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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA E ULTRASSONOGRÁFICA
DE TESTÍCULOS E PRÓSTATAS
DE CÃES (Canis familiaris – LINNAEUS, 1758) DA RAÇA
BEAGLE, ALIMENTADOS COM TRÊS RAÇÕES
COMERCIAIS DE QUALIDADES DIFERENTES.
Valeska Rodrigues
Médica Veterinária
JABOTICABAL-SP- BRASIL
Dezembro de 2009
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UNIVERSIDADE ESTADUAL PAULISTA
FACULDADE DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E VETERINÁRIAS
CÂMPUS JABOTICABAL
AVALIAÇÃO ANDROLÓGICA E ULTRASSONOGRÁFICA
DE TESTÍCULOS E PRÓSTATAS
DE CÃES (Canis familiaris – LINNAEUS, 1758) DA RAÇA
BEAGLE, ALIMENTADOS COM TRÊS RAÇÕES
COMERCIAIS DE QUALIDADES DIFERENTES.
VALESKA RODRIGUES
Orientador: PROF. DR. GILSON HÉLIO TONIOLLO
Tese apresentada a Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias, UNESP, Câmpus de
Jaboticabal, como parte das exigências para
obtenção do título de Doutor em Cirurgia
Veterinária.
JABOTICABAL-SP
2009
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DADOS CURRICULARES DA AUTORA
VALESKA RODRIGUES- nascida aos 10 dias do mês de março de 1979,
na cidade de Guarulhos, SP. Cursou o primeiro e segundo grau em escola pública,
sendo aprovada no vestibular para o curso de Medicina Veterinária, em fevereiro
de 1999. Obteve a graduação de médica veterinária na Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias UNESP- Câmpus de Jaboticabal, em dezembro de 2003,
sendo a colocada na classificação geral da turma de formandos do curso, além
de obter a nota máxima de sua Instituição, no Exame Nacional de Cursos do MEC,
realizado em 2003. Obteve o título de Mestre em Cirurgia Veterinária, em julho de
2006, sob orientação do prof. Dr. Gilson Hélio Toniollo, na Faculdade de Ciências
Agrárias e Veterinárias – UNESP- Câmpus de Jaboticabal
"Nós seres humanos, estamos na natureza para auxiliar o
progresso dos animais, na mesma proporção que os anjos estão
para nos auxiliar. Portanto quem chuta ou maltrata um animal é
alguém que não aprendeu a amar"
Chico Xavier
Dedicatória
A minha mãe Josefa Moreira Rodrigues que sempre me apoiou e
defendeu.
Ao meu pai André Luiz Rodrigues (
in memorian
), que lutou
muito, mas infelizmente não pode estar presente na finalização
dessa tese. Mas em espírito tenho certeza que ainda me
acompanha.
Aos meus irmãos Anadege Rodrigues, André Luiz Rodrigues
Junior e Sarah Cristina Rodrigues, por me acompanharem de
longe, mas torcendo para que tudo desse certo.
Ao meu amor André Luis Borges, que apesar de muitos
obstáculos, está presente novamente em minha vida.
Ao professor e orientador Gilson Hélio Toniollo, que me guiou ao
longo desses anos e hoje conseguimos mais essa vitória.
Aos meus bichos de estimação: Fire, Sophie, Juninho e Winny, os
quais muitas vezes foram deixados de lado para que eu pudesse
realizar esse trabalho.
Dedico
Agradecimentos
A Deus por ter me dado garra e coragem para enfrentar obstáculos na vida e
vencê-los.
A FAPESP pelo apoio financeiro, sem o qual este trabalho teria mais dificuldades
em ser desenvolvido.
Ao professor Aulus Cavalieri Carciofi, mentor deste trabalho, assim como aos
pós graduandos, residentes e funcionários do laboratório de nutrição envolvidos
no projeto, por todo apoio. Agradeço também as empresas conveniadas ao
Laboratório de pesquisa em Nutrição e doenças nutricionais de cães e gatos, do
Departamento de Clínica e Cirurgia da FCAV UNESP/Jaboticabal pelo apoio, em
especial a Guabi que é um dos grandes parceiros atualmente.
A professora Maria Denise Lopes, Fabiana Ferreira de Souza e professor
Frederico Ozanam Papa, pelos ensinamentos passados, muito importantes para
a realização desse trabalho. O agradecimento estende-se a todos do
departamento de Reprodução Animal e Radiologia Veterinária da FMVZ
UNESP/Botucatu.
Aos professores Francisco Guilherme Leite e Paulo Henrique Franceschini,
pela grande ajuda, assim como a todos o departamento de Reprodução Animal da
FCAV UNESP/Jaboticabal.
Aos amigos de profissão: Diogo José Cardilli, Carolina Franchi João, Fabiana
Azevedo Voorwald, Caio de Faria Tiosso, Lizandra Amoroso, Ana Gabriela
Valério, Denise Claudia Tavares, Michele Garcia Medeiros, João Humberto
Teotônio de Castro, Juliana Borges, Patrícia Rotta Lopes, Leandro Luis
Martins, Rogério Vieira da Silva, Viviane Helena Chirinéa, Luciana Paes
Macedo, Marco Augusto Machado da Silva, Kellen de Sousa Oliveira pela
amizade e ajuda durante essa jornada.
As amigas Elzylene Léga, Mildre Loraine Pinto por participarem de momentos
bons e ruins com amizade e compreensão. Agradeço a amizade de todos os
funcionários da clínica veterinária Bichos e Caprichos Jaboticabal/SP.
Ao professor Jeffrey Frederico Lui e família pela grande ajuda a comunidade,
com seus trabalhos humanitários e em saúde animal.
Aos meus tios, primos, avó, pelo apoio e incentivo.
Aos amigos distantes Davidson Valsirolli, Georgedson Valsirolli, Eduardo,
Sandra F. Sales, Emerson Fernandes, Érica Noronha e Alexandre Monteiro,
Danilo Gama Martins pelo apoio e perdão pela distância física (não afetiva) que
nos separou.
Ao Prof. Dr. João Ademir de Oliveira, pela valiosa colaboração nas análises
estatísticas.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para a realização deste trabalho.
Muito obrigada.
i
Sumário
Lista de abreviaturas ............................................................................................ ii
Lista de tabelas .................................................................................................... iv
Lista de figuras .................................................................................................... vi
Resumo ............................................................................................................... viii
Abstract ................................................................................................................ ix
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 1
2. REVISÃO DA LITERATURA .............................................................................. 2
2.1 Avaliação e congelação do sêmen ................................................................ 2
2.1.1- Histórico ................................................................................................. 2
2.1.2 Avaliação da qualidade do sêmen .......................................................... 2
2.1.3 Congelação de sêmen ............................................................................ 7
2.2 Análise ultrassonográfica .............................................................................. 8
2.3 Nutrição ......................................................................................................... 8
3. MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 10
3.1 Composição do grupo experimental ............................................................ 10
3.2 Colheita do sêmen ...................................................................................... 11
3.3 Análise do ejaculado ................................................................................... 11
3.3.1 Análises microscópicas ......................................................................... 11
3.4 Criopreservação do sêmen ......................................................................... 12
3.4.1-Avaliação do sêmen criopreservado ..................................................... 13
3.5 Mensuração e avaliação ultrassonográfica de testículos e próstata ........... 13
3.6 Análise estatística ......................................................................................... 13
4. RESULTADOS ................................................................................................. 15
5. DISCUSSÃO..................................................................................................... 32
6. CONCLUSÃO ................................................................................................... 38
7. REFERÊNCIAS ................................................................................................ 39
ii
Lista de abreviaturas
ABNT: Associação Brasileira de Normas Técnicas
ALT: Alanina aminotransferase
BAS: leucócitos basófilos
Caract.: característico
CASA: Computer assisted semen analyser
cel: células
cm: centímetro
dL: decilitro
EOS: leucócitos eosinófilos
FA: fosfatase alcalina
FSH: hormônio folículo estimulante
g: grama
GnRH: hormônio liberador de gonadotrofinas
h: horas
Hb: hemoglobina
He: hemácias
Ht: hematócrito
IA: Inseminação artificial
LANA: Laboratório de nutrição animal
LEU: leucócitos
LH: hormônio luteinizante
LINF: leucócitos linfócitos
mg: miligrama
mL: mililitro
MON: leucócitos monócitos
mov: movimento
NB: leucócitos neutrófilos bastonetes
NS: leucócitos neutrófilos segmentados
iii
PT: proteína total
ROS: espécies reativas de oxigênio
sptz: espermatozóides
TRIS: hidroximetil amino metano
µg: micrograma
µL: microlitro
iv
Lista de tabelas
Tabela 1- Níveis de garantia dos produtos fornecidos aos animais durante o
estudo, A (Econômica), B (Premium) e C (Super premium) e análise química,
Jaboticabal/SP, 2009. ................................................................................................. 16
Tabela 2- Parâmetros médios do sêmen de cães da raça Beagle,
alimentados com três rações comerciais (A: Econômica, B: Premium, C:
Super Premium), Jaboticabal/SP, 2009. ............................................................... 18
Tabela 3- Médias e desvios padrão de motilidade espermática (%),
vigor(0-10), concentração (espermatozóides X 10
6
/mL),
espermatozóides totais no ejaculado (X 10
6
) e defeitos na morfologia
espermática (%), de cães da raça Beagle, tratados com três rações
comerciais, Jaboticabal/SP, 2009. ........................................................................ 26
Tabela 4- Principais parâmetros do sêmen canino, pós-descongelação,
de cães da raça Beagle, tratados com três diferentes rações comercias
(A: Econômica, B: Premium, C: Super Premium), Jaboticabal/SP, 2009. ............. 28
Tabela 5- Médias e desvios padrão de motilidade espermática (%),
movimento progressivo (%) e defeitos na morfologia espermática (%),
do sêmen pós-descongelação, de cães da raça Beagle, alimentados
com ts rações comerciais (A: Econômica, B: Premium, C: Super
Premium), Jaboticabal/SP, 2009........................................................................... 29
Tabela 6- Medidas do testículo direto (D) e esquerdo (E) de cães da
raça Beagle, obtidas com paquímetro, alimentados com três rações
comercias (A: Econômica, B: Premium, C: Super Premium),
Jaboticabal/SP, 2009. ........................................................................................... 29
v
Tabela 7- Biometria de próstata dos cães da raça Beagle, tratados com
três rações comercias diferentes (A: Econômica, B: Premium, C: Super
Premium), obtidas por exame ultrassonográfico, Jaboticabal/SP, 2009. .............. 30
Tabela 8- Análise Hematológica média dos animais, dentro de cada
grupo experimental, Jaboticabal/SP, 2009. .......................................................... 48
Tabela 9- Análise dos parâmetros bioquímicos médios, dentro de cada
grupo experimental, Jaboticabal/SP, 2009. .......................................................... 48
Tabela 10- Análise média da urina dos animais, dentro de cada grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009. ..................................................................... 49
Tabela 11- Idade dos cães da raça Beagle que compuseram o grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009. ..................................................................... 49
Tabela 12- Componentes do diluente para o sêmen canino elaborado
por ROTA et al. (1997) - ROTA A., STRÖM B., LINDE-FORSBERG C.,
RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ H. Effects of Equex STM paste on viability of
frozen-thawed dog spermatozoa during in vitro incubation at 38ºC.
