Download PDF
ads:
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO E DO DESPORTO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Desenvolvimento de uma formulação cólon específica
visando o tratamento da colite ulcerativa
Toshiyuki Nagashima Júnior
NATAL - RN
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Desenvolvimento de uma formulação cólon específica
visando o tratamento da colite ulcerativa
Toshiyuki Nagashima Junior
Tese apresentada à Universidade Federal do Rio
Grande do Norte para a obtenção do título de
Doutor em Ciências da Saúde pelo Programa de
Pós-Graduação em Ciências da Saúde
ORIENTADOR: Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito
NATAL - RN
2009
ads:
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
COORDENADORA DO PROGRAMA DE PÓS GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA
SAÚDE:
Prof
a
Dr
a
. TÉRCIA MARIA DE OLIVEIRA MARANHÃO
NATAL - RN
2009
iv
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Desenvolvimento de uma formulação cólon específica
visando o tratamento da colite ulcerativa
Toshiyuki Nagashima Junior
Presidente da banca:
Prof. Dr. Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito
Banca examinadora:
Prof
a
. Dr
a
. Nereide Stela Santos Magalhães
Prof. Dr. Ivan da Rocha Pitta
Prof. Dr José Brandão Neto
Prof. Dr. Matheus de Freitas Fernandes Pedrosa
v
Agradeço a meus pais, familiares, a
minha esposa e aos meus amigos por
todo o apoio e incentivo emocional e
psicológico dado durante todo o período
de dedicação ao Doutorado.
vi
AGRADECIMENTOS
Ao professor, orientador e amigo E. Sócrates Tabosa do Egito pela
orientação científica, entusiasmo, otimismo, satisfação e motivação em adquirir o
conhecimento que fez desenvolver em mim à vontade de ser cientista.
Aos Professores do Curso de Farmácia da UFRN pela formação
acadêmica durante o curso de graduação.
Aos caros Professores do Programa de Pós-graduação em Ciências da
Saúde da UFRN (PPGCSA) pela formação exercida durante o desenvolver deste
Doutorado.
À Profª e colega de laboratório Ivonete Batista de Araújo pela ajuda
constante e pelos momentos de descontração no Laboratório de Sistemas
Dispersos (LASID).
Ao meus colegas de Doutorado, Bolívar Ponciano Goulart de Lima
Damasceno e Kattya Gyselle de Holanda e Silva, por todo o companheirismo e
exemplo de espírito científico.
Aos meus colegas de iniciação científica, Mestrado e Doutorado do
LASID, em especial a equipe de Sistemas de Liberação Cólon Específica,
constituída por Acarília Eduardo, Elquio Eleamen, Henrique Marcelino, Larissa
Muratori, Monique Salgado, Mônica Honório e Ana Patricia.
Ao Prof. Dr. Luís Alberto Lira Soares pela atenção e sugestões no
desenvolver das pesquisas de laboratório.
Aos funcionários do PPGCSA, pela disponibilidade e colaboração.
Aos funcionários da Coordenação e do Departamento de Farmácia
pela boa vontade e colaboração direta durante a caminhada do Doutorado.
A todos os colegas de profissão que direta ou indiretamente
contribuíram de alguma forma para a realização deste trabalho.
E muito especialmente à minha família, pelo apoio e conforto
durante todo o tempo, aos meus pais Toshiyuki Nagashima e Iris Dantas
Nagashima; meus irmãos Rodrigo Dantas Nagashima e Leonardo Dantas
vii
Nagashima e minha esposa, Vanessa Melissa Souza da Silva Nagashima todo o
meu agradecimento.
viii
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS X
RESUMO XI
1 – INTRODUÇÃO 1
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA 4
2.1–NOVOS SISTEMAS TERAPÊUTICOS ........................................................ 4
2.2 M
ÉTODOS DE OBTENÇÃO DE MICROPARTÍCULAS.................................... 7
2.3 S
ISTEMAS DE LIBERAÇÃO CONTROLADA EM NÍVEL DE CÓLON ............... 10
2.3.1 A
SPECTOS BIOLÓGICOS DO CÓLON 11
2.3.2 M
OTILIDADE DO CÓLON 14
2.3.3 T
RÂNSITO DE SÓLIDOS NO CÓLON 14
2.3.4 A
FLORA BACTERIANA DO CÓLON 15
2.4 C
LASSIFICAÇÃO DOS SISTEMAS DE LIBERAÇÃO DE FÁRMACOS CÓLON
ESPECÍFICOS
............................................................................................. 16
2.5 X
ILANA ............................................................................................ 20
3 - OBJETIVOS 22
4 – ARTIGOS ANEXADOS 23
4.1–ARTIGOS PUBLICADOS ...................................................................... 23
4.1.1 P
REPARATION OF MICRO AND NANOPATICLES FROM CORN COBS
XYLAN
23
4.1.2 S
YNTHESIS AND CHARACTERIZATION OF XYLAN COATED MAGNETITE
MICROPARTICLES
33
4.1.3 I
NFLUENCE OF THE LIPOPHILIC EXTERNAL PHASE COMPOSITION ON
THE PREPARATION AND CHARACTERIZATION OF XYLAN
MICROCAPSULES
: ATECHINCAL NOTE 40
4.2–A
RTIGO SUBMETIDO PARA PUBLICAÇÃO.............................................. 45
4.2.1 X
YLAN FROM CORN COBS, A PROMISING POLYMER FOR DRUG
DELIVERY PRODUCTION AND CHARACTERIZATION
45
ix
5 – COMENTÁRIOS CRÍTICAS E CONCLUSÕES 67
6 – REFERÊNCIAS 71
ABSTRACT 77
x
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1:
Representação anatômica do cólon. 12
FIGURA 2:
Pró-fármaco polimérico contendo o agente ativo (5-ASA)
conjugado covalentemente.
17
FIGURA 3:
Comportamento de um polímero de liberação em nível de
cólon (A); nos meios ácido (B) e alcalino (C).
18
FIGURA 4:
Representação esquemática da degradação enzimática de
uma microcápsula induzida pela microflora colônica.
19
FIGURA 5:
Estrutura química da xilana. 21
xi
RESUMO
Os sistemas micro e nanoparticulados têm sido cada vez mais
utilizados por promoverem um aumento da eficácia de um determinado
medicamento bem como redução da toxicidade de fármacos potentes. A
descoberta e pesquisa de materiais poliméricos, naturais e sintéticos, permitiram
o desenvolvimento de inúmeros sistemas terapêuticos. A microencapsulação é
um processo com o qual finas camadas de um revestimento constituídas de uma
matéria prima polimérica inerte, de origem natural ou sintética, são depositadas
ao redor de partículas sólidas micronizadas ou gotículas. A xilana é um polímero
natural abundantemente encontrado na natureza, representando mais de 60%
dos polissacarídeos presentes na parede celular dos vegetais de grande porte,
entre eles o sabugo de milho. Ela é normalmente digerida em nível de cólon
durante a degradação residual de carboidratos, realizada por um conjunto de
enzimas bacterianas existentes no trato gastro intestinal. Desta maneira, este
polímero tornou-se uma matéria prima elegível para o desenvolvimento de
carreadores cólon específicos.
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial tecnológico da xilana
para o desenvolvimento de uma formulação visando a liberação de fármacos no
cólon para o tratamento de distúrbios inflamatórios intestinais. Inicialmente, foi
avaliado a capacidade de xilana formar micropartículas pela técnica da
coacervação. Posteriormente, foi estudada uma nova técnica de obtenção de
xii
microcápsulas com núcleo hidrofílico pela técnica da reticulação polimérica
interfacial. Depois, sua habilidade de formar sistemas gastrorresistentes foi
avaliada com as micropartículas magnéticas, em seguida, foi avaliada a influência
da composição da fase externa na produção e diâmetro médio das microcápsulas
de xilana produzidas por reticulação interfacial, bem como as propriedades
tecnológicas da xilana, visando a sua aplicação em outras formas farmacêuticas.
1
1 - INTRODUÇÃO
O interesse pelo desenvolvimento de novos sistemas de liberação
de fármacos é de suma importância para a concepção de novas formulações,
otimizar preparações farmacêuticas e contribuir para estabelecer alternativas
terapêuticas modernas, mais eficientes, com efeitos adversos minimizados. Estes
novos sistemas de liberação controlada representa uma área das ciências da
saúde na qual, envolve a multidisciplinaridade científica, em função do
aprimoramento do tratamento terapêutico em benefício à saúde.
A eficácia, intensidade e duração da resposta terapêutica de um
determinado fármaco dependem, não somente do fármaco em questão, mas sim
de um sistema composto pelo fármaco/forma farmacêutica/organismo. Neste
sistema trifásico, os fatores inerentes à forma farmacêutica são os mais
susceptíveis de sofrerem modificações, no qual os novos sistemas terapêuticos
apresentam diversas vantagens quando comparados as formas farmacêuticas
convencionais, permitindo ao organismo aproveitar ao máximo o fármaco
administrado, obtendo-se assim, sua máxima biodisponibilidade.
Atualmente, no mercado farmacêutico, existem diversas formas
farmacêuticas com a capacidade de modificar a liberação dos princípios ativos
nelas veiculado. Estes sistemas, na maioria das vezes, têm sido obtidos
utilizando-se diversos tipos de materiais poliméricos em sua composição, além de
alterar a liberação do fármaco, estes novos sistemas de liberação podem também
possibilitar o uso de um determinado fármaco, tradicionalmente utilizado na
terapêutica clinica, que possui ação limitada quando veiculado em formas
2
farmacêuticas convencionais, permitindo assim um novo modelo de tratamento
terapêutico, mais cômodo e eficaz para o paciente. Na área das ciências da
saúde, a pesquisa científica relacionada a tecnologia farmacêutica cresceu e
diversificou rapidamente, impulsionando o desenvolvimento destes novos
sistemas terapêuticos nas últimas décadas (1-3). Com o advento dos novos
sistemas terapêuticos, cada vez mais os polímeros vêm sendo estudados e
empregados na obtenção de sistemas microparticulados, objetivando modificar a
liberação do fármaco, diminuir seus efeitos adversos, ou protegê-lo do meio
externo (2). A técnica da microencapsulação consiste em aplicar finas camadas
de revestimento polimérico na superfície de partículas sólidas ou gotículas,
formando assim uma barreira externa ao redor de um núcleo tanto de caráter
hidrofílico quanto lipofílico, possibilitando assim, o controle da liberação do seu
conteúdo. Existem diversas tecnologias de preparação para se obter um sistema
microparticulado, como por exemplo: a coacervação, a reticulação interfacial, a
nebulização por aspersão e secagem, a extração com solventes emulsivos (4-9),
dentre outros.
