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THAÍS JAQUELINE VIEIRA DE LIMA
A humanização na atenção básica de saúde:
visão de um grupo de idosos de Araçatuba-SP
ARAÇATUBA SP
2010
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1
THAÍS JAQUELINE VIEIRA DE LIMA
A humanização na atenção básica de saúde:
visão de um grupo de idosos de Araçatuba-SP
ARAÇATUBA SP
2010
Dissertação apresentada à Faculdade de
Odontologia da Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Campus
de Araçatuba, para obtenção do título de
“Mestre em Odontologia Preventiva e
Social”.
Orientador: Prof. Dr. Renato Moreira Arcieri
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Catalogação na publicação (CIP)
Ficha Catalográfica elaborada pela Biblioteca da FOA / UNESP
Lima, Thaís Jaqueline Vieira de
L732p A humanização na atenção básica de saúde: visão de
um grupo de idosos de Araçatuba-SP/ Thaís Jaqueline
Vieira de Lima. -- Araçatuba : [s.n.], 2010
139 f. : il. ; tab. + 1 CD-ROM
Dissertação (Mestrado) Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Odontologia, Araçatuba, 2010
Orientador: Prof. Renato Moreira Arcieri
1. Humanização da assistência 2. Serviços de saúde
3. Políticas públicas 4. Assistência a idosos
Black D5
CDD 617.601
3
DADOS CURRICULARES
THAÍS JAQUELINE VIEIRA DE LIMA
NASCIMENTO 30/09/1983 RINÓPOLIS-SP
FILIAÇÃO Neide Vieira Pinto da Silva
Aparecido Cardoso da Silva
2001/2006 Curso de Graduação em Odontologia
Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP.
2007 Curso de Aperfeiçoamento em Endodontia
(Teórico/Prático)
Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP.
2008/2010 Curso de Pós-Graduação em Odontologia Preventiva e
Social
Nível de Mestrado
Faculdade de Odontologia de Araçatuba UNESP.
4
Dedicatória
5
A Deus, fiel amigo, que incansavelmente intercede por mim. Só Ele tornou
tudo isso possível...
“Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e encontrareis; batei, e abrir-se-vos-á. Porque aquele
que pede, recebe; e, o que busca, encontra; e, ao que bate, se abre. E qual dentre
vós é o homem que, pedindo-lhe pão o seu filho, lhe dará uma pedra? E, pedindo-
lhe peixe, lhe dará uma serpente? Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas coisas
aos vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará bens aos que
lhos pedirem?
(Mateus, 7: 7-11)
6
A minha mãe Neide, minha amiga, companheira, que, com sua
tranqüilidade e paciência foi imprescindível em momentos extremos de
minha vida, aliás, a ela devo a minha vida. Expressar o que a senhora
representa para mim e agradecer tudo o que a senhora fez e faz por mim, é
impossível. Por mais que eu me canse de falar (ou escrever) as palavras
nunca poderiam expressar exatamente o que a senhora é para mim e o
quanto sou agradecida por ser sua filha. A senhora é TUDO para mim.
Obrigada!
“Os teus braços estão sempre abertos quando preciso de um abraço. O teu coração
sabe compreender quando preciso de uma amiga. Os teus olhos sensíveis
endurecem- se quando preciso uma lição. A tua força e teu amor dirigiram-me
pela vida, dando-me as asas que precisava para voar.”
(Autor Desconhecido)
7
Ao meu pai Aparecido, que mesmo um pouco ausente, sempre sinto sua
presença em meu coração. Obrigada por ter feito tanto por mim.
Pode ser novo, pode ser velho;
Pode ser branco, negro ou amarelo;
Pode ser rico ou pobre;
Pode ser solteiro, casado, viúvo ou divorciado;
Pode ser feliz ou infeliz;
Pode estar aqui ou já ter ido embora;
Pode ter tido filhos ou adotado-os;
Pode ter casa ou morar na rua;
Pode usar terno ou tanga;
Pode ser Deus ou humano;
Pode estar trabalhando ou desempregado;
Pode ser tanta coisa ou simplesmente PAI.
Mas todos, sem faltar um
sequer fazem parte da Criação.
Que não só hoje,
mas em todos os dias desta vida
possas ser lembrado como aquele que:
muitas vezes não dormiu,
muitas vezes ficou pensando
na comida para levar para casa,
muitas vezes engoliu sapos,
muitas vezes chorou escondido,
muitas vezes gargalhou,
muitas vezes perdeu a hora,
mas nunca deixou de pensar
na coisa mais importante da sua vida:
NÓS!!!!
(Autor Desconhecido)
8
Ao meu esposo Rodrigo, com amor, admiração e gratidão por sua constante
presença, apoio e compreensão em todos os momentos de minha vida.
Você é o meu porto seguro, meu amor, minha paixão, meu amigo. Sinto-me
segura e protegida ao seu lado. Nossa convivência só aumenta mais e mais
o amor que sinto por você. Obrigada por existir e por me fazer tão feliz.
“As muitas águas não poderiam apagar este amor, nem os rios afogá-lo; ainda
que alguém desse toda a fazenda de sua casa por este amor, certamente a
desprezariam.”
(Cantares de Salomão, 8: 7)
9
Agradecimentos
Especiais
10
Ao Professor Renato Moreira Arcieri, meu orientador, por ter sido meu guia
com sua sabedoria e atenção e pela paciência a mim dispensada.
Agradeço pela orientação, apoio e especialmente pela nossa tranqüila
convivência. Por sua dedicação, sensibilidade e por sempre estar disposto a
ajudar, fica minha eterna admiração e profunda gratidão. Obrigada!
A Professora Cléa Adas Saliba Garbin, por seu cuidado especial, por sua
forma humana de ser e de tratar todos à sua volta, pelos ensinamentos
transmitidos com carinho, pelo incentivo e conselhos em momentos
necessários e por acreditar em mim. Mais que uma professora, uma amiga
que admiro. Muito obrigada!
A Professora Suzely Adas Saliba Moimaz, pela imensa contribuição para
minha formação profissional e pessoal. Seus conselhos foram valiosos para
mim. Obrigada!
A Professora Nemre Adas Saliba, pela confiança em mim depositada e pelo
exemplo de determinação em tudo que faz.
Ao Professor Orlando Saliba, pela inesgotável paciência e constante
disposição em ajudar.
Ao Nilton por tornar o mestrado divertido com sua expontaneidade e alegria
de viver. Valeu!
11
A Valderez, pela amizade compartilhada e pela convivência gratificante em
todo esse percurso. Obrigada por tudo!
A Tatiana, minha “parceirinha”, você sabe que além de amiga, você se
tornou minha irmã. Obrigada pela fidelidade, confiança e sinceridade.
Nossa amizade facilitou essa caminhada da pós-graduação. Com você
compartilhei momentos de alegria e tristeza. Muito obrigada pelas conversas,
pela companhia, pela compreensão em tudo e em todos os momentos.
Aos meus amigos de turma do Mestrado, Tati e Fernando e ao doutorando
Luiz Fernando adotado pela nossa turma, obrigada pelo carinho e ajuda que
sempre recebi! Aprendi muito com cada um de vocês. Valeu!
Aos meus colegas da Pós-Graduação Ana Paula Dossi, Dani Coelho, Dani
Pereira, Kléryson, Márcio, Najara, Diego, Sérgio, Karina, Ana Carolina, Carlos,
Marco Aurélio, Milene, Renata, Fabiano, obrigada pela alegre convivência,
pelo apoio, pelas dicas, enfim por terem sempre estendido a mão quando
precisei. Obrigada!
A minha amiga de infância, de adolescência, madrinha do meu casamento,
prima...(ufa!) Mirian por ter participado de momentos tão especiais e únicos
da minha vida. Obrigada por tudo!
12
Aos meus amigos da graduação, Simone (Si), Tiago (Lost) e Aldiéris (Aldinho)
Vocês foram mais que amigos para mim, se tornaram meus irmãos, pois por
mais que tomamos rumos diferentes, nosso carinho e dedicação
continuaram inalterados. O curso se tornou mais leve e prazeroso, pois tinha
constantemente vocês ao meu lado. Aprendi o verdadeiro sentido da
amizade com vocês. Obrigada por fazerem parte da minha vida. Vocês são
inesquecíveis para mim!
Aos meus amigos Janaína e Eduardo, Cris e Zezinho pela constante presença
e apoio em tudo.
A minha sogrinha “preferida” Ivone por ter me ajudado sempre que pôde,
por ter quebrado muitos “galhos” pra mim e o mais importante, por ter me
deixado casar com o filho dela... (risos). Obrigada por tudo!
A toda minha família (avó, tios, tias, primos e primas) por sempre torcerem
por mim e por compreender quando não pude estar por perto. Obrigada!
13
“A gente pode morar numa casa mais ou menos, numa rua mais ou menos, numa
cidade mais ou menos, e até ter um governo mais ou menos.
A gente pode dormir numa cama mais ou menos, comer um feijão mais ou menos,
ter um transporte mais ou menos, e até ser obrigado a acreditar mais ou menos no
futuro.
A gente pode olhar em volta e sentir que tudo está mais ou menos...
TUDO BEM!
O que a gente não pode mesmo, nunca, de jeito nenhum...
é amar mais ou menos, sonhar mais ou menos, ser amigo mais ou menos, namorar
mais ou menos, ter fé mais ou menos, e acreditar mais ou menos.
Senão a gente corre o risco de se tornar uma pessoa mais ou menos.”
(Chico Xavier)
14
.
Agradecimentos
15
A Faculdade de Odontologia de Araçatuba - UNESP, nas pessoas do Diretor
Prof. Dr. Pedro Felício Estrada Bernabé e Vice-Diretora Profª Drª Ana Maria
Pires Soubhia, ao coordenador do Programa de Pós-Graduação em
Odontologia Preventiva e Social, Profª Artênio José Ísper Garbin pelo
acolhimento e por terem proporcionado condições para o desenvolvimento
do meu trabalho.
A todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia
Preventiva e Social, Profª Nemre Adas Saliba, Prof. Orlando Saliba, Profª Suzely
Adas Saliba Moimaz, Profª Cléa Adas Saliba Garbin, Prof. Artênio José Isper
Garbin, Prof. Renato Moreira Arcieri, Profª Maria Lúcia Marçal Mazza
Sundefeld, Profa. Dóris Hissako Sumida, Ana Cláudia Okamoto por todos os
ensinamentos transmitidos e pela colaboração no meu processo de
aprendizado.
Aos funcionários do Departamento de Odontologia Social da Faculdade de
Odontologia de Araçatuba - UNESP, Neusa Martins Rovina Antunes, Nilton
César Souza e Valderez Freitas Rosa obrigada pela agradável convivência e
disponibilidade constantes.
Aos funcionários da Biblioteca da Faculdade de Odontologia de Araçatuba-
UNESP, Ana Claudia Grieger Manzatti, Ivone Rosa de Lima Munhoz, Maria
Cláudia de Castro Benez, Luzia Anderlini, Izamar da Silva Freitas, Ana Paula
16
Rimoli de Oliveira, Luis Cláudio Sedlacek e Cláudio Hideo Matsumoto, pela
atenção, orientação e pela disposição em ajudar sempre que precisei.
Aos funcionários da Seção de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia
de Araçatuba - UNESP, Diogo Reatto, Valéria Queiroz Marcondes Zagatto e
Marina Midori Sakamoto Hawagoe, obrigada pelo modo prestativo e pela
atenção que sempre me atenderam.
A Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior)
que me concedeu uma bolsa durante a realização deste Mestrado,
contribuindo, assim, para a viabilização deste trabalho. Deixo aqui meu
profundo agradecimento.
Aos idosos que participaram deste trabalho, que muito gentilmente me
receberam e colaboraram com este estudo. Obrigada! Sem a ajuda de
vocês, este trabalho não teria acontecido!
17
"Há homens que lutam um dia e são bons.
Há outros que lutam um ano e são melhores.
Há os que lutam muitos anos e são muito bons.
Porém, há os que lutam toda a vida.
Esses são os imprescindíveis."
(Bertolt Brecht)
18
Resumo
19
LIMA TJV. A humanização na atenção básica de saúde: visão de um grupo
de idosos de Araçatuba-SP [dissertação]. Araçatuba: UNESP Universidade
Estadual Paulista; 2010.
Resumo
Com o aumento significativo da população idosa, surgiu um novo
contingente de pessoas que irão necessitar de assistência à saúde. No
entanto, ao atender o idoso, a equipe de saúde deve estar atenta a uma série
de alterações físicas, psicológicas e sociais que normalmente ocorrem nesses
pacientes, e que justificam um cuidado diferenciado. As equipes de saúde
têm um importante papel com o idoso, pois, acredita-se que, através de uma
relação empática, haja uma assistência humanizada, garantindo o seu
equilíbrio físico e emocional. Uma forma de medir a qualidade e a
humanização da assistência à saúde é através da responsividade, conceito
introduzido pela Organização Mundial da Saúde no campo da avaliação em
saúde, para se referir aos elementos não-diretamente ligados ao estado de
saúde. O objetivo deste estudo foi analisar a percepção do idoso quanto à
humanização na atenção básica de saúde. No período de janeiro e fevereiro
de 2009 foram entrevistadas 360 pessoas com 60 anos ou mais, que
freqüentam as Unidades Básicas de Saúde do município de Araçatuba,
utilizando um questionário adaptado do instrumento desenvolvido pela
Organização Mundial da Saúde: o Multi-Country Survey Study e os
resultados foram estatisticamente analisados através do software Epi Info
6.04. A idade média dos pacientes foi 75,1 anos, sendo a hipertensão o
principal motivo para procurarem atendimento nas Unidades Básicas de
Saúde. Os aspectos Dignidade e Comunicação foram classificados pela
maioria como mais importantes. Contudo, Comunicação atingiu as
porcentagens mais baixas em termos de desempenho. Apenas Dignidade e
Confidencialidade tiveram pontuação elevada tanto em importância quanto
no desempenho. Pronta Atenção foi o terceiro aspecto classificado como mais
20
importante, e teve desempenho similar à importância em apenas um quesito.
Escolha dos profissionais e Qualidade das comodidades básicas
apresentaram piores avaliações na perspectiva dos idosos, comparados à
importância dada aos mesmos, o mesmo observado no aspecto Autonomia. A
percepção do idoso quanto ao cuidado humanizado, através da
responsividade, apresentou-se positiva, o que pode contribuir para o
aprimoramento da atenção básica de saúde, especialmente no atendimento
ao paciente idoso. Para isso, o total envolvimento da equipe de saúde, assim
como um pleno engajamento dos gestores e usuários num processo contínuo
de avaliação se torna indispensável.
Palavras-Chave: Humanização da assistência. Serviços de Saúde. Políticas
públicas. Assistência a idosos.
21
Abstract
22
Lima TJV. The humanization in the basic health care: vision of a group of
elderly Araçatuba-SP [dissertation]. Araçatuba: UNESP São Paulo State
University; 2010.
Abstract
With the significant increase of the elderly population, there is a new
contingent of people that will need health care. However, while caring for the
elderly, the health team must be aware of a series of physical, psychological
and social alterations that typically occur with these patients, and that
justify a differentiated care. The health team plays an important role with
the elderly, because it is believed that through an empathic relationship
there is a humanized assistance, guarantying its physical and emotional
equilibrium. A way of measuring the quality and the humanization of health
assistance is throughout the responsivity, a concept introduced by World
Health Organization in the field of health evaluation, in order to refer to the
elements not directly linked to the health status. The aim of this study was
to analyze the perception of the elderly on the quality of humanized care in
the health basic assistance. During January and February of 2009, 360
patients aged 60 years or more who attended the Units of Health Basic Care
at Araçatuba city were interviewed, using an adapted questionnaire of the
instrument developed by World Health Organization: the Multi-Country
Survey Study, and the results were statistically analyzed through the
software Epi Info 6.04. The mean age of patients was 75.1, being
hypertension the main reason why elderly looked for assistance at the Units
of Health Basic Care. The aspects Dignity and Communication were
considered the most important factors for the majority of patients. However,
Communication got the lowest percentage in terms of performance. Only
Dignity and Confidentiality had high scores on importance as much as on
performance. Prompt attention was the third aspect classified as most
important, and got a similar performance to importance only in one item.
23
The Choice of providers and the Quality of basic amenities presented the
worst evaluations through the elderly perspective, compared to the
importance given to these aspects, the same observed with Autonomy. The
elderly perception about the humanized care, throughout responsivity, was
positive, and can contribute to the improvement of health basic assistance,
especially to the attendance of the aged patient. For this, it is indispensable
the total involvement of health team, as well as a full engagement of
managers and users, in a continuous process of evaluation.
Keywords: Humanization of assistance. Health Services. Public policies. Old
age assistance.
24
Listas de tabelas,
figuras e abreviaturas
25
Lista de Tabelas
Capítulo 2
Tabela 1 - Aspectos definidos pelo conceito de 70
responsividade da OMS. Araçatuba-SP, 2009.
Tabela 2 - Distribuição da amostra, por gênero 72
e idade. Araçatuba-SP, 2009.
26
Lista de Figuras
Capítulo 2
Figura 1. Comparação entre a importância e o desempenho 75
do aspecto Pronta atenção. Araçatuba-SP, 2009.
Figura 2. Comparação entre a importância e o desempenho 76
do aspecto Dignidade. Araçatuba-SP, 2009.
Figura 3. Comparação entre a importância e o desempenho 77
do aspecto Comunicação. Araçatuba-SP, 2009.
Figura 4. Comparação entre a importância e o desempenho 78
dos aspectos Autonomia, Escolha dos profissionais,
Qualidade das comodidades básicas e Confidencialidade.
Araçatuba-SP, 2009.
27
Lista de Abreviaturas
ACS: Agente Comunitário de Saúde
CAPES: Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior
EI: Estatuto do Idoso
ESF: Equipe de Saúde da Família
MCSS: Multi-Country Survey Study
OMS: Organização Mundial de Saúde
PNH: Política Nacional de Humanização
PNHAH: Programa Nacional de Humanização da Assistência Hospitalar
PNSI: Política Nacional de Saúde do Idoso
PSF: Programa de Saúde da Família
SUS: Sistema Único de Saúde
UBS: Unidade Básica de Saúde
UBSs: Unidades Básicas de Saúde
UTI: Unidade de Terapia Intensiva
28
Sumário
1 Introdução Geral................................................................................. 30
2 Proposição Geral................................................................................. 33
3 Capítulo 1............................................................................................ 35
3.1 Resumo...................................................................................... 36
3.2 Abstract...................................................................................... 37
3.3 Introdução.................................................................................. 38
3.4 Considerações Finais.................................................................. 54
3.5 Referências................................................................................. 55
4 Capítulo 2............................................................................................ 62
4.1 Resumo...................................................................................... 63
4.2 Abstract...................................................................................... 65
4.3 Introdução.................................................................................. 67
4.4 Metodologia................................................................................ 69
4.5 Resultados.................................................................................. 72
4.6. Discussão.................................................................................. 79
4.7 Conclusão................................................................................... 83
4.8 Referências................................................................................. 84
Anexos.................................................................................................... 89
Anexo A Parecer de aprovação do Comitê de Ética em
Pesquisa da Faculdade de Odontologia de Araçatuba
UNESP ............................................................................................. 90
29
Anexo B Artigo enviado à Revista BMC Health Services
Research.......................................................................................... 92
Anexo C Normas para publicação Revista Saúde e
Sociedade........................................................................................ 117
Anexo D Normas para publicação Revista BMC Health
Services Research............................................................................ 122
Anexo E Instrumento utilizado para coleta de dados..................... 133
30
Introdução
Geral
31
1 Introdução Geral
Com o envelhecimento populacional, fenômeno observado não
somente no Brasil, mas em vários outros países, surge uma nova clientela
que necessita de constante acompanhamento em saúde e de outros
procedimentos assistenciais, uma vez que o aumento da esperança de vida
aumenta a prevalência de inúmeras enfermidades, principalmente crônicas.
Torna-se imprescindível uma reestruturação em várias esferas do
governo, especialmente no âmbito da saúde, visando a criação de programas
específicos para atender às necessidades da população idosa, adequação das
instalações públicas de saúde, aquisição de recursos técnicos e
equipamentos para tornar os procedimentos assistenciais de melhor
qualidade e resolutivos, implicando na humanização do atendimento.
Um aspecto de fundamental importância no atendimento à saúde do
idoso é o investimento em recursos humanos em saúde, tanto em
quantidade quanto em qualidade, sendo necessário para isso a realização de
constantes capacitações para que esses profissionais tenham condições de
cuidar devidamente dessa clientela especial e estar atenta a inúmeras
alterações tanto de ordem física, social ou emocional.
O equilíbrio físico e emocional do paciente idoso é também obtido
através de uma assistência humanizada, e esta, por sua vez, ocorre através
de uma relação harmônica entre o profissional e o paciente. Dessa forma os
profissionais de saúde têm com o idoso um papel de extrema relevância.
Assim, o desafio no Brasil é oferecer qualidade de vida para os
idosos, cuja maioria apresenta um baixo nível sócio-econômico e
educacional.
Tendo em vista que a principal porta de entrada para o sistema de
saúde no Brasil são as unidades básicas de saúde, justifica-se verificar a
humanização na atenção à saúde dos idosos nessas instituições.
Introdução geral
32
Este trabalho foi dividido em dois capítulos. O primeiro traz uma
reflexão sobre a humanização na atenção à saúde do idoso por meio de uma
revisão de literatura. O segundo avalia a percepção do idoso quanto à
humanização na atenção básica de saúde.
Introdução geral
33
Proposição
Geral
34
2 Proposição Geral
O presente estudo teve como objetivo fazer uma reflexão sobre a
humanização na atenção à saúde do idoso, considerando a valorização dos
diferentes sujeitos implicados neste processo, abordando as políticas e
práticas de saúde voltadas à população idosa e avaliar a percepção do idoso
quanto à humanização na atenção básica de saúde do município de
Araçatuba, interior de São Paulo, Brasil.
Proposição geral
35
3 Capítulo 1
Humanização na atenção à saúde
do idoso
1
1 Artigo aceito para publicação: LIMA, T.J.V.; ARCIERI, R.M..; GARBIN, C.A.S..; MOIMAZ, S.A.S.
Humanização na atenção à saúde do idoso. Saúde e Sociedade, São Paulo, no prelo. (ANEXO C)
36
3.1 Resumo
O artigo discute as práticas de assistência, políticas, estratégias e
ações governamentais formalizadas para a saúde do idoso, visto que, embora
o tema “humanização” se faz presente em várias discussões, e que inclusive
até tornou-se diretriz da tão aclamada Política Nacional de Humanização,
esses pacientes sofrem, ainda, vários obstáculos para assegurar alguma
assistência à saúde. A falta de instalações adequadas, de recursos humanos,
a carência de programas específicos, somam-se à precariedade de
investimentos públicos para atendimento às necessidades específicas dessa
população, além da desinformação e ao desrespeito aos cidadãos da terceira
idade. Dessa forma, será efetuada uma reflexão sobre a humanização na
atenção à saúde focada nessa população, primeiramente fazendo um resgate
da humanização nos diversos cenários do setor saúde, considerando a
valorização dos diferentes sujeitos implicados neste processo, para que o
cuidado dessa crescente fatia da população seja realizado de forma
humanizada, visto ser este um paciente especial que requer um atendimento
diferenciado.
Palavras-chave: Humanização da assistência; Serviços de saúde; Políticas
públicas; Assistência a idosos.
Capítulo 1
37
3.2 Abstract
The article discuss the practices of assistance, politics, strategies and
governmental actions which were formalized for elderly health, since that,
although the subject “humanization” is present in several discussions and
that became the guideline of the so acclaimed National Politics of
Humanization, these patients have still suffered many obstacles in order to
obtain some health assistance. The lack of adequate infrastructure, of
human resources, the scarcity of specific programs are added the
precariousness of public investments directed to attendance of specific needs
of this population, moreover of the disinformation and disrespect to elderly
citizens. Therefore, we will make a reflection about humanization on health
assistance focused on this population, first making a rescue of humanization
on different scenarios of health field, considering the valorization of different
subjects involved in this process, for that the care to this increasing
population be carried out in an humanized way, since this is a special
patient that requires a differentiated care.
Key words: Humanization of assistance; Health Services; Public policies; Old
age assistance.
Capítulo 1
38
3.3 Introdução
A pirâmide populacional brasileira modificou-se nos últimos anos,
devido ao aumento da esperança de vida ao nascer e conseqüente
envelhecimento populacional, (Moimaz e col, 2004) sendo este um fenômeno
também observado em vários outros países. No Brasil, as modificações se
dão de forma radical e bastante acelerada. As projeções mais conservadoras
indicam que em 2020 seremos o sexto país do mundo em número de
idosos, com um contingente superior a 30 milhões de pessoas (Carvalho e
Garcia, 2003).
O Brasil hoje é um jovem país de cabelos brancos. Todo ano, 650 mil
novos idosos são incorporados à população brasileira, a maior parte com
doenças crônicas e alguns com limitações funcionais. De 1960 a 1975 o
número de idosos passou de 3 milhões para 7 milhões, e em 2006 para 17
milhões um aumento de 600% em menos de cinqüenta anos (Veras, 2007).
Além dessa constatação, atualmente têm-se observado, nas relações
que a sociedade estabelece com o idoso, não apenas uma mudança de
valores, mas um aumento da esperança de vida, passando o idoso a ser
merecedor de cuidado e atenção especiais que eram inexistentes nos últimos
dois séculos. A mudança se deve ao arsenal tecnológico que a medicina
dispõe devido ao seu crescente progresso, favorecendo a longevidade e
contribuindo dessa maneira como um dos fatores para o aumento
significativo da população idosa, passando as doenças crônicas a serem
enfrentadas com mais tranqüilidade do que no passado.
No entanto, cotidianamente, os idosos brasileiros vivem angústias
com a desvalorização das aposentadorias e pensões, com medos e depressão,
com a falta de assistência e de atividades de lazer, com o abandono em
hospitais ou asilos, e sofrem, ainda, todo tipo de obstáculos para assegurar
alguma assistência por meio de planos de saúde. À desinformação, ao
preconceito e ao desrespeito aos cidadãos da terceira idade, se somam a
precariedade de investimentos públicos para atendimento às necessidades
específicas da população idosa, a falta de instalações adequadas, a carência
Capítulo 1
39
de programas específicos e mesmo de recursos humanos, seja em
quantidade ou qualidade (Parahyba e Simões, 2006).
Dessa forma, ao atender o idoso, a equipe de saúde deve estar atenta
a uma série de alterações físicas, psicológicas e sociais que normalmente
ocorrem nesses pacientes, e que justificam um cuidado diferenciado (Brasil,
1999). Esses profissionais têm um importante papel com o idoso, pois,
acredita-se que, através de uma relação empática, haja uma assistência
humanizada e um comprometimento com o cuidado personalizado,
garantindo o seu equilíbrio físico e emocional (Franco e col, 1999).
Além disso, atualmente discute-se a necessidade de humanizar o
cuidado, a assistência e a relação com o usuário do serviço de saúde. O SUS
instituiu uma política pública de saúde que, apesar dos avanços
acumulados, hoje, ainda enfrenta fragmentação do processo de trabalho e
das relações entre os diferentes profissionais, fragmentação da rede
assistencial, precária interação nas equipes, burocratização e verticalização
do sistema, baixo investimento na qualificação dos trabalhadores, formação
dos profissionais de saúde distante do debate e da formulação da política
pública de saúde, entre outros aspectos tão ou mais importantes do que os
citados aqui, resultantes de ações consideradas desumanizadas na relação
com os usuários do serviço público de saúde (Oliveira e col, 2006).
Dessa forma, o desafio no Brasil, para o século XXI é oferecer
suporte de qualidade de vida para essa imensa população de idosos, na sua
maioria de nível socioeconômico e educacional baixo e com prevalência de
doenças crônicas e incapacitantes (Ramos, 2003).
Perante este panorama, justifica-se a reflexão sobre a humanização
na atenção à saúde, considerando a valorização dos diferentes sujeitos
implicados neste processo. Também se torna necessário repensar as
políticas e práticas de assistência ao idoso para que o cuidado dessa
crescente fatia da população seja realizado de forma humanizada, visto ser
este um paciente especial que requer um cuidado diferenciado, razão do
objetivo do presente trabalho.
Capítulo 1
40
A humanização na atenção à saúde
Antes de qualquer coisa, é importante salientar a distinção entre o
“modelo de cuidar” e o “modelo assistencial”, pois são termos essenciais para
o pleno entendimento e maior compreensão da temática “humanização”. O
“modelo de cuidar” é uma atividade intelectual deliberada, pela qual a
prática do atendimento é implementada de forma sistemática e ordenada,
sendo uma tentativa de melhorar a assistência. É baseada em crenças,
valores e significados no processo de viver dos envolvidos no seu cotidiano
(Teixeira e Nitschke, 2008).
Já o “modelo assistencial é uma construção histórica, política e
social, organizada num contexto dinâmico, para atender aos interesses dos
grupos sociais. É uma forma de organização do Estado e da sociedade civil,
instituições de saúde, trabalhadores e empresas que atuam no setor para
produzir serviços de saúde (Lucena e col., 2006).
Está em evidência um novo modelo assistencial das estratégias de
atenção e gestão no SUS e de formação dos profissionais de saúde. Em
virtude disso, muito se tem discutido a respeito da humanização na
assistência à saúde, provavelmente devido à sua fundamental relevância,
uma vez que é baseada em princípios como a eqüidade, integralidade da
assistência, dentre outros, resgatando assim, a valorização da dignidade do
usuário e também do trabalhador.
Deste modo, sugere-se que, sob a influência do movimento de
humanização, a integralidade assistencial possa ser desenvolvida, não
apenas como superação de dicotomias técnicas entre preventivo e curativo,
entre ações individuais e coletivas, mas como valorização e priorização da
responsabilidade pela pessoa, do zelo e da dedicação profissional por
alguém, como outra forma de superar os lados dessas dicotomias. Isto é, a
humanização induz a pensar que não é possível equacionar a questão da
integralidade sem valorizar um encontro muito além de soluções com
modelos técnicos de programação de “oferta organizada” de serviços (Puccini
e Cecílio, 2004).
Deslandes (2004) analisa brilhantemente o discurso do Ministério da
Saúde sobre a humanização da assistência e acredita que apesar da
Capítulo 1
41
polissemia do conceito de humanização da assistência e da amplitude
possível das práticas que se auto-intitulam como “humanizadoras”, esse
projeto/processo pode propiciar uma contribuição para a melhoria da
qualidade da atenção prestada. Pode significar um novo modelo de
comunicação entre profissionais e pacientes e quiçá novas práticas
cuidadoras.
Destaca ainda, dois pontos dessa proposta que acredita merecer
ainda maior reflexão. O primeiro diz respeito à concepção da suposta díade
“tecnologia e fator humano”. Superar tal leitura é etapa rumo à construção
de um olhar ampliado sobre a produção do cuidado em saúde, incluindo as
tecnologias leves no arsenal dos saberes e competências de saúde. O
segundo concerne à questão da mudança cultural e os meios sugeridos para
tal, especialmente a proposta de maior capacidade comunicativa como
fundante de uma assistência humanizada. Tais idéias serão inócuas se não
forem valorizadas as expressões das expectativas e demandas dos próprios
usuários-pacientes, reconhecendo sua autonomia e legitimidade simbólicas,
cujas manifestações, a princípio, não são delegáveis a tradutores-intérpretes
(Deslandes, 2004).
Refletir acerca do cuidado na perspectiva da tecnologia leva a
repensar a inerente capacidade do ser humano em buscar inovações capazes
de transformar seu cotidiano, visando uma melhor qualidade de vida e
satisfação pessoal. Somando-se a isso, as inovações tecnológicas também
favorecem o aprimoramento da assistência em saúde, tornando-a mais
eficiente, eficaz e convergente aos requerimentos do paciente (Rocha e col,
2008).
Assim, o cuidado e a tecnologia possuem aproximações que fazem
com que o atendimento, resultante de um trabalho vivo em ato,
sistematizado e organizado cientificamente, favoreça a manutenção da vida,
proporcione conforto e bem estar e contribua com uma vida saudável (Rocha
e col, 2008).
Segundo Oliveira e col (2006), humanizar a assistência em saúde
implica dar lugar tanto à palavra do usuário quanto à palavra dos
profissionais da saúde, de forma que possam fazer parte de uma rede de
Capítulo 1
42
diálogo, que pense e promova as ações, campanhas, programas e políticas
assistenciais a partir da dignidade ética da palavra, do respeito, do
reconhecimento mútuo e da solidariedade. Entretanto, o problema em
muitos locais é justamente a falta de condições técnicas, seja por falta de
capacitação ou materiais tornando-se o atendimento desumanizante pela
qualidade, resultando num atendimento de baixa resolubilidade. Essa falta
de condições técnicas e materiais também podem induzir à desumanização
na medida em que profissionais e usuários se relacionem de forma
desrespeitosa, impessoal e agressiva, piorando uma situação que é
precária.
