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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGROECOLOGIA
CURSO DE MESTRADO EM AGROECOLOGIA
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NO DESENVOLVIMENTO
DE COLÔNIAS DE Melipona compressipes fasciculata (Hymenoptera,
Apidae) NA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE.
ANTÔNIO TOMAZ CORRÊA VASCONCELOS
São Luís (MA)
2009
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II
ANTÔNIO TOMAZ CORRÊA VASCANCELOS
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NO DESENVOLVIMENTO
DE COLÔNIAS DE Melipona compressipes fasciculata (Hymenoptera,
Apidae) NA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE.
Dissertação de Mestrado
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado em
Agroecologia pertencente à Universidade
Estadual do Maranhão, para obtenção do Título
de Mestre.
Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Gusmão Araújo
São Luís (MA)
2009
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III
Vasconcelos, Antônio Tomaz Correia de
Efeito da alimentação artificial no desenvolvimento de
colônias na Baixada Ocidental Maranhense / Antônio Tomaz
Corria de Vasconcelos. – São Luís, 2009.
... f
Dissertação (Mestrado) – Curso de Agroecologia,
Universidade Estadual do Maranhão, 2009.
Orientador: Prof. Dr. José Ribamar Gusmão Araújo
1.Melipona 2.Suplementos alimentares
3.Desenvolvimento produtivo I.Título
CDU: 638.13
(
812.1
)
IV
ANTÔNIO TOMAZ CORRÊA VASCANCELOS
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NO DESENVOLVIMENTO
DE COLÔNIAS DE Melipona compressipes fasciculata (Hymenoptera,
Apidae) NA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE.
Dissertação defendida e aprovada em: ________/________/_________
BANCA EXAMINADORA:
_________________________________________________
Orientador Prof. Dr. José Ribamar Gusmão
___________________________________________________
Prof. Dr. Antônio Carlos Leal de Castro
__________________________________________________
Prof. Dr. José Mauricio Dias Bezerra
UNIVERSIDADE ESTADUAL DO MARANHÃO
2009
V
“A Deus Todo Poderoso, por me ter
permitido mais esta vitória na vida. A
minha esposa Edna e aos meus filhos
Paulo Eduardo e Renata, que me
completam a vida.”
VI
AGRADECIMENTOS
Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado a oportunidade de adquirir mais
conhecimento. Aos meus familiares pela força constante, não permitindo que eu desanima-se.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Maurício Dias Bezerra, por ter acreditado que posso
conseguir meus objetivos. A Ms. Georgiana Carvalho, por ter me ajudado a conseguir esse
objetivo.
Agradeço também, ao Sr. Antônio de Bequimão-MA, que me cedeu às abelhas para
instrumento da minha pesquisa. A Sr. Belo, por ter me ajudado a monitorar meu
experimento.
Ao Fundeci / BNB pelo apoio financeiro ao projeto Difusão de Meliponicultura o
qual contribuiu com a metodologia de multiplicação das colônias.
Ao final agradeço a todos (as) que diretamente e indiretamente, batalharam para que
eu pudesse chegar a este momento sublime de minha vida.
VII
“As Meliponas colaboram para o aumento
da produção e a produtividade sem
aumento de custo, contribuindo para a
economia da natureza, a biodiversidade e a
sustentabilidade.”
Antônio Tomaz
VIII
EFEITO DA ALIMENTAÇÃO ARTIFICIAL NO DESENVOLVIMENTO
DE COLÔNIAS DE Melipona compressipes fasciculata (Hymenoptera,
Apidae) NA BAIXADA OCIDENTAL MARANHENSE.
RESUMO
Esta pesquisa visou avaliar o efeito de diferentes tipos de alimentação em colônias recém
povoadas de Melipona compressipes fasciculata, a fim de determinar quais os melhores
alimentos artificiais para aumento do peso das colônias e seu desenvolvimento. Em um
campo experimental situado no município de Palmerândia, Baixada Ocidental Maranhense,
durante os meses de novembro de 2008 a março de 2009 foram instaladas 25 colônias
alimentadas de forma diferencial com cinco tipos diferentes de alimentos, compreendendo
cinco tratamentos e cinco repetições. Os alimentos testados foram: mel; açúcar e água;
açúcar, água e limão; açúcar, água, limão, vitamina, essência; açúcar, água, limão, vitamina,
essência e pólen. Ao final de 75 dias observou-se que o desenvolvimento das colônias é
influenciado pelos diferentes tipos de alimento artificial e que quanto mais for acrescido de
substâncias nutritivas no alimento artificial das colônias melhor será a sua adaptação após um
povoamento, conseqüentemente o seu desenvolvimento. Todos os suplementos alimentares
apresentaram-se saudáveis e as colônias desenvolveram-se melhor alimentadas com
suplementos cada vez mais enriquecidos. Entretanto não houve diferença significativa entre
as médias de cada tratamento durante cada período de monitoramento. Apesar do peso de
colônias de Melipona compresipes fasciculata variar de acordo com o alimento fornecido.
PALAVRAS – CHAVE: Melipona; suplementos alimentares; desenvolvimento produtivo
IX
EFFECT OF ARTIFICIAL FEEDING ON DEVELOPMENT OF
COLONIES OF Melipona compressipes fasciculata (Hymenoptera, Apidae)
AT THE MARANHENSE WESTERN LOWLAND.
SUMMARY
This study aimed to evaluate the effect of different food supplements in newly populated
colonies of Melipona fasciculata compressipes to determine the best foods for affected
increase in the weight of the colonies and their productive development. In an experimental
field located in the municipality of Palmerândia, Maranhense Western Lowland, during the
months from november 2008 to march 2009 were installed in 25 colonies fed differential
with 05 additional food, comprising 05 treatments and 05 repetitions. The foods were: honey,
sugar and water, sugar, water and lemon, sugar, water, lemon, vitamin, essence, sugar, water,
lemon, vitamin, essence and pollen. By end of 75 days was observed that the development of
colonies is influenced by different types of affected food and the more that is added to
affected food nutrients in colonies of its better adaptation after a settlement, therefore its
development. However no significant difference between the means of each treatment during
each period of monitoring. Thus the weight of colonies of Melipona fasciculata compresipes
varies depending on the food provided, all dietary supplements showed no risk of toxicity
and the colonies had higher weight when fed fortified supplements.
