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Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
MESTRADO EM DINÂMICAS DO ESPAÇO HABITADO
DEHA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ILUMINAÇÃO NAS ÁREAS DE HALL E CIRCULAÇÃO DE
SHOPPING CENTER: MACEIÓ SHOPPING, UM ESTUDO DE CASO.
ELLEN PRISCILA NUNES DE SOUZA
MACEIÓ
2010
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Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS
FACULDADE DE ARQUITETURA E URBANISMO
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO
MESTRADO EM DINÂMICAS DO ESPAÇO HABITADO
DEHA
ELLEN PRISCILA NUNES DE SOUZA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
ILUMINAÇÃO NAS ÁREAS DE HALL E CIRCULAÇÃO DE
SHOPPING CENTER: MACEIÓ SHOPPING, UM ESTUDO DE CASO.
Orientador: Prof. Dr. Ricardo Carvalho Cabús
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Catalogação na fonte
Universidade Federal de Alagoas
Biblioteca Central
Divisão de Tratamento Técnico
Bibliotecária Responsável: Maria Auxiliadora Gonçalves da Cunha
S729i Souza, Ellen Priscila Nunes de .
Iluminação nas áreas de hall e circulação de shopping Center: Maceió Shopping,
um estudo de caso. / Ellen Priscila Nunes de Souza, 2010.
133 f. ; il., grafs., tabs. .
Orientador: Ricardo Carvalho Cabús.
Dissertação (mestrado em Arquitetura e Urbanismo : Dinâmicas do Espaço
Habitado) – Universidade Federal de Alagoas. Faculdade de Arquitetura e
Urbanismo. Maceió, 2010.
Bibliografia: f. 112-117.
Apêndices: f. 119-133
1. Centros comerciais. 2. Iluminação. 3. Conforto humano. I. Título.
CDU: 72:628.972
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A aqueles que sonharam junto a mim.
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AGRADECIMENTOS
Ao meu pai, pelo apoio e por ter me proporcionado desde criança a experimentação dos
vários sabores da arquitetura com todos os seus papéis, canetas e maquetes coloridas.
À minha mãe, por ter lutado comigo e dado força sempre, mesmo nos dias em que
faltavam perseverança e paciência.
Ao Jo, meu namorado e amigo, que muitas vezes me mostrou que “vida” durante o
curso de mestrado, nunca deixando de me apoiar.
Aos meus queridos amigos pelo apoio: Day, Jojo.
Aos integrantes do GRILU pelas horas de descontração, pela amizade e pela companhia
nestes dois anos de grupo.
À CAPES pelo apoio financeiro.
Ao professor Enedir Ghisi da UFSC pela valiosa ajuda na qualificação.
E, finalmente, ao professor Ricardo Cabús, amigo e orientador, sempre acreditando em
meu potencial, guiando-me ao longo de todo o curso.
A todos aqueles que acreditaram e me apoiaram na realização deste sonho.
A todos vocês, os meus mais sinceros sentimentos de carinho e gratidão.
Muito obrigada!!
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AS QUATRO REGRAS DO MÉTODO CARTESIANO
A primeira consistia em nunca aceitar
algo como verdadeiro
sem conhecê-lo evidentemente como tal:
isto é, evitar cuidadosamente a precipitação
e a prevenção; não incluir nos meus juízos
nada que não se apresentasse tão clara
e distintamente à minha inteligência
a ponto de excluir qualquer possibilidade de dúvida.
A segunda era dividir o problema
em tantas partes
quantas fossem necessárias
para melhor poder resolvê-lo.
A terceira, conduzir por ordem os meus pensamentos,
começando pelos objetos mais simples
e mais fáceis de conhecer, para subir pouco a pouco,
gradualmente, até o conhecimento dos mais compostos;
e admitindo uma ordem mesmo entre aqueles
que não apresentam nenhuma ligação natural entre si.
Por último, sempre fazer enumerações tão completas,
e revisões tão gerais,
que tivesse a certeza de nada ter omitido.
René Descartes, 1637
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RESUMO
Este trabalho aborda a importância e a qualidade da iluminação, seja ela artificial ou
natural, no conforto visual de espaços comerciais. A crescente importância dos shopping
centers fez com que uma de suas áreas internas também se destacasse: a área destinada ao hall
e circulação, pois agora além do circular a função de área de descanso. É fornecido, desta
forma, um diagnóstico do desempenho luminoso das áreas de hall e circulação de um
shopping center, localizado na cidade de Maceió/AL, no tocante às necessidades humanas
(visibilidade e desempenho de tarefas) e à arquitetura. Para tal, duas principais etapas
metodológicas foram demarcadas. A primeira etapa referindo-se à avaliação qualitativa,
mediante levantamento físico dos halls e circulação para caracterizar o sistema da iluminação.
A segunda etapa é a avaliação quantitativa em um espaço amostral e aferição da iluminância
segundo NBR 5.382 Verificação de Iluminâncias de Interiores para sistemas de iluminação
artificial com posterior simulação para o sistema de iluminação natural e comparação entre os
níveis encontrados e os solicitados pela NBR 5.413 Iluminância de Interiores e pelo Código
de Edificações e Urbanismo da Cidade de Maceió, lei municipal 5.593/2007. Estes dados
foram cruzados obtendo-se um panorama do tratamento da iluminação no shopping center
escolhido de forma: (i) geral, onde foram verificadas falhas na distribuição e altura de
elementos que contribuem para o processo de reflexão da luz (natural e artificial) no espaço
interno; e (ii) específica, verificando-se iluminâncias insuficientes à realização das atividades
previstas, circular e descansar mediante o mapeamento de curvas isolux de duas áreas
amostrais. Foram concluídas ainda diferenciações na forma como a iluminação é obtida pelo
primeiro e segundo pavimentos: o primeiro possui iluminâncias inferiores à norma nos três
pontos simulados, mesmo no ponto abaixo à abertura zenital, seus valores mais altos variando
entre 50lx e 300lx; o segundo possui iluminâncias no mínimo quatro vezes acima dos valores
solicitados nos três pontos simulados, obtendo-se valores que variaram entre 500lx e 7000lx.
Palavras-chave: Shopping Center, iluminação, conforto visual.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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ABSTRACT
This paper discusses the importance and quality of lighting, whether artificial or natural,
visual comfort of commercial spaces. The growing importance of shopping centers has made
one of its internal areas also stand out: the area intended for hall and circulation, which now is
moving beyond the role of rest area. It comes, therefore, a diagnosis of performance in the
areas of light and movement hall of a shopping center, located in the city of Maceió / AL,
with regard to human needs (visibility and task performance) and architecture. To this end,
two major methodological steps have been demarcated. The first step referring to the
qualitative assessment by physical survey of the halls and circulation to characterize the
system of lighting. The second step is the quantitative evaluation in a sample space and
measurement of illuminance second NBR 5382 - Verificação de Iluminâncias de Interiores for
artificial lighting systems with posterior simulation for daylighting system and compare the
levels found and claimed by the NBR 5413 Iluminância de Interiores and the Building Code
and the City of Maceió, municipal law No 5593/2007. These data were crossed resulting in a
treatment situation of the lighting at the mall chosen in order: (i) general, where failures were
observed in the distribution and height of elements that contribute to the process of reflection
of light (natural and artificial) in internal space, and (ii) specific, and there are insufficient
Illuminances to the implementation of the planned activities, movement and rest by the
mapping curve isolux being situated in two selected sites. There have been made some
conclusions in how the daylighting is obtained by first and second floors: the first has
Illuminances below the standard in the three simulated points, even at the point below the
opening zenith, their highest values ranging from 50lx and 300lx, the second Illuminances has
at least four times higher than the values required in the three simulated points, yielding
values ranging from 500lx and 7000lx.
Keywords: Shopping Center, lighting, visual comfort.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1-1. Praça Medieval, séc. XII XIII .....................................................................................9
Figura 1-2. Halles Centrais da cidade de Limoges/ França ……………………………………...9
Figura 1-3. Galeria de St. Hubert, Bélgica .................................................................................9
Figura 1-4. Galeria Victório Emanuel, Itália ……………………………………………………….9
Figura 1-5. SouthDale Center, EUA (1956) ……………………………………………………...12
Figura 1-6. Interior do SouthDale Center (1956)......................................................................12
Figura 1-7. Shopping Iguatemi São Paulo: 1966 …………………………………………………19
Figura 1-8. Shopping Iguatemi São Paulo: hoje…………………………………………………..19
Figura 1-9. Mapa de distribuição geográfica ……………………………………………………...23
Figura 2-1. Integração entre necessidades e aspectos descritos pela IESNA (2000) para a
obtenção de uma melhor qualidade de iluminação ..................................................................28
Figura 2-2a. Luminária direcionada para as prateleiras ..........................................................31
Figura 2-2b. Luminária direcionada para as prateleiras .........................................................31
Figura 2-2c. Luminária direcionada para mesas .....................................................................31
Figura 2-2d. Luminária direcionada para cabides suspensos .................................................31
Figura 2-3a. Luz refletida pela superfície na linha de visão do consumidor ..........................31
Figura 2-3b. Luminária posicionada diretamente para o consumidor ....................................31
Figura 2-3c. Luz refletida pelas mesas ...................................................................................31
Figura 3-1. Fluxograma das etapas de pesquisa ......................................................................39
Figura 3-2. Situação Maceió Shopping ...................................................................................40
Figura 3-3. O Maceió Shopping, ainda como franquia da rede Iguatemi, no início do ano de
2009 ..........................................................................................................................................40
Figura 3-4. Planta baixa 1º pavimento ....................................................................................40
Figura 3-5. Planta baixa 2º pavimento ....................................................................................41
Figura 3-6. Expansão 1º piso ..................................................................................................42
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Figura 3-7. Expansão 2º piso ..................................................................................................42
Figura 3-8. Mapa de uso e ocupação da área bruta locável do Maceió Shopping ..................45
Figura 3-9. Mapa ilustrativo da distribuição de iluminâncias .................................................46
Figura 3-10. Planta baixa do Shopping Iguatemi dividida em dezoito áreas para levantamento
in loco .......................................................................................................................................47
Figura 3-11. Área A3 no piso 1 ..............................................................................................50
Figura 3-12. Área A17 no piso 2 ............................................................................................50
Figura 3-13. Localização das luminárias e distribuição dos pontos de medição de
iluminâncias na área A3 ...........................................................................................................51
Figura 3-14. Localização das luminárias e distribuição dos pontos de medição de
iluminâncias na área A17 .........................................................................................................51
Figura 3-15. Luxímetro digital MLM-1010 ............................................................................52
Figura 3-16. Visualização tridimensional produzida no TropLux ..........................................53
Figura 3-17. HOBO ................................................................................................................53
Figura 3-18. Locação dos pontos de medição do aparelho HOBO no piso 1 .........................53
Figura 3-19. Locação dos pontos de medição no primeiro pavimento ...................................54
Figura 3-20. Locação dos pontos de medição no segundo pavimento ...................................55
Figura 3-21. Tela de input do software TropLux ....................................................................56
Figura 3-22. Visualização tridimensional ...............................................................................56
Figura 3-23. Tela de processamento dos coeficientes do software TropLux .........................57
Figura 3-24. Tela de output das iluminâncias do software TropLux ......................................57
Figura 3-25. Céu encoberto .....................................................................................................58
Figura 3-26. Céu parcialmente encoberto ...............................................................................58
Figura 3-27. Céu claro ............................................................................................................59
Figura 4-1. A3 no período da tarde/ mai .................................................................................63
Figura 4-2. A3 no período noturno/jun ...................................................................................63
Figura 4-3. A9 no período vespertino .....................................................................................64
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Figura 4-4. A9 no período noturno .........................................................................................64
Figura 4-5. Visão inferior da escada rolante na A3 no período da tarde ............................... 64
Figura 4-6. A11 pela tarde: áreas de penumbra mesmo de dia ...............................................64
Figura 4-7. A11 à noite: quiosques sem iluminação adequada ...............................................64
Figura 4-8. Nichos da ala sudoeste pela noite: dois octogonais e um quadrado (ao fundo)
...................................................................................................................................................65
Figura 4-9. Nicho quadrado e abertura zenital na ala sudoeste, no período noturno ..............65
Figura 4-10. Áreas escuras são percebidas mesmo com a variação diária de tons. Aqui é pela
tarde ..........................................................................................................................................65
Figura 4-11. Nichos no período noturno .................................................................................65
Figura 4-12. Luminária do tipo calha única ............................................................................66
Figura 4-13. Luminária do tipo calha dupla ............................................................................66
Figura 4-14. Padronização na locação das lâmpadas ..............................................................67
Figura 4-15. A13 durante o dia, regiões de penumbra nos corredores e próximas às lojas
...................................................................................................................................................68
Figura 4-16. Mesma ala à noite: intensificação das áreas de penumbra .................................68
Figura 4-17. Detalhe da localização dos refletores .................................................................68
Figura 4-18. Diferença da iluminância entre os dois andares .................................................68
Figura 4-19. Complementação de sistemas de iluminação na área A12 .................................69
Figura 4-20. No período da noite, a área A12, antes bem iluminada, torna-se escura ...........69
Figura 4-21. Corredor lateral direito da A18 ..........................................................................70
Figura 4-22. Detalhe do teto de entrada da A18 .....................................................................70
Figura 4-23. Abertura zenital composta por 4 domos .............................................................70
Figura 4-24. Iluminação natural que ultrapassa o segundo piso, estendendo-se também ao
primeiro ....................................................................................................................................70
Figura 4-25. Sistema luminoso auxiliar ..................................................................................71
Figura 4-26. Áreas de penumbra, no período da tarde, na A14 .............................................71
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Figura 4-27. Mudança de piso na A1 ......................................................................................72
Figura 4-28. Complementação com diferentes tipos de piso ..................................................72
Figura 4-29. Teto colméia e tubulação diversa .......................................................................73
Figura 4-30. A linha vermelha segue as reentrâncias do teto .................................................73
Figura 4-31. Corredor da A6 de dia ........................................................................................73
Figura 4-32. Corredor da A6 à noite .......................................................................................73
Figura 4-33. Detalhe do pilar à esquerda, a escada de alvenaria no centro e a rolante à direita
...................................................................................................................................................74
Figura 4-34. Escada rolante na A11 ........................................................................................74
Figura 4-35. Vista geral da praça de eventos e alimentação ...................................................75
Figura 4-36. Áreas escuras na A13 de dia ..............................................................................76
Figura 4-37. À noite aumenta a percepção de teto escuro ......................................................76
Figura 4-38. Vista da área central da praça de alimentação ....................................................76
Figura 4-39. Vista geral da praça de alimentação à noite .......................................................76
Figura 4-40. Vitrines durante o dia na A17 ............................................................................77
Figura 4-41. À noite, a iluminação das lojas parece mais amarelada .....................................77
Figura 4-42. Entrada de luz abundante na ala sudoeste ..........................................................78
Figura 4-43. Distribuição da luz no período diurno ................................................................78
Figura 4-44. Distribuição da luz natural nas praças de alimentação e eventos .......................79
Figura 4-45. Esquema da distribuição da luz proveniente das lâmpadas ...............................81
Figura 4-46. Curvas isolux recomendadas para a área A3 ......................................................84
Figura 4-47. Curvas isolux obtidas para a área A13 ...............................................................84
Figura 4-48. Curvas isolux recomendadas para a área A17 ....................................................85
Figura 4-49. Curvas isolux obtidas para a área A17 ...............................................................85
Figura 4-50. Comparação entre a iluminância real e a estimada pela simulação para o dia
28/11 .........................................................................................................................................87
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Figura 4-51. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (5;31;1,1) .............88
Figura 4-52. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada
(5;31;1,1) ..................................................................................................................................89
Figura 4-53. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (5;31;1,1) ....................90
Figura 4-54. Sistema de reflexão no interior de uma edificação com abertura zenital ...........90
Figura 4-55. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (2,5;31;1,1) ..........91
Figura 4-56. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada
(2,5;31;1,1) ...............................................................................................................................92
Figura 4-57. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (2,5;31;1,1) .................93
Figura 4-58. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (5;31;6,7) .............94
Figura 4-59. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada
(5;31;6,7) ..................................................................................................................................94
Figura 4-60. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (5;31;6,7) ....................95
Figura 4-61. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (2,5;31;6,7) ..........96
Figura 4-62. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada
(2,5;31;6,7) ...............................................................................................................................97
Figura 4-63. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (2,5;31;6,7) .................97
Figura 4-64. Iluminância anual - Céu encoberto: 1º pavto .....................................................98
Figura 4-65. Iluminância anual - Céu parcialmente encoberto: 1º pavto ................................98
Figura 4-66. Iluminância anual - Céu claro: 1º pavto .............................................................98
Figura 4-67. Iluminância anual - Céu encoberto: 2º pavto .....................................................99
Figura 4-68. Iluminância anual - Céu parcialmente encoberto: 2º pavto ................................99
Figura 4-69. Iluminância anual - Céu claro: 2º pavto .............................................................99
Figura 4-70. Curva de iluminância simulada 1º pavimento ...............................................100
Figura 4-71. Curva de iluminância simulada 2º pavimento ...............................................101
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1-1. Shopping Centers Brasil 2000/2009 ....................................................................22
Tabela 2-1. Níveis de Iluminâncias para Lojas (previstos pela NBR 5413/1992 Iluminância
de Interiores) ............................................................................................................................35
Tabela 4-1. Caracterização das lâmpadas utilizadas ...............................................................80
Tabela 4-2. Potência e Potência instalada ...............................................................................81
Tabela 4-3. Iluminância média para os pontos medidos .........................................................83
Tabela 4-4. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (5; 31; 1,1) ...........................89
Tabela 4-5. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (5; 31; 1,1) .....89
Tabela 4-6. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (5; 31; 1,1) ..................................90
Tabela 4-7. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 1,1) ........................91
Tabela 4-8. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 1,1)
...................................................................................................................................................92
Tabela 4-9. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (2,5; 31; 1,1) ...............................93
Tabela 4-10. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (5; 31; 6,7) .........................94
Tabela 4-11. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (5; 31; 6,7) ...95
Tabela 4-12. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (5; 31; 6,7) ................................95
Tabela 4-13. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 6,7) ......................96
Tabela 4-14. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 6,7)
...................................................................................................................................................97
Tabela 4-15. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (2,5; 31; 6,7) .............................98
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LISTA DE ABREVIATURAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
ABRASCE Associação Brasileira de Shopping Centers
ICSC International Council of Shopping Centers
IPEA Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
K Unidade de medida de temperatura, Kelvin
NBRs Normas Brasileiras
PIB Produto Interno Bruto
UF Unidade Federativa
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SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. VII
ABSTRACT ....................................................................................................................... VIII
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................... IX
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... XIV
LISTA DE ABREVIATURAS ........................................................................................... XV
INTRODUÇÃO ....................................................................................................................... 1
JUSTIFICATIVA .................................................................................................................... 3
OBJETIVOS ............................................................................................................................ 5
OBJETIVO GERAL ................................................................................................................. 5
OBJETIVOS ESPECÍFICOS .................................................................................................... 5
ESTRUTURA DO ESTUDO .................................................................................................. 6
CAPÍTULO 01 ARQUITETURA COMERCIAL: SHOPPING CENTER .................. 7
1.1. SURGIMENTO E CONCEPÇÃO ORIGINAL ............................................................ 8
1.2. DEFINIÇÃO DE SHOPPING CENTER ....................................................................... 12
1.3. CARACTERIZAÇÃO DE SHOPPING CENTERS....................................................... 13
1.3.1. Quanto ao tamanho ................................................................................................... 15
1.3.2. Quanto à modalidade ................................................................................................ 16
1.3.3. Quanto ao formato .................................................................................................... 18
1.4. O SHOPPING CENTER NO BRASIL .......................................................................... 19
1.4.1. Surgimento e Arquitetura atual de Shopping Centers ........................................... 19
1.4.2. Desenvolvimento e Evolução do Setor ..................................................................... 21
CAPÍTULO 02 ILUMINAÇÃO E SHOPPING CENTER ............................................. 24
2.1. ILUMINAÇÃO E CONFORTO VISUAL ................................................................... 25
2.2. LUZ E ARQUITETURA ............................................................................................... 26
2.3. ARQUITETURA DE INTERIORES E ILUMINAÇÃO EM AMBIENTES
COMERCIAIS ........................................................................................................................ 30
2.4. NORMAS E LEGISLAÇÕES: TRATAMENTO DA LUZ NO INTERIOR DE
ESPAÇOS COMERCIAIS ..................................................................................................... 34
CAPÍTULO 03 MÉTODO ................................................................................................ 38
3.1. SELEÇÃO DA EDIFICAÇÃO ............................................................................................ 39
3.2. SELEÇÃO DO LOCAL NO INTERIOR À EDIFICAÇÃO ................................................... 42
3.3. SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ILUMINAÇÃO .............................................................. 43
3.4. AVALIAÇÃO QUALITATIVA .......................................................................................... 44
3.4.1. Mapeamentos ................................................................................................................. 44
3.4.2. Levantamento físico dos halls e circulação ..................................................................... 46
3.4.3. Caracterização geral do sistema de iluminação ............................................................. 48
3.5. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA ....................................................................................... 49
3.5.1. Delimitação do espaço amostral ..................................................................................... 49
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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3.5.2. Aferição do nível de iluminância: sistema de iluminação artificial ................................. 50
3.5.3. Aferição do nível de iluminância: sistema de iluminação natural ................................... 53
3.5.3.1. Software TropLux ....................................................................................................... 55
3.5.3.2. Os tipos de céu ........................................................................................................... 58
3.3. DEBATE NORMATIVO .................................................................................................... 59
CAPÍTULO 04 RESULTADOS E ANÁLISES ............................................................... 61
4.1. AVALIAÇÃO QUALITATIVA .................................................................................... 62
4.1.1. O sistema de iluminação ............................................................................................. 62
4.1.2. Superfícies internas ........................................................................................................ 71
4.1.3. Caracterização geral ...................................................................................................... 77
4.2. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA ................................................................................. 82
4.2.2. Aferição do nível de Iluminância: sistema de iluminação artificial ................................. 82
4.2.3. Aferição do nível de Iluminância: sistema de iluminação natural .................................. 86
CONCLUSÕES ................................................................................................................... 112
LIMITAÇÕES DO TRABALHO ...................................................................................... 108
RECOMENDAÇÕES A TRABALHOS FUTUROS ....................................................... 109
REFERÊNCIAS .................................................................................................................. 111
APÊNDICES ........................................................................................................................ 117
APÊNDICE A FICHA DE AVALIAÇÃO TECNO-QUALITATIVA 1 .......................... 118
APÊNDICE B FICHA DE AVALIAÇÃO TECNO-QUALITATIVA 2 .......................... 120
APÊNDICE C AFERIÇÃO DE ILUMINÂNCIA - HOBO .............................................. 121
ANEXOS .............................................................................................................................. 124
ANEXO A PRINCIPAIS FONTES DE LUZ NATURAL ................................................ 125
ANEXO B MACEIÓ SHOPPING: PLANTA BAIXA PAVTO 1 .................................... 126
ANEXO C MACEIÓ SHOPPING: PLANTA BAIXA PAVTO 2 .................................... 127
ANEXO D MACEIÓ SHOPPING: CORTE 11‟ – 1/3 ...................................................... 128
ANEXO E MACEIÓ SHOPPING: CORTE 11‟ – 2/3 ...................................................... 129
ANEXO F MACEIÓ SHOPPING: CORTE 11‟ – 3/3 ...................................................... 130
ANEXO G MACESHOPPING: PLANTA BAIXA 1º PISO E ABERTURAS ZENITAIS
................................................................................................................................................ 131
ANEXO H MACEIÓ SHOPPING: PLANTA DE COBERTA E ABERTURAS ZENITAIS
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Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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INTRODUÇÃO
Desde a evolução da agricultura, o homem comercializa seus produtos excedentes e a
arquitetura traduziu, ao longo dos séculos, estas necessidades junto ao meio urbano, o qual
assumiu o papel de “lugar de encontro das coisas e das pessoas” (LEFEBVRE, 2002, p.22).
