Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM
CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO
LÚCIA DANTAS LEITE
Natal - RN
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM
CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO
¨
Lúcia Dantas Leite
Orientador: Prof. Dr. José Brandão Neto
Natal - RN
2008
ii
Tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em
Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio
Grande do Norte, como requisito para obtenção do Título
de Doutor em Ciências da Saúde.
ads:
L533s
Leite, Lúcia Dantas.
Sensibilidade da cinética do zinco e avaliação nutricional em crianças submetidas ao teste
venoso de tolerância ao zinco / Lúcia Dantas Leite ___ Natal-RN, 2008.
66p.
Orientador: Prof. Dr. José Brandão Neto.
Tese (Doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde. Centro de
Ciências da Saúde. Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
1. Zinco - tese. 2. Cinética - tese. 3. Avaliação nutricional - criança - tese. 4. Criança -
Avaliação nutricional - tese. I. Brandão Neto, José. II. Título
RN-UF/BS-CCS CDU: 615.32:57.08(043.3)
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde:
Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão
Natal - RN
2008
iii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE
SENSIBILIDADE DA CINÉTICA DO ZINCO E AVALIAÇÃO NUTRICIONAL EM
CRIANÇAS SUBMETIDAS AO TESTE VENOSO DE TOLERÂNCIA AO ZINCO
BANCA EXAMINADORA
Presidente da Banca: Prof. Dr. José Brandão Neto
Membros da Banca:
Prof. Dr. José Brandão Neto – UFRN
Prof. Dr. José Garrofe Dórea – UnB
Profa. Dra. Teresa Helena Macêdo da Costa – UnB
Profa. Dra. Ana Maria de Oliveira Ramos – UFRN
Profa. Dra. Técia Maria de Oliveira Maranhão – UFRN
Natal - RN
2008
iv
DEDICATÓRIA
v
À Lourdes
Minha nutriz
Minha mestra primeva
Minha confiança
Minha admirão
Meu exemplo
Meu conforto
Meu apoio
Meu valor
Minha MÃE
AGRADECIMENTOS
A Deus, por existir, por ser real e por ter me alcançado com seu amor
imensurável, incondicional e imerecido. Que os louros colhidos regressem a
Ele, fonte de toda inspiração, capacidade, possibilidade e conquista.
Aos meus pais que se doaram para que eu pudesse me construir e me
constituir enquanto pessoa, filha, irmã, mãe, amiga, cidadã, e profissional.
Obrigada por ser e ter um pouco de vocês.
À minha filha, Júlia, por ser o motivo do meu sorriso.
Aos meus irmãos pelo amor compartilhado, pelo apoio concedido, pela
cumplicidade experimentada e pelo exemplo testemunhado.
Aos meus amigos pela companhia valorosa e pelos momentos intensos de
alegria.
Ao meu orientador, Prof. Dr. José Brandão Neto, pelo crédito a mim conferido,
pela dedicação dispensada, pelo conhecimento compartilhado, pelas lições
acrescentadas, por me fazer enxergar o despercebido e me ensinar a ler as
entrelinhas da vida.
Às crianças participantes deste trabalho, pela sua confiança em nós depositada
e pelo carinho concedido que tornaram aqueles dias especiais.
A todos que contribuíram, direta ou indiretamente, para a realização deste
trabalho: professores, funcionários e colaboradores.
vi
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA
v
AGRADECIMENTOS
vi
RESUMO
viii
1. INTRODUÇÃO
1
2. REVISÃO DA LITERATURA
3
3. ANEXAÇÃO DE ARTIGO
13
4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES
37
5. REFERÊNCIAS
45
6. APÊNDICE
51
7. ABSTRACT
60
vii
RESUMO
O zinco é um micronutriente essencial à vida, com inúmeras funções no organismo
humano, acarretando prejuízos significativos na sua deficiência. Embora existam
vários parâmetros para detectar a sua deficiência, nenhum é fidedigno,
principalmente quando essa é subótima. As crianças por estarem em intenso
crescimento e desenvolvimento constituem um grupo de risco para a deficiência
subótima desse micronutriente. Diante disso, este estudo, de caráter multidisciplinar,
objetivou investigar a sensibilidade da cinética do zinco em detectar alterações do
seu estado corporal, induzida pela suplementação oral de 5 mg do elemento zinco
por dia. Para tanto, realizou-se o Teste Venoso de Tolerância ao Zinco em crianças
de 6 a 9 anos oriundas da rede municipal de ensino. Além disso, verificou-se o
estado nutricional dessas crianças mediante o Índice de Massa Corporal e a
ingestão de calorias, proteínas, lipídios, carboidratos, fibras, cálcio, ferro e zinco.
Esses dados foram coletados em momentos distintos - antes e após a
suplementação trimestral de zinco - de forma que as crianças foram controles delas
mesmas. Dentre as 42 crianças estudadas, 76,2% apresentaram peso saudável. No
período do estudo não houve variação da ingestão alimentar e apenas o consumo
de calorias, cálcio e fibras estiveram abaixo das recomendações. Embora verificado
normalidade nos níveis séricos e da depuração de zinco antes da suplementação,
observou-se aumento significativo desses níveis após suplementação oral. Concluiu-
se que a cinética do zinco é um parâmetro sensível para detectar alterações no seu
estado corporal, mesmo em crianças sem deficiência desse mineral. Ademais, a
cinética mostrou uma resposta positiva à suplementação, podendo ser um
parâmetro avaliador para eficácia dessa terapia.
Palavras-chave: zinco, cinética, teste venoso de tolerância ao zinco, avaliação
nutricional, crianças.
viii
1
1. INTRODUÇÃO
O zinco é um abundante elemento traço encontrado no reino vegetal e animal,
sendo essencial à vida. A compreensão da sua importância teve marco com Raulin
em 1869 que descreveu, pela primeira vez, a necessidade desse micronutriente para
o crescimento do fungo Aspergillus niger
1
. Desde então, tem se multiplicado o
conhecimento sobre o zinco, assim como sua aplicabilidade em diversas áreas,
inclusive na esfera da saúde. Estudos científicos têm pretendido descortinar cada
vez mais a atuação desse elemento traço no organismo, suas alterações e seus
efeitos em condições clínicas específicas, abrangendo os diferentes ciclos da vida e
inúmeras co-morbidades.
As crianças de baixa renda dos países em desenvolvimento, e em idade
escolar, constituem um grupo de risco para a deficiência de zinco. A carência desse
micronutriente nessa faixa etária pode trazer conseqüências como atraso no
crescimento e desenvolvimento, hiporexia, supressão do sistema imune e dano a
função cognitiva, dentre outras. A magnitude dessas conseqüências é proporcional à
severidade da sua deficiência
2
. Nos países em desenvolvimento essa deficiência é
um dos dez fatores mais importantes para o agravamento de doenças com alta
mortalidade. Além disso, a suplementação de zinco pode reduzir a mortalidade
infantil no mundo em 63%
3
.
Diversos parâmetros laboratoriais avaliam o estado corporal de zinco (no
plasma, soro, eritrócito, plaqueta, leucócito, cabelo, suor, urina e as atividades de
enzimas zinco dependentes). Mas, nenhum deles é completamente fidedigno,
principalmente na detecção de uma deficiência subótima desse micronutriente.
Concentrações séricas e plasmáticas de zinco são índices convenientes, mas pouco
2
sensíveis, podendo não refletir seu estado corporal
4
. Dessa forma, com a
inexistência de um padrão-ouro, surgem os estudos de cinética como ferramenta
versátil na tentativa de avaliar de forma mais precisa o estado corporal de zinco
5,6
.
Motivados a testar a hipótese de que a cinética é um parâmetro sensível para
avaliar alterações do estado corporal de zinco, e considerando a importância de sua
aplicabilidade na detecção da deficiência subótima em grupos de risco, justificamos
a realização do presente estudo multidisciplinar prospectivo de intervenção.
Estudamos 42 crianças de 6 a 9 anos, oriundas da rede municipal de ensino
(Escola Municipal Laura Maia – Natal/RN), antes e após a suplementação oral
trimestral de zinco (5 mg/dia). O desenho experimental aplicado permitiu estudar o
mesmo grupo em momentos distintos, possibilitando que ele fosse controle dele
mesmo. A cinética foi baseada em modelo de um compartimento, mediante
execução do Teste Venoso de Tolerância ao Zinco (TVTZn), injetando 0,065
mg/Zn/kg de peso corporal. Além disso, foi avaliado o estado nutricional dessas
crianças mediante o Índice de Massa Corporal (IMC) e consumo alimentar, como
possíveis variáveis influenciadas e/ou influenciadoras do estado corporal de zinco.
3
2. REVISÃO DA LITERATURA
2.1. características químicas do zinco
O zinco é um metal sólido, branco-azulado, praticamente insolúvel em álcool
e água, mas solúvel em ácidos diluídos. Ele compõe o grupo IIB da tabela periódica,
com o número atômico 30 e massa atômica 65.380. Possui ponto de fusão a
419,5 °C e ponto de ebulição a 908 °C
7
.
O zinco difere dos outros metais de transição, pois não participa de reações
redox e age como ácido de Lewis para aceitar um par de elétrons, fazendo com que
seja um íon estável. Ele ocorre naturalmente como 5 isótopos estáveis:
64
Zn,
66
Zn,
67
Zn,
68
Zn,
70
Zn. Geralmente se complexa com aminoácidos, peptídios e
nucleotídios, e tem afinidade com grupos tióis e hidrogênio
8
.
2.2. Distribuição corporal do zinco
Do ponto de vista nutricional, o zinco é um dos mais importantes
micronutrientes do organismo humano. Um indivíduo adulto possui cerca de 1,5 a
2,5 g de zinco, distribuído em todos os órgãos, tecidos, fluidos e secreções
9
. No
entanto, a sua maior parte encontra-se nos músculos e nos ossos, atingindo em
torno de 83% do zinco corporal total
10
.
No sangue, cerca de 80% do zinco é encontrado nos eritrócitos e 16% no
plasma, ligado principalmente à albumina. Sua concentração plasmática normal é
aproximadamente 100 mg/dL. Apesar de representar aproximadamente 0,1% do
conteúdo corporal, o zinco plasmático é a fonte primária desse mineral para todas as
células, tendo uma dinâmica rápida e estando sob controle homeostático
constante
8
.
4
O trato gastrintestinal é o maior sítio de regulação da homeostase do zinco
devido aos ajustes na absorção e excreção fecal desse mineral. Todavia, a sua
excreção renal, sob influência de ingestões extremas, também participa desse
controle, o qual é complementado pela sua redistribuição celular e tecidual
11
.
Na ingestão muito baixa de zinco a longo prazo, esses controles
homeostáticos podem não ser suficientes para reparar sua deficiência, ocasionando
um balanço negativo desse micronutriente. No entanto, a sua perda não é uniforme
dentre os tecidos. As suas concentrações no cabelo, na pele, no coração e no
músculo esquelético permanecem constantes a priori, enquanto as do plasma,
fígado e ossos caem significantemente, exceto em casos de deficiência subótima
11
,
onde uma rápida mobilização de zinco é constatada
12
.
2.3. Funções do zinco
O zinco apresenta múltiplas funções metabólicas e fisiológicas no organismo
humano. Ele está envolvido na atividade de mais de 300 metaloenzimas,
desempenhando papel catalítico, estrutural, regulatório ou, simplesmente, de
estabilização
1
.
Dentre as principais funções do zinco no organismo, destacam-se a
participação no metabolismo de macronutrientes e ácidos nucléicos, no crescimento
e desenvolvimento normais, no funcionamento adequado do sistema imunológico,
na defesa antioxidante, na função neurosensorial como a palatabilidade e a olfação,
e na transcrição e tradução de polinucleotídios
13
.
Na literatura encontramos a importante atuação do zinco na endocrinologia
14
,
na imunidade
15
, na neurotransmissão
16
, no controle do apetite
17
, e na apoptose
18
.
5
2.4. Deficiência e toxicidade do zinco
Considerando as diversas funções do zinco no organismo torna-se fácil
compreender as repercussões danosas de sua deficiência. Numa deficiência
subótima desse micronutriente o organismo mobiliza as reservas corporais e tenta
manter o equilíbrio homeostático mediante aumento da taxa de absorção e
diminuição da excreção. Todavia, uma deficiência grave pode gerar: anorexia,
retardo no crescimento e desenvolvimento, prejuízo na cicatrização, intolerância à
glicose, hipogonadismo, impotência sexual e atrofia testicular, atraso na maturação
sexual e esquelética, restrição da utilização de vitamina A, fragilidade osmótica dos
eritrócitos, diminuição da atividade da interleucina-2, imunossupressão, hipogeusia,
desordens de comportamento, aprendizado, memória e humor, diarréia, dermatite, e
alopécia
8,10
.
A toxicidade do zinco em humanos é rara. O organismo não estoca grandes
quantidades, pois o excesso ingerido está relacionado a uma maior excreção
fecal
18
. Porém, quando ocorre promove sintomas tóxicos como gosto metálico,
náusea, vômitos, dor epigástrica, diarréia, letargia, fadiga, mialgia, febre e
imunossupressão. Além disso, o excesso de zinco pode provocar diminuição do
colesterol de lipoproteína de alta densidade (HDL), redução das concentrações
plasmáticas de cobre e ferro
9
.
2.5. Metabolismo do zinco
As principais fontes alimentares de zinco são leite, ovos, carnes vermelhas e
frutos do mar, principalmente a ostra
8
. A sua biodisponibilidade é influenciada pela
proteína da dieta, pelo conteúdo de hexafosfato de inositol (fitato), e pelas interações
com competidores antagonistas
19
. A sua absorção é otimizada por uma dieta rica
6
em proteínas de origem animal, consideradas de alto valor biológico. Em
contrapartida, os fitatos, presentes em cereais, leguminosas e outros vegetais, têm
efeito depressivo sobre a absorção desse micronutriente em humanos devido à
capacidade de se quelar a esse mineral induzindo sua excreção. Quanto às
interações verifica-se que pode haver competição pré-absortiva entre zinco e ferro,
zinco e cálcio, zinco e cádmio, e zinco e cobre
20
.
Apenas 20-30% do zinco ingerido é absorvido, principalmente no duodeno
distal e jejuno proximal. A maior parte é absorvida ativamente mediante processo
saturável. Entretanto, numa ingestão elevada desse micronutriente observa-se
também uma absorção passiva
21
. Nesses processos há relevante participação dos
transportadores de zinco, inclusive sobre o controle homeostático
22
. A expressão
gênica desses transportadores é modulada em resposta à oferta de zinco
23
.
Após a absorção, o zinco é liberado pela célula intestinal para os capilares
mesentéricos até o sangue portal, sendo captado rapidamente pelo fígado e
distribuído aos tecidos. A albumina é a principal proteína transportadora do zinco
plasmático, de forma que 70% estão ligados a ela na circulação sanguínea. A sua
excreção ocorre principalmente por meio dos rins, do intestino e da pele. As perdas
endógenas intestinais variam de 0,5 a 3,0 mg/dia. As perdas urinárias variam de
300-600 mg/dia. No entanto, 95% do zinco são reabsorvidos na parte distal do
túbulo renal
8
.
2.6. Crianças como grupo de risco para deficiência de zinco
A deficiência subótima de zinco é um problema nutricional comum ao redor do
mundo, e especialmente em crianças de países em desenvolvimento. Todavia, é de
identificação difícil
24
. Devido ao seu papel essencial no crescimento, as crianças
7
possuem maior requerimento desse mineral (por kg de peso corporal) que os
adultos
25,26
. Por conseguinte, sabe-se há certo tempo que a deficiência subótima de
zinco pode ocorrer mesmo em crianças consideradas saudáveis
27
. Essa deficiência
tem sido relatada em crianças de baixa renda de vários países, ocasionando limites
no crescimento e desenvolvimento, além de danos à função cognitiva e maior
morbidade
28,29,30,31
.
Pesquisadores avaliaram o nível de zinco e sua relação com os percentis de
crescimento de 114 crianças de 6 a 14 meses. Eles encontraram que 37% dessas
crianças estavam abaixo do percentil 10, para idade e altura, e peso e altura, e
apresentavam baixo nível de zinco plasmático
32
.
Em estudo verificou-se a existência de uma significativa deficiência moderada
de zinco em crianças rurais mexicanas, cuja causa principal era uma dieta rica em
alimentos de origem vegetal. As conseqüências mais observadas foram maior
suscetibilidade a infecções, diarréia freqüente, alterações no crescimento e no
desenvolvimento cognitivo
33
.
Em outro estudo, também foi observado alta prevalência de deficiência de zinco
em crianças mexicanas, sendo maior na faixa etária inferior a 2 anos (34%) que em
idade escolar (19-24%)
34
.
No Brasil, poucos estudos populacionais sobre o estado corporal de zinco têm
sido publicados, e os existentes mostram ocorrência significativa de baixas
concentrações desse micronutriente no cabelo ou no plasma de indivíduos
estudados, sendo estes principalmente crianças
35
.
Ainda no Brasil, em estudo mais recente, verificou-se que dentre as 58 crianças
estudadas, com idade média de 23,5 meses, todas apresentaram baixos níveis de
zinco plasmático (< 70 μg/dL) no início do estudo. Esse quadro foi revertido no grupo
8
suplementado com 10mg de sulfato de zinco por período de 4 meses
36
. Todavia, em
estudo transversal de 1 ano, avaliando-se grupo de 182 crianças, observou-se baixa
prevalência de deficiência de zinco, atingindo apenas 0,5% da amostra, com nível
sérico de zinco < 65 μg/dL
37
. Provavelmente os resultados contraditórios desses
estudos devem-se a inexistência de um marcador biológico confiável para esse
micronutriente.
As possíveis causas relativas à deficiência subótima de zinco, em crianças de
países em desenvolvimento, englobam a baixa ingestão alimentar desse
micronutriente, a presença de fatores que afetem sua biodisponibilidade ou as
necessidades aumentadas, como o fato das crianças estarem em crescimento e
desenvolvimento. A prevenção e o tratamento dessa deficiência podem ser
alcançados por meio de uma orientação nutricional adequada, da fortificação de
alimentos ou mesmo da suplementação de zinco
10
.
Muitos estudos, realizados em vários países, têm objetivado avaliar o efeito da
suplementação de zinco no crescimento de crianças. No entanto, esses estudos
ainda são controversos. Possivelmente a variabilidade de seus resultados é
decorrente do seu estado corporal antes da suplementação, da quantidade e da sua
biodisponibilidade na dieta local, além da incidência de infecções entre as crianças.
Ademais, aspectos metodológicos como dose, forma química do zinco e duração da
suplementação são fatores que também podem influenciar os resultados
38
.
Considerando que o atraso no crescimento e na maturação sexual de crianças
com anemia falciforme pode ser devido, em parte, à deficiência moderada de zinco,
Zemel et al. suplementaram 10 mg de zinco/dia em crianças de 4 a 10 anos de
idade, com essa condição clínica. Os autores observaram que, após 12 meses, o
grupo suplementado apresentou significativamente melhor crescimento que o grupo
9
controle
39
. O zinco plasmático também é um parâmetro insensível para avaliar seu
estado corporal em crianças com anemia falciforme. Assim sendo, a sua
suplementação é sugerida nessas crianças com atraso no crescimento, mesmo
possuindo níveis plasmáticos normais
40
.
O efeito da suplementação de zinco no crescimento linear parece depender se
esse micronutriente é limitante na dieta. Em estudo duplo-cego, Fahmida et al.
estudaram o efeito da suplementação de zinco, isolado (10mg Zn /dia) ou associado
com ferro (10mg Zn + 10 mg Fe/dia), ou ainda com ferro e vitamina A (10mg Zn + 10
mg Fe + 1000 UI vitamina A/dia), em 800 crianças com 3 a 6 meses de vida, durante
6 meses. Os autores observaram que as crianças com atraso no crescimento que
receberam a suplementação de zinco associado ao ferro, com ou sem vitamina A,
cresceram 1,1 a 1,5 cm mais que aquelas que receberam o placebo
41
.
No entanto, em estudo anterior, a suplementação combinada de zinco e ferro
melhorou o estado corporal desses micronutrientes em crianças, mas não houve
diferença significativa no crescimento das crianças que receberam suplemento de
zinco isolado ou combinado ao ferro
42
. Resultados semelhantes foram observados
por Wasantwisut et al. Segundo eles, a suplementação combinada de zinco e ferro
deve ser preferível à isolada, entretanto, as interações entre esses compostos
precisam ser consideradas
43
.
Diversos estudos têm avaliado o efeito da suplementação de zinco, seja isolada
ou não, sobre o crescimento de crianças. Geralmente o tempo médio de
suplementação é em torno de 6-7 meses. Observa-se que o efeito parece ser
positivo em crianças com deficiência desse micronutriente ou com atraso no
crescimento. Todavia, a magnitude desse efeito depende de inúmeros fatores. O
crescimento é um processo influenciado por diversos determinantes nutricionais e
10
não-nutricionais que interagem entre si e essa interação ainda não é completamente
compreendida
44
.
2.7. Avaliação do estado corporal de zinco e estudos de cinética
Não é novidade que os diversos parâmetros existentes para avaliação do
estado corporal de zinco, sejam medidas estáticas, testes funcionais ou cinéticos,
apresentem desvantagens que interfiram na fidedignidade dos mesmos
6
.
Consequentemente, a detecção absoluta de uma deficiência de zinco carece de um
parâmetro clínico fiel até os dias atuais
37
.
O zinco plasmático é amplamente utilizado como biomarcador do seu estado
corporal, mas possui baixa sensibilidade e especificidade, devido ao grande controle
homeostático existente. Apenas numa deficiência grave é que há redução
significativa dos níveis plasmáticos desse mineral
45
. A resposta clínica a uma
suplementação de zinco, em grupos de risco, parece ser uma boa forma de se
detectar uma deficiência. O crescimento já é observado como resposta positiva à
suplementação de zinco, mesmo em crianças com níveis plasmáticos iguais a 70
mg/dL
38,46
.
Entretanto, outros parâmetros têm surgido com perspectivas promissoras. A
genômica e a proteômica têm sido alvo de estudos para avaliar os genes regulados
pelos níveis de zinco, tornando sua expressão e seus produtos protéicos possíveis
marcadores do seu estado corporal. Acredita-se que essas investigações ajudarão a
avançar o conhecimento sobre a sua homeostasia celular e definir marcadores mais
precisos para avaliação do estado desse micronutriente. Segundo Wood, dois genes
de leveduras correlativos a genes de mamíferos merecem atenção minuciosa como
possível biomarcador do estado de zinco
47
. Já Andree et al. (2004) sugerem a
11
expressão do gene transportador de zinco (ZIP1) como possível biomarcador do seu
estado corporal em humanos
48
.
Na tentativa de obter sensibilidade e especificidade na avaliação do estado
corporal de zinco, os estudos de cinética, não muito recentes, também têm
contribuído para uma melhor compreensão do metabolismo de zinco em humanos e
animais.
A cinética é o estudo do comportamento de uma determinada substância num
organismo em um determinado tempo. Administrando uma substância em um
sistema é possível conhecer, mediante equações matemáticas, informações sobre
sua flutuação, sua concentração e suas taxas de transporte e excreção no decorrer
de um determinado tempo. Essas informações cinéticas podem ser influenciadas por
fatores dietéticos, ambientais, genéticos e fisiopatológicos. Os estudos de cinética
são compostos pelas etapas de administração, mensuração e análise, e podem
envolver um ou mais compartimentos orgânicos
49
.
Alterações no metabolismo do zinco ocorrem em várias circunstâncias
fisiopatológicas e os estudos de cinética podem ser utilizados para identificar esses
sítios de alteração, compreendendo melhor a flutuação, a distribuição e a
homeostasia desse micronutriente
49
.
O TVTZn é uma forma de se avaliar a cinética do zinco, mediante o modelo
de um compartimento. Nesse teste, após a sua administração venosa, são coletados
parâmetros como concentrações sérica e urinária em tempos seqüenciais. Esses
dados primários são aplicados em equações matemáticas e geram parâmetros
cinéticos, como a constante de eliminação (Kel), o volume de distribuição (Vd) e a
depuração de zinco (CZn), dentre outros.
12
Primeiramente, Nakamura et al. estudaram parâmetros cinéticos do zinco em
pacientes com doença de Crohn
5
. Dando prosseguimento, eles avaliaram a sua
cinética em crianças com diabetes mellitus tipo I e propuseram que a avaliação da
depuração de zinco corporal total, após injeção de 0,065 mg Zn/kg peso corporal,
pudesse ser um eficiente parâmetro para caracterizar sua deficiência subótima ou
grave
50
. Posteriormente, eles afirmaram que uma deficiência subótima e moderada
de zinco pode ser detectada com CZn 20mL/kg/h
51
.
Baseados nos estudos de Nakamura, Kaji et al.
52
encontraram CZn
20mL/kg/h em 9 crianças, dentre as 30 estudadas, mesmo com valores normais de
zinco sérico. Eles concluíram que o parâmetro de CZn é mais sensível que o sérico
para detectar uma deficiência subótima desse micronutriente
51
.
Esses foram os principais estudos que motivaram a realização desta pesquisa
e fundamentaram nossa discussão teórica.
13
3. ANEXÃO DE ARTIGO
Periódico: Journal of the American College of Nutrition
ISSN: 0731-5724
Qualis: Internacional A (Medicina II da CAPES)
Fator de impacto: 2,45
14
Title:
Sensitivity of zinc kinetics and nutritional assessment of children submitted to venous
zinc tolerance test
Running title:
Zinc kinetics in children
Authors:
Lúcia Dantas Leite
1
, Nutr, PhD fellow
Érika Dantas de Medeiros Rocha
1
, Nutr, Masters fellow
Maria das Graças Almeida
2
, Pharm, PhD
Adriana Augusto Rezende
2
, Chem, PhD
Aldo da Cunha Medeiros
3
, MD, PhD
Carlos Antônio Bruno da Silva
4
, MD, PhD
Mardone Cavalcante França
5
, BStat, PhD
Júlio Sérgio Marchini
6
, MD, PhD
José Brandão-Neto
7*
, MD, PhD
1
Postgraduate Program in Health Sciences (PPGCSA), Universidade Federal do Rio
Grande do Norte (UFRN), Natal-RN, Brazil
2
Department of Clinical Analyses, UFRN
3
Department of Surgery, UFRN
4
Department of Nutrition, UNIFOR
5
Department of Statistics, UFRN
6
Division of Clinical Nutrition, USP-RP
7
Department of Internal Medicine, UFRN
*Address reprint request to: José Brandão-Neto, MD, PhD, Department of Internal
Medicine, CCS-UFRN, Av. Gal. Gustavo Cordeiro de Farias, s/n, Petrópolis, CEP 59
010-180, Natal/RN, Brazil, E-mail [email protected]
15
Abstract
Objective: The purpose of this study was to investigate the kinetics of this
micronutrient in schoolchildren between the ages of 6 and 9 years, of both sexes, and to
verify its sensitivity in detecting alterations in body zinc status.
Methods: Nutritional assessment was performed by body mass index. Food intake,
venous zinc tolerance test and zinc kinetics were carried out before and after 3-month
oral zinc supplementation.
Results: Of the 42 children studied, 76.2% had healthy weight. Only energy, calcium
and fiber intake were suboptimal before and after oral zinc supplementation. Serum zinc
and total-body zinc clearance, although at normal levels, increased significantly after
zinc supplementation.
Conclusion: We concluded, therefore, that kinetics is a sensitive tool for detecting
changes in body zinc status, even in children without a deficiency of this mineral.
Furthermore, kinetics showed a positive response to supplementation and may be a
sensitive parameter to evaluate the efficacy of this therapy.
Keywords: zinc kinetics, venous zinc tolerance test, nutrition, children
16
INTRODUCTION
The interest of zinc in human nutrition has been steadily increasing in the last few
decades. Zinc has several recognized functions in metalloenzymes, including catalytic,
structural, regulatory and noncatalytic roles [1]. It participates in the regulation of
genetic expression, cell division and in important biochemical pathways [2]. Zinc acts
as a transcription factor, antioxidant, anti-inflammatory, and immunomodulator. Zinc
fingers have a structural role in transcription factors, and are an essential part of gene
expression and regulation. Besides this activity, they act in signal transduction, cell
proliferation and apoptosis [3]. As an antioxidant, zinc protects biological structures
from damage caused by free radicals. It maintains an adequate level of metallothioneins,
is an essential component of superoxide desmutase, is a protective agent for thiols, and
prevents the interaction between chemical groups with iron to form free radicals [4].
Zinc affects both nonspecific and specific immune function at a variety of levels. In
terms of nonspecific immunity, zinc affects the integrity of the epithelial barrier,
neutrophil function, natural killer cells, monocytes, and macrophages. With regard to
specific immunity, lymphopenia and declined lymphocyte function occur, as do
alterations in the balance of T helper cell populations (TH1 and TH2) and cytokine
production. All kinds of immune cells show decreased function after zinc depletion
[2,5].
In addition, zinc also plays an important role in growth and development, and in
optimizing the sense of smell, taste and appetite. Thus, the deficiency of this
micronutrient can lead to serious health problems [6,7].
Zinc deficiency may be caused by low intake, by a diet low in animal protein, or high in
phytates, which compromises its bioavailability [8,9]. The presence of preabsorption
antagonists such as iron, calcium, cadmium and copper, may also compromise its
absorption. In addition to these factors, zinc deficiency may be caused or intensified by
clinical conditions where there is absorption compromise, above normal losses or
increased demands, such as in pregnant and nursing women, growing children, protein-
17
calorie malnutrition, hypermetabolism, and specific diseases such as sickle cell anemia
and diabetes mellitus [10-12].
Preventive measures or correction of zinc deficiency consist of food intervention, food
fortification and supplementation. Several studies have shown the benefits of zinc
supplementation in children with risk of zinc deficiency [13-15]. To achieve these
benefits, correct planning in type of supplement, its pharmacological form, dosage, and
administration frequency is essential, considering the need or not of an association with
other nutrients [2].
There is still a lack of studies that assess the effectiveness of zinc supplementation in
children, by comparing daily or weekly frequency, as well as binomial duration/dose.
The Recommended Dietary Allowances (RDA) of zinc for children aged 4 to 8 years
and 9 to 13 years is 5 mg/day and 8 mg/day, respectively [16]. These values correspond
to the recommended daily food ingestion. The International Zinc Nutrition Consultative
Group (IZiNCG), in turn, suggests supplementation of 10 mg of zinc/day for children
and adolescents between the ages of 4 and 18 years with risk of zinc deficiency [2].
Zinc deficiency and its effects have been studied in a child population as well as the
effect of supplementation as an intervention measure [17]. Although some symptoms of
insufficient zinc intake are not specific of its deficiency per se, it is important to
investigate this possibility.
Different approaches try to assess body zinc status, such as zinc in plasma, serum,
erythrocytes, platelets, leukocytes, hair, sweat, urine and metalloenzyme activities.
However, there is no “gold standard”, since homeostatic control of the organism makes
it impossible to measure deficiency [18]. Therefore, detecting and diagnosing a
marginal deficiency of this micronutrient is difficult because of the unreliability of these
parameters [19,20].
In this context, kinetic studies have been used as versatile tools for assessing body zinc
status more accurately [21,22]. Kinetic parameters based on compartmental models
evaluate absorption, distribution and body zinc excretion. They provide data on sudden
18
changes in zinc status that would not be detected in other known parameters, mainly if
used individually [2]. Kinetic studies are also important to understand the
physiopathological aspects of zinc metabolism on marginal child deficiency.
The venous zinc tolerance test (VZnTT) was first described in the study of a number of
zinc kinetic parameters in human beings [23]. It was used to determine if it was more
reliable than serum zinc and other biological materials in estimating a marginal status of
zinc nutrition. This test can be used in any population of children. It is not very
invasive, and is easy and quick to apply.
In a study of zinc kinetics in children with type I diabetes mellitus, researchers proposed
the assessment of total-body zinc clearance (CZn), after injection of 0.066 mg Zn/kg
body weight, as an efficient parameter for characterizing marginal or severe zinc
deficiency [24].
Given the role of zinc, the seriousness of its deficiency in children and the nonexistence
of an ideal method for assessing its real body status, the purpose of this research was to
report the kinetic results of this micronutrient in children aged 6 to 9 years, before and
after oral zinc supplementation.
MATERIAL AND METHODS
Subjects
The sample comprised 42 children, aged from 6 to 9 years, of both sexes, from three
municipal schools in the city of Natal, Brazil, who were authorized by their parents or
guardians to take part in the study. Children with acute, chronic, infectious or
inflammatory diseases and those who had undergone surgery or were using vitamin-
mineral supplements were excluded. The project was approved by the Research Ethics
Committee of Onofre Lopes University Hospital (CEP-HUOL) at UFRN, Brazil.
Experimental Design
19
In this study, all 42 children were submitted to VZnTT and nutritional assessment,
before and after 3-month oral zinc supplementation. The same children were submitted
to total-body zinc clearance during VZnTT. All procedures were performed between
7:00 and 10:00 a.m. (Fig. 1).
Nutritional Assessment
Anthropometric measurement
The assessment of nutritional status was based on body mass index (BMI). BMI is
calculated using child’s weight and height and is then used to find the corresponding
BMI-for-age percentile for child’s age and sex. We collected weight, height and age
data, as per literature recommendations [25]. Growth curves published by the Centers
for Disease Control and Prevention (CDC) for individuals from 2 to 20 years of age
were used as reference [26]. Calculations and classificatory results were performed and
obtained using the online BMI calculator on the CDC website
(http://apps.nccd.cdc.gov/dnpabmi/Calculator.aspx
).
BMI-for-age weight status categories and the corresponding percentiles are:
underweight category (less than 5
th
percentile); healthy weight category (5
th
percentile
to less than 85
th
percentile); risk of overweight category (85
th
percentile to less than 95
th
percentile); overweight category (95
th
percentile or greater).
Food intake evaluation
Energy, protein, lipid, carbohydrate, fiber, calcium, iron and zinc intake were assessed
using the 3-day prospective food diary. During this period, the parents or guardians
recorded all the food items consumed by the children. A composition analysis of the
diet was then performed using NutWin 1.5 software from the Department of Health
Information Technology of the Escola Paulista de Medicina (UNIFESP/EPM, Brazil).
Venous zinc tolerance test
This test was initiated at 7:00 a.m. after a 12-h fast. All subjects remained in dorsal
decubitus throughout the test. An antecubital vein in each forearm was punctured and an
20
infusion device was installed and maintained with physiological saline (zinc free). The
bladder was emptied and the urine discarded, and the time was recorded. Intravenous
administration of 0.06537 mg/Zn/kg of body weight (1 μmol ZnSO
4
7H
2
O) over a period
of 1 min was started at time 0 min (8:00 a.m.). Next, 2.5 mL of blood samples were
collected from the contralateral arm at -30 (before zinc injection), 30, 60, 90 and 120
min [24]. During this period, each child ingested 4 mL of ultra pure water/kg body
weight (Milli-Q Plus, Millipore, Billerica, MA, USA), to facilitate urine collection 120
minutes after zinc injection (Fig. 2). Urine volume was then determined in metal-free
measuring cylinders.
Kinetic approach
The procedures were performed between 8:00 and 10:00 a.m. after anthropometric
assessment, and consisted of emptying the bladder, ingesting ultra pure water and the
puncture of a forearm vein without a tourniquet [27]. More details are specified in the
venous zinc tolerance test.
Serum zinc level declined exponentially for up to 120 min after intravenous injection.
Total body zinc clearance (CZn) was calculated using the following equation:
CZn = K
el
x V
d
where K
el
is the elimination constant of serum zinc and V
d
is distribution volume. ΔCo,
K
el
, and V
d
were calculated as follows:
ΔCo = Cp - Co
K
el
= 0.693/T
1/2
V
d
= dose i.v./ ΔCo
C
p
is the theoretical serum zinc concentration immediately after the injection, as
calculated from the serum concentration versus the time profile; Co is the basal serum
zinc concentration; ΔCo means the difference between Cp and Co; T
1/2
is the biological
half-life of serum zinc calculated directly from the serum concentration versus the time
profile [24].
Zinc supplementation
21
All children were supplemented with 5 mg Zn/day for 3 months, i.e., exactly 90 d. Five
drops were added to milk or juice every morning. Zinc ingestion was controlled every
two weeks by the same observer. The follow-up visit occurred immediately after the
zinc supplementation period.
Drugs, sample collection, and analysis
ZnSO
4
.7H
2
O was purchased from Merck (Darmstadt, Germany). The ampoules were
prepared at the InjectCenter – Manipulação de Injetáveis, Ribeirão Preto - SP, Brazil.
Each ampoule contained 5 mL = 40 μmol ZnSO
4
.7H
2
O. The syrups were prepared at the
Pharmacotechnical Laboratory of the Department of Pharmacy, UFRN. Each drop
contained 1 mg of elemental zinc.
Blood samples were obtained by puncturing a forearm vein without a tourniquet.
Samples showing hemolysis were discarded because erythrocytes are rich in zinc [28].
All procedures related to manipulation of zinc samples were performed according to
international standards for prevention of zinc contamination of the environment [29].
The blood samples were placed in metal-free tubes without anticoagulants and kept at
37
o
C for 120 min in the sterilizer until clot formation. After that, 500 μL of the serum
was collected with metal-free plastic pipettes and transferred to metal-free plastic tubes
containing 2000 μL of ultra pure water to dilute the serum. The samples were kept at -
20
o
C until analysis [30].
SZn was measured by atomic absorption spectrophotometer (Spech AA-200, Varian,
Victoria, Australia) according to the manufacturer’s instructions. Sensitivity was 0.01
μg/mL, intra-assay coefficient of variation was 2.37%, and reference values were 70 to
120 μg/dL. No side effects were reported after intravenous zinc administration.
Other biochemical parameters such as total protein, hematocrit, hemoglobin, serum and
urinary creatinine, were determined using standard clinical laboratory methods:
hemogram (Micros 60-OT, ABX Diagnostics, Montpellier, France) biochemical
parameters (RA-50, Bayer Diagnostics, Dublin, Ireland), and urine analysis (RA-50,
Bayer Diagnostics, Dublin, Ireland).
22
Statistical analysis
We used Student’s t-test for paired samples (before and after supplementation), using
GraphPad Prism 5.0 (GraphPad Software, Inc, San Diego, CA, USA). A p-value of <
0.05 was accepted as significant.
RESULTS
A total of 42 schoolchildren, aged between 6 and 9 years were studied. Forty-eight
percent (n=20) were boys and fifty-two percent (n=22) were girls. According to BMI,
21.4% (n=9) had low weight, 76.2% (n=32) had healthy weight, 2.4% (n=1) were
borderline overweight, and none were overweight (Fig. 3). Food intake, consisting of
energy, macronutrients, fibers, calcium, iron, and zinc, showed no significant difference
before and after zinc supplementation, remaining constant during the 3-month study.
However, we found that energy, calcium, and fiber consumption was suboptimal, given
that it was below recommended levels (Table 1).
All the pharmacokinetic parameters studied (SZn, T
½
, K
el
, V
d
and CZn), were
significantly different before and after zinc supplementation, except V
d
(Fig. 4 and 5,
Table 2).
Other serum biochemical parameters, before and after zinc supplementation, such as
total protein and creatinine, were in the normal range. Hematocrit, hemoglobin and
urinary creatinine were also normal (data not show).
DISCUSSION
We found a large percentage of children with healthy weight (Fig. 3), even children
from low- income families in this developing country. In recent decades, Brazil has
undergone a nutritional transition process, where overweight and obesity, previously
uncommon in low- income populations, has become increasingly widespread [31]. The
children’s families had mean monthly income of US$ 72.22, below the limit of US$
23
105.55 established by the United Nations Development Program – Atlas of Human
Development in Brazil, 2000 (UNDP).
However, increasing overweight and decreasing low weight in low income social class
individuals does not indicate an improved socioeconomic situation, but rather
inadequate nutritional patterns. Their diet may provide the necessary calories, but is
often of low nutritional value and generally rich in simple carbohydrates, saturated and
hydrogenated fats, in addition to being poor in fibers and micronutrients [32,33].
Thus, a diagnosis tool based only on proper weight does not necessarily imply good
nutritional status, since poor eating habits lead to insufficient intake of some nutrients
and excessive of others. This being so, food consumption in children has been the focus
of many studies, given the importance of nutrition in health and in disease prevention
[34, 35].
We observed low energy intake (Table 1), despite the satisfactory percentage
distribution of macronutrients. However, we found a preference for food rich in simple
carbohydrates and poor in unsaturated fat. We also found low vegetable, grain and
whole food intake; therefore, low fiber ingestion. Among the analyzed micronutrients,
we found low calcium intake, which may have serious long-term health effects.
However, zinc and iron intake were adequate (Table 1). A number of studies on food
consumption in children and/or adolescents corroborate our results, in terms of the
nutritional imbalance of the food consumed by this population [33,36,37].
Although some studies have pointed to the positive effects of zinc supplementation on
the sense of smell and of taste, and consequent increase in appetite and food ingestion
[17], we did not observe greater food consumption after 3-month zinc supplementation
(Table 1). Perhaps the economic limitation for acquiring food items contributed to the
unaltered food consumption. Furthermore, the effect of zinc on taste, appetite and food
intake seems to be greater in cases of anorexia caused by zinc deficiency [38].
The lower normality limit of serum zinc suggested for children under the age of 10
years is 65 μg/dL, regardless of whether the morning blood sample was collected after
24
overnight fast or not [2]. According to this reference, our children did not have low SZn
levels before or after supplementation (Fig. 4, Table 2). Total protein, hematocrit and
hemoglobin values were normal (data not show).
Our results disagree with those of a number of studies described in the literature. For
example, researchers found plasma zinc values less than 70 μg/dL in 13% of 126
children between the ages of 2 and 7 years from the city of Ribeirão Preto, Brazil [39].
Others have also reported plasma zinc levels less than 72 μg/dL in 38.4% of 159
Venezuelan children aged 3 months to 8 years and belonging to low income families
[40].
The normal SZn levels found in our study agreed with the food pattern analyzed, given
that the satisfactory ingestion of animal protein, of zinc itself and low phytate
consumption, certainly contributed to the better bioavailability of this mineral. The
increase in SZn levels confirmed better body zinc status, as a positive response to
supplementation (Fig. 4, Table 2), since food consumption was constant over the study
period (Table 1).
After supplementation with this micronutrient, there was an increase of CZn (Fig. 5)
due to its better reserves in the body and the maintaining of organic homeostasis.
Marginal or moderate zinc deficiency may be detected with CZn 20mL/kg/h [13].
Nakamura et al. [24] comparing the CZn of 17 insulin-dependent diabetic patients and
15 control subjects, with mean age of 11.5 years, observed values of 24.6 ± 1.8 and 15.1
± 0.6 mL/kg/h, respectively (p<0.01). These data showed marginal zinc deficiency in
diabetic patients despite their having normal SZn values. We are the first to perform
VZnTT after 3 months oral zinc supplementation. We believe that this time period is
sufficient to reach the optimum effect, given that changes in enzymatic activities occur
slowly [2].
Corroborating Nakamura et al. data [24], Kaji et al. [41], in a sample of 30 children with
mean age of 10 years, found 9 cases of elevated CZn value (20mL/kg/h) with normal
SZn concentrations, indicating marginal zinc deficiency. They concluded that CZn
concentrations were more useful than SZn concentrations in diagnosing marginal zinc
25
deficiency. In our study, all the children had normal basal SZn levels and CZn levels
lower than 20 mL/Kg/h (Table 2). It is likely that no child had a marginal deficiency of
this micronutrient. However, after 3 months of zinc supplementation, a significant
improvement in SZn levels was observed, even so, within the normal range. The same
occurred with CZn, without exceeding the value of 20 mL/kg/h. It is the first time that
this experimental model, using zinc supplementation, is used in humans.
CONCLUSION
As zinc is an essential trace element in human nutrition, there is a need for body zinc
status evaluation in some clinical situations. In light of this, we conclude that the most
important finding in this paper, previously not shown in the literature, was to prove
kinetic sensitivity in detecting changes in body zinc status, even in children without a
deficiency of this micronutrient. Furthermore, kinetics showed a positive response to
supplementation and may be considered a sensitive parameter for evaluating the
efficacy of this therapy.
ACKOWLEDGEMENTS
This study was supported by CNPq grant n° 304514/03-9 and by CAPES grant n°
200587544. We thank the pharmacists Dina Maria de Araújo, Teresa Cristina Paiva da
Silva and Francisco Paulo Freire Neto for their technical assistance.
26
REFERENCES
1. Endre L, Beck FWJ, Prasad AS. The role of zinc in human health. J Trace Elem
Exper Med 3:337-375,1990.
2.
Hotz C, Brown KH. Assessment of the Risk of Zinc Deficiency in Populations
and Options for Its Control. International Zinc Nutrition Consultative Group
(IZiNCG). Food Nutr Bull 25:S91-S204, 2004.
3. Krishna SS, Mamjumbar I, Grishin NV. Structural classification of zinc fingers.
Nucleic Acids Res 31:532-550, 2003.
4. Stefanidou M, Maravelias C, Dona A, Spiliopoulou C. Zinc: a multipurpose
trace element. Arch Toxicol 80:1-9, 2006.
5. Klaus-Helge I, Lothar R. Zinc-altered immune function. J Nutr 133:1452S–
1456S, 2003.
6. Vallee BL, Falchuk KH. The biochemical basis of zinc physiology. Physiol Rev
73:79-18, 1993.
7. Prasad AS. Zinc in human health. J Trace Elem Exp Med 11:63-87, 1998.
8. Nävert B, Sandström B, Cederblad A. Reduction of the phytate content of bran
by leavening in bread and its effects on absorption of zinc in man. Brit J Nutr
53:47-53, 1985.
9. Sandström B, Almgren A, Kivistö B, Cederblad Å. Effect of protein level and
protein source on zinc absorption in humans. J Nutr 199:48-53, 1989.
10. World Health Organization (WHO). Trace elements in human nutrition and
health. Geneva, World Health Organization, 1996.
11. Kawchak DA, Schall JI, Zemel BS, Ohene-Frempong K, Stallings VA.
Adequacy of dietary intake declines with age in children with sickle cell disease.
J Am Diet Assoc 107:843-848, 2007.
12. Brandão-Neto J, Silva CAB, Rezende AA, Almeida MG, Sales VSP, Marchini
JS. Zinc pharmacokinetics in insulin-dependent diabetes mellitus patients after
oral zinc tolerance test. Nutr Res 23:141-150, 2003.
13. Nakamura T, Nishiyama S, Futagoishi-Suginohara Y, Matsuda I, Higashi A.
Mild to moderate zinc deficiency in short children: effect of zinc
supplementation on linear-growth velocity. J Pediatr 123:65-69, 1993.
14. Allen LH. Zinc and micronutrient supplements for children. Am J Clin Nutr
68:495-498, 1998.
15. Kikafunda JK, Walker AF, Allan EF, Tumwine JK. Effect of zinc
supplementation on growth and body composition of Ugandan preschool
27
children: a randomized controlled, intervention trial. Am J Clin Nutr 68:1261-
1268, 1998.
16. Dietary reference intakes for vitamin A, vitamin K, arsenic, boron, chromium,
copper, iodine, iron, manganese, molybdenum, nickel, silicon, vanadium, and
zinc: a report of the Panel on Micronutrients ..., Standing Committee on the
Scientific Evaluation of Dietary Reference Intakes, Food and Nutrition Board,
Institute of Medicine. National Academy of Sciences, 2003.
17. Brandão-Neto J, Stefan V, Mendonca BB, Bloise W and Castro AVB. The
essencial role of zinc in growth nutrition research. Nutr Res 15:335-358, 1995.
18. Hambidge M. Biomarkers of trace mineral intake status. J Nutr 133:948-955,
2003.
19. Thompson RP. Assessment of zinc status. Proc Nutr Soc 50:1928, 1991.
20. Walsh CT, Sandstead HH, Prasad AS, Newberne PM, Fraker PJ. Zinc: Health
effects and research priorities for the 1990s. Environ Health Perspect 102:5-46,
1994.
21. Hotz C, Lowe NM, Araya M, Brown KH. Assessment of the trace element status
of individuals and populations: the example of zinc and copper. J Nutr
133:1563-1568, 2003.
22. Feillet-Coudray C, Meunier N, Rambeau M, Brandolini-Bunlon M, Tressol JC,
Andriollo M, Mazur A, Cashman KD, Coudray C. Long-term moderate zinc
supplementation increases exchangeable zinc pool masses in late-middle-aged
men: the Zenith Study. Am J Clin Nutr 82:103-110, 2005.
23. Nakamura T, Higashi A, Takano S, Akagi M, Matsuda I. Zinc clearance
correlates with clinical severity of Crohn’s disease: a kinetic study. Dig Dis Sci
33:1520-1524, 1988.
24. Nakamura T, Higashi A, Nishiyama S, Fujimoto S, Matsuda I. Kinetics of zinc
status in children with IDDM. Diabetes Care 14:553-557, 1991.
25. World Health Organization. WHO Expert Committee on Physical Status: the use
and interpretation of anthropometry physical status. WHO Technical Report
Series, vol 854. Geneva: World Health Organization, 1995.
26. Ogden CL, Kuczmarski RJ, Flegal KM, Mei Z, Guo S, Wei R, Grummer-Strawn
LM, Curtin LR, Roche AF, Johnson CL. Centers for Disease Control and
Prevention 2000 Growth Charts for the United States: Improvements to the 1977
National Center for Health Statistics Version. Pediatrics 109:45-60, 2002.
27. Brandão-Neto J, Silva ACB, Shuhama T, Silva JA, Oba L. Renal handling of
zinc in insulin-dependent diabetes mellitus patients. BioMetals 14:75-80, 2001.
28
28. Wood RJ. Assessment of marginal zinc status in humans J Nutr 130:1350-1354,
2000.
29. Brandão-Neto J, da Silva CAB, Figueiredo NB, Shuhama T, Holanda MBS,
Diniz JMM. Zinc kinetics in insulin-dependent diabetes mellitus patients.
BioMetals 13:141-145, 2000.
30. Brandão-Neto J, da Silva CAB, Figueiredo NB, Shuhama T, da Cunha NF,
Dourado FB, Naves LA. Lack of acute zinc effects in glucose metabolism in
healthy and insulin-dependent diabetes mellitus patients. BioMetals 12:161-165,
1999.
31. Kac G, Velásquez-Meléndez G. A transição nutricional e a epidemiologia da
obesidade na América Latina. Cad Saude Publica 19:4-5, 2003.
32. Escoda MSQ. For a critic to the nutritional transition. Cien Saude Colet 7:219-
226, 2002.
33. Maestro V. Padrão alimentar e estado nutricional: caracterização de escolares de
município paulista. Dissertação de mestrado. Escola Superior de Agricultura
Luiz d Queiroz, 2002.
34. Fleming K, Carlson, S, Ohls J, Kennedy ET. The Healthy Eating Index: design
and applications. J Am Diet Assoc 95:1103-1108, 1995.
35. Wolfe WS, Cowell C, Wales KR, Rhoades SJ, Melnik TA. Food consumption
patterns of elementary school children in New York City. J Am Diet Assoc
98:159-164, 1998.
36. Caroba DCR, Vieira da Silva, M. Food consumption of adolescents registered in
the public schools of the city of Piracicaba - SP. Segurança Alimentar e
Nutricional 12:55-66, 2005.
37. Rameshwar Sarma KV, Udaykumar, P, Balakrishna, N, Vijayaraghavan, K,
Sivakumar, B. Effect of micronutrient supplementation on health and nutritional
status of schoolchildren: growth and morbidity. Nutrition 22:8-14, 2006.
38. Shay NF, Mangian HF. Neurobiology of zinc-influenced eating behavior. J Nutr
130:1493-1499, 2000.
39. Fávaro RMD, Vannucchi H. Níveis plasmáticos de zinco e antropometria de
crianças da periferia de centro urbano no Brasil. Rev Saude Publica 24:5-
10,1990.
40. Amaya D, Urrieta R, Gil NM, Molano NC, Medrano I, Castejón HV. Valores de
zinc plasmático em una población infantil marginal de Maracaibo, Venezuela.
Arch Latinoam Nutr 47:23-28, 1997.
41. Kaji M, Gotoh M, Takagi Y, Masuda H, Kimura Y, Uenoyama Y. Studies to
determine the usefulness of zinc clearance test to diagnose marginal zinc
29
deficiency and the effects of oral zinc suplementation for short children. J Am
Col Nutr 17:388-391, 1998.
42. Human energy requirements: Report of a Joint FAO/WHO/UNU Expert
Consultation. Rome, 17-24 October 2001.
43. Institute of Medicine. Dietary reference intakes (DRIs) for energy, carbohydrate,
fiber, fat, fatty acids, cholesterol, protein, and amino acids. Washington, DC:
National Academy Press, 2005.
44. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for Calcium, Phosphorus,
Magnesium, Vitamin D, and Fluoride. Standing Committee on the Scientific
Evaluation of Dietary Reference Intakes. Food and Nutrition Board,
Washington, DC: National Academy Press, 1997.
30
FIGURE 1
Fig. 1. Experimental design, aimed at the study of zinc kinetics, of nutritional
assessment and the venous zinc tolerance test (VZnTT) in 42 children.
31
FIGURE 2
Fig. 2. Schedule of VZnTT to evaluate the kinetic approach in 43 children from low-
income families
32
FIGURE 3
Fig. 3. Nutrition status expressed by BMI before oral zinc supplementation in 42
children.
U HW RO O
0
5
10
15
20
Boys
Girls
n=6
n=3
n=13
n=19
n=1
U = Underweight
HW = Healthy W eight
RO = Risk of Overweight
O = Overweight
Number of children
33
FIGURE 4
Fig. 4. Serum zinc levels before and after oral zinc supplementation in 42 children.
Significant differences were observed at both moments (p < 0.0001). Mean ± SD before
(102.4 ± 10.5) and after (122.0 ± 19.5) zinc supplementation.
Before After
0
50
100
150
200
p < 0.0001
SZn (
μ
g/dL)
34
FIGURE 5
Fig. 5. Total-body zinc clearance before and after oral zinc supplementation in 42
children. Significant differences were observed at both moments (p = 0.0002). Mean ±
SD before (5.50 ± 1.20) and after (6.20 ± 1.05) zinc supplementation.
CZn Before CZn After
0
2
4
6
8
10
p = 0.0002
CZn (mL/kg/h)
35
TABLE 1
Table 1. Energy, nutrient intake and amount of energy or nutrient recommended by age
and sex before and after oral zinc supplementation in 42 children.
No significant differences were observed between energy and nutrients intake before and after oral zinc
supplementation (p > 0.05).
1
Energy requirements during growth [42]
2
Acceptable macronutrient distribution ranges [43]
3
Recommended Dietary Allowance [43]
4
Not determinable (ND) [43]
5
Adequate Intake [43]
6
Adequate Intake [44]
7
Recommended Dietary Allowance [16]
Before
supplementation
After
supplementation
Recommendations
Energy (Kcal)
1313 ± 313.9 1378 ± 350.1
6-9 years (for boys): 1573 to 1978 kcal/day
1
6-9 years (for girls): 1428 to 1854 kcal/day
1
Protein
(%)
(g)
14.6
48.01 ± 12.29
15.8
54.16 ± 13.73
10 – 30%
2
4-8 years (both sexes): 19 g/day
3
9-13 years (both sexes): 34 g/day
3
Fat
(%)
(g)
26.7
38.90 ± 13.66
28.8
43.90 ± 25.32
25 – 35%
2
ND
4
Carbohydrate
(%)
(g)
58.7
192.40 ± 48.36
55.4
190.50 ± 59.48
45 – 65%
2
130 g/day
3
Fiber (g)
11.7 ± 2.8 12.7 ± 4.1
4-8 years (both sexes): 25 g/day
5
9-13 years (for girls): 26 g/day
5
9-13 years (for boys): 31 g/day
5
Calcium (mg)
515.9 ± 209.9 563.0 ± 230.8
4-8 years (both sexes): 800 mg/day
6
9-13 years (both sexes): 1,300 mg/day
6
Iron (mg)
8.8 ± 2.3 9.1 ± 2.8
4-8 years (both sexes): 10 mg/day
7
9-13 years (both sexes): 8 mg/day
7
Zinc (mg)
6.4 ± 1.7 6.7 ± 1.7
4-8 years (both sexes): 5 mg/day
7
9-13 years (both sexes): 8 mg/day
7
36
TABLE 2
Table 2. Kinetics parameters of VZnTT before and after oral zinc supplementation in 42
children.
P values expressed differences among all the parameters (p < 0.05), except for V
d
(p > 0.05).
Values are means ± SD
* Statistical significance (p < 0.05)
SZn
(μ
μμ
μg/dL)
T
½
(h)
K
el
(K
el
/h)
V
d
(L/kg)
CZn
(mL/kg/h)
Before
supplementation
(n=42)
102 ± 10.1 2.73 ± 0.597 0.265 ± 0.051 0.0209 ± 0.0028 5.52 ± 1.20
After
supplementation
(n=42)
122 ± 19.5 2.39 ± 0.261 0.294 ± 0.033 0.0211 ± 0.0022 6.22 ± 1.05
Student’s t-test
(p value) p < 0.0001* p = 0.0006* p = 0.0004* p = 0.6432 p = 0.0002*
37
4. COMENTÁRIOS, CRÍTICAS E SUGESTÕES
A temática do nosso anteprojeto inicial gerou os seguintes trabalhos
publicados em anais de congressos:
Leite LD, Rocha EDM, Marcos CMP, Moura JE, Brandão-Neto J. Efeito da
suplementação de zinco sobre o crescimento de crianças desnutridas de 6 a 9 anos
- Natal/RN. In: Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada - Ganepão. Revista
Brasileira de Medicina 2005; 62:88-9.
Leite LD, Rocha EDM, Brandão-Neto J. Diferentes padrões classificatórios de
antropometria modificam o resultado do estado nutricional em crianças? In: II
Congresso Brasileiro de Nutrição Integrada 2007. Revista Brasileira de Medicina
2007; 64:122.
Leite LD, Rocha EDM, Santos MGN, Baracho MFP, Moura JE, Brandão-Neto J.
Efeito da Suplementação de zinco sobre o consumo alimentar de portadores de
lipodistrofia generalizada congênita, Natal/RN. In: II Congresso Brasileiro de Nutrição
Integrada. Revista Brasileira de Medicina 2007; 64:120.
Além disso, as leituras científicas inerentes ao zinco associadas ao
conhecimento prévio e paralelo adquiridos nos motivaram a escrever sobre a
“regulação da ingestão alimentar” e “obesidade: uma doença inflamatória”. O
primeiro tema será alvo de capítulo de livro e um artigo científico, ambos em fase de
finalização. O segundo tema gerou um artigo científico encaminhado à Revista de
Nutrição, indexada no LILACS e SciELO, encontrando-se na fase de espera do
aceite.
O modelo metodológico do presente estudo prospectivo de intervenção foi
cuidadosamente delineado com finalidade de precisão, fidedignidade e
38
reprodutibilidade. Embora meticuloso, sua realização foi satisfatória e, juntamente
com a equipe multidisciplinar envolvida, atingiu as expectativas geradas.
Os objetivos iniciais do modelo proposto no anteprojeto foram: avaliar o
estado nutricional das crianças por meio dos indicadores de peso por idade, estatura
por idade e peso por estatura; verificar a adequação do consumo alimentar quanto a
calorias, proteínas, cálcio, ferro e fibras; observar a presença de sinais e sintomas
de deficiência de zinco, mediante exame físico; e detectar a deficiência de zinco
através do TVTZn.
O estado nutricional foi avaliado, considerando apenas o indicador de peso
por estatura, correspondendo ao parâmetro do Índice de Massa Corporal (IMC) cuja
nova classificação para indivíduos de 2 a 20 anos foi publicada recentemente, com
melhor respaldo metodológico
53
.
A adequação do consumo alimentar foi realizada da forma prevista, no
entanto, inclui-se também a avaliação dos lipídios e carboidratos, com a finalidade
de traçar o perfil completo dos macronutrientes ingeridos.
O exame físico para verificação de possíveis sinais carenciais de zinco foi
realizado com algumas crianças no início do estudo, no entanto houve
descontinuidade dessa ação. Para tal feito contávamos com apoio de residentes do
curso de medicina que não puderam manter sua constância ao longo do estudo.
Ademais, nas primeiras crianças avaliadas, nenhum sinal físico foi observado.
Julgamos, então, que a concretização desse objetivo não era primordial para o cerne
da pesquisa. Além disso, a interrupção dessa ação não interferiu, felizmente, na
execução ou nos resultados esperados.
Finalizando os objetivos propostos, o TVTZn foi realizado com êxito, antes e
após a suplementação de zinco. Descobrimos que sua contribuição meritória não foi
39
detectar a deficiência de zinco em si, mas ser um parâmetro sensível para avaliar
alterações do estado corporal de zinco, a qual se observou após sua suplementação
oral.
Outra modificação ocorrida refere-se ao fato de que inicialmente pensamos
em trabalhar com grupos de crianças desnutridas e eutróficas, analisando os dados
separadamente, observando e comparando suas respectivas respostas. No entanto,
nos deparamos com resultados similares entre elas. Todas as crianças faziam parte
de um mesmo universo de estudo, compunham uma faixa etária previamente
definida e tinham condições sócio-econômicas semelhantes, contribuindo para a
homogeneidade da amostra. Outro ponto importante é que embora os parâmetros
antropométricos gerem a classificação de eutrofia e desnutrição, a definição de um
estado nutricional não deve ser baseada apenas nesse método. Muitas vezes o
peso pode estar adequado para a altura e idade, mas o consumo alimentar e dados
bioquímicos podem indicar carência de proteínas e micronutrientes, se contrapondo
a um estado de eutrofia. Devido a esses aspectos, resolvemos reunir as crianças
num só grupo, sendo este avaliado em dois momentos, antes e após a intervenção
da suplementação oral com zinco. O grupo foi controle dele mesmo.
Outro fato relevante é que nosso intento inicial era trabalhar com um “n”
amostral de 20 crianças, todavia verificamos a necessidade de aumentar essa
amostra a fim de gerar resultados estatísticos mais seguros.
Diante disso, o que estava proposto no anteprojeto inicial foi executado com
devidos ajustes os quais contribuíram para qualificação do trabalho e realização
satisfatória dentro das circunstâncias vivenciadas.
Inicialmente o projeto piloto foi realizado com 5 crianças que, posteriormente,
foram absorvidas na amostra da pesquisa. A análise estatística do nosso estudo foi
40
realizada cuidadosamente, mediante escolha adequada de testes e orientação de
profissional com respaldo técnico para tanto. Ela mostrou-se relevante em nosso
estudo, pois assegurou, mediante sua significância, as conclusões geradas.
Ao longo da realização desse trabalho percebemos que trabalhar com
humanos, sobretudo crianças, não é simples, principalmente quando se trata de um
estudo prospectivo de intervenção, que requer testes dinâmicos e coletas
sucessivas de materiais biológicos. Porém, tivemos uma excelente adesão das
crianças, dos responsáveis e um prestimoso apoio dos diretores e professores das
escolas participantes.
O prazo proposto no cronograma do anteprojeto foi elastecido devido aos
pormenores intrínsecos ao seguimento do estudo. No entanto, a viabilidade da
pesquisa, o apropriado delineamento metodológico, a adesão dos participantes, o
envolvimento do grupo de pesquisa e o apoio físico e técnico encontrado dentro da
instituição contribuíram para o cumprimento de todas as atividades descritas
inicialmente e conclusão do trabalho em tempo hábil.
Pela primeira vez na literatura científica um estudo como este foi realizado,
ressaltando sua originalidade e mérito. O aceite para publicação do primeiro
manuscrito oriundo desta pesquisa foi alcançado com esmero em revista com Qualis
Internacional A e Fator de Impacto igual a 2,45.
Esses primeiros resultados são motivadores para a extensão da investigação.
Nesse campo, o modelo experimental pode ser reproduzido com grupos
populacionais diferentes, com maior amostra e tempo de suplementação maior. A
depuração do zinco, como marcador sensível do estado corporal desse
micronutriente, pode ser comparado com as formas clássicas existentes, como zinco
eritrocitário e enzimas zinco-dependentes. Além disso, a tendência promissora seria
41
envolver perspectivas da biologia molecular aplicada à nutrição para estudar a
interferência do perfil alimentar sobre a expressão de genes relacionados ao zinco
(nutrigenômica) e diferentes respostas de polimorfismos genéticos à intervenção
nutricional, como por exemplo, uma suplementação de zinco (nutrigenética).
A contribuição dessa primeira publicação em andamento já se faz notória ao
nosso grupo de pesquisa, uma vez que concorre para novos conhecimentos e
descortina outros caminhos a serem percorridos. Por sua originalidade, acreditamos
na nossa colaboração intelectual à ciência e aos pesquisadores que estudam temas
semelhantes ou relacionados. Essa será verificada nas citações vindouras.
Esta pesquisa ainda possui dados relevantes a serem divulgados, o que
possibilitará outras publicações. Dentre eles, destacamos as dosagens de ferro e a
bioimpedância realizadas em paralelo. Além disso, mediante programa específico
(PK Solution Pharmacokinetic Software), cuja compra encontra-se em andamento,
outras mensurações cinéticas serão geradas brevemente.
Ainda diante de perspectivas enriquecedoras, trabalhos recentemente
publicados motivarão a ampliação da nossa investigação. Cole e Lifshitz abordam o
retardo no crescimento de causa nutricional, envolvendo déficits não só de macro,
mas também de micronutrientes
54
. A desaceleração do crescimento ocorre como
uma resposta adaptativa a uma nutrição subótima que impede o suprimento
adequado para alcançar um determinado potencial genético de crescimento. A
carência subótima de micronutrientes, como o zinco, é de difícil avaliação e muitas
vezes não condiz com o diagnóstico de uma antropometria. Além disso, muitas
nucleoproteínas que contém zinco estão envolvidas na expressão de proteínas
importantes para o crescimento. A deficiência de zinco reduz a produção do fator de
crescimento insulina símile 1 (IGF-1) e pode diminuir sua ação. Isso pode explicar
42
porque o estado corporal de zinco em crianças com deficiência do hormônio de
crescimento (GH) afeta a resposta ao tratamento com esse hormônio.
Estimulados, então, pelo exposto, objetivamos aprofundar nossa investigação
inicial repetindo o modelo experimental do presente trabalho para estudar a relação
do zinco com os níveis séricos de GH, durante o TVTZn, antes e após a
suplementação de zinco, em crianças com o mesmo perfil das incluídas neste
trabalho.
Além de autora da presente tese, minha atuação enquanto aluna e bolsista de
doutorado, também abrange a participação como integrante de outros trabalhos de
mestrado e doutorado. São eles: “Proposta de intervenção dietoterápica em
portadores de lipodistrofia generalizada congênita cadastrados na Associação dos
Portadores da Síndrome de Berardinelli do Rio Grande do Norte – ASPOSBERN”,
da mestranda Érika Dantas de Medeiros Rocha; “Estudo da resistência à insulina em
pacientes portadores de lipodistrofia generalizada congênita, antes e após o teste
oral de tolerância ao zinco”, da doutoranda Maria Goretti do Nascimento Santos; e
“Avaliação neuropsicológica de crianças com carência de zinco”, do doutorando
José Edson de Moura.
Em adição, enquanto nutricionista voluntária, componho a equipe
multidisciplinar do Ambulatório de Esclerose Lateral Amiotrófica do Hospital
Universitário Onofre Lopes (HUOL) da UFRN. O objetivo do ambulatório é tratar e
acompanhar os pacientes e desenvolver pesquisas que possibilitem troca de
conhecimento com outros centros de referência. Essa ação faz parte de um projeto
de extensão cadastrado na Pró-reitoria de Extensão da UFRN nominado “Formação
do centro de referência em assistência aos portadores de Esclerose Lateral
Amiotrófica”. Como fruto inicial, apresentamos, em agosto de 2008, o trabalho
43
“Avaliação do estado nutricional num grupo de indivíduos portadores de ELA” no
XXIII Congresso Brasileiro de Neurologia.
Minha atuação, nos últimos dois anos, também como professora substituta da
disciplina de Nutrição Clínica do curso de graduação em Nutrição da UFRN, me
agregou melhor conhecimento da vida acadêmica, assim como, maior experiência
no ensino, na orientação de Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) e na
participação de bancas de defesa.
Atualmente estou responsável pela orientação de Trabalho de Conclusão de
Curso em andamento, da aluna de graduação do Curso de Nutrição Monique Ingrid
dos Santos Gonçalves. Esse compreende uma revisão bibliográfica cujo título é
“Importância do zinco na prevenção e no tratamento do câncer”. Certamente essa é
a primeira orientação de outras que virão, inclusive, de trabalhos de pós-graduação.
Foi cogitada no nosso grupo de pesquisa a necessidade de um centro de
referência sobre crescimento e desenvolvimento, objetivando apoiar a base de
pesquisa já existente a respeito desse tema.
Um desejo especial que tenho é criar uma base de pesquisa sobre genômica
nutricional que visa estudar a interação entre genes e nutrientes com aplicabilidades
variadas na área de saúde. Na era pós-genoma e com os avanços na área da
biologia molecular, acredito que essa é uma área de extremo potencial
enriquecedor.
Com a experiência vivenciada ao longo desses anos, constatamos a
importância da multidisciplinaridade, onde profissionais de áreas distintas
contribuíram com conhecimentos específicos e óticas peculiares para o
conhecimento mútuo e articulado. A multidisciplinaridade existente em nosso
44
trabalho promoveu inter-relações entre diferentes áreas do conhecimento
enobrecendo nossos saberes enquanto seres humanos e pesquisadores.
Indubitavelmente o aprendizado teórico-prático, fruto de uma orientação
efetiva e substancial, contribuiu para um enriquecimento científico recompensador.
Todavia, o conhecimento como processo dinâmico, é acumulado pouco a pouco no
transcorrer do tempo. Nessa jornada, orientações, envolvimento com outros grupos
de pesquisa, valorização da multi e interdisciplinaridade, fundação de base de
pesquisa e publicações internacionais são desafios a serem abraçados e
conquistados ao longo da vida acadêmica.
O término de uma tese premiada com a obtenção do título de doutor significa
um galardão cuja conquista é árdua. Todavia, não estagna o desejo e a necessidade
de abarcar as ramificações do que foi gerado, assim como novos projetos. Ainda
nessa estrada incessante, novas possibilidades surgirão, devendo ser aproveitadas
ao seu tempo. A capacitação adquirida, embora não concluída, traduz-se num
preparo mais seguro para o seguimento da carreira acadêmica (ensino, pesquisa e
extensão), e o vislumbrar do pós-doutorado como nova meta a ser alcançada.
45
5. REFERÊNCIAS
1. Endre L, Beck FWJ, Prasad AS. The role of zinc in human health. J Trace Elem
Exp Med 1990;3:337-75.
2. Brown KH, Wuehler SE, Peerson JM. The importance of zinc in human nutrition
and estimation of the global prevalence of zinc defi ciency. Food and Nutrition
Bulletin 2001; 22:113-125.
3. Shrimpton R, Gross R, Darnton-Hill I, Young M. Zinc deficiency: what are the
most appropriate interventions? Br Med J 2005; 330:347-9.
4. Maret W, Sandstead HH. Zinc requirements and the risks and benefits of zinc
supplementation. Journal of Trace Elements in Medicine and Biology 2006; 20:3-
18.
5. Nakamura T, Higashi A, Takano S, Akagi M, Matsuda I. Zinc clearance correlates
with clinical severity of Crohn’s disease. A kinetic study. Digestive Diseases and
Sciences 1988; 33:1520-4.
6. Thompson RPH. Assessment of zinc status. Proc Nutr Soc 1991; 50:19-28.
7. Person OC, Botti AS, Feres MCLC. Repercussões clínicas da deficiência de zinco
em humanos. Arquivos Médicos do ABC 2006; 31:46-52.
8. Mafra D, Cozzolino SMF. Importância do zinco na nutrição humana. Revista de
Nutrição 2004; 17:79-87.
9. Valko M, Morris H, Cronin MTD. Metals, toxicity and oxidative stress. Current
Medicinal Chemistry 2005; 12:1161-1208.
10. Hotz C, Brown KH. Assessment of the Risk of Zinc Deficiency in Populations and
Options for Its Control.
International Zinc Nutrition Consultative Group
(IZiNCG).
Food and Nutrition Bulletin 2004; 25:91-204.
46
11. King JC, Shames DM, Woodhouse LR. Zinc Homeostasis in Humans. J Nutr
2000; 130:1360-6.
12. Miller LV, Hambidge KM, Naake VL, Hong Z, Westcott JL, Fennessey PV. Size of
the zinc pools that exchange rapidly with plasma zinc in humans: alternative
techniques for measuring and relation to dietary zinc intake. J Nutr 1994;
124:268-76.
13. Sena KCM, Pedrosa LFC. Efeitos da suplementação com zinco sobre o
crescimento, sistema imunológico e diabetes. Revista de Nutrição 2005; 18:251-
9.
14. Kaji M. Zinc in Endocrinology. International Pediatrics 2001; 16:1-7.
15. Prasad AS. Zinc in Human Health: Effect of Zinc on Immune Cells. Molecular
Medicine 2008; 14:353-7.
16. Frederickson CJ, Suh SW, Silva D, Frederickson CJ, Thompson RB.Importance
of Zinc in the Central Nervous System: The Zinc-Containing Neuron. J Nutr 2000;
130:1471-83.
17. Shay NF, Mangian HF. Neurobiology of zinc-influenced eating behavior. J Nutr
2000; 130:1493-9.
18. Stefanidou M, Maravelias C, Dona A, Spiliopoulou C. Zinc: a multipurpose trace
element. Arch Toxicol 2006; 80:1-9.
19. World Health Organization (WHO). Trace elements in human nutrition and health.
World Health Organization 1996.
20. Lönnerdal B. Dietary factors influencing zinc absorption. J Nutr 2000; 130:1378-
83.
21. Krebs NF. Overview of Zinc Absorption and Excretion in the Human
Gastrointestinal Tract. J Nutr 2000; 130:1374-7.
47
22. Liuzzi JP, Cousins RJ. Mammalian zinc transporters. Annu Rev Nutr 2004;
24:151-72.
23. Cragg RA, Phillips SR, Piper JM, Varma JS, Campbell FC, Mathers JC, Ford D.
Homeostatic regulation of zinc transporters in the human small intestine by dietary
zinc supplementation. Gut 2005; 54:469-78.
24. Griffin IJ, Hicks PD, Liang LK, Abrams SA. Metabolic adaptations to low zinc
intakes in premenarcheal girls. Am J Clin Nutr 2004; 80:385-90.
25. Vanderkooy PDS, Gibson RS. Food consumption patterns of Canadian preschool
children in relation to zinc and growth status. Am J Clin Nutr 1987; 45:609-16.
26. World Health Organization (WHO). Vitamin and mineral requirements in human
nutrition. World Health Organization and Food and Agriculture Organization of the
United Nations 2004.
27. Walravens PA, Krebs NF, MS, Hambidge KM. Linear growth of low income
preschool children receiving a zinc supplement. Am J Clin Nutr 1983; 38:195-201.
28. Prasad AS. Zinc in growth and development and spectrum of human zinc
deficiency. J Am Coll Nutr 1988; 5:377-84.
29. Penland JG, Sandstead HH, Alcock NW, Dayal HH, Chen XC, Li JS, Zhao F,
Yang JJ. A preliminary report: effects of zinc and micronutrient repletion on
growth and neuropsychological function of urban Chinese children. J Am Coll Nutr
1997; 16:268-72.
30. Manary MJ, Hotz C, Krebs NF, Gibson RS, Westcott JE, Broadhead RL,
Hambidge KM. Zinc homeostasis in Malawian children consuming a high-phytate,
maize-based diet. Am J Clin Nutr 2002; 75:1057-61.
31. Black MM. The Evidence Linking Zinc Deficiency with Children’s Cognitive and
Motor Functioning. J Nutr 2003; 133:1473-6.
48
32. Flores ME, Ramírez JA, Vargas E, Calivá JB, Céspedes C. El zinc plasmático y
su relación con los percentiles de crecimento de niños costarricenses en áreas
urbanas. Revista costarricense de ciencias médicas 1985; 6:38-50.
33. Rosado JL. Deficiência de zinc y sus implicaciones funcionales. Salud Pública de
México 1998; 40:181-8.
34. Villalpando S, García-Guerra A, Ramírez-Silva CI, Mejía-Rodriguez F, Matute G,
Shamah-Levy T, Rivera JA. Iron, zinc and iodide status in Mexican children
under 12 years and women 12-49 years of age. A probabilistic national survey.
Salud Publica Mex 2003; 45:520-9.
35. Fávaro RMD, Vannucchi H. Níveis plasmáticos de zinco e antropometria de
crianças da periferia de centro urbano no Brasil. Revista de Saúde Pública 1990;
24:5-10.
36. Silva AP, Vitolo MR, Zara LF, Castro CF. Effects of zinc supplementation on 1– to
5-year old children. J Pediatr 2006; 82:227-31.
37. Ferraz IS, Daneluzzi JC, Vannucchi H, Jordão Jr. AA, Ricco RG, Del Ciampo LA,
Martinelli Jr. CE, D’Angio Engelberg AA, Bonilha LRCM, Custódio VIC. Zinc
serum levels and their association with vitamin A deficiency in preschool children.
J Pediatr. 2007; 83: 512-7.
38. Brown KH, Peerson JM, Rivera J, Allen LH. Effect of supplemental zinc on the
growth and serum zinc concentrations of prepubertal children: a meta-analysis of
randomized controlled trials. Am J Clin Nutr 2002; 75:1062-71.
39. Zemel BS, Kawchak DA, Fung EB, Ohene-Frempong K, Stallings VA. Effect of
zinc supplementation on growth and body composition in children with sickle cell
disease. Am J Clin Nutr 2002; 75:181-2.
49
40. Fung EB, Kawchak DA, Zemel BS, Ohene-Frempong K, Stallings VA. Plasma
zinc is an insensitive predictor of zinc status: use of plasma zinc in children with
sickle cell disease. Nutr Clin Pract 2002; 17:365-72.
41. Fahmida U, Rumawas JS, Utomo B, Patmonodewo S, Schultink W. Zinc-iron, but
not zinc-alone supplementation, increased linear growth of stunted infants with
low haemoglobin. Asia Pac J Clin Nutr 2007; 16:301-9.
42. Berger J, Ninh NX, Khan NC, Nhien NV, Lien DK, Trung NQ, Khoi HH. Efficacy of
combined iron and zinc supplementation on micronutrient status and growth in
Vietnamese infants. Eur J Clin Nutr 2006; 60:443-54.
43. Wasantwisut E, Winichagoon P, Chitchumroonchokchai C, Yamborisut U,
Boonpraderm A, Pongcharoen T, Sranacharoenpong K, Russameesopaphorn W.
Iron and zinc supplementation improved iron and zinc status, but not physical
growth, of apparently healthy, breast-fed infants in rural communities of northeast
Thailand. J Nutr 2006; 136:2405-11.
44. Ruz M. Zinc supplementation and growth. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 2006;
9:757-62.
45. Hambidge M. Biomarkers of Trace Mineral Intake and Status. J Nutr 2003;
133:948-55.
46. Brown KH, Peerson JM, Allen LH. Effect of zinc supplementation on children’s
growth: a meta-analysis of intervention trials. Bibl Nutr Dieta 1998; 54:76-83.
47. Wood RJ. Assessment of marginal zinc status in humans. J Nutr 2000; 130:1350-
4.
48. Andree KB, Kim J, Kirschke CP, Gregg JP, Paik HY, Joung H, Woodhouse L,
King JC, Huang L. Investigation of Lymphocyte Gene Expression for Use as
Biomarkers for Zinc Status in Humans. J Nutr 2004; 134:1716-23.
50
49. Wastney ME, House WA, Barnes RM, Subramanian KNS. Kinetics of Zinc
Metabolism: Variation with Diet, Genetics and Disease. J Nutr 2000; 130:1355-9.
50. Nakamura T, Higashi A, Nishiyama S, Fujimoto S, Matsuda I. Kinetics of zinc
status in children with IDDM. Diabetes Care 1991; 14:553-7.
51. Nakamura T, Nishiyama S, Futagoishi-Suginohara Y, Matsuda I, Higashi A. Mild
to moderate zinc deficiency in short children: effect of zinc supplementation on
linear-growth velocity. J Pediatr 1993; 123:65-9.
52. Kaji M, Gotoh M, Takagi Y, Masuda H, Kimura Y, Uenoyama Y. Studies to
determine the usefulness of zinc clearance test to diagnose marginal zinc
deficiency and the effects of oral zinc suplementation for short children. J Am Col
Nutr 1998; 17:388-91.
53. Ogden CL, Kuczmarski RJ, Flegal KM, Mei Z, Guo S, Wei R, Grummer-Strawn
LM, Curtin LR, Roche AF, Johnson CL. Centers for Disease Control and
Prevention 2000 Growth Charts for the United States: Improvements to the 1977
National Center for Health Statistics Version. Pediatrics 109:45-60, 2002.
54. Cole CR, Lifshitz F. Zinc nutrition and growth retardation. Pediatr Endocrinol Rev
2008; 5:889-96.
51
6. APÊNDICE
52
53
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO SOBRE O CRESCIMENTO DE CRIANÇAS
DESNUTRIDAS DE 6 A 9 ANOS - NATAL/RN
Introdução:
Nas últimas décadas o zinco tem se destacado na nutrição humana por sua ampla
atuação no organismo. Este micronutriente atua como cofator de mais de 300 enzimas, participando
de funções catalíticas, estruturais e regulatórias. É demonstrado na literatura que o atraso no
crescimento e desenvolvimento é um sintoma carencial clássico em crianças de baixa renda com
deficiência de zinco. O crescimento ocorre através da divisão celular, necessitando da síntese de
DNA, RNA e proteína. Este evento é regulado por sistemas hormonais complexos, nos quais
destacam-se o hormônio do crescimento (GH) e o fator de crescimento insulina símile (IGF-1). O
zinco, por sua vez, é elemento chave nos sistemas enzimáticos envolvidos nesse processo, sendo,
portanto, capaz de afetar o processo de crescimento em quadros de carência. Trabalhos
experimentais têm verificado que a deficiência de zinco causa redução da produção e da atividade do
GH e do IGF-1. Desta forma, prejudica o crescimento, revertendo o processo apenas com sua
suplementação. Este curioso fato aponta que o crescimento não depende apenas de estímulo
hormonal. Sabe-se que o GH contém sítio zinco-receptor com função estrutural e funcional
importante. O zinco participa também na regulação da produção hepática do IGF-1 por conter
numerosos
zinc-fingers
, os quais atuam nos processos de transcrição. Portanto, a regulação de
genes específicos pode ser influenciada pela disponibilidade de zinco. Outro ponto meritório está na
participação do zinco na estrutura do osso. É indispensável para a atividade osteoblástica, formação
de enzimas ósseas, calcificação, fatores esses necessários ao processo de crescimento.
Objetivo:
Verificar o efeito da suplementação de zinco sobre o crescimento de crianças desnutridas
de 6 a 9 anos.
Metodologia:
As crianças estudadas foram provenientes de escolas municipais de Natal/RN. Os
critérios de inclusão foram pertencer a faixa etária de 6 a 9 anos, apresentar desnutrição segundo os
índices de Peso/Idade, Altura/Idade e Peso/Altura, preconizados pelo National Center for Health
Statistics (NCHS); além do mais, não estarem sob nenhum tratamento cirúrgico ou medicamentoso, e
terem o consentimento por escrito dos pais ou responsáveis. Foi realizada avaliação nutricional
antropométrica nas crianças antes e após a suplementação com 5 mg/Zn
++
/dia (utilizando-se o sulfato
de zinco heptahidratado), durante três meses.
Resultados:
Foram estudadas 12 crianças, sendo 58% (n=7) do sexo masculino e 42% (n=5) do
feminino. Da amostra total 42% (n=5) apresentavam desnutrição pregressa, 33% (n=4) desnutrição
atual e 25% (n=3) desnutrição crônica. Após a suplementação de zinco observou-se ganho estatural
em todas as crianças, onde 50% (n=6) cresceram de 2 a 3 cm, 25% (n=3) de 3 a 4 cm, 17% (n=2) de
1 a 2 cm, e 8% (n=1) de 0 a 1 cm.
Conclusão:
Foi verificado que a suplementação de zinco nas crianças desnutridas, na faixa etária
compreendida entre 6 e 9 anos de idade, surtiu efeito positivo sobre o crescimento, de forma que este
foi superior à média do crescimento estimada.
54
55
EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO SOBRE O CONSUMO ALIMENTAR DE PORTADORES
DE LIPODISTROFIA GENERALIZADA CONGÊNITA, NATAL/RN.
Objetivo: A lipodistrofia generalizada congênita (síndrome de Berardinelli-Seip) é uma doença
genética com transmissão autossômica recessiva caracterizada pela escassez de tecido adiposo.
Esta enfermidade acarreta disfunção no metabolismo glicídico e lipídico, gerando resistência
insulinínica, diabetes mellitus, dislipidemia, esteatose hepática, hiperfagia e níveis reduzidos de
leptina e adiponectina. Considerando o importante papel do zinco no organismo, sobretudo sua
participação no metabolismo energético e na regulação do apetite, objetivou-se verificar o efeito da
suplementação desse mineral sobre o consumo alimentar de portadores de lipodistrofia generalizada
congênita.
Materiais e métodos: Participaram do estudo 10 portadores da lipodistrofia generalizada congênita,
previamente diagnosticados. Os participantes concordaram em participar do estudo mediante assinatura
do termo de consentimento livre e esclarecido. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa vinculado ao Hospital Universitário Onofre Lopes da UFRN. Foi verificado o consumo alimentar
desses pacientes antes e após suplementação oral de 25mg de sulfato de zinco heptahidratado, por dia,
por um perído de três meses. Para análise do consumo alimentar utilizou-se a média do registro
alimentar prospectivo de três dias. Calorias, macronutrientes, cálcio, ferro e zinco foram analisados por
intermédio do programa informatizado NUTWIN, elaborado pelo serviço de nutrição da Escola Paulista de
Medicina.
Resultados: Dos 10 pacientes estudados, 60% (n=6) eram do sexo feminino e 40% (n=4) eram do
sexo masculino, com faixa etária compreendida entre 15 a 37 anos. O consumo alimentar médio
diário antes e após a suplementação de zinco está descrita a seguir. Calorias: 4020Kcal
vs.
2318Kcal
(p<0,001); Proteínas: 168g
vs.
116g (p=0,003); Lipídios: 101g
vs.
68g (p<0,001); Carboidratos: 629g
vs.
340g (p=0,001); Fibras: 20g
vs.
15g (p=0,155); Cálcio: 1671mg
vs.
845mg (p=0,022); Ferro: 29mg
vs.
20mg (p=0,0058); e Zinco: 15mg
vs.
10mg (p<0,001).
Conclusão: A suplementação trimestral com zinco contribuiu para controle da hiperfagia presente
nesses pacientes, verificado na redução do consumo alimentar, com significância estatística para
todos os nutrientes, exceto a fibra alimentar. Pressupõe-se que o zinco atuando como modulador da
expressão gênica da leptina tenha promovido aumento da sua produção ou melhora da sua ação,
repercutindo numa maior saciedade e redução do apetite nesses indivíduos. Estudos mais
aprofundados, envolvendo biologia molecular e nutrigenômica devem ser realizados para melhor
compreensão dos mecanismos envolvidos nesse aspecto.
56
57
DIFERENTES PADRÕES CLASSIFICATÓRIOS DE ANTROPOMETRIA MODIFICAM O
RESULTADO DO ESTADO NUTRICIONAL EM CRIANÇAS?
Objetivos: A antropometria é um dos parâmetros de avaliação do estado nutricional e consiste numa
ferramenta importante para verificar o balanço energético do indivíduo. O acompanhamento do peso
e da altura em relação à idade é essencial em crianças, uma vez que estão em intenso crescimento e
desenvolvimento. Este trabalho teve como objetivo comparar os resultados do estado nutricional
utilizando os parâmetros de A/I e P/A (NCHS, 1977); a classificação de Waterlow modificada por
Batista (1976); e o IMC para crianças (CDC, 2000).
Materiais e métodos: Participaram do estudo 61 crianças de 7 a 10 anos, provenientes de uma escola
municipal na zona leste de Natal/RN. A inclusão dessas crianças baseou-se na concordância dos
responsáveis mediante assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido, enquanto que a
presença de doenças crônicas, agudas e cirurgias nos últimos cinco anos foram definidos como
critérios de exclusão. O presente estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa vinculado ao
Hospital Universitário Onofre Lopes da UFRN. A idade das crianças foi calculada mediante data de
nascimento existente no registro escolar. O peso foi verificado em balança antropométrica digital
Filizola, com capacidade de 180kg e divisão de 100g. A altura foi verificada utilizando-se um
antropômetro vertical fixo à balança.
Resultados: Das 61 crianças estudadas, 54% (n=33) foram do sexo masculino e 46% (n=28) do sexo
feminino. Segundo o parâmetro de A/I, 80,3% (n=49) das crianças estavam eutróficas ou com altura
adequada para idade, 14,8% (n=9) em risco nutricional, 3,3% (n=2) com altura elevada para idade e
1,6% (n=1) com altura baixa para idade. Já o parâmetro de P/A detectou que 82,0% (n=50) das
crianças estavam eutróficas ou com peso adequado para altura, 11,4% (n=7) em risco nutricional,
3,3% (n=2) com peso elevado para altura e 3,3% (n=2) com peso baixo para altura. Segundo a
classificação de Waterlow/Batista, 57,4% (n=35) estavam eutróficas e 42,6% (n= 26) apresentavam
algum tipo de desnutrição, a saber, desnutrição pregressa (21,3%; n=13), desnutrição atual (16,4%;
n=10) e desnutrição crônica (4,9%; n=3). Segundo o IMC verificou-se que 82% (n=50) das crianças
estavam eutróficas, 13,1% (n=8) com baixo peso, 1,6% (n=1) com risco de sobrepeso e 3,3% (n=2)
com sobrepeso.
Conclusão: Observamos que houve grande diferença entre os resultados encontrados. Esse fato
certamente gera dúvidas entre os profissionais da saúde na escolha do parâmetro a ser utilizado.
Comenta-se na literatura as falhas metológicas existentes no estudo do NCHS (1977), repercutindo,
consequentemente, na fidedignidade da classificação de Waterlow/Batista (1976) que utiliza os
parâmetros de A/I e P/A adotados pelo NCHS. Por outro lado, considerando o fato do CDC (2000) ser
fruto de uma revisão corregedora dessas falhas, no tocante a ampliação das amostras,
representatividade racial e étnica, padronização da coleta dos dados e aprimoramento das técnicas
estatísticas, a literatura aponta que a utilização dessa padronização mais recente tenha uma
indicação mais plausível. Contudo, o NCHS (1977) ainda está sendo utilizado e recomendado como
padrão internacional de referência. Com base em nossos resultados e na literatura existente sobre o
tema, concluímos que, independente da classificação a ser adotada, deve-se haver cautela em usar
estes métodos antropométricos isolados para diagnosticar o estado nutricional de crianças, sendo
mais valorosa a utilização desses parâmetros para rastrear crianças em risco nutricional.
58
59
AVALIAÇÃO DO ESTADO NUTRICIONAL NUM GRUPO DE INDIVÍDUOS PORTADORES DE ELA
Introdução: A Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) é uma doença caracterizada pela perda dos
neurônios motores, superior e inferior, provocando fraqueza e atrofia progressiva dos músculos
esqueléticos, levando o paciente à morte. Disfagia por paralisia bulbar, hipermetabolismo e disfunção
das mitocôndrias, são, dentre outras, causas para desnutrição nesses pacientes. Como a desnutrição
é um fator independente para sobrevida, grande importância tem sido dada ao estado nutricional dos
mesmos.
Objetivos: Avaliar o estado nutricional nos pacientes com ELA acompanhados em um ambulatório
multidisciplinar.
Metodologia: Avaliou-se o estado nutricional de pacientes atendidos no ambulatório multidisciplinar de
DNM/ELA do Hospital Universitário Onofre Lopes da Universidade Federal do Rio Grande do Norte
(UFRN), no período de abril/2007 a abril/2008. Utilizaram-se parâmetros antropométricos, como
Índice de Massa Corporal (IMC), Prega Cutânea do Tríceps (PCT) e Área Muscular do Braço (AMB);
além da bioimpedância como parâmetro avaliativo da composição corporal. Essa forneceu os
percentuais de Massa Magra (MM), Massa Gorda (MG) e Água Corporal (AC). Os dados tabulados
corresponderam aqueles coletados na primeira consulta. Nos pacientes impossibilitados de serem
pesados não pôde ser aferido o peso. Consequentemente não foi calculado o IMC e a composição
corporal deles. Nesses casos, utilizou-se apenas a PCT e a AMB.
Resultados: Foram avaliados 15 pacientes com ELA, dos quais 13 (86,7%) de início espinal e 2
(13,3%) de início bulbar. Dentre os pacientes, 8 (53%) foram do gênero masculino e 7 (47%) do
gênero sexo feminino, com idade média de 54,6 ± 12,13 anos. Quanto ao IMC, verificou-se que 8
(53,3%) pacientes se encontravam eutróficos, enquanto 2 (13,3%) apresentaram sobrepeso e apenas
1 (6,6%) estava com baixo peso. Quatro pacientes foram excluídos porque não puderam ser
pesados. Na mensuração da PCT observou-se que 12 (80%) pacientes estavam eutróficos, 2 (13%)
com risco de depleção e 1 (6,7%) com depleção severa. Já na avaliação da AMB, 11 (73,3%)
pacientes estavam eutróficos, 2 (13,3%) estavam com depleção, 1 (6,7%) estava com risco de
depleção e 1 (6,7%) estava com depleção severa. Mediante a bioimpedância, verificou-se que o
percentual de MM estava abaixo do recomendado em 6 (60%) dos pacientes, normal em 3 (30%) e
acima em 1 (10%). O percentual de MG estava abaixo do recomendado em 1 (10%) paciente, normal
em 3 (30%) e acima em 6 (60%). O percentual de AC estava abaixo do recomendado em 2 (20%)
pacientes e normal em 8 (80%). Quanto ao ângulo de fase a média encontrada foi de 5,2
±
1,83.
Conclusão: A preponderância de eutrofia nos parâmetros antropométricos foi um fato surpreendente
e não esperado. Acreditamos que um peso habitual elevado (anterior à doença) contribuiu para que
os pacientes, mesmo com uma perda de peso significativa, permanecessem no estado de eutrofia
logo após o diagnóstico da doença. Esse fato, de certa forma positivo, nos leva a um estado maior de
vigilância junto ao paciente, no sentido tentar manter o peso eutrófico e minimizar a perda de peso
durante a progressão da doença, uma vez que a perda ponderal é freqüente e está relacionada a um
pior prognóstico. Contrastando com os parâmetros antropométricos utilizados, a bioimpedância
detectou uma depleção de massa magra na maioria dos pacientes, sendo, portanto, um parâmetro
mais sensível e fidedigno para avaliação do estado nutricional nesses pacientes. A média encontrada
do ângulo de fase, embora baixo, não ultrapassou o valor de 4 que está associado a uma redução na
sobrevida desses pacientes.
60
7. ABSTRACT
Zinc, an essential micronutrient for life, has innumerable functions in the human
organism, and its deficiency can cause significant harm. Although there are several
parameters for detecting zinc deficiency, none is reliable, mainly when the deficiency
is marginal. Because children are in a phase of intense growth and development,
they belong to a high-risk group for marginal zinc deficiency. Accordingly, this
multidisciplinary study aimed at investigating the sensitivity of zinc kinetics in
detecting alterations in body zinc status induced by oral supplementation of zinc
sulphate (5 mg/day). The venous zinc tolerance test was carried out with children
aged 6 to 9 years, from the municipal school system. Moreover, the nutritional status
of these children was determined using body mass index and the ingestion of
calories, proteins, lipids, carbohydrates, fibers, calcium, iron and zinc. These data
were collected at different moments – before and after quarterly zinc
supplementation – in such a way that the children were their own controls. Of the 42
children studied, 76.2% had normal weight. During the study period there was no
change in food ingestion and only calorie, calcium and fiber consumption were
inadequate. Although serum zinc and renal zinc clearance levels were found to be
normal before supplementation, a significant increase in these levels was observed
after oral supplementation. It was concluded that zinc kinetics is a sensitive
parameter for detecting alterations in zinc body status, even in children without a
deficiency of this mineral. In addition, kinetics showed a positive response to
supplementation, and may be an evaluation parameter for the efficacy of this
therapy.
Keywords: zinc, kinetics, venous zinc tolerance test, nutritional assessment, children.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo