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“Júlio de Mesquita Filho”
Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira
Curso de Pós Graduação em Agronomia – Sistemas de Produção
DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE MILHO EM
DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS DE PLANTAS
CLAUDINEI KAPPES
Engenheiro Agrônomo
Ilha Solteira – São Paulo – Brasil
Março/2010
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1
DESEMPENHO DE HÍBRIDOS DE MILHO EM
DIFERENTES ARRANJOS ESPACIAIS DE PLANTAS
CLAUDINEI KAPPES
Engenheiro Agrônomo
Orientador: Prof. Dr. João Antonio da Costa Andrade
Co-orientador: Prof. Dr. Orivaldo Arf
Dissertação apresentada à
Faculdade de Engenharia
UNESP, Campus de Ilha Solteira,
para obtenção do título de Mestre
em Agronomia, área de
concentração em Sistemas de
Produção.
Ilha Solteira – São Paulo – Brasil
Março/2010
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2
DADOS CURRICULARES DO AUTOR
CLAUDINEI KAPPES Filho de Nelson Roque Kappes e Celiria Maria Kappes,
nasceu em 15 de maio de 1984 na cidade de Sinop, Estado de Mato Grosso (MT),
Brasil. Cresceu desde o primeiro dia de vida na zona rural do município de Santa
Carmem MT e cursou o ensino fundamental e médio no referido local. Em agosto
de 2007 obteve o título de Engenheiro Agrônomo pela Universidade do Estado de
Mato Grosso (UNEMAT), Campus de Alta Floresta MT. Foi responsável técnico da
Empresa Matogrossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (EMPAER-MT)
entre 2007 e 2008, escritório local de Santa Carmem MT. Em março de 2009
iniciou o curso de Mestrado em Agronomia como aluno regular, vinculado ao
Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira,
Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (FEIS/UNESP), concluindo
o curso em março de 2010.
3
Dedico
DedicoDedico
Dedico,
,,
,
Aos meus pais Nelson e Celiria, que me deram não somente a
vida, mas a minha educação.
Obrigado meus pais, pelo apoio e incentivo nos momentos difíceis
da minha vida, pelo exemplo de humildade, pelo carinho, dedicação,
confiança, paciência e acima de tudo, o amor que vocês me deram em
todas as fases de minha vida.
Por isso, devo muito à vocês pela pessoa que sou hoje.
Minha gratidão, amo vocês!
4
Ofereço
OfereçoOfereço
Ofereço,
,,
,
Aos meus irmãos Vanderlei e Volnei, às minhas irmãs Elisângela e
Lizete, aos meus avós paternos Aloysio (in memorian) e Josefina
(in memorian), aos meus avós maternos Arnoldo (in memorian)
e Delphina, aos meus tios(as), aos meus sobrinhos(as) e
primos(as) que, apesar da distância, sempre estiveram
do meu lado e trabalharam incansavelmente,
incentivando para a realização de mais
esta conquista em minha vida
profissional e científica.
E ainda,
... à todas as pessoas
que trabalham pelo progresso
da agricultura brasileira!
5
Agradecimentos
À Deus primeiramente, pela vida, por sempre me iluminar e me guiar e por
ter me privilegiado e proporcionado a realização deste importante curso.
Aos meus pais pela dedicação, apoio e compreensão que me fortalecem a
cada dia.
À Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (SP), Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho” FEIS/UNESP, pela oportunidade concedida
para realização deste curso, permitindo a realização de um sonho pessoal, a obtenção
do título de Mestre em Agronomia.
Aos professores Dr. João Antonio da Costa Andrade e Dr. Orivaldo Arf,
um agradecimento especial pelo exemplo de pessoa, pelo incentivo e interesse
demonstrado como orientadores deste trabalho.
À todos os professores do Programa de Pós-Graduação em Agronomia
(PPGA) da FEIS/UNESP, pela amizade, dedicação e contribuição a minha
formação acadêmica.
Aos funcionários da Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE) da
FEIS/UNESP, pelo exemplo de simplicidade e amizade e pelos esforços perante a
realização deste trabalho.
Aos bibliotecários da FEIS/UNESP, pela dedicação e atenção concedida.
Aos funcionários da seção de Pós-Graduação da FEIS/UNESP.
À Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Ensino Superior
(CAPES), pela bolsa de estudo concedida.
6
Aos estagiários do curso de Agronomia e Zootecnia da FEIS/UNESP: Alex,
Danielle, Jales, Rodolfo, Rafaella, Ingrid e demais envolvidos, pelo fundamental
auxílio na execução do trabalho em campo.
À todos os amigos(as) de Pós-Graduação, pela amizade e agradável
convivência, respeito e contribuição que ofereceram ao meu crescimento como ser
humano e prazer das vivências divididas nesse período oportuno.
Aos meus colegas de república: André, Carlos Augusto, Enzo, Guilherme,
João Paulo, Humberto, Lincoln e Marcelo pelo apoio, exemplos de companheirismo
e pelos momentos de descontração proporcionados.
À todos meus familiares e amigos, pelo carinho, afeto e cumplicidade
passados ao longo do meu desenvolvimento e pela torcida e apoio na realização deste
curso.
Aos eternos colegas de Graduação e componentes da “família Zea mays”
(III turma de Agronomia, Universidade do Estado de Mato Grosso UNEMAT,
Campus de Alta Floresta – MT), pela amizade e companheirismo convivido.
Enfim, desejo expressar os meus mais sinceros agradecimentos a todas as
pessoas que, neste momento, imerecidamente não foram lembrados e aqui não
mencionados, de uma forma ou de outra, sabem que contribuíram e incentivaram a
realização deste trabalho.
Muito Obrigado!
Ilha Solteira, São Paulo,
março de 2010.
O Autor.
7
Poema do Milho – “Trecho”
(Cora Coralina)
..........
E o milho realizava o milagre genético de nascer:
Germina. Vence os inimigos,
Aponta aos milagres.
- Seis grãos na cova.
- Quatro na regra, dois de quebra,
Um canudinho enrolado.
Amarelo-pálido,
frágil, dourado, se levanta.
Cria sustância.
Passa a verde.
Liberta-se. Enraíza,
Abre folhas espaldeiradas.
Encorpa. Encana. Disciplina,
Com os poderes de Deus.
Jesus e São João
desceram de noite na roça,
botaram a bênção no milho,
E veio com eles
uma chuva maneira, criadeira, fininha,
uma chuva velhinha,
de cabelos brancos,
abençoando
a infância do milho.
..........
“O solo não é uma herança que
recebemos de nossos pais, mas sim,
um patrimônio que tomamos emprestado
de nossos filhos”(L. Brown).
8
KAPPES, C. Desempenho de híbridos de milho em diferentes arranjos
espaciais de plantas. 2010. 125 f. Dissertação (Mestrado em Sistemas de
Produção) Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade Estadual
Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Ilha Solteira, 2010.
Resumo – Dentre os fatores que interferem no desempenho da cultura do milho está
o arranjo espacial de plantas, que por sua vez, interage com a competição
intraespecífica por fatores do meio. Além disso, as modificações introduzidas nos
genótipos mais recentes tem tornado necessário reavaliar as recomendações do
arranjo de plantas em milho. A hipótese desse trabalho é de que o melhor arranjo de
plantas diminua os efeitos da competição intraespecífica, com consequente aumento
do rendimento. Diante do exposto, este trabalho teve por objetivo verificar o melhor
arranjo de plantas para os híbridos de milho XB 6010, XB 6012, XB 7253, XB 9003 e
AG 9010 nos espaçamentos de 45 e 90 cm entre as linhas e nas populações de
50.000, 60.000, 70.000, 80.000 e 90.000 plantas ha
-1
. O experimento foi conduzido
na safra 2009, em Selvíria MS, com os espaçamentos dispostos em faixas e as
combinações híbrido x população em esquema fatorial 5 x 5 dentro de cada bloco e
espaçamento. Foram mensurados caracteres morfológicos de plantas e de espiga e
componentes de produção. Os efeitos de híbrido e espaçamento foram comparados
pelo teste de Tukey (p<0,05) e de população pela análise de regressão. Os híbridos
se diferenciaram em todos os caracteres mensurados, atribuindo-se esse fato às
características intrínsecas de cada genótipo. A redução de 90 para 45 cm não
influenciou a maioria dos caracteres, sendo que apenas altura de planta, diâmetro
de colmo, massa de cem grãos e rendimento de grãos apresentaram variações,
sendo a utilização do espaçamento reduzido vantajosa. O incremento da população
influenciou negativamente a maioria dos caracteres e componentes de produção. O
rendimento de grãos foi influenciado pelos arranjos espaciais, ocorrendo respostas
diferenciadas dos híbridos. Os melhores arranjos foram: AG 9010 90.000 plantas
ha
-1
no espaçamento de 45 cm; XB 7253 70.000 plantas ha
-1
nos dois
espaçamentos; e XB 6010, XB 6012 e XB 9003 sem resposta significativa aos
arranjos, podendo ser recomendado 50.000 plantas ha
-1
nos dois espaçamentos.
Palavras-chave: Zea mays (L.), espaçamento, densidade populacional, desempenho
agronômico.
9
KAPPES, C. Performance of corn hybrids in different space arrangements of
plants. 2010. 125 f. Dissertation (Master’s degree in Production Systems)
University of São Paulo State “Júlio de Mesquita Filho”, Ilha Solteira, 2010.
Abstract Among the factors that interfere in the corn crop is the spatial
arrangement of plants, which in turn interacts with the intraspecific competition for
factors of the environment. Moreover, the changes to the most recent genotypes has
become necessary to reassess the recommendations of the arrangement of plants in
corn. The hypothesis of this study is that the best arrangement of plants decreases
the effects of intraspecific competition, with consequent increases in income.
Therefore this study aimed to determine the best arrangement of plants for the
hybrids XB 6010, XB 6012, XB 7253, XB 9003 and AG 9010 in spacings of 45 and
90 cm between lines and populations of 50,000, 60,000, 70,000, 80,000 and 90,000
plants ha
-1
. The experiment was conducted on crop year of 2009 in Selvíria MS,
and the spacings were arranged in bands and the combinations of hybrids by
populations in a factorial scheme 5 x 5 in each block, and spacing. We measured
morphological characters of plants and spike and yield components. The effects of
hybrids and spacing were compared by Tukey test (p<0.05) and population by
regression analysis. The hybrids differed in all characters measured, attributing this
fact to the intrinsic characteristics of each genotype. The reduction from 90 to 45 cm
did not affect most characters, with only plant height, stem diameter, weight of one
hundred grain and grain yield showed variations, with the use of the reduced spacing
advantageous. The increase of the population affected negatively most of the
characters and yield components. The yield was influenced by the spatial
arrangement, occurring different responses by hybrids. The best arrangements are:
AG 9010 - 90,000 plants ha
-1
with spacing of 45 cm, XB 7253 - 70,000 plants ha
-1
in
the two spacings; and XB 6010, XB 6012 and XB 9003 - without significant response
to such arrangements, can be recommended 50,000 plants ha
-1
in the two spacings.
Keywords: Zea mays (L.), spacing, populational density, agronomic performance.
10
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO.................................................................................................. 17
2. REVISÃO DE LITERATURA............................................................................ ..19
2.1. Importância econômica da cultura do milho.............................................. ..19
2.2. Aspectos gerais da cultura do milho ......................................................... ..22
2.3. Espaçamento entre as linhas de milho ..................................................... ..24
2.4. Densidade populacional............................................................................ ..31
2.5. Interação entre espaçamento, densidade populacional e genótipo .......... ..36
2.6. Híbridos e arquitetura de plantas de milho................................................ ..39
3. MATERIAL E MÉTODOS................................................................................. ..43
3.1. Área experimental..................................................................................... ..43
3.2. Caracterização do solo ............................................................................. ..43
3.3. Tratamentos e delineamento experimental............................................... ..44
3.4. Caracterização dos híbridos de milho....................................................... ..45
3.5. Parcelas experimentais............................................................................. ..47
3.6. Implantação do experimento..................................................................... ..48
3.6.1. Tratos culturais ............................................................................. ..49
3.7. Caracterização do clima e dados climáticos ............................................. ..51
3.8. Avaliações fitotécnicas.............................................................................. ..52
3.8.1. Caracteres morfológicos de plantas.............................................. ..52
3.8.1.1. Florescimento feminino .................................................. ..52
3.8.1.2. Acamamento e quebramento de planta ......................... ..53
3.8.1.3. Altura de planta.............................................................. ..53
3.8.1.4. Altura de inserção de espiga.......................................... ..54
3.8.1.5. Diâmetro de colmo ......................................................... ..54
3.8.2. Caracteres de espiga e componentes de produção...................... ..54
3.8.2.1. Comprimento de espiga ................................................. ..54
3.8.2.2. Diâmetro de espiga ........................................................
..54
3.8.2.3. Diâmetro de sabugo....................................................... ..55
11
3.8.2.4. Comprimento de grão .................................................... ..55
3.8.2.5. Número de fileiras de grãos por espiga ......................... ..55
3.8.2.6. Prolificidade.................................................................... ..55
3.8.2.7. Massa de cem grãos...................................................... ..55
3.8.2.8. Rendimento de grãos..................................................... ..56
3.9. Análise estatística dos resultados............................................................. ..56
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO........................................................................ ..58
4.1. Condições climáticas no período experimental......................................... ..58
4.2. Caracteres morfológicos de plantas.......................................................... ..60
4.2.1. Florescimento feminino .................................................................. ..63
4.2.2. Acamamento e quebramento de planta ......................................... ..65
4.2.3. Altura de planta .............................................................................. ..69
4.2.4. Altura de inserção de espiga.......................................................... ..71
4.2.5. Diâmetro de colmo ......................................................................... ..74
4.3. Caracteres de espiga e componentes de produção.................................. ..76
4.3.1. Comprimento de espiga ................................................................. ..79
4.3.2. Diâmetro de espiga ........................................................................ ..80
4.3.3. Diâmetro de sabugo....................................................................... ..82
4.3.4. Comprimento de grão..................................................................... ..83
4.3.5. Número de fileiras de grãos por espiga.......................................... ..85
4.3.6. Prolificidade.................................................................................... ..87
4.3.7. Massa de cem grãos...................................................................... ..89
4.3.8. Rendimento de grãos..................................................................... ..93
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. ..99
6. CONCLUSÕES................................................................................................. 101
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................ 102
ANDICES ..................................................................................................... 121
12
LISTA DE TABELAS
TABELA Página
1. Análise química do solo da área experimental na camada de 0 a 0,2 m.
Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................................................... 44
2. Descrição sucinta dos tratamentos estudados no experimento. Selvíria
MS, Brasil (2009).......................................................................................... 45
3. Principais características agronômicas dos híbridos de milho utilizados
no estudo. Selvíria – MS, Brasil (2009)........................................................ 46
4. Número de plantas de milho por metro e distância equidistante entre
plantas na linha de semeadura após o desbaste para os diferentes
arranjos espaciais. Selvíria – MS, Brasil (2009)........................................... 49
5. Esquema da análise de variância (teste F). Selvíria – MS, Brasil (2009)..... 56
6. Valores médios de florescimento feminino (FF), acamamento (AC) e
quebramento de planta (QB) em função de arranjos espaciais de plantas
na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................... 61
7. Valores médios de altura de planta (AP), altura de inserção de espiga
(AE) e diâmetro de colmo (DC) em função de arranjos espaciais de
plantas na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)............................. 62
8. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
florescimento feminino na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)..... 63
9. Desdobramento da interação entre espaçamento e população de plantas
para altura de planta na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)........ 70
10. Valores médios de comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga
(DE), diâmetro de sabugo (DS), comprimento de grão (CG) e fileiras de
grãos por espiga (FG) em função de arranjos espaciais de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .............................................. 77
11. Valores médios de prolificidade, massa de cem grãos (M100) e
rendimento de grãos (RG) em função de arranjos espaciais de plantas
na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................... 78
12. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para
comprimento de espiga na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) ... 80
13. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
diâmetro de espiga na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .......... 81
13
14. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
comprimento de grão na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)....... 84
15. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
número de fileiras de grãos por espiga na cultura do milho. Selvíria
MS, Brasil (2009).......................................................................................... 86
16. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para massa
de cem grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)................... 92
17. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para
rendimento de grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)........ 93
18. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
rendimento de grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)........ 94
14
LISTA DE FIGURAS
FIGURA Página
1. Fluxograma teórico e simplificado sobre os efeitos do espaçamento entre
as linhas de milho na competitividade da cultura com plantas daninhas e
no rendimento de grãos ............................................................................... 27
2. Capacidade competitiva de plantas de milho na linha de semeadura
devido à redução do espaçamento entre as linhas (A: 40 cm; B: 80 cm),
para a mesma densidade populacional........................................................ 29
3. Capacidade competitiva de plantas de milho por luz devido ao melhor
arranjo espacial para uma mesma densidade populacional (A: 40 cm; B:
80 cm) .......................................................................................................... 30
4. Variação teórica da produção por unidade de planta (g planta
-1
) e por
unidade de área (kg ha
-1
) em função da densidade populacional................ 34
5. Esquematização da parcela experimental no espaçamento de 45 cm
entre as linhas de milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).................................. 47
6. Esquematização da parcela experimental no espaçamento de 90 cm
entre as linhas de milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).................................. 48
7. Umidade relativa do ar média e precipitação pluvial, por decêndio,
registrados durante a condução do experimento. Selvíria MS, Brasil
(2009)........................................................................................................... 51
8. Temperatura mínima, máxima e média do ar e velocidade do vento, por
decêndio, registrados durante a condução do experimento. Selvíria
MS, Brasil (2009).......................................................................................... 52
9. Florescimento feminino de híbridos em função de população de plantas
na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................... 64
10. Graus-dia acumulados pelos híbridos de milho no período emergência-
florescimento feminino. Selvíria – MS, Brasil (2009).................................... 65
11. Acamamento de planta em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................................... 67
12. Quebramento de planta em função de população de plantas na cultura
do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .......................................................... 68
13. Altura de inserção de espiga em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .............................................. 73
15
14. Diâmetro de colmo em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................................... 75
15. Comprimento de espiga em função de população de plantas na cultura
do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .......................................................... 79
16. Diâmetro de espiga de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .............................................. 82
17. Diâmetro de sabugo em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................................... 83
18. Comprimento de grão de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .............................................. 85
19. Número de fileiras de grãos por espiga de híbridos em função de
população de plantas na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009)....... 87
20. Prolificidade em função de população de plantas na cultura do milho.
Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................................................... 88
21. Massa de cem grãos em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................................... 90
22. Rendimento de grãos de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009) .............................................. 96
16
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE Página
A. Vista geral da área experimental com os sulcos de semeadura
previamente abertos e distribuição do fertilizante (esquerda) e detalhe do
mecanismo sulcador de hastes (direita). Selvíria – MS, Brasil (2009) ......... 122
B. Semeadura manual dos híbridos (esquerda) e detalhe da matraca
utilizada (direita). Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................. 122
C. Parcela experimental com linhas de semeadura no espaçamento de 45
cm (esquerda) e no espaçamento de 90 cm entre as linhas (direita), aos
13 dias após a semeadura. Selvíria – MS, Brasil (2009).............................. 123
D. Detalhe da linha de semeadura com a presença de duas plantas por
cova aos 8 dias após a semeadura (esquerda) e detalhe do desbaste de
plantas aos 27 dias após a semeadura (direita). Selvíria MS, Brasil
(2009)........................................................................................................... 123
E. Vista geral da área experimental na ocasião da adubação nitrogenada
aos 20 dias após a semeadura (esquerda) e plantas no florescimento
pleno aos 60 dias após a semeadura (direita). Selvíria MS, Brasil
(2009)........................................................................................................... 124
F. Vista geral da área experimental sendo irrigada por aspersão por
sistema de irrigação do tipo pivô central, aos 43 dias após a semeadura.
Selvíria – MS, Brasil (2009).......................................................................... 124
G. Colheita manual do milho aos 130 dias após a semeadura (esquerda) e
acondicionamento das espigas sobre bancadas, em local sombreado e
ventilado (direita). Selvíria – MS, Brasil (2009) ............................................ 125
17
1. INTRODUÇÃO
O milho representa um dos principais e mais tradicionais cereais cultivados
em todo o Brasil, ocupando de maneira crescente posições significativas quanto ao
valor da produção agropecuária, especialmente nos sistemas de produção mais
aprimorados baseados na semeadura direta e na rotação de culturas. Com o
crescente aumento do consumo mundial de milho, tanto para consumo humano
quanto animal e atualmente para atender a demanda energética, existe uma pressão
cada vez maior para o aumento do rendimento de grãos desse cereal. Contudo, o
rendimento de grãos do milho é uma variável complexa e depende da interação
entre fatores genéticos, ambientais, particularmente da radiação solar (ARGENTA;
SILVA; SANGOI, 2001) e de manejo. No Brasil, o rendimento médio do milho é muito
baixo, em decorrência de fatores ligados à fertilidade do solo, arranjo espacial de
plantas (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004), uso de genótipos e práticas de
manejo inadequadas (SANGOI et al., 2006).
A manipulação do arranjo espacial de plantas (forma como as plantas estão
distribuídas na área) pela alteração no espaçamento e na densidade de plantas na
linha tem sido apontada como uma das práticas de manejo mais importantes para
maximizar o rendimento de grãos do milho, pela otimização do uso de fatores de
produção como água, luz e nutrientes (ARGENTA et al., 2001; DEMÉTRIO, 2008).
Não há uma recomendação singular de densidade de semeadura ideal para todas
as condições, pois a densidade ótima varia dependendo de fatores ambientais, da
região e época de semeadura, sistema de cultivo, fertilidade do solo, disponibilidade
hídrica, escolha do genótipo (NOVAIS, 1970; PEREIRA, 1991), entre outros.
Recentemente, estudos objetivando a determinação do melhor arranjo espacial de
18
plantas, nessa cultura, têm sido discutidos com maior frequência, decorrente das
variações morfológicas e genéticas apresentadas pelos híbridos atuais e do
surgimento de novos genótipos e técnicas de manejo para a cultura (PEREIRA
FILHO; OLIVEIRA; CRUZ, 1998), utilizando-se híbridos com elevado potencial
produtivo (SILVA; ARGENTA; REZERA, 1999; ALMEIDA et al., 2000).
Especificamente para o milho, sob condições de densidade excessiva de plantas,
pode ocorrer defasagem entre pendoamento e espigamento, resultando em menor
polinização (RODRIGUES; GUADAGNIN; PORTO, 2009) e reduzindo o número de
grãos por espiga. Teoricamente o melhor arranjo de plantas é aquele que
proporciona uma distribuição mais uniforme das plantas na linha de semeadura,
possibilitando melhor utilização da luz, água e nutrientes (RIZZARDI; BOLLER;
DALLOGLIO, 1994).
A obtenção de novos híbridos, cada vez mais produtivos, gera a
necessidade de avaliá-los em grande amplitude de condições edafoclimáticas
(CARDOSO et al., 2003), demandando por práticas de manejo mais adequadas para
maximizarem o seu potencial produtivo. Normalmente, a determinação do melhor
arranjo espacial de plantas é feita após a obtenção de novos híbridos que, por
motivos de praticidade, ainda não foram submetidos a avaliações mais detalhadas
nesse aspecto. Em contrapartida, informações para quantificar o efeito do aumento
da população de plantas sobre a cultura o essenciais e ao mesmo tempo
escassas no Brasil (SANGOI; GRACIETTI; BIANCHETTI, 2002; MOLIN, 2000). A
despeito da carência de informações, alguns agricultores têm adotado, com sucesso,
populações de plantas de até 72.000 plantas ha
-1
e espaçamento de 40 cm entre as
linhas (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004).