KEYWORDS: Melipona ; food supplements; development
X
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ....................................................................................................... IX
LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ X
INTRODUÇÃO ................................................................................................................. 111
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................... 13
2.1 Aspectos dos Meliponinae ............................................................................................. 13
2.2 Importância e vantagens das abelhas sem ferrão ........................................................... 15
2.3 Alimentos convencionais e alternativos para as abelhas ............................................... 17
2.4 Colméias racionais para criação de abelhas sem ferrão ............................................... 18
2.5 Métodos de divisão de colônias ..................................................................................... 23
3 MATERIAS E METODOS ........................................................................................... 28
3.1 Local do experimento .................................................................................................... 28
3.2 Período de execução ...................................................................................................... 28
3..3 Montagem das colônias ................................................................................................ 28
3.4 Alimentação artificial .................................................................................................... 29
3.5 Analise estatística .......................................................................................................... 31
3.6 Avaliação da qualidade das colônias de Melipona compressipes fasciculata ............... 31
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO ................................................................................... 32
5 CONCLUSÃO ................................................................................................................. 41
REFERÊNCIAS ................................................................................................................ 42
XI
LISTA DE TABELAS
Tabela 01 GANHO DE PESO DAS COLÔNIAS RECEM-FORMADAS DE
M
elipona compressipes
f
asciculata ALIMENTADAS COM
DIFERENTES ALIMENTOS ARTIFICIAIS NO PERIODO DE
15,30,45,60 E 75 DIAS
32
Tabela 02 ANALISE DE VARIÂNCIA DO GANHO DE PESO DAS COLÔNIAS
DE Melipona compressipes fasciculata ALIMENTADAS COM
DIFERENTES ALIMENTOS ARTIFICIAS COM 15, 30, 45, 60 E 75
DIAS
36
XII
LISTA DE FIGURAS
Figura 01
Distribuição de algumas espécies de abelhas sem-ferrão nas regiões do
Brasil
13
Figura 02
Colméia sobenko para Jataí montada e com seus componentes 19
Figura 03
Colméia Uberlândia desmontada 20
Figura 04
Colméia modelo Paulo Nogueira Neto com seus componente. 21
Figura 05
Colméia modelo INPA com seus componentes. 21
Figura 06
Vista anterior (à direita) e posterior (à esquerda) de uma Colméia
MarThi completa.
22
Figura 07
Colônias doadoras de favos e de abelhas 29
Figura 08
Retirada das abelhas das colônias doadoras 30
Figura 09
Colônias recém-formadas de Melipona compressipes fasciculata 31
Figura 10
Pesagens das colônias recém formadas de Melipona compressipes
fasciculata
32
Figura 11
Médias de peso das colônias durante o período de observação. 35
Figura 12
Médias de peso das colônias no primeiro período (0 a 30 dias) e no
segundo período (45 a 75dias) de observação.
34
Figura 13
Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 01 (mel).
37
Figura 14
Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 02 (açúcar + água).
38
Figura 15
Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 03 (açúcar + água + limão).
38
Figura 16
Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 03 (açúcar + água + limão + vitamina + essência).
39
Figura 17
Figura 18
Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 03 (açúcar + água + limão + vitamina + essência + pólen).
Desempenho dos tratamentos de acordo com a atribuição de valores
para os critérios de ser fraca (FR), média (M) e forte (FO)..
40
1 INTRODUÇÃO
As abelhas indígenas sem ferrão pertencem à subfamília Meliponinae, na qual está
subdividida em duas tribos: Meliponini e Trigonini. A tribo Meliponini é formada apenas pelo
gênero Melipona, enquanto a tribo Trigonini, abriga um grande número de gêneros
(Wille,1983). Sua distribuição ocorre em toda a América, Ásia, Ilhas do Pacífico, Austrália,
Nova Guiné e África (Roubik, 1989).
Segundo Kerr (1996) a Melipona compressipes fasciculata (a tiúba do Maranhão) está
entre as três espécies de Meliponini mais manipuladas pelo homem americano. Dentro do
Estado do Maranhão essa possui uma grande importância, visto que é a abelha social mais
comum e representa uma das principais fontes de renda para várias famílias no interior do
Estado, principalmente na Baixada Ocidental Maranhense (Bezerra, 2004). Kerr (1996) já
relatava que índios da tribo dos Timbiras possuíam mais de 2000 colônias dessas abelhas
distribuídas ao redor de suas aldeias.
A contribuição ecológica das abelhas está na sua atuação como agentes polinizadores,
sendo chave para a manutenção da diversidade florística e do equilíbrio ecológico na maioria
dos ecossistemas terrestres (Camargo; Pedro, 2003).
De acordo com Kerr; Carvalho; Nascimento (1996) os meliponíneos são responsáveis,
de acordo com o ecossistema, pela polinização de 40 a 90% das árvores nativas, atuando
também na produtividade das plantas cultivadas e na fertilidade dos vegetais que dependem
da polinização cruzada. Segundo Aidar (2000) na floresta amazônica 60% das árvores são
dióicas e dependem das abelhas para se reproduzirem.
Além dos benefícios ao meio ambiente, as abelhas elaboram diversos produtos
apreciados pelo homem, como por exemplo: o mel, o pólen, cera, geoprópolis, resinas,
própolis, geléia real e apitoxina. Assim para intensificar essa produção as abelhas estão sendo
criadas de forma racional com o aproveitamento da mão-de-obra familiar, gerando renda e
fixando o homem no campo.
12
Entretanto a meliponicultura é uma atividade dependente de recursos naturais,
sofrendo oscilações de produção de acordo com as condições climáticas e ambientais de cada
região (Pereira et. al, 2006).
Deste modo no Maranhão observar-se um serio risco de extinção da Melipona
compressipes fasciculata resultado da ação indiscriminado de meleiros, desmatamentos,
queimadas, oscilações climáticas inesperadas e a falta de um manejo adequado nas criações
racionais (Bezerra, 2004). As agressões às florestas nativas provocam a escassez de alimento
causando prejuízos a sua alimentação, tendo por conseqüência a redução da quantidade de
colonias nas áreas naturais, baixo potencial produtivo nas criações e finalmente a morte
dessas abelhas. Além desses problemas enfrentados pelas abelhas sem ferrão no Maranhão
também verifica-se que a concentração de flora melífera no período seco e a escassez no
período chuvoso enfraquecem as colônias ao longo do ano, na qual reduz o alimento para as
abelhas. Esse enfraquecimento resultam a diminuição da postura e, consequentemente, a
diminuição da quantidade de abelhas por colônia.
Uma alternativa para os meliponicultores é o fornecimento de alimentos artificiais as
colônias durante períodos de pouca florada, mantendo as colônias mais populosas o ano
inteiro, com aumento na postura da rainha, diminuição da perda de peso das colônias e
aumento da produção de mel no período das floradas (Freitas, 1991;Lima,1995). Essa prática
consiste em oferecer as colônias produtos substituitivos ao mel e polén, como por exemplo:
misturas de água e açúcar, vitaminas, farelo de soja, farinha láctea entre outros (Pereira et. al,
2000; Pereira, 2002). Contudo, a maioria desses alimentos é ministrada sem o respaldo de
pesquisas científicas que demonstrem a viabilidade desses produtos.
Partindo desse pressuposto, esta pesquisa visa avaliar o efeito de diferentes tipos de
alimentos em colônias recém povoadas de Melipona compressipes fasciculata, a fim de
determinar quais os melhores alimentos artificiais para o aumento do peso das colônias e seu
desenvolvimento produtivo.
13
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 Aspectos dos Meliponinae
De acordo com Lopes; Ferreira; Santos (2005) existem no Brasil inúmeras espécies de
meliponíneos. Entre os mais conhecidos, estão às abelhas mandaçaia (Melipona
quadrifasciata Lep.), jataí (Tetragonisca angustula Latreielle), mirim (Plebeia sp), Rajada
(Melipona asilvae), canudo (Scaptotrigona sp) e uruçu (Melipona sp). Algumas, como a jataí,
são amplamente distribuídas. Outras são específicas de determinados ambientes, como a
jandaíra ( Melipona subnitida) , que habita a caatinga nordestina (Figura 01).
