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INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE
USINAGEM DA MADEIRA DE Eucalyptus sp.
NO CONSUMO DE ENERGIA ESPECÍFICA
DE CORTE EM SERRA CIRCULAR
ERICA MORAES DE SOUZA
2009
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ERICA MORAES DE SOUZA
INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE USINAGEM DA MADEIRA DE
Eucalyptus sp. NO CONSUMO DE ENERGIA ESPECÍFICA DE CORTE
EM SERRA CIRCULAR
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa em Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia da
Madeira, área de concentração
Processamento e Utilização da Madeira,
para obtenção do título de "Mestre".
Orientador
Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
2009
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Souza, Erica Moraes de.
Influência dos parâmetros de usinagem da madeira de
Eucalyptus sp. no consumo de energia específica de corte em serra
circular / Erica Moraes de Souza. – Lavras : UFLA, 2009.
50 p. : il.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Lavras, 2009.
Orientador: José Reinaldo Moreira da Silva.
Bibliografia.
1. Madeira roliça. 2. Eucalyptus. 3. Corte transversal. 4.
Eficiência de corte. I. Universidade Federal de Lavras. II. Título.
CDD – 674.2
Ficha Catalográfica Preparada pela Divisão de Processos Técnicos da
Biblioteca Central da UFLA
ERICA MORAES DE SOUZA
INFLUÊNCIA DOS PARÂMETROS DE USINAGEM DA MADEIRA DE
Eucalyptus sp. NO CONSUMO DE ENERGIA ESPECÍFICA DE CORTE
EM SERRA CIRCULAR
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Lavras, como parte das
exigências do Programa em Pós-Graduação
em Ciência e Tecnologia da Madeira, área
de concentração Processamento e
Utilização da Madeira, para obtenção do
título de "Mestre".
APROVADA em 30 de setembro de 2009
Prof. Dr. José Tarcísio Lima UFLA
Prof. Dr. Antônio Carlos Néri UFLA
Dr. Alfredo Napoli CIRAD
Dr. Túlio Jardim Raad V&M
Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva
UFLA
(Orientador)
LAVRAS
MINAS GERAIS – BRASIL
A Deus, o meu Rei,
A meu pai, Carlos Augusto de Souza (
in memoriam
),
OFEREÇO.
“Quando vier o dia mau
Eu vencerei.
O vento forte e a tempestade
Eu vencerei...
...Porque eu tenho a espada
Eu tenho o escudo
A fé e a palavra do Senhor.
O meu Deus é forte
Venceu a morte
Me fez muito mais que vencedor”
“Posso estar no deserto
Ou passando no vale
Mesmo assim estou certo
Deus me guiará.
Não importa o que eu vejo
Não importa o que eu passe
Minha fé está firmada
Em quem não falhará”
Davi Sacer
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me abençoar com o dom da vida, saúde e sabedoria.
A minha mãe Edna, minha avó Edite e meu irmão Edicarlos, que
mesmo estando longe nunca deixaram de me apoiar, amar e orar.
A meu pai, Carlos Augusto (in memoriam), que mesmo não estando
mais conosco, me motivou e inspirou a crescer mais e mais na minha formação.
Em todos os momentos de minha vida lembro-me do seu sorriso... Saudade!
Ao meu amado, David, que suportou as dificuldades devido à
distância. Por trocar suas férias de descanso para estar perto de mim no
momento que eu mais precisava de ajuda e de apoio. Você é muito importante
em minha vida... Amo você!
Aos meus tios, tias, primos e primas que sempre estiveram na torcida
por minha vitória.
À Universidade Federal de Lavras (UFLA) e ao programa de pós-
graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira, pela oportunidade de realizar o
mestrado.
À Empresa V&M Florestal, pela concessão da bolsa de estudos e pela
disponibilidade dos recursos para execução da dissertação.
À Empresa Kampmann, pela doação das serras para realização deste
projeto de dissertação.
Ao meu orientador Prof. Dr. José Reinaldo Moreira da Silva, por me
ensinar a sempre buscar fazer com o máximo de dedicação e perfeição nossos
trabalhos.
Aos membros da banca examinadora, Prof Dr. José Tarcísio Lima,
Prof. Dr. Antônio Carlos Néri, Dr. Alfredo Napoli e Dr. Túlio Jardim Raad.
Aos professores Dr. Paulo Trugilho e Dr. Akira Mori e Dr. Lourival
Mendes e Dr. Giovanni Rabelo, por transmitirem os conhecimentos adquiridos
no mestrado e disponibilidade para esclarecer minhas dúvidas.
Aos funcionários do Departamento de Ciências Florestais. Seu Hernani
e Gilson, pela ajuda durante os cortes das toras. A Chica, a Meire, a Cris e ao
Claret.
Ao Thiago (Bola), pela força durante o desenvolvimento dessa
dissertação.
Aos meus amigos da pós-graduação, em especial a Lívia (minha
amiga-irmã), Stella, Carlos, Luana, Raphael, Vânia, Gabriella, Lina, Selma,
Meire e Rogério, pelos momentos compartilhados no mestrado. Pelo apoio
durante os “desesperos” e dúvidas. Foi muito bom conhecer vocês!
Às companheiras de república, Georgea e Heloisa, pelo apoio. Mesmo
com as diferenças vocês me ajudaram a aprender a conviver com estas.
As minhas amigas, Selma Ribeiro e Kamila, pelos maravilhosos
momentos de alegria e aventuras por este lindo Estado.
Aos meus amigos, Andréa e Cláudio, por sempre estarem dispostos a
me acolher, dar força e incentivo.
E a todos, que, de alguma forma contribuíram para a conclusão de
mais uma etapa na minha vida acadêmica, agradeço!
APRESENTAÇÃO GERAL
Este trabalho faz parte de um acordo de cooperação técnico e científico
firmado entre a Universidade Federal de Lavras, o Centro de Cooperação
Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento –
CIRAD/França e a empresa V&M Florestal Ltda., pertencente ao grupo
Vallourec & Mannesmann Tubes.
O objetivo principal desse acordo foi estudar a otimização da produção
de carvão vegetal em todas as suas variáveis, processo, qualidade da madeira e
controle de qualidade da matéria-prima e desenvolver técnicas de avaliação do
carvão vegetal confiáveis para aplicações na indústria siderúrgica.
Em um primeiro momento, este acordo de cooperação contou com a
participação de dois estudantes de doutorado, três de mestrado e cinco de
iniciação científica, coordenados por professores do Programa de Pós-
Graduação em Ciência e Tecnologia da Madeira da UFLA e por um pesquisador
do CIRAD/França.
Esse acordo de cooperação internacional entre universidade brasileira,
centro de pesquisa internacional e empresa franco-brasileira resultou no
desenvolvimento de cinco subprojetos que são relacionados a seguir:
. Subprojeto 1: Estudo da relação entre as propriedades mecânicas da
madeira e do carvão vegetal;
. Subprojeto 2: Estudo das propriedades químicas da madeira e seu
impacto na qualidade do carvão vegetal;
. Subprojeto 3: Estudos para otimização de corte de madeira de eucalipto
para produção de carvão vegetal;
. Subprojeto 4: Estudo da avaliação da secagem de madeira no campo
para a carbonização;
. Subprojeto 5: Aplicação do NIRS para avaliação das propriedades da
madeira e do carvão vegetal.
Esta dissertação trata especificamente do subprojeto 3, cujo objetivo foi
estudar a influência dos parâmetros de usinagem no consumo de energia
específica de corte.
SUMÁRIO
Página
RESUMO.............................................................................................................. i
ABSTRACT......................................................................................................... ii
1 INTRODUÇÃO................................................................................................. 1
2 REFERENCIAL TEÓRICO.............................................................................. 3
2.1 Produção de carvão vegetal para siderurgia................................................... 3
2.2 Processo de corte da madeira.......................................................................... 4
2.3 Características dos ângulos da ferramenta de corte........................................ 6
2.4 Fatores que influenciam no corte da madeira................................................. 7
2.4.1 Propriedades da madeira.............................................................................. 7
2.4.2 Máquinas e ferramentas............................................................................... 8
2.4.2.1 Velocidade de corte (Vc).......................................................................... 8
2.4.2.2 Velocidade de avanço (Vf)....................................................................... 9
2.4.2.3 Número de dentes (Z)............................................................................... 9
2.5 Esforços envolvidos durante o corte............................................................. 10
2.6 Energia específica de corte (Es)................................................................... 10
2.7 Inversor de frequência na indústria............................................................... 11
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................. 14
3.1 Material biológico......................................................................................... 14
3.2 Parâmetros de usinagem............................................................................... 14
3.3 Coleta de dados............................................................................................. 17
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 23
4.1 Clone MN 463.............................................................................................. 23
4.2 Clone MN 463 verde em comparação com VM 01 verde............................ 32
5 CONCLUSÕES............................................................................................... 39
6 RECOMENDAÇÕES...................................................................................... 40
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.............................................................. 41
ANEXOS............................................................................................................ 46
i
RESUMO
SOUZA, Erica Moraes de. Influência dos parâmetros de usinagem da
madeira de Eucalyptus sp. no consumo de energia específica de corte em
serra circular. 2009. 50 p. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia da
Madeira) – Universidade Federal de Lavras, Lavras, MG.*
Novas tecnologias empregadas no corte da madeira de Eucalyptus sp.
