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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
ESCOLA DE ENGENHARIA
FACULDADE DE ARQUITETURA
PÓS-GRADUAÇÃO EM DESIGN
Paulo Roberto Abbud
Design da Informação: Requisitos de Projeto para um Sistema
de Gerenciamento no Processo Projetual do Produto Edificação
Porto Alegre
2009
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2
Paulo Roberto Abbud
Design da Informação: Requisitos de Projeto para um Sistema
de Gerenciamento no Processo Projetual do Produto Edificação
Dissertação apresentada ao Curso de
s-Graduação em Design da
Universidade Federal do Rio Grande do
Sul, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Design.
Orientador: Prof. Dr. Régio Pierre da
Silva.
Porto Alegre
2009
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A134d Abbud, Paulo Roberto
Design da informação: requisitos de projetos para um sistema de
gerenciamento no processo projetual do produto edificação / Paulo
Roberto Abbud 2009.
Dissertação (mestrado) Universidade Federal do Rio Grande
do Sul. Escola de Engenharia e Faculdade de Arquitetura. Programa
de Pós-Graduação em Design. Porto Alegre, BR-RS, 2009.
Orientador: Prof. Dr. Régio Pierre da Silva
1. Tecnologia da informação. 2. Design da informação. 3.
Gestão de projetos I. Silva, Régio Pierre, orient. III. Título.
CDU-681.32(043)
4
Paulo Roberto Abbud
Design da Informação: Requisitos de Projeto para um Sistema
de Gerenciamento no Processo Projetual do Produto Edificação
Prof. Wilson Kindlein Junior, Dr.
Coordenador PgDesign - UFRGS
Prof. Régio Pierre da Silva, Dr.
Professor Orientador
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Eduardo Luis Isatto
Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor na
Graduação e na Pós-Graduação da UFRGS (NORIE-UFRGS).
Prof. Dr. José Luís Farinatti Aymone
Doutor em Engenharia Civil pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Professor na
Graduação e Pós-Graduação da UFRGS (PgDesign-UFRGS).
Prof
a
. Dra. Tânia Luisa Koltermann da Silva
Doutora em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora
na Graduação e Pós-Graduação da UFRGS (PgDesign-UFRGS).
5
RESUMO
ABBUD, Paulo Roberto. Design da Informação: Requisitos de Projeto para
um Sistema de Gerenciamento no Processo Projetual do Produto
Edificação. 2009. Dissertação (Mestrado em Design) UFRGS Porto Alegre.
A evolução das ferramentas computacionais, aliada à tecnologia da
informação (TI) e ao ambiente web possibilitam a realização de projetos
colaborativos, com maior integração de procedimentos, visando à
comunicação, à coordenação e à cooperação da equipe multidisciplinar. O
estudo de caso, realizado para o projeto de produto edificação, foi desenvolvido
com a aplicação de um questionário nos escritórios de projeto em Porto Alegre
e apontou para uma situão diversa da efetiva utilização destas ferramentas.
O desafio do trabalho está no fato de se estabelecer os requisitos das equipes
de projeto, para o desenvolvimento de um sistema de gestão do conhecimento,
com a utilização da estrutura de metadados para conceber um mecanismo de
busca das informações. O desenvolvimento do processo de investigação
apresentou a influência da TI no setor de projetos; a adoção de um modelo de
referência para gerenciamento do processo de projeto integrado de edificações
(GPPIE) e a possibilidade de integração eficaz com um SGBD.
Palavras-chave: Design da Informação, Gestão da Informação; Gestão do
Conhecimento; TI; Cooperação, Comunicação e Coordenação de Projetos;
Modelo de Refencia; Desenvolvimento Integrado de Produtos;
Gerenciamento de Projetos; SGBD.
6
ABSTRACT
ABBUD, Paulo Roberto. Information Design: Design Requirements for a
Management System in the Design Process Building Product. 2009.
Dissertação (Mestrado em Design) UFRGS Porto Alegre.
The evolution of computational tools, along with information technology
(IT) and the web environment allow for collaborative projects, with a greater
integration of procedures for communication, coordination and cooperation of
the multidisciplinary team. The case study was conducted for the building
design product, was developed with a questionnaire in the design offices in
Porto Alegre, and pointed to a situation different from the effective use of these
tools. The challenge of the work is to establish the requirements of the design
team, developing a management system of Knowledge, using the metadata
structure designing a search engine information. The development of the
research showed the influence of IT in the design, the adoption of a reference
model for building integrated design process management (BIDPM) and the
possibility of effective combination with a DBMS.
Key-words: Information Design; Information Management; Knowledge
Management; IT; Cooperation, Communication and Coordination Project;
Reference Model; Integrated Product Development; Project Management;
DBMS.
7
LISTAS DE FIGURAS
Figura 01 Fases do Projeto na Decisão do Custo do Produto ...................... 29
Figura 02 Fases do Ciclo Produção .............................................................. 32
Figura 03 Etapas de Trabalho Principais no Planejamento e na
Concepção. ...................................................................................................... 35
Figura 04 Modelo de Desenvolvimento de Produto. ..................................... 37
Figura 05 - Fluxograma da Informação entre os Setores de Produção ........... 46
Figura 06 Representação Gráfica do Modelo de Referência. ....................... 56
Figura 07 Exemplo da Sobreposição de Atividades nas Fases do Processo
de Desenvolvimento de Produto. ...................................................................... 58
Figura 08 Planilha Eletrônica de Representação Descritiva do Modelo de
Referência. ....................................................................................................... 59
Figura 09 Macrofases do Processo de Projeto para Estruturação do Modelo
de Referência. .................................................................................................. 61
Figura 10 Representação Gráfica das Fases do Processo de Projeto de
Edificação. ........................................................................................................ 62
Figura 11 Representação Descritiva da Fase do Processo de Projeto
Conceitual. ........................................................................................................ 62
Figura 12 Representação Gráfica dos Domínios de Conhecimento no
GPPIE ............................................................................................................... 63
Figura 13 Diferença entre a Engenharia Sequencial e a Simultânea............ 66
Figura 14 Integração de Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento
ao Planejamento Estratégico. ........................................................................... 75
Figura 15 Etapas de Projeto x Volume de Informação. ................................. 87
Figura 16 Gestão do Conhecimento nas Organizações. .............................. 91
Figura 17 Tipos de Interações na Atividade de Projetos. .............................. 94
Figura 18 Etapas e Seqüência de um Projeto. ............................................. 96
Figura 19 Modelando a Colaboração ............................................................ 97
Figura 20 Pintura Rupestre em Altamira, Espanha ..................................... 125
Figura 21 Utilização de Softwares de CAD Convecionais .......................... 129
Figura 22 Gráfico Comparativo das Tecnologias CAD e Esforço de
Utilização ........................................................................................................ 137
8
Figura 23 Sistema Simplificado de um Banco de Dados ............................ 144
Figura 24 Categorias de Metadados da Norma IEEE-1484.12.1-2002 ....... 147
Figura 25 Integração Modelo Referência com SGBD ................................. 149
Figura 26 Integração do Modelo de Referência com SGBD Simplificado ... 150
Figura 27 Detalhe da Amostra Analisada ................................................... 155
Figura 28 Detalhe de Divulgação dos Questionários .................................. 156
Figura 29 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas...................... 157
Figura 30 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas de
Arquitetura ...................................................................................................... 157
Figura 31 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas Responsáveis
pelos Projetos Complementares ..................................................................... 158
Figura 32 Histograma com o Número de Profissionais de Projeto.............. 159
Figura 33 Utilização de Banco de Dados .................................................... 160
Figura 34 Utilização do Software AutoCad
®
................................................ 160
Figura 35 Utilização do software Sketchup
®
............................................... 161
Figura 36 Utilização dos softwares 3DMax
®
............................................... 162
Figura 37 Utilização dos softwares Vector
®
................................................ 162
Figura 38 Utilização dos softwares Word
®
.................................................. 163
Figura 39 Utilização dos softwares Excel
®
.................................................. 163
Figura 40 Comunicação por e-mail entre Equipe de Projeto ...................... 164
Figura 41 Comunicação por Telefone entre Equipe de Projeto .................. 165
Figura 42 Comunicação por Reunião Presencial de Projeto ...................... 165
Figura 43 Comunicação por e-mail com o Cliente ...................................... 166
Figura 44 Comunicação por Telefone com o Cliente .................................. 166
Figura 45 Comunicação por Reunião Presencial com o Cliente ................. 167
Figura 46 Verificação das Informações de Projeto ..................................... 168
Figura 47 Portfólio das Empresas de Projeto ............................................. 168
Figura 48 Quantidade de Projetos Simultâneos ......................................... 169
Figura 49 Quantidade de Projetos Simultâneos para Empresas de
Arquitetura ...................................................................................................... 170
Figura 50 Quantidade de Projetos Simultâneos para Empresas de Projetos
Complementares de Engenharia .................................................................... 170
Figura 51 Quantidade Máxima de Projetos ................................................. 171
Figura 52 Quantidade Máxima de Projetos ................................................. 171
9
Figura 53 Quantidade Máxima de Projetos ................................................. 172
Figura 54 Inovação de Processos de Projeto ............................................. 172
Figura 55 Serviços Terceirizados ................................................................ 174
Figura 56 Conhecimento dos Serviços da Internet ..................................... 175
Figura 57 Especialidade Profissional .......................................................... 176
Figura 58 Histograma com o Tempo de Experiência Profissional ............... 176
Figura 59 Aperfeiçoamento Profissional ..................................................... 177
Figura 60 Conhecimento sobre Engenharia Sinultânea .............................. 178
Figura 61 Prática de Projeto Colaborativo .................................................. 179
Figura 62 Coordenador de Projetos ............................................................ 180
Figura 63 Gestão da Informação ................................................................ 181
Figura 64 Gestão do Conhecimento ........................................................... 181
Figura 65 Ajustes dos Arquivos de Projeto ................................................. 182
Figura 66 Tempo Estimado para Ajustes .................................................... 183
Figura 67 Local de Armazenamento dos Arquivos de Projeto .................... 184
Figura 68 Organização dos Arquivos de Projeto......................................... 184
10
LISTAS DE QUADROS
Quadro 01- Estrutura do Processo de Projeto de Produto de Woodson .......... 33
Quadro 02 - Etapas do Processo de Projeto. .................................................. 40
Quadro 03- Comparativo das Etapas da Atividade de Projeto. ........................ 42
Quadro 04- Função dos Agentes em Relação à Informação de Projeto. ......... 47
Quadro 05 Resumo das Abordagens para Gestão de PDP. ......................... 51
Quadro 06 Características e Conceitos de Engenharia Simultânea ............. 68
Quadro 07 Comparativo das Abordagens Aplicadas a Gestão do
Conhecimento................................................................................................... 89
Quadro 08 Serviços mais Importantes da Internet ...................................... 110
Quadro 09 Requisitos do Projeto de Produto ............................................. 188
11
LISTAS DE TABELAS
Tabela 01 Resumo das Características de Internet, Intranet e Extranet ..... 117
Tabela 02 Comparativo das Tecnologias CAD............................................ 130
12
LISTAS DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
AEC Arquitetura, Engenharia e Construção
AIA The American Institute of Architects
API Application Programming Interface
ASBEA Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura
ASPs Application Service Providers
BD Banco de Dados
BDOO Banco de Dados Orientado a Objeto
BIM Building Information Modeling
BSCW Basic Support for Cooperative Work
CAD Computer Aided Design
CAE Computer Aided Engineering
CAM Computer Aided Manufacturing
CAPP Computer Aided Process Planning
CDCON Desenvolvimento de Terminologia e Codificação de Materiais e
Serviços para Construção
CEE Collaborative Engineering Enviroment
CFTV Circuito Fechado de Televisão
CIM Computer Integrated Manufacturing
CNC Computer Numeric Control
CSCW Computer Supported Cooperative Work
CSI Construction Specifications Institute
CVE Colaborativo Virtual Environment
DP Desenvolvimento de Produto
ES Engenharia Simultânea
2D Desenho em Duas Dimensões
FTP File Transfer Protocol
GC Gestão do Conhecimento
GF Gerenciamento de Facilidades
GPPIE Gerenciamento do Processo de Projeto Integrado de Edificações
GW Groupware
13
HTML Hypertext Markup Language
IAI International Alliance for Interoperability
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
ISO International Organization for Standardization
ISP Internet Service Provider
JPEG Joint Photographic Experts Group
LAN Local Area Network
NTI’s Novas Tecnologias da Informação
PC Personal Computer
PDA Personal Digital Assistants
PDP Processo de Desenvolvimento de Produto
P&D Pesquisa & Desenvolvimento
PM-ASPs Project Management SystemsApplication Service Providers
PDF Portable Document Format
PPCI Projeto de Prevenção Contra Incêndio
QFD Quality Function Deployment
SDP Sistema de Desenvolvimento de Produto
SI Sistema de Informação
SISMICAT Sistema Militar de Catalogação do Centro de Catalogação das
Forças Armadas
SGBD Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
SGBDOO Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados Orientado a
Objeto
TCP/IP Transmission Control Protocol/Internet Protocol
TI Tecnologia da Informação
TIC Tecnologias de Informação e Comunicação
3C Coordenação, Cooperação e Comunicação
3D Desenho Tridimensional
WAN Wide Area Network
WPMS Web-based Project Management System
WWW World Wide Web
XREF Referência Externa do AutoCAD®
14
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ............................................................................................. 17
1.1 Contextualização do Tema ........................................................................ 17
1.2 Delimitação da Pesquisa ........................................................................... 21
1.3 Problema de Pesquisa ............................................................................... 21
1.4 Hipóteses .................................................................................................... 21
1.5 Objetivo Geral............................................................................................. 21
1.6 Objetivos Específicos ................................................................................ 22
1.7 Justificativa ................................................................................................ 22
1.8 Estrutura do Relatório de Pesquisa ......................................................... 25
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ................................................................... 26
2.1 Conceito de Projeto ................................................................................... 26
2.2 Processo do Projeto do Produto .............................................................. 30
2.3 Processo de Desenvolvimento de Produto (PDP) ................................... 48
2.3.1 Modelagem do Processo de Projeto ...................................................... 52
2.3.2 Características do Modelo do Processo de Projeto ............................... 53
2.3.3 Modelo de Referência............................................................................ 54
2.3.4 Modelo de Referência para Processo de Projeto Integrado Edificação . 59
2.3.5 Engenharia Simultânea ......................................................................... 64
2.4 Tecnologia de Informação (TI) .................................................................. 69
2.4.1 Barreiras ao Uso de Tecnologia da Informação (TI) .............................. 77
2.4.2 Padronização de Procedimentos para Troca da Informação ................. 81
2.4.2.1 Padronização de Procedimentos da Informação em Projeto ................. 81
2.4.2.2 Dificuldades de Implementação da Padronização de Procedimentos ... 82
2.4.2.3 A Terminologia Objetivando a Integração da Informação de Projeto .... 83
15
2.4.3 Gestão da Informação ........................................................................... 84
2.4.4 Gestão do Conhecimento ...................................................................... 88
2.5 Sistemas de Projeto Colaborativo ............................................................ 93
2.5.1 Trabalho Cooperativo Auxiliado por Computador (CSCW) ...................103
2.5.2 Suporte Básico para o Trabalho Cooperativo (BSCW) .........................106
2.5.3 Sistema de Gerenciamento de Projetos Baseados na Web (WPMS)...107
2.6 As Tecnologias NETs (Internet, Intranet e Extranet) ..............................108
2.6.1 Internet .................................................................................................108
2.6.1.1 Tecnologias e Serviços de Internet ......................................................110
2.6.1.2 World Wide Web (www)........................................................................111
2.6.1.3 Internet a Solução de Problemas .........................................................111
2.6.1.4 Sistema de Informação na Internet .......................................................112
2.6.2 Intranet .................................................................................................113
2.6.2.1 Aplicações da Intranet ..........................................................................114
2.6.2.2 Sistema de Informação com a Intranet .................................................115
2.6.3 Extranet ................................................................................................116
2.6.3.1 Aplicações de Extranet .........................................................................117
2.6.3.2 Gerenciamento de Informação e Documentos com Extranet ...............118
2.6.3.3 Vantagens do Sistema Extranet ...........................................................119
2.6.3.4 Desvantagens do Sistema Extranet .....................................................122
2.7 Informações de Projeto ............................................................................125
2.7.1 Informações Gráficas............................................................................125
2.7.1.1 Desenho Técnico ..................................................................................126
2.7.1.2 Desenho Técnico Digital .......................................................................127
2.7.1.3 A Computação Gráfica .........................................................................128
2.7.1.3.1 Computer Aided Design (CAD) .......................................................129
16
2.7.1.3.2 Modelagem Paramétrica.................................................................132
2.7.2 Informações não Gficas do Projeto ...................................................138
2.7.3 Integração das Informações Gráficas e não Gráficas de Projeto .........139
2.7.4 Sistemas de Classificação das Informações de Projeto .......................140
2.7.4.1 Banco de Bados para Armazenamento de Informações ......................142
2.7.4.2 Metadados ............................................................................................144
2.8 Modelo de Referência do Processo de Projeto Integrado ao SGBD ....148
3 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO .......................................................152
3.1 Revisão Bibliográfica ................................................................................152
3.2 Procedimentos de Investigação ..............................................................152
4 ESTUDO DE CASO ....................................................................................155
4.1 Considerações Iniciais .............................................................................155
4.2 Análise e Interpretação dos Dados Obtidos com os Questionários ....156
4.3 Identificação dos Requisitos de Projeto .................................................187
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................190
5.1 Reflexões sobre o Trabalho de Pesquisa ...............................................190
5.2 Proposta para Trabalhos Futuros ............................................................192
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA ......................................................................194
APÊNDICE A Questionário ............................................................................208
APÊNDICE B Planilhas de Análise de Respostas com Utilização do SPSS
®
214
17
1 INTRODUÇÃO
Este capítulo, inicialmente, expõe o tema da pesquisa dentro do cenário
tecnológico atual para o desenvolvimento de serviços e produtos. A seguir
delimita-se o tema para fins de evolução deste trabalho. São apresentados o
problema de pesquisa, o objetivo geral e os objetivos específicos, assim como a
justificativa para a sua realização. No final do capítulo descreve-se a estrutura
deste relatório de pesquisa.
1.1 Contextualização do Tema
O processo criativo do homem tem como objetivo primordial o benefício da
sua espécie, considerando os mais diversos campos do conhecimento. O ser
humano cria produtos para melhorar a sua qualidade de vida. Segundo Sicsú e
Lima (2002) as novas criações acumulam os avanços tecnológicos, tornando os
produtos mais atrativos, competitivos, com menores custos de produção, onde a
cadeia do conhecimento passa pelas pesquisas básica e aplicada, pelo
desenvolvimento de produtos, pela engenharia e pelas atividades de apoio como
a metrologia, o design, o marketing, entre outros. Os autores afirmam, que em
determinados setores industriais é fundamental, para sua consolidação, a
existência de uma dinâmica tecnológica mínima, que possibilitem respostas às
necessidades dos setores produtivos, além de articulá-los a outros centros do
desenvolvimento e da inovação. Em outros, é necessário que exista um sistema
regional eficiente de difusão da inovação com a capacitação de mão-de-obra
específica para esse fim e que ocorram mudanças profundas na incorporação
das inovações nas próprias empresas.
Neste sentido, o Manual de Oslo (2004) destaca que a inovação
tecnológica de produto esta na implantação e comercialização de um produto
com características de desempenho otimizadas, de modo a fornecer,
objetivamente, ao consumidor serviços novos ou aprimorados. Uma inovação de
processo tecnológico é a adoção de métodos de produção ou comercialização
novos ou efetivamente melhoradas. Ela pode envolver mudanças de
18
equipamento, nos recursos humanos, em métodos de trabalho ou em uma
combinação destes.
Em um contexto de incremento de novas exigências de produtos e de
processos, Fabrício (2002) afirma que as empresas buscam novos métodos mais
ágeis e mais competentes, para desenvolver produtos e serviços. Com este
objetivo, as organizações investem, cada vez mais, em ferramentas
computacionais, para melhorar o processo de desenvolvimento de produtos,
destacando-se: Computer Aided Design (CAD), Computer Aided Manufacturing
(CAM), Computer Aided Process Planning (CAPP), com a possibilidade de
avanços através de simulações virtuais, do planejamento de processos e da
produção. Onde o CAPP representa a tecnologia para integração total do
CAD/CAM, conferindo ao sistema um alto grau de automatização e, assim,
estabelecer uma ligação entre o projeto e a manufatura. O software, tamm,
executa as funções de selecionar e definir os processos a serem executados de
maneira mais econômica, de acordo com as especificações do projeto,
verificando as condições de comercialização (como volume de vendas e
prazos). O documento resultante do planejamento do processo, conhecido como
plano de processo é a base para se realizar o planejamento da produção e serve
como referência à produção propriamente dita (HORTA e ROZENFELD, 1999).
Desta forma, os investimentos aplicados em tecnologia computacional,
garantem o desenvolvimento de produtos competitivos e contribuem para o
armazenamento de grande quantidade de informações digitais nos processos e
nas atividades de projeto. Este aumento de informações nos processos de
projetos contribui para o crescimento da complexidade do trabalho. As
ferramentas computacionais (CAD, CAM e CAPP), somadas aos recursos
ligados a Internet determinaram mudanças estruturais nos processos de
projetos. Assim sendo, torna-se necessária a discussão da padronização de
dados em transferências e da nomenclatura a ser utilizada, para se obter um
trabalho de forma colaborativa entre os diversos agentes (JACOSKI, 2007).
Contribuindo com esta afirmação, Tzortzopoulos (1999) descreve que a
complexidade do processo aumenta com a variedade de componentes e
requisitos de desempenho, não desassociando o produto do seu processo, pois
19
quanto mais complexo for este produto, tanto maior será a complexidade do seu
processo. A autora destaca, também, como fatores, que contribuem para o
aumento da complexidade do processo de projeto, a troca de informação e o
planejamento; a natureza fragmentada da comunicação; o uso de novas
tecnologias e o número crescente de intervenientes no processo.
Segundo Back et al. (2008) as metodologias de projeto de produtos
evoluíram ao longo dos últimos 40 anos, chegando ao estágio atual,
caracterizado pela engenharia simultânea ou pelo desenvolvimento integrado de
produto. O principal objetivo do processo descrito, pelos autores, é a redução de
tempo e custo, melhorando a sua qualidade com a utilização de equipes de
projetos multidisciplinares ou multifuncionais. As equipes são constituídas por
vários profissionais especializados que atuam em diferentes etapas do processo.
A informação, gerada pelas equipes e transmitida para os profissionais, adquire
um caráter estratégico no desenvolvimento de produtos, pela sua necessidade
na tomada de decisão, estabelecendo um desenvolvimento contínuo das
atividades e possibilitando o cumprimento dos prazos estabelecidos no
planejamento.
Ballard e Koskela (1998) descrevem que a troca de informação entre os
profissionais deve ser feita durante todo o processo de planejamento e projeto,
de forma intensa, eficaz e com qualidade, tornando a gestão do fluxo de trabalho
entre os profissionais um processo contínuo, sem conflitos entre os projetos e
com um menor risco. Os autores afirmam, que nas fases iniciais do projeto, onde
são obtidos os primeiros resultados, tem-se uma dificuldade de avaliação do
trabalho concluído, exigindo um controle efetivo das metas estabelecidas e
atenção dos profissionais com os contratempos e incertezas estabelecidos por
mudanças tecnológicas ou de comportamento do mercado.
Andrade (2009) enfatiza com relação ao impacto direto ou indireto no
tempo, na qualidade ou nos custos do projeto, gerado por conflitos nas decisões
dos profissionais envolvidos no processo de desenvolvimento de um projeto. A
fim de minimizar estes problemas, o PMI (2004) estabelece o desenvolvimento
dos conhecimentos, das habilidades, das ferramentas e técnicas nas atividades
de projeto pelas equipes de gerentes de projetos, a fim de identificar as
20
necessidades, estabelecer objetivos claros e exequíveis, equilibrar as demandas
conflitantes de qualidade, escopo, tempo e custo, adaptando as especificações
dos planos e abordagens, às diferentes preocupações e expectativas dos
profissionais envolvidos.
Conforme se verifica, atualmente, a atividade de projeto é desenvolvida
por equipes multidisciplinares e apresenta um nível de exigências muito alto. A
informação gerada e transmitida adquire um caráter estratégico na tomada de
decio pela equipe de projeto. O processo de projeto, diante da quantidade de
informações que são produzidas, necessita de um local para o seu
armazenamento, onde possa funcionar como um banco de dados, com a
informação disponível para sua reutilização pelos profissionais da equipe.
Deste modo, deve-se estabelecer uma sistematização do
desenvolvimento das atividades de projeto, assim como das informações úteis e
necessárias a cada fase, tornando-se, então, fatores essenciais à melhoria do
processo como um todo (TZORTZOPOULOS, 1999). Amorim
1
(1995 apud
Jacoski 2003) afirma que o gerenciamento do processo de projeto necessita,
primordialmente, para ser eficaz, da definição de objetivos e metas, e a sua
transmissão aos membros da equipe de projeto de forma simples, clara e
objetiva. Criando-se uma interação permanente entre os diversos setores da
empresa, através de um melhor tratamento da informação, com a
homogeneização de terminologias e objetivos para que “todos falem a mesma
língua”, ao longo da cadeia produtiva, evitando-se rupturas na transferência de
tarefas entre os profissionais.
Dispensar um tempo em planejamento do processo de projeto diminui as
incertezas e os problemas, além de apresentar um grande potencial para
melhorias a serem implementadas.
Algumas questões a respeito deste assunto tornam-se oportunas:
Durante o processo de desenvolvimento de projeto, onde a informação e a
comunicação são fundamentais para a tomada de decisão?
1
AMORIM, S. R. L.,Tecnologia, organização e produtividade na Construção. Tese de
Doutorado em Engenharia de Produção da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de
Janeiro, 1995. 118 pág.
21
Qual a forma mais adequada de utilização da tecnologia da informação e da
comunicação no processo de planejamento de projeto?
Qual a dificuldade das empresas de transformar a informação de projeto em
conhecimento?
1.2 Delimitação da Pesquisa
A perspectiva analítica se circunscreve a partir de informações levantadas
nos Escritórios de Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), na cidade de
Porto Alegre, no período de 2007 a 2009. Este trabalho trata da transferência
das informações geradas no processo de projeto do produto edificações,
investigando como as Tecnologias de Informação e de Comunicação (TICs)
podem colaborar no fornecimento de informações atualizadas sobre determinado
projeto e como os profissionais envolvidos realizam a gestão da informação e do
conhecimento.
1.3 Problema de Pesquisa
Como as ferramentas computacionais concebidas a partir das tecnologias
de informação e comunicação podem auxiliar no processo de projeto de
produtos, no que refere à avaliação das informações geradas nas fases deste
processo?
1.4 Hipóteses
As avaliações efetuadas ao término de cada fase do processo de projeto
permitem identificar as melhores práticas através da análise de estratégias
adotadas, gerando conhecimento a partir destas informações.
1.5 Objetivo Geral
Propor requisitos de projeto para o design de uma ferramenta
computacional desenvolvida para avaliação das informações no processo de
projeto.
22
1.6 Objetivos Específicos
Identificar metodologias que tratam o processo de desenvolvimento de
produtos como um processo sistematizado de planejamento abrangendo o
fluxo de informação entre as etapas.
Identificar o processo de projeto no desenvolvimento do produto edificação,
para fins de avaliar aproximações metodológicas existentes.
Investigar procedimentos/ferramentas que operacionalizam as avaliações
sucessivas durante o processo de desenvolvimento do produto, quanto a
estratégias adotadas e conhecimento gerado.
Investigar formas e tecnologias de comunicação adotadas para atualizar
informações de projeto.
Realizar estudo de caso para fins de levantar as necessidades de
comunicação e fluxo de informações da equipe de projeto.
1.7 Justificativa
Os avanços tecnogicos na área da informação e comunicação
promovem um ambiente de conexão quase instantânea, proporcionando uma
sensação de encolhimento das distâncias geográficas e dos prazos
estabelecidos. A consequência imediata destas mudanças é o modo como se
representa o espaço e o tempo e, em decorrência, a maneira como se interpreta
o mundo e o modo de agir em relação a ele. As configurações de espaço-tempo
alcaam todos os âmbitos sociais e articulam-se, muito particularmente, nas
organizações (MORAES, 2008).
Segundo Melhado (2007) as deficiências na gestão da qualidade de
projeto estão relacionadas no tratamento das relações com o contratante; na
gestão do conhecimento; na documentação em geral e na informalidade de
comunicação interna e externa. Os requisitos essenciais para qualificação de um
escritório de projeto passam pela capacidade de considerar, efetivamente, os
requisitos do contratante e demais profissionais envolvidos no projeto,
estabelecer o registro de informações recebidas, um programa de necessidades
23
com efetivo cumprimento e a confiabilidade dos serviços contratados, tanto no
cumprimento de prazos, quanto na qualidade da informação de projeto.
Melhado, (2007) destaca que “as empresas de projeto detêm uma grande
quantidade de informação e conhecimento em potencial, porém, carecem de
procedimentos adequados de gestão do conhecimento”. Com a referência para o
desenvolvimento de projeto fica estabelecida pela experiência profissional, que
contribui para a diminuição da inovação e da captura das necessidades do
cliente.
Diante da expansão tecnológica aplicada ao desenvolvimento de
produtos, os profissionais, que atuam no processo de projetos, tornaram-se
especialistas e, assim, formam equipes multidisciplinares constituída por vários
profissionais e/ou empresas com conhecimento técnico especializado, que
executam estes projetos, trocando informações e tomando decisões,
constantemente, durante a sua elaboração (JACOSKI, 2003). O controle das
informações produzidas é exercido por quem as produziu em cada etapa do
processo: planejamento, projeto, fabricação, execução e até na utilização do
produto. Verifica-se, também, que as informações produzidas nas etapas do
projeto, transitam de forma intensa e constante entre os membros da equipe,
influenciando de forma decisiva o sucesso da atividade.
Segundo Jacoski (2003) um sistema de informação integrado minimiza a
desordem potencial no relacionamento de profissionais ou equipes no
desenvolvimento de um determinado projeto e possibilita a construção de uma
memória cnica acumulada criando um acervo de capital intelectual. A
tecnologia da informação e comunicação pode melhorar o desempenho dos
profissionais envolvidos no desenvolvimento de um projeto, através da utilização
de alguns procedimentos e, até mesmo, o uso de determinados softwares,
específicos para estas atividades. Nesta mesma dirão, Busby (2001) revelou
em seu trabalho, um alto índice de erros ocorridos durante o processo de
planejamento e desenvolvimento de produto, distribuído nas interações entre os
vários profissionais participantes; na interação dos profissionais com os projetos
e nas interações entre os profissionais e a organização. Desta forma os
investimentos aplicados em tecnologias de informação e comunicação o
24
necessários para diminuir a possibilidade de erros de interpretação e/ou
interação e para otimizar o tempo de planejamento e desenvolvimento do
processo de projeto.
Recentemente foi realizada pesquisa entre escritórios e prestadores de
serviço em design em Porto Alegre/RS, com o objetivo de verificar o
desenvolvimento dos processos de gestão em design no nível de gestão de
projetos de produtos, de embalagens, gráfico, de ambientes e de webdesign.
Andrade (2009) demonstrou neste trabalho que as empresas formalizam
parcialmente a gestão das comunicações. Este procedimento é fundamental
quando existe a terceirização dos serviços. Andrade (2009) ressalta que existe
necessidade de avanços, considerando que o principal elemento de
comunicação é o e-mail, tanto entre empresa e cliente como entre os demais
profissionais envolvidos no projeto.
Relato semelhante pode ser dado pelo autor desta pesquisa de mestrado:
após 26 anos atuando como arquiteto do departamento de engenharia e
arquitetura de uma instituição financeira nacional, com escririo localizado em
Porto Alegre, verificou que a não utilização de tecnologias de informação e
comunicação de forma integrada ao processo de projeto, acarreta na diminuição
do desempenho das atividades de desenvolvimento de projeto, além de criar
forte barreira na implantação de um sistema de gestão do conhecimento.
Caldas e Soibelman (2003) descrevem que o uso da tecnologia da
informação e comunicação, possibilita o desenvolvimento de novas ferramentas,
favorecendo avanços na colaboração, coordenação e troca de informação entre
os profissionais envolvidos na atividade de projeto. As deficiências encontradas
na gestão de processos de projetos limitam o uso da tecnologia da informação
(TI) e, consequentemente, o impacto da TI no desenvolvimento dos projetos tem
sido mais lento e menor do que o desejado. A expectativa é que algumas
tecnologias disponíveis sejam aplicadas de uma forma mais intensa,
destacando-se o uso de Extranets para o gerenciamento de projetos, assim
como, a utilização de aplicativos CAD 3D e realidade virtual nos processos de
projeto e visualização de produtos, promovendo uma melhor gestão da
informação durante o processo de projetos.
25
1.8 Estrutura do Relatório de Pesquisa
Esta dissertação apresenta a seguinte distribuição:
Neste Capítulo de Introdução é delimitada a pesquisa, são apresentados o
problema de pesquisa, a hipótese, os objetivos geral e específicos, assim como
a justificativa para o desenvolvimento deste trabalho.
No Capítulo 2 é apresentada e analisada a fundamentação teórica da
pesquisa. São apresentados os conceitos de projeto, o processo de projeto do
produto e o desenvolvimento de produto, a modelagem do processo de projeto,
os conceitos de engenharia sumultânea, os sistemas de informação, os sistemas
de projeto colaborativos, as tecnologias de internet, intranet e extranet,
concluindo com as informações relacionadas ao projeto.
No Capítulo 3 é descrito a metodologia de investigação aplicada a esta
pesquisa. São apresentados os propósitos da pesquisa, assim como os
procedimentos de investigação adotados.
No Capítulo 4 é apresentado o estudo de caso. Nele foram realisadas as
análises e interpretações dos dados obtidos com os questionários, além da
identificação do modelo de referência do processo de projeto.
No Capítulo 5 são apresentadas as considerações finais desta pesquisa e
estabelecida à proposta para trabalhos futuros.
26
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Com base nos objetivos do trabalho, viu-se a necessidade de realizar
pesquisa bibliográfica, referente aos seguintes assuntos: a conceituação do
termo projeto, os processos de projeto do produto, a modelagem do processo de
projeto, a ferramenta de apoio à modelagem, engenharia simultânea, sistema de
informação, sistema de projetos colaborativos, as tecnologias de Internet,
Intranet e Extranet e, por fim, as informações de projeto produzidas durante o
seu desenvolvimento.
2.1 Conceito de Projeto
A maioria dos conceitos a respeito da palavra projeto, obtidos da
bibliografia relacionada ao assunto, trata como sendo um procedimento ou
prática de criar. Diversos autores conceituam o termo com pontos de vista
variados, conforme apresentado a seguir.
Houaiss (2004) conceitua projeto como sendo “um plano geral para a
construção de qualquer obra, com plantas, cálculos, descrições, orçamentos,
etc”.
PMI (2004) conceitua projeto como sendo “um esforço temporário
empreendido para criar um produto, serviço ou resultado exclusivo”.
Markus e Arch
2
(1973, apud Brito, 2001) descrevem, como sendo um
processo de projeto representado por dois conceitos. O primeiro é caracterizado
por um processo de gestão, com uma sucessão de fases para evolução do
produto, inicialmente abstrato e, a medida que, o mesmo evolui, adquire um
caráter concreto e particular. O segundo conceito está representado pelo
trabalho individual de cada projetista na tomada de decisão com a identificação
de três atividades: análise, síntese e avaliação.
Marques (1979) destaca dois conceitos, um estático constituído por
documentos gráficos e descritivos, fundamental para as etapas de produção e
2
MARKUS, T.; ARCH, M. Optimization by evaluation in the appraisal of buildings. In:
HUTTON, G. H. & DEVONALD, A. D. G. (Ed). Value in building. London, Applied Science, 1973.
27
outro, dinâmico caracterizado por um processo, através do qual as soluções são
elaboradas e compatibilizadas.
Para Melhado (1994) projeto é a atividade ou serviço do processo de
construção, responsável pelo desenvolvimento, organização, registro e
transmissão das características físicas e tecnológicas especificadas para a
edificação, a serem consideradas na execução.
Koskela e Huovila
3
(1997, apud Tzorzopoulos e Formoso, 2001)
caracterizam projeto como um processo gerencial de conversão, fluxo e gerador
de valor. Entende-se por conversão a transformação de insumos (materiais,
informações, etc) em produtos (estrutura, paredes ou própria edificação); o
fluxo é estabelecido pela transformação de informações numa sequência
sucessivas de etapas e a geração de valor relaciona-se a qualidade do produto e
a satisfação do cliente.
Tavares Junior (2001) destaca o caráter abrangente atribuído ao termo
projeto, como sendo toda a estrutura física produzida atendendo as
necessidades do cliente, através da utilização de um processo pelo qual as
soluções são definidas.
Do ponto de vista intelectual e técnico o projeto se caracteriza como um
processo em que as informações são criadas e tratadas por diferentes
estratégias mentais e metodológicas, que envolvem os sentidos, abstrações,
representações, bricolagens, esquemas, algoritmos, métodos e conhecimentos.
Desta forma, o projeto de edifícios é sintetizado como um processo cognitivo que
transforma e/ou cria informações, mediado por uma série de faculdades
humanas, pelo conhecimento e por determinadas técnicas, sendo orientado à
concepção de objetos e ao desenvolvimento de soluções para antecipar um
produto e sua obra (FABRÍCIO, 2002).
Segundo Peralta (2002) um projeto é um empreendimento organizado
para alcançar um objetivo específico. Tecnicamente um projeto é definido como
uma série de atividades ou de tarefas relacionadas, que são geralmente
3
KOSKELA, L., HUOVILA, P. On Foundations of Concurrent Engineering. In:
INTERNATIONAL CONFERENCE CONCURRENT ENGENEERING IN CONSTRUCTION, 1997,
London. Proceeding... London: The Institution of Structural Engineers, 1997.
28
direcionadas para uma saída principal e que necessitam um período de tempo
significativo para a sua realização.
Stempfle e Schaub (2002) apresentam três origens para o termo projeto: o
primeiro relacionado aos normativos, onde o projeto se caracteriza como uma
sequência de tarefas; o segundo, vinculado a solução de problemas e,
finalmente, a caracterização do projeto como uma atividade auto-reflexiva, onde
o design estabelece uma ligação com a arte.
Back et al. (2008) conceituam o projeto como sendo representado pelo
“uso de princípios científicos, informações técnicas e imaginação na definição de
estrutura, máquinas ou sistemas para desempenhar funções pré-estabelecidas
com máxima economia e eficiência”. Os mesmos autores atribuem ao projeto
uma atividade cognitiva, com seus fundamentos no conhecimento e experiência
para a obtenção da solução ótima para produtos técnicos.
Para Fabrício, Melhado e Grilo (2009) o projeto é o resultado das
atividades mentais de cada projetista, tanto quanto da interação entre os
múltiplos agentes envolvidos no projeto e, também, do ambiente cnico que
suporta tais processos intelectuais.
Observa-se a partir dos conceitos apresentados, a confirmação da sua
grande abrangência, onde o projeto representa tanto elementos de concepção
através das representações gráficas e descritivas, quanto características de
processo de gerenciamento produtivo ou construtivo a ser implementado,
denotando uma característica gerencial ao processo, onde o fluxo de informação
e comunicação apresenta um caráter estratégico para se obter as soluções.
Panizza (2004) destaca que a qualidade de um projeto está, justamente, na
capacidade, que o mesmo tem, de representar o produto, onde quanto mais
informações ele concentrar, tanto maior será a possibilidade de antever
situões de produção ou utilização. Assim, autores como Melhado (1994),
Tavares Junior (2001), Fabrício (2002), Bertezini (2006), entre outros, valorizam
o processo de projeto, considerando que nesta fase são tomadas as decisões
que têm maior capacidade de influenciar o custo do produto final. Back et al.
(2008) reforça que a competitividade dos produtos depende da atividade de
projeto, destacando os seguintes itens:
29
de 70% a 90% do custo do produto está decidido até a fase final do projeto,
conforme está representado pela figura 01;
projeto conceitual bem concebido, inicialmente, evita custos elevados de
modificações em fases posteriores;
utilização de metodologias de desenvolvimento de produto ou de engenharia
simultânea, reduz o tempo de desenvolvimento do produto, diminui as
modificações de projeto e aumenta a qualidade em diversos aspectos.
Na figura 01, a seguir, são apresentados, graficamente as etapas de
projeto e o comprometimento de custo do produto.
Figura 01 Fases do Projeto na Decisão do Custo do Produto (DOWNEY, 1969
apud BACK et al., 2008)
Fonte: Back et al. (2008).
No princípio do processo de projeto se tem um custo extremamente
reduzido em relação ao todo, possibilitando, tamm, que no início do projeto
concentram-se as decisões que possibilitam a redução da incidência de falhas e
seus respectivos custos de produção. Assim, as mudanças, se necessárias,
representam um custo muito baixo em comparação com os mesmos, a medida
que o projeto avança (BACK et al., 2008).
Souza e Melhado (2008) apresentam um rápido histórico referente aos
vários trabalhos desenvolvidos a respeito deste tema, com as diversas
Comprometimento de custo do
ciclo de vida do produto (%)
100
75
50
25
0
Planejamento
e projeto
conceitual
Projeto
preliminar
Projeto
detalhado
Produção,
construção
e avaliação
Uso e apoio
logístico do
produto
Projeto detalhado
e desenvolvido
Avaliação de alternativas
análises, definições, etc
Análise de mercado, estudo de
viabilidade, requisitos do projeto,
concepção, mantenabilidade, etc
30
tendências de estudos. Até 1999 as pesquisas destacam o processo de projeto
propriamente dito e a sua gestão apontando a interface do processo de projeto
com tecnologia e o processo de produção. A seguir, a utilização do sistema de
gestão da qualidade nos escritórios de projetos e o surgimento da gestão
simultânea dos processos, os trabalhos de projeto passam a considerar os
diversos profissionais envolvidos, bem como as suas interfaces. Finalmente em
2002, surgem os primeiros trabalhos sobre o processo de projeto levando em
consideração fatores como estratégia, gestão de pessoas e sistema de
informações, com enfoque no uso de tecnologia da informação e comunicação,
avalião de desempenho e gestão de custos como ferramentas que subsidiam
o processo de projeto. Neste trabalho o termo projeto será considerado como um
processo, que abrange as diferentes fases da concepção de um produto.
2.2 Processo do Projeto do Produto
O projeto, segundo Lawson (2005), implica em um processo mental
altamente organizado com diferentes tipos de informações trabalhadas de forma
coerente, capaz de criar um produto.
