Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS
COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DA CULTURA DO
CRAMBE (CRAMBE ABYSSINICA HOECHST) EM
FUNÇÃO DO MANEJO EMPREGADO
MIRIANNY ELENA DE FREITAS
DOURADOS
MATO GROSSO DO SUL
2010
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DA CULTURA DO CRAMBE
(CRAMBE ABYSSINICA HOECHST) EM FUNÇÃO DO MANEJO
EMPREGADO
MIRIANNY ELENA DE FREITAS
Engenheira Agrônoma
Orientador: Prof. Dr. Luiz Carlos Ferreira de Souza
Dissertação apresentada à
Universidade Federal da Grande
Dourados, como parte das exigências
do Programa de Pós-Graduação em
Agronomia Produção Vegetal, para
obtenção do título de Mestre
Dourados
Mato Grosso do Sul
2010
ads:
COMPORTAMENTO AGRONÔMICO DA CULTURA DO CRAMBE
(CRAMBE ABYSSINICA HOECHST) EM FUNÇÃO DO MANEJO
EMPREGADO
por
Mirianny Elena de Freitas
Dissertação apresentada como parte dos requisitos exigidos para obtenção do
título de MESTRE EM AGRONOMIA
Aprovada em ........../.............../..................:
____________________________
Prof. Dr. Luiz Carlos Ferreira de Souza
Orientador – UFGD/FCA
____________________________
Prof. Dra. Marlene Estevão Marchetti
Co-Orientadora – UFGD/FCA
_____________________________
Prof. Dr. César José da Silva
Embrapa Agropecuária Oeste
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO GERAL ...............................................................................................i
CAPÍTULO I - ADUBAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM SEMEADURA E
NITROGÊNIO EM COBERTURA NO DESEMPENHO AGRONÔMICO DA
CULTURA DO CRAMBE.............................................................................................1
RESUMO .........................................................................................................................1
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................2
2. MATERIAIS E MÉTODOS.........................................................................................5
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................11
4. CONCLUSÃO............................................................................................................26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................27
CAPÍTULO II - ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTAS NO
DESEMPENHO AGRONÔMICO DA CULTURA DO CRAMBE ........................31
RESUMO .......................................................................................................................31
1. INTRODUÇÃO..........................................................................................................32
2. MATERIAIS E MÉTODOS.......................................................................................34
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO ...............................................................................37
4. CONCLUSÃO............................................................................................................40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................41
INTRODUÇÃO GERAL
O Brasil é um país que, por sua extensa área territorial, clima tropical e subtropical
favorece uma ampla diversidade de matérias-primas para a produção de biodiesel.
Destacam-se, dentre as principais matérias-primas cotejadas para o biodiesel como o
algodão, amendoim, dendê, girassol, mamona, pinhão manso e soja. Cada cultura,
dependendo da região na qual é cultivada e segundo as condições de clima e de solo,
apresenta características específicas na produtividade por hectare e na percentagem de óleo
obtida da amêndoa ou grão, além da produtividade obtida, também, está diretamente
associada com as tecnologias de cultivo e de processamento praticadas.
A produção de biodiesel nacional encontra-se, porém, alicerçada em culturas anuais,
principalmente de ciclo primavera/verão, faltando alternativas para o outono/inverno a fim
de dar continuidade à produção de biodiesel, além de fazer o papel da rotação de cultura. As
espécies escolhidas devem ter propósitos comerciais e de manutenção ou recuperação do
ambiente. Para a obtenção de máxima eficiência da capacidade produtiva do solo, o
planejamento de rotação deve considerar, além das espécies comerciais, aquelas destinadas
à cobertura do solo, que produzam grandes quantidades de biomassa, cultivadas quer em
condição solteira ou em consórcio com culturas comerciais (JASPER, 2009).
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA,
2005), o Brasil ainda dispõe de mais 90 milhões de hectares de terras agricultáveis não
exploradas. Com emprego de tecnologia será possível liberar mais 30 milhões de hectares
hoje destinados à pecuária, para a agricultura, totalizando 120 milhões de hectares em novas
áreas para a produção de grãos e cana. A pecuária brasileira tem 190 milhões de cabeças e
utiliza 220 milhões de hectares; portanto, na média, a pecuária subutiliza as pastagens com
menos de uma cabeça por hectare.
O crambe (Crambe abyssinica Hochst) surge como planta com grande potencial
para a produção de matéria-prima para biodiesel, além de atuar na rotação de culturas.
Em dados coletados em pesquisas realizadas pela Fundação MS (2007), em
Maracaju/MS, observa-se que a cultura do crambe tem potencial para uma produção
entre 1.000 e 1.500 quilos por hectare, tolerância a seca e geadas depois de estabelecida,
e elevada precocidade destacando-se como as principais vantagens da cultura, que
floresce aos 35 dias e pode ser colhida aos 85-90 dias, dependendo da maturação das
plantas.
i
O crambe é uma cultura importante por seu óleo que contém alto teor de ácido
erúcico, um ácido graxo de cadeia longa que tem alto valor industrial. É utilizado para
fabricação de produtos químicos intermediários, que posteriormente são utilizados como
insumos na fabricação de sacos plásticos, cosméticos, produtos de higiene pessoal,
detergentes para roupa, etc. O óleo de crambe é um lubrificante com alta eficiência, sendo
altamente biodegradável quando comparado com os óleos minerais, utilizado isoladamente
ou como aditivo, nos mais diversos fins industriais (PITOL, 2008).
O crambe ainda está em desenvolvimento como uma cultura agrícola e não é
amplamente cultivado. Nos Estados Unidos, apesar das inúmeras tentativas, desde a década
de 1950, em desenvolver a produção comercial de óleo com alto teor de ácido erúcico
(HEA High Erucic Acid) esta espécie ainda não se tornou cultura agrícola estabelecida.
As sementes do crambe podem apresentar 37% de óleo que é constituído por a57% de
ácido erúcico (CARLSON, 2007). Atualmente, este óleo tem despertado o interesse dos
agricultores para produção de biocombustíveis, devido ao potencial de produção do óleo.
Nesse sentido objetivou-se neste trabalho avaliar o comportamento agronômico da
cultura do crambe em função do manejo empregado.
ii
CAPÍTULO I
ADUBAÇÃO DE FÓSFORO E POTÁSSIO EM SEMEADURA E
NITROGÊNIO EM COBERTURA NO DESEMPENHO AGRONÔMICO DA
CULTURA DO CRAMBE
RESUMO: O objetivo deste experimento foi avaliar a resposta do crambe às adubações
em diferentes doses de P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em cobertura. O experimento foi
realizado em dois anos agrícolas consecutivos (2008 e 2009). No primeiro ano foi
realizado na Fazenda experimental de Ciências Agrárias da Universidade Federal da
Grande Dourados, e no segundo ano no Campus Experimental da FCA-UFGD, ambos
localizados no município de Dourados, MS. O delineamento experimental foi
inteiramente casualizado com tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, com
quatro repetições cada. No ano de 2008 as parcelas foram constituídas de quatro
tratamentos de adubação de semeadura: zero, 20, 40 e 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e zero, 20, 40
e 60 kg ha
-1
de K
2
O. Utilizando como fonte do P
2
O
5
e de K
2
O o formulado 00-20-20.
As subparcelas foram constituídas por quatro tratamentos com adubação nitrogenada
em cobertura: zero, 60, 120 e 180 kg ha
-1
de N, aplicados aos quinze dias da
emergência, utilizando como fonte de N a uréia. Os adubos foram aplicados
manualmente nas linhas. A adubação com P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em cobertura
não interferem na produtividade da cultura do crambe, mas contribui para o aumento
dos teores de óleo nos grãos. A adubação nitrogenada diminui a massa específica dos
grãos de crambe e afeta negativamente os teores de óleo nos grãos de crambe.
Palavras-chave: Crambe abssynica; nutrição mineral; biodiesel.
1
1. INTRODUÇÃO
Atualmente mais de 25 países tem produzido biodiesel a partir de sementes de
plantas oleaginosas. Existe mais de 300 espécies vegetais de oleaginosas, porém, apenas
40 espécies têm potencial para produção de biodiesel, sendo as mais utilizadas a soja, a
canola, a palma e o girassol. A principal dificuldade em recomendar a semeadura em
escala comercial de outras espécies de oleaginosas para produção de grãos como
matéria prima para o biodiesel deve-se ao pouco conhecimento de cultivo, que está
associado diretamente com as adaptações das espécies às condições edáfoclimaticos,
incidência de pragas e doenças, produtividade, rendimento de óleo, comercialização,
preço da matéria prima e o preço do biodiesel na indústria (DE LA FUENTE ET AL.,
2006, citado por PENELA, 2007).
O biodiesel pode ser produzido de qualquer óleo vegetal, como de todas as
gorduras de animais, e ainda, de óleos e gorduras residuais, onde se incluem os óleos
usados de frituras e os óleos contidos nos esgotos urbanos. Possui, portanto, uma ampla
gama de matérias primas, permitindo a prática dos mais diversificados arranjos
produtivos, os quais podem interagir positivamente na produção de alimentos
(PARENTE, 2008). Mas a produção do biodiesel tem enfrentado uma competição
quando se trata de alimentação, pois as culturas mais utilizadas para a produção do
biodiesel também são usadas na alimentação, como as do girassol, soja, milho, canola,
etc.
O crambe (Crambe abyssinica Hoechst) por sua vez, é uma planta que apresenta
grande potencial para ser cultivada com a finalidade de produção de biodiesel, devido o
óleo não ser recomendado para o consumo humano, por possuir alto teor de ácido
erúcico (50-60%). A cultura tem despertado interesse dos produtores de soja, porque
todo seu cultivo é mecanizado e, por ser uma cultura de inverno, semeada após a
colheita da soja em março a maio, apresenta baixo custo de produção, com percentual
de óleo total entre 26% e 38%. A produtividade é de 1.000 a 1.500 quilos por hectare
(PITOL, 2008). O alto teor de ácido erúcico (50-60%), classificado como ácido graxo
de cadeia longa, é utilizado como lubrificante industrial, na fabricação de tintas, de
plásticos, nylon, colas, entre outros. O farelo pode ser utilizado como suplemento
protéico para bovinos, contém entre 46 e 58% nas sementes. Porém, não é recomendado
para alimentação de animais não ruminantes, devido existirem glucosinatos, os quais
2
podem ser desdobrados no trato digestivo formando compostos que podem causar danos
no fígado e nos rins dos animais.