Em virtude das modificações introduzidas nos genótipos de milho mais
recentes, tais como menor altura de planta e de inserção de espiga, menor
esterilidade de plantas, menor duração do subperíodo pendoamento-espigamento,
plantas com folhas de angulação mais ereta e elevado potencial produtivo, torna-se
necessário reavaliar as recomendações de práticas de manejo para esta cultura
(ARGENTA et al., 2001), dentre elas, o melhor arranjo espacial de plantas.
Diante do exposto, propôs-se o presente estudo com o objetivo de verificar o
melhor arranjo espacial de plantas, em dois espaçamentos entre as linhas, para
cinco híbridos de milho.
19
2. REVISÃO DE LITERATURA
2.1. Importância econômica da cultura do milho
O milho é uma das culturas mais importantes no mundo em função de seu
rendimento de grãos, composição química e valor nutritivo (FANCELLI; DOURADO
NETO, 1996), sendo utilizado na alimentação animal na forma in natura (forragem
conservada para o período de seca e fabricação de farelos). Fornece também
produtos para a alimentação humana (amido, farinha, óleo, etc.) e matérias-primas
para a agroindústria, principalmente devido à quantidade de reservas acumuladas
nos grãos e produção de etanol (DEMÉTRIO, 2008).
A importância econômica da cultura é caracterizada pelas diversas formas
de sua utilização, sendo que o uso do milho em grão como alimentação animal
representa a maior parte do consumo desse cereal (cerca de 70% no mundo). Nos
Estados Unidos, cerca de 50% é destinado a este fim, enquanto que no Brasil, varia
de 60 a 80%, dependendo da fonte da estimativa e de ano para ano (FANCELLI;
DOURADO NETO, 2004).
O milho é uma das espécies mais eficientes na conversão de energia
radiante em fitomassa, visto que uma semente de 260 mg pode resultar, em um
período de 140 dias, em até 250 g de grãos por planta (FANCELLI, 2000). Isto é
importante para o Brasil, que está situado em uma região tropical, fato que facilita o
aproveitamento da luz solar. Outro ponto relevante é aproveitar o grande potencial
que a espécie tem, que uma parcela representativa da população brasileira ainda
vive em condições de desnutrição.
20
O mercado mundial de milho é abastecido basicamente por três países: os
Estados Unidos, a Argentina e o Brasil (USDA, 2010). A principal vantagem dos
Estados Unidos e da Argentina, em relação ao Brasil, é de terem uma logística
favorável, que no caso dos Estados Unidos pode ser decorrente das excelentes
estruturas de transporte e da Argentina pela proximidade dos portos. O Brasil
participa deste mercado, porém, a instabilidade cambial e a deficiências da estrutura
de transporte até os portos têm prejudicado o País na presença mais constante no
comércio internacional de milho.
No Brasil, o milho destaca-se como produto de grande volume produzido,
respondendo pelo segundo maior volume de produção, sendo superado apenas pela
soja (SOUZA; BRAGA, 2004). Na safra 2008/2009, a produção mundial de milho foi
de 791,3 milhões de toneladas. O Brasil produziu 51 milhões de toneladas do grão
nesta safra (milho total: primeira e segunda safra), sendo o terceiro maior produtor
mundial, depois dos Estados Unidos (primeiro lugar) e China (segundo lugar)
(USDA, 2010). A produção em torno de 51 milhões de toneladas foi devido,
sobretudo, ao bom rendimento de grãos na segunda safra no Estado de Mato
Grosso e diminuiu o impacto causado pelas quebras de safra nos Estados da região
Sul do Brasil (principalmente o Paraná e Mato Grosso do Sul), e a frustração na
expectativa de exportação, onde era esperado inicialmente um volume em torno de
9 milhões de toneladas (CONAB, 2009). Considerando a produção total nacional de
51 milhões de toneladas do grão obtida em 14,1 milhões de hectares na safra de
2008/2009, o Estado do Paraná liderou o ranking nacional com um volume de 11,1
milhões de toneladas, seguido de Mato grosso (8,1 milhões de toneladas), de Minas
Gerais (6,4 milhões de toneladas) e de Goiás (4,9 milhões de toneladas).
O milho é cultivado em praticamente todo o território brasileiro, sendo que
somente na última safra (2008/2009), 88% da produção total se concentrou nas
regiões Sul (36%), Centro Oeste (31%) e Sudeste (21%) (CONAB, 2010). Segundo
Matoso et al. (2006), dado ao baixo preço de mercado do milho, os custos de
transporte afetam muito a remuneração da produção obtida, principalmente em
regiões distantes dos pontos de consumo, reduzindo o interesse no deslocamento
da produção a maiores distâncias ou em condições que a logística de transporte é
desfavorável.
A produção de milho no Brasil tem-se caracterizado pela divisão em duas
épocas de semeadura. A semeadura de verão ou primeira safra é realizada na
21
época tradicional, durante o período chuvoso, que varia entre fins de agosto na
Região Sul até os meses de outubro a novembro no Sudeste e no Centro Oeste do
País. A segunda safra, também chamada de safrinha, é caracterizada pela
semeadura entre os meses de janeiro e fevereiro (março e mais adiante em
sistemas irrigados, com rendimentos semelhantes à primeira época), após a colheita
da safra normal (quase sempre depois da soja precoce), visando o aproveitamento
das chuvas remanescentes antes do período da seca, com predomínio na região
Centro Oeste e nos Estados do Paraná e São Paulo. Essa modalidade de cultivo
tem adquirido importância nos últimos anos em consequência das poucas
alternativas econômicas viáveis para a safra de outono/inverno, constituindo-se em
instrumento fundamental para o complemento no abastecimento do milho no País
(SHIOGA; OLIVEIRA; GERAGE, 2004).
Apesar de apresentar um potencial produtivo menor que a do milho
semeado na primeira safra (DUARTE, 2004), nos Estados de Mato Grosso e Mato
Grosso do Sul, a produção na safrinha é a principal. No ano agrícola de 2008/2009,
a área brasileira cultivada com milho de segunda safra atingiu 4,9 milhões de
hectares, sendo que somente Mato Grosso cultivou 1,5 milhões de hectares neste
ano e obteve um rendimento médio de grãos em torno dos 5.000 kg ha
-1
(CONAB,
2010).
A cultura do milho tem apresentado importantes mudanças tecnológicas,
com aumentos significativos no rendimento de grãos (RAIJ et al., 1996). Nos últimos
20 anos, a área brasileira cultivada com milho praticamente se manteve estagnada e
os ganhos de produção se devem ao aumento do rendimento de grãos, com
destaque para a região do Cerrado (SOUZA; BRAGA, 2004). Conforme o quinto
levantamento de intenção de plantio de grãos, realizado em fevereiro de 2010, a
estimativa para a safra 2009/2010 (milho total), é que sejam produzidas em torno de
50,3 milhões de toneladas em 12,9 milhões de hectares, obtendo rendimento médio
de 3.984 kg ha
-1
(CONAB, 2010), representando pequena redução na área cultivada
em relação à safra anterior.
Em contraste com a produção total, que é a terceira do mundo e representa
6% da oferta mundial, o rendimento de grãos dio nacional é muito baixo quando
comparado aos rendimentos superiores a 15.000 kg ha
-1
obtidos por Argenta et al.
(2003), Sangoi et al. (2003) e por Forsthofer (2004), em trabalhos de pesquisa
conduzidos nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina ou aos
22
rendimentos de 10.000 a 12.000 kg ha
-1
registrados em lavouras comerciais
conduzidas sob alto nível de manejo, no Estado do Paraná. Carvalho (2007) cita que
algumas lavouras brasileiras chegam a ultrapassar o rendimento médio de grãos
obtido pelos Estados Unidos na safra 2005, que foi de 9.947 kg ha
-1
.
O rendimento médio de grãos do milho nacional não reflete o bom nível
tecnológico alcançado por boa parte dos agricultores brasileiros voltados para
lavouras comerciais, uma vez que as médias são obtidas nas mais diferentes
regiões, em lavouras com diferentes sistemas de cultivos, finalidades (DEMÉTRIO,
2008) e nível tecnológico. De modo geral, o baixo rendimento de grãos das lavouras
de milho no Brasil ocorre em função de uma densidade inadequada de plantas por
unidade de área, fatores ligados à fertilidade do solo e ao arranjo espacial de plantas
(FANCELLI; DOURADO NETO, 2004). Para Sangoi et al. (2006), são decorrentes do
uso de genótipos e práticas de manejo inadequadas.
2.2. Aspectos gerais da cultura do milho
O milho é uma cultura anual, que apresenta plantas robustas,
monocotiledôneas, pertencente à divisão Magnoliophyta, classe Liliopsida,
subclasse Commelinidae, ordem Poales, família Poaceae, subfamília Panicoideae,
tribo Andropogonea, gênero Zea, sendo o nome científico da espécie Zea mays (L.).
Mundialmente, o milho é cultivado entre as latitudes 58° Norte e 40° Sul,
distribuído nas mais diversas altitudes, encontrando-se desde localidades situadas
abaixo do nível do mar até regiões com mais de 2.500 m de altitude (FANCELLI;
DOURADO NETO, 2004). Porém, para se desenvolver, o milho necessita de calor e
umidade adequada, uma vez que é uma cultura de origem tropical. Em regiões de
clima subtropical, os fatores ambientais como as variações na disponibilidade
térmica e de radiação solar, exercem grande influência sobre o desenvolvimento
fenológico do milho. A temperatura do ar é o elemento meteorológico que melhor
explica a duração dos períodos de desenvolvimento desta cultura, havendo relação
linear entre a duração destes períodos e o desenvolvimento da planta (LOZADA;
ANGELOCCI, 1999).
O ciclo da cultura varia entre 100 e 180 dias, em função da caracterização
dos genótipos (superprecoce, precoce e tardio) e pode apresentar variações com a
23
temperatura, conforme ressaltado por Rezende et al. (2004). Quando as
temperaturas médias durante o período de crescimento são superiores a 20 ºC, o
ciclo dos genótipos precoces varia de 80 a 110 dias, enquanto que o ciclo dos
genótipos médios variam de 110 a 140 dias para atingir a fase de maturidade
fisiológica. Quando as temperaturas médias são inferiores a 20 ºC, o ciclo aumenta
de 10 a 20 dias para cada 0,5 ºC de diminuição de temperatura, dependendo do
híbrido, ressaltando que a 15 ºC o ciclo da cultura do milho varia de 200 a 300 dias.
De acordo com Salisbury & Ross (1992), o milho, por ser uma planta de
metabolismo C4, apresenta características fisiológicas favoráveis de acordo com a
eficiência da conversão do gás carbônico da atmosfera em compostos orgânicos
como o carboidrato. Isso ocorre porque no processo fotossintético destas plantas o
CO
2
é continuamente concentrado nas células da bainha vascular das folhas (fonte)
sendo redistribuído para locais onde serão estocados ou metabolizados (dreno).
Esta relação fonte-dreno pode ser alterada pelas condições de solo, clima, estádio
fisiológico e nível de estresse da cultura.
Ao redor do período da antese, geralmente a produção de fotoassimilados
do milho é maior que aquela demandada pelos órgãos reprodutivos (DUNCAN,
1975), sendo o seu excesso armazenado como reserva, principalmente nos colmos
e bainhas. Posteriormente, durante o período de crescimento intenso dos grãos, se
a produção de fotoassimilados for insuficiente para atender a demanda dos grãos,
as reservas podem ser remobilizadas e utilizadas como fonte suplementar
(TOLLENAAR, 1977; MACHADO et al., 1982). Desta forma, para Tollenaar (1977) e
Ruget (1993), o colmo é uma importante estrutura de armazenamento temporário de
açúcares nas primeiras semanas após a fertilização dos grãos, quando a capacidade
fotossintética da planta é máxima e a demanda da espiga por fotoassimilados é
pequena. Pode-se então dizer que o eficiente transporte de materiais produzidos e
acumulados nas folhas, em direção aos grãos em formação, é de grande
importância para garantir alto rendimento de grãos. No entanto, havendo um dreno
forte, é possível alcançar rendimentos satisfatórios mesmo com efeito da competição
intra e interespecífica das plantas, causadas pelo aumento da densidade
populacional e diminuição do espaçamento entre as linhas, mediante a redistribuição
de assimilados acumulados em outros órgãos da planta.
Neste contexto, Rajcan & Tollenaar (1999) acreditam que os colmos o
estruturas modeladoras de grande importância para a definição do rendimento dos
24
grãos quando a planta passa por qualquer tipo de estresse na fase reprodutiva. Isto
significa dizer que o colmo pode atuar como órgão equilibrador da limitação de fonte,
promovendo a remobilização dos carboidratos de reserva armazenados até o início
do enchimento dos grãos.
O rendimento de grãos do milho é uma variável complexa e depende de
fatores genéticos, ambientais e de manejo. Dessa forma, o potencial produtivo do
milho pode ser melhor explorado pela adoção e implementação criteriosa de
aspectos técnicos como: (i) escolha de genótipo melhor adaptado às condições de
cultivo; (ii) época de semeadura preferencial para a região; (iii) emprego de
espaçamento e densidade de semeadura que proporcionem populações de plantas
compatíveis com a tecnologia empregada; (iv) controle eficiente de plantas daninhas;
e (v) manejo adequado do solo.
2.3. Espaçamento entre as linhas de milho
Para minimizar a competitividade de plantas de milho na linha de
semeadura, tem se utilizado a redução do espaçamento entre as linhas, o que
permite melhor arranjo espacial de plantas, aumentando a eficiência na
interceptação da luz (FLÉNET et al., 1996), decorrente do aumento da produção
fotossintética líquida (BULLOCK; NIELSEN; NYQUIST, 1988), especialmente em
altas densidades populacionais (SANGOI; SILVA, 2005; SHIOGA, 2005; ALVAREZ;
VON PINHO; BORGES, 2006). A utilização de espaçamentos reduzidos e o
aumento da população de plantas em híbridos de milho de menor porte
proporcionam aumento do número de espigas colhidas, e consequentemente, do
rendimento de grãos (MEROTTO JÚNIOR; ALMEIDA; FUCHS, 1997).
A adoção do espaçamento reduzido e da maior densidade de plantas na
cultura do milho vêm sendo estudado muito tempo, porém apenas
recentemente vem sendo utilizada de forma mais ampla pelos agricultores.
Resultados de ensaios conduzidos nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do
Brasil relatam ganhos de rendimento de grãos de até 14% com a adoção desta
prática (VILARINHO, 2005). No Brasil, sistemas agrícolas irrigados que utilizam alto
investimento têm registrado resultados satisfatórios em rendimento de grãos de
milho pela adoção de espaçamentos de 60 a 70 cm entre as linhas e maiores
25
populações de plantas por unidade de área. Murphy et al. (1996) consideram a
utilização do espaçamento reduzido como importante prática cultural na
determinação do rendimento de grãos do milho.
Tradicionalmente, o espaçamento adotado pela maioria dos agricultores
brasileiros de milho concentra-se entre 80 e 90 cm entre as linhas, devido
principalmente, à inadequação das colhedoras em sistemas que adotam
espaçamentos inferiores a 80 cm (FANCELLI; DOURADO NETO, 2004). Mas
atualmente, a redução no espaçamento e o aumento da densidade de plantas é uma
realidade na cultura do milho no Brasil, encontrando-se no mercado plataformas
adaptáveis às colhedoras, que realizam a colheita em espaçamentos de até 45 cm
entre as linhas (CRUZ et al., 2007).
O interesse em cultivar milho utilizando espaçamentos de 40 a 60 cm entre
as linhas tem crescido nos últimos dez anos nas diferentes regiões produtoras do
Brasil, principalmente pelos agricultores que utilizam populações superiores a 50.000
plantas ha
-1
e alcançaram rendimentos de grãos superiores a 7.000 kg ha
-1
(PEREIRA, 2006). O desenvolvimento de híbridos mais tolerantes a altas
densidades populacionais, o maior número de herbicidas disponíveis para o controle
seletivo de plantas invasoras e a maior agilidade da indústria de máquinas agrícolas
no desenvolvimento de equipamentos adaptados ao cultivo do milho com linhas
mais próximas, tem aumentado a adoção desta prática cultural (BERNARDON,
2005).
A redução do espaçamento entre as linhas propicia distribuição mais
uniforme entre as plantas por área de cultivo. De acordo com Palhares (2003), isso
reduz a competição pelos recursos do ambiente, otimizando a sua utilização. O
arranjo espacial mais favorável de plantas por área devido à aproximação das linhas
estimula as taxas de crescimento da cultura no início de seu ciclo, incrementa a
interceptação da luz incidente no dossel e aumenta a eficiência de seu uso. O
desenvolvimento antecipado da cultura, além de aumentar o rendimento de grãos e
tornar a cultura mais resistente a possíveis estresses ambientais e ataques de
pragas e doenças que possam acontecer no futuro (NUMMER FILHO;
HENTSCHKE, 2006), aumenta a competitividade com as plantas daninhas
(TEASDALE, 1995; PAES; ZITO, 2006), reduzindo a dependência de uso de
herbicidas (PAES; ZITO, 2006).
26
O espaçamento reduzido proporciona maior operacionalidade aos
agricultores que trabalham com soja, milho e feijão, pois as semeadoras não
necessitam de serem alteradas na mudança de cultivo. Essa vantagem torna-se
importante para agricultores que possuem apenas uma semeadora e necessitam
semear milho, soja e feijão em curto período de tempo. Tem-se também, uma
melhor distribuição das sementes no sulco de semeadura, devido à menor
velocidade de trabalho dos sistemas distribuidores de sementes e distribuição de
fertilizantes em maior quantidade de metros por hectare, o que melhora o
aproveitamento dos nutrientes e reduz a possibilidade de efeitos salinos fitotóxicos
às sementes (BALBINOT JÚNIOR; FLECK, 2005a). Maior eficiência das plantas na
absorção de água e nutrientes e melhor qualidade de semeadura também são
outras vantagens obtidas com a adoção de menores espaçamentos entre as linhas
de milho (DUPONT; PIONEER, 2003).
Devido a maior velocidade de sombreamento do solo, observada em
semeaduras com espaçamento reduzido (EMYGDIO; TEIXEIRA, 2008), especula-se
que haja menores perdas de água por evaporação. Outro ponto importante é que
alguns agricultores relatam que, ao reduzirem o espaçamento, ocorre redução na
altura das plantas de milho e, consequentemente, diminuição de acamamento e
quebramento de colmos. Todavia, os dados de pesquisas conseguidos na região Sul
do Brasil indicam que as mudanças de espaçamentos entre as linhas não interferem
na altura de planta (ARGENTA et al., 2001; SANGOI et al., 2001; BALBINOT
JÚNIOR; FLECK, 2005b) e sobre a altura de inserção da primeira espiga (ARGENTA
et al., 2001). Nesse sentido, a redução do espaçamento pode diminuir o
acamamento e a quebra de colmos, mas devido a outros motivos, como por
exemplo, maior sustentação da planta por raízes e/ou maior diâmetro de colmo.
Num trabalho conduzido por Vazquez & Silva (2002), onde foi avaliado o
desempenho do híbrido simples AG 9010 (híbrido moderno de ciclo superprecoce)
sob quatro espaçamentos (46; 71; 82 e 93 cm entre as linhas) em população de
72.000 plantas ha
-1
, o foram observadas diferenças em relação à altura de
inserção de espigas, enquanto que, sob o espaçamento de 46 cm, a altura da planta
foi significativamente maior em relação ao espaçamento de 71 cm. O rendimento de
grãos médio no espaçamento de 46 cm foi estatisticamente superior àquele obtido
no espaçamento de 82 cm entre as linhas (19,4% de aumento).
27
Conforme Balbinot Júnior & Fleck (2004), a competição pode ocorrer entre
plantas da mesma espécie, caracterizando a competição intraespecífica, ou entre
diferentes espécies, gerando a competição interespecífica. Mudança no
espaçamento entre as linhas de milho altera, principalmente, a competição
intraespecífica e, por consequência, outros efeitos são observados na cultura (Figura
1). Observa-se que a melhor distribuição de folhas e raízes, decorrente da adoção
de espaçamento reduzido, confere ao milho maior capacidade de interceptação de
radiação solar e aproveitamento de água e nutrientes, ocupando o espaço mais
rapidamente, o que diminui a disponibilidade de recursos ao crescimento e
desenvolvimento das plantas concorrentes. Desse modo, em algumas situações,
mesmo que a redução do espaçamento não resulte em aumento no rendimento de
grãos, sua adoção pode justificar-se pelo aumento na competitividade da cultura
com plantas daninhas devido a maior quantidade de radiação solar que o milho
intercepta (TEASDALE, 1995).
Espaçamento entre as
linhas de milho
Distribuição espacial das
plantas
Distribuição espacial
das folhas
Intracompetição
em milho
Distribuição espacial
das raízes
Interceptação de
radiação solar
Intercompetição com
plantas daninhas
Aproveitamento de
água e nutrientes
Fotossíntese
Rendimento de grãos
Figura 1. Fluxograma teórico e simplificado sobre os efeitos do espaçamento entre
as linhas de milho na competitividade da cultura com plantas daninhas e
no rendimento de grãos.
Fonte: Balbinot Júnior & Fleck (2004).
28
Em adição, plantas de milho submetidas à deficiência de nitrogênio e
semeadas em espaçamento de 35 cm entre as linhas apresentaram rendimento de
grãos 47% superior ao observado em espaçamento de 70 cm (BARBIERI et al.,
2000). No entanto, sob condição de suplementação de nitrogênio, a diferença em
rendimento de grãos foi de 10% em favor do menor espaçamento. Esses dados
indicam que, em situações em que os recursos do ambiente (água, radiação solar e
nutrientes) são escassos, a redução do espaçamento exerce efeitos mais
pronunciados sobre o rendimento de grãos da cultura do que em situações em que o
suprimento de recursos seja adequado.
De acordo com Balbinot Júnior & Fleck (2005a), diversos trabalhos têm
mostrado uma tendência de maiores rendimentos de grãos com a adoção de
menores espaçamentos entre as linhas, principalmente com milho de ciclo
superprecoce e de porte baixo. No entanto, a existência de alguns resultados
contraditórios na literatura podem ser atribuídos a diversos fatores, entre os quais, o
nível de rendimento obtido, o tipo de híbrido, a densidade de plantas, as
características climáticas da região e o nível de fertilidade do solo.
Segundo Palhares (2003) e Silva et al. (2006), a redução do espaçamento
também apresenta algumas limitações, sendo por isso, necessário serem avaliados
tanto os aspetos agronômicos como os econômicos. Uma das maiores dificuldades
para sua implantação se refere aos ajustes necessários na aplicação de tratos
culturais durante o ciclo da planta e, principalmente, na operação de colheita, pois as
plataformas usuais de corte das colhedoras o ajustadas ao recolhimento de
espigas entre 70 e 90 cm entre as linhas. Desta forma, a redução do espaçamento
entre as linhas gera a necessidade de aquisição de máquinas e de equipamentos
novos ou de adaptação das existentes.
Genótipos que apresentam ciclo superprecoce e baixa estatura respondem
mais intensamente à redução do espaçamento entre as linhas, enquanto genótipos
de ciclo normal e elevada altura apresentam menor resposta, provavelmente porque
mesmo em espaçamentos maiores, esse tipo de planta ocupa rapidamente os
espaços entre as linhas de milho (ARGENTA et al., 2001; ARGENTA; SILVA;
SANGOI, 2001; FLESCH; VIEIRA, 2004). Teoricamente, o aumento do rendimento
de grãos, decorrente da redução do espaçamento, seria mais evidente em elevadas
populações de plantas, que em espaçamentos e populações elevadas (alta
concentração de plantas na linha), a competição intraespecífica seria maior.