Ao redor do planeta, existem diversas matérias primas sendo
descartadas sem nenhum tipo de beneficiamento, ao passo que o sabugo de
milho, uma matéria prima abundante em nosso estado, que tem demonstrado ser
uma ótima fonte de polímeros naturais, possuindo entre os seus constituintes a
xilana. Esta é um polímero natural e trata-se do maior componente da
hemicelulose vegetal. Os polímeros naturais, cuja cadeia principal é formada de
carboidratos, são relativamente seguros e mais biocompatíveis (10, 11), por
serem degradados por enzimas bacterianas presentes na flora normal do cólon
(11).
3
O intestino grosso é dividido em ceco, apêndice vermiforme, cólon
ascendente, cólon descendente, cólon transverso, cólon sigmóide e reto (12). A
função básica do cólon é reabsorver água, podendo também realizar a
fermentação de carboidratos, graças à microflora local. Trata-se de um órgão de
grande calibre, com tempo de trânsito elevado e que possui pH em torno de 5,5 –
7,0 (13).
O objetivo deste estudo foi avaliar o potencial tecnológico da xilana
para o desenvolvimento de uma formulação visando à liberação de fármacos no
cólon para o tratamento de distúrbios inflamatórios intestinais. Foram avaliados a
capacidade de xilana formar micropartículas pela técnica da coacervação e
reticulação interfacial polimérica, a habilidade de formar sistemas
gastrorresistentes, protegendo as micropartículas de magnetita com xilana, a
influência da composição da fase externa na produção das microcápsulas de
xilana produzidas por reticulação interfacial, bem como as propriedades
tecnológicas da xilana, visando a sua aplicação em outras formas farmacêuticas.
4
2 – REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 – Novos sistemas terapêuticos
Atualmente, existem diversas maneiras de se administrar um
determinado fármaco no organismo humano. Na verdade, são utilizadas as mais
variadas formas farmacêuticas e diversas vias de administração para se obter
sucesso na terapêutica (1, 14). Todas as formas farmacêuticas existentes têm o
intuito de facilitar a administração do fármaco pelo controle da dose a ser
administrada, pela comodidade de administração, pela estabilidade do fármaco
e/ou pela redução do número de administrações, o conjunto de todas essas
atribuições das formas farmacêuticas contribuem para o sucesso do tratamento
multidisciplinar terapêutico, e com isso o bem estar do paciente (3).
O principal objetivo de muitos sistemas terapêuticos consiste em
liberar o fármaco e permitir que este atinja concentrações plasmáticas ou níveis
de concentração adequados nos tecidos, em fase estacionária, que sejam
terapeuticamente efetivos e não tóxicos (15). De fato, a obtenção dos níveis
plasmáticos constante de um determinado fármaco é o principal objetivo das
pesquisas, durante a fase biofarmacêutica, de desenvolvimento de formas
farmacêuticas de liberação controlada. Normalmente, este objetivo é alcançado
pelo controle da velocidade de liberação do fármaco com relação à forma
farmacêutica e da velocidade de absorção do fármaco pelo organismo
empregando tais sistemas (3, 15).
5
A expressão “liberação controlada” é utilizada para identificar
sistemas de administração de fármacos que são concebidos para se atingir um
efeito terapêutico prolongado, através da liberação do fármaco em uma
velocidade constante um determinado período de tempo após a administração de
uma única dose do produto farmacêutico (3, 15, 16). A tecnologia farmacêutica
envolvida no controle de liberação de fármacos representa uma das fronteiras da
ciência que envolve uma equipe multidisciplinar com o intuito de contribuir com o
tratamento terapêutico, visto que estes sistemas oferecem inúmeras vantagens se
comparados com os sistemas convencionais, tais como: o aumento da eficácia,
redução da toxicidade, maior adesão do paciente ao tratamento, correção
(mascaramento) do sabor indesejável de um fármaco, dentre outros (5, 14, 17-
20). Existem diversos sistemas terapêuticos que promovem a liberação controlada
de um fármaco. Micropartículas, nanopartículas, lipossomas e bombas osmóticas
são exemplos de tais sistemas (1, 14, 21).
Para se obter um novo princípio ativo, o investimento é de
aproximadamente 500 milhões de dólares e investe-se de 10 a 12 anos de
trabalho. Por outro lado, o custo do desenvolvimento de novos sistemas
terapêuticos é de 20-50 milhões de dólares num período de 3 – 4 anos (1). Com o
desenvolvimento de um novo sistema terapêutico, as moléculas ditas “antigas”
adquiriram um novo comportamento, visto que a incorporação da mesma a um
novo sistema terapêutico pode melhorar significantemente a sua performance em
termos de eficácia, segurança e adesão do paciente ao tratamento (1). Existe
atualmente, uma grande variedade de sistemas terapêuticos e dosagens para
alguns fármacos que permitem à equipe de saúde determinar o início e a duração
da terapia. Carreadores coloidais de fármacos, como emulsões submicrônicas,
6
nanopartículas e lipossomas têm atraído bastante interesse nos últimos anos,
principalmente os sistemas capazes de veicular fármacos lipofílicos por via
intravenosa e os que induzem a liberação do fármaco em um determinado órgão
alvo (22).
Micropartículas representam uma classe de carreadores,
constituídos basicamente por polímeros, possuindo forma esférica com diâmetro
inferior a 2000 Pm, contendo um princípio ativo em seu interior (16, 23).
Atualmente este sistema vem sendo estudado para modular a ação de um
fármaco, como estratégia para a estabilização de fármacos, proteínas e DNA
recombinante, frente a agentes como luz ou pH, bem como para mascarar as
características organolépticas de diversas substâncias. Outro aspecto de
interesse inerente aos sistemas microparticulados é que eles permitem uma
rápida e uniforme distribuição por toda a superfície do intestino, proporcionando
menor variação na absorção. Além disso, as micropartículas atravessam o
estomago com uma velocidade superior a dos alimentos, permanecendo menos
tempo expostas à degradação pelo pH ácido. O esvaziamento gástrico de
sistemas com diâmetro abaixo de 1mm é praticamente tão rápido quanto o
esvaziamento gástrico de líquidos, ocorrendo em poucos minutos, independente
da alimentação. Elas podem ser classificadas em microcápsulas e microesferas.
A microencapsulação é uma tecnologia recente e que está em
rápida expansão por permitir modificar as propriedades dos fármacos
encapsulados (6, 24). Este processo consiste em aplicar finas camadas de
revestimento polimérico de origem natural ou sintética, na superfície de partículas
sólidas ou gotículas de líquidos. As primeiras patentes surgiram nos Estados
Unidos na década de 50, com a utilização das microcápsulas de tinta pela
7
industria gráfica, mas foi a partir da década de 70 que surgiu maior interesse e
aplicabilidade para esta técnica. Esta técnica possui um amplo uso na área
farmacêutica (medicamentos e cosméticos), como também em outras áreas tais
como na indústria química e agro-química, na indústria têxtil, alimentícia e na
indústria gráfica (7, 18, 20, 25-28).
A microesfera pode ser definida como uma partícula homogênea ou
monolítica onde o princípio ativo é dissolvido ou disperso em uma matriz
polimérica contendo uma rede de poros pelo qual o princípio ativo é difundido
para o meio externo (29).
A principal diferença entre os dois tipos de micropartículas consiste
nos seus respectivos mecanismos de liberação do fármaco. Microesferas utilizam
prioritariamente a difusão passiva do fármaco e sua cinética de liberação é
controlada pelo tamanho da molécula do princípio ativo e pelo grau de reticulação
do polímero. Por outro lado, as microcápsulas liberam o seu conteúdo graças a
ruptura da membrana polimérica que envolve o núcleo (4).
2.2 – Métodos de obtenção de micropartículas
Microcápsulas poliméricas podem ser preparadas utilizando vários
processos, tais como a coacervação por separação de fases, reticulação
interfacial, evaporação do solvente, nebulização, extração com solventes
emulsivos, fluidização em ar, secagem ou congelamento por aspersão, entre
outras tecnologias (4-6, 13). A escolha do método depende das propriedades
8
físico-químicas do polímero e do fármaco, e devem apresentar as seguintes
características:
- manutenção ou melhora da estabilidade e atividade do fármaco.
- perfil reprodutível, de liberação do fármaco
- alta eficiência de encapsulação
- as micropartículas devem apresentar bom fluxo, não apresentando
agregação ou aderência.
A coacervação por separação de fases é o método de preparação
mais utilizado, pois pode ser realizado com vários tipos de polímeros. Este
método consiste em separar um sistema coloidal, que provém de duas fases
líquidas, sob a forma de coágulos ou flocos (5, 6, 30). Há dois tipos de
coacervação: a simples, que envolve a deposição de uma simples camada
polimérica, e a coacervação complexa, que é indicada quando há mais de um
polímero interagindo para formar uma parede polimérica envolvendo o núcleo,
que pode ser de caráter lipofílico ou hidrofílico (2, 30).
A extração com solventes emulsivos é uma técnica explorada por
muitos autores, e envolve dissolução do polímero e princípio ativo, em uma fase
orgânica imiscível com água. A emulsão formada entre a fase orgânica e a água é
então emulsionada e a fase orgânica é então removida com a adição de um
solvente hidrofóbico, pouco ativo, em um sistema emulsionado formado por uma
solução de um polímero em uma mistura de acetona e etanol. O solvente
hidrofóbico é adicionado numa concentração tal que permita a extração de
resíduos poliméricos solúveis formando a microesfera (31).
A técnica de evaporação do solvente é um processo onde o
polímero encontra-se dissolvido em um solvente volátil, o qual é imiscível na fase
9
líquida do veículo de produção (2). O material a ser encapsulado encontra-se
disperso na solução do polímero de revestimento onde, mediante agitação, o
material de revestimento do núcleo é disperso no líquido de processamento para
se obter a micropartícula do tamanho desejado; essa mistura é então aquecida
para evaporar o solvente do sistema causando a precipitação do mesmo (32-34).
O método de microencapsulação através de secagem por aspersão
(spray-drying) consiste na dispersão do material a ser encapsulado em uma
solução contendo o polímero de revestimento (2). Em seguida, por atomização da
mistura sobre a corrente de ar quente obtém-se as micropartículas. Esse ar
aquecido fornece energia suficiente para remover o solvente a partir do material a
ser revestido proporcionando que este precipite na superfície do material que
estava em suspensão, formando assim o produto encapsulado (35, 36).
A reticulação interfacial é um processo que ocorre em meio líquido,
consistindo, basicamente, em duas etapas: a produção de uma emulsão e a
reticulação do polímero. Para a preparação da emulsão, utilizam-se dois líquidos
imiscíveis, no qual o polímero encontra-se solubilizado nas gotículas desta
emulsão. O tamanho das partículas dependerá diretamente do tamanho da
gotícula. O passo seguinte é a reticulação, induzida por um agente reticulante no
sistema, proporcionando a deposição do polímero na interface da gotícula,
formando assim a microcápsula (7, 8, 28, 37-40).
Esses processos podem conduzir tanto à formação de
microcápsulas quanto de microesferas e o seu uso é limitado de acordo com as
características dos polímeros e princípios ativos empregados.
10
2.3 – Sistemas de liberação controlada em nível de cólon
A via oral é considerada a via de administração de fármacos mais
conveniente ao paciente. A atenção dada sobre a absorção oral de fármacos é
voltada, em sua grande maioria, para o estômago e para o intestino delgado,
onde a maioria dos medicamentos administrados por esta via são normalmente
dissolvidos nos fluidos gástrico e/ou intestinal, sendo absorvidos nestas regiões
(13, 41, 42). Recentemente, foi demonstrado que alguns fármacos, como a
teofilina, diclofenaco, metoprolol e oxprolol, possuem a capacidade de serem
absorvidos tanto pelo intestino delgado quanto pelo intestino grosso (13). Hoje em
dia é largamente aceito que o cólon é um órgão de absorção de xenobióticos e
que esta absorção pode ser aumentada com o uso de moduladores. Nos últimos
anos os sistemas de liberação cólon específicos tem sido alvo de grande
interesse, dada a sua capacidade de absorção de uma gama de fármacos, porém,
o interesse principal da vetorização de fármacos para o cólon consiste no
tratamento de distúrbios inflamatórios intestinais, principalmente distúrbios
causados por colite ulcerativa e doença de Crohn (41, 43-46), bem como no
tratamento de câncer de cólon, patologia de alta prevalência em pacientes de
ambos os sexos. Atualmente, o processo de absorção pode ser controlado e
modulado por sistemas especiais de liberação em nível de cólon. Os sistemas
seletivos de liberação de fármacos nesta região tornaram-se possíveis graças ao
desenvolvimento de novos polímeros para uso farmacêutico, possibilitando o
desenvolvimento de diversos tipos de revestimentos com o propósito de liberar o
fármaco especificamente no cólon (13, 47, 48). Por causa da sua localização
distal no trato gastrointestinal, o sistema de liberação cólon específico deve ser
11
dotado de algumas particularidades, tais como: proteger o fármaco das condições
fisiológicas adversas encontradas no estômago, e prevenir a liberação do fármaco
tanto no estômago quanto no intestino delgado (41, 44, 46).
2.3.1 – Aspectos biológicos do cólon
O intestino grosso é dividido em ceco, apêndice vermiforme, cólon
ascendente, cólon descendente, cólon transverso, cólon sigmóide e reto (12)
(Figura 1). Ele possui aproximadamente 1,5 m de comprimento, dos quais cerca
de 13 cm para o cólon ascendente, 38 cm para o cólon transverso, 25 cm para o
cólon descendente e 35 cm para o cólon sigmóide(49). Superficialmente, o cólon
apresenta saculações e sua musculatura é longitudinal, restrita a três fibras
musculares denominadas de tênias. O cólon, ao contrário do intestino delgado, é
bastante calibroso e não apresenta vilosidades, reduzindo assim a superfície de
absorção (12, 13). O pH do cólon depende diretamente do tipo de alimentação
ingerida; de uma maneira geral, varia entre 5,5 e 7,0 (13, 41, 45), possuindo
concentração bacteriana de 10
11
– 10
12
UFC/mL(49).
12
Figura 1: Representação anatômica do cólon (http://www.uoregon.edu acessado
em 08.10.2003)
A doença de Crohn é uma doença crônica inflamatória intestinal, de
origem não conhecida e de acometimento focal, que atinge geralmente o íleo e o
cólon, podendo afetar qualquer parte do trato gastrointestinal. Muitos danos são
causados por células imunológicas que atacam uma ou mais partes dos tecidos
do tubo digestivo, mas não há certeza de etiologia auto-imune (49). Os sintomas e
tratamentos dependem do doente, mas é comum haver dor abdominal, diarreia,
perda de peso e febre. Atualmente não há cura para esta doença, no entanto os
tratamentos permitem alívio dos sintomas e melhoria de qualidade de vida.
A doença de Crohn é uma das principais doenças inflamatórias
intestinais. A outra é a colite ulcerosa, que difere em vários detalhes. Muitos
Cólon
ascendente
Cólon
transverso
Cólon
descendente
Cólon
Sigmóide
13
acreditam que a doença de Crohn e a Colite ulcerosa são duas manifestações
extremas de um mesma patologia intestinal subjacente.
A colite ulcerativa (CU) é uma doença inflamatória crônica de
origem desconhecida que acomete o intestino grosso, porém, restringindo-se ao
cólon. É descrita como um processo inflamatório que compromete o intestino
grosso, fazendo com que a mucosa intestinal se apresente inflamada, vermelha,
coberta de muco e com ulcerações. Estima-se que a incidência populacional da
CU esteja entre 3 a 7 casos por ano para cada 100.000 habitantes. A CU não se
pode ser erradicada nem ser estabelecida a sua cura definitiva; desta forma, o
tratamento fica limitado ao controle sintomático da doença, inclusive com a
possibilidade de reverter situações mais graves de sintomas e sinais
exacerbados.
Por se tratar de doenças sem tratamento específico, as patologias
inflamatórias do cólon são um transtorno para boa parte da população, visto que
curso evolutivo dessa moléstia continua sendo, às vezes, imprevisível e o
tratamento frustrante, tanto para o médico como para o paciente que permanece
com as fortes dores abdominais dispondo de poucos tratamentos que venham a
reduzir estas fortes dores. Para pacientes com a doença por longo tempo em que
é difícil ou impossível controlar com medicamentos atualmente encontrados no
mercado, a cirurgia é uma opção.
Os antiinflamatórios bloqueiam a ação de prostaglandinas,
mensageiros químicos de natureza lipídica, que são capazes de veicular a dor e a
inflamação. A inibição da biossíntese das prostaglandinas, demonstrada
experimentalmente, é considerada fundamental no mecanismo de ação do
diclofenaco e de outros antiinflamatórios não esteroidais.
14
2.3.2 – Motilidade do cólon
O cólon possui algumas características bastante distintas do
estômago e do intestino delgado e desenvolve basicamente três funções
fisiológicas essenciais ao organismo, como a reabsorção de água, a fermentação
residual de carboidratos e o estoque e propulsão do material fecal. A atividade
motora do cólon depende da densidade calórica dos alimentos ingeridos, onde
quanto mais calórica for a dieta maior será a sua atividade motora. Os lipídeos
administrados oralmente são capazes de estimular a motilidade do cólon
diferentemente das proteínas e dos aminoácidos; porém, para haver uma
resposta motora do cólon faz-se necessário o contato dos lipídeos com a mucosa
gástrica ou com a mucosa duodenal. Desta forma durante a nutrição parenteral,
onde os lipídeos são administrados por via intravenosa, o cólon não apresenta
atividade motora (13, 48).
2.3.3 – Trânsito de sólidos no cólon
O cólon possui um elevado tempo de retenção, este processo
representa de 18 a 144h, no qual apresenta duração média de trânsito de 33
horas, em indivíduos do sexo masculino, e de 47 horas em indivíduos do sexo
feminino, podendo variar de acordo com a cultura e os costumes da população
(13). Em se tratando do volume do material transportado pelo colon, foi
determinado que quanto maior o volume da substância mais rápida será a sua
15
eliminação pelo cólon. Sendo assim, quanto menor for a forma farmacêutica,
maior será a permanência desta no cólon, o que proporcionará um aumento do
tempo de liberação de um determinado fármaco, e conseqüentemente, um melhor
tratamento terapêutico (13, 41).
2.3.4 – A flora bacteriana do cólon
O trato gratrointestinal humano é composto por um vasto
ecossistema de microrganismos aeróbicos e anaeróbicos, existindo mais de 400
espécies de bactérias no cólon com predominância de bactérias anaeróbicas.
Para obter energia para as funções celulares, a flora bacteriana residente no
cólon é capaz de fermentar alguns dissacarídeos, oligossacarídeos e
polissacarídeos não absorvíveis(48). Além de preservar o fármaco durante o
transito da forma farmacêutica no trato gastrointestinal, um sistema de liberação
cólon específico deve ser desenvolvido para utilizar as características fisiológicas
específicas do cólon, e assim promover a liberação do fármaco do seu interior
(50). Os polímeros originários da parede celular de vegetais como a celulose e a
hemicelulose, são susceptíveis a fermentação pela presença de algumas enzimas
glicosídicas como a amilase, pectinase, xilanase, E- xilanosidase, E-D-glucosidade
e E-D-galactosidade (11, 13, 46, 51, 52). Os produtos finais da fermentação
colônica são os ácidos graxos de cadeia curta e a sua deficiência pode ser uma
possível causa da colite ulcerativa.