O crambe foi avaliado por muitos anos como cultura para cobertura do solo, mas
tem boas possibilidades de ser uma cultura voltada à produção de biodiesel, devido aos
elevados teores de óleo, com baixo custo de produção, à semelhança do nabo forrageiro
e aveia preta. Seu custo de produção variável se resume basicamente à semente (12 a 15
kg ha
-1
), dessecação, operação de plantio, operação de colheita e transporte, variando de
R$ 200,00 a R$ 300,00 por hectare (PITOL, 2008).
De acordo com Pitol (2009) o solo para o cultivo do crambe deve ter ausência ou
baixo teores de alumínio e pH acima de 5,0. Para o bom desenvolvimento radicular da
planta, é necessário que haja boas condições físicas e químicas nas primeiras camadas
do terreno numa profundidade entre 20 e 40 centímetros.
O crambe é tolerante ao clima seco e também a temperaturas baixas e geadas,
desde que não seja exposto a essas condições na fase de plântula e no florescimento.
A adubação fosfatada em quantidades adequadas para a planta estimula o
desenvolvimento radicular, garante uma arrancada vigorosa, apressa a maturação
fisiológica, estimula o florescimento, ajuda a formação das sementes, aumenta a
resistência ao frio dos cereais e também aumenta a produtividade (Malavolta, 1989).
Segundo Ramos et al. (2005), o manejo da adubação fosfatada é de grande importância
para a obtenção de óleo de melhor qualidade, garantindo ao produtor maior ganho em
qualidade.
De acordo com Coedeiro et al., (1999) a canola é uma planta muito exigente em
nutrientes, de maneira geral, requer mais nitrogênio que a maioria das culturas, além de
ser eficiente na utilização de fósforo do solo. Por serem plantas da mesma família
(Brassicae), espera-se que o crambe também o seja.
A deficiência de nitrogênio reduz a produtividade da canola, no entanto doses
excessivas alongam a fase vegetativa, podendo aumentar a susceptibilidade a patógenos,
diminuir o teor de óleo e promover a queima das folhas. A resposta á fertilização
fosfatada é influenciada pelo desenvolvimento radicular da planta, método de aplicação,
teor de fósforo no solo, tipo de solo, seu conteúdo de umidade e sua temperatura.
Em relação ao potássio, a canola extrai boa quantidade, mas transloca muito
pouco ás sementes, requerendo menos fertilizantes potássicos que as demais culturas
(COEDEIRO et al., 1999).
3
O crambe por ser uma cultura de importância agronômica no que diz a respeito
de teor de óleo para o biodiesel, precisa-se estabelecer doses de N, P e K na sua
adubação para o aumento do teor de óleo, na região de Dourados - MS
Em função dos poucos resultados de pesquisas sobre a adubação mineral e
exigências nutricionais do crambe, objetivou-se neste trabalho avaliar a resposta do
crambe às adubações em diferentes doses de P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em
cobertura.
4
2. MATERIAIS E MÉTODOS
A presente pesquisa foi realizada em dois anos agrícolas consecutivos (2008 e
2009). No primeiro ano foi realizado na Fazenda experimental de Ciências Agrárias da
Universidade Federal da Grande Dourados, e no segundo ano no Campus experimental
da FCA-UFGD, ambos localizados no município de Dourados, MS. A Fazenda
Experimental esta localizada na latitude 22°13’16’’S, longitude 54°48’2’’W e altitude
de 430 m de altitude e o Campus exprimental da Faculdade de Ciências Agrárias está
situado na latitude de 22°14’ s e longitude 54°49w, com 452 m de altitude. O solo de
ambas as áreas é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico (EMBRAPA,
1999), textura muito argilosa (80% de argila, 14% de silte e 6% de areia), originalmente
sob vegetação de cerrado. E as análises químicas do solo de acordo com Embrapa
(2009). Os resultados das análises química do solo, realizada antes da semeadura dos
experimentos, na profundidade de 0-20 cm, são apresentados no Quadro 1. Os dados da
pluviosidade e de temperatura máximas e mínimas registrados durante o período dos
experimentos podem ser observados na Figura 1A E 1B.
QUADRO 1. Valores médios das análises químicas do solo realizada antes da
semeadura das safras de 2008 e 2009. Dourados – MS, 2009.
MO pH P K Al Ca Mg H+Al
SB T V(%)
g dm
-3
H
2
O
mg dm
-3
mmol
c
dm
-3
...............................mmol
c
dm
-3
..............................
2008 29,9 5,4 26,4 7,4 0,9 46,1 30,4
63,0 83,9 147,7
56,6
2009 30,7 5,3 23,6 6,4 0,7 44,9 29,0
65,3 80,2 146,3
54,6
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com tratamentos
arranjados em parcelas subdivididas, com quatro repetições cada.
Safra 2008:
As parcelas foram constituídas de quatro tratamentos de adubação de semeadura:
zero, 20, 40 e 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e zero, 20, 40 e 60 kg ha
-1
de K
2
O. Utilizando como
fonte do P
2
O
5
e de K
2
O o formulado 00-20-20. As subparcelas foram constituídas por
quatro tratamentos com adubação nitrogenada em cobertura: zero, 60, 120 e 180 kg ha
-1
de N, aplicados aos quinze dias da emergência, utilizando como fonte de N a uréia.
5
A área de cada parcela foi de 11,2 metros de comprimento e 6 metros de largura
(67,2 m
2
). As subparcelas corresponderam a seis linhas de plantas de crambe com seis
metros de comprimento com espaçamento de 0,40 metros entre linhas e densidade de 25
plantas por metro.
A semeadura da cultura do crambe e a adubação de semeadura de P
2
O
5
e K
2
O
foram feitas manualmente no dia 02 de maio de 2008. A adubação nitrogenada de
cobertura foi feita aos 15 dias após a emergência das plântulas. A colheita foi realizada
manualmente, colhendo as 3 linhas centrais de cada subparcela, no dia 07 de agosto de
2008.
0
5
10
15
20
25
30
3º
Maio Junho Julho Agosto
Meses
Precipitação pluvial (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura (ºC)
Precipitão
T máx
T min
FIGURA 1A. Precipitação pluvial, temperaturas máximas e mínimas por decêndio no
período de maio a agosto de 2008. (SEM) = Semeadura do crambe; (AD.
N.) = Adubação nitrogenada do crambe; (COLH.) = Colheita do crambe.
Fonte: Estação Metereológica da UFGD. Dourados – MS, 2008.
Safra 2009:
As parcelas foram constituídas de quatro tratamentos de adubação de semeadura:
zero, 20, 40 e 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e zero, 20, 40 e 60 kg ha
-1
de K
2
O. Utilizando como
fonte do P
2
O
5
e K
2
O o formulado 00-20-20. As subparcelas foram constituídas por três
tratamentos com adubação nitrogenada em cobertura: zero, 60 e 120 kg ha
-1
de N,
aplicados aos quinze dias da emergência, utilizando como fonte de N a uréia. Os adubos
foram aplicados manualmente nas linhas.
SE
M
AD. N
.
COLH.
6
A área de cada parcela foi de 7,2 metros de comprimento e 5 metros de largura
(36 m
2
). As subparcelas corresponderam a seis linhas de plantas de crambe com cinco
metros de comprimento com espaçamento de 0,40 metros entre linhas e densidade de 25
plantas m
-1
.
A semeadura da cultura do crambe e a adubação de semeadura de P
2
O
5
e K
2
O
foram feitas manualmente no dia 15 de maio de 2009. A adubação nitrogenada de
cobertura foi feita aos 15 dias após a emergência das plântulas. A colheita foi realizada
manualmente, colhendo as 3 linhas centrais de cada subparcela, no dia 26 de agosto de
2008.
0
5
10
15
20
25
30
Maio Junho Julho Agosto
Meses
Precipitação pluvial (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura (ºC)
Precipitação
T máx
T min
FIGURA 1B. Precipitação pluvial, temperaturas máximas e mínimas por decêndio no
período de maio a agosto de 2008. (SEM) = Semeadura do crambe; (AD.
N.) = Adubação nitrogenada do crambe; (COLH.) = Colheita do crambe.
Fonte: Estação Metereológica da UFGD. Dourados – MS, 2009.
As analises realizadas foram as seguintes:
Altura de plantas: Foi determinada no momento da colheita, onde se mediram dez
plantas ao acaso dentro de cada subparcela, com régua graduada, a distância entre o
nível do solo até o ápice da planta.
Número de siliquas por planta: O número de siliquas por planta foi determinado na
colheita, contando-se o número de siliquas, de dez plantas escolhidas ao acaso na área
útil da subparcela.
SEM
AD. N
.
COLH.
7
Número de ramificações por planta: O número de ramificações por planta foi
determinado na colheita, contando-se, ao acaso, o número de ramificações de dez
plantas tomadas ao acaso.
Massa específica: Após a medida de produtividade de cada subparcela foi efetuada a
massa específica em balança apropriada e os valores transformados para kg m
-3
.
Massa de 1000 grãos: Após a medida da produtividade e da massa específica foi
efetuada a contagem de 8 sub-amostras de 100 grãos por subparcela. As amostras foram
pesadas em balança de precisão com três casas decimais, corrigindo-se o grau de
umidade para 13%. A massa de 1000 grãos foi determinada de acordo com as Regras
para Análises de Sementes (BRASIL, 1992).
Produtividade: A produtividade foi medida após a trilha e limpeza dos grãos, feita por
peneiras de diferentes malhas das plantas colhidas dentro da área útil de cada
subparcela, representada por três linhas de crambe com 5 metros de comprimento. A
massa foi determinada em balança de precisão com duas casas decimais, com os valores
expressos de kg ha
-1
, corrigindo-se o grau de umidade para 13%.
Massa seca de plantas: Na fase de florescimento foram amostradas 3 plantas por sub-
parcela e estas foram secas em estufa com circulação forçada de ar a 65°C por 72 horas
e pesadas em balança de precisão com três casas decimais, para a determinação da
massa seca por planta.
Nitrogênio (N) no tecido foliar: A amostragem foi na emissão da inflorescência das
plantas, onde foram coletadas a terceira folha do ápice para a base, de cerca de 30
plantas tomadas aleatoriamente em cada subparcela. A análise de nitrogênio foliar foi
determinada de acordo com Malavolta et. al., (1997).
Fósforo (P) e Potássio (K) foliar: A amostragem foi realizada na emissão da
inflorescência das plantas, onde foram coletadas a terceira folha do ápice para a base de
cerca de 30 plantas aleatoriamente em cada subparcela. A análise de fósforo e potássio
foliar foi determinada de acordo com Malavolta et. al., (1997).
