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Características Mecânicas de Vergalhões de
Aço Auto - Revenido
Dissertação de Mestrado
Autor: Matheus de Faria e Oliveira Barreto
Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Cetlin
Universidade Federal de Minas Gerais
Escola de Engenharia
2009
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ii
MATHEUS DE FARIA E OLIVEIRA BARRETO
Características Mecânicas de Vergalhões de
Aço Auto - Revenido
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Construção Civil da
Universidade Federal de Minas Gerais, como
parte dos requisitos para obtenção do título de
Mestre em Construção Civil.
Orientador: Prof. Dr. Paulo Roberto Cetlin
Belo Horizonte
Escola de Engenharia da Universidade Federal de Minas Gerais
2009
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Barreto, Matheus de Faria e Oliveira
B273c
Características mecânicas de vergalhões de aço auto-revenido [manuscrito] /
Matheus de Faria e Oliveira Barreto. – 2009.
157 f., enc. : il.
Orientador: Paulo Roberto Cetlin.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de
Engenharia.
Anexos: f.: 130-157.
Bibliografia: f. 128-129.
1. Construção civil – Teses. 2. Aço – Propriedades mecânicas – Teses. I. Cetlin,
Paulo Roberto. II. Universidade Federal de Minas Gerais, Escola de Engenharia. III.
Título.
CDU:691 (043)
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS
ESCOLA DE ENGENHARIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CONSTRUÇÃO CIVIL
CARACTERISTICAS MECÂNICAS DE VERGALHÕES DE AÇO AUTO – REVENIDO
Matheus de Faria e Oliveira Barreto
Dissertação apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Construção Civil da Escola de
Engenharia da Universidade Federal de Minas
Gerais, como parte dos requisitos necessários
à obtenção do titulo de Mestre em Construção
Civil.
Comissão Examinadora:
________________________________
Prof. Dr . Paulo Roberto Cetlin
DEMET/DEMC/UFMG – (Orientador)
________________________________
Prof. Dr. Haroldo Beria Campos
DEMEC/UFMG
________________________________
Profa. Dra. Elaine Carballo Siqueira Corrêa
CEFET/MG
Belo Horizonte, 28 de dezembro de 2009.
iv
AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer primeiramente a Deus pela saúde, vitalidade,
força e paz para que eu pudesse desenvolver este trabalho de pesquisa.
A minha mamãe Margarida e a minha noiva Aline, pelo apoio irrestrito,
dedicação e compreensão em todos os momentos.
Ao Prof. Dagoberto Brandão por ter disponibilizado toda a estrutura do
Laboratório de Metalografia e Tratamentos Térmicos e de Microscopia
Eletrônica da UFMG para que eu pudesse fazer os ensaios de caracterização
das amostras, bem como os técnicos em laboratório Breno César e Patrícia
Azevedo que me auxiliaram nos ensaios.
A Prof.ª Teresa Aguilar e ao Prof. Paulo Cetlin por também
disponibilizarem seus laboratórios para os ensaios mecânicos.
A toda a equipe do laboratório de Metalurgia Mecânica da Universidade
de Itaúna, principalmente ao Prof. Ewerton, pela ajuda com as usinagens e nos
ensaios mecânicos.
Aos professores Antônio Neves Junior e Adriano de Paula que sempre
deram apoio ao trabalho.
A FAPEMIG pelo financiamento da pesquisa.
E por último e mais importante ao Prof. Paulo Cetlin e a Profª Maria
Teresa Aguilar, pela orientação comprometida e desinteressada, pela lealdade
e apoio irrestrito, e por todos os ensinamentos durante os dois anos de
desenvolvimento deste trabalho.
v
Dedico este trabalho primeiramente às duas pessoas mais importantes na
minha vida, que me apóiam incondicionalmente, me dão Amor, Carinho,
Atenção, Muita Dedicação e que sempre acreditaram em mim e que Eu tanto
Amo. Minha Alma Gêmea Aline e Minha Mamãe Margarida.
Dedico também a todos que me ajudaram nesta jornada e me mostraram a real
importância e o significado do título de Mestre, além de terem despertado em
mim o gosto pela Ciência.
vi
“Algo só é impossível até que alguém duvide e
acabe provando o contrário.”
(Albert Einstein)
“Excelência é uma habilidade conquistada
através de treinamento e prática. Nós somos
aquilo que fazemos repetidamente. Excelência,
então, não é um ato, mas um hábito”.
(Aristóteles)
“Duas coisas são infinitas:
o universo e a estupidez humana.
Mas, no que respeita ao universo,
ainda não adquiri a certeza absoluta”
(Albert Einstein)
vii
RESUMO
O vergalhão de aço é um dos materiais de uso mais difundido na
construção civil brasileira e mundial, porem é necessário conhecer com mais
detalhes o comportamento do vergalhão como material e não somente como
elemento estrutural. A cada dia a construção civil busca novas alternativas para
maximizar o uso dos materiais, desde novas ferramentas de cálculo estrutural a
novas técnicas de solda em vergalhões. Neste sentido este trabalho se propôs
a estudar as características mecânicas de vergalhões de aço auto-revenido
destinados à construção civil, elegendo as barras de 6,3 a 25,4mm de diâmetro
para o estudo. O processo de resfriamento dos vergalhões, após a laminação,
conhecido como auto-revenimento produz um vergalhão com ótimas
características mecânicas e com baixo custo para a usina, porem o vergalhão
passa a ser constituído por camadas concêntricas com propriedades
mecânicas diferentes entre si. Para estudar a influência destas camadas no
comportamento mecânico do vergalhão foi feita a caracterização
microestrutural por meio de análises em microscópio eletrônico de luz
transmitida e de varredura, além de ter sido traçado o perfil de microdureza
Vickers de todas as amostras. A partir dos resultados foi constatado que
apenas as barras de 20 e 25mm de diâmetro possuíam um tratamento térmico
por auto-revenimento relevante. Optou-se então por descascar a barra de
20mm de diâmetro e obter as curvas de tensão-deformação do material
completo e descascado a fim de se obter seu comportamento com a extração
das camadas externas, com dureza superior. Os resultados obtidos mostram
que com a retirada da primeira camada e redução do diâmetro do vergalhão de
20mm para 17mm, a curva tensão-deformação sofre um decréscimo
substancial e que a partir das demais reduções o decréscimo passa a ser
irrisório.
Palavras-chave: Vergalhões, Aço auto – revenido, Características mecânicas.
viii
ABSTRACT
The rebar steel is one of the most utilized and diffused materials in
Brazilian civil construction, as it is in the whole world, but it’s necessary to know
more details about the rebar behavior as a material and not only as a structural
element. Each day civil engineering searches for new alternatives to maximize
the use of materials, from new structural calculation tools, to new techniques in
welding rebar steel. In that sense, this study shows the mechanic
characteristics of the self-tempering rebar steel used in civil construction,
analyzing in this case the 6.3 to 25.4mm bar diameter. The cooling process of
the rebar, after lamination, known as self-tempering, produces a rebar steel with
great mechanical characteristics, and low costs to the industry, but the beam
turns to be constituted, in this process, by concentric layers with different
mechanical proprieties. To study the influence of these layers in the rebar steel
mechanical behavior, a microstructure characterization was made through
analyses using optical and scanning electron microscopes, besides showing the
profile of microhardness Vickers in every sample. From the results, we could
see that only the 20 and 25.4mm bar had a thermal treatment by self-tempering
of some relevance. It was chosen then, to peel the 20mm bar to obtain the
tensile-deformation curves from the complete and peeled material, in order to
observe its behavior within the extraction of the external layers, of superior
hardness. The obtained results show that, with the extraction of the first layer
and the reduction of the bar diameter from 20mm to 17mm, the tensile-
deformation curves suffer a substantial decreasing, and from this point, the
decreasing in the other reductions turns to be derisive.
Key-words: Rebar Steel, Steel self-tempering, Mechanical characteristics.
ix
SUMÁRIO
RESUMO...........................................................................................................vii
ABSTRACT......................................................................................................viii
SUMÁRIO...........................................................................................................ix
LISTA DE TABELAS ..........................................................................................xi
LISTA DE FIGURAS .........................................................................................xii
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 18
2 OBJETIVOS.................................................................................................. 20
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.......................................................................... 21
3.1 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS
COMPOSTOS .............................................................................................. 21
3.1.1 Regra das Misturas.......................................................................... 22
3.2 VERGALHÕES DE AÇO AUTO-REVENIDO PARA CONSTRUÇÃO
CIVIL............................................................................................................. 25
3.2.1 Uso do Vergalhão de Aço Auto – Revenido na Construção Civil..... 25
3.2.2 Auto-revenimento Aplicado aos Vergalhões para Construção Civil . 29
3.2.3 Principais Sistemas de Tratamento Térmico de Auto-revenimento.. 33
3.2.3.1 Sistema Tempcore..................................................................... 33
3.2.3.2 Sistema Thermex....................................................................... 35
3.2.4 Características Mecânicas dos Vergalhões Auto-Revenidos........... 37
3.2.4.1 Propriedades Mecânicas ........................................................... 38
3.2.4.2 Relação Dureza – Temperatura de Revenimento...................... 39
3.2.5 Vantagens do Auto-revenimento para a Construção Civil................ 42
4 MATERIAIS E MÉTODOS............................................................................. 45
4.1 MATERIAIS ............................................................................................ 47
4.2 MÉTODOS.............................................................................................. 47
4.2.1 Metalografia ..................................................................................... 48
x
4.2.2 Microscopia Ótica............................................................................. 48
4.2.3 Microdureza Vickers......................................................................... 50
4.2.4 Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV .................................... 52
4.2.5 Ensaios de Tração ........................................................................... 53
4.2.6 Obtenção das curvas tensão-deformação........................................ 56
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO..................................................................... 57
5.1 Microscopia Ótica e Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV........... 57
5.2 Microdureza Vickers ............................................................................. 101
5.3 Ensaio de Tração.................................................................................. 117
5.4 Modelagem Teórica.............................................................................. 126
6 CONCLUSÕES ........................................................................................... 127
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS............................................................ 128
8 ANEXO........................................................................................................ 130
xi
LISTA DE TABELAS
Tabela 4.1 – Composição química (% em peso) do aço estudado..................... 47
Tabela 8.1 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 6,3 mm........................ 130
Tabela 8.2 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 6,3 mm........................ 130
Tabela 8.3 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 8,0 mm........................ 130
Tabela 8.4 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 8,0 mm........................ 131
Tabela 8.5 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 10,0 mm...................... 131
Tabela 8.6 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 10,0 mm...................... 131
Tabela 8.7 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 12,5 mm...................... 132
Tabela 8.8 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 12,5 mm...................... 132
Tabela 8.9 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 16,0 mm...................... 133
Tabela 8.10 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 16,0 mm.................... 133
Tabela 8.11 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 20,0 mm.................... 134
Tabela 8.12 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 20,0 mm.................... 134
Tabela 8.13 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 25,4 mm.................... 135
Tabela 8.14 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 25,4 mm.................... 136
xii
LISTA DE FIGURAS
Figura 3.1 - Evolução da Produção Brasileira de Aço Bruto no período de 1980 a
2008. Adaptado Abracave (1980 a 1997) e IBS (1998 a 2009)..... 26
Figura 3.2 – Evolução da Produção Brasileira de Aços Laminados Longos e
Planos no período de 1980 a 2006. Adaptado Abracave (1980 a
1997) e IBS (1998 a 2006). ........................................................... 27
Figura 3.3 – Produção anual de vergalhões para construção civil de 2001 a 2006.
Adaptado IBGE (2009). ................................................................. 28
Figura 3.4 – Participação dos sistemas estruturais na construção civil brasileira
de 1999 a 2007. Adaptado CBCA (2009)...................................... 28
Figura 3.5 – Corte em seção transversal de vergalhão com tratamento térmico
superficial. (FILHO, 2004).............................................................. 31
Figura 3.6 – Evolução da produção de vergalhões (em milhões de toneladas/ano)
com a utilização do processo Tempcore. (SIMON et al., 1984)..... 32
Figura 3.7 – Curva de variação de temperatura da barra para diferentes posições
de raio durante o processo de tratamento térmico superficial.