O processo de projeto é caracterizado como sendo aquele que envolve
vários profissionais com as mais diversas atribuições técnicas no
desenvolvimento de um produto. Fabrício, Melhado e Grilo (2009) reforçam esta
afirmação, destacando que no processo de projeto existe a participação de
vários profissionais, com diferentes conhecimentos, onde as habilidades
intelectuais se misturam a processos sociais e técnicos de apoio, ampliando as
capacidades individuais. Eles destacam que os algoritmos, os métodos de
cálculo e os computadores amplificam as capacidades de processamento de
informações dos indivíduos; já os textos e os arquivos ampliam as possibilidades
da memória e permitem reduzir o tempo de desenvolvimento, preservando e
acumulando quantidades de informações de maneira quase ilimitada, e os
programas de computação gráfica amplificam a capacidade de representação de
idéias abstratas e possibilitam a integração da imagem a algoritmos numéricos,
gerando as simulações.
Back et al. (2008) afirmam que a equipe terá alta produtividade e bom
desempenho, quando o projeto for executado e gerenciado atendendo a
31
procedimentos sistematizados, somado a capacitação dos profissionais com os
modelos de desenvolvimento integrado de produto. O autor analisa o processo
de desenvolvimento de produto traçando um comparativo entre Asimov em 1962;
Woodson em 1966; Coryell em 1967; a escola alemã com os trabalhos de VDI
2222 em 1977 e VDI 2221 em 1985 e conclui com a metodologia de Pahl e Beitz
em 1996.
A proposta de Asimov (1968), denominada de Ciclo de Produção-
Consumo, está distribuída em sete fases, das quais três primeiras se referem ao
projeto de engenharia: à exequibilidade, ao projeto preliminar e ao projeto
detalhado. As demais fases compõem o planejamento da manufatura, da
distribuição, do consumo e, finalmente, da retirada.
Estas etapas do projeto têm seus conceitos ampliados, iniciando pelo
estudo de exequibilidade, que representa à consecução de um conjunto de
soluções úteis para os problemas de projeto. A etapa, caracterizada pelo projeto
preliminar, estabelece dentre as alternativas apresentadas, qual delas detêm a
melhor concepção para o projeto, utilizando-se de análise para ordenar a
definição da solução, passando por cririos de tolerância, sócio-econômica,
disponibilidade de matéria-prima, além de aspectos críticos do projeto, validando
a concepção adotada e fornecendo informações essenciais para as fases
posteriores. A etapa de detalhamento tem como objetivos fornecer as descrições
de engenharia para um projeto desenvolvido e verificado.
Com a síntese geral estabelecida, desenvolve-se o leiaute padrão, as
especificações dos componentes e são construídos modelos experimentais, para
testes que resultam nas informações para reprojetos ou refinamentos até a
especificação final do projeto aprovado. O planejamento do processo de
produção, definido pelo autor, é um conjunto de fases (planejamento detalhado
dos processos; projetos de ferramentas e gabaritos; planejamento, especificação
e projeto para produção e instalação da fábrica; planejamento de sistemas de
controle da qualidade; planejamento do pessoal de produção; planejamento do
controle de produção; planejamento do sistema de fluxo de informações e
planejamento financeiro) envolvendo diversos setores da empresa.
32
As etapas a seguir, referentes ao planejamento para distribuição,
planejamento para consumo e planejamento para retirada, bem detalhados pelo
autor, porém representam menos importante para o desenvolvimento desta
pesquisa.
Do ponto de vista do interesse dos projetistas, a fase primária de projeto
apresenta maior motivação e apresenta uma troca de informações mais intensa,
para as quatro etapas restantes, que constituem a fase de produção e consumo,
causam impacto no projeto e devem ser consideradas, detalhadamente, no
desenvolvimento total do mesmo, porém produzem uma menor troca de
informações, para a equipe de projeto. A figura 02 apresenta de forma resumida
e mais objetiva a proposta do Ciclo de Produção-Consumo de Asimov, onde se
destacam as fases com maior utilização de informação e comunicação.
Figura 02 Fases do Ciclo Produção-Consumo de Asimov (1962).
Fonte: Asimov (1968)
Back et al. (2008) apresentam a proposta de Woodson
4
estruturada em
quatro fases: estudo de viabilidade, projeto preliminar, projeto detalhado e
4
WOODSON, T. T. Introduction to Engineering Design. New York. McGraw Hill, 1966.
Fase I: Estudo de Exequibilidade
Fase II: Projeto Preliminar
Fase III: Projeto Detalhado
Fase IV: Planejamento para Manufatura
Fase V: Planejamento para Distribuição
Fase VI: Planejamento para Consumo
Fase VII: Planejamento para Retirada
Fases Primárias
de Projeto
Necessidade
Primitiva
Maior Troca
de
Informação
Menor Troca
de
Informação
Demais Fases do
Ciclo de Vida
33
revisão do projeto. Os autores subdividem estas fases em várias atividades que
são antecedidas pelas informações ou conhecimentos de entrada. Realizadas as
atividades os resultados são classificados como saídas recebendo avaliações e
são comparados com os requisitos, que se aprovados, seguem para a atividade
seguinte, caso contrário, retornam para a anterior de modo a modificarem ou
serem aperfeiçoados. A seguir tem-se a representão do modelo descrito de
forma adaptada no quadro 01.
Quadro 01- Estrutura do Processo de Projeto de Produto de Woodson (1966,
apud Back et al., 2008).
Fonte: Back et al. (2008).
Os autores distribuem as fases em forma de um fluxograma, com as
respectivas atividades, indicando entrada e saída de informações ou recursos,
Fases
Entradas
Atividades
Saídas
Viabilidade do
Projeto
Informações gerais de mercado
Analisar necessidades
Resultados desejados
Informações Tecnológicas
Explorar Sistemas envolvidos
Proposições técnicas
Método de criatividade
Sintetizar soluções alternativas
Soluções propostas
Experiência Tecnológica
Avaliar viabilidade física
Viabilidade física
Informações de custos e preços
Avaliar viabilidade econômica
Viabilidade econômica
Informações riscos de investimentos
Avaliar viabilidade financeira
Conjunto de soluções possíveis
Projeto Preliminar
Estudo de viabilidade e experiência geral
Selecionar a melhor solução
Solução selecionada
Habilidade matemática
Formular modelos
Modelo de estrutura e/ou desempenho
Habilidade matemática
Analisar sensibilidade e
compatibilidade das variáveis
Grau de sensibilidade das variáveis
Habilidade matemática
Otimizar parâmetros de projeto
Dados sobre os parâmetros
Tecnologia de laboratório
Testar processo e prever
desempenho
Previsões
Experiências de engenharia
Simplificar
Projeto melhorado
Projeto Detalhado
Projeto preliminar e conhecimento
tecnológico
Especificar subsistemas
Subsistemas
Conhecimentos tecnológicos
Especificar componentes
Componentes
Conhecimentos tecnológicos
Especificar partes
Conjunto de desenhos detelhados
Experiência tecnológica
Desenhar conjuntos de montagem
Desenhos de montagem
Experiência de desenho e normas
Verificar dimensões e normas
Conjunto completo de desenhos e
especificações
Informações de gerência
Liberar para manufatura
Projeto de manufatura
Revisão do Projeto
Projeto detalhado, habilidades de fabricação
e materiais
Fabricar componentes
Sistema operacional
Técnicas de teste
Testar desempenho na fábrica
Dados de teste do sistema
Técnica de teste
Testar em campo e para
durabilidade
Dados de teste
Técnicas de auditoria
Auditar a qualidade da manufatura
Dados sobre variações
Informações de manufatura e de vendas
Mudar para eliminar problemas de
qualidade
Projeto melhorado
Experiência de engenharia
Simplificar para reduzir custos
Custo reduzido ou produto em produção
34
além de elaborar a verificação de saída, quanto à conformidade do requisito de
projeto. Não tendo conformidade, o processo retorna para modificações e
melhoramentos necessários. Este processo apresenta uma pequena evolução
em relação ao anterior, pois apresenta um maior desdobramento das fases em
atividades, além de apresentar informações ou conhecimento de entrada e
validão, assim como a comparação com os requisitos de cada etapa.
Back et al. (2008) destacam os estudos realizados na Alemanha a partir
de 1970, relacionados com os princípios e metodologias de projeto de produto.
Destes trabalhos resultaram várias obras, dentre as quais as de Pahl e Beitz são
consideradas as mais conceituadas, com publicações desde 1977. Pahl et al.
(2005) desenvolveram um fluxo de trabalho no planejamento e no projeto para as
áreas de especialização e de produto. Os autores destacam que estas etapas
alcaam o seu objetivo, porém o necessárias outras tarefas, descritas como
subordinadas, onde surgem ações como informar, buscar, calcular, representar,
e controlar. Estas tarefas, por sua vez, dependem das atividades indiretas,
definidas como discutir, inspecionar, organizar, preparar, etc.
O processo de Pahl et al. (2005) é constituído por cinco etapas principais:
otimização da fabricação; planejamento e esclarecimento da tarefa; concepção;
esboço e detalhamento. O fluxo de trabalho, apresentado pelos autores, foi
estabelecido em função da área de especialização e do produto, considerando o
desenvolvimento do trabalho no segmento da engenharia mecânica.
Assim, em determinadas situações, não será possível uma separação
muito precisa entre as fases principais, onde o estudo sobre a forma, por
exemplo, é realizada antes da fase de concepção, ou decisões detalhadas da
tecnologia de produção sendo tomadas na fase de projeto. Na figura 03, a
seguir, apresenta um fluxograma com as principais etapas de trabalho no
planejamento e na concepção desenvolvidas pelos autores.
35
Figura 03 Etapas de Trabalho Principais no Planejamento e na Concepção.
Fonte: Pahl et al. (2005)
Desenvolvimento de um princípio de solução:
Identificação dos problemas essenciais
Determinação de função
Procura de princípios de trabalho e estruturas de trabalho
Concretização das variantes de princípios de solução
Avaliação com base em critérios técnicos e econômicos
Planejamento e esclarecimento da tarefa:
Análise da situação de mercado, da empresa e da conjuntura
Encontro e seleção de idéias de produtos
Formulação da proposta de um produto
Esclarecimento da tarefa
Elaboração da lista de requisitos
Tarefa
Mercado, Empresa, Cenário
Confirmação do esboço preliminar
Liberação para forma final
Informação: Ajuste da lista de requisitos
Solução
Subir de nível, melhorar
Detalhamento
Concepção
Planejamento e esclarecimento da tarefa
Otimização da Fabricação
Otimização da fabricação
Otimização do princípio
Otimização da forma do corpo
Esboço
Confirmação da documentação do produto
Liberação para produção
Confirmação do esboço definitivo
Liberação para o detalhamento
Confirmação de princípio de solução (conceito)
Liberação para escopo da forma
Definição da lista de requisitos
Liberação para conceituação
Desenvolvimento da estrutura de construção:
Forma do corpo preliminar: escolher a forma,
eleger material, calcular
Seleção dos estudos preliminares apropriados
Refinamento da forma preliminar
Avaliação com base em critérios técnicos e econômicos
Estudo da forma definitiva da estrutura de construção:
Eliminação dos pontos fracos,
verificação de erros,
influência perturbadoras e cobertura de custos
Elaboração da lista de componentes preliminares
Instruções para produção e montagem
Desenvolvimento da documentação para a
fabricação e manual de uso:
Detalhamento da documentação para produção
Complementação da documentação com prescrições
sobre produção, montagem, transporte e utilização
Verificação da documentação de produção
36
Back et al. (2008) descrevem as ações e resultados obtidos por Pahl e
Beitz neste processo, onde na etapa de otimização da tarefa, o estudo do
problema resulta na construção de uma lista de requisitos, elemento fundamental
para a resolução da tarefa de projeto. A próxima etapa definida como
planejamento e esclarecimento da tarefa, onde é desenvolvido um princípio de
solução para o produto. Nesta etapa são definidos os problemas essenciais, a
estrutura de funções, a concretização das variantes de concepção, com
avalião segundo critérios técnicos e ecomicos.
O desenvolvimento da concepção ou projeto conceitual, definido na
terceira etapa do processo, se caracteriza pelo desenvolvimento da estrutura de
construção, pela definição preliminar da forma e pelo estudo de material a ser
empregado no produto. Esta etapa conclui na escolha preliminar do esboço
(layout), possibilitando iniciar a quarta etapa, conhecida como esboço. São
realizados os estudos definitivos da forma e da estrutura, eliminando seus pontos
fracos, realizando a verificação de erros e custos. Nesta etapa são
desenvolvidas a relação de componentes e as instruções para produção e
montagem, finalizando com a confirmação do esboço definitivo. A última etapa
do processo é o detalhamento caracterizado pela elaboração da documentação
final do projeto.
Segundo Romano, L. (2003) a subdivisão do processo de projeto de
produtos em fases tem por finalidade facilitar o gerenciamento e estabelecer
vínculos nas tarefas, onde a conclusão da etapa é estabelecida pela sua
verificação e, assim, estabelecer a continuidade do projeto ou a correção antes
de seguir para a etapa seguinte. Para apresentar a visão geral do processo de
desenvolvimento de produto o autor definiu uma macrofase subdividida em três
etapas: planejamento, processo de projeto e implementação. O planejamento é
definido pela fase de planejamento do projeto, que antecede ao processo de
projeto propriamente dito. A macrofase do processo de projeto está subdividida
em quatro fases: projeto informacional, conceitual, preliminar e detalhado. O
projeto informacional estabelece as especificações do projeto de
desenvolvimento do produto. O conceitual estabelece as concepções alternativas
37
que atendam a resolução do problema a ser resolvido. A terceira fase, o projeto
preliminar busca a definição da configuração do produto. A quarta fase,
denominada de projeto detalhado, estabelece o detalhamento final do produto.
Na figura 04, a seguir, tem-se a representação do modelo de desenvolvimento
de produto.
Figura 04 Modelo de Desenvolvimento de Produto.
Fonte: Romano, L. (2003).
Para Ulrich e Eppinger (2000) o processo de projeto é apresentado em 6
etapas descritas a seguir:
atividade de planejamento precede a aprovação do projeto e lançamento do
produto real processo de desenvolvimento. Esta fase inicia com a estratégia
corporativa e a avaliação dos progressos tecnológicos e dos objetivos de
mercado. Nesta etapa se define o público-alvo, os objetivos empresariais, os
principais pressupostos e limitações;
desenvolvimento do conceito identifica as necessidades do público-alvo,
estabelecidas e avaliadas algumas alternativas de conceitos de produto e
selecionados alguns conceitos para posterior desenvolvimento e testes. O
conceito é uma descrição da forma, função e características do produto. É
geralmente acompanhado por um conjunto de especificações, assim como da
análise de produtos competitivos, e da justificativa econômica do projeto;
refinamento preliminar inclui a definição do produto e a sua arquitetura de
decomposição em subsistemas e componentes. O esquema de montagem
final do sistema de produção é geralmente definido durante nesta fase. A sua
conclusão se caracteriza pelo traçado geométrico do produto, uma
Processo
DESENVOLVIMENTO DE PRODUTOS
PLANEJAMENTO
PROCESSO DE PROJETO
IMPLEMENTAÇÃO
Macrofases
Planejamento
de Projeto
Projeto
Informacional
Projeto
Conceitual
Projeto
Preliminar
Projeto
Detalhado
Validação
Fases
Plano de Especificações Concepção Viabilidade Solicitação Liberação Lote Inicial Validação
Projeto de Projeto Econômica Investimento do Produto do Projeto
Preparação
da
Produção
Lançamento
38
especificação funcional de cada um dos seus subsistemas, e um fluxograma
do processo preliminar para o processo de montagem final;
detalhamento inclui a concepção, a especificação completa da geometria e a
identificação de todas as partes produzidas ou adquiridas de fornecedores. O
resultado desta fase é o controle da documentação do produto: os desenhos
ou arquivos do computador descrevendo a geometria de cada parte da sua
produção, as ferramentas, as especificações das peças adquiridas, e os
planos para o processo de fabricação e montagem do produto;
fase de testes e aperfeiçoamento envolve a construção e avaliação de várias
pré-versões do produto. Os protótipos iniciais (alfa) o geralmente
construídos com peças de produção intenções-peças com a mesma
geometria e propriedades do material destinado à produção versão do
produto, mas não necessariamente fabricadas com os processos reais para
ser utilizado na produção. Estes protótipos são testados para determinar se o
produto funciona como concebido e se o produto satisfaz as principais
necessidades dos clientes. A seguir os protótipos (beta), geralmente
construídos com peças fornecidas pelos destinados nos processos de
produção, mas não podem ser montados usando a montagem final do
processo. Estes protótipos são extensamente avaliados e tamm o
testados pelos clientes em pleno uso. A meta para estas versões (beta) é
responder às perguntas sobre o desempenho e confiabilidade, a fim de
identificar possíveis mudanças de engenharia necessárias para o produto
final e
linha de produção, fase em que o produto é feito usando o sistema de
produção. O objetivo desta etapa encontra-se no treinamento da força de
trabalho e no ajuste de eventuais problemas nos processos de produção. Os
produtos são, por vezes, fornecidos aos clientes preferenciais e são
cuidadosamente avaliados para identificar eventuais falhas. Neste momento o
produto é lançado e se tornam disponíveis para distribuição generalizada.
As etapas apresentadas, até este momento, se referem ao processo de
desenvolvimento para qualquer produto industrializado. Considerando a
39
delimitação deste trabalho, serão apresentados os processos de
desenvolvimento de projeto para o produto edificação.
A NBR 13531 define em oito etapas sucessivas o processo de
desenvolvimento das atividades de projeto, a saber:
levantamento: coleta de informações e dados, condições pré-existentes e
restrições de projeto;
programa de necessidades: o as determinações das exigências de caráter
prescritivo ou de desempenho a serem satisfeitas;
estudo de viabilidade: destinada a análise e avaliação que promovam a opção
da alternativa de concepção adotada;
estudo preliminar: representação da concepção do conjunto de informações
técnicas iniciais;
anteprojeto: representação das informações técnicas provisórias para o
detalhamento da edificação e de seus elementos, instalações e componentes.
Os produtos obtidos serão suficientes para a elaboração de uma estimativa
de custo e de um cronograma de execução;
projeto legal: informações técnicas necessárias para análise e aprovação da
concepção da edificação e de seus elementos pelas autoridades competentes
dos órgãos públicos, observando-se suas exigências legais. Procedimento
necessário a obtenção das licenças e dos alvarás para a sua execução;
projeto básico: projeto de pré-execução, compatibilizado com as informações
técnicas, ainda não definitivas, da edificação, dos elementos, das instalações
e dos componentes necessários e suficientes à contratação dos serviços da
edificação e
projeto executivo: representação final das informações cnicas, necessárias
e suficientes à contratação e à execução dos serviços da edificação.
Souza et al. (1994) apresentam uma distribuição do projeto em 14 etapas
sucessivas, onde realizaram um levantamento bem detalhado destas atividades,
assim como, dos responsáveis em cada fase, conforme apresentado no quadro
02, a seguir.
40
Quadro 02 - Etapas do Processo de Projeto.
Fonte: Souza et al. (1994).
Por sua vez, Cambiaghi et al. (2002) distribui o processo de projeto de
edificações em 9 etapas, definidas pela Associação Brasileira dos Escritórios de
Etapas de Projeto
Atividades Desenvolvidas/Objetivos
Responsabilidade
Levantamento de
Dados
Coleta de informações para caracterizar o produto,
condições preexistentes e restrições na elaboração do
projeto. Avaliação das informações verifica o potencial
construtivo
Documentação fornecida pelo
cliente ou escritório de
arquitetura
Programa de
Necessidades
Exigência de caráter prescritivo ou de desempenho,
necessidades e expectativas dos usuários nos aspectos
qualitativos e quantitativos
Definido pelo cliente e
desenvolvido e complementado
pelo arquiteto
Estudo de
Viabilidade
Análise e avaliação técnica, legal e econômica para
seleção e alternativas de projetos. Verificação do
programa, terreno, legislação, custos e investimentos
compatíveis com os objetivos do cliente
Elaborado pelo cliente,
incorporadores, construtores e
todos os projetistas
Estudo Preliminar
Representação da configuração inicial da edificação,
apresentado os modelos volumétricos, com os objetivos
de aprovação do partido geral
Apresentado pelo arquiteto e
avaliado e escolhido pelo
cliente
Anteprojeto
Representação das informações técnicas para o
detalhamento e inter-relacionamento das atividades
técnicas a partir do estudo preliminar, os produtos
possibilitam a estimativa de custos e cronograma para
execução
Desenvolvidos pelos projetistas
de arquitetura, fundações,
estruturas, inst. Hidráulicas e
elétrica
Projeto Legal
Informações para aprovação da concepção da
edificação pelos órgãos públicos e obter as licenças
para execução da obra
Elaborado por todos os
projetistas e encaminhados à
aprovação nos órgãos públicos
Projeto Pré-
executivo
Desenvolvimento dos anteprojetos e sua
compatibilização. Documentos de análise dos estudos
prévios à execução definitiva e obtençãod das
informações para quantificação, qualificação (material,
mão-de-obra, procedimentos técnicos construtivos e
tecnológias)
Elaborado por todos os
projetistas e a compatibilização
dos projetos realizados pelo
coordenador dos projetos
Projeto sico
Projeto P-executivo compatibilizado disponível para
contratação dos serviços, definidos custos e prazos de
execução. Precedidos dos estudos cio-econômicos,
impacto ambiental, etc e sucedidos pelo projeto
executivos e detalhes de execução
Responsabilidade de todos os
projetistas
Projeto Executivo
Desenhos técnicos contendo as soluções, detalhes
definitivos e demias informações dos projetos técnicos
Profissionais responsáveis
pelas atividades técnicas
executadas na obra
Detalhes de
Execução
Desenhos complementares para compreensão dos
elementos dos projetos executivos
Profissionais responsáveis
pelas atividades técnicas
executadas na obra
Caderno de
Especificações
Especificações técnicas e detalhadas dos materiais
(fabricantes, dimensões, cores, modelos, etc),
execução, aplicações e padrão de acabamento
Elaborado pelo projetista
responsável pela atividade
técnica
Coordenação
Gerenciamento de
Projetos
Organização, programação, definição de cririos,
prioridades, métodos e cronogramas do trabalho de
elaboração e compatibilização de todos os projetos
Desenvolvido pelo arquiteto,
empresa construtora ou
consultoria específica
Assistência à
execução
Vistorias da obra para verificaçpão da compatibilização
dos projetos com a execução, esclarecimento de
dúvidas, substituição de materiais e alteração ou
complementação do projeto
Profissionais responsáveis pelo
projeto executivo solicitados
pela empresa construtora
Projeto as built
Conjunto de desenhos do projeto revisados e
adequados ao executado na obra e recomendações de
manutenção
Todos os profissionais que
desenvolveram os projetos
executados na obra
41
Arquitetura (ASBEA), que serão utilizados para as nomenclaturas de plantas e
arquivos digitais, estabelecendo uma padronização de procedimentos para
desenvolvimento de projetos e troca de informações entre os profissionais.
Para Tzortzopoulos e Formoso (2001) o projeto apresenta duas
subdivisões iniciais: o projeto propriamente dito e a gestão do empreendimento.
Na produção do projeto tem-se o lançamento (definição dos elementos e
parâmetros sicos), o desenvolvimento (refinamento do anterior com as
definições necessárias ao projeto) e detalhamento (reprodução dos detalhes do
projeto). Na gestão do empreendimento é definida a interface do projeto com os
demais subprocessos do empreendimento.
Panizza (2004) apresentou um resumo das etapas do processo de projeto,
definidas anteriormente por Souza et al., Tzortzopoulos e Formoso e Cambiaghi
(ASBEA), com representação dos principais responsáveis por cada etapa. Criou-
se um agrupamento, referente ao conteúdo destas etapas, conforme o
entendimento do autor. Esta subdivisão é composta por três fases:
preparação (tem como objetivo orientar e fornecer parâmetros para o
desenvolvimento do projeto);
elaboração do projeto propriamente dito (caracteriza a fase mais dependente
de colaboração, onde as responsabilidades dos trabalhos são dos respectivos
profissionais) e
ajustes de obra (acompanhamento e atualização dos projetos às soluções
definitivas).
No quadro 03, tem-se um resumo comparativo da atividade de projeto de
edificação, conforme orientação destes autores, com o principal responsável por
cada etapa apresentada.
42
Quadro 03- Comparativo das Etapas da Atividade de Projeto.
Fonte: Panizza (2002).
Diante da distribuição em etapas e da especialização técnica do processo
de desenvolvimento de projeto, determinou-se a execução do trabalho por
equipes multidisciplinares, das quais Fabrício et al. (2009), estabeleceram um
conjunto de atividades de planejamento:
para estabelecer os objetivos e parâmetros a serem compridos no
desenvolvimento dos projetos;
para definir os escopos de projeto, conforme as especialidades e as etapas de
projeto;
para planejar os custos de desenvolvimento dos projetos e
para planejar as etapas e prazos de desenvolvimento, no todo e por
especialidades de projeto, para estabelecerem-se cronogramas.
Por outro lado, a gestão do processo de projeto, apresentada pelos
mesmos autores exige:
Etapas de Projeto segundo:
Souza et al. (1995)
Tzorzopoulos e
Formoso (2001)
ASBEA (2002)
Principal Responsável
Preparação
Levantamento de Dados
Planejamento e
Concepção do
Empreendimento
Condições Existentes e
Levantamentos
Cliente
Programa de
Necessidades
Programa de
Necessidades
Arquiteto e Cliente
Estudo de Viabilidade
Estudo de Viabilidade
Participação Geral
Elaboração do Projeto
Estudo Preliminar
Estudo Preliminar
Estudo Preliminar
Arquitetura e Projetista
Complementares
Anteprojeto
Anteprojeto
Anteprojeto
Arquitetura e Projetista
Complementares
Projeto Legal
Projeto Legal de
Arquitetura
Projeto Legal
Arquitetura e Projetista
Complementares
Projeto Pré-executivo
Projeto Executivo
Projeto Básico
Profissional de cada
Disciplina de Projeto
Projeto Básico
Projeto Executivo
Projeto Executivo
Profissional de cada
Disciplina de Projeto
Detalhes Construtivos
Caderno de Especificações
Ajustes de
Obra
Gerenciamento de Projetos
Acompanhamento de
Obra
Alterações de Obra
Profissional de cada
Disciplina de Projeto
Assisncia à Execução
Projetos "as built"
43
o controle e adequar os prazos planejados para desenvolvimento das etapas
e especialidades de projeto;
o controle dos custos de desenvolvimento dos projetos em relação ao
planejado;
o fomento e garantia da qualidade das soluções técnicas dos projetos;
a validação das etapas de desenvolvimento e os projetos dela resultantes;
o fomento da comunicação entre os participantes do projeto, coordenação das
interfaces e garantia da compatibilidade entre as soluções das várias
especialidades envolvidas, e
a integração das soluções de projeto com as fases subseqüentes.
Conforme Fabrício et al. (2009) destacam as competências e
conhecimentos úteis ao desempenho da coordenação de projetos:
facilidade para lidar com problemas complexos e multidisciplinares;
capacidade de seleção e formação da equipe, conforme as capacitações e
especialidades demandadas pela natureza do projeto;
capacidade de identificação das atividades necessárias ao desenvolvimento
do projeto;
conhecimentos de planejamento e programação de processos para
distribuição das atividades no tempo;
capacidade de gestão dos custos e programação dos recursos para o projeto;
capacidade de previsão e controle de prazos;
capacidade de tomada de decisões de caráter gerencial, como a aprovação
de produtos intermediários e a liberação para início de etapas do projeto;
formação e experiência para identificação e caracterização das interfaces
técnicas entre especialidades;
capacidade para estabelecer diretrizes e parâmetros técnicos relativos às
características dos produtos, dos processos de aquisição e dos processos de
execução envolvidos;
44
capacidade para ordenação do fluxo de informações entre os agentes
envolvidos;
capacidade para analisar as soluções técnicas e o grau de solução global
atingida;
liderança e capacidade para mediar os conflitos e conduzir as soluções
negociadas, e
agilidade nas decisões e na validação das soluções de projeto propostas.
Por sua vez Melhado (2007) apresenta o perfil dos profissionais
envolvidos na atividade de coordenação de projetos. Ele deve utilizar habilidades
administrativas e de liderança para poder gerenciar as equipes multidisciplinares
de projetos. Além disso, deverá ter um amplo conhecimento relativo às diversas
especialidades de projeto e é de extrema utilidade que conheça técnicas
construtivas e possua experiência quanto à execução de obras, considerando o
produto edificação. A seguir destacam-se os conhecimentos necessários,
considerados pelo autor, para um coordenador de projetos:
sobre técnicas e processos de projeto pertinentes às várias disciplinas
envolvidas (arquitetura, paisagismo, fundações, estruturas, sistemas prediais,
formas, vedações, etc.);
sobre normas técnicas, legislação federal, estadual ou municipal, códigos de
construção e padrões das concessionárias locais de serviços públicos gua,
esgoto, energia, telefone, gás, TV por assinatura, etc.);
sobre tecnologia construtiva em curso e inovações tecnológicas no segmento
de edificações;
sobre técnicas de planejamento, programação e controle de projetos, e
sobre informática e gestão de informação.
E, ainda mais, são desejáveis as seguintes habilidades para esta função:
espírito de liderança;
facilidade de comunicação;
45
disciplina para sistematizar e documentar as reuniões com projetistas e as
trocas de informação, e
atenção aos detalhes e capacidade de avaliar a qualidade e a compatibilidade
entre soluções de projeto.
Melhado e Fabrício (2004) concordam com a necessidade de preparação
dos alunos, durante a sua formação, para atuação em equipes multidisciplinares
de projeto. Assim, a formação dos alunos, oferecida nas escolas de nível
superior, circunscreve-se ao exercício de projeto, predominando a visão de que a
formação se completará com o aprendizado prático durante os estágios ou na
vida profissional. Os autores constatam que nas escolas de arquitetura e
engenharia, a graduação dedica pequena ou nenhuma carga horária ao
desenvolvimento de habilidades gerenciais, de comunicação e de liderança.
A experiência profissional e a vivência de obra são fundamentais dentre
as habilidades consideradas necessárias aos coordenadores de projetos, é
preciso, portanto, considerar o desenvolvimento da formação continuada, com a
implementação de cursos de especialização (pós-graduação lato sensu),
dirigidos à formação de profissionais nas áreas de gestão e na coordenação de
projetos. Esses cursos devem aproveitar a bagagem técnica dos profissionais e
aprimorar as habilidades dos coordenadores de projetos, com cnicas
organizacionais, gerenciais e de liderança, e uso de recursos da tecnologia da
informação (MELHADO e FABRÍCIO, 2004).
Verifica-se a existência de elementos comuns na representação das
etapas do processo de desenvolvimento de produto e de edificação. Em ambos
os processos se verifica a utilização de equipes multidisciplinares no
desenvolvimento do projeto; o processo de projeto distribuído em etapas; assim
como a transferência de informações entre os profissionais, os clientes e os
gestores de projeto para a tomada de decisão.
Confirmando estas afirmações, Pahl et al. (2005) apresentam um
fluxograma de informações produzidos durante o desenvolvimento de um
produto, considerando os processos de projeto e produção, representado na
figura 05 a seguir.
46
Figura 05 - Fluxograma da Informação entre os Setores de Produção
Fonte: Pahl et al. (2005).
Esse fluxograma demonstra, nas etapas iniciais, o processo apresenta
uma intensa troca de informações, em virtude das incertezas apresentadas como
características das fases iniciais. Neste momento, o cliente e o gestor de projeto
são os agentes responsáveis pela aprovação dos requisitos do produto ou
programa de necessidades do projeto de edificação. Na medida em que o
trabalho evolui, alteram-se os agentes do processo, neste instante os demais
Geração de Produto
Informação
Desenvolvimento do
projeto
Cliente
Mercado
Distribuição
Venda
Propaganda
Planejamento do
produto
Laboratório
e Teste
Normatização da
empresa
Processamento de dados
Compras, almoxarifado
Projeto dos meios
de produção
Controle da qualidade
(Inspeção)
Armazenamento de
produtos acabados
Preparação do trabalho
Planejamento da fabricação
Planilha de cálculo
Controle da fabricação
Fabricação de peças
Montagem
Teste, Aceitação
Expedição
Cliente, venda e
montagem (eventual)
47
profissionais passam a ter maior desempenho na transferência de informação
para a tomada de decisão nas definições do projeto. A partir das fases de
detalhamento e manufatura ou edificação, o fluxo da informação restringe-se ao
feedback da fase de manufatura e as built
5
das alterações da produção ou
edificação em relão as fases de projeto ou de detalhamento.
Estudos realizados por Hales (1993) utilizando o processo de alocação de
tempo de Pahl e Beitz verificaram que 47% do tempo gasto pelos profissionais
estão relacionados com o processo de design, ficando 53% distribuídos em
planejamento do trabalho, análise e elaboração de relatórios, estimativa de
custos, recuperação das informações, interação e ajuda à equipe.
Murray, Nkado e Lai (2001) apresentam de forma simplificada, a relação
entre as informações de projeto de edificação e as equipes responsáveis pela
tarefa. O estudo não incluiu as interações utilizadas tanto no desenvolvimento do
projeto, quanto na sua tomada de decisão, conforme demonstra o quadro 04.
Informação
Equipes de Projetos
Empreendedor
Gerente de
Projetos
(Principal
Agente)
Arquiteto
Orçamentista
Engenheiro
Empreiteiro
Fornecedores
Gerente
Órgãos
Municipais
Agente
Financeiro
Setor Jurídico
Projetos
Especificações
Quantitativos
Orçamento
Contrato
Planejamento
Controle de Pessoal
Controle de Materiais
Controle de Equipamentos
▲ Início (gerador) Informação (utiliza)
Quadro 04- Função dos Agentes em Relação à Informação de Projeto.
Fonte: Murray, Nkado e Lai (2001).
5
As built, segundo CREA-PB e IBEC-PB (2007), significa o projeto como construído
representado pelo “conjunto de informações elaboradas na fase de supervisão e fiscalização das
obras com o objetivo de registrar as condições físicas e econômicas da execução da obra,
fornecendo elementos considerados relevantes para subsidiarem futuras intervenções na obra,
como: reformas, ampliação e/ou restauração”.
48
As falhas de informão e comunicação, que transitam pelas equipes de
desenvolvimento de projeto de produto, criam situações indesejáveis,
destacando-se: a duplicidade de informação, os dados desatualizados,
distorcidos, incompatíveis, prejudicando o planejamento e o controle. A falta de
integração entre os profissionais agrava a situação, conforme descreve
Tzortzopoulos e Formoso (2001) “cada interveniente tem um papel diferente no
processo de tomada de decisão, o que tende a gerar gargalos no processo em
função da necessidade de integração no desenvolvimento dos projetos”.
Fabrício, Melhado e Grilo (2009) destacam que a gestão do processo de
projetos apresenta atividades de planejamento, de organização, de direção e de
controle do processo de projeto, envolvendo a definição do programa, a
montagem e a condução da equipe de projetistas do empreendimento, bem
como a integração do projeto com o produto. Os problemas de gestão do
processo de projeto são cada vez mais atuais devido ao crescimento contínuo da
complexidade dos empreendimentos e a conseqüente subdivisão e
especialização dos projetos em um mero crescente de especialidades e
intervenientes.
Jacoski (2003) afirma que em trabalhos colaborativos, a interatividade
passa a ser fundamental para se obter o resultado esperado. A informação e a
comunicação adquirem importância estratégica, tornando-se fundamental ao
desempenho da equipe.
De acordo com Rozenfeld et al. (2006) a importância de entender o
processo pelo qual são desenvolvidos os produtos, assim como a contribuição
estratégia para a competitividade da empresa e a diminuição do grau de
incertezas são fundamentais para os profissionais e gerentes envolvidos neste
processo.
2.3 Processo de Desenvolvimento de Produto (PDP)
Rozenfeld et al. (2006) definem o Processo de Desenvolvimento de
Produto (PDP) como sendo um conjunto de atividades pelas quais se busca, a
partir das necessidades do cliente e das possibilidades e restrições tecnológicas,
utilizando as estratégias competitivas e de produto da empresa, chegar nas
especificações do projeto de produto e do seu processo de produção, para que a
49
manufatura possa ser produzida. Para os autores, o modo como as empresas
desenvolvem seus produtos, através da estratégia de produto, a sua organização
e o gerenciamento do seu desenvolvimento, determinam o desempenho do
produto no mercado, a velocidade, a eficiência e a qualidade do processo de
desenvolvimento. As empresas, que atingiram a excelência em desenvolvimento
de produto, apresentam um modelo para o PDP, que configura forte consistência
em seus elementos e possuem uma gestão estratégica e operacional de
desenvolvimento de projetos bem articuladas.
A transformação do modo de gerenciamento do Processo de
Desenvolvimento de Produto (PDP) esta relacionada à evolução do modelo de
gestão geral empregado pela empresa (ROZENFELD et al., 2006). Os autores
afirmam que fatores como os princípios da administração científica, da divisão de
tarefas, a estruturação funcional das organizações, entre outros, contribuíram
para o surgimento da função de desenvolvimento de produtos nas empresas. O
resultado foi o surgimento do Desenvolvimento de Produto Sequencial,
evoluindo, posteriormente, para o Desenvolvimento Integrado de Produto.
Para Rozenfeld et al. (2006) o Desenvolvimento de Produto Sequencial
apresenta as seguintes características para a Pesquisa & Desenvolvimento
(P&D) e para o Desenvolvimento de Produto (DP):
são mais isolados do restante da empresa;
existem barreiras organizacionais e de comunicação entre estas áreas e o
restante da empresa;
pouca participação da alta administração no estabelecimento de metas;
predomina a hierarquia e a linearidade no fluxo de informações;
tendência de empresas auto-suficientes, com fornecedores participando nas
fases finais do processo;
consideradas como atividade de risco, de difícil mensuração e controle e
profissionais especializados com valorização do aprofundamento e
isolamento do conhecimento produzido.
50
A abordagem do Desenvolvimento Integrado de Produto, segundo
Rozenfeld et al. (2006), detém as seguintes características:
o desenvolvimento de produto é definido como um processo;
a P&D e o DP pertencem a estratégia geral da organização e de sua cultura;
o baixo investimento e a grande variedade de produtos viabilizados pelos
projetos em plataformas e a utilização de módulos;
o desenvolvimento de tecnologias e de produtos são fundamentais;
a existência de simultaneidade e superposição de informações e atividades;
maior capacidade e intensidade de comunicação entre setores, contribuindo
para o trabalho em equipe;
a utilização de times de desenvolvimento multifuncionais;
a interação dos fornecedores e clientes desde o início do processo;
os projetos apresentam revies e avaliações cnicas e de custos, assim
como adequação as estratégias de marketing e de produto;
os profissionais mais generalistas e
maior estímulo a participação das diversas áreas envolvidas, desde o início
do processo.
O Desenvolvimento de Produto Sequencial tamm conhecido como
Engenharia Tradicional apresentam duas abordagens: o Desenvolvimento de
Produto Sequencial e as Metodologias de Projeto (ROZENFELD et al., 2006). Os
autores estabelecem para o Desenvolvimento Integrado de Produto as
abordagens da Engenharia Simultânea, do Funil de Desenvolvimento, dos
Stage-Gates, do Desenvolvimento Lean, do Design for Six Sigma, do Capability
Maturity Model Integration e da Gestão do Ciclo de Vida de Produtos.
As características de abordagens para desenvolvimento de produtos
podem ser simplificadas na formalização do processo através de disciplinas mais
avançadas de trabalho em equipe e do uso de ferramentas computacionais; na
ênfase da aprendizagem e busca por novas soluções através do aumento de
investimentos em atividades de avaliação e proposição de soluções inovadoras
51
no uso de técnicas estatísticas, instrumentação e modelos computacionais para
simulações, com a otimização do desenvolvimento de produtos e do foco
na gestão do conhecimento; com a garantia do êxito na implantação de
abordagens e sua melhoria, e com a aplicação de definições de gestão do ciclo
de vida do produto. Desta forma as abordagens para gestão de PDP são
destacadas por Rozenfeld et al. (2006) no quadro 05, a seguir.
Abordagens
Características Principais
Desenvolvimento
Sequencial de
Produtos
Desenvolvimento
de Produto
Sequencial
As informações sobre o produto eram definidas em uma ordem gica das áreas de
especialização. O foco da abordagem é estabelecido pela divisão de tarefas,
especialização e ênfase nas áreas funcionais.
Metodologias de
Projeto
A proposta era estabelecer a sequência de etapas e atividades tidas como mais racional,
para se desenvolver um produto. O modo de gerenciamento é o funcional, onde cada
departamento tem a sua especialidade e realiza as atividades de desenvolvimento que
lhe são pertinentes e as transferem para o próximo departamento. O foco da abordagem
está na divisão de tarefas, especialização e nas áreas funcionais.
Desenvolvimento Integrado de Produto
Engenharia
Simultânea
Surgimento das equipes multifuncionais de projeto e dos gerentes de projeto. Houve a
ampliação da integração com a participação de cliente e fornecedores no processo de
desenvolvimento, mostrando vantagens na realização de atividades simultâneas e
resultando na redução de tempo, do custo, e aumento da qualidade. O foco é destacado
pelo uso de equipes multidisciplinares, pela co-localização e na busca do paralelismo de
tarefas.
Funil de
Desenvolvimento
Também conhecida como Estrutura Estratégica para Desenvolvimento de Produtos,
integra ao PDP o planejamento estratégico de mercado e do negócio. O foco desta
abordagem está no processo de negócio e na avaliação da transição de fases.
Stage-Gates
É principal característica esta no fato dela contribuir para identificar a importância e
mostrar como implementar uma disciplina de avaliação e transição de fases, integrada
com o processo decisório de planejamento estratégico, garantindo desempenho e
qualidade. O foco é estabelecido pelo processo do negócio e pela avaliação entre as
suas fases.
Desenvolvimento
Lean
Inclui as mesmas práticas do Desenvolvimento Integrado de Produto, com uma visão
mais orgânica do processo, atingida pela máxima simplificação, redução da formalização
e a valorização do trabalho em equipe, valorizando a experimentação e aprendizagem. O
foco da abordagem está no trabalho em equipe, na simplificação e padronização dos
processos, na ênfase nas fases iniciais e nas atividades para novas soluções.
Design For Six
Sigma (DFSS)
Inclui as mesmas práticas do Desenvolvimento Integrado de Produto, com o foco na
integração de necessidade dos clientes, requisitos de produto, especificações e
tolerâncias através da otimização realizada por ferramentas de estatística e simulações.
Capability
Maturity Model
Integration
(CMMI)
Inclui as mesmas práticas do Desenvolvimento Integrado de Produto, com ênfase na
implantação dos processos e na melhoria contínua do PDP. Trata-se de um modelo para
sistematização do desenvolvimento que fornece nível de maturidade em termos de
práticas e indicadores que medem estes níveis.
Gestão do Ciclo
de Vida de
Produtos
Inclui o gerenciamento integrado de projetos com uso de ferramentas computacionais,
aliado ao gerenciamento integrado de todas as fases do ciclo de vida de produtos com
utilização de Tecnologias de Informação (TI).
Quadro 05 Resumo das Abordagens para Gestão de PDP.
Fonte: Rozenfeld et al. (2006) adaptado pelo autor
52
2.3.1 Modelagem do Processo de Projeto
De acordo com Romano, F. (2003) a modelagem do processo de projeto é
a etapa da alise de um sistema, onde são definidos os recursos, itens de
dados e suas inter-relações. Já o modelo é a representação simplificada e
abstrata de fenômeno ou situação concreta. Serve de referência à observação,
estudo ou análise, baseada em uma descrição formal de objetos, relações e
processos, e permite simular os efeitos de mudanças de fenômeno que
representa. A autora apresenta a modelagem de processos como sendo um
conjunto de atividades de criação de modelos de processos para atender
propósitos de representação, de comunicação, de análise, de síntese, de tomada
de decio ou de controle. A atividade é entendida como sendo qualquer ação
ou trabalho específico, já o termo processo é entendido como o modo pela qual
se realiza uma operação, segundo determinadas normas, método ou técnica.
Romano, F. (2003) descreve os objetivos que contribuem para adoção de
uma modelagem de processo de desenvolvimento de produto, a saber:
explicitar o know-how da organização;
estabelecer e equilibrar o entendimento a respeito do processo;
definir uma base para planejar e especificar as funções, as informações, as
comunicações, etc;
instituir uma base para a tomada de decisão sobre o processo;
instalar uma base para simulações do funcionamento do processo, com
identificação de problemas e possibilitando melhorias no processo;
estabelecer parâmetros para a escolha e o desenvolvimento dos sistemas
computacionais de suporte ao processo;
determinar uma base para planejar o armazenamento dos conhecimentos
para utilização posterior;
melhorar a interação e a comunicação entre os participantes do processo,
permitindo racionalizar e garantir o fluxo de informações, e
possibilitar uma maior eficiência na seleção, treinamento e adaptação de
novos contratados ao processo.
53
Para Torres Júnior e Miyake (2003) a modelagem de um processo é uma
prática adotada para melhorar um PDP, permitindo conhecer e explicar a forma
como o processo é executado e possibilitando identificar os resultados
existentes, melhorar o nível de comunicação e compreensão do processo, assim
como, melhorar a uso dos recursos e o planejamento de novos programas. Os
autores afirmam que os níveis de profundidade e detalhamento do modelo estão
relacionados a duas variáveis: o tempo utilizado na atividade e o tipo de
atividade do PDP.
Rozenfeld et al. (2006) descrevem a modelagem de processos como
sendo a área do conhecimento que estuda os métodos e ferramentas
necessárias para apresentar os processos de negócios das empresas,
resultando em um modelo de PDP com as atividades, recursos, informações,
fases, responsabilidades, entre outra dimensões do processo.
2.3.2 Características do Modelo do Processo de Projeto
O modelo do processo de projeto apresenta três características: os
processos de negócio, o processo de desenvolvimento de produto (PDP) e os
projetos de desenvolvimento.
Segundo Rozenfeld et al. (2006) os processos de negócio são um
conjunto de atividades organizadas para a produção de um bem ou um serviço
para um cliente específico. Eles representam operações repetitivas,
normalmente são estruturadas e possuem objetivos estabelecidos
periodicamente.
O desenvolvimento de produto é um processo que pode ser ou não
estruturado. Se considerar cada desenvolvimento de produto um processo
diferente tem-se um processo não estruturado, porém ao documentar e
disseminar o PDP de uma empresa se obtém um padrão de desenvolvimento,
com uma sequência de passos, fases e etapas caracterizando um modelo
estruturado de diversas formas. Os autores destacam que o PDP sistematizado
e documentado possibilita que as especificidades dos projetos e equipes de
desenvolvimento sejam atendidas, garantindo o uso das melhores práticas de
projeto e uma linguagem padronizada e única para toda a organização
(ROZENFELD et al., 2006).
54
Os projetos de desenvolvimento tamm representam um conjunto de
atividades, a diferença está no fato de que, cada projeto é único e temporário,
com início, meio e fim. Os projetos apresentam objetivos únicos e específicos a
serem atingidos no seu final. Os projetos de desenvolvimento de produtos
apresentam as metas a serem atingidas, com destaque para a data de
lançamento e o custo do produto. Os projetos de desenvolvimento o definidos
pelos modelos estruturados no PDP assumindo, assim, o modelo de referência
(ROZENFELD et al., 2006).
2.3.3 Modelo de Referência
De acordo com Rozenfeld et al. (2006) o conhecimento do processo de
desenvolvimento apresenta reflexos importantes na maneira como ele deve ser
gerenciado. Considerando que nem todos os membros da equipe têm uma
linguagem comum, ou apresentam um conhecimento mínimo do projeto geral,
assim como da contribuição esperada pela empresa. Desta forma, para se obter
um gerenciamento eficiente do PDP é necessário torná-lo visível a todas as
pessoas envolvidas.
Geralmente as empresas não m uma visão unificada do processo,
agravada pelo desempenho apresentado por cada setor da empresa e pelas
diferenças de escopo dos produtos. Essas limitações contribuem para
ineficiência no processo de desenvolvimento de produtos dificultando a
comunicação e integração dos diversos profissionais envolvidos. De acordo com
Rozenfeld et al. (2006) os modelos referenciais minimizam estes problemas,
unificando os pontos de vista, nivelando os conhecimentos, passando a
apresentar um linguajar único na empresa e definindo um mapa que serve a
todos.
Romano, F. (2003) descreve como a principal característica dos modelos
de referência a visão integrada do processo, onde os elementos, as estratégias,
as atividades, as informações, os recursos, a organização e as inter-relações são
destacadas. Os modelos são responsáveis, segundo a autora, pela obtenção de
uma maior compreensão dos processos estudados e praticados; por adquirir e
registrar o conhecimento para uso posterior; por definir uma base para
diagstico do processo; por planejar e especificar avanços no processo
55
diagnosticado; por simular o funcionamento do processo aperfeiçoado; por definir
uma base para a tomada de decisão no desenvolvimento do processo e por
racionalizar e garantir o fluxo de informações durante o processo.
Para Bremer e Lenza (2000) o modelo de referência apresenta como
objetivos prover a empresa com solução para seus processos de negócios. Os
maiores fornecedores de modelos de referência o as empresas de consultoria
e de softwares corporativos. De acordo com os autores os modelos de referência
detêm informações que constituem documentação armazenada responsável pelo
conhecimento organizacional. A união deste conhecimento, à estrutura de
atividades do modelo de referência poderá identificar os profissionais habilitados
a exercer determinadas atividades, assim como capazes de planejarem o
desenvolvimento do conhecimento organizacional. Com isto o modelo de
referência transforma-se em importante ferramenta para a gestão do
conhecimento, capaz de armazenar e documentar os conhecimentos existentes
na empresa, além de ser a base para planejar o desenvolvimento de novos
conhecimentos, de acordo com os objetivos estratégicos da organização.
O propósito da construção de um modelo de referência, conforme
Romano, F. (2003), é de explicitar o conhecimento dos processos estudados,
facilitando a compreensão e a formalização da sua prática. A elaboração do
modelo de referência exige o desenvolvimento de uma estrutura para atender
aos seguintes requisitos:
a representação baseada na visão do processo;
a visão do processo de desenvolvimento através da unidade visual de
representação gráfica e descritiva;
a subdivisão do processo em macrofases e fases;
a ordenação lógica das fases e atividades;
a apresentação das atividades e tarefas, baseadas na Engenharia Simultânea
(ES) e nas diretrizes do processo de gerenciamento de projetos;
a indicação dos domínios de conhecimento responsáveis pela realização de
cada tarefa;
56
a definição das informações fundamentais à realização das atividades,
através de documentos, métodos, ferramentas, insumos, etc;
a definição das avaliações que marcam a conclusão de cada fase, definindo
o resultado esperado para a mudança de fase;
a implementação de melhorias do modelo de referência, e
o emprego de uma ferramenta computacional de fácil acesso e utilização.
De acordo com Romano, F. (2003), a representação gráfica do modelo de
referência, apresentado na figura 06, a seguir, é constituído pelo processo
representado por um único pentágono, que se subdivide em “n” pentágonos,
representando as macrofases deste processo, que por sua vez se decompõem
em “n” fases. Para a autora a quantidade de macrofases e de fases dependerá
do processo a ser estudado. Os pontos de avaliação dos resultados das fases
estão representados por losangos no final de cada fase, configurando o
resultado esperado.
Figura 06 Representação Gráfica do Modelo de Referência.
Fonte: Romano, F. (2003).
Rozenfeld et al. (2006) destacam a representação do processo, conforme
apresentado na figura 06, acima, com três macrofases, definidas como sendo
Pré-Desenvolvimento, Desenvolvimento e Pós-Desenvolvimento. A primeira e a
terceira macrofases têm características mais genéricas e podem ser adaptadas
dependendo do tipo de empresa ou processo utilizado. Para os autores a
macrofase de Desenvolvimento apresenta aspectos tecnológicos referentes à
definição do produto, suas características e modo de produção.
PROCESSO
MACROFASES
FASES
SAÍDAS
AVALIAÇÃO
57
A representação gráfica do modelo de referência do processo apresenta a
decomposição das macrofases em fases. Estas são determinadas pela
construção de um conjunto de resultados, que determinam um patamar de
evolão do projeto. Os resultados criados nesta fase ficam congelados no
momento em que a fase é finalizada e avaliada, onde as pessoas podem
acessar as informações produzidas, mas não podem alterá-las (ROZENFELD et
al., 2006).
A avaliação do resultado de cada fase, segundo Rozenfeld et al. (2006),
representa um marco importante para reflexão do andamento do projeto, onde se
verifica e antecipa os problemas e pode produzir aprendizado para a
organização. Esta avaliação realizada através de um processo formalizado é
conhecida por transição de fase ou gate. O gate é uma revisão ampla e
detalhada, onde são consideradas a qualidade dos resultados obtidos, a situação
do projeto em relação ao planejamento o impacto dos problemas encontrados e
a importância do projeto. Os autores destacam a importância, para o bom
desempenho da empresa, da utilização sistemática formal dos gates que
possuem as seguintes atividades:
a definição dos critérios utilizados ao final de cada fase;
a avaliação constante da equipe de desenvolvimento, referente ao
cumprimento dos critérios, e
a execução do gate propriamente dito, através das atividades:
de auto-avaliação realizada pela equipe de desenvolvimento;
de aprovação realizada pela equipe de avaliação (comparação dos
relatórios produzidos é comparado com os demais projetos e com a
análise do estudo de viabilidade econômica).
A forma sequencial representada pelas fases é apresentada para facilitar
o entendimento do modelo. Rozenfeld et al. (2006) descrevem que em
determinados projetos as atividades de uma fase podem ser realizadas dentro de
outra fase. Este procedimento é característico nas atividades executadas em
paralelo ou simultaneamente, capaz de diminuir o tempo de desenvolvimento do
processo. Para facilitar o entendimento a figura 07, a seguir, apresenta um
58
exemplo da sobreposição de atividades nas fases do processo de
desenvolvimento de produto.
Figura 07 Exemplo da Sobreposição de Atividades nas Fases do Processo de
Desenvolvimento de Produto.
Fonte: Rozenfeld et al. (2006).
Na figura 07 a representação das atividades do exemplo definidas como
Detalhar a Documentação do Projeto e Desenvolver Plano de Processo para os
Componentes pertencem à fase de Projeto Detalhado, porém tem o seu início
antecipado possibilitando uma redução dos prazos do desenvolvimento do
processo (ROZENFELD et al., 2006).
Romano, F. (2003) apresenta, a partir da representação gráfica, a
estrutura do modelo de referência utilizando planilhas eletrônicas com as fases
do processo. A autora estabeleceu para cada fase um conjunto de sete
elementos: Entradas; Atividades; Tarefas; Domínio de Conhecimento;
Mecanismos; Controles e Saídas. Estes elementos correspondem às colunas
das planilhas e nas linhas são descritas as Atividades e Tarefas, que
representam o trabalho realizado. As dimensões básicas modeladas são
definidas pelas Entradas, Mecanismos, Controles e Saídas. A coluna de Domínio
do Conhecimento indica as áreas de conhecimentos das quais pertencem às
Tarefas. As Saídas de cada fase são classificadas na base de cada planilha.
Para melhor visualizar esta distribuição a figura 08 ilustra o leiaute destes
elementos em uma planilha eletrônica.
Projeto Conceitual Projeto Detalhado
Selecionar e Detalhar
Concepções Alternativas
Detalhar a Documentação
do Projeto
Desenvolver Plano de
Processo para os Componentes
Análise de Viabilidade
Econômica
59
Fases
Entradas
Atividades
Tarefas
Domínios
Mecanismos
Controles
Saídas
Saídas
Figura 08 Planilha Eletnica de Representação Descritiva do Modelo de
Referência.
Fonte: Romano, F. (2003).
Segundo Romano, F. (2003) no modelo de referência as dimensões de
cada tarefa é definida por entradas, Mecanismos, Controles e Saídas. As
Entradas podem ser informações ou objetos físicos processados pela tarefa; os
Mecanismos podem ser recursos sicos e/ou informações importantes para a
execução da tarefa; os Controles são informações utilizadas para monitorar a
tarefa, e finalmente as Saídas podem ser informações ou objetos físicos
processados pela tarefa. A autora apresenta a dimensão Saída de uma tarefa
que poderá ser utilizada como Entrada em outras tarefas.
Para Rozenfeld et al. (2006) as Tarefas do modelo de referência têm a
classificação por Domínios de Conhecimento, com o objetivo de identificar as
pessoas e as habilidades necessárias para sua realização. Os Domínios do
Conhecimento estão relacionados aos setores funcionais de uma organização. A
natureza multidisciplinar dos processos possibilita que as Tarefas estejam
ligadas a mais de um Domínio de Conhecimento (ROMANO, F., 2003).
2.3.4 Modelo de Referência para Processo de Projeto Integrado Edificação
O modelo de referência para o gerenciamento do processo de projetos
integrado de edificações, segundo Romano, F. (2003), apresenta o objetivo de
explicar o conhecimento sobre o processo de projeto, para facilitar o
60
entendimento e a prática do mesmo. A autora define as principais características
deste modelo:
estar baseado na visão de processo;
apresentar a visão de todo o processo atras da representação gráfica e
descritiva;
decompor o processo em macrofases, fases, atividades e tarefas;
estabelecer a sequência lógica das fases e atividades;
apresentar o que deve ser feito no processo de projeto, com base nos
princípios da Engenharia Simultânea (ES) e nas diretrizes do processo de
gerenciamento;
definir as áreas envolvidas em cada fase, com as tarefas classificadas por
domínios de conhecimento;
estabelecer as informações para realização das atividades, na forma de
entradas, mecanismos e controles;
realizar as atividades com a definição dos métodos, ferramentas e
documentos;
apresentar os eventos que marcam a conclusão de fases e que definem os
resultados esperados (saídas);
incluir a avaliação para possibilitar a ida à fase seguinte, e
permitir o registro das lições aprendidas.
Assim a autora estabelece um modelo de referência abrangendo todo o processo
construtivo de uma edificação, com início na etapa de planejamento, elaboração
dos projetos do produto e para produção, pela etapa de preparação para
execução, a própria execução e estendendo até o uso. Para tanto ficou
estabelecido que o processo de projeto, composto por três macrofases,
conforme demonstra a figura 09, a seguir.
61
Figura 09 Macrofases do Processo de Projeto para Estruturação do Modelo de
Referência.
Fonte: Romano, F. (2003).
Neste modelo de referência Romano, F. (2003) apresenta as macrofases
de Pré-Projetação, Projetação
6
e Pós-Projetação. A Pré-Projetação corresponde
à fase de planejamento do empreendimento, resultando na elaboração do plano
do projeto do empreendimento. A Projetação refere-se à elaboração dos projetos
de produto-edificação e para produção, estabelecendo como resultado das fases
as especificações de projeto, o partido geral da edificação, o projeto preliminar, o
projeto arquitetônico aprovado, o projeto de prevenção contra incêndio pré-
aprovado e o projeto detalhado, assim como os projetos para produção da
edificação. A Pós-Projetação envolve o acompanhamento da obra e o
acompanhamento do uso, estabelecendo como resultados das fases a
retroalimentação dos projetos em decorrência do desenvolvimento da obra e da
avalião de satisfação dos usuários na pós-ocupação.
Na pesquisa, Romano, F. (2003) decoms a macrofase Projetação em
cinco fases, destacando o projeto informacional, projeto conceitual, projeto
preliminar, projeto legal e projeto detalhado e para produção. Para a macrofase
de Pós-Projetação ficou estabelecida as fases de acompanhamento de obra e de
uso. Ao final de cada fase acontece a avaliação do resultado obtido, que autoriza
6
Conforme Silva (1998) Projetação significa ato de elaborar projetos, contribuindo para maior
exatidão terminológica.
PROCESSO DE PROJETO
Elaboração
do Projeto
Preparação
para Execução
Execução
Uso
Elaboração dos
Projetos do Produto
e dos Projetos para
Produção
Planejamento e
Organização
para Produção
Acompanhamento
da Obra
Acompanhamento
do Uso
Planejamento
Estudo de Viabilidade
Definição do Produto
TEMPO
Compra de Terreno
Início da Obra
Lançamento
Entrega da Obra
PRÉ-PROJETAÇÃO PROJETAÇÃO PÓS-PROJETAÇÃO
62
a continuidade do processo para fase seguinte. A figura 10 demonstra o
processo de projeto com estas definições.
Figura 10 Representação Gráfica das Fases do Processo de Projeto de
Edificação.
Fonte: Romano, F. (2003).
A representação descritiva deste modelo, conforme a autora é
representada por oito planilhas, correspondendo a cada fase do processo. Na
figura 11, a seguir têm-se a representação descritiva da fase do Projeto
Conceitual do modelo de referência acima.
PROJETO CONCEITUAL
Entradas
Atividades
Tarefas
Domínios
Mecanismos
Controles
Saídas
Declaração do
escopo do projeto
Lista das
atividades do
projeto
Definir o escopo
do projeto de
cada
especialidade
envolvida
Elaborar escopo
de cada
especialidade
GP
Formulário para
definição do escopo
de trabalho e
responsabilidades
dos profissionais de
projeto
Procedimento
para definição
do escopo de
desenvolvimento
do projeto
Definição do
escopo de
projeto de
cada
especialida-
de envolvida
Anexar definição
do escopo de
projeto de cada
especialidade
envolvida ao SDP
GP
SDP
PGCo
Saídas
Figura 11 Representação Descritiva da Fase do Processo de Projeto
Conceitual.
Fonte: Romano, F. (2003).
PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAÇÃO
P-PROJETAÇÃO
PROJETAÇÃO
PÓS-PROJETAÇÃO
Plano do Especificações Partido Projeto Projeto Projeto Projeto como Validação
Projeto do Projeto Geral Preliminar Aprovado Detalhado Construído do Projeto
Planejamento do
Empreendimento
Projeto
Informacional
Projeto
Conceitual
Projeto
Preliminar
Projeto
Legal
Projeto
Detalhado e
Produção
Acompanhamento
da Obra
Validação
63
A representação descritiva da modelo referencial distribuídas nas diversas
planilhas eletrônicas, para cada fase do processo, permite uma atualização fácil
e rápida do seu conteúdo e das diversas possibilidades de arranjos de
visualização, com a utilização de filtragens de informões, estabelecendo
procedimentos para condução do processo (ROMANO, F., 2003).
Na figura 12, a seguir são representados os domínios de conhecimento
destacando o início e o fim da participação de cada equipe com o seu domínio
de conhecimento ao longo das fases do modelo de referência para o
Gerenciamento do Processo de Projeto Integrado de Edificações (GPPIE).
Figura 12 Representação Gráfica dos Domínios de Conhecimento no GPPIE
Fonte: Romano, F. (2003)
Formággio e Miguel (2009) descrevem que os modelos exigem a
complementação de outros métodos e ferramentas para auxiliar eficientemente a
condução de cada uma das atividades que fazem parte do ciclo de
desenvolvimento de produtos. Um dos métodos que as empresas m
64
implantado para dar suporte ao processo de desenvolvimento de produto é o
Quality Function Depoyment (QFD), com o objetivo de integração das
necessidades dos clientes em todo o ciclo de desenvolvimento de um produto.
Peixoto e Carpinetti (1999) apresentam, além da metodologia do QFD, a
Engenharia Simultânea (ES) como metodologias e técnicas de obtenção da
competitividade no processo de desenvolvimento de produtos de forma eficiente,
eficaz e rápida. Complementando esta afirmação, Moeckel (2000) caracteriza a
Engenharia Simultânea (ES) como sendo um projeto integrado de produto,
desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, com o compartilhamento
organizado de dados e informações, evitando-se desperdícios e re-trabalhos.
2.3.5 Engenharia Simultânea
Segundo Peixoto e Carpinetti (1999) o processo de desenvolvimento de
produtos para ser competitivo necessita utilizar metodologias e técnicas capazes
de proporcionar eficncia, eficácia e rapidez ao processo, onde se destaca a
Engenharia Simultânea (ES).
Segundo IDA (1988), a ES é uma abordagem sistêmica para integrar,
simultaneamente, o projeto de produto e os seus processos, incluindo
manufatura e suporte. Essa abordagem busca a mobilização dos projetistas, no
início do processo de projeto, a fim de considerar todos os elementos do ciclo de
vida da conceão até a disposição, incluindo controle da qualidade, custos,
prazos e necessidades dos clientes.
Nascimento e Santos (2003) atribuem aos avanços na área de
comunicações, computação e Internet, nos vários sistemas operacionais,
administrativos e gerenciais para possibilitar projetos integráveis e colaborativos.
Com isso aplica-se a ES ao processo de projeto, onde os sistemas permitem a
troca e o gerenciamento das informações das diversas disciplinas e a diminuição
no tempo de projeto com desenvolvimento de trabalhos em paralelo pelos
profissionais. Com essas tecnologias um grande aumento no nível de
comunicação entre os agentes, ficando mais fácil integrar o projeto ao processo
de produção. Os autores destacam a necessidade da ênfase no planejamento,
controle, e no trabalho em equipe, para possibilitar o desenvolvimento de
atividades interdependentes e sua condução por diferentes disciplinas. Desta
65
forma, o trabalho deve ser desenvolvido simultâneo e iterativo, com o objetivo de
integração de áreas separadas pelo espaço e tempo.
Acompanhando esta mesma definição, Galina e Santos (1998)
apresentam a Engenharia Simultânea (ES), como sendo uma estratégia
industrial utilizada para reduzir o tempo de desenvolvimento de produtos, unindo
esforços de diversos profissionais com diferentes especialidades, trabalhando
em grupos de forma cooperativa. É evidente que a integração deve ser a melhor
possível para que a implantação da ES obtenha êxito. Essa integração deve ser
auxiliada por um ambiente de trabalho adequado, que permita forte interação dos
profissionais na realização das atividades, onde haja a troca de informações em
todo o ciclo de vida do produto ou na tomada de decisões em grupos. Os autores
afirmam que estes tópicos devem ser considerados na criação de uma
arquitetura de um ambiente integrado de trabalho, cujo objetivo geral é ser
extremamente útil para as equipes de ES.
A integração é auxiliada através de suporte computacional para trabalho
cooperativo definido pelo Computer Supported Cooperative Work (CSCW)
desenvolvido no item 2.5.1.
Moeckel (2000) define a ES como sendo uma abordagem alternativa, com
o objetivo de melhorar as condições de competitividade das empresas, reduzindo
o ciclo de desenvolvimento de novos produtos, através do paralelismo das
etapas do processo. Dessa forma, a interação entre os profissionais da equipe
tem papel fundamental.
66
A figura 13, a seguir, exemplifica bem as diferenças entre o modelo
sequencial e o modelo simultâneo.
Figura 13 Diferença entre a Engenharia Sequencial e a Simultânea
Fonte: Galina e Santos (1998) e Fabrício (2002) adaptado pelo Autor
A análise entre o modelo sequencial e o simultâneo, demonstra que no
segundo modelo, as etapas acontecem quase em paralelo, com um pequeno
intervalo entre elas, observa-se, também, o compartilhamento de informações
entre as etapas do processo, reforçando a interação entre os profissionais
envolvidos. No modelo sequencial, uma etapa inicia na conclusão da anterior
e a documentação chega à etapa seguinte, quando a anterior estiver
finalizada.
Segundo Rosenfeld et al. (2006) no modelo sequencial, o projeto percorre
as áreas funcionais seguindo uma ordem lógica, onde cada uma se limita a
receber determinadas informações, realizar o trabalho e produzir o resultado que
dela se esperava. Com o estabelecimento de etapas do processo em paralelo
existe ao final do processo a redução de tempo, conforme demonstra a figura 13.
Complementando estas afirmações, Peralta (2002) destaca, que a ES é
uma metodologia de projeto objetivando uma mudança cultural, integrando
Informação
Informação
Documentação
Tempo
Informação
Redução de
Tempo
Seleção Tecnol.
Eng. Sequencial
Eng. Simultânea
Informação
Concepção
Planejamento
Projeto
Detalhamento
Proj. Produção
Planejamento
Concepção
Projeto
Detalhamento
Planejamento
Aquisição Ferram.
Proj. Produção
Elaboração Processo
67
diferentes recursos e especialidades de uma organização, no sentido de reduzir
o tempo de desenvolvimento, o custo e aumentar a qualidade do produto. O
maior destaque apresentado pelo modelo simultâneo é disponibilizar toda
informação relevante aos agentes envolvidos antes do início da tarefa de projeto
Keeling (2002) evidencia o sucesso no processo simultâneo, quando os
projetos apresentam objetivos limitados, com definições claras da sua
abrangência, com uma liderança unificada e estreita cooperação entre as
funções. O autor apresenta o exemplo do Japão, onde as equipes
multidisciplinares ao trabalharem em estreita cooperação alcançam sucesso na
redução dos prazos de desenvolvimento e na melhoria da qualidade e dos
processos de produção.
As múltiplas definições e enfoques para a ES, conforme destaca Fabrício
(2002), é explicado com os diferentes interesses e práticas dos autores e de
cada organização e sua implementação. De acordo com os objetivos de quem as
estudam e as empregam e conforme o ambiente produtivo em questão, as
práticas da ES devem sofrer alterações de forma a se adaptarem às
necessidades específicas e condições setoriais.
Fabrício (2002) apresenta no quadro 06, uma compilação de vários
trabalhos sobre as características e elementos que compõem a engenharia
simultânea. Apesar de algumas diferenças, é possível observar alguns pontos
básicos comuns destacados nos conceitos e aplicações da Engenharia
Simultânea.
68
AUTORES
ELEMENTOS BÁSICOS DA ENGENHARIA SIMULTÂNEA
STOLL (1988)
Projeto simultâneo do produto e do processo
DIERDONCK (1990)
apud JUNQUEIRA
(1994)
Sobreposição de atividades durante o projeto como catalisador da solução de problemas do
processo;
Substituição da composição em blocos pela comunicação em diálogo interativo mais eficaz
e poupadora de tempo na troca de informação;
Criação de estrutura de projetos multidisciplinares;
Quebra de barreiras departamentais visão interdepartamental para o projeto;
Conscientização das pessoas na empresa sobre o papel do desenvolvimento do produto
sobre a competitividade.
HARTLEY (1998)
Equipes multidisciplinares de projeto;
Definição dos produtos focando os consumidores;
Desenvolvimento simultâneo do produto e do processo de manufatura;
Controles da qualidade e markting.
COFFMAN (1987)
apud JUNQUEIRA
(1994)
Projeto para manufatura e montagem ainda na fase de projeto do produto;
Formação de equipes multidisciplinares;
Definição de um responsável pela coordenação de todo o processo de desenvolvimento do
produto.
McHUGH; WILSON
(1989) apud
JUNQUEIRA (1994)
Foco no atendimento às necessidades dos clientes internos e externos;
Realização de projetos para o processo DFM;
Organização voltada para realização de atividades em paralelo.
CHAMBERLAIN
(1991) apud
JUNQUEIRA (1994)
Definição das metas de projeto;
Trabalho em equipe;
Desenvolvimento em paralelo de atividades;
Padronização de projetos;
Gerenciamento do processo de projeto.
CARTER e BAKER
(1992)
Organização:
Integração da
equipe;
Empowerment;
Treinamento e
educação;
Automação do
suporte.
Infra-estrutura de
Comunicação:
Gestão do
produto;
Disponibilidade
de dados do
produto;
Retro-
alimentação.
Requerimentos:
Definição das
necessidades;
Planejamento
metodológico;
Planejamento
prospectivo;
Validação;
Padronização.
Desenvolvimento de
Produto:
Engenharia de
componentes ou
de valor;
Otimização.
MURMANN (1994)
apud HUOVILA et al.
(1994)
Definição Clara dos objetivos do empreendimento;
Concentração de recursos no início do projeto;
Pré-desenvolvimento visando reduzir incertezas técnicas;
Melhoria do planejamento do empreendimento;
Promoção da sobreposição e do desenvolvimento de tarefas em paralelo;
Ampliação da competência e da responsabilidade do administrador do empreendimento;
Desenvolvimento de conhecimentos especializados e multidisciplinares;
Consideração precoce da manufaturabilidade do conceito do projeto;
Promoção da comunicação entre os funcionários;
Intensificação do controle de tempo e custo de desenvolvimento.
SCHRAGE (1993)
apud HUOVILA et al.
(1994)
Abordagem de alto nível do projeto, baseado em sistemas de engenharia;
Forte interface com o cliente;
Equipes multifuncionais e multidisciplinares;
Benchmarking de projeto e prototipagem por meio de modelos digitais;
Simulação da performance do produto e dos processos de manufatura e suporte;
Simulação e avaliação dos maiores riscos previsíveis;
Envolvimento precoce dos subcontratados e vendedores;
Foco da empresa voltado à melhoria contínua e ao aprendizado.
Quadro 06 Características e Conceitos de Engenharia Simultânea, Segundo
Vários Autores.
Fonte: Fabrício (2002).
69
Conforme Peralta (2002) menciona, é fundamental a formação de uma
equipe multidisciplinar, com pessoas de diversas áreas e especialidades
envolvidas desde o início no processo de projeto, obtendo a responsabilidade
pelo conceito do produto, pela redução de desperdício e pela redução do tempo
de desenvolvimento. Deste modo a troca de informações nas fases iniciais de
projeto é intensa, entre os membros da equipe, aumentando a sintonia para que
o trabalho realizado seja compatível com os demais e, assim, cada área
disponibilize as informações corretas no tempo certo.
A partir do exposto nos parágrafos anteriores, infere-se a importância de
um sistema de informação, que possibilite melhorar o desempenho dos
profissionais durante as atividades de projeto. Amorim et al. (2001) reforçam a
necessidade da integração de sistemas, tornando-se urgente a sua utilização, de
modo a estabelecer melhorias na qualidade, evitando-se retrabalhos, definindo
credibilidade e agilidade a informação prestada.
2.4 Tecnologia de Informação (TI)
Segundo Laudon e Laudon (2007) o Sistema de Informação (SI) é um
conjunto de componentes inter-relacionados que coletam ou recuperam,
processam, armazenam e distribuem informações necessárias a tomada de
decio, a coordenação e controle de uma determinada organização. Os autores
atribuem a este sistema a função de auxiliar os gerentes e demais profissionais a
analisar problemas, visualizar assuntos complexos e criar novos produtos.
Laudon e Laudon, (1999) destacam que o SI transforma a informação em uma
forma utilizável para a coordenação do fluxo de trabalho da empresa. Onde a
informação representa o dado na forma significativa e útil para as pessoas, já os
dados são descritos como um elemento bruto, sem ter sido organizado ou
arranjado de uma forma que as pessoas possam utilizá-los.
Andrade (2009) afirma que pode existir um grande desperdício de
informações no desenvolvimento de um projeto, caso não se utilize um tipo de
SI. Esta necessidade surge como importante ferramenta de apoio e
disseminação do conhecimento adquiridos de experiências formais ou altamente
tecnológicas, tornando válido o uso, desde que, cumpram a função de apoio à
gestão da organização. Assim sendo, escritórios e prestadores de serviços na
70
área de projetos podem obter vantagens competitivas na otimização de SI para a
viabilidade de suas operações.
Radünz (2004) descreve que o SI é caracterizado pela aplicação de
métodos para organizar as informações, possibilitando a empresa decidir ou
operar. Deste modo a informação é o ingrediente básico do qual dependem
todos os processos de decisão. Por sua vez as equipes multidisciplinares
envolvidas no processo de desenvolvimento de projetos, necessitam da
informação para a tomada de decisão. Os sistemas de informação são parte
integrante e irreversível das organizações, tornando-se um fator decisivo de
vantagem competitiva e, se adequadamente gerenciados serão,
reconhecidamente, estratégicos para o sucesso dos negócios. Portanto, o
planejamento destes sistemas deve ser harmônico e consistente com o seu
planejamento estratégico, a fim de que seus planos operacionais e objetivos de
negócios possam ser bem sucedidos.
Para O’Brien (2001) um SI apresenta três componentes sicos
interagindo:
entrada envolve a captação e reunião de elementos que entram no
sistema;
processamento se caracteriza pelo processo de transformação, onde os
insumos se convertem em produtos e
saída envolve a transferência de elementos produzidos pelo processo de
transformação.
Para confirmar esta afirmação, Laudon e Laudon (2007) destacam, que as
informações, importantes para a tomada de decisão, são produzidas por três
atividades, a saber: entrada, processamento e saída. A entrada captura os dados
brutos da organização ou de um ambiente externo; o processamento transforma
estes dados brutos em uma forma utilizável para organização ou por
determinado funcionário e a saída transfere as informações processadas para as
pessoas que as utilizarão. Neste momento pode-se obter um feedback,
caracterizado pelo retorno de determinadas informações para ajudar a avaliar ou
corrigir o estágio de entrada.
71
Segundo Stoner e Freeman (1985) “somente com informações precisas e
na hora certa, os administradores podem monitorar o processo na direção de
seus objetivos e transformar os planos em realidade”. O autor estabeleceu uma
distribuição de quatro fatores a serem avaliados:
qualidade da Informação estabelece uma relação entre a qualidade, a
precisão e o custo da informação, facilitando a tomada de decisão;
oportunidade da Informação disponibilidade da informação no momento da
sua necessidade;
quantidade da Informação é fundamental a tomada de decisão se ter a
quantidade suficiente de informação, a escassez de informação ou o seu
excesso prejudicam o trabalho e
relevância da Informação as informações recebidas devem ter relevância e
seletividade para a tomada de decisão.
Por outro lado O’Brien (2001) identifica nos SI, três papéis vitais nas
organizações desempenhados como suporte para:
processos e operações;
tomada de decio de funcionários e gerencias, e
estratégias na busca por vantagens competitivas.
A concepção e implantação de um SI eficaz, Stoner e Freeman (1985)
apresentaram seis diretrizes a serem utilizadas:
incluir os usuários na equipe de projeto a cooperação entre os gerentes de
operações e os projetistas de sistemas é necessária, pois eles sabem que
tipo de informação precisam, quando e como irão usá-la para as ações
gerenciais e de tomada de decisão;
pesar os custos em tempo e valor para o sistema definirem o projeto e sua
instalão dentro de uma base de custo-benefício, garantindo, assim não
estourarem o orçamento previsto;
72
considerar alternativas ao desenvolvimento de software na empresa existe
a disponibilidade de aplicativos desenvolvidos por empresas especializadas
que atendam as suas necessidades;
preferir a relevância e a seletividade da informação à simples quantidade;
pré-testar o sistema antes da instalação;
proporcionar treinamento adequado e documentação escrita para os
operadores e usuários do sistema.
Oliveira (1996) estabelece como propósito básico da informação, no
contexto organizacional, o fato de habilitar a empresa para alcaar os seus
objetivos usando de forma eficiente os recursos disponíveis (pessoas, materiais,
equipamentos, tecnologia, financeiro, além da própria informação).
Complementando esta afirmação, Guerrero (2004) destaca, que tanto os
Sistemas de Informação (SI), quanto a Tecnologia da Informação (TI) tornaram-
se um componente importante ao sucesso das organizações, constituindo um
campo de estudo essencial em administração de empresas e gerenciamento de
processos. A autora afirma que a TI melhora a eficiência e eficácia dos
processos empresariais, da tomada de decisão e da colaboração, fortalecendo
as posições competitivas em um mercado de rápida transformação.
Para Oliveira (1996) o impacto na produtividade e na forma organizacional
das empresas é significativo, porque a TI interfere nas tarefas de produção, na
coordenação além de expandir a memória das empresas. Desta forma o autor
reforça a possibilidade de mudanças na forma de trabalho com a utilização da TI,
principalmente nas atividades:
de produção:
produção física, fortalecida pelo uso da robótica e sistemas de
controle;
produção de informação, especialmente atingidas pelo uso dos
computadores com tarefas burocráticas e repetitivas e
73
produção de conhecimento, relacionadas com as atividades de
projetos (CAD/CAM), análise de crédito e risco e desenvolvimento
de software;
de coordenação principalmente das atividades das telecomunicações:
distância física tornou-se menos relevante;
natureza do tempo sobre o trabalho, permitindo através do
armazenamento de informações, uma maior fluidez do trabalho
com menor descontinuidade e
memória organizacional fortalecida com o uso de banco de dados,
para armazenamento de informações a ser preservadas e
transmitidas com menor custo;
de produção de conhecimento realizada pelas atividades de gestão:
as tarefas de direção, relacionadas com o monitoramento e
tomada de decio e
as tarefas de controle, relacionadas com performance de
desempenho, comparando com os planos iniciais e determinando
as ações necessárias para manter o rumo dos objetivos traçados.
Segundo Nitithamyong e Skibniewski (2004), a TI é utilizada
rotineiramente como uma ferramenta para reduzir alguns dos problemas gerados
pela fragmentação. A melhor utilização da coordenação e colaboração entre
empresas, que participam no desenvolvimento de projeto, leva a uma
comunicação mais eficiente, além de incluir aumento na qualidade dos
documentos, na velocidade do trabalho e no melhor controle financeiro.
Para Oliveira (1996) a interferência da TI nos trabalhos de coordenação é
marcada pela mudança na distância física, que se tornou menos relevante; no
tempo de trabalho, com a utilização de armazenamento de informação,
produzindo menores distúrbios de descontinuidade na troca de informação. A
produção de conhecimento atinge as atividades de gestão referentes à direção
(tomada de decisão e monitoramento) e o controle (desempenhos, planos e
ações).
74
Por sua vez, Keen (1996), Laudon e Laudon (2007) e Tarapanoff (2001)
ampliam a abrangência do significado considerando, também, aspectos
humanos, administrativos e organizacionais, sobre os tradicionais conceitos de
processamento de dados, SI, engenharia de software, entre outros.
Segundo Tarapanoff (2001), a gestão da informação é definida por um
conjunto de seis etapas inter-relacionadas: identificação de necessidades
informacionais; aquisição de informação; organização e armazenagem da
informação; desenvolvimento de produtos informacionais e serviços; distribuição
da informação e, finalmente, o uso da informação. A informação apresenta um
caráter estruturante e um instrumento de gestão em determinadas organizações.
A autora destaca que a utilização da informação constitui parte de um sistema de
informação e aiam as funções operacionais, gerenciais e de tomada de
decio existentes nas organizações.
Tarapanoff (2006) destaca como fator determinante para a TI, a melhoria
dos processos de produtos e serviços, definindo um valor estratégico para as
empresas, com a redução de desperdícios, eficiência operacional e
automatização de processos. Para a autora, o planejamento estratégico depende
dos processos de gestão da informação e apresenta como resultado, a tomada
de decisão.
A figura 14 a seguir representa a gestão do planejamento estratégico
integrada à gestão da informação.
75
Figura 14 Integração de Gestão da Informação e Gestão do Conhecimento ao
Planejamento Estratégico.
Fonte: Tarapanoff (2006).
Luftman et al. (1993) e Weill (1992) defendem um conceito mais amplo,
incluindo os sistemas de informação, o uso de hardware e software,
telecomunicações, automação, recursos multimídia com o objetivo de fornecer
dados, informação e conhecimento.
Oliveira (2005) afirma que a TI atua diretamente na produtividade e na
forma geral da organização das empresas. Neste sentido Gonçalves (1994)
descreve que o impacto da tecnologia transforma o trabalho das pessoas, a
produção dos grupos e o desempenho da empresa.
Os investimentos em TI acontecem nas organizações, segundo Oliveira
(1996), com o objetivo estratégico de alcançar:
maior integração de funções em todos os níveis da organização;
altera as condições relativas de competição com o incremento de inovações;
a integração eletrônica e um clima competitivo maior, alterando a natureza
do trabalho e possibilitando uma revisão crítica da organização;
altera a estrutura organizacional e de gestão das organizações, onde
permite a redistribuição de poder, funções e controle para onde forem mais
eficazes.
Gestão do Conhecimento
Conhecimento Individual
Conhecimento Corporativo
Gestão da Informação
Informação Documentária
Informação Estratígica
Inteligência Corporativa
Planejamento Estratégico
Estratégias
Monitoramento Ambiental
Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC)
76
Fabrício (2002) considera o uso intensivo de TI como elemento facilitador
e catalisador para integração entre os profissionais da equipe, somado a
utilização das telecomunicações agindo como ferramentas de apoio às decisões
e à interação entre as disciplinas. As novas tecnologias criam novas
possibilidades de cálculos e simulações durante o projeto, agindo na capacidade
de desenvolvimento tecnológico dos produtos e por outro lado, as possibilidades
de telecomunicações e colaboração à distância com uma mesma base de dados
de projeto permitem a integração de projetistas geograficamente separados e
otimizam a troca de informações.
Jacoski e Lamberts (2008) descrevem as várias discussões estabelecidas
com o uso da TI, que possibilitaram a individualização das pessoas, o advento
da Internet ofereceu respostas exatamente no sentido contrário. Quando se
imaginava que o indivíduo trabalharia cada vez mais isolado, verifica-se que
ocorreu um fenômeno contrário, no sentido de integração e, assim, surgiram os
trabalhos em conjunto e a interatividade passa a ser indispensável, seja em
processos de comercialização, seja em teletrabalho ou em projetos
colaborativos.
