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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
RESTRIÇÃO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE CALCÁRIO DE
GRANULOMETRIA GROSSEIRA COMO MÉTODOS ALTERNATIVOS
DE MUDA FORÇADA
ANDRÉA DE BRITTO MOLINO
BOTUCATU - SP
Janeiro - 2010
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE MEDICINA VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
CAMPUS DE BOTUCATU
RESTRIÇÃO ALIMENTAR E UTILIZAÇÃO DE CALCÁRIO DE
GRANULOMETRIA GROSSEIRA COMO MÉTODOS ALTERNATIVOS
DE MUDA FORÇADA
ANDRÉA DE BRITTO MOLINO
Zootecnista
Dissertação apresentada ao Programa
de Pós-graduação em Zootecnia
como parte das exigências para
obtenção do título de Mestre.
ORIENTADOR: Prof. Dr. EDIVALDO ANTÔNIO GARCIA
BOTUCATU - SP
Janeiro - 2010
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FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA SEÇÃO TÉCNICA DE AQUISIÇÃO E TRATAMENTO
DA INFORMAÇÃO – SERVIÇO TÉCNICO DE BIBLIOTECA E DOCUMENTAÇÃO - UNESP - FCA
- LAGEADO - BOTUCATU (SP)
Molino, Andréa de Britto, 1982-
M723r Restrição alimentar e utilização de calcário de granulo-
metria grosseira como métodos alternativos de muda forçada
/ Andréa de Britto Molino. – Botucatu : [s.n.], 2010.
vi, 55 f. : gráfs., tabs.
Dissertação (Mestrado) - Universidade Estadual Paulista,
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Botucatu,
2010
Orientador: Edivaldo Antonio Garcia
Inclui bibliografia.
1. Cálcio. 2. Desempenho. 3. Jejum. 4. Qualidade dos
ovos. I. Garcia, Edivaldo Antonio. II. Universidade Esta-
dual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (Campus de Botuca-
tu). Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia. III.
Título.
i
“O único meio certo de êxito é prestar mais e melhor serviço do que
esperam de ti, não importa qual seja tua tarefa.”
Og Mandino
“Se não houver frutos, valeu a beleza das flores. Se não houver flores,
valeu a sombra das folhas. Se não houver folhas, com certeza terá valido
a intenção das sementes.”
Autor Desconhecido
ii
Ofereço
À Deus, que me deu a vida, o livre arbítrio e a capacidade para
realização de todos os meus objetivos. E ainda colocou em meu caminho pessoas
maravilhosas com as quais posso contar sempre que preciso e mesmo quando
não preciso.
Dedico
Aos meus pais, CLÁUDIO MOLINO e CARMEN LÚCIA DE BRITTO
MOLINO que sempre me apoiaram, confiaram e acreditaram em mim e não
mediram esforços para tornar possível a realização de mais essa etapa em
minha vida. Obrigada pela educação e por todo tempo dedicado a mim. Tenho
orgulho de ser filha de vocês. Obrigada por serem meu porto seguro e por me
darem certeza que sou amada incondicionalmente. Não importa quanto tempo
passe e quantas palavras eu busque, jamais conseguirei encontrar maneira de
agradecê-los o suficiente. Amo MUITO vocês.
Ao meu irmão, LUCIANO DE BRITTO MOLINO, que apesar de termos
pouco contato e apesar de ser muito fechado, sei que sempre esteve ao meu lado
e se orgulha de mim, mesmo que só seja possível notar através de seu olhar. Te
amo, meu querido.
iii
Homenagem Especial
Não poderia deixar de separar uma página exclusiva para essa pessoa.
Meu mais que orientador Professor Doutor EDIVALDO ANTÔNIO GARCIA.
Obrigada pela orientação, paciência e conhecimentos que você não mediu
esforços para transmitir. Obrigada por me ajudar a crescer, a enxergar as
coisas por ângulos que talvez eu jamais tentasse. Obrigada por apostar suas
fichas em mim, por solicitar minha ajuda, não só para coisas relacionadas ao
mestrado e à faculdade, isso mostra que confia em mim. Obrigada por me forçar
a andar com minhas próprias pernas, o que muitas vezes tive medo, mas você me
mostrou que era necessário e que seria bom pra mim. Hoje vejo que você estava
certo.
Obrigada por ser mais que meu orientador e sim meu amigo. Amigo de
verdade, com o qual sempre pude contar. Obrigada inclusive pelas broncas e
sermões, que embora fossem doloridos, eram necessários. Obrigada por me
permitir fazer parte da sua vida profissional e pessoal. Obrigada por me
“adotar” todo esse tempo que estou longe dos meus. Obrigada por aceitar meus
defeitos, e tentar conviver com eles da melhor maneira possível. E obrigada por
ressaltar minhas qualidades, ouvir um elogio de você é, no mínimo, lisonjeante.
Obrigada por me permitir continuar fazendo parte da sua equipe no doutorado,
pode ter certeza que não medirei esforços para continuar lhe ajudando no que
precisar.
Parabéns por ser como é, uma pessoa de bom coração e de sentimentos
puros e nobres. Parabéns pela humildade, inteligência, esforço e capricho para
conseguir o que quer. Por fim, parabéns pelo profissional que é. E tenha a
certeza que continuarei me espelhando em você para dar meus próximos passos
e trilhar meu caminho. E tenha absoluta certeza, isto não é uma despedida,
amigos de verdade não se despedem, pois sempre carregam o outro dentro de si.
“A glória da amizade não está somente na mão estendida, no sorriso carinhoso e
na delícia da companhia. Está principalmente na satisfação espiritual que vem
quando se descobre que alguém acredita e confia em você.”
Adaptado de Ralph Waldo Emerson
iv
Agradecimentos
Ao Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia – UNESP/Botucatu, pela oportunidade de realização
deste curso.
À Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP) pela
bolsa e auxílio financeiro concedidos.
Ao Departamento de Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia da UNESP/Botucatu pelo acolhimento.
Aos professores dos Departamentos de Produção Animal e Melhoramento e
Nutrição Animal, pela ajuda oferecida.
Aos membros da nossa equipe: Ana Beatriz Garcia Faitarone, Anderson de
Pontes Silva, Kléber Pelícia, Daniella Aparecida Berto e Francine Vercese, não
só pela ajuda, mas principalmente pela amizade, carinho e força que me deram,
não só no mestrado, mas em tantos outros momentos da minha vida. Vocês fazem
toda a diferença, podem ter certeza!
Aos funcionários Sebastião Francisco da Silva Filho e Luiz Carlos Fioravante,
pelo auxílio, dedicação e pela amizade que nasceu graças a esse experimento e
que perdura até hoje.
Ao Professor Doutor Otto Mack Junqueira, pelo carinho, amizade, incentivo,
ensinamentos e apoio. Pessoa cativante que não poderia deixar de agradecer a
alegria com que sempre me tratou.
Aos meus queridos Gustavo Grecca Garcia, Thais Grecca Garcia e Marise
Grecca Garcia, que colaboraram e ainda colaboram, talvez até sem saber o
tanto. Cada um à sua maneira. Graças a vocês tenho forças para suportar a
distância de minha família. Obrigada por me “adotarem” e me receberem tão
bem. Espero poder retribuir todo esse carinho.
Aos Funcionários da Fábrica de Rações e Supervisão de Fazendas de Ensino e
Pesquisa e Produção da FMVZ/UNESP/Botucatu: Paulo Inácio Primo,
Edivaldo Gomes Torquato, José Ramos Martin, Celso Paulo Martin, Adenílson
Lima Lucas, Antônio Carlos Godoy, Rodrigo Martin, José Antônio Franco,
Ana Pires e Magali de Arruda pelos serviços prestados.
Aos Professores Doutores Raphael Lucio Andreatti Filho e José Roberto
Sartori, pela participação na banca de qualificação e pelas sugestões e
correções.
v
Às minhas Avós, Tios, Padrinhos e Primos, pelo apoio, amor, orgulho e por
entenderem minha ausência.
Ao meu tio Mauro Celso Maia de Britto “in memorian”, esteja onde estiver
certamente está assistindo e se orgulhando por mais essa conquista. Obrigada,
querido.
À minha querida irmã Renata Larsson, pessoa linda que conheço há tantos
anos, e que o destino insistiu em nos separar, embora tenhamos lutado para que
não acontecesse. Não importa que não nos vejamos nem nos falemos sempre. O
que importa é que o simples fato de saber que você existe e que posso contar
contigo já faz de mim uma pessoa mais feliz. Obrigada pela amizade,
compreensão, respeito, carinho, cumplicidade, apoio e por tudo o que vivemos
até hoje. E obrigada por acreditar em mim.
À minha prima Daniela Werneck de Britto, que sempre se orgulhou de mim e se
interessou pelo que faço. Sei que momentaneamente você está “fora do ar”, mas
assim que você voltar, eu faço questão de lhe mostrar que tinha razão, e que
estou conseguindo alcançar meus objetivos, dando um passo de cada vez. Volte
logo porque você faz falta.
Ao amigo Marco Aurélio Factori, que surgiu mais tarde e que embora não faça
parte da equipe diretamente, contribui muito com sua alegria, amizade,
disponibilidade e vontade de ajudar.
Ao Edgard de Lara, pessoa incrível que sempre me tratou com carinho e
acredita na minha capacidade. Obrigada por toda confiança em mim e por todos
os momentos deliciosos que passamos no rancho. Esse é o avô que eu não tive.
Aos Amigos e Colegas, pela amizade e apoio em todos os momentos e mesmo
que à distância.
Ao meu adorável Otávio Augusto, pelo companheirismo e pela imensa felicidade
que me recebe cada vez que volto pra casa, mesmo que eu fique apenas alguns
minutos fora.
E a todos que de alguma forma contribuíram para a execução deste trabalho.
Muito Obrigada.
vi
SUMÁRIO
Página
CAPÍTULO 1................................................................................................................1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS ......................................................................................1
Muda Forçada.................................................................................................................2
Mecanismo Neuroendócrino da Muda de Penas .........................................................3
Métodos de Muda Forçada...........................................................................................5
Métodos Farmacológicos........................................................................................5
Métodos de Manejo.................................................................................................5
Métodos Nutricionais..............................................................................................7
Referências Bibliográficas............................................................................................13
CAPÍTULO 2..............................................................................................................16
MUDA FORÇADA PARA POEDEIRAS COMERCIAIS UTILIZANDO-SE
RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS DE RAÇÃO E CALCÁRIO DE
GRANULOMETRIA GROSSEIRA ...........................................................................16
Resumo..................................................................................................................17
Abstract..................................................................................................................18
Introdução..............................................................................................................19
Material e Métodos................................................................................................21
Resultados e Discussão..........................................................................................23
Conclusões.............................................................................................................36
Referências Bibliográficas.....................................................................................37
CAPÍTULO 3..............................................................................................................40
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA, DESEMPENHO E
QUALIDADE DOS OVOS DE POEDEIRAS COMERCIAIS...................................40
Resumo..................................................................................................................41
Abstract..................................................................................................................42
Introdução..............................................................................................................43
Material e Métodos................................................................................................45
Resultados e Discussão..........................................................................................47
Conclusões.............................................................................................................51
Referências Bibliográficas.....................................................................................52
CAPÍTULO 4..............................................................................................................54
Implicações...................................................................................................................54
1
Capítulo 1
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
2
Muda Forçada
A avicultura industrial tornou-se de grande importância por ser uma atividade de
alta tecnificação e elevado retorno econômico. No entanto, à medida que ocorreu o
desenvolvimento das técnicas de criação avícolas, surgiram concomitantemente,
severas críticas relacionadas às condições de criação animal por parte de grupos
ambientalistas que justificavam haver comprometimento do bem-estar animal (Ribeiro
et al., 2008).