(FILHO, 2004)................................................................................ 34
Figura 3.8 – Comparativo entre sistema Thermex e Tempcore – curvas de
temperatura superficial. (TAMM, 2003). ........................................ 37
Figura 3.9 - Perfil de Durezas em secção transversal de barra de aço submetida
ao processo Tempcore para barra de 22 mm. (RODRIGUES et
al.,1993)......................................................................................... 40
Figura 3.10 - Perfil de temperaturas de revenimento em secção transversal de
barra de aço submetida ao processo Tempcore para barra de 22
mm. (RODRIGUES et al., 1993).................................................... 41
Figura 3.11 – Perfis de dureza normalizado de barras CA50. Adaptado Filho
(2004)............................................................................................ 42
Figura 3.12 - Conceitos de análise de faixas de segurança na fabricação de aços
para construção civil. (FILHO, 2004)............................................. 43
Figura 4.1 – Fluxograma simplificado do projeto de pesquisa............................ 45
Figura 4.2 – Fluxograma completo do projeto de pesquisa. ............................... 46
Figura 4.3 – Microscópio utilizado na caracterização das amostras................... 49
xiii
Figura 4.4 – Lupa estereoscópica utilizada na caracterização das amostras..... 49
Figura 4.5 – Perfis de microdureza Vickers avaliados. ....................................... 50
Figura 4.6 – Equipamento de microdureza......................................................... 51
Figura 4.7 – Perfis perpendiculares de microdureza Vickers, barra de 8mm...... 51
Figura 4.8 – Detalhe da impressão deixada na amostra pelo ensaio de
microdureza Vickers, aumento de 1000 vezes.............................. 52
Figura 4.9 – Microscópio eletrônico de varredura............................................... 53
Figura 4.10 – Usinagem do corpo de prova, torno Nardini-Ms 175E. ................. 54
Figura 4.11 – Corpos de prova usinados............................................................ 54
Figura 4.12 – Ensaio de tração utilizando a máquina Mohr Federhaff
Losenhausen (UIT)........................................................................ 55
Figura 4.13 – Detalhe do extensômetro eletrônico utilizados nos ensaios.......... 55
Figura 5.1 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3................................................................ 59
Figura 5.2 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 4,
c) Região 5.................................................................................... 60
Figura 5.3 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3................................................................ 61
Figura 5.4 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 4,
c) Região 5.................................................................................... 62
Figura 5.5 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3................................................................ 63
Figura 5.6 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.................................................................................... 64
Figura 5.7 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3................................................................ 65
Figura 5.8 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.................................................................................... 66
Figura 5.9 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3................................................................ 67
Figura 5.10 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 68
Figura 5.11 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 69
xiv
Figura 5.12 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 70
Figura 5.13 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 71
Figura 5.14 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 72
Figura 5.15 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 73
Figura 5.16 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 74
Figura 5.17 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 75
Figura 5.18 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 76
Figura 5.19 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 77
Figura 5.20 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 78
Figura 5.21 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 79
Figura 5.22 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 80
Figura 5.23 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 81
Figura 5.24 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 82
Figura 5.25 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 83
Figura 5.26 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 84
Figura 5.27 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região
1, c) Região 2, d) Região 3............................................................ 85
Figura 5.28 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região
4, c) Região 5. ............................................................................... 86
xv
Figura 5.29 – MEV da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 87
Figura 5.30 – MEV da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 88
Figura 5.31 – MEV da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 89
Figura 5.32 – MEV da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 90
Figura 5.33 – MEV da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 91
Figura 5.34 – MEV da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 92
Figura 5.35 – MEV da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 93
Figura 5.36 – MEV da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 94
Figura 5.37 – MEV da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 95
Figura 5.38 – MEV da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 96
Figura 5.39 – MEV da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 97
Figura 5.40 – MEV da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 98
Figura 5.41 – MEV da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................... 99
Figura 5.42 – MEV da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.................................................................. 100
Figura 5.43 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 6,3 mm........................... 103
Figura 5.44 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 6,3 mm........................... 103
Figura 5.45 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 6,3 mm.
.................................................................................................... 104
Figura 5.46 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 6,3 mm. .............................................................................. 104
xvi
Figura 5.47 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 8,0 mm........................... 105
Figura 5.48 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 8,0 mm........................... 105
Figura 5.49 – Impressões perpendiculares da microdureza Vickers, barra 8,0
mm............................................................................................... 106
Figura 5.50 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 8,0 mm.
.................................................................................................... 106
Figura 5.51 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 10,0 mm......................... 107
Figura 5.52 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 10,0 mm......................... 107
Figura 5.53 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 10,0 mm. ............................................................................ 108
Figura 5.54 – Impressões perpendiculares da microdureza Vickers, barra 10,0
mm............................................................................................... 108
Figura 5.55 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 12,5 mm......................... 109
Figura 5.56 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 12,5 mm......................... 109
Figura 5.57 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 12,5 mm. ............................................................................ 110
Figura 5.58 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 12,5
mm............................................................................................... 110
Figura 5.59 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 16,0 mm......................... 111
Figura 5.60 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 16,0 mm......................... 111
Figura 5.61 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 16,0
mm............................................................................................... 112
Figura 5.62 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 20,0 mm......................... 112
Figura 5.63 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 20,0 mm......................... 113
Figura 5.64 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 20,0
mm............................................................................................... 113
Figura 5.65 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 25,4 mm......................... 114
Figura 5.66 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 25,4 mm......................... 114
Figura 5.67 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 25,4
mm............................................................................................... 115
Figura 5.68 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 25,4 mm. ............................................................................ 115
Figura 5.69 – Gráfico da microdureza Vickers para todas as barras. ............... 116
Figura 5.70 – Gráfico da microdureza Vickers para todas as barras. ............... 116
xvii
Figura 5.71 – Curva tensão-deformação do vergalhão de 20 mm de diâmetro.118
Figura 5.72 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 17 mm de diâmetro. ............................................... 118
Figura 5.73 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 16 mm de diâmetro. ............................................... 119
Figura 5.74 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 14 mm de diâmetro. ............................................... 119
Figura 5.75 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 12 mm de diâmetro. ............................................... 120
Figura 5.76 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 10 mm de diâmetro. ............................................... 120
Figura 5.77 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 8 mm de diâmetro. ................................................. 121
Figura 5.78 – Curvas tensão-deformação de camadas do vergalhão de 20 mm
usinados com vários diâmetros. .................................................. 121
Figura 5.79 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm de
diâmetro....................................................................................... 122
Figura 5.80 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 17 mm de diâmetro. ............................................... 122
Figura 5.81 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 16 mm de diâmetro. ............................................... 123
Figura 5.82 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 14 mm de diâmetro. ............................................... 123
Figura 5.83 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 12 mm de diâmetro. ............................................... 124
Figura 5.84 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 10 mm de diâmetro. ............................................... 124
Figura 5.85 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
usinado com 8 mm de diâmetro. ................................................. 125
Figura 5.86 – Curvas de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
completo e usinado com 17 mm de diâmetro.............................. 125
Figura 5.87 – Curva de escoamento prevista para a camada retirada do
vergalhão de 20 mm.................................................................... 126
18
Capítulo 1
1 INTRODUÇÃO
Os aços laminados longos comumente chamados de vergalhões são
produtos utilizados em larga escala na construção civil brasileira e mundial,
proporcionando resistência ao concreto e sendo comumente utilizados como
armadura de pilares, vigas e lajes de concreto, conferindo a estes, resistência à
tração, compressão, flexão, fissuração, dentre outros. Eles são muito utilizados,
por exemplo, para construção de casas, conjuntos habitacionais, edifícios
comerciais e residenciais, supermercados, shoppings, galpões, pré-fabricados,
viadutos, pontes, barragens, obras de saneamento, dentre outros.
Segundo dados do CBCA (2009), o uso de estruturas de concreto
armado no Brasil corresponde a aproximadamente 83% das soluções
estruturais adotadas na construção civil, o que evidencia a importância do
vergalhão no contexto do desenvolvimento do país.
Somente no ano de 2004 as usinas siderúrgicas brasileiras produziram
aproximadamente trinta e três milhões de toneladas de aço laminado, deste
total a construção civil é o segundo maior consumidor de produtos siderúrgicos
laminados, sendo responsável por aproximadamente 13,9% do consumo
aparente destes e os vergalhões aparecem em uma posição de absoluto
destaque, representando um consumo de cerca de três milhões de toneladas
somente para o mercado interno brasileiro.
O consumo cada vez mais crescente dos vergalhões na construção civil
é um ótimo indicativo do desenvolvimento econômico que o país vem passando
nos últimos anos, como Brasil enfrenta um déficit habitacional muito grande e
também um déficit histórico de investimentos em infra-estrutura, a construção
civil se aproveita do bom momento da economia mundial para crescer em ritmo
empolgante devido ao crescimento exposto acima e as demais demandas
reprimidas do setor.
19
Abordando agora o processo industrial de fabricação do vergalhão, uma
das formas mais usuais de obtenção que gera um produto com elevada
resistência mecânica e baixo custo de produção é chamado industrialmente de
Thermex e Tempcore.
Estes processos consistem em produzir um aço que possui a
peculiaridade de ser auto-revenido durante o processo de resfriamento, em
função da alta diferença de temperatura entre o núcleo, mais quente e a borda
mais fria.
Além disso, estes processos promovem um aumento de resistência
mecânica nos aços através de tratamento térmico com água após processos
de laminação a quente e se consolidaram como uma das alternativas mais
práticas e rentáveis utilizadas. (FILHO, 2004).
Por esta razão o aço resultante deste processo de fabricação passa a
ser constituído por camadas concêntricas com propriedades mecânicas
diferentes entre si.
Visando contribuir para a determinação do comportamento mecânico
dos vergalhões de aço auto-revenido, este trabalho se propõe a avaliar as
características mecânicas destes aços a fim de evidenciar os diferentes
comportamentos das camadas concêntricas no compósito vergalhão.
20
Capítulo 2
2 OBJETIVOS
Avaliar experimentalmente o comportamento mecânico de diferentes
regiões do vergalhão auto-revenido. Sendo, os objetivos específicos deste
trabalho:
Avaliar a micro-estrutura da seção transversal de várias bitolas de
vergalhões, obtidos pelo processo de auto-revenimento.
Avaliar as propriedades mecânicas locais das diversas regiões da seção
transversal dos vergalhões de aço auto-revenido, através do ensaio de
microdureza.
Avaliar o comportamento mecânico experimental, sob tração, de
vergalhões de aço auto-revenido, tanto para sua seção completa quanto
para seções reduzidas através de usinagem.
21
Capítulo 3
3 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Neste capítulo são apresentados os tópicos relevantes do levantamento
bibliográfico realizado. Inicialmente é apresentado tópico sobre propriedades
de materiais compostos.
E em um segundo momento, é abordado o auto-revenimento de
vergalhões e seu uso na construção civil.
3.1 DETERMINAÇÃO DAS PROPRIEDADES MECÂNICAS DE MATERIAIS
COMPOSTOS
Segundo Ferrante (1996), um material composto é formado por dois ou
mais componentes, com identidade química e forma diferentes, que se
conservam diferentes entre si após o processamento e que são separados por
uma interface mais ou menos definida. A adesão entre esses componentes é
tal que as cargas são transferidas para os elementos de maior resistência
mecânica, geralmente dispersas no componente que atua como matriz.
Ainda segundo Ferrante (1996), basicamente os materiais compósitos se
dividem em três grupos: fibrosos, laminados e particulados.
Os fibrosos possuem fibras contínuas ou descontínuas alojadas em uma
matriz, como exemplos podem ser citados: madeiras, polímeros reforçados
com fibras de vidro, etc.
os laminados possuem camadas alternadas de materiais diferentes
como metais, tecidos, vidros, etc.
Os compósitos particulados são os materiais utilizados como reforço,
são equiaxiais, podendo possuir forma esférica e apresentam-se com matriz
metálica ou polimérica.
22
Sabariz et. al (2006) concordam e dizem que de acordo com as
características do reforço, os materiais compósitos podem ser classificados em
compósitos particulados com orientação preferencial ou aleatória, e compósitos
fibrosos podendo ser constituídos por uma única camada ou por várias
camadas de fibras. Estes últimos são chamados de laminados quando as
camadas são constituídas pelo mesmo material.
Segundo Passos (2005), até o presente, quase todo o desenvolvimento
de materiais compósitos teve como objetivo as aplicações estruturais. Devido à
sua complexa microestrutura, estes materiais são de difícil caracterização. Na
avaliação das propriedades mecânicas deve-se levar em conta a complexidade
da interação mecânica entre o reforço e a matriz. Em relação às propriedades
mecânicas, as de maior interesse são: resistência à tração, compressão,
flexão, impacto, fadiga, e abrasão, além do módulo de elasticidade em tração e
flexão, dureza e tenacidade à fratura.
Segundo Sabariz et. al (2006), a fase dispersa ou reforço, dos materiais
compostos, exerce uma função estrutural e é a responsável pela resistência do
compósito. A geometria do reforço é um dos principais parâmetros a ser
considerado, visto que as propriedades mecânicas destes materiais dependem
da forma e das dimensões do reforço.
Segundo Ferrante (1996), com relação às propriedades mecânicas do
compósito, é possível inferir esta propriedade se forem conhecidas as
propriedades mecânicas das fibras e da matriz, aplicando-se a regra das
misturas.
3.1.1 Regra das Misturas
Segundo Callister (2006), é considerado um compósito qualquer material
multifásico que exibe uma porção significativa das propriedades de ambas as
fases que o constituem, de modo tal que é obtida uma melhor combinação de
propriedades. Segundo este princípio da ação combinada, melhores
combinações de propriedades são criadas através de uma combinação
judiciosa de dois ou mais materiais distintos.
23
Ainda segundo ele, para o material ser um compósito, as fases
constituintes devem ser quimicamente diferentes e devem estar separadas por
uma interface distinta.