Figura 01 - Distribuição de algumas espécies de abelhas sem-ferrão nas regiões do Brasil
Fonte: Lopes; Ferreira; Santos (2005).
As abelhas indígenas sem ferrão se organizam em colônias constituídas de rainha,
operárias e machos. Os machos são menores, não possuem corbículas na região da tíbia e são
produzidos, em sua maioria, nas épocas de bastante alimento. As operárias vivem, em média,
de 30 a 45 dias e são responsáveis por todo o trabalho da colônia. A distribuição de serviços
ocorre de acordo com as sucessivas transformações que operam em seu organismo no
decorrer do seu tempo de vida, desenvolvendo diversas funções no ninho como: faxineira,
nutrizes, construtoras, guardas, campeiras, etc. (Godói, 1989). A rainha, quando fecundada, é
caracterizada por possuir o abdômen bem dilatado e circulando entre os favos de cria
(Nogueira - Neto, 1970).
14
Em Apis, de acordo com Robison; Page (1988) apud Waldschmidt et. al. (1997) há
diferenças genéticas que determinam o desempenho em atividades iguais nos ninhos pelas
operárias, sendo esta também responsável pela presença de indivíduos que executam algumas
dessas atividades mais cedo do que em outras.
A Melipona compressipes fasciculata constrói seu ninho em oco de arvores como
cararaúba, criviri, andiroba, bacuri, sabonete e outras. Sua colméia é caracterizada por possuir
uma entrada construída com barro misturado com resina, onde cabem de uma a três abelhas
de cada vez. A parte interna do tubo de entrada varia de tamanho (2 mm até 12 mm) e tem
uma franja variável contendo de 0 a 12 protuberâncias. A parte interna do tubo de entrada
pode ir até o ninho como um hemicilindro ou mesmo como um tubo. Na natureza, as colônias
de tiúba ocupam cortiços que vão desde 12 cm de diâmetro por 60 cm de altura, ou seja, 6,5
litros, até 20 cm de diâmetro por 80 cm de altura, totalizando, 24 litros (Kerr, 1996).
Na região central do ninho estão localizados os favos de cria. Em cada célula do favo
será desenvolvida uma abelha. Após a postura da rainha as operárias fecham a célula de cria,
onde posteriormente ocorrerá o desenvolvimento larval. As células podem estar dispostas lado
a lado formando favos compactos (horizontais ou helicoidais) ou formando cachos. Todo o
alimento necessário para o desenvolvimento da abelha (ovo- larva - pupa - adulto) é fornecido
de uma só vez (Nogueira – Neto, 1997).
Após a célula de postura ter sido selada pelas operárias, o ovo, e posteriormente, a
larva que dele eclodir não fará mais contato físico com a colônia. A larva terá então que se
alimentar e completar seu ciclo larval apenas com o alimento que foi depositado na célula
antes que essa fosse fechada. (Araújo, 2005).
As abelhas sem ferrão coletam néctar das flores e por desidratação e ação enzimática o
transformam em mel o qual é armazenado na colméia em potes de cerume, uma mistura de
cera, própolis e secreção glandular. De acordo com Freitas (2003) potes fechados indica que o
excesso de água foi retirado e as enzimas adicionadas. O mel das abelhas indígenas sem
ferrão apresenta composição diferente do mel de Apis mellifera, pois são mais fluidos e
ácidos, cristalizando lentamente. A quantidade do mel armazenado na colméia varia muito,
havendo espécies que armazenam quantidades muito pequenas, como é o caso de
Leurotrigona cujo sua quantidade é ínfimas e desprezíveis (Monteiro, 2009) e, como a
15
Melipona que armazenam quantidades bastante grandes podendo chegar de acordo com
Venturieri et. al. (2002) para Melipona fasciculata a 1.350 ml em caixa padrão, como é o caso
de Melipona compressipes fasciculata (tiúba) no Maranhão (Campos; Peruquetti, 1999).
2.2 Importância e vantagens das abelhas sem ferrão
A maior vantagem dos meliponíneos não é a produção de mel nem armazenamento de
pólen, mas é a polinização das espécies fanerógamas presentes nos ecossistemas terrestres
(Nogueira -Neto, 1997).
Outra importância relaciona-se ao fato de que os atuais meliponíneos formam um
grupo mais isolado e especializado cujos indivíduos dependem das características climáticas e
florísticas da suas respectivas regiões de origem. Diante disso, existe o fato de que das mais
de 300 espécies de meliponíneos conhecidas, pelo menos 100 estão em perigo de extinção
devido à destruição de seu habitat pelo homem (Kerr; Carvalho; Nascimento, 1996). Pode-se
citar a Melipona capixaba no Brasil, como um exemplo para esse risco de extinção. Esses
meliponíneos ocupam uma área de 100 km ao redor de Domingos Martins (ES), cuja floresta
está fragmentada e, atualmente, corresponde a 8% da mata anterior. Apenas um programa de
criação destas abelhas pelos sitiantes e apicultores com trocas de rainha e divisão racional de
colônias poderá fazer a espécie atingir o ano 2010 (Kerr, 1999).
Existem outras vantagens que favorecem a criação dos meliponíneos, podendo-se
citar: o valor de mercado com a produção de mel diferenciado, orgânico, vendido a um preço
mais elevado do que o do mel de Apis; um custo de implantação e manutenção da criação
inferior ao da apicultura; o produtor poderá fazer parcerias com vizinhos e até formar
cooperativas para comercialização de colônias, rainhas e acessórios para a criação. Todas
essas atividades poderão adicionar renda para a família e contribuir, diretamente, para a
elevação do índice de desenvolvimento humano (IDH) nas suas regiões (Bezerra, 2004).
2.3 Alimentos convencionais e artificiais as abelhas
As abelhas para sobreviverem necessitam se alimentar de água, carboidratos
(açucares) e proteínas cujas substancias estão contidas no mel, no néctar e pólen das flores
(Kerr, 1996).
16
Para atender tal necessidade a formação de reservas alimentares constituídas de potes
de alimentos na qual será fornecido para a sua alimentação e de suas crias.
Contudo existem épocas do ano em que a escassez de alimento provoca o
enfraquecimento dos enxames com continua queda de postura da rainha e redução na
quantidade de cria e de abelhas na colônia (Camargo et.al, 2002). Verificou-se também que,
após as divisões das colônias ocorre o enfraquecimento das mesmas.
Na tentativa de minimizar essas situações que correspondem à diminuição da
produtividade, os meliponicultores têm fornecido as colônias os alimentos convencionais,
incluindo o mel e o pólen.
¾ Mel
A função do mel é suprir as necessidades energéticas das abelhas, atuando na
regulação e manutenção dos processos vitais (Portela; Gallego, 1999).
A composição do mel depende, principalmente, das fontes vegetais das quais ele é
derivado, mas também de diferentes fatores, como o solo, a espécie da abelha, o estado
fisiológico da colônia, o estado de maturação do mel, as condições meteorológicas quando da
colheita, entre outros (Campos 2000 apud Alves, 2005).
De acordo com Souza et .al. (2004) o mel da Melipona compressipes manaosensis
possui na sua constituição cerca de 28,6% de umidade, 0,4% de proteínas, 0,2% de cinzas,
0,15% de lipídeos, 70,6% de glicídios e 285,3% de energia.
De acordo com Nogueira – Neto (1997) o mel pode ser fornecido na alimentação
artificial dentro de alimentadores, porém há a possibilidade de transmitir enfermidades.
¾ Pólen
Consiste o principal alimento protéico para as abelhas adultas e suas larvas. Ele é
transportado para a colônia por abelhas campeiras e estocado em potes que quando fechado
sofrem fermentação (Penedo et. al 1976 apud UFV, 2009).
17
De acordo com Souza et. al. (2004) o pólen da Melipona compressipes manaosensis
possui em sua constituição cerca de 36,9% de umidade, 19,5% de proteínas, 2,1% de cinzas, 4
% de lipídeos, 37,5% de glicídios e 264,4% de energia.
Por outro lado, atualmente, diversos apicultores têm substituído o mel no manejo de
subsistência oferecendo alimentos artificiais como os abaixo citados:
¾ Xarope de água com açúcar
De acordo com Camargo et.al (2002) o xarope é constituído de água e açúcar em
proporções de 50% de água e 50% de açúcar ou 60% de água e 40% de açúcar. Esse xarope
deve ser fornecido no dia em que foi preparado e o consumo é em média de 0,5 litros diário
por colônia.
¾ Xarope de açúcar invertido
Contém 5Kg de açúcar, 1,7 litros de água e 5g de acido tartárico ou cítrico. Após a
fervura da água e açúcar adicionam-se os ácidos e em fogo baixo espera-se por 40 a 50
minutos. Em Apís é recomendado fornecer 1 litro a cada 2 dias as colônias.
¾ Rapadura
Facilita o manejo, pois é um alimento que já está pronto, porém provoca morte de
enxames se não tiver os cuidados com a baixa qualidade do produto, armazenamento
inadequado e fornecimento inadequado.
De acordo com Sousa (2004) a alimentação energética para as abelhas é menos
problemática que a alimentação protéica, visto que a simples mistura de água e açúcar
responde aos objetivos do criador.Porém é de extrema importância oferecer os dois tipos de
alimentos, pois as abelhas se mantém fortalecidas, aproveitam melhor os recursos naturais
sem causar prejuízos aos criadores e investem na proliferação de crias (Raad, 2002).
Assim a suplementação alimentar energética-proteica das colônias é importante, pois
pode ser adotada para antecipar o desenvolvimento das colônias, para suprir necessidades
18
multifuncionais, após alguma adversidade climática, para que não ocorram reduções bruscas
na produção de mel acarretando certos tipos de distúrbios (Salomé, 2002).
2.4 Colméias racionais para criação de abelhas sem ferrão
Varias espécies de abelhas sem ferrão podem ser criadas pelo homem. O meliponário,
local onde as abelhas serão criadas, deverá ser protegido dos ventos fortes que dificultam o
vôo das abelhas e deverá ser o mais próximo possível da vegetação que fornecerá alimento
para as colônias (Campos, 1999). As colméias deverão ser instaladas em lugares sombreados,
protegidos da incidência direta dos raios solares e de chuvas. A colméia deverá ficar a uma
distância mínima de 60 cm do solo. Para obtenção das colônias os meliponicultores deverão
comprá-las de outros meliponicultores, cadastrados em órgãos especializados, ou capturá-las
na matas, isto acontecendo somente quando estas colônias estiverem correndo riscos. Para a
instalação também, deve-se ter o cuidado com o transporte (Campos, 1991).
Segundo Bezerra (2004) a falta de informação dos meliponicultores associada à
escassez de recursos financeiros têm causado uma desuniformidade nas colméias para criação
das abelhas sem ferrão no Maranhão, causando uma irregularidade de produção nos
meliponários.
A escolha do tipo de colméia deve estar diretamente relacionada à espécie de abelha,
pois entre os meliponíneos existem variações de tamanho, comportamento e adaptabilidade ao
ambiente (Kerr; Carvalho; Nascimento, 1996).
Assim diversas são as pesquisas que indicam as colméias mais aconselháveis para
cada espécie de meliponineos, como por exemplo a pesquisa desenvolvida por Evangelista;
Sarmento (2003) que estudando Melipona scutellaris na região do Brejo Paraibano. Esses
autores observaram que na transferência de 12 colméias de troncos para colméias racionais
modelo Uberlândia, houve uma imediata adaptação dessas colônias às colméias racionais, este
fato foi decorrente do aumento na produção de mel, da facilidade em realizar o
acompanhamento das colônias, da redução da mortalidade das abelhas e, conseqüentemente,
da manutenção do nível ótimo da população na escassez da florada.
19
Atualmente, existem vários modelos de colméias racionais sendo utilizadas pelos
meliponicultores no Brasil, como os descritos abaixo:
¾ Colméia Sobenko para Jataí
Este modelo foi desenvolvido pelo Sr. João Sobenko da APACAME (Associação
Paulista de Apicultores Criadores de Abelhas Melíferas Européias) para abelha jataí, visto que
é bastante criada na região sudeste do país. Sua estrutura contempla uma melgueira (área para
colocação dos potes de mel pelas abelhas) na parte superior da colméia, possibilitando um
aumento do número delas de acordo com a produção (Figura 02).
Figura 02 – Colméia sobenko para Jataí montada e com seus componentes
FONTE: Campos; Peruquetti (1999)
¾ Modelo Uberlândia para Uruçu
Este modelo foi idealizado por Paulo Nogueira Neto, Warwick Estevam Kerr,
Francisco Aguillera Peralta e Virgilio de Portugal Araújo, sendo resultado da união de vários
modelos e várias experiências (Kerr, 1996).
Kerr; Carvalho; Nascimento, (1996) consideraram o volume da colméia como fator
responsável pela adaptação das abelhas ao ambiente da colméia. Logo, as medidas da colméia
equivalem ao dobro do volume médio ocupado pela colônia das espécies na natureza,
podendo ter alterações de acordo com a região. Assim este modelo ficou conhecido como
modelo cúbico, com módulos medindo 30x30x30 centímetros e paredes revestidas de isopor,
foi primeiro modelo racional adotado para a abelha tiúba (Figura 03).
20
Figura 03 – Colméia Uberlândia desmontada
FONTE: Campos; Peruquetti (1999)
Pesquisas realizadas por Aidar; Kerr (2003) verificaram o processo de adaptação das
abelhas Uruçus (Melipona scutellaris) após transferências para colméias modelo Uberlândia.
Os resultados demonstraram que as uruçus não apresentam variações comportamentais após a
transferência, pois a colméia ofereceu boa condição de adaptabilidade para a espécie. O
mesmo estudo prolongou-se a outros meliponíneos, como: Mandaçaia (Melipona
quadrifasciata anthidioides), onde na colméia houve diminuição do volume para garantir a
manutenção do bom desempenho das colônias; Manduris (Melipona marginata postica), que
apresentou o pior desempenho, mostrando que o volume da colméia foi excessivo para essas
abelhas, já que essa espécie apresenta uma população menor e mais sensível às variações
ambientais.
¾ Modelo Paulo Nogueira Neto (PNN)
Este modelo foi idealizado por Paulo Nogueira Neto, com a finalidade de facilitar o
manuseio, a extração do mel e a divisão das colônias (Figura 04). Para a utilização desse
modelo deve-se ter um cuidado especial com os potes de alimento, pois a altura dos espaços
destinados a ele é limitada (UFV, 2004).
21
Figura 04 – Colméia modelo Paulo Nogueira Neto com seus componentes.
FONTE: Campos; Peruquetti (1999)
¾ Modelo INPA
Este modelo foi idealizado por Fernando Oliveira e Warwick Kerr para as espécies de
uruçu da amazônia (Figura 05). Porém, pode também ser utilizada para outras espécies
(Carvalho; Alves; Souza, 2003).
Figura 05 – Colméia modelo INPA com seus componentes.
FONTE: Campos; Peruquetti (1999)
22
¾ Modelo MarThi
Este modelo foi idealizado com o objetivo de atender as exigências dos
meliponicultores do Estado do Maranhão. Este modelo é uma adaptação de outros modelos,
com um aperfeiçoamento caracterizado pela presença de alças que facilitam o monitoramento
da produção de mel, a divisão e o manejo das colônias (Bezerra, 1999).
A colméia MarThi é composta por dois compartimentos, um destinado à cria e outro a
estocagem de pólen, mel, própolis e geoprópolis. Possui também diversos assessórios: um
visor (vidro ou plástico colocado entre a melgueira e a tampa) para que sejam realizados o
monitoramento da colônia e dois alimentadores internos (estruturas de PVC), um para pólen e
outro para xarope/mel fixados em sua estrutura A região destinada à cria, que é constituída
por três alças (ninho, sobre-ninho e ventilação), e a região destinada a produção do mel
constituída por melgueiras. Estas regiões podem ser aumentadas ou diminuídas de acordo com
o desenvolvimento da colônia e os objetivos do criador (Figura 06).
Figura 06 – Vista anterior (à direita) e posterior (à esquerda) de Colméia MarThi
completa.
FONTE: Bezerra (2004)
Os alimentadores internos foram criados a fim de melhorarem o manejo das abelhas,
sendo confeccionados com PVC, devido sua durabilidade, preço baixo, disponibilidade e
facilidade de limpeza. Os alimentadores são compostos por duas partes, um móvel, que pode
23
ser retirado da colméia, servindo de reservatório para o xarope e para o pólen, e assim facilitar
as trocas e limpezas, e outra fixa, que fica permanentemente na colméia, estes servem para o
encaixe da parte móvel e para o acesso das abelhas ao alimento (Bezerra, 2004).
2.5 Métodos de divisão de colônias
Segundo Monteiro (2006) a divisão da colônia somente deverá ser feita quando a
mesma estiver forte, ou seja, quando possuírem muitos potes de alimento e diversos favos de
cria. A divisão deve ser feita durante as grandes floradas, principalmente na primavera, em
dias quentes com ausência de vento (Barros, 2006).
Estes métodos são importantes, pois garantem a manutenção do material genético e
possibilitam sua troca entre as colônias, impedindo a consangüinidade, e também permitem
que as colônias possam fortalecer-se e aumentar sua produção.
De acordo com Kerr; Carvalho; Nascimento (1996) para aumentar o número de
colméias na área de produção, deve-se usar técnicas de divisão de colônias, podendo seguir
alguns métodos, como:
¾ Método dois favos
Neste método ocorre à disponibilidade de duas colônias doadoras fortes, uma doará à
nova colônia dois favos de cria nascente, parte do invólucro de cera, potes de alimento e
operárias campeiras; enquanto a outra doará as operárias campeiras. As rainhas fisiogástricas
permaneceram em suas colônias de origem.
¾ Método um pra um
Neste método divide-se a colônia doadora de forma regular, retirando os favos
alternadamente, ou seja, todos os favos são repartidos igualmente. A rainha fisiogástrica
permanece na colônia-mãe.
24
¾ Método dois para um
Este método utiliza duas colônias doadoras para formar uma nova colônia. Uma das
doadoras cede favos de cria nascente e à outra cede potes de alimento e operárias campeiras.
Na utilização desse método para formação da nova colônia deve-se ter o cuidado para
não misturar abelhas adultas de mais de uma colônia, pois elas se atacarão mutuamente e,
consequentemente, muitas delas morrerãor.
¾ Método de otimização de colônias
Este método é baseado em um estudo realizado por Carvalho (2007) com colônias de
tiúba na região da Baixada Maranhense. Consistindo na seleção de colônias fortes doadoras
na qual se retira cerca de 200 abelhas, entre jovens e adultas, além de favos de cria nascentes
com cerca de 500 células de cria para formação de uma nova colônia seguindo os seguintes
passos:
1) Selecionam-se colônias doadoras fortes caracterizadas por apresentarem mais de cinco
favos de cria com diâmetro superior a 10 cm, população com grande número de
operárias e intensas posturas de ovos pela rainha;
2) No dia anterior a divisão fecha-se a entrada das colônias e prepara-se todo o material
que irá ser utilizado como, por exemplo: formão, espátula, fios de nylon, caixas
vazias, cera derretida, telas e garrafas Peti com perfurações laterais. A divisão deve ser
realizada nas primeiras horas da manhã devido à temperatura ser mais amena que
facilita o manejo para o meliponicultor (a);
3) Selecionam-se algumas colônias doadoras para serem cederem favos de cria nascentes
e outras para serem doadoras de abelhas adultas;
4) Retiram-se os favos de cria nascentes das colônias doadoras com auxilio de tesouras e
fios de nylon, e os fixam na parte referente ao fundo das caixas. Enquanto as abelhas
adultas são retiradas com garrafas Peti colocadas na entrada da colônia;
25
5) Após o povoamento as novas colméias são fechadas com tela e transferidas para um
novo meliponário distante cerca de 2 Km do anterior. No novo meliponário as
colônias devem ser alimentadas com xarope e abertas somente na noite do dia
posterior a transferência. O monitoramento é fundamental para o sucesso da divisão,
pois se deve observar o aparecimento da rainha fisiogástrica e o inicio da postura.
Este método de multiplicação de colônias maximiza a quantidade de colônias geradas
de uma só colônia mãe ou doadora. Assim de apenas uma colônia mãe forte pode gerar até 5
novas colônias.
26
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Local do experimento
A pesquisa foi realizada em um campo experimental de criação de abelhas Melipona
situado no município de Palmerândia, Baixada Ocidental Maranhense, localizado a 02°40’
27.8”S (longitude) e 044° 52”46.6”W (latitude) no Estado do Maranhão.
3.2 Período de execução
A pesquisa abrangeu o final do período seco a meados do período chuvoso no Estado
do Maranhão, compreendendo os meses de novembro de 2008 a março de 2009, ou seja, no
momento em que na meliponicultura tradicional não se devem realizar divisões de colônias e,
necessariamente, há o fornecimento de alimentos artificiais.
Dessa forma os resultados demonstraram interferências do período climático que
ajudam a esclarecer algumas dúvidas práticas para os meliponicultores maranhenses.
3.3 Formação das colônias experimentais
Para a formação das colônias experimentais foi utilizado o método de povoamento de
colméias proposto por Carvalho (2007).
