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farmacológica – que tem gerado novos conhecimentos sobre plantas de emprego
tradicional, que estão obrigando à revisão de seu uso.
Das espécies utilizadas na Amazônia brasileira como medicinais e
indicadas para muitas finalidades, as carapanaúbas (Aspidosperma spp.) estão
entre estas que passarão por criterioso estudo etnofarmacológico e
morfoanatômico por conterem alcalóides na sua composição química (Gilbert et
al., 1965; Marques et al., 1996; Brasil, 1976a; Brasil, 1976b) e serem
comumente comercializadas para muitas afecções. Na medicina popular são
utilizadas para tratamento de febres e bronquites (Balbach, s.d.), de afecções dos
rins, fígado e estômago e ainda, para o tratamento de malária (Hidalgo, 2003).
Até a última década houve um aumento de interesse no Gênero
Aspidosperma. Até 1956 apenas quatro alcalóides foram descritos para as
espécies deste gênero, mas desde então não menos de 16 novos alcalóides foram
isolados de diferentes espécies de Aspidosperma, principalmente da casca do
caule (Kulkarni et al., 1973).
Através de pesquisa etnobotânica são revelados dados suficientes para
selecionar uma ou outra espécie e desenvolver estudos químicos,
farmacológicos, morfoanatômicos. Muitos autores (Oliveira, 1993, Metcalfe e
Chalk, 1950 e Rio et al., 2002) relatam que esses estudos poderão ampliar o
conhecimento sobre determinada espécie ou agrupamento sistemático vegetal,
servindo de instrumento para taxonomia, inclusive.
A maioria dos alcalóides indólicos, segundo Schripsema et al. (2004), são
encontrados em Apocynaceae, os da classe monoterpênico são todos
encontrados nesta família. A ocorrência destes alcalóides fora da ordem
Gentianales é rara e quando existem são alcalóides indólicos simples.
Explorando trabalhos morfoanatômicos, químicos e farmacológicos com
espécies do gênero Aspidosperma destacam-se resultados como os de Pacheco
(1979) e Marques et al. (1996) revelando alcalóides, Kulkarni et al. (1973) com
aspectos farmacognósticos macro e microscópicos revelando diferenças entre a