Locais para este comércio surgiram nas cidades como os largos e as praças, até os mercados
parcialmente cobertos da Idade Média.
A evolução desta atividade fez com que em meados do século XIX, na Europa,
surgissem inúmeras galerias comerciais contribuindo para o surgimento, no século XX, dos
shopping centers. O aparecimento destas edificações deveu-se também a inúmeros outros
fatores como a expansão urbana migrando um grande contingente populacional para as
franjas urbanas de forma a prover o crescimento das cidades e uma das atrações eram os
centros comerciais, pois provinham as necessidades básicas dessas famílias.
A velocidade com que tal processo se deu exemplifica os avanços tanto da indústria
quanto da construção civil (com seus novos materiais e formas de construir, garantindo
ambientes maiores, por exemplo), além da nova caracterização do comércio através de sua
concentração em uma única edificação.
A tecnologia de construção hoje empregada e aliada a diversas áreas como o design
e marketing objetiva melhorias nesses grandes centros, atraindo incontáveis consumidores e
fazendo com que os mesmos permaneçam o máximo de tempo nestes espaços, consumindo
ainda mais. Alguns autores como Garrocho (2004) e Monetti (1996) citam alguns dos
atrativos comumente oferecidos: a localização, os estacionamentos cobertos e próximos ao
edifício, o conforto, a ambientação, a diversidade e complementaridade da oferta, a qualidade
e preço dos produtos.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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Entretanto, mesmo com todo esse cuidado em impressionar os usuários, alguns
sistemas dos shopping centers não têm recebido a devida atenção, como a iluminação, seja ela
artificial ou natural. Segundo a ABRASCE, Associação Brasileira de Shopping Centers
(2009), o consumo de energia de todos os centros de compras do país chega a
aproximadamente 100,5GWh por mês, 49% deste gasto somente com a iluminação artificial.
Realidade conflitante para uma nação situada próxima aos trópicos e que poderia aproveitar a
intensa luminosidade do céu para auxiliar a iluminação interna.
Esta disposição sobre consumo energético remete a termos como o de
desenvolvimento sustentável que deveria atender às necessidades da população de hoje sem
com isso comprometer os direitos das futuras gerações (MEIRIÑO, 2004), debatendo
questões de conservação e uso racional de energia. Entretanto, a iluminação nestes espaços
não serve somente para iluminar, ela tem um caráter teatral, gerando emoção e propiciando as
compras ao mesmo tempo em que não deve cansar os transeuntes, fornecendo locais para
descanso com mobília e iluminação adequadas para tal, o que faz com que estas pessoas
permaneçam mais tempo no interior da edificação. Esse caráter mutável da luz caracteriza os
espaços e interfere nas soluções adotadas, como a forma do ambiente e as estratégias do
sistema da iluminação. Estudos que aliem vendas, iluminação, economia energética e usuário
são ainda excassos, porém extremamente necessários para a divulgação de que economizar na
iluminação em ambientes comerciais não significa iluminar deficientemente e nem diminuir
as vendas.
Possíveis soluções devem ser consideradas desde a fase de anteprojeto e não depois
que a construção está finalizada (RUCK et al, 2000). Faz-se isso para melhor integrar as
estratégias selecionadas ao edifício e prover uma maior eficiência de seus sistemas. Muitos
dos escritórios de arquitetura desconsideram esta realidade, criando edificações necessitadas
de artificialidades diversas desde o condicionamento de ar à iluminação, por exemplo.
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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Flexibilidade tornou-se a palavra-chave da arquitetura atual, onde “uma conexão entre
arquitetura e ecologia deve se tornar inerente na prática construtiva” (YEANG, 1995, p.188),
o que ainda não acontece na maioria dos edifícios construídos.
JUSTIFICATIVA
A evolução das lojas de departamento para galerias e depois para shopping centers
também alterou uma área em comum a eles: os corredores de circulação, os quais têm tido sua
configuração modificada a cada projeto.
Nas primeiras galerias comerciais francesas, a circulação era uma rua interna coberta,
seja em telhas de cerâmica ou de vidro, não possuindo espaços comuns para o descanso de
seus usuários, sendo estes espaços obtidos somente quando da presença de cafeterias. Os
corredores de circulação adquiriram nova caracterização de hall e circulação com o
surgimento e evolução dos shopping centers americanos durante a primeira metade do século
XX, devido a sua nova função de espera e repouso.
A sofisticação destas áreas chamadas de hall (espaços de descanso como salas de
estar, ambientadas para este fim) e circulação
(corredores de passagem de usuários) ocorreu
devido a mudanças mercadológicas exigindo mais da arquitetura e do design a partir dos anos
de 1950 com a construção do primeiro shopping center americano (o SouthDale Center,
Minnesota, de 1956). O dimensionamento e as proporções que estas edificações adquiriram ao
longo destes quase 60 anos fomentaram a permanência dos usuários por mais tempo em suas
instalações e para tal elas deveriam prover o conforto, não dentro das lojas, mas também
em suas áreas internas comuns.
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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Deste modo, tais espaços perdem de vez o caráter único de corredores de passagem
para se fixarem também como áreas de descanso. Sua crescente importância nos shopping
centers, devido à presença mais efetiva de usuários e das novas propostas mercadológicas, fez
com que ultrapassem a classificação de acordo com a posta pelo Código de Edificações e
Urbanismo da cidade de Maceió, nº 5.593/2007 (PMM, 2007) de compartimentos de
permanência transitória passando a de permanência prolongada, mudando seu leque de
necessidades, afinal não mais se deve adotar uma iluminação que permita o andar,
pondera-se também a iluminação que favoreça esta parada para o descanso sem que o
consumidor esqueça onde ele está (shopping center) e o que ele deve fazer ali (comprar). A
iluminação destas áreas não pode prejudicar a das lojas e vitrines (provocando ofuscamento,
por exemplo) e nem iluminar tão pouco que prejudique suas próprias atividades (andar, ver
vitrines e descansar).
Os cuidados são tão específicos e complexos quanto o de qualquer outro espaço
interno. O bom dimensionamento e uso da luz nos espaços dos shopping centers devem criar
atmosferas teatrais, ao mesmo tempo em que se preza a concentração dos produtos das lojas
ao redor, a visão ergonômica e emocional, o conforto, bem-estar e segurança, a flexibilidade e
eficiência do sistema luminoso.
A escolha do Maceió Shopping em particular se deveu a uma série de fatores que o
transformam em objeto de estudo. O primeiro fator refere-se à classificação do Maceió
Shopping como shopping super regional, sua área de influência indo além dos bairros
próximos. Apesar da imagem de sofisticação passada na primeira década de sua existência
(1989-1999), o Maceió Shopping vem sofrendo com a descaracterização deste conceito inicial
devido a falta de investimentos que visem melhorias em suas estruturas mais antigas. Pisos de
diferentes padrões (cerâmicas antigas junto às novas) e com falhas nas paginações (em
algumas áreas não seguem um padrão); teto escuro em forma de colméia e desnivelado, onde
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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tubulações ficam à mostra; superfícies internas tratadas de forma desuniforme. Estes são
apenas alguns dos problemas identificados.
Outro impasse diz respeito aos custos de ocupação dos lojistas em espaços privativos
como shopping centers, que de acordo com Portugal (2007), não devem ultrapassar 15% das
vendas de forma a o prejudicar a saúde financeira das lojas. Entretanto, os gastos
energéticos são os que mais se fazem presentes nestas contas, chegando a quase “30% do
valor do condomínio” (PORTUGAL, 2007, p.1), o que faz com que os produtos fiquem
onerosos.
Estas constatações levaram às seguintes perguntas: o projeto arquitetônico não preza a
eficiência do sistema luminoso? O projeto luminotécnico é mal elaborado? A ambientação
não favorece a distribuição de luz? Não há manutenção desse sistema? Há normas específicas,
sejam elas NBR ou legislações, para o tratamento da luz no interior dessas edificações?
Assim, a pesquisa em questão visou além de contribuir com a literatura existente, a
visualização do desempenho luminoso de halls e circulações em um estudo de caso,
demonstrando como são seus sistemas de iluminação, suas falhas e acertos, trazendo
conceitos que devem ser considerados na hora de conceber o projeto luminoso nestes espaços.
OBJETIVOS
Objetivo Geral
Avaliar o desempenho luminoso das áreas de hall e circulação do Maceió shopping no
tocante às necessidades humanas e à arquitetura.
Objetivos Específicos
a) Verificar o sistema luminoso das áreas de hall e circulação frente às necessidades
humanas (visibilidade do ambiente e desempenho de tarefas) mediante avaliação
qualitativa;
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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b) Analisar as respostas dos componentes arquitetônicos e dos elementos do sistema de
iluminação para a função de hall e circulação através de avaliação quantitativa.
ESTRUTURA DA DISSERTAÇÃO
Esta dissertação é dividida em quatro capítulos, as conclusões, os referenciais,
apêndices e anexos. O primeiro e segundo capítulos fornecem o embasamento conceitual
necessário à realização do estudo. No primeiro são apresentados o surgimento e a concepção
original destes centros no Brasil e no mundo, as definições dadas sob a ótica de diversos
autores, a caracterização com sua classificação quanto ao tamanho, modalidade e tipologias
arquitetônicas, além de dados da evolução deste setor no Brasil. No segundo a
demonstração da relação entre iluminação e shopping center, trazendo também conceitos de
arquitetura de interiores para estes espaços de comércio e serviços e das normas e legislações
existentes relacionadas ao tema em questão.
O terceiro capítulo além de descrever o objeto de estudo, demonstra as estratégias
metodológicas adotadas como os procedimentos de delimitação do caráter da iluminação para
o objeto de estudo e os desdobramentos das avaliações qualitativa e quantitativa, com os
dados obtidos nas duas avaliações e os analisa.
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Capítulo 1
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De tudo que se começa no tempo, pode-se perguntar o que aconteceu antes.
Bertrand Russel
História do pensamento ocidental
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1.1. SURGIMENTO E CONCEPÇÃO ORIGINAL
A integração da atividade comercial à cidade propriamente dita, segundo Lefebvre
(2002), levou séculos para se efetivar, uma vez que estas urbes sentiam-se ameaçadas por ela.
Somente na Idade Média foi que o comércio conseguiu se consolidar através de
inúmeras lutas ocorridas entre os mercadores e seus senhores. Neste processo, alguns dos
elementos surgidos espontaneamente e hoje tão comuns, fixaram-se como espaço, por
exemplo, as praças de mercado (ver fig. 1-1), as lojas e os mercados parcialmente cobertos. A
arquitetura também começou a traduzir os reflexos desse período junto ao meio urbano, o
qual, naquele momento, assumiu o papel de “lugar de encontro das coisas e das pessoas”
(LEFEBVRE, 2002, p.22) e a troca comercial passou a ser sua função.
Os primeiros mercados foram, a priori, alojados nas imediações das igrejas sendo
regidos por estas. Com o tempo, eles começaram a ocupar áreas cada vez mais próximas dos
castelos feudais e das prefeituras, até serem transferidos para fora dos muros das cidades
visando acelerar o processo de desenvolvimento urbano, contando ainda com a “construção de
estradas, portos e canais (PADILHA, 2006, p.40). Ainda de acordo com aquela autora, o
partido arquitetônico destes espaços também foi se metamorfoseando, passando de ambientes
descobertos aos halles
1
(fig. 1-2) que tiveram diversos usos: desde a substituir igrejas
enquanto estas eram reformadas até a realização de eventos populares.
1
Ou “mercados cobertos”, em francês.
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A partir destas novas possibilidades de uso e o impulso fornecido pelo avanço na
construção civil com a Revolução Industrial, estes recintos comerciais passam a ser
adornados, culminando no surgimento oficial, em meados do século XIX, das primeiras
galerias na França, Bélgica (fig. 1-3) e Itália (fig. 1-4), e posteriormente, das lojas de
departamento. Estas últimas se especializaram em mercadorias de luxo, prejudicando os
pequenos comerciantes que em defesa própria, começaram a diversificar suas vendas [e a
fornecer] atendimento personalizado (PADILHA, 2006, p.56). Entretanto, houve uma
contra-reação por parte desses grandes bazares que começaram a possuir outros serviços
dentro de seus espaços como áreas de lazer, bares e restaurantes, bancos e correios,
acarretando em mudanças significativas e irreversíveis em sua forma de concepção.
Figura 1-4. Galeria Victório Emanuel, Itália.
Fonte: <http://www.viiper.net>. Acesso em: mai de 2009.
Figura 1-1. Praça Medieval, séc. XII XIII
Fonte: PERNOUD, 1944
Figura 1-2. Halles Centrais da cidade de Limoges/ França
Fonte: <http://www.katemcbride.co.uk/>. Acesso em: mai de 2009.
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Estas transformações não pararam de ocorrer, até que em 1907, surge nos EUA, a
primeira edificação que seria considerada a precursora dos shopping centers atuais devido a
suas características construtivas únicas até então: uniformidade no partido arquitetônico,
diversas lojas, estacionamento para as diligências e administração universal das unidades
(HIRSCHFELDT, 1986). Entretanto, o surgimento e a popularização de edificações
semelhantes neste país deveram-se a fatores diversos, indo muito além da simples imitação
das galerias européias para fins estritamente comerciais.
O período americano após a segunda guerra foi marcado pelo aumento da
complexidade de suas cidades: o crescimento demográfico; a intensa urbanização; as
mudanças nas formas de trabalho; o aumento da renda per capita; o desenvolvimento dos
meios de transportes; e as inovações tecnológicas foram algumas de suas causas (PADILHA,
2006; BIENENSTEIN, 2009; GRASSIOTO, 2007; KUSAKAWA, 2002). Tantos
acontecimentos forçaram o governo norte-americano a desenvolver novas estratégias para
suas cidades, como a da política de descentralização urbana, uma vez que seus centros
encontravam-se inchados pela população excedente. Tal política promovia o deslocamento de
parte desta massa populacional para as franjas ou periferias urbanas destacando que isto
foi possível com o advento do automóvel, locomovendo-os para fora destes centros ,
oferecendo diversas vantagens como novos programas residenciais e a inserção de um
comércio varejista ajustado a esta nova realidade.
Além destes, outros foram os fatores que também contribuíram para o aparecimento
do empreendimento com o “mais moderno sistema de administração varejista
(GRASSIOTO, 2007, p. 5): novas formas de comércio varejista; propagação do transporte
individual; boa estrutura viária que facilitou o acesso à periferia; grandes sobras de áreas a
custo acessível para construção de estacionamentos; aumento do consumo devido a alta renda
per capita; com a mudança na forma de trabalhar, o cidadão agora possui tempo para folgas;
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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aumento da concorrência com preços mais competitivos; acesso às novas tecnologias da
construção civil fomentando novas tendências de cunho arquitetônico.
Os shopping centers foram assim construídos não apenas visando atrair estas famílias
(com suas prerrogativas de fornecer desde o comércio e serviço em um único lugar à
tranqüilidade de grandes estacionamentos), mas também se transformando nos núcleos destas
novas áreas que cresciam ao seu redor (HIRSCHFELDT, 1986). Harvey (2006) confirma
esses motivos citando ainda que a “construção de ambientes protegidos, seguros, bem
organizados, de fácil acesso e, sobretudo, agradáveis, relaxantes e isentos de conflito”
(HARVEY, 2006, p. 220-221) ajudou a transformar esses centros de compras em locais
desejados e muito freqüentados.
Inicialmente construídos na forma retangular, os primeiros shopping centers possuem
uma arquitetura simples e pouco arrojada. Esta concepção original somente começou a ser
alterada a partir dos anos de 1950, quando se incrementou ao projeto original outra faixa de
lojas em frente à anterior, levando as vitrines para o lado interno da edificação e tornando a
rua um elo entre dois edifícios, podendo ser coberta ou não. Surgindo assim o mall que
segundo Kusakawa (2002) é uma “alameda coberta ou descoberta, de lojas do shopping’, em
ambos os lados, podendo assumir vários formatos, constituindo-se na área de principal
circulação dos consumidores” (KUSAKAWA, 2002, p.6).
Porém, o primeiro shopping center com partido arquitetônico em forma de caixote
fechado e com controle climático, data do ano de 1956: o Southdale Center em Minnesota/
EUA (fig. 1-5 e 1-6). Ele marca o início do surgimento de novos paradigmas e aprimoramento
de antigos, que segundo Kusakawa (2002) constituem-se de inovações arquitetônicas (através
do uso de estruturas metálicas, aumentando seus vãos livres e permitindo escalas
monumentais), marketing, presença de grandes magazines e pequenas lojas, instalação de
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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opções de lazer mais sofisticadas (como cinemas, parques, teatros e locais para exposição),
além da preocupação com o design.
Essas mudanças no modo de conceber centros de compras influíram não em seu
planejamento, mas também na imagem transmitida, expondo somente signos positivos, onde
a vida urbana é encenada no sentido idealizado (KUSAKAWA, 2002, p.2) com foco
somente no consumo. Tais acontecimentos fizeram com que o shopping center se difundisse
rapidamente, fixando-se como espaço de convívio urbano.
1.2. DEFINIÇÃO DE SHOPPING CENTER
Várias são as definições fornecidas por diversos autores, variando em termos de
complexidade, cada uma trazendo especificidades que ajudam em uma designação mais
completa acerca do que vem a ser o shopping Center.
De acordo com Garrocho (2005) estes centros comerciais são caracterizados pelo seu
grau de planejamento, sendo concentrados em edificações únicas ou em grupos articulados,
Figura 1-5. SouthDale Center, EUA (1956)
Fonte: <http://urbanneighbourhood.wordpress.com>. Acesso em: mai
de 2009.
Figura 1-6. Interior do SouthDale Center (1956)
Fonte: <http://urbanneighbourhood.wordpress.com>. Acesso em: mai de
2009.
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administrados como unidades, oferecendo ao público diversidade de lojas e serviços como
estacionamento, segurança, manutenção (GARROCHO, 2005, p. 45).
A ICSC, International Council of Shopping Centers (2007) define-os como prédios
estrategicamente estudados desde sua localização à disposição interna das lojas. Possuem o
status de grupo de comércio varejista uma vez que são planejados e administrados por um
único grupo.
Para Hirschfeldt (1986), os shopping centers são cidades comerciais com normas
internas próprias, onde os comerciantes unem-se em prol de interesses comuns, visando o
benefício do consumidor e conseqüentemente da sociedade. Enquanto que para a ABRASCE,
Associação Brasileira de Shopping Centers (1998) eles são caracterizados como centros de
lojas de comércio e prestação de serviços organizados, regidos por uma administração
exclusiva e normas de contrato padronizadas, além de estacionamento constante.
Todas estas conceituações trazem conceitos-chave que ajudam a definir de uma forma
mais completa este empreendimento. Desta forma, tem-se que os shopping centers são centros
comerciais, compostos por um ou mais edifícios intimamente articulados. Possuidores de
várias lojas comerciais (com artigos diversificados) e de prestação de serviços, atendendo a
um público ilimitado. São administrados por um único dono ou por um grupo gerenciador, o
qual é responsável pelo seu planejamento e manutenção, traçando metas e objetivos, além da
criação e execução de uma série de normas internas para seu bom funcionamento.
1.3. CARACTERIZAÇÃO DE SHOPPING CENTERS
Os shopping centers mantêm padrões similares entre eles, diferenciando-os de
qualquer outro edifício. Segundo Kusakawa (2002) e Carvalho (2005) a escala monumental
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com a presença de um grande átrio central, a presença dos signos tipicamente urbanos (como
bancos, fontes, jardins naturais, dentre outros) e os detalhes observados tanto no design
arquitetônico quanto no acabamento de suas superfícies são algumas das analogias
identificadas.
Porém, a caracterização destes centros vai além destas analogias arquitetônicas e de
ambientação. Existe uma lógica mercadológica que os diferenciam de empreendimentos que
venham a possuir também tais semelhanças. Isto acabou gerando uma espécie de passo-a-
passo divulgado, ao longo do século XX, por entre os construtores de shopping centers. Nos
anos de 1950, Victor Gruen
2
forneceu a receita que garantiria o sucesso deste tipo de
empreendimento:
Pegue 400 mil metros quadrados de terra plana, cerque com uns 500 mil
consumidores que não tenham acesso a nenhuma outra facilidade de compras,
prepare a terra e construa 100 mil metros quadrados na parte central, espalhe
excelentes comerciantes que irão vender produtos de qualidade superior a preços
baixos, utilize todo o espaço de fora com 10 mil vagas de estacionamento e
certifique-se de fazer acesso para diversas estradas de pouco tráfego e para várias
direções. Decore com alguns vasos de plantas, canteiros de flores variadas e uma
pequena escultura. Finalmente, sirva ao consumidor. (Victor Gruen apud
HERMAN, 1999, p.45)
Receita esta que será seguida por anos, influenciando os mais diversos autores e
arquitetos na concepção do projeto e construção destes espaços. Dois deles são os
pesquisadores Gruen i Smith (apud LIMA FILHO, 1971, p.7-15) que explanaram alguns dos
parâmetros ainda hoje aceitos e que auxiliam na distinção entre shopping center e outras
edificações parecidas. Assim, para um edifício ser considerado de fato um centro de compras,
ele deve ter: planejamento mercadológico; boas condições de tráfego; atender a um varejo de
grande escala devendo estar locada em grandes áreas; facilidade de estacionamento; boa
variedade de lojas; o projeto arquitetônico deve propiciar conforto de seus usuários e ter
2
Victor Gruen (1903-1980) é considerado o pai do shopping center moderno por ter construído o primeiro shopping com as características
hoje adotadas (seguindo a receita que ele mesmo oferece ao construtor), o SoughtDale em Minnesota nos EUA em 1956. A partir deste
exemplar muitos outros foram executados sempre adotando novos parâmetros, como a implementação de iluminação zenital nos anos de
1980, áreas de lazer e descanso, vegetação real, dentre outros.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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possibilidade de expansão; além da integração com a comunidade, atendendo à necessidade
de demanda das áreas circunvizinhas.