Segundo Ferrante (1996), se for assegurada uma perfeita aderência
fibra-matriz, sob a ação de uma tensão, a deformação das fibras será idêntica a
deformação da matriz:
ε
c
= ε
f
= ε
m
(1)
onde c, f e m indicam respectivamente compósito, fibras e matriz.
A regra das misturas para o módulo de elasticidade longitudinal do
compósito, paralelo à direção das fibras, pode ser descrita da seguinte
maneira:
E
c
= E
f
V
f
+ E
m
V
m
(2)
onde;
E = módulo de elasticidade longitudinal,
V = fração volumétrica,
c, f e m indicam respectivamente compósito, fibras e matriz.
Ainda segundo a regra das misturas, admitindo-se que a deformação em
cada volume que compõe o material é a mesma, a tensão média de fluxo no
material, considerando apenas dois volumes parciais, seria dada pela equação:
σ
med
= v
1
σ
1
+ v
2
σ
2
(3)
onde, σ e v indicam, respectivamente, a tensão de fluxo e a fração volumétrica.
SOUZA (1982).
Porém, a regra das misturas não é totalmente perfeita, ela não considera
a interface entre as fases nos comportamento do material.
24
Segundo Ferrante (1996), a heterogeneidade do compósito faz com que
o trabalho de fratura, perpendicular ao plano da trinca, para tensões σx não
seja dado pela regra das misturas, isto é:
Gx V
f
G
f
+ V
m
G
m
(4)
onde;
G = trabalho de fratura,
V = fração volumétrica,
f e m indicam respectivamente fibras e matriz.
Neste caso, fibras e matriz interagem de formas diferentes, ora
aumentando ora diminuindo a energia global de fratura. Dependendo se as
fibras do compósito são contínuas ou descontínuas, dois comportamentos
diferentes manifestam-se. Para o primeiro caso, o trabalho de fratura é
executado pela deformação da fibra e escorregamento desta na matriz. Já para
o caso das fibras descontínuas, a energia dissipa-se principalmente no
processo de arraste e destacamento das fibras. (FERRANTE, 1996).
25
3.2 VERGALHÕES DE AÇO AUTO-REVENIDO PARA CONSTRUÇÃO CIVIL
Hoje em dia todo o aço na forma de vergalhão destinado à construção
civil brasileira é produzido pelo processo denominado auto-revenimento, são
vários os motivos para o sucesso de tal processo, conforme será abordado
neste texto. Abaixo serão apresentadas algumas considerações sobre o uso do
vergalhão na construção civil brasileira.
3.2.1 Uso do Vergalhão de Aço Auto – Revenido na Construção Civil
O aço é amplamente utilizado no Brasil e segundo IBS (2008), os
maiores consumidores deste aço são os setores: automotivo, construção civil,
embalagens e recipientes, fundição, bens de capital, máquinas e
equipamentos, utilidades domesticas e comerciais, dentre outros. Devido a
isso, a produção de aço é considerada um importante indicador do estágio de
desenvolvimento econômico de um país.
Os aços laminados se dividem em planos (chapas e tiras) e longos
(perfilados e trefilados). Na construção civil brasileira os aços laminados longos
comumente chamados de vegalhões são os responsáveis por boa parte do
consumo do aço neste setor, sendo comumente utilizados como armadura de
pilares, vigas e lajes de concreto, conferindo a estes, resistência à tração,
compressão, flexão, fissuração, dentre outros.
os aços laminados longos na forma de perfilados são comumente
utilizados em obras industriais, na fabricação de estruturas industrializadas e
em obras de infra-estrutura como em pontes, linhas ferroviárias, torres de
transmissão de energia e de telefonia, dentre outros.
A figura 3.1 mostra a evolução da produção brasileira de aço bruto,
usado como insumo para a produção dos laminados e semi-acabados. De
acordo com este gráfico, observa-se que a produção brasileira segue uma
tendência de aumento, apesar de algumas quedas eventuais. Segundo
Carvalho (2008), através do cálculo da taxa geométrica de crescimento, tem-se
26
que a produção de aço bruto obteve um crescimento de 2,95% a.a. no período
de 1980 a 2006.
Este aumento foi principalmente liderado pelo aumento da demanda
tanto no mercado interno, quanto no mercado externo e pela elevação da
intensidade dos investimentos e expansões no período pós-privatização,
iniciado em 1994. Em virtude do crescimento nos investimentos, as empresas
puderam modernizar seus parques industriais, aumentando a capacidade
produtiva e também reduzindo custos, tornando a indústria nacional do aço
mais competitiva.
A demanda nacional e internacional estimula a expansão do setor
siderúrgico, que passa a oferecer produtos com grande padrão de qualidade e
em quantidade suficiente para abastecer o mercado nacional e ainda exportar.
Outro dado relevante foi que no ano de 2007 o Brasil bateu o recorde
histórico de 33,8 milhões de toneladas de aço bruto produzido, tendência de
novo recorde de produção que se manteria em 2008 e 2009 se o mercado
mundial do aço não tivesse se retraído devido a uma crise na economia
americana e mundial, o que afetou diretamente a produção nacional de aço.
Aço Bruto Total
0
5
10
15
20
25
30
35
40
19
8
0
1
9
82
1
9
84
1
9
86
19
88
19
9
0
1
9
92
1
9
94
1
9
96
19
98
20
00
2002
2
0
04
2
0
06
20
08
Ano
Produção em milhões de
toneladas (t)
Figura 3.1 - Evolução da Produção Brasileira de Aço Bruto no período de 1980 a
2008. Adaptado Abracave (1980 a 1997) e IBS (1998 a 2009).
Segundo IBS (2009), quase 96% da produção de aço bruto e 92% dos
laminados e semi-acabados no Brasil se concentra na região sudeste e que
Minas Gerais é o maior estado brasileiro produtor de aço.
27
Observa-se na figura 3.2 que a produção de aços laminados planos é
maior que a de laminados longos no período compreendido entre 1980 e 2006
e que, suas respectivas taxas de crescimento geométrico são de 2,81% a.a. e
de 1,83% a.a.. Com relação à comercialização de tais produtos, Carvalho
(2008), destaca uma tendência de permanência dos preços dos produtos
laminados planos superiores aos dos longos, devido ao maior valor agregado
do primeiro, sendo isto um dos motivos da maior produção no Brasil.
Produção de Laminados Longos e Planos
0.0
2.0
4.0
6.0
8.0
10.0
12.0
14.0
16.0
1
9
80
1
9
82
19
8
4
19
86
1
9
88
19
9
0
19
9
2
19
94
19
96
19
9
8
20
0
0
20
02
2004
2006
Ano
Produção em milhões de
toneladas (t)
Longos
Planos
Figura 3.2 – Evolução da Produção Brasileira de Aços Laminados Longos e
Planos no período de 1980 a 2006. Adaptado Abracave (1980 a 1997) e IBS (1998
a 2006).
o setor de construção civil, segundo maior consumidor de produtos
siderúrgicos laminados, é caracterizado como um setor não exportador,
responsável por 13,9% do consumo aparente destes, dos quais 60% são
produtos longos, destacando-se os vergalhões para concreto armado. Na figura
3.3 pode ser acompanhada a produção de vergalhões no Brasil de 2001 a
2006.
28
Produção de Vergalhões no Brasil
0.00
0.50
1.00
1.50
2.00
2.50
3.00
3.50
2001 2002 2003 2004 2005 2006
Ano
Produção em milhões de
toneladas (t)
Figura 3.3 – Produção anual de vergalhões para construção civil de 2001 a 2006.
Adaptado IBGE (2009).
na figura 3.4, podemos ver a participação do sistema estrutural
concreto armado, o maior consumidor de aço da cadeia da construção civil. O
uso das estruturas de concreto armado é muito difundido no Brasil o que
explica o grande consumo e a importância dos vergalhões para a engenharia
brasileira.
Participação no Mercado da Construção Civil
0,00%
20,00%
40,00%
60,00%
80,00%
100,00%
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Estruturas de Concreto Armado
Estruturas Metálicas
Figura 3.4 – Participação dos sistemas estruturais na construção civil brasileira
de 1999 a 2007. Adaptado CBCA (2009).
29
3.2.2 Auto-revenimento Aplicado aos Vergalhões para Construção Civil
Segundo Simon et al. (1984), quando se refere ao processo de
fabricação de barras de aço destinadas à construção civil e à indústria de uma
forma geral, possuindo alto limite de escoamento e boa ductilidade, existem
dois métodos as quais se podem fabricá-las.
No primeiro método, o material, em forma de tarugos (também
denominados “billets”), é laminado a quente, com subsequente resfriamento ao
ar até a temperatura ambiente. Neste todo, é comum o aço possuir um teor
de carbono elevado (0,4%), o que gera prejuízo em suas características de
soldabilidade. Utiliza-se então adições variadas de elementos de liga (Nióbio e
Vanádio) com o objetivo de reduzir o teor de carbono e melhorar a capacidade
de soldagem das barras. Porém, isto implica em um aumento de custos do
material.
No segundo método as barras são encruadas por trabalho a frio após o
processo de laminação. A resistência ao escoamento é aprimorada por
acréscimos na quantidade de deformação no aço, possibilitando a produção de
barras com elevada resistência e excelente soldabilidade, porém, também
possuem um acréscimo nos custos devido a este processo. (FILHO, 2004).
Segundo Simon et al. (1984), de modo a evitar os inconvenientes
gerados pelos métodos alternativos, a partir de década de 70, começaram a
surgir os primeiros projetos de sistemas de tratamentos térmicos de
vergalhões. Este método inovador inseriu no campo da siderurgia uma
alternativa altamente eficiente e rentável se comparado com os métodos até
então existentes.
Simon et al. (1984) menciona que posterior aos primeiros testes
experimentais realizados em laboratório no Centre de Recherches
Metallurgiques (C.R.M.) em Liege, Bélgica, surgem em 1975, as primeiras
instalações industriais.
Estas instalações referem-se ao sistema denominado Tempcore, que foi
um dos primeiros a ser desenvolvido com o conceito de resfriamento de barras
com água. O nome dado foi escolhido para ilustrar o fato de que a camada
martensítica é revenida (em inglês “TEMPered”) pelo calor proveniente do
30
centro (em inglês “CORE”) da barra após estágio de têmpera superficial. A
primeira instalação foi na Usina Siderúrgica de Schifflange em 1975, e
posteriormente diversas siderúrgicas na Bélgica, Europa, estendendo-se a
diversas partes do mundo. (SIMON et al., 1984).
Segundo Economopoulos et al. (1975), basicamente o processo
Tempcore consiste em um tratamento térmico especial das barras de aço,
realizado após o último passe de laminação, o qual se divide em três etapas
básicas.
O vergalhão ao deixar a última cadeia de laminação passa através de
uma série de canhões com sistema de resfriamento em água, onde são
resfriadas bruscamente pelo contato com um fluxo de água dirigido no mesmo
sentido da barra, passando a temperatura superficial da barra de cerca de 1000
ºC para valores próximos de 300 ºC. (RODRIGUES et al., 1993).
Neste instante ocorre uma têmpera da camada superficial da barra de
aço transformando-se em martensita, enquanto o centro permanece
austenítico. A quantidade de martensita transformada cresce do centro para a
extremidade da barra. (SIMON et al., 1984).
Ainda segundo Simon et al. (1984), quando o vergalhão deixa o sistema
de resfriamento, surge um gradiente de temperaturas ao longo da seção
transversal da barra e o calor proveniente do seu centro aquece a camada de
martensita, ocorrendo um auto-revenimento. Por último, no leito de estocagem,
o centro da barra, austenítico, resfria-se lentamente até a temperatura
ambiente, transformando-se em ferrita e perlita.
Na figura 3.5 pode-se visualizar as regiões afetadas através da
transferência de calor citada acima.
31
Figura 3.5 – Corte em seção transversal de vergalhão com tratamento térmico
superficial. (FILHO, 2004).
Considerando três estágios de fabricação, têmpera da camada
superficial, auto-revenimento da martensita e a transformação do centro do
vergalhão, observa-se como principais parâmetros de controle do processo a
taxa de vazão de água durante o resfriamento, o tempo necessário para
realizar a têmpera e a temperatura de revenimento das barras no leito de
estocagem. (SIMON et al., 1984).
Ainda segundo ele, existe uma interdependência entre estes parâmetros,
sendo a temperatura de revenimento a variável de controle do processo, uma
vez que terá influência direta nas propriedades mecânicas do aço.
Nos estudos de Economopoulos et al. (1975) e Simon et al. (1984) esta
interdependência é comprovada, onde é apresentado o aumento da resistência
mecânica com o decréscimo na temperatura de revenimento, ou com o
aumento da taxa de vazão de água durante o resfriamento das barras de aço,
cujas composições químicas podem assumir padrões diferentes.
Ao apresentar a figura 3.6 podemos perceber a rápida evolução de
utilização do sistema de tratamento térmico de barras desde sua implantação
na década de 70.
32
Figura 3.6 – Evolução da produção de vergalhões (em milhões de toneladas/ano)
com a utilização do processo Tempcore. (SIMON et al., 1984).
Segundo Filho (2004), nos anos seguintes (entre 1980 e 1990), os
sistemas de tratamentos térmicos se tornaram uma solução popular e viável
para fabricação de barras nervuradas. Tendo em vista a vantagem referente ao
custo de produção comparado aos processos de fabricação através da adição
de elementos de liga ou deformação plástica a frio, mais de cinqüenta
companhias em todo mundo adotaram esta técnica inovadora que surgia no
mercado.
O desenvolvimento e popularização da tecnologia de produção de
vergalhões pelo processo de auto-revenimento possibilitou um aumento
gradual na produção mundial saltando da produção de trinta mil toneladas no
ano 1974 em todo o mundo, a três milhões de toneladas somente no Brasil em
2004, segundo IBS (2009).
33
3.2.3 Principais Sistemas de Tratamento Térmico de Auto-revenimento
Segundo Filho (2004), os sistemas de resfriamento controlado em linhas
de laminação a quente são processos de tratamento térmico superficial de
barras denominados sistemas QTB (Quenching and Tempering Bars).
Dentre os principais sistemas de tratamento rmico para a produção de
vergalhões em linha com leito de resfriamento, destacam-se o Tempcore e o
Thermex. Estes sistemas, por sua vez, são semelhantes no conceito e nas
instalações usadas, diferindo em detalhes construtivos e de processos, mas, no
entanto, com idênticos fenômenos associados.
Ainda segundo Filho (2004), os tubos de resfriamento são construídos
de forma modular ou fixa (para o caso de Tempcore ou Thermex
respectivamente), variando suas características e dimensões em função da
faixa de bitolas de vergalhão laminado, da velocidade de saída do laminador,
da temperatura das barras laminadas, vazão de água disposta, assim como
outros fatores.
Conforme a faixa de bitolas e as respectivas velocidades de saída do
laminador, são usados módulos de tubos no Tempcore (ou canhões no caso do
sistema Thermex). Ambos apresentam o dimensionamento adequado para
promover uma velocidade de resfriamento eficiente de modo a atribuir ao
material às características desejadas nas barras recém laminadas.
3.2.3.1 Sistema Tempcore
Segundo Filho (2004), o processo de tratamento térmico em linha
tempcore é realizado no interior de tubos adequadamente projetados, onde a
barra, após o último passe de laminação entra em contato com água sob
pressão, sofrendo ali um rápido e intenso resfriamento superficial, a fim de
obter uma camada superficial endurecida.
Ainda segundo ele, o núcleo da barra, que permanece quente, reaquece
esta camada endurecida e promove o seu revenimento para diminuir a sua
34
dureza. Então, o vergalhão obtém uma camada superficial com alto limite de
escoamento proveniente da martensita revenida e um núcleo com alta
ductilidade devido à microestrutura ferrita-perlita fina.
Nessas condições, a estrutura de uma camada superficial da barra sofre
transformação de austenita para martensita. Simultaneamente com o
resfriamento dessa camada superficial da barra, seu núcleo apresenta um
resfriamento mais lento, mantendo sua estrutura austenítica, durante o tempo
em que a região superficial está sendo resfriada rapidamente no interior dos
tubos com água, isto é, até o final da fase 1 do tratamento, conforme verificado
na figura 3.7.
Figura 3.7 – Curva de variação de temperatura da barra para diferentes posições
de raio durante o processo de tratamento térmico superficial. (FILHO, 2004).
35
Quando o material deixa de ser resfriado nos tubos com água, a curva
de resfriamento superficial se interrompe e essa camada da barra passa a ser
reaquecida pelo calor armazenado ainda no núcleo. Essa parte correspondente
à fase 2 do tratamento, até o ponto em que toda a seção fica praticamente com
a mesma temperatura. (FILHO, 2004).
Desse ponto em diante, toda a seção da barra segue se resfriando ao ar,
mantendo a mesma taxa de resfriamento, seguindo a curva de variação de
temperatura que corresponde a terceira e última fase do tratamento.
3.2.3.2 Sistema Thermex
Segundo Filho (2004), o sistema Thermex por sua vez apresenta uma
facilidade de operação e praticamente não requer trabalho operacional durante
seu funcionamento.
Neste sistema são utilizados tubos, também denominados canhões,
onde a água troca calor com as barras tendo seu fluxo no mesmo sentido de
laminação. Este sistema de troca térmica garante, por sua vez, que a barra
tenha um resfriamento homogêneo em sua superfície, para garantir suas
propriedades mecânicas ao final do processo. (ALONSO, 2006).
Segundo Alonso (2006), o sistema Thermex apresenta um
direcionamento mais estável da barra através dos tubos dos canhões e uma
redução da temperatura do leito de resfriamento, melhorando as condições de
operação permitindo assim uma menor quantidade de água em relação aos
demais sistemas.
Ainda segundo ele, o mesmo disponibiliza conjunto de bombeamento de
retorno, recalque e reservatório de água reduzidos em relação aos demais
sistemas, com facilidade de trocas para produção com sistemas com e sem a
utilização de água.
Segundo Filho (2004), o sistema Thermex de resfriamento apresenta um
dispositivo de controle baseado na medição de pressão e temperaturas. Além
destes, são utilizados outros controladores, previamente dispostos nas demais
36
etapas do processo de laminação. Os principais itens e parâmetros controlados
relevantes à garantia do processo estão descritos a seguir:
Temperatura da barra no processo de laminação;
Temperatura de equalização da barra no leito de resfriamento;
Pressão de água da linha de recalque do sistema;
Temperatura da água de entrada;
Temperatura da água de retorno;
Velocidade de laminação;
Controle de níveis dos reservatórios de água;
Controle da torre de resfriamento de água do sistema.
As medições de temperaturas da água de entrada e retorno do sistema
fornecem as informações necessárias para o funcionamento da torre de
resfriamento.
Do mesmo modo, a temperatura das barras durante o processo de
laminação serve como parâmetro para controle e regulagem do forno de
reaquecimento.
De acordo com Economopoulos et al. (1975) e Simon et al. (1984), o
principal fator que deve ser controlado no processo de resfriamento de barras é
a temperatura de equalização das barras na chegada do leito de resfriamento.
Com o controle deste parâmetro, pode-se garantir a funcionalidade do sistema,
tendo em vista que a mesma é função de todos os outros itens de controle e
parâmetros de processo mencionados.
Tamm (2003) apresenta um gráfico comparativo entre as curvas de
temperatura superficial das barras para os sistemas Thermex e Tempcore,
conforme apresentado na figura 3.8. Através da mesma, pode-se verificar que
a variação existente entre os dois sistemas é basicamente referente à
velocidade de resfriamento superficial, o qual é mais intenso no sistema
Thermex.
Ainda segundo ele, o mesmo é dado em função deste projeto objetivar
operação em alta pressão em contraposição ao sistema Tempcore que visa
operação a partir dos níveis de vazão de injeção de água, garantindo uma
maior transferência de calor no interior dos tubos de refrigeração.
37
Figura 3.8 – Comparativo entre sistema Thermex e Tempcore – curvas de
temperatura superficial. (TAMM, 2003).
Economopoulos et al. (1975) e Simon et al. (1984) verificaram a
existência da interdependência entre os parâmetros, vazão de água durante o
resfriamento, tempo necessário para realizar a têmpera e temperatura de
revenimento das barras no leito, sendo que a temperatura de revenimento é a
variável de controle de processo, uma vez que esta tem uma influência direta
nas propriedades mecânicas do aço. Os mesmos autores apresentam dados
referentes ao aumento da resistência mecânica com o decréscimo da
temperatura de revenimento.
3.2.4 Características Mecânicas dos Vergalhões Auto-Revenidos
Segundo Bauer (1994), em relação às barras utilizadas na construção
civil, de acordo com o processo de fabricação, podemos dividir em dois grupos:
classe A, que são as barras laminadas a quente, com escoamento definido
caracterizado por patamar no diagrama tensão-deformação e os classe B, que
38
são as barras encruadas por deformação a frio, com tensão de escoamento
convencionada em uma deformação permanente de 0,2%, objeto do presente
estudo.
Segundo os estudos de Economopoulos et al. (1975), vergalhões
submetidos ao processo de resfriamento denominado Tempcore possuíam
grandes incrementos de resistência devido a este processo se comparado com
os demais. Naquela época, ele mostrou em seus estudos que a tensão de
escoamento destes vergalhões era da ordem de 500 MPa e o limite de
resistência variava de 585 MPa a 660 MPa, considerando que os testes foram
feitos com a seção completa do vergalhão. Além disso, os vergalhões
possuíam boa ductilidade, uma propriedade mecânica primordial para sua
utilização na construção civil.
3.2.4.1 Propriedades Mecânicas
Em seus estudos, Silva et al. (1994), na investigação das propriedades
mecânicas de barras de aço fabricadas pelo processo Tempcore, chegou a
resultados da ordem de 610 MPa para a tensão de escoamento e 750 MPa
para a tensão máxima para barras de 10mm de diâmetro. para as barras de
12,5mm, seus estudos mostraram resultados da ordem de 570 MPa para a
tensão de escoamento e 700 MPa para a tensão máxima.
Silva et al. (1994) ainda analisou o comportamento mecânico das barras
de 20mm e 22,5mm de diâmetro chegando aos seguintes resultados
respectivamente, 600 MPa e 605 MPa para a tensão de escoamento e 730
MPa e 740 MPa para a tensão máxima.
Ele analisou ainda o alongamento dos vergalhões chegando a valores
da ordem de 13,1 a 16,5 (%).
Nikolaou (2005) também analisou as propriedades mecânicas de
vergalhões fabricados pelo processo de resfriamento Tempcore, estudando
diferentes variações na composição química do aço, chegou a valores de 570
MPa a 597 Mpa para a tensão de escoamento e 665 MPa a 692 MPa para a
tensão máxima, avaliando barras de 8 a 14mm de diâmetro.
39
Ainda em seus experimentos, Nikolaou (2005) chegou a valores de
alongamento da ordem de 20 a 24%.
Riva et al. (2001) em seus experimentos também chegou a valores bem
satisfatórios para as propriedades mecânicas dos vergalhões fabricados pelo
processo Tempcore. Ele chegou a valores da ordem de 535 MPa para a tensão
de escoamento e 635 MPa para a tensão máxima, avaliando barras de 16mm
de diâmetro e 550 MPa para a tensão de escoamento e 650 MPa para a tensão
máxima avaliando barras de 24mm de diâmetro.
Em relação ao mercado brasileiro, usinas siderúrgicas fabricantes de
vergalhões como a Gerdau anunciam em suas especificações técnicas que
seus vergalhões possuem, de forma geral, 500 MPa de tensão de escoamento
e 540 MPa para a tensão xima que as barras suportam, neste caso eles
consideram apenas que a tensão máxima é 8% superior a tensão de
escoamento. Outro dado informado pela empresa é que o alongamento
esperado para os seus vergalhões é da ordem de 8%.
a Votorantim Siderúrgica divulga em seu manual técnico informações
bem parecidas, que seus vergalhões possuem, de forma geral, 500 MPa de
tensão de escoamento e 550 MPa para a tensão máxima que as barras
suportam, é que o alongamento esperado para os seus vergalhões é da ordem
de 8%.
Na prática, conforme demonstrado acima, encontramos valores bastante
superiores aos informados pelos fabricantes, tanto em termos de resistência
mecânica quanto para o alongamento. Os valores informados por eles são
apenas uma referência mínima de valores que podem ser encontrados.
3.2.4.2 Relação Dureza – Temperatura de Revenimento
Rodrigues et al. (1993) em seus experimentos traçou o perfil de durezas
em secção transversal de vergalhões de aço fabricados pelo processo
Tempcore, ele utilizou neste experimento uma barra de 22 mm de diâmetro e o
resultado pode ser visto na figura 3.9.
40
A partir dos valores médios de microdureza Vickers
calculados para
diversas secções transversais, sujeitas às diferentes temperaturas de
revenimento, foi utilizado o método dos mínimos quadrados, onde se obteve a
curva de ajuste para os dados mostrado a seguir.
Figura 3.9 - Perfil de Durezas em secção transversal de barra de aço submetida
ao processo Tempcore para barra de 22 mm. (RODRIGUES et al.,1993).
Rodrigues et al. (1993) ressaltam ainda a importância de se conhecer a
temperatura de revenimento, pois é uma importante variável de controle no
processo de fabricação e obtenção de resistência para os vergalhões auto-
revenidos.
Simon et al. (1984) comenta que a dureza do aço submetido ao
processo Tempcore é uma função da temperatura de revenimento, assim
conhecer a distribuição destas temperaturas ao longo da secção transversal da
barra, durante o processamento, garante uma melhor previsão para possíveis
combinações entre as propriedades mecânicas finais do aço e os parâmetros
do processo Tempcore, necessários à fabricação, segundo Rodrigues et al.
(1993).
41
Para determinação da temperatura de revenimento do material, foram
realizados ensaios em barras da mesma bitola, submetendo-as ao
recozimento, com tratamento térmico de têmpera e posterior revenimento a
diferentes temperaturas, como pode ser visto na figura 3.10.
Figura 3.10 - Perfil de temperaturas de revenimento em secção transversal de
barra de aço submetida ao processo Tempcore para barra de 22 mm.
(RODRIGUES et al., 1993).
A figura 3.11 apresenta os resultados dos perfis de microdureza Vickers
com comparativo entre bitolas de CA50, obtidos por Filho (2004) e Nikolau et
al. (2004), para amostras de barras de 8 mm a 25 mm. Verifica-se, que de uma
forma geral, todas as amostras apresentam o mesmo perfil de dureza
normalizado.
42
Figura 3.11 – Perfis de dureza normalizado de barras CA50. Adaptado Filho
(2004).
3.2.5 Vantagens do Auto-revenimento para a Construção Civil
Segundo Filho (2004), durante várias cadas, o projeto de estruturas
de concreto era baseado em conceitos referentes à análise de tensões, ou
seja, assumia-se que as cargas de serviço existentes nas estruturas deveriam
induzir somente tensões que estivessem na região elástica do material. Neste
caso, a faixa de segurança no projeto das estruturas era definida em termos da
relação entre tensões de serviço e o campo de escoamento das barras de aço
nervuradas conforme a figura 3.12 (a).
Simon et al. (1984) referencia os trabalhos de pesquisa realizados em
1980, pelo European Committee four Concrete (C.E.B.), no qual se concluiu
que o conceito baseado na análise e cálculo de tensões de vergalhões não era
suficiente, pois, em várias estruturas, deformações plásticas localizadas
necessitam ser absorvidas sem que, no entanto, ocorram falhas.
43
Nestas circunstâncias, a margem de segurança de uma edificação
deveria ser expressa em termos da relação de deformação admissível,
conforme verificado na figura 3.12 (b), referindo-se a relação entre a
deformação plástica sujeita a ocorrer e o alongamento das barras nervuradas.
Figura 3.12 - Conceitos de análise de faixas de segurança na fabricação de aços
para construção civil. (FILHO, 2004).
A partir das novas demandas emergentes, conduziu-se a definição de
conceitos modernos para vergalhões, com elevada resistência, soldabilidade e
ductilidade, cujas características de fabricação permanecem até a atualidade.
Alonso (2006) destaca que os pontos mais importantes na produção
do vergalhão de aço CA-50 referem-se ao seu carbono equivalente, e a
obtenção de dois tipos de microestruturas localizadas em regiões distintas, ou
seja, na camada superficial e no cleo da barra nervurada. O controle do
carbono equivalente é importante, pois aço com baixos teores de carbono,
manganês e outros elementos químicos facilitam a execução de emenda
soldada, recurso muito utilizado na construção civil.
Segundo Filho (2004), a utilização destes sistemas de auto-revenimento
proporciona uma otimização do processo de laminação de uma forma geral,
sendo considerada como uma técnica economicamente viável de utilização em
usinas siderúrgicas.
A redução da temperatura das barras na saída da laminação é um dos
principais fatores associados à redução de interrupções e, conseqüentemente
44
à melhoria no processo produtivo, tendo em vista que as barras após o
tratamento térmico estão mais rígidas em decorrência da redução de sua
temperatura.
Ainda segundo Filho (2004), sem os sistemas de resfriamento, as
mesmas permaneceriam a altas temperaturas (temperaturas de laminação a
quente), e por conseqüência, apresentariam uma baixa resistência e uma
grande facilidade de deformação, se comparadas às propriedades do aço a
temperatura ambiente.
Desta forma, a possibilidade de operação com a chegada do material
sob as condições anteriormente mencionadas possibilita uma considerável
redução de refugo de material, além de fornecer um diferencial em qualidade
tendo em vista o aspecto mais homogêneo e compacto do feixe, aqui
considerado como etapa final do processo de laminação.
45
Capítulo 4
4 MATERIAIS E MÉTODOS
Este projeto de pesquisa foi executado com vergalhões de aço
nervurado para construção civil CA-50.
As amostras dos vergalhões foram caracterizadas por meio de
microscopia ótica e eletrônica de varredura, a fim de se obter informações
sobre a influência do tratamento térmico na microestrutura do aço.
Também foram realizados ensaios mecânicos de microdureza e tração,
com a intenção de se verificar o comportamento mecânico das camadas
concêntricas formadas no aço provenientes do auto-revenimento.
Para facilitar a compreensão dos procedimentos adotados nesta
pesquisa foram elaborados um fluxograma simplificado, conforme pode ser
visto na figura 4.1 e um fluxograma mais detalhado conforme pode ser visto na
figura 4.2.
Amostras de Vergalhão Ø
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0 e 25.4 mm
Ensaio de Tração
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0 e 25.4 mm
Microscopia Eletrônica de Varredura
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0 e 25.4 mm
Dureza Microvickers
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0 e 25.4 mm
Metalografia
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0 e 25.4 mm
Descascamento da Amostra
20.0 mm
Ensaio de Tração
20.0 mm
Curvas tensão-deformação
20.0 mm
Figura 4.1 – Fluxograma simplificado do projeto de pesquisa.
46
Fluxograma do Projeto de Pesquisa
Primeira Fase - Caracterização Micro-Estrutural
Amostras de Vergalhão Ø
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0
e 25.4 mm
Embutimento
Ampliação de 100 e 500 vezes em 5 regiões
Lixamento / Polimento
Ataque com Nital 2%
Metalografia
Amostra semi-atacada (polimento)
Distância de 0,45 milímetros entre pontos
Carga de 500 gramas
Dureza Microvickers
Microdureza
Polimento
Ampliação de 1000 e 3000 vezes em 3 regiões
Amostra atacada (Nital 2%)
MEV
Determinação do descascamento
Segunda Fase - Ensaios de Tração
Determinação do limite de resistência
Determinação do alongamento
Amostra integra
Redução do diâmetro de 20 mm para 17 mm
Redução do diâmetro de 20 mm para 12 mm
Redução do diâmetro de 20 mm para 14 mm
Redução do diâmetro de 20 mm para 16 mm
Descascamento
Amostras de Vergalhão Ø
6.3, 8.0, 10.0, 12.5, 16.0, 20.0
e 25.4 mm
Determinação do limite de resistência
Determinação do alongamento
Redução do diâmetro de 20 mm para 8 mm
Redução do diâmetro de 20 mm para 10 mm
Amostra de Vergalhão Ø
20.0 mm
Terceira Fase - Curvas Tensão-Deformação
Figura 4.2 – Fluxograma completo do projeto de pesquisa.
47
4.1 MATERIAIS
Os materiais utilizados nesta pesquisa foram adquiridos no mercado
sendo escolhidas para os ensaios as barras de 6,3mm, 8,0mm, 10,0mm,
12,5mm, 16mm, 20,0mm e 25mm de diâmetro, mais comumente utilizadas na
construção civil.
As amostras dos vergalhões foram adquiridas de um revendedor da
Companhia Siderúrgica Votorantim, fabricadas na Usina de Barra Mansa - RJ,
com certificado de qualidade da usina, (em anexo). As amostras do aço foram
produzidas pelo processo de auto-revenimento, e serão do aço CA-50.
A composição química aproximada dos vergalhões utilizados nesta
pesquisa pode ser vista na tabela 4.1.
Tabela 4.1 – Composição química (% em peso) do aço estudado
C Mn P S Si
0,24 0,89 0,029 0,024 0,25
4.2 MÉTODOS
Inicialmente todas as amostras foram caracterizadas a partir dos ensaios
metalográficos, microscópicos e de microdureza Vickers, que serviram de base
para evidenciar as camadas concêntricas geradas a partir do tratamento
térmico que o aço sofreu, ou seja, definindo o diâmetro destas camadas e com
isso definir quais amostras seriam usinadas e quais diâmetros seriam utilizados
nesta usinagem, ou seja, o descascamento das amostras.
Ainda na fase de caracterização, todas as amostras foram submetidas à
microscopia eletrônica de luz transmitida e de varredura para evidenciar a
variação na micro-estrutura do aço e juntamente com os resultados dos perfis
de microdureza Vickers, definir o planejamento dos ensaios mecânicos.
Após a etapa de caracterização, a amostra de 20mm foi escolhida para o
descascamento em função dos resultados obtidos com as microscopias e
48
também do seu perfil de microdureza, sendo submetida ao ensaio de tração a
fim de se obter a curva de tensão x deformação.
Assim, as amostras de 20mm foram usinadas, e seu diâmetro foi
reduzido para 8mm, 10mm, 12mm, 14mm, 16mm e 17mm, e o ensaio de
tração foi executado obtendo-se as curvas de tensão x deformação verdadeiras
para as amostras.
4.2.1 Metalografia
Para a identificação das camadas existentes nas barras em decorrência
do tratamento térmico superficial foi utilizada a caracterização metalografica de
todas as amostras. O procedimento de preparação das amostras consistiu no
corte, embutimento, lixamento mecânico, polimento com alumina 1µm e ataque
com Nital (2%).
4.2.2 Microscopia Ótica
Após a preparação, as amostras foram analisadas em um microscópio
de luz transmitida, OLYMPUS CH30 - Leica DFC 290, conforme pode ser visto
na figura 4.3, com aproximações da ordem de 200 e 500 vezes em cinco
regiões distintas ao longo do diâmetro da amostra, isto serviu para demonstrar
as diferenças na microestrutura das amostras e a identificação das camadas
causadas pelo tratamento térmico sofrido na usina.
As amostras também foram analisadas em uma Lupa Estereoscópica,
ZEISS com aproximação de 1,25 e 1,60 vezes, figura 4.4.
49
Figura 4.3 – Microscópio utilizado na caracterização das amostras.
Figura 4.4 – Lupa estereoscópica utilizada na caracterização das amostras.
50
4.2.3 Microdureza Vickers
Em um segundo momento, ainda na fase de caracterização, todas as
amostras foram polidas com alumina 1µm e novamente atacadas com Nital
(2%), em seguida foram levemente polidas com alumina 1µm, para que fosse
possível a visualização e fotografia das amostras, e submetidas ao ensaio de
microdureza Vickers, sendo feito dois perfis de dureza em cada amostra um
perfil perpendicular ao outro percorrendo todo o diâmetro das amostras,
conforme pode ser visto na figura 4.5.
Figura 4.5 – Perfis de microdureza Vickers avaliados.
Para este experimento foi utilizado o equipamento de microdureza
automatizado Future Tech modelo FM-700, figura 4.6, com a carga de 500
gramas para a penetração no aço, observando uma distância de
aproximadamente 0,450 milímetros entre pontos de penetração, figura 4.7. Os
resultados obtidos com os perfis de microdureza das amostras auxiliaram na
definição de quais amostras seriam utilizadas na fase final da pesquisa e quais
diâmetros seriam utilizados no descascamento dos corpos de prova, ou seja, a
usinagem para redução do diâmetro das amostras.
Na figura 4.8 podemos ver um detalhe da impressão deixada na amostra
pelo ensaio de microdureza Vickers com um aumento de 1000 vezes.
51
Figura 4.6 – Equipamento de microdureza.
Figura 4.7 – Perfis perpendiculares de microdureza Vickers, barra de 8mm.
52
Figura 4.8 – Detalhe da impressão deixada na amostra pelo ensaio de
microdureza Vickers, aumento de 1000 vezes.
4.2.4 Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV
Nesta fase todas as amostras foram novamente polidas com alumina
1µm e atacadas por um tempo um pouco maior com Nital (2%) a fim de que
ficassem em boas condições para a análise no MEV e as imagens geradas
fossem de boa qualidade.
O equipamento utilizado foi o Microscópio Eletrônico de Varredura,
marca JEOL, modelo JSM 6360LV, com aproximação máxima de 300.000
vezes, como pode ser visto na figura 4.9. Porém, por se tratar de amostras de
aço, a aproximação escolhida foi da ordem de 1000 e 3000 vezes, em três
regiões distintas ao longo do diâmetro de todas as amostras.
53
Figura 4.9 – Microscópio eletrônico de varredura.
4.2.5 Ensaios de Tração
Após a etapa de caracterização, foi definido que apenas a barra de
20mm de diâmetro seria utilizada na parte final da pesquisa em virtude do
tratamento térmico superficial detectado na etapa de caracterização.
Após a definição do uso da barra de 20mm, as amostras foram cortadas
com 30cm de comprimento, e uma faixa de 10cm de comprimento foi usinada
na região central dos corpos de prova, com 8mm, 10mm, 12mm, 14mm, 16mm
e 17mm de diâmetro, conforme pode ser visto nas figuras 4.10 e 4.11. Os
ensaios de tração foram executados em uma máquina Mohr Federhaff
Losenhausen modelo UPD 60 EJ573, figuras 4.12 e 4.13, com capacidade de
carga de 60 toneladas e dotada de um extensômetro eletrônico encarregado de
fazer as medições das deformações durante o ensaio.
54
Figura 4.10 – Usinagem do corpo de prova, torno Nardini-Ms 175E.
Figura 4.11 – Corpos de prova usinados.
Ø20mm Ø17mm Ø16mm Ø14mm Ø12mm
Ø10mm
Ø8mm
55
Figura 4.12 – Ensaio de tração utilizando a máquina Mohr Federhaff
Losenhausen (UIT).
Figura 4.13 – Detalhe do extensômetro eletrônico utilizados nos ensaios.
56
4.2.6 Obtenção das curvas tensão-deformação
Para a obtenção das curvas de tensão-deformação os dados extraídos
da máquina de tração foram colocados em planilhas, tratados para se obter as
curvas de tensão verdadeira-deformação verdadeira e plotados em gráficos
individualizados.
Posteriormente, a parte elástica da deformação foi retirada e novas
curvas foram plotadas. No mesmo gráfico também foi plotada a curva de ajuste
teórico, sendo sua equação indicada. Este procedimento foi feito para todas as
amostras ensaiadas.
Após a análise das curvas foram elaborados mais dois gráficos, o
primeiro com as curvas da deformação plástica para as amostras de 20mm e
17mm de diâmetro juntamente com suas curvas de ajuste, e o segundo gráfico
foi simulado uma terceira curva representando o comportamento da camada
retirada da barra de 17mm, chamada de camada Z.
A curva da camada Z foi obtida pela regra das misturas utilizando como
referência as equações de ajuste das amostras de 20mm e 17mm.
57
Capítulo 5
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos utilizando-se os métodos e os materiais descritos
no Capítulo 4 são apresentados em cinco diferentes grupos: resultados
experimentais de microscopia ótica, microdureza Vickers, microscopia
eletrônica de varredura e ensaios de tração, além da modelagem teórica
utilizada para analisar os resultados experimentais.
No primeiro grupo são apresentadas todas as micrografias realizadas
para os materiais analisados, ao todo foram feitas 70 fotografias da
microestrutura das amostras que possibilitaram evidenciar as diferenças no
tratamento térmico sofrido pelo aço em função do seu diâmetro. No segundo
grupo são apresentados os perfis de microdureza das amostras, tendo sido
feito dois perfis para cada diâmetro analisados.
no terceiro grupo são apresentadas as 42 fotografias realizadas no
microscópio eletrônico de varredura ainda na fase de caracterização do
material. Na quarta fase os resultados dos ensaios de tração são apresentados
e discutidos.
No final é discutido os resultados da modelagem teórica obtida a partir
das curvas tensão-deformação.
5.1 Microscopia Ótica e Microscopia Eletrônica de Varredura - MEV
Para a análise microscópica foi definida uma separação do vergalhão
em cinco regiões distintas, camadas concêntricas, a fim de que fosse possível
detectar variações microestruturais no aço em virtude do tratamento térmico
recebido pelos vergalhões na usina. Após a definição das cinco regiões foi feita
58
uma fotografia para cada região com aproximação de 200 e 500 vezes para
todas as amostras.
para a análise via microscópio eletrônico de varredura foi definida
uma separação do vergalhão em três regiões distintas, camadas concêntricas.
Após esta definição foram feitas uma fotografia para cada região com
aproximação de 1000 e 3000 vezes para todas as amostras.
Nas figuras 5.1 a 5.4, 5.29 e 5.30 são mostradas as imagens obtidas da
microestrutura para a amostra do vergalhão de 6,3mm de diâmetro, podemos
notar que na borda existe uma pequena camada de martensita revenida, e em
todo o restante aparece uma camada aparentemente única formada por perlita
e ferrita.
Nas figuras 5.5 a 5.8, 5.31 e 5.32 são mostradas as imagens obtidas da
microestrutura para a amostra do vergalhão de 8,0mm de diâmetro, e podemos
notar um comportamento bem semelhante ao obtido para a amostra de 6,3mm
de diâmetro, ou seja, que na borda a existência de uma pequena camada de
martensita revenida, e em todo o restante aparecendo uma camada
aparentemente única formada por perlita e ferrita.
Este comportamento segue para as amostras de 10mm e 12,5mm como
pode ser visto nas figuras 5.9 a 5.16 e 5.33 a 5.36.
para a amostra de 16mm podemos notar uma mudança no
comportamento, e a partir das figuras 5.17 a 5.20, 5.37 e 5.38, podemos notar
que em todo o diâmetro da amostra aparece apenas uma camada formada por
ferrita e perlita com uma muito pequena cama de martensita revenida nas
bordas.
Para a amostra de 20mm, como pode ser notado nas figuras 5.21 a
5.24, 5.39 e 5.40 o tratamento rmico ficou mais próximo do esperado para o
processo de auto-revenimento, ou seja, a borda junto a superfície do vergalhão
constituída por martensita revenida, a região intermediária com a formação de
bainita com a presença de traços de martensita, ferrita e perlita e com o núcleo
da amostra constituído por perlita e ferrita.
E finalmente para a amostra de 25,4mm podemos notar um
comportamento semelhante à amostra de 20mm, porém com uma camada
mais fina de martensita revenida junto a borda da amostra, conforme visto nas
figuras 5.25 a 5.28, 5.41 e 5.42.
59
a) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.1 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
60
b) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.2 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 4, c)
Região 5.
61
a) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.3 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
62
a) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.4 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 4, c)
Região 5.
63
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.5 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
64
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.6 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 4, c)
Região 5.
65
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.7 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
66
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.8 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 4, c)
Região 5.
67
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.9 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
68
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.10 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
69
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.11 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
70
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.12 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
71
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.13 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
72
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.14 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
73
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.15 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
74
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.16 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
75
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.17 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
76
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.18 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
77
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.19 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
78
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.20 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
79
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.21 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
80
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.22 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
81
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.23 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
82
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.24 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
83
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
d) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.25 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
84
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (200 vezes)
c) Microestrutura (200 vezes)
Figura 5.26 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
85
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
d) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.27 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1,
c) Região 2, d) Região 3.
86
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (500 vezes)
c) Microestrutura (500 vezes)
Figura 5.28 – Micrografia da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 4,
c) Região 5.
87
a) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.29 – MEV da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
88
a) Barra de 6,3mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.30 – MEV da seção transversal. a) Barra de 6,3 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
89
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.31 – MEV da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
90
a) Barra de 8,0mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.32 – MEV da seção transversal. a) Barra de 8,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
91
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.33 – MEV da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
92
a) Barra de 10mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.34 – MEV da seção transversal. a) Barra de 10,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
93
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.35 – MEV da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
94
a) Barra de 12,5mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.36 – MEV da seção transversal. a) Barra de 12,5 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
95
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.37 – MEV da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
96
a) Barra de 16mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.38 – MEV da seção transversal. a) Barra de 16,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
97
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.39 – MEV da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
98
a) Macrografia 20mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.40 – MEV da seção transversal. a) Barra de 20,0 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
99
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (1000 vezes)
c) Microestrutura (1000 vezes)
d) Microestrutura (1000 vezes)
Figura 5.41 – MEV da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
100
a) Barra de 25,4mm
b) Microestrutura (3000 vezes)
c) Microestrutura (3000 vezes)
d) Microestrutura (3000 vezes)
Figura 5.42 – MEV da seção transversal. a) Barra de 25,4 mm, b) Região 1, c)
Região 2, d) Região 3.
101
5.2 Microdureza Vickers
Outro método empregado para analisar a microestrutura das amostras
dos vergalhões foi a microdureza Vickers, a partir da definição na seção de
métodos, que seriam analisados dois perfis perpendiculares em cada amostra
a fim de se conseguir uma caracterização eficiente do material estudado.
Nas figuras 5.43 e 5.44 são mostrados os gráficos dos perfis de
microdureza para a amostra do vergalhão de 6,3mm de diâmetro, podemos
perceber que a variação da microdureza da borda mais dura (286 HV) para o
centro mais macio (240 HV) é relativamente pequena para um vergalhão de
aço auto-revenido.
nas figuras 5.45 e 5.46 é mostrado, por meio de imagem do
microscópio, a distância entre impressões de microdureza utilizada,
aproximadamente 0,45mm.
Para a amostra de 8mm de diâmetro os perfis de microdureza indicaram
uma dureza máxima da ordem de 287 HV próximo a borda do vergalhão e 255
HV próximo ao centro, conforme pode ser visto nas figuras 5.47 e 5.48. Na
figura 5.49 podemos ver em detalhe os perfis perpendiculares a partir da
imagem do microscópio.
Já para a amostra de 10mm podemos perceber uma elevação na dureza
da amostra, o ensaio apontou uma microdureza de 330 HV para a região
próxima a uma das bordas e 285 HV para a outra borda, e com o centro da
amostra apresentando uma microdureza ligeiramente elevada 270 HV,
conforme pode ser visto nas figuras 5.51 e 5.52. A diferença grande no valor de
microdureza entre as bordas pode ser explicada por jatos de água desiguais no
vergalhão durante o processo de resfriamento na usina.
nas figuras 5.55 e 5.56 podemos ver os perfis de microdureza para a
amostra de 12,5mm, nele encontramos valores de 277 HV próximos a borda e
230 HV no centro.
Para a amostra de vergalhão de 16mm de diâmetro, encontramos os
resultados mais inesperados, como pode ser visto nas figuras 5.59 e 5.60, os
perfis de microdureza apresentam uma tendência homogenia distribuída por
todo o diâmetro da amostra com valores oscilando de 255 HV a 225 HV. Neste
102
caso ficou evidenciado que o tratamento térmico sofrido pelo vergalhão na
usina não proporcionou ao aço o auto-revenimento das camadas mais
exteriores.
Em virtude dos resultados podemos perceber uma homogeneidade de
microestrutura nas amostras de 6,3mm a 16mm de diâmetro.
Os valores de microdureza encontrados para os vergalhões de 6,3mm,
8,0mm e 10mm de diâmetro se mostraram superiores aos valores encontrados
para a amostra de 16mm de diâmetro, podendo evidenciar que a ferrita está na
forma acicular com presença de martensita.
para a amostra de 20mm, os perfis de microdureza apresentaram
valores satisfatórios, evidenciando que o tratamento térmico por auto-
revenimento surtiu o efeito esperado, que é uma borda mais dura (270 HV) e
um centro mais mole apresentando uma microdureza de 162 HV, conforme
pode ser visto nas figuras 5.62 e 5.63.
Para a última amostra analisada, a de 25,4mm, os perfis de microdureza
apresentaram nova variação, com um valor de 330 HV para a borda e 195 HV
para o centro da amostra do vergalhão, conforme pode ser visto nas figuras
5.65 e 5.66.
Em função dos resultados encontrados nas microscopias óptica e
eletrônica de varredura e nos perfis de microdureza Vickers citados acima,
optou-se por utilizar apenas o vergalhão de 20mm de diâmetro para o restante
da pesquisa, em virtude de ter sido comprovado que apenas nos vergalhões de
20mm e 25,4mm o tratamento térmico sofrido pelo aço na usina foi realmente o
auto-revenimento. A exclusão do vergalhão de 25,4mm de diâmetro no restante
da pesquisa se deu apenas porque o ensaio de tração não seria possível em
virtude de limitações no equipamento utilizado.
Nas figuras 5.50, 5.53, 5.54, 5.57, 5.58, 5.61, 5.64, 5.67 e 5.68 são
apresentados detalhes das distâncias entre as impressões deixadas nas
amostras dos vergalhões pela micro-dureza Vickers.
Nas figuras 5.69 e 5.70 podemos ver os perfis de todos os vergalhões
plotados em conjunto, o que uma real idéia da diferença de resultados
apresentados pelos diversos diâmetros analisados.
Todos os resultados de microdureza foram organizados nas tabelas 8.1
a 8.14 que encontram-se em anexo neste documento.
103
Barra 6,3 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0 0,45 0,9 1,35 1,8 2,25 2,7 3,15 3,6 4,05 4,5 4,95 5,4 5,85 6,3
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.43 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 6,3 mm.
Barra 6,3 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0 0,45 0,9 1,35 1,8 2,25 2,7 3,15 3,6 4,05 4,5 4,95 5,4 5,85 6,3
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.44 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 6,3 mm.
104
Figura 5.45 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 6,3 mm.
Figura 5.46 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 6,3 mm.
105
Barra 8,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
0
,
45
0,
9
1,35
1,8
2
,25
2,7
3
,15
3,
6
4
,0
5
4,
5
4
,9
5
5,4
5
,
85
6,3
6
,75
7,
2
7
,65
8
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.47 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 8,0 mm.
Barra 8,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
0,
45
0,
9
1,
35
1,8
2,25
2,
7
3,15
3,
6
4,05
4,
5
4,
95
5,4
5,
85
6,3
6,75
7,
2
7,65
8
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.48 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 8,0 mm.
106
Figura 5.49 – Impressões perpendiculares da microdureza Vickers, barra 8,0 mm.
Figura 5.50 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 8,0 mm.
107
Barra 10,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
,0
0
,
4
0
,9
1
,3
1
,7
2
,2
2
,6
3
,0
3
,5
3
,
9
4
,3
4
,8
5
,2
5
,7
6
,1
6
,5
7
,0
7,4
7
,8
8
,3
8
,7
9
,1
9
,
6
10
,
0
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.51 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 10,0 mm.
Barra 10,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0,
0
0,
5
0,9
1,4
1,
8
2,
3
2,
7
3,
2
3,6
4,1
4,
5
5,
0
5,
5
5,
9
6,4
6,8
7,
3
7,
7
8,
2
8,
6
9,1
9
,
5
10
,
0
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV))
Figura 5.52 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 10,0 mm.
108
Figura 5.53 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 10,0 mm.
Figura 5.54 – Impressões perpendiculares da microdureza Vickers, barra 10,0
mm.
109
Barra 12,5 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0,0 0,9 1,7 2,6 3,4 4,3 5,2 6,0 6,9 7,8 8,6 9,5 10,3 11,2 12,1
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.55 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 12,5 mm.
Barra 12,5 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0,0 0,9 1,9 2,8 3,7 4,6 5,6 6,5 7,4 8,3 9,3 10,2 11,1 12,0
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.56 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 12,5 mm.
110
Figura 5.57 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 12,5 mm.
Figura 5.58 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 12,5 mm.
111
Barra 16,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
0,9
1,8
2,7
3,6
4,5
5,4
6,3
7,2
8,1
9
9,9
10,8
11,7
12,6
13,5
14,4
15,3
16
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.59 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 16,0 mm.
Barra 16,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
0,9
1,8
2,7
3,6
4,5
5,4
6,3
7,2
8,1
9
9,9
10,8
11,7
12,6
13,5
14,4
15,3
16
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.60 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 16,0 mm.
112
Figura 5.61 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 16,0 mm.
Barra 20,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
0,91
1,82
2
,
73
3,
64
4,
5
5
5,45
6,36
7,
27
8,
18
9,09
1
0,00
1
0,91
1
1
,82
1
2
,73
1
3,64
1
4,55
1
5
,
4
5
1
6
,36
1
7,27
1
8,18
1
9
,
09
2
0
,00
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.62 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 20,0 mm.
113
Barra 20,0 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0,
00
0,
95
1,
90
2,
86
3,
81
4,
76
5,
71
6,
67
7,
62
8,
57
9,
52
1
0
,48
1
1
,43
1
2
,38
1
3
,33
1
4
,29
1
5
,24
1
6
,19
1
7
,14
1
8
,10
1
9
,05
2
0
,00
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.63 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 20,0 mm.
Figura 5.64 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 20,0 mm.
114
Barra 25,4 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
1,
36
2,
72
4,
08
5,
44
6,
80
8,
16
9,53
1
0,89
1
2,25
1
3,61
1
4,97
1
6
,33
1
7
,69
19,05
2
0
,41
2
1
,77
2
3
,13
2
4
,49
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.65 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 25,4 mm.
Barra 25,4 mm
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
0
1,
75
3,50
5,
26
7,01
8
,
76
1
0
,51
1
2,26
1
4
,01
15,77
1
7
,
52
1
9
,27
2
1,02
2
2
,77
2
4,52
Distância da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
Figura 5.66 – Gráfico da microdureza Vickers, barra 25,4 mm.
115
Figura 5.67 – Distância entre impressões da microdureza Vickers, barra 25,4 mm.
Figura 5.68 – Detalhe das impressões de microdureza Vickers próximo da borda,
barra 25,4 mm.
116
Perfil A
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
-15 -12 -9 -6 -3 0 3 6 9 12 15
Distância do centro a borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
25,4mm
20,0mm
16,0mm
12,5mm
10,0mm
8,0mm
6,3mm
Figura 5.69 – Gráfico da microdureza Vickers para todas as barras.
Perfil B
150
165
180
195
210
225
240
255
270
285
300
315
330
-15 -12 -9 -6 -3 0 3 6 9 12 15
Disncia da borda (mm)
Microdureza Vickers (HV)
25,4mm
20,0mm
16,0mm
12,5mm
10,0mm
8,0mm
6,3mm
Figura 5.70 – Gráfico da microdureza Vickers para todas as barras.
117
5.3 Ensaio de Tração
Após a escolha de trabalhar somente com o vergalhão de 20mm de
diâmetro, sete amostras foram separadas e preparadas para o ensaio de
tração, ou seja, seis amostras de 20mm foram usinadas e assim obtivemos
corpos de prova com: 20mm, 17mm, 16mm, 14mm, 12mm, 10mm e 8mm de
diâmetro.
A partir dos valores fornecidos pelo ensaio de tração (carga e
deformação convencional) e do diâmetro inicial dos corpos de prova, foi
possível calcular as deformações e tensões verdadeiras para cada um dos
corpos de prova tracionados (os resultados dos ensaios de tração estão em
anexo).
Utilizando esses dados foram calculadas as deformações verdadeiras
(total e plástica) que permitiram a determinação das tensões verdadeiras, estes
dados foram plotados em gráficos conforme podemos ver nas figuras 5.71 a
5.77.
Inicialmente foram plotados a curva σ-ε dos vergalhões analisados e não
se determinou as equações de ajuste. Em um segundo momento considerou-
se apenas as deformações plásticas, e em cada gráfico estão superpostas a
curva experimental e as curvas de melhor ajuste, conforme podemos ver nas
figuras 5.78 a 5.84. As equações que descrevem essas curvas são também
apresentadas nos gráficos.
Foi plotado também, figura 5.85, as curvas e as equações que as
descrevem, contendo apenas as deformações plásticas dos resultados das
amostras de 20mm e 17mm, o que evidenciou uma diferença no
comportamento mecânico do aço, ou seja, ao retirar a primeira camada do
vergalhão de 20mm de diâmetro, os valores de tensão para a mesma
deformação foram menores para a amostra de vergalhão com 17mm de
diâmetro. Isto evidencia que ao retirar a camada mais externa, com dureza
superior, à amostra perdeu parte de sua resistência.
Fazendo a mesma comparação para as demais camadas retiradas, não
houve reduções significativas para as demais curvas, ou seja, de 17mm até
8mm, a diminuição da tensão para uma mesma deformação é muito pequena.
118
Tensão x Deformação (20 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
Figura 5.71 – Curva tensão-deformação do vergalhão de 20 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação (17 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
Figura 5.72 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 17 mm de diâmetro.
119
Tensão x Deformação (16 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.73 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 16 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação (14 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm)
Tensão (Mpa)
Figura 5.74 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 14 mm de diâmetro.
120
Tensão x Deformação (12 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.75 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 12 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação (10 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm)
Tensão (kgf/mm²)
Figura 5.76 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 10 mm de diâmetro.
121
Tensão x Deformação (8 mm)
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.77 – Curva tensão-deformação de camada do vergalhão de 20 mm
usinado com 8 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
20 mm
17 mm
16 mm
14 mm
12 mm
10 mm
8 mm
Figura 5.78 – Curvas tensão-deformação de camadas do vergalhão de 20 mm
usinados com vários diâmetros.
122
Tensão x Deformação (20 mm)
y = 5585x + 622,57
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0,000 0,005 0,010 0,015 0,020 0,025 0,030 0,035 0,040 0,045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
Figura 5.79 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm de
diâmetro.
Tensão x Deformação (17 mm)
y = 3882,3x + 596,58
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
Figura 5.80 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 17 mm de diâmetro.
Ø20mm
Ø17mm
123
Tensão x Deformação (16 mm)
y = 4282x + 589,01
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.81 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 16 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação (14 mm)
y = 4991,5x + 579,42
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm)
Tensão (Mpa)
Figura 5.82 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 14 mm de diâmetro.
Ø16mm
Ø14mm
124
Tensão x Deformação (12 mm)
y = 4582x + 588,99
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.83 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 12 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação (10 mm)
y = 4785,7x + 579,06
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm)
Tensão (kgf/mm²)
Figura 5.84 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 10 mm de diâmetro.
Ø12mm
Ø10mm
125
Tensão x Deformação (8 mm)
y = 4869,3x + 583,23
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0 0,005 0,01 0,015 0,02 0,025 0,03 0,035 0,04 0,045
Deformação (mm)
Tensão (MPa)
Figura 5.85 – Curva de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm usinado
com 8 mm de diâmetro.
Tensão x Deformação
y = 5585x + 622.57
y = 3882.3x + 596.58
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030 0.035 0.040 0.045
Deformação real (mm/mm)
Tensão real (MPa)
20 mm
17 mm
Figura 5.86 – Curvas de escoamento de camadas do vergalhão de 20 mm
completo e usinado com 17 mm de diâmetro.
Ø8mm
126
5.4 Modelagem Teórica
A partir das curvas da parte plástica para as amostras de vergalhão com
20mm e 17mm de diâmetro foi inferido pela regra das misturas o
comportamento da camada concêntrica retirada do vergalhão de 17mm por
usinagem.
Esta camada foi denominada de Z e sua curva, bem como seu ajuste,
foram plotados juntamente com as curvas de 20mm e 17mm de diâmetro como
pode ser visto na figura 5.86.
Tensão x Deformação
y
20
= 5585x + 622.57
y
17
= 3882.3x + 596.58
yz = 7206.5x + 626.32
0
100
200
300
400
500
600
700
800
900
0.000 0.005 0.010 0.015 0.020 0.025 0.030 0.035 0.040 0.045
Deformação real (mm/mm)
Teno real (MPa)
20 mm
17 mm
Camada Z
Figura 5.87 – Curva de escoamento prevista para a camada retirada do vergalhão
de 20 mm.
Camada Z
127
Capítulo 6
6 CONCLUSÕES
Ao avaliar a microestrutura dos vergalhões pelos resultados da
microscopia e pelos perfis de microdureza, o rumo da pesquisa mudou, pois foi
uma grande surpresa descobrir que apenas as barras de 20mm e 25,4mm de
diâmetro possuíam as características de vergalhões auto-revenidos. Todas as
demais barras (6.3, 8.0, 10, 12.5 e 16) apresentavam perfis microestruturais
estranhos ao esperado.
Em relação aos ensaios, todos foram adequados ao fim desejado, as
microscopias ótica e eletrônica de varredura se mostraram importantes
ferramentas de investigação e caracterização microestrutural, a microdureza
Vickers também se mostrou muito adequada na análise de vergalhões, tanto
em relação ao material quanto ao tamanho das amostras, se mostrando eficaz
e confiável.
A usinagem e os ensaios mecânicos também se mostraram adequados
à situação simulada.
Em relação avaliação das camadas concêntricas podemos concluir que
a retirada da camada que possuía maior dureza, no vergalhão de 20mm de
diâmetro, contribui para um decréscimo significativo da resistência da barra. E
que a avaliação do vergalhão como material compósito se mostrou bastante
apropriada, pois o comportamento da camada retirada pode ser previsto pela
regra das misturas.
Porém os resultados indicam que mais investigações são necessárias
para se chegar a uma conclusão mais detalhada sobre o comportamento
mecânico das camadas concêntricas nos vergalhões de aço auto-revenido.
128
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALONSO, Marcelo de Barros. Caracterização de União por Solda de Topo
em Barras CA-50 com Eletrodos Revestidos. Originalmente apresentada
como dissertação de mestrado, Universidade Federal de Santa Catarina,
Florianópolis, 2006. 67 p.
BAUER, Luis Alfredo Falcão. Materiais de Construção. 05 ed. Rio de Janeiro:
LTC. 1994, 935 p. ISBN 85-216-0921-3.
CALLISTER, William D. Jr. Fundamentos da Ciência e Engenharia de
Materiais. 02 ed. Rio de Janeiro: LTC. 2006, 702 p. ISBN 85-216-1515-9.
CARVALHO, Thaís Hortense de, BACHA, Carlos José Caetano. Análise da
Evolução e da Estrutura da Siderurgia Brasileira e do Uso de Carvão
Vegetal no Período de 1980 a 2006. In: XLVI CONGRESSO DA SOCIEDADE
BRASILEIRA DE ECONOMIA, ADMINISTRAÇÃO E SOCIOLOGIA RURAL.
Anais. Rio Branco, AC. 2008. 20 p.
CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DA CONSTRUÇÃO METÁLICA, CBCA.
Estatísticas do Uso de Sistemas Estruturais na Construção Civil.
Disponível em <http://www.cbca-ibs.org.br/nsite/site/estatisticas.asp>. Acesso
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ECONOMOPOULOS, M., RESPEN, Y.,LESSEL, G., STEFFES, G.,
Application of the Tempcore Process to the Fabrication of High Yield
Strength Concrete-reinforcing Bars. C.R.M. n. 45, Dez. 1975. p. 01-17.
FERRANTE, Maurizio. Seleção de Materiais. 1ª ed. São Carlos: UFSCar.
1996, 326p. ISBN 85-85173-12-2
FILHO, Cláudio Henrique Macedo Alves. Análise da Influência da Taxa de
Resfriamento no Gradiente Microestrutural de Barras Laminadas a Quente
Tratadas Termicamente. Originalmente apresentada como dissertação de
mestrado, Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Curitiba 2004. 133 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA, IBS. Siderurgia Brasileira:
Relatório de Sustentabilidade 2008. Rio de Janeiro, 2009. 64 p.
INSTITUTO BRASILEIRO DE SIDERURGIA, IBS. Estatística da Produção de
Aço 2009. Disponível em <http://www.ibs.org.br/estatisticas.asp>. Acesso em:
18 de mar. de 2009, 10:45:45.
NIKOLAOU, J.; PAPADIMITRIOU, G. D. Impact Toughness of of Reinforcing
Steels Produced by (i) the Tempcore Process and (ii) Microalloyins with
Vanadium. International Journal of Impact Engineering. v.31, 2005. p. 1065-
1080.
129
NIKOLAOU, J.; PAPADIMITRIOU, G. D. Microstructures and Mechanical
Properties after Heating Reinforcing 500MPa class Weldable Steels
Produced by Various Processes (Tempcore, Microalloyed with Vanadium
and Work-Hardened). Construction and Building Materials v.18, 2004. p. 243-
254.
PASSOS, P. R. A. Destinação Sustentável de Cascas de Coco (cocos
nucifera) Verde: Obtenção de Telhas e Chapas de Partículas. 2005, 169p.
Originalmente apresentado como tese de doutorado a Universidade Federal do
Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
RIVA, P. FRANCHI, A. TABENI, D. Welded Tempcore Reinforcement
Behaviour for Seismic Applications. Materials and Structures/Matériaux et
Constructions, v. 34. 2001. p. 240-247.
RODRIGUES, Paulo César de Matos, CETLIN, Paulo Roberto, SILVA, Adriano
de Paula e, AGUILAR, Maria Tereza Paulino. Perfil de Temperatura em Aço
para Construção Civil Fabricado pelo Processo Tempcore. Revista
Metalurgia & Materiais – ABM, v. 49. n. 418. Artigo. jun. 1993.
SABARIZ, Antônio. SILVA, Vânia Regina Velloso. SILVA, Leandro José.
MARQUES, Daniel. Propriedades Mecânicas de Compósitos Formados por
Matriz Epoxídica Reforçada com Fibras Vegetais. 2006, 11p. Artigo
apresentado ao 17º CBECIMat - Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência
dos Materiais
.
SILVA, Adriano de Paula. RODRIGUES, Paulo César. CETLIN, Paulo César.
AGUILAR, Maria Teresa Paulino. Propriedades Mecânicas e Soldabilidade
de Barras de Aço para Concreto Armado Fabricadas pelo Processo
Tempcore. Anais do 47º 47º Congresso Anual da Associação Brasileira de
Metalurgia e Materiais - ABM, 1992. v. 4. p. 459-472.
SIMON, P.; ECONOMOPOULOS, M.; NILLES, P. Tempcore: A New Process
for the Production of High-Quality Reinforcing Bars. Iron and Steel
Engineering, mar. 1984. p. 53-57
SIMON, P.; ECONOMOPOULOS, M.; NILLES, P. Tempcore, an Economical
Process for the Production of High Quality Rebars. Metallurgical Plant and
Technology, mar. 1984. p. 80-93.
SOUZA, Sérgio Augusto. Ensaios Mecânicos de Materiais Metálicos. Edgard
Blucher LTDA, 5ª ed, 1982.
TAMM, H. Manual Técnico Thermex HSE, Hennigsdorfer Stahl Engineering,
2003. 28 p.
130
8 ANEXO
Tabela 8.1 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 6,3 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
287,72 0 239,1 3,6
262,91 0,45 269,42 4,05
267,78 0,9 258,93 4,5
268,57 1,35 267,75 4,95
267,75 1,8 269,41 5,4
242,58 2,25 274,48 5,85
239,08 2,7 277,06 6,3
244,73 3,15
Tabela 8.2 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 6,3 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
313,03 0 255,08 3,6
299,98 0,45 250,56 4,05
295,17 0,9 256,64 4,5
277,89 1,35 260,54 4,95
266,13 1,8 255,83 5,4
259,73 2,25 246,9 5,85
247,62 2,7 285,67 6,3
237,72 3,15
Tabela 8.3 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 8,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
269,48 0 261,31 4,5
288,63 0,45 270,24 4,95
288,61 0,9 266,11 5,4
285 1,35 272,78 5,85
270,26 1,8 273,6 6,3
268,59 2,25 279,65 6,75
255,86 2,7 276,19 7,2
255,86 3,15 271,92 7,65
252,8 3,6 285,88 8
271,11 4,05
131
Tabela 8.4 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 8,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
265,31 0 261,3 4,5
273,62 0,45 255,83 4,95
270,26 0,9 262,1 5,4
266,12 1,35 257,41 5,85
276,15 1,8 260,53 6,3
262,91 2,25 255,84 6,75
273,62 2,7 266,13 7,2
264,51 3,15 270,23 7,65
256,63 3,6 275,34 8
258,17 4,05
Tabela 8.5 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 10,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
289,54 0,0 277,9 5,2
309,96 0,4 278,9 5,7
326,94 0,9 272,79 6,1
308,93 1,3 289,52 6,5
284,08 1,7 285,89 7,0
272,76 2,2 284,96 7,4
274,46 2,6 288,64 7,8
276,19 3,0 280,52 8,3
271,08 3,5 284,11 8,7
275,3 3,9 295,15 9,1
270,24 4,3 295,17 9,6
283,2 4,8 295,12 10,0
Tabela 8.6 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 10,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
337,26
0,0
276,17
5,5
334,92
0,5
271,91
5,9
313,06
0,9
277,91
6,4
307,91
1,4
276,17
6,8
294,19
1,8
292,33
7,3
299,99
2,3
283,2
7,7
293,28
2,7
279,65
8,2
284,09
3,2
279,66
8,6
283,19
3,6
290,42
9,1
280,52
4,1
283,19
9,5
293,27
4,5
277,88
10,0
275,31
5,0
132
Tabela 8.7 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 12,5 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
244,02 0,0 239,08 6,5
258,16 0,4 235,66 6,9
265,3 0,9 246,16 7,3
254,33 1,3 243,97 7,8
255,07 1,7 259,72 8,2
261,33 2,2 256,62 8,6
255,08 2,6 256,63 9,1
248,34 3,0 259,73 9,5
249,8 3,4 262,87 9,9
246,15 3,9 277,04 10,3
252,8 4,3 266,14 10,8
250,57 4,7 271,91 11,2
244,72 5,2 273,63 11,6
232,29 5,6 264,51 12,1
244,72 6,0 275,31 12,5
Tabela 8.8 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 12,5 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
264,55 0,0 252,08 6,5
268,6 0,5 256,6 6,9
257,39 0,9 249,83 7,4
272,78 1,4 250,73 7,9
257,4 1,9 256,62 8,3
261,29 2,3 255,86 8,8
266,94 2,8 257,39 9,3
254,32 3,2 266,11 9,7
252,05 3,7 271,06 10,2
263,72 4,2 269,42 10,6
254,32 4,6 277,9 11,1
241,17 5,1 273,61 11,6
236,33 5,6 273,62 12,0
255,09 6,0 262,92 12,5
133
Tabela 8.9 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 16,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
250,6
0 233,67
8,55
244,03
0,45
232
9
243,3
0,9
236,35
9,45
251,32
1,35
246,16
9,9
239,79
1,8
249,83
10,35
242,6
2,25
238,41
10,8
249,09
2,7
231,65
11,25
245,45
3,15
249,83
11,7
245,45
3,6
239,1
12,15
246,89
4,05
248,34
12,6
231,62
4,5
239,09
13,05
243,27
4,95
239,78
13,5
242,56
5,4
239,09
13,95
244,74
5,85
246,17
14,4
251,31
6,3
241,19
14,85
250,57
6,75
242,58
15,3
235,63
7,2
255,09
15,75
234,56
7,65
249,08
16
232,67
8,1
Tabela 8.10 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 16,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
242,59
0 243,29
8,55
249,08
0,45
251,35
9
247,62
0,9
237,03
9,45
246,16
1,35
238,37
9,9
246,17
1,8
249,06
10,35
243,3
2,25
244
10,8
251,32
2,7
244,71
11,25
243,29
3,15
241,88
11,7
246,18
3,6
237,02
12,15
243,98
4,05
241,14
12,6
247,61
4,5
239,08
13,05
239,78
4,95
246,15
13,5
243,27
5,4
243,99
13,95
243,29
5,85
243,28
14,4
249,07
6,3
243,31
14,85
234,98
6,75
253,56
15,3
237,7
7,2
249,09
15,75
245,08
7,65
243,29
16
242,99
8,1
134
Tabela 8.11 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 20,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
223,91 0 163,26 10,45
269,45 0,45 170,1 10,91
271,08 0,91 162,46 11,36
262,1 1,36 167,23 11,82
269,41 1,82 168,87 12,27
252,05 2,27 174,84 12,73
211,27 2,73 166,44 13,18
198,09 3,18 168,47 13,64
186,6 3,64 167,64 14,09
185,65 4,09 170,96 14,55
183,31 4,55 164,42 15,00
174,34 5,00 167,65 15,45
167,64 5,45 170,1 15,91
174,34 5,91 177,85 16,36
170,1 6,36 183,78 16,82
172,62 6,82 196,03 17,27
169,7 7,27 199,15 17,73
166,44 7,73 202,36 18,18
178,3 8,18 248,37 18,64
168,88 8,64 265,29 19,09
164,44 9,09 260,54 19,55
170,11 9,55 241,87 20,00
163,26 10,00
Tabela 8.12 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 20,0 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
237,7 0,00 164,42
10,48
266,96 0,48 161,32
10,95
259,75 0,95 169,27
11,43
227,71 1,43 167,64
11,90
197,6 1,90 165,22
12,38
184,24 2,38 165,63
12,86
176,09 2,86 171,35
13,33
173,05 3,33 168,87
13,81
174,36 3,81 168,04
14,29
165,63 4,29 168,88
14,76
163,26 4,76 165,23
15,24
172,19 5,24 162,84
15,71
162,09 5,71 173,06
16,19
168,86 6,19 179,21
16,67
168,46 6,67 189,5
17,14
163,25 7,14 195,01
17,62
177,86 7,62 236,34
18,10
170,96 8,10 254,33
18,57
176,51 8,57 264,51
19,05
164,44 9,05 266,97
19,52
171,79 9,52 252,08
20,00
161,32 10,00
135
Tabela 8.13 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 25,4 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
291,39 0 213,03 13,15
319,37 0,45 210,12 13,61
332,6 0,91 219,56 14,06
309,93 1,36 217,73 14,51
287,7 1,81 230,32 14,97
227,68 2,27 211,27 15,42
221,4 2,72 217,75 15,88
215,95 3,18 221,42 16,33
222,66 3,63 213,6 16,78
220,79 4,08 234,31 17,24
189,96 4,54 218,35 17,69
206,19 4,99 222,63 18,14
216,53 5,44 207,86 18,60
212,43 5,90 223,92 19,05
225,79 6,35 214,79 19,50
221,39 6,80 214,18 19,96
220,8 7,26 220,2 20,41
215,38 7,71 225,84 20,86
221,4 8,16 217,75 21,32
224,54 8,62 225,15 21,77
220,83 9,07 225,19 22,23
207,86 9,53 233,61 22,68
209,56 9,98 224,54 23,13
214,17 10,43 222,65 23,59
222,66 10,89 227,67 24,04
208,42 11,34 294,19 24,49
231,63 11,79 309,94 24,95
225,17 12,25 293,25 25,40
198,64 12,70
136
Tabela 8.14 – Ensaio de microdureza Vickers, barra de 25,4 mm
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
Microdureza
Vickers (HV)
Distância da Borda
(mm)
289,52 0 227,05 13,14
318,29 0,44 226,46 13,58
288,62 0,88 215,37 14,01
222,66 1,31 223,29 14,45
224,54 1,75 241,15 14,89
223,27 2,19 227,07 15,33
200,22 2,63 216,56 15,77
217,75 3,07 225,17 16,20
227,07 3,50 209,01 16,64
214,76 3,94 217,76 17,08
211,28 4,38 234,99 17,52
218,96 4,82 214,76 17,96
216,56 5,26 225,81 18,39
217,76 5,69 208,41 18,83
223,26 6,13 225,18 19,27
217,72 6,57 220,79 19,71
225,8 7,01 200,49 20,14
225,17 7,44 222,03 20,58
197,07 7,88 219,56 21,02
210,71 8,32 215,38 21,46
214,17 8,76 210,11 21,90
219,59 9,20 213,03 22,33
225,14 9,63 223,26 22,77
206,74 10,07 224,52 23,21
214,78 10,51 219,57 23,65
200,23 10,95 271,06 24,09
212,44 11,39 290,46 24,52
213 11,82 287,72 24,96
227,08 12,26 284,05 25,40
241,16 12,70
137
138
139
140
141
142
143
144
145
146
147
148
149
150
151
152
153
154
155
156
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