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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO
INSTITUTO DE SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM SAÚDE COLETIVA
A IMPLEMENTAÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA EM
SINOP – MT: UM ESTUDO DE CASO.
Juliane Ferreira Andrade da Fonseca
Dissertação
Cuiabá
2009
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A IMPLEMENTAÇÃO DA SAÚDE DA FAMÍLIA EM
SINOP – MT: UM ESTUDO DE CASO.
Juliane Ferreira Andrade da Fonseca
Cuiabá
2009
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-
Graduação em Saúde Coletiva do Instituto de
Saúde Coletiva/UFMT para obtenção do título
de mestre em Saúde Coletiva.
Área de Concentração: Saúde e Sociedade
Orientadora: Profª. Drª. Maria Angélica dos
Santos Spinelli
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Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Carlos Henrique T. de Freitas. CRB-1: 2.234.
Permitida a reprodução parcial ou total desde que citada a fonte.
F676i Fonseca, Juliane Ferreira Andrade da.
A implementação da Saúde da Família em Sinop-MT : um estudo de
caso / Juliane Ferreira Andrade da Fonseca. – 2009.
164 f. : il. (algumas color.) ; 30 cm.
Orientadora: Maria Angélica dos Santos Spinelli.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Mato Grosso,
Instituto de Saúde Coletiva, Programa de Pós-Graduação em Saúde
Coletiva, 2009.
Inclui bibliografia.
1. Programa Saúde da Família. 2. Atenção à saúde. 3. Avaliação de
serviços de saúde. 4. Gestão em Saúde. I. Título.
CDU 614-051:364.444(817.2)
“A vida, de certo modo, não passa de uma
sucessão de instantes eternos que convém viver
aqui e agora, da melhor maneira possível”.
(Michel Maffesoli)
DEDICATÓRIA
Ao meu amado Marques, grande companheiro,
amigo em todos os momentos da minha vida,
demonstração viva da paciência diante das minhas
constantes impaciências. Meu sonho só foi possível
ser realizado por que tenho você como meu porto
seguro.
À Anne karoline, Andrew Luís e Anna Karine, filhos
amados, souberam compreender a minha ausência
em tantos momentos que pediram colo.
AGRADECIMENTOS
À Deus, meu guia, pai glorioso, exemplo à todos. Obrigada meu pai por tudo
que sou e estou.
Aos meus pais, Gilton e Geralda, por acreditarem e me incentivarem sempre
à buscar realizar meus sonhos.
A minha amada família: Marques, meu amor eterno. Anne Karoline,
Andrew Luís e Anna Karine, a eternidade do nosso amor. Obrigada pela
compreensão, vamos viver novas aventuras e buscar novas realizações.
A prof.ª Maria Angélica, orientadora, que buscou em suas leituras tornar esta
pesquisa agradável, melhorando gradativamente o trabalho.
A Iracema, mais que uma colega de profissão, verdadeira amiga... tudo
começou em um simples, porém grande, conselho: “fazer mestrado no ISC!”.. Obrigada
amiga, você me ajudou na minha trajetória e em muitos momentos me levantou após
alguns tombos.
A Ana Paula pelas valiosas colaborações que fez durante a construção do meu
estudo. Pelo ombro amigo e apoio psicológico nos momentos de angústias e choro.
Obrigada minha mestre, minha amiga!
Aos membros da Banca de defesa, Drª Ana Maria Canesqui, Drª Lígia
Regina de Oliveira e Dr João Henrique Scatena pela leitura cuidadosa e
contribuições pertinentes para a realização deste sonho.
Aos colegas do grupo de pesquisa: Eliste, Sunça, Valdelírio, Cristina e
Fátima pelas trocas de experiências e contribuições no meu estudo.
Aos gestores e profissionais de saúde de Sinop que se dispuseram a
contribuir/participar para a realização desta pesquisa.
Aos colegas do mestrado: quantas angústias e tensões compartilhamos, mas
hoje podemos dizer que valeu a pena!!
A todos amigos e colegas que de alguma forma contribuiram com o meu
conhecimento e com esta pesquisa.
FONSECA JFA. A Implementação da Saúde da Família em Sinop – MT: um
estudo de caso. [dissertação de mestrado]. Cuiabá: Instituto de Saúde Coletiva da
UFMT; 2009.
RESUMO
INTRODUÇÃO: A Saúde da Família é uma estratégia de intervenção para
reorganização do modelo assistencial centrada na promoção e na assistência à saúde,
através de equipes multidisciplinares. Conhecer o julgamento avaliativo dos
profissionais das equipes de Saúde da Família é importante, pois é possível conhecer o
grau de adesão ou de resistência que influencia o processo de implementação do
programa. OBJETIVO: Analisar implementação da SF em Sinop apresentando o
julgamento avaliativo dos médicos, enfermeiros e dos odontólogos quanto os propósitos
do programa. MÉTODO: O estudo foi realizado em Sinop e integra uma pesquisa
maior. Trata-se de um estudo de caso de abordagem qualitativa baseado no referencial
teórico de avaliação. Utilizou-se dados primários e secundários. Os dados primários
foram obtidos através dos questionários auto respondíveis pelos profissionais.
RESULTADOS: Sinop é pólo da microrregião de saúde na região do Teles Pires,
integra o Consórcio Intermunicipal de Saúde da região, é referência para os serviços de
média complexidade. A SF foi implantada em 2001, com 16 equipes com cobertura
populacional de 72,8%. Atualmente permanece o número de equipes com cobertura de
49,8%, gerando forte pressão da demanda reprimida na Atenção Básica. É evidente o
privilégio do profissional médico em desfavor das demais categorias, como salário
diferenciado e incentivo de 100%. A maior parte dos profissionais das equipes de SF
possui especialização em áreas clínicas, contrariando o esperado nas áreas de afinidade
com o programa. Os profissionais julgam ser elevado o grau de implantação das ações
de controle das doenças crônicas, em relação às demais práticas assistenciais. A
realização das ações educativas, de promoção da saúde e de planejamento de
intervenção, ainda são frágeis. É tímida a participação do CMS no monitoramento e
avaliação do programa.Os conselheiros têm uma compreensão restrita quanto a atuação
da SF como estratégia para reorganização do modelo assistencial. CONCLUSÃO: Os
instrumentos de gestão estão implementados, entretanto estão direcionados as
formalidades que o sistema exige. Apesar da Saúde da Família ser definida como
estratégia de reorganização do sistema, percebe-se que são fortes os traços da prática de
atenção convencional e o privilegiamento da atenção secundária.
Palavras - chaves: Saúde da Família, Avaliação, Gestão em Saúde.
FONSECA JFA. The Implementation of Family Health in Sinop - MT: a case
study. [Masters dissertation]. Cuiabá: Institute of Public Health of UFMT; 2009.
ABSTRACT
INTRODUCTION: Family Health is an intervention strategy to reorganize the health
care model focused on promotion and health care through multidisciplinary teams. Meet
the trial of evaluative professional team of Family Health is important, it is possible to
know the degree of compliance or resistance that influences the process of program
implementation. OBJECTIVE: Analyze the implementation of SF in Sinop presenting
evaluative trial doctors, nurses and dentists as the purpose of the program. METHOD:
The study was conducted in Sinop and incorporates a larger research project. This is a
case study of qualitative approach based on the theoretical evaluation. We used primary
and secondary data. The primary data were obtained through questionnaires self
answerable by professionals. RESULTS: Sinop is a center of micro-health in the region
of the Teles Pires, part of the Intermunicipal Consortium of Health in the region, is a
reference to the services of medium complexity. The SF was established in 2001 with
16 teams with population coverage of 72.8%. Currently remains the number of teams
with coverage of 49.8%, generating strong pressure from the pent-up demand in
Primary Care. Clearly the privilege of the medical profession to the detriment of other
categories, such as differential and incentive pay of 100%. Most professional teams SF
has expertise in clinical areas, contrary to the expected areas of affinity with the
program. Professionals believe to be the high degree of implementation of control of
chronic diseases, in relation to other care practices. The implementation of educational,
health promotion and planning of intervention, are still fragile. Is shy participation of
CMS in monitoring and evaluation of your program directors have a limited
understanding about the role of SF as a strategy to reorganize the health care model.
CONCLUSION: The management tools are implemented, however the procedures are
directed to the system requires. Although the Family Health is defined as a strategy to
reorganize the system, one realizes that there are strong traces of the practice of
conventional care and the primacy of secondary care.
Keywords: Family Health, Assessment, Management in Health
LISTA DE ABREVIATURAS
AB Atenção Básica
ACS Agente Comunitário de Saúde
AIDPI Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
AMM Associação Mato-grossense dos Municípios
AMQ Avaliação de Melhoria da Qualidade
APS Atenção Primária à Saúde
AVC Acidente Vascular Cerebral
BCG Bacilo Calmette Guérin
CAD Coordenadoria Administrativa
CAPS Centro de Atenção Psicossocial
CE Ceará
CIB Comissão Intergestora Bipartite
CIS Coordenadoria de Atenção Integral à Saúde
CIS Consórcios Intermunicipais de Saúde
CIT Comissões Intergestores Tripartite
CLT Consolidação das Leis do Trabalho
CMS Conselho Municipal de Saúde
CONASS Conselho Nacional dos Secretários de Saúde
COSEMS Conselho Estadual dos Secretários de Saúde
CPA Coordenadoria Técnica do Pronto Atendimento Médico
CSB Coordenadoria de Saúde Bucal
CVS Coordenadoria de Vigilância Sanitária
DAB Departamento de Atenção Básica
DGS Diretoria de Gestão e Política de Saúde
DSFC Departamento da Saúde da Família e Coletiva
DST Doença Sexualmente Transmissível
EC Emenda Constitucional
ESB Equipe de Saúde Bucal
ESF Estratégia Saúde da Família
ESF Equipe de Saúde da Família
ERS Escritório Regional de Saúde
FMS Fundo Municipal de Saúde
FUNASA Fundação Nacional de Saúde
GM Gabinete Ministerial
GPABA Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada
GPABM Gestão Plena de Atenção Básica e Plena do Sistema Municipal
HIV Vírus da Imunodeficiência Humana
HRS Hospital Regional de Sorriso
ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva
IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IDH Índice de Desenvolvimento Humano
IMC Índice de Massa Corpórea
IPEA Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
IRA Infecção Respiratória Aguda
MG Minas Gerais
MS Ministério da Saúde
MT Mato Grosso
NASF Núcleos de Apoio à Saúde da Família
NEPP Núcleo de Estudos de Políticas Públicas
NOAS Norma Operacional Assistencial do SUS
NOB Norma Operacional Básica do SUS
OMS Organização Mundial de Saúde
ONU Organização das Nações Unidas
OPAS Organização Pan-Americana de Saúde
PAB Piso Assistencial Básico
PACS Programa dos Agentes Comunitário de Saúde
PAM Pronto Atendimento Médico
PDI Plano Diretor de Investimento
PDR Plano Diretor de Regionalização
PSF Programa de Saúde da Família
PSDB Partido Social Democrático Brasileiro
PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
PPA Plano Plurianual
PPI Programação Pactuada Integrada
RAG Relatório de Gestão
RJ Rio de Janeiro
RS Rio Grande do Sul
SB Saúde Bucal
SEPLAN Secretaria de Estado de Planejamento
SES Secretaria de Estado de Saúde
SIAB Sistema de Informação da Atenção Básica
SIS Sistemas de Informações em Saúde
SINOP Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná
SIOPS Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos
SF Saúde da Família
SMS Secretaria Municipal de Saúde
SUS Sistema Único de Saúde
TMI Taxa de Mortalidade Infantil
TOC Transtorno Obsessivo Compulsivo
UFMT Universidade Federal de Mato Grosso
UNEMAT Universidade Estadual de Mato Grosso
USF Unidades de Saúde da Família
ÍNDICE
LISTA DE FIGURAS ...............................................................................
LISTA DE GRÁFICOS ............................................................................
LISTA DE TABELAS ..............................................................................
APRESENTAÇÃO ...................................................................................
18
1. A SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE ........................................................................................................
1.1 INTRODUÇÃO .....................................................................................
1.1.1 A Contextualização do Sistema Único de Saúde ..........................
1.2 A SAÚDE DA FAMÍLIA COMO ESTRATÉGIA DE
REORGANIZAÇÃO DO SISTEMA E SERVIÇOS DE SAÚDE ......
1.2.1 A Saúde da Família em Mato Grosso ...........................................
1.2.2 Avanços e Desafios na Saúde da Família .....................................
1.3 OBJETIVOS ..........................................................................................
1.3.1 Geral ...................................................................................................
1.3.2 Específicos ..........................................................................................
20
21
26
31
34
37
42
42
42
2. AVALIAÇÃO EM SAÚDE E DESENHO METODOLÓGICO
PERCORRIDO ..........................................................................................
2.1 AVALIAÇÃO EM SAÚDE ..................................................................
2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTO ..........................................................
2.2.1 Dimensões de Análise ...................................................................
2.2.2
Agentes Sociais Participantes da Pesquisa ..............................
2.2.3 Procedimentos ...............................................................................
2.2.4 Análise dos Dados .........................................................................
43
44
46
47
48
48
50
2.2.5 Ética em pesquisa ........................................................................... 51
3. CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO
MUNICÍPIO DE SINOP/MT ..................................................................
3.1 CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SINOP ........................
3.1.1 Histórico ........................................................................................
3.1.2 Condição Demográfica, econômica e Social ................................
3.2 SINOP E A MICRORREGIÃO DE SAÚDE ........................................
3.3 A GESTÃO DO SUS MUNICIPAL ....................................................
3.3.1 A Constituição Legal do SUS municipal ......................................
52
53
53
53
55
56
56
3.3.2 Formulação da Política e Planejamento ........................................
3.3.3 Financiamento ...............................................................................
3.3.4 Recursos humanos .........................................................................
3.4 SITUAÇÃO DA SAÚDE ......................................................................
3.5 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DE
SAÚDE ..................................................................................................
3.6 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO PELO CONSELHO
MUNICIPAL DE SAÚDE DA SAÚDE DA FAMÍLIA .......................
59
61
62
64
72
74
4. A SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE SINOP .......................
4.1 CARACTERÍSTICAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA ............................
4.1.1 Organização das Unidades de Saúde da Família ..........................
4.1.2 Gerenciamento da Saúde da Família .............................................
4.2 A SAÚDE DA FAMÍLIA SEGUNDO MÉDICOS, ENFERMEIROS
E ODONTÓLOGOS ...............................................................................
4.2.1 Perfil Sócioeconômico, Demográfico e Ocupacional dos
Profissionais ................................................................................
4.2.2 Trabalho em Equipe na Saúde da Família .....................................
4.3 PRÁTICAS ASSISTENCIAIS E PROMOÇÃO À SAÚDE ...............
4.3.1 Saúde da Criança............................................................................
4.3.2 Saúde do Adolescente ...................................................................
4.3.3 Saúde da Mulher ............................................................................
4.3.4 Saúde do Homem Adulto ...............................................................
4.3.5 Saúde do Idoso ...............................................................................
4.3.6 Doenças Infecciosas ......................................................................
4.3.7 Doenças crônicas: Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial ........
4.3.8 Transtorno Mental ..........................................................................
4.3.9 Saúde Bucal ...................................................................................
4.4 A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS SOBRE A SAÚDE DA
FAMÍLIA ..............................................................................................
79
80
80
83
86
86
95
101
101
104
106
108
109
111
113
117
119
123
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................
125
6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ..............................................
130
ANEXO I – Instrumento para médicos e enfermeiros das ESF .................. 140
ANEXO II – Instrumento para odontólogos ................................................ 152
ANEXO III Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ....................... 159
ANEXO IV – Parecer do Comitê de Ética em Pesquisa ................................
ANEXO V – Vista Área do Município de Sinop e o Posicionamento das
USF ......................................................................................
161
162
ANEXO VI - Apresentação do tipo de alocação, da localização, das equipes
vinculadas e da área de abrangência das Unidades de Saúde
da Família no município. Sinop, 2007 ...............................
163
ANEXO VII – Caracterização da Saúde da Família e Saúde Bucal. Sinop,
2007.........................................................................................
164
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop 59
Figura 2: Coeficiente de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos
vivos). Sinop e Região Teles Pires, 2001 a 2007.
65
Figura 3: Proporção de Internação (%) SUS por Infecção Respiratória
Aguda em menores de 5 anos. Sinop e Região Teles Pires,
2001 a 2007.
66
Figura 4: Proporção (%) de Nascidos Vivos de Baixo Peso ao Nascer,
Sinop e Região Teles Pires, 2001 a 2007
67
Figura 5: Razão de Mortalidade Materna (por 100.000 nascidos
vivos). Sinop e Região Teles Pires, 2001 a 2007.
68
Figura 6: Proporção (%) de Nascidos Vivos com quatro ou mais
consultas de Pré-natal. Sinop e Região Teles Pires, 2001 a
2007.
69
Figura 7: Proporção (%) de Internações no SUS por Acidente
Vascular Cerebral. Sinop e Região Teles Pires, 2001 a
2007.
70
Figura 8 Proporção (%) de Internações no SUS por complicações do
Diabetes Mellitus. Sinop e Região Teles Pires, 2001 a 2007
71
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1:
Evolução da implantação, número de municípios, equipes de
Saúde da Família e cobertura populacional. Mato Grosso,
1997 a 2008
35
Gráfico 2:
Mudanças ocorridas na vida dos profissionais após ingresso
na SF. Sinop, 2008.
93
Gráfico 3:
Mecanismos de aprimoramento das práticas profissionais.
Sinop, 2008.
94
Gráfico 4:
Principais problemas referidos pelos médicos e enfermeiros
como transtornos mentais que demandam atendimento nas
equipes de Saúde da Família em Sinop, 2008.
118
LISTA DE TABELAS
Tabela 1:
Indicadores do Sistema de Informação sobre Orçamento
Público em Saúde. Sinop, 2008.
62
Tabela 2:
Características sócio-demográficas dos médicos,
enfermeiros e odontólogos das equipes de Saúde da Família.
Sinop, 2008.
87
Tabela 3:
Características da formação dos médicos, enfermeiros e
odontólogos da Saúde da Família. Sinop, 2008.
89
Tabela 4:
Vínculo empregatício dos médicos, enfermeiros e
odontólogos da Saúde da Família. Sinop, 2008.
90
Tabela 5:
Jornada de trabalho, tempo de atuação e outras atividades
exercidas além da saúde da família no município estudado.
Sinop, 2008.
91
Tabela 6:
Local onde os profissionais trabalharam antes do ingresso
na equipe de Saúde da Família. Sinop, 2008.
92
Tabela 7:
Realização de programação, planejamento e avaliação pelas
equipes de Saúde da Família, segundo médicos, enfermeiros
e odontólogos. Sinop, 2008.
98
Tabela 8:
Realização das atividades que organizam a atenção nas
unidades de Saúde da Família segundo médicos,
enfermeiros e odontólogos. Sinop, 2008.
99
Tabela 9:
Realização do trabalho com a comunidade pelas equipes de
Saúde da Família segundo médicos, enfermeiros e
odontólogos. Sinop, 2008.
100
Tabela 10:
Grau de realização das ações de saúde da criança pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais.
Sinop, 2008.
102
Tabela 11:
Grau de realização das ações de saúde do adolescente pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais.
Sinop, 2008.
105
Tabela 12:
Grau de realização das ações de saúde da mulher pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais.
Sinop, 2008.
107
Tabela 13:
Grau de realização das ações de saúde do homem adulto
pelas equipes de Saúde da Família segundo os profissionais.
Sinop, 2008.
109
Tabela 14:
Grau de realização das ações de saúde do idoso pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais.
Sinop, 2008.
110
Tabela 15:
Grau de realização das ações de controle das doenças
infecciosas pelas equipes de Saúde da Família segundo os
profissionais. Sinop, 2008.
112
Tabela 16:
Grau de realização das ações de controle do Diabetes
Mellitus pelas equipes de Saúde da Família segundo os
profissionais. Sinop, 2008.
114
Tabela 17:
Grau de realização das ações de controle da Hipertensão
116
Arterial pelas equipes de Saúde da Família segundo os
profissionais. Sinop, 2008.
Tabela 18:
Grau de realização das atividades relativas ao transtorno
mental pelas equipes de Saúde da Família segundo os
profissionais. Sinop, 2008.
117
Tabela 19:
Grau de realização das ações específicas de Saúde Bucal na
avaliação dos odontólogos. Sinop, 2008.
120
Tabela 20:
Percepção dos profissionais sobre a Saúde da Família.
Sinop, 2008.
124
18
APRESENTAÇÃO
A institucionalização do Sistema Único de Saúde e o processo de
descentralização de suas competências definiram novas atribuições e exigências quanto
ao modo de conduzir o sistema público de saúde. Hoje é esperado que todos os
municípios, independente da habilitação no sistema de gestão, possam colocar em
prática uma agenda de saúde com prioridade para a Atenção Básica. A gestão municipal
do sistema de saúde deve deter um conjunto de conhecimentos técnicos e normativos
disponíveis e colocá-los em prática de acordo com o contexto social em que se insere.
A Saúde da Família é uma estratégia de saúde que pretende transformar as
práticas da atenção à saúde e o trabalho dos profissionais que nela atuam, tendo como
propósito a integralidade das ações, focadas no indivíduo, na família e na comunidade.
Atraídos pelos incentivos financeiros dispensados pelos governos Federal e Estadual, os
gestores implantaram as equipes de Saúde da Família em vários municípios, havendo
uma expansão da estratégia no Brasil. O processo de implantação da Saúde da Família
nos diversos municípios pode adquirir distintas configurações a depender das relações
políticas nas distintas esferas de governo e dos atores sociais locais. Processo que exige
mudança de postura dos profissionais de saúde, da comunidade e dos gestores, na
cultura e nas relações estabelecidas entre eles.
Conhecer o julgamento avaliativo dos profissionais das equipes de Saúde da
Família é importante, pois é possível conhecer o grau de adesão ou de resistência que
influencia o processo de implementação do programa.
Como docente de curso de graduação em enfermagem, exercito a convivência
diária com os acadêmicos em campo de estágio nas unidades de Saúde da Família,
fazendo-se necessária a discussão crítica das atividades desenvolvidas pelas equipes nas
diferentes realidades encontradas. Sabemos que a implantação da Saúde da Família, por
si só, não significa que o modelo assistencial esteja sendo modificado. O contato com as
equipes e visualização de diferentes cenários, motivaram-me na busca pela
compreensão das dificuldades e avanços que a Saúde da Família proporciona aos
municípios.
Busca-se neste estudo conhecer e analisar o julgamento avaliativo dos médicos,
enfermeiros e odontólogos inseridos no programa Saúde da Família em Sinop – MT.
19
O primeiro capítulo é uma introdução ao objeto de estudo. Abordam-se as
questões pertinentes à política pública de saúde, levando em consideração os aspectos
políticos e institucionais do SUS, as Normas Operacionais Básicas, as Normas
Operacionais de Assistência à Saúde e o Pacto da Saúde, a institucionalização da Saúde
da Família, seus pressupostos e desenvolvimento em Mato Grosso, os desafios e
avanços que a estratégia trouxe para o campo da saúde pública.
No segundo capítulo apresenta-se o percurso metodológico do estudo,
abordando o referencial teórico sobre avaliação em saúde. São apresentados os
procedimentos da pesquisa, o local e período do estudo, a coleta de dados e as
dimensões de análise.
No terceiro capítulo traz-se a caracterização do SUS municipal de Sinop, de
forma a contextualizar o cenário no qual a Saúde da Família está inserida. Discutem-se
aspectos da gestão, relacionando-os à organização e implementação da Saúde da
Família, a estrutura organizacional da secretaria municipal de saúde, o financiamento,
recursos humanos, a estruturação e organização da rede de serviços, os indicadores de
saúde como os preconizados pelo Pacto da Saúde. Abordam-se o acompanhamento e
avaliação da Saúde da Família pelos representantes dos usuários no Conselho Municipal
de Saúde.
O quarto capítulo apresenta os resultados do estudo quanto ao julgamento
avaliativo dos profissionais das equipes de Saúde da Família. No primeiro momento
apresenta o perfil sócio, econômico, demográfico e ocupacional, caracterizando o grau
de adequação à execução do programa. Aborda ainda o grau de realização das ações
pelas equipes de Saúde da Família em Sinop discutindo o quanto aproxima ou se
distancia das ações preconizadas pelo Ministério da Saúde.
O quinto capítulo contempla as considerações finais e os principais resultados
da pesquisa, fazendo uma reflexão da Saúde da Família em Sinop como estratégia para
organização dos serviços de saúde e mudança do modelo assistencial.
CAPÍTULO I
A SAÚDE DA FAMÍLIA NO CONTEXTO DAS POLÍTICAS DE
SAÚDE
21
1.1 INTRODUÇÃO
O interesse e a motivação pelo tema deste estudo surgiram à época da conclusão
da graduação, quando ingressei na Saúde Pública. Inicialmente como coordenadora do
Programa Saúde da Família (PSF) em um município de Mato Grosso, tendo a
oportunidade de acompanhar o processo de implantação do programa, vivenciando os
obstáculos decorrentes, principalmente das deficiências financeiras e de recursos
humanos disponíveis para trabalhar com a nova estratégia de atenção à saúde. Esta
experiência foi importante para conhecer a gestão do Sistema de Saúde e a função do
dirigente no processo de implementação do programa no município.
Posteriormente, como docente de uma faculdade em Cuiabá, vivencio a prática
diária com acadêmicos de enfermagem no desenvolvimento de atividades com as
equipes em unidades de saúde da família, podendo assim, proporcionar ao educando
conhecimento sobre o desenvolvimento de ações em consonância com as políticas de
atenção à saúde e contribuição na formação do profissional.
Apesar da experiência adquirida ao longo dos anos nos diversos cenários de
atuação profissional, ainda surgem indagações que incentivam e motivam aprofundar
nos estudos avaliativos sobre a Saúde da Família, buscando qualificação na área e
podendo contribuir para o aperfeiçoamento do programa. A Saúde da Família, como
será discutido neste trabalho, trouxe conquistas e desafios para a Saúde Pública, como a
ampliação do acesso aos serviços de saúde, as mudanças nas práticas assistenciais, o
trabalho em equipe, a valorização do profissional e alteração do foco de atenção que,
anteriormente centrado na doença, passou para o indivíduo, a família e comunidade.
Nos últimos vinte anos a política de saúde brasileira passou por mudanças
profundas relacionadas à instituição do Sistema Único de Saúde (SUS) com avanços no
processo de descentralização, responsabilidades gestoras de cada instância, transferência
de poder e recursos financeiros (COTRIN, 2001).
A Constituição Federal, em 1988, trouxe uma concepção de saúde ampliada e
superou a visão simplista de ausência de doença, afirmando ser “direito de todos e dever
do Estado, garantida mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doenças e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação” (MS, 1988).
22
A saúde passou a ser compreendida em um sentido amplo, a ser um direito
social e de cidadania. Portanto, todos os cidadãos têm direito e são igualmente
responsáveis pela sua promoção. O Estado e os profissionais de saúde têm suas
responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde, mas o indivíduo e as famílias
vem se agregar a essas responsabilidades. Assim, a saúde abrange aspectos individuais e
coletivos, envolvendo questões ambientais e sociais (SILVA, JESUS &SANTOS,
2007). Através da institucionalização do SUS, o Estado passa a garantir a
universalização do acesso aos serviços de saúde e normatiza a descentralização da
gestão, o controle social, entre outros, significando um acúmulo de capital social para o
País (MS, 2004).
A mudança do modelo de atenção é um dos desafios à consolidação do SUS a
partir da nova proposta da Constituição Federal. O Movimento da Reforma Sanitária
propôs reorganizar os serviços de saúde, através de um sistema integrado com
ampliação do acesso em todos os níveis de atenção (FELURY, 1997).
A discussão sobre os modelos de atenção à saúde esteve presente na VIII
Conferência Nacional de Saúde (1986), na X (1996) e na XI (2000). Várias alternativas
foram sendo construídas ao longo do tempo como a Ação Programática, os Sistemas
Locais de Saúde (SILOS), as Cidades Saudáveis e os Movimentos em Defesa da Vida
(MOROSINI, 2007).
Segundo PAIM (1999), o modelo de atenção é definido como a forma de
organização das relações entre sujeitos (profissionais de saúde e usuários) mediada por
tecnologia (materiais e não materiais) utilizadas no processo de trabalho em saúde, cujo
propósito é intervir nos problemas (danos e riscos) e necessidades sociais de saúde
historicamente definidas. De acordo com o autor, a reflexão acerca dos modelos de
atenção ou modelos assistenciais teve início na década de 70, quando questões como a
luta pelo reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado, a
universalização do acesso e a integralidade da atenção à saúde, entre outros temas,
foram pautas de estudos, pesquisas e debates vindo a se constituir no movimento da
Reforma Sanitária.
O “modelo assistencial médico – privatista” foi hegemônico na política de saúde
até a década de 80, sendo caracterizado pela natureza hospitalar centrado na figura do
médico, com privilégio de tecnologias de diagnóstico e tratamento das doenças,
predominantemente curativo, tendo a doença como seu objeto de intervenção. As
consequências deste modelo deram ênfase à especialização, ao abuso de procedimentos
23
de alta tecnologia, encarecimento das ações e a exclusão social, caracterizando-se como
um modelo de baixo impacto na melhoria das condições de vida e de saúde da
população (TEIXEIRA, PAIM e VILASBOAS, 1998).
Segundo MENDES (1993), a mudança no modelo de atenção à saúde delimita o
processo de construção do SUS em, pelo menos, três dimensões ou espaços de
transformação: político-jurídico, político-institucional e político-operacional. As duas
primeiras dimensões dizem respeito ao conjunto de regras básicas de ordenação e
funcionamento do sistema, contemplando a doutrina, os princípios e as diretrizes deste
sistema, além de direitos, deveres e responsabilidades do cidadão, da sociedade e do
Estado (CASTRO e WESTPHAL, 2001).
A dimensão político-institucional diz respeito à existência de serviços de saúde
públicos e privados, ambulatoriais, hospitalares e de apoio diagnóstico e à forma de
produção e distribuição destes serviços, numa relação direta e de reciprocidade com
uma dada população definida, em termos de suas necessidades, problemas e demandas
de atenção à saúde (CASTRO e WESTPHAL, 2001).
No contexto da dimensão político-operacional, que se apresenta o desafio de
implementar novas práticas de atenção à saúde que garantam, de fato, os princípios do
SUS, numa rede hierarquizada de serviços resolutivos. O Programa Saúde da Família
surge como resposta a este desafio (SCHERER, MARINO e RAMOS, 2005).
Devido a necessidade de garantia ao acesso à saúde a populações consideradas
de risco, foi criado em 1994 pela Fundação Nacional de Saúde (FUNASA), o Programa
de Saúde da Família (PSF) definido na ocasião como
“[...] um modelo de assistência à saúde que iria desenvolver ações de
promoção e proteção à saúde do indivíduo, da família e da comunidade, por
meio de equipes de saúde, que fariam o atendimento na unidade local e na
comunidade, a nível da atenção primária” (MS, 1997 p 9).
A princípio, a implantação do PSF deveria ocorrer em áreas de risco
selecionadas através do Mapa da Fome do Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas
(IPEA) e o mecanismo de financiamento seria realizado por meio de um convênio
firmado entre Ministério da Saúde (MS), Estados e municípios com exigência de que o
Conselho Municipal de Saúde (CMS) e Fundo Municipal de Saúde (FMS) estivessem
em funcionamento (VIANA e DAL POZ, 1998).
24
Em 1995, o PSF foi assumido pelo MS e iniciou a fusão com o Programa Agente
Comunitário de Saúde (PACS) que vinha sendo desenvolvido como política estadual
nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e Ceará. O programa foi considerado a
principal estratégia de reorganização da Atenção Básica, cujo objetivo era a mudança
dos modelos assistenciais vigentes (VIANA e DAL POZ, 1998).
A partir de 1997, o Ministério da Saúde apropria-se da terminologia estratégia,
direcionando-o à substituição das práticas de saúde convencionais, considerado como
estratégia estruturante dos sistemas municipais de saúde. Portanto, afirma que adotar a
Estratégia de Saúde da Família
“ [...] implica mudanças significativas na organização dos serviços, na prática
gerencial e nos critérios organizacionais, para consolidação do Sistema Único
de Saúde, fazendo-se necessário estabelecer mecanismos de
acompanhamento e avaliação permanente do processo de implementação
dessa estratégia”(MS, 1998, p7).
A Saúde da Família surgiu como resposta à necessidade de reorganização do
modelo assistencial:
“[...] na qualidade de estratégia setorial de reordenação do modelo de
atenção à saúde, como eixo estruturante para reorganização da prática
assistencial, no sentido de imprimir uma nova dinâmica nos serviços de saúde
e estabelecer uma relação de vínculo com a comunidade, humanizando esta
prática direcionada à vigilância à saúde, na perspectiva da
intersetoriariedade.”(NASCIMENTO, 2005, p 335)
A concepção da Saúde da Família corresponde às características da Atenção
Básica e Atenção Primária à Saúde que se propõem à reorganização do modelo
assistencial e na garantia do acesso aos usuários.
STARFIELD (2002) classifica a Atenção Primária à Saúde (APS) como uma
estratégia organizativa da atenção à saúde definida pelos princípios e diretrizes que
esses serviços devem proporcionar, como: atenção à saúde de forma mais ampla, não
restrita a grupos de idade, gênero ou problema de saúde; atenção acessível, integrada e
continuada, trabalho em equipe; atenção centrada na pessoa e não na enfermidade;
atenção orientada à família e à comunidade; atenção coordenada, incluindo
acompanhamento ao usuário nos outros níveis de atenção e apoio constante aos usuários
nos aspectos relacionados à sua saúde e bem-estar.
Para a autora a atenção primária é considerada como um
25
“[...] nível de um sistema de serviço de saúde que oferece a entrada no
sistema para todas as novas necessidades e problemas, fornece atenção sobre
a pessoas (não direcionada para a enfermidade) no decorrer do tempo,
fornece atenção para todas as condições, exceto aos muito incomuns ou raras,
e coordena ou integra a atenção fornecida em algum outro lugar ou por
terceiros. [...] É a atenção que organiza e racionaliza o uso de todos os
recursos, tanto básicos quanto especializados, direcionados para a promoção,
manutenção e melhora da saúde”(STARFIELD, 2002 p 26).
As características da APS descritas por STARFIELD (2002) são definidas de
forma mais complexa como Atenção Básica pelo Ministério da Saúde, abrangendo não
somente as ações organizativas, mas discutindo sua relação com o Sistema Único de
Saúde.
A Atenção Básica é compreendida como uma estratégia organizativa da atenção
à saúde definida pelos princípios e diretrizes que valorizam uma atenção generalista,
acessível, integrada e continuada, centrada na família e na comunidade, com trabalho
multidisciplinar. Privilegiando também a promoção à saúde, prevenção de agravos e
garantindo a continuidade das ações nos demais níveis de assistência. A aplicabilidade
prática deste modelo assistencial se faz através da Saúde da Família (ORIOLI, 2006).
Portanto, a Saúde da Família exige uma mudança estrutural na formação e nas
práticas dos profissionais de saúde, sendo que as equipes deverão ter iniciativas,
criatividade e vocação para trabalhos em grupos e com a comunidade (RONZANI e
SILVA, 2008).
De acordo com PINHEIRO e MATTOS (2006) a Saúde da Família se tornou um
campo rico em estudos e pesquisas avaliativas que envolve diversos agentes (gestores,
profissionais de saúde e usuários) na busca de aprofundar novos e velhos dilemas do
setor saúde, tais como a capacidade de gestão, a influência da formação e educação nas
práticas profissionais e no desenvolvimento de novos modelos, como a linha do
cuidado, a clínica ampliada, medicina baseada em evidências, entre outras.