Algumas práticas utilizadas na indústria avícola, são motivo de polemização
entre grupos defensores de animais, consumidores, produtores e pesquisadores. Entre
elas podemos destacar a muda forçada (Berry, 2003).
Esta prática é utilizada no prolongamento da vida útil de poedeiras e as críticas
voltam-se aos métodos que utilizam o jejum como o estímulo indutor. Apesar do seu
benefício, a muda forçada vem sendo uma preocupação pública em diversas partes do
mundo, sendo severamente criticada por organizações que trabalham pelo bem-estar
animal (Bell e Kuney, 2004).
Sabe-se que a muda de penas em aves domésticas é um processo natural que
ocorre após longo período de produção e a troca das penas demora cerca de quatro
meses para ser completada. A queda da postura e o início da muda são indícios de que a
condição física da ave está deteriorando, tornado-a incapaz de suportar a produção de
ovos, a manutenção das penas e a mantença corporal (Ellis, 2008). É possível, contudo,
acelerar este processo com um programa destinado a induzir a queda de penas, com
posterior crescimento das plumas novas e rápido reinício da produção de ovos através
de um processo conhecido como programa de muda forçada que deve durar no máximo
6 a 8 semanas (Garcia, 2004).
Em poedeiras, a muda forçada tem por objetivo promover rejuvenescimento da
ave fazendo-a perder até 30% de seu peso corporal, retornando ao peso de uma franga
em início de produção. Simultaneamente, objetiva-se uma pausa na produção de ovos,
promovendo descanso no aparelho reprodutivo e sua regeneração, preparando-o para
que a ave possa retornar a um novo ciclo produtivo (Garcia, 2004). A privação de
alimento tem sido o método mais comumente utilizado para indução da muda, devido
ao seu baixo custo e elevada eficiência (Rodrigues et al., 1995). No Brasil esta técnica é
3
muito utilizada, superando 22 milhões de galinhas “mudadas” por ano, aumentando
com isto, o volume de ovos produzidos.
A muda forçada, quando realizada de maneira correta, promove aumento da taxa
de postura, melhoria da qualidade interna e da casca dos ovos durante o segundo ciclo,
em relação ao final do primeiro ciclo de produção (Lee, 1982). Nos Estados Unidos
90% dos lotes de aves de postura são submetidas a muda forçada, com idades que
variam entre 60 e 80 semanas (Bell, 2003).
Segundo Garcia (2005), a produção no segundo ciclo de postura é de 7 a 10%
menor que a do primeiro ciclo e ainda quanto mais jovem o lote sofrer muda, mais cedo
reinicia a postura e atinge melhores níveis de produção. Preferencialmente deve-se
realizar a muda por volta das 70 semanas de idade do lote.
Mecanismo neuroendócrino da muda de penas
Garcia (2004) descreve o mecanismo neuroendócrino da muda da seguinte
forma:
Uma muda pode ser iniciada quando se rompe o equilíbrio hormonal que
possibilita a postura ou ainda quando se produz uma alteração deste equilíbrio como
consequência de fatores de estresse proporcionados, por exemplo, pela redução do
fotoperíodo, jejum, alimentação inadequada, etc.
Esse tipo de ação dá lugar a uma nova situação que conduz a vários fenômenos
como: o aumento da atividade da tireóide; aumento da atividade das glândulas adrenais;
redução da atividade sexual e parada da postura; atresia das características sexuais
secundárias; atrofia do intestino; queda das plumas; formação de novas plumas;
regeneração do aparelho reprodutivo.
O hipotálamo, quando afetado por uma situação de estresse, passa a liberar de
forma expressiva fatores liberadores de hormônios corticotróficos (ACTHRF) e
tireotróficos (TSHRF), respectivamente.
A hipófise sob ação destes hormônios passa então a secretar ACTH e TSH. A
elevação dos níveis sanguíneos destes hormônios dá lugar a hipertrofia com
hiperfunção das glândulas adrenais e da tireóide, o que leva a ruptura do equilíbrio dos
hormônios gonadotróficos.
4
A ativação da tireóide provoca aumento inicial no nível de tiroxina e a seguir
diminuição do seu nível, voltando a aumentar seu nível até alcançar nível máximo no
final do período de muda. Parece que a ação da tireóide é determinante no processo,
uma vez que em galinhas tireoidectomizadas, ocorre inibição da muda e redução do
crescimento das plumas.
Além disso, ocorre também aumento do nível de triiodotironina, sendo seu
maior nível no início da muda. O nível deste hormônio varia de acordo com o método
de muda empregado, e sua elevação está relacionada ao aumento do metabolismo basal,
elevação da temperatura corporal e do fluxo sangüíneo. Este aumento do metabolismo é
necessário para que se produza a queda das plumas.
Ainda não está totalmente claro o papel dos hormônios na troca da plumagem,
mas tanto a tiroxina como a triiodotironina têm papéis importantes no processo. Parece
também que a relação entre os hormônios da tireóide e os estrógenos tem uma
importância inicial para indução da estimulação de formação de novas papilas de penas.
A hiperfunção das glândulas adrenais leva a um aumento do nível de
corticóides, e este aumento parece estar ligado ao aparecimento da atrofia gonadal e
como conseqüência, ocorre supressão da postura e regressão do ovário e oviduto.
Alguns autores informam ainda que o aumento do nível de ACTH leva a redução da
liberação de gonadotrofinas FSH e LH. O jejum também exerce efeito aditivo sobre a
redução dos níveis de LH, de progesterona e estradiol circulantes.
O FSH tem elevada influência no processo de maturação folicular ovariana e
estimula a secreção de estrógenos pelo epitélio folicular e o hormônio luteinizante LH
facilita a deiscência folicular – a ovulação. A modificação nos níveis desses hormônios,
e a ruptura do seu equilíbrio no sangue, conduz a atrofia do oviduto e posteriormente do
ovário, com necrose e ruptura dos folículos próximos à maturação e reabsorção do
restante e, portanto, supressão da postura. Paralelamente, a menor produção de
estrógenos dá lugar a elevação do nível de hemoglobinas e redução dos níveis de cálcio
e fósforo.
A causa ou conjunto de causas responsáveis pela queda das plumas que
acompanha a supressão da postura são pouco conhecidos. Para alguns autores, a
prolactina desempenha papel fundamental, originando o edema dos folículos epiteliais
causador da perda de penas. É possível que a triiodotironina também participe deste
5
processo. A muda se completa com a formação de novas plumas e regeneração do
ovário, oviduto e intestinos. No aparelho genital regenerado amadurecem novos
folículos e se secreta a progesterona, a qual estimula as papilas plumíferas,
contribuindo de forma decisiva para formação da plumagem. Neste processo pode
haver a participação da prolactina com uma ação dupla e contraposta antes e depois da
parada da atividade gonadal.
Métodos de Muda Forçada
Segundo Llobet et al. (1989), os métodos de muda de modo geral podem ser
reunidos em três grupos: métodos farmacológicos, métodos de manejo e métodos
nutricionais.
Métodos Farmacológicos
Consistem em se adicionar à ração determinadas drogas como o 2 amino-5
nitrotiazol, a progesterona, anovulatórios como o acetato de clormadinona ou outros
produtos que induzem as aves a efetuarem muda de penas com parada temporária da
produção de ovos. Porém, a utilização destes métodos ainda se encontra em fase
experimental, em vista da dificuldade de seu emprego e da possibilidade de efeito
residual das substâncias utilizadas e seus efeitos na saúde humana.
Métodos de Manejo
Estes se baseiam em induzir as aves a várias situações de estresse de modo que a
produção de ovos cesse rapidamente. Geralmente ocorre redução do fotoperíodo através
da retirada da iluminação artificial; retirada de ração por um período não superior a 14
dias e algumas vezes retirada de água por um período de no máximo três dias (o que
não tem sido mais utilizado devido ao fato de as aves excretarem seus metabólitos
através da urina, podendo a retirada de água causar intoxicação às mesmas). O método
de indução de muda forçada baseado no manejo das aves é o mais utilizado no Brasil,
existindo grande variação deste método, cada uma recomendada por determinado
centro de pesquisas.
O método mais comum é conhecido como Método de Muda Convencional e foi
desenvolvido pela Universidade da Califórnia.
6
No período pré-muda deve-se pesar e fazer a seleção do lote descartando aves
com baixo peso, fora de produção e com estado físico debilitado. Se necessário, deve-se
fazer um reagrupamento das aves de mesma idade, porém de galpões diferentes a fim
de preencher todas as gaiolas dos galpões a sofrer muda.
A partir do primeiro dia do período de muda, deve-se retirar a iluminação
artificial, deixando-se nos aviários clássicos apenas iluminação natural e nos aviários de
ambiente controlado, o fotoperíodo deve ser reduzido para 6 horas diárias. As aves
devem ser mantidas em jejum alimentar por um período de 10 a 14 dias, de modo que
ocorra perda de 25 a 30% do peso corporal; entretanto, pode-se administrar farinha de
cascas de ostras ou calcário de granulometria grosseira (3 mm), por três a quatro dias
no início do período de jejum para que haja disponibilidade de cálcio para calcificação
da casca dos ovos ainda em formação, podendo-se assim, aproveitar os ovos produzidos
durante o período de muda. Além disso, Brake (1993) afirma que o cálcio parece ter
papel central na indução da muda, pois, quando o carbonato de cálcio é fornecido como
única fonte de nutrientes, as aves prolongam a ovulação durante a muda forçada e
mantêm a postura por até quatro dias. Esse autor sugeriu que o cálcio é o primeiro
nutriente limitante da ovulação, durante a muda forçada pela retirada da ração.
Terminado o período de jejum, deve-se retornar a alimentação, utilizando-se
ração de franga, milho moído, ou sorgo moído, tomando-se o cuidado de efetuar
inicialmente uma readaptação das aves ao alimento. Dessa forma, no primeiro dia de
alimentação deve se fornecer apenas 30% da quantidade de ração que a ave consumiria
“ad libitum”, no segundo dia 60%, no terceiro 90% e, somente no quarto dia, as aves
devem receber ração de produção nas quantidades preconizadas pelo manual da
linhagem, a qual poderá ser mantida até o vigésimo oitavo dia do processo ou
escalonada da seguinte forma: 100g por ave por dia em dias alternados (dia sim, dia
não) até o 18º dia e do 19º ao 28º dia, administrar ração para muda dois dias sim e um
dia não, também na proporção de 100g por ave por vez.
A partir do vigésimo nono dia do início da muda deve-se alimentar as aves com
ração de produção a vontade, e reiniciar um programa de luz crescente semelhante ao
que se utiliza para frangas em início de produção. Nesse método não se utiliza jejum
hídrico. As aves atingem 50% de postura cerca de 8 semanas após o início da muda.
