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MARIANA LAGE-MARQUES
Estudo da ozonioterapia como contribuição
para a Odontologia Veterinária
SÃO PAULO
2008
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MARIANA LAGE-MARQUES
Estudo da ozonioterapia como contribuição para
a Odontologia Veterinária
Dissertação apresentada ao
Programa de Pós-Graduação em
Clínica Cirúrgica Veterinária da
Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da
Universidade de São Paulo para
obtenção do título de Mestre em
Medicina Veterinária
Departamento:
Cirurgia
Área de Concentração:
Clínica Cirúrgica Veterinária
Orientador
Prof. Dr. Marco Antônio Gioso
SÃO PAULO
2008
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Autorizo a reprodução parcial ou total desta obra, para fins acadêmicos, desde que citada a fonte.
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO-NA-PUBLICAÇÃO
(Biblioteca Virginie Buff D’Ápice da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo)
T.2093 Lage-Marques, Mariana
FMVZ Estudo da ozonioterapia como contribuição para a odontologia
veterinária / Mariana Lage-Marques. – São Paulo : M. Lage-Marques, 2008.
65 f. : il.
Dissertação (mestrado) - Universidade de São Paulo. Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia. Departamento de Cirurgia, 2009.
Programa de Pós-Graduação: Clínica Cirúrgica Veterinária.
Área de concentração: Clínica Cirúrgica Veterinária.
Orientador: Prof. Dr. Marco Antônio Gioso.
1. Ozônio. 2. Ozonioterapia. 3. Antimicrobiano. 4. Imunomodulação.
5. Odontologia veterinária. I. Título.
FOLHA DE AVALIAÇÃO
Nome: LAGE-MARQUES, Mariana
Título: Estudo da ozonioterapia como contribuição para a Odontologia Veterinária
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-Graduação em Clínica Cirúrgica
Veterinária da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia da Universidade
de São Paulo para obtenção do título de
Mestre em Medicina Veterinária
Data:____/____/____
Banca Examinadora
Prof. Dr. _________________________ Instituição:___________________
Assinatura: ______________________ Julgamento:__________________
Prof. Dr. _________________________ Instituição:___________________
Assinatura: ______________________ Julgamento:__________________
Prof. Dr. _________________________ Instituição:___________________
Assinatura: ______________________ Julgamento:__________________
AGRADECIMENTOS
Deus, meu grande guia. Obrigada por sempre estar ao meu lado.
Minha Mãe, Heloisa de Carvalho Pinto Lage-Marques, parceira e grande
amiga fiel e companheira. Enche-me de forças diariamente.
José Luiz Lage-Marques, pai e exemplo de profissional. Se entregou à
profissão e a sua grande missão: educar. Meu sempre e grande exemplo de
vida, de honestidade, guerreiro, amigo.
Maria Isabel, minha irmã, amiga nas horas de aperto, distante e presente ao
mesmo tempo.
6
Pedro, meu irmão querido, maduro, honesto, fiel, carinhoso e companheiro,
meu grande orgulho.
José Manuel Pedreira Mouriño, meu companheiro. Obrigada pela paciência.
Waldemar Lage Marques e Julieta Lage Marques (in memorian), Vera Gomes
de Carvalho Pinto e Júlio de Carvalho Pinto (in memorian)
Ao meu grande colega e amigo Marco Antônio León-Roman que me ensinou
a Odontologia Veterinária. Sempre do meu lado, motivando e ao mesmo
tempo fazendo chorar. Agradeço por isso.
7
Aos companheiros de pós-graduação: Fernanda Maria Lopes, Fernanda A.
Hofmann, Jonathan Ferreira, Sérgio Camargo, Vanessa G. G. Carvalho,
Roberto S. Fecchio, Samira Abdalla e Lenin Arturo V. Martínez. Sem vocês
não teria terminado este trabalho. A ajuda de vocês foi fundamental, desde
sempre, até o final do trabalho.
Ao amigos do ODONTOVET Daniel G. Ferro, Michelle A. F. A. Venturini e
Herbert L. Corrêa, por todo o apoio desde a minha época de estagiária até
hoje.
Carlos Góes Nogales, parceiro na Ozonioterapia, que ajudou com o
desenvolvimento deste trabalho.
Leandro Spett, grande amigo que ajudou com o esquema da ação do ozônio
na célula.
José Mirón Oliveira da Silva, querido funcionário da FMVZ-USP, exemplo de
profissional sempre sorridente, prestativo e atencioso. Não me lembro quando
foi negou algum pedido.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Prof. Dr. Marco Antônio Gioso, meu mestre na vida e na Odontologia
Veterinária. Exemplo de profissional, líder e amigo. Desde o meu primeiro
contato com o Laboratório de Odontologia Comparada da FMVZ-USP soube
me motivar a trabalhar pela nossa profissão. Obrigada pelo voto de confiança
e todas as oportunidades oferecidas.
RESUMO
LAGE-MARQUES, M. Estudo da ozonioterapia como contribuição para a
Odontologia Veterinária. [Ozone therapy, contributions for Veterinary Dentistry].
2008. 65f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo 2009.
O ozônio, forma triatômica do oxigênio, tem sido amplamente estudado ao
longo dos anos. Sua aplicação destaca-se devido ao seu alto poder oxidativo
na ação contra bactérias, fungos, protozoários e vírus. A alta instabilidade faz com
que o gás transforme-se em oxigênio após determinado tempo, não liberando
resíduos no ambiente. Também tem sua aplicação estudada de forma a aprimorar
o sistema circulatório, produzindo aumento na oxigenação tecidual, estimulando a
produção de antioxidantes endógenos e causando efeito imunomodulador (com a
estimulação da liberação de citocinas). Foi o objetivo deste trabalho a organização
das informações sobre o ozônio empregado na Medicina Veterinária e Odontologia
Humana, principalmente suas aplicações como antimicrobiano, para esclarecer a
importância de suas utilizações e fornecer subsídios para que a ozonioterapia
possa ser utilizada na Odontologia Veterinária. Assim, com base na literatura, foi
possível concluir que a ozonioterapia constitui proposta coadjuvante promissora
diante da necessidade do controle da infecção, além da ação imunomoduladora
que pode ser empregada nas mais variadas situações da prática clínica.
Palavras-chave: Ozônio. Ozonioterapia. Antimicrobiano. Imunomodulação.
Odontologia Veterinária.
ABSTRACT
LAGE-MARQUES, M. Ozone therapy, contributions for Veterinary Dentistry.
[Estudo da ozonioterapia como contribuição para a Odontologia Veterinária].
2008. 65f. Dissertação (Mestrado em Medicina Veterinária) – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
Ozone, the triatomic form of oxygen, has been widely studied over the years.
With a very oxidative potential, acts against bacteria, fungi, protozoa and viruses.
The high instability, after a few minutes makes it return to the oxygen form. This is
important because of the non residual effect on the environment. The ozone has
also an immune modulating effect, stimulating the release of endogenous anti-
oxidants and acts in the circulation system inducing to an increase on oxygen
tissue levels. This research aimed to gather information about ozone, particularly
the antimicrobial effect, raising the importance of the applications, aiming a
possible use of the ozone in Veterinary Dentistry. Therefore, it is possible to
conclude that the ozone therapy can be an important adjuvant to infectious
diseases control, and can be used in different types of clinical applications.
Key words: Ozone. Ozone therapy. Antimicrobial. Immune modulation.
Veterinary Dentistry.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1 - Esquema de um sistema de geração de ozônio, a partir do ar comprimido
que demonstra a filtração, compressão, resfriamento e desumidificação o
qual o ar precisa sofrer para geração do ozônio............................................23
Figura 2 - Esquema que demonstra a ação do ozônio no metabolismo das
hemácias.......................................................................................................26
ABREVIATURAS E SIGLAS
O
3
Ozônio
Km Quilômetro
UV-A Raio ultravioleta tipo A
UV-B Raio ultravioleta tipo B
UV-C Raio ultravioleta tipo C
Vitamina D Calciferol
O
2
Oxigênio
O Oxigênio atômico
CFC Clorofluorcarbono
mg/dl Miligrama por decilitro
dl Decilitro
pH Potencial Hidrogeniônico
Ppmv Partes por milhão por volume
µg/ml Micrograma por mililitro
ERO Espécies reativas do oxigênio
13
O
2•
-
Ânion superóxido
H
2
O
2
Peróxido de hidrogênio
OH• Radical Hidroxila
1
O
2
Oxigênio singleto
DNA Ácido desoxirribonucléico
mg/kg miligrama por quilograma
Ca
2+
Cálcio
SOD Superóxido desmutase
NADPH Fosfato de dinucleótido de nicotinamida e adenina
GSH-Rd Glutationa redutase
GSSH Glutationa oxidada
GSH Glutationa reduzida
NADP Nicotinamida-adenina-dinucleotídeo-fosfato-reduzido
G6PD Glicose 6- fosfato desidrogenase
ATP Adenosina trifosfato
2,3 DPG 2,3 difosfoglicerato
IκB Enzima inibidora da NFκB
NFκB Fator de transcrição
TNF Fator de necrose tumoral
GSH-Px Glutationa peroxidase
IFN Interferon
IL Interleucina
15
TGF- β Fator de transformação de crescimento
HSP Proteína cognata
M Concentração molar ou molaridade
Na/K-ATPase Na/K-ATPase
O3-AHT Autohemoterapia maior
PDT Terapia fotodinâmica
Min minuto
UFC Unidade Formadora de Colônia
HOCL Ácido hipocloroso
SÍMBOLOS
α Alfa
β Beta
γ Gamma
µ Mi
o
C graus Celsius
% Porcentagem
κ Kappa
x vezes
SUMÁRIO
1 INTRODUÇAO............................................................................................................17
2 REVISÃO DE LITERATURA ......................................................................................20
2.1 HISTÓRIA DO OZÔNIO NAS CIÊNCIAS DA SAÚDE .............................................21
2.1.1 Produção comercial do ozônio médico.............................................................22
2.2 UMA SUBSTÂNCIA OXIDANTE IMUNOMODULADORA........................................24
2.3 MECANISMO DE AÇÃO ANTIMICROBIANO ..........................................................29
2.4 FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO .............................................................................30
2.4.1Autohemoterapia maior (O
3
-AHT) .......................................................................30
2.4.2 Autohemoterapia menor .....................................................................................31
2.4.3 Insuflação retal ....................................................................................................32
2.4.5 Intra-articular ou em disco intervertebral..........................................................33
2.4.6 Ação antimicrobiana do ozônio sob a forma de gás........................................34
2.4.7 Água ozonizada ...................................................................................................35
2.4.8 Óleo ozonizado....................................................................................................38
2.4.9 Na Medicina Veterinária......................................................................................39
2.5 EFEITO CITOTÓXICO .............................................................................................39
2.6 CONTRA-INDICAÇOES...........................................................................................40
3 DISCUSSÃO...............................................................................................................43
4 CONCLUSÃO .............................................................................................................55
REFERÊNCIAS..............................................................................................................57
Introdução
17
1 INTRODUÇAO
A evolução das pesquisas voltadas à aplicação do ozônio sob a forma
medicinal tem aumentado de forma significativa. Os conhecimentos adquiridos in
vitro ou in vivo têm sido desenvolvidos pela Medicina, Odontologia e Veterinária e
permitem novas descobertas, além das já utilizadas amplamente, como no
tratamento de água.