Theriogenology 1997; 47: 1093-1101. .................................................................. 50
vi
Lista de figuras
Figura 1- Imagem fotográfica da colheita de sêmen de cão da raça
Beagle, pela técnica da manipulação digital, com auxílio de tubo
coletor cônico adaptado a um funil. ............................................................................... 16
Figura 2- Representação gráfica das médias de motilidade
espermática (x 10
-2
%) do sêmen de cães da raça Beagle (1 a 8),
durante o período de tratamento com três rações comerciais (A:
Econômica, B: Premium e C: Super Premium). ............................................................. 20
Figura 3- Representação gráfica do vigor espermático (notas de 0 a
10) do sêmen de cães da raça Beagle (1 a 8), durante o período de
tratamento com três rações comerciais(A: Econômica, B: Premium e
C: Super Premium). ....................................................................................................... 21
Figura 4- Representação gráfica das médias de concentração
espermática (n
o
de espermatozóides X 10
6
/mL) do sêmen de cães
da raça Beagle (1 a 8), durante o período de tratamento com três
rações comerciais(A: Econômica, B: Premium e C: Super Premium). ........................... 22
Figura 5- Representação gráfica das médias de defeitos
espermáticos totais (x 10
-2
%) do sêmen de cães da raça Beagle (1 a
8), durante o período de tratamento com três rações comerciais(A:
Econômica, B: Premium e C: Super Premium). ............................................................. 23
Figura 6- Representação gráfica das médias de defeitos
espermáticos secundários (x 10
-2
%) do sêmen de cães da raça
Beagle (1 a 8), durante o período de tratamento com três rações
comerciais(A: Econômica, B: Premium e C: Super Premium). ...................................... 24
vii
Figura 7- Fotomicrografia das lâminas de sêmen canino coradas pelo
método de Karras modificado, ao exame microscópico de luz
(Objetiva de 100X, sob imersão em óleo). Em A, a seta indica o
defeito espermático de microcefalia. Em B, a seta indica
destacamento de acrossomo em espermatozóide com deformidade
de cabeça (diminuída). Em C, espermatozóides normais. Em D, seta
preta indica defeito de acrossomo, e a vermelha indica gota
citoplasmática proximal. Em E, a seta preta indica cauda fortemente
enrolada e a vermelha, destacamento de acrossomo. Em F, as setas
indicam caudas fortemente enroladas com gota............................................................ 25
Figura 8- Imagem fotográfica do botijão criogênico contendo N
2
líquido, para estoque das amostras de sêmen congelado. ............................................ 27
Figura 9- Imagem fotográfica do aparelho Hamilton Thorn (HTR
analyser, Hamilton Thorn Research, Berverly, EUA), durante análise
computadorizada do sêmen canino, pós descongelação. ............................................. 27
Figura 10- Imagem fotográfica do exame ultrassonográfico de
próstata (A) e testículo (B), de cães da raça Beagle, tratado com três
rações comercias diferentes.Em A, a seta amarela indica o corte
transversal da uretra prostática. Em B, as setas pretas indicam o
mediastinum testis. ........................................................................................................ 31
viii
Avaliação andrológica e ultrassonográfica de testículos e
próstatas de cães (Canis familiaris Linnaeus, 1758) da raça
Beagle, alimentados com três rações comerciais de qualidades
diferentes
Resumo
O crescimento acelerado na produção de alimentos para cães e gatos
nem sempre é acompanhado pelo aumento de sua qualidade. Os
desequilíbrios alimentares são diretamente responsáveis ou
predispõem a inúmeras doenças ósseas, metabólicas e podem ser
potenciais causadores de alterações testiculares, com reflexo na
fertilidade de cães. Mediante isso, objetivou-se: avaliar as possíveis
alterações de testículos e da próstata, por meio de exame
ultrassonográfico, de cães alimentados com três diferentes dietas,
analisar a qualidade do sêmen fresco e congelado ao longo dos
tratamentos; verificar possíveis correlações entre rações fornecidas e
variáveis reprodutivas analisadas. Oito cães da raça Beagle, adultos,
foram selecionados e condicionados a colheita de sêmen. Três grupos
de cães receberam rações comerciais distintas, a cada cinco meses.
Transcorrido esse período, as rações foram trocadas de modo que, ao
final de 15 meses, todos os grupos receberam três dietas diferentes. A
cada 15 dias, o sêmen foi colhido e avaliado e, a cada troca de ração,
foram realizadas avaliações ultrassonográficas de próstata e testículos,
além da congelação do sêmen. As médias das variáveis, em cada
grupo, nos três períodos, foram analisadas por meio de comparação
emparelhada (teste t). Não existiu diferença (p>0,05) das análises
andrológicas frente as rações utilizadas, de modo que os tipos de
rações utilizadas não interferiram positiva ou negativamente na
qualidade seminal dos animais tratados.
Palavras chave: cães, avaliação andrológica, nutrição
ix
Andrological evaluation of Beagle canine semen and
ultrasonography of testis and prostate, fed with three commercial
foods
Abstract
: The accelerate raise of the production of food for pets
worldwide sometimes do not lead to increased food quality. Alimentary
imbalances may be directly associated to several bone and metabolic
diseases. Testicular degeneration and infertility may also be observed.
Regarding the influence of the nutritional imbalance on the reproductive
performance, the aim of the present study was: evaluate the quality of
canine fresh semen and testis an prostate by means ultrasonography
treated with three different types of commercial food for dogs. Eight
adult Beagles were selected and conditioned to semen sampling. Three
groups of dogs received three different types of dog food, every five-
month intervals. After this period, the kind of dog food was changed. In
the end of 15 months, all dogs were fed with all the types of dog food.
Semen samples were obtained every 15-days interval and semen
analysis were performed. The mean values of the variables were
evaluated in the three periods by means of the t test. There was no
significant difference (p>0,05) regarding the semen analysis among the
different types of dog food. The types of dog food did not influence the
quality of the semen of the animals in the present study during each
experimental period.
Key words: dog, andrological evaluation, nutrition
1
1. INTRODUÇÃO
A domesticação do cão e sua manutenção como animal de estimação
resultou, num processo de seleção gradativo e contínuo. Achados arqueológicos
indicam que o cão doméstico existe há pelo menos 14 mil anos e que, sua
domesticação ocorreu inicialmente na Europa e Ásia Ocidental, muito antes das
outras espécies animais (JOHNSTON, 2000; WILLS & ROBINSON, 2000). A
valorização desse processo ajudou a definir diferentes padrões raciais hoje
conhecidos (RODRIGUES, 1997). Para isso, o homem vem tentando promover o
melhoramento genético na criação de cães, usando inúmeras técnicas, dentre as
quais pode-se destacar as biotécnicas reprodutivas. Com a aquisição do
conhecimento do homem sobre os fenômenos da natureza, à partir do século
XVIII na Europa, iniciou-se a aplicação de biotécnicas na reprodução dos cães e o
desenvolvimento de novas raças (WILLS & ROBSON,2000).
Dentre as biotécnicas, a que vem oferecendo maiores subsídios para a
difusão do material genético na criação de cães, é a inseminação artificial,
associada intimamente com a tecnologia de sêmen (SILVA, 2001). A utilização do
sêmen canino, refrigerado ou criopreservado, permite a troca de material genético
de alto valor zootécnico em localidades distantes, bem como o armazenamento
desse material por períodos indefinidos (LINDE-FORSBERG & FORSBERG,
1989). Tendo em vista a influência da nutrição na função reprodutiva nas
diferentes espécies e, a valorização das criações de animais de companhia,
especificamente dos cães da raça Beagle, objetivou-se com este estudo:
1- Identificar possível variação na qualidade do sêmen, de acordo com
o tipo de ração (Econômica: A, Premium: B e Super Premium: C),
oferecida.
2- Identificar possível variação no tamanho e ecogenicidade testicular e
prostática ao exame ultrassonográfico, conforme a dieta
3- Avaliar a qualidade do sêmen após o processo de criopreservação e
correlacionar com os tratamentos alimentares efetuados.
2
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1 Avaliação e congelação do sêmen
2.1.1- Histórico
Os primeiros estudos relacionados à inseminação artificial e conservação do
sêmen, na espécie canina, foram realizados por zaro Spallanzani no final do
século XVIII (ENGLAND, 1993). Porém, esses estudos ficaram estagnados por
longo período, devido maior interesse em animais de produção, como ruminantes
e suínos. Somente em 1954, ROWSON conseguiu notificar a primeira congelação
de sêmen canino com sucesso e, em 1969, SEAGER retomou os estudos e
obteve a primeira gestação em cadela, utilizando sêmen criopreservado. Inúmeros
estudos em reprodução de cães têm sido realizados, principalmente nas últimas
duas décadas. O interesse nessa espécie cresceu e os criadores vêm
requisitando mais serviços especializados, direcionados a animais de alto valor
zootécnico ou afetivo. No Brasil, a primeira notificação de sucesso em
inseminação artificial (IA), com sêmen canino congelado, foi realizada há pouco
mais de duas décadas, com obtenção de seis filhotes saudáveis da raça Boxer
(VASKE et al., 1981). Desde então, inúmeros trabalhos vem sendo realizados a
respeito do processamento de sêmen canino. Recentemente, SANTOS (2004)
apresentou resultados de 70% de nascimento após inseminação artificial com
sêmen congelado diluído em meio a base deTRIS (hidroximetil amino metano).
Existem várias cnicas para congelação de sêmen nas diferentes espécies.
No cão, pode-se utilizar diluidores à base de água de coco (ACP-106
®
)
(CARDOSO et al., 2007), porém o TRIS é utilizado com maior freqüência, com
bons resultados.
2.1.2 Avaliação da qualidade do sêmen
A avaliação da qualidade do sêmen compreende as características físico-
químicas, macro e microscópicas. Para colheita do ejaculado canino podem ser
utilizados dois métodos. O primeiro consiste na massagem do pênis (estimulação
3
digital), que foi o empregado por Spallanzani em suas experiências e continua
sendo preferido por alguns autores que afirmam obter sêmen de melhor
qualidade. O segundo método é o que utiliza a vagina artificial. Para um bom êxito
no trabalho, é indispensável um período de adaptação do animal, condicionando-o
ao procedimento. Algumas vezes, faz-se necessária a presença de uma fêmea em
estro ou secreção vaginal obtida por suabe, para que o macho possa cheirá-lo, e
assim excitar-se (FELDMAN & NELSON, 1996).
O ejaculado canino é dividido em três frações diferenciadas. A primeira é a
fração pré-espermática, de origem prostática, que possui aspecto aquoso e
transparente, com volume variando de 0,5 a 5 mL. A segunda fração é rica em
espermatozóides, com coloração variando de branco leitoso a translúcido,
dependendo da concentração de células, e o volume varia entre 1 a 4 mL
(JOHNSTON et al., 2001). A terceira fração é também de origem prostática, com
aspecto aquoso e transparente e volume entre 2,5 a 80 mL, com função de
facilitar o transporte espermático pela cervix e aumentar o volume do ejaculado
(ENGLAND & ALEN, 1992).
O número total de espermatozóides num ejaculado canino varia de 300
milhões a 2 bilhões, dependendo da raça, idade e freqüência de colheita
(JOHNSTON et al., 2001).
2.1.2.1 Avaliação de motilidade e vigor espermáticos
Segundo DERIVAUX (1980), a avaliação da motilidade espermática é
definida com o percentual de espermatozóides móveis em uma amostra de sêmen
e o vigor é a intensidade de seu movimento. Apesar da relação desse parâmetro
com a capacidade fecundante do espermatozóide canino não estar totalmente
elucidada, atualmente, a maioria dos pesquisadores ainda utiliza a motilidade
como principal parâmetro para a avaliação de diluentes, crioprotetores e técnicas
de criopreservação do sêmen canino (IVANOVA-KICHEVA et al., 1997; SILVA et
al., 2003).
4
A avaliação da motilidade espermática deve ser realizada imediatamente
após a colheita ou descongelação do sêmen, com auxílio de microscopia óptica de
luz (SEAGER & FLETCHER, 1972), em microscópio de contraste de fase ou em
analisador computadorizado (HTR-IVOS ANALYSER,Hamilton Thorn Research).
A vantagem do analisador está na avaliação da característica do movimento
espermático, se progressivo, retrógrado, velocidade espermática, velocidade em
linha reta, curvilínea e linearidade dos espermatozóides (IGUER-OUADA &
VERSTEGEN, 2001).
Deve-se avaliar o vigor espermático, que é a intensidade da motilidade
exibida pelos espermatozóides veis. Para isso, utilizam-se classificações que
variam conforme o autor, com escalas que vão de 0 a 10 (PLATZ & SEAGER,
1977).
Apesar da grande utilização, a motilidade não é um parâmetro totalmente
confiável para predizer a capacidade fecundante de uma amostra de sêmen. A
presença de espermatozóides imóveis na amostra não implica que estejam
mortos. Em outras espécies, já foi comprovada a presença de espermatozóides
estruturalmente intactos, porém imóveis após descongelação (JANUSKAUSKAS
et al., 1995), que podem voltar a apresentar movimento, pela adição de
substâncias estimulantes como a cafeína (LARSSON e EINARSSON, 1976). Por
outro lado, espermatozóides que apresentem uma motilidade de boa qualidade,
após descongelação, podem ser incapazes de fertilizar um oócito caso
apresentem danos acrossomais (STROM et al., 1997). Assim, apesar da
motilidade o ser um parâmetro indicativo de mensuração de espermatozóides
vivos ou mortos, fornece informação de um fator necessário para a capacidade
fertilizante do espermatozóide, pois a motilidade é a manifestação de sua
competência estrutural e funcional (PEÑA-MARTINEZ, 2004).
Além disso, por ser uma avaliação subjetiva, a motilidade sofre influências
como, por exemplo, da temperatura do local onde está sendo realizada e
habilidade do avaliador, levando a elevada variabilidade entre laboratórios
(IGUER-OUADA & VERSTEGEN, 2001).
5
2.1.2.2 Avaliação da morfologia espermática
A avaliação da morfologia espermática é um outro parâmetro importante. No
entento, até o momento, não foi descrita evidência de relação entre morfologia
espermática e fertilidade no cão. Há poucos trabalhos que descrevem uma
possível relação, porém com resultados conflitantes (OETTLÉ & SOLEY, 1985;
RENTON et al., 1986; PLUMMER et al., 1987). OETTLÉ (1993) relatou que, a
medida que o percentual de espermatozóides anormais aumenta, a fertilidade é
reduzida, sendo observado que quando a proporção de espermatozóides
morfologicamente normais está abaixo de 60%, a fertilidade é adversamente
afetada.
Diversas classificações foram propostas para a morfologia espermática.
SEAGER (1986) sugere a classificação das alterações morfológicas espermáticas
como: primárias, quando relacionadas a problemas oriundos da produção
espermática no testículo; secundárias, quando relacionados aos problemas
causados durante a maturação espermática no epidídimo, ou oriundas dos
processos de manipulação do sêmen, como diluição, resfriamento, congelação ou
descongelação. OETTLÉ (1993) sugere a classificação de acordo com os danos
que as alterações causam à função espermática, nomeando tais alterações como
defeitos maiores ou menores. Já outros autores classificam as alterações de
acordo com a região espermática afetada, sendo defeitos de cabeça, peça
intermediária ou cauda (SILVA et al., 2003).
Segundo o Manual para Exame Andrológico e Avaliação de Sêmen Animal,
do CBRA- Colégio Brasileiro de Reprodução Animal (1998), a proporção de
defeitos maiores e menores no sêmen de cão deve ser no máximo de 20%, não
devendo o total de defeitos maiores ser superior a 10%.
Para possibilitar a avaliação da morfologia espermática, pode-se fazer uso de
diversos corantes, tais como Eosina-Nigrosina (DOTT & FOSTER, 1972),
Spermac® (OETTLÉ, 1993), Rosa Bengala (RODRIGUES, 1997), Giemsa
(CARDOSO et al., 2003), Hematoxilina-Eosina (SILVA et al., 2003) Karras
modificado por PAPA et al. (1988). Entretanto, é necessário enfatizar que nem
todas as alterações acrossomais podem ser identificadas pela microscopia comum
6
(RODRIGUES, 1997), sendo sugerido o emprego de outras técnicas mais
eficientes, como a microscopia eletrônica (SILVA, 2005).
A integridade de membrana espermática não é importante para o
metabolismo espermático, como também para o sucesso da fertilização do oócito.
Para a avaliação dessa integridade podem ser utilizadas sondas fluorescentes
(técnica descrita por HARRISON & VICKERS, 1990 e modificada por CUNHA et
al., 1996, para utilização em cães). Esse tipo de técnica é capaz de avaliar a
presença de rupturas na membrana espermática como resultado de lesão celular.
As colorações fluorescentes permitem a avaliação espermática tanto pela
microscopia de fluorescência, quanto pela citometria de fluxo.
2.1.2.3 Análise computadorizada
A análise computadorizada (CASA) vem sendo utilizada para minimizar a
subjetividade nas análises de sêmen, em diversas espécies animais, incluindo o
cão (IGUER-OUADA & VERSEGEN, 2001).
Diversos aparelhos o descritos para a realização da CASA, dentre estes
podemos destacar: Hamilton Thorn (HTR analyser, Hamilton Thorn Research,
Berverly, EUA), Cell Soft Computer Videomicrography System (Cryo Resources
LTDA, Nova York, EUA) e o Sperm Quality Analyser (SQA II, Medical Electronic
Systems LTDA- Tirat Carmel, Israel).
A CASA permite avaliação objetiva e precisa das células móveis, além de
definir a qualidade do movimento dos espermatozóides. Os dados obtidos por
esse método correspondem a centenas de mensurações espermáticas individuais,
fornecendo informações sobre qualidade média da motilidade em uma amostra de
sêmen (GÜNZEL-APEL et al., 1993).
A análise computadorizada é utilizada também como um meio de classificar
algumas sub-populações de espermatozóides. Utilizando imagens digitalizadas de
cada célula espermática, as máquinas são aptas a analisar, por processamento
algorítmico, as propriedades dos movimentos dos espermatozóides. Os
7
parâmetros mais comumente reportados no CASA são velocidade retilínea,
curvilínea (VERSTEGEN et al., 2002)
2.1.3 Congelação de sêmen
Apesar da inseminação artificial (IA) em cães domésticos ter crescido nas
últimas décadas, os estudos realizados ainda não proporcionam um modelo
eficiente para a criopreservação do cão doméstico e canídeos silvestres,
ameaçados de extinção.
Em 1949, a descoberta da ação crioprotetora do glicerol, por POLGE et al.,
proporcionou significante impacto na metodologia da criopreservação de células.