Parâmetros estes, que mesmo tendo sido escritos nos anos de 1970, continuam sendo
válidos até os dias atuais na concepção desses centros comerciais, assim como a receita dada
por Gruen. São elementos facilmente identificáveis na obra arquitetônica e no planejamento
comercial.
Com isso, à medida que evoluíam estes conceitos, variavam-se também as
classificações. Muitas foram as tentativas de agrupá-las e a aceita atualmente deriva das
fornecidas pela ICSC, International Council of Shopping Centers (2007), ABRASCE,
Associação Brasileira de Shopping Centers (1998), Lima Filho (1971) e Carvalho (2005).
Resultando em uma classificação que os divide em três grupos: quanto ao tamanho, quanto à
modalidade, quando ao formato.
1.3.1. Quanto ao tamanho
Baseado nos autores citados acima tem-se que o lay-out dos shopping centers admite
quatro variações de tamanho: o de vizinhança, o de comunidade, o regional e o super-
regional, conforme descritos a seguir:
a. Shopping de Vizinhança: tem como palavra-chave conveniência”, atendendo as
necessidades diárias de uma faixa de 2.500 a 40.000 consumidores. Possui como loja âncora
um supermercado munido de pequenas lojas (variando de 5 a 20 unidades) e uma área
construída que varia entre 3.000 a 15.000m², a loja âncora ocupa de 30-50% desta área. Sua
área de influência
3
alcança 5km de extensão;
3
Segundo a ICSC (2007), a “área de influência” é caracterizada como sendo aquela de onde se originará de 60 a 80% das
vendas do shopping.
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b. Shopping de Comunidade: em seu conceito inclui palavras-chave como mercadorias
em geral” e conveniência”. Suas âncoras são lojas de departamento de descontos,
supermercados ou lojas especializadas em vestuários, móveis etc. Tem área construída de
10.000 a 35.000m³, com sua loja âncora ocupando 40-60% deste espaço. Sua área de
influência abrange um raio de 5 a 10km, atendendo uma faixa populacional de 40.000 a
150.000 habitantes;
c. Shopping Regional: além das mercadorias em geral (alimentos, remédios etc), há
serviços variados (cinemas e mini-parques). Possui lojas âncoras, lojas de departamento de
diversos tamanhos, lojas de desconto ou hipermercados. Detém uma área entre 40.000 a
80.000m². As lojas âncoras ocupam 50-70% da área locável, influenciando uma área de 8 a
25km de raio, atraindo uma população de 150.000 a 350.000 habitantes;
d. Shopping Super Regional: assemelha-se ao shopping regional. Sua área contruída
engloba 80.000m², da qual 50-70% é dedicado às lojas âncoras, aumentando seu raio de
influência para 8-40km, englobando de 150.000 a 450.000 habitantes.
1.3.2. Quanto à modalidade
Ainda de acordo com as mesmas fontes, o aumento da concorrência fez com que até
mesmo os shopping centers se especializassem, devido a isto uma série de modalidades
surgiram segmentando este setor comercial. Hoje, são aceitas oito configurações:
a. Shopping de Especialidade: não possui lojas âncoras por centrar lojas especializadas
em uma determinada atividade, seja moda, gastronômica, esportes, decoração, automóveis,
dentre outros;
b. Power Center: composto por lojas âncoras especializadas que vendem suas
mercadorias a preços baixos. Há poucos e pequenos lojistas igualmente especializados;
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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c. Shopping Temático: dirigido a turistas, possui atividades de entretenimento,
restaurantes, lanchonetes, cinemas, lojas a varejo e prestação de serviços;
d. Off-price center: centros comerciais onde os produtos são vendidos em varejo com
preços bem abaixo do mercado, indo de 20 a 60% de desconto. Possuem o interior mais
simples que os shoppings convencionais, estando muitas vezes locados em galpões;
e. Shopping Factory Outlet: são as lojas de fábrica, as quais vendem seus próprios
produtos com desconto como forma de desafogar o estoque com pequenos defeitos ou fora de
moda, por exemplo;
f. Festival center: construído em regiões de intenso turismo, apresenta produtos de
temporada e picos da região. Seu maior destaque são os restaurantes com os pratos locais,
bares e lojas de souvenirs. Em algumas cidades brasileiras, eles são conhecidos como
“mercados de artesanato”;
g. Mini-malls: são os pequenos shoppings de conveniência localizados perto de
condomínios e avenidas de comércio;
h. Mini-marts: uma versão menor do shopping de vizinhança, possuem uma loja âncora
com estacionamento, provendo bens de consumo diário.
Alguns destes shoppings têm suas variáveis (como área de influência, área ocupada
pelas lojas âncoras, dentre outros) alteradas devido à realidade do local em que foi
implantado. Isto não diminui o seu valor enquanto edificação comercial e nem o retira da
classificação correspondente ao mesmo, atendendo aos mais diversos consumidores e suas
necessidades.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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1.3.3. Quanto ao formato
São cinco o número de formatos admitidos como variação arquitetônica para os
shopping centers conforme descrições feitas a seguir ainda pelas mesmas fontes:
a. Strip Centers: são prédios na disposição de linha reta. As lojas satélites são colocadas
nas extremidades, enquanto as âncoras no centro. Possuem corredor social e estacionamento
na frente e uma circulação de serviço na parte posterior das lojas. Esta tipologia é comumente
achada nos centros de bairro;
b. Centros em forma de L”: este tipo de layout é comumente usado em shoppings de
vizinhança e de comunidade de pequeno porte. Aqui, as lojas satélites localizam-se no meio
da edificação e as âncoras nas extremidades, deixando o corredor de serviços atrás das
mesmas;
c. Centros em forma de “U”: as lojas âncoras o implantadas nas extremidades e no
centro do edifício, ficando as lojas satélites distribuídas entre as maiores. Os shoppings de
comunidade com médio porte adotam este partido;
d. Centros em forma de galerias: lembrando as galerias italianas do século 19, porém
com um design mais moderno, este tipo de centro conta com um sistema de ruas cobertas e
interligadas, possuindo lojas frente-a-frente;
e. Centros em forma de conglomerados (clusters): este é o layout mais comum dos
grandes centros comerciais, principalmente dos de influência regional. Em uma área
retangular, as lojas âncoras admitem formas de ilhas, tendo as lojas satélites ao seu redor;
O layout final pode diferir um pouco, adquirindo vários formatos, porém sua
concepção original tem como base os padrões acima apresentados e a premissa de uma
distribuição equilibrada de suas unidades, permitindo um maior tráfego de clientes em seus
interiores.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
36
1.4. O SHOPPING CENTER NO BRASIL
1.4.1. Surgimento e Arquitetura atual de Shopping Centers
Da mesma forma que ocorreu nos EUA com o crescimento da população urbana e o
desenvolvimento da indústria de automóveis , os centros urbanos brasileiros também
sofreram um processo de deterioração e esvaziamento (KUSAKAWA, 2002). Com o
crescimento de novos bairros residenciais nas periferias das cidades nos anos de 1950 e 1960
para absorção da população excedente, o florescimento de novas áreas comerciais foi se
dando também.
Dentre as novas modalidades implantadas, tem-se, segundo Carvalho (2005): as lojas
de departamentos, os supermercados, as galerias comerciais e os shopping centers. Entretanto,
a primeira edificação a ser implantada com porte de grande centro comercial e seguindo os
padrões americanos foi o Shopping Iguatemi na cidade de São Paulo (fig. 1-7 e 1-8).
Inaugurado em 1966 e pertencente ao grupo cearense Jereissati.
Figura 117. Shopping Iguatemi São Paulo: 1966
Fonte: http://w3.comvir.org. Acesso: mai, 2009.
Figura 1-8. Shopping Iguatemi São Paulo:
hoje.
Fonte: http://w3.comvir.org. Acesso: mai, 2009.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
37
Somente nos anos de 1980 é que se consolidam os shopping centers no Brasil,
mediante um processo de expansão urbana desenfreada ocupando não os subúrbios, mas as
áreas fora dos centros tradicionais uma vez que a população de alta renda estava migrando
para estas. Segundo Kusakawa (2002), esta consolidação se deu, dentre outros fatores, devido
ao desenvolvimento da economia que trouxe uma maior variedade de produtos para o
mercado local, diferenciando os consumidores e especializando seus gostos; além do fator
segurança que contribuiu para o sucesso deste tipo de edificação: o aumento das taxas de
vandalismo nos anos de 1990 levou diversos lojistas aos espaços dos shopping centers por
possuírem câmeras de segurança, vigilância 24 horas e seus seguranças estão, em muitos
casos, melhor equipados que seguranças públicos com aparelhos como rádio-transceptor.
De acordo com a ABRASCE (2009), a partir do final dos anos de 1990, os centros
comerciais brasileiros iniciam um processo de mudança em seus layouts. Novos projetos
arquitetônicos são pensados e executados visando não somente a busca por um conforto
(conseguido, por exemplo, através da artificialização da edificação, como dos sistemas de
ventilação e iluminação), mas também a um aumento do consumo. Incorporando além dos
supermercados comuns, atividades de lazer e recreação (como cinemas e mini-parques
temáticos), praças de alimentação e espaços para prestação de serviços.
Aliado a isto se tem a difusão de idéias como a segurança, o aglomerado de lojas
facilitando a busca por diversos itens e a imagem de modernidade firmando em definitivo o
espaço dos shopping centers como centros não de compras, mas de lazer. Isso fez com que
estas edificações, no Brasil, apresentassem uma qualidade comparada a dos países
desenvolvidos (ABRASCE, 2009). Tornando-se importantes referências na história das
cidades brasileiras, segundo Padilha (2006), por terem se metamorfoseado nos novos espaços
de lazer da cidade.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
38
1.4.2. Desenvolvimento e Evolução do Setor
A aparição e conseqüente evolução dos shopping centers no Brasil seguiu uma gica
semelhante à percebida nos EUA. Segundo Raiunec e Rossi (1987) os eventos que levaram a
isto foram: o aumento da renda da população; popularização do automóvel; crescimento
urbano; congestionamento das vias de tráfego; e as mudanças nos hábitos dos consumidores.
A importância destes centros comerciais para as cidades se deu à medida que estes
foram se tornando catalisadores de desenvolvimento urbano (ABRASCE, 2009, p.1), ou
seja, enquanto foram pensados e executados visando a especulação imobiliária do entorno,
favoreceram também a expansão urbana (freando o inchaço de centros populacionais),
aprimorando o comércio local, ao mesmo tempo em que ocasionou um ligeiro declínio
funcional dos antigos centros comerciais.
Porém, não foi somente seu caráter de modificador urbano que contribuiu para a
fixação desta edificação na malha urbana. Ela, por si só, traz uma série de vantagens tanto
para o público quanto para o lojista de forma a atraí-los. Em 1986, a ABRASCE reuniu todas
elas em um caderno técnico e Carvalho (2005) as apresenta em sua tese. São elas: segurança;
liberação do capital de giro; garantia de uma clientela; amplo estacionamento todas as horas
do dia; conquista de novas áreas de mercado; atração do lazer; aumento do poder de escolha
do consumidor e maior motivação às compras; qualidade do comércio; o empreendimento e o
comerciante; controle centralizado e força do conjunto; maior produtividade; expansão do
comércio e formação de cadeias de lojas; o ponto comercial está pronto; melhor
aproveitamento do espaço de vendas; planejamento também para a carga e descarga que é
facilitada e livre. Remetendo aos parâmetros postos por Gruen i Smith (apud LIMA FILHO,
1971, p.7-15).
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
39
Todos estes aspectos fomentaram a expansão desta edificação. Segundo a ABRASCE
(2009), desde o ano de 2000, têm sido construídos, no Brasil, cerca de 11 novos shoppings a
cada ano, aumentando, dentre outros, a quantidade de lojas com conseqüente acréscimo na
geração de empregos diretos e faturamento somente entre 2006 e 2008, este setor cresceu
28% , o qual chegou à ordem de bilhões ainda nos anos de 1990. O número de pessoas
trafegando por estas edificações também tem se destacado nos indicadores, que entre 2000 e
2008 praticamente triplicou. O que fez com que estes empreendimentos ficassem
responsáveis, portanto, por parcelas significativas da economia nacional. Ainda de acordo
com aquele autor, entre 2008 e janeiro de 2009, foram estimadas participações dos shopping
centers em 18,3% no varejo nacional e 2% no PIB (Produto Interno Bruto). A tabela 1-1 traz
esta evolução do setor a partir do ano de 2000 (os dados apresentados são cumulativos):
Tabela 1-1. Shopping Centers Brasil 2000/2009
Ano
Nº de
Shopping
centers
ABL
4
(m²)
Lojas
Salas de
Cinema
Faturamento
(em milhões
de reais)
Empregos
Tráfegos
de Pessoas
(milhões
visitas/mês)
2000
280
5.100
34.300
925
26.136
328.000
125
2001
294
5.200
36.300
943
28.750
400.000
135
2002
304
5.500
38.700
1.009
31.705
441.000
160
2003
316
5.600
39.437
1.038
35.909
453.000
175
2004
325
6.200
40.803
1.098
41.591
476.595
185
2005
338
6.548
42.363
1.115
45.471
488.286
181
2006
351
7.492
56.487
1.315
50.000
524.090
203
2007
365
8.283
62.086
1.970
58.000
629.700
305
2008
377
8.645
65.500
2.200
64.600
720.639
325
Jan/ 2009
378
8.650
65.500
2.200
64.600
720.639
325
Fonte: adaptado de ABRASCE, 2009.
Entretanto, sua distribuição pelo território brasileiro é dada de forma desuniforme.
Ainda de acordo com a ABRASCE (2009), até janeiro de 2009, a região Norte possuía
somente 9 (2%) shoppings, com ABL de 219.220m². a região Centro-Oeste tinha 35 (9%)
destes, com ABL de 716.253m². O Nordeste contava 51 (14%) unidades, com ABL de
1.178.187m². O Sul detinha 74 (20%) edificações com 1.314.376m². E a região Sudeste até
então contabilizava 209 (55%) shoppings, computando uma ABL de 5.219.638m² (ver figura
4
ABL ou Área Bruta Locável consiste no espaço privado do shopping center, em m², ocupado ou não, destinado à locação
(CUNHA i SALIBY, 2000, p.5).
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
40
Figura 1-9. Mapa de distribuição geográfica.
Fonte: IPEA, 2005
1-9). Dentro, portanto, da classificação geral dada acima, cada Unidade Federativa (UF)
contribui de maneira distinta nesta distribuição. Sendo ainda perceptível a concentração desta
tipologia de edificação comercial nas áreas litorâneas, conforme mostra a figura 1-9.
Alagoas, contudo, conta hoje com dois shopping centers em funcionamento, o Maceió
Shopping (localizado no bairro Mangabeiras) e o Shopping Pátio Maceió (no bairro Benedito
Bentes), ambos em Maceió; e um com previsão de início de obras para fevereiro do corrente
ano, o Shopping Pátio Arapiraca, a ser construído no município de Arapiraca (a 120km da
capital alagoana). Totalizando uma ABL de aproximadamente 100.000m² (ABRASCE, 2009
e JORNAL ALAGOAS TEMPO, 2008).
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
41
Capítulo 2
I
I
l
l
u
u
m
m
i
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n
n
a
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ç
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ã
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o
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e
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S
S
h
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p
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i
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n
n
g
g
C
C
e
e
n
n
t
t
e
e
r
r
s
s
Não é um sonho incoerente, mas uma idéia que se impõe apenas pela força de sua
coerência lógica.
Jacques Monod
O acaso e a necessidade
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
42
2.1. ILUMINAÇÃO E CONFORTO VISUAL
Considerada um dos principais requisitos para a obtenção da chamada boa arquitetura,
a ciência do conforto ambiental busca parâmetros adequados para o projeto e avaliação do
desempenho do espaço construído (GARROCHO, 2005, p.3), visando a sensação de bem
estar de seus usuários através de um equilíbrio dinâmico entre homem-ambiente e da
otimização de trocas de energia e informações entre ambos (MASCARÓ, 1975).
Para entender então, este conforto, inicialmente se avaliaram três aspectos: o
desempenho visual, as condições fisiológicas e a qualidade visual (BAKER & STEEMERS,
2002). O desempenho visual deve exigir que as tarefas visuais sejam realizadas com precisão,
segurança e em uma velocidade considerável; para isto, a visão necessita ser capaz de
trabalhar como um canal de comunicação eficiente que ela é responsável pela percepção de
80% da informação obtida no entorno próximo. O segundo aspecto, o das condições
fisiológicas vem considerar os cuidados que se devem ter no campo visual de modo que estes
não provoquem esforços excessivos dos olhos e nem criem regiões de ofuscamento nos
ambientes, mas algum brilho se faz interessante. a qualidade visual se refere a aspectos
mais subjetivos. A união destes três aspectos leva à consideração de que
[...] aquilo que vemos depende não somente da qualidade física da luz ou da cor
presente, mas também do estado de nossos olhos na hora da visão e da quantidade de
experiência visual da qual temos de lançar mão para nos ajudar em nosso
julgamento [...] aquilo que vemos depende não só da imagem que é focada na retina,
mas da mente que a interpreta. (HOPKINSON, 1975, p.37)
Os atuais conceitos de conforto visual tendem a ponderar estas colocações, pois
atribuir significações a parcelas de conhecimento acarreta na perda de parte deles. Como pôde
ser observado, o conforto visual abrange tanto aspectos técnicos quanto fisiológicos (focando
no usuário e na visão), observando como as atividades são desenvolvidas. A isto se esperam
respostas para as sensações e emoções sentidas, subjetivando o modo como o ambiente físico
é avaliado e em como ele assiste às tarefas a serem executadas seja fornecendo uma
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
43
iluminação suficiente e bem distribuída, seja reduzindo o esforço e cansaço visual bem como
os riscos de acidentes e possíveis ofuscamentos.
2.2. LUZ E ARQUITETURA
O avanço técnico impulsionado em cada época tornou possível o uso de diversos
recursos para a utilização da luz natural. E com a invenção da primeira lâmpada elétrica
incandescente em meados de 1879, pelo cientista Thomas Edson, grandes mudanças
ocorreram na maneira de lidar com a luz. O advento da iluminação artificial possibilitou ao
homem adentrar na escuridão noturna, proporcionando condições adequadas tanto para a
arquitetura quanto para a cidade tornarem-se compatíveis com a modernidade que era iniciada
no século XX (MASCARÓ, 2009). Entretanto essa facilidade de uso aliada à praticidade e ao
conforto que a iluminação artificial oferecia fez com que a luz natural pouco fosse utilizada
nestes primeiros anos (MASCARÓ, 1975), sendo em muitos casos completamente
desconsiderada.
Nos dias atuais, ainda certa resistência a respeito de sua admissão nos projetos
arquitetônicos, porém esta realidade vem mudando de forma considerável (RUCK et al,
2000). Parte desta rejeição se deve ao orçamento inicial que é maior devido a exigências
projetuais e de materiais específicos, sendo mais onerosos do que aqueles com soluções
convencionais, ou seja, com o simples acréscimo de lâmpadas elétricas; além da idéia errônea
de que a luz natural aquece o ambiente mais que a artificial. De acordo com Lamberts et al
(2004) a radiação solar direta, mais especificamente a sua componente térmica, é a que muitas
vezes inibe projetistas de considerar a iluminação natural em seus projetos. Entretanto, a carga
térmica proporcionada por este tipo de luz, natural e direta, é inferior à das lâmpadas. Alguns
tipos destas conseguem índices de carga térmica menores que as constatadas na luz natural,
como a de sódio de alta pressão.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
44
Não obstante, o uso exclusivo, e em separado, destes dois tipos de iluminação em uma
edificação pode trazer diversas dificuldades. A luz natural além de comprometer a execução
de tarefas que exijam níveis de iluminamento constantes, pode acarretar em aberturas mal
dimensionadas contribuindo para ou um déficit de luz ou luz em demasia, assim como o
aquecimento interno mediante radiação direta. Enquanto que se o foco for somente na luz
artificial, haverá problemas também com este tipo de aquecimento e a em eventual super
dimensionamento da iluminância (RUCK et al, 2000).
Os projetos de shopping centers evoluíram rapidamente, incorporando novos
elementos e soluções arquitetônicas. Baker (1986) enumera três dimensões que formam e
caracterizam estes espaços comerciais. A primeira envolve fatores ambientais que são os
elementos que compõem o “pano de fundo” do espaço abrangendo os cinco sentidos (visão,
audição, olfato, tato e quando necessário o paladar). A segunda dimensão engloba os fatores
sociais dizendo respeito aos seus usuários, sejam eles transeuntes, consumidores ou
funcionários. A terceira e última refere-se aos fatores de design que são os elementos
funcionais e estéticos.
Este dimensionamento foi, ao longo dos anos, sendo acrescido de outras
considerações, aumentando sua abrangência. Uma destas dimensões diz respeito então à
qualidade de ambientes comerciais ou mais especificamente à qualidade da iluminação nestes.
