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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ - UNIOESTE
CENTRO DE ENGENHARIAS E CIÊNCIAS EXATAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO “STRICTO SENSU” EM
ENGENHARIA QUÍMICA – NÍVEL MESTRADO
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO REATIVA
VILMAR STEFFEN
TOLEDO - PR
2010
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VILMAR STEFFEN
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO REATIVA
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Engenharia Química em
cumprimento parcial aos requisitos para
obtenção do título de Mestre em Engenharia
Química, área de concentração em
Desenvolvimento de Processos.
Orientador: Prof. Dr. Edson Antonio da Silva
TOLEDO - PR
2010
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Catalogação na Publicação elaborada pela Biblioteca Universitária
UNIOESTE/Campus de Toledo
Bibliotecária: Marilene de Fátima Donadel - CRB – 9/924
Steffen, Vilmar
S817m Modelagem e simulação de colunas de destilação reativa /
Vilmar Steffen. -- Toledo, PR : [s. n.], 2010
177 f. : il.
Orientador: Dr. Edson Antonio da Silva
Dissertação (Mestre em Engenharia Química) -
Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Campus de Toledo.
Centro de Engenharias e Ciências Exatas.
1. Engenharia química 2. Processos químicos - Modelagem
3. Processos químicos – Simulação 4. Colunas de destilação 5.
Destilação reativa I. Silva, Edson Antonio da, Orient. II. T
CDD 20. ed. 660.28
425
AGRADECIMENTOS
À CAPES, pelo apoio financeiro.
À minha família.
Aos meus amigos.
Ao Prof. Dr. Edson Antonio da Silva pela excelente orientação.
“Uma pessoa que nunca cometeu erros,
nunca fará nada de interessante.”
Albert Einstein
ii
MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE COLUNAS DE DESTILAÇÃO REATIVA
Autor: Vilmar Steffen
Orientador: Edson Antonio da Silva
Dissertação de Mestrado; Programa de Pós-Graduação em Engenharia
Química; Universidade Estadual do Oeste de Paraná; Rua da Faculdade, 645;
CEP: 85903-000 – Toledo – PR, Brasil, 2010. 177p.
RESUMO
Destilação reativa é a combinação de reação química e separação por
destilação em um único equipamento (geralmente estes processos acontecem
separadamente e em seqüência nas indústrias de processos químicos). A
integração destas duas operações pode aumentar o desempenho global da
linha de produção. Desta forma, torna-se necessário um estudo prévio da
possibilidade de se reunir estes processos em um equipamento. A
ferramenta para se iniciar o estudo sobre um novo processo ou a otimização de
um processo em operação é a modelagem e simulação.
Os modelos matemáticos para a coluna de destilação reativa são
constituídos de um sistema de equações não lineares. Vários algoritmos para
simulação de colunas de destilação em regime permanente com diferentes
graus de precisão e consequentemente de dificuldades foram desenvolvidos
nas últimas décadas. Entretanto, estes algoritmos não fornecem um
procedimento para a obtenção de estimativas iniciais, que são fundamentais
para convergência do método utilizado para resolver o sistema de equações
não lineares. Neste trabalho foi desenvolvido um algoritmo para resolução do
modelo matemático que descreve o processo de destilação reativa em colunas
que operam em regime permanente. No algoritmo desenvolvido definiu-se um
procedimento de obtenção de estimativas iniciais razoáveis que facilitem a
convergência do método. A grande maioria dos métodos para simulação de
coluna de destilação em estado estacionário resolve todas as equações
simultaneamente com um método de solução de sistema de equações não
lineares. Neste trabalho foi desenvolvido um algoritmo passo-a-passo, para
facilitar a compreensão do mesmo, onde o todo de solução de sistemas de
iii
equações não lineares é necessário apenas para o conjunto de equações que
modelam as reações químicas, para tal, foram utilizados dois métodos de
solução de sistemas de equações não lineares, o método de Broyden (uma
variação do método de Newton-Raphson) e o método da continuação
homotópica (ou homotopia).
O modelo matemático utilizado foi obtido a partir de balanços de massa,
balanços de energia, equações de somatória, equilíbrio de fases e equilíbrio
químico ou cinética química. A modelagem do equilíbrio de fases é rigorosa por
meio do cálculo de coeficientes de atividade e fugacidade, a modelagem dos
efeitos térmicos também é rigorosa por meio do cálculo das entalpias residual e
de excesso.
O algoritmo desenvolvido foi avaliado a partir de exemplos da literatura e
em todos os casos os resultados obtidos foram semelhantes àqueles
encontrados na literatura.
Palavras Chave: Destilação reativa; Modelagem; Simulação; Intensificação de
processos.
iv
MODELLING AND SIMULATION OF REACTIVE DISTILLATION COLUMNS
Autor: Vilmar Steffen
Supervisor: Edson Antonio da Silva
Master Thesis; Pos-Graduate Program in Chemical Engineering; West State
University of Paraná; Rua da Faculdade, 645; Zip code: 85903-000 Toledo
PR, Brazil, 2010. 177p.
ABSTRACT
Reactive distillation is the combination of chemical reaction and
separation by distillation in only one equipment (these processes generally take
place separately and in sequence in the industries of chemical processes). The
integration of these two operations can increase the global performance of the
production line. Thus, becomes necessary a previous study of the possibility to
join these processes in a single equipment. The tool to start the study on a new
process or the optimization of a process in operation is the modeling and
simulation.
The mathematical models for reactive distillation columns are constituted
of a system of non linear equations. Several algorithms for simulation of
distillation columns in steady state with different degrees of precision and
consequently of difficulties were developed in the last decades. However, these
algorithms don't supply a procedure to obtain the initial guesses, that are
fundamental for the convergence of the method used to solve the system of non
linear equations. In this work was developed an algorithm for the solution of
mathematical model that describes the reactive distillation process in columns
that operates in steady state. In the developed algorithm was defined a
procedure to obtain reasonable initial guesses that facilitates the convergence
of the method. The great majority of methods for simulation of distillation
column in stead-state solve all the equations simultaneously by a system of non
linear equations solution’s method. In this work was developed an algorithm
step-by-step, to facilitate it’s understanding, where the system of non linear
equations solution’s method is necessary just for the group of equations that
models the chemical reactions, so that, two system of non linear equations
v
solution’s methods were used, the method of Broyden (a variation of the
Newton-Raphson’s method) and the homotopy continuation method (or
homotopy).
The mathematical model was obtained from mass balances, energy
balances, sum equations, phase equilibrium and chemical equilibrium or
chemical kinetics. The modeling of phase equilibrium is rigorous by means of
the calculation of activity and fugacity coefficients, the modeling of the thermal
effects is also rigorous by means of the calculation of the residual and excess
enthalpies.
The developed algorithm was evaluated from examples of the literature
and in all cases the obtained results were similar to those found in the literature.
Keywords: Reactive distillation; Modeling; Simulation; Process intensification.
vi
LISTA DE FIGURAS
Figura 2.1.1 - Divisão de uma coluna de destilação reativa em três secções....6
Figura 2.3.1 - Complexidade do modelo na simulação de destilação reativa
(SUNDMACHER & KIENLE, 2003)...................................................................13
Figura 3.2.1 - Representação esquemática dos fluxos em um estágio genérico
de uma coluna de destilação............................................................................23
Figura 3.2.2 - Representação esquemática dos fluxos de todos os estágios em
uma coluna de destilação.................................................................................24
Figura 3.3.1 - Representação do cálculo da entalpia com referência no estado
do componente puro.........................................................................................27
Figura 3.4.1 - Algoritmo para simulação de colunas de destilação reativa......29
Figura 3.4.3.1 - Ilustração de perfil linear da estimativa inicial da temperatura
ao longo da coluna. ..........................................................................................34
Figura 3.4.4.1 - Ilustração do perfil de estimativa inicial do grau de avanço ao
longo da coluna. ...............................................................................................36
Figura 4.1.1 - Erro a cada iteração para simulação do exemplo 1...................49
Figura 4.1.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 1............50
Figura 4.1.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 1.....50
Figura 4.1.4 - Perfis das frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 1.........................................................................................................51
Figura 4.1.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 1.........................................................................................................51
Figura 4.1.6 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 1........................52
vii
Figura 4.1.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 1.
.........................................................................................................................52
Figura 4.1.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 1. 53
Figura 4.1.9 - Comparação entre os dois modelos de estimativa inicial e
resultado da simulação para o perfil de temperatura ao longo da coluna do
exemplo 1.........................................................................................................54
Figura 4.1.10 - Erro a cada iteração para as duas estimativas iniciais do perfil
de temperatura do exemplo 1...........................................................................54
Figura 4.1.11 - Ilustração da coluna de destilação do exemplo 1....................56
Figura 4.2.1 - Erro a cada iteração para simulação do exemplo 2...................58
Figura 4.2.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 2............59
Figura 4.2.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 2.....59
Figura 4.2.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 2.........................................................................................................60
Figura 4.2.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 2.........................................................................................................60
Figura 4.2.6 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 2........................61
Figura 4.2.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 2.
.........................................................................................................................61
Figura 4.2.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 2. 62
viii
Figura 4.2.9 - Comparação entre os dois modelos de estimativa inicial e
resultado da simulação para o perfil de temperatura ao longo da coluna do
exemplo 2.........................................................................................................62
Figura 4.2.10 - Erro a cada iteração para as diferentes estimativas iniciais do
perfil de temperatura do exemplo 2..................................................................63
Figura 4.2.11 - Ilustração da coluna de destilação do exemplo 2....................65
Figura 4.3.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 3.................68
Figura 4.3.2 - Perfis de temperatura ao longo da coluna do exemplo 3 para os
modelos de equilíbrio e cinética química..........................................................69
Figura 4.3.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 3 para
os modelos de equilíbrio e cinética química.....................................................69
Figura 4.3.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e cinética química............................70
Figura 4.3.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e cinética química............................70
Figura 4.3.6 - Perfis de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para
os modelos de equilíbrio e cinética química.....................................................71
Figura 4.3.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos
de equilíbrio e cinética química. .......................................................................72
Figura 4.3.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 3
para os modelos de equilíbrio e cinética química.............................................72
Figura 4.3.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 3
para os modelos de equilíbrio e cinética química.............................................73
ix
Figura 4.3.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para o
modelo de equilíbrio químico............................................................................73
Figura 4.3.11 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para o
modelo de cinética química..............................................................................74
Figura 4.3.12 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 3
(equilíbrio).........................................................................................................75
Figura 4.3.13 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 3
(cinética)...........................................................................................................76
Figura 4.4.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 4.................78
Figura 4.4.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4............79
Figura 4.4.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 4.....79
Figura 4.4.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 4.........................................................................................................80
Figura 4.4.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 4.........................................................................................................80
Figura 4.4.6 - Perfil do grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4......81
Figura 4.4.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4........................81
Figura 4.4.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4.
.........................................................................................................................82
Figura 4.4.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4. 82
x
Figura 4.4.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4. .................83
Figura 4.4.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 4. .......84
Figura 4.4.12 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................86
Figura 4.4.13 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................87
Figura 4.4.14 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................87
Figura 4.4.15 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 4 considerando uma possível reação paralela...................................88
Figura 4.4.16 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 4 considerando uma possível reação paralela...................................88
Figura 4.4.17 - Perfis de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................89
Figura 4.4.18 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4 considerando
uma possível reação paralela...........................................................................89
Figura 4.4.19 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................90
Figura 4.4.20 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................90
Figura 4.4.21 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para os perfis de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela. ...................................................91
xi
Figura 4.4.22 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 4 (com
reação paralela)................................................................................................92
Figura 4.5.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 5.................95
Figura 4.5.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 5............95
Figura 4.5.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 5.....96
Figura 4.5.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 5.........................................................................................................96
Figura 4.5.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 5.........................................................................................................97
Figura 4.5.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 5......97
Figura 4.5.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 5........................98
Figura 4.5.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 5.
.........................................................................................................................98
Figura 4.5.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 5. 99
Figura 4.5.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 5. .................99
Figura 4.5.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 5. .....101
Figura 4.6.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 6...............104
Figura 4.6.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 6..........104
Figura 4.6.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 6...105
Figura 4.6.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 6.......................................................................................................106
xii
Figura 4.6.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 6.......................................................................................................106
Figura 4.6.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 6....107
Figura 4.6.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 6......................107
Figura 4.6.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 6.
.......................................................................................................................108
Figura 4.6.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 6..108
Figura 4.6.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 6. ...............109
Figura 4.6.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 6. .....110
Figura 4.7.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 7...............113
Figura 4.7.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 7..........113
Figura 4.7.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 7...114
Figura 4.7.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do
exemplo 7.......................................................................................................114
Figura 4.7.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do
exemplo 7.......................................................................................................115
Figura 4.7.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 7....115
Figura 4.7.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 7......................116
Figura 4.7.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 7.
.......................................................................................................................116
xiii
Figura 4.7.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 7.
.......................................................................................................................117
Figura 4.7.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação
para o perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 7. ...............117
Figura 4.7.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 7. .....118
Figura I.1 - Ilustração da curva homotópica para o caso de uma equação com
apenas uma variável.......................................................................................134
Figura I.2 - Ilustração da curva homotópica para o caso de uma equação com
uma variável, com pontos de inversão. ..........................................................135
Figura I.3 - Ilustração do método preditor corretor da continuação homotópica.
.......................................................................................................................135
Figura I.4 - Algoritmo para decomposição QR...............................................140
Figura I.5 - Algoritmo do método preditor-corretor da continuação homotópica.
.......................................................................................................................142
Figura I.5 - Algoritmo do todo preditor-corretor da continuação homotópica
(continuação)..................................................................................................143
Figura I.5 - Algoritmo do todo preditor-corretor da continuação homotópica
(continuação)..................................................................................................144
Figura I.6 - Caminhos do método preditor-corretor no exemplo para diferentes
estimativas iniciais..........................................................................................144
Figura I.7 - Caminhos do método predito-corretor no exemplo para diferentes
estimativas iniciais (com sinal do vetor tangente invertido)............................145
Figura II.1 - Ilustração da minimização do quadrado da norma Euclediana. .149
Figura III.1.1 - Algoritmo da eliminação de Gauss.........................................152
Figura III.2.1 - Algoritmo de Thomas..............................................................154
xiv
Figura III.2.2 - Algoritmo do método de Gauss adaptado para sistemas
tridiagonais. ....................................................................................................155
xv
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.4.1.1 - Especificação de incógnitas, equações e origem das equações
do modelo.........................................................................................................32
Tabela 4.1.1 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 1.
.........................................................................................................................48
Tabela 4.1.2 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 1
com os resultados de KING (1980) e ALFRADIQUE (2003). ...........................55
Tabela 4.2.1 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 2.
.........................................................................................................................57
Tabela 4.2.2 - Frações molares da corrente de alimentação da coluna do
exemplo 2.........................................................................................................57
Tabela 4.2.3 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 2
com os resultados de ALFRADIQUE (2003). ...................................................63
Tabela 4.2.4 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 2
com os resultados de ALFRADIQUE (2003) para frações molares das correntes
de saída............................................................................................................64
Tabela 4.3.1 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do
exemplo 3.........................................................................................................67
Tabela 4.3.2 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 3.........................................................................................................67
Tabela 4.3.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do
exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e cinética química com os resultados
de CHEN et al. (2000). .....................................................................................75
Tabela 4.4.1 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do
exemplo 4.........................................................................................................77
Tabela 4.4.2- Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 4.........................................................................................................78
xvi
Tabela 4.4.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do
exemplo 4 com os resultados de CHEN et al. (2000).......................................83
Tabela 4.4.4 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do
exemplo 4 considerando uma possível reação paralela...................................85
Tabela 4.4.5 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 4 considerando uma possível reação paralela...................................86
Tabela 4.4.6 - Comparação entre valores obtidos pela simulação do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela com os resultados de CHEN et al.
(2000)...............................................................................................................91
Tabela 4.5.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 5.........................................................................................................93
Tabela 4.5.2 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do
exemplo 5.........................................................................................................94
Tabela 4.5.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do
exemplo 5 com os resultados de SINGH et al. (2005)....................................100
Tabela 4.6.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 6.......................................................................................................102
Tabela 4.6.2 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do
exemplo 6.......................................................................................................103
Tabela 4.6.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do
exemplo 6 com os resultados de HUSS et al. (2003).....................................109
Tabela 4.7.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do
exemplo 7.......................................................................................................111
Tabela 4.7.2 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 7.
.......................................................................................................................112
Tabela V.1 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 1 (SINNOTT,
1999). .............................................................................................................158
xvii
Tabela V.2 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 2 (SINNOTT,
1999). .............................................................................................................158
Tabela V.3 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 3 (SINNOTT,
1999). .............................................................................................................158
Tabela V.4 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 4 (REID,
PRAUSNITZ & POLING, 1987). .....................................................................159
Tabela V.5 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 5 (REID,
PRAUSNITZ & POLING, 1987). .....................................................................159
Tabela V.6 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 6 (REID,
PRAUSNITZ & POLING, 1987). .....................................................................159
Tabela V.7 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 7 (REID,
PRAUSNITZ & POLING, 1987). .....................................................................159
Tabela V.8 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 1 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................160
Tabela V.9 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 2 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................160
Tabela V.10 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 3 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................161
Tabela V.11 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 4 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................161
Tabela V.12 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 5 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................161
xviii
Tabela V.13 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 6 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................161
Tabela V.14 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 7 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987)...............................................................................................162
Tabela V.15 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componenetes do exemplo 1 em fase líquida (método de contribuição de
grupos; POLING, PRAUSNITZ & O’CONNELL, 2004)..................................162
Tabela V.16 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 2 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008). 162
Tabela V.17 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 3 em fase líquida (método de contribuição de
grupos; POLING, PRAUSNITZ & O’CONNELL, 2004)..................................163
Tabela V.18 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 4 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008). 163
Tabela V.19 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 5 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008). 163
Tabela V.20 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 6 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008). 163
Tabela V.21 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K))
dos componentes do exemplo 7 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008). 164
Tabela V.22 - Parâmetros da equação de Antoine para lculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 1, parâmetros para T em K e P em bar
(REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................................................164
Tabela V.23 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 2, parâmetros para T em K e P em bar
(GREEN & PERRY, 2008)..............................................................................164
xix
Tabela V.24 - Parâmetros da equação de Antoine para o cálculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 3, parâmetros para T em K e P em bar
(REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................................................165
Tabela V.25 - Parâmetros da equação de Antoine para lculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 4, parâmetros para T em K e P em bar
(SINNOTT, 1999)............................................................................................165
Tabela V.26 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 5, parâmetros para T em K e P em bar
(GREEN & PERRY, 2008)..............................................................................165
Tabela V.27 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 6, parâmetros para T em K e P em bar
(GREEN & PERRY, 2008)..............................................................................165
Tabela V. 28 - Parâmetros da equação de Antoine para cálculo da pressão de
vapor dos componentes do exemplo 7, parâmetros para T em K e P em bar
(SINNOTT, 1999)............................................................................................166
Tabela V. 29 - Propriedades padrão de formação dos componentes do
exemplo 3 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)....166
Tabela V.30 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 4 no
estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................166
Tabela V.31 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 5 no
estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................166
Tabela V. 32 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 6 no
estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................167
Tabela V. 33 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 7 no
estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987)...........................167
Tabela V. 34 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos componentes dos exemplo 4 (OKASINSKI & DOHERTY,1998).
.......................................................................................................................167
xx
Tabela V. 35 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos componentes dos exemplo 5 (UNG & DOHERTY,1995)..........167
Tabela V. 36 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos componentes dos exemplo 6 (SONG et al.,1995)....................168
xxi
LISTA DE SIMBOLOS
a Atividade;
a Parâmetro atrativo da equação de Peng-Robinson;
a Parâmetro da equação da capacidade calorífica a pressão constante;
a Parâmetro da equação de Wagner;
a
i j
Parâmetros de interação entre os grupos i e j (método UNIFAC);
A Parâmetro atrativo da equação de Peng-Robinson na forma reduzida;
A Parâmetro da equação de Antoine;
A Parâmetro da equação de Riedel;
A
i j
Parâmetro de energia do modelo de Wilson;
b Parâmetro da equação da capacidade calorífica a pressão constante;
b Parâmetro da equação de Peng-Robinson;
b Parâmetro da equação de Wagner;
B Parâmetro da equação de Antoine;
B Parâmetro da equação de Peng-Robinson na forma reduzida;
B Parâmetro da equação de Riedel;
B Produto de fundo;
c Parâmetro da equação da capacidade calorífica a pressão constante;
c Parâmetro da equação de Wagner;
C Parâmetro da equação de Antoine;
C Parâmetro da equação de Riedel;
C
p
Capacidade calorífica a pressão constante;
d Parâmetro da equação da capacidade calorífica a pressão constante;
d Parâmetro da equação de Wagner;
D Destilado;
xxii
D Parâmetro da equação de Riedel;
Da Número de Damköhler;
e Parâmetro da equação da capacidade calorífica a pressão constante;
E Parâmetro da equação de Riedel;
F
j
Corrente de alimentação do estágio j;
G Energia livre de Gibbs;
h Entalpia da fase líquida;
H Entalpia da fase vapor;
k
i j
Parâmetro de iteração binária da equação de Peng-Robinson;
K Constante de equilíbrio químico;
K Relação de equilíbrio líquido-vapor;
l
i j
Parâmetro de iteração binária da equação de Peng-Robinson;
L
j
Corrente de líquido saindo do estágio j;
N
c
Número total de componentes;
N
p
Número total de estágios;
N
prf
Último estágio reacional;
N
pri
Primeiro estágio reacional;
N
r
Número total de reações;
P Pressão;
q Qualidade da corrente de alimentação;
q
j
Parâmetro da área superficial do elemento j (método UNIFAC);
Q
j
Calor retirado do estágio j;
Q
k
Parâmetro da área superficial do grupo k (método UNIFAC);
r
B
Razão de refluxo no refervedor;
r
D
Razão de refluxo no condensador;
xxiii
r
j
Parâmetro do volume do elemento j (método UNIFAC);
R Constante dos gases ideais;
R
k
Parâmetro do volume de Van der Walls do grupo k (método UNIFAC);
R
j
Taxa total de geração de mols no estágio j;
T Temperatura;
T
j
Temperatura do estágio j;
tol Tolerância;
U
j
Saída lateral de líquido do estágio j;
v Volume;
V Volume molar;
V
j
Corrente de vapor saindo do estágio j;
Vh Volume de retenção (ou “holdup”) molar;
W
j
Saída lateral de vapor do estágio j;
x
i j
Fração molar do componente i na corrente de líquido j;
X
k
Fração molar do grupo k (método UNIFAC);
X
k
(j)
Fração molar do grupo k com referência numa mi
stura com apenas
elementos j (método UNIFAC);
y
i j
Fração molar do componente i na corrente de vapor j;
z
i j
Fração molar do componente i na corrente de alimentação j;
Z Fator de compressibilidade.
Letras gregas
a
Volatilidade relativa;
g
Coeficiente de atividade;
k
G
Coeficiente de atividade residual do grupo k (método UNIFAC);
xxiv
)
j
k
G
Coeficien
te de atividade residual do grupo k com referência numa
mistura com apenas elementos j (método UNIFAC);
D
Denota variação de propriedade;
j
q
Fração de área superficial do elemento j (método UNIFAC);
k
Q
Fração de área superficial do grupo k (método UNIFAC);
)
j
k
Q
Fração de área superficial do grupo k com referência numa mistura com
apenas elementos j (método UNIFAC);
n
Coeficiente estequiométrico;
)
j
k
n
Número de grupos k no elemento j (método UNIFAC);
k j
x
Grau de avanço da reação k no estágio j;
f
Coeficiente de fugacidade;
j
F
Fração volumétrica do elemento j (método UNIFAC);
w
Fator acêntrico.
Subscritos
c Denota propriedade crítica;
C Referente ao condensador;
col Referente à coluna de destilação;
EOS Relativo à equação de estado;
f Denota propriedade de formação
Feed Referente à corrente de alimentação;
i Componente;
j Estágio;
k Reação;
min Referente ao valor mínimo;
xxv
max Referente ao valor máximo;
pe Ponto normal de ebulição;
r Denota propriedade reduzida;
R Referente ao refervedor;
ref Denota propriedade de referência.
Sobrescritos
^ Indica propriedade em solução;
(0) Indica estimativa inicial;
comb
Indica propriedade combinatorial;
ig Referente a gás ideal;
E Indica propriedade em excesso;
l Indica propriedade da fase líquida;
o Indica estado padrão;
R Indica propriedade residual;
res Indica propriedade residual;
sat Indica propriedade de saturação;
T Indica matriz ou vetor transpostos;
v Indica propriedade da fase vapor;
vap Indica propriedade de vaporização.
xxvi
SUMÁRIO
RESUMO............................................................................................................ii
ABSTRACT.......................................................................................................iv
LISTA DE FIGURAS.........................................................................................vi
LISTA DE TABELAS .......................................................................................xv
LISTA DE SIMBOLOS....................................................................................xxi
1. INTRODUÇÃO............................................................................................1
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................5
2.1. CLASSIFICAÇÕES DA DESTILAÇÃO REATIVA.............................5
2.2. APLICAÇÕES, BENEFICIOS E DESVANTAGENS DA
DESTILAÇÃO REATIVA .............................................................................8
2.3. MODELAGEM E SIMULAÇÃO DEDESTILAÇÃO REATIVA..........13
2.4. TRABALHOS NA ÁREA DE MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE
DESTILAÇÃO REATIVA ...........................................................................17
3. MODELAGEM...........................................................................................22
3.1. CONSIDERAÇÃOES DO MODELO...............................................22
3.2. EQUAÇÕES DO MODELO.............................................................22
3.3. MODELAGEM TERMODINÂMICA.................................................26
3.4. ALGORITMO..................................................................................28
3.4.1. Dados necessários ................................................................30
3.4.2. Obtenção da(s) constante(s) de equilíbrio químico ou da
cinética química..................................................................................33
3.4.3. Estimativa das temperaturas .................................................33
xxvii
3.4.4. Estimativa dos graus de avanço............................................35
3.4.5. Estimativa das correntes de destilado e produto de fundo ....37
3.4.6. Estimativa das correntes de vapor.........................................39
3.4.7. Estimativa das correntes de líquido.......................................39
3.4.8. Cálculo das frações molares da fase líquida .........................40
3.4.9. Normalização das frações molares da fase líquida ...............41
3.4.10. Cálculo das temperaturas....................................................41
3.4.11. Cálculo das frações molares da fase vapor.........................42
3.4.12. Cálculo das entalpias e fluxos de calor................................42
3.4.13. Cálculo das correntes de vapor...........................................42
3.4.14. Cálculo das correntes de destilado e produto de fundo.......43
3.4.15. Cálculo das correntes da fase líquida..................................44
3.4.16. Cálculo dos graus de avanço...............................................44
3.4.17. Critério de parada................................................................46
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES..............................................................47
4.1. EXEMPLO 1: DESTILAÇÃO DE UMA MISTURA DE
HIDROCARBONETOS..............................................................................48
4.2. EXEMPLO 2: COLUNA SEPARADORA C
3
/C
4
...............................56
4.3. EXEMPLO 3: METÁTESE DO 2-PENTENO ..................................65
4.4. EXEMPLO 4: ETILENO GLICOL....................................................76
4.5. EXEMPLO 5: ÉTER METIL TERC-BUTÍLICO (MTBE)...................92
4.6. EXEMPLO 6: ACETATO DE METILA...........................................101
4.7. EXEMPLO 7: ÉTER ETIL TERC-BUTÍLICO (ETBE)....................110
5. CONCLUSÕES.......................................................................................119
xxviii
6. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS .....................................121
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................122
ANEXO I – MÉTODO DA CONTINUAÇÃO HOMOTÓPICA..........................132
ANEXO II – MÉTODO DE BROYDEN ...........................................................146
ANEXO III – MÉTODOS PARA SOLUÇÃO DE SISTEMAS LINEARES.......152
III.1 – MÉTODO DA ELIMINAÇÃO DE GAUSS ......................................152
III.2 – ALGORITMO DE THOMAS...........................................................153
ANEXO IV – MÉTODO DE CARDAN ............................................................156
ANEXO V PROPRIEDADES DOS COMPONENTES DOS SISTEMAS
SIMULADOS..................................................................................................158
ANEXO VI – PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS....................................169
VI.1 – EQUAÇÃO DE ESTADO DE PENG-ROBINSON.........................169
VI.2 – CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE FUGACIDADE...................170
VI.3 – PRESSÃO DE VAPOR .................................................................171
VI.4 – COEFICIENTE DE ATIVIDADE....................................................172
VI.5 – ENTALPIAS RESIDUAL, DE EXCESSO E DE VAPORIZAÇÃO..174
VI.6 – CONSTANTE DE EQUILÍBRIO QUÍMICO....................................176
1
1. INTRODUÇÃO
As indústrias que operam na produção de compostos químicos por meio
de reações químicas requerem uma etapa de purificação, por exemplo,
destilação. Estas operações geralmente ocorrem em sequência. Em muitos
casos, o desempenho da estrutura de processos químicos clássicos pode ser
significantemente melhorado pela integração da reação e da destilação em um
único processo unitário multifuncional. Este conceito de integração é chamado
de “destilação reativa”; quando a catálise heterogênea é aplicada o termo
geralmente usado é “destilação catalítica”.
A destilação é o método de separação de componentes de uma solução
que depende da distribuição das espécies entre as fases líquida e vapor,
aplicado nos casos em que todos os componentes estão presentes em ambas
as fases. Em termos práticos, quando temos duas ou mais substâncias
formando uma mistura líquida, a destilação pode ser um método adequado
para purificá-las, desde que tenham volatilidades razoavelmente diferentes
entre si (Treybal, 1980).
O uso da destilação como método de separação disseminou-se pela
indústria química moderna. Pode-se encontrá-la em vários processos químicos
industriais em fase líquida, quando necessária uma purificação. Apesar de ter
surgido muito antes, a destilação convencional nada mais é que um caso
particular da destilação reativa na qual o número de reações é zero.
O projeto de uma coluna de destilação convencional é bastante
complexo devido ao grande número de parâmetros e variáveis envolvidas. No
caso da destilação reativa a complexidade aumenta devido à interação entre os
processos de reação e separação, tais interações podem levar à múltiplos
estados estacionários. A modelagem matemática é uma ferramenta poderosa e
útil no projeto de tais de equipamentos, por permitir a otimização e o controle
da coluna, portanto, pode-se reduzir sensivelmente os custos de projeto e
operação.
O conceito de combinar destilação e reação para aumentar a
performance global não é novo para o mundo da engenharia química. A
2
recuperação da amônia no processo clássico Solvay para cinzas de soda, na
década de 1860, pode ser citada como provavelmente a primeira aplicação
comercial da destilação reativa (SUNDMACHER & KIENLE, 2003). Muitos
processos antigos fizeram uso deste conceito. Apesar do fato de que a idéia
básica de combinar a reação e a destilação é antiga, um enorme
crescimento de interesse no projeto e operação de processos de destilação
reativa nos últimos anos. Este interesse se deve à grande importância
comercial que a destilação reativa tem recebido, e consequentemente observa-
se um crescente número de publicações na área.