A partir daí, o procedimento de criopreservação das células espermáticas vem
sendo empregado na espécie canina. Atualmente, a maioria das notificações
científicas (ROTA et al., 1999, TSUTSUI et al., 2000), refere-se gestação
alcançada utilizando-se diluentes à base de TRIS, gema de ovo e glicerol.
Os diluentes para congelação de sêmen devem possuir nutrientes como
fonte de energia (glicose, glicina), tampão contra mudanças de pH (TRIS- ácido
cítrico, TES- citrato), possuir osmolaridade e concentração de eletrólitos
fisiológicas, antibióticos para prevenção de crescimento bacteriano (penicilina,
estreptomicina, neomicina, amicacina), gema de ovo e leite para proteção contra o
choque térmico durante a refrigeração, e possuir crioprotetores (glicerol,
etilenoglico) para reduzir danos aos espermatozóides resultantes da congelação e
descongelação (LINDE – FORSBERB, 1991; ENGLAND, 1993; BATEMAN, 2001).
A utilização de detergentes biológicos no diluente também tem sido descrita por
vários autores, como o “Equex STM paste” (PEÑA & LINDE-FORSBERG, 2003;
MARTINS, 2005) e “Orvus ES Paste” (NIZAŃSKI et al.;2001).
Vários períodos de refrigeração e congelação têm sido descritos para
canídeos (FONTBONNE & BADINAND, 1993; SILVA et al., 1996), sendo
dependentes do método de envasamento (ROTA, 1998). Rota et al. (2005)
concluíram que o método da curva de congelação lenta do sêmen canino
apresentou melhores resultados na preservação de membrana espermática,
quando comparado com o método de congelação rápida em nitrogênio (sem
8
resfriamento inicial). HORI et al. (2006) compararam a congelação em N
2
líquido
rápida e lenta, com a permanência do sêmen a 5, 7 e 10 cm da coluna de N
2
, a -
70
o
C ,por 5, 10 e 15 minutos. Os melhores resultados foram do grupo que ficou a
7 cm do nível de N
2
líquido por 10 minutos.
2.2 Análise ultrassonográfica
A ultrassonografia em modo B, devido ao seu desenvolvimento técnico e
abrangência de indicações, traz vantagens significativas à exploração animal
(FERNANDES, 1996). Trata-se de uma técnica não invasiva e rápida, sendo
utilizada em medicina veterinária há muitos anos, incluindo a avaliação de
próstata, além de outros órgãos do aparelho reprodutor masculino. PECHMAN
& EILTS (1987) identificaram as estruturas anatômicas do trato reprodutivo de
touros por meio de ultrassonografia em modo B. Segundo CARVALHO (2004),
o modo B é conhecido como “modo de brilho” ou “modo bidimensional”. Neste
tipo de representação, a intensidade do eco é visibilizada como um ponto
luminoso em um monitor. Quanto maior a reflexão da onda sonora, mais
intenso o brilho do ponto luminoso. As diferentes intensidades de brilho
determinam, em uma escala de cinza, diversas ecogenicidades, variando de
anecóico a hiperecóico.
2.3 Nutrição
No Brasil estima-se que existam aproximadamente 38 milhões de animais de
estimação. Destes, 27 milhões são cães e 11 milhões o gatos. O comércio de
produtos destinados a estes animais está em crescimento, tanto no mercado
nacional quanto no mercado mundial, sendo a alimentação o segmento
responsável pelos maiores investimentos. Porém, este crescimento acelerado na
produção de alimentos para cães e gatos nem sempre é acompanhado pelo
aumento de sua qualidade, isto é, existem no Brasil inúmeras fábricas de ração
entretanto poucas se preocupam realmente com a saúde dos animais.
9
Os desequilíbrios alimentares são diretamente responsáveis ou predispõe a
inúmeras doenças ósseas, metabólicas e podem ser potenciais causadores de
degeneração testicular, resultando em possível infertilidade em cães (FELDMAN &
NELSON, 1996). Sabe-se que, principalmente as deficiências de vitaminas e
minerais podem causar transtornos reprodutivos e podem levar a esterilidade. A
deficiência de vitamina A interfere na liberação de hormônios gonadotróficos,
diminuição da espermatogênese, da esteroidogênese, culminando com
degeneração testicular, acúmulo de lípides em túbulos seminíferos e células de
Leydig. A vitamina E pode prevenir a degeneração testicular e sua deficiência
também interfere na reprodução, porém o seu papel na fertilidade de machos
ainda é obscuro (HAFEZ & HAFEZ, 2003).
Os efeitos de restrições nutricionais sobre a fertilidade são mais perceptíveis
nas fêmeas que nos machos. Os animais jovens em crescimento o muito mais
susceptíveis ao estresse nutricional do que os adultos. Nos machos, deficiências
nutricionais atrasam a puberdade e prejudicam a produção e as características do
sêmen. Além disso, a nutrição afeta mais a função endócrina do que a função
espermatogênica dos testículos. Fatores nutricionais comuns englobam
deficiências calóricas, protéicas e vitamínicas, porém os minerais e os agentes
tóxicos também podem ser importantes (HAFEZ & HAFEZ, 2003).
Os efeitos da subnutrição podem ser corrigidos nos animais adultos, o que
não acontece com os animais jovens, devido aos danos permanentes provocados
no epitélio germinativo dos testículos, durante o crescimento. A obesidade e a
superalimentação reduzem a libido e a atividade sexual em carneiros, cachaços e
touros, em especial nos dias quentes (HAFEZ & HAFEZ, 2003).
Existem poucas informações referentes aos efeitos de deficiências minerais
sobre as funções reprodutivas masculinas. Em touros, tem-se suspeitado da
deficiência de iodo como causa de libido insuficiente e características seminais
insatisfatórias. Nota-se melhoria da produção espermática e da fertilidade após
alimentação suplementada com cobre, cobalto, zinco e manganês nesta mesma
espécie (HAFEZ & HAFEZ, 2003).
10
3. MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Composição do grupo experimental
Foram selecionados oito cães da raça Beagle, sadios, machos, adultos,
idade média entre 2 a 5 anos, peso médio de 14 kg, do canil do Laboratório de
Pesquisa em Nutrição e Doenças Nutricionais de cães e gatos, do Departamento
de Clínica e Cirurgia Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias e
Veterinárias-FCAV UNESP/ Jaboticabal, condicionados para a colheita de sêmen.
O grupo de cães foi homogêneo quanto a idade, peso e origem. O ambiente onde
os cães estavam alojados foi o mesmo para todos, sendo canis individuais, com
acesso diário a área gramada. Os cães foram vacinados e desverminados
regularmente conforme o protocolo utilizado pelo Hospital Veterinário “Governador
Laudo Natel”, além de serem realizados exames clínicos (exame físico completo)
e laboratoriais (avaliações de sangue e urina) ao final de cada período de
tratamento.
Os cães foram divididos em três grupos, cada um recebeu uma ração
durante cinco meses. Ao final desse período, as rações foram trocadas, para que
os cães recebessem todos os tipos ao final de 15 meses. As dietas utilizadas
durante o experimento foram compostas por três rações comerciais com
composição e níveis nutricionais diferentes. Amostras das rações (A: Econômica,
B: Premium, C: Super-premium), foram guardadas e conservadas em freezer a -
10°C, para posterior analise no Laboratório de Nutrição Animal (LANA), do
Departamento Zootecnia da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinária da
UNESP-Jaboticabal.
Os cães foram alimentados uma vez ao dia e a quantidade oferecida
calculada pelo Serviço de Nutrição Clinica do Hospital Veterinário “Governador
Laudo Natel”, para a manutenção do peso dos animais. O tratador não poderia
informar qual ração cada cão estava consumindo, evitando qualquer influência na
avaliação do sêmen.
11
3.2 Colheita do sêmen
A colheita de sêmen foi realizada em ambiente tranqüilo, pelo método da
estimulação digital (mão enluvada), utilizando um funil devidamente limpo,
adaptado a tubo coletor cônico de 15 mL. Anteriormente a colheita, o pênis foi
higienizado com uma gaze ou compressa seca, para evitar contaminação das
amostras. Os primeiros jatos do ejaculado foram descartados, sendo a segunda e
terceira frações espermáticas colhidas juntas. As colheitas foram realizadas em
média a cada 15 dias.
3.3 Análise do ejaculado
Imediatamente após a colheita, o ejaculado foi mantido em banho-maria a
temperatura de 37ºC e analisado macro e microscopicamente. A cada período de
tratamento, amostras de sêmen de cada cão foram congeladas. O volume foi
avaliado pela leitura direta da graduação do tubo coletor. O pH foi mensurado
utilizando-se fita para avaliação de pH. A fita impregnada uniformemente pela
amostra de sêmen era analisada após 30 segundos, e comparada com a tira de
calibragem das fitas colorimétricas, com variação de 0 a 14 (Universalindikator pH
0-14, Merck®).
3.3.1 Análises microscópicas
Motilidade e Vigor
Para avaliação da motilidade espermática, uma gota de sêmen fresco foi
colocada entre lâmina e lamínula, pré-aquecidas a 37ºC, e observada em
microscópio de contraste de fase, em aumento de 100X. Foi avaliada a
porcentagem de células com movimento progressivo.
O vigor foi analisado nessa mesma amostra, durante a visualização da
motilidade, quanto a intensidade do movimento progressivo dos espermatozóides,
pelo escore de 0 (nenhum movimento) a 10 (movimento retilíneo).
12
Concentração Espermática
Para determinação da concentração espermática (número de
espermatozóides/ mL) foi realizada a diluição do sêmen em 1:20, sendo 50 µL de
ejaculado e 950 µL de água destilada ou formol salina tamponado a 10%. Essa
diluição foi utilizada para preencher a câmara hematocitométrica de “Neubauer”.
Após sedimentação das células espermáticas, a leitura foi realizada em
microscópio de contraste de fase, em um aumento de 400X, e o número de
células contadas e expressas em espermatozóides por mL.
Morfologia Espermática
Esfregaços foram confeccionados com o sêmen, em lâmina de vidro, fixados
em formol salina durante 10 minutos em banho-maria a 37ºC, secos em
temperatura ambiente e armazenados. Posteriormente, as lâminas foram coradas
pelo método de Karras modificado (PAPA et al., 1988); foram contadas 200
células, em microscópio, num aumento de 1000X (imersão), sendo as alterações
morfológicas classificadas em defeitos primários e secundários.
3.4 Criopreservação do sêmen
Em pelo menos uma colheita de cada fase dos tratamentos,foi realizada a
congelação do sêmen dos cães.
Após serem feitas as análises macro e microscópicas, o ejaculado era
centrifugado a 800g, por 10 minutos. O plasma seminal foi descartado e o pellet
obtido no fundo do tubo, foi ressuspenso em meio diluente elaborado por Rota et
al. (1997), (Tabela 12 do anexo).
A diluição do sêmen foi realizada para concentração mínima de 40 X 10
6
espermatozóides móveis/ mL. O sêmen diluído foi então envasado em palheta de
0,5 mL, lacrada com álcool polivinílico, identificada devidamente e levada a um
refrigerador, com temperatura constante de 5ºC, por uma hora.
A congelação das palhetas foi inicialmente feita em vapor de nitrogênio. As
palhetas foram mantidas sob o vapor, posicionadas a 6 cm da coluna de
13
nitrogênio líquido (N
2
), em uma caixa de isopor apropriada, durante 20 minutos.
Após esse período, as palhetas foram mergulhadas no N
2
líquido e,
posteriormente, armazenadas em botijão criogênico.
3.4.1-Avaliação do sêmen criopreservado
A descongelação das palhetas foi realizada em banho-maria a 70ºC, por 8
segundos, conforme estudo de Martins (2005). Logo em seguida, foram realizadas
novas avaliações do sêmen, sendo incluída a avaliação computadorizada (CASA),
utilizando o equipamento Hamilton Thorn (HTR analyser, Hamilton Thorn
Research, Berverly, EUA), no departamento de Reprodução Animal da FMVZ
UNESP/ Botucatu, além da avaliação da morfologia espermática conforme
descrito anteriormente para o sêmen fresco. Foram avaliadas as sub-populações
quanto ao tipo de movimento, velocidade, linearidade, amplitude lateral.
3.5 Mensuração e avaliação ultrassonográfica de testículos e
próstata
A mensuração testicular de cada animal foi realizada a cada 5 meses, com
auxílio de paquímetro, sendo a primeira antes do início e a última no último dia do
tratamento. Foi também realizada a avaliação ultrassonográfica dos testículos no
final do tratamento, verificando ecogenicidade de parênquima. A avaliação
prostática foi realizada juntamente com a ultrassonografia dos testículos, para
avaliação do parênquima destes órgãos.
3.6 Análise estatística
A analise de variância de medidas repetidas foi o método estatístico utilizado
para avaliar as variáveis estudadas. As dias das variáveis de cada grupo, nos
três períodos, foram comparadas por meio do teste de Tukey, sendo o valor de
14
p<0,05 considerado significante. Devido ao coeficiente de variação alto, algumas
variáveis foram transformadas (logaritmo), porém os resultados foram os mesmos.
15
4. RESULTADOS
A adaptação dos cães em baias individuais foi de maio de 2007, sendo um
período de três meses considerado mínimo (anteriormente viviam juntos em
piquetes na zona rural), com acesso diário ao solário e gramado a cada 2 dias. O
resultado dessa adaptação foi satisfatório, sendo o trabalho conduzido conforme o
esperado. Os cães iniciaram a dieta com ração comercial Premium, igual para
todos, uma vez que comiam rações diversas, anteriormente ao experimento. A
fase de adaptação nutricional e ambiental foi realizada no mesmo período.
O condicionamento à colheita de sêmen foi iniciado em julho deste ano de
2007, sendo a estimulação feita semanalmente, até resposta dos cães. Observou-
se que os mais jovens foram condicionados mais rapidamente. O inicio da
avaliação do sêmen foi em agosto, sendo considerado como controle, antes do
início dos tratamentos.
No início de agosto, os cães foram avaliados clínico e laboratorialmente, 7 dos
8 cães apresentavam hemoparasitose. Assim, antes do início do tratamento com
as rações, os cães receberam medicamentos apropriados, recomendados por
docente do departamento de Clínica e Cirurgia Veterinária da FCAV/UNESP de
Jaboticabal, com boa evolução após 25 dias do diagnóstico da afecção. Os
resultados dios dos exames laboratoriais durante o experimento, realizados
após avaliação clínica dos cães, encontram-se nas tabelas 8 a 10 do apêndice. A
idade dos animais encontra-se na tabela 11 do apêndice.
O início da alimentação com as três rações comerciais foi realizada no dia
01/10/07. A pessoa responsável pela avaliação andrológica não era informada
sobre a ração que cada cão estava ingerindo. A partir dessa data, a avaliação
passou a ser experimental, com amostras congeladas na primeira fase. As
colheitas de sêmen foram realizadas a cada 15 dias. A troca da ração foi realizada
a partir do dia 01/03/2008 e a terceira mudança a partir do dia 01/08/2008. Na
tabela 1, seguem os níveis de garantia fornecidos no rótulo das rações e a análise
bromatológica comparada aos níveis de garantia fornecidos pelos fabricantes.
16
Tabela 1- Níveis de garantia dos produtos fornecidos aos animais durante o
estudo, A (Econômica), B (Premium) e C (Super premium) e análise
química, Jaboticabal/SP, 2009.
Níveis de garantia
Composição química
Nutrientes
Ração A Ração B
Ração C
Ração A Ração B Ração C
Umidade
12 12 12 9,35±1,0 8,84±0,8 8,35±0,5
Proteína
Bruta
18 19 26 14,56±1,53 19,11±1,0 25,85±0,7
Extrato
Etéreo
6 7,5 15 9,78±1,4 9,11±0,9 14,11±0,7
Fibra Bruta
6 5 3 3,40±0,9 3,10±0,5 3,42±1,0
Matéria
Mineral
12 9 7 8,37±1,5 7,51±0,6 5,87±0,9
Cálcio (
Ca)
2 2 1,6 1,64±0,26 2,0±0,14 078±0,12
Fósforo (P)
0,7 0,8 0,9 1,02±0,16 1,17±0,5 0,67±0,09
Ca/P
2,85 2,5 1,77 1,5±0,5 1,7±0,4 1,15±0,3
A avaliação andrológica dos cães incluiu a análise de sêmen fresco,
avaliação por palpação e inspeção, além de medida dos testículos e avaliação
ultrassonográfica de testículos e próstata. A colheita de sêmen foi realizada pela
técnica de manipulação digital (figura 1), em media a cada 15 dias, com auxilio de
tubo coletor cônico de 15 mL e funil. Devido a alterações do ejaculado, algumas
amostras foram descartadas.
Figura 1- Imagem fotográfica da colheita de sêmen de cão da raça Beagle, pela
técnica da manipulação digital, com auxílio de tubo coletor cônico
adaptado a um funil.
Ao longo do experimento, foram realizadas 246 colheitas, sendo em média, 10
colheitas por animal em cada período de tratamento.
17
As médias dos dados obtidos estão representadas na tabela 2, a seguir, e
análise estatística apresentada na tabela 3. A representação gráfica dos
resultados encontram-se nas figuras 2 a 6, e a morfologia espermática na figura 7.
18
Tabela 2- Parâmetros médios do sêmen de cães da raça Beagle, alimentados com três rações comerciais (A:
Econômica, B: Premium, C: Super Premium), Jaboticabal/SP, 2009.
Ração
Animal Cor Odor Volume
(mL)
Motilidade
(%)
Vigor
(0-10)
pH Concentração
(sptz X
10
6
/mL)
Sptz
totais
(x 10
6
)
Defeitos
primários
(%)
Defeitos
secundários
(%)
Defeitos
Totais
(%)
A
1
(Billy)
L caract 1,47 87 8 6-7
347,9 416,97
0.09 5,5 5,6
B L caract 1,61 81 7,44 6-7
257,4 289,61
0 4,6 4,6
C L caract 1,28 88 8,36 6-7
267,2 331,93
0 2,3 2,3
A
2
(Biscoito)
L caract 1,87 78 7,09 6-7
226,0 362,1 0 8,8 8,8
B L caract 2,0 80 7,33 6-7
262,9 476,6 0 4,2 4,2
C L caract 2,39 82 7,55 6-7
337,5 742,7 0 2,3 2,3
A
3
(Bolero)
L caract 1,59 66 5,82 6-7
226,5 354,9 0 3,7 3,7
B L caract 1,38 80 7,78 6-7
169 222,4 0 2,4 2,4
C L caract 1,18 83 7,36 6-7
220,6 217,8 0 2,6 2,6
A
4
(Chorão)
L caract 1,57 67 6,44 6-7
236,1 283,8 0 3,9 3,9
B L caract 1,17 70 6,45 6-7
182,8 211,5 0 3,0 3,0
C L caract 1,29 65 6,0 6-7
225,9 277,5 0 4,9 4,9
A
5
(Chapéu)
L caract 1,74 79 7,11 6-7
246,0 315,3 0 5,7 5,7
B L caract 1,29 82 7,64 6-7
223,9 263,7 0 4,2 4,2
C L caract 1,38 79 7,0 6-7
174,3 247,1 0,22 7,1 7,32
A
6
(Piano)
L caract 1,69 88 7,89 6-7
307,2 489,3 0 5,0 5,0
B L caract 2,06 89 8,27 6-7
268,5 528,1 0,09 4,0 4,09
C L caract 1,53 88 8,27 6-7
278,0 381,5 0 6,7 6,7
continua
19
A
7
(Rancho)
L caract 3,52 90 8,45 6-7
222,6 714,5 0 2,5 2,5
B L caract 2,94 85 7,72 6-7
155,8 444,4 0 4,1 4,1
C L caract 3,18 88 8,0 6-7
206,2 605,4 0 3,2 3,2
A
8
(Tang)
L caract 1,48 88 8,45 6-7
333,2 481,6 0 4,7 4,7
B L caract 1,32 89 8,0 6-7
389,0 455,3 0 5,1 5,1
C L caract 1,2 90 8,0 6-7
454,5 490,1 0 9,8 9,8
L: leitoso
continuação
20
Figura 2- Representação gráfica das médias de motilidade espermática (x 10
-
2
%) do sêmen de es da raça Beagle (1 a 8), durante o período de
tratamento com três rações comerciais (A: Econômica, B: Premium e
C: Super Premium).
