10770 0,96 1,5 20,60126936 0,43 0,34 0,638 0,64 5,30 5,30 219,00
3.1B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Superior 439-1,25 11130 0,75 1,5 24,0182365 0,31 0,22 0,799 0,46 3,43 3,90 274,00
4.1A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,037 Superior 439-2,25 13090 1,61 1,5 17,53089158 0,47 0,29 0,828 0,70 5,20 5,50 53,00
4.1B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,024 Superior 439-2,25 12710 1,06 1,5 21,13514098 0,35 0,17 0,724 0,53 4,67 5,20 46,33
1.2A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,002 Superior 439-0,5 8887 0,5 2,21 62,96663911 0,48 0,41 1,209 1,07 7,27 8,43 133,00
1.2B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,006 Superior 439-0,5 6923 1,19 2,21 28,31972535 0,57 0,49 0,882 1,25 7,47 8,43 97,00
2.2A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,003 Superior 430A-0,5 12090 0,59 2,21 69,94167105 0,42 0,37 0,176 0,93 6,10 6,53 65,00
2.2B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,004 Superior 430A-0,5 13508 -0,83 2,21 #NÚM! 0,43 0,37 0,171 0,95 6,50 7,43 63,33
3.2A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,018 Superior 439-1,25 9821 1,24 2,21 16,56768213 0,30 0,24 #DIV/0! 0,67 4,30 4,67 #DIV/0!
3.2B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,01 Superior 439-1,25 8151 0,69 2,21 18,44816559 0,18 0,12 #DIV/0! 0,40 3,90 4,00 #DIV/0!
4.2A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,031 Superior 439-2,25 15858 1,35 2,21 23,20239339 0,40 0,28 0,880 0,88 6,03 6,50 56,33
4.2B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,022 Superior 439-2,25 24130 0,96 2,21 41,90937661 0,29 0,17 0,844 0,65 5,73 5,80 54,00
1.3A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,008 Superior 439-0,5 10844 1,59 1,5 38,41623914 0,72 0,60 0,491 1,07 7,90 8,37 54,00
1.3B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,005 Superior 439-0,5 15677 1,02 1,5 70,25031678 0,60 0,49 0,679 0,91 6,30 7,00 74,67
2.3A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,004 Superior 430A-0,5 9185 0,74 1,5 46,01712647 0,72 0,64 0,359 1,08 6,83 6,93 132,67
2.3B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,006 Superior 430A-0,5 12459 1,25 1,5 50,96568802 0,69 0,61 0,274 1,03 6,70 7,07 101,33
3.3A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Superior 439-1,25 16474 0,72 1,5 35,55044278 0,26 0,17 0,664 0,39 4,03 4,27 227,67
3.3B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Superior 439-1,25 13117 0,77 1,5 28,30612832 0,36 0,27 0,579 0,53 3,60 3,80 198,67
4.3A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,026 Superior 439-2,25 15804 1,15 1,5 25,24908047 0,55 0,37 0,984 0,82 6,10 6,00 63,00
4.3B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,024 Superior 439-2,25 9525 1,04 1,5 15,83888417 0,40 0,22 0,865 0,60 4,40 4,93 55,33
1.4A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 AC36 0,002 Superior 439-0,5 15993 0,31 2,52 113,3144435 0,61 0,55 0,588 1,55 11,57 12,87 64,67
1.4B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 AC36 0,003 Superior 439-0,5 19434 0,57 2,52 112,4273313 0,53 0,46 0,521 1,33 10,17 11,80 57,33
2.4A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0,002 Superior 430A-0,5 12926 0,45 2,52 91,58397402 0,61 0,56 0,289 1,54 9,77 10,83 107,00
2.4B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0,005 Superior 430A-0,5 14700 0,9 2,52 65,8722751 0,79 0,74 0,114 1,99 13,87 14,17 42,00
3.4A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,031 Superior 439-1,25 12134 2,1 2,52 15,59787511 0,56 0,50 0,397 1,40 9,90 11,23 136,00
3.4B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,021 Superior 439-1,25 24600 1,41 2,52 38,42091955 0,56 0,51 0,376 1,41 8,27 9,23 129,00
4.4A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,044 Superior 439-2,25 13690 1,92 2,52 16,81288836 0,60 0,50 0,693 1,52 9,83 9,93 44,33
4.4B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,05 Superior 439-2,25 20701 2,2 2,52 23,84907518 0,58 0,47 0,703 1,47 9,37 10,60 45,00
5.4A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,033 Superior 439-1 16078 2,99 2,52 28,04435043 0,85 0,68 0,690 2,15 13,53 15,97 29,67
5.4B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,029 Superior 439-1 16078 2,66 2,52 29,9159884 0,75 0,58 0,853 1,90 12,07 12,90 36,67
1.5A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,013 Superior 439-0,5 11959 2,7 1 33,23483451 1,04 0,87 0,370 1,04 7,27 7,33 40,67
1.5B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,005 Superior 439-0,5 14439 0,97 1 64,70270613 0,73 0,56 0,515 0,73 5,33 5,35 56,67
2.5A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,006 Superior 430A-0,5 12091 1,25 1 49,46032056 0,87 0,75 0,276 0,87 5,63 6,03 102,00
2.5B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,004 Superior 430A-0,5 9364 0,9 1 46,91392186 0,89 0,77 0,298 0,89 7,13 7,27 110,33
3.5A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,019 Superior 439-1,25 16732 1,26 1 27,47345954 0,67 0,54 0,548 0,67 5,27 5,37 188,00
3.5B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,015 Superior 439-1,25 8837 1 1 16,33057666 0,66 0,53 0,500 0,66 5,50 6,00 171,67
4.5A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,027 Superior 439-2,25 16149 1,2 1 25,3179753 0,56 0,29 0,885 0,56 4,50 4,87 56,67
4.5B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,033 Superior 439-2,25 19841 1,44 1 28,13661231 0,59 0,32 0,865 0,59 4,07 4,37 55,33
5.5A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,037 Superior 439-1 14363 3,36 1 23,65999395 1,09 0,66 0,946 1,09 6,93 7,53 40,67
5.5B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,015 Superior 439-1 21526 1,36 1 55,69138739 0,89 0,46 0,868 0,89 7,13 7,37 37,33
1.6A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 AC36 0,001 Superior 439-0,5 10866 0,25 2,75 108,8779741 0,66 0,60 0,427 1,83 14,53 15,63 47,00
2.6A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0,005 Superior 430A-0,5 17977 1,04 2,75 80,55686323 0,76 0,72 0,196 2,10 14,57 16,07 72,67
2.6B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0 Superior 430A-0,5 19082 0 2,75 #DIV/0! 0,65 0,61 0,252 1,80 12,03 13,03 93,33
3.6A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,012 Superior 439-1,25 13721 0,86 2,75 28,34897993 0,31 0,27 #DIV/0! 0,86 8,00 9,53 #DIV/0!
3.6B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,018 Superior 439-1,25 16726 1,21 2,75 28,21617466 0,30 0,25 #DIV/0! 0,83 7,07 7,93 #DIV/0!
4.6A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,022 Superior 439-2,25 14958 0,98 2,75 25,97929777 0,40 0,30 0,667 1,11 9,00 8,97 42,67
4.6B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,022 Superior 439-2,25 15815 0,94 2,75 27,46774932 0,40 0,31 0,719 1,11 8,10 10,90 46,00
5.6A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,007 Superior 439-1 16845 0,61 2,75 63,795835 0,58 0,43 0,636 1,61 12,27 13,07 27,33
5.6B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,013 Superior 439-1 19309 1,21 2,75 53,6609599 0,60 0,44 0,605 1,65 11,90 13,30 26,00
1.7A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,011 Superior 439-0,5 18938 2,19 0,56 57,21476262 0,93 0,63 0,815 0,52 3,57 3,97 89,67
1.7B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,008 Superior 439-0,5 13115 1,64 0,56 46,46154337 0,74 0,43 0,791 0,41 3,33 3,50 87,00
2.7A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,011 Superior 430A-0,5 8698 2,19 0,56 26,27806554 0,89 0,68 0,362 0,50 3,50 3,80 134,00
2.7B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,01 Superior 430A-0,5 13270 2,05 0,56 42,04760402 0,83 0,62 0,370 0,47 3,13 3,30 137,00
3.7A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,02 Superior 439-1,25 9691 1,33 0,56 15,50943192 0,52 0,29 0,539 0,29 2,67 2,77 185,00
3.7B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,015 Superior 439-1,25 6914 0,99 0,56 12,77691604 0,52 0,29 0,583 0,29 2,63 2,70 200,00
4.7A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,031 Superior 439-2,25 12979 1,39 0,56 18,99002799 0,62 0,14 1,271 0,35 2,80 2,90 81,33
4.7B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,042 Superior 439-2,25 16891 1,83 0,56 21,23224594 0,75 0,27 1,245 0,42 3,50 3,67 79,67
5.7A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,024 Superior 439-1 15525 2,2 0,56 31,75384487 0,75 -0,02 1,403 0,42 4,00 4,33 60,33
5.7B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,019 Superior 439-1 12836 1,77 0,56 29,50687648 0,88 0,11 1,388 0,49 4,87 5,00 59,67
1.8A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 -0,001 Superior 439-0,5 19350 -0,12 3 #NÚM! 0,55 0,49 0,500 1,65 11,57 11,70 55,00
1.8B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 -0,014 Superior 439-0,5 21960 -2,77 3 #NÚM! 0,55 0,50 0,418 1,66 11,80 12,30 46,00
2.8A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,003 Superior 430A-0,5 18460 -0,55 3 #NÚM! 0,97 0,93 0,157 2,91 16,60 18,40 58,00
2.8B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,003 Superior 430A-0,5 21380 -0,5 3 #NÚM! 1,02 0,98 0,131 3,05 19,03 20,00 48,33
2.8C 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,001 Superior 430A-0,5 8920 -0,3 3 #NÚM! 0,93 0,89 0,116 2,79 17,13 18,37 43,00
3.8A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,023 Superior 439-1,25 16530 1,57 3 24,66898215 0,80 0,76 0,287 2,41 13,30 14,60 98,33
3.8B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,019 Superior 439-1,25 13000 1,28 3 21,3456236 0,73 0,69 0,248 2,20 11,97 13,40 85,00
4.8A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,045 Superior 439-2,25 15840 1,98 3 19,23597215 0,73 0,64 0,672 2,19 11,97 13,33 43,00
4.8B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,037 Superior 439-2,25 19090 1,63 3 25,56644158 0,77 0,68 0,578 2,30 18,40 13,50 37,00
5.8A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 A46 0,025 Superior 439-1 7260 2,25 3 14,54912741 1,01 0,87 0,597 3,03 17,80 19,43 25,67
5º Exp.
6º Exp.
7º Exp.
8º Exp.
1º Exp.
2º Exp.
3º Exp.
4º Exp.
110
Tabela 11.2 – Resultado caracterização da face inferior das amostras após laminadas em laboratórios com várias rugosidades de cilindro.