29
Contudo, Argenta et al. (2001) avaliando a resposta dos híbridos simples de milho
Cargill 901 (ciclo superprecoce) e Braskalb XL 214 (ciclo precoce) em populações de
50.000 e 65.000 plantas ha
-1
, à redução do espaçamento (40; 60; 80 e 100 cm entre
as linhas) em Eldorado do Sul RS durante o ano agrícola de 1998/99, verificaram
na densidade de 50.000 plantas ha
-1
, aumento linear no rendimento de grãos dos
dois híbridos à medida que se reduziu o espaçamento, enquanto que com 65.000
plantas ha
-1
esse efeito não ocorreu. Assim, os dados ainda são insuficientes para
uma conclusão definitiva acerca da relação do espaçamento entre as linhas e o
rendimento do milho.
Independentemente do espaçamento utilizado, existe uma competição
intraespecífica entre as raízes por nutrientes e água no solo. Quando se reduz o
espaçamento, a competição entre as plantas de milho na linha de semeadura
também é reduzida (Figuras 2A e 2B). Observa-se melhor distribuição espacial de
plantas no espaçamento reduzido (40 cm entre as linhas) (NUMMER FILHO;
HENTSCHKE, 2006).
Figura 2. Capacidade competitiva de plantas de milho na linha de semeadura devido
à redução do espaçamento entre as linhas (A: 40 cm; B: 80 cm), para a
mesma densidade populacional.
Fonte: Nummer Filho & Hentschke (2006).
Nummer Filho & Hentschke (2006) ressaltam que o maior benefício
alcançado com o espaçamento reduzido é o aumento da interceptação da luz no
início do desenvolvimento da cultura devido ao melhor arranjo espacial das plantas
na área. Ou seja, para uma mesma população, a redução do espaçamento melhora
a distribuição de plantas na mesma área, facilitando a penetração da luz. No
30
espaçamento de 80 cm entre as linhas, ocorre o sombreamento das plantas na
mesma linha enquanto que grande quantidade de luz é perdida uma vez que atinge
o solo e não as plantas. no espaçamento reduzido (40 cm entre as linhas), a luz
atinge um maior numero de plantas e não ocorre o sombreamento entre plantas da
mesma linha de semeadura (Figuras 3A e 3B). Neste sentido, a utilização de
espaçamento reduzido constitui-se numa prática de manejo de plantas daninhas na
cultura do milho. Além disso, em condições de reduzida luminosidade e precipitação
pluvial e deficiência de nutrientes, as plantas cultivadas em espaçamentos reduzidos
podem apresentar maior aproveitamento dos recursos limitados.
Figura 3. Capacidade competitiva de plantas de milho por luz devido ao melhor
arranjo espacial para uma mesma densidade populacional (A: 40 cm; B:
80 cm).
Fonte: Nummer Filho & Hentschke (2006).
Considerando a arquitetura dos híbridos modernos, que possuem menor
altura de plantas e de inserção das espigas, maior ou menor angulação de folhas,
maior potencial produtivo, menor número de folhas, folhas mais eretas e menor área
foliar, minimizando a competição por luz, a redução do espaçamento pode ser uma
31
prática adequada (ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001), além de permitir a utilização
de uma maior população de plantas. De acordo com Fornasieri Filho (2007), a partir
de 1970, os melhoristas passaram a se preocupar com estudos sobre arquitetura da
planta, baseados na premissa de que as plantas de menor porte, com folhas
eretófilas, permitiriam uma semeadura mais adensada, com maior capacidade
fotossintética e, assim, maior rendimento de grãos.
2.4. Densidade populacional
Basicamente, o arranjo espacial de plantas (forma como as plantas estão
distribuídas na área) pode ser manipulado pelas alterações na densidade, no
espaçamento entre as linhas e na distribuição de plantas na linha (ARGENTA;
SILVA; SANGOI, 2001; SANGOI et al., 2001), sendo que o manejo da densidade
populacional é a que tem maior efeito no rendimento de grãos do milho, que
pequenas alterações na população implicam modificações relativamente grandes no
rendimento final da cultura (SILVA et al., 2006).
O estande afeta a arquitetura das plantas, altera o crescimento e o
desenvolvimento e influencia na produção de fotoassimilados (ALMEIDA; SANGOI,
1996). Isto ocorre porque o milho não possui mecanismos eficientes de
compensação de espaços, pois seu perfilhamento é escasso e pouco efetivo, sua
capacidade de expansão foliar é limitada, bem como a sua prolificidade (ANDRADE
et al., 1999) e estrutura floral monoica (SILVA et al., 2006). Emygdio & Teixeira
(2008) ressaltam que o número de grãos por espiga e o peso do grão, não têm
plasticidade suficiente para compensar possíveis reduções no número de plantas e,
consequentemente, de espigas por área, provocadas por estandes inadequados de
plantas. As características de perfilhamento pobre e ausência de ramificação fazem
da planta de milho, a poácea mais sensível à variação da densidade de semeadura
(SANGOI; SILVA, 2005). Portanto, a escolha adequada do arranjo de plantas pode
favorecer a interceptação da radiação solar recebida pela cultura.
Para Johnson, Hoverstad & Greenwald (1998), a elevação do rendimento de
grãos, proporcionada pelo melhor arranjo populacional, é atribuída à melhor
eficiência na interceptação de radiação solar e ao decréscimo da competição entre
plantas por luz, água e nutrientes, em virtude da distribuição mais equidistante das
32
plantas. De maneira condizente, Laüer (1994) e Sangoi (2001) mencionam que
plantas espaçadas de forma equidistante na linha de semeadura competem
minimamente pelos fatores de produção. A interceptação da radiação
fotossinteticamente ativa exerce grande influência no rendimento de grãos da cultura
do milho (MADDONNI; OTEGUI; CIRILO, 2001) e o rendimento de uma comunidade
pode ser incrementada maximizando sua eficiência fotossintética (MARCHÃO;
BRASIL; XIMENES, 2006). Após a floração, o fluxo de fotoassimilados dentro da
planta é direcionado prioritariamente aos grãos. Quando o aparato fotossintético não
produz carboidratos em quantidade suficiente para a manutenção de todos os
drenos leva os tecidos da raiz e da base do colmo a senescerem precocemente,
fragilizando estas regiões (TOLLENAAR; McCULLOUGH; DWYER, 1994).
A escolha adequada do arranjo espacial melhora a interceptação da
radiação solar incidente pela comunidade de plantas de milho (SILVA et al., 2002),
bem como o aumento da densidade populacional, normalmente acima de 60.000
plantas ha
-1
(ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001). No entanto, a alta densidade
populacional causa diversas alterações fisiológicas e morfológicas no milho, com
respostas bem diferentes para cada genótipo. Densidades muito elevadas podem
reduzir a atividade fotossintética da cultura e a eficiência da conversão de
fotoassimilados em produção de grãos, proporcionando uma série de consequências
negativas para o desempenho agronômico da cultura. Primeiramente, a
diferenciação da espiga é retardada em relação à diferenciação do pendão. Espigas
diferenciadas tardiamente apresentam uma taxa reduzida de crescimento,
transformando poucos primórdios de espiguetas em floretes funcionais durante a
floração (SANGOI, 2001). Segundo Pereira (2006), em consequência disso, há um
aumento de esterilidade feminina e redução do número de grãos por espiga e do
rendimento de grãos. Para Fornasieri Filho (1992), além de o adensamento
excessivo aumentar a esterilidade feminina de plantas, uma maior competição
intraespecífica, o que estimula a dominância apical da planta, aumentando o número
de plantas sem espiga. Espigas menores, plantas com maior altura e colmos mais
finos são resultantes da utilização de alta densidade de plantas (SANGOI et al.,
2002a; PALHARES, 2003; PENARIOL et al., 2003) e juntamente com a maior
distância entre o ponto de inserção da espiga no colmo e o solo (ARGENTA et al.,
2001), contribuem para o aumento do acamamento (FORNASIERI FILHO, 1992).
Apesar de ocorrerem ganhos de rendimento de grãos com o aumento da população
33
de plantas, normalmente os componentes da produção massa de mil grãos, número
de grãos por espiga e número de espigas por planta são afetados negativamente
(SILVA; ARGENTA; REZERA, 1999; PALHARES, 2003; PENARIOL et al., 2003),
independente do ciclo do híbrido (FLESCH; VIEIRA, 2004).
Por outro lado, a utilização de baixa densidade de plantas reduz a
interceptação da radiação solar por área, favorecendo a produção de grãos por
planta (produção individual por planta é máxima), mas reduzindo o rendimento de
grãos por área (SANGOI, 2001). Além disso, a prolificidade torna-se mais elevada
(PATERNIANI, 1978), as espigas são grandes e os colmos são fortes, o que dificulta
a colheita mecanizada. Pode haver excesso de atividade da fonte em relação à
demanda, principalmente no início do enchimento dos grãos quando a força de
dreno da espiga ainda é pequena.
Alguns trabalhos mostram que densidades mais elevadas só devem ser
recomendadas sob condições de alta precipitação pluvial ou sob irrigação e com alto
nível de manejo (SILVA; ARGENTA; REZERA, 1999), pois com maior densidade
aumenta-se o índice de área foliar e, consequentemente, o consumo de água.
Enquanto isso, a utilização de populações menores é recomendada em locais
sujeitos ao déficit hídrico.
Dourado Neto, Fancelli & Lopes (2001) salientam que o rendimento de grãos
por unidade de área aumenta linearmente como o aumento da população de plantas
(fase A), até um ponto denominado “crítico”, o qual varia entre 30.000 e 90.000
plantas ha
-1
, devido à produção de grãos por unidade de planta permanecer
constante. Nessa faixa de população não competição intraespecífica. Em
populações abaixo desse ponto crítico, a produção de grãos por unidade de planta
permanece constante, pois não ocorre competição intraespecifica por água, luz e
nutrientes. Acima da população crítica, devido à competição intraespecífica, a
produção por planta decresce e o rendimento de grãos por área apresenta
comportamento quadrático (fase B), até chegar a um outro ponto, que é denominado
ponto de máxima produção por área. Desta forma, a população correspondente a
esse ponto é a população ideal para a combinação genótipo-ambiente (água,
fertilidade, entre outros fatores). Em populações além desse ponto de máxima, a
perda de produção individual é superior ao ganho com aumento de plantas por área,
proporcionando dessa forma, queda do rendimento de grãos por hectare (fase C). O
comportamento descrito pode ser observado na Figura 4.
34
Figura 4. Variação teórica da produção por unidade de planta (g planta
-1
) e por
unidade de área (kg ha
-1
) em função da densidade populacional.
Fonte: Dourado Neto, Fancelli & Lopes (2001).
O incremento na população de plantas por área, além de promover maior
competição intraespecífica pelos recursos do ambiente, reduzindo a área foliar por
planta e aumentando o sombreamento na comunidade (SANGOI; SALVADOR,
1998), estimula a elongação celular decorrente da menor oxidação das auxinas.
Ambas as características podem, dependendo da magnitude da população, reduzir a
quantidade de radiação fotossinteticamente ativa, alterando a taxa e duração do
período de enchimento dos grãos (RUGET, 1993). O efeito do incremento na
população sobre a distribuição e acúmulo de matéria seca nos grãos pode diferir em
função da exigência calórica do genótipo para florescer. Híbridos superprecoces, por
produzirem uma quantidade de fitomassa menor, são considerados mais tolerantes
ao adensamento do que os híbridos tardios (ALMEIDA; SANGOI, 1996; SANGOI,
2001). Esta afirmação tem sido feita com base no rendimento final da cultura,
havendo poucos registros de trabalhos que avaliem os efeitos da variação na
população sobre a taxa e acúmulo de matéria seca na planta de híbridos
contrastantes em ciclo, durante todo o período de enchimento dos grãos.
35
Existem trabalhos na literatura afirmando que o incremento da densidade de
plantas reduz a disponibilidade de fotoassimilados para a fase de enchimento dos
grãos e manutenção das demais estruturas do vegetal (SANGOI et al., 2000). Com o
aumento da população de plantas, redução no tamanho de espigas, diminuindo
também seu índice por planta. Entretanto compensação na produção, pelo
aumento do número de plantas por área.
Sendo o milho muito sensível às variações na densidade de plantas
(SANGOI; SILVA, 2005), para cada sistema de produção existe uma população de
plantas que maximiza o rendimento de grãos. A densidade ótima de semeadura para
a cultura do milho depende da interação entre o ambiente e o genótipo. O sistema
de produção adotado engloba as condições ambientais para o desenvolvimento e
crescimento da cultura (níveis de radiação e temperatura, nutrientes, água e manejo
fitossanitário). O genótipo, por sua vez, deve expressar suas características
morfológicas e fisiológicas no ambiente para maximizar o rendimento de grãos.
A população ideal na cultura do milho, para a obtenção de tetos produtivos,
varia de 30.000 a 90.000 plantas ha
-1
(SANGOI et al., 2001), dependendo da
disponibilidade hídrica, fertilidade do solo, genótipo, época de semeadura e
espaçamento entre as linhas. De maneira geral, a densidade populacional ótima
para um determinado híbrido corresponde ao menor número de plantas por unidade
de área que induz o maior rendimento de grãos. Portanto, esses fatores devem ser
trabalhados em conjunto (NOVAIS, 1970), possibilitando melhor utilização da luz,
água e nutrientes (RIZZARDI; BOLLER; DALLOGLIO, 1994). Assim, o rendimento
de grãos tende a aumentar com a elevação da densidade populacional, até atingir o
considerado ponto ótimo, a partir do qual decresce, conforme destacaram Dourado
Neto, Fancelli & Lopes (2001). Em populações menores ocorre certa compensação
pelo aumento no número de espigas devido à prolificidade do material e/ou variação
no tamanho da espiga, o que pode minimizar a diferença do rendimento de grãos.
Em trabalhos desenvolvidos na região Sul do Brasil, para determinar a
população ótima de plantas em híbridos de milho com elevado potencial produtivo
(MUNDSTOCK, 1977; SILVA; ARGENTA; REZERA, 1999; ALMEIDA et al., 2000),
os máximos rendimentos de grãos foram obtidos com populações iguais ou
superiores a 80.000 plantas ha
-1
. Estes resultados evidenciam que a recomendação
de até 70.000 plantas ha
-1
pode ser ampliada em ambientes favoráveis para elevar o
36
rendimento de grãos, desde que se usem híbridos tolerantes ao acamamento
(ALMEIDA et al., 2000).
O melhor arranjo espacial de plantas na área pode contribuir para a correta
exploração do ambiente e do genótipo (AMARAL FILHO, 2002). Ao definir o melhor
arranjo de plantas, a escolha do genótipo também deve ser considerada. Híbridos
tardios, de porte alto, que produzem muita massa, geralmente não se beneficiam de
menores espaçamentos. Pelo grande desenvolvimento vegetativo, logo no início do
ciclo, podem sombrear o espaço entre as linhas. os híbridos de ciclo menor, com
pouco desenvolvimento de massa, tardam a fechar os espaços entre as linhas e,
muitas vezes, nem conseguem sombrear toda a área.
2.5. Interação entre espaçamento, densidade populacional e genótipo
Com o surgimento de novos genótipos e técnicas de manejo para a cultura
do milho, numerosos estudos têm sido realizados para a determinação do melhor
espaçamento e densidade de semeadura. Os resultados encontrados variam em
função do tipo e fertilidade do solo, disponibilidade hídrica, luminosidade, genótipo,
adubações e manejo utilizado (PEREIRA FILHO; OLIVEIRA; CRUZ, 1998). Todavia,
Sangoi, Gracietti & Bianchetti (2002) consideram essenciais e ao mesmo tempo
escassos no Brasil, trabalhos que visam quantificar o efeito do aumento da
população de plantas sobre o desempenho de híbridos de milho, assim como
identificar características morfológicas, fisiológicas e fenológicas que contribuam
para tal. Da mesma forma, Molin (2000) salienta que a quantidade atual de pesquisa
disponível não permite o estabelecimento da frequência de sucesso no uso de
redução do espaçamento, visando incremento de rendimento de grãos. Para
Argenta et al. (2001), justifica-se reavaliar as recomendações de espaçamentos e
densidades de semeadura para a cultura de milho, em virtude das modificações
introduzidas nos genótipos mais recentes, tais como menor altura de planta e de
inserção de espiga, menor esterilidade de plantas, menor duração do subperíodo
pendoamento-espigamento, angulação mais ereta de folhas e elevado potencial
produtivo.
Paulo & Andrade (2003), avaliando o rendimento de grãos e outras
características agronômicas do híbrido AG 9010 submetido aos espaçamentos de 45
37
e 90 cm entre as linhas e as populações de 60.000, 70.000 e 80.000 plantas ha
-1
, no
Estado de São Paulo, o obtiveram resultados significativos na interação entre
espaçamento e densidade de plantas. No entanto, o rendimento de grãos aumentou
linearmente com o aumento da população de plantas em ambos os espaçamentos
testados.
Quando se pensa em diminuir o espaçamento entre as linhas e/ou aumentar
a densidade de plantas por área, a escolha do híbrido deve ser criteriosa
(MUNDSTOCK, 1977). A resposta dos genótipos à redução de espaçamento entre
as linhas é variável, diante da imprevisibilidade das condições ambientais ao longo
das safras (diferentes condições de temperatura, qualidade da luz, disponibilidade
de água e nutrientes) à qual as plantas são expostas, interferindo diretamente na
eficiência de conversão da radiação.
Buscando verificar o comportamento de genótipos de milho submetidos a
diferentes espaçamentos e densidades de semeadura, Resende, Von Pinho & Brito
(2002) avaliaram dez genótipos de milho em três espaçamentos (45; 70 e 90 cm
entre as linhas), combinados com três populações (55.000; 70.000 e 90.000 plantas
ha
-1
). Os resultados indicaram que o espaçamento de 70 cm entre as linhas
proporcionou rendimento de grãos 17% superior ao espaçamento de 90 cm e 33%
superior ao espaçamento de 45 cm. Porém, este último espaçamento, combinado
com 70.000 plantas ha
-1
, proporcionou rendimento médio de 4,8% superior àquele
obtido na combinação com 55.000 plantas ha
-1
. Nos espaçamentos de 70 e 90 cm,
as diferenças foram respectivamente de 5,9 e 3,9% entre as duas populações
mencionadas, podendo-se atribuí-las aos diferentes níveis de competição
intraespecífica estabelecidos para cada arranjo de plantas. Pode-se considerar que,
naquelas condições, a redução do espaçamento permitiu o aumento da população
final, induzindo incremento de rendimento de grãos. Diferenças significativas entre
os genótipos também foram observadas, indicando adaptabilidade variável em
função das características fenotípicas, dos espaçamentos e das densidades
utilizadas. A população que proporcionou maior rendimento de grãos foi a de 70.000
plantas ha
-1
, seguida pela de 90.000 plantas ha
-1
, independentemente do
espaçamento utilizado.
O trabalho conduzido por Sangoi, Gracietti & Bianchetti (2002) no Estado de
Santa Catarina teve por objetivo analisar o efeito de populações de plantas sobre o
rendimento de grãos e características agronômicas de híbridos de milho, sendo que
38
dois deles (AG 12 e AG 303, híbridos duplos das cadas de 70 e 80)
reconhecidamente apresentam arquitetura de folhas normais ou abertas, porte
médio a alto, com grande número e comprimento de folhas. O terceiro híbrido (DKB
929, híbrido simples da cada de 90), apresenta características modernas com
folhas mais curtas, eretas e em menor número, porte baixo e pendões com menor
número de ramos. Todos os híbridos foram submetidos ao mesmo espaçamento e
às populações de 25.000, 50.000, 75.000 e 100.000 plantas ha
-1
. Observou-se que a
resposta do rendimento de grãos ao incremento da população foi quadrática para
todos os híbridos testados. Os híbridos antigos AG 12 e AG 303 foram mais
produtivos do que o híbrido contemporâneo DKB 929 na menor população de
plantas testada no trabalho. Por outro lado, o híbrido moderno foi mais exigente em
população de plantas, requerendo 85.000 plantas ha
-1
para maximizar o rendimento
de grãos, enquanto que as populações ótimas para os híbridos lançados nas
décadas de 70 e 80 foram de 71.000 e 70.000 plantas ha
-1
, respectivamente. Mais
de 5% das plantas dos híbridos AG 12 e AG 303 não produziram espigas na
população de 100.000 plantas ha
-1
, enquanto que, na mesma condição, todas as
plantas do híbrido DKB 929 produziram espigas.
No Estado de Santa Catarina, Sangoi, Schmitt & Zanin (2007)
desenvolveram um trabalho com o objetivo de determinar o efeito do incremento na
população de plantas sobre a área foliar durante o enchimento de grãos e o
rendimento de grãos dos híbridos de milho AG 303 (híbrido antigo, pouco adaptado
a altas densidades) e Speed (híbrido contemporâneo, adaptado a altas densidades).
Cada híbrido foi avaliado em cinco populações, equivalentes a 25.000, 50.000,
75.000, 100.000 e 125.000 plantas ha
-1
. Verificaram que o rendimento dos dois
híbridos aumentou quadraticamente com o aumento da população e a área foliar
reduziu à medida que se elevou a população, em ambos os híbridos. Concluíram
que o híbrido Speed foi mais exigente em população de plantas para otimizar o
rendimento e apresentou senescência foliar mais lenta durante a fase de enchimento
de grãos.
Palhares (2003) conduziu um experimento no Estado de São Paulo com o
objetivo de avaliar o efeito de espaçamentos (40 e 80 cm entre as linhas) e de
populações (30.000; 60.000 e 90.000 plantas ha
-1
) sobre o rendimento de grãos de
três genótipos de milho com arquiteturas foliares distintas: DKB 911 (ereta), AG 7575
(semi-ereta) e AG 1051 (aberta). Concluiu que em alta população (90.000 plantas
39
ha
-1
), a redução de 80 para 40 cm entre as linhas teve efeito positivo no rendimento
de grãos do genótipo de arquitetura foliar aberta, devido a otimização de
interceptação da luz. Até 60.000 plantas ha
-1
, independente do genótipo, o
rendimento foi estritamente crescente com o aumento da população. Com o
aumento de 60.000 para 90.000 plantas ha
-1
: (a) o genótipo de arquitetura foliar
ereta apresentou incremento de rendimento de grãos; (b) o genótipo de arquitetura
foliar semi-ereta apresentou tendência a estabilizar o rendimento de grãos; e (c) o
genótipo de arquitetura foliar aberta apresentou tendência a estabilizar (sob
espaçamento reduzido 40 cm) ou reduzir (sob espaçamento de 80 cm) o
rendimento de grãos.
Também no Estado de São Paulo, Demétrio (2008) desenvolveu um
experimento com o objetivo de avaliar a influência de espaçamentos (45; 60 e 80 cm
entre as linhas) e de populações (30.000; 50.000; 70.000 e 90.000 plantas ha
-1
), em
dois híbridos simples de milho semiprecoce (P30K73 e P30F80), quanto ao
desempenho agronômico da cultura. Concluiu que o rendimento de grãos aumentou
com a redução do espaçamento e que o melhor arranjo espacial, para os híbridos
30K73 e 30F80, foi de 40 cm entre as linhas e de 75.000 e 80.000 plantas ha
-1
de
densidade populacional, respectivamente.
Cesaro (2009) avaliou o potencial produtivo do milho híbrido superprecoce
AGN-30A06 em espaçamentos de 45, 60 e 80 cm entre as linhas e em populações
de 60.000, 70.000 e 80.000 plantas ha
-1
, submetido a diferentes manejos de
adubação (fertilizante 9-33-12 na semeadura, nitrato de amônio na semeadura e em
cobertura). Verificou que a adubação, o espaçamento e a população de plantas
proporcionaram significativas variações no rendimento de grãos, sendo que a
utilização do espaçamento de 45 cm entre as linhas promoveu aumento do
rendimento de grãos via incremento na densidade de plantas e o maior rendimento
do híbrido foi observado com a população de 80.000 plantas ha
-1
.