Diversas mudanças se concretizam, mas algumas podem ser
consideradas como expectativas, pois ainda apresentam circunstâncias que não
estão totalmente consolidadas, resultando ainda em um processo um pouco
especulativo. São mencionadas abaixo, as circunstâncias que devem promover
mudanças no processo de projetos:
é de se esperar que toda a cadeia produtiva, bem como os relacionamentos
entre os mercados, possam estar interligados por dados e, assim, serem
geradas ferramentas para adequada transferência de informação;
os projetos podem conter informações que transitem entre os agentes de
toda a cadeia produtiva, com isto os dados de projeto comporão as
informações disponíveis a qualquer momento do processo e a qualquer
agente (mesmo na ponta do processo);
o projeto virtual consolidado, com a possibilidade de identificação e definição
dos componentes e uma visualização (virtual) completa do produto,
77
apresentando as informações individuais de todos os elementos que
comem o projeto;
a informação ganha importância e deve ser um elemento diferencial,
agregando valor, pois projetos com informações deficientes terão
dificuldades de prosseguir no processo e necessitará volume e qualidade
das informações para compor as demais etapas da produção;
uma diminuição gradual dos problemas com interoperabilidade entre
sistemas, pois qualquer plataforma utilizada, buscará adequar-se a uma
padronização, possibilitando seu uso de diversos softwares;
a adoção de vocabulários únicos, onde um objeto possui mesma
nomenclatura, atributos e código;
o relacionamento entre os profissionais participantes do projeto ocorrendo
de forma integrada, onde as informações são transmitidas
concomitantemente ao desenvolvimento do projeto;
as simulações ganham importância para a validão dos projetos com a
comprovação das soluções adotadas;
a TI passa a ser um importante instrumento de melhoria de processos, e a
Internet se consolida como o ambiente de trabalho ideal para troca de
informações e trabalhos colaborativos (JACOSKI e LAMBERTS, 2008).
O uso das tecnologias computacionais contribui para alterar a maneira de
concepção e construção dos desenhos, onde o profissional trabalha, conclui e
envia, em meio eletrônico, para outros profissionais e/ou imprime, os projetos,
em papel. Porém, independentemente do projeto ter sido concebido com o uso
de tecnologias computacionais, o processo de integração do desenho é manual
(MÉNDEZ, 2006).
2.4.1 Barreiras ao Uso de Tecnologia da Informação (TI)
A TI é utilizada por diversas indústrias, com o objetivo de aumentar a
produtividade e qualidade dos produtos e serviços, porém existem várias
barreiras que impedem a sua utilização plena no setor da indústria da
construção, conforme afirmam Nascimento e Santos (2009). O autor aponta
78
como principais fatores com vista a estabelecer um panorama para superar estes
obstáculos, conforme descritos a seguir:
Barreiras ligadas aos profissionais os profissionais do setor da indústria da
construção apresentam maior dificuldade em trabalhar com TI. O autor
destaca alguns itens que contribuem com esta afirmação:
os profissionais utilizam as ferramentas CAD sem muita precisão,
tanto de medidas, quanto de detalhes do produto. Não são
utilizadas tecnologias CAM-CNC, pois os produtos são construídos
manualmente;
os profissionais selecionados apresentam um nível de exigência
menor em relação às demais indústrias. Não existe um trabalho de
validão dos produtos projetados com a utilização de softwares da
AEC, cabendo a sua verificação e correção sendo executada na
obra;
a diversidade de metodologia de TI utilizada nas empresas
ocasiona disparidades na forma de trabalhar de um mesmo
profissional de uma empresa para a outra;
os profissionais utilizam ferramentas muito diversificadas, à
exceção do CAD que por ser genérica, quando bem utilizada, é
customizada e adquire características diferenciadas, porém a
maioria dos profissionais subutiliza esta ferramenta;
os gerentes e administradores com formação técnica não m
desenvoltura em TI, pois tiveram pouca experiência com sistemas
de CAD ou outro software. Esta situação está mudando uma vez
que os novos profissionais começam a ter algum conhecimento
operacional, necessitando um aperfeiçoamento compatível com os
cargos de gerência e administração;
os profissionais não têm uma visão do uso estratégico da TI. Os
cursos formam profissionais com pouco conhecimento do nível
estratégico ou de avaliação das ferramentas de TI disponíveis no
mercado;
79
os profissionais são habilitados a utilizar ferramentas para
monousuários e têm dificuldades em utilizar ferramentas em rede e
compartilhadas;
os profissionais que atuam no setor são resistentes a inovações;
os profissionais o conseguem trabalhar colaborativamente
através da TI. A diversificação das empresas não permite que
todos os intervenientes tenham estrutura para suportar a
colaboração (estrutura física e de pessoal);
há grandes oportunidades de utilização da TI nos canteiros de obra
(robótica, PDAs, ferramentas de comunicação avançada, realidade
virtual, etc), que ficam inviabilizadas pela mão-de-obra básica,
predominantemente analfabeta ou semi-analfabeta.
Barreiras ligadas aos processos são apontadas três barreiras importantes:
os demais setores da indústria vêem na web um grande fator de
redução de custos com fornecedores, porém na indústria da
construção são firmadas parcerias fortes com os fornecedores e
empreiteiras, insubstituíveis na cadeia de suprimentos, neste
momento;
existe uma falta de padronização na comunicação, apesar dos
esforços de organismos como IAI e CDCON, empenhados no
desenvolvimento dos padrões para a indústria da construção;
os métodos de gestão de processos estão ultrapassados, além de
haver uma carência de disciplinas voltadas a gestão com os
conceitos e ferramentas administrativas.
Barreiras ligadas ao setor e empresas Nascimento e Santos (2009)
destacam cinco barreiras vinculadas ao setor e/ou empresas:
a indústria da construção investe muito pouco em TI, comparado
com o restante da indústria;
80
a área de TI, quando existe nas empresas do setor, não tem
orçamento significativo para investimento adequado a produzir
resultados positivos;
a instria da construção apresenta um setor muito grande,
diversificado e fragmentado, diminuindo muito o impacto da
utilização de TI pelos seus agentes;
os dirigentes do setor não acreditam na compensação dos
investimentos em TI, devido ao aspecto cíclico do mercado e do
modo que, rapidamente, podem se tornar obsoletos;
falta de treinamento na implantação de novas tecnologias, mesmo
tratando-se de extranets de projeto, com a utilização adequada do
potencial das ferramentas.
Barreiras ligadas à tecnologia Nascimento e Santos (2009) apresentam
cinco barreiras relacionadas com a utilização da tecnologia, a saber:
a segurança dos dados (intrusão, violação, vírus, etc) atribuídos a
Internet definida como mídia de suporte;
sistemas de atualização e manutenção constante dos softwares
que possibilitam a navegação;
necessidade de conexão à internet com banda larga, nem sempre
acessível disponibilidade e custo;
custo de aquisição e manutenção de equipamentos, caracterizado
como sendo o mais significativo;
as tecnologias podem trazer um problema referente ao excesso de
informação, implicando mais tempo gasto em pesquisa e
dificuldade de identificar as informações relevantes.
Para Nascimento e Santos (2009) a indústria da construção apresenta um
grande potencial para utilização da TI no setor. A integração da TI aos processos
do setor da construção apresenta benefícios na utilização da informação e
comunicação, aumentando a produtividade das empresas. Os autores defendem
que a alternativa de longo prazo para resolver o problema da TI nas empresas, é
81
a reformulação da estrutura curricular das universidades, dando maior ênfase na
sua aplicação, de forma que os novos profissionais tenham uma visão mais
ampla e prática da TI existentes para sua área. Apesar das barreiras
mencionadas, vislumbra-se, na utilização da TI no setor, um objetivo com valor
suficiente, para que os esforços continuem a ser feitos no sentido de vencê-las.
2.4.2 Padronização de Procedimentos para Troca da Informação
Nos processos onde troca de informações digitais, a utilização de uma
padronização de vocabulários ou linguagem facilita a colaboração entre os
profissionais envolvidos num determinado trabalho, abrindo a possibilidade de
registro das informações para gerenciamento do conhecimento (JACOSKI,
2007).
2.4.2.1 Padronização de Procedimentos da Informação em Projeto
Jacoski e Lamberts (2003) apresentam o resultado de uma pesquisa entre
profissionais, para verificar as vantagens na padronização da informação,
conforme apresentado a seguir:
redução do tempo de discussões;
simplificação da execução de projeto;
facilidade do fluxo de informação entre parceiros fornecedores;
melhoria na qualidade da produção da informação disponível para a equipe;
redução de esforços;
aumento na velocidade de distribuição dos dados;
possibilidade de utilização de única plataforma para transferência de
informação na indústria da construção;
redução da possibilidade de conflito de informações entre diferentes usuários;
melhoria na integração e comunicação interna, proporcionando acréscimo de
produtividade;
trabalho eficiente de projetos desenvolvidos por equipes virtuais permitindo
simplificação na comunicação;
82
redução no custo de desenvolvimento de softwares, com os programadores
usando o padrão definido;
qualidade no processo de decio, e aprimoramento do aprendizado
organizacional através da reutilização do conhecimento;
potencial para automação de tarefas e
grande flexibilidade operacional e aumento considerável de facilidades para
associão de tarefas.
2.4.2.2 Dificuldades de Implementação da Padronização de Procedimentos
Jacoski e Lambert (2003) tamm apresentam as dificuldades enfrentadas
para sua implementação, conforme relatado abaixo:
as incertezas a respeito de dados obtidos da transferência e integração da
informação de softwares;
comunicação ineficiente;
existência de pequenas equipes de projeto com foco em variados clientes,
limitando a padronização;
tamanho das empresas é um fator limitante, pois a padronização
implementada em pequenas empresas é relativamente fácil;
questões técnicas que obstruem a padronização (incompatibilidade de
hardware e interoperabilidade de softwares);
empresas não tem conhecimento dos procedimentos de negócios e sobre os
seus sistemas internos.
Para que a cadeia produtiva da construção enfrente estes desafios,
algumas discussões entre os agentes participantes são necessárias, para
adequação da informação a ser utilizada e como estabelecer a forma de acordar
os protocolos mínimos para transferência de dados.
83
2.4.2.3 A Terminologia Objetivando a Integração da Informação de Projeto
A padronização de uma terminologia facilita a comunicação entre
diferentes disciplinas, possibilitando o registro de informações para
gerenciamento do conhecimento (JACOSKI e LAMBERTS, 2003).
Stouffs e Krishnamurti (2001) compartilham a respeito das vantagens da
padronização, porém apontam algumas dificuldades da sua implantação prática,
pois deverá ser acolhido em toda indústria, considerando a sua natureza,
extremamente fragmentada, além da singularidade dos projetos, associado ao
fato da composição heterogênea dos seus profissionais. Os mesmos autores
acreditam no sucesso da implantação de normas parciais, concentrando sobre
determinados aspectos do projeto, um conhecimento específico ou um
determinado conjunto de interações entre os parceiros.
Os recentes esforços de normalização demonstram um interesse
renovado em tais soluções. Diferentemente de muitas outras abordagens de
padronização, esta alternativa não impõe um vocabulário conceito, mas deixa a
definição do vocabulário para a equipe de projeto, normalmente baseados em
suas experiências e no próprio projeto.
No Brasil poucos esforços estão sendo realizados para a formalização de
uma padronização na nomenclatura dos produtos utilizados na indústria da
construção, Jacoski e Lamberts (2003) destacam:
o Sistema Militar de Catalogação do Centro de Catalogação das Forças
Armadas (SISMICAT);
a Editora Pini com a adaptação do MasterFormat® da Construction
Specifications Institute (CSI);
a ASBEA com a publicação do livro: “Diretrizes Gerais para Intercambialidade
de Projetos CAD” e
o projeto realizado pelo Desenvolvimento de Terminologia e Codificação de
Materiais e Serviços para Construção (CDCON) com o objetivo de padronizar
a terminologia e codificação de materiais e serviços para a construção,
visando futuramente possibilitar o desenvolvimento da Norma Brasileira.
84
O desenvolvimento de sistemas e linguagens de informática não basta
para o estabelecimento e acesso a padrões comuns, ainda é necessário
estabelecer uma base de referência conceitual comum, onde se tem os
conceitos dos termos e seus inter-relacionamentos lógicos, tratados de forma
corrente, utilizada na construção e, assim, torna-se possível o desenvolvimento
dos demais sistemas de modo coerente entre si. Amorim e Peixoto (2008)
destacam que a definição de uma determinada terminologia é uma etapa
fundamental, que consolida o domínio técnico nesta área do conhecimento, a
sua exata definição de termos e conceitos aliados aos inter-relacionamentos,
constitui um referencial indispensável ao desenvolvimento da área.
De acordo com o exposto, Rezende (2006) afirma que a TI está
fundamentada nos componentes de hardware e seus dispositivos e periféricos,
nos software e seus recursos, nos sistemas de telecomunicações, no
gerenciamento de dados e na gestão da informação, que será estudada a seguir.
2.4.3 Gestão da Informação
Conforme afirma Dante (2004) a gestão da informação inclui os
mecanismos de obtenção e utilização de recursos humanos, tecnológicos,
materiais e físicos para o gerenciamento da informação e disponibilizá-la como
insumo útil e estratégico para a atividade das pessoas, grupos e organizações.
A gestão da informação na área da tecnologia e no contexto
organizacional é descrito por Marchiori (2002), como um recurso que necessita
de ajuste realizado através da arquitetura de hardware, software e de redes de
telecomunicações, conforme o sistema de informação utilizado nas empresas. O
uso de tecnologia facilita a otimização de processos e leva à comunicação plena
da informação. Assim, a gestão da informação enfoca o indivíduo (grupos ou
empresas) e as suas “situações-problemaconsiderando o fluxo da informação,
com soluções criativas e efetivas. Para a autora, o papel do gestor da informação
se caracteriza pelo provimento de um serviço e/ou produto de informação
direcionado, funcional e atrativo.
Assim, o gestor da informação estabelece os pontos de uso de
informação, identifica as necessidades e requisitos indicados e negociados com
os clientes. Segue-se o processo de coleta e avaliação de qualidade da
85
informação solicitada, seu recebimento, possível armazenamento e as etapas de
distribuição e uso. Além disso, o profissional deve implementar uma estratégia
para acompanhar os resultados, como parte de sua atuação integrada às
equipes de trabalho da empresa, pois estas estimulam, cada vez mais, a criação
de equipes especializadas em informação. Com isto, estabelece-se uma
metodologia da ciência da informação e uma estratégia de solução, que envolve
a identificação e avaliação das fontes de informação; a aplicação de tecnologias
adequadas; os profissionais e os fornecedores; assim como, os mecanismos de
avalião das atividades e seus resultados (MARCHIORI, 2002).
O enfoque da ciência da informação permite a identificação da
abrangência da gestão da informação. Dante (2004) destaca que os
conhecimentos, as habilidades, as teorias e as metodologias da ciência da
informação o utilizadas e compartilhadas por diversas disciplinas. Assim, a
gestão da informação é utilizada por profissionais das mais variadas áreas, em
termos teóricos ou práticos, para a criação, aquisição, acesso, validação,
organização, armazenagem, transmissão ou recuperão da informação.
Segundo Dante (2004) a gestão da informação em uma organização é
definida pelo conhecimento dos seguintes itens:
os diferentes tipos de informações que circulam pela organização;
a dinâmica dos fluxos nos diferentes processos de informação;
o ciclo de vida da informação, e
a cultura informacional estabelecida pela utilização da informação pelas
pessoas.
Marchiori (2002) e Marion (2001) defendem que a atividade de informação
necessita do conhecimento e/ou experiência nos seguintes temas:
rede de informação;
sistemas gerenciadores de banco de dados;
acesso a banco de dados;
aplicações em computadores e redes (LANs, e WANs);
86
equipamentos de informática;
programação;
produtos em CD-ROM (ou similares);
Internet;
produtos de informação em multimídia, e
tecnologia de imagem.
Marchiori (2002) afirma que o gestor da informação deve ter um papel
sócio-técnico, com a identificação e interação dos grupos de trabalho. As
atividades deste gestor são:
auxiliar na identificação das atividade e explicação das suas necessidades de
informação;
localizar e disseminar a informação e criar estratégia de captação da
informação;
priorizar as informações relevantes, com qualidade, exatio, utilidade,
aplicabilidade, contextualização e meio de difusão;
padronizar a forma de apresentação da informação;
utilizar ferramentas de modelagem e apresentação da informação (estilo,
vocabulário e ênfase), além do uso de metodologia dos sistemas de
informação empregados;
desenvolver entendimento dos problemas de informação e comunicação,
apresentando soluções tecnológicas, organizacionais e pessoais, e
administrar com a tecnologia de informação, considerando o seu custo,
qualidade e complexidade.
Segundo Monteiro e Valentim (2007) o projeto é um esforço desenvolvido
por uma equipe multidisciplinar para atingir um objetivo comum, transferindo ao
projeto o caráter estragico e a informação adquire um fator crítico de sucesso.
Assim, quanto mais importante e mais pido for o acesso a informação, tanto
maiores serão as possibilidades de atingir os seus objetivos (BRAGA, 2009). O
autor apresenta a distribuição não uniforme da informação durante o
87
desenvolvimento de um projeto. Nas fases iniciais é necessária uma quantidade
maior de informação entre os profissionais envolvidos no trabalho e a medida
que o projeto avança a troca de informações tamm diminui. Para ilustrar esta
afirmação, o autor elaborou a representação de um projeto e a distribuição das
suas fases na figura 15 a seguir.
Figura 15 Etapas de Projeto x Volume de Informação.
Fonte: Braga (2005).
Conforme Melhado (2009) a comunicação interna ou externa que envolva
dados e informações relacionadas com o projeto, fornecidos em qualquer mídia e
ocasião, devem ser registrados, controlados com o objetivo de encaminhar de
forma adequada e assegurar retorno apropriado ao contratante, sempre que for
demandado, e o mais pido possível. Este procedimento, segundo Laudon e
Laudon (1999), é possível, quando as informações são facilmente processadas e
acessadas, com métodos de organização, armazenamento e recuperação da
informação de forma oportuna e precisa.
Moresi (2006) afirma, que a informação avaliada sobre a sua
confiabilidade, relevância e importância se obtêm o conhecimento, considerada
uma disciplina nova no campo da administração e encontra uma variedade de
abordagens.
Fase de Implementação
Fase Conceitual e Planejamento
Fase de
Encerramento
88
Para Stollemwerk (2001) o processo de criação de conhecimento envolve
a aprendizagem, a externalização do conhecimento, lições aprendidas,
pensamento criativo, pesquisa, experimentação, descoberta e inovação. O autor
destaca as atividades organizacionais podem contribuir de forma a pontencializar
a crião de um conhecimento: formulação e operacionalização da estratégia;
inteligência competitiva; pesquisa e desenvolvimento (P&D); processos de
mudanças organizacionais, reengenharia de negócios; benchmarking e
processos decisórios em geral. A seguir pretende-se entender alguns conceitos
de gestão do conhecimento.
2.4.4 Gestão do Conhecimento
A gestão do conhecimento ainda se encontra em fase de
desenvolvimento, apresentando uma variedade de definições. Moresi (2006)
afirma que a gestão do conhecimento é definida como sendo o conjunto
atividades para desenvolver e controlar os tipos de conhecimentos de uma
empresa, visando atingir aos seus objetivos. Estas atividades apresentam como
meta o apoio à tomada de decisão, estabelecendo as políticas, os procedimentos
e as tecnologias capazes de coletar, distribuir e utilizar o conhecimento e
representar fator de mudança do comportamento organizacional.
Porém o termo conhecimento não possui um único significado e pode
apresentar diferentes abordagens (D’OLIVEIRA, 2005). A autora analisou os
principais significados destacando-se as abordagens de Nonaka & Takeuchi, a
de Davenport & Prusak e a de Sveiby apresentadas no quadro 07,
estabelecendo um comparativo dos conceitos do termo conhecimento, seus
principais elementos, os conceitos de criação ou a geração de conhecimento, os
conceitos de conversão ou codificação e os conceitos de transmissão do
conhecimento relativos a cada uma das abordagens.
89
Transmis-
são
Não abordado abertamente
Transmissão+Absorção (uso) =
Transferência (mecanismos,
técnicas)
Informação: indireta por meio
de veículos (palestras
treinamentos, etc). Tradição:
direta, pessoa-pessoa,
experiência, comunicação.
Conversão/Codifica-
ção
1. Socialização (tácito-tácito):
experiência física e mental;
2. Externalização (tácito-
explicito): metáfora, analogia;
3. Combinação (explícito-
explícito): sistematização de
conceitos;
4. Internalização (explícito-
tácito): aprender fazendo.
Tácito: mapeamento, modelagem,
tecnologia. Conhecimento implícito
e explícito.
Não abordado abertamente
Criação/Ge-
ração
Cinco fases: compartilhamento do
conhecimento tácito, criação de
conceitos, justificação dos
conceitos, construção de um
arquétipo, difusão interativa do
conhecimento.
Consciente e intencional:
aquisição, recursos dedicados,
fusão, adaptação e rede.
Competência (individual):
conhecimento explícito,
habilidade, experiência,
julgamento de valor, rede
social.
Elementos
Espiral do conhecimento:
- Dimensão Ontológica: individual,
grupal e organizacional.
- Dimensão Epistemológica: tácito
e explícito.
Sem modelo definido: dados,
informação, conhecimento (próximo
da ação), sabedoria, experiência,
insight.
Ativos intangíveis:
competência dos
funcionários, estrutura
interna e externa. (Diferença
entre valor líquido oficial).
Conheci-
mento
Capacidade de criar novo
conhecimento, difundir e
incorporar aos produtos, serviços
e sistemas.
Mistura fluida de experiência
condensada, valores, informação
contextual, e insight experimentado
que proporcionam estrutura para
avaliação e incorporação de novas
experiências e informações.
É um ativo corporativo, é
tácito, orientado à ação,
sustentado por regras, em
constante mutação.
Ano
1997
1998
1998
Autor
Nonaka & Takeuchi
Davenport & Prusak
Sveiby
Quadro 07 Comparativo das Abordagens Aplicadas a Gestão do
Conhecimento.
Fonte: D’Oliveira (2005).
Moresi (2006) destaca que a criação do conhecimento organizacional é a
capacidade que a empresa tem de criar conhecimento, disseminá-lo na
instituição e incorporá-lo a produtos, serviços e sistemas. Este conhecimento
pode ser explícito, que poderá ser transmitido de modo formal às pessoas, é o
conhecimento técnico, racional e objetivo, ou tácito, representado pelo
conhecimento pessoal, subjetivo, adquirido com a experiência individual.
90
A gestão do conhecimento, para Robredo (2006) consiste em criar um
fluxo otimizado do conhecimento, alimentado por todas as pessoas da
organização, baseadas em metodologias e tecnologias da informação e
comunicação. A formalização do processo de projeto possibilita que a
informação se transforme em conhecimento organizacional, com a possibilidade
de transmissão aos demais profissionais envolvidos no projeto, assim como,
para os novos profissionais que ingressarem ao grupo.
A gestão do conhecimento é uma forma de administração e
aproveitamento do conhecimento das pessoas e a utilização das melhores
práticas para o desenvolvimento das empresas (REZENDE, 2006). O
conhecimento organizacional, conforme Dante (2004) é classificado em tácito,
explicito e cultural, conforme a seguinte conceituação:
o conhecimento cito corresponde aquele que o indivíduo adquire ao longo
da vida com a experiência pessoal, com a execução de tarefas e com o
processo intuitivo de fazer as coisas;
o conhecimento explícito caracteriza-se pela possibilidade de ser transmitido
formal e facilmente entre os indivíduos, além de ser articulado na linguagem
formal (afirmações gramaticais, expressões matemáticas, especificações,
manuais, entre outros), e
o conhecimento cultural surge dos comportamentos, crenças e valores que
regem as organizações, baseados na experiência, na observação e na
reflexão a cerca da organização e seu ambiente.
Gutiérrez (2006) estabelece seis níveis de conhecimento:
Conhecimento tácito/Conhecimento explícito;
Conhecimento individual/Conhecimento organizacional, e
Conhecimento interno/Conhecimento externo.
No primeiro conjunto se tem o tácito correspondendo à experiência pessoal e
habilidades, caracterizado, pelo autor de difícil comunicação e transmissão; o
conhecimento explícito, por sua vez, é codificado, facilmente transmissível e
comunicável, tendo um acesso direto a outros indivíduos. No segundo grupo
91
tem-se o conhecimento individual atribuído a todo o membro de uma
organização, adquirindo uma união entre o conhecimento tácito e o explícito,
constituído pelas habilidades, os contatos, as relações pessoais e os
conhecimentos técnicos individuais. O conhecimento organizacional ou
corporativo é aquele que atribui a organização, representado por documentos,
base de dados, propriedades intelectuais e patentes. No terceiro conjunto de
conhecimentos m-se o conhecimento interno considerado crítico para o
funcionamento da organização e o conhecimento externo é utilizado por uma
organização para se relacionar com outras, caracterizado por informes
publicados e materiais disponibilizados na Internet.
A figura 16 representa graficamente a gestão do conhecimento nas
organizações.
Figura 16 Geso do Conhecimento nas Organizações.
Fonte: Gutiérrez (2006).
A gestão do conhecimento, representada graficamente segundo Gutiérrez
(2006), é a disciplina que projeta e implementa um sistema com o objetivo de
transformar todo o conhecimento tácito, explícito, individual, interno e externo da
organização em conhecimento corporativo. Este, sendo acessível e
compartilhado aumenta o conhecimento individual dos seus membros,
proporciona melhor desempenho desses indivíduos na consecução dos objetivos
da organização. O autor destaca, ainda, o papel dos processos de aprendizagem
Conhecimento
Corporativo
Conhecimento explícito
Conhecimento individual
Conhecimento interno
Conhecimento externo
Conhecimento
Individual
Objetivos
Organização
Conhecimento tácito
92
que aumentam o conhecimento individual e resultam em melhora da contribuição
deste sujeito na consecução dos objetivos da organização e, consequentemente,
pelo processo de conversão, aumentará também o conhecimento da
organização.
Segundo Lacombe (2005) a gestão do conhecimento é conceituada como
sendo o conjunto ordenado e sistematizado de esforços, para criar um
conhecimento novo, expandi-lo na organização e incorporá-lo a produtos,
serviços e sistemas, bem como a protegê-lo contra o uso indevido.
Melhado (2009) apresenta com exemplo da formação do conhecimento
organizacional a retroalimentação como um mecanismo de aprendizagem
organizacional, apresentando como objetivo a identificação, documentação e
comunicação dos erros cometidos, possibilitando a melhoria contínua dos
produtos e serviços do escritório. Estas informações são coletadas por meio de
formulários, entrevistas, telefonemas e avaliações de satisfação do cliente. O
autor destaca a importância de dispor de sistema simples e eficaz de
classificação e identificação da documentação de projetos. Este sistema é
apresentado e aprovado pelo contratante e de conhecimento dos demais
profissionais envolvidos. Cabe destacar que as alterações de projeto devem ser
claramente identificadas e devem ser mantidos registros para garantir a sua
rastreabilidade.
Conforme Moresi (2006) a elaboração de uma política estratégica, permite
o crescimento e a sua aplicação em toda a organização. O autor destaca a
necessidade da descoberta das estratégias de conhecimento com a participação
de todos e realizar um acompanhamento da melhoria diária da empresa e dos
seus processos. Assim, identificam-se as ões a ser executadas nas atividades
de gestão do conhecimento:
esclarecer os conhecimentos para utilizá-los no contexto da organização;
assegurar que o conhecimento esteja disponível nos locais de tomada de
decio;
assegurar que o conhecimento esteja disponível no contexto dos processos
organizacionais;
93
desenvolver efetivo e eficientemente os novos conhecimentos;
assegurar que os novos conhecimentos sejam distribuídos a todos envolvidos
na sua utilização e
garantir que todos os indivíduos da organização saibam onde estão
disponíveis e como acessam os conhecimentos.
O autor observa que o principal objetivo da gestão do conhecimento é
adequar a demanda do conhecimento, com um recurso pequeno para as ofertas.
Este ajuste interfere, significativamente, no desempenho das organizações,
reduzindo o tempo de execução dos processos e os seus custos, além disto,
cresce a flexibilidade de processos em ambientes variáveis e melhora a
qualidade de produtos e serviços.
Outro conceito, estabelecido para a gestão do conhecimento, foi
desenvolvida por Gutiérrez (2006), onde esta gestão é entendida como sendo
uma disciplina que projeta e implementa um sistema, com o objetivo de
identificar, captar e compartilhar o conhecimento adquirido na organização,
convertendo em valor para ela. O valor para uma organização é a contribuição
evidente para a consecução dos objetivos da empresa.
A gestão do conhecimento, sob o enfoque do desenvolvimento de projeto,
é caracterizada pela participação colaborativa de vários profissionais no trabalho,
com uma diversificação de conhecimentos, onde as habilidades intelectuais se
misturam aos processos sociais e técnicos, ampliando as capacidades
individuais (FABRÍCIO, MELHADO E GRILO, 2009). Diante disto, o trabalho não
é mais realizado individualmente, com um único profissional a executar tarefas
isoladas até a sua conclusão, cada vez mais as tarefas são realizadas
colaborativamente (FUKS, RAPOSO e GEROSA, 2003).
2.5 Sistemas de Projeto Colaborativo
Segundo Fuks, Raposo e Gerosa (2003) a tendência da utilização dos
sistemas colaborativos se deve em parte ao aumento de complexidade das
tarefas, que requerem habilidades multidisciplinares e, parte, aos novos
paradigmas de trabalho, que envolvem diversos setores da empresa, ou até
94
mesmo outras empresas, trabalhando conjuntamente nas diversas fases de
elaboração de um produto ou desenvolvimento de um projeto.
Conforme Moeckel (2000) o trabalho cooperativo se caracteriza pela
articulação de vários profissionais, podendo estar separados fisicamente, para a
realização de uma tarefa comum. A participação de vários profissionais no
processo de desenvolvimento de projeto, conforme descrito, onde a
complexidade dos projetos, aliada a especialização dos profissionais conduz
para a necessidade de processos colaborativos.
Panizza (2004) apresenta a colaboração como sendo a troca e
compartilhamento de informação entre os profissionais participantes do projeto,
objetivando a melhoria da qualidade. A colaboração, realizada com o auxílio das
tecnologias computacionais, é compartilhada de modo síncrono, dando acesso a
diferentes sistemas simbólicos como o texto, o som e a imagem; ou de modo
assíncrono através do correio eletrônico, da transferência de arquivos e de
fóruns de discussão, entre outros (MORANDINI, 1998).
A colaboração efetiva se estabelece com o aumento da qualidade nos
desenhos compartilhados. Porém a transferência de informações ainda não
utiliza de forma eficaz os recursos de TI. Geralmente o compartilhamento ocorre
por e-mail ao final de cada etapa do processo de projeto, configurando uma
sequência linear de colaboração (PANIZZA, 2004). Desta forma Austin, Baldwin
e Newton (1994) e Ulrich e Eppinger (2000) apresentam os três tipos de
interações na atividade de projeto: linear, paralela e dinâmica, conforme
demonstra a figura 17, a seguir.
Figura 17 Tipos de Interações na Atividade de Projetos.
Fonte: Austin, Baldwuin e Newton (1994).
95
Os tipos de interações na atividade de projeto estão representados pelo
retângulo significando a tarefa e a informação ou a relação de dependência
representada por setas.
Em um projeto é comum ter mais de um tipo de interação, ou até mesmo
todos. A interação seqüencial ou linear é representada por uma tarefa
dependente de outra, ou o resultado de uma tarefa é necessário para iniciar a
seguinte. Na seqüência paralela a tarefa poderá começar com informações
parciais, porém devem terminar juntas, caracterizando o paralelismo e a
independência das tarefas. Na interação dinâmica, as tarefas são mutuamente
dependentes, onde cada tarefa exige o resultado das demais para sua
conclusão.
As tarefas de interações dinâmicas devem ser executadas
simultaneamente, com contínua troca de informações, ou realizadas
repetidamente. Quando estas tarefas estão concluídas, significa que os seus
resultados são preliminares. O mais provável é que cada tarefa será repetida
uma ou mais vezes até a equipe convergir para a solução (ULRICH E
EPPINGER, 2000).
Melhado (1994), Fabrício (2002), Fontenelle (2002), entre outros,
aprimoraram e apresentam um fluxograma das etapas e a seqüência do
processo de projeto voltado à participação e coordenação dos agentes de um
empreendimento: projeto de arquitetura; projeto estrutural; projeto de sistemas
prediais e projeto para produção. Neste trabalho verifica-se o processo de troca
de informações e comunicação no desenvolvimento das atividades
multidisciplinares.
A figura 18 representa o fluxograma das etapas de projeto, com a
ilustração do processo de troca de informação e comunicação.
96
Figura 18 Etapas e Seqüência de um Projeto.
Fonte: Fabrício (2002) e Fontenelle (2002).
A comunicação significa tanto uma forma de apresentar as soluções
desenvolvidas (desenhos técnicos, maquetes e modelos virtuais) a serem
executadas ou apreciadas, como, de apoio e extensão ao desenvolvimento
intelectual das soluções de projeto (esboços e simulações), representada pelas
setas de ligação entre as disciplinas do anteprojeto no fluxograma. Moeckel
(2000) destaca como requisitos importantes ao trabalho cooperativo a
colaboração, a troca de informação, a capacidade de comunicação o respeito às
diferenças individuais e o exercício da negociação.
97
Mejiá, López e Molina (2007) apresentam alguns nomes e definições aos
sistemas de colaboração, destacando: o ambiente colaborativo de engenharia, o
ambiente com base em sistema Web de produção, o ambiente virtual
colaborativo, o sistema virtual de trabalho, o desenvolvimento ambiente
colaborativo, entre outros. Entretanto a idéia é permitir a colaboração e
interação entre os parceiros no desenvolvimento de projeto, independentemente,
de localização e incorporando informações e ferramentas de acordo com a
atividade de concepção. Os produtos e serviços, neste ambientes, devem ser
desenvolvidos por equipes localizadas em diferentes áreas da empresa ou
associado a outras organizações, em projetos comuns e não necessariamente
no mesmo local.
O projeto colaborativo apresenta como principal característica a
coordenação das informações produzidas durante o seu desenvolvimento,
visando comunicação, coordenação e cooperação da equipe de projeto,
possibilitando que esta equipe tenha uma visão geral do trabalho, permitindo um
entendimento compartilhado sobre o andamento das tarefas ou de todo o
trabalho, facilitando a sincronização e coordenação dos trabalhos individuais
(GEROSA, FUKS e LUCENA, 2003). A figura 19, dos mesmos autores, ilustra a
definição do modelo colaborativo com os seus três elementos principais:
Coordenação, Cooperação e Comunicação, conhecidos como 3C.
Figura 19 Modelando a Colaboração
Fonte: Gerosa, Fuks e Lucena (2003)
98
Gerosa, Fuks e Lucena (2003) consideram que as atividades produzidas
entre os participantes criam compromissos que são gerenciados pelo
coordenador de projeto, organizando e distribuindo as tarefas a serem
executadas pelo grupo por cooperação. Na ação de cooperar os indivíduos se
comunicam, negociam e tomam decies sobre situações não previstas. Os
eventos ocorridos na comunicação, coordenação e cooperação geram
informações que são distribuídas ao grupo, através de elementos de percepção.
Fuks, Raposo e Gerosa (2002) descrevem que na comunicação se almeja
construir um entendimento comum e compartilhar idéias, discutir, negociar e
tomar decisões. Os autores afirmam que para um entendimento eficaz e a
comunicação atingir o seu objetivo, é preciso conhecimento de todos os
profissionais envolvidos sobre a utilização das mídias de transmissão e de
recebimento dos dados, assim como a participação ativa do receptor, atento às
informações transmitidas e aos elementos utilizados, para que seja viabilizado o
canal de percepção. Todos os envolvidos na comunicação devem estar cientes
das estruturas de linguagem e das expressões usadas.
No processo colaborativo, descrito por Fuks, Raposo e Gerosa (2002), a
comunicação é bem sucedida se houver o entendimento da mensagem
transmitida e se o conteúdo recebido for equivalente ao transmitido, no sentido
de causar o efeito esperado. Assim o entendimento compartilhado facilita a
coordenação e a soma de esforços para a conclusão do trabalho.
A percepção tem a sua importância para viabilizar o canal de transmissão
da informação na comunicação. Com isto deve-se projetar e avaliar nos
ambientes virtuais colaborativos os elementos do emissor e do receptor para que
um codifique a mensagem e o outro receba.
Conforme destaca Fuks, Raposo e Gerosa (2002), que apesar das
vantagens do trabalho colaborativo, este demanda esforços adicionais para a
coordenação de seus membros, onde boa parte dos esforços de comunicação
não será aproveitada na cooperação. Assim os autores defendem que para se
obter um resultado satisfatório é necessário que os compromissos assumidos
nas conversações entre os participantes sejam realizados durante a cooperação
99
e a coordenação deve evitar conflitos interpessoais que possam prejudicar o
grupo.
A escolha das ferramentas de comunicação descritas por Fuks, Raposo e
Gerosa (2002), é realizada pelo coordenador da equipe e deve ser apropriada
para cada situação e objetivo. Em algumas ocasiões as ferramentas de
comunicação assíncrona (e-mail, blog ou lista de discussão) são as mais
apropriadas quando se deseja valorizar a reflexão dos participantes com um
tempo a mais antes de agir, em outras, as ferramentas de comunicação síncrona
(telefone, chat, ICQ, instant message ou videoconferência) atendem melhor,
quando se valoriza a interação com tempo de resposta curto. Os autores
destacam que a conversação gera compromissos em um ambiente colaborativo,
através da soma dos trabalhos individuais. Os compromissos são garantidos
com a coordenação das atividades e, assim, se organiza o grupo, evitando que
os esforços de comunicação e cooperação sejam perdidos e as tarefas possam
ser realizadas na ordem e no tempo corretos.
Segundo Raposo et al. (2001) a fim de garantir o cumprimento do
compromissos e a realização do trabalho colaborativo estabelece a necessidade
da coordenação das atividades, para organizar o grupo e evitar que esforços de
comunicação e de cooperação sejam desperdiçados, assim como para que as
tarefas sejam realizadas na ordem correta, no tempo certo e atendendo as
restrições e os objetivos. Sem coordenação, o risco dos participantes se
envolverem em tarefas conflitantes ou repetitivas.
Autores como Souza e Melhado (1997), Usuda (2003), Fabrício, Melhado
e Grilo (2009), Melhado (2007) e Fabrício et al. (2009) apresentam o papel do
coordenador de projetos colaborativos, onde destacam-se:
a garantia da qualidade e da integridade das informações produzidas nas
etapas de projeto, estabelecendo critérios, prioridades e cronograma dos
trabalhos;
a gestão e organização do processo de projeto e das decisões técnicas
adotadas no seu desenvolvimento;
100
a verificação das interferências entre os projetos, a promoção da
comunicação para evitar as falhas na troca de informações entre as equipes
de projeto;
a verificação da coerência entre o produto projetado e a produção, além do
gerenciamento dos conflitos e das interfaces para organizar o processo de
projeto;
a autonomia do coordenador para atuar, decidir e solicitar respostas da
equipe de projetos e
a sistematização da atividade através das etapas, verificações, análises
críticas e validações
A coordenação no modelo colaborativo, segundo Gerosa, Fuks e Lucena
(2003), envolve a pré-articulação das tarefas, o gerenciamento do andamento e
a pós-articulação. A pré-articulação se caracteriza pelas ações necessárias a
preparar a colaboração, normalmente executadas antes do trabalho colaborativo
se iniciar, definidas pela identificação dos objetivos, mapeamento dos objetivos
em tarefas, seleção dos participantes, distribuição das tarefas, entre outras. A
pós-articulação ocorre após o término das mesmas, e envolve a avaliação e a
análise das tarefas realizadas e a documentação do processo de colaboração
caracterizada pela memória do processo. O gerenciamento do andamento das
tarefas cuida da interdependência entre elas e é a parte mais dinâmica da
coordenação, necessitando renegociar de maneira contínua ao longo de todo o
tempo.
O grande desafio apontado por Fuks, Raposo e Gerosa (2002) ao
estabelecer os mecanismos de coordenação em ambientes colaborativos
consiste em torná-los, suficientemente, flexíveis para adequá-los a processos
dinâmicos de interação. É importante que cada um conheça o progresso do
trabalho dos companheiros (o que foi feito, como foi feito, o que falta para o
término, quais são os resultados preliminares, etc).
As informações de percepção são necessárias na fase dinâmica da
coordenação, para transmitir as mudanças de planos e ajudar a gerar o novo
entendimento compartilhado. Estas informações são especialmente úteis para o
101
coordenador do grupo, que precisa saber quem está ou não está trabalhando;
entre quem estão ocorrendo conflitos de interesse; assim como as habilidades e
as experiências de cada membro do grupo. O ambiente de groupware deve
prover elementos de percepção que forneçam estas informações, porém, devem
atentar para o fluxo de informações disponibilizadas para o coordenador, pois um
excesso de informações pode dificultar a tomada de decisões.
Fuks, Raposo e Gerosa, (2002) apresentam a cooperação como sendo a
operação conjunta dos elementos do grupo no ambiente compartilhado. No
espaço virtual de informação o grupo coopera, produz, manipula e organiza
informações, assim como constrói e aperfeiçoa documentos, planilhas, gráficos,
etc. O ambiente colaborativo pode fornecer ferramentas de gerenciamento
destes elementos: registro e recuperação de versões, controle e permissões de
acesso, etc.
O registro da informação no processo colaborativo tem como objetivo
aumentar o entendimento entre as pessoas, reduzindo incertezas e equívocos.
Para estabelecer a memória da equipe nos projetos colaborativos se deve
preservar, catalogar, categorizar e estruturar a documentação gerada durante o
processo (FUKS, RAPOSO E GEROSA, 2002). Para os autores este
conhecimento pode ser caracterizado como conhecimento formal, no entanto, o
conhecimento informal, isto é, as idéias, os fatos, as questões, os pontos de
vista, as conversas, as discussões, as decisões, entre outros, que ocorrem
durante o processo e acabam por defini-lo, é difícil de ser capturado, porém
possibilita recuperar o histórico da discussão e o contexto em que as decisões
foram tomadas.
Fuks, Raposo e Gerosa (2002) afirmam que ao registrar, organizar e ligar
as informações trocadas durante o projeto colaborativo pode-se investigar o
raciocínio que levou a determinada solão e averiguar, em um novo contexto,
se esta solução continua válida, caso contrário, pode-se realizar um novo
projeto. Esta prática possibilita a formação de uma memória do produto e com as
redes de informação constituidas pelos fatos, hipóteses, restrições, decisões,
argumentos, significados dos conceitos formam a memória do processo.