Segundo a IESNA, Illuminating Engineering Society of North America, (2000) as
bases para o entendimento da qualidade do ambiente visual são dadas através das relações
entre: a distribuição de luz com a visibilidade, integração com a luz natural e a poluição
visual; a relação entre o ambiente e o local da tarefa considerando a flexibilidade, a aparência
do local, luminárias, cor, ofuscamento, tremulação e luminância; e a relação entre a
iluminação e as pessoas ou os objetos através de modelagens, pontos de destaque e
cintilamento. Resultando em um modelo (fig. 2-1) de qualidade, proposto por Martau (2008),
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
45
que distribui todas estas variáveis dentro de três aspectos: arquitetura; aspectos econômicos e
ambientais; e necessidades humanas:
Figura 2-1. Integração entre necessidades e aspectos descritos pela IESNA (2000) para a obtenção de uma
melhor qualidade de iluminação.
Fonte: MARTAU (2008).
Vários são os modelos existentes como este que trabalham com a qualidade da
iluminação em ambientes diversos
5
. Entretanto, para o que é visado nesta pesquisa, os
modelos de qualidade de iluminação que melhor se enquadram são os da IESNA (2000),
RUCK et al (2000) e Martau (2008), considerando ainda o dimensionamento proposto por
Baker (1986).
Considerações deste tipo geraram debates acerca da relação entre plano e forma da
edificação com as estratégias de iluminação adotadas. De acordo com Baker & Steemers
(2002) essa analogia é determinada pela quantidade de luz natural necessária em cada espaço
e pelas intenções qualitativas almejadas pela equipe de projeto. Quando se opta pelo seu uso
em centros comerciais, e até mesmo em outras tipologias, é necessário avaliar a
5
Ainda na tese Martau (2008), a enumeração das pesquisas mais significativas relacionadas como as de: Heinrich Kramer; Boyce &
Cuttle; Veitch & Newsham; e Pop, Pop & Chindris. Cada um traz interpretações e modos de trabalho ora complementando-se ora
contrariando trabalhos já publicados.
Visibilidade;
Desempenho de tarefas;
Comunicação social;
Humor e atmosfera;
Saúde, segurança e bem estar;
Julgamentos estéticos.
Forma;
Composição;
Estilo;
Códigos e padrões
da legislação.
Instalação;
Manutenção;
Operação;
Energia;
Meio ambiente.
Qualidade
da
iluminação
Arquitetura
Aspectos Econômicos e
Ambientais
Necessidades humanas
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
46
disponibilidade de luz de acordo com o clima e as características locais; a forma e o tamanho
do terreno; a obstrução ao sol e ao céu no terreno, bem como a influência de prédios no
entorno; todos estes podendo interferir na escolha da forma do edifício, a qual irá influenciar
as possibilidades de otimizar a luz natural (BAKER & STEEMERS, 2002, p.42), resultando
em um grande leque de soluções arquitetônicas.
Entretanto, boa parte dos shoppings centers que optaram pela luz natural como parte
integrante de seu projeto, parece não ter tomado todos os cuidados possíveis, sendo adotadas
soluções simplesmente por serem esteticamente atraentes, por exemplo. Como posto
anteriormente, uma das condições para a obtenção de uma edificação eficiente é a integração
entre projetos de iluminação natural com artificial (RUCK et al, 2000). No entanto, o uso de
algumas das estratégias existentes que venham a ser consideradas em um projeto deste tipo
exige um conhecimento mais aprofundado do tema, analisando, ainda segundo aquela autora,
as vantagens e desvantagens de cada sistema.
Entender que o projeto de iluminação é parte integrante do projeto arquitetônico e não
apenas mais um anexo, quando delineado corretamente, ajuda na obtenção de uma melhor
qualidade ambiental voltada para o conforto do ser humano, contribuindo para uma maior
eficiência das edificações e fornecendo as bases para a implantação de uma arquitetura mais
sustentável.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
47
2.3. ARQUITETURA DE INTERIORES E ILUMINAÇÃO EM AMBIENTES
COMERCIAIS
Os projetos de ambientes comerciais e de serviços são tão complexos quanto qualquer
outro, pois exigem um alto nível de detalhamento e cuidado visual devido à variedade de
usuários que estes espaços podem ter (de crianças a idosos e deficientes).
Segundo Gurgel (2005) o modo destes avaliarem e decidirem comprar os produtos
fornecidos pelas lojas tem deixado de lado fatores como a comparação de preços, o esforço e
tempo gastos e os riscos para dar lugar a outras variáveis: conveniência, atendimento, imagem
do produto, qualidade, inovação, ética da empresa, garantia e acesso à informação do produto.
Várias são as pesquisas que traçam uma relação positiva entre tempo gasto em um
ambiente e o dinheiro despendido no mesmo, como a posta por Wakefield e Baker (1998) e
Blodgett (1996). Isto exigiu, e exige, do mercado diversas mudanças como o modo de
conceber a própria arquitetura e a maneira diferenciada de oferecer os produtos. Ainda
segundo Wakefield e Baker (1998) a oferta de serviços e produtos se de modo eficaz
devido a algumas particularidades: o fato de a arquitetura ainda emocionar os usuários,
instigando-as a ficarem mais tempo em suas instalações; a importância da iluminação e brilho
na visualização de vitrines e prateleiras; e por último, a experiência sensorial dos clientes que
advém, num primeiro instante, da visão. A isto, o ambiente comercial deve suscitar algumas
sensações em seus consumidores de modo a atrair os mesmos.
A iluminação ganha foco, uma vez que a mesma permite tanto a visualização do
espaço quanto o florescimento de distintos sentimentos, a depender da dramaturgia
empregada, porque
com a cor, com o calor, pela direção, pela forma e pelo movimento da iluminação,
criam-se climas, desenvolvem-se atmosferas e altera-se o humor dos consumidores.
Por meio da luz, atende-se a propósitos estéticos e estratégicos: criam-se condições
mais gratificantes e favoráveis para o relacionamento entre a empresa e seus
clientes. (CARVALHO, 2003, p.89)
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
48
Considerações quanto aos efeitos visuais e psicológicos da luz devem ser levantados.
Alguns autores que explanam esta necessidade como Gurgel (2005), Carvalho (2003) e
Gorman (1997). Segundo eles uma série de passos para a execução do projeto de
iluminação seguindo o que é preconizado pela arquitetura de interiores. É imperativo
6
:
Levantar a função do ambiente e o perfil dos usuários. Cada área é iluminada de
forma diferente e de acordo com a idade das pessoas e o tipo de atividade a ser desenvolvida.
Isto delimita áreas de iluminação sem que haja ocorrência de ofuscamentos. Sistemas voltados
para a linha de visão dos usuários ou que reflitam para esta não são desejados, pois causam
cansaço visual e cegueira temporária. As figuras 2-2 a, b, c e d demonstram o posicionamento
adequado das luminárias, enquanto que as figuras 2-3 a, b e c ilustram o posicionamento
impróprio.
Entretanto o posicionamento destas luminárias vai depender do sistema adotado,
podendo ser divido em três sistemas principais (ilumina o objeto pretendido), cada qual com
6
As páginas 55 a 58 foram baseadas nos autores descritos acima: Gurgel (2005), Carvalho (2003) e Gorman (1997).
Figura 2-3a. Luz refletida pela
superfície na linha de visão do
consumidor.
Fonte: OSRAM, 2007.
Figura 2-3b. Luminária
posicionada diretamente para o
consumidor.
Fonte: OSRAM, 2007.
Figura 2-3c. Luz refletida pelas
mesas.
Fonte: OSRAM, 2007.
Figura 2-2a e 2-2b. Luminária
direcionada para as prateleiras.
Fonte: OSRAM, 2007.
Figura 2-2c. Luminária direcionada
para mesas.
Fonte: OSRAM, 2007.
Figura 2-2d. Luminária
direcionada para cabides
suspensos.
Fonte: OSRAM, 2007.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
49
seus sistemas secundários (dá mais ênfase a certos detalhes). Assim, tem-se uma iluminação
geral do ambiente, usando como sistema complementar as luzes de destaque (dá destaque
para determinado objeto) ou de efeito (quando cria atmosferas únicas com seus fachos de luz).
a iluminação localizada feita somente nas áreas de interesse e seu apoio com a luz
decorativa (quando o foco são as luminárias). E a luz de tarefa que ilumina áreas específicas
de trabalho visual, também usada como luz arquitetônica (quando o sistema de iluminação
passa despercebido pelos usuários que somente vêem o ambiente iluminado). A luz cria assim
atmosferas únicas com pontos de interesse visual, destacando produtos e modificando
imperfeições arquitetônicas e alterando as características dos materiais.
Analisar os fatores físicos e elementos arquitetônicos. As dimensões do ambiente,
os elementos construtivos (como portas, janelas, pisos etc), a cor das superfícies, os materiais
e as texturas influem diretamente na quantidade de luz refletida e absorvida pelas superfícies
internas do ambiente.
Conhecer a legislação aplicável. As NBR (Normas Brasileiras) e os códigos de
edificação (estes são distintos para cada cidade). A primeira dispõe de informações técnicas
como os níveis de iluminância por função de ambiente, modelos e aplicação de cálculos
luminotécnicos etc. A segunda traz dados construtivos como o dimensionamento de aberturas
e localização de janelas.
Considerar aspectos teatrais comumente repaginados pelos cenários de serviços.
Ter conhecimento dos temas usados e como eles são aplicados na caracterização dos
ambientes. A iluminação deverá então condizer a toda essa atmosfera que deverá ser
inventada, criando assim um rico repertório aliado a experiências profissionais próprias do
designer de iluminação.
Considerar tanto a visão ergonômica e a visão emocional. A visão ergonômica é
aquela que favorece a visão sem cansar, enquanto a emocional busca a provocação dos
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
50
sentimentos, emocionando as pessoas. Ambas devem observar o tipo de usuário que fará uso
do espaço da loja e ponderar isso quando propuser suas estratégias, devendo sempre visar a
qualidade dessa iluminação, contribuindo para um aumento da capacidade de trabalho sem
causar esforços ou cansaço visual, ao mesmo tempo em que favorece às vendas.
Conhecer tecnologias e opções de sistemas de iluminação artificial e natural. A
luz natural é caracterizada como dinâmica ao melhorar a qualidade interna dos espaços; por
mudar o humor das pessoas e ser indispensável ao bom funcionamento de seu relógio
biológico; por trazer dramaticidade e com isso mudar a personalidade do ambiente; por
reproduzir bem as cores; e por economizar energia com iluminação pelo dia quando projetada
para isto, principalmente em países como o Brasil que possui altos níveis de iluminância
provindos de seu céu.
Enquanto da luz artificial o destaque para as lâmpadas que assumirão um papel
muito importante, pois além de terem diferentes índices de reprodução de cor (IRC)
7
e
diferentes temperaturas de cor
8
possuem características interessantes de serem trabalhadas
concomitantemente aos sistemas naturais, devido à grande variedade de tipos existente no
mercado e sua aplicação. O anexo A mostra as principais características das lâmpadas mais
utilizadas na atualidade.
Garantir o conforto, bem estar e segurança tanto aos trabalhadores quanto aos
consumidores. Mediante o uso e dimensionamento adequados de todo o sistema luminoso,
prevendo a não interferência na realização das atividades previstas que possam vir ocasionar
em danos de cunho físico e psicológico a seus.
7
A luz natural reproduz as cores com a maior fidelidade, seu índice de reprodução de cor (IRC) tem o valor “100”. Outras fontes de luz,
como as lâmpadas, têm o valor de seu IRC estabelecido entre “0” e “100”. Assim, quanto mais próximo o valor é de “100”, mais fiel é esta
reprodução de cor (GURGEL, 2005; CARVALHO, 2003; GORMAN, 1997).
8
Parâmetro medido em Kelvin (K), classifica a sensação de tonalidade da cor para as lâmpadas, indo da classificação de “fria” à “quente”.
Uma luz fria é aquela com tom azulado, com temperatura de cor entre 6.000~8.000K. A quente é caracterizada por uma luz amarelada e
temperatura entre 2.000~4.000K (GURGEL, 2005; CARVALHO, 2003; GORMAN, 1997).
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
51
Prever flexibilidade no sistema luminotécnico. Integrando-o ao projeto
arquitetônico, permitindo o uso de tecnologias como o acionamento manual ou automático,
uso de dimmers, sensores de presença ou relé foto-elétrico, dentre outros.
Garantir uma fácil manutenção. De modo que a qualidade do sistema não fique
comprometida com o acúmulo de poeira, dentre outros, nas lâmpadas ou nas próprias
luminárias, diminuindo a quantidade de iluminância que chega nas superfícies internas.
Visar à eficiência energética. Através de todo o sistema seja ele de iluminação
artificial ou natural, evitando desperdício de energia, escolhendo luminárias que ajudem a
refletir a luz e lâmpadas condizentes a cada caso bem como sua quantidade e melhor
distribuição no espaço.
O correto entendimento e uso das estratégias de iluminação são muito importantes,
pois a adequação desse projeto à realidade pretendida favorece, segundo Gurgel (2005), as
vendas, atraem os clientes, iludem o olhar e simulam alterações no espaço, ao mesmo tempo
em que prezam a qualidade e conforto visuais dos seus usuários, contribuindo para a
satisfação de seu uso e a cognição de suas dependências. O fator humano auxilia, assim, na
concepção destes cenários de comércio e serviços.
2.4. NORMAS E LEGISLAÇÃO: TRATAMENTO DA LUZ NO INTERIOR DE
ESPAÇOS COMERCIAIS
diversas leis que tratam do tema iluminação como um todo, dentre as quais têm-se
as normas regulamentadoras brasileiras e os códigos de obra de cada cidade. Ambas trazem
cláusulas específicas sobre as providências que devem ser tomadas quando da estimativa e
execução de um projeto que envolva tanto iluminação natural quanto artificial.
As Normas Brasileiras (NBR) são desenvolvidas pela Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT) a qual dispõe de um vasto conjunto de normas para edificações em
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
52
território nacional. A listagem destas normas está disponível no site da própria associação
<www.abnt.org.br>.
O estudo de caso, aqui realizado, utilizou especificamente a NBR 5413/1992
Iluminância de interiores (ABNT, 1992) por esta definir os níveis de iluminância pretendidos,
para iluminação artificial, em diversos ambientes de acordo com as atividades previstas e a
idade do usuário.
Para edificações como shopping centers, esta norma prevê setorizações dentro destes
espaços: área de vitrinas e de balcões, ambos com iluminação geral ou concentrada, e áreas
gerais do interior das lojas e dos centros comerciais. Os níveis almejados são dados na tabela
2-1, adaptada da norma, dada a seguir:
Tabela 2-1. Níveis de Iluminâncias para Lojas (previstos pela NBR 5413/1992 Iluminância de Interiores)
Ambiente
Níveis de Iluminância
Vitrinas e balcões (centros comerciais de grandes cidades)
Geral
750
1000
1500
Iluminação suplementar com facho concentrado
3000
5000
7500
Vitrinas e balcões (outros locais fora dos centros comerciais)
Geral
300
500
750
Iluminação suplementar com facho concentrado
1000
1500
2000
Interior de
Loja de artigos diversos
300
500
750
Centros comerciais
300
500
750
Outros locais
300
300
750
Fonte: adaptado da NBR 5413/1992 Iluminância de Interiores (ABNT, 1992).
Estes dados ajudam tanto no cálculo luminotécnico quanto na demarcação de
estratégias de iluminação e mapeamento setorizado de iluminâncias. Outras normas podem
ser usadas para a verificação destes valores como a NBR 15.215-4: 2005 Iluminação
Natural. Parte 4: Verificação experimental das condições de iluminação interna de edificações
Método de medição (ABNT, 2005) e a NBR 5.382: 1985 Verificação de iluminância de
interiores (ABNT, 1985), que analisa os níveis de iluminância advindos de fontes artificiais,
como as lâmpadas.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
53
Outro conjunto de leis igualmente importante é o código de obras da cidade. Para a
cidade de Maceió/AL é o Código de Urbanismo e Edificações de Maceió, lei municipal
nº5.593/2007 (PMM, 2007). Neste são postas considerações quanto ao: zoneamento urbano;
zonas de preservação ambiental, cultural e de interesse social; sistema viário de circulação;
uso e ocupação do solo com taxas e coeficientes de ocupação; parâmetros para edificação,
como a iluminação e a ventilação; estudos de impacto de vizinhança; dentre outras
exposições. Contudo, as informações relacionadas ao objeto de estudo dizem respeito apenas
à ventilação e à iluminação, concebidos de forma única. A seguir são fornecidos trechos
destas partes de interesse.
O capítulo 2, intitulado Ventilação e Iluminação, traz três seções a destacar. A seção I
quanto ao dimensionamento dos compartimentos classifica os ambientes em termos de
tempo de ocupação:
Art. 315. Os compartimentos das edificações, para os fins desta Lei, são
classificados em compartimentos de permanência prolongada e de permanência
transitória, segundo a função preponderante neles exercida, que determinará seu
dimensionamento mínimo e necessidade adequada de ventilação e iluminação.
(PMM, 2007, p.71)
Foram considerados como compartimentos de permanência prolongada as salas,
cozinhas, espaços de repouso, locais de reunião, lojas e salas comerciais. Sendo vedada a
localização dos mesmos em áreas de subsolo, dificultando com isso o acesso à ventilação e à
iluminação naturais. Já os de permanência transitória são as circulações, banheiros em geral,
varandas e depósitos.
A seção II Dos vãos de iluminação e ventilação deixa exposta a responsabilidade do
alcance dos níveis de conforto (luminoso, térmico e acústico) a profissionais, especialmente a
aqueles que assinam o projeto.
Enfatizando que:
Art. 320. Nos lavabos, circulações e outros compartimentos destinados à
permanência transitória será admitida a iluminação artificial e a ventilação indireta
ou induzida, desde que atendidas às normas técnicas brasileiras específicas para
dimensionamento dos dispositivos apropriados a tais fins. (PMM, 2007, p.72)
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
54
Devendo estas circulações, segundo art. 440, da Seção V, do Código de Urbanismo e
Edificações de Maceió, serem ventiladas e iluminadas naturalmente, sendo permitida a) a
iluminação zenital e/ou a utilização de seteiras ou bandeiras; b) a ventilação zenital e a
indireta por meio de dutos horizontais e/ou poços” (PMM, 2007, p.89).
Não outras considerações além destas no código de obras da cidade de Maceió,
limitando-se a pequenas observações e sem maiores aprofundamento no tema. Percebe-se
quão vaga é essa contextualização neste código, ficando a cargo de projetistas a execução de
projetos de sistemas de iluminação.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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55
Capítulo 3
O
O
m
m
é
é
t
t
o
o
d
d
o
o
A ciência é um elemento fundamental de unidade entre os pensamentos dos homens
espalhados pelo globo. Não existe outra atividade humana na qual o acordo entre os homens
seja sempre tão certamente adquirido.
Fréderic Joliot-Curie
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56
Este capítulo explana como a pesquisa foi aplicada, sendo descritas todas as etapas
demarcadas para a realização deste trabalho. O fluxograma abaixo (fig. 3-1) elucida estas
etapas a serem descritas na seqüência.
Figura 3-1. Fluxograma das etapas de pesquisa.
Seleção da edificação
Seleção do local no interior à edificação
Seleção das variáveis da iluminação
Definição dos métodos de avaliação
Avaliação Tecno-Qualitativa
Avaliação Quantitativa
Mapeamentos
Levantamento físico/ Coleta de dados
in loco
Caracterização do sistema de
iluminação natural
Seleção do espaço amostral
Aferição da iluminância
Sistema de
iluminação
artificial
Sistema de
iluminação
natural
Medição de
iluminância
artificial/ Uso
do luxímetro
modelo MLM
1010
Simulação da
iluminância
natural/ Uso do
software
TropLux
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57
Figura 3-3. O Maceió Shopping, ainda como franquia da rede Iguatemi,
no início do ano de 2009.
Fonte: Maceió Shopping, 2009.
Figura 3-2. Situação Maceió Shopping.
Fonte: GoogleEarth, 2009.
3.1. SELEÇÃO DA EDIFICAÇÃO
O Maceió Shopping, situado entre as avenidas Gustavo Paiva e Dona Constança no
bairro Mangabeiras (Maceió/AL), foi projetado pelos arquitetos baianos André Sá e Francisco
Mota nos anos de 1980 e inaugurado em 11 de abril de 1989, recebendo o nome de Shopping
Iguatemi Maceió (fig. 3-2 e 3-3) por pertencer inicialmente à rede Iguatemi.
Desde sua fundação, poucas foram as reformas realizadas visando melhorias no
estabelecimento. A última e mais significativa acarretou na expansão lateral do primeiro piso
e construção do piso superior em 1996, ambos com acréscimo de lojas, lanchonetes e um
centro médico. Depois desta reforma, o centro de compras permaneceu praticamente o mesmo
durante 13 anos, salvo pequenas alterações internas observadas nas figuras 3-4 e 3-5 a planta
baixa da edificação após esta última alteração.
Figura 3-4. Planta baixa 1º pavimento.
Fonte: Maceió Shopping, 2009.
N
N
N
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58
Figura 3-5. Planta baixa 2º pavimento.
Fonte: Maceió Shopping, 2009.
Segundo dados do site do próprio shopping
9
tem-se que este empreendimento possui
atualmente uma área construída de 48.121m², sendo 23.355m² desta classificada como área
bruta locável (ABL). Toda esta estrutura garante um fluxo médio mensal de 900.000 pessoas,
o que o classifica como shopping super regional, seu partido arquitetônico em forma de
galeria permite uma circulação em fluxo contínuo com corredores largos.
O ano de 2009 marcou dois importantes momentos: o primeiro foi a mudança do nome
do shopping e desagregamento oficial da rede Iguatemi Ltda. no mês de agosto, agora
chamado de Maceió Shopping; o segundo foi o início da segunda maior reforma sofrida pelo
edifício até então, iniciada em meados do primeiro semestre. De acordo com seu Setor de
Administração haverá um aumento de 11.500m² na área construída (figuras 3-6 e 3-7),
totalizando uma área de 59.621m².
9
www.maceioshopping.com.br. Acesso jun de 2007.
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59
Figura 3-6. Expansão 1º piso.
Fonte: MaceióShopping, 2009.
Figura 3-7. Expansão 2º piso.
Fonte: MaceióShopping, 2009.
Assim, o Maceió Shopping enquanto edificação comercial e prestadora de serviços
marcou a entrada de empreendimentos deste porte no estado de Alagoas, contribuindo para o
já florescido comércio em áreas distantes dos centros mais antigos da capital alagoana.