Como vantagens da destilação reativa podem ser citadas: fluxogramas
mais simples, as limitações de equilíbrio químico podem ser superadas
atingindo maiores conversões dos reagentes, podem ser atingidas
seletividades maiores por serem evitadas reações indesejadas, o que reduz o
uso em excesso de matéria-prima e aumenta a formação de produtos, redução
no capital de investimento, o calor de reação pode ser aproveitado para a
destilação reduzindo o consumo de energia, solventes auxiliares podem ser
evitados, e misturas azeotrópicas ou com componentes com ponto de ebulição
próximos podem separados por destilação reativa com facilidade. O aumento
na eficiência do processo e redução de investimento e custo operacional são
os resultados diretos deste processo. Outro ponto importante que também
pode ser citado está no fato de que se for evitado o excesso de alimentação de
matéria-prima (um dos reagentes) elimina-se a necessidade da instalação de
equipamentos para que este excesso seja separado e realimentando.
varias restrições e dificuldades da destilação reativa, tais como: os
reagentes e produtos devem ter volatilidades que permitam manter altas
concentrações de reagentes e baixas concentrações de produtos na zona
reativa; se o tempo de residência para reação é grande, consequentemente é
necessária uma coluna com grandes volumes de retenção o que pode tornar
mais econômico o uso de um arranjo formado por um reator seguido de um
separador; dificuldades de aumento de escala para grandes fluxos; em alguns
processos as condições ótimas de operação para a destilação estão bem longe
das condições ótimas da reação e vice-versa.
3
A destilação reativa pode ser uma alternativa aos processos
convencionais. Mas, nem todos os processos de reação seguidos de
separação por destilação podem ser combinados em um equipamento, a
combinação de destilação e reação é possível somente se as condições de
ambas as operações possam ser combinadas. Isto significa que a reação deve
apresentar elevada conversão nos níveis de temperatura e pressão
compatíveis com uma coluna de destilação.
As aplicações industriais mais importantes da destilação reativa estão no
campo de processos de eterificação e esterificação, um exemplo deste último é
a síntese do acetato de metila. Este processo combina seções reativas e não-
reativas em uma única coluna de destilação reativa e desse modo substitui um
complexo fluxograma convencional constituído de onze etapas. Com esta
tecnologia o investimento e os custos energéticos foram reduzidos por um fator
de cinco, e com uma conversão de aproximadamente 100%. A produção dos
éteres MTBE (Éter Metil terc-Butílico), TAME (Éter Metil terc-Amílico) e ETBE
(Éter Etil terc-Butílico), que são produzidos em grandes quantidades como
aditivos combustíveis devido suas excelentes propriedades antidetonantes, é
outro processo que apresenta bastante atratividade à destilação reativa. Este
processo teve início na década de 80 e, somente nesta época, que a destilação
reativa ganhou status de operação unitária multifuncional, promissora e
independente.
Durante as últimas décadas, especialmente depois da implantação de
plantas de produção de MTBE e acetato de metila em larga escala, a
destilação reativa tem sido vista como um promissor reator/separador que pode
corresponder simultaneamente a múltiplos objetivos. Com respeito às
aplicações, engenheiros químicos começaram a olhar além das reações
clássicas de esterificação e eterificação. Hidrogenação, hidrodesulfurização,
isomerização, oligomerização são alguns dos exemplos não convencionais
para os quais a destilação reativa tem sido aplicada com sucesso em escala
comercial. Além disso, hidrólise, alquilação, acetalização, hidratação, e
transesterificação também têm sido identificados como potenciais candidatas
para a destilação reativa. Outra área importante de aplicação é a remoção de
4
pequenas quantidades de impurezas para obter produtos de alta qualidade
(exemplo fenol). A destilação reativa também pode ser usada para a
recuperação de produtos com elevado valor econômico presentes em rejeitos
líquidos, tais como: ácido acético, glicóis, ácido lático, e assim por diante.
Os modelos matemáticos aplicados nas colunas de destilação reativa
são baseados principalmente em modelos de equilíbrio. A grande maioria dos
algoritmos para solução da modelagem, desenvolvidos para colunas de
destilação reativa, são adaptações de algoritmos bem conhecidos para
colunas de destilação convencionais. O objetivo deste trabalho é gerar um
algoritmo para solução do modelo matemático de colunas de destilação reativa
e convencional operando em regime permanente, dando atenção especial às
estimativas iniciais, este último detalhe dificilmente é visto nos trabalhos
encontrados na literatura. A grande importância de boas estimativas iniciais é
diminuir o esforço computacional e principalmente garantir a convergência do
método aplicado. Além das estimativas iniciais têm-se como interesse a
aplicação dos métodos de Broyden e continuação homotópica, para solução
apenas do conjunto de equações não lineares gerado pelo equilíbrio químico
ou equação da taxa de reação, e com isto comparar a influência destes
métodos sobre o algoritmo.
5
2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Destilação reativa é um processo no qual a reação química e a
separação por destilação acontecem continuamente em uma única operação
unitária (KHALEDI & BISHNOI, 2006).
A separação de produtos é parte essencial da grande maioria dos
processos químicos industriais, e a destilação é a técnica de separação mais
largamente utilizada para separar componentes de misturas que apresentam
diferentes graus de volatilidade (GOUVÊA, 1999). Vários estudos têm mostrado
que grande parte da energia consumida na indústria química é usada na
geração de vapor, sendo que a maior parcela deste vapor serve para aquecer
os refervedores das colunas de destilação. Este excessivo consumo de energia
característico dos equipamentos de destilação pode ser justificado
fundamentalmente pela grande necessidade de aquecimento aliada à
baixíssima eficiência apresentada por eles (NETTO, 1991). Por outro lado, a
destilação permite obter altas taxas de produtos e é essencialmente isto que a
torna bastante utilizada (GOUVÊA, 1999). Neste sentido nota-se a importância
da integração energética proporcionada pela destilação reativa.
2.1. CLASSIFICAÇÕES DA DESTILAÇÃO REATIVA
Os equipamentos típicos de destilação reativa são formados por um
esquema não híbrido onde a reação e a separação ocorrem simultaneamente
em todos os estágios, e um sistema híbrido onde a coluna é dividida em três
regiões (MERCADO, 2008). O sistema híbrido ocorre quando a reação química
envolvida no processo necessita de catálise sendo a mesma feita
heterogeneamente, ou seja, nem todos os estágios o recheados com
catalisador e a reação sem a presença do catalisador ocorre muito lentamente,
podendo ser considerada desprezível.
Uma coluna híbrida é dividida em três secções: reativa, de retificação e
de “stripping”. Na secção reativa os reagentes são convertidos em produtos e
também ocorre a separação dos produtos da zona reativa por meio de
destilação. As tarefas das secções de retificação e “stripping” dependem dos
6
pontos de bolha dos reagentes e produtos. Quando os produtos contêm o
componente de menor ponto de bolha no processo, a secção de retificação é
usada para purificação dos produtos e reciclo de reagente. Neste caso na
secção de “stripping” ocorre a remoção de inertes e subprodutos assim como o
reciclo de reagentes. Caso os produtos contenham o componente de maior
ponto de bolha, as secções de retificação e “stripping” têm suas funções
invertidas (HIGLER, TAYLOR & KRISHNA, 1999). A divisão da coluna em três
secções é apresentada na Figura 2.1.1.
Figura 2.1.1 - Divisão de uma coluna de destilação reativa em três secções.
O processo de destilação reativa enquadra-se nos chamados “processos
intensificados”, dentre os quais é o mais largamente aplicado atualmente (KEIL,
2007; REAY, RAMSHAW & HARVEY, 2008). A expressão “intensificação de
processos” se refere às tecnologias que substituem equipamentos grandes,
onerosos e com alto consumo de energia por outros menores, mais baratos e
mais eficientes, ou por processos que combinem ltiplas operações em um
menor número de unidades ou, ainda, em uma única unidade. Assim, este
7
conceito emerge como uma nova filosofia de projeto, a qual se aplica tanto a
novos tipos de equipamentos, quanto a novas técnicas de processamento e a
métodos de desenvolvimento de processos e/ou unidades industriais (REIS,
2006).
A intensificação de processos implica em processos mais baratos,
particularmente em termos dos custos devido à aquisição de áreas industriais
(maior capacidade de produção e maior número de produtos fabricados por
unidade de área); custos de investimento mais baixos (equipamentos menores,
menor quantidade de tubulações, etc.) e custos menores com matérias-primas
(maior rendimento e/ou seletividade), com utilidades (em particular com
energia), com o tratamento de correntes residuais e com a disposição de
resíduos. Além disso, a intensificação de processos pode aumentar a
segurança dos mesmos, uma vez que “menor pode ser mais seguro” (REIS,
2006).
A intensificação de processos, também oferece melhores possibilidades
de manter os processos sob controle, por exemplo, pela remoção mais
eficiente do calor oriundo de reações químicas rápidas e fortemente
exotérmicas. Assim, a possibilidade de obtenção de novos produtos por
meios mais seguros, fator de grande importância no caso de unidades
industriais localizadas próximas a áreas residenciais. Além disso, tais
processos mostram-se economicamente mais viáveis, através da melhor
controlabilidade dos mesmos, o que implica em maiores rendimentos,
conversões e purezas dos produtos finais desejados (REIS, 2006).
Nas áreas de química fina e farmacêutica, a intensificação de processos
pode oferecer uma diminuição substancial no tempo gasto entre a pesquisa e o
desenvolvimento de novos produtos e sua efetiva colocação no mercado
(REIS, 2006).
Por último, porém não menos importante, a intensificação de processos,
fortemente ancorada no conceito de desenvolvimento sustentável e de caráter
inovador, apresenta um dos mais simples e óbvios caminhos para a melhoria
da imagem das empresas, fator que atualmente, é de grande importância na
8
garantia da aprovação de suas atividades por parte da opinião pública em geral
(REIS, 2006).
Sendo assim, as vantagens que a intensificação de processos oferece
para as empresas que a adotam como filosofia estão distribuídas em seis áreas
distintas: custos, compactação de unidades, segurança, controlabilidade,
competitividade e boa imagem (REIS, 2006).
A destilação reativa faz parte de uma área mais ampla de processos de
separação reativa, que inclui qualquer combinação de reação química com
separação tais como destilação, “stripping”, absorção, extração, adsorção,
cristalização e separação por membrana. Separações reativas são operações
difundidas. Em processos de separação reativa típica, a superposição de
reação e separação é empregada. Em outros casos, reação e separação
simultâneas simplesmente não podem ser evitadas. Este é, por exemplo, o
caso quando reações laterais ocorrem no equipamento de separação. Além
disso, em muitos reatores os produtos são diretamente removidos, o que é
basicamente uma separação reativa (SUNDMACHER & KIENLE, 2003).
2.2. APLICÕES, BENEFICIOS E DESVANTAGENS DA
DESTILAÇÃO REATIVA
Muitos sistemas de reações tecnicamente importantes consistem em
reações competitivas irreversíveis do tipo A reagindo com B formando C e A
reagindo com C formando D, no qual C é o produto e D é um subproduto
indesejado. Um processo reativo geralmente tem por objetivo a conversão total
dos reagentes. Entretanto, se houver varias reações laterais, a conversão total
pode corresponder em baixa seletividade. Para aumentar a seletividade,
excesso de um dos reagentes (B) geralmente é usado. Neste caso, para atingir
a conversão total em todo o processo, o reciclo do reagente excedente é
necessário (BLAGOV et al., 2000).
As principais características da destilação reativa que tornam esses
processos atrativos são os seguintes: a simplificação do processo pode levar a
economia de capital; maiores conversões podem ser obtidas para reações
9
limitadas pelo equilíbrio químico devido ao deslocamento do equilíbrio para a
direita, isso diminui os custos com reciclo, por trabalhar com alimentações
próximas das estequiométricas evitando excesso de um dos reagentes;
maiores seletividades são obtida devido à remoção de pelo menos um dos
produtos da zona reativa ou mantendo nesta mesma zona a concentração de
um dos reagentes baixa, assim, prevenindo que ocorram reações laterais à
subprodutos; utilização de menor quantidade de catalisador para o mesmo grau
de conversão; condições reacionais podem evitar possíveis azeótropos de
mistura de produtos de reação, evitando assim a utilização de solventes
auxiliares; benefícios da integração do calor são obtidos pela utilização do calor
gerado na reação química para vaporização, zonas quentes são, portanto,
evitadas (TAYLOR & KRISHNA, 2000).
A separação de misturas que envolvem azeótropos e isômeros por
destilação convencional requer elevados custos de energia, enquanto que a
separação por destilação com solvente requer um solvente adequado, o qual
em alguns casos pode não estar disponível. Este solvente pode também
contaminar o produto (PILAVACHI et al., 1997). O curso de reações seletivas
reversíveis muda as volatilidades relativas dos compostos fazendo a
separação, de sistemas tais como de isômeros (ALEJSKI & DUPRAT, 1996).
A destilação reativa, por reduzir o número de equipamentos e o número
de conexões entre equipamentos, reduz o risco de emissões de gases devido a
vazamentos, além disso, como requer menor quantidade de energia também
apresenta menores emissões de dióxido de carbono, consequentemente, trata-
se de um processo menos danoso ao meio ambiente (HARMSEN, 2007).
Na destilação reativa o calor de reação é utilizado na evaporação. Altas
taxas de reação resultam em elevadas taxas de evaporação, contudo a
temperatura de reação muda muito pouco. Desta forma, anomalias no
processo da destilação reativa são em geral menos intensas que em um reator
convencional. Isto significa que os processos em coluna de destilação reativa
requerem uma menor quantidade de medidas de segurança na operação do
equipamento (HARMSEN, 2007).
10
Dentre as desvantagens deste processo destacam-se: (i) - os reagentes
e produtos devem ter uma volatilidade compatível para manter altas
concentrações de reagentes e baixas concentrações de produtos na zona
reativa; (ii) - nos casos em que o tempo de residência da reação é elevado, é
necessário uma coluna que tenha elevados volumes de retenção em cada
estágio, desta forma, pode ser mais vantajoso usar um arranjo convencional
composto por um reator seguido de uma coluna de destilação; (iii) - é difícil
projetar colunas de destilação reativa para altas taxas de fluxo devido à
problemas de distribuição do líquido em colunas empacotadas; (iv) - em alguns
processo as condições ótimas de temperatura e pressão para a destilação
podem estar muito longe das condições ótimas para a reação e vice-versa
(TAYLOR & KRISHNA, 2000).
A destilação reativa é um processo alternativo que tem grande potencial
para ser aplicado quando a reação em fase líquida convencional exibe uma ou
mais destas características: reação química limitada pelo equilíbrio, reação
exotérmica que exige o resfriamento de um reator convencional, mau uso da
matéria-prima devido a perdas por seletividade ou excessiva complexidade no
fluxograma, presença de reações paralelas, formação de azeótropos (CHEN et
al., 2000; HARMSEN, 2007).
A destilação reativa é normalmente aplicada a sistemas nos quais as
volatilidades relativas dos reagentes e dos produtos o tais que os produtos
podem ser, de forma razoavelmente fácil, removidos da mistura reativa (ou
zona reativa) enquanto mantém os reagentes dentro da coluna. Por exemplo,
considere o sistema clássico de destilação reativa com os reagentes A e B
reagindo para formar os produtos C e D numa reação reversível (LUYBEN,
2006).
A B C D
+ +
ƒ
Para destilação reativa ser efetiva, a volatilidade relativa de um dos
produtos deve ser maior que a dos reagentes e a volatilidade relativa do outro
produto deve ser menor. Supondo que as volatilidade relativas sejam
11
C A B D
a a a a
> > >
O reagente A deve ser alimentado em um estágio inferior ao estágio de
alimentação do reagente B. No decorrer da reação o Produto C é destilado e
sai da coluna como produto de topo e o produto D retirado da coluna como
produto de fundo, mantendo as reagentes A e B dentro da coluna.
O MTBE foi o principal responsável pela pesquisa e desenvolvimento
nesta área, assim como pelo atual estado da arte do processo de destilação
reativa. Para uma coluna de destilação reativa projetada de forma apropriada,
conversões próximas de 100% podem ser atingidas, além de promover a
recuperação mais eficiente das iso-olefinas presentes nas correntes de
refinaria, que de outra forma seriam muito difíceis de separar. Tal separação se
faz necessária uma vez que n-butenos são requeridos para a obtenção de 1-
buteno puro, o qual tem aplicação como um co-monômero na polimerização do
etileno e como carga para a produção de acrilatos e de butadieno via oxidação
(TAYLOR & KRISHNA, 2000; REIS, 2006).
Muitas reações de alquilação são melhores conduzidas em uma coluna
de destilação reativa não apenas pelo deslocamento do equilíbrio químico
devido à separação, mas também devido inibição das reações laterais
indesejadas. A reação do propeno com benzeno para formar cumeno
apresenta vantagens ao ser conduzida em uma coluna de destilação reativa
devido a inibição da formação de di-isopropilbenzeno, bem como por evitar os
problemas que ocorrem quando a reação, altamente exotérmica, é conduzida
em um reator de leito recheado convencional (BUZAD & DOHERTY, 1994).
Atualmente, muitas pesquisas e atividades em desenvolvimento estão a
caminho de introduzir a destilação reativa em outros processos químicos. Mas
apesar do convincente sucesso das aplicações da destilação reativa na
esterificação e eterificação, é importante notar que a destilação reativa nem
sempre é vantajosa (SUNDMACHER & KIENLE, 2003).
Os processos de destilação reativa comercial têm demonstrado
reduções no capital de investimento e/ou consumo de energia. Mas, é difícil
trazer um novo processo de destilação reativa para linhas de produção por
12
causa da complexidade no projeto, síntese e operabilidade do processo de
destilação reativa resultante da interação da reação e destilação. A análise do
processo e operabilidade é efetivamente tratada através da simulação. Como a
coluna de destilação tem diversas variáveis que podem ser controladas, a
simulação é uma importante ferramenta para a otimização do equipamento
(CHEN et al., 2000).
Nos últimos anos a destilação reativa tem recebido um interesse cada
vez maior não apenas da indústria química e petroquímica, mas também de
pesquisas acadêmicas e um aumento no número de publicações
(STEINIGEWEG & GMEHLING, 2004). Este processo se tornou muito
importante na produção de aditivos de combustíveis tais como MTBE, ETBE,
TAME e também na produção de muitos outros produtos químicos tais como
ésteres e álcoois (KHALEDI & BISHNOI, 2006).
Geralmente a reação é induzida pela adição de uma alimentação
contendo compostos reativos. Estes reagem seletivamente com um dos
componentes no interior da coluna formando produtos que são removidos. Para
uma mistura binária de difícil separação, por exemplo, seria necessária uma
coluna com muitos pratos e alta razão de refluxo. Com a alimentação adicional
de uma mistura reagente apropriada, o tamanho da coluna e a razão de refluxo
podem ser significativamente reduzidos para obter a separação desejada, com
um menor custo (HOLLAND, 1980; THOMAZ, 1998). Um exemplo de
“separação difícil”, que pode ser solucionada alternativamente pela destilação
reativa, é a purificação de águas fenólicas, buscando atender às questões
econômicas e ambientais (REIS, 2006).
A literatura mostra que as aplicações mais comuns de destilação reativa
são reações de eterificação e esterificação. A maior parte dos trabalhos focam
em sistemas químicos reais, e cada sistema tem uma complexidade distinta,
devido às não idealidades do equilíbrio líquido-vapor, cinética química,
propriedades físicas, etc. (CHENG & YU, 2005).
A comercialização bem sucedida da tecnologia de destilação reativa
requer uma atenção especial com relação aos aspectos de modelagem,
13
incluindo a dinâmica da coluna de destilação. Muitos dos paradigmas advindos
dos processos de reação e de destilação convencional o são facilmente
traduzidos para a destilação reativa. As potenciais vantagens deste processo
poderiam ser anuladas pela escolha inadequada do estágio de alimentação,
refluxo, quantidade de catalisador empregado, etc. (REIS, 2006). Assim, é
possível diminuir a conversão atingida pelo aumento da quantidade de
catalisador empregado (HIGLER et al., 1999), uma vez que a capacidade de
separação maior poderia diminuir o desempenho do processo (SNEESBY et
al., 1998).
2.3. MODELAGEM E SIMULAÇÃO DEDESTILAÇÃO REATIVA
Segundo SUNDMACHER & KIENLE (2003) há quatro possibilidades
para modelagem de colunas de destilação reativa, sendo o mais simples
aquele que considera equilíbrio químico e de fases e o mais complexo aquele
que considera transferência de massa e a cinética da reação, veja comparação
apresentada na Figura 2.3.1.
Figura 2.3.1 - Complexidade do modelo na simulação de destilação reativa (SUNDMACHER &
KIENLE, 2003).
O modelo de estágios em equilíbrio em estado estacionário supõe que
as correntes que deixam um estágio estão em equilíbrio termodinâmico
(equilíbrio térmico, mecânico e químico). Para que este equilíbrio seja atingido
é necessário que haja um contato suficiente entre as fases líquidas e vapor
presentes em cada estágio de destilação (REIS, 2006).
Complexidade do modelo
equilíbrio de fases e
químico
transferência de massa
e equilíbrio químico
equilíbrio de fases e
cinética química
transferência de massa
e cinética química
Complexidade
do
modelo
14
As equações que modelam um estágio de equilíbrio são conhecidas
como equações MESH (REIS, 2006):
M - balanço material
E - equilíbrio
S - equações de somatória
H - balanço de energia
A termodinâmica representa um papel chave no entendimento e projeto
da destilação reativa. Normalmente, a viabilidade termodinâmica deve ser
determinada antes de se obter dados cinéticos em laboratório, e se um dado
conjunto de condições reacionais não renderem uma mistura final de produtos
e reagentes favorável, os princípios do equilíbrio químico indicam em qual
direção uma ou mais condições devem ser mudadas. A termodinâmica também
fornece as relações básicas, tais como balanços de massa, balanços de
energia e relações de equilíbrio. Além disso, a termodinâmica fornece modelos
para a investigação das propriedades do fluido reativo que se deve ter
conhecimento para qualquer projeto de processo bem sucedido. E, o fato de
que reação e separação ocorrem simultaneamente dá lugar a desafios
especiais para a modelagem do processo (SUNDMACHER & KIENLE, 2003).
Embora, à primeira vista, a suposição de equilíbrio químico em cada
estágio possa parecer uma simplificação excessiva na modelagem de colunas
de destilação reativa, em alguns casos é vantajoso fazer esta consideração à
cinética química. A consideração de equilíbrio químico é geralmente válida para
sistemas com reações rápidas comparadas com a dinâmica do equipamento,
tais como MTBE. A constante de equilíbrio químico pode ser calculada pela
energia de Gibbs, enquanto que a taxa de reação está baseada em
experimentos e modelos cinéticos. Então, no início de um projeto quando a
quantidade de informação disponível é limitada, um modelo baseado no
equilíbrio químico é favorável. E no modelo de regime transiente, o conjunto de
equações diferenciais obtido considerando equilíbrio químico apresentará
menos problemas com a estabilidade numérica (MOE et al., 1995).
15
O conhecimento do equilíbrio é um pré-requisito fundamental para o
projeto de processos de destilação convencional e reativa. Entretanto, o
equilíbrio em sistemas de destilação reativa é mais complexo devido ao
equilíbrio químico ser sobreposto ao equilíbrio líquido-vapor.
Surpreendentemente, a combinação de reação e destilação pode conduzir à
formação de azeótropos de reação. Tais azeótropos de reação causam as
mesmas dificuldades e limitações na destilação reativa que os azeótropos da
destilação convencional (SUNDMACHER & KIENLE, 2003). A inclusão do
equilíbrio químico ao equilíbrio de fases diminui o grau de liberdade do sistema,
mas aumenta a complexidade das equações a serem resolvidas (REIS, 2006).
Devido à grande interação entre os processos de reação química e
destilação em um único aparato, o comportamento operacional em estado
estacionário e dinâmico da destilação reativa pode ser muito complexo,
altamente não linear e geralmente são possíveis soluções de múltiplos estados
estacionários (MOHL, KIENLE & GILLES, 1997). Então, estratégias
satisfatórias de controle do processo devem ser desenvolvidas e aplicadas,
assegurando operação ótima e segura. Esta é uma área em evidência e que
tem sido foco de várias pesquisas (SUNDMACHER & KIENLE, 2003).
Muitas colunas de destilação foram superdimensionadas para garantir
a especificação do destilado, gerando um custo extra na fabricação e
manutenção da mesma. Isso ocorre em função da impossibilidade de um
projeto rigoroso para colunas muito complexas. Sua utilização em condições de
operação não otimizadas também pode levar a gastos desnecessários. A
simulação é uma ferramenta poderosa no projeto e otimização, e vem sendo
estudada com intensidade há muito tempo (PEREIRA, 1994).
A maior parte da literatura relacionada à modelagem de destilação
reativa esta voltada principalmente ao desenvolvimento de métodos para
solução de modelo de estágios em equilíbrio em estado estacionário. Sendo a
maior parte de tais métodos mais ou menos extensões diretas de métodos que
foram desenvolvidos para solução de problemas de destilação convencional
(TAYLOR & KRISHNA, 2000).
16
O contínuo aumento dos custos de energia para operação de colunas de
destilação criou a necessidade de procedimentos de cálculos rápidos para o
projeto de novas colunas de destilação e para seleção de condições ótimas de
operação para colunas já existentes (HOLLAND, 1980).
Os procedimentos utilizados para o projeto de equipamentos industriais
vêm sofrendo grandes mudanças devido à disseminação de computadores,
permitindo a simulação das diversas condições operacionais encontradas na
indústria. Em algumas indústrias, as colunas de destilação constituem uma
grande fração do investimento fixo e dos custos operacionais. Assim, a
concepção de todos rigorosos para o projeto e a simulação destes
equipamentos, permitindo uma operação eficiente dos processos que os
utilizem, é de extrema importância para a indústria química (ALFRADIQUE,
2003).
Os modelos matemáticos dos processos químicos em estado
estacionário são formados por equações de balanços de massa e energia,
equilíbrio de fases, fenômenos de transporte e equilíbrio químico ou cinética
química. Estas relações formam um sistema de equações algébricas não-
lineares, as quais devem ser resolvidas iterativamente. O método de Newton-
Raphson é o mais comumente utilizado (TANSKANEN & POHJOLA, 2000).
Quando emprega-se o método de Newton-Raphson, é necessário conhecer
também as derivadas analíticas das propriedades físico-químicas, tais como
coeficientes de fugacidade e entalpias, em relação às incógnitas do problema.
Devido ao esforço algébrico para obter estas derivadas manualmente, é
comum usar aproximações numéricas ou métodos numéricos que não as
requeiram, tais como o de Broyden. Entretanto, em geral, o método de Newton-
Raphson converge mais rapidamente (ALFRADIQUE, 2003).
O método tradicional de Newton-Raphson para solução de equações
não-lineares é bem conhecido e popular. Ele apresenta alta eficiência na
velocidade de convergência (convergência quadrática). Entretanto, necessita
de uma estimativa inicial para o processo iterativo. Boas estimativas iniciais
podem levar à solução rapidamente, entretanto, estimativas iniciais ruins e/ou a
existência de múltiplas soluções podem levar a divergência. O método da
17
continuação homotópica pode contornar tais problemas e garantir a
convergência se a função homotópica auxiliar for bem escolhida (WU, 2005;
TANSKANEN & POHJOLA, 2000). Entretanto, o método da continuação
homotópica exige maior tempo de cálculo computacional (JHON & LEE, 2003).
2.4. TRABALHOS NA ÁREA DE MODELAGEM E SIMULAÇÃO DE
DESTILAÇÃO REATIVA
Devido ao grande interesse que a destilação reativa vem recebendo o
número de artigos, dissertações e teses na área é muito grande, também
publicações de livros que tratam apenas deste processo inovador, como é o
caso de SUNDMACHER & KIENLE (2003) e LUYBEN & YU (2008). A revisão
feita por TAYLOR & KRISHNA (2000) trata a modelagem de destilação reativa
com vários graus de complexidade, fornecendo um ótimo entendimento sobre o
assunto.
Existem na literatura rios trabalhos (ESPINOSA, AGUIRRE & PÉREZ,
1995; CISNEROS, GANI & MICHELSEN, 1997; MOHL, KIENLE & GILLES,
1997; GANI, JEPSEN & PÉREZ-CISNEROS, 1998; THOMAZ, 1998; BAUR et
al.,2000; FERNHOLZ et al., 2000; TANSKANEN & POHJOLA, 2000;
SMEJKAL, HANIKA & KOLENA, 2001; SMEJKAL & ŠOÓŠ, 2002;
ALFRADIQUE, 2003; BURRI & MANOUSIOUTHANKIS, 2004; QI et al., 2004;
STEINIGEWEG & GMEHLING, 2004; CHENG & YU, 2005; KHALEDI &
BISHNOI, 2006; GANGADWALA & KIENLE, 2007) que investigaram a
modelagem e a simulação de colunas de destilação reativa.
ALFRADIQUE (2003) adotou o método de correção simultânea
utilizando o algoritmo de Newton-Raphson, resolvendo todo o conjunto de
equações simultaneamente, utilizando como estimativas iniciais perfil linear de
temperatura e, para outras variáveis, soluções obtidas disponíveis na literatura.
Este autor empregou computação algébrica para geração automática de sub-
rotinas em FORTRAN para facilitar a obtenção do programa computacional
para solução do modelo em estado estacionário de colunas de destilação
convencional e reativa, sendo as colunas de destilação reativa tratadas com
equilíbrio químico e cinética de reação.
18
KHALEDI & BISHNOI (2006) desenvolveram um algoritmo iterativo para
simulação em estado estacionário para processos de destilação reativa,
limitados pelo equilíbrio químico, em duas e três fases. Neste algoritmo, são
realizados simultaneamente cálculos de estabilidade de fases, equilíbrio de
fases e equilíbrio químico. Apresentaram em seus casos de estudo vários
processos de duas e três fases. Como estimativas iniciais assumiram o perfil
linear de temperatura e pressão e para as vazões molares o sistema é
resolvido considerando um sistema não reacional.
GANI, JEPSEN & PÉREZ-CISNEROS (1998) simularam em regime
transiente o processo de separação reativa. No modelo matemático foram
consideradas múltiplas configurações (reação e a separação podem ocorrer
simultaneamente ou apenas um destes processos pode ocorrer). O método da
colocação ortogonal foi utilizado pelos autores para resolver o sistema de
equações diferenciais.
THOMAZ (1998) estudou a modelagem matemática e simulação de
colunas de destilação reativa em regime transiente, utilizando como caso de
estudo o processo de polimerização do nylon 6,6.
Apesar de ser fundamental para solução do modelo, o método de
obtenção de estimativas iniciais é pouco tratado nos trabalhos publicados. No
trabalho de CISNEROS, GANI & MICHELSEN (1997), que investigaram a
destilação reativa flash, as “boas” estimativas iniciais são obtidas pela solução
de um problema simplificado. Ou seja, o problema é primeiro resolvido
assumindo equilíbrio físico e químico para um sistema ideal (gás ideal e
solução ideal) e a solução obtida é tomada como estimativa inicial.
O método da continuação homotópica pode ser utilizado com estimativas
iniciais grosseiras, e tem sido muito utilizado também no estudo de múltiplos
estados estacionários, merecendo destaque a destilação reativa, no projeto,
controle e otimização de problemas da engenharia química como reatores,
trocadores de calor, processos em batelada e também a destilação
convencional e reativa.
19
Para resolver as equações envolvidas em uma coluna de destilação
reativa TANSKANEN & POHJOLA (2000) elaboraram um método rigoroso.
Para isto utilizaram o método da continuação homotópica, reformulando as
equações MESH pela adição do parâmetro da homotopia e de funções
homotópicas auxiliares, para solução do sistema de equações não lineares e
testaram o método desenvolvido num sistema com comportamento não ideal
acentuado. Estes autores avaliaram a metodologia em dois estudos de casos:
síntese do MTBE e a hidratação do óxido de etileno a etileno glicol.
BAUR et al. (2000) fizeram uma comparação dos resultados de
simulação computacional de destilação reativa de dois modelos: equilíbrio e
não-equilíbrio. As equações do modelo em estado estacionário foram
resolvidas com o método de Newton-Raphson. O programa desenvolvido foi
equipado com o método da continuação homotópica para análise do
comportamento de múltiplos estados estacionários.
Métodos de continuação homotópica foram utilizados por QI et al. (2004)
para estudar a influência dos parâmetros operacionais e determinar as
condições ótimas de operação. O sistema investigado por estes autores foi a
decomposição de MTBE em colunas de destilação reativa, com ênfase especial
às reações laterais.
MOHL, KIENLE & GILLES (1997) apresentam uma análise numérica de
bifurcação e estabilidade de processos de destilação reativa para produção de
éteres combustíveis MTBE e TAME. A bifurcação é estudada em termos de
condições de operação tais como razão de refluxo e produto de fundo ou calor
fornecido ao refervedor. Os autores realizaram simulação dinâmica para
identificar o comportamento dos estados estacionários estáveis.
A utilização de simuladores comerciais facilita a modelagem de
processos químicos, dentre os quais os mais utilizados são ASPEN PLUS E
HYSYS. O simulador comercial ASPEN PLUS foi empregado por SMEJKAL,
HANIKA & KOLENA (2001) para analisar a produção de 2-metil-propil acetato
via destilação reativa e também realizaram experimentos para comprovar a
viabilidade do processo. Os softwares comerciais HYSYS e ASPEN PLUS
20
foram empregados por SMEJKAL & ŠOÓŠ (2002) para a simulação
computacional do processo de esterificação de ácido acético e 1-butanol a
acetato butílico e água por destilação reativa, os resultados obtidos pelos
autores foram comparados com os resultados obtidos experimentalmente. A
versão 10.2 do simulador comercial ASPEN PLUS foi empregada por
STEINIGEWEG & GMEHLING (2004) para avaliar a aplicação de um novo
processo via destilação reativa para a produção de acetato n-butilico pela
transesterificação do acetato de metila com n-butanol. Este novo processo é a
combinação da destilação reativa com a pervaporação.
FERNHOLZ et al. (2000) apresentam um trabalho de otimização da
conversão de um processo semi-batelada de destilação reativa, usando
batelada mínima e máxima produtividade como variáveis para minimização da
funções de custo. O sistema investigado pelos autores foi a esterificação
catalisada heterogeneamente do metanol e acido acético a acetato de metila e
água. Para obtenção das estimativas iniciais consideram que a coluna é
inicialmente preenchida com metanol na forma de líquido saturado. BURRI &
MANOUSIOUTHANKIS (2004) apresentam uma metodologia para otimização
do “holdup” molar global da destilação reativa, o sistema investigado foi a
síntese do MTBE a partir de iso-butano e metanol.
No projeto de colunas de destilação em regime transiente CHENG & YU
(2005) exploraram o efeito da localização do estágio de alimentação. Na
modelagem os autores consideraram o comportamento ideal de ambas as
fases com o intuito de ilustrar as vantagens da otimização do estágio de
alimentação no projeto e controle destes sistemas e tentando encontrar
possíveis generalizações variaram parâmetros tais como volatilidades relativas
entre reagentes, volatilidades relativas entre produtos, pressão da coluna,
energias de ativação, fatores pré-exponenciais da constante da taxa de reação.
Para todos os sistemas estudados, a porcentagem de economia de energia
teve uma faixa de 6% a 47% pelo simples rearranjo da localização da
alimentação.
Na destilação catalítica de síntese do acetato butílico GANGADWALA &
KIENLE (2007) apresentam um estudo usando otimização MINLP (número total
21
de estágios, número de estágios reativos, estágio de alimentação, carga de
catalisador, calor fornecido ao refervedor, etc.). Dois processos alternativos
foram investigados, uma coluna de destilação reativa e um sistema formado
por um reator e uma coluna de destilação não reativa. Os autores usaram
como estimativa inicial a solução de um modelo que considera fluxo equimolar
entre as fases e para resolver este modelo partem de resultados disponíveis na
literatura.
A presença de inertes no meio reacional do processo de destilação
reativa, as vezes é necessária e as vezes é inevitável, neste sentido,
ESPINOSA, AGUIRRE & PÉREZ (1995) apresentam alguns aspectos do
projeto de colunas de destilação reativa multicomponente incluindo inertes e
discutem também a possibilidade de colunas em seqüência para se obter o
produto livre de inertes.
Nos trabalhos de BAUR et al. (2000), FERNHOLZ et al. (2000), QI et al.
(2004) e CHENG & YU (2005) não é discutido a metodologia utilizada para
gerar as estimativa iniciais.
Existem na literatura vários trabalhos que tem investigado a simulação e
otimização de processos de destilação reativa, todavia, muitos dos trabalhos
não apresentam as estimativas iniciais para resolver o sistema de equações.
Também não foi encontrado na literatura trabalhos que tenham proposto uma
metodologia para gerar as estimativas iniciais, portanto, isto mostra a
necessidade do desenvolvimento de pesquisas abordando este tema.
22
3. MODELAGEM
Nesta secção discute-se a formulação do modelo de uma coluna de
destilação reativa, assim como os métodos para a solução do modelo em
estado estacionário. Apresenta-se também nesta secção os aspectos
termodinâmicos considerados no modelo em vista que a termodinâmica tem
um papel muito importante na modelagem destes sistemas.
3.1. CONSIDERAÇÃOES DO MODELO
O primeiro passo para a construção do modelo é assumir hipóteses
simplificadoras, que neste trabalho foram as seguintes:
· Regime permanente;
· As correntes de líquido e vapor que saem do estágio estão em
equilíbrio de fases;
· Equilíbrio químico ou cinética química;
· Reação em fase líquida dominante;
· Pressão constante ao longo da coluna;
· As reações não ocorrem no condensador e refervedor;
· Fases líquida e vapor em perfeita mistura em cada estágio, isto é,
as correntes de saída tem a mesma composição do estágio;
· Volume de retenção (“holdup”) molar constante.
3.2. EQUAÇÕES DO MODELO
Os balanços molares e de energia foram realizados em cada estágio da
coluna. A Figura 3.2.1 apresenta um esquema de um único estágio genérico.
23
Figura 3.2.1 - Representação esquemática dos fluxos em um estágio genérico de uma coluna
de destilação.
F
é a corrente de alimentação,
Q
o fluxo de calor,
L
a corrente de
líquido,
V
a corrente da fase vapor,
U
a saída lateral de líquido,
W
a saída
lateral de vapor e o índice
j
refere-se ao número do estágio, que no caso das
correntes de líquido e vapor refere-se àquelas correntes que deixam o estágio
de mesmo índice.
A representação esquemática para todos os estágios de uma coluna de
destilação é apresentada na Figura 3.2.2. Por convenção adotou-se que os
calores são retirados de cada estágio, desta forma, o calor do refervedor deve
apresentar sinal negativo.
Com os esquemas apresentados nas Figuras 3.2.1 e 3.2.2, pode-se
obter facilmente os balanços molares e de energia. O refervedor e o
condensador apresentam características particulares, desta maneira nestes
dois estágios foram apresentados balanços separadamente dos estágios
intermediários. Observa-se na Figura 3.2.2 que a contagem dos estágios inicia
no condensador (estágio 1) e termina no refervedor (estágio N
p
, último estágio).
V
j
V
j+1
U
j
F
j
W
j
L
j-1
Q
j
Estágio j
L
j
24
Figura 3.2.2 - Representação esquemática dos fluxos de todos os estágios em uma coluna de
destilação.
Q
1
(Q
c
)
Q
Np
(Q
r
)
V
1
L
Np
(B)
L
1
W
Np
W
Np-1
L
j
V
j+1
W
j
V
j
L
j-1
U
j
F
j
Q
j
Estágio j
W
3
W
2
V
2
U
1
(D)
F
1
Estágio 1
(Condensador)
L
Np-2
V
Np-1
W
Np-2
V
Np-2
L
Np-3
U
Np-2
F
Np-2
Q
Np-2
Estágio N
p
-2
L
2
V
3
U
2
F
2
Q
2
Estágio 2
L
3
V
4
U
3
F
3
Q
3
Estágio 3
W
4
U
j-1
U
Np-3
F
Np
Estágio N
p
(Refervedor)
W
j+1
V
Np
F
Np-1
Q
Np-1
Estágio N
p
-1
L
Np-1
U
Np-1
25
Balanço molar global:
1
1
1 1 2 2
0
p p p p
N N N N
j j j j
j j j j
F R B D V W U
-
= = = =
+ - - - - - =
å å å å
(3.2.1)
Balanço molar global por componente:
1 1 1
1 1 1 2
1
2
0 1,...,
p p p
r
p
p
N N N
N
j i j l i l j i N i i j i j
j j l j
N
j i j c
j
F z B x D x V y W y
U x i N
n x
= = = =
-
=
× + × - × - × - × - × +
- × = =
å åå å
å
(3.2.2
)
Balanço molar global no condensador (
1
j
=
):
(
)
1 2 1
1 0
D
F V V r D
+ - - + × =
(3.2.3)
Balanço molar global nos estágios intermediários (
2,..., 1
p
j N
= -
):
1 1
0
j j j j j j j j
F R V L V W L U
+ -
+ + + - - - - =
(3.2.4)
Balanço molar global no refervedor (
p
j N
= ):
(
)
1
1 0
p p
N N B
F L r B
-
+ - + × =
(3.2.5)
Balanço molar por componente no condensador (
1
j
=
):
(
)
1 1 2 2 1 1 1
1 0 1,...,
i i i D i c
F z V y V y r D x i N
× + × - × - + × × = =
(3.2.6)
Balanço molar por componente nos estágios intermediários
(
2,..., 1
p
j N
= -
):
1 1 1 1
1
0 1,...,
r
N
j i j l i l j j i j j i j j i j j i j j i j
l
j i j c
F z V y L x V y W y L x
U x i N
n x
+ + - -
=
× + × + × + × - × - × - × +
- × = =
å
(3.2.7)
Balanço molar por componente no refervedor (
p
j N
= ):
(
)
1 1
0 1,...,
p p p p p p p p
N i N N i N N N i N i N c
F z L x V W y B x i N
- -
× + × - + × - × = =
(3.2.8)
Balanço de energia no condensador (
1
j
=
):
(
)
1 1 2 2 1 1 1
1 0
Feed D C
F h V H V H r D h Q
× + × - × - + × × - =
(3.2.9)
26
Balanço de energia nos estágios intermediários (
2,..., 1
p
j N
= -
):
(
)
(
)
1 1 1 1
0
j Feed j j j j j j j j j j j j
F h V H L h Q V W H L U h
+ + - -
× + × + × - - + × - + × =
(3.
2.10)
Balanço de energia no refervedor (
p
j N
= ):
(
)
1
0
p p p p p p p p
N Feed N N N N N N N R
F h L h V W H B h Q
-
× + × - + × - × - =
(3.2.11)
3.3. MODELAGEM TERMODINÂMICA
Além dos balanços molares e de energia a termodinâmica também nos
fornece a relação de equilíbrio entre as fases líquida e vapor. O equilíbrio de
fases pode ser formulado de duas maneiras diferentes, o primeiro usa uma
equação de estado para modelar ambas as fases (formulação fi/fi) e o segundo
que usa uma equação de estado para a fase vapor e modela a fase líquida com
o auxílio de coeficientes de atividade (formulação gama/fi). A formulação fi/fi é
preferível quando se trabalha com altas pressões e/ou ambas as fases são
compressíveis.
Formulação fi/fi:
ˆ ˆ
1,...,
v l
i i i i c
y x i N
f f
× = × =
(3.3.1)
Formulação gama/fi:
ˆ
exp 1,...,
sat
i
l
P
v sat sat
i
i i i i i i c
P
V
y P x P dP i N
R T
f g f
æ ö
× × = × × × × × =
ç ÷
×
è ø
ò
(3.3.2)
onde
f
é o coeficiente de fugacidade e
g
o coeficiente de atividade.
Para representar o comportamento da fase vapor é necessário a
aplicação de uma equação de estado, neste trabalho optou-se pelo uso da
equação cúbica de Peng-Robinson (ANEXO VI.1).
Os balanços de energia necessitam do lculo das entalpias, tanto da
fase vapor quanto da fase líquida. O cálculo das entalpias dos componentes
puros pode ser baseado no estado de referência elementar, como mostrado na
Figura 3.3.1.
27
0,0
Estado do componente
Valor da entalpia
Componente em estado líquido
Componente em estado líquido
saturado
Componente em estado vapor saturado
Componente em estado vapor
Estado de referência elementar
298
o
f K
HD
( )
298
v
P pe
C T K× -
( )
vap
pe
H T-D
( )
l
P l pe
C T T× -
298
o
f K
HD
( )
298
298
o v
f K P pe
H C T KD + × -
( ) ( )
298
298
o v vap
f K P pe pe
H C T K H TD + × - - D
( ) ( ) ( )
298
298
o v vap l
f K P pe pe P l pe
H C T K H T C T TD + × - - D + × -
298 1K e atm
298 1K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
l
T K e atm
Valor da entalpia
Valor da entalpia
Estado do componente
298 1K e atm
298 1K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
l
T K e atm
298 1K e atm
298 1K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
pe
T K e atm
( )
1
l
T K e atm
Figura 3.3.1 - Representação do cálculo da entalpia com referência no estado do componente
puro.
Com base no estado de referência elementar, calcula-se as entalpias
para misturas:
( )
298
298
1
n
T
o ig R
i f K p i
i
K
i
H y H C dT H
=
é ù
= × D + × +
ê ú
ë û
å
ò
(3.3.3)
( ) ( )
1
pe
n
T
vap l E
i i pe i pe pi
T
i
h x H T H T C dT h
=
é ù
= × - D + × +
ê ú
ë û
å
ò
(3.3.4)
onde o sobrescrito
R
representa a propriedade residual e o sobrescrito
E
a
propriedade em excesso,
H
é a entalpia da fase vapor e
h
é a entalpia da fase
líquida.
28
Outra relação muito importante também fornecida pela termodinâmica é
o equilíbrio químico:
( )
(
)
1
1
exp
i
o
n
n
i i i i
i
i
P P
K x V
R T
n
g n
=
=
æ ö
-
é ù
ç ÷
= × × × ×
ê ú
ç ÷
×
ë û
è ø
å
Õ
(3.3.5)
em que
o
P
é a pressão padrão (1 bar),
i
V
é o volume molar do componente
i
em fase líquida.
A reação química atinge seu equilíbrio quando a energia total de Gibbs
chega ao seu valor mínimo, com isso temos que a constante de equilíbrio é
fornecida pela seguinte relação:
( )
(
)
ln
o
G T
K
R T
D
= -
×
(3.3.6)
O ANEXO VI.6 apresenta as equações para o lculo da constante de
equilíbrio químico para um modelo particular de capacidade calorífica.
Quando a reação é limitada pela cinética química são necessárias
informações sobre a equação da taxa de reação.
A partir das informações acima fornecidas, pode-se então realizar a
modelagem da coluna de destilação reativa.
3.4. ALGORITMO
SEADER & HENLEY (1998) apresentam um algoritmo para colunas de
destilação convencional. Neste trabalho o algoritmo apresentado para colunas
de destilação reativa é uma adaptação do algoritmo dos autores supracitados.
O algoritmo apresentado na Figura 3.4.1 mostra apenas a seqüência dos
cálculos sendo cada passo do algoritmo apresentado separadamente. Deve-se
destacar que o algoritmo original foi formulado para problemas em que os
valores das correntes de destilado e produto de fundo são especificados, o
algoritmo apresentado neste trabalho deve-se especificar as razões de refluxo
do condensador e do refervedor, esta é uma mudança necessária visto que
pela ocorrência de reação química pode haver uma variação no número de
29
moles e com isto a soma das correntes de saída da coluna pode ser diferente
da soma das correntes de entrada, mesmo em regime permanente, o que
dificulta a especificação dos valores das correntes de saída. Apesar da
semelhança dos algoritmos, os balanços molares e de energia foram todos
refeitos devido à adição da reação química. E, por último foram adicionados
métodos para gerar estimativas iniciais, no mínimo, razoáveis.
Figura 3.4.1 - Algoritmo para simulação de colunas de destilação reativa.
sim
Obter a(s) constante(s) de equilíbrio químico ou
equação da cinética de reação
Estimar temperaturas
Estimar graus de avanço
Estimar correntes de destilado e fundo
Estimar
correntes
de vapor
Estimar correntes
de
líquido
Calcular frações molares da fase líquida
Normalizar frações molares da fase líquida
Calcular temperaturas
Calcular frações molares da fase vapor
Calcular entalpias e fluxos de calor
Calcular correntes da fase vapor
Calcular correntes de destilado e p
roduto de fundo
Calcular correntes da fase líquida
Calcular graus de avanço
erro ≤ tol
Imprimir resultados
não
Fornecer dados neces
sários
30
Cada etapa do algoritmo é responsável pela solução de um conjunto de
equações, sendo necessário a utilização de um método de solução de sistema
de equações não lineares apenas na etapa de cálculo dos graus de avanço.
3.4.1. Dados necessários
Para iniciar o algoritmo o primeiro passo é fornecer as seguintes
especificações e propriedades:
· Número de componentes (
c
N
);
· Número de estágios (
p
N
);
· Número de reações (
r
N
);
· Primeiro estágio reacional (
pri
N
);
· Último estágio reacional (
prf
N
);
· Coeficientes estequiométricos (
1,..., 1,...,
k i c r
i N k N
n
= = );
· Razões de refluxo no refervedor e no condensador (
B
r
e
D
r
);
· Correntes de alimentação (
1,...,
j p
F j N
= );
· Composições e fase das correntes de alimentação
(
1,..., 1,...,
i j c p
z i N j N
= = );
· Temperaturas das correntes de alimentação
(
1,...,
Feed j p
T j N
= );
· Pressão de operação da coluna (
col
P
);
· Parâmetros das capacidades caloríficas à pressão constante dos
componentes na fase vapor e na fase líquida (
ig
p
C
e
l
p
C
);
· Parâmetros da equação que modela a pressão de vapor (Antoine,
Wagner, Riedel, etc.);
31
· Parâmetros da equação que modela a energia livre de Gibbs em
excesso (Wilson, UNIFAC, etc.);
· Propriedades críticas e físicas (
c
P
,
c
T
,
w
,
pe
T
e
V
);
· Parâmetros de iteração binária (
i j
k
e
i j
l
);
· Correntes de retirada lateral de líquido (
2,..., 1
j p
U j N
= -
);
· Correntes de retirada lateral de vapor (
2,...,
j p
W j N
= );
· Fluxos de calor nos estágios intermediários
(
2,..., 1
j p
Q j N
= -
);
· Propriedades padrão de formação (
o
f
H
e
o
f
G
);
· Volumes de retenção molar ( ,...,
j pri prf
Vh j N N
= );
· Equações da cinética de reação química.
Os dois últimos itens são necessários apenas quando a reação é
limitada pela cinética de reação química e neste caso a energia livre de Gibbs
padrão de formação não é necessária.
Com as variáveis especificadas temos um problema com as seguintes
incógnitas:
· Correntes de produto de fundo e destilado (
B
e
D
se
condensador total ou
1
V
quando condensador parcial);
· Temperaturas dos estágios (
1,...,
j p
T j N
= );
· Correntes de líquido (
1,...,
j p
L j N
= );
· Correntes de vapor (
2,...,
j p
V j N
= );
· Taxa de fluxo de calor no condensador e refervedor (
C
Q
e
R
Q
);
32
· Graus de avanço ( 1,..., ,...,
k j r pri prf
k N j N N
x
= = );
· Frações molares da fase líquida (
1,..., 1,...,
i j c p
x i N j N
= = );
· Frações molares da fase vapor (
1,..., 1,...,
i j c p
y i N j N
= = ).
Temos, portanto, um total de
( )
(
)
2 N +3 N N -N +1 N +3
c p prf pri r
× × + ×
incógnitas, assim, para a solução do problema é necessário o mesmo número
de equações.
A Tabela 3.4.1.1 apresenta uma especificação das equações
correspondentes a cada incógnita com a contagem de incógnitas e equações
fornecendo a origem das equações.
Tabela 3.4.1.1 - Especificação de incógnitas, equações e origem das equações do modelo.
Incógnitas
Número de
incógnitas
Origem das
equações
Equações
Número de
equações
x N
c
N
p
Balanços molares por
componente por
estágio.
3.4.8.1 - 3.4.8.3
N
c
N
p
y N
c
N
p
Equilíbrio de fases.
3.4.11.1
N
c
N
p
T N
p
Equações de soma.
3.4.10.1
N
p
L N
p
Razão de refluxo no
condensador, balanços
molares por estágio
para j=2,..,N
p
-1 e
relação de igualdade
entre o produto de
fundo e corrente de
líquido que sai do
último estágio.
3.4.15.1 - 3.4.15.3
N
p
V N
p
- 1
Razão de refluxo no
refervedor e balanços
de energia por estágio
para j=2,..,N
p
-1.
3.4.13.1 e 3.4.13.2
N
p
- 1
x
N
prf
- N
pri
+ 1
Relações de equilíbrio
químico ou cinética.
3.3.5 ou 3.4.16.1
N
prf
- N
pri
+ 1
Q
C
e Q
R
2
Balanços de energia no
condensador e global.
3.4.12.1 e 3.4.12.2
2
B e D ou V
1
2
Balanços molares no
condensador e
refervedor.
3.4.14.1 e 3.4.14.2
ou 3.4.14.3
2
33
3.4.2. Obtenção da(s) constante(s) de equilíbrio químico ou da
cinética química
Quando a cinética é pida podem ser empregadas as equações de
equilíbrio químico para o cálculo da conversão em cada estágio. Para cada
reação envolvida no processo, deve-se obter uma constante de equilíbrio
químico com a Equação (3.3.5). No entanto, se as reações forem limitadas pela
cinética, devem ser fornecidas as equações e constantes da taxa de reação.
3.4.3. Estimativa das temperaturas
Na literatura o modelo mais comum de estimativa inicial de temperatura
é o perfil linear, este modelo pode ser encontrado nos trabalho de
ALFRADIQUE (2003) e KHALEDI & BISHNOI (2006). Portanto, para estimativa
inicial das temperatura é utilizado o perfil linear entre o refervedor (maior
temperatura) e o condensador (menor temperatura), como ilustrado na Figura
3.4.3.1, foram utilizadas duas estratégias para se obter as temperaturas do
refervedor e do condensador. Na primeira, empregou-se a maior e a menor
temperaturas de saturação dos componentes puros na pressão de operação da
coluna (
col
P
), calculadas com as equações da pressão de vapor dos
componentes puros.
(0)
min
1,...,
j p
T T j T j N
= + ×D =
(3.4.3.1)
onde
max min
p
T T
T
N
-
D =
(3.4.3.2)
Este método de tomada de temperatura xima e mínima fornece
estimativas iniciais pobres quando, para destilação convencional, o número de
componentes é relativamente elevado, o que se deve à possibilidade de a
maior e a menor temperaturas de saturação serem atribuídas a componentes
com frações molares muito baixas. Para contornar tal problema propôs-se outra
estratégia para o cálculo das temperaturas (
min
T
e
max
T
) que, leva em
34
consideração as frações molares de cada componente na alimentação (
i
z
).
Com esta finalidade, as temperaturas de saturação de cada componente são
calculadas na pressão de operação da coluna e ordenadas de forma crescente.
As equações utilizadas para o cálculo das temperaturas
min
T
e
max
T
são
apresentadas nas Equações (3.4.3.3)-(3.4.3.6).
Figura 3.4.3.1 - Ilustração de perfil linear da estimativa inicial da temperatura ao longo da
coluna.
Quando o número de componentes é par:
( )
2
1
min
2
1
Nc
sat
i i col
i
Nc
i
i
z T P
T
z
=
=
×
=
å
å
(3.4.3.3)
( )
1
2
max
1
2
Nc
sat
i i col
Nc
i
Nc
i
Nc
i
z T P
T
z
= +
= +
×
=
å
å
(3.4.3.4)
Estágio
1
N
p
T
T
max
T
min
35
Quando o número de componentes é impar:
( )
1
2
1
min
1
2
1
Nc
sat
i i col
i
Nc
i
i
z T P
T
z
+
=
+
=
×
=
å
å
(3.4.3.5)
( )
1
2
max
1
2
Nc
sat
i i col
Nc
i
Nc
i
Nc
i
z T P
T
z
+
=
+
=
×
=
å
å
(3.4.3.6)
As equações são diferentes quando o número total de componentes
(
c
N
) é par ou impar, pois, a contagem do número de componentes é discresta.
Em uma coluna de destilação reativa o objetivo é que se tenham altas
concentrações de produtos e baixas concentrações de reagentes nas correntes
de saída, sendo que, nas correntes de alimentação ocorre exatamente o
contrátio. Neste caso, a utilização deste último modelo para obtenção de
estimativa inicial das temperaturas, provavelmente, não fornecerá bons valores.
Assim, quando se trata de colunas de destilação reativa deve-se utilizar o
primeiro modelo apresentado.
3.4.4. Estimativa dos graus de avanço
Neste trabalho propôs-se o seguinte modelo para a estimativa inicial do
perfil de grau de avanço, ocorre um valor máximo em um determinado estágio
e uma queda quadrática do valor do mesmo até os estágios reacionais
extremos, como ilustrado na Figura 3.4.4.1. O formato proposto para o perfil,
com base em um valor máximo, é obtido com as Equações (3.4.4.1) e (3.4.4.2).
Para os estágios entre o primeiro estágio reacional (
pri
j N
= ) e o estágio
que receberá o maior valor do grau de avanço (
j ja
=
):
36
(
)
( )
(0) (0)
2
1
1
pri
k j k ja
pri
j N
ja N
x x
- +
= ×
- +
(3.4.4.1)
E para os estágios entre aquele que receberá o maior valor do grau de
avanço (
j ja
=
) e o último estágio reacional (
prf
j N
= ):
(
)
( )
(0) (0)
2
1
1
prf
k j k ja
prf
N j
N ja
x x
- +
= ×
- +
(3.4.4.2)
Onde
(0)
k ja
x
é obtido considerando que no estágio que receberá o maior
valor da estimativa do grau de avanço entram apenas as correntes de
alimentação e seja atingido o equilíbrio químico na temperatura de
alimentação, assim obtém-se a estimativa inicial para o grau de avanço neste
estágio.
Figura 3.4.4.1 - Ilustração do perfil de estimativa inicial do grau de avanço ao longo da coluna.
Para fazer a escolha do estágio que receberá o maior valor do grau de
avanço, deve-se levar em conta as características mais comuns às
alimentações de uma coluna de destilação reativa. As duas formas mais
comuns de alimentação em uma coluna de destilação reativa são: (1) Toda a
alimentação é feita em um único estágio e; (2) A alimentação é dividida em
duas correntes, onde, o reagente mais volátil é alimentado próximo ao
Estágio
N
pri
N
prf
ξ
ξ
max
ja
37
refervedor e o reagente menos volátil próximo ao condensador. Para o primeiro
caso, o estágio a ser escolhido é o próprio estágio de alimentação e para o
segundo caso o estágio é aquele no qual ocorre a alimentação mais próxima
ao refervedor, caso esta alimentação não ocorra em um estágio reacional,
deve-se escolher o estágio reacional mais próximo, ou seja, o último estágio
reacional.
3.4.5. Estimativa das correntes de destilado e produto de fundo
Para estimativa inicial das correntes de destilado e produto de fundo
considera-se que para cada mol de líquido evaporado um mol de vapor
condensa e vice-versa, ou seja, as correntes de líquido e vapor sofrem
influência apenas dos termos de alimentação (vazão e qualidade), das
retiradas laterais e da variação do número total de moles pela reação. Esta
consideração é utilizada por CHEN et al. (2000) na formulação de um dos
modelos propostos para colunas de destilação reativa, este modelo é chamado
de non-heat effects model. Aplicando esta consideração nos balanços
molares globais e para fase líquida e rearranjando esta expressão, obtêm-se as
seguintes equações:
( ) ( )
( ) ( )
1
1 1
2 2
(0)
1
1
p p
N N
D D j j D j j D j
j j
B D
r F V r R U r q F r W
B
r r
-
= =
é ù
× - + + × - + + × - ×
ë û
=
+ +
å å
(3.4.5.1)
( ) ( )
( ) ( )
( )
(0)
1
1 1
2 2
1 1 1
1
p p
N N
B B j j B j j B j
j j
B D
D
r F V r R U r q F r W
r r
-
= =
=
é ù
+ × - + × - + + - × - + ×
ë û
+ +
å å
(3.4.5.2)
em que;
1 1
2,..., 1
c
r
N
N
j l i l j p
l i
R j N
n x
= =
= × = -
åå
(3.4.5.3)
e q é a condição de alimentação e possui os seguintes valores:
38
· Líquido sub-resfriado,
1
q
>
;
( )
( )
Feed
b
T
vap v
bolha p
T
vap
bolha
H T C dT
q
H T
D + ×
=
D
ò
(3.4.5.4)
· Líquido saturado,
1
q
=
;
· Vapor saturado,
0
q
=
;
· Vapor e líquido saturado, 1
q fração de vapor
= -
;
· Vapor superaquecido,
0
q
<
;
( )
Feed
orvalho
T
v
p
T
vap
orvalho
C dT
q
H T
×
= -
D
ò
(3.4.5.5)
Quando a coluna opera com um condensador total, o destilado é retirado
da coluna em fase líquida (corrente
D
), neste caso a corrente de vapor que sai
do condensador (
1
V
) tem valor nulo e quando a coluna opera com um
condensador parcial o destilado é retirado da coluna em fase vapor (corrente
1
V
), e neste caso a saída lateral de líquido do primeiro estágio (
1
U
ou
D
) tem
valor nulo. Consequentemente, quando a coluna opera com condensador total
e refervedor parcial utiliza-se para estimativa das correntes produto de fundo e
destilado as Equação (3.4.5.1) e (3.4.5.2), respectivamente, e quando o
condensador é parcial (sem mudar o modelo de refervedor) as equações de
estimativa são bastante parecidas.
( )
( ) ( )
1
1
2 2
(0)
1
1
p p
N N
D D j j D j j D j
j j
B D
r F r R U r q F r W
B
r r
-
= =
é ù
× + + × - + + × - ×
ë û
=
+ +
å å
(3.4.5.6)
( )
( ) ( )
( )
1
1
2 2
(0)
1
1 1 1
1
p p
N N
B B j j B j j B j
j j
B D
r F r R U r q F r W
V
r r
-
= =
é ù
+ × + × - + + - × - + ×
ë û
=
+ +
å å
(3.4.5.7)
39
3.4.6. Estimativa das correntes de vapor
Com balanços molares para a fase vapor (considerando o modelo acima
citado para estimativa inicial das correntes de destilado e produto de fundo) nos
estágios
2,..., 1
p
j N
= -
e a razão de refluxo no refervedor, foram obtidas uma
equação para corrente do segundo estágio (Equação 3.4.6.1), uma para
corrente do último estágio (Equação 3.4.6.3) e uma equação que pode ser
usada para os estágios intermediários (Equação 3.4.6.2):
(
)
(0) (0)
2 1 1
1
D
V r D V F
= + × + -
(3.4.6.1)
(
)
(0) (0)
1 1 1 1
1 3,..., 1
j j j j j p
V V W q F j N
- - - -
= + + - × = -
(3.4.6.2)
(0) (0)
p P
N B N
V r B W
= × -
(3.4.6.3)
A corrente de vapor que sai do condensador (primeiro estágio) não é
computada como incógnita aqui, pois o mesmo depende do tipo de
condensador, se for um condensador total (o tipo mais comum) a corrente tem
valor nulo e se for um condensador parcial esta é a corrente de destilado.
3.4.7. Estimativa das correntes de líquido
Empregando novamente a consideração de fluxo equimolar entre as
fases para realização dos balanços molares, obtêm-se uma equação para
corrente do primeiro estágio (Equação 3.4.7.1), uma para corrente do último
estágio (Equação 3.4.7.3) e uma equação que pode ser usada para os estágios
intermediários (Equação 3.4.7.2).
(0) (0)
1 D
L r D
= ×
(3.4.7.1)
( )
(0) (0)
1 1
1 2
2,..., 1
j j
j j m m m m p
m m
L V V D F R U W j N
+
= =
= - - + + - - = -
å å
(3.4.7.2)
(0) (0)
p
N
L B
=
(3.4.7.3)
Com as estimativas acima citadas é possível iniciar o processo iterativo
do algoritmo.
40
3.4.8. Cálculo das frações molares da fase líquida
A partir das equações dos balanços de massa por componente em cada
estágio e a condição de equilíbrio de fases, obtém-se o seguinte conjunto de
equações lineares para as frações molares da fase líquida.
1 1 1 2 1
1,...,
i i c
d x u x b i N
× + × = =
(3.4.8.1)
1 1
1,..., 2,..., 1
j i j j i j j i j j c p
l x d x u x b i N j N
- +
× + × + × = = = -
(3.4.8.2)
1
1,...,
p p p p p
N i N N i N N c
l x d x b i N
-
× + × = =
(3.4.8.3)
Na forma matricial temos:
1 1 1 1
2 2 2 2 2
1 1 1 1 1
0 0 0
0 0
0 0
1,...,
0 0
0 0 0
p p p p p
p p p p
i
i
c
N N N i N N
N N i N N
d u x b
l d u x b
i N
l d u x b
l d x b
- - - - -
é ù é ù é ù
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
× = =
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ë û ë û ë û
O O O M M
(3.4.8.4)
em que;
1
2,...,
j j p
l L j N
-
= =
(3.4.8.5)
1 1 1 1i
d V K L D
é ù
= - × + +
ë û
(3.4.8.6)
(
)
(
)
2,..., 1
j j j j j i j p
d U L W V K j N
é ù
= - + + + × = -
ë û
(3.4.8.7)
(
)
p p p p
N N N i N
d B W V K
é ù
= - + + ×
ë û
(3.4.8.8)
1 1
1,..., 1
j j i j p
u V K j N
+ +
= × = -
(3.4.8.9)
1
1,...,
r
N
j j i j l i l j p
l
b F z j N
n x
=
= - × - × =
å
(3.4.8.10)
e a relação de equilíbrio de fases dada por
exp 1,..., 2,...,
ˆ
j
sat
i j
sat sat
l
P
i j i j i j i j
i
i j c p
v
P
i j
i j j
y P
V
K dP i N j N
x R T
P
g f
f
× ×
æ ö
= = × × = =
ç ÷
×
×
è ø
ò
(3.4.8.11)
41
Este conjunto de equações deve ser resolvido (separadamente para
cada componente) com o emprego de um método de resolução de sistema de
equações algébrica lineares, como por exemplo, o Método da Eliminação de
Gauss ou, para diminuir o esforço computacional, pode-se usar o algoritmo de
Thomas, indicado para este problema por se tratar de um sistema de equações
lineares tridiagonal (ambos os métodos são apresentados no ANEXO III).
3.4.9. Normalização das frações molares da fase líquida
Como as estimativas iniciais apresentam um afastamento, mesmo que
pequeno, do resultado final e as frações molares de cada componente são
calculadas separadamente, estas frações podem, principalmente nas primeiras
iterações, assumir valores sem significado físico (tais como negativo, somatória
maior que a unidade, etc.), logo, para evitar problemas nos cálculos das
temperaturas e coeficientes de atividade e para acelerar o processo de
convergência do algoritmo faz-se a normalização, pelo emprego da seguinte
equação:
( )
1
1,..., 1,...,
c
i j
i j c p
N
Normalizado
k j
k
x
x i N j N
x
=
= = =
å
(3.4.9.1)
3.4.10. Cálculo das temperaturas
O cálculo das temperaturas é feito com a equação de recorrência obtida
pelo rearranjo da Equação (3.4.8.11). Este é um problema de equilíbrio líquido-
vapor conhecido na termodinâmica como “Bolha T”, onde são calculadas as
temperaturas e as frações molares da fase vapor tendo fixas a pressão e as
frações molares da fase líquida (SMITH, VAN NESS & ABBOTT, 1996). As
temperaturas são calculadas nesta etapa e as frações molares da fase vapor
na próxima etapa.
( )
1
1 0 1,...,
c
N
j i j i j p
i
F T K x j N
=
= - × = =
å
(3.4.10.1)
42
A Equação (3.4.10.1) pode ser resolvida com o método da secante, de
forma que ajuste a temperatura para tornar o resíduo da função
suficientemente próximo de zero:
( )
( ) ( )
1
1
1
1,...,
k k
j j
k k k
j j j p
k k
j j
T T
T T F T j N
F T F T
-
+
-
é ù
-
ê ú
= - × =
-
ê ú
ë û
(3.4.10.2)
3.4.11. Cálculo das frações molares da fase vapor
Tendo a disposição os valores das frações molares da fase líquida e as
temperaturas, a obtenção das frações molares da fase vapor é feita de modo
direto a partir da equação de equilíbrio de fases:
1,..., 1,...,
i j i j i j c p
y K x i N j N
= × = =
(3.4.11.1)
3.4.12. Cálculo das entalpias e fluxos de calor
A formulação para cálculo das entalpias foi apresentada na secção
3.3. As equações para cálculo dos fluxos de calor no condensador e refervedor,
foram obtidas a partir das equações de balanço de energia no primeiro estágio
e global, respectivamente. Estas equações são apresentadas a seguir.
(
)
1 1 2 2 1 1 1 1
C Feed
Q F h V H V H L D h
= × + × - × - + ×
(3.4.12.1)
( )
1
1 1
1 1 2
p p p
p p
N N N
R j Feed j N N j j j j j
j j j
Q F h V H L h Q U h W H
-
= = =
= × - × - × - + × - ×
å å å
(3.4.12.2)
3.4.13. Cálculo das correntes de vapor
A partir da combinação dos balanços molares, definição de razão de
refluxo no refervedor e balanços de energia, com um rearranjo obtêm-se o
seguinte conjunto de equações lineares.
1
2,..., 1
j j j j j p
V V j N
a b g
+
× + × = = -
(3.4.13.1)
p p p
N N N
V
a g
× =
(3.4.13.2)
43
em que;
1
2,..., 1
j j j p
h H j N
a
-
= - = -
(3.4.13.3
)
1
2,..., 1
j j j p
H h j N
b
+
= - = -
(3.4.13.4
)
(
)
(
)
( ) ( )
( )
1 1
1 1
1 2
2,..., 1
j j j j Feed j j j j j j
j j
m m m m j j p
m m
Q F h h W H h R h
F U W R V D h h j N
g
- -
-
= =
= + × - + × - + ×
é ù
+ - + - - - × - = -
ê ú
ë û
å å
(3.4.13.5
)
1
p
N
a
=
(3.4.13.6
)
p p
N B N
r B W
g
= × -
(3.4.13.7)
Na forma matricial temos:
2 2 2 2
3 3 3 3
1 1 1 1
0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0
0 0 0 0
p p p p
p p p
N N N N
N N N
V
V
V
V
a b g
a b g
a b g
a g
- - - -
é ù é ù é ù
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
× =
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ë û ë û ë û
O O M M
(3.4.13.8)
Este sistema de equações lineares pode ser resolvido com o algoritmo
de Thomas, mas, pode ser resolvido mais facilmente pela solução algébrica
simples iniciando a solução pelo último estágio, então para o penúltimo estágio
e assim sucessivamente até o estágio de número dois, pois a matriz dos
coeficientes já está na forma de matriz triangular superior.
p
p
p
N
N
N
V
g
a
=
(3.4.13.9)
1
1,...,2
j j j
j p
j
V
V j N
g b
a
+
- ×
= = -
(3.4.13.10)
3.4.14. Cálculo das correntes de destilado e produto de fundo
Para calcular as correntes de destilado e produto de fundo usa-se
apenas as definições de razões de refluxo e balanços molares no refervedor e
condensador.
44
Quando a coluna opera com refervedor parcial e condensador total,
temos:
1
1
p p
N N
B
F L
B
r
-
+
=
+
(3.4.14.1)
2 1 1
1
D
V F V
D
r
+ -
=
+
(3.4.14.2)
Quando a coluna opera com refervedor parcial e condensador parcial, a
equação para cálculo da corrente de produto fundo não muda, mas, a corrente
de destilado passa a ser
1
V
.
2 1
1
1
D
V F
V
r
+
=
+
(3.4.14.3)
3.4.15. Cálculo das correntes da fase líquida
As equações dos balanços molares podem ser rearranjadas, de modo a
permitir o cálculo das correntes da fase líquida a partir das seguintes equações:
1 D
L r D
= ×
(3.4.15.1)
( )
1 1
1 2
2,..., 1
j j
j j m m m m p
m m
L V V D F R U W j N
+
= =
= - - + + - - = -
å å
(3.4.15.2)
p
N
L B
=
(3.4.15.3)
3.4.16. Cálculo dos graus de avanço
Esta etapa consiste na solução de um conjunto de equações não
lineares, tanto para o modelo de cinética química quanto para o modelo de
equilíbrio químico.
Quando a reação é limitada pela cinética química os graus de avanço
são calculados pela equação da taxa de reação. A Equação (3.4.16.1) mostra a
equação do grau de avanço para o caso de uma reação elementar.
45
( ) ( )
2 2
1 1
1
1,...,
,...,
C C
k i k i k i k i
N N
k j j k i j i j r
i i
k
pri prf
Vh k a a k N
K
j N N
n n n n
x
- +
= =
æ ö
= × × - × =
ç ÷
è ø
=
Õ Õ
(3.4.16.1)
em que
k
k
e
k
K
são respectivamente a constante da taxa e a constante de
equilíbrio da reação
k
,
j
Vh
é o volume de retenção molar do estágio
j
,
k i
n
é o
coeficiente estequiométrico do componente
i
na reação
k
e
i j
a
é a atividade
do componente
i
no estágio
j
.
i j i j i j
a x
g
= ×
(3.4.16.2)
Quando a reação é muito rápida, ou seja, a reação é limitada pelo
equilíbrio químico, os graus de avanço são obtidos pela relação de equilíbrio
(Equação 3.3.5). Na equação de equilíbrio químico não aparecem os graus de
avanço, mas, as frações molares da fase líquida dependem dos graus de
avanço, com isto, tornando possível o calculo dos graus de avanço através da
utilização desta equação.
Quando ocorrem varias reações, para facilitar os cálculos, é possível
calcular os graus de avanço de cada reação separadamente, desde que, as
reações sejam independentes.
Esta é a etapa mais complexa do algoritmo e também a que limita a
convergência da simulação. Nesta etapa, é necessário o uso de um método
para solução de um conjunto de equações não lineares, tais métodos exigem o
cálculo das derivadas das funções em relação às incógnitas. Estas derivadas
são avaliadas numericamente devido à dificuldade de obtenção de derivadas
algébricas para este conjunto de equações.
Esta etapa depende em grande escala das estimativas iniciais e do
método de solução. O todo mais popular é o de Newton-Raphson e
variações do mesmo, mas este método necessita de estimativas inicias
próximas da solução, já o método da continuação homotópica não necessita de
boas estimativas iniciais, porém, é mais complexo e exige um esforço
computacional maior.
46
Para resolução desta etapa do algoritmo foram testadas duas
metodologias (Broyden e homotopia). O método de Broyden é uma adaptação
do método de Newton-Raphson para contornar algumas limitações deste último
(no ANEXO II é apresentado o método de Newton-Raphson e a adaptação do
mesmo ao método de Broyden). O método da continuação homotópica (ou
homotopia) possui algumas variações dependendo da escolha da função
homotópica auxiliar (
(
)
G X
). Neste trabalho optou-se pela escolha da
homotopia de Newton (no ANEXO I é apresentada uma descrição detalhada do
método da continuação homotópica).
3.4.17. Critério de parada
O fim do processo iterativo se quando a variação relativa de algumas
das principais variáveis do modelo se mostra bastante baixa. Quão pequena
esta variação deve ser, depende da escolha da tolerância (
tol
).
2 2 2
( ) ( 1) ( ) ( 1) ( ) ( 1)
1
, ,
( ) ( ) ( )
1 2 1 2
,
p p p
r
k k k k k k
N N N
N
j j j j i j i j
k k k
j j i j
j j i j
T T V V
tol
T V
x x
x
- - -
-
= = = =
é ù é ù é ù
- - -
+ + £
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ë û ë û ë û
å å å å
(3.4.17.1)
47
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nesta secção serão apresentados os resultados obtidos de alguns
exemplos disponíveis na literatura, tratando de destilação convencional e
reativa. Em cada exemplo é feita uma comparação com os resultados da
referência original e também uma comparação com as estimativas iniciais para
verificar a eficácia da metodologia desenvolvida para gerar as estimativas. Para
os casos de destilação reativa são feitas comparações entre as simulações que
utilizam o método de Broyden e o método da continuação homotópica para
solução da etapa de cálculo dos graus de avanço.
Todos os exemplos apresentados neste trabalho foram resolvidos com
as mesmas especificações dos trabalhos originais para que pudessem ser
realizadas as comparações. A metodologia empregada na solução foi a mesma
em todos os casos. Em todos os exemplos, e tolerância adotada foi
10
1 10
-
´ e o
processador utilizado foi um Intel Core2 QUAD Q6600 2,40 GHz. Foi
desenvolvido um código computacional em linguagem FORTRAN seguindo os
passos do algoritmo apresentado na secção 3.4 e, para cada simulação, são
feitas as adaptações necessárias.
Foram testados sete casos sendo os dois primeiros de destilação
convencional e os outros cinco de destilação reativa. O primeiro caso trata de
um sistema simples de destilação de uma mistura de quatro hidrocarbonetos
com estruturas moleculares não muito distintas, o segundo caso é um pouco
mais complexo por se tratar da destilação de uma carga de gás liquefeito de
petróleo que possui uma quantidade relativamente elevada de hidrocarbonetos,
no terceiro caso (primeiro caso com reação) é testada a reação de metátese do
2-penteno (um sistema ideal para a destilação reativa), neste caso são
comparados os modelos de cinética e equilíbrio químico, o quarto caso testado
apresenta a síntese do etileno glicol sem e com possível reação paralela, este
é um caso bastante simples, visto que, apenas um estágio reacional, o
quinto caso trata da síntese do MTBE, um exemplo clássico da destilação
reativa, o sexto apresenta a síntese do acetato de metila, que além de ser um
exemplo clássico da destilação reativa possui um elevado número de estágios,
o que aumenta o número de equações a serem resolvidas e,
48
consequentemente, dificulta a solução, por fim no sétimo e último caso temos
outro exemplo clássico da destilação reativa, a síntese do ETBE, com uma
equação bastante complexa para taxa de reação.
4.1. EXEMPLO 1: DESTILAÇÃO DE UMA MISTURA DE
HIDROCARBONETOS
Neste exemplo, tem-se uma coluna de destilação convencional com a
finalidade promover a separação de uma mistura de quatro hidrocarbonetos:
propano (C
3
), n-butano (n-C
4
), iso-pentano (i-C
5
) e n-pentano (n-C
5
). As
condições operacionais, relacionadas na Tabela 4.1.1, são as mesmas
utilizadas por KING (1980) e reproduzidas por ALFRADIQUE (2003).
Tabela 4.1.1 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 1.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 13,8 bar
Razão de refluxo Condensador 5,0
Refervedor 3,6083
Condensador Total Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 12
Corrente de alimentação Líquido saturado Estágio 6
Temperatura 359,3 K
Pressão 13,8 bar
Frações molares C
3
(0,4)
n-C
4
(0,4)
i-C
5
(0,1)
n-C
5
(0,1)
Este é um sistema ideal de destilação convencional, visto que, o sistema
é formado por uma mistura de poucos hidrocarbonetos de estruturas
moleculares não muito distintas. Neste exemplo a coluna de destilação em
questão possui 12 estágios (condensador total, 10 estágios adiabáticos e
refervedor parcial). Como base de cálculo usou-se para simulação uma
corrente de alimentação de 100 kmol/h. Para representar o comportamento da
fase vapor utilizou-se da equação de estado de Peng-Robinson e para
49
representar a energia livre de Gibbs em excesso utilizou-se o método de
contribuição de grupos UNIFAC. Como não ocorre reação química neste
processo, a entalpia de referência dos componentes puros no estado de gás
ideal foi tomada como zero. Nas Tabelas V.1, V.8, V.15 e V.22 do ANEXO V
estão relacionados as propriedades físicas, parâmetros para cálculo da
capacidade calorífica de gás ideal, capacidade calorífica do líquido e pressão
de vapor, respectivamente, para os componentes deste exemplo.
A convergência ocorreu com 31 iterações, com um tempo de
processamento de 29 centésimos de segundo.
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17.1), é apresentado na Figura 4.1.1.
1 5 10 15 20 25 30
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
Erro
Iteração
Figura 4.1.1 - Erro a cada iteração para simulação do exemplo 1.
A Figura 4.1.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação. Observa-se nesta figura um perfil aproximadamente linear e no
estágio de alimentação (
6
j
=
) a temperatura apresenta certo afastamento da
linearidade do perfil. Isto ocorre porque a corrente de alimentação está a uma
temperatura um pouco acima da temperatura do estágio que recebe a
alimentação.
50
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
310
320
330
340
350
360
370
380
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.1.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 1.
A Figura 4.1.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. Observando o perfil das vazões de
líquido nota-se que um aumento considerável na corrente de líquido no
estágio de alimentação devido à alimentação ser feita com líquido saturado, e
pelo perfil das correntes de vapor observa-se que a corrente de vapor sofre
pouca variação ao longo da coluna, a única grande variação ocorre do primeiro
para o segundo estágio, pois a corrente que deixa o primeiro estágio é nula,
por se tratar de um condensador total.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0
50
100
150
200
250
300
Vazão molar (kmol/h)
Estágio
Líquido
Vapor
Figura 4.1.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 1.
51
As Figuras 4.1.4 e 4.1.5 apresentam os perfis de frações molares da
fase líquida e da fase vapor, respectivamente. Nestas figuras é possível
observar o grau de separação dos componentes.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase líquida
Estágio
propano
n-butano
i-pentano
n-pentano
Figura 4.1.4 - Perfis das frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 1.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase vapor
Estágio
propano
n-butano
i-pentano
n-pentano
Figura 4.1.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 1.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1,
tomando como temperaturas mínima e máxima, respectivamente, a menor e
maior temperaturas de bolha dos componentes puros na pressão de operação
da coluna), vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3) e vazão molar de
52
vapor (Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), foram comparadas com os resultados da
simulação nas Figuras 4.1.6, 4.1.7 e 4.1.8, respectivamente. Observa-se
nestas figuras uma proximidade razoável entre as estimativas e os resultados
obtidos pela simulação, o que leva a uma maior garantia de convergência e um
tempo de simulação menor.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
310
320
330
340
350
360
370
380
390
400
410
420
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.1.6 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 1.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0
50
100
150
200
250
300
Vazão molar de líquido (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.1.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 1.
53
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
0
50
100
150
200
250
Vazão molar de vapor (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.1.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 1.
Com a finalidade de avaliar a estratégia para obtenção do perfil linear de
temperatura que leva em consideração as frações molares de alimentação,
empregando as Equações (3.4.3.3)-(3.4.3.4), para obtenção das temperaturas
do condensador e refervedor (
min
T
e
max
T
), foi realizada uma nova simulação
modificando apenas a estimativa inicial da temperatura. Para simples
diferenciação, a estimativa do perfil de temperatura gerada pela nova estratégia
receberá o nome de “Estimativa inicial 2” e o perfil gerado pela estratégia
anterior “Estimativa inicial 1”. Uma comparação entre os perfis de temperatura
obtidos pelas estimativas iniciais e o resultado calculado é apresentada na
Figura 4.1.9.
Observa-se, na Figura 4.1.9, que a nova estimativa inicial apresenta
valores ainda mais afastados do resultado final devido ao sistema ter um
número pequeno de componentes e baixas frações molares dos compostos
menos voláteis (hidrocarbonetos de maior cadeia), este afastamento do
resultado final aumenta o mero de iterações de 31 para 32 e o tempo de
processamento de 29 para 30 centésimos de segundo, sem modificar os
resultados obtidos pela simulação.
54
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
310
320
330
340
350
360
370
380
390
400
410
420
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial 1
Estimativa inicial 2
Figura 4.1.9 - Comparação entre os dois modelos de estimativa inicial e resultado da
simulação para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 1.
Uma comparação entre os comportamentos do erro a cada iteração para
as diferentes estimativas iniciais do perfil de temperatura é apresentada na
Figura 4.1.10. Observa-se que as convergências foram semelhantes.
1 5 10 15 20 25 30
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
Estimativa inicial 1
Estimativa inicial 2
Erro
Iteração
Figura 4.1.10 - Erro a cada iteração para as duas estimativas iniciais do perfil de temperatura
do exemplo 1.
Na Tabela 4.1.2 são apresentados os resultados de algumas variáveis
relevantes ao processo de destilação obtidos neste trabalho e comparados com
os resultados obtidos por KING (1980) e ALFRADIQUE (2003).
55
Tabela 4.1.2 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 1 com os
resultados de KING (1980) e ALFRADIQUE (2003).
Variável Especificação
KING (1980)
ALFRADIQUE
(2003)
Nesta
dissertação
Vazão (kmol/h)
Destilado 40,0 40,0 39,2
Fundo 60,0 60,0 60,8
x (D) C
3
0,980 0,900 0,938
n-C
4
0,020 0,100 0,061
i-C
5
0,000 0,000 0,001
n-C
5
0,000 0,000 0,000
x (B) C
3
0,013 0,103 0,053
n-C
4
0,653 0,565 0,618
i-C
5
0,167 0,166 0,164
n-C
5
0,167 0,166 0,164
T (K) Estágio 1 316,15 340,41 315,59
Estágio 12 377,15 375,15 375,46
Os resultados obtidos neste trabalho para este exemplo apresentam
uma maior proximidade aos resultados obtidos por KING (1980) a
ALFRADIQUE (2003). Dentre os resultados obtidos por ALFRADIQUE (2003) a
temperatura do condensador apresenta grande diferença do valor obtido por
KING (1980), esta diferença não ocorre se comparados os resultados obtidos
por KING (1980) e neste trabalho. Os perfis de temperatura, vazões molares e
frações molares, são bastante parecidos com aqueles apresentados por
ALFRADIQUE (2003), apesar de que grande diferença no valor mínimo da
temperatura. A ocorrência de algumas diferenças nos resultados obtidos se
devem à diferenças na consideração do modelo como, por exemplo, a
utilização do método de contribuição de grupos UNIFAC para descrever os
desvios da idealidade da fase líquida enquanto ALFRADIQUE (2003) utiliza
modelos de mistura ideal e também podem ser citados os diferentes graus de
complexidade para a modelagem termodinâmica da fase vapor e do cálculo
das entalpias.
Uma ilustração da coluna de destilação deste exemplo, com dados de
entrada, saída e outras especificações das condições operacionais da coluna,
é apresentada na Figura 4.1.11.
56
Figura 4.1.11 - Ilustração da coluna de destilação do exemplo 1.
4.2. EXEMPLO 2: COLUNA SEPARADORA C
3
/C
4
Este exemplo considera uma coluna de trinta e dois estágios (o
condensador, trinta estágios adiabáticos e o refervedor), que recebe uma carga
de gás liquefeito de petróleo (GLP). O objetivo desta coluna é separar a
alimentação de GLP em uma corrente rica em hidrocarbonetos de três ou
menos carbonos (C
3
) e outra corrente rica em hidrocarbonetos de quatro ou
mais carbonos (C
4
). Este é um equipamento típico nas indústrias químicas
(OGAWA, 2007). As condições operacionais especificadas nas Tabelas 4.2.1 e
4.2.2 são as mesmas utilizadas por ALFRADIQUE (2003).
Para simulação deste exemplo considerou-se os coeficientes de
fugacidade e atividade iguais à unidade (gás ideal e solução ideal) por se tratar
de uma mistura de hidrocarbonetos de cadeia pequena. Como não ocorre
reação química neste processo, a entalpia de referência dos componentes
B = 60,8 kmol/h
T = 375,46 K
Q
R
= -3,979.10
6
kJ/h
x
C3
= 0,053
x
nC4
= 0,618
x
iC5
= 0,164
x
nC5
= 0,164
r
D
= 5,0
r
B
= 3,6083
F
6
= 100 kmol/h
T = 359,3 K
P = 13,8 bar
z
C3
= 0,4
z
nC4
= 0,4
z
iC5
= 0,1
z
nC5
= 0,1
6
11
2
12
1
D = 39,2 kmol/h
T = 315,59 K
Q
C
= 4,017.10
6
kJ/h
x
C3
= 0,938
x
nC4
= 0,061
x
iC5
= 0,001
x
nC5
= 0,000
57
puros no estado de gás ideal foi tomada como zero. Nas Tabelas V.2, V.9, V.16
e V.23 do ANEXO V estão especificados as propriedades físicas, parâmetros
para cálculo da capacidade calorífica de gás ideal, capacidade calorífica do
líquido e pressão de vapor, respectivamente, para os componentes deste
exemplo.
Tabela 4.2.1 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 2.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 16,2 bar
Razão de refluxo Condensador 2,69
Refervedor 4,5508
Condensador Parcial Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 32
Corrente de alimentação
Líquido saturado Estágio 16
Vazão 14,0784 kmol/min
Temperatura 336,7 K
Pressão 16,2 bar
Tabela 4.2.2 - Frações molares da corrente de alimentação da coluna do exemplo 2.
Componente Fração molar
Metano 0,0004
Etano 0,0012
Propeno 0,3709
Propano 0,1279
iso-Butano
0,1258
1-Buteno 0,0671
iso-Buteno
0,1124
trans-2-Buteno
0,0808
cis-2-Buteno
0,0559
1,3-Butadieno 0,0049
n-Butano
0,0495
n-Pentano
0,0032
C
3
0,5004
C
4
0,4996
58
A convergência ocorreu com 173 iterações, com um tempo de
processamento de 1 segundo e 27 centésimos de segundo.
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17.1), é apresentado na Figura 4.2.1. -se que o erro apresenta
pequenas oscilações ao longo da convergência devido à complexidade do
exemplo.
1 20 40 60 80 100 120 140 160
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
Erro
Iteração
Figura 4.2.1 - Erro a cada iteração para simulação do exemplo 2.
A Figura 4.2.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação, observa-se que, nos primeiros estágios a temperatura aumenta
quase linearmente, e com o aumento do número de estágios a temperatura
aumenta com menor intensidade até o estágio de alimentação e a partir deste o
comportamento se repete. Este comportamento se deve à temperatura e
frações molares da corrente de alimentação.
A Figura 4.2.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. No perfil das vazões de líquido um
aumento considerável na corrente de líquido no estágio de alimentação devido
à alimentação que é feita com líquido saturado. A corrente de vapor saindo do
primeiro estágio é não nula, pois a coluna opera com condensador parcial.
59
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
310
320
330
340
350
360
370
380
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.2.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 2.
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0
5
10
15
20
25
30
35
Vazão molar (kmol/min)
Estágio
Líquido
Vapor
Figura 4.2.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 2.
As Figuras 4.2.4 e 4.2.5 apresentam os perfis de frações molares da
fase líquida e da fase vapor, respectivamente, nestas figuras é possível
observar o grau de separação das correntes e C
4
. Observa-se nesta figuras
que o produto de fundo (corrente C
3
) tem praticamente apenas hidrocarbonetos
de três carbonos ou menos.
60
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase líquida
Estágio
C
3
C
4
Figura 4.2.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 2.
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase vapor
Estágio
C
3
C
4
Figura 4.2.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 2.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1,
tomando como temperaturas mínima e máxima, respectivamente, a menor e
maior temperaturas de bolha dos componentes puros na pressão de operação
da coluna), vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3) e vazão molar de
vapor (Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), foram comparadas com os resultados da
simulação nas Figuras 4.2.6, 4.2.7 e 4.2.8, respectivamente.
61
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
310
320
330
340
350
360
370
380
390
400
410
420
430
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.2.6 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 2.
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0
5
10
15
20
25
30
35
Vazão molar de líquido (kmol/min)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.2.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 2.
Observa-se na Figura 4.2.6 uma diferença considerável entre a
estimativa e o resultado da simulação do perfil de temperatura, mas, nas
Figuras 4.2.7 e 4.2.8 uma boa proximidade entre as estimativas e os resultados
da simulação dos perfis de vazões molares de líquido e vapor,
respectivamente.
62
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
0
5
10
15
20
25
30
Vazão molar de vapor (kmol/min)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.2.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 2.
Com a finalidade de avaliar a estratégia para obtenção do perfil linear de
temperatura que leva em consideração as frações molares de alimentação
(“Estimativa inicial 2”), empregando as Equações (3.4.3.3)-(3.4.3.4), para
obtenção das temperaturas do condensador e refervedor (
min
T
e
max
T
), foi
realizada uma nova simulação modificando apenas a estimativa inicial da
temperatura. Uma comparação entre os perfis de temperatura obtidos pelas
estimativas iniciais e o resultado calculado é apresentada na Figura 4.2.9.
1 2 4 6 8 10 12 14 16 18 20 22 24 26 28 30 32
310
320
330
340
350
360
370
380
390
400
410
420
430
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial 1
Estimativa inicial 2
Figura 4.2.9 - Comparação entre os dois modelos de estimativa inicial e resultado da
simulação para o perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 2.
63
Observa-se, na Figura 4.2.9, que a nova estimativa inicial apresenta
valores bem mais próximos do resultado final. Esta melhora na estimativa
inicial diminui o número de iterações de 173 para 169 e o tempo de
processamento de 1 segundo e 27 centésimos de segundo para 1 segundo e
23 centésimos de segundo, sem modificar o resultado. Uma comparação entre
os comportamentos do erro a cada iteração para as diferentes estimativas
iniciais do perfil de temperatura é apresentada na Figura 4.2.10. Observa-se
convergências semelhantes.
1 20 40 60 80 100 120 140 160
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
1x10
0
Estimativa inicial 1
Estimativa inicial 2
Erro
Iteração
Figura 4.2.10 - Erro a cada iteração para as diferentes estimativas iniciais do perfil de
temperatura do exemplo 2.
Nas Tabelas 4.2.3 e 4.2.4 são apresentados os resultados de algumas
variáveis relevantes ao processo de destilação obtidos neste trabalho e
comparados com os resultados obtidos por ALFRADIQUE (2003).
Tabela 4.2.3 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 2 com os
resultados de ALFRADIQUE (2003).
Variável Especificação Referência Neste trabalho
Corrente (kmol/min) V
1
(C
3
) 7,8631 7,6095
B(C
4
) 6,2153 6,4990
Carga térmica (kJ/min) Condensador 375841 332450
Refervedor -392336 -465440
Temperatura (K) Estágio 1 322,29 320,53
Estágio 32 370,43 370,28
64
Tabela 4.2.4 - Comparação dos valores obtidos pela simulação do exemplo 2 com os
resultados de ALFRADIQUE (2003) para frações molares das correntes de saída.
Variável Especificação Referência Neste trabalho
Fração molar (V
1
) Metano 0,0007 0,0007
Etano 0,0021 0,0022
Propeno 0,6633 0,6862
Propano 0,2286 0,2366
iso-Butano
0,0622 0,0557
1-Buteno 0,0124 0,0071
iso-Buteno
0,0255 0,0107
trans-2-Buteno
0,0021 0,0003
cis-2-Buteno
0,0007 0,0001
1,3-Butadieno 0,0008 0,0002
n-Butano
0,0016 0,0002
n-Pentano
0,0000 0,0000
C
3
0,8947 0,9257
C
4
0,1053 0,0743
Fração molar (B) Metano 0,0000 0,0000
Etano 0,0000 0,0000
Propeno 0,0001 0,0000
Propano 0,0002 0,0000
iso-Butano
0,2064 0,2083
1-Buteno 0,1365 0,1377
iso-Buteno
0,2226 0,2320
trans-2-Buteno
0,1806 0,1755
cis-2-Buteno
0,1259 0,1216
1,3-Butadieno 0,0101 0,0104
n-Butano
0,1103 0,1075
n-Pentano
0,0073 0,0070
C
3
0,0003 0,0000
C
4
0,9997 1,0000
Os resultados obtidos neste trabalho para este exemplo estão
razoavelmente próximos dos resultados obtidos por ALFRADIQUE (2003), não
65
apenas aqueles apresentados nas Tabelas 4.2.3 e 4.2.4, mas também os perfis
de temperatura, vazões molares e frações molares.
Uma ilustração da coluna de destilação deste exemplo, com dados de
entrada, saída e outras especificações das condições operacionais da coluna,
é apresentada na Figura 4.2.11.
Figura 4.2.11 - Ilustração da coluna de destilação do exemplo 2.
4.3. EXEMPLO 3: METÁTESE DO 2-PENTENO
Este exemplo considera uma coluna de quatorze estágios (o
condensador, doze estágios adiabáticos e o refervedor). O objetivo desta
coluna é promover a reação de metátese do 2-penteno, ou seja, a conversão
deste a 2-buteno e 3-hexeno, e a separação destes produtos. A reação ocorre
nos estágios de 2 a 13. Considera-se dois casos: uma primeira aproximação
considera que reação é limitada pelo equilíbrio químico e uma segunda
aproximação considera que a reação é governada pela cinética química.
B = 6,4990 kmol/min
T = 370,28 K
Q
R
= -4,6544.10
5
kJ/min
x
C3
= 0,0000
x
C4
= 1,0000
r
D
= 2,69
r
B
= 4,5508
F
16
= 14,0784 kmol/min
T = 336,7 K
P = 16,2 bar
z
C3
= 0,5004
z
C4
= 0,4996
16
31
2
32
1
V
1
= 7,6095 kmol/min
T = 320,53 K
Q
C
= 3,3245.10
5
kJ/min
y
C3
= 0,9257
y
C4
= 0,0743
66
5 10 4 8 6 12
2
C H C H C H
+
ƒ
A metátese de olefinas (conversão de uma olefina em olefinas de maior
e menor massas moleculares) é muito usada na indústria petroquímica (AL-
ARFAJ & LUYBEN, 2002). Este tipo de sistema reacional apresenta
características ideais para a aplicação da destilação reativa, pois dentre outros
motivos apenas um reagente, e não menos importante, as temperaturas de
ebulição dos produtos são bastante diferentes e a temperatura de ebulição do
reagente é intermediária a dos produtos, o que facilita a separação dos
produtos e mantém o reagente na coluna.
A expressão para taxa da reação de metátese do 2-penteno é mostrada
na Equação (4.3.1), e as constantes da taxa de reação e de equilíbrio pelas
Equações (4.3.2) e (4.3.3), respectivamente (OKASINSKI & DOHERTY,1998).
4 8 6 12
2 5
2
C H C H
C H
eq
x x
r k x
K
æ ö
×
= × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.3.1)
[ ]
5 1
3321,2
1,0661 10 exp
k h
T K
-
æ ö
= ´ × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.3.2)
0,25
eq
K =
(4.3.3)
As condições operacionais especificadas na Tabela 4.3.1 são as
mesmas utilizadas por CHEN et al. (2000). A razão de refluxo do refervedor foi
adaptada para que se tenham vazões molares iguais para as correntes de
destilado e produto de fundo.
Para representar o comportamento da fase vapor utilizou-se da equação
de estado de Peng-Robinson e para representar a energia livre de Gibbs em
excesso utilizou-se o método de contribuição de grupos UNIFAC. Nas Tabelas
V.3, V.10, V.17, V.24 e V.29 do ANEXO V estão especificados as propriedades
físicas, parâmetros para cálculo da capacidade calorífica de gás ideal,
capacidade calorífica do líquido e pressão de vapor e propriedades padrão de
formação de gás ideal, respectivamente, para os componentes deste exemplo.
67
Tabela 4.3.1 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do exemplo 3.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 1 atm
Razão de refluxo Condensador 4,0
Refervedor 4,151
Condensador Total Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 14
Corrente de alimentação Líquido saturado Estágio 7
Vazão 100 kmol/h
Temperatura 310,1 K
Pressão 1 atm
Frações molares 2-penteno (1,0)
2-buteno (0,0)
3-hexeno (0,0)
Volume de retenção* Estágios reacionais (2-13)
21,5 kmol
* Dado utilizado apenas na simulação que considera reação governada pela cinética química,
referente a um número de Damköhler igual a 7 (Da=7).
Neste exemplo são realizadas quatro simulações, são dois modelos para
reação química e dois métodos para solução da etapa de cálculo do grau de
avanço para cada modelo da reação. A Tabela 4.3.2 apresenta o número de
iterações e o tempo computacional de cada simulação.
Tabela 4.3.2 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 3.
Modelo de
reação
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 236 1 min e 14,56 s
Equilíbrio
Homotopia 279 5 min e 58,34 s
Broyden 187 57,29 s
Cinética
Homotopia 206 4 min e 35,00 s
Para ambos os métodos utilizados para solução do sistema de equações
não lineares que modelam a reação química, os resultados obtidos ao final das
simulações foram os mesmos. Observa-se maior esforço computacional
exigido pelo método da continuação homotópica. Quando o sistema de
equações não lineares é obtido considerando que a reação é limitada pela
68
cinética química observa-se que são exigidos um menor número de iterações e
um menor tempo de processamento devido à menor complexidade das
equações.
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17,1), é apresentado na Figura 4.3.1 para as quatro simulações acima
citadas para o exemplo 3. Quando o método de Broyden é utilizado para
solução da etapa do cálculo dos graus de avanço, observa-se oscilações no
valor do erro, estas oscilações são mais evidentes no modelo de equilíbrio
químico.
1 50 100 150 200 250
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
1x10
0
1x10
1
1x10
2
1x10
3
Equilíbrio/Broyden
Equilíbrio/Homotopia
Cinética/Broyden
Cinética/Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.3.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 3.
A Figura 4.3.2 mostra os perfis de temperatura ao longo da coluna de
destilação para as considerações de equilíbrio e cinética química, que, são
bastante parecidos. Os valores das temperaturas são ainda mais parecidos nos
estágios extremos e de alimentação.
A Figura 4.3.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor para as considerações de equilíbrio e cinética química. um
aumento considerável na vazão molar da fase líquida a partir do estágio de
alimentação, devido à alimentação que é feita com líquido saturado, e nos
perfis de vazões molares de vapor observa-se valor nulo no primeiro estágio,
pois a coluna opera com um condensador total, no restante dos estágios a
variação é pequena e gradual, por não ocorrer alimentação em fase vapor.
69
Para ambos os perfis de vazão molar ao longo da coluna de destilação, os
modelos de cinética e equilíbrio químico apresentam valores muito parecidos,
sendo na maioria dos pontos muito difícil perceber visualmente qualquer
diferença.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
270
280
290
300
310
320
330
340
Temperatura (K)
Estágio
Equilíbrio
Cinética
Figura 4.3.2 - Perfis de temperatura ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de
equilíbrio e cinética química.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
50
100
150
200
250
300
Vazão molar (kmol/h)
Estágio
Líquido (Eq.)
Líquido (Cin.)
Vapor (Eq.)
Vapor (Cin.)
Figura 4.3.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de
equilíbrio e cinética química.
As Figuras 4.3.4 e 4.3.5 apresentam os perfis de frações molares, para
os modelos de equilíbrio e cinética química, da fase líquida e da fase vapor,
70
respectivamente, nestas figuras é possível observar o excelente grau de
separação dos produtos e elevada conversão do reagente, tanto para o modelo
de equilíbrio quanto para o modelo de cinética. Estas figuras também nos
mostram que o reagente é mantido dentro da coluna. Nos estágios
intermediários os modelos de equilíbrio e cinética apresentam diferenças
considerávieis nas frações molares, mas, essas diferenças se tornam muito
pequenas nos estágios extremos.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase líquida
Estágio
2-Penteno (Eq.)
2-Buteno (Eq.)
3-Hexeno (Eq.)
2-Penteno (Cin.)
2-Buteno (Cin.)
3-Heneno (Cin.)
Figura 4.3.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 3 para
os modelos de equilíbrio e cinética química.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Fração molar da fase vapor
Estágio
2-Penteno (Eq.)
2-Buteno (Eq.)
3-Hexeno (Eq.)
2-Penteno (Cin.)
2-Buteno (Cin.)
3-Hexeno (Cin.)
Figura 4.3.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 3 para
os modelos de equilíbrio e cinética química.
71
A Figura 4.3.6 apresenta os perfis do grau de avanço, para os modelos
de equilíbrio e cinética química. Os valores máximos ocorrem no estágio de
alimentação, devido à maior disponibilidade de reagente, dentre os valores
máximos o maior ocorre para o modelo de equilíbrio químico porque o volume
de retenção (usado no modelo de cinética química) não é suficiente para
garantir que a reação atinja o equilíbrio, mas, no restante dos estágios o
modelo de cinética química possui valores maiores para o grau de avanço por
ter nestes estágios maiores frações molares de reagente. Ou seja, os valores
obtidos para o grau de avanço para os modelos de cinética e equilíbrio químico
são distintos (apesar de apresentarem o mesmo perfil formato da curva),
contudo, as composições das correntes de destilado e produto de fundo são
semelhantes, isto ocorreu devido ao grande número de estágios que permitiu
que fossem obtidos graus de avanço totais (soma do grau de avanço em todos
os estágios reacionais) semelhantes para os dois modelos.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
5
10
15
20
25
30
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Equilíbrio
Cinética
Figura 4.3.6 - Perfis de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de
equilíbrio e cinética química.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1),
vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3), vazão molar de vapor
(Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), e grau de avanço (Equações 3.4.4.1 e 3.4.4.2)
foram comparadas com os resultados da simulação dos dois modelos
considerados para reação química nas Figuras 4.3.7, 4.3.8, 4.3.9, 4.3.10 e
4.3.11 para os perfis de temperatura, vazão molar de líquido, vazão molar de
72
vapor, grau de avanço do equilíbrio químico e grau de avanço da cinética
química, respectivamente.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
270
280
290
300
310
320
330
340
Temperatura (K)
Estágio
Calculado (Eq.)
Calculado (Cin.)
Estimativa inicial
Figura 4.3.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e cinética química.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
50
100
150
200
250
300
Vazão molar de líquido (kmol/h)
Estágio
Calculado (Eq.)
Calculado (Cin.)
Estimativa inicial
Figura 4.3.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e
cinética química.
73
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
50
100
150
200
250
300
Vazão molar de vapor (kmol/h)
Estágio
Calculado (Eq.)
Calculado (Cin.)
Estimativa inicial
Figura 4.3.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 3 para os modelos de equilíbrio e
cinética química.
Nas Figuras 4.3.7, 4.3.8 e 4.3.9 observa-se que as estimativas iniciais
para os perfis de temperatura, vazão molar de líquido e vazão molar de vapor,
respectivamente, apresentam valores e formatos de curva semelhantes aos
resultados obtidos pelas simulações.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
5
10
15
20
25
30
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.3.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o
perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para o modelo de equilíbrio químico.
74
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14
0
5
10
15
20
25
30
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.3.11 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 3 para o modelo de cinética química.
Observa-se nas Figuras 4.3.10 e 4.3.11 que as estimativas iniciais para
o modelo de equilíbrio químico estão mais próximas do resultado da simulação.
As estimativas iniciais para o modelo de cinética química apresentam valores
maiores se comparados as estimativas iniciais para o modelo de equilíbrio
químico, o que se deve ao valor da constante de equilíbrio químico utilizada na
equação da taxa de reação (
0.25
eq
K = ) ser maior do que os valores obtidos
para a constante de equilíbrio com a Equação (3.3.5) na faixa de temperatura
de operação da coluna (
0.12
eq
K @ ).
Os perfis de temperatura e frações molares obtidos neste trabalho, tanto
para o modelo de equilíbrio químico quanto para o modelo de cinética química,
foram muito semelhantes àqueles obtidos por (CHEN et al., 2000).
Algumas variáveis relevantes ao processo de destilação reativa obtidos
neste trabalho pelos dois modelos propostos são apresentadas na Tabela
4.3.3, estes valores apresentam concordância com a referência.
Ilustrações da coluna de destilação reativa deste exemplo, com dados
de entrada, saída e outras especificações das condições operacionais são
apresentadas nas Figuras 4.3.12 e 4.3.13 para os modelos de equilíbrio e
cinética, respectivamente.
75
Tabela 4.3.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do exemplo 3 para os
modelos de equilíbrio e cinética química com os resultados de CHEN et al. (2000).
Variável Especificação
Referência Equilíbrio Cinética
Corrente (kmol/h) Destilado 50,0 50,0 50,0
Fundo 50,0 50,0 50,0
Carga térmica (kJ/h)
Condensador
5,7238.10
6
5,8825.10
6
5,8872.10
6
Refervedor -5,7312.10
6
-6,0314.10
6
-6,0344.10
6
Fração molar (D) 2-penteno 0,0199 0,0220 0,0251
2-buteno 0,9801 0,9779 0,9748
3-hexeno 7,08.10
-5
6,30.10
-5
1,14.10
-4
Fração molar (B) 2-penteno 0,0199 0,0220 0,0255
2-buteno 6,50.10
-5
6,29.10
-5
1,14.10
-4
3-hexeno 0,9801 0,9779 0,9743
Figura 4.3.12 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 3 (equilíbrio).
B = 50,0 kmol/h
T = 338,61 K
Q
R
= -6,0314.10
6
kJ/h
x
2C5
= 0,0220
x
2C4
= 6,29.10
-5
x
3C6
= 0,9779
r
D
= 4
r
B
= 4,151
F
7
= 100 kmol/h
T = 310,1 K
P = 1 atm
z
2C5
= 1,00
z
2C4
= 0,00
z
3C6
= 0,00
7
13
2
14
1
D = 50,0 kmol/h
T = 277,00 K
Q
C
= 5,8825.10
6
kJ/h
x
2C5
= 0,0220
x
2C4
= 0,9779
x
3C6
= 6,30.10
-5
Estágios
reacionais
76
Figura 4.3.13 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 3 (cinética).
4.4. EXEMPLO 4: ETILENO GLICOL
Este exemplo considera uma coluna de sete estágios (o condensador,
cinco estágios adiabáticos e o refervedor). O objetivo desta coluna é a
produção do etileno glicol (EG) a partir do oxido de etileno (EO) e água (W). A
reação ocorre apenas no estágio imediatamente abaixo do condensador
(
2
j
=
).
2 4 2 2 6 2
C H O H O C H O
+ ®
Esta reação é não equimolar irreversível e exotérmica (OKASINSKI &
DOHERTY, 1998), e possui o seguinte modelo da taxa de reação:
EO W
r k a a
= × ×
(4.4.1)
B = 50,0 kmol/h
T = 338,45 K
Q
R
= -6,0344.10
6
kJ/h
x
2C5
= 0,0255
x
2C4
= 1,14.10
-4
x
3C6
= 0,9743
r
D
= 4
r
B
= 4,151
F
7
= 100 kmol/h
T = 310,1 K
P = 1 atm
z
2C5
= 1,00
z
2C4
= 0,00
z
3C6
= 0,00
7
13
2
14
1
D = 50,0 kmol/h
T = 277,06 K
Q
C
= 5,8872.10
6
kJ/h
x
2C5
= 0,0251
x
2C4
= 0,9748
x
3C6
= 1,14.10
-4
Estágios
reacionais
77
A constante da taxa de reação para pH=10 pode ser obtida da Equação
(12) de OKASINSKI & DOHERTY (1998).
( )
11 1
9359,8
1,9214 10 exp
k h
T K
-
æ ö
= ´ × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.4.2)
As condições operacionais da coluna, especificadas na Tabela 4.4.1,
são as mesmas utilizadas por CHEN et al. (2000).
Tabela 4.4.1 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do exemplo 4.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 15 atm
Razão de refluxo Condensador 1000
Refervedor 31,79
Condensador Parcial Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 7
Corrente de alimentação Líquido saturado Estágio 3
Vazão 50 kmol/h
Temperatura 400,4 K
Pressão 15 atm
Frações molares EO (0,4878)
W (0,5122)
EG (0,0000)
Volume de retenção* Estágio reacional (j=2) 111,2 kmol
* Valor referente à Da=7,9.
Para representar o comportamento não ideal da fase vapor utilizou-se da
equação de estado de Peng-Robinson e para o comportamento não ideal da
fase líquida foi utilizado o modelo de Wilson para representar a energia livre de
Gibbs em excesso. Nas Tabelas V.4, V.11, V.18, V.25, V.30 e V.34 do ANEXO
V estão especificados as propriedades físicas, parâmetros para cálculo da
capacidade calorífica de gás ideal, capacidade calorífica do líquido e pressão
de vapor, entalpia padrão de formação de gás ideal e parâmetros de iteração
binária da equação de Wilson, respectivamente, para os componentes deste
exemplo.
78
Para este exemplo o realizadas duas simulações, sendo a única
diferença entres estas o método de solução utilizado na etapa do cálculo do
grau de avanço. A Tabela 4.4.2 apresenta o número de iterações e o tempo
computacional de cada simulação.
Tabela 4.4.2- Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 4.
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 19 0,14 s
Homotopia 19 0,78 s
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17,1), é apresentado na Figura 4.4.1 para as duas simulações acima
citadas para o exemplo 4. Devido à simplicidade do exemplo (apenas uma
equação algébrica não linear, pois, apenas um estágio reacional e uma
reação) os dois programas não apresentaram diferença quanto ao erro.
2 4 6 8 10 12 14 16 18
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
Broyden
Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.4.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 4.
A Figura 4.4.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação do exemplo 4, onde a temperatura é praticamente a mesma entre o
condensador e o estágio intermediário e varia bruscamente entre este último e
o refervedor.
79
1 2 3 4 5 6 7
460
480
500
520
540
560
580
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.4.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4.
A Figura 4.4.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. A corrente de produto de fundo
(corrente de líquido de deixa o último estágio) é bastante reduzida, se
comparada às vazões molares de líquido ao longo da coluna, isto se deve à
elevada razão de refluxo no refervedor, na corrente destilado (corrente de
vapor que sai do primeiro estágio) este efeito, também decorrente da elevada
razão de refluxo, é mais acentuado. A razão de refluxo no condensador é tão
grande que a corrente de destilado é o pequena a ponto de aparentemente
ser nula.
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
Líquido
Vapor
Vazão molar (kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 4.
80
As Figuras 4.4.4 e 4.4.5 apresentam os perfis de frações molares das
fases líquida e vapor, respectivamente. Nestas figuras é possível observar o
grau de separação do etileno glicol e a água (alimentada em excesso), elevada
conversão e, devido às elevadas razões de refluxo no refervedor e
condensador, as frações molares do óxido de etileno ao longo da coluna o
bastante baixas (até mesmo no estágio de alimentação).
1 2 3 4 5 6 7
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Óxido de etileno
Água
Etileno glicol
Fração molar da fase líquida
Estágio
Figura 4.4.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4.
1 2 3 4 5 6 7
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Óxido de etileno
Água
Etileno glicol
Fração molar da fase vapor
Estágio
Figura 4.4.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4.
81
A Figura 4.4.6 apresenta o perfil do grau de avanço ao longo da coluna.
Como a reação ocorre apenas no segundo estágio, apenas neste estágio o
grau de avanço é diferente de zero.
1 2 3 4 5 6 7
0
5
10
15
20
25
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.6 - Perfil do grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1),
vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3), vazão molar de vapor
(Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), e grau de avanço (Equações 3.4.4.1 e 3.4.4.2)
foram comparadas com os resultados da simulação nas Figuras 4.4.7, 4.4.8,
4.4.9 e 4.4.10, respectivamente.
1 2 3 4 5 6 7
380
400
420
440
460
480
500
520
540
560
580
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.4.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 4.
82
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
Vazão molar de líquido (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.4.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4.
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
Calculado
Estimativa inicial
Vazão molar de vapor (kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4.
As estimativa iniciais para os perfis de temperatura e vazões molares
das fases líquida e vapor apresentam grande proximidade da solução, a
estimativa inicial para o perfil do grau de avanço praticamente coincide, o que
pode ser explicado pela irreversibilidade, alta taxa da reação e a ocorrência da
mesma em um só estágio.
83
1 2 3 4 5 6 7
0
5
10
15
20
25
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.4.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4.
Os perfis de temperatura, frações molares e vazões molares obtidos
neste trabalho são semelhantes àqueles obtidos por (CHEN et al., 2000).
Algumas variáveis relevantes ao processo de destilação reativa obtidos
neste trabalho são apresentadas na Tabela 4.4.3, estes valores apresentam
concordância com a referência.
Tabela 4.4.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do exemplo 4 com os
resultados de CHEN et al. (2000)
Variável Especificação
Referência Nesta dissertação
Corrente (kmol/h) Destilado 0,9841 0,7829
Fundo 24,63 24,822
Carga térmica (kJ/h) Condensador 3,5008.10
7
4,3644.10
7
Refervedor -3,4596.10
7
-4,1986.10
7
Fração molar (V
1
) Óxido de etileno
0,0021 0,0012
Água 0,9958 0,9985
Etileno glicol 0,0021 0,0003
Fração molar (B) Óxido de etileno
0,00 0,0000
Água 0,01 0,0210
Etileno glicol 0,99 0,9789
84
Uma ilustração da coluna de destilação reativa deste exemplo, com
dados de entrada, saída e outras especificações das condições operacionais, é
apresentada na Figura 4.4.11.
Figura 4.4.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 4.
Para investigar o efeito de reações paralelas considera-se a reação de
formação do dietileno glicol (DEG) como uma das possíveis reações:
2 4 2 6 2 4 10 3
C H O C H O C H O
+ ®
Esta reação é não equimolar irreversível e possui o seguinte modelo da
taxa de reação:
EO EG
r k a a
= × ×
(4.4.3)
Assume-se que o fator pré-exponencial da constante da taxa da reação
paralela é o dobro daquele na reação principal e suas energias de ativação são
r
D
= 1000
r
B
= 31,79
F
3
= 50 kmol/h
T = 400,4 K
P = 15 atm
z
EO
= 0,4878
z
W
= 0,5122
z
EG
= 0,0000
6
2
7
1
B = 24,822 kmol/h
T = 574,20 K
Q
R
= -4,1986.10
7
kJ/h
x
EO
= 0,0000
x
W
= 0,0210
x
EG
= 0,9789
V
1
= 0,7829 kmol/h
T = 460,25 K
Q
C
= 4,3644.10
7
kJ/h
y
EO
= 0,0012
y
W
= 0,9985
y
EG
= 0,0003
Estágio reacional
3
85
as mesmas (CIRIC & GU, 1994). Portanto, a constante da taxa de reação
paralela é
( )
11 1
9359,8
2,8428 10 exp
k h
T K
-
æ ö
= ´ × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.4.4)
As condições operacionais da coluna são as mesmas utilizadas por
CHEN et al. (2000) e estão especificadas na Tabela 4.4.4. A única diferença
nas condições de operação da coluna, para o caso sem reação paralela, é o
valor da razão de refluxo no refervedor.
Tabela 4.4.4 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 15 atm
Razão de refluxo Condensador 1000
Refervedor 65,5
Condensador Parcial Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 7
Corrente de alimentação Líquido saturado Estágio 3
Vazão 50 kmol/h
Temperatura 400,4 K
Pressão 15 atm
Frações molares EO (0,4878)
W (0,5122)
EG (0,0000)
DEG (0,0000)
Volume de retenção* Estágio reacional (j=2) 111,2 kmol
* Valor referente à Da=7,9.
Os modelos utilizados para representar os desvios da idealidade de
ambas as fases foram os mesmo utilizados para o caso sem reação paralela e
as tabelas contendo os dados necessários para simulação deste exemplo são
as mesmas citadas acima.
Assim como no caso sem reação paralela, são duas simulações, sendo
que agora são duas equações não lineares a serem resolvidas (duas reações e
86
apenas um estágio reacional). A Tabela 4.4.5 apresenta o número de iterações
e o tempo computacional de cada simulação.
Tabela 4.4.5 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela.
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 51 18,16 s
Homotopia 79 1min 26,41 s
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17,1), é apresentado na Figura 4.4.12 para as duas simulações acima
citadas do exemplo 4 com possível reação paralela.
1 10 20 30 40 50 60 70
1x10
-10
1x10
-9
1x10
-8
1x10
-7
1x10
-6
1x10
-5
1x10
-4
1x10
-3
1x10
-2
1x10
-1
1x10
0
1x10
1
1x10
2
Broyden
Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.4.12 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 4 considerando uma possível
reação paralela.
Na simulação em que o método da homotopia foi utilizado para o cálculo
dos graus de avanço, a convergência ocorre com um número de iterações um
pouco maior e tempo de simulação muito maior, comparado com a simulação
que utiliza o método de Broyden. Esta ultima simulação apresenta pequenas
oscilações no valor do erro, mas, estas oscilações não comprometem a
convergência.
A Figura 4.4.13 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação do exemplo 4 com reação paralela. O perfil de temperatura é
87
semelhante àquele que não considera reação paralela, com respeito ao
formato da curva, com apenas pequenas diferenças nos valores.
1 2 3 4 5 6 7
460
480
500
520
540
560
580
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.4.13 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma
possível reação paralela.
A Figura 4.3.14 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. Os perfis são semelhantes àqueles nos
quais não foi considerado a reação paralela, com grande diferença nos valores
das vazões molares internas da coluna, este fato é consequência do aumento
no valor da razão de refluxo no refervedor.
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Líquido
Vapor
Vazão molar (Kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.14 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma
possível reação paralela.
88
As Figuras 4.4.15 e 4.4.16 apresentam os perfis de frações molares das
fases líquida e vapor, respectivamente. Os perfis são semelhantes àqueles
sem reação paralela, mantendo elevados graus de conversão e separação
entre o etileno glicol e principalmente a água utilizada em excesso. Observa-se
também nestas figuras elevada seletividade, pois a fração molar de dietileno
glicol é baixa ao longo de toda a coluna.
1 2 3 4 5 6 7
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Óxido de etileno
Água
Etileno glicol
Dietileno glicol
Fração molar da fase líquida
Estágio
Figura 4.4.15 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela.
1 2 3 4 5 6 7
0.0
0.2
0.4
0.6
0.8
1.0
Óxido de etileno
Água
Etileno glicol
Dietileno glicol
Fração molar da fase vapor
Estágio
Figura 4.4.16 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4
considerando uma possível reação paralela.
89
A Figura 4.4.17 apresenta o perfil dos graus de avanço das reações
principal e paralela, onde a elevada seletividade é confirmada.
1 2 3 4 5 6 7
0
5
10
15
20
25
Reação principal
Reação paralela
Grau de avanço (Kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.17 - Perfis de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma
possível reação paralela.
As estimativas iniciais geradas pelo algoritmo foram comparadas com os
resultados das simulações nas Figuras 4.4.18, 4.4.19, 4.4.20 e 4.4.21 para os
perfis de temperatura, vazão molar de líquido, vazão molar de vapor e graus de
avanço, respectivamente.
1 2 3 4 5 6 7
380
400
420
440
460
480
500
520
540
560
580
600
620
640
660
Temperatura (K)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.4.18 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma possível reação paralela.
90
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Vazão molar de líquido (Kmol/h)
Estágio
Calculado
Estimativa inicial
Figura 4.4.19 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma possível
reação paralela.
1 2 3 4 5 6 7
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
Calculado
Estimativa inicial
Vazão molar de vapor (Kmol/h)
Estágio
Figura 4.4.20 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma possível
reação paralela.
A estimativa inicial para o perfil de temperatura apresenta um
afastamento razoável da solução, diferente de quando não se considerou a
reação paralela. Isto se deve a entrada de um novo componente no sistema
(dietileno glicol) que possui um ponto de bolha mais elevado que os demais. As
estimativa iniciais para os perfis de grau de avanço e vazões molares das fases
líquida e vapor apresentam uma boa proximidade da solução.
91
1 2 3 4 5 6 7
0
5
10
15
20
25
Grau de avanço (Kmol/h)
Estágio
Calculado (EG)
Estimativa inicial (EG)
Calculado (DEG)
Estimativa inicial (DEG)
Figura 4.4.21 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para os perfis de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 4 considerando uma possível reação paralela.
Algumas variáveis relevantes ao processo de destilação reativa obtidos
neste trabalho são apresentadas na Tabela 4.4.6, estes valores apresentam
concordância com a referência. Apenas os valores dos fluxos de calor no
condensador e refervedor apresentam diferenças consideráveis, o que pode
ser atribuído a diferenças na modelagem termodinâmica.
Tabela 4.4.6 - Comparação entre valores obtidos pela simulação do exemplo 4 considerando
uma possível reação paralela com os resultados de CHEN et al. (2000).
Variável Especificação
Referência Nesta dissertação
Corrente (kmol/h) Destilado 1,90 1,76
Fundo 23,71 24,09
Carga térmica (kJ/h) Condensador 6,7516.10
7
4,7230.10
7
Refervedor -6,7202.10
7
-4,5498.10
7
Fração molar (V
1
) Óxido de etileno
0,0020 0,0011
Água 0,9968 0,9987
Etileno glicol 0,0012 0,0002
Dietileno glicol 0,0000 0,0000
Fração molar (B) Óxido de etileno
0,0000 0,0001
Água 0,0051 0,0064
Etileno glicol 0,9613 0,9651
Dietileno glicol 0,0336 0,0284
92
Uma ilustração da coluna de destilação reativa deste exemplo
considerando a possível reação lateral, com dados de entrada, saída e outras
especificações das condições operacionais, é apresentada na Figura 4.4.22.
Figura 4.4.22 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 4 (com reação paralela).
4.5. EXEMPLO 5: ÉTER METIL TERC-BUTÍLICO (MTBE)
Este exemplo considera uma coluna de dezessete estágios (o
condensador, quinze estágios adiabáticos e o refervedor). Os estágios
reacionais estão compreendidos entre os estágios 4 e 11. O objetivo desta
coluna é a eterificação de iso-buteno (i-C
4
=) e metanol (MeOH) na presença do
inerte n-butano (n-C
4
) e catalisador ácido forte para formar éter metil terc-
butílico (MTBE) (SINGH et al., 2005; VENIMADHAVAN et al., 1994) e a
separação entre produto e inerte.
2 4
4
H SO
i C MeOH MTBE
- = +
ˆˆˆˆ
ˆˆˆˆ
r
D
= 1000
r
B
= 65,5
F
3
= 50 kmol/h
T = 400,4 K
P = 15 atm
z
EO
= 0,4878
z
W
= 0,5122
z
EG
= 0,0000
z
DEG
= 0,0000
6
2
7
1
B = 24,09 kmol/h
T = 579,50 K
Q
R
= -4,5498.10
7
kJ/h
x
EO
= 0,0001
x
W
= 0,0064
x
EG
= 0,9651
x
DEG
= 0,0284
V
1
= 1,76 kmol/h
T = 460,17 K
Q
C
= 4,7230.10
7
kJ/h
y
EO
= 0,0011
y
W
= 0,9987
y
EG
= 0,0002
y
DEG
= 0,0000
Estágio reacional
3
93
Esta reação possui o seguinte modelo de taxa de reação
(VENIMADHAVAN et al., 1994):
4
MTBE
i C MeOH
eq
a
r k a a
K
- =
æ ö
= × × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.5.1)
onde;
( )
8
6820.0
8.33 10 exp
eq
K
T K
-
æ ö
= ´
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.5.2)
( )
1
3187.0
4464exp
k h
T K
-
æ ö
= -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.5.3)
Para representar o comportamento não ideal da fase vapor utilizou-se da
equação de estado de Peng-Robinson e para o comportamento não ideal da
fase líquida foi utilizado o modelo de Wilson para representar a energia livre de
Gibbs em excesso. Nas Tabelas V.5, V.12, V.19, V.26, V.31 e V.35 do ANEXO
V estão relacionados as propriedades físicas, parâmetros para lculo da
capacidade calorífica de gás ideal, capacidade calorífica do líquido e pressão
de vapor, entalpia padrão de formação de gás ideal e parâmetros de iteração
binária da equação de Wilson, respectivamente, para os componentes deste
exemplo.
Para este exemplo o realizadas duas simulações, sendo a única
diferença entres estas o método de solução utilizado na etapa do cálculo do
grau de avanço. A Tabela 4.5.1 apresenta o número de iterações e o tempo
computacional de cada simulação. O esforço computacional é
consideravelmente maior quando o método da continuação homotópica é
utilizado.
Tabela 4.5.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 5.
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 471 47,27 s
Homotopia 524 3 min 41,32 s
As condições operacionais, relacionadas na Tabela 4.5.2, são as
mesmas utilizadas por SINGH et al. (2005). O valor da razão de refluxo no
94
refervedor foi ajustado para que se tenha a mesma corrente de produto de
fundo da referência.
Tabela 4.5.2 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do exemplo 5.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 11 atm
Razão de refluxo Condensador 7
Refervedor 10,44
*
Condensador Total Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 17
Alimentação 1 Líquido Estágio 10
Vazão 711,30 kmol/h
Temperatura 320 K
Pressão 11 atm
Frações molares
i-C
4
= (0,00)
MeOH (1,00)
MTBE (0,00)
n-C
4
(0,00)
Alimentação 2 Vapor Estágio 11
Vazão 1965,18 kmol/h
Temperatura 350 K
Pressão 11 atm
Frações molares
i-C
4
= (0,36)
MeOH (0,00)
MTBE (0,00)
n-C
4
(0,64)
Volume de retenção
**
Estágios reacionais (j=4-11)
68529,3 kmol
*
Valor ajustado para B = 640,8 kmol/h.
**
Valor referente à Da = 100, para garantir o equilíbrio químico (CHEN et al., 2000).
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17.1), é apresentado na Figura 4.5.1 para as duas simulações acima
citadas para o exemplo 5. A simulação que utiliza o método de Broyden
apresenta oscilações no valor do erro que vão diminuindo ao longo das
95
iterações, e a simulação que utiliza o método da homotopia, apesar de não
apresentar oscilações, necessita de um número maior de iterações.
1 100 200 300 400 500
10
-10
10
-8
10
-6
1x10
-4
10
-2
10
0
10
2
10
4
10
6
Broyden
Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.5.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 5.
A Figura 4.5.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação do exemplo 5. A temperatura varia muito pouco do condensador até
o estágio 11, deste último até o estágio 15 a variação no valor da temperatura é
grande e do estágio 15 até o refervedor a temperatura volta a variar pouco.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
340
360
380
400
420
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.5.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 5.
A Figura 4.5.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. A influência da alimentação no estágio
96
11 (em fase vapor) fica evidente no perfil de vazão molar da fase vapor devido
à diferença acentuada dos valores das correntes da mesma fase que deixam
os estágios 11 e 12. No entanto, a influência da alimentação no estágio 10 (em
fase líquida) não fica evidente no perfil de vazão molar da fase líquida, devido a
variação de número de moles da reação de síntese do MTBE.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Líquido
Vapor
Vazão molar (kmol/h)
Estágio
Figura 4.5.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 5.
As Figuras 4.5.4 e 4.5.5 apresentam os perfis de frações molares das
fases líquida e vapor, respectivamente. Nestas figuras é possível observar o
grau de conversão dos reagentes à MTBE e a separação entre este e o inerte.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
iso-Buteno
Metanol
MTBE
n-Butano
Fração molar da fase líquida
Estágio
Figura 4.5.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 5.
97
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
iso-Buteno
Metanol
MTBE
n-Butano
Fração molar da fase vapor
Estágio
Figura 4.5.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 5.
A Figura 4.5.6 apresenta o perfil do grau de avanço ao longo da coluna.
Observa-se maiores valores nos estágios reacionais inferiores próximos às
alimentações e o valor ximo ocorre no estágio que recebe a alimentação na
forma líquida.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0
50
100
150
200
250
300
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Figura 4.5.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 5.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1),
vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3), vazão molar de vapor
(Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), e grau de avanço (Equações 3.4.4.1 e 3.4.4.2) o
98
comparadas com os resultados das simulações nas Figuras 4.5.7, 4.5.8, 4.5.9
e 4.5.10 , respectivamente.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
340
360
380
400
420
Calculado
Estimativa inicial
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.5.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 5.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0
2000
4000
6000
8000
10000
Calculado
Estimativa inicial
Vazão molar de líquido (kmol/h)
Estágio
Figura 4.5.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 5.
As estimativas iniciais para os perfis de vazões molares das fases
líquida e vapor apresentam boa proximidade dos resultados finais, as
estimativas iniciais para os perfis de grau de avanço e temperatura apresentam
diferenças consideráveis. Para estimativa do grau de avanço, apesar dos
valores serem diferentes, o formato da curva foi semelhante ao apresentado
99
pelo resultado da simulação, e no caso da estimativa das temperaturas, a
maioria dos valores apresentam grande diferença, mas, o intervalo de valores é
semelhante ao da solução.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0
2000
4000
6000
8000
10000
12000
Calculado
Estimativa Inicial
Vazão molar de vapor (kmol/h)
Estágio
Figura 4.5.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 5.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
600
650
Calculado
Estimativa inicial
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Figura 4.5.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 5.
Algumas variáveis relevantes ao processo de destilação reativa obtidos
neste trabalho são apresentadas na Tabela 4.5.3, estes valores apresentam
concordância com a referência.
100
Tabela 4.5.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do exemplo 5 com os
resultados de SINGH et al. (2005).
Variável Especificação
Referência Nesta dissertação
Corrente (kmol/h) Destilado 2035,6 1394,6
Fundo 640,8 640,8
Carga térmica (MW) Condensador 49,44 57,38
Refervedor -36,92 -43,33
Fração molar (D)
i-C
4
=
0,0491 0,0477
MeOH 0,0518 0,0505
MTBE 0,0003 0,0000
n-C
4
0,8988 0,9018
Fração molar (B)
i-C
4
=
0,0001 0,0002
MeOH 0,0001 0,0000
MTBE 0,9986 0,9968
n-C
4
0,0012 0,0030
Temperatura (K) Estágio 1 354,38 347,48
Estágio 17 426,54 426,65
A referência, da qual os dados foram retirados para simulação, o
apresenta gráficos com os perfis da coluna, mas outros autores como WANG,
WONG & LEE (2003), HUANG, WANG & DING (2008), WANG et al. (2008) e
MERCADO (2008) apresentam perfis de temperatura e frações molares
bastante parecidos com os desta dissertação. Os resultados obtidos neste
trabalho para este exemplo estão razoavelmente próximos dos resultados
obtidos por SINGH et al. (2005). Algumas diferenças podem ser justificadas
devido às diferenças na rigorosidade dos modelos termodinâmicos. Merece
destaque a diferença do valor da corrente de destilado, esta diferença se deve
aos autores da referência terem cometido o erro de não levar em consideração
a redução do número de mols devido à reação, e levando em conta em sua
simulação que o número de mols que sai (
D
+
B
= 2035,68 + 640,80 =
2676,48 kmol/h) é igual ao número de mols entra (
10
F
+
11
F
= 711,30 + 1965,18
= 2676.48 kmol/h), o que, mesmo em regime permanente, para este caso não
é verdadeiro.
101
Uma ilustração da coluna de destilação reativa deste exemplo, com
dados de entrada, saída e outras especificações das condições operacionais, é
apresentada na Figura 4.5.11.
Figura 4.5.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 5.
4.6. EXEMPLO 6: ACETATO DE METILA
Este exemplo considera uma coluna de quarenta e quatro estágios (o
condensador, quarenta e dois estágios reacionais adiabáticos e o refervedor).
O objetivo desta coluna é a produção de acetato de metila (MeOAc) a partir de
acido acético (HOAc) e metanol (MeOH).
2
HOAc MeOH MeOAc H O
+ +
ƒ
Esta reação possui o seguinte modelo de taxa de reação (HUSS et al.,
2003):
r
D
= 7
r
B
= 10,44
F
11
= 1965,18 kmol/h
T = 350 K
P = 11 atm
z
iB
= 0,36
z
MeOH
= 0,00
z
MTBE
= 0,00
z
nB
= 0,64
F
10
= 711,30 kmol/h
T = 320 K
P = 11 atm
z
iB
= 0,00
z
MeOH
= 1,00
z
MTBE
= 0,00
z
nB
= 0,00
10
4
11
16
2
17
1
B = 640,8 kmol/h
T = 426,65 K
Q
R
= -43,33 MW
x
iB
= 0,0002
x
MeOH
= 0,0000
x
MTBE
= 0,9968
x
nB
= 0,0030
D = 1394,6 kmol/h
T = 347,48 K
Q
C
= 57,38 MW
x
iB
= 0,0477
x
MeOH
= 0,0505
x
MTBE
= 0,0000
x
nB
= 0,9018
Estágios
reacionais
102
2
MeOAc H O
HOAc MeOH
eq
a a
r k a a
K
æ ö
×
= × × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.6.1)
onde;
( )
8 1
6287,7
9,732 10 exp
k h
T K
-
æ ö
= ´ × -
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.6.2)
( )
782,98
2,32 exp
eq
K
T K
æ ö
= ×
ç ÷
ç ÷
è ø
(4.6.3)
As condições operacionais, relacionadas na Tabela 4.6.1, são as
mesmas utilizadas por HUSS et al. (2003).
Para representar o comportamento não ideal da fase vapor utilizou-se da
equação de estado de Peng-Robinson e para o comportamento não ideal da
fase líquida foi utilizado o modelo de Wilson para representar a energia livre de
Gibbs em excesso. Nas Tabelas V.6, V.13, V.20, V.27, V.32 e V.36 do ANEXO
V estão especificados as propriedades físicas, parâmetros para cálculo da
capacidade calorífica de gás ideal, capacidade calorífica do líquido e pressão
de vapor, entalpia padrão de formação de gás ideal e parâmetros de iteração
binária da equação de Wilson, respectivamente, para os componentes deste
exemplo.
Para este exemplo o realizadas duas simulações, sendo a única
diferença entres estas o método de solução utilizado na etapa do cálculo do
grau de avanço. A Tabela 4.6.1 apresenta o número de iterações e o tempo
computacional de cada simulação. O esforço computacional é
consideravelmente maior quando o método da continuação homotópica é
utilizado.
Tabela 4.6.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 6.
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 355 3 min 41,16 s
Homotopia 386 14 min 53,17 s
103
Tabela 4.6.2 - Condições operacionais da coluna de destilação reativa do exemplo 6.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 1 atm
Razão de refluxo Condensador 1,9
Refervedor 1,9858
Condensador Total Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 44
Alimentação 1 Líquido saturado Estágio 3
Vazão 280 kmol/h
Temperatura 391,1 K
Pressão 1 atm
Frações molares HOAc (1,00)
MeOH (0,00)
MeOAc (0,00)
H
2
O (0,00)
Alimentação 2 Vapor saturado Estágio 39
Vazão 280 kmol/h
Temperatura 337,7 K
Pressão 1 atm
Frações molares HOAc (0,00)
MeOH (1,00)
MeOAc (0,00)
H
2
O (0,00)
Volume de retenção
*
Estágios reacionais (j=2-43)
55,81 kmol
*
Valor referente à Da = 21,74.
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17.1), é apresentado na Figura 4.6.1 para as duas simulações acima
citadas para o exemplo 6. A simulação que utiliza o método de Broyden
apresenta oscilações no valor do erro que vão diminuindo ao longo das
iterações, e a simulação que utiliza o método da homotopia, apesar de não
apresentar oscilações, necessita de um número maior de iterações.
A Figura 4.6.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação. A temperatura atinge, nos primeiros estágios, um valor próximo à
104
temperatura do refervedor e nos estágios próximos ao refervedor o valor da
temperatura diminui e volta a aumentar, este efeito se deve, como se pode
notar na Figura 4.6.6, ao combinado de propriedades dos reagentes e produtos
e a reação química.
1 100 200 300
10
-10
10
-8
10
-6
1x10
-4
10
-2
10
0
10
2
10
4
10
6
10
8
Broyden
Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.6.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 6.
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
320
340
360
380
400
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.6.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 6.
A Figura 4.6.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. A corrente de vapor que deixa o
primeiro estágio é nula, pois, a coluna opera com condensador total. A
influência da alimentação de vapor saturado, feita no estágio 39, fica evidente
105
no perfil de vazão molar da fase vapor devido à diferença acentuada entre
valores das correntes da mesma fase que deixam os estágios 39 e 40, ou seja,
a corrente de vapor que sai do estágio 40 e entra no estágio 39, é “adicionada”
do vapor alimentado, e sai deste estágio. A influência da alimentação de liquido
saturado, feita no estágio 3, tem influência sobre o perfil de vazão molar de
líquido, isto pode ser notado pela diferença dos valores das vazões molares da
fase líquida que deixam os estágios 2 e 3.
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0
200
400
600
800
1000
1200
Líquido
Vapor
Vazão molar (kmol/h)
Estágio
Figura 4.6.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 6.
As Figuras 4.6.4 e 4.6.5 apresentam os perfis de frações molares das
fases líquida e vapor, respectivamente. Nestas figuras é possível observar os
elevados graus de conversão dos reagentes à produtos e a separação destes
produtos, observa-se também nestas figuras que os reagentes são mantidos
dentro da coluna. O ácido acético possui elevados valores de frações molares
ao longo de boa parte da coluna, isto decorre da localização da alimentação
deste em conjunto com o perfil de grau de avanço, ou seja, o ácido acético é
alimentado no estágio 3 e, por ser menos volátil, tende a descer ao longo da
coluna sem sofrer grandes variações na fração molar até aproximadamente o
estágio 30, pois, apenas a partir deste estágio são apresentados valores
consideráveis de grau de avanço.
106
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
HOAc
MeOH
MeOAc
H
2
O
Fração molar da fase líquida
Estágio
Figura 4.6.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 6.
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
HOAc
MeOH
MeOAc
H
2
O
Fração molar da fase vapor
Estágio
Figura 4.6.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 6.
A Figura 4.6.6 apresenta o perfil do grau de avanço ao longo da coluna
onde observa-se maiores valores nos estágios reacionais próximos à corrente
de alimentação de vapor saturado.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1),
vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3), vazão molar de vapor
(Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), e grau de avanço (Equações 3.4.4.1 e 3.4.4.2) são
comparadas com os resultados das simulações nas Figuras 4.6.7, 4.6.8, 4.6.9
e 4.6.10 , respectivamente.
107
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0
10
20
30
40
50
60
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Figura 4.6.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 6.
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
320
340
360
380
400
Calculado
Estimativa inicial
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.6.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 6.
As estimativas iniciais para os perfis de vazões molares das fases
líquida e vapor apresentam uma boa proximidade dos resultados finais, as
estimativas iniciais para os perfis de grau de avanço e temperatura apresentam
uma diferença considerável dos resultados finais. Para estimativa do grau de
avanço, apesar dos valores serem bem diferentes, o formato da curva foi
semelhante ao apresentado pelo resultado da simulação. Na estimativa inicial
das temperaturas, a maioria dos valores são bastante distintas do resultado da
simulação, mas, o intervalo de valores é semelhante ao da solução.
108
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0
200
400
600
800
1000
1200
Calculado
Estimativa inicial
Vazão molar de líquido (kmol/h)
Estágio
Figura 4.6.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 6.
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0
200
400
600
800
1000
1200
Calculado
Estimativa Inicial
Vazão molar de vapor (kmol/h)
Estágio
Figura 4.6.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 6.
Algumas variáveis relevantes ao processo de destilação reativa obtidos
neste trabalho são apresentadas na Tabela 4.6.3, estes valores apresentam
concordância com a referência. Os perfis de frações molares também
apresentam certa semelhança com aqueles apresentados por HUSS et al.
(2003).
109
1 4 8 12 16 20 24 28 32 36 40 44
0
50
100
150
200
250
Calculado
Estimativa inicial
Grau de avanço (kmol/h)
Estágio
Figura 4.6.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 6.
Tabela 4.6.3 - Comparação entre os valores obtidos pela simulação do exemplo 6 com os
resultados de HUSS et al. (2003).
Variável Especificação
Referência Nesta dissertação
Corrente (kmol/h) Destilado 281,547 281,51
Fundo 278,453 278,49
Carga térmica (kJ/h) Condensador 2,4767.10
7
2,5271.10
7
Refervedor -2,2861.10
7
-2,1867.10
7
Fração molar (D) HOAc
0,0004 0,0092
MeOH 0,0078 0,0120
MeOAc 0,9852 0,9765
H
2
O 0,00666 0,0023
Fração molar (B) HOAc
0,0089 0,0088
MeOH 0,0011 0,0060
MeOAc 0,0000 0,0002
H
2
O 0,9900 0,9850
Uma ilustração da coluna de destilação reativa deste exemplo, com
dados de correntes de entrada e saída, razões de refluxo e outras
especificações das condições operacionais, é apresentada na Figura 4.6.11.
110
Figura 4.6.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 6.
4.7. EXEMPLO 7: ÉTER ETIL TERC-BUTÍLICO (ETBE)
Este exemplo considera uma coluna de vinte estágios (o condensador,
dezoito estágios adiabáticos e o refervedor). Os estágios reacionais estão
compreendidos entre os estágios 4 e 12. O objetivo desta coluna é a
eterificação de iso-buteno (i-C
4
=) e etanol (EtOH) na presença dos inertes 1-
buteno (1-C
4
=) e cis-2-buteno (cis-2-C
4
=) para formar éter etil terc-butílico
(ETBE). A reação de síntese do ETBE com catalisador ácido é reversível
(JHON & LEE, 2003).
4
i C EtOH ETBE
- = +
ƒ
Esta reação possui o seguinte modelo de taxa de reação (SNEESBY et
al., 1997):
B = 278,49 kmol/h
T = 372,84 K
Q
R
= -2,1867.10
7
kJ/h
x
HOAc
= 0,0088
x
MeOH
= 0,0060
x
MeOAc
= 0,0002
x
Água
= 0,9850
r
D
= 1,9
r
B
= 1,9858
F
39
= 280 kmol/h
T = 337,7 K
P = 1 atm
z
HOAc
= 0,0
z
MeOH
= 1,00
z
MeOAc
= 0,00
z
Água
= 0,00
F
3
= 280 kmol/h
T = 391,1 K
P = 1 atm
z
HOAc
= 1,00
z
MeOH
= 0,00
z
MeOAc
= 0,00
z
Água
= 0,00
3
39
43
2
44
1
D = 281,51 kmol/h
T = 330,58 K
Q
C
= 2,5271.10
7
kJ/h
x
HOAc
= 0,0092
x
MeOH
= 0,0120
x
MeOAc
= 0,9765
x
Água
= 0,0023
Estágios
reacionais
111
( )
2
3
( / )
1
ETBE
cat rate EtOH IB
ETBE EtOH
ETBE
A EtOH
a
m k a a
K a
r mol s
K a
æ ö
× × × -
ç ÷
×
è ø
=
+ ×
(4.7.1)
onde
( )
( )
( )
( )
( ) ( )
2 3
5 8
4060,59
10,387 2,89055 ln 0,01915144
5,28586 10 5,32977 10
ETBE
K T K T K
T K
T K T K
- -
= + - × - × +
+ ´ × - ´ ×
(4.7.2)
( )
( )
1323,1
ln 1,0707
A
K
T K
= - +
(4.7.3)
( )
( )
( )
3
12
60,4 10
2,0606 10 exp / .
rate
k mol kg s
R T K
æ ö
´
= ´ × -
ç ÷
ç ÷
×
è ø
(4.7.4)
Para representar o comportamento da fase vapor utilizou-se da equação
de estado de Peng-Robinson e para representar a energia livre de Gibbs em
excesso utilizou-se o método de contribuição de grupos UNIFAC. Nas Tabelas
V.7, V.14, V.21, V.28 e V.33 do ANEXO V estão especificados as propriedades
físicas, parâmetros para cálculo da capacidade calorífica de gás ideal,
capacidade calorífica do líquido e pressão de vapor e entalpia padrão de
formação de gás ideal, respectivamente, para os componentes deste exemplo.
Para este exemplo o realizadas duas simulações, sendo a única
diferença entres estas o método de solução utilizado na etapa do cálculo do
grau de avanço. A Tabela 4.7.1 apresenta o número de iterações e o tempo
computacional de cada simulação. O esforço computacional é
consideravelmente maior quando o método da continuação homotópica é
utilizado.
Tabela 4.7.1 - Número de iterações e tempo computacional das simulações do exemplo 7.
Método de
solução
Número de
iterações
Tempo de
simulação
Broyden 125 1 min 31,24 s
Homotopia 152 6 min 20,13 s
112
As condições apresentadas na Tabela 4.7.2 são as mesmas utilizadas
por JHON & LEE (2003).
Tabela 4.7.2 - Condições operacionais da coluna de destilação do exemplo 7.
Variáveis Especificações
Pressão Todos os estágios 7 bar
Razão de refluxo Condensador 5
Refervedor 6,9
*
Condensador Total Estágio 1
Refervedor Parcial Estágio 20
Alimentação 1 Líquido saturado Estágio 4
Vazão 0,3120 mol/s
Temperatura 323,15 K
Pressão 7 bar
Frações molares
i-C
4
= (0,00)
EtOH (1,00)
ETBE (0,00)
1-C
4
= (0,00)
cis-2-C
4
= (0,00)
Alimentação 2 Vapor Estágio 13
Vazão 1 mol/s
Temperatura 357,15 K
Pressão 7 bar
Frações molares
i-C
4
= (0,30)
EtOH (0,00)
ETBE (0,00)
1-C
4
= (0,35)
cis-2-C
4
= (0,35)
Massa de catalisador Estágios reacionais (j=4-12)
2 kg/estágio
*
Valor ajustado para Q
R
= 62000 W.
O comportamento do erro a cada iteração, calculado com a Equação
(3.4.17.1), é apresentado na Figura 4.7.1 para as duas simulações acima
citadas para o exemplo 7. A simulação que utiliza o método de Broyden
apresenta oscilações no valor do erro que vão se tornado menos frequentes ao
113
longo das iterações, e a simulação que utiliza o método da homotopia, apesar
de não apresentar oscilações, necessita de um número maior de iterações.
1 25 50 75 100 125 150
10
-10
10
-8
10
-6
1x10
-4
10
-2
10
0
10
2
10
4
10
6
Broyden
Homotopia
Erro
Iteração
Figura 4.7.1 - Erro a cada iteração para simulações do exemplo 7.
A Figura 4.7.2 mostra o perfil de temperatura ao longo da coluna de
destilação. A temperatura apresenta pouca variação até o estágio 13 e então
uma variação brusca a o estágio 17 atingindo um valor próximo à
temperatura do refervedor.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
340
360
380
400
420
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.7.2 - Perfil de temperatura ao longo da coluna do exemplo 7.
A Figura 4.7.3 mostra os perfis das vazões molares das correntes de
líquido e vapor que deixam os estágios. Observa-se um valor nulo na corrente
114
de vapor saindo do primeiro estágio devido à coluna trabalhar com um
condensador total.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0
1
2
3
4
5
Líquido
Vapor
Vazão molar (mol/s)
Estágio
Figura 4.7.3 - Perfis de vazões molares ao longo da coluna do exemplo 7.
As Figuras 4.7.4 e 4.7.5 apresentam os perfis de frações molares das
fases líquida e vapor, respectivamente. Nestas figuras é possível observar o
grau de conversão dos reagentes à ETBE e a separação deste dos inertes.
Observa-se também que os as frações molares são de tal forma que mantém
os reagentes nos estágios reacionais da coluna.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Etanol
iso-Buteno
1-Buteno
cis-2-Buteno
ETBE
Fração molar da fase líquida
Estágio
Figura 4.7.4 - Perfis de frações molares da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 7.
115
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
Etanol
iso-Buteno
1-Buteno
cis-2-Buteno
ETBE
Fração molar da fase vapor
Estágio
Figura 4.7.5 - Perfis de frações molares da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 7.
A Figura 4.7.6 apresenta o perfil do grau de avanço ao longo da coluna,
onde, observa-se maiores valores nos estágios reacionais inferiores, próximo
ao estágio onde ocorre a alimentação de vapor.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
Grau de avanço (mol/s)
Estágio
Figura 4.7.6 - Perfil de grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 7.
As estimativas iniciais para os perfis de temperatura (Equação 3.4.3.1),
vazão molar de líquido (Equações 3.4.7.1-3.4.7.3), vazão molar de vapor
(Equações 3.4.6.1-3.4.6.3), e grau de avanço (Equações 3.4.4.1 e 3.4.4.2) o
comparadas com os resultados das simulações nas Figuras 4.7.7, 4.7.8, 4.7.9
e 4.7.10, respectivamente.
116
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
340
360
380
400
420
Calculado
Estimativa inicial
Temperatura (K)
Estágio
Figura 4.7.7 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
temperatura ao longo da coluna do exemplo 7.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0
1
2
3
4
5
Calculado
Estimativa inicial
Vazão molar de líquido (mol/s)
Estágio
Figura 4.7.8 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase líquida ao longo da coluna do exemplo 7.
As estimativas iniciais para os perfis de vazões molares das fases
líquida e vapor apresentam uma boa proximidade do resultado final, já as
estimativas iniciais para os perfis de grau de avanço e temperatura apresentam
diferenças consideráveis dos resultados finais. Para estimativa do grau de
avanço, apesar dos valores serem bem diferentes, o formato da curva foi
semelhante ao apresentado pelo resultado da simulação. Apesar das
diferenças nos valores da estimativa inicial da temperatura e a solução, o
intervalo de valores é semelhante.
117
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0
1
2
3
4
5
Calculado
Estimativa Inicial
Vazão molar de vapor (mol/s)
Estágio
Figura 4.7.9 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
vazão molar da fase vapor ao longo da coluna do exemplo 7.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
0,00
0,05
0,10
0,15
0,20
0,25
0,30
Calculado
Estimativa inicial
Grau de avanço (mol/s)
Estágio
Figura 4.7.10 - Comparação entre estimativa inicial e resultado da simulação para o perfil de
grau de avanço ao longo da coluna do exemplo 7.
JHON & LEE (2003) apresentam os resultados apenas na forma gráfica,
mas não os valores numéricos o que dificulta uma comparação de resultados,
no entanto, os perfis de vazões molares, temperatura e frações molares obtidos
neste trabalho são semelhantes àqueles apresentados pela referência original,
e pela leitura dos gráficos dos perfis apresentados pela referência, nota-se que
os valores obtidos neste trabalho e pelos autores supracitados são muito
semelhantes.
118
Uma ilustração da coluna de destilação reativa deste exemplo, com
dados de entrada, saída e outras especificações das condições operacionais
da coluna, é apresentada na Figura 4.7.11.
Figura 4.7.11 - Ilustração da coluna de destilação reativa do exemplo 7.
r
D
= 5
r
B
= 6,9
F
11
= 1 mol/s
T = 357,15 K
P = 7 bar
z
iB
= 0,30
z
EtOH
= 0,00
z
ETBE
= 0,00
z
1B
= 0,35
z
cis2B
= 0,35
F
4
= 0,3120 mol/s
T = 323,15 K
P = 7 bar
z
iB
= 0,00
z
EtOH
= 1,00
z
ETBE
= 0,00
z
1B
= 0,00
z
cis2B
= 0,00
4
12
19
2
20
1
B = 0,3465 mol/s
T = 422,24 K
Q
R
= -62000 W
x
iB
= 0,0363
x
EtOH
= 0,0000
x
ETBE
= 0,0000
x
1B
= 0,0002
x
cis2B
= 0,9635
D = 0,6649 mol/s
T = 334,81 K
Q
C
= 128500 W
x
iB
= 0,0001
x
EtOH
= 0,0009
x
ETBE
= 0,4996
x
1B
= 0,4995
x
cis2B
= 0,0000
Estágios
reacionais
13
119
5. CONCLUSÕES
Neste trabalho foi adaptado um algoritmo para simulação de colunas de
destilação convencional e reativa, é proposta uma metodologia para a geração
das estimativas iniciais necessárias e fundamentais quando se trata da
operação destes processos em regime permanente, devido à complexidade do
conjunto de equações não lineares da representação do equilíbrio de fases e
também do modelo para o cálculo do grau de avanço (equilíbrio químico ou
cinética química) a serem resolvidos na simulação computacional.
O método para geração das estimativas iniciais se mostrou eficiente,
obtendo valores próximos dos calculados pela simulação, este fato acelera e
aumenta a garantia de convergência. Na destilação convencional, o uso das
frações molares das correntes de alimentação no cálculo das temperaturas do
refervedor e do condensador utilizado para gerar a estimativa do perfil de
temperatura forneceu melhor estimativa quando o número de componentes é
alto.
O algoritmo utilizado se mostrou eficiente, visto que, os resultados
obtidos com a implementação computacional do mesmo estão próximos
daqueles disponíveis na literatura tanto para destilação convencional quanto
para destilação reativa.
Para uma coluna de destilação convencional, por mais complexa que
seja (por exemplo, o exemplo 2 com 12 componentes e 32 estágios), a
simulação computacional leva questão de pouquíssimos segundos ou a
mesmo centésimos de segundos, no entanto, para uma coluna de destilação
reativa, que requer o cálculo do grau de avanço em cada estágio, o tempo
computacional aumenta e pode levar questão de minutos. Verifica-se também
que, o conjunto de equações não lineares fornecidos pelo equilíbrio químico é
mais complexo se comparado ao conjunto de equações não lineares fornecidos
pela cinética química, pois, o tempo computacional exigido é maior quando a
simulação é feita assumindo equilíbrio químico.
Deve-se destacar também que na destilação reativa, devido à
complexidade e não linearidade, a escolha de um bom método para solução do
120
conjunto de equações não lineares é importante, caso contrário pode ocorrer a
divergência. Nas simulações em que o método de Broyden foi utilizado para o
cálculo dos graus de avanço, ocorreram oscilações do valor do erro, mas, em
todos os casos a simulação convergiu com menor número de iterações e
menor tempo quando comparado com o método da homotopia. Portanto, a
metodologia para gerar as estimativas iniciais mostrou-se eficiente e permitiu
empregar um método menos robusto para encontrar as raízes. Desta forma, é
preferível utilizar o método de Broyden, mais simples de implementar e com
maior velocidade de convergência quando comparado ao todo da
continuação homotópica.
121
6. SUGESTÕES PARA FUTUROS TRABALHOS
Para dar continuidade ao trabalho desenvolvido, sugere-se os seguintes
estudos:
· Modelagem matemática e simulação de colunas de destilação
reativa que operam em regime transiente;
· Proposição de novas metodologias para gerar boas estimativas
iniciais;
· Estudo de múltiplos estados estacionários em colunas de
destilação reativa;
· Comparação entre os modelos de equilíbrio de fases e
transferência de massa em colunas de destilação reativa;
· Desenvolvimento e aplicação do método da continuação
homotópica para resolver todo o sistema de equações sem utilizar
a metodologia para estimativas iniciais.
122
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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132
ANEXO I – MÉTODO DA CONTINUAÇÃO HOMOTÓPICA
O método aqui apresentado é baseado, entre outros, em ALLGOWER &
GEORG (1990).
O método da continuação, homotopia, ou método da continuação
homotópica tem um papel importante como uma ferramenta útil na matemática
moderna. Ele consiste no seguinte: suponha um sistema de
n
equações não
lineares
( )
(
)
( )
( )
( )
1
2
3
0
n
f X
f X
F X f X
f X
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
= =
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(I.1)
e
n
incógnitas
1
2
3
n
x
x
X x
x
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(I.2)
onde se tem disponível muito pouco conhecimento sobre a solução de
(
)
F X
.
Como uma possível solução define-se a homotopia ou deformação,
(
)
(
)
,1
H X G X
=
(I.3)
(
)
(
)
,0
H X F X
=
(I.4)
onde
( )
(
)
( )
( )
( )
1
2
3
0
n
g X
g X
G X g X
g X
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
= =
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(I.5)
133
(
)
G X
é um conjunto de equações a ser escolhido e de solução conhecida
0
X
0
1
0
2
0
0
3
0
n
x
x
X
x
x
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(I.6)
A função homotópica deve satisfazer as condições das equações (I.3) e
(I.4), e para tal normalmente se escolhe a homotopia convexa.
(
)
(
)
(
)
(
)
, 1
H X G X F X
l l l
= × + - ×
(I.7)
ou seja,
( )
(
)
( )
( )
( )
(
)
(
)
(
)
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( )
1 1 1
2 2 2
3 3 3
, 1
, 1
, , 1 0
, 1
n n n
h X g X f X
h X g X f X
H X h X g X f X
h X g X f X
l l l
l l l
l l l l
l l l
é ù é ù
× + - ×
ê ú ê ú
× + - ×
ê ú ê ú
ê ú ê ú
= = × + - × =
ê ú ê ú
ê ú ê ú
ê ú ê ú
× + - ×
ë û ë û
M M
(I.8)
O tipo de homotopia depende da escolha de
(
)
G X
:
Homotopia affine (representa uma linearização em torno de
0
X
);
(
)
(
)
(
)
0 0
'
G X F X X X
= × -
(I.9)
Homotopia de ponto fixo;
(
)
0
G X X X
= -
(I.10)
Homotopia de Newton.
(
)
(
)
(
)
0
G X F X F X
= -
(I.11)
Se for escolhida a homotopia de Newton temos:
(
)
(
)
(
)
0
,
H X F X F X
l l
= - ×
(I.12)
134
O conjunto de equações
(
)
F X
tem
n
equações e
n
incógnitas,
portanto, tem-se a possibilidade de no mínimo uma solução. Este sistema é
transformado em
(
)
,
H X
l
que possui
n
equações e
1
n
+
incógnitas o que nos
leva a infinitas solução, no entanto, tem-se a solução apenas em
1
l
=
e
deseja-se a solução em
0
l
=
(
*
X
). Para obter a solução desejada, varia-se
adequadamente o valor de
l
de 1 a0, e em cada valor do mesmo obtém-se
uma nova solução. O conjunto de soluções entre 1 e 0 forma a curva implícita
definida por
(
)
c s
(
s
é o tamanho da curva
c
). A Figura I.1 faz uma ilustração
para o caso de uma função com apenas uma variável.
Figura I.1 - Ilustração da curva homotópica para o caso de uma equação com apenas uma
variável.
O método da continuação piecewise linear (PL) consiste em variar o
parâmetro da homotopia (
l
) de 1 até 0 em intervalos suficientemente
pequenos e constantes para que a convergência seja garantida, mas há alguns
casos que, não importa o quão pequeno é o passo, o método não obterá
sucesso. É o que ocorre em casos semelhantes àqueles representado
graficamente na Figura I.2 mostrando os pontos de inversão (
t
).
λ
0
1
x
x*
x
0
f(x)=0
g(x)=0
c(s)
135
Figura I.2 - Ilustração da curva homotópica para o caso de uma equação com uma variável,
com pontos de inversão.
Para contornar tal problema utiliza-se o método da continuação preditor
corretor (PC). Para tal é feito o seguinte, suponha que u
i
seja um ponto da
curva c(s), com o vetor tangente à curva um novo ponto é predito v
i+1
, mas,
este ponto esta um pouco afastado da curva, logo este ponto é corrigido com
um método corretor levando-o para o ponto mais próximo sobre a curva w
i+1
,
com uma tolerância aceitável toma-se este ponto como a nova solução u
i+1
.
Veja o esquema na Figura I.3.
Figura I.3 - Ilustração do método preditor corretor da continuação homotópica.
λ
x
x*
x
0
0
1
f(x)=0
g(x)=0
c(s)
u
i
v
i+1
w
i+1
λ
x
x*
x
0
0
1
f(x)=0
g(x)=0
τ
τ
c(s)
136
Os pontos u, v e w são conjuntos de
1
n
+
valores para
X
e
l
, um valor
para
l
e
n
valores para as
n
variáveis
x
’s.
A predição é feita com o método de Euler.
(
)
(
)
1
'
i i i
v u h t H u
+
= + ×
(I.13)
onde
h
é o tamanho do passo e,
(
)
(
)
'
i
t H u
é o vetor unitário tangente à curva
c(s) no ponto u
i
.
Para correção usa-se o método de Newton-Raphson que é repetido até
que o ponto w esteja suficientemente perto da curva c(s).
( ) ( )
1 1 1 1
'
i i i i
w v H v H v
+
+ + + +
= -
(I.14)
onde
( )
(
)
(
)
(
)
(
)
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
1 1 1 1
1 2
2 2 2 2
1 2
1 2
, , , ,
, , , ,
' ,
, , , ,
n
n
n N n n
n
h X h X h X h X
x x x
h X h X h X h X
H X
x x x
h X h X h X h X
x x x
l l l l
l
l l l l
l
l
l l l l
l
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
L
L
M M O M M
L
(I.15)
se a homotopia de Newton for escolhida
( )
(
)
(
)
(
)
( )
( ) ( ) ( )
( )
( ) ( ) ( )
( )
1 1 1
0
1
1 2
2 2 2
0
2
1 2
0
1 2
' ,
n
n
n N n
n
n
f X f X f X
f X
x x x
f X f X f X
f X
H X
x x x
f X f X f X
f X
x x x
l
é ù
-
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
-
=
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
-
ê ú
ë û
L
L
M M O M M
L
(I.16)
A
+
é a pseudo-inversa de Moore-Penrose: sendo
A
uma matriz de
dimensões (
n
)x(
1
n
+
) com
(
)
grau A n
=
logo,
(
)
1
* *
A A A A
-
+
= .
137
Onde
*
A
é a matriz transposta de
A
e
1
A
-
é a matriz inversa de
A
. E o
(
)
grau A
é a máxima ordem de determinantes não nulas extraídas de
A
, o que
representa o máximo número de vetores colunas de
A
linearmente
independentes.
Resta ainda uma questão a ser esclarecida como se calcula o vetor
tangente (
t
) à c(s).
Definição: Seja
A
uma matriz (
n
)x(
1
n
+
), com
(
)
grau A n
=
. O único
vetor
(
)
1
n
t A
+
Î
¡
que satisfaz as três condições
(1)
0
At
=
(2)
1
t
=
(3)
*
det 0
A
t
æ ö
>
ç ÷
è ø
é chamado de vetor tangente induzido por
A
.
Onde
t
é a norma Euclidiana.
2 2 2 2 2
1 2 3
...
N
t x x x x
l
= + + + + +
(I.17)
Será indicado brevemente, como
(
)
t A
e
A
+
podem ser facilmente
obtidos, uma vez que esteja disponível uma decomposição QR de
*
A
.
Assume-se que
A
é uma matriz (
n
)x(
1
n
+
) com
(
)
grau A n
=
, e que a
decomposição
*
*
0
R
A Q
æ ö
=
ç ÷
è ø
(I.18)
é dada. Onde
Q
é uma matriz ortogonal (
1
n
+
)x(
1
n
+
), ou seja,
*
Q Q Id
=
, e
R
uma matriz triangular superior (
n
)x(
n
) não-singular (possui matriz inversa), ou
seja,
0
i j
r
=
para
i j
>
e
0
ii
r
¹
. Chamando de
z
a última coluna de
Q
, então
138
0
A z
=
e
1
z
=
. A pergunta que permanece, é como escolher o sinal de
z
para que
*
det 0
A
z
æ ö
>
ç ÷
è ø
(I.19)
e seja satisfeita a condição de orientação. Para responder esta questão note
que
( )
*
*
0
,
0 1
R
A z Q
æ ö
=
ç ÷
è ø
(I.20)
o que implica
( )
( ) ( )
*
*
det det , det det
A
A z Q R
z
æ ö
= = ×
ç ÷
è ø
(I.21)
Portanto,
(
)
t A z
= ±
, de acordo se a determinante anterior é positiva ou
negativa. Portanto,
(
)
det
R
é o produto dos elementos da diagonal principal de
R
, com isto, seu sinal é facilmente determinado. Também o sinal de
(
)
det
Q
normalmente é fácil de determinar. Por exemplo, se for utilizado rotações de
Givens (ou rotações planas), é igual à unidade.
Voltemos agora ao problema da determinação da pseudo-inversa de
Moore-Penrose, com a equação (I.18) e
(
)
* *
,0
A R Q
=
(I.22)
obtemos então
(
)
1
*
*
0
R
A Q
-
+
æ ö
ç ÷
=
ç ÷
è ø
(I.23)
Até agora foi falado sobre a decomposição QR para obtenção do vetor
tangente e da inversa de Moore-Penrose, mas não foi falado nada sobre um
método para fazer a decomposição QR. Isso é tratado a seguir.
139
Pela grande facilidade da determinação do sinal da determinante, será
apresentado apenas o método das rotações de Givens para decomposição QR.
O método das rotações de Givens age em apenas duas coordenadas e
deve, portanto, ser descrito por uma matriz da forma
1 2
2 1
s s
G
s s
æ ö
=
ç ÷
-
è ø
(I.24)
Para que
2 2
1 2
1
s s
+ =
, para então
*
GG Id
=
e
(
)
det 1
G
=
. Para qualquer
vetor
2
xÎ
¡
,
0
x
G x
æ ö
=
ç ÷
è ø
(I.25)
Se
1
1
x
s
x
=
(I.26)
e
2
2
x
s
x
=
(I.27)
A redução de
*
A
para a matriz triangular superior
R
é realizada através
de sucessivas rotações de Givens agindo em variados pares de co-ordenadas.
Para se obter as matrizes
Q
e
R
a partir da matriz
A
(
n
)x(
1
n
+
) segue-
se o algoritmo apresentado na Figura I.4. Neste algoritmo
(
)
i
L M
representa a
linha
i
da matriz
M
.
Ainda resta tratar de um assunto muito importante para a convergência
do método, o controle do tamanho do passo
h
. A idéia básica aqui é observar
o desempenho do procedimento corretor e então adaptar o tamanho do passo
(
0
h
>
) adequadamente.
Se
u
é dado e
(
)
v h
fornecido pelo método preditor como foi citado,
então o primeiro ponto corretor é dado por
140
( ) ( ) ( )
(
)
( )
(
)
'
w h v h H v h H v h
+
= -
(I.28)
Este último é usado, como será mostrado a seguir, no controle do passo.
Figura I.4 - Algoritmo para decomposição QR.
Q = Id
R = A
*
Para i de 1 até n fazer
Para k de i+1 até n+1 fazer
1 ,
i i
s R
=
2 ,
k i
s R
=
Se s
2
≠0 fazer
2 2
1 2
s s s
= +
1
1
s
s
s
=
2
2
s
s
s
=
(
)
(
)
(
)
1 2i i k
L R s L R s L R
= × + ×
(
)
(
)
(
)
2 1k i k
L R s L R s L R
= - × + ×
(
)
(
)
(
)
1 2i i k
L Q s L Q s L Q
= × + ×
(
)
(
)
(
)
2 1k i k
L Q s L Q s L Q
= - × + ×
Fim
Fim
Fim
Q = Q
*
141
vários fatores que devem ser considerados no controle do tamanho
do passo. Serão citados três:
O cociente dos dois primeiros passos sucessivos de Newton-
Raphson
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
( )
'
,
'
H v h H w h
u h
H v h H v h
k
+
+
=
(I.29)
que representa a razão de contração do processo de correção;
O tamanho do primeiro passo corretor
( ) ( )
( )
( )
( )
, '
u h H v h H v h
d
+
=
(I.30)
que é uma medida aproximada da distância da curva;
O ângulo entre dois passos sucessivos
( ) ( )
( )
( )
( )
(
)
(
)
*
, arccos ' 'u h t H u t H v h
a
=
(I.31)
que é uma medida de curvatura.
A partir das definições dadas podemos calcular o tamanho do passo
para o próximo passo preditor:
( )
,
h h
u h
k
k
= ×
%
%
(I.32)
( )
,
h h
u h
d
d
= ×
%
%
(I.33)
( )
,
h h
u h
a
a
= ×
%
%
(I.34)
e a menor possibilidade entre estes deve ser escolhida.
Mas para que as três possibilidades acima possam ser calculadas é
necessário fornecer os seguintes parâmetros:
142
k
%
- razão de contração nominal (0<
k
%
<1);
d
%
- distância nominal;
a
%
- ângulo nominal.
Quanto menor o valor destes, maior a garantia de que o método preditor
corretor seguirá a curva, mas em contrapartida usará mais tempo de máquina.
Pode-se também fazer com que o próximo passo preditor esteja entre a
metade e o dobro do passo atual, simplesmente agindo da seguinte forma.
(
)
(
)
(
)
, , ,
max , ,
u h u h u h
f
k d a
k d a
ì ü
=
í ý
î þ
%
% %
(I.35)
{ }
{
}
1
max min ,2 ,
2
f f=
(I.36)
h
h
f
=
%
(I.37)
Para facilitar o entendimento de um método um tanto quanto complicado
é apresentado na Figura I.5 um algoritmo passo a passo do método preditor
corretor da continuação homotópica.
Figura I.5 - Algoritmo do método preditor-corretor da continuação homotópica.
Passo 1:
Entrada de dados
h>0 (passo inicial)
λ=1
(
)
(
)
(
)
0 0 0
,1 | ,1 0
n
u X X tal que H X H u
= Î = =
¡ (ponto inicial)
tol>0 (tolerância para o processo de correção)
k
d
a
ü
ï
ý
ï
þ
%
%
%
para controle do passo do preditor
h
min
(passo mínimo)
λ
min
(mínimo valor de λ)
or = +1 (sinal para controle da direção do passo)
143
Figura I.5 - Algoritmo do método preditor-corretor da continuação homotópica (continuação).
Passo
2
:
Cálculo do vetor tangente
(
)
'
A H u
=
(
)
t t A
= (uso da decomposição QR para cálculo do vetor tangente)
Passo 3: Predição da nova solução (novo ponto na curva c(s))
(
)
v u h or t A
= + × × (preditor de Euler)
Passo 4: Primeira correção da predição e controle do passo
( ) ( )
'
w v H v H v
+
= - (corretor de Newton-Raphson)
(
)
(
)
(
)
, , ,
max , ,
u h u h u h
f
k d a
k d a
ì ü
=
í ý
î þ
%
% %
{ }
{
}
1
max min ,2 ,
2
f f=
h
h
f
=
Se (
2
f
=
) voltar ao passo 3
Senão ir ao passo 5
Passo 5: Continuação do processo de correção da predição
Calcular
( ) ( )
'
H v H v
+
( ) ( )
( ) ( )
( ) ( )
'
'
'
fazer enquanto H v H v tol
v w
w v H v H v
H v H v
+
+
+
é
>
ê
ê
=
ê
= -
ê
ê
ê
ë
u w
=
(
)
'
A H u
=
(
)
t t A
=
Se
0
l
<
fazer
1
or
= -
1
N
h
t
l
+
= (aproximação da solução)
Senão
1
or
= +
e Se
1N
h t
l
+
× >
fazer
1
N
h
t
l
+
=
Se |h|<h
min
e |λ|<λ
min
ir para o passo 6 senão voltar ao passo 3
144
Figura I.5 - Algoritmo do método preditor-corretor da continuação homotópica (continuação).
Para exemplificar o método preditor-corretor será usada a equação não
linear
(
)
4
10
f x x x
= - -
(I.38)
que possui as raízes reais -1,6975 e 1,8556.
A Figura I.6 mostra o caminho do método que sofre influência da
estimativa inicial. Quando a convergência ocorre sempre se atinge a raiz de
valor -1,6975. Nota-se que quanto mais próximo da outra raiz da equação, mais
difícil se torna a convergência, e quando estimativa é maior que a outra raiz, ou
seja, a segunda raiz está entre a estimativa inicial e a raiz em que o método
tende a obter, ocorre a divergência.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-5,0
-4,5
-4,0
-3,5
-3,0
-2,5
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
x
l
x
0
=2,0
x
0
=1,5
x
0
=1,0
x
0
=0,001
x
0
=-1,0
x
0
=-2,0
x
0
=-5,0
Figura I.6 - Caminhos do método preditor-corretor no exemplo para diferentes estimativas
iniciais.
Passo 6
:
Impressão de resultados
1
i i
para i de até n fazer
x u
é
ê
=
ë
e
1
N
u
l
+
=
145
Invertendo o sinal do vetor tangente o comportamento do método é
semelhante, mas, a raiz obtida é 1,8556, veja Figura I.7.
0,0 0,2 0,4 0,6 0,8 1,0 1,2 1,4 1,6 1,8 2,0
-2,0
-1,5
-1,0
-0,5
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
x
l
x
0
=5,0
x
0
=2,0
x
0
=1,5
x
0
=1,0
x
0
=0,001
x
0
=-1,0
x
0
=-2,0
Figura I.7 - Caminhos do método predito-corretor no exemplo para diferentes estimativas
iniciais (com sinal do vetor tangente invertido).
146
ANEXO II – MÉTODO DE BROYDEN
Este método de solução de sistema de equações não lineares foi
retirado do trabalho de BROYDEN (1965).
Considere o vetor coluna do conjunto de
n
equações não lineares
(
)
( )
( )
( )
1
2
3
0
n
f X
f X
f X
f X
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(II.1)
e o vetor coluna de
n
variáveis independentes (incógnitas)
1
2
3
n
x
x
X x
x
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
M
(II.2)
O sistema de equações o lineares pode ser escrito de forma mais
sucinta como
(
)
0
F X
=
(II.3)
Se
i
X
é a
i
-ésima aproximação para solução da Equação (II.3), o
método de Newton-Raphson é definido por
( ) ( )
1
1
i i i i
X X J X F X
-
+
= - ×
(II.4)
onde
( )
1
i
J X
-
é a inversa da matriz Jacobiana avaliada em
i
X
, em que;
147
( )
(
)
(
)
(
)
(
)
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
( ) ( ) ( ) ( )
1 1 1 1
1 2 3
2 2 2 2
1 2 3
3 3 3 3
1 2 3
1 2 3
n
n
n
n n n n
n
f X f X f X f X
x x x x
f X f X f X f X
x x x x
J X
f X f X f X f X
x x x x
f X f X f X f X
x x x x
é ù
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
=
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ê ú
ë û
L
L
L
M M M O M
L
(II.5)
O método de Newton-Raphson apresenta duas rias desvantagens. A
primeira é a dificuldade de obtenção da matriz Jacobiana. Mesmo que seja
suficientemente fácil obter analiticamente as derivadas parciais, a quantidade
de trabalho requerido para avaliar
2
n
das mesmas pode ser excessiva. Na
maioria dos problemas práticos, entretanto, as funções são muito complicadas,
e uma aproximação para a matriz Jacobiana deve ser obtida numericamente.
Mas, com a utilização das derivadas aproximadas, o método apresenta uma
ordem de convergência menor (que é quadrática para Newton-Raphson).
(
)
(
)
j j k k j k
k k
f f x h f x
x h
+ -
@
(II.6)
onde, a escolha de
k
h
é arbitrária e pode ser tomada como
0,001
k k
h x
= ×
(II.7)
A segunda desvantagem é o fato de que sem alguma modificação o
método de Newton-Raphson frequentemente diverge. As condições de
convergência do método dependem das estimativas iniciais serem
suficientemente boas, o que muitas vezes é impossível de se obter na prática.
Logo, faz-se uma simples modificação no método de Newton-Raphson.
( )
( ) ( )
1
1
k
i i i i i
X X s J X F X
-
+
= - × ×
(II.8)
onde
k
i
s
é um escalar escolhido de forma a prevenir a divergência.
148
O primeiro valor para
s
é a unidade (
)
1
1.0
i
s = ), visto que este é o valor
naturalmente utilizado no método de Newton-Raphson.
Se a seguinte desigualdade entre as normas Euclidianas não for
verdadeira
( )
( ) ( )
( )
( )
1 1
2 2
1
1
2 2
1 1
n n
j i i i i j i
j j
f X s J X F X f X
-
= =
é ù é ù
- × × <
ê ú ê ú
ë û ë û
å å
(II.9)
deve-se corrigir o valor de
s
com a seguinte equação
( )
( )
1
2
2
1 6 1
3
i
s
h
h
é ù
+ × -
ê ú
ë û
=
×
(II.10)
onde
h
é a razão entre o quadrado das normas Euclidianas
( )
( ) ( )
(
)
( )
1
1
2
1
2
1
n
j i i i i
j
N
j i
j
f X s J X F X
f X
h
-
=
=
- × ×
=
å
å
(II.11)
A Equação (II.10) é escolhida como o valor que tem por função
minimizar o quadrado da norma Euclidiana aproximada por uma função cúbica.
Se mesmo com o passo corrigido a desigualdade da Equação (II.9) não
for verdadeira, a função do quadrado da norma Euclidiana é aproximada por
uma função quadrática (interpolação) onde as ordenadas são especificadas em
0, 1 e
)
2
i
s
. Se a função é convexa, então
)
3
i
s
é escolhido como o valor que
minimiza esta função aproximada, e uma nova função quadrática aproximada é
formada, as quais as ordenadas são especificadas em
)
3
i
s
, e dois dos últimos
três valores que estão mais próximos de
)
3
i
s
, este procedimento se repete até
que a variação do valor de
( )
k
i
s
seja muito pequena ou no ximo por dez
vezes. Assim, o quadrado da norma Euclidiana é função apenas de
i
s
é escrita
como
149
( ) ( )
(
)
1
2
1
( )
n
j i i i
j
s f X s J X F X
f
-
=
= - × ×
å
(II.12)
na forma aproximada de função quadrática
2
( )
s a s b s c
f
= × + × +
(II.13)
Se
0
a
>
, o valor de
s
que minimiza
(
)
s
f
é dado por
( )
1
2
k
i
b
s
a
+
= -
×
(II.14)
Veja ilustração da minimização de
(
)
s
f
na Figura II.1.
Figura II.1 - Ilustração da minimização do quadrado da norma Euclidiana.
Se for utilizada a interpolação polinomial de Newton (QUARTERONI,
SACCO & SALERI, 2000)
2
a d
=
(II.15)
(
)
1 2 0 1
b d d s s
= - × +
(II.16)
(
)
0 0 2 1 1
c d s d s d
= + × × -
(II.17)
onde
(
)
s
f
min
f
0
1
i
s
s
(
)
0
f
(
)
1
f
150
[
]
0 0
d s
f
=
(II.18)
[
]
1 1 0
,
d s s
f
=
(II.19)
[
]
2 2 1 0
, ,
d s s s
f
=
(II.20)
[
]
(
)
i i
s s
f f
=
(II.21)
(
)
(
)
,
i j
i j
i j
s s
s s
s s
f f
f
-
é ù
=
ë û
-
(II.22)
, ,
, ,
i j j k
i j k
i k
s s s s
s s s
s s
f f
f
é ù é ù
-
ë û ë û
é ù
=
ë û
-
(II.23)
Com o objetivo de contornar algumas desvantagens do método de
Newton-Raphson, alguns autores sugerem que a matriz Jacobiana deve ser
avaliada ou apenas uma vez para todas as iterações ou a cada poucas
iterações, ao invés de todas as iterações como é, no método convencional,
rigorosamente requerido. Ambos destes variantes, entretanto, requerem a
completa avaliação da matriz Jacobiana. Serão apresentados a seguir métodos
nos quais a matriz Jacobiana é obtida apenas uma vez e a cada iteração, após
ser obtido o novo vetor aproximação da solução (
1
i
X
+
), é feita uma correção
para aproximar a inversa da matriz Jacobiana a partir dos valores do vetor
coluna das funções
(
)
F X
.
A primeira inversa da matriz Jacobiana é obtida por
( )
1
0 0
H J X
-
= -
(II.24)
e a correção por uma das três equações
(
)
1
T
i i i i i i
i i
T
i i i
H Y s X X H
H H
X H Y
+
× + × D ×D ×
= -
D × ×
(II.25)
(
)
1
T
i i i i i
i i
T
i i
H Y s X Y
H H
Y Y
+
× + × D ×
= -
×
(II.26)
1
T T
i i i i i i i
i i
T T
i i i i i
H Y Y H s X X
H H
Y H Y X Y
+
× × × ×D ×D
= - -
× × D ×
(II.27)
151
onde
(
)
(
)
1
i i i
Y F X F X
+
= -
(II.28)
(
)
i i i
X H F X
D = ×
(II.29)
152
ANEXO III – MÉTODOS PARA SOLUÇÃO DE SISTEMAS
LINEARES
Os métodos aqui apresentados são baseados em HOFFMAN (2001).
III.1 – MÉTODO DA ELIMINAÇÃO DE GAUSS
Sistemas de equações lineares apresentam a seguinte forma
A x b
× =
(III.1.1)
Na forma matricial
11 12 13 1
1 1
21 2 2 2 3 2
2 2
31 3 2 33 3
3 3
1 2 3
n
n
n
n n n n n
n n
a a a a
x b
a a a a
x b
a a a a
x b
a a a a
x b
é ù
é ù é ù
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
× =
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ë û ë û
ë û
L
L
L
M M M O M
M M
L
(III.1.2)
Figura III.1.1 - Algoritmo da eliminação de Gauss.
1
1,.., 1
,..,
1,..,
,..,
1,.., 1
k i k i
k k
i k
k k
i j i j k j
i i k
n
n
n n
n
n i n i p p
p n i
n i
n i n i
Para k n
Para i k n
a a
b b
Para i k n
a
m
a
Para j k n
a a m a
b b m b
b
x
a
Para i n
b a x
x
a
- -
= - +
-
- -
= -
é
ê
=
é
ê
ê
ê
=
ë
ê
=
ê
ê
= +
é
ê
ê
ê
ê
=
ê
ê
ê
ê
ê
=
é
ê
ê
ê
ê
ê
= - ×
ë
ê
ê
ê
= - ×
ê
ë
ë
é
=
ê
ê
ê
= -
é
ê
ê
ê
ê
- ×
ê
ê
=
ê
ê
ê
ë
ë
å
153
O método da eliminação de Gauss consiste em transformar a matriz dos
coeficientes em triangular superior (Equação III.1.3) e então resolver o sistema
partindo da última incógnita até chegar à primeira. A Figura III.1.1 apresenta o
algoritmo da eliminação de Gauss.
11 12 13 1
1 1
2 2 2 3 2
2 2
33 3
3 3
0
0 0
0 0 0
n
n
n
n n
n n
a a a a
x b
a a a
x b
a a
x b
a
x b
é ù
é ù é ù
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
× =
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ë û ë û
ë û
L
L
L
M M M O M
M M
L
(III.1.3)
III.2 – ALGORITMO DE THOMAS
O algoritmo de Thomas é um método direcionado à solução de um caso
particular de sistemas de equações lineares, onde a matriz dos coeficientes
apresenta a forma tridiagonal, como apresentado na Equação (III.2.1).
1 1 1 1
2 2 2 2 2
1 1 1 1 1
0 0 0
0 0
0 0
0 0
0 0 0
n n n n n
n n n n
d u x b
l d u x b
l d u x b
l d x b
- - - - -
é ù é ù é ù
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
× =
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ê ú ê ú ê ú
ë û ë û ë û
O O O M M
(III.2.1)
Assim como no método de Gauss os coeficientes abaixo da diagonal
principal o eliminado, ficando o sistema na forma apresentada na Equação
(III.2.2).
1
1 1 1
2
2 2 2
1
1 1 1
0 0 0
0 0 0
0 0
0 0 0
0 0 0 0
n
n n n
n
n n
x
d u b
x
d u b
x
d u b
x
d b
-
- - -
é ù é ù
é ù
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
× =
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ë û
ë û ë û
M
O O O M
(III.2.2)
O método de solução pelo algoritmo de Thomas é apresentado na
Figura III.2.1.
154
Figura III.2.1 - Algoritmo de Thomas.
O algoritmo de Thomas é, nada mais que, uma adaptação do método de
Gauss. A figura III.2.2 mostra o método de Gauss adaptado para sistemas em
que a matriz dos coeficientes é tridiagonal.
11 12
1 1
21 2 2 2 3
2 2
1 2 1 1 1
1 1
1
0 0 0
0 0
0 0
0 0
0 0 0
n n n n n n
n n
n n n n
n n
a a
x b
a a a
x b
a a a
x b
a a
x b
- - - - -
- -
-
é ù
é ù é ù
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
× =
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ê ú
ê ú ê ú
ë û ë û
ë û
O O O
M M
(III.2.3)
1 1
1
1
1 1
1
1
1
2,..,
2,..,
0
1,.., 1
2,..,
1,.., 1
i
i i i
i
i
i i
i
i i i
i
n
n
n
n i n i n i
n i
n i
d d
Para i n
l
d d u
d
Para i n
l
Para i n
u u
b b
Para i n
l
b b b
d
b
x
d
Para i n
b u x
x
d
-
-
-
-
- - - +
-
-
é
=
ê
=
é
ê
ê
ê
ê
= - ×
ê
ê
ê
ë
ê
=
é
ê
ê
ê
=
ë
ê
= -
é
ê
ê
ê
=
ë
ê
ê
=
ê
=
é
ê
ê
ê
ê
ê
= - ×
ê
ê
ë
ë
é
=
ê
ê
ê
= -
é
ê
ê
- ×
ê
ê
=
ê
ê
ë
ë
155
Figura III.2.2 - Algoritmo do método de Gauss adaptado para sistemas tridiagonais.
1
1 1
1 1
1 1
1,.., 1
, 1
,.., 2
1,.., 1
k i k i
k k
k k
k k
k j k j k j
k k k
n
n
n n
n i n i n i n i
n i
n i n i
Para k n
Para i k k
a a
b b
a
m
a
Para j k k
a a m a
b b m b
b
x
a
Para i n
b a x
x
a
+
+ +
+ +
- - - + - +
-
- -
= -
é
ê
= +
é
ê
ê
ê
=
ë
ê
=
ê
ê
ê
=
ê
ê
= +
é
ê
ê
ê
= - ×
ë
ê
ê
= - ×
ë
é
=
ê
ê
ê
= -
é
ê
ê
- ×
ê
ê
=
ê
ê
ë
ë
156
ANEXO IV – MÉTODO DE CARDAN
Este método foi retirado do Apêndice C de O’CONNELL & HAILE (2005);
O método de Cardan, aqui apresentado, é usado para obter todas as
raízes reais de polinômios cúbicos que tenha apenas coeficientes reais.
Primeiro escreva o polinômio na forma
3 2
0
x b x c x d
+ × + × + =
(IV.1)
e então calcule
3
2 9 27
54
b b c d
p
× - × × + ×
=
(IV.2)
e
2
3
9
b c
q
- ×
=
(IV.3)
Se
(
)
2 3
0
p q
- >
, então o polinômio cúbico tem apenas uma raiz real,
( )
2
1
sgn
3
r q b
x p
r
æ ö
+
= - × -
ç ÷
è ø
(IV.4)
onde
( )
sgn
p
p
p
=
(IV.5)
e
(
)
1
3
2 3
r p q p
= - +
(IV.6)
Mas se
(
)
2 3
0
p q
- £
, então o polinômio cúbico tem três raízes reais,
157
( )
1
2 cos
3 3
b
x q
q
æ ö
= - × × -
ç ÷
è ø
(IV.7)
( )
2
2
2 cos
3 3
b
x q
q p
+ ×
æ ö
= - × × -
ç ÷
è ø
(IV.8)
( )
3
4
2 cos
3 3
b
x q
q p
+ ×
æ ö
= - × × -
ç ÷
è ø
(IV.9)
onde
1
3
cos
p
q
q
-
æ ö
ç ÷
=
ç ÷
è ø
(IV.10)
O método de Cardan também pode ser usado para obter raízes
imaginárias do polinômio cúbico (SPIEGEL, 1968; JEFFREY & DAY, 2008).
WEISSTEIN (1999) apresenta a obtenção deste método passo a passo.
Detalhes da complexa história da descoberta deste método são apresentados
por DUNHAM (1990) e BALL (1960).
158
ANEXO V – PROPRIEDADES DOS COMPONENTES DOS
SISTEMAS SIMULADOS
Tabela V.1 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 1 (SINNOTT, 1999).
ELEMENTO
Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V (m
3
/kmol)
Propano 369,8 42,5 0,153 231,1 0,0758
n-butano 425,2 38,0 0,199 272,7 0,1004
i-pentano 460,4 33,9 0,227 301,0 0,1164
n-pentano 469,7 33,7 0,251 309,2 0,1152
Tabela V.2 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 2 (SINNOTT, 1999).
ELEMENTO Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V (m
3
/kmol)
Metano 190,4 46,0 0,011 111,6 0,0377
Etano 305,4 48,8 0,099 184,6 0,0549
Propeno 364,9 46,0 0,144 225,5 0,0688
Propano 369,8 42,5 0,153 231,1 0,0758
iso-Butano 408,2 36,5 0,183 261,4 0,1044
1-Buteno 419,6 40,2 0,191 266,9 0,0943
iso-Buteno 417,9 40,0 0,194 266,2 0,0945
trans-2-Buteno
428,6 39,9 0,205 274,0 0,0929
cis-2-Buteno 435,6 42,0 0,202 276,9 0,0904
1,3-Butadieno
425,0 43,3 0,195 268,7 0,0871
n-Butano 425,2 38,0 0,199 272,7 0,1004
n-Pentano 469,7 33,7 0,251 309,2 0,1153
Tabela V.3 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 3 (SINNOTT, 1999).
ELEMENTO
Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V (m
3
/kmol)
2-Penteno 476,0 36,5 0,251 310,1 0,1069
2-Buteno 435,6 42,0 0,202 276,9 0,0904
3-Hexeno 517,0 32,8 0,225 339,6 0,1238
159
Tabela V.4 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 4 (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987).
ELEMENTO Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V (m
3
/kmol)
Óx. de etileno
469,0 71,9 0,202 283,7 0,0490
Água
647,3 221,2 0,235 373,2 0,0180
Etileno glicol
645,0 77,0 1,137
*
470,5 0,0557
Dietil. glicol 681.0 47.0 0.621
*
519.0 0.0951
*
YAWS (2003)
Tabela V.5 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 5 (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987).
ELEMENTO Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V
*
(m
3
/kmol)
i-Buteno 417,9 40,0 0,194 266,2 0,09333
Metanol 512,6 80,9 0,556 337,7 0,04444
MTBE 496,4 33,7 0,269 328,3 0,1188
n-Butano 425,2 37,0 0,199 272,7 0,10039
*
UNG & DOHERTY (1995)
Tabela V.6 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 6 (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987).
ELEMENTO Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V
*
(m
3
/kmol)
Acido Acético 592,7 57,9 0,447 391,1 0,05754
Metanol 512,6 80,9 0,556 337,7 0,04444
Acetato de Metila
506,8 46,9 0,326 330,4 0,07984
Água 647,3 221,2 0,344 373,2 0,01807
*
SONG et al. (1995)
Tabela V.7 - Propriedades físicas dos componentes do exemplo 7 (REID, PRAUSNITZ &
POLING, 1987).
ELEMENTO Tc (K) Pc (bar) ω T
pe
(K) V
*
(m
3
/kmol)
Etanol 531,9 61,4 0,644 351,4 0,058389
i-Buteno 417,9 40,0 0,194 266,2 0,094458
1-buteno 419,6 40,2 0,191 266,9 0,094299
cis-2-buteno
435,6 42,0 0,202 276,9 0,090351
ETBE 516,67 31,14 0,298 345,95 0,139054
*
YAWS (2003)
160
As equações que modelam as capacidades caloríficas do gás ideal e do
líquido são as seguintes:
2 3
2
5
1 2 3 4
p
C
C C C T C T C T
T
= + × + × + × +
(E.1)
2 2 3 4 2 5
2
1 3 3 4 4
2 2 1 3 1 4
3 2 5
p
C C t C C t C t
C C C C t C C t
t
× × × ×
= + - × × × - × × - - -
(E.2)
onde
1
r
t T
= -
(E.3)
Tabela V.8 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes do
exemplo 1 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO
Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
propano E.1 -4,224 3,063 -1,586 3,215 -----
n-butano E.1 9,487 3,313 -1,108 -0,2822 -----
i-pentano E.1 -9,525 5,066 -2,729 5,723 -----
n-pentano E.1 -3,626 4,873 -2,580 5,305 -----
Tabela V.9 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes do
exemplo 2 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
Metano E.1 19,25 0,5213 0,1197 -1,132 -----
Etano E.1 5,409 1,781 -0,6938 0,8713 -----
Propeno E.1 3,710 2,345 -1,160 2,205 -----
Propano E.1 -4,224 3,063 -1,586 3,215 -----
iso-Butano E.1 -1,390 3,847 -1,846 2,895 -----
1-Buteno E.1 -2,994 3,532 -1,990 4,436 -----
iso-Buteno E.1 16,05 2,804 -1,091 0,9098 -----
trans-2-Buteno
E.1 18,32 2,564 -0,7013 -0,8989 -----
cis-2-Buteno E.1 0,4396 2,953 -1,018 -0,0616 -----
1,3-Butadieno
E.1 -1,687 3,419 -2,340 6,335 -----
n-Butano E.1 9,487 3,313 -1,108 -0,2822 -----
n-Pentano E.1 -3,626 4,873 -2,580 5,305 -----
161
Tabela V.10 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 3 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO
Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
2-Penteno E.1 -14,29 4,601 -2,541 5,455 -----
2-Buteno E.1 0,4396 2,953 -1,018 -0,0616 -----
3-Hexeno E.1 -21,73 5,811 -3,362 7,457 -----
Tabela V.11 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 4 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
Óx. de etileno
E.1 -7,519 2,222 -1,256 2,592 -----
Água E.1 32,24 0,01924 0,1055 -0,3596 -----
Etileno glicol
E.1 35,70 2,483 -1,497 3,010 -----
Dietil. glicol
E.1 73.06 3.461 -1.468 1.846 -----
Tabela V.12 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 5 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
i-Buteno E.1 16,05 2,804 -1,091 0,9098 -----
Metanol E.1 21,15 0,7092 0,2587 -2,852 -----
MTBE E.1 2,534 5,136 -2,596 4,303 -----
n-Butano E.1 9,487 3,313 -1,108 -0,2822 -----
Tabela V.13 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 6 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
Acido Acético E.1 4,840 2,549 -1,753 4,949 -----
Metanol E.1 21,15 0,70920
0,2587 -2,852 -----
Acetato de Metila
E.1 16,55 2,245 -0,4342 2,914 -----
Água E.1 32,24 0,01924
0,1055 -0,3596 -----
162
Tabela V.14 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 7 no estado de gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
8
C5
Etanol E.1 9,014 2,14 -0,8390 0,13730 -----
i-Buteno E.1 16,05 2,804 -1,091 0,9098 -----
1-buteno E.1 -2,994 3,532 -1,990 4,436 -----
cis-2-buteno
E.1 0,4396 2,953 -1,018 -0,0616 -----
ETBE E.1 -1,539 6,3648 -3,634 7,730 -----
Tabela V.15 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componenetes
do exemplo 1 em fase líquida (método de contribuição de grupos; POLING, PRAUSNITZ &
O’CONNELL, 2004).
ELEMENTO
Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4
C5
propano E.1 87,19 -0,6110 4,128 ----- -----
n-butano E.1 110,4 -0,6567 5,016 ----- -----
i-pentano E.1 115,6 -0,1138 5,773 ----- -----
n-pentano E.1 133,7 -0,7024 5,904 ----- -----
Tabela V.16 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 2 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO Eq.
C1 C2
C3
C4
C5
Metano E.2
2,078 38,88 -8,1571 19,42 -----
Etano E.2
1,392 89,72 29,054 -59,64 -----
Propeno E.1
114,1 -0,3437 1,090.10
-3
----- -----
Propano E.2
1,992 113,6 20,024 -27,62 -----
iso-Butano E.1
172,4 -1,784 1,476.10
-2
-4,791.10
-5
5,808.10
-8
1-Buteno E.1
182,0 -1,611 1,196.10
-2
-3,745.10
-5
4,503.10
-8
iso-Buteno E.1
87,68 0,2171 -9,153.10
-4
2,266.10
-6
-----
trans-2-Buteno
E.1
112,8 -0,1047 5,214.10
-4
----- -----
cis-2-Buteno
E.1
126,7 -0,06547
-6,400.10
-4
2,9120.10
-6
-----
1,3-Butadieno
E.1
128,9 -0,3231 1,015.10
-3
3,200.10
-8
-----
n-Butano E.1
191,0 -1,675 1,250.10
-2
-3,8740.10
-5
4,612.10
-8
n-Pentano E.1
159,0 -0,2705 9,954.10
-4
----- -----
163
Tabela V.17 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 3 em fase líquida (método de contribuição de grupos; POLING, PRAUSNITZ &
O’CONNELL, 2004).
ELEMENTO
Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4
C5
2-Penteno E.1 155,0 -2,396 7,689 ----- -----
2-Buteno E.1 131,7 -2,350 6,801 ----- -----
3-Hexeno E.1 165,4 -2,015 8,734 ----- -----
Tabela V.18 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 4 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
6
C5.10
9
Óx. de etileno
E.1 144,710 -7,5887 28,261 -3,0640 -----
Água E.1 276,370 -20,901 81,250 -14,116 9,3701
Etileno glicol
E.1 35,540 4,3678 -1,8486 ----- -----
Dietil. glicol E.1 126.618 8,5587 -19,468 1,8725 -----
Tabela V.19 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 5 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
6
C5.10
9
i-Buteno E.1 87,680 2,171 -9,1530 2,2660 -----
Metanol E.1 105,800 -3,6223 9,3790 ----- -----
MTBE E.1 134,300 0,94356 -0,03200
0,97950 -----
n-Butano E.1 191,030 -16,75 125,00 -38,740 46,121
Tabela V.20 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 6 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO Equação C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
6
C5.10
9
Acido Acético E.1 139,640
-3,208 8,9850 ----- -----
Metanol E.1 105,800
-3,6223 9,3790 ----- -----
Acetato de Metila
E.1 61,260 2,709 ----- ----- -----
Água E.1 276,370
-20,901 81,250 -14,116 9,3701
164
Tabela V.21 - Parâmetros para cálculo da capacidade calorífica (kJ/(kmol.K)) dos componentes
do exemplo 7 em fase líquida (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO Equação
C1 C2.10
1
C3.10
4
C4.10
6
C5.10
9
Etanol E.1 102,640 -1,3963 -0,30341
2,0386 -----
i-Buteno E.1 87,680 2,171 -9,1530 2,2660 -----
1-buteno E.1 182,050 -16,11 119,63 -37,454 45,027
cis-2-buteno
E.1 126,680 -0,6547 -6,4000 2,9120 -----
ETBE E.1 119,148 6,3558 -19,715 3,0493 -----
Tabela V.22 - Parâmetros da equação de Antoine para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 1, parâmetros para T em K e P em bar (REID, PRAUSNITZ & POLING,
1987).
ELEMENTO A B C
propano 9,1058 1872,46 -25,16
n-butano 9,0580 2154,90 -34,42
i-pentano 9,0136 2348,67 -40,05
n-pentano 9,2173 2477,07 -39,94
Tabela V.23 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 2, parâmetros para T em K e P em bar (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO A B C D E
Metano 27,69 -1324,4 -3,4366 3,102.10
-5
2
Etano 40,34 -2598,7 -5,1283 1,491.10
-5
2
Propeno 32,39 -3097,8 -3,4425 9,999.10
-17
6
Propano 47,56 -3492,6 -6,0669 1,092.10
-5
2
iso-Butano 96,92 -5039,9 -15,012 2,272.10
-2
1
1-Buteno 40,32 -4019,2 -4,5229 4,883.10
-17
6
iso-Buteno 66,50 -4634,1 -8,9575 1,341.10
-5
2
trans-2-Buteno
60,19 -4563,1 -7,9053 1,132.10
-5
2
cis-2-Buteno
61,03 -4691,2 -7,9776 1,037.10
-5
2
1,3-Butadieno
64,06 -4621,9 -8,5323 1,227.10
-5
2
n-Butano 54,83 -4363,2 -7,046 9,451.10
-6
2
n-Pentano 67,22 -5420,3 -8,8253 9,617.10
-6
2
165
Tabela V.24 - Parâmetros da equação de Antoine para o cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 3, parâmetros para T em K e P em bar (REID, PRAUSNITZ & POLING,
1987).
ELEMENTO A B C
2-Penteno 9,210 2461,99 -42,39
2-Buteno 9,177 2201,76 -36,60
3-Hexeno 9,2182 2680,52 -48,40
Tabela V.25 - Parâmetros da equação de Antoine para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 4, parâmetros para T em K e P em bar (SINNOTT, 1999).
ELEMENTO A B C
Óx. de etileno 10.1198 2567.61 -29.01
Água 11.6834 2816.44 -46.13
Etileno glicol 13.6299 6022.18 -28.25
Dietil. glicol 10.4124 4122.52 -122.5
Tabela V.26 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 5, parâmetros para T em K e P em bar (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO A B C D E
i-Buteno 66,4971 -4634,1 -8,9575 1,3413.10
-5
2
Metanol 71,2051 -6904,5 -8,8622 7,4664.10
-6
2
MTBE 45,6382 -5201,7 -5,1429 1,6529.10
-17
6
n-Butano 54,8301 -4363,2 -7,046 9,4509.10
-6
2
Tabela V.27 - Parâmetros da equação de Riedel para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 6, parâmetros para T em K e P em bar (GREEN & PERRY, 2008).
ELEMENTO A B C D E
Acido Acético
41,7571 -6304,5 -4,2985 5,8865.10
-18
6
Metanol 71,2051 -6904,5 -8,8622 7,4664.10
-6
2
Acetato de Metila
49,7541 -5618,6 -5,6473 2,1080.10
-17
6
Água 62,1361 -7258,2 -7,3037 4,1653.10
-6
2
166
Tabela V. 28 - Parâmetros da equação de Antoine para cálculo da pressão de vapor dos
componentes do exemplo 7, parâmetros para T em K e P em bar (SINNOTT, 1999).
ELEMENTO A B C
Etanol 12,2917 3803,98 -41,68
i-Buteno 9,1326 2125,75 -33,15
1-buteno 9,1362 2132,42 -33,15
cis-2-buteno 9,1969 2210,71 -36,15
ETBE 9,1127 2573,37 -63,15
Tabela V. 29 - Propriedades padrão de formação dos componentes do exemplo 3 no estado de
gás ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO H
f
o
(kJ/kmol) G
f
o
(kJ/kmol)
2-Penteno -2,809.10
4
7,189.10
4
2-Buteno -6,990.10
3
6,590.10
4
3-Hexeno -4,765.10
4
8,307.10
4
Tabela V.30 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 4 no estado de gás
ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO H
f
o
(kJ/kmol)
Óx. de etileno -5,267.10
4
Água -2,420.10
4
Etileno glicol -3,896.10
5
Dietil. glicol -5,715.10
5
Tabela V.31 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 5 no estado de gás
ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO H
f
o
(kJ/kmol)
i-Buteno -1,691.10
4
Metanol -2,013.10
5
MTBE -2,931.10
5
n-Butano -1,262.10
5
167
Tabela V. 32 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 6 no estado de gás
ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO H
f
o
(kJ/kmol)
Acido Acético -4,351.10
5
Metanol -2,013.10
5
Acetato de Metila
-4,097.10
5
Água
-2,420.10
4
Tabela V. 33 - Entalpia padrão de formação dos componentes do exemplo 7 no estado de gás
ideal (REID, PRAUSNITZ & POLING, 1987).
ELEMENTO H
f
o
(kJ/kmol)
Etanol -2,350.10
5
i-Buteno -1,694.10
4
1-buteno -1,260.10
2
cis-2-buteno -6,990.10
3
ETBE -3,165.10
5
Tabela V. 34 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos
componentes dos exemplo 4 (OKASINSKI & DOHERTY,1998).
j
i
Óx. de etileno
Água Etileno glicol
Dietil. glicol
Óx. de etileno
0.00 522.83 -332.50 -332.50
Água 7973.74 0.00 5296.99 5296.99
Etileno glicol
2660.27 -5295.86 0.00 0.00
Dietil. Glicol
2660.27 -5295.86 0.00 0.00
Tabela V. 35 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos
componentes dos exemplo 5 (UNG & DOHERTY,1995).
j
i
i-Buteno Metanol MTBE n-Butano
i-Buteno 0,0000 711,2603 -126,5564 0,0000
Metanol 10781,5538 0,0000 6205,9088 9555,7230
MTBE 1136,2359 -1700,3366 0,0000 0,0000
n-Butano 0,0000 1599,7227 0,0000 0,0000
168
Tabela V. 36 - Parâmetros de iteração binária da equação de Wilson A
i j
(kJ/kmol) dos
componentes dos exemplo 6 (SONG et al.,1995).
j
i
HOAc MeOH MeOAc Água
HOAc 0,00 10607,28 4699,24 993,80
MeOH -2290,84 0,00 3402,36 449,29
MeOAc -2914,17 -130,51 0,00 2701,70
Água
2753,18 1964,60 8025,88 0,00
169
ANEXO VI – PROPRIEDADES TERMODINÂMICAS
VI.1 – EQUAÇÃO DE ESTADO DE PENG-ROBINSON
A equação de estado de Peng-Robinson propõe que comportamento da
fase vapor é representada pela Equação (VI.1.1).
( ) ( )
R T a
P
V b V V b b V b
×
= -
- × + + × -
(VI.1.1)
em que;
( )
( )
2
0,45724
c
c
R T
a T
P
a
×
= × ×
(VI.1.2)
0,07780
c
c
R T
b
P
×
= ×
(VI.1.3)
( )
(
)
2
1 1
r
T T
a k
é ù
= + × -
ë û
(VI.1.4)
2
0,37464 1,54226 0,26992
k w w
= + × - ×
(VI.1.5)
Para que a equação de estado possa ser estendida para misturas é
necessária a aplicação de regras de mistura (SANDLER, 1994):
1 1
n n
i j i j
i j
a y y a
= =
= × ×
åå
(VI.1.6)
1 1
n n
i j i j
i j
b y y b
= =
= × ×
åå
(VI.1.7)
(
)
,
1
i j i j i j
a a a k
= × × -
(VI.1.8)
( )
( )
,
1
1
2
i j i j i j
b b b l
= × + × -
(VI.1.9)
onde
i j
k
e
i j
l
são parâmetros de iteração binária obtidos pelo ajuste de dados
experimentais de equilíbrio líquido-vapor para
i j
k
ou dados de equilíbrio
líquido-vapor e densidade para
i j
k
e
i j
l
. Geralmente
i j
l
é considerado igual a
zero, neste caso tem-se:
170
1
n
i i
i
b y b
=
= ×
å
(VI.1.10)
e na falta dos valores de
i j
k
, os mesmos também podem ser considerados
iguais a zero.
Os fatores de compressibilidade podem ser calculados pela equação de
Peng-Robinson na forma
(
)
(
)
(
)
3 2 2 2 3
1 3 2 0
Z B Z A B B Z A B B B
+ - × + - × - × × + - × + + =
(VI.1.11)
em que;
( )
2
0,45724
r
r
P
A T
T
a
= × ×
(VI.1.12)
0,07780
r
r
P
B
T
= ×
(VI.1.13)
O método de Cardan (ANEXO IV) permite que sejam determinadas
todas as raízes reais de um polinômio cúbico sem a necessidade de cálculos
iterativos.
VI.2 – CÁLCULO DOS COEFICIENTES DE FUGACIDADE
Os coeficientes de fugacidade para componentes puros e misturas são
dados pelas Equações (VI.2.1) e (VI.2.2) (ORBEY & SANDLER, 1998),
respectivamente:
( ) ( ) ( )
1
ln ln 1
V
V
R T
P dV Z Z
R T V
f
=¥
×
é ù
= × - - + -
ê ú
×
ë û
ò
(VI.2.1)
( )
( )
, ,
1
ˆ
ln ln
v
i
v
i
T v N
j i
R T P
dv Z
R T v N
f
=¥
¹
é ù
æ ö
×
ê ú
= × - -
ç ÷
ê ú
×
è ø
ë û
ò
(VI.2.2)
Aplicando a equação de Peng-Robinson nas Equações (VI.2.1) e (VI.2.2)
obtém-se os coeficientes de fugacidade para componentes puros, Equação
(VI.2.3), e para misturas, Equação (VI.2.4), lembrando que nestas equações o
171
fator de compressibilidade deve pertencer à fase que se deseja calcular o
coeficiente de fugacidade.
( ) ( ) ( )
(
)
( )
1 2
ln 1 ln ln
2 2 1 2
Z B
A
Z Z B
B
Z B
f
æ ö
+ + ×
= - - - - ×
ç ÷
ç ÷
×
+ - ×
è ø
(VI.2.3)
( )
( ) ( )
( )
( )
1
ˆ
ln 1 ln
2
1 2
ln
2 2 1 2
i
i
n
j i j
j
i
B
Z Z B
B
z A
Z B
B
A
B A B
Z B
f
=
= × - - - +
é ù
×
ê ú
æ ö
+ + ×
ê ú
- × - ×
ç ÷
ç ÷
×
+ - ×
ê ú
è ø
ê ú
ë û
å
(VI.2.4)
em que
j
z
representa as frações molares da fase correspondente.
( )
2
a P
A
R T
×
=
×
(VI.2.5)
b P
B
R T
×
=
×
(VI.2.6)
(
)
1
i j i j i j
A A A k
= × × -
(VI.2.7)
VI.3 – PRESSÃO DE VAPOR
A pressão de vapor pode ser calculada por várias equações, sendo a
mais conhecida a equação de Antoine:
( )
ln
sat
B
P A
T C
= -
+
(VI.3.1)
No entanto, a equação de Antoine é válida apenas em uma faixa não
muito ampla de temperatura, e se for usada fora desta faixa os erros podem ser
consideráveis. Se for necessário trabalhar em uma faixa ampla de temperatura
é preferível usar outra equação que modele a pressão de vapor, tal como a
equação de Wagner:
( )
1,5 3 6
ln
1
sat
r
a b c d
P
t t t t
t
× + × + × + ×
=
-
(VI.3.2)
172
em que;
1
r
T
t
= -
(VI.3.3)
r
c
T
T
T
=
(VI.3.4)
sat
sat
r
c
P
P
P
=
(VI.3.5)
Outra equação que, apesar de ser mais complexa, representa com maior
precisão a pressão de vapor é a equação de Riedel:
( )
( )
ln ln
sat E
B
P A C T D T
T
= + + × + ×
(VI.3.6)
VI.4 – COEFICIENTE DE ATIVIDADE
O coeficiente de atividade na fase líquida pode ser calculado a partir de
vários modelos, dentre eles Wilson e UNIFAC.
O modelo de Wilson é representado pela seguinte equação:
1 1
ln
E
n n
i j i j
i j
G
x x
R T
= =
æ ö
= - × ×L
ç ÷
×
è ø
å å
(VI.4.1)
onde
( )
1 1
1
ln 1 ln
n n
k k i
i j i j
n
j k
j k j
j
x
x
x
g
= =
=
×L
æ ö
= - ×L -
ç ÷
è ø
×L
å å
å
(VI.4.2)
exp
i j
j
i j
i
A
V
V R T
æ ö
L = × -
ç ÷
×
è ø
(VI.4.3)
em que
i
V
e
j
V
são os volumes molares dos respectivos componentes e
i j
A
é
o parâmetro de interação binária de Wilson que independe da composição e
temperatura.
173
No modelo de contribuição de grupos UNIFAC o coeficiente de atividade
é calculado como uma soma das contribuições combinatorial (
comb
) e residual
(
res
).
(
)
(
)
(
)
ln ln ln
comb res
k k k
g g g
= +
(VI.4.4)
em que a contribuição combinatorial é dada por:
( )
ln ln 1 5 ln 1
comb
k k k k
k k
k k k k
q
x x
g
q q
é ù
æ ö æ ö æ ö æ ö
F F F F
= + - - × × + -
ê ú
ç ÷ ç ÷ ç ÷ ç ÷
è ø è ø è ø è ø
ë û
(VI.4.5)
onde
j j
j
i i
i
x r
x r
×
F =
×
å
(VI.4.6)
j j
j
i i
i
x q
x q
q
×
=
×
å
(VI.4.7)
( )j
j k k
k
r R
n
= ×
å
(VI.4.8)
( )j
j k k
k
q Q
n
= ×
å
(VI.4.9)
e a contribuição residual por:
(
)
( )
(
)
e ( ) ( )
ln ln ln
r s l l
l m m m
m
g n
é ù
= × G - G
ë û
å
(VI.4.10)
onde
( )
ln 1 ln
j m j
m m i im
i j
i i j
i
Q
é ù
Q ×Y
æ ö
ê ú
G = × - Q ×Y -
ç ÷
ê ú
Q × Y
è ø
ê ú
ë û
å å
å
(VI.4.11)
j j
j
i i
i
X Q
X Q
×
Q =
×
å
(VI.4.12)
( )
( )
i
j i
i
j
i
k i
i k
x
X
x
n
n
×
=
×
å
åå
(VI.4.13)
174
exp
m j
m j
a
T
æ ö
Y = -
ç ÷
è ø
(VI.4.14)
( )
( )
( ) ( )
( )
ln 1 ln
l
i m j
l l
m m i im
l
i j
i i j
i
Q
é ù
Q ×Y
æ ö
ê ú
G = × - Q ×Y -
ç ÷
ê ú
Q ×Y
è ø
ê ú
ë û
å å
å
(VI.4.15)
( )
( )
( )
l
j j
l
i
l
i i
i
X Q
X Q
×
Q =
×
å
(VI.4.16)
( )
( )
( )
l
j
l
i
l
i
i
X
n
n
=
å
(VI.4.17)
em que
k
R
e
k
Q
são, respectivamente, parâmetros relacionados ao
volume de Van der Waals e à área superficial do grupo
k
,
i j
a
parâmetros de
interação entre os grupos
i
e
j
e
j
x
a fração molar do componente
j
em
solução. Valores de
k
R
,
k
Q
e
i j
a
para uma grande quantidade de grupos são
disponibilizados por POLING, PRAUSNITZ & O’CONNELL (2004).
VI.5 – ENTALPIAS RESIDUAL, DE EXCESSO E DE VAPORIZAÇÃO
As equações empregadas para o cálculo das entalpias residual e de
excesso são (SMITH, VAN NESS & ABBOTT, 1996):
2
0
P
R
P
Z dP
H R T
P P
æ ö
= - × ×
ç ÷
è ø
ò
(VI.5.1)
(
)
2
,
E
E
P x
G R T
h R T
T
é ù
×
ê ú
= - × ×
ê ú
ë û
(VI.5.2)
onde
( )
1
ln
E
n
i i
i
G
x
R T
g
=
= ×
×
å
(VI.5.3)
ou, quando a fase líquida também é modelada por uma equação de estado
(ORBEY & SANDLER, 1998)
( )
( )
( )
( )
ˆ
ln , , ln ,
E
n
EOS
i i
i
G
T P x x T P
R T
f f
= - ×
×
å
(VI.5.4)
175
A entalpia residual necessita de uma equação de estado para modelar a
fase gasosa, enquanto que a entalpia de excesso requer uma equação para
modelar a energia livre de Gibbs em excesso, esta equação também pode ser
uma equação de estado que, neste caso, deve ser aplicada à Equação (VI.5.4).
Definida a equação que modela a energia livre de Gibbs em excesso, com a
diferenciação da mesma é possível calcular a entalpia de excesso da fase
líquida conforme Equação (VI.5.2). As equações para cálculo da entalpia
residual modeladas pela equação de estado de Peng-Robinson são obtidas
aplicando esta equação de estado na Equação (VI.5.1) (SANDLER, 1998):
( )
( )
( )
1 2
1 ln
2 2
1 2
v
R
v
v
da
T a
Z B
H
dT
Z
R T
b R T
Z B
æ ö
× -
+ + ×
ç ÷
= - - ×
ç ÷
×
× × ×
+ - ×
è ø
(VI.5.5)
onde, para compostos puros
( ) ( )
2
0,45724
c
c c
R T T
da
dT P T T
a
k
×
= - × × ×
×
(VI.5.6)
e para misturas (ORBEY & SANDLER, 1996)
1 1
n n
i j
i j
i j
da
da
y y
dT dT
= =
= × ×
åå
(VI.5.7)
( )
1 1
1
2
i j
j
i
i j i j
i j
da
da
da
a a k
dT dT dT
a a
æ ö
= × × × + × × -
ç ÷
×
è ø
(VI.5.8)
Para cálculo da entalpia de vaporização é usada a equação de
Clapeyron:
vap
vap vap
dP
H T V
dT
D = × D ×
(VI.5.9)
na forma adimensional (POLING, PRAUSNITZ & O’CONNELL, 2004)
(
)
( )
ln
1
vap
vap
r
vap
c r
d P
H
Z
R T d T
æ ö
D
ç ÷
= D × -
ç ÷
×
è ø
(VI.5.10)
176
Aplicando as equações de Antoine, Wagner e Riedel à Equação
(VI.5.10) obtém-se as Equações (VI.5.11), (VI.5.12) e (VI.5.13),
respectivamente.
(
)
( )
2
ln
1
vap
r
r
r c r c
d P
TB
d T T T C T
æ ö
æ ö
ç ÷
- = ×
ç ÷
ç ÷
+
è ø
è ø
(VI.5.11)
(
)
( )
( )
( ) ( )
0,5
2 5
ln
0,5 1,5
1
2 3 5 6
vap
r
r
d P
a b
d T
c d
t t
t t t t
æ ö
ç ÷
- = - + × × × - +
ç ÷
è ø
+ × × × - + × × × -
(VI.5.12)
(
)
( )
1
ln
1
vap
r
E E
r r c
r c
d P
B
C T D E T T
d T T
+
æ ö
æ ö
ç ÷
- = - + × + × × ×
ç ÷
ç ÷
è ø
è ø
(VI.5.13)
VI.6 – CONSTANTE DE EQUILÍBRIO QUÍMICO
Se tivermos a disposição capacidades caloríficas expressas pelo
seguinte modelo:
2 3
2
i
p i i i i i
e
C a b T c T d T
T
= + × + × + × +
(VI.6.1)
então, calcula-se a constante de equilíbrio químico da seguinte forma (SMITH
& VAN NESS, 1980);
1
n
i i
i
a a
n
=
D = ×
å
(VI.6.2)
1
n
i i
i
b b
n
=
D = ×
å
(VI.6.3)
1
n
i i
i
c c
n
=
D = ×
å
(VI.6.4)
1
n
i i
i
d d
n
=
D = ×
å
(VI.6.5)
1
n
i i
i
e e
n
=
D = ×
å
(VI.6.6)
177
1
n
o o
i i
i
H H
n
=
D = ×
å
(VI.6.7)
1
n
o o
i i
i
G G
n
=
D = ×
å
(VI.6.8)
2 3 4
0
2 3 4
o
ref ref ref ref
ref
b c d e
H H a T T T T
T
D D D D
D = D - D × - × - × - × +
(VI.6.9)
2 3
0
2
ln( )
2 6 12
2
ref ref ref ref
ref
o
ref ref
H
a b c d
I T T T T
R T R R R R
e G
R T R T
D
D D D D
= - × - × - × - × +
× × × ×
D D
- -
× × ×
(VI.6.10)
2 3
2
0
ln( ) ln( )
2 6 12 2
a b c d e
K T T T T
R R R R R T
H
I
R T
D D D D D
= × + × + × + × + +
× × × × ×
D
+ -
×
(VI.6.11)
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