Selecionaram-se colônias mães (CM) oriundas de meliponários situados no povoado
de Monte Alegre (Bequimão – MA). As colônias mães foram todas caracterizadas como
fortes, ou seja, apresentavam mais de cinco favos de cria com diâmetro superior a 10cm,
população com grande número de operárias, alimento estocado e intensas posturas de ovos
pela rainha, de modo que qualquer uma delas poderia ser dividias ao meio e multiplicadas
racionalmente (Figura 07).
27
Figura 07 – Colônias doadoras de favos e abelhas
As colônias doadoras foram divididas em dois grupos: 1º) composto por colônias
doadoras de abelhas adultas; 2º) composto por colônias doadoras de favos de cria nascente.
O modelo de colméia utilizado no experimento foi o MarThi (Bezerra, 2004). Os favos
de cria nascentes utilizados no povoamento das colônias quando retirados das colônias
doadoras eram desenhados em papel e as células de cria eram conferidas, a fim estabelecer
uma relação entre o número de abelhas inseridas. Foram colocadas aproximadamente 500
células de cria nascente por colméia.
As abelhas adultas foram retiradas da colônia doadora através de garrafas Peti
facilitando a contagem e a separação das abelhas jovens e das abelhas campeiras (Figura -08).
Cada abelha foi colocada separadamente na colméia a ser povoada. A proporção de abelhas
utilizadas foi de metade para abelhas consideradas jovens (estão no interior da colméia, não
voam) e metades para abelhas campeiras (desempenham atividades externas a colméia).
28
Figura 08 – Retirada das abelhas das colônias doadoras
Ao final cada colônia nova formada possuía cerca de 500 células de cria nascente e
200 abelhas adultas, entre jovens e campeiras.
3.4 Alimentação Artificial
Foram realizados cinco tratamentos baseados em diferentes alimentos artificiais
distribuídos em cinco repetições, de acordo com as especificações abaixo:
T1 – Mel
T2 – Açúcar e água (1:1)
T3 – Açúcar; água; limão (1:1:1 colher de sopa de limão)
T4 – Açúcar; água; limão; vitamina; essência (1:1:1 colher de sopa de limão:10 gotas de
vitamina:5 gotas de essência)
T5 – açúcar; água; limão; vitamina; essência; pólen (1:1:1 colher de sopa de limão: 10 gotas
de vitamina:5 gotas de essência: 1 colher de sopa de pólen)
No tratamento 01 foi fornecido o mel da própria Melipona compressipes fasciculata
sem diluição.
No tratamento 02 foi fornecido 1 Kg de açúcar refinado dissolvido em 01 litro de água
fervida.
29
No tratamento 03 foi fornecido 1 Kg de açúcar refinado dissolvido em 01 litro de água
fervida acrescido de suco de limão, proveniente de um limão. O limão serviu de fonte de
ácido cítrico.
No tratamento 04 foram fornecidos 1 Kg de açúcar refinado dissolvido em 01 litro de
água fervida acrescido de suco de um limão, 10 gotas de vitamina e 5 gotas de essência de
rosas.
No tratamento 05 foi fornecido 1 Kg de açúcar refinado dissolvido em 01 litro de água
fervida acrescido de suco de um limão, 10 gotas de vitamina, 5 gotas de essência de rosas e
uma colher de sopa de pólen.
As colônias foram alimentadas diariamente de acordo com os tratamentos, através de
alimentadores artificiais (Figura 09).
Figura 09 – Colônias recém formadas de Melipona compressipes fasciculata
O monitoramento das colônias realizou-se de 15 em 15 dias por um período de 75
dias. Esse acompanhamento baseou-se em pesagens de cada colônia em uma balança de 5kg,
com precisão de um décimo de grama (Figura 10).
30
Figura 10 – Pesagens das colônias recém formadas de Melipona compressipes fasciculata
3.5 Análise estatística
Para análise estatística foi considerado o peso de cada colônia de acordo com o
tratamento durante o período de 75 dias após a formação das novas colônias. Os dados foram
submetidos à variância (ANOVA).
3.6 Avaliação do desenvolvimento das colônias de Melipona compressipes fasciculata
As colônias de Melipona compressipes fasciculata foram fotografadas durante
todo o período do experimento para que se pudesse avaliar a qualidade de acordo com o
alimento artificial fornecido. Ao final do período de execução da pesquisa, ou seja, aos 75
dias as colônias foram classificadas de acordo com o seu desenvolvimento, por meio das
fotografias da seguinte forma: fraca (-); forte (+); média (+ ou -).
Dessa forma, as colônias foram classificadas seguindo os critérios abaixo:
FRACA OU EM EXTIÇÃO:
Ausência de rainha ou
rainha sem postura;
Ausência de postura;
Poucas operárias;
Ausência de potes de
alimentos.
MÉDIA:
Presença de Rainha;
Pouca postura;
Presença de poucos potes de
Alimentos;
Invólucros incompletos;
Poucas Operárias;
FORTE:
Presença de Rainha
Presença de muita postura;
Muitos potes de alimentos;
Invólucros de Alimentos
completos;
Muitas Operárias;
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Em relação aos pesos do inicio do experimento até 75 dias após o povoamento da
colméia de Melipona compressipes fasciculata foram verificados os seguintes pesos de acordo
com a Tabela 01 abaixo.
Tabela 01 – Peso em kilogramas das colônias recém-formadas de Melipona compressipes
fasciculata alimentadas com diferentes alimentos artificiais no período de 15, 30, 45, 60 e
75 dias.
Trat.*
Colô-
nias
Peso (kg)/dias
MÉDIA
TOTAL
Início 15 30 Per. 01 45 60 75 Per. 02
T1 1 1,70 1,60 1,90 1,75 1,60 1,95
T1 2 1,85 2,30 2,10 1,95 1,80 1,60
T1 3 1,65 1,60 1,80 1,75 1,70 1,90
T1 4 1,65 1,60 2,00 1,90 1,80 1,60
T1 5 1,65 2,00 2,10 1,90 1,80 1,80
MÉDIA 1,7 1,82 1,98 1,84 1,85 1,74 1,77 1,81 1,81
T2 1 1,65 1,60 1,90 1,95 2,00 2,10
T2 2 1,75 1,80 1,80 1,90 1,80 1,90
T2 3 1,6 1,70 1,80 1,70 1,60 1,60
T2 4 1,95 2,10 2,00 1,90 1,70 1,80
T2 5 1,80 2,10 2,10 1,90 1,80 2,00
MÉDIA 1,75 1,86 1,92 1,84 1,87 1,78 1,88 1,84 1,84
T3 1 1,50 1,30 1,00 1,50 1,70 1,75
T3 2 1,90 1,70 1,85 1,90 1,60 1,80
T3 3 1,95 2,10 2,00 2,20 2,10 2,35
T3 4 1,80 2,00 1,80 1,90 1,80 1,60
T3 5 1,40 1,50 1,75 1,80 1,60 1,80
MÉDIA 1,71 1,72 1,68 1,71 1,86 1,76 1,86 1,77 1,76
T4 1 1,90 2,10 1,80 1,90 1,80 1,85
T4 2 1,90 2,20 2,00 2,10 2,20 2,25
T4 3 1,00 1,30 1,25 1,60 1,60 1,80
T4 4 1,45 1,60 1,50 1,80 1,70 1,90
T4 5 1,25 1,50 1,40 1,60 1,70 1,80
MÉDIA 1,5 1,74 1,59 1,61 1,8 1,8 1,92 1,82 1,72
T5 1 1,90 2,10 2,00 2,20 2,60 2,55
1,98
T5 2 1,90 2,15 1,80 2,10 2,00 2,00
T5 3 1,80 1,70 1,00 1,50 1,70 2,00
T5 4 1,90 2,00 2,05 2,15 2,00 2,50
T5 5 1,90 2,10 1,70 2,20 1,90 1,90
MÉDIA 1,88 2,01 1,71 1,87 2,03 2,04 2,19 2,09
* T1: mel; T2: Açúcar e água; T3: Açúcar, água e limão; T4: açúcar, água, limão, vitamina e essência; T5:
açúcar, água, limão, vitamina, essência e pólen.
De acordo com o apresentado na Tabela 01 aos 15 dias após o inicio do experimento a
maioria das colônias em todos os tratamentos ganhou peso, mostrando uma boa adaptação e
desenvolvimento das colônias recém-formadas. Contudo a colônia 02 do tratamento 01, que
corresponde à alimentação baseada em mel, possui um peso superior a todas as outras
colônias. Este fato foi determinado pelo aparecimento mais rápido da rainha fisiogástrica,
conseqüentemente houve o povoamento mais rápido da colônia. Já a colônia 01 do tratamento
12
3(água, açúcar e limão), assim como a colônia 03 do tratamento 4(açúcar; água; limão;
vitamina; essência) possuíram valores muito abaixo relacionando com as demais colônias,
demonstrando dificuldade de adaptação, como conseqüência atraso na construção de potes de
alimento e aparecimento da rainha fisiogástrica.
Aos 30 dias após o povoamento a maior parte das colônias perde peso, onde a colônia
03 no tratamento 05(açúcar; água; limão; vitamina; essência; pólen) perdeu cerca de 700g,
demonstrando que nessa fase apesar da postura da rainha, as abelhas adultas inseridas estão
inicialmente em seus últimos estágios de vida. Nesse período a colônia 01 e 02 do tratamento
01(mel) e a colônia 05 do tratamento 02 apresentam peso superior a todas as outras colônias.
A colônia 01 do tratamento 03(água; açúcar; limão) apresenta peso inferior a todas as outras
colônias, pois essa colônia foi a que possuiu o pior índice de adaptação após o povoamento.
Aos 45 dias após o povoamento as abelhas resultantes de posturas recentes começam a
nascer e a maioria das colônias apresenta ganho de peso. Contudo a colônia 01 do tratamento
03 e a colônia 03 do tratamento 05 ainda possuem peso inferior as demais, porém ressalta-se
que a colônia 01 do tratamento 03 começa a ganhar peso, resultado do inicio da postura da
rainha fisiogástrica. Já as colônias 03 do tratamento 03, colônia 01 do tratamento 05 e a
colônia 05 do tratamento 05 apresentam maior ganho de peso com relação a todas as outras
colônias.
Aos 60 dias observa-se que a maioria das colônias volta a perder peso, cerca de 100 g
na grande maioria, porém essa perda é relativamente baixa, pois a quantidade de abelhas
jovens ainda é pequena no interior das colônias. A construção de potes de alimento é realizada
pelas abelhas jovens sendo proporcional ao número de abelhas e a quantidade de células de
cria presentes na colônia. Nesse período a colônia 01 do tratamento 05 apresenta maior peso
em relação a todas as outras colônias, demonstrado por um ganho de peso continuo em todas
as pesagens durante o experimento.Já as colônias 01 do tratamento 01 e a 02 do tratamento 03
apresentam ganho de peso inferior a todas as outras colônias, mostrando uma oscilação de
peso durante as pesagens.
Aos 75 dias a maioria das colônias apresenta ganho de peso demonstrando que neste
período as colônias já estão estáveis, com bom desenvolvimento determinado pela quantidade
de abelhas adultas, células de cria e potes de alimento suficientes para a sua manutenção.
13
Ressalta-se a colônia 01 do tratamento 05 com ganho de peso superior as demais colônias e a
colônia 03 do tratamento 02 com ganho de peso inferior as demais colônias.
Observa-se que o desenvolvimento das colônias é influenciado pelos diferentes tipos
de alimento artificial e que quanto mais for acrescido de substâncias nutritivas no alimento
artificial das colônias melhor será a sua adaptação após um povoamento, conseqüentemente o
seu desenvolvimento (Figura -11).
Figura 11 – Médias de peso das colônias durante o período de observação.
O tratamento 05 cujo sua composição consta de açúcar, água, limão, vitamina,
essência e pólen ao final do período de observação demonstrou valores superiores aos demais
tratamentos ao final do período de coleta de dados da pesquisa. O tratamento três que se
relaciona ao alimento artificial mais utilizado pelos apicultores demonstrou um ganho de peso
inicial superior aos demais tratamentos, porém ao passar do tempo se mantém.
Logo os resultados demonstram que o grau de desenvolvimento da colônia relaciona-
se a quantidade de alimento disponível e ao tipo de alimento. De acordo com Costagnino et.al
14
(2006) existem diversas pesquisas científicas que estabelece uma estreita relação entre o
estado nutricional da colônia com a área de pólen e de cria.
Verificando o aparecimento da rainha fisiogástrica observou-se que colônias
alimentadas com mel seu aparecimento está entre 10 dias após o povoamento, ou seja, inferior
as demais colônias que está em torno de 15 dias. Contudo isto não resulta em um ganho de
peso mais rápido das colônias, visto que há uma redução das abelhas adultas e o seu
desenvolvimento só volta aumentar com o nascimento das novas abelhas, conforme pode-se
notar na figura 12.
0
0,5
1
1,5
2
2,5
12345
Tratamentos
Peso(kg)
Peso de 0 a 30 dias de
observão
Peso de 45 a 75 dias de
observão
Figura 12 – Médias de peso das colônias no primeiro período (0 a 30 dias) e no segundo
período (45 a 75dias) de observação.
Já quando o alimento artificial é enriquecido com outras fontes energéticas as abelhas
adultas aumentam a sua longevidade, realizando a construção de potes de alimento. Além
disso, ocorre a postura da rainha fisiogástrica, aumento do número de abelhas,
gradativamente, ou seja, as condições da colônia serão melhoradas até atingir a sua
estabilidade.
De acordo Costagnino et.al (2006), ao observar o desenvolvimento de núcleos de Apis
mellifera alimentados com suplemento aminoácido e vitamínico (Promotor L), não há
15
influência no crescimento da área de cria das colônias, aumentando assim, os custos com a
alimentação.
Também foi observado que todos os diferentes alimentos contido nos cinco
tratamentos não ofereceram riscos à saúde das colônias recém-formadas, já que todas
apresentaram desenvolvimento da área de cria e de alimento até o fim das observações. Assim
recomenda-se sua utilização como suplemento alimentar as abelhas Melipona compressipes
fasciculata nos meliponários maranhenses, ressaltando que o tratamento 02 é muito utilizado
cotidianamente, qual deve ser substituído pelo tratamento 5.
