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Acredita que a única matéria a ser ensinada na escola é a própria vida,
guiada com inteligência e discriminação. Assim, defende a ideia de que a criança só
aprende aquilo que a satisfaz, considerando tal aprendizado um sucesso.
Teixeira lista as responsabilidades da escola:
Que enormes, pois, são as novas responsabilidades da escola: educar em
vez de instruir, formar homens livres em vez de homens dóceis, preparar
para um futuro incerto e desconhecido em vez de transmitir um passado fixo
e claro, ensinar a viver com mais inteligência, com mais tolerância, mais
finamente, mais nobremente e com maior felicidade, em vez de
simplesmente ensinar dois ou três instrumentos de cultura e alguns
manuaizinhos escolares [...] (TEIXEIRA, 1978, p. 41)
Lourenço Filho (1897-1970) foi um educador brasileiro que se tornou
conhecido, sobretudo, por sua participação no movimento dos pioneiros da Escola
Nova. Segundo Santos & Leal (1999), ele entendia existir uma profunda articulação
entre a escola e a vida social. Tinha claro que a elitização e o intelectualismo da
educação brasileira não atendiam às necessidades das classes populares, privando-
as de inserção no esquema produtivo.
Declara em relação ao papel da escola:
O verdadeiro papel da escola primária é o de adaptar os futuros cidadãos,
material e moralmente, às necessidades sociais presentes e, tanto quanto
seja possível, às necessidades vindouras, desde que possam ser previstas
com segurança. Essa integração da criança na sociedade resume toda a
função da escola gratuita e obrigatória, e explica, por si só, a necessidade
da educação como função pública. Por isso mesmo, o tirocínio escolar não
pode ser mais a simples aquisição de fórmulas verbais e pequenas
habilidades para serem demonstradas por ocasião dos exames. A escola
deve preparar para a vida real, pela própria vida. A mera repetição
convencional de palavras tende a desaparecer, como se viu na nova
concepção da ‘escola do trabalho’. Tudo quanto for aceito no programa
escolar precisa ser realmente prático, capaz de influir sobre a existência
social no sentido do aperfeiçoamento do homem. Ler, escrever e contar são
simples meios; as bases da formação do caráter, a sua finalidade
permanente e inflexível. Do ponto de vista formal, isso significa a criação, no
indivíduo, de hábitos e conhecimentos que influam diretamente no controle
de tendências prejudiciais, que não podem ou não devem ser sufocadas de
todo pelo automatismo psíquico possível na infância. (LOURENÇO FILHO,
apud SANTOS & LEAL, 1999)
Em contraposição ao modelo de educação praticado até então, todos esses
autores defendiam uma educação baseada na construção do conhecimento pelo
educando, na postura do professor como mediador, na formação integral que
prepare o aluno para resolver os problemas e as dificuldades da vida, na prática e
valorização do ambiente de aprendizagem. Esse contexto foi propício ao surgimento