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ADRIANO COSME PEREIRA LIMA
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO AQUÍFERO SUBTERRÂNEO DO
ENTORNO DO CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ FEIRA DE SANTANA-BA
Dissertação submetida ao Programa de s-
Graduação em Engenharia Civil e Ambiental do
Departamento de Tecnologia da Universidade
Estadual de Feira de Santana, como parte dos
requisitos necessários para a obtenção do grau de
Mestre em Engenharia Civil e Ambiental.
Orientadora: Profª. Drª. Sandra Maria Furiam Dias
Co-orientador Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico
FEIRA DE SANTANA, BA-BRASIL
AGOSTO DE 2009
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ii
Ficha Catalográfica Biblioteca Central Julieta Carteado
Lima, Adriano Cosme Pereira
L696a Avaliação da qualidade da água do aquífero subterrâneo do entorno do
Centro Industrial do Subaé Feira de Santana BA / Adriano Cosme
Pereira Lima. Feira de Santana, BA-Brasil, 2009.
86 f. : il.
Orientadora: Sandra Furian Dias
Co-orientador: Silvio Roberto Magalhães Orrico
Dissertação (Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental) Pós-
Graduação em Engenharia Civil e Ambiental, Departamento de Tecnologia,
Universidade Estadual de Feira de Santana, 2009.
1. Águas subterrâneas. 2. Poluição da água. 3. Centro Industrial do
Subaé Poluição das águas subterrâneas. 4. Águas imprópria para
consumo humano. I. Dias, Sandra Furiam. II. Orrico, Silvio Roberto
Magalhães. III. Universidade Estadual de Feira de Santana. IV.
Departamento de Tecnologia V. Título.
CDU: 628.19
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iii
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO AQUÍFERO SUBTERRÂNEO DO
ENTORNO DO CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ FEIRA DE SANTANA-BA
Adriano Cosme Pereira Lima
DISSERTAÇÃO SUBMETIDA AO CORPO DOCENTE DO PROGRAMA DE
PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL DA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA COMO PARTE DOS
REQUISITOS NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE
EM CIÊNCIAS EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL.
Aprovado por:
Profª. Sandra Maria Furiam Dias (Orientadora), Drª.
Universidade Estadual de Feira de Santana
Prof. Sílvio Roberto Magalhães Orrico (Co-orientador), Dr.
Universidade Estadual de Feira de Santana
Profª. Marjorie Cseko Nolasco, Drª.
Universidade Estadual de Feira de Santana
Profª. Patrícia Campos Borja, Drª.
Universidade Federal da Bahia
FEIRA DE SANTANA, BA BRASIL
AGOSTO DE 2009
iv
A minha mãe pelo constante
incentivo aos estudos que me
proporcionou esse grande sonho e a todos
meus familiares que acreditaram e
incentivaram.
AGRADECIMENTOS
A Deus, que em todos os momentos de minha vida está presente, guiando com
sua luz divina.
Aos professores Drª Sandra Furiam e Dr. Silvio Orrico por orientarem este
trabalho, contribuindo com suas valiosas sugestões, dedicação e paciência o que me
proporcionou confiança na concretização deste trabalho.
Aos mestres Paulo e Maria José, pela disposição, boa vontade, paciência e
principalmente pela amizade com os quais sempre contei para que esse trabalho fosse
realizado.
Ao Silvio morador da comunidade que esteve sempre presente nas minhas
visitas de campo, pois foi uma pessoa fundamental no qual possibilitou maior
aproximação e facilidade de acesso aos moradores da região.
Aos moradores da comunidade onde foi realizada a pesquisa.
À amiga e colega de trabalho Dione Ribeiro Silva Mendes de Araújo, pelo apoio
incondicional durante as aulas.
Aos colegas de trabalho, D. Maria e Antônio Luiz, pela grandiosa ajuda no
desenvolvimento nas atividades laboratoriais.
Ao Professor e amigo Luciano Vaz, pela confiança e apoio que desde o início
dessa jornada sempre se fez presente.
Aos funcionários do PPECEA Cátia e Hugo por estarem sempre à disposição.
À funcionária Mariana pela constante boa vontade, bom humor e compreensão
em atender as minhas solicitações.
A Joelma e a Jeferson funcionários da GEPRO UEFS pelas inúmeras vezes
que me auxiliou na edificação deste trabalho.
Ao amigo Joabe, pela ajuda na confecção dos mapas.
Ao colega e amigo Carlos Ney pela ajuda nos trabalhos de campos e pelas
discussões na execução do trabalho.
À amiga e colega Maria Auxiliadora pela constante disponibilidade em
participar na construção desse trabalho.
Aos colegas do Mestrado Elzita, Lincoln, Alany, Joelande, Roberto, Inácio,
Carlos Ney, Karine, Antonivalda e João pelas novas amizades, companheirismo e
compartilhamento nas informações e experiências de cada um.
As funcionárias do CEPED Bárbara e Tânia que estiveram presentes na
concretização dos ensaios laboratoriais.
vi
Ao amigo Raimundo, Coordenador do NUCAE, que teve grande relevância com
seus conhecimentos de informática.
À amiga Elisangela Carneiro, pela valiosa contribuição na confecção dos slides
para apresentação deste trabalho.
Ao amigo Cleberton, pelo apoio na finalização deste trabalho.
Às gerentes do Labotec Wilma e Uiliana por terem permitido a realização do
curso.
Ao biólogo e mestre Ednei Barbosa da Cruz pelo incentivo, companheirismos e
boa vontade em colaborar.
Aos grandes amigos José Renato Sena de Oliveira, Giminiano José dos
Santos, Graciela Barbosa de Oliveira e Ronaldo Santos do Nascimento, que estiveram
sempre presente na minha trajetória acadêmica e que jamais serão esquecidos.
A todos que direta ou indiretamente contribuíram para realização deste
trabalho.
vii
Planeta Água
Água que nasce na fonte serena do mundo
E que abre o profundo grotão
Água que faz inocente riacho e deságua
Na corrente do ribeirão
Águas escuras dos rios
Que levam a fertilidade ao sertão
Águas que banham aldeias
E matam a sede da população
Águas que caem das pedras
No véu das cascatas ronco de trovão
E depois dormem tranqüilas
No leito dos lagos, no leito dos lagos
Água dos igarapés onde Iara mãe d’água
É misteriosa canção
Água que o sol evapora
Pro céu vai embora
Virar nuvens de algodão
Gotas de água da chuva
Alegre arco-íris sobre a plantação
Gotas de água da chuva
Tão tristes são lágrimas na inundação
Águas que movem moinhos
São as mesmas águas
Que encharcam o chão
E sempre voltam humildes
Pro fundo da terra, pro fundo da terra
Terra, planeta água.... Terra, planeta água
Terra, planeta água.
Guilherme Arantes
viii
Resumo da Dissertação apresentada ao PPGECEA/UEFS, como parte dos requisitos
necessários para a obtenção do grau de Mestre em Ciências (M.Sc.)
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DA ÁGUA DO AQUÍFERO SUBTERRÂNEO DO
ENTORNO DO CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ FEIRA DE SANTANA-BA
Adriano Cosme Pereira Lima
Agosto/2009
Orientador: Profª Drª. Sandra Maria Furiam Dias
Co-orientador: Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico
Programa: Engenharia Civil e Ambiental
A água subterrânea tem sido considerada importante fonte alternativa de
abastecimento à disposição do homem, principalmente em regiões com escassez de
água superficial ou em locais que não dispõem de sistema de tratamento de água. Em
função da facilidade de instalação e da manutenção com custos mais baratos, as
águas subterrâneas tornaram-se recurso utilizado para diversas finalidades.
Entretanto, com o crescimento populacional e o desenvolvimento industrial nos últimos
anos, a qualidade das águas subterrâneas tem sido alterada, principalmente pela
disposição inadequada dos esgotos domésticos e industriais. Diante disto, este estudo
teve como objetivo avaliar a qualidade da água do aquífero freático na área do Centro
Industrial do Subaé Feira de Santana- BA, através das características
físico-químicas e bacteriológicas das águas provenientes de poços escavados, poços
tubulares rasos e nascentes. Os resultados das análises bacteriológicas
demonstraram que todas as amostras apresentaram contaminação por coliformes.
Quanto aos parâmetros físico-químicos dos 35 pontos de coletas, apenas 5 poços
encontraram-se dentro dos limites estabelecidos para potabilidade, com os demais
apresentando alguma irregularidade de concentração, principalmente, com relação
aos metais pesados e nitratos. Através de questionários semiestruturados aplicados
com os usuários dessas águas, constatou-se que, apesar de nunca terem realizado
análise da água dos poços, 87% se sentem seguros ao consumi-lá. Verificou-se,
portanto, que as águas não estão de acordo com as exigências estabelecidas para
consumo humano, pela Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde e pela Resolução
CONAMA 396/2008 do Ministério do Meio Ambiente. Neste sentido, ao avaliar a
qualidade dessas águas, esta pesquisa demonstra a necessidade de fiscalização por
parte dos órgãos responsáveis quanto ao consumo de águas de poços contaminadas,
que podem ser uma fonte de riscos à saúde da população.
Palavras-chave: águas subterrâneas, indústrias, poluição da água, consumo humano.
ix
Abstract of Dissertation presented to PPGECEA/UEFS as a partial fulfillment of the
requirements for the degree of Master of Science (M.Sc.)
GROUND WATER QUALITY EVALUATION AROUND SUBAÉ INDUSTRIAL CENTER
FEIRA DE SANTANA-BA
Adriano Cosme Pereira Lima
August/2009
Adviser: Prof. Drª. Sandra Maria Furiam Dias
Prof. Dr. Silvio Roberto Magalhães Orrico
Program: Enviromental Civil Engineering
Undergroung water has been considered an important alternative source to
man’s need mainly in regions with scarcity of superficial water or in places where there
is no water treatment system. Due to the facility of installation and maintenance with
cheaper costs, underground water has become na used resource to several goals.
However, with the population growth and the industrial development in the past years,
underground water quality has been changed mainly because of the inadequate
disposal in domestic and industrial sewers. Before that, this study had as its goal to
evaluate ground water quality around Subaé industrial center Feira de Santana
Bahia through physical chemical bacteriological properties of the water from dug wells,
shallow tube wells and springs. Results from the bacteriological analyses showed that
all the samples presented contamination by coliform bacteria. As for physical chemical
parameters of 35 points of collection, only five wells were found according to the limits
established for potability, the others presented some irregularity on the concentration,
mainly about heavy metals and nitrates. Through semistructured questionnaires
applied to this water users, it was checked that despite the fact that well water analysis
has never been performed there, 87% of people feel safe consuming it. Therefore, it
was checked that the water is not according to the established demands por human
consumption, by the Decree 518/2004 of Health Department and by Resolution
CONAMA-396/2008 of Environment Department. Thus, while evaluating this water
quality, this research shows the necessity of fiscalization by the responsible institutions
about the water consumption in contaminated wells which can be a source of health
risks to the population.
Key words: underground water, industries, water pollution, human consumption.
SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. XII
LISTA DE QUADROS .............................................................................................. XIV
LISTA DE TABELAS ................................................................................................. XV
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS ................................................................... XVI
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1
1.1 HIPÓTESES ..................................................................................................... 3
1.2 OBJETIVO GERAL ........................................................................................... 3
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS ............................................................................. 3
2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................... 4
2.1 DISPONIBILIDADE DE ÁGUA .......................................................................... 4
2.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA .................................................................................... 6
2.3 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS .................................................... 9
2.4 SAÚDE E SANEAMENTO ............................................................................... 10
2.5 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DAS ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS ........................................................................................... 13
2.6 PADRÕES DE POTABILIDADE ...................................................................... 15
2.7 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA ........................... 19
2.7.1 Clima .............................................................................................................. 23
2.7.2 Geologia ......................................................................................................... 23
2.7.3 Hidrografia ...................................................................................................... 23
2.7.4 Geomorfologia ................................................................................................ 25
2.8 CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ ................................................................ 25
2.8.1 Processo de industrialização ........................................................................... 25
2.8.2 Planejamento e Localização Industrial ............................................................ 27
3 METODOLOGIA ............................................................................................. 30
3.1 DELIMITAÇÃO DA ÁREA ............................................................................... 30
3.2 COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS............... 32
3.3 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NO LABORATÓRIO ................................. 33
3.3.1 Análises físico-química ................................................................................... 33
3.3.2 Análise bacteriológica ..................................................................................... 35
3.4 INVESTIGAÇÃO DOS USOS E DAS CONDIÇÕES HIGIÊNICO-SANITÁRIAS
DOS POÇOS .................................................................................................. 36
3.5 ANÁLISE DOS DADOS ................................................................................... 36
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .................................................................... 38
4.1 RESULTADOS FÍSICO-QUÍMICOS ................................................................ 38
4.2 RESULTADOS BACTERIOLÓGICOS ............................................................. 56
4.3 ASPECTOS CONSTRUTIVOS E USOS DOS POÇOS .................................... 61
5 CONCLUSÃO ................................................................................................. 71
6 RECOMENDAÇÕES ...................................................................................... 73
xi
REFERÊNCIAS .......................................................................................................... 74
APÊNDICE A PERÍODO DE COLETA COM OS PONTOS E AS COORDENADA . 80
APÊNDICE B INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS ....................................... 81
APÊNDICE C TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO .............. 84
ANEXO A RELAÇÃO DO NÚMERO DE INDÚSTRIA NO CIS-TOMBA COM SUAS
RESPECTIVAS ATIVIDADES. ................................................................................... 85
xii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 01: Poço escavado bem construído. ............................................................... 8
FIGURA 02: Mapa de Feira de Santana com as rodovias que cortam a cidade .......... 20
FIGURA 03: Distribuição da drenagem urbana e localização das bacias hidrográficas
da cidade de Feira de Santana-BA ............................................................................. 24
FIGURA 04: Mapa de localização do bairro CIS-Tomba - Feira de Santana-Ba ......... 28
FIGURA 05: Mapa de localização dos pontos de coletas na área do CIS-Tomba
Feira de Santana BA. ............................................................................................... 31
FIGURA 06: Poços escavados sem dispositivo de segurança para contaminação: (a)
PE01 , (b) PE05, (c) PE12, (d) PE20 .......................................................................... 41
FIGURA 07: Localização das nascentes: a) Pastagens, b) atividade agrícola e c) água
sendo conduzido em tubulação de ferro. .................................................................... 42
FIGURA 08: Poço tubular raso mal construído (PT33). ............................................... 43
FIGURA 09: Mapa de concentração de Cloretos (mg/L) ............................................. 45
FIGURA 10: Mapa de concentração de Nitrato (mg/L) ................................................ 47
FIGURA 11: Mapa de concentração de Ferro total (mg/L) .......................................... 49
FIGURA 12: Mapa de concentração de Bário (mg/L) .................................................. 51
FIGURA 13: Mapa de concentração de Chumbo (mg/L) ............................................. 53
FIGURA 14: Mapa de concentração de Cádmio (mg/L) .............................................. 55
FIGURA 15: Local de descarte de lixo urbano e industrial. ......................................... 56
FIGURA 16: Forma de captação das águas nos poços situados do entorno de CIS-
Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ..................................................................... 58
FIGURA 17: Tipo de balde utilizado para retirada de água no poço PE12 .................. 58
FIGURA 18: Destino dos esgotos domésticos situados no entorno do CIS-Tomba
Feira de Santana-Bahia-2008. .................................................................................... 59
FIGURA 19: Distância entre o poço e a rede coletora de esgoto das residências
situadas no entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ......................... 60
FIGURA 20: Poço escavado mal construído ............................................................... 62
FIGURA 21: Tipos de coberturas dos poços escavados: a) madeira, PE07, b) Ferro,
PE01 e c) Concreto, PE02. ......................................................................................... 63
FIGURA 22: Vista da Nascente N19 situado no CIS- Tomba - Feira de Santana, 2008.
................................................................................................................................... 64
FIGURA 23: Usos da água dos poços situados no entorno do CIS-Tomba Feira de
Santana-Bahia-2008. .................................................................................................. 65
FIGURA 24: Residências que realizam tratamento na água dos poços situados no
entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ............................................ 66
FIGURA 25: Tipos de tratamento na água dos poços utilizados pelos moradores
situados no entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ......................... 67
xiii
FIGURA 26: Percepção dos moradores quanto ao gosto da água dos poços utilizados
situados no entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ......................... 67
FIGURA 27: Percepção dos moradores quanto à segurança ao consumir a água dos
poços situados no entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. ............... 68
FIGURA 28: Usos da água dos poços situados no entorno do CIS-Tomba Feira de
Santana-Bahia-2008. .................................................................................................. 69
FIGURA 29: Fornecimento de água tratada nas residências situadas no entorno do
CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. .............................................................. 69
FIGURA 30: Motivos dos moradores que não possuem o fornecimento de água tratada
nas residências situadas no entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008. 70
xiv
LISTA DE QUADROS
QUADRO 01: Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado. ............ 12
QUADRO 02: Classificação das águas subterrâneas ................................................. 17
QUADRO 03: Frequência das características dos poços escavados situados doentorno
do CIS-Tomba Feira de Santana, 2008....................................................................... 61
QUADRO 04: Números de poços com seus respectivos usos de suas águas na região
do CIS-Tomba, Feria de Santana-BA, 2008. ............................................................... 65
xv
LISTA DE TABELAS
TABELA 01: Padrões de potabilidade da água. .......................................................... 16
TABELA 02: População total na área urbana de Feira de Santana ............................. 21
TABELA 03: Proporção de moradores por tipo de abastecimento de água em Feira de
Santana - BA .......................................................................................... 22
TABELA 04: Proporção de Moradores por tipo de Instalação Sanitária ...................... 22
TABELA 05: Número de funcionários por ramo de atividade no CIS-Tomba Feira de
Santana Bahia ..................................................................................... 29
TABELA 06: Resumo das condições analíticas do espectrofotômetro de absorção
atômica conforme manual de instrução (GBC-Avanta). .......................... 34
TABELA 07: Metodologia analítica, equipamentos e normas. ..................................... 35
TABELA 08: Análises físico-químicas das águas dos poços escavados CIS-Tomba -
Feira de Santana, 2008. ......................................................................... 38
TABELA 09: Análises físico-químicas das águas dos poços tubulares rasos CIS-
Tomba Feira de Santana, 2008. ............................................................. 39
TABELA 10: Análises físico-químicas das águas das nascentes CIS-Tomba Feira de
Santana, 2008. ....................................................................................... 39
TABELA 11: Características físicas dos poços tubulares rasos situados no entorno do
CIS-Tomba - Feira de Santana, 2008. .................................................... 64
xvi
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABNT ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS
APHA AMERICAN PUBLIC HEALTH ASSOCIATION
BNDES BANCO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL
CEDIN CENTRO DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
CETESB COMPANHIA DE TECNOLOGIA DE SANEAMENTO AMBIENTAL
CIS CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ
CONAMA CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE
EMBASA EMPRESA BAIANA DE ÁGUA E SANEAMENTO
FINOR FUNDO DE INVESTIMENTOS DO NORDESTE
GTDN GRUPO DE TRABALHO PARA O DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE
IBGE INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA
IPEA INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA
MS MINISTÉRIO DA SAÚDE
MMA MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
SUCAM SUPERINTENDÊNCIA DE CAMPANHAS DE SAÚDE PÚBLICA
SUDENE SUPERINTENDÊNCIA DO DESENVOLVIMENTO DO NORDESTE
1 INTRODUÇÃO
A água é um elemento extremamente importante não só para a manutenção de
todas as formas de vida, como, também, é responsável por diversas atividades que
são inerentes à sobrevivência do homem.
Cerca de 12% do total mundial da água doce encontra-se no Brasil. Porém,
devido à sua distribuição geográfica, à poluição dos recursos dricos e o
desperdícios, tornou-se o acesso à água de boa qualidade deficiente para uma parcela
significativa da população (REBOUÇAS, 2006).
Dentre as crises do século XXI, a escassez quantitativa e qualitativa da água
doce é a que mais coloca em risco a sobrevivência da humanidade, impondo
desigualdades sociais e o aparecimento de doenças, provocando conflitos de uso e
dificultando o desenvolvimento.
Em consequência do elevado consumo de água nos últimos anos, nos
processos industriais, agrícolas e recreativos, para atender à demanda populacional,
significativas alterações na qualidade e na quantidade de água superficial têm surgido
em diversas regiões.
A escassez de água doce em quantidade e qualidade suficientes para atender
às necessidades básicas já é uma realidade. Esse fato faz com que as águas
subterrâneas sejam utilizadas por grande parte da população para o suprimento de
suas necessidades. Essas fontes podem ser exploradas tanto no aquífero confinado
como no aquífero livre.
Embora as águas subterrâneas sejam naturalmente mais protegidas dos
agentes contaminantes do que as superficiais, a grande exploração pelas atividades
industriais e urbanas tem provocado a poluição dessas reservas. Após a utilização da
água nas diversas atividades, o seu retorno ao ambiente, via de regra, se na forma
de efluentes ou esgotos, que vão provocar a degradação dos recursos hídricos.
Feira de Santana BA, a maior cidade do interior, tem produzido grandes
volumes de esgotos domésticos e industriais nos últimos anos em consequência do
crescimento industrial e do desenvolvimento urbano. Esta situação torna mais
vulneráveis os recursos hídricos superficiais e subterrâneos pela ausência de sistema
de coleta, transporte, tratamento e disposição final adequado desses efluentes,
provocando a diminuição da qualidade da água potável, colocando em risco a saúde
da população ao consumir água proveniente dessas reservas.
O município conhecido como Sant’Ana dos Olhos D’água, por apresentar nível
de água do lençol freático elevado com suas inúmeras lagoas e nascentes, fez com
que grande número de moradores optassem pela captação das águas subterrâneas
por meio de poços rasos do tipo escavado. Essa alternativa passou a ser utilizada por
diversos motivos, como: baixo custo, facilidade na perfuração, distribuição intermitente
da prestadora de serviço de água tratada e o gosto desagradável da água tratada
fornecida.
Contudo, a falta de fiscalização quanto ao uso e ocupação do solo e das
perfurações sem técnica adequada dos poços tem facilitado a contaminação das
águas subterrâneas por substâncias orgânicas e inorgânicas ou por patógenos
provenientes dos diversos poluentes oriundos dos processos industriais e de outras
atividades antropogênicas.
Dentre os compostos inorgânicos que podem contaminar as águas
subterrâneas e que têm causado grande preocupação estão os metais pesados,
devido à sua característica de persistência no ambiente e ser bioacumulativo dentro da
cadeia trófica, podendo causar sérios problemas toxicológicos para os seres vivos.
Também, a contaminação por agentes biológicos como bactérias patogênicas, vírus,
protozoários e helmintos é responsável pelos numerosos casos de morbidade (BAIRD,
2002).
De acordo com a pesquisa realizada por Araújo (2003), apenas 33,5% da
população feirense tem residências interligadas ao sistema de esgotamento sanitário,
correspondendo a uma população estimada de 162.056 habitantes beneficiados por
este serviço, situação que pode contribuir para o agravo da saúde da população
quanto às doenças relacionadas ao saneamento inadequado.
Em função do intenso uso pela população da água do aquífero freático na
cidade, esta pesquisa buscou avaliar a qualidade das águas subterrâneas do entorno
do Centro Industrial do Subaé-Tomba, bairro localizado na zona sul, com o intuito de
averiguar a sua influência na degradação do aquífero, uma vez que esta região
concentra grande número de residências que utilizam essas reservas de água para
abastecimento doméstico.
1.1 HIPÓTESES
1- A presença do Centro Industrial do Subaé influencia na contaminação do
lençol freático por metais pesados.
2 A qualidade da água proveniente do aquífero freático da área do Centro
Industrial do Subaé utilizada pela população não está compatível com os padrões de
potabilidade para consumo humano.
1.2 OBJETIVO GERAL
Avaliar a qualidade físico-química e bacteriológica da água oriunda do aquífero
freático do entorno do Centro Industrial do Subaé Feira de Santana BA, 2009.
1.3 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Determinar as características físico-químicas e bacteriológicas da água dos
poços escavados, poços tubulares rasos e nascentes do entorno do
CIS-Tomba.
Comparar os resultados das análises das águas em relação aos padrões
estabelecidos pela Legislação brasileira vigente.
Identificar os usos e manuseio das águas subterrâneas pela população que
vive no entorno do Centro Industrial do Subaé.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 DISPONIBILIDADE DE ÁGUA
A água, por ser a substância mais abundante na biosfera, é responsável pela
manutenção de todas as formas de vida. Por isto, faz-se necessário conhecer como
ela está distribuída em nosso planeta.
Estima-se que a quantidade total de água no planeta terra corresponda a 1,386
milhões de Km
3
e que desse total 97% seja de água salgada, 2,7% encontra-se na
forma de geleiras e vapores atmosféricos, restando, apenas, 0,3% de água doce
disponível de alguma forma para o uso do homem. Da pequena proporção de água
doce, 3% estão na forma de água superficial que fazem parte dos rios, lagos e
reservatórios e 97% estão distribuídas no subsolo compondo as águas subterrâneas
que nem sempre são captadas com facilidade (PHILIPPI Jr. 2004; REBOUÇAS, 2006).
De acordo com Philippi Jr. (2005), a disponibilidade mundial per capita de água
doce reduziu de 17 mil m
3
em 1950, para 7.300 m
3
em 1995. Essa situação torna-se
mais crítica com o aumento da poluição dos recursos hídricos e a má distribuição.
Em termos de disponibilidade mundial, o Brasil é considerado um país
privilegiado quanto à disponibilidade de recursos hídricos, pois possui cerca de 12%
da água doce disponível no mundo, representando cerca de 53% da produção do
continente sul-americano. Contudo, a distribuição não é uniforme no território brasileiro
(PEREIRA e FREIRE, 2005; REBOUÇAS, 2006).
A ampla diversificação climática no Brasil contribui para a irregularidade e a
não uniformidade na distribuição de água. Dentro do território brasileiro, a Região
Nordeste é a que mais sofre com esta situação. Os fatores naturais causados pelos
longos períodos de estiagem, como a alta evaporação e salinização da água, fazem
com que esta se torne imprópria para o consumo humano, reduzindo a quantidade de
água disponível na Região, quando comparada com outras de tamanho menor
(PHILIPPI Jr. 2005).
Segundo Rebouças (2006), a quantidade de água é limitante não apenas pela
sua disponibilidade, mas, especialmente, pela sua qualidade. Até o final do século
passado, este recurso era visto como farto e, praticamente, inesgotável.
O desenvolvimento provocado no mundo capitalista nas últimas décadas fez
com que a sociedade moderna ampliasse consideravelmente a diversidade de usos da
água, impulsionada pelo consumo desenfreado do produto, gerando grandes
demandas por água.
Segundo Libânio (2005), no Brasil, as atividades que mais consomem água são
as irrigações, seguida das industriais. O abastecimento responde pela terceira
posição.
Dentre todas as atividades industriais, as que mais consomem água
são as cervejarias, conservas, curtumes, fábricas de papel, laminação
de aço, laticínios, matadouro, saboarias, tecelagem, têxtil, usinas de
açúcar (HELLER e PÁDUA, 2006 pg 130).
Porém, as águas superficiais, por serem receptoras das primeiras águas
provenientes destas inúmeras atividades, são as que mais sofrem com o processo de
degradação por receberem cargas de contaminação provenientes do escoamento
superficial. Essa situação contribuiu para que as sociedades contemporâneas
passassem a exigir outras fontes de água com qualidade e quantidade suficientes para
suprir a grande demanda.
Além das águas superficiais, o homem ainda dispõe dos mananciais
subterrâneos como importante reservatório de água para diversos fins. Estudo
realizado por Queiroz et al., (2006), evidenciou que mais da metade da água de
abastecimento público no Brasil provém dessas reservas, tendência que deverá
continuar.
Embora o uso das águas provenientes do manancial subterrâneo seja
naturalmente mais difícil de ser contaminada, a utilização dessas fontes como
abastecimento público tem sido bastante questionável em consequência dos despejos
domésticos provocados pelo crescimento urbano desordenado e dos resíduos
oriundos das intensas atividades industriais.
Atualmente, nas áreas periféricas das grandes cidades e áreas industriais,
ocorre grande demanda por água subterrânea como principal fonte de abastecimento.
Nessa área, é comum o uso dessas águas sem nenhuma forma de tratamento, o que
pode causar sérios problemas à saúde da população, não somente pelo consumo,
mas, também, pelo uso na higiene pessoal.
Para a água utilizada como abastecimento, é importante que esteja com suas
características físico-químicas e biológicas dentro dos limites estabelecidos pela
legislação vigente.
2.2 ÁGUA SUBTERRÂNEA
É denominada como água subterrânea toda aquela que se encontra abaixo da
superfície do solo e que está intimamente ligada com as águas superficiais. Resulta de
processo lento de infiltração das águas precipitadas, que preenchem os poros e
interstícios geológicos, formando os aquíferos (LIBÂNIO, 2005; TSUTIYA, 2006).
Entende-se por aqüíferos, as camadas ou formações geológicas com
condições de armazenar água, permitindo sua circulação através dos espaços vazios,
podendo ser retirada para o seu aproveitamento nos diversos usos (LIBÂNIO, 2005;
TSUTIYA, 2006).
Os aquíferos podem ser classificados em livres ou confinados. O aquífero livre,
também conhecido como freático, consiste no lençol d’água situado acima de uma
camada impermeável do solo submetido à pressão atmosférica. Esse aquífero se
encontra normalmente em menor profundidade e, consequentemente, permite maior
nível de exploração devido ao fácil acesso. Geralmente, essa disponibilidade depende,
basicamente, dos períodos de estiagem (nível baixo) ou chuvoso (nível alto). Ás águas
podem ser captadas por poços rasos ou nascentes. As nascentes são consideradas
águas que fazem parte do manancial subterrâneo que afloram na superfície terrestre.
O aquífero confinado é aquele em que a água encontra-se entre duas camadas
impermeáveis de material sólido. É disponível em maiores profundidades em relação
ao freático. A extração desta água se por meio de perfuração de poço tubular
profundo, atingindo profundidades variáveis a depender da localidade (BRASIL, 2006;
LIBÂNIO, 2005; TUCCI, 2004).
As águas subterrâneas podem ser captadas por meio de poços rasos ou
profundos, galerias de infiltração ou pelo aproveitamento das nascentes, a depender
da sua disponibilidade (BRASIL, 2006).
Os poços rasos, também conhecidos como manual, freático, cacimba,
amazonas ou por poço tubular raso são largamente utilizados no Brasil para captação
do aquífero livre. A captação do poço manual, freático, cacimba ou amazonas consiste
de escavação com ferramentas manuais, utilizando pás, picaretas, enxadas e
alavancas, com diâmetro de um metro, suficiente para permitir o acesso do homem
durante sua construção. Quanto aos poços tubulares rasos são executados
mecanicamente com o auxílio de um trado ou com cravação de haste metálica com
diâmetro de perfuração variando entre 50 e 100 mm, raramente ultrapassando a
profundidade dos 20 metros. A profundidade desses poços corresponde apenas ao
nível capaz de obtenção de água (BRASIL, 2006; HELLER e PÁDUA, 2006).
Para a captação de água do aquífero confinado, são utilizados poços tubulares
profundos, escavados por meio de equipamentos denominados perfuratriz, com
diâmetro variando entre 150mm e 200mm, podendo atingir uma profundidade que
varia em torno de 6 a 300 metros ou mais, a depender da profundidade em que se
encontra o aquífero (BRASIL, 2006; HELLER e PÁDUA, 2006).
Vários estudos têm demonstrado por meio de análises bacteriológicas e
físico-químicas, que a água, proveniente do aquífero freático, apresenta-se
contaminada devido às construções inadequadas dos poços, evidenciando, com isso,
a falta de conhecimento por parte da população quanto às normas técnicas para a
exploração do aquífero e os possíveis riscos à saúde, principalmente, em áreas
industriais e carentes de saneamento sico (FREITAS et al.,2001; SANTOS et al.,
2008; SILVA, 2001; VERÍSSIMO et al., 2004)
Segundo Paes et al., (2000), os principais problemas apresentados por poços
em exploração decorrem de:
Deficiência de construção, em que a maioria dos poços são construídos
sem projetos técnicos e requisitos mínimos de uma obra de captação.
Desconhecimento das características técnicas do poço, pois muitas vezes,
ignora-se a profundidade, os diâmetros de perfuração e a existência dos
revestimentos.
Vazão de exploração mal dimensionada.
Desconhecimento das características físico-químicas da água do aqüífero.
Inexistência de um serviço de operação e manutenção.
Independentemente do tipo de captação das águas subterrâneas, seja por
meio de poços escavados, poço tubular raso ou profundo, devem ser considerados
alguns procedimentos técnicos com a finalidade de evitar a sua rejeição ou trazer
prejuízos ao consumidor.
Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), a captação da
água subterrânea deve ser explorada obedecendo às normas 12.212 e 12.244 que se
referem a projetos e construções de poços, respectivamente.
As condições que devem ser observadas durante a perfuração de um poço
são: a sua localização, o tipo de construção, a proteção e a forma de retirada da água.
Para a localização do poço, deve-se obedecer à distância mínima de 15 metros entre
o poço e a fossa séptica ou estar distante de qualquer fonte de poluição. Em relação a
outros pontos de contaminação como chiqueiros, estábulos, valões de esgoto, galerias
de infiltração convém estabelecer uma distância mínima de 45 metros (BRASIL, 2006).
A construção de um poço escavado deverá ser realizada em período de
estiagem, devido ao risco de desmoronamento do terreno em período chuvoso. O
poço deverá ter o formato cilíndrico com diâmetro de um metro e profundidade
suficiente para atingir o nível da água, desde que a profundidade não seja inferior aos
três metros correspondentes à altura mínima do revestimento de concreto que evita o
acesso da água poluída ao interior do poço. Complementando a construção de um
poço, a abertura deve ser protegida com uma calçada de concreto de um metro de
largura em volta da boca do poço, para evitar infiltração das águas de superfícies na
área, além de uma caixa de concreto com altura de 50 a 90 centímetros acima da
boca do poço para escoamento das águas superficiais e para evitar a entrada de
objetos contaminados e animais, o poço deverá ter uma cobertura de concreto ou de
madeira, conforme Figura 01. Recomenda-se que a água seja utilizada após 12 h
de construído, devendo-se, antes, proceder á desinfecção da água, utilizando
hipoclorito (BRASIL, 2006; HELLER e PÁDUA, 2006).
FIGURA 01: Poço escavado bem construído.
Fonte: BRASIL, 2006.
Para a construção dos poços tubulares rasos, utiliza-se tubo de PVC, como
revestimento. O poço deve ser impermeabilizado com uma calda de cimento entre o
aquífero e o revestimento até uma profundidade mínima de 3 metros (HELLER e
PÁDUA, 2006).
As águas provenientes das nascentes devem ser protegidas por meio da
construção de uma caixa de pedra com uma camada de brita para diminuir a entrada
de areia. Essa água, destinada ao abastecimento público, requer mais cuidado e
fiscalização, pois são mais vulneráveis à contaminação (BRASIL, 2006; ROCHA et al.,
2006).
A captação de água por meio de galerias de infiltração consiste de um sistema
de drenos de pedras, bambu, manilhas de concreto ou cerâmica e de tubos de PVC,
em que a água será armazenada em um poço (BRASIL, 2006). Como forma de evitar
possíveis contaminações da água por agentes externos, a retirada deverá ser feita por
meio de bomba, pois a mesma permite evitar que outros utensílios sejam utilizados e
que altere a qualidade da água.
2.3 POLUIÇÃO DAS ÁGUAS SUBTERRÂNEAS
Conforme Von Sperling (2005), poluição das águas é a adição de qualquer
substância ou formas de energia que alterem direta ou indiretamente a natureza do
corpo d’água e que prejudiquem seus usos.
A incorporação de poluentes em águas subterrâneas ocorre sob duas formas
básicas: uma delas é a poluição difusa proveniente da percolação do escoamento
superficial de áreas agrícolas, urbana e industrial, enquanto que a poluição pontual
ocorre, predominantemente, por vazamentos de fossas, postos de combustíveis e de
aterros sanitários (LIBÂNIO, 2005).
Para Zimbres (2000) apud Queiroz et al., (2006), diversos fatores podem
contribuir para que um poluente atinja a água subterrânea, tais como: o tipo de
aquífero, a profundidade do nível estático, a permeabilidade da zona de aeração e do
aquífero, a quantidade de matéria orgânica no solo, a topografia e, principalmente, a
estrutura física do poço.
De maneira geral, as principais fontes de contaminação das águas
subterrâneas estão relacionadas a resíduos de postos combustíveis, agrícolas,
industriais e domésticas (DONADIO et al., 2005; LOPES et al., 2008; MIRLEAN et al.,
2005; ROCHA et al., 2006; ROHDEN et al., 2007; SILVA et al., 2002; VERÍSSIMO,
Liano Silva et al., 2004).
Segundo Paes et al., (2000), as atividades industriais que mais contaminam o
manancial subterrâneo são as de soldas, de fertilizantes, de galvanoplastia, química,
10
têxtil, agrícola, metalúrgicas, destilarias de álcool, cítricas, curtumes, matadouros,
frigoríficos e laticínios.
Porém, o grande problema da contaminação das águas subterrâneas é a sua
dificuldade de autodepurar, processo natural de remoção da matéria orgânica, lançada
nos corpos d’água. Cabe salientar que os compostos inorgânicos não são removidos
por esse mecanismo. A depender do contaminante, é necessário o abandono dessas
fontes devido ao alto custo para tratá-lo. Daí, a necessidade estratégica de
preservação qualitativa dos aquíferos subterrâneos, com relevância em regiões com
grande densidade demográfica (BRAGA et al., 2002; TUCCI, 2004).
2.4 SAÚDE E SANEAMENTO
Desde os primórdios da civilização, o saneamento esteve sempre associado
com a saúde do homem. Na Índia, por exemplo, desde 2000 anos Antes de Cristo,
se recomendava que a água fosse submetida a algum tipo de tratamento, mesmo que
de forma rudimentar, com a finalidade de garantir o fornecimento com qualidade para
o consumo da população (HELLER e PÁDUA, 2006).
Apesar do Brasil ter conseguido alcançar a meta de 91,3% de fornecimento de
água potável na área urbana das cidades e elevado o número de residências com
cobertura de esgotamento sanitário, ainda é grande o mero de pessoas que não
têm acesso a esses tipos de serviços. Assim, grande parcela da população ainda sofre
com a falta de moradia digna, vivendo em ambientes totalmente insalubres, sem água
para satisfazer as necessidades básicas importantes para a vida humana como a
ingestão, o preparo dos alimentos, a higiene corporal e a limpeza doméstica. Esta
realidade tem contribuído para agravos à saúde da população (HELLER e PÁDUA,
2006; IPEA, 2008).
Pesquisas realizadas recentemente permitiram avaliar outro fator bastante
preocupante que é a falta de conhecimento da população quanto aos prejuízos do
consumo de água com qualidade inadequada e ás práticas higiênicas sanitárias
precárias (FREITAS et al.,2001; LIBÂNIO et al., 2005; ROCHA et al., 2006; SANTOS
et al., 2008; VERÍSSIMO, Liano Silva et al., 2004).
Para Heller e Pádua (2006), o consumo de água contaminada por falta de
saneamento básico pode transmitir doenças por dois mecanismos:
Ingestão de água contaminada por agentes químicos e biológicos.
11
Insuficiência da quantidade de água, que possibilita o limite das
necessidades higiênicas pessoais, provocando doenças infecciosas na
pele, nos olhos e o aparecimento de animais parasitas nas regiões
capilares do corpo.
Um dos constituintes químicos quando presentes nas águas, capaz de
inviabilizar seu uso nas atividades humanas são os metais pesados. Estudos recentes
têm demonstrado, por meio de análises de água de poços, a presença de bário,
cádmio, chumbo, cobre, zinco e cromo em áreas próximas a atividades industriais
(NAIK et al., 2007; TARIQ et al., 2008).
Esses elementos, quando presentes em concentração elevadas nas águas,
são responsáveis por sérios efeitos adversos no ambiente, na economia e,
principalmente, na saúde pública, não pelo seu poder tóxico, mas, também, pela
bioacumulação na cadeia alimentar (BAIRD, 2002; YABE e OLIVEIRA, 1998).
alguns metais que são considerados tóxicos mesmo em baixas
concentrações como o chumbo, cádmio, cromo, níquel, pois não existem,
naturalmente, em nenhum organismo. Porém, o ferro e o cobre, que são considerados
elementos essenciais nos processos fisiológicos e bioquímicos no organismo dos
seres vivos, quando em concentrações elevadas, têm efeitos tóxicos, podendo levar à
morte. (MACHADO et al., 2005).
Segundo Goyer (1986) apud Freitas et al., (2001), os principais mecanismos de
toxicidade dos metais no organismo são as interações com sistemas enzimáticos,
interações com membranas celulares e efeitos específicos sobre certos órgãos e
sobre o metabolismo celular em geral.
O nitrato (NO
3
-
) é outro composto químico cada vez mais encontrado nas
águas subterrâneas que causa sérios problemas à saúde.
O consumo de água com elevadas concentrações de nitrato induz à presença
de metemoglobinemia. Esse processo patológico ocorre devido à presença de
bactérias localizadas na região do estômago de crianças, que em pH igual ou maior
que 4, reduzem parte do nitrato para nitrito, oxidando a hemoglobina e impedindo o
seu ligamento ao oxigênio, provocando a cianose, também conhecida como síndrome
do bebê azul. (BATTALHA e PARLATORE, 1977; FREITAS et al., 2001; LIBÂNIO,
2005; NÓBREGA et al., 2006). Nos últimos anos, tem-se admitido que a presença de
NO
3
-
nas águas, possibilita a formação de nitrosaminas carcinogênicas, provocada
pela reação das aminas presentes nos alimentos com os nitratos ingeridos (HELLER e
PÁDUA, 2006).
12
A presença de microorganismos patogênicos constitui, também, risco comum e
fácil de ser disseminado nas águas em função das descargas de águas residuárias
industriais e domésticas que atingem os mananciais.
Como consequência das atividades humanas, os principais agentes biológicos
encontrados em águas contaminadas são as bactérias patogênicas, os vírus, os
protozoários e os helmintos que são os responsáveis pelos elevados índices de
morbidade. Os problemas decorrentes de tal situação implicam no aparecimento de
enfermidades que poderiam ser evitadas, caso houvesse sistemas de saneamento
adequado (D’AQUILA et al., 2000; ROHDEN et al., 2007).
Segundo Costa et al., (2002) o quadro (01) mostra as principais doenças
relacionadas ao saneamento ambiental inadequado e as condições insalubres de
moradias.
QUADRO (01): Doenças relacionadas ao saneamento ambiental inadequado.
Doenças de transmissão feco-oral
Diarréias
Febres entéricas
Hepatite A
Doenças transmitidas por inseto vetor
Dengue
Febre amarela
Leishmaniose
Filariose linfática
Malária
Doença de chagas
Doenças transmitidas através do contato com a
água
Esquistossomose
Leptospirose
Doenças relacionadas com a higiene
Doenças dos olhos
Doenças da pele
Geo-helmintos e teníase
Helmintases
Teníases
Fonte: Costa et al., (2002)
Para Costa et al., (2005), a abrangência dos serviços de água e de
esgotamento sanitário constitui os melhores indicadores sociais e de saúde para
avaliar o bem-estar das populações.
Em áreas periurbanas de Salvador, Moraes (2006) demonstrou que as
melhorias do saneamento ambiental, especialmente a disposição de excretas
humanos/esgotos sanitários em local adequado, podem gerar impacto positivo sobre a
redução de doenças diarréicas e melhoria do estado nutricional das crianças menores
13
de 5 anos, mesmo quando outros fatores sócio-econômicos, culturais e demográficos
foram considerados.
De acordo com os dados do IPEA, 76% da população brasileira em 2007
possui acesso simultâneo à água canalizada de rede geral, esgoto por rede geral ou
fossas sépticas e coleta direta ou indireta do lixo. Ações como essas apresentam
efeitos a longo prazo sobre a saúde da população. Portanto, o saneamento básico
deveria ser encarado como prioridade pelos governantes, pois o fornecimento destes
serviços, com qualidade, implica na redução de atendimentos hospitalares que,
diretamente, atingem economicamente os cofres públicos, contribuindo para o bem-
estar físico, mental e social do homem, conforme define a Organização Mundial de
Saúde.
2.5 CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E BIOLÓGICAS DAS ÁGUAS
SUBTERRÂNEAS
As variações naturais da qualidade das águas subterrâneas são pequenas.
Assim, características extremas ou diferentes daquelas esperadas, indicam a
presença de situações anômalas provenientes da ação antrópica.
Do ponto de vista sanitário, os parâmetros físicos como cor e turbidez são de
extrema importância, pois são características estéticas da água de percepção humana
que dão possibilidade de aceitação ou não para consumo.
Quanto ao estudo químico das águas subterrâneas, o mesmo envolve diversos
aspectos das relações água-solo, portanto a composição química de uma água
subterrânea depende não da velocidade de percolação, mas, também, da
composição do meio através do qual a água percola (PAES, et al., 2000).
As características químicas das águas permitem avaliar o grau de poluição e os
riscos à saúde devido às substâncias químicas tóxicas na água para consumo
humano.
Dentre os elementos ou compostos químicos tóxicos presentes nas águas,
destacam-se: o Cádmio (Cd), Chumbo (Pb), Cromo (Cr), Cobre (Cu) e o Bário (Ba).
Esses compostos na água tendem a variar ao longo do tempo e, em diferentes pontos
de amostragem, devido ao grande número de fatores envolvidos, tais como: variações
diárias e sazonais no fluxo d’água, resultantes da falta de coleta ou lançamento de
esgotos não tratados, disposição inadequada do lixo doméstico e industrial e
14
mudanças de pH. Apesar de tais variações, a determinação das concentrações dos
metais dissolvidos na água constitui uma ferramenta importante na avaliação do grau
de contaminação de um ambiente aquático (LIBÂNIO, 2005; MOTA, 1995;
TOMAZELLI, 2003).
Estudos realizados por Yabe e Oliveira (1998), revelam que o pH, variando de
3,5 e 5,0, tende a manter os metais pesados na água em solução. De modo geral, a
toxidez mais grave ocorre na forma iônica do metal, que faz com que permaneça nas
águas naturais, podendo haver acumulação na biota aquática em níveis
significativamente elevados.
Além das características físicoquímicas, a análise das características
bacteriológicas da água são de extrema importância no grau de sua salubridade. Para
a avaliação da qualidade microbiológica da água destinada ao consumo humano, são
utilizados como parâmetros de contaminação os grupos coliformes como indicadores
de contaminação fecal (VON SPERLING, 1996).
O emprego dos coliformes como indicadores microbiológicos de qualidade da
água é devido à sua presença no trato intestinal dos animais de sangue, sendo
eliminados em elevada quantidade de bactérias diariamente por um indivíduo, ou seja,
de 1/3 a 1/5 do peso das fezes, participando, também, deste indicador, a grande
concentração de bactérias nos esgotos domésticos, correspondendo a cerca de 10
6
a
10
8
de organismos/mL (LIBÂNIO, 2005; VON SPERLING, 1996).
O Standard Methods for the Examination of Water and Wastewater define o
grupo coliforme, como: Totais os que concentram um grupo mais amplo formado de
bactérias aeróbias ou anaeróbias capaz de fermentar a lactose de 24 a 48 hs à
temperatura de 35 a 37ºC. Fecais ou termotolerantes, constituído pelo grupo de
bactérias indicadoras de organismos originários do trato intestinal humano e outros
animais de sangue quente. Este grupo de bactéria é capaz de fermentar a lactose em
temperaturas mais elevadas a 44,5 ºC por um prazo de 24 hs. E a Escherichia coli é
considerada a bactéria mais comum pertencente a este grupo (LIBÂNIO, 2005; VON
SPERLING, 1996).
Para que a água seja destinada ao uso doméstico, industrial ou irrigação é
indispensável que se faça a caracterização física, química e biológica da água em
função dos fins que se destina, comparando com os parâmetros estabelecidos pela
Portaria 518/2004, do Ministério da Saúde ou pela Resolução CONAMA
396/2008, do Ministério do Meio Ambiente (MOTA, 1995).
15
2.6 PADRÕES DE POTABILIDADE
Desde as civilizações mais remotas, observa-se a existência da preocupação
do homem em relação à água, pois devido seus diversos usos, pode atingir valores
elevados de impurezas, comprometendo a sua qualidade (BRANCO,1986;
MOTA,1995).
Em 1914, em virtude dos inúmeros surtos de doenças de transmissão hídrica
nos EUA, começou a se pensar sobre um padrão que estabelecesse os limites
permitidos para potabilidade tendo como referência apenas a contaminação
bacteriológica (LIBÂNIO, 2005).
No Brasil, essa preocupação ocorreu em 1977 com a Portaria 56 do
Ministério da Saúde, que estabeleceu padrão de potabilidade, definindo os limites
necessários e inerentes para a água de consumo humano. Em 1990, a portaria foi
revisada, sendo editada a Portaria 36/1990 que incorporou diversos parâmetros
relacionados com as características da água. Com o crescimento urbano e industrial,
novos compostos foram sintetizados e, mais uma vez, foi necessário rever os
parâmetros sendo editada a Portaria 1469/2003 que foi republicada por motivos
administrativos, estando em vigência a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde
(LIBÂNIO, 2005).
Atualmente, em termos de legislação que regulamenta a qualidade da água
para consumo humano, tem-se a Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, que
estabelece os procedimentos e responsabilidades relativos ao controle e vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão de potabilidade. Alem desta, a
Resolução CONAMA 396/2008, do Ministério do Meio Ambiente classifica e define
as diretrizes ambientais para o enquadramento das águas subterrâneas em virtude
dos diversos usos que lhes são atribuídos. Quando analisados os dois instrumentos
legais, constatou-se semelhança entre os padrões de potabilidade (Tabela 01).
16
TABELA 01: Padrões de potabilidade da água.
Parâmetros
Portaria
518/2004
MS¹
RESOLUÇÃO CONAMA 396/2008 do Ministério do Meio
Ambiente²
Consumo
Humano
Dessedentação
de animais
Irrigação
Recreação
pH
6,0 a 9,5
-
-
-
-
Cor (uH)
15
-
-
-
-
Turbidez (uT)
5
-
-
-
-
Alcalinidade(mg/L
CaCO
3
)
-
-
-
-
-
Cloretos ( mg/L Cl
-
)
250
250
-
100 a 700
400
Dureza(mg/L CaCO
3
)
500
-
-
-
-
Ferro ( mg/L Fe)
0,3
0,3
-
5,0
0,3
Nitrato (mg/L NO
-
3
)
10
10
90
-
10
Nitrito (mg/L NO
-
2
)
1,0
1,0
10
1,0
1,0
Sulfato (mg/L SO
4
)
250
250
1000
-
400
Sólidos dissolv. (mg/L)
1000
1000
-
-
400
Bário (mg/L Ba)
0,7
0,7
-
-
1,0
Cádmio (mg/L Cd)
0,005
0,005
0,05
0,01
0,005
Chumbo (mg/L Pb)
0,01
0,01
0,1
5,0
0,05
Cobre (mg/LCu)
2,0
2,0
0,5
0,2
1,0
Níquel (mg/L Ni)
-
0,02
1,0
0,2
0,1
Cromo (mg/L Cr)
0,05
0,05
1,0
0,1
0,05
E. coli
Ausente
em 100 ml
Ausente
em 100 ml
200/100 ml
800/100 mL
Coliformes
Termotolerantes
Ausente
em 100 ml
Ausente
em 100 ml
200/100 ml
1000/100 mL
Fonte: ¹Portaria 518/2004
²Resolução CONAMA Nº 396/2008
Segundo Heller e Pádua (2006), água potável é aquela que pode ser
consumida sem risco à saúde humana e sem causar rejeição ao consumo por
questões organolépticas.
Para Narciso e Gomes (2004), a qualidade da água subterrânea está
condicionada não com a interação água-rocha como também à conservação da
área de recarga do aquífero e que, quando destinada para consumo humano, deve
obedecer à Portaria nº 518/2004.
17
No Brasil, a Resolução CONAMA nº 396 de 2008, do Ministério do Meio
Ambiente, estabelece as classificações das águas subterrâneas de acordo com os
usos preponderantes que deverão ser determinados pelos valores máximos
permissíveis para cada uso (Quadro 02).
QUADRO 02: Classificação das águas subterrâneas
Classe
Enquadramento
Classe Especial
Águas dos aquiferos, conjunto de aquíferos ou
porção desses, destinada à preservação de
ecossistemas em unidades de conservação de
proteção integral e as que contribuam
diretamente para os trechos de corpos de
água superficial enquadrados como classe
especial;
Classe I
Águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou
porção desses, sem alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, e que não
exigem tratamento para quaisquer usos
preponderantes devido às suas características
hidrogeoquímicas naturais.
Classe 2
Águas dos aquíferos, conjuntos de aqüíferos
ou porção desses, sem alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, e que
podem exigir tratamento adequado,
dependendo do uso preponderante, devido às
suas características hidrogeoquímicas
naturais;
Classe 3
Águas dos aquíferos, conjuntos de aqüíferos
ou porção desses, com alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, para as
quais não é necessário o tratamento em
função dessas alterações, mas que podem
exigir tratamento adequado, dependendo do
uso preponderante, devido às suas
características hidrogeoquímicas naturais.
Classe 4
Águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou
porção desses, com alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, e que
somente possam ser utilizadas, sem
tratamento, para o uso preponderante menos
18
restritivo.
Classe 5
Águas dos aquíferos, conjunto de aquíferos ou
porção desses, que possam estar com
alteração de sua qualidade por atividades
antrópicas, destinadas a atividades que o
têm requisitos de qualidade para uso.
Fonte: Resolução CONAMA Nº 396 do Ministério do Meio Ambiente de 03/04/2008
As exigências para a água destinada ao consumo humano refletem os
diferentes valores de impurezas em relação às águas utilizadas para irrigação,
recreação ou uso animal. Naturalmente, a água contém impurezas que podem ser
caracterizadas como de ordem física, química ou biológica e os teores dessas
impurezas devem ser limitados até um nível não prejudicial ao ser humano, sendo
estabelecidos pelos órgãos de saúde pública como padrões de potabilidade (MOTA,
1995).
19
2.7 CARACTERIZAÇÃO DA CIDADE DE FEIRA DE SANTANA
O surgimento do município de Feira de Santana-BA, está ligado às suas
características geológicas e pedológicas que favorecem o aparecimento de lagoas e
nascentes que propiciaram, no século XVIII, uma região atrativa e próspera para
paradas dos que circulavam pela região.
Em virtude dessas características, surgiu um povoado em uma pequena
fazenda, denominada Sant’Anna dos Olhos d’água que deu origem a uma feira de
gado que acabou por transformar-se em grande centro de negócios.
Segundo Santo (2003), após alguns anos, surgiu um comércio paralelo de
alimentos e outros produtos essenciais à sobrevivência dos moradores e dos
viajantes.
Hoje, Feira de Santana encontra-se numa posição de destaque não no
estado da Bahia, como, também, no nível nacional, pelo crescimento econômico
favorecido por suas características físicas e geográficas. Como atributo físico,
destaca-se o relevo da cidade, predominantemente plano, e como atributo geográfico,
tem-se a posição do município no agreste baiano, ligando o sertão ao mar, como
também sua proximidade com a capital do estado, Salvador. Ainda como benefício
para o município, a construção das rodovias BR 324, BR 116, BR 101 e BA 052
(estrada do feijão), que formou um dos maiores entroncamento rodoviário do norte e
nordeste (Figura 02) (BASTOS, 1996).
A cidade encontra-se delimitada pelas coordenadas geográficas de 12º 09’ e
12º 20’ de latitude sul e de 38º 53’ e 39º 00’ de longitude oeste. O município de Feira
de Santana possui uma área de, aproximadamente, 1.350 Km
2
estando limitado pelos
seguintes municípios: Antônio Cardoso, São Gonçalo, Amélia Rodrigues, Coração de
Maria, Irará, Candeal, Santa Bárbara, Tanquinho, Anguera e Ipecaetá.
20
FIGURA 02: Mapa de Feira de Santana com as rodovias que cortam a cidade
(Fonte- http://maps.yahoo.com, 2009)
Com a criação do Centro Industrial do Subaé, a partir de 1970, um grande fluxo
de pessoas das cidades circunvizinhas e até de outras regiões do País foram atraídas
por oportunidades de empregos e negócios. Isso fez com que a ocupação e o uso do
solo ocorressem de forma rápida e desordenada, proporcionando a construção de
novos conjuntos habitacionais surgindo bairros além do anel de contorno que, aos
poucos, foram sendo explorados pela classe média e alta, provocados pelo aumento
excessivo de habitações no centro da cidade.
Com o crescimento populacional e sem a fiscalização dos órgãos responsáveis
quanto à ocupação do solo, as áreas que até então continuavam preservadas da
ocupação urbana, começaram a ser exploradas, aumentando de forma significativa as
áreas impermeáveis, provocando a diminuição da área de recarga do lençol freático e
o aumento do escoamento superficial. Essa situação contribuiu para o quadro de
degradação ambiental, causando impactos nas nascentes, lagoas e rios de Feira de
Santana-BA.
Rodrigues (2007), aponta como um desses exemplos a Lagoa do Prato Raso,
considerada, atualmente, a área mais contaminada do município, que se encontra na
zona urbana próxima ao centro da cidade. Essa área é habitada pela população de
21
baixa renda, vivendo em habitações inadequadas na forma de invasões em zonas
alagadiças, poluídas e de difícil acesso, sem esgotamento sanitário e água tratada.
Atualmente, se percebe uma ocupação além do anel do contorno existente
na cidade, surgindo bairros que não possuem ainda infraestrutura adequada como
fornecimento de água tratada, sistema de transporte e esgotamento sanitário.
Mesmo diante das crises generalizadas, a população de Feira de Santana vem
crescendo desde a década de 70, provocando elevadas taxas de urbanização, como
consequência do surgimento de novas unidades industriais, sendo necessário
expandir o número de bairros com a implantação de conjuntos habitacionais.
A Tabela 02 mostra o crescimento constante de Feira de Santana que, na
década de 70, o município tinha cerca 190.076 habitantes, concentrando-se
aproximadamente 591.707 habitantes em 2009.
TABELA 02: População total na área urbana de Feira de Santana-BA.
ANO
POPULAÇÃO URBANA
1970¹
190.076
1980¹
291.504
1991¹
406.447
2000²
480.949
2009³
591.707
Fonte: (1) IBGE apud Anuário Estatístico de Feira de Santana-BA; 1998
(2) IBGE apud Anuário Estatístico de Feira de Santana-BA; 2008
(3) IBGE Censo demográfico/2009
Com os mesmos hábitos do passado, a cidade continua sendo passível de
grande fluxo de pessoas em busca de oportunidades de empregos e negócios,
contribuindo com o crescimento populacional.
Em consequência deste crescimento, nos últimos anos, a demanda por água
tem aumentado e diversas residências optaram por consumir água do manancial
subterrâneo como fonte de abastecimento. De acordo com os dados do IBGE (2000),
em Feira de Santana, o abastecimento de água por poços ou nascentes correspondia
no ano 2000 a 20,6% dos domicílios, conforme Tabela 03.
22
TABELA 03: Proporção de moradores por tipo de abastecimento de água em Feira de
Santana BA.
Abastecimento de água
Ano / 2000
Rede Geral
72,6
Poço ou nascente
20,6
Outra forma
6,8
Fonte: IBGE/ Censos Demográficos 2000.
É comum, tanto nas residências como em alguns estabelecimentos industriais
e comerciais, o abastecimento de água por meio de poços escavados ou poço tubular
raso que captam a água proveniente do aquífero livre. Essa prática passou a ser
utilizada por diversos fatores, tais como: intermitência no fornecimento de água pela
empresa prestadora do serviço (EMBASA), pela facilidade de captação de água em
pequenas profundidades e pelo baixo custo de obtenção da água.
Certamente, a contaminação do aquífero se deve ao grande número de
residências que utilizam fossas rudimentares como despejo dos esgotos domésticos,
conforme mostra a Tabela 04.
TABELA 04: Proporção de moradores por tipo de instalação sanitária.
Instalação Sanitária
1991
2000
Rede geral de esgoto ou pluvial
12,4
34,4
Fossa séptica
31,8
12,9
Fossa rudimentar
34,4
40,0
Vala
1,5
2,1
Rio, lago ou mar
-
0,6
Outro escoadouro
1,7
0,8
Não sabe o tipo de escoadouro
1,1
-
Não tem instalação sanitária
17,2
9,2
Fonte: IBGE/Censos Demográficos 2000
De acordo com os estudos realizados por Silva e Araujo (2003), em duas
regiões de Feira de Santana, registrou-se que 50,5% dos domicílios pesquisados
consumiam água do lençol freático, o que pode causar sérios riscos de saúde à
população, devido ao grande volume de esgoto e lixo que são lançados no ambiente.
23
2.7.1 Clima
O clima da região de Feira de Santana, segundo a Classificação de Koeppen, é
do tipo AW, quente úmido, caracterizado por apresentar chuvas de verão e secas no
inverno.
2.7.2 Geologia
A formação geológica do município é caracterizada pela presença de planalto,
compondo-se por sedimentos areno-argiloso bastante poroso e permeável
responsável pelo acúmulo e transmissão de água subterrânea originando fontes e
lagoas que geram as três micro bacias do município que repousam sobre o
embasamento cristalino (ALMEIDA, 1992).
Com altitude média de 230m, o município é limitado a oeste pela Serra de São
José e Rio Jacuípe e ao norte e leste pelo Rio Pojuca.
2.7.3 Hidrografia
A rede hidrológica da área é caracterizada pela presença de nascentes,
funcionando como interflúvio pouco acidentado de três bacias hidrográficas, como a do
rio Jacuípe, a oeste da cidade; a do rio Pojuca, a leste; e a do rio Subaé que nasce ao
sul do centro da cidade. A disposição da rede de drenagem está intrinsecamente
controlada pela estrutura geológica (Figura 03).
Do ponto de vista de suas nascentes, os cursos d’água que drenam a área são
de três tipos: aquelas que nascem sobre o tabuleiro, nas depressões fechadas;
aquelas que nascem no bordo do tabuleiro, a partir de pontos de surgências das
águas freáticas; e as que nascem no embasamento cristalino, nas colinas (ALMEIDA,
1992).
Os tipos que correm no interior do tabuleiro são originados de cursos d’água
perenes ou sazonais, alimentados pelas águas pluviais e pelo lençol freático,
apresentando pequeno declive e baixo poder erosivo, enquanto que os cursos d’água
que cortam o embasamento cristalino são, em sua maioria, intermitentes, salvo os que
nascem no bordo oeste do tabuleiro, que funcionam como rios perenes ou
temporários, apesar da adversidade climática. Esses últimos são alimentados durante
a estação seca pelo lençol freático formado à montante, enquanto seus afluentes de
primeira e segunda ordem estão subordinados às precipitações pluviométricas.
24
FIGURA 03: Distribuição da drenagem urbana e localização das bacias hidrográficas da
cidade de Feira de Santana-BA
Fonte: Conder.
25
2.7.4 Geomorfologia
De acordo com Almeida (1992), geomorfologicamente, o município de Feira de
Santana foi compartimentado em três unidades básicas, como:
A superfície Cimeira que compreende os Tabuleiros Interioranos, caracterizada
pelo repleto número de lagoas associadas a ocorrências de depressões fechadas
circulares ou ovaladas. A borda oeste da superfície Cimeira origina as nascentes de
riachos que penetram no tabuleiro.
Quanto à Superfície Intermediária, predominam as colinas, com morros
vertentes convexas e, por vezes, vertentes rochosas retilíneas e lombadas. Os morros
resultam da erosão diferencial agindo sobre rochas de diferentes litologias, sendo,
portanto, associados à imposição da estrutura geológica. As lombadas representam
modelados suaves com baixadas largas e rasas, susceptíveis à acumulação de águas
pluviais nos períodos chuvosos.
a Superfície Inferior corresponde a uma faixa limitada pela margem direita
do Rio Jacuipe, com direção geral N-S, constituída, essencialmente, por colinas baixas
com altura inferior a quinze metros.
2.8 CENTRO INDUSTRIAL DO SUBAÉ
2.8.1 Processo de industrialização
A industrialização no Brasil consegue ter grandes progressos após a Guerra
Mundial, mesmo passando por diversas crises. Segundo Brum (1995), na segunda
metade do século XX, durante o Império e o início da República, surgiram alguns
núcleos industriais.
Com o Programa de Metas desenvolvido pelo governo de Juscelino
Kubitscheck, na década de 50, o crescimento econômico do País teve grandes
avanços. Com base no empréstimo e financiamento do capital estrangeiro, o processo
de industrialização ocorreu, primeiramente, nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro
(BRUM, 1995).
Em virtude dos investimentos terem se iniciado nessas duas capitais, foi criado
pelo governo de Juscelino Kubitscheck, o Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento
do Nordeste (GTDN) para evitar aglomerações industriais na Região Sudeste. A partir
26
daí, a industrialização foi pensada como instrumento de mudança na economia
regional, fundada nos incentivos fiscais (BRUM, 1995; SPINOLA, 2003).
Apesar do País ter passado por várias crises, Brum (1995), contextualiza que
foi a partir de 1964, com a expansão do parque industrial abrindo as portas para as
multinacionais e o capital estrangeiro, que a economia brasileira voltou a se
desenvolver. Esse período foi conhecido como “milagre brasileiro”, termo usado para
designar o excepcional desempenho da economia brasileira.
Segundo Spinola (2003), não se pode negar que o País teve um expressivo
crescimento econômico na segunda metade do século XX, sobretudo no período que
vai de 1968 até 1980, graças às medidas e ações criadas pelo governo.
Nesse momento, a intervenção do Estado foi fundamental para a criação de
centros industriais. Na Bahia, a industrialização aconteceu a partir do incentivo dos
recursos federais, através do BNDE, de uma política fundamentada na construção dos
distritos industriais do interior e da transferência considerável de empresas da Região
Sudeste para a Bahia (SPINOLA, 2003).
A política industrial do governo baiano, sob influência decisiva da criação da
SUDENE pelo governo federal, passou a oferecer infraestrutura que estimulou a
criação dos distritos industriais em determinados espaços do estado, através dos
incentivos fiscais.
Assim, foi criado o Centro Industrial de Aratu (CIA), Complexo Petroquímico de
Camaçari (COPEC) e o Centro Industrial do Subaé (CIS), como reflexo da política
econômica nacional, isto é, para desenvolver a Bahia através da industrialização,
mediante apoio governamental (FREITAS, 1998).
A partir do início dos anos 70, com a criação do CIS, o município de Feira de
Santana sofre mudanças em suas características como articuladora de produtos
agráriomercantis para produção de bens finais e intermediários. Com essas
mudanças, passou a abastecer o mercado local, as indústrias do CIA e ao próprio CIS,
tendo como principais atrativos os incentivos fiscais do Programa FINOR, a isenção de
impostos cedidos pela SUDENE e o excedente de mão de obra local que, juntamente
com o governo estadual, criaram o Plano de Desenvolvimento Local Integrado (PDLI).
Segundo Cruz (1999), do total baiano, Feira de Santana respondia por quase
8,5% do Produto Interno Bruto (PIB), sendo que sua participação mais expressiva
acontecia no setor terciário 9,7%, seguido do agropecuário com 7,8 % e, finalmente, a
indústria, participando somente com 5,2% do PIB.
Em 1970, o CIS-Tomba iniciou com apenas 09 indústrias e, com o processo de
desenvolvimento, passou, na década de 80, para 35. Apesar das crises, atualmente,
este centro conta com um total de 84 unidades (Anexo A).
27
2.8.2 Planejamento e Localização Industrial
Diversos fatores locacionais contribuíram para a implantação de indústrias em
Feira de Santana, podendo destacar as características de entroncamento rodoviário, a
preexistência de pequenas empresas, a presença de imigrantes do Norte e Nordeste
do País, o apoio da SUDENE e a criação do Centro de Desenvolvimento Industrial
CEDIN, o apoio do governo do estado e da própria comunidade interessados pela
implantação do distrito industrial (BAHIA, 1985).
Em 14 de dezembro de 1970, foi criado, em Feira de Santana, o Centro
Industrial do Subaé, ocupando uma área total de 1.102 hectares, dividida em dois
espaços denominados CIS-Tomba, localizado à leste da cidade, com uma área de 530
hectares e do CIS-BR 324, situado no sentido oeste da cidade, com área de 572
hectares (BAHIA, 1985).
No início de implantação do CIS, as indústrias preferiam localizar-se ao longo
da BR 324, pois, na área que, de fato, se destinava à ocupação, havia carência de
infraestrutura como vias de acesso, água e esgoto.
Apesar do processo de ocupação do CIS-Tomba ter sido de forma lenta e
complexa, devido à inexistência de infra-estrutura, ele ocupa hoje cerca de 43,8%, ou
seja, 232 da área do município correspondem a áreas industriais, 144 ha ou 27,3%
a áreas verdes de proteção, 55 ha ou 10,4% são ocupadas pelo sistema viário,
enquanto a faixa de domínio da Coelba e a subestação do Tomba ocupam 50 ha ou
9,4% do total e a área institucional abrange 44 ha ou 8,2% do total, sendo destinada à
estação elevatória uma área de 4,5 ha, correspondendo a 0,9% (BAHIA, 1985).
O CIS-Tomba localiza-se na zona sul da cidade de Feira de Santana, limitando-
se com a extensão territorial do município de o Gonçalo dos Campos-BA e a BA -
502 (Figura 04).
28
FIGURA 04: Mapa de localização do bairro CIS-Tomba - Feira de Santana-Ba
Adaptado: Projeto Nascentes, (1998).
Com a conclusão da Rodovia Rio-Bahia, foram intensificadas as transações
comerciais entre o Sudeste e o Nordeste, facilitando o transporte de mercadorias e
impulsionando a implantação e instalação de indústrias para o estado.
Feira de Santana, devido à sua malha industrial e com o porte do seu
comércio, sua proximidade com a capital e sua característica de entroncamento
rodoviário, mantém-se como principal eixo econômico do interior. Conta, também, com
outro aspecto positivo, a proximidade de Feira de Santana com o Aeroporto
Internacional Luiz Eduardo Magalhães e o Porto de Aratu, na distribuição de matéria
prima.
De acordo com Gualda et al., (2006), a proximidade dos centros industriais com
os principais pontos de escoamento de produtos, facilita o surgimento de outras
atividades subsidiárias e, com isso, fornece à indústria principal, instrumentos e
matérias-primas, proporcionando economia de material.
29
Considerando as vantagens locacionais que o município possuía na década de
70, pode-se observar que, ao longo dos últimos anos, houve uma ocupação
significativa no campo industrial e isso fez com que o município conquistasse o título
de maior cidade do interior do estado.
A tabela 05 expõe o comparativo do número de pessoas empregadas por ramo
de atividades no Centro Industrial do Subaé, núcleo Tomba, nos últimos anos.
TABELA 05: Número de funcionários por ramo de atividade no CIS-Tomba Feira de
Santana Bahia.
1970
1980
2007
Qtde.
Nº de
empregos
Qtde.
Nº de
empregos
Qtde.
Nº de
empregos
Minerais não metálicos
01
30
03
93
04
66
Metalurgia
02
390
06
156
07
352
Produtos de metal
-
-
-
-
03
172
Máquinas e equipamentos
-
-
-
-
01
40
Material elétrico
01
42
-
-
-
-
Construção
-
-
-
-
02
31
Material de transporte
01
33
-
-
02
41
Madeira/mobiliário
01
08
04
322
07
146
Papel e papelão
-
-
02
27
02
80
Artigos de Couro
-
-
-
-
01
52
Produtos Químicos
01
228
07
89
12
1.573
Perfumaria/sabão/velas
-
-
02
47
-
-
Material plástico/Borracha
-
-
02
552
10
194
Vestuário/calçado
-
-
02
148
01
32
Têxtil
-
-
-
-
01
300
Produtos alimentares/bebidas
02
228
06
382
15
860
Editorial/gráfica
-
-
01
-
01
22
Reciclagem
-
-
-
-
03
73
Diversos
01
10
06
82
01
20
Total
10
969
41
1898
73
4054
Fonte: CIS-2007
Diante disso, a proposta do plano diretor do Centro Industrial do Subaé era
promover a expansão do setor secundário, o bem-estar social e integrar a população
no processo de desenvolvimento local e regional, além de aumentar a renda da
população e manter a posição de Feira de Santana como principal pólo secundário do
Estado da Bahia (FEIRA DE SANTANA, 1970).
30
3 METODOLOGIA
Este estudo, de natureza quantitativa, foi desenvolvido no Centro Industrial do
Subaé no bairro Tomba, em Feira de Santana-Ba, entre os meses de maio a agosto
de 2008. Utilizaram-se, como método quantitativo, as características físico-químicas e
microbiológicas das amostras de água comparando-as com os valores estabelecidos
pela Portaria n.º 518/2004 MS e pela Resolução CONAMA n.º 396/2008 do MMA e,
por meio dos questionários, procurou-se investigar os bitos higiênico-sanitários da
comunidade quanto à captação, ao manuseio e aos usos da água.
O trabalho de campo foi realizado em três etapas:
- Delimitação da área de estudo e localização dos poços;
- Coleta de água para análise laboratorial;
- Entrevistas para investigar os usos e as condições higiênico-sanitárias.
3.1 DELIMITAÇÃO DA ÁREA
A área de estudo, CIS-Tomba, está localizado na zona sul da cidade de Feira
de Santana, limitando-se com a extensão territorial do município de São Gonçalo dos
Campos-BA e a BA -502.
A definição dos pontos de coleta de água foi obtido, inicialmente, por meio de
visitas domiciliares no local de estudo, com o intuito de reconhecer a área no entorno
do Centro Industrial do Subaé e averiguar os possíveis tipos de captação de água
existentes. Foram selecionados 35 poços obedecendo à sua distribuição na área de
estudo e à concordância dos proprietários para a realização da coleta.
Observaram-se na área do entorno do CIS-Tomba, características rurais cuja
ocupação é por casas isoladas em pequenas chácaras, características urbanas,
ocupadas por residências e casas comerciais e residências localizadas no próprio
núcleo industrial. Essa divisão teve o intuito de facilitar a identificação das prováveis
fontes de contaminação que interfiram na qualidade da água do manancial
subterrâneo (Figura 05).
31
FIGURA 05: Mapa de localização dos pontos de coletas na área do CIS-Tomba Feira de
Santana BA.
32
Após a escolha dos pontos de coleta, os mesmos foram georreferenciados e
registrados suas coordenadas com o auxílio de um GPS (Global Position System),
totalizando 35 pontos de coletas, sendo 26 em poços escavados (PE), 5 em poços
tubulares rasos (PT) e 4 em nascentes (N) (Apêndice A). Os pontos de coleta foram
numerados de 1 a 38 de acordo com o tipo de captação, sendo que alguns pontos
foram excluídos devido à ausência dos proprietários no momento do
georreferenciamento.
Devido à grande diversidade de atividades industriais localizadas na área do
CIS-Tomba, tornou-se difícil definir o seu perfil industrial, o que provoca grande
preocupação com o meio ambiente, com a ocupação do solo e com os riscos de
contaminação dos recursos hídricos.
3.2 COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DAS AMOSTRAS
As coletas de amostras de água no aquífero freático foram realizadas no
período de maio a agosto de 2008. Neste período, o índice pluviométrico em Feira de
Santana foi de 38,6mm no mês de maio, 98,4 mm em junho, 84,3 em julho e 56,5 mm
no mês de agosto.
Nos poços escavados, as coletas de amostras de água foram realizadas com
um auxílio de um balde específico para evitar contaminação. Os frascos de coletas
foram içados por meio de uma corda e, em seguida, transportados para os vasilhames
apropriados para serem encaminhados ao laboratório.
Para a coleta da água do poço tubular, procedeu-se o bombeamento da água
deixando escoá-lo por 5 minutos, antes de chegar à qualquer tipo de reservatório,
evitando, com isso, que fosse coletada a água da tubulação do poço.
Nas nascentes, a coleta foi realizada na superfície do local onde a água era
armazenada. Nos locais onde a água era escoada por gravidade em tubulação de
ferro, a coleta foi realizada diretamente da tubulação.
Os parâmetros físico-químicos analisados foram: pH, cor, turbidez,
alcalinidade, cloretos, dureza total, ferro total, nitrato, nitrito, sulfatos, sólidos
dissolvidos, além dos metais pesados cádmio, cromo, chumbo, bário, cobre e os
parâmetros bacteriológicos foram os estabelecido pela Portaria 518/2004, do
Ministério da Saúde e pela Resolução CONAMA 396/2008, do Ministério do Meio
Ambiente.
33
Para as análises físico-químicas, as amostras foram acondicionadas em
garrafas de polietileno com capacidade de 2 litros e, para a análise bacteriológica,
utilizaram-se coletores de vidros com capacidade de 100 mL.
Para análise da presença de metais pesados na água foram utilizadas garrafas
de vidro de cor âmbar com capacidade de 1L, acrescido de 5 mL de ácido nítrico
(HNO
3
) concentrado para preservação dos elementos, conforme estabelece o
Standard Methods.
Após a coleta, as amostras foram devidamente identificadas, acondicionadas
em caixas térmicas com gelo e, em seguida, encaminhadas ao Laboratório de
Saneamento do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de
Santana, para o procedimento das análises.
3.3 PROCEDIMENTOS REALIZADOS NO LABORATÓRIO
3.3.1 Análises físico-química
pH a determinação do potencial hidrogeniônico foi realizada utilizando um
pH-metro de bancada da marca Quimis modelo Q.400 A e calibrado com soluções
tampões de pH 4,2 e 6,86 antes de realizar a leitura das amostras.
Turbidez foi realizada por meio de um turbidímetro da marca Micronal modelo
B250.
A cor foi determinada, utilizando-se um colorímetro visual da marca DEL Lab
modelo DLNH 100.
Alcalinidade - procedeu-se utilizando ácido clorídrico (HCl) com concentração
de 0,02 N como solução titulante e um indicador misto composto de vermelho de
metila, verde de bromocresol e álcool etílico.
Cloretos para a determinação, utilizaram-se a solução de nitrato de prata a
0,0282 N como titulante e um indicador cromato de potássio.
Dureza Total para esta análise utilizaram-se uma solução de EDTA a 0,01 M,
preto de eriocromo como indicador e uma solução tampão de cloreto de amônio para
manter a amostra em pH ideal para observar o ponto final de titulação.
Ferro total - as amostras foram submetidas à digestão em ácido clorídrico
concentrado e uma solução de hidroxilamina para, após resfriamento, acrescentou-se
uma solução de orto-fenantrolina e uma solução tampão de acetato de amônia para,
34
em seguida, realizar-se a leitura no espectrofotômetro da marca Procyon Modelo SC
90 em comprimento de onda de 510 nm.
Nitrato/nitrito foram realizadas através do Kit da marca Hach Modelo NI -12
Nitraver/Nitriver.
Sulfatos para a determinação dos sulfatos, a amostra foi submetida à
agitação magnética adicionada com cloreto de bário e reagente acondicionante e, em
seguida, realizou-se a leitura no espectrofotômetro no comprimento de onda de 420
nm.
Sólidos dissolvidos utilizou-se 50 ml da amostra após passar por filtragem em
Kitazato com filtro milipore 4,7mm e, em seguida, foi submetido ao banho Maria para
evaporação da água.
Para a análise dos metais pesados, procedeu-se com a adição de 0,5 mL de
ácido trico (HNO3) e 2,5 ml de ácido clorídrico (HCl) ambos a 50% em 125 ml de
amostras para permitir, caso esteja presente, a dissolução dos metais nas amostras.
Após a digestão, as amostras foram analisadas no espectrofotômetro de absorção
atômica da Marca GBC Avanta.
A tabela 06 apresenta as condições analíticas do Espectrofotômetro de
Absorção Atômica.
TABELA 06: Resumo das condições analíticas do espectrofotômetro de absorção
atômica conforme manual de instrução (GBC-Avanta).
Elementos
Comprimento
de ondas (λ)
Lâmpada
Oxidante/
Combustível
Chama
Concentração
do padrão
Tampão
espectro
Cr
357,9 nm
10 mA
Ar/ C
2
H
2
Redutora
0,1-0,2-0,5-1,0
NH
4
Cl 20%
Cu
324,7 nm
10 mA
Ar/ C
2
H
2
Oxidante
0,04-0,1-0,2-0,5-1,0
-
Pb
217 nm
5 mA
Ar/C
2
H
2
Oxidante
0,05-0,1-0,2-0,5
-
Cd
228,8 nm
3 mA
Ar/C
2
H
2
Oxidante
0,04-0,1-0,2-0,5
-
Ba
553,6 nm
15 mA
N
2
O/C
2
H
2
Oxidante
0,51,02,0-5,0
Na 1%
A tabela 07 apresenta os parâmetros com as unidades, a metodologia analítica,
os equipamentos e suas respectivas normas para análises.
35
TABELA 07: Metodologia analítica, equipamentos e normas.
Parâmetros
Unidades
Metodologia
Analítica
Normas
pH
-
Eletrométrico
NBR 14339/1999
Cor
uH
Colorimétrico
NBR 13798/1997
Turbidez
uT
Turbidimétrico
MB 3227/1990
Alcalinidade
mg/L CaCO
3
Titulométrico
NBR 5762/1977
Cloretos
mg/L Cl
-
Argentométrico
NBR5759/1975
Dureza Total
mg/L CaCO
3
Titulométrico
NBR 12621/1992
Ferro Total
mg/L Fe
Colorimétrico
NBR 13934/1997
Nitrato/Nitrito
mg/L NO
3
/NO
2
Colorimétrico
Test Kit Hach
Sulfato
mg/L SO
4
Turbidimétrico
CETESB LS.153/1978
Sólidos dissolvidos
mg/L
Gravimétrico
NBR 10664/1989
Metais (Bário,
cromo, chumbo,
cádmio, cobre)
mg/L
Espectrofotometria de
absorção atômica
Standart Methods
Coliformes Totais
e Fecais
NMP/100 mL
Tubos Múltiplos
Standart
Methods
Fontes: ABNT; CETESB, APHA 1998
3.3.2 Análise bacteriológica
As análises bacteriológicas das águas foram realizadas pelo método dos tubos
múltiplos que consistem na fermentação da lactose com produção de ácido e gás a
35ºC em 24 48 horas para as amostras positivas de coliformes totais e 44,5 ºC em
24 horas em banho maria para os coliformes fecais ou termotolerantes. Os resultados
foram expressos de acordo com a tabela de NMP, onde equivale-se ao número mais
provável de bactérias, em 100 mL de água.
Os procedimentos de coleta, preservação, preparação e análise das amostras
foram baseados na APHA, 1998 e pelas normas da Associação Brasileira de Normas
Técnica (ABNT).
36
3.4 INVESTIGAÇÃO DOS USOS E DAS CONDIÇÕES
HIGIÊNICO-SANITÁRIAS DOS POÇOS
Foram realizadas entrevistas por meio de questionário pré-estruturado,
previamente elaborado com questões fechadas (Apêndice B), contemplando aspectos
relativos à origem da captação de água, estrutura física dos poços, forma de captação,
qualidade da água, utilidade da água, presença de esgotamento sanitário e a relação
entre água e saúde, com o propósito de obter informações das condições dos tipos de
coletas na área.
A aplicação dos questionários foi realizada após aprovação do projeto no
Comitê de Ética em Pesquisa - CEP da Universidade Estadual de Feira de Santana
UEFS. Cada morador foi orientado a respeito do objetivo da pesquisa para, em
seguida, a assinatura de um termo de consentimento livre esclarecido (Apêndice C),
que foi elaborado em linguagem acessível, possibilitando o entendimento dos
participantes.
Esse termo foi realizado, contemplando-se os aspectos éticos, ficando uma
cópia em poder do pesquisado e outra arquivada pelo pesquisador durante um período
de cinco anos. Foram garantidos o anonimato dos participantes, bem como a
possibilidade da divulgação dos resultados para fins acadêmicos e científicos,
conforme as normas da Resolução nº 196/96 do Conselho Nacional de Saúde.
3.5 ANÁLISE DOS DADOS
Os resultados das análises laboratoriais das amostras de água coletadas foram
ordenados em categorias de dados físico-químicos e bacteriológicos com respectivas
características de uso da água, manuseio e tipo de construção do poço, com a
finalidade de facilitar as análises das variabilidades dos parâmetros pesquisados, bem
como associar as práticas sanitárias realizadas nos pontos de coletas e, também,
avaliar as influências na qualidade da água provocadas pelas diversas atividades
existentes na área.
Os resultados das análises físico-químicas e bacteriológicas foram comparados
com os valores máximos permitidos pela Portaria nº 518/2004, do Ministério da Saúde
e pela Resolução CONAMA nº 396/2008, do Ministério do Meio Ambiente.
37
Para visualização dos pontos de coletas com concentrações fora do limite
estabelecido pelos padrões de potabilidade foram utilizados mapas de concentração.
Esses mapas foram confeccionados a partir das coordenadas em UTM dos
pontos de coletas, por meio do Software Surfer 8 e, através da interpolação dos
dados, foram geradas as isolinhas de concentração química pelo método da
Krigagem. Esse método permite estimar o valor desconhecido associado a um ponto,
área ou volume, a partir de um conjunto de dados disponíveis. É importante destacar
que o mapa de concentração indica a concentração de uma substância em um
determinado ponto de coleta com interpolação entre resultados das análises químicas
(BARBOSA, 2006).
No final, os mapas sofreram tratamento em programas, como: Corel Draw,
Corel Pfoto e Paint do Windows para melhor visualização.
38
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 RESULTADOS FÍSICO-QUÍMICOS
As tabelas 08, 09 e 10 mostram os resultados das análises físico-químicos
realizados nas amostras de água coletadas nos poços escavados, poços tubulares
rasos e nas nascentes, respectivamente.
TABELA 08: Análises físico-químicas das águas dos poços escavados CIS-Tomba -Feira
de Santana, 2008.
N º
VMP
pH
Cor
uH
Tur¹
uT
Alcal²
CaCO
3
D.Tot³
CaCO
3
Cl
Fe
NO
3
NO
2
SO
4
STD
Ba
Cd
Pb
Cu
Cr
6-9
15
5
-
500
250
0,3
10
1
250
1000
0,7
0,005
0,01
2
0,05
PE01
6,1
40
8,2
52
0
110
0,3
5,0
0
71
112
0,09
0,001
0,02
0,004
ND
PE02
5,7
10
0,8
26
100
210
0
15
0
20
212
3,21
0,001
0,02
0,002
ND
PE05
5,7
20
2
34
0,0
66
0
7,0
0,04
0
66
0,6
0,006
0,01
0,002
ND
PE06
5,5
10
1
26
26
100
0
15
0,03
0
98
1,57
0,001
0,03
0,006
ND
PE07
5,1
10
1,9
12
0
80
0
10
0
0
78
1,0
0,002
0,01
0,002
ND
PE08
6,3
2,5
1,2
36
0
30
0
5
0
0
32
0,7
0,001
0,006
0,0
ND
PE09
5,6
5
1,6
12
0
60
0
5
0
0
62
0,19
0,001
0,01
0,001
ND
PE10
4,1
5
0,8
6
0
54
0
13
0
3,7
52
0,39
0,001
0,04
0,013
ND
PE11
6,2
0
0,4
54
14
68
0,3
15
0
13
7 0
0,33
0,003
0,02
0
ND
PE12
5,1
30
3,2
12
0
46
0
6
0
0
40
0,11
0
0,04
0
ND
PE13
5,6
10
4,5
26
56
122
0
15
0,03
0
120
0,75
0,002
0,02
0
ND
PE14
4,7
2,5
1,5
4
0
60
0,5
3
0
0
60
0,19
0,004
0,01
0
ND
PE15
5,3
0
0,4
20
0
50
0,3
2
0
0
48
0,17
0,001
0,01
0,001
ND
PE16
5,4
0
1,4
18
0
74
0,4
2
0,01
13
72
1,11
0,005
0,02
0,001
ND
PE18
4,7
0
0,8
6
22
134
0,1
9
0,01
53
126
0,38
0,002
0,02
0,004
ND
PE20
5,5
50
53
8
0
62
1,0
3
0
26
56
0,59
0,002
0,02
0,003
ND
PE21
5,3
40
20
8
0
98
0,4
4
0
55
92
0,48
0,007
0,02
0,005
ND
PE22
5,5
2,5
1,9
10
0
44
0,5
5
0
3,3
42
0,19
0,002
0,01
0
ND
PE23
5,2
2,5
1,4
12
0
82
0,1
6
0
5
76
0,39
0,001
0,01
0,001
ND
PE24
5,9
5
1,4
48
0
98
0,1
2
0,11
6,6
90
0,23
0,001
0,01
0,002
ND
PE25
4,8
10
5,0
6
0
100
0,2
9
0
6,6
92
0,38
0,003
0,01
0,003
ND
PE27
4,2
0
0,7
0
20
128
0
15
0,01
1,7
124
0,42
0,002
0,02
0,005
ND
PE28
3,6
0
0,4
0
90
110
0
25
0
0
106
0,6
0,003
0,02
0,008
ND
PE34
4,2
2,5
0,9
0
226
664
0,2
15
0
1,7
650
20
0,01
0,05
0,043
ND
PE35
5
2,5
2,8
6
0
106
0
10
0
16
106
0,7
0,005
0,02
0,001
ND
PE38
5,9
2,5
1,2
28
0
52
0,2
2
0,04
6,6
46
0,24
0,002
0,02
0,001
ND
ND Não detectado / Concentrações dos elementos em mg/ .¹Turbidez; ² Alcalinidade Total; ³Dureza Total
39
TABELA 09: Análises físico-químicas das águas dos poços tubulares rasos CIS-Tomba
Feira de Santana, 2008.
Pontos
pH
Cor
uH
Tur¹
uT
Alcal²
CaCO
3
D.Tot³
CaCO
3
Cl
Fe
NO
3
NO
2
SO
4
STD
Ba
Cd
Pb
Cu
Cr
PT03
6,4
0
0,4
104
0
36
0,2
2
0
103
38
0,19
0,001
0,02
0,002
ND
PT04
5,9
2,5
0,5
46
12
192
0,1
7
0
23
184
0,5
0,004
0,02
0,015
ND
PT30
5,2
0
0,5
12
32
98
0
11
0
17
94
0,23
0,002
0,02
0
ND
PT32
5,5
2,5
0,9
10
156
164
0
45
0,02
30
160
0,58
0,002
0,02
0,003
ND
PT33
4,8
10
7
8
150
174
0,2
45
0,1
27
170
0,68
0,003
0,02
0,006
ND
ND Não detectado / Concentrações dos elementos em mg/L
¹Turbidez; ² Alcalinidade Total; ³Dureza Total
TABELA 10: Análises físico-químicas das águas das nascentes CIS-Tomba Feira de
Santana, 2008.
Pontos
pH
Cor
uH
Tur¹
uT
Alcal²
CaCO
3
D.Tot³
CaCO
3
Cl
Fe
NO
3
NO
2
SO
4
STD
Ba
Cd
Pb
Cu
Cr
N17
6,4
120
2,7
42
0
88
1,5
2
0,1
27
90
0,29
0,002
0,02
0,004
ND
N19
6
30
1,1
12
0
78
0,1
6
0,02
6,6
72
0,37
0,004
0,02
0,002
ND
N36
6
60
7,7
14
40
188
0,8
0
0
17
184
1,44
0,003
0,02
0,016
ND
N37
6,4
200
58
86
32
186
2,6
0
0
6,7
180
0,94
0,004
0,02
0,003
ND
ND Não detectado / Concentrações dos elementos em mg/L
¹Turbidez; ² Alcalinidade Total; ³Dureza Total
De acordo com as tabelas 08, 09 e 10, os pontos de coletas PE01, PT03,
PE08, PE11, N17, N19, N36 e N37, localizados na área com característica rural,
apresentam amostras com pH dentro da faixa de potabilidade recomendada pela
Portaria 518/2004 do MS que varia entre 6,0 a 9,5. Enquanto que para todos os
poços localizados na área industrial e urbana, o pH das amostras variou de 3,6 a 5,9,
caracterizando uma água ligeiramente ácida.
Em 1968, foram realizadas análises de amostras de água de poços
provenientes do aquífero freático em diversos pontos da cidade de Feira de Santana e
verificou-se que o pH apresentava características neutras concentrados na faixa entre
6,0 e 7,5 (ANJOS e BASTOS, 1968). Esses resultados sugerem que há uma influência
das atividades industriais e urbanas no pH das águas de poços da região.
A origem natural do hidrogênio provém da dissolução de rochas, gases da
atmosfera, oxidação da matéria orgânica e a fotossíntese e, quanto à origem
antropogênica, ocorre através de despejos domésticos e industriais (VON SPERLING,
2005).
40
Segundo Libânio (2005), o valor do pH influi no grau de solubilidade de
diversas substâncias na distribuição das formas livres e ionizadas de diversos
compostos químicos, tornando-se capaz de comandar grande parte das reações
químicas, definindo, inclusive, o potencial de toxicidade de vários elementos.
Esta condição de acidez da água subterrânea também foi detectada por Silva e
Araújo (2003), que encontraram 82,8% das amostras de água de poço escavado com
pH ácido (abaixo de 6,0) em duas áreas urbanas na cidade de Feira de Santana-BA.
Essa situação, certamente, tem relação com o lançamento do esgoto doméstico e
industrial em fossas e tanques sépticos, além da disposição inadequada de resíduos
sólidos urbanos e industriais.
Os resultados obtidos mostram que, apenas, os poços escavados localizados
na área rural PE01(40uH), PE05(20uH), PE12(30uH), PE20(50uH), PE21(40uH),
apresentados na tabela 09 excedem os valores de cor estabelecidos pela Portaria
518/2004 do MS, que determina como valor permitido para potabilidade <15 uH.
Certamente, esses valores estão relacionados às construções irregulares dos poços,
como: cobertura inadequada, paredes laterais sem revestimentos, sem calçadas de
proteção e caixa de concreto com dimensão inferior indicado pela ABNT (figura 06).
Sem esses dispositivos de segurança, é facilitada a entrada de matéria orgânica e
outros materiais no poço que, quando dissolvidos, conferem cor nas águas.
a
b
41
FIGURA 06: Poços escavados sem dispositivo de segurança: (a) PE01, (b) PE05, (c)
PE12, (d) PE20
Quanto às amostras coletadas nos poços tubulares, não foi detectado nenhum
valor de cor acima do permitido pela referida portaria. Cabe salientar que, nessa forma
de captação, a água encontra-se mais protegida, pois a presença do tubo de PVC
evita o contato da água com compostos e materiais diversos existentes ao longo do
perfil do solo, que podem ser solubilizados, conferindo cor na água subterrânea.
Para as águas provenientes das amostras das nascentes, foram obtidos os
seguintes valores N17(120uH), N19 (30uH), N36 (60uH), N37 (200 uH). Como pode
ser visto na tabela 10, todas as amostras encontram-se com cor acima do permitido
pela legislação vigente. Esses valores elevados de cor das nascentes, possivelmente,
devem-se à presença de matéria orgânica, substâncias inorgânicas e plantas
aquáticas, uma vez que as nascentes encontram-se em áreas ocupadas por
pastagens e atividades agrícolas (Figura 07). Na amostra de água da nascente N37,
foi encontrado alto teor de cor provavelmente em decorrência da água ser conduzida
até a residência por um tubo de ferro, podendo esse elemento ter contribuído para o
aumento do parâmetro.
c
d
a
b
42
FIGURA 07: Localização das nascentes: a) Pastagens, b) atividade agrícola e c) água
sendo conduzido em tubulação de ferro.
Para Battalha e Parlatore (1977), a cor pode ser de origem mineral ou vegetal
ou por lançamento de diversos tipos de efluente industrial.
Com relação às análises da turbidez, a tabela 08 indica que as amostras
coletadas nos poços escavados PE01 (8,2 uT), PE20 (53 uT) e PE21 (20 uT),
localizados na área rural, foram as que excederam o limite de potabilidade para
consumo humano (5 uT). Silva e Araújo (2003), em sua pesquisa, associou os valores
altos de turbidez a poços com profundidade de até 10m. Contudo, na presente
pesquisa, não houve associação entre estes parâmetros.
Para amostras de água de poços tubulares rasos, apresentados na tabela 09,
apenas o PT33 localizado na área industrial, apresentou valor de turbidez acima do
permitido (7uT). Porém, esse poço encontra-se em precário estado de conservação
sem cobertura, sem calçada de proteção ao redor, inferindo-se a possibilidade que a
entrada de água proveniente do escoamento superficial, com materiais em suspensão
e agentes biológicos, tenha contribuído para o aumento de turbidez (Figura 08). Assim,
a deficiência nas instalações desse poço, certamente, contribui para a alteração da
qualidade da água uma vez que este tipo de captação de água permite uma redução
deste parâmetro, quando comparados com os poços escavados.
c
43
FIGURA 08: Poço tubular raso mal construído (PT33).
Conforme valores registrados na tabela 10, as nascentes N36 (7,7 uT) e N37
(58 uT), localizadas na área rural, apresentaram valores de turbidez acima do
estabelecido pela Portaria 518/2004 do Ministério da Saúde, devido, certamente, à
presença de grande quantidade de matéria orgânica, processos erosivos ou adição de
despejos domésticos ou industriais.
Além do fator estético, a turbidez está associada à presença de
microrganismos. Pois a presença de matéria orgânica na água funciona como fixação
dos agentes patogênicos, dificultando a sua eliminação durante o processo de
tratamento.
Narciso e Gomes (2004) relatam que as águas subterrâneas, normalmente,
não apresentam problemas em relação aos parâmetros cor e turbidez. Esses
parâmetros, quando presentes na água, causam certa repugnância aos consumidores.
De fato, de acordo com o relatado de moradores, a qualidade da água é considerada
boa para consumo, justamente por não apresentar cor ou material em suspensão nas
águas.
A maior concentração de cloretos foi registrada apenas em amostra de água do
poço escavado PE34 onde foi encontrado um valor de 664 mg/L, limite superior ao
permitido para consumo humano, que é de 250 mg/L. Considerando que esse ponto
de coleta está localizado na área industrial, conforme figura 05, certamente que o
elevado teor desse parâmetro na água está associado à localização do poço, em cota
altimétrica inferior às fábricas que processam fertilizantes.
Os resultados obtidos das análises realizadas por Anjos e Bastos (1968), nos
diversos pontos de coletas no aquífero freático na cidade de Feira de Santana-BA,
revelaram que o vel de concentração de cloretos estavam com valores abaixo de
250 mg/L, o mesmo verificado nos resultados atuais, conforme tabela 08, 09 e 10.
Portanto, o elevado valor de cloretos encontrado nas amostras de água do poço PE34
44
sugere que existe uma influência das atividades industriais na alteração das
características químicas da água do aquífero.
O cloreto, por ser considerado um elemento conservativo, é de grande utilidade
para caracterizar a origem de uma massa de água com elevadas concentrações de
cloretos, como acontece por exemplo, em águas provenientes de esgotos domésticos
podendo ser utilizado como indicador de poluição por esgotos sanitários. Altas
concentrações deste íon na água podem trazer restrições ao sabor e causar
problemas fisiológicos no homem, levando o consumidor a procurar outras fontes de
suprimento, frequentemente, de qualidade sanitária pouco desejável (BATTALHA e
PARLATORE, 1997; HELLER e PÁDUA, 2006; LIBÂNIO, 2005).
Segundo o mapa de concentração para o cloreto (Figura 09), é possível
observar a presença deste elemento apenas no poço escavado PE34. Os resultados
obtidos para os demais pontos de coletas estavam dentro dos valores estabelecidos
para os padrões de potabilidade.
45
FIGURA 09: Mapa de concentração de Cloretos (mg/L).
46
Os teores de nitratos, estão frequentemente, relacionados ao grau de poluição
das águas, sendo um dos elementos mais encontrados em águas naturais, geralmente
ocorrendo em baixos teores nas águas superficiais, podendo atingir altas
concentrações em águas profundas (BORDEN et al.,1995 apud SILVA et al., 2002).
Os poços PE02, PE06, PE10, PE11 e PE13, localizados na área rural,
apresentaram amostras de água com teores elevados de contaminação por nitrato.
Provavelmente, esses teores devem-se à existência de construções irregulares dos
poços escavados, além da localização próxima de um depósito de esterco animal e
fossas sépticas, o que pode estar contribuindo para o agravamento da qualidade da
água, quanto aos compostos nitrogenados.
Quanto aos compostos nitrogenados, os resultados das análises das amostras
de água nos poços PE27, PE28, PT30, PT32, PT33, PE34 e PE35 evidenciaram
teores acima de 10 mg/L de NO
-
3,
limite estabelecido para consumo humano, segundo
a Portaria nº 518/2004. Os teores encontrados nesses poços, certamente, devem-se à
presença de grande número de fossas sépticas e a proximidade de atividades de
oficinas mecânicas, borracharias e posto de combustíveis. Por outro lado, os teores de
nitrato encontrados nos poços PT32, PT33, PE34 e PE35 sugerem a proximidade com
as fábricas que processam fertilizantes.
Segundo Battalha e Parlatore (1997), o nitrato (NO
3
-
) é a forma oxidada do
nitrogênio e representa o estágio final de oxidação da matéria orgânica. As
concentrações elevadas de nitrato são encontradas, geralmente, em poços de pouca
profundidade, associados, em grande parte, à deficiência na proteção dos poços, a
proximidades com fossas, estábulos e à proximidade de despejos de indústrias de
fertilizantes e áreas agrícolas.
A presença de contaminação por nitrato nas águas do aquífero freático sugere
influência do crescimento urbano e da ocupação descontrolada do solo em Feira de
Santana, a partir de cada de 70, quando a população adotou, como destino dos
esgotos domésticos, as fossas sépticas e sumidouro, devido à deficiência da cidade
no sistema de coleta e de tratamento de esgoto.
A pesquisa realizada por Silva e Araujo (2003), em poços escavados, em dois
bairros de Feira de Santana - BA em que o destino dos esgotos domésticos é
realizado por fossas e sumidouro, apresentou 88,2% das amostras analisadas com
nitratos acima do estabelecido pela Portaria do Ministério da Saúde.
Essas informações corroboram com a pesquisa realizada por Nóbrega et al.,
(2006), onde as águas subterrâneas utilizadas para abastecimento e indústria dos
municípios Parnamirim, Macaíba e Extremoz, região de Natal, encontram-se
47
ameaçadas de contaminação por nitrato, devido à presença de fossas e sumidouros e
pela ocupação desordenada do terreno.
O mapa de concentração para nitrato, figura 10, mostra a distribuição dos
poços localizados na área rural, urbana e industrial que obtiveram teores acima do
permitido pela referida Portaria.
FIGURA 10: Mapa de concentração de Nitrato (mg/L)
Nas águas de amostras provenientes das nascentes, não foram detectados
valores de nitrato acima dos parâmetros permitido pelas legislações vigentes.
48
Para o elemento ferro, de maneira geral, os teores encontrados nas amostras
de água estão dentro da faixa permitida pelo padrão de potabilidade, que é de 0,3
mg/L. A figura 05 mostra que o PE14 (0,5 mg/L), PE16 (0,4 mg/L), PE20 (1,0 mg/L),
PE21(0,4 mg/L), PE22 (0,5 mg/L), apesar de estarem localizados na área rural,
tiveram, certamente, valores elevados devido à localização em cota topográfica inferior
e próximo às fábricas de pré-moldados e oficinas mecânicas.
Quanto às nascentes N17(1,5mg/L), N36 (0,8mg/L), N37 (2,6mg/L), que
também estão localizadas na área rural, os altos teores de Ferro, certamente, estão
relacionados ao elevado teor de cor e turbidez. Segundo a NBR (13934/1997), a
presença de material dissolvido e em suspensão nas amostras interferem no
desenvolvimento da análise de ferro. O maior valor de ferro total foi encontrado na
amostra da nascente N37, pelo fato da água ser conduzida até a residência numa
tubulação de ferro. Isto pode ter influenciado o teor elevado desse elemento na
amostra.
Embora esse elemento não apresente danos à saúde nas concentrações
normalmente encontradas, causa rejeição por parte do consumidor devido à coloração
amarela e turva da água o que acarreta, também, sabor amargo e adstringente
(BATTALHA e PARLATORE, 1997; HELLER e PÁDUA, 2006).
Na figura 11, pode ser visualizado no mapa de concentração para o elemento
ferro, que, de maneira geral, os teores encontrados estão dentro da faixa de limite
permitido pela legislação vigente.
49
FIGURA 11: Mapa de concentração de Ferro Total (mg/L)
As tabelas 08, 09 e 10 mostram que todas as amostras analisadas de água
proveniente de poços escavados, poços tubulares e nascentes, apresentaram teores
de alcalinidade, nitrito, sulfato e sólidos dissolvidos abaixo do limite máximo
estabelecido pela Portaria nº 518/2004, do Ministério da Saúde e pela Resolução
CONAMA 396/2008, do Ministério do Meio Ambiente. Esses resultados corroboram
com os achados por Anjos e Bastos (1968), onde foram encontrados valores abaixo do
50
permitido pela legislação vigente para potabilidade da água, quanto esses parâmetros,
indicando que não houve alteração na qualidade da água, quanto essas
características ao longo dos últimos anos.
De acordo com a figura 05, foram encontradas concentrações elevadas do
metal bário nas águas das amostras dos pontos de coleta PE02 (3,21 mg/L), PE06
(1,57 mg/L), PE07, (1,0 mg/L), PE08 (0,7 mg/L), PE13 (0,75 mg/L), PE16 (1,11 mg/L),
N36 (1,44 mg/L) e N37 ( 0,94 mg/L). Apesar desses poços não estarem localizados na
área interna do Centro Industrial do Subáe, esses pontos sofrem influências das
atividades industriais por estarem situados em cotas inferiores às fábricas de
fertilizantes, às oficinas mecânicas e às fábricas de estruturas metálicas.
Os poços PE34 e PE35 que estão localizados na área industrial apresentaram
20 mg/L e 0,7 mg/L de bário, respectivamente. As contaminações das águas das
amostras desses poços, certamente, estão relacionadas à presença de fábricas que
processam fertilizantes químicos e que têm, como atividade principal, o
processamento de cloreto de bário (Figura 05). A Portaria nº 518/2004 do Ministério da
Saúde e a Resolução CONAMA 396/2008, estabelecem como limite máximo da
presença desse elemento para consumo humano em 0,7 mg/L.
Em geral, ocorre bário nas águas naturais em concentrações muito baixas. Sua
ingestão em doses superiores aos valores máximos permitidos pela legislação vigente
para potabilidade, pode acarretar aumento da pressão sanguínea por vasoconstrição,
causando sérios efeitos tóxicos sobre o coração. Não sendo comprovado seu efeito
cumulativo, é utilizado nos processos de produção de pigmentos, fogos de artifício,
vidros e praguicidas. As principais fontes são efluentes de mineração, efluentes de
refinaria de metais e a erosão de depósitos naturais (HELLER e PÁDUA, 2006).
A partir do mapa de concentração (Figura 12), é possível verificar, de maneira
geral, os poços que apresentaram maiores valores para o elemento bário.
51
FIGURA 12: Mapa de concentração de Bário (mg/L)
A ingestão de água contaminada por bário pode acarretar o estímulo aos
sistemas neuromuscular e cardiovascular, contribuindo para o aumento da pressão. As
principais fontes de contaminação por este elemento são processos de produção de
pigmentos, fogos de artifício, vidros e praguicidas, efluentes de refinaria de metais e a
erosão de depósitos naturais (HELLER e PÁDUA, 2006; PAES et al., 2000).
52
Conforme as tabelas 08, 09 e 10, observa-se que a maioria das amostras de
água subterrânea da área do Centro Industrial do Subaé, encontravam-se com
concentração de chumbo acima do estabelecido para água de consumo humano.
As amostras de água dos poços escavados, poços tubulares e nascentes, de
maneira geral, variaram entorno de 0,02 a 0,05 mg/L de Pb. Esses altos teores podem
estar relacionados às atividades de soldagem, prática comum em áreas industriais e
nas oficinas mecânicas presente na região.
Atualmente, o chumbo é um dos contaminantes mais comuns do ambiente,
devido às inúmeras atividades industriais que favorecem a sua grande distribuição. E
não constitui um problema ambiental até que venha a se dissolver, passando à forma
iônica. Em meio ácido e com dureza mole, ele passa a ser um elemento preocupante
para o ambiente e para a saúde da população, pois possui efeito cumulativo dentro da
cadeia trófica
(BAIRD, 2002; MOREIRA e MOREIRA, 2004).
A toxidade crônica causada pelo chumbo no organismo humano pode levar o
individuo a provocar neoplasia e saturnismo (intoxicação causada pelo chumbo)
doença que pode levar à morte, além de problemas de audição, alteração de
crescimento, desenvolvimento cerebral deficiente, redução na síntese de vitamina D, o
que diminui a produção de hemoglobina, enfraquecendo o sistema imunológico,
provocando dores nos músculos, nas articulações, elevação da pressão arterial,
infertilidade, convulsões e perda de memória (BRITO FILHO, 1983; LARINI, 1997;
NASCIMENTO e BARBOSA, 2005).
O elemento, geralmente, não se encontra livre na natureza e sua presença,
atualmente, pode ser proveniente das inúmeras atividades industriais, destacando-se
as indústrias extrativa, petrolífera, de acumuladores, de tintas e corantes, cerâmicas,
gráfica, canos d’água e soldas (BRITO FILHO, 1983; LARINI, 1997; MOREIRA e
MOREIRA, 2004).
O mapa de concentração (Figura 13) mostra os teores de chumbo
encontrados.
53
FIGURA 13: Mapa de concentração de Chumbo (mg/L)
As amostras de águas dos poços PE05, PE07, PE08, PE09, PE14, PE15,
PE22, PE23, PE24, PE25 apresentaram teores de chumbo abaixo do permitido pela
legislação vigente para água de consumo humano, apesar de estarem no limite
permissível para potabilidade.
Silva e Araujo (2000) detectaram nas amostras de água de poços rasos cerca
de 8,4% e 6,7% de bário e chumbo, respectivamente, acima do recomendado pela
54
Portaria nº 518/2004 do Ministério da Saúde, no manancial subterrâneo em duas
áreas urbanas em Feira de Santana. Esses resultados foram relacionados ao grande
número de oficinas mecânicas distribuídas na cidade.
O chumbo é um dos contaminantes ambientais, mais comuns, tóxicos para os
homens e animais, e que não possui nenhuma função fisiológica conhecida no
organismo, podendo entrar no organismo pela respiração ou através do consumo de
água ou alimentos. Seus efeitos podem afetar, praticamente, todos os órgãos e
sistemas do organismo humano (MOREIRA e MOREIRA, 2004).
Dentre todos os pontos de coletas, apenas os poços escavados PE05, PE21,
PE34 e PE35, apresentaram amostras de água que ultrapassaram o teor máximo
estabelecido de 0,005 mg/L de Cádmio, para consumo humano, com concentrações
de 0,006 mg/L, 0,007 mg/L, 0,01 mg/L e 0,005 mg/L, respectivamente. Os dois
primeiros poços, apesar de estarem localizados em área rural, sofrem influência de
produtos oriundos de atividades industriais como a galvanoplastia. Os poços PE34 e
PE35 são afetados pelas atividades das indústrias que trabalham com estruturas
metálicas.
O elemento Cádmio, esta presente no mesmo subgrupo do zinco e mercúrio.
Em condições naturais é encontrado na água, em traços mínimos, geralmente
inferiores a 0,001 mg/L e pode ser introduzido na água por despejos industriais. É um
elemento de grande preocupação, pois no ambiente e na saúde humana, apresenta
alto poder cumulativo (LARINI, 1997).
Segundo Baird (2002), os seres humanos estão protegidos dos níveis baixos
de cádmio pela proteína rica em enxofre chamada metalotioneina que tem função de
regular o metabolismo do zinco e é capaz de complexar quase todo o Cd
+2
ingerido,
sendo este o complexo eliminado pela urina. Caso a quantidade de cádmio absorvida
pelo organismo exceda a capacidade de complexação da metalotioneina, o metal é
armazenado no fígado e nos rins.
Para Oliveira e Pasqual (2001), outros efeitos de intoxicação com cádmio
podem ser considerados, entre eles a hipertensão e a destruição dos glóbulos
vermelhos do sangue.
A contaminação do cádmio na água destinada ao consumo humano, pode ser
causada por indústrias na fabricação pigmentos, baterias, em lâmpadas a vapor de
cádmio, fundição de chumbos, indústrias de galvanoplastia, em tubos de televisão,
lâmpadas fluorescentes e estabilizadores de plásticos polivinílicos (BRITO FILHO,
1983; LARINI, 1997; OLIVEIRA e PASQUAL, 2001).
O mapa de concentração (Figura 14) mostra, de maneira geral, a distribuição
desses pontos, fora do limite estabelecido para consumo humano.
55
FIGURA 14: Mapa de concentração de Cádmio (mg/L)
As tabelas 08, 09 e 10 mostram que o poço PE34 foi o que mais se destacou
com amostras com teores de contaminação da água acima do permitido pela
legislação vigente, certamente, devido à deficiência da estrutura física e à localização
do poço, que está próximo de indústrias de fertilizantes, além da presença de depósito
de lixo urbano e industrial como fontes de contaminação por metais pesados como
56
papel (Cd e Zn) produtos de vidro (Cr) de baterias (Cd, Pb, Ni e Zn) de borrachas (Zn)
e em tecidos (Cr) (Figura 15).
FIGURA 15: Local de descarte de lixo urbano e industrial.
De acordo com o verificado nos resultados nas tabelas 08, 09 e 10, o poço
PT30, por estar localizado em cota altimétrica superior às das indústrias, certamente
sofreu apenas influência de atividades da área urbana (Figura 05), como, por exemplo,
a presença de nitrato e contaminação por coliformes, sugerindo, com isso, que as
atividades industriais da área estão contribuindo para a degradação do aquífero
freático local.
4.2 RESULTADOS BACTERIOLÓGICOS
A situação do manancial subterrâneo, quanto à contaminação por bactérias do
grupo coliformes, é grave, pois as amostras analisadas neste estudo permitiram
mostrar que 100% das águas de poços da região do Centro Industrial do Subaé
encontram-se contaminadas por coliformes totais e termotolerantes. Exceção apenas
verificada nos poços tubulares rasos PT03 e PT04, que apresentaram ausência de
coliformes termotolerantes. Esse fato sugere que as condições de estrutura física dos
poços tubulares apresentam mais proteção para as águas subterrâneas, quando
comparadas com os poços do tipo escavado que são perfurados manualmente.
Em pesquisa realizada por Silva e Araujo (2003), nos poços rasos em duas
áreas do município de Feira de Santana BA, observou-se 90,8% e 65,8% de
amostras positivas para coliformes totais e termotolerantes, respectivamente. Portanto,
57
essa situação, certamente, deve-se à existência do grande número de fossas sépticas
utilizadas como destino dos esgotos domésticos na cidade.
Segundo Amaral et al., (1994), resultados semelhantes foram verificados em
poços rasos com 92,12% das amostras contaminadas por coliformes termotolerantes
em águas na área urbana do Município de Jaboticabal-SP.
Freitas et al., (2001) detectou que 55,5% das amostras realizadas em poços no
Parque Fluminense, município de Duque de Caxias, e 62% em Colubandê, distrito do
Município de São Gonçalo, apresentaram coliformes termotolerantes. Tal situação,
possivelmente, deve-se à disposição de esgotos em córregos e a frequência de fossas
e sumidouros na região.
Os achados da pesquisa realizada por Rohden et al., (2007), apontam,
também, para uma grande preocupação com a qualidade microbiológicas das águas
de poços das cidades do Extremo Oeste Catarinense, apresentando 54,7%, em 2005,
e 56,7%, em 2006, de amostras impróprias para consumo humano.
Em pesquisa realizada por Cappi et al., (2006), foram encontrados elevados
números de amostras com bactérias do grupo coliformes em, praticamente, todos os
poços com profundidades abaixo de 20m, localizados na bacia do córrego Fundo no
município de Aquidauana-MS.
Ainda, segundo o autor, a presença de bactérias está associada às condições
precárias dos poços, à localização inadequada, próximos a fontes de contaminação
como fossas, ás áreas de pastagens e à criação de pequenos animais.
Esses dados corroboram com a afirmação de Campos (2004), de que a
contaminação da água subterrânea está relacionada com as péssimas condições de
construções das cacimbas, com a ausência de tampa, ausência de revestimento da
parede e piso ao redor do poço, tampas inadequadas, localização topográfica,
proximidades com fossas, práticas-higiênicas deficientes e destino do lixo em locais
impróprios.
Com relação às águas provenientes das nascentes, o elevado número de
amostras com coliformes totais e coliformes termotolerantes deve-se às características
do local, pois encontram-se próximas às fontes de contaminação como fossas, hortas,
áreas de pastagens e criação de animais.
De acordo com a Portaria 518/2004, do Ministério da Saúde e a Resolução
CONAMA nº 396/2008, a água subterrânea é considerada boa e adequada para
consumo humano quando apresentar ausência de coliformes totais e termotolerantes.
Com isso, em geral, os resultados bacteriológicos indicam que as águas subterrâneas
captadas por meio de poços escavados, poços tubulares e nascentes da área de
estudo, encontram-se inadequadas para ingestão.
58
Durante a pesquisa, foram observados que as estruturas físicas dos poços e
nascentes têm uma grande influência no nível de contaminação das águas
subterrâneas por motivo de construções inadequadas e manuseio incorreto dos poços.
Observou-se que 60% dos moradores utilizavam balde como recipiente para
retirada de água nos poços e nascentes (Figura 16), situação comum na localidade e
que contribui para a contaminação das águas subterrâneas.
60%
40%
Balde Bomba
FIGURA 16: Forma de captação das águas nos poços situados do entorno do CIS-Tomba
Feira de Santana-Bahia-2008.
A utilização de balde é uma prática que possibilita o transporte de
microorganismo, contaminando as águas, devido aos baldes permanecerem expostos
ao ambiente e sem nenhuma proteção e sendo utilizados, também, para outros fins
como verificado no poço PE12 (Figura 17).
FIGURA 17: Tipo de balde utilizado para retirada de água no poço PE12
59
Santos (2008), em sua pesquisa, registrou que 94,12% das famílias que
utilizavam balde para coleta de água apresentaram maior número de amostra com E.
coli por 100 mL. Esse fato foi atribuído ao tipo de retirada de água que permite que a
cisterna permaneça mais aberta e aumente o contato da água com recipientes sem
condições sanitárias. Foi verificado que residências que possuíam bomba como forma
de captação da água tendem a obter menor índice de contaminação por bactérias do
grupo coliformes totais e termotolerantes. Ainda, segundo Santos (2008), o uso da
bomba permite que o poço permaneça fechado, impedindo a entrada de animais e
matéria orgânica que venham comprometer a qualidade da água. O mesmo foi
verificado por Cappi et.al., (2006), onde foram registrados os menores valores de
bactérias em poços com captação de água através do sistema de bombeamento.
Outro agravante corresponde ao destino dos esgotos sanitários. Durante as
entrevistas realizadas junto à comunidade, observou-se que, na área rural, industrial e
urbana, não exista rede coletora de esgoto. Verificou-se que, aproximadamente, 91%
dos moradores utilizam fossas absorventes e que 9% dos entrevistados não possuem
sequer uma forma de coleta, sendo os esgotos lançados a céu aberto (figura 18).
Porém, nesse caso, o grande problema é a construção das fossas de forma
inadequada e próximas às fontes de abastecimento, permitindo a contaminação do
aquífero e, consequentemente, comprometendo o uso das águas para fins de
consumo humano.
91%
9%
Fossa o possui rede coletora
FIGURA 18: Destino dos esgotos domésticos situados do entorno do CIS-Tomba Feira
de Santana-Bahia-2008.
Em algumas residências, verificou-se que a água proveniente das nascentes é
utilizada tanto para irrigação de cultura de subsistência (pequenas hortas),
60
dessendentação de animais como aves, porcos e gado, quanto para o consumo
doméstico.
Outra característica importante que deve ser considerada é a localização do
poço na propriedade quanto à distância das fossas ou a outros tipos de
contaminantes. Constatou-se que cerca de 11% dos poços localizavam-se em até 10
metros de distância da fossa, 57% de 11 a 20 metros, 20% acima de 20 metros e
cerca de 9% não possuíam rede coletora, sendo os dejetos lançados em qualquer
lugar na propriedade e 3% não informou (Figura 19). A falta de conhecimento quanto à
distância correta entre a fonte de água e a presença de fossas ou a outros focos de
contaminação como depósito de lixo, estábulos, criatório de aves, chiqueiros, causa
grande preocupação, pois foi constatado na presente pesquisa um elevado grau de
contaminação por bactérias do grupo coliformes totais e termotolerantes nas águas
provenientes do aquífero freático. Mesma situação foi verificada na pesquisa realizada
por Santos et al., (2008), onde 48,3% dos entrevistados desconheciam a distância
recomendada de um poço em relação à fossa.
Para Cappi et.al., (2006), o perigo de contaminação fecal em poços por fossas
mal posicionadas e instaladas, é pequeno no período de seca, mas na estação das
chuvas o risco aumenta devido ao processo natural de infiltração. Segundo as normas
técnicas, por medida de segurança, a distância mínima do poço e a fossa do tipo seca
são de 15m entre e 45m para os demais focos de contaminação.
11%
57%
3%
9%
20%
0 a 10 m 11 a 20 m
acima de 20 m Não possui rede coletora
Ignorado
FIGURA 19: Distância entre o poço e a rede coletora de esgoto das residências situadas
do entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
61
4.3 ASPECTOS CONSTRUTIVOS E USOS DOS POÇOS
O quadro 03 apresenta os dados da estrutura física dos poços escavados,
extremamente importantes para avaliar a qualidade da água quando utilizada para
abastecimento público. Nessa etapa, foi avaliada a estrutura física dos 26 poços
escavados situados no entorno do CIS-Tomba.
QUADRO 03: Frequência das características dos poços escavados situados do entorno
do CIS-Tomba Feira de Santana, 2008.
Características
Número de poços
Profundidade (m)
1 a 10
11 a 20
acima de 20
14
12
-
Possui revestimento
Sim
Não
26
-
Altura do revestimento (m)
0 a 0,99
1 a 2,99
acima de 3,0
18
8
-
Calçada de proteção
Sim
Não
2
24
Possui caixa de concreto
< 49 cm
Acima de 50 cm
18
8
Presença de tampa
Sim
Não
26
-
Tipo de tampa
Ferro
Madeira
Concreto
2
10
14
Idade de construção do poço
(anos)
10 e 20
26
Uma das características comuns na região é a profundidade do poço escavado.
De acordo com a tabela 11, o nível da água não ultrapassa os 15 metros. Portanto, o
nível de contaminação das águas dos poços escavados, certamente tem vínculos
tanto com as construções inadequadas quanto à profundidade em que se encontram
os poços, permitindo a contaminação das águas. Situação similar também foi
observada por Apoitia et al., (2004), na zona urbana do município de Cuiabá, onde
62
poços com profundidade do nível estático inferior ou igual a 15 m ou pouco profundos,
estavam mais propícios à contaminação.
Verificou-se, ainda, que, apesar de todos os poços escavados apresentarem
revestimento interno, foram construídos com altura inferior ao estabelecido pela Norma
12.244, que indica uma profundidade de 3 m abaixo do nível do solo.
Quanto à presença da caixa de concreto foi constatado que dos 26 poços
escavados analisados, 18 possuíam altura inferior a 50 cm acima do nível do solo e
que 24 não possuíam calçada de proteção (Figura 20).
FIGURA 20: Poço escavado mal construído
De acordo com a figura 21, verificou-se que todos os poços escavados foram
encontrados fechados, porém com tampas inadequadas. Alguns apresentaram tampas
de ferro, de madeira e de concreto, porém sem vedação completa o que possibilita a
entrada de insetos (baratas) no interior do revestimento, com possibilidade de
contaminação da água. Santos et al., (2008), em pesquisa desenvolvida na zona rural
da capital Teresina-PI, constatou que 18% dos poços do tipo amazonas das
residências não tinham nenhum tipo de proteção e cobertura. Situação que permite
avaliar a falta de conhecimento quanto aos cuidados em preservar a qualidade da
água.
Proteção e cobertura do poço têm como finalidade evitar a entrada de objetos
contaminados, animais, papéis, folhas e lixo de forma geral prevenindo o risco de
contaminação da água (BRASIL, 2006).
63
FIGURA 21: Tipos de coberturas dos poços escavados: a) madeira, PE07, b) Ferro, PE01
e c) Concreto, PE02.
Apesar do número de poço tubular raso ser pouco significativo, a tabela 11,
indica algumas características importantes que, provavelmente, podem ter influenciado
na qualidade bacteriológica da água, quando comparada com a dos poços escavados.
a
b
c
64
TABELA 11: Características físicas dos poços tubulares rasos situados do entorno do
CIS-Tomba - Feira de Santana, 2008.
Características
Número de poços
Profundidade (m)
11 a 20
5
Possui revestimento
Sim
5
Calçada de proteção
Sim
Não
3
2
Laje de concreto
Sim
Não
3
2
Idade de construção do poço
(anos)
10 e 20
5
A presença do revestimento de PVC, ao longo da coluna perfurada do poço,
permite maior proteção às águas em relação aos poços escavados, apesar da
profundidade dos poços tubulares rasos não ultrapassarem os 20m.
Observou-se que dos 5 poços tubulares rasos analisados, o PT03 e o PT04
apresentaram ausência de coliformes termotolerantes, certamente, pelo fato dos
mesmos disporem de calçada de proteção, característica física indicada para a
redução da contaminação das águas por bactérias.
Com relação às nascentes, por não haver estrutura de proteção por razão das
águas serem armazenadas na própria superfície do solo ou por gravidade (Figura 22),
evidencia-se uma maior vulnerabilidade à contaminação dessas águas, principalmente
por se tratar de uma região industrial.
FIGURA 22: Vista da Nascente N19 situado no CIS- Tomba - Feira de Santana, 2008.
O Quadro 04 mostra os diversos poços e seus respectivos usos de suas águas.
65
QUADRO 04 Números de poços com seus respectivos usos de suas águas na região
do CIS-Tomba, Feria de Santana-BA, 2008.
Uso
Poço/Nascente
Beber, higiene pessoal e
doméstica
PE01, PE02, PT03, PT04, PE05, PE07, PE08, PE09, PE12,
PE13, PE14, PE15, PE16, PE18, PE20, PE21, PE23, PE25,
PE27, PE28, PT30, PT32, PE35, N36, N37, PE38
Somente higiene pessoal e
doméstica
PT33¹
Higiene pessoal,
doméstica e irrigação
PE34²
Somente irrigação
N17 E N19
Fabricação de produtos
alimentícios
PE01, PE05, PE08, PE12, PE13, PE15, PE20, PE23, PE25,
PE27, PE28, PT30, PT32, PE35, N36 E N37
Sem utilização³
PE06, PE10, PE11, PE22, PE24
¹ Poço localizado em lote comercial; ² não usa para beber em função do teor de cloretos
(sabor); ³ possui água fornecida pela Embasa
De acordo com o quadro 04, 74% dos moradores utilizam a água para todas as
atividades (beber, limpeza doméstica, banho, cozinhar e irrigar), 3% utilizam somente
para banho e limpeza doméstica, 3% somente para banho, limpeza e irrigação, 6%
faz irrigar e 14% o utilizam. Cabe salientar que as águas das nascentes também
são utilizadas para diversos usos pela população. Como relatado anteriormente, o uso
das águas subterrâneas constitui uma grande alternativa de fonte de abastecimento,
desde que essas águas não possuam nenhum constituinte químico em excesso e
microrganismos patogênicos (Figura 23).
6%
14%
3%
74%
3%
Irrigar Limpeza, Banho, cozinhar, beber, irrigar
Limpeza /Banho Limpeza/Banho/Irrigação
o utiliza para nada
FIGURA 23: Usos da água dos poços situados do entorno do CIS-Tomba Feira de
Santana-Bahia-2008.
66
Observou-se que das 35 residências que participaram da pesquisa, cerca de
58% realizam algum tipo de tratamento da água antes de consumi- e que 42%
consomem a água sem passar por processo de tratamento, evidenciando o risco à
saúde dos moradores dessa comunidade (Figura 24).
58%
42%
Sim Não
FIGURA 24: Residências que realizam tratamento na água dos poços situados do
entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
Foi detectado que, dentre os familiares que realizam algum tipo de tratamento
da água para consumo, cerca de 66% tem o hábito de filtrar, 6% filtra e ferve, 6%
coloca apenas o produto da Sucam e 22%, além de filtrar, coloca o produto da Sucam
(Figura 25). Observou-se que o método mais utilizado é a filtração. Estudo realizado
por Rocha et al., (2006) evidenciou que, dos moradores entrevistados na zona rural de
Lavras-MG, poucos realizam algum tipo de tratamento na água com vista à eliminação
de microrganismos. Cerca de 7% ferve a água e 20% utilizava cloro como tratamento.
na pesquisa realizada por Santos et. al., (2008), 87% dos entrevistados realizavam
algum tipo de tratamento da água para consumo, tendo como método mais utilizado a
filtração. Segundo Brasil (2006), a água está em condições de uso após a
desinfecção do poço.
67
22%
6%
6%
66%
Filtra Filtra/Ferve
Filtra/Produto da Sucam Produto da sucam
FIGURA 25: Tipos de tratamento na água dos poços utilizados pelos moradores situados
do entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
A figura 26 mostra o grau de confiança na qualidade da água pela população
quanto ao gosto. Cerca de 71% dos consumidores achavam a água boa, 16% ótima,
3% ruim e 10% não responderam.
10%
3%
16%
71%
Boa Otima Ruim Não responderam
FIGURA 26: Percepção dos moradores quanto ao gosto da água dos poços utilizados
situados do entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
Esses dados mostram o nível de exposição em que se encontra a população
local ao consumir a água do manancial sem uma desinfecção adequada. Na presente
pesquisa, foi constatado que 100% dos moradores nunca fizeram uma análise da água
citando apenas as características organolépticas (cor, odor e sabor) como condições
importantes para verificar a sua potabilidade. Porém, apesar dos resultados quanto a
essas características físicas terem sido satisfatórios, não significa que a água esteja
68
isenta de agentes biológicos, como bactérias patogênicas, rus e protozoários
responsáveis por numerosos casos de enterites, diarréias infantis e doenças
endêmicas na população.
Segundo Rocha et al., (2006), em sua pesquisa, foi verificado que 93% dos
entrevistados nunca fizeram qualquer análise laboratorial da água, confirmando a falta
de conhecimento quanto à necessidade de consumir uma água de boa qualidade.
Devido à falta de conhecimento da população quanto à qualidade da água
consumida, se faz necessário um maior controle da vigilância sanitária ou dos órgãos
competentes, quanto à fiscalização dessas fontes utilizadas como abastecimento,
além de informação de práticas que minimizem as fontes de contaminação da água,
como, também, atividades de educação ambiental na comunidade.
Apesar da falta de conhecimento quanto à qualidade da água, percebeu-se que
87% dos moradores se sentem seguros ao consumir a água dos poços, enquanto que
13% não (Figura 27).
13%
87%
Sim Não
FIGURA 27: Percepção dos moradores quanto à segurança ao consumir a água dos
poços situados do entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
Dentre as famílias pesquisadas, 97,1% afirmaram que nenhum morador
apresentou problema de saúde, apesar da presença de coliformes totais e outros
elementos químicos fora do padrão permitido para potabilidade nas amostras de água.
Resultado similar foi relatado por Santos et al., (2008) ao verificar que 96,7% dos
moradores da comunidade de Torrões na zona rural de Teresina-PI desconheciam a
ocorrência de doenças relacionadas com a água consumida na família.
Conforme Rocha et al., (2006), em sua pesquisa, a ocorrência de doenças
relacionadas com a água, foi citada em apenas 11 % das propriedades
entrevistadas.
69
A figura 28, a seguir, mostra que 64% dos moradores utilizam a água do
aquífero para fazer sucos, 20% produzem geladinho e 16% fazem doces, produtos
caseiros que são preparados, comercializados e consumidos pelos próprios
moradores das residências, por pessoas que os compram em feiras livres e em
estabelecimentos comerciais, como: restaurantes, bares, pousadas que estão situadas
nas proximidades das indústrias.
16%
20%
64%
Suco Geladinho Doces
FIGURA 28: Usos da água dos poços situados do entorno do CIS-Tomba Feira de
Santana-Bahia-2008.
Dentre as famílias entrevistadas que vivem no entorno de Centro Industrial do
Subaé-Tomba, foi verificado que, aproximadamente, 66% não eram abastecidas por
água tratada fornecida pela EMBASA e que, apenas, 34% dispunha desse tipo de
serviço, conforme figura 29.
34%
66%
Sim o
FIGURA 29: Fornecimento de água tratada nas residências situadas do entorno do CIS-
Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
70
A falta de utilização de água tratada por grande parte da população foi
justificada por diversos motivos, tais como: o alto custo, que muitos moradores não
têm condições de pagar a conta de água; o abastecimento intermitente; a
desconfiança quanto ao tratamento e ao sabor desagradável da água tratada; e, por
ausência da tubulação de água nas proximidades (Figura 30). A mesma situação foi
detectada no município de Nova Iguaçu-RJ por D’Aguila et al., (2000), onde a falta de
orientação por parte da população ainda persiste, quanto à necessidade de consumir
água tratada por uma empresa de tratamento.
3%
10%
3%
3%
10%
51%
3%
3%
3%
3%
3%
3%
o ter o fornecimento Abastecimento irregular
Sabor desagravel o tem forn/Abastec. irreg/Custo
o tem forn/Abastec. Irreg./Não confia o tem forn./ Abastec. irregular
o tem forn. /Não confia no tratamento o tem forn./Não confia no trat./ Sabor desag.
o tem forn./ Sabor desagradável Custo alto / Sabor desagravel
Abastecimento irregular/ custo alto Abastecimento irregular/ o confia no trat.
FIGURA 30: Motivos dos moradores que não possuem o fornecimento de água tratada
nas residências situadas do entorno do CIS-Tomba Feira de Santana-Bahia-2008.
De forma geral, observou-se que existem vários fatores que contribuem para a
degradação das águas subterrâneas no Centro Industrial do Subaé, desde as
atividades industriais aos aspectos construtivos e locacionais dos poços, e
concomitantemente, às práticas higiênicas e aos cuidados que se deve ter para que
não interfira na qualidade da água.
71
5 CONCLUSÃO
Considerando que o entorno do Centro Industrial do Subaé (CIS) encontra-se
em área com características rural, urbana e industrial o que possibilitou, por meio das
análises físico-químicas e biológicas de amostra de água identificar as principais
fontes poluidoras do aquífero freático.
Na avaliação da contaminação das águas subterrâneas na área de influência
do CIS-Tomba, pode-se verificar que de maneira geral, a água do aquífero freático
encontra-se ligeiramente ácida com pH variando entre 3,6 a 5,9, ocorrendo em todos
os pontos de coleta localizados na área industrial e urbana.
Os elevados teores de cor e turbidez foram encontrados apenas nas amostras
de água dos poços localizados na área com característica rural. Esta alteração,
certamente, deve-se tanto às construções inadequadas dos poços (tampas, ausência
de calçada de proteção, tipo de revestimento) como, também, ao manuseio
inadequado da água do poço.
As altas concentrações de nitrato ocorreram em amostras de água na maioria
dos poços analisados. A presença desse elemento na área com características rurais
e urbanas, possivelmente, deve-se ao elevado número de residências com fossas
sépticas utilizadas como destino dos esgotos domésticos. Na área industrial, o fator
que pode estar contribuindo para a presença de nitrato nas águas é a localização dos
poços que se encontram em cotas altimétricas inferiores às fontes de contaminação de
compostos nitrogenados, como postos de combustíveis, fábricas de fertilizantes e
oficinas mecânicas.
Quanto aos metais pesados, observou-se a presença, de 26 poços
contaminados com concentrações de Ba, Cd e Pb com limite superior ao estabelecido
pela legislação vigente. A ocorrência de alguns desses elementos aconteceu,
justamente, nos poços que estão localizados próximos e em cotas altimétricas
inferiores às fábricas que processam fertilizantes, fábricas que produzem estruturas
metálicas e as que atuam com galvanoplastia como, também, em atividades de
soldagem em oficinas, além do descarte de lixo urbano e industrial.
Com base nestes resultados, conclui-se que os metais pesados encontrados
na água do aquífero freático do entorno do CIS-Tomba, provavelmente sejam devido
a essas atividades industriais e de serviços de terceiros como oficinas mecânicas e
postos de combustíveis, uma vez que foi verificado na área a presença de residências
com apenas atividades domésticas.
Em todas as amostras de água, provenientes do aquífero freático, foram
encontrados coliformes totais e termotolerantes, com exceção de dois poços tubulares
72
rasos que apresentaram ausência de coliformes termotolerantes. Certamente, esta
contaminação se deve à falta de dispositivo de segurança na construção dos poços,
exigida pelas normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas ABNT 12.212 e
12.244 que visam minimizar a contaminação da água. Pelas respostas dos moradores,
observou-se que os mesmos desconhecem as práticas higiênico-sanitárias
adequadas, que visam evitar a contaminação das águas provenientes do aquífero
freático.
Os resultados confirmam a vulnerabilidade da população estudada em relação
aos riscos à saúde, quanto às doenças relacionadas com a água, tais como: diarréias,
hepatite A, dengue, febre amarela, leishmaniose, malária, doenças de chagas,
esquistossomose, leptospirose, doenças dos olhos.
Esses fatos preocupam uma vez que 74% dos moradores da área utilizam a
água para todas as atividades (beber, limpeza doméstica, banho, cozinhar e irrigar) e
64% utilizam a água do aquífero como matéria prima para produção de alimentos
caseiros que são comercializados.
Considerandose, conjuntamente, todos os pontos de coletas analisados,
conclui-se que as águas provenientes do aquífero freático estão contaminadas,
principalmente, quanto à presença de coliformes e em menor frequência por metais
pesados, o que restringe o uso da água para fins domésticos, segundo a Portaria
518/2004, do Ministério da Saúde.
Pelos resultados obtidos, a classificação do aquífero subterrâneo estudado,
conforme Resolução CONAMA 396/2008 do Ministério do Meio Ambiente,
enquadra-se na classe 4, uma vez que são “águas de aquífero com alteração de sua
qualidade por atividades antrópicas, que somente podem ser utilizadas, sem
tratamento, para uso preponderante menos restritivo”.
73
6 RECOMENDAÇÕES
Com base nos resultados obtidos, recomenda-se
o prosseguimento da pesquisa na área do Centro Industrial do Subaé,
englobando repetições das análises de água dos aquiferos para validação
estatística dos resultados.
o fornecimento do sistema de abastecimento de água e esgotamento
sanitário para os moradores que não dispõem desse serviço no entorno do
CIS.
o monitoramento das águas dos poços no entorno do CIS por órgãos de
vigilância sanitária e que, juntamente com os agentes comunitários de
saúde, forneçam técnicas e produtos de desinfecção da água dos poços e
orientem quanto à importância do tratamento caseiro da água, nas
disposições dos dejetos domésticos bem como no controle de criação de
animais nas proximidades do poço.
a fiscalização, por parte dos órgãos ambientais, quanto à qualidade e o
destino dos efluentes industriais.
a Intensificação de uma política de fiscalização no município, quanto às
construções de poços residenciais na cidade.
74
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Bahia-Brasil. In: CONGRESSO INTERAMERICANO DE INGENIERIA SANITÁRIA Y
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Santana: Congresso Interamericano Ingenieria Sanitária Y Ambiental, 2000.
SILVA, Rosimar Lima Brandão et al. Estudo da contaminação de poços rasos por
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SPINOLA, N.D. Política de localização industrial e desenvolvimento regional: A
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TOMAZELLI, A. C.Estudo comparativo das concentrações de cádmio, chumbo e
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80
APÊNDICE A Período de coleta com os pontos e as coordenadas
DATA DA COLETA
PONTOS DE COLETA
COORDENADAS (UTM)
Y
X
12/05/2008
PE01
502901
8639662
12/05/2008
PE02
502976
8639736
12/05/2008
PE05
503168
8639256
12/05/2008
PE06
503216
8639434
12/05/2008
PE07
503297
8639470
12/05/2008
PE08
503355
8639344
12/05/2008
PE09
503392
8638924
12/05/2008
PE10
503337
8639052
12/05/2008
PE12
503346
8639108
12/05/2008
PE13
503418
8639180
16/06/2008
PT03
503517
8639180
16/06/2008
PE11
503723
8639202
16/06/2008
PE14
504013
8639102
16/06/2008
PE15
503870
8639344
16/06/2008
PE16
503614
8639428
16/06/2008
N17
503669
8639734
16/06/2008
PE21
503428
8639608
28/07/2008
PE22
503699
8639510
28/07/2008
PE23
503832
8639740
28/07/2008
PE24
504027
8639942
28/07/2008
PE25
504085
8640106
28/07/2008
PT04
504596
8639456
28/07/2008
PE18
504679
8639288
28/07/2008
N19
504783
8639192
28/07/2008
PE20
504761
8639230
28/07/2008
PE38
504805
8639404
25/08/2008
PE27
504744
8640598
25/08/2008
PE28
504716
8641028
25/08/2008
PT30
504679
8641130
25/08/2008
PT32
504644
8641082
25/08/2008
PT33
503284
8641164
25/08/2008
PE34
503286
8641164
25/08/2008
PE35
503575
8640784
25/08/2008
N36
503575
8640782
25/08/2008
N37
503423
8641382
81
APÊNDICE B INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
Título: Avaliação da Qualidade da Água Consumida do Manancial Subterrâneo no
entorno do Centro Industrial de Subaé Feira de Santana- Ba
Formulário para pesquisa domiciliar
Dados referentes ao poço
Nome do proprietário
Poço nº ______
Rua _______
Nº ________
1- Forma de captação de água?
( ) Poço raso (escavado) ( ) Poço tubular ( ) Nascente
2- Qual a localização:
( ) Residencial ( ) Comercial ( ) Industrial
3- Qual a profundidade?
( ) 5 a 10 metros ( ) 10 a 60 metros ( ) acima de 60 metros
4- Qual o ano de construção?
( ) Recente até 1 ano
( ) 1 5 anos
( ) 5 10 anos
( ) + de 10 anos
5- Qual a forma de retirada da água?
( ) Manual com balde
( ) Bomba
6- O poço possui revestimento das paredes internas?
( ) Sim ( ) Não
Qual a altura?
7- O poço possui laje de concreto armado acima do nível do solo?
( ) Sim ( ) Não
82
Qual a altura?
8- O poço possui calçada de proteção?
( ) Sim ( ) Não
9- Existe tampa de proteção na abertura do poço?
( ) Sim ( ) Não
De que tipo?
Dados sobre esgotamento sanitário
10- Tipo de esgotamento sanitário na residência?
( ) Fossa séptica
( ) Jogado à céu aberto
( ) Ligado a rede pública de coleta
( ) Ligado a rede pluvial
( ) Não tem rede coletora
( ) outros ________
11- Qual a distância entre a captação da água e o esgotamento sanitário?
Dados sobre uso e qualidade da água
12 Tem água da Embasa?
( ) Sim ( ) Não
13- Você utiliza a água do poço ou nascente?
( ) Sim ( ) Não
14- Qual o motivo de você usar a água de poço ou nascente?
( ) Abastecimento irregular
( ) Valor da conta de água elevado
( ) Não confia no tratamento da água fornecida
( ) Sabor desagradável da água
( ) outros ________
15- Realiza algum tratamento na água do poço ou nascente no seu domicílio?
( ) Sim ( ) Não
Qual?
( ) Ferve
( ) Cloro
( ) Filtra
( ) Enxofre
( ) Carvão
( ) Outros ____________
83
16- Qual o uso da água do poço ou nascente?
( ) Limpeza doméstica
( ) Banho
( ) Cozinhar
( ) Beber
( ) Agricultura familiar (Produto________________________)
( ) Outros ____________
17- Utiliza a água do poço ou nascente para fabricar alimentos que são
comercializados?
( ) Sim ( ) Não
Qual? ( ) Suco ( ) Picolé ( ) Sorvete
( ) Beiju ( ) Doces caseiros ( ) Outros ________
18- Já realizou análise da água do poço ou nascente alguma vez?
( ) Sim ( ) Não
Há quanto tempo?
19- O Que você acha da qualidade da água?
( ) Ótima ( ) Boa ( ) Ruim ( ) Péssima
Outros _________________________________
20- Você se sente seguro ao consumir a água do poço ou nascente?
( ) Sim ( ) Não
21- Tem conhecimento que o consumo de água contaminada pode causar doença?
( ) Sim ( ) Não
22- Alguém na residência teve algum problema de saúde nos últimos meses?
( ) Sim ( ) Não
O que?
( ) Problema de pele
( ) Diarréia
( ) Dor de barriga
( ) Verminose
( ) Outros ____________
84
APÊNDICE C Termo de Consentimento livre e Esclarecido
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE FEIRA DE SANTANA
DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
MESTRADO EM ENGENHARIA CIVIL E AMBIENTAL
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIMENTO
Eu, Adriano Cosme Pereira Lima, aluno do Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental
da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), área de concentração Saneamento
Ambiental, solicito a sua participação na pesquisa de nome: Avaliação da Qualidade da Água
Consumida do Manancial Subterrâneo no Entorno do Centro Industrial do Subaé Feira
de Santana - Ba. Esta pesquisa tem a orientação da Profa. Dra. Sandra Maria Furiam Dias, e
apresenta o seguinte objetivo geral: Avaliar a qualidade da água de poço, cisterna e nascente
utilizada como fonte de abastecimento pela população que residem no entorno do Centro
Industrial do Subaé. Assim como toda pesquisa, esta apresenta riscos (invasão da sua
privacidade e constrangimento ao responder as perguntas do questionário) e tamm
benefícios (ter registros científicos sobre este tema, identificar e avaliar a qualidade da água
proveniente dos poços, cisternas e nascentes contribuindo para melhoria da qualidade de vida
da população).
Serão aplicados questionários com o intuito de obter dados referentes ao tipo de
abastecimento de água do manancial subterrâneo e os devidos usos da água pela população
que residem no entorno do Centro Industrial do Subaé.
Este questionário servirá para ter informações sobre a qualidade da água do manancial
subterrâneo utilizado como fonte de abastecimento humano, ficando sob a responsabilidade do
professora orientadora, Sandra Maria Furiam Dias e do aluno de mestrado, Adriano Cosme
Pereira Lima. As informações contidas serão utilizadas apenas para esta pesquisa, sendo
conservada durante dois anos após a sua aplicação. Ficarão guardadas no Mestrado em
Engenharia Civil e Ambiental, na Universidade Estadual de Feira de Santana.
Caso fique com receio de responder algumas perguntas, você tem todo o direito de
deixá-la de responder. Seu nome não será divulgado, mas preservado.
Se entendeu todas estas informações, por favor, solicito que assine abaixo, sendo que
uma cópia ficará sob minha responsabilidade e a outra ficará com você.
Agradeço a sua colaboração
Feira de Santana -BA___de____________________de 2008
___________________________
Entrevistado
___________________________
Adriano Cosme Pereira Lima
Aluno do Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental
Programa de Pós-graduação em Engenharia Civil e Ambiental
Departamento de Tecnologia
(75) 3224-8313
(75) 9142-9364
___________________________
Profa. Dra. Sandra Maria Furiam Dias
Professora Adjunto do Departamento de Tecnologia da Universidade Estadual de Feira de
Santana
85
ANEXO A Relação do número de indústria no CIS-Tomba com suas
respectivas atividades.
Indústrias localizadas no Centro Industrial do Subaé com respectivo ramo de
atividade, 2008.
NOME DA EMPRESA
RAMO DE ATIVIDADE
ADINOR Ind. Com. de Aditivos Ltda
Fab. Fermento,bolo,adicrem, aroma, antimofo
AGROPHOS Ind. Com. Ltda
Fab. Prod. Higiene animal e nutrição animal
ANAPORT Ind. e Com. de Roupas Ltda
Fab. Biquínis, short, camiseta
BAPLASTIL Solados Ltda
Fab. Placa EVA, palmilha, entressola p/ calç.
BARIO Com. e Serviços Ltda
Bartina
BELGO BEKAERT DO Nordeste S/A
Fab. Trefilados diversos p/ agro. e constr. Civil
BETHA Sinalização e Construções Ltda
Sinalização viária ( horizontal, vertical e sem.)
BIONATUS Adubos Organo Fosfatados Ltda
Fab. Adubos orgânicos
BLOWJET Ind e Comércio Ltda
Fab. Garrafas e bombonas plásticas
BRASCOM do Nordeste Ind. e Com.Ltda
Fab. de produtos de limpeza em geral
CERVEJARIAS Kaiser Nordeste S/A
Fab. Cerveja e chope
CCLB Cooperativa Central de Lat. da Bahia
Fab. Leite aromatizado, manteiga,leite em
CONTEFLEX do Nordeste Ltda
Fab. de big bag’s
DABLIO do Brasil Ind.e Com. Prod. Quimicos
Fab. Aromatizante
BIOCOSMÉTICA Pierre Jauar Ltda
Fab. Shampoo
FKJ Indústria de Papéis Ltda
Conversão p/papel toalha e papel higiênico
GAL Rios e Cia Ltda
Fab. Esquadrias de alumínio
GLAUBER de Souza Barbosa e Cia Ltda
Fab. de Polietileno de baixa densidade
GLOBOAVES São Paulo Agroavícola Ltda
Pintos de 1 dia
GRAMAN Granitos e Mármores do Nord.
Fab. piso, bancada e mausoléu em mármore
GRANPHOS Fertilizantes Ltda
Fab. Fertilizante
PAPÉIS Nosso Ltda
Fab. Guardanapos, papel higiênico
IGUALBAHIA Ind. e Com. Ltda
Fab. Água sanitária e amaciante de roupas
GAZIN Ind. e Com. de Móveis e Eletros Ltda
Venda de móveis e eletrodomésticos
INPLASF Ind. de Plástico Ltda
Fab. Embalagem de polietileno
Indústria de Alimentos Guarani Ltda
Fab. Flocos de milho, milho de pipoca.
Indústria de Biscoitos Itália Ltda
Fab. Biscoitos ( côco, doce) salgadinhos
Indústria Brasileira de Alumínio Ltda
Fab. de Utensílios domésticos em geral
Indústria Met. Pais e Filhos Ltda
Fab. de dobradiças e ferragens
Indústria de Urnas Funerárias São Gonçalo
Fab. de urnas funerárias
Ipiranga Asfaltos S/A
Asfalto modificado por polímeros
JÁ Ind. e Com. de Maquinas p/Plásticos Ltda
Fab. de garrafas plásticas para shampoo
J. de Oliveira e Cia Ltda
Fab. de embalagem plástica
JJ. Indústria Metalúrgica Ltda
Fab. de torneira registro de metal
Joélio Vieira Correia e Cia Ltda
Fab. de tampão de som p/ automóveis
LABOVET Prod. Veterinários Ltda
Fab. de vacinas, prod. Terapêuticos, sabonete
LATICINIOS Ômega Ltda
Leite em Pó, pó p/ bebidas lácteas
LUBRINOR Lubrificantes do Nordeste Ltda
Re-refino de óleo lubrificantes
Magia de Bahia Ind. de Alimentos Ltda
Fab. de cocada e bananada
MAX Ind. e Com. de Prod. de Limpeza Ltda
Fab. de embalagens prática
Melhores Marcas Ind. e Com. de Prod. Quím.
Fab. Garrafas plásticas p/ água sanitária
Metalúrgica Belo Ltda
Fab. dobradiça, ferrolho, parafuso
Metalúrgica USINAR Ltda
Usinagem e fundição de peça
MÓBILE Com. Imp. Exp. de Veículos Ltda
Reciclagem de pneus
MOINHO Bendegó Ltda
Fab. de creme de milho
MRR Borges
Fab. estofados
MOVESA Motores e Veículos do Nord. Ltda
Com. Manut. Veículos automotores
NORSA Refrigerantes Ltda
Distribuidora dos refrigerantes coca-cola
PLASCALP Prod. Cirúrgicos Ltda
Fab. atadura, seringa, escalp, equipo
86
PLASTVEL Ind. e Com. de Art. Plástico Ltda
Fab. de balde para construção civil
POLIMETAIS Ind. e Com. Ltda
Fab. de estrutura metálica e luminoso
POLYNOR Embalagens Ltda
Fab. sacola plástica e bobina de papel
PRATIQUE Ind. de Móveis Ltda
Fab. móveis p/ escritório
PREFAZ Pré fabricados de concreto Ltda
Fab. de postes, fundação,estacas
QUMÍCA Geral do Nordeste S/A
Fab. carbonato, sulfato e cloreto de bário
RECICLE Reciclagem Plástica Ltda
Fab. de polietileno de baixa densid. e pet.
REGRAF Com.Serviços e Represent. Ltda
Serviços de impressão em geral
ROBUSTO Metalúrgica Ltda
Fundição e estampagem de ferrolho, dobrad.
SAVON Ind. e Com. Imp. e Exp. Ltda
Fab. de detergente em
SCANDINAVIAN Furniture Ind. e Com. Ltda
Fab. de móveis de madeira
SIGNUS Sinalização de tráfego Ltda
Sinalização viária ( horizontal e vertical)
Sonia dos Santos Viana Nascimento
Essências p/ perfumes, cosméticos
Só Pias Mármores e Granitos Ltda
Fab. peitoril, soleira e bancada
Super Mug. Ind. de Mat. p/Construção Ltda
Fab. de argamassa
Tangará Ind. e Comércio Ltda
Torrefação e Moagem de café
TEXAS Industria Ltda
Fab. reboques, balanças, tronco
TOMAK Ind e Com. de Móveis Ltda
Fab de móveis de madeira
TRIUNFO Ind. de Alumínio Ltda
Fab. de utensílios domésticos em geral
TRUST Ind. e Com. de Refrigerantes Ltda
Fab. de refrigerantes em embalagem pet
UNIFIBER Ind de Plástico Reforçado Ltda
Fab de caixa d’água e p/ar condicionado
URNAS Universal Ltda
Fab. de urnas funerárias
Santa Clara Ind. e Com. Ltda
Fab. de velas de parafina
Vitaly Foods do Nordeste Ind. Com. Ltda
Fab prod. de nutrição animal
VENEZA Ind. e Com. de Prod. Médicos Ltda
Fab. de algodão hidrófilo
Fonte: CIS - 2008
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