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Quadro 10 – Acompanhamento de DAMAS na Instituição
ANO Comportamentos observados
1996
Neste curto período, percebe-se que a menor assimilava rapidamente as tarefas identificando os objetos de
referência como comportamento antecipatório nas situações apresentadas. A sua comunicação expressiva é
limitada, pois ainda usa a outra pessoa, mas a sua comunicação interna é relativamente boa, tendo em vista o
pouco tempo de atendimento. Segundo informações, percebe que a filha está com fome – próximo à hora do
almoço – pois, se aproxima do fogão onde a refeição está sendo feita e retira a tampa da panela, por
exemplo. Além destes comportamentos, se desloca até a mesa e senta-se esperando que a mãe coloque as
panelas sobre a mesa. Desloca-se até o banheiro, retira a roupa e permanece debaixo do chuveiro, quando
lhe era dado à pista – a mochila lhe era mostrada – significando de que viria para a escola precisando da
ajuda da mãe para iniciar a atividade, sendo sempre necessário, dar-lhe um toque a fim de que continuasse,
pois não tomava iniciativa. Freqüentou o CAL uma vez por semana, por 4 horas
1997
Explora o ambiente. Não conhece limites. Arredia não aceitando a intervenção do professor, negava-se e
joga o que tinha a seu alcance. Comunicação inicial difícil. No final do ano apresentou progressos em
relação ao comportamento, relacionava as atividades e, quando as terminava , com mediação ou sozinha, lhe
era dado estímulo como o sinal de positivo e, Não indicando a forma correta de fazê-la. Compreendeu a
ponto de fazer o sinal positivo para o pai enquanto almoçavam.
1998
O atendimento era 40horas, freqüentava a sala da surdocegueira (três dias) e era inserida na pré-escola (dois
dias). Ver prontuário
1999*
Freqüentou o pré no ensino regular. Faz uso de gestos naturais; cruza os braços para designar Não.
Mantinha atenção e concentração nas atividades.
2000
Tentativa de freqüentar o ensino regular todos os dias e duas vezes por semana. O professor da
surdocegueira permanecia em sala de aula, como apoio ao professor da classe e, no período oposto ocorria o
atendimento individual. A freqüência na escola deu-se, segundo informações da família, somente nos dias
em que o professor de apoio se deslocava até a escola. Sem êxito.
2001/
2002
A adolescente não freqüentou o serviço devido à impossibilidade de utilizar o ônibus da instituição em
função das rotas estabelecidas e, por motivos legais exigidas pelo DETRAN – Departamento de Trânsito,
2003
Comunica-se por gestos caseiros e LIBRAS. Participa das atividades de AVD. Distrai-se facilmente Auxilia
os colegas em suas dificuldades. Atende solicitações da professora.
2004
Apresentou maior tolerância ao efetuar as atividades sendo prejudicada pela baixa freqüência. Intervenção
cirúrgica do coração. Ë independente para ir ao banheiro, para alimentar-se Necessita de comando para
iniciar as atividades, postura adequada a mesa. Distrai-se facilmente. Realiza pequenas tarefas como fechar
janelas, desligar o ventilador. Comunica-se com gestos caseiros e sinais LIBRAS (comer,banheiro,sentar).
2005
Apresentou crise de agressividade na escola e em casa e, este comportamento pode estar relacionado à TPM
(tensão pré-menstrual), período em que ela chora e fica agressiva, por não saber como se comunicar quando
está com cólicas e desconforto. Por este motivo, foi encaminhada ao neurologista onde foi medicada com
RESPIRIDONA. Enquanto tomava o remédio apresentou crise de agressividade. Durante a primeira crise
foi mais fácil de contê-la, já na segunda, no final de novembro de 2005, a adolescente começou a gritar no
pátio e a agredir as professoras quando tentaram impedi-la. Além disso, fez menção de chutar, bater e
morder os que estavam presentes. Atingiu uma professora com a cabeça e bateu com a cabeça na parede.
Ao demonstrar sinal de cansaço, foi possível, perguntar-lhe se queria comer ou tomar água. A adolescente
ficou mais serena, porém ainda apresentava a respiração acelerada. Durante este período houve muitas
mudanças significativas: 1. No início das aulas, em março de 2005, a adolescente foi transferida para uma
sala com oito alunos comprometidos - a maioria tinha problemas de comunicação- saindo de um ambiente
para outro e com dois professores; 2. Mudança na constituição das turmas, na anterior eram 03 educandos
sendo que cada um tinha o seu professor; 3.o objetivo o uso da Língua de Sinais (LIBRAS); 4. As
professoras nunca haviam trabalhado nesta área e não conheciam os pressupostos do trabalho da
surdocegueira a ponto de não utilizar sistemas que indicam as atividades que seriam realizadas; 5.A
comunicação era quase inexistente apesar do esforço empregado pelas professoras; 6.Uso de medicamento,
que desencadeou crise de agressividade na escola e no ambiente familiar, segundo a equipe do CENAP –
Centro de Atendimento e Aprendizagem.
2006
Durante o período que permaneceu na escola, apresentou modificações significativas de comportamento,
demonstrou curiosidade no ambiente, pegando os objetos e levando-os, próximo aos olhos, mas o tempo de
permanência é pouco, frente às possibilidades de utilizar os outros sentidos. Já identifica alguns sinais
padronizados como comer, casa, banheiro, por exemplo, significando que está simbolizando mais.
2007
Iniciando o ano letivo no CAS.
O Quadro 11 contém informações oriundas da pesquisa documental e das
entrevistas para a caracterização de IMFS, mãe da adolescente deste estudo