para o processo de carbonização contínua requerem cuidados. A escolha do tipo
de ferramenta e das velocidades de corte e de avanço influenciam na redução do
tempo e do custo com a energia durante o processamento, otimizando sua
produção. Objetivou-se verificar a influência dos parâmetros de usinagem no
gasto de energia específica de corte da madeira dos clones de Eucalyptus sp.,
MN 463 e VM 01, da Empresa V&M Florestal. Os ensaios foram desenvolvidos
no Laboratório de Usinagem da Madeira do Departamento de Ciências Florestais
da Universidade Federal de Lavras (DCF/UFLA). Foram utilizadas toras, de
1,70 m de comprimento com menos de 30 dias de abate, consideradas de verdes,
e com mais de 90 dias, consideradas de secas. O delineamento experimental
utilizado foi fatorial 3 x 3 x 4 x 2 (velocidade de corte x velocidade de avanço x
número de dentes x umidade) e 3 x 3 x 4 x 1 para o MN 463 e VM 01,
respectivamente. Avaliou-se o consumo de energia específica de corte da
madeira para cada interação. Os resultados obtidos foram submetidos à análise
de variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de significância.
Maiores velocidades de corte, menores velocidades de avanço, serra circular de
40 dentes e o clone MN 463 consumiram maior quantidade de energia
específica.
_______________
Comitê Orientador: José Reinaldo Moreira da Silva - UFLA (Orientador),
José Tarcísio Lima – UFLA e Alfredo Napoli - CIRAD
ii
ABSTRACT
SOUZA, Erica Moraes de. Influence of the woodworkability parameters of
Eucalyptus sp. wood in specific energy consumption for cutting in circular
saw. 2009. 50 p. Dissertation (Master Program in Science and Technology of
Wood) – Federal University of Lavras, Lavras, MG.*
New technologies used in the cutting of Eucalyptus sp. for the
carbonization continuous process require care. The choice of tool and cutting
speeds and feed influence on reducing the time and cost of energy during
processing, optimizing its production. The objective was to verify the influence
of the woodworkability parameters on specific energy spent cutting timber
clones of Eucalyptus sp., MN 463 and VM 01, Company V & M Florestal. The
tests were developed in the Laboratory of Woodworkability, Department of
Forest Sciences, Universidade Federal de Lavras (DCF/UFLA). Were used logs
of 1,70 m in length with less than 30 days of slaughter, considered to be green,
and with more than 90 days, considered to be dry. The experiment was a 3 x 3 x
4 x 2 (speed cutting x speed feed x number of teeth x moisture) and 3 x 3 x 4 x 1
for the MN 463 and VM 01, respectively. Were evaluated the specific energy
consumption of cutting of wood for each interaction. The results were submitted
to analysis of variance and means compared by Tukey test at 5% significance
level. More speeds cutting, lower speeds feed, circular saw with 40 teeth and
clone MN 463 consumed greater amount of specific energy.
__________________
Guidance committee: José Reinaldo Moreira da Silva - UFLA (Major
Professor), José Tarcísio Lima – UFLA and Alfredo Napoli - CIRAD
1
1 INTRODUÇÃO
Com a escassez de madeiras nativas, o eucalipto assume o importante
papel no suprimento de carvão, principalmente para a alimentação dos grandes
fornos da indústria siderúrgica brasileira. O Brasil possui o maior parque
siderúrgico à base de carvão vegetal e o estado de Minas Gerais concentra a
maior produção e consumo de carvão de Eucalyptus (Associação Mineira de
Silvicultura - AMS, 2009).
As grandes indústrias brasileiras propõem-se automatizar seus processos.
O objetivo é otimizar a produção, que necessita de controle dos equipamentos
inerentes ao processo. Assim, o inversor de frequência é um acessório
indispensável. Ele permite o acompanhamento e registro dos parâmetros pré-
estabelecidos no processamento da matéria-prima.
Novas tecnologias de produção de carvão vegetal requerem estudos do
corte da madeira. É importante não comprometer o rendimento e a qualidade do
produto final. Exemplo desse perfil é o processo de carbonização contínua
executado pela unidade de carbonização da Empresa V&M Florestal. Neste
processo são utilizados toretes de madeira com 30 cm de comprimento. Eles são
cortados por uma serra circular com velocidades de corte e de avanço fixas e
com geometria dos dentes trapezoidais e retos intercalados. Com estes
parâmetros, a referida máquina não consegue suprir o abastecimento do forno de
carbonização. Também se observam frequentes interrupções no corte da
madeira, comprometendo a produção. Então, torna-se necessário estudos de
faixas de velocidades de corte e de avanço, bem como o uso de diferentes
geometrias dos dentes das serras circulares. Para tanto, o uso de inversores de
frequência nos motores permite a variação dos parâmetros.
Parâmetros de corte, que envolvem principalmente as velocidades de
corte e de avanço, associados à qualidade da madeira e a geometria do dente da
2
serra, podem implicar no tempo de processamento e no gasto com energia, que
são decisivos nas estratégias industriais.
Frente ao exposto, por meio de uma parceria entre a UFLA, o
CIRAD/França e a V&M Florestal estabeleceu-se um projeto de “Otimização da
produção e qualidade do carvão de Eucalyptus para a siderurgia”, o presente
sub-projeto teve os seguintes objetivos:
9 estudar a influência das velocidades de corte e de avanço no
consumo de energia específica de corte para os clones de
Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01, em diferentes umidades;
9 verificar a influência do número e da geometria de dentes da serra
circular no consumo de energia específica de corte para madeira dos
dois clones;
9 comparar o consumo de energia específica de corte entre os clones
em diferentes umidades;
9 indicar para Empresa a condições de corte que geram menores
consumos de energia específica para cada clone.
3
2 REFERENCIAL TEÓRICO
O gênero Eucalyptus, nativo da Austrália e de ilhas adjacentes, pertence
à família Myrtaceae e possui mais de 600 espécies, variedades e híbridos. Sua
ocorrência estende-se desde áreas pantanosas até muito secas, solos de baixada
de alta fertilidade até solos arenosos muito pobres e ocupa ambientes altamente
variáveis de precipitação e de temperaturas (Assis, 1996).
Grande diversidade de espécies significa variedade de madeira
possibilitando sua utilização para os diversos usos. No Brasil, este gênero era
utilizado para lenha, estacas de cercas e dormentes, conseqüentemente,
reduzindo a pressão sobre as florestas nativas. Atualmente, além do uso
crescente para celulose e papel, carvão vegetal, sua madeira é utilizada para
produção de móveis (AMS, 2007).
2.1 Produção de carvão vegetal para siderurgia
No Brasil, o carvão vegetal produzido é proveniente de madeira de
florestas nativas e de florestas plantadas, principalmente de espécies ou híbrido
do gênero Eucalyptus. No ano de 2008, foram consumidos mais de 15 milhões
de metros de carvão de origem nativa e mais de 17 milhões de metros de carvão
de origem de florestas plantadas (AMS, 2009). No Brasil ainda ocorre a
exploração da floresta nativa por parte dos produtores independentes.
O carvão vegetal de origem plantada possui uma importância na economia
brasileira, em especial para Minas Gerais, que é principal estado produtor e
consumidor. A maior parte dos plantios de Eucalyptus do Estado destina-se a
produção de carvão vegetal para siderurgia. Segundo a AMS (2009), em 2008, a
área plantada em Minas Gerais destinada para a produção do ferro-gusa foi de
65.587 ha e o consumo de carvão vegetal na siderurgia foi de 20,9 milhões de
metros de carvão. Além da indústria siderúrgica, o carvão vegetal também
4
participa como substituto do óleo combustível nas caldeiras e nos fornos de
combustão da indústria de cimento e de materiais primários
(Trugilho et al., 2001).
Algumas madeiras de Eucalyptus possuem alta densidade e elevado teor
de lignina, que são desejáveis para a produção de carvão vegetal
(Trugilho, 1995). Contudo, estudos de matérias-prima são importantes, pois
afetam a qualidade do carvão vegetal gerado pela carbonização.
2.2 Processo de corte da madeira
Na produção de carvão vegetal em fornos tradicionais, a madeira é
cortada com comprimento de aproximadamente 3,60 m. Neste caso, são
utilizadas as motosserras ou máquinas florestais. Já no processo de carbonização
contínua o comprimento é de aproximadamente 30 cm. Os toretes obtidos são
processados em serras circulares.
