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COPPE/UFRJCOPPE/UFRJ
ANÁLISE DE UM SISTEMA SIMPLIFICADO DE CONTROLE DIGITAL PROPOSTO
PARA O PRESSURIZADOR DE UMA USINA NUCLEAR ATRAVÉS DE UM MODELO
DE SIMULAÇÃO DINÂMICA
Jonathan Marcello de Oliveira Pinto
Dissertação de Mestrado apresentada ao
Programa de Pós-graduação em Engenharia
Nuclear, COPPE, da Universidade Federal do
Rio de Janeiro, como parte dos requisitos
necessários à obtenção do título de Mestre em
Engenharia Nuclear.
Orientador: Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e
Melo
Rio de Janeiro
Fevereiro de 2010
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ANÁLISE DE UM SISTEMA SIMPLIFICADO DE CONTROLE DIGITAL
PROPOSTO PARA O PRESSURIZADOR DE UMA USINA NUCLEAR ATRAVÉS
DE UM MODELO DE SIMULAÇÃO DINÂMICA
Jonathan Marcello de Oliveira Pinto
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO INSTITUTO ALBERTO
LUIZ COIMBRA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA DE ENGENHARIA
(COPPE) DA UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO COMO PARTE
DOS REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA NUCLEAR.
Examinada por:
Prof. Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo, D. Sc.
Prof. Antônio Carlos Marques Alvim, Ph. D.
Dr. Pedro Luiz da Cruz Saldanha, D. Sc.
RIO DE JANEIRO, RJ - BRASIL
FEVEREIRO DE 2010
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iii
Pinto, Jonathan Marcello de Oliveira
Análise de um sistema simplificado de controle digital
proposto para o pressurizador de uma usina nuclear
através de um modelo de simulação dinâmica/ Jonathan
Marcello de Oliveira Pinto. Rio de Janeiro:
UFRJ/COPPE, 2010.
XIII, 66 p.: il.; 29,7 cm.
Orientador: Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo
Dissertação (mestrado) UFRJ/ COPPE/ Programa de
Engenharia Nuclear, 2010.
Referencias Bibliográficas: p. 53-56.
1. DFM. 2. Sistema Digital. 3. Pressurizador. I. Melo,
Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e. II. Universidade
Federal do Rio de Janeiro, COPPE, Programa de
Engenharia Nuclear. III. Titulo.
iv
Dedicada às pessoas que
amo
v
AGRADECIMENTOS
A Deus, por me dar a oportunidade de viver esta experiência.
Ao meu pai pela compreensão e respeito.
Aos meus amigos, pelo espairecimento e apoio oferecidos.
À música que me leva ao equilíbrio nos momentos difíceis.
Ao Profs. Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo, Pedro Luiz da Cruz
Saldanha e Antônio Carlos Marques Alvim pela disponibilidade, ensinamentos,
orientação e apoio oferecidos durante o desenvolvimento deste trabalho.
vi
Resumo da Dissertação apresentada à COPPE/UFRJ como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
ANÁLISE DE UM SISTEMA SIMPLIFICADO DE CONTROLE DIGITAL PROPOSTO
PARA O PRESSURIZADOR DE UMA USINA NUCLEAR ATRAVÉS DE UM MODELO
DE SIMULAÇÃO DINÂMICA
Jonathan Marcello de Oliveira Pinto
Fevereiro / 2010
Orientador: Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo
Programa: Engenharia Nuclear
Este trabalho apresenta uma aplicação da metodologia DFM (Dynamic
Flowgraph Methodology) em um sistema digital de controle proposto para o
pressurizador (PZR) das usinas nucleares atuais. O estudo consiste na modelagem
DFM desse sistema de controle e de suas interações com o processo a ser controlado.
Três preocupações existentes na literatura foram consideradas na análise: A
modelagem do sistema, levando-se em consideração uma visão holística, a
incorporação dos resultados da análise de falhas a uma APS (Análise Probabilística de
Segurança) existente e a identificação de falhas de software, principal componente
de um sistema digital.
Os resultados obtidos demonstram que a metodologia possibilita uma análise
de falhas eficiente do sistema digital enxergando todas as possíveis interações
existentes entre seus componentes. Além disso, a DFM identifica falhas estritamente
ligadas ao software contribuindo para a confiabilidade destes elementos.
vii
Abstract of Dissertation presented to COPPE/UFRJ as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
ANALYSIS OF A SIMPLIFIED DIGITAL CONTROL SYSTEM PROPOSED FOR A
NUCLEAR POWER PLANT PRESSURIZER THROUGH A DYNAMIC MODEL
SIMULATION
Jonathan Marcello de Oliveira Pinto
February / 2010
Advisor: Paulo Fernando Ferreira Frutuoso e Melo
Department: Nuclear Engineering
This paper presents an application of the methodology DFM (Dynamic
Flowgraph Methodology) on a digital control system proposed for the nuclear power
plant pressurizer (PZR). The study approaches the DFM modeling of the control
system and its interaction with the controlled process. Three concerns in the literature
were considered in the failure analysis: The system modeling, taking into account a
holistic point of view, the incorporation of the analysis results in existing PRA
(Probabilistic Risk Assessment) and the identification of software failures, the main
component of a digital system.
The results show that the methodology provides an efficient failure analysis of
the system considering all the possible interation between its components. In addition,
the DFM identifies failures strictly related to the software contributing to the reliability of
these elements.
viii
ÍNDICE
P
ÁGINA
1
I
NTRODUÇÃO
………………...................................................................................
1
2
R
EVISÃO
B
IBLIOGRÁFICA
.....................................................................................
3
2.1
O
S
OFTWARE EM
S
ISTEMAS
D
IGITAIS
..............................................................
3
2.2
C
ONFIABILIDADE DE
S
ISTEMAS
D
IGITAIS
........................................................ 5
2.3
E
STUDO
R
EALIZADO
...................................................................................... 11
3
DFM
(
D
YNAMIC
F
LOWGRAPH
M
ETHODOLOGY
)
.....................................................
12
3.1
D
ESCRIÇÃO DA
M
ETODOLOGIA
........................................................................ 12
3.2
E
LEMENTOS DO
M
ODELO
DFM
....................................................................... 13
3.3
E
XEMPLO DE UM
M
ODELO
DFM
...................................................................... 15
4
O
S
ISTEMA DE
P
RESSURIZAÇÃO DO
R
EATOR
PWR
...............................................
23
4.1
S
ISTEMA
R
EAL
........................................................................................... 23
4.2
S
ISTEMA
P
ROPOSTO
..................................................................................... 24
5
M
ODELAGEM
DFM
DO
S
ISTEMA
P
ROPOSTO
........................................................
27
5.1
M
ODELAGEM
................................................................................................ 27
5.2
D
ADOS
U
TILIZADOS
................................................................................... 35
6
A
NÁLISE DO
S
ISTEMA
DFM
.................................................................................
37
6.1
A
NÁLISE
D
EDUTIVA
................................................................................... 37
6.2
INCORPORAÇÃO DOS RESULTADOS EM RELATÓRIOS EXISTENTES NA ANÁLISE
DE SEGURANÇA
......................................................................................... 41
6.3
IDENTIFICAÇÃO DE ERROS DE SOFTWARE
......................................................... 45
7
C
ONCLUSÕES E
R
ECOMENDAÇÕES
.......................................................................
51
R
EFERÊNCIAS
.........................................................................................................
54
ix
ÍNDICE DE FIGURAS
P
ÁGINA
F
IGURA
1 Sistema de Exemplo........................................................................ 15
F
IGURA
2 Modelo DFM do exemplo.................................................................
17
F
IGURA
3 Pressurizador de uma usina PWR................................................... 24
F
IGURA
4 Sistema digital proposto...................................................................
25
F
IGURA
5 Trecho da árvore de falhas do evento topo Trip por
Subpressão”................................................................................... 44
F
IGURA
6 Erro de Software. Passos executados pelo toolset no modo
indutivo........................................................................................ 50
x
ÍNDICE DE TABELAS
P
ÁGINA
T
ABELA
1 Lógica do sistema exemplo de controle........................................
15
T
ABELA
2 Discretização das variáveis do modelo.........................................
16
T
ABELA
3 CTA 1............................................................................................ 17
T
ABELA
4 CTA 2............................................................................................ 18
T
ABELA
5 CTR 1............................................................................................
18
T
ABELA
6 Implicativos diretos do evento topo “Nível de água
transbordando em t=0”..................................................
...............
19
T
ABELA
7 Implicativos diretos do evento topo “Nível de água Vazio em
t=0”................................................................................................
20
T
ABELA
8 Lógica de controle do sistema digital proposto............................. 26
T
ABELA
9 Discretização das variáveis de processo do modelo do
pressurizador................................................................................ 28
T
ABELA
10 Variáveis de condição do modelo do pressurizador..................... 29
T
ABELA
11 CTA 1 do sistema analisado......................................................... 31
T
ABELA
12 CTA 2 do sistema analisado......................................................... 31
T
ABELA
13 CTA 3 do sistema analisado......................................................... 32
T
ABELA
14 CTA 4 do sistema analisado......................................................... 32
T
ABELA
15 CTA 5 do sistema analisado........................................................ 33
T
ABELA
16 CTA 6 do sistema analisado......................................................... 33
T
ABELA
17 CTA 7 do sistema analisado......................................................... 34
T
ABELA
18 CTA 8 do sistema analisado......................................................... 34
T
ABELA
19 Dados dos dispositivos de controle.............................................. 35
T
ABELA
20 Probabilidades de estado das variáveis do modelo......................
36
T
ABELA
21 Implicativos diretos do evento topo “Pressão Muito Alta”............. 38
xi
T
ABELA
22 Implicativo direto do evento topo “Pressão Muito Baixa”.............. 40
T
ABELA
23 CTA 1 do sistema modificada....................................................... 46
T
ABELA
24 CTA 2 do sistema modificada....................................................... 47
T
ABELA
25 Implicativos diretos da análise de falhas de software................... 48
T
ABELA
A1 CTR do sistema analisado............................................................ 58
T
ABELA
B1
Histórico de pressão de uma usina PWR.......
................................
62
T
ABELA
C1
Gráficos de probabilidade para a distribuição normal
...................
63
T
ABELA
C2
Histograma de Pressão.....................
