Segundo Kochhann et al. (2000), a compactação do solo é entendida como o
aumento da sua densidade, resultante da complexa interação entre os processos
físicos, químicos e biológicos diretamente relacionados com sua massa/volume. Ela é
variável num mesmo tipo solo, alterando-se, espacial e volumetricamente, conforme a
variação da estrutura e da textura. Também, tende a aumentar com a profundidade do
perfil, sobretudo pela diminuição do teor de matéria orgânica. Desta forma, foram
relatados valores gerais desse atributo variando entre 1,40 a 1,80 kg·dm
-3
. Por outro
lado, nos solos de textura arenosa seus valores foram de 1,20 a 1,40 kg·dm
-3
, ao passo
que nos de textura argilosa, entre 1,00 a 1,25 kg·dm
-3
(KIEHL, 1979; CAMARGO &
ALLEONI, 1997; REICHARDT, 2004). Por outro lado, em relação aos níveis críticos da
densidade do solo, Bowen (1981) considerou que valores em torno de 1,55 kg·dm
-3
para solos franco-argilosos e argilosos, e de 1,85 kg·dm
-3
para solos arenosos, podem
afetar o crescimento das raízes e conseqüentemente a produtividade vegetal.
De maneira geral, pode-se afirmar que, quanto mais elevada for à densidade
global do solo, maior será sua compactação, menor será sua estruturação, menor será
sua porosidade total e conseqüentemente, maiores serão as restrições para o
crescimento e desenvolvimento das plantas (KIEHL, 1979).
Os níveis críticos de resistência mecânica para o crescimento radicular das
plantas variam com o tipo de solo e com a espécie cultivada. Entretanto, quando obtida
no momento em que a umidade do solo estiver equivalendo a 2/3 da microporosidade
(solo friável/macio), a maioria dos trabalhos adota a seguinte classificação de
resistência à penetração (RP), estabelecida por Arshad et al. (1996): a) extremamente
baixa: RP < 0,01 MPa; b) muito baixa: 0,01 ≤ RP < 0,1 MPa; c) baixa: 0,1 ≤ RP < 1,0
MPa; d) moderada: 1,0 ≤ RP < 2,0 MPa; e) alta: 2,0 ≤ RP < 4,0 MPa; f) muito alta: 4,0 ≤
RP < 8,0 MPa e g) extremamente alta: RP > 8,0 MPa.
Outro fator importante está na uniformidade das sementes de uma mesma
espécie e cultivar, além de possíveis tratamentos que as mesmas podem sofrer para
que se possa evitar o ataque de patógenos e pragas do solo. Os produtos utilizados
para o tratamento das sementes, tais como inoculantes, inseticidas e fungicidas,
alteram seu coeficiente de atrito dificultando que as mesmas se alojem nos alvéolos