presentes nas seções das revistas para conhecer a política editorial de uso de infográficos na
revista.
2.4 Multimodalidade - texto e imagem: design
Nesta seção, pretendemos apresentar e discutir nossa base teórica para analisar a
materialização do infográfico, sua textualidade, em busca de regularidades e tipificações nesse
elemento do gênero a ser avaliado. Vamos utilizar as teorias da Gramática do design visual de
Kress e van Leeuwen (2006), de influência sistêmico-funcional, (HALLIDAY;
MATTHIESSEN, 2004), e amparada no conceito de discurso multimodal (KRESS; VAN
LEEUWWN, 2001). Veremos na subseção 2.4.4, que a noção de discurso que a sustenta é
próxima da perspectiva sociorretórica de estudo dos gêneros. Essa abordagem semiótica é
capaz não apenas de oferecer subsídios para análise das imagens presentes nos infográficos,
mas também é capaz de dar conta da integração das imagens com o texto verbal, já que a
integração verbo-visual é compreendida por Teixeira (2007, p. 113) como sendo principal
critério conceitual do infográfico:
Todo infográfico deve conter os seguintes elementos: (1) título; (2) texto de
entrada – uma espécie de lead com informações gerais; (3) indicação das
fontes e (4) assinatura. (...). Além disso, um bom infográfico costuma contar
com recursos visuais diversos como fotografias, mapas, tabelas, ilustrações,
diagramas. Mas um mapa é, por princípio, um infográfico? E uma tabela,
quando ela pode ser considerada uma infografia, em especial, um infográfico
com valor jornalístico? O limite se daria a partir de uma equação bastante
simples: um infográfico pressupõe a inter-relação indissolúvel entre texto
(que vai além de uma simples legenda ou título) e imagem que deve ser mais
que uma ilustração de valor exclusivamente estético. Podemos dizer,
portanto, que este binômio imagem e texto, na infografia, exerce, por
princípio, uma função explicativa e não apenas expositiva. O infográfico,
enquanto discurso, deve ser capaz de passar uma informação de sentido
completo, favorecendo a compreensão de algo e, neste sentido, nem imagem,
nem texto deve se sobressair a ponto de tornar um ou outro indispensável.
Fica evidente que a principal regularidade de um infográfico é sua integração entre os
modos verbal e visual com o propósito de informar. Outros textos que são formados por esses
modos, porém sem essa integração, não podem ser considerados infográficos.
Antes de expor os conceitos da Gramática do design visual adotados por nós, vamos
entender a origem das suas ideias começando por sua base semiótica.