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uma hora morte. Sempre eu dava uns ataques feios assim. Aí, ela pegou a cozinhar uma lata
de banho pra mim. Menina, eu fiquei lá um ano, na casa dela. Na casa de Ingazeira. Ela
levou um bando de dias me dando banho. Botava uma lata de gás no fogo, cheio de folha pra
cozinhar. Me deu tanto banho. Botava o banho pra esfriar e eu ficava despida e ela jogava
água em mim. Eu tava com um cabelão. Era uma casa simples. Eu tava com 16 anos, tava
moderninha. Cajaraneira tava mais eu ainda, tava completando três a quatro anos. Passei
dois anos assim. Eu rezei pra Santa Barbara, rezei pra São Cosme. Rezei dois anos. Com
poucas horas o guia começou a se manifestar, que foi um caso sério. Quando eu vi eu já tava
na casa de Dona Pitombeira. Da casa de Pitombeira
passei pra casa de Ingazeira. Eu levei
um ano na casa de Ingazeira. Na outra eu levei poucos tempos. Aí, eu levei um ano na casa
de Ingazeira, depois sair da casa dela. Quando interei um ano, não fiquei mais. Quando ela
chegou e disse: “Olha Jabuticabeira branca
, eu não vou ficar aqui mais não”. Ela chegou,
me arrumou toda. A gente tá num lugar, com um ano, minha filha, né? A pessoa já pode sair,
já tá com um ano que eu tô aqui. Já tava com tanto tempo. Já tava fortezinha, já tava mais
saradazinha. Arrumei os paninhos. (Fala confusa) Quando eu cheguei cá, passei uma...
quando eu cheguei cá em casa, mais mamãe, na Siqueira Campos. Fui pra minha casa, mas...
fiquei lá. Quando foi num dia de sábado, lá vem a mulher de novo, uma mulhezona preta.
Morava lá pela Suíça, na casa de seu Mangostãozeiro
, lá na Suíça, tinha casa lá e tudo.
Depois ela disse: Ô Jabuticabeira branca,“Eu vim cá chamar vocês pra ir para a casa de
Abieiro, lá nos Três Morros” (Risos) Um bairro chamado Três Morros. Diz que era pra ir
prá lá, que a família toda morava lá mais ela, e não sei o que. Pra fazer um tratamento lá
mais ela, que era muito bom o Abieiro. E essa moça já tinha morado mais mamãe na rua do
Cochicho, o povo chamava rua do Cochicho. A gente morava mais mamãe. Eu era pequena,
quando ela chegou, M., I., L., M., um bocado de mulher, tudo morando lá dentro de casa. Aí,
ia fazer comida, umas comia por fora, outras ia fazer comida dentro de casa. Era uma
casona grande. (Fala confusa). Não tem aquela ruinha que tem do lado de baixo? Fora a de
cima... fora o de cima, fora o de baixo, perto do alfaiate. (Fala confusa) Nós bateu pra Três
Morros, sem fim, sem fim. Com poucas horas eu tava pra ter menino. Eu digo: Como é que
esse menino apareceu assim? Com poucos dias, com poucos tempos que eu saí de um lugar
pra cá. (Risos) Oh, minha filha, apareceu um menino com poucos dias que eu tava dentro de
casa! Eu fui assim, no pote beber água, quando eu vi cair, quando eu abri as pernas caiu o
menino lá. Foi outras moças que tinha lá que espiou, né? Quando viu, olha o menino. Elas
panharam, foram tratar desse menino... ficaram criando, né? Diz que deu a um doutor pra
criar. Deu a Dr. Açaizeiro pra criar esse menino. Eu vi um rapazinho assim de longe. (Fala
confusa) Eu acho que foi tombo que ele levou. Levou um tombo. Eu não sabia, com poucos
tempos, já com tanto tempo que eu não... Quando eu me casei com esse rapaz, o primeiro
menino que eu tive foi com três meses, tornei botar fora também. Não vou ter sorte com esse
menino não. Apareceu um leite lá prá menina tomar, a menina da irmã dele tomar. Aí,
quando eu vi, fiquei tonta. Já tava sentindo, (risos) achando que era fome, achando que era
verme. Eu achei que podia tomar também. O outro eu tomei, né? O que eu via eu queria
fazer. Aí botei esse menino fora também. Aí, enterrei lá, lá no quintal, botei um bocado de
terra e fiz uma barrocona, botei umas folhas de mamão. Deixa ele aí. Não teve a sorte de
crescer mais, né? Se levasse mais tempo, crescia, não é? Eu não tinha condições de criar,
não. O primeiro e o segundo foi que criou. Já esse daí não tive sorte, o que eu podia fazer,
não é? Por muito tempo também fiquei separada dele. Apareceu três casamentos pra mim.
Tinha o primeiro, né? Depois tive um rolo terrível mais ele, eu não queria se aborrecer mais
ele. Aí, ele viajou pra Itabira e chegou lá e falou que ia demorar um ano. Eu disse: Se
aparecer outro rapaz pra mim, o que é que eu faço? Ele disse, não tem importância não, isso
e aquilo outro. Já tinha tratado de ir com um cunhado dele. Aí, eu disse: “Vai tua viagem
assim mesmo, se tiver que ser, se não tiver”. A gente moça assim, minha filha, se aparecer