16
2.4 – Classificação dos sistemas de liberação de fármacos cólon
específicos
De uma maneira geral são propostos quatro sistemas básicos para a
liberação localizada do fármaco no cólon: os pró-fármacos, os sistemas pH-
dependentes, os sistemas tempo dependentes e os sistemas que são degradados
pela microflora bacteriana (44, 45).
A utilização de pró-fármacos constitui um dos mais estudados
sistemas de liberação de fármacos em nível de cólon. Pró-fármaco é uma
molécula farmacologicamente inativa obtida a partir da formação de ligações
covalentes entre o fármaco e o carreador, que após sofrer uma reação
espontânea ou enzimática, ocasiona a liberação da molécula ativa (Figura 2).
Alguns problemas, como a instabilidade de certas moléculas terapêuticas que
ocorrem no trato gastrointestinal podem ser eliminados com a utilização do pró-
fármaco, uma vez que o princípio ativo será liberado apenas no cólon. Exemplos
de pró-fármacos são os constituídos por azo compostos; degradados graças a
capacidade que algumas bactérias, denominadas de azoredutases, residentes no
cólon, possuem de reduzir os grupamentos nitro e azo liberando assim o fármaco
(41, 46).
17
Figura 2: Pró-fármaco polimérico contendo o agente
ativo (5-ASA) conjugado covalentemente (41).
Outra maneira de se liberar fármacos de sistemas cólon específicos
é o mecanismo controlado pelo pH. Tal mecanismo baseia-se na diferença
existente entre o pH extremamente ácido do estômago e o pH neutro ou
levemente ácido do intestino grosso. Sistemas com esta característica são
capazes de proteger o fármaco no estômago e liberar rapidamente o fármaco na
parte terminal do intestino delgado e início do cólon (Figura 3). Desta forma, a
liberação dos fármacos no cólon a partir destes sistemas dependerá do tipo de
polímero a ser utilizado, do tempo de trânsito da forma farmacêutica no intestino
delgado e do estado de saúde do paciente, visto que um paciente portador de um
distúrbio inflamatório intestinal severo possui pH do cólon em torno de 1 a 5,
prejudicando assim, a liberação do princípio ativo por este mecanismo (13, 41,
45).
18
Figura 3: Comportamento de um polímero de liberação em
nível de cólon (A), nos meios ácido (B) e alcalino (C)
(53).
As formas farmacêuticas desenvolvidas para liberar o princípio ativo
no cólon em função do tempo apresentam um período sem liberação de
fármacos, denominado de “lag time”. O cólon, ao contrário do estômago, possui
um tempo médio de trânsito constante, apresentando poucas variações. Para que
um fármaco seja liberado no cólon, a estratégia de tais sistemas é a de proteger o
fármaco do meio gástrico. Neste caso, o “lag time” será o tempo de trânsito
intestinal da boca ao cólon e dependerá, usualmente, da espessura do
revestimento do sistema, do pH, de uma alteração na pressão osmótica, ou até da
ruptura do revestimento pelo intumescimento do núcleo (41).
O último mecanismo capaz de liberar um fármaco de sistemas cólon
específicos é aquele induzido pela microflora bacteriana. A microflora colônica é
capaz de produzir ampla variedade de enzimas, incluindo as azoredutases, várias
glicosidases, estearases, amidases e xilanases, possibilitando a existência de
sistemas cólon específicos. Alguns aspectos têm que ser considerados durante o
desenvolvimento dos sistemas ditos biodegradáveis para liberação em nível de
cólon, tais como: insolubilidade do polímero em água e permeabilidade polimérica
bastante lenta. Estas propriedades tem o objetivo de prevenir a liberação
H
+
OH
-
A B C
19
prematura do fármaco tendo em vista que a concentração de microrganismos
capazes de degradar tal polímero é baixa (45). Um grande número de
polissacarídeos como a amilose, goma guar, pectina, quitosana, ciclodextrinas e
dextranos têm sido estudados para a preparação de fármacos cólon específicos
(46, 54). Como estes polissacarídeos são geralmente solúveis em água, eles
devem ser submetidos a um tratamento, como por exemplo a reticulação e a
derivação hidrofóbica, para tornarem-se insolúveis (46, 54). Uma outra classe de
polímeros degradados pelas enzimas bacterianas cólon específicas e insolúveis
em água são a xilana, quitosana, pectina, goma guar, inulina, amilose e alginato
(41).
Os sistemas cólon específicos são desenvolvidos para permanecer
intactos no estômago e intestino delgado; ao passar pelo cólon, tal sistema
entrará em contato com as enzimas produzidas pela microflora local, capazes de
degradar o polímero que compõe a forma farmacêutica (Figura 4), liberando
assim o conteúdo do seu núcleo no cólon (41).
Figura 04: Representação esquemática da degradação
enzimática de uma microcápsula cólon induzida
pela microflora colônica.
Degradação
enzimática
20
2.5 – Xilana
Os avanços científicos relacionados aos polímeros permitiram o
desenvolvimento de várias classes de matérias primas. Algumas propriedades
dos polímeros tais como hidrofila, aspereza e energia de superfície ditam a
biocompatibilidade com os tecidos e o sangue. Desta forma, faz-se da seleção do
polímero, especialmente com relação à biocompatibilidade, o primeiro passo para
a produção de sistemas de liberação de fármacos. O processo de produção
também tem que ser levado em consideração, pois alguns aditivos utilizados
durante a reticulação podem degradar um fármaco (55).
Sistemas cólon específicos induzidos pela microflora necessitam de
polímeros com características especiais que permitam a sua degradação pelas
enzimas oriundas das bactérias pertencentes a microflora natural do cólon (13,
51, 56). Xilana (Figura 5), quitosana, pectina, goma guar, amilose e alginato são
exemplos de tais polímeros (41, 46).
A xilana é um polissacarídeo de vasta aplicabilidade na indústria
farmacêutica (56), Ela é o maior componente da hemicelulose vegetal,
constituindo 15 a 30% da parede celular de vegetais de grande porte
(hardwoods), 7 a 10% de vegetais de pequeno porte (softwoods) e acima de 30%
em plantas sazonais (10, 11, 52, 57).
Ela é o segundo biopolímero mais abundante do reino vegetal, e é utilizada
em diversos segmentos industriais como, por exemplo, na indústria de papéis, na
indústria têxtil e na indústria de alimentos (56, 58-60). Sua abundância na
natureza é comparável a da celulose e a do amido. Ela é encontrada em grande
quantidade, especialmente, no sabugo e talo das espigas de milho; nas cascas
21
dos grãos e nos caules dos cereais, e nas cascas de aveia. Sua composição
química corresponde a unidades de D-anidroxilose ligada por pontes glicosídicas
E-1,4. Entretanto, dependendo do vegetal do qual esse polissacarídeo é extraído,
pode-se encontrar resíduos de ácido glicurônico e seus derivados e resíduos de
arabinose e xilose, como substituintes em diversos pontos na cadeia principal (10,
58, 59, 61). Trata-se de uma substância insolúvel em água e solúvel em soluções
alcalinas, capaz de sofrer hidrólise enzimática, sendo convertida a xilose por uma
classe de enzimas denominada de xilanases. Tais enzimas são produzidas por
algumas espécies bacterianas (11, 51), existentes no organismo humano e
localizadas em nível de cólon, tornando assim possível a produção de uma forma
farmacêutica de liberação colônica (29, 41, 62). As xilanases estão classificadas
em um grupo de enzimas denominada glicosil hidroxilase 10 e 11,
desempenhando papel importante por serem capazes de degradar materiais
oriundos de vegetais, sendo estes fontes de carbono essenciais para as bactérias
(10).
Figura 5: Estrutura química da xilana (59)
22
3 – OBJETIVOS
Objetivo Geral
Este trabalho tem como objetivo geral o desenvolvimento de um sistema
microparticulado, preparado a partir de um polímero abundante em todo o reino
vegetal: a xilana.
Objetivos Específicos
- Caracterizar a xilana obtida
- Avaliar as propriedades tecnológicas da xilana obtida e seu potencial na
tecnologia farmacêutica de novos sistemas de liberação de fármacos;
- Produzir micropartículas de xilana pelo método da reticulação interfacial;
- Avaliar a propriedade gastrorresistente da xilana através do
desenvolvimento de um sistema de magnetita e xilana, visando à proteção da
magnetita do meio gástrico;
- Avaliar a influência do meio externo na produção das microcápsulas de
xilana;
23
4 – ARTIGOS ANEXADOS
4.1 – Artigos publicados
4.1.1 - Preparation of micro and nanoparticles from corn cobs xylan
Publicado no periódico Polymer bulletin, Volume 46, number 5 / June, 2001.
Xilana, uma hemicelulose extraída de sabugo de milho, foi utilizada
para preparar micro e nanopartículas. Inicialmente, foi realizada uma análise
química da xilana extraída. Posteriormente, as partículas foram preparadas pela
técnica da coacervação, baseado na neutralização de uma solução alcalina,
contendo a xilana dissolvida, com uma solução ácida. Foram avaliados a
influencia da concentração polimérica (2,85 a 100mg/ml) e da presença de
tensioativo (0,6 a 1,8%). Neste trabalho foi demonstrado que a neutralização de
uma solução alcalina contendo xilana, com uma solução ácida de HCl ou de ácido
acético, foram capazes de gerar micro e nanopartículas, e que a concentração de
tensioativo influencia tanto na morfologia, quanto no diâmetro de partícula.
24
25
26
27
28
29
30
31
32
33
4.1.2 – Synthesis and characterization of xylan-coated magnetite
microparticles.
Publicado no periódico International Journal of Pharmaceutics, Volume 334,
Issue 1-2, pages 42-47.
Este artigo avaliou um método para revestir partículas
superparamagnéticas com o intuito de protegê-las da dissolução em meio
gástrico. Inicialmente, as partículas magnéticas foram produzidas por
coprecipitação dos sais de ferro em meio alcalino. Após sua obtenção, as
partículas foram revestidas com xilana pela técnica da reticulação polimérica
interfacial e caracterizadas por difração de raios X, granulometria, análise
macroscópica, análise termogravimétrica e magnometria de amostra vibrante. Os
ensaios de dissolução in vitro, no pH gástrico, foram realizados tanto para as
partículas de magnetita, quanto para as partículas de magnetita revestidas com
xilana. Os resultados da caracterização demonstraram a viabilidade do método de
revestimento, em proteger as partículas magnéticas da dissolução gástrica. Estes
sistemas podem ser promissores para a administração via oral.
34
35
36
37
38
39
40
4.1.3 - Influence of the lipophilic external phase composition on the
preparation and characterization of xylan microcapsules - A Technical Note.
Publicado no periódico AAPS PharmSciTech, Volume 9, issue 3, pages
814-817.
Diversos polímeros vem sendo amplamente utilizados na área
farmacêutica, com o intuito de desenvolver sistemas de liberação cólon
específicos. A xilana é um polímero natural, normalmente hidrolisado pelas
xilanases presentes no cólon humano. O objetivo deste estudo foi avaliar a
influencia da composição da fase externa lipofílica, na preparação de
microcápsulas de xilana. As microcápsulas foram produzidas por reticulação
polimérica interfacial utilizando três diferentes fases lipofílicas:
clorofórmio/cilohexano, óleo de soja e triglicerídios de cadeia média. As
micropartículas obtidas foram caracterizadas quanto ao diâmetro médio, pH e
aspecto visual e microscópico. Os resultados demonstraram que as
microcápsulas de xilana podem ser obtidas utilizando diferentes fases lipofílicas.
41
42
43
44
45
4.2 – Artigo Submetido para publicação
4.2.1 - Xylan from corn cobs, a promising polymer for drug delivery:
Production and characterization
Submetido ao periódico Biorresource Technology.
Muitos autores têm relatado diversos efeitos benéficos atribuídos a
xilana, como a ação inibitória sobre atividade mutagênica, efeitos antiflogisticos,
poucos estudos foram realizados, visando um estudo sistemático sobre as
propriedades tecnológicas deste polímero. As amostras da xilana foram extraídas
seguindo um protocolo com diversas etapas e o pó obtido foi analisado por
espectroscopia no infravermelho e caracterizado com relação ao diâmetro de
partícula, densidade, índice de compressibilidade, fator de Hausner e ângulo de
repouso. O resultado obtido com a espectroscopia no infravermelho mostrou-se
eficaz para avaliar a conformação estrutural da xilana. Os resultados tecnológicos
demonstraram que a xilana obtida pode ser definida como um material de baixa
densidade e de fluxo ruim.
46
Xylan from corn cobs, a promising polymer for drug delivery:
Production and characterization.
Acarília Eduardo da Silva
1
, Elquio Eleamen Oliveira
1,2
, Toshiyuki Nagashima
Júnior
1
, Monique Christine Salgado Gomes
1
, Larissa Muratori Aguiar
1
, Henrique
Rodrigues Marcelino
1
, Ivonete Batista de Araújo
1
, Anselmo Gomes de Oliveira
3
and Eryvaldo Sócrates Tabosa do Egito
1
¹ Laboratório de Sistemas Dispersos (LASID), Departamento de Farmácia,
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Natal – RN
² Centro de Ciências Biológicas e Sociais Aplicadas (CCBSA), Universidade
Estadual da Paraíba, João Pessoa - PB
3
Departamento de Fármacos e Medicamentos, Faculdade de Ciências
Farmacêuticas, UNESP, Rodovia Araraquara - Jaú km 01, 14801-902 Araraquara
– SP - Brazil
* Corresponding author: E. Sócrates Tabosa do Egito, PhD.
UFRN – CCS – Departamento de Farmácia
Rua Praia de Areia Branca, 8948.
CEP: 59094-450
Phone: +55 84 94 31 88 16
Fax: + 55 84 32 15 43 55
E-mail address: [email protected]
47
ABSTRACT
Although many authors have reported several beneficial effects attributed to xylan,
such as inhibitory action on mutagenicity activity, antiphlogistic effects, and
mitogenic and comitogenic activities, few papers have investigated a systematic
study on the technological properties of this polymer. The water-insoluble xylan
samples were extracted from corn cobs following several steps. The obtained
powered sample was analyzed by infrared spectroscopy and characterized
regarding their particle size, bulk and tap densities, compressibility index,
compactability, Hausner ratio, and angle of repose. According to the results,
infrared spectroscopy was shown to be able to evaluate the xylan structural
conformation. In addition, rheological data demonstrated that xylan powder
obtained from corn cobs may be characterized as a material with low density and
very cohesive flow properties.
Key words: xylan; biopolymer; Fourier transform infrared; flow properties;
bioresource.
48
1. Introduction
Xylan is the second most abundant biopolymer in the plant kingdom
(Ebringerova and Hromadkova, 1999; Garcia et al., 2000). It is not only the most
common hemicellulose but also the major non-cellulosic cell wall polysaccharide of
angiosperms, grasses, and cereals, where it occurs in many different compositions
and structures. Its main chain is constituted of D-xylopyranose units in the
backbone linked through 1 ĺ 4 glycosidic bonds. The majority of D-xylans have
other sugars in side chains, such as 4-O-methyl-D-glucuronic acid, O-acetyl-L-
arabinose, L-arabinose, and D-glucuronic acid (Ebringerova and Hromadkova,
1999; Garcia et al., 2000).
Corn cobs contain a considerable amount of xylan-type hemicelluloses,
which were recognized as a satisfactory source of xylose by early studies (Ai et
al., 2005; Collins et al., 2005). The corn cob xylan can be characterized by two
different structural types. One is a low-branched arabinoglucuronoxylan, which is
mostly water-insoluble (wis-X), and the second is a highly branched water soluble
heteroxylan (ws-X) (Hromadkova et al. 1999).
In previous papers, the xylan isolated from corn cobs has been shown to be
applicable as an additive in papermaking and textile printing, as well as in the
pharmaceutical industry (Hromadkova, 1999). Several beneficial effects
associated to xylans have been reported by many authors. For instance, inhibitory
action on mutagenicity activity and heating seems to increase the detoxification
ability of dietary fibers, antiphlogistic effects, and both mitogenic and comitogenic
activities (Ebringerova and Hromadkova, 1997; Ebringerova et al., 1998;
Ebringerova et al.1995; Ebringerova et al. 2002; Kayserilioglu et al., 2003). An
49
important characteristic of wis-X is its ability to remain intact in the physiological
stomach environment and small intestine. This property, together with the
presence of specific enzymes for colon biodegradability, makes this copolymer a
suitable raw material for the medical field, especially as a colon-specific drug
carrier (Ebringerova and Heinze, 2000; Rubinstein, 1995; Silva et al., 2007; Sinha
and kumria, 2001).. Nevertheless, only a few papers have investigated the
properties of this polymer and the influence of such characteristics on the
application of xylan in the pharmaceutical field.
The aim of the present work was to extract the structural wis-X xylan-type
from corn cobs. In addition, an analytical method to identify the extracted xylan
was proposed. The pharmaceutical properties of this polymer were also
characterized.
2. Methods
2.1. Materials
Chloroform, cyclohexane, ethanol, polysorbate
®
20, polysorbate
®
80, and
sodium hydroxide were purchased from Vetec Chemical (Brazil); terephthaloyl
chloride, acetic acid, methanol, and isopropanol were purchased from Sigma
Chemical Co. (USA). Xylan samples were obtained after extraction from corn cobs
in our laboratory.
2.2. Xylan extraction
50
The polymer was extracted from corn cobs following the technique
described by Garcia et al. (2000) with some modifications. After grinding, the dried
corn cobs were dispersed in water under stirring for 24h. Then, the sample was
treated with 1.3% (v/v) sodium hypochlorite in order to remove impurities.
Afterwards, an alkaline extraction was carried out by using 4% (v/v) sodium
hydroxide solution. The extract was neutralized with acetic acid, and xylan was
separated by settling down after methanol addition. Subsequently, several
washing steps were performed by using methanol and isopropanol. Finally, the
sample was filtered and dried at 50°C.
2.3. Fourier transforms infrared FTIR spectroscopy.
The powered samples were analyzed by infrared spectroscopy measured in
KBr translucent pellets using a Thermo Nicolet Nexus 470 FTIR
spectrophotometer.
2.4. Morphology and particle size analysis
Morphology analysis of xylan powder was conducted by microscopy on a
scanning electron microscope (XL 30 ESEM, Philips, The Netherlands).
The frequency of the size distribution and mean particle diameter of xylan
were analyzed using a laser light scattering particle size analyzer (Cilas, 920L -
France). The technique is based on the principle of Fraunhofer diffraction to
determine the particle size of diluted suspensions. Samples were pretreated using
51
a dispersing agent (sodium hexametaphosphate) to inhibit flocculation and then
dispersed and homogenized (Silva et. Al., 2007).
2.5. Flow properties
2.5.1. Powder Densities
Samples (n = 3) of 2g of xylan were placed into a 25mL glass graduated
cylinder and their volumes were measured. Then, the graduated cylinder was fixed
to a mountain plate autotap apparatus (Varian Inc., USA) and run for 1250 taps.
The volume (V) and number of taps were recorded after 10, 500 and 1250 taps.
The bulk density (ȡbul) was calculated as the ratio of the net weight (m) and the
initial volume powder (V
0
). The tap density (ȡtap) was calculated as the ratio of the
net weight (m) and the final volume powder (V
1250
), as illustrated in Equations (1)
and (2) below (Foster and Leatherman, 1995).
0
V
m
bul
U
(1)
1250
V
m
tap
U
(2)
2.5.2. Compressibility index and Hausner ratio
The compressibility index and the Hausner ratio were calculated using
Equations (3) and (4).
100u
tap
bultap
U
U
U
(3)
52
bulk
tap
U
U
(4)
2.5.3. Angle of repose
The samples (n=3) of xylan were sifted through a glass funnel with 8 mm in
diameter. A constant distance of 7cm was maintained between the funnel and the
base for all analyses. The powder was allowed to flow through the funnel onto the
base, forming a cone-shaped powder heap. A graduated ruler was used to
measure the height of the powder cone and the diameter of the circle. The angle
of repose was measured using the height and the radius of the cone to calculate
its tangent (Foster and Leatherman, 1995).
3. Results and discussion
3.1. Extraction process
Since agricultural waste is annually generated on a massive scale, xylan
extracted from corn cobs may be considered as a potential resource of raw
material for the pharmaceutical industry. The most abundant sources of xylans
include many agricultural crops such as straw, sorghum, sugar cane, corn stalks
and cobs, and hulls and husks from starch production, as well as forest and
pulping waste products from hardwoods.
The process of solubilization of the xylan polymer with sodium hydroxide
solution followed by the polymer precipitation by methanol provided yield around
11 ± 1.4% (n = 3), which is a satisfactory value when compared with those of
53
classical procedures previously related ( Ebringerova et al., 1998; Ebringerova et
al., 2002; Hromadkova et al., 1999). The obtained sample showed to be a
yellowish fine powder. This characteristic, in addition to the capability that xylan
presents to undergo a specific colon biodegradability (Rubinstein, 1995), suggests
the feasibility of this polymer as an excipient for solid dosage form to produce
targeted drug delivery.
3.2. Fourier transforms infrared spectroscopy
The xylan infrared spectrum (Figure 1) revealed a broad absorption band at
3405 cm
-
¹ that can be attributed to the OH stretching associated to polar groups
linked through intra- and intermolecular hydrogen bonding (Sun et al., 2005b).
Normally, this band occurs as a result of the association between the polymers
and its intensity is influenced by the polymer concentration present in the analyzed
sample. Furthermore, not only the absorption band at 3405 cm
-
¹ but also the band
at 1160 cm
-
¹ is characteristic of glycosidic groups, the latter being assigned to CC
and COC stretching vibrations in hemicelluloses (Sun et al., 1998; Xu et al, 2004).
Additionally, a band at 2920 cm
-
¹ was detected and is indicative of CH stretching
vibrations due to CH
2
and CH
3
groups. A sharp band at 1635 cm
-
¹ was also
detected and is related to HOH stretching, which occurs mainly in the amorphous
state and crystalline spectra measured in KBr, and belongs to the absorbed water
(Kacurakova et al., 1998). According to previous studies, the absorption band
observed at 1637 cm
-
¹ has been attributed to hydration water present in xylan-type
polysaccharides (Kacurakova et al., 1998). A band due to CH
2
stretching
vibrations was observed near 1460cm
-
¹. Moreover, an absorption band near 1375
54
cm
-
¹ was detected and it is due to the CH bending vibration present in cellulose
and hemicellulose chemical structures (Sun et al., 1998). The prominent band at
1044 cm
-
¹ is also associated to hemicelluloses and is attributed to the C-OH
bending. Finally, a sharp band at 897 cm
-
¹, which is typical of ȕ-glycosidic linkages
between the sugar units in hemicelluloses, was detected in the anomeric region
(Sun et al., 2005a) (Fig. 3). The infrared spectroscopy was shown to be able to
identify the main organic functions and chemical bonds present in the main and
side chains of corn cob xylan. Therefore, such analytical method may be
considered a useful and suitable tool for the characterization of xylan.
3.3. Morphology and particle size analysis
Figure 2 shows the scanning electron photomicrograph of the xylan
extracted from corn cobs. As can be seen, the xylan powder consists of a mixture
of aggregated and non-aggregated particles with irregular morphology, a spherical
shape, and a rough surface.
Laser diffraction was employed to analyze the size distribution of xylan
(Figure 3). The mean diameter was calculated by “The Particle Expert” software
from Cilas equipment, and consisted of the De Brouckere mean diameter (Silva et
al., 2007). The mean particle size of the xylan was found to be 30.53 ± 1.5 μm. It
was also determined that about 90%, 50%, and 10% of the sample was smaller
than 65.39 ± 1.76, 23.34 ± 1.2, and 7.68 ± 0.54 μm, respectively. Figure 3 shows
that the particle size of the xylan was uniformly distributed around the average
value with a unimodal distribution.
55
The span index was used to analyze the polydispersity in the particle size
distribution. It is defined as (D90 – D10) / D50, where D10, D50, and D90 are the
respective particle sizes at 10, 50, and 90% cumulative percentage undersize. The
span index of xylan particles was 2.47, indicating a low polydispersity for this
material.
Properties such as particle size and morphology are important factors in
designing composite materials for medical purposes, such as biomedical implants,
ceramics, and pharmaceutical tablets. For solid dosage forms, it is well known
(Narayan and Hancock, 2005) that the particle properties of excipients and drug
compounds affect their brittle-ductile transition characteristics, packing behavior,
and tableting performance. The characteristics seen in the morphology and size of
xylan particles are attributed to manufacturing conditions employed. However, it is
expected that the morphology of the particles will not only affect the bulk density
and moisture levels, but it can also influence the rehydration characteristics and
volatile losses (Foster and Leatherman, 1995).
3.4. Flow properties
Tapped bulk density, or simply tapped density, is the maximum packing
density of a powder achieved under the influence of well-defined, externally
applied forces. The minimum packed volume thus achieved depends on a number
of factors including particle size distribution, true density, particle shape, and
cohesiveness due to surface forces including moisture. Therefore, the tap density
of a material can be used to predict both its flow properties and its compressibility.
On the other hand, the Hausner ratio (Hausner, 1967) and the
compressibility index (Carr, 1995), which are measures of interparticle friction and
56
the potential powder arch or bridge strength and stability, respectively, have been
widely used to estimate the flow properties of powders. According to Wells, a
Hausner ratio value of less than 1.20 is indicative of good flowability of the
material, whereas a value of 1.5 or higher suggests a poor flow displayed by the
material (Wells, 1988). The compressibility index is also called the Carr index.
According to Carr (1995), a value between 5 and 10, 12 and 16, 18 and 21, and 23
and 28 indicates excellent, good, fair, and poor flow properties of the material,
respectively. The Hausner ratio and Carr's index values obtained for xylan are
listed in Table 1 and suggest that xylan presents extremely poor flow properties.
The higher Hausner ratio and the Carr index values of xylan were expected
because of its irregular and rough structure, which facilitates entanglements
between particles, and consequently, displays poor flow properties (Kumar et al.,
2002; Nunthannid et al., 2004).
Although the Hausner ratio and compressibility index have been extensively
used in preliminary evaluation of the flow behavior of particulate systems, they are
presented as indirect measurements. Therefore, other methods have been
frequently applied, as can be seen in the literature. Such methods tend to reach a
higher fidelity among the results and the powder technological characteristics
since they are known as rheological dynamic measurements. The angle of repose,
which evaluates the flowability of powders through an orifice onto a flat surface, is
an example of direct measurement (Foster and Leatehrman, 1995).
When a free-flowing powder or granulate material is passed through an
orifice onto a flat surface, a cone-shaped pile of the material is formed. The angle
of repose is determined by the internal angle between the surface of the pile and
the horizontal surface. By the observation of the angle of repose, it is possible to
57
verify the flowability of particulate materials since angles of repose higher than 30°
are typical of fair flowing to very cohesive powders (Foster and Leatehrman,
1995).
According to the mean angle of repose determined for the xylan particles
(40.70°), it may be concluded that the powder has a cohesive flow behavior. This
is due to the small and irregular shape of the sample obtained in this study. The
fine particles of xylan, having high surface-to-mass ratios, are more cohesive than
coarser particles; hence, they are more influenced by gravitational force. In
addition, it is generally believed that the flowability of powders decreases as the
shapes of particles become more irregular.
58
4. Conclusion
The main purpose of this work was to obtain and characterize xylan powder
from corn cobs. Shape and morphology, size distribution, densities, compressibility
index, Hausner ratio, and angle of repose of the powder were investigated,
resulting in useful information for medical and pharmaceutical applications of this
polymer. Fourier transform infrared spectroscopy was found to be an eligible
technique to identify the xylan polymer. The xylan powder was characterized as a
material with low density and poor and non-free flow. Those properties may
provide relevant information and guidelines for processes which require the
knowledge of the flow properties of a xylan powder, particularly for that obtained
from corn cobs.
In fact, although xylan powder presented unfavorable properties for its
application in solid dosage form, this polymer has been shown as a promising
material for the development of colon-specific delivery systems. Kayserioglu et al.
(2003) showed that xylan can be used as an additive to produce biodegradable
films. Silva et al (2007) and Nagashima et al. (2008) developed xylan-based a
microparticulate system with applications for image analyses and for treatment of
Crohn’s disease, respectively.
ACKNOWLEDGEMENTS
The authors are grateful to BNB, CNPq, and Capes for the financial support,
CTPETRO-INFRA I and FINEP/LIEM for the SEM analyses; Professor Dr. Luiz
Alberto Lira Soares for the contribution of the mechanical characterization, and for
59
the Department of Chemistry of UFRN for FTIR analyses. The authors are also
grateful to Glenn Hawes, M.Ed., The University of Georgia, for editing this
manuscript.
60
61
62
FIGURE CAPTIONS
Figure 1 - FT-IR spectrum of xylan powder extracted from corn cobs.
Figure 2 - SEM photomicrograph of xylan powder after extraction from corn cobs.
Figure 3 – Size distribution of xylan powder extracted from corn cobs.
63
TABLE
Table 1 - Rheological properties of xylan powder extracted from corn cobs
Property Value (±standard deviation )
Bulk density 0.1336(±0.0029) g/ml
Tap density 0.2256(±0.0059) g/ml
Compressibility index 40.77(±0.0035) %
Hausner ratio 1.68(±0.01)
Compactability 32.6(±0.1) mL
1
Angle of repose 40.70(±3.2318)º
1
extrapolating the values to 100mL
64
Figure 1
65
Figure 2
66
Figure 3
67
5 – COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E CONCLUSÕES
A possibilidade de dar continuidade à formação superior com uma
visão multidisciplinar foi bem recebida e muito proveitosa. A oferta de orientadores
com perfil nas diversas áreas do conhecimento permite ao aluno de pós-
graduação a condição de escolher se este deseja seguir a mesma linha de
pesquisa, iniciada no mestrado, ou buscar novos rumos que possam
complementar e ampliar a sua formação.
Participo das pesquisas científicas utilizando a xilana desde o
segundo período da minha graduação, quando ingressei no LASID e comecei a
colaborar no desenvolvimento das micropartículas de xilana, que na época era
obtida por coacervação. Durante este período de iniciação científica, o LASID era
um laboratório que contava com pouco recurso financeiro, porém, a falta de
recurso financeiro nunca foi obstáculo para impedir o desenvolvimento científico.
No início do meu mestrado em Ciências Farmacêuticas, decidimos confeccionar
as micropartículas pelo método da reticulação polimérica interfacial, dando início a
esta nova etapa deste projeto, que ao longo destes anos tem dado inúmeros bons
resultados do ponto de vista de publicações e formação acadêmica de
estudantes, que assim como eu, tiveram oportunidade de iniciação científica,
mestrado e doutorado.
A realização do meu Mestrado e Doutorado se insere neste
processo que também incluiu o surgimento de algumas dificuldades como
obtenção de reagentes, implementação de metodologias e acesso a
equipamentos para caracterização dos nossos sistemas.
68
Ao longo do percurso, os obstáculos foram sendo superados,
permitindo o alcance dos objetivos e o estabelecimento de conclusões:
1. A xilana, por ser oriunda de um processo extrativo, possuía
variações significativas, no tocante a suas características físico-
químicas. Em virtude dessas variações, foram fixadas as
variáveis do processo assegurando as características da xilana
obtida entre os lotes. A xilana obtida foi então caracterizada.
2. Um outro objetivo encontrado para a obtenção das
microcápsulas de xilana por reticulação interfacial, foi adaptar a
metodologia proposta por Levy, 1990, visto que em sua
publicação as microcápsulas eram produzidas com Amido. Fato
este que nos obrigou a testar as variáveis do processo para a
obtenção de um sistema mais uniforme
3. Dada a tendência mundial da redução da utilização de solventes
orgânicos, foram avaliadas três composições diferentes para a
fase externa e avaliar a sua influência.
4. Incorporar um fármaco nas microcápsulas e avaliar a sua
influência sobre as características das microcápsulas.
Para atingir os objetivos deste trabalho, o qual estou engajado desde
o ano de 1998, foram desenvolvidas diversas atividades, as quais resultaram em
diversas parcerias científicas, e na produção de quatro artigos científicos,
publicados em periódicos internacionais, alem de outros três artigos em redação.
O meu primeiro artigo, publicado no Polymer Bulletin durante a
realização do meu Mestrado em Ciências Farmacêuticas, despertou o interesse
69
internacional, sendo citado seis vezes, das quais, três foram feitas por Anna
Ebringerova, uma das pesquisadoras que mais publica artigos científicos
utilizando a xilana extraída de sabugos de milho. Além do interesse apresentado
por Anna Ebringerova, pesquisadora sênior do Instituto de Química Localizado na
cidade de Bratislava
/Eslováquia, esta pesquisadora concentra as suas pesquisas
na aplicação de polissacarídeos vegetais na industria alimentícia farmacêutica,
cosmética entre outras. Este artigo despertou interesse também em Thomas
Heinze, um pesquisador de renome internacional, que publicou vinte e seis artigos
sobre polissacarídeos somente no ano de 2008, pesquisador do centro de
excelência na pesquisa de polissacarídeos, localizado na Universidade Friedrich
Schiller/Alemanha.
Ter o artigo citado por tais pesquisadores confirma a relevância do
tema, que já gerou duas dissertações de Mestrado e uma tese de Doutorado e
cuja pesquisa científica ainda se encontra no início, o que nos motiva cada vez
mais a buscar o conhecimento científico sobre o tema e desenvolver uma
formulação farmacêutica com uma matéria prima até então desconhecida na área
farmacêutica.
Outro artigo que despertou o interesse internacional foi o artigo fruto
da cooperação com a equipe de sistemas magnéticos do LASID, publicado no
International Journal of Pharmaceutics. Este artigo foi citado tanto no tocante à
produção de partículas magnéticas quanto poliméricas.
A publicação do terceiro artigo no AAPS PharmSciTech, é para mim
a consolidação da importância no tema, onde a aplicabilidade da xilana na área
farmacêutica é ainda inicial, possuindo apenas seis artigos vinculados ao
70
indexador Web of Science, quando o tema pesquisado foi “xylan and
microparticles” e “xylan and nanoparticles”.
Todo esse reconhecimento internacional e a falta de informação
sobre as propriedades tecnológicas da xilana aplicada na tecnologia farmacêutica
e impulsionada pela sua potencial aplicabilidade, resultaram na confecção do
artigo submetido ao periódico Bioresource Technology.
Atualmente, a Equipe de Sistemas de Liberação Cólon Específica
que eu coordeno, conta com outro doutorando, uma mestranda e três alunos de
iniciação científica, que realizam suas pesquisas científicas, dando continuidade
ao tema, que foi iniciado na Universidade Federal do Rio Grande do Norte e
adquiriu impacto mundial.
71
6 – REFERÊNCIAS
1.Verma RK, Garg S. Current status of drug delivery technologies and future
directions. Pharm Technol. 2001;25(2):1-14.
2.Conti B, Giunchedi P, Conte U. Cellulose microparticles in drug delivery. STP
Pharma Sci. 1997 Sep-Oct;7(5):331-42.
3.Ansel HC, Popovich NG, Allen Jr LV. Sólidos perorais, cápsulas, comprimidos e
sistemas de liberação controlada. In: ___, editor. Formas Farmaçêuticas e
Sistemas de Liberação Controlada. 6. ed ed. Baltimore: Williams and Wilkins;
2000. p. 175-250.
4.Brandau T. Preparation of monodisperse controlled release microcapsules. Int J
Pharm. 2002 Aug 21;242(1-2):179-84.
5.Garcia RB, Nagashima T, Praxedes AKC, Raffin FN, Moura T, Egito EST.
Preparation of micro and nanoparticles from corn cobs xylan. Polym Bull. 2001
Jun;46(5):371-9.
6.Kim JW, Cho SA, Kang HH, Han SH, Chang IS, Lee OS, et al. New approach to
produce monosized polymer microcapsules by the solute co-diffusion method.
Langmuir. 2001 Sep 4;17(18):5435-9.
7.Levy MC, Andry MC. Microcapsules prepared through interfacial cross-linking of
starch derivatives. Int J Pharm. 1990 Jul 15;62(1):27-35.
8.Levy MC, Hettler D, Andry MC, Rambourg P. Polyhydroxamic serum-albumin
microcapsules - Preparation and chelating properties. Int J Pharm. 1991 Feb
15;69(1):R1-R4.
9.Nagashima T, Oliveira EE, da Silva AE, Marcelino HR, Gomes MCS, Aguiar LM,
et al. Influence of the Lipophilic External Phase Composition on the Preparation
and Characterization of Xylan Microcapsules-A Technical Note. 2008;9(3):814-7.
72
10.Duarte MCT, Portugal EP, Ponezi AN, Bim MA, Tagliari CV, Franco TT.
Production and purification of alkaline xylanases. Bioresour Technol. 1999
Apr;68(1):49-53.
11.Collins T, Meuwis MA, Stals I, Claeyssens M, Feller G, Gerday C. A novel
family 8 xylanase, functional and physicochemical characterization. J Biol Chem.
2002 Sep 20;277(38):35133-9.
12.Snell RH. O abdome: Parte ll. A cavidade abdominal. In: ___, editor. Anatomia.
2. ed. ed. Rio de Janeiro: Medisi, Editora médica e científica LTDA.; 1984. p. 155-
229.
13.Rubinstein A. Approaches and opportunities in colon-specific drug-delivery. Crit
Rev Ther Drug Carr Syst. 1995;12(2-3):101-49.
14.Kumar M. Nano and microparticles as controlled drug delivery devices. J
Pharm Pharm Sci. 2000 May-Aug;3(2):234-58.
15.Lordi NG. Formas farmacêuticas de liberação prolongada. In: Lachman L,
Lieberman HA, Kanig JL, editors. Teoria e prática na indústria farmacêutiica.
Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian; 2001. p. 737-81.
16.Hir AL. Operações farmacêuticas. In: ___, editor. Noções de farmácia galênica.
6. ed. ed. São Paulo: Editora Andrei; 1997. p. 137 - 261.
17.Sathyan G, Chancellor MB, Gupta SK. Effect of OROS (R) controlled-release
delivery on the pharmacokinetics and pharmacodynamics of oxybutynin chloride.
Br J Clin Pharmacol. 2001 Oct;52(4):409-17.
18.Fattal E, Pecquet S, Couvreur P, Andremont A. Biodegradable microparticles
for the mucosal delivery of antibacterial and dietary antigens. Int J Pharm. 2002
Aug 21;242(1-2):15-24.
19.Chorny M, Fishbein I, Danenberg HD, Golomb G. Lipophilic drug loaded
nanospheres prepared by nanoprecipitation: effect of formulation variables on
size, drug recovery and release kinetics. J Control Release. 2002 Oct
30;83(3):389-400.
73
20.Al-Omran MF, Al-Suwayeh SA, El-Helw AM, Saleh SI. Taste masking of
diclofenac sodium using microencapsulation. J Microencapsul. 2002 Jan;19(1):45-
52.
21.Vasir JK, Tambwekar K, Garg S. Bioadhesive microspheres as a controlled
drug delivery system. Int J Pharm. 2003 Apr 14;255(1-2):13-32.
22.Magenheim B, Levy MY, Benita S. A New in-Vitro Technique for the Evaluation
of Drug-Release Profile from Colloidal Carriers - Ultrafiltration Technique at Low-
Pressure. Int J Pharm. 1993 Jun 21;94(1-3):115-23.
23.Aftabrouchad C, Doelker E. Méthodes de préparation des microparticules
biodegradables chargées en principes actifs hydrosolubles. Stp Pharma Sci.
1992;2(5):365-80.
