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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE ENFERMAGEM
Emerson Gomes Garcia
A SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
NAS EQUIPES DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE
SALVADOR
SALVADOR-BAHIA
2005
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1
Emerson Gomes Garcia
A SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
NAS EQUIPES DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE
SALVADOR
Dissertação apresentada ao programa de
s Graduação da Escola de Enfermagem
da Universidade Federal da Bahia-UFBA,
na área de concentração O Cuidar em
Enfermagem como requisito para
obtenção do grau de mestre.
Orientador Prof. Dr. Álvaro Pereira
SALVADOR – BAHIA
2005
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Emerson Gomes Garcia
A SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM
NAS EQUIPES DO PROGRAMA DE SAÚDE DA FAMÍLIA DE
SALVADOR
Dissertação apresentada ao Programa de s-graduação em Enfermagem da Universidade
Federal da Bahia-UFBA, na área de concentração: O Cuidar em Enfermagem. Como requisito
para obtenção do grau de mestre.
Aprovada em 25 maio de 2005
BANCA EXAMINADORA
Álvaro Pereira_______________________________________________________________
Doutor em Enfermagem e Professor da Escola de Enfermagem da UFBA
Maria Bettina Camargo Bub____________________________________________________
Doutora em Enfermagem e Professora do Curso de Enfermagem da UFSC
Maria José Coelho____________________________________________________________
Doutora em Enfermagem e Professora da Escola de Enfermagem Anna Nery da UFRJ
Ester de Souza Costa__________________________________________________________
Doutora em Enfermagem e Professora da Escola de Enfermagem da UFBA
3
“Sofro por me sentir acomodada” (ANA NERY).
4
AGRADECIMENTOS
A Deus, Pai inteligência suprema causa primária de todas as coisas que sempre
me iluminou nos meus momentos de provação.
À minha mãe, incentivadora de todas as fases de minha vida estudantil sempre
pegando em minha mão e me conduzindo em um caminho de produção.
Ao professor Dr. Álvaro Pereira, meu orientador, amigo e mestre, pela atenção,
compreensão, paciência, incentivo e orientação segura, dispensada a mim na
construção e desenvolvimento deste trabalho.
À minha irmã Alessandra e minha amiga Ana Guzzo pela eterna amizade e
compreensão de minhas falhas. Sempre apoiando e incentivando
Às enfermeiras entrevistadas, que contribram para a realização desta pesquisa.
À orientanda do Prof. Dr. Álvaro, a aluna da graduação Geise Marcele F. de
Almeida, por sua colaboração, pelo seu compromisso dedicação e seriedade na
busca do conhecimento.
E a todos aqueles que direta ou indiretamente, contribuíram para a execução
deste estudo, o meu sincero agradecimento.
À CAPES (Coordenação de Apoio à Pesquisa) pelo apoio na forma de bolsa que
possibilitou desenvolver meu estudo com maior tranqüilidade financeira.
5
RESUMO
Pesquisa exploratória descritiva de abordagem qualitativa que investigou a
sistematização da consulta de enfermagem no Programa Saúde da Família (PSF), tendo por
objetivo geral: analisar o modo de realização das Consultas de Enfermagem com usuários do
PSF; e os objetivos específicos: descrever as atividades que caracterizam a consulta de
enfermagem na equipe deste Programa, identificar os fatores que interferem na sistematização
da consulta de enfermagem realizada por essas equipes e conhecer o entendimento dos
enfermeiros e enfermeiras sobre a sistematização da consulta. O estudo foi realizado no
distrito de Saúde do Subúrbio Ferroviário de Salvador no período de novembro de 2004 a
janeiro de 2005 tendo como sujeitos dez enfermeiras que trabalham nas equipes de PSF do
Subúrbio Ferroviário e que concordaram em participar deste estudo, cujo critério de seleção
foi atuar nas dez primeiras equipes de PSF implantadas há mais de um ano na Cidade do
Salvador. Foi utilizado como instrumento de coleta de dados a entrevista com formulário
próprio contendo perguntas objetivas identificando os sujeitos, e subjetivas descrevendo a
sistematização da consulta de enfermagem. Percebi através dos dados que o mapeamento não
foi realizado de forma preconizada pelos profissionais contratados; a contagem foi equivocada
e o número de equipes foi insuficiente para desempenho eficiente em face da extensão
territorial. O número de famílias indica que equipes atuando fora da sua área adstrita real
enfrentando problemas de ordem geográfica. Os treinamentos direcionados a essa estratégia
de saúde e o acompanhamento insuficiente foram apontados como problemas estruturais da
implantação das equipes e das unidades. A consulta de enfermagem é uma atividade que a
enfermeira precisa realizar, mas não teve preparação suficiente para efetivá-la a contento; ela
restringe-se a algumas etapas realizadas de modo assistemático que atendem prioritariamente
ao modelo da clínica estando direcionada para as enfermidades, com alguns destaques para
educação na saúde. Ela é feita de modo singular pelos membros da equipe na dependência de
sua motivação individual. Grande parte das entrevistadas desconhece as etapas que
normatizam esta atividade e quando identificadas estão incompletas percebendo-se em alguns
discursos a negação e a falta de importância a elas atribuída. A ausência de recursos materiais,
de organização dos prontuários, de impressos e de recursos estruturais são apontados como
aspectos negativos para a sistematização desta consulta.
PALAVRAS-CHAVE: Enfermagem; Enfermagem em Saúde Comunitária; Consulta.
6
ABSTRACT
This is a qualitative, descritive and exploratory research that investigated the
systematization of nursing consultation in the Health Family Program. Its general objective
was: to analise the way that nursing consultation has been developed to people who use this
health program on that place. Its specific objectives were: to describe the nursing acting with
the caracteristic of nurse attention on this health family staff program and identify important
actions that could interfer on this systematization of the nursing’s consultation on this group.
This study was developed on the Railway Employee Suburb’s Health Program of Salvador´s
city from November, 2004 to January, 2005, whose subjects of this research were ten nurses
who worked on this Railway Employee Suburb’s staff of program, and that agreed taking part
on this work. Being selected It was needed belonging to ten first staffs introduced since one
year in Salvador’s city. An inteview was used as collector data instrument, with an elaborate
form containing objective questions, in order to identify the subjects, and subjective questions
describing the nursing´s systematization appointment. Through the data, I realize that the
work to built the map place hasn´t been made as the governament Family Program rules.
There was a mistake on the counting process of the houses. The staff of work wasn’t enough,
because there was a vast area. The excess of families make us believe there was staff working
out of the right area, and they have geographic problem. The directed traning by this health
strategy and the insufficient work retinue was like strutural problems bringing the staffs. The
nursing consultation is an activity that the nurse needs to do whith a such qualificacation, but
they don’t have the Knowhow enough to make it works. It sum up in same stages and doen’t
follow a ruling. It is headed to biomedic way, leaded to desease way. Some times leaded to
the health education they follow only same stages of the nurse consultation, and their self
knowledge. Some of them did not know the consultation stagies and the consultation law. On
this work can be found aspects that make hard to get the systematization of this nurse
ocupation. Things like missing material, the defective structure, and do not have organization
on the right print.
KEY - WORDS: Nursing; The Community Health; Consultation.
7
SUMÁRIO
Resumo
Abstract
1. INTRODUÇÃO 08
2. DA CONTRUÇÃO CONCEITUAL À ELABORAÇÃO DE UMA
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
14
2.1 CONSTRUINDO UM MARCO REFERENCIAL PARA A SAÚDE NA FAMÍLIA 14
2.2 A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO NO PSF 19
2.3 SISTEMATIZANDO A ATENÇÃO A SAÚDE NO PSF 25
3. BUSCANDO UM CAMINHO SEGURO 30
3.1 ABORDAGEM DO ESTUDO 30
3.2 TIPO DE ESTUDO 31
3.3 LOCAL DA INVESTIGAÇÃO 32
3.4 SUJEITOS DA PESQUISA 33
3.5 COLETA DE DADOS 34
3.6 ÉTICA 37
3.7 ANÁLISE DOS DADOS 37
4. A SISTEMATIZAÇÃO REVELADA NOS DISCURSOS 39
4.1 VIVENCIANDO A IMPLANTAÇÃO DAS EQUIPES DE PSF 39
4.2 O MODO DE DESENVOLVIMENTO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM 44
4.3 AS ETAPAS RECONHECIDAS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM. 47
4.4 PERCEBENDO A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA 50
4.5 IDENTIFICANDO OS FATORES POSITIVOS E NEGATIVOS QUE CONTRIBUEM OU
NÃO PARA A VIABILIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.
51
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS 55
6. REFERÊNCIAS 58
APENDICES 63
APÊNDICE I: TERMO DE CONSENTIMENTO PÓS-INFORMADO 64
APÊNDICE II: ROTEIRO DE ENTREVISTA SEMI-ESTRUTURADA 66
APÊNDICE III: ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO NÃO PARTICIPATIVA 67
APÊNDICE IV: ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO NO PRONTUARIO 68
ANEXOS 69
ANEXO I: FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES
HUMANOS
70
ANEXO II: PARECER TECNICO DA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA
CEP-SESAB
73
ANEXO III: ENTREVISTAS TRANSCRITAS 75
ANEXO IV: OBSERVAÇÕES ANOTADAS NOS ROTEIROS 98
ANEXO V: QUADROS REPRESENTATIVOS PARA A CATEGORIZAÇÃO E
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
127
8
1. INTRODUÇÃO
Os enfermeiros e enfermeiras enfrentam inúmeras dificuldades e conflitos ao
procurarem cumprir o que é preconizado pelas diretrizes governamentais quando participam
de programas específicos do Ministério da Saúde – MS. Muitas destas dificuldades são devido
à precariedade na infra-estrutura, duplicidade de competências, pessoal disponível e escassez
de materiais (MARTINS, 2001). Apesar das dificuldades encontradas, no que concerne às
demandas sociais básicas de saúde, no Capítulo da Ordem Social, o Sistema Único de Saúde
(SUS), ainda assegura a assistência à saúde de qualidade à população brasileira.
Apesar de ter sido constatado um avanço importante no que se refere ao conceito
saúde na sociedade brasileira, existe na prática uma contradição entre o discurso político do
governo e a sua efetivação (BRASIL, 1993). A assistência de saúde de qualidade à família
está longe de ser compreendida como uma ação interdisciplinar que demanda o desempenho e
a responsabilidade de gestores e equipes.
Dentre as atividades obrigatórias propostas na regulamentação do exercício
profissional e na específica deste programa cabe aos enfermeiros e enfermeiras a realização da
consulta de enfermagem ao cliente, falia e comunidade.
Segundo Almeida (1997) e Feuerwerker (2000), a idéia da integração de
responsabilidades e da formação de profissionais para trabalhar com a saúde familiar, no
Programa de Saúde da Família, envolve necessariamente articulações entre as áreas clínicas
básicas como ortopedia, pediatria, ginecologia, clínica dica e a saúde coletiva. O que faz
com que o direito à sde seja uma meta a ser alcançada por todos os profissionais deste
programa.
Por este prisma é possível afirmar que o enfermeiro e a enfermeira algum tempo
reconhecem a importância da família, integrando-se a ela na busca de apoio para que, juntos,
possam obter um resultado mais satisfatório frente ao ato de cuidar do paciente.
9
Nos cuidados e orientações realizados em sua consulta, esta(e) profissional é capaz de
considerar a importância das necessidades básicas afetadas, mesmo daquelas mais simples
como, por exemplo, a necessidade de cuidado corporal (DANIEL, 1981).
Com o surgimento das novas diretrizes sociais para a atenção à saúde populacional, a
consulta de enfermagem torna-se uma atividade profissional extremamente necessária.
Considera-se esta, a aplicação do processo de enfermagem, uma modalidade de
sistematização da assistência prestada ao usuário aparentemente sadio ou não, em uma
unidade básica de saúde ou em ambulatório (HORTA, 1979).
Esta modalidade pressupõe a interação usuário do sadio ou não, e da enfermeira ou
enfermeiro. É a implementação do processo de enfermagem histórico, diagnóstico,
intervenções e avaliação de enfermagem em uma Unidade Básica de saúde ou em um
ambulatório. Ela vem ao longo do seu contexto histórico sofrendo injustiças ou sendo muitas
vezes subutilizada nos serviços públicos.
Freqüentemente a consulta tem sido encarada como uma complementação da atividade
médica. Na maioria das Unidades de Saúde, situações onde profissionais de nível médio,
a(o) auxiliar de enfermagem em especial, executam as tarefas de pe pós consulta médica,
sendo muitas vezes confundida(o)s com a(o)s enfermeiros(as) pelo usuário. Estes
profissionais por sua vez, são incapazes de distinguir, assim, o verdadeiro papel do enfermeiro
(a). De outro lado, na maioria das vezes, os enfermeiros(as) estão envolvidos com os serviços
administrativos, deixando um pouco de lado seu objetivo principal que é aquele relacionado
ao ato de cuidar (SANTOS, 2001) cedendo espaço a outras categorias da enfermagem para a
sua realização.
O profissional de enfermagem deveria estar voltado à assisncia para o atendimento,
avaliação e acompanhamento efetivo dos problemas de saúde do usuário, tendo como
ferramenta a consulta. Apesar disto demandar um tempo precioso na sistematização do
10
conjunto de suas ações, este fato facilitaria o alcance de suas metas. No entanto, essa é uma
expectativa que ainda não se concretizou de fato no PSF.
A consulta de enfermagem parece, ainda, ser é uma prática mal entendida pelo usuário
e subestimada pelos profissionais. Ela precisa ser vista pelo usuário como muito mais do que
um momento de tirar dúvidas, e pelo profissional enfermeiro, como a forma de sedimentar
conhecimento e mostrar a realidade da qual o usuário participa. Estas informações fortalecem
a necessidade de reflexão sobre as responsabilidades com a promoção de saúde do usuário, da
família e da comunidade (PADILHA et al, 1984).
Ela é necessária para avaliar a qualidade das ações do enfermeiro(a) na assistência
prestada. Uma avaliação que poderá ser feita tendo por base a sistematização adequada do
atendimento, onde a própria comunidade, assistida pela equipe multiprofissional possa avaliar
a repercussão das ações dos enfermeiros e das enfermeiras através do “feedback que
estabelecerá com o usuário, família e comunidade diante de suas intervenções e/ou
orientações. Esta aferição será positiva se houver transformação nas dimensões sócio-política
e cultural destes grupos. Avaliar neste contexto deve ser um processo contínuo, realizado
pelo enfermeiro através de observação da retro-alimentação proveniente do paciente, família e
equipe. Visa aperfeiçoar o processo de atendimento global” (CIANCIARULLO, 2000, p.115).
A consulta de enfermagem no PSF foi aqui contextualizada porque é objeto de
investigação deste estudo que pretendeu estabelecer a necessidade de sua sistematização,
avaliando os fatores que podem interferir na implantação da sistematização da consulta na
efetivação do Programa de Saúde da Família.
Durante minha experiência acadêmica e profissional no Programa de Saúde da Família
despertei o entusiasmo pela consulta como uma das possibilidades de busca da autonomia
profissional.
Esse interesse intensificou-se ainda mais quando em 1999 comecei a atuar como
11
enfermeiro no Programa Saúde da Família, no Distrito Federal, quando as atribuições de
enfermagem englobavam além da coordenação da equipe um número determinado de
consultas/dia. Nessa ocasião verifiquei que tais consultas não eram sistematizadas, ficando a
critério de cada profissional delinear sua metodologia de assistência. Mesmo após inúmeras
discussões para estabelecermos um protocolo de ações que sistematizaria a consulta,nunca
conseguimos implan-lo efetivamente.
Em junho de 2001, quando trabalhava no Programa de Interiorização dos
Trabalhadores em Saúde - PITS/Ministério da Saúde, no interior do Maranhão, continuei
sentindo essas mesmas dificuldades. Eu percebia que também não se havia instituído um
direcionamento específico quanto a forma de condução de tais consultas.
Atuando neste campo de trabalho, percebi que a Consulta de Enfermagem ainda é
pouco reconhecida pelos usuários dos serviços de saúde e pelos demais membros da equipe
do PSF, embora, oficialmente, no Programa de Saúde da Família, esta prática esteja
regulamentada desde 1994, quando ocorreu sua implantação (BRASIL,1997).
Minha principal limitação residia nas barreiras impostas pelos demais profissionais da
equipe do PSF - auxiliar de enfermagem, médico, dentista e assistente social - os quais ou
desconheciam a consulta de enfermagem ou ignoravam a sua importância na prática cotidiana
da(o)s enfermeira(o)s em saúde coletiva .
Durante as últimas décadas, tem sido atribuído a esta(e)s profissionais administrar os
recursos materiais e humanos dos programas. E nesse sentido, o tempo que lhes restava para
realizar sua principal tarefa, o cuidado direto ao usuário, foi tornando-se muito restrito. Esta
situação foi corroborada pelo fato de que, também em minha formação acadêmica, a maioria
das disciplinas parecia enfatizar o atendimento do usuário em seus aspectos biológicos,
fazendo predominar o modelo biodico, que há muito vem sendo criticado por estudiosos da
área de enfermagem e áreas afins (MARTINS- 2001).
12
Ao direcionar o foco do meu trabalho para a consulta de enfermagem, percebi a
importância de estar atento para a questão Legal deste procedimento, o mesmo instituído pela
lei do exercício profissional 7498 de 1986 (BRASIL, 1986). Ainda não é controlado e
acompanhado pelo Conselho Federal (COFEN) e pelos Conselhos Regionais de Enfermagem
(CORENs). Este fato tem gerado nos enfermeiros e enfermeiras uma certa insegurança para
consolidar e sistematizar as atividades da assistência da enfermagem, mesmo amparados pela
resolução COFEN 272/2002, que além de definir a consulta de enfermagem determina que
“a implementação da Sistematização da Assistência de Enfermagem SAE - deve ocorrer em
toda instituição de saúde pública e privada” (BRASIL, 2002).
Nessa perspectiva emergiram dessa realidade os seguintes questionamentos: Qual o
entendimento do(a)s enfermeiro(a)s sobre a forma sistematizada de realizar a consulta de
enfermagem no PSF? Quais são as atividades específicas que caracterizam a consulta de
Enfermagem? Quais são os fatores que interferem na sistematização desta atividade, que é
obrigatória nas instituições de saúde?
Para nortear meu estudo estabeleci como objetivo geral: Analisar o modo como o
realizadas as Consultas de Enfermagem com usuários do Programa Saúde da Família, no
distrito de saúde do subúrbio Ferroviário do município de Salvador-BA.
Para alcançar tal objetivo, estabeleci como Objetivos específicos da investigação da
consulta de enfermagem na equipe do Programa Saúde da Família; - identificar os fatores que
interferem na sistematização da consulta de enfermagem no Programa Saúde da Família
dessas equipes; - conhecer o entendimento dos enfermeiros e enfermeiras sobre a
sistematização da consulta de enfermagem.
O estudo foi dividido em 5 capítulos. O primeiro capítulo trata de introduzir o leitor ao
objeto de estudo bem como algumas considerações deste objeto quanto a sua situação atual e
como tem aparecido no sistema de saúde em questão. O segundo capítulo foi dividido em três
13
etapas. A primeira expõe sobre as considerações gerais sobre o tema saúde, sua trajetória
histórica contemplando as políticas de saúde do Brasil e em outros países, a fim de
compreender a transformação dos modelos de assistência, contemplando a introdução do PSF
como Programa de Saúde, e a implementação das mudanças no modelo assistencial atual. A
segunda etapa dispõe sobre a consulta de enfermagem, seu marco cronológico, sua
implementação no PSF e a maneira como vem sendo proposta por alguns autores. A terceira
etapa aborda os aspectos essenciais da realização da consulta de enfermagem. O terceiro
capítulo descreve o trajeto metodológico de desenvolvimento deste estudo, especificando o
local, os sujeitos e o modo de obtenção e avaliação dos dados do estudo. O capítulo 4 aborda
a sistematização revelada nos depoimentos e sua análise e, por fim, o capítulo 5 dispõe sobre
as observações e infencias a partir dos resultados observados com o estudo.
14
2. DA CONSTRUÇÃO CONCEITUAL À ELABORAÇÃO DE UMA
ESTRATÉGIA DE INTERVENÇÃO
2.1- UM MARCO REFERENCIAL PARA A SAUDE DA FAMÍLIA
Pensando nos meus questionamentos sobre o papel dos enfermeiros e enfermeiras no
PSF e sua atuação na consulta de enfermagem, considerei importante iniciar esta revisão
refletindo sobre o entendimento destes profissionais e da equipe de PSF sobre o conceito de
saúde definido pela Organização Mundial da Saúde, para a qual a saúde é descrita como um
“[...] estado de completo bem estar físico, mental e social, e não somente a ausência de
afecções ou enfermidades” (BRASIL, 1993, p.1).
A falta de compreensão sobre este conceito ou concepção por grande parte dos
profissionais de saúde gera uma insatisfação por parte da sociedade e, de certa forma uma
preocupação das autoridades governamentais responsáveis pelo gerenciamento da saúde.
Considero também importante conhecer a trajeria das políticas de saúde implantadas
no país e no mundo nas últimas décadas com o propósito de entender melhor o processo de
construção e transformação de modelos de assistência à saúde.
A partir da década de 60, a reordenação curricular enfatizou a especialização e
ambientação em hospitais universitários e centros de excelência técnica, nesta época, surgiram
nos Estados unidos as primeiras Escolas de Saúde Pública para dar suporte ao trabalho de
prevenção (DANIEL, 1981).
No entanto, para que haja mudanças significativas no modelo de assisncia à saúde é
necessário repensar e reestruturar continuamente as deliberações colocadas pelo sistema,
dessa maneira implementar um modelo melhor, bem estruturado para contemplar as
necessidades do usuário dos serviços.
Segundo Mendes-Gonçalves (1994), adaptações foram feitas algumas décadas após
15
este período, reconhecendo as múltiplas causas das doenças. Desdobramentos de modelos
alternativos expressos em medicina preventiva, comunitária e familiar foram se organizando.
A proposta de dico da família surgiu apenas em 1969 nos Estados Unidos, onde a
medicina familiar foi reconhecida como Política Pública da Saúde.
À medida que os modelos de saúde o se consolidando, o tornando-se cada vez
mais possível se fazer observações complementares no intuito de propor novas estratégias
adequando-as à realidade na qual eles estejam inseridos. Nesse sentido, cada modelo quando
implementado assume realidades diferenciadas, onde necessitam ser adaptados. É de onde
vem as intermediações e as adaptações diversas para um mesmo modelo.
Nos anos 70, esta idéia foi difundida para o Canadá e países europeus e por último na
América Latina de maneira incipiente através de seminários e publicações que objetivavam
divulgar a proposta.
Desde então, a idéia de vincular a medicina curativa e preventiva vem sendo colocada.
Em 1920 tal idéia foi colocada por Dr. Bertran Dawson, do conselho consultivo britânico
sistematizando uma série de recomendações num relatório, tais como a noção de
indissociabilidade dessas duas especificidades, é o que relata Silva Junior (1998).
O Brasil o maior país latino americano e com complexos problemas conjunturais, fez
também parte dos movimentos que discutiam as novas perspectivas de saúde para a
população. O movimento de atenção primária à saúde aconteceu no nosso país no final dos
anos 70 e início dos anos 80. Em primeira instância, deu-se a discussão dos princípios de
democratização e universalização da assistência e, na segunda instância, foram feitos ajustes
na área econômica para conter custos nos setores. Porém, segundo Mendes-Gonçalves (1994),
as tentativas de organização dessa prática foram frustradas e depois de então surgiram várias
propostas de reordenamento do sistema de saúde no Brasil.
Porém, era necessário considerar as questões de ordem social e econômica pelas quais
16
passavam o país naquele período, uma vez que estas determinavam as condições de vida e
saúde da população, o que repercutiu na atenção dada a este serviço por conseqüência da
incapacidade de atender à demanda, não assegurando dessa maneira os direitos sociais
preconizados.
Em 1986, durante a Conferencia Nacional de Saúde, foram deliberados os
princípios estratégicos do Sistema Único de Saúde SUS, dispostos na Constituição Federal
de 1988 e, posteriormente, regulamentados por decretos, leis, resoluções e normas.
O Sistema Único de Saúde - SUS é hoje uma realidade. No entanto, a comunidade
continua tendo dificuldades de acesso à atenção à saúde de qualidade. A saúde pública ainda
apresenta atendimento que não contempla à maioria dos brasileiros. A insatisfação da
comunidade é evidenciada pelas queixas e reclamações quanto aos recursos destinados ao
SUS. Para os usuários, os recursos materiais são insuficientes. A quantidade de profissionais é
insatisfatória para um atendimento de qualidade, de modo que atenda as exigências dos
programas e os princípios preconizados para a implantação dos padrões de sistematizações
funcionais dos atendimentos. Assim sendo, é imprescindível a remodelação da atenção à
saúde, pois a figura do serviço de emergência não vem resultando em eficácia para o sistema
de saúde e/ou atendimento satisfatório para seu usuário.
Para tanto, fez-se necessário operacionalizar uma concepção mais ampla de atenção à
saúde que atentasse para a família como núcleo norteador, embora não fosse esta uma idéia
inovadora. Muitos distritos compartilham dessa perspectiva, inclusive o próprio Ministério
da Saúde vem tentando implementar ações que vão além da reforma administrativa e
traduzem-se em transformações das práticas sanitárias brasileiras. (ALMEIDA, 1997;
FEUWERKER, 2000).
Na América Latina, o movimento internacional de municípios e cidades saudáveis
ganhou espaço. É importante ressaltar Cuba que, segundo Mendes-Gonçalves (1994), fez a
17
implantação de um modelo pós-flexneriano na formação acadêmica, adaptado a um paradoxal
positivismo marxista em conteúdos novos de políticas públicas. Neste caso, o autor coloca
que a idéia de garantia de acesso melhorou significativamente.
Na década de 70, inúmeras mudaas e experimentações puderam ser observadas nos
modelos de saúde ao redor do mundo. A implantação de programas de medicina familiar em
países como México, Bolívia, dentre outros, influenciadas pelas políticas e estratégias
apresentadas por órgãos internacionais ligados à saúde e, também, a Conferência
Internacional em Alma Alta em 1978, que defendia a estratégia de atenção primária à saúde,
são exemplos dessas mudanças. Agregaram-se a estes anseios uma rie de elementos que
serviram como marco para a reorganização do setor saúde em todo o mundo. O Brasil,
também neste período, começou a direcionar suas ações, para nas décadas seguintes
implementar mudanças no seu setor saúde. Na década de 80, consolidou-se o sistema nacional
do dico da família e também o modelo médico cubano, os quais ajudaram a influenciar a
organização dos sistemas de saúde de algumas cidades brasileiras.
Nesse sentido, o MS, em 1994, implementou um novo programa que se chamou
Programa de Saúde da Família (PSF) que passou a fazer parte de uma estratégia para
promover mudanças no modelo de assistência à saúde no país, que até então, tinha sua
atenção voltada mais à cura do que à prevenção de doenças. A finalidade dessa
implementação seria construir um modelo de assistência voltado à família e à comunidade que
incluísse desde a proteção e promoção da saúde ao diagnóstico precoce e o tratamento das
doenças (BRASIL, 1999).
O PSF estabelece vínculos e criação de laços de compromisso e de co-
responsabilidade entre profissionais de saúde e a população. A estratégia utilizada por este
programa visa reverter o modelo assistencial vigente. Para tanto, é necessário mudar o objeto
18
de atenção, forma de atuação e organização dos serviços (BRASIL, 1997).
O Programa de Saúde da Família (PSF) caracteriza-se por ser um trabalho
multiprofissional e interdisciplinar, devendo ser traduzido por um trabalho humanizado e
capaz de ver o usuário em um contexto mais amplo. Nesse contexto, o enfermeiro ou a
enfermeira dentro de uma unidade básica de saúde, além da assistência individual, atua como
generalista nas diferentes fases do ciclo vital, logo está inserido em uma prática heterogênea
assumindo responsabilidades gerenciais (PERES, 1997).
De acordo com esta perspectiva, o profissional enfermeiro para prestar assisncia de
qualidade e realizar uma consulta adequada deve utilizar-se dos conhecimentos sistematizados
e direcionados para solução dos problemas de saúde individuais ou em grupo, pondo em
prática seus conhecimentos científicos. O profissional de enfermagem é capaz de sistematizar
suas ações ensinando o usuário, fornecendo-lhe orientações, responsabilidade e compromisso
com o autocuidado, tendo como parceria não só a equipe, como também a comunidade
(CIANCIRULLO, 2000). A enfermagem moderna surgiu enfatizando a importância do
controle epidemiológico e hoje aponta para uma visão voltada para o planejamento de ações e
critérios para implementação de cuidados.
Pode-se também perceber a necessidade de planejamento de tal modo que o “cuidado
de qualidade além de envolver uma relação intencional entre enfermagem e o usuário,
envolve ações e atitudes que quando são sistematizadas consistem em assistência, no sentido
de atender necessidades reais e latentes do nosso usuário de forma integral”. (SILVA, 1999,
p.44),
No direcionamento do PSF, ficou entendido como função do enfermeiro(a):
supervisão do trabalho do Agente Comunitário de Saúde (ACS) e do auxiliar de enfermagem,
além da consulta de enfermagem na unidade de saúde e a assistência às pessoas que
necessitam de cuidados no domicílio. (BRASIL, 1994).
19
A consulta de enfermagem, nesse sentido, merece destaque especial por se tratar de
instrumento essencial à prática organizada de enfermeiros e enfermeiras também no PSF. A
abordagem que se segue sobre a consulta de enfermagem no PSF pretendeu dar luz a essa
estratégia pelo viés da sistematização, tendo como pano de fundo seu sentido organizativo que
determina a qualidade das ações profissionais dos enfermeiros e enfermeiras, entendendo-se
que esta é a oportunidade que o profissional deve lançar mão para distinguir-se dos demais
membros da equipe de cuidados à saúde, além de ver o usuário e sua família como seres
complexos e individuais e adequar sua atenção como a mais ampla e interdisciplinar possível.
2.2 - A CONSULTA DE ENFERMAGEM COMO INSTRUMENTO DE AÇÃO NO PSF
A consulta de enfermagem, segundo Henriques (1993), vem sendo implantada no
Brasil desde a década de 20 do século passado, apesar de apenas a partir da década de 60
serem formadas as primeiras equipes de saúde com participação de enfermeiras contribuindo
decisivamente para o surgimento da consulta de enfermagem. Este fato foi consolidado com o
Seminário Nacional sobre Currículo do Curso de Graduação em Enfermagem, que definiu que
as ações de enfermagem nas unidades sanitárias como consulta, é de atividade exclusiva do
enfermeiro(a), com impossibilidade de delegação (CASTRO, 1975).
Contudo, apenas na década de 1980 nos Programas Especiais de Atenção Integral à
Saúde é que a enfermagem passou a assumir a consulta de enfermagem como atividade
essencial nesses Programas (HENRIQUES, 1993).
A assistência individualizada nos programas de atenção básica no MS requer um
domínio técnico e científico e gera uma avaliação criteriosa, um conjunto de interações
individualizada para o usuário que é possível também por meio da consulta de enfermagem
20
(SANTOS, 2001).
A consulta é uma atividade que cria condições para que, no desempenho de suas
funções independentes, o enfermeiro(a) se volte mais ao atendimento da clientela e
se afaste um pouco da função burocrática, que tanto absorve o seu tempo, desviando
assim o enfermeiro(a) de sua função peculiar: o cuidar (CAMPEDELLI, 1990. p.18)
O COMITÊ DE CONSULTA DE ENFERMAGEM (1979, p.407-8.) definiu consulta
de enfermagem como:
Atividade diretamente prestada pelo enfermeiro(a) ao usuário, através da qual o
identificados problemas de saúde/doença onde serão prescritas e implementadas
medidas de enfermagem que contribuam para a promoção, proteção, recuperação ou
reabilitação do paciente.
As consultas devem acontecer de forma prática, com linguagem simples, esclarecendo
vidas, adaptando cuidados de acordo com a evolução do usuário e estimulando a sua
independência. Na consulta de enfermagem, pode haver a participação da família, a qual deve
receber informações para que possa contribuir com o processo de recuperação do usuário
(PARRA et al, 2000).
A falta de habilidade do enfermeiro ou enfermeira leva o usuário a não perceber o
impacto que a consulta de enfermagem pode trazer para a melhoria da qualidade de vida e dos
benefícios da educação em saúde sobre os grupos de risco como por exemplos: hipertensão,
Doença Sexualmente Transmissível, desenvolvimento da criança, saúde do adulto e outros.
Em uma consulta de enfermagem, o profissional lança mão de conhecimentos técnicos
essenciais ao diagnóstico das necessidades dos indivíduos e da comunidade. É também
necessária uma boa comunicação. Ela é necessária para melhorar a saúde daquele indivíduo,
sua família e comunidade (SANTOS, 2001).
As constantes intervenções dos enfermeiros e enfermeiras são merecedoras de crédito
e reconhecimento social. Ainda que a consulta de enfermagem tenha sido questionada ela vem
se consolidando nos últimos tempos.
Para auxiliar esta e outras práticas sistematizadas têm sido desenvolvidas
21
classificações internacionais para padronizar as intervenções de enfermagem. A North
American Nurses Diagnosis Association-NANDA, propôs uma classificação de diagnóstico
de enfermagem; a formulação de uma terminologia única para o saber do enfermeiro ou
enfermeira na suas atividades assistenciais, quer em práticas curativas ou de promoção a
saúde. Porém, este estudo ainda não conseguiu definir um perfil de terminologia única.
Faz-se necessário o estabelecimento de uma metodologia que sirva de referencial para
uma prática de qualidade que contemple a maior parte das expectativas e demandas
assistenciais dos sujeitos com os quais a enfermagem se relaciona. Para tanto, o modelo da
Sistematização da Assistência e Enfermagem (SAE) precisa assumir uma posição de destaque
em todos os campos de atuação profissional, viabilizando uma prática cada vez mais
científica, ordenando e direcionando o trabalho profissional.
Desde a década de 70, os estudos sobre o processo de enfermagem alavancaram a
fundamentação necessária para a viabilização da sistematização também da consulta de
enfermagem no Brasil. Para Horta (1971), a metodologia do processo de enfermagem é a arte
de guiar ou orientar a dinâmica das ações sistematizadas de enfermagem, visando assistência
de enfermagem ao indivíduo, família e comunidade. Num estudo piloto, realizado pela autora
em 1969 aplicando o processo de enfermagem em dez pacientes, ela obteve resultados
animadores demonstrando a imporncia desta assisncia sistematizada. Desde então, o
modelo Horta tornou-se uma referência para o ensino e a prática do processo de enfermagem
no Brasil.
Na década de 80, por iniciativa da ABEN, foi realizada uma grande pesquisa que
culminou na “Classificação Internacional das Práticas de Enfermagem em Saúde Coletiva no
Brasil - CIPESC”. Iniciativas como estas contribuem para a transformação de tais práticas em
saúde coletiva no Brasil. Esta foi uma estratégia técnica e política da ABEN diante da
implantação do Sistema Único de Saúde. Mecanismos de uniformização dos diagnósticos de
22
enfermagem e das práticas em saúde coletiva ainda são objetos de estudo dentro da academia
de maneira que possam abranger o usuário, a família e a comunidade, visando atingir
resultados pelos quais o enfermeiro(a) é responvel (CIANCIARULLO, 2000).
Para Almeida (1997), a enfermagem de saúde pública não acompanha as
terminologias de modelo de saúde, que foram se constituindo historicamente, como toma as
fundamentações do conjunto de disciplinas e saberes que compõem a saúde coletiva enquanto
marco referencial.
Segundo Gamba (1988), para que a consulta seja feita de forma integral é necessário
incluir a falia no contexto terapêutico. E, para tanto, é necessário redefinir o sentido da
palavra família, que transcende a definição de Ferreira (1993). Uma família é constituída por
pessoas aparentadas ou não, que vivem na mesma casa, quer sejam elas do mesmo sangue de
origem, ascendência, ou não.
Conforme Padilha et al (1984), a família é a célula da sociedade, na qual o indivíduo
desenvolve hábitos, costumes, valores que passam a conviver com a sociedade de acordo com
os padrões estabelecidos. A família es inserida no contexto da comunidade e os valores
desta comunidade se refletem na saúde do todo e do indivíduo isoladamente.
A família reforça, no convívio diário com o usuário, a importância das medidas
assistenciais e terapêuticas orientadas pelo enfermeiro ou enfermeira, além de proporcionar-
lhe o apoio e segurança necessários às mudanças de atitudes, impostas pela enfermidade e/ou
pelo quadro clínico (DUARTE et al, 2000). Portanto, é fundamental respeitarmos a história
social dos indivíduos no seu núcleo familiar, para podermos intervir de forma satisfatória.
Cabe enfatizar que a consulta de enfermagem envolve a identificação dos problemas e
das necessidades básicas afetadas para depois de diagnosticados, prescrever ou orientar
especificamente quais os cuidados deverão ser fornecidos ao usuário (DANIEL, 1981).
Assim sendo, constata-se que em todos os programas de Saúde e, não seria diferente
23
com o PSF, a consulta de enfermagem deve ser uma prática essencial realizada
exclusivamente pelo enfermeiro ou enfermeira que utiliza-se de métodos científicos para
identificar situações de saúde/doença, prescrever e implementar medidas de enfermagem que
contribuam para a promoção, prevenção e proteção da saúde, recuperação e reabilitação do
indivíduo, família e comunidade (COFEN Lei 7498, 1986).
Desta forma, podemos entender que na realização destes programas, o enfermeiro ou
enfermeira deverá ser capaz de desenvolver tecnicamente sua atividade privativa no ato de
consultar, interagindo também com o meio ao qual o usuário deste programa está inserido.
Assim, “a atenção prestada ao indivíduo, à família e à comunidade de modo sistemático e
contínuo será realizada pelo profissional enfermeiro com finalidade de promover a saúde
mediante o diagnóstico e o tratamento precoce” (VAZIN e NERY 1996, p 51).
A fim de regulamentar esta atividade que vinha sendo exercida pelos enfermeiros e
enfermeiras, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) a partir de 1993, mediante a
Resolução159/93, instituiu a consulta de enfermagem como atividade obrigaria em todos os
níveis de assistência à saúde, considerando-a uma composição semelhante a das fases do
processo de enfermagem. Posteriormente, a Resolução 272/2002 determina que compete ao
profissional enfermeiro (a) dentre estes: a implantação, planejamento, organização, execução
e avaliação do Planejamento em Enfermagem, definindo inclusive a sua composição ou fases
constituintes. O que não exclui o PSF de (re)organizar as atividades dos enfermeiros e
enfermeiras na perspectiva de atender os requisitos para a implantação da SAE em suas
atividades.
O que percebo em minha experiência profissional é que, apesar de haver amparo legal,
os enfermeiros e enfermeiras, ainda hoje, encontram inúmeras dificuldades e conflitos ao
procurar pôr em prática os conhecimentos acadêmicos sobre a consulta. Isto conduz a uma
descontinuidade do que é visto na sua formação e o campo de trabalho.
24
Moura (1997, p.61), em sua tese de doutoramento, destaca a importância da consulta
de enfermagem para consolidação da autonomia profissional e ainda retrata a situação
conflitiva por parte do profissional, afirmando que: A lei é condição necessária, mas não
suficiente para equacionar os problemas”.
O que se verifica na prática é a expansão de atividades em algumas instituições e a
adoção de medidas que viabilizem o cumprimento da lei do exercício do enfermeiro(a).
Embora muitos profissionais de saúde desconheçam o que prescreve a lei ou por outro lado, o
profissional não procure exercer plenamente as funções que lhe competem.
Parece evidente que o enfermeiro e a enfermeira ainda não reconhecem a importância
de realizar a sistematização da assistência no conjunto das suas atividades. Ao fazê-lo,
desmerecem suas ações no conjunto da força de trabalho em saúde.
Henriques (1993, p31) retrata a importância desta prática para os enfermeiros(as)
quando afirma que:
A consulta de Enfermagem se constitui em uma das mais polêmicas atividades do
processo de trabalho do enfermeiro(a), que ao longo dos anos passou por
transformações que acompanham as mudanças na sociedade. A consulta de
Enfermagem assume para muitos Enfermeiros(as) um papel do resgate do valor
profissional, definindo melhor seu papel e ampliando seu campo de atuação.
Assumir a sistematização pode ser reconhecer que não outra alternativa de
reconhecimento científico que não seja através de uma metodologia própria voltada para o ato
de cuidar e isso significa cuidar científico e autônomo e não um mero fazer técnico
subsidiário ao saber médico.
Pessini (1999) relata em uma pesquisa realizada no ano de 1992 que, dentre os
profissionais de saúde que atuavam em todos os segmentos de trabalho da saúde 13,2% eram
enfermeiros e 40,1% médicos. Sabemos que em países desenvolvidos o quadro destes
profissionais é o inverso. Para tanto, nossa realidade exige do profissional enfermeiro, muita
criatividade e a determinação de quem pretende implementar mudanças e isso não permite
atuar junto ao usuário de maneira direta e independente, o que caracterizaria, sua autonomia
25
profissional.
Essa idéia corrobora com as preocupações de Castro apud Henriques (1993, p.216)
quando assevera que as “mudanças acontecem quando aqueles que estão diretamente
envolvidos no fazer cotidiano se propõem a produzir as transformações. Estas transformações
começam nos próprios atores sociais ao fazerem uma inflexão sobre sua práxis”.
Certamente, o que se espera do perfil dos profissionais inseridos no PSF,
principalmente do enfermeiro ou enfermeira que está avaliando o paciente em seu contexto
familiar, que traz consigo toda sua formação cultural e religiosa, é que o enfermeiro seja
capaz de melhor identificar e traçar metas essenciais do programa não para si, mas
também, discutir e ponderá-las com a equipe a fim de intervir e qualificar da melhor forma
possível a saúde do usuário, da família e da comunidade.
Erdmann (1998), em sua análise sobre o sistema de cuidados de enfermagem, revela
que a abertura de um sistema tende a ser maior quando as condições externas são favoráveis a
ele, embora esteja sujeito ao acaso, risco e incertezas.
No entanto, no caso da consulta de enfermagem, para que a sistematização seja
implementada é necessária uma abertura interna dos profissionais que a desenvolvem para
que busquem aprimorar o exercício desta consulta e para que possam construir um padrão
norteador das ações de enfermagem.
2.3. SISTEMATIZANDO A ATENÇÃO À SAÚDE NO PSF
O contentamento do usuário e a sua maneira de entender o serviço de saúde têm sido
ponderados como questões fundamentais para o funcionamento e estabilidade deste serviço.
Uma vez que o funcionamento adequado e a estabilidade de uma empresa numa sociedade
26
neoliberal cada vez mais competitiva torna-se tarefa árdua de se manter. Os serviços de saúde
também não fogem a essa competitividade. A qualidade do cuidado em enfermagem é
constantemente discutida no cotidiano da sua prática que esestreitamente compatível com
as atuais necessidades impostas pelos usuários dos serviços de saúde cada vez mais
conscientes dos seus direitos de cidadãos.
A enfermagem enquanto profissão tem um caráter de planejamento e controle para
implementação de ões que vão desde a administração hospitalar até o controle
epidemiológico, caracterizando assim a necessidade de uma forma sistematizada para
assistência de enfermagem.
O cuidar com qualidade além de envolver uma relação intencional entre enfermagem
e usuário, envolve ações e atitudes que quando são sistematizadas consiste em
assistência, no sentido de atender necessidades reais e latentes de nosso usuário de
forma íntegra. (SILVA 1999, p.44).
A Sistematizão é importante para a enfermagem, pois é através do planejamento das
ações de enfermagem exercidas pelo enfermeiro e enfermeira junto com a equipe de
enfermagem que iremos direcioná-las às necessidades do paciente, (LAMBERTESEN, 1996).
Segundo Bittes Junior, Mussi, Ohl e Duarte (2000), desde 1959, a enfermagem busca
expandir suas atuações e orientar suas decisões mais adequadas aos princípios científicos.
Apoiando seus conhecimentos nas ciências sociais e naturais para formar as bases do novo
saber, que facilitou a deflagração e formação de uma nova base de conhecimento para
elaboração de conceitos pertinentes à área de desempenho.
Teóricas da enfermagem como Virgínia Henderson, vem contribuindo desde a década
de 50 para o desenvolvimento da concepção de assistência mais global do paciente por
assumir uma visão ampla no conjunto de etapas para nortear e organizar a nossa prática.
(ROSSI e CASAGRANDE, 2001).
Desde então, vários autores começaram a utilizar expressões e termos como processo
de enfermagem, método de assistência de enfermagem ou sistematização/sistema da
27
assistência de enfermagem. Mesmo que semanticamente estas palavras não tenham o mesmo
significado, na prática possuem o mesmo objetivo tentando integrar as partes que compõem
este processo na visão de um todo no cuidar do usuário.
Na década de 60, iniciou-se o planejamento das ações de enfermagem no mundo, mas
somente na década de 70 começaram realmente a serem implementadas na prática clínica.
Inicialmente nos hospitais americanos e ingleses, enfrentando barreiras e dificuldades, que
vêm se consolidando na imporncia do planejamento da assistência (ROSSI E
CASAGRANDE, 2001).
No Brasil, a individualização da assisncia inicia-se por volta de 1966 com a tradução
e revio do livro “Nursing Tean Organization and Functioning” pelas professoras doutoras
Haydee Dourado Aguiar e Clarice Ferrarini, adotado como relevância didática no ensino de
enfermagem de algumas Escolas. na década de 70, a enfermagem intensifica as discussões
sobre o papel cienfico e profissional do processo de enfermagem por influência das
publicações de Wanda Horta (CAMPEDELLI, 1989).
O processo passa a ser alvo de discussões por sua complexidade e pela dimensão que
viria a dar ao enfermeiro ou enfermeira, uma vez que este ou esta determinaria um
redirecionamento para o conhecimento e o seu papel que deixaria de ser intuitivo para
constituir-se em práticas cada vez menos subsidiárias ao ato e ao saber médico e da patologia.
Cruz, Ribeiro, Dutra e Caraciollo (1987) asseveram que a sistematização da
assistência de enfermagem permite ao enfermeiro(a) assumir o seu papel de planejar a
assistência, o que exige do mesmo um conhecimento científico próprio que prescinde uma
conduta empírica e intuitiva.
A assistência individual sistematizada oferece vantagens ao usuário, permitindo um
maior e melhor direcionamento das ações. Também é nesta dimensão que o profissional é
mais valorizado, por lançar mão de um conhecimento próprio, fundamentado teoricamente,
28
que permite uma melhor integração com a prática profissional. No que diz respeito à consulta
de enfermagem, evidencia-se que este direcionamento caracteriza o fornecimento de
elementos necessários para a implantação de um plano individual (WALDOW, 1998; CRUZ,
RIBEIRO, DUTRA e CARACCIOLO, 1987).
A utilização de um método científico pressupõe que no exercício da enfermagem a
modalidade da consulta permita ao enfermeiro(a) de maneira organizada e formal identificar
os problemas, coletar dados que determinarão de forma individualizada as ações de
intervenção da enfermagem (SAMPAPIO e PELLIZZETT, 2000; WALDOW, 1998;
GEORGE, 2000).
Para Horta (1971), o processo de enfermagem visto como dinâmica das ações
sistematizadas de enfermagem que visam a assistência de enfermagem ao indivíduo família e
comunidade teve sua esquematização a partir do histórico de enfermagem passando pelo
diagnóstico, plano terapêutico de enfermagem, implementação do plano, avaliação, evolução
de enfermagem e prognóstico de enfermagem.
Dentro desta perspectiva, podemos perceber que para que haja sistematização da
consulta de enfermagem é indispensável conhecer as fases do processo de enfermagem para
poder desenvolvê-lo.
Concordamos com a forma de interpretar a consulta de enfermagem de forma
sistematizada como um método de assistência de enfermagem que se direciona para uma
forma planejada, embasada cientificamente, que visa organizar o desempenho desta
modalidade. Facilitando o trabalho e assegurando melhor qualidade da assistência prestada
(CARRARO, 2001).
Percebo que a decisão do(a) enfermeiro(a) em realizar de forma sistematizada esta
consulta será reconhecida de forma diferenciada, de modo que, os usuários passarão assim a
a exprimir e atender satisfatoriamente suas necessidades. Assim, o enfermeiro(a) poderá
29
identificar e diferenciar de maneira qualitativa a importância da consulta para a saúde do
usuário, bem como para sua família, e o meio ao qual esta família está inserida na
comunidade.
30
3. BUSCANDO UM CAMINHO SEGURO
3.1 ABORDAGEM DO ESTUDO
Este estudo concentrou-se nos procedimentos metodológicos da prática dos
enfermeiros e enfermeiras de saúde pública com ênfase especial para a operacionalização da
consulta de enfermagem no PSF como instrumento fundamental para compreensão dos
elementos sócio-hisricos-culturais, ético-legais e técnico-científicos da prática. Os
programas por sua importância constituem as dimensões capazes de interferir na determinação
da institucionalização integral da saúde do usuário e da família.
A complexidade e a subjetividade expressas na investigação das atividades da consulta
de enfermagem e da identificação dos fatores que interferem na sistematização da mesma no
PSF, influenciaram minha opção pela abordagem qualitativa de pesquisa.
Segundo Triviños (1987), por meio desta abordagem é possível desvendar ideologias
ou lacunas que possam existir nos dispositivos legais e formar parte de uma visão mais ampla,
refletindo a possibilidade de inferências na discussão e análise da pesquisa. Neste sentido, é
preciso entender que saúde não constitui uma disciplina isolada ou um campo separado, mas
está intimamente ligada à outras instâncias da realidade social, interdisciplinar e
multiprofissional, traduzindo-se como um requisito para a construção do conhecimento no seu
campo.
Minayo (1998), definindo pesquisa qualitativa assevera que o pesquisador deve
conduzir, participar, compreender e interpretar os eventos sociais, inserindo-se em um grupo
ou classe social, com suas crenças e seus valores.
Triviños (1987), refere ainda que para estudar a realidade social é preciso conhe-la
31
para poder transformá-la. Assim sendo, a problemática teórica e metodológica proposta ficam
submetidas às contingências, avanços, recuos, interrogações e perspectivas da totalidade
sociológica, na qual se inclui a temática proposta, não podendo o tema ser definido como
estanque ou estático.
Por meio da metodologia qualitativa é possível avaliar os dados de uma forma mais
abrangente tendo como requisito mais importante a análise subjetiva da complexidade do
campo saúde. Estes dados foram coletados por meio de entrevistas pré-elaboradas e
previamente testados. Foram considerados relevantes aqueles que, juntamente com uma
estrutura teórica ampla, fortaleceram e deram o devido valor cio-político para a prática
profissional de quem desempenha ações interdisciplinares no campo da saúde, em especial,
aos sujeitos desse estudo.
O intento teórico, como apresentado anteriormente, é o de apreender, analisar e
elucidar a realidade encontrada e estabelecer alternativas para a discussão da importância da
sistematização da consulta de enfermagem e verificar se a consulta, da forma como foi
implantada, atende aos anseios e necessidades do enfermeiro(a) da equipe do PSF e dos
usuários .
3.2 TIPO DE ESTUDO
Este estudo é um estudo exploratório descritivo que tem a finalidade de identificar,
descrever e analisar o modo como é realizada a consulta de enfermagem no PSF. Por meio da
exploração é possível acessar uma base documental ou fonte diretamente ligada ao tema de
estudo para consulta, estudo ou prova (CERVO e BERVIAN, 1996).
32
3.3-LOCAL DA INVESTIGAÇÃO
A pesquisa foi desenvolvida na periferia da cidade do Salvador/BA nos bairros que
compõem o distrito sanitário do Subúrbio Ferroviário, onde foram implantadas as 10
primeiras equipes de PSF. Este distrito está localizado a oeste do centro da cidade em uma
área de 63.3km
2
. Possui 317.849 mil habitantes dos quais 154.809 são do sexo masculino e
163.040 do sexo feminino. A faixa etária predominante entre as mulheres é de 15 a 49 anos,
portanto com idade fértil e economicamente ativa. A densidade demográfica é 4.425 hab./km
2
(IBGE, 2004).
A região possui um hospital público, dois postos de saúde que desenvolvem ações
básicas de saúde e um posto de saúde nível 2 com laboratório, RX, vacina, emergência 24h e
14 unidades de Saúde da Família. Atualmente existem 31 equipes em funcionamento.
Por ter sido considerada a região mais pobre de Salvador foi escolhida para
implantação piloto das equipes de PSF. Inicialmente, foram implantadas 15 equipes das quais
selecionamos intencionalmente 10, pois os profissionais existentes são os mesmos desde a
implantação.
Segundo informações epidemiológicas e sanitárias encontradas na coordenação do
distrito sanitário, nas Fichas “A” e pelo cadastro dos agentes comunitários de saúde, as
principais atividades econômicas da região são: o comércio informal de ferro velho, atividade
pesqueira, doméstica e pequenos comércios. A renda média da população é de um salário e
meio ao mês.
A mesma fonte traz a composição familiar típica que é de aproximadamente 7 pessoas,
sendo uma dia de 5 filhos e um casal, a maioria dos casais sem conciliação oficial do
matrimônio.
O tipo de moradia é de tijolo adobe 84%, taipa 0.40%, madeira 2,37%, taipa não
33
revestida 0,26%, material reaproveitado 0.48% e outros 11,77%. As condições de saneamento
indicam que 49,99% possui coleta de esgoto público, 30,96% fossa séptica e 19,05%
depositam seus dejetos a céu aberto. 96,74% das moradias com água tratada da rede
pública, 1.15 poço ou nascente e 2,11 outros; desses 55,99% desta comunidade possuem filtro
em casa 4,15% fervem a água, 5,33% alegam clorar esta água e 34,53% não realizam nenhum
tipo de tratamento para ingestão da água.
O lazer desta população se divide entre a praia, shows dos grupos de pagode e
atividades desportivas como capoeira e futebol.
De acordo com dados das Fichas “A
4
do distrito sanitário, as equipes do PSF
realizam atividades conforme as normatizações do MS. Desenvolvem os programas de
hipertensão, diabetes, saúde da mulher, saúde da criança, pré-natal, hanseníase, tuberculose,
investigação epidemiológica e busca ativa, além de atividade como por exemplo, palestras
educativas e auxílio à comunidade para formar conselho local de saúde.
3.4-SUJEITOS DA PESQUISA
Foram considerados parte do universo deste estudo 10 enfermeiras que trabalham nas
equipes de implantação do PSF no Subúrbio Ferroviário de Salvador-BA. O cririo de
incluo foi o de ter participado das primeiras equipes de PSF implantadas nesse distrito e
ainda por estarem atuando no PSF na cidade do Salvador. A seleção foi feita de forma
intencional com o objetivo de alcançar os depoimentos mais ricos e diversificados deste grupo
de profissionais e, também, por sua atuação na história de participação na implantação e
sedimentação do programa naquela área.
Algumas enfermeiras que participaram da fase de implantação, mas que por qualquer
34
motivo não permaneceram na área, assim mesmo, foram consideradas parte do universo deste
estudo por esta participação. Identificamos apenas uma enfermeira que teve que se afastar
para outra área porque não tinha nculo com a prefeitura.
Do universo de enfermeiras dessas equipes, buscou-se na Secretaria Municipal de
Saúde aquelas que atendiam critério de ter iniciado o PSF, tendo-se encontrado um número de
dez enfermeiras, identificadas nas transcrições dos depoimentos por números, que passaram a
compor nossa amostra ideal. Mesmo questionando sua relevância numérica, concordo com
Minayo (1994), que revela que na pesquisa qualitativa a amostra ideal é aquela capaz de
refletir o problema em sua totalidade na investigação.
A intencionalidade prevista na escolha dessa amostra se deve ao fato da centralização
e importância da participação dessas dez primeiras enfermeiras treinadas que construíram/
desconstruindo os modelos de atendimento, realizando consulta, e enfrentando toda ordem de
problemas, fatores intervenientes à sistematização das suas ações na prática quotidiana
durante a implantação do programa nessa região.
3.5 COLETA DE DADOS
A coleta de dados na abordagem qualitativa não é um processo cumulativo e linear,
mas sim um ir e vir em interação com os sujeitos que vivem uma experiência, embasando-se
na racionalidade comunicativa desses sujeitos (LEOPARDI, 2001).
No estudo, foram utilizados dados primários e secundários determinados por meio das
entrevistas, leitura dos formulários de consulta e observação indireta das mesmas.
A entrevista foi selecionada como a principal técnica de coleta de dados, que segundo
Gil (1999), é bastante adequada para se obter informações sobre o que os personagens de um
35
estudo sabem sobre um dado acontecimento social.
Explica Minayo (1994), que por meio da entrevista o pesquisador visa conhecer o
ponto de vista dos atores sociais com o propósito de alcançar os objetivos da pesquisa. Deste
modo, a entrevista é instrumento capaz de nortear uma conversa com a finalidade de
aprofundar a comunicação para obter determinadas informações respeitando-se as condições
sociais, econômicas e culturais dos entrevistados.
Para efetivação da coleta, optou-se pela história oral como técnica determinante das
fontes primárias de dados deste estudo. Estas tiveram origem nas entrevistas realizadas com
os enfermeiros e enfermeiras, personagens principais de nossa pesquisa. Quanto às fontes
secundárias, foram utilizados registros resultantes da observação nos prontuários, entendidos
como formulários específicos instituídos pelas equipes, nos quais registram-se as consultas de
enfermagem realizadas e, por fim, os registros das observações não participantes realizadas
durante as consultas utilizando um roteiro próprio (ANEXO IV), de avaliação dos sujeitos.
Para realização de entrevistas efetivamente significativas foi indispensável estabelecer
uma relação de confiança entre os entrevistados e o pesquisador. Para alcançar tal intento foi
realizado uma aproximação preliminar antecipando o que seria realizado no momento da
entrevista definitiva. Foi feita gravação dos depoimentos, utilizando-se um formulário
previamente testado com perguntas pré-estabelecidas e aprovadas, que me permitiram uma
coleta de dados satisfatória. O uso de formulários pré-testados ajudam na elucidação dos
objetivos propostos (TORTIER e BONNAZZI apud AMADO e FERREIRA, 1996).
A história oral foi aqui utilizada como técnica de coleta de dados. Enquanto técnica, a
história oral proporciona uma forma de interpretar os fatos; como agente transformador que
altera o enfoque da própria história, revelando-se como campo de investigação. Por esse
motivo, utilizei a cnica da história oral, pois a mesma é capaz de gerar no seu interior
soluções teóricas para as questões surgidas na prática (AMADO e FERREIRA, 1996). A
36
técnica da história oral vem sendo usada no Brasil desde 1973 com a criação do Centro de
Pesquisa Documentação de História Contemponea do Brasil da Fundação Getúlio Vargas
(CPDOC-FGV, 1989). Por meio dos relatos orais procura-se pensar, entender e compreender
as questões sociais do Brasil.
Meihy (1996), divide a história oral em três ramos: a história oral de vida, a tradição
oral e a história oral temática. Esta última é vinculada ao testemunho e à abordagem sobre
algum assunto específico, retratando parte de uma experiência que aborda questões externas,
objetivas, factuais e temáticas, colaborando para o preenchimento de espaços vazios em
versões estabelecidas por um grupo de pessoas que vivenciaram um determinado fenômeno.
Busquei apoio nesta terceira tipologia apropriando-me desta técnica para elucidar as
indagações referentes aos meus objetivos de analisar a sistematização da consulta de
enfermagem no PSF, descrever e identificar os fatores intervenientes à sua realização nos
depoimentos das entrevistadas.
A autora supra citada divide a história oral em pura e híbrida. A pura refere-se
exclusivamente aos depoimentos e valoriza apenas o que foi dito pelo entrevistado. A híbrida,
além da coleta de depoimentos orais, conta com a coleta de documentos e, no caso deste
estudo, os dados foram coletados diretamente dos prontuários dos pacientes atendidos pelos
enfermeiros e enfermeiras, atores sociais desta pesquisa.
A observação não participante foi introduzida com o objetivo de relacionar os
discursos e as práticas desses profissionais. Tais observações foram realizadas paralelamente
ao momento da consulta, durante a sua realização, no consultório do profissional antes da
realização das entrevistas. O tempo de duração é o mesmo tempo de duração da consulta
variando de acordo com cada profissional, visto que, os tempos variavam entre 20 minutos a 1
(uma) hora.
37
3.6-ÉTICA
O levantamento de dados foi realizado após o parecer técnico da aprovão da
comissão de Ética da instituição Fundação Getúlio Vargas (ANEXO II). Cumprindo-se a
determinação da Resolução 196/96 sobre a pesquisa com seres humanos (BRASIL, 1996), o
projeto seguiu os trâmites de apreciação do CNS (ANEXO I), sendo registrado e encaminhado
diretamente à apreciação desta comissão.
Para cumprir o preceito da autonomia, usei o termo de consentimento dos
entrevistados, (APÊNDICE I), após esclarecimento, atendendo à referida resolução.
As entrevistas foram feitas com enfermeiras respeitando-se o princípio do anonimato,
da vontade e disponibilidade de participação de cada entrevistada, bem como, as condições
impostas por estas profissionais para utilização das informações, garantindo o sigilo e a
reprodução fiel de suas declarações.
Estas foram esclarecidas quanto ao tipo de pesquisa, as queses éticas, o respeito à
individualidade e ao anonimato de suas respostas. Os mesmos princípios foram aplicados aos
registros de observação da sua atuação e anotações coletadas a partir das consultas de
enfermagem.
3.7-ANÁLISE DOS DADOS
Os procedimentos utilizados neste estudo para análise das informações e registros
foram organizados e agrupados a partir das categorias agregadoras dos elementos e idéias em
torno de um conceito, que segundo Minayo (1994), sejam capazes de abranger todos os
objetivos propostos em um trabalho qualitativo.
38
A pesquisa exploratória permite que as categorias possam ser estabelecidas antes, ou a
partir da coleta de dados, e devem ser classificadas de acordo com esses dados.
À medida que as entrevistas foram acontecendo, foram ouvidas as fitas K7, transcritas
e lidas exaustivamente até que fosse possível identificar a confluência e os pontos comuns ou
de saturação dos discursos dos entrevistados, que ajudaram a determinar identificação como
categorias de análise do trabalho.
A categorização pode se “transformar numa ação complexa e isso pode ser
ultrapassado com a fundamentação” (MINAYO, 1994 p.73). Para além dos depoimentos esta
etapa aconteceu não somente com a busca de informações que completassem nossos
questionamentos, realizada nos prontuários, mas, também, respaldados nos registros
realizados na observação indireta dessas profissionais e nas anotações das consultas realizadas
(ANEXO IV).
Os resultados dessa conjunção determinaram uma articulação de dados que deram
origem às referidas categorias de análise; o aprofundamento sobre as relações entre esses
dados teve sua articulação entre a base teórica da pesquisa e a compreensão das determinantes
expressas dos discursos dos entrevistados.
Segundo Leopardi (2001), na abordagem qualitativa, o objetivo da análise tem sua
ênfase maior na apreensão do que na explicação do fenômeno expresso nos dados, e o
investigador aprende a processar cada aspecto encontrado, relacionando o que vai ser
encontrado, interpretando, refletindo considerando o movimento dos sujeitos e do contexto,
avaliando tanto o que foi explicado diretamente na fonte quanto o que não foi explicado.
Concordo com Minayo (1994), quando ela argumenta que é possível encontrar
respostas para as questões formuladas antes da investigação ou não e que isso diz respeito à
descoberta do que está por trás dos resultados encontrados nas análises dos conteúdos
encontrados, caracterizando, assim, uma pesquisa qualitativa.
39
4. A SISTEMATIZAÇÃO REVELADA NOS DISCURSOS
O núcleo de profissionais que participou das entrevistas foi constituído por 10
enfermeiras escolhidas por terem sido as primeiras enfermeiras a trabalhar na implantação do
Programa de Saúde da Família (PSF) na cidade do Salvador. Todas com atuação na área de
PSF entre 3 e 4 anos e experiência média de 18 anos de profissão.
Para uma melhor discussão e visualização dos resultados optei por elaborar quadros
representativos (ANEXO V) de cada questão norteadora com o objetivo de apreender como está
sendo realizada a consulta de enfermagem dentro do referido programa e se estão sendo
cumpridas as etapas preconizadas pelo mesmo. A apresentação dos quadros foi feita com o
objetivo de auxiliar o processo de categorização que foi determinado a partir dos aspectos
relevantes obtidos nos depoimentos e que apresentaram relação com os objetivos do estudo.
Estes foram apresentados na seguinte ordem:
Categoria I Vivenciando a implantação da equipe de PSF; Categoria II As formas de
desenvolvimento da consulta de enfermagem; Categoria III As etapas reconhecidas da
consulta de enfermagem; Categoria IV A percepção da importância da sistematização das
consultas; Categoria V Identificando os fatores positivos e negativos para a viabilização da
consulta de enfermagem.
4.1 VIVENCIANDO A IMPLANTAÇÃO DAS EQUIPES DE PSF
Segundo as informações obtidas a partir dos depoimentos das participantes,
compreendi que a implantação do PSF nas unidades referidas foi feita de maneira similar pelo
mesmo órgão, seguindo uma seqüência e uma ordenação semelhantes, obedecendo a um
40
norteamento da secretaria de saúde do município, porém não necessariamente da forma
idealizada pelo ministério.
Para o Ministério da Saúde o Programa de Saúde da Família (PSF) continua sendo
uma medida operacional para a construção de um novo modelo, distinto dos programas
tradicionais do setor sde, uma vez que a unidade no PSF distingui-se por ser uma célula
prestadora de serviços atuando numa lógica de transformações das práticas de saúde.
O relatório da CONASEMS
1
citado por Paim (1992), revela que o Sistema Único de
Saúde foi constituído por uma rede regionalizada, hierarquizada e integrada por ações e
serviços públicos de saúde que teriam sido organizados, segundo a Constituição da República,
por meio das diretrizes de descentralização com direção única em cada esfera do governo,
atendimento integral e participação da comunidade, além das atribuições comuns à União, aos
Estados e Municípios, onde cabe a cada seguimento uma determinada competência.
Porém, não consegui perceber a participação da comunidade na implantação das
referidas equipes, uma vez que, nos discursos é possível evidenciar que a comunidade foi
informada apenas quando o processo de territorialização havia sido feito, caracterizando a
participação ativa no processo de implantação.
Para o cadastramento das famílias, o ministério indica que a equipe de saúde deve
fazê-lo através de visitas aos domicílios, segundo a área territorial estabelecida para a
adscrição. de posse desses dados, os profissionais e gestores públicos serão capazes de
fazer a análise da situação de saúde local, seus determinantes e o efetivo planejamento das
ações a serem desenvolvidas.
Pelos depoimentos apresentados, é possível depreender que a preocupação com o
cadastramento contrasta com o documento preliminar de março de 1996 do MS (BRASIL,
1996), que afirma que a família passa a ser o objeto principal de atuação e é entendida a partir
1
COORDENADORIA NACIONAL DE SECRETARIAS MUNICIPAIS DE SAÚDE.
41
do espaço em que vive, ao qual dá-se o nome de espaço/domicílio. Afirma ainda que o
indivíduo no contexto da sua integração à família e à comunidade pode, dessa forma, assumir
a posição efetiva de sujeito do processo. Mais do que uma delimitação de lugares geográficos,
esse espaço precisa ser compreendido como espaço-âncora, lugar onde se constroem relações
intra e extra-familiares, onde se a luta pela sobrevivência, pela reprodução e pela melhoria
das condições de vida.
Além das dificuldades de mapeamento pela extensão da área destaca-se também o fato
de que na implantação do PSF, em algumas equipes, a enfermeira não participou do processo
de territorialização e nem do processo de cadastramento das famílias, por motivos variados.
Os mapeamentos ainda são refeitos constantemente pelo fato da área não ser anteriormente
definida e delimitada, o que pode ser identificado nas falas seguintes:
... Quando eu cheguei a parte de territorialização estava pronta, ...
fui fazer a parte de contagem de casas, das ruas e dividir para os
agentes comunitários.Tive uma dificuldade porque a parte que me
delimitaram foi muito extensa... treinamento teórico e não pratico.
Enf 01.
A nossa equipe de PSF veio posterior a equipe do PACS, então, já
existia uma equipe de programa de agentes comunitários de saúde
que funcionava no boiadeiro, que é a área ques trabalhamos.
Tinha uma enfermeira e 6 agentes comunitários de saúde que
cadastravam as famílias, fizeram todo o processo de territorialização
e implantaram o programa. Depois disso, no ano 2001, nós viemos e
assumimos a equipe. Enf 05.
Um dos aspectos específicos da implantação do PSF a ser destacado é que a grande
maioria dos membros veio do Programa de Agentes Comunitários de Saúde, com exceção de
alguns, cujos agentes e profissionais foram exclusivamente selecionados para a sua
implantação.
Após a seleção, estes profissionais passaram por um treinamento introdutório,
realizado pela Secretaria Municipal de Saúde em parceria com o Instituto de Saúde Coletiva
da Universidade Federal da Bahia. Apesar da participação neste treinamento, são muitas as
42
vidas e queixas feitas pelos profissionais quanto às atividades a serem desenvolvidas no
PSF.
Percebe-se, ainda, uma grande dificuldade no que diz respeito ao treinamento e à
implementação das ações de enfermagem. É possível identificar na fala das enfermeiras a
carência de preparação para exercerem tais ações na saúde pública, visto que, tanto a
formação acadêmica, como os programas de capacitação apresentados pelo Ministério, não
deram conta dessa deficiência. Apesar dos treinamentos oferecerem um suporte considerável
e importante, ainda são considerados insuficientes para resolver dificuldades, pois as
enfermeiras não receberam o apoio esperado, como é possível constatar nos depoimentos a
seguir.
Na parte de enfermagem foi um pouco confuso pra mim em termos de
acompanhamento e sistematização da assistência, a gente não tinha
uma experiência maior numa maneira geral... Inicialmente me sentia,
às vezes insegura, apesar de um apoio técnico na época, de dois anos
pra cá, a gente ficou relegado...dessa educação continuada. Enf 02
O treinamento introdutório foi depois de algum tempo...e a gente não
teve muito apoio no sentido de, ahoje não tive de acompanhamento
das atividades, a gente não tem a supervisão da Secretaria Municipal
de Saúde. Enf 04.
Recebemos um treinamento introdutório, 15 dias de treinamento.
Fomos treinadas por enfermeiras do Instituto de Saúde Coletiva. Enf
07.
(...) O Estado junto com a Secretaria, junto com o município é que fez
um treinamento introdutório com a gente. Tinham algumas pessoas
que trabalhavam em pólo de capacitação do Estado, que treinavam
tanto o pessoal de Salvador, como as outras equipes do interior...e
teve também a parte de seleção. Enf 08.
É possível identificar ainda outras dificuldades para a implantação, relacionadas à
problemas não somente de extensão de área, como também pelo espaço físico da unidade de
saúde. Algumas unidades foram implantadas distantes da área de atuação e o espaço físico da
unidade é considerado inadequado. Estes são pontos também identificados nos depoimentos.
Podemos ressaltar, também, que ainda hoje algumas equipes estão distantes ou fora da
área onde deveriam estar, o que contrasta com a idéia do Ministério da Saúde que caracteriza
43
o PSF como uma estratégia que possibilita a integração e promove a organização das
atividades em um território definido, com o propósito de propiciar o enfrentamento e
resolução dos problemas identificados.
A princípio eu estava em Beira-Mangue, mas Beira-Mangue era uma
unidade que não tinha sido nem estruturada fisicamente. A própria
construção ainda estava em andamento e eu fui pra unidade Alto de
Coutos. Uma unidade que recebeu quatro equipes, três a princípio, e
6 meses depois quatro e com a instalação física sempre deficiente. Enf
04.
... é equipe do São João. O São João é um bairro que foi
contemplado com uma equipe, e essa equipe ficou muito distante da
comunidade. A gente não deveria estar aqui em Beira-Mangue, a
gente deveria estar no São João e formar o PSF . (...) essa equipe
foi sempre montada aqui, vinha com essa equipe formada, que ia
ter PACS. O pessoal do PACS quem montou PSF aqui. Por questão
política veio com essa equipe montada... vo ia segurando com
muita dificuldade nas palafitas, para chegar. A gente fez um
movimento, fechou a unidade porque estava muito perigoso e foi para
a Secretaria. Parou de funcionar e arranjamos alguém que
conseguimos esse lugar aqui...beira Mangue. Enf 06.
(...) Já tinha a unidade básica, o prédio da unidadesica que
funcionava, mesmo precariamente, mas funcionava, e pra
aproveitar essa instalação física formou-se as equipes nessa unidade,
exatamente em fevereiro de 2001. Mais ou menos quatro anos.
Aproveitaram os agentes trabalhavam na área e houve a formação
de quatro equipes na unidade. Enf 07.
Outro destaque a ser dado, é que segundo a programação do Ministério da Saúde
(BRASIL, 1996), o treinamento introdutório deve ser programado para que ocorra a
integração das equipes. O conteúdo do treinamento deve ser adaptado às necessidades locais
tanto dos serviços, quanto da característica de formação dos profissionais de uma determinada
região. O conhecimento prévio da realidade sobre a qual irão atuar é imprescindível na
definição de métodos e conteúdos destes treinamentos.
No entanto, podemos identificar que alguns dos treinamentos foram feitos sem mesmo
a enfermeira conhecer a área que iria atuar, dificultando desta maneira a possibilidade de um
diagnóstico prévio dos problemas de saúde da referida população e a possibilidade de uma
melhor preparação para atuar na área.
44
4.2 O MODO DE DESENVOLVIMENTO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.
No Brasil, a partir da década de 60, o ensino de enfermagem privilegiava a prática das
ações de saúde no âmbito Hospitalar, voltado para o atendimento individual de caráter
curativo, dando enfoque à doea, apesar de nessa mesma década já estar buscando mudar
este paradigma.
A OMS, a partir da década de 70, começa a difundir a idéia da Atenção Primária à
Saúde e, a partir de então, com o evoluir da história, novos modelos de atenção à saúde vão
surgindo e com eles a necessidade de se rever a maneira com a qual os profissionais estão
atuando nestes programas.
São vários os aspectos apontados como importantes para determinar o modo como vem
sendo desenvolvida a consulta de enfermagem. Dentre estes, a seqüência, as etapas e a
contribuição desta com a melhora do paciente e da família no seu contexto.
O cuidado ao paciente, o diagnóstico e a conduta adotada nem sempre estão de acordo
com o que é preconizado.
Segundo Peduzzi (2000), embora existam questionamentos, o cuidado de enfermagem é
usualmente reconhecido como objeto de trabalho dessa área profissional. Afirma ainda que,
embora a prática moderna da enfermagem seja caracterizada como desdobramento do trabalho
médico, ao longo das décadas e culos constitui-se como um trabalho peculiar o que implica
também na conformação de um saber próprio e singular.
Segundo a mesma autora, a primeira forma organizada do saber na enfermagem é
constituída pelas técnicas de enfermagem, seguido pela sistematização dos princípios
científicos que as fundamentam. No processo de trabalho assistencial, o enfermeiro toma
como objeto as necessidades de cuidado e tem por finalidade a atenção integral de
enfermagem.
45
Verificamos nos depoimentos que se segue que os mesmos estão ainda voltados para o
modelo curativo e não preferencialmente para atenção básica a que se destinam, como se
destacam nos princípios do Sistema Único de Saúde em vigor e principal idealizador do PSF.
Nos relatos de algumas enfermeiras percebemos a preocupação maior com a prescrição de
medicamentos, o que diz a legislação quanto a este procedimento e o necessariamente a
promoção da saúde e preveão de doenças, onde apenas uma das enfermeiras entrevistadas
faz referência a esse fato. O mesmo se percebe nas observações não participativas onde a
conduta adotada em grande parte das consultas assistidas é o tratamento medicamentoso e não
necessariamente orientações para promoção da saúde e preveão de doenças nas quais
deveriam estar centradas as ações de enfermagem.
O atendimento não parece organizado, uma vez que as consultas o executadas de
maneiras diferenciadas e sem uma seqüência ou um direcionamento das ações, uma vez que
cada enfermeira apresenta um discurso quando se faz este questionamento e poucas vezes tais
discursos coincidem em informações.
O papel da enfermeira no PSF não parece estar bem claro para as mesmas, visto que
em algumas das suas falas podemos identificar dúvidas quanto às ações de enfermagem,
principalmente no que se refere à consulta de enfermagem onde, uma delas relata não haver
capacitação específica para o desenvolvimento dessa consulta e outra apresenta dúvida quanto
ao que preconiza os programas do MS, dando prioridade à consulta médica, por falta de
recursos. Relatam ainda pouca experiência para o atendimento na forma de consulta.
Algumas etapas das consultas o citadas, tais como entrevista
/anamnese/levantamento de problemas/centralização das queixas do paciente, exame físico,
solicitação de exames, medicação/ prescrição, orientação/educação e solicitação de exames.
Porém nem em todos os discursos é possível evidenciar a consulta e estas não aparecem como
uma forma de organização da sua prática. Tais pontos podem ser observados nos trechos
46
transcritos abaixo:
... Se for uma paciente de verminose, eu medico. Paciente com anemia
a gente medica tanto adulto quanto criança. No caso da criança, se
vem com alguma queixa de infecção urinaria a gente medica (...) a
gente estuda farmacologia, a gente sabe qual a parte, mas aaonde
eu posso ir pela lei? Enf 01.
No início a gente atendeu de uma forma geral. Na parte de
enfermagem, foi um pouco confuso pra mim em termos de
acompanhamento e sistematização da assistência, Tenho que atender
todo mundo e a gente não tinha uma experiência maior... Tínhamos
dificuldade em atender o idoso, de atender um paciente com
tuberculose, com hanseníase. Inicialmente eu tentava e me sentia às
vezes insegura, às vezes sem esse conhecimento, apesar de que, a
gente tinha muito nesse período um apoio técnico (...) A gente
priorizou o atendimento dela (da médica) por ser um atendimento
mais dessa necessidade clínica de examinar. Fica deficiente o
atendimento do outro lado, porque eu não tenho recursos
materiais. A maca está quebrada, balança quebrada e essas questões
que interferem no trabalho em si, principalmente do exame clinico.
Enf 02.
...eu diria que 80% das consultas ainda são medicalizadas mesmo, e
procuro fazer uma intervenção no paciente, no cuidador...procuro
levantar outros problemas como a questão da humanização. Enf 04
...nós atendemos aqui a família como um todo. Então, nós pegamos
desde o recém-nascido ao idoso...Temos a puericultura, temos o
pré-natal, temos o planejamento familiar, temos acompanhamentos de
hipertensos e diabético, temos também acompanhamento de pessoas
com tuberculose...Essas consultas de enfermagem o agendadas
previamente e a consulta subseqüente sempre que o paciente vem
para a consulta, ele sai com a sua subseqüente marcada,
agendada também para que a gente não perca o vínculo com o
paciente. Enf 05.
...não teve assim uma capacitação para nós estarmos desenvolvendo
consulta de enfermagem.(...)a consulta de enfermagem é uma
atividade da enfermeira, também do enfermeiro,mas não foi nada
projetado, nem programado para essa realização da consulta e as
atividades globais aqui. Eu faço a minha consulta de uma forma
convencional, de uma forma que eu aprendi na universidade, mas nós
não temos nenhum parâmetro, nenhum formulário que norteie na
realização de consulta. A gente faz do modo do nosso conhecimento,
da competência, da possibilidade. Enf 07.
Eu acho simples. O exame físico, a entrevista, anamnese, as queixas e
medicar. A gente faz também a prescrição e a orientação, muita
orientação; a gente tem que realmente estar colocando muito, porque
assim o paciente começa a ter uma proximidade muito grande com a
gente. Eles vêm aqui mesmo fora da consulta, a educação de está
explicando e de está orientando –os é uma coisa muito mais presente
aqui do que talvez em outro lugar. No PSF essa coisa de estar
orientando, educando, mostrando a ele como é que faz. A consulta é
47
basicamente o exame, os exames também que a gente solicita, isso.
Enf 08.
A consulta de enfermagem é feita através do exame físico e
abordagem sindrômica. Procuramos alguma alteração que s
possamos prevenir a verificação da pressão arterial, da glicemia
capilar nos pacientes que tem antecedentes de diabetes ou algum
sintoma mesmo. A consulta é direcionada da seguinte maneira: O
exame clínico, a gente calcula o índice de massa correa, e dar
orientações. Enf 10.
Na tentativa de regularizar a atividade que já vinha sendo exercida pelos enfermeiros e
enfermeiras, o Conselho Federal de Enfermagem (COFEN), desde 1993, mediante a
Resolução159/93, instituiu a consulta de enfermagem como atividade obrigaria em todos os
níveis de assistência à saúde, considerando-a composta das fases do processo de enfermagem.
Quanto ao tempo dispensado com a consulta, Gamba (1988, p102) revela que “a
duração da consulta de enfermagem é de 35
a 45 minutos na primeira consulta e por volta de
35 minutos a partir da segunda”.
No entanto, nas consultas em que estive presente como observador o tempo
dispendido era igual ou maior ao determinado para a consulta de enfermagem mas, quando
aguardava do lado de fora do consultório esse tempo mostrou-se bem menor do que o
idealizado.
4.3 AS ETAPAS RECONHECIDAS DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.
É importante para o enfermeiro ou a enfermeira ter conhecimento de suas atribuições,
bem como da definição do processo de enfermagem e suas etapas, para um melhor
desempenho de suas funções no PSF. É atribuição do enfermeiro (a) na estratégia de saúde da
família realizar consulta de enfermagem como traz o Informe da Atenção Básica de Abril de
2002 e, para que esta consulta seja realizada de maneira correta, seguindo uma sistematização
48
é necessário conhecimento sobre as etapas e a finalidade da consulta de enfermagem.
A Resolução 272/2002 determina que compete ao profissional enfermeiro (a) dentre
estes: a implantação, planejamento, organização, execução e avaliação do Planejamento em
Enfermagem.
Grande parte das entrevistadas desconhece as etapas da consulta de enfermagem, ou
normatização de consulta. Portanto, as etapas preconizadas na ordem: anamnese (entrevista de
enfermagem), exame físico, diagnóstico, prescrição, evolução, além de orientações, não são
cumpridas e se confundem com as práticas médicas.
Dentre os aspectos considerados frente às etapas da consulta de enfermagem, pode ser
percebido que nos discursos das enfermeiras encontramos a negação de que sejam cumpridas
todas as etapas da consulta de enfermagem e, quando a resposta não é negativa, no momento
de listar as etapas, estas são feitas de maneira incompleta e confusa, e outras ainda justificam-
se através da existência de formulários específicos para determinadas consultas. Estes dados
podem ser percebidos nas falas abaixo:
... se você me perguntar agora quais o as etapas certinhas,eu não
sei lhe dizer, mas eu faço a parte de perguntas, os questionamentos.
Valorizo a queixa do paciente. Enf 01.
Eu fico... tento saber dentro do meu conhecimento, dentro da minha
forma de ser, de com ser profissional, tentar estar o mais próximo
disso. (...) da entrevista, anamnese, exame sico, sempre segui dessa
forma primeiro momento. E o momento de orientar. Enf 02.
Não, ela não é não. Inclusive, s e, a ppria Secretaria Municipal
de Saúde, não temos a normatização. Nós seguimos o que é
preconizado pelo Ministério da Saúde, então, pega na questão das
prescrições. Enf 03.
...a gente faz as coisas muito da forma que a gente sabe, então, a
gente não teve nenhuma discussão e nenhuma rotina estabelecida
para consulta de enfermagem. A gente faz a consulta, eu faço exame
físico, levantamentos de problemas e a intervenção, se necessária, e
orientações. Enf 04.
...eu acredito que não(...)mas a gente não segue padrões. Cada uma
tem a sua rotina pessoal, não existe uma padronização, digamos
assim, que todas atendam da mesma forma, da mesma maneira,
seguindo o mesmo roteiro, o mesmo estilo. Enf 05.
Sim, eu creio que sim. Anamnese, exame físico, a prescrição e o
diagnóstico de enfermagem. Enf 08.
49
A gente tenta preconizar dentro do possível. A gente começa com a
história do paciente, depois faz a investigação panorâmica. Essa
investigação é se o paciente fumava, se fuma, ....a parte também das
medidas preventivas, sobre as vacinas.... Depois, a gente passa para o
exame físico(...) e sempre visando a prevenção de doenças como
AIDS, tuberculose e outras. Enf 09.
São. A gente identifica o paciente, seu endereço, e o motivo da
consulta. A gente pergunta se ele tem hipertensão, se ele tem diabetes.
se ele bebe, se ele fuma, pesquisa todos esses fatores de risco.
Vacinas, se ele tomou as vacinas, se ele está empregado, se ele está
desempregado, o social dele, se tem alguma atividade física, se faz
algum esporte, como é a alimentação dele, procura-se saber um
pouquinho sobre a qualidade de vida dele, como ele está. Enf 10.
Observei também que as consultas estão delimitadas pelos programas propostos pelo
Ministério. Quando há uma ficha ou protocolo, estes parecem servir como instrumento
norteador de ações e, quando não , cada enfermeira atende da maneira que lhe parece mais
conveniente. Por conseguinte, muitas vezes não dão atenção às queixas dos pacientes que não
estão direcionadas aos programas determinados pelo Ministério. Isto pôde ser identificado
através das observações não participativas quando havia queixas, e estas muitas vezes, foram
ignoradas ou não receberam a devida importância.
4.4 PERCEBENDO A IMPORTÂNCIA DA SISTEMATIZAÇÃO DA CONSULTA.
Pode-se perceber que todas as entrevistadas consideram importante que a consulta de
enfermagem seja sistematizada, pois tal sistematização contribuiria para o desenvolvimento
das ações de enfermagem com a existência de documentos que orientem e sedimentem tais
ações. Consideram que se houvessem impressos próprios facilitaria o atendimento, ajudando a
identificar os problemas do paciente e dando um direcionamento às ações de enfermagem.
Outras, ainda consideram o fator tempo como um empecilho para que a consulta de
enfermagem seja sistematizada. Tanto o tempo de experiência em consulta, como tempo
50
disponível para o desenvolvimento da mesma, uma vez que se considera alto o número de
consultas a serem realizadas por dia. Isto pode ser identificado nos trechos abaixo:
... sinto falta disso.(...) eu acho que eu sou nova nesta parte, quatro
anos é pouco diante da dificuldade.(...) eu entrei no PSF sem saber o
que era a consulta de enfermagem. Na faculdade eu não fiz consulta
de enfermagem (...) Saúde pública pra mim foi uma negação na
faculdade.O que eu vou fazer aqui, eu perguntei, não sabia nada. (...)
Quando foi no PSF, pronto, você tem que atender o paciente (...) Eu
não sei, sinceramente eu não sei o que eu tenho que fazer num
consultório. Enf 01
... cada profissional também tem seu tempo, seu ritmo, e assim, em
cada 15 minutos pra mim é inviável. Tento buscar, estar trabalhando
isso, então assim, na consulta de enfermagem, para fazer toda essa
avaliação, todas essas orientações com mais tranqüilidade, relembrar
essas coisas anotando, eu acho que exige mais, eno, vai o que?
Em 8 consultas se a gente for calcular, sabendo que tem paciente que
a gente precisa de mais tempo... isso muitas vezes dificulta a
sistematização (...) Acho um impresso assim que ajuda bastante a
você sistematizar, você seguir aquela seqüência de questionamentos e
que sem ele às vezes eu me perco, não faço determinadas perguntas. E
um prontuário que nos ajude nesse sentido... eu particularmente não
gosto da elaboração de alguns prontuários que se tem, às vezes não
ajuda na consulta. Enf 02.
Não tenho vida, a gente tem que ter um parâmetro... algo que nos
respalde e que nos norteie nesse trabalho da consulta. Infelizmente
nós não temos. Enf 03.
Sim, reconheço. Reconheço e sinto a necessidade disso. Enf 04.
Sim. Eu acredito que é importante que haja uma organização na
sistematização. Agora, eu acredito também que para a gente
implantar isso, a gente precisaria ter algum instrumento que pudesse
nos dar um apoio nesse sentido. Por exemplo se a gente tivesse um
impresso próprio para cada consulta. Enf 05.
Reconheço (...). Facilita ao lado da gente, porque a gente fica um
pouco solta. Enf 07.
A gente conhece porque facilita o trabalho quando é sistematizada.
Enf 09.
Reconheço sim porque aí vai haver protocolos direcionados para a
consulta; as prescrições de enfermagem protocoladas, o enfermeiro
mais inserido na consulta, saber realmente o que ele deve, o que ele
pode fazer. Enf 10.
Nóbrega apud Garcia e Nóbrega (2000), considera que os sistemas de classificação
têm sido considerados o primeiro estágio no desenvolvimento de estruturas teóricas para a
disciplina, ou seja, a tarefa de denominar os fenômenos que constituem objetos das ões de
enfermagem.
51
Para que possamos sistematizar a consulta de enfermagem e suas ações é necessário
compreender como esta consulta vem sendo desenvolvida, qual a opinião das enfermeiras
quanto a essa sistematização, de modo que possamos construir parâmetros para a consulta de
enfermagem de maneira científica e ordenada, de maneira que possa atender às necessidades
dos clientes.
Segundo Garcia e Nóbrega (2000), o que os sistemas de classificação de práticas de
enfermagem parecem trazer de novo é a possibilidade de sedimentar, no interior das práticas
de saúde e de enfermagem, uma prática qualificada e sistematizada voltada para os cuidados
individuais e coletivos, de preservação e manutenção da vida.
4.5 IDENTIFICANDO OS FATORES POSITIVOS E NEGATIVOS QUE CONTRIBUEM OU
NÃO PARA A VIABILIZAÇÃO DA CONSULTA DE ENFERMAGEM.
Os pontos positivos e negativos identificados pelas enfermeiras na viabilização da
consulta de enfermagem convergem e divergem no que diz respeito à construção do
pensamento.
Os pontos negativos mais coincidentes nas opiniões estão direcionados ao espaço
físico inadequado ou na qualidade questionável. A falta de impressos, de materiais para o
desenvolvimento da consulta, a falta de organização desses impressos são questões pontuadas
pelas entrevistadas como dificultando a viabilização da consulta.
A confiança que o usuário deposita na enfermeira, bem como a proximidade com a
família e a possibilidade de identificação de problemas dos pacientes de forma mais próxima
são considerados fatores que contribuem positivamente para a viabilização da consulta de
enfermagem.
52
...esse seria um ponto negativo, essa falta de organização do
prontuário. É um ponto negativo é você não ter material pra fazer
consulta. (...) eu agora tenho um estetoscópio infantil, porque não
tinha nem um estetoscópio... às vezes não tem álcool...agora pra
gestante eu não tenho o sonar. O sonar está sem pilhas; aí eu
consegui até umas pilhas e aí as pilhas sumiram.(...) não tem higiene.
Você viu o calor que a gente passou aqui? Ou você tem um ventilador
ou a porta aberta que o dá privacidade ao paciente ou você fica
sufocado numa estufa. (...) quase dois anos fora da unidade...vamos
pra Secretaria pedir uma unidade decente para atender. (...) Os
fatores positivos da consulta, bom, repare... o planejamento, as
palestras, com as sessões educativas.... fazia aconselhamento em
grupo e individual (...). Tem pacientes aqui de planejamento que
querem vir pra mim. A gente vira confidente, Enf 01.
(...) Primeiro, o espaço físico seria um fator positivo, aliás, uma
necessidade. No caso, um fator negativo seria a não disponibilização
de uma sala de consulta, pois a gente está aqui em uma unidade
provisória um ano e meio. (...) No momento estrutura física e
insumo estão faltando... É o que a gente tem embaixo hoje dentro
da proposta; não é o ideal, faltam impressos de insumo, de
medicação. De positivo na consulta, é o momento do retorno do
paciente muitas vezes das suas orientações, a disponibilidade deles
estarem expressando.(...) A consulta em si eu acho assim, momento
muito bom, de você ás vezes num dialogo pegar coisinhas que, do dia-
a-dia do paciente Enf 02.
...ponto positivo: o próprio acolhimento que a comunidade está tendo
com a gente nesse momento de crise, nesse momento em que a
unidade está desativada e a gente encontrou um grupo que nos recebe
bem... Os fatores negativos... mesmo nesse acolhimento a gente está
trabalhando hoje numa condição física extremamente precária, você
está vendo aí, a falta de insumos começa do planejamento familiar até
antihipertensivo. Material de limpeza, material de proteção... Enf 03.
...positivos é a autonomia que o enfermeiro tem no PSF. Uma outra
coisa, o reconhecimento que a comunidade tem do papel do
enfermeiro (...) Negativo essa falta de sistematização, a falta de um
acompanhamento dessas ações, a falta de proteção jurídica efetiva.
..não es sistematizado a nível da Secretaria Municipal Enf 04.
... fator negativo eu acho essa cobrança de números isso aí é um
stress para o profissional porque no final de cada consulta voé
avaliado, quer dizer, como equipe, avaliados e á são colocados
aqueles gráficos com aqueles números e vo não atinge, se sua
equipe não atinge assim, “X” números de consulta de enfermagem
você publicamente é a ridicularizado como profissional. Outro
ponto negativo pelo menos aqui na nossa unidade é que nós não
dispomos de uma sala própria então, já que nós dividimos a sala com
outro profissional. Então a gente es sempre preocupada com o
outro que vai atender depois e que você tem que liberar a sala
imediatamente. Qualquer coisa que o outro precise está sempre
interrompendo a consulta, entrando e saindo,... Positivos que a gente
pode apontar, eu acho que a gente tem um bom tempo de curso que
53
nos ajudaram a pelo menos dar um ponta-pé inicial ao trabalho. Enf
05.
... A gente tem dificuldade com o espaço físico (...) dificuldade no
atendimento assim de resolver os problemas do cliente isso são
fatores negativos. Positivos: uma população adescrita de mais ou
menos 5 mil pessoas (...) apesar de ser amplo o campo de atuação,
trazer alguma dificuldade pra gente agora na eficiência em algumas
áreas, mas ela facilita vo ver e acompanhar como um todo a
comunidade. Enf 07.
(...) Positivo é quando você conversa e quando você examina, você
identifica outras coisas que às vezes não foi relatado e que até a
paciente mesma desconhece.(...) É positivo a anamnese em que você
conhece a vida dela. Enf 08.
A ficha para você sinalizar os dados eu acho importante, pois às
vezes a gente pode esquecer e o que tem aqui na ficha sinaliza. Isso
são pontos positivos. Aqui o ambiente depois de 2002 foi reformado, a
gente tem um ambiente agradável, a falta de material é o mínimo
possível dentro do normal, e os pacientes saem daqui satisfeitos. (...).
Pontos negativos, a gente precisava mais de um outro tipo de
prontuário, mais completo. Enf 09.
Positivo é legalizar como eu disse, protocolar. A gente vai sentir mais
segurança na prescrição, como prescrever, o que pode prescrever,
quando prescrever (...) Outro ponto positivo é a confiança do
paciente. Tem medicações mesmo, que não é padronizado prescrever
e o paciente às vezes precisa dessa medicação. E a limitação é um
fator negativo. É positiva a orientação que agente passa para o
paciente, essa orientação que a gente dá a ele sobre os cuidados que
a gente deve ter. Enf 10.
Outro aspecto se direciona para a organização do serviço, do prontuário, dos materiais
disponíveis. A falta de proteção jurídica é também considerada nos depoimentos como ponto
negativo, uma vez que elas o têm respaldo legal em determinadas situações, e ainda, a
limitação das ações de enfermagem. Esta é uma afirmação de algumas das entrevistadas.
Porém, a lei é bastante clara no que concerne às prescrições de medicamento pela
enfermagem, tanto nos manuais que dispõem das prescrições dentro dos programas do
Ministério, quanto às definições COFEN/COREN para estes programas que regulamentam as
prescrições de enfermagem dentro dos programas previstos pelo Ministério.
Como pontos positivos para a viabilização dessas consultas são citados os
planejamentos feitos para estas, as palestras apresentadas e as sessões educativas na
54
comunidade. Ressalta-se a conquista do cliente pela enfermagem através da escolha pela
consulta com a enfermeira.
Outro ponto positivo é o diálogo e a vivência com a(o) paciente, o acolhimento da
comunidade, o entrosamento da equipe de saúde agindo como multidisciplinar, a autonomia
do enfermeiro em desenvolver a consulta, os cursos de qualificação e a vastidão do campo de
atuação. O fato de conhecer o paciente, conversar e examinar, também contribui para a
viabilização dessa consulta desde que com um espaço físico bom e materiais necessários, com
legislação e protocolos que dêem segurança às ações de enfermagem.
Segundo o Ministério da Saúde (1997), as unidades de saúde da família deveriam ser
instaladas nos postos de saúde, centros de saúde ou unidades básicas de saúde já existentes no
município, ou naquelas a serem reformadas ou construídas de acordo com a programação
municipal, em áreas que o possuem nenhum equipamento de saúde. Por sua vez, a área
física das unidades deveriam ser adequadas à nova dinâmica implementada.
Porém, diante dos questionamentos feitos quanto ao espo físico das unidades, pode-
se perceber que o espaço físico não sofreu essa adequação e tem sido alvo de reclamações e
questionamentos.
Segundo o MS, o enfermeiro (a) deve prover recursos para promover saúde. Esta é
uma afirmação presente no Informe de Atenção Básica 16 de abril de 2002, que dispõe das
atribuições do enfermeiro(a) na estratégia de Saúde da Família. Buscando, desta maneira,
adequar o espaço físico à sua prática.
55
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No âmbito restrito deste estudo foi possível constatar que:
1. O mapeamento realizado não pelos profissionais contratados a contagem equivocada e o
número insuficiente de equipes para desempenho eficiente em face da extensão territorial. A
população de famílias previamente levantadas indica que há equipes atuando fora da sua área
adstrita real, enfrentando problemas de ordem geográfica; Os treinamentos direcionados a
essa estratégia de saúde e o acompanhamento insuficiente foram apontados como problemas
estruturais da implantação das equipes e das unidades, causando insatisfação e desintegração.
Estes fatores foram apontados nos discursos como parte dos equívocos que compõem o vivido
pelos sujeitos na implantação do PSF no cus do estudo;
2. O modo de utilização da consulta é aleatório e assistemático. Atende prioritariamente ao
modelo da clínica com enfoque na coleta e no levantamento dos problemas relacionados à
enfermidade, seus exames e tratamento que o de cunho clínico, com alguns destaques para
educação na saúde. A consulta é uma atividade apontada como conflitante; a enfermeira
precisa realizá-la, mas não teve preparação suficiente para efetivá-la a contento, não se
prepararam os instrumentos nem os impressos específicos. Ela restringe-se a algumas etapas
realizadas de modo assistemático, feita de modo singular pelos membros da equipe na
dependência de sua motivação individual;
3. A maior parcela de entrevistadas desconhece todas as etapas da consulta e sua
normatização. As etapas apontadas são incompletas, percebendo-se em alguns discursos a
negação e/ou a falta de importância a elas atribuída. As enfermeiras desconhecem a
padronização, apontam para a falta de normas e treinamento direcionado para este tipo de
atividade e registro no PSF, revelando-se uma atividade que assume seu sentido restrito
56
dentro dos programas básicos.
4. Apesar de não haver sistematização, as entrevistadas indicaram a necessidade de uma
padronização e que isso daria maior segurança, direção e ordenação no trabalho de
atendimento ao cliente.
5. Dentre os aspectos negativos apontados, identificam-se a falta de recursos materiais – a
falta de organização dos prontuários, falta de impressos; recursos estruturais a ventilação e
as condições dos ambientes de atendimento que denotam a inadequação dos espaços físicos
para as consultas, a falta de formação, de protocolos para o atendimento e respaldo legal para
prescrição e diagnóstico de enfermagem nos programas.
Da análise dos prontuários é possível depreender que a proximidade com a família; o
domínio dos problemas dos sujeitos que vivem na área; a repercussão das informações
educativas; o acolhimento, a intimidade e os laços que se criam nas relações; a manutenção da
clientela nos programas; a autonomia e o reconhecimento do valor dos enfermeiros e
enfermeiras nas equipes é muito importante para o desenvolvimento das ações de
enfermagem. Esses foram os fatores identificados como intervenientes à viabilização da
consulta e que m determinando a sua sistematização nesse período de implantação das
equipes em unidade de PSF.
5.1 RECOMENDAÇÕES
Mesmo entendendo as restrições de uma análise qualitativa a uma amostra tão restrita é
possível recomendar aos gestores e colegas das equipes que considerem:
A necessidade de treinamentos em todas as áreas de atuação do PSF que vislumbram a saúde
do indivíduo em todas as etapas do seu ciclo vital, interagindo com o habitat desse usuário ou
57
dessa pessoa; compor junto com a comunidade a adaptação dos espaços e sua amplião
conforme as necessidades de cada comunidade; viabilizar a padronização das consultas de
enfermagem com a finalidade de atender aos anseios dos indivíduos/ família e dos
profissionais envolvidos.
58
6. REFERÊNCIAS
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Porto Alegre, v.9 n.1, p.14-22, jan. 1998.33p
63
APENDICE
64
APÊNDICE I
TERMO DE CONSENTIMENTO S- INFORMADO
1
Declaro para os devidos fins que após ter sido convenientemente esclarecido pelo
pesquisador e ter entendido o que me foi explicado, consinto participar do presente Protocolo
da Pesquisa, sendo responsável legal por esta decisão, autorizando a(s) pesquisadora(s) a
utilizar os dados transcritos da minha entrevista para fins de consulta e análise na referida
pesquisa, bem como para sua publicação em congressos e/ou revistas científicas, desde que
mantido o sigilo da minha identificação.
Salvador, de 200....
_____________________________
(anexar dados de identificação e contato pessoal do entrevistado)
INFORMAÇÕES SOBRE A(S) PESQUISADORA(S)
NOME DO PESQUISADOR: Emerson Gomes Garcia
ENDEREÇOS: Av. 7 de setembro nº144 apt.604 Merces Salvador-Ba.
TELEFONE DO RESPONSÁVEL PELO ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA 329-5526
____________________________________
Emerson Gomes Garcia
Escola de Enfermagem da Universidade Federal da Bahia
1
(Fazer cópias para o entrevistado e para arquivo do entrevistador)
65
I. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO SUJEITO DA PESQUISA E OU
RESPONSÁVEL LEGAL
(anexar no verso da cópia do consentimento do entrevistado)
NOME DO ENTREVISTADO..............................................................................................................................................
DOCUMENTO DE IDENTIDADE N.º.....................................ORG. EXP............................ EMISS........./......../ 199..
SEXO: M(....) F(....) DATA DE NASCIMENTO............/............./....................
ENDEREÇO.....................................................................................................................................................................
COMPl.EM.:..........BAIRRO:...................................CIDADE:............................... UF............... CEP.....................-...........
TEL.(. ...). .............................CEL..............................E-MMAIL..............................
(Preencher somente no caso de crianças e idosos e impossibilitados)
RESPONSÁVEL LEGAL............................................................................................................................................
NATUREZA (grau de parentesco, tutor. Curador etc.).......................................................
DOC. DE IDENTIDADE N.º. ..............................ORG. EXP....................... EMISS......... SEXO: M( ) F ( )
DATA DE NASCIMENTO. ......../......./..19.....
ENDEREÇO................................................................................................................COMPL.......................
BAIRRO. ................................. CIDADE. ............................. UF. ..... CEP. ...................
CEP................-......... TEL.(. ...). .............................CEL..............................E-MMAIL..............................
II. DADOS SOBRE A PESQUISA CIENTIFICA
(anexar no verso da cópia do consentimento do entrevistado)
TITULO DO PROTOCOLO DE PESQUISA:A Sistematização da consulta de Enfermagem no PSF do Salvador
PESQUISADOR- Emerson Gomes Garcia
CARGO FUNÇÃO- mestrando da EEUFBa.
AVALIAÇÃO DE RISCO DA PESQUISA - Sem risco
DURAÇÃO DA PESQUISA: 24 meses
III. REGISTRO DAS EXPLICAÇÕES DO PESQUISADOR AO ENTREVISTADO OU SEU REPRESENTANTE
LEGAL SOBRE A PESQUISA, CONSIGNADO,
1.Justificativa e os objetivos da pesquisa,.
Perceber as intervenções do enfermeiro nesta área deverá dar créditos ao profissional e este poderá receber o devido
reconhecimento social. O verdadeiro papel da(o) enfermeira(o) na consulta é o de avaliar um paciente – o que requer
conhecimentos de:Semiologia, semiotécnica;Processo de enfermagem;Conhecimentos técnicos.Respeito aos aspectos sócio-
político-econômico-culturais e valorizar a antropologia e epidemiologia. A consulta individualizada não se contrapõe ao
modelo de saúde coletiva. Nesse sentido é necessário uma avaliação específica e prescrição individualizada que só é possível
se a consulta de enfermagem for realizada com sistematização adequada (SANTOS, 2001). Este projeto tem como objetivo:
Analisar as atividades que caracterizam a consulta de enfermagem na equipe do Programa Saúde da Família e identificar os
fatores que interferem na implantação do processo de sistematização da consulta de enfermagem no PSF junto ao paciente e a
família.
2. Procedimentos da Coleta de dados: Será utilizado o método da História oral, onde serão feitas entrevistas com
os sujeitos da pesquisa com base nesta abordagem.
3. Desconfortos e riscos esperados. Nenhum
4. Benefícios que poderão ser obtidos: A pesquisa contribuirá para a compreensão do modo como a consulta de
enfermagem de forma sistematizada pode melhor compreender o indivíduo com um todo. É possível que o estudo possa
contribuir para que, o enfermeiro reveja seus conhecimentos a cerca da consulta de enfermagem e suas intervenções junta a
família e a comunidade a qual está inserido o usuário.
5. Procedimentos alternativos que possam ser vantajosos para o Indivíduo.- O proposto no item 4.
IV. ESCLARECIMENTOS DADOS PELO PESQUISADOR SOBRE GARANTIAS DO SUBTEXTO DA PESQUISA
(conformidade com parecer 196/ 96 do C.N.S.):
1. Acesso a qualquer tempo 'as Informações sobre procedimentos e benefícios relacionados pesquisa,
Inclusive para dirimir eventuais dúvidas.
2. Liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar de participar do estudo.
3. Salvaguarda a da confidencialidade, sigilo e privacidade.
66
APÊNDICE II
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE ENFERMAGEM
Roteiro de Entrevista semi-estruturada
Identificação
Nome:_________________________________________________________________
Tempo de PSF:_____________ Tempo de Profissão:-__________________________
1-Conte a história da implantação desta equipe de P.S.F.
2- De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
3- Todas as etapas da consulta preconizada são cumpridas?
4- Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
5- Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta consulta?
67
Apêndice III
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE ENFERMAGEM
Roteiro de observação não participante
Tipo de consulta Primária ( ) ou subseqüente ( )
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Elaboração do diagnóstico
Prescrição: - Prontuário ( ) –condutas assistenciais ( ) – Orientações para paciente ( )
Orientação para retorno?
Registro no prontuário: sim ( ) não ( )
68
Apêndice I V
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
ESCOLA DE ENFERMAGEM
Roteiro de observação no prontuário
Identificação do paciente/ mãe /família
Anotação do exame físico?
Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Existe conduta explícita?
Existe anotação?
Agendamento de retorno ou alta
69
ANEXOS
70
ANEXO I
MINISTÉRIO DA SAÚDE - Conselho Nacional de Saúde - Comissão Nacional de Ética em Pesquisa - CONEP
FOLHA DE ROSTO PARA PESQUISA ENVOLVENDO SERES HUMANOS
( versão outubro/99 ) Para preencher o documento, use as indicações da página 2.
1. Projeto de Pesquisa:
A sistematização da consulta de Enfermagem no PSF
2. Área do Conhecimento (Ver relação no verso)
Ciências da saúde
3. Código: 4.04 4.vel: ( Só áreas do conhecimento 4 )
Enfermagem
5. Área(s) Temática(s) Especial (s) (Ver fluxograma no verso)
Grupo III
6. Código(s):
7. Fase: (Só área temática 3) I ( ) II ( )
III ( ) IV ( )
8. Unitermos: ( 3 opções )
1 SUJEITOS DA PESQUISA
9. mero de sujeitos: 10
No Centro: Total: 10
10. Grupos Especiais: <18 anos ( ) Portador de Deficiência Mental ( ) Embrião /Feto ( ) Relação de Dependência
(Estudantes, Militares, Presidiários, etc ) ( ) Outros ( ) Não se aplica (X)
1.1 PESQUISADOR RESPONSÁVEL
11. Nome: Emerson Gomes Garcia
12. Identidade:
2985.249 SSP-GO
13. CPF.:
598.231.941-49
19.Endereço (Rua, n.º ):
Av. 07 de setembro 144
Apt. 604
14. Nacionalidade:
Brasileira
15. Profissão:
Enfermeiro
20. CEP:
40.060-001
21. Cidade:
Salvador
22. U.F.
BA
16. Maior Titulação: Especialista 17. Cargo 23. Fone: (71) 329-5526 24. Fax:
18. Instituão a que pertence: Universidade Federal da Bahia-UFBA 25. Email:enfemerson@bol.com.br e
enfemer[email protected]om.br
Termo de Compromisso: Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas complementares. Comprometo-me a utilizar os materiais
e dados coletados exclusivamente para os fins previstos no protocolo e a publicar os resultados sejam eles favoráveis ou o. Aceito as responsabilidades pela
condução científica do projeto acima.
Data: _______/_______/_______
___________________________
Assinatura...
1.2 INSTITUIÇÃO ONDE SERÁ REALIZADO
26. Nome: Secretaria Municipal de Saúde- Unidades de PSF- Salvador 29. Endereço (Rua, nº):
Subúrbio Ferroviário de Salvador
27. Unidadergão: 30. CEP: 31. Cidade:Salvador 32. U.F. BA
28. Participação Estrangeira: Sim ( ) Não ( x ) 33. Fone: 34. Fax.:
1.2.1 35. Projeto Multicêntrico: Sim ( ) Não ( x ) Nacional ( ) Internacional ( ) ( Anexar a lista de todos os Centros Participantes no Brasil )
Termo de Compromisso ( do responsável pela instituição ) :Declaro que conheço e cumprirei os requisitos da Res. CNS 196/96 e suas Complementares e
como esta instituição tem condições para o desenvolvimento deste projeto, autorizo sua execução
Nome:_______________________________________________________ Cargo________________________
Data: _______/_______/_______ ___________________________________
Assinatura
PATROCINADOR Não se aplica ( )
36. Nome: 39. Endereço
37. Responsável: 40. CEP: 41. Cidade:
42. UF
38. Cargo/Função: 43. Fone: 44. Fax:
1.3 COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA – CEP
45. Data de Entrada:
_____/_____/_____
46. Registro no CEP: 47. Conclusão: Aprovado ( )
Data: ____/_____/_____
48. Não Aprovado ( )
Data: _____/_____/_____
49. Relatório(s) do Pesquisador responsável previsto(s) para:
Data: _____/_____/____ Data: _____/_____/_____
Encaminho a CONEP:
50. Os dados acima para registro ( ) 51. O projeto para apreciação ( )
52. Data: _____/_____/_____
53. Coordenador/Nome
________________________________
Assinatura
Anexar o parecer
consubstanciado
71
1.4 COMISSÃO NACIONAL DE ÉTICA EM PESQUISA - CONEP
54. Nº Expediente :
55. Processo :
56.Data Recebimento : 57. Registro na CONEP:
58. Observações:
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F
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9
9
9
9
)
)
CEP Aprovação
2 GRUPO I
Código - Áreas Temáticas Especiais
2.1.1.1
2.1.1.2 GRUPO II
Código - Área Temática Especial
3 GRUPO III
Todos os outros que não se enquadrem
em áreas temáticas especiais
I. 1. Genética Humana
I. 2. Reprodução Humana
I.. 4. Novos Equip, insumos e dispositivos
(*)
I. 5. Novos procedimentos
I. 6. Populações Indígenas
I. 7. Biossegurança
I. 8. Pesquisas com cooperação estrangeira
I. 9. A critério do CEP
II. 3. Novos Fármacos, Vacinas e
Testes Diagnósticos
(*)
Enviar:
- Protocolo completo
- Folha de Rosto
- Parecer Consubstanciado
Enviar:
- Folha de Rosto
- Parecer Consubstanciado
4 (para
acompanhamento)
Enviar:
Relatório Trimestral com
Folhas de Rosto
4 . 1 . 1 . 1 . 1 C O N E P
CÓDIGO ÁREAS DO CONHECIMENTO ( Folha de Rosto Campos 2 e 3 )
1- CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
1.01 MATEMÁTICA
1.02 PROBABILIDADE E ESTATÍSTICA
1.03 - CIÊNCIA DA COMPUTÃO
1.04 - ASTRONOMIA
1.05 - FÍSICA
1.06 - QUÍMICA
1.07 - GEOCIÊNCIAS
1.08 - OCEANOGRAFIA
2 - CIÊNCIAS BIOLÓGICAS (*)
2.01 - BIOLOGIA GERAL
2.02 - GENÉTICA
2.03 - BOTANICA
2.04 - ZOOLOGIA
2.05 - ECOLOGIA
2.06 - MORFOLOGIA
2.07 - FISIOLOGIA
2.08 - BIOQUÍMICA
2.09 - BIOFÍSICA
2.10 - FARMACOLOGIA
2.11 - IMUNOLOGIA
2.12 - MICROBIOLOGIA
2.13 - PARASITOLOGIA
2.14 - TOXICOLOGIA
3 - ENGENHARIAS
3.01 - ENGENHARIA CIVIL
3.02 - ENGENHARIA DE MINAS
3.03 - ENGENHARIA DE MATERIAIS E
METALÚRGICA
3.04 - ENGENHARIA ELÉTRICA
3.05 - ENGENHARIA MECÂNICA
3.06 - ENGENHARIA QUÍMICA
3.07 - ENGENHARIA SANITÁRIA
3.08 - ENGENHARIA DE PRODUÇÃO
3.09 - ENGENHARIA NUCLEAR
3.10 - ENGENHARIA DE TRANSPORTES
3.11 - ENGENHARIA NAVAL E OCEÂNICA
3.12 - ENGENHARIA AEROESPACIAL
4 - CIÊNCIAS DA SAÚDE (*)
4.01 – MEDICINA
4.02 – ODONTOLOGIA
4.03 – FARMÁCIA
4.04 – ENFERMAGEM
4.05 – NUTRIÇÃO
4.06 - SAÚDE COLETIVA
4.07 – FONOAUDIOLOGIA
4.08 – FISIOTERAPIA E TERAPIA
OCUPACIONAL
4.09 – EDUCAÇÃO FÍSICA
5 - CIÊNCIAS AGRIAS
5.01 - AGRONOMIA
5.02 - RECURSOS FLORESTAIS E
ENGENHARIA FLORESTAL
5.03 - ENGENHARIA AGRÍCOLA
5.04 - ZOOTECNIA
5.05 - MEDICINA VETERINÁRIA
5.06 - RECURSOS PESQUEIROS E
ENGENHARIA DE PESCA
5.07 - CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE
ALIMENTOS
6 - CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS
6.01 - DIREITO
6.02 - ADMINISTRAÇÃO
6.03 - ECONOMIA
6.04 - ARQUITETURA E URBANISMO
6.05 - PLANEJAMENTO URBANO E
REGIONAL
6.06 - DEMOGRAFIA
6.07 - CIÊNCIA DA INFORMAÇÃO
6.08 - MUSEOLOGIA
6.09 - COMUNICAÇÃO
72
6.10 - SERVIÇO SOCIAL
6.11 - ECONOMIA DOMÉSTICA
6.12 - DESENHO IDUSTRIAL
6.13 - TURISMO
7 - CIÊNCIAS HUMANAS
7.01 – FILOSOFIA
7.02 – SOCIOLOGIA
7.03 – ANTROPOLOGIA
7.04 – ARQUEOLOGIA
7.05 – HISTÓRIA
7.06 – GEOGRAFIA
7.07 – PSICOLOGIA
7.08 – EDUCAÇÃO
7.09 - CIÊNCIA POLÍTICA
7.10 – TEOLOGIA
8 – LINGÜÍSTICA, LETRAS E ARTES
8.01 - LINGÜÍSTICA
8.02 - LETRAS
8.03 - ARTES
(*) NÍVEL : ( Folha de Rosto Campo 4 )
(P) Prevenção
(D) Diagnóstico
(T) Terapêutico
(E) Epidemiológico
(N) Não se aplica
(*) OBS: - As pesquisas das áreas temáticas 3 e 4 ( novos fárrmacos e novos equipamentos ) que dependem de licença de importação da
ANVS/MS, devem obedecer ao seguinte fluxo- Os projetos da área 3 que se enquadrarem simultaneamente em outras áreas que dependam da
aprovação da CONEP, e os da área 4 devem ser enviados à CONEP, e esta os enviará à ANVS/MS com seu parecer.
- Os projetos exclusivos da área 3 aprovados no CEP ( Res. CNS 251/97 item V.2 ) deverão ser enviados à ANVS pelo patrocinador ou
pesquisador.
73
ANEXO II
74
PARECER TÉCNICO DA COMISSÃO DE ÉTICA EM PESQUISA DA SESAB
TÍTULO DO PROJETO: A Sistematização da Consulta de Enfermagem no PSF
AUTOR: Emerson Garcia
ORIENTADOR: Álvaro Pereira
Projeto de Pesquisa apresentado ao Programa de Pós-Graduação da Escola de
Enfermagem de Universidade Federal da Bahia, com requisito para obtenção do título
de mestre.
PARECER:
A proposta de pesquisa aqui avaliada tem como objeto de investigação a padronização da
Sistematização da Assistência de Enfermagem na modalidade da Consulta de Enfermagem
aos usuários assistidos pelo Programa de Saúde da Família PSF, tendo em vista estabelecer
a necessidade de sua sistematização e analisar os fatores que interferem na implantação desta
sistematização. O pressuposto que justifica o enfoque escolhido é a importância da consulta
de enfermagem para a compreeno dos aspectos cio-hisricos, ético-legais e técnico-
científicos que interferem na determinação da institucionalização legal da saúde do paciente e
da família.
O estudo contempla o PSF nos barros pertencentes ao Subúrbio Ferroviário de Salvador, que
tem uma população de 317.849 mil/hab e onde trabalham 31 equipes de saúde da família.
Trata-se de um estudo qualitativo de caráter exploratório e descritivo, para o qual seo
utilizados: pesquisa bibliográfica e história oral (temática híbrida) fundamentada em dados
secundários e em dados primários selecionados a partir de entrevistas semi-estruturadas. A
amostra é intencional contemplando 10 enfermeiros de 10 equipes do PSF implantadas
mais de 01 (hum) ano.
Quanto aos aspectos éticos, observa-se que o autor apresenta a documentação pertinente e
necessária à análise. O processo de coleta de dados obedece ao princípio do anonimato, da
autonomia e do respeito ao sujeito da pesquisa, sendo o roteiro da entrevista apropriado ao
objeto de investigação, sem qualquer interferência que possa ofender ou constranger o sujeito
da pesquisa. O consentimento livre-esclarecido atende as normas da CONEP e Resolução
196/96 do Conselho Nacional de Saúde /CNS. Entretanto para que fique claro ao entrevistado
de que forma os dados coletados serão utilizados na pesquisa, recomendamos uma breve
explicação do método da história oral.
Considerando os argumentos acima, o nosso parecer é de que a proposta de pesquisa atende
perfeitamente às normas e padrões éticos. Na oportunidade em que, como contribuição,
sugerimos uma revisão de texto.
Lembramos ainda que, para o acompanhamento da Pesquisa deverão ser apresentados a esta
CEP, o relatório parcial e final.
Atenciosamente.
75
ANEXO III
Entrevistas Transcritas
Enfermeira 1
Pergunta 1: Conte a história de implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Bom, a gente começou... nós viemos para a área em setembro. Setembro de 99, se eu não me
engano. Nós temos quatro anos e meio, e eu fui da última equipe a chegar, minha equipe foi a
equipe quatro (4); tinham as três (3) outras equipes aqui. Quando eu cheguei a parte de
territorialização estava pronta, estava definida, então, eu já sabia qual era minha área
definida. fui fazer a parte de contagem de casas, não sei se isto interessa, parte da
contagem das casas, das ruas e dividir para os agentes comunitários. Tive dificuldade porque
a parte que me delimitaram foi muito extensa e, como a gente podia pegar na época a
200 falias por cada agente,(isso reduziu agora para 150), então, tiveram ruas que eu não
pude pegar, tive que deixar de fora, comuniquei que não ia pra pegar, quando a gente fez
a contagem das casas. Os agentes comunitários eram todos novos, porque eu fui do PACS,
então eu tinha uma noção do que era o PSF. A médica que veio trabalhar comigo
também não era do PCS que não existia também. Foi uma novidade pra ela e as duas
auxiliares também não trabalham nesta parte, unidade sica mesmo de saúde. Fizemos
um treinamento juntos. A equipe toda fez um treinamento junto e aí eu fui realmente
treinando os agentes. Eles tiveram um treinamento sico, tipo um treinamento de atenção à
saúde da criança, como trabalhar com isso, atenção à saúde da mulher, os treinamentos
mesmo de hipertenso, de diabético, de tuberculose, fui aos poucos fazendo isso. Depois que
os meninos cadastraram os pacientes, fizemos um treinamento de visita domiciliar, fui
fazendo com eles a visita domiciliar ou como era que funcionava. Isso também com a médica
e as auxiliares da equipe. A gente começou a traçar o esquema de trabalho mesmo.
Então,começamos a fazer uma escala. O que a gente vai fazer segunda de manhã? O que a
gente vai fazer segunda de tarde até a sexta-feira? Isso veio assim meio definido do curso.
A gente teria cinco períodos na comunidade e cinco períodos na unidade. E eno, pronto,
começamos a fazer um diagnóstico de nossa comunidade, da nossa área, o que tinha mais, as
doenças, problemas. A gente identificou isso, e depois começamos a trabalhar. A gente
começou a fazer logo no início, ainda no treinamento, uma palestra com a comunidade, com
a nossa área. Os agentes os chamaram e a gente explicou para eles o que seria o PSF, como
seria implantado e depois a gente deu continuidade. Começamos a marcar os grupos, formar
os grupos. Formamos grupos de hipertensos, grupo de gestante, grupo de adolescente. Aqui
a gente identificou tinha um grupo abom de adolescentes. Agora, infelizmente, com essa
reforma, caiu um pouco e com a falta de contraceptivos também, porque aqui tinha muitas
adolescentes grávidas e a gente precisava fazer algum trabalho com isso. E foi ótimo. No
início a gente conseguiu fazer até um trabalho legal, e pronto. Depois a gente continuou
encaminhando aí... as coisas, os serviços. A gente fazia as consultas, a gente dividiu as
consultas, tinha consulta dica e de enfermagem, então, no curso, “elaorientou que a
gente trabalhasse junto, médico junto com enfermeira, no mesmo período, para poder a
médica e a enfermeira também estar juntas na comunidade, juntas nas sessões educativas e
tudo mais. Então a gente trabalhava juntas. Num consultório ficava eu, no outro consultório
76
ficava minha médica. Então, quando eu precisava de um auxílio da médica no momento de
uma consulta minha, que eu tivesse alguma dúvida ou algum paciente que a enfermagem, a
minha parte, não pudesse ser resolvida, por completo, eu passava para ela, e ela dava
continuidade no tratamento, no diagnóstico do paciente. A gente dividiu assim também o
pré-natal. Pré-natal, puericultura e planejamento familiar ficavam comigo, e para a médica
ficavam os pacientes idosos, hipertensos, diabéticos e aqueles pacientes com alguma
patologia fora essas que a gente conversou. Então, ela ficava atendendo, mas nunca
funcionava esses 100%.. Às vezes ia pra ela também, como ia pra mim. Depois, a gente foi
tendo os treinamentos, treinamento que a gente teve de gestante, tive de gestação de alto
risco, a minha dica não teve, mas eu tive. Tem que ter no mínimo duas consultas médicas
durante a gestação, então eu quero levar isso mais a sério, porque passarão por mim, a
não ser que tivesse alguma complicação maior, eu passava pra médica e falava: o que você
acha? Pra ela ter uma opinião também, às vezes eu referenciava uma gravidez de alto risco.
Ela às vezes nem via a paciente, então, eu queria levar mais isso a sério dela. Infelizmente a
gente está desse jeito. Passa por mim na 1ª, na 2ª,quando for entrega de exame, passa pela
médica e uma outra no e 9º mês de gestação. E na puericultura eu via as pacientes, os
recém-nascidos todo mês acompletar um ano. Planejamento familiar passava por mim.
Hipertenso e diabético passavam pela médica, a segunda consulta podia ser comigo, a
consulta subseqüente eu transcrevia a receita se o paciente tivesse evoluído bem, normal sem
problema nenhum, eu transcrevia. Se precisasse, o paciente que não tivesse compensado, eu
achava que estava precisando, achando que precisava alterar as medicações, eu passava
para doutora R. Paciente de tuberculose, ou eu ou ela, paciente de Hansen ou eu ou Drª R.
que é minha médica. Começamos a colher preventivo. O preventivo foi uma história
interessante, porque foi num período onde teve a campanha, essas campanhas que tem. E aí a
gente tem que colher, tem que colher, ninguém teve treinamento de coleta de exame
preventivo, “Ah! Mas tem que colher!”, a gente fez um treinamento teórico, mas a gente não
fez um treinamento prático, o que eu acho que a gente tinha que passar. Foi um treinamento
muito bom, mas agente não teve a parte prática desse treinamento. Ah!, mas você então vai
procurar um lugar para fazer treinamento!, inclusive eu cheguei até a ir a um posto que eu
não me lembro o nome, mas chegou lá não tinha preventivo no dia, não tinham marcado, não
sabia por questão de alteração de horários e, não pude fazer. Resultado, uma colega minha
fez, conseguiu fazer um, e aí eu... não quero nem fazer. Não, vai fazer?! isso é um absurdo,
uma falta de respeito, por que não bota um treinamento pra gente faze. Mas aí, naquela
história de ficar com pena do paciente que quer fazer, daí a gente está com o material todo
aqui, precisa a gente querer. eu fui na fé e na coragem, peguei uma colega minha e
disse: me oriente então na parte técnica. A gente fazia. Talvez não fizesse 100% mas os
preventivos vinham com os resultados. Às vezes quando não é satisfatório mandam repetir e
tudo, graças a Deus eu mesma não peguei. Então, aprendi com a cara e a coragem. Comecei
a fazer os preventivos, minha médica também aprendeu e a gente começou a fazer os
preventivos assim, na tora mesmo. Eu sinto falta, a gente tem alguns treinamentos, eu sinto
falta de treinamento de atenção à criança que eu não tive o (AIDIPI)
2
. Eu o tive
treinamento até hoje, então quer dizer, você sabe que a enfermeira passa por esses processos
absurdos, por esse transtorno, principalmente na saúde pública das prescrições; a gente
pode prescrever? O que a gente pode prescrever? Até onde a gente pode prescrever? Então,
dizem que na unidade de saúde você tem os próprios programas onde vopode prescrever,
mas, às vezes, por exemplo, um hipertenso tem que passar primeiro pela avaliação do
médico, ela passar e você manter a prescrição. A atenção ao adulto, o que a enfermeira pode
prescrever num paciente adulto fora dos programas, então, chega uma paciente com crise de
2
Atenção Integrada às Doenças Prevalentes da Infância.
77
garganta, alguma coisa do tipo, o que eu posso prescrever? Não tivemos treinamento pra
isso. No PSF a enfermeira atende igual a dico, então esses pacientes também vêm pra
mim. Está agora direto aí, saindo de novo. Teve um lá em administração falando daquela
história que podo,e não pode, foi suspenso, porém o COFEN vai e diz que pode, vopode
prescrever e tal, eu me sinto insegura ainda de fazer certas prescrições e agora eu estou
levando isso a sério. Então assim, a minha médica às vezes fica meio chateada comigo. Eu
digo não, eu não vou prescrever porque eu não posso, eu não tenho...eu não sei até aonde eu
posso. A gente já pediu uma normatização do PSF, as atribuições da gente, o que a
enfermeira pode fazer por lei e tudo mais. Eu confesso a você, eu tive problema no
COREN, não por esses motivos e eu fico com medo de alguém botar algum problema de novo
pra mim, entendeu? Então, às vezes eu prescrevo, por exemplo, antibióticos, o que a gente
pode prescrever, pra que patologia? Quer dizer, tem coisas que realmente eu sinto
dificuldades, então eu não vou colocar minha mão, eu passo pra médica, entendeu? No que
eu acho que eu sou capaz, no que acho que eu posso às vezes pra facilitar a vida do paciente,
a gente até prescreve. Às vezes eu sei que eu tenho que prescrever, mas se eu não fui treinada
pra isso.
Pergunta 2: De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Bom, então é... Puericultura, eu faço tudo o que a gente faz, o que a gente precisa avaliar
num R/N, faço a parte de investigação com a mãe, pergunto à mãe sobre alimentação, sobre
eliminações, se o menino está aceitando bem a dieta, se está amamentando, pergunto sobre a
parte de higiene, lava a roupa da criança com o quê quando é recém-nascido?, usa perfume?,
usa sabão?, usa que tipo de sabão para lavar a roupa?, passa o ferro? Dou essas orientações
de higiene, examino a criança da cabeça aos pés. Se eu acho que tem alguma coisa alterada
e aí eu observo, faço anotação. E se for uma criança que tem uma amidalite, que tem uma
faringite, que tem alguma coisa que eu consiga identificar e que eu consigo é... que eu posso
conseguir, por exemplo, se a médica está aí eu passo a informação para médica. Se for uma
paciente de verminose, eu medico, a gente medica, a gente sabe, a gente faz a medicação.
Paciente com anemia a gente medica, tanto adulto quanto criança. Verminose a mesma coisa,
tanto adulto quanto criança. No caso da criança se vem com alguma queixa de infecção
urinária a gente medica. Agora, eu vou dizer a você: eu fui treinada para isso com criança?
Não, não fui treinada. Agora, o que eu faço? No início eu chegava para minha médica e
dizia: Olhe, aconteceu isso, está com piócitos de tanto, o que eu faço? Medico? Posso
medicar? Por que? Entendeu? Quer dizer, eu sei, até porque eu tenho duas filhas, eu sei
medicar, a gente estuda farmacologia, a gente sabe qual a parte, mas até aonde eu posso ir
pela lei. Porque eu queria andar certo, entendeu? Porque eu mesma sou alérgica a acido
acetilsalicilico, à dipirona e ao paracetamol. Se eu tomar, eu morro. Eu não uso remédio
nenhum para dor, curto a minha dor. Se eu passo um remédio para esse paciente e esse
paciente tem um problema com a prescrição da enfermeira, se que eu podia medicar ou
não? Você sabe, eu não posso ser processada por isso? Posso ser processada porque passei e
ela teve reação e eu não perguntei. Se , um exemplo. E posso porque eu como enfermeira
não podia medicar e estava medicando. Não é verdade? Então eu fico preocupada.
Ultimamente eu estou muito preocupada com isso, porque o tempo todo eu estou vendo
palestra disso, médico botando enfermeira... Botando receita de enfermeira lá, que não pode
medicar, o médico, infelizmente no nosso caso... e, mas o que eu posso resolver pra facilitar a
vida do paciente, eu faço dentro da consulta.
78
Pergunta 3: Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Pois é, se vome perguntar agora quais são as etapas certinhas, eu não sei lhe dizer, mas
eu faço a parte de perguntas, os questionamentos, a queixa. Valorizo a queixa do paciente, ou
da mãe que vem falar da criança, escuto, faço algumas perguntas para complementar o que
precisar, faço exame físico todo e avalio os exames. Essa parte toda eu faço. O entrevistador
interpela: então só essas três partes que você faz dentro da consulta? Resposta: é.
Pergunta 4: Você conhece a importância de ter sistematizado a consulta?
Resposta:
Olha, confesso que eu sinto falta disso. vem! Quando eu entrei aqui... porque eu acho que
eu sou nova nesta parte... quatro anos é pouco diante da dificuldade. Pra vover, eu tenho
quase dois anos fora da unidade. Ficamos aí uns cinco meses avocê cadastrar todo mundo
e, eu mesma não sabia, eu entrei no PSF sem saber o que era a consulta de enfermagem.
No hospital você não faz isso. Na faculdade eu não fiz consulta de enfermagem não. Na
saúde pública, dentro da faculdade eu fiquei dentro de uma creche. Com uma professora
que eu esqueci o nome, que ensinava a gente a dar banho, ora de chuveiro, eu estou falando
isso que é para poder entender. Antigamente era assim, você dar banho de chuveiro. O
banho pode ser de chuveiro com a água aberta ou de chuveiro ensaboado, um absurdo, e a
única coisa que eu ganhei de saúde pública foi catapora que eu peguei na creche, acredite!
Com 19 anos, eu acho,ou 20 eu peguei catapora, então não tive, não tive. Saúde pública pra
mim foi uma negação na faculdade, uma negação. Então, quando eu entrei na prefeitura eu
era enfermeira de um posto de saúde. O que eu vou fazer aqui, eu perguntei, não sabia nada,
eu falei logo, não entendo nada de saúde publica, não sei nada, nem esquema vacinal eu
sabia, eu não tinha filho, entrei grávida. Quando eu entrei em saúde pública eu tinha
acabado de sair do hospital, enfermeira de unidade de clínica dico-cirúrgica que é
totalmente diferente, ainda mais de hospital particular. eu falei: eu não sei, não. Não tem
problema! Aí, na época deu azar da gerente da unidade cair doente, precisou fazer uma
cirurgia cardíaca e eu fui gerente da unidade. Quer dizer, entrei assim, não tinha essa
parte de consulta de enfermagem e quando apareceu o PACS, a gente fazia uma consulta,
mas eu também não sabia como funcionava. Como é que funcionava a consulta? Não, você
na verdade faz a parte de sessões educativas, treinamentos e tal e, no meu posto, não
funcionava pré-natal porque o era... era unidade básica 1, tipo 1, sei lá, era pequena,
então não tinha pré-natal, não tinha planejamento familiar, não tinha método contraceptivo
nenhum, não tinha nada lá. tinha clínica médica, que era da dica que estava lá. Então,
quer dizer, eu faço o quê aqui na parte de consulta? Não sei o que eu faço e aí eu
encaminhava os que precisavam de um atendimento clinico pra médica, depois eu soube que
eu podia passar exame, no hospital eu não posso dar nem uma dipirona. Se o paciente tiver
febre, tem que esperar o dico de plantão chegar. Se eu fizer eu estou errada, então,
podia prescrever, mas eu não prescrevia,não sabia se eu podia, o que eu podia e não podia
no PACS. Ah! Quando foi no PSF, pronto, votem que atender o paciente. O que eu vou
fazer dentro de um consultório eu não sei, sinceramente eu não sei o que eu tenho que fazer
num consultório, então dizer o que segue numa consulta bonitinha, eu não sei.
Pergunta 5: Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
79
Resposta:
Olha... Aqui há uma coisa que eu acho que pode ser legal... talvez não agora que a gente está
nesse tumulto. Por exemplo, eu sinto falta de um papel próprio, a gente tem ofício de atenção
à criança, a gente tem ofício de atenção ao adulto, a gente tem um impresso de planejamento
familiar, de atenção à mulher, e tudo bonitinho, mas esses impressos nunca apareceram pra
gente. Aí vo pede, não tem mais e tudo mais. Nunca aparece, às vezes aparece um
direitinho. Inclusive, como agora a gente vai mudar, eu já disse, a gente vai fazer prontuário
novo de todo mundo, a porque minhas famílias vão mudar e a gente vai mudar esses
prontuários. Gente, eu quero um prontuário decente, voviu os prontuários, como estão,
não viu? É uma negação, eu tenho até vergonha de mostrar aquilo ali. Então quer dizer,
ninguém é assim. Você viu que escrever naquelas folhas que você não consegue nem entender
pelo fato das folhas têm umas coisas atrás. Não tem folha. Pode ser pelo menos uma folha de
ofício, que está em branco e voconsegue escrever. Aqui a gente trabalha muito com folha
de ofício pra fazer evolução. Então, não tem aquela folha de capa que você bota atenção à
criança e descreve tudo sobre a criança e tudo mais, certo? Não funcionava e isso eu ainda
não consegui fazer funcionar. Então, às vezes eu pego o paciente para preencher aquilo tudo
bonitinho, mas quando passava pela dica não funcionava tudo direito. Se reparar tem
três prontuários. “Ela” às vezes não vê o prontuário, e às vezes não tem paciência, pega uma
folha em branco e anota, entendeu? Infelizmente o médico não é igual ao enfermeiro. O
enfermeiro é pouco mais organizado. Eu pego uma folha, eu tenho que pegar uma folha nova
para o prontuário, eu vou grampear para folha não ficar solta, mas não, deixa a folha
solta, alguém vê e nem bota nem nome, nem nada. Eno, você fica: meu deus de quem será?
Você vê a idade, compara com o que tem e vise-versa. eu grampeio. Então, quer dizer,
ninguém se incomoda com isso e eu sinto falta disso. Esse seria um ponto negativo, essa falta
de organização do prontuário. Certo que eu preciso do apoio de todo mundo. Eu falo por
mim, eu sito falta, entendeu? Eu o gosto de escrever no prontuário. Se a gente tem folha
para tudo, por quê não funcionam as folhas? Ali a gente tem a história do paciente, se o
paciente é nosso. Esses pacientes são meus quatro anos e meio. Então, eu não podia ter
uma folha preenchida bonitinha?. Fora a folha, a ficha “A” que fica na mão do agente, então
isso facilita pra gente. Eu tenho um hábito assim. È um ponto negativo vonão ter
material pra fazer consulta. Você quer fazer uma consulta um pouco mais detalhada, por
exemplo, eu agora tenho um estetoscópio infantil, porque não tinha nem um estetoscópio. Ás
vezes eu tinha que pegar da menina, quando ela tinha. Quando ela verificava pressão, peguei
otite, hoje não tem nem álcool, porque às vezes não tem álcool aqui, entendeu? o tem
sabão, você viu que não tem sabão nenhum para lavar a mão. aquele sabão de coco ali
que colocaram, que nem aquilo tinha. Às vezes, nem tem lençol de papel, você tem que
colocar o paciente deitado. deita um, aí deita outro no plástico do colchão porque não
tem. Isso eu acho ruim, eu fico chateada com isso, porque a gente tem de dar o mínimo de
atendimento decente para o paciente. Então isso é uma complicação. Ás vezes falta, por
exemplo, agora para gestante eu não tenho o sonar. O sonar está sem pilhas; eu consegui
até umas pilhas e as pilhas sumiram. Então, se eu quiser eu compro do meu bolso e vou botar
as pilhas. Não temos Pinard. Às vezes falta luva, é como eu te falei, às vezes falta luva para
você atender o paciente, porque não tem água, às vezes não tem sabão e o tem papel
toalha. Então como é que voexamina um paciente, sem você poder lavar a mão, sem vo
se precaver de se contaminar e contaminar o paciente também? Quantas vezes eu peguei
escabiose aqui? Quantas? Quantas vezes as minhas colegas já pegaram escabiose aqui? Drª
O. pegou escabiose aqui que ela teve que ficar afastada, porque ela ficou toda. Entendeu?
Provavelmente pegamos aqui, certo?. A higiene aqui, não tem higiene, agora então é o que
eu digo, voveio num período em que eu estou terrível, eu estou me sentindo...porque não
tem nenhuma higiene, então eu não sei quando foi que limparam esta cadeira aqui, às vezes
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um menino faz xixi aí e não tem uma pessoa pra limpar. Às vezes só tem água pra passar e só
passa água, quer dizer, você se sente animado pra fazer uma consulta adequada? Ficar
aqui, estimulada, botar o paciente na mesa pra examinar e tudo mais? Não se sente. Você
viu o calor que a gente passou aqui? Ou votem um ventilador ou a porta aberta que não
privacidade ao paciente, ou você fica sufocado numa estufa. O meu consultório é o outro.
Esse aqui é da minha médica. Ela está de férias, por isso eu estou aqui, mas o meu é o outro.
Se voreparar, a mesa fica exposta para a janela, aí eu tenho que fechar a janela para
examinar o paciente e tem um ventilador, da médica. Aporque o ventilador vai a
ali. A tomada é trifásica, não sei o que, e tudo mais. Disseram-me isso, entendeu? Já pedi
um ventilador, eu sou altamente alérgica, tenho rinite alérgica, eu disse Ah! Prefiro um ar
condicionado. Ah! Não, pois vai ficar pouco tempo. Estamos aqui quanto tempo? Um ano
e, ... quase dois anos fora da unidade e aqui eu tenho não sei quantos meses, então quer
dizer, tudo isso dificulta. Outro dia eu saí daqui acabada da garganta porque eu deixei a
janela aberta, a poeira entrou toda, fiquei que não parava de espirrar e com a garganta
incomodando, porque tudo isso é um desconforto, então a gente vem e eu a digo aos
pacientes: ó a gente está vindo na marra, porque é uma falta de respeito tanto pra o
profissional, quanto com o paciente. Chega aqui muitos pacientes viciados, que eu estou
tirando isto, de vir aqui só querer fazer exame. De 6 em 6 meses o pessoal aqui quer fazer
exame, então eu estou cortando esses pacientes. Então assim eu digo: ó gente s vamos
ver a prioridade, vamos atender as prioridades. O certo era a gente fechar. Vamos fechar,
vamos pra secretaria pedir uma unidade decente para atender. Eu faço isso e os outros não
fazem então acaba ficando nisso. Os fatores positivos da consulta, bom, repare... o
planejamento... Posso falar por etapa? Planejamento familiar é a parte que eu adoro. A gente
melhorou muito. Eu gosto muito de adolescente também. Eu gostava muito de fazer palestra
com os adolescentes e a gente tinha uma média de 15 adolescentes gvidas de 15, 16 e 17
anos e a gente conseguiu abaixar isto para duas adolescentes. Hoje eu tenho, se não me
engano, 1 ou 2 adolescentes com 15 e 16, não, minto, ela pariu. Acho que eu não tenho mais,
então, melhorou muito, porque com as palestras, com as seses educativas que a gente fazia,
a gente abriu espaço para elas chegarem à s. Então a gente fazia aconselhamento, fazia
aconselhamento em grupo e individual, chamava você, você quer fazer um método, venha cá,
vou te explicar, é assim é assado, de vários tipos. Algumas escondem da e, do pai, dos
parentes, e chega pra gente e se abrem, então a gente conseguiu ver a importância disso, do
método pra ela evitar uma gravidez e pra ela evitar outras coisas como doença também. Eu
sinto que essa consulta precisa ter, certo? Então, eu gosto da consulta porque o paciente vem
até a mim, porque é melhor do que ela sair para comprar o anticoncepcional, eu sei que ela
pode comprar na rua, mas ela tem uma orientação nima que a gente dá a ela, a gente a
examina, a gente solicita os exames, eu faço essa parte, então isso tudo é positivo, com
certeza. Têm pacientes aqui de planejamento que só querem vir pra mim. A gente vira
confidente, então eu acho isso legal, a confiança que ela tem com a gente e depois disso,
tinha umas que fizeram aborto e hoje em dia não fazem mais porque usa anticoncepcional.
Uma que ia fazer e desistiu porque conversou comigo e a gente conseguiu fazer com que ela
levasse a gravidez à diante. Quantos VDRLs positivos a gente descobriu. No planejamento
familiar a gente pede os exames de rotina e inclui o VDRL. Então, claro que esse fato é
importantíssimo. Na puericultura a gente orienta a e, a mãe que está... Não está
amamentando, a e o consegue amamentar, a gente está aqui, a gente orienta a mãe, a
gente bota o neném para mamar na nossa frente, fica aqui a consulta toda mamando. Olha
mãe, tá vendo que o menino mama! vendo que não tem problema! Tem que ter paciência e
tudo mais. Na puericultura, o neném vem com um mês. A gente oferece um método de
contraceptivo para mãe. Pergunta se ela quer, se ela está com vontade. Às vezes ela nem se
lembra disso se a gente não perguntar: você não quer não? Elas respondem: Eu quero. A
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mãe vem para a consulta do neném e sai daqui atendida, medicada e tudo mais. E as
alterações com o neném, assadura, neném com fimose. Hoje mesmo peguei aqui um neném
que a mãe não puxava a “pelezinhae o neném estava cheio de secreção. A gente outras
orientações. É importantíssimo o aumento de peso e se a vacina está em dia. Peguei hoje uma
menina que estava com o cartão de vacina atrasado, eu digo a ela venha aqui para
tomar vacina, já é oportunidade e isso é importantíssimo. O pré-natal... Pré-natal eu amo
fazer pré-natal. Gosto de fazer pré-natal caprichado. Ela faz aqui todos os exames, todas as
consultas. Observo peso, encaminho pra vacina. A gente tinha muitos problemas aqui com
elas para tomarem vacina. Hoje em dia a gente não tem problema de tanto que a gente
fala, então com certeza, eu acho a minha consulta importantíssima. Eu sei que a dica com
certeza vai fazer tudo isso e tudo ela não faz sozinha. Então eu me sinto muito importante
nessa parte também.
Enfermeira 2
Pergunta 1: Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Reposta:
Deixe-me reportar à quatro anos atrás. Bom... No início foi assim... De muita expectativa, de
muita vontade de trabalhar em cima disso. Nós tivemos um treinamento introdutório. Eu
particularmente, fiz a especialização em saúde da família e vim com muita... Aquela coisa,
aquela agonia toda, aquela vontade realmente de trabalhar um pouco e dentro realmente da
proposta do que é o programa de saúde da família. A demanda é muito grande, os dois
primeiros anos foram assim de uma tentativa de reestruturar. Existe uma demanda muito
grande, toda uma história mesmo de curativo, a coisa curativa. Eram muitas crianças
doentes, escabiose, o tempo todo infecção respiratória, es que não amamentam, no
máximo um mês de amamentação, então a gente tinha muitos programas de saúde. Era coisa
assim de demanda muito grande. E a gente começou todo um trabalho educativo.
Particularmente, não estou falando em relação às equipes todas, não. Só da minha equipe. A
gente começou todo um trabalho educativo assim, muito intenso nesse período,
principalmente com as mães. A gente praticamente começou com as mães nesse trabalho
mesmo de cuidado com a criança, da importância da amamentação. O pré-natal foi outra
coisa assim muito trabalhada em relação aà química de amamentação, onde a gente tem
todo um trabalho educativo em cima disso. As mães anteriores que amamentavam participam
também dessas orientações; é uma coisa assim muito interessante. Com o tempo... No início a
gente tinha muitos recursos... Depois de dois anos, começou a faltar as coisas. E aí começa a
faltar isso, começaram a faltar isso, muitas coisas foi ficando pendente, principalmente tipo
assim: se você tem atendimento de pré-natal, você não tem Sulfato ferroso, você não tem uma
polivitamina, você não tem um dramim toda hora, planejamento familiar vo não tem
métodos. Hoje tem quase dois anos que a gente não recebe nada dos contraceptivos de forma
regular. Por outro lado, ainda existe certa exigência em termos de atendimento, em termos de
você não ter gestante... é... adolescente engravidando, mais ou menos um tempo essa
demanda não satisfaz... o insumo que vem... então, isso foi ficando um pouco desgastante.
Quando começou a implantação aqui foi uma delicia, foi muito bom, as equipes estavam
muito mais unidas, estava todo mundo naquela empolgação de realmente fazer um trabalho
diferente. s visitamos toda a área de territorialização, fizemos mapeamento, fizemos mapa
de isopor, delimitando as áreas de risco e isso facilitou bastante o início dos trabalhos. A
gente foi tentando organizar.
82
Pergunta 2: De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
No início eu e a médica, a gente atendeu de uma forma geral. Na parte de enfermagem, foi
um pouco confuso pra mim em termos de acompanhamento e sistematização da assistência,
eu ficava assim meio... porque tinha aquela coisa ah! Tenho que atender todo mundo, tem
que atender todo mundo, e a gente não tinha uma experiência maior. De uma maneira geral,,
tínhamos dificuldade em atender o idoso, de atender um paciente com tuberculose, com
hanseníase. Inicialmente eu tentava e às vezes me sentia assim muito insegura, às vezes sem
esse conhecimento, apesar de que, a gente tinha nesse período um apoio técnico. Depois,
foram surgindo assim de dois anos pra as novas equipes e a gente ficou relegado um
pouquinho em termos desse acompanhamento, dessa educação continuada, salvo hipertensão
e diabetes que a gente tem uma regularidade pela outra instituição, que não é essa
diretamente a Secretaria de Saúde, mas pela Secretaria do Estado. E, assim... chegou a época
que eu disse: não, (a médica) vamos dividir isso aqui, e aí eu fiquei mais com
acompanhamento de crianças menores de dois anos. Essa parte toda de puericultura, o pré-
natal, fechando as duas consultas com ela no início e no final. Hoje isso não é bem seguido.
Às vezes eu atendo gestante, quando vai no final é que a gente vai fazer uma consulta com
ela, não por necessidade pois ela já viu que não há necessidade, e como a gente trabalha com
a nossa equipe, a gente tenta trabalhar junto, por exemplo, tudo de atendimento a gente
trabalha junto, porque qualquer necessidade que eu tenha na hora, eu estou com a gestante,
estou com a criança, eu vou diretamente a ela.Como a gente está aqui na paróquia, meu
consultório é este, então, essa disponibilidade que eu tive aqui hoje que você viu, de atender,
de examinar, de encaminhar, botar na mesa é porque eu estou aqui hoje, mas quando eu
estou lá, fica mais difícil ainda, porque ela está aqui. A gente priorizou o atendimento dela
por ser um atendimento mais dessa necessidade clínica de examinar. Fica deficiente o
atendimento do outro lado, porque eu não tenho recursos materiais. A maca está
quebrada, balança quebrada e essas questões que interferem no trabalho em si,
principalmente do exame clínico. E a gente tentou organizar, fazer uma semanas picas de
atendimento. Fica uma coisa mais aberta, então, a gente faz a semana da criança onde a
gente atende praticamente criança. Eu atendo criança e ela também, a gente programa
semanalmente.Eu tenho a semana da criança onde a gente vai trabalhar criança e mães, a
gente tem a semana do pré-natal, que é essa semana que a gente está tendo, e a semana do
planejamento que se estende por mais duas semanas porque tem uma demanda maior em
relação aos outros e fica uma coisa assim mais livres em relação a atendimento extra.
Pergunta 3: Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Fielmente eu vou dizer... eu vou estar mentindo... fielmente assim, eu não sigo, não. Eu fico...
tento saber dentro do meu conhecimento, dentro da minha forma de ser, de como ser
profissional, tentar estar o mais próximo disso. O entrevistador questiona se a enfermeira
conhece as etapas da consulta e ela responde: da entrevista, da anamnese, exame físico,
sempre segui dessa forma no primeiro momento. E o momento de orientar, mistura um pouco
de anamnese com as orientações. É uma coisa que me facilita às vezes, mas diante da queixa
dessa paciente, eu já vou orientando no que eu puder orientar naquele momento.
Pergunta 4: Você conhece a importância de ter sistematizada essa consulta?
83
Resposta:
Acredito, acredito. O que eu vejo como impedimento em relação a isso é o tempo. Acho que
para você estar com o paciente, principalmente em termos do objetivo do Programa de Saúde
da Família, é uma coisa que eu sinto assim que a gente se afastou, ou talvez a gente esteja
afastada um pouco nesse momento, até pela demanda. Se a gente se cada profissional
também tem seu tempo, seu ritmo, e assim, em cada 15 minutos pra mim é inviável. Tento
buscar, tento estar trabalhando isso, eno assim, na consulta de enfermagem, para fazer
toda essa avaliação, todas essas orientações com mais tranqüilidade, relembrar essas coisas
anotando, eu acho que exige mais, então, vai lá o que? Em 8 consultas se a gente for
calcular, sabendo que tem paciente que a gente vai precisar de mais tempo, principalmente
quando ter que atender 16 pacientes, você tem que atender... isso muitas vezes dificulta a
sistematização. Eno, às vezes voatropela, por essa falta de tempo. Por outro lado, o
único impresso que eu gosto e que está em falta é o de saúde materna. Acho que um impresso
assim que ajuda bastante você sistematizar, você seguir aquela seência de questionamentos
e que sem ele, às vezes eu me perco, não faço determinadas perguntas. E um prontuário que
nos ajude nesse sentido... eu particularmente não gosto da elaboração de alguns prontuários
que se tem, às vezes não ajuda na consulta.
Pergunta 5: Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Da consulta, vofala... vou dizer ao momento. Primeiro, o espaço físico seria um fator
positivo, aliás, uma necessidade. No caso, um fator negativo seria a não disponibilização de
uma sala de consulta,pois a gente está aqui em uma unidade provisória um ano e meio,
então isso impede muitas vezes ou. .. [estar especificamente com o paciente, esqueci o que eu
ia falar agora]. Toda hora está entrando aqui, porque está tudo aqui dentro, toda hora a
auxiliar tem que entrar, às vezes chega o agente comunitário; gente espera aí... que eu
preciso pegar isso aqui e a gente está atendendo o paciente. Então, essa necessidade eu sinto
e gosto de estar na minha sala fechada. Por exemplo, quando a gente estava lá na unidade,
eu tinha minha sala. Então entrava um quando chegava, fechava a porta, porque eu estava
com o paciente e isso atrapalha. Vários profissionais juntos faz com que a gente perca
facilmente a atenção. Concentrando-me com o paciente fica bem melhor. Dessa privacidade
eu sito falta. Às vezes, eu estou atendendo alguém, tem um monte de gente e eu digo:
esperem aí por favor, aqui é o lugar que eu estou atendendo. Eu estou com paciente e, às
vezes, outro paciente está querendo vir. Isso às vezes me deixa um pouco... desconfortável.
Material às vezes está OK, está ótimo, a gente às vezes fica feliz. Tem tudo, mas daqui a
pouco não tem nada. Às vezes falta sonar que existia, mas tinha bateria, estão esperando
chegar. No momento estrutura física e consumo estão faltando. É o que a gente tem
embaixo hoje dentro da proposta; não é o ideal, eu vejo que não é o ideal, mas pelo menos...
Faltam impressos de insumo, de medicação. De positivo na consulta, é o momento do retorno
do paciente, muitas vezes, das suas orientações, a disponibilidade deles estarem expressando.
Eu tento o máximo deixar o paciente mais livre para se expressar, porque às vezes tem
aqueles que ficam desconfiados. A consulta em si eu acho assim um momento muito bom, de
você às vezes num diálogo pegar coisinhas do dia-a-dia do paciente, principalmente a gente
que trabalha aqui, que vivencia um pouco a família. Ás vezes vopega uma situação, como
um paciente hipertenso que tem todas as suas dificuldades de controle, e votambém já
conhece o outro irmão, e aí vo vê a relação familiar como é, e faz com que você
compreenda melhor a dificuldade de controle daquele paciente. E, praticamente a
84
necessidade do conhecimento mesmo, para você ter um acompanhamento.
Enfermeira 3
Pergunta 1: Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Reposta:
A história do PSF aqui em Alto de Coutos teve início quatro anos atrás, na gestão do
prefeito Imbassay. Nós fomos selecionados através de um concurso interno e estes
profissionais... nós temos vínculos, ou com o estado ou com o município. Todos esses
profissionais que estão aqui, fazer parte na verdade, da história de saúde pública. Nós
iniciamos com uma oficina de territorialização. Fomos capacitados em um treinamento
introdutório pelo ISC (Instituto de Saúde Coletiva) e nesses quatro anos, os profissionais, na
verdade, passa por capacitações atendendo particularmente aos programas preconizados
pelo Ministério. Então, quanto a atenção à criança (AIDIPI), o pré-natal, a questão do idoso,
a capacitação da tuberculose, de hansem, s fomos muito felizes, isso no início. E aqui
chegando construímos a história que fazia parte da oficina de territorialização com a ajuda
dos agentes comunitários de saúde. Eles estavam em Alto de Coutos atuando pelo PACS.
Então, antes do PSF Alto de Coutos tinha uma semente plantada e isso facilitou bastante o
nosso trabalho, a nossa construção.
Pergunta 2: De modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Bom, é feita uma programação. Essa programação atende basicamente à enfermagem com os
programas na atenção do pré-natal, da puericultura, do hipertenso, diabético. Fazemos um
encontro semanal... o planejamento na verdade não é semanal, é mensal, sendo que s no
período da semana, lógico que tem as mudanças, alguns cursos, alguns afastamentos, nós
paramos para poder arrumar essa programação. Então, é feito o agendamento e também
marcações. Os pacientes são previamente convidados pelos agentes comunitários. A consulta
de enfermagem é feita dentro dos padrões e dentro das possibilidades. Nós estamos um
ano e 6 meses fora da unidade de saúde que se encontra em reforma. Estamos instalados
numa estrutura física inadequada, mas foi a única que conseguimos dentro da nossa
microarea, e as dificuldades acabam emperrando um pouquinho no processo satisfatório de
uma consulta de enfermagem, mas, na medida do possível, a gente consegue ter um retorno.
Pergunta 3: Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Não, ela não é não. Inclusive, nós e a ppria Secretaria Municipal de Saúde, não temos a
normatização. Nós seguimos o que é preconizado pelo Ministério da Saúde, então, pega na
questão das prescrições. s estamos fazendo prescrição, eu passo prescrição, mas assim,
dentro do que é preconizado pelo Ministério da Saúde.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
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Ah! Não tenho dúvida, a gente tem que ter um parâmetro, a gente tem que ter um... algo que
nos respalde e que nos norteie nesse trabalho da consulta. Infelizmente nós não temos, pois a
consulta não é sistematizada.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Os fatores no momento... Vou começar pelo positivo. Eu sou muito otimista, então vamos
pelo positivo. O próprio acolhimento que a comunidade está tendo com a gente nesse
momento de crise, nesse momento em que a unidade está desativada e a gente encontrou um
grupo que nos recebe bem; uma equipe que eu tenho o maior orgulho de fazer parte. São 7
agentes comunitários comprometidos com o trabalho, comprometidos com o social, então, eu
posso falar assim, de 0 a 10 que nota você daria? Eu daria uma nota 9. Nota 10 eu acho que
a gente vai demorar muito a chegar a isso, porque depende muito dos fatores externos, a
para que essa equipe consiga fluir melhor. A gente tem que ter um entrosamento, uma
interação muito boa. Isso faz com que a gente consiga superar esses obstáculos que a gente
vive no dia-a-dia. Os fatores negativos... Mesmo nesse acolhimento a gente está trabalhado
hoje numa condição sica extremamente precária, você está vendo aí, a falta de insumos
começa do planejamento familiar até antihipertensivo. Material de limpeza, material de
proteção, equipamentos de proteção individual (EPIs), você vê que a gente não tem o
suficiente e isso fez com que... também esse afastamento da unidade desativada, nós não
conseguimos trabalhar muito próximo com outras equipes, e isso também é muito importante.
Alguns serviços estão desativados por conta da unidade se encontrar em reforma.
Enfermeira 4
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Bom, a implantação dessa equipe aconteceu com uma seleção feita pela Secretaria Municipal
de Saúde, seleção esta, em que a condição “sine qua non” era sermos ligados à Secretaria
Estadual ou Municipal, e estarmos municipalizados. Nesse momento, a concorrência de
enfermeiros foi muito grande, mas a concorrência de médicos foi muito baixa, inclusive eles
tiveram dificuldade nesse recrutamento. Então, a principio, recrutaram doze equipes, eu fui
uma dessas enfermeiras para compor essa equipe. Na verdade eles deixaram um pouco a
desejar na questão do critério de outros profissionais que não tinham tanta concorrência. Eu
acho que a gente não deve nem entrar nesses méritos. A prinpio eu estava em Beira-
Mangue, mas Beira-Mangue era uma unidade que não tinha sido nem estruturada
fisicamente. A própria construção ainda estava em andamento e eu fui pra unidade Alto de
Coutos. Uma unidade que recebeu quatro equipes,uma unidade pequena para compor quatro
equipes, três a princípio e 6 meses depois quatro e com a instalação física sempre deficiente.
O treinamento introdutório foi depois de algum tempo, eu não me lembro quantos meses, mas
foram alguns meses e a gente não teve muito apoio no sentido de, ahoje não termos de
acompanhamento das atividades, do processo de trabalho, uma discussão mais ampla do
processo de trabalho, a gente não tem a supervisão da Secretaria Municipal de Saúde. Ela é
um desvio de função, na verdade ela não tem esse caráter que deveria ter. E a gente teve que
aprender no dia a dia. Eu não tive tantas dificuldades porque eu vinha do PACS e no
86
PACS a gente teve treinamento intensivo, até porque era uma coisa que não existia e então
posso dizer que foram dois anos de treinamento. Eu vim com alguma bagagem técnica para
essa visão generalista do PSF, mas compreendo que outros profissionais tiveram bastante
dificuldade. Nós fizemos uma oficina de territorialização, s chamamos as lideranças
comunitárias, dissemos o que nós viemos fazer aqui, pedimos parceria e em seguida
convocamos o chefe do terreiro de candomblé, o chefe da igreja universal, a diretora da
escola, a direção do Lar Fabiano. Então s explicamos o que estávamos fazendo aqui e
através da coleta dos agentes comunitários das fichas “As”, nós fizemos um diagnóstico de
saúde da comunidade. Levamos esse diagnóstico para discussão com eles, com a
comunidade, listamos os problemas prioritários de saúde e começamos a trabalhar; e casou
que o problema comunitário era hipertensão e a gente começou a desenvolver as atividades
de atendimento e as atividades educativas.
Pergunta 2 : De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Venho desenvolvendo a consulta primeiro com exame físico, levantamento dos problemas
com a prescrição de enfermagem que no PSF ela se dentro dos programas. Então na
verdade há prescrição de medicamento. Infelizmente a gente ainda tem um modelo curativo
muito forte e a prevenção a gente ainda não conseguiu. A gente tem essa dificuldade ainda,
então eu diria que 80% das consultas ainda são medicalizadas mesmo, e procuro fazer uma
intervenção no paciente, no cuidador, o cuidador não está agendado, mas precisa ser. Dessa
intervenção no momento da consulta, procuro levantar outros problemas como a questão da
humanização etc, solicito exames e os interpreto.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Na verdade, a consulta,como eu lhe disse, aqui a gente faz as coisas muito da forma que a
gente sabe, então, a gente o teve nenhuma discussão e nenhuma rotina estabelecida para
consulta de enfermagem. A gente faz a consulta, eu faço exame físico, levantamentos de
problemas e a intervenção, se necesria, e orientações.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
Sim, reconheço. Reconheço e sinto a necessidade disso.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Fator que eu apontaria como positivo na viabilização da consulta de enfermagem seria a
autonomia que o enfermeiro tem no PSF. Eu acho que isso é importante, é um fator positivo.
Uma outra coisa, o reconhecimento que a comunidade tem do papel do enfermeiro, da
importância do enfermeiro. Na minha equipe, por exemplo, a preferência da comunidade é
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pela consulta do enfermeiro e não pela consulta do médico, e eu acho isso um fator positivo.
Um fator negativo é essa falta de sistematização, a falta de um acompanhamento dessas
ações, a falta de proteção judica efetiva porque, se isto não está sistematizado em nível da
secretaria municipal, a nível de ponta, não está juridicamente estabelecido e isso pode nos
comprometer. É a questão que a gente sofre por conta da perda, entre aspas, desse espaço
que outros profissionais avaliam como perda e que a gente vem sofrendo muitas pressões
nesse sentido.
Enfermeira 5
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
A nossa equipe de PSF veio posterior à equipe do PACS, então, já existia uma equipe de
programa de agentes comunitários de saúde que funcionava no boiadeiro, que é a área em
que s trabalhamos. Tinha uma enfermeira e 6 agentes comunitários de saúde que
cadastravam as famílias; fizeram todo o processo de territorialização e implantaram o
programa. Depois disso, no ano 2001, s viemos e assumimos a equipe. A enfermeira
infelizmente teve que se afastar e ir para outra área. Na época não era permitido quem não
tinha vínculo com a prefeitura assumir o PSF. Ela não tinha vínculo, da foi para outra área,
assumir o PACS em outra área. E eu vim como enfermeira e toda a equipe, mais duas
auxiliares de enfermagem, uma dica, uma dentista e a [CD] e todos os agentes que
eram agentes da área. Nosso trabalho, de certa forma, foi facilitado no início porque a gente
tinha os dados do PACS que tinha sido implantado desde 98, outubro de 98, na área. Nós
demos continuidade ao trabalho do PACS, é claro que ampliando bastante, porque o PACS
tem uma ação mais limitada do que o PSF. Nós revimos a área, nossa área está em constante
mudança porque s temos uma área enorme de palafitas. Hoje em dia, não temos mais
quase nenhuma palafita, mas isso foi um processo que dificultam nosso trabalho. Ao mesmo
tempo facilita para a comunidade que está melhorando o saneamento da área. Com a
organização de arquivos de microáreas e de mapa, a gente es sempre correndo atrás. Hoje
a gente tem uma área de um jeito, você chega amanhã mudaram, não sei quantas famílias
foram para casas alugadas e daqui a pouco elas retornam.depois elas vão para outra
microárea porque a CONDE está fazendo um trabalho de urbanização dentro do bairro e
dentro da comunidade. Por essa constante mudança a gente está sempre tendo que rever esta
parte de mapeamento, de arquivos. Não, nós não temos... temos pouco contato com a
CONDE, a gente fez alguns trabalhos assim. Fizemos parceria, coisas pontuais, não são
coisas assim sistemáticas constantes, não. Nós fizemos trabalho convidando o pessoal, que
eles também fazem um trabalho de educação na área, então eles têm assistentes sociais. Tem
pessoas que trabalham também. os convidamos para participarem dos nossos grupos de
educação e saúde e discutimos com eles algumas coisas que eles pontuaram para a gente
colaborar com eles,com o que precisa implantar ao novo sistema de esgotamento, e como as
pessoas às vezes não sabem utilizar aquele sistema de esgotamento, eles pediram para os
agentes ajudarem a multiplicar as informações, mas não é uma coisa muito integrada, o.
Eles fazem o trabalho deles e agente faz o nosso, agora, sem vida alguma o trabalho deles
colaboram com o nosso.
Pergunta 2 : De que modo você vem.desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
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Olha só... s atendemos aqui a família como um todo. Então, s pegamos desde o recém-
nascido até o idoso de maior idade. Dividimos as consultas para ter uma organização interna
do serviço, dividimos como se fossem, digamos, programas entre aspas. Temos a
puericultura, temos o pré-natal, temos o planejamento familiar, temos acompanhamentos de
hipertensos e diabéticos, temos também acompanhamento de pessoas com tuberculose que,
agora na área a gente não tem tantas, mas têm algumas que estão em tratamento. Essas
consultas de enfermagem são agendadas previamente e a consulta subseqüente, sempre que o
paciente vem para a consulta, ele já sai com a sua subseqüente já marcada, já agendada
também para que a gente não perca o vínculo com o paciente.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Olha só... eu acredito que não. Vou falar pelas outras enfermeiras porque a gente tem um
contato mais próximo, mas a gente o segue padrões. Cada uma tem a sua rotina pessoal,
então, não existe uma padronização, digamos assim, que todas atendam da mesma forma, da
mesma maneira, seguindo o mesmo roteiro, o mesmo estilo... Não, cada uma, eu acho, tem a
sua organização, sendo que por exemplo eu procuro ver as coisas que eu entendo ser
importante para aquele paciente, naquela situação, procuro atender à necessidade do
paciente.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Respostas:
Sim. Eu acredito que é importante que haja uma organização na sistematização. Agora, eu
acredito também que, para a gente implantar isso, a gente precisaria ter algum instrumento
que pudesse nos dar um apoio nesse sentido. Por exemplo, se a gente tivesse um impresso
próprio para cada consulta... que a gente tivesse... quer dizer, o que eu acho mais
organizado, assim é o pré-natal onde a gente tem aquela ficha de saúde materna, que a gente
segue aquele roteiro e acho que ali, mais ou menos todo mundo segue aquele mesmo
esquema. Para as outras, puericultura e planejamento familiar não existe uma ficha, quer
dizer, existem alguns impressos, mas são impressos que não norteiam muito, não lhe um
norte assim do que vodeve seguir. Eles são impressos dentro do planejamento familiar,
mas não tem um roteirozinho das informações que vodeve pedir e que seja uma coisa
prática porque, se votem 16 pacientes naquela tarde pra você atender, você não pode se
perder muito. Se for uma coisa prática de você já estar pegando as informações anotando nos
lugares devidos, fica muito mais fácil e não se esquece nada.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Olha só...como fator negativo, eu acho que essa cobrança de números é um stress para o
profissional, porque no final de cada consulta vo é avaliado, quer dizer, como equipe,
avaliado, e são colocados aqueles gráficos com aqueles números e se você não atinge, se
sua equipe não atinge assim, X” números de consulta de enfermagem, você publicamente é
até ridicularizado como profissional. Mas eu acho que essa avaliação por números, essa
cobrança por números não deveria ser dessa maneira. Deveríamos ter um serviço, uma
89
avaliação mais qualitativa, porque quantitativa é importante, mas a supervalorização do
quantitativo e essa cobrança que votem de vodar “X” consultas, com esse número
excessivo que eu acho 16, para que você tenha uma qualidade melhor no serviço. Isso é um
dos pontos negativos. Outro ponto negativo, pelo menos aqui na nossa unidade, é que s
não dispomos de uma sala própria, já que nós dividimos a sala com outro profissional. Então
a gente está sempre preocupada com o outro que vai atender depois e que você tem que
liberar a sala imediatamente. Qualquer coisa também que o outro precise está sempre
interrompendo a consulta, entrando e saindo, e isso não é uma coisa que tem contribuído,
pelo contrário, tem contribuído negativamente. Positivos que a gente pode apontar, eu acho
que a gente tem um bom tempo de curso que nos ajudaram a pelo menos dar um ponta pé
inicial ao trabalho. Eu atendia antes puericultura, eu não tinha experiência nenhuma de
pré-natal, de hipertensão, de diabetes, e a gente teve assim um certo respaldo ter feito o
curso de saúde materna, que eu achei super legal, de saúde reprodutiva, a gente fez de DST-
AIDS,a gente fez de... a gente tem feito constantemente um acompanhamento de hipertensão e
diabetes na ABM (Associação Baiana de Medicina) e no SEDEBA que tem sido uma reunião
mensal e eu acho que isso tem contribuído para melhorar. Agora, eu acho que a gente ainda
tem que avançar mais, eu não acho que está bom, não. Eu acho que a cada dia a gente tem
que aprender mais e também deveria ter incentivo, eu acho, pra gente ter tempo de estudar,
porque às vezes você pega amuito material nesses cursos, mas não tem como estudar. Se
você não estudar aquilo ali, vai terminar caindo no vazio. A preparação e o incentivo ao
estudo eu acho que melhoraria a qualidade da nossa consulta. Acho que quanto mais você
tem informações novas, voestá se atualizando, você está vendo o que tem de mais novo
eu acho que é melhor para você e para seus pacientes, sua qualidade de atendimento.
Enfermeira 6
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Bom, ela foi implantada com o pessoal na unidade só lá do São João, porque é equipe do São
João. O São João é um bairro que foi contemplado com uma equipe, e essa equipe ficou
muito distante da comunidade. A gente não deveria estar aqui em Beira-Mangue, a gente
deveria estar no São João e formar o PSF lá. Botaram uma equipe aqui, que fica longe da
nossa comunidade, e a gente tem que ir de carro quem mais usa sou eu, porque é distante.
Qualquer atividade que tem que fazer na área eu tenho que ir de carro. E fica aquela coisa
que deveria fechar as áreas. Fica uma área aqui, enquanto eu estou atendendo lá no São
João,porque a comunidade do São João e o pessoal aqui das Casinhas estão descoberto. Isso
é uma coisa que a gente vem lutando para construir uma unidade que parou por conta das
eleições. Mas, para fazer uma unidade, uma comunidade do PSF, montar uma unidade do
PSF lá, é um grão de areia no oceano. Essa equipe foi sempre montada aqui; já vim com essa
equipe formada, que ia ter PACS. O pessoal do PACS foi quem montou PSF aqui. Por
questão política veio com essa equipe formada. Eu estava atendendo naquela outra
unidade. As meninas devem ter conversado com você. Uma unidade num local em que o
acesso era super difícil; o pessoal não queria entrar porque não tinha como ir, você ia
segurando com muita dificuldade nas palafitas, para chegar. Depois a gente fez um
movimento que era muito ruim, a gente não tinha carro, não tinha garagem, não tinha
estacionamento e quando a gente ia tirar o carro, muitas vezes, embaixo, pois, deixavam.
O carro bem longe da unidade quando ia tirar o carro tinha morto, um corpo. Era um
horror! A gente fez um movimento, fechou a unidade porque estava muito perigoso e que foi
90
para a secretaria. Parou de funcionar e arranjamos alguém que conseguiu esse lugar aqui
para a secretaria alugar e viemos atender aqui. E daí começou. Agora esperança de que
possa montar uma equipe lá, para se desvincular dessa unidade, porque ficou complicado. É
longe tanto para a gente ir para a comunidade, mas não deve ser uma questão política
contemplar uma equipe do São João. As equipes do PACS são todos os agentes comunitários
de saúde que estão aí subdivididos no PSF; todos faziam parte do PACS. Era uma enfermeira
que ficava com esses agentes todos, não sei como, nenhuma condição de ser, não tem
como ficar vendo todas as áreas. Uma vez por semana, viam os agentes, assinavam o ponto e
ficava um serviço meio solto. Quando se montou o PSF, a gente tem a equipe que atua
dependendo de carro. Não é uma unidade que a gente possa fazer as coisas soltas, sem
depende do carro. A gente não conseguiu ainda trocar essa realidade de que o PSF para
lá, por enquanto aagora não. Quando s viemos fizemos aquela coisa de cadastramento
das falias, o mapa do território e começamos a atuar assim, sendo uma equipe dispersa,
longe daqui. Na verdade são três equipes próximas e a minha que é longe. A gente fez o mapa
e quem passou na seleção foi fazer o treinamento introdutório. A gente não conhecia, não
tinha nem noção da área, se era longe, se era perto, ou como que era a área. Fomos fazer
junto com os agentes. Não foi dito na época que aqui estava tendo uma onda de violência
muito grande e eles não deixaram a gente vir no campo. Quando a gente chegou no curso
introdutório, se tivesse conhecido a área, teríamos questionado isso. Mas aí como não tive
essa oportunidade, quando a gente chegou aqui, já foi pra atuar. A gente vinha na
unidade, mas a unidade não era o local em que a gente estava. Não podia ir porque o acesso
estava sendo dificultado por causa da violência. Aí ficavam numa unidade na Jean Paulo,
fazendo atividade de grupo, sem poder ir para a área. Ninguém conhecia o subúrbio,
ninguém sabia como estava esse caminho, que era uma área distante da outra, a gente
pensava que era uma coisa fechando o local. Depois, quando montaram as equipes, as
famílias foram indo, a gente foi marcando as consultas, a gente foi fazer palestra na área, foi
falar do programa na área, foi fazendo assim um entrosamento todo e aí a gente foi trazendo
os pacientes pra aqui.
Pergunta 2 : De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Dividi assim: de manhã, porque o consultório é dividido com outra colega, eu estou aqui em
consulta, um turno em consulta e outro turno na área. eu subdividi, como divido esta área
com outra enfermeira, a gente atende consultório sempre no horário oposto. Se não está no
consultório tem que estar na área; a gente não pode marcar consultório no mesmo dia. Eu e
a enfermeira que divide comigo ficamos neste consultório, então, por isso, eu me organizei
assim: botei pré-natal para segunda de manhã e na segunda de tarde eu tenho visita
domiciliar; terça de manhã eu tenho educação continuada na comunidade e à tarde atendo
planejamento familiar; na quarta atendo puericultura de manhã, à tarde visita; quinta feira
vai ter uma reunião com a nossa equipe e à tarde eu atendo hipertenso e diabético. Só que eu
alterno, numa semana, eu atendo hipertenso e diabético, na outra bota adolescente e na
sexta-feira eu tenho atividade na área pela manhã.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Às vezes sim, às vezes não. Tem horas em que a gente está com mais tempo e mais disposição
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e aí a gente segue um roteiro. Tem hora que você não segue roteiro nenhum, você vai fazendo
o que flui, o paciente vem com a queixa não tem uma coisa organizada, sabe? O paciente vem
com a queixa. você fala daquela queixa e tenta ir evoluindo as outras coisas, mas não
um padrão, isso que eu sinto falta, uma padronização que a gente pudesse seguir, um
roteiro para a consulta fluir amais rápido pra gente. Em criança tem aquele roteiro e você
faz, na gestante mais ou menos, tem a ficha de saúde materna, mas os outros não têm uma
ficha. Os outros programas você vai fazendo meio solto, mesmo.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
É... nos casos que têm como no hipertenso, no adolescente, ainda vai muita disposição da
gente, da hora, do tempo que tem para fazer uma consulta geral, de ver o paciente como um
todo. Mas tem momentos em que você falha nessa coisa. Se tivesse um padrão, vo
perguntaria tudo e poderia ser melhor para o paciente e até melhor pra gente. O trabalho
ficaria mais fácil, poderia ser conduzido melhor. Mas depois você vai fazendo e aí pula, pode
pular coisas importantes.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Reposta:
O ponto positivo que é a oportunidade da gente treinar mais essa consulta. A importância do
seu papel, de procurar saber mais do paciente o que ele tem. Conversar com ele, saber as
coisas,mas tem hora em que eu acho que a gente fica sem resolver o problema do paciente.
Em momentos a gente resolve, mas tem horas em que você vai fazendo a consulta ainda não
podendo resolver, você tem que encaminhar. Aí tem aquela dificuldade de encaminhar, pra
quem?, Não tem pra onde! E muitas vezes aquela questão de referência e contra-referência.
Você não tem respaldo. Quer dizer, você tem que estar procurando o médico para fazer
alguma coisa. Tem hora que eu faço, aporque aqui a minha relação com a médica é boa.
Tem paciente aqui que eu encaminhei para fazer desbridamento, diabético, essa coisa
mesmo de ligar e procurar saber e encaminhar o paciente, pedir o carro e encaminhar. Tem
hora que você depara com aquela coisa em que vonão sabe até onde você pode ir. O que
precisa é isso, eu acho que tem que padronizar e ter uma coisa que melhore, para que todo
mundo faça a mesma coisa, fazer um protocolo.
Enfermeira 7
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Bom, aqui no subúrbio antes do PSF tinham os agentes comunitários que trabalhavam no
Programa de Agentes Comunitários. Foram feitas avaliações e detectada que era uma área
extremamente carente de serviços de saúde, de atendimento à população e foram definidos os
locais. Já tinha a unidade básica, o prédio da unidade sica que funcionava, mesmo
precariamente, mas já funcionava, e pra aproveitar essa instalação física formou-se as
equipes nessa unidade, exatamente em fevereiro de 2001. Mais ou menos quatro anos.
92
Aproveitaram os agentes que trabalhavam na área e houve a formação de quatro equipes
na unidade. Quando da minha vinda, sabia que funcionava o PACS, Programa de Agentes
Comunitários. Eu vim para para implantar o PSF, pra implantar as equipes. Fiz
reconhecimento da área, identificação dos problemas e comecei a compreender o ritmo da
comunidade que a gente ia trabalhar. Nossa equipe era completa, tinha dico, enfermeira e
as auxiliares de enfermagem. As auxiliares de enfermagem e a gente começamos a identificar
a área, a identificar os problemas e trabalhar conjuntamente com os agentes comunitários. O
problema aqui é que o mapeamento da área não foi satisfatório. Até hoje a gente ainda tem
esse problema de mapeamento, tem áreas que não são cobertas pelo PSF e áreas mais
distantes que requer transporte, que requer carro, que tem agentes comunitários e a área
coberta muito distante da unidade. Recebemos um treinamento introdutório, 15 dias de
treinamento. Fomos treinadas por (L).e enfermeiras do Instituto de Saúde Coletiva.
Pergunta 2 : Como você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Bom. A consulta, não teve assim uma capacitação para s estarmos desenvolvendo consulta
de enfermagem. Dessa atividade, a consulta de enfermagem é uma atividade da enfermeira,
também do enfermeiro, mas não foi nada projetado, nem programado para essa realização da
consulta e as atividades globais. Eu faço a minha consulta de uma forma convencional, de
uma forma que eu aprendi na universidade, mas nós não temos nenhum parâmetro, nenhum
formulário que norteie na realizão de consulta. A gente faz do modo do nosso
conhecimento, da competência, da possibilidade. Não temos essa padronização, nem nada que
nos norteie na realização da consulta. Nós temos que executar as consultas de enfermagem na
parte de puericultura, em todas as faixas etárias, pré-natal, atendimento ao idoso, hipertenso,
diabético ou não, nós temos o adolescente e a mulher.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
A gente não tem assim uma determinação, porque a gente trabalha muito, com o cliente que
chega. A gente tem mais ou menos organizada uma primeira consulta, se ele vem para a
enfermeira, se é gestante ou puericultura a gente tem mais uma padronização, porque temos
uma ficha de acompanhamento correta, completa. Quando é diabético e hipertenso a gente os
cadastra no hiperdia e vai acompanhando as consultas subseqüentes. À medida em que eles
vão fazendo as queixa,s vem as orientações necessárias de acordo com o que apresentam.
Não temos etapas, não seguimos, fechar um diagnóstico de enfermagem, fazer a consulta,
levantar os problemas, fechar o diagnóstico e traçar um plano alternativo. Não executamos
isso, não.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
Reconho, eu acho que é importantíssima a sistematização. Facilita até o lado da gente,
porque a gente fica um pouco solta, tem horas que você tem que atender todas as faixas
etárias, todos programas. Então se a gente não concentrar na atividade naquele momento, a
gente termina perdendo muito nas consultas e eu acho que a sistematização é bem vinda e
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necessária.
Pergunta 5 : Que fatores negativos ou positivos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Bom, eu acho assim: o programa de saúde da família tem pontos positivos para enfermagem,
por exemplo, ela trabalha com todas as áreas, então é vasto o campo de atuação, mas por
outro lado, isso pulveriza toda a sua concentração. Às vezes você está atendendo varias
pessoas de faixas etárias e com problemas diferentes, situações diferenciadas que a gente não
tem nenhum direcionamento. O PSF hoje com os médicos estão fazendo isso, e ele sempre
reclamam da minha mesma dificuldade, não temos especialização e também o momento
agora o requer mais isso, não é a especialização que a gente quer, mas ele é um campo
muito amplo, então a gente teria momentos maiores. A gente tem dificuldade com o espaço
físico, no momento que eu não estou no consultório eu não estou podendo sentar para
planejar, não tem espaço legal para sentar e planejar e o que você vai executar. Então,
tem essa mesma dificuldade do espaço físico, dificuldade no atendimento assim de resolver os
problemas do cliente, da pessoa que chega. Nem sempre a gente pode encaminhar
adequadamente e isso são fatores negativos. Positivos, bom, eu acho que a gente... com essas
dificuldades, mesmo assim a gente consegue resolver também inúmeros [outros talentos].
Temos assim uma população adescrita de mais ou menos 5 mil pessoas, s temos vários
grupos dentro dessa população e de qualquer forma a gente também... apesar de ser amplo o
campo de atuação, trazer alguma dificuldade pra gente algumas deficiência em algumas
áreas, mas ela facilita você ver e acompanhar como um todo a comunidade. Então, isso é
ponto positivo, voconsegue visualizar o todo, então voconsegue identificar melhor os
problemas da população que você é responsável.
Enfermeira 8
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Eu estou aqui quatro anos e a unidade já passou por algumas reformas. A gente chegou
aqui e começou um treinamento introdutório. Fizemos um treinamento introdutório e
participamos desde a parte teórica e uma parte prática. E nessa parte prática fizemos
territorialização, participamos desde o cadastramento das famílias junto com os ACS. No
início a gente realmente teve que construir muita coisa, desde o símbolo de cada equipe, a
cor de cada equipe, como a gente ia identificar os ACS. A gente não tinha cartão, começamos
a dar forma ao prontuário, forma de atender. Começamos a construir uma forma de atender,
essa interação com o agente. A gente fez também na territorialização, fomos conhecer a
comunidade, conhecer seus costumes. Explicar o que ahoje é um pouco difícil é estar
mostrando à comunidade uma nova forma de dar assistência. Isso eu acho que até hoje é um
processo mais vagaroso. Esse treinamento nós recebemos da Secretaria Municipal, com a
parceria do Estado. O Estado junto com a Secretaria, junto com o município é que fez um
treinamento introdutório com a gente. Tinham algumas pessoas que trabalhavam em pólo de
capacitação do Estado, que treinavam tanto o pessoal de Salvador, como as outras equipes
do interior. Então a gente foi treinada, e construiu mesmo aqui. E teve também a parte de
94
seleção, contrato e do próprio trabalho. A gente começou com o cartãozinho avulso, como
marcar, como identificar, a chegar ao prontuário família que era idealizado mas, que na
prática a gente teve que descobrir como é que aquela teoria ia funcionar de verdade. Tanto
que no icio, os profissionais usavam apenas os prontuários que estavam no envelope e
depois a gente teve que pegar o envelope todo, porque ele traz a história da família. Às vezes
a gente pegava um prontuário de gestante, mas falava do filho também, e aí, é claro que a
gente começa a ter uma visão na prática de atendimento em família. O Instituto de Saúde
Coletiva participou também da formação.
Pergunta 2 : De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Eu acho simples. O exame físico, a entrevista, anamnese, as queixas, e medicar. A gente faz
também a prescrição e a orientação, muita orientação; a gente tem que realmente estar
colocando muito, porque assim o paciente começa a ter uma proximidade muito grande com
a gente. Eles vêm aqui mesmo fora da consulta, a educação de estar explicando e de estar
orientando-os é uma coisa muito mais presente aqui do que talvez em outro lugar. No PSF
essa coisa de estar orientando educando, mostrando a ele como é que faz. A consulta é
basicamente o exame, os exames também que a gente solicita, só isso.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
Sim, eu creio que sim. O entrevistador pede que ela liste as etapas e ela responde: Anamnese,
exame físico, prescrição e diagnóstico de enfermagem.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Respostas:
Sim, claro, até pra gente.... Eu sei que é importante para estar ajudando a gente a identificar
os problemas, pra gente priorizar e identificar o norteamento, qual a conduta que vovai
ter, então voprecisa ter sistematizada para você estar identificando, examinando, para que
se costure uma coisa na outra, e dê um diagnóstico final.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos que voidentificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
O que facilita eu não sei. Eu acho que é fundamental a anamnese, conhecer o paciente e tudo
em diante é importante. Positivo é quando vo conversa e quando você examina, vo
identifica outras coisas que às vezes não foi relatado e que até a paciente mesma desconhece.
Desconhece que é um problema, aporque eles não têm conhecimento de patologias e do
próprio corpo. Então, é positivo a anamnese em que voconhece a vida dela, um pouco o
que ela vive, é positivo o exame físico. Essas etapas são todas positivas. A prescrição é
positiva. Identificar o negativo é complicado, não sei o que é negativo na consulta em si.
Enfermeira 9
95
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Obs: É a única equipe da unidade em que os ACS não foram do PACS e a área foi delimitada
pela equipe, última da unidade a ser formada.
Resposta:
O PSF foi implantado aqui em Itacaranha na nossa unidade em junho de 2000; propriamente
dito, foi implantado em outubro, pois nesses três primeiros meses teve treinamento
introdutório com a parte teórica e prática. A prática foi no campo, onde a gente fez
levantamento e reconhecimento de área, das micrreas. Fizemos a confirmação se os ACS
moravam na área. Isso foi uma coisa de muita prioridade quanto aos ACS morar na área.
Fizemos o levantamento da necessidade da comunidade. Esse treinamento que eu estava
falando, o treinamento foi pela secretaria municipal, lá na Fundação Luiz Eduardo
Magalhães durante o período de três meses. Quanto aos professores, teve representante da
secretaria municipal, da secretaria estadual e da universidade também. Foi um bom
treinamento, a gente ganhou uma bagagem para iniciar nosso trabalho aqui na comunidade,
na unidade.
Pergunta 2 : De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
Depois desse treinamento, fomos habilitadas a cada situação, por exemplo, frente ao paciente
hipertenso que a gente não era habilitada, paciente diabético, paciente com DST, as DST e
aconselhamento. Esse treinamento introdutório ia ser direcionado para a necessidade da
comunidade, falando sobre a estratégia do PSF e diferenciando do antigo para o atual. E
consulta, a gente desenvolve assim: temos o prontuário e a gente preconiza conforme a
necessidade do paciente. A gente atende da criança ao idoso, de acordo com a necessidade
dele, o que ele procura a gente tenta solucionar dentro das nossas condões. O que a gente
não pode resolver a gente encaminha. Temos casos em que o enfermeiro mesmo, pode
encaminhar, por exemplo, gestante de alto risco, a gente encaminha e tem boa resposta.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta são preconizadas?
Respostas:
Bem. A gente tenta preconizar dentro do possível. O entrevistador pede à enfermeira para
listar quais são estas etapas. E a resposta é: A gente começa com a história do paciente,
depois faz a investigação panorâmica. Essa investigação é se o paciente fumava, se fuma, o
social dele, se está empregado, se não está empregado, quanto ao salário que ele ganha, a
parte também das medidas preventivas que a gente faz com eles sobre as vacinas, doenças
que são evitadas com vacina, as patologias que foram diagnosticadas, sobre
epidemiologia, o passado desse paciente, se tomava banho de rio, se morava em casa de
taipa, se teve acidente, se sofreu violência, e tem também a parte se se submeteu a alguma
cirurgia, que tipo de cirurgia, patologia da família, atividade sexual, dados obstétricos, se faz
e se tem alguma noção de prevenção de gravidez, prevenção das DSTs, ... Depois, a gente
passa para o exame físico. Sempre o paciente nos procura para um Check up e ai a gente faz
uma avaliação do que o paciente tem ou não, olhando todos os aparelhos: circulatório,
ortopédico, ginecológico, respiratório, e sempre olhando visando a prevenção de doenças
96
como AIDS, tuberculose, e outras.
Pergunta 4 : Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
A gente conhece porque facilita o trabalho quando é sistematizada, e o manual do ministério,
também ajuda muito a saber do limite do enfermeiro. Precisa melhorar, as diretrizes. Os
manuais, logo que saiam a gente tem que ter conhecimento deles.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Reposta:
A ficha pra gente sinalizar os dados, eu acho importante, pois às vezes a gente pode
esquecer, e o que tem aqui na ficha, sinaliza. Isso são pontos positivos. Aqui o ambiente
depois de 2002 foi reformado, temos um ambiente agravel, a falta de material é o mínimo
possível dentro do normal, e os pacientes saem daqui satisfeitos. A gente ver pelo sorriso,
pela maneira de tratar o profissional. Pontos negativos, a gente precisava mais de um outro
tipo de prontuário, mais completo; para o adolescente mesmo é um pouco incompleto, e
também para as consultas subseqüentes. Quando não tem um roteiro a gente segue de acordo
com a necessidade do paciente a gente faz a historia, tenta também fazer exame físico, e faz
um plano para aquele paciente.
Enfermeira 10
Pergunta 1 : Conte a história da implantação desta equipe de PSF.
Resposta:
Foi em julho, junho ou julho de 2000. Nós fizemos uma seleção de currículo e entrevista, e
após essa seleção saiu a classificação e o local em que nós iríamos trabalhar. Esta seleção
foi feita pela universidade e pela Prefeitura Municipal. Houve um treinamento introdutório,
eu trabalhava no PACS, trabalhava com agentes comunitários. Havia uma equipe no
PACS que trabalhava o enfermeiro e os agentes comunitários com a unidade de
referencia. E como eu gostava do trabalho, fiz a seleção para o PSF, acreditando em uma
maior resolutividade, em ter uma referência para os pacientes no atendimento. A seleção dos
agentes já havia sido feita, porque eles eram do PACS. Eu era da Federação, mas aqui
havia também o PACS e esses agentes foram reintegrados para o PSF. Esse treinamento
introdutório foi realizado no Centro Administrativo, naquele que antes era Fundação Luiz
Eduardo. Então foi feito treinamento com o pessoal do nível central da SESAB e do ISC
também. Quem fez a territorialização foram os agentes comunitários que eram do PACS.
Nós precisamos ampliar um pouco, cadastrar mais algumas famílias para poder acoplar
às que já haviam se mudado, mas foi continuidade do PACS.
Pergunta 2: De que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?
Resposta:
A consulta de enfermagem é feita através do exame físico, exame clínico e abordagem
97
sindrômica. Procuramos alguma alteração que nós possamos prevenir através da verificação
da pressão arterial, da glicemia capilar nos pacientes que já tem antecedentes de diabetes ou
algum sintoma mesmo. A consulta de enfermagem é direcionada da seguinte maneira: O
exame clínico, o exame físico, a gente calcula o índice de massa correa, e dar orientações.
E dizer assim exatamente como é a consulta... Acho que a gente faz tanta coisa, para dizer,
para colocar, para falar. Tem ficha individual, então a gente vai saber o nome, a
identificação, de acordo com a área em que ele mora, e aí vai pesquisar o motivo da
consulta, por quê ele chegou até aqui, o que ele está sentindo. Às vezes ele diz assim: ah! Eu
vim para fazer exame de rotina. vamos procurar saber: você não dorme bem, você se
sente bem, voestá sentido alguma coisa anormal, quando foi que você fez exame? Tem
muito tempo que vofez exame de fezes?Quando foi que votomou remédio de verme?
Quando foi que você... Verifica-se sempre sua TA. Quando é criança a gente vai acompanhar
seu crescimento e o desenvolvimento, para ver se está tudo bem, se está dentro dos padrões
normais para o desenvolvimento de acordo coma idade dele, se tem alguma alteração.
Pergunta 3 : Todas as etapas da consulta preconizadas são cumpridas?
Resposta:
São. O entrevistador pede para à enfermeira listá-las, e a resposta é: A gente identifica o
paciente, seu endereço, e o motivo da consulta. A gente pergunta se ele tem hipertensão, se
ele tem diabetes, verifica se ele bebe, se ele fuma, pesquisa todos esses fatores de risco.
Vacinas, se ele tomou as vacinas, se ele está empregado, se ele está desempregado, o
social dele, se tem alguma atividade física, se faz algum esporte, como é a alimentação dele,
procura-se saber um pouquinho sobre a qualidade de vida dele, como ele está.
Pergunta 4: Você conhece a importância de ter sistematizada a consulta?
Resposta:
Reconho sim, porque aí vai haver protocolos direcionados para a consulta; as prescrições
de enfermagem protocoladas, o enfermeiro mais inserido na consulta, saber realmente o que
ele deve e o que ele pode fazer.
Pergunta 5 : Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização desta
consulta?
Resposta:
Positivo é legalizar como eu disse, protocolar. A gente vai sentir mais segurança na
prescrição, como prescrever, o que pode prescrever, quando prescrever, que ainda está
muito... outro ponto positivo é a confiança do paciente. A gente poder prescrever, vai fazer o
paciente adquirir mais confiança no enfermeiro. Tem medicações mesmo que não é
padronizado prescrever e o paciente às vezes precisa dessa medicação. E a limitação é um
fator negativo. É positiva a orientação que a gente passa para o paciente, essa orientação
que a gente dá a ele sobre os cuidados que a gente deve ter.
98
ANEXO IV
Roteiro de observação não participativa
Entrevistada 1: D. Libélula
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Questionou-se o uso de contraceptivo e de outros métodos e D. U. M.
A enfermeira observou o resultado de exames laboratoriais, ultra-sonografia, ECG e RX de
tórax.
Ao Exame Físico: mucosas, mama, palpação de abdome.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez
Prescrição Prontuário (Sim) condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Obs: interrompeu a consulta para falar ao celular. Falta sonar, usou estetoscópio infantil, falta
esfingmomanômetro, falta balaa, falta de estrutura em geral.
Roteiro para investigação no prontuário
1. Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
Paciente - Ficha de planejamento familiar identificando idade (31 anos) e estado civil
(casada). Sem endereços e anotações complementares. Sem história obstétrica, sem história
clínica, sem história de métodos contraceptivos.
2. Anotação do exame físico?
Ultima anotação: mucosas, pele, hidratação, abdome (palpação) e eliminação.
3. Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Diagnóstico de enfermagem não, laboratorial o do ECG e RX do tórax
4. Existe conduta explícita?
Não explícita a conduta.
5. Existe anotação?
Anota da DUM e informações dadas pelo paciente e motivo da consulta.
6. Agendamento de retorno ou alta?
Não.
2º Paciente (Homem)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
História anterior de dores. Paciente o fez exames solicitados anteriormente. Trouxe ultra-
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sonografia.
Enfermeira solicita que o mesmo narre todos os episódios de sua dor e localização. Paciente
refere dor na região posterior do quadril, no tórax e MMII.
O paciente é questionado quanto a sua urina e este refere polaciúria e eliminação presentes.
Após eliminação intestino funcionando bem. Refere dejeções fecais ok. Dieta pobre e
eliminação de flatos. Procurou Pronto Socorro várias vezes para alivio da dor. Foi estilista
parou dois anos. Tabagista parou há 4 meses (quantos cigarros?). Foi usuário de maconha e
de crack (refere ter deixado)
A ultra-sonografia realizada no dia anterior foi avaliado pela enfermeira.
Ao exame físico: Auscultou Bulhas Cárdio-fonéticos e SR (Não troca papel da maca)
Avaliou mucosas palpebrais, realizou palpação abdominal. A aferição da P.A. realizada por
auxiliar de enfermagem sem intercorrência.
Observação: Digitais do paciente com lesão apresentando coloração marrom. Paciente faz uso
de prótese de fidraço na arcada dentária superior e inferior isto não foi questionado.
Elaboração do diagnóstico: o informado ao paciente, solicitou outros exames que o
paciente refere ter realizado, para uma melhor avaliação.
Orientação verbal para procurar nefrologista e levar antigo exame de ultra-sonografia para
avaliação para tratamento.
Informou que ultra-som o apresentou alteração em rim “D” apenas no esquerdo e
encaminhou para nefrologista.
Emitiu atestado de comparecimento.
Prescrição: Não prescreveu para o paciente.
Prontuário ( ) condutas assistenciais ( )
Prescrição para o paciente ( )
Orientação para o retorno? Solicitou retorno para acompanhamento
Registro no prontuário: Sim ( ) Não ( )
O paciente solicitou diclofenaco. A prescrição foi feita para três dias, pois se constatou o uso
inadequado da medicação.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Paciente ficha clínica individual. Sem anotações complementares. Sem endereço. Nega
tabagismo e uso de droga. Afirma etilismo social.
2.Anotação do exame físico?
Não anotou.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não existe diagnóstico de enfermagem. Anotou o resultado de Ultrasonografia abdominal
total.
4.Existe conduta explícita?
Não explícitou conduta.
5.Existe anotação?
Anotações de dados fornecidos pelo paciente (SIC).
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não agendou retorno, solicitou que volte sem data marcada.
100
Paciente (mulher)
Paciente queria solicitação de exames.
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A paciente não trouxe resultados de exames solicitados; trouxe apenas colpocitopatológico de
em abril de 2004(foi anotado).
P.A. verificada pela auxiliar de enfermagem 120x80 mmHg.
A paciente refere leve dor lombar que alivia com AAS (SIC). Manifesta querer fazer ECG.
Enfermeira informa que foi solicitado e não realizado.
Enfermeira pergunta sobre eliminações e estas estão normais Pergunta ainda sobre corrimento
vaginal e a paciente informa que está com corrimento esbranquiçado e com prurido.
Enfermeira avalia ECG trazido com anotação em prontuário, e resultado e ultra-sonografia.
Exames: orientado. Colesterol, parasitológico e glicemia anotados em prontuário. Sobre
D.U.M. a paciente informa que ainda o esposo é vasectomisado.
Ao Exame Físico: mucosas, mama, pálpebras e abdome.
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição: prescrito medicação Prontuário ( ) Condutas assistenciais (Solicitação
à paciente para trazer novamente os resultados dos exames que a mesma afirma já ter trazido)
Prescrição para o paciente (Sim)
Dadas orientações verbais sobre o uso de medicação.
Orientação para o retorno? Solicitou retorno verbal.
Fez exame físico apenas das mamas. A paciente não trouxe os exames laboratoriais; fez
anotação em prontuário.
Trocou papel da maca.
Não sistematizou o exame físico; não segue semiotécnica.
Não faz lavagem das mãos com sabão.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
± 30 min por consulta
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Paciente apresenta ficha de identificação com nome de pai e mãe. Idade 45 anos. o tem
ficha clínica, registro em papel almaço.
2.Anotação do exame físico?
Mucosas, hidratação e mamas.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não diagnóstico de enfermagem. diagnóstico clínico de anemia, verminose, vaginite.
Anotado resultado de exames laboratoriais (HC, EPF, colesterol, glicemia,
colpocitopatológico).
4.Existe conduta explícita?
Prescrição medicamentosa sem conduta de assistência e ou orientações. Solicitou exames que
a paciente deixou de fazer a pedido da médica anteriormente.
5.Existe anotação?
Anotações apenas as fornecidas pela paciente.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sem agendamento de retorno.
101
Obs: Todas as anotações registradas pela enfermeira o foram carimbadas nem assinadas
nem rubricadas.
Entrevistada 2: D. Joaninha.
1º Paciente (mulher Pré-natal)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Sono/ dejeções/ paciente referindo corrimento.
Enfermeira questiona detalhes sobre o corrimento, pergunta sobre sangramento, ardência e cor
da urina a paciente relata normalidade.
Orientada para o aumento da ingestão hídrica, higiene após relação, crescimento fetal e
movimentos fetais (primipara), sobre respiração e
mudanças no aparelho digestivo e dieta.
Paciente refere gânglios enfartados na região cervical,
Recebe orientação sobre higiene bucal e encaminhada para o dentista.
Questionado sobre melhora de enjôo.
Orientada quanto a repouso e dieta noturna, controle de peso, coleta de material
citopatológico, sobre vacinão
Pergunta por que a paciente não realizou exame preventivo e Ultra-sonografia.
Paciente refere cefaléia. Orienta observação
Enfermeira informa dosagens de medicação
*Cartão de gestante incompleto no preenchimento. Vacina. Identificação pessoal. AFU / BCF
e posição fetal/ curva de peso gestacional, curva uterina/ idade gestacional.
Ao Exame Físico: mucosas, palpação para verificação de posição fetal / AFU, sonar para
verificação de BCF (não conseguiu). Avaliação de MMII para edema. E gânglios cervicais.
Não avaliadas as mamas, nem dores articulares referidas pela paciente.
P.A. aferida pela auxiliar, sem alteração.
Pede que a paciente traga o cartão de vacina e o resultados dos exames na próxima consulta.
Elaboração do diagnóstico: não informa nenhum diagnóstico provável.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Não prescreveu)
Orientação para o retorno? Não orientou a paciente quanto a data de retorno.
Registro no prontuário: Sim (anotações) Não ( )
Consulta ± 35 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
Dados complementares incompletos; ficha clínica.
2.Anotação do exame físico?
Anotou parcialmente.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não deu diagnóstico, nem escreveu.
4.Existe conduta explícita?
Anotou parcialmente a conduta.
5.Existe anotação?
102
Anotações segundo informações colhidas.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não marcou retorno.
Paciente (mulher Pré- natal)
Enfermeira pergunta sobre visita dos ACS as quais a paciente desconhece; nunca usou o
serviço do PSF.
Tipo de consulta Primária (x) Subseqüente ( )
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira se apresentou, falou da equipe, da interação com os ACS, e sobre planejamento
familiar.
Abriu prontuário e cartão da gestante, colheu informações sobre vida sexual da paciente.
Adolescente de 17 anos, conhece o parceiro há 3 meses e já moram juntos.
P.A. aferida pela auxiliar sem alteração, Refere que na família caso de H.A.(pai e mãe).
Enfermeira avalia o prontuário família e percebe que não anotação, logo, sugere que os
pais devam ser avaliados.
A paciente refere ter tido problemas cardíacos (sopro) e que após acompanhamento, não
sentiu mais nada.
Solicitado cartão de vacina para avaliação
Teste de gravidez adquirido em farmácia deu resultado positivo.(SIC).
A enfermeira orienta sobre o risco de aborto que a paciente pensa em fazer.
A enfermeira orienta quanto ao parto, quanto a enjôo e vômitos, quanto às mudanças no
organismo, hormonais respiratórios e cólicas, quanto a dietas, quanto ao aumento da ingesta
hídrica de ingesta hídrica e exercícios.
Paciente refere cefaléia noturna e “caroço” na barriga.
Enfermeira questiona sobre sangramento e ardor ao urinar e orienta para que a paciente não
retenha urina e que faça exames laboratoriais
Paciente relata 7 dias sem evacuar e a enfermeira orienta quanto ao uso de fibras.
Solicitado ao paciente o controle do peso e traga o valor para a unidade.
Solicitados exames de rotina do pré-natal.
Exame físico: Não realizado.
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição: nada Prontuário ( ) Condutas assistenciais (Solicitação de exames de
rotina para pré-natal, orientação e/ou medição) Prescrição para o paciente ( )
Não prescreveu nada para a paciente (assistência/cuidado/orientações e/ou medicação).
Não orientou preparo de mamas.
Cartão de gestante incompleto / sem cartão/ sobre não realizar preenchimento de gráfico e não
marcar com a paciente retorno.
Dados familiares e endereços incompletos.
Orientação para o retorno? Não definido
Registro no prontuário: Sim (incompletos) Não ( )
Consulta 1 hora
A paciente foi convidada para participar do grupo de gestantes.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
103
Não identifica, nem informa dados complementares, ficha clínica.
2.Anotação do exame físico?
Não anotou.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não deu diagnóstico, nem escreveu.
4.Existe conduta explícita?
Não anotou conduta.
5.Existe anotação?
Anotações segundo informações colhidas.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Na marcou retorno.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A paciente refere que não trouxe resultados dos exames realizados. Nega intercorrência,
exceto a saída de muco de cor escura atribuído a um susto?
A enfermeira não se manifestou quanto ao assunto, fala das semanas gestacionais (34
semanas), e observa perda de peso da paciente. Pergunta por cólicas e a paciente nega.
Paciente hipertensa referindo não ter mais medicação.
A enfermeira pede o controle da PA.
Ao Exame Físico: AFV, mucosas, BCF (sonar) (+). Palpação para verificar posicionamento
fetal, verificação de edemas em MMII. Não examinadas mamas e circunferência abdominal.
Alertada para procurar a unidade se ocorrer edema de MMII, dor ou sangramento
Orienta ainda para o preparo de mamas, uso de sulfato ferroso, adequadamente e sobre a
dietas.
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição medicação para controle da PA e uso de sulfato ferroso.
Prontuário (Sim) Condutas assistenciais ( )
Prescrição para o paciente (Sim)
Solicita trazer exames (resultados) laboratoriais com urgência.
Primípara com um episódio de aborto espontâneo, não registrado.
Dados informativos do cartão incompletos no registro das consultas; apenas última consulta
foi registrada.
Gráficos não preenchidos.
Dados complementares incompletos (identificação)
Orientação para o retorno? Não definido
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
Ficha de identificação completa.
2.Anotação do exame físico?
Não anotou exames.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não anotou diagnóstico de enfermagem.
104
4.Existe conduta explícita?
Anotou conduta.
5.Existe anotação?
Anotações segundo informações colhidas.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não marcou retorno.
Entrevistada 3 : D. Mariposa.
Paciente (mulher pré-natal)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira avalia anotações anteriores e questiona à paciente sobre uso de medicações
prescritas anteriormente.
A paciente entrega os resultados dos exames laboratoriais
A enfermeira orienta sobre DPP (data provável de parto) independente da Ultra-sonografia e
exames laboratoriais. Avalia o peso e orienta a paciente sobre a dieta adequada, após
avaliação nutricional, esclarecendo ainda sobre complicações no parto e para a criança.
*Interrompe a consulta duas vezes ara atender o celular.
Ao Exame Físico: PA e peso.
A enfermeira avalia a mobilidade de feto, edema em MMII, pulso, AFU (análise de fundo de
útero), mamas (orienta a mãe para preparo de mamilo) e mucosa. Ausculta BCF de feto com
sonar.
Feitas anotações no caro.
Prescrita medicação para corrimento vaginal (não foi avaliado na consulta) e sulfato ferroso.
Paciente questiona sobre enjôo.
A enfermeira orienta para realização de exames laboratoriais não realizados, sobre o uso de
medicação (uso de terminologia técnica para a paciente), sobre os resultados de exames
laboratoriais, e faz anotações no prontuário. Convida-a para reunião de grupo de gestantes
Orientações para vacinação.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez, diagnóstico médico e não de enfermagem.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta de ± 40 minutos
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
Ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Anotações do exame físico incompletas.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Laboratorial está anotado.
O diagnóstico de enfermagem não foi anotado.
105
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Sim, da coleta de anamnese (pouca) e de exames laboratoriais.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Paciente (mulher pré-natal)
Tipo de consulta Primária (x) Subseqüente ( )
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Anamnese realizada pela enfermeira.
A paciente refere gravidez, mudanças no corpo e enjôo
A enfermeira convida-a para reunião de gestantes.
Ao Exame sico: AFU (enfermeira avalia e diz que o volume é indicativo de mais tempo de
gestação de que o colocado pela paciente).
Avalia MMII, cartão para vacinação e orienta para vacinação. Avalia mamas, BCF com
sonar e mucosas.
Solicita exame de rotina no pré-natal.
Calcula a data mais correta de gestação, faz anotações no cartão de gestante.
Verifica PA. Ressalta a importância da participação do pai.
Faz anotações no prontuário
Orienta para alimentar-se após a coleta dos exames e onde são realizados. Fala ainda da
leitura da agenda da gestante e marca seu retorno
Não prescreve medicação e/ou orientações.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez.
Prescrição Prontuário (Não) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Não)
Orientação para o retorno? Agendado retorno.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ±40 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família
Sem folha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não de enfermagem e sim laboratorial.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Sim, coletadas por anamnese.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
106
Paciente (mulher pré-natal)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A paciente demorou para retornar à UBS, desde a ultima gravidez.
A enfermeira orienta a paciente sobre o controle de natalidade e planejamento familiar, uma
vez questionada por esta.
A paciente entrega exame de Ultra-sonografia para enfermeira e esta realiza anamnese e
avalia o cartão da gestante, bem com os exames trazidos pela paciente.
Orienta a paciente para uso correto de medicações que já haviam sido prescritas.
Solicita aos acadêmicos que realizem o exame físico e anota no prontuário o resultado.
Ao Exame Físico: posição fetal, PA, verificado BCF com sonar, AFU.
Solicitados exames de rotina
Não prescrita medicação
A paciente foi convidada para a reunião de gestantes.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez.
Prescrição ( prescrita) Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (orientação para a já prescrita)
Orientação para o retorno? Não agendado.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta de ± 40 min
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sem folha de identificação e dados incompletos.
2.Anotação do exame físico?
Sim.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não tem diagnóstico de enfermagem e somente laboratorial.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Existe anotação de informações coletadas pela anamnese e orientações para vacinação.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Entrevistada 4: D. Esperança.
Paciente (mulher hiper-dia)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira questiona o estado da paciente o qual refere enjôo, mal estar e inchaço no
estômago. Pergunta quando as queixas iniciaram e a paciente refere que a partir do uso de
metiformina (medicação indicada por médico não do programa).
O prontuário é avaliado, bem como a prescrição anterior da equipe (médico). Orienta-a a
procurar o médico novamente.
107
A enfermeira questiona sobre sintomatologia da patologia. Paciente nega intercorrência. A
enfermeira orienta sobre pé diabético e cuidados gerais.
Ao Exame Físico: avalia a PA e questiona o uso de medicação para PA. A paciente informa
que não que está seguindo orientações para dieta e exercícios físicos.
O peso é medido e a paciente recebe orientações para exercícios físicos e dieta para perda de
peso.
Informa que os resultados dos exames laboratoriais realizados ainda foram trazidos, exceto a
glicemia capilar pós prandial.
Não avalia edema e nem dor na região abdominal mencionada pela paciente.
Prescrita medicação, orientada assistência e registrado retorno.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de resultados de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Orientado e registrado.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ±20 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, tem ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim, porém ignora queixas da paciente referente a dores e edema.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não tem diagnóstico de enfermagem, somente o laboratorial explícito.
4.Existe conduta explícita?
Sim, porém sem prescrição de cuidados para a paciente (receituário), apenas de medicação.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
Paciente (hiper-dia)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira questiona sobre data de aniversário e bolo de diabético (brincadeira), além da
participação em caminhada do grupo e sobre pé diabético.
A paciente nega qualquer intercorrência.
A PA é verificada e solicita-se um maior controle da PA. Levanta-se questionamento sobre
alguma intercorrência, dor ou manchas, problemas de visão e sintomatologia da patologia.
A paciente nega intercorrência, mas pede um encaminhamento para oftalmologista.
A enfermeira pergunta sobre exames laboratoriais, se existe algum para leitura e a paciente
diz que já entregou os resultados e lembra que a mesma já os avaliou.
A enfermeira questionou sobre acompanhamento médico e uso de medicação. Existe
acompanhamento com cardiologista, fora da equipe do PSF e uso de medicação, além das
estabelecidas pela farmácia básica.
O peso e avaliado e a paciente recebe elogio pela perda de peso e pelo controle da dieta e
108
exercícios físicos.
Medicações para diabetes são prescritas pela enfermeira.
Realizado teste de glicemia capilar s prandial (enfermeira). Glicemia alterada, enfermeira
orienta sobre hábitos alimentares.
A enfermeira questiona o uso de medicação e a paciente informa não ter usado, por falta de
dinheiro.
Nesse mês deve chegar medicação na farmácia, e a importância do seu uso é ressalada pela
enfermeira.
Exames laboratoriais são solicitados.
Prescritas medicações para a paciente,
Marcado retorno, registrado em prontuário.
Ao Exame Físico:
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais ( )
Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Marcado.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 30 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Possui ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim, as preconizadas pelo MS.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não existe diagnóstico de enfermagem, apenas anotação de resultados de exames laboratoriais
e de consultas anteriores.
4.Existe conduta explícita?
Solicitação de exames laboratoriais e prescrição de medicação.
Não prescreveu cuidados.
5.Existe anotação?
Sim, fornecidos pela anamnese.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
Paciente (hiper-dia)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Enfermeira questiona sobre tosse, calosidade (SIC) e cefaléia (anotada em consulta anterior),
sobre mancha no corpo, dieta, uso de medicação e exercício físico.
Paciente nega e informa inchaço em MID.
Avalia PA e elogia PA de paciente que tem melhorado.
A enfermeira examina MID, que segundo a paciente após traumatismo direto começou a
edemaciar e que o médico não avaliou bem na ocasião.
Como presença de varizes a encaminha para médico especializado (ortopedia e
angiologia), ressaltando a importância da avaliação por estes especialistas.
109
Prescreve medicação e orienta uso, além da dieta e exercícios físicos.
Paciente solicita prescrição de medicação para cefaléia e a enfermeira prescreve.
Ao Exame Físico: avaliação de MMII e questionamentos.
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (encaminhamentos)
Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Marcado retorno.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 20 min.
Condições de trabalho! (não muito boas)
Após minha saída do consultório, o tempo médio de consulta foi de 10 minutos.
Sem muita anotação no prontuário das consultas anteriores.
Houve orientações sobre endereços para a realização de exames e consultas médicas
especializadas.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, existe ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim, apenas anotação preconizada pelo MS.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não existe diagnóstico de enfermagem.
Não existem resultados de exames laboratoriais.
4.Existe conduta explícita?
Sim.
5.Existe anotação?
Sim, e informações coletadas por anamnese.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
Entrevistada 5: D. Espirradeira.
Paciente (criança)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira observou sobre a falta de comparecimento na unidade (Há rios dias a criança
não comparece na unidade)..
Mãe informa que a criança apresenta feridas em MMII com pus e manchas roxas, não
constatada pela enfermeira.
A enfermeira avalia outras manchas no corpo da criança, avalia ao toque ao MMII e pés para
procurar micose.
Ao ser questionada sobre os exames laboratoriais, mãe informa que foram feitos na ultima
consulta. Peso e estatura avaliados.
A enfermeira pergunta sobre o cartão de vacina, mas a mãe refere não ter trazido. Esta recebe
orientação sobre o uso de medicação e cuidados higiênicos com a criança, sobre exames
110
laboratoriais e seu preparo, informando que, para que se tenha bom resultado é preciso seguir
corretamente as orientações corretas para realização de exames.
Ao Exame Físico: incompleto
Elaboração do diagnóstico: não elaborado.
Prescrição Prontuário (Sim) condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido
Registro no prontuário: não informa Sim ( ) Não ( )
Consulta ± 15 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: Segundo a enfermeira prontuário família está na
sede.
Enfermeira relata dificuldades de locomoção de prontuários família para o local de
atendimento.
2.Anotação do exame físico?
Sim, observando o tipo de problema.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Sim, solicitação de exames laboratoriais e medicação prescrita.
5.Existe anotação?
Não. Refere apenas o problema do paciente e a falta do cartão de vacina da criança.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Paciente (adolescente Pré-natal)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira questiona a respeito do problema que informa estar grávida e que esposo é
ciumento não deixando ela sair de casa.
A enfermeira pergunta sobre escolaridade, paciente relata 2 anos de abandono dos estudos por
exigência do namorado. Conta está arrependida por ter deixado a escola e recebe
esclarecimento sobre a importância dos estudos para o mercado de trabalho e subsistência no
futuro.
Seu esposo, (namorado), tem 22 anos e ambos moram ainda com seus pai.
A paciente relatou que o namorado não a maltrata, que ele comprou um carro, e vai
brevemente comprar uma casa perto da de sua mãe.
A paciente está feliz com a gravidez, mas seu namorado tem preocupação com ela, e por isso
dificulta a saída dela de casa.
A enfermeira pergunta a data da ultima menstruação e a paciente informa.
O preenchimento do cartão de gestante é iniciado. A enfermeira pergunta dados sociais e de
saúde não só da paciente como de sua família, conforme o cartão de gestante.
A enfermeira orienta para auto-estima e continua questionamentos pessoais a respeito do
cartão de gestante.
Enfermeira avalia I.G. e expõe DPP para mãe.
111
Solicita exames de rotina e Ultra-sonografia.
Ao Exame Físico: Avaliado peso e altura, AFU, PA, mamas e orienta para o preparo destas e
uso de soutiem. Avalia edema de MMII. Solicita o comparecimento da paciente à sala de
vacina em outra localidade, para verificar a situação vacinal. Não avaliou BCF.
O exame preventivo (citopatologia) é solicitado.
A enfermeira orienta para coleta de exames e preparo adequado.
Agendada consulta subseqüente.
Elaboração do diagnóstico: não.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Agendado.
Registro no prontuário: Sim (pouca informação) Não ( )
Consulta ±40 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: Não. Refere que o prontuário família está no
arquivo, na sede.
2.Anotação do exame físico?
Sim.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Sim, solicitação de exames laboratoriais.
5.Existe anotação?
Não.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
Paciente (criança)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Enfermeira mostra-se amiga da mãe e conhece a história da família. Conversa com a mãe e
solicita preparo da criança para iniciar a avaliação.
Ao Exame Físico: peso, estatura, avalia a pele e pergunta a mãe se existe queixa. Mãe relata
gripe, prurido na região glútea e que há tempo a criança não faz exame de rotina.
Realiza ausculta pulmonar e observa coriza (ND).
A enfermeira solicita os exame de rotina e avalia situação vacinal e nutricional.
Parabenizando a mãe pelas condições de nutrição da criança.
A mãe queixa-se da situação social para dar boa dieta à criança e refere não querer perder o
programa de leite, óleo, pois isso a ajuda.
A enfermeira diz a mãe que a criança pode estar com virose
Recomenda o aumento da ingesta hídrica, não prescreve medicação e orienta o uso de comida
rica em vitamina C sempre após o almoço e de outra dieta rica em frutas típicas como limão,
para aproveitar a vitamina C.
Elaboração do diagnóstico:
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (solicita
112
exames de rotina) Prescrição para o paciente (Não)
Orientação para o retorno? Não definido.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Fornecido o endereço para realização de exames e avaliação de acordo com a
especialidade dica.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: sim, prontuário família na USF.
Refere que o arquivo está na sede e que no momento não os estão usando. Sem ficha de
identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Não, apenas solicitação de exames de rotina.
5.Existe anotação?
Não.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
Entrevistada 6: D. Vaga-luma.
Paciente (hiper-dia)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico). Sim, porém com muitas queses orais,
sem registro.
A paciente apresenta melhora do peso.
A enfermeira pergunta sobre a quantidade do uso de medicação, queixas e exames
laboratoriais, verificando seus resultados.
Paciente relata BEG, queixa-se de cefaléia.
A enfermeira questiona sobre vermífugo, função gastrintestinal, visão e a paciente relata
NDN.
Indaga ainda sobre edema e paciente refere inchaço nos membros quando chateada”, mas
que no momento não tem se aborrecido.
A enfermeira afere a PA e pergunta se esta tem se elevado. Enfermeira mede o peso e
questiona sobre a sua dieta, orientando para a redução do sal, exercícios físicos diários e
regulares a fim de ajudar na manutenção da PA.
A enfermeira questiona sobre ECG e exame preventivo (colpocitopatológico).
Programa a solicitar exames e a avaliação pela médica da equipe na pxima consulta.
Ressalta a importância da mamografia e de exames laboratoriais.
A Mantém a medicação prescrita caso, não haja rejeição problemas.
A paciente questiona sobre reposição hormonal e a enfermeira a encaminha para a médica da
equipe , uma vez que esta é ginecologista.
A enfermeira fornece o endereço para realização dos exames solicitados.
113
Elaboração do diagnóstico: não o de enfermagem.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 25 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Sim, porém apenas PA e altura. Não anotou edema e as queixas da paciente.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Diagnosticou patologia.
Anotação de exames laboratoriais.
4.Existe conduta explícita?
Sim, incompleta, com orientações verbais
5.Existe anotação?
Sim, incompleta, com orientações verbais
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Paciente (hiper dia)
Tipo de consulta Primária (x) Subseqüente ( )
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico), incompletos.
A enfermeira questionou sobre o uso medicação e colheu dados para identificação sócio-
econômica e biológica do paciente.
A paciente relata uso de medicação prescrita por médico particular (captopril) e cirurgia por
motivos cardíacos, mostrando a enfermeira cicatrizes e manchas em MMII. Refere depressão.
A enfermeira pergunta o porquê da depressão e preocupação e a paciente cita problemas
familiares. Relata que deseja fazer exames laboratoriais de rotina.
A enfermeira orienta a paciente a procurar um centro de referência de terapia de saúde mental
falando sobre a importância do acompanhamento para aliviar os problemas. Esta concorda e
continua com queixas sociais.
A enfermeira afere a PA e questiona sobre o uso de outras medicações e a paciente admite
estar se auto-medicando.
Medido o peso da paciente.
A enfermeira orienta sobre acompanhamento cardiológico e exercícios físicos.
Investigado edema e orientada sobre a importância do exame oftalmológico.
Oriente a paciente a importância do oftalmologista.
A enfermeira questiona sobre avaliação ginecológica e solicita exames inclusive mamografia.
Orienta paciente para retornar com os resultados de exames para a médica da equipe.
Prescreveu medicação.
A paciente referiu ainda rachaduras em pés e pede à enfermeira que solicite exame de ácido
úrico.
Recebe orientação para preparo de exames e o endereço para a realização dos mesmos.
114
Ao Exame Físico: incompleto.
Elaboração do diagnóstico: não.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Sim. Oral não registrado.
Registro no prontuário: Sim (não definido) Não ( )
Consulta ± 20 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Identificação incompleta.
2.Anotação do exame físico?
Exame físico incompleto, com pouca anotação.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Prescrita medicação e encaminhamento.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não no prontuário, mas sim verbalmente.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico feitos). Paciente atendida pela equipe
médica anteriormente.
A enfermeira questiona sobre dieta da paciente e exercícios físicos, informando a importância
do auto-cuidado.
O paciente é hipertenso segundo diagnóstico médico (equipe). Relata cefaléia e problemas
sociais (familiar): um filho com problema de ordem social (usuário de drogas).
Paciente relata apelar pela religiosidade para resolução de problema social. Sem sucesso (SIC)
porém ainda com fé (paciente chorosa).
Quanto a medicação a paciente relata o uso da mesma e fitoterápicos (empírico) associados.
A enfermeira pergunta sobre ciclo menstrual e exame preventivo (colpocitopatológico), que a
paciente informa não ter feito.
queixa sobre calor, “abafamento que d vontade de tirar a roupa. A PA é verificada e
discute-se sobre o horário e uso da medicação.
A PA está alterada e a enfermeira encaminha para a médica.
Prescreve e administra medicação.
Ao Exame Físico: incompleto.
Elaboração do diagnóstico: não; relata diagnóstico médico SIC sem confirmação laboratorial
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido. Encaminhado à médica.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 20 min
115
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Apenas PA, ignorou outras queixas.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não existe HD médico baseado na sintomatologia.
4.Existe conduta explícita?
Sim.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Encaminhamento.
Entrevistada 7: D. Jasmim.
Paciente (criança)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira questiona sobre diarréia,mito e aleitamento.e refere NDN; apenas hérnia
umbilical e prurido na cabeça.
Como a mãe vai começar a trabalhar, a enfermeira orienta sobre aleitamento e
armazenamento do leite materno, até então amamentação exclusiva.
A enfermeira questiona sobre sustentação da cabeça e uso da chupeta.
O peso da criança é medido, a mão é orientada quanto ao bom desenvolvimento com ganho de
peso.
Ao Exame Físico: enfermeira examina criança no sentido céfalo-caudal, avalia hérnia e
orienta sobre a higiene da boca e a procura de um cirurgião pediátrico.
A enfermeira avalia dermatite, o ganho ponderal e desenvolvimento motor da criança.
Elaboração do diagnóstico: sim.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (orientação)
Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Prescreveu medicação para a paciente entregou medicação e orientou sobre o seu uso.
Não avalia cartão nem situação vacinal.
Consulta ± 20 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
116
Sim, porém incompleto.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Sim, diagnóstico de enfermagem (apenas 1). Não relata dermatite.
Não há exames laboratoriais.
4.Existe conduta explícita?
Sim, prescrição medicamentosa.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não há relato no prontuário.
Paciente (Planejamento familiar)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico) parcialmente.
Paciente refere falta de medicação e que tem usado preservativo.A enfermeira orienta para o
uso de preservativo até chegada de medicação, e fala sobre o uso de aleitamento associado ao
preservativo, como um fator de segurança para evitar filho.
Fala sobre ganho de peso, sobre PA, e da necessidade de usar corretamente a medicação.
Paciente informa datas de uso da medicação e desde quando está sem a mesma.
A enfermeira questiona sobre exames laboratoriais no peodo gestacional. Foi feito pré-natal
com outros profissionais fora da unidade.
Ao Exame Físico: PA, peso, IMC (índice de massa corpórea). Enfermeira orienta dieta e
exercícios físicos para controle de peso. A PA está alterada, por isso é orientada quanto aos
riscos da hipertensão. Paciente stressada por problemas familiares.
A enfermeira solicita os resultado dos exames laboratoriais para a próxima consulta.
A enfermeira orienta procurar por um ginecologista com a finalidade de busca por um método
contraceptivo, solicita preventivo e orienta para verificação da PA mais freqüentemente para
controle de medicação.
Não marca retorno, nem prescreveu.
Orienta abertura de cartão para controle de PA
Elaboração do diagnóstico: não.
Prescrição Prontuário (não) Condutas assistenciais (Solicitação
de resultados de exames) Prescrição para o paciente (não)
Orientação para o retorno? Não definido, recomendou retornar para avaliar a PA.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 22min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Parcial, apenas PA, IMC (índice de massa corpórea)
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Sim.
117
5.Existe anotação?
Não.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Paciente (Planejamento familiar)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese com poucas informações e exame físico não
realizado)
A enfermeira sabendo que a paciente está em 40 dias s-parto, questiona alguma
intercorrência e aleitamento exclusivo.
A enfermeira orienta sobre aleitamento exclusivo e uso de preservativo como método e
contracepção, pois ainda não se pode fazer planejamento com a medicação disponível no
posto.
A enfermeira questiona sobre problemas de fígado e PA.
Não avalia o peso da criança que está mamando.
Paciente refere ainda não ter reiniciando as relações sexuais.
A enfermeira relata que as 45 dias parto é um bom período para uso de medicação e que vai
prescrevê-la para a compra em farmácia, até que tal medicação chegue à unidade.
Orienta sobre o aleitamento nos dois seios.
Enfermeira orienta sobre aleitamento até o ter mais leite de i mama depois outro.
Mãe relata rnia umbilical na criança, porém a enfermeira não examina. Fala de sobrepeso e
orienta dieta e dosagem da medicação.
Orienta para uso correto da medicação injetável e para não massagear o local
Prescreve medicação
Alerta sobre alteração hormonal durante o uso da medicação. Entrega preservativo.
Não registrou retorno, verbalizou.
Orientou que qualquer dúvida que haja com a criança procurar por médico em hospitais.
Ao Exame Físico: incompleto.
Elaboração do diagnóstico: não elaborado.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Verbal.Não registrou.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ±20 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, com ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Não.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Apenas a respeito da medicação prescrita.
5.Existe anotação?
118
Sim, pouco relato.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não anotado.
Entrevistada 8: D. Palmeira.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico com pouca avaliação sentido céfalo-
caudal, tal qual preconiza o MS)
A enfermeira questiona sobre os exames e onde fora realizados.
A paciente orientada a ir ao ICS para realizar exames.
A enfermeira verifica a data da última consulta, e questiona intercorrências.
A paciente refere dor do lado esquerdo, mas nada significativo na ocasião da consulta. A dor
será avaliada juntamente como os exames laboratoriais solicitados.
A enfermeira questiona sobre vacinas.
PA e peso foram verificados.
A enfermeira orienta paciente para coleta de preventivo e exame de mama e questiona se
queixa durante coito.
Paciente refere incomodo, sem sangramento.
Ao Exame Físico: enfermeira avalia dentição e questiona sobre dores. Paciente refere não ter
acesso a dentista, e a enfermeira lhe dão um encaminhamento. Orientada sobre o cuidado com
as mamas, higiene e uso de soutien.
Avalia AFU, BCF, faz anotação em cartão de gestante, colhe material citopatológico e faz a
inspeção de vulva.
Identifica condiloma?(DST) na inspeção vaginal.
A enfermeira solicita a presença da médica para avaliar o condiloma e esta confirma o
diagnóstico. O tratamento é orientado.
Paciente questiona sobre o feto e recebe orientações.
A paciente é encaminhada para unidade de referência para DST e orientada sobre a
importância da realização dos exames.
Marca retorno e agenda para a médica.
Não preenche gráfico no cartão da gestante.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez/ DST (Não de enfermagem)
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Sim, para a médica.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta 35 min.
Registro em cartão de gestante incompleto; orienta tratamento e cuidados para a paciente.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Sim, ficha de identificação da paciente.
2.Anotação do exame físico?
Incompleta.
119
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Sim, diagnóstico de patologia, não de enfermagem e não laboratorial.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Apenas uma anotação sugerida para a cliente. Outras sugestões não foram anotadas
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não agendado.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária (x) Subseqüente ( )
Avaliação do paciente (anamnese sim, orientado por protocolo do MS e cartão de
gestante. e exame físico)
A enfermeira começa agendando nova consulta para janeiro.
Abre o cartão de gestante e colhe dados (anamnese para cartão como preconizado pelo MS) e
transcreve para prontuário.
Interrompe a consulta para atender o celular.
Ao Exame Físico: IG, PA, DPP, questiona sobre intercorrências e sobre gestação anterior e
orienta para exames de rotina, solicitando os mesmos.
Questiona sobre vacina fala de sua importância e a encaminha para vacinação.
A médica vem lavar as mãos e conversar com a enfermeira no consultório.
O exame físico céfalo-caudal é iniciado, bem como a avaliação dentária. Orienta que a
paciente marque consulta com o dentista da unidade.
Examina mamas, BCF, AFU, orienta para realização do exame citopatológico.
Agenda retorno e pede que traga os resultados dos exames solicitados. Preenche o cartão de
maneira incompleta e não preenche gráfico.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Sim.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Não.
2.Anotação do exame físico?
Não.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
De enfermagem sim, laboratório não.
4.Existe conduta explícita?
Sim.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
120
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e Exame Físico)
A enfermeira inicia anamnese coletando dados sobre de vida sexual da paciente. O exame
físico não segue com orientação céfalo-caudal; avalia mamas e colhe material citopatológico.
Solicita a presença da médica da equipe que está no consulrio. A médica prescreve e a
enfermeira orienta a paciente para retornar para pegar o resultado do preventivo.
Elaboração do diagnóstico: Gravidez, não de enfermagem.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (orientação)
Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Não definido.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família incompleto.
Ficha de identificação do paciente.
2.Anotação do exame físico?
Não.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Diagnóstico de enfermagem incompleto e laboratorial não explícito.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Não.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Entrevistada 9: D.Margarida.
Paciente (homem)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira pergunta idade do paciente, mede altura e pesa-o, calcula o IMC.
A enfermeira demonstra conhecer sua hisria. Pergunta sua pela família, se ele e a esposa
estão prevenindo-se contra gravidez. O paciente informa que usa preservativo.
Alertou o paciente para que o agente de saúde fizesse o cartão da esposa.
Falou sobre DST, olhou o cartão de vacina e verificou que falta a vacina contra hepatite.
Explicou como se pega esta doença e complicações que podem ser evitadas com a vacinação.
Colocou o paciente na maca, perguntou por algias e eliminações, o paciente queixou-se dr dor
ao esforço físico as articulações.
Fez exame físico, palpação e inspeção céfalo-caudal, pedindo sempre licença ao paciente para
tocá-lo. Indagou por manchas, se já tinha ido ao dentista e orientou o paciente para procurar a
agente de saúde e marcar consulta com este profissional.
Questionou sobre uso de vermífugo, inspecionou mucosa oral, realizou ausculta cardíaca e
121
pulmonar, e perguntou se alguma vez o paciente foi ao oftalmologista e ao otorrino. Fez
anotações no prontuário, continuou perguntou se o paciente se cansa,este negou, se o paciente
havia realizado todos os exames pedidos anteriormente e o paciente negou, se a filha estava
fazendo parte do programa e orientou para a agente comunitária fazer o cartão da criança para
acompanhá-la. Solicitou exames laboratoriais e diagnósticos: RX, ECG, VDRL. Perguntou
sobre parceiros sexuais e uso de preservativo com outros. Pediu HIV orientou que voltasse
com os resultados de todos os exames. Forneceu o endereço de onde faze-los.
O paciente perguntou sobre vasectomia, a enfermeira explicou, mas ressaltou que ele é novo
para submeter-se a esta intervenção.
Encaminhou-o ao oftalmologista a pedido do paciente.
Solicitou glicemia, colesterol e outros exames, e disse ao paciente que em sua historia familiar
há problemas cardíacos.
Perguntou o grupo sanguíneo do paciente. Alertou-o mais uma vez para atualizar sua
vacinação,
Pegou a folha de registro de produção.
Elaboração do diagnóstico: não explícito
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (não)
Orientação para o retorno? Não definido, porém verbalizou retorno anual de rotina para ele,
esposa e filho.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta de ±40 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Ficha de identificação individual.
2.Anotação do exame físico?
Anotou de forma incompleta o exame físico; não anotou orientações.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não tem diagnóstico de enfermagem, tem laboratorial não anotado maneira completa.
4.Existe conduta explícita?
Sim, em parte. Pedido de exames, investigação, encaminhamento e educação sexual.
5.Existe anotação?
Sim, incompleta.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira apresentou-me a paciente e conversou com a mesma chamando a pelo nome.
Perguntou sua idade, se tem PA elevada, e a paciente informou fazer uso de antihipertensivo
(hibroclotiazida) prescrito por médico. A PA. Foi medida e estava levada.
Leu o prontuário da paciente e verificou que a data da última consulta foi em junho 2004. A
paciente a mamografia e lhe foi pedido para repetir o exame. Pesou a paciente, mediu altura e
anotou no prontuário. Questionou sobre dieta e controle da pressão. Perguntou sobre a dieta,
122
orientou sobre o sal, como faz a verdura, que tipo de carne come (gordura) e se usava de
sulfato ferroso.
Informou que toda semana do mês atende-se paciente com HAS na unidade, perguntou se
ela faz caminhada, se o esposo tem registro no PSF, se ela toma outro remédio para pressão
além do mencionado, e quando seus medicamentos foram prescritos. A paciente informou de
modo confuso , que foi desde maio de 2003 a 29/06/2004.Foi alertada que o alimento que têm
escrito cloreto de sódio é porque tem sal. Recomendou dieta e caminhadas pela manhã e à
tarde. Perguntou como fez uso do remédio. Pediu o retorno para controlar PA e informou a
possibilidade de encaminhá-la para o cardiologista. que na família tem caso de hipertensão
alertou sobre a importância de controlar sua PA, mensalmente.
Olhou os resultados de exames de fezes e sangue, informando-a sobre os mesmos.
Pediu que evitasse comer camarão visto seu colesterol estar no limite. Passou medicação para
verminose e anemia, perguntou ainda sobre eliminação, saneamento da casa e número de
filhos.
Anotou no prontuário.
A paciente falou sobre preventivo. A enfermeira perguntou quando fez o último preventivo,
mamografia e explicou a importância de faze-los.
Perguntou sobre o esposo, se ele já fez exame de PSA.
Obs: parou para dar informação a outro paciente que bateu na porta da sala.
A enfermeira questionou se a paciente já estava na menopausa, sobre menstruação e métodos
anticoncepcionais. E ela faz uso de tabela. Como ela faz, relatou que seu ciclo é de 28 dias.
A paciente recebeu os exames e foram solicitados HDL, LDL, triglicérides, preventivo e
colposcopia.
Prescreveu mebendazol, e sulfato ferroso.
Verificou se havia edema periférico, inspecionou e palpou MMII.
Orientou para levar o marido para fazer os exames.
Conferiu as vacinas e orientou para antitetânica.
Elaboração do diagnóstico: não elaborado.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Sim
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Tempo de consulta ± 35min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Com ficha de identificação individual.
2.Anotação do exame físico?
Exame incompleto. Anotação de todos os exames pedidos e resultados recebidos.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Sim, laboratorial, mas não de enfermagem
4.Existe conduta explícita?
Em parte, como plano de cuidado.
5.Existe anotação?
Sim.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
123
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Ao começar a consulta apresentou-me para a paciente. Após,a enfermeira Perguntou o estado
geral da paciente e a vida social, sobre atividade física, acuidade visual, trabalho,
planejamento familiar, prevenção de gravidez, uso de preservativo, corrimento vaginal, ciclo
menstrual.
Aferiu a PA e informou à paciente 100/60, pesou-a, mediu-a, informou-a e anotou no
prontuário, mas não anotou as respostas dos questionamentos.
Mudou o papel da maca. No exame físico fez palpação e ao mesmo tempo, perguntas.
Ensinou-a fazer o auto-exame das mamas 5 dias após a menstruação e orientou quanto a
atividade hormonal e alterações menstruais. Falou que a encaminharia para a ginecologista.
Fez inspeção das amídalas e perguntou sobre remédio de verme, sobre eliminação, se ainda
era virgem (paciente informa que não), orientou-a quanto ao planejamento familiar e uso de
pílula, bem como a maneira de tomá-la. Falou sobre a pílula do dia seguinte, informando não
ser um abortivo e que o seu uso só é valido até 72 horas após o coito.
Informou sobre a gravidez na adolescência e seus perigos. Orientou sobre a estrutura
corpórea, as conseqüências sociais e os riscos. Falou sobre DST, AIDS e uso do preservativo.
Perguntou se sua mãe sabe que ela já teve relações sexuais (resposta não).
Pediu exame preventivo, ultra-sonografia pélvica. Indagou pelo grupo sanguíneo, sobre sífilis,
vacinação e consulta com oftalmologista. Indicou o local dos exames, anotou os pedidos no
prontuário.
Elaboração do diagnóstico: não explícito.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (não)
Orientação para o retorno? Não definido feita solicitação verbal.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ±32 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Anotações incompletas.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não de enfermagem e sim laboratorial
4.Existe conduta explícita?
não
5.Existe anotação?
Incompletas.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Não.
Entrevistada 10: D. Borboleta.
124
1º Paciente (gestante)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente ( x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico direcionado para a gestação)
Chamou a paciente, apresentou-me, perguntou quando foi sua última consulta, pediu o cartão
de vacina, os exames que já haviam sido feitos, se teve dificuldade de achar o lugar para fazer
o exame. Perguntou a idade da paciente e conversou sobre a gestação.
A paciente perguntou pelo tempo exato de sua gravidez e a enfermeira informou ser 7 meses e
2 semanas de acordo com a ultra-sonografia A enfermeira anotou alguns dados no prontuário
e informou a data provável de parto.
A enfermeira pergunta por enjôo, vômito, prisão de ventre, azia, cefaléia, corrimento, se havia
prurido, cor, perguntou por sangramento, eliminação urinária (cor ardor) e medicação.
Orientou alimentação fracionada e para que ela fizesse o preventivo.
Solicitou nova glicemia, VDRL e fazendo as dividas anotações.
Olhou a última ultra-sonografia e explicou o resultado: normal, sem alterações placenta,
líquido e peso. Anotou no prontuário esses dados. Orientou marcação de retorno, através da
agente comunitária. Aferiu a PA informou que estava baixa, perguntou por tonteira, sono
alimentação, mediu o pulso, aconselhou-a a controlar o peso, fez anotações, além de reforçar
a questão da alimentação, indagando a mesma se tomava leite, comia feijão, verduras.
Convidou-a a deitar-se na maca.
Ao Exame Físico: fez o exame das mamas, mediu a altura da barriga, o fundo do útero e a
largura e anotou no prontuário. Perguntou o peso da paciente antes de engravidar, colocou o
gel na barriga usou o sonar para ausculta de bulhas CF do feto, lavou as mãos e anotou no
prontuário. Informou que estava tudo bem, mas pediu-lhe que repetisse o exame de urina por
ela ter parado de tomar o remédio. Prescreveu um creme vaginal explicando como se usa e
solicitou os exames que ela deveria repetir. Perguntou pelo uso do sulfato ferroso, indicou
uso de camisinha estimulou o hábito de caminhar, falou da amamentação e da importância da
higiene bucal (visita ao dentista).
Elaboração do diagnóstico: não de enfermagem
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Sim, a ser marcado pela agente segundo a enfermeira.
Registro no prontuário: Sim ( ) Não (x)
Consulta de ± 40 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Com ficha de identificação individual.
2.Anotação do exame físico?
Sim, feito de maneira incompleta ou direcionado para a gestação.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
De enfermagem não; laboratoriais sim nos espaços protocolados pelo MS.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Sim, exames pedidos, medicamentos prescritos, resultados de exames apresentados, mas não
anotou orientações dadas.
6.Agendamento de retorno ou alta?
125
Não.
Paciente (mulher)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
A enfermeira convidou a paciente que estava acompanhada da mãe por ser menor de idade a
entrar na sala. Está no 3º mês de gestação e queixa-se de dor de cabeça e que o remédio
prescrito (sulfato ferroso) causa-lhe náusea.
A enfermeira saiu da sala para pegar o prontuário da paciente.
Perguntou pelo feto, informou as semanas de gestação, perguntou por enjôo, ela referiu que o
sulfato ferroso líquido provoca-lhe náusea. A enfermeira trocou a apresentação para
comprimido, perguntou por prisão de ventre, azia e corrimento (cor) prurido, pelo preventivo,
por edema, sangramentos, urina (ardor e dor) e o respectivo exame. Em virtude de a paciente
estar com ardor, recomendou que voltasse logo que tivesse o resultado desse exame.
Perguntou pelo remédio de dor de cabeça, pelo sono e por atividade física (caminhada,
alongamento). Aferiu a pressão, informou estar boa, perguntou pela ingestão de líquidos, por
sua idade e informou a importância de acompanhamento. Pesou a paciente, informou seu
peso, retirou o lençol usado e colocou outro e convidou a paciente a se deitar.
Ao Exame Físico mediu o fundo de útero, a largura da barriga, colocou o gel para uso do
sonar, fez ausculta de BCF e fez exame das mamas.
Informou sobre a importância de amamentar e ensinou como fortalecer o mamilo. A mãe da
paciente perguntou pela vacinação e pelo retorno à consulta.
A enfermeira prescreveu paracetamol, calculou o IMC, informou que o peso estava normal e
orientou a alimentação.
Prescreveu também creme vaginal até fazer o preventivo que foi solicitado.
Pediu exame de urina, anotou no prontuário e encaminhou para a vacinação. Avisou que
marcaria o retorno e mandaria pela agente de saúde.
Elaboração do diagnóstico: não de enfermagem.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (Solicitação
de exames) Prescrição para o paciente (Sim)
Orientação para o retorno? Marcar com a agente comunitária.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 25 min.
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Ficha de identificação.
2.Anotação do exame físico?
Não, somente anotou o que especifica o prontuário.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Anotou de maneira incompleta.
6.Agendamento de retorno ou alta?
126
Não.
3º Paciente (gestante)
Tipo de consulta Primária ( ) Subseqüente (x)
Avaliação do paciente (anamnese e exame físico)
Perguntou como a paciente estava passando, informou a data provável do parto.
Perguntou por enjôo, azia, corrimento, se havia feito preventivo e qual o seu resultado, e
olhou no prontuário a medicação usada (metronidazol creme). Questionou sobre urina (dor,
ardor), dor de cabeça, contou as pulsações, perguntou idade da paciente e se sabia o sexo do
feto. Perguntou se o primeiro filho nasceu de parto normal. Informou a idade gestacional (36
semanas) pelo ultra-som, aferiu a pressão, perguntou aonde teria (maternidade) o filho, se ela
sabia a existência do grupo de gestante. Pesou a paciente e informou seu peso.
Retirou da maca o lençol usado e colocou outro. Conversaram sobre alimentação, o por quê
do aumento de peso, sobre atividade física. No exame físico mediu o fundo do útero, a altura
e a largura da barriga e anotou no prontuário.
Usou o sonar para ausculta de BCF, fez exame das mamas, perguntou sobre ida ao dentista e
marcou seu retorno. Orientou quanto a amamentação, anotou no cartão de gestante os dados e
falou que esperaria mais uma semana para fazer o encaminhamento para a maternidade.
Pegou o prontuário, porém anotou muito pouco.
Elaboração do diagnóstico: não de enfermagem.
Prescrição Prontuário (Sim) Condutas assistenciais (orientações)
Prescrição para o paciente (não)
Orientação para o retorno? Definido para daqui a uma semana, se não der a luz antes dessa
data.
Registro no prontuário: Sim (x) Não ( )
Consulta ± 30 min
Roteiro para investigação no prontuário
1.Identificação do paciente/ mãe/ família: prontuário família.
Com ficha individual.
2.Anotação do exame físico?
Não.
3.Existe diagnóstico de enfermagem e laboratorial explícito (escrito)?
Não.
4.Existe conduta explícita?
Não.
5.Existe anotação?
Incompleta.
6.Agendamento de retorno ou alta?
Sim.
127
ANEXO V
QUADROS REPRESENTATIVOS PARA A CATEGORIZAÇÃO E
INTERPRETAÇÃO DE DADOS
Cada quadro está acompanhado de suas respectivas análises, tornando a exposição das
informões obtidas, mais clara e compreensível.
Quadro I Aspectos relevantes obtidos nas explanações das enfermeiras quanto história da
implantação da equipe de PSF orientadas pela questão: “Conte a história da implantação
desta equipe de PSF.”
Sujeitos
Locuções de Efeito Interpretação
(Tradução do significado)
ENF 01 “(...) Quando eu cheguei a parte de territorialização
estava pronta ... Só fui fazer a parte de contagem de
casas, das ruas e dividir para os agentes comunitários.
Tive dificuldade porque , a parte que me delimitaram foi
muito extensa e, como a gente podia pegar na época
até 200 famílias por cada agente, ... tiveram ruas que eu
não pude pegar, tive que deixar de fora. Os agentes
comunitários eram todos novos... eu fui do PACS.... A
médica que veio trabalhar comigo o era do PCS. .. as
duas auxiliares não trabalham nesta parte... A equipe toda
fez um treinamento junto e eu fui realmente treinando
os agentes. Eles tiveram um treinamento básico, tipo um
treinamento de atenção à saúde da criança, como
trabalhar com isso, atenção à saúde da mulher, os
treinamentos mesmo de hipertenso, de diabético, de
tuberculose, fui aos poucos fazendo isso. Depois que os
meninos cadastravam os pacientes, fizemos um
treinamento de visita domiciliar... A gente começou a
traçar o esquema de trabalho... Isso já veio meio definido
do curso... fazer um diagnóstico de nossa comunidade, da
nossa área, ... os agentes os chamaram e a gente explicou
para eles o que seria o PSF, como seria implantado.
Começamos a formar os grupos... a gente continuou
encaminhando os serviços, a gente fazia as consultas,
tinha consulta médica e de enfermagem..., mas nunca
funcionava 100... a gente foi tendo os treinamentos...
Começamos a colher preventivo, a gente fez um
treinamento teórico, mas a gente não fez um treinamento
prático. “Ah! Você então vai procurar um lugar para
fazer treinamento!”...Eu sinto falta de treinamento de
atenção á criança... você sabe que a enfermeira passa por
esses processos aí absurdos... principalmente na saúde
pública, nas das prescrições; PSF a enfermeira atende
igual a médico.
Enfermeira não participou
do processo de
territorialização/ a área é
extensa, distribuição
excessiva de famílias por
agente comunitário/ equipe
mista, agentes novos e
enfermeira do PACS/ agentes
cadastram as famílias/
treinamento introdutório da
equipe/ treinamento para
visita domiciliar/ Diagnóstico
da comunidade/ formação de
grupos/ encaminhamento dos
serviços de consulta médica e
de enfermagem/ treinamento
teórico e não pratico.
ENF 02 ...muita vontade de trabalhar. s tivemos um
treinamento introdutório... A demanda aqui é muito
Treinamento introdutório/
demanda grande/ visita da
128
grande, os dois primeiros anos foram assim de uma
tentativa de reestruturá-lo.. As equipes estavam muito
mais unidas... Nós visitamos toda a área de
territorialização, fizemos mapeamento, fizemos mapa de
isopor delimitando as áreas de risco e isso facilitou
bastante o início dos trabalhos. A gente foi tentando
organizar... a gente atendeu de uma forma geral. Na parte
de enfermagem foi um pouco confuso pra mim em
termos de acompanhamento e sistematização da
assistência. ”
área/ territorialização/
mapeamento/ identificação
de área de risco/ dificuldade
com ações de enfermagem.
ENF 03 ..teve inicio quatro anos atrás. Nós fomos
selecionados atras de um concurso interno, nós temos
vínculos com o estado ou com o município. Nós
iniciamos com uma oficina de territorialização. Fomos
capacitados, em um treinamento introdutório pelo ISC
(Instituto de Saúde Coletiva) e nesses quatro anos, os
profissionais na verdade, passam por capacitações
atendendo particularmente aos programas já preconizados
pelo Ministério. (...) E aqui chegando, construímos a
história que fazia parte da oficina de territorialização com
a ajuda dos agentes comunitários de saúde. Eles já
estavam em Alto de Coutos atuando pelo PACS.”
Seleção por concurso/ oficina
de territorialização/
treinamento introdutório
realizado pelo ISC/
capacitações de acordo com
os programas durante os
períodos/ agentes vindos do
PACS implantado na área
fizeram a territorialização
juntamente com a equipe.
ENF 04 ...implantação dessa equipe aconteceu com uma seleção
feita pela Secretaria Municipal de Saúde, a condição era
sermos ligados à Secretaria Estadual ou Municipal e
estarmos municipalizados. ... a principio, recrutaram
umas doze equipes, eu fui uma dessas enfermeiras para
compor essa equipe. Na verdade eles deixaram um pouco
a desejar na questão do critério de outros profissionais
que não tinham tanta concorrência. (...) .A princípio eu
estava em Beira-Mangue, mas Beira-Mangue era uma
unidade que o tinha sido nem estruturada fisicamente.
A própria construção ainda estava em andamento e eu fui
pra unidade Alto de Coutos. Uma unidade que recebeu
quatro equipes... três a principio e 6 meses depois a
quatro e com a instalação física sempre deficiente. O
treinamento introdutório foi depois de algum tempo...e a
gente não teve muito apoio no sentido de, ahoje não
termos acompanhamento das atividades... a gente o
tem a supervisão da Secretaria Municipal de Saúde. (...)
Eu não tive tantas dificuldades porque eu já vinha do
PACS e no PACS a gente teve treinamento intensivo, até
porque era uma coisa que não existia e então posso dizer
que foram dois anos de treinamento. (...) Nós fizemos
uma oficina de territorialização, nós chamamos as
lideranças comunitárias, dissemos o que nós viemos fazer
aqui, pedimos parceria... nós através da coleta de dados
dos agentes comunitários das fichas “As”, nós fizemos
um diagnóstico de saúde da comunidade. Levamos esse
diagnóstico para discussão com eles.”
Seleção pela Secretaria
Municipal de Saúde/ falta de
estrutura física/ treinamento
introdutório tardio/ oficina de
territorialização/ diagnóstico
da área.
ENF 05 “A nossa equipe de PSF veio posterior a equipe do
PACS, então, existia uma equipe de programa de
agentes comunitários de saúde que funcionava no
havia PACS na área/
territorialização feita pela
enfermeira e agentes do
129
boiadeiro, que é a área em que s trabalhamos. Tinha
uma enfermeira e 6 agentes comunitários de saúde que
cadastravam as famílias; fizeram todo o processo de
territorialização e implantaram o programa. Depois disso,
no ano 2001, nós viemos e assumimos a equipe. (...) Na
época não era permitido quem o tinha nculo com a
prefeitura assumir o PSF. (...) Eu vim como enfermeira e
toda a equipe, duas auxiliares de enfermagem, uma
médica, uma dentista ... e os agentes que eram agentes
da área. Nosso trabalho, de certa forma, foi facilitado no
início porque a gente tinha os dados do PACS que
tinha sido implantado desde 98. (...)Nós demos
continuidade ao trabalho do PACS, é claro que
ampliando bastante, porque o PACS tem uma ação mais
limitada do que o PSF. Nós revimos a área, nossa área
está em constante mudança, porque nós temos um área
enorme de palafitas. Hoje em dia já não temos mais quase
nenhuma palafita...dificulta nosso trabalho (...) Com a
organização de arquivos de microárea e de massa ...a
CONDE está fazendo um trabalho de urbanização”
PACS/ equipe de PSF deu
continuidade aos trabalhos/ o
mapeamento está sempre
sendo refeito devido a
mudanças constantes na área.
ENF 06
...foi implantada com o pessoal na unidade do São João,
é equipe do São João. O São João é um bairro e que
foi contemplado com uma equipe, e essa equipe ficou
distante da comunidade. A gente não deveria está aqui
em Beira-Mangue, a gente deveria estar no São João...
montar uma unidade na comunidade do PSF lá... aqui já
vinha com essa equipa formada que ia ter PACS. O
pessoal do PACS foi quem montou PSF aqui. Por
questão política já veio esta equipe formada ...dificuldade
nas palafitas para chegar... fechou a unidade porque
estava muito perigoso... arranjamos alguém que
conseguiu esse lugar aqui... As equipes do PACS são
todos os agentes comunitários de saúde que estão
subdivididos no PSF, todos faziam parte do PACS. Era
uma enfermeira que ficava com esses agentes todos...
Quando montou o PSF, a gente tem a equipe que atua
dependendo de carro. (...) quando nós viemos fizemos
toda aquela coisa de cadastramento das famílias, o mapa
do território e começamos a atuar assim, sendo uma
equipe dispersa... A gente fez o mapa e quem passou na
seleção foi fazer o treinamento introdutório, a gente fez lá
na Secretaria. A gente não conhecia, não tinha nem noção
da área...estava tendo uma onda de violência muito
grande que eles não deixaram a gente vir no campo. (...)
Depois, quando montaram as equipes, as famílias foram
indo, a gente foi marcando as consultas, gente foi fazer
palestra na área, foi falar do programa na área, foi
fazendo assim um entrosamento todo e aí a gente foi
trazendo os pacientes para aqui.”
Equipe longe da unidade
onde deveria ser formada/
agente comunitário do
PACS/ cadastramento das
famílias/ mapeamento/
treinamento introdutório sem
conhecimento prévio da área
quando chegaram para atuar.
ENF 07 “Aqui no subúrbio, antes do PSF tinham os agentes
comunitários que trabalhavam no Programa de Agentes
Comunitários. (...) tinha a unidade sica, o prédio da
unidade básica que funcionava, mesmo precariamente,
mas funcionava e para aproveitar essa instalação física
Equipe de transição de PACS
para PSF/ Instalações
precárias com 4 equipes para
apenas uma unidade/
reconhecimento de área/
130
formou as equipes nessa unidade exatamente em
fevereiro de 2001. Mais ou menos quatro anos.
Aproveitaram os agentes que já trabalhavam na área e
houve a formação de quatro equipes na unidade.(...) Fiz
reconhecimento da área, identificação dos problemas e
comecei a compreender o ritmo que a
comunidade ia
trabalhar. Nossa equipe era completa, tinha médico,
enfermeira, as auxiliares de enfermagem e a gente
começou a identificar a área, a identificar os problemas e
trabalhar conjuntamente com os agentes comunitários.
(...) o mapeamento da área não foi satisfatório. Até hoje a
gente ainda tem esse problema de mapeamento, tem áreas
que não são cobertas pelo PSF e áreas mais distantes que
requer transporte... que tem agentes comunitários e a área
coberta muito distante da unidade. Recebemos um
treinamento introdutório, 15 dias de treinamento por
enfermeiras do Instituto de Saúde Coletiva”.
diagnóstico da população/
mapeamento insatisfatório/
treinamento introdutório e
atuação.
ENF 08
Estou aqui quatro anos (...) A gente começou com
treinamento introdutório e participamos desde a parte
teórica e uma prática. E nessa parte fizemos a
territorialização, e participamos desde o cadastramento
das famílias junto com os ACS. No início a gente
realmente teve que construir muita coisa, desde o símbolo
de cada equipe, a cor de cada equipe, como a gente ia
identificar os ACS. A gente não tinha cartão, a gente foi
começando a dar forma ao prontuário, forma de atender...
na territorialização fomos conhecer a comunidade,
conhecer os costumes. (...) O Estado junto com a
Secretaria, junto com o município, é que fez um
treinamento introdutório com a gente. Tinham algumas
pessoas que trabalhavam em lo de capacitação do
Estado, que treinavam tanto o pessoal de Salvador, como
as outras equipes do interior. (...) E teve também a parte
de seleção... a gente começou com o cartãozinho avulso,
como marcar, como identificar, até chegar ao prontuário
família que era idealizado, mas que na prática a gente
teve que descobrir como é que aquela teoria ia funcionar
de verdade. O Instituto de Saúde Coletiva participou
também da nossa formação.
Treinamento introdutório/
territorialização/
cadastramento das famílias/
organização do atendimento
e do prontuário/ conhecer a
comunidade, até chegar ao
prontuário família.
ENF 09
Obs: é a única equipe da unidade em que os ACS o
foram do PACS e a área foi delimitada pela equipe, a
última da unidade a ser formada.
O PSF foi implantado aqui em Itacaranha na nossa
unidade em junho de 2000; propriamente dito , foi
implantado em outubro, pois nesses três primeiros meses
teve treinamento introdutório com a parte teórica e
prática. A prática foi no campo, onde a gente fez
levantamento reconhecimento de área, das microareas.
Fizemos o levantamento da necessidade da comunidade.
(...) O treinamento foi pela secretaria municipal, lá na
Fundação Luiz Eduardo Magalhães durante o período de
três meses. Teve representante da Secretaria Municipal,
da Secretaria Estadual e da Universidade também.”
ACS selecionados para o
PSF/ treinamento
introdutório/levantamento,
reconhecimento da área/
diagnóstico da comunidade.
131
ENF 10 Foi em junho, junho ou julho de 2000. Nós fizemos uma
seleção de currículo e entrevista, e após essa seleção saiu
a classificação e o local em que nós iríamos trabalhar. Foi
feita pela universidade e pela Prefeitura Municipal.
Houve um treinamento introdutório, eu trabalhava no
PACS, já trabalhava com agentes comunitários. (...) A
seleção dos agentes já havia sido feita, porque eles já
eram do PACS (...) esses agentes foram reintegrados para
o PSF. Esse treinamento introdutório foi realizado no
Centro Administrativo, naquele que antes era Fundão
Luiz Eduardo. Então foi feito treinamento com o pessoal
do nível central da SESAB e do ISC também. Quem fez a
territorialização foi os agentes comunitários que eram
do PACS. Nós precisamos ampliar um pouco,
cadastrar mais algumas famílias para poder acoplar às
que haviam se mudado, mas foi continuidade do
PACS.
Seleção feita pela Secretaria
Municipal/ treinamento
introdutório/ enfermeira e
agentes provenientes do
PACS/ territorialização feita
pelos agentes comunitários
com ampliação e
cadastramento de algumas
famílias a mais.
Quadro II Aspectos relevantes obtidos nas explanações das enfermeiras quanto a maneira
com a qual vem sendo desenvolvida a consulta de enfermagem orientadas pela questão: “De
que modo você vem desenvolvendo a consulta de enfermagem?”
Sujeitos
Locuções de Efeito Interpretação
(Tradução do significado)
ENF 01
... puericultura... a parte de investigação com a mãe,
pergunto a e sobre alimentação, sobre eliminações, se
o menino está aceitando bem a dieta, se está
amamentando, pergunto sobre a parte de higiene. (...)
examino a cri
ança da cabeça aos pés. Se eu acho que tem
alguma coisa alterada e eu observo, faço anotação. (...)
Se for uma paciente de verminose, eu medico. Paciente
de anemia a gente medica, tanto adulto quanto criança.
(...) no caso da criança que vem com alguma
queixa de
infecção urinária a gente medica... a gente estuda
farmacologia, a gente sabe qual a parte, mas até aonde eu
posso ir pela lei.”
Investigação centrada no
programa/ observação/
anotações/ medicar/ vidas
quanto ao que preconiza os
programas.
ENF 02
No início eu e a dica, a gente atendeu de uma forma
geral. Na parte de enfermagem isso foi um pouco confuso
pra mim em termos de acompanhamento e sistematização
da assistência... Tenho que atender todo mundo e a gente
não tinha uma experiência maio
r. De uma maneira geral
tínhamos dificuldade em atender o idoso, de atender um
paciente com tuberculose, com hanseníase. Inicialmente
eu tentava e me sentia às vezes muito insegura sem esse
conhecimento, apesar de que, a gente tinha nesse período
um apoio
técnico. (...) essa disponibilidade que eu tive
aqui hoje de atender, de examinar, de encaminhar, botar
na mesa é porque eu estou aqui hoje... A gente priorizou
o atendimento dela por ser um atendimento mais dessa
Atendimento de forma geral
/ confusão quanto as ações da
enfermagem / dificuldade e
pouca experiência para o
atendimento/ exames,
enc
aminhamento / exame
físico, prioridade nas ações
médicas por falta de recursos
para a enfermeira.
132
necessidade clínica de examinar. Fica defi
ciente o
atendimento do outro lado, porque eu não tenho
materiais, maca está quebrada, a balança está quebrada e
essas questões que interferem no trabalho em si,
principalmente do exame clínico. E a gente tentou
organizar, fazer uma semanas típicas de a
tendimento.
Fica uma coisa mais aberta, então, a gente faz a semana
da criança a gente só atende praticamente criança.”
ENF 03
...é feita uma programação. Essa programação atende
basicamente a enfermagem com os programas na atenção
do pré-natal, da puericultura, do hipertens
o, diabético.
Fazemos um encontro semanal o planejamento é
mensal.... é feito o agendamento e também marcações.
Previamente convidados pelos agentes comunitários, a
consulta de enfermagem é feita dentro dos padrões e
dentro das possibilidades. (...) Estamo
s instalados numa
estrutura física inadequada, mas foi a única que
conseguimos dentro da nossa microarea, e as dificuldades
acabam emperrando um pouquinho no processo
satisfatório de uma consulta de enfermagem mas, na
medida do possível, a gente consegue ter um retorno”.
Consulta programada /
programas preconizados pelo
Ministério da Saúde
ENF 04
... primeiro com exame físico, levantamento dos
problemas com a prescrição de enfermagem, que no PSF
ela se dá dentro dos programas. Então, na verdade
prescrição de medicamento. Infelizmente a gente ainda
tem um modelo curativo muito forte e a prevenção a
gente ainda não conseguiu. ...eu diria que 80% das
consultas ainda são medicalizadas mesmo, e procuro
fazer uma intervenção no paciente, no cuidador... procuro
levantar outros problemas como a questão da
humanização etc, solicito exames e interpreto-os.”.
Exame físico / levantamento
de problemas / prescrição,
solicitação e interpretação de
exames.
ENF 05
...nós atendemos aqui a família como um todo. Então,
s pegamos desde o recém-
nascido até o idoso de maior
idade. (...) Temos a puericultura, temos o pré-
natal, temos
o planejamento familiar, temos acompanhamentos de
hipertensos e diabéticos, temos também
acompanhamento de pessoas com tuberculose... Essas
c
onsultas de enfermagem o agendadas previamente e a
consulta subseqüente, sempre que o paciente vem para a
consulta, ele sai com a sua subseente marcada,
agendada também para que a gente não perca o vínculo
com o paciente.
Atendimento desde o recém
nascido ao idoso/
acompanhamentos dos
programas do Ministério/
consultas previamente
agendadas.
ENF 06
...o consultório é dividido com outra colega... então, um
turno eu estou aqui em consulta e outro turno na área. A
gente atende consultório sempre no horário oposto... pré-
natal para segunda de manhã, terça à tarde atendo
planejamento familiar, na quarta eu atendo puericultura
de manhã, quinta à tarde hipertenso e o diabético...”
Consultas de acordo com os
programas, porém com
horários definidos.
ENF 07
... não teve assim uma capacitação para nós estarmos
desenvolvendo consulta de enfermagem..(...) é uma
atividade da enfermeira, tamm do enfermeiro, mas o
foi nada projetado, nem programado para a realização da
consulta mais as atividades globais. Eu
fo a minha
Refere não ter capacitação
para co
nsulta de
enfermagem/ a enfermeira
diz fazer a consulta da
maneira como aprendeu na
133
consulta de uma forma convencional, de uma forma que
eu aprendi na universidade, mas nós não temos nenhum
parâmetro, nenhum formurio que norteie na realização
de consulta. A gente faz do modo, do nosso
conhecimento, da competência, da possibilidade... Nós
temos que executar as consultas de enfermagem, na parte
de puericultura, de todos as faixas etárias, pré-natal,
puericultura, atendimento ao idoso, hipertenso, diabético,
nós temos o adolescente e a mulher.
universidade, mas sem
parâmetro norteador.
ENF 08
“eu acho simples: o exame físico, a entrevista, anamnese,
as queixas e medicar. A gente faz também a prescrição e
a orien
tação, muita orientação; a gente tem que realmente
estar colocando muito, porque assim o paciente começa a
ter uma proximidade muito grande com a gente. Eles vêm
aqui mesmo fora da consulta, a educação de estar
explicando e de estar orientando-os é uma coi
sa muito
mais presente aqui, do que talvez em outro lugar. Mas no
PSF essa coisa de está orientando, educando, mostrando
para ele como é que faz, mas assim, a consulta é
basicamente o exame, os exames também que a gente
solicita, só isso.”
Exame físico/ en
trevista/
anamnese/ centralizar nas
queixas do paciente/ medicar/
prescrição/ orientação/
educação/ solicitação de
exames.
ENF 09
...fomos habilitadas a cada situação, por exemplo, frente
ao paciente hipertenso que a gente não era habilitada,
diabético
, paciente com DST, as DST e aconselhamento.
Esse treinamento introdutório ia ser direcionado para a
necessidade da comunidade, falando sobre a estratégia do
PSF e diferenciando do antigo para o atual... temos o
prontuário e a gente preconiza conforme a ne
cessidade do
paciente. A gente atende da criança ao idoso, de acordo
coma necessidade dele. A gente tenta solucionar dentro
das nossas condições o que a gente não pode resolvera
gente encaminha.”
Treinamento de acordo com
a necessidade do paciente
conforme os programas/
voltado para o que direciona
o prontuário.
ENF 10
“através do exame físico,abordagem. Procuramos alguma
alteração que nós possamos prevenir através da
verificação da pressão arterial, a glicemia capilar nos
pacientes que têm história, a
ntecedentes de diabetes ou
algum sintoma mesmo. O exame físico, a gente calcula o
índice de massa corpórea e dá orientações.(...). E tem
ficha individual, eno a gente vai saber o nome, a
identificação, de acordo com a área em que ele mora, e aí
vai pesqu
isar o motivo da consulta, porquê ele chegou
até aqui, o que está sentindo. Às vezes ele diz assim: ah!
Eu vim para fazer exame de rotina, vamos procurar
saber (...)”
Exame físico/ abordagem
sindrômica/ prevenção/
identificão do paciente de
acordo com a vida dele.
Quadro III Trechos significativos obtidos nas explanações das enfermeiras quanto as etapas
da consulta de enfermagem orientadas pela questão: “Todas as etapas da consulta
preconizadas são cumpridas? Quais são elas?”
Sujeitos
Locuções de Efeito Interpretação
(Tradução do significado)
134
ENF 01 se você me perguntar agora quais são as etapas
certinhas,eu não sei lhe dizer, mas eu faço a parte de
perguntas, os questionamentos a queixa. Valorizo a
queixa do paciente, ou a mãe que vem falar da criança,
escuto, faço algumas perguntas para complementar o que
precisar, faço exame físico todo e avalio os exames”.
Desconhece as etapas /
questionamentos, exame
físico / avaliação.
ENF 02 Eu fico, tento saber dentro do meu conhecimento, dentro
da minha forma de ser, de com ser profissional, tentar é
estar o mais próximo disso... da entrevista, da anamnese,
exame físico, sempre segui dessa forma, o primeiro
momento. E o momento de orientar, mistura um pouco de
anamnese com as orientações. É uma coisa que me
facilita às vezes, mas diante queixa dessa paciente, eu
vou orientando no que eu puder orientar naquele
momento”.
Entrevista/ anamnese/ exame
físico/ orientações.
ENF 03 Não. Inclusive, nós e a ppria Secretaria Municipal de
Saúde, não temos a normatização. Nós seguimos o que é
preconizado pelo Ministério da Saúde, então, pega na
questão das prescrições. Nós estamos fazendo prescrição,
eu passo prescrição, mas assim, dentro do que é
preconizado pelo Ministério da Saúde”.
o tem as etapas cumpridas
e desconhece a existência de
normatização de consulta
feita pela Secretaria
Municipal de Saúde/ a única
etapa listada foi a prescrição.
ENF 04
“a gente faz as coisas muito da forma que a gente sabe,
então, a gente não teve nenhuma discussão e nenhuma
rotina estabelecida para consulta de enfermagem. A gente
faz a consulta, eu faço exame físico, levantamentos de
problemas e a intervenção, se necessária, e orientações”.
Exame físico/ levantamento
de problemas/ intervenção/ e
orientações.
ENF 05 ...eu acredito que o... a gente não segue padrões. Cada
uma tem a sua rotina pessoal, então não existe uma
padronização, que todas atendam da mesma forma, da
mesma maneira, seguindo o mesmo roteiro, o mesmo
estilo.
o é sistematizada.
ENF 06
As vezes sim, as vezes não. Tem horas que a gente está
com mais tempo e mais disposição e aí a gente segue um
roteiro. Tem hora que você não segue roteiro nenhum... O
paciente vem com a queixa. Aí você fala só daquela
queixa e tenta ir evoluindo as outras coisas, mas não há
um padrão, isso que eu sinto falta, uma padronização que
a gente pudesse seguir, um roteiro para a consulta fluir
até mais rápido pra gente. Em criança tem aquele
roteiro... mas os outros não tem uma ficha. Os outros
programas você vai fazendo meio solto, mesmo.”
o é sistematizada. Segue
um roteiro a dependendo da
disponibilidade de tempo e
vontade.
ENF 07 “A gente não tem uma determinação (...), A gente que
tem mais ou menos organizada uma primeira consulta, se
ele vem para a enfermeira, se é gestante ou puericultura a
gente tem mais uma padronização porque temos uma
ficha de acompanhamento correta, completa. Quando é
diabético e hipertenso a gente os cadastra no hiperdia e
vai acompanhando as consultas subseqüentes. À medida
em que eles vão fazendo as queixas, vem as orientações
de acordo com o que apresentam. Não temos etapas, não
seguimos, fechar um diagnóstico, fazer a consulta,
Dependendo da consulta
um formulário especifico /
orientações de acordo com as
queixas/ o segue etapas
específicas/ levantamento de
problemas/ fechamento de
diagnóstico/ traçar um plano
alternativo.
135
levantar os problemas, fechar o diagnóstico e traçar um
plano alternativo. Não executamos issoo.
ENF 08 Sim, eu creio que sim... Anamnese, exame físico,
prescrição e diagnóstico de enfermagem.
Anamnese/ exame físico/
prescrição/ diagnóstico de
enfermagem.
ENF 09 A gente tenta preconizar dentro do possível... A gente
começa com a história do paciente, depois faz a
investigação panorâmica. Essa investigação é se o
paciente fumava, se fuma, o social dele, se ta empregado,
se não esta empregado, (...) medidas preventivas, sobre as
vacinas (...) o passado desse paciente (...) faixa de
informações (...) depois, a gente passa para o exame
físico. (...) e sempre visando a prevenção de doenças
como AIDS, tuberculose, e outras.”
História do paciente/
investigação panorâmica/
medidas preventivas/ exame
físico/ orientações.
ENF 10 São. A gente identifica o paciente, seu endereço, e o
motivo da consulta. A gente pergunta se ele tem
hipertensão, se ele tem diabetes, verifica se ele bebe, se
ele fuma, pesquisa todos esses fatores de risco, Vacinas,
se ele tomou as vacinas, se ele está empregado, se ele está
desempregado, o social dele, se tem alguma atividade
física, s faz algum esporte, como é a alimentação dele,
procura-se saber um pouquinho sobre a qualidade de vida
dele, como ele está.”
Identificação do paciente/
investigação.
Quadro IV – Trechos significativos obtidos nas explanações das enfermeiras na percepção da
importância de ter sistematizada essa consulta, orientadas pela questão: ”Você conhece a
importância de ter sistematizada a consulta?”
Sujeitos
Locuções de Efeito Interpretação
(Tradução do significado)
ENF 01 ...sinto falta disso. (...) eu acho que eu sou nova nesta
parte... quatro anos é pouco diante da dificuldade... eu
entrei no PSF sem saber o que era a consulta de
enfermagem. Na faculdade eu não fiz consulta de
enfermagem...saúde pública pra mim foi uma negação na
faculdade. (...) O que eu vou fazer aqui, eu perguntei, não
sabia nada, eu falei logo, não entendo nada de saúde
publica, o sei nada, nem esquema vacinal eu sabia...
quando apareceu o PACS, a gente também fazia uma
consulta, mas eu também não sabia como funcionava...
Ah!, quando foi no PSF, pronto, você tem que atender o
paciente. Eu não sei sinceramente eu não sei o que eu
tenho que fazer num consultório”.
O tempo de experiência é
pouco/ a universidade não
contribuiu para a saúde
pública, nem para a consulta
de enfermagem/ enfermeira
desconhece as etapas da
consulta.
ENF 02 “acredito, o que eu vejo como impedimento em relação a
isso é o tempo. (...) cada profissional também tem seu
tempo, seu ritmo, e assim, 15 minutos pra mim, é
inviável. Tento buscar, tento estar trabalhando isso, então
assim, a consulta de enfermagem, para fazer toda essa
avaliação, todas essas orientações com mais
Reconhece a importância,
porém considera a
disponibilidade de tempo um
em
pecilho/ a grande
quantidade de consultas por
dia/ considera que
136
tranqüilidade, relembrar essas coisas anotando, eu acho
que exige mais... Em 8 consultas se a gente for calcular,
sabendo que tem paciente que a gente precisa de mais
tempo... isso muitas vezes dificulta a sistematização... o
impresso de saúde materna ... acho um impresso que
ajuda bastante você sistematizar, você seguir aquela
seqüência de questionamentos e que sem ele, às vezes eu
me perco, não faço determinadas perguntas. E um
prontuário que nos ajude nesse sentido... eu
particularmente não gosto da elaboração de alguns
prontuários que se tem, às vezes não ajuda na consulta.
sistematizar ajudaria muito se
houvesse impressos próprios
e direcionados.
ENF 03 o tenho dúvida, a gente tem que ter um parâmetro...
algo que nos respalde e que nos norteie nesse trabal
ho da
consulta. Infelizmente nós não temos”.
Reconhece a importância de
ter sistematizada e a
necessidade de documentos
que a regimentem.
ENF 04 Sim, reconheço, reconheço e sinto a necessidade disso”. Reconhece a importância de
ter sistematizada.
ENF 05 Sim, eu acredito que é importante que haja uma
organização na sistematização. Agora, eu acredito
também que, para a gente implantar isso, a gente
precisaria ter algum instrumento que pudesse nos dar um
apoio nesse sentido. Por exemplo, se a gente tivesse um
impresso próprio para cada consulta...o pré-natal.... a
ficha de saúde materna ...acho que mais ou menos todo
mundo segue aquele mesmo esquema. Mas as outras,
puericultura e planejamento familiar não existe uma
ficha... das informações que você deve pedir e que seja
uma coisa prática que você esteja pegando as
informações esteja anotando nos lugares devidos...”
Reconhece a necessidade de
ter sistematizada a consulta, a
necessidade de haver
impressos próprios para
facilitar o atendimento.
ENF 06 É, nos casos que têm, como no hipertenso, no
adolescente, ainda vai muito da disposição da gente, da
hora, do tempo que tem para fazer uma consulta geral, de
ver o paciente como um todo. Mas tem momentos que
você falha nessa coisa. Se tivesse um padrão você
perguntaria tudo e poderia ser melhor para o paciente e
até melhor pra gente. O trabalho ficaria mais fácil,
poderia ser conduzido melhor. Mas depois você vai
fazendo e aí pula, pode pular coisas importantes.
Reconhece que deve haver
padronização para se seguir.
ENF 07 Reconheço (...). Facilita ao lado da gente, porque a
gente fica um pouco solta, tem horas que você tem que
atender todas as faixas etárias, todos programas. (...) acho
que a sistematização é bem vinda e necessária.”
Reconhece a importância e
acredita que facilitaria o
trabalho.
ENF 08 Sim, claro, até pra gente... eu sei que é importante para
esta ajudando a gente a identificar os problemas, pra
gente priorizar e identificar o norteamento, qual a
conduta que você vai ter, então você precisa ser
sistematizada pra você está identificando, examinando,
pra que se costure uma coisa na outra, pra que a gente
ligue uma coisa na outra e tenha um diagnostico final.”
Reconhece a importância e
considera que ajudaria a
identificar os problemas do
paciente.
ENF 09 “A gente conhece porque facilita o trabalho quando é
sistematizada, e o manual do ministério, tamm ajuda
Reconhece a importância de
ter sistematizada e que isto
137
muito a saber o limite do enfermeiro, até onde vai o
limite do enfermeiro. Precisa melhorar as diretrizes. Os
manuais, logo que saiam a gente tem que ter
conhecimento deles.”
seria de grande ajuda para a
enfermagem.
ENF 10 Reconheço sim, porque vai haver protocolos
direcionados para a consulta; as prescrições de
enfermagem protocoladas, o enfermeiro mais inserido na
consulta, saber realmente o que ele deve e o que ele pode
fazer.”
Reconhece a importância de
ter sistematizada e que
haveria direcionamento.
Quadro V Trechos significativos obtidos nas explanações das enfermeiras na identificação
dos fatores positivos e negativos para que a consulta de enfermagem seja viabilizada
orientadas pela questão: ”Que fatores positivos ou negativos você identificou na viabilização
desta consulta?”
Sujeitos
Locuções de Efeito Interpretação
(Tradução do significado)
ENF 01 ...eu sinto falta de um papel próprio, a gente tem um
ofício de atenção à criança, a gente tem ofício de atenção
ao adulto, a gente tem um impresso de planejamento
familiar, de atenção à mulher e tudo bonitinho, mas esses
impressos nunca apareceram pra gente... eu quero um
prontuário decente.. .não tem aquela folha de capa que
você bota atenção à criança e descreve tudo sobre a
criança e tudo mais certo? Não funcionava, isso eu ainda
não consegui fazer funcionar (...) pegava pra fazer, pra
preencher aquilo tudo bonitinho, mas quando passava
pela dica já não funcionava tudo direito. Se reparar
tem três prontuários. Ela às vezes o o prontuário, e
às vezes não tem paciência, pega uma folha em branco e
anota, entendeu?...eu tenho que pegar uma folha nova pro
prontuário, eu vou grampear pra folha não ficar solta, não
se incomoda com isso e eu sito falta disso... um ponto
negativo essa falta de organização do prontuário... Um
ponto negativo é você não ter material pra fazer
consulta... eu agora tenho um estetoscópio infantil,
porque o tinha nem um estetoscópio... hoje não tem
nem álcool. (...) Isso é uma complicação. ...agora pra
gestante eu não tenho o sonar, o sonar está sem pilhas;
eu consegui até umas pilhas e as pilhas sumiram,. (...) não
tem higiene. Você viu o calor que a gente passou aqui.
Ou você tem um ventilador ou a porta aberta que o dá
privacidade ao paciente, ou você fica sufocado, numa
estufa. (... ) quase dois anos fora da unidade, vamos
atender as prioridades...vamos pra secretaria pedir uma
unidade decente pra atender. (...) positivos da consulta,
bom repare o planejamento... as palestras... as sessões
educativas... fazia aconselhamento em grupo e
individual... tem pacientes aqui de planejamento que
querem vir pra mim a gente vira confidente..
Pontos negativos: Falta de
impresso próprio para todos
os programas e os que
existem sempre estão em
falta / prontuário
desorganizado/ falta de
material para consulta/ falta
de higiene/ a unidade não
tem espaço físico adequado.
Pontos positivos: o
planejamento feito/ palestras
e sessões educativas/ escolha
do paciente pela consulta
com a enfermeira.
138
ENF 02 ...Primeiro espaço físico seria um fator positivo, alias,
uma necessidade. Um fator negativo seria a o
disponibilização de uma sala de consulta, pois a gente
está aqui em uma unidade provisória um ano e meio...,
toda hora a auxiliar tem que entrar, às vezes chega o
agente comunitário... essa necessidade de está na minha
sala fechada... privacidade eu sito falta. material está OK,
está ótimo, a gente fica feliz. Tem tudo, mas daqui a
pouco não tem nada. Às vezes falta sonar que existia,
mas não a bateria, estão esperando chegar. (...)no
momento estrutura física e consumo. É o que a gente te
embaixo hoje dentro da proposta; não é o ideal...
Faltam impressos de insumo, de medicação. De positivo
na consulta, é o momento do retorno do paciente e muitas
vezes das suas orientações; a disponibilidade deles
estarem expressando. (...) A consulta em si, eu acho um
momento muito bom, de você às vezes num diálogo você
pegar coisinhas que, do dia-a-dia do paciente,
principalmente a gente que trabalha aqui, que vivencia
um pouco a família.”
Pontos negativos: espaço
físico/ interrupções da
consulta/ falta de
materiais/falta de impressos/
falta de privacidade.
Pontos positivos: o retorno
do paciente/ diálogo e
vivência com a paciente.
ENF 03 ...vou começar por um ponto positivo. O próprio
acolhimento que a comunidade está tendo com a gente
nesse momento de crise, nesse momento em que a
unidade es desativada e a gente encontrou um grupo
que nos recebe bem; uma equipe que eu tenho o maior
orgulho de fazer parte dela. o 7 agentes comunitários
comprometidos com o trabalho (...) até para que essa
equipe consiga fluir melhor, eno, a gente tem que ter
um entrosamento, uma interação muito boa. Isso faz com
que a gente consiga superar esses obstáculos que a gente
vive no dia-a-dia. Negativos, mesmo nesse acolhimento a
gente está trabalhando hoje numa condição física
extremamente precária, você es vendo aí, a falta de
insumos começa do planejamento familiar até
antihipertensivo, material de limpeza, material de
proteção”.
Pontos positivos: o
acolhimento da comunidade/
entrosamento da equipe.
Pontos negativos: espaço
físico precário/ falta de
insumos.
ENF 04 ... positivos: a autonomia que o enfermeiro tem no
PSF.... Uma outra coisa, o reconhecimento que a
comunidade tem do papel do enfermeiro,... Na minha
equipe, por exemplo, a preferência da comunidade é pela
consulta do enfermeiro.... Negativo essa falta de
sistematização, a falta de um acompanhamento dessas
ações, a falta de proteção jurídica efetiva. ..não está
sistematizado a vel da secretaria municipal, a nível de
ponta, não está juridicamente estabelecido”.
Pontos positivos: a
autonomia que o enfermeiro
tem/ reconhecimento que a
comunidade tem do papel do
enfermeiro.
Pontos negativos: falta de
sistematizão/ de um
acompanhamento das ações/
falta de proteção jurídica
efetiva.
ENF 05
...fator negativo eu acho essa cobraa de números é um
stress para o profissional, porque no final de cada
consulta você é avaliado, quer dizer, como equipe,
avaliado, e á o colocados aqueles gráficos com aqueles
números e você não atinge, se sua equipe não atinge
assim,“X” meros de consulta de enfermagem, você
Pontos positivos: tempo de
curso que serviu com início
significativo/ cursos de
qualificação.
Pontos negativos: número de
139
publicamente é até ridicularizado como profissional. Mas
eu acho que... essa avaliação não deveria ser dessa
maneira. Deveríamos ter um servo, uma avaliação mais
qualitativa, porque quantitativa é importante, mas a
supervalorização do quantitativo nessa cobrança que você
tem de você dar “X” consultas com esse número
excessivo que eu acho 16 para que você tenha uma
qualidade melhor no serviço. Isso é um dos pontos
negativos. Outro ponto negativo, pelo menos aqui na
nossa unidade, é que nóso dispomos de uma sala
própria que nós dividimos a sala com outro
profissional. Então a gente essempre preocupado com
o outro que vai atender depois e que você tem que liberar
a sala imediatamente.(...) outro precisa está sempre
interrompendo a consulta, entrando e saindo, e isso o é
uma coisa que tem contribuído, pelo contrario, tem
contribuído negativamente. Positivos que a gente pode
apontar, eu acho que a gente tem um bom tempo de curso
que nos ajudaram a pelo menos dar o ponta inicial ao
trabalho...curso de saúde materna... a saúde reprodutiva...
preparação e o incentivo ao estudo, melhorariam para
você e para seus pacientes em sua qualidade de
atendimento.”
consultas e avaliação destas/
estrutura física inadequada.
ENF 06 O ponto positivo é a oportunidade que a gente tem de
treinar mais essa consulta. A importante do seu papel de
procurar saber mais do paciente,o que ele tem. Conversar
com ele.. .tem hora que eu acho...que com os protocolos
tem dado mais pra gente resolver o problema do
paciente...dificuldade de encaminhar. .. você tem que está
procurando o dico para fazer alguma coisa...tem hora
que você depara ainda com aquela coisa que você não
sabe até onde você pode ir...”
Pontos positivos:
oportunidade de treinamento/
saber mais do paciente.
Pontos negativos: dificuldade
de encaminhamento/ falta de
delimitação das ações de
enfermagem.
ENF 07 ...trabalha com todas as áreas, então, é vasto o campo de
atuação, mas por outro lado, isso pulveriza toda a sua
concentração. Às vezes você está atendendo várias
pessoas com faixas etárias com problemas diferentes,
situações diferenciadas que a gente não tem nenhum
direcionamento.(...) A gente tem gente dificuldade com o
espaço físico, (...) dificuldade no atendimento assim de
resolver os problemas do cliente, da pessoa que chega.
Nem sempre a gente pode encaminhar adequadamente e
isso são fatores negativos. Positivos... uma população
adescrita de mais ou menos 5 mil pessoas (...) apesar de
ser amplo o campo de atuação, trazer alguma dificuldade
pra gente agora na deficiência em algumas áreas, mas ela
facilita você ver e acompanhar como um todo a
comunidade. Eno, isso é ponto positivo, você consegue
visualizar o todo.”
Pontos positivos: vastidão do
campo de atuação, população
atendida (muito grande).
Pontos negativos: falta de
direcionamento/ espaço
físico/ dificuldade no
atendimento.
ENF 08
O que facilita,... anamnese, conhecer o paciente, eu acho
que tudo é importante (...) Positivo é quando você
conversa e quando você examina, você identifica outras
coisas que às vezes não foi relatado e que a paciente
mesma desconhece. Desconhece que é um problema (...)
Pontos positivos: anamnese/
conhecer o paciente/
conversar e examinar/ o
próprio exame físico.
140
é positivo a anamnese em que você conhece a vida dela
(...) é positivo o exame físico (...) Essas etapas são todas
positivas, a prescrição tudo acho que é positivo.
Identificar o negativo é complicado, não sei o que é
negativo que na consulta em si.
Pontos negativos: não
identificados pela enfermeira.
ENF 09 A ficha pra gente sinalizar os dados, eu acho importante
(...) Isso são pontos positivos. O ambiente depois de 2002
foi reformado, temos um ambiente agradável, a falta de
material é o mínimo possível dentro do normal, e os
pacientes saem daqui satisfeitos (...). A gente precisava
mais de um outro tipo de prontuário mais completo
Pontos positivos: ficha para
sinalização de dados/ espaço
físico bom materiais.
Pontos negativos: prontuários
incompletos.
ENF 10 Positivo é legalizar como eu disse, protocolar. A gente
vai sentir mais segurança na prescrição, como prescrever,
o que pode prescrever, quando prescrever (...) positivo é a
confiança do paciente (...) o paciente às vezes precisa
dessa medicação. E a limitação é um fator negativo. É
positiva a orientação que a gente passa para o paciente,
essa orientação que a gente a ele sobre os cuidados
que a gente deve ter.
Pontos positivos: legalização
e protocolos que dêem
segurança/ orientações ao
paciente e o cuidado.
Pontos negativos: limitações
da enfermagem por falta de
protocolos de ações.
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