21
Figura 3- Representação gráfica do vigor espermático (notas de 0 a 10) do
sêmen de cães da raça Beagle (1 a 8), durante o período de
tratamento com ts rações comerciais(A: Econômica, B: Premium e
C: Super Premium).
22
Figura 4- Representação gráfica das médias de concentração espermática (n
o
de espermatozóides X 10
6
/mL) do sêmen de cães da raça Beagle
(1 a 8), durante o período de tratamento com três rações
comerciais(A: Econômica, B: Premium e C: Super Premium C).
23
Figura 5- Representação gráfica das médias de defeitos espermáticos totais (x
10
-2
%) do sêmen de cães da raça Beagle (1 a 8), durante o período
de tratamento com três rações comerciais(A: Econômica, B: Premium
e C: Super Premium).
24
Figura 6- Representação gráfica das médias de defeitos espermáticos
secundários (x 10
-2
%) do sêmen de cães da raça Beagle (1 a 8),
durante o período de tratamento com três rações comerciais(A:
Econômica, B: Premium e C: Super Premium).
25
A B
C D
E
F
Figura 7-
Fotomicrografia das lâminas de sêmen canino coradas pelo método de
Karras modificado, ao exame microscópico de luz (Objetiva de 100X,
sob imersão em óleo). Em A, a seta indica o defeito espermático de
microcefalia. Em B, a seta indica destacamento de acrossomo em
espermatozóide com deformidade de cabeça (diminuída). Em C,
espermatozóides normais. Em D, seta preta indica defeito de
acrossomo, e a vermelha indica gota citoplasmática proximal. Em E, a
seta preta indica cauda fortemente enrolada e a vermelha,
destacamento de acrossomo. Em F, as setas indicam caudas
fortemente enroladas com gota.
26
Tabela 3- Médias e desvios padrão de motilidade espermática (%), vigor(0-10),
concentração (espermatozóides X 10
6
/mL), espermatozóides totais
no ejaculado (X 10
6
) e defeitos na morfologia espermática (%), de
cães da raça Beagle, tratados com três rações comerciais,
Jaboticabal/SP, 2009.
Parâmetro
s
Ração A
(Econômica)
Ração B
(Premium)
Ração C (Super
Premium)
Motilidade (%)
80,6 ±11,00 A 82,3 ±10,00 A 82,8 ±9,80 A
Vigor
(0
-
10)
7,42 ±1,24 A 7,58 ±1,04 A 7,56 ±1,03 A
Concentração
(sptz X 10
6
/mL)
268,57 ±146,7 A 239,32 ±168,7 A 269,96 ±138,1 A
Esp
ermatozóides
totais (X 10
6
)
432,04 ±212,04 A 363,80 ±232,8 A 409,13 ±232,9 A
Defeitos
espermáticos (%)
5,0 ±3,4 A 3,9 ±1,8 A 4,7 ±6,0 A
* Médias com letras diferentes nas linhas, diferem significativamente pelo teste
de Tukey (p< 0,05).
Para a congelação, depois de obtida a concentração espermática, o sêmen foi
centrifugado, e o pelet” resultante diluído em meio diluidor já descrito
(composição descrita na tabela 12 do apêndice). A concentração final foi de no
mínimo 40 X 10
6
sptz/mL e congeladas em palhetas de 0,5 mL. As amostras
foram estocadas em botijão criogênico para posterior avaliação (figura 8). As
amostras foram levadas ao Departamento de Reprodução Animal da
FMVZ/UNESP de Botucatu, para serem descongeladas, submetidas a análise
computadorizada (CASA) (figura 9) e realização de esfregaços com o sêmen
descongelado, para verificar a morfologia espermática pós-descongelação. Os
resultados obtidos estão representados na tabela 4 e a análise estatística na
tabela 5.
Os resultados da biometria dos testiculos, com auxílio de paquímetro, estão
representados na tabela 6. Um dos cães apresentava assimetria testicular (o
testículo direito era menor que o contralateral), porém não foi retirado do grupo
experimental. A avaliação ultrassonográfica de próstata e testículos foi realizada
no ao laboratório de Radiologia do Hospital Veterinário Laudo Natel, da
FCAV/UNESP de Jaboticabal (figura 10). As medidas das próstatas dos cães
obtidas estão representadas na tabela 7.
27
Figura 8- Imagem fotográfica do botijão criogênico contendo N
2
líquido, para
estoque das amostras de sêmen congelado.
Figura 9- Imagem fotográfica do aparelho Hamilton Thorn (HTR analyser,
Hamilton Thorn Research, Berverly, EUA), durante análise
computadorizada do sêmen canino, pós descongelação.
28
Tabela 4- Principais parâmetros do sêmen canino, pós-descongelação, de cães da raça Beagle, tratados com três
diferentes rações comercias (A: Econômica, B: Premium, C: Super Premium), Jaboticabal/SP, 2009.
Ração
Animal
Motilidade
(%)
Movimento
Progressivo
(%)
Velocidade (% espermatozóides)
Morfologia (%)
Rápida
Média
Lenta
Estático
defeitos
secundários(%)
defeitos
primários(%)
A
1
(Billy)
66 50 53 13 32 2 4 0
B
38 15 19 19 59 3 3 0
C
41 25 27 14 54 5 4 0
A
2
(Biscoito)
23 16 17 6 34 43 6 0
B
36 31 32 4 53 11 4 0
C
36 22 28 8 57 8 5 0
A
3
(Bolero)
51 39 40 11 43 6 3 0
B
49 40 42 7 45 6 3 0
C
24 16 16 8 53 23 2 0
A
4
(Chorão)
20 9 10 10 58 2 3 0
B
35 21 23 12 63 2 2 0
C
51 34 36 16 44 4 3 0
A
5
(Chapéu)
44 19 22 23 52 4 6 0
B
34 15 16 18 48 18 3 0
C
41 17 18 23 51 8 6 0
A
6
(Piano)
48 24 29 19 50 2 6 0
B
24 12 12 12 68 8 4 0
C
38 13 14 24 51 11 2 0
A
7
(Rancho)
43 26 30 13 56 1 3 0
B
34 16 19 15 64 2 2 0
C
47 19 22 25 53 0 4 0
A
8
(Tang)
52 32 38 15 47 0 8 0
B
29 16 18 11 68 3 4 0
C
40 30 34 6 57 3 4 0
29
Tabela 5- Médias e desvios padrão de motilidade espermática (%), movimento
progressivo (%) e defeitos na morfologia espermática (%), do sêmen
pós-descongelação, de cães da raça Beagle, alimentados com três
rações comerciais (A: Econômica, B: Premium, C: Super Premium),
Jaboticabal/SP, 2009.
Parâmetros
Ração A
(Econômica)
Raç
ão B
(Premium)
Ração C (Super
Premium)
Motilidade (%)
43,37 ±15,00 A 34,87 ±7,00 A 39,75 ±7,90 A
Movimento
progressivo (%)
26,87 ±24,00 A 20,75 ±90 A 22 ±7,20 A
Defeitos
espermáticos (%)
4,87 ±1,00 A 3,12 ±0,80 B 3,75 ±1,30 AB
* Médias com letras diferentes nas linhas, diferem pelo teste de Tukey (p< 0,05).
Tabela 6- Medidas do testículo direto (D) e esquerdo (E) de cães da raça
Beagle, obtidas com paquímetro, alimentados com três rações
comercias (A: Econômica, B: Premium, C: Super Premium),
Jaboticabal/SP, 2009.
Ração
Animal
Testículo direito
Testículo esquerdo
Comprimento
(cm)
Largura (cm)
Comprimento
(cm)
Largura (cm)
A 1
(Billy)
4,5 3,5 4 3
B 4,5 3,5 4 3,5
C 4,5 3,5 4 3
A 2
(Biscoito)
4 3,5 4 3
B 4 3,5 4 3,5
C 4 3,5 4 3
A 3
(Bolero)
4 3 4 3,5
B 4 3,5 4 3,5
C 4 3 4 3,5
A 4
(Chorão)
2,5 2 4 3,5
B 2,5 2 4 3,5
C 2 2 5 3,5
A 5
(Chapéu)
4,5 4 4 3
B 4,5 4 4 3
C 4,5 3,5 4 3
A 6
(Piano)
4 3,5 4 3
B 4 3,5 4 3
C 4 3 4 3
A 7
(Rancho)
4,5 3 4,5 3,5
B 5 4 4,5 4
C 5 4 4,5 4
A 8
(Tang)
4 3 4 3
B 4 3,5 4 3
C 4 3,5 4 3
30
Tabela 7- Biometria de próstata dos cães da raça Beagle, tratados com três
rações comercias diferentes (A: Econômica, B: Premium, C: Super
Premium), obtidas por exame ultrassonográfico, Jaboticabal/SP,
2009.
Ração
Animal
Testículo direito
Testículo esquerdo
Comprimento
(cm)
Largura
(cm)
Profundidade
L (cm)*
Profundidade
T (cm)**
A 1
Billy
2,42 3,29 2,05 1,98
B 1,68 3,29 2,85 1,98
C 2,3 3,3 2,9 2,1
A 2
Biscoto
3,01 3,18 2,00 1,70
B 2,97 3,57 3,47 3,88
C 3,1 3,2 3,5 3,7
A 3
Bolero
3,17 3,00 1,83 2,31
B 2,79 2,53 3,5 3,35
C 2,89 3,2 3,5 3,3
A 4
Chorão
3,35 3,2 1,8 3,0
B 2,50 3,00 1,50 1,67
C 3,25 3,18 1,74 2,93
A 5
Chapéu
3,4 2,5 1,9 3,1
B 2,90 3,74 3,07 2,54
C 3,34 2,46 1,91 3,01
A 6
Piano
2,5 3,7 3,4 2,2
B 2,33 3,11 1,88 2,44
C 2,34 3,78 3,41 1,84
A 7
Rancho
3,55 2,45 2,12 3,41
B 3,6 2,6 2,2 3,5
C 2,50 3,29 2,30 2,10
A 8
Tang
1,44 2,45 2,78 2,72
B 2,1 2,6 2,8 2,9
C 1,69 2,52 1,54 1,04
* Profundidade L: longitudinal
** Profundidade T: transversal
31
A
A
B
B
Figura 10- Imagem fotográfica do exame ultrassonográfico de próstata (A) e
testículo (B), de cães da raça Beagle, alimentados com três rações
comercias diferentes.Em A, a seta amarela indica o corte transversal
da uretra prostática. Em B, as setas pretas indicam o mediastinum
testis.
O exame ultrassonográfico de alguns cães indicou certa hiperplasia
prostática, compatível com a idade dos cães. As alterações encontradas não
interferiam no experimento, pois a qualidade do sêmen, nestes indivíduos, não
foi alterada.
32
5. DISCUSSÃO
No início do relacionamento homem-cão, os cães tinham função
essencialmente de trabalho, principalmente em caçadas. Com o passar do
tempo estes animais passaram a desempenhar uma função de companhia. No
Brasil estimava-se em 2003 que existiam aproximadamente 38 milhões de
animais de estimação, destes, 27 milhões são cães e 11 milhões são gatos
(HAFEZ & HAFEZ, 2003). Os produtos destinados a estes animais estão em
crescimento, tanto no mercado nacional quanto no mercado mundial, sendo a
alimentação o segmento responsável pelos maiores investimentos (CARCIOFI,
2003).
O potencial do mercado brasileiro está muito além dos resultados obtidos,
tendo um consumo potencial de 4,11 milhões de toneladas/ano. Hoje 32
milhões de cães, 19,5 milhões de pássaros, 16 milhões de gatos, 7,5 milhões de
peixes e 2 milhões outros. Esses números levam o Brasil, no mercado mundial,
ao segundo lugar em população de cães e gatos, o sétimo lugar em população
de animais de companhia, o segundo em volume de produção e o sétimo em
faturamento. Porém, hoje, os alimentos industrializados têm um abastecimento
de 1,78 milhão de toneladas, o que representa apenas 43,32% da demanda total
de alimentos (ANFAL Pet, 2008)
Desde 1994, anualmente a Associação Americana de Controladores de
Alimentos (AAFCO, 2003), vem publicando suas recomendações nutricionais
para cães e gatos. Nestas recomendações foram levados em consideração
fatores como: variabilidade na composição nutricional dos ingredientes,
especialmente derivados de origem animal, variação analítica de resultados
laboratoriais, biodisponibilidade dos nutrientes presentes nos ingredientes em
uso, interações nutricionais, margem de segurança para diferenças entre
indivíduos e raças, perdas em processamento e estocagem. Em função das
considerações acima recomendações foram levados em consideração os fatores
enumerados acima, as recomendações da AAFCO são mais apropriadas na
formulação e avaliação de alimentos comerciais (CARCIOFI, 2003).
33
O maior volume de ração comercializado no Brasil é representado pelos
produtos de baixo custo (de combate ou mais recentemente nomeados
econômicos), cujo principal objetivo é a venda. Para serem fabricados utilizam
ingredientes mais baratos, possuem processamento padrão e se adequam
apenas a análise de rótulos. Apresentam, normalmente, baixa digestibilidade,
baixos teores de proteína e gordura, altos teores de fibra e levam o animal a
produzir quantidade elevada de fezes.
Alimentos premium constituem as marcas fortes dos fabricantes, que
investem em “marketing”, cujo apelo principal é a palatabilidade e a
digestibilidade. São produzidos com ingredientes de melhor qualidade.
Apresentam digestão intermediária e sua adequação nutricional é acessada por
análises químicas mais detalhadas a algumas vezes pelo teste de digestibildade
in vivo.
Os produtos super premium, tem como foco principal à qualidade. São
produzidos com ingredientes especiais e com atribuições e funções específicas
no conjunto da fórmula, mediante processamento diferenciado, tornando-os mais
onerosos. Apresentam maior densidade nutricional (alta proteína, gordura e
energia), digestibilidade e palatabilidade (CARCIOFI, 2003).
Os desequilíbrios alimentares são diretamente responsáveis ou predispõem
a inúmeras doenças ósseas e metabólicas como a obesidade, diabetes melitus e
dermatopatias. É importante o uso de alimentos de boa qualidade, pois este
oferece equilíbrio nutricional e regularidade obtida entre as refeições. Cães e
gatos necessitam de 40 a 45 nutrientes que devem ser ingeridos em
quantidades adequadas e proporções corretas.
As funções reprodutivas, nas diversas espécies de mamíferos, parecem
sofrer mais com as restrições ou excessos alimentares em jovens que nos
adultos. As restrições energética e protéica podem resultar em danos gonadais e
neuronais permanentes nos jovens. Em adultos, pode ocorrer diminuição da
secreção de andrógenos e da qualidade do sêmen, porém esses efeitos são
temporários; com a correção da dieta, funções reprodutivas retornam a
normalidade (BROWN, 1994). Tendo em vista a importância da nutrição na
34
qualidade do sêmen das diversas espécies de animais, o o pode ser utilizado
como modelo experimental, por seu fácil manejo.
Os cães utilizados foram selecionados por serem de faixa etária próxima
(adultos), uma vez que a qualidade seminal poderia ser diferente em animais
muito jovens ou velhos. FELDMAN & NELSON (1996) evidenciaram que vários
fatores interferem na qualidade do sêmen, dentre eles estão: idade (animais
jovens apresentam maior número de espermatozóides defeituosos, que diminui
conforme se tornam maduros), frequencia de ejaculação (exaustão das reservas
do epidídimo levando a diminuição da concentração espermática), tamanho dos
testículos (correlação entre tamanho de testículos e concentração espermática),
doenças pré-existentes sistêmicas ou genito-urinárias, trauma, estresse,
desordens endócrinas na secreção de testosterona, FSH, LH, GnRH, além da
época do ano.
Cada animal passou previamente por seleção que consistiu de avaliação
clínica. No período das colheitas, o estado geral do animal foi novamente
observado, para descartar possíveis causas de alterações nos parâmetros
seminais, que não fosse pelo tratamento. O tempo de cada tratamento (cinco
meses) poderia influenciar pelo menos dois ciclos espermáticos. Possíveis
deficiências nutricionais que afetam a reprodução poderiam alterar a qualidade
do men desses cães. Todos os tipos de ração foram ingeridas ao longo do
ano, evitando um possível efeito de sazonalidade na qualidade do sêmen,
conforme descrevem FELDMAN e NELSON (1996) e HAFEZ & HAFEZ (2003),
apesar de MARTINS (2005) concluir em seu trabalho que os parâmetros
seminais pré e pós congelação não se alteram com a época do ano.
No decorrer dos anos, diversos testes foram desenvolvidos para avaliar a
qualidade das amostras seminais nas diferentes espécies. Porém, apenas
recentemente as relações entre os mesmos estão sendo aos poucos
desvendadas (HERRERA et al., 2004; QUINTERO-MORENO et al. 2004). A
metodologia utilizada nesse trabalho é recomendada por diversos autores como
MARTINS (2005), CHIRINÉA (2008) e reproduzida mundialmente. Os
parâmetros macroscópicos e microscópicos do sêmen foram avaliados. Para
35
isso, foi estabelecido um limite mínimo de qualidade para uso das amostras de
cada animal, de acordo com os valores observados dos mesmos.
Apesar de um dos cães apresentar um dos testículos menor que o
contralateral (testículo direito do animal Chorão), e este não foi excluído do
grupo experimental. A avaliação do sêmen desse animal refletiu pouco na
qualidade do sêmen, comparado com os outros cães e, em média, aceitável.
Todos os valores da análise do sêmen obtidos encontraram-se dentro da
faixa normal descrita para a espécie canina, ao longo do experimento (OETTLÉ,
1993; JOHNSTON et al., 2001).
Os cães que compuseram o grupo experimental apresentavam qualidade
de sêmen considerado bom, com médias de motilidade e vigor em torno de 80%
e 7,5, respectivamente. O sêmen congelado apresentou grande queda na
motilidade, mas isso ocorreu nos três grupos de tratamento, ou seja,
provavelmente foi influenciado pela técnica de congelação. Os resultados de
motilidade pós-descongelação tiveram média de 40%, diferente dos autores
CHIRINÉA (2008) 78%; PENA E LINDE-FORSBERG (2000) 65% e MARTINS
(2005) próximo de 50%. Objetivou-se com este trabalho avaliar a influência da
nutrição na qualidade do sêmen fresco e congelado, e para isso, a cnica de
congelação foi padronizada, de acordo com a técnica descrita por MARTINS
(2005), com algumas modificações.
O vigor no sêmen fresco foi avaliado de forma subjetiva, por pontuação,
conforme sugere a literatura consultada (FELDMAN & NELSON, 1996; CBRA,
1998; JOHNSTON et al., 2001, MARTINS, 2005, CHIRINÉA, 2008). O
equivalente para o sêmen congelado foi a avaliação da porcentagem de células
móveis em movimento progressivo avaliados pela técnica computadorizada
(CASA). Os resultados obtidos também foram baixos, porém não variaram entre
os grupos de rações, conforme as tabelas 4 e 5. O método de avaliação
computadorizada (CASA) apresenta resultados de forma mais objetiva, retirando
o efeito do observador (RIJSSELAERE et al., 2005).
A concentração espermática variou pouco ao longo dos tratamentos, não
apresentando diferenças significativas. Segundo Oéttle (1993), existe correlação
36
positiva entre motilidade, vigor e concentração e negativa com defeitos de
morfologia, na avaliação da qualidade do sêmen. Essa informação condiz com
os resultados encontrados neste trabalho, apesar de não termos realizado
análises para confirmar tal correlação, observamos que os melhores resultados
apresentavam alta concentração, boa motilidade e vigor, e menor quantidade de
defeitos de morfologia.
O exame morfológico dos espermatozóides mostrou um número baixo de
defeitos, sendo 99% defeitos secundários (edema ou destacamento de
acrossomo, cabeça e cauda livre, gotas citoplasmáticas, cauda enrolada ou
fortemente enrolada). Alguns desses defeitos encontrados podem ser causados
pela manipulação, choque térmico e processo de congelação. Defeitos,
principalmente os de cabeça, podem afetar a fertilidade, porém alguns deles
podem ser compensados com o aumento na concentração espermática durante
o processo de IA. Porém, alguns defeitos não são compensados com esse
procedimento (MOCÉ & GRAHAM, 2008). Os valores obtidos dos cães avaliados
foram aceitáveis. Segundo critérios do Manual para Exame Andrológico e
Avaliação de Sêmen Animal, do CBRA- Colégio Brasileiro de Reprodução
Animal (1998). Os defeitos primários encontrados não passaram de 1%.
Tanto no sêmen fresco quanto no congelado foram baixos os defeitos
encontrados, em média não passaram de 10% do total de células examinadas.
Em dois animais, numa colheita apenas, esse número passou a
aproximadamente 26%, porém foi um caso isolado, provavelmente causado pela
manipulação do material (a maioria dos defeitos encontrados constituía-se de
cauda enrolada).
Dentre os efeitos deletérios da criopreservação do sêmen, danos no
acrossomo são os mais frequentes (MARTINS-BESSA et al., 2008). Para
diminuir esses danos, vários diluentes foram testados, assim como a adição de
substâncias como vitaminas, proteínas, que possuem efeito antioxidante. As
membranas dos espermatozóides dos mamíferos são ricas em ácido graxos poli-
insaturados, que são sensíveis as espécies reativas de oxigênio (ROS), que
causa danos por peroxidação lipídica (SHEWEITA et al., 2005; MARTINS-
37
BESSA et al., 2008). Neste trabalho, o diluente utilizado foi o mesmo para todos
os grupos de ração, ou seja, tentou-se avaliar o efeito da qualidade da ração na
criopreservação do sêmen canino. Observou-se que existiu diferea entre as
rações A (Econômica) e B (Premium), tendo a segunda menor quantidade de
alterações morfológicas que a primeira. O outro tipo de ração (Super premium)
não diferiu de A, nem de B. Pode-se sugerir um possível efeito dos componentes
das rações interferindo na congelabilidade do sêmen. Apesar dessa diferença, a
quantidade de defeitos encontrada foi pequena, sendo considerada dentro da
normalidade, segundo o manual do CBRA (1998).
A avaliação ultrassonográfica de testículos e próstata foi compatível com as
descrições da literatura. Possíveis alterações nos exames poderiam influenciar
na qualidade do sêmen, o que não ocorreu. A próstata apresenta o parênquima
com ecogenicidade variável, semelhante a do baço, aspecto difusamente
grosseiro. O tamanho varia com a idade, raça, maturidade sexual e processos
patológicos (CARVALHO, 2004). O exame ultrassonográfico também pode ser
utilizado para aspiração direta em biópsia de lesões identificadas (FELDMAN &
NELSON, 1996).
O exame dos testículos, tanto a avaliação ultrassonográfica quanto as
medidas foram compatíveis com a idade dos animais, com exceção de um dos
cães, ao exame, o testículo menor apresentava menor ecogenicidade
comparado ao contralateral Já nos outros cães, os testículos apresentaram
parênquima homogêneo, com fina cápsula hiperecogênica (túnica albugínea) e
uma estrutura linear delgada, hiperecogênica central, orientada
longitudinalmente, chamada mediastinum testis (mediastino ou linha mediastinal)
que é a extensão fibrosa da túnica albugínea (CARVALHO, 2004).
38
6. CONCLUSÃO
Os resultados obtidos no presente estudo permite-se concluir que:
1- A análise da qualidade do sêmen fresco, de cães da raça Beagle, adultos,
alimentados com três rações comerciais, não revelou diferença nos parâmetros
avaliados, sugerindo que todas foram nutricionalmente completas e balanceadas
2- A análise do sêmen congelado, não foi diferente nos três tratamentos, nos
parâmetros motilidade e movimento progressivo.
3- Animais alimentados com a ração Premium apresentaram menos defeitos de
morfologia espermática do sêmen pós descongelamento, que a ração
Econômica, porém não diferiu da ração Super premium.
4- Ao longo do tratamento, não foram observadas diferenças no exame
ultrassonográfico de próstata e testículos, assim como suas medidas,
permanecendo compatíveis com a idade dos cães.
5- Nos cães adultos utilizados neste experimento, tratados por cinco meses com
cada ração, não existiu interferência positiva ou negativa da dieta na qualidade
do sêmen.
39
7. REFERÊNCIAS
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48
ANDICE
Tabela 8- Análise Hematológica média dos animais, dentro de cada grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009.
Contagem Global
Ração A Ração B Ração C
He (cel/mm
3
) 7220,0 ± 249,2
b
7484,2 ± 291,0
b
7341,1± 218,2
b
Leu (cel/mm
3
) 11011,1±249,2
a
8201,6 ± 1275,6
a
9944,4 ± 838,17
a
Hb (g/dL) 15,5 ± 0,3
b
16,1 ± 0,2
a
16,0 ± 0,5
ab
Ht (%) 45,8 ± 1,5
a
47,3 ± 1,4
a
46,4 ± 1,5
a
Plaquetas
(cel/mm
3
)
212500,0 ±
15417,1
a
223555,5 ±
14449,9
a
192000,0 ±
14950,8
a
Contagem Diferencial
Basófilos 0,4 ± 1,5
a
0,2 ± 0,2
a
0,4 ± 0,2
a
Eosinófilos 8,5 ± 0,9
b
6,2 ± 0,86
ab
4,3 ± 1,0
a
Neutrófilos Bast. 1,4 ± 0,8
ab
1,6 ± 0,6
ab
0,7 ± 0,3
b
Neutrófilos Seg. 62,3 ± 2,4
a
60,8 ± 2,5
a
63,2 ± 2,5
a
Linfócitos 25,2 ±1,6
a
28,0± 2,2
a
28,8± 1,9
a
Monócitos 2,2 ± 0,4
a
2,2 ± 0,7
a
2,3 ± 0,40
a
Não houve diferenças estatísticas entre os grupos, todos se encontram dentro dos
valores de normalidade para cães.
Tabela 9- Análise dos parâmetros bioquímicos médios, dentro de cada grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009.
Ração A Ração B Ração C
ALT (U/dL) 29,6 ± 6,0
a
31,1 ± 4,0
a
48,1 ± 9,64
b
Creatinina
(mg/dL)
0,95 ± 0,0
ab
0,90± 0,0
b
0,94 ± 0,0
ab
FA (U/L) 52,7 ± 8,4
a
53,2 ± 8,1
a
58,8 ± 8,6
a
PT (g/dL) 6,5 ± 0,1
b
6,6 ± 0,2
b
7,0 ± 0,3
ab
Albumina (g/dL) 3,0 ± 0,1
b
3,1 ± 0,0
b
3,2 ± 0,0
b
Uréia (mg/dL) 28,2 ± 4,3
b
38,7± 5,9
b
32,9 ± 3,2
b
* - Médias diferentes pelo teste T-Pareado (p<0,05).
49
Tabela 10- Análise média da urina dos animais, dentro de cada grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009.
Urinálise
Ração A Ração B Ração C
Densidade 1019 ± 0,0
b
1026± 0,0
ab
1,034 ± 0,0
c
pH 7,5 ± 0,3
b
7,0 ± 0,3
ab
5, 7± 0,2
c
Sedimentoscopia
Pt (mg/dL) 0,38±0,16
A
0,22±0,08
A
0,27±0,14
A
He () 0,05±0,05
A
0,05±0,05
A
0,27±0,08
A
Leu () 1,44±0,32
A
1,33±0,32
A
1,66±0,46
A
Cilindros
Granulosos
0,05±0,05
A
0,16±0,08
A
0,16±0,11
A
Fosfato Triplo 1,55±0,81
A
1,27±0,65
A
0
A
Céls. Epiteliais de
Transição
1,22±0,26
A
0,83±0,20
A
1,44±0,24
A
a,b – médias sem uma letra em comum na mesma linha são diferentes pelo
teste de Tukey (p<0,05)
A, B – médias sem uma letra em comum na mesma linha são diferentes pelo
teste de Kruskal-Wallis (p<0,05)
Tabela 11- Idade dos cães da raça Beagle que compuseram o grupo
experimental, Jaboticabal/SP, 2009.
Beagles (idades até 02/05/2008)
Nome
Idade
Defeitos espermáticos totais
(média %)
Piano 3A e 5meses 5,2
Rancho 3A e 11meses 3,3
Biscoito 4A e 5 meses 5,1
Bolero 4A e 5 meses 2,9
Tang 4A e 8 meses 6,5
Chapéu 4A e 8 meses 5,8
Chorão 6A e 5 meses 3,9
Billy 6A e 10 meses 4,2
50
Tabela 12-
Componentes do diluente para o sêmen canino elaborado por ROTA
et al. (1997) - ROTA A., STRÖM B., LINDE-FORSBERG C.,
RODRÍGUEZ-MARTÍNEZ H. Effects of Equex STM paste on viability
of frozen-thawed dog spermatozoa during in vitro incubation at 38ºC.
Theriogenology 1997; 47: 1093-1101.
Componentes Quantidade
TRIS 2,4 g
Ácido Cítrico.H
2
O 1,4 g
Glicose 0,8 g
Glicerol 7 mL
Benzil penicilina 0,06 g
Sulfato de Estreptomicina 0,1 g
Gema de ovo 20 mL
Equex STM paste (Nova Chemical Sales,
Scituate, Inc., MA, USA)
1 mL
Água Ultra-pura (Milli Q) Completar para 100 mL
pH: 6,48
Osmolaridade: 1370 mOsm
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