Embora o Ministério da Saúde considere que a Saúde da Família vem
procurando, não só a ampliação do acesso da população aos serviços de saúde, mas
também uma mudança de modelo, que implica necessariamente na articulação da
Atenção Básica com a média e a alta complexidade, envolvendo a integração de
políticas estratégicas, assim como a garantia do acesso e a continuidade da assistência
pautada nos princípios da integralidade da atenção à saúde (MS, 2008). Os estudos
26
apontam que há uma fragilidade nesse aspecto, daí a necessidade de se aprofundar a
análise em torno dos limites que vêm ocorrendo na implementação da proposta.
TEIXEIRA (2004) aponta como dificuldades na Saúde da Família, o
crescimento da demanda por serviços de média e alta complexidade, decorrentes da
expansão de cobertura da atenção básica, sem que, ao mesmo tempo, se verifique um
aumento da resolutividade desse nível de atenção. A implantação da Saúde da Família,
ainda que represente a garantia do direito constitucional do acesso a serviços de saúde,
não se faz acompanhar de impacto positivo sobre as condições de saúde da população
como um todo, concentrando, na maioria das vezes, os efeitos positivos sobre alguns
indicadores de saúde, como é o caso da mortalidade infantil.
Faremos uma breve explanação quanto à implementação do SUS, abordando o
processo legal da sua implantação e a Saúde da Família como elemento diretivo da
reformulação da Atenção Básica e como estratégia de reorganização da atenção,
relacionando-a à Política de Promoção da Saúde e aos seus desafios e avanços.
1.1.1 A Contextualização do Sistema Único de Saúde
A partir de 1990, com a implantação do SUS, o Ministério da Saúde intensificou
o processo de descentralização administrativa e financeira do sistema de saúde. As Leis
Orgânicas n° 8080/90 e 8142/90 constituíram o principal marco regulatório na definição
dos papéis das três esferas de governo e na condução do sistema em cada instância
federativa (BRASIL, 1990). A Lei n° 8080/90 trata da descentralização das
competências entre as três esferas de governo, da organização e do funcionamento dos
serviços para a garantia da promoção, proteção e recuperação da saúde. Já a Lei n°
8142/90 define a participação comunitária na gestão do SUS (BRASIL, 1990).
A municipalização da gestão no SUS foi impulsionada pelo estímulo aos
Municípios e aos Estados de assumirem responsabilidades de gestão, de modo gradual,
mediante adesão às normativas e às portarias instituídas pelo Ministério da Saúde (MS)
que definiram as condições necessárias para que os mesmos pudessem assumir as novas
atribuições no processo de implantação do SUS no que se refere à gestão, organização e
prestação de serviços de saúde. As Normas Operacionais Básicas (NOB) do SUS 01/93
e 01/96, respectivamente, representam instrumentos de regulação do processo de
descentralização, que trataram dos aspectos da divisão de responsabilidades e
27
competências, das relações entre gestores e dos critérios de transferência de recursos
federais, para municípios e Estados. Posteriormente tais normas foram substituídas
pelas Normas Operacionais de Assistência à Saúde (NOAS) 01/2001 e 01/2002,
respectivamente (LEVCOVITZ, 2001).
A NOB/93 pretendeu viabilizar o processo de descentralização, estabelecendo
requisitos e responsabilidades para estados e municípios, habilitando-os em incipiente,
parcial e semiplena. Criou mecanismos de transferência financeira regular e automática
(fundo a fundo). Os municípios habilitados passaram a receber recursos financeiros para
sustentação do sistema, de acordo com o tipo de habilitação (LEVCOVITZ, 2001).
Foram instituídas ainda as Comissões Intergestores Tripartites (CIT) e Bipartites
(CIB), configurando outros espaços de pactuação de interesses na área da saúde, que
contribuiram para o surgimento de novos atores nos centros de poder decisórios da
política (VIANA et al., 2002).
A NOB 96 teve como foco central a redefinição do modelo de gestão propunha a
implantação de um novo modelo de atenção à saúde. Um dos objetivos era a promoção,
reorganização e expansão da atenção à saúde, especificamente na Atenção Básica,
através da ampliação da cobertura populacional do Programa Saúde da Família (SF) e
do Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS) com a criação de um incentivo
financeiro com base populacional de cobertura, o Piso Assistencial Básico (PAB).
Foram criadas para os municípios condições de gestão: Plena de Atenção Básica e
Plena do Sistema Municipal. Na instância estadual também foram definidos dois
níveis: gestão avançada e gestão plena do sistema estadual. Para cada uma dessas
condições de gestão foram previstas modalidades de repasse/transferência de recursos
federais (LEVCOVITZ,2001).
A NOB/96 teve seu texto original modificado através de portarias ministeriais
posteriores, principalmente no que se refere às formas e aos instrumentos de
financiamento. O Piso Assistencial Básico foi alterado passando a ser denominado
como Piso da Atenção Básica (PAB), ampliando a abrangência de sua cobertura e
introduzindo outra lógica no financiamento da assistência à saúde ao dissociar produção
de faturamento, realizando o repasse dos recursos per capita, e não mais por produção.
O PAB compreende uma parte fixa e outra variável, sendo que esta última corresponde
ao repasse dos recursos relacionados ao custeio de procedimentos e ações de atenção
básica à saúde. (LEVCOVITZ, 2001).
28
As NOBs trouxeram à municipalização da gestão avanços no modelo de
descentralização, houve uma participação ativa e crescente dos atores, executores da
política de saúde, nos processos de discussão, elaboração e implementação do SUS. Ao
final de 1999, 97% dos municípios estavam habilitados para alguma forma de gestão
(Plena de Atenção Básica e Plena do Sistema Municipal (GPABM), tendo a grande
maioria se habilitado na Gestão Plena de Atenção Básica (LEVCOVITZ, 2001).
Esse período de implantação das NOBs (1995-1998) foi caracterizado por
VIANA (2000) como “período incremental” nos avanços do sistema de descentralização
e na reformulação do modelo de atenção, com destaque para a NOB/96, que contribuiu
para esse processo, criando a linha de financiamento da Atenção Básica. O processo de
reforma incremental, segundo VIANA (2000 p.5)
“ [...] aponta para mudanças importantes na forma de remuneração das ações
de saúde (superação da exclusividade do pagamento por procedimentos), nas
formas de organização dos serviços e nas práticas assistenciais no plano
local, e, portanto, no processo de descentralização”
(VIANA, 2000 p 6).
Apesar dos avanços positivos trazidos pelas NOB/SUS, MENDES (2002)
destaca as dificuldades na gestão eficaz, na difusão das responsabilidades pela saúde
dos cidadãos, no incremento dos custos de administração do SUS, na atomização dos
serviços com deseconomias de escala e descontinuidade da assistência à saúde no
acesso aos serviços de maior complexidade. E ainda, registra os limites como a
incorporação tecnológica irracional, a imposição de barreira aos usuários no acesso aos
serviços de saúde e a baixa qualidade dos serviços.
Tentando superar estas dificuldades, o Ministério de Saúde lançou em 2001 a
NOAS com o objetivo de “promover maior equidade na alocação de recursos e no
acesso da população às ações e serviços de saúde em todos os níveis de atenção”(MS,
2001). A NOAS, propôs alterações no processo de descentralização baseada na quase
exclusiva municipalização para a regionalização na assistência à saúde. Ampliou
também as responsabilidades dos municípios na reorganização da Atenção Básica;
definiu o processo de regionalização na assistência; criou mecanismos para o
fortalecimento da capacidade de gestão do SUS e produziu os critérios de habilitação de
estados e municípios (Gestão Plena da Atenção Básica Ampliada e Gestão Plena do
Sistema Municipal) (MENDES, 2002b).
29
O princípio da microrregionalização na assistência objetivava aumentar a
equidade, buscando a organização de Sistemas de Saúde que envolvessem todos os
níveis de atenção, extrapolando os limites do território municipal. Os municípios
continuavam como gestores do sistema de serviços de saúde em âmbito local, havendo
um agrupamento de municípios por critérios de contiguidade intermunicipal (os
municípios deveriam estar próximos e contíguos), de subsidiaridade econômica e social
(avaliaram as cadeias produtivas na microrregião e os fluxos de demanda por serviços
bancários, educacionais, etc), de escala adequada (serviços com capacidade de
atendimento compatível a uma população que gerasse economia de escala na operação
da rede de serviços de saúde), respeitando a herança e identidade cultural (conjunto de
valores pelos quais um grupo de municípios se reconhecesse e se identificasse como
pertencente a um território comum), compartilhando os serviços de saúde de média e
alta complexidade (MENDES, 2001).
“A microrregião é transformada num espaço dialógico de negociação e
pactuação, mantendo-se, contudo, a responsabilidade da Secretaria Estadual
de Saúde (SES) em parceria com municípios na condução da política, gestão
do sistema e dos serviços de saúde nestes espaços” (MENDES, 2001 p 39).
A NOAS pretendeu avançar na consolidação dos sistemas funcionais de saúde,
entretanto, houve críticas devido à inexistência de ampliação de recursos financeiros, ao
caráter excessivamente normativo e focado na assistência, atendendo mais à habilitação
dos Estados e municípios do que às condições de gestão do SUS (SES/MG, 2004).
Perante as críticas à NOAS e a defesa de mudança na dinâmica de gestão do sistema, o
tema foi pauta permanente na agenda da CIT que buscou superar modalidade das
NOB’s e NOAS’s, trabalhando pelo consenso de um novo pacto (MENDES, 2002b).
Em 2006, o Ministério da Saúde, através das portarias GM/MS 399/06, GM/MS
699/06 e GM/MS 698/06, instituiu o Pacto pela Saúde, um acordo interfederativo
articulado em três dimensões - Pacto pela Vida, Pacto em Defesa do SUS e Pacto de
Gestão, tendo como objetivo reforçar o compromisso dos gestores para a consolidação
do SUS, fortalecendo-o como uma política de Estado.
O Pacto pela Saúde consiste em uma mudança na pactuação vigente no SUS, os
acordos passaram a ser anuais e obrigatórios. Os gestores assumiram metas diante de
prioridades que apresentassem impacto sobre a situação de saúde de seus munícipes.
Dentre as prioridades deste pacto, é reafirmado a priorização da Atenção Básica à Saúde
30
e a Saúde da Família com o objetivo de reorganizar a prática assistencial em novas
bases e critérios, em substituição ao modelo tradicional de assistência orientado para
cura de doenças e centrado no hospital (CONASS, 2007).
O Pacto pela Vida prioriza a Atenção Básica através da Estratégia da Saúde da
Família, objetivando reorganizar a prática assistencial em novas bases e critérios. Para
tanto foram incluídos: saúde do idoso, controle do câncer do colo do útero e da mama,
redução da mortalidade infantil e materna, fortalecimento da capacidade de resposta às
doenças emergentes e endemias (dengue, hanseníase, tuberculose, malária e influenza),
Promoção da Saúde e o fortalecimento da Atenção Básica, através da Estratégia da
Saúde da Família (MS, 2006).
No Pacto em Defesa do SUS, destacam-se os compromissos e a articulação entre
os gestores para assegurar o SUS como política pública, a repolitização do movimento
sanitário, a promoção da cidadania, a garantia do financiamento através da Emenda
Constitucional (EC) n° 29 e o fortalecimento da participação da sociedade
(VASCONCELLOS e PASCHE, 2006).
O Pacto de Gestão buscou, de uma forma mais operacional, estabelecer as
diretrizes para a gestão do sistema nos aspectos da descentralização, regionalização,
financiamento, planejamento, Programação Pactuada Integrada (PPI), regulação,
controle social e gestão do trabalho e educação em saúde (VASCONCELLOS e
PASCHE, 2006).
As mudanças na política e nos processos de gestão visaram assegurar a atenção
de qualidade e a integralidade das ações. As NOBs foram avanços importantes no
processo de descentralização da saúde, já as NOAS e o Pacto pela Saúde traçaram
diretrizes visando à regionalização da saúde. O município passou a se responsabilizar
por ações de promoção, proteção e recuperação da saúde procurando aliar qualidade
técnica ao trato de seus usuários, bem como, garantir a efetiva participação dos cidadãos
no setor da saúde.
VIANA (2002) afirma que o processo de descentralização apresentou um avanço
positivo relacionado ao aumento da oferta de serviços à população, financiamento e
gasto federal nos diferentes níveis de atenção. Porém a equidade nos serviços ainda
mostra grandes lacunas, sobretudo nas condições impostas pelo contexto de restrição
fiscal, municípios com piores condições de oferta dispõem de menores recursos fiscais,
isso se deve à herança de desigualdades econômicas e sociais do país.
31
1.2 A SAÚDE DA FAMÍLIA COMO ESTRATÉGIA DE REORGANIZAÇÃO
DO SISTEMA E SERVIÇOS DE SAÚDE
Segundo CAMPOS (2003b), a Saúde da Família foi a estratégia mais ampla
realizada no Brasil no sentido de reorganização da Atenção Básica enquanto mudança
de modelo assistencial. A implantação da Saúde da Família não se caracterizou apenas
como um modelo inovador de atenção à saúde, mas também contribuiu para a
consolidação de uma nova perspectiva de gestão de saúde, iniciada com a implantação
do SUS.
A Saúde da Família no âmbito municipal trouxe impacto promissor representado
pelo comprometimento de recursos federais para a expansão da rede assistencial local e
autonomia municipal na orientação da estratégia. Entretanto, é inegável que também
impôs novas responsabilidades de gestão e de demanda por profissionais qualificados e
comprometidos com a filosofia proposta por esta estratégia (ANDRADE, BARRETO &
BEZERRA, 2006).
A Estratégia Saúde da Família:
“[...] não é uma estratégia paralela na organização de serviços, mas uma
proposta substitutiva, de reestruturação do modelo [...]. A importância
estratégica
do PSF está justamente no fato dele conseguir substituir a porta de
entrada do sistema por uma outra interface, que não seja isolada do restante
do sistema[...]. Tecnicamente a unidade de saúde da família passa a ser a
porta de entrada do sistema com a oferta de uma atuação sanitária que
incorpora a atenção médica tradicional a uma lógica efetivamente de
promoção à saúde
(LEUCOVITZ e GARRIDO, 1996 p 5) (grifo
dos autores)
.
VIANA e DAL POZ (2005) afirmam que o programa tem suas raízes na
Atenção Básica à Saúde e que, enquanto estratégia de mudança do modelo de
assistência, apresenta a proposta de uso de tecnologias específicas para o
desenvolvimento do seu trabalho. O programa, além de ampliar a cobertura e o acesso,
teve como tarefa substituir os modos de atuação convencionais por novas práticas
assistenciais de saúde desenvolvidas a partir de novas bases e critérios de abordagem,
pautadas nos princípios da vigilância à saúde, voltadas para a promoção, proteção e
recuperação da saúde, provocando reflexos em todos os níveis do sistema.
O Ministério da Saúde passa a considerar a Saúde da Família como uma
estratégia de reorganização do modelo assistencial (MS, 1998) cuja construção
32
pressupõe novo modelo assistencial das práticas de saúde voltadas à família: a)
reconhecimento da saúde como um direito da cidadania em que se expresse a qualidade
de vida; b) eleição da família e de seu espaço social como núcleo básico de abordagem
no atendimento à saúde; c) democratização do conhecimento do processo saúde-doença,
de organização dos serviços de saúde e da produção de saúde; d) intervenção sobre
fatores de risco aos quais a população está exposta; e) prestação de atenção integral,
contínua e de boa qualidade nas especialidades básicas de saúde à população adscrita,
no domicílio, no ambulatório e no hospital; f) humanização das práticas de saúde e a
busca da satisfação do usuário, através do estreito relacionamento da equipe de saúde e
da comunidade; g) estímulo à organização da comunidade para o efetivo exercício do
controle social e do estabelecimento de parcerias, buscando desenvolver ações
intersetoriais (MS, 1998).
Nesta proposta formulada pelo Ministério da Saúde (2002), as Unidades de
Saúde da Família devem atuar de acordo com os princípios organizativos:
Caráter substitutivo: não significa necessariamente a construção de novas
estruturas de serviços em locais que disponham de uma ampla rede de unidades
de saúde, e sim a substituição do modo de produzir o serviço por um novo
processo de trabalho.
Integralidade e coordenação do cuidado: a Unidade de Saúde da Família está
inserida no primeiro nível de ação, configurando-se a porta de entrada ao
serviço. Esta unidade deve estar inserida na rede de serviços, garantindo o
acesso aos demais níveis de complexidade assistencial, caso seja identificada
esta necessidade, assegurando uma eficaz referência e contrarreferência,
garantindo uma atenção integral aos indivíduos e à família.
Territorialização e adscrição da clientela: sendo definido que cada equipe de
Saúde da Família deve possuir um território de atuação com determinado
número de famílias sob sua responsabilidade, que pode variar de 800 a 1000
famílias. A equipe deve desenvolver atividades que contemplem tanto ações
individuais (consultas, orientações), como coletivas de vigilância em saúde, com
ênfase na população adscrita, a saber: o cadastramento das famílias, visita
domiciliar para acompanhamento, planejamento local e grupos educativos.
Equipe multiprofissional: a equipe de Saúde da Família é composta por médico
(de família e/ ou generalista), enfermeiro, auxiliares de enfermagem e agentes
33
comunitários de saúde, podendo outros profissionais serem incorporados, de
acordo com a demanda e com as necessidades locais (MS, 2002).
A Saúde da Família como estratégia para reorganização do modelo assistencial
vem promovendo mudança no foco de atenção que deixa de ser centrado
exclusivamente no indivíduo e na doença, passando também para o coletivo, tendo a
família como espaço privilegiado de atuação no contexto social. Essa estratégia implica
aprender a lidar com este novo recorte, tomando agora a família como objeto de
trabalho, identificando instrumentos e saberes que possam transformar a prática
assistencial direcionada a uma prática pautada nos princípios éticos e morais voltados ao
respeito ao usuário e à integralidade e que possam levar a uma maior autonomia dos
usuários.
A estratégia Saúde da Família tem como foco de atenção a família, entendida e
percebida a partir de seu ambiente físico e social. Essa nova estratégia vai além da
delimitação geográfica, pois é nesse espaço que se constroem relações intra e
extrafamiliares e onde se desenvolve a luta pela melhoria das condições de vida. Isso
amplia a compreensão das equipes de saúde sobre o processo saúde/doença e a
necessidade de intervenção, que vai além das práticas curativas (MS, 1998, p8).
Assim, introduziu uma visão ativa da intervenção em saúde, de não “esperar” a
demanda “chegar” para intervir, mas de agir sobre ela preventivamente, constituindo-se,
em instrumento real de reorganização da demanda. Além disso, outro diferenciador são
as concepções de integração com a comunidade e de um enfoque menos reducionista
sobre a saúde, não centrado apenas na intervenção médica (VIANA e DAL POZ, 2005).
Entretanto, exigiu dos diversos municípios a implementação de mudanças
político – gerenciais que criassem condições favoráveis para a introdução de inovações
nas dimensões organizativas e técnico - assistenciais. Tais inovações podem incidir,
tanto no conteúdo das práticas, quanto na organização do processo de trabalho nas
unidades de prestação de serviços e também na forma de organização das unidades em
redes assistenciais, o que significa buscar o ajuste possível entre o perfil de oferta de
ações e de serviços, às necessidades e à demanda da população (TEIXEIRA e SOLLA,
2006).
“A expansão e a qualificação da Atenção Básica, através da flexibilização e
do aperfeiçoamento da Saúde da Família, à luz do debate atual e da
experiência internacional e nacional acumulada na área de saúde pública/
coletiva, representa a possibilidade histórica de superação do “modelo
médico”- assistencial curativo e hospitalocêntrico, desde que se invista na
34
requalificação do processo de trabalho em saúde em todos os níveis do
sistema” (TEIXEIRA, 2004, p20).
A Saúde da Família inclui ações territoriais que buscam integrar áreas técnicas e
profissionais de diferentes formações, instituições e organizações sociais e coordenação
da gestão municipal formando parcerias com outras instituições, de forma a intervir em
situações que transcendem o setor saúde, mobilizando a participação da comunidade no
controle social tendo como foco a promoção da saúde. Os profissionais devem
desenvolver habilidades e atitudes pessoais que direcionem as comunidades não só para
mudanças de comportamentos e hábitos de vidas, mas, principalmente para o
fortalecimento do poder técnico e político delas, isto é, nos processos decisórios, nas
relações sociais, políticos, econômicos e culturais (CZERESNIA, 2003).
1.2.1 A Saúde da Família em Mato Grosso
No Estado de Mato Grosso, o período de 1995 a 2002 foi marcado pelo
fortalecimento do papel do estado na cooperação técnica aos municípios Naquele
momento, a Secretaria de Estado de Saúde (SES) adotou como política de saúde o
estímulo e o incentivo à descentralização e à reestruturação da Atenção Básica e à
implementação dos programas Saúde da Família e Agentes Comunitários de Saúde
através de aportes financeiros, capacitações das equipes e adequação das normas do
programa às condições do estado (SES/MT, 2000).
A Política de Saúde de Mato Grosso definiu diretrizes para o enfrentamento da
situação de saúde para organização do setor. Tinha como objetivo expressar o
compromisso do governo com a política de regionalização, descentralização e novos
modelos assistenciais, para tanto assegurava: melhoria quantitativa e qualitativa dos
serviços assistenciais, prioridade às ações de vigilância à saúde e democratização e
participação social, política de recursos humanos, apoio e redefinição do papel
institucional da SES e novos modelos de gestão e de organização da Atenção Básica
(GUIMARÃES, 2002).
A implementação da Saúde da Família em MT teve início em 1996, porém sua
expansão e consolidação se deram entre 2001 e 2005 com apoio e incentivos do
Ministério da Saúde e da SES/MT, num contexto de avanços da política estadual e da
descentralização da saúde (SCHRADER, 2007).
35
A implantação das diretrizes propostas pelas NOBs se efetivaram na
descentralização da gestão do SUS em Mato Grosso, através da Política de Saúde
Estadual da Secretaria Estadual de Saúde, como já referido anteriormente. Duas
estratégias complementares foram prioridades: a cooperação técnica para estruturação
da gestão dos sistemas municipais e a organização de estruturas e instrumentos de
gestão e planejamento regionalizados, com ênfase para interiorização da prestação
direta de serviços assistenciais e capacitação de recursos humanos (GUIMARÃES,
2002).
CANESQUI e SPINELLI (2004) relatam que o processo de implementação da
Saúde da Família no Estado de Mato Grosso teve uma rápida expansão entre 1999 à
2002, mediante ajustes institucionais, como normas e legislações específicas do estado,
capacitações intensivas aos profissionais, incentivos financeiros do Ministério da Saúde
e do próprio estado.
O Gráfico 1 mostra a evolução da implantação, número de municípios, equipes e
cobertura populacional pelo programa em Mato Grosso.
Fonte: SIAB/COAP/SES-MT
Gráfico 1- Evolução da implantação, número de municípios, equipes de saúde e
cobertura populacional. Mato Grosso, 1997 a 2008.
Em 1999, Mato Grosso contava com 36 equipes de Saúde da Família, que se
expandiram em 2001 para 299 equipes. E em 2005, os 141 municípios do Estado já
haviam aderido à Saúde da Família (SES/MT, 2008).
Como forma de apoio e cooperação com os municípios, o governo estadual criou
incentivo financeiro destinado a complementar o salário de médicos e enfermeiros
36
através da transferência de recursos financeiros do Fundo Estadual para os Fundos
Municipais de Saúde, de acordo com o Decreto Governamental n° 2312/00 (SES/MT,
2002). Com essa iniciativa, o Estado de Mato Grosso foi um dos pioneiros na
modalidade de incentivo para a Atenção Básica com o sistema de transferência Fundo a
Fundo.
A partir de 2001, os municípios que aderissem à estratégia da Saúde da Família
receberiam incentivos de valor variável entre R$ 2.400,00 a R$ 4.000,00 por
equipe/mês que poderiam ser acrescidos em até 100%, conforme critérios de cobertura
por porte populacional do município (SES/MT, 2002).
A partir de 2005, a Saúde Bucal também passou a receber incentivo financeiro
estadual, estabelecido pela Portaria Estadual n° 005 / 2005, um adicional variando de R$
1.400,00 a R$ 1.900,00, de acordo com sua modalidade (SES/MT, 2005).
Para SCRHADER (2007), em Mato Grosso a SES/MT, no período de 2001 a
2005, priorizou a Saúde da Família assumindo-a como Política de Saúde Estadual,
apresentando diversas formas de cooperação com os municípios, destacando além dos
incentivos financeiros, o intenso processo de qualificação das equipes e o apoio dos
Escritórios Regionais de Saúde (ERS).
A Escola de Saúde Pública de Mato Grosso “Dr. Agrícola Paes de Barros” teve,
no período de 1999 a 2001, como um dos eixos prioritários a capacitação das equipes de
Saúde da Família em parceria com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e o
Ministério da Saúde ao ser criado o Pólo de Capacitação e Formação para as Equipes de
Saúde da Família (DUARTE, 2002).
A política de regionalização da saúde foi sendo implementada com o intuito de
oferecer suporte de referência à Saúde da Família, buscando ampliar a cobertura de
serviços especializados, implantação da Programação Pactuada e Integrada (PPI) e
criação do Sistema Estadual de Referência (SCRHADER, 2002).
MULLER NETO e LOTUFO (2002) concluíram que, naquele período (1995 –
2002) em Mato Grosso houve grandes avanços na organização de um novo modelo de
atenção através da expansão da Saúde da Família na Atenção Básica e a estruturação da
rede de serviços especializados. Para concretizar estas ações houve um resgate do papel
dos Pólos Regionais de Saúde, instituições descentralizadas da SES, consideradas
“como espaços e agentes fomentadores e de suporte técnico aos municípios” somando-
se às demais estratégias da descentralização da saúde (MÜLLER NETO e LOTUFO,
2002).
37
1.2.2 Avanços e Desafios na Saúde da Família
Desde sua criação, a estratégia Saúde da Família apresentou uma rápida
expansão. Dados divulgados pelo Ministério da Saúde, em seu site oficial, em 2008,
indicava existir 35.894 equipes, cobrindo 47,32% da população o que corresponde a
aproximadamente 189 milhões de pessoas (MS, 2008).
Embora já exista um aumento em termos percentuais na cobertura municipal e
populacional, é importante ressaltar que a implementação da Saúde da Família ainda
não é um indicativo de reorientação do modelo assistencial, visto que, do ponto de vista
operacional, deparam-se com inúmeras dificuldades, quando se consideram as diretrizes
da estratégia como: carga horária, vínculo, intersetorialidade, trabalho em equipe,
mudança no processo de trabalho e a precarização das relações de trabalho das equipes
com a prefeitura (VANDERLEI, 2005).
GIL (2006) aponta que apesar do rápido processo de expansão da Saúde da
Família e da sua presença em vários municípios permanece o desafio da sua
consolidação nos grandes centros. Portanto vivendo um paradoxo:
“[...] ao mesmo tempo em que cresce, desvenda importantes fragilidades
inerentes aos processos de mudança. Em relação às práticas profissionais,
estas não conseguem atender adequadamente às novas necessidades de
prestação dos cuidados de saúde (integralidade, visão ampliada do processo
saúde-doença, formação de vínculos, abordagem familiar, trabalho em
equipe). O mesmo ocorre em relação à gestão do sistema (lógica quantitativa
da produção, rigidez nos processos de trabalho, fixação das equipes,
normatização excessiva, baixa capacidade de inovação gerencial, grande
dependência dos serviços secundários, referência e contra-referência)” (GIL,
2006 p. 1179).
O Ministério da Saúde vem monitorando e avaliando o programa
disponibilizando os seus resultados, tanto para o gestor, quanto para as equipes para que
estes possam utilizá-los no planejamento e avaliação dos trabalhos (MS, 2004).
O primeiro processo de monitoramento da Saúde da Família realizado pelo
Ministério da Saúde, em todo o Brasil no período de 2001-2002, em parceria com as
Secretarias de Estado de Saúde, aponta várias questões de ordem estrutural e
organizacional, muitas delas ainda não superadas. Alguns exemplos: insuficiência de
recursos materiais; vínculos trabalhistas precários, alta rotatividade e a insatisfação
profissional; a utilização de instrumentos de avaliação de forma inadequada, incipiente
participação da comunidade no planejamento das ações; atividades de educação e
38
promoção de saúde insuficientes, assim como debilidades de apoio diagnóstico e
atenção especializada, gerando descontinuidade da atenção às pessoas assistidas (MS,
2004).
Em estudo realizado por AGUIAR (2004), no distrito de Caucaia – CE, no qual
foi avaliada a percepção do usuário sobre a atuação de equipe de Saúde da Família
constatou-se que 100% dos usuários consideraram ter havido melhorias na oferta dos
serviços de saúde, como melhor acesso e atendimento. As principais dificuldades
descritas foram relacionadas às deficiências estruturais e insumos.
COPQUE & TRAD (2005) ao estudarem a implantação da Saúde da Família em
dois municípios baianos com contextos distintos, entre 2000 e 2002, observaram índices
de cobertura e ritmo de evolução desfavoráveis e incompatíveis com a pretensão de
reorientação do modelo; limitações nas ações oferecidas, ainda que com ampliação das
ações de vigilância epidemiológica. Registraram, no entanto, identificação do
profissional de saúde com os princípios da Saúde da Família. No município A, o grau de
implantação da Saúde da Família apresentou potencial para reorganizar a Atenção
Básica, com substituição de práticas, programação de acordo com as necessidades locais
e compromisso com a integralidade da assistência. Já no município B, a Saúde da
Família não alterou a Atenção Básica, as práticas eram orientadas pelas demandas
elementares (consultas e imunização), configurando-se como modelo de atenção
simplificada.
Analisando o desempenho da Saúde da Família em 41 municípios na região Sul
e Nordeste do Brasil com população acima de 100.000 habitantes, FACCHINI et al
(2006) afirmam que o programa está mais consolidado nos grandes centros urbanos do
nordeste do que no sul. A cobertura da Saúde da Família no período de 1999 a 2004
cresceu mais na região Nordeste do que na região Sul. A oferta de ações de saúde, a sua
utilização e o contato por ações programáticas foram mais adequadas na região
Nordeste. Concluindo que esse modelo de atenção representou um esforço bem
sucedido na promoção da equidade, uma vez que sua presença é maior em regiões mais
pobres com populações mais vulneráveis
CANESQUI e SPINELLI (2006) realizaram um estudo acerca do Programa
Saúde da Família no Estado de Mato Grosso em 2002, apresentando o perfil dos
profissionais médicos e enfermeiros e suas opiniões sobre o funcionamento do
programa. Os profissionais julgaram implantadas as atividades iniciais do programa,
bem como as consultas médicas e de enfermagem. As dificuldades referem-se às ações
39
educativas, de prevenção à saúde e aos atendimentos à saúde mental e ao adolescente,
bem como ao controle de hanseníase e tuberculose. Relataram também as dificuldades
no uso e na análise dos indicadores epidemiológicos, na discussão dos casos clínicos e
principalmente na realização das ações que envolveram as articulações intersetoriais
e/ou com a sociedade.
JUNQUEIRA et al (2007) em um estudo quanti-qualitativo analisaram as causas
do índice de rotatividade de médicos e enfermeiros das equipes de Saúde da Família no
Vale do Taquari - RS, em 2006. Os resultados apontaram como principais causas de
rotatividade de profissional: a precarização do vínculo de trabalho, a fragmentação da
formação, o estilo de gestão autoritário, a ausência de vínculo com a comunidade e más
condições de trabalho.
Uma avaliação realizada no início da implantação da Saúde da Família (2001 a
2002) em dez municípios de grande porte de quatro regiões do país, revelou que a Saúde
da Família apresenta avanços na incorporação de novas práticas profissionais, na
atenção primária e na criação de vínculos entre a equipe e comunidade. Entretanto, nos
grandes centros urbanos, a Saúde da Família enfrenta uma série de obstáculos como a
falta de garantia da integralidade e de acesso à atenção secundária, carência da oferta de
serviços públicos municipais de média e alta complexidade, mecanismos de integração
insuficientes para garantir a referência e contrarreferencia, dificuldades na substituição
das práticas tradicionais e a inadequada articulação entre as atividades clínicas e de
saúde coletiva (ESCOREL e BLOCH, 2007).
ROCHA et al (2008) realizaram, em 2005, uma pesquisa avaliativa dos estudos
de linha de base desenvolvida em 21 municípios com mais de 100 mil habitantes em
três estados do Nordeste cujo objetivo era avaliar os avanços e desafios na
implementação da Saúde da Família. Registraram como avanços: priorização da Saúde
da Família em áreas de risco; qualificação dos gestores e equipes; implantação de
centrais de regulação, vínculo e percepção positiva dos usuários sobre a Saúde da
Família. Já os desafios se referem à necessidade de fortalecimento da capacidade
formuladora local, necessidade de alocação dos recursos na Atenção Básica, iniciativas
de desprecarização do trabalho, da efetivação de rede de atenção, do fortalecimento da
participação social, da qualificação do monitoramento e da avaliação para tomada de
decisão. E ainda, como desafios, à melhoria do acolhimento; da implementação do
trabalho em equipe e das atividades promocionais e intersetorias.
40
RONZANI E SILVA (2008) analisaram a percepção dos profissionais de saúde,
gestores e usuários sobre a Saúde da Família em dois municípios de Minas Gerais.
Segundo os profissionais das equipes: a) os atributos pessoais são o requisito para uma
boa equipe, b) há insatisfação em relação à organização da Saúde da Família e c) o
principal objetivo da Saúde da Família a prevenção da saúde. Os gestores valorizam
entre as ações da Saúde da Família a intervenção junto às famílias e destacaram como
pontos importantes a educação, a assistência e a promoção da saúde. Na opinião dos
usuários, o Agente Comunitário de Saúde representa a categoria profissional de maior
destaque. A maior parte dos entrevistados não participa de outras atividades além das
consultas e preferem ser atendidos por especialistas a generalistas, como é o caso da
Saúde da Família.
A consolidação da estratégia Saúde da Família, entretanto requer processos que
envolvam gestores, equipes técnicas e profissionais de saúde. Para firmá-la é necessária
a aquisição constante de conhecimento técnico-científico; a substituição da visão
curativa pela visão prognóstica (no sentido da prevenção e promoção da saúde
individual e coletiva) e a capacidade de produzir resultados positivos que impactem
sobre os principais indicadores de saúde e de qualidade de vida da população
(CONASS, 2007).
Dada a importância da Saúde da Família para a reversão do modelo e
consolidação do SUS e levando em consideração a própria experiência profissional
surge um questionamento: as práticas das equipes de Saúde da Família em Sinop
apontam caminhos para a mudança do modelo assistencial?
No contexto da política de saúde são importantes estudos de implementação de
políticas e de programas definidos pela esfera federal, operacionalizados pelas
instâncias locais e que envolvam seus agentes decisores e implementadores.
Visando analisar o processo de implementação da Saúde da Família em Sinop,
foram definidos os seguintes pressupostos no início da investigação:
9 No campo da gestão local, há o comprometimento da agenda política com
a implementação da Saúde da Família.
9 A Saúde da Família, por configurar em estratégia de mudança na atenção e
na organização dos serviços, requer participação popular, integralidade e
vínculo, promovendo mudanças nas práticas profissionais.
41
9 O comportamento de adesão ou de resistência dos profissionais das
equipes de Saúde da Família afetam o processo geral de implementação do
programa.
42
1.3 OBJETIVOS
1.3.1 Geral
Analisar a implementação da Saúde da Família em Sinop
1.3.2 Específicos
Caracterizar o Sistema Único de Saúde de Sinop;
Descrever o perfil sócioeconômico, demográfico e ocupacional dos
profissionais (médicos, enfermeiros e odontólogos) que atuam na Saúde da
Família em Sinop;
Caracterizar as atividades relacionadas à organização da atenção à saúde, ao
trabalho em equipe e com a família e comunidade desenvolvidas pelas
equipes de Saúde da Família;
Analisar o grau de realização das práticas assistenciais de prevenção, de
promoção, e recuperação da saúde desenvolvidas pelas equipes;
CAPÍTULO II
AVALIAÇÃO EM SAÚDE E O DESENHO METODOLÓGICO
PERCORRIDO
44
2.1 AVALIAÇÃO EM SAÚDE
No Brasil, a prática de avaliação de políticas públicas e de programas sociais e
de saúde é recente. O interesse nesta área se deu a partir da década de 80, com a reforma
das políticas sociais e do emprego da avaliação de programas selecionados, objetivando
o aperfeiçoamento do programa e das organizações envolvidas no processo
(CANESQUI, 2000).