.............................................
65
T
ABELA
C3
Teste de aderência para a distribuição normal.........
......................
65
xii
LISTA DE SÍMBOLOS
CCMT
C
ELL TO
C
ELL
M
APPING
T
ECHNIQUE
DFM
D
YNAMIC
F
LOWGRAPH
M
ETHODOLOGY
FMEA
F
AILURE
M
ODE AND
E
FFECT
A
NALYSIS
PI
P
RIME
I
MPLICANTS
PWR
P
RESSURIZED
W
ATER
R
EACTOR
PZR
P
RESSURIZER
1
1 INTRODUÇÃO
Tendo em vista a crescente incorporação de sistemas digitais em plantas
atuais, devido às suas inúmeras vantagens frente aos sistemas analógicos, percebeu-
se a necessidade de uma abordagem específica do ponto de vista da confiabilidade e
análise de riscos [1]. Isto porque um sistema digital reflete inúmeras interações entre
hardware, software, variáveis de processo e ões humanas. Ao mesmo tempo, o
software, elemento fundamental e característico de um sistema digital, não possui uma
abordagem de confiabilidade bem definida [2], tal qual existe para os demais
componentes físicos do sistema.
A metodologia DFM (Dynamic Flowgraph Methodology) [3] [4] [10] [11] [18] [19]
é uma das que mais cumpre os requisitos para uma modelagem de sistemas
dinâmicos. Ela consiste em retirar as variáveis de maior relevância do sistema
analisado, discretizá-las em estados que refletem seus comportamentos, estabelecer a
lógica que as conecta através das chamadas tabelas de decisões e por fim realizar
uma análise do sistema buscando-se, por exemplo, as causas raízes (implicativos
diretos) de um evento topo de falha.
Para ilustrar a técnica foi considerado um sistema digital de controle
simplificado baseado no funcionamento do pressurizador (PZR) em usinas nucleares.
O estudo se baseou na modelagem DFM desse sistema de controle e de suas
interações com o processo a ser controlado.
O presente trabalho está estruturado da forma descrita a seguir.
O capítulo 2 apresenta a revisão bibliográfica realizada na fase inicial do
trabalho.
No capítulo 3 a metodologia DFM é apresentada em detalhes.
O capítulo 4 descreve brevemente o sistema de controle do pressurizador
proposto.
2
No capítulo 5 encontra-se a modelagem DFM do sistema proposto.
O capítulo 6 explicita os resultados obtidos na análise de falhas do sistema.
O capítulo 7 encerra o trabalho com as conclusões e recomendações.
3
2 REVISÃO
BIBLIOGRÁFICA
2.1 O SOFTWARE EM SISTEMAS DIGITAIS
Muitas das plantas atuais estão substituindo seus sistemas de instrumentação
e controle analógicos por sistemas de tecnologia digital. Estes sistemas são
compostos por dispositivos físicos (hardwares), rotinas ou softwares executados em
um microprocessador e dispositivos de instrumentação, como sensores e atuadores.
Os principais motivos para esta substituição são os ganhos em flexibilidade, custos, e
confiabilidade proporcionados por sistemas orientados a software. Esses ganhos
decorrem do fato da programação possuir alta capacidade de
modificação/manutenção sem a necessidade de substituições e conseqüentemente
gastos adicionais, o que não é verdadeiro em malhas analógicas. Além disso, uma vez
que o software é completamente depurado, não existe a possibilidade de
envelhecimento e, portanto, ele continuará a executar suas funções por tempo
indeterminado.
Todavia, não existe um programa perfeito. Seu processo de desenvolvimento
pressupõe falhas humanas de implantação, falhas de documentação e erros de
caráter cognitivo. Nesse sentido, é necessária uma abordagem de confiabilidade que
modele o comportamento de aplicativos. Segundo [5], confiabilidade de software é a
probabilidade de que um programa ou rotina não irá causar uma falha por um
determinado período de tempo e sob determinadas condições. Esta probabilidade é
função de seus parâmetros de entrada e de seu uso, bem como da existência de bugs
no código do programa. Em outras palavras, a confiabilidade de software é ligada ao
contexto em que ele está inserido, ou seja, ao sistema e/ou ambiente externo que
geram entradas para ele. Diferentemente da abordagem clássica para componentes
físicos, hardwares, por exemplo, o software não se deteriora com o tempo, pelo
4
contrário, através do processo de depuração espera-se que sua incidência de falhas
diminua (desde que não haja reprogramação no código e conseqüentemente
introdução de novos bugs). Existe uma dependência temporal na confiabilidade na
medida em que com o uso contínuo do software, espera-se que o mesmo execute
gradualmente seus módulos e com isso possibilite a descoberta de falhas que até
então não eram reveladas. No entanto não se sabe ao certo quando um determinado
módulo do software irá ser executado e, por isso, esta dependência temporal não é
bem definida. Enquanto as reduções de custos e flexibilidade proporcionadas por
sistemas orientados a software são vastamente reconhecidas, sua análise de
confiabilidade ainda se encontra em fase de desenvolvimento devido às dificuldades
decorrentes da complexidade, flexibilidade e interações presentes em tais sistemas.
Uma abordagem para a confiabilidade de software consiste em rastrear todos
os possíveis erros do sistema digital via metodologias dinâmicas, buscando aqueles
erros que têm como causa raiz uma falha de aplicativo em conjunto com determinadas
condições externas. Em seguida, calculam-se as probabilidades condicionais do
software falhar dadas aquelas condições e, juntamente com as probabilidades de
ocorrência das mesmas, encontra-se a probabilidade de falha do programa.
Finalmente, determinam-se os riscos, criticalidades e propõem-se modificações
mitigadoras [2] [6].
Percebe-se então, segundo esta abordagem, a necessidade de se estudar a
confiabilidade de um programa computacional segundo uma visão holística do sistema
e ambiente em que ele está inserido, ou seja, uma visão que englobe informações de
todas as outras variáveis que interagem com o software. Esta visão não se restringe
somente a componentes físicos, ela extrapola os limites organizacionais do estudo da
confiabilidade de sistemas digitais críticos de segurança e controle. Dado que os
componentes destes sistemas dinâmicos interagem entre si, com as variáveis de
processos e com seres humanos, há uma necessidade na análise de segurança de se
integrar especialistas de todas as áreas no estudo da confiabilidade [6]. Todos os
5
profissionais devem prover informações de suas áreas na modelagem do sistema e
discutir os resultados de maneira conjunta.
2.2 CONFIABILIDADE DE SISTEMAS DIGITAIS
Os sistemas digitais diferem dos sistemas analógicos em diversos aspectos,
vantajosos ou não [1]:
Sistemas digitais trabalham com lógicas flexíveis e expansíveis,
enquanto sistemas analógicos possuem uma lógica fixa.
Sistemas digitais trabalham com lógicas seqüenciais e os sistemas
analógicos trabalham com lógicas combinacionais.
Softwares não possuem condições de estresse ligadas a fatores
externos e, por isso, o podem ser modelados através das técnicas
convencionais de confiabilidade de sistemas.
Sistemas digitais operam com discretizações de variáveis enquanto
sistemas analógicos trabalham em tempo contínuo.
Sistemas digitais possuem diversas interações com o processo
controlado e operadores. Além disso, existem diversas dependências
entre seus componentes (hardware, software).
Erros de software podem permanecer não-revelados por um longo
período de tempo. ainda a possibilidade de introdução de novos
modos de falha através da reprogramação no decorrer dos anos.
Sistemas digitais introduzem erros de truncamento e arredondamento
devido às suas aproximações.
6
Estes sistemas compartilham dados, funções e equipamentos o que
melhora seus desempenhos, mas os deixam altamente propensos às
falhas de causa comum.
A abordagem tradicional de confiabilidade com a utilização de árvores de falhas
possui um caráter estático, não contemplando as interações dinâmicas presentes em
tais sistemas, como atrasos de sensoriamento e processamento, informações de
memória, loops de lógica, antecipações de estado, etc. Portanto, a necessidade de
se encontrar uma metodologia de confiabilidade que leve em consideração estes
aspectos sem deixar de lado as exigências já existentes na análise de segurança.
Para a modelagem de sistemas dinâmicos, os requisitos abaixo precisam ser
atendidos [1]:
1. O modelo deve predizer futuras falhas.
2. O modelo deve cobrir as particularidades referentes ao sistema em
questão.
3. Se for o caso, o modelo deve realizar suposições válidas e plausíveis e as
conseqüências das violações destas suposições devem ser identificadas.
4. O modelo deve representar quantitativamente e com precisão as
dependências entre eventos de falha.
5. O modelo deve ser projetado de tal maneira que não seja difícil que um
analista aprenda seus conceitos e os implante.
6. Os dados usados no processo de quantificação devem ser verdadeiros.
7. O modelo deve ser capaz de distinguir falhas de causa comum.
8. O modelo deve ser capaz de distinguir erros que causem falha de função e
falhas intermitentes.
7
9. O modelo deve prover informações relevantes aos usuários como conjuntos
mínimos de corte, probabilidade de falhas e incertezas associadas aos
resultados.
10. A metodologia deve possibilitar a incorporação dos resultados em relatórios
existentes na análise probabilística de segurança.
11. O modelo não deve requerer elevado número de informações sobre o
estado da planta.
Metodologias dinâmicas encontradas na literatura foram consultadas a fim de
se verificar o cumprimento dos requisitos. As indicadas para a modelagem de sistemas
digitais são:
Markov/CCMT (Cell to Cell Mapping Technique) Consiste em
discretizar as variáveis de processo e calcular suas probabilidades de
transição, definir os estados de cada componente do sistema digital e
suas respectivas probabilidades e por fim realizar o cálculo da
probabilidade de falha do sistema através de matrizes de transição [4]
[7] [8] [9].
DFM Representação discreta do sistema de controle e do processo
controlado tendo as relações de causalidade entre suas variáveis
relacionadas de forma dinâmica [3] [4] [10] [11] [17] [18] [19] [20].
Metodologia Bayesiana Representa a estrutura e funcionamento de
softwares através de um modelo bayesiano. Baseia-se em percorrer
todos os caminhos possíveis do software, atualizando seus dados de
falhas e confiabilidade [12].
