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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEA
Francisco Trindade Silva
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
DURANTE A GESTAÇÃO
Fortaleza – Ceará
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
Francisco Trindade Silva
AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
DURANTE A GESTAÇÃO
Dissertação de Mestrado apresentada ao curso
de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública da
Universidade Estadual do Ceará como
requisito para obtenção do grau de mestre em
saúde pública
Orientador: Prof. Dr.Fabrício da Silva Costa
Fortaleza – Ceará
2007
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEA
Curso de Mestrado Acadêmico em Saúde Pública
FOLHA DE APROVAÇÃO
Título da dissertação: “AVALIAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA
DURANTE
A GESTAÇÃO”
Autor: Francisco Trindade Silva
Defesa em: ____/____/2007 Conceito obtido:
______________________
BANCA EXAMINADORA
____________________________
Prof. Dr.Fabrício da Silva Costa
Universidade Estadual do Ceará
Orientador
___________________________________
Prof. Dr. José Wellington Oliveira Lima
_______________________________
Prof. Dr. Francisco de Assis Francelino Alves
Universidade Estadual do Ceará
___________________________
Prof. Dr. Andréa Caprara
Universidade Estadual do Ceará
suplente
.
“Mestre não é quem sempre
ensina, mas quem de repente
aprende.”
Guimarães Rosa
DEDICATÓRIA
Aos meus pais, que nunca
mediram esforços para que
buscássemos através do estudo
um meio de formar um patamar
para a vida.
Ao meu querido irmão Léo (in
memoriam), um artista de grande
sensibilidade e que agora tem o
seu espirito livre.
AGRADECIMENTOS
À minha família, em especial a minha esposa Maria Claudia e meus dois
queridos filhos Kim e Iago, por entenderem a necessidade de dedicar horas
seguidas ao estudo, tempo que pertencia a todos.
Aos colegas do mestrado, meus mais novos amigos; em especial a
Filomena, Carla Mônica e Celestina, pois compartilhamos juntos algumas
horas de estudo, dúvidas, e alegrias.
Ao meu orientador, professor Dr. Fabrício da Costa Silva, por sua
valiosa contribuição, dedicação e amizade.
Ao professores e amigos da FIC, pelo apoio e incentivo, de forma
particular ao Evandro, Landim, Andréa, Clineu e Patricia.
Ao amigo professor Dr. Francelino, pelo seu incentivo, na verdade uma
cobrança, no sentido da superação pessoal quanto ao conhecimento, tempo e
disposição para a pesquisa.
Ao professor Dr. José Wellington Oliveira Lima, pela sua paciência e
tempo, transformando indagações em números, e estes em esclarecimentos,
capazes de explicar os fenômenos sociais embutidos por trás destes números.
Aos Professores Doutores participantes de fase de validação deste
estudo,
Francisco Edson de Lucena Feitosa, Francisco de Assis Francelino Alves,
Francisco Maia Pinto, Helena Alves de Carvalho, Marcelo Gurgel Carlos da
Silva e Maria Salete Bessa Jorge.
Ao amigo Pablo, pela sua dedicação e construção de software,
possibilitando ordenar e cruzar tantas variáveis; sem essa ferramenta ficaria
muito difícil iniciar um tratamento estatístico.
Ao amigo professor Mestre Cauby, pela paciência e ajuda nas aulas de
estatística.
À Ana Maria, pela revisão do texto e sugestões para a finalização deste
trabalho.
À Ana Paula e Jocélio, pela digitação e organização das informações.
À Soraya, pela organização das etapas, treinamento dos estagiários e
contato nas unidades de saúde do município de Fortaleza.
A todos os professores do Mestrado Acadêmico em Saúde Pública,
pelos ensinamentos e exemplo de profissionais dedicados, ressaltando o
trabalho incansável da coordenadora professora Dra. Salete Bessa Jorge.
À Universidade Estadual do Ceará e a todos os seus funcionários, em
especial ao pessoal de apoio da coordenação, Mairla, Maria e Lúcia.
Às unidades de saúde do município de Fortaleza, Regional IV, local
onde fizemos nossa valiosa coleta de dados e a seus funcionários, que
apoiaram a pesquisa entendendo que os estudos científicos são meios de
responder a indagações.
Aos meus alunos que participaram da coleta de dados, sendo assim
também participantes desta pesquisa, Tarciso, Ana Cléia, Caio, Damiana,
Deborah, Edilene, Elton, Emanuela, Isawi, Janaina, João, Maremídia,
Marksvan, Natalia, Suerda, Vinicius, Jocivaldo e Raquel.
De forma especial, a todas as gestantes que contribuíram com
informações de sua vida diária e social, o que nos permitiu inferir sobre o seu
gasto de energia e sua condição atual de vida.
A todos os meus amigos, que viveram um pouco deste trabalho.
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................
ABSTRACT.......................................................................................
SIGLAS E ABREVIATURAS.............................................................
LISTA DE FIGURAS .........................................................................
LISTA DE QUADROS.......................................................................
LISTA DE TABELAS.........................................................................
10
11
12
13
14
15
1
2
3
INTRODUÇÃO
1.1 A atividade física, exercício e esporte..................................
1.2 Atividade física e situação funcional durante a gestação.....
1.3 Estudos sobre epidemiologia da atividade física..................
1.4 Atividade física recomendadas e benefício na gestação......
1.5 Atividades físicas não recomendadas na gestação.............
1.6 Intensidade do exercício.......................................................
1.7 Duração e frequência............................................................
1.8 Questionário como instrumento para medição do nível da
atividade física......................................................................
1.9 Compendium de Atividade Física.........................................
1.10 Gasto energético na atividade física.....................................
1.11 Justificativa.........................................................................
OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral........................................................................
2.2 Objetivo específicos..............................................................
PACIENTES E MÉTODOS
3.1 Natureza do estudo...............................................................
3.2 Campo do estudo..................................................................
3.3 População e amostra............................................................
3.4 Técnica de coleta de dados..................................................
3.5 Metodologia de validação do questionário............................
17
22
23
25
30
36
37
39
40
42
44
49
50
50
50
51
51
51
52
52
53
4
5
6
3.5.1
Adaptação transcultural ....................................
3.5.2 Adequação do questionário................................
3.5.3 Piloto...................................................................
3.5.4 Criério de inclusão..............................................
3.5.5 Critério de exclusão............................................
3.6 Instrumentos de pesquisa....................................................
3.7 Método de análise de dados................................................
3.8 Questões éticas...................................................................
RESULTADOS
4.1 Adaptação e validação..........................................................
4.2 Nível de atividade física durante a gestação e outras
Características......................................................................
DISCUSSÃO
CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
ANEXOS
Anexo I -
Pregnancy Physical Activity Questionnaire – PPAQ………...
Anexo II -
Aprovação do Comitê de ética..............................................
Anexo III -
Termo de consentimento livre esclarecido...........................
Anexo IV -
Convite para participação do processo de validação de
questionário.............................................................................................
Apêdices -I
Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG
Apêdices - II
Questionário sociodemografico......................................
55
56
58
58
58
58
61
62
64
64
66
105
111
113
122
123
127
131
132
134
136
RESUMO
A relação entre atividade física e saúde está evidenciada em muitos
estudos; durante a história isto está demonstrado. Durante a gestação, uma
fase natural da mulher, esta, desde que não apresente qualquer patologia,
poderá adotar um estilo ativo de vida. O gasto energético na atividade física
está diretamente relacionado com a freqüência, duração e intensidade do
movimento humano desenvolvido em diversas tarefas. Com o objetivo de
mensurar este gasto energético em gestantes foi proposto por Chasan-Taber
(2004) um questionário, o Pregnancy Physical Activity Questionnaire PPAQ.
Este questionário, para adequar-se à realidade brasileira, foi validado durante
fases do estudo e direcionado por metodologia da OMS. O questionário capta
o gasto energético em METs; para tanto é classificado quanto à Intensidade
em “sedentário” (<1,5 METs), “leve” (1,5 a <3,0 METs), “moderado” (3,0 a 6,0
METs) e “vigoroso” (>6,0 METs). Das 305 gestantes incluidas, a prevalência
de gasto energético, classificado como “leve”, foi encontrado em mulheres no
período gestacional, em 51,4% dos casos e quando agrupamos atividade
“sedentário” e “leve”, então este valor cresce para 80,3%, mostrando que
uma prevalência de inatividade física durante o período gestacional. Com o
desenvolvimento da gestação, percebe-se um discreto aumento na
classificação da atividade “leve” para os três trimestres, 44,9%, 57,3% e
61,4% e uma acentuada redução na classificação “moderado”, 29,1%, 25,2% e
4,5%. Verificando associações entre gasto energético em METs e as variáveis
idade, trimestre de gestação, escolaridade, renda, estado civil e raça, por meio
dos testes Kruskal Wallis, utilizando a distribuição qui-quadrada de
probabilidade de variáveis, quando foi fixado o nível de significância de 5%,
observa-se que idade e renda não foram significativas. as variáveis
trimestre de gestação, escolaridade, estado civil e raça apresentaram nível de
significância. Concluimos, de maneira geral, que o (QAFG) mostrou-se
importante instrumento na captação de gasto energético para gestantes e pode
ser utilizado para obter informação sobre o nível de atividade física de
gestantes em comunidades e para incrementar programas em politicas de
saúde pública.
Palavras Chaves: Gestante, Atividade Física, Saúde Pública
ABSTRACT
The relationship between physical activity and health is evidenced in many
studies; during the history this is demonstrated. During the gestation, a natural
phase of the woman, this, since it doesn't present any pathology, it can adopt
an active style of life. The energy expense in the physical activity is directly
related with the frequency, duration and intensity of the human movement
developed in several tasks. With the mensurar objective this spends energy in
pregnant women it was proposed by Chasan-Taber (2004) a questionnaire,
Pregnancy Physical Activity Questionnaire - PPAQ. This questionnaire, to
adapt to the Brazilian reality, it was validated during phases of the study and
addressed by methodology of OMS. The questionnaire captures the energy
expense in METs; for so much it is classified with relationship to the Intensity in
" sedentary " (<1,5 METs), " light " (1,5 the <3,0 METs), " moderate " (3,0 to 6,0
METs) and " vigorous " (>6,0 METs). Of the 305 included pregnant women, the
prevalência of energy expense, classified as " light ", it was found in women in
the period gestacional, in 51,4% of the cases and when we contained
sedentary " and " light " activity ", then this value grows for 80,3%, showing that
there is a prevalência of physical inactivity during the period gestacional. With
the development of the gestation, it is noticed a discreet increase in the
classification of the light " activity " for the three quarters, 44,9%, 57,3% and
61,4% and one accentuated reduction in the classification " moderated ",
29,1%, 25,2% and 4,5%. Verifying associations among energy expense in
METs and the variables age, quarter of gestation, education, income, civil
status and race, through the tests Kruskal Wallis, using the qui-square
distribution of probability of variables, when the level of significância of 5%, was
fastened it is observed that age and income were not significant. Already the
variables quarter of gestation, education, civil status and race presented
significância level. We ended, in a general way, that the (QAFG) important
instrument was shown in the reception of energy expense for pregnant women
and it can be used to obtain information on the level of pregnant women
physical activity in communities and to increase programs in you politicize of
public health.
Key words: Pregnancy, Physical Activity, Public Health
SIGLAS E ABREVIATURAS
ACOG
ACSM
AHA
ASOG
AVC
CELAFISCS
CDC
DCV
CR
FC máx
HA
ICC
IMC
IPAQ
Kcal
MET
MS
OMS
OPAS
PPAQ
PSF
QAFG
YMCA
TPE
V
VO2
The American College of Obstetrics and Gynecology
American College Of Sports Medicine
American Heart Association
American Society for Obstetrics and Gynecology
Acidentes vasculares Cerebrais
Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de
São Caetano do Sul
Centers for Disease Control and Prevention
Doenças cardiovasculares
Cardiopatia Reumática
Frequência Cardíaca Máxima
Hipertensão Arterial
Insuficiência Cardíaca Congestiva
Índice de Massa Corporal
Internacional Physical Activity Questionnaire
Kilocalorias
Metabolic Estimate Tasks
Ministério da Saúde do Brasil
Organização Mundial de Saúde
Organização Panamericana de Assistência a saúde
Pregnancy Physical Activity Questionnaire
Programa de Saúde da Família
Questionário de atividade Física para Gestantes
Taxa de percepção de Esforço
Valvulopatias
Volume de Oxigênio
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1. Relação Dose-resposta entre atividade física e
benefícios em saúde.
46
FIGURA 2. Valores médios das questões em relação ao contexto,
clareza das assertivas e relevância.
65
FIGURA 3. Valores médios das questões (QAFG).
67
LISTA DE QUADROS
Quadro 1. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações
sobre atividade física.
34
Quadro 2. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações
sobre atividade física.
35
Quadro 3. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações
sobre atividade física.
36
Quadro 4. A escala de Percepção de Esforço de Borg é apresentada
abaixo, para que haja melhor entendimento sobre o assunto em
discussão.
40
Quadro 5. Os maiores tipos ou grupos principais de atividade.
45
Quadro 6. Classificação do IMC pré-gravídico. 49
Quadro 7. Coeficiente de correlação interclasse entre dois Pregnancy
Physical Activity Questionnaires (PPAQs) entre 54 gestantes fase
de validação, Western Massachusetts, 2000 – 2002.
55
Quadro 8. Estágios de desenvolvimento do PPAQ para o
Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG (Tradução e
adaptação).
58
QUADRO 9. Opções de respostas adaptadas para faixas de tempo
correspondentes ao QAFG.
61
QUADRO 10. Níveis de atividade física e questões relacionadas no
QAFG.
62
QUADRO 11. Adaptação das categorias e questões relacionadas no
QAFG.
62
LISTA DE TABELAS
Tabela 1. Classificação do gasto energético (MET) relacionada com
freqüência de gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza -
2007.
68
Tabela 2. Classificação do nível de atividade física (MET),
relacionada
com os semestres de gestação, numa amostra na cidade de
Fortaleza - 2007.
69
Tabela 3. Classificação do nível de atividade física relacionada
com categorias numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza
2007.
70
Tabela 4. Classificação do IMC pré-gravídico relacionada com
gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.
70
Tabela 5. Faixa de alturas e sua posição na amostra de gestante, na
cidade de Fortaleza - 2007.
71
Tabela 6. Energia dispendida (MET) atividades, segundo variáveis
independentes de numa amostra de gestantes, na cidade de
Fortaleza - 2007.
73
Tabela 7. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”,
numa
amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
74
Tabela 8. Atividade física relacionada com “cuidar de outras
pessoas”, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
75
Tabela 9. Atividade física relacionada com “ocupação”, numa
amostra de
gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
76
Tabela 10. Atividade física relacionada com “esportes e exercício”,
numa
amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
77
Tabela 11. Atividade física relacionada com “locomoção”, numa
amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
78
Tabela 12. Atividade física relacionada com “lazer”, numa amostra de
gestantes, na cidade de Fortaleza – 2007.
78
Tabela 13. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”,
segundo a Idade das gestantes, numa amostra de gestantes, na
cidade de Fortaleza - 2007.
79
Tabela 14. Atividade física relacionada com “cuidar de outras
pessoas”, segundo a Idade das gestantes, numa amostra na cidade
de Fortaleza - 2007.
80
Tabela 15. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a
Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.
81
Tabela 16. Atividade física relacionada com “esporte e exercício”,
segundo a Idade das gestantes,
numa amostra na cidade de Fortaleza
- 2007.
82
Tabela 17. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a
Idade das gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.
84
Tabela 18. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a Idade
das
gestantes, numa amostra na cidade de Fortaleza - 2007.
85
Tabela 19. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”,
segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes,
na cidade de Fortaleza - 2007.
86
Tabela 20. Atividade física relacionada com “cuidar de outras
pessoas”, segundo a Escolaridade das gestantes, numa amostra de
gestantes, na cidade de Fortaleza - 2007.
87
Tabela 21. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a
escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade
de Fortaleza - 2007.
88
Tabela 22. Atividade física relacionada com “esportes e exercício,
segundo a escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes,
89
na cidade de Fortaleza - 2007.
Tabela 23. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a
escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade
de Fortaleza - 2007.