O Ministério da Saúde vem institucionalizando o processo de avaliação desde o
final da década de 1990, através do Departamento de Atenção Básica da Secretaria de
Atenção à Saúde do Ministério da Saúde que busca superar seus limites organizacionais
propondo a institucionalização da avaliação no sistema de saúde (FELISBERTO, 2006).
De acordo com o autor, investir na institucionalização da avaliação é contribuir com a
qualificação da atenção à saúde, promovendo a construção de processos estruturados e
sistemáticos, coerentes com os princípios do SUS, os quais devem contemplar as
dimensões da gestão, do cuidado e do impacto sobre o perfil epidemiológico. A
estratégia de Saúde da Família é uma das indutoras desse processo de
institucionalização, no entanto, se busca estabelecer as diretrizes de uma política de
avaliação, que necessita superar obstáculos operacionais e funcionais para sua execução
(FELISBERTO, 2004).
Entre os avaliadores, não há uma definição única em relação ao sentido exato do
termo avaliação. Vários teóricos utilizam esta palavra para se referir a um grande
número de fenômenos distintos (WORTHEN, et al., 2004).
Segundo o Ministério da Saúde, “avaliação em saúde é um processo científico-
reflexivo sobre práticas e processos envolvidos no âmbito dos serviços de saúde. O
objeto da avaliação é um objeto em movimento onde as três esferas de governo são co-
responsáveis no que se refere à avaliação da atenção básica”. Além de uma “valorização
científica”, a avaliação deve incluir recomendações com o objetivo de melhorar um
programa (MS, 2005 p. 18).
Para ARRETECHE (1999) a avaliação, envolve necessariamente um
julgamento, que contribui um valor, uma medida de aprovação ou desaprovação a uma
política ou programa público particular, uma análise sobre certa concepção de justiça.
Neste sentido, a avaliação ou análise de políticas públicas não é meramente
instrumental, técnica ou neutra.
45
De acordo com MINAYO (2005) a avaliação implica emissão de juízo de valor
com o objetivo de verificar os efeitos de uma intervenção, devendo estar incluída no
planejamento das ações, subsidiando a gestão na tomada de decisão.
A avaliação deve ser sistemática, ou seja, deve utilizar “procedimentos que,
apoiados no uso do método científico, sirvam para identificar, obter e proporcionar a
informação pertinente e julgar o mérito e o valor de algo de maneira justificável”
(AGUILAR, ANDER-EGG, 1994 p 31).
Com a intenção de delimitar o campo da avaliação ao julgamento de programas
sociais CONTANDRIOPOULOS et al, 1997 consideram que
“Avaliar consiste fundamentalmente em fazer julgamento de valor a respeito
de uma intervenção ou sobre qualquer componente, para auxiliar na tomada
de decisão. Este julgamento pode ser resultado da aplicação de critérios e de
normas (avaliação normativa) ou se elaborar a partir de um procedimento
científico (pesquisa avaliativa) (p31).
Segundo os autores, a avaliação normativa faz um julgamento sobre uma
intervenção, comparando os recursos empregados e sua organização (estrutura), ou
serviços ou os bens produzidos (processo), e os resultados obtidos, com critérios e
normas correspondentes (CONTANDRIOPOULOS et al, 1997). Já a pesquisa avaliativa
pretende analisar o contexto organizacional e político levando em conta a participação e
as percepções dos sujeitos envolvidos na implementação dos programas. Ou seja, “tem
fundamentos científicos e acrescenta, ao processo normativo, os elementos de contexto”
(MINAYO, 2005, p 25).
Para consolidar a avaliação como campo, VIEIRA DA SILVA (2005) propõe
que a definição de Contandriopoulos e colaboradores (1997) fosse ajustada ao escopo
maior do campo da avaliação, e o conceito de intervenção fosse substituído pelo de
práticas sociais, por entender que “a avaliação toma por objeto desde as práticas do
cotidiano até aquelas relacionadas com o trabalho, nos seus diversos âmbitos, o que
envolve as intervenções sociais planejadas” (VIEIRA DA SILVA, 2005 p. 16).
Para a autora, avaliação deve esclarecer o propósito do programa, julgá-lo e
subsidiar o processo de tomada de decisões sobre futuras programações, além de
corresponder à coleta sistemática de informações sobre as atividades desenvolvidas e
sistematizar as suas características e resultados.
46
Os resultados de uma avaliação devem ser usados para tomada de decisão
quanto à continuidade, ou não, dos programas, modificações para correção de rumos e
permite reconhecer a transparência e qualidade da gestão (MARTES et AL 1999).
Este estudo trata, portanto, de uma pesquisa avaliativa que buscou analisar a
implementação das práticas assistenciais de promoção, prevenção e recuperação de
saúde, realizadas pelas equipes de Saúde da Família, identificando o grau de realização
destas ações mediante a percepção dos agentes implementadores do programa.
Segundo CANESQUI e SPINELLI (2006)
“Estudos de implementação das políticas e programas sociais enfocam os
meios institucionais, incluindo os atores, cujos comportamentos de adesão,
resistência ou de aprendizagem facilitam ou impõem obstáculos ao alcance
dos resultados dos programas sociais” (p. 1882).
A Saúde da Família, assim como a maioria das políticas públicas brasileiras,
depende da interação das várias instâncias de governo, e, apesar de ter sua formulação
determinada pela esfera central – o nível federal, tem sua implantação pautada por
regras democráticas e adaptadas as realidades regional e local. Portanto, o processo de
avaliação de uma política deve ser pautado não somente em observância às suas
diretrizes, mas também pelos interesses dos agentes envolvidos, as metas e os objetivos
priorizados ao nível municipal (ORIOLI, 2006).
Conhecer o julgamento avaliativo dos profissionais de saúde é importante, pois
estes demonstram a adesão ou resistência que, por conseguinte, influenciam na
implementação do programa.
2.2 MÉTODO E PROCEDIMENTO
Este estudo está inserido em uma pesquisa mais ampla denominada “Os desafios
e perspectivas do Sistema Único de Saúde (SUS) na atenção à saúde em municípios da
área de abrangência da BR 163 no Estado de Mato Grosso”, para a qual foram
selecionados os seguintes municípios: Alta Floresta, Diamantino, Sorriso e Sinop.
Esta pesquisa apresenta parte dos resultados da pesquisa maior, relacionados ao
município de Sinop, aborda os julgamentos avaliativos dos médicos, enfermeiros e
odontólogos inseridos no Programa Saúde da Família no município.
47
É uma pesquisa avaliativa que utiliza a estratégia estudo de caso. Segundo YIN
(2001) o estudo de caso é uma investigação empírica que busca compreender um
fenômeno dentro de um contexto da vida real, onde múltiplas fontes de evidencias são
utilizadas.
TOBAR e YALOUR (2001) descreveram que o estudo de caso tem como
propósito coletar informações de forma abrangente, em profundidade, descrevendo a
unidade em detalhes, permitindo análises quantitativas e qualitativas em um mesmo
caso.
Neste estudo, a abordagem quantitativa foi utilizada para avaliar o grau de
implementação das práticas de saúde e planejamento desenvolvido pelas equipes de
Saúde da Família em Sinop, através das respostas dos profissionais aos questionários.
Em pesquisa avaliativa a abordagem qualitativa tem como objetivo
“compreender as relações, as visões e o julgamento dos diferentes atores sobre a
intervenção na qual participam, entendendo que suas vivências e reações fazem parte da
construção da intervenção e de seus resultados”(MINAYO, 2005 p. 82).
No estudo, a abordagem qualitativa foi utilizada para identificar as
características do sistema municipal de saúde e da Saúde da Família no município e o
comportamento (adesão e resistência) apresentado pelos profissionais, de forma a
compreender o quanto as ações realizadas se aproximam da proposta do Ministério da
Saúde.
2.2.1 Dimensões de Análise
Este estudo privilegiou as seguintes dimensões: caracterização do Sistema Único
de Saúde municipal de Sinop e o grau de implementação da Saúde da Família.
1) O contexto da Saúde da Família no município: caracterizou a gestão do SUS
em Sinop, nas relações municipal de saúde, o marco legal, a formulação da
política e planejamento, gestão de recursos humanos, a estrutura e organização
da rede de serviços de saúde e o acompanhamento e avaliação pelo Conselho
Municipal de Saúde da Saúde da Família;
2) Grau de implementação e realização das práticas da Saúde da Família:
caracterizou as práticas de promoção, prevenção e assistência desenvolvidas
pelas equipes, o planejamento e organização da atenção, trabalho das equipes
48
com a família e a comunidade, bem como as aproximações e distâncias entre as
estratégias propostas no desenho do programa e os processos efetivamente
implementados, as inovações propostas e introduzidas na atenção básica;
2.2.2 Agentes Sociais Participantes da Pesquisa
Foram entrevistados os agentes sociais envolvidos com a Saúde da Família em
Sinop. Foram considerados os profissionais (médicos, enfermeiros e odontólogos) que
atuavam nas equipes de Saúde da Família. Dos 35 profissionais atuantes, 27
participaram da pesquisa, sendo 15 enfermeiros, 09 médicos e 03 odontólogos. O
quadro 01 apresenta a distribuição dos profissionais existentes e que participaram da
pesquisa. Na época da pesquisa, um profissional médico estava de licença médica, outro
estava de férias e três não quiseram participar.
Quadro 01 – Profissionais das Equipes da Saúde da Família previstos e participantes
da pesquisa. Sinop, 2008.
Profissionais Nº Previsto Nº Participantes
Médicos
15 09
Enfermeiros
16 15
Odontólogos
03 03
Total
35 27
2.2.3 Procedimentos
A coleta de dados foi realizada no período de novembro/2007 a abril de 2008.
Para conformação do estudo foram utilizadas informações oriundas de dados primários
e secundários. Os dados primários foram coletados através de questionários auto-
respondíveis e roteiro de observação preenchido pelo pesquisador durante visita in loco
nas Unidades de Saúde da Família (USF).
O questionário autorrespondível (anexo I e II) baseou-se nos estudos de
CANESQUI e SPINELLI (2004) e Avaliação para Melhoria da Qualidade da Estratégia
Saúde da Família (AMQ) do Ministério da Saúde (2005). No questionário abordam-se
questões relacionadas ao perfil sócio, econômico, demográfico e ocupacional e sobre as
49
ações das equipes quanto ao planejamento, organização da atenção e das atividades
desenvolvidas envolvendo a família, comunidade e participação social. Abordou-se as
ações de promoção, prevenção e recuperação à saúde.
Foi aplicado o questionário aos agentes sociais diretamente responsáveis pela
execução da Saúde da Família no município, neste caso, os médicos, enfermeiros e
odontólogos. Os profissionais receberam os questionários dentro de um envelope,
juntamente com o termo de consentimento, entregues previamente e, os devolveram
após dois dias. Na primeira tentativa, foram coletados 18 questionários. Foi necessária
uma segunda abordagem àqueles que não devolveram os questionários, em abril de
2008, quando foram devolvidos mais nove questionários.
Para a observação das Unidades de Saúde da Família, foram realizadas visitas in
loco utilizando-se de um roteiro de observação (anexo III) preenchido pelo pesquisador.
As questões orientadoras referiam-se à estrutura, organização e funcionamento das USF.
Para complementação das informações, foi entrevistado (sem o uso de gravador) o
profissional de nível superior das ESF (enfermeiro), com mais tempo de atuação na
equipe.
Para MARCONI e LAKATOS (2002) a observação é uma técnica de coleta de
dados que ajuda o pesquisador a identificar e obter provas a respeito de objetivos que
está investigando. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos
ou fenômenos.
Para caracterizar o SUS de Sinop utilizou-se o banco de dados da pesquisa
maior, através dos resultados das entrevistas com gestor da saúde, coordenador da
Saúde da Família, secretário de governo, técnico do ERS e representantes dos usuários
no CMS.
Como dados de fontes secundárias, foram utilizados os documentos fornecidos
pela Secretaria Municipal de Saúde: Lei Orgânica Municipal, Leis e Resoluções do
CMS, Lei de criação do FMS, Lei de criação da atual estrutura e dos cargos de direção
da administração pública municipal, Lei de criação de cargos e salários dos funcionários
públicos municipais, Lei de Diretrizes Orçamentárias; Planos e Relatórios – Plano
Plurianual (PPA) 2006-2008, PPI e Relatório de Gestão. Também foram obtidos dados
através do Sistema de Informação do Ministério da Saúde / Departamento de
Informática do SUS (DATASUS), Sistema de Informação de Atenção Básica (SIAB),
Sistema de Informação de Orçamento Público em Saúde (SIOPS), Instituto Brasileiro
50
de Geografia e Estatística (IBGE) e da Secretaria Estadual de Saúde de Mato Grosso
(SES/MT).
2.2.4 Análise dos dados
Com base em MINAYO (1994), a análise dos dados tem por finalidade: 1)
estabelecer uma compreensão dos dados coletados confirmando, ou não, os
pressupostos dos estudos, 2) ampliar o conhecimento sobre o assunto pesquisado
articulando-o à realidade sócioeconômica.
Na análise das questões subjetivas dos questionários respondidos pelos médicos,
enfermeiros e odontólogos das equipes de Saúde da Família, buscou-se identificar as
categorias empíricas relacionando-as às categorias analíticas previamente definidas.
Foram considerados na classificação e análise, as variações das informações fornecidas
e os julgamentos avaliativos emitidos pelos agentes e, posteriormente, classificados de
acordo com as categorizações estabelecidas pela autora buscando aproximação do
proposto do Ministério da Saúde.
Para tratamento dos dados quantitativos foi utilizado primeiramente o programa
EPI-INFO versão 3.5, procedendo à dupla digitação para minimização de erros, revisão,
sistematização e classificação dos dados, por frequência simples.
Os dados quantitativos permitiram caracterizar a organização e o grau de
realização das práticas das equipes de Saúde da Família em Sinop quanto às atividades
de promoção, prevenção, assistência à saúde, planejamento e envolvimento da
comunidade das equipes de Saúde da Família. Os números foram colocados em
percentuais e foram classificados pelo grupo da pesquisa maior da seguintes forma:
9 Grau de realização entre 100 a 76% = realização “satisfatória”
9 Grau de realização entre 75 a 51% = realização “regular”
9 Grau de realização entre 50 a 25% = realização “incipiente”
9 Grau de realização entre < 24% = realização “insatisfatória”
Os profissionais julgaram o grau de implementação das ações em saúde e
planejamento das equipes de Saúde da Família, dando notas que variaram de zero a dez.
Esta notas foram classificadas pelo grupo da pesquisa maior da seguinte forma:
51
9 Nota entre 10 – 08 = ações implantadas
9 Nota entre 07 – 05 = ações parcialmente implantadas
9 Nota entre < 04= ações não implantadas
Para apresentação dos dados em figuras, quadros e tabelas foram utilizados o
programa EXCEL 2007.
2.2.5 Ética em Pesquisa
Este estudo faz parte de um projeto maior que foi analisado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital Universitário Júlio Müller recebendo
parecer favorável, com protocolo n° 235/CEP–HUJM/05 (anexo V).
Foi entregue a cada participante um termo de consentimento livre e
esclarecido (anexo IV) contendo os objetivos da pesquisa, bem como os meios
para contato caso desista de participar do estudo.
Essa pesquisa recebeu auxílio financeiro do CNPQ, Edital 34/2005-Br 163
MCT/CNPq/MS-SCTIE-DECIT, Processo nº 4028866/05.
CAPÍTULO III
CARACTERIZAÇÃO DO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE DO
MUNICÍPIO DE SINOP/ MT
53
3.1. CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO DE SINOP
3.1.1 Histórico
Na década de 1970, a região norte do Estado de Mato Grosso teve um
desenvolvimento significativo, através das políticas de ocupação da região amazônica.
A ocupação ao longo da Rodovia BR 163 – Cuiabá / Santarém proporcionou a abertura
de novas fronteiras agrícolas e a formação de glebas através da colonização estatal e
particular atraindo um fluxo migratório originário, principalmente, dos Estados da
região sul do país (SOUZA, 2008).
A história de Sinop vincula-se à “Gleba Celeste” fundada no ano de 1972 pela
Sociedade Imobiliária Noroeste do Paraná (SINOP), sede das atividades imobiliárias
como a compra e venda de terras, divulgação da colonização para agricultores da região
sul do país, instalação dos lavradores, agroindústria, cooperativa e projetos correlatos,
como por exemplo o de criação de gado (SOUZA, 2008).
Sinop foi fundada em 14 de setembro de 1974 e, em 17 de setembro de 1979,
passou a ser município pela Lei Estadual 4.156 (SINOP, 2006).
3.1.2. Condição Demográfica, Econômica e Social.
O município de Sinop está localizado ao norte do Estado, a 505 Km de distância
de Cuiabá, capital do Estado (FERREIRA, 2001).
Em 2007, Sinop possuía uma população de 105.762 habitantes (IBGE, 2007)
com área territorial de 3.194 Km² e com densidade demográfica de 23,40 hab/Km²
(PNUD, 2000). Trata-se de um município em ascensão, apresentando uma taxa de
crescimento populacional anual de 4,8% estimada no período de 2000 – 2007 (IBGE,
2007).
Quanto às atividades econômicas desenvolvidas no município de Sinop
destacam-se a agricultura, com culturas de soja e arroz e a pecuária. No ano de 2004, o
município foi considerado o quarto maior do estado na produção de arroz com uma
participação de 4,63% do total da produção do estado. As atividades das indústrias
54
madeireiras, que apresentavam um crescimento significativo para a região, encontram-
se em declínio, em virtude do monitoramento do desmatamento (SEPLAN, 2005).
Sinop é considerado pólo regional na Amazônia Legal, cuja produção
modernizada concentra investimentos voltados “às infra-estruturas de fluidez para
vantagens logísticas de exportação de commodities” (VIANA et AL, 2007).
Conforme o Atlas de Desenvolvimento Humano do Programa das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (PNUD/ ONU), Sinop, no ano de 2002, apresentava
renda per capita de R$ 340,38 e IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) de 0,808,
considerado como de desenvolvimento alto, ocupando o 7º lugar no ranking com maior
IDH no estado (SEPLAN, 2005).
Quanto à educação, Sinop tem apresentado diminuição da taxa de analfabetismo.
Em 1991, 12,67% das pessoas com até 15 idades não sabiam ler e em 2002 essa taxa foi
reduzida para 1,52% (AMM, 2007). No que se refere à educação básica conta com
escolas municipais, estaduais e particulares. Do pré-primário ao nível médio
encontravam-se matriculados 33.068 alunos em 2006. No ensino superior, o município
de Sinop conta com os cursos oferecidos pela UFMT, UNEMAT e mais seis
Instituições de Ensino Superior privadas (SMS/SINOP, 2006).
O sistema de abastecimento de água é privado, com uma estação de tratamento
que abastece 19,25% das residências na área urbana e apenas 1% das residências na área
rural. A grande maioria das residências utiliza-se de água advinda de poços artesianos
(SEPLAN, 2005), e alguns bairros mais distantes a água ainda é obtida através de poços
comuns residenciais.
O município não possuía rede de esgoto, em 2000, 92% dos domicílios possuíam
fossa séptica (SEPLAN, 2005). O elevado aumento da população da cidade somado à
falta de rede de captação de esgoto podem estar contribuindo para o acentuado índice de
contaminação do lençol freático que traz sérios riscos à saúde da população (SINOP,
2006). A coleta de lixo é realizada pelo serviço de limpeza do município abrangendo
77,55% da população e o material coletado é encaminhado para o aterro sanitário
(SEPLAN, 2005).
55
3.2 SINOP E A MICRORREGIÃO DE SAÚDE
A descentralização pela via da regionalização configurou-se como uma diretriz
para a mudança da organização da assistência à saúde promovida pela Política de Saúde
em Mato Grosso, a partir de 1995.
A microrregionalização da saúde pode ser compreendida como “[...] o processo
de condução (ação) da política de saúde no espaço supra municipal/ regional, através da
articulação e da pactuação dos diferentes atores sociais e serviços, que visem ao
enfrentamento conjunto dos problemas e ao encaminhamento das soluções” (MÜLLER
NETO e LOTUFO, 2002 p 18).
Além disso, os autores definem a microrregião como “um espaço geográfico,
político e administrativamente delimitado, que contém um conjunto de municípios e um
escritório regional de saúde” (MÜLLER NETO e LOTUFO, 2002), ou seja, configura-
se como um espaço estratégico para o desenvolvimento da política de saúde no Estado.
A Secretaria Estadual de Saúde (SES-MT) estimulou os municípios a
formarem os Consórcios Intermunicipais de Saúde (CIS) como forma de estabelecer
parcerias entre eles e o Estado, com o intuito de viabilizar a provisão da atenção
especializada e a garantia da integralidade da atenção. O CIS apresentou-se como
estratégia para enfrentar problemas comuns, na expansão da integralidade da atenção e
da equidade no interior do estado (GUIMARÃES, 2002).
Sinop pertence à mesorregião norte do Estado de Mato Grosso e à microrregião
do Teles Pires composta por 15 municípios (Cláudia, Feliz Natal, Lucas do Rio Verde,
Nova Maringá, Nova Mutum, Nova Ubiratã, Santa Carmem, Santa Rita do Trivelato,
Sinop, Tapurah, União do Sul, Vera, Ipiranga do Norte, Itanhangá e Sorriso) (SES
MT, 2005). É sede do módulo assistencial para todos os municípios da região, ofertando
serviços de média e alta complexidade.
O Escritório Regional de Saúde está situado em Sinop. O município integra o
Consórcio Intermunicipal de Saúde (CIS) Teles Pires, sendo o mais antigo Consórcio de
Mato Grosso, criado em 1995, cuja referência hospitalar é o Hospital Regional de
Sorriso, unidade gerenciada pela SES/ MT. A SES/MT assegura a manutenção do
hospital, assumindo os salários de funcionários e técnicos, enquanto que o CIS assume a
complementação salarial dos médicos. As especialidades oferecidas pelo Hospital
Regional de Sorriso (HRS) são anestesia, cardiologia, cirurgia geral, ginecologia e
56
obstetrícia, traumato-ortopedia, neurologia, pediatria (neonatologia) e clínica médica.
Oferece ainda serviços de Raio-X, unidade de reabilitação e fisioterapia, unidade de
coleta e transfusão de sangue, laboratório de patologia clínica, ultrasonografia,
endoscopia digestiva e eletrocardiografia (MOTA, 2002).
Para o gestor de saúde, o Consórcio, na forma como se configura atualmente,
não traz vantagens para Sinop, pois o município possui todas as especialidades médicas
atuando no Pronto Atendimento Médico, utilizando o Consórcio apenas para
internações. Além disso destaca que, ao invés de desafogar a média e alta
complexidade, está havendo uma inversão das práticas, ofertando serviços básicos que
deveriam ser mantidos pelos outros municípios.
A Norma Operacional Básica (NOB-SUS/93) institucionalizou as Comissões
Intergestores Bipartite (CIB) com o objetivo de ser um “fórum permanente de
discussão, planejamento, normatização e regulação do SUS, pactuada entre os gestores”.
Em Mato Grosso foram instituídas em 1993 nove Comissões Intergestores Bipartites
Regionais (CIB – Regionais) com o objetivo de fortalecer o espaço regionalizado,
possibilitando a discussão dos problemas da região com posterior encaminhamento à
CIB - Estadual para aprovação e homologação do consenso dos diferentes atores sociais
que a compõem (MARTINELLI, 2002).
A gestão municipal participa regularmente da CIB - Regional, considerando
que as reuniões têm força legal para discutir as necessidades locais e formulando
propostas para serem levadas e discutidas na CIB - Estadual, constituindo-se em
importante instância da gestão da saúde. O gestor ressalta, porém, que ultimamente as
decisões técnicas estão perdendo espaços para as decisões político partidárias.
O relacionamento da gestão municipal de saúde com o Escritório Regional é
conflituoso, principalmente nos últimos dois anos. Tanto para a SMS quanto para o ERS
os conflitos políticos partidários se sobrepõem às questões técnicas.
3.3 A GESTÃO DO SUS MUNICIPAL
3.3.1 A Constituição legal do SUS municipal
O arcabouço legal que regulamenta o Sistema de Saúde no município de Sinop
compõe-se de um conjunto de normas que se espelha, em algum grau, na Legislação
57
Federal e Estadual. A principal delas, a Lei Orgânica, em consonância com a
Constituição Federal de 1988 que instituiu o SUS e o Conselho Municipal de Saúde
(CMS). As demais Leis são específicas e detalham competências em relação aos
diferentes órgãos e instrumentos de gestão.
A Lei Orgânica Municipal de Sinop, de 5 de abril de 1990 (SINOP, 1990), foi
reformulada em 2005, no Título V (Ordem Social), na secção II (Saúde e Saneamento
Básico) na qual formaliza o Sistema Municipal de Saúde, e reafirma o Conselho
Municipal de Saúde e o Fundo Municipal de Saúde (SINOP, 2005). Esta lei reafirma os
princípios fundamentais do SUS, conforme as Leis 8080/90 e 8142/90.
O Fundo Municipal de Saúde foi criado em 1992 através da Lei n° 242/1992
(SINOP, 1992), sendo revogado pela Lei n° 508/1997. A referida Lei regulamenta as
atribuições do Prefeito e do Secretário Municipal de Saúde, definindo como ordenador
das despesas o Prefeito. Ao Secretário Municipal de Saúde coube a atribuição de
programação e encaminhamento orçamentário das ações, apresentando baixa autonomia
para a gestão dos recursos financeiros (SINOP, 1997).
O município foi habilitado em Gestão Plena da Atenção Básica (GPAB) de
acordo com a Resolução CIB nº 002 de 17 de Fevereiro de 1998 (SES/MT, 1998). O
processo de regionalização desencadeado pela gestão estadual com estímulo à
organização do planejamento e dos instrumentos de gestão no espaço regional e com a
regulamentação da NOAS 01/02 publicada em 2002, Sinop foi habilitado na Gestão
Plena da Atenção Básica Ampliada (GPABA) conforme a Portaria n.° 1.785 publicada
no Diário Oficial em 10/09/03 (SINOP, 2006).
A Secretaria Municipal de Saúde de Sinop foi regulamentada pela Lei n°
209/91 e publicada em Jornal Oficial local, “Jornal Capital”, em 12/08/1991 (SINOP,
1991). É uma lei restrita e limitada frente aos avanços do SUS quanto aos princípios
organizativos do sistema de saúde, garantindo a integralidade da atenção, a
acessibilidade aos serviços e resolutividade das ações.
O Conselho Municipal de Saúde de Sinop foi criado e regulamentado pela Lei
n° 241/92 (SINOP, 1992) e posteriormente revogada pela Lei n° 277/93, determinando
a composição paritária (50%) entre os representantes dos usuários e demais segmentos.
Esta Lei reafirmou o caráter deliberativo do Conselho e a responsabilidade de formular
e acompanhar a execução da política de saúde do município, como presentes na Lei
Orgânica Municipal (SINOP, 1993).
58
Compete ainda ao CMS: 1) definir prioridades de saúde do Município e
deliberar sobre a política de saúde, 2) estabelecer diretrizes a ser observado na
elaboração do Plano Municipal de Saúde, 3) atuar na formação de estratégias e no
controle da execução da política de saúde, 4) propor critérios para a programação,
execução financeira e orçamentária do Fundo Municipal de Saúde, acompanhando a
movimentação e o destino dos recursos, 5) acompanhar, avaliar e fiscalizar os serviços
de saúde prestados à população, dentre outros (SINOP, 1993).
O Conselho é composto por dezesseis membros, sendo oito representantes dos
usuários e os demais representantes dos trabalhadores dos serviços de saúde e
prestadores de serviço. O presidente do Conselho é o Secretário Municipal de Saúde,
conforme Lei 277/93. Os membros do Conselho devem ser eleitos pela maioria dos
membros das instituições e das entidades representadas com mandato de dois anos
(SINOP, 1993). O Conselho Municipal de Saúde possui regimento interno próprio e faz
parte da estrutura formal da Secretaria Municipal de Saúde.
O organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop foi instituído
através da Lei Municipal n° 820/2004, a coordenação dos serviços se mostra já melhor
estruturada, indicando evolução em relação à Lei 209/91. O Secretário de Saúde é o
responsável pela gestão da SMS e pelo cumprimento da sua finalidade. A Diretoria de
Gestão e Política de Saúde (DGS) é responsável pela coordenação do planejamento,
controle e avaliação da SMS, bem como a supervisão das cinco coordenadorias situadas
hierarquicamente abaixo: 1) Coordenadoria de Atenção Integral à Saúde (CIS), 2)
Coordenadoria de Saúde Bucal (CSB), 3) Coordenadoria Administrativa (CAD), 4)
Coordenadoria de Vigilância Sanitária (CVS) e 5) Coordenadoria Técnica do Pronto
Atendimento Médico (CPA) (SINOP, 2004) (Figura 1).
A Saúde da Família está subordinada à Coordenação da Atenção Integral à
Saúde, denominada Departamento da Saúde da Família e Coletiva (DSFC). Ao analisar
esse organograma o que nos chama a atenção é que a Coordenadoria da Saúde Bucal
não está integrada à Coordenadoria de Atenção Integral à Saúde o que poderia estar
dificultando a integração das ações da Saúde da Família e da Saúde Bucal (SINOP,
2004).
O organograma não estabelece a inserção do Conselho Municipal de Saúde
como órgão deliberativo e de tomada de decisões na Secretaria Municipal de Saúde.
Esta lacuna aponta uma fragilidade quanto à participação social no controle sobre a
execução das políticas e ações de saúde. ALENCAR (2007) destaca como uma das
59
condições fundamentais para adoção de um modelo de gestão compartilhada a
participação dos agentes sociais envolvidos na tomada de decisões.
Fonte: Sinop, 2004.
Figura 1– Organograma da Secretaria Municipal de Saúde de Sinop.
A participação popular prevista na Lei Orgânica do município de Sinop na
definição das prioridades de saúde ocorre principalmente nas Conferências Municipais
de Saúde realizadas a cada dois anos, sendo que a V Conferência foi realizada em julho
de 2007. Esses espaços, segundo ESCOREL e BLOCH (2005), são fóruns pontuais,
instâncias públicas de formação de opinião e vontade política, atuando na tematização
da agenda pública.
3.3.2 Formulação da Política e Planejamento
A Secretaria Municipal de Saúde de Sinop utiliza os seguintes instrumentos de
gestão para as ações de planejamento, acompanhamento e avaliação: 1) Plano Plurianual
60
(PPA 2002-2005), 2) Plano Diretor de Desenvolvimento Integrado do Município (2006)
e 3) Relatório de Gestão (2006). Destaca-se que o PPA 2006 – 2009 não nos foi
fornecido.
No PPA referente ao período de 2002 – 2005 foram programadas ações com
objetivo de elevar a cobertura populacional da Saúde da Família no município de Sinop
através de incentivos orçamentários para a construção de novas unidades de saúde (seis
no total) e reformas das demais existentes. Também foi proposta a estruturação da rede
hospitalar com a construção do hospital municipal e ampliação dos serviços
laboratoriais (SINOP, 2002).
O Plano Municipal de Saúde do ano de 2007 não foi elaborado. A Portaria
MS/GM nº548/01 define que a formulação e o encaminhamento deste documento são
de competência exclusiva do Gestor Municipal, cabendo ao Conselho Municipal de
Saúde apreciá-lo e propor as alterações que julgar necessárias. As referências políticas e
técnicas a serem utilizadas para elaboração do Plano de Trabalho Anual são as
utilizadas com base nos indicadores de saúde local (MS, 2001b).
O Relatório de Gestão de Sinop, do período de 2006, aponta como avanços na
Saúde Bucal a implantação de mais uma equipe atuando na Saúde da Família e a
inauguração do Centro de Especialidades Odontológicas. Refere problemas
relacionados à Saúde da Família, tais como: “a) Excesso de usuários fora da área de
abrangência da Saúde da Família, o que dificulta a atenção à saúde aos grupos, em
detrimento da demanda espontânea b) Alta rotatividade de profissionais de saúde, em
especial médicos e enfermeiros, o que dificulta o desenvolvimento das ações planejadas
pelo programa, assim como, a construção de vínculo e de confiança com os usuários da
área de abrangência e c) Crescimento populacional e alta rotatividade dos moradores o
que dificulta a adscrição da clientela nos territórios para acompanhamento contínuo das
famílias” (SINOP, 2006, p 34).
As Políticas de Saúde no município de Sinop e o planejamento das estratégias
de intervenção são efetivados por uma equipe técnica da SMS que realiza reuniões
anuais para análise das metas e dos indicadores previstos no PPA, PPI e dos dados
fornecidos pelos Sistemas de Informação da Atenção Básica (SIAB) e dos Orçamentos
Públicos (SIOPS).
A busca de informações sobre o município de Sinop para este estudo, mostrou
alguns desencontros dos dados fornecidos pelo Relatório de Gestão e o SIAB, ausência
61
do PTA 2007 e o PPA 2006 – 2009. Este fato pode prejudicar o processo de
planejamento da Secretaria Municipal de Saúde.
De acordo com o assessor municipal, as principais dificuldades para
implementar o planejamento das ações em saúde no município foram: a) deficiência de
capacitações em planejamento e gestão do Sistema de Saúde, b) carência de recursos
humanos, tanto de nível superior quanto do nível médio, c) aporte financeiro
insuficiente, e d) o baixo grau de autonomia e poder da SMS na tomada de decisões.
Como proposta para resolução destas fragilidades, aponta a capacitação dos técnicos
através de parcerias entre a prefeitura e universidades e a reestruturação da SMS,
ampliando sua capacidade de gestão, administrando de fato os recursos financeiros,
materiais e os trabalhadores da saúde.
3.3.3 Financiamento
A existência e o fluxo de recursos financeiros para a Saúde da Família são
condições importantes para o seu funcionamento e dependem das definições das
Políticas Nacional e Estadual e do processo de descentralização. Os recursos federais e
estaduais são transferidos através de repasse automático, Fundo a Fundo, sob a forma de
incentivo financeiro do PAB. O valor do incentivo varia de acordo com a cobertura
populacional (ORIOLI, 2006).
A Emenda Constitucional n° 29/2000 amplia participação dos municípios no
financiamento do SUS. A emenda estabeleceu percentuais mínimos de vinculação de
gastos públicos em saúde para as três esferas de governo. Para estados e municípios os
percentuais vinculados foram respectivamente de 12,0% e 15,0% de sua receita de
impostos e de transferências tributárias regulares recebidas (CAMPELLI e CALVO
2007). De acordo com os dados do Sistema de Informação sobre Orçamentos Públicos
(SIOPS) houve melhora dos indicadores financeiros do município de Sinop nos últimos
sete anos.
A Tabela 1 apresenta os principais indicadores financeiros de Sinop no período
2002 a 2007. Com relação às transferências intergovernamentais na receita total do
município, houve um crescimento gradativo, passando de 56,7% em 2002 para 84,0%
em 2007. Quanto à participação da receita própria alocada em saúde, no período, o
município de Sinop aplicou 23,6% em 2002, caindo para 18,7% em 2003, elevando para
24,9% em 2006 e voltando a cair para 22,9% em 2007. A alocação apresenta-se
flutuante, porém permanece acima do previsto na EC nº 29.
62
As despesas totais com a saúde por habitante/ano, também apresentou um
aumento ao longo do período de 2002 a 2007, passando de R$ 135,01 em 2002 para R$
233,73 em 2007 um aumento de 173,13%. As maiores despesas do setor saúde foram
com pessoal, com percentual de 36,61% em 2002, atingindo 56,50% em 2007.
Tabela 1 – Indicadores do Sistema de Informação sobre Orçamento Público em
Saúde. Sinop, 2008.
INDICADOR 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Participação receita de impostos na
receita total do município (%)
18,33 18,83 19,94 16,58 15,70 17,79
Participação das transferências
intergovernamentais na receita total do
Município (%)
56,68 69,03 66,65 67,79 76,41 84,01
Despesa total com saúde por habitante (
R$)
135,01 158,90 172,67 186,44 221,55 233,73
Participação da despesa com pessoal na
despesa total com Saúde (%)
36,61 47,92 54,38 56,21 57,39 56,50
Participação da receita própria aplicada
em Saúde conforme a EC 29/2000
23,63 18,68 20,97 21,59 24,92 22,99
Fonte: DATASUS/SIOPS
Em relação à Saúde da Família, os gestores municipais de Sinop consideram
suficientes os recursos financeiros recebidos do estado, mas registram que há
interferência política partidária na liberação dos recursos. Em contrapartida, os recursos
federais são insuficientes considerando ser o município sede da microrregião, referência
para serviços de média complexidade.
O acompanhamento financeiro realizado pelo Conselho Municipal de Saúde é
incipiente, segundo os gestores. Apesar de a Secretaria Municipal de Saúde apresentar
os relatórios financeiros, os conselheiros apresentam dificuldades no domínio do tema
financiamento.
A Secretaria Municipal de Saúde de Sinop não dispõe de um setor
administrativo para a gestão financeira e, além disso, não implantou mecanismos para o
monitoramento da execução do orçamento global, por elementos de despesa, ou mesmo
por programas, informações básicas para a equipe gestora da saúde.
3.3.4 Recursos Humanos
Sinop apresenta dificuldades na área de gestão de recursos humanos, segundo
os gestores municipais. A Secretaria Municipal de Saúde não possui um setor específico
para gestão de recursos humanos na área da saúde, ficando a cargo da Secretaria de
63
Administração (SAD). Desta forma, o planejamento e monitoramento de pessoal da
saúde, bem como o Plano de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS) são regidos pela SAD,
cabendo ao gestor municipal de saúde a seleção de profissionais para contratação e o
controle. Os gestores referem a dificuldade na elaboração do PCCS em virtude da
ausência de técnicos capacitados na Secretaria Municipal de Saúde.
O município possui diferentes formas de contratação de profissionais da saúde,
o recrutamento de nível médio e superior se dá através de concursos públicos e
contratos temporários. Como forma de atrair profissionais médicos para atuar no
município, os gestores oferecem uma carga horária maior com atividades
complementares no Pronto Atendimento Médico e incentivo salarial de 100%.
Em relação à contratação dos agentes comunitários de saúde (ACS), os
gestores realizam processo seletivo em conjunto com o ERS. O município enfrenta
dificuldades na permanência de profissionais de saúde; sendo que, no momento da
pesquisa, a SMS estava organizando novo concurso público para ocupação das vagas e
buscando junto à Câmara Municipal a legalização do ACS como servidor público
municipal, pois o vínculo se dá por contratos temporários.
Apesar de a SMS ser a responsável pela educação permanente dos profissionais
de saúde, esta não dispõe de mecanismos para executá-la. A qualificação dos
profissionais é realizada através de parcerias com o Escritório Regional de Saúde,
liberando os profissionais para encontros e cursos. A SMS vem constituindo grupos de
especialistas no município para ofertar mini-cursos e palestras por especialidades.
Foram realizadas capacitações em obstetrícia e em ortopedia nos meses de março e
junho de 2007. Destaca-se a ênfase nas especialidades médicas.
O número de servidores da Secretaria Municipal de Saúde, em 2007, era de
aproximadamente 597 profissionais que ocupavam cargos de nível superior, técnico e
elementar. Sendo 380 estatutários (63,6%), 180 prestadores de serviço (30,1%), 18
servidores cedidos do Ministério da Saúde (FUNASA) e da Secretaria Estadual de
Saúde (3,1%). Ocupavam cargos comissionados 3,2%. Deste total de servidores,
aproximadamente 250 (41,4%) estão envolvidos diretamente com a Saúde da Família.
64
3.4 SITUAÇÃO DA SAÚDE
A análise da situação de saúde do município de Sinop foi realizada com base
nos indicadores do Pacto da Atenção Básica definidos pela Portaria GM/MS 493/06, de
10 de março de 2006, possíveis de serem calculados para municípios com 80 mil ou
mais habitantes.
Os indicadores da Atenção Básica são utilizados para o monitoramento e
avaliação das ações e serviços da saúde referentes à Atenção Básica. O Pacto dos
Indicadores da Atenção Básica serve de base para a construção do processo de
qualificação da gestão municipal (ORIOLI, 2006).
Os dados do município de Sinop analisados referem-se à saúde da criança, à
saúde da mulher, hipertensão e indicadores gerais do município que serão dispostos em
gráficos de acordo com série histórica de 2001 a 2007, comparando seus números com a
microrregião do Teles Pires, a qual o município integra.
A figura 2, apresenta o Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI) em Sinop
comparado ao da Região do Teles Pires no período de 2001 à 2007. O CMI constitui um
dos principais indicadores de saúde, pois representa uma importante medida indireta do
desenvolvimento socioeconômico global de determinada população, visto que os óbitos
infantis sofrem influência direta dos fatores sociais (MS, 2006) e refletem também a
cobertura assistencial às mães através das consultas de pré-natal (RONCALLI e LIMA,
2006).
Em Sinop, o CMI apresenta valores oscilantes, mas com tendência decrescente
a partir de 2004. Em 2001 o CMI foi de 10,9/1.000 nascidos vivos, elevando-se em
2002 para 17,5/1.000 nascidos vivos e reduzindo nos anos seguintes até 2007, quando
verificou-se o aumento para 20,0/1.000 nascidos vivos. Vale destacar que, a partir de
2005, os valores do CMI de Sinop estão acima dos valores da Região do Teles Pires.
Para o Ministério da Saúde, o CMI, segundo estratos de cobertura da Saúde da
Família nos municípios brasileiros (ano de 2004), aponta uma tendência de queda, tanto
para o Brasil, quanto para cada um dos estratos de cobertura da Saúde da Família (MS,
2006b).
Em estudo realizado por SILVA (2003) no qual comparou os óbitos infantis
com o tempo de implantação da Saúde da Família em Sobral, verificou-se redução de
dois pontos percentuais nos óbitos infantis, em sete anos do programa.
65
10,8
17,5
17,4
13,2
15,1
16,6
20,0
5,9
21,2
16,1
15,2
12,2 12,2
16,6
0
5
10
15
20
25
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Óbito menores 1 ano / 1.000 nascidos
vivos
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 2: Coeficiente de Mortalidade Infantil (por 1.000 nascidos vivos). Sinop e
Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A figura 3 apresenta a série histórica da Proporção de Internações por Infecção
Respiratória Aguda (IRA) em menores de 5 anos no período 2001 a 2007 em Sinop e na
Região do Teles Pires. A Proporção de Internação por IRA em menores de 5 anos mede
a participação relativa do grupo no total de internações realizadas no SUS. A
distribuição das causas de internação reflete a demanda hospitalar que, por sua vez, é
condicionada pela oferta de serviços no SUS (MS, 2002d).
A proporção de internação por IRA em menores de 5 anos reflete a falta de
atenção preventiva e curativa aos pacientes com tal agravo e, consequentemente, um
estrangulamento da Atenção Básica, que deixa a desejar em relação a sua resolutividade
(RONCALLI e LIMA, 2006).
Observa-se, em Sinop, que ao longo dos anos, a proporção é declinante,
mostrando apesar dos valores oscilantes, uma tendência à queda. As internações por
IRA em menores de 5 anos no início do período (2001) representaram 43,4% do total
de internações e ao final do período (2007) declinaram para 31,0%, aproximando da
meta esperada de 30,2% segundo a Portaria GM/MS 493/06 (MS, 2006 d).
Comparando com a Região do Teles Pires, Sinop apresenta proporções de
internações por IRA superiores em todos os anos, com exceção do ano de 2005.
66
43,4
50,3
48,8
46,3
29,4
31,3
31,0
34,4
34,6
43,1
45,1
30,4
28,8
27,4
0
10
20
30
40
50
60
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 3: Proporção de Internação (%) SUS por Infecção Respiratória Aguda em
menores de 5 anos. Sinop e Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A figura 4 apresenta a proporção de nascidos vivos com baixo peso ao nascer
em Sinop e na Região do Teles Pires no período de 2001 a 2007. Este indicador reflete a
proporção de nascidos vivos com peso inferior a 2.500 gramas, no total de nascidos
vivos. O Baixo Peso ao Nascer representa fator de risco para a morbimortalidade
neonatal e infantil, sendo que esta pode estar associada, em geral, tanto a baixos níveis
de desenvolvimento socioeconômico, quanto à assistência materno-infantil (MS,
2002d).
A Saúde da Família tem grande responsabilidade na redução deste indicador,
pois a prevenção do nascimento de criança com baixo peso está relacionada a um pré-
natal bem conduzido (RONCALLI e LIMA, 2006).
Em Sinop, a proporção de recém nascidos com baixo peso ao nascer no período
estudado se apresentou sempre abaixo da média do Brasil, que no ano de 2004 foi de
8,2%. Observa-se que, apesar das oscilações, seu valor se manteve estável, situando-se
entre 5,1% (2001) e 7,0% (2006). Nota-se ainda que no período de 2002 a 2004 a
proporção de recém nascidos de baixo peso ao nascer em Sinop foi superior à da Região
do Teles Pires. Quanto aos dados da Região do Teles Pires, observa-se que há uma
discreta elevação deste indicador ao longo dos anos.
67
5,8
5,7
5,8
6,8
6,5
7,0
6,0
5,1
5,6
5,7
6,7
5,6
7,2
5,9
0
1
2
3
4
5
6
7
8
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 4: Proporção (%) de Nascidos Vivos de Baixo Peso ao Nascer. Sinop e
Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A figura 5 apresenta a Razão de Mortalidade Materna em Sinop e na Região
Teles Pires no período de 2001 a 2007. Esse indicador corresponde ao número de óbitos
de mulheres durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação por causas
relacionadas com e/ou agravadas pela gravidez. Seu cálculo é realizado pelo número de
óbitos femininos por 100 mil nascidos vivos no ano considerado. Sua interpretação
reflete a qualidade da assistência à Saúde da Mulher (MS, 2002d).
A morte materna é considerada um evento sentinela, indicativo da qualidade da
assistência à saúde prestada a uma população. A Organização Mundial de Saúde (OMS)
considera aceitável razão de morte materna entre 10 a 20 por 100.000 nascidos vivos
(COSTA, et al, 2006). As taxas elevadas de mortalidade materna estão associadas à
insatisfatória prestação de serviços de saúde à mulher.
Cabe destacar que para Sinop, somente há dados de morte materna registrados
nos anos de 2004 e 2005. Em 2004 a Razão de Mortalidade Materna foi de
94,3/100.000 nascidos vivos, reduzindo para 43,4/100.000 nascidos vivos em 2005,
permanecendo bem acima do considerado pela OMS. Na Região Teles Pires a Razão de
Mortalidade materna apresenta valores oscilantes, em 2004 apresentou seu maior valor
68
– 68,5/100.000 nascidos vivos e em 2007, seu menor valor – 21,3/100.000 nascidos
vivos.
Em 2004 a Mortalidade Materna foi mais elevada em Sinop que em todos os
anos na Região do Teles Pires. Como não há dados de mortalidade materna registrados
para os demais anos, permanece uma dúvida quanto à ausência destes dados: pode não
ter ocorrido óbitos ou a não notificação dos óbitos no sistema de informação, nos anos
em questão. Não há Comitê de Mortalidade Materna em Sinop para investigação dos
casos de óbitos ocorridos em mulheres em idade fértil. A não investigação das causas
de óbitos maternos dificulta a compreensão das causas e fatores associados à assistência
pré-natal, acompanhamento do trabalho de parto e puerpério.
0,0 0,0 0,0
43,4
94,3
0,0 0,0
0,0 0,0 0,0
68,5
35,0
60,8
21,3
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Óbito / 1000.000 nascidos vivos
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 5: Razão de Mortalidade Materna (por 100.000 nascidos vivos). Sinop e
Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A figura 6 apresenta a proporção de nascidos vivos com quatro ou mais
consultas de pré-natal em Sinop e na Região do Teles Pires, no período de 2001 a 2007.
Esse indicador mede o grau de cobertura do atendimento pré-natal nos serviços de saúde
(MS, 2002d). O Ministério da Saúde prevê a realização de, no mínimo, seis consultas de
acompanhamento pré-natal durante a gestação (MS, 2002e).
69
Em Sinop, a cobertura de pré-natal (com quatro ou mais consultas) esteve mais
elevada que na da região do Teles Pires nos anos de 2001 (94,4%), 2002 (93,9%) e 2006
(97,9%). Observa-se um incremento de cerca de 3% na cobertura pré-natal em Sinop no
período estudado.
Na Região Teles Pires houve também aumento da cobertura – de 91,3% no
início do período para 97,2% ao final do período. Os resultados apontam para uma alta
cobertura de pré-natal em Sinop e na Região do Teles Pires. No entanto, têm sido altos
os índices de Mortalidade Materna, indicando necessidade de acompanhamento e
monitoramento da qualidade da assistência.
94,4
93,9
93,2
93,6
94,4
97,9
97,1
91,3
92,3
92,1
93,9
94,9
97,0
97,2
88
90
92
94
96
98
100
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 6: Proporção (%) de Nascidos Vivos com quatro ou mais consultas de Pré-
natal. Sinop e Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A figura 7 apresenta a Proporção de Internações por Acidente Vascular Cerebral
(AVC) em Sinop e na Região do Teles Pires no período de 2001 a 2007. Esse indicador
é útil para traçar estratégias de intervenção para grupos específicos (MS, 2002d). A
Proporção de Internações por Acidente Vascular Cerebral, entre outros eventos de
saúde, são traçadores da qualidade do diagnóstico precoce e de tratamento adequado e
considerado evento sentinela de ocorrência de situações evitáveis (SAMICO et al,
2002).
70
Observa-se que em Sinop apesar de o valor apresentado ter sido alto em 2004
(49%), a proporção de internações por AVC foi decrescente nos demais anos. No início
do período estudado, a proporção de internação por AVC representava 34,3% do total
de internações e no final do período reduziu para 28,7%.
Na Região do Teles Pires, esta proporção também se apresenta decrescente, em
2001 foi de 36,5% do total de internações, em 2007 foi 24,3% do total delas.
34,3
49,0
31,4
29,6 29,6
22,8
24,3
36,5
39,6
28,7
29,4
24,1
29,7
28,7
0
10
20
30
40
50
60
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 7: Proporção (%) de Internações no SUS por Acidente Vascular Cerebral.
Sinop e Região do Teles Pires, 2001 a 2007.
A Proporção de Internações por complicação do Diabetes Mellitus em Sinop e
na Região Teles Pires no período de 2001 a 2007 é apresentada na figura 8.
Em Sinop, a proporção de internação por complicação do Diabetes Mellitus
manteve-se oscilante no período estudado, o menor valor encontrado foi de 0,8% em
2004 e o maior valor foi de 1,5% em 2006. Observa-se que os valores foram menores
em todos os anos, quando comparados com a Região do Teles Pires.
71
1,0
1,1
1,0 1,0 1,0
1,6
0,9
0,9
1,1
0,9
0,8
1,0
1,5 1,5
0
0
0
1
1
1
1
1
2
2
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
%
ANO
Sinop Regional
FONTE: SES / COTINF, 2008
Figura 8: Proporção (%) de Internações no SUS por complicações do Diabetes
Mellitus. Sinop e Região do Teles Pires, 2001 a 2007
A análise de alguns indicadores da Atenção Básica em Sinop sugere as seguintes
características:
1) Saúde da Criança: a Mortalidade Infantil apresenta aumento dos óbitos
infantis e um declínio na proporção de internação por IRA em menores de
cinco anos. Porém, apesar da queda de internações por IRA, o município
ainda não alcançou a meta estabelecida de 30,2%. Os indicadores apontam
fragilidades na assistência à criança, necessitando de intervenções.
2) Saúde da Mulher: Apresenta boa cobertura pré-natal quanto ao número de
consultas preconizadas pelo Ministério da Saúde, entretanto não podemos
deixar de associar indiretamente a mortalidade infantil à qualidade da
assistência pré-natal. Portanto, fazem-se necessárias intervenções na
assistência pré-natal garantindo o acompanhamento da gestante com o
objetivo de evitar óbitos neonatais. Quanto ao óbito materno, há falhas em
duas direções: a) na notificação dos óbitos maternos, e b) inexistência de
órgão responsável pela investigação dos óbitos ocorridos em mulheres em
idade fértil, impossibilitando reconhecimento das causas.
72
3) Controle de Hipertensão Arterial: a proporção de internações por AVC
apresenta declínio, sugerindo haver acompanhamento dos hipertensos na
Atenção Básica.
4) Controle do Diabetes: a proporção de internações por complicações
apresentou queda nos anos de 2003 e 2004 aumentando em seguida, o que
sugere uma Atenção Básica com baixo grau de resolutividade na assistência.
Considerando os dados obtidos pode-se sugerir que o município apresenta uma
deficiência em sua assistência básica, sinalizando para a necessidade de sensibilização
do gestor municipal no sentido de priorizar a agenda de saúde local quanto as
intervenções necessárias à melhoria da assistência.
3.5 ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA REDE DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
A rede de serviços de saúde, em Sinop, é constituída de serviços públicos
próprios, filantrópicos e privados contratados e privados não contratados (SINOP,
2006).
SERVIÇOS PÚBLICOS PRÓPRIOS
1) Atenção Básica
09 Unidades da Saúde da Família abrangendo dezesseis equipes
(SINOP, 2006).
2) Atenção Especializada
01 Centro de Especialidades Médicas que presta atendimento / consulta
nas seguintes especialidades: gastroenterologia, pediatria, ginecologia,
ortopedia, oftalmologia, otorrino, dermatologia, cardiologia e
oncologia.
01 Clínica de Fisioterapia e Reabilitação;
02 Centros Odontológicos;
01 Centro de Especialidades Odontológicas;
01 Unidade de Coleta e Transfusão Sanguínea e
01 Centro de Atenção Psicossocial (SINOP, 2006).
73
3) Atenção Pré-hospitalar
01 Pronto Atendimento realizando atendimento de urgência e
emergência com 15 leitos de observação (SINOP, 2006).
A Secretaria Municipal de Saúde de Sinop também possui os seguintes
serviços: vigilância sanitária e epidemiológica, serviço de radiodiagnóstico médico e
odontológico, um Centro de Zoonose, cinco Unidades Móveis Terrestres (ambulância e
odontomóvel) e um Laboratório de Análises Clínicas (SINOP, 2006).
SERVIÇOS FILANTRÓPICOS CONVENIADOS AO SUS
1) Atenção Especializada:
01 ambulatório do hospital com consultórios nas seguintes
especialidades: gastroenterologia, cirurgia geral, pediatria, ginecologia,
anestesiologia, ortopedia, oftalmologia, otorrino, cardiologia, oncologia
e nefrologia (SMS/SINOP, 2006).
2) Atenção hospitalar:
01 hospital geral com 64 leitos distribuídos em: clínica médica,
cirúrgica, obstetrícia, pediatria e outras especialidades (SMS/SINOP,
2006).
SERVIÇOS PRIVADOS CONVENIADOS AO SUS
01 Unidade de Terapia Renal;
02 Clínicas oftalmológicas; e
01 Laboratório Citopatológico e Anatomopatológico (SMS/SINOP,
2006).
SERVIÇOS FILANTRÓPICOS E PRIVADOS NÃO CONVENIADOS
AO SUS
05 Laboratórios de análises clínicas,
03 Serviços de Radiodiagnóstico Médico, e
03 Serviços de Radiodiagnóstico Odontológico.
74
Possui ainda dois Hospitais Gerais (privados) com 66 leitos no total, dos quais
39 são conveniados ao SUS (distribuídos em clínica médica, cirúrgica, obstetrícia,
pediatria e isolamento) e 27 não conveniados ao SUS (clínica médica, cirúrgica e
obstetrícia).
Na Atenção Básica a cobertura é insuficiente. Nas consultas com especialistas,
Sinop detém uma rede de serviços suficiente para não complementar com o setor
privado. Porém, na prestação de serviços de média e alta complexidade depende da
iniciativa privada e filantrópica.
Sinop não possui uma Central de Regulação municipal, sendo que a porta de
entrada para o Sistema de Saúde ocorre através do atendimento realizado pelas Equipes
de Saúde da Família e os casos que necessitam de consultas especializadas são
encaminhados e agendados no Centro de Especialidades Médicas. Os exames
laboratoriais são colhidos na própria Unidade de Saúde da Família e encaminhados ao
laboratório de referência. Existe uma demanda reprimida em todas as especialidades
médicas com exceção para a ortopedia e ginecologia. Para as internações, o município
mantém convênio com os hospitais, realizando cirurgias complexas, que anteriormente
eram referenciadas para Cuiabá, como oncologia, nefrologia e ortopedia. Não há
sistema de contrarreferência no município.
3.6 ACOMPANHAMENTO E AVALIAÇÃO PELO CONSELHO
MUNICIPAL DE SAÚDE DA SAÚDE DA FAMÍLIA
A partir da Lei 8.142/90 foi regulamentada a criação dos Conselhos Municipais
de Saúde em cada esfera de governo, sendo um “órgão permanente e deliberativo,
composto por representantes do governo, dos prestadores de serviços, dos profissionais
de saúde e dos usuários, atuando na formulação de estratégias e no controle de execução
da política de saúde na instância correspondentes, inclusive nos aspectos econômicos e
financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo chefe do poder legalmente
constituído em cada esfera do governo” (MS, 1990).
Em Sinop, o Conselho Municipal de Saúde tem composição paritária entre
representantes do governo e prestadores de serviços e usuários. As reuniões ordinárias
são mensais, conforme o Regimento Interno, para os conselheiros as reuniões foram
consideradas democráticas e participativas. Apesar dos conselheiros informarem que
75
haja algumas discussões sobre a Saúde da Família, o acompanhamento e monitoramento
não constaram das pautas do CMS. A Saúde da Família emerge a partir de reclamações
dos usuários, de denúncias ou de questionamentos de aspectos específicos trazidos por
conselheiros. As questões debatidas são encaminhados à Secretaria Municipal de Saúde,
entretanto, não tem um retorno das apurações e nem tampouco a resolutividade do
problema levantando pelos conselheiros.
Quando vem uma reclamação da população é colocada para o conselho, e
o acompanhamento é bem tímido [....] quando temos alguma reclamação,
fazemos documento e ofício e entregamos à mão ao presidente do conselho
ou secretário..” (C1)
Tem alguns conselheiros que eu os chamo de pedra – porque a cada
reunião de conselho chega uma bomba – isso é ótimo, é a saúde que ganha
...” (C2)
O acompanhamento e monitoramento eram realizados de forma restrita através
de diferentes mecanismos: 1) visita à Unidade de Saúde da Família pelos conselheiros
usuários com observação direta e levantamento de informação sobre o funcionamento
da unidade com outros usuários e com os servidores; 2) conversas informais com a
comunidade, buscando conhecer o que pensa sobre a Saúde da Família e quais são as
necessidades e ou dificuldades encontradas; 3) denúncias diretas efetuadas na instituição
representada no CMS.
Não há mecanismo programático para acompanhamento e avaliação da
satisfação dos usuários, quanto a atuação das equipes de Saúde da Família. Os
mecanismos identificados não são suficientes para articular as demandas dos usuários
ao Conselho Municipal de Saúde em Sinop, nem tampouco para fortalecer a
participação deste segmento no sentido de impulsionar a inversão do modelo
assistencial.
Os conselheiros reconhecem a melhora e importância da Saúde da Família no
município, relatam que a estratégia veio para atender as necessidades da população.
Entre as ações desenvolvidas pelas equipes destacadas pelos conselheiros foram: a visita
domiciliar, a consulta médica, o acompanhamento dos agentes comunitários de saúde
reuniões/acompanhamento a grupos específicos (hipertensos e diabéticos) e a pesagem
mensal das crianças menores de dois anos.
76
[...] visita domiciliar, considero esta atividade interessante e importante
(C3).
“[...] as reuniões com os grupos de hiper-tensos, diabéticos, e se detecta [...]
a pesagem das crianças, [...] faz
regularmente a pesagem das crianças,
aquele acompanhamento de peso” (C2).
A capacidade de resolução da Saúde da Família é vista pelos conselheiros
como limitada, serviços simplificados, exercendo o papel de “selecionar os casos” a
serem encaminhados ao Centro de Especialidades.
“[...] ele é um centro de triagem, não resolve totalmente. São pequenas
coisas que qualquer pessoa com mais um pouquinho de conhecimento
consegue, por isso é um centro de triagem.” (C2)
“[...] ele (Saúde da Família) só resolve apenas o básico, pois acabam
encaminhando para o Pronto Atendimento”(C5).
Apesar dos conselheiros identificarem algumas atividades desenvolvidas pelas
equipes, percebe-se que os conselheiros desconhecem a proposta da Saúde da Família
como estratégia para mudança no modelo assistencial, prevalecendo a idéia de serviço
para pobre, de triagem para serviços mais complexos.
Quanto aos problemas e dificuldades na implementação do programa os
conselheiros identificaram várias questões de ordem estrutural e de processo, que
colocam em cheque a mudança do modelo assistencial proposto pela Saúde da Família.
Apontam a permanência de questões relacionadas ao antigo modelo de atenção como:
fila de espera, dificuldade no agendamento, mau atendimento, demora no atendimento e
a ausência do médico na unidade, gerando a insatisfação no usuário.
“[...] tem que chegar cedo, porque o médico só atende 10 a 15 fichas por
vez. [...] tem muita gente para pouco PSF, demanda reprimida” (C4).
“[...] tem muita reclamação de filas e demora, tem que esperar muito. [...] as
pessoas reclamam também da falta de médicos”(C2).
“[...] os funcionários não tem preparo para trabalhar com a população, eles
atendem mal e xingam a população. A gente recebe esse tipo de reclamação
[...]”(C1)
“[...] como são poucas fichas distribuídas agente tem que chegar cedo lá, as
4, 5 horas da manhã e o médico só chega para atender às 10 horas. [...]
77
tem casos também que está marcado, mas o médico não vai, daí tem que
voltar no outro dia ou então procurar o PAM [...]”(C2)
MATTOS (2005) discute a conduta de boas práticas profissionais (atitudes,
comportamentos), na organização dos serviços, ampliando a compreensão cultural e
social do profissional na relação com o usuário, ambos sujeitos do cotidiano da gestão.
Sintetizando, os conselheiros apontam a necessidade do acolhimento, humanização do
ato de cuidar e da escuta do profissional.
Os conselheiros foram unânimes em responder que a população desconhecia a
proposta da Saúde da Família.
“[...] a população é muito leiga, desinformada, falta de educação nos vários
segmentos; de repente ela (população) conhece o trabalho (das equipes de
Saúde da Família), mas não conseguiu entender ainda a proposta do novo
SUS” (C2).
“[...] tem pessoas que não sabem porque que tem que passar no bairro para
serem atendidas no Pronto Atendimento”(C1).
As falas apontam para a necessidade de esclarecimento à população quanto a
proposta da Saúde da Família o que requer um trabalho de interação entre as equipes e a
comunidade.
De acordo com TEIXEIRA (2004), a percepção dos usuários sobre a prática da
Saúde da Família é importante, pois a comunidade é a razão da existência da estratégia e
deve ser identificada como sujeito capaz de avaliar e intervir, modificando o próprio
sistema e fortalecendo o fazer democrático da saúde.
O diferencial destacado na Saúde da Família diz respeito as atividades dos
agentes comunitários de saúde e de sua relação com a comunidade.
“[...] faz parte dos agentes (comunitários de saúde), que passam nas casas,
faz acompanhamento das pessoas idosas, pessoas que tomam remédios,
pessoas que não tem tempo de sair ir lá no posto para marcar uma consulta,
o próprio agente vai e já marca” (C4).
Através das informações dos conselheiros, percebe-se uma tímida atuação do
Conselho Municipal de Saúde em Sinop no acompanhamento e controle social da Saúde
da Família. Demonstram desconhecimento do papel da Saúde da Família na organização
dos serviços de saúde na mudança do modelo assistencial. Prevalece a percepção dos
usuários do conselho de uma assistência inócua das equipes, cuja finalidade se restringe
78
a triagem para os atendimentos especializados. Os problemas levantados pelos
conselheiros como a falta de médico nas unidades, dificuldade no acesso, demora no
atendimento, a desinformação da população quanto a proposta da Saúde da Família
poderiam ser objetos de avaliação permanente do Conselho e da Gestão municipal junto
à comunidade contribuindo na formulação de estratégias para superar estes obstáculos.
CAPÍTULO IV
A SAÚDE DA FAMÍLIA NO MUNICÍPIO DE SINOP
80
4.1 CARACTERÍSTICAS DA SAÚDE DA FAMÍLIA
Este capítulo apresenta três seções. A primeira trata da contextualização da
Saúde da Família em Sinop, a organização das Unidades de Saúde da Família e o
gerenciamento da estratégia. A segunda seção refere-se ao perfil sócioeconômico,
demográfico e ocupacional dos médicos, enfermeiros e odontólogos inseridos nas
equipes de Saúde da Família em Sinop. E a última seção apresenta o grau de realização
e implementação das atividades desenvolvidas pelas equipes, conforme preconizadas
pelo Ministério da Saúde, obtidas através das respostas aos questionários respondidos
por 84,4% dos profissionais das equipes de saúde da família. As ações relacionadas ao
cuidado à saúde foram analisadas de acordo com a especificidade de cada categoria
profissional. Aquelas relacionadas à diversos programas como criança, adolescente,
mulher, homem adulto, idoso, doenças infecciosas e crônicas foram respondidas por
médicos e enfermeiros, já as ações relacionadas à saúde bucal pelos odontólogos.
4.1.1 Organização das Unidades de Saúde da Família
A Saúde da Família foi priorizada como estratégia para reorganização da
Atenção Básica no município de Sinop, sendo que a implantação ocorreu em 2001
motivada pelos incentivos financeiros do Governo Federal e pelas políticas de incentivo
adotadas pelo Governo Estadual. Em abril de 2001, foram implantadas seis equipes da
Saúde da Família e, posteriormente, em maio do mesmo ano mais dez equipes,
totalizando dezesseis ESF com uma cobertura populacional de 72,8%, à época, cobrindo
bairros considerados de risco e a área central do município (SINOP, 2006).
A Saúde Bucal foi implantada juntamente com a Saúde da Família em 2001. Em
novembro de 2007 havia três Equipes de Saúde Bucal implantadas entre as modalidades
I e II com cobertura populacional de 26,57% (MS, 2008).
Sinop tem nove Unidades de Saúde da Família, alocadas em antigos Centros de
Saúde, em prédios próprios da prefeitura municipal, em prédios alugados e em um
cedido pela Secretaria Estadual de Educação. O número de equipes vinculadas à
Unidade de Saúde da Família varia de uma a três equipes por unidade, dependendo do
espaço físico. Quanto aos limites da área de abrangência, cinco unidades localizam-se
dentro da área de abrangência, duas unidades fora da área de abrangência e as demais se
81
localizam em área limítrofe às áreas de abrangência. Todas as unidades de saúde
(100%) estão situadas na zona urbana do município, conforme demonstrado na imagem
aérea do município (ANEXO VI). As ESF cuja unidade localiza-se fora da área de
abrangência possuem um posto de saúde no bairro, considerado uma forma de extensão
da unidade, cujo atendimento médico e de enfermagem é realizado duas vezes por
semana. Nos outros dias, esse estabelecimento de saúde conta com uma técnica de
enfermagem que realiza vacinação e encaminhamentos de urgência para o Pronto
Atendimento Médico (SINOP, 2006).
A definição das áreas de abrangência das unidades de Equipe de Saúde da
Família foi realizada em 2001. Entretanto, com o crescimento da cidade foram surgindo
bairros em espaços até então desabitados, estes foram sendo re-divididos de acordo com
a proximidade da Unidade da Saúde da Família. Como resultado deste processo, muitas
equipes estão distantes da sua área de cobertura. Tal fato vem demonstrando a
necessidade de realizar novo mapeamento e readequação das áreas de abrangência das
equipes existentes e ampliação de novas equipes para melhorar a cobertura populacional
(ANEXO VI, VII e VIII).
Sinop não tem história longa de PSF, foi implantada em 2001, naquela
época a divisão do PSF foi complicada, dividiu partes do município e foi
aumentando o cinturão de pobreza da cidade, pessoas de outras regiões
migraram para nosso município, como do Pará e Maranhão e devido a isso
há áreas de risco descobertas...” (GESTOR 3)
A população de Sinop cresceu, passando de 79.514 habitantes em 2001 para
103.000 habitantes em 2007, sem aumento correspondente das equipes de Saúde da
Família, cuja cobertura no momento da pesquisa era de 49,8%.
Diante deste contexto, percebe-se que a organização e territorialização das
unidades não estão de acordo com os princípios organizativos da Saúde da Família em
relação à acessibilidade e resolutividade. A acessibilidade está relacionada diretamente
ao “comportamento do indivíduo que procura o cuidado e do profissional que o conduz
dentro do sistema de saúde” (TRAVASSOS, 2004, p190). No caso de Sinop, o
distanciamento das USF com a área de abrangência e o aumento da demanda reprimida
por serviços de Atenção Básica, acabam levando o usuário a procurar assistência direta
no Pronto Atendimento Médico, dificultando também a compreensão, por parte da
população, da Saúde da Família como unidade de referência.
82
O município possui 17.368 famílias cadastradas no SIAB, havendo, em média
1.100 famílias por Equipe (SINOP, 2006). Para se adequar aos princípios organizativos
da Saúde da Família e aos parâmetros do DAB/ MS, o município teria que
redimensionar a área de abrangência de algumas unidades, de forma a reduzir o número
de famílias daquelas equipes que ultrapassam 900 famílias, e implantar 15 novas
equipes para cobrir 100% da população.
As equipes de Saúde da Família no município de Sinop estavam adequadas em
relação aos profissionais de nível superior. Apenas uma equipe registrou a falta do
profissional médico, em licença médica, há um ano. A Secretaria Municipal de Saúde
montou um rodízio entre os demais médicos das equipes para cobri-la. Em relação aos
agentes comunitários de saúde, registrou-se ausência do profissional em algumas
microáreas. Das 113 microáreas existentes no município, 102 estavam cobertas (90,3%).
Para ampliar o atendimento e a qualidade dos serviços do SUS, o Ministério da
Saúde publicou a Portaria/GM nº 154/2008 que cria os Núcleos de Apoio à Saúde da
Família (NASF) o que permite a inserção de outros profissionais de áreas correlatas às
atividades dos profissionais da Atenção Básica na promoção, na prevenção e na
reabilitação da saúde (MS, 2008).
O município ainda não implantou os NASF. Porém, as equipes de Saúde da
Família já contavam com o apoio de um fisioterapeuta e um odontomóvel que realizam
atividades complementares, ampliando serviços oferecidos à população. Embora o
trabalho desses profissionais seja referido como relevante, há baixo envolvimento das
equipes nestas ações.
A estrutura física das Unidades de Saúde da Família foi avaliada pelos
profissionais nos seguintes aspectos: tamanho, iluminação, ventilação, limpeza,
manutenção, privacidade, conforto ambiental e acesso à população. Segundo os médicos
e enfermeiros, 56,3% consideraram a USF inadequada, 37,5% adequada e 6,3%
parcialmente adequada. Os itens abaixo relacionados foram apontados como
inadequados pelos profissionais das equipes de Saúde da Família: manutenção dos
equipamentos (62,5%), espaço físico (56,3%), iluminação (56,3%), ventilação (56,3%),
e privacidade (37,5%).
Todas as Unidades de Saúde da Família possuem pelo menos um consultório
médico e um de enfermagem para cada equipe. O consultório dentário está presente em
três unidades habilitadas para atender à Saúde Bucal. Registrou-se a presença de sala de
reunião, de grupos em seis das nove Unidades de Saúde da Família. E naquelas em que
83
não havia sala de reuniões, essas atividades eram desenvolvidas em parceria com outras
instituições localizadas na própria comunidade, sendo citadas: a pastoral da criança,
igrejas e escolas.
Quanto à disponibilidade de equipamentos básicos nas Unidades de Saúde da
Família, observou-se a existência, em todas as unidades, de geladeira exclusiva para
vacina com termômetro digital, de glicosímetro, de balança pediátrica, de autoclave, de
mesa ginecológica e de sonar Doppler. Em três Unidades de Saúde da Família os
equipamentos para atender duas ou três equipes (mesa ginecológica, sonar Dopller,
glicosímetro e balança pediátrica) eram insuficientes. A provisão de medicamentos da
farmácia básica e de materiais (essenciais, escritório e limpeza) era distribuída
regularmente, porém em quantidades insuficientes. Foram observadas USF em
condições inadequadas de funcionamento. Constatou-se a presença de sujidades,
divisórias quebradas, consultórios médicos e salas para administração de medicamentos
sem privacidade e salas para desinfecção de materiais médico-hospitalares fora das
recomendações presentes na RDC
1
nº 50/2002 (MS, 2002d).
4.1.2 Gerenciamento da Saúde da Família
De acordo com MISHIMA (2003), a gerência tem papel importante na
articulação das relações entre os trabalhadores, com as tecnologias de distintas naturezas
(dura, leve-dura, leve)
2
com o projeto político assistencial juntamente com o contexto
onde ele se insere. Portanto, a gerência é responsável pelo planejamento e controle, bem
como pela mobilização dos trabalhadores na organização e na produção de serviços que
atendam, de fato, às necessidades de saúde da população.
O planejamento não é uma prática institucionalizada na USF. O
acompanhamento e monitoramento do trabalho das equipes de Saúde da Família não
são realizados, conforme o relato a seguir:
falta à equipe gestora conhecimento específico para análise dos dados e
utilização da epidemiologia no processo de trabalho” (GESTOR 2).
1
Regulamento Técnico para planejamento, programação, elaboração e avaliação de projetos físicos de
estabelecimentos assistenciais de saúde.
2
Tecnologia leve (refere às relações pessoais), tecnologias leve-dura (refere aos saberes e conhecimentos da
administração) e tecnologia dura (refere às normas e estruturas organizacionais) (MERHY, 2005).
84
A definição das metas no planejamento das ações e oferta de serviços não é
realizada de forma ascendente e não considera as demandas das unidades básicas e
especializadas. A ausência de programação envolvendo o conjunto das unidades
acarreta o desconhecimento, entre os profissionais, da capacidade da rede de serviços
como um todo.
Em relação ao gerenciamento e monitoramento de materiais e insumos, para
abastecimento das Unidades da Saúde da Família, não existe rotina com fluxos e
processos padronizados. O responsável pela unidade faz a solicitação à equipe central
da secretaria que fornece materiais disponíveis no estoque, com base em série histórica.
As reuniões entre as equipes e coordenação da Saúde da Família são dispositivos
importantes para a gerência, tendo em vista a sua finalidade para as funções
administrativas (VANDERLEI, 2005). Em Sinop, as reuniões de trabalho entre equipes
de Saúde da Família e coordenação são realizadas apenas com a presença dos
enfermeiros. Além disso, tais reuniões não são sistemáticas e ocorrem em função de
denúncias e reclamações. A ausência das reuniões de trabalho na prática gerencial com
as Equipes da Saúde da Família indica que não há espaços coletivos para o diálogo,
reflexão dos problemas comuns ou a busca de soluções pactuadas, enfim, uma co-gestão
da Saúde da Família.
Na gestão colegiada é esperado que o gerente tenha capacidade de decidir no seu
espaço de trabalho, seja como agenciador, seja como organizador da vontade e do
intelecto dos trabalhadores sob sua coordenação (VANDERLEI, 2005). Entretanto, em
Sinop, isso não é a prática gerencial, tendo em vista que há uma centralização do poder
no processo de gerenciamento da SF, evidenciado pela ausência de autonomia da
coordenação, conforme o relato a seguir:
o gerenciamento da Saúde da Família apresenta baixa autonomia para
tomada de decisões, principalmente relacionadas a recursos humanos,
principalmente com relação ao profissional médico, controle do absenteísmo
e conflitos entre as equipes” (GESTOR 3)
Como fatores facilitadores no gerenciamento e/ou operacionalização da Saúde
da Família no município de Sinop, os gestores destacam: 1) Educação em saúde com
envolvimento da comunidade, como reuniões e palestras com o objetivo de promoção e
prevenção à saúde; 2) Harmonia entre os profissionais de saúde das equipes e a
Secretaria Municipal de Saúde; 3) Participação ativa da população como parceira do
85
programa; 4) Aprovação satisfatória da comunidade sobre a SF; 5) Valorização dos
profissionais de saúde por parte da comunidade, principalmente do enfermeiro.
Modelo novo para a cidade, no antigo para você ter uma idéia tinha apenas
três enfermeiros e a população não queria nem saber de ser atendida por
eles. Hoje temos dezesseis e a população prefere, na grande maioria, ser
atendido pelo enfermeiro do que pelo médico. Isso é muito bom. Outra coisa
é a prevenção, as reuniões em grupo, as palestras a população gosta disso,
aprende muito” (GESTOR 3).
Dentre as limitações no gerenciamento e na operacionalização da Saúde da
Família, os gestores destacam: 1) Baixa cobertura populacional da Saúde da Família
devido ao crescimento acelerado da população; 2) Demanda reprimida por atendimento
na Atenção Básica; 3) Aporte financeiro insuficiente; 4) Equipe técnica administrativa
da Secretaria Municipal de Saúde insuficiente e com competência inadequada para a
gestão do novo modelo; 5) Dificuldade de a equipe técnica ter acesso ao Prefeito
municipal para discutir tecnicamente o programa, sendo que apenas ao Secretário
Municipal de Saúde se tem acesso; 6) Falta de profissionais de saúde habilitados e
capacitados para operacionalizar e proporcionar mudanças no modelo de atenção à
saúde; 7) Dificuldade de compreensão, pelos usuários, quanto às mudanças do modelo
de atenção e da organização dos serviços da Saúde da Família.
Acho que a grande falha da Saúde da Família nosso, é justamente a
cobertura, quando nós começamos cobria quase 90%, hoje cobre 60%,
porque a cidade cresceu demais e nós não temos suporte financeiro para
aumentar.” (GESTOR 3).
Na fala dos gestores percebe-se contradição de fatores tidos como positivos,
quando mencionam a participação e satisfação da comunidade. Demonstram fazer uso
do discurso oficial ao se referirem a satisfação dos usuários, embora reconheçam, a
insatisfação deles com os limites da Saúde da Família no município.
Na avaliação geral sobre o funcionamento da Saúde da Família, os gestores
concordam que esta presta assistência integral, contínua a população adscrita; favorece a
ação intersetorial; reforça o vínculo entre profissionais de saúde e as famílias; amplia a
cidadania e de controle social através de suas ações e tem efeitos sobre o mercado de
trabalho e na formação dos profissionais de saúde.
Nesta mesma linha de avaliação, os gestores concordam parcialmente que a Saúde
da Família tenha ação resolutiva sobre os problemas de saúde da população assistida
86
que mude substancialmente o modelo da atenção no município; reduza a taxa de
internação hospitalar; e que atue sobre a família como núcleo de abordagem; que
proporcione um acompanhamento longitudinal às famílias assistidas e que seja capaz de
alterar os processos de trabalho dos profissionais de saúde.
4.2 A SAÚDE DA FAMÍLIA SEGUNDO MÉDICOS, ENFERMEIROS E
ODONTÓLOGOS
4.2.1 Perfil socioeconômico, demográfico e ocupacional dos profissionais
A Tabela 2 apresenta as características sóciodemográficas dos profissionais da
Saúde da Família em Sinop. Dos 32 profissionais de nível superior que compõem as
Equipes de Saúde da Família (ESF) e Saúde Bucal (ESB), 84,4% responderam ao
questionário. Dentre os respondentes, 55,6% são enfermeiros, 33,3% são médicos e
11,1% odontólogos. Na distribuição dos profissionais por gênero, 88,8% são do sexo
feminino e 11,1% do sexo masculino. Quanto ao estado civil, 48,2% dos profissionais
responderam serem casados, 29,6% solteiros e os demais tinham outro tipo de situação
conjugal. Em relação à faixa etária, 74,0% têm idade entre 25 e 39 anos, seguidos
18,6% com idade entre 40 a 54 anos. Em relação ao estado de origem, 29,6% são
naturais do Rio Grande do Sul, 26,0% do Paraná, 14,8% de São Paulo, 7,4% de
Alagoas, 3,7% de Mato Grosso e os demais de outros estados do país. Antes de
ingressarem na Saúde da Família em Sinop, 40,7% dos profissionais referiram proceder
do próprio estado de Mato Grosso, 18,5% vieram do Estado de São Paulo, 14,8% do
Paraná e 7,4% de outros estados do país.
87
Tabela 2 – Características sociodemo
g
ráficas dos médicos, enfermeiros e
odontólogos das equipes de Saúde da Família. Sinop, 2008.
Profissão
N % Total
Enfermeiro(a)
15 55,6
27
Médico(a)
09 33,3
Odontólogo
03 11,1
Sexo
Feminino
24 88,8
27
Masculino
03 11,1
Estado civil
Casado
13 48,2
27
Solteiro
08 29,6
União consensual
02 7,4
Divorciado
01 3,7
Separado
01 3,7
Viúvo (a)
01 3,7
Outros
01 3,7
Idade categorizada
<25 anos
02 7,4
27
25 a 39 anos
20 74,0
40 a 54 anos
05 18,6
55 anos
- -
Naturalidade
Rio Grande do Sul 08 29,6
27
Paraná
07 26,0
São Paulo
04 14,8
Alagoas
02 7,4
Mato Grosso
01 3,7
Mato Grosso do Sul
01 3,7
Espírito Santo
01 3,7
Piauí
01 3,7
Santa Catarina
01 3,7
Minas Gerais
01 3,7
Última procedência
Mato Grosso
11 40,7
27
São Paulo
05 18,5
Paraná
04 14,8
Rio Grande do Sul
02 7,4
Minas Gerais
02 7,4
Pernambuco
01 3,7
Goiás
01 3,7
88
Os dados encontrados neste estudo estão compatíveis com outras pesquisas que
apontam a feminilização dos profissionais inseridos nas equipes de Saúde da Família.
Em trabalho realizado por TOMASI et al (2008) em municípios das regiões sul e
nordeste do país, houve a predominância do sexo feminino foi de 86,0% entre os
profissionais nas Equipes de Saúde da Família, prevalecendo também a faixa etária de
31 a 45 anos que apresentou 45,0%.
Na pesquisa realizada por CANESQUI e SPINELLI (2006), os profissionais
antes de ingressarem no programa da Saúde da Família em municípios de Mato Grosso
47,0%, informaram proceder do próprio Estado de Mato Grosso, seguidos do Estado de
São Paulo com 11,4%, Rio Grande do Sul com 7,9% e Paraná com 7,0%.
As características da formação profissional descritas na Tabela 3 indicam que
51,8% concluíram a graduação em instituição pública e 48,2% em instituição privada,
74,1 % possuem especialização e 3,7% possuem residência médica. Dentre os que
possuem especialização ou estão cursando, destaca-se que 45% possuem especialização
em áreas com maior afinidade com a Saúde da Família (Saúde Coletiva, Estratégia da
Saúde da Família, Políticas Sociais e Saúde Pública) e 40% em especialidades clínicas.
Os dados obtidos apresentam características semelhantes aos resultados
encontrados por CANESQUI & SPINELLI (2006) em Mato Grosso, quanto à formação
e títulos dos profissionais inseridos na Saúde da Família, dos quais 61,3% formaram em
instituições públicas, 40,0% eram especialistas sendo 32,8% nas áreas de Saúde
Coletiva e Saúde da Família.
89
Tabela 3 – Características da formação dos médicos, enfermeiros e odontólogos da
Saúde da Família. Sinop, 2008.
Instituição em que concluiu a graduação N % Total
Pública
14 51,8
27
Privada
13 48,2
Especialização
Sim
20 74,1
27
Não
07 25,9
Se sim, qual especialização:
Saúde Coletiva (cursando)
03 15,0
Estratégia Saúde da Família
02 10,0
Políticas Sociais
02 10,0
Saúde Pública
02 10,0
Ginecologia e Obstetrícia
02 10,0
20
Administração em Serviços de saúde
01 5,0
Formação pedagógica
01 5,0
Gastroenterologia/endoscopia
01 5,0
Gestão hospitalar
01 5,0
Gestão Pública (cursando)
01 5,0
Medicina natural/Terapias complementares
01 5,0
Nutrologia
01 5,0
UTI neonatal
01 5,0
Ultrassonografia em obstetrícia
01 5,0
Residência Profissional
Não
26 96,3
27
Sim
01 3,7
A Tabela 4 descreve o vínculo empregatício dos médicos, enfermeiros e
odontólogos atuantes na Saúde da Família em Sinop. Dentre eles, 66,7% são
estatutários, o que garante a estabilidade do vínculo profissional, 8,4% são regidos pelas
Leis Trabalhistas (CLT) e 20,8% são prestadores de serviços com contratos
temporários. A principal forma de ingresso na Saúde da Família foi através de concurso
público para 80,8%, seguido por outros mecanismos de ingresso (análise de curriculum
e internet via portal médico) com 11,5% e indicação 7,7%.
Embora haja a preocupação da Secretaria Municipal de Saúde em manter os
profissionais através do vínculo estatutário e CLT (75,1%), registra-se a rotatividade
dos profissionais.
GIL (2005), ao estudar o vínculo empregatício dos profissionais da Saúde da
Família matriculados em cursos de especialização e residência em Saúde da Família,
90
encontrou em menores proporções celetistas e de estatutários (48,0%), e em número
superior prestadores de serviços com contratos “informais” (47,0%).
Tabela 4 – Vínculo empre
g
atício dos médicos, enfermeiros e odontólo
g
os da
Saúde da Família. Sinop, 2008.
Tipo de vínculo
N % Total
Estatutário Municipal
16 66,7
24
Contratação temporária
05 20,8
CLT
02 8,4
Contrato individual de prestação de serviços
01 4,1
Critério utilizado para ingresso no PSF
26
Concurso Público
21 80,8
Outros
03 11,5
Indicação
02 7,7
A Tabela 5 descreve a jornada de trabalho, tempo de atuação na Saúde da
Família e outras atividades exercidas além dela. Para 65,4% dos profissionais a jornada
de trabalho é de 40 horas/semanais e 34,6% referem jornada de 44 horas/semanais, e
todos afirmam cumprir a jornada prevista. A prefeitura de Sinop contrata seus
profissionais com carga horária de 44 horas/semanais, incluindo nesta a participação em
cursos e capacitações oferecidas pelo município e instituições parceiras.
Em relação ao tempo de permanência na mesma equipe de Saúde da Família
tem-se que 41,7% atuam há mais de 36 meses, 25,0% atuam entre 18 e 35 meses e
29,2% estão há menos de 18 meses. Sabe-se que quanto maior o tempo de atuação na
equipe, melhor o vínculo do profissional com a população. A Saúde da Família foi
implantada em 2001, há oito anos, e os dados registram que 42,3% dos profissionais
atuam na mesma equipe há mais de três anos e aproximadamente 57,7% há menos de
três anos, expressando-se a rotatividade dos profissionais.
Quanto ao exercício de outras funções, 56% dos profissionais de saúde não
exercem outras funções além da Saúde da Família, os demais exercem outras atividades
remuneradas, em hospitais públicos (8,7%), privados (8,7%), Instituições de Ensino
(8,7%), entre outras.
Em seu estudo, TOMASI et al (2008) constatou que 84% dos profissionais
cumpriam uma carga horária de 40 horas semanais e apenas 30% apresentavam tempo
de atuação, na mesma equipe de Saúde da Família, superior a 25 meses.
91
Para suprir a necessidade de profissionais de saúde, e como forma de atrair
profissionais para o interior do Estado de MT, o governo estadual implantou algumas
estratégias como a flexibilização da utilização de profissionais através da Resolução
CIB nº 041, de 03 de dezembro de 1999. De acordo com a Resolução, pode haver
flexibilização da carga horária dos médicos e enfermeiros em municípios em que haja
carência destes profissionais e necessidade de exercerem outras atividades essenciais no
serviço público, sem que isso signifique prejuízo das atividades nas equipes de Saúde da
Família (SES/MT, 1999).
Tabela 5 – Jornada de trabalho, tempo de atuação e outras atividades exercidas
além daquelas na Saúde da Família no município estudado. Sinop, 2008.
Jornada de trabalho semanal N % Total
40 horas semanais
Outra(44 horas semanais )
17
09
65,4
34,6
26
Tempo de atuação nas equipes de saúde da família
> 36 meses
11 42,3
18 a 35 meses
07 25,0
26
< 18 meses
08 29,2
Outras atividades remuneradas, além daquelas na saúde da família
Não exerce nenhuma atividade além da SF 13 56,5
23
Hospital público 02 8,7
Instituição de ensino 02 8,7
Hospital privado 02 8,7
Outros 02 8,7
Consultório/clínica 02 8,7
Em relação à remuneração dos profissionais que compõem as equipes de Saúde
da Família em Sinop, os enfermeiros apresentam renda média de R$ 2.800,00, os
odontólogos têm renda igual ou superior a R$ 3.000,00 e os médicos acima de R$
5.000,00. Esses dados demonstram uma diferença salarial entre as categorias estudadas.
Além disso, a Prefeitura de Sinop possui um Plano de Cargos e Carreira Salarial
(PCCS) que permite aos profissionais médicos receberem o incentivo de 100% sobre o
salário base (SINOP, 1998).
A Tabela 6 apresenta as atividades anteriores ao ingresso na Saúde da Família
exercidas pelos médicos, enfermeiros e odontólogos. Dos informantes, 29,6% atuaram
em Saúde da Família em outro município, 14,8% trabalharam em consultório/clínica.
92
Para 11,1% a atual atividade é o primeiro emprego e 7,4% trabalharam em hospital
público. A participação anterior em outras equipes da Saúde da Família, se por um lado
pode significar acúmulo de experiência com o programa, de outro, indica rotatividade,
comprometendo a vinculação dos profissionais com a família e a comunidade. Vale
destacar que 11,1% dos profissionais informaram que já atuaram em outras equipes de
Saúde da Família no município, indicando outra forma de rotatividade, a interna.
O estudo de GIL (2005) apresenta dados semelhantes no qual 24,1% dos
profissionais analisados referiram o vínculo com a Saúde da Família como o primeiro
emprego e 27,5% informaram que trabalharam anteriormente em hospitais,
demonstrando pouca experiência na Saúde da Família.
Tabela 6 – Local onde os profissionais trabalharam antes do ingresso na equipe da
Saúde da Família. Sinop, 2008.
Atividades
N % Total
PSF em outro município
08 29,6
Consultório /clínica
04 14,8
Nenhuma
03 11,1
PSF no mesmo município
03 11,1 27
Hospital Público
02 7,4
UBS pública
02 7,4
Outra (educador físico e perito médico)
02 7,4
Hospital Privado
01 3,7
Hospital Público e Privado
01 3,7
Atividade de ensino
01 3,7
Ambulatório de especialidades privado
- -
Assessoria/consultoria
- -
O Gráfico 2 apresenta as mudanças ocorridas na vida dos profissionais, após
ingresso na Saúde da Família. De acordo com as informações obtidas houve melhoras:
na remuneração (64,0%), na relação com o paciente (68,0%), no prestígio profissional
(48,0%) e no trabalho em equipe (68,0%). Em relação ao trabalho na Saúde da Família,
44% afirmaram que a jornada de trabalho não alterou a vida dos profissionais e 40%
ampliaram a autonomia técnica. Para 40% dos profissionais, a jornada de trabalho
piorou.
SCHRADER (2007) ressalta as alterações importantes que a Saúde da Família
provocou nos profissionais em Campo Verde/MT. A autora analisa que o aumento da
93
autonomia técnica amplia o empoderamento e a emancipação dos profissionais que se
colocam como sujeitos da ação aumentando a responsabilidade e o vínculo da equipe
com a gestão e com a população.
A constatação de que a Saúde da Família provoca mudanças no trabalho em
equipe e na relação com o usuário tem um significado importante na perspectiva da
mudança nas práticas de profissionais pretendidas pela Saúde da Família, contribuindo
para a reorientação no modelo assistencial.
Gráfico 2 - Mudanças ocorridas na vida dos profissionais após ingresso na SF.
Sinop, 2008.
O Gráfico 3 apresenta os mecanismos mais utilizados pelos profissionais para o
aprimoramento das práticas profissionais: materiais produzidos por órgãos
governamentais (85,2%), consultas a bibliotecas virtuais e bibliografia especializada via
internet (77,7%), participação em treinamentos (70,3%), participação em cursos e pós-
graduações (66,7%), assinatura de periódicos especializados (44,4%), consulta a
bibliotecas e bibliografias especializadas (25,9%). O aprimoramento permite ao
profissional desenvolver conhecimentos pertinentes ao exercício profissional.
MACHADO (2000) em um estudo sobre o perfil dos médicos e enfermeiros da
Saúde da Família no Brasil afirma que, apesar de os profissionais terem acesso a algum
tipo de qualificação, ainda não é suficiente, evidenciando a necessidade de maior
aprimoramento técnico-científico através de cursos de curta duração, lato sensu
(especialização) e strictu sensu (mestrado, doutorado e pós-doutorado).
94
85,2%
77,7%
70,3%
66,7%
44,4%
25,9%
18,5%
0%
10%
20%
30%
40%
50%
60%
70%
80%
90%
Materiais
produzidos por
órgãos
governamentais
Consultas a
bibliotecas
virtuais e
bibliografia
especializadas
via internet
Participação em
treinamentos
Participação em
cursos e pós-
graduação
Assinatura de
periódicos
especializados
Consultas a
bibliotecas e
bibliografia
especializada
Participação em
congressos e
eventos
científicos da
área
Gráfico 4 - Mecanismos de aprimoramento das práticas profissionais. Sinop, 2008.
Os dados sobre o perfil dos profissionais das equipes de Saúde da Família, em
Sinop, mostram a predominância de profissionais do sexo feminino. Os respondentes
são na maioria naturais dos estados da região sul do Brasil. O percentual de
profissionais oriundos das universidades públicas é superior ao das particulares. Dos
informantes 74,1% têm curso de especialização e 3,7% residência médica. Quanto às
especializações, 40% dos profissionais possuem-nas em área clínica com pouca
afinidade para atuação na Saúde da Família e 45% possuem em área afim com o
programa.
Os dados refletem o privilegiamento do município em contratar médicos
especialistas visando à atuação também na atenção secundária.
O vínculo empregatício dos profissionais com a Prefeitura Municipal se dá,
predominantemente, através de concurso público e CLT, demonstrando preocupação do
município em fortalecer o vínculo entre profissionais e prefeitura. Entretanto, quando se
95
refere ao tempo de permanência, observa rotatividade dos profissionais tanto dentro do
município quanto externamente.
As mudanças ocorridas na vida profissional, após o ingresso na Saúde da
Família e o aprimoramento das práticas são fatores que contribuem para a adesão dos
profissionais ao programa. Estes concordam que houve melhora em suas vidas após o
ingresso na Saúde da Família no tocante à remuneração, ao trabalho em equipe e à
relação com o usuário.
Quanto à busca pessoal por aprimoramento, os médicos, enfermeiros e
odontólogos utilizam materiais editados pelo Ministério da Saúde e, em menor
proporção, revistas e periódicos científicos. A participação em eventos científicos na
área é baixa. Fica evidente a necessidade de ampliação e melhoria na qualificação
profissional.
RONZANI e SILVA (2008) analisaram a percepção dos profissionais de saúde,
gestores e usuários sobre a Saúde da Família em dois municípios de Minas Gerais. Os
profissionais demonstram interesse em continuar trabalhando na Saúde da Família,
valorizam a proximidade com a população, o trabalho em equipe e as oportunidades em
adquirir mais conhecimento na área através de cursos e aprimoramento.
4.2.2 Trabalho em equipe na Saúde da Família
Quanto à organização das equipes de Saúde da Família, todas as Unidades de
Saúde da Família funcionam de segunda a sexta-feira em período integral, diurno, com
intervalo de duas horas para o almoço.
Como forma de organização do trabalho todas as equipes devem elaborar um
diagnóstico epidemiológico da comunidade (“mapa inteligente”) contendo informações
geográficas (residências, ruas, estradas, estabelecimentos escolares, religiosos e de
saúde, córregos, rios e lagoas) e populacionais (grupos específicos a serem priorizados).
O mapa é de suma importância para a programação das ações, elaboração do roteiro das
visitas e para o permanente processo de avaliação dos resultados (MS,2000).
Todas as equipes de Saúde da Família possuem “mapa inteligente” da sua área
de abrangência, com informações dos limites da área de abrangência de cada equipe,
sendo que este não é utilizado como fonte de referência para a definição das estratégias
de intervenção das equipes de Saúde da Família.
96
Os prontuários familiares são arquivados por microáreas. Em três equipes
(18,8%) os prontuários eram organizados por grupos específicos (diabetes, hipertensos,
gestantes, hanseníase, tuberculose, saúde mental e criança), uma forma eficaz para
identificação das famílias expostas a situações de risco.
O agendamento é realizado para os programas específicos como: criança,
mulher, hipertenso e diabético, cujo atendimento é realizado no período vespertino. A
demanda espontânea é atendida no período matutino, e os usuários precisam chegar de
madrugada e ficar na fila aguardando a distribuição de senhas (em média 16 consultas
para enfermagem e 12 para o médico). Somados a esse fato o excesso da demanda
espontânea não coberta pela Saúde da Família e a distância percorrida pelos usuários da
área de abrangência configuram fragilidades no gerenciamento das equipes.
A Saúde da Família tem como caráter diferenciador, na intervenção à saúde, o
agir preventivamente, e não centrado na assistência médica (VIANA e DAL POZ,
2005). Observa-se que as equipes de Saúde da Família em Sinop atendem de forma
pontual por grupos e por livre demanda, demonstrando uma assistência que “aguarda”a
demanda “chegar”para intervir.
As unidade de Saúde da Família não possuem Conselho Gestor implantado, nem
mecanismos para acolher as reclamações, críticas e sugestões da comunidade. Alguns
usuários procuram outras instâncias para resolução de suas necessidades de saúde.
Em nossa comunidade, as pessoas procuram diretamente um vereador ou,
em outras ocasiões o próprio Ministério Público para conseguir atendimento
em alguma especialidade ou algum tipo de exame” (P 1).
Apesar de o Ministério da Saúde (2001c) orientar que as equipes de Saúde da
Família devem: fomentar a participação popular, discutir com a comunidade conceitos
de cidadania, de direito à saúde e suas bases legais bem como incentivar a participação
ativa da comunidade nos conselhos locais de saúde e no conselho municipal de saúde,
estas práticas não foram relatadas pelos profissionais de saúde de Sinop.
Para RONZANI e SILVA (2008) é imprescindível a relação entre profissionais
de saúde, usuário e comunidade. Em seu estudo, apenas 14,4% dos usuários participam
de outras atividades com as equipes de Saúde da Família que não sejam relacionadas à
assistência médica, dificultando, assim, que os profissionais de saúde consigam
perceber as reais necessidades da população.
97
Isso requer dos profissionais de saúde, entre outros atributos, atenção,
comprometimento e sensibilidade na relação com os usuários, objetivando identificar
estas necessidades e encaminhá-las em conjunto com a comunidade (ARAÚJO e
ROCHA, 2007).
Em Sinop, os profissionais de saúde apontaram como inovações realizadas pelas
equipes de Saúde da Família os trabalhos com os grupos de hipertensos, gestantes e
mulheres. Destacaram as palestras nas escolas para grupos de adolescentes cuja
abordagem foca, sobretudo a sexualidade e as visitas em casas noturnas, na área de
abrangência, com realização de palestras, entrega de preservativos e coleta de exame
colpocitológico.
Para os profissionais, a implantação da Saúde da Família em Sinop trouxe
melhorias para a população com destaque ao acesso e à garantia de consultas e de
exames, ao vínculo com os profissionais e ao acolhimento. No entanto, julgam que
frente as fragilidades existentes, a Saúde da Família perdeu suas características.
acompanhei todo o processo de implantação da Saúde da Família, na
época tinha pouco unidades de saúde e profissionais. A população ficava
"perdida", hoje tem mais acesso a consulta e o profissional conhece a
população. Agora está deficiente, pois não cobre toda a população” (P 2).
Para que as atividades da equipe de Saúde da Família respondam às
necessidades de saúde da comunidade de sua área de abrangência, é necessário realizar
o planejamento das ações, que deve ser dinâmico e que acompanhe as mudanças
ocorridas na comunidade. Deve ser embasado pelo diagnóstico da realidade,
identificando os problemas existentes e, por meio deles, priorizando as atividades
pactuadas com a comunidade, incluindo os objetivos e metas traçadas pelo município
(MS, 2000).
A Tabela 7 apresenta o grau de realização das ações de programação,
planejamento e avaliação na opinião dos médicos, enfermeiros e odontólogos das
equipes de Saúde da Família e Saúde Bucal. De acordo com os profissionais de saúde,
são incipientes (51,0% a 25,0%) as seguintes ações realizadas pelas equipes de Saúde
da Família: planejamento e realização de atividades de educação para os agentes
comunitários e auxiliares de enfermagem, considerando as suas dificuldades (44,4%);
diagnóstico, programação e implementação de atividades, seguindo critérios de risco à
saúde priorizando os problemas de saúde mais frequentes (33,3%); programação das
ações e definição de metas e indicadores para avaliá-las (25,9%).
98
É insatisfatória (< 24,0%) a realização pelas equipes as ações de: planejamento
das atividades da equipe, considerando os indicadores sociais e de saúde (22,2%);
conhecimento dos indicadores pactuados pelo município considerando-os no
planejamento das ações (14,8%); incorporação das informações socioeconômicas e
situações de vulnerabilidade familiar à programação (14,8%).
Segundo 55,5% dos profissionais consideram que as equipes de Saúde da
Família “realizam parcialmente” a avaliação periódica das metas propostas e reelaboram
o planejamento de suas ações.
Dos profissionais, 37,0% consideram que as equipes de Saúde da Família não
consolidam os indicadores de sua unidade propondo junto com a comunidade e gestor
local estratégias para a melhoria.
Tabela 7 – Realização de programação, planejamento e avaliação pelas equipes de
Saúde da Família, segundo médicos, enfermeiros e odontólogos. Sinop, 2008.
Ações das equipes Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % % % %
Planeja e realiza atividades de
educação para os agentes
comunitários e auxiliares de
enfermagem, considerando as
dificuldades apresentadas por eles
44,4 37,0 11,1 - 7,4 100,0
Realiza diagnóstico, programação e
implementação de atividades,
seguindo critérios de risco à saúde,
priorizando os problemas de saúde
mais frequentes
33,3 51,8 3,7 3,7 7,4 100,0
Realiza programação das ações
definindo metas e indicadores para
avaliá-las.
25,9 40,7 25,9 - 7,4 100,0
Planeja as atividades da equipe,
considerando os indicadores sociais
e de saúde.
22,2 59,2 11,1 - 7,4 100,0
Conhece os indicadores pactuados
pelo município e os considera no
planejamento das ações.
14,8 48,1 18,5 11,1 7,4 100,0
O trabalho em equipe considera as
informações socioeconômicas e
situações de vulnerabilidade
familiar.
14,8 33,3 7,4 - 7,4 100,0
Avalia periodicamente as metas
propostas e reelabora o
planejamento de suas ações
7,4 55,5 22,2 7,4 7,4 100,0
Consolida os indicadores de sua
unidade propondo junto com a
comunidade e gestor local
estratégias para a melhoria dos
mesmos
7,4 48,1 37,0 - 7,4 100,0
99
O baixo grau de realização das atividades de planejamento e avaliação pelas
equipes pode estar refletindo, tanto a pressão da demanda reprimida por assistência
(consulta médica e de enfermagem) quanto a falta de capacitação das equipes,
apontando a necessidade de medidas estruturais como ampliação da Atenção Básica.
A Tabela 8 apresenta o grau de realização das atividades que organizam a
atenção à saúde nas Unidades de Saúde da Família em Sinop, segundo avaliação dos
médicos, enfermeiros e odontólogos.
É regular (75,0% a 51,0%) o grau de realização pelas equipes das seguintes
atividades: acolhimento dos usuários e organização do seu atendimento, segundo suas
necessidades (74,0%); levantamento das informações sobre a família no atendimento
(55,5%).
É incipiente (50,0% a 25,0%) o grau de realização pelas equipes das seguintes
ações: o atendimento buscando desenvolver a autonomia dos usuários (48,1%) e o
planejamento da assistência com base nas evidências científicas existentes (37,0%).
Dos profissionais, 33,0% consideram que as equipes de Saúde da Família não
discutem os casos clínicos e nem definem atribuições de cada participante na condução
deles.
Tabela 8 – Realização das atividades que organizam a atenção nas unidades de
Saúde da Família segundo médicos, enfermeiros e odontólogos. Sinop, 2008.
Ações da equipes
Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
A equipe acolhe os clientes que
p
rocuram a unidade programando e
organizando o seu atendimento
seguindo suas necessidades
74,0 11,1 11,1 - 7,4 100,0
Os atendimentos levantam informações
sobre a família
55,5 40,7 - - 7,4 100,0
O atendimento prestado busca
desenvolver a autonomia dos usuários
48,1 33,3 7,4 7,4 11,1 100,0
A visita domiciliar é atividade
sistemática de todos os membros da
ESF
37,0 40,7 11,1 7,4 7,4 100,0
A assistência é planejada com base nas
evidências científicas existentes
37,0 44,4 7,4 7,4 7,4 100,0
Realiza discussões de casos clínicos
com a equipe, definindo atribuições de
cada participante na condução dos
mesmos
18,5 33,3 33,3 11,1 7,4 100,0
100
As atividades desenvolvidas pelas equipes de Saúde da Família com a
comunidade são referidas na Tabela 9.
Para os profissionais, são incipiente (25,9%) as seguintes ações: programa e
realiza as ações com conselhos da comunidade (conselho gestor, tutelar e das escolas) e
com grupos da comunidade (associação de moradores, jovens, mães e outros).
É insatisfatória o grau de realização das seguintes ações: as equipes estimulam
a comunidade na organização do conselho gestor (11,1%); debate com a comunidade
temas de cidadania, direitos à saúde e funcionamento do SUS (11,1%) e avaliam
periodicamente as metas e os indicadores propostos e reelaboram o planejamento com a
participação da comunidade (7,4%).
Tabela 9 – Realização do trabalho com a comunidade pelas equipes de Saúde da
Família, segundo médicos, enfermeiros e odontólogos. Sinop, 2008.
Ações da equipes
Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
Programa e realiza ações com/em
conselhos da comunidade (conselho
gestor, tutelar, das escolas).
25,9 25,9 33,3 7,4 7,4 100
Programa e realiza ações com grupos
da comunidade (associação de
moradores, jovens, mães, e outros).
25,9 37,0 18,5 11,1 7,4 100
Programa e realiza ações com/em
outras instituições da comunidade
(escolas, creches, igrejas, e outras).
14,8 25,9 14,8 - 7,4 100
Caso não tenha conselho gestor
estimula a sua organização na
comunidade.
11,1 33,3 25,9 22,2 7,4 100
A ESF debate com a comunidade temas
sobre cidadania, direitos à saúde e
funcionamento do SUS.
11,1 33,3 40,7 7,4 7,4 100
Avalia periodicamente as metas e
indicadores propostos e reelabora o
p
lanejamento de suas ações contando
com a participação da comunidade.
7,4 33,3 40,7 11,1 7,4 100
Existem mecanismos de rotina para
saber se os serviços respondem às
necessidades, críticas e sugestões da
população.
7,4 33,3 37,0 14,8 7,4 100
Os representantes da comunidade
participam das atividades da unidade.
3,7 37,0 44,0 7,4 7,4 100
Possui parceria com ONGS
3,7 14,8 14,8 22,2 7,4 100
A participação da comunidade junto com as equipes de Saúde da Família, seja
nas ações desenvolvidas pelas equipes, ou, pelos Conselhos Gestores, trata de um
101
avanço bastante significativo para a construção de uma nova forma de se trabalhar a
saúde, principalmente no processo de organização e mobilização da comunidade, indo
além do direito ao acesso aos serviços de saúde, mas discutindo problemas
determinantes das condições de saúde e de interesse da comunidade como emprego,
renda, lazer, habitação, transporte e outros (MIRANDA, 2007). Em Sinop estas ações
são insatisfatórias (<24,0%).
O julgamento dos profissionais quanto à organização dos trabalhos, aponta
dificuldades na implementação da Saúde da Família no município. É possível identificar
a presença do modelo tradicional nas atividades desenvolvidas pelas equipes de Saúde
da Família tais como fila de espera, distribuição de senhas e expressão de demanda
reprimida na Atenção Básica.
A programação e planejamento das ações são pouco realizadas (incipiente)
pelas equipes, comprometendo as características da Saúde da Família quanto à
estratégia de mudar o modelo de atenção à saúde.
4.3 PRÁTICAS ASSISTENCIAIS E DE PROMOÇÃO À SAÚDE
Busca-se analisar o grau de realização pelas equipes de Saúde da Família, das
ações pertinentes ao cuidado à saúde a diferentes ciclos da vida: criança, adolescente,
mulher, homem adulto e idoso, doenças infecciosas (tuberculose, hanseníase, dengue e
hepatite), e doenças crônicas (diabetes mellitus, hipertensão arterial, transtorno mental).
4.3.1 Saúde da Criança
A Tabela 10 apresenta o grau de realização das ações voltadas à saúde da criança
pelas equipes de Saúde da Família. Segundo opinião dos profissionais, é regular
(75,0% a 51,0%) a realização das seguintes ações: incentivo ao aleitamento materno
exclusivo até os seis meses (70,3%); administração das vacinas de acordo com
calendário vacinal (70,3%); orientações sobre o calendário mínimo de vacinas (70,3%);
interpretação para a família dos dados preenchidos no cartão da criança (66,6%);
orientações acerca dos cuidados básicos com o recém-nascido (66,6%); tratamento das
crianças portadoras de diarréia (62,9%); orientação sobre a introdução da alimentação
correta no momento do desmame (59,2%); anotação dos dados da avaliação de
102
crescimento e desenvolvimento no cartão da criança (59,2%); diagnóstico, tratamento e
encaminhamento de outras patologias prevalentes na infância, da área de atuação da
equipe (55,5%); avaliação do crescimento e desenvolvimento das crianças (51,8%).
Entre as ações realizadas pelas equipes e consideradas como incipientes (50,0%
a 25,0%) pelos médicos e enfermeiros estão relacionadas à: supervisão da sala de vacina
garantindo a sua adequação a guarda e a conservação dos imunobiológicos (48,1%);
acompanhamento das crianças menores de cinco anos, conforme as propostas
programáticas oficiais para atenção à saúde da criança (48,1%); orientações preventivas
sobre acidentes, conforme a faixa etária da criança (44,4%); suplementação de ferro e
de outras vitaminas, de acordo com a necessidade da criança, durante o seu processo de
crescimento e desenvolvimento (44,4%); tratamento das portadoras de infecções
respiratórias agudas conforme protocolo do AIDPI
3
(29,6%) e acompanhamento da
saúde das crianças em outros espaços sociais da comunidade (29,6%).
Tabela 10 – Grau de realização das ações de saúde da criança pelas equipes de
Saúde da Família, segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Ações da equipe relacionadas à
Saúde da Criança
Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % % % %
Aplica as vacinas indicadas para as
crianças.
70,3 3,7 3,7 - 11,1 100,0
Realiza ações de incentivo ao
aleitamento materno exclusivo até os
6 meses.
70,3 7,4 - - 11,1 100,0
Orienta sobre o calendário mínimo
de vacinação, as indicações e contra
indicações das vacinas e suas reações
adversas.
70,3 7,4 - - 11,1 100,0
Orienta acerca dos cuidados básicos
de higiene e cuidados com o recém-
nascido
66,6 7,4 - - 14,8 100,0
Interpreta para a família os dados do
cartão da criança.
66,6 11,1 - - 11,1 100,0
Trata as crianças portadoras de
diarréia, considerando o seu estado
de hidratação.
62,9 14,8 - - 11,1 100,0
Orienta a introdução da alimentação
correta no momento do desmame.
59,2 14,8 3,7 - 11,1 100,0
Anota os dados da avaliação de
crescimento e desenvolvimento no
cartão da criança.
59,2 18,5 - - 11,1 100,0
Diagnostica, trata e encaminha outras
patologias prevalentes nas crianças
da área de atuação da equipe.
55,5 22,2 - - 11,1 100,0
3
Atenção Integrada às Doenças Prevalência na Infância
103
Grau de realização das ações de saúde da criança pelas equipes de Saúde da
Família, segundo os profissionais. Sinop, 2008. Continuação ....
Ações da equipe relacionadas à
Saúde da Criança
Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % % % %
Avalia o crescimento e
desenvolvimento das crianças.
51,8 25,9 - - 8,7 100,0
Propõe ações para a correção dos
desvios do crescimento e
desenvolvimento.
51,8 25,9 - - 11,1 100,0
Supervisiona a sala de vacina
garantindo a sua adequação à guarda
e conservação dos imunobiológicos.
48,1 14,8 14,8 - 11,1 100,0
Acompanha as crianças menores de 5
anos conforme as propostas
programáticas oficiais para atenção à
saúde da criança.
48,1 29,6 - - 11,1 100,0
Realiza orientações preventivas
sobre estimulação e prevenção de
acidentes conforme a faixa etária da
criança.
44,4 29,6 3,7 - 11,1 100,0
Realiza suplementação de ferro e de
outras vitaminas, conforme
necessidade da criança, durante o seu
processo de crescimento e
desenvolvimento.
44,4 33,3 - - 11,1 100,0
Trata crianças portadoras de
infecções respiratórias agudas
conforme protocolo do AIDPI.
29,6 40,7 3,7 3,7 11,1 100,0
Realiza atividades de
acompanhamento da saúde das
crianças em outros espaços sociais da
comunidade (escolas, creches, grupo
de jovens, pastoral da criança, etc.).
29,6 25,9 18,5 3,7 11,1 100,0
Conhece a Legislação de proteção da
criança e do adolescente e a utiliza
para orientar o seu atendimento.
22,2 48,1 3,7 3,7 11,1 100,0
Realiza visita domiciliar ao recém-
nascido em seus primeiros dias com
a presença do médico ou enfermeiro
18,5 37,0 14,8 3,7 14,8 100,0
Consolida mensalmente os dados
relacionados com a atenção às
crianças avaliando com a equipe a
necessidade de novas estratégias para
cumprimento da programação
elaborada.
18,5 40,7 18,5 - 11,1 100,0
Os médicos e enfermeiros consideram que as equipes da Saúde da Família
realizam com grau insatisfatório (<24,0%) as seguintes ações: visita domiciliar ao
recém-nascido nos primeiros dias de vida (18,5%); consolida mensalmente os dados
relacionados com a atenção às crianças avaliando com a equipe à necessidade de novas
estratégias para cumprimento da programação elaborada.
104
Na avaliação dos médicos e enfermeiros, as ações de atenção à criança
desenvolvida pelas equipes estavam parcialmente implementadas, recebendo notas entre
seis e oito.
As atividades de atenção à saúde da criança melhores avaliadas pelos
profissionais das equipes de Saúde da Família em Sinop coincidem com as melhores
analisadas em um estudo realizado por ORIOLLI (2006) em Itaperuana – RJ em 2005,
são elas: a imunização, o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento em
crianças menores de 2 anos, as ações para prevenção de agravos prevalentes na infância
e ações de vigilância nutricional.
Para os profissionais da Saúde da Família as principais facilidades encontradas
na execução das ações de atenção à saúde da criança estão relacionadas ao empenho e
união entre os membros de cada equipe, e ao apoio dos Agentes Comunitários de Saúde
e da Pastoral da Criança.
Já as dificuldades apontadas pelos profissionais para plena execução das ações
de saúde da criança estão relacionadas à/ao: 1) demanda reprimida excessiva, devido ao
grande número de pessoas sem cobertura do programa; 2) dificuldade de acesso da
comunidade à unidade de Saúde da Família, visto estar distante da área de abrangência;
3) insegurança e desconhecimento dos profissionais sobre a legislação de proteção da
criança e do adolescente; 4) falta de capacitações, principalmente em relação ao curso
de AIDPI; 5) espaço físico das unidades de Saúde da Família inadequado; 6) excesso de
trabalho dos profissionais devido à pressão da comunidade por atendimento, impedindo
a realização de outras atividades como visita domiciliar e educação em saúde; 7)
desinteresse e falta de compromisso por parte das famílias e responsáveis pela criança e
8) número de Agentes Comunitários de Saúde insuficiente para a cobertura da todas as
áreas de abrangência.
4.3.2 Saúde do Adolescente
A Tabela 11 apresenta o grau de realização das ações de saúde do adolescente
pelas equipes de Saúde da Família, segundo os profissionais. Para os médicos e
enfermeiros, a realização, pelas equipes, das ações de atenção ao adolescente é
incipiente (50,0% a 25,0%).
105
De acordo com os profissionais, 29,6% das equipes realizam consulta ao
adolescente considerando suas peculiaridades; 14,8% das equipes realizam atividades
educativas abordando temas relacionados à sexualidade, gravidez, contracepção e DST
4
em outros espaços da comunidade e 11,1% realizam avaliação do crescimento e
desenvolvimento dos adolescentes.
Chama atenção o fato de 59,2% das equipes não possuírem registro atualizado
dos adolescentes da área.
Tabela 11 – Grau de realização das ações de saúde do adolescente pelas equipes de
Saúde da Família, segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Ações da equipe relacionadas à
Saúde do Adolescente
Realiza Realiza em
Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
Realiza consulta ao adolescente
considerando as peculiaridades de
sua faixa etária?
29,6 33,3 18,5 - 7,4 100,0
Realiza atividades educativas
abordando temas relacionados a
sexualidade, gravidez,
contracepção e DST para grupos de
adolescentes na USF ou em outro
espaço na comunidade?
14,8 33,3 18,5 - 7,4 100,0
Realiza avaliação do crescimento e
desenvolvimento dos adolescentes?
11,1 33,3 37,0 - 7,4 100,0
Possui registro atualizado dos
adolescentes da área?
- 11,1 59,2 11,1 7,4 100,0
O grau de implementação das ações de atenção ao adolescente avaliada pelos
médicos e enfermeiros recebeu notas inferiores a quatro, sendo consideradas não
implantadas.
FERRARI, THOMSON e MELCHIOR (2006) relatam que a atenção à saúde do
adolescente está implantada de forma elementar em Londrina – PR. O atendimento
realizado, segundo os profissionais, não é sistematizado e o adolescente não procura o
serviço. Consideram importante que o atendimento seja diferenciado e assumem suas
limitações para desenvolver estas atividades.
Em Sinop, as principais facilidades na execução deste conjunto de ações estão
relacionadas à participação e empenho dos Agentes Comunitários de Saúde no
desenvolvimento das atividades e educação em saúde realizada nas escolas.
4
Doença Sexualmente Transmissível
106
Já as principais dificuldades referem-se à: 1) falta de conhecimento específico
relacionado ao cuidado com o adolescente; 2) dificuldade na abordagem de temas como
sexualidade, por resistência de alguns pais e escolas e 3) dificuldade em montar grupos
de adolescentes.
4.3.3 Saúde da Mulher
A Tabela 12 apresenta o grau de realização das ações de saúde da mulher pelas
equipes de Saúde da Família, segundo os profissionais. A realização destas atividades
foi considerada, pelos critérios da pesquisa como regular (75,0% a 51,0%).
De acordo com os médicos e enfermeiros, 74,0% das equipes solicitam exames
para a gestante, conforme protocolo do MS e ofertam o exame anti-HIV com
aconselhamento para todas as gestantes acompanhadas.
Para 70,3% dos respondentes, as equipes de Saúde da Família avaliam o grau de
risco da gestante durante a consulta de acompanhamento do pré-natal, diagnosticam as
patologias mais comuns durante a gestação, tratando ou encaminhando a gestante
corretamente e tratam DST abordando o parceiro.
Segundo os profissionais, 66,6% das equipes desenvolvem ações preventivas de
câncer de colo uterino e de mama e realizam consulta de puerpério.
Na avaliação dos médicos e enfermeiros, 62,9% das equipes de Saúde da
Família acompanham a gestante de baixo e médio risco e realizam atividades educativas
abordando temas relacionados à gravidez, parto, puerpério e aleitamento materno.
Foi informado por 59,2% dos profissionais que as equipes realizam a busca ativa
dos casos suspeitos de câncer de colo uterino e de mama e interpretam para a família os
dados do cartão da gestante.
Para os profissionais, 55,5% das equipes registram no cartão das gestantes os
dados do acompanhamento desta e 51,8% avaliam o estado nutricional anotando no
cartão.
O Planejamento Familiar foi a única ação realizada pelas equipes considerada
incipiente.
As ações de saúde da mulher com relação ao grau de implementação foram bem
avaliadas pelos médicos e enfermeiros da Saúde da Família recebendo notas superiores
a oito, sendo consideradas implantadas.
107
No estudo realizado por SCHRADER (2007) sobre a implementação da Saúde
da Família em Campo Verde/MT, os profissionais de saúde das equipes avaliam a saúde
da mulher implantada, realizando das atividades do programa com graus superiores ao
encontrado em Sinop.
No estudo sobre avaliação do pré-natal em uma microrregião de saúde do Ceará,
MOURA, HOLANDA JÚNIOR e RODRIGUES (2003) revelaram que, com a
implantação da Saúde da Família na região houve melhora do acesso, aumento do
número de consultas no pré-natal e captação precoce das gestantes. Entretanto,
persistem dificuldades como a sistematização da assistência e quanto à alternância entre
as consultas entre médicos e enfermeiros.
Tabela 12 – Grau de realização das ações de saúde da mulher pelas equipes de
Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Ações da equipe relacionadas à Saúde
da Mulher
Realiza Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % % % %
Solicita exames à gestante, conforme
protocolo do MS.
74,0 7,4 - - 7,4 100,0
Oferece exame anti-HIV com
aconselhamento para todas as gestantes
acompanhadas.
74,0 7,4 - - 7,4 100,0
Realiza consulta de acompanhamento do
pré-natal, avaliando o grau de risco da
gestante.
70,3 11,1 - - 7,4 100,0
Diagnostica as patologias mais comuns
durante a gestação, tratando ou
referenciando a gestante corretamente.
70,3 3,7 7,4 - 7,4 100,0
Realiza tratamento das DST abordando o
parceiro.
70,3 11,1 - - 7,4 100,0
Desenvolve ações preventivas aos
cânceres de colo uterino e de mama.
66,6 14,8 - - 7,4 100,0
Realiza consulta de puerpério. 66,6 14,8 - - 7,4 100,0
Acompanha a gestante de baixo e médio
riscos.
62,9 18,5 - - 7,4 100,0
Realiza atividades educativas abordando
temas relacionados à gravidez, parto,
puerpério e aleitamento materno.
62,9 14,8 3,7 - 7,4 100,0
Realiza busca ativa dos casos suspeitos de
câncer de colo e de mama.
59,2 18,5 3,7 - 7,4 100,0
Interpreta para a família os dados do
cartão da gestante.
59,2 14,8 7,4 - 7,4 100,0
Registra os dados do acompanhamento da
gestante no seu cartão (inclusive o
gráfico).
55,5 25,9 - - 7,4 100,0
Avalia o estado nutricional da gestante e
anota no cartão da gestante.
51,8 29,6 - - 7,4 100,0
Desenvolve ações de planejamento
familiar.
40,7 37,0 3,7 - 7,4 100
108
Para os médicos e enfermeiros das equipes de Saúde da Família de Sinop, as
facilidades na execução das ações de atenção à saúde da mulher estão relacionadas à: 1)
participação ativa dos Agentes Comunitários de Saúde na busca de gestantes para serem
acompanhadas precocemente, antes do quarto mês de gestação; 2) adesão por parte das
mulheres na maioria das atividades desenvolvidas e 3) harmonia e sincronismo da
equipe de SF.
Quanto às dificuldades, os profissionais apontam: 1) número excessivo de
gestantes fora de área; 2) mudança de microárea por parte das gestantes que atrapalha o
acompanhamento; 3) demora nos resultados dos exames básicos solicitados durante o
pré-natal e 4) falta de insumos para o planejamento familiar, principalmente
anticoncepcionais orais e injetáveis.
4.3.4 Saúde do Homem Adulto
A Tabela 13 apresenta o grau de realização das ações de saúde do homem adulto
pelas equipes, avaliados pelos profissionais.
O acompanhamento pela equipe de Saúde da Família dos adultos do sexo
masculino não portadores de Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus é incipiente
(50,0% a 25,0%).
Segundo os médicos e enfermeiros, ainda é insatisfatória (<24,0%) a realização,
pelas equipes, das seguintes ações: sensibilização junto à população masculina para
detecção precoce do câncer de próstata (20,8%); e do controle do fumo e tabaco
(16,7%) assim como o registro atualizado dos adultos de área por faixa etária (16,7%).
Os profissionais atribuíram notas inferiores a três às ações voltadas para o
homem, considerando-as não implantadas.
Em Sorriso, município próximo a Sinop e também pertencente à região do Teles
Pires, um estudo realizado por COSTA (2009) mostra que as ações desenvolvidas pelas
equipes voltadas à saúde do homem adulto tiveram graus de realização variando entre
“incipiente” e “insatisfatório”, semelhante a Sinop. O que reforça a necessidade de
melhoria no atendimento a este segmento.
109
Tabela 13 – Grau de realização das ações de saúde do homem adulto pelas equipes
de Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Trabalho da equipe relacionado
à Hipertensão Arterial
Realiza Realiza
em Parte
Não Realiza Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
Os adultos do sexo masculino, que
não são portadores de HA e
diabetes, são acompanhados pela
ESF.
41,7 20,8 29,2 - 8,3 100,0
A ESF desenvolve ações de
sensibilização junto à população
masculina para detecção precoce
do câncer de próstata.
20,8 50,0 20,8 - 8,3 100,0
A ESF desenvolve ações de
sensibilização junto à população
masculina para controle do fumo e
tabaco.
16,7 58,3 16,7 - 8,3 100,0
A ESF possui o registro atualizado
dos adultos de área por faixa
etária.
16,7 29,2 33,3 8,3 12,5 100,0
As facilidades apontadas pelos profissionais das equipes de Saúde da Família de
Sinop relacionadas à atenção à saúde do homem referem-se à participação dos Agentes
Comunitários de Saúde realizando orientação para que os homens e sua família
procurem a unidade.
Os profissionais referem que a população masculina procura pouco a unidade de
saúde para atividade preventiva, havendo uma resistência cultural a esta prática e que a
maioria dos homens trabalha no horário de funcionamento das unidades de Saúde da
Família, apontando tais fatos como limitantes para a realização das ações com este
grupo.
4.3.5 Saúde do Idoso
A Tabela 14 apresenta o grau de realização das ações de saúde do idoso pelas
equipes de Saúde da Família avaliado pelos profissionais. De acordo com os médicos e
enfermeiros, é incipiente (50,0% a 25,0%) o grau de realização das seguintes ações:
consulta individual voltada ao idoso (45,8%); registro atualizado dos idosos (33,3%) e
atividades em grupos voltadas para os idosos (25,0%).
Para os profissionais, as equipes de Saúde da Família realizam
insatisfatoriamente (<24,0%) as seguintes ações: acompanhamento sistemático dos
idosos (20,8%); monitoramento potenciais riscos ambientais de acidentes para os idosos
110
(20,8%) e desenvolvimento de algum tipo de atividade junto às famílias dos idosos
(16,7%).
Tabela 14 – Grau de realização das ações de saúde do idoso pelas equipes de Saúde
da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Trabalho da equipe relacionado à
Hipertensão Arterial
Realiza Realiza
em Parte
Não Realiza Não
Sabe
Não
respondeu
Total
% % % % % %
A ESF realiza consulta individual
voltada para a pessoa idosa.
45,8 29,2 16,7 - 8,3 100,0
A ESF possui registro atualizado dos
idosos da área.
33,3 33,3 12,5 12,5 8,3 100,0
A ESF realiza atividades em grupos
voltadas para os idosos.
25,0 41,7 20,8 4,2 8,3 100,0
A ESF realiza acompanhamento
sistemático dos idosos.
20,8 37,5 33,3 - 8,3 100,0
A ESF monitora potenciais riscos
ambientais de acidentes para os
idosos.
20,8 37,5 29,2 4,2 8,3 100,0
A ESF desenvolve algum tipo de
atividade junto às famílias dos idosos.
16,7 33,3 37,5 4,2 8,3 100,0
Quanto ao grau de implementação destas ações na avaliação dos médicos e
enfermeiros, as notas variaram de cinco a sete, sendo consideradas parcialmente
implantadas.
Os profissionais das equipes de Saúde da Família de Sinop consideramo
haver facilidades na execução das ações de saúde do idoso, apontando como fatores
limitantes: 1) a falta de participação e acompanhamento da família; 2) dificuldade por
parte dos idosos em não associar a terceira idade com o grupo de hipertensos e
diabéticos e 3) ausência de capacitações para atenção a este grupo.
Dentre as diretrizes do Pacto pela Vida, a saúde do idoso é considerada
prioritária (MS, 2006). SILVESTRE e COSTA NETO (2003) recomendam que as
equipes de Saúde da Família estejam atentas às pessoas idosas, com constante atenção
ao seu bem estar, sua relação familiar e social, não as deixando jamais à margem de seu
contexto tornando-as o mais independente possível no desempenho de suas atividades.
Dados semelhantes ao estudo de Sinop foram relatados por COSTA (2009) em
Sorriso, cujas ações são realizadas de forma não sistemática.
111
4.3.6 Doenças Infecciosas
As doenças infecciosas analisadas neste estudo foram tuberculose, hanseníase,
dengue e hepatite. A Tabela 15 apresenta o grau de realização das ações de controle das
doenças infecciosas, pelas equipes de Saúde da Família na percepção dos profissionais.
As atividades desenvolvidas relacionadas aos casos de tuberculose são
realizadas regularmente (75,0% a 51,0%) pelas equipes, apresentando percentual de
62,9% para as seguintes ações: suspeição diagnóstica de tuberculose, monitoramento da
regularidade do tratamento dos doentes de tuberculose e realização do diagnóstico, da
prescrição e do acompanhamento do tratamento supervisionado.
Para o controle de hanseníase, na percepção dos profissionais, as equipes
realizam regularmente (75,0% a 51,0%) as seguintes ações: suspeição diagnóstica de
hanseníase (70,3%); realização de exames dos contatos e encaminhamento para
vacinação (BCG) dos casos indicados (66,6%); diagnóstico, prescrição e
acompanhamento do tratamento supervisionado (62,9%); orientação para o paciente
sobre possível ocorrência de quadros reacionais e como proceder (59,2%) e orientação e
realização de atividades de prevenção de incapacidades físicas e proteção das
extremidades (55,5%). Já as ações realizadas incipientemente (50,0% a 25,0%) pelas
equipes foram: identificação e tratamento de estados reacionais (37,0%) e realização de
exames de hanseníase na coletividade no caso de alta prevalência (22,2%).
As ações desenvolvidas pelas equipes relacionadas aos casos de dengue, que
são realizadas regularmente (75,0% a 51,0%), foram: suspeição diagnóstica de dengue
(74,0%) orientação para os pacientes sobre medicamentos contraindicados, quanto o
aparecimento de sinais de alerta e como proceder (74,0%). Para os profissionais, é
incipiente (50,0% a 25,0%) a realização pelas equipes das seguintes ações: tratamento e
acompanhamento da evolução da dengue, identificação de possíveis manifestações
hemorrágicas (40,7%) e realização da prova do laço (29,6%).
As atividades relacionadas aos casos de hepatite B são realizadas pelas equipes
regularmente (75,0% a 51,0%). Segundo a avaliação dos médicos e enfermeiros as
equipes ofertam o exame para detecção de hepatite B com aconselhamento para
mulheres e homens (74%).
112
Tabela 15 – Grau de realização das ações de controle das doenças infecciosas pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Ações desenvolvidas pela equipe em
doenças infecciosas
Realiza Realiza
em
parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
TUBERCULOSE
Faz suspeição diagnosticada tuberculose. 62,9 18,5 - - 7,4 100,0
Monitora a regularidade do tratamento dos
doentes de tuberculose.
62,9 18,5 - - 7,4 100,0
O diagnóstico, prescrição e
acompanhamento do tratamento
supervisionado são realizados
p
ara os casos
de tuberculose.
62,9 11,1 3,7 - 7,4 100,0
HANSENÍASE
Faz suspeição diagnóstica hanseníase. 70,3 7,4 - - 7,4 100,0
Realiza exames dos contatos e encaminha
para vacinação (BCG) os casos indicados.
66,6 14,8 - - 7,4 100,0
Diagnostica, prescreve e acompanha o
tratamento su
p
ervisionado para os casos de
hanseníase.
62,9 14,8 3,7 - 7,4 100,0
Orienta o paciente sobre possível ocorrência
de quadros reacionais e como proceder.
59,2 22,2 - - 7,4 100,0
Orienta e realiza atividades de prevenção de
incapacidades físicas e orienta proteção das
extremidades (mãos e pés)
55,5 22,2 3,7 - 7,4 100,0
Identifica e trata estados reacionais 37,0 25,9 11,1 - 7,4 100,0
Realiza exames de hanseníase na
coletividade no caso de alta prevalência
(igual ou maior 10 casos por 10000
habitantes).
22,2 22,2 29,6 - 7,4 100,0
DENGUE
Faz suspeição diagnóstica de dengue,
realizando abordagem diferencial para
dengue sempre que indicada.
74,0 7,4 - - 7,4 100,0
Orienta os pacientes sobre medicamentos
contraindicados, quanto ao aparecimento de
sinais de alerta e como proceder.
74,0 7,4 - - 7,4 100,0
Institui tratamento e acompanha a evolução
identificando possíveis manifestações
hemorrágicas.
40,7 33,3 7,4 - 7,4 100,0
Realiza a prova do laço em todos os
pacientes suspeitos de dengue.
29,6 33,3 18,5 - 7,4 100,0
HEPATITE B
O exame para detecção de hepatite B é
ofertado com aconselhamento para
mulheres e homens da área.
74,0 7,4 - - 7,4 100,0
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Realiza ações educativas individuais e
coletivas para prevenção das doenças
transmissíveis.
55,5 22,2 3,7 - 7,4 100,0
113
Grau de realização das ações de controle das doenças infecciosas pelas equipes
de Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008. Continuação ....
Ações desenvolvidas pela equipe em
doenças infecciosas
Realiza Realiza
em
parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu
Total
% % % %
%
%
A ESF realiza notificação compulsória de
doenças ou envia boletim semanal negativo
66,6 3,7 7,4 3,7 7,4 100,0
Faz a investigação epidemiológica de todo o
caso e cadastra o caso novo.
48,1 25,9 7,4 - 7,4 100,0
Quanto às ações de vigilância epidemiológica, os médicos e enfermeiros julgam
que estas atividades são realizadas regularmente (75,0% a 51,0%). Para os médicos e
enfermeiros 66,6% das equipes realizam notificação compulsória de doenças, realizam
ações educativas individuais e coletivas para prevenção das doenças transmissíveis
(55,5%) e realizam e/ou orientam a busca ativa de suspeitos, faltosos e contatos
(51,8%).
Os profissionais atribuíram nota nove às ações de controle de doenças
infecciosas, considerando-as implantadas. Apesar de atribuírem notas elevadas,
percebe-se que a realização destas ações é frágil.
Os profissionais das equipes consideram não haver facilidades na execução do
conjunto destas ações, apontam como dificuldades: 1) falta de conhecimento e
capacitações específicas para os profissionais; 2) demora no resultado dos exames
solicitados para confirmação das doenças; 3) preconceito por parte dos familiares de
hansenianos e tuberculosos que acabam se afastando da unidade de Saúde da Família e
4) ausência de acompanhamento pelas equipes dos casos reacionais encaminhados à
referência.
4.3.7 Doenças crônicas: Diabetes Mellitus e Hipertensão Arterial
A Tabela 16 apresenta o grau de realização das ações de controle do Diabetes
Mellitus, pelas equipes de Saúde da Família, na percepção dos profissionais. As ações
foram bem avaliadas tanto as referentes à diabetes quanto as relacionadas à hipertensão
arterial.
Segundo os médicos e enfermeiros, o grau de realização pelas equipes é
satisfatória com percentual entre 100 e 76% para as seguintes ações: diagnóstico de
114
diabetes (95,8%); registro atualizado dos diabéticos da área (87,5%); atenção à saúde do
diabético a partir da classificação de risco (79,2%); acompanhamento individual dos
diabéticos, no mínimo, uma vez por trimestre (79,2%) e monitoramento do
comparecimento dos diabéticos às atividades programadas (79,2%).
Tabela 16 – Grau de realização das ações de controle do Diabetes Mellitus pelas
equipes de Saúde da Família, segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Trabalho da equipe relacionado à
D
iabetes mellitus
Realiza
Realiza
em parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu Total
% % % %
%
%
Realiza diagnóstico de diabetes. 95,8 - - - 4,2 100,0
A ESF possui registro atualizado dos
diabéticos da área.
87,5 8,3 - - 4,2 100,0
Realiza atenção à saúde do diabético a
partir da classificação de risco.
79,2 16,7 - - 4,2 100,0
Os diabéticos em acompanhamento são
atendidos em consulta individual, no
mínimo, uma vez por trimestre.
79,2 16,7 - - 4,2 100,0
Monitora o comparecimento dos
diabéticos às atividades programadas.
79,2 12,5 4,2 - 4,2 100,0
Realiza ações educativas coletivas sobre
a doença.
62,5 25,0 4,2 4,2 4,2 100,0
Realiza ações de promoção de saúde do
diabético, como por exemplo, a
caminhada.
54,2 16,7 25,0 - 4,2 100,0
Monitora as internações por diabetes
ocorridas em sua área.
50,0 20,8 20,8 4,2 4,2 100,0
Realiza o exame nos pés dos diabéticos
em acompanhamento em todas as
consultas.
45,8 50,0 - - 4,2 100,0
A medida de IMC de todos os diabéticos
em acompanhamento é realizada
trimestralmente.
29,2 54,2 12,5 - 4,2 100,0
Se o número de pacientes diabéticos
atendidos for inferior à
p
revalência
estimada de 6%, a ESF realiza atividade
de detecção?
12,5 37,5 25,0 16,7 4,2 100,0
Analisa semestralmente a população de
diabéticos em acompanhamento
considerando a prevalência estimada de
6 a 11%.
8,3 62,5 16,7 4,2 4,2 100,0
Já as ações realizadas pelas equipes de Saúde da Família consideradas
regulares, com percentual entre 75 e 51%, estão relacionadas a: ações educativas
coletivas (62,5%) e a ações de promoção de saúde do diabético, como por exemplo, a
caminhada (54,2%).
Segundo os médicos e enfermeiros, as atividades realizadas pelas equipes e
consideradas incipientes, com percentual entre 50 a 25% são: monitoramento das
115
internações por diabetes (50,0%); exame dos pés dos diabéticos durante as consultas
(45,8%) e mensuração do IMC em todos os diabéticos (29,2%).
A detecção de novos casos de diabetes mellitus e a análise semestral da
população de diabéticos são realizadas pelas equipes de forma insatisfatória.
A Tabela 17 apresenta a avaliação dos profissionais relacionada ao grau de
realização das atividades desenvolvidas pelas equipes na prevenção, promoção e
controle da hipertensão arterial.
Para os profissionais, o grau de realização pelas equipes é satisfatória (100,0%
e 76,0%) as seguintes ações: diagnóstico de Hipertensão Arterial (95,8%);
registro
atualizado dos hipertensos (91,7%) e acompanhamento individual dos hipertensos, no
mínimo, uma vez por trimestre (91,7%).
Os médicos e enfermeiros consideram que as equipes realizam regularmente
(75,0% a 51,0%) as ações relacionadas à: classificação de risco dos hipertensos
(87,5%); ao monitoramento do comparecimento dos hipertensos às atividades
programadas (66,7%) e ações educativas coletivas (66,7%).
As atividades realizadas incipientemente (50,0% a 25,0%) pelas equipes,
segundo os profissionais, se referem ao: monitoramento das internações por
complicações decorrentes da hipertensão arterial (45,8%); às ações de promoção de
saúde do hipertenso, como por exemplo, a caminhada (45,8%) e mensuração do IMC
em todos os hipertensos (41,7%).
A detecção de novos casos de hipertensão arterial e a análise semestral dos
hipertensos pelas equipes são insatisfatórias (<24,0%).
Para os profissionais das equipes de Saúde da Família, as ações de controle da
Hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus foram consideradas implantadas, recebendo
notas superiores a oito.
Nos dados apresentados neste estudo observam-se semelhança com os dados
encontrados no estudo de ORIOLI (2006) no qual as ações de controle da Hipertensão
Arterial e Diabetes Mellitus são realizadas pelas equipes com percentuais superiores ao
grau de realização de Sinop.
116
Tabela 17 – Grau de realização das ações de controle da Hipertensão Arterial pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Trabalho da equipe relacionado à
Hipertensão Arterial
Realiza
Realiza
em parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu Total
% % % %
%
%
Realiza diagnóstico de HA 95,8 - - - 4,2 100,0
A ESF possui registro atualizado dos
hipertensos da área.
91,7 4,2 - - 4,2 100,0
Os hipertensos em acompanhamento
são atendidos em consulta individual,
no mínimo, uma vez por trimestre.
91,7 4,2 - - 4,2 100,0
Realiza atenção à saúde dos hipertensos
a partir da classificação de risco.
87,5 8,3 - - 4,2 100,0
A ESF monitora o comparecimento dos
hipertensos às atividades programadas.
66,7 25,0 - 4,2 4,2 100,0
A ESF realiza ações educativas
coletivas sobre a doença.
66,7 25,0 - 4,2 4,2 100,0
A ESF monitora as internações por
complicações decorrentes da HA
ocorridas em sua área.
45,8 33,3 8,3 4,2 8,3 100,0
A ESF realiza ações de promoção de
saúde do hipertenso, como por
exemplo, a caminhada.
45,8 25,0 20,8 - 8,3 100,0
A medida de IMC de todos os
hipertensos em acompanhamento é
realizada trimestralmente.
41,7 41,7 12,5 - 4,2 100,0
A ESF analisa semestralmente a
p
opulação de hipertensos em
acompanhamento considerando a
prevalência estimada de 15 a 20%.
29,2 33,3 20,8 8,3 8,3 100,0
Se o número de pacientes hipertensos
atendidos for inferior a prevalência
estimada de 15%, a ESF realiza
atividades de detecção?
12,5 41,7 29,2 4,2 12,5 100,0
Segundo os médicos e enfermeiros entrevistados, as facilidades na execução
destas ações estão relacionadas à: participação dos Agentes Comunitários de Saúde no
acompanhamento dos hipertensos e diabéticos durante a visita domiciliar, grande
participação dos pacientes nas reuniões mensais e atendimento com agendamento
específico nas unidades de Saúde da Família.
Já os entraves apontados pelos profissionais foram: falta de espaço físico para
realizar as reuniões em grupo, dificuldade de acesso à unidade de Saúde da Família
pelos pacientes que residem fora da área de abrangência e o abandono do tratamento.
117
4.3.8 Transtorno Mental
A Tabela 18 apresenta avaliação das ações de atenção ao portador de transtorno
mental realizadas pelas equipes de Saúde da Família, segundo informações dos
profissionais.
Na avaliação dos profissionais, o grau de realização pelas equipes de Saúde da
Família é incipiente (50,0% a 25,0%) as seguintes ações: encaminhamento dos
portadores de transtorno mental (50,0%); referência e contrarreferência para o Centro de
Apoio (45,8%); registro atualizado dos portadores de transtorno mental (41,7%);
consulta a pacientes portadores de transtorno mental (37,5%) e acompanhamento de
pacientes em uso de psicotrópicos (37,5%).
A prática de acompanhamento dos egressos de internação psiquiátrica é
praticamente inexistente (8,3%), assim como, do tratamento realizado pela referência
aos usuários de álcool e drogas (8,3%). As equipes não mantêm relação com entidades
da sociedade civil de apoio aos usuários de álcool e drogas do município (62,5%).
Tabela 18 – Grau de realização das atividades relativas ao transtorno mental pelas
equipes de Saúde da Família segundo os profissionais. Sinop, 2008.
Trabalho da equipe relacionado à
Transtorno Mental
Realiza
Realiza
em parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu Total
% % % %
%
%
A ESF só faz o encaminhamento dos
portadores de transtorno mental.
50,0 33,3 4,2 - 8,3 100,0
Realiza referência e contrarreferência
para o Centro de Apoio
Psicossocial/CAPS do município (só para
aqueles de médio porte).
45,8 29,2 16,7 - 8,3 100,0
A ESF possui registro atualizado dos
portadores de transtorno mental.
41,7 16,7 25,0 8,3 8,3 100,0
Realiza consulta a pacientes portadores
de transtorno mental.
37,5 45,8 8,3 - 8,3 100,0
Realiza acompanhamento de pacientes
em uso de psicotrópicos
37,5 45,8 8,3 - 8,3 100,0
Realiza acompanhamento de egressos de
internação psiquiátrica.
8,3 37,5 41,7 4,2 8,3 100,0
A ESF mantém acompanhamento do
tratamento realizado pela referência aos
usuários de álcool e drogas.
8,3 33,3 45,8 4,2 8,3 100,0
A ESF mantém algum tipo de relação
com entidades da sociedade civil de apoio
aos usuários de álcool e drogas (AAA,
etc.) do município.
4,2 16,7 62,5 8,3 8,3 100,0
118
O Gráfico 4 apresenta a opinião dos médicos e enfermeiros sobre os principais
problemas de saúde mental atendidos nas equipes de Saúde da Família em Sinop. De
acordo com os profissionais são eles: depressão (33,3%); esquizofrenia (20,8%),
epilepsia (8,3%); estresse (8,3%). A ansiedade, o alcoolismo, a doença de Parkinson, os
distúrbios bipolares, o Transtorno Obsessivo Compulsivo e a síndrome de down
possuem percentuais iguais (4,2%) dos casos atendidos pelas equipes. Apesar dos
profissionais considerarem a Síndrome de Down, a doença de Parkinson e a epilepsia
como transtornos mentais, a primeira patologia é caracterizada como anomalia
cromossômica, e as duas últimas como doenças do sistema nervoso (CID 10),
demonstrando o despreparo dos profissionais em lidar com este programa.
33,3%
20,8%
8,3%
8,3%
4,2%
4,2%
4,2%
4,2%
4,2% 4,2%
0%
5%
10%
15%
20%
25%
30%
35%
Depressã
o
Esquizofrenia Eplepsia Estresse
A
nsi edad
e
A
lcoolism
o
Doenç a de
Parkins on
Disturbios
Bipolares
TO C ndrom e de
Down
Transtornos Mentais
Gráfico 4 - Principais problemas referidos pelos médicos e enfermeiros como
transtornos mentais que demandam atendimento pelas equipes de Saúde da
Família em Sinop, 2008.
Para os profissionais, as ações de atenção ao portador de transtorno mental estão
parcialmente implantadas, recebendo notas inferiores a sete.
Seguindo as recomendações da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) e
Organização Mundial de Saúde (OMS), o Ministério da Saúde vem desenvolvendo
estratégias na área da saúde mental para reverter gradativamente um modelo de atenção
centrado na referência à internação hospitalar por serviços substitutivos como hospital
dia e a implantação dos CAPS (MS, 2003).
119
Em Mato Grosso com a implantação da política de descentralização, a partir de
2000 foi estimulada a criação de CAPS em diversos municípios com população acima
de 20.000 habitantes. Intensificou-se também a capacitação dos profissionais da atenção
básica para atendimento na área de saúde mental, tornando a Atenção Básica porta de
entrada do paciente no sistema e acompanhamento de egressos, ou não, de forma
complementar ao CAPS (SCHRADER, 2007).
Em Sinop, o CAPS tornou-se a principal referência para os pacientes com
transtorno mental, entretanto é necessário que haja maior integração entre os
profissionais desta unidade de saúde e os profissionais da Saúde da Família com o
objetivo de melhorar as ações de prevenção, promoção e recuperação da saúde,
envolvendo o paciente, a família e a comunidade. Para que isso possa ocorrer é
necessária capacitação para os profissionais como estratégia de educação permanente,
visando superação das dificuldades.
4.3.9 Saúde Bucal
Sinop possui três equipes de Saúde Bucal implantadas. Três odontólogos
responderam ao questionário (100%). A Tabela 19 apresenta o grau de realização das
ações específicas de Saúde Bucal na avaliação desses profissionais.
Na avaliação dos odontólogos são satisfatórias (100,0% a 76,0%) as seguintes
ações de: tratamento dos problemas odontológicos da população de 0 a 14 anos e das
gestantes; orientação dos cuidados básicos de higiene do recém-nascido; identificação e
encaminhamento dos pacientes portadores de outras necessidades de saúde, todas com
percentual de 100%
Os odontólogos consideram que as equipes de Saúde Bucal realizam
regularmente (75,0% a 51,0%), as ações de prevenção, educação em saúde e
orientações quanto aos cuidados orais com o recém-nascido (66,7%).
A prática das atividades de acompanhamento da saúde bucal em outros espaços
sociais (escolas, creches, grupo de jovens e pastoral da criança) é realizada parcialmente
pelos odontólogos (66,7%).
Atividades educativas abordando outros temas relacionados à saúde na equipe de
Saúde da Família não são realizadas em outros espaços, segundo 33,3% dos
odontólogos.
120
Tabela 19 – Grau de realização das ações específicas de Saúde Bucal na avaliação
dos odontólogos. Sinop, 2008.
Grau de realização das ações pela ESB
Realiza
Realiza
em parte
Não
realiza
Não
sabe
Não
respondeu Total
% % % %
%
%
Trata os problemas odontológicos da
população de 0 a 14 anos?
100 - - - - 100,0
Trata os problemas odontológicos das
gestantes?
100 - - - - 100,0
Orienta os cuidados básicos de higiene
bucal do recém-nascido?
100 - - - - 100,0
Identifica e encaminha os pacientes
portadores de outras necessidades de
saúde?
100 - - - - 100,0
Atua na prevenção dos problemas
odontológicos da população de 0 a 14
anos realizando: escovação
supervisionadas, bochecho de flúor e
educação em saúde bucal.
66,7 33,3 - - - 100,0
Atua na prevenção dos problemas
odontológicos em gestantes realizando:
escovação supervisionadas, bochecho de
flúor e educação em saúde bucal.
66,7 33,3 - - - 100,0
Atua na prevenção dos problemas
odontológicos da população acima de 14
anos, realizando ações educativas.
66,7 - 33,3 - - 100,0
Atua na prevenção dos problemas
odontológicos dos idosos?
66,7 - 33,3 - - 100,0
Trata os problemas odontológicos da
população acima de 14 anos?
66,7 33,3 - - - 100,0
Trata os problemas odontológicos dos
idosos?
66,7 33,3 - - - 100,0
Realiza atividades educativas durante a
gestação abordando temas relacionados
aos cuidados odontológicos com a mãe?
66,7 33,3 - - - 100,0
Realiza atividades educativas durante a
gestação abordando temas relacionados à
prevenção odontológica com o recém-
nascido?
66,7 33,3 - - - 100,0
Orienta na alimentação correta da criança
visando a prevenção de problemas
odontológicos?
66,7 33,3 - - - 100,0
Conhece a legislação de proteção da
criança e do adolescente e a utiliza para
orientar o seu atendimento?
66,7 33,3 - - - 100,0
Realiza atividades de acompanhamento
da saúde bucal em outros espaços sociais
da comunidade (escolas, creches, grupo
de jovens, pastoral da criança, etc.)
33,3 66,7 - - - 100,0
Realiza atividades educativas abordando
outros temas relacionados a saúde na ESF
ou em outro espaço na comunidade?
33,3 33,3 33,3 - - 100,0
Os achados neste estudo coincidem com o de SANTOS e ASSIS (2006) que
revelaram que as práticas são organizadas em ações individuais e coletivas, há uma
121
valorização da técnica, cujo eixo está centrado no modelo médico com resolubilidade
limitada, demonstrando que a integralidade das ações ainda é um processo em
construção.
Em relação às práticas assistenciais da Saúde da Família de Sinop pode-se
constatar situações importantes no desenvolvimento dos programas específicos. Na
percepção dos implementadores, as práticas melhores avaliadas, consideradas
implantadas, com grau de realização superior a 76,0%, estão relacionadas aos
programas de controle das doenças crônicas (hipertensão arterial e diabetes mellitus) e
ao programa de Saúde Bucal. Entretanto, a análise dos indicadores da Atenção Básica,
anteriormente discutida, aponta melhora, ainda que incipiente, neste segmento. Apesar
da queda na proporção de internações por Acidente Vascular Cerebral, o mesmo não
ocorre na proporção de internação por complicações do Diabetes Mellitus,
demonstrando fragilidades no acompanhamento dos hipertensos e diabéticos pelas
Equipes de Saúde da Família
Nas ações de Saúde Bucal prevalece o foco nas ações curativas sobre a
prevenção e educação em saúde.
Programas mais antigos, segundo o Ministério da Saúde, como a saúde da
criança, da mulher e o controle e prevenção das doenças infecciosas foram consideradas
como grau de realização regular, com percentuais entre 51,0% a 75,0%. Na atenção à
criança, as ações de prevenção, educação em saúde, vacinação e aleitamento materno
foram os melhores avaliados, já o planejamento das ações e as atividades envolvendo
escolas, creches e grupo de jovens apresentaram grau de realização incipiente.
Comparando a análise dos indicadores da Atenção Básica, a saúde da criança
demonstra fragilidade na atenção prestada, o Coeficiente de Mortalidade Infantil
apresenta aumento dos óbitos infantis o que pode estar relacionado a melhora dos
registros da mortalidade. A proporção de internações por IRA em menores de 5 anos
apesar de apresentar queda ainda está acima da meta esperada (30,2%).
Em relação à saúde da mulher, a percepção dos implementadores é contraditória.
Consideram implantadas estas atividades, dando notas superiores a oito, porém quanto
ao grau de realização das atividades, pelas equipes, foi por eles avaliado como regular.
Os indicadores da Atenção Básica apontam a ausência de investigação dos óbitos em
mulheres na idade fértil e a não notificação dos mesmos.
As ações de controle de doenças infecciosas realizadas pelas equipes foram
consideradas implantadas com grau de realização regular. A realização de ações de
122
acompanhamento dos casos reacionais de hanseníase e da evolução da dengue foi
considerada incipiente, demonstrando a dificuldade no desenvolvimento e eficácia na
atenção aos portadores de hanseníase e dengue.
O grau de realização pelas equipes das ações preconizadas aos programas mais
recente como a saúde do adolescente, do homem adulto, do idoso e dos portadores de
transtornos mentais, o grau de realização pelas equipes, foi considerado incipiente.
Chama a atenção na saúde do adolescente, do homem adulto e do idoso a
afirmação superior a 50% dos profissionais que as equipes não possuem registro
atualizado destes segmentos, ação essencial para o levantamento das necessidades e
planejamento das atividades prioritárias.
Os dados encontrados em Sinop se diferenciam daqueles encontrados em
estudos realizados em municípios próximos como Sorriso e Alta Floresta. COSTA
(2009) analisando as ações da Saúde da Família, em Sorriso apontava como
consolidadas as ações desenvolvidas na saúde da criança e da mulher. Na saúde do
adolescente, do idoso e dos portadores de transtornos mentais, as ações tiveram grau de
realização regular. Em Alta Floresta, os implementadores consideraram realizadas
satisfatoriamente as ações de atenção à saúde da criança, da mulher, o controle das
doenças crônicas e transmissíveis. No entanto consideram com grau de realização
regular e/ou incipiente aquelas relacionadas à saúde do adolescente, do homem adulto,
do idoso e dos portadores de transtornos mentais (VENITES,2009).
Apesar das falhas apontadas em ações específicas, é importante ressaltar que
houve melhoria no acesso da população aos serviços da Atenção Básica, após a
implantação da Saúde da Família mencionadas pelos gestores, implementadores e
usuários.
A valorização dos agentes comunitários de saúde e o entrosamento entre os
membros das equipes de Saúde da Família são apontados pelos profissionais como os
principais fatores facilitadores do desenvolvimento das atividades.
As práticas assistenciais que apresentavam grau de realização ainda incipiente
ou insatisfatória demonstram a necessidade de os gestores desenvolverem estratégias
de educação permanente, de acompanhamento e de supervisão das equipes buscando
melhorar estas ações. Faz-se necessária uma gestão democrática que estabeleça maior
interação entre os gestores e os profissionais das equipes de Saúde da Família.
123
4.4 A PERCEPÇÃO DOS PROFISSIONAIS SOBRE A SAÚDE DA
FAMÍLIA
A tabela 20 apresenta a percepção dos profissionais quanto às práticas
desenvolvidas pelas equipes de Saúde da Família. Aproximadamente metade dos
profissionais respondeu que “concordam” que a Saúde da Família: reduz a taxa de
internação hospitalar (59,3%); reforça o vínculo entre profissionais de saúde e as
famílias (59,3%); presta assistência integral e contínua à população adscrita (48,1%);
pode ter efeito sobre o mercado de trabalho e na formação dos profissionais de saúde
(48,1%) e altera os processos de trabalho dos profissionais de saúde (44,4%).
Os médicos, enfermeiros e odontólogos, “concordam em parte” que a saúde da
família tenha ação resolutiva sobre os problemas de saúde da população assistida
(55,6%); atue sobre a família como núcleo de abordagem (51,9%); realize ação que
favoreça a ampliação da cidadania e controle social (44,4%); proporcione um
acompanhamento longitudinal às famílias assistidas (44,4%) e tenha favorecido a ação
intersetorial (37%); e que a Saúde da Família mude substancialmente o modelo da
atenção no município contou com a concordância de 37% dos profissionais, sendo igual
à proporção dos que concordaram parcialmente.
Relatam que as principais dificuldades enfrentadas no funcionamento da Saúde
da Família estavam relacionadas com a gestão da Secretaria Municipal de Saúde: 1)
falta de apoio e estímulos profissional, dificuldade de o gestor compreender os
princípios da Saúde da Família, falta de insumos e medicamentos, equipamentos
sucateados, falta de capacitações para os profissionais, dificuldade no agendamento e
demora dos resultados dos exames solicitados. Já as dificuldades relacionadas à
organização e funcionamento das unidades foram mencionadas: 1) inadequação da
estrutura física das Unidades de Saúde da Família, dificuldade no acesso dos usuários à
unidade devido algumas estarem muito distante da comunidade, ausência de
profissionais na equipe (médico e agente comunitário de saúde), não cadastramento de
toda a população da área de abrangência e número excessivo de demanda espontânea,
dificultando a assistência por grupos específicos.
124
Tabela 20 – Percepção dos profissionais sobre a Saúde da Família. Sinop, 2008.
Concorda
Não
concorda
Concorda
em parte
Não
sabe
Não
respondeu Total
% % % %
%
%
A SF reduz a taxa de internação
hospitalar.
59,3 3,7 25,9 7,4 3,7 100,0
A SF reforça o vínculo entre
profissionais de saúde e as famílias.
59,3 3,7 33,3 - 3,7
100,0
A SF presta assistência integral,
contínua a população adscrita.
48,1 14,8 33,3 - 3,7
100,0
A SF pode ter efeitos sobre o mercado
de trabalho e na formação dos
profissionais de saúde.
48,1 3,7 40,7 - 7,4
100,0
A SF altera os processos de trabalho dos
profissionais de saúde.
44,4 11,1 40,7 - 3,7
100,0
A SF atua sobre a família como núcleo
de abordagem.
40,7 3,7 51,9 - 3,7
100,0
A SF muda substancialmente o modelo
da atenção no município.
37,0 11,1 37,0 - 14,8
100,0
A SF tem ação resolutiva sobre os
problemas de saúde da população
assistida.
37,0 3,7 55,6 - 3,7
100,0
A SF realiza ação que favorece a
ampliação da cidadania e controle
social.
37,0 11,1 44,4 3,7 3,7
100,0
A SF proporciona um acompanhamento
longitudinal às famílias assistidas.
37,0 14,8 44,4 - 3,7
100,0
A SF tem favorecido a ação
intersetorial.
29,6 7,4 37,0 11,1 14,8
100,0
Com relação ao trabalho com a comunidade, os profissionais da Saúde da
Família de Sinop referem a incompreensão da população quanto ao papel da Saúde da
Família, devido a baixa escolaridade, a reduzida adesão aos tratamentos e pequena
participação nos grupos específicos além da mudança constante dos moradores, com
alta rotatividade entre os bairros da cidade.
Na percepção dos profissionais, o potencial da Saúde da Família reforça a
importância desta estratégia no SUS, como caminho a ser fortalecido em relação ao
vínculo entre os profissionais e as famílias, assistência integral à população adscrita e a
alteração dos processos de trabalho. No entanto é frágil a confiança nas demais
inovações que poderiam produzir mudança no modelo de atenção à população de Sinop.
125
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Município de Sinop está habilitado na Gestão Plena da Atenção Básica
Ampliada, é sede do Escritório Regional de Saúde da região do Teles Pires e integra o
Consórcio Intermunicipal de Saúde da região. Este município é sede do módulo
assistencial para todos os municípios da região, ofertando serviços de média e alta
complexidades.
Sinop apresenta arcabouço legal que regulamenta o Sistema Único de Saúde
Municipal, como a Lei Orgânica de Saúde, as Leis de criação do Conselho Municipal de
Saúde, do Fundo Municipal de Saúde e o organograma da Secretaria de Saúde.
Os instrumentos de gestão, de planejamento, de acompanhamento e de
avaliação como Plano Plurianual, Plano de Trabalho Anual, Programação Pactuada
Integrada e Relatório de Gestão estão formalmente constituídos. A elaboração do
planejamento das ações de saúde é centralizado, não contando com a participação de
todos os agentes sociais envolvidos como equipes de Saúde da Família e representantes
dos usuários no CMS. A equipe técnica da Secretaria Municipal de Saúde é insuficiente
em recursos humanos, e se reconhece como tecnicamente ainda frágil para o exercício
das ações de gestão que o sistema de saúde exige.
Os recursos financeiros são transferidos do nível Federal e Estadual para o
Fundo Municipal. O município aplica 22,9% dos recursos tributários próprios
ultrapassando a meta prevista pela Emenda Constitucional n° 29. A despesa com
recursos humanos é responsável pela maior parte dos gastos com a saúde. Não há
política para a gestão de recursos humanos na saúde, sendo que esta é administrada de
forma centralizada pela Prefeitura. A SMS não possui Plano de Cargos, Carreira e
Salário próprio para a área da saúde, estando em vigor o PCCS da secretaria de
administração que não contempla os profissionais da Saúde da Família. No estudo,
identificamos lacunas que dificultam o gerenciamento do sistema de saúde, tais como
autonomia restrita do Secretário de Saúde na gestão do Fundo Municipal de Saúde, de
recursos humanos e a não inserção do Conselho Municipal de Saúde no organograma
como órgão deliberativo na tomada de decisões e no controle social.
O ingresso dos profissionais de saúde na SMS se dá através de concursos
públicos o que dá segurança ao profissional. Entretanto a Secretaria utiliza como
mecanismo de atrair o profissional médico da Saúde da Família, o incentivo sobre o
126
salário bruto e atuação nos serviços especializados. Situação que evidencia a ênfase
dada à atenção especializada.
A rede de serviços de saúde de Sinop é constituídos de serviços públicos,
filantrópicos e privados. Na Atenção Básica os serviços são ofertados apenas pelas
equipes de da Saúde da Família, com capacidade restrita a 50% da população. Na
atenção secundária a SMS apresenta diversidade na oferta de consultas especializadas,
aliada a organização da rede para realização de exames laboratoriais, diagnóstico por
imagem médico e odontológica. Possui uma unidade de Pronto Atendimento Médico
que realiza consultas médicas, assistência de urgência e emergência, dispondo também
de leitos de observação para atendimento da população. O município mantém convênio
com a rede privada de saúde prestando serviços para assistência hospitalar com
atendimento em várias áreas médicas, inclusive contando com Unidades de Tratamento
Intensivo Adulto e de Terapia Renal.
Os representantes dos usuários no Conselho Municipal de Saúde reconhecem a
importância da Saúde da Família para a saúde da população, apresentam uma concepção
restrita da proposta e dos trabalhos das equipes. Compreendem a Saúde da Família
como um centro de triagem, valorizando como diferencial, as visitas domiciliares, o
trabalho do Agente Comunitário de Saúde e as atividades preventivas. Apontam como
insatisfação da população as filas para agendamento de consultas, a demora no
atendimento e a ausência de médico na unidade.
A Saúde da Família foi implantada em 2001, apresentando uma cobertura
populacional de 72,8%, trazendo inovações e resultados positivos à saúde da população
como a ampliação e reorganização da Atenção Básica. Foi definida como porta de
entrada aos serviços de saúde local e referência para os demais níveis de atenção. A
expansão das equipes consta na agenda local de saúde, estando presente no PPA (2002 –
2005), entretanto permaneciam as 16 equipes em 2008, com cobertura populacional de
49,8%. A ausência de outros serviços de Atenção Básica para a população implica em
uma forte pressão sobre as equipes, refletindo negativamente sobre o desempenho da
Saúde da Família, seja na qualidade da atenção, seja na realização das diretrizes
propostas pelo Ministério da Saúde.
Ao traçar o perfil dos profissionais médicos, enfermeiros e odontólogos que
atuam em Sinop, destacou-se o predomínio do sexo feminino, confirmando a
feminilização da força de trabalho em saúde. A maioria dos profissionais são casados e
encontram-se na faixa etária entre 25 a 39 anos. Quanto a formação, mais da metade
127
deles concluíram a graduação em instituição pública. Segundo os respondentes, dois
profissionais possuem especialização em Saúde da Família e sete em áreas afins, o que
favorece o desenvolvimento do programa pela maior afinidade ao objeto de trabalho.
No entanto, mais da metade possuem especialização em áreas clínicas, reforçando o
privilégio à atenção secundária.
Quanto ao vínculo profissional a maior parte é estatutário e celetista,
ingressaram na Saúde da Família através de concurso público, tendo estabilidade
funcional. A jornada de trabalho é cumprida pelos médicos, enfermeiros e odontólogos,
conforme diretrizes do programa Saúde da Família preconizadas pelo Ministério da
Saúde, o que pode significar vínculo com a população. No entanto, quanto ao tempo de
atuação na mesma equipe, 42,3% atuam na Saúde da Família há mais de três anos, e
mais da metade têm atuação inferior.Identificou-se que 29,6% dos respondentes já
atuaram na Saúde de Família em outros municípios, o que, por um lado, indica acúmulo
de experiência com o programa, por outro afeta a continuidade do trabalho das equipes
e o vínculo com a família e comunidade. Tal situação evidencia a rotatividade tanto
externa quanto internamente.
No estudo é evidente o privilégio do profissional médico em desfavor das
demais categorias, como a contratação com salário diferenciado e incentivo de 100%, e
ainda atuarem na atenção secundária, além da Saúde da Família.
As alterações ocorridas na vida profissional após ingresso na Saúde da Família
em Sinop, a ênfase foi o fortalecimento do vínculo com o paciente, bem como o
trabalho em equipe e o prestígio profissional, significando perspectiva de mudanças na
prática de trabalho pretendida pelo programa, diferente do modelo tradicional.
Quanto à caracterização das ações da Saúde da Família, ainda são frágeis o uso
do “mapa inteligente”e a organização dos prontuários por fatores de risco como fontes
de identificação de prioridades para o planejamento das estratégias de intervenção. As
unidades de Saúde da Família estão localizadas em áreas limítrofes e/ou fora da área de
abrangência o que dificulta o acesso da população.
As equipes de Saúde da Família atendem a livre demanda e a grupos
específicos de forma pontual, contra dizendo os pressupostos da Saúde da Família
quanto o agir preventivamente e não centrado nas ações curativas.
Quanto às atividades de programação, planejamento e avaliação, os
profissionais avaliaram que a realização destas ações pelas equipes são ainda
incipientes e insatisfatórias. De acordo com os profissionais, a organização da atenção
128
nas unidades de Saúde da Família, tem o grau de realização regular. O acolhimento, o
levantamento de informações sobre o usuário e o atendimento buscando a autonomia
dos usuários tem grau de realização incipiente. A assistência baseada em evidência
científica e a discussão de casos clínicos com a equipe, definindo a atribuição de cada
participante foram avaliadas como incipiente. A participação da comunidade nas ações
das equipes de Saúde da Família é baixa.
Relacionando o grau de implementação das ações à assistência a saúde por
ciclo de vida da população e aos agravos com análise dos indicadores de saúde registra-
se melhorias como queda de internações por IRA em menores de 5 anos, aumento da
cobertura pré-natal e queda na proporção de internações por AVC. Entretanto, há outros
indicadores que permanecem desfavoráveis como o aumento dos óbitos infantis,
oscilação na Razão de Mortalidade Materna e aumento na proporção de internações por
Diabetes Mellitus. Com relação aos programas, os profissionais consideram
implantados o controle das doenças crônicas (hipertensão Arterial e Diabetes Mellitus) e
Saúde Bucal. Na Saúde Bucal predominam as atividades curativas sobre a prevenção. A
saúde da mulher apresenta fragilidades na assistência, como a ausência de instância
responsável pela investigação dos óbitos em mulheres em idade fértil. O controle de
doenças infecciosas tem grau de realização pelas equipes regular. Programas recentes,
estimulados pelo Ministério da Saúde, como saúde do adolescente, do idoso e saúde
mental, foram consideradas realizadas incipiente, sendo realizado satisfatoriamente
apenas o cadastro.
As dificuldades na realização do rol das ações previstas, segundo os
profissionais, requerem o acompanhamento maior, integração da SMS e coordenação
com as equipes de Saúde da Família e capacitação permanente.
Os profissionais acreditam que a Saúde da Família reforça o vínculo com a
comunidade, promove mudanças no processo de trabalho e valorizam o trabalho do
Agente Comunitário de Saúde. Discordam que a Saúde da Família provoque mudanças
no modelo de atenção no município. Entre os obstáculos para realizar as atividades
preconizadas pela Saúde da Família, estão relacionada a ausência de capacitações e o
distanciamento entre gestores e profissionais, evidenciando a importância de uma gestão
democrática permeável às necessidades dos usuários e profissionais da saúde.
O estudo aponta que a apesar da Saúde da Família ser considerada pelos
agentes sociais envolvidos como uma estratégia para mudança na atenção à saúde como
propõe o Ministério da Saúde, as práticas sejam dos gestores como dos profissionais
129
assinalam para o modelo convencional. Há privilegiamento dos serviços especializados,
através da contratação de médicos com especialidades clínicas atuando tanto na Saúde
da Família quanto no Pronto Atendimento. A Atenção Básica é insuficiente para atender
a totalidade da população de Sinop. Os usuários concordam que a Saúde da Família
ampliou o acesso da população aos serviços da Atenção Básica, no entanto a
compreendem como um espaço de triagem às especialidades.
A gestão municipal assume ainda um modelo de caráter curativo, com ênfase
nas especialidades e a Atenção Básica constitui numa importante forma de captação de
recursos financeiros advindos das instâncias estadual e federal, sem o compromisso de
fato com a mudança do modelo assistencial.
As equipes de Saúde da Família executam as ações de caráter curativo
justificado pelo excesso da demanda por assistência, impossibilitando o exercício de
ações inovadoras que garantem a mudança do modelo de atenção.
Concluindo-se que há de fato uma distância entre o preconizado pelo
Ministério da Saúde e a prática dos agentes sociais envolvidos na Saúde da Família em
Sinop, demonstrando a necessidade não apenas de investimentos na estruturação e
organização da Atenção Básica, mas indo além, fomentando discussões sobre
concepção à saúde, pacto pela saúde e os princípios norteadores da Atenção Básica,
envolvendo as demais instâncias (MS, SES, ERS, SMS, profissionais e sociedade).
130
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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outras providências. Prefeitura Municipal de Sinop. 1992.
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funcionamento do Conselho Municipal de Saúde e revoga a Lei nº 241 de 02 de
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138
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.
140
ANEXO I - INSTRUMENTO PARA MÉDICOS E ENFERMEIROS DAS ESF (Banco
4)
Pesquisa: “OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO SUS NA ATENÇÃO À SAÚDE EM MUNICÍPIOS
DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA BR 163 NO ESTADO DE MATO GROSSO”
Sub Projeto: “Análise do Programa Saúde da Família em municípios de Mato Grosso, área de
abrangência da BR 163”.
Data: _____/______/_____
Nome da USF: ____________________________________________________________
Município:
_________________________________________________________________
Caracterização profissional (médicos e enfermeiros)
BLOCO I - PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E DEMOGRÁFICO
1. Entrevistado:
2. Profissão (que exerce nesta equipe) Médico Enfermeiro
3. Naturalidade/Cidade: Estado: País
4. Sexo: Masculino Feminino 5. Idade em anos completos:
6. Estado civil:
solteiro (a) casado (a) separado (a)
união consensual viúvo (a) divorciado (a) outros
7. Quanto tempo você atua nesta equipe: _____________________________________________anos/meses
8. Reside atualmente em: Cidade: UF: 
Tempo de residência: ...................... anos .......................meses
10. Última procedência: Cidade: Estado:
11. Formação
1. Graduação em:....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
2. Especialização em:.............................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
3.1.Especialização(outra) .......................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
4. Residência em: ..................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
5. Mestrado em: .....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
6. Doutorado em: ....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
141
12. Marque o tipo de vínculo que possui com o PSF.
Estatutário do município
Estatutário cedido
Federal
Estadual
CLT do município
CLT cedido
Federal
Estadual
Contratação comissionada
Terceirização – grupos profissionais
Terceirização – empresas
Terceirização – fundação e outros órgãos
Terceirização – cooperativas
Credenciamento
Contratação temporária
Contrato individual de prestação de serviços
Bolsa trabalho/ajuda de custo
Outro, especificar:............................................................
13. Qual foi o critério utilizado p/ ingresso no PSF.
Concurso Público
Prova de seleção
Indicação
Outro.Especificar:..............................................
14.QualsuacargahoráriasemanalnoPSF?
20 horas
30 horas
40 horas
Outra..........................
15. Qual sua remuneração mensal bruta no PSF?
R$......................................................
16. Além da remuneração do PSF você recebe algum outro benefício da prefeitura/Secretaria de Saúde?
residência
transporte
vale refeição
seguro saúde
outros, especificar: ......................................... nenhum
17. Você tem outro vínculo além do PSF? Sim Não Se sim qual(is):
Estatutário do município
Estatutário cedido
Federal
Estadual
CLT do município
CLT cedido
Federal
Estadual
Contratação comissionada
Terceirização – grupos profissionais
Terceirização – empresas
Terceirização – fundação e outros órgãos
Terceirização – cooperativas
Credenciamento
Contratação temporária
Contrato individual de prestação de serviços
Bolsa trabalho/ajuda de custo
Outro,especificar:............................................................
18. Qual tipo de atividade você exerce neste outro vínculo? (além do
PSF)
Não exerço nenhuma outra atividade além do PSF
consultório/clínica particular
ambulatório de especialidades
Filantrópico
privado
hospital
público
privado
instituição de ensino
atuação em seguro de saúde
outra, especificar:.............................................................
19.Qualacargahoráriasemanalnesta
atividade?
20 horas
30 horas
40 horas
Outra..........................
142
20. Qual a última atividade profissional que você desenvolveu antes de ter ingressado na equipe em que se encontra atuando
no PSF?
UBS pública
PSF no mesmo município
PSF em outro município
consultório/clínica
ambulatório de especialidades público privado
hospital público privado
atividade de ensino
assessoria/consultoria
nenhuma
outra, especificar:..................................................
21. Caso você já tenha trabalhado em outra(s) equipe(s) de PSF, informe o município, estado e o tempo de permanência em
cada uma delas.
Município Estado Tempo (em meses)
22. Assinale as alterações ocorridas em sua vida profissional após o ingresso no PSF:
Melhorou Nãosealterou Piorou
1. Na remuneração
2. Na jornada de trabalho
3. Na autonomia técnica
4. Na relação com os pacientes e suas famílias
5. No prestígio profissional
6. No trabalho em equipe
23. Identifique um ou mais mecanismos utilizados para o aprimoramento de sua prática profissional no PSF:
1. Assinatura de periódicos especializados (revistas ou outras publicações)
2. Participação em treinamento/ curso de curta duração/oficinas ou seminários da área
3. Participação em cursos de aperfeiçoamento ou pós-graduação na área
4. Pesquisas/ consultas a bibliotecas e bibliografia especializada
5. Pesquisas/ consultas a bibliotecas virtuais e bibliografia especializada via internet
6. Participação em congressos e eventos científicos da área
7. Materiais produzidos pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual e Municipal de Saúde (manuais, cartilhas, cartazes, textos
técnicos e outros documentos)
8. Outro, especificar:..............................................
24. Quais são as capacitações específicas da Saúde da Família foram realizadas neste ano (2007)?
Capacitações realizadas em 2007 Carga Horária Ins
t
BLOCO II – SOBRE O TRABALHO EM EQUIPE NA SAÚDE DA FAMÍLIA
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
25. Planeja as atividades da equipe considerando os indicadores sociais e de
saúde?
26. Realiza programação das ações definindo metas e indicadores para avaliá-
las?
27. Realiza diagnóstico, programação e implementação das atividades, segundo
critérios de risco à saúde priorizando os problemas de saúde mais freqüentes?
28. Conhece os indicadores pactuados pelo município e os considera no
planejamento das ações?
29. Avalia periodicamente as metas propostas e reelabora o planejamento de
suas ações.
30. Consolida os indicadores de sua unidade propondo junto com a comunidade
e com o gestor local estratégias para a melhoria dos mesmos.
31. Planeja e realiza atividades de educação para os ACS e aux. de enfermagem
considerando as suas dificuldades apresentadas
143
32. O trabalho da equipe considera as informações sócio-econômicas e situações
de vulnerabilidade familiar?
33. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde da criança?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
34. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
___________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
35. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
___________________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________
BLOCO III – ATIVIDADES QUE ORGANIZAM A ATENÇÃO NAS USF
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiz
a
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
36. A equipe acolhe os clientes que procuram a unidade programando e
organizando o seu atendimento segundo suas necessidades?
37. A visita domiciliar é atividade sistemática de todos os membros da ESF?
38. A assistência é planejada com base nas evidências científicas existentes?
39. O atendimento prestado busca desenvolver a autonomia dos usuários?
40. Realiza discussões de casos clínicos com a equipe definindo atribuições
de cada participante na condução dos mesmos.
41. Os atendimentos levantam informações sobre a família?
BLOCO IV - SOBRE O TRABALHO DA EQUIPE COM A COMUNIDADE
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiz
a
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
42. Programa e realiza ações com/em outras instituições da comunidade
(escolas, creches, igrejas, e outras) ?
43. Programa e realiza ações com/em conselhos da comunidade (conselho
gestor, tutelar, das escolas) ?
44. Programa e realiza ações com grupos da comunidade (associação de
moradores, jovens, mães, e outros) ?
45. Realiza parceria com ONGS?
46. Caso não tenha conselho gestor estimula a sua organização na
comunidade?
47. Debate com a comunidade temas de cidadania, direitos a saúde e
funcionamento do SUS?
48. Avalia periodicamente as metas e indicadores propostos e reelabora o
planejamento de suas ações contando com a participação da comunidade?
49. Existem mecanismos de rotina para saber se os serviços respondem as
necessidades, críticas e sugestão da população?
50. Os representantes da comunidade participam nas atividades da unidade?
51. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde da criança?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
52. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
53. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
______________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________________
BLOCO V - SOBRE A ATENÇÃO À SAÚDE
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO À SAÚDE DA CRIANÇA
144
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
54. Realiza visita domiciliar ao recém-nascido em seus primeiros dias com a
presença do médico ou enfermeiro?
55. Orienta a cerca dos cuidados básicos de higiene e cuidados com o recém-
nascido?
56. Acompanha as crianças menores de 5 anos conforme as propostas
programáticas oficiais para atenção à saúde da criança?
57. Avalia o Crescimento e Desenvolvimento das crianças?
58. Anota os dados da avaliação de Crescimento e Desenvolvimento no
cartão da criança?
59. Interpreta para a família os dados do cartão da criança?
60. Propõe ações para a correção dos desvios do crescimento e
desenvolvimento?
61. Realiza orientações preventivas sobre estimulação e prevenção de
acidentes conforme a faixa etária da criança?
62. Realiza ações de incentivo ao aleitamento materno exclusivo até os 6
meses?
63. Orienta a introdução da alimentação correta no momento do desmame?
64. Realiza suplementação de ferro e de outras vitaminas, conforme
necessidade da criança, durante o seu processo de crescimento e
desenvolvimento?
65. Aplica as vacinas indicadas para as crianças?
66. Orienta sobre o calendário mínimo de vacinação, as indicações e contra-
indicações das vacinas e suas reações adversas?
67. Supervisiona a sala de vacina garantindo a sua adequação à guarda e
conservação dos imunobiológicos?
68. Diagnostica, trata e encaminha outras patologias prevalentes nas crianças
da área de atuação de sua equipe?
69. Trata as crianças portadoras de diarréia considerando o seu estado de
hidratação?
70. Trata crianças portadoras de infecções respiratórias agudas conforme
protocolo da AIDPI?
71. Realiza atividades de acompanhamento da saúde das crianças em outros
espaços sociais da comunidade (escolas, creches, grupo de jovens,
pastoral da criança, etc.)?
72. Conhece a Legislação de proteção da criança e do adolescente e a utiliza
para orientar o seu atendimento?
73. Consolida mensalmente os dados relacionados com a atenção às crianças
avaliando com a equipe a necessidade de novas estratégias para
cumprimento da programação elaborada?
74. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde da criança?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
75. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
76. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________________________________
145
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO À SAÚDE DO ADOLESCENTE
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Reali
za
em
Parte
Não
Realiza
Não
sabe
94. Possui registro atualizado dos adolescentes da área?
95. Realiza consulta ao adolescente considerando as
peculiaridades de sua faixa etária?
96. Realiza avaliação do crescimento e desenvolvimento dos
adolescentes?
97. Realiza atividades educativas abordando temas
relacionados a sexualidade, gravidez, contracepção e
DST para grupos de adolescentes na USF ou em outro
espaço na comunidade?
98. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde do adolescente?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
99. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações de atenção a saúde do adolescente?
__________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________
100. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
GRAUDEIMPLEMENTAÇÃODASAÇÕESDEATENÇÃOÀSAÚDEDAMULHER
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Nãosabe
77. Realiza consulta de acompanhamento do pré-natal, avaliando o grau de
risco da gestante?
78. Diagnostica as patologias mais comuns durante a gestação, tratando ou
referenciando a gestante corretamente?
79. Avalia o estado nutricional da gestante e anota no cartão da gestante?
80. Solicita exames da gestante conforme protocolo do MS?
81. Acompanha a gestante de baixo e médio risco?
82. Registra os dados do acompanhamento da gestante no seu cartão
(inclusive o gráfico) ?
83. Interpreta para a família os dados do cartão da gestante?
84. Realiza atividades educativas abordando temas relacionados à gravidez,
parto, puerpério e aleitamento materno?
85. Realiza consulta de puerpério?
86. Desenvolve ações de planejamento familiar?
87. Desenvolve ações preventivas aos cânceres de colo uterino e de mama?
88. Realiza busca ativa dos casos suspeitos de câncer de colo e de mama?
89. Realiza tratamento das DST abordando o parceiro?
90. Oferece exame anti-HIV com aconselhamento para todas as gestantes
acompanhadas?
91. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde da mulher?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
92. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________
__
93. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________
__
146
GRAUDEIMPLEMENTAÇÃODASAÇÕESDEATENÇÃOÀSDOENÇASINFECCIOSAS
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Real
iza
Não
sabe
Não se
aplica
101. Faz suspeição diagnóstica tuberculose?
102. Monitora a regularidade do tratamento dos doentes de
tuberculose?
103. O diagnóstico, prescrição e acompanhamento do
tratamento supervisionado é realizado para os casos de
tuberculose?
104. Faz suspeição diagnóstica hanseníase?
105. Diagnostica, prescreve e acompanha o tratamento
supervisionado para os casos de hanseníase?
106. Orienta e realiza atividades de prevenção de
incapacidades físicas e orienta proteção das extremidades
(mãos e pés)?
107. Orienta o paciente sobre possível ocorrência de quadros
reacionais e como proceder?
108. Identifica e trata estados reacionais?
109. Realiza exames dos contatos e encaminha para vacinação
(BCG) os casos indicados?
110. Realiza exames de hanseníase na coletividade no caso de
alta prevalência (igual ou maior 10 casos por 10000
habitantes) ?
111. Faz suspeição diagnóstica de dengue, realizando
abordagem diferencial para dengue sempre que indicada?
112. Realiza a prova do laço em todos os pacientes suspeitos
de dengue.
113. Institui tratamento e acompanha a evolução identificando
possíveis manifestações hemorrágicas?
114. Orienta os pacientes sobre medicamentos contra-
indicados, quanto ao aparecimento de sinais de alerta e
como proceder?
115. O exame para detecção de hepatite e B é ofertado com
aconselhamento para mulheres e homens da área?
116. Realiza ações educativas individuais e coletivas para
prevenção das doenças transmissíveis?
117. Realiza e/ou orienta a busca ativa de suspeitos, faltosos e
contatos?
118. Faz a investigação epidemiológica de todo o caso e
cadastra o caso novo?
119. Realiza notificação compulsória de doenças ou envia
boletim semanal negativo?
120. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção a saúde do adolescente?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
121. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
122. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________
GRAUDEIMPLEMENTAÇÃODASAÇÕESDEATENÇÃOAOSPORTADORESDEDIABETES
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Nãosabe
123. Possui registro atualizado dos diabéticos da área.
124. Realiza diagnóstico de diabetes.
125. Realiza atenção à saúde do diabético a partir da classificação
de risco.
126. Os diabéticos em acompanhamento são atendidos em
147
consulta individual, no mínimo, uma vez por trimestre.
127. Monitora o comparecimento dos diabéticos às atividades
programadas.
128. A medida de IMC de todos os diabéticos em
acompanhamento é realizada trimestralmente.
129. O exame nos pés dos diabéticos em acompanhamento é
realizado em todas as consultas.
130. Analisa semestralmente a população de diabéticos em
acompanhamento considerando a prevalência estimada de 6 a
11%.
131. Se o número de pacientes diabéticos atendidos for inferior a
prevalência estimada de 6%, a ESF realiza atividade de
detecção?
132. Monitora as internações por diabetes ocorridas em sua área.
133. Realiza ações educativas coletivas sobre a doença.
134. Realiza ações de promoção de saúde do diabético, como por
exemplo, a caminhada.
135. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção aos diabéticos?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
136. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
137. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO AOS HIPERTENSOS
Marque um “X” no grau de realização das ações pela ESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Nãosabe
138. A ESF possui registro atualizado dos hipertensos da
área.
139. Realiza diagnóstico de HA
140. Realiza atenção à saúde dos hipertensos a partir da
classificação de risco.
141. Os hipertensos em acompanhamento são atendidos em
consulta individual, no mínimo, uma vez por trimestre.
142. A ESF monitora o comparecimento dos hipertensos às
atividades programadas.
143. A medida de IMC de todos os hipertensos em
acompanhamento é realizada trimestralmente.
144. A ESF analisa semestralmente a população de
hipertensos em acompanhamento considerando a
prevalência estimada de 15 a 20%.
145. Se o número de pacientes hipertensos atendidos for
inferior a prevalência estimada de 15%, a ESF realiza
atividades de detecção?
146. A ESF monitora as internações por complicações
decorrentes da HA ocorridas em sua área.
147. A ESF realiza ações educativas coletivas sobre a doença.
148. A ESF realiza ações de promoção de saúde do
hipertenso, como por exemplo, a caminhada.
149. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção ao hipertensos?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
150. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
148
151. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
GRAUDEIMPLEMENTAÇÃODASAÇÕESDEATENÇÃOÀSAÚDEDOIDOSO
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Nãosabe
152. A ESF possui registro atualizado dos idosos da área.
153. A ESF realiza consulta individual voltada para a
pessoa idosa.
154. A ESF realiza atividades em grupos voltadas para os
idosos.
155. A ESF realiza acompanhamento sistemático dos
idosos.
156. A ESF monitora potenciais riscos ambientais de
acidentes para os idosos.
157. A ESF desenvolve algum tipo de atividade junto às
famílias dos idosos.
158. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção aos idosos?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
159. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
160. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
__________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO AO PORTADOR DE TRANSTORNO MENTAL
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não Realiza
Nãosabe
161. A ESF possui registro atualizado dos portadores de
transtorno mental.
162. Realiza consulta a pacientes portadores de transtorno
mental.
163. Realiza acompanhamento de egressos de internação
psiquiátrica.
164. Realiza acompanhamento de pacientes em uso de
psicotrópicos
165. A ESF mantém acompanhamento do tratamento
realizado pela referência aos usuários de álcool e drogas.
166. A ESF apenas encaminha os portadores de transtorno
mental.
167. Realiza referência e contra-referência para o Centro de
Apoio Psicossocial/CAPS do município (só para aqueles
de médio porte).
168. A ESF mantém algum tipo de relação com entidades da
sociedade civil de apoio aos usuários de álcool e drogas
(AAA, etc.) do município.
169. Quais problemas de saúde mental os clientes que demandam atendimento nesta USF possuem?
_
__________________________________________________________________________________________
_
__________________________________________________________________________________________
_
__________________________________________________________________________________________
170. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção aos portadores de transtorno mental?
2 3 4 5 6 7 8 9 10
171. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
_
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
149
172. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE ATENÇÃO AO HOMEM ADULTO
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não Realiza
Nãosabe
173. A ESF possui o registro atualizado dos adultos de
área por sexo e faixa etária.
174. A ESF desenvolve ações de sensibilização junto à
população masculina para detecção precoce do
câncer de próstata.
175. A ESF desenvolve ações de sensibilização junto à
população masculina para controle do fumo e tabaco.
176. Os adultos do sexo masculino, que não são portadores
de HA e diabetes, são acompanhados pela ESF.
177. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de atenção ao homem adulto?
2 3 4 5 6 7 8 9 10
178. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
_
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
179. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_
___________________________________________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES DE SAÚDE BUCAL
180. A população adscrita à sua unidade tem acessos aos serviços de saúde bucal, oferecido pelo programa Saúde da
Família.
Sim Não Se sim, responda as questões abaixo
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESB
Realiza
Realiza
em Parte
Não Realiza
Nãosabe
181. A Equipe de Saúde Bucal atua na prevenção dos
problemas odontológicos da população de 0 a 14 anos e
gestantes realizando: escovação supervisionadas,
bochecho de flúor e educação em saúde bucal.
182. A Equipe de Saúde Bucal atua na prevenção dos
problemas odontológicos da população acima de 14 anos,
realizando ações educativas.
183. A Equipe de Saúde Bucal trata os problemas
odontológicos da população de 0 a 14 anos e gestantes
184. A ESF (bucal) trata os problemas odontológicos da
população acima de 14 anos.
185. Na escala abaixo, qual o grau de implantação das ações de saúde bucal?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
186. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
___________________________________________________________________________________________________________
____________________________________________________________________________________________________
187. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
___________________________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________
BlocoVI‐SuaopiniãosobreoPSFnoseumunicípio
188. Na sua opinião, as equipes do PSF dispõem de exames de apoio diagnóstico e complementares em quantidades adequadas às
condições de saúde da população? Justifique:
__________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________
150
189. Na sua opinião, a ESF tem condições de resolver 80% dos casos demandados na sua área de atuação? Justifique:
__________________________________________________________________________________________________________
________________________________________________________
190. Em sua opinião, são suficientes os serviços de referência para especialidades e reabilitação?
A partir do funcionamento real do PSF no seu município assinale a sua concordância ou não com as afirmativas abaixo:
Concorda
totalmente
Não
Concorda
Concorda
Em parte
Não
Sabe
191. O PSF presta assistência integral, contínua a população adscrita.
192. O PSF tem ação resolutiva sobre os problemas de saúde da
população assistida.
193. O PSF tem favorecido a ação intersetorial.
194. O PSF muda substancialmente o modelo da atenção no
município.
195. O PSF reduz a taxa de internação hospitalar.
196. O PSF atua sobre a família como núcleo de abordagem.
197. O PSF reforça o vínculo entre profissionais de saúde e as
famílias.
198. O PSF realiza ação que favorece a ampliação da cidadania e
controle social.
199. O PSF proporciona um acompanhamento longitudinal às
famílias assistidas.
200. O PSF altera os processos de trabalho dos profissionais de
saúde.
201. O PSF pode ter efeitos sobre o mercado de trabalho e na
formação dos profissionais de saúde.
202. Indique em ordem de prioridade, as cinco principais dificuldades enfrentadas no funcionamento do PSF.
1._________________________________________________________________________________________________2.______
___________________________________________________________________________________________3.______________
203. Indique por ordem de prioridade, os cinco fatores que tem facilitado o funcionamento do PSF no seu município.
1._________________________________________________________________________________________________2.______
204. Como avalia o trabalho da sua equipe?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
205. Quais outros profissionais inexistentes em sua equipe, você sugere para compô-la?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
206. Quais capacitações que julga necessário serem ministradas em 2008?
__________________________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________________________
207. Que recomendação você faria para aumentar a eficácia do PSF no seu município?
__________________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________________
Bloco VII –Processo de Trabalho
208. Quais são as principais dificuldades enfrentadas na realização do seu trabalho?
209. Como você enfrenta estas dificuldades?
210. O que é preciso mudar para que seu PSF funcione de acordo com o preconizado?
211. Quais são as principais facilidades encontradas na realização do seu trabalho?
212. O que diferencia a sua unidade de Saúde da Família de uma Unidade Básica de saúde convencional?
213. Quais são os principais benefícios do PSF para a população?
151
214. Avalie o grau de aplicabilidade deste questionário.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
215. Como você pontuaria sua dedicação e empenho no preenchimento deste instrumento.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
152
ANEXO II – INSTRUMENTO PARA ODONTÓLOGOS DAS ESF (Banco 6)
Pesquisa: “OS DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO SUS NA ATENÇÃO À SAÚDE EM MUNICÍPIOS
DA ÁREA DE ABRANGÊNCIA DA BR 163 NO ESTADO DE MATO GROSSO”
Sub Projeto: “Análise do Programa Saúde da Família em municípios de Mato Grosso, área de abrangência
da BR 163”.
Data: _____/______/_____
Nome da USF: ____________________________________________________________
Município:
_________________________________________________________________
Caracterização profissional (Odontólogo)
BLOCO I - PERFIL SÓCIO-ECONÔMICO E DEMOGRÁFICO
1. Entrevistado:
2. Profissão (que exerce nesta equipe) Odontólogo
3. Naturalidade/Cidade: Estado: País
4. Sexo: Masculino Feminino 5. Idade em anos completos:
6. Estado civil:
solteiro (a) casado (a) separado (a)
união consensual viúvo (a) divorciado (a) outros
7. Quanto tempo você atua nesta equipe: _____________________________________________anos/meses
8. Reside atualmente em: Cidade: UF: 
Tempo de residência: ...................... anos .......................meses
10. Última procedência: Cidade: Estado:
11. Formação
1. Graduação em:....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
2. Especialização em:.............................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
3.1.Especialização(outra) .......................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
4. Residência em: ..................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
5. Mestrado em: .....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
6. Doutorado em: ....................................................................................................................................................................
Instituição: ................................................................................ pública privada Ano de Conclusão: 
153
12. Marque o tipo de vínculo que possui com o PSF.
Estatutário do município
Estatutário cedido
Federal
Estadual
CLT do município
CLT cedido
Federal
Estadual
Contratação comissionada
Terceirização – grupos profissionais
Terceirização – empresas
Terceirização – fundação e outros órgãos
Terceirização – cooperativas
Credenciamento
Contratação temporária
Contrato individual de prestação de serviços
Bolsa trabalho/ajuda de custo
Outro, especificar:............................................................
13. Qual foi o critério utilizado p/ ingresso no
PSF.
Concurso Público
Prova de seleção
Indicação
Outro.Especificar:..............................................
14.Qualsuacargahoráriasemanalno
PSF?
20 horas
30 horas
40 horas
Outra..........................
15. Qual sua remuneração mensal bruta no PSF?
R$......................................................
16. Além da remuneração do PSF você recebe algum outro benefício da prefeitura/Secretaria de Saúde?
residência
transporte
vale refeição
seguro saúde
outros, especificar: .............................................................................
nenhum
17. Você tem outro vínculo além do PSF? Sim Não Se sim qual(is):
Estatutário do município
Estatutário cedido
Federal
Estadual
CLT do município
CLT cedido
Federal
Estadual
Contratação comissionada
Terceirização – grupos profissionais
Terceirização – empresas
Terceirização – fundação e outros órgãos
Terceirização – cooperativas
Credenciamento
Contratação temporária
Contrato individual de prestação de serviços
Bolsa trabalho/ajuda de custo
Outro,especificar:............................................................
154
18. Qual tipo de atividade você exerce neste outro vínculo? (além do
PSF)
Não exerço nenhuma outra atividade além do PSF
consultório/clínica particular
ambulatório de especialidades
Filantrópico
privado
hospital
público
privado
instituição de ensino
atuação em seguro de saúde
outra, especificar:.............................................................
19.Qualacargahoráriasemanalnesta
atividade?
20 horas
30 horas
40 horas
Outra..........................
20. Qual a última atividade profissional que você desenvolveu antes de ter ingressado na equipe em que se encontra
atuando no PSF?
UBS pública
PSF no mesmo município
PSF em outro município
consultório/clínica
ambulatório de especialidades público privado
hospital público privado
atividade de ensino
assessoria/consultoria
nenhuma
outra, especificar:..................................................
21. Caso você já tenha trabalhado em outra(s) equipe(s) de PSF, informe o município, estado e o tempo de permanência
em cada uma delas.
Município Estado Tempo (em m
e
22. Assinale as alterações ocorridas em sua vida profissional após o ingresso no PSF:
Melhorou Nãosealterou Piorou
1. Na remuneração
2. Na jornada de trabalho
3. Na autonomia técnica
4. Na relação com os pacientes e suas famílias
5. No prestígio profissional
6. No trabalho em equipe
23. Identifique um ou mais mecanismos utilizados para o aprimoramento de sua prática profissional no PSF:
1. Assinatura de periódicos especializados (revistas ou outras publicações)
2. Participação em treinamento/ curso de curta duração/oficinas ou seminários da área
3. Participação em cursos de aperfeiçoamento ou pós-graduação na área
4. Pesquisas/ consultas a bibliotecas e bibliografia especializada
5. Pesquisas/ consultas a bibliotecas virtuais e bibliografia especializada via internet
6. Participação em congressos e eventos científicos da área
7. Materiais produzidos pelo Ministério da Saúde, Secretaria Estadual e Municipal de Saúde (manuais, cartilhas, cartazes,
textos técnicos e outros documentos)
8. Outro, especificar:..............................................
24. Quais são as capacitações específicas da Saúde da Família foram realizadas neste ano (2007)?
Capacitações realizadas em 2007 Carga Horária
155
BLOCOIISOBREOTRABALHOEMEQUIPENASAÚDEDAFAMÍLIA
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
26. Planeja as atividades da equipe considerando os indicadores
sociais e de saúde, inclusive de saúde bucal?
33. Realiza programação das ações definindo metas e indicadores
para avaliá-las?
34. Realiza diagnóstico, programação e implementação das
atividades, segundo critérios de risco à saúde priorizando os problemas
de saúde mais freqüentes?
35. Conhece os indicadores pactuados pelo município e os considera
no planejamento das ações?
36. Avalia periodicamente as metas propostas e reelabora o
planejamento de suas ações.
37. Consolida os indicadores de sua unidade propondo junto com a
comunidade e com o gestor local estratégias para a melhoria dos
mesmos.
38. Planeja e realiza atividades de educação para os ACS, Aux. de
Consultórios Dentários, Técnicos de higiene dental e aux. de
enfermagem considerando as suas dificuldades apresentadas
39. O trabalho da equipe considera as informações sócio-econômicas
e situações de vulnerabilidade familiar?
33. Na escala abaixo, qual o grau de implantação destas ações?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
216. Quaisasprincipaisdificuldadesnaexecuçãodesteconjuntodeações?
____________________________________________________________________________________________________
217. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
BLOCOIIIATIVIDADESQUEORGANIZAMAATENÇÃONASUSF
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
sabe
218. A equipe acolhe os clientes que procuram a unidade
programando e organizando o seu atendimento segundo
suas necessidades?
219. A visita domiciliar é atividade sistemática de todos os membros
da ESF, inclusive da ESB?
220. A assistência é planejada com base nas evidências científicas
existentes?
221. O atendimento prestado busca desenvolver a autonomia dos
usuários?
222. Realiza discussões de casos clínicos com a equipe definindo
atribuições de cada participante na condução dos mesmos.
223. Os atendimentos levantam informações sobre a família?
BLOCOIV‐SOBREOTRABALHODAEQUIPECOMACOMUNIDADE
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESF
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Não
Sabe
224. Programa e realiza ações com/em outras instituições da
comunidade (escolas, creches, igrejas, e outras) ?
225. Programa e realiza ações com/em conselhos da comunidade
(conselho gestor, tutelar, das escolas)?
226. Programa e realiza ações com grupos da comunidade
(associação de moradores, jovens, mães, e outros)?
227. Realiza parceria com ONGS?
228. Caso não tenha conselho gestor estimula a sua organização na
comunidade?
229. Debate com a comunidade temas de cidadania, direitos a saúde e
funcionamento do SUS?
230. Avalia periodicamente as metas e indicadores propostos e
reelabora o planejamento de suas ações contando com a
156
participação da comunidade?
231. Existem mecanismos de rotina para saber se os serviços
respondem as necessidades, críticas e sugestão da população?
232. Os representantes da comunidade participam nas atividades da
unidade?
233. Na escala abaixo, qual o grau de implantação destas ações?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
234. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
235. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
GRAU DE IMPLEMENTAÇÃO DAS AÇÕES ESPECÍFICAS DE SAÚDE BUCAL
Marqueum“X”nograuderealizaçãodasaçõespelaESB
Realiza
Realiza
em Parte
Não
Realiza
Nãosabe
236. Atua na prevenção dos problemas odontológicos da população
de 0 a 14 anos realizando: escovação supervisionadas, bochecho
de flúor e educação em saúde bucal.
237. Atua na prevenção dos problemas odontológicos em gestantes
realizando: escovação supervisionadas, bochecho de flúor e
educação em saúde bucal.
238. Atua na prevenção dos problemas odontológicos da população
acima de 14 anos, realizando ações educativas.
239. Atua na prevenção dos problemas odontológicos dos idosos?
240. Trata os problemas odontológicos da população de 0 a 14 anos
no âmbito da Atenção Básica?
241. Trata os problemas odontológicos da população acima de 14 anos
no âmbito da Atenção Básica?
242. Trata os problemas odontológicos das gestantes no âmbito da
Atenção Básica?
243. Trata os problemas odontológicos dos idosos no âmbito da
Atenção Básica?
244. Realiza atividades educativas durante a gestação abordando
temas relacionados aos cuidados odontológicos com mãe?
245. Realiza atividades educativas durante a gestação abordando
temas relacionados à prevenção odontológica para a gestante?
246. Orienta os cuidados básicos de higiene bucal do recém-nascido ?
247. Orienta a alimentação adequada à criança e demais membros da
família visando a prevenção de problemas odontológicos?
248. Identifica e encaminha os pacientes portadores de outras
necessidades de saúde?
249. Realiza atividades de acompanhamento da saúde bucal em outros
espaços sociais da comunidade (escolas, creches, grupo de jovens,
pastoral da criança, etc.)?
250. Conhece a Legislação de proteção da criança e do adolescente e a
utiliza para orientar o seu atendimento?
251. Realiza atividades educativas abordando outros temas
relacionados a saúde na USF ou em outro espaço na
comunidade?
252. Na escala abaixo, qual o grau de implantação destas ações?
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
253. Quais as principais dificuldades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
254. Quais as principais facilidades na execução deste conjunto de ações?
_________________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________________
BlocoVI‐SuapercepçãosobreoPSFnoseumunicípio
255. Na sua percepção, as equipes do PSF dispõem de exames de apoio diagnóstico e complementares em quantidades
157
adequadas às condições de saúde da população?
Justifique:________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________________
256. Na sua percepção, a ESF tem condições de resolver 80% dos casos demandados na sua área de atuação? Justifique:
_____________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________
257. Na sua percepção, o atendimento hospitalar disponível ao município cobre as necessidades de referência do PSF?
_____________________________________________________________________________________________________
_______________________________________________________________________________________________
258. Em sua percepção, são suficientes os serviços de referência para especialidades e reabilitação, para o PSF e ESB?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
A partir do funcionamento real do PSF no seu município assinale a sua concordância ou não com as afirmativas
abaixo:
Concorda
totalmente
Não
Concorda
Concorda
Em parte
Não
Sabe
259. O PSF presta assistência integral, contínua a população
adscrita.
260. O PSF tem ação resolutiva sobre os problemas de
saúde da população assistida.
261. O PSF tem favorecido a ação intersetorial.
262. O PSF muda substancialmente o modelo da atenção no
município.
263. O PSF reduz a taxa de internação hospitalar.
264. O PSF atua sobre a família como núcleo de abordagem.
265. O PSF reforça o vínculo entre profissionais de saúde e
as famílias.
266. O PSF realiza ação que favorece a ampliação da
cidadania e controle social.
267. O PSF proporciona um acompanhamento longitudinal
às famílias assistidas.
268. O PSF altera os processos de trabalho dos profissionais
de saúde.
269. O PSF pode ter efeitos sobre o mercado de trabalho e
na formação dos profissionais de saúde.
270. Indique em ordem de prioridade, as cinco principais dificuldades enfrentadas no funcionamento do PSF.
1._________________________________________________________________________________________________2._
________________________________________________________________________________________________3.____
_____________________________________________________________________________________________
271. Indique por ordem de prioridade, os cinco fatores que tem facilitado o funcionamento do PSF no seu município.
1._________________________________________________________________________________________________2._
________________________________________________________________________________________________3.____
_________________________________________________________________________________________________
272. Como avalia o trabalho da sua equipe?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
273. Quais outros profissionais inexistentes em sua equipe, você sugere para compô-la?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
274. Quais capacitações que julga necessário serem ministradas em 2008?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
275. Que recomendação você faria para aumentar a eficácia do PSF no seu município?
_____________________________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________________________
Bloco VII –Processo de Trabalho
276. Quais são as principais dificuldades enfrentadas na realização do seu trabalho?
158
277. Como você enfrenta estas dificuldades?
278. O que é preciso mudar para que seu PSF funcione de acordo com o preconizado?
279. Quais são as principais facilidades encontradas na realização do seu trabalho?
280. O que diferencia a sua unidade de Saúde da Família de uma Unidade Básica de saúde convencional?
281. Quais são os principais benefícios do PSF para a população?
282. Avalie o grau de aplicabilidade deste questionário.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
283. Como você pontuaria sua dedicação e empenho no preenchimento deste instrumento.
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
159
ANEXO III – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Título do Projeto: “Os desafios e perspectivas do SUS na atenção à saúde em
municípios da área de abrangência da Br 163 no Estado de Mato Grosso”
Sub-Projeto: “Análise do Programa Saúde da Família em municípios de Mato Grosso,
área de abrangência da BR 163”
Pesquisadores e instituições envolvidas:
Dra. Maria Angélica Santos Spinelli (ISC/UFMT), Dra. Maria da Anunciação Silva
(FAEN/UFMT), Ms Elisete Duarte (ISC/UFMT), Ms. Fátima Ticianel (SES/MT),
Mestrandos Valdelírio Venites (SES/MT), Neuza Cristina Gomes da Costa e Juliane
Ferreira Andrade Fonseca.
Objetivo principal:
Analisar o processo de implementação do PSF relacionando-o a macro-política e a
gestão municipal do SUS nos municípios de abrangência da Br 163/MT (Alta Floresta,
Sinop, Sorriso e Diamantino), identificando os fatores que contribuem para o êxito ou
que se constituem em obstáculos.
Procedimentos:
A coleta de dados será realizada através da aplicação de entrevistas semiestruturadas aos
agentes decisores, membros do Conselho Municipal de Saúde/Gestor e questionários
fechados, auto-aplicáveis para os implementadores (médicos, enfermeiros e dentistas).
As entrevistas abrangerão o perfil sócio-ocupacional dos entrevistados e suas opiniões
avaliativas sobre as várias dimensões do programa, e das condições de implementação e
funcionamento do PSF no município.
Possíveis riscos e desconforto:
A pesquisa não oferecerá risco à saúde dos sujeitos, pois implica em análise de
documentos, preenchimento de questionários e respostas às entrevistas. Possíveis
desconfortos decorrentes do receio da identificação dos respondentes aos questionários
e entrevistas serão minimizados através da garantia do sigilo absoluto das informações
obtidas pelos pesquisadores. O nome, endereço e outras informações pessoais serão
removidas dos formulários (questionários e roteiros de entrevistas) que receberão
apenas um código para a identificação dos participantes.
Benefícios previstos:
Analisar o processo de implementação do PSF relacionando-o a macro-política e a
gestão nos municípios de abrangência da Br 163 de Mato Grosso servirá de subsídios
para as adequações necessárias, visando fortalecer as inovações e a integralidade dos
serviços de saúde. Pretende-se que os resultados auxiliem os gestores e profissionais na
redefinição do programa e de suas prioridades. Essa pesquisa não oferece nenhuma
recompensa financeira aos seus participantes, e nenhuma vantagem de outra natureza.
Participação na pesquisa:
Sua participação é voluntária e você tem liberdade de não responder a qualquer uma das
perguntas do questionário ou da entrevista.Caso tenha qualquer dúvida sobre a pesquisa
160
poderá perguntar a qualquer um dos pesquisadores no momento da realização da
entrevista ou pelo telefone disponibilizado abaixo.
Eu.................................................................................................................., fui
informado dos objetivos, procedimentos, riscos e benefícios desta pesquisa, descritos
acima.
Entendo que terei garantia de confidencialidade, ou seja, que apenas dados consolidados
serão divulgados e ninguém, alem dos pesquisadores, terá acesso aos nomes dos
participantes desta pesquisa. Entendo também, que tenho direito a receber informações
adicionais sobre o estudo a qualquer momento, mantendo contato com o pesquisador
principal. Fui informado ainda, que a minha participação é voluntária e que se eu
preferir não participar ou deixar de participar deste estudo em qualquer momento, isso
NÃO me acarretará qualquer tipo de penalidade. Estou ciente também que ficará em
meu poder uma cópia deste termo de consentimento.
Compreendendo tudo o que me foi explicado sobre o estudo a que se refere este
documento, concordo em participar do mesmo.
Assinatura do participante:
...................................................................................................................................
Assinatura do pesquisador principal:
....................................................................................................................
Em caso de necessidade, contate a Profa. Dra. Maria Angélica dos Santos Spinelli,
através do telefone (65) 3615-8881 – UFMT/Instituto de Saúde Coletiva ou pelo e-mail
Data (Cidade/dia mês e ano) _________________ ______ de ______________de 2007.
161
ANEXO IV – PARECER DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
162
ANEXO V - VISTA AÉREA DO MUNICÍPIO DE SINOP/MT -
POSICIONAMENTO DAS UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, PARTE I
VISTA AÉREA DO MUNICÍPIO DE SINOP/MT - POSICIONAMENTO DAS
UNIDADES DE SAÚDE DA FAMÍLIA, PARTE II
163
ANEXO VI - Apresentação do tipo de alocação, da localização, das equipes vinculadas
e da área de abrangência das Unidades de Saúde da Família no município. Sinop, 2007
Unidade Tipo de
Alocação
Localização Equipes Área de Abrangência
Menino Jesus
Própria
Limítrofe entre as
áreas
I Menino Jesus, Vila Nilza
II Jardim Umuarama, Jardim
Umuarama II
Jardim
Primaveras
Própria
Dentro da área de
abrangência
I Parque das Araras
II Jardim Primavera
Central
Própria
Fora da área de
abrangência
I Jardim das Nações, Loteamento
Florais da Amazônia, Jardim das
orquídeas.
II Jardim das Palmeiras
III Jardim Imperial
Jardim Botânico
Própria
Dentro da área de
abrangência
I Jardim Botânico e Jardim Paraíso
(apenas uma área de cada)
II Jardim Botânico (outra área) e
Jardim Jacarandás
Boa Esperança
Alugada
Limítrofe entre as
áreas
I Loteamento Campo Verde, Jardim
São Paulo, Jardim Ipê e Jardim Boa
Esperança (apenas uma área)
II Jardim Boa Esperança (outra área) e
Jardim Vitória Régia (apenas uma
área)
União
Alugada
Dentro da área de
abrangência
I
Fora da área de
abrangência
II Jardim das Violetas
Industrial
Cedida pelo
estado
Fora da área de
abrangência
01 Setor Industrial
São Cristóvão
Própria
Antiga
Dentro da área de
abrangência
01 São Cristóvão, Jardim Perola,
Residencial Lisboa, Residencial
Ipiranga, Residencial Marapá,
Jardim Santa Monica, Jardim
Celeste, Jardim Ibirapuera, Jardim
Paulista I e II, Habitacional Brasil
Alto da Glória
Alugada Dentro da área de
abrangência
01 Loteamento Alto da Gloria
164
ANEXO VII - Caracterização das equipes de Saúde da Família e Bucal. Sinop, 2007.
Nome ESF N° ACS N° Micro Área
e Cobertura %
Famílias
Cadastradas.
Equipe
01- Menino Jesus I
05 05 (100) 639 ESF + SB II
02- Menino Jesus II
06 06 (100) 872 ESF + SB II
03- Primaveras I
06 07 (85,71) 1.167 ESF + SB I
04- Primaveras II
07 07 (100) 1.109 ESF + SB I
05- Central I
06 06 (100) 759 ESF
06- Central II
07 07 (100) 983 ESF
07- Central III
02 07 (28,58) 919 ESF
08- Botânico I
08 09 (88,88) 1.411 ESF
09- Botânico II
09 09 (100) 1.331 ESF
10- Boa esperança I
08 08 (100) 1.207 ESF
11- Boa esperança II
07 07 (100) 1.051 ESF
12- União I
06 07 (85,71) 1.190 ESF
13- União II
06 06 (100) 1.055 ESF
14- CAIC
06 07 (85,71) 1.026 ESF + SB I
15- Alto da Glória I
06 06 (100) 1.128 ESF
16- São Cristóvão I
07 09 (77,77) 1.521 ESF
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