7
Quanto aos resultados esperados com a muda convencional, espera-se
mortalidade máxima de 1,25% desde o início do programa até a 8ª semana. A partir daí,
espera-se a mesma mortalidade do primeiro ciclo de produção. Em relação ao tamanho
dos ovos, há tendência de produção de ovos de tamanho semelhante aos que estavam
sendo produzidos antes da muda. Como durante o primeiro ciclo de produção, ocorre
aumento do tamanho dos ovos com a idade das aves, espera-se no 2º ciclo que os ovos
sejam em média maiores que os do primeiro ciclo. Em relação à produção de ovos, com
o jejum ocorrido durante o início do processo de muda, a produção cai rapidamente
chegando a zero entre o 4º e 6º dia. À medida que as aves passam a se alimentar com
ração de postura e a receber estímulos luminosos, reiniciam rapidamente a produção. O
perfil da curva de produção do 2º ciclo é semelhante à do 1º, entretanto com índices de
produtividade 5 a 10% menores. Estas curvas também declinam mais rapidamente.
Existem variantes deste método de muda, que são conhecidos como método de
muda rápida e método de muda com rápido período de jejum.
No caso da muda rápida, o processo de muda é semelhante ao convencional.
Porém, sem o período de alimentação com ração de baixo valor nutricional, ou seja,
sem o período de repouso. Este processo permite que as aves atinjam 50% de produção
5 a 6 semanas após o início da muda.
O método de muda com rápido período de jejum também é semelhante à muda
convencional, entretanto, inclui a redução do período de jejum, para 4 a 6 dias e a
eliminação do período de repouso. Com isso as aves podem retornar a 50% de produção
3 semanas após o início da muda.
A escolha do programa a ser adotado, dependerá do objetivo do produtor e
principalmente da situação do mercado de ovos.
Métodos Nutricionais
Os métodos nutricionais modificam a concentração dietética de determinados
íons que influenciam a produção de ovos, como o cálcio, fósforo, sódio, potássio, iodo
e zinco. Esses métodos podem ser usados separadamente ou consorciados. Seus
resultados variam, porém, tem recebido especial atenção por diminuir a quantidade de
ingredientes na ração, reduzindo o custo, tornando-se de fácil uso e aplicabilidade.
8
Embora a busca por métodos alternativos de muda forçada venha se
intensificando ao longo dos anos, no Brasil ainda pode se considerar pequeno o número
de estudos neste sentido. Pode-se destacar porém, que na Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da Unesp de Botucatu há uma linha de pesquisa
desenvolvida e coordenada pelo Prof. Dr. Edivaldo Antonio Garcia, onde sua equipe
trabalha com métodos alternativos de muda forçada obtendo resultados satisfatórios há
mais de dez anos, tanto com poedeiras comerciais (Garcia et al., 1996; Dalanezi, 2007;
Scherer, 2007; Scherer et al., 2009) como com codornas japonesas (Garcia, 1994;
Faitarone et al., 2008a; Faitarone et al., 2008b).
Como métodos nutricionais de indução a muda, ainda pode-se destacar a
utilização de ingredientes alternativos na dieta, de uso comum ou não. Dentre eles
pode-se citar o milho ou ração de alta energia, ração de baixa energia, ração de baixa
densidade, o sorgo, farelo de trigo, farelo desengordurado de jojoba, alfafa, caroço de
algodão e cascas de arroz.
Garcia et al. (1996) avaliaram o jejum seguido de quatro períodos de descanso
(0, 5, 10 e 15 dias) com fornecimento de ração de baixa densidade e ração de produção
e não encontraram diferenças significativas de desempenho e qualidade dos ovos no
período 70 a 98 semanas de idade.
Da mesma forma que são efetuados estudos com poedeiras comerciais, existem
pesquisas realizadas com matrizes, como no caso de Vermaut et al. (1998), que
trabalharam com matrizes pesadas, e as submeteram à muda com jejum inicial de um
dia seguido por três dietas: ração de muda suplementada com 12% de farelo
desengordurado de jojoba à vontade, ração de muda restrita a 43,6 g/ave/dia e trigo
moído (cinco dias ofertando-se 20 g/ave/dia, seguido por fornecimento crescente de 30,
40, 50 e 60 g/ave/dia nas quatro semanas restantes) e observaram menor produção de
ovos no período pós muda para as aves que receberam ração restrita a 43,6g/ave/dia.
Ramos et al. (1999) também trabalharam com utilização de dieta de baixa
densidade restrita a 45g/ave/dia durante 27 dias para indução da muda forçada,
comparada ao método convencional com poedeiras comerciais e observaram menor
percentagem de postura e pior conversão alimentar, durante o segundo ciclo de
produção, para aves que receberam dieta de baixa densidade restrita a 45g/ave/dia.
9
Na mesma linha de pesquisa de redução da densidade da dieta, Biggs et al.
(2003) compararam a muda convencional mediante jejum com muda alternativa com os
seguintes tratamentos experimentais: milho suplementado (3.172 kcal EM/kg, 8,1% PB,
1,7% de Ca e 0,20% de P), farelo de trigo suplementado (1.900 kcal EM/kg, 14,3% PB,
1,6% de Ca e 0,28% de P), quatro dias de jejum seguido de dieta de milho
suplementado até 27 dias e dez dias de jejum seguido de dieta de milho suplementado
até 27 dias e verificaram produção de ovos e conversão alimentar por dúzia e por
massa de ovos semelhantes entre as aves que receberam trigo suplementado durante a
muda e as que sofreram muda convencional com 10 dias de jejum.
A restrição alimentar qualitativa para indução à muda forçada foi motivo de
estudo de Andreotti et al. (2005) que compararam o jejum alimentar à restrição de
nutrientes em relação a uma dieta básica para poedeiras, utilizando para isto diluição da
ração com cascas de arroz em 50 e 75%. Constataram perda de peso corporal de 25%
aos 20 e 10 dias para as dietas com diluição de 50 e 75%, respectivamente, concluindo
que a diluição em até 50% pode ser utilizada para indução à muda forçada sem causar
estresse alimentar muito severo, portanto, dispondo as aves a um maior bem-estar.
Na busca por novos métodos de indução à muda, além das alternativas mais
utilizadas, como a redução de determinados íons da dieta ou diminuição da densidade
da mesma, alguns autores estudam métodos menos usuais, porém com bons resultados,
como Keshavarz e Quimby (2002) que testaram diversos métodos em um mesmo
experimento, trabalhando com jejum até a perda de 30% do peso corporal; 1 dia de
jejum seguido de fornecimento de bagaço de uva contendo 10 ppm de tiroxina; milho à
vontade (com e sem 10 ppm de tiroxina); um dia de jejum seguido de fornecimento de
milho à vontade (com e sem 10 ppm tiroxina); dois dias de jejum seguido de
fornecimento de milho à vontade (com e sem 10 ppm de tiroxina). As aves que ficaram
em jejum e as do tratamento com um dia de jejum seguido de fornecimento de bagaço
de uva contendo 10 ppm de tiroxina perderam 30% do peso corporal com 14 e 16 dias,
respectivamente e conseguiram cessar a produção de ovos. Os demais tratamentos
alcançaram esta perda somente aos 28 dias, porém não cessaram a produção de ovos.
Durante o período pós muda a percentagem de postura do tratamento em jejum foi a
maior e a dos tratamentos milho à vontade e um dia de jejum seguido de fornecimento
de milho à vontade foi a menor.
10
Ainda dentro da inovação na busca de métodos alternativos de muda forçada,
Willis et al. (2008) avaliaram o efeito do extrato de cogumelo (L. edodes) e extrato de
Fitolaca (Phytolacca americana), isolados ou em combinação com alfafa ou ração de
produção por 10 dias para indução da muda, e concluíram que os tratamentos com a
utilização dos extratos combinados com alfafa apresentaram resultados de perda de
peso durante a muda e produção de ovos após a muda semelhantes aos obtidos com o
tratamento submetido à muda convencional através do jejum.
Outro método que tem recebido bastante atenção em outros países é o
fornecimento de alfafa, como o estudado por Dunkley et al. (2008) que trabalharam
com inclusão de alfafa na dieta de poedeiras comerciais (90, 80 e 70%) por nove dias
para indução à muda, em comparação ao método convencional através de jejum. Os
tratamentos jejum e 90% de inclusão de alfafa cessaram a produção de ovos aos seis
dias e tiveram perda de peso corporal de 28 e 25% respectivamente, enquanto o
tratamento com 80% de inclusão de alfafa zerou a produção aos cinco dias e teve perda
de peso corporal de 20%. Já o tratamento com inclusão de 70% não foi suficiente para
promover parada na produção de ovos até os nove dias e atingiu perda de 19% do peso
corporal.
Dentre os métodos alternativos, nos Estados Unidos o mais difundido e utilizado
é a elevação do teor de zinco da dieta. Park et al. (2004) utilizaram 1% de acetato de
zinco, 1% de propionato de zinco e jejum para induzir a muda forçada. As aves que
receberam propionato e acetato de zinco perderam aproximadamente 15% do peso
corporal e zeraram a produção de ovos com quatro dias e as aves em jejum perderam
25% do peso corporal e cessaram a produção com cinco dias de experimento. Durante o
período pós muda não houve diferença na produção de ovos, porém as aves que
receberam propionato de zinco apresentaram maior peso de ovos, enquanto as que
receberam acetato de zinco produziram ovos com maior resistência da casca à quebra.
É comum encontrar pesquisas em que se reúna em um mesmo experimento mais
de um método de indução à muda, como Onbasilar e Erol (2007) que compararam
jejum convencional, dieta com alto teor de zinco (10.000 mg/kg) durante 10 dias e grão
inteiro de cevada por 10 dias e observaram perda de peso de 20, 8 e 18%,
respectivamente. Durante o período de muda (28 dias) somente o tratamento que estava
em jejum cessou a produção de ovos. No período pós muda não houve diferença
11
significativa para percentagem de postura, sendo que as aves submetidas ao jejum
durante a muda apresentaram maior peso dos ovos.
Araújo et al. (2007) também avaliaram diferentes métodos de muda forçada em
poedeiras: jejum alimentar de 10 dias, dietas contendo alto nível de zinco (20.000 ppm)
por 10 dias, dieta com baixos níveis de cálcio (0,1% de cálcio) e dieta com baixos
níveis de sódio (0,05% de sódio) até 14 dias. Após o período de muda realizou-se
período de descanso até os 28 dias onde todas as aves receberam dieta contendo milho
suplementado com vitaminas e minerais. Os autores concluíram que os resultados para
indução à muda através desses métodos são compatíveis ao método convencional.
Scherer et al. (2009) trabalharam com a restrição de cálcio e fósforo; cálcio,
fósforo e sódio; cálcio, fósforo, sódio e aminoácidos, comparativamente à utilização de
milho moído por 28 dias e ao jejum de 14 dias, seguido de ração de produção até os 28
dias. Aos 14 e 28 dias do período de muda constatou-se que o peso corporal das aves
submetidas ao jejum foi significativamente menor que os demais tratamentos. Durante
o período de produção, constatou-se menor produção e massa de ovos para o tratamento
com restrição de Ca e P, em relação aos demais. O tratamento com milho moído
apresentou pior Unidade Haugh que os demais, os quais não diferiram em qualidade de
casca ou qualidade interna.
