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do solo, o CO
2
aprisionado no interior deste é liberado para a atmosfera. O autor observou,
também, uma redução gradativa na diferença de emissão de CO
2
entre os dois sistemas. Após
80 dias e até o final da avaliação, aos 126 dias, a diferença média a favor do preparo reduzido
diminuiu para 0, 17 kg de CO
2
ha
-1
h
-1
, sendo esse fato atribuído à redução dos compostos
facilmente decomponíveis da palha e à lixiviação da fração solúvel pela ocorrência de chuvas.
Ao estudarem o efeito da localização no solo de palha de trigo, marcada com o isótopo
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C, sobre a sua decomposição, Holland; Colemann (1987) verificaram que a maior proporção
de
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C estava retida nos tratamentos cuja palha foi deixada na superfície do solo, em relação
aos tratamentos com palha incorporada, independente da adição ou não de N. Os autores
evidenciaram ainda que a população e a diversidade de fungos podem ser afetadas pela
localização dos resíduos no solo, já que a abundância de fungos foi significantemente maior
nos tratamentos com palha em superfície. A biomassa de fungos aumentou com a adição de N
nos tratamentos com palha na superfície, o que foi atribuído às hifas dos fungos que
possibilitaram o uso de ambos, o C da palha na superfície e o N disponível no solo, através da
assimilação de nutrientes pelas hifas.
Avaliando, durante 35 dias, as transformações do C durante a decomposição de palha
de trigo, sob condições de temperatura e umidade controladas, Cogle et al. (1989) constataram
que a palha incorporada foi decomposta rapidamente nos primeiros 15 dias de incubação e no
período seguinte teve sua taxa de decomposição similar à da palha deixada em superfície. As
taxas de decomposição atingiram valores máximos entre os dias 4 e 15. A presença da fração
solúvel da palha foi um importante substrato durante os estágios inicias de decomposição,
porém, esta fonte de C foi esgotada rapidamente.
O tamanho das partículas dos resíduos culturais, antes de serem adicionados ao solo,
pode afetar a taxa de decomposição dos mesmos. A moagem dos resíduos culturais, como
normalmente é feito nos estudos sob condições de laboratório, facilita o acesso dos
microrganismos do solo ao substrato, em função do aumento da área superficial e da redução
na proteção dos compostos ricos em C (SWIFT et al., 1979). No trabalho de Bremer et al.
(1991) a moagem não afetou a evolução de CO
2
do tratamento com resíduos culturais de
lentilha, porém aumentou a evolução de CO
2
do tratamento com palha de trigo. Esse aumento
foi atribuído ao maior acesso ao C moderadamente disponível ao ataque microbiano como,
por exemplo, celulose e hemicelulose, sugerindo a existência de interação entre qualidade do
material orgânico com o grau de moagem, sobre a velocidade de decomposição.
Ao avaliarem o efeito da incorporação ou não ao solo de resíduos culturais de
diferentes culturas sobre a sua decomposição, Aulakh et al. (1991) constataram que as