Sua utilização de forma segura em organismos vivos tem sido a ação descrita
sobre bactérias, fungos, protozoários e vírus. Age nos constituintes da membrana
citoplasmática reagindo com os ácidos graxos poliinsaturados, inibindo e
bloqueando o sistema de controle enzimático, com isso causa alteração da
permeabilidade e a lise celular (WICKRAMANAYAKE et al., 1984).
O ozônio possui também ação imunomoduladora quando aplicado sob a
forma sistêmica. De acordo com a dose, é capaz de aumentar a produção de
antioxidantes endógenos e liberar substâncias que atuam como mensageiras para
sistema imune (BOCCI, 1996).
Tendo por objetivo a utilização do ozônio pela Odontologia Veterinária, foi
realizada uma revisão de literatura para que possam ser analisadas as formas de
aplicação que mais se enquadram para as dificuldades encontradas nesta área,
mais especificamente para doenças em que estão envolvidas bactérias. Destaca-se
a doença periodontal, que acomete 80% dos animais domésticos, considerada uma
doença infecciosa e inflamatória comum que está relacionada à destruição do tecido
ao redor do dente (gengiva, cemento, ligamento periodontal e osso alveolar) em
resposta ao processo inflamatório provocado principalmente por bactérias (HARVEY
et al., 1995).
Debowes et al., em 1996 demonstraram uma correlação positiva entre a
severidade da doença periodontal e lesões histológicas em rins, fígado e miocárdio.
A exposição crônica do organismo aos causadores da doença periodontal resulta em
resposta imunológica ou não. Ainda segundo estes autores, as citocinas e outros
mediadores inflamatórios que induzem gengivite e periodontite promovem destruição
tecidual que pode atingir níveis sistêmicos afetando o tecido cardiovascular e
placenta.
18
A doença quando estabelecida apresenta microorganismos “chave”. Na
região subgengival de cães com gengivite, dos aeróbicos gram-positivos mais
encontrados foram o Staphylococcus e Streptococcus spp. (HARVEY et al., 1995;
LIPPOLIS et al., 2004), Pasteurela multocida, Escherichia coli e Fusobacterium russi
(ELLIOTT et al., 2005). Os anaeróbios obrigatórios descritos como mais encontrados
foram os Bacteroides, Fusobacterium, Peptostreptococcus, Porphyromonas e
Prevotella. A Porphyromonas aparece sob a forma de catalase-positiva (HARVEY et
al., 1995; RADICE et al., 2006).
Não foram encontrados relatos do uso da ozonioterapia na Odontologia
Veterinária, e para a sua utilização faz se necessário uma ordenação dos dados já
publicados, principalmente no que diz respeito à maneira pela qual o ozônio atua
(mecanismo de ação) e sobre quais microrganismos, em particular, os que estão
presentes na cavidade oral.
RevisãodeLiteratura
20
2 REVISÃO DE LITERATURA
O ozônio é uma variedade alotrópica do oxigênio (O
3
), que se forma na alta
atmosfera, naturalmente, por reações fotoquímicas. Serve de filtro contra as
radiações ultravioleta emitidas pelo sol quando à 25 km de altitude (UV-A, UV-B e
UV-C). Os raios UV-A auxiliam na síntese da vitamina D no organismo, UV-C são
absorvidos pela própria atmosfera, não provocando grandes problemas. Já o UV-B é
nocivo à saúde, com grande potencial carcinogênico. Os raios ultravioletas atuam
como uma descarga elétrica quebrando a ligação do O
2
,
transformando-o em
oxigênio atômico (O), formando o ozônio no meio ambiente, o que promove a
coloração azulada do céu. O ozônio no meio ambiente apresenta a principal função
de proteger o ecossistema contra esses raios ultravioletas. Substâncias como o
clorofluorcarbono (CFC), subproduto do cloro, destroem a camada de ozônio e como
conseqüência acarreta no efeito estufa. O CFC sobe para a alta atmosfera e reage
com os raios ultravioletas liberando cloro. O cloro que com densidade alta, desce
passando pela a camada de ozônio, reage produzindo óxidos de cloro e oxigênio
(BOCCI, 1996).
Possui a capacidade de oxidar componentes orgânicos e inorgânicos e age
como precipitante de metais pesados, através da formação das espécies reativas do
oxigênio (GLAZE, 1986). O ozônio, após ter a sua estrutura química descoberta,
passou a ser produzido com finalidade de desinfecção de água; com o tempo
possibilitou com que outras funções também lhe fossem atribuídas como a utilização
médica. É considerado o segundo elemento da natureza com maior poder oxidativo
perdendo apenas para o flúor (TORRES et al., 1996).
O gás é incolor, parcialmente solúvel em água, instável e evapora quando na
temperatura ambiente. Possui odor facilmente detectado mesmo em concentrações
muito baixas (0,01 a 0,05mg/dl). Fatores como temperaturas elevadas, radiação
ultravioleta, agentes catalisadores, potencial hidrogeniônico (pH) e força iônica
podem acelerar o processo de decomposição do ozônio (LAPOLLI et al., 2003).
Sua característica oxidante é desejável porque reduz a concentração e tempo
necessários para a desinfecção, que mesmo em doses baixas mostrou ser efetiva
(LAPOLLI et al., 2003).
21
Atualmente com a preocupação em formação de organoclorados a utilização
do ozônio ganhou força, além de evitar gastos excessivos com a decloração da
água. Além disso, possui poder de desinfecção 10 vezes maior que o cloro. Por isso
são destaques fatores como: a rapidez e eficiência na inativação dos
microrganismos, além de baixa toxicidade nos efluentes que sofreram processo de
ozonização (LAPOLLI et al., 2003).
2.1 HISTÓRIA DO OZÔNIO NAS CIÊNCIAS DA SAÚDE
A história do ozônio iniciou-se em 1834, através do químico alemão Christian
Friedrich Schönbein, professor da Universidade de Basel, que reconheceu
inicialmente o odor e passou a investigá-lo. Ele percebeu que ao liberar descarga
elétrica sobre a água era produzido um odor diferente, nomeado de ozon, do grego
ozein. Foi descrito como uma substância oxidante e também desinfetante.
Schönbein também notou que a concentração de ozônio aumentava de acordo com
a altitude. Um pouco antes da sua morte em 1867, ironicamente por Bacillus
anthracis, a fórmula molecular do ozônio foi reportada por Jacques-Louis Soret que
deixou claro que era composto de oxigênio (BOCCI, 1996).
O alemão Werner Von Siemens, em seguida, identificou a possibilidade de
geração de ozônio a partir do oxigênio e do ar, por intermédio de descargas
elétricas. Desenvolveu o primeiro gerador de ozônio capaz de eliminar
microorganismos, ressaltando sua alta instabilidade. Em 1889, Marius Paul Otto, na
Universidade de Sorbone em Paris, iniciou sua utilização como desinfetante. A partir
de 1893, começou a ser aplicado em estações de tratamento de água
desencadeando na primeira companhia especializada na construção e na instalação
de equipamentos para ozonização no tratamento de água (Compagnie Provençale
de L’Ozone) (RUBIN, 2001).
Durante a primeira guerra mundial foi utilizado de forma empírica para
tratamento de feridas infectadas e gangrenas. Seu efeito antimicrobiano é que
estimulou as pesquisas. Hans Wolff foi o primeiro a reportar a possibilidade de expor
o sangue a uma mistura de oxigênio e ozônio, criando a técnica que será
posteriormente descrita, a autohemoterapia. Junto com Joachim Hänsler fundaram
22
em 1972 a Sociedade Médica de Ozônio, com o principal objetivo de motivar
pesquisas voltadas a esse assunto, tornando a terapia com ozônio mais aceita
(BOCCI, 1996).
A ozonioterapia é a técnica que emprega ozônio como um agente terapêutico.
Atualmente são descritas nas: osteomielites, abscessos, úlceras de decúbito, pé
diabético, queimaduras, doenças isquêmicas, degeneração macular relacionada com
a idade (forma atrófica), problemas ortopédicos, fibromialgias, tratamento de cáries
dentárias, osteonecrose da mandíbula, infecções agudas e crônicas da cavidade
oral, hepatites, herpesvírus, papilomavírus, herpezoster, onicomicose,
criptosporidiose, fadiga em pacientes com câncer, doenças auto-imunes (artrites
reumatóides, doença de Crohn, psoríases, esclerose múltipla), doença pulmonares,
síndrome do estresse respiratório agudo, metástases, sepses e disfunção de vários
órgãos (BOCCI, 2005).
Hoje é um dos agentes sanitizantes em mais de 16 países tais como de Cuba,
Rússia, Polônia e China, Alemanha e Itália. Cuba possui 39 centros Clínicos de
Ozonioterapia. Na Europa atualmente mais de 10.000 médicos utilizam este método.
No Brasil sua utilização teve inicio entre 1975 e 1980 a partir de 2000 ganhou mais
adeptos. Em 2004, a cidade de Santo André, em São Paulo, sediou a primeira
conferência internacional sobre o uso medicinal do ozônio e em abril de 2006 foi
realizado em São Paulo o primeiro Congresso Internacional de Ozonioterapia, onde
foi criada a Associação Brasileira de Ozônioterapia (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE
OZÔNIOTERAPIA (200-)
2.1.1 Produção comercial do ozônio médico
A forma mais utilizada pelos geradores médicos na produção do ozônio é pela
descarga corona. Onde ocorre uma descarga elétrica pela diferença de potencial de
dois eletrodos em um fluxo gasoso de oxigênio medicinal. O campo elétrico fornece
energia suficiente aos elétrons para que ocorra o rompimento das duplas ligações da
molécula de oxigênio (O
2
), gerando dois átomos isolados. Esses átomos de oxigênio
reagem com outra molécula de O
2
formando o O
3
. Quando a produção é feita a partir
do ar comprimido, este precisa ser submetido a um pré-tratamento como filtração,
23
compressão, resfriamento e desumidificação (figura 1). Com a utilização de oxigênio
líquido precedido de um evaporador, o custo é reduzido e de fácil manipulação
(LAPOLLI et al., 2003).
(Fonte: LAPOLLI et al., 2003)
Figura 1 - Esquema de um sistema de geração de ozônio, a partir do ar comprimido
que demonstra a filtração, compressão, resfriamento e desumidificação
pelo qual o ar precisa sofrer para geração do ozônio
Após a produção do ozônio e utilização, antes de ser liberado ao meio
ambiente, ele deve ser submetido a mecanismos de destruição do gás, que pode ser
através de substâncias catalisadoras ou aquecimento, por meio de resistências
térmicas.
A concentração do ozônio é medida de formas diferentes nos Estados Unidos
e Europa. O que é importante saber é que a conversão segue 1ppmv = 0,002µg/ml
(partes por milhão por volume e microgramas por ml). A Organização Mundial de
Saúde permite o trabalho com ozônio por 8 horas com a concentração no ambiente
de até 0,06 ppmv ou 0,12 µg/ml (BOCCI, 2005). Promove alterações respiratórias
decorrentes da liberação de radicais livres e subprodutos da peroxidação lipídica no
trato respiratório após a inalação (BOCCI, 2007). O ozônio presente no ar, de forma
24
elevada induz problemas respiratórios, asma e reduz a função dos pulmões (WHO,
2008).
2.2 UMA SUBSTÂNCIA OXIDANTE IMUNOMODULADORA
O ozônio é capaz de induzir a liberação de espécies reativas do oxigênio, que
quando em concentrações controladas irá estimular a produção de antioxidantes,
além de regular a liberação dos eicosanóides. As ações físicas, químicas e
fisiológicas do ozônio estão quase estabelecidas. Sabe-se que o ozônio reage
imediatamente com determinado número de moléculas presentes dos fluidos
biológicos, chamadas de antioxidantes, proteínas e carboidratos (mais
especificamente os ácidos graxos poliinsaturados) (BOCCI, 1996).
Para o melhor conhecimento da ação do ozônio sobre os fluidos celulares e
fluidos corpóreos, importa lembrar que a respiração celular está baseada na
presença do oxigênio. Isso promove a liberação de espécies reativas do oxigênio
(ERO). São consideradas espécies reativas do oxigênio o ânion superóxido (O
2•
-
),
peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
), o radical hidroxila (OH•), o oxigênio singleto (
1
O
2
)
entre outras. As EROs podem atacar e lesionar várias moléculas biologicamente
importantes como proteínas, ácido desoxirribonucléico (DNA) e membranas,
induzindo a várias doenças crônicas, câncer e o envelhecimento. O radical hidroxila
é um dos componentes mais destrutivos (BOCCI, 1996).
Alguns autores descreveram a aplicação controlada do ozônio como um pré-
condicionamento oxidativo que previne o dano hepatocelular mediado por radicais
livres. A terapia com ozônio demonstrou preservar a integridade do fígado induzindo
enzimas ou ativando caminhos para manter o equilíbrio redox. A dose neste caso
utilizada para ratos foi de 1mg/kg e sugerida em humanos 0,25mg/kg. Um alto índice
da enzima superóxido desmutase e glutationa, baixo índice de peroxidação e
homeostase normal do Ca
2+
indicam o sucesso do tratamento (LEÓN et al., 1998).
A ação do ozônio, portanto, implica em dois tipos de processos:
Reação inicial com ozônio: quando o oxigênio é reduzido de forma
univalente, deixando um elétron livre em sua órbita externa, o que promove a
produção das espécies reativas do oxigênio (ERO), que algumas vezes
25
constituem os radicais livres, que desencadeiam as reações bioquímicas no
sangue (BOCCI, 1996).
Peroxidação lipídica: É o processo pelo qual as EROs agridem os ácidos
graxos poliinsaturados, desintegrando as membranas celulares promovendo a
perda da permeabilidade. A peroxidação lipídica também gera EROs, mais
especificamente o peróxido de hidrogênio (H
2
O
2
) e uma variedade de
aldeídos conhecidos como produtos da peroxidação lipídica, tais como
malondialdeído, 4-hidroxinonenal e isoprostanos que são inclusive utilizados
para avaliação do estado de estresse oxidativo de um organismo (LIMA e
ABDALLA, 2001; NAOUM, 2001).
Al-Dalain et al. (2001) constataram que o uso do ozônio como agente terapêutico,
reduziu os danos provocados pelas espécies reativas do oxigênio, e o uso em doses
baixas promoveu controle da diabetes e suas conseqüências, como por exemplo, o
pé diabético.
Segundo Alves et al. (2004) a dose de 50μg/kg
-1
aplicada por 10 dias
consecutivos, apresentou efeitos benéficos. Neste caso os autores aplicaram ozônio
diluído em 500 ml de solução salina, em eqüinos submetidos à síndrome de
reperfusão induzida por obstrução vascular de jejuno.
Os antioxidantes são substâncias que bloqueiam o efeito dos radicais livres
em um período de meio a um minuto. São classificados em enzimáticos a
superóxido dismutase (SOD), glutationa peroxidase/ redutase, glutaredoxina,
tioredoxina e catalase. E a concentração no organismo varia individualmente de
acordo com sexo, idade, dieta, época do ano e metabolismo. Os não enzimáticos
são algumas vitaminas lipossolúveis, hidrossolúveis, e os oligoelementos (BOCCI,
2005).
Essas duas reações de oxidação e principalmente a liberação do H
2
O
2
garantem as propriedades terapêuticas do ozônio. O peróxido de hidrogênio quando
em contato com o sangue rapidamente passa para o interior dos eritrócitos,
leucócitos e plaquetas, onde sofre ação destes antioxidantes endógenos e vira água.
Por passar para o interior das células, e desencadear reações bioquímicas, torna-se
torna o principal mensageiro que ativará a todo o processo (BOCCI et al., 2005).
O efeito do ozônio no sangue (figura 2) é induzir o estresse oxidativo que
libera radicais hidroxila. Com o tempo os antioxidantes que já sofreram a oxidação
retornam a sua forma reduzida com o auxílio da NADPH (fosfato de dinucleótido de
26
nicotinamida e adenina). Um exemplo é o que ocorre com a glutationa redutase
(GSH-Rd) que utiliza a NADPH para retornar a sua fase de glutationa oxidada
(GSSH) para a original (GSH). O NADP utilizado torna-se oxidado e é reduzido pelo
ciclo da pentose fosfato, onde a glicose 6-fosfato desidrogenase é a enzima chave.
Com isso há um aumento da glicólise com aumento dos níveis de ATP. Os eritrócitos
que estiverem em contato com o ozônio, em um curto período de tempo, tornam-se
capazes de aumentar a distribuição de oxigênio. Há um aumento da 2,3
difosfoglicerato (2,3 DPG) que atua na glicólise anaeróbica, responsável pela
dissociação da oxihemoglobina, que promove um aumento da oxigenação tecidual.
Como conseqüência há um aumento da adenosina trifosfato (ATP) também
responsável por estabilizar o potencial de membrana celular, e pode ser interpretado
como um aumento do metabolismo celular (BOCCI, 2005).
(Adaptado de VIENBAHN-HAESLER, 2003)
Figura 2 - Esquema que demonstra a ação do ozônio no metabolismo das hemácias.
27
Nos linfócitos o H
2
O
2
ativa a tirosina quinase que desprende a IκB, fator de
inibição que não permite a ativação da NFκB. Esta é um fator de transcrição, que
quando ativada permite a migração para o núcleo resultando na síntese de
proteínas. Pode estar envolvida na produção de enzimas, como óxido nítrico
sintetase e ciclooxigenase-2, superóxido dismutase, interleucinas, fator de necrose
tumoral (TNF), moléculas de superfície-1 de adesão de célula intracelular e E-
selectina. Nas plaquetas estimula a liberação de fatores de crescimento e nas
células endoteliais aumenta a produção de óxido nítrico (BOCCI, 2005).
Segundo Zamora et al. (2005) o uso do ozônio, como uma adaptação a
liberação de radicais livres, pode diminuir a liberação sérica do TNF-α. No modelo
experimental de choque séptico induzido em ratos, com a aplicação pela via
intraperitonial, autores indicaram aumento da atividade dos antioxidantes por meio
da estimulação hepática, mantém a IκB inibindo a NF-κB, desta forma não ocorre
liberação de citocinas e enzimas como o TNF-α e GSH-Px, que estão envolvidas na
indução e desenvolvimento do choque séptico.
As espécies reativas do oxigênio também irão resultar na liberação de
citocinas, termo genérico para designar as moléculas envolvidas na emissão de
sinais entre células durante a resposta imune. Estão entre elas os interferons (IFN-α,
IFN-β e IFN-γ), moléculas importantes na limitação da infecção viral. Produzidos na
fase inicial da infecção constituem a primeira linha de resistência a muitas doenças
virais. As interleucinas (IL-2, IL-6; IL-8) produzidas principalmente por células T, mas
também sintetizadas por macrófagos e células teciduais, atuam em células que
possuem receptores específicos para cada uma delas, promovendo entre suas
funções: ativação, proliferação, diferenciação e migração celular. Lembrando que
durante essa ativação a liberação da interleucina 10 e TGF-β1 coordena esta ação
não permitindo que seja exagerada (BOCCI et al., 2005).
Martinéz-Sanchez et al. (2005) descreveram que a adaptação ao estresse
oxidativo induzida através da aplicação do ozônio via insuflação retal, na diabetes
tipo dois, repetidamente em doses não tóxicas aparece controlando a curva
glicêmica, normalizando a liberação de peróxidos e ativando a superóxido
desmutase.
Em pacientes que apresentavam osteonecrose da mandíbula, foram feitas
aplicações do gás localmente por 5 minutos, duas vezes por semana em um total de
20 dias. A osteonecrose da mandíbula em humanos pode apresentar como fatores
28
etiológicos a osteomielite crônica, herpes zoster, radioterapia em pacientes
oncológicos. Ozônio atua preservando e induzindo a concentração dos antioxidantes
endógenos e bloqueando a xantina oxidase (enzima que produz ácido úrico),
caminho para geração de espécies reativas do oxigênio. O ozônio também pode
apresentar um efeito benéfico na circulação sanguínea aumentando a concentração
de eritrócitos, taxa de hemoglobina, diapedese e fagocitose e age estimulando o
sistema reticulo-histiócitos. Esses efeitos são mais visíveis em pequenos vasos e
capilares (AGRILLO et. al., 2006).
Inflamações crônicas típicas virais, doenças auto-imunes, diabetes,
arterosclerose e câncer liberam excessivamente espécies reativas do oxigênio que
podem acelerar o desenvolvimento destas doenças. Por este motivo, a indução do
estresse oxidativo com duração por dois a três minutos, e utilizando concentrações
“fisiológicas”, não pode ser equacionada como um estresse patológico (BOCCI,
2007).
Em casos de choque séptico, o pré-condicionamento com ozônio tem sido
capaz de resguardar o animal contra a depleção de glicogênio e prevenir sua
degradação até lactato, inibindo a acidose intracelular. Mantém também estável a
concentração intracelular de Ca
2+
(GALLARDO et al., 2008).
Chen et al. (2008) observaram a supressão pelo ozônio da liberação da
endotelina-1 após a reperfusão do rim após transplante. Acreditam que o mediador
que induz a liberação dos antioxidantes neste caso é o óxido nítrico.
Em pacientes que receberam transplante de fígado que foram submetidos ao
pré-condicionamento oxidativo, determinou-se uma maior capacidade de proteção
ao órgão contra dano isquêmico. O ozônio também reduziu a expressão da p65,
diminuiu a produção do TNF-α e promoveu uma redução da imunoreatividade da
proteína HSP-70. O que significa que preservou o equilíbrio redox, a função
mitocondrial e os pools de glutationa, bem como a regulação do NFκB e HSP-70
(LEÓN-HERNANDEZ et al., 2008).
29
2.3 MECANISMO DE AÇÃO ANTIMICROBIANO
Scott e Lesher (1962) indicaram que o ozônio atuava sobre a Escherichia coli,
atacando a estrutura dos ácidos nucléicos no interior das células. .
Segundo Wickramanayake et al. (1984) o ozônio tem ação estudada
especificamente sobre os microrganismos, neste estudo os autores compararam o
ozônio com o cloro e demonstraram que a ação do ozônio é de longe mais efetiva
que a do cloro sobre cistos de Giardia lamblia. Este estudo também comprovou a
ação do ozônio sobre cepas de E. coli, ressaltando maior sensibilidade quando em
comparação com a giárdia. Este protozoário apresentou maior sensibilidade ao
ozônio do que a G. muris; a concentração da água utilizada (0,05M), para este
experimento foi mensurada com espectrofotometria, e o tempo de exposição foi de
dois a cinco minutos, em temperatura de 22º C (FINCH et al., 1993).
Nas bactérias age nos constituintes da membrana citoplasmática, sistemas
enzimáticos e ácidos nucléicos, promovendo alteração na permeabilidade
conseqüentemente lise celular, no entanto esporos de C. sporogenes e B. subtilis
apresentaram resistência para a sua eliminação (RICKLOFF, 1987).
É capaz de inativar o vírus da Hepatite A, quando aplicado sob partículas
suspensas em solução salina, com concentração de 1mg/l em 60 segundos
(VAUGHN et al., 1990). Age nas proteínas celulares e nos ácidos nucléicos. A
resistência dos microrganismos ao ozônio ou a qualquer agente de desinfecção será
influenciada pela espécie e forma com que aparecem no meio (LAPOLLI et al.,
2003).
Young e Setlow (2004) mais recentemente, demonstraram que o ozônio é
capaz de eliminar esporos, e isto não ocorre por dano no DNA da célula; os autores
sugerem que pode ser por produzir defeitos na germinação, talvez por acometimento
da membrana interna.
A aplicação é importante quando sua ação é confirmada sobre
microorganismos presentes nas infecções hospitalares. A aplicação na dose de
25ppm por um período de 20 minutos apresentou significativa redução e eliminação
em alguns casos para Acinetobacter baumannii, Clostridium difficile, Staphylococcus
aureus resistentes a meticilina, altamente patogênicos (SHARMA; HUDSON, 2008).
30
Murray et al. (2008) com ozônio em meio líquido, descreveram a inativação de
vírus, entre eles herpesvírus, adenovírus e influenza por peroxidação lipídica sobe
os quais promove dano irreversível.
2.4 FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO
Diversas formas de aplicação e vias de administração como a aplicação sob a
forma de gás, água ozonizada, óleo, autohemoterapia (maior e menor) e algumas
vias de administração seguem descritas abaixo.
2.4.1 Autohemoterapia maior (O
3
-AHT)
Refere-se ao tratamento do sangue de forma extracorpórea de uma mistura
de oxigênio e ozônio, e reinfusão lenta. A lavagem dos eritrócitos com solução salina
previamente à ozonização não é indicada porque torna os eritrócitos mais
vulneráveis, aumentando a hemólise. Em humanos há descrição de bem estar com
duração de 4 a 5 dias, no entanto, não existem comprovações científicas que
diferenciam essa sensação do efeito placebo (BOCCI, 1996).
Para a manipulação do sangue faz-se necessário o uso de anticoagulante. O
citrato de sódio não induz a agregação plaquetária, mas o Ca
2+
é quelado induzindo
hipocalcemia transitória (IULIANO et al., 1997). A heparina pode induzir a agregação
plaquetária (BOCCI et al., 1999).
Autohemoterapia maior é realizada com um volume sanguíneo de usualmente
225 ml na concentração de 40 e 80 µg/ml. Quando a concentração supera os 100
µg/ml observa-se hemólise progressiva de 0,5-7% das células. Com atuação
principalmente do H
2
O
2
(VALACCHI; BOCCI, 1999), há um aumento do metabolismo
das hemácias e crescimento da 2,3-difosfoglicerato (2,3 DPG) e adenosina trifosfato
(ATP), bem como a liberação de citocinas imunocompetentes que liberam citocinas,
interferons e interleucinas. Este procedimento induz estresse oxidativo calculado e
transitório, utilizando como mensageiro principal os peróxidos. Os níveis de
metahemoglobina e hematócrito se mantêm normais, há uma mínima perda de
31
potássio que rapidamente volta ao normal e o sistema antioxidante do sangue é
capaz de proteger adequadamente enzimas como Na/K-ATPase, acetilcolinesterase
quando a concentração é de até 80 µg/ml (BOCCI, 2004).
Sugerem-se tratamentos semanais, por longo período de tempo. O sangue
não deve ser tratado em bolsas de transfusão, para que não ocorram reações
químicas. O indicado são frascos estéreis de vidro com 3,8% de citrato de sódio, que
segundo o autor apresenta melhores resultados que com o uso da heparina (BOCCI,
2005).
Di Paolo et al. (2005) indicaram que existem desafios quando se trata da
autohemoterapia. Após testes in vivo e in vitro com mais de 1200 tratamentos em 82
pacientes, a mistura de oxigênio e ozônio, trabalhados extracorporeamente, com
heparina, confirmaram seu potencial para tratamento de doenças arteriais
periféricas, doenças coronarianas, dislipidemia severa, entre outras doenças
vasculares. Além de também sugerir esta técnica também pode ser adaptada para o
uso em hemodiálises.
De acordo com Bocci (2006) a utilização da autohemoterapia, nunca foi por
objetivo substituir os tratamento médicos instituídos. O que se propõe é a utilização
como um coadjuvante, para potencializar efeitos, em casos onde o tratamento
convencional não apresentou bons resultados.
2.4.2 Autohemoterapia menor
A autohemoterapia menor trabalha com a ozonização de 5 a 10ml de sangue
de forma extracorpórea. Neste caso são utilizadas seringas estéreis e a
homogeneização do sangue com oxigênio-ozônio é feito manualmente. Essa
quantidade reinfundida pela via intravascular mistura-se rapidamente com o volume
total de sangue. Sugere-se a reaplicação pela via intramuscular, mas isso implica
dor. É relatado para tratamento de herpesvírus, asma e câncer. Mas seus resultados
ainda não são tão convincentes (BOCCI, 2005).
32
2.4.3 Insuflação retal
É a aplicação intra-retal do gás, capaz de ativar do metabolismo das
hemácias sistemicamente, melhorando as propriedades reacionais, promovendo
aumento da 2,3-difosfoglicerato, ATP (adenosina trifosfato) e alterando o balanço
oxigênio/hemoglobina. É capaz de liberar IL-1, IL-2, IFN-γ, TNF-α e TGF-β. Além
disso, acredita-se que a hiperoxigenação possa acelerar os processos de
cicatrização tecidual, conceitualmente pode produzir um efeito imunomodulador local
e generalizado, podendo ser usado em casos de colites ulcerativas e proctites
(processo inflamatório que acomete o reto). A aplicação de até 750ml de gás pode
ser tolerada, usando uma cânula para a aplicação. A concentração não deve ser
superior a 40µg/ml. Mas sugere-se sempre iniciar a terapia com doses menores,
10µg/ml em 150ml e aumentar gradativamente (BOCCI, 1996).
Candelario-Jalil et al. (2001) indicaram aplicação intra-retal a fim de prevenir o
dano provocado pela liberação dos radicais livres (induzida pela aplicação de
tetraclorocarbono experimentalmente). Este método pode prevenir a depleção do
glicogênio e evitar a excesso de produção do lactato. A aplicação apenas do ozônio
sem a aplicação do agente não promoveu nenhuma alteração.
González et al. (2004) relataram que o uso do ozônio por via intra-retal pode
reduzir o aumento dos níveis de creatinina sérica e reverter a inibição da atividade
da superóxido desmutase, catalase e glutationa peroxidase nos rins de ratos
causada pelo uso da cisplatina.
Li-Jie et al. (2007) indicaram que o ozônio protegia o fígado contra as ações
dos radicais livres induzidas por drogas hepatotóxicas, principalmente quando
associada a medicina tradicional chinesa.
2.4.4 Intracavitário
A aplicação do gás em cavidades nasal e oral para o tratamento das
infecções bacterianas e virais foram testadas e devem ser evitadas pela
possibilidade de inalação. O trato respiratório apresenta sensibilidade quando o
33
ozônio se apresenta na forma de gás. Nestas regiões é mais seguro e mais prático a
aplicação sob a forma de água ou óleo ozonizado (BOCCI, 1996).
A aplicação intraperitonialmente demonstra efeito antimicrobiano quando
comparado entre diferentes gases: (dióxido de carbono (99,99%), gás hélio (99,99%)
e ar comprimido (21% oxigênio e 79% nitrogênio), com ozônio a 0,4%. O ozônio
inviabiliza o crescimento das cepas bacterianas como as da Escherichia coli,
Staphylococcus aureus e Pseudomonas aeruginosa. Na medicina humana esta via
de aplicação é utilizada como auxiliar de vídeo-cirurgia (PEREIRA et al., 2005).
Segundo Zamora et al. (2005) no modelo experimental de choque séptico
induzido em ratos, com a aplicação pela via intraperitonial, estimula a produção de
antioxidantes e inibe a liberação da TNF-α e GSH-Px, que estão envolvidas na
indução e desenvolvimento do choque séptico.
2.4.5 Intra-articular ou em disco intervertebral
A aplicação da mistura de oxigênio e ozônio periganglionarmente ou no
interior do disco intervertebral em humanos, na concentração de 27 µg/ml mostrou-
se uma forma de tratamento para os que não responderam ao tratamento comum.
Utilizada com volumes baixos de 2 a 10 ml na dose de 5 a10 µg/ml o gás parece
atuar com propriedades analgésicas. Em aplicações para tratamento de hérnias de
disco. O ozônio age na composição de glicoproteínas, como as proteoglicanas,
resultando na liberação de água e conseqüentemente degeneração da matriz
celular, o que é reposto por tecido fibroso. Esse evento acarreta na redução do
volume do disco intervertebral, principal objetivo na aplicação do ozônio, que pode
levar a uma descompressão medular (ANDREULA et al., 2003).
Wei et al. (2007) avaliaram a ação da aplicação de 6-10 ml (40mg/ml) no
interior dos discos intervertebrais, para tratamento de 72 pacientes (humanos) com
hérnia de disco que não apresentavam sinais de hipertermia, concluindo não haver
necessidade na realização de terapia com antibióticos concomitantemente a esse
tratamento.
34
2.4.6 Ação antimicrobiana do ozônio sob a forma de gás
Pesquisas na Odontologia e na Medicina Veterinária com ozônio na forma de
gás têm sido desenvolvidas e comprovam a ação antimicrobiana do ozônio. Age
comprovadamente contra microrganismos patogênicos presentes na cavidade oral.
Em 1998, Kowalsky et al. demonstraram que a incubação de placas com
colônias de Escherichia coli e Staphylococcus aureus em períodos de 10 a 480
segundos apresentou uma inativação de 99,99% dos microrganismos. Este artigo
sugeriu que o efeito sob a forma de gás apresentava ação antimicrobiana
semelhante ao ozônio na água. Estes mesmos autores sugerem que sejam feitos
trabalhos sobre a ação do ozônio sem esporos, tanto na forma de gás quanto na
forma de água
Baysan et al. (2000) estudaram in vitro a ação do ozônio em dentes humanos
com cáries recém-extraídos. Destacou a sua redução significativa sobre cepas de
Streptococcus mutans e Streptococcus sobrinus quando a exposição ao gás foi
aplicada por 10 segundos. Na aplicação sobre cáries dentárias, in vivo, com tempos
de exposição de 10 a 20 segundos, demonstrou redução drástica na maioria dos
microrganismos encontrados (BAYSAN e LINCH, 2004).
Hems et al. (2005) realizaram três tipos de testes, com aspersão de água
ozonizada; uma sob culturas de E. faecalis em períodos de 30 a 240 segundos;
sobre biofilme reproduzido com o emprego de uma membrana de nitrato de celulose,
por período de 48 horas, por 60 a 240 segundos. Por fim, o terceiro, o biofime foi
exposto ao ozônio na forma de gás. Como resultado, constataram que o ozônio
apresentou efeito antimicrobiano sobre as colônias, no entanto, a aspersão da água
ozonizada e o ozônio sob a forma de gás não apresentaram efeito sobre o biofilme.
Baysan e Beighton (2007) não obtiveram sucesso com uso do ozônio sob a
forma de gás sobre lesões não cavitárias, não havendo redução significativa dos
microrganismos quando aplicado por 40 segundos.
Müller et al. (2007) compararam a ação do gás ozônio com a terapia
fotodinâmica (PDT) sobre cáries dentárias, quando constaram que ambos os
métodos foram ineficazes quando os microrganismos apresentavam-se sob a forma
de um biofilme cariogênico; neste caso também foi utilizada a clorexidina a 2%,
35
hipoclorito de sódio a 0,5 e 5%, e apenas com este último houve redução das
contagens de colônias.
Cruz et al. (2008) sugeriram a utilização do gás ozônio associado ao
propilenoglicol, como veículo para medicação intra-radicular. Os resultados finais
demonstraram que esta associação possuía grande afinidade; os autores sugeriram
mais testes com ambos os produtos. A afinidade com o gás foi superior com o
propilenoglicol quando em comparação com óleo ozonizado de girassol ou o extra-
virgem.
Fagrell et al. (2008) utilizaram o ozônio para tratamento de cáries dentárias e
optou pela utilização da microscopia eletrônica para demonstrar o efeito
antimicrobiano do ozônio sob a forma de gás. As aplicações de 20, 40 e 60
segundos preveniram o crescimento dos microrganismos testados (diferentes cepas
de Streptococcus mutans e uma cepa de Lactobacillus sp.).
2.4.7 Água ozonizada
A produção da água ozonizada envolve transferência por meio de bolhas.
Quando o ozônio está dissolvido no meio líquido obedece a Lei de Henry, onde a
concentração da saturação é proporcional à pressão parcial do ozônio em
temperatura determinada. Mas isto só vale a uma temperatura estável e em água
absolutamente pura. As capacidades de infiltração em pequenas áreas tornam as
propriedades da água ozonizada ainda mais interessantes, promovendo limpeza e
desinfecção de áreas de difícil acesso. A concentração da água pode ser medida
pelo método colorimétrico do trisulfonato índico, que tem por base a oxidação
seletiva de uma molécula orgânica colorida, pelo ozônio molecular (LAPOLLI et al.,
2003).
Em estudos in vitro a ação da água ozonizada na concentração de 0,6mg/l
levou à morte das cepas de Staphylococcus aureus com concentração de 10
6
a 10
16
microorganismos/ml; houve diferença entre o uso da água ozonizada previamente
tratada com ozônio por 20 minutos antes da inoculação e a não tratada. A água
ozonizada que sofreu processo de pré-ozonização inativou o S. aureus em 5
36
minutos e 25 segundos, em contrapartida, com o grupo sem a prévia ozonização,
este tempo passou para 23 minutos e 45 segundos (VELANO et al., 2001).
Thanomsub et al. (2002) testaram a água ozonizada em diferentes
concentrações e tempo sobre microrganismos (Escherichia coli; Salmonella sp.;
Staphylococcus aureus) e na concentração de 0,167mg/min/l de ozônio foi capaz de
esterilizar a água em concentração de bactérias de até 10
5
UFC/ml por trinta minutos.
Em concentrações bacterianas superiores a essa a água ozonizada não se mostrou
efetiva.
A água ozonizada foi descrita como uma forma de aplicação de alta potência,
fácil manipulação, baixo índice de mutagenicidade e efeito microbicida rápido. Foi
testada sobre microrganismos entre 1x10
6
, com água ozonizada na concentração de
0,5mg, 2mg e 4mg/l nos tempos de 10, 30, 60 e 120 minutos. A viabilidade do
Streptococcus mutans diminuiu em 58% após exposição a 0,5mg/l por 10 segundos.
A sua inativação total deste microorganismo ocorreu nas concentrações de 2 e
4mg/l. De forma semelhante ocorreu com o S. sobrinus, S. sanguis, S. salivarius.
Quando submetidas às concentrações de 0,5mg/l, 2mg/l e 4mg/l, a Porphyromonas
gingivalis, P. endodontalis e o A. actinomycetemcomitans também tiveram redução.
A Candida albicans não foi completamente eliminada na concentração de 0,2mg/l
por 120 segundos. Sobre o biofilme dental (induzido experimentalmente) a água
ozonizada na concentração de 4mg/l por 120 minutos, apresentou significativa
redução do S. mutans, não muito diferente do iodo-polvidine (2,3mg/ml)
(NAGAYOSHI et al., 2004a).
Apresenta rápida degradação, portanto perde rapidamente a sua ação
antimicrobiana. Fatores como contaminação por compostos orgânicos, temperatura
e potencial hidrogeniônico (pH) aceleram este processo. A manutenção da água
ozonizada em baixas temperaturas prolonga sua atividade bactericida por até 180
minutos quando armazenado no gelo (NAGAYOSHI et al., 2004a).
Nagayoshi
et al. (2004b) estudaram a viabilidade do Enterococcus faecalis e
Streptococcus mutans presentes nos túbulos dentinários de dentes bovinos e
descreveram uma significativa redução com a utilização da água ozonizada similar
ao hipoclorito de sódio a 2,5%. A única diferença foi com relação à sua
citotoxicidade sobre fibroblastos de ratos. Com a água ozonizada o metabolismo
celular era maior, quando em comparação com o hipoclorito de sódio que reduziu o
número de células significativamente.
37
Bocci (2005) descreveu sua meia vida a 5º C sendo de 110 horas e a 20º C
sendo de apenas nove horas. Quando a água ozonizada é produzida com água
monodestilada a duração cai para menos de uma hora. Por isso sugere-se que seja
preparada com água bidestilada. O ozônio demora 5 minutos para atingir
concentração máxima após início do borbulhamento, e devem ser utilizados frascos
de vidro para não permitir que haja oxidação do material empregado para a
manipulação.
Quando aplicado sob a forma de água ozonizada na desinfecção de próteses
móveis apresentou maior poder anti-séptico na concentração de 2 a 4mg/l, quando a
aplicação feita durante 1 minuto. Quase nenhuma colônia de Candida albicans foi
encontrada posteriormente na cultura (ARITA et al., 2005).
Huth et al. (2006) dedicaram seus estudos no poder anti-séptico da água
ozonizada, nas concentrações 1,25 a 20 µg/ml
-1
e sob a forma de gás a 0,2-53 x 10
6
µg/ml
-3
que a clorexidina (2% e 0,2%), hipoclorito de sódio (NaOCl a 5,25%, 2,25%)
e H
2
O
2
(3%).
Estrela et al. (2006) utilizaram a água ozonizada para limpeza e desinfecção
de instrumentos odontológicos junto aos sistemas de limpeza com ultra-som. As
bactérias utilizadas neste estudo foram o Staphylococcus aureus. Os autores
concluíram que neste modelo experimental não houve crescimento bacteriano com o
uso do ozônio.
Estrela et al. (2007) em comparação ao efeito da água ozonizada com gás
ozônio, hipoclorito de sódio a 2,5% e clorexidina a 2% sobre Enterococcus faecalis
inoculados em canais radiculares de humanos. Não encontraram efeitos
antimicrobianos positivos em nenhuma substância testada, mesmo após 20 minutos
de exposição.
Huth et al. (2007) indicaram que a doença periodontal está relacionada à
colonização do complexo dento-gengival, sendo esse um fator primário. A
subseqüente ativação da cascata molecular da inflamação leva a expressão de
várias citocinas pró-inflamatórias, IL-1, IL-8 e TNF sendo este último responsável
pela destruição do osso alveolar e tecido periodontal conectivo. A transcrição do
fator NF-κB atua de maneira importante neste processo e na apoptose celular. A
água ozonizada neste estudo quando em certas condições inibe a ação da NF-κB e
com isso inibe a ação do TNF, segundo o autor essa pode caracterizar propriedades
antiinflamatórias da água ozonizada.
38
Shinozuka et al. (2008) demonstraram que a água ozonizada quando aplicada
na dose de 0,8mg/l induz uma redução na liberação de endotoxinas da Escherichia
coli para um sexto, em comparação com a aminobenzilpenicilina, um dos antibióticos
testado que menor induziu a liberação. Os outros antibióticos envolvidos neste
experimento são a kanamicina, oxitetraciclina, sulfa metoxina ou enrofloxacina.
Cardoso et al. (2008) testaram o uso da água ozonizada sobre Candida
albicans, E. faecalis e endotoxinas no interior do canal radicular (in vitro) e
demonstraram uma redução significativa imediatamente após a aplicação sobre a
Candida albicans, E. Faecalis não neutralizando as endotoxinas da Escherichia coli.
Após 7 dias, notaram um crescimento da concentração destes microrganismos.
Bezirtzoglou et al. (2008) colocaram escovas de dente em solução de PBS
(salina fosfatada tamponada) e ozônio por 5, 10, 15, 20 e 30 minutos e determinou
que após exposição por 30 minutos o ozônio foi capaz de eliminar os
microrganismos presentes (Candida albicans, Streptococcus pyogenis, S. mutans, S.
mitis, S. oralis, S. sobrinus, S. viridans, S. salivarius, S. sanguis, Aerococcus
viridans, S. aureus, S. epidermidis, E. coli, Pseudomonas sp e Enterococcus sp.).
2.4.8 Óleo ozonizado
Possui ação antimicrobiana quando na forma de óleo de girassol ozonizado,
em microrganismos como Micobactérias, Staphylococcus sp., Streptococcus sp.
Enterococcus sp., as concentrações aplicadas neste trabalho foram de 1,18 a
9,5mg/ml. Os autores destacaram que as micobactérias foram as mais sensíveis das
bactérias testadas (SECHI et al., 2001).
Foi utilizado o ozônio com óleo de girassol, mostrando efeitos sobre o S.
aureus, Pseudomonas aeruginosa, Candida albicans S. typhimurium e E. coli. Em
ratos o trabalho indicou ação antiinflamatória e efeitos protetores da pele (agindo
nos tecidos conjuntivos), o que caracterizou potencial de cicatrização (RODRIGUES
et al., 2004).
O ozônio misturado ao azeite de oliva ou girassol possui características
antimicrobianas, ativação da oxigenação dos tecidos auxilia na regeneração tecidual
e propriedades cicatrizantes. O mecanismo de ação ocorre através de tríozonideos,
39
que são subprodutos do óleo ozonizado, que posteriormente gera peróxido de
hidrogênio e produtos da peroxidação lipídica. Com a capacidade de
armazenamento de até dois anos quando mantido refrigerado. Demora de uma hora
até dois dias para atingir a concentração desejada, quando na temperatura
ambiente. Um grama de óleo pode absorver até 160 miligramas de ozônio (BOCCI,
2005).
Recentemente foram demonstradas ação sobre E. faecalis e Pseudomonas
aeruginosa; o ozônio foi testado utilizando outros veículos além do óleo de girassol e
óleo de oliva extra-virgem (CRUZ et al., 2008).
2.4.9 Na Medicina Veterinária
Na Medicina Veterinária, Ogata e Nagahata em 2000 estudaram o ozônio por
via intramamária em vacas leiteiras com mastites. Relataram que a infusão do gás
apresentou dificuldade em agir contra bactérias como S. aureus, A. pyogenis e S.
uberis, principalmente nas mastites crônicas, no entanto, sessenta por cento dos
animais tratados apresentaram melhora dos sinais clínicos e não apresentaram
recidiva do quadro. Pereira et al. (2003) destacaram que o ozônio por ser
rapidamente degradado, não permite resíduos no leite o que interessa muito à
produção leiteira no Brasil, melhorando a qualidade do leite e com isso gerando
renda aos produtores
Lake et al. (2004) induziram a endoftalmite em coelhos por Staphylococcus
epidermites, em seguida aplicaram 0,1ml de ozônio diluído em solução salina intra-
vítrea. Notaram que a aplicação do ozônio não foi capaz de erradicar a bactéria, mas
diminuiu a carga bacteriana reduzindo a reação inflamatória local.
2.5 EFEITO CITOTÓXICO
O ozônio sobre a forma de gás e água ozonizada tiveram seu efeito citotóxico
testado e comparado com substâncias freqüentemente utilizadas na Odontologia ou
40
Odontologia Veterinária. Foram avaliadas contagens celulares, atividade metabólica,
níveis de apoptose e citotoxicidade. A água ozonizada não promoveu alteração nas
células epiteliais e fibroblastos, o ozônio sobre a forma de gás apresentou baixa
ação sobre as células epiteliais e fibroblastos, em contraste com o uso do hipoclorito
de sódio (2,25 e 5,25%) e H
2
O
2
(3%) que demonstraram alta citotoxicidade
(NAGAYOSHI et al., 2004a).
A água ozonizada foi utilizada na concentração de 1,25-20µl/ml
-1
e
demonstrou sua biocompatibilidade. Após o contato com o gluconato de clorexidina
(2 e 0,2%) houve uma grande redução na atividade metabólica das células epiteliais
e foi pouco tóxica para os fibroblastos. A atividade metabólica foi altamente inibida
com o uso do hipoclorito de sódio nas concentrações 2,25 e 5,25% e H
2
O
2
a 3%. O
uso do metronidazol também foi testado neste mesmo experimento onde
demonstrou também apresentar uma capacidade de redução da atividade da célula
epitelial e não alterou a cultura dos fibroblastos (HUTH et al., 2006).
2.6 CONTRA-INDICAÇOES
É contra-indicada a utilização do ozônio associado à solução salina (NaCL
0,9%), por formar ácido hipocloroso (HOCL), que pode provocar inflamação local
como vasculites. Em humanos com deficiência da enzima glicose 6-fosfato
desidrogenase (flavismo), não é indicado. A G6PD catalisa o primeiro passo da via
das pentoses fosfato, produzindo NADPH, que é crucial para a proteção das células
contra o estresse oxidativo. A G6PD é expressa em todos os tecidos, mas a sua
deficiência manifesta-se essencialmente nas hemácias. Também é contra-indicado
em pacientes com hipertiroidismo, por aumentar metabolismo celular (BOCCI, 2005).
Os efeitos tóxicos da inalação do ozônio sobre a forma de gás vão desde
lacrimejamento excessivo e irritação das vias aéreas. Em doses superiores a morte,
que pode acontecer em horas ou minutos. O tratamento instituído para os casos de
intoxicação é a inalação de oxigênio umidecido. Administrações endovenosas de
ácido ascórbico ou glutationa reduzida em soluções de glicose a 5% (BOCCI, 2005).
Atualmente é 100% contra indicada a inalação do gás ozônio, sabe-se que o
efeito oxidativo nas células pode ser deletério às células, tanto que é utilizado como
41
método para testar agentes broncoconstritores (SOMMER et al., 2001). Ele faz com
que as vias aéreas fiquem hiperresponsivas e promove uma neutrofilia (WAGNER et
al., 2003), bem como exacerbar doenças previamente existentes como asma,
doenças obstrutivas crônicas e síndrome do desconforto respiratório (WILLIANS et
al., 2007). Ciencewicki et al. (2008) descreveram de forma geral que os
antioxidantes de maneira geral podem produzir impactos no trato respiratório.
Discussão
43
3 DISCUSSÃO
Após a sua descoberta pelo químico alemão Christian Friedrich Schönbein em
1834 as propriedades do ozônio passaram a ser aplicadas na desinfecção da água,
função esta que se espalhou rapidamente pelo mundo inteiro. Revendo a literatura
não demorou a perceber as propriedades terapêuticas desta variedade alotrópica do
oxigênio. Em 1972 a Sociedade Médica de Ozônio criada por Joachim Hänsler e
Hans Wolff, pretendia motivar pesquisas relacionadas com o assunto (BOCCI, 1996;
BOCCI, 2005). Desde então a ação do ozônio tem sido investigada (BOCCI, 1996;
LEÓN et al., 1998; BOCCI et al., 1999; AL-DALAIN et al, 2001; ALVES et al., 2004;
BOCCI, 2005; BOCCI et al., 2005; MARTINEZ-SANCHEZ et al., 2005; ZAMORA et
al., 2005; AGRILLO et al., 2006; BOCCI, 2007; CHEN et al., 2008; GALLARDO et al.,
2008; LEÓN-HERNANDEZ et al., 2008).
O ozônio é uma molécula sabidamente instável (WICKRAMANAYAKE et al.,
1984; BOCCI, 1996; LEÓN et al., 1998; BOCCI et al., 1999; AL-DALAIN et al, 2001;
THANOMSUB et al., 2002; ALVES et al., 2004; LAKE et al., 2004; NAGAYOSHI et
al., 2004a;b; YOUNG; SETLOW, 2004; ARITA et al., 2005; BOCCI, 2005; BOCCI et
al., 2005; HEMS et al., 2005; MARTINEZ-SANCHES et al., 2005; AGRILLO et al.,
2006; BOCCI, 2006; ESTRELA et al., 2006; HUTH et al., 2006; BOCCI, 2007; HUTH
et al., 2007; BEZIRTZOGLOU et al., 2008; CARDOSO et al., 2008; CHEN et al.,
2008; GALLARDO et al., 2008; LEÓN-HERNANDEZ et al., 2008; SHARMA;
HUDSON, 2008; SHINOZUKA et al., 2008), fato que resulta na sua rápida
degradação e quando comparado ao cloro, não gera subprodutos danosos ao meio
ambiente (BOCCI, 1996; BOCCI, 2005), informação importante para o uso clínico em
animais.
É considerado o segundo elemento da natureza com alto poder oxidativo,
garantindo que a baixa dosagem seja suficiente para a redução dos microrganismos,
além de oxidar componentes orgânicos, inorgânicos e precipitar metais pesados
(GLAZE, 1986; BOCCI, 1996; TORRES et al., 1996; LAPOLLI et al., 2003). O ozônio
ao se degradar, volta a ser oxigênio. O que alguns autores descreveram como
importante o uso no tratamento de mastites, o que se justifica pelo fato deste
tratamento não interferir na produção leiteira (OGATA; NAGAHATA, 2000; PEREIRA
et al., 2003).
44
Com base nestas informações foi possível caracterizar o ozônio como uma
substância com ação oxidante, capaz de atuar nos microrganismos sem deixar
resíduos. Propriedades estas que foram confirmadas por Cardoso et al. (2008) que
demonstraram recolonização de Candida albicans e Enterococcus faecalis 7 dias
após a aplicação do ozônio no interior de canais radiculares.
No que se refere a sua produção, são utilizados catalisadores ou altas
temperaturas para que o ozônio volte ao ambiente como oxigênio, após a sua
utilização, impedindo a inalação do gás. A descarga corona é a forma de geração de
ozônio mais empregada quando voltado ao uso médico. Nada mais é do que uma
descarga elétrica produzida por diferença de potencial entre dois eletrodos, sobre as
moléculas de oxigênio (LAPOLLI et al., 2003; BOCCI, 2005). Pode ser utilizado com
ar comprimido ou oxigênio puro. Com o oxigênio, não são necessárias as etapas de
filtração, compressão, resfriamento e desumidificação, o que reduz os custos e
facilita a produção (VALACCHI; BOCCI, 1999; LAPOLLI et al., 2003; BOCCI, 2005).
Além das altas temperaturas e agentes catalisadores, relatos coincidentes tais
como, luz ultravioleta e variações de potencial hidrogeniônico foram citados como
fatores que aceleram o processo de degradação do ozônio (LAPOLLI et al., 2003;
NAGAYOSHI et al., 2004a;b; BOCCI, 2005; HUTH et al., 2006; HUTH et al., 2007).
Fatores que permitem concluir que a molécula de ozônio requer manuseio
sob condições estáveis.
Quando a água ozonizada é armazenada no gelo pode apresentar sua
atividade microbicida de até 180 minutos (NAGAYOSHI et al., 2004a).
Diferentemente Bocci (2005) descreveu que a meia vida da água ozonizada quando
armazenada a 5ºC é de 110 horas e a 20ºC apenas nove horas. Ambos os autores
recomendam a utilização da água bidestilada para produção de água ozonizada
reduzindo a possibilidade de reações químicas (NAGAYOSHI et al., 2004a;b). Com o
emprego da monodestilada, os efeitos da água ozonizada podem durar por período
de até 1 hora, porém com meia vida notadamente reduzida (BOCCI, 2005).
Essas informações indicam o curto tempo de trabalho. O que indica que o
preparo da água ozonizada deva ser realizado imediatamente antes da sua
utilização.
O uso médico do ozônio tem duas principais formas de ação: a
imunomoduladora e a antimicrobiana. A imunomoduladora pode ser induzida a partir
45
do contato do ozônio com o sangue por técnicas como a autohemoterapia (maior e
menor) e insuflação retal.
Na autohemoterapia maior, o sangue é colocado em contato, extracorpóreo,
com uma mistura de oxigênio e ozônio, em quantidade de sangue de 225ml (BOCCI,
1996; IULIANO et al., 1997; BOCCI et al., 1999; VALACCHI; BOCCI, 1999; AL-
DALAIN et al, 2001; ALVES et al., 2004; BOCCI, 2004; DIPAOLO et al., 2005).
Na autohemoterapia menor, a quantidade de sangue é pequena, após o
contato com o mesmo tipo de mistura de gases, é reaplicado pela via intramuscular
ou intravenosa (BOCCI, 2005); na insuflação retal, o gás é aplicado via sonda na
ampola retal (BOCCI, 1996; CANDELARIO-JALIL et al., 2001; GONZÄLEZ et al.,
2004; LI-JIE et al., 2007).
A autohemoterapia maior é um método que requer maior custo e cuidados,
principalmente com a dose que não deve exceder os 80µg/ml, caso contrário é
capaz de provocar hemólise. Se comparar com a autohemoterapia menor quando da
aplicação reaplicado pela via intravenosa, mistura-se rapidamente ao sangue, e
quando aplicado pela via intramuscular causa dor (BOCCI, 2005). A discussão dos
achados sobre a autohemoterapia menor indica pouca utilização e por provocar dor,
quando reaplicado pela via intramuscular, supõe-se dificuldades devido a este fato,
para a aplicação em animais.