Metodologia de Redes de Petri Um modelo gráfico de representação
do sistema digital, utilizando os mesmos princípios transições de
8
estados utilizados na abordagem clássica de sistemas operacionais
[13].
Metodologia de testes Consiste em executar inúmeros testes e
verificar falhas ou não em softwares [14].
Metodologia baseada nas regras de desenvolvimento de softwares
Consiste em aproximar a confiabilidade de um programa em um
sistema digital baseado na maneira como ele foi programado e como
ele seguiu as regras de desenvolvimento [15].
Metodologia Black-Box Uso de um processo não-homogênio de
Poisson para predizer a confiabilidade de sistemas [16].
Baseado em uma análise comparativa das metodologias e de seus exemplos
encontrados na literatura, o estudo em [1] enxerga, nas modelagens, algumas
vantagens e dificuldades, na ordem:
Markov/CCMT (Cell to Cell Mapping Technique) Capaz de realizar
uma boa modelagem das interações do sistema de controle e processo
controlado, mas sua análise demanda um volume muito grande de
dados de falhas e sua modelagem pode se tornar muito complexa. Seus
resultados podem ser incorporados às análises probabilísticas de
segurança.
DFM – Realiza uma boa modelagem das interações do sistema de
controle com as demais variáveis, porém elas precisam ser validadas.
Seus resultados podem ser incorporados às análises probabilísticas de
segurança.
9
Metodologia Bayesiana – É capaz de incorporar novos valores de falhas
durante sua análise de confiabilidade, mas pode ser utilizado em
softwares (excluindo os demais componentes do sistema digital).
Metodologia de Redes de Petri Modela bem interações do sistema de
controle, porém o tamanho do modelo pode tomar dimensões inviáveis.
Metodologia baseada nas regras de desenvolvimento e testes em
softwares Seus resultados podem ser incorporados às análises
probabilísticas de segurança, mas pode ser utilizado em softwares
(excluindo os demais componentes do sistema digital) e pode ser
aplicada na fase de desenvolvimento do software.
Metodologia Black-Box Requer um volume de informações muitas
vezes indisponível. Além disso, faz suposições imprecisas acerca do
desenvolvimento do software.
Não uma regulamentação e uma metodologia escolhidas até o presente
momento. Deste fato, decorre a importância da análise comparativa dos métodos
propostos. Nenhum método satisfaz todos os requisitos apresentados para uma
modelagem de sistemas dinâmicos. Baseado em uma análise subjetiva e da
experiência acumulada e reportada na literatura, as metodologias DFM e Markov são
as que atendem ao maior número dos requisitos, cada uma com diferentes vantagens
e limitações. Enquanto a DFM parece ser a metodologia preferida, ainda não está
claro se ela realiza de maneira correta a análise das interações dinâmicas presentes
em sistemas digitais, devido ao fato de não trabalhar com o tempo exato de falhas e
sim através de discretizações do tempo. Tais problemas podem ser evitados na
modelagem Markov/CCMT, mas dados de falha podem ser problemáticos para o
modelo desenvolvido através desta metodologia. Também, os modelos de
Markov/CCMT requerem um volume de informação muito grande, o que inviabiliza em
muitos casos a sua utilização.
10
Outra característica importante que as metodologias propostas devem
considerar é a possibilidade de incorporação de seus resultados às análises
probabilísticas de segurança, uma vez que ainda existem diversos sistemas
analógicos coexistindo com a instrumentação digital em plantas atuais. Por isso, [1]
propõe como trabalho futuro, o estudo de um sistema benchmark utilizando as duas
metodologias para fins de comparação.
Assim sendo, um sistema digital de controle da água de alimentação do
gerador de vapor de um reator PWR foi proposto como benchmark de comparação
das metodologias [2] [17] [18]. Este sistema tem por finalidade manter o nível de água
do gerador de vapor dentro da faixa de operação através de uma bomba e válvulas de
controle. O comportamento dinâmico de seus parâmetros foi modelado através de
simulação. Os dados de falha foram obtidos através de histórico operacional.
Ambas as metodologias propostas foram aplicadas a este sistema e seus
resultados foram muito semelhantes qualitativa e quantitativamente [2] [18]. A DFM
não apresentou precisão no tempo exato de ocorrência dos eventos, mas demonstrou
possuir um alto nível de detalhamento das interações do sistema e de seus
componentes. A técnica Markov/CCMT é mais rica em informações acerca do tempo
exato das falhas.
Por fim, concluiu-se que ambos os métodos possibilitam a transferência de
resultados para análises existentes. A metodologia Markov/CCMT necessita de uma
etapa intermediária para a incorporação de seus resultados, o que não ocorre com a
metodologia DFM [1] [4]. A utilização do software SAPHIRE foi proposta como
plataforma de incorporação destes resultados [2] [18].
11
2.3 ESTUDO REALIZADO
No contexto do estudo da confiabilidade de sistemas digitais, duas
metodologias são destacadas como as mais indicadas para a modelagem de sistemas
digitais: Markov/CCMT e DFM. A descrição das interações entre o sistema de controle
e os demais subsistemas e variáveis de processo e a possibilidade de incorporação de
seus resultados em análises existentes dão maior credibilidade a estes métodos.
Baseada na vasta aplicação encontrada na literatura e acessibilidade ao
método, a DFM foi escolhida como objeto de estudo. Este método foi utilizado para
modelar dependências entre sistemas digitais de controle e falhas humanas [18],
falhas de sistemas de controle em plantas nucleares [17] e falhas em sistemas digitais
de controle em sistemas espaciais [20], por exemplo. Sua incorporação de resultados
em análises probabilísticas de segurança não depende de nenhuma técnica
intermediária, como depende a metodologia Markov/CCMT [1] [4]. Além disso sua
facilidade na análise de erros de softwares, devido à sua modelagem mais simplista,
reforça seu uso.
Para a construção do modelo foi utilizado um demo do toolset DYAMONDA®
disponibilizado pela empresa ASCA® inc.
Como ilustração da metodologia, um sistema simplificado de controle digital
baseado no pressurizador (PZR) de uma usina nuclear foi proposto como estudo de
caso.
12
3 DFM
(DYNAMIC
FLOWGRAPH
METHODOLOGY)
3.1 DESCRIÇÃO DA METODOLOGIA
A DFM é uma metodologia de modelagem de sistemas dinâmicos atualmente
muito utilizada na análise de confiabilidade de sistemas digitais críticos de controle e
segurança. Ela consiste em modelar tanto o sistema de controle quanto o processo a
ser controlado através de seus parâmetros chaves, que são discretizados em estados
que descrevem seus comportamentos. As relações temporais e de causalidade entre
estes parâmetros são definidas através de tabelas de decisões formuladas por
especialistas das respectivas áreas e através de simulações. Ao final do primeiro
passo de construção do modelo, a análise pode ser realizada seguindo dois caminhos:
Análise dedutiva Consiste em definir um evento topo e rastrear as
menores combinações possíveis de estados de componentes que
levam a ele. É a análise utilizada em eventos topo de falha.
Análise indutiva – Consiste na definição de eventos iniciadores e análise
de suas conseqüências no modelo. É utilizada em conjunto com os
resultados da análise dedutiva para a reprodução das falhas
encontradas no sistema e posterior mitigação. Também pode ser
utilizada para verificar o funcionamento do sistema de acordo com as
suas especificações (verificação de design).
A análise consiste em percorrer todas as combinações presentes nas tabelas
do modelo, realizando simplificações quando necessário e tendo como ponto de
partida o evento topo (condições iniciais) dado(as).
13
A DFM trabalha com o conceito de implicativos diretos (prime implicants ou PI).
Estes são representações lógicas multivaloradas semelhantes aos cortes mínimos
encontrados em árvores de falhas [3] [10] [11]. Estas lógicas também possuem uma
relação de causalidade semelhante aos resultados encontrados em análises de modos
de falha e suas conseqüências (FMEA).
Os implicativos diretos representam as combinações mínimas dos estados das
variáveis suficientes para causar um evento topo de interesse. A união de todos os
implicativos diretos é equivalente ao evento topo. Eles podem ser usados para
representar os diversos estados em que o sistema analisado possa se encontrar [11].
3.2 ELEMENTOS DO MODELO DFM
O modelo DFM constrói uma rede de causalidade e transições temporais entre
seus elementos. Tais elementos são descritos a seguir [3] [10] [11]:
Variáveis de Processo (VP) Representam as principais variáveis
físicas e do sistema, contínuas ou discretas. Estas variáveis são
discretizadas em um número de estados que refletem seus
comportamentos. O mero de estados pode variar de acordo com o
compromisso fidelidade X complexidade da modelagem.
Ligações de Causalidade (LCA) Conectam as variáveis de processo
explicitando a relação de causalidade que entre elas de maneira
qualitativa.
Caixas de Transferência (CTA) Representam as funções, contínuas
ou não, que relacionam as variáveis do modelo. Demonstram a relação
de causalidade através de tabelas de decisão. As tabelas de decisão
14
são construídas através do conhecimento empírico do sistema,
equações que governam seu comportamento ou simulações.
Caixas de Transição (CTR) – São caixas de transferência que levam em
consideração a dinâmica entre as variáveis através da definição do
passo de tempo. O passo de tempo é o intervalo necessário para que
uma variável assuma um determinado valor, em função de outras
variáveis. É utilizado para de descrever funções de software e clocks de
processamento, por exemplo.
Variáveis de Condição (VC) representam condições das variáveis de
processo.
Ligações de Condição (LCO) conectam as variáveis de condição às
caixas de transferência ou caixas de transição. Similares às ligações de
causalidade.
O primeiro passo de construção do modelo consiste na retirada dos principais
componentes do sistema físico e do sistema de controle. Eles se tornarão as variáveis
de processo do modelo (VP). Comportamentos discretos das variáveis são
representados através das variáveis de condição (VC). O passo seguinte consiste na
discretização destas variáveis em estados que reflitam os seus comportamentos. Em
seguida, estas variáveis são conectadas às caixas de transferência (CTA) e caixas de
transição (CTR), refletindo as relações temporais e de causalidade entre elas. Todas
as possíveis combinações de estados das variáveis do modelo são descritas nas
tabelas de decisões, cada uma associada a sua respectiva CTA/CTR.