Teor de N e proteína nos grãos do crambe: Os grãos foram macerados em cadinho de
porcelana. Em seguida foi feita a digestão sulfúrica (Malavolta et al., 1997) determinada
pelo método Kejldahl, descrito pela AOAC (1985) e Cai & Chang (1998).O teor de
proteína no grão foi feita uma conversão nos dados de N multiplicando-os por 6,25.
Teor de óleo nos grãos do crambe: A determinação do teor de óleo foi realizada no
Laboratório de Espectrofotometria e Cromatografia Aplicada da UFGD, por um método
8
modificado do da literatura, pelos próprios químicos do local, a qual é dividida em duas
etapas:
Preparo das amostras: Foram macerados os grãos manualmente em um cadinho de
porcelana, em seguida foi separado aproximadamente 3 g desse material e adicionados
12 ml de Hexano PA ACS e agitado por 24 horas, no dia seguinte foi centrifugado para
decantar as impurezas. Dessa solução foi retirado 1 ml e diluído em 9 ml de etanol, e
ainda diluído 2 ml da diluição anterior para 2 ml de etanol.
Determinação: Para serem realizadas as leituras das amostras de teor de óleo de
crambe foram feitos alguns procedimentos no aparelho: A varredura (ƛ) 190 a 400 nm
com padrão de ácido oléico e mais uma amostra do óleo de crambe, com isso encontrou-
se o melhor comprimento de onda para a determinação de óleos (270 nm). Ainda foi
desenvolvido a curva de calibração com o padrão de ácido oléico utilizando 5 pontos
(0,2; 0,4; 0,6; 0,8 e 1,0 g L
-1
). E em seguida foram feitas as leituras das amostras no
equipamento de absorção molecular (Figura 2).
Os dados foram submetidos aos testes de normalidade de Lilliefors e ao
teste F, ao nível de 5 % de probabilidade. As doses de fósforo e potássio na semeadura e
as doses de N em cobertura foram analisadas por meio de ajustes de equações de
regressão, no ano de 2008. Da mesma forma, no ano de 2009, as doses de P
2
O
5
e K
2
O
foram analisados com equações de regressão, entretanto, como foram apenas três doses
de nitrogênio, utilizou-se o teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O software
estatístico utilizado foi o Assistat, desenvolvido por Silva e Azevedo (2002).
9
A
B
C
Figura 2. A: Espectro de varredura do padrão; B: Espectro de varredura da amostra de
crambe após a extração; C: Curvas de calibração empregando o padrão.
y = 0, 00109+0,27605x
R
2
= 0, 99607
10
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância das variáveis foi significativa (P<0,05) para altura de
plantas em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O, número de siliquas por planta e da massa
especifica em função das doses de N na safra de 2008 (Quadro 2).
Quadro 2: Resumo das análises de variância para altura de plantas, número de siliquas
por planta, número de ramificação por planta, massa específica, massa de mil
grãos e produtividade em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O e doses de
nitrogênio. Dourados – MS, 2008.
*
significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
A análise de variância da variável número de siliquas por planta foi significativo
em função das doses de N. E altura de plantas, número de ramificação por planta, massa
específica, massa de mil grãos, produtividade e massa seca de planta não mostrou
resultados significativos em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O e das doses de N na safra
de 2009 (Quadro 3).
Quadrados médios
Fontes de
variação
Altura
de
plantas
n°siliquas
por planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica
Massa de
mil grãos
Produtividade
Bloco 0,002 11671,36 3,11 309,38 0,03289 144621,93
Doses de
P
2
O
5
e
K
2
O
0,01
*
8212,66 2,2 698,87 0,37649 82887,43
Resíduo a 0,004 3094,85 2,98 376,6 0,07797 76310,51
Doses de
N
0,003 9656,12
*
0,02 3218,58
*
0,13696 9368,77
Doses de
P
2
O5 e
K
2
O x
Doses de
N
0,002 5904,93 1,29 510,23 0,12974 39852,17
Resíduo b 0,003 5507,05 1,02 390,04 0,24127 39862,68
CV% (a) 7,2 22,65 32,75 5,89 3,84 40,01
CV% (b) 6,17 30,22 19,18 5,99 6,76 28,91
11
Quadro 3: Resumo das análises de variância para altura de plantas, número de siliquas
por planta, número de ramificação por planta, massa específica, massa de mil
grãos e produtividade em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O e doses de
nitrogênio. Dourados – MS, 2009.
Quadrados médios
Fontes de
variação
Altura
de
plantas
n°siliquas
por planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica
Massa de
mil grãos
Produtividade
Massa
seca
de
planta
Doses de
P
2
O
5
e
K
2
O
0,005 327094,62
5,6 301,12 0,09829 67961,9 2,85
Resíduo a
0,012 136963,25
50,51 160,79 0,11575 59204,48 1,84
Doses de
N
0,013 471664,41
*
57,48 193,72 0,5011 66393,11 7,09
Doses de
P
2
O
5
e
K
2
O x
Doses de
N
0,007 190161,04
21,52 214,36 0,11259 36780,27 4,06
Resíduo
b 0,005 89373,57 19,32 223,34 0,14824 37368,85 2,36
CV% (a)
8,97 35,39 65,04 3,91 5,07 22,86 13,57
CV% (b)
5,74 28,59 40,23 4,61 5,74 18,16 15,39
*
significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
Para a altura de plantas de crambe, houve significância do efeito das doses de
P
2
O
5
e K
2
O (Figura 3) para a safra 2008. À medida que se aumentaram as doses de P
2
O
5
e K
2
O, houve aumento linear concomitante na altura das plantas, atingindo valores de
1,02 m para a dose xima de 60 kg ha
-1
, que corresponde a um acréscimo de 7,94%
em relação à dose zero.
12
y = 0,0002x + 0,945
R2 = 0,8782*
y = 1,23
0,54
0,64
0,74
0,84
0,94
1,04
1,14
1,24
0 20 40 60
P
2
O
5
e K
2
O (kg ha
-1
)
Altura de planta (m)
Figura 3. Altura de planta (m) de crambe em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O aplicados
na semeadura. Dourados – MS, 2008.
Não houve resultado significativo na altura das plantas de crambe em função das
doses de N (Quadro 4) para a safra 2008.
Quadro 4. Valores médios das variáveis: altura de plantas (m), número de siliquas por
planta, número de ramificação por planta, massa específica (kg m
-3
), massa
de mil grãos (g) e produtividade (kg ha
-1
) em função das doses de P
2
O
5
e
K
2
O e das doses de N. Dourados – MS, 2008.
Doses
P
2
O
5
e
K
2
O
Altura de
planta (m)
n°siliquas por
planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica
(kg m
-3
)
Massa de
mil grãos
(g)
Produtividade
(kg ha
-1
)
0 0,947
*
232,35
ns
5,46
ns
325,42
ns
7,24
ns
601,29
ns
20 0,971 239,26 5,36 335,61 7,33 760,17
40 0,973 279,15 5,53 328,16 7,24 664,35
60 1,02 232,53 4,72 327,95 7,24 735,78
Doses
de N
0 0,976
ns
211,39
*
5,22
ns
347,57
*
7,46
ns
679,16
ns
60 0,956 251,77 5,32 333,07 7,1 711,57
120 0,986 249,25 5,26 315,86 7,2 661,62
180 0,993 269,87 5,26 320,65 7,28 709,21
*
significativo a 5%;
ns
não significativo
Em 2009, a altura de plantas apresentou uma média de 1,23 m, (Quadro 5), e
estes valores foram maiores que no ano anterior, isto pode ser explicado porque em
2008, houve a ocorrência de geadas na fase vegetativa, com queima moderada do ápice
da planta, afetando o seu crescimento final.
2008
2009
13
Quadro 5: Valores médios das variáveis: altura de plantas (m), número de siliquas por
planta, número de ramificação por planta, massa específica (kg m
-3
), massa
de mil grãos (g), produtividade (kg ha
-1
) e massa seca de plantas (g) em
função das doses de P
2
O
5
e K
2
O e doses de nitrogênio. Dourados MS ,
2009.
Doses
P
2
O
5
e
K
2
O
Altura
(m)
n°siliquas
por planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica (kg
m
-3
)
Massa de
mil grãos
(g)
Produtividade
(kg ha
-1
)
Massa seca
de plantas
(g)
0
1,21
ns
1152,73
ns
11,39
ns
330,76
ns
6,76
ns
962,16
ns
9,86
ns
20
1,25 963,21 11,09 318,83
6,56
1082,47 9,36
40
1,25 1211,07 9,92 322,32
6,74
1143,03 10,32
60
1,23 855,23 11,31 323,67
6,74
1069,62 10,43
Doses
de N
0 1,24
ns
1230,5 a 9,69
ns
327,7
ns
6,49
ns
1038,52
ns
9,29
ns
60 1,26 1015,2 ab 13,11 323,1 6,79 1137,63 10,61
120 1,2 891,2 b 9,9 320,9 6,81 1016,8 10,08
*
significativo a 5% de probabilidade.
ns
não significativo. Médias seguidas por letras
diferentes em uma mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
O número de siliquas por planta mostra efeito significativo nas doses de
nitrogênio para o ano de 2008, conforme aumentou as doses de N o número de sementes
por planta
ocorreu um acréscimo linear de 27,66% na maior dose (180 kg ha
-1
) em
relação à dose zero, atingindo assim o número de 271,48 sementes por planta (Figura 4).
em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O foram estatisticamente iguais o número de
siliquas por planta (Quadro 4).
Isso acontece porque os teores de fósforo e potássio do solo desta pesquisa estão
em níveis muito altos (EMBRAPA, 1999), e por isso o número de siliquas por planta
não respondeu ao fósforo e potássio.
14
y = 0,2882x + 219,64
R
2
= 0,8257*
0
50
100
150
200
250
300
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
mero de siliquas por planta
Figura 4. Número de siliquas por planta em função das doses de N (kg ha
-1
) em
cobertura. Dourados – MS, 2008.
Quanto ao número de ramificações por planta
-1
não houve efeitos significativos
nas doses de P
2
O
5
K
2
O e doses de N para ambos os anos (Quadro 3 e 4).
O que se pode observar nesta pesquisa foi que nas plantas de crambe o número
de siliguas por planta teve relação direta com o número de ramificações por planta, pois
houve maior número de siliquas quando houve maior número de ramificações nas
plantas.