É o que se na maioria das Unidades de Saúde, onde os espaços
físicos são improvisados, inadequados e em péssimo estado de conservação,
afetando negativamente a recepção dos usuários, interferindo na qualidade
dos atendimentos, e muitas vezes, impedindo ou impossibilitando, a
privacidade dos procedimentos. Além disso, a ausência de um ambiente
adequado, falta de recursos humanos e deficiência na qualidade e
quantidade de materiais desmotivam o profissional para uma mudança de
atuação (Simões e col, 2007).
O profissional da saúde é o responsável pela melhoria da qualidade
da assistência e conseqüente satisfação do usuário, entretanto, deve-se
pensar na produção de cuidados e práticas humanizadoras levando-se em
conta as especificidades desse ofício que envolve a utilização intensiva de
capacidades físicas e psíquicas, intelectual e emocional, incluindo troca de
afetos e de saberes (Hennington, 2008).
O trabalho em saúde pressupõe patrimônio e demanda
necessariamente a socialização, a cooperação e a conformação de grupos e
redes. Some-se ainda as exigências contemporâneas de uma incessante e
rápida incorporação de novos conhecimentos e tecnologias e do
desenvolvimento contínuo de habilidades comunicacionais e de manejo de
informações. Isso sem contar a convivência diária com toda forma de
sofrimento e a profunda e irremediável implicação com o universo da saúde e
da doença, da vida e da morte e as inevitáveis repercussões no corpo e na
mente (Hennington, 2008).
Capítulo 1
43
No ambiente hospitalar, a humanização ainda mantém-se enfatizada
na figura pessoa-cliente, evidenciando a pouca atenção ao cuidado e à
humanização do sujeito-trabalhador. A temática em questão é bastante
abordada na literatura, porém, na realidade prática, como envolve mudança
de comportamento somente poderá se efetivar mediante a internalização da
proposta de humanização pelos sujeitos-trabalhadores das instituições de
saúde (Amestoy e col, 2006).
Porém, não se justifica que os profissionais inseridos na assistência,
qualquer que seja o seu lócus de atuação, deixem de insistir na construção
de novos espaços e novos modelos fundados no diálogo, os quais possam
reverter a soberania da técnica, em detrimento da intersubjetividade
(Carvalho e col, 2008).
o cuidado prestado nas unidades de terapia intensiva (UTI), de
certa forma, é paradoxal. Em algumas situações, é preciso provocar dor,
para que se possa recuperar e manter a vida; em outras situações, não se
pode falar, apenas cuidar. O cuidado, num caso desses, parece não implicar
uma relação de troca, devido à imobilidade ou falta de diálogo e interação
com o outro. Sendo assim, é possível pensar que exista, por parte dos
profissionais de saúde dessas unidades, uma robotização/mecanização das
ações e práticas de cuidado (Souza, 2000).
Isso motivou o estudo de Pinho e Santos (2008), cujo objetivo era
desvelar contradições no cuidado humanizado do enfermeiro na UTI, onde,
através de uma pesquisa dialética com enfermeiros, pacientes e familiares da
UTI de um Hospital Universitário do Estado de Santa Catarina, verificaram
que o cuidado humanizado está inserido em uma complexa teia, em que o
saber cuidar tem dado vazão ao estreitamento dos vínculos interpessoais
para minimizar as condições de sofrimento físico/mental, ao mesmo tempo
em que o fazer cuidar os distancia, por meio das estratégias implementadas
pelos enfermeiros dentro de uma lógica de produção de saúde parcelar e
rotinizada na UTI.
Sob a ótica do Programa de Saúde da Família (PSF) é imprescindível
que os profissionais a serem contratados se comprometam com a noção de
humanização, como um pré-requisito fundamental que os instrumentalize
Capítulo 1
44
para olhar e observar as necessidades do território sob sua responsabilidade
e sobretudo para perceber onde estão as vulnerabilidades reais e potenciais
que podem levar as pessoas ao sofrimento, seja ele de qualquer natureza
(Chaves e Martines, 2003).
Neste programa, o agente comunitário de saúde (ACS) é o
profissional fundamental na equipe, por conhecer mais profundamente as
características da comunidade, estabelecendo um vínculo entre a equipe de
saúde da família (ESF)/Unidade de Saúde e as famílias. Desta forma, boa
parte da responsabilidade relativa à humanização no PSF está entregue nas
mãos desse profissional, que não tem formação prévia na área da saúde,
necessitando de uma criteriosa e fundamentada capacitação.
Por outro lado, no caso da atenção domiciliária, esta é percebida
como sendo uma estratégia que possibilita o desenvolvimento de relações
humanizadas por meio do vínculo criado entre trabalhadores e usuários.
Além disso, se as ações desenvolvidas são voltadas para a satisfação das
necessidades dos usuários, carregam consigo um significado de
humanização da assistência, visto que não é um trabalho desenvolvido de
forma descolada da realidade e sim estruturado para ser desenvolvido de
acordo com a potencial clientela dos serviços de saúde (Kerber e col, 2008).
Por se entender que o processo de relações estabelecidas entre
trabalhadores e usuários possa assegurar o desenvolvimento de um trabalho
humanizado, é que Kerber e col (2008) analisaram o sentido do vínculo entre
trabalhadores e usuários de um serviço de atenção domiciliária voltado para
uma clientela idosa, assim como o nível de satisfação dos usuários em
relação à assistência às suas necessidades. Os autores concluíram que a
relação estabelecida e a contextualização do cuidado, proporcionam um
vínculo real fazendo com que se sintam valorizados e amparados nas suas
necessidades. Além disso, na concepção dos usuários, as facilidades
proporcionadas pela existência de um serviço de atenção domiciliária
direcionada aos idosos, estão diretamente relacionadas à garantia de solução
para seus problemas de saúde e à segurança propiciada a eles pelos
trabalhadores. As pessoas sentem-se seguras e confortáveis com a atenção
recebida.
Capítulo 1
45
Devido à importância do trabalhador como elemento fundamental
para a humanização do atendimento, deve ser avaliada esta resposta e se
necessário, implementadas ações de investimento em termos de números
suficiente de pessoal, salários e condições de trabalho adequadas, bem como
a realização de atividades educativas que permitam o desenvolvimento das
competências para o cuidado (Beck e col, 2007).
Para Martins e col (2007), além da saúde, a questão social do idoso,
face à sua dimensão, exige uma política que amenize a cruel realidade
daqueles que conseguem viver idades avançadas. Após tantos esforços
realizados para prolongar a vida humana, seria lamentável não se
possibilitar as condições adequadas para vivê-la com dignidade.
Políticas e programas de atenção à saúde do idoso
A presença de comorbidade nos idosos é muito comum.
Proporcionalmente, o idoso tende a apresentar mais episódios de doenças,
em geral crônicas, ocasionando aumento nos gastos em saúde. O custo com
o idoso tende a ser maior do que para os indivíduos em outras faixas etárias,
pois o predomínio de doenças crônicas e suas complicações implicam em
utilização freqüente dos serviços de saúde por este segmento da população
(Amaral e col, 2004).
Em atenção às necessidades de saúde dos idosos, que requerem um
cuidado específico, implementou-se, no Brasil, a Política Nacional de Saúde
do Idoso (PNSI), promulgada em 1994 e regulamentada em 1996, que
assegura direitos sociais à pessoa idosa, criando condições para promover
sua autonomia, integração e participação efetiva na sociedade e reafirmando
o direito à saúde nos diversos níveis de atendimento do Sistema Único de
Saúde SUS (Brasil, 1994).
Tendo em vista os custos do sistema de saúde gerados pelas
mudanças demográficas, a cronicidade do tratamento, a exigência de
acompanhamento médico-hospitalar e a necessidade de cuidados por médio
e longo prazo, despontam também a crescente e importante necessidade dos
serviços de saúde adaptarem-se para atender esta demanda, tanto em nível
primário, secundário e/ou terciário. Perante o aspecto multidimensional do
Capítulo 1
46
envelhecimento, se os problemas de saúde do idoso não forem abordados
adequadamente poderão provocar um impacto negativo para o Sistema de
Saúde, considerando as demandas epidemiológicas decorrentes (Martins e
col, 2008).
Caberá aos gestores do SUS, prover os meios e atuar de forma que o
propósito da PNSI seja alcançado. Para isso é necessária a ação e cooperação
entre as esferas de governo e entre os diversos setores sociais e de saúde que
atendem os idosos, de forma articulada e em conformidade às suas
atribuições comuns e específicas (Brasil, 1999).
Considerando a necessidade de promover ações de prevenção,
promoção, proteção e recuperação da saúde da população idosa, em
conformidade com o estabelecido na PNSI, em 12 de abril de 2002, o
Ministério da Saúde, criou mecanismos para a organização e implantação de
Redes Estaduais de Assistência à Saúde do Idoso, e determinou às
Secretarias de Saúde dos estados, do Distrito Federal e dos municípios em
Gestão Plena do Sistema Municipal de Saúde a adoção de providências
necessárias à implantação das Redes Estaduais de Assistência à Saúde do
Idoso e à organização/habilitação e cadastramento dos Hospitais Gerais e
dos Centros de Referência que integrarão estas redes (Miyata e col, 2005).
O Hospital Geral é o integrante do Sistema Único de Saúde que,
embora sem as especificidades assistenciais dos Centros de Referência,
possui condições técnicas, instalações físicas, equipamentos e recursos
humanos para realizar, tanto em nível ambulatorial quanto hospitalar, o
atendimento geral a pacientes idosos. o perfil de um Centro de Referência
em Assistência à Saúde do Idoso deve ter requisitos técnicos mínimos que
envolvam instalações físicas, bem como recursos humanos e tecnológicos
integralmente ajustados com um sortimento de serviços desde a atenção
básica até a especializada para a saúde da população de idosos (Brasil,
2002).
Recentemente, através da portaria 2528/GM, a PNSI (Brasil, 2006b)
foi atualizada, devido à necessidade do setor saúde dispor de uma política
atualizada relacionada à saúde do idoso, considerando o Pacto pela Saúde e
suas Diretrizes Operacionais para consolidação do SUS (Brasil, 2006a),
Capítulo 1
47
reafirmando a necessidade de enfrentamento dos desafios impostos por um
processo de envelhecimento ora caracterizado por doenças e/ou condições
crônicas não-transmissíveis, porém passiveis de prevenção e controle, e por
incapacidades que podem ser evitadas ou minimizadas.
Dentre tais desafios, ressalta-se a urgência de se estruturar uma
equipe multidisciplinar qualificada com amplo conhecimento geriátrico e
gerontológico, na busca da melhoria da qualidade de vida dos idosos. Dentro
deste pensamento, a universidade pode realizar papel de agente
transformador da qualidade da saúde de idosos, por meio da colaboração na
formação dessa equipe (Saliba e col, 2007).
Muito se ouve falar em multidisciplinaridade, interdisciplinaridade e
transdisciplinaridade, no entanto, se buscarmos uma compreensão mais
aprofundada deste novo discurso perceber-se-á que a idéia mais discutida e
praticada, em geral, é a multidisciplinaridade.
Segundo Tavares e col (2005), multidisciplinaridade consiste na
agregação de duas ou mais áreas do conhecimento para examinar um
mesmo tema sob pontos de vista distintos, sem que os profissionais
implicados estabeleçam entre si efetivas relações no campo técnico ou
científico. Funciona com a justaposição de disciplinas de um único nível,
sem cooperação sistemática entre os diversos campos (Tavares e col, 2005).
a Interdisciplinaridade ocorre quando campos marcadamente
diferentes, trocam interações reais, devido a uma certa reciprocidade no
intercâmbio, o que acaba produzindo um enriquecimento mútuo. Por
exemplo: uma abordagem sobre saúde da população pode envolver Medicina,
Nutrição, Odontologia e Enfermagem, pelo menos (Bonilha, 2009).
No caso da transdisciplinaridade, não interações e
enriquecimento entre as disciplinas técnico-científicas, e sim uma
abrangência total, ou seja, qualquer área pode participar, em princípio, na
empreitada, ultrapassando aquelas disciplinas técnicas e científicas,
envolvendo também arte, filosofia, ética e espiritualidade. Ou seja, a
transdisciplinaridade se processa através do sistema total. (Bonilha, 2009)
A diferença interessante em relação a esse paradigma científico, é que
o conhecimento assim produzido também pode integrar conhecimento
Capítulo 1
48
gerado a partir da prática vivenciada pelas populações ou por usuários de
serviços, superando a clivagem senso comum × ciência, típica da
modernidade. Trata-se de um modelo ou paradigma muito recente, mas que
está atuante e em ascensão no campo da Saúde Coletiva, considerado a
situação explosiva atual de saúde das populações e os vários temas da
atualidade, como exemplo o envelhecimento populacional. (Luz, 2009).
No documento das Diretrizes do Pacto pela Saúde, publicado em
fevereiro de 2006, por meio da Portaria 399/GM, que contempla o Pacto
pela Vida, a saúde do idoso aparece como uma das seis prioridades
pactuadas entre as três esferas de governo sendo apresentada uma série de
ações que visam, em última instância, à implementação de algumas das
diretrizes da Política Nacional de Atenção à Saúde do Idoso. O Pacto pela
Vida, particularmente no que diz respeito à saúde da população idosa,
representa, sem sombra de dúvida, um avanço importante. Entretanto,
muito que se fazer para que o Sistema Único de Saúde respostas
efetivas e eficazes às necessidades e demandas de saúde da população idosa
brasileira. Dessa maneira, a participação da Comissão Intergestores
Tripartite e do Conselho Nacional de Saúde, é de fundamental importância
para a discussão e formulação de estratégias de ação para minimizar a
heterogeneidade da população idosa (Brasil, 2006b).
Cabe destacar, que a organização da rede do SUS, seja para definir
e/ou readequar planos, programas, projetos e atividades do setor saúde é
fundamental para que as diretrizes essenciais dessa Política sejam
cumpridas, constituindo-se como meta final, a adequada e digna atenção à
saúde para os idosos, especialmente para aqueles que, por uma série de
razões, sofreram um processo de envelhecimento marcado por doenças e/ou
outras gravidades que limitam o bem-estar de suas vidas.
Segundo Marziale (2003), urge a necessidade de trabalhar o contexto
social e humano do idoso em suas diversas interfaces, visto que, com o
crescimento da população idosa ocorreram mudanças relacionadas à
desigualdade socioeconômica, ocasionando problemas que necessitam
solução imediata para garantir ao idoso a oportunidade de preservar sua
saúde física e emocional, em condições de autonomia e dignidade.
Capítulo 1
49
Procurando atender estas necessidades e direcionar as ações visando
garantir às pessoas com 60 anos ou mais a proteção à vida e à saúde, em
de outubro de 2003, o Senado Federal sancionou a redação final do Estatuto
do Idoso (EI), garantindo-lhes direitos fundamentais, entre eles os
relacionados à Saúde, tais como: atendimento integral pelo SUS;
atendimento geriátrico em ambulatórios; atendimento domiciliar;
reabilitação; fornecimento de medicamentos, próteses e órtoses; direito de
opção pelo tipo de tratamento; direito a acompanhante; proibição de
discriminação em plano de saúde; treinamento dos profissionais de saúde,
dos cuidadores familiares e dos grupos de auto-ajuda (Brasil, 2003).
Além de contemplar as leis existentes, o Estatuto do Idoso
organizou-as por tópicos, sobre cada um dos direitos e especificou as
punições para os infratores, tornando-se prática sua compreensão e
aplicação. Além disso, comparando as leis relativas ao idoso com o Estatuto
do Idoso, constata-se uma ampliação dos direitos, uma vez que no Código
Nacional de Direitos dos Usuários das Ações e dos Serviços de Saúde, o
idoso está protegido como usuário comum, e no Estatuto do Idoso ele é
considerado prioridade (Martins e Massarollo, 2008).
Ao pesquisar a legislação federal brasileira, atualmente em vigor,
acerca dos direitos dos idosos relacionados à saúde, Moimaz e col (2009)
constataram que o Estatuto do Idoso é a lei que reúne maior variabilidade de
situações asseguradas, representando assim um documento de positivação
de direitos constitucionais que visa assegurar inserção social, participação
ativa e qualidade de vida na velhice.
Com o objetivo de avaliar o conhecimento de uma equipe
multiprofissional sobre o Estatuto do Idoso, Martins e Massarollo (2008),
entrevistaram 35 profissionais de um Hospital Geriátrico de São Paulo.