Pereira et al. (2007) relata a importância de se observar à toxicidade dos suplementos
alimentares às abelhas, visto que é grande o número de criadores que recorrem a esse
mecanismo a fim de melhorar suas colônias. Quanto à suplementação protéica não se
recomenda alimentar as abelhas Apis mellifera com farinha de bordão-de-velho
(Pithecellobium cf. samem), pois causa toxicidade (Pereira et al., 2007). Também se relata
que 40% dos açucares da soja são tóxicos ás abelhas (Barker,1977) e a adição de 10% de
lactose ou galactose em xarope de açúcar aumenta a mortalidade das abelhas
(Sylvester,1979). Logo o uso do próprio pólen é o mais recomendável para a suplementação
alimentar.
De acordo com os dados obtidos através do monitoramento das colônias, os resultados
foram analisados estatisticamente e estão descritos na Tabela-02 abaixo.
TABELA 02 – Análise de variância do ganho de peso das colônias de Melipona
compressipes fasciculata alimentadas com diferentes alimentos artificias com 15, 30, 45,
60 e 75 DIAS.
TRATAMENTO MÉDIAS DE GANHO DE PESO (kg)/DIAS
Inicio 15 30 45 60 75
Mel
1,70 1,82 1,98 1,85 1,74 1,77
Água; açúcar
1,75 1,86 1,92 1,87 1,78 1,88
Água; açúcar;limão
1,71 1,72 1,68 1,86 1,76 1,86
Açúcar; água; limão; vitamina; essência
1,50 1,74 1,59 1,80 1,80 1,92
açúcar; água; limão; vitamina; essência;
1,88 2,01 1,71 2,03 2,04 2,19
16
pólen
C.V(%)
13,03 16,45 17,05 11,04 12,04 12,23
F*
1,88
NS
0,740
NS
1,507
NS
0,877
NS
1,564
NS
2,268
NS
* Médias seguidas da mesma letra e número, não diferem estatisticamente pelo teste F a 5%
Apesar das variações no peso das colônias de acordo com o alimento fornecido, nas
colônias recém-formadas não houve diferença significativa entre as médias de cada
tratamento durante cada período de monitoramento.
Este resultado difere do encontrado por Padilha et.al (2008), que observando 05
colônias de Apis mellifera suplementadas com xarope de açúcar invertido e um componente
protéico vitamínico (Promotor L) e 05 colônias que não receberam suplementação, houve
diferença significativa entre os tratamentos, visto que as colônias com a dieta suplementar
apresentaram maiores áreas de ovo e larva, pupa, mel e pólen. Entretanto acompanha os
resultados obtidos por Costa et.al (2002) que não encontrou diferenças significativas no uso
de suplementação alimentar para o desenvolvimento das áreas de ovos, larvas e pupas, e para
as áreas de alimento (pólen e mel) em colônias de Apis mellifera.
A partir das fotografias tiradas aos 75 dias após o povoamento, ou seja, no final do
experimento, foi observado que as colônias de Melipona compressipes fasciculata sofriam
divergências em relação ao se desenvolvimento entre colônias no mesmo tratamento e entre
colônias de tratamentos diferentes, como mostra as figuras 13 a 17.
De acordo com a Figura 13 foi observado que as colônias estavam médias, possuindo
apenas uma fraca ou em extinção.
17
Figura 13 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 01 (mel).
Quando alimentadas com água e açúcar (tratamento 02) às colônias tiveram um menor
desenvolvimento quando comparada com os resultados obtidos pelo tratamento 01. (Figura
14).
(-) (+ ou -) (+ ou -)
Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3
(+) (-)
Colônia 4 Colônia 5
(+ ou -) (+ ou -) (-)
Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3
(+ ou -) (+)
Colônia 4 Colônia 5
18
Figura 14 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 02 (açúcar + água).
As colônias alimentadas com o tratamento 03 demonstram qualidade boa em sua
maioria (Figura 15) (Ressalta-se que este é o tratamento mais empregado pelos
meliponicultores maranhenses para suplementação alimentar no período chuvoso).
Figura 15 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
Figura 15 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 03 (açúcar + água + limão).
Contudo, notou-se que o tratamento 04 somente uma colônia teve a classificação do
tipo fraca ou em extinção, sendo as demais todas com a qualidade boa (Figura 16). Neste
momento, percebendo-se uma melhora em relação ao tratamento de anterior, verifica-se uma
tendência que quanto mais enriquecido o alimento artificial, melhor será o desenvolvimento
das colônias.
(+) (-) (+)
Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3
(+ ou -) (+)
Colônia 4 Colônia 5
19
Figura 16 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 04 (açúcar + água + limão + vitamina + essência).
Seguindo a mesma tendência anterior, as colônias do tratamento 05 apresentam
qualidade forte e apenas uma com qualidade média, sendo então o melhor resultado dentre
todos os tratamentos (Figura 17).
Figura 17 – Colônias de Melipona compressipes fasciculata alimentadas com o
tratamento 05 (açúcar + água + limão + vitamina + essência + pólen).
(+) (+) (-)
Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3
(+) (+)
Colônia 4 Colônia 5
(+) (+) (+ ou -)
Colônia 1 Colônia 2 Colônia 3
(+) (+)
Colônia 4 Colônia 5
20
A tabela 03 sintetiza o desenvolvimento das colônias de acordo com o tratamento,
onde podemos notar a melhor eficácia do tratamento 5, que apresenta quatro das cinco
colônias como forte, enquanto que apenas uma como fraca.
TABELA 03 – Classificação das colônias de acordo com a alimentação e critérios de ser
fraca (FR), média (M) e forte (FO).
TRATAMENTO
Colônia n.°:
Têndencia
01 02 03 04 05
T 01 + / - +/- - +/- +
M (3 +/-)
T 02 - +/- +/- + -
FR (2 - e 2 +/-)
T 03 +/- - + +/- +
M (3 +)
T 04 + - + +/- +
F (3 +)
T 05 + + +/- + +
F (4 +)
Assim os alimentos podem ser fornecidos para colônias resultantes de povoamentos
artificiais. Entretanto haverá variações no desenvolvimento até que atinjam a estabilidade,
resultando em uma diferença no número de abelhas adultas, células de cria e potes de
alimento.
Podemos notar, que ao se atribuir os valores: “0” para as colônias fracas ou em
extinção, “1” para as colônias médias e 2 para as colônias fortes, verifica-se que quanto maior
o número nutrientes melhor o desenvolvimento da colônia.
0
2
4
6
8
10
T 01
T 02
T 03
T 04
T 05
FIGURA 18 – Desempenho dos tratamentos de acordo com a atribuição de valores para
os critérios de ser fraca (FR), média (M) e forte (FO).
21
22
5 CONCLUSÃO
¾ O peso e o desenvolvimento das colônias de Melipona compresipes fasciculata varia
de acordo com a qualidade do alimento fornecido, resultando em períodos diferentes
para as etapas de desenvolvimento das colônias, entretanto com médias sem diferença
significativa;
¾ Todos os suplementos alimentares auxiliam na multiplicação das colônias de
Melipona compresipes fasciculata;
¾ As colônias de Melipona compresipes fasciculata apresentaram peso e qualidade
superior quando alimentadas com suplementos enriquecidos.
23
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