Um programa ideal de muda forçada deve ser de simples aplicação, baixo custo,
baixos índices de mortalidade, e levar a melhora no desempenho e qualidade dos ovos
em relação ao final do primeiro ciclo de produção (Scherer, 2007). Deve-se aliar a
todos esses fatores a minimização do estresse das aves e, por isso, a necessidade de
novas pesquisas para que se reúna em um único programa de muda forçada todos os
quesitos referentes a melhoria no desempenho, qualidade dos ovos e bem-estar animal.
Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar variação do peso
corporal, desempenho e qualidade dos ovos de poedeiras comerciais submetidas à
métodos alternativos de muda forçada.
Para tanto, foram realizados dois estudos, representados pelos capítulos 2 e 3,
sendo que o capítulo 2, denominado MUDA FORÇADA PARA POEDEIRAS
COMERCIAIS UTILIZANDO-SE RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS DE
RAÇÃO E CALCÁRIO DE GRANULOMETRIA GROSSEIRA, apresenta-se de
acordo com as normas para publicação na Revista Brasileira de Ciência Avícola /
12
Brazilian Journal of Poultry Science e teve como objetivo avaliar métodos de muda
forçada em poedeiras comerciais e seus efeitos sobre a variação do peso, desempenho
das aves durante a muda e os efeitos do fornecimento de calcário de granulometria
grosseira sobre a qualidade da casca dos ovos durante a muda.
O Capítulo 3 denominado MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA
FORÇADA, DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE POEDEIRAS
COMERCIAIS
também se apresenta de acordo com as normas para publicação na
Revista Brasileira de Ciência Avícola / Brazilian Journal of Poultry Science e teve
como objetivo avaliar o efeito de métodos de muda forçada em poedeiras comerciais
sobre a produção e qualidade dos ovos durante o segundo ciclo de produção.
13
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16
Capítulo 2
MUDA FORÇADA PARA POEDEIRAS COMERCIAIS
UTILIZANDO-SE RESTRIÇÕES QUANTITATIVAS DE
RAÇÃO E CALCÁRIO DE GRANULOMETRIA
GROSSEIRA
17
RESUMO
Com o objetivo comparar métodos alternativos de muda forçada ao jejum, realizou-se
um experimento utilizando-se 420 poedeiras com 80 semanas de idade. O período
experimental teve duração de 28 dias onde se realizou a muda forçada. Utilizou-se
delineamento experimental em esquema fatorial 5x2, contendo cinco restrições
alimentares (0, 15, 30, 45 e 60g de ração/ave/dia) com e sem utilização de calcário de
granulometria grosseira, e sete repetições de seis aves por parcela. A muda teve duração
de 28 dias, porém, os tratamentos que perderam 25% do peso corporal antes deste
período foram alimentados à vontade logo após atingirem a perda almejada. Para
avaliação da qualidade dos ovos utilizou-se dois ovos por parcela. Durante os 28 dias
da muda avaliou-se a perda de peso corporal, o desempenho das aves e a qualidade dos
ovos. Conclui-se que o fornecimento de 15g de ração foi viável para efetuar a muda
forçada, pois as aves deste tratamento atingiram perda corporal de 25% e apresentaram
qualidade dos ovos semelhante às submetidas ao jejum. A adição de calcário de
granulometria grosseira durante a muda melhorou a qualidade da casca dos ovos, com
exceção ao tratamento em jejum.
Palavras Chave: cálcio, desempenho, jejum, qualidade dos ovos
18
ABSTRACT
With the objective to compare alternative methods of forced molt, there was an
experiment using 420 hens with 80 weeks of age. The experimental period lasted 28
days there was a forced molting. A randomized trial in a 5x2 factorial arrangement with
five dietary restrictions (0, 15, 30, 45 and 60 g of feed / bird / day) with and without the
use of limestone coarse particle size, and seven replicates of six birds per plot. The
changes lasted 28 days, however, the treatments that have lost 25% of body weight
before this period were fed ad libitum after reaching the desired loss. To assess the
quality of the eggs we used two eggs per plot. During the 28 days of the changes
evaluated the weight loss, bird performance and egg quality. It follows that the supply
of 15 g of feed is feasible to make the changes forced the birds because of this
treatment reached body loss of 25% and showed the quality of eggs similar to those
submitted to fasting. The addition of limestone for the coarse particle size changes
improved the quality of shell eggs, except for the fasting treatment.
Keywords: calcium, performance, fast, egg quality
19
INTRODUÇÃO
O manejo de muda forçada tem sido amplamente utilizado em poedeiras
comerciais com o objetivo de prolongar a vida produtiva das aves e assim diminuir os
custos de reposição dos lotes. O jejum é o método mais comumente utilizado para
induzir a muda devido ao seu baixo custo e elevada eficiência (Rodrigues et al., 1995).
Devido ao antagonismo entre o método de jejum e o bem-estar das aves,
diversos métodos alternativos têm sido estudados nas últimas três décadas. Existe uma
preocupação crescente em pesquisar alternativas que minimizem o estresse e que
apresentem resultados econômicos e de qualidade dos ovos compatíveis com o método
convencional utilizado, uma vez que os Estados Unidos e a Comunidade Européia têm
condenado os métodos de muda baseados em jejum, o que em curto prazo poderá
constituir-se em restrição à importação de ovos por vários países (Garcia, 2004).
Muitos trabalhos foram realizados comparando o jejum a outras dietas. Garcia
et al. (1996) trabalharam com quatro períodos de fornecimento de dietas de baixa
densidade durante o período de repouso e não encontraram diferenças significativas de
desempenho e qualidade dos ovos no período 70 a 98 semanas de idade.
A restrição alimentar qualitativa para indução a muda forçada foi motivo de
estudo de Andreotti et al. (2005) que compararam o jejum alimentar à restrição de
nutrientes, utilizando para isto uma diluição da ração básica de poedeiras com cascas de
arroz em 50 e 75%. Constataram perda de peso corporal de 25% aos 20 e 10 dias para
as dietas com diluição de 50 e 75%, respectivamente, concluindo que a diluição em até
50% pode ser utilizada para indução à muda forçada sem causar estresse alimentar
muito severo, portanto, dispondo as aves a um maior bem-estar.
Wu et al. (2007) trabalharam com retirada de sal da dieta em comparação ao
método tradicional de muda através do jejum e concluíram que apesar das aves em
20
jejum terem apresentado maior persistência de postura durante o segundo ciclo de
produção, a retirada de sal pode ser utilizada como método alternativo de muda forçada,
tendo em vista que as aves apresentaram boa percentagem de postura e mesma
qualidade dos ovos que as aves submetidas ao jejum.
A utilização de métodos alternativos ao jejum prolongado para indução da muda
forçada, foi também motivo de estudo de Dunkley et al. (2008) que trabalharam com
inclusão de alfafa na dieta de poedeiras comerciais (90, 80 e 70%) por nove dias para
indução à muda, em comparação ao método convencional através de jejum. Os
tratamentos jejum e 90% de inclusão de alfafa cessaram a produção de ovos aos seis
dias e tiveram perda de peso corporal de 28 e 25% respectivamente, enquanto o
tratamento com 80% de inclusão de alfafa zerou a produção aos cinco dias e teve perda
de peso corporal de 20%; já o tratamento com inclusão de 70% não foi suficiente para
promover parada na produção de ovos até os nove dias e atingiu perda de 19% do peso
corporal.
Garlich e Parkhurst (1982) utilizaram cascas de ostras durante o período de
indução à muda, o que resultou declínio mais lento da produção, menor número de ovos
com casca fracas e o dobro de ovos comerciais produzidos de 2 a 5 dias do período de
jejum.
Apesar da retirada da ração dos comedouros durante 10 a 12 dias ser o método
mais simples de induzir a muda em poedeiras e, nos primeiros dias, a produção de ovos
declinar até a suspensão completa da postura 4 a 5 dias do início do jejum, a maioria
dos ovos produzidos neste período apresenta algum tipo de problema de casca que
inviabiliza o seu aproveitamento para a venda (Silva e Santos, 2000).
21
Segundo Brake (1993), o cálcio parece ter papel central na indução da muda,
pois, quando o carbonato de cálcio é fornecido como única fonte de nutrientes, as aves
prolongam a ovulação durante a muda forçada e mantêm a postura por até quatro dias.
Esse autor sugeriu que o cálcio é o primeiro nutriente limitante da ovulação, durante
uma muda forçada pela retirada da ração.
Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar métodos de muda
forçada em poedeiras comerciais e seus efeitos sobre a variação do peso, desempenho
das aves e os efeitos do fornecimento de calcário de granulometria grosseira sobre a
qualidade da casca dos ovos durante a muda.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho - UNESP, campus de Botucatu-SP, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia- FMVZ, nas dependências do setor de Avicultura, do Departamento de
Produção Animal. Foram utilizadas 420 aves produtoras de ovos brancos da linhagem
Shaver, com 80 semanas de idade, que foram submetidas aos tratamentos experimentais
para indução à muda forçada.
As aves foram alojadas em aviário de produção, em 70 gaiolas metálicas com as
seguintes dimensões: 1,00 m de comprimento x 0,45 m de profundidade e 0,40 m de
altura, dispostas em duas fileiras duplas com um corredor de serviço. As gaiolas foram
equipadas com comedouros lineares colocados frontalmente a cada gaiola e bebedouros
tipo copo.
O período experimental teve duração de 28 dias onde realizou-se o processo de
muda forçada. Utilizou-se um delineamento experimental em esquema fatorial 5x2,
22
contendo cinco restrições alimentares (0, 15, 30, 45 e 60g de ração/ave/dia) com e sem
utilização de calcário de granulometria grosseira à vontade, e sete repetições de seis
aves por parcela. A muda teve duração de 28 dias, porém, os tratamentos que atingiram
perda de 25% do peso corporal antes de 28 dias foram alimentados com ração de
produção à vontade logo após atingirem a perda de peso almejada.
A granulometria de calcário foi analisada conforme metodologia descrita por
Zanotto e Bellaver (1996), e o calcário apresentou diâmetro geométrico médio de
3,13mm e foi fornecido à vontade diariamente misturando-se à ração, sendo as sobras
pesadas semanalmente.
A avaliação da qualidade dos ovos foi efetuada antes das aves cessarem a
produção e quando cabível, após terem retornado a postura durante o período de muda,
utilizando-se dois ovos por parcela (14 ovos/tratamento) totalizando 140 ovos em cada
análise.
Os tratamentos utilizados encontram-se descritos na Tabela 1.
Tabela 1 Descrição dos tratamentos experimentais.
Tratamentos
T1
60g de ração/ave/dia e calcário*
T2
60g de ração/ave/dia
T3
45g de ração/ave/dia e calcário*
T4
45g de ração/ave/dia
T5
30g de ração/ave/dia e calcário*
T6
30g de ração/ave/dia
T7
15g de ração/ave/dia e calcário*
T8
15g de ração/ave/dia
T9
Jejum alimentar e calcário*
T10
Jejum alimentar
* Calcário de granulometria grosseira fornecido à vontade.
A dieta experimental foi ração de produção para poedeiras comerciais,
formulada à base de milho e farelo de soja, seguindo as recomendações do NRC
23
(1994). A água foi fornecida à vontade durante todo o período experimental e as aves
foram submetidas a fotoperíodo natural.
O controle da produção de ovos foi realizado diariamente e o controle do
consumo de ração e de calcário semanalmente. As aves foram pesadas no início do
experimento e aos 3, 7, 10, 14, 21 e 28 dias.
As características avaliadas foram: variação do peso corporal, percentagem de
postura, consumo de ração, consumo de calcário (fornecido à vontade) , dias para atingir
perda de 25% do peso corporal, percentagem de ovos quebrados e qualidade dos ovos:
peso do ovo, percentagem de casca, gravidade específica, calculada segundo
metodologia descrita por Staldelman e Cotterrill (1990); resistência da casca dos ovos à
quebra e peso de casca por superfície de área, que foi calculado conforme Abdallah et al.
(1993) segundo a fórmula: PCSA = {PC/ [3,9782 x (PO
0,7056
)]} x 1000, onde: PC = peso
da casca, PO = peso do ovo, expresso em mg/cm².
Os resultados foram avaliados através da análise de variância, em conformidade
com os procedimentos estabelecidos no General Linear Model do SAS® (SAS
Institute, 2000). A comparação entre as médias foi efetuada através do teste de Tukey
(P<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2 pode-se observar os resultados de variação de peso corporal das
aves submetidas aos tratamentos experimentais durante os 28 dias do período de muda.
Constatou-se não haver interação significativa entre restrição alimentar e níveis de
calcário de granulometria grosseira na dieta. Também não foram constatados efeitos
significativos do calcário sobre o peso das aves.
24
Foram observados efeitos significativos de restrição alimentar apenas a partir do
décimo dia do período de muda, onde o aumento da restrição resultou em maiores
perdas de peso. Observou-se que as aves dos tratamentos que receberam 15 e 0g de
ração/ave/dia tiveram perda de 22,9 e 25% aos 10 dias, respectivamente, resultados que
diferem de Oliveira (1994), que observou perda de 16,23 % trabalhando com dieta
restrita em cálcio e sódio durante 12 dias e Sarica et al. (1996), que obtiveram perdas de
peso aos 10 dias de 13,72% para jejum de alimento e água, 15,39% para rações com
10.000 ppm de zinco e 16,37% para dieta contendo 15.000 ppm de zinco.
Tabela 2 Peso corporal das aves dos tratamentos experimentais durante o período de
muda forçada.
Restrições
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem, significativamente, pelo teste de Tukey (p<0,05).
(ração/ave/dia)
0
3
7
Dias
10
14
21
28
60g
1744 1611 1515 1511 A 1458 A 1435 B 1400 C
45g
1756 1607 1511 1529 A 1466 A 1429 BC 1365 C
30g
1755 1569 1464 1446 AB 1378 AB 1319* C 1510 B
15g
1783 1528 1407 1374 B 1301* B 1524 AB 1622 A
0g
1802 1544 1411 1351* B 1464 A 1637 A 1702 A
Calcário
Sem
1778 1583 1463 1454 1440 1480 1532
Com
1742 1560 1460 1431 1387 1458 1507
Média
1760 1571 1462 1442 1413 1469 1520
Probabilidade
Restrição
> 0,05 > 0,05 > 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
Restrição x
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
* Data em que as aves voltaram a ser alimentadas com ração de produção à vontade.
As aves que estavam em jejum apresentaram perda de peso de 21% aos sete dias,
resultado semelhante ao obtido por Garcia et al. (1996) que observaram a mesma perda
aos oito dias, mostrando que 80% da perda de peso ocorre nesta fase.
Aos 14 dias, as aves que estavam anteriormente em jejum e alimentadas à
vontade a partir dos 10 dias, apresentaram ganho de peso em relação aos 10 dias,
enquanto os demais tratamentos continuaram perdendo peso. Nesta data, as aves que
25
receberam 15g de ração por dia atingiram perda de 27%, maior que a observada por
Ramos et al. (1999) de 25,13% para jejum de 12 dias.
Aos 21 dias, as aves dos tratamentos que receberam 15 e 0g de ração estavam
sendo alimentadas à vontade e apresentaram ganho de peso em relação aos 14 dias. As
aves do tratamento que estava recebendo 30g de ração apresentaram peso
significativamente inferior às demais tratamentos, exceto as que estavam recebendo 45g
de ração. Nesta ocasião, as aves que estavam recebendo 30g de ração por dia atingiram
perda de peso de 25% e passaram a ser alimentadas à vontade. Ramos et al. (1999)
encontraram perda de peso corporal aos 21 dias de 24,17%, trabalhando com dieta de
baixa energia restrita a 45 g/ave/dia, resultado equivalente ao obtido na presente
pesquisa com fornecimento de 30g de ração/ ave/dia.
Aos 28 dias, as aves dos tratamentos que já estavam sendo alimentados à
vontade apresentaram pesos significativamente superiores às que ainda estavam em
restrição (45 e 60g), que não diferiram entre si. Biggs et al. (2003) obtiveram perda de
11% com quatro dias de jejum seguidos de dieta contendo milho suplementado até 27
dias.
Observou-se que as aves que estavam em jejum, atingiram média de peso de
1351g aos 10 dias, o que representa perda de 25% do peso corporal. Aquelas que
receberam 15g de ração alcançaram perda de 27% do peso corporal aos 14 dias,
atingindo a média de 1301g, enquanto as aves que receberam 30g de ração, somente
atingiram a perda de peso almejada aos 21 dias, com média 1319g.
As aves dos demais tratamentos não alcançaram a perda de 25% do peso
corporal até o final do período de muda, sendo que aos 28 dias, as que receberam 45g
de ração apresentaram média de peso de 1365g, que representa perda de 22,3% e as que
26
receberam 60g tiveram média de peso de 1400g, ou seja, perda de 19,7%. Esses
resultados foram superiores aos encontradas por Vermaut et al., (1998) ao trabalharem
com matrizes pesadas que observaram após cinco semanas de muda, perdas de 9,1%
utilizando trigo moído (6 dias ofertando-se 20 g/ave/dia, seguido por fornecimento
crescente de 30, 40, 50 e 60 g/ave/dia nas quatro semanas restantes), 21,2% utilizando
ração de muda suplementada com 12% de farelo desengordurado de jojoba fornecido à
vontade e 15,9% fornecendo ração de muda sem adição da jojoba (restrito 43,6
g/ave/dia).
No Gráfico 1, encontram-se as curvas de peso das aves dos tratamentos
experimentais ao longo do período de muda, onde por não haver diferenças
significativas entre os dois tratamentos de mesma restrição com e sem calcário, foram
reunidos em um único tratamento, efetuando-se a média dos mesmos.
1250
1350
1450
1550
1650
1750
1850
0 3 7 1014212
Dias
Pesos (g)
19,3%
25
,
4%
25% 21,7%
27%
8
60g 45g 30g 15g 0g
Gráfico 1 Peso corporal das aves das aves dos tratamentos experimentais ao longo do
período de muda.
27
Através da análise da curva do peso corporal das aves que estavam em jejum,
observa-se que o mesmo atingiu peso de 1351g aos 10 dias, ou seja, perda do 25% do
peso. As aves que receberam 15g de ração/ave/dia atingiram peso de 1301g aos 14 dias,
ou seja, perda de 27% do peso e as que receberam 30g de ração/ave/dia, atingiram peso
de 1319g aos 21 dias, ou seja, perda de 24,8% do peso. Por outro lado, os que
receberam 45 e 60g de ração/ave/dia, atingiram pesos de 1365 e 1400g aos 28 dias, ou
seja, perdas de peso de 22,3 e 19,7% respectivamente, não atingindo portanto a meta de
perda de peso almejada de 25% durante o período de muda.
Na Tabela 3 podem ser observados os resultados de produção de ovos das aves
submetidas aos tratamentos experimentais durante os 28 dias do período de muda.
Constatou-se não haver interação significativa entre restrição de ração e fornecimento
de calcário. Observou-se efeito significativo isolado da restrição alimentar, bem como
da utilização de calcário de granulometria grosseira.
Pode-se observar que aos quatro dias do período de muda a produção de ovos
foi menor nas maiores restrições alimentares. Apenas nesta data houve efeito do
calcário, onde as aves que consumiram calcário apresentaram maior percentagem de
postura. O tratamento que recebeu 30g de ração/ave/dia apresentou 39,09% de postura,
resultado equivalente aos 40% encontrados por Scherer (2007), ao utilizar restrição de
cálcio, fósforo e sódio.
Aos 10 dias, a percentagem de postura de todos os tratamentos ainda estava
decrescendo, sendo que as aves submetidas ao jejum cessaram a produção nesta data,
enquanto as aves que receberam 60 e 45g de ração/dia apresentaram as maiores
percentagens de postura.
28
Aos 14 dias, as maiores restrições ainda apresentavam menores percentagens de
postura, onde os tratamentos que receberam 45 e 60g de ração alcançaram 8,33 e
20,24% de postura, respectivamente e os tratamentos que receberam 30 e 15g de ração,
ainda não haviam cessado completamente a postura, embora estivessem com
percentagens muito próximas a zero (1,19 e 2,38%, respectivamente). Estes resultados
se assemelham aos obtidos por Keshavarz e Quimby (2002) que obtiveram aos 14 dias
de muda 3,1 e 1,9% de postura ao utilizar um dia de jejum seguido por fornecimento de
milho moído adicionados 10 ppm de tiroxina e dois dias de jejum seguidos por
fornecimento de milho moído adicionados 10 ppm de tiroxina, respectivamente.
Tabela 3 Percentagem de postura das aves dos tratamentos experimentais durante o
período de muda
Dias Restrições
(ração/ave/dia)
0 4 10 14 21 28
60g
68,67 59,53 A 32,14 A 20,24 A 13,09 A 15,71 B
45g
68,81 45,24 AB 14,29 B 8,33 AB 4,76 B 3,57 BC
30g
67,95 38,09 BC 9,52 BC 1,19 B 2,38 B 0,00 C
15g
69,19 25,00 C 2,38 C 2,38 B 0,00 B 15,48 B
0g
68,15 4,77 D 0,00 C 0,00 B 0,00 B 53,09 A
Calcário
Sem
68,92 26,19 B 10,48 6,19 2,86 15,24
Com
68,19 42,86 A 12,86 6,67 5,24 19,91
Média
68,55 34,53 11,67 6,43 4,05 17,57
Probabilidade
Restrição
> 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05 < 0,05
Calcário
> 0,05 < 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
Restrição x
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem, significativamente, pelo teste de Tukey (p<0,05).
Aos 21 dias, o tratamento que recebeu 60g de ração, ainda apresentou produção
significativamente superior aos demais tratamentos, os quais não diferiram
significativamente entre si. Nesta data, o tratamento que recebeu 15g de ração cessou a
produção de ovos. Vermaut et al. (1998) também encontraram cessação da produção
29
aos 21 dias do período de muda ao utilizar ração de muda suplementada com 12% de
farelo desengordurado de jojoba.
Aos 28 dias, o tratamento que recebeu 30g de ração apresentou cessação da
produção, resultado significativamente inferior aos demais, uma vez que as aves das
aves dos tratamentos que receberam 15g de ração e jejum já estavam sendo alimentadas
desde os 10 e 14 dias, respectivamente, e apresentavam produção de ovos em elevação,
enquanto os tratamentos que receberam 60 e 45g de ração, apresentavam baixa postura
sem, contudo, terem apresentado cessação da produção de ovos. Koelkebeck et al.
(2006) obtiveram cessação da produção de ovos aos 28 dias, utilizando 10 dias de jejum
com fornecimento de milho à vontade até os 28 dias, resultado semelhante ao obtido na
presente pesquisa utilizando-se 30g de ração/ave/dia.