A insuflação retal apresenta baixo custo, fácil manipulação e baixo índice de
efeitos colaterais, como intoxicação e inflamações no local da aplicação
(GONZÁLEZ et al., 2004). Com relação a esses achados, parece apropriado para o
uso em animais porque não exige muito do paciente, isto é, sem a possível
necessidade de uma anestesia geral. Induz ao mesmo efeito que a autohemoterapia
maior e menor que é a liberação de antioxidantes.
Aplicações intracavitárias foram indicadas quando não há risco de inalação do
gás (BOCCI, 1996; PEREIRA et al., 2005). Intra-articulares e para tratamento de
hérnias de disco sugeriram um efeito analgésico induzido pelo ozônio (ANDREULLA
et al., 2003). A revisão de literatura apresentou poucos experimentos sobre o
assunto, principalmente no que diz respeito à descrição do mecanismo de ação. Mas
apresentou alguns resultados positivos no que diz respeito a pacientes recém
transplantados ou que sofreram síndrome de reperfusão ao promover principalmente
com uma espécie de tolerância (adaptação ao estresse oxidativo) do organismo às
espécies reativas do oxigênio (LEÓN et al., 1998; AL-DALAIN et al., 2001; ZAMORA
46
et al., 2005; MARTINÉZ-SANCHEZ et al., 2005; AGRILLO et al., 2006), fator ainda
de pouca aplicação em animais.
Portanto, ao planejar a utilização desses dados em Medicina Veterinária, a
escolha do melhor método para induzir a imunomodulação pode ser de acordo com
a facilidade de aplicação. Sendo assim, a insuflação retal, pode ser uma boa
indicação, pois promove os mesmos efeitos que a autohemoterapia. Ainda não são
muitos autores que estudam a inibição da liberação das citocinas, o que torna um
achado desta revisão, onde notadamente, existe a necessidade de novos
experimentos que demonstrem mecanismo de ação.
Essas formas de aplicação (autohemoterapia e insuflação retal) induzem a
liberação de espécies reativas do oxigênio (ERO), que irão desencadear reações e
causar danos ao organismo. O ozônio atua exatamente nesta fase, levando a dois
tipos de processos; a liberação de EROs, principalmente o peróxido de hidrogênio
que serve de sinalizador para a produção de antioxidantes endógenos que são a
superóxido desmutase e glutationa (BOCCI, 1996; LEÓN et al., 1998; BOCCI, 2005;
BOCCI et al., 2005; MARTINÉZ-SANCHEZ et al., 2005; BOCCI, 2007); e a
peroxidação lipídica, que é a ação sobre a superfície dos ácidos graxos liberando
também espécies reativas do oxigênio e aldeídos como o malondialdeído, 4-
hidroxinonenal e isoprostanos (LIMA e ABDALLA, 2001; NAOUM, 2001; BOCCI,
2005, BOCCI et al., 2005).
As espécies reativas do oxigênio irão induzir a liberação de citocinas como as
interleucinas (IL-1; IL-2, IFN-γ; TNF-α e TGF-β); estimular produção de antioxidantes
endógenos (superóxido desmutase e a glutationa, principalmente) e ativar uma
enzima chave chamada de 2,3 difosfoglicerato (BOCCI, 1996; LEÓN et al., 1998;
BOCCI, 2005; BOCCI et al., 2005; MARTINÉZ-SANCHEZ et al., 2005; BOCCI, 2007;
ZAMORA et al., 2005; LEÓN-HERNANDEZ et al., 2008). A 2,3 difosfoglicerato atua
na glicólise anaeróbica, dissociando a oxihemoglobina, promovendo oxigenação
tecidual. No ATP induz aumento do metabolismo, responsável por estabilizar o
potencial de membrana celular (VIEHNBAN-HAESLER, 2003; BOCCI, 2005). Isso é
importante quando se trata da utilização do ozônio, em doenças isquêmicas. No
choque séptico o ozônio atua contra a depleção do oxigênio atuando no
metabolismo do lactato, prevenindo a acidose intracelular (GALLARDO et al., 2008),
com possível uso em Medicina Veterinária.
47
Uma característica notada em trabalhos recentes merece destaque: o ozônio
mostrou-se capaz de agir sobre a tirosina quinase, mantendo inibida a NFκB,
principal responsável pela produção do TNF-α, que é um fator de destruição tecidual
(ZAMORA et al., 2005; LEÓN-HERNANDEZ et al., 2008; HUTH et al., 2007). Com
isso entende-se a capacidade de reduzir lesões provocadas por mediadores
inflamatórios na aplicação sistêmica. Chen et al. (2008) citaram a ação do óxido
nítrico como um mediador para a liberação dos antioxidantes, além do peróxido de
hidrogênio destacado por outros autores (BOCCI, 1996; LEÓN et al., 1998; BOCCI,
2005; BOCCI et al., 2005; MARTINÉZ-SANCHEZ et al., 2005; BOCCI, 2007).
Os trabalhos descritos acima permitem concluir que o ozônio induz a
liberação de antioxidantes, aumentam a oxigenação tecidual e o metabolismo
celular, promovendo proteção celular. A utilização destas formas de aplicação são
viáveis do ponto de vista clínico, no entanto a dose utilizada ainda não foi
claramente estabelecida, e merece mais estudos, pois quando excede o limite já
estipulado, pode induzir ações deletérias.
Alves et al. (2004) utilizaram o ozônio em solução salina para induzir o pré-
condicionamento oxidativo na síndrome de reperfusão em jejuno de eqüinos, no
entanto, o uso de solução salina é contra-indicado por Bocci em 2005, pela
formação de ácido hipocloroso, que pode ocasionar inflamação como vasculites ou
flebites. Em experimentos realizados por Al-Dalain et al. (2001) e Martinéz-Sanchez
et al. (2005) foi descrito o uso do pré-condicionamento oxidativo em pacientes
diabéticos, permitindo melhor controle da curva glicêmica e redução do
aparecimento de lesões do pé diabético em humanos, estudo não encontrado para
animais.
Contudo, ainda são poucos trabalhos que utilizam da mesma metodologia,
que indicam a ação do pré-condicionamento oxidativo. Isso pode sugerir na
Odontologia Veterinária a aplicação em doenças orais que promovem grande
processo inflamatório, como a doença periodontal, estomatites plasmocíticas,
tratamento endodônticos e neoplasias orais.
A segunda função, uma das mais importantes e promissoras é a
antimicrobiana que, indica o quanto a utilização do ozônio é promissora,
principalmente por atua sobre vírus, fungos, bactérias, esporos e protozoários
(SCOTT; LESHER, 1962; WICKRAMANAYAKE et al., 1984; VAUGHN et al., 1990;
FINCH et al., 1993; RICKLOFF, 1997; BAYSAN et al., 2000; LAPOLLI et al., 2003;
48
VELANO et al., 2001; THANOMSUB et al., 2002; BAYSAN; LINCH, 2004; LAKE et
al., 2004; NAGAYOSHI et al., 2004a;b; YOUNG; SETLOW, 2004; ARITA et al., 2005;
HUTH et al., 2006; BAYSAN; BEIGHTON, 2007; ESTRELA et al.,2007; HUTH et al.,
2007; MÜLLER et al., 2007; CRUZ et al., 2008; FAGRELL et al., 2008; MURRAY et
al., 2008; SHARMA; HUDSON, 2008).
Ainda nesta linha, o ozônio foi estudado para controle de infecções
hospitalares. Demonstrando sucesso diante dos microrganismos como o
Acinetobacter baumannii, Clostridium difficile, e também ao Staphylococcus aureus
resistente a meticilina, este assim denominado pela resistência a diversos tipos de
antibióticos, altamente patogênicos (SHARMA; HUDSON, 2008).
A presente discussão permite ressaltar a possibilidade do emprego do ozônio
no controle da contaminação hospitalar, com efeitos na promoção de saúde animal e
melhor qualidade de vida, embora no Brasil o controle de infecção hospitalar ainda
seja incipiente.
Nos vírus o ozônio atua sobre proteínas celulares e ácidos nucléicos
(LAPOLLI et al., 2003; BOCCI, 2005); foram descritas ação sobre o vírus da Hepatite
A (VAUGHN et al., 1990) e na inativação do herpesvírus, adenovírus e influenza
(MURRAY et al., 2008).
Em protozoários, Wickramanayake et al. (1984), em seu trabalho, não
descreveram a concentração utilizada, mas comentaram a sensibilidade a Giardia
lamblia. Confirmada por Finch et al., em 1993 que além da G. lamblia também
descreveram ação sobre Giardia muris.
Com essa discussão é permitido inferir que doenças virais e infecções por
protozoários estão presentes diariamente na Medicina Veterinária, e apesar de não
estarem voltadas diretamente ao plano deste estudo, são informações importantes
para a utilização.
Já Kowalsky et al. (1998) sugeriram a realização de mais estudos que
pudessem descrever a ação sobre esporos, pois a literatura nada esclarecia. Em
2004, por Young e Setlow caracterizaram evidências do ozônio por desencadear
defeitos na germinação.
Vários autores descreveram que sobre as bactérias, o ozônio é capaz de
atuar nos constituintes da membrana citoplasmática promovendo perda de ácidos
graxos, alterando a permeabilidade e, como conseqüência, lise celular (BOCCI,
1996; LAPOLLI et al., 2003; BOCCI, 2004; 2005; BOCCI et al., 2005).
49
A ação do ozônio com função antimicrobiana pode ser empregada de três
maneiras principais: sob a forma de gás, água ozonizada e óleo.
Assim deve-se salientar que a literatura estudada visou destacar entre outras
informações, as contidas na Odontologia Humana. Para que os dados apresentados
possam ser extrapolados para a Medicina Veterinária. Portanto, saber de que forma
o ozônio se comporta diante de bactérias e fungos, especificamente na cavidade
oral, constitui fator determinante para que possam ser definidos novos caminhos na
pesquisa.
A presente discussão é fortemente justificada, pois a maior parte das
alterações que envolvem a cavidade oral é de origem infecciosa, sendo que os
microrganismos e seus subprodutos exercem importante papel na indução e
evolução das doenças. É sabido que em dentes com alterações pulpares,
periapicais ou periodontais, a infecção é invariavelmente induzida por combinações
específicas de microbiota anaeróbica facultativa estrita e principalmente gram-
negativa. As doenças que acometem a cavidade oral também em animais
domésticos estão relacionadas a presença dos microrganismos, que na maioria são:
Staphylococcus spp e Streptococcus spp (HARVEY et al., 1995; LIPPOLIS et al.,
2004), Pasteurela multocida, Escherichia coli e Fusobacterium russi (ELLIOTT et al.,
2005), Bacteróides, Fusobacterium, Peptostreptococcus, Porphyromonas e
Prevotella (HARVEY et al., 1995; RADICE et al., 2006).
Não há como negar a importância da correlação positiva que ocorre entre a
doença periodontal que acomete cerca de 80% dos animais domésticos, com a
ocorrência de lesões histológicas em rins, fígado e miocárdio, além de infecções
pulpares, e outras doenças orais que podem levar a bacteremia (DEBOWES et al.,
1996). Assim percebe-se que o ozônio pode ser usado para combater também estas
lesões, embora estudos sejam necessários, para encontrar a forma mais adequada
de aplicação.
Sob a forma de gás o ozônio foi responsável pela inativação de 99,99 % das
colônias de Escherichia coli e Staphylococcus aureus (KOWALSKY et al.,1998). Da
mesma forma, Baysan et al. (2000) destacaram o efeito sobre Streptococcus mutans
e Streptococcus sobrinus. Baysan e Linch (2004) indicaram ação em quase todos os
microrganismos presentes em cáries dentárias.
Em contrapartida estes trabalhos contribuíram com a concepção de que a
ação do ozônio sob a forma de gás, nos microrganismos organizados em um
50
biofilme, é pobre, confirmada por (HEMS et al., 2005; BAYSAN; BEIGHTON, 2007;
MÜLLER et al., 2007). Sua ineficácia foi correlacionada à impossibilidade da total
penetração, comprometendo a sua atuação (BAYSAN; BEIGHTON, 2007).
Nagayoshi et al.(2004a) conseguiram resultados utilizando a água ozonizada, mas
foram semelhantes ao iodo-polvidine sobre o biofilme.
Velano et al. (2001) demonstraram a ação da água ozonizada sobre 99% das
cepas de Staphylococcus aureus testadas. Concluíram que a pré-ozonização da
água garante um efeito mais rápido, reduzindo de 20 para 5 minutos o tempo de
eliminação dos microrganismos. Thanomsub et al. (2002) obtiveram a esterilização
da água infectada por Escherichia coli, Salmonella sp e Staphylococcus aureus na
concentração bacteriana de 10
5
UFC/ml. Acima desta concentração não conseguiram
o mesmo efeito, fato que indica pouca ação sobre altas concentrações.
Para desinfecção dos materiais odontológicos e escovas de dente, a água
ozonizada foi capaz de eliminar Candida albicans, Streptococcus pyogenis, S.
mutans, S. mitis, S. oralis, S. sobrinus, S. viridans, S. salivarius, S. sanguis,
Aerococcus viridans, S. aureus, S. epidermidis, E. coli, Pseudomonas sp. e
Enterococcus sp (ESTRELA et al., 2006; BEZIRTZOGLOU et al., 2008). Estes
trabalhos sugerem a utilização do ozônio em fômites no ponto de vista
microbiológico na Medicina Veterinária.
Nagayoshi et al. (2004a) em estudo utilizando ozônio nas mais diferentes
concentrações, quando a 0,5mg/l com exposição por 10 minutos, sobre diferentes
tipos de Streptococcus, mostraram a redução bacteriana de 58%. Os mesmos
autores testaram o Enterococcus faecalis e S. mutans no interior dos túbulos
dentinários e descreveram redução similar ao hipoclorito de sódio a 2,5%
(Nagayoshi et al., 2004b).
Cabe ressaltar, sob o ponto de vista endodôntico, visando a Veterinária, que
esses trabalhos levam a crer que a água ozonizada no interior de canais radiculares
é capaz de promover desinfecção sem induzir efeito citotóxico. Com isso os
resultados obtidos sobre a viabilidade de microorganismos colonizando a dentina
bovina experimentalmente, são animadores.
A água ozonizada nas concentrações 1,25 a 20µg/ml
-1
demonstrou melhor
poder anti-séptico quando comparada às formas de gás, clorexidina, água
oxigenada e hipoclorito de sódio (HUTH et al., 2006). Estrela et al. (2007) não
obtiveram este mesmo fenômeno ao comparar a água ozonizada com o gás,
51
hipoclorito de sódio e clorexidina a 2% no interior do canal radicular. Neste caso
nenhuma das formas testadas apresentou efeito antimicrobiano, nem mesmo após
20 minutos de contato.
Na medida em que esses valores foram testados, fez-se necessário o estudo
do potencial citotóxico do ozônio. Foram verificadas as ações sobre células epiteliais
e fibroblastos. De modo que o ozônio na forma de gás mostrou efeitos citotóxicos
discretos sobre as células; o efeito citotóxico foi encontrado de forma substancial
com o uso do hipoclorito de sódio a 5,25 e 2,25% e a água oxigenada a 3%
(NAGAYOSHI et al., 2004a).
Com relação à água ozonizada, pode-se dizer que foi biocompatível com as
células testadas (NAGAYOSHI et al., 2004a; HUTH et al., 2006). Shinosuka et al.
(2008) concluíram que a água ozonizada promovia menor liberação de endotoxinas
pela E.coli, em comparação com antibióticos como a aminobenzilpenicilina,
oxitetraciclina, sulfa metoxina ou enrofloxacina.
A discussão dos achados de Shinosuka et al. (2008) permitem concluir que
uma possível associação da água ozonizada em tratamentos com antibiótico possa
ser empregada na redução dos efeitos causados pela liberação das endotoxinas,
que estão relacionados ao aumento do processo inflamatório. Além disso, é
permitido pensar na aplicação in vivo, uma vez que a água ozonizada apresentou
sinais de biocompatilidade com células epiteliais e fibroblastos. Outro fator
importante, é que quando dispersado em água, o ozônio não pode ser inalado, o que
reduz de maneira importante os riscos.
Com relação ao efeito sobre Candida albicans, Nagayoshi et al. (2004b) não
obtiveram sua total inativação in vitro à 2mg/l, em exposição por 120 minutos. Por
outro lado, Arita et al. (2005) aplicando doses de 2 a 4mg/l por 120 segundos,
reduziram o crescimento pelo uso da água ozonizada. Cardoso et al. (2008)
demonstraram resultado favorável sobre esse mesmo microrganismo. A discussão
destes achados em nada difere quando da aplicação de qualquer nova tecnologia
com vistas à ação antimicrobiana. A necessidade de buscar metodologia capaz de
organizar os resultados organizados especialmente em modelo experimental que
garanta a ideal interpretação dos resultados, ainda é um fato a ser estudado.
Com resultados interessantes, Huth et al. (2007) foram além e indicaram a
capacidade de inibir o sistema NF-κB que induz liberação do fator de necrose
tumoral (TNF-α) que na cavidade oral é responsável pela destruição alveolar e
52
tecido periodontal conjuntivo. Fator este que também está relacionado a destruição
em casos de neoplasias, doenças que estão cada vez mais presentes na Medicina
Veterinária
Segundo Huth et al. (2007) a inibição de liberação do TNF não ocorre em
todas as condições da aplicação da água ozonizada. Para que isso aconteça supõe-
se que a água ozonizada não promova um estresse oxidativo imediato. Age sobre
aminoácidos levando uma produção de moléculas modificadas que interagem com
os sistemas de sinalização celular prevenindo a liberação de subprodutos da
peroxidação lipídica, como a 4-hidroxinonenal.
A discussão permite entender que os resultados foram semelhantes quando a
ação da inibição da liberação do TNF, pela via sistêmica o que podem indicar um
grande avanço conferindo ao ozônio propriedades antiinflamatórias.
Partindo para a ação do óleo ozonizado, ele atua através da formação dos
triazonídeos (subprodutos do óleo ozonizado) que gera peróxidos de hidrogênio
(SECHI et al., 2001; BOCCI, 2005). Seu preparo requer um tempo maior para
incorporação do ozônio, por volta de um a dois dias, mas de forma muito vantajosa
apresenta maior tempo de ação, chegando até 2 anos (BOCCI, 2005). Além da
atividade antimicrobiana, foi reconhecida também a ação de reparação em feridas
(RODRIGUES et al., 2004; CRUZ et al., 2008).
Os achados do óleo ozonizado aproximam-se aos da água ozonizada, tendo
como vantagem o tempo de trabalho maior além das propriedades cicatriciais.
As contra-indicações estão relacionadas principalmente à inalação do ozônio
sobre a forma de gás. Ele é usado como método para teste de substâncias
broncoconstritoras por ter sua curva de dose-resposta conhecida (SOMMER et al.,
2001); faz com que as vias aéreas fiquem hiperresponsivas e exacerbe doenças já
existentes como asma, doenças obstrutivas crônicas e síndrome do desconforto
respiratório (WAGNER et al., 2003; WILLIANS et al., 2007; CIENCEWICKI et al.,
2008). Tendo em vista essas informações, com a utilização da água e óleo
ozonizados o risco de inalação é mínimo, o que torna o método seguro para sua
utilização. Substâncias catalisadoras ou altas temperaturas já descritas
anteriormente podem ser utilizadas para evitar a dispersão do gás no meio
ambiente.
A discussão dos diferentes artigos descritos demonstrou a ação positiva do
ozônio sobre alguns microrganismos que poderão ser encontrados na cavidade oral
53
de animais domésticos, permitindo a extrapolação dos dados. Algumas contradições
poderão ter como justificativa o desconhecimento da dose e tempo ideal de
aplicação.
Em resumo conclui-se que os efeitos biológicos e as possibilidades
terapêuticas do ozônio podem ser obtidas nas mais variadas formas. Com relação
ao efeito imunomodulador, sabe-se que há um aumento da produção de
antioxidantes com objetivo principal de proteção contra as espécies reativas do
oxigênio. Isso é importante em casos de doenças como diabetes, síndrome de
reperfusão, no entanto, seus efeitos antiinflamatórios ainda não possuem seu
mecanismo totalmente conhecido. Atualmente sabe-se que há inibição da liberação
de fator de necrose tumoral, o que é um grande começo. Para a aplicação na
Odontologia Veterinária, sugere-se o aperfeiçoamento dos estudos no que diz
respeito a essa atividade.
A aplicação com objetivos antimicrobianos já apresenta resultados favoráveis
na literatura. Esta revisão pôde confirmar que a água ozonizada e o óleo mostraram-
se a melhor opção. O ozônio tem efeito antimicrobiano reconhecido, principalmente,
em microrganismos suspensos e biocompatível com células orais e tem indicativo de
desencadear ação antiinflamatória, além de baixo risco de inalação. Neste caso
torna-se a proposta de uso na Medicina Veterinária, mais especificamente,
Odontologia Veterinária.
,
Conclusão
55
4 CONCLUSÃO
A revisão da literatura sobre o assunto permitiu concluir que:
O ozônio apresenta duas principais formas de ação, a imunomodulação e
ação antimicrobiana. A primeira relacionada à capacidade do ozônio em induzir
liberação de antioxidantes e modular liberação de agentes pró-inflamatórios (como
as citocinas). A segunda relacionada à propriedade de inativação de
microrganismos. É um gás reativo e tóxico ao sistema respiratório que, sob
condições controladas, apresenta evidências científicas que comprovam a
contribuição para a qualidade de vida de indivíduos e populações. Sendo necessária
a seleção da melhor forma de aplicação para o planejamento dos tratamentos e
necessidades desejadas. Seu potencial terapêutico permite a aplicação de diversas
formas. A ozonioterapia constitui então uma proposta coadjuvante altamente
promissora diante da necessidade do controle da infecção.
Com vista nos trabalhos aqui agrupados, acredita-se que a água ozonizada e
o óleo ozonizado são as melhores formas de utilização do ozônio, para a aplicação
na Odontologia Veterinária. Sugere-se que novas pesquisas agora, voltadas a essa
área possam ser desenvolvidas, principalmente no que visa a sua biocompatibilidade
a possível ação antiinflamatória.
.
Re
f
erências
57
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