2.6. Híbridos e arquitetura de plantas de milho
A arquitetura foliar é a característica morfológica que mais influencia a
resposta do genótipo à densidade de plantas. Em uma planta de milho, a arquitetura
foliar é representada pela interação do número de folhas, ângulo foliar, área foliar e
40
distribuição ao longo do colmo. A importância da arquitetura foliar está relacionada
com a maximização da interceptação da radiação solar pelo dossel, passo essencial
para a maximização do rendimento de grãos (SANGOI et al., 2002b). A presença de
menor número de folhas, de folhas mais eretas e de menor área foliar reduz o nível
de interferência de uma planta sobre a outra, proporcionando benefícios ao
rendimento de grãos com a utilização de maior número de plantas por área
(TOLLENAAR; AGUILERA; NISSANKA, 1997).
Duvick & Cassman (1999) atribuíram o grande avanço em rendimento de
grãos nas lavouras dos Estados Unidos à utilização de híbridos modernos que,
segundo os autores, permitiram maior uso de fertilizantes, controle mais eficiente de
plantas daninhas, avanços no manejo da cultura e principalmente aumento da
população de plantas.
Recentemente, os diferentes arranjos espaciais de plantas têm sido
discutidos com frequência, pela maior ou menor adaptação da cultura ao ambiente,
decorrente das variações morfológicas e genéticas apresentadas pelos híbridos
atuais (geralmente com menor altura de plantas e de inserção das espigas, maior ou
menor angulação de folhas e maior potencial produtivo, principalmente), como forma
de maximizar o rendimento de grãos pela otimização do uso de fatores de produção,
bem como maior uniformidade das raízes e redução da temperatura do solo
(DEMÉTRIO, 2008).
Segundo Palhares (2003), a adaptabilidade observada entre diferentes
genótipos de milho sob diversos arranjos espaciais de plantas e espaçamentos,
certamente está associada à sua arquitetura foliar. O conceito atual de um genótipo
moderno prevê a existência de um grande número de folhas com lâminas eretas e
estreitas acima da espiga, pois estas o responsáveis por cerca de 50 a 80% da
matéria seca acumulada nos grãos (FORNASIERI FILHO, 2007). Porém, Magalhães
& Paiva (1997) ressaltam que, apesar da melhor interceptação de luz nesses
genótipos modernos, muitos deles podem apresentar a limitação para a produção de
grãos relacionada diretamente com sua habilidade em mobilizar e armazenar
produtos fotossintetizados nos grãos e não na capacidade de produzir metabólitos
(relação fonte/dreno), referindo-se ao modo de partição de fotoassimilados. Significa
dizer que os sítios de atração e utilização de metabólitos (drenos), ao invés dos
sítios de produção (fontes), são os reais agentes limitantes da taxa de produção de
matéria seca. Especificamente nesses genótipos, a redução do ângulo foliar pode
41
não estar associada à elevação da produção, demonstrando a necessidade de
maiores estudos sobre o assunto.
As plantas de milho seguem um mesmo padrão de desenvolvimento, porém,
o intervalo de tempo específico entre os estádios e o número total de folhas
desenvolvidas pode variar entre híbridos, anos agrícolas, datas de semeadura e
locais diferentes (MAGALHÃES; DURÃES, 2006). Segundo Queiroz, Dias &
Mantovani (2000), as características das culturas variam no espaço e no tempo. Os
autores acreditam que para produzir grãos de milho de boa qualidade, várias
recomendações técnicas devem ser atendidas, como, por exemplo, a adequada
seleção de híbridos, manejo da cultura, água na quantidade necessária, umidade
adequada para colheita, entre outros. Todos esses procedimentos e muitos outros
são importantes para uma maior produção de grãos de milho, obtida com um menor
custo possível.
A estrutura do dossel vegetal determina o microambiente ao redor das
folhas, densidade de fluxo radiante, temperatura do ar, temperatura do solo, pressão
de vapor do ar, temperatura da folha, calor armazenado no solo, velocidade do
vento, interceptação da precipitação e duração de folha verde (ROSS, 1981;
NORMAN; CAMPBELL, 1989; NOBEL, 1991). Então, a estrutura do dossel tem uma
grande influência na troca de massa e energia entre a planta e o ambiente. Estrutura
de dossel refere-se ao conteúdo e organização do material da planta acima do solo,
incluindo o tamanho, formato e orientação de órgão da planta, como folha, colmos,
ramos, flores e frutos (NORMAN; CAMPBELL, 1989).
A maioria dos genótipos precoces cultivados no Brasil apresenta porte baixo,
menor número de folhas e folhas mais eretas. Assim, estes híbridos normalmente
requerem maiores densidades para a maximização do rendimento de grãos, por
necessitarem de mais plantas por área para gerar índice de área foliar capaz de
potencializar a interceptação da radiação solar. A produção das plantas,
apresentando essas características, resulta em redução relativa dos custos de
produção e manutenção por planta, como por exemplo, água e nutrientes (LOOMIS;
CONNOR, 1992). O menor conteúdo de fitomassa por planta permite ter mais
indivíduos por área, que a seu turno aumenta o índice de área foliar, que por sua
vez, favorece uma interceptação mais efetiva da luz (TOLLENAAR, 1992).
Com o aumento da interceptação da radiação solar é obtido um aumento da
produção de fitomassa seca pela comunidade (SINCLAIR, 1998). A mudança da
42
arquitetura foliar também permitiu aos híbridos modernos manter maiores taxas
fotossintéticas de folhas, em alta densidade, em relação aos híbridos clássicos
(DWYER; TOLLENAAR; STEWART, 1991). Além disso, promove um aumento no
uso eficiente da radiação solar durante o período de enchimento de grãos, que
futuramente contribuirá para a produção de mais grãos por planta e maiores
rendimentos de grãos por área (TOLLENAAR, 1992).
Em trabalho desenvolvido no Estado de São Paulo, Milani, Osuna & Churata
(1999) avaliaram 300 progênies de meios irmãos com arquitetura “braquítica” em
três populações (55.000; 62.500 e 71.000 plantas ha
-1
). Este se mostrou adaptado
às condições de adensamento, demonstrado pelo aumento de rendimento com a
elevação do número de plantas por área.
Como a resposta ao arranjo de plantas envolve a interação de vários fatores,
mas principalmente o genótipo, a cada material obtido se faz necessário estudos
mais detalhados para verificar o melhor arranjo espacial de plantas.
43
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1. Área experimental
O experimento foi conduzido na safra 2009 na área experimental
pertencente à Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira (UNESP), localizada no
município de Selvíria, Estado de Mato Grosso do Sul, situada a aproximadamente
20º 20’ de latitude Sul e 51º 24’ de longitude Oeste de Greenwich, com altitude de
350 m. O relevo é caracterizado como moderadamente plano e ondulado.
A área experimental (APÊNDICE A) é cultivada em sistema plantio direto
mais de cinco anos e irrigada por aspersão por sistema do tipo pivô central fixo. No
período de inverno de 2008, a área foi cultivada com feijão, permanecendo em
pousio no verão seguinte.
3.2. Caracterização do solo
O solo predominante da área, conforme a nova denominação do Sistema
Brasileiro de Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006), é classificado como
Latossolo Vermelho distrófico álico e de textura argilosa, o qual foi originalmente
ocupado por vegetação de Cerrado e vem sendo explorado por culturas anuais
mais de 26 anos.
Antes da instalação do experimento, foram realizadas amostragens do solo
da área na camada de 0 a 0,2 m, para análise conforme metodologia descrita por
Raij et al. (1996), cujas características químicas constam na Tabela 1.
44
Tabela 1. Análise química do solo da área experimental na camada de 0 a 0,2 m.
Selvíria – MS, Brasil (2009)
(1)
.
Macronutrientes e resultados complementares
pH
P
(2)
S
(3)
K Ca Mg Al H+Al
SB CTC V MO
CaCl
2
__
mg dm
-3
__
———————— mmol
c
dm
-3
————————
—— % ——
5,4 15 1 3,4 24 15 0 25 42,4 67,4 63 2,8
Micronutrientes
B Cu Fe Mn Zn
———————————————— mg dm
-3
————————————————
0,25 2,9 22 26,6 0,6
(1)
Método de análise do Instituto Agronômico de Campinas (IAC). Laboratório de Fertilidade do Solo
do Departamento de Fitossanidade, Engenharia Rural e Solos (DEFERS/FEIS/UNESP);
(2)
Método da
Resina;
(3)
SO
4
-2
.
Legenda: pH pH em cloreto de lcio; SB soma de bases; CTC capacidade de trocar cátions a
pH 7,0; V – saturação por bases; MO – matéria orgânica.
3.3. Tratamentos e delineamento experimental
Foram estabelecidos cinquenta tratamentos com quatro repetições, os quais
resultaram da combinação dos fatores híbridos de milho, espaçamentos e
populações de plantas (Tabela 2). Os híbridos utilizados foram os seguintes: XB
6010, XB 6012, XB 7253, XB 9003 e AG 9010
(1)
. Os espaçamentos adotados foram
45 e 90 cm entre as linhas. As populações planejadas foram 50.000, 60.000, 70.000,
80.000 e 90.000 plantas ha
-1
, mas, devido ao ajuste pelo tamanho das parcelas e a
presença de plantas “dominadas” e mortas, os valores observados na população
final foram de 47.870, 56.018, 65.278, 72.932 e 81.358 plantas ha
-1
.
O delineamento experimental foi o de blocos casualizados, em esquema
misto de faixas e fatorial. Os espaçamentos entre as linhas foram locados em
sistema de faixas e as combinações híbridos x populações de plantas foram locadas
em esquema fatorial 5 x 5 dentro de cada bloco e espaçamento.
(1)
Nomes de produtos comerciais são incluídos para simples informação, não caracterizando recomendação ou
preferência do autor.
45
Tabela 2. Descrição sucinta dos tratamentos estudados no experimento. Selvíria
MS, Brasil (2009).
T H E P T H E P
01 XB 6010 45 50.000 26 XB 7253
90 50.000
02 XB 6010 45 60.000 27 XB 7253
90 60.000
03 XB 6010 45 70.000 28 XB 7253
90 70.000
04 XB 6010 45 80.000 29 XB 7253
90 80.000
05 XB 6010 45 90.000 30 XB 7253
90 90.000
06 XB 6010 90 50.000 31 XB 9003
45 50.000
07 XB 6010 90 60.000 32 XB 9003
45 60.000
08 XB 6010 90 70.000 33 XB 9003
45 70.000
09 XB 6010 90 80.000 34 XB 9003
45 80.000
10 XB 6010 90 90.000 35 XB 9003
45 90.000
11 XB 6012 45 50.000 36 XB 9003
90 50.000
12 XB 6012 45 60.000 37 XB 9003
90 60.000
13 XB 6012 45 70.000 38 XB 9003
90 70.000
14 XB 6012 45 80.000 39 XB 9003
90 80.000
15 XB 6012 45 90.000 40 XB 9003
90 90.000
16 XB 6012 90 50.000 41 AG 9010
45 50.000
17 XB 6012 90 60.000 42 AG 9010
45 60.000
18 XB 6012 90 70.000 43 AG 9010
45 70.000
19 XB 6012 90 80.000 44 AG 9010
45 80.000
20 XB 6012 90 90.000 45 AG 9010
45 90.000
21 XB 7253 45 50.000 46 AG 9010
90 50.000
22 XB 7253 45 60.000 47 AG 9010
90 60.000
23 XB 7253 45 70.000 48 AG 9010
90 70.000
24 XB 7253 45 80.000 49 AG 9010
90 80.000
25 XB 7253 45 90.000
50 AG 9010
90 90.000
Legenda: T tratamento; H híbrido de milho; E espaçamento entre as linhas (cm); P população
(plantas ha
-1
).
3.4. Caracterização dos híbridos de milho
A fim de que os resultados tenham representatividade para as lavouras
comerciais, optou-se por híbridos de finalidade granífera recomendados para o
cultivo na região, cujas características agronômicas e reações as principais doenças,
46
de acordo com as empresas produtoras das sementes e com Cruz & Pereira Filho
(2009), estão apresentadas na Tabela 3.
Tabela 3. Principais características agronômicas dos híbridos de milho utilizados no
estudo. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Híbrido
Característica
XB 6010
(1)
XB 6012 XB 7253 XB 9003 AG 9010
Tipo simples simples triplo simples simples
Ciclo SP P P SP SP
Graus-dia
(2)
SI SI 845 810 770
Stay green SI acentuado bom bom excelente
Arquitetura foliar SI semi ereta semi ereta semi ereta ereta
Altura de espiga
(m)
1,15 1,15 a 1,3 1,0 a 1,3 0,8 a 1,1 1,0
Altura de planta
(m)
2,1 2,0 a 2,25 2,2 a 2,3 1,8 a 1,95 2,0
Espiga cônica cônica cônica cônica SI
Debulha boa ótima boa boa SI
Textura do grão duro semiduro duro duro duro
Cor do grão alaranjado alaranjado laranja laranja alaranjado
Sabugo SI médio fino fino SI
Prolificidade SI excelente regular regular SI
Resistência ao
acamamento
média
média a
alta
alta alta alta
Época de
semeadura
C/N/S C/N/S C/N/T/S C/N/S C/N/S
Tecnologia
média a
alta
média a
alta
média a
alta
média a
alta
alta
População
(3)
50 a 55 /
45 a 50
50 a 55 /
40 a 45
50 a 55 /
40 a 45
55 a 60 /
50 a 55
65 a 70 /
55 a 60
Cercospora
sorghi
MR MR MR MR BT
Puccinia
polysora
MR MR MR MR MT
Puccinia sorghi
MR MR MR MR BT
Phaeosphaeria
maydis
MR MR MR MS MT
Legenda: P precoce; SP superprecoce; C cedo; N normal; T tarde; S safrinha; SI sem
informação;
BT – baixa tolerância; MT – medianamente tolerante;
MR – medianamente resistente;
MS
– medianamente susceptível;
(1)
híbrido experimental;
(2)
acúmulo de temperatura (unidade térmica) no
período emergência-florescimento;
(3)
mil plantas ha
-1
na safra normal / mil plantas ha
-1
na safrinha.
47
3.5. Parcelas experimentais
As parcelas foram constituídas por sete e quatro linhas de 4,5 m de
comprimento para os espaçamentos de 45 e 90 cm entre as linhas, perfazendo área
total de 14,2 m
2
(3,15 x 4,5 m) e 16,2 m
2
(3,6 x 4,5 m), respectivamente. Para coleta
dos dados foram utilizadas somente as quatro e as duas linhas centrais nos
espaçamentos de 45 cm (Figura 5) e 90 cm entre as linhas (Figura 6),
respectivamente. Assim, a área útil experimental foi de 8,1 m
2
em ambos os
espaçamentos utilizados.
4,5 m
Legenda
Área útil
(8,1 m
2
)
Linhas de
milho
Parcela total
(14,2 m
2
)
45
cm
3,15
m
Figura 5. Esquematização da parcela experimental no espaçamento de 45 cm entre
as linhas de milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
48
4,5 m
Legenda
Área útil
(8,1 m
2
)
Linhas de
milho
Parcela total
(16,2 m
2
)
90
cm
3,6
m
Figura 6. Esquematização da parcela experimental no espaçamento de 90 cm entre
as linhas de milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
3.6. Implantação do experimento
Na semana que antecedeu a semeadura, as plantas daninhas presentes na
área, na qual predominavam a trapoeraba [Commelina benghalensis (L.)] e a nabiça
[Raphanus raphanistrum (L.)], foram dessecadas com glyphosate (herbicida
sistêmico do grupo químico derivados de glicina), na dose de 1.920 g ha
-1
do i.a.
(ingrediente ativo).
A semeadura foi realizada no dia 20 de março de 2009, de forma manual
com a utilização de matracas (APÊNDICE B), sendo as covas espaçadas de forma
equidistante de acordo com a população de plantas almejada e o espaçamento
utilizado. Foi semeado o dobro da quantidade de sementes, em profundidade média
de 4 cm. Quando as plantas apresentaram sete folhas completamente desdobradas
foi realizado o desbaste (APÊNDICE D), deixando-se uma planta por cova,
objetivando ajustar e assegurar as populações almejadas em cada parcela (Tabela
4), as quais foram mantidas a o ponto de colheita. As sementes foram tratadas
com tiodicarbe (inseticida do grupo químico dos carbamatos), na dose de 1.050 g do
49
i.a. para 100 kg de sementes, objetivando evitar o ataque inicial de eventuais pragas
de solo, especialmente lagarta elasmo [Elasmopalpus lignosellus (Zeller)] e cupins.
Tabela 4.mero de plantas de milho por metro e distância equidistante entre
plantas na linha de semeadura após o desbaste para os diferentes
arranjos espaciais. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População almejada (plantas ha
-1
)
Espaçamento
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
——————————— Plantas m
-1
(n
o
)
———————————
45 cm 2,25 2,7 3,15 3,6 4,05
90 cm 4,5 5,4 6,30 7,2 8,1
—— Distância entre plantas na linha de semeadura (cm)
——
45 cm 44,4 37,0 31,7 27,7 24,7
90 cm 22,2 18,5 15,9 13,9 12,3
Após a semeadura, a área foi irrigada por aspersão com uma lâmina de
água de aproximadamente 13 mm para promover a germinação e emergência
uniforme das plântulas, a qual ocorreu cinco dias após a semeadura.
A adubação mineral foi realizada com base nas características químicas do
solo e nas recomendações propostas por Raij et al. (1996), com rendimento
esperado de 8 t ha
-1
. Foram aplicados 260 kg ha
-1
da fórmula 08-28-16 (+ 1% de Ca,
2% de S e 0,3%
de Zn), ajustando-se a distribuição do fertilizante para cada
espaçamento. É oportuno ressaltar que a abertura dos sulcos e a distribuição do
fertilizante foram realizadas com semeadora específica para o sistema plantio direto,
com mecanismo sulcador de hastes (tipo “botinha”) (APÊNDICE A).
3.6.1. Tratos culturais
Durante a condução da cultura, foram realizadas as práticas fitotécnicas de
acordo com a necessidade (BARBOSA, 2007). A adubação de cobertura foi
realizada quando 50% das plantas apresentavam seis folhas completamente
desdobradas (20 dias após a semeadura) (APÊNDICE E), correspondendo ao
estádio de desenvolvimento 2 da escala fenológica proposta por Fancelli & Dourado
50
Neto (1997), aplicando-se 110 kg ha
-1
de N na forma de uréia. A aplicação do
fertilizante nitrogenado foi de forma mecanizada em cobertura superficial à lanço
(sem incorporação), seguida de irrigação por aspersão (lâmina de aproximadamente
13 mm), para minimizar as perdas de nitrogênio por volatilização da amônia,
conforme ressaltado por Costa et al. (2004). Esta operação é comum nos sistemas
de produção de milho irrigado quando se utiliza a uréia como fonte de nitrogênio.
O manejo fitossanitário foi realizado com produtos específicos para cada
caso, visando manter a cultura em condições adequadas de sanidade sem interferir
em seu crescimento e desenvolvimento. No intuito de manter a cultura livre da
competição com plantas daninhas, aplicou-se atrazina (herbicida do grupo químico
das triazinas) e tembotriona (herbicida sistêmico do grupo químico
benzoilciclohexanodiona), nas doses de 1.000 e 84 g ha
-1
do i.a., respectivamente,
em forma de mistura. Adicionou-se na calda de aplicação o adjuvante éster metilado
de óleo de soja (720 g ha
-1
do i.a.). É oportuno destacar que no momento da
aplicação, as plantas daninhas estavam nos estádios inicias de desenvolvimento e
que a cultura encontrava-se com 50% das plantas com cinco folhas completamente
desdobradas (17 dias após a semeadura).
Para o controle da lagarta do cartucho [Spodoptera frugiperda (J.E. Smith)],
foi suficiente uma aplicação de zetacypermethrin (inseticida do grupo químico dos
piretroides) na dose de 20 g ha
-1
do i.a., quando 20% das folhas encontravam-se
raspadas, visando evitar a ocorrência de danos severos provocados pela referida
praga. A aplicação foi realizada conjuntamente com os herbicidas pós-emergentes.
As aplicações dos produtos fitossanitários foram realizadas mediante o uso
de pulverizador de barras tratorizado, bicos leques, regulado para aplicar 220 L ha
-1
de calda. O fornecimento de água à cultura, quando necessário (períodos de
estiagem), foi realizado por aspersão com lâmina de água de aproximadamente 13
mm e turno de rega de três dias (APÊNDICE F).
A colheita do milho foi realizada manualmente (APÊNDICE G), no dia 28 de
julho de 2009, correspondendo a 130 dias após a semeadura, momento no qual os
grãos apresentavam-se, em média, com 220 g kg
-1
de teor de água. Por um período
de vinte dias, as espigas foram acondicionadas sobre bancadas, em local
sombreado e ventilado, favorecendo a perda de água dos grãos (APÊNDICE G). Em
seguida, quando os grãos apresentavam-se, em dia, com 150 g kg
-1
de teor de
água, as espigas foram submetidas à trilha mecânica.
51
3.7. Caracterização do clima e dados climáticos
O clima predominante da região, conforme classificação de Koppen, é do
tipo Aw, definido como tropical úmido com estação chuvosa no verão e seca no
inverno. A precipitação pluvial média anual é de 1.330 mm, com temperatura média
anual de aproximadamente 25 °C e umidade relativa do ar média anual de 66%
(CENTURION, 1982).
Os dados de umidade relativa do ar média e precipitação pluvial, por
decêndio, registrados durante a condução do experimento (20 de março a 28 de
julho de 2009) constam na Figura 7. O total de precipitação pluvial registrado no
período experimental foi de 158 mm. Valores de temperatura do ar mínima, máxima
e média e velocidade do vento, por decêndio, podem ser observados na Figura 8. Os
dados climáticos foram coletados em Estação Metereológica, localizada a
aproximadamente 700 m da área experimental.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
20-
mar
30
-mar
9-abr
1
9-
abr
2
9-
abr
9-
m
ai
19-
mai
2
9-mai
8
-jun
18-
jun
28-j
u
n
8-j
u
l
18
-jul
28-jul
Decêndios observados
Umidade relativa do ar (%)
0
6
12
18
24
30
36
42
48
54
60
Precipitação pluvial (mm)
Precipitação pluvial Umidade relativa do ar
Figura 7. Umidade relativa do ar média e precipitação pluvial, por decêndio,
registrados durante a condução do experimento. Selvíria MS, Brasil
(2009).
Colheita Florescimento
Enchimento
de grão
Estiagem Estiagem Estiagem
52
0
4
8
12
16
20
24
28
32
36
20
-mar
30
-
mar
9-
abr
19-
ab
r
29-abr
9
-ma
i
19
-
mai
2
9
-mai
8
-
j
un
18-jun
28-
j
u
n
8-
jul
1
8
-jul
28
-jul
Decêndios observados
Temperatura do ar C)
0
2
4
6
8
10
12
Velocidade do vento (km h
-1
)
Temperatura média Temperatura máxima
Temperatura mínima Velocidade do vento
Figura 8. Temperatura mínima, máxima e média do ar e velocidade do vento, por
decêndio, registrados durante a condução do experimento. Selvíria MS,
Brasil (2009).
3.8. Avaliações fitotécnicas
Durante o período de desenvolvimento e colheita da cultura, foram
mensurados caracteres morfológicos de plantas, caracteres de espiga e
componentes de produção.
3.8.1. Caracteres morfológicos de plantas
3.8.1.1. Florescimento feminino
O florescimento feminino foi avaliado pelo número de dias, contabilizados a
partir da semeadura, para que 50% das plantas na área útil das parcelas
apresentassem os estilo-estigmas (“cabelos”) emitidos com no mínimo três cm de
Enchimento
de grão
Colheita
Florescimento
Semeadura
53
comprimento, correspondendo ao estádio 5 de acordo com a escala fenológica
proposta por Fancelli & Dourado Neto (1997).
Com base nos dados diários de temperatura do ar máxima e mínima,
calculou-se o número de graus-dia necessário, a partir da emergência, para o início
do florescimento feminino das plantas, pela somatória dos graus-dia acumulados
(acúmulo diário da energia acima da condição mínima e abaixo da máxima exigida
pela planta), por meio da equação 1, utilizada por Silva et al. (2001).
GD = Σ (T máx + T mín – Tb) (1)
2
em que:
GD: total de graus-dia acumulados no período emergência-florescimento;
T máx: temperatura máxima diária do ar (°C), em que temperaturas máximas
superiores a 30 °C foram consideradas iguais a 30 °C;
T mín: temperatura mínima diária do ar C), em que temperaturas mínimas
inferiores a 10 °C foram consideradas 10 °C;
Tb: temperatura base da cultura C), sendo a temperatura base adotada
para a cultura do milho de 10 °C, segundo recomendação feita por Mota (1979).
3.8.1.2. Acamamento e quebramento de planta
O acamamento foi determinado pelo percentual de plantas acamadas (colmo
formando ângulo maior que 20º com a vertical), enquanto que o quebramento foi
determinado pelo percentual de plantas com o colmo quebrado abaixo da inserção
da espiga principal em relação ao estande final (número total de plantas na área útil
da parcela) por ocasião do ponto de colheita.
3.8.1.3. Altura de planta
A determinação da altura média de planta foi realizada por ocasião do pleno
florescimento pela medição do comprimento do colmo (da superfície do solo até a
base da folha “bandeira”) com auxílio de régua graduada de madeira. Foram
avaliadas cinco plantas contínuas na linha de semeadura e representativas da área
útil de cada parcela.
54
3.8.1.4. Altura de inserção de espiga
A altura média de inserção de espiga foi obtida pela distância entre a
superfície do solo e o ponto de inserção da espiga principal com o colmo, em pleno
florescimento. Foram consideradas as mesmas plantas utilizadas para a
determinação da altura média de planta.
3.8.1.5. Diâmetro de colmo
Simultaneamente as determinações de altura de planta e de inserção de
espiga, foi determinado o diâmetro de colmo. Considerou-se o diâmetro do segundo
internódio, a partir da base da planta, o qual foi mensurado pelo uso de paquímetro.
Vale ressaltar que tal determinação foi realizada por ocasião do pleno florescimento
e que as plantas avaliadas foram as mesmas utilizadas na obtenção da altura média
de planta e de inserção de espiga.
3.8.2. Caracteres de espiga e componentes de produção
3.8.2.1. Comprimento de espiga
A determinação do comprimento médio de espiga foi realizada após a
colheita e antes da trilha dos grãos, coletando-se aleatoriamente dez espigas
despalhadas em cada parcela, as quais foram medidas da base até o ápice com a
utilização de régua graduada.
3.8.2.2. Diâmetro de espiga
O diâmetro médio de espiga foi obtido medindo-se o ponto correspondente
ao centro da espiga. Foram amostradas dez espigas em cada parcela, após a
colheita e antes da trilha dos grãos, sendo essas as mesmas utilizadas na
determinação do comprimento médio de espiga.
55
3.8.2.3. Diâmetro de sabugo
O diâmetro médio de sabugo foi determinado após a debulha das espigas
colhidas na área útil da parcela. Nesta avaliação, considerou-se a medição do ponto
central de dez sabugos.
3.8.2.4. Comprimento de grão
O comprimento médio de grão foi obtido pela diferença entre o diâmetro de
espiga e o diâmetro de sabugo, dividindo-se o valor por dois.
3.8.2.5. Número de fileiras de grãos por espiga
O número dio de fileiras de grãos da espiga foi determinado pela simples
contagem. Foram amostradas dez espigas em cada parcela, após a colheita e antes
da trilha dos grãos. Consideraram-se as mesmas espigas utilizadas na determinação
do comprimento e diâmetro médio de espiga.
3.8.2.6. Prolificidade
A prolificidade foi determinada pela contagem do número de espigas
colhidas na área útil da parcela, sendo que o número obtido foi dividido pelo número
de plantas, obtendo-se assim, o número médio de espiga por planta. Foram
consideradas apenas espigas que apresentavam grãos formados.
3.8.2.7. Massa de cem grãos
Após a debulha das espigas colhidas na área útil das parcelas, determinou-
se a massa de cem grãos. Aleatoriamente, foi coletada uma subamostra de cem
grãos por parcela, a qual foi submetida à pesagem em balança de precisão (0,01 g)
e à determinação do teor de água, possibilitando estimar a massa dos grãos
corrigida para 130 g kg
-1
(base úmida “b.u.”). Cabe salientar que o teor de água
dos grãos foi obtido pelo método elétrico não-destrutivo indireto, mediante o uso do
aparelho portátil Multi-grain (Dickey-John
®
), o qual propicia leitura direta em display
digital.
56
3.8.2.8. Rendimento de grãos
O rendimento de grãos foi obtido a partir da debulha e pesagem dos grãos
oriundos das espigas colhidas na área útil das parcelas, o qual foi convertido para kg
ha
-1
e corrigido para 130 g kg
-1
de teor de água (b.u.).
3.9. Análise estatística dos resultados
O esquema da análise de variância utilizado, mostrando as fontes de
variação, os graus de liberdade, os quadrados médios e a obtenção dos valores do
teste F, é apresentado na Tabela 5. Utilizou-se o software SAS (1994) para as
análises.
Tabela 5. Esquema da análise de variância (teste F). Selvíria – MS, Brasil (2009).
Fonte de
variação
GL
teórico
GL real
(n
o
)
QM Valor
F
Bloco (B) (b - 1) 3 QM
1
QM
1
/QM
5
Híbrido (H) (h - 1) 4 QM
2
QM
2
/QM
5
População (P) (p - 1) 4 QM
3
QM
3
/QM
5
H x P (h - 1) x (p - 1) 16 QM
4
QM
4
/QM
5
B x (H x P)
(1)
(b - 1) x (hp - 1) 72 QM
5
Espaçamento (E) (e - 1) 1 QM
6
QM
6
/QM
7
B x E
(2)
(e - 1) x (b - 1) 3 QM
7
H x E (h - 1) x (e - 1) 4 QM
8
QM
8
/QM
11
E x P (e - 1) x (p - 1) 4 QM
9
QM
9
/QM
11
E x H x P (e - 1) x (h - 1) x (p - 1) 16 QM
10
QM
10
/QM
11
Resíduo
(3)
(hp - 1) x (e -1) x (b - 1) 72 QM
11
Total hpeb - 1 199
(1)
Erro A (resíduo).
(2)
Erro B (resíduo).
(3)
Erro C (resíduo).
Legenda: GL – graus de liberdade; QM – quadrado médio.
Na análise estatística de acamamento e quebramento de plantas, os
resultados foram transformados em para atenderem aos pressupostos
básicos da análise de variância (ANOVA). Para os demais caracteres avaliados os
resultados não foram transformados.
57
Em seguida, os resultados foram submetidos ao teste F da análise de
variância. Quando constatada interação significativa entre as fontes de variação,
procedeu-se o desdobramento, comparando as médias de híbrido e de
espaçamento pelo teste de Tukey, adotando-se o nível de 5% de probabilidade
(p<0,05), de acordo com Pimentel Gomes & Garcia (2002). O efeito de população de
plantas foi analisado por regressão polinomial, ajustando-se modelos de equações
lineares e quadráticas significativas pelo teste F (p<0,01 e p<0,05), para melhor
discussão dos resultados. Quando ambas as equações apresentaram significância,
foi feita a opção por aquela com maior valor F.
58
4. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1. Condições climáticas no período experimental
As condições climáticas transcorridas durante a condução do experimento
(Figuras 7 e 8) demonstram que a umidade relativa do ar, temperatura do ar
(mínima, máxima e média) e velocidade do vento não constituíram, de modo geral,
fatores limitantes ao desenvolvimento adequado da cultura.
O volume de chuva na região no verão não impede o desenvolvimento da
maioria das culturas exploradas economicamente. Entretanto, a precipitação pluvial
total constatada durante a condução do experimento (158 mm) foi considerada
inadequada para o bom desenvolvimento da cultura. A literatura tem mostrado que a
cultura do milho exige em média entre 350 e 500 mm de precipitação para que
produza satisfatoriamente (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000), sem a
necessidade de irrigação. Entretanto, os máximos rendimentos de grãos são
observados quando o consumo de água durante todo o ciclo está entre 500 e 800
mm (FANCELLI, 2001). Em condições de clima quente e seco, o consumo de água
raramente excede 3 mm dia
-1
quando a planta apresenta em torno de 30 cm de
altura e, no período que vai da iniciação floral a maturação, pode atingir valores
entre 5 e 7 mm dia
-1
(LANDAU; SANS; SANTANA, 2008). Para fins de planejamento
e manejo, considera-se 4 mm dia
-1
como sendo o consumo médio diário pelo milho,
independente do estádio fenológico.
A falta de água no solo afeta todos os aspectos ligados ao crescimento das
plantas, reduz a área foliar e diminui a taxa fotossintética. Os períodos de déficit
hídrico de uma semana por ocasião do início do florescimento podem promover
59
queda de rendimento de grãos ao redor de 40 a 50%, ao passo que sob as mesmas
condições de déficit hídrico posteriores a plena fecundação, acarretará danos da
ordem de 25 a 32%. Penariol et al. (2003) destacam que o rendimento de grãos
pode ficar comprometido se a deficiência hídrica coincidir com o período do
florescimento, fase que determina a quantidade de óvulos a serem fecundados e,
por consequência, a produção de grãos. Para Cruz et al. (2006), o déficit hídrico
pode ocasionar danos em todos os estádios de desenvolvimento.
No presente estudo, a ocorrência de três períodos de estiagem durante o
desenvolvimento da cultura (Figura 7) (no final da fase vegetativa; no final do
período de florescimento e início de enchimento de grãos; e nos 50% finais da fase
de enchimento de grãos), justificou a utilização da irrigação suplementar,
especialmente no florescimento e enchimento de grãos. A estiagem no período de
florescimento, mesmo que em curta duração, apresenta-se como um fator de
restrição ao rendimento de grãos (LIANG; REMILLARD; MACKENZIE, 1992),
especialmente sobre o número de grãos por espiga. Em virtude da adoção desta
tecnologia, os danos mencionados por Liang, Remillard & Mackenzie (1992),
Penariol et al. (2003) e Cruz et al. (2006), foram minimizados, visto que os
rendimentos de grãos obtidos pelos diferentes híbridos foram considerados bons por
se tratar de cultivo safrinha, que apresenta um potencial produtivo menor que a do
milho semeado na primeira safra (DUARTE, 2004).
Os dados de temperatura do ar (Figura 8), fator que intervém em quase
todas as funções da planta (FORNASIERI FILHO, 1992), também foram adequados
para o desenvolvimento da cultura, haja vista que o milho produz melhor em
temperaturas moderadas (DIDONET et al., 2002) e que a variação constatada foi
entre 12,9 e 31,8 °C. A temperatura ideal durante o dia é cerca de 27 °C. Ao
contrário da crença popular, elevadas temperaturas noturnas não são benéficas para
a produção do milho (HOEFT, 2003), pois proporciona redução acentuada do ciclo
da planta, em função do incremento da somatória térmica (FANCELLI; DOURADO
NETO, 2000).
Embora o milho responda à interação dos diversos fatores climáticos, os de
maior influência sobre a cultura são a radiação solar, a precipitação e a temperatura
(LANDAU; SANS; SANTANA, 2008) e o vento (FANCELLI; DOURADO NETO,
2000). Estes fatores atuam eficientemente nas atividades fisiológicas interferindo
diretamente no rendimento de grãos e na matéria seca das plantas.
60
Dessa maneira, para a região é recomendável a busca de sistemas de
cultivos que mantenham a superfície do solo protegida com resíduos vegetais, como
por exemplo, o sistema plantio direto. O material orgânico depositado sobre o solo,
além de ser fonte de nutrientes, melhora as condições físicas e biológicas, diminui a
amplitude térmica e a evaporação, aumenta a capacidade de retenção de água e é
responsável, em grande parte, pela CTC do solo, constituindo-se em uma alternativa
para exploração agrícola, principalmente na ocorrência constante de veranicos.
4.2. Caracteres morfológicos de plantas
Os resultados da análise de variância referentes aos caracteres morfológicos
de plantas o apresentados nas Tabelas 6 e 7, com os valores de F calculado para
os fatores testados e suas respectivas interações e significâncias, bem como as
médias observadas. Na Tabela 6, encontra-se o resumo da análise de variância para
os caracteres florescimento feminino e acamamento e quebramento de planta por
ocasião da colheita. Os caracteres altura de planta, altura de inserção de espiga e
diâmetro de colmo, por ocasião do pleno florescimento, estão inseridos na Tabela 7.
Com relação às variações relativas dos caracteres morfológicos, medidas
pelo coeficiente de variação e segundo classificação sugerida por Pimentel Gomes
(1990), o acamamento e o quebramento de planta apresentaram coeficientes de
variação considerado muito alto (>30%), ao passo que florescimento feminino, altura
de planta e de inserção de espiga e diâmetro de colmo apresentaram coeficientes de
variação baixos (<10%), demonstrando haver boa precisão experimental
(CARVALHO et al., 2003).
Apesar de acamamento e quebramento de planta terem apresentado
coeficientes de variação muito elevado, 32,67 e 42,05% respectivamente, tais
características serão discutidas, pois de acordo com Marchão et al. (2005) os
valores de acamamento e quebramento, normalmente apresentam alto coeficiente
de variação. Esse fato é explicado pela forma como tais caracteres são mensurados,
geralmente utilizando-se a porcentagem de plantas afetadas. Como resultado, pode-
se ter uma distribuição heterogênea entre as repetições de um mesmo tratamento, o
que resulta em aumento do coeficiente de variação, não por erro na condução do
experimento, mas devido ao efeito da forma de avaliação dos caracteres.
61
Tabela 6. Valores médios de florescimento feminino (FF), acamamento (AC) e
quebramento de planta (QB) em função de arranjos espaciais de plantas
na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
FF ———— AC ————
———— QB
————
(1) (1) (2) (1) (2)
Tratamentos
dias
————————— % —————————
Híbrido (H)
XB 6010 56,7 0,73 ab 0,05 1,06 ab 0,84
XB 6012 62,1 0,87 a 0,43 0,86 b 0,36
XB 7253 59,9 0,81 ab 0,28 1,32 a 1,72
XB 9003 56,8 0,71 b 0,00 0,88 b 0,41
AG 9010 49,0 0,73 ab 0,04 0,84 b 0,66
DMS (5%) 0,15 0,33
Teste F 750,37 ** 3,59 * 4,92 **
Espaçamento (E)
45 cm 56,7 0,75 0,10 0,99 0,73
90 cm 57,1 0,79 0,22 1,04 0,86
Teste F 3,94 2,31 1,10
População (P)
50.000 plantas ha
-1
56,1 0,71 0,00 0,99 0,73
60.000 plantas ha
-1
56,7 0,75 0,10 0,86 0,38
70.000 plantas ha
-1
56,7 0,74 0,09 0,94 0,62
80.000 plantas ha
-1
57,9 0,78 0,18 1,04 0,80
90.000 plantas ha
-1
57,6 0,87 0,43 1,26 1,47
Teste F 9,96 ** 2,73 * 3,31 *
H x P
1,86 * 1,41 0,76
H x E 2,16 1,34 0,19
E x P 1,55 1,50 0,47
Teste F
(interação)
E x H x P 0,63 0,92 0,50
Média geral 56,92 0,77 0,16 1,02 0,80
CV (%) 1,76 32,67 42,05
** e * significativo em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Médias
seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade. DMS diferença mínima significativa pelo teste de Tukey. CV coeficiente de
variação.
(1)
Obtido dos resultados transformados em .
(2)
Médias originais.
62
Tabela 7. Valores médios de altura de planta (AP), altura de inserção de espiga (AE)
e diâmetro de colmo (DC) em função de arranjos espaciais de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
AP AE DC
Tratamentos
——————— cm ——————— —— mm ——
Híbrido (H)
XB 6010 231,0 b 121,8 b 19,9 b
XB 6012 229,8 b 142,0 a 19,0 c
XB 7253 238,6 a 145,4 a 18,8 c
XB 9003 214,7 c 104,3 c 20,7 a
AG 9010 195,1 d
92,8 d 19,0 c
DMS (5%) 6,44 5,02 0,82
Teste F 112,57 ** 328,97 ** 14,96 **
Espaçamento (E)
45 cm 221,2 121,1 20,1 a
90 cm 222,5 121,5 18,9 b
DMS (5%) 0,64
Teste F 0,76 0,21 31,23 *
População (P)
50.000 plantas ha
-1
222,3 118,4 21,6
60.000 plantas ha
-1
220,0 118,7 20,2
70.000 plantas ha
-1
222,4 122,3 19,0
80.000 plantas ha
-1
223,6 123,0 18,8
90.000 plantas ha
-1
220,9 124,0 17,9
Teste F 0,73
4,05 **
44,78 **
H x P 1,16 0,88 0,91
H x E 0,26 0,47 1,60
E x P 2,76 * 1,38 0,76
Teste F
(interação)
E x H x P 0,79 0,64 1,20
Média geral 221,8 121,3 19,5
CV (%) 3,83 5,75 6,25
** e * significativo em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Médias
seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade. DMS diferença mínima significativa pelo teste de Tukey. CV coeficiente de
variação.
63
4.2.1. Florescimento feminino
O número de dias entre a emergência e floração é um importante referencial
do desenvolvimento da planta de milho, pois há correlação positiva entre essa
característica e a área foliar, o número de folhas e a altura de planta (SANGOI et al.,
2001), podendo resultar em maior rendimento de grãos.
No presente estudo, o espaçamento entre as linhas de milho não influenciou
os dias para o florescimento feminino das plantas (Tabela 6). Por outro lado, foi
constatada interação significativa entre híbrido e população de plantas. Analisando o
comportamento de híbrido dentro das respectivas populações, pelo desdobramento
(Tabela 8), verifica-se diferença significativa entre os híbridos em todas as
populações avaliadas, sendo que em 50.000 e 80.000 plantas ha
-1
e em 70.000 e
90.000 plantas ha
-1
, os híbridos se comportaram de maneira similar. Em todas as
populações, o híbrido AG 9010 foi o que necessitou de menos dias para que 50%
das plantas alcançassem o florescimento feminino, evidenciando sua característica
de superprecocidade relatada pela empresa produtora das sementes e por Cruz &
Pereira Filho (2009) (Tabela 3). Por outro lado, com o híbrido XB 6012 constatou-se
o contrário, pois foi necessário maior número de dias para as plantas atingirem o
florescimento feminino, porém não diferindo do híbrido XB 7253 nas populações de
50.000 e 80.000 plantas ha
-1
. Os híbridos XB 6010 e XB 9003 tiveram
comportamento similar sob todas as populações de plantas e não se diferenciaram
significativamente.
Tabela 8. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
florescimento feminino na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Híbrido
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
XB 6010 54,9 b 57,5 bc 56,1 c 57,4 b 57,7 c
XB 6012 61,1 a 61,9 a 62,4 a 62,2 a 63,0 a
XB 7253 59,2 a 59,6 b 60,1 b 60,2 a 60,5 b
XB 9003 56,2 b 55,7 c 56,7 c 57,4 b 57,7 c
AG 9010 49,0 c 49,0 d 49,0 d 49,0 c 49,1 d
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
64
Na análise de regressão, com exceção do AG 9010, todos os híbridos
responderam de forma linear positiva ao aumento da densidade populacional (Figura
9), demonstrando que o incremento na população de plantas proporciona maior
longevidade da fase vegetativa da cultura. A arquitetura diferenciada do AG 9010
permite um adensamento sem interferência nos processos fisiológicos envolvidos no
florescimento. Os resultados, de certa maneira, contradizem os obtidos por Palhares
(2003), ao verificar que a soma térmica necessária para o início do florescimento foi
praticamente a mesma sob os diferentes arranjos espaciais de plantas avaliados,
variando exclusivamente em função do genótipo.
y = 4,14.10
-5
x + 59,224 ** R
2
= 0,89
y = 3,13.10
-5
x + 57,757 *
R
2
= 0,96
y = 5,63.10
-5
x + 52,781 ** R
2
= 0,54
y = 4,62.10
-5
x + 53,540 **
R
2
= 0,81
40
43
46
49
52
55
58
61
64
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Florescimento feminino (dias)
XB 6010
XB 6012
XB 7253
XB 9003
AG 9010
Figura 9. Florescimento feminino de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Diversos autores utilizam as aplicações de graus-dia para relacionar a
temperatura ambiente com o desenvolvimento das plantas de milho (BARBANO et
al., 2001; MANFRON et al., 2003; MÜLLER et al., 2005). Segundo Barbano et al.
(2001), o acúmulo de graus-dia é de extrema relevância no processo de otimização
e redução dos riscos climáticos, uma vez que o conhecimento das exigências
térmicas de uma cultura contribui para a previsão da duração do ciclo da planta em
função dos fatores ambientais. Na representação gráfica (Figura 10), nota-se que os
65
híbridos XB 7253 e XB 9003 apresentaram acúmulo de graus-dia no período
emergência-florescimento feminino condizentes com as informações cnicas das
empresas produtoras das sementes e de Cruz & Pereira Filho (2009) (Tabela 3).
Contudo, o AG 9010 necessitou de menos graus-dia para iniciar o florescimento do
que o informado. Os híbridos XB 6010 e XB 6012, apesar de não terem sido
encontradas informações na literatura quanto à soma térmica, necessitaram de
814,5 e 864,1 graus-dia para atingirem o florescimento, respectivamente. Porém,
analisando o ciclo, todos os genótipos apresentaram-se condizentes às informações
relatadas, pois conforme Fancelli & Dourado Neto (1997) e Cruz et al. (2006), o
milho apresenta as seguintes exigências térmicas: (i) híbridos tardios: superior a 890
°C dia
-1
; (ii) híbridos precoces: superior a 831 °C dia
-1
e inferior 890 °C dia
-1
; e (iii)
híbridos superprecoces: inferior a 830 °C dia
-1
.
814,5
864,1
837,7
814,5
702,2
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
1000
Acúmulo de graus-diaC dia
-1
)
XB 6010 XB 6012 XB 7253 XB 9003 AG 9010
Híbrido
Figura 10. Graus-dia acumulados pelos híbridos de milho no período emergência-
florescimento feminino. Selvíria – MS, Brasil (2009).
4.2.2. Acamamento e quebramento de planta
A qualidade do colmo é uma das mais importantes características do milho
para a produção em larga escala com colheita mecanizada, podendo ser avaliada
pela porcentagem de plantas acamadas e quebradas (MIRANDA et al., 2003). A
66
resistência do colmo ao acamamento e quebramento antes da colheita é
fundamental para que o potencial produtivo de híbridos possa ser devidamente
explorado pelo aumento na população de plantas (SANGOI et al., 2002a).
Entretanto, no presente trabalho, os valores dios de acamamento e quebramento
de planta foram baixos, até na população de 90.000 plantas ha
-1
, possivelmente por
não terem ocorrido doenças de colmo e condições climáticas adversas, como
chuvas e ventos fortes (Figuras 7 e 8).
Tais caracteres tiveram comportamento semelhante neste estudo ao não
serem afetados pela alteração no espaçamento, mas apenas pelos híbridos e
populações de plantas de forma independente, sendo que entre os fatores testados
não houve interação significativa (Tabela 6). O híbrido XB 9003 destacou-se pelo
menor acamamento de planta, porém não se diferenciou dos genótipos XB 6010, XB
7253 e AG 9010. Fica evidente que a ocorrência de acamamento com o aumento da
densidade populacional é dependente do material. Kunz (2005) observou aumento
do acamamento em dois dos quatro híbridos de milho avaliados. Essa diferença
entre híbridos é justificada pelo autor por três motivos: alguns híbridos são
naturalmente susceptíveis ao acamamento em altas populações; ao aumento de
doenças de colmo; e à redução do sistema radicular, fragilizando a sustentação da
planta.
Com certa semelhança ao obtido neste estudo, Schwantes et al. (2007)
reduziram o espaçamento de 76 para 38 cm entre as linhas em quatro genótipos de
milho (P30F80, P30K75, P30P70 e X1392D) e o constataram influência dessa
redução sobre o acamamento de planta. No Estado do Paraná, Carvalho (2007)
variou três espaçamentos (40; 60 e 80 cm entre as linhas) combinado com três
populações (60.000; 80.000 e 100.000 plantas ha
-1
) e obteve a mesma constatação
de Schwantes et al. (2007). No entanto, Kunz (2005) obteve menor acamamento de
planta no espaçamento de 90 cm em relação ao de 45 cm entre as linhas de milho,
mas não justificou o motivo.
O percentual de plantas acamadas aumentou linearmente com o incremento
da população de plantas (Figura 11), discordando dos dados de Sangoi et al.
(2002a) que não observaram variação na porcentagem de plantas acamadas com o
aumento de 25.000 para 100.000 plantas ha
-1
em três híbridos de milho. O fato aqui
evidenciado é justificado pela maior competição intraespecífica pelos recursos do
ambiente (SANGOI; SALVADOR, 1998; ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001),
67
prejudicando a manutenção das demais estruturas do vegetal (SANGOI et al., 2000),
notadamente sobre o diâmetro de colmo, como verificado neste trabalho e discutido
posteriormente (item 4.2.5.). Apesar de não terem sido mensuradas neste estudo,
outra hipótese pode estar relacionada à quantidade de raiz e de parte aérea de
plantas nas diferentes populações, pois na pesquisa de Dourado Neto et al. (2003),
a quantidade relativa de raiz no período de florescimento, em relação à massa de
matéria seca total, diminuiu de 26 para 19% com o aumento de 30.000 para 90.000
plantas ha
-1
. a parte aérea aumentou de 74 para 81%, explicando, parcialmente,
porque populações elevadas apresentaram maior porcentagem de acamamento e
quebramento de plantas.
y = 3,59.10
-6
x + 0,525 **
R
2
= 0,82
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Acamamento de planta (%)
Figura 11. Acamamento de planta em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
No tocante ao quebramento de planta, menores percentuais foram
detectados nos híbridos XB 6012, XB 9003 e AG 9010, porém, não se constatou
inferioridade significativa em relação ao XB 6010. De modo geral, o híbrido AG 9010
apresentou baixos percentuais tanto de acamamento quanto de quebramento de
plantas, fato explicado pela sua característica de genótipo moderno, como: ciclo
superprecoce, arquitetura foliar ereta, baixa altura de planta e de inserção de espiga,
excelente “stay green(CRUZ; PEREIRA FILHO, 2009) e menor área foliar. Porém,
68
os híbridos XB 6010, XB 7253 e XB 9003 também apresentaram baixo percentual de
acamamento, apesar de apresentarem características agronômicas diferenciadas do
AG 9010, como arquitetura foliar semi ereta, maior altura de planta e de inserção de
espiga. Isso demonstra que, de fato, estes caracteres não se constituíram em fatores
limitantes ao incremento na população de plantas até 90.000 plantas ha
-1
e no
rendimento de grãos, nas condições em que se conduziu este trabalho.
Assim como foi verificado com o acamamento, o percentual de plantas
quebradas aumentou linearmente à medida que se incrementou a densidade
populacional (Figura 12). O aumento do acamamento e quebramento de planta com
incremento da população também foi relatado por outros pesquisadores (MILANI;
OSUNA; CHURATA, 1999; SANGOI et al., 2002a; PINOTTI, 2003; FURTADO, 2005;
GROSS; VON PINHO; BRITO, 2006; BRACHTVOGEL, 2008). Mas, por outro lado,
contraria os resultados de Amaral Filho (2002), Bruns & Abbas (2005), Carvalho
(2007) e Demétrio (2008), que o observaram influência da alteração da população
de plantas sobre estes caracteres morfológicos.
y = 7,22.10
-6
x + 0,514 **
R
2
= 0,57
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Quebramento de planta (%)
Figura 12. Quebramento de planta em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
69
Outro aspecto a ser considerado para que não se obtenha conclusões
errôneas, é de que na ocorrência de acamamento ou quebramento de planta pode
haver um efeito ilusório facilmente explicável: se ocorrer um acamamento de 10%
numa população de 50.000 plantas ha
-1
, por exemplo, isso significa 5.000 plantas
acamadas por hectare; mas se o mesmo ocorrer em uma população de 80.000
plantas ha
-1
, serão 8.000 plantas acamadas por hectare. Visualmente, 8.000 plantas
acamadas por hectare são bem mais percebíveis do que 5.000 plantas acamadas
por hectare.
4.2.3. Altura de planta
Os híbridos diferenciaram-se para altura de planta, independente dos
espaçamentos e das populações de plantas utilizadas (Tabela 7). Maior altura de
planta foi observada no híbrido XB 7253, diferindo significativamente dos demais
genótipos. Plantas do AG 9010, considerado um híbrido de arquitetura moderna,
apresentaram a menor altura, estando condizente com as informações técnicas
fornecidas pela empresa produtora das sementes e por Cruz & Pereira Filho (2009)
(Tabela 3). Tal diferença pode estar associada ao caráter genético deste material,
especialmente a sua característica de superprecocidade e menor exigência térmica
(graus-dia) em relação aos demais híbridos mensurados. Esse resultado corrobora
aos obtidos por Oliveira (1990) e Alvarez, Von Pinho & Borges (2006), ao verificarem
que híbridos de ciclo mais tardio, como o AG 1051 (híbrido duplo com grão do tipo
dentado), que exige em torno dos 950 graus-dia para atingir o florescimento,
apresentaram maior altura de planta quando comparado com híbridos de ciclo mais
precoce.
Atualmente, a menor altura de planta, uma das modificações verificadas na
arquitetura das plantas de milho (ALMEIDA et al., 2000), tem sido um caractere
desejável entre os produtores de milho por permitir cultivos em maiores densidades
(MUNDSTOCK, 1978) e maior eficiência na colheita mecânica, ao mesmo tempo em
que reduz problemas relacionados ao acamamento e quebramento de plantas antes
do ponto de colheita, comumente evidenciado com plantas de porte elevado. Além
disso, a menor altura de planta tem permitido maior infiltração de luz no dossel
(mesmo com alto índice de área foliar) e diminuição de competição intraespecífica
por recursos naturais sob altas populações de plantas.
70
Conforme também verificado por Dourado Neto et al. (2003), a modificação
no espaçamento entre as linhas de milho mostrou-se dependente da alteração na
densidade populacional para altura de planta. Na Tabela 9, em que se tem o
desdobramento da interação entre estes fatores, verifica-se que o espaçamento
influenciou a altura de planta apenas na população de 50.000 plantas ha
-1
, sendo
que a semeadura com 90 cm entre as linhas proporcionou o aparecimento de
plantas mais altas. Isso é justificado pelo efeito combinado da maior competição
intraespecífica, na linha de semeadura, por água, nutrientes (DOURADO NETO et
al., 2003) e luz no espaçamento de 90 cm, com consequente estímulo da
dominância apical das plantas, conforme relataram Argenta, Silva & Sangoi (2001) e
Sangoi (2001). Além disso, a menor oxidação de auxinas decorrente da proximidade
das plantas estimula a elongação celular e com isso, os entrenós do colmo são mais
longos, aumentando a altura da planta (SANGOI et al., 2002a).
Tabela 9. Desdobramento da interação entre espaçamento e população de plantas
para altura de planta na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Espaçamento
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
45 cm 218,2 b 220,0 a 222,4 a 222,6 a 222,9 a
90 cm 226,4 a 220,1 a 222,3 a 224,5 a 218,9 a
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
Todavia, o efeito da redução do espaçamento sobre a altura de planta
verificado no presente estudo contraria os dados de pesquisas obtidos na região Sul
do Brasil, que indicam que mudanças de espaçamentos entre as linhas de milho não
interferem na altura de planta (ARGENTA et al., 2001; SANGOI et al., 2001;
BALBINOT JÚNIOR; FLECK, 2005b). Paulo & Andrade (2003), Silva (2004), Kunz
(2005), Schwantes et al. (2007), Demétrio et al. (2008) também verificaram que a
altura de planta não foi influenciada pelas alterações nos espaçamento,
evidenciando não ter ocorrido competição entre plantas por luz nos diferentes
espaçamentos entre as linhas avaliados.
Por outro lado, o resultado mostra-se coerente aos obtidos por Penariol et al.
(2003), que ao avaliarem o desempenho agronômico do híbrido AG 9010 e da
71
variedade BR 473 no período da safrinha no Estado de São Paulo, em diferentes
populações (40.000; 60.000 e 80.000 plantas ha
-1
) e espaçamentos (40; 60 e 80 cm
entre as linhas), observaram incremento na altura de planta com o aumento do
espaçamento.
Na análise de regressão, a altura de planta não teve ajuste de equação
significativa linear e nem quadrática decorrente das variações na população de
plantas em nenhum dos espaçamentos, discordando dos resultados obtidos por
Scheeren et al. (2004), que encontraram tendência significativa no aumento da
altura de planta com o incremento da densidade populacional e atribuíram tal
resultado à maior competitividade das plantas por luz, ocasionando um incremento
no desenvolvimento das plantas. Alvarez, Von Pinho & Borges (2006) estudando o
comportamento de genótipos de milho em diferentes espaçamentos entre as linhas e
duas populações de planta, constataram maiores alturas de plantas na população de
75.000 plantas ha
-1
em comparação a de 55.000 plantas ha
-1
. Silva et al. (2008)
avaliando a influência da população de plantas e do espaçamento entre as linhas
nos caracteres agronômicos do híbrido de milho P30K75, no Estado de Goiás,
observaram aumento linear no porte das plantas à medida que se aumentou a
população de plantas de 40.000 para 80.000 plantas ha
-1
.
Na cultura do milho, a influência de variações na densidade populacional
sobre a altura de planta apresenta resultados contrastantes. Outros pesquisadores
também encontraram aumento linear na altura de planta com o aumento da
densidade populacional (MEROTTO JÚNIOR; ALMEIDA; FUCHS, 1997; SANGOI et
al., 2002a; PALHARES, 2003; KUNZ, 2005) e atribuíram esse aumento ao maior
alongamento dos entrenós, proporcionado pelo efeito combinado da competição
intraespecífica por luz e estímulo da dominância apical das plantas de milho.
4.2.4. Altura de inserção de espiga
Na avaliação da cultura do milho, a altura de inserção de espiga é muito
importante por estar relacionada diretamente com o percentual de plantas acamadas
e quebradas (RIZZARDI; PIRES, 1996). Quanto maior é a relação entre altura de
inserção de espiga e altura da planta, mais deslocado estará o centro de gravidade
da planta e maior é a possibilidade de quebra de colmo, uma vez que o milho aloca
cerca de 50% da fitomassa total nos grãos ao final do ciclo. Em função disso, plantas
72
que apresentem menor altura de inserção de espiga tem sido alvo dos melhoristas
dessa cultura. Para este caractere não houve interação significativa entre os fatores
considerados, mas somente efeito independente de população e de híbrido, que
tiveram cada qual sua altura (Tabela 7). Maior altura de inserção de espiga foi
constatada nos híbridos XB 6012 e XB 7253. Plantas do híbrido AG 9010
apresentaram a menor altura de inserção de espiga e isso é desejável na cultura,
pois a menor distância entre o solo e o ponto de inserção da espiga contribui para o
melhor equilíbrio da planta, minimizando a quebra de colmo, principalmente nas
populações mais elevadas, nas quais o diâmetro desta estrutura é menor (SANGOI
et al., 2002a).
Os dados obtidos no presente estudo confirmam os resultados de Kunz
(2005), que obteve diferenças para altura de inserção de espiga entre híbridos,
independente do espaçamento e da população de plantas. Assim como para a altura
de planta, pode-se atribuir tal resultado ao fator genótipo, pois Maddonni, Otegui &
Cirilo (2001) ressalvam que esta é uma característica específica de cada híbrido,
mas que pode variar em decorrência de condições ambientais pontuais ou de anos
agrícolas. Avaliando a influência de espaçamentos e de densidades populacionais
em milho, Demétrio et al. (2008) não constataram diferença significativa entre os
híbridos simples modernos P30K73 e P30F80 para este caractere morfológico,
provavelmente em virtude de ambos serem de ciclo semiprecoce.
Da mesma forma do que foi constatado neste estudo, vários autores não
verificaram influência significativa de espaçamentos sobre a altura de inserção de
espiga (PAULO; ANDRADE, 2003; KUNZ, 2005; SCHWANTES et al., 2007;
DEMÉTRIO et al., 2008). Tal constatação está de acordo com os dados de
pesquisas conseguidos na região Sul do Brasil, que indicam que alterações no
espaçamento entre as linhas de milho não exercem influência significativa sobre a
altura de inserção da primeira espiga (ARGENTA et al., 2001). Porém, Penariol et al.
(2003), obtiveram menor altura de inserção de espiga reduzindo o espaçamento de
80 para 40 cm entre as linhas, independente do híbrido, indicando menor
competição entre as plantas por luz. No Estado do Paraná, Lana et al. (2009)
avaliando o efeito da redução de espaçamento (45; 75 e 90 cm entre as linhas), bem
como do uso de diferentes doses de nitrogênio em cobertura (0; 30; 60 e 90 kg ha
-1
de N), sobre componentes de produção, rendimento de grãos e outros caracteres
agronômicos do milho, constataram influência do espaçamento e da adubação
73
nitrogenada sobre a altura de inserção de espiga, sendo que menores valores foram
obtidos com a utilização do espaçamento reduzido (45 cm entre as linhas).
Diferentemente do evidenciado para altura de planta, a altura de inserção de
espiga aumentou linearmente em função do incremento na população de plantas
(Figura 13), corroborando com vários trabalhos de pesquisa (MEROTTO JÚNIOR;
ALMEIDA; FUCHS, 1997; SANGOI et al., 2002a; PALHARES, 2003; MATEUS et al.,
2004; SCHEEREN et al., 2004; KUNZ, 2005) e confirmando o efeito do estiolamento
reportado por Ballaré & Casal (2000), por Rajcan & Swanton (2001) e por Sangoi et
al. (2002a).
y = 0,0002x + 110,43 **
R
2
= 0,91
116
118
120
122
124
126
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Altura de inseão de espiga (cm)
Figura 13. Altura de inserção de espiga em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Tal fato demonstra que a menor oxidação de auxinas, decorrente da
proximidade das plantas, estimula a elongação celular e com isso, os entrenós do
colmo são mais longos (SANGOI et al., 2002a), aumentando a altura de inserção da
espiga. Além disso, ocorreu o efeito combinado da maior competição intraespecífica
por água, nutrientes (DOURADO NETO et al., 2003) e luz na população mais
elevada (90.000 plantas ha
-1
), estimulando a dominância apical das plantas,
conforme relataram Argenta, Silva & Sangoi (2001) e Sangoi (2001). Alvarez, Von
Pinho & Borges (2006) verificaram que tanto a redução do espaçamento quanto o
74
aumento na densidade de plantas altera a altura de inserção de espiga em milho, o
que concorda em parte com os dados obtidos neste estudo.
4.2.5. Diâmetro de colmo
De acordo com Fancelli & Dourado Neto (2000), o crescimento do colmo das
plantas de milho ocorre principalmente a partir da emissão da oitava folha se
prolongando até o florescimento, sendo que o colmo não somente atua como
suporte de folhas e inflorescências, mas principalmente como uma estrutura
destinada ao armazenamento de sólidos solúveis que serão utilizados na formação
dos grãos. Desta maneira, o diâmetro de colmo também é muito importante para a
obtenção de alto rendimento de grãos, pois quanto maior o seu diâmetro, maior a
capacidade da planta em armazenar fotoassimilados que contribuirão com o
enchimento dos grãos.
No presente estudo, o diâmetro de colmo foi influenciado pelos híbridos,
espaçamentos e populações, porém, sem interação significativa entre esses fatores
(Tabela 7). O híbrido XB 9003 apresentou maior diâmetro de colmo, podendo-se
inferir que plantas deste genótipo apresentam maior capacidade de armazenar
fotoassimilados (FANCELLI; DOURADO NETO, 2000) e maior resistência ao
acamamento por ocasião da colheita (FORNASIERI FILHO, 1992; ARGENTA et al.,
2001; SANGOI et al., 2002a; PALHARES, 2003; PENARIOL et al., 2003), o que de
fato foi evidenciado neste estudo (Tabela 6). Plantas dos híbridos XB 6012, XB 7253
e AG 9010 se diferenciaram e apresentaram menor diâmetro de colmo, portanto,
mais suscetíveis ao acamamento e quebramento (BRUNS; ABBAS, 2005).
Nota-se que a utilização do espaçamento reduzido (45 cm entre as linhas)
proporcionou a obtenção de plantas com maior diâmetro de colmo. Tal fato é
justificado pela menor interceptação da radiação solar pelo dossel da cultura nos
maiores espaçamentos (SHARRATT; MCWILLIANS, 2005), favorecendo o
estiolamento das plantas e a redução do diâmetro de colmo (SANGOI et al., 2002a).
Por outro lado, o espaçamento reduzido, ao permitir melhor arranjo espacial de
plantas, proporciona melhor distribuição de folhas e de raízes, conferindo ao milho,
maior capacidade de aproveitamento de água e nutrientes (BALBINOT JÚNIOR;
FLECK, 2004) e aumento da produção fotossintética líquida (BULLOCK; NIELSEN;
NYQUIST, 1988), refletindo em maior diâmetro de caule.
75
Apesar do verificado, a literatura sobre alteração no diâmetro de colmo com
a redução do espaçamento é contraditória. Palhares (2003) encontrou maior
diâmetro de colmo no menor espaçamento, independente do híbrido utilizado.
Schwantes et al. (2007) e Penariol et al. (2003), em dois anos agrícolas de estudo,
não observaram alteração no diâmetro de colmo nos dois genótipos avaliados (AG
9010 e BR 473) em função de modificações nos espaçamentos entre as linhas de
milho. Kunz (2005) obteve interação entre híbrido e espaçamento, sendo verificado
aumento do diâmetro de colmo no menor espaçamento para os híbridos Penta e IPR
114, redução para o híbrido Garra e ausência de efeito para o híbrido Traktor.
O aumento de 50.000 para 90.000 plantas ha
-1
provocou diminuição linear
do diâmetro de colmo (Figura 14), o que está de acordo com Porter et al. (1997),
Amaral Filho (2002) e Dourado Neto et al. (2003), que observaram que quanto maior
a densidade populacional menor o diâmetro do colmo. A redução do diâmetro de
colmo com o aumento da população de plantas foi relatada por diversos autores
(SANGOI et al., 2002a; PALHARES, 2003; PENARIOL et al., 2003; KUNZ, 2005).
y = -8,57.10
-5
x + 25,507 **
R
2
= 0,94
0
3
6
9
12
15
18
21
24
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Dmetro de colmo (mm)
Figura 14. Diâmetro de colmo em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
O decréscimo na altura de inserção de espiga com incremento da densidade
ocorre porque em altas populações, as plantas alocam seus recursos para um
76
crescimento mais rápido a fim de evitar o sombreamento, aumentando suas chances
de crescer acima do dossel, porém, sacrificando o diâmetro de colmo e a área foliar
(TAIZ; ZEIGER, 2004). Alterações nesses caracteres, pouca importância têm se não
ocorrer correlação com alterações no rendimento.
Outro fato é que o aumento da densidade populacional pode ter
proporcionado redução na disponibilidade de água e nutrientes por planta,
diminuindo a matéria seca e fragilizando o diâmetro de colmo. Segundo Gross, Von
Pinho & Brito (2006), o aumento da densidade interfere na massa individual das
plantas, notadamente do colmo, como resultado da competição entre elas pelos
recursos do meio. Isto leva a inferir que as plantas tendem a ficar mais susceptíveis
ao acamamento e quebramento com o incremento da população, havendo
diferenças entre genótipos. De acordo com Bruns & Abbas (2005), o aumento da
população, na maioria dos cereais da família Poaceae, resulta na produção de
plantas mais altas e com colmos de menor diâmetro. A redução do diâmetro de
colmo com o aumento da população foi relatada por diversos autores (SANGOI et
al., 2002a; PENARIOL et al., 2003; KUNZ, 2005; CARVALHO, 2007) e pode limitar a
utilização de altas populações para híbridos de colmos menos resistentes.
4.3. Caracteres de espiga e componentes de produção
Os resultados da análise de variância dos caracteres de espiga e
componentes de produção são apresentados nas Tabelas 10 e 11, com os valores
de F calculado para os fatores testados e suas respectivas interações e
significâncias, bem como as médias observadas. Na Tabela 10, encontra-se o
resumo da análise de variância para comprimento de espiga, diâmetro de espiga e
de sabugo, comprimento de grão e fileiras de grãos por espiga, enquanto que
prolificidade, massa de cem grãos e rendimento de grãos constam na Tabela 11.
Os caracteres de espiga e componentes de produção apresentaram baixo
coeficiente de variação (<10%) (PIMENTEL GOMES, 1990), demonstrando boa
precisão experimental (CARVALHO et al., 2003). Isto é de extrema importância para
conclusão e recomendação dos resultados obtidos, haja vista que dentre os ensaios
realizados para várias culturas agrícolas, os ensaios com milho possuem a menor
precisão experimental (LÚCIO, 1997).
77
Tabela 10. Valores dios de comprimento de espiga (CE), diâmetro de espiga
(DE), diâmetro de sabugo (DS), comprimento de grão (CG) e fileiras de
grãos por espiga (FG) em função de arranjos espaciais de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
CE DE DS CG FG
Tratamentos
————————— mm ————————— n
o
Híbrido (H)
XB 6010 150,8 48,8 29,4 a 9,7 13,3
XB 6012 153,3 49,2 28,7 b 10,3 13,7
XB 7253 161,2 47,9 28,4 b 9,8 13,1
XB 9003 152,3 48,4 29,2 a 9,6 12,9
AG 9010 142,2 45,6 28,4 b 8,6 13,8
DMS (5%) 0,38
Teste F 37,96 ** 103,58 ** 20,67 ** 57,21 ** 29,22 **
Espaçamento (E)
45 cm 152,7 48,1 28,9 9,6 13,4
90 cm 151,3 47,9 28,8 9,6 13,3
Teste F 2,85 6,83 3,01 0,46 1,24
População (P)
50.000 plantas ha
-1
163,2 49,1 29,5 9,8 13,4
60.000 plantas ha
-1
155,4 48,8 29,3 9,7 13,6
70.000 plantas ha
-1
152,1 47,6 28,7 9,4 13,3
80.000 plantas ha
-1
146,7 47,5 28,4 9,5 13,3
90.000 plantas ha
-1
142,2 47,0 28,2 9,4 13,2
Teste F 53,54 ** 41,63 ** 34,98 **
4,69 ** 3,77 **
H x P 1,50 2,83 ** 0,92 1,87 * 1,99 *
H x E 5,24 ** 0,25 0,66 0,70 1,45
E x P 1,86 0,15 0,78 0,58 0,67
Teste F
(interação)
E x H x P
1,20 0,42 0,48 0,40 1,02
Média geral 151,9 48,0 28,9 9,6 13,4
CV (%) 4,41 2,39 2,43 6,76 3,12
** e * significativo em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Médias
seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade. DMS diferença mínima significativa pelo teste de Tukey. CV coeficiente de
variação.
78
Tabela 11. Valores dios de prolificidade, massa de cem grãos (M100) e
rendimento de grãos (RG) em função de arranjos espaciais de plantas
na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Prolificidade M100
(1)
RG
(1)
Tratamentos
(espiga planta
-1
)
——— g ——— —— kg ha
-1
——
Híbrido (H)
XB 6010 0,92 b 37,5 6.788
XB 6012 0,99 a 34,8 6.974
XB 7253 0,98 a 36,7 7.664
XB 9003 0,96 ab 38,5 7.319
AG 9010 0,95 ab 33,1 6.093
DMS (5%) 0,04
Teste F 8,08 ** 86,79 ** 40,65 **
Espaçamento (E)
45 cm 0,96 36,0 7.121
90 cm 0,95 36,3 6.814
Teste F 0,03 1,04 5,44
População (P)
50.000 plantas ha
-1
1,02 37,4 6.584
60.000 plantas ha
-1
0,98 36,7 6.804
70.000 plantas ha
-1
0,95 36,0 7.113
80.000 plantas ha
-1
0,92 35,5 7.225
90.000 plantas ha
-1
0,92 35,1 7.110
Teste F
17,01 ** 15,36 ** 8,15 **
H x P 0,92 0,68 2,50 **
H x E 1,37 3,18 * 4,50 **
E x P 0,69 1,95 1,39
Teste F
(interação)
E x H x P 0,44 0,92 1,29
Média geral 0,96 36,1 6.967
CV (%) 6,80 3,34 8,84
** e * significativo em nível de 1% e 5% de probabilidade pelo teste F, respectivamente. Médias
seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade. DMS diferença mínima significativa pelo teste de Tukey. CV coeficiente de
variação.
(1)
Com base em 130 g kg
-1
de teor de água nos grãos.
79
4.3.1. Comprimento de espiga
O comprimento médio da espiga é um dos caracteres que pode interferir
diretamente no número de grãos por fileira e, consequentemente, no rendimento da
cultura do milho. Segundo Fancelli (1986), o comprimento da espiga na cultura do
milho é definido, principalmente, no momento em que as plantas apresentam doze
folhas plenamente desdobradas (estádio 3). Sendo assim, qualquer adversidade que
aconteça nessa fase, como o efeito combinado da competição intraespecífica, pode
resultar em redução no comprimento das espigas, provocando queda no rendimento.
Ao analisar o comprimento de espiga (Tabela 10), observa-se que houve
efeito de população, híbrido e da interação entre híbrido e espaçamento. O aumento
da população proporcionou redução linear do comprimento de espiga (Figura 15),
demonstrando que tal incremento, ao promover maior competição intraespecífica
pelos recursos do meio (SANGOI; SALVADOR, 1998; ARGENTA; SILVA; SANGOI,
2001), prejudica a manutenção das demais estruturas do vegetal (SANGOI et al.,
2000), dentre elas, a formação da espiga. Plantas espaçadas equidistantemente
competem minimamente por nutrientes, luz e outros fatores, favorecendo o melhor
desenvolvimento das espigas (LAÜER, 1994; SANGOI et al., 2000).
y = -0,0005x + 187,41 **
R
2
= 0,98
140
143
146
149
152
155
158
161
164
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Comprimento de espiga (mm)
Figura 15. Comprimento de espiga em função de população de plantas na cultura
do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
80
Os resultados do presente estudo são concordantes com os obtidos por
Palhares (2003), Paulo & Andrade (2003), Mateus et al. (2004), Brachtvogel (2008) e
Vieira et al. (2010), que evidenciaram progressiva redução no comprimento de
espiga em função do aumento da população de plantas. Dourado Neto et al. (2003)
verificaram que nas populações compreendidas entre 30.000 e 60.000 plantas ha
-1
,
para todos os genótipos avaliados, houve aumento do comprimento de espigas pela
redução do espaçamento de 80 para 40 cm. Para populações acima de 65.000
plantas ha
-1
, isso não foi observado, provavelmente pela competição intraespecífica
por água, nutrientes e luz superar os efeitos do melhor arranjo espacial de plantas.
No espaçamento de 45 cm entre as linhas, os híbridos XB 7253 e XB 9003
obtiveram maior comprimento de espiga, ao passo que no espaçamento de 90 cm,
os maiores valores foram constatados nos híbridos XB 7253 e XB 6012 (Tabela 12).
Por outro lado, nenhum dos híbridos teve o comprimento de espiga afetado pelo
espaçamento, discordando dos resultados obtidos por Palhares (2003), que
constatou aumento do comprimento de espiga pela redução do espaçamento de 80
para 40 cm em todos os genótipos avaliados nas populações de 30.000 e 60.000
plantas ha
-1
, provavelmente devido aos efeitos da distribuição de plantas.
Tabela 12. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para
comprimento de espiga na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil
(2009).
Híbrido
Espaçamento
XB 6010 XB 6012 XB 7253 XB 9003 AG 9010
45 cm 149,3 aBC 151,5 aBC 161,6 aA 155,5 aAB 145,2 aC
90 cm
152,4 aB 155,1 aAB 160,7 aA
149,0 aB 139,1 aC
Médias seguidas por mesma letra minúscula nas colunas e por mesma letra maiúscula nas linhas não
diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade.
4.3.2. Diâmetro de espiga
No que diz respeito ao diâmetro de espiga, não houve efeito significativo de
espaçamento (Tabela 10), o que também foi verificado por Schwantes et al. (2007).
Constatou-se efeito de interação entre híbrido e população, o que também foi
observado por Vieira et al. (2010) ao estudar o desempenho de híbridos de milho
81
(Penta, 30P34, DKB 214 e SWB 551) submetidos à diferentes populações (35.000;
50.000; 65.000; 80.000 e 95.000 plantas ha
-1
). Os híbridos tiveram o mesmo
comportamento quando submetidos às populações de 60.000, 70.000 e 80.000
plantas ha
-1
(Tabela 13), constatando-se menor diâmetro de espiga no híbrido AG
9010. Nas populações de 50.000 e 90.000 plantas ha
-1
, os híbridos XB 6010, XB
6012 e XB 9003 apresentaram espigas de maior diâmetro.
Tabela 13. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
diâmetro de espiga na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Híbrido
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
XB 6010
49,6 ab 49,7 a 48,3 a 48,7 a
47,9 ab
XB 6012 50,2 a 49,9 a 49,1 a 48,6 a 48,3 a
XB 7253 48,4 b 49,1 a 47,7 a 48,4 a 46,2 bc
XB 9003 50,2 a 48,9 a 47,6 a 47,3 a 48,0 a
AG 9010 47,2 c 46,3 b 45,2 b 44,5 b 44,6 c
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
O aumento da população provocou diminuição linear do diâmetro de espiga
em todos os híbridos (Figura 16), o que corrobora os resultados observados por
Lenzi (1992), Marchão et al. (2005) e Brachtvogel (2008). Vieira et al. (2010)
constataram redução linear no diâmetro de espiga com o aumento da população de
plantas para os genótipos Penta e 30P34, enquanto que os genótipos DKB 214 e
SWB 551 apresentaram redução quadrática.
O resultado obtido neste estudo demonstra que os híbridos mensurados
tiveram a atividade fotossintética afetada pelo incremento na densidade
populacional, reduzindo drasticamente o suprimento de fotoassimilados para a fase
de enchimento dos grãos e manutenção das demais estruturas do vegetal (SANGOI
et al., 2000), proporcionando uma série de consequências negativas para o
desempenho agronômico da cultura, dentre elas, a diminuição do diâmetro de
espiga. Além disso, os dados comprovam a forte supressão do desenvolvimento da
espiga pelo aumento da população de plantas, sendo este efeito mais proeminente
no híbrido AG 9010, conforme foi relatado por Vieira et al. (2010) sobre o número de
grãos por fileira.
82
y = -7,13.10
-5
x + 50,563 ** R
2
= 0,90
y = -5,89.10
-5
x + 52,529 ** R
2
= 0,65
y = -5,13.10
-5
x + 51,563 ** R
2
= 0,54
y = -5,07.10
-5
x + 52,783 ** R
2
= 0,96
y = -4,58.10
-5
x + 52,051 ** R
2
= 0,78
39
41
43
45
47
49
51
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Diâmetro de espiga (mm)
XB 6010
XB 6012
XB 7253
XB 9003
AG 9010
Figura 16. Diâmetro de espiga de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
4.3.3. Diâmetro de sabugo
Assim como foi verificado para altura de inserção de espiga, o diâmetro de
sabugo não foi afetado pela alteração no espaçamento entre as linhas (Tabela 10).
Entre os fatores considerados não houve interação significativa, mas apenas efeito
isolado de híbrido e de população de plantas, constatando-se que espigas dos
híbridos XB 6010 e XB 9003 apresentaram maior diâmetro de sabugo. Marchão et
al. (2005) conduziram dois experimentos no Estado de Goiás avaliando
características agronômicas de híbridos de milho (A 2555; A 2288; AG 9010; AG
6690; P 30F88 e Valent) em diferentes populações (40.000; 55.000; 70.000; 85.000
e 100.000 plantas ha
-1
) sob espaçamento reduzido (45 cm entre as linhas) e também
não obtiveram interação significativa entre híbrido e população de plantas em ambos
os experimentos.
Perante análise de regressão, o diâmetro de sabugo teve comportamento
similar ao comprimento e diâmetro de espiga. Observa-se na representação gráfica
(Figura 17), que o incremento na população de plantas provocou redução linear do
83
diâmetro de sabugo, corroborando com vários trabalhos de pesquisas, dentre eles
os desenvolvidos por Lenzi (1992), Marchão et al. (2005) e Brachtvogel et al. (2009).
Novamente, fica evidenciado que o aumento do número de plantas por unidade de
área promove maior competição intraespecífica pelos recursos do ambiente
(SANGOI; SALVADOR, 1998; ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001), prejudicando a
manutenção das demais estruturas do vegetal (SANGOI et al., 2000), dentre elas, o
desenvolvimento adequado da espiga.
y = -3,57.10
-5
x + 31,335 **
R
2
= 0,97
25
26
27
28
29
30
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Dmetro de sabugo (mm)
Figura 17. Diâmetro de sabugo em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
4.3.4. Comprimento de grão
A exemplo do que ocorreu com o diâmetro de espiga, o comprimento de
grão não foi afetado pela alteração no espaçamento, mas somente pelo efeito da
interação significativa entre híbrido e população (Tabela 10). No comportamento dos
híbridos dentro das respectivas populações (Tabela 14), os híbridos XB 6010, XB
6012, XB 7253 e XB 9003 se comportaram de modo similar sob 50.000, 60.000,
80.000 e 90.000 plantas ha
-1
, apresentando grãos mais compridos em relação ao AG
9010. Na presença de 70.000 plantas ha
-1
, o híbrido XB 9003 não manteve sua
84
superioridade e não se diferenciou do AG 9010, apresentando, portanto, grãos mais
curtos em relação aos demais genótipos.
Tabela 14. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
comprimento de grão na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Híbrido
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
XB 6010 9,8 ab 10,0 a 9,6 ab 9,6 a 9,7 a
XB 6012
10,5 a 10,2 a
10,3 a
10,2 a
10,1 a
XB 7253 9,7 ab 10,1 a 9,6 ab
10,1 a 9,2 ab
XB 9003
10,1 a 9,5 ab 9,3 bc 9,4 a 9,7 a
AG 9010 9,1 b 8,7 b
8,4 c 8,2 b 8,4 b
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
Na análise de regressão, apenas os dados dos híbridos XB 7253, XB 9003 e
AG 9010 tiveram ajustes de equações significativas (Figura 18). O modelo
quadrático foi o que melhor se ajustou as médias dos híbridos XB 7253 e XB 9003.
O comprimento máximo de grão estimado foi de 11,8 mm com a população de
75.757 plantas ha
-1
para o híbrido XB 7253, enquanto que o XB 9003 não obteve
ponto de máxima estimado pela equação quadrática. O comprimento de grão do
híbrido AG 9010 diminuiu linearmente à medida que se elevou a população de
plantas, concordando com os resultados obtidos por Brachtvogel et al. (2009). Desta
forma, infere-se que a resposta linear do diâmetro de espiga e de sabugo ao
incremento da população (Figuras 16 e 17) influenciou o aparecimento de uma
mesma tendência no comprimento de grão, uma vez que este caractere foi obtido
pela diferença dos dois primeiros caracteres.
85
y = -1,77.10
-5
x + 9,813 ** R
2
= 0,72
y = 1,45.10
-9
x
2
- 0,0002x + 16,966 ** R
2
= 0,97
y = -1,32.10
-9
x
2
+ 0,0002x + 4,2383 * R
2
= 0,55
5
6
7
8
9
10
11
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Comprimento de grão (mm)
XB 6010
XB 6012
XB 7253
XB 9003
AG 9010
Figura 18. Comprimento de grão de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
4.3.5. Número de fileiras de grãos por espiga
O número de fileiras de grãos por espiga não foi afetado pelas alterações no
espaçamento, mas somente pelo efeito da interação significativa entre híbrido e
população de plantas (Tabela 10). Diferente do observado neste estudo, Palhares
(2003) obteve aumento significativo do número de fileiras de grãos por espiga do
genótipo DKB 911 pela redução do espaçamento de 80 para 40 cm entre as linhas
sob a população de 30.000 plantas ha
-1
, bem como para o AG 1051 na população de
60.000 plantas ha
-1
. Este último teve seu número de fileiras reduzido na combinação
de 40 cm x 90.000 plantas ha
-1
.
No desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas
(Tabela 15), os híbridos XB 6010, XB 6012, XB 7253 e AG 9010 tiveram
comportamento similar quando submetidos às populações de 60.000, 70.000 e
80.000 plantas ha
-1
, apresentando maior número de fileiras de grãos por espiga. Na
presença de 50.000 plantas ha
-1
, maior número de fileiras foi verificado nos híbridos
86
AG 9010 e XB 6012, ao passo que na maior população (90.000 plantas ha
-1
) não
houve diferença significativa entre os genótipos.
Tabela 15. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
número de fileiras de grãos por espiga na cultura do milho. Selvíria
MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Híbrido
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
XB 6010 13,1 b 13,5 ab 12,9 ab 13,6 a 13,4 a
XB 6012
13,8 ab
13,8 a 13,7 ab
13,5 ab 13,5 a
XB 7253 12,9 b 13,5 ab 13,1 ab
12,9 ab 12,9 a
XB 9003 13,2 b 12,8 b
12,9 b 12,8 b 12,8 a
AG 9010 14,2 a 14,1 a
13,8 a
13,5 ab 13,4 a
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
Na realização da análise de regressão para os níveis de população dentro
de cada genótipo, apenas o híbrido AG 9010 teve ajuste significativo de equação
(Figura 19). Nota-se que o incremento na população de plantas provocou redução
linear do número de fileiras de grãos por espiga. A alta população (90.000 plantas
ha
-1
) propiciou a intensificação da competição intraespecífica por luz no referido
genótipo, fato que pode explicar o menor mero de fileiras de grãos por espiga
observada nesta condição. O mesmo não foi evidenciado para os demais genótipos,
explicado pela ausência de ajuste significativo de equação linear e quadrática. Os
dados obtidos corroboram com os de Lenzi (1992), Pinotti (2003), Furtado (2005) e
Brachtvogel (2008), onde se observou que à medida que se elevou a população de
plantas, o número de fileiras de grãos diminui. Entretanto, Marchão et al. (2005)
obtiveram resultados diferentes, pois os autores chegaram à conclusão que o
número de fileiras de grãos por espiga não foi influenciado pelo aumento na
densidade populacional. Os referidos autores relacionaram tal resultado ao fato de
que o potencial de produção é definido no primeiro estádio de desenvolvimento,
quando ocorre o início do processo de diferenciação floral e a formação dos
primórdios da espiga, não havendo ainda uma influência significativa da competição
por plantas no ambiente.
87
y = -2,11.10
-5
x + 15,279 ** R
2
= 0,96
10
11
12
13
14
15
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Fileiras de gos por espiga (n°)
XB 6010
XB 6012
XB 7253
XB 9003
AG 9010
Figura 19. Número de fileiras de grãos por espiga de híbridos em função de
população de plantas na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
4.3.6. Prolificidade
A prolificidade, que expressa o número de espigas por planta, não sofreu
alteração com a redução do espaçamento (Tabela 11), confirmando resultados de
vários pesquisadores (BULLOCK; NIELSEN; NYQUIST, 1988; MURPHY et al., 1996;
ARGENTA et al., 2001; SANGOI et al., 2001; PALHARES, 2003; PENARIOL et al.,
2003; FLESCH; VIEIRA, 2004; SCHEEREN et al., 2004; CARVALHO, 2007), que
avaliaram híbridos de milho em diferentes locais e anos agrícolas e não constataram
variação na prolificidade com a redução do espaçamento.
Houve efeito independente de híbrido e população de plantas, indicando que
este componente de produção está intimamente ligado ao próprio genótipo, mas que
também pode ser afetado em condições de alterações no número de plantas na
área. Os resultados mostram-se coerentes aos obtidos por Demétrio (2008) ao
constatar que a prolificidade não foi afetada pela diminuição do espaçamento entre
as linhas de milho, mas apenas pelos híbridos e pelas densidades populacionais,
isoladamente. Os híbridos XB 6012 e XB 7253 apresentaram a maior prolificidade,
apesar de não terem se diferenciado dos híbridos XB 9003 e AG 9010. O fato de
88
não se ter constatado interação significativa entre híbrido e população de plantas é
um importante indicativo da capacidade dos híbridos modernos em suportar
diferentes alterações no número de plantas por unidade de área sem diminuir
acentuadamente a emissão e manutenção das espigas (ALMEIDA et al., 2000).
O incremento na população proporcionou decréscimo linear no número de
espiga por planta (Figura 20), sendo que na menor população (50.000 plantas ha
-1
)
as plantas apresentaram-se mais prolíficas, evidenciando que a competição por luz e
a compensação da planta estão presentes mesmo nas fases de diferenciação e
emissão das espigas. Argenta et al. (2001) relatam que a redução na densidade
populacional em milho possibilita a obtenção de plantas com espigas em maior
número. Isso acontece porque, em baixas densidades, a competição intraespecífica
pelos recursos do meio é pequena, disponibilizando às plantas os recursos
necessários para o enchimento dos grãos em mais de uma espiga por planta
(DEMÉTRIO, 2008), no entanto, a segunda espiga geralmente é menor que a
primeira. Alguns trabalhos têm apontado para a capacidade das plantas de
detectarem precocemente a presença de plantas vizinhas, antes mesmo de
iniciarem a competir por luz, e assim no início do crescimento já modularem o
padrão de desenvolvimento (BALLARÉ; SCOPEL; SÁNCHEZ, 1995).
y = -2,6.10
-6
x + 1,14 **
R
2
= 0,93
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Prolificidade (espiga planta
-1
)
Figura 20. Prolificidade em função de população de plantas na cultura do milho.
Selvíria – MS, Brasil (2009).
89
Merotto Júnior, Almeida & Fuchs (1997), Silva, Argenta & Rezera (1999),
Almeida et al. (2000), Argenta et al. (2001), Penariol et al. (2003), Flesch & Vieira
(2004), Cruz et al. (2007), Demétrio (2008) e Silva et al. (2008) obtiveram resultados
similares aos evidenciados neste estudo. Demétrio (2008), por sua vez, atribuiu tal
acontecimento ao fato de que em baixas densidades populacionais, a competição
entre as plantas pelos recursos do meio é pequena, disponibilizando às plantas os
recursos necessários para o enchimento dos grãos em mais de uma espiga por
planta. Paulo & Andrade (2003) verificaram interação significativa entre
espaçamento e população de plantas, sendo que a prolificidade variou com a
população apenas no espaçamento de 90 cm entre as linhas, encontrando o maior
número de espigas por planta na menor população estudada (50.000 plantas ha
-1
).
Fornasieri Filho (2007) cita que altas densidades populacionais podem causar
alterações morfológicas e fisiológicas, dentre elas, o aumento do número de plantas
sem espiga. O aumento no número de plantas por área, até certo limite, tende a
compensar a diminuição do tamanho das espigas. Os melhores rendimentos de
grãos são conseguidos naquelas populações em que a prolificidade esteja próxima
da unidade, com espigas de tamanho sendo suficiente para o diminuir o
rendimento.
4.3.7. Massa de cem grãos
A massa individual do grão é produto da duração do período efetivo de
enchimento e da taxa de crescimento do grão, que por sua vez é dependente de
fatores que controlam a oferta de assimilados para o seu pleno enchimento.
Importante componente de produção na cultura do milho, a massa de grão é o último
componente a ser definido, a qual é determinada pela taxa e pela duração do
período de enchimento de grãos (WANG; KANG; MORENO, 1999). No presente
estudo, a massa de cem grãos comportou-se de maneira similar à prolificidade,
sendo afetada pela população de plantas, independente de híbrido e espaçamento
(Tabela 11).
As plantas que apresentaram maior estresse de sombreamento, provocado
pelo aumento da densidade populacional, não conseguiram compensar a deficiência
de produção de fotoassimilados nas folhas e como resultado, a massa de cem grãos
reduziu linearmente à medida que se elevou a população de plantas (Figura 21).
90
Demonstra-se que o incremento na população por área promove maior competição
intraespecífica pelos recursos do ambiente, conforme relatado por vários autores
(SANGOI; SALVADOR, 1998; ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001), o que altera a
taxa e duração do período de enchimento dos grãos (RUGET, 1993) e manutenção
das demais estruturas do vegetal (SANGOI et al., 2000). Bruns & Abbas (2005)
atribuíram a menor massa de grãos por espiga, decorrente do aumento da
densidade populacional, ao estresse induzido pela competição intraespecífica por
água, nutrientes e luz, porém, esse estresse não resulta necessariamente na
diminuição do rendimento de grãos, uma vez que o aumento do número de plantas
por área compensa tais perdas até um determinado ponto crítico, onde o tamanho
das espigas diminui muito e começam ocorrer plantas sem espigas, devido à
competição.
y = -5,68.10
-5
x + 40,124 **
R
2
= 0,98
32
33
34
35
36
37
38
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Massa de cem gos (g)
Figura 21. Massa de cem grãos em função de população de plantas na cultura do
milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Os dados obtidos estão em concordância com os conseguidos por Strieder
et al. (2007), no Estado do Rio Grande do Sul. Estes autores conduziram dois
experimentos com o objetivo de avaliar a resposta de quatro híbridos de milho
irrigado a alterações no arranjo de plantas. No Experimento I, os tratamentos
constaram de dois genótipos (Flash e Attack), quatro densidades (5,0; 6,25; 7,5 e
91
8,75 plantas m
-2
) e quatro espaçamentos (40; 60; 80 e 100 cm entre as linhas). No
Experimento II, os tratamentos foram constituídos de dois híbridos (Garra e Penta),
quatro densidades (4,5; 6,0; 7,5 e 9,0 plantas m
-2
) e os mesmos espaçamentos
adotados no experimento I. Ao término da pesquisa, verificaram redução linear na
massa de grão nos quatro híbridos com o incremento na densidade de plantas nos
quatro espaçamentos testados, exceto nos espaçamentos de 80 e 100 cm do híbrido
Garra. Nessa condição, a massa de grãos não variou com a densidade populacional,
enquanto que no espaçamento de 40 cm para o híbrido Penta, esse componente
aumentou de forma quadrática com o incremento da densidade. Outros autores
também encontraram redução da massa de grãos com o aumento da população de
plantas (LENZI, 1992; SILVA; ARGENTA; REZERA, 1999; PALHARES, 2003;
PENARIOL et al., 2003; FLESCH; VIEIRA, 2004; MARCHÃO et al., 2005;
FURTADO, 2005; CARVALHO, 2007).
O fato de a massa de cem grãos ter sido prejudicada pelo aumento da
população de plantas contraria Andrade; Otegui & Vega (2000), Borrás & Otegui
(2001) e Sangoi et al. (2002b), que relataram que esse é o componente de produção
menos afetado por variações nas práticas de manejo. A redução da massa de grãos
possivelmente está associada ao aumento da competição intraespecífica provocada
pelo aumento da população de plantas (SANGOI, 2001; MEROTTO JÚNIOR et al.,
1999), agravado nas situações de desuniformidade de desenvolvimento das plantas,
onde as “plantas dominadas” são mais afetadas pelo aumento da densidade
populacional, demonstrando que os efeitos da competição intraespecífica acontecem
tanto quando as plantas estão em maior população ou quando são dominadas por
plantas vizinhas que emergiram mais rapidamente (MEROTTO JÚNIOR et al., 1999;
ZANIN, 2007).
Pelo desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento (Tabela 16),
verifica-se que somente o híbrido AG 9010 apresentou variação na massa de cem
grãos em função do espaçamento, constatando-se maior massa de grãos quando
submetido ao espaçamento de 90 cm entre as linhas. Embora tenha se constatada
significância, a diferença entre os dois espaçamentos foi diminuta. Era de esperar
que no espaçamento reduzido a massa média dos grãos fosse maior, em virtude da
menor competição entre as plantas por nutrientes e água no solo, proporcionada
pela distribuição equidistante das plantas na linha de semeadura (NUMMER FILHO;
HENTSCHKE, 2006), além de conferir maior capacidade de interceptação de
92
radiação solar (BALBINOT JÚNIOR; FLECK, 2004). Diferente do constatado, Sangoi
et al. (2001) e Bullock, Nielsen & Nyquist (1988) observaram aumento da massa de
grãos de milho com a redução do espaçamento. Sangoi et al. (2001) justificam o
resultado pelo fato de que a menor competição entre plantas dentro da linha de
semeadura por luz, água e nutrientes, devido à sua distribuição mais equidistante na
área, nos menores espaçamentos, aumenta a disponibilidade de carboidratos,
permitindo que a planta forme grãos com maior massa. Todavia, esta justificativa
não explica o resultado evidenciado no presente estudo.
Tabela 16. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para massa
de cem grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Híbrido
Espaçamento
XB 6010 XB 6012 XB 7253 XB 9003 AG 9010
45 cm 37,6 aAB 34,6 aC 36,6 aB 38,7 aA 32,5 bD
90 cm 37,4 aAB 35,1 aC 36,8 aB 38,3 aA 33,8 aD
Médias seguidas por mesma letra minúscula nas colunas e por mesma letra maiúscula nas linhas não
diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade.
Os genótipos tiveram o mesmo comportamento em ambos os
espaçamentos, com os híbridos XB 9003 e XB 6010 destacando-se pela maior
massa obtida. O AG 9010 apresentou menor massa média de grãos, tanto em 45 cm
quanto em 90 cm entre as linhas. Essa diferença pode estar relacionada ao seu
próprio ciclo, pois exigências calóricas contrastantes para o florescimento podem
levar a diferenças na taxa e período de alocação de matéria seca nos grãos durante
o seu enchimento. Em se tratando de custos com transporte e armazenamento,
pode-se inferir que a utilização dos híbridos XB 9003 e XB 6010 é vantajosa, pois a
massa média dos grãos afeta diretamente a sua densidade e valores médios
superiores resultam em maior capacidade de transporte por carga e armazenamento
nos silos (SCHWANTES et al., 2007). A massa média de grãos teve participação na
determinação do rendimento de grãos, pois o híbrido de maior massa de cem grãos
(XB 9003) foi também o mais produtivo em ambos os espaçamentos utilizados. O
híbrido de menor massa de grãos (AG 9010) foi o menos produtivo, evidenciando a
importância deste componente de produção na determinação do rendimento (Tabela
17). Apesar do efeito, o mesmo não foi verificado para o híbrido XB 6010.
93
4.3.8. Rendimento de grãos
O rendimento de grãos apresentou comportamento distinto em razão da
interação entre híbrido e espaçamento e entre híbrido e população (Tabela 11),
corroborando com os resultados de Penariol et al. (2003). Cruz et al. (2007)
constataram que o rendimento foi afetado pela interação significativa entre
espaçamento e densidades de semeadura em dois anos agrícolas, o que neste
estudo não foi constatado.
A redução do espaçamento de 90 para 45 cm entre as linhas não foi
eficiente no aumento do rendimento de grãos dos híbridos XB 6010, XB 6012, XB
7253 e XB 9003 (Tabela 17), demonstrando que a variação no espaçamento não
manifestou os efeitos resultantes da capacidade das plantas em detectarem
precocemente a competição por luz que irão apresentar, e assim definirem o seu
padrão de desenvolvimento (BALLARÉ; SCOPEL; SÁNCHEZ, 1995). Contudo, o
híbrido AG 9010 apresentou maior rendimento de grãos no espaçamento de 45 cm
entre as linhas, indicando claramente que para este genótipo de arquitetura
diferenciada, a redução do espaçamento é vantajosa. A superioridade constatada foi
de 15% a favor do espaçamento reduzido, semelhante aos resultados de ensaios
obtidos nas regiões Sul, Sudeste e Centro Oeste do Brasil, em que os ganhos de
rendimento de grãos foram de até 14% com a adoção desta prática (VILARINHO,
2005).
Tabela 17. Desdobramento da interação entre híbrido e espaçamento para
rendimento de grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Híbrido
Espaçamento
XB 6010 XB 6012 XB 7253 XB 9003 AG 9010
45 cm 6.835 aC 6.914 aBC 7.776 aA 7.496 aAB 6.582 aC
90 cm 6.740 aB 7.033 aAB 7.551 aA 7.142 aAB 5.605 bC
Médias seguidas por mesma letra minúscula nas colunas e por mesma letra maiúscula nas linhas não
diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de probabilidade.
O aumento do rendimento de grãos, com a redução do espaçamento, é
atribuído à maior eficiência na interceptação de radiação e ao decréscimo de
competição por luz, água e nutrientes, entre as plantas na linha, devido a sua
distribuição mais equidistante (ARGENTA; SILVA; SANGOI, 2001). Sangoi et al.
94
(2001) e outros pesquisadores (DOURADO NETO et al., 2003; PENARIOL et al.,
2003) obtiveram ganhos em rendimento de grãos com uso de espaçamento reduzido
na cultura do milho. Em contrapartida, Flesch & Viera (2004) não detectaram
diferença significativa para redução do espaçamento no rendimento de grãos de
diferentes híbridos de milho. No entanto, verificaram que esta prática mostrou-se
efetiva no controle de plantas daninhas. Deve-se ressaltar que o estudo de Sangoi et
al. (2001) foi realizado variando apenas espaçamentos (50; 75 e 100 cm entre as
linhas) e híbridos (AG 1051 e AG 9014), enquanto que o de Flesch & Viera (2004),
variou espaçamentos (70; 85; 100 e 115 cm entre as linhas), populações (30.000;
50.000; 70.000 e 90.000 plantas ha
-1
) e híbridos (Pioneer 3099 e AG 1051).
No tocante ao comportamento de híbridos dentro de espaçamento, os
híbridos XB 7253 e XB 9003 apresentaram maior rendimento sob 45 cm entre as
linhas. A superioridade produtiva dos genótipos foi mantida no espaçamento de 90
cm entre as linhas, porém, não se diferenciando significativamente do XB 6012
(Tabela 17). Os híbridos XB 6010, XB 6012, XB 7253 e XB 9003 apresentaram
maiores rendimentos de grãos sob 50.000 e 60.000 plantas ha
-1
(Tabela 18). Em
condições de 70.000 e 80.000 plantas ha
-1
, a superioridade produtiva foi constatada
apenas nos híbridos XB 7253 e XB 9003. Na população de 90.000 plantas ha
-1
, não
houve diferença significativa entre os híbridos.
Tabela 18. Desdobramento da interação entre híbrido e população de plantas para
rendimento de grãos na cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
População (plantas ha
-1
)
Híbrido
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
XB 6010 6.591 ab 6.719 a 6.648 bc 7.070 b 6.910 a
XB 6012 6.837 a 7.182 a 6.937 bc 7.003 b 6.909 a
XB 7253 7.008 a 7.484 a
8.160 a 8.330 a 7.336 a
XB 9003 7.006 a 7.181 a 7.468 ab 7.333 ab 7.606 a
AG 9010 5.480 b 5.455 b
6.351 c 6.390 b 6.792 a
Médias seguidas por mesma letra nas colunas não diferem pelo teste de Tukey em nível de 5% de
probabilidade.
Apenas os híbridos XB 7253 e AG 9010 tiveram ajustes de equações
significativas pela análise de regressão (Figura 22). Os coeficientes de determinação
(R
2
) de 85 e 89%, indicam que a maioria da variação observada foi explicada pela
95
regressão quadrática e linear, respectivamente. O híbrido XB 7253 respondeu de
forma quadrática ao aumento da população de plantas, incrementando o rendimento
de grãos a partir de 50.0000 plantas até 70.000 plantas ha
-1
e diminuindo a 90.000
plantas ha
-1
, semelhante ao constatado por Flesch & Vieira (2004) e Sangoi, Schmitt
& Zanin (2007). Pela equação da curva de resposta foi estimado o rendimento
máximo em 8.000 kg ha
-1
com a utilização da população de máxima eficiência
técnica de 72.000 plantas ha
-1
, a qual se caracteriza sendo a população ideal para a
combinação genótipo-ambiente, conforme salientaram Dourado Neto, Fancelli &
Lopes (2001).
Com certa semelhança ao evidenciado no presente estudo, Marchão et al.
(2005) constataram que a maioria dos híbridos avaliados alcançaram maiores
rendimentos com populações acima de 70.000 plantas ha
-1
, com exceção dos
genótipos A 2288 e AG 6690. Estudos recentes também têm mostrado respostas
positivas ao aumento do rendimento de grãos do milho pelo incremento da
população, com rendimentos atingindo um ponto máximo entre 70.000 e 80.000
plantas ha
-1
, e declinando em populações mais altas (DOURADO NETO et al., 2003;
PAULO; ANDRADE, 2003; PENARIOL et al., 2003; REZENDE et al., 2003;
ALVAREZ; VON PINHO; BORGES, 2006; GROSS; VON PINHO; BRITO, 2006). Isso
demonstra que em ambientes favoráveis, representados por lavouras tecnificadas
que atualmente utilizam populações entre 50.000 e 70.000 plantas ha
-1
, o ambiente
e o potencial dos genótipos atuais de milho podem estar sendo subutilizados.
Estudos têm mostrado respostas quadráticas ao aumento do rendimento de
grãos do milho pelo incremento da população de plantas, com rendimentos atingindo
um platô e declinando em populações mais altas (THOMISON; JORDAN, 1995;
COX, 1996), com os resultados apontando para uma população ótima pouco acima
de 70.000 plantas ha
-1
. Esta é uma população para ser usada apenas em condições
de alta tecnologia, sem restrições de água e de fertilizantes (SILVA; ARGENTA;
REZERA, 1999). Em lavouras com alta densidade de plantas e sob boas condições
de crescimento, as espigas adicionais por hectare resultarão em maior rendimento
de grãos, por maximizar o número de grãos por unidade de área.
O rendimento de grãos do AG 9010 aumentou linearmente com o
incremento na população de plantas, podendo-se inferir que para cada aumento de
1000 plantas ha
-1
, ocorreu acréscimo de 35,6 kg ha
-1
em seu rendimento. Marchão
et al. (2005) também verificaram resposta linear no rendimento de grãos do híbrido
96
AG 9010 com incremento da população nos dois experimentos em que conduziram.
Cruz et al. (2007) verificaram que o rendimento de grãos foi afetado pela interação
entre espaçamento e população de plantas, sendo que o rendimento cresceu
linearmente com o aumento de 40.000 para 77.500 plantas ha
-1
, em ambos os
espaçamentos testados (50 e 80 cm entre as linhas). Nota-se que para híbridos com
folhas eretas e menor altura de planta, a população ideal tende a ser maior. No
entanto, essa população ideal para cada híbrido também pode ser menor se a
lavoura for submetida a algum estresse ambiental.
y = -2,46.10
-6
x
2
+ 0,36x - 4958,4 ** R
2
= 0,85
y = 0,0356x + 3601,5 ** R
2
= 0,89
4.500
5.000
5.500
6.000
6.500
7.000
7.500
8.000
8.500
50.000 60.000 70.000 80.000 90.000
População (plantas ha
-1
)
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
XB 6010
XB 6012
XB 9003
XB 7253
AG 9010
Figura 22. Rendimento de grãos de híbridos em função de população de plantas na
cultura do milho. Selvíria – MS, Brasil (2009).
Segundo Farinelli et al. (2003), genótipos com baixos valores de altura de
plantas e de espigas, o que foi constatado para o híbrido AG 9010 neste estudo,
possuem grande potencial para cultivo em populações adensadas em virtude da
disposição anatômica das folhas. Híbridos superprecoces, por produzirem uma
quantidade de fitomassa menor, são considerados mais tolerantes ao adensamento
do que os híbridos tardios (ALMEIDA; SANGOI, 1996; SANGOI, 2001). Com base
nestas informações, a resposta linear em rendimento de grãos do AG 9010 pode ser
atribuída à melhor ocupação da área e melhor aproveitamento dos recursos
97
disponíveis, favorecida pela sua arquitetura diferenciada em comparação aos
demais genótipos mensurados. Isso é um indicativo de que o referido genótipo foi o
mais exigente em população de plantas para maximizar o rendimento de grãos e que
dependendo do híbrido a ser utilizado, o incremento na população de plantas pode
ser uma prática de manejo que permite aumento no rendimento. Como a regressão
não mostrou ponto de máxima, fica a indicação de que, nas condições estudadas, a
população do AG 9010 pode ser aumentada além de 90.000 plantas ha
-1
.
O aumento da população de plantas do híbrido AG 9010 híbrido permite a
colheita de um maior número de espigas por unidade de área. A diminuição do
tamanho das espigas com o incremento na população (Figuras 15 e 16) é
suplantada pelo aumento do número das mesmas neste caso. Esse fato leva a
acreditar, ainda, que a utilização de híbridos de milho de baixo porte, como o AG
9010, associado à utilização de espaçamento reduzido, deve ser acompanhado de
incrementos na população de plantas, especialmente em lavouras de alto nível de
manejo e em regiões com características climáticas favoráveis, desde que se usem
híbridos tolerantes ao acamamento (ALMEIDA et al., 2000).
Resultados similares também foram obtidos por Penariol et al. (2003) ao
constatarem comportamento distinto entre dois genótipos de milho quando
submetidos a diferentes densidades de semeadura. Os referidos autores
evidenciaram que o híbrido AG 9010 apresentou aumento linear de rendimento de
grãos com o aumento da densidade de plantas, enquanto que a variedade BR 473
mostrou resposta quadrática em relação ao aumento populacional, com um ponto
máximo de rendimento 4.770 kg ha
-1
, alcançado com uma população em torno de
71.000 plantas ha
-1
. Resende, Von Pinho & Vasconcelos (2003) trabalhando com
espaçamentos de 45, 70 e 90 cm e populações de 55.000, 70.000 e 90.000 plantas
ha
-1
também constataram aumento linear no rendimento de grãos com o aumento na
população, independente dos genótipos avaliados. Os aumentos no rendimento de
grãos com o incremento na população de plantas também foram constatados no
trabalho de Silva et al. (2008).
De uma maneira geral, a redução do espaçamento não afetou a maioria dos
caracteres mensurados neste estudo, o que também foi observado por Argenta et al.
(2001), Penariol et al. (2003), Flesch & Vieira (2004) e Scheeren et al. (2004). No
trabalho de Kunz (2005), o único componente de produção influenciado pelo
espaçamento foi a massa de grãos por espiga, que foi maior no espaçamento de 90
98
cm em relação ao de 45 cm entre as linhas. Bullock, Nielsen & Nyquist (1988),
Murphy et al. (1996) e Sangoi et al. (2001), obtiveram aumento do número de grãos
por espiga e massa de mil grãos com a redução do espaçamento, sem aumento no
número de espigas por planta. Para justificar tais resultados, Sangoi et al. (2001)
sugerem que a menor competição entre plantas dentro da linha por luz, água e
nutrientes, devido à sua distribuição mais equidistante na área, aumenta a
disponibilidade de carboidratos, permitindo que a planta forme maior número de
grãos e com maior massa.
Tratando-se de população, esta influenciou a maioria dos caracteres,
confirmando afirmações de Sangoi & Silva (2005), em que as características de
perfilhamento pobre e ausência de ramificação fazem da planta de milho, a poácea
mais sensível à variação da densidade de semeadura. Em comparação com a
manipulação do espaçamento, a densidade populacional é a que tem maior efeito no
rendimento de grãos do milho, que pequenas alterações na população implicam
modificações relativamente grandes no rendimento final da cultura (SILVA et al.,
2006).
99
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No Brasil, a utilização de espaçamentos reduzidos, que variam de 40 a 50
cm entre as linhas, associado a adoção de maiores densidades populacionais, vem
aumentando a cada ano agrícola na cultura do milho, principalmente por parte de
agricultores que cultivam, em áreas extensas, híbridos de baixa altura de planta e
com arquitetura foliar ereta e que utilizam alta tecnologia em termos de adubação e
manejo fitossanitário da cultura.
No entanto, antes de optar por essa técnica, os agricultores devem ter um
bom manejo e conhecimento dos gargalos técnicos e analisar todo o sistema de
produção de sua propriedade, a fim de verificar se não gargalos a serem
solucionados prioritariamente. Por exemplo, problemas relacionados à condução
do sistema plantio direto, como não adoção de rotação de culturas, controle
deficiente de plantas daninhas, de insetos praga e de doenças.
Não se deve esperar a obtenção de bons rendimentos simplesmente
utilizando alta tecnologia ou apenas reduzindo o espaçamento. Deve-se avaliar na
fazenda as prioridades, pois é um investimento alto a fazer. Fica então a pergunta:
será que a adoção desse sistema de semeadura é a opção mais urgente a se fazer
dentro da fazenda? É uma grande mudança que deve ser feita sempre pensando em
suas consequências.
No presente estudo, os híbridos de milho se diferenciaram em todos os
caracteres mensurados, atribuindo-se esse fato, principalmente às características
intrínsecas de cada genótipo. A redução de 90 para 45 cm entre as linhas não afetou
a maioria dos caracteres, sendo que apenas a altura de planta, diâmetro de colmo,
massa de cem grãos e rendimento de grãos obtiveram variações em suas médias,
100
demonstrando que tal alteração é vantajosa com a utilização do espaçamento
reduzido (45 cm entre as linhas).
Em geral, com o incremento da população de plantas, houve aumento linear
do número de dias para as plantas atingirem o florescimento feminino, percentual de
plantas acamadas e quebradas por ocasião do ponto de colheita e altura de inserção
de espiga; e decréscimo linear dos diâmetros de colmo, espiga e sabugo,
comprimento de espiga e de grão, mero de fileiras de grãos por espiga,
prolificidade e massa de cem grãos, ao passo que altura de planta não foi afetada
pela população.
O rendimento de grãos do híbrido XB 7253 apresentou um padrão
quadrático de crescimento característico com o incremento na população de plantas,
com rendimento máximo estimado em 8.000 kg ha
-1
com a utilização de 72.000
plantas ha
-1
. O AG 9010 teve aumento linear no rendimento de grãos, obtendo-se
acréscimos de 35,6 kg ha
-1
para cada 1000 plantas ha
-1
. Os demais genótipos não
tiveram ajustes de equações significativas. Tais resultados demonstram que cada
genótipo a ser utilizado requer um arranjo espacial de plantas específico
(considerado como o melhor) para maximizar seu rendimento de grãos.
É oportuno ressaltar que, mesmo em que o rendimento de grãos seja
semelhante nos diferentes arranjos espaciais de plantas, a utilização do
espaçamento reduzido é vantajosa, dada as suas diversas vantagens
proporcionadas, conforme mencionadas anteriormente.
101
6. CONCLUSÕES
Considerando as condições edafoclimáticas de realização deste trabalho,
pôde-se concluir que:
1. Independente de híbrido e de população de plantas, a utilização de 45 cm
entre as linhas proporcionou a obtenção de plantas com maior diâmetro de colmo.
2. O aumento de 50.000 para 90.000 plantas ha
-1
influenciou negativamente
a maioria dos caracteres e componentes de produção avaliados.
2. O rendimento de grãos foi influenciado pelos arranjos espaciais de
plantas, ocorrendo respostas diferenciadas dos híbridos. Os melhores arranjos foram
os seguintes: AG 9010 90.000 plantas ha
-1
no espaçamento de 45 cm entre as
linhas; XB 7253 70.000 plantas ha
-1
nos dois espaçamentos; e XB 6010, XB 6012
e XB 9003 sem resposta significativa aos arranjos espaciais, podendo ser
recomendado 50.000 plantas ha
-1
no espaçamento de 45 ou 90 cm entre as linhas.
102
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Universidade do Estado de Santa Catarina, Lages, 2007.
121
ANDICES
122
ANDICE A. Vista geral da área experimental com os sulcos de semeadura
previamente abertos e distribuição do fertilizante (esquerda) e
detalhe do mecanismo sulcador de hastes (direita). Selvíria MS,
Brasil (2009).
ANDICE B. Semeadura manual dos híbridos (esquerda) e detalhe da matraca
utilizada (direita). Selvíria – MS, Brasil (2009).
123
ANDICE C. Parcela experimental com linhas de semeadura no espaçamento de
45 cm (esquerda) e no espaçamento de 90 cm entre as linhas
(direita), aos 13 dias após a semeadura. Selvíria – MS, Brasil (2009).
ANDICE D. Detalhe da linha de semeadura com a presença de duas plantas por
cova aos 8 dias após a semeadura (esquerda) e detalhe do desbaste
de plantas aos 27 dias após a semeadura (direita). Selvíria MS,
Brasil (2009).
.
124
ANDICE E. Vista geral da área experimental na ocasião da adubação
nitrogenada aos 20 dias após a semeadura (esquerda) e plantas
no florescimento pleno aos 60 dias após a semeadura (direita).
Selvíria – MS, Brasil (2009).
ANDICE F. Vista geral da área experimental sendo irrigada por aspersão por
sistema de irrigação do tipo pivô central, aos 43 dias após a
semeadura. Selvíria – MS, Brasil (2009).
125
ANDICE G. Colheita manual do milho aos 130 dias após a semeadura (esquerda)
e acondicionamento das espigas sobre bancadas, em local
sombreado e ventilado (direita). Selvíria – MS, Brasil (2009).
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