No Gráfico 2 pode-se observar a produção de ovos das aves dos tratamentos
experimentais ao longo do período de muda.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
0 4 10 14 21 28
Dias
Produção de ovos (%
)
60g S 60g C 45g S 45g C 30g S 30g C 15g S
15g C 0g S 0g C
S: sem calcário; C: com calcário
Gráfico 2 Produção de ovos das aves das aves dos tratamentos experimentais ao longo
do período de muda.
30
Constata-se que os tratamentos em jejum reduziram abruptamente a produção de
ovos, tendo atingido o patamar médio de zero aos 4 e 10 dias com e sem calcário
respectivamente, durante o período de muda, permanecendo neste nível até o vigésimo
primeiro dia e a partir daí tiveram aumento na produção.
Em todos os demais tratamentos, observou-se que em cada nível de restrição
alimentar, as aves que consumiram calcário de granulometria grosseira tiveram a curva
de produção com queda menos acentuada e demoraram maior tempo para zerar a
produção.
As aves que receberam 15g de ração/ave/dia, apresentaram declínio mais lento
na curva de produção em relação às que estavam em jejum, tendo atingido nível zero
aos 21 dias do período de muda, enquanto as que receberam 30g de ração/ave/dia,
também declinaram mais lentamente sua curva de produção, atingindo nível zero aos 28
dias do período de muda. Aquelas que receberam 45 e 60g de ração/ave/dia não
conseguiram zerar a produção de ovos durante os 28 dias do período de muda.
Na Tabela 4 encontram-se os resultados médios de desempenho das aves
submetidas aos tratamentos experimentais durante o período de muda. Constatou-se não
haver interação significativa entre restrição de ração e fornecimento de calcário.
Constatou-se efeito significativo da restrição alimentar para o consumo de
ração, o que era esperado, tendo em vista que as aves receberam diferentes quantidades
de ração até que atingissem 25% de perda de peso corporal. Não houve efeito do
fornecimento de calcário para o consumo de ração.
31
Tabela 4 Consumo de ração (CR), consumo de calcário (CC), tempo para perder 25%
do peso (TPP), percentagem de postura (Post) e percentagem de ovos
quebrados (Q) durante os 28 dias do período de muda.
Restrições
(ração/ave/dia)
CR (g) CC (g) TPP (dias) Post (%) Q (%)
60g
56,51 B 8,35 AB 28,00 na 28,33 A 10,91
45g
42,52 C 8,78 A 28,00 na 18,28 B 14,58
30g
43,39 C 6,50 B 21,00 A 12,12 C 14,29
15g
56,83 B 4,53 C 14,00 B 8,95 C 20,36
0g
73,61 A 1,15 D 10,00 C 10,43 C 14,83
Calcário
Sem
54,86 0,00 B 20,20 14,11 B 18,67 A
Com
54,28 11,72 A 20,20 17,14 A 11,31 B
Média
54,57 5,86 20,20 15,62 14,99
Probabilidade
Restrição
<0,05 <0,05 <0,05 <0,05 >0,05
Calcário
>0,05 <0,05 >0,05 <0,05 <0,05
Restrição x
Calcário
>0,05 >0,05 >0,05 >0,05 >0,05
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05). na: Não Atingiu perda de
peso
Observou-se efeito significativo de restrição alimentar sobre o consumo de
calcário. Nota-se que os maiores consumos de calcário foram para aves que receberam
60 e 45g de ração/dia, sendo que o consumo foi diminuindo à medida que aumentou a
restrição alimentar. Esse fato pode ter ocorrido porque o calcário apresenta sabor
amargo e por isso foi menos consumido pelas aves das aves dos tratamentos que
receberam menos ração. Isto também ocorreu porque os tratamentos com 60 e 45g de
ração/ave/dia, tiveram duração de 28 dias, pois não atingiram a perda de peso
preconizada de 25%, enquanto as aves dos demais tratamentos atingiram esta perda aos
10, 14 e 21 dias para 0, 15 e 30g de ração/ave/dia, respectivamente, passando a ser
alimentadas normalmente a partir de então e não mais recebendo calcário.
Houve efeito significativo da restrição alimentar para o tempo necessário para
perder 25% do peso corporal, onde as maiores restrições levaram menor tempo para
atingir esta perda. Até o 28º dia do período de muda, as aves que receberam 45 e 60g de
32
ração não alcançaram a perda de peso almejada. Wu et al. (2007) trabalharam com
retirada de sal da dieta para forçar a muda em poedeiras comerciais e obtiveram perda
de 17,1% do peso corporal ao 28º dia, o que é baixo tendo em vista que na literatura se
considera como ideal perda de 20 a 30% para que seja completada a muda. Estes
resultados são compatíveis aos obtidos com fornecimento de 45 e 60g de ração/ave/dia
utilizados no presente estudo. Willis et al. (2008) utilizaram extrato de cogumelo (L.
edodes) e extrato de Fitolaca (Phytolacca americana) na água de aves submetidas à
muda através da retirada de alimento e observaram perda de 39,7 e 41,5% do peso
corporal aos 10 dias de muda respectivamente, resultados muito superiores aos obtidos
nesta pesquisa para o mesmo período, em que as aves em jejum atingiram perda de
25% do peso corporal e a maior perda alcançada foi 27% aos 14 dias, e foi atingida
pelas aves que receberam 15g de ração por dia.
Constatou-se efeito significativo de restrição alimentar para percentagem de
postura, onde as aves que receberam 0, 15 e 30g de ração apresentaram as menores
percentagens de postura, e as demais apresentaram valores superiores, o que também
era de se esperar, tendo em vista que as aves que estavam em menor restrição não
cessaram a produção de ovos durante a muda.
As aves submetidas ao jejum, apresentaram taxa de postura média de 10,43%
durante os 28 dias da muda, resultado superior ao obtido por Keshavarz e Quimby
(2002), que obtiveram produção de 7,5%. As aves que receberam 15g de ração/ave/dia
apresentaram postura de 8,95%, resultado inferior ao observado por Scherer (2007), ao
trabalhar com restrição de nutrientes na dieta. Os resultados de produção de ovos
obtidos com as aves que receberam 30g de ração/ave/dia, são superiores aos
encontrados por Biggs et al. (2003), que ao utilizarem trigo suplementado na muda
33
forçada obtiveram produção média de 10%, enquanto no presente estudo observou-se
produção de 12,12%. As aves que receberam 45 e 60g de ração/ave/dia, apresentaram
produção de 18,28 e 28,33%, respectivamente, resultados inferiores aos obtidos por
Onbasilar e Erol (2007) que trabalharam com alto teor de zinco (10.000 ppm) por 10
dias e grão inteiro de cevada por 10 dias, e observaram produção de 35,25 e 19,55%,
respectivamente.
Houve efeito significativo do fornecimento de calcário sobre a percentagem de
postura, sendo que as aves que receberam calcário apresentaram maior percentagem de
postura que as que não receberam. Silva e Santos (2000) tamm observaram maior
produção de ovos para aves em jejum com fornecimento de carbonato de cálcio, se
comparadas às que não receberam este mineral.
Não houve efeito significativo da restrição alimentar sobre a percentagem de
ovos quebrados, porém, houve efeito significativo do fornecimento de calcário, sendo
que aves que receberam calcário apresentaram menores percentagens de ovos
quebrados. Estes resultados corroboram com os obtidos por Silva e Santos (2000), que
encontraram menor percentagem de ovos quebrados para aves que receberam carbonato
de cálcio na muda.
Na Tabela 5 encontram-se os resultados de qualidade dos ovos, obtidos durante
os 28 dias de muda. Constatou-se interação significativa entre a restrição de ração e a
utilização de calcário de granulometria grosseira para gravidade específica, resistência
da casca à quebra, espessura de casca, percentagem de casca e peso de casca por
superfície de área. Os resultados dos desdobramentos das interações encontram-se na
Tabela 6.
34
Tabela 5 Qualidade dos ovos durante o período de muda.
Restrições
(ração/ave/dia)
P ovo
(g)
GE
(g/cm³)
Resit
(gf)
Espes
(mm)
Casca
(%)
PCSA
(mg/cm²)
60g
62,36 AB 1,081 2416 0,35 8,73 73,91
45g
60,44 B 1,080 2354 0,33 8,37 70,05
30g
60,49 B 1,075 2168 0,31 7,83 65,62
15g
63,49 AB 1,075 2026 0,31 7,54 64,09
0g
64,65 A 1,079 1963 0,31 7,97 68,27
Calcário
Sem
62,72 1,074 2001 0,30 7,53 63,82
Com
61,85 1,081 2370 0,34 8,65 72,95
Média
62,29 1,078 2185 0,32 8,09 68,39
Probabilidade
Restrição
<0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Calcário
>0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Restrição x
Calcário
>0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05 <0,05
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem, significativamente, pelo teste de Tukey (p<0,05).
P ovo: Peso dos ovos, GE: gravidade específica, Resist: resistência da casca à quebra, Espes: espessura de casca, Gema:
percentagem de gema, Casca : percentagem de casca, Alb: percentagem de albúmen, PCSA: peso de casca por superfície de área
Houve efeito significativo isolado da restrição alimentar para o peso dos ovos,
sendo que as aves que não receberam ração apresentaram o maior peso dos ovos e as
aves que receberam 30 e 45g de ração/ave/dia o menor, e as demais apresentaram
valores intermediários. Também não houve efeito do fornecimento de calcário para
peso dos ovos, resultados estes semelhantes aos encontrados por Silva e Santos (2000),
que ao trabalharem com jejum, jejum com fornecimento de fosfato bicálcico e jejum
com fornecimento de carbonato de cálcio, não encontraram diferenças significativas
para peso dos ovos.
De acordo com a Tabela 6, constata-se que as aves alimentadas sem calcário
demonstraram piora nas características de qualidade de casca com o aumento no nível
de restrição alimentar, exceto para as aves que estavam em jejum. Por outro lado, as
aves alimentadas com calcário demonstraram piora na qualidade da casca com o
aumento no nível de restrição alimentar inclusive para aves que não receberam ração.
Estes resultados podem ser explicados porque as aves que não receberam calcário
35
apresentaram menor produção de ovos e cessaram a produção antes das que receberam
calcário.
Tabela 6 Desdobramento das interações entre restrição alimentar e calcário de
granulometria grosseira para qualidade da casca dos ovos.
Calcário Restrições (ração/ave/dia)
60g 45g 30g 15g 0g
Gravidade Específica (g/cm³)
Sem
1,076 Bb 1,075 Bbc 1,068 Bc 1,070 Bbc 1,084 Aa
Com
1,086 Aa 1,085 Aa 1,082 Aab 1,080 Aab 1,075 Bb
Resistência da casca à quebra (gf)
Sem
2105 Bab 2104 Bab 1681 Bb 1888 ab 2227 Aa
Com
2726 Aa 2605 Aab 2655 Aa 2164 bc 1699 Bc
Espessura da casca (mm)
Sem
0,32 Ba 0,30 Bab 0,27 Bb 0,29 Bb 0,33 Aa
Com
0,37 Aa 0,36 Aa 0,35 Aab 0,32 Abc 0,30 Bc
Percentagem de casca (%)
Sem
7,97 Bab 7,43 Bbc 6,73 Bc 6,96 Bc 8,53 Aa
Com
9,49 Aa 9,29 Aa 8,91 Aab 8,13 Abc 7,40 Bc
Peso de casca por superfície de área (mg/cm²)
Sem
67,85 Bab 62,50 Bbc 56,38 Bc 59,06 Bc 73,33 Aa
Com
79,97 Aa 77,60 Aa 74,87 Aab 69,12 Abc 63,20 Bc
Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na coluna e minúsculas diferentes na linha diferem significativamente pelo teste
de Tukey (p<0,05).