3.2. SELEÇÃO DO LOCAL NO INTERIOR À EDIFICAÇÃO
A crescente importância dos shopping centers fez com que uma de suas áreas internas
também se destacasse: a área destinada ao hall e circulação, pois agora além do circular a
função de área de descanso. Seu destaque nos shopping centers, devido à presença mais
efetiva de usuários e das novas propostas mercadológicas, fez com que esta área ultrapasse a
classificação de acordo com a posta pelo Código de Edificações e Urbanismo da cidade de
Maceió, 5.593/2007 (PMM, 2007) de compartimentos de permanência transitória
passando a de permanência prolongada, mudando seu leque de necessidades.
É devido a estes cuidados tão específicos e complexos que a área de hall e circulação
foi escolhida. O bom dimensionamento e uso da luz nestes espaços devem criar atmosferas
teatrais, ao mesmo tempo em que se preza a concentração dos produtos das lojas ao redor, a
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
60
visão ergonômica e emocional, o conforto, bem-estar e segurança, a flexibilidade e eficiência
do sistema luminoso.
3.3. SELEÇÃO DAS VARIÁVEIS DE ILUMINAÇÃO
Vários são os modelos existentes que trabalham com a qualidade da iluminação em
diversos tipos de ambientes
10
. Entretanto, para o que é visado nesta pesquisa, os modelos de
qualidade de iluminação que melhor se enquadram são os da IESNA (2000), RUCK et al
(2000) e Martau (2008), considerando ainda o dimensionamento proposto por Baker (1986).
A partir destes foram delineadas as variáveis que influem na qualidade de iluminação
pretendida para o objeto de estudo as áreas comuns do shopping center, mais
especificamente seu hall e circulação. Sendo assim, de cada aspecto foram estudadas
variáveis pertinentes ao objetivo proposto quanto: i. às necessidades humanas onde foram
analisadas a visibilidade e desempenho de tarefas, observando-se se as iluminâncias para a
realização das atividades previstas (como o andar, ver e descansar) e os níveis de conforto
visual admitidos; ii. à arquitetura, analisando a influência da composição arquitetônica na
distribuição da iluminação, natural e artificial, internamente à edificação bem como os
códigos e padrões de legislação ligados ao tema iluminação e shopping centers. Sendo a
qualidade da iluminação almejada para estes espaços dependerá da integração dos aspectos
postos acima.
10
Ainda na tese Martau (2008), há a enumeração das pesquisas mais significativas relacionadas como as de: Heinrich Kramer; Boyce &
Cuttle; Veitch & Newsham; e Pop, Pop & Chindris. Cada um traz interpretações e modos de trabalho ora complementando-se ora
contrariando trabalhos já publicados.
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61
3.4. AVALIAÇÃO QUALITATIVA
A avaliação qualitativa compõe-se de uma série de passos que visam entender diversos
aspectos do sistema de iluminação natural como: a influência da composição arquitetônica na
distribuição de luz no espaço dos halls e circulação; e também a composição do sistema de
iluminação artificial com suas lâmpadas, temperatura de cor e índice de reprodução de cor
(IRC); bem como sua instalação e manutenção.
O conhecimento de alguns destes aspectos ajuda na busca por respostas mais
particulares, afinal “alguns critérios a serem adotados nas metodologias de avaliação são
bastante subjetivos, visto que se lida com medidas não mensuráveis diretamente, como a
atmosfera criada pela iluminação, por exemplo” (MARTAU, 2008, p.90). E isto se dará pelo
uso da ferramenta de estudo de caso que engloba as visitas exploratórias com observações
diretas e levantamento das características dos ambientes.
3.4.1. Mapeamentos
A obtenção das plantas baixas dos pisos 1 e 2 do shopping em extensão .dwg foram
impressas (ver anexos B, C e D), seu uso se deu em três momentos bem específicos.
No primeiro momento realizou-se o mapeamento das plantas baixas com uso e
ocupação da ABL. Este mapa consiste na setorização em cores do espaço do Maceió
Shopping, utilizando-se tons empregados neste tipo de representação como visto na fig. 3-8.
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62
Legenda
Centro médico
Lojas âncoras
Lojas satélites
Lanchonetes/Rest.
Sanitários
Cinemas
Administrativo
Prestação de serviços
Figura 3-8. Mapa de uso e ocupação da área bruta locável do Maceió Shopping.
Em sua área de 48.121m², nota-se a concentração de atividades nesta edificação,
favorecendo a formação de ilhas de uso e conseqüente setorização de níveis de iluminância,
cada qual trazendo necessidades de iluminação específicas. Isto origina uma nova planta baixa
onde quatro áreas foram demarcadas, todas com necessidades de iluminação particulares
segundo NBR 5413 Iluminância de interiores (ABNT, 1992).
A primeira refere-se às vitrines, com a iluminação de produtos em destaque. A
segunda, as áreas de corredores, necessita de iluminação suficiente para a circulação segura de
seus usuários, iluminando todos os possíveis obstáculos e os caminhos a serem percorridos. Já
a terceira região composta pelas áreas de consultórios e de alimentação exige um sistema de
iluminação sem excessos. A última área é a dos foyers dos cinemas, que por ser a entrada para
um ambiente escuro as salas de cinema admite uma iluminação menor para diminuir a
sensação causada por esta transição. Todas estas considerações resultaram na figura 3-9:
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63
Legenda
1000 lx
500 lx
200 lx
100 lx
Figura 3-9. Mapa ilustrativo da distribuição de iluminâncias.
A visualização em conjunto destes valores fornece uma melhor distinção da
quantidade de luz que deveria chegar aos locais, auxiliando na avaliação, in loco, da
influência da composição arquitetônica na distribuição de luz no espaço dos halls e
circulação, e de sua composição do sistema de iluminação.
3.4.2. Levantamento físico dos halls e circulação
Definidos os mapas iniciais e conhecendo-se tanto o mapa de uso quanto o de
iluminâncias, a planta baixa foi dividida em dezoito áreas de acordo com a própria disposição
de seu partido arquitetônico. Esta nova setorização corresponde aos locais onde fichas de
avaliação, explanadas adiante, foram aplicadas. A quantidade de regiões foi delimitada após
os levantamentos iniciais com a planta baixa onde se constataram áreas com características
semelhantes: corredores frente às portas de acesso ao shopping, regiões em frente às lojas
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64
âncoras, corredores do centro médico, área de eventos, praça de alimentação; como pode ser
visto na figura 3-10
11
:
Figura 3-10. Planta baixa do Shopping Iguatemi dividida em dezoito áreas para levantamento in loco.
Concomitante à etapa de mapeamento, as fichas de levantamento físico dos ambientes
foram desenvolvidas baseando-se nos modelos apresentados por Ornstein (1995), Castro
(2004), Barbosa (2007) e Gonçalves et al (2005) todos trazem modelos para a realização de
avaliações tanto de pós-ocupação das edificações quanto da qualidade de seus sistemas, como
o de iluminação. Duas fichas foram então formuladas.
A primeira ficha é do tipo descritiva, nela é observada a relação dos componentes
internos com a distribuição da luz no espaço, como: o piso, fechamento superior das lojas,
vitrine, teto, nichos, portas, escadas (fixa e rolantes); assim como a funcionalidade das
estratégias de iluminação adotadas (apêndice A).
11
As cores usadas têm caráter ilustrativo e delimitador de área.
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65
A segunda ficha avalia o que foi abordado na primeira mediante comparações entre a
realidade encontrada e o que se é esperado, adotando-se o sistema de escala de valores
fundamentado a partir da categorização da qualidade de iluminação posta por Boyce (2003):
atende quando o sistema está tecnicamente adequado, atendendo à maior parte das tarefas
especificadas; atende com ressalvas sistema não tem distorções de qualidade; e não atende
quando o sistema apresenta defeitos de qualidade, não atendendo às especificações
esperadas (apêndice B).
Ambas as fichas são abrangentes, englobando além de todos os aspectos perceptíveis
no local, a instalação e manutenção do sistema de iluminação artificial, bem como seus tipos
de lâmpadas, luminárias, reatores e sua eficiência. Tendo sido aplicadas ao mesmo tempo, não
sendo critério o preenchimento de todos os campos, estando estes suscetíveis à existência de
componentes internos em cada setor devido à abrangência dessas fichas por exemplo,
locais onde não escadas rolantes, então os espaços destinados a estas não foram
preenchidos.
O levantamento iconográfico foi realizado juntamente ao preenchimento das fichas de
avaliação, fotografando-se e rascunhando-se os aspectos mais relevantes identificados em
cada setor.
3.4.3. Caracterização geral do sistema de iluminação
A sistematização dos dados destas fichas foi feita, transformando-as em texto, gráficos
e/ou tabelas segundo metodologia apresentada por Whestphal et al (2002), Rodas et al (1998),
e Ghisi et al (1998a). O mapa de ocorrências gerado delineia os aspectos positivos e negativos
identificados in loco. Foram considerados aspectos positivos aqueles que contribuíram com a
boa distribuição de luz no ambiente, como superfícies claras e reflexivas. Já os negativos
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
66
prejudicam esta distribuição, causando ofuscamentos, cansaço visual, ambientes mal
iluminados etc.
As caracterizações gerais do sistema luminoso e da influência da arquitetura nesta
edificação demonstram como são o seu sistema, suas superfícies internas, seus elementos
influenciadores mais peculiares, fornecendo embasamento para a adoção do próximo passo: a
avaliação quantitativa.
3.5. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
A avaliação quantitativa fornece conhecimento indispensável para a realização de
tarefas de forma satisfatória e sem maiores danos prejudiciais à visão, buscando saber quais as
iluminâncias no ambiente e como elas se distribuem neste. Estes dados numéricos
proporcionam comparações com as normas existentes pelo seu caráter objetivo.
3.5.1. Delimitação do espaço amostral
Após realização das etapas acima, deu-se seguimento com a identificação das duas
áreas consideradas mais problemáticas, em termos de qualidade da iluminação, a partir do
mapeamento de ocorrências feito na avaliação tecno-qualitativa anterior. Estas áreas são
aquelas que não favorecem a execução das tarefas previstas no local de forma satisfatória,
como circular, ver vitrines e descansar.
Assim, foram selecionadas as áreas A3 e A17 por trazerem especificidades. A A3
(figura 3-11) fica localizada no primeiro piso; bancos de madeira são dispostos
aleatoriamente, criando as áreas de hall em meio à circulação e por possuir uma abertura
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
67
entre-piso que traz luz natural do segundo pavimento. a A17 (figura 3-12) encontra-se
imediatamente acima da A3, no segundo piso, com iluminação diurna composta pela abertura
zenital (dando o caráter natural) e pela luz provinda das lojas circundantes (neste caso,
artificial), enquanto a iluminação noturna é feita por refletores direcionados ao teto metálico
inclinado; não há elementos que a remetam às áreas de descanso como no piso inferior.
Selecionadas e descritas as áreas a terem as iluminâncias aferidas locadas em planta
baixa e usando como apoio fotografias para a caracterização dos mesmos o método de
medição é então delineado juntamente com o instrumental a ser utilizado, conforme dado a
seguir.
3.5.2. Aferição de iluminância: sistema de iluminação artificial
Para a verificação da iluminância do sistema artificial de iluminação utilizou-se a NBR
5382/1985 Verificação de Iluminância de Interiores (ABNT, 1985), seguindo os passos nela
preconizados de acordo com a característica de cada área. Sua condição principal é que estas
áreas sejam retangulares. Ademais, outras condições são postas somente quando escolhido o
Figura 3-11. Área A3 no piso 1.
Figura 3-12. Área A17 no piso 2.
N
N
N
N
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
68
método de verificação dentre os fornecidos por ela de acordo com a configuração de cada
área.
Para a área denominada A3 adotaram-se os métodos “área regular com linha única de
luminárias individuais” (item 4.3 da norma) para a iluminação provinda do teto colméia e
“área regular com teto luminoso” (item 4.6) para a área abaixo da abertura entre-piso.
Resultando em 31 pontos de medição espalhados de acordo com o que é recomendado por
esta, fornecendo a seguinte configuração de pontos (figura 3-13):
Figura 3-13. Localização das luminárias e distribuição dos pontos de medição de iluminâncias na área A3.
para a área A17, utilizou-se o item 4.3 “área regular com linha única de luminárias
individuais” para a iluminação provinda do teto colméia e o item 4.5 da norma “área regular
com uma linha contínua de luminárias” para o corredor iluminado por refletores no período
noturno. Unindo as recomendações dadas obtiveram-se 24 pontos de medição conforme
observado a seguir (figura 3-14):
Figura 3-14. Localização das luminárias e distribuição dos pontos de medição de iluminâncias na área A17.
N
N
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
16
13
14
15
17
18
22
19
20
21
25
23
24
26
27
28
29
30
31
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
17
18
19
20
21
22
23
24
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
69
Com o tratamento das plantas baixas para o recebimento dos dados coletados, a
iluminância foi aferida no período noturno, em um dia da semana, evitando maiores
aglomerações de usuários nos fins de semana (que comprometem a qualidade dos dados
obtidos devido a possíveis sombreamentos) e em data não-comemorativa para impedir as
influências vindas da iluminação promocional e das vitrines com adesivos de propaganda. O
tempo de uma medição a outra foi de 5min de modo que o luxímetro usado pudesse se
estabilizar a cada nova medição.
O instrumento utilizado foi o luxímetro digital MLM-1010 do fabricante Minipa (fig.
3-15). É um luxímetro compacto e portátil, medições realizadas na unidade lux, variando de
1lx a 50.000lx, além de ter funções de data hold e zero automático. Aparelho calibrado de
fábrica.
Figura 3-15. Luxímetro digital MLM-1010.
Fonte: <www.minipa.com.br>. Acesso em nov, 2009.
O plano de trabalho para este estudo tem altura de 1,10m, pois segundo Sackrider et al
(2009) esta é a altura que alcança dois dos quatro níveis de apresentação dos produtos
12
a
serem aqui considerados: (i). nível dos olhos, entre 1,10m e 1,70m, onde são dispostos os
produtos que provoquem compras por impulso ou peças-chave da marca vendida; e (ii). nível
das mãos, entre 0,60m e 1,10m, neste ficam aqueles produtos que podem e devem ser tocados,
favorecendo sua compra.
12
São eles: i. nível acima dos olhos (acima de 1,70m); ii. nível dos olhos (entre 1,10m e 1,70m); iii. nível das mãos (entre 0,60m e
1,10m); iv. Nível do chão ou dos pés (entre 0,2m e 0,6m).
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70
3.5.3. Aferição da iluminância: sistema de iluminação natural
A estimativa dos índices de iluminância para o sistema de iluminação natural foi feita
através de simulação no software TropLux (fig. 3-16) e dada em três etapas. A primeira
constituiu-se da calibragem do próprio software através de medições in loco com o aparelho
modelo HOBO Launch Dialog (fig. 3-17). Este aparelho é capaz de medir e gravar dados
acerca da iluminância, umidade relativa e temperatura disponibilizando-os posteriormente sua
leitura. Três aparelhos foram utilizados para medir a iluminância local de minuto a minuto,
durante dois dias, de 8h às 18h em três pontos distintos conforme mostra a figura 3-18 abaixo.
Os gráficos resultantes destas medições podem ser vistos no Apêndice C.
Figura 3-16. Visualização tridimensional produzida no TropLux. Figura 3-17. HOBO.
Fonte: <www.reuk.com>.
Acesso Nov de 2009.
Figura 3-18. Locação dos pontos de medição do aparelho HOBO no piso 1.
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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A calibragem do software através de medições in loco se com a comparação de
iluminâncias obtidas no local para os dias medidos, onde foram feitas diversas simulações,
alterando-se as refletâncias das superfícies internas até a obtenção de valores de iluminâncias
próximos das reais, com uma faixa de erro de 5 a 10%.
Concomitantemente a esta, foi realizada a segunda etapa: os primeiros dados da
edificação foram inseridos no software originando o volume a ser simulado. A terceira etapa
consta da simulação do Maceió Shopping. Feita a calibragem do software, foram definidos os
pontos a serem estimados de acordo com a caracterização do espaço amostral selecionado.
Para efeito de estudo, foram admitidas as coordenadas que demonstrassem como se a
distribuição de luz através das aberturas entre-piso (primeiro pavimento) e zenital (segundo
pavimento), sendo definidos pontos imediatamente abaixo destas e próximo ao meio de seu
comprimento (para o primeiro piso, sendo repetido para o segundo pavimento). Desta forma,
as coordenadas gerais do objeto de estudo formam um volume com 50m de comprimento,
10m de largura e 16m de altura. as coordenadas dos pontos simulados foram: para o
primeiro pavimento as coordenadas foram (7,5;31,0;1,1), (5,0; 31,0;1,1) e (2,5; 31,0; 1,1) e
para o segundo pavimento (7,5;31,0;1,1), (5,0; 31,0; 6,7) e (2,5; 31,0; 6,7) (fig. 3-19 e 3-20).
Figura 3-19. Locação dos pontos de medição no primeiro pavimento.
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72
Figura 3-20. Locação dos pontos de medição no segundo pavimento.
Após a definição dos pontos, foram definidas no software: as refletâncias internas e os
parâmetros como: tipos de céu (encoberto, parcialmente nublado e claro); azimute
(determinado com bússola a partir do norte verdadeiro, ou seja, 225º); dias e meses do ano
(neste caso, todo o ano foi medido de 8hr às 18hr), horas e minutos (simulações feitas de hora
em hora). Os dados foram obtidos em valor absoluto “lux” e resultaram em gráficos e tabelas
anuais feitos através dos softwares Excel, Corel Draw X4 e PhotoShop CS4 Extended
Version.
3.5.3.1. Software Troplux
O TropLux (CABUS, 2002)
13
é um programa computacional, desenvolvido em
linguagem MatLab pelo pesquisador Dr. Ricardo Carvalho Cabus em sua tese. Este programa
é usado para calcular a iluminância em um determinado ponto de acordo com a trajetória da
luz entre a fonte e o alvo em uma edificação, além admitir o uso de céus padrões definidos
pela IES e CIE (em um total de 14 tipos de céu), além de configurar a repartição dessas
iluminâncias.
13
Disponível em < http://www.ctec.ufal.br/grupopesquisa/grilu/>.
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73
Sua primeira versão foi lançada no ano de 2003 e baseia-se em três conceitos. O
primeiro é o método de Monte Carlo
14
, onde se trabalha o princípio da aleatoriedade, sendo
por isso estocástico. O segundo conceito é o método do raio traçado (raytracing)
15
, analisando
cada raio de luz que chega em determinado ponto do ambiente, podendo ser determinístico ou
estocástico (aqui são todos estatísticos). Já o terceiro e último é o uso de coeficientes de luz
natural ou Daylight Coefficients (TREGUENZA e LOE, 1998).
É constituído por quatro etapas: a primeira é a entrada de dados ou input (fig. 3-21).
Aqui são colocados todos os dados referentes a: a geometria da sala, os planos, as janelas, as
características dos materiais, os parâmetros da cidade e os elementos de sombreamento. A
inserção destes dados irá fornecer uma visualização tridimensional do ambiente a ser estudado
e a locação dos planos em seus respectivos vértices como pode ser visto na figura 3-22.
Figura 3-21. Tela de input do software TropLux. Figura 3-22. Visualização tridimensional.
A segunda é configuração de projeto ou setup, seguida do processamento ou run (fig.
3-23). Neste os dados começam a ser computados em termos de resultados, sendo calculados
os coeficientes de luz natural difusa e direta, e do coeficiente de solo. A escolha da sala, bem
como dos tipos de céu, azimute, dia, mês, hora e método de cálculo iniciam o processamento
da iluminância em uma coordenada específica determinada pelo usuário.
14
Apud CABUS, 2005.
15
Op. Cit.
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74
Figura 3-23. Tela de processamento dos coeficientes do software TropLux.
A última é a saída dos dados (output), onde é apresentada uma tela com os resultados
processados por azimute, dia, hora e céu (fig. 3-24). Os valores obtidos podem ser salvos em
extensão .xls ou serem plotados em forma de gráficos. Ainda são dados os níveis de cada
componente como a luz direta do céu e sol e a luz refletida por ambos.
Figura 3-24. Tela de output das iluminâncias do software TropLux.
A escolha do software se deu, além da interface de fácil uso, pelo seu uso em diversas
dissertações e teses que têm como base a simulação de iluminâncias naturais e pela constante
validação que é feita por seu corpo técnico tornando o programa fidedigno a usos científicos.
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3.5.3.1.1. Os tipos de céu
Para este trabalho três foram os tipos de céu simulados: o encoberto, o parcialmente
encoberto e o claro. Sua descrição é dada nas linhas abaixo.
O primeiro céu a ser analisado é o encoberto (fig. 3-25). Este se aproxima do Céu
Encoberto CIE Tradicional, com 7/8 a 8/8 de céu coberto de nuvens (BAKER e STEEMERS,
2002; BROWN et al, 2002).
Figura 3-25. Céu encoberto.
Fonte: Baker i Steemers, 2002.
O céu parcialmente nublado é aquele que ocorre quando as nuvens estão presentes e
região solar mais brilhante com o brilho aumentando na direção ao sol (fig. 3-26). É composto
de 3/8 a 6/8 por nuvens (BAKER e STEEMERS, 2002; BROWN et al, 2002).
Figura 3-26. Céu parcialmente encoberto.
Fonte: Baker i Steemers, 2002.
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o céu claro, tipologia de céu quando não obscurecimento mínimo, ou seja, com 0/8
a 2/8 de céu coberto com nuvens, além da coroa solar ampla (BAKER e STEEMERS, 2002;
BROWN et al, 2002), como mostra a figura 3-27 a seguir:
Figura 3-27. Céu claro.
Fonte: Baker i Steemers, 2002.
Assim, a obtenção dos dados através da simulação destes céus no software TropLux
contribuiu para formulação de gráficos que ilustrassem o comportamento da luz no interior da
edificação em estudo, o Maceió Shopping, e para a comparação normativa que segue esta
análise.
3.6. CONFRONTAÇÃO NORMATIVA
Posterior à fase de avaliações, os resultados obtidos são confrontados com o que é
exigido pelas normas e legislações. Este confronto se dará em dois momentos: o primeiro
ocorrerá quando da comparação com o Código de Edificações e Urbanismo da Cidade de
Maceió, lei municipal 5.593/2007 (PMM, 2007), uma vez que esta é a legislação local em
vigência. O segundo ocorrerá com a sobreposição das curvas isolux, medidas in loco, com o
que é esperado pela NBR 5413 Iluminância de Interiores (ABNT, 1992) para estes espaços
de hall e circulação do shopping center em questão.