15
3.3 EXEMPLO DE UM MODELO DFM
O exemplo a seguir ilustra a metodologia DFM. A Figura 1 mostra um tanque
de água com uma vazão de consumo. Uma bomba acoplada ao tanque realiza um
controle bem simples, descrito na Tabela 1. O objetivo do controle é manter o nível de
água em normal. Considera-se que a vazão é menor do que a injeção de água
proporcionada pelo sistema de controle.
Figura 1: Sistema de Exemplo
Tabela 1: Lógica do sistema exemplo de controle
NÍVEL DE ÁGUA
BOMBA
BAIXO LIGADA
NORMAL DESLIGADA
No sistema acima as variáveis de processo escolhidas foram: o nível de água
do tanque, bomba de controle e injeção de água representando as variáveis chaves do
processo controlado e do sistema de controle respectivamente. As variáveis de
condição escolhidas foram: condição do sensor de nível e condição da bomba,
16
representando todas as possíveis condições do sistema de controle. Para simplificar,
foi considerado que uma vez falho, o dispositivo não retorna ao estado normal. As
variáveis são discretizadas segundo a Tabela 2.
Tabela 2: Discretização das variáveis do modelo.
Condição do sensor (VC
)
Condição da bomba (VC
)
Normal Normal
Falho Baixo Falha Ligada
Falho Alto Falha Desligada
Nível de
água (VP
)
Bomba (VP
)
Vazio (até 5%) Ligada
Baixo (até 30%) Desligada
Normal (até 95%)
Injeção de água (VP)
Transbordando (100%) Com Injeção
Sem Injeção
As variáveis do modelo são interligadas através de caixas de
transferência/transição, cada uma com uma tabela de decisão associada. A Figura 2
mostra o modelo construído em uma das telas do toolset. Os círculos representam as
variáveis de processo (VP) do modelo. Os quadrados representam as variáveis de
condição do modelo (VC). Os pentágonos representam as caixas de transição (CTA) e
os retângulos representam as caixas de transferência do modelo (CTR).
17
As tabelas de decisão foram construídas através do conhecimento empírico da
lógica de controle e estão explicitadas nas Tabelas 3, 4 e 5:
Figura 2: Modelo DFM do exemplo
Tabela 3: CTA 1
Condição do sensor Nível de água
Bomba
Normal Vazio Ligada
Normal Baixo Ligada
Normal Normal Desligada
Normal Transbordando Desligada
Falho Alto - Desligada
Falho Baixo - Ligada
18
Tabela 4: CTA 2
Bomba Condição da bomba
Injeção de á
gua
Ligada Normal Com Injeção
Desligada Normal Sem Injeção
- Falha Ligada Com Injeção
- Falha Desligada Sem Injeção
Tabela 5: CTR 1
Injeção de água Nível de água
Níve
l de á
gua+
Com Injeção Vazio Baixo
Com Injeção Baixo Normal
Com Injeção Normal Transbordando
Com Injeção Transbordando Transbordando
Sem Injeção Vazio Vazio
Sem Injeção Baixo Vazio
Sem Injeção Normal Baixo
Sem Injeção Transbordando Normal
O sinal “+” na Tabela 5 representa o estado da variável no passo de tempo
seguinte ao passo das variáveis de entrada. O passo de tempo considerado foi o
intervalo suficiente para a aquisição do sinal e posterior transição de nível realizado
através da ação da bomba ou da vazão de consumo. O nível de água é limitado a
“Vazio” e “Transbordando”.
19
Em seguida, realiza-se a análise de falhas utilizando o modo dedutivo da DFM.
Neste modo, a análise consiste em percorrer todas as combinações presentes nas
tabelas do modelo, realizando simplificações quando necessário e tendo como ponto
de partida um evento topo dado.
Utilizando o toolset e estabelecendo como evento topo o evento “Nível de água
Transbordando em t=0”, representando uma falha no sistema de controle, a
modelagem DFM exibe os resultados apresentados na Tabela 6.
Tabela 6: Implicativos diretos do evento topo “Nível de água Transbordando em t=0”
Número do implicativo Implicativo direto
1 Bomba Falha Ligada em t=-1
Nível de água Transbordando
em t=-1
2 Bomba Falha Ligada em t=-1
Nível de água Normal em t=-1
3 Bomba Normal em t=-1
Sensor Falho Baixo em t=-1
Nível de Água Normal em t=-1
4 Bomba Normal em t=-1
Sensor Falho Baixo em t=-1
Nível de Água Transbordando
em t=-1
20
Nos implicativos de número 1 e 2, percebe-se que uma falha na bomba em
“Ligada” leva o nível de água a atingir o valor “Transbordando”, dado que seu estado
estava próximo desta situação. Nos implicativos de número 3 e 4, percebe-se que a
falha do sensor em “Baixo” leva à ação errônea de ligar a bomba que por sua vez
eleva o nível de água ao limite crítico.
Similarmente para o evento de falha “Nível de água Vazio em t=0”, a DFM
exibe os resultados da Tabela 7:
Tabela 7: Implicativos diretos do evento topo “Nível de água Vazio em t=0”
Número do implicativo Implicativo Direto
1 Bomba Normal em t=-2
Sensor Normal em t=-2
Nível de água Vazio em t=-2
Bomba Normal em t=-1
Sensor Falho Alto em t=-1
2 Bomba Normal em t=-2
Nível de água Vazio em t=-2
Bomba Falha Desligada em t=-1
3 Bomba Normal em t=-2
Sensor Falho Alto em t=-2
Nível de água Baixo em t=-2
Bomba Falha Desligada em t=-1
4 Bomba Normal em t=-2
Nível de água Normal em t=-2
Sensor Falho Alto em t=-2
21
Bomba Falha Desligada em t=-1
5 Bomba Normal em t=-2
Nível de água Normal em t=-2
Sensor Normal em t=-2
Bomba Falha Desligada em t=-1
6
Bomba Normal em t=-2
Nível de água Normal em t=-2
Sensor Normal em t=-2
Bomba Normal em t=-1
Sensor Falho alto em t=-1
No implicativo 1, a falha do sensor em “Alto” em t=-1 desliga a bomba e leva o
nível de água ao estado “Vazio”. No implicativo 2, a falha da bomba em “Desligada” no
instante t=-1 leva ao evento topo. Os implicativo 3 e 4 mostram que a falha da bomba
em “Desligada” e o nívelBaixo” em t=-1 levam o nível ao menor valor em t=0. O nível
estava em “Baixono implicativo 4 no instante t=-1 devido à falha do sensor em “Falho
Alto” no passo anterior. No implicativo 5, a falha da bomba é responsável pela
ocorrência evento topo. No implicativo 6, a falha do sensor leva o nível ao estado
“Vazio”.
Nesta análise, observa-se a utilização de 2 passos de tempo, diferentemente
da análise do evento topo anterior. O número de passos de tempo define o
detalhamento da análise, mas exige um maior custo computacional, ficando a critério
do analista a sua escolha. Quanto à duração deste passo de tempo, ela depende
estritamente do sistema analisado (tempo de amostragem, processamento e atuação
dos componentes envolvidos) [3] [4].
22
No exemplo acima, a DFM foi aplicada a um sistema de loop fechado, onde se
realizam atualizações de estado a partir de informações anteriores. Porém, não
nenhuma restrição quanto ao uso em sistemas de lógica mais simples.
Um fato relevante é que o modelo consegue levar às possíveis falhas do
sistema de controle levando em consideração, sempre, as interações entre o sistema
de controle e as demais variáveis. Além disso, uma vez constrdo, o mesmo modelo
pode ser utilizado para diversas análises que se queira, de maneira dedutiva ou
indutiva.
23
4
O
SISTEMA
DE
PRESSURIZAÇÃO
DO
REATOR
PWR
4.1 SISTEMA REAL
O sistema de pressurização de um reator PWR tem como função controlar as
variações de pressão do refrigerante decorrentes de variações de carga ou
transientes. O principal elemento deste sistema é o pressurizador (PZR). Ele é um
vaso de pressão eletricamente aquecido, contendo zonas de vapor e água. Durante a
operação, a pressão é mantida a 157 bar por intermédio de aquecedores na zona de
água. Durante variações de potência, as variações de pressão são mantidas através
de 3 grupos de aquecedores e de 4 grupo de aspersores, estes presentes na zona de
vapor [21].
Se a pressão cair por motivos de variação na carga ou transientes, os grupos
de aquecedores irão entrar em funcionamento, um a um, proporcionando a inserção
de vapor na respectiva zona, e conseqüentemente, aumento de pressão. Este
processo continua até a variável atingir o valor nominal de 157 bar. Se a pressão
aumenta, os grupos de aspersores são acionados, condensando o vapor e aliviando a
pressão. Estes aspersores jogam água vinda da perna fria do reator através de uma
linha de aspersão [21].
Caso a pressão não diminua (aproximadamente 166 bar), uma válvula de alívio
é acionada liberando vapor para o tanque de alívio. Por último, se a pressão atingir o
limite de projeto (próximo de 175 bar), válvulas de segurança são acionadas, com o
reator já desarmado, com a finalidade de garantir a integridade do sistema [21].
A Figura 3 ilustra o pressurizador e seus componentes [21].
24
Figura 3: Pressurizador de uma usina PWR [21]
4.2 SISTEMA PROPOSTO
O sistema utilizado na modelagem e simulação presentes no estudo se baseia
no sistema de pressurizador descrito acima. Ele contém a mesma filosofia de
funcionamento implantada por um controle via rotina em um microprocessador,
sensores e atuadores (um sistema digital), porém com algumas simplificações e
suposições na planta controlada. São elas:
25
O sistema de controle é composto pelos aquecedores,
aspersores, uma válvula de alívio com uma válvula piloto e uma
válvula de segurança com uma válvula piloto.
Os grupos de aquecedores e de aspersores atuarão juntos.
Os modos de falhas considerados para cada componente são:
Falho Ligado e Desligado para o grupo de aquecedores, Falho
Ligado e Desligado para o grupo de aspersores, Falho Alto e
Baixo para o sensor de nível e Falha Aberta e Falha Fechada
para as válvulas.
A Figura 4 ilustra o sistema digital proposto. A Tabela 8 sumariza a lógica de
controle do sistema.
Figura 4: Sistema digital proposto
26
Tabela 8: Lógica de controle do sistema digital proposto
Pressão
Aquecedores
Aspersores
Válvula de
Avio
Válvula de
Segurança
Muito Baixa Ligados Desligados Fechada Fechada
Baixa Ligados Desligados Fechada Fechada
Pouco Baixa
Ligados Desligados Fechada Fechada
Normal Desligados Desligados Fechada Fechada
Pouco Alta Desligados Ligados Fechada Fechada
Alta Desligados Ligados Aberta Fechada
Muito Alta Desligados Ligados Aberta Aberta
O capítulo seguinte explicita a modelagem DFM realizada para este sistema.
27
5
MODELAGEM
DFM
DO
SISTEMA
PROPOSTO
5.1 MODELAGEM
O sistema proposto no capítulo anterior possui 4 mecanismos de controle de
pressão acionados por um microprocessador que executa uma lógica de controle via
software. Estes 4 atuadores: controle de aquecimento, controle de aspersão e os dois
controles das válvulas, representam os parâmetros chaves do sistema de controle e
por isso se tornarão variáveis de processo (VP) na modelagem DFM. A pressão é o
parâmetro chave do processo controlado e por isso se tornará também uma VP. Os
estados nas quais estas variáveis são discretizadas são mostradas na Tabela 9. Para
a variável de pressão, os seguintes limites foram considerados [21]:
175 bar – Limite de pressão de projeto do reator.
169 bar – Pressão de atuação da válvula de segurança.
166 bar – Pressão de atuação da válvula de alívio.
160 bar – Atuação dos aspersores.
156 bar – Atuação dos aquecedores.
131 bar - Limite de pressão de projeto do reator.
Dentro destes limites, faixas de pressão foram estabelecidas visando
discriminar a atuação dos dispositivos de controle.
Os grupos de aquecedores e aspersores só podem assumir os estados básicos
“Ligado” e “Desligado”. As válvulas por sua vez assumem os estados “Aberta” e
“Fechada”.
28
Tabela 9: Discretização das variáveis de processo do modelo do pressurizador
Variável de Processo
(VP)
Estado
Pressão
Muito Alta (169 – 175 bar)
Alta (166 – 169 bar)
Pouco Alta (160 – 166 bar)
Normal (156 – 160 bar)
Pouco Baixa (148 156
bar)
Baixa (140 – 148 bar)
Muito Baixa (131 – 140 bar)
Válvula de Alívio
Aberta
Fechada
Válvula de
Segurança
Aberta
Fechada
Grupo de
Aquecedores
Ligado
Desligado
Grupo de Aspersore
s
Ligado
Desligado
Como serão considerados os modos de falha dos componentes, variáveis de condição
(VC) precisam ser definidas no modelo e associadas as suas respectivas variáveis de
29
processo. A partir das considerações feitas no capítulo anterior, podem-se estabelecer
as variáveis de condição explicitadas na Tabela 10.
Tabela 10: Variáveis de condição do modelo do pressurizador
Variável de Condição (VC)
Estado
Estado do Sensor
Falho Alto
Normal
Falho Baixo
Estado do Grupo de Aquecedores
Falho Ligado
Normal
Falho Desligado
Estado do Grupo de Aspersores
Falho Ligado
Normal
Falho Desligado
Estado da Válvula de Alívio
Falha Aberta
Normal
Falha Fechada
Estado da Válvula de Segurança
Falha Aberta
Normal
Falha Fechada
A próxima etapa consiste na interligação das variáveis do modelo passando
pelas caixas de transferência e caixas de transição. Cada um destes elementos possui
uma tabela de decisão associada que explicita a relação de causalidade que entre
as variáveis. As Tabelas 11, 12, 13 e 14 representam as decisões das primeiras caixas
30
de transferência (CTA). Elas foram elaboradas por inspeção a partir da lógica de
controle do sistema. As Tabelas 15, 16, 17 e 18 representam os acréscimos/
decréscimos de pressão exercidos pelos mecanismos de controle ou pelos possíveis
modos de falha dos mesmos. Nota-se o aparecimento de variáveis auxiliares de
modelagem nestas tabelas como “acréscimo de pressão pelo grupo de aquecedores”
e “decréscimo de pressão pela válvula de segurança”. Estas variáveis servem como
passo intermediário da transformação de pressão e facilitam a modelagem, mas elas
poderiam ser omitidas.
A Tabela A1 do Apêndice A é a principal tabela de decisão do modelo
associada à única caixa de transição (CTR) existente. Esta caixa representa a
mudança de pressão devido à atuação dos mecanismos de controle no intervalo de
tempo de atuação. Para a sua elaboração foi necessária a aquisição do histórico de
pressão de operação de uma usina nuclear [21]. A Tabela B1 do Apêndice B contém
este histórico. Conforme explicado no item 3.2, um dos métodos de formulação das
tabelas é através de simulações. A partir do histórico obtido, testes de aderência e
gráficos de probabilidade foram elaborados com a finalidade de se verificar a melhor
distribuição de probabilidade para estes dados [22] [23]. Também foi construído um
histograma para este fim [23]. Verificou-se como a melhor alternativa uma distribuição
normal de média 156,62 bar e desvio padrão de 0,428 bar. Estes procedimentos estão
nas Tabelas C1, C2 e C3 respectivamente no Apêndice C. Em seguida, valores
médios para cada faixa de pressão foram estimados. Dados de alívio/aumento de
pressão dos mecanismos de controle foram obtidos de [21] e estão expostos na
Tabela 19. O raciocínio consiste em verificar qual o valor médio resultante da pressão
após a atuação dos dispositivos de controle. Por exemplo, na linha 9 da Tabela A1, a
pressão se encontra no estado “Muito Baixa” com um valor médio estimado a partir da
distribuição de 139,99 bar. Como a atuação do grupo de aquecedores, existe um
acréscimo de 5 bar no tempo de atuação do dispositivo, segundo a Tabela 19. Isto
31
leva o valor médio de 139,99 para 144,99 bar, que se encontra no intervalo “Baixa” de
pressão.
Tabela 11: CTA 1 do sistema analisado
Estado do Sensor Pressão
Grupo de
Aquecedores
Normal Muito Alta Desligado
Normal Alta Desligado
Normal Pouco Alta Desligado
Normal Normal Desligado
Normal Pouco Baixa Ligado
Normal Baixa Ligado
Normal Muito Baixa Ligado
Falho Baixo - Ligado
Falho Alto - Desligado
Tabela 12: CTA 2 do sistema analisado
Estado do Sensor Pressão
Grupo de
Aspersores
Normal Muito Alta Ligado
Normal Alta Ligado
Normal Pouco Alta Ligado
Normal Normal Desligado
32
Normal Pouco Baixa Desligado
Normal Baixa Desligado
Normal Muito Baixa Desligado
Falho Baixo - Desligado
Falho Alto - Ligado
Tabela 13: CTA 3 do sistema analisado
Estado do Sensor Pressão
Válvula de Alívio
Normal Muito Alta Aberta
Normal Alta Aberta
Normal Pouco Alta Fechada
Normal Normal Fechada
Normal Pouco Baixa Fechada
Normal Baixa Fechada
Normal Muito Baixa Fechada
Falho Baixo - Fechada
Falho Alto - Aberta
Tabela 14: CTA 4 do sistema analisado
Estado do Sensor Pressão
Válvula de
Segurança
33
Normal Muito Alta Aberta
Normal Alta Fechada
Normal Pouco Alta Fechada
Normal Normal Fechada
Normal Pouco Baixa Fechada
Normal Baixa Fechada
Normal Muito Baixa Fechada
Falho Baixo - Fechada
Falho Alto - Fechada
Tabela 15: CTA 5 do sistema analisado
Grupo de Aquecedores Estado do Grupo de
Aquecedores
Acréscimo de Pressão
Ligado Normal Com Acréscimo
Desligado Normal Sem Acréscimo
- Falho Ligado Com Acréscimo
- Falho Desligado Sem Acréscimo
Tabela 16: CTA 6 do sistema analisado
Grupo de Aspersores Estado do Grupo de
Aspersores
Decréscimo de Pressão
Ligado Normal Com Decréscimo
34
Desligado Normal Sem Decréscimo
- Falho Ligado Com Decréscimo
- Falho Desligado Sem Decréscimo
Tabela 17: CTA 7 do sistema analisado
Válvula de Alívio Estado da Válvula de Alívio
D
ecréscimo de Pressão
Aberta Normal Com Decréscimo
Fechada Normal Sem Decréscimo
- Falha Fechada Sem Decréscimo
- Falha Aberta Com Decréscimo
Tabela 18: CTA 8 do sistema analisado
Válvula de Segurança Estado da Válvula de
Segurança
Decréscimo de Pre
ssão
Aberta Normal Com Decréscimo
Fechada Normal Sem Decréscimo
- Falha Fechada Sem Decréscimo
- Falha Aberta Com Decréscimo
35
Tabela 19: Dados dos dispositivos de controle
Dispositivo
Avio/Aumento de pressão por intervalo
de tempo de atuação
Grupo de
Aquecedores
+ 5 bar
Grupo de
Aspersores
-8 bar
Válvula de Alívio -3 bar
Válvula de
Segurança
-6 bar
5.2 DADOS UTILIZADOS
A modelagem DFM possibilita uma análise quantitativa de seus resultados a
partir das probabilidades dos estados de suas variáveis. Utilizando-se os dados de
falha dos dispositivos de controle presentes em [24] e [25] e a distribuição de
probabilidade estimada anteriormente para a pressão, estas probabilidades foram
estimadas da maneira descrita abaixo e estão explicitadas na Tabela 20.
Para os dispositivos de controle em modo contínuo, considerou-se o tempo de
operação de uma usina nuclear de um ano para o cálculo da inconfiabilidade. Para os
dispositivos de controle de demanda, considerou-se uma demanda de operação.
Foram considerados os modos de falha genéricos para cada dispositivo. As
probabilidades da pressão em cada faixa discretizada foram calculadas a partir da
integração da função densidade de probabilidade da distribuição no intervalo
considerado.
36
Para algumas probabilidades de pressão, valores muito próximos de zero
foram estimados, porém o valor nulo não foi utilizado no intuito de não se zerar alguns
resultados antes que qualquer análise fosse realizada.
Tabela 20: Probabilidades de estado das variáveis do modelo
Dispositivo
Estado
Probabilidade
Sensor de Nível Falho Alto
0,033
Falho baixo
Grupo de
Aquecedores
Falho Ligado
0,018
Falho Desligado
Grupo de
Aspersores
Falho Ligado
0,046
Falho Desligado
Válvula de Alívio Falha Aberta
0,004
Falha Fechada
Válvula de
Segurança
Falha Aberta
0,007
Falha Fechada
Pressão Muito Alta
< 10E
-
166
Alta
< 10E
-
96
Pouco Alta
< 10E
-
14
Normal
9
,
078
x 10E
-
1
Pouco Baixa
9,218 x 10E
-
2
Baixa
< 10E
-
81
Muito Baixa
< 10E
-
295
37
6
ANÁLISE
DO
MODELO
DFM
6.1 ANÁLISE DEDUTIVA
O modelo DFM, após construído, pode ser analisado de duas formas: através
do modo dedutivo, onde se define um evento topo de interesse e buscam-se as
causas que levam a ele, ou através do modo indutivo onde condições iniciais são
dadas e buscam-se suas conseqüências.
Para a análise de falhas do sistema, o modo dedutivo é o modo mais indicado.
No sistema em questão, dois eventos topos são de interesse: “Pressão Muito Alta” e
“Pressão Muito Baixa”, representando as falhas no controle do pressurizador e
posterior trip do reator.
Para a realização da análise, utilizou-se o toolset DYAMONDA® disponibilizado
pela empresa ASCA inc® [3].
Na primeira análise de “Pressão Muito Alta”, buscam-se o menor número de
combinações de estados das variáveis chave do sistema, ou implicativos diretos, que
levem a esse evento topo de falha. Na forma de sentença do toolset:
Pressure Very High @ t=0
onde t=0 é uma notação da ferramenta, indicando que o evento topo ocorre no
instante final da análise. O resultado são 34 implicativos diretos. Mas, supondo que o
analista tenha algumas informações acerca do status da planta antes da análise, estas
podem servir como condições de contorno. Supondo que as informações consistam
em as válvulas estarem perfeitas e fechadas e o spray estar funcionando corretamente
e desligado, ou na forma de frase:
38
Pressure was Very High @ t=0 and
Relief Valve State was Normal @ t=-1and
Relief Valve was Closed @ t=-1 and
Safety Valve State was Normal @ t=-1and
Safety Valve was Closed @ t=-1 and
Pressurizer Spray was Off @ t=-1 and
Spray State was Normal @t=-1
onde t=-1 representa a notação da ferramenta para um instante qualquer antes da
atuação de quaisquer dos dispositivos de controle, o resultado são os 3 implicativos
diretos explicitados na Tabela 21.
Tabela 21: Implicativos diretos do evento topo “Pressão Muito Alta”
#1 (P#1
0) #2 (P#2
0) #3 (P#3
0)
Pressure was High at time
-1
Pressure was High at time
-1
Pressure was Very High at
time -1
Relief Valve State was
Normal at time -1
Relief Valve State was
Normal at time -1
Relief Valve State was
Normal at time -1
Safety Valve State was
Normal at time -1
Safety Valve State was
Normal at time -1
Safety Valve State was
Normal at time -1
Sensor State was Failed
Low at time -1
Sensor State was Failed
Low at time -1
Sensor State was Failed
Low at time -1
Spray State was Normal at
time -1
Spray State was Normal at
time -1
Spray State was Normal at
time -1
Heater State was Normal
at time -1
Heater State was Failed
On at time -1
39
No primeiro implicativo a informação errônea do sensor em “Falho Baixo”
juntamente com a condição do grupo de aquecedores em “Normal” possibilita o
acionamento dos mesmos, elevando a pressão de “Alta” para “Muito Alta”.
Similarmente, no segundo implicativo, o erro do grupo de aquecedores em
“Falho Ligado” eleva a pressão a “Muito Alta”. Neste caso, a condição do sensor em
“Falho Baixo” foi necessária para que os demais dispositivos de alívio o pudessem
ser acionados.
No terceiro implicativo, a falha no sensor em “Falho Baixo” não aciona nenhum
dos dispositivos de alívio, mantendo a pressão que está em “Muito Alta”. A informação
acerca dos aquecedores é irrelevante nesse caso, pois no estado Normal” ou “Falho
Ligado”, o acréscimo de pressão levaria a mesma ao nível mais alto. No caso de
“Falho Desligado”, a pressão se manteria da mesma forma em “Muito Alta”.
Percebe-se, pelo valor de probabilidade ao lado de cada implicativo, que na
prática é improvável a ocorrência de qualquer um deles. A justificativa é o fato de a
pressão apresentar uma probabilidade muito baixa se encontrar nos estados expostos
nos implicativos.
Similarmente, para a análise de “Pressão Muito Baixa:
Pressure Very Low @ t=0
o resultado são 32 implicativos diretos. Supondo que as informações que servirão de
contorno consistam agora em o sensor de nível estar funcionando corretamente e o
grupo de aquecedores estar desligado e funcionando, ou na forma de frase:
Pressure was Very Low @ t=0 and
Sensor State was Normal @ t=-1and
40
Heater was Off @ t=-1 and
Heater State was Normal @t=-1
o resultado é o implicativo direto explicitado na Tabela 22.
Tabela 22: Implicativo direto do evento topo “Pressão Muito Baixa”
#1 (
P=
1,0609E
-
06)
Pressure was Normal at time -1
Sensor State was Normal at time -1
Heater State was Normal at time -1
Safety Valve State was Failed Opened at
time -1
Relief Valve State was Failed Opened at
time -1
Spray State was Failed On at time -1
Neste implicativo, as falhas dos dispositivos de alívio abaixam a pressão a
“Muito Baixa”. Nem mesmo o fato do sensor de nível estar em Normal”, bem como o
grupo de aquecedores, possibilita um acréscimo de pressão que compense a queda
disponibilizada pelos outros mecanismos.
Percebe-se que a ocorrência do trip deste implicativo é muito mais provável em
comparação ao trip do evento topo anterior, devido ao fato da probabilidade de
pressão estar em “Normal” ser alta.
41
Os valores de probabilidade assumem grande importância, pois podem ser
utilizados em uma política de manutenção através da classificação das falhas mais
importantes.
A análise dedutiva da DFM possibilita a visualização das interações entre todos
os componentes do sistema em questão de forma dinâmica considerando, por
exemplo, o seqüenciamento de estados dos mesmos. Estes são aspectos importantes
na modelagem de sistemas digitais. Nos implicativos acima, por exemplo, verificam-se
as interações entre o sistema de controle, formado por sensores, atuadores e software
(implícito na lógica que comanda algumas tabelas de decisão), e o processo
controlado (variável de pressão).
Análises indutivas também poderiam ser realizadas no modelo com o intuito de
verificação de design do sistema estudado, bem como para estabelecimento de
estudos de modos de falha (FMEAS, por exemplo).
Uma vez construído o modelo DFM pode ser analisado inúmeras vezes através
de seus dois modos, tornando-se uma ferramenta eficaz no estudo de falhas e
especificações do sistema.
6.2 INCORPORAÇÃO DOS RESULTADOS EM RELATÓRIOS
EXISTENTES NA ANÁLISE DE SEGURANÇA
O processo de substituição de malhas analógicas por sistemas digitais é
gradativo e, por isso, diversos sistemas digitais ainda coexistem com sistemas
analógicos nas mais variadas plantas industriais. Sendo assim, é preciso que os
resultados da análise de falhas de um sistema digital possam ser incorporados aos
resultados existentes em relatórios da análise de segurança relativos às malhas
42
analógicas. Somente assim é possível a realização de análises como, por exemplo,
incertezas e de importância para estes resultados, como as que são realizadas para
as demais árvores de falha.
Os resultados da análise DFM cumprem este quesito. Pode-se incorporá-los
utilizando-se uma ferramenta tradicional de análise de falhas, como o software
SAPHIRE, por exemplo [26]. Este procedimento é ilustrado a seguir.
O SAPHIRE solicita a importação de um arquivo texto de extensão .ftl escrito
em um formato específico. Tomando como exemplo os resultados da análise de falhas
do evento topo “Pressão Muito Baixa”, o arquivo .ftl seria escrito como se segue:
JONATHAN,SUBPRESSAO=
SUBPRESSAO OR
SUBPRESSAO_SUBSISTEMA_1
SUBPRESSAO_SUBSISTEMA_2
SUBPRESSAO_CONTROLEPRESSURIZADOR
ETC...
SUBPRESSAO_CONTROLEPRESSURIZADOR OR
IMPLICATIVO_1
IMPLICATIVO_1 AND
PRESSAO_NORMAL_T-1
GAQUECEDORES_NORMAL_T-1
SENSOR_NORMAL_T-1
GASPERSORES_FALHO_LIGADO_ T-1
VALVULAALIVIO_FALHA_ABERTA_ T-1
VALVULASEGURANÇA_FALHA_ABERTA_ T-1
onde “SUBPRESSAO” representa o evento topo, SUBPRESSAO_SUBSISTEMA1, 2,
ETC...” representam os trips de subpressão relativos ao demais sistemas analógicos e
“SUBPRESSAO_CONTROLEPRESSURIZADOR” representa o trip por subpressão do
sistema digital de controle do pressurizador.
43
A Figura 5 ilustra a árvore de falha gerada pelo software SAPHIRE. Uma vez
construído e acoplado, o trecho da árvore de falha passa a integrar a análise
probabilística de segurança.
44
Figura 5: Trecho da árvore de falhas do evento topo “Trip por Subpressão”
45
6.3 IDENTIFICAÇÃO DE ERROS DE SOFTWARE
Como dito anteriormente, sistemas digitais são compostos por dispositivos
físicos e softwares executados em um microprocessador. O software, portanto, é um
elemento característico de um sistema digital executando toda a lógica realizada
outrora por malhas analógicas complexas. Porém, como não se sabe ao certo como
modelar a confiabilidade de um software, dada a sua flexibilidade de programação e
ao fato de não se saber exatamente quando um determinado módulo irá ser
executado, qualquer ferramenta que possiblite a identificação de falhas será de grande
valia na confiabilidade destes elementos. A metodologia DFM através de seu modo
indutivo consegue identificar erros ligados ao software. Este procedimento é ilustrado
no exemplo a seguir.
A falha de software pode ocorrer de duas formas. A primeira é o erro de
concepção de algoritmo, quando o programador não entende ao certo o procedimento
e implanta o código de maneira errônea. A segunda falha é erro de programação, que
consiste na desatenção do responsável na hora da redação do código. Ambas as
falhas resultam em um código de programa falho. Apresenta-se como exemplo um
erro hipotético de pseudocódigo no sistema do pressurizador:
...
{
Pressure >= Very High then Heater = FALSE and Spray = TRUE and Relief Valve= TRUE
Safety Valve= TRUE
} //código certo
...
{
46
Pressure >= Very High then Heater = TRUE and Spray = FALSE and Relief Valve= TRUE
Safety Valve= TRUE
} //código errado
As Tabelas 11 e 12 da modelagem DFM seriam modificadas pelo analista responsável
para o conteúdo das Tabelas 23 e 24:
Tabela 23: CTA 1 do sistema modificada
Estado do Sensor Pressão
Grupo de
Aquecedores
Normal Muito Alta
Ligado
Normal Alta Desligado
Normal Pouco Alta Desligado
Normal Normal Desligado
Normal Pouco Baixa Ligado
Normal Baixa Ligado
Normal Muito Baixa Ligado
Falho Baixo - Ligado
Falho Alto - Desligado
47
Tabela 24: CTA 2 do sistema modificada
Estado do Sensor Pressão
Grupo de
Aspersores
Normal Muito Alta
Desligado
Normal Alta Ligado
Normal Pouco Alta Ligado
Normal Normal Desligado
Normal Pouco Baixa Desligado
Normal Baixa Desligado
Normal Muito Baixa Desligado
Falho Baixo - Desligado
Falho Alto - Ligado
Aqui se nota a mudança de comportamento dos dispositivos de controle grifado em
negrito.
Realizando a análise de falha:
Pressure was Very High @ t=0 and
Sensor State was Normal @ t=-1 and
Heater State was Normal @ t=-1 and
Relief Valve State was Normal @t=-1
48
O resultado são os dois implicativos diretos da Tabela 25.
Tabela 25: Implicativos diretos da análise de falhas de software
#1 (
0) #2 (
0
)
))
)
Pressure was Very High at
time -1
Pressure was Very High at
time -1
Heater State was Normal
at time -1
Heater State was Normal
at time -1
Relief Valve State was
Normal at time -1
Relief Valve State was
Normal at time -1
Sensor State was Normal
at time -1
Sensor State was Normal
at time -1
Spray State was Normal at
time -1
Spray State was Failed Off
at time -1
Safety Valve State was
Failed Closed at time -1
Safety Valve State was
Failed Closed at time -1
A princípio, nada de anormal é observado até que o responsável pela análise
observe incongruências nos resultados. Nas condições do primeiro implicativo, o grupo
de aquecedores estaria desligado, o grupo de aspersores estaria ligado, a válvula de
alívio estaria aberta e, estando a válvula de emergência “Falha Fechada”, ela não
proporcionaria o alívio esperado. O resultado desta combinação, segundo a Tabela
A1, resultaria em uma queda de pressão de “Muito Alta” para “Normal”, o que não
ocorre segundo o implicativo. Nas condições do segundo implicativo, o grupo de
aquecedores estaria desligado, a válvula de alívio estaria aberta e, estando a válvula
de emergência “Falha Fechada” e o grupo de aspersores “Falho Desligado”, estes não
49
proporcionariam o alívio esperado. O resultado desta combinação, segundo a Tabela
A1, resultaria em uma queda de pressão de “Muito Alta” para “Alta”, o que não ocorre
segundo o implicativo. Ou seja, a modelagem está errada e é necessário buscar a sua
causa. A melhor forma de se verificar isto é realizar uma análise indutiva dando como
parâmetros de entrada os implicativos diretos da análise anterior e verificando os
passos executados pelo toolset. Realizando a análise:
Pressure was Very High at time -1
Heater State was Normal at time -1
Relief Valve State was Normal at time -1
Sensor State was Normal at time -1
Spray State was Normal at time -1
Safety Valve State was Failed Closed at time -1
No modo indutivo observam-se os passos ilustrados na Figura 6. Verifica-se que os
aquecedores e aspersores são acionados de maneira errônea, pois o sensor estando
“Normal” e a pressão “Muito Alta” deveriam resultar em aquecedores e aspersores
“Desligados” e “Ligados” respectivamente. O responsável então procura saber por que
as tabelas de decisão que relacionam as variáveis de processo estão proporcionando
tais resultados. Em uma conversa com o programador (Analista), ele verifica que o
código de programa está errado, descobrindo assim o porquê do erro de modelagem.
Neste exemplo, é clara a interação da falha de software (implícito na lógica que
comanda as tabelas de decisão) com os estados dos demais componentes,
demonstrando que sua análise deve vislumbrar o ambiente em que ele está inserido.
A DFM, neste caso, se mostra como uma eficiente alternativa na busca por
erros de software, contribuindo para a análise de falhas deste elemento em sistemas
digitais.
50
Figura 6: Erro de Software. Passos executados pelo toolset no modo indutivo.
51
7
CONCLUSÕES
E
RECOMENDAÇÕES
O presente trabalho consistiu no estudo da metodologia DFM (Dynamic
Flowgraph Methodology) na modelagem da confiabilidade de sistemas digitais. Três
preocupações existentes na literatura foram abordadas, a modelagem do sistema
propriamente dito, a incorporação de resultados da metodologia em relatórios
existentes na análise probabilística de segurança e a identificação de falhas de
software.
A DFM mostra-se eficaz na modelagem das interações dos diversos
componentes de um sistema digital (dispositivos físicos e software, este último
implícito na lógica que comanda uma ou mais tabelas de decisão). Através dos
implicativos diretos, ela possibilita a visualização dos possíveis estados do sistema,
falhos ou não. Sua análise dedutiva permite um estudo de falhas eficiente, rastreando
as causas de um evento topo dado. Sua análise indutiva pode ser utilizada na
mitigação de falhas encontradas na análise dedutiva bem como para a verificação de
especificações do sistema. Também pode ser utilizada na elaboração de uma FMEA,
verificando quais as conseqüências de condições iniciais dadas. Uma limitação da
metodologia é que é necessário pleno conhecimento do sistema tanto para a
modelagem quanto para as mitigações. Porém uma vez constrdo, o sistema pode
ser analisado para diversos modos de falha e eventos topos de interesse. No âmbito
da construção do modelo, técnicas de modularização podem ser desenvolvidas a fim
de tornar possível o uso de templates e conseqüente facilitação no processo de
modelagem.
O estudo realizado manteve-se fiel à realidade, utilizando dados reais de uma
usina PWR. Este fato retirou a relevância de alguns aspectos da modelagem DFM,
como por exemplo, alguns estados da variável pressão. Na prática, estes estados
mostraram ser de improvável ocorrência e isso ficou explícito nos resultados das
52
análises, como por exemplo, na probabilidade de ocorrência dos implicativos diretos.
Trabalhos futuros poderiam utilizar uma segunda abordagem consistindo na realização
de simulações onde novas funções densidade de probabilidade seriam geradas a fim
de se cobrir todas as faixas dos estados considerados. Deste modo, justificar-se-ia a
modelagem proposta para o sistema.
Como diversos sistemas digitais ainda coexistem com malhas analógicas, é
importante que os resultados apresentados por qualquer metodologia possam ser
incorporados em relatórios existentes na análise probabilística de segurança.
Somente assim, estudos de incertezas e importância, por exemplo, podem ser
elaborados para os sistemas digitais tais quais são feitos para os demais sistemas na
análise de falhas. A DFM demonstrou estar apta a incorporar seus resultados aos que
existem nos relatórios. Porém, cuidados devem ser tomados na incorporação para
que não se crie redundâncias e ambigüidades. Trabalhos futuros podem incluir o
desenvolvimento de ferramentas computacionais para a incorporação automática
destes resultados aos relatórios.
Por último, dado que o software é elemento fundamental e característico de um
sistema digital, e o fato dele não possuir uma abordagem para a confiabilidade
totalmente definida, é interessante a existência de uma ferramenta que possibilite a
verificação de falhas e posterior correção destes elementos. A DFM demonstrou ser
uma alternativa viável através do uso de seu modo indutivo em conjunto com os
resultados de falha obtidos no modo dedutivo do sistema digital estudado. Neste
modo, portanto, é possível a realização de diversos testes de design do software para
fins de depuração e eliminação de falhas. Porém, tal qual para a questão da
modelagem, é necessário o pleno conhecimento por parte do analista do corpo do
código e da lógica envolvida. Trabalhos futuros podem ser realizados no
desenvolvimento de ferramentas geradoras de entradas para o software utilizando o
modo indutivo da DFM no intuito de aumentar a confiabilidade destes elementos com a
eliminação de falhas de programação.
53
Deste modo, o presente estudo contribui para a literatura como mais um
trabalho da metodologia DFM na análise de confiabilidade de sistemas digitais críticos
de controle e segurança. Espera-se que no âmbito da engenharia nuclear, ele sirva
como estímulo para novos estudos, contribuindo para a área.
54
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58
APÊNDICE
A
Tabela A1: CTR do sistema analisado
Pressão Grupo de
Aquecedores
Grupo de
Aspersores Válvula de Alívio Válvula de Segurança
Pressão +
Muito Baixa Desligado Desligado Fechada Fechada Muito Baixa
Desligado Desligado Fechada Aberta Muito Baixa
Desligado Desligado Aberta Fechada Muito Baixa
Desligado Desligado Aberta Aberta Muito Baixa
Desligado Ligado Fechada Fechada Muito Baixa
Desligado Ligado Fechada Aberta Muito Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Muito Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Baixa
Ligado Desligado Fechada Aberta Muito Baixa
Ligado Desligado Aberta Fechada Baixa
Ligado Desligado Aberta Aberta Muito Baixa
Ligado Ligado Fechada Fechada Muito Baixa
Ligado Ligado Fechada Aberta Muito Baixa
Ligado Ligado Aberta Fechada Muito Baixa
Ligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Baixa Desligado Desligado Fechada Fechada Baixa
Desligado Desligado Fechada Aberta Baixa
Desligado Desligado Aberta Fechada Baixa
59
Desligado Desligado Aberta Aberta Muito Baixa
Desligado Ligado Fechada Fechada Muito Baixa
Desligado Ligado Fechada Aberta Muito Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Muito Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Ligado Desligado Fechada Aberta Baixa
Ligado Desligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Ligado Desligado Aberta Aberta Baixa
Ligado Ligado Fechada Fechada Baixa
Ligado Ligado Fechada Aberta Muito Baixa
Ligado Ligado Aberta Fechada Baixa
Ligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Pouco Baixa Desligado Desligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Desligado Desligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Desligado Desligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Desligado Desligado Aberta Aberta Baixa
Desligado Ligado Fechada Fechada Baixa
Desligado Ligado Fechada Aberta Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Pouco Alta
Ligado Desligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Ligado Desligado Aberta Fechada Normal
Ligado Desligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Ligado Ligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Ligado Ligado Fechada Aberta Baixa
Ligado Ligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Ligado Ligado Aberta Aberta Baixa
Normal Desligado Desligado Fechada Fechada Normal
Desligado Desligado Fechada Aberta Pouco Baixa
60
Desligado Desligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Desligado Desligado Aberta Aberta Baixa
Desligado Ligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Desligado Ligado Fechada Aberta Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Muito Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Pouco Alta
Ligado Desligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Ligado Desligado Aberta Fechada Normal
Ligado Desligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Ligado Ligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Ligado Ligado Fechada Aberta Baixa
Ligado Ligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Ligado Ligado Aberta Aberta Baixa
Pouco Alta Desligado Desligado Fechada Fechada Pouco Alta
Desligado Desligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Desligado Desligado Aberta Fechada Normal
Desligado Desligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Desligado Ligado Fechada Fechada Pouco Baixa
Desligado Ligado Fechada Aberta Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Pouco Alta
Ligado Desligado Fechada Aberta Normal
Ligado Desligado Aberta Fechada Pouco Alta
Ligado Desligado Aberta Aberta Normal
Ligado Ligado Fechada Fechada Normal
Ligado Ligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Ligado Ligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Ligado Ligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Alta Desligado Desligado Fechada Fechada Alta
61
Desligado Desligado Fechada Aberta Pouco Alta
Desligado Desligado Aberta Fechada Pouco Alta
Desligado Desligado Aberta Aberta Normal
Desligado Ligado Fechada Fechada Normal
Desligado Ligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Pouco Baixa
Desligado Ligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Muito Alta
Ligado Desligado Fechada Aberta Pouco Alta
Ligado Desligado Aberta Fechada Alta
Ligado Desligado Aberta Aberta Pouco Alta
Ligado Ligado Fechada Fechada Pouco Alta
Ligado Ligado Fechada Aberta Normal
Ligado Ligado Aberta Fechada Pouco Alta
Ligado Ligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Muito Alta Desligado Desligado Fechada Fechada Muito Alta
Desligado Desligado Fechada Aberta Pouco Alta
Desligado Desligado Aberta Fechada Alta
Desligado Desligado Aberta Aberta Pouco Alta
Desligado Ligado Fechada Fechada Pouco Alta
Desligado Ligado Fechada Aberta Pouco Baixa
Desligado Ligado Aberta Fechada Normal
Desligado Ligado Aberta Aberta Pouco Baixa
Ligado Desligado Fechada Fechada Muito Alta
Ligado Desligado Fechada Aberta Alta
Ligado Desligado Aberta Fechada Muito Alta
Ligado Desligado Aberta Aberta Pouco Alta
Ligado Ligado Fechada Fechada Alta
Ligado Ligado Fechada Aberta Pouco Alta
Ligado Ligado Aberta Fechada Pouco Alta
Ligado Ligado Aberta Aberta Normal
62
APÊNDICE
B
Tabela B1: Histórico de pressão de uma usina PWR [21]
Data Pressão ao final do
dia (Bar)
Data Pressão ao final
do dia (Bar)
Data Pressão ao final do
dia (Bar)
29/08/2009 156,4 13/09/2009 156,8 28/09/2009 156,4
30/08/2009 156,7 14/09/2009 156,8 29/09/2009 156,1
31/08/2009 156,8 15/09/2009 156,8 30/09/2009 156,0
01/09/2009 156,4 16/09/2009 156,8 01/10/2009 157,8
02/09/2009 157,8 17/09/2009 156,4 02/10/2009 156,5
03/09/2009 156,9 18/09/2009 156,4
04/09/2009 156,8 19/09/2009 156,6
05/09/2009 156,7 20/09/2009 156,8
06/09/2009 156,8 21/09/2009 156,8
07/09/2009 156,6 22/09/2009 156,6
08/09/2009 156,8 23/09/2009 155,7
09/09/2009 156,8 24/09/2009 155,7
10/09/2009 156,8 25/09/2009 156,2
11/09/2009 156,8 26/09/2009 156,4
12/09/2009 156,7 27/09/2009 156,3
63
APÊNDICE
C
Tabela C1: Gráficos de probabilidade para a distribuição normal
i P F(t) F(t)-1 Distribuição Normal
1 155,7
0,028571 -1,90222
y x
2 155,7
0,057143 -1,57922 -1,90222 155,7
3 156 0,085714 -1,36763 -1,57922 155,7
4 156,1
0,114286 -1,20405 -1,36763 156
5 156,2
0,142857 -1,06757 -1,20405 156,1
6 156,3
0,171429 -0,94854 -1,06757 156,2
7 156,4
0,2 -0,84162 -0,94854 156,3
8 156,4
0,228571 -0,74356 -0,84162 156,4
9 156,4
0,257143 -0,65218 -0,74356 156,4
10 156,4
0,285714 -0,56595 -0,65218 156,4
11 156,4
0,314286 -0,48374 -0,56595 156,4
12 156,4
0,342857 -0,40468 -0,48374 156,4
13 156,5
0,371429 -0,32807 -0,40468 156,4
14 156,6
0,4 -0,25335 -0,32807 156,5
15 156,6
0,428571 -0,18001 -0,25335 156,6
16 156,6
0,457143 -0,10763 -0,18001 156,6
17 156,7
0,485714 -0,03582 -0,10763 156,6
18 156,7
0,514286 0,035817 -0,03582 156,7
64
19 156,7
0,542857 0,107634 0,035817 156,7
20 156,8
0,571429 0,180012 0,107634 156,7
21 156,8
0,6 0,253347 0,180012 156,8
22 156,8
0,628571 0,328072 0,253347 156,8
23 156,8
0,657143 0,404678 0,328072 156,8
24 156,8
0,685714 0,483739 0,404678 156,8
25 156,8
0,714286 0,565949 0,483739 156,8
26 156,8
0,742857 0,652179 0,565949 156,8
27 156,8
0,771429 0,74356 0,652179 156,8
28 156,8
0,8 0,841621 0,74356 156,8
29 156,8
0,828571 0,948535 0,841621 156,8
30 156,8
0,857143 1,067571 0,948535 156,8
31 156,8
0,885714 1,204047 1,067571 156,8
32 156,8
0,914286 1,367628 1,204047 156,8
33 156,9
0,942857 1,57922 1,367628 156,8
34 157,8
0,971429 1,902216 1,57922 156,9
LEGENDA
i: Índice da amostra
P: Pressão
F(t): Função distribuição acumulada de probabilidade
F(t)-1: Inversa da função distribuição acumulada de probabilidade
65
Tabela C2: Histograma de Pressão
Bloco Freqüência
155 0
155,6 4
156,2 15
156,8 14
157,4 2
158 0
Mais 0
Tabela C3: Teste de aderência para a distribuição normal
i P F(t) Fo(t) Diferença Maior Diferença
1 155,7 0,028571429 0,01584903 0,012722399 0,251419039
2 155,7 0,057142857 0,01584903 0,041293828 Adere com até 99% de confiança
66
3 156 0,085714286 0,073850709
0,011863577
4 156,1 0,114285714 0,112335936
0,001949778 Média
5 156,2 0,142857143 0,163370619
0,020513476 156,62
6 156,3 0,171428571 0,227471671
0,0560431
7 156,4 0,2 0,303731074
0,103731074 Desvio
8 156,4 0,228571429 0,303731074
0,075159646 0,428265998
9 156,4 0,257142857 0,303731074
0,046588217
10 156,4 0,285714286 0,303731074
0,018016789
11 156,4 0,314285714 0,303731074
0,01055464
12 156,4 0,342857143 0,303731074
0,039126069
13 156,5 0,371428571 0,389662152
0,018233581
14 156,6 0,4 0,481376186
0,081376186
15 156,6 0,428571429 0,481376186
0,052804757
16 156,6 0,457142857 0,481376186
0,024233329
17 156,7 0,485714286 0,574091196
0,08837691
18 156,7 0,514285714 0,574091196
0,059805481
19 156,7 0,542857143 0,574091196
0,031234053
20 156,8 0,571428571 0,662866676
0,091438104
21 156,8 0,6 0,662866676
0,062866676
22 156,8 0,628571429 0,662866676
0,034295247
23 156,8 0,657142857 0,662866676
0,005723818
24 156,8 0,685714286 0,662866676
0,02284761
25 156,8 0,714285714 0,662866676
0,051419039
26 156,8 0,742857143 0,662866676
0,079990467
27 156,8 0,771428571 0,662866676
0,108561896
28 156,8 0,8 0,662866676
0,137133324
67
29 156,8 0,828571429 0,662866676
0,165704753
30 156,8 0,857142857 0,662866676
0,194276182
31 156,8 0,885714286 0,662866676
0,22284761
32 156,8 0,914285714 0,662866676
0,251419039
33 156,9 0,942857143 0,743379434
0,199477709
34 157,8 0,971428571 0,997068056
0,025639484
35 157,8 1 0,997068056
0,002931944
LEGENDA
i: Índice da amostra
P: Pressão
F(t): Função distribuição acumulada de probabilidade estimada
Fo(t): Função distribuição acumulada de probabilidade real
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