Como se pode observar no Quadro 4, houve efeito significativo para a massa
específica dos grãos de crambe em função das doses de N, o modelo de regressão que
melhor se ajustou aos dados da massa específica foi o linear (Figura 5), seguindo um
padrão inversamente proporcional no sentido de quanto maiores as doses de N, menores
os valores de massa específica, promovendo um decréscimo de 7,74% em relação à
dose zero. Isso pode ser explicado devida a influência no raio da esfera dos grãos,
quando aumenta as doses de N, aumenta o tamanho dos grãos, ou seja, aumenta o raio
da esfera dos mesmos, aumentando o tamanho dos poros em mesmo volume, sendo que
o ganho em massa não acompanhou em proporção o ganho em volume dos grãos,
fazendo com que houvesse menor número de grãos para um mesmo volume. Para as
doses de P
2
O
5
e K
2
O não foram significativos em nenhum dos anos para esta
característica.
15
y = - 0,1633x + 343,98
R
2
= 0,7954*
310
315
320
325
330
335
340
345
350
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
Massa específica (kg m
-3
)
Figura 5. Massa específica (kg m
-3
) dos grãos de crambe em função das doses de N (kg
ha
-1
) aplicados em cobertura. Dourados – MS, 2008.
De acordo com a Embrapa Soja (2000), as sementes de girassol possuem massa
específica semelhante a do crambe, cerca de 390 kg m
-3
, sendo considerada uma
semente de baixa massa específica quando comparado com a soja, que possui 770 kg m
-
3
a 800 kg m
-3
(KRZYZANOWSKI et al., 2006), até mesmo a canola possui uma massa
específica maior que o crambe, chegando a 670, 7 kg m
-3
. Isso sugere ter maior cuidado
com o transporte dos grãos de crambe. O caminhão não deve ter rachaduras e furos e a
carga deve ser coberta, pois os grãos são pequenos e leves, para evitar que ocorra a
perda de grãos durante o percurso. Além disso, a distância entre o local de produção e a
indústria de processamento não deve ser muito grande para não onerar o frete (RURAL
SEMENTES, 2009).
Para massa de mil grãos não houve diferença significativa nos dois anos. No
trabalho de Lavagnolli & Silva (2008) é possível observar resultados diferentes, onde o
aumento nas doses de P
2
O
5
em semeadura na cultura do crambe promoveu incrementos
significativos da massa de mil grãos.
Pode-se verificar que em 2008 as doses de P
2
O
5
K
2
O e N não afetaram a
produtividade, como pode ser observado no Quadro 4, não havendo efeitos
significativos para esta variável, mas os valores de produtividade ficaram abaixo
daqueles relatados por Pitol (2008) para a cultura do crambe.
No ano de 2008 a maior produtividade foi de 735 kg ha
-1
na dose de 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e K
2
O. Fato este que pode ser explicado devido a desuniformidade de
16
maturação dos frutos na mesma planta, sendo observado quantidades expressivas de
frutos caídos no chão antes da colheita, ou seja, houve perda dos grãos no momento da
colheita. Sabendo desta sensibilidade da planta, no experimento de 2009, houve
antecipação da colheita para a época de início da maturação dos frutos.
A produtividade da cultura em 2009 chegou a 1143 kg ha
-1
na dose de 40
kg de P
2
O
5
e K
2
O ha
-1
, está de acordo com a produtividade relatada por Pitol (2008).
Esta produtividade pode ser atribuída a ausência de perda de grãos por degrana,
considerando que a colheita foi realizada no início da maturação fisiológica dos frutos.
Lavagnolli e Silva estudando adubação fosfatada em crambe relataram
aumentos significativos na produtividade quando as doses de P
2
O
5
aumentaram,
chegando a valores de até 1900 kg ha
-1
.
De acordo com Tomm (2005) a cultura da canola, pertencente à mesma
família da cultura do crambe, as Brassicaceae, necessita para uma produção média de
grãos de 1.500 kg ha
-1
, cerca de 20 kg ha
-1
de P
2
O
5
e 15 kg ha
-1
de K
2
O.
A massa seca das plantas foi analisada somente no ano de 2009 e não houve
diferenças significativas (Quadro 5). Resultados semelhantes foram encontrados em
trabalho de Lavagnolli e Silva (2008) estudando adubação com fósforo e zinco na
cultura do crambe, onde as doses avaliadas eram de 0, 40, 80, 120 kg ha
-1
P
2
O
5
e zero e
80 g ha
-1
de zinco, não mostrou efeitos significativos para a massa seca de plantas de
crambe.
Para os atributos teor de N foliar, teor de N nos grãos, teor de proteína nos grãos
e teor de óleo nos grãos, houve efeito significativo (P<0,05) em função das doses de N e
o teor de P foliar e o teor de óleo nos grãos foi significativo (P<0,05) em função das
doses de P
2
O
5
e K
2
O, na safra de 2008 (Quadro 6).
17
Quadro 6: Resumo das análises de variância para teor de N foliar, teor de fósforo foliar,
teor de potássio foliar, teor de proteína nos grãos e teor de óleo em função
das doses de P
2
O
5
e K
2
O e doses de nitrogênio. Dourados – MS, 2008.
*
significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
O teor de N foliar, teor de K foliar e teor de óleo nos grãos foram significativas
(P>0,05) em função das doses de
P
2
O
5
e K
2
O e nitrogênio na safra de 2009 (Quadro 7).
Quadro 7: Resumo das análises de variância para teor de N foliar, teor de fósforo foliar,
teor de potássio foliar, teor de proteína nos grãos e teor de óleo em função
das doses de P
2
O
5
e K
2
O e doses de nitrogênio. Dourados – MS, 2009.
*
significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
O modelo matemático que melhor se ajustou aos dados de N foliar em função
das doses de N na adubação de cobertura foi o linear. Na medida em que se aumentaram
Quadrados médios
Fontes de
variação
Teor de N
foliar
Teor de P
foliar
Teor de K
foliar
Teor de N
nos grãos
Teor de
proteína
nos grãos
Teor de
óleo
Bloco 2,8 0,12 1,19 18, 81684
15, 325 0,913
Doses de P
2
O
5
e
K
2
O
0,39 0,03
*
0,11 3, 99535
1, 56069 160,65
*
Resíduo a 22, 681 0, 008 0,08 9, 83844
4, 71994 1,56
Doses de N 235,02
*
0, 022 0, 201 34, 58249
*
13,50878
*
56,68
*
Doses de P
2
O5
e K
2
O x Doses
de N
18,9 0,04 0,4 18, 73778 7, 31945 108,59
Resíduo b 19,4 0,01 0,21 14, 13494
5, 52146 3,33
CV% (a) 14,76 10,24 11,58 8,94
9,91 4,17
CV% (b) 13,66 13,38 18,27 10,72
10,72 6,08
Quadrados médios
Fontes de
variação
Teor de N
foliar
Teor de P
foliar
Teor de K
foliar
Teor de N
nos grãos
Teor de
proteína
nos grãos
Teor de
óleo
Doses de P
2
O
5
e
K
2
O
7,97 0,04 0, 078 8, 72716
3, 40905 126,53
*
Resíduo a 10,52 0, 027 0, 094 7, 17436
4, 47148 2,12
Doses de N 146,68
*
0, 012 1,19
*
5, 25439
2, 05250 222,95
*
Doses de P
2
O5
e K
2
O x Doses
de N
47,52 0, 014 0,03 6, 56921 2, 56610
48,19
Resíduo b 26,65 0, 011 0,05 3, 56491
1, 39254
3,21
CV% (a) 8,96 20,74 13,1 8,19
10,34 4,63
CV% (b) 14,26 13,28 10,4 5,77
5,77 5,70
18
as doses de nitrogênio na adubação de cobertura, houve incremento de N foliar, o
aumento foi de 31,1% na dose maior de 180 kg ha
-1
em relação à dose zero, atingindo
assim o valor de 3,61 g kg
-1
de N foliar (Figura 6).
y = 0,0044x + 2,822
R
2
= 0,817 *
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
Teor de N folair (g kg
-1
)
Figura 6. Teor de nitrogênio foliar (g kg
-1
) no crambe em função das doses de N (kg ha
-
1
) aplicados em cobertura. Dourados – MS, 2008.
Da mesma forma, no ano de 2009, para os teores de N foliar, houve incrementos
significativos quando se aumentou as doses de N em cobertura (Quadro 9).
Quadro 8: Valores médios das variáveis teor de N foliar, teor de P foliar, teor de K
foliar, teor de proteína foliar e teor de óleo em função das doses de P
2
O
5
e
K
2
O e doses de nitrogênio. Dourados – MS, 2008.
Doses
P
2
O
5
e
K
2
O
Teor de N
foliar (g kg
-1
)
Teor de P foliar
(g kg
-1
)
Teor de K foliar
(g kg
-1
)
Teor de N nos
grãos (g kg
-1
)
Teor de
proteína
nos grãos
(%)
Teor de
óleo
(%)
0
3,21 ns 0, 857 * 2, 447
ns
3,64
ns
22,11
ns
26,1 *
20
3,21 0, 945 2, 578 3,52
21,77 29,06
40
3,24 0, 918 2, 575 3,47
22,22 31,47
60
3,23 0, 956 2,65 3,39
21,54 33,44
Doses
de N
0
2,67 * 0, 911 ns 2,49
ns
3,32
*
20,73
*
32,67
*
60
3,27 0, 947 2,55 3,59
22,45 29,65
120
3,45 0,95 2,73 3,65
22,80 29,23
180
3,50 0,87 2,48 3,46
21,66 28,51
*
significativo a 5%;
ns
não significativo
19
Moreno et al. (2003) com a cultura do nabo forrageiro encontraram
maiores teores de N (4,09 mg 100 mg
-1
) na dose de 116,8 kg ha
-1
de N. Lourente et al.
(2007) avaliando doses e fonte de N em milho também observaram acréscimos no teor
foliar com o aumento na aplicação de N, no entanto, com reduzida magnitude de
resposta, principalmente quando se usa a uréia como fonte de N. Segundo os autores, é
possível que esse aumento da aplicação de uréia, tenha aumentado as perdas de
nitrogênio por volatilização. Diferentemente de Pacheco et al., (2008) que aponta que o
teor de N foliar foi afetado pela dose de P
2
O
5
, mas não havendo resposta à adubação
nitrogenada na cultura da mamona, ao contrário do aconteceu com o crambe neste
ensaio que não respondeu a adubação com P
2
O
5
e K
2
O em relação ao teor de N foliar.
Para o teor de fósforo na safra 2008 houve efeito das doses de P
2
O
5
e
K
2
O. Conforme se aumentou a dose de P
2
O
5
, houve um incremento no teor de P foliar.