Considerando-se os resultados observados em cada nível de restrição, para aves
alimentadas com e sem calcário, constatou-se que para todas as variáveis, as aves que
estavam em jejum e não receberam calcário, apresentaram melhores valores se
comparadas as que receberam calcário, ao passo que para os demais níveis de restrição,
ocorreu o inverso, os melhores valores foram observados nos tratamentos em que as
aves receberam calcário de granulometria grosseira.
Silva et al. (2003) ao trabalharem com fornecimento de alho, probiótico,
virginiamicina e a combinação destes durante 15 dias antes da muda e durante os 12
dias de muda, não encontraram diferenças significativas na qualidade da casca dos ovos
durante o período de muda. Porém, Silva e Santos (2000) obtiveram maior percentagem
de casca para aves submetidas ao jejum com fornecimento de carbonato de cálcio se
36
comparadas às aves submetidas ao jejum com fornecimento de fosfato bicálcio e à
muda convencional (jejum), resultados controversos aos obtidos no presente estudo,
onde as aves em jejum sem fornecimento de calcário apresentaram maior percentagem
de postura. Isso pode ser explicado pelo fato de as aves submetidas ao jejum sem
fornecimento de calcário terem apresentado menor produção de ovos e terem cessado a
produção seis dias antes das que receberam calcário.
CONCLUSÕES
Pode-se concluir que o fornecimento de 15g de ração foi viável para efetuar a
muda forçada, pois as aves deste tratamento atingiram a perda de peso corporal
almejada de 25% e apresentaram qualidade dos ovos durante a muda semelhantes às
submetidas ao jejum. Conclui-se também que a adição de calcário de granulometria
grosseira durante o período de muda melhorou a qualidade da casca dos ovos em todos
os tratamentos, com exceção ao jejum.
37
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40
Capítulo 3
MÉTODOS ALTERNATIVOS DE MUDA FORÇADA,
DESEMPENHO E QUALIDADE DOS OVOS DE
POEDEIRAS COMERCIAIS
41
RESUMO
Com o objetivo de estudar métodos alternativos de muda forçada e compará-los ao
método convencional (jejum) foi realizado um experimento utilizando-se 420 aves com
80 semanas de idade. O período experimental teve duração de 140 dias, sendo que nos
28 dias iniciais realizou-se o processo de muda forçada, onde foram adotados os
tratamentos experimentais, e nos 112 dias posteriores foi avaliado o desempenho das
aves e a qualidade dos ovos. Utilizou-se delineamento experimental inteiramente ao
acaso em esquema fatorial 5x2, contendo cinco restrições alimentares (0, 15, 30, 45 e
60g de ração/ave/dia) com e sem utilização de calcário de granulometria grosseira, e
sete repetições de seis aves por parcela. Para a avaliação da qualidade dos ovos foram
utilizados três ovos por parcela (21 ovos/tratamento) por três dias consecutivos ao final
de cada período de 28 dias, totalizando 210 ovos por tratamento. Conclui-se que 15g de
ração/ave/dia para realização da muda forçada foi viável, pois apresentou desempenho
semelhante e qualidade dos ovos melhor que o jejum, durante o período pós muda. A
utilização de calcário de granulometria grosseira durante a muda não influenciou o
desempenho e a qualidade dos ovos após a muda.
Palavras chave: bem-estar, calcário, espessura de casca, restrição alimentar
42
ABSTRACT
In order to study alternative methods of forced molt and compare them to the
conventional method (fasting) was conducted an experiment using 420 birds with 80
weeks of age. The experimental period lasted 140 days, with the first 28 days took
place the process of molt, where we adopted the experimental treatments, and 112 days
later were evaluated the performance of poultry and egg quality. A completely
randomized design in a 5x2 factorial arrangement with five dietary restrictions (0, 15,
30, 45 and 60 g of feed / bird / day) with and without the use of limestone coarse
particle size, and seven replicates of six birds per plot. To assess the quality of eggs
were used three eggs per plot (21 eggs / treatment) for three consecutive days at the end
of each period of 28 days, totaling 210 eggs per treatment. It was concluded that 15 g of
feed / bird / day for completion of molt is feasible, as it showed similar performance
and egg quality rather than fasting, during the post changes. The use of limestone for
the coarse particle size changes did not affect the performance and quality of eggs after
molting.
Key words: feed restriction, limestone, shell thickness, welfare
43
INTRODUÇÃO
Sabe-se que a muda de penas em aves domésticas é um processo natural que
ocorre após longo período de produção e a troca das penas demora cerca de quatro
meses para ser completada. A queda da postura e o início da muda são indícios de que a
condição física da ave está deteriorando, tornado-a incapaz de suportar a produção de
ovos, a manutenção das penas e a mantença corporal (Ellis, 2008). É possível, contudo,
acelerar este processo com um programa destinado a induzir a queda de penas, com
posterior crescimento das plumas novas e rápido reinício da produção de ovos através
de um processo conhecido como programa de muda forçada que deve durar no máximo
6 a 8 semanas (Garcia, 2004).
A privação de alimento tem sido o método mais comumente utilizado para
indução da muda, devido ao seu baixo custo e elevada eficiência (Rodrigues et al.,
1995). No Brasil esta técnica é muito utilizada, superando 22 milhões de galinhas
“mudadas” por ano, aumentando com isto, o volume de ovos produzidos.
A utilização de jejum para indução das aves à muda de penas é motivo de
polêmica entre grupos defensores de animais, consumidores, produtores e
pesquisadores (Berry, 2003).
Muitos trabalhos foram realizados comparando o jejum a outras dietas. Garcia et
al. (1996) trabalharam com quatro períodos de fornecimento de dietas de baixa
densidade durante o período de repouso e não encontraram diferenças significativas de
desempenho e qualidade dos ovos no período 70 a 98 semanas de idade.
A restrição alimentar qualitativa para indução à muda forçada foi motivo de
estudo de Andreotti et al. (2005) que compararam o jejum alimentar à restrição de
nutrientes, utilizando para isto uma diluição da ração com cascas de arroz em 50 e 75%.
44
Constataram perda de peso corporal de 25% aos 20 e 10 dias para dietas com diluição
de 50 e 75%, respectivamente, concluindo que a diluição em até 50% pode ser utilizada
para indução à muda forçada sem causar estresse alimentar muito severo, portanto,
dispondo as aves a um maior bem-estar.
De longa data tem sido utilizada a restrição de nutrientes minerais para indução
de muda forçada. Assim, Ross e Herrick (1981) avaliaram o efeito de dietas de muda
contendo baixo teor de sal, comparativamente ao jejum alimentar e observaram menor
peso dos ovos durante o período pós muda para o tratamento contendo baixo teor de
sal.
A utilização de métodos alternativos ao jejum prolongado para a indução da
muda forçada foi também motivo de estudo de Scherer (2007), que avaliou a restrição
de cálcio e fósforo; cálcio, fósforo e sódio; cálcio, fósforo, sódio e aminoácidos,
comparativamente à utilização de milho moído por 28 dias e ao jejum de 14 dias,
seguido de ração de produção até os 28 dias. Durante o período de produção, constatou-
se menor produção e massa de ovos, para o tratamento com restrição de Ca e P, em
relação aos demais. O tratamento com milho moído apresentou pior Unidade Haugh
que os demais, os quais não diferiram em qualidade de casca ou qualidade interna.
Por outro lado, Onbasilar e Erol (2007) utilizaram alto teor de zinco (10.000
ppm) por 10 dias, grão inteiro de cevada por 10 dias e jejum de 10 dias seguido de
milho moído até 28 dias, durante a muda e observaram que o jejum promoveu maior
percentagem de postura após a muda, seguido pelo grão inteiro de cevada e alto teor de
zinco, respectivamente.
45
Diante do exposto, o objetivo desta pesquisa foi avaliar o efeito de métodos de
muda forçada em poedeiras comerciais sobre a produção e qualidade dos ovos durante
o segundo ciclo de produção.
MATERIAL E MÉTODOS
O presente estudo foi realizado na Universidade Estadual Paulista Júlio de
Mesquita Filho - UNESP, campus de Botucatu-SP, Faculdade de Medicina Veterinária
e Zootecnia- FMVZ, nas dependências do setor de Avicultura, do Departamento de
Produção Animal. Foram utilizadas 420 aves produtoras de ovos brancos da linhagem
Shaver, com 80 semanas de idade, que foram submetidas aos tratamentos experimentais
para indução à muda forçada.
As aves foram alojadas em aviário de produção, em 70 gaiolas metálicas com as
seguintes dimensões: 1,00 m de comprimento x 0,45 m de profundidade e 0,40 m de
altura, dispostas em duas fileiras duplas com um corredor de serviço. As gaiolas foram
equipadas com comedouros lineares colocados frontalmente (um por gaiola) e
bebedouros tipo copo.
O período experimental teve duração de 140 dias, sendo que nos 28 dias iniciais
realizou-se o processo de muda forçada, onde foram adotados os tratamentos
experimentais. Nos 112 dias posteriores foram estabelecidos quatro períodos de 28 dias,
em que foram avaliados o desempenho das aves e a qualidade dos ovos.
Utilizou-se delineamento experimental ao acaso em esquema fatorial 5x2,
contendo cinco restrições alimentares (0, 15, 30, 45 e 60g de ração/ave/dia) com ou sem
utilização de calcário de granulometria grosseira, e sete repetições de seis aves por
parcela, totalizando 420 aves.
46
Os tratamentos utilizados encontram-se descritos na Tabela 1.
A dieta experimental foi ração de produção para poedeiras comerciais,
formulada seguindo as recomendações do NRC (1994). A água foi fornecida à vontade
durante todo o período experimental e as aves foram submetidas a fotoperíodo natural
de 14:30 horas de luz por dia durante o período de muda forçada e após os 28 dias da
muda elevou-se 30 minutos por semana até atingir 17 horas de luz por dia.
Tabela 1 Descrição dos tratamentos experimentais.
Tratamentos
T1
60g de ração/ave/dia e calcário*
T2
60g de ração/ave/dia
T3
45g de ração/ave/dia e calcário*
T4
45g de ração/ave/dia
T5
30g de ração/ave/dia e calcário*
T6
30g de ração/ave/dia
T7
15g de ração/ave/dia e calcário*
T8
15g de ração/ave/dia
T9
Jejum alimentar e calcário*
T10
Jejum alimentar
* Calcário de granulometria grosseira fornecido à vontade.
O controle da produção de ovos foi realizado diariamente e o controle do consumo
de ração semanalmente. A avaliação da qualidade dos ovos foi feita ao final de cada
período de 28 dias, durante três dias consecutivos, e foram utilizados três ovos por
parcela (21 ovos/tratamento) totalizando 210 ovos.
As características avaliadas foram: percentagem de postura, consumo de ração, peso
dos ovos, massa dos ovos, conversões alimentares por dúzia e por massa de ovos,
mortalidade e qualidade dos ovos: resistência da casca dos ovos à quebra, espessura de
casca, percentagem de casca, gema e albúmen, gravidade específica calculada segundo
metodologia descrita por Staldelman e Cotterrill (1990) e peso de casca por superfície
47
de área, que foi calculado foi calculado conforme Abdallah et al. (1993) segundo a
fórmula: PCSA = {PC/ [3,9782 x (PO
0,7056
)]} x 1000, onde: PC = peso da casca, PO =
peso do ovo, expresso em mg/ cm².
Os resultados foram avaliados através da análise de variância, em conformidade com
os procedimentos estabelecidos no General Linear Model do SAS® (SAS Institute,
2000). A comparação entre as médias foi efetuada através do teste de Tukey (P<0,05).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na Tabela 2 encontram-se os resultados de desempenho das aves submetidas
aos tratamentos experimentais. Constatou-se não haver interação entre restrição
alimentar e níveis de calcário de granulometria grosseira na dieta. Também não foram
constatados efeitos significativos do calcário sobre nenhum dos parâmetros avaliados.
Tabela 2 Desempenho das aves submetidas aos tratamentos experimentais
Restrições
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem, significativamente, pelo teste de Tukey (p<0,05).
(ração/ave/dia)
CR
1
(g/ave/dia)
Post
2
(%)
CA/dz
3
CA/kg
4
P ovo
5
(g)
M ovo
6
(g)
Mort
7
(%)
60g
108,6 62,9 B 2,10 A 2,72 A 64,4 AB 40,5 B 0,40
45g
109,2 63,7 B 2,07 A 2,79 A 62,0 B 39,5 B 0,30
30g
108,2 64,0 B 2,07 A 2,75 A 63,0 B 40,4 B 0,40
15g
110,4 74,8 A 1,78 B 2,26 B 65,8 A 49,1 A 0,34
0g
111,8 75,4 A 1,79 B 2,27 B 65,8 A 49,6A 0,20
Calcário
Sem
109,6 67,7 1,98 2,59 64,1 43,5 0,41
Com
109,7 68,6 1,95 2,53 64,3 44,1 0,24
Média
109,6 68,1 1,97 2,56 64,2 43,8 0,33
Probabilidade
Restrição
> 0,05 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 > 0,05
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
Restrição x
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
1
Consumo de Ração,
2
Postura,
3
Conversão Alimentar por Dúzia de Ovos,
4
Conversão Alimentar por Massa de Ovos,
5
Peso dos Ovos,
6
Massa de Ovos,
7
Mortalidade
48
Não houve diferença significativa entre as restrições alimentares para consumo
de ração e mortalidade. Resultados que não estão de acordo com Rolon et al. (1993),
que observaram maior consumo de ração para aves submetidas a muda convencional, se
comparadas às aves que receberam ração de baixa energia à vontade, ração de baixa
energia limitada a 45 g/ave/dia, ração de baixa energia limitada a 45 g/ave em dias
alternados até o 21º dia seguida de ração à vontade até o 28º dia.
Foram constatados efeitos significativos das restrições alimentares para
percentagem de postura, conversões alimentares por dúzia e por massa de ovos, peso
dos ovos e massa de ovos, onde se observa que as aves submetidas às maiores
restrições alimentares no período de muda forçada apresentaram melhores resultados de
desempenho no período pós muda, sendo que as aves que receberam 15g de ração/dia
apresentaram resultados estatisticamente semelhantes às que não receberam ração.
Esses resultados assemelham-se aos encontrados por Biggs et al. (2003) que
verificaram produção de ovos e conversão alimentar por dúzia e por massa de ovos
semelhantes entre as aves que receberam trigo suplementado durante a muda e as que
sofreram muda convencional com 10 dias de jejum. Porém, Vermaut et al. (1998)
trabalhando com matrizes pesadas submetidas a muda, com jejum inicial de um dia
seguido por três dietas: ração de muda suplementada com 12% de farelo
desengordurado de jojoba à vontade, ração de muda restrita a 43,6 g/ave/dia e trigo
moído (cinco dias ofertando-se 20 g/ave/dia, seguido por fornecimento crescente de 30,
40, 50 e 60 g/ave/dia nas quatro semanas restantes), observaram menor produção de
ovos no período pós muda para as aves que receberam ração restrita a 43,6g/ave/dia. Da
mesma forma, Ramos et al. (1999) ao pesquisarem a utilização de dieta de baixa
densidade restrita a 45g/ave/dia durante 27 dias para indução da muda forçada,
49
comparada ao método convencional, observaram pior percentagem de postura e pior
conversão alimentar, durante o segundo ciclo de produção, para aves que receberam
dieta de baixa densidade restrita a 45g/ave/dia.
O peso dos ovos das aves submetidas às maiores restrições alimentares (jejum e
15 g/ave/dia) foi maior, o que está em acordo com os achados de Oliveira (1994) que
observaram que as aves em jejum durante a muda apresentaram maior peso de ovos que
as alimentadas com ração de baixa energia a vontade ou restrita a 45gramas por ave por
dia durante 27 dias.
Na Tabela 3 encontram-se os resultados de qualidade dos ovos das aves dos
tratamentos experimentais durante o período pós muda forçada. Constatou-se interação
entre restrição alimentar e níveis de calcário de granulometria grosseira na dieta apenas
para resistência da casca à quebra.
Tabela 3 Qualidade dos ovos durante o período pós muda forçada
Restrições
Médias seguidas por letras diferentes na coluna diferem pelo teste de Tukey (p<0,05).
(ração/ave/dia)
GE
1
(g/cm³
)
Res
2
(kgf)
Esp
3
(mm)
Gema
4
(%)
Casca
5
(%)
Alb
6
(%)
PCSA
7
(mg/cm²)
60g
1,093 2,80 A 0,38 A 26,18 A 9,37 A 64,45 B 80,61 A
45g
1,087 2,82 A 0,38 A 25,96 A 9,26 AB 64,78 B 79,91 AB
30g
1,088 2,76 B 0,38 A 25,91 A 9,38 A 64,70 B 80,58 A
15g
1,087 2,77 A 0,38 A 26,26 A 9,36 A 64,38 B 80,61 A
0g
1,085 2,60 B 0,37 B 24,87 B 8,97 B 66,21 A 77,79 B
Calcário
Sem
1,087 2,77 0,37 25,66 B 9,27 65,07 79,99
Com
1,089 2,72 0,37 26,00 A 9,27 64,73 79,80
Média
1,088 2,75 0,37 25,83 9,27 64,90 79,89
Probabilidade
Restrição
> 0,05 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01 < 0,01
Calcário
> 0,05 > 0,05 > 0,05 < 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
Restrição x
Calcário
> 0,05 < 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05 > 0,05
1
Gravidade Específica,
2
Resistência da Casca à Quebra,
3
Espessura de Casca,
4
Percentagem de Gema,
5
Percentagem de Casca,
6
Percentagem de Albúmen,
7
Peso de Casca por Superfície de Área.
50
Foram observados efeitos significativos do calcário sobre a percentagem de
gema, onde as aves que receberam calcário de granulometria grosseira à vontade na
dieta durante o período de muda apresentaram maior percentagem de gema no período
pós muda.
Não foram encontrados efeitos significativos de restrição alimentar sobre a
gravidade específica dos ovos. Estes resultados corroboram com os observados por
Rolon et al. (1993) que estudaram cinco métodos de muda forçada: muda convencional,
ração de baixa energia à vontade, ração de baixa energia limitada a 45 g/ave/dia, ração
de baixa energia limitada a 45 g/ave em dias alternados até o 21º dia e à vontade até o
28º dia e não observaram diferenças significativas entre os tratamentos para gravidade
específica dos ovos.
Houve diferenças significativas para resistência da casca à quebra, espessura de
casca, percentagem de gema, casca e albúmen e peso de casca por superfície de área
entre as restrições alimentares. Nota-se que as aves submetidas a muda convencional
(jejum) apresentaram os piores resultados de qualidade dos ovos, exceto para
percentagem de albúmen, o que era esperado, tendo em vista que a percentagem de
albúmen é inversamente proporcional a percentagem de gema.
Os resultados de qualidade dos ovos assemelham aos encontrados por Garcia et
al. (1996) e Scherer (2007) que não encontraram efeitos das aves dos tratamentos de
indução de muda sobre a qualidade dos ovos no período pós muda, uma vez que a
formação do ovo se dá em um período muito curto, e portanto torna-se dependente da
disponibilidade de nutrientes existente no momento de sua formação,
independentemente do período de muda.
51
Na Tabela 4 pode-se observar os resultados do desdobramento da interação
entre restrição alimentar e fornecimento de calcário para resistência da casca à quebra.
Para as aves que não receberam calcário o aumento da restrição alimentar
piorou a resistência da casca à quebra. Considerando-se as aves que receberam 60g de
ração por dia, aquelas alimentadas sem calcário apresentaram melhor resistência da
casca à quebra.
Tabela 4 Desdobramento da interação entre restrição alimentar e calcário de
granulometria grosseira para resistência da casca à quebra.
Calcário Restrições (ração/ave/dia)
60g 45g 30g 15g 0g Média
Sem
2949Aa 2835 a 2749 ab 2773 ab 2575 b 2776
Com
2654B 2795 2757 2769 2627 2720
Média
2801 2815 2753 2771 2601 2748
Médias seguidas por letras maiúsculas diferentes na coluna e minúsculas diferentes na linha diferem
significativamente pelo teste de Tukey (p<0,05).
Os resultados da utilização de calcário no período de muda parecem ser
adequados quando se considera o aproveitamento dos ovos durante a muda (Buxadé-
Carbó, 1987). Todavia esses resultados podem ser controversos quando se considera a
utilização do calcário no período de muda e se analisa a qualidade da casca no período
pós muda. Assim, Scherer (2007) não constataram efeito da restrição de cálcio e fósforo
durante a muda sobre a qualidade da casca dos ovos no período pós muda, o que está
em acordo com os achados desta pesquisa.
CONCLUSÕES
Conclui-se que a utilização de 15g de ração/ave/dia para realização da muda forçada
foi viável, pois proporcionou desempenho semelhante e qualidade dos ovos melhor que
o jejum, durante o período pós muda. A utilização de calcário de granulometria
52
grosseira durante a muda não influenciou o desempenho e a qualidade dos ovos após a
muda.
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54
Capítulo 4
IMPLICAÇÕES
55
Existe uma crescente pressão das entidades que buscam o bem-estar na produção
animal, devido algumas práticas adotadas. Na avicultura, por exemplo, alguns
exemplos das práticas condenadas por essas entidades são: muda forçada, criação de
frangos em alta densidade, jejum e debicagem. A muda forçada é motivo de
polemização entre grupos defensores de animais, consumidores, produtores e
pesquisadores, já que o jejum é o método mais utilizado para realização da mesma.
Desta forma, o manejo da muda forçada através do jejum pode ser mais um
empecilho para a exportação de ovos, já que em poucos anos países como os Estados
Unidos bem como a Comunidade Européia deixarão de comprar ovos provenientes de
aves submetidas a muda. Assim, os resultados obtidos com esta pesquisa demonstram
que é possível prolongar a vida útil da poedeira, melhorando o desempenho e
economicidade no processo produtivo, aliado a um maior bem-estar, o que pode
implicar em queda de barreiras impostas pelos países importadores de ovos.
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