Concomitantemente à fase de simulações e gráficos, os diagnósticos por tipos de céu
foram feitos a partir da possibilidade de que a iluminância natural possa vir a suprir, de certa
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forma e em alguns horários, a iluminação artificial existente, cooperando deste modo para a
economia e eficiência energéticas da edificação. Os três tipos de céu estudados tiveram por
finalidade observar o comportamento da iluminância natural quando dessa mudança na
abóbada celeste.
Assim, o valor tomado como dado comparativo para realização desta análise, em
ambientes de loja, foi aquele recomendado pela NBR 5413 Iluminância de Interiores
(ABNT, 1992), o qual é de 500 lx, podendo variar até 1.000lx. Com tal número, os gráficos
são remodelados de modo a demonstrar a “deficiência” ou “eficiência” da capacidade de
iluminação natural no ambiente quando relacionada à iluminação artificial solicitada por
norma para durante todo um ano.
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Capítulo 4
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Na nossa época, a imaginação é crítica. Naturalmente, a crítica não é o sonho, mas ela nos
ensina a sonhar e a distinguir entre os aspectos dos pesadelos e as verdadeiras visões. A crítica
é a aprendizagem da imaginação na sua segunda volta, a imaginação curada da fantasia e
decidida a enfrentar a realidade do mundo.
Otávio Paz
O labirinto da solidão
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79
4.1. AVALIAÇÃO QUALITATIVA
Nesta seção serão mostrados os resultados obtidos após execução das estratégias
preconizadas no capítulo anterior. São descritos e analisados, neste tópico e nas páginas
seguintes, as áreas levantadas fisicamente in loco e por fim, o sistema luminoso e seus
elementos influenciadores.
4.1.1. O sistema de iluminação
A busca por aspectos do sistema luminoso engloba o entendimento de diversas
particularidades, como: a influência da composição arquitetônica na distribuição de luz no
espaço dos halls e circulação; a possibilidade do uso de luz natural como complemento da
artificial em seus espaços internos; a composição do sistema de iluminação com suas
lâmpadas, temperatura de cor e índice de reprodução de cor (IRC); bem como sua instalação e
manutenção.
Assim, cada setor foi analisado, demonstrando uma repetição em seu padrão no
sistema luminoso. Os parágrafos seguintes discorrem sobre as considerações tomadas de
forma geral, atentando para peculiaridades que se destacaram ao longo desta análise.
4.1.1.1. Primeiro piso
Ao adentrar no primeiro piso do Maceió Shopping pela ala nordeste, observando seu
espaço, nota-se a variação de tonalidades que sua luz admite ao longo do dia. Durante o
período diurno, ela demonstra um tom azulado obtido pela contribuição da luz natural
provinda das aberturas zenitais
16
e devido à reflexão da cor azul das paredes do segundo piso.
Enquanto que no período noturno, ela assume um tom amarelado pela reflexão das superfícies
16
Aberturas situadas na laje entre o primeiro e segundo pavimento, são rasgões não contínuos espaçados aleatoriamente.
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de tonalidades bege e marrom como as encontradas no piso e teto. As figuras 4-1 e 4-2
mostram a área A3 (localizada na ala nordeste do shopping) nestas duas situações:
A diferença é observada, mesmo com as lâmpadas acesas durante todo o dia. No caso
do horário diurno, a iluminação destes halls e circulação é feita através do sistema artificial
(com lâmpadas) e complementada tanto pelas aberturas da laje entre os pisos que captam a luz
natural vinda das aberturas zenitais do telhado, como pela luz artificial provinda das próprias
lojas em toda a sua extensão.
À noite, entretanto, tem-se somente o sistema artificial auxiliado pela iluminação das
lojas. A luz das lâmpadas vapor de mercúrio de 400W usadas nos refletores do segundo
pavimento, que atravessa pelas aberturas zenitais, chega com iluminâncias baixas devido aos
vários processos de reflexão e absorção pelos quais passa, tornando a área imediatamente
abaixo a estes rasgos mais escura.
Contudo, a ala sudoeste fornece uma percepção alterada, pois o padrão de tonalidade
do espaço para o período diurno é amarelado (figura 4-3), enquanto a noturna permanece o
mesmo amarelado (figura 4-4). Mudança esta relacionada à área de abertura zenital, a qual
foi diminuída nesta ala para aumento de laje no segundo piso, criando um nicho de luz
artificial na área de cobertura abaixo deste. Resultando, desta forma, em uma menor passagem
Figura 4-1. A3 no período vespertino/mai.
Figura 4-2. A3 no período noturno/jun.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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da luz natural e uma maior área de superfície de teto para reflexão da luz no piso térreo. Ver
anexo G para visualização da locação das aberturas zenitais neste piso.
Outra abertura zenital é encontrada nos locais das escadas rolantes que mesmo com
aberturas maiores não favorecem a distribuição de luz, gerando áreas de penumbra logo
abaixo delas, mesmo em dias claros. O que faz com que quiosques no entorno necessitem de
iluminação direta própria, sendo por vezes auxiliada pela luz provinda das lojas. As imagens a
seguir (figuras 4-5, 4-6 e 4-7) ilustram três momentos dessas áreas logo abaixo das escadas:
São áreas escuras e sem nenhum cuidado para com a iluminação natural, admitindo
praticamente a iluminação indireta das lojas e iluminação direta quando fazem uso de
luminárias focadas sobre o plano de trabalho dos quiosques logo abaixo delas.
Figura 4-3. A9 no período vespertino.
Figura 4-4. A9 no período noturno.
Figura 4-5. Visão inferior da escada
rolante na A3 no período da tarde.
Figura 4-6. A11 pela tarde: áreas de
penumbra mesmo de dia.
Figura 4-7. A11 à noite: quiosques
sem iluminação adequada.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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Figura 4-11. Nichos no período noturno.
Figura 4-10. Áreas escuras são percebidas mesmo
com a variação diária de tons. Aqui é pela tarde.
Concomitante a estas, há ainda as áreas de nicho que são notadas não somente nesta
ala, mas também na nordeste. Duas formas são as assumidas: uma octogonal (figura 4-8) e
outra quadrada (figura 4-9); totalizando quatro nichos locados nas alas nordeste e sudeste (ver
anexo G). Providos de lâmpadas fluorescentes e fazendo uso de iluminação indireta e teto
claro, eles passam a idéia de que distribuem luz natural. Mas, mesmo assim, não iluminam
bem a área logo abaixo deles, dando a impressão, ao longe, de serem áreas escuras. Sua
apresentação de tons também varia seguindo os padrões dados anteriormente como mostram
as figuras 4-10 e 4-11.
O primeiro pavimento possui, desta forma, um sistema de iluminação caracterizado
pelos elementos acima descritos, todos eles fazendo uso da iluminação artificial. Assim sendo,
dois são os tipos de luminárias utilizadas: a de calha única (figura 4-12) e a de calha dupla
Figura 4-8. Nichos da ala sudoeste pela noite: dois
octogonais e um quadrado (ao fundo).
Figura 4-9. Nicho quadrado e abertura zenital na ala
sudoeste, no período noturno.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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(figura 4-13) instaladas a 3.6m de altura (ver anexos D, E e F). São calhas comuns, sem
tratamento reflexivo, com refletor e aletas brancos, original da época da fundação do Maceió
Shopping (1989).
As lâmpadas utilizadas são fluorescentes comuns: na calha única são as de 110W HO;
e nas duplas são de 36W cada. Este tipo de luz artificial é recomendada para iluminação geral
por ser econômica e ter alta eficiência luminosa. Porém, quando colocada em excesso deixa o
ambiente sem efeitos teatrais, que são os esperados para shopping centers deste porte. A
iluminação nestas edificações deve ter um caráter emocional, iluminando e favorecendo o
surgimento de emoções e sensações. São criadas atmosferas diversas, mundos alheios a
qualquer exterioridade, e parte disto é conseguida através da escolha correta do conjunto de
lâmpadas. Fato este que não é observado no Maceió Shopping, havendo uma padronização no
tipo e no modo de locar estas lâmpadas (figura 4-14), além de seu excesso numérico
observado, o qual parece não ser o suficiente para iluminar bem os espaços internos do
shopping.
Figura 4-12. Luminária do tipo calha única.
Figura 4-13. Luminária do tipo calha dupla.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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Figura 4-14. Padronização na locação das lâmpadas
.
O primeiro pavimento apresenta, desta maneira, elementos e estruturas ainda antigas,
datadas da época de sua inauguração no final dos anos de 1980. Parte delas não favorece à
imagem da edificação enquanto shopping center, ao mesmo tempo em que não favorece à boa
iluminação de suas áreas de hall e circulações.
4.1.3.1.2. Segundo piso
O segundo piso é caracterizado pela abertura zenital em quase toda a sua extensão de
teto, onde o direito é de 11,0m; as áreas A12, A18 e parte da A15 são as únicas que não a
possuem, tendo direito de 5,60m (ver anexos D, E e F). Para a visualização da localização
destas aberturas zenitais ver anexo H.
Mesmo com a abundância de luz natural durante o dia, algumas áreas parecem ficar
escurecidas, esta percepção sendo confirmada no período noturno, ficando evidente falhas no
projeto de iluminação desta área. A figura 4-15 ilustra a presença de regiões com meia-luz
durante o dia, na ala sudoeste, nos corredores e próximos às lojas; enquanto a figura 4-16 traz
esta mesma situação durante a noite onde há uma intensificação destas regiões de penumbra.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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A iluminação feita por refletores não é suficiente para iluminar o corredor abaixo, este
tendo de fazer uso da luz provinda das lojas ao redor. As lâmpadas de vapor de mercúrio
usadas, mesmo com potência de 400W e voltadas para o teto metálico inclinado, apenas o
iluminam e como a reflexão não é favorecida pelas superfícies, há um déficit de luz para a
parte imediatamente abaixo a ele (figura 4-17). Também acarretando na não passagem de
parte da luz, que iluminaria este andar, para o pavimento inferior, como mostra a figura 4-18:
é a visível diferença da iluminância entre os dois pisos do shopping, mesmo no período
noturno.
Figura 4-15. A13 durante o dia, regiões de
penumbra nos corredores e próxima às lojas.
Figura 4-16. Mesma ala à noite: intensificação das
áreas de penumbra.
Figura 4-17. Detalhe da localização dos refletores.
Figura 4-18. Diferença da iluminância entre os dois
andares.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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Entretanto, algumas áreas conseguem ter de fato iluminâncias que clareiam de forma
satisfatória durante a maior parte do dia como é o caso da área A12, que tem sua iluminação
complementada com a natural vinda da abertura zenital (figura 4-19), sendo insuficiente
somente à noite quando cria áreas de sombra (figura 4-20). As luminárias aqui seguem o
padrão do primeiro piso: fluorescente tubular de 36w, cada, em calhas duplas.
a área A18, independente do horário, é visivelmente escura, quando comparada às
outras áreas do segundo piso, mesmo com a quantidade excessiva de lâmpadas da qual dispõe
em um de seus corredores (figura 4-21). Em outro corredor, muitas luminárias de facho
concentrado foram dispostas, estando a maioria de suas lâmpadas apagadas em todos os dias
visitados, seja nos dias de levantamento in loco em si quanto nos de lazer; forçando os
quiosques destas região terem iluminação própria como o da figura 4-22 o qual possui luz
em demasia.
Figura 4-19. Complementação de
sistemas de iluminação na área A12.
Figura 4-20. No período da noite, a área A12,
antes bem iluminada, torna-se escura.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
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Outra área que consegue ter boa iluminação durante o dia é a A15, a região central da
praça de alimentação. Isto acontece pela presença de uma região de domos (figura 4-23) que
se estende por todo o perímetro da abertura entre-piso, favorecendo também a praça de
eventos localizada no primeiro pavimento (figura 4-24).
Estes quatro domos têm uma estrutura revestida por painéis metálicos que ajudam a
refletir a luz natural que adentra no espaço; suas pirâmides de vidro possuem telas de modo a
vetar a luz solar direta; sendo toda esta região complementada por um sistema de luz artificial.
Sistema este composto por 20 lâmpadas de vapor de mercúrio de 150W cada e reatores
eletrônicos de alta potência com capacitores e ignitores internos, prevendo uma redução no
consumo energético.
Figura 4-21. Corredor lateral direito da A18.
Figura 4-22. Detalhe do teto de entrada da A18.
Figura 4-23. Abertura zenital composta por 4 domos.
Figura 4-24. Iluminação natural que ultrapassa o
segundo piso, estendendo-se também ao primeiro.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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Além deste sistema, aquele que fica no teto colméia da praça de alimentação
propriamente dita. É constituído, então, por lâmpadas: fluorescentes tubulares de 36W cada,
dispostas em calhas únicas (mesmo sistema do primeiro piso); e compactas, também de 36W,
dispostas em filas por entre as calhas (figura 4-25).
Contudo, mesmo com a presença dos domos, todas estas lâmpadas ficam acesas
durante o dia e apesar do tamanho da abertura zenital, algumas áreas próximas à praça de
alimentação (como a A14 e A16) (figura 4-26).
Diferentemente do primeiro piso, o segundo pavimento apresenta elementos e
estruturas tanto antigos (da época de sua inauguração) quanto novos, estes datados da última
reforma feita em 1996, como as aberturas zenitais. Alguns destes favorecem à boa iluminação
de suas áreas de hall, circulações e praça da alimentação, enquanto outros inibem o correto
desempenho destes mesmos sistemas.
4.1.2. Superfícies internas
Além das superfícies internas comuns (piso, teto e esquadrias), são também
considerados neste estudo de caso: as vitrines e seus fechamentos superiores; as escadas,
sejam elas rolantes ou comuns; o elevador; os nichos; e seus pilares. Cada um desses traz
Figura 4-25. Sistema luminoso auxiliar.
Figura 4-26. Áreas de penumbra, no período da
tarde, na A14.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
89
contribuições, sejam elas favoráveis ou não, à distribuição e reflexão da luz internamente.
Como observado nas páginas anteriores, os dois pavimentos do shopping têm essas
superfícies tratadas distintamente.
4.1.2. 1. Primeiro pavimento
Como posto nas considerações anteriores, o primeiro pavimento contém também a
maior parte de suas superfícies internas ainda datadas da época de sua inauguração, o que não
favorece os processos de distribuição e reflexão da luz.
Assim sendo, o primeiro elemento a ser averiguado é o piso que neste andar é formado
na parte mais antiga pelas cores marrom claro, marrom escuro e bege; e na atual (da reforma
de 1996) pelas cores azul claro, azul escuro e branco (figura 4-27). Paginado com tiras de
marrons/ azuis delimitando a entrada das lojas e alguns locais, no meio do hall e circulação,
para colocação de quiosques fixos. Em algumas áreas é percebida a colocação de pisos em
tons e acabamentos diferentes dos originais, segundo ilustra a figura 4-28. Essa mudança nas
tonalidades modifica a forma como a luz é refletida no interior da edificação. Assim, os
índices de refletância destes elementos são de: branco = 90%; azul claro = 45%; azul escuro =
25%; marrom claro = 35%; marrom escuro = 15%, segundo Treguenza e Loe (1998).
Figura 4-27. Mudança nas tonalidades de piso
na A1.
Figura 4-28. Complementação com diferentes tipos
de piso.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
90
O teto neste pavimento é um dos elementos mais problemáticos que se destacam em
termos de funcionalidade. O tipo adotado é o de colméia: vazado e na cor bege, ilumina
também a sua parte de trás, esta por não ter sua superfície tratada e conter muitos elementos
(como dutos de ventilação e de água) (ver figura 4-29) absorve parte da luz, não a refletindo
de volta para o ambiente. Além disto, sua colocação nem sempre tem encaixes corretos,
encontrando-se tortos (figura 4-30) fazendo com que as luminárias fiquem desniveladas e
alterando as curvas fotométricas do sistema luminoso final devido à mudança da direção dos
raios de luz destas luminárias.
As vitrines, entretanto, diminuem esta sensação pelo grande pano de vidro que formam
em praticamente todo o perímetro interno. A figura 4-31 ilustra um dos corredores da A6 de
dia (com a iluminação azulada, os níveis aparentes de luz diminuem) e a figura 4-32 à noite (a
iluminação das lojas aparenta ser mais brilhante pela tonalidade amarelada do corredor).
Figura 4-29. Teto colméia e tubulação diversa.
Figura 4-30. A linha vermelha segue as reentrâncias
do teto.
Figura 4-31. Corredor da A6 de dia.
Figura 4-32. Corredor da A6 à noite.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
91
A região central, ou especificamente a praça de eventos, contém os três elementos
restantes (outras áreas também os contêm, mas em separado): os pilares, a escada (de
alvenaria e rolante) e o elevador.
Os pilares são envoltos em fórmica nas cores azul-petróleo claro e azul-petróleo
escuro estas foram as cores escolhidas para representar o shopping quando da inauguração
após a reforma de 1996 , têm em sua base e nas caneletas laterais fórmica na cor marrom
escuro (imitando madeira Imbuia).
Com relação às escadas, a escada de alvenaria é revestida (nos degraus) com cerâmica
bege com detalhes marrom escuro e pintada nas laterais num tom igualmente bege (figura 4-
33). A escada rolante desta área sempre recebe banners a depender das atividades previstas
para cada estação/ data comemorativa/ evento organizados pela administração do shopping.
Tanto nas áreas A2 e A11, estas escadas não recebem essa adesivação de propagandas (figura
4-34).
O elevador, elemento incorporado no ano de 2008 como meio de inserção no código
de acessibilidade, trouxe uma nova superfície reflexiva: vidros temperados com 80% de fumê.
Este pano de vidro compõe uma torre que alcança o segundo pavimento e seu volume se
destaca do resto dos elementos, como observado na figura 4-35:
Figura 4-33. Detalhe do pilar à esquerda, a escada
de alvenaria no centro e a rolante à direita.
Figura 4-34. Escada rolante na A11.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
92
Figura 4-35. Vista geral da praça de eventos e alimentação.
Percebe-se assim como as superfícies antigas se distinguem das atuais tanto em termos
de acabamento, quanto com relação aos processos pelos quais a luz passa (absorção,
transmissão, reflexão). Alguns os favorecem, outros não, como puderam ser observados.
4.1.2.2. Segundo pavimento
O piso mescla tons azuis claro e escuro com o branco, em uma paginação semelhante à
da A1 (localizada no primeiro pavimento). O que ajuda a tornar o ambiente mais claro por
seus índices de refletância: o branco com índices de 90% e os azuis variando entre 45 a 25,
segundo dados do próprio fabricante (www.eliane.com).
Idéia esta também estabelecida pela presença de teto igualmente claro e esmaltado em
quase sua totalidade, mesmo com pequenas partes ainda do tipo colméia. Contudo, mesmo
sua superfície favorecendo a reflexão, áreas escuras nas regiões de coberta logo abaixo
dela e nos halls e corredores, em ambos os períodos: diurno (figura 4-36) e noturno (figura 4-
37); mesmo com o fechamento superior de alvenaria pintado em tons claros.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
93
A praça de alimentação, entretanto, comporta-se de maneira semelhante à A6 (área
imediatamente abaixo a esta): em sua área central, pela existência dos domos, é a mais
iluminada, mesmo à noite devido à quantidade e distribuição de lâmpadas fluorescentes
(figura 4-38 e 4-39).
as vitrines comportam-se de maneira semelhante às da área A6: a iluminação dos
halls e corredores ajuda às lojas a parecem mais iluminadas e brilhantes mesmo à noite. A
figura 4-40 traz este comportamento observado durante o dia para a A17, enquanto a figura 4-
41 exemplifica-o para a noite.
Figura 4-38. Vista da área central da praça de
alimentação.
Figura 4-39. Vista geral da praça de alimentação à
noite.
Figura 4-36. Áreas escuras na A13 de dia.
Figura 4-37. À noite aumenta a percepção de
teto escuro.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
94
Percebem-se comportamentos semelhantes nos dois pavimentos devido à repetição de
alguns elementos. A nova estrutura, contudo, apresenta uma maior potencial nos processos de
distribuição e reflexão da luz em seu espaço, contribuindo para ambientes melhores
iluminados, o que não acontece.
A maioria das áreas sofre alterações de cor com a variação de tonalidades não sendo
os produtos das vitrines os responsáveis mesmo durante o dia e com a mudança de
pavimento. A isto se atribui um sistema de iluminação natural e superfícies que não são
padronizadas, alterando várias das características internas.
4.1.3. Caracterização geral
Todos os pontos anteriormente discutidos demonstraram o sistema de iluminação,
natural e artificial, e a influência das superfícies internas do Maceió Shopping. Mediante as
considerações postas, observa-se que sua iluminação não favorece a caracterização positiva
do espaço interno, pois, devido ao tipo das luminárias e padronização do sistema luminoso, as
imagens de shopping center popular, velho e sem cuidado são passadas sob um primeiro
olhar, além da percepção de áreas escuras em toda a sua extensão.
Figura 4-40. Vitrines durante o dia na A17.
Figura 4-41. À noite, a iluminação das lojas parece
mais amarelada.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
95
A iluminação de seus halls e corredores é feita de duas maneiras: o primeiro piso
através de luz artificial em quase sua totalidade e apesar das aberturas zenitais, pouco da luz
provinda do céu do segundo piso consegue chegar nele; enquanto o segundo piso faz uso
da artificial no final da tarde e à noite, durante a maior parte do dia a luz natural predomina
em seus espaços internos. A figura 4-42, em corte longitudinal, e a figura 4-43, em corte
transversal, ilustram o comportamento da luz natural nas alas da edificação.
Sua distribuição se de forma uniforme no pavimento superior das duas alas, tanto a
nordeste quanto a sudoeste, devido à instalação de aberturas zenitais triangulares de dupla
inclinação, protegidas com vidro comum laminado e com acabamento fumê de 50%, no topo
de sua coberta metálica, além da instalação de redes de polietileno para diminuição da
incidência solar nas áreas internas. O primeiro pavimento perde qualidade da iluminação
porque mesmo com aberturas entre-piso ainda há muita área de laje fechada, inibindo a
passagem de uma maior quantidade de luz. O que leva a se considerar se esses índices não
aumentariam com a extensão destas aberturas entre-piso, formando longos corredores, no
segundo pavimento, interligados uns com os outros através de corredores menores. A figura
4-53 anterior mostra que a largura transversal permite a passagem de boa quantidade de luz,
Figura 4-42. Entrada de luz abundante na ala sudoeste.
Figura 4-43. Distribuição da
luz no período diurno.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
96
havendo a necessidade de maiores cuidados para com as superfícies de modo que reflitam o
máximo possível sem a ocorrência de ofuscamentos, por exemplo.
as praças de alimentação e eventos permitem a entrada de altos índices de
iluminância por causa de seus quatro domos. A figura 4-44 abaixo elucida a entrada da luz
natural ao longo do dia, onde há seu somatório na área central.
Figura 4-44. Distribuição da luz natural nas praças de alimentação e eventos.
Entretanto, mesmo com a entrada de luz natural que pode ser trabalhada neste
shopping, a quantidade de lâmpadas é algo que se destaca e mesmo assim ainda não provê
espaços claros e confortáveis visualmente, gerando muitas áreas de penumbra. Como pode ser
observado na figura 4-45 abaixo, a altura do direito influi também nesta distribuição (o pé
direito do primeiro piso é de 3,60m; o segundo piso tem duas alturas distintas: para o teto
colméia o direito é 5,60m, para a abertura zenital é 16,0m). O primeiro piso é mais
iluminado que o segundo, sendo auxiliado pelas lojas do entorno. Enquanto o segundo piso
pouco recebe da luz provinda dos refletores localizados próximos à coberta metálica.
De forma geral, o sistema de iluminação artificial conta com lâmpadas de três tipos: a
primeira são as fluorescentes tubulares 40w/GE (em toda a extensão do hall e circulação), tem
rendimento cromático regular, eficiência luminosa de 68lm/w, fluxo luminoso de 2.700lm,
temperatura de cor de 5.200K, IRC de 72, energia consumida regular, vida média de 12.000h,
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
97
custo inicial médio. A segunda é de vapor de mercúrio do tipo HQI de 150w (localizadas nos
domos) com rendimento cromático regular, eficiência luminosa de 73lm/w, fluxo luminoso de
11.500lm, temperatura de cor de 4.200K, IRC de 80, energia consumida regular, vida média
de 6.000h, custo inicial alto. a terceira são lâmpadas de vapor de mercúrio de 400w (são as
dos refletores) de iguais características a lâmpada dada acima dados descritos pela própria
fabricante em <www.osram.com.br> (tab. 4-1).
Tabela 4-1. Caracterização das lâmpadas utilizadas.
Tipo
Eficiência
luminosa
(lm/w)
Fluxo
luminoso
(lm)
Temperatura de
cor (K)
Índice de
Reprodução
de cor
Vida
média
(h)
Custo
inicial
Fluorescente
tubular
40w/GE
68
2.700
5.200
72
12.000
Médio
Vapor de
mercúrio do
tipo HQI de
150VA
73
11.500
4.200
80
6.000
Alto
Vapor de
mercúrio de
400w
73
11.500
4.200
80
6.000
Alto
Todas têm reator eletrônico de alto fator de potência de forma que a economia de
energia é admitida. O padrão de uso para ambiente de hall e circulação é de sete dias úteis,
sendo ligado às 7h e desligado à 1h, ou seja, são 18h de uso contínuo do sistema iluminação
natural. Quando totalmente ligadas, estas lâmpadas fornecem o seguinte esquema de
distribuição de luz nas áreas estudadas (fig. 4-45):
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
98
Figura 4-45. Esquema da distribuição da luz proveniente das lâmpadas.
Segundo informações cedidas pelo Maceió Shopping, este sistema consome por mês
cerca de 35% do total de iluminação das áreas comuns (inclui estacionamento, sanitários,
administração e área de hall e circulação juntos fornecem uma área construída de
52.955m²), ou seja, aproximadamente 26.000KWh com potência total de 1.000KW.
Calculando-se somente para as áreas de hall e circulação, estas ocupando aproximadamente
7.543m² da área total, é contabilizado um uso de 142,5KW (ver tab. XX).
Tabela 4-2. Potência e Potência instalada
Ambiente
Área (m²)
Potência (KW)
Potência instalada (W/m²)
Áreas comuns
(estacionamento, sanitários,
administração e área de hall e
circulação)
52.955,00
1.000,00
18,9
Hall e circulação
7.543,00
142,5
Parte disto devendo-se à falta de estratégias condizentes ao tipo de ambiente em
questão. O modo como as superfícies internas são tratadas também contribui com parte da
perda dos níveis de iluminância em toda a edificação. Elas devem ser projetadas buscando
além da estética, a funcionalidade do ambiente favorecendo os processos colocados acima.
Superfícies que não favorecem a reflexão se apresentam problemáticas quando as vitrines
estão sem banners e mais ainda nas épocas comemorativas quando as mesmas são adesivadas.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
99
Tudo isto gera um conhecimento de como a luz é projetada e como ela chega aos
ambientes. Muitas vezes não com o efeito desejado e muito menos na quantidade pretendida,
por isso a necessidade de se conhecê-la melhor.
4.3. AVALIAÇÃO QUANTITATIVA
O entendimento das características forneceu, desta forma, o embasamento necessário
para a aplicação das próximas estratégias que visam os conhecimentos relacionados à
quantificação dos níveis de iluminância, indispensáveis para a realização de tarefas de forma
satisfatória e sem maiores danos à visão, buscando saber quais os níveis no ambiente e como
se a sua distribuição. A seguir são fornecidos os resultados obtidos com as aferições da
iluminância para os sistemas de iluminação artificial e natural bem como os debates
normativos para cada um.
4.3.2. Aferição da Iluminância: Sistema de iluminação artificial
A iluminância média verificada para cada um dos pontos medidos demonstrou uma
distribuição inadequada por entre a área de hall e corredor, por esta apresentar valores
inferiores aos definidos pela NBR 5413 (ABNT, 1992). A tabela 4-3 expõe os valores obtidos
nas medições dos pontos (estes marcados nas figuras 3-7 e 3-8 no capítulo anterior), assim
como os valores solicitados pela norma além da diferença calculada entre eles:
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
100
Tabela 4-3. Iluminância média para os pontos medidos
1º pavto
Iluminância Média
2º pavto
Iluminância Média
Ponto
Medida
NBR
5413
Diferença
Ponto
Medida
NBR
5413
Diferença
1
362
500
-138
-28%
1
179
500
-321 -64%
2
140
500
-360
-72%
2
185
500
-315
-63%
3
117
500
-383
-77%
3
315
500
-185
-37%
4
275
500
-225
-45%
4
194
500
-306
-61%
5
145
500
-355
-71%
5
197
500
-303
-61%
6
195
500
-305
-61%
6
187
500
-313
-63%
7
203
500
-297
-60%
7
222
500
-278
-56%
8
335
500
-165
-33%
8
123
500
-377
-76%
9
355
500
-145
-29%
9
149
500
-351
-70%
10
180
500
-320
-64%
10
134
500
-366
-73%
11
160
500
-340
-68%
11
130
500
-370
-74%
12
280
500
-220
-44%
12
135
500
-365
-73%
13
105
500
-395
-79%
13
90
500
-410
-82%
14
77
500
-423
-85%
14
75
500
-425
-85%
15
77
500
-423
-85%
15
230
500
-270
-54%
16
343
500
-157
-32%
16
94
500
-406
-81%
17
142
500
-358
-72%
17
230
500
-270
-54%
18
105
500
-395
-79%
18
775
500
+275
+55%
19
156
500
-344
-69%
19
270
500
-230
-46%
20
260
500
-240
-48%
20
99
500
-401
-80%
21
87
500
-413
-83%
21
80
500
-420
-84%
22
78
500
-422
-85%
22
125
500
-375
-75%
23
140
500
-360
-72%
23
64
500
-436
-87%
24
155
500
-345
-69%
24
108
500
-392
-79%
25
97
500
-403
-81%
26
160
500
-340
-68%
27
290
500
-210
-42%
28
415
500
-85
-17%
29
245
500
-255
-51%
30
170
500
-330
-66%
31
160
500
-340
-68%
A verificação da iluminância do sistema artificial para ambas as áreas (A3 e A17)
verificou que 54 dos 55 pontos medidos apresentaram resultados abaixo do nível esperado,
sendo somente o ponto 18 o único a apresentar 55% a mais da iluminância recomendada. Esta
tabela gerou dois mapas de curvas isolux, dado na seqüência.
A área A3, localizada no primeiro pavimento, é visivelmente mais iluminada que a
área A17, segundo pavimento. Apesar disto ela apresenta níveis de iluminamento inferiores
aos recomendados pela NBR 5413 Iluminância de Interiores (ABNT, 1992), a qual solicita
iluminância de vitrines com 1.000lx, de hall e circulação de 500lx, e as áreas de transição com
750lx, conforme observado nas figuras 4-46 e 4-47 a seguir:
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
101
Legenda
1000 lx
750 lx
500 lx
Figura 4-46. Curvas isolux recomendadas para a área A3.
Entretanto, os maiores índices conseguidos foram nas imediações das lojas âncoras e
das lojas de artigos específicos, variando de 250lx a 450lx. As áreas de hall e circulação
próximas às essas lojas têm sua iluminância melhorada, ainda que baixa, devido à iluminação
das vitrines: de 150lx a 250lx. Porém a parte central deste corredor possui um déficit deste
índice, principalmente nas áreas abaixo das aberturas zenitais e escadas e no entorno próximo,
onde são obtidos valores entre 50lx e 125lx. Percebe-se o quão distinta é a sobreposição de
ambas as curvas isolux, a recomendada pela norma (fig. 4-46) e a real (fig.4-47), para o
primeiro pavimento da edificação.
Legenda
n 350lx
350 - 250lx
250 - 225lx
225 125lx
125 715lx
75 - 0lx
Figura 4-47. Curvas isolux obtidas para a área A13.
N
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102
As recomendações da NBR 5413 (ABNT, 1992) colocam que para a área A17 a
distribuição de iluminâncias obedeceria o seguinte esquema de curvas isolux com sua
respectiva disposição de iluminância (fig. 4-48):
Legenda
1000 lx
750 lx
500 lx
Figura 4-48. Curvas isolux recomendadas para a área A17.
Assim, quando medidos in loco esta área apresenta iluminâncias menores em quase
toda a sua extensão quando comparadas com o recomendado. A maior iluminância
identificada fica em frente às lojas âncoras e populares, em uma dessas chegando a 750lx;
assim como a área de entrada para o centro médico, a qual foi auxiliada pela loja âncora do
local. Como pode ser visto na fig. 4-49 a seguir, é visível que parte da área de hall e
circulação deste pavimento possui índices iguais ou abaixo de 125lx, correspondendo a menos
de 25% da iluminância mínima recomendada (500lx).
Legenda
n 350lx
350 - 250lx
250 - 225lx
225 125lx
125 75lx
75 - 0lx
Figura 4-49. Curvas isolux obtidas para a área A17.
N
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
103
Ao se analisar a distribuição de iluminâncias sem a influência da luz natural percebe-
se falhas na concepção do projeto luminotécnico e das superfícies internas, as quais não
contribuem com o processo de reflexão da luz no interior da edificação. Há demasiada
quantidade de áreas escuras (menos de 150lx) com iluminâncias correspondentes a ambientes
como corredores, escadas e depósitos segundo à ABNT (1992). Estes níveis chegam a
corresponder 28% do valor recomendado para áreas de hall e circulação de shopping centers
segundo tabela 4-3 posta anteriormente.
Maiores cuidados devem ser tomados quanto às superfícies internas da edificação que
devem ajudar a luz a ser refletida por todo o ambiente de forma a não causar ofuscamento;
bem como a altura onde se locam as luminárias, pois quanto mais distante a fonte estiver do
plano de trabalho (aqui considerado a 1,10m) menor será a iluminância (lei do inverso do
quadrado da distância), fato observado no segundo pavimento que possui um direito de
16m e onde as lâmpadas de 400w não conseguem iluminar o plano de trabalho dos corredores
de forma eficiente; além do nivelamento deste sistema no primeiro pavimento parte do teto
é irregular, deixando as luminárias inclinadas sob diversos ângulos influindo na direção da
luz (lei do cosseno).
4.3.2. Aferição da Iluminância: Sistema de iluminação natural
O uso dos datalogers da HOBO contribuiu com a calibração do software TropLux. Os
valores de iluminância medidos in loco pelo aparelho confrontaram os resultados fornecidos
pelo software sob diversas refletâncias das superfícies internas à edificação. Assim, os
resultados que mais se aproximaram foram aqueles sob refletâncias próximas às encontradas
nas áreas medidas. O gráfico a seguir (fig. 4-50) traz estes resultados para cada tipo de céu
disponível no TropLux e estabelecidos pela CIE.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
104
Figura 4-50. Comparação entre a iluminância real e a estimada pela simulação para o dia 28/11.
Desta forma, os tipos que mais se aproximaram foram o céu 1 Encoberto para o
horário matutino; o céu 14 Claro para o período compreendido entre 11h~14h e 15h~18h,
apesar das outras tipologias também se adequarem ao período de final de tarde; e o céu 6
Parcialmente Nublado entre as 14h~15h. Entretanto o céu que melhor caracterizou a curva de
iluminância foi o 14 Claro, quando desconsiderados os valores da iluminância artificial sua
curva se aproxima da curva da iluminância natural medida in loco. A simulação realizada no
software TropLux visou então obter dados de como a iluminação da área interna comum às
áreas A3 e A17 é dada por todo um ano nos céus 5 Encoberto, 6 Parcialmente Encoberto e
14 Claro, fornecendo gráficos ilustrativos dados na seqüência.
A iluminância do primeiro pavimento é baixa em praticamente todos os tipos de céu e
para todos os pontos medidos, sendo somente o céu claro a conseguir valores próximos dos
recomendados por norma, apesar de haver uniformidade na distribuição de iluminâncias para
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
550
08:00:00
08:40:00
09:20:00
10:00:00
10:40:00
11:20:00
12:00:00
12:40:00
13:20:00
14:00:00
14:40:00
15:20:00
16:00:00
16:40:00
17:20:00
18:00:00
Iluminância (lx)
Faixa horária
Comparação entre a iluminância real e a estimada pela simulação
HOBO
Céu 1 - Encoberto
Céu 2 - Encoberto
Céu 3 - Encoberto
Céu 4 - Encoberto
Céu 5 - Encoberto
Céu 6 - Parcialmente nublado
Céu 7 - Parcialmente nublado
Céu 8 - Parcialmente nublado
Céu 9 - Parcialmente nublado
Céu 10 - Parcialmente nublado
Céu 11 - Claro
Céu 12 - Claro
Céu 13 - Claro
Céu 14 - Claro
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
105
os céus encoberto e parcialmente encoberto para qualquer ponto analisado, diferenciados
apenas pelos valores.
De forma geral, os pontos medidos no primeiro pavimento têm iluminâncias muito
abaixo da recomendada por norma para praticamente todas as faixas horárias e em qualquer
tipo de céu. A diferença percentual entre a iluminância simulada e a requerida pela NBR 5413
(ABNT, 1992) também demonstrou saldos negativos muito altos. Já o segundo pavimento tem
no período matutino (compreendido entre 8h e 12h) e no começo da tarde (até a proximidade
das 14h) a faixa horária com as maiores iluminâncias, onde são obtidos valores acima de
500lx para qualquer tipo de céu simulado. Assim sendo, estes resultados são apresentados nos
parágrafos seguintes.
A coordenada (5; 31; 1,1) apresenta baixa iluminância para todo o ano, tendo picos
somente no horário compreendido entre 10h e 12h, independente do céu. Para o céu
encoberto, os valores são acima dos 15lx a partir das 8h, chegando ao máximo de 30lx ao
meio dia e baixando consideravelmente com a proximidade com a noite, como visto na figura
4-51. A diferença percentual média obtida foi de -97% (16lx) para maio e agosto e de -96%
(19lx) para o resto do ano (tab. 4-4).
Figura 4-51. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (5;31;1,1).
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
106
Tabela 4-4. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
20
20
20
19
17
16
16
17
18
19
19
19
Dif.%
-96
-96
-96
-96
-97
-97
-97
-97
-96
-96
-96
-96
Máx.
29
30
30
29
27
26
25
27
29
30
30
30
Enquanto que para o céu parcialmente encoberto são obtidos um mínimos de 18lx às
16h no solstício de inverno e um máximo de 65lx às 10h e 12h nos meses próximos ao
solstício de verão (fig. 4-52). O mesmo comportamento da diferença percentual observada
anteriormente se repete neste céu: -93% (37lx) em junho e julho com mínima de -91% (43lx)
em fevereiro (tab. 4-5).
Figura 4-52. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada (5;31;1,1).
Tabela 4-5. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
41
43
43
42
39
37
37
39
41
42
41
40
%
-92
-91
-91
-92
-92
-93
-93
-92
-92
-92
-92
-92
Máx.
61
63
66
66
62
59
58
61
65
66
65
62
O céu claro é o único que possui disparidades de iluminâncias ao longo do dia e do
ano. Nos meses subseqüentes ao verão, os maiores índices são obtidos entre 10h~12h que
variam de 175lx~240lx enquanto no inverno chegam a 25lx~50lx. A faixa horária de 8h
detém baixa iluminância no verão, adquirindo valores de 175lx~200lx nos meses de maio a
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
107
agosto (fig. 4-53). A diferença percentual nima é de -80% (100lx) em junho com máxima
de -86% (68lx) em janeiro e outubro.
Figura 4-53. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (5;31;1,1).
Tabela 4-6. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
68
86
86
100
92
87
82
90
87
72
91
81
%
-86
-83
-83
-80
-82
-83
-84
-82
-83
-86
-82
-84
Máx.
227
228
210
441
213
197
197
208
283
204
251
230
Quando esta coordenada se afasta, chegando a ¼ da largura do corredor, ou seja, no
ponto (2,5; 31; 1,1), ela tem sua iluminância aumentada devido às reflexões na parede
próxima a ela (fig. 4-54), pois esta luz natural que é usável provem da componente do céu e
das parcelas que são refletidas pelas paredes, piso e teto (BAKER et al, 2002), mas mesmo
assim este ponto obtém valores menores ou próximos ao recomendado por norma.
Figura 4-54. Sistema de reflexão no interior de uma edificação com abertura zenital.
Fonte: BAKER et al, 2002.
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108
Esta coordenada tem comportamento semelhante a anteriormente simulada, contudo
com valores um pouco maiores. O céu encoberto apresenta valores bem próximos ao céu
corresponde do primeiro ponto, com uma iluminância mínima de 15lx às 16hr no período de
inverno e uma máxima de 58lx às 12h entre fevereiro e março (fig. 4-55). A diferença
percentual é uniforme na maior parte do ano chegando a -94% (31lx) segundo a tabela 4-7.
Figura 4-55. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (2,5;31;1,1).
Tabela 4-7. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
37
38
38
36
33
31
31
32
35
37
37
37
%
-93
-93
-93
-93
-93
-94
-94
-94
-93
-93
-93
-93
Máx.
56
57
57
55
52
49
48
50
54
57
57
56
Para o céu parcialmente encoberto constância e uniformidade nos valores obtidos.
O horário das 12h mantém a iluminância na faixa dos 120lx para os meses de março a
outubro, enquanto às 16h chega a um mínimo de 40lx no mês do solstício de inverno (fig. 4-
56). A diferença percentual também é uniforme, alternando entre -85% (75lx) a -84% (80lx)
durante todo o ano como visto na tabela 4-8 abaixo.
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
109
Figura 4-56. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada (2,5;31;1,1).
Tabela 4-8. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
75
78
81
80
77
73
73
76
79
79
77
74
%
-85
-84
-84
-84
-85
-85
-85
-85
-84
-84
-85
-85
Máx.
110
114
119
122
120
117
116
119
122
120
115
110
O céu claro ainda apresenta disparidades mesmo para essa coordenada, entretanto são
mais regulares do que no ponto anteriormente medido. São identificados picos às 8h que os
600lx pelo menos 100lx a mais do recomendado pela NBR 5413(ABNT, 1992) em março
e outubro, às 12h variando entre 480lx~505lx no período compreendido entre abril e agosto, e
às 14h que atinge 300lx entre junho e julho (fig. 4-57). Devido a estes valores, a diferença
percentual obtido chegou a -58% (211lx) nos meses de junho e julho os quais foram
considerados os meses mais claros do ano com uma média de 200lx/dia. A maior diferença foi
encontrada entre dezembro e janeiro com 81%~83% e valores de 87lx~96lx respectivamente
(tab. 4-9).
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110
Figura 4-57. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (2,5;31;1,1).
Tabela 4-9. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (2,5; 31; 1,1)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
87
103
137
128
164
211
210
159
134
142
121
96
%
-83
-79
-73
-74
-67
-58
-58
-68
-73
-72
-76
-81
Máx.
159
195
608
400
500
560
544
482
391
648
356
192
O segundo pavimento apresenta, entretanto, outro comportamento de iluminâncias,
possuindo valores maiores que os encontrados no primeiro piso isto se devendo à sua abertura
zenital bem como ao comprimento desta, além de suas superfícies internas que diferem das
anteriormente consideradas. Desta forma, é dado nos parágrafos seguintes a descrição dos
dados obtidos mediante simulação de duas coordenadas.
A coordenada (5; 31; 6,7) tem comportamento similar tanto para o céu encoberto
quando para o parcialmente encoberto. Ambos fornecem iluminâncias acima de 500lx para
praticamente todo o dia, das 8h às 16h. O primeiro u simulado, o encoberto, tem valores
superiores aos 500lx até às 16h no inverno, chegando no ápice de 2250lx na faixa horária de
12h nos meses entre fevereiro e março (fig. 4-58). A diferença percentual, agora positiva, tem
um mínimo de +103% (1014lx) em agosto com máximo de +154% (1268lx) em fevereiro
(tab. 4-10).
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111
Figura 4-58. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (5;31;6,7).
Tabela 4-10. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1421
1452
1448
1374
1261
1170
1161
1234
1332
1390
1402
1400
%
184
190
190
175
152
134
132
147
166
178
180
180
Máx.
2113
2154
2171
2107
1983
1857
1827
1918
2065
2166
2177
2135
O segundo céu, parcialmente encoberto, traz iluminâncias de 1000lx até às 16h no
inverno com ápices de 4500lx~5000lx entre novembro e março (fig. 4-59). A diferença
percentual aqui chega a uma mínima de +262% (1811lx) em julho e uma máxima de +436%
(2629lx) em fevereiro (tab. 4-11). Este é o céu que detém as maiores iluminâncias registradas
para este ponto simulado.
Figura 4-59. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada (5;31;6,7).
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
112
Tabela 4-11. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
2882
2959
2955
2768
2481
2255
2231
2406
2661
2834
2875
2850
%
476
492
491
454
396
351
346
381
432
467
475
470
Máx.
4697
4874
4883
4701
4193
3790
3722
4014
4515
4908
4920
4693
Assim como nas coordenadas medidas no primeiro pavimento, o céu claro apresenta
disparidades em suas iluminâncias. Foram identificados picos superiores entre 6000lx~7000lx
para às 10h entre dezembro e janeiro, e para às 12h entre feveiro~março e setembro~outubro
(fig. 4-60). Contudo, é observado que ao longo de todo o ano, mesmo nos meses de solstício
de inverno, os dias são claros com iluminâncias acima de 1000lx na faixa horária situada entre
às 8h e 16h. A menor diferença percentual obtida foi de +122% (1109lx) em junho com o
maior de +287% (1936lx) em março (tab. 4-12).
Figura 4-60. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (5;31;6,7).
Tabela 4-12. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1797
1790
1936
1231
1622
1109
1382
1223
1638
1904
1753
1727
%
259
259
287
146
224
122
176
145
228
281
251
245
Máx.
6149
6943
7016
1968
4956
3219
3217
3380
5372
6661
7046
6410
para a coordenada (2,5; 31;6,7), a mesma uniformidade entre os céus encoberto e
parcialmente encoberto é encontrada, porém com iluminâncias distintas. Para o céu encoberto,
todo o dia é bem iluminada tendo mínima iluminância aceitável pela norma NBR 5413
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
113
(ABNT, 1992) identificada às 16h com 500lx entre maio e junho. O horário das 12h é o que
obtém os maiores índices, chegando a 1900lx nos meses próximos ao solstício de verão,
fevereiro~abril e outubro~novembro (fig. 4-61). A menor diferença encontrada é de +103%
(1014lx) entre junho e julho, com máxima de 154% (1268lx) em fevereiro (tab. 4-13).
Figura 4-61. Gráfico de iluminância anual Céu encoberto: coordenada (2,5;31;6,7).
Tabela 4-13. Iluminância Anual Céu Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1241
1268
1264
1200
1101
1021
1014
1078
1163
1214
1225
1222
%
148
154
153
140
120
104
103
116
133
143
145
144
Máx.
1845
1881
1896
1840
1731
1621
1596
1675
1804
1891
1901
1864
O céu parcialmente encoberto também consegue iluminar a maior parte do dia (das 8h
às 16h) em todo o ano. um novo comportamento, ou seja, o mesclar as iluminâncias em
grupos de valores: 8h e 14h tem curva de iluminância semelhantes, assim como às 10h e 12h.
A menor iluminância aceita (acima de 500lx) está na faixa horária das 16h com valores
superiores a 750lx e máxima às 10h com 4300lx nos meses entre outubro e dezembro (fig. 4-
62). Para este caso as diferenças percentuais encontradas foram de +262% (1811lx) em julho
e +426% (2629lx) em fevereiro (tab. 4-14).
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
114
Figura 4-62. Gráfico de iluminância anual Céu parcialmente encoberto: coordenada (2,5;31;6,7).
Tabela 4-14. Iluminância Anual Céu Parcialmente Encoberto: coordenadas (2,5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
2609
2629
2546
2309
2027
1830
1811
1961
2198
2398
2515
2562
%
422
426
409
362
305
266
262
292
340
380
403
412
Máx.
4340
4350
4175
3771
3319
2974
2928
3159
3598
4056
4290
4311
Como nas coordenadas anteriores, o céu claro apresenta picos em determinadas faixas
horárias, mas conseguindo iluminar todo o dia em todo o ano. Estes ápices foram
identificados na faixa horária das 12h com 7000lx e às 14h com valores entre 4000lx~4200lx
(fig. 4-63). Mas estes números, de forma geral, são menores que o céu parcialmente encoberto
admitindo diferença de +91% (957lx) em agosto e de +280% (1900lx) em março (tab. 4-15).
Figura 4-63. Gráfico de iluminância anual Céu claro: coordenada (2,5;31;6,7).
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
115
Tabela 4-15. Iluminância Anual Céu Claro: coordenadas (2,5; 31; 6,7)
Jan
Fev
Mar
Abr
Mai
Jun
Jul
Ago
Set
Out
Nov
Dez
Média
1887
1813
1901
1431
1245
970
1068
957
1330
1759
1707
1757
%
277
263
280
286
149
94
114
91
166
252
241
251
Máx.
6796
6394
6306
4356
3599
2297
2256
2436
4047
5714
6742
6677
Todos os gráficos dados anteriormente demonstraram então o comportamento da luz
nos dois pavimentos do Maceió Shopping, confirmando a diferença entre estes pisos que
chegou a ser de 15 vezes. O primeiro, conforme observado nas análises de superfícies
anteriores, foi dado como mais escuro que o segundo, obtendo-se iluminâncias sempre abaixo
dos níveis recomendados por norma e tendo picos nos meses subseqüentes ao solstício de
verão. Os maiores valores são obtidos na coordenada (5; 31; 1,1) com picos de 55lx às 12h
para o céu encoberto (fig. 4-64), 120lx às 12h para o céu parcialmente encoberto (fig. 4-65) e
300lx às 8h para o céu claro (fig. 4-66) conforme mostram as curvas de iluminância para as
três coordenadas simuladas: ponto 1 (2,5;31; 1,1), ponto 2 (5; 31; 1,1) e ponto 3 (7,5; 31; 1,1).
Figura 4-66. Iluminância anual - Céu claro:
1º pavto.
Figura 4-64. Iluminância anual - Céu encoberto:
1º pavto.
Figura 4-65. Iluminância anual - Céu parcialmente
encoberto: 1º pavto.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
116
Figura 4-68. Iluminância anual - Céu parcialmente
encoberto: 2º pavto.
O contrário ocorrendo no segundo pavimento, onde foram conseguidos maiores
iluminâncias devido à sua caracterização espacial (superfícies e grandes aberturas zenitais), o
que tornou este espaço mais claro durante todo o ano, com índices tão superiores quanto os
requeridos pela NBR 5413 Iluminância de Interiores (ABNT, 1992). Observa-se também
um comportamento contrário ao identificado no primeiro pavimento, aqui os pontos 1 (2,5;
31; 6,7) e 3 (7,5; 31; 6,7) são uniformemente mais claros que o ponto 2 (5; 31; 6,7). Ou seja, o
céu encoberto teve ápices de 2000lx às 12h nos pontos 1 e 3 (fig. 4-67); o céu parcialmente
encoberto teve 4400lx para estes mesmos pontos e horário (fig. 4-68); enquanto que o céu
claro chegou a ápices de 3000lx às 10h (fig. 4-69).
Figura 4-67. Iluminância anual - Céu encoberto:
2º pavto.
Figura 4-69. Iluminância anual - Céu claro:
2º pavto.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
117
A contextualização de diferenças percentuais informa que para o primeiro piso uma
necessidade de integração com o sistema de iluminação artificial da ordem de 97% (diferença
máxima obtida entre os dois pontos para todos os três tipos de céu simulados). Enquanto que
para o segundo piso identificou-se uma diferença de 436%, havendo neste caso a necessidade
de estratégias que inibam a ocorrência de ofuscamentos devido à entrada de grandes parcelas
de luz neste ambiente (RUCK et al, 2002). A formação das curvas isolux para os dois
pavimentos apresentaram, então, semelhanças diferenciando apenas nos valores encontrados e
no tipo de céu considerado. Desta forma estas curvas podem ser representadas da seguinte
forma (fig. 4-70 e 4-71), onde as cores vermelho e laranja representam as áreas com maiores
iluminâncias iguais ou maiores que as recomendadas por norma e as cores azul escuro e
azul claro as áreas com menores iluminâncias.
Legenda
Céu
Cor
Ponto 1
Cor
Ponto 2
Cor
Ponto 3
Céu Encoberto
19
35
19
Céu Parcialmente
Encoberto
41
77
41
Céu Claro
85
141
85
Figura 4-70. Curva de iluminância simulada 1º pavimento.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
118
Legenda
Céu
Cor
Ponto 1
Cor
Ponto 2
Cor
Ponto 3
Céu Encoberto
1337
1168
1337
Céu Parcialmente
Encoberto
2680
2283
2680
Céu Claro
1593
1486
1593
Figura 4-71. Curva de iluminância simulada 2º pavimento.
A presença destes três tipos de céu caracteriza o céu encontrado na cidade de
Maceió/AL, fazendo com que a edificação apresente iluminâncias de um tipo em específico,
variando logo em seguida. Isto reforça o uso da iluminação artificial como forma de
complementar o projeto de iluminação destes centros de compras em todos os casos aqui
analisados, mas de forma responsável e sem excessos como pôde ser observado neste objeto
de estudo.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
119
C
C
o
o
n
n
c
c
l
l
u
u
s
s
õ
õ
e
e
s
s
e
e
R
R
e
e
c
c
o
o
m
m
e
e
n
n
d
d
a
a
ç
ç
õ
õ
e
e
s
s
Não tenho a mínima reserva em afirmar que toda a minha obra representa uma dedicação
feliz a problemas do meu tempo e da minha terra. (...) fiz coisas, muitas coisas! E no entanto
me sobra agora a sentença de que fiz muito pouco.
Mário de Andrade
Movimento Modernista
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
120
CONCLUSÕES
Os shopping centers, hoje tão comuns, são centros de convivência urbanos fechados
trazem consigo diversos signos da cidade. A evolução de sua concepção projetual ainda
apresenta disparidades a serem estudadas e uma delas é a relação da iluminação com seus
espaços internos comuns, especificamente o hall e circulação.
A importância de estudos nestes espaços ocorre devido à necessidade de se melhorar o
desempenho luminoso acarretando em um bom dimensionamento do sistema onde são
consideradas questões como: a visão ergonômica e a emocional, o conforto, o bem-estar, a
segurança, a flexibilidade, a manutenção e a eficiência tanto do sistema de iluminação natural
quanto o artificial.
Assim, a pesquisa em questão buscou além de contribuir com a literatura existente, a
demonstração do sistema de iluminação de halls e circulações em um estudo de caso, no
Maceió Shopping, explanando como são seus sistemas de iluminação, suas falhas e acertos,
trazendo conceitos que devem ser considerados na hora de conceber este tipo de projeto
luminoso, favorecendo a divulgação da importância de estudos neste segmento e firmando a
necessidade de diretrizes para projetos deste porte.
Diversas foram as questões que embasaram este trabalho: o projeto arquitetônico não
preza a eficiência do sistema luminoso? O projeto luminotécnico é mal elaborado? A
ambientação não favorece a distribuição de luz? Não há manutenção desse sistema?
normas específicas, sejam elas normas brasileira ou legislações, para o tratamento da luz no
interior dessas edificações? Todas elas respondidas nas considerações dadas a seguir.
Mediante as análises feitas, foi verificado que o Maceió Shopping não possui um
projeto arquitetônico que preze pela eficiência de seu sistema luminoso, havendo falhas em
sua concepção confirmando a diferença de iluminância entre estes pisos que chegou a ser de
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
121
15 vezes. No primeiro andar (térreo), o pequeno dimensionamento da abertura zenital inibe a
passagem de maiores índices de luz natural, o que torna este pavimento mais escuro que o
segundo, obtendo-se iluminâncias sempre abaixo dos níveis recomendados por norma e tendo
picos nos meses subseqüentes ao solstício de verão. O contrário ocorrendo no segundo
pavimento, onde foram conseguidos maiores iluminâncias devido à sua caracterização
espacial (superfícies e grandes aberturas zenitais), o que tornou este espaço mais claro durante
todo o ano, com índices tão superiores quanto os requeridos pela NBR 5413 Iluminância de
Interiores (ABNT, 1992).
Entretanto, não é o projeto arquitetônico que deixou falhas, o luminotécnico
também o fez. Apesar do número excessivo de lâmpadas encontradas e o fato delas
apresentarem potência luminosa variando de 40w a 400w com reatores e ignitores eletrônicos,
que proporcionam maiores eficácia e economia deste sistema, mesmo assim elas ainda não
provêm espaços claros e confortáveis visualmente, gerando muitas áreas de penumbra (menos
de 100lx) com iluminâncias correspondentes a ambientes como corredores, escadas e
depósitos segundo à ABNT (1992). Estes níveis chegam a corresponder 20% do valor
recomendado para áreas de hall e circulação de shopping centers. A distribuição deste sistema
de iluminação artificial no primeiro pavimento mesmo não atendendo às normas especificadas
é mais iluminado que o segundo, sendo auxiliado pelas lojas do entorno e pelo direito
baixo (3,60m); enquanto que no segundo pavimento, a colocação somente de refletores
voltados para a coberta metálica (a uma altura de 11,0m) não favoreceu a iluminância noturna
deste andar tornando-o escuro como pôde ser observado no capítulo quatro.
A iluminação noturna do Maceió Shopping fica, desta forma, comprometida. Maiores
cuidados devem ser tomados quanto às superfícies no interior da edificação (piso, teto e
paredes) que devem ajudar a luz a ser refletida por todo o ambiente sem riscos de
ofuscamento. A altura onde se localizam as luminárias também deve ser considerada, pois
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Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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quanto mais distante a fonte estiver do plano de trabalho (aqui considerado a 1,10m) menor
será a incidência de luz (lei do inverso do quadrado da distância), fato observado no segundo
pavimento que possui um direito de 11,0m e onde as lâmpadas de 400w não conseguem
iluminar suficientemente bem a área do plano de trabalho. Além do nivelamento deste sistema
no primeiro pavimento parte do teto é irregular, deixando as luminárias inclinadas sob
diversos ângulos influindo na direção e intensidade da luz (lei do cosseno).
O estudo de caso ainda demonstrou, assim, que a edificação fica aquém das
iluminâncias recomendadas pela NBR 5413 Iluminância de Interiores (ABNT, 1992)
quando se trata do sistema de iluminação artificial para o período noturno e do sistema de
iluminação natural no primeiro piso. Já de acordo com o Código de Edificações e Urbanismo
da Cidade de Maceió, lei municipal 5.593/2007 (PMM, 2007), o Maceió Shopping obedece
aos principais critérios solicitados: (i). o projeto luminotécnico é assinado por um profissional
responsável; (ii). é confirmada a presença de iluminação natural zenital conforme solicitado
para as áreas de circulação, sem maiores detalhamentos de dimensões.
A manutenção deste sistema torna-se, deste modo, importante, mas a única
identificada está relacionada à troca de lâmpadas, ainda assim feita sem o devido cuidado:
foram identificadas in loco lâmpadas com diferentes temperaturas de cor (variando entre
quente e fria) e instaladas de forma aleatória, sem seguir um protocolo e desconsiderando a
importância tanto da temperatura de cor quanto do índice de reprodução de cor (IRC) para
edificações comerciais e seus produtos.
Parte disto deve-se à falta de estratégias condizentes ao tipo de ambiente em questão.
O modo como as superfícies internas são tratadas também vão contribuir com parte da perda
da iluminância em toda a edificação. Elas devem ser projetadas buscando além da estética, a
funcionalidade do ambiente favorecendo os processos colocados acima. Superfícies que não
favorecem a reflexão já se apresentam problemáticas quando as vitrines estão limpas e
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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principalmente nas épocas comemorativas quando as mesmas recebem adesivos de
propaganda. De modo geral, no shopping em estudo, as superfícies internas são escuras e
difusas, aumentando as taxas de absorção da iluminância; além da composição de algumas
delas, como o teto em colméia, que não favorece a reflexão da luz. As vitrines envidraçadas
permitem tanto a reflexão quanto a transmitância da maior parte da luz recebida.
Assim, o desempenho luminoso das áreas de hall e circulação do Maceió Shopping foi
avaliado sob dois aspectos:
(i). necessidades humanas: devido à presença de muitas regiões de penumbra nas áreas
de hall e circulação as necessidades de visibilidade e desempenho de tarefas ficaram
comprometidas, pois durante a maior parte do ano as iluminâncias preconizadas pela ABNT
(1992) ficaram abaixo dos valores requeridos para o primeiro pavimento , até mesmo a
iluminação artificial para ambos os pavimentos. Isto não impede o andar, mas fornece um
contraste excessivo com as vitrines das lojas causando desconforto visual;
(ii). arquitetura: a forma e a composição arquitetônicas do modo como é encontrado
hoje não favorece a iluminação natural dos dois pavimentos simultaneamente, mas somente
do segundo. Porém, elas fornecem a ferramenta necessária para tal: pequenas alterações em
seu projeto arquitetônico como, por exemplo, aumento na dimensão das aberturas zenitais do
primeiro pavimento e diminuição do direito do segundo pavimento contribuiriam de forma
significativa para uma maior admissão de luz natural no interior da edificação.
Todos os pontos, anteriormente discutidos, demonstraram o sistema de iluminação,
natural e artificial, e a influência das superfícies internas do Maceió Shopping, fornecendo
embasamento para uma caracterização geral da iluminação de seus halls e circulação.
Mediante estas considerações, observa-se que sua iluminação não favorece a caracterização
positiva do espaço interno, pois, devido ao tipo das luminárias e padronização do sistema
luminoso, as imagens de shopping center popular e sem cuidado são passadas sob um
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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primeiro olhar. Tudo isto gera um conhecimento de como a luz é projetada e como ela chega
aos ambientes. Muitas vezes não com o efeito desejado e muito menos na quantidade
pretendida, por isso a necessidade de se conhecê-la melhor. Entender como ela funciona
auxilia na projeção de valores.
Conhecer as estratégias luminosas adotadas nesta edificação com o que é preconizado
pelas teorias de conforto visual geraram uma maior compreensão de como ocorre a relação
iluminação homem ambiente comercial, concluindo a necessidade de uma revisão de
como é aplicada a iluminação em edificações deste porte.
A otimização dos sistemas de iluminação, seja ele natural ou artificial, das áreas de
hall e circulação dos shopping centers podem ocasionar uma série de efeitos. Segundo
Portugal (2007), a redução da carga energética das lojas diminui a taxa de condomínio na
porcentagem da iluminação, fazendo com que os preços dos produtos tenham uma
significativa queda, o que faz com que aumente o capital disponível que pode ser usado em
investimentos de melhorias dos outros sistemas internos da edificação, como o
condicionamento do ar, por exemplo. Tudo isto incentiva a busca pelo uso cônscio tanto da
iluminação quanto do consumo energético nestas edificações ao mesmo tempo em que integra
a natureza ao edifício, melhorando sua qualidade ambiental.
A integração dos sistemas de iluminação natural e artificial aliada a investimentos na
área sejam eles de curto, médio ou longo prazo exigem maiores investimentos e outras
não, mas são custos iniciais que ao longo do tempo mostrar-se-ão condizentes àquilo
pretendido, ou seja, é a relação de custo-benefício.
Estudos que aliem vendas, iluminação, economia energética e usuário são ainda
escassos, porém extremamente necessários para a divulgação de que economizar no setor de
luz em ambientes comerciais não significa iluminar menos e nem diminuição das vendas.
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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Desta forma, é válido analisar a forma como a iluminação é utilizada nas áreas de hall
e circulação dos shopping centers no sentido de detectar os pontos de consumos principais e
os desnecessários. Sendo interessante considerar a “setorização de circuitos e a integração
com a luz natural para que o novo sistema seja utilizado corretamente (LAMBERTS et al,
2005, p.9).
Faz-se necessária, então, a realização de pesquisas neste campo de conhecimento e a
divulgação de recomendações visando maior conscientização, melhor desempenho energético
e conseqüentemente menor consumo do sistema de iluminação das áreas de hall e circulação
de shopping centers. Assim como se devem ponderar as necessidades humanas e os aspectos
ambientais, de forma que estes ambientes sejam tratados objetivando tanto a eficiência
energética quanto a qualidade ambiental mediante estudos dentre eles está o aqui realizado e
demonstrado além da avaliação de inserção de verbas para melhorias dos seus sistemas.
DIFICULDADES DO TRABALHO
Várias foram as limitações que acometeram este trabalho, cada uma delas surgindo nas
etapas que deram seqüência à sua realização. Dentre as principais tem-se: a primeira foi a
escassez de estudos específicos sobre iluminação nas áreas de hall e circulação, o que
dificultou a procura por uma base conceitual que englobasse especificamente a iluminação em
áreas comuns de shopping centers, sendo necessário a busca em separado de conceituações
em outras áreas além da arquitetura.
A segunda foi a falta de diretrizes mais específicas para o tratamento de luz nestas
áreas. As normas brasileiras e o código de obras municipal pouco explanam sobre a
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
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iluminação em áreas comuns de shopping centers, ficando o pesquisador a mercê dos diversos
entendimentos que venham a surgir sobre o tema.
Outra limitação foi a dificuldade em obter dados pertinentes à pesquisa junto aos
funcionários do Maceió Shopping devido a não sistematização das informações pelos
mesmos. Itens como potência total luminosa, gasto energético somente com a iluminação não
foram disponibilizados por eles o possuírem estes dados em separado e sim em conjunto
com outros sistemas como com o de refrigeração de ar, por exemplo.
RECOMENDAÇÕES A TRABALHOS FUTUROS
O trabalho realizado margem a uma série de estudos que buscam completar o que
aqui foi pesquisado, como por exemplo:
Estudar junto aos projetistas arquitetos ou outros responsáveis do sistema de
iluminação de shopping centers como é feito e delimitado o projeto tanto de
iluminação artificial quanto de iluminação natural;
Averiguar a satisfação do usuário seja ele consumidor ou funcionário, através de
questionário e/ou entrevista de forma a identificar as iluminâncias almejadas para a
obtenção do conforto visual em shopping centers;
Realizar estudo relacionado à saúde do funcionário, levando em consideração a
integração entre arquitetura e medicina do trabalho, ambos relacionados à exposição
demasiada de luz ou a falta dela;
Elaborar recomendações projetuais junto às normas brasileiras no tocante à iluminação
de shopping centers, especificamente das suas áreas internas comuns;
Iluminação nos centros comerciais: Shopping Center, um estudo de caso.
Capítulo 1 Arquitetura Comercial: Shopping Centers.
127
Estudar a integração das iluminações natural e artificial em espaços de shopping
centers com o cuidado de não favorecer os ganhos térmicos, o ofuscamento e o
desbotamento dos produtos das vitrines;
Estudar a relação entre o consumo energético com a iluminação e o valor final dos
produtos e das taxas de condomínio dos shopping centers;
Investigar a evolução projetual destes centros de compras e sua relação com a
iluminação;
Investigar a relação entre aberturas zenitais e ganhos térmicos nas áreas de hall e
circulação de shopping centers.
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Um país é feito de homens e de livros.
Monteiro Lobato
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