A equação que melhor se ajustou aos dados foi a linear com um aumento de 11,68% na
dose maior de 60 kg ha
-1
em relação à dose zero, atingindo assim o valor de 0,968 g kg
-1
de P foliar (Figura 7). Ao contrário de Ferreira et al. (2005), estudando nabo forrageiro
submetido a diferentes doses de fósforo, os resultados mostraram que não houve
diferença significativa no teor de P foliar.
y = 0,0003x + 0,8793
R
2
= 0,58*
y = 0,8
0,6
0,7
0,8
0,9
1,0
0 20 40 60
P
2
O
5
e K
2
O (kg ha
-1
)
Teor de P foliar (g kg
-1
)
Figura 7. Teor de fósforo foliar (g kg
-1
) no crambe em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O
(kg ha
-1
) aplicados na semeadura. Dourados – MS, 2008.
Na safra 2009 não houve efeitos significativos no teor de fósforo foliar para as
doses de P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em cobertura (Quadro 9).
2008
= 2009
20
Quadro 9: Valores médios das variáveis teor de N foliar, teor de P foliar, teor de K
foliar, teor de proteína foliar e teor de óleo em função das doses de P
2
O
5
e
K
2
O e doses de nitrogênio. Dourados – MS, 2009
*
significativo a 5% de probabilidade.
ns
não significativo. Médias seguidas por letras
diferentes em uma mesma coluna diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Para o teor de K foliar não houve efeito significativo quanto à adubação de P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em cobertura na safra de 2008 (Quadro 8). Mas foi
significativo para a safra de 2009 para as doses de N (Quadro 9). Havendo aumento com
as doses de nitrogênio em cobertura do teor do K foliar. Trabalhos realizados por Ajay
et al., (1970) e Dibb e Welch (1976) os autores relatam que a maior absorção de K
permite rápida assimilação NH
+
4
absorvido, mantendo seu teor baixo na planta,
evitando a toxidez. Em plantas deficientes de potássio, haveria acúmulo de NH
+
4
, com
aparecimento de lesões correspondentes à toxidez por este íon. Ainda em trabalho
realizado em cevada por Roberts e Yamada (2005), pode-se observar que quando não
havia potássio suficiente, os teores deste nutriente na planta ficaram menores, conforme
a disponibilidade de N aumentou.
Não houve efeito significativo da adubação nitrogenada para o teor de nitrogênio
nos grãos no ano de 2009, mas houve incremento significativo na safra de 2008, sendo o
modelo matemático que melhor se ajustou aos dados foi o quadrático (Figura 8). A dose
de 109,34 kg ha
-1
, promoveu o valor máximo de 3,67 g kg
-1
de N nos grãos. Em
trabalho de Abreu et al. (2005) estudando aveia branca, com aumento da doses de
nitrogênio o teor de N nos grãos aumentaram linearmente.
Doses
P
2
O
5
e
K
2
O
Teor de N
foliar (g kg
-1
)
Teor de P foliar
(g kg
-1
)
Teor de K foliar
(g kg
-1
)
Teor de N nos
grãos (g kg
-1
)
Teor de
proteína
nos grãos
(%)
Teor de
óleo
(%)
0
3,62
ns
0,74
ns
2,27 3,29
ns
20,58
ns
27,75
*
20
3,57 0,75 2,33 3,37
21,09 30,11
40
3,54 0,85 2,46 3,23
20,21 32,49
60
3,73 0,85 2,36 3,17
19,84 35,34
Doses
de N
0
3,33 b 0,812
ns
2,03 b 3,20
ns
20,04 a 35,49 c
60
3,58 ab 0,815 2,45 a 3,32
20,75 a 30,63 b
120
3,93 a 0,764 2,55 a 3,28
20,50 a 28,15 a
21
y = -0,0003x
2
+ 0,0656x + 33,168
R
2
= 0,9996 *
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
Teor de N nos grãos (g kg
-1
)
Figura 8. Teor de nitrogênio nos grãos (g kg
-1
) do crambe em função das doses de N (kg
ha
-1
) aplicados na semeadura. Dourados – MS, 2008.
Houve diferença significativa para o teor de proteína nos grãos em função da
adubação nitrogenada de cobertura apenas na safra de 2008, onde se observa que com o
aumento das doses de N houve o aumento do teor de proteína. O modelo matemático de
que melhor se ajustou aos dados foi o quadrático, obtendo-se 20,72% de proteína nos
grãos com a dose de 102,5 kg ha
-1
de N (Figura 9). Souza et al. (2009) em pesquisa
realizada com diferentes oleaginosas, mostraram que o crambe possui em média 21,30%
de proteína nos grãos, valores muito próximos aos obtidos nesse trabalho.
y = -0,0002x
2
+ 0,041x + 20,724
R
2
= 0,9997 *
0
5
10
15
20
25
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
Teor de proteína nos grãos (%)
Figura 9. Teor de proteína nos grãos (g kg
-1
) do crambe em função das doses de N (kg
ha
-1
) aplicados em cobertura. Dourados – MS, 2008.
22
De acordo com Gomes Junior et al. (2005) o nitrogênio por participar da
composição dos aminoácidos, desempenha um efeito direto no teor de proteínas dos
grãos. Patroni et al. (2002) observaram maior teor de proteína nos grãos de feijão cujas
plantas receberam os maiores níveis de adubação nitrogenada. Ainda por Gomes Junior
et al. (2005) estudando feijoeiro relataram que o fornecimento de maior quantidade do
fertilizante nitrogenado possivelmente supriu as exigências da cultura, verificando-se o
aumento significativo no teor de proteína bruta e solúvel com o aumento da dose de N
aplicada.
Resultados similares foram encontrados em trabalho de Wamser e Mundstock
(2007) estudando cevada, onde se verificam que o aumento dos teores de proteína nos
grãos com as doses de nitrogênio.
Trindade et al. (2006) relataram que os teores de proteína do grão de trigo foi
influenciado significativamente pelas doses de nitrogênio, ou seja, o teor de proteína
aumentou linearmente com o incremento da dose de nitrogênio em cobertura.
No teor de óleo nos grãos houve significância em função das doses de
nitrogênio em cobertura na safra de 2008, sendo que o modelo matemático que melhor
se ajustou aos dados foi o linear (Figura 10). Na medida em que se aumentaram as doses
de N, houve decréscimos nos teores de óleo nas sementes de crambe, que promoveu um
decréscimo de 12,74% na dose máxima em relação a dose zero.
y = -0,0215x + 31,95
R
2
= 0,8268 *
0
5
10
15
20
25
30
35
0 60 120 180
Doses de N (kg ha
-1
)
Teor de óleo nos grãos (%)
Figura 10. Teor de óleo nos grãos (%) do crambe em função das doses de nitrogênio (kg
ha
-1
) aplicados em cobertura. Dourados – MS, 2008.
Em 2009 também houve resultados significativos para o teor de óleo dos grãos
em função da adubação nitrogenada, mostrando no Quadro 9, que conforme
aumentaram as doses de nitrogênio, diminuíram os teores de óleo nos grãos do crambe.
23
Calarota e Carvalho (1984) estudando girassol verificaram que a prática cultural
da adubação nitrogenada promove uma alteração na proporção lipoprotéica, no sentido
de que, à medida que se fornece mais nitrogênio às plantas, decresce o conteúdo de óleo
e aumenta o de proteínas nas sementes. Severino et al.(2006) e Silva et al. (2007)
estudando mamoneira verificaram que não houve diferença significativa do teor de óleo
nas sementes em função das adubações de fósforo, potássio e nitrogênio.
Essa diminuição do teor de óleo quando aumenta as doses de nitrogênio na
adubação mostrou efeito prejudicial na porcentagem de óleo dos grãos de crambe,
portanto, o cuidado na adubação nitrogenada deve ser redobrado, não necessitando
assim, de usar altas doses de N na adubação.
[2008] y = 0,1258x + 27,65
R
2
= 0,9978 *
[2009] y = 0,1222x + 26,353
R
2
= 0,9918 *
0
5
10
15
20
25
30
35
40
0 20 40 60
Doses de P
2
O
5
e K
2
O (kg ha
-1
)
Teor de óleo nos grãos (%)
Ano de 2009
Ano de 2008
Figura 11. Teor de óleo nos grãos (%) do crambe em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O
(kg ha
-1
) aplicados em semeadura. Dourados – MS, 2008 e 2009.
Para o teor de óleo em função das doses de P
2
O
5
e K
2
O foram significativas para
os dois anos (Figura 11). Na safra de 2008 e 2009 houve acréscimos de 28,12% e
27,37% respectivamente, em relação à dose zero e obtendo valores de 29,78% e 31,09%
no teor de óleo na dose de 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
e K
2
O, respectivamente. Lavagnolli e
Silva (2008) estudando adubação fosfatada em crambe mostram que no teor de óleo
aumentou com a adubação fosfatada. Os teores de óleo desta pesquisa estão de acordo
com Lavagnolli e Silva (2008).
Com este resultado observa-se que a adubação com fósforo e potássio
favorece o teor de óleo, assim sendo, que ao diminuir as doses de N em cobertura, pode-
se aumentar as doses de P
2
O
5
e K
2
O para ocorrer o aumento dos teores de óleo, que
os mesmos não interferem na produtividade.
24
Segundo Malavolta et al. (1997), o fósforo está relacionado com a síntese
de proteínas, óleos e gorduras, formando estruturas como fosfolipídios, que se
encontram em varias partes da lula. Portanto a aplicação de fósforo torna-se prática
indispensável para plantas produtoras de óleo, desde que o teor existente no solo não
seja suficiente para suprir a necessidade da cultura.
25
4. CONCLUSÃO
A adubação com P
2
O
5
e K
2
O em semeadura e N em cobertura não
interferem na produtividade da cultura do crambe, mas contribui para o aumento dos
teores de óleo nos grãos.
A adubação nitrogenada diminui a massa específica dos grãos de crambe
e afeta negativamente os teores de óleo nos grãos de crambe.
26
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABREU, G.T.; SCHUCH, L.O.B.; MAIA, M.S. Análise do crescimento e utilização
de nitrogênio em aveia branca (Avena sativa L.) em função da população de
plantas. Revista Agrociência, v.8, n.2, p.111-116, 2005
AJAY, O.; MAYNARD, D. N.; BARKER, A. V. The effects of potassium on
ammonium nutrition of tomato. Agronomy Journal, Madison, v. 62, p. 818-821, 1970.
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1995. Official
Methods of Analysis. 16.ed. AOAC, Washington, DC.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV CLAV, 1992. 365p.