24.Perumal D. Microencapsulation of ibuprofen and Eudragit (R) RS 100 by the
emulsion solvent diffusion technique. Int J Pharm. 2001 May 7;218(1-2):1-11.
25.Brannonpeppas L. Recent advances on the use of biodegradable
microparticles and nanoparticles in controlled drug-delivery. Int J Pharm. 1995 Mar
14;116(1):1-9.
26.Fundueanu G, Mocanu G, Constantin M, Carpov A, Bulacovschi V, Esposito E,
et al. Acrylic microspheres for oral controlled release of the biguanide buformin. Int
J Pharm. 2001 May 7;218(1-2):13-25.
27.Nelson G. Application of microencapsulation in textiles. Int J Pharm. 2002 Aug
21;242(1-2):55-62.
28.Hirech K, Payan S, Carnelle G, Brujes L, Legrand J. Microencapsulation of an
insecticide by interfacial polymerisation. Powder Technol. 2003 Feb 19;130(1-
3):324-30.
29.Berliner DL, Nacht S, inventors; Advanced Polymer System, Inc., Redwood
city, Calif., assignee. Delivery of drugs to the lower gastrointestinal tract. E.U.A.
patent 5.849.327. 1998 27 Sep. 1996, 15 Dec. 1998.
30.Bakan JA. Microencapsulação. In: Lachman L, Lieberman HA, Kanig JL,
editors. Teoria e prática na indústria farmacêutiica. Lisboa: Fundação Calouste
Gulbenkian; 2001. p. 707-35.
74
31.Perumal D, Dangor CM, Alcock RS, Hurbans N, Moopanar KR. Effect of
formulation variables on in vitro drug release and micromeritic properties of
modified release ibuprofen microspheres. J Microencapsul. 1999 Jul-
Aug;16(4):475-87.
32.Kjellqvist K. Reactive Acid Curing Waterborne Microparticles. Prog Org Coat.
1994 Jun-Sep;24(1-4):209-23.
33.Pignatello R, Bucolo C, Ferrara P, Maltese A, Puleo A, Puglisi G. Eudragit
RS100 (R) nanosuspensions for the ophthalmic controlled delivery of ibuprofen.
Eur J Pharm Sci. 2002 Jul;16(1-2):53-61.
34.Streubel A, Siepmann J, Bodmeier R. Floating microparticles based on low
density foam powder. Int J Pharm. 2002 Jul 25;241(2):279-92.
35.Giunchedi P, Juliano C, Gavini E, Cossu M, Sorrenti M. Formulation and in vivo
evaluation of chlorhexidine buccal tablets prepared using drug-loaded chitosan
microspheres. Eur J Pharm Biopharm. 2002 Mar;53(2):233-9.
36.Grattard N, Pernin M, Marty B, Roudaut G, Champion D, Le Meste M. Study of
release kinetics of small and high molecular weight substances dispersed into
spray-dried ethylcellulose microspheres. J Control Release. 2002 Dec
5;84(3):125-35.
37.Pariot N, Edwards-Levy F, Andry MC, Levy MC. Cross-linked beta-cyclodextrin
microcapsules: preparation and properties. Int J Pharm. 2000 Dec 15;211(1-2):19-
27.
38.Andry MC, Levy MC. In vitro degradation of serum albumin microcapsules:
Effect of process variables. Int J Pharm. 1997 Jun 26;152(2):145-51.
39.Payne RG, Yaszemski MJ, Yasko AW, Mikos AG. Development of an
injectable, in situ crosslinkable, degradable polymeric carrier for osteogenic cell
populations. Part 1. Encapsulation of marrow stromal osteoblasts in surface
crosslinked gelatin microparticles. Biomaterials. 2002 Nov;23(22):4359-71.
40.Payne RG, McGonigle JS, Yaszemski MJ, Yasko AW, Mikos AG. Development
of an injectable, in situ crosslinkable, degradable polymeric carrier for osteogenic
cell populations. Part 2. Viability of encapsulated marrow stromal osteoblasts
75
cultured on crosslinking poly(propylene fumarate). Biomaterials. 2002
Nov;23(22):4373-80.
41.Chourasia MK, Jain SK. Pharmaceutical approaches to colon targeted drug
delivery systems. J Pharm Pharm Sci. 2003 Jan-Apr;6(1):33-66.
42.El-Kamel AH, Abdel-Aziz AAM, Fatani AJ, El-Subbagh HI. Oral colon targeted
delivery systems for treatment of inflammatory bowel diseases: Synthesis, in vitro
and in vivo assessment. Int J Pharm. 2008 Jun;358(1-2):248-55.
43.Rogers TL, Nelsen AC, Hu JH, Brown JN, Sarkari M, Young TJ, et al. A novel
particle engineering technology to enhance dissolution of poorly water soluble
drugs: spray-freezing into liquid. Eur J Pharm Biopharm. 2002 Nov;54(3):271-80.
44.Yang L, Chu JS, Fix JA. Colon-specific drug delivery: new approaches and in
vitro/in vivo evaluation. Int J Pharm. 2002 Mar 20;235(1-2):1-15.
45.Leopold CS. Coated dosage forms for colon-specific drug delivery. Pharm Sci
Technol Today. 1999 May;2(5):197-204.
46.Sinha VR, Kumria R. Polysaccharides in colon-specific drug delivery. Int J
Pharm. 2001 Aug 14;224(1-2):19-38.
47.Luppi B, Bigucci F, Cerchiara T, Mandrioli R, Di Pietra AM, Zecchi V. New
environmental sensitive system for colon-specific delivery of peptidic drugs. Int J
Pharm. 2008 Jun;358(1-2):44-9.
48.Patel M, Shah T, Amin A. Therapeutic opportunities in colon-specific drug-
delivery systems. Crit Rev Ther Drug. 2007;24:147-202.
49.Haupt S, Rubinstein A. The colon as a possible target for orally administered
peptide and protein drugs. Crit Rev Ther Drug. 2002;19(6):499-551.
50.Jain A, Gupta Y, Jain SK. Perspectives of biodegradable natural
polysaccharides for site-specific drug delivery to the colon. J Pharm Pharm Sci.
2007 Jan-Apr;10(1):86-128.
51.Fujita Y, Katahira S, Ueda M, Tanaka A, Okada H, Morikawa Y, et al.
Construction of whole-cell biocatalyst for xylan degradation through cell-surface
xylanase display in Saccharomyces cerevisiae. J Mol Catal B-Enzym. 2002 Jun
7;17(3-5):189-95.
76
52.Kabel MA, Carvalheiro F, Garrote G, Avgerinos E, Koukios E, Parajo JC, et al.
Hydrothermally treated xylan rich by-products yield different classes of xylo-
oligosaccharides. Carbohydr Polym. 2002 Oct 1;50(1):47-56.
53.Gupta P, Vermani K, Garg S. Hydrogels: from controlled release to pH-
responsive drug delivery. Drug Discov Today. 2002 May 15;7(10):569-79.
54.Sinha VR, Kumria R. Microbially triggered drug delivery to the colon. Eur J
Pharm Sci. 2003 Jan;18(1):3-18.
55.Pillai O, Panchagnula R. Polymers in drug delivery. Curr Opin Chem Biol. 2001
Aug;5(4):447-51.
56.Ebringerova A, Hromadkova Z. Xylans of industrial and biomedical importance.
1999;16:325-46.
57.Garcia RB, Ganter J, Carvalho RR. Solution properties of D-xylans from corn
cobs. Eur Polym J. 2000 Apr;36(4):783-7.
58.Dhami R, Harding SE, Elizabeth NJ, Ebringerova A. Hydrodynamic
characterisation of the molar mass and gross conformation of corn cob
heteroxylan AGX. Carbohydr Polym. 1995;28(2):113-9.
59.Ebringerova A, Heinze T. Xylan and xylan derivatives - biopolymers with
valuable properties, 1 - Naturally occurring xylans structures, procedures and
properties. Macromol Rapid Commun. 2000 Jun 20;21(9):542-56.
60.Kayserilioglu BS, Bakir U, Yilmaz L, Akkas N. Use of xylan, an agricultural by-
product, in wheat gluten based biodegradable films: mechanical, solubility and
water vapor transfer rate properties. Bioresour Technol. 2003 May;87(3):239-46.
61.Hansen NML, Plackett D. Sustainable films and coatings from hemicelluloses:
A review. Biomacromolecules. 2008 Jun;9(6):1493-505.
62.Seoung-Seo L, Sung-Bum L, Chang-baeg L, Sujung L, Bo-Youn S, Chaul-Min
P, inventors; SAMSON E PARTNER, Münichen DE, assignee. Colon selective
drug delivery system and compositions comprising said system. DE patent EP
0888778 A1. 1999 28 Aug. 1997, 07 jan. 1999.
77
ABSTRACT
Micro and nanoparticulate systems as drug delivery carriers have
achieved successful therapeutic use by enhancing efficacy and reducing toxicity of
potent drugs. The improvement of pharmaceutical grade polymers has allowed the
development of such therapeutic systems. Microencapsulation is a process in
which very thin coatings of inert natural or synthetic polymeric materials are
deposited around microsized particles of solids or around droplets. Products thus
formed are known as microparticles. Xylan is a natural polymer abundantly found
in nature. It is the most common hemicellulose, representing more than 60% of the
polysaccharides existing in the cell walls of corn cobs, and is normally degraded
by the bacterial enzymes present in the colon of the human body. Therefore, this
polymer is an eligible material to produce colon-specific drug carriers.
The aim of this study was to evaluate the technological potential of
xylan for the development of colon delivery systems for the treatment of
inflammatory bowel diseases. First, coacervation was evaluated as a feasible
method to produce xylan microcapsules. Afterwards, interfacial cross-linking
polymerization was studied as a method to produce microcapsules with hydrophilic
core. Additionally, magnetic xylan-coated microcapsules were prepared in order to
investigate the ability of producing gastroresistant systems. Besides, the influence
of the external phase composition on the production and mean diameter of
microcapsules produced by interfacial cross-linking polymerization was
78
investigated. Also, technological properties of xylan were determined in order to
predict its possible application in other pharmaceutical dosage forms.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo