Diante do exposto, é importante enfatizar a discussão sobre
"humanidades médicas" na formação universitária dos cursos de Medicina
(22-
25)
, destacando a relação estudante/paciente
(26,27)
e propiciando o
desenvolvimento de habilidades pessoais entre os estudantes que possibilitem
uma maior interação com o seu paciente
(28,29)
. Os primeiros contatos com o
paciente são descritos, em vários estudos, como marcantes e
desencadeadores de diversas emoções, que vão desde ansiedade até
encantamento no encontro com o ser humano em situação de fragilidade.
No campo do ensino/aprendizagem, dentro das propostas curriculares
tradicionais, a fragmentação dos conteúdos com o distanciamento teoria-
prática, aliada às questões inerentes à deficiente formação didática/pedagógica
docente, culmina por interferir na construção de um cenário de aprendizagem
que propicie uma visão holística do ser humano e que valorize a participação
do estudante, nos processos de aprender, e dos professores, como sujeitos
mediadores e provocadores de reflexão.
Nesse sentido, o grande desafio de uma universidade é formar um
profissional da saúde com um perfil criativo frente aos muitos problemas do
cotidiano. Para isso, é necessário ao corpo docente conhecer a tecnologia
vigente, dominar dinâmicas de grupo, estar distante de preconceitos e ser
capaz de lidar com o pluralismo social
(30)
. No entanto, em relação aos
docentes, vale salientar que, historicamente, o ensino médico nasceu da
atividade amadora de alguns clínicos de elevada competência e reconhecida
projeção. Mais tarde, foi crescendo o prestígio das atividades de pesquisa,
transformando, nos últimos cinqüenta anos, as tarefas de ensino do docente
em atividades apenas periféricas, visto que a ênfase atribuída à pesquisa faz
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