CAI, T. D.; CHANG, C. K. Characteristics of production-scale tofu as affected by
soymilk coagulation method: propeller blade size, mixing time and coagulant
concentration. Food Research Internacional, v. 31, n. 4, p. 289-295, 1998
CALAROTA, N.E.; CARVALHO, N.M.; Efeitos da adubação nitrogenada em
cobertura sobre os conteúdos de óleo e de proteína e a qualidade fisiológica de
sementes de girassol (Helianthus annuus). Revista Brasileira de Sementes, v.6, n.3, p.
41-50, 1984.
CARLSON, A. S. et al. Oil crop platforms for industrial uses. Outputs from the
EPOBIO project. Abr, 2007.
CARVALHO, M.A.C.; FURLANI JUNIOR, E.; ARF, O.; SÁ, M.E.; PAULINO,
H.B.; BUZETTI, S. Doses e épocas de aplicação de nitrogênio e teores foliares
deste nutriente e de clorofila em feijoeiro. 2007. Disponível em:
<http://br.monografias.com> Acesso em 15 de setembro de 2009.
COEDEIRO, L. A. M.; REIS, M. S.; ALVARENGA, E. M. A cultura da canola.
(Cadernos Didáticos, 60). Viçosa: UFV, 1999.
DIBB, D. W.; WELCH, L. F. Corn growth as affected by ammonium vs. nitrate
absorbed from soil. AGRONOMY Journal, Madison, v. 68, p. 89-94, 1976.
EMBRAPA ARROZ E FEIJÃO, Glossário. Disponível em:
http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Arroz/ArrozTerrasAltasMat
oGrosso/glossario.htm. Acesso em: 19 de setembro de 2009.
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa, 1999.
412 p.
EMBRAPA. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. 2 ed.
Brasilia: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. 627p.
27
ESPIRONELLO, A.; GALLO, J.R.; LAVORENTI, A.; IGUE, T.; HIROCE, R. Efeito
da adubação NPK nos teores de macronutrientes das folhas de cana-de-açúcar
(cana soca). Bragantia, Campinas, v.45, n.2, p.377-382, 1896.
FERREIRA, J. M.; ANDRADE, W.E.B.; OLIVEIRA, L.A.A.; VALENTINI, L.; REGO
FILHO, L.M.; RIBEIRO, L.J. Avaliação do nabo norrageiro cv. Cati AL 1000
quanto à adubação fosfatada e reciclagem de nutrientes no outono - Inverno na
Região Norte Fluminense. Biodisel, p.151-154. 2005. Disponível em
http://www.biodiesel.gov.br/docs/congressso2006/agricultura/AvaliacaoNabo18.pdf
GOMES JÚNIOR, F.G.; LIMA, E.R.; LEAL, A.J.F.; MATOS, F.A.; SÁ, M.E.; HAGA,
K.I. Teor de proteína em grãos de feijão em diferentes épocas e doses de cobertura
nitrogenada. Acta Scientiarum Agronomy, Maringá, v.37 n.3, p.455-459, 2005.
JASPER, S. P. Cultura do crambe (Crambe abyssinica Hochst): Avaliação
energética, de custo de produção e produtividade em sistema de plantio direto.
2009. 120 f. Tese (Doutorado em Agronomia Energia na Agricultura)
Faculdade de
Ciências Agronômicas do Campus de Botucatu – UNESP, Botucatu - SP
LAVAGNOLLI, R. F.; SILVA, T. R. B. Efeito da adubação com fósforo e zinco na
cultura do crambe. 2008. 10 f. Monografia (Curso de agronomia) Faculdade Assis
Gurgacz, Cascavel – PR.
LOURENTE, E.R.P.; ORTOCELLI, R.; SOUZA, L.C.F.; GONÇALVES, M.C.;
MARCHETTI, M.E.; RODRIGUES, E.T. Culturas antecessoras, doses e fontes
de nitrogênio nos componentes de produção do milho. Acta Scientiarum
Agronomy, Maringá, v.29, p.55-61, 2007.
MACHADO, M.F.; BRASIL, A.N.; OLIVEIRA, L.S. & NUNES, D.L. Estudo do
crambe (Crambe abyssinica) como fonte de óleo para produção de biodiesel.
Itaúna/MG – UFMG, 2007.
MALAVOLTA E. 1989. ABC da adubação. São Paulo: Agronômica Ceres Ltda. 292p.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C. & OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional
de plantas: Princípios e aplicações. Piracicaba, Potáfos, 1997. 308p.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C. & OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional
das plantas: princípios e aplicações. 2ªed. Piracicaba: Potafos, 1997.
MAPA. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Plano Nacional de
Agroenergia de 2006 a 2011. Embrapa Informações Tecnologia, 118 p, 2005
MORENO, G.; SOUZA, L.C.F.; ORTONCELLI, R.; GONÇALVES, M.C.; JÚNIOR,
A.P. Avaliação da OLIVEIRA, S.A. de. Análise foliar. In: SOUSA, D.M.G. de;
LOBATO, E. (Ed.). Cerrado: correção do solo e adubação. 2.ed. Planaltina: Embrapa
Cerrados, 2004. p.245-256.
PACHECO, D.D.; GONÇALVES, N. P.; SATURNINO, H. H.; ANTUNES, P. CD.
Produção e disponibilidade e nutrientes para mamoneira (Ricinus communis)
adubada com NPK. Revista de Biologia e Ciência da terra, v.8, n.1, p.153-160, 2008.
28
PARENTE, E. J. S. Biodiesel e Alimentos. 2008. Revista Magazine. Disponível em:
<http://www.sindepolbrasil.com.br/sindepol11/biodiesel.htm>. Acesso em: 13 de
outubro de 2009.
PATRONI, S.M.S. et al. A. Avaliação de diferentes níveis de adubação em três
cultivares de feijão carioca. 2- Qualidade nutricional dos grãos. In: REUNIÃO
NACIONAL DE PESQUISA DE FEIJÃO, 7., 2002, Viçosa. Resumos... Viçosa: UFV,
2002. p. 541-543.
PENELA. Y. M. G. Seleccion de indicadores quer permitan determinar cultivos
óptimos para la producion de biodiesel em la eco-regiones chaco-pampeana de la
República Argentina. Inta, mayo de 2007. Disponível em:
<http://www.inta.gov.ar/iir/info/documentos/energia/indicadores_biodiesel.pdf>.
Acesso em 10 de setembro de 2008.
PITOL, C. Crambe: uma nova opção para produção de biodiesel. Maracajú,
Fundação MS, 2008. Disponível em: <http://www.fundacaoms.com.br >. Acesso em:
janeiro de 2008
RAMOS, S.J.; FERNANDES, L.A.; MARQUES, C.C.L.; SILVA, D.D.; PALMEIRA,
C.M. & MARTINS, E.R. Produção de matéria seca e óleo essencial de menta sob
diferentes doses de fósforo. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.8,
n.1, p.9-12, 2005.
PITOL, C. Crambe: Planta rústica, com boa tolerância a variações climáticas,
baixo custo e rápido ciclo de produção, é considerada excelente fonte de óleo
vegetal para geração de biodiesel. Maracajú, Fundação MS, 2009. Disponível em:
<http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1706214-4529,00.html>.
Acesso em: 23 de novembro de 2009.
RURAL SEMENTES, Crambe alternativa para produção de óleo. Disponível em:
http://www.ruralsementes.com.br/produtos/Produ%C3%A7%C3%A3o%20de%20Cram
be%20%5BModo%20de%20Compatibilidade%5D.pdf. Acesso em: 20 de outubro de
2009.
SEVERINO, L.S.; FERREIRA, G.B.; MORAES, C.R.A.; GONDIM, T.M.S.; FREIRE,
W.S.A.; CASTRO, D. A.; CARDOSO, G.D.; BELTRÃO, N.E.M. Crescimento e
produtividade da mamoneira adubada com macronutrientes e micronutrientes.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.41, n.4, 2006.
SILVA, F. A. S. E.; AZEVEDO, C. A. V. Versão do programa computacional Assistat
para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais,
Campina Grande, v.4, n.1, p.71-78, 2002.
SILVA, P.R.C. Cultivo do crambe. Rede de Tecnologia da Bahia RETEK –BA,
junho 2007.
29
SOUZA, A.D.V.; FAVARO, S.P.; ÍTAVO, L.C.V.; ROSCOE, R. Caracterização
química de sementes e tortas de pinhão-manso, nabo-forrageiro e crambe. Pesquisa
Agropecuária Brasileira: Brasília, v.44, n.10, 2009.
TOMM, G. O. Situação em 2005 e perspectivas da cultura de canola no Brasil e em
países vizinhos. Boletim de pesquisa e desenvolvimento Online, Passo Fundo, RS,
Brasil, n. 26, 21p., novembro de 2005. Disponível em:
<http://www.cnpt.embrapa.br/biblio/bp/p_bp26.htm>. Acesso em: 29 de outubro de
2009.
TRINDADE, M.G.; STONE, L.F.; HEINEMANN, A.B.; CÁNOVAS, A.D.;
MOREIRA, J. A.A. Nitrogênio e água como fatores de produtividade do trigo no
cerrado. Revista Brasileira de Engenharia Agrícola Ambiental, Campina Grande, v.10,
n.1, 2006.
WANSER, A.F.; MUNDSTOCK, C.M. Teor de proteínas nos grãos em resposta à
aplicação de nitrogênio em diferentes estádios de desenvolvimento da cevada.
Ciência Rural, Santa Maria, v. 37, n.3, p. 1571-1576, 2007.
YAMADA, T.; ROBERTS, T.L; Potássio na Agricultura Brasileira. Piracicaba:
Associação Brasileira para pesquisa da Potassa e do Fosfato, 2005. 841 p.
30
CAPÍTULO II
ESPAÇAMENTO E DENSIDADE DE PLANTAS NO DESEMPENHO
AGRONÔMICO DA CULTURA DO CRAMBE
RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico da cultura
do crambe submetidos a diferentes espaçamentos e densidades de plantas. Esta pesquisa
foi desenvolvida no Campus experimental da FCA-UFGD, localizado no município de
Dourados, MS. O delineamento experimental foi em blocos casualizados (DBC), com
tratamentos arranjados em parcelas subdivididas, correspondendo a três espaçamentos
entre linhas, correspondendo a 0,17 m; 0,34 m e 0,51 m e três densidade de plantas
equivalente a 20; 30 e 40 plantas por metro linear, totalizando nove tratamentos, com
quatro repetições. A análise de variância foi significativa (P<0,05) para produtividade,
para o número de ramificação planta
-1
e para massa seca em função do espaçamento e
da densidade de plantas. O maior número de ramificações foi verificado na densidade de
20 plantas m
-1
, diferindo significativa para o número de ramificação planta
-1
de 30
plantas por metro linear, para produtividade houve efeito significativo em função do
espaçamento. A maior produtividade da cultura do crambe se obteve no espaçamento de
0,34 m sendo que a densidade de plantas não interferiu na produtividade da cultura do
crambe. A maior produtividade da cultura do crambe se obteve no espaçamento de 34 e
51 cm. A densidade de plantas não interferiu na produtividade da cultura do crambe.
Palavras-chave: Crambe abssynica; manejo cultural; espaçamento e densidade de
plantas.
31
1. INTRODUÇÃO
Em 2004, o Governo Federal lançou o Programa Nacional de Produção e Uso do
Biodiesel (PNPB). Este Programa tem por objetivo estimular a produção de biodiesel a
partir de diversas fontes oleaginosas e em diversas regiões do território nacional, de
forma sustentável e promovendo a inclusão social, além de garantir preços
competitivos, qualidade e suprimento. A concepção do PNPB está baseada em uma
base tecnológica que sustenta três visões: ambiental, social e mercadológica (IBICT,
2006).
A implantação no país do PNPB, que determina a adição crescente de óleos de
origem vegetal ao diesel, prevendo uma proporção de 5% em 2012, poderá servir como
incentivo à produção de várias culturas, particularmente as oleaginosas (FERREIRA et
al., 2005). Para atender a demanda de óleo vegetal será necessário 5 milhões de
hectares. Dentre estas culturas, a cultura do crambe se apresenta como promissora,
que apesar do rendimento em óleo (38%) estar abaixo ao de outras culturas, apresenta
vantagem em relação à baixa competitividade na indústria de alimentos, uma vez que
seu óleo é tóxico na alimentação humana (PITOL, 2008).
O crambe (Crambe abyssinica Hochst) é uma planta da família das
Brassicaceae, originária da região do Mar Mediterrâneo, sendo encontrada em maior
escala no México e Estados Unidos. Seu cultivo no Brasil foi iniciado em 1995, na
estação de pesquisa da Fundação MS, em Maracajú MS. Seu cultivo é mecanizado e é
semeado como cultura de inverno, ou seja, logo após a colheita da soja. Possui baixos
custos de produção e o teor de óleo está entre 26 e 38%. A produtividade pode variar de
1.000 a 1.500 kg ha
-1
(PITOL, 2008).
Pela sua recente introdução no país o crambe ainda necessita ser
estudado, para que se ofereça ao produtor dados cientificamente comprovados quanto ao
seu manejo e práticas culturais.
Em geral, o manejo da população e densidade de plantas é prática cultural
importante para determinar o rendimento de grãos, pois o estande afeta a arquitetura das
plantas, altera o crescimento e o desenvolvimento, e influencia na produção e partição
de fotoassimilados (ALMEIDA e SANGOI, 1996). Por outro lado, resultado pouco
promissor em relação ao aumento da população de plantas tem sido obtido,
caracterizando-se por baixos níveis de rendimento; quando outros fatores de produção
32
se tornam limitantes, destacando-se entre eles o suprimento de nutrientes (SANGOI,
1990), a temperatura e a disponibilidade hídrica. O rendimento de grãos pode ser
incrementado maximizando-se a eficiência fotossintética da comunidade,
principalmente pela melhoria da interceptação da radiação fotossintética ativa, pela
conversão mais eficiente da radiação interceptada em matéria seca e pela partição de
fotoassimilados nos órgãos reprodutivos (MUNDSTOCK, 1977; SILVA et al., 1995).
Com isso, o objetivo deste trabalho foi avaliar o desempenho agronômico
da cultura do crambe submetido a diferentes espaçamentos e densidades de plantas.
33
2. MATERIAIS E MÉTODOS
Esta pesquisa foi desenvolvida no Campus Experimental da FCA-UFGD,
localizado no município de Dourados, MS, latitude 22°14’S e longitude 54°49’W e 452
m de altitude. O solo da área é classificado como Latossolo Vermelho Distroférrico
(EMBRAPA, 1999), textura muito argilosa (80% de argila, 14% de silte e 6% de areia),
originalmente sob vegetação de cerrado. E as análises químicas do solo de acordo com
Embrapa (2009). Os resultados da análise química do solo, realizada antes da semeadura
do experimento, na profundidade de 0-20 cm, são apresentados no Quadro 1. Os dados
da pluviosidade e de temperatura máximas e mínimas registrados durante o período dos
experimentos podem ser observados na Figura 1.
QUADRO 1. Valores médios da análise química do solo realizada antes da semeadura
do experimento. Dourados – MS, 2009.
MO pH P K Al Ca Mg H+Al
SB T V(%)
g dm
-3
H
2
O mg dm
-3
mmol
c
DM
-
3
...............................mmol
c
dm
-3
..............................
30,7 5,3 23,6 6,4 0,7 44,9 29,0
65,3 80,2 146,3
54,6
O delineamento experimental foi em blocos casualizados, com tratamentos
arranjados em parcelas subdivididas, correspondendo nas parcelas a três espaçamentos
entre linhas, sendo 0,17 m; 0,34 m e 0,51 m e nas subparcelas três densidade de plantas
equivalente a 20; 30 e 40 plantas por metro linear, totalizando nove tratamentos, com
quatro repetições (Quadro 2). A semeadura foi realizada manualmente no dia 08 de
maio de 2009, abrindo-se quatro sulcos de cinco metros de comprimento, com
profundidade de 3,0 cm. Para garantir as populações de plantas estabelecidas nos
tratamentos foram distribuídos na semeadura o dobro de sementes e realizado o desbaste
aos quinze dias após a emergência das plântulas. No momento da semeadura foi
realizada a adubação com a aplicação de 200 kg ha
-1
de fertilizante na fórmula
comercial 07-20-20.
34
Quadro 2. Composição dos tratamentos e quantidade de plantas ha
-1
.
Tratamentos
Espaçamentos
Densidades
Plantas ha
-1
1 0,17 20 117.647.0,5
2 0,17 30 176.470.5,8
3 0,17 40 235.294.1,1
4 0,34 20 588.235,2
5 0,34 30 882.352,9
6 0,34 40 117.647.0,6
7 0,51 20 392.156.8
8 0,51 30 588.235,3
9 0,51 40 784.313,7
A colheita foi efetuada manualmente retirando as duas linhas centrais de cada
subparcela, no dia 11 de agosto de 2009.
0
5
10
15
20
25
30
3º 2º
Maio Junho Julho Agosto
Meses
Precipitação pluvial (mm)
0
5
10
15
20
25
30
35
Temperatura (ºC)
Precipitação
T máx
T min
FIGURA 1. Precipitação pluvial, temperaturas máximas e mínimas por decêndio no
período de maio a agosto de 2008. (SEM) = Semeadura do crambe; (AD.
N.) = Adubação nitrogenada do crambe; (COLH.) = colheita do crambe.
Fonte: Estação Metereológica da UFGD. Dourados – MS, 2009.
As características avaliadas foram:
Altura de plantas: Foi determinada no momento da colheita, onde se mediram dez
plantas ao acaso dentro de cada subparcela, com régua graduada, a distância entre o
nível do solo até o ápice da planta.
SEM
COLH.
35
Número de siliguas por planta: O número de siliguas por planta foi determinado na
colheita, contando-se o número de siliguas, de dez plantas escolhidas ao acaso na área
útil da subparcela.
Número de ramificação por planta: O número de ramificações por planta foi
determinado na colheita, contando-se, ao acaso, o número de ramificações de dez
plantas, por subparcela.
Massa específica: Após a medida de produtividade de cada subparcela foi efetuada a
massa específica em balança apropriada e os valores transformados para Kg m
-3
.
Massa de 1000 grãos: Após a medida da produtividade e da massa específica foi
efetuada a contagem de 8 sub-amostras de 100 grãos por subparcela. As amostras foram
pesadas em balança de precisão com três casas decimais, corrigindo-se o grau de
umidade para 13%. A massa de 1000 grãos foi determinada de acordo com as Regras
para Análises de Sementes (BRASIL, 1992).
Produtividade: A produtividade foi medida após a trilha e limpeza dos grãos, feita por
peneiras de diferentes malhas das plantas colhidas dentro da área útil de cada
subparcela, representada por três linhas de crambe com 5 metros de comprimento. A
massa foi determinada em balança de precisão com duas casas decimais, com os valores
expressos de kg ha
-1
, corrigindo-se o grau de umidade para 13%.
Massa seca de plantas: Na fase de florescimento foram amostradas 3 plantas por sub-
parcela e estas foram secas em estufa com circulação forçada de ar a 65°C por 72 horas
e pesadas em balança de precisão com três casas decimais, para a determinação da
massa seca por planta realizada.
Os dados foram submetidos aos testes de normalidade de Lilliefors e ao teste F,
ao nível de 5 % de probabilidade. As médias de espaçamento e densidade de plantas m
-1
foram submetidas teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. O software
estatístico utilizado foi o Assistat, desenvolvido por Silva e Azevedo (2002).
36
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
A análise de variância foi significativa (P<0,05) para número de ramificações
por planta e massa seca em função da densidade de plantas e produtividade em função
do espaçamento. (Quadro 3).
Quadro 3: Resumo das análises de variância para altura de plantas, número de siliquas
planta
-1
, número de ramificação planta
-1
, massa específica, massa de mil
grãos e produtividade em função das doses. Dourados – MS, 2008.
*
significativo pelo teste F a 5% de probabilidade.
Quadrados médios
Fontes de
variação
Altura
de
plantas
n°siliquas
por planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica
Massa de
mil grãos
Produtividade
Massa
seca
de
plantas
Bloco 0,05323 66152,69 7,76753 690,58 0,0543 633421,55 2,29
Espaçamentos
0,01281 17982,82 3,066 1393,315 0,375 355556,97
*
7,67
Resíduo a 0,00736 122854,35
11,495 679,117 0,2275 56428,66 4,31
Densidade de
plantas
0,01619 28768,525
15,238
*
472,297 0,145 33350,141 6,34
*
Espaçamentos
x Densidade
de plantas
0,00236 100212,38
5,523 916,233 0,4768 59822,95 1,28
Resíduo b 0,00846 56179,44 4,107 598,18 0,115 64842,82 1,11
CV% (a) 7,83 64,19 26,26 8,82 6,98 30,31 25,83
CV% (b) 8,39 43,40 15,69 8,28 4,98 32,49 13,14
37
Quadro 4. Valores médios para altura de plantas (m), número de siliquas por planta,
número de ramificação por planta, massa específica (kg m
-3
), massa de mil
grãos (g) e produtividade (kg ha
-1
) em função dos espaçamentos e
densidades de plantas. Dourados – MS, 2009.
Espaçamentos
(cm)
Altura de
planta
(m)
n°siliquas
por planta
n°ramificação
por planta
Massa
específica
(kg m
-3
)
Massa
de mil
grãos
(g)
Produtividade
(kg ha
-1
)
Massa seca
de plantas (g)
17 1,09 a 525,9 a 12,45 a 295,145 a
7,15 a 585,619 b 7,15 a
34 1,06 a 521,5 a 12,82 a 305,934 a
8,26 a 897,357 a 8,26 a
51 1,12 a 590,8 a 13,45 a 284,383 a
8,7 a 867,995 ab 8,7 a
Densidades
(plantas por
metro)
20 1,07 a 571,0 a 13,84 a 301,587 a
8,4 a 801,902 a 8,4 a
30 1,06 a 589,6 a 11,65 b 294,824 a
7,2 b 724,240 a 7,2 b
40 1,13 a 577,5 a 13,23 ab 289,052 a
8,2 a 824,828 a 8,2 a
Médias seguidas por mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Na cultura da canola a distribuição de plantas em uma área pode modificar seu
desenvolvimento vegetativo e reprodutivo (DEGENHARDT & KONDRA, 1981). De
acordo com Silva et al. (1983) estas modificações estão relacionadas com a competição
entre indivíduos, em conseqüência da variação do espaçamento entre linhas e na
densidade de semeadura podendo reduzir o número e o peso de siliquas por plantas.
Observa-se que no Quadro 4, não houve diferenças significativas para número de
siliquas por planta quando aumentou a densidade de plantas.
O maior número de ramificações por planta foi verificado na densidade de 20
plantas por metro, diferindo significativa para o número de ramificação por planta de 30
plantas por metro linear (Quadro 4). Estes resultados concordam com os obtidos por
Fontes e Ohlrogge (1972) em trabalhos com soja e Bennet el al. (1977), Aguillar et al.
(1984) e Edje et al. (1975), em trabalhos com feijão comum, onde o incremento da
densidade de plantas resultou em redução no número de ramos por planta.
Para a massa específica dos grãos não houve diferença significativa em função
do espaçamento e população de plantas. Pesquisa desenvolvidas por Fontes et al. (2000)
na cultura do trigo verificou que o espaçamento entre linhas de 24,3 cm e densidade de
semeadura de 450 sementes aptas m
2
proporcionou maior massa específica.
38
Para massa de mil grãos houve significância em função da densidade de plantas
(Quadro 4), onde houve maior massa de mil grãos nas densidades de 20 e 40 plantas por
metro linear.
Para produtividade houve efeito significativo em função do espaçamento. No
espaçamento de 34 cm a produtividade foi igual ao espaçamento de 0,51 m e maior que
17 cm (Quadro 4). Desta forma, é possível sugerir que para a semeadura do crambe
devem-se utilizar espaçamentos entre 34 e 51 cm, uma vez que, no espaçamento de 17
cm se obteve a menor produtividade dos grãos.
Ao contrário de Pitol (2009) que diz que o espaçamento do crambe é de 17 a 45
cm, nesta pesquisa foi encontrado o melhor espaçamento de 34 e 51 cm.
Santos et al. (1990) verificaram na cultura da canola que o rendimento de grãos
aumentou com a redução do espaçamento e da densidade de semeadura. O melhor
espaçamento foi de 18 cm entre linhas, associado a 3 kg ha
-1
de sementes. Resultados
semelhantes foram obtidos por Franchini et al. (2007) estudando a canola, concluindo
que no espaçamento 17 cm houve melhor aproveitamento do potencial da espécie e
melhor resultado econômico para os produtores.
Para a massa seca de plantas houve diferença significativa em função das
densidades das plantas, sendo que a maior massa seca foi obtida na densidade de 20 e
40 plantas por metro (Quadro 4). Matteucci e Carvalho (1988) estudando feijão-de-
corda, revela que a produção total de matéria seca por planta foi afetada pela densidade
de plantas, havendo uma redução de 14,4 g por planta, quando a densidade passou de 4
plantas m
-2
(28,2 g) para 32 plantas m
-2
(13,8 g) significando um decréscimo de 51%. A
densidade de 30 plantas por metro se estabelece uma maior competição acentuada à
medida que a planta avança em seus estádios de desenvolvimento. Com isso, em uma
maior densidade de plantas, a massa seca das plantas de crambe diminui, ocasionando
uma menor produção de folhas durante seu ciclo vegetativo, o que vem a proporcionar
uma redução na produção total de matéria seca por planta. Diaz e Aguillar (1984)
trabalhando com feijão comum, também observaram redução na produção de massa
seca por planta, quando submetida à alta densidade de plantas. Castro e Boaretto (2004)
estudando canola observaram que o espaçamento e densidade de plantas não
influenciaram a massa seca das plantas.
39
4. CONCLUSÃO
A maior produtividade da cultura do crambe se obteve no espaçamento de
34 e 51 cm. A densidade de plantas não interferiu na produtividade da cultura do
crambe.
40
5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGUILAR, F.E.; DIAZ, M.F.; LAIND, D.R. Efecto de la densidad de siembra sobre
alguns características morfológicas y el rendimento em frijol comum (Phaeseolus
vulgaris L.) Turrialba, v.34, n.1, p.55-61, 1984.
BRASIL. Ministério da Agricultura e Reforma Agrária. Regras para análise de
sementes. Brasília: SNDA/DNDV CLAV, 1992. 365p.
CASTRO, A.M.C.; BOARETTO, A.E. Teores e acúmulo de nutrientes em função da
população de plantas de canola. Scientia Agraria, v.5, n.1-2, p.95-101, 2004.
DEGENHARDT, D.F., KONDRA, Z.P. The influence of seeding date and seeding
rate on seed yield and yield components of five genotypes of Brassica napus.
Canadian Journal Plant Science, Ontário, v.61, n.2. p.12-15. 1981.
DIAZ,M.F.; AGUILAR, R.E. Efecto de la densidad de siembra en la distribuición de
materia seca em la planta de frijol (Phaseolus vulgaris L.) Turrialba, v.34, n.1. p. 63-
76, 1984.
EDJE, O.J.; MUGHOGHO, L.K.; AYONOADU, U.W.U. Bean yield and yield
componentes as affected by fertilizer and plant population. Turrialba, v. 25, n.1,
p.79-84, 1975.
EMBRAPA. Sistema Brasileiro de Classificação de Solos. Brasília: Embrapa, 1999.
412 p.
EMBRAPA. Manual de análises químicas de solos, plantas e fertilizantes. 2 ed.
Brasilia: Embrapa Informação Tecnológica, 2009. 627p.
FERREIRA, J. M.; ANDRADE, W.E.B.; OLIVEIRA, L.A.A.; VALENTINI, L.; REGO
FILHO, L.M.; RIBEIRO, L.J. Avaliação do nabo norrageiro cv. Cati AL 1000
quanto à adubação fosfatada e reciclagem de nutrientes no outono - Inverno na
Região Norte Fluminense. Biodisel, p.151-154. 2005. Disponível em
http://www.biodiesel.gov.br/docs/congressso2006/agricultura/AvaliacaoNabo18.pdf.
Acesso em: Dezembro de 2008.
FONTES, J.R.M.; CARDOSO, A.A.; SOUZA, M.A.; CRUZ, C.D. Relação do
espaçamento e da densidade de semeadura com o rendimento de grãos e outras
características agronômicas do trigo. Revista Ceres, p. 61-73, 2000.
FONTES, L.A.N.; OHLROGGE, A.J. Influence of seed size and population on yield
and other characteristics of soybean (Glycine max. (L.) Merr.). Agronomy Journal,
v. 6, n. 6, p.833-836, 1972.
FRANCHINI, R.G.; MORCELI, A.A.; VOLPE, E. Comportamento de genótipos de
canola plantado no Projeto de Assentamento do município de Ponta Porá/MS.
41
2007. Disponível em:
http://www.sgi.ms.gov.br/pantaneiro/controle/ShowFile.php?id=24099. Acesso em
Novembro de 2009.
IBICT. Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia.. Programa
Nacional de Produção e Uso do Biodiesel.. Disponível em:
<http::\\www..biodiesel..gov..br>. Acesso em: 12 de setembro de 2009.
MUNDSTOCK, C.M. Densidade de semeadura de milho para o Rio Grande do Sul.
Porto Alegre:UFRGS:ASCAR, 1977. 35 p (Boletim Técnico n. 1).
PITOL, C. Crambe: Planta rústica, com boa tolerância a variações climáticas, baixo
custo e rápido ciclo de produção, é considerada excelente fonte de óleo vegetal para
geração de biodiesel. Maracajú, Fundação MS, 2009. Disponível em:
<http://revistagloborural.globo.com/GloboRural/0,6993,EEC1706214-4529,00.html>.
Acesso em: 23 de novembro de 2009.
PITOL, C. Crambe: uma nova opção para produção de biodiesel. Maracajú,
Fundação MS, 2008. Disponível em: <http://www.fundacaoms.com.br >. Acesso em:
janeiro de 2008
SANGOI, L. Comportamento de variedades e híbridos de milho em duas
densidades de semeadura e dois níveis de fertilizantes. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v. 25, n. 12, p. 1715-1725, 1990.
SANGOI, L.; ALMEIDA, M.L. Aumento da densidade de plantas de milho para
regiões de curta estação estival de crescimento. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto
Alegre, v. 2, n. 2, p. 179-183, 1996.
SANTOS, H.P., LHANBY, J.C.B., DIAS, J.C.A. Rendimento em grãos da colza
(Brassica napus L.), em função do espaçamento entre linhas e da densidade de
semeadura. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.25, n.5, p.701-707, 1990.
SILVA, F. A. S. E.; AZEVEDO, C. A. V. Versão do programa computacional Assistat
para o sistema operacional Windows. Revista Brasileira de Produtos Agroindustriais,
Campina Grande, v.4, n.1, p.71-78, 2002.
SILVA, M.I. da, MARCHEZAN, E., ALBRECHT, J.C. Efeito do espaçamento e da
densidade de semeadura sobre o comportamento agronômico da colza (Brassica
napus L. var. oleifera Metzg). In: REUNIÃO ANUAL DE PROGRAMAÇÃO DE
PESQUISA E DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA DA CULTURA DA COLZA, 1983,
Porto Alegre: Anais.Universidade Federal de Santa Maria, 1983. p.14-21.
SILVA, P.R.F. da, RIZZARDI, M., TREZZI, M.M., et al. Densidade e arranjo de
plantas em girassol. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v. 30, n. 6, p. 797-810,
1995.
42
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo