RESUMO
Introdução: a criação do sistema TNM, na década de 1940, trouxe uma
padronização para o diagnóstico e tratamento do câncer mas, ao longo do
tempo, foi alvo de críticas por não ser um sistema capaz de predizer
prognóstico com a precisão esperada pela comunidade médica mundial e,
principalmente, pelos pacientes acometidos, daí a razão para ter passado
por diversas mudanças ao longo desse período. Objetivo: Avaliar o
estadiamento clínico (TNM) e Patológico (pTNM), baseado na convenção da
União Internacional contra o Câncer-UICC-2002, como prognóstico de
sobrevida em carcinoma espinocelular avançado de boca e orofaringe.
Método: foi elaborado um estudo retrospectivo de 33 prontuários de
pacientes com carcinoma espinocelular de boca e orofaringe admitidos em
um hospital público de Mogi das Cruzes - SP, sendo selecionados os casos
de tratamento com finalidade curativa, não submetidos a tratamento
oncológico prévio, não submetidos a cirurgia prévia ou com estádios clínicos
III e IV. Resultados: A análise mostrou 75,8% dos pacientes do sexo
masculino, com média de idade de 58,8 anos e prevalência de brancos
(70%). Do total, 81,8% eram tabagistas e 63,6% etilistas. O sítio mais
acometido foi o lábio (24,2%) seguido da base da língua. Entre as variáveis
analisadas: T, N, M, pT, pN e pM, as associações das mesmas e sobrevida,
somente a presença de metástase a distância teve significância estatística.
Além das variáveis diretas do TNM, a análise de infiltração perineural,
muscular, linfática, vascular e gênero também não tiveram significância
estatística. Conclusão: O sistema TNM não conseguiu predizer prognóstico
nesse estudo, não sendo capaz de individualizar avaliação para pacientes
com tumores avançados.
Descritores: Estadiamento de neoplasias. Carcinoma de células
escamosas. Prognóstico. Boca. Orofaringe.