102
Para Brink e McDaniel, (1997) a percepção no ambiente colaborativo é a
aquisição da informação pelos sentidos, do que esta acontecendo e o que os
outros participantes estão fazendo. Como foi representado na Figura 20, anterior,
a percepção ocupa o centro e interage com a comunicação, a coordenação e a
cooperão no ambiente colaborativo. Os elementos de percepção, segundo
Fuks, Raposo e Gerosa (2002), são elementos do espaço compartilhado, onde
as informações são transmitidas com a finalidade de prover a percepção. Com
isto a informação auxilia os profissionais a dirigirem as suas ações, interpretarem
os eventos e preverem as necessidades. A percepção das atividades dos outros
profissionais é essencial para o fluxo da tarefa, para diminuir a sensação de
impessoalidade e disncia. Os autores destacam que um projeto ideal, com os
elementos de percepção, possibilita aos participantes que tenham a informação
disponível necessária a continuidade do seu trabalho, sem interromper seus
colegas para solicitá-la. Assim os ambientes de colaboração devem prover
informações necessárias para o trabalho coletivo e individual, de forma que os
participantes possam criar um entendimento compartilhado e construir o seu
contexto de trabalho.
As informações de percepção são providas do objetivo comum, do papel
de cada um dentro do contexto, do que fazer, como proceder, qual o impacto das
ações, até onde atuar, quem está por perto, o que o seu companheiro pode
fazer, o que as outras pessoas estão fazendo, a localização, a origem, a
importância, as relações e a autoria dos objetos de cooperação.
Conforme Caldas e Soibelman, (2003) o uso das tecnologias de
informação e comunicação cria novas oportunidades de colaboração,
coordenação e intercâmbio de informações entre as organizações que trabalham
com o desenvolvimento de projetos. A gestão de sistema de informação inclui
um conjunto de componentes relacionados que coletam, recuperam, processam,
armazenam e distribuem dados para apoiar o planejamento, controle, e de
tomada de decisão no desenvolvimento de projetos. Na distribuição dinâmica e
construção ambiente, a capacidade de intercâmbio e integração de informações
a partir de diferentes fontes e em diferentes formatos torna-se crucial para o
desenvolvimento da construção apoiadas por processos de gestão da
informação.
103
Conforme Moeckel (2000) descreve a colaboração, a troca de informação,
a comunicação, as diferenças individuais e a negociação representam os
principais requisitos para um trabalho cooperativo, onde é fundamental o papel
da comunicação. Os serviços das redes de comunicação potencializam o
trabalho colaborativo, podendo ser realizado por encontros face a face ou por
meios eletrônicos, destacando o Computer Supported Cooperative Work
(CSCW), Basic Support for Cooperative Work (BSCW) e Web-based Project
Management System (WPMS).
2.5.1 Trabalho Cooperativo Auxiliado por Computador (CSCW)
O Trabalho Cooperativo Auxiliado por Computador do inglês Computer
Supported Cooperative Work (CSCW) é utilizado como ferramenta colaborativa
permitindo, simultaneamente, o acesso a grupos de usuários. O processo de
automação do escritório, conforme Moeckel e Azevedo (2003), acontece em
decorrência da necessidade de aumentar a produtividade das empresas, onde o
trabalho é executado em grupos. O destaque apresentado pelo autor referente à
utilização do CSCW adquire importância nas organizações, pelo fato de estarem
distribuídas em lugares diferentes, de forma que os seus profissionais tenham
que trabalhar com outros colegas distantes, necessitando apresentar resultados
rápidos.
Segundo Schmidt e Bannon (1992) o CSCW deve ser concebido como um
esforço para compreender a natureza e os requisitos de trabalho cooperativo
com o objetivo de projetar computadores baseados em tecnologias para o
regime de trabalho cooperativo. O fato de vários indivíduos, situados em
diferentes locais, com diferentes responsabilidades e perspectivas, interagem
com interdependência na condão do seu trabalho apresentando implicações
importantes na concepção de sistemas computacionais destinados a apoiá-los
nesse esforço. Contribuindo com esta afirmação, Moeckel (2000) apresenta
como principal razão para o surgimento do CSCW, o fato das organizações
estarem distribuidas em locais distintos, necessitando que seus profissionais
trabalhem com colegas distantes e precisando apresentar soluções.
Segundo Moeckel (2000) o termo groupware tem sido usado para
designar a tecnologia gerada pelas pesquisas sobre CSCW. Fuks, Raposo e
104
Gerosa (2002), entendem que o groupware pode ser definido como a tecnologia
baseada em mídia digital que suporte às atividades de pessoas organizadas
em grupos, podendo variar em tamanho, composição e local de trabalho. Nunes
(2003) reforça estas afirmões, estabelecendo o conceito de groupware como
sendo um conjunto de tecnologias colaborativas gerado pelas pesquisas de
CSCW, com ênfase no aspecto humano e do grupo na interação com a máquina.
Robbins (1997) apresenta os quatro tipos de groupware conforme descrito a
seguir:
mesma hora/mesmo lugar - caracterizados pela reunião tradicional, com os
profissionais da equipe reunidos em uma sala;
mesma hora/lugar diferentes caracterizada pela tecnologia que possibilita a
comunicação das pessoas, simultaneamente, à distancia (vídeo interativo,
compartilhamento de tela ou videoconferência);
hora diferente/mesmo lugar caracterizada por programas que os
profissionais da equipe podem acessar em um mesmo lugar, porém em
horários distintos, e
hora diferente/lugar diferente caracterizado por sistemas de computação
para equipe de trabalho, que ligam-se em redes através do espaço e do
tempo.
Segundo Nunes (2003) as tecnologias de rede (Internet, Intranet e
Extranet), juntamente com os sistemas de banco de dados e os de
compartilhamento de documentos foram responsáveis pelo desenvolvimento de
gerenciadores de documentos e de ferramentas para recuperação de
informação, contribuindo para a popularização dos groupwares. Para O’Brien
(2001), groupware é um conjunto de softwares de colaboração utilizados na
realização de tarefas de grupo ou em projetos conjuntos, por equipes
multidisciplinares. Nunes (2003) apresenta a seguintes aplicações para um
groupware:
correio eletrônico (e-mail) o softwares de e-mails com a finalidade de
comunicação através do envio e recebimento de mensagens eletrônicas via
Internet, Intranet ou Extranet nas organizações (O’BRIEN, 2001);
105
fóruns de discussão favorecem à comunicação entre grandes grupos de
pessoas em vez da comunicação entre apenas duas. Nos runs se mantêm
as mensagens agrupadas e estruturadas conforme o seu andamento ou tema
de forma ordenada e apenas enviam mensagens sob demanda, enquanto que
nas listas de discussão entregam e enviam mensagens à medida que estas se
tornam disponíveis (NUNES, 2003);
calendários compartilhados permitem agendamento, gerenciamento de
projetos e coordenação entre várias pessoas (NUNES, 2003);
editores de textos colaborativos são processadores que oferecem suporte
mostrando autoria e permitindo aos usuários acompanharem as mudanças e
incluírem anotações nos documentos (NUNES, 2003). Conforme O’Brien
(2001) os pacotes de processadores de textos possibilitam a criação, edição,
revisão e impressão de documentos, além de apresentarem elementos
avançados como verificador ortográfico, opções de palavras (sinônimos), entre
outros;
quadro de aviso compartilhado permite que duas ou mais pessoas vejam e
escrevam numa superfície de desenho compartilhada, indicando o local de
atuação e o uso de apontadores coloridos (NUNES, 2003);
teleconferências (vídeo comunicação) permitem chamadas twoway ou multi-
way com vídeos ao vivo como um sistema telefônico (NUNES, 2003);
sala de reunião (chat) permite que várias pessoas escrevam,
simultaneamente, mensagens em um espaço público, usualmente em texto
corrido o acesso à sala de reunião pode ser aberto aos membros do grupo ou
a um determinado grupo específico (NUNES, 2003);
editores de suporte à decisão facilitam a tomada de decisão em grupo,
disponibilizando ferramentas para tal, por meio de iias, ponderações e
probabilidades em eventos, com a possibilidade de resolver problemas e a
conseqüente estruturação da solução através da dinâmica de argumentação e
validão (NUNES, 2003);
workflow conhecido como o conjunto de atividades executadas
simultaneamente, com especificação de controle e fluxo de dados. Permite o
106
desenvolvimento de formulários e fornece suporte para diferentes funções e
privilégios (NUNES, 2003);
hipertexto é um sistema para relacionar documentos-textos, exemplo a Web,
onde se visualiza quem mais visitou uma determinada página ou link, ou
mesmo ver o quanto um site tem sido consultado, fornecendo aos usuários o
conhecimento do que as pessoas estão fazendo no sistema; os hipertextos
são documentos interconectados de um modo complexo, que não é
convenientemente representado no papel. Além dos documentos, têm-se,
também, os recursos multimídia, que são animações, áudio, imagens, entre
outros (NUNES, 2003) e
banco de dados é muito importante, principalmente, como forma de
armazenar a base de conhecimento necessária ao compartilhamento de
documentos, além disso, pode proporcionar o armazenamento de dados para
as estruturas virtuais (NUNES, 2003).
2.5.2 Suporte Básico para o Trabalho Cooperativo (BSCW)
Conforme Moeckel (2000) o Suporte Básico para o Trabalho Cooperativo
do inglês Basic Support for Cooperative Work (BSCW) é um sistema que
disponibiliza as funcionalidades básicas para o trabalho cooperativo e utiliza a
World Wide Web (www) como infra-estrutura de comunicação. Moeckel e
Azevedo (2003) caracterizam o BSCW como sendo um recurso de groupware
que facilita o trabalho cooperativo via Internet, Intranet ou Extranet. O autor
destaca que um dos seus objetivos principais é a acessibilidade, onde, a partir
de ferramentas de navegação convencionais da rede, se estabelece a
comunicação, não havendo a necessidade de instalação de ferramentas
adicionais pelos clientes.
O BSCW disponibiliza recursos sofisticados para armazenamento de
documentos, gerenciamento de versões, administração de membros e grupos,
edição colaborativa de documentos e conferências textuais. (MOECKEL, 2000).
Fundamentalmente, o sistema está baseado na noção de espaço de trabalho
definido pelos membros da equipe para coordenar e organizar as atividades.
Neste espaço de trabalho é possível ter vários tipos de objetos: documentos,
107
imagens ou links para outras páginas. Estes objetos devem estar organizados
em hierarquias de pastas. Os membros do grupo podem disponibilizar os objetos
em um espaço compartimentado (upload) ou transferir objetos para seu sistema
local, a fim de editar o documento.
O BSCW é utilizado, conforme afirma Moeckel e Azevedo (2003), como
instrumento de apoio para divulgação na Internet, onde arquivos são incluídos
em áreas públicas do sistema. Desta forma o servidor do BSCW pode receber
configuração para aceitar uma conexão segura pela Internet e, assim, os
usuários teriam acesso via protocolo com uma comunicação segura, além de
dados criptografados, reduzindo a possibilidade de serem rastreados no
processo de transmissão.
2.5.3 Sistema de Gerenciamento de Projetos Baseados na Web (WPMS)
Nitithamyong e Skibniewski (2004) propuseram a utilização da Web e suas
tecnologias para gerenciar projetos de edificação com o reconhecimento pelos
profissionais do setor. O Sistema de Gerenciamento de Projetos Baseados na
Web do inglês Web-based Project Management System (WPMS) é definido
como um sistema eletrônico de gestão de projetos realizado via Extranet, para
transmitir informações do projeto. Considerado pelos autores com um sistema
seguro, pois só pode ser acessado, por usuário autorizado, localizados em
diversas organizações, com acesso centralizado, através de um meio confiável
de transmissão e armazenamento de informações. Assim a informação é
armazenada em servidores e um navegador da Web padrão é utilizado como um
gateway
7
para realizar este intercâmbio. Com isto se elimina as fronteiras
geográficas e as diferenças de plataformas de hardware. O sistema permite
estabelecer hierarquia de documentos e de pessoal, limitando acesso em
determinados níveis de responsabilidade, antiguidade, etc.
A crescente demanda definida por Nitithamyong e Skibniewski (2006) pelo
sistema WMPS apresenta várias razões para este crescimento, incluindo
7
Gateway pode ser um computador com duas (ou mais) placas de rede, ou um dispositivo
dedicado, utilizado para unir duas redes. Fonte: <http://www.guiadohardware.net/termos/
gateway> Acessado em 20 de julho de 2009.
108
pressões competitivas; as expectativas de crescimento das receitas; a
capacidade de competir globalmente e o desejo de modificar a empresa para
responder aos desafios do mercado. Os autores destacam que a maioria dos
sistemas populares WPMS utilizados são desenvolvidas e oferecidas aos
clientes por Application Service Providers (ASPs). A oferta de sistemas
personalizados incorpora os processos de TI em operações comerciais. Tais
sistemas, referidos a seguir como Project Management SystemsApplication
Service Providers (PM-ASPs)", exigem poucos recursos técnicos, baixo custo
financeiro e recursos humanos mínimos para se desenvolver e operar. Portanto,
estes sistemas deverão ser práticos para uma empresa que não possui recursos
suficientes para manter um serviço baseado na web dentro da própria
organização. Segundo Nitithamyong e Skibniewski (2004) Buzzsaw® da
Autodesk
8
; o ProjectTalk® do Meridian Project Systems
9
e o Vista 2020® da
Market Street Technologies
10
são alguns exemplos de sistemas PM-ASPs,
especificamente desenvolvido para a indústria da construção.
Entre todas as aplicações, a Internet é a tecnologia que mais facilita o
ambiente de colaboração para o desenvolvimento de projeto e a Web, também
possibilita a superação das incompatibilidades dos formatos dos dados através
de navegadores e servidores inteligentes.
2.6 As Tecnologias NETs (Internet, Intranet e Extranet)
As Tecnologias NET (Internet, Intranet e Extranet) são responsáveis,
segundo Nunes (2003), pela sensação de redução da distância e do tempo,
possibilitando a criação de um ambiente único, onde de qualquer computador
conectado a Internet, em qualquer parte do mundo, se tem fácil acesso a rede.
2.6.1 Internet
Para Laudon e Laudon (1999) a Internet é um conjunto de tecnologias,
representada por novas mentalidade e culturas no universo do SI, com uma nova
função para a TI nas empresas. Os autores destacam que a Internet é uma rede
8
Buzzsaw® da Autodesk disponível em www.autodesk.com
9
ProjectTalk® do Meridian Project Systems disponível em www.projecttalk.com
10
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global, de total integração, de centenas de milhares de outras redes locais,
regionais e nacionais”.
O conceito de Internet, segundo Nunes (2003) e Guerrero (2004), é um
conjunto formado por redes global de computadores interligados entre si e que
estão espalhados pelo mundo inteiro, as quais se comunicam entre si através de
meios físicos. Os serviços disponíveis na rede são padronizados e usam o
mesmo conjunto de protocolos de software aberto (Transmission Control
Protocol/Internet Protocol - TCP/IP), de forma que conectados a ela, passam a
usufruir dos serviços de informação e comunicação.
A tecnologia Web é o mais significativo avanço na rede de comunicações,
pois permite que a informação esteja disponível no exato momento em que ela é
necessária para alguém, assim se ter acesso à informação sem precisar sair do
escritório ou de onde estivermos para acompanhar o processo de um projeto ou
obra (NUNES, 2003). Compartilhando desta afirmação Laudon e Laudon (2007)
destacam que a Internet é um método de comunicação instantânea, em que as
mensagens chegam a qualquer lugar do mundo rapidamente.
O crescimento da Internet, das tecnologias e aplicativos nos negócios e na
sociedade, tornando-se uma plataforma vital às telecomunicações, onde estreita
o contato e a colaboração entre empresas, funcionários, clientes, fornecedores e
parceiros comerciais (O’BRIEN, 2001). Guerrero (2004) reafirma o grande
crescimento da Internet destacando o fenômeno revolucionário na área da
computação e de telecomunicação, tornando-se, hoje, a maior e mais importante
rede de redes e evolui para a supervia de informação.
Assim a Internet se tornou a principal plataforma de rápida expansão de
serviços de informação e aplicações comerciais, incluindo sistemas colaborativos
e o comércio eletrônico (O’BRIEN, 2001). Assim, Nitithamyong e Skibniewski
(2006) descrevem que a utilização da Internet como meio de uma comunicação,
transfere informações de forma mais rápida e eficaz e proporciona novas
oportunidades para o desenvolvimento da distribuição de sistemas
organizacionais.
Para ser possível a comunicação, os usuários de Internet têm de
concordar com os padrões de telecomunicações, assim, Laudon e Laudon
110
(2007) informam que existem duas maneiras de conexão à Internet; a primeira se
realiza por meio de um provedor de serviço de Internet (Internet Service Provider
- ISP) e a outra, através das empresas, universidades ou centros de pesquisa
que tenham domínios de Internet próprios. O ISP é uma organização comercial
com conexão permanente com a Internet que comercializa conexões temporárias
a assinantes. Os autores apresentam como exemplos de ISP America Onlin,
Yahoo!® e Microsoft Network® (MSN), além dos portais de conteúdo.
2.6.1.1 Tecnologias e Serviços de Internet
Conforme descreve Laudon e Laudon (2007) a Internet esbaseada na
tecnologia cliente/servidor e ao utilizá-la, as pessoas o fazem por meio de
aplicativos clientes, como o software de navegação Web. Os dados, assim como
as mensagens de e-mails e as ginas da Web, ficam armazenados em
servidores, desta forma, a informação localizada em um servidor Web particular
é disponível à pesquisa, por qualquer pessoa, que a requisitar.
O computador conectado a Internet possibilita acesso a vários serviços: e-
mail, grupos eletrônicos de discussão, bate-papo, mensagens instantâneas,
Telnet, File Transfer Protocol (FTP) e a Word Wide Web (www), conforme
descreve o quadro 08 a seguir (LAUDON e LAUDON, 2007):
Recurso
Funções Suportadas
e-mail
Mensagem pessoa a pessoa; compartilhamento de
documentos
Grupos de discusão Usenet
Grupos de discussão em painéis eletrônicos de
notícias
Listserv
Grupo de discussão e serviço de mensagem que
utilizam serviços de listas de endereços de e-mail
Chat ou bate-papo e mensagens
instantâneas
Conservação interativas
Telnet
Fazer logon em um sistema de computador e trabalhar
em outro
FTP
Tranferir arquivos de um computador para outro
www
Extrair, formatar e apresentar informações usando
links de hipertexto
Quadro 08 Serviços mais Importantes da Internet
Fonte: Laudon e Laudon (2007)
111
2.6.1.2 World Wide Web (www)
A Web é um sistema com padrão, universalmente aceito, capaz de
armazenar, recuperar, formatar e apresentar informação através de uma
arquitetura cliente/servidor. Os autores destacam que as páginas da Web
formatadas por hipertexto, que vinculam os documentos uns, aos outros e
possibilitam a vinculação de páginas, a outros objetos como áudio, vídeos e
arquivos de animação (LAUDON e LAUDON, 2007). Para Guerrero (2004) a
Web é a parte multimídia da Internet, constituída pela área mais fácil de utilizar
em toda a rede.
O’Brien (2001) informa que o mais importante componente de software
para muitos usuários hoje é o navegador de rede (browser), inicialmente simples
e limitado, mas atualmente poderoso e rico de dispositivos. O autor define um
browser como sendo a interface fundamental de software utilizada para acessar
os recursos em hiperlink da Web e o restante da Internet, Intranet e Extranet.
Os sites da Web, conforme destacam Laudon e Laudon (1999), podem ser
interativos de tal modo que os usuários possam extrair informações e interagir
com o proprietário do site. Os autores afirmam que a tecnologia utilizada pelos
sites da Web é suficientemente simples para as pessoas, que o são
programadores, acessarem facilmente as informações e até criar sites pessoais.
Para O’Brien (2001) a navegação pela Internet é possível devido a
utilização de softwares de navegação na Web, encaminhando para os recursos
de informação em multimídia armazenados nas páginas com hiperlinks de
empresas, governos e outros sites da rede. Os sites são o ponto de referência
para transações de comércio eletrônico entre as empresas, fornecedores e
clientes.
2.6.1.3 Internet a Solução de Problemas
Muitas empresas e pessoas utilizam a Internet para resolver um grande
número de problemas (LAUDON e LAUDON, 1999):
acelerando o acesso às informações as pessoas podem pesquisar em
milhares de bancos de dados em busca de informações nas mais diversas
áreas do conhecimento;
112
melhorando a comunicação e a colaboração as empresas tem descoberto
que a Internet é importante facilitador na comunicação entre localidades
distintas e ao coordenar trabalhos de unidades comerciais geograficamente
dispersas;
acelerando novos conhecimento e descobertas científicas a Internet se
tornou uma fonte importante na divulgação de novos conhecimentos, a
publicação na rede é instantânea, porém muitas vezes sem uma revisão
prévia e
facilitando o comércio eletrônico com a automatização dos procedimentos
de compra e venda, as empresas aceleram pedidos, entregas e pagamentos
de produtos e serviços e assim se torna um importante novo meio de se fazer
negócios.
2.6.1.4 Sistema de Informação na Internet
O’Brien (2001) destaca a grande mudança apresentada pela TI com o
crescimento apresentado pela Internet, suas tecnologias e aplicativos, assim
como o seu impacto nos negócios, sociedade e na própria TI. A Internet mudou o
modo como as empresas operam e as pessoas trabalham, com o apoio
apresentado pela TI nas operações empresariais e nas atividades de trabalho
das pessoas.
Os avanços da Internet contribuíram para torná-la uma plataforma
indispensável para as telecomunicações, para o trabalho colaborativo e o
comércio eletrônico entre empresas, seus funcionários, clientes, fornecedores e
parceiros comerciais. Desta forma a Internet e as redes similares a ela (dentro da
empresa Intranet e entre a empresa e seus parceiros comerciais Extranet),
tornaram-se a principal infra-estrutura de TI no apoio às operações das
organizações (O’BRIEN, 2001).
O desenvolvimento de um sistema, que se utiliza da Internet, combina
método tradicional desenvolvimento de software, processo de reengenharia de
negócios e automação do fluxo de trabalho, assim Rojas e Songer (1999)
estabeleceram três fases de desenvolvimento conforme descrito a seguir:
113
seleção e análise do processo - é o primeiro passo em dirão ao sucesso,
apresentando características chaves que são utilizadas como diretrizes na
seleção do processo, podendo destacar a falta da efetiva coordenação, a
aplicação não consistente da TI e processos que envolvem uma grande
quantidade de dados a serem coletados e distribuídos;
projeto e implementação do sistema está centrada na definição de como o
processo deve ser executado para obter vantagens das tecnologias da
Internet e assim reduzir o tempo de espera, aumentar a qualidade e a
confiabilidade do processo reduzindo os custos e utilizando a TI como fonte
para redesenhar os processos ao invés de automatizá-los, e
processo de avaliação necessário para redução dos riscos associados a
implementação do novo sistema, com a utilização de um sistema piloto, onde
este é aplicado em pequenas partes do processo e assim possibilitar
correções e avaliações do sistema antes da implementação final.
Para Laudon e Laudon (2007) os groupwares baseados na Internet e os
softwares de conferência eletrônica oferecem ferramentas de comunicação e
colaboração entre pessoas que trabalham em conjunto e entre equipes de
trabalho, muitas vezes, localizadas em lugares distintos. Contribuindo com esta
afirmação, O’Brien (2001), informa que a Internet, Intranet e Extranet suportam
comunicações mundiais e colaborativas entre funcionários, clientes,
fornecedores e outros parceiros comerciais, como participantes de equipes
virtuais para desenvolver, produzir, comercializar e manter produtos e serviços.
2.6.2 Intranet
A Intranet é apresentada, por vários autores como Pfaffenberger (1998),
O’Brien (2001), Nunes (2003), Guerrero (2004) e Laudon e Laudon (2007) como
sendo uma rede interna de comunicação, que aproveita os recursos e a infra-
estrutura de comunicação de dados da Internet, compartilhando os mesmos
softwares e equipamentos de rede, a partir de protocolos de comunicação
conhecidos como Transmission Control Protocol/Internet Protocol (TCP/IP). Os
autores destacam que a Intranet atua no âmbito interno das organizações, com
acesso restrito aos funcionários e demais filiais da organização e, assim,
114
compartilhar informações, comunicações, colaboração e suporte aos processos
empresariais.
Com relação à segurança a Intranet é descrita por Laudon e Laudon
(2007) como uma rede privada protegida das visitas públicas por Firewalls,
considerado um sistema de segurança, com software especializado que impede
a invasão de estranhos a estas redes. A Intranet utiliza HTML para programar as
ginas Web e estabelecer links dinâmicos de hipertexto de acesso a outras
páginas. Os softwares de navegador Web e servidor Web para Intranet o os
mesmos da Internet. A rede privada pode ser criada conectando-se um
computador cliente munido de um navegador Web a um computador equipado
com software servidor Web via uma rede TCP/IP.
Para Gutiérrez (2006) a Intranet é um recurso tecnológico de maior
importância para fomentar o fluxo e o intercâmbio de conhecimento em uma
organização com as seguintes vantagens:
estabelecer uma comunicação eletrônica e direta entre os membros da
organização, facilitando os processos de socialização e compartilhamento do
conhecimento;
integrar todos os recursos informáticos utilizados na gestão do conhecimento,
de forma on-line e aproveitando os padrões da Internet e
utilizar um sistema de busca, possibilitando que os seus membros naveguem
com facilidade e tenham oportunidade de pesquisa de novas informações e a
recuperação informacional.
2.6.2.1 Aplicações da Intranet
As organizações estão se unindo a empresas de tecnologia, com o
objetivo de implementar uma ampla classe de uso de redes Intranet. As
empresas de tecnologia organizam aplicações de Intranet, estabelecendo grupos
conceituais por categoria de serviços aos usuários, que reflitam os serviços
básicos os quais as Intranets oferecem a eles. Destacam-se serviços como
softwares de navegação e software de servidor da Intranet, bem como outros
aplicativos e groupware que fazem parte do ambiente de software de Intranet de
uma empresa (O’BRIEN, 2001).
115
O’Brien (2001) destaca, ainda, o apoio estabelecido pela rede para
comunicação e colaboração, editoração de páginas na rede, operação e
administrão das empresas e gerenciamento da Intranet.
Segundo Pfaffenberger (1998) a Intranet possibilitou a surgimento de um
sistema de informação corporativo e, assim, permitiu-se o compartilhamento de
missões, das metas, das programações, dos documentos, dos orçamentos, das
informações de recursos, dos dados técnicos e das diretrizes de trabalho entre
todos os funcionários de uma organização.
2.6.2.2 Sistema de Informação com a Intranet
Pfaffenberger (1998) estabelece a equivalência entre o sistema de
informação corporativo e a base de conhecimento corporativo, destacando como
forte recurso estratégico com a contribuição de todos que participam da
corporão. Além disto, a tecnologia da Intranet permite a criação de sistemas
de conhecimento, que atingem todos os setores das empresas. Para o autor a
ideia principal da Intranet é a utilização dos melhores recursos da Internet para
se obter um sistema de informação corporativo interno com ferramentas
conhecidas, assim se idealizou um sistema de informação corporativo formado
pelos seguintes itens:
refazer a engenharia dos processos empresariais para formar equipes
dinâmicas e multifuncionais e, assim, melhorar a qualidade e reduzir o tempo
de lançamento do produto no mercado, eliminando as divisões arbitrárias e
disfuncionais;
otimizar o tempo gasto em reuniões improdutivas, eliminando viagens
desnecessárias e proporcionando uma programação cooperativa;
estabelecer uma transformação na cultura corporativa, delegando autoridade
aos funcionários e dando liberdade para formar e definir suas tarefas com
base nas condições;
distribuir responsabilidade na produção e compartilhamento do conhecimento
do empreendimento, e estimular a criação descentralizada de núcleos de
produção de conhecimento cooperativos;
116
facilitar a comunicação central das missões, metas e objetivos, aprimorando
as aptidões na tomada de decisão do grupo;
definir as ferramentas para criação de uma organização de aprendizado, na
qual a aquisição rápida do conhecimento é vista como uma capacidade
estratégica fundamental;
incentivar a transmissão da informação no momento certo, quando e onde os
funcionários necessitam dela, eliminando a necessidade de impressão,
encadernação e distribuição caras das informações corporativas vitais;
proporcionar uma identificação da comunicação por meio de mídias um-para-
um e um-para-vários.
Para O’Brien (2001), a Intranet, além de ser acessada por funcionários
das organizações, tamm pode ser acessada por uma Intranet de clientes,
fornecedores e outros parceiros comerciais, através de conexões de Extranet.
2.6.3 Extranet
Extranet (ou Extended Internet) é definida por Pfaffenberger (1998),
Pakstas (1999), Caldas e Soibelman (2000), O’Brien (2001) e Nunes (2003)
como a utilização de sistemas de informação corporativos, baseados na
tecnologia da Internet ou Intranet, estendidas a fornecedores, clientes,
laboratórios de pesquisa, consultores, aliados industriais ou qualquer pessoa ou
instituição que possa agregar valor ao empreendimento, com a realização de
transações comerciais, prestação de serviço e troca de informação.
Caldas e Soibelmen (2000) e Santos e Nascimento (2002) afirmam que a
Extranet de projetos facilita o envio, recebimento, armazenamento e controle de
grande quantidade de documentos, além de ser um sistema on-line para
comunicação, automação de processos e do fluxo de trabalho, conectados a um
sistema de banco de dados. Esta rede disponibiliza todos os documentos e o
fluxo de informações de um determinado projeto, proporcionando que as
informações cheguem aos profissionais envolvidos e possibilita um trabalho
ininterrupto.
Diante dos conhecimentos já apresentados a tabela 01 apresenta as
características da Internet, Intranet e Extranet.
117
Tabela 01 Resumo das Características de Internet, Intranet e Extranet
Internet
Intranet
Extranet
Usuários
Todo mundo
Membros específicos
da empresa
Grupo estritamente relacionado com a
empresa
Informação
Fragmentada
Proprietário
Partilhada em um circulo de confiança
Acesso
Pública
Privada
Semi-privada
Mecanismos
de segurança
Não há
Firewall, criptografada
Firewall inteligente, criptografada, vários
documento normas de segurança
Fonte: Pakstas (1999)
Laudon e Laudon (2007) afirmam que na criação de uma Extranet, a
empresa permite o acesso limitado de fornecedores e clientes às suas Intranets
internas e, assim, a empresa utilizando os Firewalls garante o acesso aos dados
de forma limitada e segura, autenticando os usuários e garantindo, que somente
pessoas autorizadas acessem o site.
2.6.3.1 Aplicações de Extranet
Os sistemas Extranets são usados em trabalhos colaborativos com outras
empresas em gerenciamento de cadeia de suprimentos, projetos e
desenvolvimento de produtos ou programas de treinamento (LAUDON e
LAUDON, 2007). Na prática, o principal mecanismo que vem sendo utilizado
para viabilizar a colaboração digital no processo de projeto são os sistemas
Extranets que permitem compartilhar bases de dados digitais entre diferentes
projetistas, eliminando a necessidade de trocas de projetos em papel ou via e-
mail (FABRÍCIO e MELHADO, 2002).
A comunicação de projeto se consolida via Extranet através de e-mail ou
transferência de arquivos, com acesso dos membros individualizados e
controlados. O sistema Extranet conecta-se a um gerenciador de banco de
dados com a função de gerenciamento da informação. A complexidade da sua
implementação está no fato de que deva suprir as necessidades técnicas de
arquivamento e gestão de documentos eletrônicos e, tamm, dão suporte para
processos inter-organizacionais (MANZIONE e MELHADO, 2004).
118
2.6.3.2 Gerenciamento de Informação e Documentos com Extranet
Conforme Picoral e Solano (2001) as Extranets permitem o
compartilhamento e armazenamento de informações, comunicações e todos os
documentos referentes a um determinado empreendimento (orçamentos,
cronogramas, planejamento, arquivos de projetos, etc) em endereço exclusivo na
Web, com acesso restrito, apenas os profissionais cadastrados para determinado
projeto. A habilitação e o acesso são controlados pelo coordenador do projeto.
O aumento da capacidade de comunicação faz com que a Extranet seja
uma ferramenta importante para gerência de documentos de projeto reduzindo:
o tempo gasto com transporte de arquivos;
cria mecanismos (monitorados pela coordenação) para garantir que os
arquivos disponibilizados para cada profissional, sejam atualizados,
independentemente da organização interna dos escritórios;
protocola o upload de cada arquivo e suas substituições;
possui dispositivos de aviso automático aos interessados, cada vez que
ocorra a inserção de novo documento no sistema;
possibilita a emissão de rios tipos de relatórios com registros de todos os
acessos ao sistema: upload, download, bloqueio e/ou liberação de arquivos,
mensagens;
disponibiliza mecanismos de comunicação entre os intervenientes da obra
(PICORAL e SOLANO, 2001).
Para Nascimento (2004) Extranets de armazenamento arquivam
documentos em um servidor na Web e as de gerenciamento apresentam
recursos de monitoramento do fluxo de documentos e processos, sistema de
comunicação com notificações de atividades de projeto, reuniões virtuais,
mensagens de novos documentos, recomendações, atualização de arquivos,
registro de operações e visualização de arquivos.
Santos e Nascimento (2002) destacam que uma dificuldade apresentada
pelos ambientes de Extranets, está relacionada com as ferramentas de busca de
arquivos e/ou informações. São sistemas baseados em pesquisa direta com
119
palavra-chave ou campos associados ao documento (tipo, data de criação, autor,
etc) que se tornam difíceis de manipular com as chamadas “sobrecargas de
informação”. Uma superação desta dificuldade esta na capacidade de
interoperabilidade e integração entre sistemas e a padronização das
informações. Tais aspectos levam os profissionais, cada vez mais, a se
conscientizarem a respeito da informação essencial, contida nos sistemas de
arquivos e que a competitividade, requer, além da definição e execução correta
da estratégia empresarial, o processamento das informações, de tal forma, que
possa assegurar a eficácia da organização.
Para Fabrício e Melhado (2002) os sistemas Extranets são centralizados
em uma base de dados compartilhada, onde os projetos que podem ser
acessados e manipulados, através de um sistema de downloads e uploads e
permite aos membros autorizados da equipe de projeto obter, via Internet, as
versões atualizadas dos arquivos dos projetos. Os sistemas de Extranets
possibilitam, assim, a automação do controle de versões e de inserções de
novas informações de projetos. Em geral, tamm constam dos sistemas
Extranets mecanismos de documentação de alterações e de troca de
informações entre os envolvidos no processo de projeto que buscam otimizar a
comunicação entre os membros da equipe de projeto e fomentar a colaboração
entre os projetistas.
Picoral e Solano (2001); Schmitt, Guerrero e Bordin (2001) e Fabrício e
Melhado (2002) descrevem que o uso de um sistema Extranet permitiu verificar
vantagens e desvantagens apresentadas por esta ferramenta.
2.6.3.3 Vantagens do Sistema Extranet
São reconhecidas várias vantagens competitivas no desenvolvimento do
processo de projeto baseado em sistemas Extranets, porém o seu resultado
efetivo depende da adoção integral do sistema por todos os membros envolvidos
no projeto.
Segundo Picoral e Solano (2001) para se obter resultado na utilização de
Extranet é necessário que toda a comunicação se realize através dela, desde o
armazenamento de arquivos de projeto, até o esclarecimento de vidas dos
profissionais, substituindo totalmente a troca de e-mails convencionais ou
120
telefonemas por “mensagens” recurso de troca de e-mails, que ficam
armazenados no histórico do empreendimento e são enviados diariamente aos
destinatários até que sejam solucionadas as dúvidas e dada baixa na mensagem
pelo remetente que a originou. Este procedimento democratiza a informação e
mantém o registro da pendência até sua solução. Disciplinar os usuários para
utilização do sistema é uma tarefa árdua do coordenador.
Assim Schmitt, Guerrero e Bordin (2001) descrevem que toda a
comunicação a ser desenvolvida no projeto deve ser feita obrigatoriamente
através do sistema de Extranet, utilizando-se, na maior parte dos casos, de e-
mails ou de transferência de arquivos.
Para Nascimento e Santos (2002) o sistema de Extranet possibilita o
gerenciamento através da funcionalidade de workflow (monitoramento do fluxo
de documentos e processos), além de notificar as atividades de projeto, propicia
reuniões virtuais e visualização de diversos arquivos de aplicativos. Satisfeitas
estas exigências, Fabrício e Melhado (2002) informam que uso de Extranet na
gestão das informações de projeto, apresentam vantagens na diminuição dos
erros de comunicação entre os membros do projeto; maior velocidade e agilidade
na troca de informações entre os projetistas; além de possuir acesso controlado
e customizado para cada usuário.
Pfaffenberger (1998) apresenta como vantagem de Extranet, a descoberta
de como transformar um empreendimento em um recurso de conhecimento e
adotar este recurso como indispensável a fornecedores, clientes e outras
empresas aliadas.
A divulgação dos documentos de projeto é realizado pelo próprio sistema,
através de registro e emissão de relatórios das operações realizadas, agilizando
a disponibilidade destes documentos, descentralizando, por exemplo, a
responsabilidade da plotagem de arquivos, onde no processo anterior
concentrava a tarefa na coordenação de projetos. O sistema Extranet apresenta
mecanismos, que facilitam a comunicação com as copiadoras (PICORAL e
SOLANO, 2001).
Os arquivos o armazenados no sistema por upload e disponibilizados
para os membros da equipe através de download. O sistema apresenta um
121
recurso, que no momento do cadastramento de um arquivo, ele identifica
arquivos que tenham nomes parecidos, com objetivo é auxiliar a coordenação
para que não fiquem disponibilizados no sistema arquivos desatualizados. Outro
fator importante nesta operação esta relacionado ao espaço “comentários”,
quando da realização do upload, fossem listados os aspectos referentes às
alterações de uma versão para outra, para identificação rápida dos demais
intervenientes (PICORAL e SOLANO, 2001).
Contribuindo com esta afirmação Fabrício e Melhado (2002) descrevem
que nos sistemas de Extranets são centralizados todos os projetos em uma base
de dados compartilhada, que são acessados e manipulados, através de um
sistema de upload e download, permitindo que os membros autorizados da
equipe de projeto obtenham, via Internet, as versões atualizadas dos projetos.
Estes sistemas possibilitam a automação do controle de versões e de inserções
de novas informações de projetos.
Nascimento e Santos (2002) classificam as Extranets de armazenamento,
como sendo um sistema onde ficam arquivados todos os documentos de
determinado projeto, podendo ser acessado por qualquer membro da equipe a
qualquer momento. Fabrício e Melhado (2002) destacam, ainda, vantagens na
gestão de arquivos de projeto, com a possibilidade de criação de um banco de
dados central com todos os documentos do projeto, contribuindo para melhorar a
eficácia no controle de versões dos arquivos de projeto, estabelecendo redução
de custos com plotagens, cópias, mensageiros e correio.
As vantagens esperadas pela utilização deste sistema passa pela atuação
do coordenador de projetos. Assim, ele poderá disponibilizar (ou não) os
arquivos aos diversos intervenientes, para que possam acompanhar e trabalhar
em paralelo no processo de desenvolvimento dos projetos, mas cada arquivo ao
ser cadastrado no sistema entra como não autorizado e na medida em que
estes projetos estejam plenamente definidos e compatibilizados, a critério da
coordenação, ele pode alterar o status do arquivo para autorizado”, evitando
que os projetos sejam desenvolvidos com arquivos provisórios e não
compatibilizados (PICORAL e SOLANO, 2001).
122
2.6.3.4 Desvantagens do Sistema Extranet
São apresentadas as desvantagens competitivas no desenvolvimento do
processo de projeto baseado em sistemas Extranets.
Picoral e Solano (2001) afirmam que existe a necessidade de uma reunião
prévia com todos os membros da equipe de projeto para estabelecer algumas
orientações iniciais sobre o sistema.
O sistema Extranet disponibiliza uma relação de arquivos (documentos de
projetos), com poucas informações, nome e data dos arquivos cadastrados no
sistema. Na prática este procedimento não foi eficaz para os projetistas, por ser
uma lista extensa. A fim de minimizar esta dificuldade, o coordenador de projeto
estabeleceu um procedimento paralelo para cumprir esta função, com o
recadastramento no sistema dos arquivos sempre que ocorrer acréscimo ou
substituição (PICORAL e SOLANO, 2001).
Desta forma, Fabrício e Melhado (2002) contribuem com esta afirmação,
apontado o acúmulo excessivo de informações desnecessárias pela falta de
critérios para se avaliar a pertinência das informações, trazendo como
consequência a dificuldade de acesso à informação em virtude da grande
variedade de tipos de dados existentes e a falta de clareza das informações,
exigindo esclarecimentos adicionais e provocando novos pedidos de informação
e gerando novos fluxos de informação que congestionam o sistema.
Segundo Picoral e Solano (2001) um dos limites do sistema de Extranet
de uso comercial, atualmente, é a impossibilidade dos profissionais da equipe de
projeto trabalhar on-line com os arquivos de projeto, ou seja, quando é dado um
donwload de um arquivo este não pode ser manipulado por outro profissional até
retornar, através de upload para a base central.
Fabrício e Melhado (2002) destacam a existência de sistemas de projetos
que permitem compartilhar o mesmo arquivo de projeto em mais de um terminal,
interligados por vídeo conferência, permitindo a discussão e a interação on-line
de diferentes projetistas em um mesmo projeto, esta sistemática é encontrada
geralmente em grandes indústrias.
123
Outra dificuldade importante criada pelo emprego de Extranets e meios
eletrônicos de comunicação é o aumento na quantidade e no fluxo de
informações entre as pessoas. Pela falta de procedimentos e de “normas
comportamentais claras sobre quais informações devem ser enviadas e para
quais agentes, tem-se a tendência de mandar tudo para todos, gerando uma
sobrecarga informacional que leva as pessoas a desconsiderarem dados
importantes perdidos no emaranhado de informações recebidas (PICORAL e
SOLANO, 2001).
Fabrício e Melhado (2002) reforçam este dado destacando a
incompatibilidade entre o fluxo de informação e o fluxo do processo
organizacional do processo de projeto, além do tempo excessivo de espera por
respostas, estabelecido pela falta de mecanismos de monitoramento dos fluxos
de informação. Para estes autores, as principais desvantagens de Extranets
estão relacionadas mais com as deficiências do processo de gestão do trabalho
do que com os limites da tecnologia. De fato, a possibilidade de colaboração
ganha um importante apoio com os sistemas Extranets, mas essa tecnologia não
resolve os problemas de gestão envolvidos, ao contrário deve agravá-los,
principalmente, pelo aumento da complexidade das interões entre os agentes
e pelo acúmulo de informações. Assim, para que tais ferramentas alcancem
plenamente suas possibilidades, devem ser acompanhadas de uma nova cultura
de trabalho colaborativo e de uma organização e planejamento mais efetivo do
processo de projeto.
Picoral e Solano (2001) descrevem que a tecnologia da informação
rapidamente se difunde entre as empresas e profissionais ligados ao
desenvolvimento de projeto, porém no estágio atual, a utilização dessas novas
ferramentas ainda é limitada e problemática. A falta de formação dos
profissionais na utilização de computadores e softwares possibilita uma
aproximação empírica o que leva, em muitos casos, à subutilização ou uso
inadequado da tecnologia.
A tecnologia tem a sua forma particular de expressão, aliados ao
conhecimento e ao aproveitamento das especificidades técnicas definem as
características do meio. Integram-se a estas tecnologias para sua adequada
124
utilização os fatores humanos, relacionados à cultura da colaboração,
habilidades e treinamento dos participantes (NUNES, 2003).
Por se tratar de um sistema recente no Brasil, a Extranet vem ampliando a
sua utilização nos processos de projeto para controle, centralização das
informações, gerenciamento de documento, rastreabilidade, redução de custos e
prazos nos trabalhos colaborativos (OHASHI, BERTEZINI e MELHADO, 2008).
Estes autores destacam a importância de se ter um processo de projeto bem
estruturado, com definições claras das atividades, etapas, responsabilidades,
interdependências, escopos, etc e com um método de coordenação bem
definido, pois o sistema é apenas uma ferramenta colaborativa capaz de auxiliar
o processo.
Para Moura (2009) a gestão das informações de projeto e o uso de
Extranet possibilitam:
organizar as atividades de vários fornecedores e obter a colaboração eficiente
dos membros da equipe de projeto;
criar um mecanismos para facilitar a administração e o compartilhamento de
informações;
evidenciar as responsabilidades e aumentar o controle mútuo entre os
participantes;
acompanhar os resultados do processo em desenvolvimento, bem como
antecipar possíveis “gargalos”.
A autora afirma que a adoção de Extranet, em detrimento a troca de
informações por e-mail, demanda inicialmente mais trabalho da equipe, além de
exigir treinamento e adaptação para utilização da nova sistemática entre o grupo
de projeto apresentando, inclusive, certa resistência na utilização.
Desta forma as novas tecnologias abrem uma série de desafios e
possibilidades para as práticas projetuais e permitem não aumentar a
produtividade das empresas, mas mudam substancialmente os processos
intelectuais e cognitivos envolvidos no projeto.
O processo de projeto envolve diversos projetistas e os interesses de
vários agentes, assim a introdução dessas tecnologias abre novas possibilidades
125
de comunicação que ainda não são plenamente utilizadas em consequência da
falta de uma cultura gerencial e uma organização adequada do processo de
projeto (FABRÍCIO e MELHADO, 2002). Os autores, ainda destacam a falta de
sistematização dos recursos de TI na elaboração dos arquivos, que compõe as
informações de projeto, apresentando falhas de codificação e padronização
comuns nos arquivos do projeto.
2.7 Informações de Projeto
Durante as fases de desenvolvimento do processo de projeto são
elaborados arquivos com as informações necessárias a construção do produto.
Conforme Menegotto e Araújo (2000) o processo criativo tem início e permanece
na mente do projetista até o momento de comunicá-lo aos demais, com o
desenvolvimento de croquis e desenhos técnicos.
2.7.1 Informações Gráficas
Menegotto e Araújo (2000) descrevem que o homem sempre necessitou
representar o seu mundo exterior por motivos espirituais, ou por motivos
práticos. O processo evolutivo entre as pinturas primitivas nas cavernas,
conforme ilustra a figura 20, até os modelos interativos da nossa época,
atravessou-se um longo processo de compreensão do espaço físico, das leis que
o regem este tema e das técnicas utilizadas para representá-lo.
Figura 20 Pintura Rupestre em Altamira, Espanha
11
Fonte: http://www.cyberpadres.com/educacion/arte/images/rup_altamira.jpg
11
Conforme Speck (2005) a caverna de Altamira na Espanha é considerada como sendo os
primeiros desenhos realizados pelo homem pré-histórico, com uma riqueza e variedade de
pinturas e afrescos encontrados.
126
No processo evolutivo do desenho, a intuição do artista, juntamente com o
método científico fornece um amplo leque de conhecimento e técnica, que
permite representar os objetos de maneira cada vez mais exata, pretendendo
quebrar a barreira entre a realidade e sua representação (MENEGOTTO e
ARAÚJO, 2000). Com isto os arquitetos, engenheiros, designers e demais
projetistas ligados a criação usam o desenho como fundamental recurso para
exteriorizar suas ideias projetuais e, também, compreender os projetos dos
outros profissionais.
2.7.1.1 Desenho Técnico
Menegotto e Araújo (2000) apresentam um rápido histórico a respeito da
utilização de cnicas precisas de representação, evitando que ambiguidades
pudessem conduzir a erros durante a fabricação e estabelecer perda de
produtividade. No século XVII, o engenheiro francês Girard Desargues definiu as
bases da Geometria Projetiva e no século seguinte, o engenheiro militar Gaspar
Monge publicou seus estudos sobre Geometria Descritiva. Monge foi, tamm,
um dos fundadores da Escola Politécnica e encarregou-se de incorporar este
conteúdo ao plano de ensino da instituição. Os autores destacam que o processo
evolutivo de simplificação e unificação da representação cnica do desenho
acabou por se transformar em Norma Técnica de Desenho e, assim, otimizou a
corrente produtiva. O desenho necessitou despojar-se da cor e de todos os
efeitos subjetivos, deixando amostra apenas as linhas essenciais a forma.
Conforme Speck (2005) o Desenho Técnico possibilita, através da
utilização de linhas, números e representações escritas, produzir dados sobre a
função, formato dimensional, forma de trabalho e material de um determinado
objeto a ser construído sem o contato direto entre o projetista e o executor. O
autor destaca que o Desenho Técnico reúne um conjunto de metodologias e
procedimentos necessários ao desenvolvimento e à comunicação de projeto,
conceitos e ideias, podendo, no seu contexto mais restrito, expressar as
especificações técnicas de produtos e sistemas.
O aprimoramento das tecnologias informacionais e dos sistemas de
informação alterou os processos e métodos de representação gráfica, utilizada
pelo Desenho Técnico nas últimas décadas (SPECK, 2005).
127
2.7.1.2 Desenho Técnico Digital
O computador veio para auxiliar os profissionais na solução dos
problemas, devendo ser tratado como um instrumento de trabalho, onde o
projetista com o seu conhecimento e imaginação, conduz a máquina pelo
processo criativo (MENEGOTTO e ARAÚJO, 2000). O desenvolvimento das
tecnologias de informação, afirma Speck (2005), possibilitou a transição dos
equipamentos manuais (régua T e esquadro) para os equipamentos
computacionais, para os softwares de CAD com desenhos em duas dimensões
(2D) e, mais recentemente, para os sistemas de modelagem geométrica com
desenhos tridimensionais (3D).
Nesta circunstância, Menegotto e Araújo (2000) apresentam o desenho
sobre vários pontos de vistas:
o desenho estimula o pensamento o croqui é a representação mais rápida
entre o pensamento e o papel, sendo realizado com rapidez, sem
preocupação com medidas e pela definição do traço, onde o momento da
crião subsequente ao pensamento;
o desenho ilustra representação técnica do projeto através de plantas,
cortes e vistas utilizadas pelos profissionais envolvidos no seu
desenvolvimento ou a representação através de desenhos ilustrativos,
geralmente para apresentação ao público em geral, onde o desenho se
aproxima da realidade com a utilização de perspectiva linear, com a aplicação
de cores, texturas, efeitos de luz e sombra, transforma o desenho em uma
simulação da realidade;
o desenho comunica o projeto deve fornecer todos os dados espaciais e
dimensionais a fim de permitir a sua materialização. Assim recorre-se ao
desenho para realizar esta tarefa, onde o desenho técnico, realizado através
de determinada escala, com cotas, especificações e detalhes para a sua
correta construção e
o desenho verifica no desenvolvimento de projeto enfrenta-se muitos
problemas geométricos e dimensionais, que devem ser resolvidos para
128
viabilizar tecnicamente a obra. A representação destes desenhos deve ser
precisa evitando-se, assim, erros construtivos e perdas de produtividade, e
O desenho digital, com o uso dos computadores pelos projetistas, aliado
ao desenvolvimento de softwares CAD, CAM, CAE e CAPP, contribuíram para a
evolão técnica dos desenhos digitais, com isto permitiu-se a simulação de
objetos com alto grau de realismo. Assim o desenho passou a ser concebido
como uma base dados gráfica, incorporando a inteligência para propor solução
de projeto ótima em design.
2.7.1.3 A Computação Gráfica
Brito (2001) descreve que o surgimento dos primeiros computadores
ocorreu em torno de 1939. Segundo Speck (2005) nos anos cinqüenta surge a
ideia da computação gráfica interativa, estabelecida pela entrada de dados
efetuada por símbolos com respostas em tempo real. Este processo evolutivo
apresenta na década de sessenta o termo CAD, sendo utilizado para indicar os
sistemas gráficos orientados para objetos (BRITO, 2001 e SPECK, 2005).
Neste momento existe o reconhecimento da importância da computação
gráfica no aumento da produtividade no setor desenvolvimento de projetos.
Segundo Méndez (2006) na década de setenta são comercializados os primeiros
sistemas focados nas ferramentas de desenho, destacado como um processo
inovador, pois substituiu a caneta pelo mouse para a execução dos projetos,
trazendo facilidades ao projetista na elaboração dos desenhos.
Conforme Speck (2005) na década de oitenta as pesquisas desenvolvidas
visaram à integração e automatização dos elementos de projeto e manufatura,
estabelecendo o foco para expandir os sistemas CAD e CAM, assim como a
modelagem geométrica tridimensional com aplicações em Computer Aided
Engineering (CAE). O autor apresenta, recentemente, os conceitos de integração
total do ambiente produtivo, conhecidos por Computer Integrated Manufacturing
(CIM), que utiliza os sistemas de comunicação de dados, aliados às técnicas de
gerenciamento dos processos produtivos.
129
2.7.1.3.1 Computer Aided Design (CAD)
O sistema CAD, segundo Menegotto e Araújo (2000), mais difundido no
mercado é o software AutoCAD® da Autodesk Inc. Na figura 21 é apresentada
uma pesquisa realizada por Tse, Wong e Wong (2005) a respeito da utilização
de softwares de CAD. Neste trabalho, realizado pela GeoPraxis em 2004,
apresentou um resultado de utilização do AutoCAD® da Autodesk Inc de 93%,
demonstrando a grande aceitação do programa pelos usuários.
Figura 21 Utilização de Softwares de CAD Convecionais
Fonte: Tse, Wong e Wong (2005)
Brito (2001) afirma que em 1982 surgiu a primeira versão do AutoCAD®,
apresentando uma utilização muito acanhada. Menegotto e Araújo (2000)
destacam que o lançamento deste software, marcado pela forte tendência para o
desenho técnico, contribuiu, rapidamente, para a sua difusão entre os projetistas,
incorporando-se na rotina de trabalho, fatores que reforçam os dados
apresentados na figura 21, acima. Os autores destacam que o grande sucesso
se deve a dois fatores. O primeiro está relacionado à ferramenta de desenho
genérica, que abrange a totalidade das áreas técnicas e o segundo fator foi a
sua adaptabilidade, oferecendo a possibilidade de personalização, criando
comandos específicos e, com isto, a utilização de vários aplicativos
especializados, ampliando a sua potencialidade inicial. Para Brito (2001) o
130
grande avanço tecnológico nesta área surgiu a partir de 1990, tornando estes
sistemas uma realidade em qualquer escritório de projeto.
Ito (2007) apresenta dois modelos de sistema CAD. O primeiro,
caracterizado como CAD genérico ou tradicional, com tecnologia baseada na
geometria e automação dos desenhos e o segundo sistema, orientado a objeto
com a simulação de componentes e o foco na geometria 3D, possibilitando a
geração de documentos 2D e a extração de dados dos objetos, tais como as
informação de quantidades e as suas propriedades. O autor apresenta na tabela
02 a seguir uma classificação de alguns softwares conforme o sistema utilizado.
Tabela 02 Comparativo das Tecnologias CAD
CAD genérico
CAD orientado a objeto
CAD com objeto paramétrico
Autocad®
Architectural Desktop®
Autodesk Revit®
Microstatio
Graphisoft Archica
Intellica
Bentley Architecture®
VectorWork
Fonte: Ito (2007)
Panizza (2004) vincula a organização das informações em sistemas CAD,
com os conceitos de TI, conhecidos pelos profissionais, que desenvolvem os
projetos e usuários de sistemas CAD, compreendendo as suas implicações e
benefícios. O autor afirma que os arquivos em CAD adquirem maior qualidade,
no momento que, atendam aos seguintes requisitos:
desenho vetorial considerado um conceito estrutural dos sistemas CAD,
com informações numéricas de seus objetos utilizando operações
matemáticas e geométricas para sua realização. Projetos com grandes
quantidades de informações devem apresentar-se organizados em sistemas,
agrupados e classificados;
agrupamentos em blocos ou grupos a utilização de blocos ou grupos de
objetos contribui para organização destes arquivos, pois reúnem num único
objeto, vários outros construídos isoladamente. Este procedimento facilita a
seleção, cópia, padronização e atualização simultânea destes objetos. Este
recurso possibilita um aumento significativo de produtividade nos projetos
concebidos em CAD;
131
arquivos referenciais no AutoCAD® é representado por XREF e
considerado uma evolução do comando bloco. Consiste em inserir no
desenho através do comando Attach, um conjunto de informações gráficas
provenientes de outro arquivo (referência) permanecendo ligado ao arquivo
de origem. Este recurso apresenta uma economia de memória, pois elimina a
redundância de informações e possibilita a atualização automática dos
arquivos hospedeiros, com os conteúdos sempre atualizados;
agrupamento em layers apresenta a função de agrupar objetos
relacionados para facilitar a seleção e controle de visualização. Os layers
podem ser apresentados como gerenciador de informações ou possuir uma
estrutura de banco de dados, reforçando a proposta de Tzorzopoulos e
Formoso (2001) na construção de uma padronização para nomenclatura dos
layers, com o objetivo de classificar as informações e facilitar a integração
dos projetos. Algumas entidades como The American Institute of Architects
(AIA), Internatinal Organization for Standardization (ISO), Associação
Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (ASBEA) entre outros, estabeleceram
uma padronização de nomenclatura para construção e gerenciamento de
layers;
desenho como banco de dados são procedimentos de organização e
buscas de informações utilizando conceitos de classificação e filtros
provenientes dos bancos de dados;
iniciar um arquivo CAD apresenta várias opções de configurações para o
arquivo (layers, blocos, estilo de textos, estilo de cotas, etc). A organização e
produtividade estão relacionadas com este conjunto de informações, podendo
ser inclusive pré-configuradas em arquivos tipo templates com extensão dwt.
A utilização destes arquivos facilita a padronização, pois todos os
profissionais utilizam os mesmos parâmetros. Além destes detalhes são
colocadas mais duas situações a considerar em trabalhos com arquivos
digitais em ambientes colaborativos, o primeiro é relativo à unidade de
desenho real escala 1:1 e o segundo se refere à unificação da origem dos
desenhos no eixo de coordenadas, podendo ser o ponto 0,0,0;
132
model space e layout Brito (2001) acrescenta o model space como sendo
um ambiente convencional de desenho e o layout com um ambiente especial
para plotagem, com a indicação da folha, selo, legendas, tabelas de revisões,
escala dos desenhos, etc e assim, compor pranchas mais ricas em conteúdos
e ilustrações.
2.7.1.3.2 Modelagem Paramétrica
O termo paramétrico, segundo Houaiss (2004), significa, para o campo da
informática, a “variável ou constante cujo valor é atribuído pelo usuário ou pelo
próprio programa ou sistema capaz de modificar, regular ou ajustar o
comportamento do programa ou sistema”. Speck (2005) define como sendo
qualquer conjunto de propriedades físicas com valores determinantes das
características e do comportamento de um objeto.
A modelagem paramétrica não é um conceito totalmente novo, a indústria
de transformação e a indústria mecânica utilizam o Pro-Engineer®, um software
com modelagem paramétrica, na concepção de peças e componentes
mecânicos desde 1989 (TSE, WONG e WONG, 2005). Para Speck (2005) a
modelagem paramétrica, por sua vez, permite gerar uma variedade de
informações sobre um determinado desenho, um exemplo é a propriedade de
massa, onde as informações são obtidas pela modelagem de suas partes ou
componentes.
Conforme Hernandez (2006) o sistema CAD orientado a objetos
paramétricos, que foram restritos às indústrias aeroespacial, naval e
automobilística, está se tornando comum tamm no setor de projetos de AEC.
Estes sistemas CAD permitem ao profissional flexibilidade para fazer alterações
no desenvolvimento do projeto, sem a necessidade de apagar ou redesenhar
objetos, como ocorre nos sistemas CAD convencionais.
O desenvolvimento de projetos com sistemas CAD paramétricos substitui
a singularidade pela multiplicidade no seu processo. Um objeto paramétrico é
representado por entidades geométricas com atributos ou propriedades fixas
(restrições) ou variáveis (parâmetros). Os parâmetros podem ser alterados para
buscar diferentes alternativas e, assim, o objeto concebido por um sistema
133
paramétrico responde às mudanças redefinindo-o para os novos valores, sem
apagar ou redesenhar (HERNANDEZ, 2006).
Contribuindo com esta afirmação, Méndez (2006) destaca que ao realizar
uma mudança, por exemplo, no comprimento de algum componente do desenho
este é, automaticamente, refletido nos demais, que a ele estiverem ligados,
produzindo um projeto mais rápido, mais barato, mais preciso, e melhor
coordenado. O autor afirma que as vantagens desta modalidade vão muito além
da criação de maquetes eletrônicas e agilização do processo de produção de
documentações. Assim como, nas indústrias metal-mecânica, manufatureira,
aeroespacial e outras, a visualização tridimensional do modelo permite verificar
as inadequações e incompatibilidades instantaneamente.
A modelagem paramétrica possibilita uma variedade de informações sobre
o desenho, além de possibilitar variações e simulações durante a sua execução.
Justi (2007) compartilha desta afirmação e acrescenta que os programas de
CAD parametrizados apresentam, conjuntamente, ao desenho do objeto um
super banco de dados, com informações referentes ao dimensionamento,
materiais, elementos, etc, armazenados num formulário, podendo ser editado
pelo usuário.
Para Hernandez (2006) os sistemas CAD com modelagem paramétrica
permitem ao profissional a flexibilidade para a realização de alterações sem a
necessidade de apagar ou redesenhar objetos, como ocorre nos sistemas CAD
convencionais. O autor destaca que os softwares mais sofisticados de
modelagem paramétrica estão integrados a sistemas baseados no
conhecimento, oferecendo uma melhor inferência ao profissional sobre as
consequências das alterações propostas. Sistemas baseados no conhecimento,
em conjunto com modelagem paramétrica estão em desenvolvimento e
dependem de um poderoso equipamento computacional, baseada em
inteligência artificial, mas, talvez, seja o grande passo seguinte na nova geração
de sistemas CAD.
Assim, segundo a Autodesk (2007) estes sistemas, que combinam o
modelo de dados (geometria e dados) com um comportamento do modelo
(gerenciamento de alterações) que significado para o dado através de
134
relacionamentos. Um dos aspectos mais avançados na parametrização é a
coordenação de informação em todas as vistas e a seguranças da qualidade da
informação vinda do sistema.
Conforme Autodesk (2007) as características dos softwares baseados na
tecnologia de modelos paramétricos são:
as informações de todo o edifício e o conjunto completo de documentos do
projeto são armazenadas em um banco de dados integrado. Tudo é
paramétrico e, portanto totalmente inter-conectado;
as mudanças em componentes geométricos podem ser feitas sem a
necessidade de apagar ou redesenhar, permitindo flexibilidade e refinamento.
E toda mudança nos relacionamentos entre objetos reflete sempre e
instantaneamente ao resto do projeto e nas representações do projeto;
maior rigor no desenvolvimento do projeto, pois os parâmetros apropriados
permitem algumas transformões, enquanto restringem outras e
todas as relações do modelo estão disponíveis para definição do usuário, não
apenas relações que tenham sido pré-programadas, incluindo definições
gráficas.
Para Méndez (2006) o conceito de parametrização de projetos é
fundamental para o processo do Building Information Modeling (BIM), quando o
desenho é automaticamente atualizado após a realização de qualquer alteração.
O Building Information Modeling (BIM) para Tse, Wong e Wong (2005) e
Crespo e Ruchel (2007) é um modelo digital composto por um banco de dados
com a possibilidade de agregar informações para diversas finalidades,
aumentando a produtividade e a racionalidade do processo de projeto.
A tecnologia BIM, segundo Méndez (2006), é uma representação de um
edifício como uma base de dados integrada e coordenada, internamente
consistente e com informações da concepção computável com a construção.
Além disso, o projeto contém informações utilizadas no modelo tais como:
material, quantidades, a instalação de datas, responsabilidades de
subcontratados e de materiais alternativos.
135
Segundo Mitchell e Schevers (2005) o BIM está baseado no padrão da
norma International Organization for Standardization (ISO, 1994) para
compartilhar e acessar os dados e permitir a interoperabilidade entre softwares
distintos. Desta forma os trabalhos desenvolvidos com a tecnologia BIM podem
ser compartilhados através da Industry Foundation Classes (IFC), considerado
um padrão BIM, entre diferentes sistemas CAD. Os autores afirmam que o IFC é
um padrão BIM, com base no ISO PAS 16739, publicado pela International
Alliance for Interoperability (IAI) considerada uma aliança mundial de
organizações dos setores de AEC e Facility Management (FM), com a missão de
integrar a AEC/FM, indicando uma linguagem universal, que melhora a
comunicação, produtividade, tempo de execução, custo e qualidade em toda a
concepção, constrão, operação e manutenção do ciclo de vida do edifício.
O impacto mais visível desta tecnologia sobre o processo de projeto está
na forma pela qual ocorre a geração das informações (SPERLING, 2002). A
coordenação das informações no modelo é assegurada pelo armazenamento
das informações padronizadas dos desenhos, contendo os dados acrescentados
pelos profissionais participantes do desenvolvimento do trabalho, garantindo a
qualidade e a integridade do modelo. O desenvolvimento do projeto e as
alterações implementadas ao modelo ficam guardadas e o atualizadas
automaticamente, exigindo um banco de dados tão grande quanto o volume de
dados apresentado pelo desenho (CRESPO e RUSCHEL, 2007).
A eficiência de integração na utilização de ferramentas BIM é
caracterizado por Fu, et al. (2005), atendendo a três requisitos:
uma modelagem composta por componentes básicos da construção tais
como paredes, coberturas, etc., e seus elementos físicos, muros, portas,
janelas, etc., descritos, conforme a metodologia de construção e o
dimensionamento exato;
as atividades de manutenção estejam ligadas aos componentes físicos da
construção, assim estas atividades são descritas de forma clara e objetiva,
para que todos profissionais da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC)
compreendam a semântica, linguagem sem ambigüidade e
136
todos os elementos devem estar ligados uns, aos outros, assim como é de
fato. Esta relação pode ser classificada em duas estruturas típicas: árvore ou
em rede.
Por outro lado Tse, Wong e Wong (2005), apresentam alguns caminhos
para melhorar a integração na implementação das ferramentas BIM:
implantar na mesma plataforma os módulos adicionais dos projetos
complementares, ao projeto arquitetônico;
exportar o módulo arquitetônico como arquivo de dados num padrão aberto, o
qual pode ser utilizado pelos colaboradores do projeto nas suas aplicações
específicas;
desenvolver aplicações específicas, através de Application Programming
Interface (API), que depende da permissão do representante BIM e da
acessibilidade às propriedades dos objetos. Em termos de interoperabilidade
de aplicações e informações em todas as disciplinas, o autor defende a
utilização deste último método para desenvolver outros módulos de desenho.
O processo de projeto com tecnologia BIM modifica a maneira de projetar,
ao invés dos desenhos bidimensionais, o profissional “constrói” virtualmente um
modelo da edificação, utilizando objetos que simulam em forma e
comportamento dos elementos construtivos empregados. Os modelos virtuais
podem ser entendidos como bases de dados, onde são armazenados tanto os
dados geométricos, como os textuais de cada elemento construtivo utilizado no
projeto. A combinação desses dados permite a extração automática de
documentos como plantas, cortes, perspectivas, textos ou quantitativos. A
atenção do projetista é, portanto, estabelecida para as soluções de projetos, e
não aos desenhos técnicos, que são, em boa parte, concebidas
automaticamente pelo computador, cabendo ao profissional o monitoramento
deste material (BIRX, 2007).
Contribuindo com esta afirmação Scheer, et al. (2007) afirmam que a
consolidação das informações, por utilizar uma base de dados unificada para
todo o contdo de informação, as modificações de um determinado documento
(por exemplo, uma planta baixa do projeto arquitetônico), propagam-se para os
137
demais documentos envolvidos automaticamente, garantindo assim a agilidade
nas atualizações e modificações, garantindo confiabilidade no acesso às
informações.
A Autodesk (2003) apresenta o desempenho de cada tecnologia CAD
representada pela figura 22, a seguir, em relação ao esforço de utilização para
alcaar os resultados esperados. O gráfico ilustra o grau mínimo de eficácia dos
softwares com tecnologia BIM, representado por uma linha horizontal tracejada.
Abaixo da linha tracejada estão em vigor, os processos da indústria tradicional e
a automatização de tarefas. Verifica-se que estes processos apresentam um
esforço inicial reduzido, porém produzem um reduzido efeito se comparado com
os softwares paramétricos.
Figura 22 Gráfico Comparativo das Tecnologias CAD e Esforço de Utilização
Fonte: Autodesk (2003)
Segundo Crespo e Ruschel (2007) as pesquisas realizadas revelam que a
utilização do CAD-BIM ainda é baixa, comparado com o processo tradicional
onde os softwares CAD e, em particular o AutoCAD
®
, permanecem como a
principal ferramenta de traçado do desenho. As autoras afirmam que softwares
orientados ao objeto CAD com conceito BIM, exigem uma plataforma de robusta,
estrutura de dados, customizações, além de capacitação técnica. Cabe ressaltar
que para estas mudanças acontecerem é preciso maturidade organizacional e
138
metodologias de trabalho, que envolve principalmente a postura do projetista
frente a sua responsabilidade, como profissional chave no processo de projeto.
De um modo geral os clientes o menos exigentes, desconhecem os
benefícios e pouco se esforçam para avaliar os benefícios da utilização de um
modelo BIM. Porém as expectativas do setor são de mudanças, com a busca
pela inovação, pressionadas pelo processo de competitividade no mercado
globalizado. Segundo Birx (2007) a utilização do CAD-BIM representa o controle
das informações do projeto com a construção de um banco de dados com todas
as informações do projeto, constituída pelas informações gráficas e não gráficas
da edificação.
2.7.2 Informações não Gráficas do Projeto
Segundo Silva (1998) o projeto entendido como meio de se atingir
determinado objetivo deverá apresentar uma descrição clara, permitindo uma
compreensão total pelos profissionais que irão materializar a proposta nele
contida. Para obter esta clareza é necessário o uso correto da linguagem técnica
convencional, comum a todos os envolvidos no trabalho. Assim o projeto deverá
apresentar uma descrição exata e completa, ou seja, deverá existir uma
correspondência perfeita e total entre a descrição propriamente dita e o objeto
descrito, eliminando-se as ambiguidades e imprecisões. O autor destaca que os
projetos apresentam os elementos gráficos e textuais (memórias, especificações,
tabelas, etc) para atingirem a clareza, a exatidão e a completitividade, tornando-
se componentes indispensáveis a comunicação.
A representação gráfica computacional do projeto é fundamental para
transmitir as informações do projeto, assim como expor o processo de
pensamento do projetista. Conforme afirma Usuda (2003), as informações o
gráficas do projeto, podem descrever as funções dos seus elementos, assim
como representar o seu processo executivo e de manutenção, estabelecendo
uma correlação com os elementos gráficos do projeto. Outro fator que merece
destaque na associação de dados do projeto gráfico, ao não gráfico, está na
possibilidade de se extrair as tabelas, as listas, os preços, as descrição de
materiais e outras informações do projeto gráfico, definidos como documentos do
projeto.
139
Os componentes de projeto podem compartilhar os atributos, identificando
e coordenando os desenhos, às listas e às especificações. Assim as informações
de projeto produzem uma base de dados, unificando os documentos gráficos em
CAD, com outros aplicativos de análise, estimativas, orçamentos, etc (USUDA,
2003).
Segundo Yoshioito (2007) a geometria do desenho é a representação
gráfica do projeto constituída pela informação visual. As informações não
gráficas consideradas documentos com os dados requeridos para fabricação do
produto, tais como: especificações de acabamento e materiais, dimensões de
elementos e componentes, quantitativos e custo de materiais e mão de obra. O
uso efetivo do CAD, para a elaboração de arquivos de desenhos, com o objetivo
de formar um banco de dados, pode reduzir o tempo de desenvolvimento dos
documentos dos produtos, além de gerar listas de objetos, especificações,
memoriais, relatórios, fabricantes de materiais, preços, planilhas, cronogramas,
entre outros utilizados para sua fabricação.
Conforme Caldas, Soibelman e Han (2002) uma grande quantidade de
informações armazenadas em documentos de texto, destacando os contratos, as
especificações, as atas de reunião, os pedidos de mudança ou alterações, os
relatórios de campo, os catálogos de produtos, os pedidos de informação, entre
outros.
2.7.3 Integração das Informações Gráficas e não Gráficas de Projeto
Yoshioito (2007) afirma que o uso de sistemas CAD genéricos, conforme
indicado na figura 22, adotados por muitos, apesar da capacidade limitada para
gerenciar informações não-gráficas, são utilizados como prancheta eletrônica, e
não são explorados na sua total capacidade. Brito (2001) confirma a
subutilização dos sistemas CAD relacionando ao aumento da quantidade de
retrabalho realizada pelos profissionais no processo de desenvolvimento de
projetos.
Para Usuda (2003) a integração de informações gráficas e não gráficas de
um projeto amplia as possibilidades de um sistema CAD, transformando-o em
uma ferramenta inteligente e poderosa para o desenvolvimento de projetos
avançando am da representação gráfica do projeto. O autor destaca que a
140
coordenação sistemática entre a estrutura de dados e a interface de usuário em
um sistema CAD é vital, assegurando o aumento da flexibilidade, a facilidade de
utilização e um sistema CAD orientado ao projetista.
Desta forma quanto maior for o entendimento do usuário a respeito do
modo como os sistemas CAD operam e estruturam as informações de projeto,
melhor este se posiciona para explorar o sistema e alcançar o máximo de
benefício em efetividade e eficiência.
2.7.4 Sistemas de Classificação das Informações de Projeto
Os sistemas de classificação são utilizados para agrupar, organizar e
compreender melhor o todo. Porém estes sistemas dependem do contexto, da
área do conhecimento, dos observadores, da subjetividade e de aspectos
culturais, determinando dimensões diferenciadas de valores para cada um
(YOSHIOITO, 2007).
Amorim e Peixoto (2003) salientam a importância de haver um sistema de
referência baseado na classificação de conceitos ou através do modo empírico,
com a percepção por similaridade entre objetos analisados ou ainda da
combinação de ambos. Para os autores as relações associativas entre os
conceitos, organizados formalmente, de modo que estas relações possam ser
compartilhadas entre rios usuários e definir uma ontologia, com um modelo
abstrato das relações dos objetos no universo considerado. O modo pelo qual se
caracterizam os objetos depende dos usuários e do contexto em que eles estão
inseridos e, assim, este modelo deve ser contextualizado e de forma consensual.
Desta forma se assegura uma aplicação homogênea à terminologia em uma
determinada área do conhecimento.
Para Rabelo e Amorim (2007) os aspectos referentes à interoperabilidade
na comunicação, à integração de conhecimentos especializados e à
compatibilização de tomada de decisão por especialistas aparecem como
fundamental para o Setor da Arquitetura, Engenharia e Construção (AEC), onde
as Novas Tecnologias da Informação (NTI’s) desempenham papel decisivo.
Conforme Amorim e Peixoto (2003) a indústria da construção apresenta
uma imensa variedade de materiais, serviços e equipamentos, provenientes de
141
diferentes setores industriais. Estes apresentam características próprias que
refletem em uma linguagem técnica específica, com definições terminológicas
próprias, ocasionando falhas por falta de disseminação ou por serem conflitantes
com as demais. A dificuldade, apontada pelos autores, na elaboração de uma
referência unificada ou padronizada de seus produtos está relacionada ao
pequeno porte da maioria das empresas do setor e a lenta absorção de novas
tecnologias. Além disto, as diferenças regionais, onde diversos termos são
utilizados para definir o mesmo produto, podem ocasionar a incoerência das
especificações e causar retrabalho.
A padronização codificada permite que um mesmo código de barras seja
interpretado ao longo da cadeia de fabricação, distribuição, venda, recebimento e
aplicação de um material, de forma integrada aos respectivos sistemas de
controle estabelecendo ganho de produtividade e confiabilidade (AMORIM e
PEIXOTO, 2003). Segundo Yoshioito (2007) a utilização de um sistema de
classificação tornará as informações não-gráficas de um projeto mais confiáveis,
reduzindo terminologias conflitantes que produzem erros de identificação nas
especificações de produtos e serviços.
Para Giandon, Mendes Junior e Scheer (2002) os processos de projeto
produzem uma grande quantidade de documento, exigindo procedimentos para
registrar e revisar as informações. A utilização de computadores pelas empresas
de projeto não garante o seu uso para o gerenciamento dos documentos de
projeto, que são realizados manualmente em grande parte dessas empresas.
Melhado e Cambiaghi (2006) descrevem que as empresas de
desenvolvimento de projetos possuem um sistema de classificação e
identificação dos documentos de projetos. O sistema deve ser conhecido por
todos os agentes envolvidos no processo, principalmente o cliente, que deve
aprovar a sua utilização. As alterações no projeto devem ser registradas e
identificadas, para garantir a sua rastreabilidade e somente documentos de
projetos verificados e validados pelo cliente podem ser liberados para a
execução.
Björk (2003) afirma que existem diferentes métodos utilizados para o
gerenciamento de documentos na indústria da construção civil. Os documentos
142
são produzidos com o uso de computadores e softwares específicos e
apresentam duas formas de encaminhamento, uma grande quantidade destes
documentos são impressos e enviados a outros agentes do processo. Ou se tem
a transferência deste documento digitalmente através de e-mail, o que aumenta
a velocidade de transferência. Porém em termos de gerenciamento de
documentos, estas duas atividades, não resolvem o problema. O autor destaca
que existem métodos mais sofisticados para gestão de documentos, onde estes
são armazenados em um servidor, com os usuários interagindo com este
repositório central através de um navegador padrão web.
2.7.4.1 Banco de Bados para Armazenamento de Informações
Um banco de dados (BD) é um conjunto de arquivos relacionados entre si,
que contêm informões, que podem ser acessadas (LAUDON e LAUDON,
2007). Para Santos, Oliveira e Souza (2009), o banco de dados é constituído de
softwares, que apresentam como principal função o armazenamento de dados
específicos, onde serão obtidas informações para determinada ação.
Conforme Laudon e Laudon (1999), o conceito de BD está representado
pela visão lógica e física de dados. Na primeira, os dados são apresentados
como seriam percebidos pelos usuários finais e pelos especialistas da empresa,
na segunda, os dados o organizados e estruturados como de fato. Santos,
Oliveira e Souza (2009) afirmam que estes BD, conhecidos como relacionais,
são os mais utilizados, onde todos os dados são armazenados em tabelas, que
se relacionam umas com as outras. Porém, a necessidade de se trabalhar com
aplicações mais complexas, levou a evolução dos bancos de dados orientados a
objetos (BDOO’s), onde os dados são armazenados com padrões orientados a
objetos.
Para Elmasri e Navathe (1994) um banco de dados pode ser criado e
mantido, por um grupo de aplicativos elaborado, especificamente, para essa
função, ou por um sistema de gerenciamento de banco de dados (SGBD).
Laudon e Laudon (1999) destacam que um SGBD utiliza softwares específicos
para estas finalidades, para tornar o BD físico disponível para diferentes visões
lógicas. Os autores destacam que os SGBD armazenam dados homogêneos,
predefinidos, numéricos estruturados e alfabéticos em campos e registros.
143
Conforme Elmasri e Navathe (1994) o SGBD é, portanto, um sistema geral
de softwares, com a finalidade de facilitar os processos de definição, construção
e manipulação do banco de dados para várias aplicações. A definição de um
banco de dados envolve a especificação dos tipos de estruturas de dados e as
restrições para estes dados a serem armazenados. A construção do BD é o
processo de armazenar os dados em si em algum meio, que é controlado pelo
SGBD.
Porém muitas aplicações utilizam outras formas de armazenamento como
desenhos, imagens, fotografias entre outras. Um projeto, normalmente, produz
vários tipos de arquivos, como foi descrito anteriormente, para a sua
organização em um BD e posterior reutilização é necessário trabalhar com
aplicações e utilizar um sistema de gerenciamento de banco de dados orientado
a objeto (SGBDOO). Este sistema possibilita o gerenciamento destes dados,
como objetos e são automaticamente recuperados e compartilhados (LAUDON e
LAUDON, 1999).
Incluídos nos objetos estão instruções de processamento para completar
cada transação no BD, além de conter diversos tipos de dados: imagens,
gráficos, som, vídeos, dados tradicionais e procedimentos de processamento
(LAUDON e LAUDON, 1999). Contibuindo com esta afirmação, Santos, Oliveira
e Souza (2009) descrevem que os SGBDOO’s podem utilizar dados de projetos
de engenharia e arquitetura, experiências científicas, telecomunicações,
sistemas de informações geográficas e multimídia.
Na figura 23 existe a representação de um ambiente de sistema de BD
apresentado por Elmasri e Navathe (1994), onde são descritos as inter-relações
do sistema. Os programadores interagem com os programas e aplicativos no
SGBD, com os softwares de processamento para acessar os dados
armazenados. os usuários utilizam para consultas e no SGBD operam os
programas para acessar os dados armazenados.
144
Figura 23 Sistema Simplificado de um Banco de Dados
Fonte: Elmasri e Navathe (1994)
A base de dados da figura 23 é representada por duas unidades distintas,
onde a primeira é denominada de metadados com características próprias e com
pouca alteração. A segunda descrita como dados de armazenamento apresenta
alterações constantes nas inserções, alterações ou remoções de dados.
Contribuindo com esta afirmação Soares et al. (2009) destacam desktop data
grid file system (DDGfs) como sendo o sistema de arquivos distibuídos
desenvolvidos para atender a requisitos de escalabilidade e manutenabilidade,
assim os dados e metadados são armazenados em componentes separados, o
primeiro nos servidores de dados e e segundo são mantidos em um único
servidor de metadados.
2.7.4.2 Metadados
Metadados, conforme NISO (2004) são constituídos de informações
estruturadas com o objetivo de descrever, explicar, realizar a recuperação, a
utilização e o gerenciamento de um recurso de informação. Metadadoso
SGBD
Sistema de Banco de Dados
Usuários e
Programadores
Programas Aplicativos/Consultas
Software para
Processar Consultas
e Programas
Software para
Acessar os Dados
Armazenados
Metadados
Base de Dados
Armazenados
145
empregados de diferentes formas de acordo com a sua utilização. A importância
da criação de metadados é facilitar a descoberta de informações relevantes,
além de ajudar a organizar recursos eletrônicos permitindo a integração, a
identificação digital e apoiar o arquivamento e a preservação de dados. Assim,
Terra e Gordon (2002) destacam que os metadados fornecem o contexto
informacional para a localização de documentos, através de mecanismos de
busca independentemente de alguma informação prévia da localização física. Os
metadados permitem que documentos distintos possam facilmente ser
agrupados de forma lógica.
Para Soares et al. (2009) os metadados armazenam informações sobre a
localização e a estruturação dos dados armazenados. Existe uma classificação
de metadados no contexto do DDGfs em três categorias:
os nós-i apresentam as informações referentes ao conteúdo dos blocos de
dados armazenados pelo sistema e incluem o tamanho dos blocos, o
proprietário, a data de criação, a data da última alteração, o diretório de
origem, entre outros;
os atributos estendidos possibilitam que informações adicionais definidas pelo
usuário sejam agregadas aos dados e, assim, os atributos armazenam
informações importantes para o mecanismo de replicação de dados;
as estruturas de dados mantêm informões referentes ao conjunto de
servidores de dados, à estrutura de diretórios e aos grupos de replicação.
Carniel (2009) desenvolveu a utilização de metadados Dublin Core como
referencial para desenvolvimento de um banco de dados para arquivos gráficos.
Neste trabalho foram acrescentadas informações pertinentes e específicas dos
objetos, com as seguintes categorias:
categorias de conteúdo apresentam informações de criação para os
componentes;
categoria de propriedade intelectual apresenta informações de autoria e as
instituições envolvidas na criação dos metadados;
categoria de características físicas descrevem as características dos
objetos, e
146
categoria com critérios de conexão definem o tipo de movimento para
inserção do objeto.
Além das categorias foram estabelecidos os seus atributos, conforme
apresentados a seguir:
categoria de conteúdo:
atributos: nome, código alfanumérico, assunto (palavra-chave),
descrição (conteúdo do recurso), arquivo, imagem e número de
pontos (pontos de inserção);
categoria de propriedade intelectual:
atributos: autor, contribuidor, direitos autorais e data (ano-mês-dia);
categoria de características físicas:
atributos: ponto de inserção (coordenadas x, y e z) e unidade de
medida;
categoria com critérios de conexão:
atributos: movimentos de translação e movimentos de rotação.
Segundo Silva (2005), baseada na norma do IEEE-1484.12.1-2002,
estabeleceu a representação de sete categorias e os respectivos atributos para a
construção de metadados descritas a seguir:
categoria geral: apresenta as informações gerais;
atributos: identificador, tulo, idioma, descrição, palavra-chave,
estrutura e nível de agregação;
categoria ciclo de vida: apresenta as características relacionadas ao histórico
e estado atual;
atributos: versão, status e contribuição;
categoria técnica: apresenta os requisitos e características técnicas;
atributos: formato, tamanho, localização, exigências técnicas e
duração;
147
categoria educacional: apresenta as características educacionais e
pedagógicas;
atributos: tipo de interatividade, tipo de recurso de aprendizagem,
nível de interatividade, usuário final e contexto;
categoria direitos: apresenta os direitos de propriedade intelectual e as
condições de uso do objeto de aprendizagem;
atributos: custo, copyright e outras restrições e descrção;
categoria relação: apresenta o relacionamento entre os dados cadastrados e
os demais;
atributos: tipo de relação e recurso;
categoria classificação: apresenta um sistema de classificação particular;
atributos: objetivo educacional, estilo de aprendizagem e cursos de
graduação.
É importante ressaltar que a representação apresentada por Silva (2005)
propõe as categorias e atributos para o metadados de objetos de aprendizagem
e utilizando a maioria das categorias da norma (IEEE/LTSC, 2002). A figura 24
destaca as nove categorias de metadados estabelecida pela referida norma.
Figura 24 Categorias de Metadados da Norma IEEE-1484.12.1-2002
Fonte: IEEE/LTSC (2002)
METADADOS
Informações Gerais
(General)
Ciclo de Vida
(Lifecyclie)
Metadados
(Metadata)
Técnica
(Technical)
Clasificação
(Classification)
Anotação
(Annotation)
Relação
(Relation)
Direitos
(Rights)
Educacional
(Educational)
148
Para Terra e Gordon (2002) “a categorização acrescenta a informação
fundamental indexação nos documentos, facilitando assim a busca futura”. Esta
categorização, aliada à estrutura da informação devem apresentar algum sentido
em relação ao negócio e aos domínios de conhecimento das comunidades
específicas que utilizam o sistema. Para os autores a utilização das taxonomias
representadas por regras de alto nível, possibilita a organização e a classificação
das informações. Elas também são importantes para rotular os documentos
criados. O processo de rotular assegura que os mecanismos de busca
encontrarão os documentos solicitados e distribuem os documentos segundo
regras de personalização.
Na sequência desta pesquisa é apresentada a metodologia empregada
para a sua realização, onde são detalhadas as estratégias do desenvolvimento,
com o propósito de atingir os objetivos descritos nos itens 1.5 e 1.6
2.8 Modelo de Referência do Processo de Projeto Integrado ao SGBD
A modelagem de referência para o processo de projeto integrado de
edificação, apresentado na fundamentação teórica, no item 2.3.4, distribui este
processo em macrofases que são subdivididas em fases.
O modelo de referência do processo de projeto apresenta ao final de cada
fase de desenvolvimento uma avaliação, tamm demominado de gate, para
aprovação formal da etapa. No desenvolvimento de cada fase deste processo
são produzidas informações, que serão transmitidas para as fases seguintes,
conforme já foi descrito.
A proposta consiste em estabelecer, nesta avaliação, ou gate, os critérios
necessários para a verificação da informação, assim como a decisão do seu
armazenamento em um BD. A documentação das fases do processo de projeto
fica organizada neste BD para sua reutilização. Com isto a prática de projetos
poderá utilizar das informações, inclusive conhecer os resultados satisfatórios
apresentados pela avaliação produzida durante a execução do processo com os
dados obtidos na fase de utilização e, assim, estabelecer um ciclo para
implantação do conhecimento organizacional.
149
A figura 25 representa o modelo de referência apresentado por Romano,
F. (2003) integrada a um SGBD, onde se tem o armazenamento das informações
produzidas pelas fases do processo de desenvolvimento de produto. Os
sistemas de avaliação, ou gate, estão representados pelos losangos azuis,
responsáveis pelas decisões das informações produzidas.
Figura 25 Integração Modelo Referência (ROMANO, F., 2003) com SGBD
Fonte: Adaptado pelo Autor
Romano, F. (2003) apresenta o modelo de referência de forma mais
detalhada, onde no desenvolvimento das fases, algumas atividades são
executadas em paralelo ou simultaneamente, apresentando, com isto, uma
redução no tempo de desenvolvimento do processo. Para representar melhor a
utilização do SGBD apresenta-se o sistema de avaliação (gate) na conclusão de
determinada atividade de uma fase do processo do modelo de referência.
A figura 26, a seguir, ilustra a integração do modelo de referência,
apresentado na pág. 37 da fundamentação teórica, ao SGBD, da g. 144, com
a distribuição das atividades, as suas sobreposições e a aplicação dos sistemas
de avaliação ao final de cada atividade. A ilustração do SGBD utiliza o sistema
simplificado de Elmasri e Navathe (1994).
PROCESSO DE PROJETO DE EDIFICAÇÃO
P-PROJETAÇÃO
PROJETAÇÃO
PÓS-PROJETAÇÃO
Plano do Especificações Partido Projeto Projeto Projeto Projeto como Validação
Projeto do Projeto Geral Preliminar Aprovado Detalhado Construído do Projeto
Planejamento do
Empreendimento
Projeto
Informacional
Projeto
Conceitual
Projeto
Preliminar
Projeto
Legal
Projeto
Detalhado e
Produção
Acompanhamento
da Obra
Validação
Sistema de Gerenciamento de Banco de Dados
150
Figura 26 Integração do Modelo de Referência (ROMANO, F., 2003) com
SGBD Simplificado (ELMASRI e NAVATHE, 1994)
Fonte: Adaptado pelo Autor
O armazenamento de informações, definido pelo gate ao final de cada
atividade, é organizado de forma mais eficiente, com a utilização de uma
Projeto Conceitual Projeto Preliminar
Selecionar e Detalhar
Concepções Alternativas
Detalhar a Documentação
do Projeto
Desenvolver Plano de Processo
para os Componentes
Análise de Viabilidade
Econômica
SGBD
Sistema de Banco de Dados
Programas Aplicativos/Consultas
Software para
Processar Consultas
e Programas
Software para
Acessar os Dados
Armazenados
Metadados
Base de Dados
Armazenados
151
estrutura em metadados, conforme foi apresentado na fundamentação teórica,
item 2.7.4.2.
As informações, desenvolvidas nos processos ainda em andamento e
armazenadas no BD, estariam disponíveis, através de sistemas de busca, para
serem utilizadas nas atividades subsequentes, ou em outros processos. Desta
forma, pode-se construir o conhecimento organizacional na condução dos
processos de desenvolvimento de produtos, onde as informações, produzidas
durante a elaboração de determinado processo, contribuem para a construção
do conhecimento.
152
3 METODOLOGIA DE INVESTIGAÇÃO
Esta pesquisa é classificada, conforme Gil (1993), como sendo uma
pesquisa exploratória com abordagem quali-quantitativa, pois envolve
levantamento bibliográfico, aplicação de questionários e estudo de caso. A coleta
de dados e informações para a realização do trabalho está baseada na
observação do autor, estabelecida pela sua experiência profissional na área de
projetos de AEC, aliada à fundamentação teórica para orientar a metodologia de
investigação utilizada, com aplicação de questiorio junto às empresas e
profissionais da área de projetos de AEC e análise dos resultados obtidos.
3.1 Revisão Bibliográfica
Com o objetivo de identificar os modelos de referência e cnicas
utilizadas no desenvolvimento de produtos foi realizada a revisão bibliográfica
para fins de busca a fundamentação teórica já apresentada no capítulo 2.
Desta forma foi possível determinar entre os modelos de referência
tratados, qual se adapta ao produto edificação, além de investigar junto ao
modelo de referência os procedimentos e ferramentas de avaliação em termos
de estratégias adotadas e conhecimento adquirido. Cabe ressaltar, tamm, a
realização de uma investigação das formas e tecnologias de comunicação
adotadas no desenvolvimento de projeto e, finalmente, a identificação das
necessidades de comunicação e fluxo de informações entre os profissionais
envolvidos no processo de projeto.
3.2 Procedimentos de Investigação
Os conhecimentos apresentados na fundamentação teórica possibilitaram
a sustentação da análise das informações coletadas por meio da aplicação de
um questionário, junto aos escritórios de projetos e profissionais responsáveis
pelo seu desenvolvimento localizados em Porto Alegre, com atuação profissional
no estado ou mesmo no país.
153
Para a condução desta pesquisa, o autor aproveitou os conceitos
dispostos na fundamentação teórica, referente ao Gerenciamento do Processo
de Projeto Integrado de Edificações (GPPIE), apresentado na pág. 62, onde se
considerou ao final de cada fase a aplicação de uma avaliação para verificação
da informação produzida para armazenamento em um BD para a sua possível
reutilização.
A aplicação da técnica de questionários para usuários previamente
selecionados de acordo com critérios de experiência em projetos de edificação,
com equipes multidisciplinares, onde exista a troca de informação entre os
profissionais envolvidos no seu desenvolvimento, têm como propósito a
verificação da maneira como a informação é transmitida entre os membros da
equipe de projeto, os sistemas utilizados para armazenamento das informações
e a sua reutilização, assim como, a formação de conhecimento organizacional.
As principais informações obtidas a partir deste questionário foram
referentes aos seguintes tópicos:
o dimensionamento das empresas que atuam na área de projetos;
o tempo de atuação na atividade de projeto e experiência profissional;
os equipamentos utilizados pelos profissionais de projeto;
os softwares empregados para o desenvolvimento dos projetos;
o conhecimento das oportunidades da Internet para o desenvolvimento do
trabalho;
os meios de comunicação e troca de informações com os profissionias de
projetos e com os clientes;
a prática e noções de engenharia simultânea, de coordenação de projetos, de
gestão da informação e de gestão do conhecimento e
os procedimentos para compatibilização dos arquivos de projeto, assim como
o tempo utilizado para a realização desta atividade;
Inicialmente foi aplicado um questionário piloto com a participação de 08
escritórios e/ou profissionais da área de projeto. Neste pré-teste foi possível
verificar a clareza e a precisão das perguntas formuladas; a quantidade de
154
perguntas realizadas; a forma e ordenação das perguntas, estabelecendo
evolão lógica de conhecimentos; o modo de aplicação e distribuição dos
questionários com a utilização de e-mail, fax e reunião presencial; a verificação
do tempo necessário para o seu preenchimento, que oscilou entre 20 e 30
minutos; finalizando, com a verificação da necessidade do envio de um texto
explicativo de alguns conceitos para facilitar o preenchimento, que foram motivo
de dúvidas no momento de responder as questões. A análise do pré-teste
orientou a elaboração e a aplicação do questionário final.
O questionário final apresentou perguntas fechadas, onde as alternativas
de respostas eram fixas e preestabelecidas, permitindo a escolha de uma ou
mais alternativas, que melhor se ajustassem às características e ideias dos
entrevistados, e algumas perguntas abertas, onde havia a possibilidade de
construção de respostas particularizadas. O questionário está dividido em duas
etapas, com as perguntas iniciais referindo-se às características e
dimensionamento da equipe de projeto da empresa ou profissional e a segunda
parte se refere às técnicas de trabalho em equipe e conhecimento profissional. O
modelo do questionário, aplicado na coleta de dados da pesquisa, está
apresentado no Apêndice A.
A análise das respostas dos questionários foi realizada com o auxílio do
software SPSS
®
da IBM, com a disponibilidade, no Apêndice B, dos resultados
obtidos. Inicialmente foram analisadas as variáveis isoladamente e na sequência,
foram realizadas algumas correlações entre variáveis. Os resultados obtidos são
apresentados, na sequência desta pesquisa, com a análise e visualização dos
gráficos produzidos com o auxílio do aplicativo Excel
®
da Microsoft.
As análises das respostas do questionário aplicado aos escritórios e aos
profissionais de projeto estão dispostas no próximo capítulo, onde são
apresentados, também, os detalhes da amostra pesquisada.
155
4 ESTUDO DE CASO
4.1 Considerações Iniciais
O capítulo aborda o estudo de caso realizado com os escritórios
prestadores de serviços de projetos de edificação em Porto Alegre. Inicialmente
são apresentados os resultados apurados com os questionários respondidos,
analisadas as questões mais relevantes e, em seguida, as considerações finais
do estudo realizado.
Foram encaminhados os questionários para 112 empresas de projetos e
profissionais autônomos, dos quais 20 responderam, correspondendo a
aproximadamente 17,86%. A figura 27, a seguir, ilustra o gráfico com a
demonstração da quantidade de questionários enviados e os que foram
efetivamente respondidos.
Figura 27 Detalhe da Amostra Analisada
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os 112 questionários foram aplicados através de reuniões presenciais, fax
e internet, com o objetivo de se obter maior divulgação e agilidade junto ao
público alvo, auxiliado pelo telefone, quando alguma dúvida surgia a respeito da
formulação da pergunta ou qualquer esclarecimento que se fazia necessário. O
telefone não foi configurado como meio de distribuição.
156
A figura 28 representa a divulgação dos questionários, com a ampla
maioria para o e-mail.
Figura 28 Detalhe de Divulgação dos Questionários
Fonte: Elaborado pelo Autor
4.2 Análise e Interpretação dos Dados Obtidos com os Questionários
A seguir são apresentados os resultados obtidos com a aplicação dos
questionários, onde são analisadas as questões mais significativas para o
estudo.
A amostra de empresas e profissionais autônomos responsáveis pelo
desenvolvimento de projetos analisados apresentou para o item tempo de
atuação, correspondendo a pergunta 01 do questionário: um valor mínimo de 1
ano de atuação; valor máximo de 65 anos; com uma média de 17,85, desvio
padrão de 21,43 e uma variância de 459,19. Os resultados demonstram um fator
de dispero muito alto em relação à média, causada pelo alto valor apurado no
desvio padrão.
A figura 29 destaca o histograma do Tempo de Atuação referente à
atividade de projetos da amostra de empresas e profissionais autônomos
distribuídos em 5 categorias.
157
Figura 29 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas
Fonte: Elaborado pelo Autor
Considerando o Tempo de Atuação realizou-se a distribuição conforme as
equipes de arquitetura e de projetos complementares de engenharia. Verificou-
se uma composição semelhante à amostra anterior, com uma pequena variação
percentual, mas mantendo-se a proporção entre os tempos, exceto para o tempo
de 65 anos, que apresentou um aumento percentual significativo, para a amostra
de empresas de arquitetura, conforme demosntra o gráfico na figura 30.
Figura 30 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas de Arquitetura
Fonte: Elaborado pelo Autor
158
Esta mesma análise, para as empresas de projetos complementares de
engenharia, apresentou uma distribuição uniforme de tempo, exceto para o
grupo de 65 anos de atuação profissional, onde neste caso não houve respostas.
A figura 31, a seguir, demonstra este histograma para as empresas de projetos
complementares de engenharia.
Figura 31 Histograma do Tempo de Atuação das Empresas Responsáveis
pelos Projetos Complementares
Fonte: Elaborado pelo Autor
A representação das respostas para o número de profissionais que atuam
na atividade de projeto, referente à questão 02 do questionário, demonstra a
análise um número mínimo de 01 e máximo de 34 pessoas (profissionais +
estagiários); com um valor médio de 7,80; um desvio padrão de 11,42 e variância
de 130,38, este resultado aponta para uma forte dispersão em relação à média.
Na figura 32 está distribuída a quantidade de profissionais das empresas
envolvida na tarefa de desenvolvimento de projeto.
159
Figura 32 Histograma com o Número de Profissionais de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão, referente aos equipamentos utilizados na atividade de projeto,
apresentou para o microcomputador + Internet, assim como para o telefone/fax
números semelhantes à quantidade de funcionários, onde se conclui que existe
um equipamento para cada profissional, tornando-se essencial para o
desenvolvimento da atividade de projeto, conforme descrito no item 2.7.1.2, pág.
127 da fundamentação teórica.
A questão 04 apresentou resultado de 50% das respostas para utilização
de um Banco de Dados, porém não apresentam um sistema de gerenciamento
dos arquivos armazenados. Este resultado aponta para duas situações:
a primeira se refere à necessidade de implantação de um sistema de
gerenciamento das informações armazenadas, facilitando a sua reutilização e
a segunda, consiste no conceito de Banco de Dados, apresentado na
fundamentação teórica item 2.7.4.1 pág. 142, onde o BD é constituído por
softwares, que apresentam a função de armazenamento e de recuperação da
informão. As respostas negativas para o uso de um BD conduz a um
entendimento maior a respeito do seu significado, apesar de existir de um
sistema de organização e arquivamento dos arquivos produzidos durante o
processo de projeto.
160
A figura 33 representa o percentual de utilização de Banco de Dados
pelas empresas de projeto.
Figura 33 Utilização de Banco de Dados
Fonte: Elaborado pelo Autor
A utilização de software com sistema CAD para desenvolvimento de
projetos apresenta o AutoCad
®
como o principal, totalizando um percentual de
90% de utilização considerando 1ª e 2ª opções, conforme demonstra a figura 34.
Figura 34 Utilização do Software AutoCad
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
A informação apresentada na figura 34 confirma a afirmação destacada no
item 2.7.1.3.1 g. 129, representada na figura 21, onde apontou o AutoCad
®
161
como o software líder em utilização pelos profissionais dos escritório de projeto
de AEC, na pesquisa realizada pela GeoPraxis em 2004.
A amostra apresentou o software Sketchup
®
como um aplicativo auxiliar
utilizado principalmente para a realização de rápidos estudos e/ou croquis,
executados anteriormente ao projeto cnico. O resultado de 30% das respostas
utilizadas como opção de preferência pelos profissionais de projeto, confirma
esta afirmação. A figura 35, a seguir, demosntra estes percentuais.
Figura 35 Utilização do software Sketchup
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
A utilização dos softwares 3DMax
®
e Vector
®
pela amostra foram os
aplicativos que se apresentaram como alternativas ao AutoCad
®
, quando
considerados como opção e complementares, nas demais opções de
respostas. O software 3DMax
®
é utilizado para desenvolvimento de trabalhos em
computação gráfica e design digital e o Vector
®
, para desenvolvimento de
projetos arquitetônicos. Estes aplicativos apresentaram um percentual de
utilização muito menor se comparado ao AutoCad
®
, com resultado de utilização
de 5% para opção. As figuras 36 e 37 representam os dados apurados para
as duas situações.
162
Figura 36 Utilização dos softwares 3DMax
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
Figura 37 Utilização dos softwares Vector
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
O processo de desenvolvimento de projetos produz uma quantidade de
informações que compõem os documentos de projeto, descritos na
fundamentação teórica item 2.7.2 pág. 138. As respostas dos questionários
confirmam a utilização do processador de texto, Word
®
e das planilhas
eletnicas produzidas pelo software Excel
®
da Microsoft. O Word
®
apresentou
da a opção 85% de utilização e o Excel
®
obteve um percentual menor,
comparado com o anterior, conforme comprovação das figuras 38 e 39, a seguir.
163
Figura 38 Utilização dos softwares Word
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
Figura 39 Utilização dos softwares Excel
®
Fonte: Elaborado pelo Autor
Foram mencionados outros aplicativos nas respostas, porém com muito
pouca representatividade. Os testes realtivos a estes softwares estam
disponíveis no Apêndice B.
Em relação aos tipos de arquivos produzidos pela equipe de projeto,
referente à questão 06, basicamente acompanhou as respostas adotadas para
utilização dos softwares e foram raras as inversões de priorização.
164
A necessidade da investigação desta questão está no fato dos aplicativos
possibilitarem a exportação do arquivo gerado para utilização em outro software,
dificultando a identificação do tipo de arquivo ao software que o gerou. Esta
prática pode acarretar a necessidade de ajustes e adaptações nos arquivos para
a perfeita utilização em outro aplicativo.
A próxima questão apresenta a relação dos meios de comunicação entre
a equipe de profissionais envolvidos no desenvolvimento do projeto. A alternativa
de meios de comunicação de projeto por e-mail indicada como Opção foi a
mais utilizada, com um percentual de 70% das respostas, conforme figura 40.
Figura 40 Comunicação por e-mail entre Equipe de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
A figura 41 demonstra a preferência pelo Telefone, como a 2ª Opção para
os meios de comunicação entre a equipe de projeto. Através dos contatos com
os profissionais de projeto evidencia-se, em muitos casos, a necessidade do
contato telefônico como alerta a respeito do envio de arquivos por e-mail,
caracterizando uma deficiência no sistema de comunicação.
165
Figura 41 Comunicação por Telefone entre Equipe de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
A figura 42 ilustra a preferência pela Reunião Presencial como a 3ª Opção
para os meios de comunicação entre a equipe de projeto.
Figura 42 Comunicação por Reunião Presencial de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
As demais alternativas (Extranet, Intranet e MSN) apresentaram pequena
utilização e quando eram escolhidas tinham uma ordem de preferência baixa. Os
diversos meios de comunicação destacados pelos questionários não se
caracterizam como ideais para serem utilizados na atividade de projeto, surge a
necessidade de outros meios para complementar a comunicação, caracterizando
as demais opções apresentadas nas respostas.
166
Os resultados obtidos para os meios de comunicação com o cliente,
representados pela questão 08, apresentam o e-mail como a alternativa mais
indicada na Opção, representando 55% das respostas. A figura 43 destaca
esta preferência entre os meios de comunicação com o cliente.
Figura 43 Comunicação por e-mail com o Cliente
Fonte: Elaborado pelo Autor
A figura 44, a seguir, demonstra a preferência pelo Telefone como a
Opção para os meios de comunicação com o cliente, totalizando um percentual
de 70%. Neste percentual vale a observação estabelecida para a utilização do
telefone pelos profissionais de projeto, na confirmação do envio de arquivos por
e-mail.
Figura 44 Comunicação por Telefone com o Cliente
Fonte: Elaborado pelo Autor
167
A figura 45, a seguir, demonstra a preferência pela Reunião Presencial
como a Opção para os meios de comunicação com o cliente, totalizando um
percentual de 45%.
Figura 45 Comunicação por Reunião Presencial com o Cliente
Fonte: Elaborado pelo Autor
A figura 45, anterior, apresenta um percentual de 25% na 1ª Opção, pois
algumas respostas consideraram a importância da reunião inicial com o cliente,
quando é realizada a contratação dos trabalhos e/ou avaliados os requisitos do
cliente, com os objetivos de estabelecer o início da atividade de projeto.
As demais alternativas (Extranet, Intranet e MSN), para os meios de
comunicação com o cliente, apresentaram pequena utilização e quando eram
escolhidas tinham uma ordem de preferência baixa. Este material encontra-se
disponível no Apêndice B.
A questão 09, referente à verificação das informações de projeto pela
equipe de profissionais, apresentou um resultado de 35% para a verificação em
reunião de projeto; 20% pela compatibilização das informações; 15% pela
transferência dos arquivos de verificação por e-mail; 10% processo de
conferência de projetos; 5% por meio de comparação de projetos e pela
utilização do software Design Review
®
da Autodesk e 20% não responderam,
indicado com a informação de prejudicado. A figura 46, a seguir, representa esta
distribuição das respostas obtidas, para verificação das informações de projeto
pelos profissionais envividos no seu desenvolvimento.
168
Figura 46 Verificação das Informações de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os itens 2.4 pág. 69 e 2.7.3 pág 139 apesar de apresentarem soluções
computacionais para a troca e conferência das informações de projeto, se
verificou forte utilização de sistemas manuais de verificação em detrimento da
utilização de ferramentas computacionais capazes de realizar este trabalho.
O portfólio das empresas está representado neste item, onde a categoria
de 0 a 100 projetos apresentou 35% das respostas; 20% as demais e 5% não
responderam, sendo indicado com a informação de prejudicado. Estes dados
estão distribuídos na figura 47, a seguir.
Figura 47 Portfólio das Empresas de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
169
Os resultados obtidos na análise dos valores definidos pelas respostas
foram para o mínimo de projetos simultâneos igual a 01 projeto e para o
máximo, 25; a média ficou em 7,58; o desvio padrão de 6,42 e a variância, 41,15.
Estes resultados apontam para uma concentração de resultados em torno da
média. Para melhor representar esta distribuição a figura 48, a seguir, apresenta
o histograma da Quantidade de Projetos Simultâneos referente à amostra de
empresas e profissionais autônomos distribuídos em 5 categorias.
Figura 48 Quantidade de Projetos Simultâneos
Fonte: Elaborado pelo Autor
A análise da Quantidade de Projetos Simultâneos considerou a
distribuição dos dados para as empresas de arquitetura e de projetos
complementares de engenharia, representadas nas figuras 49 e 50. Verificou-se
uma distribuição distinta da apresentada anteriormente, na figura 48. Para as
empresas de arquitetura houve uma variação no intervalo de distribuição da
amostra, com a formação de apenas três categorias e uma alteração nos
percentuais computados. Assim o grupo de 1 a 5 projetos apresentou um valor
percentual maior, totalizando 58% das respostas destes escritórios. Este
percentual influenciou fortemente o resultado obtido na amostra geral. Para as
empresas de projeto complementares de engenharia houve uma distribuição da
amostra pelas 5 categorias, com uma pequena variação percentual favorável ao
item de 1 a 5 projetos simultâneos.
170
Figura 49 Quantidade de Projetos Simultâneos para Empresas de Arquitetura
Fonte: Elaborado pelo Autor
Figura 50 Quantidade de Projetos Simultâneos para Empresas de Projetos
Complementares de Engenharia
Fonte: Elaborado pelo Autor
Os resultados obtidos na análise dos valores para quantidade máxima de
projetos realizados simultaneamente definidos pelas respostas apresentaram
número mínimo de projetos igual a 02 projetos e máximo, 20; a média foi 9,37; o
desvio padrão de 6,50 e a variância, 42,25. Estes resultados apontam para uma
maior concentração de resultados em torno da média. A figura 51 apresenta os
resultados dispostos em 5 categorias com a quantidade máxima de projetos
praticada pelas empresas da amostra.
171
Figura 51 Quantidade Máxima de Projetos
Fonte: Elaborado pelo Autor
A análise da Quantidade Máxima de Projetos considerou a distribuição
dos dados para as empresas de arquitetura e de projetos complementares de
engenharia, representadas nas figuras 52 e 53. Verificou-se uma distribuição
distinta das apresentadas anteriormente, nas figuras 49 e 50. Para as empresas
de arquitetura houve uma variação no intervalo de distribuição da amostra, com
a formação de apenas quatro categorias e uma alteração nos percentuais
computados. Assim o grupo de 1 a 5 projetos apresentou um valor percentual
maior, totalizando 50% das respostas destes escritórios. Este percentual
influenciou fortemente o resultado obtido na amostra geral
Figura 52 Quantidade Máxima de Projetos
Fonte: Elaborado pelo Autor
172
Para as empresas de projeto complementares de engenharia houve uma
distribuição da amostra pelas 5 categorias, como o ocorrido na amostra geral,
com uma pequena variação percentual favorável ao item de 1 a 5 para uma
capacidade máxima de projetos simultâneos, com 37% das respostas das
empresas de projeto complementares de engenharia.
Figura 53 Quantidade Máxima de Projetos
Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão 12 apresenta o posicionamento da empresa frente à inovação
de processos, representado pela figura 54, onde destacam-se os resultados
obtidos.
Figura 54 Inovação de Processos de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
173
Esta questão apresentou dificuldade de interpretação pelos entrevistados,
onde alguns entenderam, que pelo fato da equipe multidisciplinar de projeto estar
em constante alteração ou apresentar variações de dimensionamento, contribuiu
para que o resultado, em termos de inovação de processos, fosse constante ou
eventual. Porém, a inovação de processos de projetos, considerando as
características do trabalho e a composição das suas etapas, confirma não existir
ou ser muito eventual.
Na apresentação do projeto para o cliente a pesquisa apurou que os
trabalhos são plotados em papel, apesar de serem produzidos em meio digital.
Os resultados obtidos para esta situação representam 85% dos entrevistados
contra 15%, que realizam a apresentação dos arquivos no formato Portable
Document Format (PDF), Joint Photographic Experts Group (JPEG) e até mesmo
com animação gráfica. Neste item obteve-se 80% das respostas para o envio
dos arquivos pela Internet, conforme demonstra a documentação de disposta no
Apência B.
Um dos fatores para este alto índice dos projetos em papel, se refere a
questões legais de aprovação junto aos órgãos municipais, além da subutilização
das ferramentas CAD na produção do material gráfico de apresentação ao
cliente, pois este não possui o software apropriado para visualização dos
projetos e tão pouco os profissionais preparam estes arquivos para a leitura com
aplicativos de visualização mais difundidos no mercado. Isto ficou demonstrado
pelas respostas obtidas com a questão 06 do questionário, onde foram
indagados sobre os tipos de arquivos produzidos durante o processo de
desenvolvimento de projetos.
Em relação ao envio de arquivos pela Internet para os clientes, deve-se
considerar a quantidade de serviços terceirizados, onde o cliente, tamm, é um
profissional, que dispõe de aplicativos para acesso aos arquivos.
Os resultados referentes aos serviços terceirizados estão distribuídos na
figura 55, a seguir.
174
Figura 55 Serviços Terceirizados
Fonte: Elaborado pelo Autor
O resultado obtido com a terceirização de serviços de projeto está em
70% dos projetos contratos. A terceirização de serviços está relacionada com a
contratação de projetos complementares, do desenvolvimento de maquetes
eletnicas, de laudos e consultorias técnicas, de serviços de plotagens, de
ampliação da equipe de projetos em virtude da quantidade de trabalho, entre
outras atividades. Assim os escritórios permanecem enxutos em relação à
quantidade de profissionais efetivos, que compõem a equipe interna.
A questão 16 destaca o conhecimento a respeito dos serviços possíveis
com a utilização da Internet, com resultados de 50% para a opção de possuir um
site de serviços na Internet; 35% definiram ser um projeto futuro a instalação de
um site de serviços na rede e 15% responderam não ser possível a instalação no
momento. Este resultado demonstra a importância e a necessidade da utilização
desta tecnologia, assim como de um sistema de conexão com os demais
profissionais e o mercado. A figura 56 representa o resultado para esta questão
do questionário.
Os dados obtidos foram reforçados pelas oportunidades estabelecidas
pela Internet, onde os valores apresentados foram sempre favoráveis a
utilização. Para o item controle e integração de projetos obteve 70% de
respostas favoráveis; para informação, 75%; para comunicação, 70%; para o
marketing, 80% e finalmente para venda de serviços, 60%, confirmando a
175
importância da Internet para o desenvolvimento e crescimento das empresas,
conforme demonstra a documentação disposta no Apência B.
Figura 56 Conhecimento dos Serviços da Internet
Fonte: Elaborado pelo Autor
As próximas questões se referem aos dados e conhecimento
profissionais, com um destaque, inicial, por especialidade. Os resultados
apresentados indicam que 60% pertencem à arquitetura e 40% representam os
projetos complementares: 10% para Arquitetura de Interiores; Elétrica,
Cabeamento Estruturado e Circuito Fechado de Televisão (CFTV) e 5% para
Computação Gráfica; Impermeabilização; Ar Condicionado e Projeto de
Prevenção Contra Incêndio (PPCI).
A figura 57 apresenta os resultados por especialidade: arquitetura e
projetos complementares.
176
Figura 57 Especialidade Profissional
Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão 19 se refere à experiência profissional na atividade de projeto.
Os resultados obtidos na análise dos valores definidos pelas respostas foram
tempo mínimo na atividade de projeto igual a 01 ano e máximo, 35; a média ficou
em 13,35; o desvio padrão de 10,54 e a variância, 111,08, definindo uma
concentração de resultados em torno da média. A figura 58 ilustra os resultados
apurados para o tempo de experiência profissional para esta amostra.
Figura 58 Histograma com o Tempo de Experiência Profissional
Fonte: Elaborado pelo Autor
177
Os resultados apontaram para 55% dos profissionais não realizarem
cursos de aperfeiçoamento profissional e 45% realizaram algum curso de
aperfeiçoamento.
Considerando a atividade de projeto de edificação inserida em um
mercado altamente competitivo este resultado obtido é preocupante. Os
profissionais da área deveriam obter um aperfeiçoamento constante, com cursos
de atualização profissional e desta forma utilizar no desenvolvimento das
atividades de projeto. As respostam demonstraram, tamm, que dos 45%, que
investiram em cursos, na maioria foram cursos de PPCI ou Avaliações de
Imóveis, para ampliar o campo de atuação, ficando fora da atividade principal do
profissional e apenas 03 pessoas realizaram cursos de atualização profissional e
inovação tecnológica na área de atuação. A figura 59 descreve os valores
apurados para este item.
Figura 59 Aperfeiçoamento Profissional
Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão 21 se refere aos conhecimentos e práticas da Engenharia
Simultânea (ES), descrito na fundamentação teórica item 2.3.5 pág. 64. A ES é
considerada uma técnica de desenvolvimento de projeto com atividades
interdependentes, onde são destacados itens de planejamento, controle e
trabalho em equipe, de tal forma que são exigidos requisitos de competitividade,
eficiência, rapidez e eficácia, com o objetivo de se reduzir o tempo de
desenvolvimento de projeto de produto. Esta questão apresentou 40% das
178
respostas da amostra o têm conhecimento a respeito do assunto; 30% têm
pouco conhecimento; 25% apresentam um conhecimento mediano do assunto e,
somente, 5% adquiriram muito conhecimento a respeito do assunto.
A figura 60, a seguir, tem-se a representação das respostas referente ao
conhecimento e utilização da Engenharia Simultânea nos seus processos de
projeto.
Figura 60 Conhecimento sobre Engenharia Sinultânea
Fonte: Elaborado pelo Autor
Cabe ressaltar que na prática os escritórios e profissionais autônomos
desenvolvem os projetos com o emprego de vários conceitos e ferramentas
utilizadas nas técnicas de ES, porém os conceitos a respeito deste assunto são
pouco difundidos entre os profissionais de projeto.
A questão 22 se refere à prática de projetos colaborativos, com os
resultados informados na figura 61, a seguir. A prática de projetos colaborativos
obteve 60% das respostas negativas, contra 40% com prática de projetos
colaborativos.
179
Figura 61 Prática de Projeto Colaborativo
Fonte: Elaborado pelo Autor
O resultado confirma o desconhecimento dos conceitos a respeito da
prática de projetos colaborativos. Uma grande parte dos escritórios e
profissionais trabalha com equipes multidisciplinares em atividade terceirizadas,
onde a informação de projeto transita, principalmente, por e-mail, pelas equipes
e profissionais para a realização dos trabalhos, como demonstrado em questões
anteriores e não obteve a mesma representatividade na resposta referente às
práticas colaborativas. Desta forma fica evidente que existe a prática de projetos
colaborativos, porém os profissionais não assimilaram os seus conceitos.
Nos trabalhos realizados pelos escritórios e profissionais autônomos ficou
caracterizada a necessidade da existência do coordenador de projetos,
representado pela figura 62 com 60% das respostas positivas.
180
Figura 62 Coordenador de Projetos
Fonte: Elaborado pelo Autor
Além da necessidade do coordenador de projeto, foram solicitados os
requisitos para esta atividade. As respostas corresponderam com as
características nomeadas no item 2.2, pág 37 da fundamentação teórica, para a
atividade de coordenador de projeto, apresentadas a seguir:
possuir características de liderança, utilizadas nos impasses nas
especialidade de projetos;
possuir uma visão global de todos projetos;
manter a equipe integrada e comprometida com a atividade de projeto;
experiência profissional nas áreas de projetos e execução de obras, de tal
forma que transmita à equipe as orientações adequadas e promova a
integração do projeto e execução;
conhecer as normas municipais e concessões;
estar atualizado em relação as inovações tecnológicas do setor;
resolver todos os problemas e suas consequências nos respectivos projetos;
perseguir o cumprimento dos prazos estabelecidos e
saber programar e controlar todas as fases do projeto.
181
A questão 24 referente à gestão da informação no processo de
desenvolvimento de projeto em equipe, onde 75% das respostas foram negativas
em relação a existência de um gestor da informação e 25% afirmativas. A figura
63, a seguir, apresenta os resultados apurados.
Figura 63 Geso da Informação
Fonte: Elaborado pelo Autor
Exemplo do que ocorreu com a gestão da informação, a gestão do
conhecimento tamm apresentou resultado negativo com 85% das respostas
apresentadas e 15% identificaram a importância do gestor do conhecimento para
o processo de desenvolvimento de projeto, ilustrados na figura 64, a seguir.
Figura 64 Geso do Conhecimento
Fonte: Elaborado pelo Autor
182
A questão 26 se refere à necessidade de ajustes dos arquivos trocados
pelos profissionais durante o desenvolvimento de projeto. Estes ajustes são
constituídos por problemas de compatibilização de projetos, de padronizações de
desenhos e/ou de interoperabilidade de softwares. A maioria das respostas
representando 75%, afirmaram a necessidade destes ajustes e 25%, negaram a
necessidade destes ajustes. A figura 65 apresenta estas informações.
Figura 65 Ajustes dos Arquivos de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
Considerando apenas as 15 respostas afirmativas, referente aos 75%, foi
estimado o tempo gasto com os ajustes dos arquivos trocados durante o
processo de desenvolvimento de projeto. Uma quantidade razoável de respostas
não definiu o tempo utilizado e apontaram um tempo variável, para a realização
das adaptações. Nota-se neste item a necessidade de melhorias na utilização
dos softwares, para que o processo seja mais colaborativo resultando na
redução, ou mesmo, eliminação dos ajustes nos arquivos de projeto trocados
pelos profissionais. Na figura 66 está representada a distribuição do tempo
estimado de ajustes dos arquivos de projeto.
183
Figura 66 Tempo Estimado para Ajustes
Fonte: Elaborado pelo Autor
A questão 27 se refere ao local de armazenamento e a organização dos
arquivos de projeto. Para melhor ilustrar esta questão, dividiu-se em duas
etapas, a primeira se refere ao local de armazenamento dos arquivos, onde as
respostas se concentraram na utilização de microcomputadores individuais com
65% das respostas, 25% para utilização de servidor e 10% backup externo ou
CD; a segunda está relacionada com a organização destes arquivos. Houve uma
distribuição em três maneiras de organização: em pastas e subpastas por
clientes e Especialidades, em pastas e subpastas por clientes, especialidades e
ordem cronológica/versão e sem critério definido, representado por 25%, 55% e
20%, respectivamente.
As figuras 67 e 68, a seguir, ilustram os percentuais do local de
armazenamento e da organização dos arquivos de projeto.
184
Figura 67 Local de Armazenamento dos Arquivos de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
Figura 68 Organização dos Arquivos de Projeto
Fonte: Elaborado pelo Autor
O conjunto de informações obtidas com a aplicação do questionário é
complexo, abrangente e possibilita muitas interpretações. Ao longo da
apresentação e análise dos resultados foram descritas as interpretações que
permitiram algumas constatações.
A identificação dos conceitos não corresponde com a prática exercida por
alguns profissionais entrevistados. Quando questionados a respeito da utilização
de BD para armazenamento de informações de projeto, são apresentadas duas
185
situões com as respostas. A primeira se refere ao conhecimento dos
profissionais a respeito do conceito de BD, onde 50% das respostas informaram
que não utilizam. Assim, estes profissionais teriam conhecimento do que é um
BD e dos seus sistemas de gerenciamento. As informações digitais produzidas
durante o processo de projeto são simplesmente arquivadas em um
microcomputador ou servidor, com os sistemas de backup para preservar a
informação armazenada. A segunda situação caracterizada pelos profissionais,
que responderam esta questão afirmativamente, onde expressam a preocupação
com a organização dos arquivos para armazenamento, e a possibilidade de
utilização posterior. Apesar da resposta afirmativa, esta prática está longe de ser
um BD e demonstra um desconhecimento a respeito do assunto.
Outra constatação se refere aos diversos tipos de arquivos produzidos
durante o processo de desenvolvimento de projeto pelos profissionais envolvidos
nesta atividade. Esta variedade de arquivos impõe dificuldades para indexar e
buscar informações oriundas de fontes diversas. Se um profissional da equipe de
projeto deseja obter todas as informações a respeito da execução de uma
determinada tarefa, por exemplo, um pilar no pavimento térreo. Com a tecnologia
utilizada nos escritórios pesquisados, não existe como obter, automaticamente,
toda a informação a respeito desta tarefa.
Os dados do projeto estão distribuídos em arquivos gráficos e arquivos
não gráficos, além de todas as comunicações internas, referente às modificações
de projeto realizadas, durante a sua execução. Para acessar todos estes
arquivos o profissional deverá saber seus nomes, locais de armazenamento e
considerar os diversos níveis de agregação da informação. Este procedimento
favorece a perda de informações e/ou dificulta a sua localização, principalmente,
quando utilizado por outros profissionais.
É importante destacar que, juntamente com os arquivos pretendidos, virão
todos os demais dados contidos neles, o que além da dificuldade de acesso,
gera um acúmulo de informação adicional desnecessária.
Com o intuito de classificar e organizar as informações de projeto,
proveniente de diversas fontes, surge a possibilidade da utilização de
metadados, com a descrição de informações importantes para estes arquivos, de
186
modo que possam ser armazenados e organizados de forma lógica e, assim,
possibilitar a integração, a identificação, a preservação das informações e a sua
recuperação.
Identificou-se na utilização de TI, pelos profissionais, a necessidade de
melhorias. Os avanços obtidos na área de TI não correspondem com as práticas
exercidas no desenvolvimento de projeto, principalmente pela falta de registro
dos procedimentos; pela produção de documentação com falhas ou sem um
processo de organização e classificação; e pela troca de informação,
caracterizada pela utilização do e-mail como o principal meio de comunicação da
equipe de projeto.
A aplicação do questionário confirmou a característica multidisciplinar da
equipe, representada pela forte terceirização do setor de desenvolvimento de
projetos. Os profissionais questionados não utilizam os softwares de gestão, nem
os com tecnologia BIM para a prática de projeto.
O uso de sistemas manuais de controle e verificação da informação de
projeto, por desconhecimento de outros processos, não são tidos como um
problema ou dificuldade para equipe de projeto. Esta situação caracteriza uma
necessidade latente, para estes profissionais.
A aplicação do questionário contribuiu para verificar o baixo índice dos
profissionais, que realizam cursos de aperfeiçoamento e atualizão. Estes
profissionais apresentam um grande despreparo para realizar tarefas
relacionadas à gestão de processos, habilidades de coordenação de projetos e
tecnololgia da informação.
Esta afirmação é compartilhada por Fabrício, Melhado e Grilo (2009) que
apontam para a formação acadêmica de arquitetos e engenheiros, no Brasil,
onde se enfoca os aspectos técnicos, culturais e criativos na produção de
projetos, que constitui um aprendizado prático dos conteúdos programáticos dos
referidos cursos de graduação. As visões do trabalho em equipe são
compreendidas pela vivência prática, com conhecimento adquirido em obras e
na prática de projetos.
Assim, os cursos de pós-graduação estão voltados à prática e às
experiências dos alunos. Fornecem conhecimentos a respeito das técnicas de
187
gestão, comunicação, liderança, formação de equipes, gestão do processo de
projeto, planejamento econômico-financeiro, sistemas de colaboração, etc.
Desta forma é cada vez mais importante, que os profissionais realizem os
cursos de formação continuada ou de pós-graduação para reciclar,
complementar e aperfeiçoar as suas habilidades.
A fundamentação teórica, assim como, a aplicação e alise dos
questionários possibilitaram a construção dos requisitos de projeto descritos
neste trabalho conforme demonstrado a seguir.
4.3 Identificação dos Requisitos de Projeto
Este item aborda o processo de investigação para identificar os requisitos
de projeto, através da utilização dos conhecimentos desenvolvidos na
fundamentação teórica, referente ao processo de desenvolvimento de produtos,
complementados pela aplicação e análise do questionário, distribuídos entre as
empresas de AEC em Porto Alegre, aliados à observação do autor, desta
pesquisa, das práticas de desenvolvimento de projetos de edificações, realizadas
por grande parte das empresas entrevistadas.
A obtenção das informações, que representam as necessidades e os
desejos dos clientes, expressas ou latentes, tornou-se possível em virtude dos
trabalhos realizados em conjunto com a maioria das empresas responsáveis pelo
desenvolvimento de projetos de edificações por mais de 20 anos, além da
contribuição de um profissional, que participou da fase de preenchimento dos
questionários, com experiência e conhecimento na área de projetos de
edificações e gestão de processos.
Para organizar os requisitos de projeto optou-se pela sua distribuição no
quadro 09, a seguir.
188
Requisitos de
Projeto
Objetivos
Saída Indesejável
Observações/ Restrições
Gestão do
Conhecimento,
item 2.4.4 pág.
88
Identificação, Captura, Seleção e Valida-
ção; Organização e Armazenamento;
Compartilhamento; Aplicação e Criação
Dificuldade de Criação e
Aplicação Conhecimento
Aprendizagem Organizacional;
Conhecimento Tácito e Explicito;
Acessibilidade; Utilização de TI,
Cultura Organizacional
Gestão da
Informação, item
2.4.3 pág. 84
Criação; Coleta; Aquisição; Armazenamen-
to; Indexação; Análise; Utilização e Distri-
buição
Dificuldade de Armaze-
namento e Manipulação
Informação
Utilização de TI, Produção de Conhe-
cimento; Auxílio no Gerenciamento,
na Coordenaço, na Colaboração e
na Análise de Problemas; Cultura Or-
ganizacional
Extranet, item
2.6.3 pág. 116
Implantação Sistema Extranet; Comunica-
ção com Clientes, Fornecedores e Parcei-
ros; Produção de Conhecimento
Dificuldade de Acesso
(Erros), Vulnerabilidade
do Sistema, Baixo Nível
de Segurança (Hackers
e Crackers)
Exigência de Servidor, Cadastramen-
to de Usuários; Gestão da Informa-
ção; Aprendizagem, Gestão de Banco
de Dados e Ferramentas de Busca de
Arquivos e Informação
Sistema de Re-
cuperação da In-
formação, item
2.7.4.1 pág. 142
Instalação do Sistema, Ferramentas de
Classificação, Organização e Busca da In-
formação, Armazenamento, Compartilha-
mento; Reutilização e Gerenciamento da
Informação
Perda de Informação;
Baixa Formalização da
Informação; Duplicação
da Informação
Utilização de TI, Produção de Conhe-
cimento; Cultura Organizacional; Es-
trutura Lógica de Indexação
Intranet, item
2.6.2 pág. 113
Implantação Sistema Intranet, Comunica-
ção Interna, Produção de Conhecimento
Vulnerabilidade do Sis-
tema, Acesso Lento,
Erros
Exigências de Servidor, Cadastamen-
to de Usuários, Gestão da Informa-
ção, Aprendizagem, Clientes e
Firewall
Gestão da Comu-
nicação
Sistema de Comunicação; Facilitar a Trans-
fencia de Informação e Conhecimento
Ruídos por Omissão,
Eliminação ou Redução
da Informação
Utilização de TI; Interfaces de Comu-
nicação; Cultura Organizacional
Acessibilidade a
Documentação
Facilidade, Agilidade e Disponibilidade dos
Dados para Tomada de Decisão, Produção
de Informação e Conhecimento
Perda de Documentos e
Informação
Utilização de TI, item 2.4 pág. 69
Sistema de
Controle
Acompanhamento do Processo de Projeto,
Avaliação do Processo, Produção de Infor-
mação e Conhecimento
Falta de Formalização
dos Procedimentos
Sistemas Flexíveis; Atualização;
Divulgação
Gestão do Pro-
cesso de Projeto,
item 2.2 pág. 30
Sistema de Gestão: Identificação das ne-
cessidades, objetivos claros e realizáveis,
ajuste das demandas conflitantes (qualida-
de, escopo, tempo e custo) e adaptação
das especificações, dos planos e das ex-
pectativas, Produção de Informação e Co-
nhecimento
Informalidade do
Processo
Definição das Etapas, Prazos,
Planejamento e Responsabilidades
Gestão do Banco
de Dados, item
2.7.4.1 pág 142
Implantação do Banco de Dados; Sistema
de Gestão de BD; BD híbrido (Relacional +
Orientado a Objeto), Produção de Informa-
ção e Conhecimento
Redundância de dados;
Pouca flexibilidade;
Indisponibilidade ao
atualizar informações
Atualização do BD; Utilização de data
wharehouse, data mining, BD via
middleware
Sistema de Ava-
liação do Proces-
so de Projeto,
item 2.8 pág 148
Implantar Sistema Avaliação; Formalizar os
Procedimentos; Criação de ferramenta para
Classificação da Informação e Produção de
Conhecimento
Indefinição de critérios,
Informalidade nos pro-
cedimentos
Definição de critérios; Avaliação cons-
tante da equipe e realização de auto-
avaliação e avaliação em reuniões
planejadas e produtivas
Quadro 09 Requisitos do Projeto de Produto
Fonte: Elaborado pelo Autor
Para cada requisito de projeto, destacado no quadro acima, está
relacionado aos objetivos pretendidos, às saídas indesejadas, às observações e
às restrições de projeto, para orientar e facilitar o desenvolvimento de uma
189
ferramenta computacional, que possibilite a construção de um sistema de gestão
do conhecimento, com o armazenamento das informações produzidas nas
etapas do processo de projeto, conforme o modelo de referência do processo de
projeto associado a um sistema de gerenciamento de BD, conforme indicado nas
figuras 25 e 26 das págs. 149 e 150, apresentados na fundamentação teórica.
190
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O capítulo procura estabelecer as considerações finais desta pesquisa e
propor sugestões para trabalhos futuros nesta área de conhecimento.
5.1 Reflexões sobre o Trabalho de Pesquisa
Esta pesquisa identificou, por meio de investigações teóricas e estudo de
caso, os requisitos de projeto, para a construção de uma ferramenta
computacional a ser desenvolvida para avaliação das informações produzida
durante o processo de desenvolvimento de projeto.
Investigou-se, inicialmente, o conceito de projeto, onde se verificou a
abrangência de significados. O projeto representa os elementos de concepção,
através das informações gráficas e não gráficas produzidas no seu
desenvolvimento e, também, se refere às características gerenciais do processo,
onde o fluxo das informações produzidas tem um caráter estratégico à tomada
de decisão pela equipe de profissionais responsáveis pela sua elaboração. As
equipes multidisciplinares, que atuam na elaboração de um projeto, são
compostas por profissionais com diversos níveis de conhecimento e com
momentos de atuação distintos neste processo.
Para representar as etapas do processo de desenvolvimento de projeto,
pesquisou-se o modelo de referência de PDP para gestão do processo de
projeto com o objetivo de facilitar o seu entendimento e a sua prática. Assim,
houve a representação do modelo de referência para o gerenciamento do
processo de projeto integrado de edificações (GPPIE), onde o processo é
formalizado através das suas fases, das atividades, dos seus responsáveis, dos
recursos e das informações necessárias e produzidas. O modelo, também,
favorece a visualização do processo simultâneo, por meio da realização paralela
das atividades.
A ES, aplicada ao processo de projeto, garante a diminuição do tempo de
desenvolvimento do projeto, o aumento da comunicação entre os agentes, maior
191
iteratividade e integração entre os profissionais de projeto. A utilização intensiva
da TI é um elemento facilitador para esta integração e um importante instrumento
de melhoria do processo de projeto colaborativo. A integração da TI aos
processos de projeto apresenta avanços na utilização da informação,
comunicação e produtividade das empresas.
As informações, produzidas no desenvolvimento de um projeto, devem ser
facilmente processadas e acessadas, através de métodos de organização,
armazenamento e recuperação da informação de forma oportuna e precisa.
Assim é possível estabelecer um processo de avaliação da informação a respeito
da sua confiabilidade, relevância e importância obtendo-se o conhecimento.
A formalização do processo de projeto pode transformar as informações
produzidas durante o processo de desenvolvimento de projeto em conhecimento
organizacional. A gestão do conhecimento sob este enfoque tem a participação
colaborativa de vários profissionais com as suas habilidades intelectuais,
ampliando as capacidades individuais.
O processo de investigação deste trabalho apresentou os resultados
obtidos com a aplicação de um questionário nas empresas e profissionais
responsáveis pelo desenvolvimento de projetos. Cabe ressaltar a necessidade
de avanços da utilização de TI e das ferramentas computacionais, além de
obterem maior conhecimento em gestão de processos, planejamento e sistemas
de colaboração.
A transferência da informação entre os profissionais de projeto é
inconsistente, usualmente, troca de informações por e-mail, conforme
apurado nas respostas dos questionários. Este sistema é deficiente e muita
informação é perdida, gerando situações de contradição ou informação
duplicada, apresentando como consequência maior tempo de execução dos
trabalhos e aumento de custo. No trabalho colaborativo a organização da
informação exige a sua disponibilidade aos agentes envolvidos simultânea e
concomitantemente ao desenvolvimento do projeto.
O estabelecimento de um procedimento que garanta a reutilização das
informações de projeto está representado pelo modelo de referência
desenvolvida por Romano, F. (2003) integrada ao SGBD de Elmasri e Navathe
192
(1994). A utilização de SGBD com a possibilidade de reutilização de informações
fica assegurada com a contribuição da estrutura de metadados para o
cadastramento das informações produzidas e armazenadas em um BD, inclusive
com o uso de vários tipos de arquivos.
A principal vantagem desta proposta é a possibilidade de formação de um
conhecimento coletivo organizacional, que reutiliza as informações importantes
produzidas no desenvolvimento de um projeto, com a identificação das melhores
práticas, utilizadas por todos os profissionais envolvidos no processo.
O estudo permitiu verificar que a construção de um conhecimento
organizacional estruturado, através da gestão do conhecimento, contribui para
diminuir a possibilidade de perdas, que ocorrem, com a eventual saída de um
profissional da equipe multidisciplinar de projeto. Como acontece na prática, este
profissional detém um conhecimento tácito e individual, que não foi transformado
em conhecimento organizacional acessível e compartilhado, assim, a saída
deste profissional da equipe ocasiona a perda deste conhecimento.
Outro aspecto importante apresentado na aplicação do questionário se
refere ao aperfeiçoamento profissional e continuado e a realização de cursos de
atualização. Os índices apontaram para um percentual baixo referente à
realização destes cursos, conforme destaca o Capítulo 4. As soluções adotadas
para a constrão do conhecimento organizacional deverá atentar para este
aspecto, estabelecendo critérios práticos para a sua implantação.
Desta forma o objetivo geral apresentado no Capítulo 1 desta pesquisa,
obteve o resultado esperado. Entende-se, também, que o tema não tenha sido
explorado em toda a sua amplitude, tornando-se essencial a continuidade do seu
estudo.
5.2 Proposta para Trabalhos Futuros
Para melhorar o processo de desenvolvimento de projetos de produtos,
através das tecnologias de informações e comunicação (TICs) as organizações
utilizam o armazenamento da informação para sua reutilização possibilitando
transformar em conhecimento organizacional, disponível a todos os profissionais
193
envolvidos no desenvolvimento de projetos. Com base no estudo realizado
verifica-se a necessidade de se aprofundar os seguintes temas:
a construção de uma estrutura de metadados para armazenamento,
recuperação e reutilização de informações de projeto em um BD, para
possibilitar a formação de um conhecimento organizacional;
o desenvolvimento de um SGBD para gestão das informações de projeto;
aprimorar a avaliação (gate) em um modelo de PDP, para projetos de produto
e estabelecer o critério de armazenamento das informações produzidas na
elaboração do processo;
estabelecer o vínculo entre o modelo referencial PDP e o SGBD, onde a
produção de conhecimento aconteça de forma sistêmica e automática;
desenvolver uma ferramenta computacional, para a construção de um
sistema de gestão do conhecimento, com o armazenamento das informações
produzidas durante o processo de projeto.
194
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208
APÊNDICE A Questionário
209
Dados das Empresas
Nome da Empresa:
Profissional Responsável:
Formação:
N° CREA:
Os dados acima serão divulgados se houver autorização da empresa
1. Quanto tempo a empresa atua no seguimento de projetos?
2. Quantas pessoas trabalham na empresa em desenvolvimento de projetos?
(funcionários, estagiários, contratados, etc)
3. Quais os equipamentos utilizados na atividade de projetos?
Microcomputadores + Internet ( );
Microcomputadores exclusivos para projeto ( );
Servidor para projeto ( );
Telefone/Fax ( );
Outros. Quais?
4. A equipe de projetos utiliza Banco de Dados para armazenamento das informações
de projeto?
Não. Sim. Como se realiza o gerenciamento das informações?
5. Assinale os principais softwares utilizados na atividade de projetos e enumere em
ordem decrescente de importância nos parênteses ao lado.
AutoCad® ( ); Revit® ( ); Sketchup® ( );
Archicad® ( ); Vector® ( ); Word® ( );
MSProject® ( ); Excel® ( ); Outros. Quais?
6. Assinale os principais tipos de arquivos utilizados para desenvolvimento de projeto e
enumere em ordem decrescente de prioridade nos parênteses ao lado.
dwg ( ); skp ( ); rvt ( ); doc ( );
dxf ( ); jpeg ( ); xml ( ); xls ( );
Outros. Quais?
210
7. Assinale os principais meios de comunicação com a equipe de profissionais e
enumere em ordem decrescente de prioridade nos parênteses ao lado.
Telefone ( ) e-mail ( ) Intran et ( )
Extranet ( ) Reunião Presencial ( ) Outros. Quais?
8. Assinale os principais meios de comunicação com os clientes e enumere em ordem
decrescente de prioridade nos parênteses ao lado.
Telefone ( ) e-mail ( ) Intran et ( )
Extranet ( ) Reunião Presencial ( ) Outros. Quais?
9. Como é realizada a verificação das informações de projeto entre os participantes da
equipe?
10. Aproximadamente, quantos projetos fazem parte do portfólio da empresa?
11. Quantos projetos a empresa desenvolve simultaneamente? Qual a
capacidade máxima para os recursos atuais?
12. Como a empresa se classifica quanto à inovação de processos?
Inovação Constante Inovação Eventual Não há Inovação
13. Como são apresentados os projetos para os clientes?
Papel
Meio Digital. Quais?
Via Internet. Como?
Outros. Quais?
14. Existem serviços terceirizados na atividade de desenvolvimento de projeto?
Sim Não
Quais?
15. É realizada avaliação do Processo de projeto?
Sim Não
Quais?
211
16. Você possui conhecimento dos serviços via Internet?
A empresa possui um site com produtos e serviço.
O site é usado pelos clientes para solicitação de serviços e acompanhamento.
A empresa atua on-line no desenvolvimento dos processos.
É um projeto futuro implementar de um site.
Não existe a possibilidade de internet neste momento.
17. Quais oportunidades poderão estabelecer o uso da internet para a empresa?
Controle e integração nos projetos.
Informação.
Comunicação.
Marketing.
Venda de serviços.
Não há oportunidades.
212
Dados do Profissional de Projeto
18. Você é responsável pelo desenvolvimento de projetos de que especialidade?
19. Tempo de experiência na atual atividade.
20. Fez cursos de extensão ou capacitação, na área específica de desenvolvimento de
projetos, nos últimos três anos? Sim Não
Quais?
21. Tem conhecimento de engenharia simultânea?
Muito Médio Pouco Não
22. Executa projetos colaborativos? Sim Não
Em caso afirmativo, como se procede a troca de informações e comunicação da equipe
de projetos?
23. Nos trabalhos realizados em equipes existe o Coordenador de Projetos?
Sim Não
Em caso afirmativo destaque quais os requisitos necessários para o exercício desta
função?
24. Nos trabalhos realizados em equipe existe o Gestor da Informação?
Sim Não
Em caso afirmativo destaque quais os requisitos necessários para o exercício desta
função?
25. Nos trabalhos realizados em equipe existe o Gestor do Conhecimento?
Sim Não
Em caso afirmativo destaque quais os requisitos necessários para o exercício desta
função?
26. Os arquivos trocados entre as equipes de projetos necessitam de ajustes para a sua
utilização? Sim Não.
213
Em caso afirmativo, aproximadamente, quanto tempo é necessário para sua realização e
quais são os principais ajustes executados?
27. Como são armazenados/organizados os arquivos trocados durante o
desenvolvimento dos projetos?
214
APÊNDICE B Planilhas de Análise de Respostas com
Utilização do SPSS
®
215
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:15.265
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=BancoDados Verific_Info_Projeto
Portifolio_Proj Inovacao_Processos
Servico_Terceirizados ServVia_Internet
TipoProjeto Cursos Eng_Simultanea
Proj_Colaborativo Coordenador_Projeto
Gestor_Informacao Gestor_Conhecimento
Ajuste_Arquivos_Proj
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.017
Frequency Table
Banco de Dados
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
10
50,0
50,0
50,0
Sim
10
50,0
50,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Verificação das Informações de Projeto
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Prejudicado
2
10,0
10,0
10,0
Reunião Projeto
7
35,0
35,0
45,0
e-mail
3
15,0
15,0
60,0
Por Conferência de Projetos
2
10,0
10,0
70,0
Verificação por Comparação
Projetos
1
5,0
5,0
75,0
Compatibilização Informação
4
20,0
20,0
95,0
AutoDesk Design Review
®
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
216
Portifólio da Empresa
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0 a 100
7
35,0
36,8
36,8
101 a 500
4
20,0
21,1
57,9
501 a 1000
4
20,0
21,1
78,9
Acima de 1000
4
20,0
21,1
100,0
Total
19
95,0
100,0
Missing
System
1
5,0
Total
20
100,0
Inovação de Processos
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Constante
6
30,0
30,0
30,0
Eventual
12
60,0
60,0
90,0
Não há Inovação
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Serviços Terceirizados
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
6
30,0
30,0
30,0
Sim
14
70,0
70,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Serviços Via Internet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Site com produtos e serviços
8
40,0
40,0
40,0
Site para clientes solicitar
serviços e acompanhamento
1
5,0
5,0
45,0
Desenvolvimento on-line de
processos
1
5,0
5,0
50,0
Site é projeto futuro
7
35,0
35,0
85,0
Não existe a possibilidade de site
no momento
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
217
Tipo de Projetos
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Arquitetura
12
60,0
60,0
60,0
Arquitetura Interiores
2
10,0
10,0
70,0
Comp. Gráfica e Design Digital
1
5,0
5,0
75,0
Impermeabilização
1
5,0
5,0
80,0
Elétrico, SPDA e CabEstruturado
2
10,0
10,0
90,0
Eng. Mec - Ar Condicionado
1
5,0
5,0
95,0
PPCI - Incêndio
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Cursos
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
11
55,0
55,0
55,0
Sim
9
45,0
45,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Engenharia Simultânea
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Muito
1
5,0
5,0
5,0
Médio
5
25,0
25,0
30,0
Pouco
6
30,0
30,0
60,0
Nada
8
40,0
40,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Projeto Colaborativo
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
12
60,0
60,0
60,0
Sim
8
40,0
40,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Coordenador de Projeto
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
8
40,0
40,0
40,0
Sim
12
60,0
60,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
218
Gestor da Informação
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
15
75,0
75,0
75,0
Sim
5
25,0
25,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Gestor do Conhecimento
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
17
85,0
85,0
85,0
Sim
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Ajuste de Arquivos de Projeto
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
5
25,0
25,0
25,0
Sim
15
75,0
75,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.140
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Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=ApreProjCliente_Papel
ApreProjCliente_MeioDigital
ApreProjCliente_Anim3D ApreProjCliente_Internet
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.017
219
Frequency Table
Apresentação do Projeto para Cliente em Papel
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
3
15,0
15,0
15,0
Sim
17
85,0
85,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Apresentação do Projeto para Cliente em Meio Digital
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
3
15,0
15,0
15,0
Sim
17
85,0
85,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Apresentação do Projeto para Cliente em Animações 3D
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
19
95,0
95,0
95,0
Sim
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Apresentação do Projeto para Cliente pela Internet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
4
20,0
20,0
20,0
Sim
16
80,0
80,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.187
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=ServTerc_Descricao
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.015
Elapsed Time
0:00:00.094
220
Serviços Terceirizados - Descrição
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Desenhos
5
25,0
25,0
25,0
Não executa
6
30,0
30,0
55,0
Proj. Arquitetônico e
Complementares
3
15,0
15,0
70,0
Proj. Complementares
5
25,0
25,0
95,0
Serviços Plotagens
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.296
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=OportInternet_ControleIntegracao
OportInternet_Informacao
OportInternet_Comunicacao
OportInternet_Marketing
OportInternet_Vendas OportInternet_NaoHa
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.017
Frequency Table
Oportunidade da Internet com Controle e Integracao
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
6
30,0
30,0
30,0
Sim
14
70,0
70,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Oportunidade da Internet com Informação
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
5
25,0
25,0
25,0
Sim
15
75,0
75,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
221
Oportunidade da Internet com Comunicação
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
6
30,0
30,0
30,0
Sim
14
70,0
70,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Oportunidade da Internet com Marketing
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
4
20,0
20,0
20,0
Sim
16
80,0
80,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Oportunidade da Internet com Vendas
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
8
40,0
40,0
40,0
Sim
12
60,0
60,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Oportunidade da Internet Não Há
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
Não
20
100,0
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.359
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=Software_AutoCAD
Software_ArchiCAD Software_MsProject
Software_Revit Software_Vector Software_Excel
Software_Sketchup Software_Word
Software_Orcamento Software_CorelDraw
Software_3DMax Software_VoloView
Software_DesignReview
Software_IntelliCAD Software_BitView
Software_PhotoShop Software_PowerPoint
Software_Acrobat
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.015
Elapsed Time
0:00:00.017
222
Frequency Table
Software - AutoCAD
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
2
10,0
10,0
10,0
1
17
85,0
85,0
95,0
2
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - ArchiCAD
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
20
100,0
100,0
100,0
Software - MsProject
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
5
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - Revit
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
20
100,0
100,0
100,0
Software - Vector
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
1
1
5,0
5,0
95,0
2
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - Excel
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
1
5,0
5,0
5,0
2
5
25,0
25,0
30,0
3
6
30,0
30,0
60,0
4
6
30,0
30,0
90,0
5
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
223
Software - Sketchup
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
11
55,0
55,0
55,0
2
6
30,0
30,0
85,0
4
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - Word
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
1
2
10,0
10,0
10,0
2
5
25,0
25,0
35,0
3
10
50,0
50,0
85,0
4
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - Orçamento
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - CorelDraw
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
16
80,0
80,0
80,0
3
2
10,0
10,0
90,0
4
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - 3DMax
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
17
85,0
85,0
85,0
1
1
5,0
5,0
90,0
2
1
5,0
5,0
95,0
3
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
224
Software - VoloView
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - DesignReview
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
2
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - IntelliCAD
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
3
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - BitView
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - PhotoShop
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
3
1
5,0
5,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Software - PowerPoint
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
3
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
225
Software - Acrobat
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
3
1
5,0
5,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.531
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=Arquivo_dwg Arquivo_dxf
Arquivo_skp Arquivo_jpeg Arquivo_rvt Arquivo_xml
Arquivo_doc Arquivo_xls Arquivo_cdr
Arquivo_max Arquivo_dwf Arquivo_mdb
Arquivo_pdf Arquivo_mpp
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.014
Frequency Table
Arquivo - dwg
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
1
5,0
5,0
5,0
1
17
85,0
85,0
90,0
3
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - dxf
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
15
75,0
75,0
75,0
2
2
10,0
10,0
85,0
3
1
5,0
5,0
90,0
5
1
5,0
5,0
95,0
6
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
226
Arquivo - skp
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
12
60,0
60,0
60,0
1
1
5,0
5,0
65,0
2
2
10,0
10,0
75,0
3
2
10,0
10,0
85,0
4
1
5,0
5,0
90,0
5
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - jpeg
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
3
15,0
15,0
15,0
2
5
25,0
25,0
40,0
3
3
15,0
15,0
55,0
4
6
30,0
30,0
85,0
5
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - rvt
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
20
100,0
100,0
100,0
Arquivo - xml
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
20
100,0
100,0
100,0
Arquivo - doc
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
1
1
5,0
5,0
5,0
2
7
35,0
35,0
40,0
3
2
10,0
10,0
50,0
4
9
45,0
45,0
95,0
5
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
227
Arquivo - xls
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
2
10,0
10,0
10,0
2
3
15,0
15,0
25,0
3
8
40,0
40,0
65,0
4
1
5,0
5,0
70,0
5
4
20,0
20,0
90,0
6
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - cdr
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
17
85,0
85,0
85,0
5
1
5,0
5,0
90,0
6
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - max
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
17
85,0
85,0
85,0
1
1
5,0
5,0
90,0
3
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - dwf
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
3
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - mdb
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
19
95,0
95,0
95,0
6
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
228
Arquivo - pdf
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
16
80,0
80,0
80,0
2
1
5,0
5,0
85,0
3
1
5,0
5,0
90,0
5
1
5,0
5,0
95,0
6
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Arquivo - mpp
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
3
1
5,0
5,0
95,0
6
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.781
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=ComunicProj_Tele
ComunicProj_Extranet ComunicProj_email
ComunicProj_Reuniao ComunicProj_Intranet
ComunicProj_MSN
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.000
Frequency Table
Comunicação de Projeto pelo Telefone
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
1
5,0
5,0
5,0
1
2
10,0
10,0
15,0
2
12
60,0
60,0
75,0
3
5
25,0
25,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
229
Comunicação de Projeto pela Extranet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
3
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação de Projeto por e-mail
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
1
14
70,0
70,0
70,0
2
4
20,0
20,0
90,0
3
1
5,0
5,0
95,0
5
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação de Projeto com Reunião
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
1
5,0
5,0
5,0
1
4
20,0
20,0
25,0
2
2
10,0
10,0
35,0
3
10
50,0
50,0
85,0
4
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação Projeto pela Intranet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
4
1
5,0
5,0
95,0
5
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação de Projeto por MSN
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
17
85,0
85,0
85,0
2
2
10,0
10,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
230
Frequencies
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:16.875
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on all cases with valid data.
Syntax
FREQUENCIES
VARIABLES=ComunicCliente_Tele
ComunicCliente_Extranet ComunicCliente_email
ComunicCliente_Reuniao ComunicCliente_Intranet
ComunicCliente_MSN
/ORDER= ANALYSIS .
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.014
Frequency Table
Comunicação com Cliente por Telefone
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
1
3
15,0
15,0
15,0
2
14
70,0
70,0
85,0
3
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação com Cliente pela Extranet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
17
85,0
85,0
85,0
1
1
5,0
5,0
90,0
3
1
5,0
5,0
95,0
4
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação com Cliente por e-mail
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
1
11
55,0
55,0
55,0
2
3
15,0
15,0
70,0
3
5
25,0
25,0
95,0
5
1
5,0
5,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
231
Comunicação com Cliente com Reunião
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
2
10,0
10,0
10,0
1
5
25,0
25,0
35,0
2
1
5,0
5,0
40,0
3
9
45,0
45,0
85,0
4
3
15,0
15,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação com Cliente pela Intranet
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
2
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Comunicação com Cliente por MSN
Frequency
Percent
Valid Percent
Cumulative Percent
Valid
0
18
90,0
90,0
90,0
4
2
10,0
10,0
100,0
Total
20
100,0
100,0
Descriptives
Notes
Output Created
2009-10-05T14:24:18.140
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Question
arios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User defined missing values are treated as missing.
Cases Used
All non-missing data are used.
Syntax
DESCRIPTIVES
VARIABLES=Tempo_Atuacao Num_Profiss
Equip_Micro_Internat Equip_Micro
Equip_Servidor_Projeto Equip_FoneFax
Equip_Imp_Plotter
Equip_MFotoDigital Equip_TrenaEletr
Proj_Simultaneos Proj_QuantMaxima
ExperienciaProfissional
/STATISTICS=MEAN STDDEV VARIANCE MIN
MAX .
Resources
Processor Time
0:00:00.015
Elapsed Time
0:00:00.017
232
Descriptive Statistics
N
Minimum
Maximum
Mean
Std. Deviation
Variance
Tempo_Atuacao
20
1
65
17,85
21,429
459,187
Num_Profiss
20
1
34
7,80
11,418
130,379
Equip_Micro_Internat
20
1
34
7,65
11,509
132,450
Equip_Micro
20
0
7
,70
1,780
3,168
Equip_Servidor_Projeto
20
0
2
,25
,550
,303
Equip_FoneFax
20
1
34
6,50
11,879
141,105
Equip_Imp_Plotter
20
0
4
,90
1,447
2,095
Equip_MFotoDigital
20
0
4
,85
1,424
2,029
Equip_TrenaEletr
20
0
1
,25
,444
,197
Proj_Simultaneos
19
1
25
7,58
6,415
41,146
Proj_QuantMaxima
19
2
20
9,37
6,500
42,246
ExperienciaProfissional
20
1
35
13,35
10,540
111,082
Valid N (listwise)
19
GET
FILE='C:\Documents and Settings\PAULO\My Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Questionarios\Questionarios01.sav'.
DATASET NAME DataSet1 WINDOW=FRONT.
CORRELATIONS/VARIABLES=ExperienciaProfissional Eng_Simultanea/PRINT=TWOTAIL NOSIG
/MISSING=PAIRWISE.
Correlations
Notes
Output Created
2009-10-10T08:19:35.015
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each pair of variables are based
on all the cases with valid data for that pair.
Syntax
CORRELATIONS
/VARIABLES=ExperienciaProfissional
Eng_Simultanea
/PRINT=TWOTAIL NOSIG
/MISSING=PAIRWISE.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.031
233
Correlations
Experiencia
Profissional
Eng_Simultanea
ExperienciaProfissional
Pearson Correlation
1,000
-,324
Sig. (2-tailed)
,163
N
20,000
20
Eng_Simultanea
Pearson Correlation
-,324
1,000
Sig. (2-tailed)
,163
N
20
20,000
CORRELATIONS
/VARIABLES=ExperienciaProfissional Eng_Simultanea
/PRINT=TWOTAIL NOSIG
/MISSING=PAIRWISE.
Correlations
Notes
Output Created
2009-10-10T08:21:03.875
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each pair of variables are based
on all the cases with valid data for that pair.
Syntax
CORRELATIONS
/VARIABLES=ExperienciaProfissional
Eng_Simultanea
/PRINT=TWOTAIL NOSIG
/MISSING=PAIRWISE.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.000
Correlations
Experiencia
Profissional
Eng_Simultanea
ExperienciaProfissional
Pearson Correlation
1,000
-,324
Sig. (2-tailed)
,163
N
Pearson Correlation
20,000
20
Eng_Simultanea
-,324
1,000
Sig. (2-tailed)
,163
N
20
20,000
234
NONPAR CORR
/VARIABLES=ExperienciaProfissional Eng_Simultanea/PRINT=SPEARMAN TWOTAIL
NOSIG/MISSING=PAIRWISE.
Nonparametric Correlations
Notes
Output Created
2009-10-10T08:21:04.046
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each pair of variables are based
on all the cases with valid data for that pair.
Syntax
NONPAR CORR
/VARIABLES=ExperienciaProfissional
Eng_Simultanea
/PRINT=SPEARMAN TWOTAIL NOSIG
/MISSING=PAIRWISE.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.000
Number of Cases Allowed
174762 cases
a
a. Based on availability of workspace memory
Correlations
Experiencia
Profissional
Eng_Simultanea
Spearman's rho
ExperienciaProfissional
Correlation Coefficient
1,000
-,288
Sig. (2-tailed)
.
,219
N
20
20
Eng_Simultanea
Correlation Coefficient
-,288
1,000
Sig. (2-tailed)
,219
.
N
20
20
MEANS TABLES=ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/CELLS MEAN COUNT STDDEV.
235
Notes
Output Created
2009-10-10T08:29:25.890
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
For each dependent variable in a table, user-
defined missing values for the dependent and
all grouping variables are treated as missing.
Cases Used
Cases used for each table have no missing
values in any independent variable, and not
all dependent variables have missing values.
Syntax
MEANS TABLES=ExperienciaProfissional
BY Eng_Simultanea/CELLS MEAN COUNT
STDDEV.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.017
Notes
Output Created
2009-10-10T08:32:16.921
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values for dependent
variables are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on cases with no missing
values for any dependent variable or factor
used.
Syntax
EXAMINE
VARIABLES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea/PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE/NOTOTAL.
Resources
Processor Time
0:00:00.468
Elapsed Time
0:00:00.736
236
Notes
Output Created
2009-10-10T08:46:32.046
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
For each dependent variable in a table, user-
defined missing values for the dependent and
all grouping variables are treated as missing.
Cases Used
Cases used for each table have no missing
values in any independent variable, and not
all dependent variables have missing values.
Syntax
MEANS TABLES=ExperienciaProfissional
BY Eng_Simultanea
/CELLS MEAN COUNT STDDEV.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.000
Notes
Output Created
2009-10-10T08:46:32.093
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values for dependent
variables are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on cases with no missing
values for any dependent variable or factor
used.
Syntax
EXAMINE VARIABMEANS
TABLES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/CELLS MEAN COUNT
STDDEV.LES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
Resources
Processor Time
0:00:00.016
Elapsed Time
0:00:00.015
237
MEANS TABLES=ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/CELLS MEAN COUNT STDDEV.
Means
Notes
Output Created
2009-10-10T08:49:37.968
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
For each dependent variable in a table, user-
defined missing values for the dependent and
all grouping variables are treated as missing.
Cases Used
Cases used for each table have no missing
values in any independent variable, and not
all dependent variables have missing values.
Syntax
MEANS TABLES=ExperienciaProfissional
BY Eng_Simultanea
/CELLS MEAN COUNT STDDEV.
Resources
Processor Time
0:00:00.000
Elapsed Time
0:00:00.000
Case Processing Summary
Cases
Included
Excluded
Total
N
Percent
N
Percent
N
Percent
ExperienciaProfissional *
Eng_Simultanea
20
100,0%
0
,0%
20
100,0%
Report
ExperienciaProfissional
Eng_Simultanea
Mean
N
Std. Deviation
Muito
20,00
1
.
Médio
16,20
5
12,755
Pouco
15,50
6
11,537
Nada
9,12
8
8,774
Total
13,35
20
10,540
EXAMINE VARIABMEANS TABLES=ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/CELLS MEAN COUNT
STDDEV.LES=ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/PLOT=BOXPLOT/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
238
Explore
Notes
Output Created
2009-10-10T08:49:38.015
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values for dependent
variables are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on cases with no missing
values for any dependent variable or factor
used.
Syntax
EXAMINE VARIABMEANS
TABLES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/CELLS MEAN COUNT
STDDEV.LES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.017
Warnings
Text: TABLES
An undefined variable name, or a scratch or system variable was specified in a variable list which accepts only
standard variables. Check spelling and verify the existence of this variable.
This command not executed.
No dependent variables were specified. EXAMINE requires a set of dependent variables for analysis. Check
your EXAMINE command.
EXAMINE VARIABLES=ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea /PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE /NOTOTAL.
239
Explore
Notes
Output Created
2009-10-10T08:54:40.296
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values for dependent
variables are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on cases with no missing
values for any dependent variable or factor
used.
Syntax
EXAMINE
VARIABLES=ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
Resources
Processor Time
0:00:00.531
Elapsed Time
0:00:00.423
Warnings
ExperienciaProfissional is constant when Eng_Simultanea = Muito. It will be included in any boxplots produced
but other output will be omitted.
Eng_Simultanea
Case Processing Summary
Cases
Valid
Missing
Total
Eng_Simultanea
N
Percent
N
Percent
N
Percent
Experiencia
Profissional
Muito
1
100,0%
0
,0%
1
100,0%
Médio
5
100,0%
0
,0%
5
100,0%
Pouco
6
100,0%
0
,0%
6
100,0%
Nada
8
100,0%
0
,0%
8
100,0%
240
Experiência Profissional
ONEWAY ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/STATISTICS DESCRIPTIVES/MISSING ANALYSIS
/POSTHOC=TUKEY ALPHA(0.05).
Oneway
Notes
Output Created
2009-10-10T09:03:30.656
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each analysis are based on
cases with no missing data for any variable in
the analysis.
Syntax
ONEWAY ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/STATISTICS DESCRIPTIVES
/MISSING ANALYSIS
/POSTHOC=TUKEY ALPHA(0.05).
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.014
241
Warnings
Post hoc tests are not performed for ExperienciaProfissional because at least one group has fewer than two cases.
Descriptives
Experiência Profissional
N
Mean
Std.
Deviation
Std. Error
95% Confidence Interval for
Mean
Minimum
Maximum
Lower Bound
Upper Bound
Muito
1
20,00
.
.
.
.
20
20
Médio
5
16,20
12,755
5,704
,36
32,04
4
35
Pouco
6
15,50
11,537
4,710
3,39
27,61
1
26
Nada
8
9,12
8,774
3,102
1,79
16,46
1
27
Total
20
13,35
10,540
2,357
8,42
18,28
1
35
ANOVA
Experiência Profissional
Sum of Squares
df
Mean Square
F
Sig.
Between Groups
255,375
3
85,125
,734
,547
Within Groups
1855,175
16
115,948
Total
2110,550
19
EXAMINE VARIABLES=Proj_Simultaneos BY Eng_Simultanea/PLOT=BOXPLOT/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
Explore
Notes
Output Created
2009-10-10T09:08:13.312
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values for dependent
variables are treated as missing.
Cases Used
Statistics are based on cases with no missing
values for any dependent variable or factor
used.
Syntax
EXAMINE VARIABLES=Proj_Simultaneos
BY Eng_Simultanea
/PLOT=BOXPLOT
/STATISTICS=NONE
/NOTOTAL.
Resources
Processor Time
0:00:00.625
Elapsed Time
0:00:00.452
242
Warnings
Proj_Simultaneos is constant when Eng_Simultanea = Muito. It will be included in any boxplots produced but other
output will be omitted.
Eng_Simultanea
Case Processing Summary
Eng_Simu
ltanea
Cases
Valid
Missing
Total
N
Percent
N
Percent
N
Percent
Proj_Simultaneos
Muito
1
100,0%
0
,0%
1
100,0%
Médio
5
100,0%
0
,0%
5
100,0%
Pouco
5
83,3%
1
16,7%
6
100,0%
Nada
8
100,0%
0
,0%
8
100,0%
Projetos Simulneos
ONEWAY ExperienciaProfissional BY Eng_Simultanea/STATISTICS DESCRIPTIVES HOMOGENEITY
/MISSING ANALYSIS/POSTHOC=TUKEY ALPHA(0.05).
243
Oneway
Notes
Output Created
2009-10-10T09:58:54.109
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User-defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each analysis are based on
cases with no missing data for any variable in
the analysis.
Syntax
ONEWAY ExperienciaProfissional BY
Eng_Simultanea
/STATISTICS DESCRIPTIVES
HOMOGENEITY
/MISSING ANALYSIS
/POSTHOC=TUKEY ALPHA(0.05).
Resources
Processor Time
0:00:00.063
Elapsed Time
0:00:00.031
Warnings
Post hoc tests are not performed for ExperienciaProfissional because at least one group has fewer than two cases.
Descriptives
ExperienciaProfissional
N
Mean
Std.
Deviation
Std. Error
95% Confidence Interval for
Mean
Minimum
Maximum
Lower Bound
Upper Bound
Muito
1
20,00
.
.
.
.
20
20
Médio
5
16,20
12,755
5,704
,36
32,04
4
35
Pouco
6
15,50
11,537
4,710
3,39
27,61
1
26
Nada
8
9,12
8,774
3,102
1,79
16,46
1
27
Total
20
13,35
10,540
2,357
8,42
18,28
1
35
Test of Homogeneity of Variances
ExperienciaProfissional
Levene Statistic
df1
df2
Sig.
1,144
a
2
16
,343
a. Groups with only one case are ignored in computing the test
of homogeneity of variance for ExperienciaProfissional.
244
ANOVA
ExperienciaProfissional
Sum of Squares
df
Mean Square
F
Sig.
Between Groups
255,375
3
85,125
,734
,547
Within Groups
1855,175
16
115,948
Total
2110,550
19
T-TEST GROUPS=Proj_Colaborativo(1 2)/MISSING=ANALYSIS/VARIABLES=ExperienciaProfissional
/CRITERIA=CI(.9500).
T-Test
Notes
Output Created
2009-10-10T11:05:44.828
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Missing Value Handling
Definition of Missing
User defined missing values are treated as
missing.
Cases Used
Statistics for each analysis are based on the
cases with no missing or out-of-range data
for any variable in the analysis.
Syntax
T-TEST GROUPS=Proj_Colaborativo(1 2)
/MISSING=ANALYSIS
/VARIABLES=ExperienciaProfissional
/CRITERIA=CI(.9500).
Resources
Processor Time
0:00:00.031
Elapsed Time
0:00:00.016
Group Statistics
Proj_Colaborativo
N
Mean
Std. Deviation
Std. Error Mean
ExperienciaProfissional
Não
12
8,58
9,219
2,661
Sim
8
20,50
8,401
2,970
Independent Samples Test
Levene's Test for
Equality of Variances
t-test for Equality of Means
F
Sig.
t
df
Sig. (2-
tailed)
Mean
Difference
Std. Error
Difference
95% Confidence Interval of
the Difference
Lower
Upper
Experienci
aProfission
al
Equal
variances
assumed
,115
,739
-2,930
18
,009
-11,917
4,067
-20,461
-3,373
Equal
variances not
assumed
-2,988
16,134
,009
-11,917
3,988
-20,365
-3,468
245
Notes
Output Created
2009-10-10T12:18:24.906
Comments
Input
Data
C:\Documents and Settings\PAULO\My
Documents\Pós-
Graduação\MESTRADO2007\Dissertação\Q
uestionarios\Questionarios01.sav
Active Dataset
DataSet1
Filter
<none>
Weight
<none>
Split File
<none>
N of Rows in Working Data File
20
Syntax
GRAPH
/SCATTERPLOT(BIVAR)=Tempo_Atuacao
WITH Num_Quest
/MISSING=LISTWISE.
Resources
Processor Time
0:00:00.937
Elapsed Time
0:00:00.562
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