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RESUMO
OLIVEIRA, C. A. S. Farelo da Vagem de Algaroba em Dietas para Cabras em Lactação. Itapetinga:
UESB, 2007. 48p. (Dissertação – Mestrado em Zootecnia – Produção de Ruminantes).*
Diferentes níveis de inclusão (0, 33,3, 66,7, e 100%) do farelo de vagem de Algaroba
(Prosopis juliflora) na matéria natural do concentrado, fornecido na proporção de 60% com silagem
de capim Elefante constituindo 40% da MS de dietas para cabras Saanen, foram utilizados para avaliar
o consumo voluntário, a digestibilidade, o valor energético, a produção e composição do leite, o
balanço de nitrogênio, a excreção de uréia, o comportamento ingestivo e o custo econômico das dietas.
Foram utilizadas oito cabras adultas com médias de 60 dias em lactação e 50 kg de peso corporal,
distribuídas em dois quadrados latinos balanceados 4 x 4, em quatro períodos experimentais de
dezessete dias cada, sendo os primeiros dez dias de adaptação e sete dias de coletas de dados. Os
animais foram alojados em baias individuais de madeira com piso ripado, com cochos de alimentação
e de água. Os resultados foram analisados por meio de análise de variância e os itens significativos
submetidos a estudo de regressão. Os consumos de MS, PB e NDT não foram influenciados (P>0,05)
pelos níveis de farelo de vagem de algaroba (FVA). Os consumos de EE (0,51; 0,34; 0,36; 0,20 kg/dia)
e CNF (0,54; 0,53; 0,49; 0,36 kg/dia) apresentaram efeito linear negativo (P<0,05) e para FDA (0,28;
0,35; 0,41; 0,41 kg/dia) observou-se regressão linear positiva em função do aumento de FVA na dieta.
O consumo de MO (1,29; 1,35; 1,39; 1,12 kg/dia) e de FDN apresentaram comportamento quadrático
(P<0,05). Para FDN, estimaram-se consumos máximos de 0,665 kg/dia e 1,48% PC com níveis de
60,3 e 60,9% de substituição, respectivamente. Os coeficientes de digestibilidade dos nutrientes e o
percentual de NDT (65,5%) das dietas não foram afetados (P>0,05). Os tempos despendidos com
alimentação, ruminação e ócio não foram influenciados pela adição de FVA, portanto a taxa de
alimentação de MS das dietas sofreu queda linear (P<0,05) refletindo restrição do consumo. O balanço
de nitrogênio (N) foi negativo e não foi influenciado pelo aumento dos níveis de FVA, assim como as
excreções de N no leite e na urina expressas em g/dia e mg/kgPC
0,75
não foram afetadas (P>0,05). No
entanto, a excreção fecal de N reduziu (P<0,05) com a inclusão de FVA. A utilização de níveis
crescentes de FVA não afeta as concentrações de uréia no leite e no plasma. Não se observou
diferença estatística (P>0,05) entre os tratamentos analisados para a excreção diária de uréia na urina e
no leite. Entretanto, as concentrações de N ureico na urina apresentaram comportamento quadrático
(P<0,05), estimando valor mínimo de 116,7 mg/dl com 43% de FVA. A substituição do milho pelo
FVA até 66,7% no concentrado não altera (P>0,05) a produção de leite (média de 1,91 kg/dia) e os
constituintes do leite como, gordura, proteína bruta, lactose, sólidos totais e extrato seco
desengordurado. Avaliou-se a economicidade de produção de leite, considerando o custo com
alimentação dos animais e a receita representada pela produção de leite. As dietas com 0 e 33,3% de
substituição, o custo do litro de leite foi de R$ 0,33 e das dietas com 66,7 e 100%, o custo foi de R$
0,30. Animais recebendo dieta contendo 33,3 a 66,7% de FVA no concentrado foram os que
proporcionaram melhor margem bruta de lucro em R$/cabra/dia, sem levar em consideração a
variação do peso corporal.
Palavras-chave: balanço de nitrogênio, consumo, digestibilidade, excreção de uréia, produção de
leite, taxa de alimentação.
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* Orientadora: Profa. D.Sc. Mara Lúcia Albuquerque Pereira, UESB e Co-orientador: Prof. D.Sc.
Márcio dos Santos Pedreira, UESB.