91
Tabela 24. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a
escolaridade das gestantes, numa amostra de gestantes, na cidade
de Fortaleza - 2007.
92
Tabela 25. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”,
segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de
Fortaleza – 2007.
93
Tabela 26. Atividade física relac
ionada com “cuidar de outras pessoas”,
segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de
Fortaleza.
94
Tabela 27. Atividade física relacionada com “ocupação”, segundo a
renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.
95
Tabela 28. Atividade física relacionada com “esportes e exercício,
segundo a renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de
Fortaleza.
96
Tabela 29. Atividade física relacionada com “locomoção”, segundo a
renda familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.
98
Tabela 30. Atividade física relacionada com “lazer”, segundo a renda
familiar, numa amostra de gestantes, na cidade de Fortaleza.
99
Tabela 31. Atividade física relacionada com “tarefas domésticas”, de
acordo com o trimestre de gestação, numa amostra na cidade de
Fortaleza.
100
Tabela 32. Atividade física relacionada com “cuidar de outras
pessoas”, de acordo com o trimestre de gestação numa amostra na
cidade de Fortaleza.
101
Tabela 33. Atividade física relacionada com “ocupação”, de acordo
com o trimestre de gestação numa amostra de gestantes, na cidade
de Fortaleza.
102
Tabela 34. Atividade física relacionada com “esportes e exercício”,
de acordo com o trimestre de gestação numa amostra de gestantes,
na cidade de Fortaleza.
103
Tabela 35. Atividade física relacionada com “locomoção”, de acordo
com o trimestre de gestação, numa amostra na cidade de Fortaleza.
105
1 Introdução
Atualmente parece haver uma preocupação mundial crescente para
qualidade e estilo de vida como também em termos de conseqüências e efeitos
nocivos à saúde que a inatividade física pode causar. Segundo a Organização
Mundial de Saúde WHO (2004), a prática da Atividade Física regular está
associada à redução de mortes prematuras, doenças do coração, acidente
vascular cerebral, câncer de cólon e mama e diabetes tipo ll. Também interfere
de forma positiva na prevenção ou redução da hipertensão arterial e da
obesidade, auxilia na prevenção ou redução da osteoporose, promove o bem-
estar, reduzindo o estresse, a ansiedade e a depressão. A Atividade Física
interage de forma positiva com as estratégias para adoção de uma dieta
saudável, desestimula o uso do tabaco, do álcool, das drogas, reduz a
violência e promove a integração social.
Aproximadamente dois milhões de mortes no mundo são devidas à
inatividade física. Atualmente, estima-se que ela seja responsável por 10% a
16% dos casos de câncer de cólon, mama e da diabetes e 22% das doenças
isquêmicas do coração. A inatividade física não representa apenas um risco de
desenvolvimento de doenças crônicas, mas também um custo econômico para
o indivíduo e para a sociedade, sendo mais prevalente em mulheres, idosos,
indivíduos de baixo nível cio-econômico e incapacitados. (MINISTÉRIO DA
SAÚDE DO BRASIL-MS, 2001).
Apesar do aumento em todo o mundo do número de praticantes de
atividades físicas, apontado por Tubino (1980) como o período denominado
Homus Sportivus, o rápido crescimento das doenças crônicas associadas à
inatividade física vem sendo registrado tanto nos países desenvolvidos como
nos em desenvolvimento. Afirma Matsudo et al. (2002) que a inatividade física
(sedentarismo) é o fator de risco mais prevalente na população para doenças
crônicas degenerativas não transmissíveis. A inatividade está presente na
maioria dos adultos nos países desenvolvidos, segundo informe da
Organização Mundial de Saúde - WHO (2002). Por tudo isso, cada vez mais se
torna importante determinar o nível de atividade física da população, (THOMAS
Jr. e NELSON), (2001, NAHAS, 1995).
Estudos realizados indicam que o nível de inatividade física global na
população da cidade de Buenos Aires, estimada pelo internacional Physical
Activity Questionnaire - (IPAQ), é de 24,1 %, relembrando que adotamos como
corte o valor de 150 minutos de atividade semanal e que se pode comparar
com valores obtidos em outros países utilizando metodologia similar. Por
exemplo, em investigação na universidade de La Santa Casa de San Pablo,
foram obtidos valores de 14,3 % de insuficientemente ativos e de 0 % de
sedentários, em estudantes de fonoaudiologia, 8,4 % de insuficientemente
ativos e 14,1 % de sedentários em estudantes de enfermagem e 12,8 % de
insuficientemente ativos e 3,7 % de sedentários em estudantes de medicina
(COHEN et al. 2002).
Trabalho realizado por Matsudo et al. (2002), aponta que estudos
internacionais mostram as mulheres mais inativas que os homens, relatando
que o quadro é preocupante e exige ações e políticas de saúde pública para
minimizar o impacto deletério na saúde da população. Além do que muitos
destes estudos somente dizem respeito à atividade física no tempo de lazer.
Um outro relatório da Organização Pan-americana de Assistência à Saúde -
OPAS (2003) indica que uma faixa entre 31% e 51% das pessoas pratica
exercícios de maneira insuficiente. Em geral, estima-se que 60% da população
mundial não atinge a recomendação mínima de 30 minutos de atividade física
ao menos três vezes por semana com intensidade moderada.
O grupo de pesquisa do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão
Física de São Caetano do Sul CELAFSCS é o que mais tem apresentado
dados em nível populacional e estudos com maior reconhecimento no Brasil
sobre padrões de atividade física ou prevalência de sedentarismo. Em estudo
realizado pelo MS-Brasil no período de (2002-2003), em 15 capitais brasileiras
e Distrito Federal, com inquérito domiciliar sobre comportamento de risco e
morbidade referida de doenças não transmissíveis, a população do estudo
estava na faixa de idade entre 15 e 69 anos, apresentando resultados de
acordo com o nível de atividade física verificada no total da amostra. O
percentual de indivíduos classificados como insuficientemente ativos foi maior
em João Pessoa (54,5%) e menor em Belém (28,2%). Quanto ao gênero, as
mulheres em maior número nesta mesma categoria, em relação aos homens;
com exceção de Belém e na cidade de Fortaleza, as mulheres eram
insuficientemente ativas em 46,8% MATSUDO et al. (2002).
Um estudo foi conduzido por Hallal et al. (2003), em uma amostra
representativa da população do município de Pelotas, com 3.182 pessoas, em
que 41% dos indivíduos eram insuficientemente ativos; outro estudo foi
realizado por Matsudo et al. (2002) descrevem estudos realizados no Brasil,
que utilizaram questionários, como instrumentos de pesquisa: em uma amostra
representativa do Estado de São Paulo, com 2001 pessoas, em que 46,5% dos
indivíduos também foram classificados como insuficientemente ativos
MATSUDO et al. (2002).
A classificação do nível de atividade física da população tem sido alvo
mundial de muitos pesquisadores como forma de identificar o impacto do
sedentarismo no estilo de vida do ser humano. A atividade física tem
importante papel no dia a dia e na vida das pessoas.
Segundo Rash (1971) apud Fernandes (2003) Medir é a quantificação da
resposta do teste, onde o teste é uma pergunta específica utilizada para aferir
conhecimento ou habilidade de uma pessoa. Avaliação é o processo de
interpretação julgamento e classificação de medidas previamente obtidas
através de testes, a classificação do nível de atividade física é decorrente de
medidas e sua avaliação. Avaliação é um importante instrumento que
possibilita conhecermos a situação e o desenvolvimento de determinado
sistema e é a principal forma de feedback, ou seja, a avaliação é um meio e
não um fim em si mesma. Para Fernandes (2003), a avaliação é um recurso
que se aplica ao avaliado e ao processo, podendo ser um indicador
quantitativo ou qualitativo, que emprega elementos de um modo objetivo ou
subjetivo para comparação de critérios. Dependendo do objetivo que se
pretende alcançar, é feita a escolha do tipo de avaliação, buscando o melhor
ajuste ao processo da situação que permitirão a todos os seres envolvidos,
uma melhor e mais precisa percepção do real e verdadeira situação do
fenômeno avaliado. Corroborado por Guedes (2006), medir é descrever
fenômenos do ponto de vista quantitativo e avaliar é interpretar dados
quantitativos e qualitativos para obter parecer ou julgamento de valores com
bases referenciais previamente definidos.
Na atualidade, como forma de compensar a sua condição sedentária, as
mulheres são encorajadas a fazer algum tipo de atividade física, adotando um
estilo de vida saudável, inclusive na gravidez (Baciuk et al. 2006).
Verderi (2006) comenta:
“A gravidez é considerada, finalmente, uma
modificação no estado de saúde da mulher, mais do que
um estado de doença, cada vez mais mulheres estão
buscando programa de atividade física ao longo de sua
gravidez”.
Nos últimos anos, as mulheres têm de alguma forma aderido, à prática
da atividade física, inclusive o espírito esportivo tem atingido mulheres de
todas as idades, incluindo grávidas que se encontram perto de realizar o parto.
No entanto, avaliar o nível de atividade física em gestantes parece ser um
ponto de partida para a compreensão e prescrição desta prática. Segundo Artal
et al. (1989), A observação na relação atividade física, gestação e parto
remontam muito tempo, sendo citada nos tempos bíblicos, quando as
escravas judias, mais ativas, tinham seu filhos com mais facilidade do que suas
amas egípcias, mais sedentárias: “...as mulheres hebraicas não são como as
egípcias, elas são mais vivazes, e dão à luz antes que a parteira chegue junto
a elas (Exodus 1:19).
Para Cavalcante et al. (2005), a saúde da mulher durante a gravidez é
dependente da disponibilidade de condições e de hábitos ou recomendações
que ofereçam uma gestação saudável, tendo como sugestão para uma
gravidez tranqüila a prática de exercício. Segundo Katz, e Artal et al.(1996) ,
citados por Cavalcante (2005), não é recente a descoberta da relação entre
boa saúde e atividade física. Estudos apontam a preocupação com a prática
regular de atividade física moderada, pois se acredita em sua contribuição para
uma melhor qualidade de vida.
A equipe do Centro de Estudos do Laboratório de Aptidão Física de São
Caetano do Sul – CELAFISCS ressalta a importância dos diversos órgãos
internacionais, como a Organização Mundial de Saúde, o Centers for Disease
Control dos Estados Unidos, o Americam College of Sports Medicine, a
American Heart Association e no Brasil, o programa “Agita são Paulo”:
recomendam que “todo cidadão deve fazer pelo menos 30 minutos de
atividade física por dia, na maior parte dos dias da semana, de intensidade
moderada, de forma contínua ou acumulada”. E faz análise dessas
recomendações em relação à mulher grávida, observa: que as mulheres
grávidas deveriam acumular pelo menos 30 minutos diários, o que significa que
aquelas que quiserem, puderem ou estão acostumadas a fazer mais tempo,
recomenda-se atividades contínuas que durem mais de 60 minutos. Todas as
atividades físicas e não o esporte: Atividade do dia a dia, como ir andando ao
banco, escola, mercado, ao trabalho, subir escadas ou dançar. As
características das atividades mencionadas não exigem roupas ou sapatos
especiais, locais incrementados ou monitores ao seu redor. Na mensagem do
programa Agita o Paulo procura-se desenvolver mais um estilo de vida que
um acanhado programa de exercícios, considerando cinco o número de dias
na semana e se possível todos. A intensidade sugerida é a moderada (que
permite conversar enquanto realize; de 4 a 7 METs), mas com o progredir da
gestação ou nos casos de dúvida deve-se fazer atividades leves (abaixo de 4
METs) e finalmente, se a mulher tiver condições físicas e tempo para realizar
as atividades de forma continuada, ótimo. Mas se não for o caso e
principalmente nas grávidas sedentárias ou nas fases mais tardias da
gestação, poderá ser lembrado o novo conceito: “acumular” saúde em sessões
de pelo menos 10 minutos de duração três vezes ao dia, equivale a grávida
caminhar 30 minutos de uma só vez.
As mulheres sedentárias apresentam um importante declínio do
condicionamento físico durante a gravidez. Além disso, a falta de atividade
física regular é um dos fatores associados a uma susceptibilidade maior a
doenças durante e após a gestação. Muitas vezes, a hipocinesia, geralmente
adotada no final da gestação em muitas sociedades ocidentais, parece indicar
um fenômeno cultural mais que fisiológico. Batista et al. (2003), ao considerar
o efeito da prática da atividade física sobre a saúde da gestante não-atleta e o
feto, afirma que a reprodução é parte normal da vida das mulheres saudáveis,
como o é a atividade física. Portanto, a participação de exercícios regulares no
período gestacional parece beneficiar tanto a e quanto o bebê, de muitas
formas. Perde-se a oportunidade de proteção com a inatividade física, podendo
causar algumas doenças, como descontrole nas taxas de glicemia, obesidade,
elevação na pressão arterial, aumento nas taxas de colesterol, diminuição da
força muscular e estresse mental.
Cremos ser importante a padronização da terminologia para pacientes e
profissionais de saúde, facilitando a sua comunicação, usando termos que
expressem os mesmos fenômenos, ou seja, que falem a mesma coisa; é
comum o uso dos termos atividade física, exercício e esporte com o mesmo
sentido. No entanto, são expressões de movimento corporal totalmente
diferentes.
1.1 A atividade física, exercício e esporte
Segundo o American College Of Sports Medicine ACSM (2003), a
atividade física é definida como qualquer movimento corporal produzido pela
contração muscular esquelética que eleva substancialmente o dispêndio de
energia. Enquadram-se todos os movimentos, mesmo os realizados em casa,
no trabalho ou por lazer. Enquanto o exercício, como uma subclasse da
atividade física, é definido como o movimento corporal planejado, estruturado e
repetitivo Caspersen (1984), ACSM (2003). Exercício físico foi considerado
tabu para mulheres grávidas, sendo estas desestimuladas a ficar em pé e
deviam adotar a prática sedentária em todo o período gestacional, acreditando-
se que alguma atividade física pudesse prejudicar o bebê. Os estudos
científicos mostraram que a verdade é totalmente contrária às crenças das
gerações do passado (Hanlon, 1999). Objetivando exercícios organizados com
duração, freqüência e intensidade, o American College Of Sports Medicine
ACMS tradicionalmente recomendava que uma pessoa se envolvesse por 15
a 60 minutos em atividade física moderada à intensa, com 60% a 90% da
freqüência cardíaca máxima – FC máx ou 55% a 90% do consumo máximo de
oxigênio VO2, realizada de 3 a 5 vezes por semana. No entanto é bom
destacar que esta indicação era fundamentada em estudos que investigavam a
melhoria da aptidão física após uma atividade estruturada e de intensidade
vigorosa (PATE et al. 1995). Conceituando o esporte como um tipo de
atividade física que envolve conceitos de desempenho e competição, Matsudo
(2000) nos exemplifica que quando uma mulher estiver caminhando em
direção à padaria, dançando ou limpando a casa, ela estará fazendo atividade
física, sendo considerada a melhor relação entre movimento humano e saúde.
Assim, quando a mulher caminhar até à padaria ou qualquer outro lugar com
um determinado número de passadas/min, para percorrer certa distância em
um intervalo de tempo determinado ela está fazendo exercício. Se, no entanto,
a mulher quiser percorrer a distância mais rápido que qualquer outra, ela
estará competindo, praticando esporte.
1.2 Atividade física e situação funcional durante a gestação
Diversos são os benefícios da prática da atividade física na gestação,
compreendendo diversas áreas do organismo materno. O exercício está
indicado na redução e prevenção de lombalgias, em função da alteração da
coluna cervical que muda a postura correta da gestante frente à hiperlordose
que comumente surge durante a gestação, em função do aumento do útero na
cavidade abdominal e o conseqüente desvio do centro gravitacional. Nestes
casos, o exercício físico contribuirá para a adaptação de nova postura física,
refletindo-se em maior aptidão para a gestante durante a prática da atividade
física e do trabalho diário (COLDITZ, et al. 1994). Mulheres saudáveis com
uma gravidez normal podem continuar com os seus exercícios, cuja prática se
dava antes da gravidez, podendo também iniciar uma nova atividade física.
The American College of Obstetrics and Gynecology ACOG, e também a,
American Society for Obstetrics and Gynecology - ASOG, recomendam que
mulheres grávidas saudáveis continuem a praticar seus exercícios regulares,
pois a gravidez é um estado normal fisiológico caracterizado pelo
desenvolvimento tanto da mãe quanto do feto.
Segundo Hartmann (1999), a atividade física oferece vantagens durante
a gestação também nos aspectos emocionais, colaborando para que a
gestante torne-se mais autoconfiante e satisfeita com a aparência, eleve a
auto-estima e apresente maior satisfação na prática dos exercícios.
Gallup (1999) comenta os aspectos relacionados aos benefícios da
atividade física durante o trabalho de parto: são relativos às demais alterações
endócrinas ocorridas no período gestacional, que incidem nas articulações e
ligamentos pélvicos, permitindo maior flexibilidade. O estrogênio é aumentado
e contribui para o relaxamento muscular, facilitando o parto, suavizando as
cartilagens e elevando o fluído sinovial com conseqüências no alargamento
das juntas, facilitando a passagem do feto.
Durante a prática de atividade física com gestantes, deve-se atentar aos
sinais ou sintomas que indiquem a interrupção do exercício, que deve ser
imediata, por constituir grande risco para a saúde tanto da mãe quanto do feto.
São eles: dor no peito, sangramento vaginal, enxaqueca, dispnéia, edema, dor
nas costas, náuseas, dor abdominal, contrações uterinas, fraquezas
musculares, tontura e redução dos movimentos do feto (DYE et al. 1996).
Muitas lesões ortopédicas ocorrem freqüentemente durante o período
gestacional e podem estar relacionados ao hiper-relaxamento dos ligamentos e
a outro fator em mudança, o equilíbrio da gestante. Desse modo, a
hiperlordose lombar possibilita especificamente o aumento do risco de hérnia
de disco (ROMEN, 1991). A hiperlordose lombar deve-se à distensão dos
músculos da parede abdominal e o desvio do corpo para a frente, além do
centro de gravidade, pelo acréscimo do volume uterino no abdome. Sendo um
mecanismo de compensação, a modificação da postura tende a minimizar os
efeitos oriundos do aumento da massa e distribuição corporal na gestante.
Para Hanlon (1999). Nos últimos meses de gravidez, as mulheres projetam os
ombros para frente, arqueando mais que o normal a curva das costas, para
encontrar um equilíbrio postural. Assim podem aparecer dores nas costas pelo
excessivo esforço das fáscias musculares, portanto ficar por longo tempo em
em posição fixa, ou carregar pesos, será um fator negativo no
desenvolvimento de gestantes (MARTINS, 2003).
É na gravidez que ocorrem modificações básicas no corpo: o aumento
uterino, a por volta da 10ª semana, o útero ainda está restrito à cavidade
pélvica, mas a partir daí seu aumento inicia sobre a parede do abdome. Na
gestação ocorre o aumento da capacidade inspiratória, em até cerca de 300
ml, provocada pela expansão torácica, pelo relaxamento dos ligamentos
intercostais e ascensão do diafragma pelo crescimento uterino. Estas são
modificações no nível de ventilação por minuto e estão relacionadas a um
aumento do volume corrente e da freqüência respiratória (ARNONI, 1996).
Até o primeiro trimestre, a mãe pode sentir astenia (fadiga) e sonolência,
mas com o avançar da gestação estes sintomas desaparecem. Algumas dores
lombares podem aparecer em decorrência do deslocamento do abdome para a
frente, ocasionado pela sobrecarga que a coluna esta recebendo. O equilíbrio
do tronco em relação à pelve e Membros inferiores altera a marcha, podendo
também favorecer as dores ciáticas (VERDERI, 2006).
Conti et al. (2003), relatam um estudo realizado sobre os desconfortos
músculo-esqueléticos na gravidez, no total de 71 gestantes, aparecendo na
maioria dessas, em 84,2%. Segundo a autora, a literatura aponta este período
gestacional como propício para tais desconfortos.
Alterações fisiológicas e psicológicas que acontecem na mulher grávida
merecem ser discutidas. Inicia-se o aumento do volume plasmático mais ou
menos na 10ª semana gestacional, provocado pela retenção hidrossalina. O
aumento da volemia causa um aumento do fluxo cardíaco, aumentando o
volume de ejeção sistólica e, sobretudo a partir do sexto mês de gravidez,
ocorre um aumento da freqüência cardíaca, em torno de 10 a 15 batimentos
por minuto, ocasionado pela queda da resistência periférica. (ARTAL &
WISWELL, 1986).
1.3 Estudos sobre epidemiologia da atividade física
um estudo clássico, realizado há mais de 50 anos por Morris (1953)
apud Paffenbarger et al. (1986) com cobradores de ônibus londrinos de dois
andares e os carteiros que percorriam vários quilômetros por dia a ou de
bicicleta, estes apresentavam uma menor prevalência de doença arterial
coronariana (DAC) e morte súbita (MS) do que os funcionários dos correios
que estavam em função administrativa e os motoristas mais sedentários. Esse
estudo transversal foi o primeiro que apresentou esse achado de modo
científico, embora sujeito a vieses, como por exemplo, que os indivíduos que
tivessem predisposição a DAC, poderiam preferir atividades de menor esforço.
Segundo Oliveira e Nóbrega, (2003) as décadas de 60 a 80 mostraram
resultados claros de estudos longitudinais prospectivos do tipo coorte, que
associava um gasto energético maior nas atividades do cotidiano com uma
menor mortalidade cardiovascular e geral e a uma menor incidência de
doenças cardiovasculares. Em estudo realizado por Paffenbarger et al. (1986).
foram acompanhados 16.936 ex-alunos da universidade de Harvard por 12 a
16 anos, e como conclusão final deste estudo ficou evidenciado que o gasto
energético semanal igual ou superior a 2.000 quilocalorias produzia uma
redução significativa na mortalidade geral e cardiovascular,
independentemente de outras características, como obesidade, tabagismo,
morte de um dos pais ou hipertensão arterial. Ainda segundo esse estudo, um
risco individual moderado produzido pelo sedentarismo, aproxima dos 70% na
maioria dos paises que apresentam alguma estatística a respeito. Resultando
em um risco comunitário expressivo, dado que corrobora com a importância de
se combater o sedentarismo como parte de uma política de saúde pública.
Citados pela Sociedade Brasileira de Medicina do Esporte em, Tópicos
Especiais em Medicina do Esporte de Oliveira e Nóbrega, (2003) relatam ainda
que o grupo do professor Paffenbarger em 1993, detalhando o conceito “um
maior gasto energético levaria a uma redução da mortalidade”. Nesse estudo,
relaciona diversas atividades do cotidiano, como caminhar, subir escadas,
praticar atividades de intensidade moderada a alta, resultavam em expressivas
reduções da mortalidade geral. E em 1996 publica dados, até então inéditos,
que sugeriram que a inclusão de atividade de maior intensidade seria capaz
de proporcionar uma redução adicional de mortalidade da ordem de 10%. Em
2001, dois artigos enfatizaram no suplemento do periódico Medicine and
Science in Sports and Exercise, a relação dose-resposta entre atividade física
e saúde, fazendo uma revisão sistemática e abordando de modo bastante
eficiente esse tema. Comenta Oliveira e Nóbrega, (2003) que esses dados
epidemiológicos ocasionaram o surgimento do conceito lifestyle exercise, ou o
“exercício como estilo de vida” Assim, essa opinião se contrapunha à clássica
recomendação em moda até os anos 80, de praticar exercícios durante 30
minutos de 3 a 5 vezes por semana, a uma intensidade correspondente a 60%
a 80% do consumo máximo de oxigênio. A partir desses dados
epidemiológicos, o importante passou a ser “acumular gasto energético”,
naturalmente através da atividade física, não necessariamente desportiva, mas
no cotidiano. A preocupação passou a não ser tanto com os efeitos adaptativos
morfofuncionais em conseqüência do treinamento físico regular, mas com o
aumento do gasto energético através de atividades comuns como ir à padaria a
pé, brincar com animais, movimentar-se ativamente quando estiver
trabalhando, ou qualquer outro hábito que favoreça o estilo ativo de viver.
A OMS – Organização Mundial de Saúde, conceitua saúde como sendo.
“O estado físico positivo, mental e de bem-estar social”, citado pelo relatório
do U.S. Departamento of health and Human Service - USDHHS (1996), e não
mera ausência de doenças.
Observando-se sob uma condição humana, nos aspectos físicos,
sociais, e psicológicos distribuídos em dois pólos; positivo e negativo,
associada com a capacidade de apreciar a vida e de resistir aos desafios do
cotidiano, estaria a saúde positiva, enquanto a saúde negativa estaria
associada com a morbidade e, a mortalidade no outro extremo (BOUCHARD,
1990).
Segundo Pitanga (2004), com a mudança do paradigma em que fatores
multicausais de risco, estavam escondidos, como o sedentarismo, que é
apontado como fator determinante de agravo à saúde. Este momento é
coincidente com a transição epidemiológica. Sabe-se hoje que o exercício
físico pode ser um fator protetor para uma série de agravos, entre os quais se
destacam: obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, osteoporose,
depressão e maior morbi-mortalidade por qualquer causa (WHO, 2002). No
entanto há necessidade de se conhecer, ainda, a intensidade ideal da atividade
física necessária para provocar associações ou relação dose-resposta em
relação aos benefícios oriundos destas atividades (SHEPHARD, 2001).
O esforço com o trabalho doméstico diminuiu pelo uso crescente de
equipamentos domésticos para a execução das tarefas mais árduas, o uso de
automóvel para o deslocamento, e ainda mais adota-se um estilo sedentário,
muitas horas na frente da TV como principal meio de lazer e o crescente
aumento do incentivo ao consumo difundido pelo marketing contribuíram,
sobremaneira, para a delimitação do estilo de vida ocidental.
Antes havia alguma atividade que demandava tempo e esforço, mas os
homens contemporâneos dispondo de todos os equipamentos disponíveis,
com simples toques de botões de controles remotos, e seus carros reduzindo o
tempo de muitas tarefas diárias. Como resultado, diversos indivíduos têm mais
tempo de sobra para as atividades físicas e o lazer. O fato é que mesmo
assim muitos levam uma vida sedentária (SIMÃO, 2004).
Paffenbarger (1993) nos informa de um estudo que apresenta risco de
morte reduzida a 41% em homens que mudaram o seu estilo de vida
sedentário para participação em atividades esportivas de intensidade
moderada para forte. Em diversos estudos epidemiológicos revisados sobre a
atividade física e aptidão física e longevidade, mortalidade e saúde são
observadas associações entre as variáveis (LEE, 1995). Muitos estudos
experimentais têm apontado nesta mesma direção, demonstrando que
programas de exercícios físicos melhoram não apenas a aptidão física, mas
também os níveis de lipídios sanguíneos, pressão arterial, densidade óssea,
composição corporal, sensibilidade à insulina e tolerância à glicose. Assim
sendo, parece razoável concluir que a melhoria dessas alterações clínicas
poderia levar à redução nas taxas de mortalidade e aumento no tempo de vida
saudável das pessoas (DISHMAN,1994).
Bungum et al. (2000) estudando mulheres nulíparas, observaram que
gestantes sedentárias apresentaram risco 4,5 vezes maior de nascimentos por
cesárea do que as gestantes ativas fisicamente, quando controladas as
variáveis idade, tipo de anestesia, alterações no IMC anterior à gravidez,
trabalho de parto induzido e o tipo de hospital de nascimento. Os resultados
demonstraram que a participação em
exercícios físicos, especialmente nos
dois primeiros trimestres, esteve associada efetivamente ao menor risco de
cesáreas
.
Acreditava-se que a prática da atividade física durante a gestação
pudesse estimular indiscriminadamente as contrações uterinas, promovendo a
antecipação do trabalho de parto (WHO, 1995).
Bishop et al. (1992) são de opinião contrária ao efeito de
prematuridade,
acreditando que a atividade física de forma regular fortalece a musculatura
pélvica, sendo mais um fator a indicar nascimentos a termo. Conforme os
autores, a idade, paridade e aderência ao programa assistencial são fatores
que desempenham papel decisivo no risco para partos prematuros.
Segundo Sternfeld (1997) parece haver consenso de que a prática de
atividade física monitorada durante a gestação não colabora para a
prematuridade. O mesmo autor ainda, consultando diversos estudos,
argumentou que em decorrência da estimulação da noradrenalina, que ocorre
com a atividade física, pode ser neutralizado tanto com o aumento de
catecolaminas nas gestantes, como através dos níveis de catecolaminas fetais
que permanecem estáveis à estimulação da noradrenalina da e,
resguardando o feto do excesso de atividade uterina. Outros estudos também,
não relacionam atividade física e parto prematuro. Kebano et al. (1990), em
estudo de coorte, avalia a relação entre atividade física durante a gravidez,
nascimento prematuro e idade gestacional em amostra de 7.101 mulheres.
Mostrou que períodos prolongados na posição de pé, 8 horas/dia, eram
associados com um risco modestamente aumentado para nascimento de
prematuros, trabalho pesado, 4 horas/dia, ou exercício não estavam
associados com nascimento de prematuros. A proporção de crianças que
tiveram nascimento prematuro não diferiu entre mulheres que trabalham
predominantemente de pé, ou em ocupações ativas ou sedentárias.
A World Health Organization (1995) informa que para prevenir e
manejar a atual epidemia global de obesidade deve haver a integração da
atividade física regular, de forma diária, acompanhada de melhoria da
qualidade de vida e alimentação. Mulheres grávidas e sedentárias
normalmente necessitam em média de 3000 calorias/dia no segundo e terceiro
trimestre, para garantir um estoque correto de nutrientes, embora, uma
gestante fisicamente ativa possa precisar de um consumo maior de calorias a
fim de compensar o gasto energético proveniente dos exercícios (ACSM,
2000).
Conforme Ghorayeb & Barros Neto (2004), as mulheres ao
interromperem a sua atividade esportiva durante a gravidez apresentam um
maior aumento de peso comparado às mulheres não praticantes e, àquelas
que não interromperam a sua atividade ao longo de sua gravidez. Recentes
estudos epidemiológicos demonstraram que mulheres grávidas mais ativas têm
riscos gestacionais reduzidos, como diabetes, doenças hipertensivas e parto
prematuro.
1.4 Atividades físicas recomendadas e benefícios na gestação
Dentre as atividades físicas recomendadas estão as práticas
costumeiras da gestante antes da gravidez, observada a intensidade
recomendada na faixa moderada, e que não ofereçam risco à gestante ou ao
feto. Exercícios planejados com objetivos específicos para este período
gestacional e esportes devem ser mais ponderados: evitar os de contato,
saltos ou intensidade muito forte. Para Batista et.al (2003) no período
gestacional é recomendado como atividade física os exercícios mais leves na
água, seguidos de caminhada e ciclismo.
Segundo o ACSM (2005) em artigo intitulado “the pregnant exercise: an
argument for exercise as a means to suport pregnancy” lista benefícios para a
gestante e para o bebê, e informa que mulheres que começam programa de
exercícios no secundo trimestre, não devem ser desencorajadas, mas não
obtém todos os benefícios listados:
Benefícios para as grávidas
-Redução dos riscos de desenvolver diabetes gestacional
(principalmente em mulheres com IMC >33);
-
Redução dos riscos de desenvolver hipertensão induzida pela gestação;
- Poucas intervenções obstetrícias, (extração a vácuo e fórceps);
- Redução do trabalho de parto;
- Pesquisas tem sugerido, que a incidência de cesarianas, talvez
- O aumento do bem estar maternal;
- O aumento do senso de controle;
- O aumento de energia;
- Melhor sono;
- Melhora da auto-estima;
- Retorno mais rápido do peso antes da gravidez;
- Controle do excesso de peso ganho;
- Diminui o tempo de retorno aos exercícios após o parto;
- Diminuição da durante a gravidez e pós-parto;
- Redução da perda de tecido ósseo durante a lactação;
- Redução das complicações da gravidez (hemorróidas, inchaço das
pernas e dores nas costas);
Benefícios para o bebê:
-Os bebês nascem menos gordos; com melhor perfil de risco
cardiovascular na maioridade;
- Os bebês têm redução na incidência de cólicas;
- Grande nível de desenvolvimento neurológico nas áreas da linguagem
oral e motoras(testado até a idade de 5 anos).
Martins (2003) em um estudo que buscava saber se os profissionais de
saúde dos serviços de Ginecologia e Obstetrícia da cidade de Araçatuba SP
quando questionados sobre a indicação de atividades físicas no período de
gestação, todos os entrevistados afirmaram que sim, diferindo somente no que
se refere ao período de início das atividades; 20% deles relataram que indicam
atividades físicas no primeiro e no terceiro trimestre da gestação e 60% deles
confirmaram indicar atividades físicas com o início no segundo trimestre de
gestação, o restante em todo o período.
Durante a gestação são relatada algumas queixas decorrentes das
modificações fisiológicas próprio deste período, no (Quadro 1) é apresentado
uma relação com tais mudanças e suas indicações para a prática da atividade
física.
Quadro 1. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade
física.
Queixas Modificações fisiológicas
Atividades físicas
recomendadas
- Postura
- Dores musculares
- Crescimento do útero e
expansão do abdome,
inclinação anterior da pelve,
aparecendo uma
hiperlordose.
Fortalecimento da
musculatura (abdominal,
dorsal e pernas).
- Falta de ar - Movimento restrito do
diafragma, pressionado pelo
aumento do útero.
- Consumo de oxigênio
aumentado em 15% a 20%.
- Os níveis ampliados de
progesterona elevam a taxa
normal de respiração em até
45%.
- Melhoria da resistência
aeróbica, permitindo
melhor aproveitamento na
utilização do oxigênio.
- Câimbras - Possível redução de sódio.
- Circulação deficiente.
- Exercícios físicos
- Freqüência Cardíaca
aumentada.
- Cansa facilmente
- O coração fica mais
espesso e sob pressão do
diafragma move-se para cima
aumentado à pressão interna.
- O volume do sangue
aumenta de 30% a 50%. - A
freqüência cardíaca de
repouso pode aumentar até
20%.
- O débito cardíaco (a
quantidade de sangue
bombeado pela freqüência de
batimentos do coração)
aumenta de 40% a 50%.
- Treinamento cardío-
respiratório (aeróbico)
- Dores nas costas - Deslocamento do centro de
gravidade, que se move para
a frente em relação à coluna
vertebral e pelo peso do útero
na região pélvica.
- Fortalecer os músculos
do abdome, região dorsal
e glúteos (ajuda a manter
a postura saudável).
Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e
Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).
A atividade física pode contribuir para manter os níveis glicêmicos
normais, em gestantes que apresentam diabetes gestacionais. Essa patologia
ocorre, de modo geral, na fase tardia da gestação (HELMRICH et al. 1994).
No (Quadro 2) segue recomendações em atividade física, podendo
influir de forma positiva em contraposição as queixas como: veias varicosas,
hemorróidas, varizes, azia, desconforto intestinal, vontade de urinar,
articulação do quadril, que fica dolorido e diabetes gestacionais.
Quadro 2. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade
física.
Queixas Modificações fisiológicas
Influencia / Atividades
físicas recomendadas
- Veias varicosas
- Hemorróidas
- Varizes
(mais comum no
segundo e terceiro
trimestre)
- Os vasos sanguíneos ficam
mais flexíveis e distendidos
para acomodar o aumento do
volume de sangue.
- Atividades aeróbicas
melhoram o
aproveitamento do
oxigênio, provocam
adaptações cardíacas,
reduzindo os batimentos
de repouso.
- Azia
- Desconforto intestinal
- Mudanças hormonais
causam uma desaceleração
na atividade do estômago e
do intestino.
- Exercícios moderados
(nesta fase evitar
exercícios em supinação).
- Vontade de Urinar
freqüente
- O útero em expansão
pressiona a bexiga
- Exercícios para o
assoalho pélvico podem
ajudar a controlar os
músculos da bexiga e
prevenir a incontinência
urinária.
- Articulações do quadril
ficam doloridas
- O hormônio relaxina faz
com que os seus ligamentos
fiquem relaxados,
articulações ficam mais
- Fortalecimento muscular
(pernas e braços)
flexíveis e relaxadas.
- Diabetes gestacionais - Alteração nos níveis de
glicemia
- Os exercícios podem
ajudar a controlar os
níveis de glicose
(exercícios monitorados
pelo médico).
Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e
Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).
Para Katz (1996), a natação é a prática de atividade física mais indicada
para a gestante, devido à propriedade inerente do corpo na água, isto é, a
flutuabilidade. Os joelhos são beneficiados quando fazem atividade física na
água, por ser geralmente mais relaxante que outros tipos de exercícios,
sobretudo os exercícios de força como a musculação. O freqüente
aparecimento de edema é um efeito comum na gestação, porém
desconfortável e pode ser diminuído com a natação. A implicação da água fria
sobre o corpo serve também como termorregulador, proporcionando ao feto a
possibilidade de maior estabilidade frente à elevação de temperatura e a
subseqüente diminuição do fornecimento de sangue. A água deve ficar entre.
28ºC e 30ºC tida como a temperatura ideal durante a prática de atividades
aquáticas para gestantes.
O (Quadro 3) mostra a relação entre queixas (ansiedade, estresse, parto
doloroso, trabalho de parto, melhor nutrição, medicamentos, estilo de vida,
retornar ao corpo anterior e estar mais preparada para cuidar do bebê) e
recomendações de atividade física, mostrando ainda as principais modificações
fisiológicas.
Os exercícios para gestante deveriam incluir a combinação de
atividades aeróbicas envolvendo grandes grupamentos musculares e
atividades que desenvolvessem força de determinados músculos.
Normalmente, acredita-se que uma musculatura abdominal forte possa auxiliar
no processo de expulsão da criança. A força muscular dos membros
superiores é também muito importante para carregar o bebê, que aumenta
cada vez mais o seu peso (BARROS, 1999). ries de exercícios para o
Quadro 3. Queixas, modificações fisiológicas e recomendações sobre atividade
física.
Queixas Modificações fisiológicas
Atividades físicas
recomendadas
- Ansiedade
- Estresse
- Parto doloroso
- Estado psicológico alterado
- O Exercício moderado e
regular aumenta os níveis
de endorfina no corpo da
praticante. As endorfinas
ajudam como sedantes
naturais, aumentando a
sensação de bem-estar,
controle e consciência
corporal.
- Trabalho de parto - Contrações abdominais
- Relaxamento muscular
- Atitude psicológica favorável
- Fortalecimento e
tonificação dos músculos
(abdominais, músculos da
pelve e dorsos-lombares).
- Resistência Muscular
Local
- Melhor nutrição
- Redução da cafeína
- Prática anti tabagista
- Sem drogas e
medicamentos
- Estilo saudável de
vida
- Alterações específicas
- Pode ter influência
positiva por ocasião da
aderência da gestante à
prática da atividade física
regular
- Retorno ao corpo
anterior
- Estar mais preparada
para tarefas do cuidar
do bebê.
- Nova etapa do ciclo
gravídico-puerperal, afinal foi
uma mudança brusca.
- Os exercícios podem
ser reiniciados ainda no
leito da maternidade
Fonte: Adaptado do texto do guia oficial para exercícios da YMCA para exercícios pré-natais Hanlon (1999) e
Ginástica para gestantes Miranda e Abrantes (2003).
assoalho pélvico, favorecerão a ação de tipóia para apoiar os órgãos
abdominais e os da pelve. Durante o parto, os músculos do assoalho pélvico
se esticam para permitir a passagem do bebê (HANLON, 1999).
1.5 Atividades físicas não recomendadas na gestação
A mulher grávida, quando saudável, pode ter os seus níveis de
resistência, força e flexibilidade assegurados através da contínua atividade
física ou estruturados em forma de exercício. No entanto limitações e controle
são observados. Alguns exercícios físicos merecem recomendações
específicas sobre o desenvolvimento de sua prática ou contra-indicação no
período gestacional. A intensidade do exercício se revela através da demanda
sobre o sistema cardiovascular e deve ser monitorada de acordo com os
sintomas que a gestante apresentar. (ACOG, 2002).
No período gestacional não são recomendadas atividades competitivas,
artes marciais, levantamento de peso, exercícios com movimentos repentinos
ou de saltos, que podem levar à lesão articular, flexão ou extensão acentuada
devem ser evitadas, pois os tecidos conjuntivos apresentam frouxidão
(ARTAL & GARDIN, 1999).
o guia oficial da YMCA para exercícios pré-natais e Hanlon, (1999)
indicam como atividades consideradas perigosas, avaliando a possibilidade de
colocar a gestante ou o seu feto em risco, todos os tipos de salto de pára-
quedas, vôo de asa delta, futebol, rúgbi, outros esportes que envolvam contato
físico, salto em piscina, esqui de montanha, esqui aquático, surf, equitação,
hóquei e basquete, além dos esportes em equipe, como voleibol, basquetebol,
softbol, necessitam de flexibilidade, elasticidade e força, Freqüentemente
implicam em risco de torções, distensões e quedas e, com freqüência, são
extenuantes (GHORAYEB e BARROS NETO, 2004).
A prática de exercícios acarreta riscos potenciais para o be quando a
intensidade do exercício for muito alta, criando um estado de hipóxia para o
bebê, em situações em que haja risco de trauma abdominal e em caso de
hipertermia da gestante. Esses fatores podem gerar estresse fetal, restrição de
crescimento intra-uterino e prematuridade (Bennell et al. 2001). Outra
preocupação para profissionais envolvidos na prática da atividade física
durante a gestação o os exercícios na posição supino após o terceiro
trimestre e, podem resultar em obstrução do retorno venoso (BUNGUM, 2000).
De acordo com Bennell et al. (2001) algumas evidências de que a
participação em exercícios de intensidade moderada ao longo da gravidez
possa aumentar o peso do bebê ao nascer, enquanto que exercícios mais
intensos e com grande freqüência, mantidos por longos períodos da gravidez,
podem resultar em crianças com baixo peso. O exercício regular é contra-
indicado em mulheres com as seguintes complicações: contra-indicações
absolutas (doença miocárdica descompensada, insuficiência cardíaca
congestiva, tromboflebite, embolia pulmonar recente, doença infecciosa aguda,
risco de parto prematuro, sangramento uterino, isoimunização grave, doença
hipertensiva descompensada, suspeita de estresse fetal e paciente sem
acompanhamento pré-natal) e contra-indicações relativas (hipertensão
essencial, anemia, doenças tireoidianas, diabetes mellitus descompensado,
obesidade mórbida e histórico de sedentarismo extremo) (LIMA E OLIVEIRA,
2005).
1.6 Intensidade do exercício
O ACOG (2002) recomenda algumas formas mais cautelosas, onde
a intensidade do exercício o exceda uma freqüência cardíaca de 140 bpm,
que refletiria aproximadamente 60 a 70% da capacidade aeróbica máxima da
maioria das mulheres grávidas. Apontado por outros, o todo mais exato
para predizer VO2 na grávida é a extrapolação da curva VO2 - FC para uma
estimada FC máxima. O ACOG (1994) recomendou que a atividade física
praticada durante a gestação tenha por características exercícios de
intensidade leve e moderada, com o programa voltado para o período
gestacional em que se encontra a mulher, com as atividades centradas nas
condições de saúde da gestante, na experiência em praticar exercícios físicos
e na demonstração de seu interesse e necessidade.
Outra forma de determinar a intensidade do treinamento é a utilização
da Taxa de Percepção de Esforço TPE, de Gunar Borg; a sua percepção
deverá ser algo entre “leve e pouco intenso”. Para Halon (1999), é outra
maneira de determinar a sua intensidade e indica que se o seu esforço estiver
indo além, o ritmo deverá ser reduzido.
Segundo o health & fitness journal do ACSM (2006), a intensidade do
exercício para mulheres grávidas, podem ser relacionadas conforme o objetivo;
se for para mulheres sedentária, o indicado será atividade pouco intenso a
intenso pesado, pelo TPE. Para mulheres que praticam exercícios com
regularidade, é recomendada a intensidade, Intenso pesado a Muito intenso,
controlada pelo TPE. para atletas de elite, a intensidade indicada é de 70%
a 80% da FCmáx, ou controlado pela classificação intenso pelaTPE.
O quadro 4 mostra a escala de Borg e vem sendo utilizada de forma
tradicional no controle da atividade aeróbica. Inicialmente esta escala era
usada para controle da intensidade em testes aeróbicos realizados em clínicas
cardiológicas, porém a literatura pesquisada não aponta nada que impeça de
também ser utilizada em atividade física praticada por gestantes.
Quadro 4 - A escala de Percepção de Esforço de Borg é apresentada
abaixo, para que haja melhor entendimento sobre o assunto em discussão.
1.7 Duração e freqüência
Toda atividade física espontânea ou em forma de exercícios para ter
efeito de adaptação favorável, deverá ajustar-se quanto a duração e
freqüência, sendo a duração representada pelo tempo gasto em cada sessão
de treinamento ou atividades durante algum tempo (minutos, horas, dia).
Quanto a freqüência corresponderá ao número de sessões semanal,
atualmente acumular sessões menores e buscar uma freqüência diária de
atividade física, tem se mostrado mais eficiente pela quantidade acumulada de
gasto energético diário ou semanal, onde o equilíbrio energético será favorável
para manutenção da saúde.
6 Sem nenhum esforço
7
Extremamente leve
8
9 Muito leve
10
11
Leve
12
13
Um pouco intenso
14
15
Intenso pesado
16
17
Muito intenso
18
19 Extremamente intenso
20 Máximo esforço
Fonte: Gunar Borg (1998) Escala de percepção de esforço subjetivo
Hanlon (1999) recomenda, dependendo do objetivo desejado, do nível
de condicionamento físico da mulher e da intensidade do exercício que
deverão ser estabelecidas além da duração e freqüência. Segundo diretrizes
recentes do ACSM (2003), na relação dose-resposta e aumentando a faixa de
participação da população, por pelo menos 10 minutos, os seus efeitos são
cumulativos, a freqüência deverá ser, senão todos os dias, pelo menos três
dias por semana para que haja estimulo de adaptação.
De acordo o health & fitness journal do ACSM (2006), para mulheres
sedentárias é recomendado uma freqüência de 3 vezes por semana, com uma
duração de 30 minutos e atividade de baixo impacto. Já para as que se
exercitam regularmente, é recomendado uma freqüência de 3 a 5 vezes por
semana, com uma duração de 30 a 60 minutos e atividade de baixo impacto,
prioritariamente atividades seguras. Para atletas de elite é recomendado uma
freqüência de 4 a 6 vezes por semana, com uma duração de 60 a 90 minutos,
atividades competitivas que possam ser toleradas durante a gestação.
1.8 Questionários como instrumento para medição e avaliação do nível
da atividade física
Em estudos epidemiológicos são utilizados instrumentos de medição
subjetiva, como os questionários. Não ser invasivos, são vantagens
apontadas, outras são, a sua praticidade e aceitabilidade, tornando-os
confiáveis e válidos. As medições objetivas de gasto energético com
câmara calórica e técnica de água duplamente marcada são mais precisas,
mas pouco prático na hora de realizar estudos em grandes populações; por
outro lado, estas medições são úteis para validar os questionários,
representando a comprovação do estudo (AINSWORTH et al. 1993).
Percebendo a necessidade de um instrumento peculiar, Chasan-Taber
et al. (2004), do Departamento de Bioestatística e Epidemiologia da
Escola da Saúde Pública e Ciência da Saúde da Universidade de
Massachusetts, nos Estados Unidos, construíram e validaram no idioma
inglês um questionário específico para avaliação do nível de atividade
física em gestantes, denominado PPAQ e propõem ser auto-administrado,
curto e de cil compreensão em todas as questões. A finalidade do
questionário seria de formar um instrumento mundial para determinar o
nível de atividade física nas populações de gestantes. O tipo de atividade
física, intensidade, duração e freqüência serão registrados em minutos ou
horas por dia, durante o último trimestre, onde cada mulher será
classificada em uma das quatro categorias descritas anteriormente e em
33 atividades. Quanto à Intensidade e classifica-se em sedentário (<1,5
METs), leve (1,5 a <3,0 METs), moderada (3,0 a 6,0 METs) e vigorosa
(>6,0 METs). ACSM, (2004)
A correspondência em MET (Metabolic Equivalents Tasks), onde um
MET é equivalente ao consumo de oxigênio relativo, estando o indivíduo em
repouso. Portanto 1 MET= 3,5 mL . Kg . min. Para se calcular o MET divide-
se a taxa de oxigênio relativa consumida (mL . kg . min) por 3,5 e reflete
quantas vezes mais a atividade física está acima do estado de repouso
(Stephen & Gregory, 2007). Neste estudo, foi aferido através de compendium
da atividade física (Medicine and Science in Sports and Exercise) Ainsworth, et
al. (2000) para atividades caminhar de leve a moderada intensidade além das
tarefas domésticas. Agora também este compedium traduzido e adaptado para
o português (Farinatti, 2003) e utilizou também os parâmetros em METs,
refletindo a intensidade para as outra atividades durante a gravidez (Roberts,
et al. 2002) (Medicine and Science in Sports and Exercise) apresentado no
trabalho, Energy Cost of Physical Activities During Pregnancy, sendo
referência na estruturação do gasto energético em gestantes.
O Questionário Pregnancy Physical Activity Questionnaire PPAQ
aplicado em todas as questões coloca as gestantes diante de situações que
comumente estão presentes no seu dia a dia, e capta o tempo gasto onde
será possível mensurar o nível da atividade física individual em
participação de 33 atividades, incluindo: tarefas domésticas/cuidar de
outras pessoas, (12 atividades) ocupacional (5 atividades),
esportes/exercício (9 atividades), transporte (3 atividades) e inatividade (4
atividades) e apresenta no questionário as opções em escala temporal em
relação às citadas situações diárias: nenhum; menos que 30 minutos por
dia; de 30 minutos a 1 hora por dia; de 1 hora a 2 horas por dia; de 2 horas
a 3 horas por dia; de 3 horas ou mais por dia. O (ANEXO I) apresenta a
relação de sua versão original em idioma inglês. A opção por este
questionário também se deve ao fato de permitir uma abordagem mais
ampla, sendo que países em desenvolvimento apresentam a ocupação e a
locomoção, como uma proporção substancial do total da atividade física do
indivíduo.
O primeiro objetivo de um questionário para aplicações
epidemiológicas é a classificação individual. Ressalta Chasan-Taber et al.
(2004) que a maioria dos questionários para avaliação do nível de atividade
física foram desenvolvidos e validados para homens com ênfase na
participação de intensidade moderada e vigorosa em esportes, faltando,
porém incluir tarefas caseiras ou carregar crianças e determinar padrões de
atividade física em gestantes,. Importante ressaltar também, que deverá ser
considerado o custo metabólico durante a gestação. No caso da inatividade
física, aspectos tão importantes quanto à percepção do impacto em
gestantes pelos diversos aspectos de redução em proteção da saúde,
poderiam ser minimizadas pela identificação no nível da atividade física. O
uso desse questionário pode inclusive direcionar políticas em saúde
pública.
A pesquisadora Chasan-Taber utilizou para validar o (PPAQ) dados
coletados neste questionário e uma tecnologia da Manufacturing
Technology Inc, (Fort Walton Beach, FL), actigraph (antigamente
conhecido como accelerometer) uniaxial actigraph, detecta aceleração
vertical na faixa entre 0,25 a 2,00 g. com uma resposta em vibração na
freqüência entre 0,25 a 2,50 Hz. Os dados coletados foram lidos e
repassados para o PC através de interface da mesma empresa, ambos os
parâmetros identifica e armazena os movimentos humano. No estudo da
pesquisadora, foram usados ao longo de 7 dias nas gestantes selecionadas,
as informações captada no actigraph foram processadas, posteriormente
tratado estatisticamente, estabelecendo uma correlação existente entre os
movimentos captados pelo actigraph e o (PPAQ). Assim foi possível
identificar a melhor relação na obtenção das respostas para as atividades do
questionário em relação à Intensidade, duração e freqüência. A sua amostra
foi composta de 54 gestantes, sendo que 30% desta estavam no primeiro
semestre, 31% estavam no secundo semestre e 39% estavam no terceiro
semestre.
1.9 Compendium de Atividade Física
A propagação de medidas e conceitos da atividade física através de
diversos todos, principalmente questionários e auto-relato, mostram um
interesse crescente no estudo das relações entre atividades físicas e seus
diversos efeitos sobre a saúde. Os estudos então apresentados não traziam
similaridade capaz de se obter um padrão de comparação. Procurando criar
um sistema padronizado, com uma ampla e prática lista de atividades físicas
codificadas, que fosse flexível o bastante para satisfazer as múltiplas
necessidades, Bárbara Ainsworth e colaboradores desenvolveram, em 1989, o
compendium de Atividades Físicas, que foi publicado em 1993 e atualizado em
2000 (AMORIM e GOMES, 2003). O compendium foi criado para ser utilizado
por pesquisadores que coletam dados sobre atividade física pelo método diário
ou de prática identificada. Estes dados podem ser usados para descrever
padrões de atividade física em populações, estudar determinantes da atividade
física ou investigar as relações entre atividade física, saúde e doença. Cada
atividade foi codificada por função, tipo específico e intensidade; o mesmo
compendium pode ser empregado para muitos propósitos diferentes, inclusive
em estudo clínico e epidemiológico.
O compendium é montado em um esquema de códigos de cinco dígitos,
representando atividades específicas realizadas em várias situações, com seus
respectivos níveis de intensidade expressos em MET. Profissionais de saúde
utilizam normalmente o termo MET(s) como uma expressão relativa do gasto
energético. O compendium é organizado de forma a maximizar a flexibilidade
dos códigos de entrada dos dados e na interpretação do custo energético para
cada classe e tipo de atividade física. O esquema codificado emprega um
código de cinco dígitos para categorizar as atividades pelo propósito principal
ou por grupo principal (primeiros dois dígitos), atividade específica (últimos dois
dígitos) e intensidade (dois ou três dígitos na coluna separada). Por exemplo,
no código 17270 é definido como:
Baseada no modelo proposto por Patê et al. (1995), no nível de
classificação de intensidade da atividade física em MET, a atividade 17270 é
classificada como moderada intensidade. Na versão atualizada do
Grupo Principal Atividade específica Intensidade em MET
17 270 4,0
caminhada para trabalho ou escola
compendium passou de 477 para 605 o número de atividades específicas. São
apresentados no quadro 2 os 21 maiores tipos ou grupos principais de
atividades.
Quadro 5. Os maiores tipos ou grupos principais de atividade.
1.10 Gasto energético na atividade física
Estudos epidemiológicos recentes têm demonstrado a forte
associação entre a prática regular de atividade física como fator de
prevenção para doenças, bem como seus fatores de risco Pate, et al.(1995);
Paffenbarg, et al.(1993). Dados têm demonstrado um alto índice de
Cód
Atividade Cód
Atividade Cód
Atividade
01 Andar de bicicleta 08 Jardinagem 15 Esportes
02
Exercícios de
condicionamento
09 Misto 16 Transporte
03 Dançar 10 Tocar Música 17 Caminhar
04 Pescar e caçar 11 Ocupação 18
Atividades
aquáticas
05
Atividades
domesticas
12 Correr 19
Atividades de
inverno
06 Consertos em casa 13 Cuidados pessoais
20
Atividades
religiosas
07 14 Atividade sexual 21
Atividades
voluntárias
Fonte: Gasto energético na atividade física. Amorim e Gomes (2003)
mortalidade na população mundial, doenças cardiovasculares (DCV),
acidentes vasculares cerebrais (AVCs), hipertensão arterial (HA),
insuficiência cardíaca congestiva (ICC), valvulopatias (V) e cardiopatia
reumática (CR) Nih-Consensus conference, 1996; OMS, 1998). Segundo o
CDC e ACSM, relatam que aproximadamente 250 mil vidas são perdidas
no EUA todos os anos, devido ao sedentarismo (PATE ET AL. 1995).
A (Figura 1) apresenta a curva da relação dose-resposta que melhor
estima o relacionamento entre atividade física (dose) e benefícios à saúde
(resposta). Fica evidenciado que melhores benefícios à saúde são obtidos
quando associados ao aumento dos níveis da atividade física, ou seja, quem
mais necessita dos benefícios, o indivíduo sedentário, que obtém melhores
resultados com mudanças em seu comportamento (AMORIM E GOMES,
2003).
Figura 1 - Relação Dose-resposta entre atividade física e benefícios em
saúde.
Fonte: Pate et al. (1995)
A quantificação desta prática é de interesse de todos os profissionais
que estão envolvidos na redução da hipocinesia pelas populações ou estudo
da atividade física. O Centers for Disease Control and Prevention - CDC e
o American College of Sports Medicine - ACSM emitem recomendações
formuladas por uma comissão de especialistas. Após revisão de evidências
fisiológicas, epidemiológicas e clínicas, concluem que adultos devem
acumular 30 minutos ou mais de atividade física de moderada intensidade,
preferencialmente todos os dias da semana. Um critério atualmente
utilizado proposto por Pate et al. (1995) mostra esta classificação: Leve
3 METs; Moderada > 3 a 6 METs e Vigorosa > 6 METs. A moderada
A=Sedentário
B=Moderadamente
ativo
C=Ativo
Alto
Baix
o
A
B
Linha de base do estado de
Atividade
Curva
Dose
-
resposta
B e n e f í c i o
intensidade deve ser relativa. O ACSM (2003) recomenda uma variação
alvo de 150 a 400 kcal de dispêndio energético por dia na atividade física
e/ou no exercício de maneira contínua ou intermitente ou em períodos
curtos de tempo durante o dia, portanto acumular em três períodos 10
minutos de atividade, corresponderá ao gasto energético de 30 minutos
diários, necessários a manutenção da saúde, aumentando muito a faixa de
pessoas que podem se beneficiar desta orientação. Deve-se também incluir
ou contabilizar para gasto total de energia, aquelas atividades inerentes ao
cotidiano, como subir em escadas ao invés de elevador, ir caminhando até
o trabalho, tarefas domésticas como jardinagem, consertas coisa, cuidar de
alguém, passear com animais e outra mudança comportamental que
influenciarão de forma positiva para um estilo de vida mais ativa de muitas
pessoas, incluindo as gestantes saudáveis. Toda atividade física, como
qualquer evento metabólico produz calor, sendo que o ritmo de produção
de calor é diretamente proporcional à energia despendida. que a
calorimetria direta (a mensuração da produção do calor) é difícil de avaliar
nos seres humanos que estão se exercitando, o ritmo de dispêndio de
energia durante a atividade física e o exercício são medidos tipicamente
por calorimetria indireta (medindo-se a Freqüência Cardíaca - FC, o ritmo
de captação do consumo de oxigênio -VO
2
, ou fração desta, o MET). O
MET corresponde ao VO
2
de repouso, e é aceito como o volume de
oxigênio consumido durante o estado de repouso, 3,5 mL.kg.min, isto é,
um volume de oxigênio por unidade de tempo.
A interação de intensidade, duração e freqüência da atividade física
determinam o dispêndio calórico global da atividade física. É importante
reconhecer que os termos atividade física e gasto energético não são
sinônimos. A atividade física é um comportamento que resulta em gasto
energético, e é tipicamente quantificada em termos de freqüência (número
de sessões) e duração (minutos por sessão). O gasto energético reflete o
custo de energia ou a intensidade associada a uma determinada atividade
física e é uma função direta de todos os processos metabólicos envolvidos
na ação de mudança do requerimento de energia, para suportar a contração
muscular associada a esta atividade (LAMONTE e AINSWORTH, 2001).
A exemplo do PPAQ, outro questionário tem dado valiosa contribuição
na mensuração dos níveis de atividade física da população em todo o mundo.
O Internacional Physical Activity Questionnaire IPAQ foi validado para a
população brasileira por Pardini et al. (2001) e por Matsudo et al. (2001) para
indivíduos maiores de 12 anos. O referido estudo serviu de base para o
programa Agita São Paulo e o programa do Ministério da Saúde, Agita Brasil.
Recomendam os autores desse último trabalho a utilização do instrumento,
pois permitirá comparação com dados internacionais de prevalência de
atividade física. Tendo como critério para intensidade o MET, os valores
seguintes continuam sendo usados para a análise de dados de IPAQ: Andar
(intensidade leve) = 3.3 METs, moderada intensidade = 4.0 METs, intensidade
vigorosa = 8.0 METs, segundo compendium (Medicine and Science in Sports
and Exercise 2000) (AINSWORTH ET AL. , 2000).
Atualmente acompanhar o estado nutricional e seu equilíbrio com prática
regular de atividade física e estilo de vida ativa, tem forte relação com controle
ponderal, e pode ter forte associação com uma gestação saudável. Utilizar o
índice de massa corporal IMC para acompanhar o acúmulo ou gasto de
energia em gestante antes da gravidez, chamado de IMC pré-gravídico, pela
sua facilidade de mensuração e sua grande disponibilidade de dados de massa
corporal, e estatura, parecem ser motivos suficientes para a utilização do IMC
em estudos epidemiológicos, em associação (ou não) a outras medidas
antropométricas, até que metodologias de campo que expressem a
composição corporal em gestantes durante os períodos de gestação sejam
desenvolvidas para tais estudos.
O índice de massa corporal IMC, é obtido através da relação peso
dividido pela altura ao quadrado, (peso em kg / altura² em metro). Para
classificação das gestantes foi utilizada a recomendação da National Academy
of Sciences of institute of Medicine, (2003). O IMC esta relacionado como
demonstrado na tabela 5 as faixas baixo peso, eutrofia, sobrepeso e
obesidade. O IMC pré-gravídico poderá refletir o estado de equilíbrio entre
nutrição e gasto de energia representado pela atividade física e como este
comportamento poderá influir durante a gestação.
O IMC pré-gestacional apresenta benefício sobre outros indicadores de
massa corporal para estatura, pelo fato dele ser uma razão que não necessita
de tabela de referência para se determinar o risco nutricional. Resta legitimar
os limites de corte, recomendados para tal fim, com outros indicadores
tradicionalmente utilizados nesta avaliação, como, por exemplo, o ganho de
peso da gestante e o peso da criança ao nascer. (WORLD HEALTH
ORGANIZATION,1991).
Quadro 6. Classificação do IMC pré-gravídico
Baixo peso <19,8
Eutrofia 19,8 a 26
Sobrepeso 26 a 29
Obesidade > 29
Fonte: National Academy of Sciences of institute of Medicine, (2003)
1.11 Justificativa
Em recentes estudos, diversas contribuições da atividade física
também em gestantes têm sido apontadas, e como benefícios temos:
prevenção e redução de lombalgias, de dores das mãos e pés, estresse
cardiovascular, fortalecimento da musculatura pélvica, maior flexibilidade e
tolerância à dor, controle do ganho ponderal e elevação da auto-estima e
redução de partos prematuros. O estilo de vida ativa pela mudança de
comportamento contribui para a redução de diversos agravos à saúde. A mídia
tem reforçado a importância da atividade física para a saúde e qualidade de
vida. A atividade física é um tema que desperta grande interesse em todos, o
que facilitou de forma positiva a coleta de dados obtidos para a amostragem do
estudo.
Por termos formação em educação física e ser especialista em Ciência
do Treinamento Desportivo, inclusive ministrando aulas na disciplina de ciência
do treinamento desportivo na Faculdade Integrada do Ceará - FIC e ao presidir
a Fundação de Assistência Geral aos Esportes do Piauí - FAGEP, para o
governo no estado do Piauí, desenvolvemos e apoiamos diversos programas
de atividade física e esportes nas comunidades, o nosso interesse aumentou
no sentido de entender a dose-resposta adequada nas diversas atividades
físicas e sua relação com os benefícios em saúde. No momento temos grande
interesse no binômio atividade física e gestação.
Portanto, estudar os níveis de atividade física nos períodos gestacionais
e sua relação com posição sociodemográfica (idade, cor da pele declarada,
estado civil, renda familiar, grau de escolaridade) e clínicos (índice de massa
corporal IMC) neste estudo assume grande relevância, considerando-se os
pontos positivos associados a gestantes que mantêm um estilo ativo de vida.
2 Objetivos
2.1 Geral
Avaliar o nível de atividade física em gestantes de baixo risco no primeiro,
segundo e terceiro trimestres de gestação.
2.2 Específicos
Adaptação transcultural do questionário Preqnancy Physical Activity
Questionnaire PPAQ, no Brasil.
Comparar os níveis da atividade física com variáveis sócio-demográficas
(idade, cor da pele declarada, estado civil, renda familiar, grau de
escolaridade).
3 PACIENTES E MÉTODOS
3.1 Natureza do estudo
Neste estudo, a escolha do método de mensuração e avaliação da
atividade física está relacionada com o número de indivíduos que foram
analisados, o custo e a inclusão de diferentes idades. O estudo contou com a
participação de alunos do curso de educação física, participantes da coleta de
dados, informação sobre atividade física para as gestantes integrantes da
amostra nos postos de saúde, oriundos do convênio entre UECE e Regional IV
e discussão final, obtendo assim ganho de conhecimento e experiência sobre o
comportamento das gestantes e sua relação sóciodemográfica. Por se tratar
de gestantes toda a amostra foi do sexo feminino e, a escolha dos pacientes
apesar de fazerem parte de uma das doze unidades de saúde, a amostra foi
puramente casual.
Este estudo se caracteriza por ser uma investigação de natureza
quantitativa descritiva, de corte transversal, onde foi necessário analisar os
dados que ajudaram a melhor descrever a posição do nível de atividade física
relacionada à saúde das gestantes por períodos, situação sociodemográfica e
índice de massa corporal - IMC. A metodologia quantitativa empregada
baseou-se essencialmente na utilização de um questionário de perguntas
fechadas, que foi feita a adaptação transcultural para o Brasil a partir do PPAQ
para captar o nível de atividade física. O questionário sociodemográfico
(APÊNDICE II) também foi aplicado para obter informações que explicassem o
comportamento das gestantes em relação as atividades físicas e suas
categorias.
3.2 Campo do estudo
A partir de convênio entre a Prefeitura Municipal de Fortaleza e
Universidade Estadual do Ceará, para apoio e desenvolvimento de estudos
junto à Regional IV, a pesquisa foi direcionada para estes postos de saúde
desta regional, uma vez que a população em foco coincidiu com os objetivos
da investigação. Portanto o estudo foi realizado em 12 unidades municipais de
saúde de Fortaleza, pertencentes à Secretária Executiva Regional IV, nos
bairros da Serrinha, Dendê, Itaoca, Parangaba, Demócrito Rocha, Benfica,
Fátima, Jardim América, Vila Pery, Vila União e Pan Americano, que realizam,
em sua programação normal, atendimento pré-natal de baixo risco, distribuído
nas unidades relacionadas: UBASF- Luis Albuquerque Mendes, UBASF
Projeto Nascente, UBASF José Valdevino de Carvalho, Centro de Saúde da
Parngaba, Centro de Saúde Abel Pinto, Centro de Saúde Dr. Luiz Costa,
Centro de Saúde Dr. Roberto da Silva Bruno, Centro de Saúde Filgueiras Lima,
Centro de Saúde Gutemberg Braun, Centro de Saúde Maria José Turbay
Barreira, Centro de Saúde Ocelo Pinheiro e Centro de Saúde Oliveira Pombo.
3.3 População e amostra
A população do estudo corresponde às gestantes atendidas nos postos
de saúde da Regional IV, na cidade de Fortaleza, capital do Ceará, nos meses
de novembro, dezembro de 2006 e dezembro de 2007 e foi composta por 40
gestantes para o estudo piloto e 305 para a coleta principal.
3.4 Técnica de coleta de dados
Na abordagem inicial foram coletadas informações sociodemográficas e
clinicas e índice de massa corporal IMC. Outros dados seguiram através do
questionário para captação de gasto energético, o Questionário de Atividade
Física para Gestantes QAFG, (APÊNDICE I) oriundo do Preqnancy Physical
Activity Questionnaire PPAQ, que foi traduzido e adaptado para a população
brasileira, buscando tornar sua utilização mais factível do ponto de vista
operacional. Tendo como referência os últimos três meses, considerando o
tempo gasto em cada atividade e contém perguntas em relação ao tipo,
duração e freqüência de atividades físicas exercida pelas gestantes. O Nível de
atividade física dos indivíduos selecionados no estudo compreende os períodos
de gestação (primeiro, secundo e terceiro trimestres). Na versão USA o
questionário é auto administrado, no Brasil poderá ser escolhida a opção da
entrevista, com indivíduos com baixa compreensão, como nesta população do
estudo em questão, funcionou melhor a aplicação da forma de entrevista
assistida. A entrevista é um encontro entre duas pessoas, a fim de que uma
delas obtenha informações a respeito de determinado assunto, mediante
conversação de natureza profissional (MARCONI & LAKATOS, 1990, p.84)
O estudo foi constituído por três fases principais:
1- A adaptação transcultural do questionário PPAQ, com a finalidade de
adequação do instrumento e aplicação de um piloto de modo que possa ser
ajustado e corrigido se possíveis falhas ocorrerem na captação das respostas.
2- Coleta de dados para recolher informações sobre os níveis de atividade
física das gestantes selecionadas no último semestre.
3- Análise da relação entre os níveis de atividade física, períodos gestacionais,
situação sociodemográfica (idade, cor da pele declarada, estado civil, renda
familiar, grau de escolaridade) e os clínicos (índice de massa corporal – IMC).
3.5 Metodologia da adaptação transcultural do questionário PPAQ
O questionário Preqnancy Physical Activity Questionnaire PPAQ é
composto por 36 perguntas, tendo sido escrito originalmente em língua inglesa.
(Anexo I) O questionário PPAQ foi administrado em 54 gestantes, dados estes
utilizados para fase de validação nos anos de 2000 e 2002. Na (Tabela 7)
observa-se o coeficiente de correlação interclasse, utilizado para medir a
reprodutibilidade do (PPAQ), quanto ao total das atividades, classificação do
nível de atividade física e categorias.
Quadro 7. Coeficiente de correlação intercalasse em dois períodos Pregnancy
Physical Activity Questionnaires (PPAQs) entre 54 gestantes fase de
validação, Western Massachusetts, 2000 – 2002.
Coeficiente de
correlação interclasse
Total das atividades 0,78
Por intensidade
Sedentário (<1,5 METs) 0,79
Leve (1,5 < 3 METs) 0,78
Moderada atividade (3,0 – 6,0 METs) 0,82
Vigorosa atividade (>6,0 METs) 0,81
Por Tipo
Tarefas doméstcas/Cuidar de outras pessoas 0,86
Ocupação 0,93
Esportes e exercício 0,83
Development and validation of a pregnancy physical activity questionnaire Medicine & Science in Sport & Exercise
ACSM, (2004).
Esses valores confirmaram a confiabilidade do instrumento, ou seja, o
questionário pode ser considerado consistente.
A versão final, Questionário de Atividade Física para Gestantes QAFG
contará com 33 perguntas, sendo a primeira assertiva referente à data atual,
passou a fazer parte do cabeçario no questionário (QAFG), portanto será
identificada por quem for coletar as informações, a segunda sobre o último dia
da menstruação e a terceira previsão do nascimento do bebê, a questão de
número 18 foi retirada por encontrar-se totalmente fora do contexto da
população brasileira, as outras 31 questões buscam identificar gasto
energético durante as atividades físicas, que foi utilizado no presente estudo.
Todas as questões colocam as gestantes diante de situações que
freqüentemente fazem parte do dia a dia destas. O questionário (PPAQ) capta
estas atividades físicas realizadas no momento de lazer, exercício, esporte,
trabalho, meio de locomoção, cuidar de outras pessoas e tarefas domésticas.
3.5.1 Tradução para o idioma português
Durante o processo de adaptação transcultural, precedente ao piloto dois
tradutores brasileiros, ciente dos objetivos da pesquisa científica, fluentes no
idioma inglês, prepararam duas versões do questionário PPAQ para o
português. Foi solicitado a dois ingleses que o conheciam o original uma
retro-tradução, do inglês para o português (back translation). Esta tradução foi
comparada com o primeiro texto em inglês e não apresentou divergência. Foi
enfatizada, principalmente, a tradução conceitual e não a estritamente literária.
As duas traduções foram comparadas pelos tradutores e pesquisadores do
estudo, e foram feitas modificações quando houve divergências até se obter
consenso quanto à tradução inicial. Foi adotada uma metodologia de tradução
e adequação do instrumento, norteada pela Organização Mundial de Saúde na
tradução de instrumentos (SARTORIUS e KUKEN, 1999).
Conforme Ciconelli (1999) cada sociedade apresenta suas próprias
atitudes, crenças, comportamentos, hábitos sociais e costumes. A cultura de
um país é refletida pelas características e comportamento das pessoas e as
diferenças entre estas. Quando propomos a tradução de um questionário, este
deve apresentar-se em linguagem clara e simples e manter equivalência em
seus conceitos culturais.
3.5.2 Adequação do questionário
Considerando algumas perguntas do questionário que estão inseridas
no contexto dos Estados Unidos, optou-se por sua adequação, tornando-o
mais compreensível à nossa realidade. Com esta finalidade, o questionário
original traduzido foi apresentado, individualmente, a seis profissionais de
saúde com reconhecido saber científico. Nesta ocasião, foi solicitado a cada
um destes profissionais que julgassem as assertivas apresentadas no
questionário, utilizando, segundo Braga (1998), as variáveis abaixo explicitadas
e/ou através de sugestões de adequação a serem efetuadas na formulação
das questões:
Contexto (verificação quanto à adequação de assertiva à nossa realidade)
Clareza da assertiva (facilidade e entendimento por parte do leitor)
Relevância (importância da assertiva para a mensuração e da participação
da gestante em atividades física).
Em relação às variáveis acima, solicitou-se aos profissionais avaliar as
assertivas utilizando-se uma escala de escores do tipo Likert, com valores de 1
a 5 (1 - Totalmente irrelevante, 2 - Irrelevante, 3 - Neutro, 4 - Relevante,
5 - Extremamente relevante). Obteve-se desde modo, o entendimento dos
profissionais sobre as 36 questões apresentadas no questionário PPAQ já
traduzido. Aludidas respostas foram tabuladas com a planilha Excel para
obtenção das médias das escolhas feita pelos profissionais de saúde
participantes do processo de validação e em seguida analisadas pelo autor do
estudo, a distribuição das somas das médias por assertivas é apresentado nos
resultados.
No Quadro 8. As diversas fases do processo de tradução e adaptação
transcultural do questionário (QAFG), são apresentadas em 7 estágios.
Quadro 7 Estágios de desenvolvimento do PPAQ para o Questionário de Atividade
Física para Gestantes - QAFG (Adaptação transcultural)
Estágios
Métodos Produto Objetivos
1 - Conceitos
Definição por
especialistas.
Definição de:
atividade física,
exercício e esporte.
Consenso internacional
entre profissionais de
saúde para Atividade
Física.
2 - Tradução
Tradução
independente.
Questionário em
língua inglesa.
Encontrar equivalência
nas questões propostas.
3 - Retro-tradução (back translation)
Questionário em
língua portuguesa.
Verificar se não há
discordância.
4 – Verificação por
profissionais de
saúde
Pontuação quanto ao
contexto, clareza da
assertiva e relevância.
Questionário aberto
para opinião dos
profissionais.
Retirar questões fora da
média, utilizar sugestões
para obter mais
coerência nas questões.
5 - Adaptação
Cortadas ou
ajustadas, questões
com baixa clareza
e/ou relevância, e/ou
fora do contexto.
Retirada ou ajuste de
questões de fácil
compreensão que
traduzam o
movimento humano
durante o dia.
Captar o nível do gasto
energético nas diversas
Atividades Física em
períodos gestacionais.
6 - Estudo Piloto
Administração do
QAFG para 40
gestantes.
Verificar o
comportamento das
questões no campo.
Refinamento da
estrutura do QAFG.
Redução do conjunto de
questões.
7 – Fase Final
Revisão, ajustes,
tempo de aplicação
do instrumento.
Padronização de um
questionário com 33
perguntas
estruturadas.
Avaliar o gasto
energético através do
tipo, intensidade,
duração e freqüência
nas tarefas.
Fonte: adaptado de estágios no desenvolvimento do WHOQOL-100 (WHO, 1995)
3.5.3 Piloto
Foi realizado um estudo piloto com 40 gestantes, objetivando ajustar a
tradução do questionário e treinar os aplicadores do questionário (QAFG).
Verificou-se um tempo médio de dez minutos para administração do
questionário; todas as dificuldades encontradas foram relatadas pela equipe
incumbida da coleta de dados. Entre as dificuldades relatadas destacam-se: a
entrevistada não querer assinar o seu nome no termo de compromisso livre
esclarecido, algumas não quiseram esperar os horários programados nos
postos para atendimento a gestantes nem sempre coincide, e muitas vezes as
gestantes fazem referências a aspectos sócio-familiares. O pesquisador deve
buscar minimizar a influência por questões que enfatizam a assimetria e
dificultam o estabelecimento de uma melhor relação (CAPRARA ET AL. ,
2003).
3.5.4 Critério de inclusão
Gestantes atendidas nos postos de saúde da regional IV do município
de Fortaleza, que tenham idade entre 16 a 40 anos, critério adotado na
metodologia do PPAQ, com qualquer posição sociodemográfica e domiciliadas
em Fortaleza.
3.5.5 Critério de exclusão
Gestantes com gemelaridade ou doenças que interfiram na prática da
atividade física; diabetes insulínico dependente - DID, doenças hipertensiva -
DH ou doenças cardíacas - DC sob medicamentos e, ainda, doença crônica
renal - DCR, história de doenças pregressa e prematuridade (CHASAN-
TABER ET AL. 2004)
3.6 Instrumentos de pesquisa
Os dados foram coletados e organizados, tendo como modelo o
Questionário de Atividade Física para Gestante QAFG. Este instrumental foi
usado, obtendo-se respostas referentes ao último trimestre, e aponta tempos
médios gastos em cada atividade, em minutos ou horas. O instrumento
utilizado para calcular a prevalência de inatividade física leva em consideração
as atividades físicas realizadas no momento de lazer, tarefas domésticas,
cuidar de outras pessoas, esportes e exercício, locomoção, ocupacional. O
gasto energético despedido na atividade em METs (intensidade) foi
multiplicado pela duração desta por dia, para chegar-se a uma mensuração
média de energia gasta semanalmente (MET-h • wk¯ 1). A estimativa de
intensidade do (QAFG) para as atividades de leve intensidade a vigorosa
resultam da média de MET/hora por semana para o total da atividade. Cada
atividade será classificada pela sua intensidade: Sedentária (< 1,5 METs), Leve
(1,5 - < 3,0 METs), Moderada (3,0 - 6,0 METs) ou Vigorosa (> 6,0 METs. Foi
solicitado pelos pesquisadores as gestantes, que indicassem a categoria que
melhor se aproximasse do tempo gasto em 31 atividades classificadas em
tarefas domésticas, cuidar de outras pessoas, ocupação, esportes e exercício,
locomoção e lazer, durante o trimestre atual, sendo que o sono não foi
relacionado. Estas questões são procedentes de estudo de Chasan-Taber
(2004) e baseia-se no compendium de Roberts et al. (2002) para representar
as atividades físicas, andar, leves, moderadas intensidades e tarefas
domésticas em Ainsworth et. al. (2000) para encontrar a intensidade do resto
das atividades do questionário.
Os valores específicos em MET indicado em todas as perguntas, (31
questões) segue o padrão (questão: MET: valor), [3:2,5] , [4:2,0] , [5:3,0] ,
[6:2,7] , [7:4,0] , [8:3,0] [9:4,0] , [10:1,8] , [11:1,0] , [12:3,2] , [13:2,5] , [14:2,3] ,
[15:3,0] , [16:4,5] , [17:2,5] , [18:4,0] , [19:1,5] , [20:3,5] , [21:5,0] , [22:6,0] ,
[23:7,0] , [24:3,5] , [25:6,0] , [26:4,5] , [27:Ver compendium] , [28: Ver
compendium] , [29:1,8] , [30:3,0] , [ 31:2,0] , [32:4,0] , [33:3,3].
O cálculo deve ser marcado para as questões observando o quadro abaixo,
como se segue: 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10, 12, 13, 14, 17, 18, 19 a contagem de
duração seguirá correspondendo às categorias de duração 0 0,25 0,75
1,5 – 2,5 – 3,0 multiplicando o valor encontrado por 7 dias na semana. Para
as questões 11, 29, 30, 31, 32, 33 os tempos de duração correspondem à
0 – 0,25 – 1,25 – 3,0 – 5,0 – 6,0 multiplicando os valores por 7 dias na semana.
Para as questões 15, 21, 16, 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28 estas questões
correspondem a duração nas faixas de tempo 00,25 0,75 1,5 2,5 –
3.0 e estes valores estão em forma semanal. O quadro abaixo mostra esta
relação entre questões e faixas de tempo por opções de respostas do
questionário.
Quadro 9. Opções de respostas adaptadas para faixas de tempo
correspondentes ao QAFG.
Questões
Menos que 30 De 30 minutos a
De 1 hora a De 2 horas a De 3 horas ou
do QAFG
Nenhuma
minutos por dia 1 hora por dia 2 horas por dia
3 horas por dia
mais por dia
3 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
4 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
5 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
6 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
7 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
8 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
9 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
10 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
12 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
13 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
14 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
17 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
18 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
19 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
11 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
29 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
30 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
31 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
32 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
33 0 0,25 1,25 3,0 5,0 6,0
15 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
16 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
20 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
21 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
22 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
23 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
24 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
25 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
26 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
27 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
28 0 0,25 0,75 1,5 2,5 3,0
Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-mail
para o autor
O questionário (QAFG) composto de 31 assertivas capta o gasto
energético durante a atividade física. As questões são pautadas nos níveis de
atividade: Sedentária, Leve, Moderada e vigorosa demonstrado no quadro
abaixo.
Quadro 10. Níveis de atividade física e questões relacionadas no QAFG.
Níveis de Atividade Física Questões
Sedentária 10, 11, 19, 29
Leve 3, 4, 6, 13, 14, 15, 17, 31 e questões 27 e
28 são atividades em aberto [< 2,9 METs]
Moderada 5, 7, 8, 9, 12, 16, 18, 20, 21, 24, 25, 26, 30,
32, 33 e questões 27 e 28 são atividades
em aberto [ 3 e < 6 METs]
Vigorosa 22, 23 e questões 27 e 28 são atividades
em aberto [ 6 METs]
Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-
mail para o autor
O questionário (QAFG) dividido em 31 atividades incluindo: Tarefas
domesticas (05 atividades), Cuidar de outras pessoas (06), Ocupação (5
atividades), Esportes e exercício (9 atividades), Locomoção (3 atividades) e
Lazer (3 atividades) traduz as atividades físicas, quanto a sua intensidade,
para as questões no quadro abaixo.
Quadro 11. Adaptação das categorias e questões relacionadas no QAFG.
Tarefas domésticas 3, 13, 14,15,16
Cuidar de outras pessoas 4, 5, 6, 7, 8, 9,
Ocupação 29, 30, 31, 32, 33
Esportes/Exercício 20, 21, 22, 23, 24, 25, 26, 27, 28
Locomoção 17, 18, 19
Lazer 10, 11, 12
Fonte: PPAQ instructions Prof. Dr. Lisa Chasan-Taber, Sc.D.- orientação por e-
mail para o autor
3.7 Método de análise de dados
Para facilitar a entrada dos dados, foi utilizado o software Epi Info onde
foi construída máscara de entrada de dados semelhante a do questionário
utilizado quando na coleta de dados em campo. Os dados foram migrados
para o excel, depois, para processamento no programa SPSS. Uma
apreciação descritiva das principais variáveis foi acompanhada por uma
análise comparativa buscando associações entre variáveis independentes e
dependentes através de testes estatísticos, além da freqüência das
participantes da amostra por períodos gestacional, percentual, dia e
mediana ajudam à análise dos dados apresentados. Utilizou-se o teste de
Kruskal Wallis por se tratar de um procedimento extremamente útil para decidir
se N amostra (N>2) independentes provem de população com médias iguais.
Esse teste pode ser aplicado para variáveis intervalares ou ordinais, realizou-
se o teste: H0: as médias são iguais, Ha: existe pelo menos um par diferente,
onde Ha corresponde a hipótese alternativa
.
O nível de significância (p) foi
fixado em 5% de probabilidade e escolheu-se uma variável qui-quadrado com
φ=N-1 graus de liberdade.
3.8 Questões éticas
Por tratar-se de uma pesquisa envolvendo seres humanos, este trabalho foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da UECE, obedecendo ao termo
de compromisso livre e esclarecido, elaborado segundo a resolução 196 de
10 de outubro de 1996, do Conselho Nacional de Saúde (CNS, 1996). Foram
respeitadas neste trabalho as recomendações da OMS e da Declaração de
Helsinki (1963), revisada em Veneza (1983). Foi lido e explicado a todas as
mulheres atendidas e também foi ressaltada a relação positiva entre atividade
física e gestação saudável, sendo que as que concordarem em participar do
estudo, assinaram em duas vias, de igual teor, uma foi entregue à paciente e a
outra permanecerá com o pesquisador responsável (APÊNDICE III).
Os sujeitos da pesquisa foram beneficiados com a realização de palestras e
informações educativas sobre a importância da realização de atividades físicas
na gestação. Tais informes foram realizados pelos estagiários envolvidos na
coleta de dados, nas unidades de saúde participantes do estudo. A coleta dos
dados foi iniciada posteriormente à aprovação do trabalho pelo Comitê de Ética
em Pesquisa (CEP) da UECE (ANEXO II).
4. RESULTADOS
4.1 Adaptação transcultural
Para compreender como as questões se portavam em relação ao
contexto, clareza e relevância, foi montado um gráfico com pontuação de todas
as questões do questionário (PPAQ), pontuadas em uma escala de 0 a 5 por
profissionais de reconhecido saber científico, todos doutores na área da saúde.
O gráfico demonstrado na (Figura 2) mostra o valor médio de todas as questões
da versão original do questionário - PPAQ.
Figura 2 Valores médios das questões em relação ao contexto, clareza
das assertivas e relevância.
-
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
3,5
4,0
4,5
5,0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36
Assertivas
Extremame
nte
relevante
.
Relevante
Neutro
Irrelevante
Q u e s t õ e s
------- Contexto,
Clareza da assertiva,
Relevância
Adotamos como ponto de corte a média das pontuações acima de 2,5
(Neutro, Relevante e Extremamente Relevante). Das respostas tabuladas pelos
seis profissionais escolhidos e analisadas pelo autor, valores extremos foram
eliminados. A questão de número 18 foi retirada, por apresentar baixa clareza
e mostrar-se fora do contexto do Brasil; a questão numero 11, com pouca
clareza, foi condensada com a número 13, permitindo assim uma maior
compreensão da assertiva. Nas questões 6, 10 ,19, 20, 21, 33 e 35 optou-se
em adequar a pergunta em função da indicação dos professores. Utilizamos
para estas questões, como roteiro, o estudo de Farinatti (2003), traduzido e
ajustado a realidade brasileira do compendium de Atividade Física (CAF)
proposto por Ainsworth et al. (1993) e atualizado em (2000). Onde observa
este que o nível de difusão do compendium em língua portuguesa não é
observado, principalmente no Brasil. O questionário original com 36 questões
foi finalizado com 33 questões na forma de entrevista.
A (FIGURA 3) demonstra o valor médio de todas as questões da versão
traduzida e adaptada Questionário de Atividade Física para Gestantes - (QAFG),
após apreciação dos professores doutores especialistas em saúde, para sua
pontuação de escala de escores: 1 - Totalmente irrelevante, 2 - Irrelevante, 3 -
Neutro, 4 - Relevante, 5 - Extremamente relevante, quanto ao Contexto, Clareza
da assertiva e Relevância. É importante mencionar que a numeração agora não
mais coincide com a do questionário versão original, pois com as modificações
os números das perguntas adotam uma outra relação.
O gráfico abaixo mostra que com a eliminação da questão 18 da versão
original do PPAQ, comentada anteriormente, elimina-se a questão fora do
contexto da população brasileira e com baixa clareza da assertiva. A questão 19
do PPAQ, atual questão 16 (QAFG), apresenta-se na linha de corte deste estudo
para contexto e relevância. Na junção das questões 11 e 13 para somente a
questão 11, nesta versão 10, a assertiva parece ter melhorado a clareza, foram
fundidas, pois ambas tinham o mesmo gasto energético e as tarefas não podiam
concorrer entre si, também por apresentar características parecidas. As
questões que mostravam baixa clareza foram refeitas apoiando-se em estudo de
Farinatti já citado na metodologia.
Figura 3 Valores médios das questões (QAFG).
0,00
0,50
1,00
1,50
2,00
2,50
3,00
3,50
4,00
4,50
5,00
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Extremame
nte
relevante
.
Relevante
Neutro
Irrelevante
Totalmente
------- Contexto,
Clareza da assertiva,
Relevância
Q u e s t õ e s
5. DISCUSSÃO
A atividade física apresenta uma estreita relação entre gasto energético
e fator de proteção em saúde, portanto, avaliar os diversos veis desta
atividade em populações permite orientar e propor políticas em saúde pública.
O questionário (QAFG) para captação de gasto energético em METs permite
colher informação quanto a diferentes atividades físicas no cotidiano da mulher
grávida, Atualmente concorda-se que tais classificações devam não somente
ser traduzidas cuidadosamente, mas também testadas num contexto cultural
específico. O questionário, após piloto de quarenta gestantes, foi adaptado
(fases mencionadas) e aplicado em amostra de 305 gestantes. Com esses
achados, é possível completar que o instrumento é reprodutível, ou seja, ele foi
capaz de, em repetidas aplicações, demonstrar o mesmo resultado em
pacientes onde não se verificou nenhuma diferença importante.
Nesse estudo (Tabela 1), a prevalência de gasto energético classificado
como “leve” (insuficientemente ativo), encontrado em mulheres no período
gestacional, foi de 51,4% e coincide com os estudos de Matsudo et al. (2002).
Descreve ainda estudos realizados no Brasil, que utilizaram questionários
como instrumentos de pesquisa na cidade de Fortaleza, apontando mulheres
classificadas como insuficientemente ativas em 46,8% e estudo realizado por
Hallal et al. (2002), em amostra no município de Pelotas, com 3.182 pessoas,
em que 41% dos indivíduos eram insuficientemente ativos; e também outro
estudo realizado por Matsudo et al. (2002), em uma amostra representativa do
estado de São Paulo, com 2.001 pessoas, em que 46,5% dos indivíduos
também foram classificados como insuficientemente ativos. Ainda em estudo
de validação realizado em Massachusetts, mostra que a primeira escolha
entre gestantes para gasto energético em atividade foi ver TV e vídeo, seguido
de andar lentamente, apresentando assim nível entre “leve”/”moderado”,
CHASAN-TABER (2004).
Quando observamos toda a amostra, mais da metade, 51,4%, está
classificada como atividade “leve” (Tabela 1) e quando agrupamos atividade
“sedentária” e “leve”, então este valor cresce para 80,3%, mostrando que
uma prevalência de inatividade física durante o período gestacional. Quando
comparado o gasto energético com os trimestres de gestação, denota uma
redução gradativa desse gasto. Para a classificação “sedentário”, aparece para
primeiro, segundo e terceiro trimestres, 24,7%, 16,5% e 34,1%,
respectivamente, indicando um aumento na condição mais inativa. na
classificação “leve” para os três trimestres, com 44,9%, 57,3% e 61,4%,
apesar de indicar um discreto aumento, não representa acréscimo total de
gasto energético para a amostra, pois quando observadas as classificações
“moderado” e “vigoroso” verifica-se uma redução acentuada (Tabela 2). De
alguma forma, se a gestante é saudável, a redução parece estar associada a
um componente cultural.
“... A gestante deve abreviar suas atividades
físicas usuais devido ao peso extra que mantém... ela
não pode se exercitar mais do que está acostumada; ela
deve se exercitar menos. Ela não pode ser persuadida a
caminhar muito, pois caminhando, supõe-se que fará o
parto mais facilmente – esta superstição tem centenas de
anos e ainda prevalece” (HEATON, 1935) apud (ARTAL,
1987).
Quanto à categoria “tarefas domésticas”, aparece como mais
representativo o nível de atividade física classificado como “moderado”, com
54,4% do gasto energético das gestantes (Tabela 3); indica que as gestantes
desse estudo gastaram maior tempo em atividades relacionadas com tarefas
domésticas (Tabela 7), corroborando com os achados de Brilhante (2005), que
mostra em estudo, que relaciona baixo peso e fatores de riscos, uma maior
concentração em afazeres domésticos, 66%. Quanto à categoria “lazer”, esta
aparece como segunda opção das gestantes, 50,7%, e reflete tarefas com
predominância classificada como “leve” (Tabela 3). As outras categorias
apontam predominância na classificação sedentário”.
Atualmente o IMC pré-gradico é importante variável a ser considerada
durante o período gestacional; poderá representar o estado nutricional e gasto
de energia das gestantes (Tabela 4). Do total das entrevistas houve perda de
27,5% e ficou assim distribuída: na amostra predominou a eutrofia, com 55,7%,
existindo, entretanto, entre as gestantes, 26,7% classificadas como baixo peso.
Para sobrepeso e obesidade aparecem 10,9% e 6,9%, respectivamente. Em
estudo realizado com gestantes, no Hospital e Maternidade Dr. César Cals
(HGCC), situado na cidade de Fortaleza, estado do Ceará, para 54,2% que
eram eutróficas e 25,6% com baixo peso, 8% estavam com sobrepeso e 12%
eram obesas, Brilhante (2005), corroborando com achados desta dissertação.
Para essa amostra não foram considerados os diversos aspectos de uma
abordagem nutricional.
Quanto à altura das gestantes, a média observada foi de 1,56, tendo
sido encontrado apenas 8,3% com estatura inferior a 1,50 m, como observado
(Tabela 5), concordante com estudo de Brilhante (2005), que aponta gestantes
com características socioeconômicas semelhantes, onde 74,7% estavam com
a estatura superior a 1,50 m.
Em relação ao gasto energético e faixa de idade (Tabela 6),
correspondente aos quartís de 16 a 20 anos, 21 a 24 anos, 25 a 30 anos e 31
a 40 anos e com uma freqüência de 81, 69, 80 e 61 gestantes,
respectivamente, ao contrário do que se esperava, onde mulheres mais jovens
deveriam apresentar um maior gasto de energia durante as suas atividades
diárias, isso não aconteceu, não houve uma relação significativa. Não parece
ter relação entre escolha de atividade física expresso pelo gasto de energia em
MET e a faixa de idade.
Considerando trimestre de gestação e o parâmetro de distribuição do
MET (Tabela 6), mostrou ter significância estatística (p<0,007). Isso poderá ter
acontecido pela redução da atividade física com o decorrer dos meses de
gestação; a mulher tem adotado atitude mais sedentária com o
desenvolvimento dos períodos gestacionais, coincidindo com a literatura
existente. Quando relacionados os trimestres e a categoria “esportes e
exercício”, a atividade aula de exercício pré-natal aparece como significante ao
nível de (p<0,048). Isso poderá indicar que as escolhas para essa questão
foram concordantes, no entanto, ainda assim parece refletir uma atitude
sedentária; quando indagada sobre qual o tempo gasto para a atividade, as
escolhas mais representativas recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou)
observado na (Tabela 7).
Quanto a anos de escolaridade e o gasto energético em METs, a
maioria apresentou baixa escolaridade, com 117 gestantes, 38,4% dos casos,
e estavam na faixa de “0 a 3 anos”. A variável anos de escolaridade evidenciou
relação com dispêndio em energia MET (Tabela 6) e demonstrou ser
significativa com (p<0,025). A escolaridade, quando relacionada à categoria
“ocupação” (Tabela 9), na atividade de ou caminhando lentamente no
trabalho não carregando nada, apresenta ser significante ao nível de
(p<0,011), classificada como atividade “sedentária”, onde as escolhas mais
representativas recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou).
A relação entre gasto energético e renda familiar não se mostra
significativa (p>0,227). A faixa salarial mais freqüente apontada corresponde
ao salário mínimo e mostra 111 gestantes, com 36,4% dos casos, podendo ser
considerada clientela de baixa renda; evidencia-se que a clientela destes
centros de saúde municipal é de classe socioeconômica menos favorecida.
A variável renda familiar, quando relacionada à categoria “locomoção” na
atividade caminhando lentamente para pegar o ônibus, ir para o trabalho ou
fazer visitas, apresenta ser significante ao nível de (p<0,019) e mostra (
Tabela 11) que existem escolhas nos tempos da atividade (<30 minutos) 102
indivíduos com 33,4%, (de 30 a 60 minutos) 111 indivíduos com 36,4%.
Ainda, a variável renda familiar quando relacionada à categoria “lazer” (Tabela
25) na atividade sentada usando o computador, lendo, escrevendo ou falando
ao telefone, não estando trabalhando, e na atividade, assistindo TV ou
vídeo, apresentaram ser significantes ao nível de (p<0,002) e (p<0,003)
respectivamente. Reflete, no entanto, um comportamento sedentário (Tabela
12) e mostra que para a atividade sentada usando o computador ..., as
escolhas mais representativas com 134 indivíduos e 43,9% dos casos,
recaíram sobre a opção: Nenhum (Não realizou), seguido de 72 indivíduos com
23,6% dos casos, para o tempo de (< 30 minutos); e de forma semelhante
aparecem 71 indivíduos, com 23,3% dos casos, para a faixa de tempo (de 30 a
60 minutos). Para a atividade assistindo TV ou vídeo, mostra como mais
representativo o tempo (> 3 horas), sendo a escolha de 140 gestantes,
correspondente a 45,9 % dos casos. Apesar de ser um tempo elevado, a
atividade promove um baixo gasto energético para esta atividade.
Quanto comparado o gasto energético em METs e estado civil, (Tabela
6) apresentou ser significativa ao nível de (p<0,000). A amostra representa a
maioria, correspondente a 245 gestantes, e 80,3% dos casos representou
companheiro em união oficializada ou não e 60 solteiras ou separadas
representou 19,7% dos casos.
Na relação entre gasto energético em METs e raça (Tabela 6), detecta-
se uma incidência de mais da metade da amostra de raça “parda”, com 156
indivíduos, 51,14% de casos, as outras foram “negra”, 69 indivíduos, 22,6% de
casos, “branca”, 65 indivíduos, 21,3% de casos e “outra”, 15 indivíduos 4,9%
de casos. Como era de se esperar, pois a região tem notadamente uma
estratificação de prevalência pela raça “parda”, apresentando uma significância
ao nível de (p<0,000).
A baixa informação e pouca oportunidade em manter um estilo ativo de vida
poderá reduzir os benefícios relacionados à adaptação morfológica, funcional e
psicológica que a atividade física oferece, durante todo o período gestacional.
Os resultados revelam falta de comprometimento de saúde nos aspectos
relacionados à prevenção, quando se atribui valores agregados por conta de
atividade física espontânea ou em forma de exercício, para uma população
vulnerável e de importância para futuras gerações.
6. CONCLUSÃO
o No total da amostra, a maioria das gestantes teve um nível de atividade
física classificada como “sedentário” e “leve”, demonstrando que há uma
prevalência de inatividade física durante o período gestacional.
o Durante os três trimestres houve redução da atividade física.
o O nível de atividade física classificado como atividade “moderado”,
aparece como mais representativo na categoria “tarefas domésticas”.
o Em relação ao IMC pré-gravídico, na amostra predominou a eutrofia, a
amostra indicou baixa escolaridade das gestantes, quanto à renda
familiar, a prevalente foi de um salário mínimo, podendo ser considerada
clientela de baixa renda, para o estado civil, a prevalência foi para
companheiro em união oficializada ou não, quanto à raça, há uma
incidência de mais da metade da amostra na raça “parda”.
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ANEXOS
ANEXO I
APÊNDICE I
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA
Data atual ____/____/______
Questionário de Atividade Física para Gestantes - QAFG
É muito importante que você responda honestamente. Não há nenhuma resposta certa ou errada.
Nós estamos querendo saber o que você fez durante este trimestre.
1. Qual foi o dia de sua última menstruação? ____/____/______ Eu não sei. Aproximadamente.
2. Quando o seu bebê vai nascer? ____/____/______ Eu não sei.
Durante este trimestre, quando você NÃO está no trabalho, quanto tempo você
geralmente passa:
3 Preparando as refeições (cozinhando, 4 Cuidando de criança - Vestindo, banhando, alimentando
colocando a mesa, lavando os pratos). enquanto você fica sentada.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
5 Cuidando de criança - Vestindo, banhando, 6 Brincando com as crianças enquanto você está
alimentando enquanto você está em pé. sentada ou em pé.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
7 Brincando com as crianças enquanto você 8 Carregando as crianças nos braços.
está caminhando ou correndo.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Unidade de saúde
N
9 Cuidando de idoso adulto, incapacitado 10 Sentada: usando o computador, lendo, escrevendo,
ou falando ao telefone. não estando trabalhando.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa:
11 Assistindo TV ou vídeo 12 Brincando com animais de estimação.
.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
13 Fazendo limpeza leve (arrumar as camas, lavar 14 Fazendo compras (roupas, comidas ou outros objetos).
roupas, passar roupas, levar o lixo para fora).
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
15 Fazendo limpeza mais pesada (aspirar, varrer, 16 Empurrando cortador de grama, ciscando,
esfregar o chão e lavar janelas). ou trabalhando no jardim
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Indo a lugares...
Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa:
17 Caminhando lentamente para: pegar o ônibus, 18 Caminhando rapidamente para: pegar o ônibus,
ir para trabalho ou fazer visitas. ir para trabalho ou escola.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
19 Dirigindo, ou andando de carro ou de ônibus.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Para se divertir ou exercício....
Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa:
20 Caminhando lentamente por divertimento ou 21 Caminhando mais rápido, por divertimento ou
exercício. exercício.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
22 Caminhando mais rápido ladeira a cima, por
23 Fazendo “cooper”, (trote ou corrida
moderada)
divertimento ou exercício.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
24 Na aula de exercício prénatal. 25 Nadando.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
26 Dançando.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Fazendo outras coisa por divertimento ou exercício? Por favor, relacionar as
atividades.
27 _______________________________ 28 ________________________________
nome da atividade nome da atividade
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Por favor, preencha a próxima etapa, se você trabalha por salário, como
voluntário, ou se você for estudante. Se você for dona de casa,
desempregada, ou incapacitada de trabalhar, você não precisa preencher
essa etapa.
No Trabalho....
Durante este trimestre, quanto tempo você geralmente passa:
29 Sentada ou trabalhando em sala de aula. 30 Em pé ou caminhando lentamente no trabalho,
carregando coisas (mais pesado que uma garrafa
de refrigerante de 2 litros).
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
31 De pé ou caminhando lentamente no trabalho não 32 Caminhando rapidamente no trabalho enquanto carrega
carregando nada. objetos (mais pesado do que uma garrafa
de refrigerante de 2 litros).
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
33 Caminhando rapidamente no trabalho, não carregando nada.
Nenhum
Menos que 30 minutos por dia
De 30 minutos a 1 hora por dia
De 1 hora a 2 horas por dia
De 2 hora a 3 horas por dia
De 3 horas ou mais por dia
Muito Obrigado.
APÊNDICE II
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA
Questionário sociodemográfico
Data atual ______/______/_______
Realizou exame de ultra-sonografia nesta gestação?
( ) sim ( ) não
Se sim: data do exame: ___/___/___ Idade gestacional:
______sem.
Trimestre da entrevista: [ ] 1º. Trim. [ ] 2º. Trim. [ ]
3º. Trim.
1 IDADE [ ] anos
2 ESTADO CIVIL
Casada......................................................( )
Solteira......................................................( )
Viúva ........................................................( )
Separada...................................................( )
Mora junto.................................................( )
3 GRAU DE ESCOLARIDADE
Quantos anos tem de estudo............................( )
Só assina .........................................................( )
Analfabeta.........................................................( )
Pré-escolar........................................................( )
Ensino Fundamental incompleto.......................( )
Ensino Fundamental completo..........................( )
Ensino Médio incompleto..................................( )
Ensino Médio completo.....................................( )
Superior incompleto...........................................( )
4 RAÇA
QUAL A SUA RAÇA?
Negra ........................................................( )
Parda.........................................................( )
Branca.......................................................( )
Outra..........................................................( )
5 OCUPAÇÃO ATUAL
VOCÊ TRABALHA FORA DE CASA?
Não ...................................................................( )
Meio período (4 horas)......................................( )
Período integral (8 horas) .................................( )
Eventualmente...................................................( )
6 RENDA FAMILIAR MENSAL PER CAPITA.
R$_________________________
7 NÚMERO DE PESSOAS QUE MORAM NA
MESMA CASA QUE VOCÊ?
________________________
Unidade de saúde
N
8 SUA CASA TEM ÁGUA ENCANADA E
REDE DE ESGOTO?
Sim .............................................................( )
Não..............................................................( )
VOCÊ MORA?
Em casa própria..........................................( )
Mora em instituição ....................................( )
Mora na rua.................................................( )
9 HÁBITOS DE VIDA
VOCÊ FUMA CIGARROS DURANTE A GRAVIDEZ?
Sim ....................................................................( )
Não ....................................................................( )
Se a resposta for sim, quantos cigarros você fuma
mais ou menos por dia?
Resposta:
10 VOCÊ COSTUMA BEBER BEBIDA
ALCÓLICA NA GRAVIDEZ?
Sim........................................................( )
Não .......................................................( )
Se a resposta for sim, qual é a bebida?
Resposta:________________________
13 QUAL ERA O SEU PESO ANTES DE
ENGRAVIDAR?
Resposta: __________________Kg
15 QUAL É O SEU PESO ATUAL?
Resposta:___________________Kg
ALTURA:_______metros
11 BEBE TODOS OS DIAS?
Sim....................................................................( )
Não ...................................................................( )
12 BEBE SÓ NO FINAL DE SEMANA?
Sim .......................................................( )
Não .......................................................( )
14 VOCÊ FOI INTERNADA NO HOSPITAL, NESTA
GRAVIDEZ?
Sim ...................................................................( )
Não....................................................................( )
Se a resposta for sim, qual o motivo pelo qual você
foi internada?
Resposta: ____________________________
16 VOCÊ TINHA ALGUMA DOENÇA ANTES
DA GRAVIDEZ?
Sim ........................................( )
Não.........................................( )
Se a resposta for sim, qual (is)?
Resposta:___________________
17 VOCÊ ADOECEU NESTA GRAVIDEZ?
Sim ..................................................................( )
Não ................................................................. ( )
Se a resposta for sim, de qual doença foi
acometida?
Infecção urinária
..........................................................( )
Hipertensão arterial
...........................................................( )
Doença Sexualmente Transmissível
...........................................................( )
Trabalho de parto
prematuro...........................................( )
Diabetes ............................................( )
Anemia ..............................................( )
Outra .................................................( )
Qual? ___________________________________
18 VOCÊ TOMOU ALGUM MEDICAMENTO
NA GRAVIDEZ?
Sim ........................................( )
Não.........................................( )
Se a resposta for sim, em que mês a gravidez?
Primeiro Trimestre.................( )
SegundoTrimestre.................( )
Terceiro Trimestre.................( )
Qual (is) medicamento (s)?
___________________________
ANEXO II
Aprovação do comitê de ética
APÊNDICE III
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE ESCLARECIDO
Prezada Gestante, __________________________________________
Somos pesquisadores da Universidade Estadual do Ceará,
estamos desenvolvendo uma pesquisa intitulada: Avaliação do nível de
atividade física durante a gestação. Este estudo tem como objetivo:
Comparar os níveis de atividade física em mulheres nos períodos
gestacionais atendidas nos postos de saúde de Fortaleza, uma vez que
a relação positiva entre atividade física e gestação saudável tem uma
forte associação, para tanto serão oferecidas palestras educativas sobre
a importância da realização de atividades físicas na gestação, tais
palestras serão realizadas pelos pesquisadores, nas unidades de saúde
participantes do estudo.
Assim, gostaria de contar com a sua participação nas respostas
ao questionário. Por se tratar apenas de entrevista, não há risco à sua
saúde ou do feto, e seu nome não será divulgados, apenas utilizaremos
as respostas no conjunto dos demais participantes.
Ainda a qualquer momento da pesquisa, caso não seja do seu
interesse a continuidade na participação, você poderá desistir, e isto não
trará qualquer prejuízo, principalmente no serviço prestado.
Agradecendo a sua colaboração me coloco à disposição para
qualquer informação que você julgar necessária.
Sua colaboração se muito importante para a realização deste
estudo.
____________________________________
Assinatura da paciente
Fortaleza, março/ 2006
Atenciosamente
Francisco Trindade Silva Prof. Dr. Fabrício da Silva Costa
Mestrando em Saúde Pública Orientador
da Universidade Estadual do Ceará
Rua Vicente Leite, 793 – Meireles
(85)3264.2066 / 888.3388
APÊNDICE IV
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CEARÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
MESTRADO ACADÊMICO EM SAÚDE PÚBLICA
Convite para participação do processo de Adaptação Transcultural do
questionário.
Prezado(a) Professor Dr.(a)____________________________________
Como aluno do curso de Mestrado em Saúde Pública da
Universidade Estadual do Ceará, estamos desenvolvendo uma pesquisa
intitulada: Avaliação do nível de atividade física durante a gestação.
Este estudo tem como objetivo: comparar os níveis de atividade física
em mulheres nos períodos gestacionais atendidas nos postos de saúde
de Fortaleza, uma vez que a relação positiva entre atividade física e
gestação saudável têm uma forte associação. Para tanto utilizaremos o
questionário desenvolvido por Chsan-Taber et.al.,(2004) do
Departamento de Bioestatística e Epidemiologia da Escola da Saúde
Pública e Ciência da Saúde da Universidade de Massachusetts,
construíram e validaram no idioma inglês um questionário específico
para avaliação do nível de atividade física em gestantes, denominado
Pregnancy Physical Activity Questionnaire PPAQ. Ainda neste estudo
estaremos efetuando a adaptação transcultural do referido questionário,
para ser utilizado em gestantes do Brasil.
Ciente dos objetivos da pesquisa científica dois tradutores
brasileiros, fluentes no idioma inglês, prepararam duas versões do
questionário PPAQ para o português, Foi solicitado a dois ingleses que
não conheciam o original para fazer uma retro-tradução, do inglês para
o português (back translation), esta tradução foi comparada com o
primeiro texto em inglês, apresentando semelhança de tradução.
Assim, gostaria de contar com a sua participação no passo
seguinte deste processo de adaptação transcultural do questionário
PPAQ, nesta etapa será feito a adequação do questionário.
Considerando algumas perguntas do questionário que estão inseridas
no contexto do Estados Unidos, optou-se por sua adequação, tornando-
o mais compreensível à nossa realidade. Com esta finalidade, o
questionário original traduzido em (ANEXO) apresentado aqui de
forma individual, a Vossa Senhoria, também será apresentado a outros
cinco profissionais de saúde, com reconhecido saber científico.
Solicitamos julgar as assertivas apresentadas no questionário,
utilizando segundo Braga (1998), as variáveis abaixo explicitadas e/ou
através de sugestões de adequação a serem efetuadas na formulação
das questões:
Contexto (verificação quanto à adequação de assertiva à nossa
realidade)
Clareza da assertiva (facilidade e entendimento por parte do leitor)
Relevância (importância da assertiva para a mensuração e da
participação da gestante em atividades física).
Em relação as variáveis acima, será solicitado aos profissionais
avaliar as assertivas utilizando-se uma escala de escores tipo Likert, de
1 a 5: 1- Totalmente irrelevante, 2- Irrelevante, 3- Neutro, 4- Relevante,
5- Extremamente relevante). Obtém-se desde modo, o entendimento
dos profissionais sobre as 36 questões apresentadas no questionário.
Das respostas tabuladas pelos seis profissionais escolhidos, serão
analisados pelo autor e, valores extremos posteriormente serão
eliminados, do restante será feita a distribuição das somas das médias
por assertivas onde será apresentado em quadro demonstrativo. O
questionário resultado deste procedimento de adequação seaplicado
em amostra de 40 indivíduos, constituindo assim o piloto, posteriormente
será aplicado na amostra principal do estudo.
Fortaleza, Junho/ 2006
Atenciosamente
Aluno Orientador
Francisco Trindade Silva Prof. Dr. Fabrício da Silva Costa
Rua Vicente Leite, 793 – Meireles [email protected]
(85)3264.2966 / 9112.3388
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