(mm) GU Ra Ry Rt
Kgf % Ra
--
Ra Ry Rt GU
Amostas Aço espessura tipo Largura
Brilho
inicial
Rai Ryi Rti
Rebolo
Δ
h
Lado
tipo
Carga Max
Laminação
Alongamento Rugosidade
cilindro
PM Ra
tf
/Ra
cil
(Ra
tf
-Ra
ti
)/Ra
cil
B
f
/B
i
Raf Ryf Rtf
Brilho
Final 20°
1.1A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,006 Inferior 439-0,5 7840 1,13 1,5 32,07087199 0,54 0,42 0,618 0,81 5,30 5,67 68,00
1.1B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,007 Inferior 439-0,5 10460 1,47 1,5 39,61439205 0,45 0,34 0,691 0,68 5,10 5,23 76,00
2.2A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,007 Inferior 430A-0,5 18290 1,47 1,5 69,26837768 0,51 0,43 0,288 0,76 4,93 5,00 106,67
2.2B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,003 Inferior 430A-0,5 14410 0,67 1,5 83,36306698 0,62 0,54 0,312 0,93 5,50 6,13 115,33
3.3A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,014 Inferior 439-1,25 10770 0,96 1,5 20,60126936 0,28 0,19 0,551 0,41 3,50 3,63 189,00
3.3B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Inferior 439-1,25 11130 0,75 1,5 24,0182365 0,19 0,10 0,624 0,28 2,60 2,73 214,00
4.4A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,037 Inferior 439-2,25 13090 1,61 1,5 17,53089158 0,43 0,25 0,729 0,65 4,40 4,50 46,67
4.4B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,024 Inferior 439-2,25 12710 1,06 1,5 21,13514098 0,40 0,22 0,880 0,60 4,27 4,83 56,33
1.2A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,002 Inferior 439-0,5 8887 0,5 1,82 62,96663911 0,51 0,42 1,242 0,93 6,83 7,43 136,67
1.2B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,006 Inferior 439-0,5 6923 1,19 1,82 28,31972535 0,56 0,46 0,797 1,01 6,30 7,20 87,67
2.2A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,003 Inferior 430A-0,5 12090 0,59 1,82 69,94167105 0,39 0,33 0,206 0,71 5,10 5,37 76,33
2.2B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,004 Inferior 430A-0,5 13508 -0,83 1,82 #NÚM! 0,55 0,49 0,197 1,01 7,00 7,43 73,00
3.2A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,018 Inferior 439-1,25 9821 1,24 1,82 16,56768213 0,36 0,28 #DIV/0! 0,65 4,43 4,47 #DIV/0!
3.2B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,01 Inferior 439-1,25 8151 0,69 1,82 18,44816559 0,23 0,16 #DIV/0! 0,42 3,30 3,70 #DIV/0!
4.2A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,031 Inferior 439-2,25 15858 1,35 1,82 23,20239339 0,40 0,25 0,771 0,73 6,20 6,80 49,33
4.2B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,022 Inferio
r
439-2,25 24130 0,96 1,82 41,90937661 0,39 0,24 0,734 0,71 7,47 7,93 47,00
1.3A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,008 Inferior 439-0,5 10844 1,59 0,93 38,41623914 0,80 0,61 0,739 0,74 4,83 5,10 81,33
1.3B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,005 Inferior 439-0,5 15677 1,02 0,93 70,25031678 0,59 0,41 0,755 0,55 3,83 4,27 83,00
2.3A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,004 Inferior 430A-0,5 9185 0,74 0,93 46,01712647 0,76 0,63 0,430 0,71 5,30 5,57 159,00
2.3B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,006 Inferior 430A-0,5 12459 1,25 0,93 50,96568802 0,78 0,65 0,315 0,73 4,73 5,03 116,67
3.3A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Inferior 439-1,25 16474 0,72 0,93 35,55044278 0,28 0,14 0,843 0,26 2,60 2,70 289,00
3.3B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,011 Inferior 439-1,25 13117 0,77 0,93 28,30612832 0,30 0,16 0,734 0,28 2,63 2,83 251,67
4.3A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,026 Inferior 439-2,25 15804 1,15 0,93 25,24908047 0,68 0,39 0,953 0,63 9,07 9,07 61,00
4.3B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,024 Inferio
r
439-2,25 9525 1,04 0,93 15,83888417 0,49 0,20 0,938 0,46 5,87 6,10 60,00
1.4A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 AC36 0,002 Inferior 439-0,5 15993 0,31 2,51 113,3144435 0,67 0,60 0,539 1,67 13,30 14,13 59,33
1.4B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 AC36 0,003 Inferior 439-0,5 19434 0,57 2,51 112,4273313 0,67 0,60 0,582 1,68 10,93 12,33 64,00
2.4A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0,002 Inferior 430A-0,5 12926 0,45 2,51 91,58397402 0,61 0,56 0,259 1,52 9,97 11,47 96,00
2.4B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 AC36 0,005 Inferior 430A-0,5 14700 0,9 2,51 65,8722751 0,66 0,62 0,113 1,67 12,87 12,60 41,67
3.4A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,031 Inferior 439-1,25 12134 2,1 2,51 15,59787511 0,53 0,48 0,282 1,33 8,93 9,10 96,67
3.4B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 AC36 0,021 Inferior 439-1,25 24600 1,41 2,51 38,42091955 0,50 0,44 0,357 1,25 8,07 8,83 122,33
4.4A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,044 Inferior 439-2,25 13690 1,92 2,51 16,81288836 0,50 0,40 0,599 1,27 9,17 9,67 38,33
4.4B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 AC36 0,05 Inferior 439-2,25 20701 2,2 2,51 23,84907518 0,69 0,59 0,568 1,74 13,73 14,33 36,33
5.4A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,033 Inferior 439-1 16078 2,99 2,51 28,04435043 0,89 0,72 0,829 2,23 15,20 15,97 35,67
5.4B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 AC36 0,029 Inferior 439-1 16078 2,66 2,51 29,9159884 0,79 0,62 0,876 1,99 12,10 12,93 37,67
1.5A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,013 Inferior 439-0,5 11959 2,7 1,5 33,23483451 0,51 0,39 0,400 0,76 5,03 5,43 44,00
1.5B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,005 Inferior 439-0,5 14439 0,97 1,5 64,70270613 0,40 0,29 0,670 0,61 4,27 4,43 73,67
2.5A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,006 Inferior 430A-0,5 12091 1,25 1,5 49,46032056 0,52 0,44 0,330 0,77 5,23 5,80 122,00
2.5B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,004 Inferior 430A-0,5 9364 0,9 1,5 46,91392186 0,44 0,36 0,305 0,65 5,07 5,47 113,00
3.5A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,019 Inferior 439-1,25 16732 1,26 1,5 27,47345954 0,28 0,19 0,656 0,41 3,10 3,20 225,00
3.5B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,015 Inferior 439-1,25 8837 1 1,5 16,33057666 0,30 0,22 0,515 0,45 3,93 4,17 176,67
4.5A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,027 Inferior 439-2,25 16149 1,2 1,5 25,3179753 0,33 0,15 0,776 0,49 5,47 5,70 49,67
4.5B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,033 Inferior 439-2,25 19841 1,44 1,5 28,13661231 0,36 0,18 0,797 0,55 4,83 4,90 51,00
5.5A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,037 Inferior 439-1 14363 3,36 1,5 23,65999395 0,55 0,26 1,078 0,82 6,13 6,33 46,33
5.5B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,015 Inferio
r
439-1 21526 1,36 1,5 55,69138739 0,50 0,22 1,008 0,75 5,57 5,93 43,33
1.6A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 0,001 Inferior 439-0,5 10866 0,25 3,46 108,8779741 0,52 0,47 0,409 1,80 13,47 15,23 45,00
2.6A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0,005 Inferior 430A-0,5 17977 1,04 3,46 80,55686323 0,63 0,59 0,173 2,17 18,47 18,47 64,00
2.6B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 0 Inferior 430A-0,5 19082 0 3,46 #DIV/0! 0,62 0,59 0,226 2,16 15,40 16,80 83,67
3.6A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,012 Inferior 439-1,25 13721 0,86 3,46 28,34897993 0,23 0,19 #DIV/0! 0,79 8,47 9,13 #DIV/0!
3.6B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,018 Inferior 439-1,25 16726 1,21 3,46 28,21617466 0,51 0,47 #DIV/0! 1,75 13,80 14,33 #DIV/0!
4.6A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,022 Inferior 439-2,25 14958 0,98 3,46 25,97929777 0,47 0,39 0,536 1,63 12,43 12,70 34,33
4.6B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,022 Inferior 439-2,25 15815 0,94 3,46 27,46774932 0,47 0,39 0,505 1,61 13,47 13,50 32,33
5.6A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 A46 0,007 Inferior 439-1 16845 0,61 3,46 63,795835 0,53 0,40 0,558 1,82 13,07 13,87 24,00
5.6B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 A46 0,013 Inferio
r
439-1 19309 1,21 3,46 53,6609599 0,62 0,50 0,527 2,15 14,83 15,53 22,67
1.7A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,011 Inferior 439-0,5 18938 2,19 0,24 57,21476262 2,03 1,32 1,133 0,49 3,53 3,77 124,67
1.7B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 C80 0,008 Inferior 439-0,5 13115 1,64 0,24 46,46154337 1,78 1,07 1,142 0,43 3,03 3,10 125,67
2.7A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,011 Inferior 430A-0,5 8698 2,19 0,24 26,27806554 1,78 1,28 0,434 0,43 2,83 3,10 160,67
2.7B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 C80 0,01 Inferior 430A-0,5 13270 2,05 0,24 42,04760402 1,75 1,25 0,432 0,42 2,77 2,80 160,00
3.7A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,02 Inferior 439-1,25 9691 1,33 0,24 15,50943192 1,17 0,63 0,666 0,28 3,27 3,37 228,33
3.7B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 C80 0,015 Inferior 439-1,25 6914 0,99 0,24 12,77691604 1,11 0,57 0,747 0,27 2,23 2,27 256,33
4.7A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,031 Inferior 439-2,25 12979 1,39 0,24 18,99002799 1,53 0,40 1,193 0,37 3,63 3,80 76,33
4.7B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 C80 0,042 Inferior 439-2,25 16891 1,83 0,24 21,23224594 1,64 0,51 1,281 0,39 3,40 3,77 82,00
5.7A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,024 Inferior 439-1 15525 2,2 0,24 31,75384487 1,50 -0,29 1,969 0,36 2,63 2,93 84,67
5.7B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 C80 0,019 Inferior 439-1 12836 1,77 0,24 29,50687648 1,67 -0,13 1,992 0,40 3,77 4,37 85,67
1.8A 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 -0,001 Inferior 439-0,5 19350 -0,12 3,5 #NÚM! 0,47 0,43 0,418 1,66 10,57 11,50 46,00
1.8B 439 0,5 439-0,5 100 110 0,17 1,79 1,89 A46 -0,014 Inferior 439-0,5 21960 -2,77 3,5 #NÚM! 0,82 0,77 0,394 2,86 16,60 18,00 43,33
2.8A 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,003 Inferior 430A-0,5 18460 -0,55 3,5 #NÚM! 0,44 0,41 0,195 1,55 10,57 11,37 72,33
2.8B 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,003 Inferior 430A-0,5 21380 -0,5 3,5 #NÚM! 0,58 0,55 0,104 2,04 12,57 13,90 38,33
2.8C 430A 0,5 430A-0,5 100 370 0,12 0,92 1,02 A46 -0,001 Inferior 430A-0,5 8920 -0,3 3,5 #NÚM! 0,53 0,50 0,116 1,85 12,23 13,53 43,00
3.8A 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,023 Inferior 439-1,25 16530 1,57 3,5 24,66898215 0,35 0,31 0,241 1,23 8,97 9,03 82,67
3.8B 439 1,25 439-1,25 140 343 0,13 2,14 2,24 A46 0,019 Inferior 439-1,25 13000 1,28 3,5 21,3456236 0,47 0,44 0,293 1,65 11,00 12,93 100,33
4.8A 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,045 Inferior 439-2,25 15840 1,98 3,5 19,23597215 0,43 0,36 0,547 1,51 9,70 10,70 35,00
4.8B 439 2,25 439-2,25 123 64 0,27 3,64 3,8 A46 0,037 Inferior 439-2,25 19090 1,63 3,5 25,56644158 0,38 0,30 0,505 1,31 9,07 11,17 32,33
5.8A 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 A46 0,025 Inferior 439-1 7260 2,25 3,5 14,54912741 0,62 0,50 0,558 2,17 13,37 14,20 24,00
5.8B 439 1 439-1 100 43 0,43 6,14 6,68 A46 0,017 Inferio
r
439-1 17280 1,63 3,5 41,99422862 0,49 0,37 0,597 1,73 12,37 13,20 25,67
1º Exp.
2º Exp.
3º Exp.
4º Exp.
5º Exp.
6º Exp.
7º Exp.
8º Exp.
111
Orlando Abreu Gomes, Margareth Spangler, Berenice Gonzáles e Eu em março 2001.
"O que você deixa para trás não é o que é gravado em monumentos de pedra, mas o que é
tecido nas vidas de outros." (Péricles)
Esta dissertação é pra mim um marco importante, uma consolidação de um cilho de 11
anos de pesquisa em metalurgia.
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