Observaram várias mudanças na equipe, na assistência, nas instituições e
nas atitudes dos próprios idosos e suas famílias. As que mais chamam
atenção é o aumento da humanização e do respeito na assistência ao idoso,
e a maior participação deste no processo de tomada de decisões sobre o seu
tratamento, conferindo-lhes maior autonomia.
Para ocorrer a humanização na assistência ao idoso é necessário
Capítulo 1
50
atendimento com prioridade, em sua totalidade e individualidade, além de
terem sua autonomia respeitada e sua independência mantida. O EI garante
a prioridade no atendimento ao idoso, outorgando-lhe o direito de receber
atendimento preferencial imediato e individualizado junto aos órgãos
públicos e privados prestadores de serviços à população. Também ressalta
que o direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física,
psíquica e moral, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da
autonomia, de valores, idéias e crenças, dos espaços e dos objetos pessoais
(Brasil, 2003).
Política Nacional de Humanização e sua inserção na atenção à
saúde do idoso
Acredita-se, que através de uma assistência humanizada e
personalizada por parte dos profissionais de saúde garante-se o equilíbrio
físico e emocional do paciente idoso. Em virtude disso, e considerando a
“humanização da assistência”, o Ministério da Saúde criou no final da
década de 90 o Programa Nacional de Humanização da Assistência
Hospitalar (PNHAH). Seu objetivo é valorizar a formação educacional dos
profissionais de saúde a fim de possibilitar a incorporação de valores e
atitudes de respeito à vida humana, consoante à compreensão de que a
qualidade em saúde deve ser composta de competência técnica e de
interação, não se resumindo somente a aspectos técnicos ou
organizacionais, que resultam em progressivo afastamento dos profissionais
de saúde dos usuários, diminuindo o vínculo nas relações, tornando-as mais
distantes, impessoais e despersonalizadas (Brasil, 2001) (Fortes, 2004).
Assim, a humanização tornou-se uma preocupação dos profissionais
de saúde e usuários, principalmente em relação aos idosos, devido às
condições especiais que esses pacientes apresentam.
Em 2003, o Ministério da Saúde iniciou a expansão da humanização
além do ambiente hospitalar com a instituição da Política Nacional de
Humanização da Atenção e Gestão do SUS (HumanizaSUS), cujo objetivo
principal é efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde nas práticas de
atenção e de gestão, tornando-as mais humanizadas e comprometidas com a
Capítulo 1
51
defesa da vida, fortalecendo o processo de pactuação democrática e coletiva
(Brasil, 2004).
Esta estratégia enfoca práticas humanizadoras para otimizar os
serviços e avaliar o acesso dos usuários, e em como reduzir filas e tempo de
espera, e valorizar um atendimento acolhedor e resolutivo com
responsabilidade e vínculo, garantindo, assim, os direitos dos usuários.
É nesse contexto que se vislumbra a implementação de ações e
metas constituintes da Política Nacional de Humanização. E é no sentido da
visibilidade das prioridades, da aplicação de recursos e da obtenção de
resultados em contextos variados que a PNH, como política pública, deve-se
colocar como objeto de avaliação (Santos-Filho, 2007).
Traverso-Yépez e Morais (2004) analisaram os usuários de saúde do
serviço público de Natal em relação aos seus direitos e ao tipo de
atendimento recebido. Observaram, nos diferentes depoimentos, que o
usuário espera que o profissional da saúde gere uma situação de
acolhimento que alivie ou amenize o sofrimento, que possa responder
resolutivamente ao seu problema de saúde, e que proporcione uma melhora
na qualidade do atendimento recebido, baseando-se na escuta, diálogo,
atenção e respeito. Ressaltaram também a necessidade da melhoria dos
aspectos materiais, estruturais e organizacionais.
Ramos e col (2008) observaram as expectativas de idosos em relação
à consulta de enfermagem de um serviço de atenção ao idoso localizado em
Recife, através de entrevistas aos idosos antes e após a consulta. Verificou-
se a necessidade de um atendimento de qualidade por meio do qual ele fosse
valorizado na sua individualidade através da humanização e que resolvesse
seus problemas de saúde, não importando a formação acadêmica do
prestador de serviço. E após a consulta, os idosos se mostraram satisfeitos,
alegando os seguintes motivos: humanização do atendimento, acolhimento,
avaliação integral, orientações pertinentes, entre outras intervenções
realizadas.
Em relação á Odontologia, admitindo-se que hoje, o perfil do
cirurgião-dentista deve estar voltado para uma prática humanista, com
compromisso ético e social, Almeida e col, (2004), identificaram no aluno de
Capítulo 1
52
Odontologia a sua percepção sobre a velhice e as causas que o levaram a
participar de um programa de atenção voltada ao idoso, onde os resultados
relativos aos pensamentos e sentimentos dos estudantes no primeiro contato
com os idosos foram sintetizados em palavras-chaves, como abandono,
solidão, tristeza, compaixão, medo, companhia, vida, carência, solidariedade.
A maioria dos entrevistados revelou que a velhice está relacionada ao
desgaste biológico do corpo e à ação do tempo. Essas considerações
fundamentam-se num campo de valores e de representações culturais, que
exalta a estática do corpo, que levaram à inclusão ou exclusão da velhice. Os
autores concluíram com o estudo que a participação desses alunos no
programa é fundamental para a construção de um novo paradigma da
prática Odontológica.
Segundo Troncoso e Suazo (2007) existe uma influência dos sistemas
institucionais sobre o cuidado humanizado das enfermeiras, visto que, estão
impregnados pelo modelo biomédico, que conduz a uma sobrecarga de
trabalho acompanhada pela perda de autonomia profissional.
No entanto, realizando uma análise crítica desta influência, Ramos e
col (2008) verificaram que os pacientes se sentiram valorizados e
importantes durante a consulta de enfermagem, apesar de alguns
desconhecerem sua especificidade e estarem no local de atendimento de
consulta médica. É de suma importância, então, que as enfermeiras
outorguem cuidados centralizados nos usuários e que os cuidados
humanizados se integrem na prática, para melhorar a qualidade da
assistência nos serviços de saúde.
Ao entrevistar idosos, questionando-os de como gostariam de ser
cuidados durante a hospitalização, Martins e col (2008) observaram que a
maioria referiu que no ato de cuidar sempre estivesse presente a afetividade,
amizade, amor, dedicação e respeito. Em relação à hospitalização atual,
todos foram unânimes ao avaliar esta como excelente. Afirmaram que todos
os profissionais da equipe de saúde da unidade de internação do estudo
proporcionaram um atendimento com empatia, diálogo, acolhimento,
esclarecimento de dúvidas e criação de vínculos. No entanto, foi citada pelos
idosos a importância de mudança na área física, referindo-se ao fato de não
Capítulo 1
53
terem local para realizarem o banho de sol, em virtude de banheiros
pequenos, ausência de corrimão, não possuir estrutura para o
acompanhante repousar ou mesmo fazer sua higiene. Outro aspecto negativo
referente à hospitalização referido por todos os idosos foi a espera
prolongada para realizar a cirurgia cardíaca.
Apesar dos aspectos positivos apresentados pelos usuários, ainda
muito que se fazer para que todas essas transformações se tornem realidade.
Aliás, espera-se que em todos os estabelecimentos de atendimento à saúde,
especialmente os específicos para o idoso, sem exceção, haja um cuidado
humanizado, ético e individualizado, o que nem sempre tem sido observado.
Para isso, é imprescindível o total envolvimento da equipe de saúde, assim
como um pleno engajamento dos gestores e usuários num processo contínuo
de avaliação.
Capítulo 1
54
3.4 Considerações Finais
Apesar da intensa preocupação com o bem-estar da população idosa,
evidenciada pelo leque de políticas, estatutos e programas que asseguram os
direitos nos mais diversos aspectos que atingem as necessidades dessa
crescente população, especialmente na área da saúde, englobando tanto o
lado físico como o emocional, existem inúmeros obstáculos impedindo que
essas políticas possam, de fato, ser concretizadas, o que também impede o
cumprimento da eqüidade, integralidade e universalidade, diretrizes
norteadoras do SUS.
É preciso insistir na cobrança por parte dos gestores do SUS em
providenciar os meios e os fins para que os idosos possam desfrutar dos
seus direitos, tão bem colocados nos estatutos, políticas e programas
dedicados a essa clientela. A capacitação profissional e o investimento nas
estruturas físicas dos locais de atendimento, necessários à atenção ao idoso
devem contribuir para um viver mais saudável a esses indivíduos, sendo,
também nossa responsabilidade, através da reivindicação do direito a um
atendimento humano.
Capítulo 1
55
3.5 Referências
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sobre o idoso: estamos preparados? Revista da Faculdade de Odontologia de
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Capítulo 1
62
4 Capítulo 2
A percepção de um grupo de idosos
em relação à humanização na
atenção básica de saúde
2
2
Artigo submetido à revista BMC Health Services Research (ANEXO D).
63
4.1 Resumo
Introdução: Com o aumento significativo da população idosa, surgiu um
novo contingente de pessoas que irão necessitar de assistência, que deve
ocorrer de forma humanizada, garantindo assim, o equilíbrio físico e
emocional do idoso. E a principal porta de entrada para o sistema de saúde
no Brasil são as unidades de atenção básica à saúde. Uma forma de medir a
qualidade e a humanização da assistência à saúde é através da
responsividade, conceito introduzido pela Organização Mundial da Saúde
(OMS) no campo da avaliação em saúde, para se referir aos elementos não-
diretamente ligados ao estado de saúde. O objetivo deste estudo foi analisar
a percepção do idoso quanto à qualidade do cuidado humanizado na atenção
básica de saúde do município de Araçatuba, Brasil. Métodos: No período de
janeiro e fevereiro de 2009 foram entrevistadas 360 pessoas com 60 anos ou
mais, que freqüentam as unidades de atenção básica do município de
Araçatuba, utilizando um instrumento desenvolvido pela OMS e os
resultados foram estatisticamente analisados através do software Epi Info
6.04. Resultados: A idade média dos pacientes foi 75,1 anos, sendo a
hipertensão o principal motivo para os idosos procurarem atendimento.
Dignidade e Comunicação foram considerados mais importantes pela
maioria. Contudo, o aspecto Comunicação atingiu as porcentagens mais
baixas em termos de desempenho. Apenas Dignidade e Confidencialidade
tiveram pontuação elevada tanto em importância quanto no desempenho.
Pronta Atenção foi o terceiro aspecto classificado como mais importante, e
teve desempenho similar à importância em apenas um quesito. Escolha dos
profissionais e a Qualidade das comodidades básicas apresentaram piores
avaliações na perspectiva dos idosos, comparadas à importância dada a
esses aspectos, o mesmo observado no aspecto Autonomia. Conclusões: A
grande valorização e o baixo desempenho nos aspectos Autonomia, Escolha
dos profissionais e Comodidades básicas sugere mudanças nos serviços
prestados nas unidades de atenção básica. Dessa forma, a percepção do
Capítulo 2
64
idoso quanto ao cuidado humanizado, através da responsividade,
apresentou-se positiva, podendo contribuir para o aprimoramento da
atenção básica de saúde. No entanto, o total envolvimento da equipe de
saúde, dos gestores e usuários num processo contínuo de avaliação se torna
indispensável.
Palavras-chave: Humanização da assistência, Serviços de Saúde, Políticas
públicas, Assistência a idosos.
Capítulo 2
65
4.2 Abstract
Introduction: To ensure the physical and emotional equilibrium of the
elderly, assistance to this population must occur in a humanized way. The
main way of starting receiving treatment in Brazil is through the Health
Centers .A way of measuring the quality and the humanization of health
assistance is through the responsiveness, a concept introduced by World
Health Organization (WHO) in the field of health evaluation, in order to refer
to the elements not directly linked to the health status. The aim of this study
was to analyze the perception of the elderly on the quality of humanized care
in the health basic assistance in the city of Araçatuba, Brazil. Methods:
During January and February of 2009, 360 patients aged 60 years or more
who attended the Health Centers at Araçatuba city were interviewed, being
used an instrument developed by WHO and the results were statistically
analyzed through the software Epi Info 6.04. Results: The mean age of
patients was 75.1, being hypertension the main reason why elderly looked
for assistance. Dignity and Communication were considered the most
important factors for the majority of patients. However, the aspect
Communication got the lowest percentage in terms of performance. Only
Dignity and Confidentiality had high scores on importance as much as on
performance. Prompt attention was the third aspect classified as most
important, and got a performance similar to importance only in one item.
The Choice of providers and the Quality of basic amenities were the aspects
that presented the worst evaluations through the elderly perspective,
compared to the importance given to these aspects, the same observed with
the Autonomy aspect. Conclusion: The great appreciation and low
performance with the Autonomy, the Choice of providers and Basic amenities
aspects suggest that changes on the services offered by the Health Centers
are need. Therefore, the elderly perception about the humanized care,
through responsiveness, was positive, and can contribute to the
improvement of health basic assistance. However, it is indispensable the
Capítulo 2
66
total involvement of health staff, including managers and users, in an
incessant process of evaluation.
Key words: Humanization of assistance, Health Services, Public policies, Old
age assistance
Capítulo 2
67
4.3 Introdução
Com o aumento significativo da população idosa, devido ao rápido e
sustentado declínio da fecundidade e mortalidade, surgiu um novo
contingente de pessoas que irão necessitar de assistência.
Proporcionalmente, o idoso tende a apresentar mais episódios de doenças,
em geral crônicas, necessitando de constante acompanhamento dico e de
outros procedimentos assistenciais.
No entanto, ao atender o idoso, a equipe de saúde deve estar atenta a
uma série de alterações físicas, psicológicas e sociais que normalmente
ocorrem nesses pacientes, e que justificam um cuidado diferenciado. Esses
profissionais têm um importante papel com o idoso, pois, acredita-se que,
através de uma relação empática, haja uma assistência humanizada e um
comprometimento com o cuidado personalizado, garantindo o seu equilíbrio
físico e emocional [1].
Entretanto, o problema em muitos locais é justamente a falta de
condições técnicas, seja por falta de capacitação ou materiais tornando-se o
atendimento desumanizante pela qualidade, e consequentemente com
baixa resolubilidade [2].
É o que se em muitas das Unidades Básicas de Saúde - UBSs,
onde os espaços físicos são improvisados e inadequados, afetando
negativamente a recepção dos usuários, interferindo na qualidade dos
atendimentos, e muitas vezes, impedindo ou impossibilitando, a privacidade
dos procedimentos. Além disso, a ausência de um ambiente adequado, falta
de recursos humanos e deficiência na qualidade e quantidade de materiais
desmotivam o profissional para uma mudança de atuação [3].
Avaliar e monitorar o desempenho desses serviços é hoje uma
importante necessidade para as proposições que buscam aprimorar a
qualidade da atenção à saúde.
E para isso, é imprescindível a incorporação do usuário na avaliação
dos serviços de saúde, não apenas por constituir-se um indicador sensível
da qualidade do serviço prestado, mas por estar potencialmente relacionada
Capítulo 2
68
à maior adequação no uso do serviço [4].
Segundo Donabedian [5], a avaliação da qualidade do cuidado à
saúde pode dar-se sempre em duas dimensões: desempenho técnico, ou
seja, aplicação do conhecimento e da tecnologia médica, de modo a
maximizar os benefícios e reduzir os riscos; e relacionamento com o
paciente.
A satisfação do paciente, o objetivo mais importante nos estudos de
avaliação de qualidade, tem sido incluída, geralmente, na avaliação de
resultados. No entanto, as pesquisas de satisfação m sido alvo de
numerosas críticas, dentre elas o aspecto subjetivo da categoria “satisfação”,
que possui diversos determinantes como: grau de expectativa e exigência
individuais em relação ao atendimento e características individuais do
paciente como idade, gênero, classe social e estado psicológico [6].
Assim, a busca de maior objetividade foi uma das razões para o
desenvolvimento do conceito de responsividade, introduzido pela
Organização Mundial da Saúde (OMS) no campo da avaliação em saúde,
para se referir aos elementos não-diretamente ligados ao estado de saúde.
Seu fundamento está no pressuposto de que, além de promover e manter a
saúde dos indivíduos, o sistema de saúde deve tratá-los com dignidade,
facilitar sua participação nas decisões sobre os procedimentos de saúde,
incentivar a comunicação clara entre profissional de saúde e usuário e
garantir a confidencialidade do histórico médico [7]. É, portanto, uma forma
de medir a qualidade e a humanização da assistência à saúde.
O presente estudo teve por objetivo avaliar a percepção do idoso
quanto à humanização na atenção básica de saúde do município de
Araçatuba, interior de São Paulo, Brasil, realizada em Unidades Básicas de
Saúde (UBS), a partir de percepções e experiências de idosos que freqüentam
essas instituições públicas de saúde.
Capítulo 2
69
4.4 Metodologia
É um estudo transversal descritivo realizado nas 11 UBSs do
município de Araçatuba, interior de São Paulo, Brasil, durante os meses de
Janeiro e Fevereiro de 2009.
Foram incluídos no estudo pacientes idosos com idade acima de 60
anos, que não apresentasse comprometimento mental que o impedisse de
entender as questões e respondê-las; autorizasse por escrito a entrevista e a
divulgação dos dados posteriormente; fosse morador da cidade e
freqüentasse alguma UBS do município e não apresentasse perda
considerável de audição que interferisse no diálogo com o entrevistador.
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados um questionário
adaptado de um instrumento de medida de responsividade no sistema de
saúde, desenvolvido pela OMS denominado Multi-Country Survey Study
(MCSS) [8]. Este instrumento foi avaliado quanto a sua viabilidade,
confiabilidade e validade das questões de responsividade em 41 países, onde
foi concluído que as questões deste instrumento são compreendidas e
devidamente relatadas entre diversas populações [9].
O questionário mede a responsividade para a atenção hospitalar e
ambulatorial, em oito aspectos [10] como pode ser visto na Tabela 1.
No entanto, o acesso ao apoio social é avaliado no atendimento
hospitalar, portanto este estudo avalia apenas sete aspectos propostos pela
OMS [11-13].
Após tradução e adaptação do questionário ele foi então submetido a
um estudo-piloto aplicado em um grupo de pacientes idosos para analisar a
aceitação da pesquisa, observar se existia ou não dificuldade de
compreensão de alguma ou algumas questões do formulário, e na seqüência
foram realizadas as devidas correções.
Baseado na relevância das questões para os serviços de saúde no
Brasil e nos resultados do estudo-piloto, o questionário incluía 30 perguntas
sobre os diversos aspectos do atendimento ambulatorial, como acesso,
Capítulo 2
70
acolhimento, privacidade, confidencialidade, autonomia, ambiente físico das
unidades, relação médico-paciente, qualidade de atendimento global e geral
do tratamento, bem como cuidados relacionados às operações e
procedimentos. Quatro questões adicionais diziam respeito às informações
sócio-econômicas do paciente. (ANEXO E)
Tabela 1: Aspectos definidos pelo conceito de responsividade da
OMS. [10]
Aspecto
Questões envolvidas
Dignidade
Tratamento com respeito e privacidade, sem
discriminação ou violência;
Autonomia
Participação na tomada de decisões;
Confidencialidade
Confidencialidade das informações pessoais;
Comunicação
Escuta; tempo suficiente para questionamento;,
explicações claras;
Pronta Atenção
Obtenção de atendimento quando necessário; tempo
de espera razoável;
Apoio Social
No hospital: visitas, comidas especiais, práticas
religiosas;
Qualidade das comodidades
básicas
Limpeza, espaço, ventilação;
Escolha
Escolha do profissional.
O questionário foi aplicado por um único entrevistador, após a
obtenção do consentimento livre e esclarecido de todos os indivíduos.
A autorização da Secretaria de Saúde e Higiene Pública do município
e a aprovação da administração da unidade foram obtidas previamente ao
início da pesquisa, além da aprovação pelo Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Araçatuba - São Paulo, sob processo 2008-
00974, obedecendo as normas éticas da Resolução 196/96 promulgada pelo
Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde Brasil [14].
Todos os dados foram inseridos e analisados em um software
estatístico Epi Info 2000, versão 6.04 para calcular a distribuição das
Capítulo 2
71
freqüências e porcentagens. Estas foram, em seguida, subjetivamente
comparadas aos resultados de pesquisas de outros países, especialmente
aqueles que utilizaram o mesmo questionário.
De acordo com a abordagem da OMS no MCSS, os resultados da
responsividade foram dicotomizados em boa responsividade (respostas
“ótima” e “boa”) e responsividade ruim (respostas “moderada”, “ruim” e
“péssima”) [15].
Capítulo 2
72
4.5 Resultados
Estudo populacional
Para estimar o tamanho da amostra de idosos foram utilizados dados
atuais da Secretaria de Saúde e Higiene Pública de Araçatuba, que
indicaram um total de 5.337 idosos atendidos em todas as UBSs do
município num período de dois meses.
A amostra foi constituída de 360 pacientes idosos, que foi
proporcional por conglomerados. A idade média dos pacientes foi 75,1 anos;
38,1% eram do sexo masculino e 61,9% do sexo feminino (Tabela 2); 60,6%
tinham freqüentado o ensino fundamental, 8,3% o ensino médio, 1,4% uma
universidade, enquanto 29,7% não tinham nenhum certificado escolar.
Tabela 2: Distribuição da amostra, por gênero e idade.
Araçatuba-SP, 2009.
Idade
Feminino
Masculino
Total
N
%
N
%
N
%
60-70
156
69.9
7
56.2
233
64.7
71-80
59
26.5
41
29.9
100
27.8
> 80
8
3.6
19
13.9
27
7.5
Total
223
61.9
137
38.1
360
100
Quanto à renda mensal, 62,2% viviam com menos de 1 salário-
mínimo, 22,2% com 1 a 2 salários, 7,5% 2 a 3 salários, 5,8% 3 a 4 salários e
apenas 2,2% recebiam mais de 4 salários mensais, o que evidencia que a
maior parte da população idosa que freqüenta as UBS públicas do município
pertence às camadas sociais menos favorecidas.
Estado de saúde
O que mais motivou os idosos a procurarem atendimento na UBS foi
a hipertensão (52%), seguida por diabetes (21.4%) e outros (32%), que
Capítulo 2
73
incluem exames gerais e específicos, como check-ups, exame de sangue, de
próstata, ginecológico preventivo, etc, doenças cardiovasculares, vacinas e
desordens do aparelho respiratório.
Avaliação dos aspectos de responsividade
Pronta atenção
Entre os pacientes entrevistados, 93,3% sempre foram atendidos nas
UBSs quando necessitaram de cuidados de saúde e buscaram atendimento.
Segundo os pacientes que nem sempre conseguiram atendimento (6.7%), o
principal motivo pelo qual isso aconteceu foi porque tinha muita gente na
frente e não deu tempo de atender alguns pacientes (54.2%).
A satisfação quanto ao tempo de espera antes do atendimento foi
considerada muito boa pela maioria (62%). No entanto, uma notável parte
(137 pacientes 38%) considerou o tempo de espera muito prolongado.
Dignidade
A maioria dos idosos entrevistados (97.2%) foram acolhidos e
tratados com respeito pelos profissionais de saúde das UBS, no entanto, 2
pacientes idosos (0.6%) afirmaram terem sido vítimas de discriminação
por parte desses profissionais. Aprofundando-se nesse aspecto, ao perguntar
ao idoso se sofreu algum tipo de violência, crueldade ou opressão por
parte dos profissionais de saúde da UBS, todos negaram.
Todos os pacientes que realizaram exames e/ou tratamentos tiveram
sua privacidade respeitada (98,3%). O restante dos pacientes (1.7%) não
fizeram exames nem tratamentos, somente a primeira consulta, portanto
essa questão não se aplica a esses pacientes.
Comunicação
Quando questionados se os profissionais utilizaram uma linguagem
fácil de compreender, explicando com clareza as informações sobre sua
saúde, tanto da condição atual quanto dos procedimentos que deveriam ser
realizados, 89.4% dos entrevistados afirmaram ter recebido esse tipo de
informação.
Capítulo 2
74
Porém, a maioria (67.6%) não obteve informações sobre outros tipos
de tratamentos ou exames que poderiam ser realizados.
Quanto à oportunidade dada aos pacientes para fazer perguntas
sobre o seu problema ou para esclarecer dúvidas sobre o tratamento a ser
realizado, a maioria afirmou que teve tempo suficiente para esses
esclarecimentos (79.2%).
Autonomia
Em relação à liberdade para tomar decisões sobre a saúde ou
tratamento, 54.4% tiveram essa liberdade, porém, não muito distante, 45.6%
dos entrevistados disseram que são os profissionais que decidem o que será
feito, sem liberdade alguma para o paciente dar sua opinião e escolher suas
preferências.
Escolha dos profissionais
A maioria dos idosos entrevistados (61.7%) teve liberdade de escolher
o profissional de saúde ou de escolher uma segunda opinião, se assim
desejassem. Diferente dos 138 idosos (38.3%) que negaram ter essa
liberdade, e que são atendidos por “quem” estiver disponível na UBS, sem
nenhuma chance de escolha.
Confidencialidade
Quando questionados se suas informações pessoais foram mantidas
em sigilo pelos profissionais de saúde, a maioria (90%) dos entrevistados
acredita que sim. Apenas 9.7% ficaram na dúvida e afirmaram não saber se
os profissionais guardam segredo ou não, e somente 1 paciente (0.3%)
afirmou que suas informações pessoais não foram mantidas em segredo
pelos profissionais da UBS que freqüenta.
Comodidades Básicas
O ambiente físico das UBSs, quanto à limpeza, acomodações, espaço
suficiente, ventilação, etc, foi classificado pela maioria dos idosos
entrevistados como ótimo ou bom (64%). Entretanto, uma boa parte dos
Capítulo 2
75
entrevistados (n=130 36%) classificou o ambiente físico da UBS que
freqüenta como moderado, ruim ou péssimo.
Importância dos aspectos de responsividade em relação ao
desempenho
O aspecto Pronta atenção foi considerado muito importante por
98.1% dos entrevistados. Quanto ao desempenho, 93.3% dos idosos sempre
foram atendidos quando necessitaram de cuidados. No entanto, apenas 62%
dos idosos atribuíram boa satisfação quanto ao tempo de espera. (Figura 1)
Figura 1. Comparação entre a importância e o desempenho do aspecto
Pronta atenção. Araçatuba-SP, 2009.
Dignidade foi considerado muito importante no atendimento básico
de saúde por 99.7% dos entrevistados. Quanto ao desempenho, 97.2% foram
acolhidos e tratados com respeito e 98% tiveram sua privacidade respeitada
durante os exames e tratamentos. (Figura2)
98,10%
62%
93,30%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Importância do aspecto
"Pronta Atenção"
Boa satisfação quanto ao
tempo de espera
Sempre foram atendidos
Importância Desempenho
Capítulo 2
76
Figura 2. Comparação entre a importância e o desempenho do aspecto
Dignidade. Araçatuba-SP, 2009.
O aspecto Comunicação na atenção básica de saúde foi considerado
muito importante por 99.4% dos idosos, sendo 89.4% os entrevistados que
tiveram explicações claras por parte do profissional, 79.2% tiveram tempo
suficiente para fazer perguntas, e apenas 32.4% tiveram informações sobre
outros tipos de tratamento. (Figura 3)
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Importância do aspecto
"Dignidade"
Tiveram sua privacidade
respeitada
Foram acolhidos e tratados com
respeito
Importância Desempenho
99.70%
98%
97.20%
Capítulo 2
77
Figura 3. Comparação entre a importância e o desempenho do aspecto
Comunicação. Araçatuba-SP, 2009.
Autonomia, Escolha dos profissionais e Qualidade das comodidades
básicas apresentaram piores avaliações na perspectiva dos idosos quando
comparados sua importância e desempenho. o aspecto Confidencialidade
apresentou valores elevados tanto em importância quanto no desempenho,
como pode ser visto na figura 4.
99,40%
32%
79,20%
89,40%
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%
Importância do
aspecto
"Comunicação"
Foram informados
sobre outros tipos de
tratamento
Tiveram tempo de
fazer perguntas
Tiveram explicações
claras do profissional
Importância Desempenho
Capítulo 2
78
Figura 4. Comparação entre a importância e o desempenho dos
aspectos Autonomia, Escolha dos profissionais, Qualidade das comodidades
básicas e Confidencialidade. Araçatuba-SP, 2009.
Em relação à satisfação geral do atendimento, apesar de algumas
reclamações e críticas, a maioria dos idosos (76%) classificou esta como boa
ou muito boa.
Quanto aos cuidados relacionados às operações e procedimentos,
96.7% dos idosos acreditam que os profissionais de saúde tiveram
habilidade suficiente para tratá-los; 85.8% afirmaram ter recebido os
medicamentos adequados ao seu tratamento e 66.4% consideraram
adequados os equipamentos utilizados pelos profissionais para o seu
diagnóstico e/ou tratamento.
Sobre a duração da consulta, 72% dos idosos entrevistados
classificaram-na como ótima ou boa.
96,90%
96%
98,30%
95,60%
54,40%
61,70%
64%
90%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Autonomia Escolha dos
profissionais
Comodidades
Básicas
Confidencialidade
Importância
Desempenho
Capítulo 2
79
4.6 Discussão
O objetivo central deste estudo vai além da análise da percepção do
idoso quanto aos cuidados humanizados em saúde. Ele traz consigo o
retrato das condições da principal porta de entrada para o sistema de
atenção à saúde no Brasil, pois as unidades de atenção básica à saúde
respondem atualmente por um grande número de consultas médicas além
de outros procedimentos. A esse papel assistencial, articulam-se ainda
demandas sanitárias, como a vigilância e controle de doenças, bem como
riscos de adoecimento, além da educação em saúde. Constituem, portanto,
uma forma tecnologicamente específica de atenção que envolve síntese de
saberes e complexa integração de ações individuais e coletivas, curativas e
preventivas, assistenciais e educativas [16].
Vê-se a grande importância dessas instituições na assistência em
saúde, principalmente em se tratando de pessoas que trazem uma
bagagem extensa de enfermidades, em sua maioria crônicas, que sofrem com
a falta de assistência e de atividades de lazer, com o abandono em hospitais
ou asilos, que vivem angústias com a desvalorização das aposentadorias e
pensões, e que sofrem, ainda, todo tipo de obstáculos para assegurar alguma
assistência por meio de planos de saúde [17].
É importante salientar a escassez de trabalhos que avaliam a
satisfação do usuário, ou que medem a responsividade no sistema de saúde,
especificamente realizados com idosos. A maioria não limita o grupo
populacional que vai avaliar, uma motivação a mais para realizar esse
estudo, exclusivamente com pacientes idosos.
Apesar de não atingir a perfeição no atendimento, esses resultados
mostraram, de forma geral, uma boa responsividade na atenção básica de
saúde.
No entanto, percebe-se que o usuário do sistema público têm um
certo receio de falar mal do atendimento, pois tem medo de “perder a vaga”.
Somado a isso, observa-se também um conformismo visto através da
Capítulo 2
80
aceitação implícita da baixa qualidade do serviço público por estar dirigido à
população carente, decorrendo daí a “explicação”, a “justificativa” para o
descaso verificado pela qualidade do mesmo. Percebe-se assim a
“naturalização” de tal situação pelos próprios usuários, que terminam por
reconhecer o serviço recebido como um favor ou doação e não como um
direito [18].
Porém, por mais que a maioria dos idosos tenha sido bem atendida,
em todos os aspectos de responsividade descritos, é inadmissível que uma
outra parte, por menor que seja, não tenha recebido um atendimento digno,
humano, respeitoso, em que seja prezado um bom relacionamento entre
profissional e paciente, num ambiente com condições básicas de limpeza,
acomodações, ventilação, etc. Tudo isso é simplesmente o mínimo que todo
paciente deve receber, principalmente quanto se trata de idosos, uma
população que cresce a cada dia e que, muitas vezes depende de outras
pessoas para sobreviver.
Assim, o aspecto Pronta atenção, avaliado como muito importante
pelos entrevistados, apesar de a maioria (223 idosos) ter sido atendida
sempre que necessitou de cuidados de saúde, uma considerável parte (137
pacientes) demonstrou uma grande insatisfação com o tempo de espera
antes de serem atendidos, fato observado por vários outros autores [19-28].
Quanto à Dignidade, a maioria dos entrevistados foram acolhidos e
tratados com respeito (97.2%) sendo que nenhum deles sofreu nenhum tipo
de violência, crueldade e opressão por parte dos profissionais, nem tiveram
sua privacidade desrespeitada durante os exames e/ou tratamentos, o que
corrobora os resultados de vários trabalhos encontrados na literatura [18,
25, 29-31].
No entanto, o que preocupa é essa parcela, minúscula, mas
existente, de idosos que se sentiram desrespeitados, discriminados, tratados
desumanamente.
Um aspecto muito valorizado pelos idosos, e que diz respeito à
relação entre médico e paciente é a Comunicação. Observou-se um bom
desempenho quanto à oportunidade dada aos pacientes para fazer
perguntas, esclarecer dúvidas e receber explicações pelos profissionais, de
Capítulo 2
81
forma clara e fácil linguagem. Isto também foi observado por outros autores
[19, 31-32], porém, poucos idosos foram informados sobre outros tipos de
tratamentos ou exames que poderiam ser realizados.
Imam et al.[23], ao analisar a satisfação, opiniões e experiências de
pacientes admitidos em um hospital do Paquistão, observou que 20% destes
não encontraram ninguém na equipe para conversar sobre suas
preocupações e receios, e até um terço dos pacientes afirmaram que não lhe
foram fornecidas explicações claras sobre o procedimento que fariam.
Também Gomes et al.[20], ao avaliar a humanização hospitalar por
usuários do sistema público de saúde no Brasil verificaram que a
comunicação era deficiente, que o paciente não era tratado pelo nome,
nem olhado com interesse, e a linguagem utilizada era incompreensível pela
maioria.
Neste estudo verificou-se que grande parte dos idosos está satisfeita
quanto ao aspecto Comunicação, porém os entrevistados que afirmaram
estarem insatisfeitos, fizeram graves críticas à forma como foram tratados
pelos profissionais de saúde. Vários exclamaram exaltados que o profissional
nem olhava para suas faces, pois antes de se sentarem na cadeira, o médico
fazia a prescrição medicamentosa e chamava o próximo, sem ter
explicado nada, nem mostrado interesse algum pelo que o paciente estava
sentindo.
Em relação à Autonomia, observou-se que pouco mais da metade dos
idosos entrevistados afirmaram que tiveram liberdade para tomar decisões
sobre sua saúde ou tratamento. Os idosos que não tiveram essa autonomia
relataram que “quem manda é o médico” e que se não “obedecessem à sua
ordem” poderiam até perder a vaga.
Observa-se a passividade dos idosos devido ao medo de o serem
atendidos. Gomes et al.[20], constataram os mesmos fatos: uma verdadeira
despersonalização e imposição de normas, com desrespeito à autonomia e à
decisão do paciente.
Em consonância com Bramesfeld et al. [29], a Escolha dos
profissionais e a Qualidade das comodidades básicas foram os aspectos que
apresentaram piores avaliações na perspectiva dos idosos, comparadas à
Capítulo 2
82
importância dada aos mesmos. Notou-se uma grande divergência entre a
valoração que os idosos atribuem a esses aspectos em relação ao que
receberam nas UBS. Em Taiwan, esses aspectos foram considerados
essenciais, na avaliação de Hsu e colaboradores [30].
Apenas Dignidade e Confidencialidade foram bem avaliadas tanto em
importância quanto no desempenho, também em conformidade com os
resultados encontrados por Bramesfeld et al.[29].
Concordando com Traverso-Yépez e Morais, existiu a necessidade da
inclusão de uma categoria que fosse denominada “positiva com ressalva”
para representar todos aqueles depoimentos que, mesmo apontando algum
tipo de deficiência, ao serem questionados quanto à satisfação do
atendimento global, a maioria considerou este como “bom ou muito bom”,
resultados semelhantes a inúmeros outros estudos [33-37]. Explica-se essa
“contradição” subjacente ao discurso de uma parcela significativa dos
usuários como expressão da complexidade presente na vida cotidiana do
serviço de saúde.
Os resultados do presente trabalho demonstram a pertinência em se
realizar novos estudos, avaliando a responsividade em outros municípios ou
estados, avaliando não somente a atenção básica, mas também a hospitalar,
utilizando a mesma metodologia empregada no presente estudo.
Capítulo 2
83
4.7 Conclusão
A percepção do idoso quanto ao cuidado humanizado, através da
responsividade, apresentou-se positiva, podendo contribuir para o
aprimoramento da atenção básica de saúde, em especial ao paciente idoso. A
grande valorização e o baixo desempenho nos aspectos Autonomia, Escolha
dos profissionais e Comodidades básicas sugere mudanças nos serviços
prestados nas UBSs. Para isso, o total envolvimento da equipe de saúde,
assim como um pleno engajamento dos gestores e usuários num processo
contínuo de avaliação se torna indispensável.
Capítulo 2
84
4.8 Referências
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Capítulo 2
89
ANEXOS
90
ANEXO A Parecer de aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa da
Faculdade de Odontologia de Araçatuba
UNESP
91
Anexo A
92
ANEXO B Artigo enviado à Revista
BMC Health Services Research
93
The perception of the elderly on the quality of humanized
care in the health basic assistance: a cross-sectional study
Thaís JV Lima
1*§
, Renato M Arcieri
1*
, Cléa AS Garbin
1*
, Suzely AS Moimaz
1*
1
Departamento de Odontologia Infantil e Social, Unesp São Paulo State University.
Núcleo de Pesquisa em Saúde Coletiva. José Bonifácio, 1193. 16015-050. Araçatuba, Brazil.
* These authors contributed equally to this work.
§
Corresponding author
Email addresses:
Anexo B
94
Introduction
To ensure the physical and emotional equilibrium of the elderly, assistance to this population
must occur in a humanized way. The main way of starting receiving treatment in Brazil is
through the Health Centers .A way of measuring the quality and the humanization of health
assistance is through the responsiveness, a concept introduced by WHO in the field of health
evaluation, in order to refer to the elements not directly linked to the health status. The aim of
this study was to analyze the perception of the elderly on the quality of humanized care in the
health basic assistance in the city of Araçatuba, Brazil.
Methods
During January and February of 2009, 360 patients aged 60 years or more who attended the
Health Centers at Araçatuba city were interviewed, being used an instrument developed by
WHO and the results were statistically analyzed through the software Epi Info 6.04.
Results
The mean age of patients was 75.1, being hypertension the main reason why elderly looked
for assistance. Dignity and communication were considered the most important factors for the
majority of patients. However, the domain communication got the lowest percentage in terms
of performance. Only dignity and confidentiality had high scores on importance as much as on
performance. Prompt attention was the third domain classified as most important, and got a
performance similar to importance only in one item. The choice of providers and the quality
of basic amenities were the domains that presented the worst evaluations through the elderly
perspective, compared to the importance given to these aspects, the same observed with the
autonomy domain.
Anexo B
95
Conclusion
The great appreciation and low performance with the autonomy, the choice of providers and
basic amenities domains suggest that changes on the services offered by the Health Centers
are need. Therefore, the elderly perception about the humanized care, through responsiveness,
was positive, and can contribute to the improvement of health basic assistance. However, it is
indispensable the total involvement of health staff, including managers and users, in an
incessant process of evaluation.
Background
With the significant increase of the elderly population, due to the fast and sustained
decline of fecundity and mortality, a new contingent of people will need health care. In the
same proportion, the elderly tends to present diseases episodes more frequently, generally
chronic, which require a constant medical and health monitoring.
However, for the elderly attendance, the health staff must be aware of a series of
physical, psychological and social alterations that usually occur with these patients, and that
justify a differentiated care. These professionals play an important role on the elderly care,
because it is believed that, through an empathic relationship, it will be observed a humanized
assistance and a commitment with the personalized care, guarantying the physical and
emotional equilibrium of aged patients [1].
Nonetheless, the problem in many places is just the lack of technical conditions,
through the absence of training and lack of materials, which make the attendance
dehumanizing because of its poor quality, and consequently with low solvability [2].
This situation is observed in the majority of Health Centers (HC), where the physical
spaces are improvised, inadequate and in disrepair, affecting negatively the reception of users,
interfering or making impossible the privacy of procedures. Besides this, the absence of an
Anexo B
96
adequate environment, lack of human resources and deficiency of quality and quantity of
materials discourage the professional from changing his action [3].
Evaluating and monitoring the performance of these services is nowadays an
important necessity for the proposals that look for the quality of health attention.
And for that it is essential the incorporation of users on the health services
evaluation process, not only for constituting a sensitive indicator of service quality, but also
for being potentially related to the better adequacy on service use [4].
According to Donabedian [5], the evaluation of quality of health care is carried out
in two dimensions: technical performance, e.g. the application of knowledge and medical
technology, maximizing the benefits and reducing the risks; and patient relationship.
The patient’s satisfaction the most important aim in the studies of quality evaluation
has been generally included in the evaluation of results. However, the satisfaction surveys
have been the target of numerous criticisms, including the subjective aspect of “satisfaction”
category, which has several determinants such as the degree of expectative and individual
requirements in relation to the attendance and patient’s personal characteristics like age,
gender, social class and psychological status [6].
Consequently, the search for a higher objectivity was one of the reasons for the
development of the responsiveness concept, introduced by World Health Organization
(WHO) in the field of health evaluation, in order to refer to the elements not directly linked to
the health status. It is based on the assumption that, besides promoting and maintaining the
subjects’ health, the health system must treat them with dignity, favor their participation on
decisions about health procedures, stimulate the clear communication between health
professional and user ad ensure the confidentiality of medical history [7]. It is, thereafter, a
way of measuring the quality and humanization of health assistance.
Anexo B
97
The aim of present study was to analyze the perception of the elderly on the quality
of humanized care in the health basic assistance in the city of Araçatuba, São Paulo State,
Brazil, conducted at the Health Centers (HC), through the perceptions and experiences of the
elderly who attended these public health institutions.
Methods
This cross-sectional study was conducted at the 11 HCs of Araçatuba, São Paulo
State, Brazil, during January and February of 2009.
It was included in the study elderly patients aged 60 years or more who did not
present mental commitment that wouldn’t allow them to understand the questions and to
answer them. Patients had to give a signed permission for participation in the interview and
for later disclosure of the data, had to be a resident of the city and to attend some municipal
HC and not to present loss of hearing that would compromise the dialogue between them and
the interviewer.
It was used as instrument of data collection an adapted questionnaire from a
measuring instrument of responsiveness in the health system, developed by WHO and named
Multi-Country Survey Study (MCSS) [8]. This instrument was evaluated in relation to its
viability, reliability and validity of responsiveness questions in 41 countries, where it was
concluded that the questions of this instrument are comprehensible and properly reported
among different populations [9].
The questionnaire measures responsiveness for inpatient and outpatient care in eight
domains [10] (as it can be seen on Table 1). Although access to social support is only
assessed in inpatient care, and therefore our study analyze seven domains proposed by WHO
[11-13].
After translation and adaptation, the questionnaire was submitted to a pilot study
Anexo B
98
carried out with a group of aged patients in order to analyze the acceptance of our research, to
observe if there was any comprehension difficulty of some questions of the form, and in the
sequence it was carried out the necessary corrections.
Based on the relevance of questions for the health services in Brazil and on the results
of pilot study, the questionnaire included 30 questions about several aspects of ambulatory
assistance, such as access, user embracement, privacy, confidentiality, autonomy, physical
environment, professional-patient relationship, quality of global and general treatment care, as
well as the attendance related to surgery and procedures. Four additional items questioned
about patient´s socioeconomic condition.
The questionnaire was applied by a calibrated interviewer, after verbal consent be
obtained from all subjects. In order to maintain total confidentiality the patients’ names was
not recorded in the questionnaires.
The authorization from the city’s Public Health Agency and the approval of HC
management were obtained previously to the beginning of the research, in addition to the
approval from the Research Ethics Committee of Araçatuba School of Dentistry (Process
number: 2008-00974), following the directions of the Code of Ethics of the World Medical
Association (Declaration of Helsinki) [14].
All data were typed and analyzed in the statistical software Epi Info 2000, version
6.04, calculated the frequency and percentage distribution. The findings were compared to the
results from other countries, especially those that used the same questionnaire.
In accordance with WHO´s approach in the MCSS, responsiveness outcomes were
dichotomised into good responsiveness (combining responses very good and good) and poor
responsiveness (combining responses moderate, poor and very poor) [15].
Anexo B
99
Results
Study population
In order to estimate the patients sample size it was used the present data of local
Public Health Agency, which indicated a total of 5,491 elderly assisted at all HCs of the city
in a period of two months.
The sample was constituted of 360 aged patients. The mean age of patients was 75.1
(median = 74 years; mode=60; SD = ± 9.73; range: 53.9-93.1); 38.1% were male and 61.9%
female (Table 2); 60.6% had attended primary school, 8.3% middle school and 1.4% a
university, while 29.7% didn’t have a scholar certification.
About the income, 62.2% used to live with less than 1 minimum-wage (minimum-
wage at the time of study conclusion corresponded to US$228.00), 22.2% with 1 to 2
minimum-wages, 7.5% with 2 to 3 minimum-wages, 5.8% with 3 to 4 minimum-wages and
only 2.2% had received more than 4 monthly minimum-wages, which demonstrated that the
majority of population who attended the public HCs of this city belonged to the less favorable
social class.
State of health
The main reason why elderly looked for treatment at the HC was the hypertension
(52%, 95% CI: 46.9-57.5), followed by diabetes (21.4%, 95% CI: 17.3-26.1), and others
(32%, 95% CI: 27.2-37.1), which included general and specific exams, such as check-ups,
blood exam, prostate exam, gynecologic exam, heart disease, vaccine and respiratory
complications.
Health care evaluation
Prompt attention
Anexo B
100
Among the respondents, 93.3% (95% CI: 90.1-95.6) have been always treated at the
HCs when they needed health care and looked for assistance. According to the patients that
have not always received health care (6.7%, 95% CI: 4.4-9.9), the main reason why this
happened was the amount of patients needing care and the lack of available time to assist all
of them (54.2%, 95% CI: 32.8-74.4).
The degree of satisfaction related to the waiting time before attendance was
considered very good by the majority of patients (62%, 95% CI: 52.6-72.2). However, a
group of patients (137 individuals 38%, 95% CI: 28.7-49.6) considered it very long.
Dignity
The major part of the interviewed elderly (97.2%, 95% CI: 94.8-98.6) was embraced
and treated with respect by the health professionals of HCs; on the other hand, two aged
patients (0.6%, 95% CI: 0.1-2.2) reported they were victims of discrimination by these
professionals. When asked if they have suffered some kind of violence, cruelty or oppression
by the same professionals, all of them denied it.
All patients who took a medical examination and/or a treatment had their privacy
respected (98.3%, 95% CI: 96.2-99.3). The remaining patients (1.7%, 95% CI: 0.7-3.8) did
not take medical exams neither treatment, only the first visit to the doctor, and therefore this
question was not applied to these patients.
Communication
When questioned if professionals used an easy and comprehensive speech,
explaining with clarity the information about their health, in relation to their health condition
and the procedures that should be conducted, 89.4% (95% CI: 85.8-92,4) of respondents
affirmed they received this kind of information.
Anexo B
101
Nevertheless, more than half (67.6%, 95% CI: 62.5-72.4) didn´t receive information
about alternative treatments or exams that could be conducted.
In relation to the opportunity given to patients to perform questions about their
problems or to answer their questions about the treatment to be conducted, the majority
affirmed they had sufficient time for these explanations (79.2%, 95% CI: 74.6-83.2).
Autonomy
Fifty-four percent of patients (54.4%, 95% CI: 49.1-59.7) cited they felt free to
decide about their health or treatment; but, on the other hand, 45.6% (95% CI: 40.3-50.9) of
elderly affirmed that the professionals were the ones responsible for the final decision about
what would have been done, without freedom to patients to give their opinion and choose
their options.
Choice of providers
The majority of respondents (61.7%, 95% CI: 56.4-66.7) had the freedom to choose
their health provider or to choose a second opinion, if they wished. A different situation was
observed with 138 patients (38.3%, 95% CI: 33.3-43.6), who denied they were free to decide,
and reported they had been assisted by “anybody who were available at the HC, without
option choice.
Confidentiality
When questioned if their personal information was kept in secrecy by health
professionals, the majority of respondents (90%, 95% CI: 86.4-92.9) believed it did. Only
9.7% (95% CI: 7.0-13.4) were in doubt and reported they didn’t know if professionals kept
Anexo B
102
secret or not, and just one patient (0.3%, 95% CI: 0.0-1.8) affirmed his personal information
was not kept in secrecy by HC professionals.
Basic Amenities
The HC physical environment, according to the cleaning, the available space,
ventilation, etc, was classified by the majority of interviewed elderly as very good or good
(64%, 95% CI: 56.1-72.5). However, some respondents (n=130 36%, 95% CI: 27.6-47.2)
classified the HC physical environment as moderate, poor or very poor.
Importance of domains and performance
The domain prompt attention was considered very important by 98.1% of
respondents. About its performance, 93.3% of patients have always been assisted when they
needed care. However, only 62% of the sample assigned good satisfaction about the waiting
time (Figure 1).
Dignity was considered very important on the health basic assistance by 99.7% of
respondents. About its performance, 97.2% were embraced and treated with respect and 98%
had their privacy respected during examinations and treatments (Figure 2).
The domain communication on the health basic assistance was considered very
important by 99.4% of elderly, being 89.4% the respondents who received clear explanations
from health professionals, 79% had sufficient time to make questions and only 32% received
information about alternative treatments (Figure 3).
Autonomy, choice of providers and quality of basic amenities were the domains that
presented the worst evaluations through the patients’ perspectives, when compared to their
importance and performance. Conversely the domain confidentiality presented high values of
importance as much as of performance, as it can be seen in Figure 4.
Anexo B
103
In relation to the general satisfaction about the attendance, despite some complaints
and criticisms, the majority of patients (76%, 95% CI: 66.4-86.3) classified it as good or very
good.
About the care related to surgeries and procedures, 96.7% of respondents (95% CI:
94.1-98.2) believed that the health providers had enough ability to treat them; 85.8% (95%
CI: 81.8-89.3) affirmed they received appropriate medication to their treatment and 66.4%
(95% CI: 61.3-71.3) considered adequate the equipments used by providers for diagnosis
and/or treatment.
In relation to duration of visits to the doctor, 72% of elderly (95% CI: 62.7-81.8)
classified it as very good or good.
Discussion
The central aim of our study is beyond the analysis of elderly perception of
humanized health care. It paints the conditions of the main entrance to the public health
system in Brazil, since the Health Centers correspond to a high number of medical
appointments and other procedures.
Summing to this assistant role, other sanitary demands are articulated, such as health
surveillance and disease control, as well as risks of illness, besides the health education. The
HC therefore constitute a technologically specific way of care that involves the synthesis of
knowledge and complex integration of individual and collective, curative and preventive,
assistant and educative actions [16].
Here we see the great importance of these institutions on the health assistance,
especially when dealing with people that already have an extensive history of diseases, mostly
chronic, who suffer from the lack of health care and leisure activities, with the abandonment
Anexo B
104
in hospitals or nursing homes, who have been distressed with the depreciation of their
retirement allowance, and also have suffered all sorts of obstacles to provide some assistance
through health plans [17].
It is important to highlight the scarcity of studies assessing the health user’s
satisfaction, or measuring the responsiveness on the health system, specifically carried out
with aged patients. The majority of them does not limit the population group which will be
evaluated. This has motivated us even more to conduct this research exclusively with elderly
patients.
Although the evaluated services did not achieve excellence on the area of
attendance, our findings showed, in general, a good responsiveness on primary health care.
However, it can be noticed that the user of the public health system is usually afraid
of criticizing the assistance, for fear of losing his opportunity to be treated. In addition, it is
also observed a conformism through the implicit acceptance of the low quality of public
services that is offered to the poor population, and this is the justification for the negligence
verified by the quality of service. A “naturalization” of this situation is perceived by the user,
who recognized the service as a favor or a donation and not as a right [18].
Nonetheless, although the majority of aged patients have been well assisted, in all
domains of the described responsiveness, it is unacceptable that a group, even small, has not
received decent, humanizing and respectful assistance, being respected the good relationship
between provider and patient, in an environment with basic conditions of cleaning, amenities,
ventilation, etc. These conditions are simply the minimum that every patient should receive,
especially when it refers to the elderly, a population growing every day and that often depends
on other people to survive.
The domain prompt attention was rated as very important by respondents; although
the majority (223 patients) has been assisted every time they needed health care, a
Anexo B
105
considerable number (137 patients) reported a strong dissatisfaction about the waiting time
before attendance, a fact that was demonstrated by several other authors [19-28].
In relation to the dignity, the majority of our respondents was embraced and treated
with respect (97.2%) and none of them suffered any kind of violence, cruelty and oppression
by health professionals, neither they had their privacy disrespected during examinations
and/or treatments, which confirms the results of many studies in the literature [18, 25, 29-31].
However, what concerns us is that portion, tiny, but existing of elderly patients who
felt disrespected, discriminated, inhumanely treated.
A very valued aspect by the elderly, and that concerns the relationship between
physician and patient is the communication. In our study we observed a good performance on
the opportunity offered to patients to ask questions, to clarify some doubts and to receive
explanations by providers, in a clear and easy speech. This was also observed by other authors
[19, 31-32], however few aged patients were informed about other types of treatments or
exams that could be conducted.
Imam et al. [23] analyzed the satisfaction, opinions and experiences of patients
assisted in a hospital on Pakistan and noted that 20% of these patients found nobody among
the staff to share their concerns and fears, and even a third of patients reported that they didn’t
receive clear explanations about the procedure they would be submitted to.
Also, Gomes et al. [20], during the evaluation of the hospital humanization by users
of the public health system in Brazil, verified that the communication was poor, since the
patients were not treated by their names, nor attended with interest, and the language was
incomprehensible by the majority of them.
In our study we verified that many aged patients were satisfied with the
“communication” aspect; however the respondents who affirmed they were not satisfied with
it made serious criticisms of the way they were treated by health providers. Many patients
Anexo B
106
emphasized that the professional was unable to look at their faces, because before they sit in
the chair, the physician had already prepared their medication prescription and had already
called the next patient, with no explanation nor interest on patients’ claims.
In relation to the autonomy, we noticed that more than half of elderly reported they
were free to make decisions about their own health or treatment. Patients who did not have
this autonomy affirmed that "the one who order is the doctor" and that if “they did not follow
his rules”, they could loss the opportunity to be treated.
It can be observed, through this finding, the passivity of the aged patients due to the
fear of not being treated. Gomes et al. [20] verified the same facts: a lack of personalization
and imposition of guidelines, with disrespect for the patient’s autonomy and decision.
In accordance with Bramesfeld et al. [29], the choice of providers and quality of
basic amenities were the domains that had the worst ratings through patients´ perspective
compared to the importance given to these aspects. It can be noticed a large discrepancy
between the value that the elderly attached to these domains and what they received in the
HCs. In Taiwan, these domains were considered essential on the evaluation of Hsu and
colleagues [30].
Only dignity and confidentiality were well evaluated both in importance and
performance, also in accordance with the results reported by Bramesfeld et al. [29].
We agree with Traverso-Yepez and Morais who discuss that there was a need to
include a category, which was named "positive with exception", to represent all those
statements that, even pointing out some kind of deficiency, when questioned about the
satisfaction of global care, the majority considered it as "good or very good", findings similar
to several studies [33-37]. This "contradiction", subjacent to the discourse of a significant
Anexo B
107
portion of users, can be explained as an expression of the complexity present in the daily life
of health services.
Conclusions
The perception of the elderly on the quality of humanized care, through
responsiveness, was positive, contributing to the improvement of health basic assistance,
especially to the aged patient. The great valorization and the low performance on autonomy,
choice of providers and basic amenities domains suggests changes on the services offered at
the health centers. It is indispensable the total involvement of health staff, as well as full
engagement of managers and users in a continuum process of evaluation.
Competing interests
'The author(s) declare that they have no competing interests'.
Authors' contributions
TJVL and RMA conceived the study, participated in its design, performed analysis and
interpretation of data and drafted the manuscript. CASG contributed to analysis and
interpretation of data. CASG contributed to conception of the study. SASM conceived the
study and contributed to interpretation of data. All authors read and approved the final
manuscript.
Acknowledgements
This research was supported by CAPES Foundation (Brazilian Federal Agency for Support
and Evaluation of Graduate Education). The authors thank the institutions that contributed to
study conduction and also to the elderly patients that took part in the interviews; we thank the
Anexo B
108
municipal manager and coordinators of municipal basic assistance for the support during field
work.
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Tables
Table 1: Domains as defined in the WHO Reponsiveness concept [10]
Domain
Question handles
Dignity
Being treated with respect
Autonomy
Involvement in decision making
Confidentiality
Confidentiality of personal information
Communication
Listening, enough time for questions, clear explanations
Prompt attention
Reasonable waiting time
Social support
On the hospital: visits, special foods, religious practice
Quality of basic amenities
Cleanliness, space, air
Choice
Seeing a service provider you are happy with
Table 2: Sample distribution, by gender and age
Age
Female
Male
Total
N
%
N
%
N
%
60-70
156
69.9
77
56.2
233
64.7
71-80
59
26.5
41
29.9
100
27.8
> 80
8
3.6
19
13.9
27
7.5
Total
223
61.9
137
38.1
360
100
Anexo B
113
Figures
98,10%
62%
93,30%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Importance of prompt attention
domain
Good satisfaction related to
waiting
They had been always assisted
Importance Performance
Figure 1 Comparison between the importance and performance of prompt attention
domain.
Anexo B
114
99.70%
98%
97.20%
0.00%
20.00%
40.00%
60.00%
80.00%
100.00%
120.00%
Importance of dignity domain They had their privacy respected They were embraced and treated
with respect
Importance Performance
Figure 2 - Comparison between the importance and performance of dignity domain.
Anexo B
115
99,40%
32%
79,00%
89,40%
0,00% 20,00% 40,00% 60,00% 80,00% 100,00% 120,00%
Importance of
communication
domain
They were informed
about alternative
treatments
They had time to ask
questions
They received clear
explanation from
providers
Importance Performance
Figure 3 - Comparison between the importance and performance of communication
domain.
Anexo B
116
96,90%
96%
98,30%
95,60%
54,40%
61,70%
64%
90%
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
120,00%
Autonomy Choice of providers Basic amenities Confidentiality
Importance
Performance
Figure 4 - Comparison between the importance and performance of autonomy, choice
of providers, quality of basic amenities and confidentiality domain.
Anexo B
117
ANEXO C Normas para publicação
Revista Saúde e Sociedade
118
ESCOPO E POLÍTICA
Política editorial: Veicular produção científica de instituições de ensino e
pesquisa que desenvolvem pesquisa interdisciplinar e contam com o
concurso de diferentes áreas do saber (ciências exatas, biológicas e sociais) e
socializar novas formas de abordar o objeto. Igualmente, veicular produção
de pesquisadores e de técnicos de diversos órgãos, tais como secretarias
estaduais e municipais de saúde, que divulgam resultados de seus trabalhos
de pesquisa, avaliação de programas, etc., com contribuições importantes e
que não devem ficar restritas a relatórios de circulação interna, contribuindo
para o avanço do debate e da troca de idéias sobre temas desafiantes, cujas
raízes encontram-se na própria natureza multidisciplinar da área.
Áreas de interesse: Desde sua criação, Saúde e Sociedade tem publicado
trabalhos de diferentes áreas do saber que se relacionam ou tenham como
objeto de preocupação a saúde pública/coletiva. Nesse sentido, abarca a
produção de diferentes ramos das ciências humanas e sociais e da
emergente ciência ambiental, incorporando a produção científica, teórica e
aquela mais especificamente relacionada às propostas de intervenção e
prática institucional.
Tipos de artigos: Publica matéria inédita de natureza reflexiva, de pesquisa
e atualização do conhecimento, sob a forma de:
a) artigos de pesquisas originais;
b) análise de grandes temas de interesse da área;
c) ensaios de natureza teórica, metodológica ou técnica, que estimulem a
polêmica ou o tratamento de temas específicos sob diferentes enfoques;
d) artigos de atualização de literatura;
e) relatos de experiências nas áreas de pesquisa, do ensino e da prestação de
serviços de saúde;
f) comunicações de estudos, pesquisas ou experiências práticas em
andamento, assim como resultados preliminares;
Anexo C
119
g) cartas à redação com comentários sobre idéias expressas em matéria
publicada pela revista, tendo em vista fomentar uma reflexão crítica acerca
de temas da área;
h) comentários curtos, notícias ou críticas de livros publicados e de interesse
para a área;
i) entrevistas / depoimentos de personalidades ou especialistas da área
visando, quer a reconstrução da história da saúde pública/coletiva, quer a
atualização em temas de interesse; e
j) anais dos congressos paulistas de saúde pública promovidos pela APSP,
bem como de outros eventos científicos pertinentes à linha editorial da
Revista.
A Revista veicula contribuições espontâneas que se enquadrem na política
editorial da Revista bem como matéria encomendada a especialistas.
São particularmente valorizados artigos que façam interface da saúde com a
área de humanas.
Procedimentos de avaliação por pares: O Conselho Editorial (CE) conta
com a colaboração de pareceristas que são os co-participantes do processo
de julgamento dos manuscritos submetidos. Os pareceristas são indicados
ad-hoc, pelo CE, dentre os especialistas de confirmada competência técnica
e científica, com a função de colaborar na apreciação dos manuscritos
submetidos à publicação. Estes dispõem de autoridade para decidir sobre a
conveniência de sua aceitação, podendo apresentar sugestões de
modificações aos autores. Cada trabalho é apreciado por no mínimo dois
relatores, cujos nomes são mantidos em sigilo, omitindo-se, também, o(s)
nome(s) dos autores perante os relatores.
Público: Profissionais do campo da saúde em geral, docentes, pesquisadores
e especialistas de saúde pública/coletiva e de áreas afins.
Anexo C
120
FORMA E PREPARAÇÃO DE MANUSCRITOS
1. Formato
Papel tamanho A4, margens de 2,5 cm, espaço 1,5, letra Times New Roman
12. Número máximo de páginas: 20 (incluindo ilustrações e referências
bibliográficas).
2. Estrutura
Título: Conciso e informativo. Na língua original e em inglês. Incluir como
nota de rodapé a fonte de financiamento da pesquisa.
Nome e endereço do(s) autor(es): todos devem informar maior grau
acadêmico; cargo; afiliação institucional; endereço completo incluindo rua,
cidade, CEP, estado, país, e-mail.
Resumos: Devem refletir os aspectos fundamentais dos trabalhos, com no
mínimo 150 palavras e no máximo 250, incluindo objetivos, procedimentos
metodológicos e resultados. Devem preceder o texto e estar na língua do
texto e em inglês (abstract).
Palavras-chave: De 3 a 6, na língua do texto e em inglês, apresentados após
o resumo. Consulte o DeCS (Descritores em Ciências da Saúde) e/ou o
Sociological Abstracts.
Gráficos e tabelas: Os gráficos e tabelas devem ser apresentados em seus
programas originais (por exemplo, em Excel: arquivo.xls), devidamente
identificados, em escala de cinza.
Imagens: As imagens (figuras e fotografias) devem ser fornecidas em alta
resolução (300 dpi), em JPG ou TIF, com no mínimo 8 cm de largura.
Citações no texto: Devem ser feitas pelo sobrenome do autor (letra mi-
núscula), ano de publicação e número de página quando a citação for literal,
Anexo C
121
correspondendo às respectivas referências bibliográficas. Quando houver
mais de dois autores, deve ser citado o primeiro, seguido de “e col”.
Referências
Os autores são responsáveis pela exatidão das referências bibliográficas
citadas no texto. As referências deverão seguir as normas da ABNT NBR
6023, serem apresentadas ao final do trabalho e ordenadas alfabeticamente
pelo sobrenome do primeiro autor.
Anexo C
122
ANEXO D Normas para publicação
Revista BMC Health Services Research
123
Preparing main manuscript text
Manuscripts for Research articles submitted to BMC Health Services
Research should be divided into the following sections:
Title page
Abstract
Background
Methods
Results
Discussion
Conclusions
List of abbreviations used (if any)
Competing interests
Authors' contributions
Authors' information (if any)
Acknowledgements
References
Figure legends (if any)
Tables and captions (if any)
Description of additional data files (if any)
Title page
This should list the title of the article. The title should include the study
design, for example:
A versus B in the treatment of C: a randomized controlled trial
X is a risk factor for Y: a case control study
The full names, institutional addresses, and e-mail addresses for all authors
must be included on the title page. The corresponding author should also be
indicated.
Abstract
The abstract of the manuscript should not exceed 350 words and must be
structured into separate sections: Background, the context and purpose of
the study; Methods, how the study was performed and statistical tests used;
Anexo D
124
Results, the main findings; Conclusions, brief summary and potential
implications. Please minimize the use of abbreviations and do not cite
references in the abstract; Trial registration, if your research article reports
the results of a controlled health care intervention, please list your trial
registry, along with the unique identifying number, e.g. Trial registration:
Current Controlled Trials ISRCTN73824458. Please note that there should
be no space between the letters and numbers of your trial registration
number.
Background
The background section should be written from the standpoint of
researchers without specialist knowledge in that area and must clearly state
- and, if helpful, illustrate - the background to the research and its aims.
Reports of clinical research should, where appropriate, include a summary of
a search of the literature to indicate why this study was necessary and what
it aimed to contribute to the field. The section should end with a very brief
statement of what is being reported in the article.
Methods
This should include the design of the study, the setting, the type of
participants or materials involved, a clear description of all interventions and
comparisons, and the type of analysis used, including a power calculation if
appropriate.
Results and Discussion
The Results and Discussion may be combined into a single section or
presented separately. Results of statistical analysis should include, where
appropriate, relative and absolute risks or risk reductions, and confidence
intervals. The results and discussion sections may also be broken into
subsections with short, informative headings.
Conclusions
This should state clearly the main conclusions of the research and give a
Anexo D
125
clear explanation of their importance and relevance. Summary illustrations
may be included.
List of abbreviations
If abbreviations are used in the text, either they should be defined in the text
where first used, or a list of abbreviations can be provided, which should
precede the competing interests and authors' contributions.
Competing interests
Authors are required to complete a declaration of competing interests. All
competing interests that are declared will be listed at the end of published
articles. Where an author gives no competing interests, the listing will read
'The author(s) declare that they have no competing interests'.
Authors' contributions
In order to give appropriate credit to each author of a paper, the individual
contributions of authors to the manuscript should be specified in this
section.
An "author" is generally considered to be someone who has made
substantive intellectual contributions to a published study. To qualify as an
author one should 1) have made substantial contributions to conception and
design, or acquisition of data, or analysis and interpretation of data; 2) have
been involved in drafting the manuscript or revising it critically for important
intellectual content; and 3) have given final approval of the version to be
published. Each author should have participated sufficiently in the work to
take public responsibility for appropriate portions of the content. Acquisition
of funding, collection of data, or general supervision of the research group,
alone, does not justify authorship.
We suggest the following kind of format (please use initials to refer to each
author's contribution): AB carried out the molecular genetic studies,
participated in the sequence alignment and drafted the manuscript. JY
carried out the immunoassays. MT participated in the sequence alignment.
ES participated in the design of the study and performed the statistical
Anexo D
126
analysis. FG conceived of the study, and participated in its design and
coordination and helped to draft the manuscript. All authors read and
approved the final manuscript.
All contributors who do not meet the criteria for authorship should be listed
in an acknowledgements section. Examples of those who might be
acknowledged include a person who provided purely technical help, writing
assistance, or a department chair who provided only general support.
Authors' information
You may choose to use this section to include any relevant information
about the author(s) that may aid the reader’s interpretation of the article,
and understand the standpoint of the author(s). This may include details
about the authors' qualifications, current positions they hold at institutions
or societies, or any other relevant background information. Please refer to
authors using their initials. Note this section should not be used to describe
any competing interests.
Acknowledgements
Please acknowledge anyone who contributed towards the study by making
substantial contributions to conception, design, acquisition of data, or
analysis and interpretation of data, or who was involved in drafting the
manuscript or revising it critically for important intellectual content, but
who does not meet the criteria for authorship. Please also include their
source(s) of funding. Please also acknowledge anyone who contributed
materials essential for the study.
The role of a medical writer must be included in the acknowledgements
section, including their source(s) of funding.
Authors should obtain permission to acknowledge from all those mentioned
in the Acknowledgements.
Please list the source(s) of funding for the study, for each author, and for the
manuscript preparation in the acknowledgements section. Authors must
describe the role of the funding body, if any, in study design; in the
Anexo D
127
collection, analysis, and interpretation of data; in the writing of the
manuscript; and in the decision to submit the manuscript for publication.
References
All references must be numbered consecutively, in square brackets, in the
order in which they are cited in the text, followed by any in tables or legends.
Reference citations should not appear in titles or headings. Each reference
must have an individual reference number. Please avoid excessive
referencing. If automatic numbering systems are used, the reference
numbers must be finalized and the bibliography must be fully formatted
before submission.
Only articles and abstracts that have been published or are in press, or are
available through public e-print/preprint servers, may be cited; unpublished
abstracts, unpublished data and personal communications should not be
included in the reference list, but may be included in the text.
Notes/footnotes are not allowed. Obtaining permission to quote personal
communications and unpublished data from the cited author(s) is the
responsibility of the author. Journal abbreviations follow Index
Medicus/MEDLINE. Citations in the reference list should contain all named
authors, regardless of how many there are.
Examples of the BMC Health Services Research reference style are shown
below. Please take care to follow the reference style precisely; references not
in the correct style may be retyped, necessitating tedious proofreading.
Article within a journal
Koonin EV, Altschul SF, Bork P: BRCA1 protein products: functional
motifs. Nat Genet 1996, 13:266-267.
Article within a journal supplement
Orengo CA, Bray JE, Hubbard T, LoConte L, Sillitoe I: Analysis and
assessment of ab initio three-dimensional prediction, secondary structure,
and contacts prediction. Proteins 1999, 43(Suppl 3):149-170.
Anexo D
128
In press article
Kharitonov SA, Barnes PJ: Clinical aspects of exhaled nitric oxide. Eur
Respir J, in press.
Published abstract
Zvaifler NJ, Burger JA, Marinova-Mutafchieva L, Taylor P, Maini RN:
Mesenchymal cells, stromal derived factor-1 and rheumatoid arthritis
[abstract]. Arthritis Rheum 1999, 42:s250.
Article within conference proceedings
Jones X: Zeolites and synthetic mechanisms. In Proceedings of the First
National Conference on Porous Sieves: 27-30 June 1996; Baltimore. Edited
by Smith Y. Stoneham: Butterworth-Heinemann; 1996:16-27.
Book chapter, or article within a book
Schnepf E: From prey via endosymbiont to plastids: comparative studies in
dinoflagellates. In Origins of Plastids. Volume 2. 2nd edition. Edited by
Lewin RA. New York: Chapman and Hall; 1993:53-76.
Whole issue of journal
Ponder B, Johnston S, Chodosh L (Eds): Innovative oncology. In Breast
Cancer Res 1998, 10:1-72.
Whole conference proceedings
Smith Y (Ed): Proceedings of the First National Conference on Porous Sieves:
27-30 June 1996; Baltimore. Stoneham: Butterworth-Heinemann; 1996.
Complete book
Margulis L: Origin of Eukaryotic Cells. New Haven: Yale University Press;
1970.
Monograph or book in a series
Anexo D
129
Hunninghake GW, Gadek JE: The alveolar macrophage. In Cultured Human
Cells and Tissues. Edited by Harris TJR. New York: Academic Press;
1995:54-56. [Stoner G (Series Editor): Methods and Perspectives in Cell
Biology, vol 1.]
Book with institutional author
Advisory Committee on Genetic Modification: Annual Report. London; 1999.
PhD thesis
Kohavi R: Wrappers for performance enhancement and oblivious decision
graphs. PhD thesis. Stanford University, Computer Science Department;
1995.
Link / URL
The Mouse Tumor Biology Database
[http://tumor.informatics.jax.org/mtbwi/index.do]
Microsoft Word template
Although we can accept manuscripts prepared as Microsoft Word, RTF or
PDF files, we have designed a Microsoft Word template that can be used to
generate a standard style and format for your article. It can be used if you
have not yet started to write your paper, or if it is already written and needs
to be put into BMC Health Services Research style.
Download the template (Mac and Windows compatible Word 1998/2000) from our
site, and save it to your hard drive. Double click the template to open it.
Preparing illustrations and figures
Figures should be provided as separate files. Each figure should comprise
only a single file. There is no charge for the use of color.
Please read our figure preparation guidelines for detailed instructions on
maximising the quality of your figures,
Anexo D
130
Formats
The following file formats can be accepted:
EPS (preferred format for diagrams)
PDF (also especially suitable for diagrams)
PNG (preferred format for photos or images)
Microsoft Word (figures must be a single page)
PowerPoint (figures must be a single page)
TIFF
JPEG
BMP
CDX (ChemDraw)
TGF (ISIS/Draw)
Figure legends
The legends should be included in the main manuscript text file immediately
following the references, rather than being a part of the figure file. For each
figure, the following information should be provided: Figure number (in
sequence, using Arabic numerals - i.e. Figure 1, 2, 3 etc); short title of figure
(maximum 15 words); detailed legend, up to 300 words.
Preparing tables
Each table should be numbered in sequence using Arabic numerals (i.e.
Table 1, 2, 3 etc.). Tables should also have a title that summarizes the whole
table, maximum 15 words. Detailed legends may then follow, but should be
concise.
Smaller tables considered to be integral to the manuscript can be pasted into
the end of the document text file, in portrait format (note that tables on a
landscape page must be reformatted onto a portrait page or submitted as
additional files). These will be typeset and displayed in the final published
form of the article. Such tables should be formatted using the 'Table object'
in a word processing program to ensure that columns of data are kept
aligned when the file is sent electronically for review; this will not always be
the case if columns are generated by simply using tabs to separate text.
Anexo D
131
Commas should not be used to indicate numerical values. Color and shading
should not be used.
Larger datasets can be uploaded separately as additional files. Additional
files will not be displayed in the final, published form of the article, but a
link will be provided to the files as supplied by the author.
Tabular data provided as additional files can be uploaded as an Excel
spreadsheet (.xls) or comma separated values (.csv). As with all files, please
use the standard file extensions.
Style and language
General
Currently, BMC Health Services Research can only accept manuscripts
written in English. Spelling should be US English or British English, but not
a mixture.
Gene names should be in italic, but protein products should be in plain
type.
There is no explicit limit on the length of articles submitted, but authors are
encouraged to be concise. There is no restriction on the number of figures,
tables or additional files that can be included with each article online.
Figures and tables should be sequentially referenced. Authors should
include all relevant supporting data with each article.
BMC Health Services Research will not edit submitted manuscripts for style
or language; reviewers may advise rejection of a manuscript if it is
compromised by grammatical errors. Authors are advised to write clearly
and simply, and to have their article checked by colleagues before
submission. In-house copyediting will be minimal. Non-native speakers of
English may choose to make use of a copyediting service.
Abbreviations
Abbreviations should be used as sparingly as possible. They can be defined
when first used or a list of abbreviations can be provided preceding the
acknowledgements and references.
Anexo D
132
Typography
Please use double line spacing.
Type the text unjustified, without hyphenating words at line breaks.
Use hard returns only to end headings and paragraphs, not to
rearrange lines.
Capitalize only the first word, and proper nouns, in the title.
All pages should be numbered.
Use the BMC Health Services Research reference format.
Footnotes to text should not be used.
Greek and other special characters may be included. If you are unable
to reproduce a particular special character, please type out the name
of the symbol in full.
Anexo D
133
ANEXO E Instrumento utilizado para
coleta de dados
134
QUESTIONÁRIO ADAPTADO DO INSTRUMENTO DE RESPONSIVIDADE
DA OMS (Multi Country Survey Study - MCSS)
IDENTIFICAÇÃO PESSOAL
1. Idade________anos
2. Gênero: ( ) feminino ( ) masculino
3. Nível de escolaridade: ( ) Nenhum ( ) Fundamental ( ) Médio ( ) Superior
4. Renda Mensal (em salários mínimos):
( ) até 1 salário ( ) de 1 a 2 ( ) 2 a 3 ( ) 3 a 4 ( ) mais de 4 salários
UBS que freqüenta......................................................................................
EXPERIÊNCIA
Atenção no atendimento
1. Quando foi a última vez que o senhor(a) procurou atendimento na UBS?
Há______________meses
2. Por qual razão o(a) senhor(a) procurou os serviços de saúde?
( ) Febre alta, diarréia severa, ou tosse ( ) Diabetes
( ) Lesões corporais ( ) Imunização (vacina)
( ) Hipertensão ( ) Problemas de visão
( ) Problemas dentários ( ) Artrite
( ) Asma ( ) Doença cardíaca
( ) Outros__________________
3. Quando o(a) senhor(a) necessitou de cuidados de saúde, o(a) senhor(a)
sempre foi atendido?
( ) sim ( ) não
4. Quando o senhor não foi atendido, qual foi o motivo?
a) tinha muita gente na sua frente e não deu tempo de atender o(a)
senhor(a);
b) foi negado atendimento ao seu problema;
Anexo E
135
c) o(a) senhor(a) resolveu ir embora porque tinha muita gente na frente;
d) o(a) senhor(a) resolveu ir embora porque viu algo que não gostou;
e)Outros _____________________________________________________
5. Qual o seu grau de satisfação quanto ao tempo de espera antes do
atendimento?
( ) ótimo ( ) bom ( ) moderado ( ) ruim ( ) péssimo
6. O(a) senhor(a) teve sua privacidade respeitada durante os exames e
tratamentos?
( ) sim ( ) não ( ) não se aplica (não foi examinado/tratado)
7. Os profissionais de saúde explicaram com clareza as informações sobre
sua saúde?
( ) sim ( ) não
8. O(a) senhor(a) teve tempo suficiente para fazer perguntas sobre o seu
problema ou tratamento?
( ) sim ( ) não
9. O(a) senhor(a) teve informações sobre outros tipos de tratamentos ou
exames?
( ) sim ( ) não
10. O(a) senhor(a) teve liberdade para tomar decisões sobre a sua saúde ou
tratamento?
( ) sim ( ) não
11. O(a) senhor(a) teve liberdade de escolher o seu profissional de saúde?
( ) sim ( ) não
Anexo E
136
HUMANIZAÇÃO
12. O(a) senhor(a) foi acolhido(a) e tratado(a) com respeito?
( ) sim ( ) não
13. O senhor(a) foi vítima de alguma discriminação por parte dos
profissionais de saúde desta UBS?
( ) sim ( ) não
14. Em caso afirmativo, qual a razão?
a) por ser mulher;
b) por ser homem;
c) pela idade;
d) pela cor;
e) tipo de doença;
g) outras
razões:...........................................................................................................
........
15. O(a) senhor(a) já sofreu algum tipo de violência, crueldade ou opressão
por parte dos profissionais de saúde?
( )sim ( )não
Em caso afirmativo, que tipo?______________________________________________
16. Suas informações pessoais foram mantidas em segredo pelos
profissionais de saúde?
( ) sim ( ) não ( ) não sei dizer
Infra-Estrutura
17. Como o(a) senhor(a) classificaria o espaço nas salas de espera e de
exame?
( ) ótimo ( ) bom ( ) moderado ( ) ruim ( ) péssimo
Anexo E
137
PERCEPÇÃO
Atenção no atendimento
18. Como o(a) senhor(a) classificaria o atendimento na UBS que freqüenta?
( ) ótimo ( ) bom ( ) moderado ( )ruim ( ) péssimo
19. Que importância o(a) senhor(a) dá para explicações oferecidas com
clareza pelo profissional de saúde sobre o seu tratamento?
( ) muita importância ( ) pouca importância ( ) nenhuma importância
20. Que importância o(a) senhor(a) dá para a facilidade de acesso aos
serviços de saúde?
( ) muito importante ( ) pouco importante ( ) sem importância
21. Que importância o(a) senhor(a) dá à liberdade de discutir outras opções
de tratamento?
( ) muita importância ( ) pouca importância ( ) nenhuma importância
22. O(a) senhor(a) acha importante que os profissionais de saúde dêem
oportunidade para fazer perguntas, para esclarecer todas as suas dúvidas?
( )sim ( )não
23. Qual a importância para o(a) senhor(a) de poder escolher o seu
profissional de saúde ou poder consultar uma segunda opinião se desejar?
( ) muito importante ( ) pouco importante ( ) sem importância
24. Na sua opinião, os profissionais de saúde desta UBS tiveram habilidade
suficiente para tratar do(a) senhor(a)?
( ) sim ( ) não
25. Na sua opinião, os profissionais de saúde forneceram os medicamentos
adequados para o seu tratamento?
( ) sim ( ) não ( ) não se aplica
Anexo E
138
26. Como o(a) senhor(a) classificaria a duração da consulta pelos
profissionais de saúde da UBS que o(a) senhor(a) freqüenta?
( ) ótimo ( ) bom ( ) moderado ( ) ruim ( ) péssimo
Humanização
27. Que importância o(a) senhor(a) atribui ao "tratamento respeitoso" pelos
profissionais de saúde?
( ) importante ( ) pouco importante ( ) sem importância
28. Qual a importância das suas informações pessoais serem mantidas em
segredo pelos profissionais de saúde?
( ) importante ( ) pouco importante ( ) sem importância
Infra-estrutura
29. Que importância o(a) senhor(a) dá em ter espaço suficiente,
acomodações, ventilação, banheiros limpos, etc?
( ) muita importância ( ) pouca importância ( ) nenhuma importância
30. Na sua opinião, os profissionais de saúde utilizaram equipamentos
adequados para o seu tratamento?
( ) sim ( ) não ( ) não se aplica
Anexo E
Livros Grátis
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