Segundo Mendes et al. (1982), no processo de carbonização da madeira
existe relação direta entre o comprimento da peça, sua umidade com a geração
de finos (granulometria menor que 13 mm - moinha). Foi observado que
comprimentos entre 22 a 24 cm, 48 a 50 cm e 100 a 160 cm, geraram teores de
finos de 8,5%, 14,3% e 17,8%, respectivamente. Contudo, ressalta-se que não
foi mencionado sobre as variações dimensionais dos diâmetros e/ou umidades
das toras para cada comprimento estudado. Assim, torna-se necessário refletir se
o teor de finos foi realmente causado apenas pela variação do comprimento.
Além disto, é de fundamental importância o estudo do corte da madeira, com
controle da variação do diâmetro das peças, para o entendimento de sua
influência no processo de produção de carvão vegetal.
Segundo Mckenzie (1960), existem três famílias de corte ortogonal para
madeiras (Figura 1). Elas são representadas pela associação de dois ângulos. O
primeiro ângulo é formado entre a aresta de corte (gume) da ferramenta e o eixo
axial das fibras da madeira. O segundo ângulo é formado entre a direção do
corte e o eixo axial das fibras da madeira. Então, existem as famílias 0° - 90°,
90° - 0° e 90° - 90°. As serras circulares utilizadas na obtenção da matéria-
prima para o processo de carbonização continua, os cortes transversais
periféricos são considerados do tipo 0° - 90°. A serra circular apresenta variação
de diâmetros, de espessuras e de número e geometria dos dentes (Marciel, 1989;
Gonçalves, 2000).
FIGURA 1 Representação das famílias de corte ortogonal da madeira
(Hoadley, 1980).
O conhecimento da operação de corte é importante para que ocorra a
utilização racional do equipamento. Assim, visa-se obter melhor aproveitamento
da matéria-prima, baixo investimento, mínimo consumo energético, qualidade
dos produtos e segurança dos operadores. Também, o conhecimento do tipo da
máquina de corte das toras é importante, pois esta irá influenciar na escolha das
serras circulares, de suas especificações e das velocidades de corte e de avanço,
5
que são parâmetros fundamentais para um bom desempenho da máquina de
corte.
2.3 Características dos ângulos da ferramenta de corte
Os dentes de serra são constituídos por três ângulos básicos. Eles são
conhecidos como ângulo livre (α), ângulo de cunha (β) e ângulo de ataque (γ).
O somatório destes ângulos é igual a 90° (Figura 2).
FIGURA 2 Ângulos básicos dos dentes de uma serra circular (Oliveira, 2008).
O ângulo livre (α) representa o ângulo formado entre a projeção das
costas do dente e a reta tangente do cilindro de corte sobre a ponta do gume. Sua
função é reduzir o contato dos dentes com a madeira, reduzindo os esforços
devido o atrito. Para a maioria dos fabricantes de serras circulares, seu valor
ideal é próximo de 10
°
. O ângulo de cunha (β) é o ângulo formado entre as
projeções do peito e costa do dente. Menores valores promovem menores
esforços de corte da madeira, contudo, mais frágil será o dente levando-o ao
torcimento ou quebra (Silva, 2002). Alguns fabricantes de serras circulares
informam que o valor mínimo deve ser de 45º. Segundo o Centro de Tecnologia
da Madeira e do Mobiliário – CETMAM-SENAI (1996), madeiras duras e cortes
transversais exigem um ângulo de cunha menor. O ângulo de ataque (γ) é
6
7
formado entre a projeção do peito do dente e a reta que vai da ponta do dente ao
centro geométrico da ferramenta. O ângulo de ataque define, juntamente com a
resistência da madeira e com a espessura de corte, o tipo de cavaco formado
(Santos, 1999). Para cada espécie haverá uma faixa ótima para o ângulo de
ataque. Se o ângulo de ataque variar de -2 a +2°, ocorre forte compressão das
fibras, necessitando de altos esforços de usinagem (Bonduelle et al., 2002).
Para definição dos valores dos ângulos, é necessário conhecer as relações
com os materiais da ferramenta e da matéria-prima a ser cortada. A seleção do
material da ferramenta implicará na capacidade de carga que o gume poderá
suportar durante a solicitação no material da peça (Gonçalves, 2000).
2.4 Fatores que influenciam no corte da madeira
2.4.1 Propriedades da madeira
A presença de depósitos de minerais abrasivos nas células, teor de
resina, porosidade, dimensões das fibras, orientação da grã e a presença de nós,
têm grande influência na qualidade da superfície e na eficiência dos processos de
transformação da madeira (Koch, 1964; Panshin & De Zeeuw, 1980; Kollmann
& Cotê Júnior, 1984; Lucas Filho, 1997; Silva et al., 2005).
A umidade da madeira também tem relação direta com a qualidade e
eficiência da usinagem. Lima et al. (1986) estudando a influência da umidade
nas propriedades mecânicas da madeira de Eucalyptus saligna Smith,
observaram que a umidade exerceu um efeito exponencial na resistência à
compressão paralela, módulo de elasticidade à flexão e tensão e trabalho no
limite de proporcionalidade, sendo essas propriedades sempre crescentes com a
queda de umidade. Quando a madeira é seca a umidades abaixo do ponto de
saturação das fibras (PSF), há uma redução dos espaços submicroscópicos entre
as microfibrilas formadoras da parede celular, aumentando a rigidez da mesma e
com isso, aumentando a resistência mecânica de modo exponencial
(Koch, 1964).
O esforço de corte em madeiras muito densas pode chegar a ser cinco
vezes maior, quando comparado às madeiras macias. Além disto, o corte
perpendicular às fibras (90° - 90°) requer maiores energia e forças de corte em
comparação com o corte ao longo das fibras (Gonçalves, 2000).
2.4.2 Máquinas e ferramentas
2.4.2.1 Velocidade de corte (Vc)
A velocidade de corte (Equação 1) é a velocidade periférica da
ferramenta. Na usinagem de madeira, ela é expressa em metros por
segundo (m.s
-1
). Uma velocidade de corte ideal para usinagem depende dos
materiais constituintes da ferramenta e do tipo de matéria-prima a ser
processada. Foyster, 1953 e Lapin, 1954, citados por Kollmann & Cotê Júnior
(1968), indicam velocidades de corte entre 66 a 74 m.s
-1
e 80 a 100 m.s
-1
para
serras circulares em cortes de madeiras mais densas e cortes transversais,
respectivamente.
60
nD
Vc
××
=
π
(1)
Em que:
V
c
= velocidade de corte (m.s
-1
);
D = diâmetro da ferramenta (m);
n = frequência de rotação (m
-1
= rpm).
Serras circulares com diâmetro de 400 mm, devem ser usadas com
velocidades de corte entre 60 a 80 m.s
-1
e 55 a 70 m.s
-1
para madeiras menos ou
mais densas, respectivamente (Reval, 2009).
Para o processamento da madeira, CETMAN/SENAI (1996), indica
velocidades de corte entre 30 a 100 m.s
-1
.
8
2.4.2.2 Velocidade de avanço (Vf)
A relação entre o comprimento de corte e o tempo necessário para sua
execução é denominada de velocidade de avanço (Equação 2). Ela é geralmente
expressa em m.min
-1
t
Du
Vf =
(2)
Em que:
V
f
= velocidade de avanço da peça (m.min
-1
);
Du = deslocamento de usinagem (m);
t = tempo necessário para executar o deslocamento de
usinagem (min).
2.4.2.3 Número de dentes (Z)
A escolha do número de dentes de uma ferramenta de corte pode ser
afetada pelo tipo de acabamento ou quantidade de desbaste, espécie de madeira,
tipo de cavaco produzido, potência de corte necessária, velocidade de corte e
velocidade de avanço. Além destes, deve considerar os seguintes fatores:
capacidade de armazenamento de cavacos pela garganta, estabilidade lateral
adequada e geometria cortante Sandvik (1999).
Alguns fabricantes afirmam que corte transversal requer um número de
dentes maior que para corte longitudinal. Reval (2009) indicam serras circulares
de 18 a 36 dentes e 48 a 72 dentes para cortes longitudinais e transversais,
respectivamente, considerando um diâmetro de 400 mm.
9
10
2.5 Esforços envolvidos durante o corte
As operações de industrialização da madeira devem ser realizadas de
maneira que a máquina não sofra desgaste excessivo, dano ou destruição,
reduzindo custos de manutenção ou de substituições (Brown & Bethel, 1975).
Néri et al. (1999) afirmam que as forças de corte requeridas têm grande
importância no projeto da geometria da ferramenta de corte e na potência
requerida das máquinas. As forças de corte variam com a espécie de madeira,
com a direção das fibras e de corte, com a afiação da ferramenta e com o tipo
desta.
Meyer (1926), citado por Kollmann & Cotê Júnior (1968), apresentou
um diagrama de potência de corte como funções da velocidade de corte. Foi
observado que a velocidades de corte mais elevadas estão associada com
utilização menos eficientes de energia de corte.
Estudos realizados por Koch (1964), sobre a influência da direção das
fibras no consumo da potência de corte, resultaram em maior consumo para
cortes ao longo da fibra (90° - 0°) e menores para corte transversais (0° - 90°).
Outro fator que exerce influência sobre o esforço de corte é o ângulo
livre (α), pois quanto maior este ângulo, menor será o esforço do corte e quando
muito pequeno (inferior a 2°) pode causar atrito do dente com a madeira
(Bonduelle, 2001). O estado de afiação do dente também influencia a força de
corte, uma vez que um bom estado do dente reduz tais forças (Gonçalves, 2000).
2.6 Energia específica de corte (Es)
A energia específica de corte, juntamente com a força específica,
proporciona a comparação e a avaliação da eficiência das ferramentas de corte.
A energia específica de corte é definida como a relação entre o consumo de
energia líquida de corte e o volume de material removido (Lubkin, 1957, citado
por Kollmann & Cotê Júnior, 1968).
11
A energia específica é uma das grandezas físicas importantes
provenientes da usinagem (Gorczyca, 1987). Outras variáveis como força, tempo
e comprimento de corte, desgaste da ferramenta, temperatura de corte, também
têm seu grau de relevância neste cenário (Rodrigues, 2005).
Por meio da energia específica de corte pode-se também estimar a
potência requerida em uma operação de usinagem de um dado material (Ersoy &
Atici, 2004). Neste caso, deve-se considerar a eficiência do motor e efeitos da
inércia e do atrito. Alguns pesquisadores adotam constantes para compensar
variações da velocidade de corte e de avanço, profundidades de usinagem e
desgastes da ferramenta.
Azzola (1954), citado por Kollmann & Cotê Júnior (1968), estudando o
consumo de energia específica de corte em serra circular, observou que o
aumento da velocidade de avanço reduzia o consumo de energia específica de
corte. Também foi observado que as curvas hiperbólicas podem ser alteradas
pela sobrecarga de modo que eles passam por um valor mínimo, com um
aumento subsequente.
Melo et al. (2003), estudando usinagem de metais observaram que a
energia consumida no corte é essencialmente convertida em calor. Além disto, a
transferência não é igualitária, em que o cavaco recebe 90% do total. Já a peça
usinada e a ferramenta cortante recebem 5%, cada uma. Estudos semelhantes
devem ser feitos para usinagem de madeira, uma vez que são escassos e esta é
uma matéria-prima usada para diversos fins no Brasil e no mundo.
É necessária a otimização de ajustes entre velocidades de corte e de
avanço. Desta forma, o motor elétrico não estará com sobrecarga e
conseqüentemente, não consumirá mais energia que a necessária para o corte
2.7 Inversor de frequência na indústria
Denomina-se inversor de frequência um equipamento de acionamento
estático para motores elétricos, cujo um de seus objetivos é o controle e variação
12
das frequências de rotação dos motores elétricos de indução monofásicos e
trifásicos. Os inversores também evitam a instabilidade elétrica no motor e
possibilitam o aumento do torque em baixas velocidades (WEG, 2008).
No Brasil, os primeiros inversores sugiram entre 1978 e 1979 em vários
seguimentos industriais. Eram em geral grandes, possuíam funções limitadas e
era relativamente caros, sendo adquirido somente por poucos (Schmitz, 2001).
Hoje, o mercado dispõe de marcas e modelos de simples instalação e operação,
com recursos otimizados em software, facilmente parametrizáveis, por meio de
interface homem-máquina simples, que o habilitam para utilização em controle
de processos e máquinas industriais (WEG, 2008).
Com a necessidade de aumento de produção e redução de custos na
indústria, a utilização do inversor de frequência tem sido amplamente
empregada em situações em que o motor de indução precisa operar em
diferentes velocidades (Simão & Almeida Neto, 2002).
Segundo Capelli (2002), os inversores são classificados em quatro
blocos:
1º bloco – CPU (unidade central de processamento) é formada por
um microprocessador. Neste bloco todos os parâmetros e dados do sistema são
armazenados;
2º bloco – IHM (interface homem máquina) esse dispositivo
permite visualizar se o inversor está parametrizado e se necessário ser alterado;
3º bloco – Interfaces o comando pode ser analógico ou digital.
Normalmente para controle da frequência de rotação utiliza-se tensão analógica
(situada entre 0 e 10 Vcc), sendo que essa velocidade será proporcional ao seu
valor;
4º bloco – Etapa de potência – é constituída por um circuito
retificador que alimenta por meio de um barramento de corrente contínua (DC),
o módulo IGBT.
13
Os inversores de frequência podem ser empregados em diferentes
processos industriais onde é necessário o controle de velocidade, permitindo a
utilização de máquinas de corrente alternada, trazendo como benefício elevado
rendimento e alto fator de potência (Sanguedo & Stephan, 1997;
Ottoboni, 2002). Este equipamento é capaz de promover variações na rotação de
acionamento do motor com rapidez e eficiência, sendo também capaz de alterar
a frequência da tensão aplicada ao mesmo, possibilitando controlar sua rotação
(Mello et al.,1999; Carvalho et al.,2000).
Campana et al. (2000) afirmam que o uso de inversores de frequência se
apresenta como uma ferramenta útil para corrigir índices de carregamento,
rendimentos e fatores de potência inferiores aos nominais e aliviar o motor
elétrico de cargas desnecessárias, resultando em uma redução no consumo de
energia.
Em estudos com a utilização do inversor de frequência em sistemas de
irrigação nos Estados Unidos, foram obtidos resultados satisfatórios, uma vez
que a redução da potência consumida, provocada pelo uso do equipamento,
gerou economia de energia permitindo especular sobre a viabilidade do mesmo
para as condições brasileiras (Hanson et al., 1996).
O emprego do inversor de frequência no bombeamento de irrigação,
promoveu redução média de 40,7 e 75,0%, considerado redução da frequência
de rotação de 1800 para 1500 min
-1
e de 1800 para 1100 min
-1
, respectivamente
(Alves et al., 2002).
14
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Material biológico
Foram utilizadas toras de 170 cm de comprimento e diâmetro de 07 a
11 cm do clone MN 463 (híbrido natural de
Eucalyptus urophylla) e VM 01
(Eucalyptus camaldulensis x Eucalyptus urophylla) da Empresa V&M Florestal.
A idade das árvores no momento do abate era de 8 anos e pertenciam a plantios
comerciais localizados no município de Paraopeba/MG. Foram selecionadas
toras recém abatidas, consideradas de toras verdes, e toras com secagem no
campo por mais de 90 dias, consideradas de toras secas (Anexo 3A). A
densidade básica média da madeira era 0,514 e 0,574 g.cm
-
³ para os clones
MN 463 e VM 01, respectivamente.
Todo material foi transportado para o Laboratório de Usinagem da
Madeira do Departamento de Ciências Florestais (DCF/UFLA). No período de
experimentação não havia disponibilidade de toras secas do clone VM 01.
3.2 Parâmetros de usinagem
Na unidade de produção da V&M Florestal, foram realizadas medições
das velocidades de avanço e da frequência de rotação da serra circular existente,
que produzia toretes de 30 cm. Também foram coletadas as dimensões da serra
circular e fotografados seus dentes. A partir dos dados foi calculada a velocidade
de corte da referida serra circular. Conhecendo as velocidades de avanço
(12 m.min
-1
) e de corte (58 m.s
-1
), desenvolveu-se um sistema automático de
movimentação da mesa em uma serra circular de carrinho (Figura 3), presente
no Laboratório de Usinagem da Madeira (DCF/UFLA).
Motor de
avanço
Serra
circular
Inversor de
fre
uência
Pistões
pneumáticos
Tora
Com
p
utador
FIGURA 3 Serra circular de carrinho (DCF/UFLA) com avanço mecânico
automático da mesa.
O sistema desenvolvido permite fixação das toras sobre a mesa, fato que
tornou a operação de corte segura. Ele também permite obter velocidade de
avanço e de corte diferentes ao encontrados na serra circular da V&M Florestal.
O armazenamento dos parâmetros elétricos envolvidos no processamento foi
realizado por meio dos inversores de frequência WEG, modelo CFW 08,
equipado com interface de comunicação serial (KSD CFW08), software Super
Driver
®
e microcomputador.
A seguir foram realizados cortes transversais (0º - 90º) preliminares para
ajustes das velocidades de corte e avanço de acordo com condições presentes na
serra circular da V&M Florestal. Os parâmetros de usinagem avaliados
(Tabela 1) foram velocidade de corte (Vc), velocidade de avanço (Vf) e número
de dentes (Z), para as duas umidades (U).
15
TABELA 1 Níveis e especificações dos parâmetros de usinagem adotados.
Fatores Níveis Especificações
Velocidade de corte (m.s
-1
) 3 46 58* 70
Velocidade de avanço (m.min
-1
) 3 7 12* 17
Número de dentes 4 20 24 40* 48
Umidade 2 verde seca*
Total de tratamentos 72
* Condição da máquina de corte da V&M Florestal
O formato dos dentes utilizados foi alterno (Figura 4-a). Contudo, para a
serra de 40 dentes, semelhante à utilizada pela Empresa V&M Florestal, foram
usados dois tipos de dentes intercalados, sendo um trapezoidal e um reto,
sucessivamente (Figura 3-b).
a- b-
FIGURA 4 Perfil dos dentes das serras circulares usadas, em que a – dentes
alternos e b – dentes trapezoidal e reto intercalados.
Para cada grupo de velocidades de corte e de avanço, número de dentes
e umidade das toras, foram realizados 25 cortes transversais a cada 3 cm ao
longo de seu comprimento. Também em cada tora processada, foram
aleatoriamente coletados cinco discos, desprezando os três mais próximos de
16
cada extremidade. Esses discos foram utilizados para determinação da umidade
(base seca – Equação 3) e densidade aparente (Equação 4).
100
sec
sec
sec
×
=
amassa
amassaatualmassa
Umidade
abase
(3)
atualumidadenaVolume
atualmassa
Densidade
aparente
=
(4)
3.3 Coleta de dados
A comunicação entre o inversor de frequência e o microcomputador foi
feita por meio do módulo de interface serial RS-232 PC/Drive. Esta interface
permite a transmissão dos dados em tempo real durante o processamento.
Para a parametrização e monitoração do inversor foi utilizado o software
SuperDrive (Figura 5). Durante o corte foram adquiridos quatro parâmetros
simultaneamente, sendo eles: valor proporcional à frequência (min
-1
= rpm),
corrente de saída do motor (Amperes), tensão de saída do motor (Volts) e torque
do motor (%). O tempo de aquisição dos parâmetros foi de 250 milissegundos,
conforme trabalho de Oliveira et al. (2008). Para determinação da energia
específica utilizou-se a frequência de rotação e o torque.
17
FIGURA 5 Interface da função “Adquirir Parâmetro” do software SuperDrive.
Após a coleta dos dados pelo software, foram gerados gráficos em
planilhas eletrônicas nos quais foi possível observar o comportamento dos
parâmetros coletados durante o processamento das toras (Figura 6).
18
2150
2154
2158
2162
2166
2170
1 4 7 10131619222528313437404346495255586164
Número de leituras
Frequência de rotação (rpm)
0,0
20,0
40,0
60,0
80,0
100,0
120,0
140,0
160,0
180,0
Torque (%)
Rotão Torque
FIGURA 6 Representação do comportamento da frequência de rotação (rpm) e
do torque (%) durante o corte da madeira dos clones MN 463 e
VM 01.
A captura dos dados pelo software de parametrização é contínua. Não
existem interrupções, em que mesmo quando a serra circular não estava
processando a madeira (sistema ocioso) eram armazenados os dados. Assim,
foram identificados os intervalos em que realmente ocorreram os cortes das
toras. Para tanto, selecionou-se as faixas de abrupta ascendência/descendência
dos valores de torque, intercaladas por faixas de torques reduzidos e
aproximadamente constantes (Tabela 2). Essas últimas faixas foram descartadas.
19
TABELA 2 Exemplo de uma base de dados com seleção das faixas de abrupta
ascendência/descendência dos torques e faixas descartadas de
torques reduzidos e aproximadamente constantes, avaliados durante
o corte das toras dos clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01
Tempo
Rotação
(rpm)
Tensão (V) Corrente (A) Torque (%)
...
...
...
...
...
10:18:31 2160,6 7,99 128 15,4
...31 2162,4 7,73 128 15,0
...32 2161,2 7,68 128 17,8
...32 2158,8 13,23 134 150,0
...32 2161,2 14,29 136 150,0
...33 2160,0 13,73 135 146,8
...33 2162,4 8,42 131 36,3
...34 2163,0 7,70 128 17,4
...34 2162,4 7,66 128 18,1
...34 2163,6 7,75 128 16,1
...
...
...
...
...
10:18:51 2163,6 7,99 128 14,7
...51 2161,2 7,70 128 14,4
...52 2160,6 7,84 128 15,7
...52 2163,0 12,06 131 134,1
...52 2161,2 14,14 136 150,0
...53 2162,4 14,24 130 150,0
...53 2160,6 9,41 133 48,7
...54 2160,0 7,67 128 15,7
...54 2157,6 7,68 128 18,5
...54 2160,6 7,80 128 16,1
...
...
...
...
...
10:19:10 2158,8 7,77 129 17,4
...10 2160,0 7,63 129 18,8
...11 2161,8 7,67 128 18,8
...11 2160,6 8,03 125 63,8
...12 2158,8 14,78 131 150,0
...12 2160,o 13,98 130 150,0
...13 2160,6 11,74 133 107,7
...13 2162,4 8,17 130 36,7
...13 2164,2 7,70 128 16,4
...
...
...
...
...
Ocioso
Descartado
Usinagem
Selecionada
Usinagem
Selecionada
Ocioso
Descartado
Usinagem
Selecionada
20
Para o cálculo do consumo da energia específica de cada tratamento,
foram utilizadas as Equações 5, 6 e 7.
1000
7360014,0
×
×
×
=
nT
Potência
(5)
Em que:
Potência = potência de corte (kW);
T = torque (kgf.m);
n = rotação (min
-1
= rpm).
60×
×
=
Vf
DPotência
E (6)
Em que:
E = energia (kJ);
Potência = potência de corte (kW);
D = diâmetro da tora (m);
Vf = velocidade de avanço (m.min
-1
).
kD
E
Es
××
×
=
2
4
π
(7)
Em que:
Es = energia específica (kJ.cm
-3
);
E = energia (kJ);
D = diâmetro médio da tora (cm);
k = espessura do dente (cm).
21
22
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado
(DIC), em esquema fatorial 3 x 3 x 4 x 2 (velocidade de corte x velocidade de
avanço x número de dentes x umidade) com 25 repetições e 3 x 3 x 4 x 1 com 20
repetições para o MN 463 e VM 01, respectivamente. Os dados foram
submetidos a análise de variância e foi realizado teste de comparação de médias
pelo teste Tukey a 5% de significância, sendo comparados os dados entre os dois
clones.
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Clone MN 463
O tratamento com a velocidade de corte de 70 m.s
-1
apresentou o maior
consumo de energia específica (5,20 x 10
-2
kJ.cm
-3
) ao corte. Para a média geral
dos dados para o corte de madeira seca e verde, as três velocidades de corte
foram estatisticamente diferentes (Tabela 1A).
Observa-se na Tabela 3 que os efeitos principais e suas interações foram
significativos. O desdobramento da característica velocidade de corte em cada
nível de velocidade de avanço, número de dentes e umidade foi executado pela
comparação múltipla, a 5% de significância, pelo teste de Tukey (Tabela 1A).
TABELA 3 Resumo da análise de variância para o consumo da energia
específica de corte da madeira do clone de Eucalyptus sp. MN 463,
em função das velocidades de corte, velocidade de avanço, número
de dente, umidade e suas respectivas interações duplas, triplas e
quádruplas.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Velocidade de corte (Vc) 2 0,013918*
Velocidade de avanço (Vf) 2 0,295054*
Número de dentes (Z) 3 0,028655*
Umidade (U) 1 0,012012*
Vc x Vf 4 0,001161*
Vc x Z 6 0,003710*
Vc x U 2 0,046641*
Vf x Z 6 0,002755*
Vf x U 2 0,008677*
Z x U 3 0,008988*
Vc x Vf x Z 12 0,002518*
Vc x Vf x U 4 0,016664*
Vf x Z x U 6 0,002272*
Vc x Vf x Z x U 12 0,002200*
Erro 1734 0,000052
Total corrigido 1799
Média geral = 0,0483 e CV = 14,92 % * - significativo a 5% de significância
Observa-se que maiores velocidades de corte apresentaram maiores
consumos de energia específica, independentemente da umidade das toras
(Figuras 7, 8 e 9). Altas velocidades de corte estão associadas a maiores valores
de frequências de rotação elevando, consequentemente, a potência requerida ao
corte (Equações 5, 6 e 7). Esses dados corroboram com Meyer (1926), citados
por Kollmann & Cotê Júnior (1968), que verificou menor eficiência da energia
de corte da madeira com elevadas velocidades de corte, em serras circulares.
Vc = 46 m.s
-1
1
3
5
7
9
15 20 25 30 35 40 45 50
Números de dentes
Es (x 10
-2
kJ.cm
-3
)
Vf = 17 m/min Vf = 12 m/min Vf = 7 m/min
Vf = 17 m/min Vf = 12m/min Vf = 7m/min
FIGURA 7 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira do
clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do número de dentes,
para a velocidade de corte de 46 m.s
-1
.
24
Vc = 58 m.s
-1
1
3
5
7
9
11
13
15
15 20 25 30 35 40 45 50
Número dentes
Es (x 10
-2
kJ.cm
-3
)
Vf = 17 m/m in Vf = 7 m/min Vf = 12 m/min
Vf = 17m/min Vf = 7m /min Vf = 12 m/min
FIGURA 8 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira do
clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do número de dentes,
para a velocidade de corte de 58 m.s
-1
.
Vc = 70 m.s
-1
1
3
5
7
9
11
15 20 25 30 35 40 45 50 55
mero dentes
Es (x 10
-2
kJ.cm
-3
)
Vf = 17 m/m in Vf = 12 m/m in Vf = 7 m/min
Vf = 17 m/m in Vf = 12 m/m in Vf = 7 m/min
FIGURA 9 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira do
clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do número de dentes,
para a velocidade de corte de 70 m.s
-1
.
25
Contudo, é importante salientar que, independentemente das velocidades
de corte, a tendência observada ocorreu para as velocidades de avanço 7 e
17 m.min
-1
(Figuras 10, 11 e 12). Já para a velocidade de avanço de 12 m.min
-1
não observou esse comportamento e para velocidade de corte de 58 m.s
-1
o
consumo de energia específica foi o maior apresentado. Assim, a combinação de
velocidade de corte de 58 m.s
-1
e velocidade de avanço de 12 m.min
-1
, adotado
pela unidade produtora da V&M Florestal, não é recomendada para os clones
MN 463 e VM 01, independentemente da umidade da madeira.
Vf = 7 m.min
-1
1
3
5
7
9
11
13
15
15 20 25 30 35 40 45 50
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
FIGURA 10 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do
número de dentes, para a velocidade de avanço de 7 m.min
-1
.
26
Vf = 12 m.min
-1
1
3
5
7
9
11
13
15 20 25 30 35 40 45 50
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
FIGURA 11 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do número de dentes,
para a velocidade de avanço de 12 m.min
-1
.
Vf = 17 m.min
-1
1
2
3
4
5
15 20 25 30 35 40 45 50
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
Vc = 46 m/s Vc = 58 m/s Vc = 70 m/s
27
FIGURA 12 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do
número de dentes, para a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
.
28
Foi citado que é necessária a otimização de ajustes entre velocidades de
corte e de avanço. Desta forma, o motor elétrico não estará com sobrecarga e
conseqüentemente, não consumirá mais energia que a necessária ao corte da
madeira. Para a velocidade de corte de 58 m.s
-1
e as velocidades de avanço de 7
e 12 m.min
-1
, este último tratamento é o utilizado pela V&M Florestal, observou
(Tabela 1A) se tratar dos maiores consumo de energia específica (13,95 e
11,80 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Deve-se destacar que a serra utilizada possui os dentes
intercalados (um trapezoidal e um reto, sucessivamente). Serras circulares de
dentes trapezoidais são utilizadas quando se deseja obter melhor qualidade da
superfície do corte (Reval, 2009). Contudo, devido ao ataque direto oferecido
pelo peito destes tipos de dentes, ocorre aumento do esforço de corte. Já os
dentes das demais serras utilizadas foram alternos e possuem ataque progressivo
durante o corte, reduzindo seu esforço.
Para o corte transversal periférico 0° - 90° (Figura 1), que foi o utilizado
neste trabalho, o consumo de energia específica é menor que aquele apresentado
por outras famílias de corte. Este fato é em virtude da disposição das fibras da
madeira em relação ao gume de corte. Quando utilizou a serra de 40 dentes
intercalados (um trapezoidal e um reto, sucessivamente) além do corte 0° - 90°
existe uma tendência a obter o corte 45º - 90°, na região das arestas chanfradas
dos dentes trapezoidais. Este corte é mais próximo da família 90º - 90º, que
possui maior consumo energético influenciando diretamente no aumento do
consumo total de energia para o processamento da madeira.
Rodrigues & Coelho (2007) estudando o consumo de energia específica
para corte de metais verificaram que esta apresentava uma redução de seu valor
quando se aumentava a velocidade de corte. Os autores relataram que o
favorecimento da ductilidade do metal e da formação de cavaco foi devido ao
aumento da temperatura durante o corte. Observa-se que a madeira não
apresenta acentuado aumento da temperatura devido suas propriedades de
isolante térmico.
29
O consumo de energia específica durante o corte da madeira apresentou
relação linear tanto com as velocidades de avanço quanto com o número de
dentes das serras utilizadas. Essa relação foi observada para as duas umidades
estudadas. A redução do consumo de energia específica ocorre em função da
velocidade de avanço, independentemente das velocidades de corte utilizadas.
Esse comportamento também foi observado em usinagem de metais, descrito no
trabalho de Diniz et al. (2000). Segundo esses autores, durante o processo de
corte, uma porção do material removido (pedaço do cavaco) é direcionada entre
a superfície de folga da ferramenta e a superfície obtida (através do ângulo
livre). Esse fato gera o fluxo lateral de cavaco. Quando a magnitude desse fluxo
é pequena ocorre maior atrito entre a ferramenta de corte e a superfície da peça
usinada. Assim ocorre o aumento a energia consumida.
Foi observado, em geral, que o consumo de energia específica ao corte
foi menor em toras consideradas de verdes. Assim, indica-se o processamento
das toras num período de tempo mais curto possível após o abate da árvore.
Contudo, é importante que ocorra um planejamento desta operação. Deve-se
levar em conta o planejamento vinculado ao transporte das toras e ao processo
de secagem dos toretes antes do inicio da carbonização. Esses fatos devem ser
considerados pela unidade produtora da V&M Florestal. (Tabela 4A).
Na literatura é relatado que cortes de madeiras secas requerem maiores
esforços de corte e conseqüentemente consomem mais energia específica. Esse
comportamento foi observado para os fatores número de dentes e velocidades de
corte e de avanço. Entretanto, para a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
observou maior consumo de energia específica para as toras verdes
(Figuras 13, 14 e 15).
Vf = 7 m.min
-1
3
4
5
6
7
8
9
10
11
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Seca Verde
Seca Verde
FIGURA 13 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
seca e verde do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do
número de dentes, para a velocidade de avanço de 7 m.min
-1
.
Vf = 12 m.min
-1
2
3
4
5
6
7
8
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Seca Verde
Seca Verde
FIGURA 14 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
seca e verde do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do
número de dentes, para a velocidade de avanço de 12 m.min
-1
.
30
Vf = 17 m.min
-1
1
3
5
7
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
Seca Verde
Seca Verde
FIGURA 15 Tendência do consumo de energia específica de corte da madeira
seca e verde do clone MN 463 de Eucalyptus sp em função do
número de dentes, para a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
.
Cada ponto apresentado na Figura 15 representa a média de todos os
cortes efetuados com as diversas velocidades de corte em cada umidade. É
importante salientar que não foi determinado o perfil da variação radial da
umidade. Os resultados representam as energias especificas de corte
considerando a madeira numa umidade média para toda a forma cilíndrica da
tora. Este fato pode ter contribuído para que as toras verdes tenham consumido
maior energia específica de corte para velocidade de avanço de 17 m.min
-1
.
Considerando que é sabido da existência da variação da umidade no sentido
radial da tora, é desejável realizar ensaios de corte com ponderação da energia
específica consumida em função do volume madeira cortada em diferentes
umidades.
A tendência do consumo de energia específica de corte para as duas
umidades (toras secas e úmidas) foi aumentar em função de maior número de
31
32
dentes. Além disto, destaca-se novamente a serra circular de 40 dentes, que
apresentou os mais altos valores de consumo de energia específica ao corte.
Em toras consideradas verdes, as serras circulares de 40 e 48 dentes
apresentaram maiores consumos de energia específica de corte que a serra
circular de 24 dentes. Também observou que as duas primeiras foram iguais
estatisticamente. O tratamento que representou, em média, o menor consumo de
energia específica de corte foi o tratamento 19 (1,80 x 10
-2
kJ.cm
-3
), para a
velocidade de corte de 46 m.s
-1
. Já o tratamento de maior consumo médio foi o
tratamento 5 (8,94 x 10
-2
kJ.cm
-3
), para velocidade de 70 m.s
-1
(Tabela 1A).
Em toras consideradas secas, o consumo médio de energia específica de
corte foi estatisticamente igual para as serras de 20 e 24 dentes e o maior
consumo foi observado para a serra de 40 dentes.
No tratamento 24 e velocidade de corte de 46 m.s
-1
observou-se o menor
consumo de energia específica (1,96 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Já o tratamento 6 apresentou
o maior consumo de energia específica (13,95 x 10
-2
kJ.cm
-3
) foi observado no
para velocidade de corte de 58 m.s
-1
.
4.2 Clone MN 463 verde em comparação com VM 01 verde
Para ambos os clones, houve uma tendência de aumento do consumo de
energia específica em maiores velocidades de corte e uma redução do consumo
da energia específica com o aumento da velocidade de avanço (Tabela 2A). A
velocidade de corte de 70 m.s
-1
apresentou maior média geral do consumo de
energia específica de corte, 4,84 x 10
-2
kJ.cm
-3
. Já a velocidade de corte de
58 m.s
-1
, apresentou a menor média geral (4,16 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Conforme já
mencionado, maiores rotações elevam a potência do motor que conduz ao maior
consumo de energia específica de corte.
Para velocidade de avanço de 7 m.min
-1
, foi observado o maior consumo
médio de energia específica de corte (6,40 x 10
-2
kJ.cm
-3
). O menor consumo
médio de energia específica de corte foi observado para a velocidade de avanço
33
de 17 m.min
-1
(2,74 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Como explicado anteriormente, o fato de
maiores velocidades de avanço consumirem menores quantidades de energia
específica de corte por ser explicado devido o fluxo lateral do cavaco
(Diniz et al., 2000).
Observa-se pela análise de variância (Tabela 4) que os efeitos principais
e suas interações foram significativos com dependência entre os fatores. O
desdobramento da característica velocidade de corte em cada nível de velocidade
de avanço, número de dentes e clone foi executado pela comparação múltipla, a
5% de significância, pelo teste de Tukey (Tabela 2A).
TABELA 4 Resumo da análise de variância para o consumo da energia
específica de corte da madeira dos clones de Eucalyptus sp. MN 463
e VM 01, em função das velocidades de corte, velocidade de
avanço, número de dente, clone e suas respectivas interações duplas,
triplas e quádruplas.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Velocidade de corte (Vc) 2 0,006320*
Velocidade de avanço (Vf) 2 0,163665*
Número de dentes (Z) 3 0,024844*
Clone 1 0,003921*
Vc x Vf 4 0,006710*
Vc x Z 6 0,004246*
Vc x Clone 2 0,016456*
Vf x Z 6 0,002986*
Vf x Clone 2 0,000153*
Z x Clone 3 0,006511*
Vc x Vf x Z 12 0,002190*
Vc x Vf x Clone 4 0,008087*
Vf x Z x Clone 6 0,001025*
Vc x Vf x Z x Clone 12 0,002823*
Erro 1374 0,000038
Total corrigido 1799
Média geral = 0,0442 e CV = 13,98 % * - significativo a 5% de significância
Observou-se uma tendência do aumento do consumo de energia
específica de corte em função do aumento do número de dentes, para os dois
clones (Figuras 16, 17 e 18). As serras circulares de 40 e de 48 dentes
apresentaram, em média, maior consumo de energia específica de corte (5,11 e
5,16 x 10
-2
kJ.cm
-3
, respectivamente), sendo estas iguais estatisticamente. Já a
serra circular de 24 dentes apresentou em média menor consumo de energia
específica (3,57 x 10
-2
kJ.cm
-3
).
Vf = 7 m.min
-1
3
4
5
6
7
8
9
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 16 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de avanço de 7 m.min
-1
.
34
Vf = 12 m.min
-1
2
3
3
4
4
5
5
6
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 17 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de avanço de 12 m.min
-1
.
Vf = 17 m.min
-1
1
2
3
4
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 18 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
.
35
36
No corte da madeira do clone MN 463, as serras circulares de 40 e 48
dentes apresentaram maiores médias em geral do consumo de energia específica,
5,04 e 4,95 x 10
-2
kJ.cm
-3
, respectivamente. Contudo, esses valores foram
estatisticamente iguais. A serra circular com 24 dentes alternos apresentou o
menor consumo médio de energia específica de corte, 3,76 x 10
-2
kJ.cm
-3
.
Para o clone MN 463, foi observado (Tabela 2A) que o tratamento 5
com velocidade de corte de 70 m.s
-1
resultou no maior consumo de energia
específica de corte (9,02 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Já o menor consumo de energia
específica (1,88 x 10
-2
kJ.cm
-3
) foi apresentado pelo tratamento 19 com
velocidade de corte de 46 m.s
-1
.
Para madeira do clone VM 01, a serra de 48 dentes apresentou maior
consumo médio de energia específica de corte (5,38 x 10
-2
kJ.cm
-3
). Já a serra de
20 dentes alternos apresentou o menor consumo médio (3,11 x 10
-2
kJ.cm
-3
).
O maior consumo de energia específica de corte (11,52 x 10
-2
kJ.cm
-3
)
foi observado no tratamento 8, para o clone VM 01, na velocidade de corte de
58 m.s
-1
. Já o tratamento 18 para a velocidade de 46 m.s
-1
apresentou o menor
consumo de energia específica com 1,10 x 10
-2
kJ.cm
-3
(Tabela 2A).
Foi observado que independente da densidade dos clones, das
velocidades de corte e de avanço, houve um aumento do consumo de energia
específica de corte em relação ao aumento do número de dentes da serra circular.
Na análise geral dos dados (Figuras 19, 20 e 21), observou-se que o clone
MN 463 (0,514 g.cm
-3
) apresentou maior consumo de energia específica de corte
em relação ao clone VM 01 (0,574 g.cm
-3
), cujas médias de energia específica
foram de 4,59 e 4,26 x 10
-2
kJ.cm
-3
, respectivamente. Observa-se que o clone
com maior valor numérico da densidade apresentou menor consumo de energia
específica de corte, contradizendo a literatura em geral. Contudo, as análises de
variâncias da umidade (Tabela 5A) e da densidade básica (Tabela 6A) das toras
dos clones MN 463 e VM 01, apresentaram igualdade estatística para essas
variáveis, não podendo inferir que a madeira do clone VM 01 é mais densa.
Vc = 46 m.s
-1
2
3
3
4
4
5
5
6
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 19 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de corte de 46 m.s
-1
.
Vc = 58 m.s
-1
1
3
5
7
9
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 20 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de corte de 58 m.s
-1
.
37
Vc = 70 m.s
-1
2
4
6
8
15 20 25 30 35 40 45 50 55
Número de dentes
Es (x10
-2
kJ.cm
-3
)
VM 01 MN 463
VM 01 MN 463
FIGURA 21 Tendência do consumo de energia específica de corte para os
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em função do número
de dentes para a velocidade de corte de 70 m.s
-1
.
Os valores médios de energia específica ao corte para o clone MN 463
corresponderam a um aumento médio de 7,7% em relação ao clone VM 01.
38
39
5 CONCLUSÕES
Por meio das análises executadas para os clones MN 463 e VM 01,
velocidades de corte, velocidades de avanço, umidade, número e geometria de
dentes das serras circulares, pôde-se concluir que:
9 maiores velocidades de corte e menores velocidades de avanço
apresentaram maiores consumos de energia específica de corte;
9 a serra circular de 40 dentes trapezoidais e retos intercalados
apresentou maior consumo de energia específica de corte, sendo
considerada não adequada;
9 a interação entre a velocidade de corte de 46 m.s
-1
, a velocidade de
avanço de 17 m.min
-1
e a serra circular de 24 dentes alternos
apresentou melhores resultados de consumo de energia específica de
corte para a madeira considerada de verde do clone MN 463;
9 para a madeira seca do clone MN 463, a velocidade de corte de
46 m.s
-1
, a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
e a serra circular de
48 dentes alternos foi a interação que apresentou menores consumos
de energia específica de corte;
9 madeira seca do clone MN 463 necessitou de maiores quantidades
de energia específica de corte;
9 para o clone VM 01 verde, a interação entre a velocidade de corte de
46 m.s
-1
, a velocidade de avanço de 17 m.min
-1
e a serra circular de
20 dentes alternos apresentou menor consumo de energia específica
de corte;
9 a madeira verde do clone MN463 exigiu maior quantidade de
energia específica de corte em relação a madeira verde do VM 01.
40
6 RECOMENDAÇÕES
A partir dos resultados obtidos bem como das conclusões realizadas,
recomenda-se estudos mais aprofundados, principalmente no que diz respeito a:
9 realização do presente estudo com a madeira seca do clone VM 01
para comparação dos resultados com os da condição verde já
estudada nesta pesquisa;
9 o aumento de intervalos regulares das velocidades de avanço e de
corte para cada geometria de dente das serras circulares permitindo
melhor visualização da influência no consumo de energia específica
de corte;
9 verificar o desgaste dos dentes das diferentes serras circulares para
os diversos tratamentos estudados;
9 estudos do consumo de energia específica em serra circular com
dentes de ataque progressivo na máquina da unidade produtora da
V&M Florestal, por meio da instalação de inversores de freqüência;
9 estudos do consumo de energia específica de corte das toras em
função da distribuição radial de umidade e densidade.
41
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ANEXOS
Página
TABELA 1A Comparação múltipla das médias de consumo da
energia específica de corte (x 10
-2
kJ.cm
-3
) do clone
de Eucalyptus sp. MN463, para o desdobramento da
velocidade de corte em cada nível da velocidade de
avanço, número de dentes e umidade ........................
47
TABELA 2A Comparação múltipla das médias de consumo da
energia específica de corte (x 10
-2
kJ.cm
-3
) dos
clones de Eucalyptus sp. MN463 e VM 01, para o
desdobramento da velocidade de corte em cada
nível da velocidade de avanço, número de dentes e
clone ..........................................................................
48
TABELA 3A Quadro da umidade média na base seca (%) das
toras utilizadas dos clones de Eucalyptus sp.
MN 463 e VM 01 em cada tratamento ....................
49
TABELA 4A Resumo da análise de variância das umidades das
madeiras do clone de Eucalyptus sp. MN 463 ..........
50
TABELA 5A Resumo da análise de variância das madeiras
denominadas verdes, para os clones de
Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01, em função da
umidade .....................................................................
50
TABELA 6A Resumo da análise de variância da madeira dos
clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01, em
função da densidade básica .......................................
50
46
TABELA 1A Comparação múltipla das médias de consumo da energia
específica de corte (x 10
-2
kJ.cm
-3
) do clone de Eucalyptus sp.
MN 463, para o desdobramento da velocidade de corte em cada
nível da velocidade de avanço, número de dentes e umidade.
Velocidades de corte (m.s
-1
)
Trat.
Velocidade
de avanço
(m.min
-1
)
Nº de
dentes
Umidade
46 58 70
T1 7 20 verde 6,31 c 6,06 c 8,05 c
T2 7 20 seca 4,84 c 7,42 c 6,86 c
T3 7 24 verde 6,62 c 2,05 a 6,96 c
T4 7 24 seca 5,00 c 9,14 c 6,06 c
T5 7 40 verde 8,45 c 3,75 a 8,94 c
T6 7 40 seca 7,72 c 13,95 c 8,44 c
T7 7 48 verde 6,94 c 5,92 c 8,82 c
T8 7 48 seca 7,20 c 8,86 c 7,61 c
Média 6,64 A 7,14 B 7,72 C
T9 12 20 verde 3,59 b 4,28 b 4,72 b
T10 12 20 seca 3,68 b 4,33 b 4,47 b
T11 12 24 verde 3,38 b 2,17 a 4,67 b
T12 12 24 seca 4,17 b 4,80 b 3,22 b
T13 12 40 verde 3,97 b 5,06 b 5,04 b
T14 12 40 seca 4,78 b 11,80 b 4,73 b
T15 12 48 verde 4,35 b 3,77 b 5,61 b
T16 12 48 seca 3,93 b 3,88 b 4,93 b
Média 3,98 A 5,01 C 4,67 B
T17 17 20 verde 2,42 a 2,66 a 3,03 a
T18 17 20 seca 2,01 a 2,39 a 2,65 a
T19 17 24 verde 1,80 a 2,70 b 3,37 a
T20 17 24 seca 2,16 a 2,33 a 2,14 a
T21 17 40 verde 2,33 a 3,36 a 4,23 a
T22 17 40 seca 3,10 a 3,13 a 3,19 a
T23 17 48 verde 2,03 a 3,08 a 3,90 a
T24 17 48 seca 1,96 a 2,99 a 3,14 a
Média 2,23 A 2,83 B 3,21 C
Médias seguidas da mesma letra maiúscula e minúscula na linha, não diferem
entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
47
TABELA 2A Comparação múltipla das médias de consumo da energia
específica de corte (x 10
-2
kJ.cm
-3
) dos clones de Eucalyptus sp.
MN 463 e VM 01, para o desdobramento da velocidade de corte
em cada nível da velocidade de avanço, número de dentes e
clone.
Velocidades de corte (m.s
-1
)
Trat.
Velocidade
de avanço
(m.min
-1
)
Número
de dentes
Clone
46 58 70
T1 07 20 MN463 6,31 a 6,19 a 8,14 b
T2 07 20 VM01 6,65 c 2,62 a 4,70 b
T3 07 24 MN463 6,60 b 2,11 a 6,92 b
T4 07 24 VM01 5,90 c 2,26 a 4,99 b
T5 07 40 MN463 8,38 b 3,87 a 9,02 c
T6 07 40 VM01 8,23 b 10,18 c 5,07 a
T7 07 48 MN463 6,93 b 5,91 a 8,92 c
T8 07 48 VM01 7,67 b 11,52 b 4,56 a
T9 12 20 MN463 3,60 a 4,33 b 4,67 b
T10 12 20 VM01 2,71 b 2,18 a 3,47 c
T11 12 24 MN463 3,43 b 2,15 a 4,66 c
T12 12 24 VM01 3,19 a 3,20 a 4,28 b
T13 12 40 MN463 4,00 a 5,14 b 5,02 b
T14 12 40 VM01 4,02 a 5,00 b 5,02 b
T15 12 48 MN463 4,36 b 3,80 a 5,57 c
T16 12 48 VM01 4,26 a 6,26 c 4,73 b
T17 17 20 MN463 2,45 a 2,70 ab 3,08 b
T18 17 20 VM01 1,10 a 1,97 b 2,59 c
T19 17 24 MN463 1,88 a 2,69 b 3,42 c
T20 17 24 VM01 1,39 a 2,60 b 2,52 b
T21 17 40 MN463 2,32 a 3,39 b 4,22 c
T22 17 40 VM01 2,56 a 3,20 b 3,35 b
T23 17 48 MN463 2,09 a 3,10 b 3,83 c
T24 17 48 VM01 2,60 a 3,44 b 3,35 b
Média geral 4,28 B 4,16 A 4,84 C
Médias seguidas da mesma letra maiúscula e minúscula na linha, não diferem
entre si, pelo teste de Tukey, a 5% de significância.
48
TABELA 3A Quadro da umidade média na base seca (%) das toras utilizadas
dos clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01 em cada
tratamento.
Umidade
base seca (%)
VM 01 MN 463
Velocidade
de avanço
(m.min
-1
)
Velocidade
de corte
(m.s
-1
)
Número
de
dentes
Verde Verde Seca
07 46 20 67,8 70,8 57,2
07 46 24 64,8 68,1 39,4
07 46 40 54,0 55,4 24,4
07 46 48 74,9 66,5 19,0
07 58 20 78,8 60,4 19,1
07 58 24 75,0 45,2 20,1
07 58 40 58,2 58,8 38,9
07 58 48 69,6 57,7 18,6
07 70 20 67,3 57,0 17,3
07 70 24 63,2 57,1 19,8
07 70 40 58,7 76,2 20,9
07 70 48 66,5 63,7 57,5
12 46 20 72,7 82,9 22,2
12 46 24 64,4 76,6 19,3
12 46 40 55,3 95,0 18,1
12 46 48 62,0 77,2 21,5
12 58 20 60,5 78,1 37,8
12 58 24 66,8 57,6 21,2
12 58 40 72,0 77,2 29,6
12 58 48 77,4 68,8 18,8
12 70 20 70,7 79,9 22,5
12 70 24 82,1 81,4 27,1
12 70 40 71,1 71,1 17,3
12 70 48 72,7 78,0 30,1
17 46 20 84,3 75,6 21,1
17 46 24 87,5 69,3 20,6
17 46 40 80,3 88,6 44,4
17 46 48 91,9 63,9 19,1
17 58 20 96,5 84,7 26,3
17 58 24 96,3 83,6 18,3
17 58 40 89,9 58,3 17,3
17 58 48 84,0 66,6 19,9
17 70 20 89,7 67,3 20,6
17 70 24 85,1 69,9 46,0
17 70 40 90,3 87,4 17,1
17 70 48 93,3 91,2 20,4
49
TABELA 4A Resumo da análise de variância das umidades das madeiras do
clone de Eucalyptus sp. MN 463.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Umidade 1 37278,151250*
Erro 70 128,680679
Total corrigido 71
Média geral = 48,5542 e CV = 23,36% * – significativo a 5% de significância
TABELA 5A Resumo da análise de variância das madeiras denominadas verdes,
para os clones de Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01, em função da
umidade.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Clones 1 229,336806
n.s
Erro 70 141,709853
Total corrigido 71
Média geral = 73,0931 e CV = 16,29%
ns
– não significativo a 5% de
significância
TABELA 6A Resumo da análise de variância da madeira dos clones de
Eucalyptus sp. MN 463 e VM 01, em função da densidade básica.
Fonte de Variação Grau de Liberdade Quadrado Médio
Clones 1 0,375000
ns
Erro 4 0,125000
Total corrigido 5
Média geral = 0,7500 e CV = 47,14%
ns
– não significativo a 5% de
significância
50
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