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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
DESEMPENHO E PARÂMETROS REPRODUTIVOS DE DIFERENTES
LINHAGENS DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix coturnix japonica)
Natali Almeida Gomes
Orientadora: Profa. Dra. Nadja Susana Mogyca Leandro
GOIÂNIA
2008
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Termo de Ciência e de Autorização para Disponibilizar as Teses e Dissertações
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1. Identificação do material bibliográfico: Dissertação Tese
2. Identificação da Tese ou Dissertação
Autor: Natali Almeida Gomes CPF: 00183280164 E-mail: n[email protected]
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Vínculo Empregatício do autor: Não possui Agência de fomento:
País: UF: CNPJ: Sigla:
Título: DESEMPENHO E PARÂMETROS REPRODUTIVOS DE DIFERENTES LINHAGENS DE
CODORNAS JAPONESAS (Coturnix coturnix japonica) Palavras-chave: codorniz,
incubação, reprodução, zootécnico
Título em outra língua: PERFORMANCE AND REPRODUCTIVE PARAMETERS OF DIFFERENT
STRAINS OF JAPANESE QUAIL (Coturnix coturnix japonica)
Palavras-chave em outra língua: incubation, japanese quail, performance reproduction
Área de concentração: Produção Animal Data defesa:
(dd/mm/aaaa) 28/03/2008
Programa de Pós-Graduação:Ciência Animal
Orientador(a):Profa. Dra. Nadja Susana Mogyca Leandro CPF: E-mail:
Co-orientador(a): Prof. Dr. Marcos Barcellos Café CPF:mail: [email protected]
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Goiânia 20 de agosto de 2008
_________________________________
Assinatura do(a) autor(a)
1
Em caso de restrição, esta poderá ser mantida por até um ano a partir da data de defesa. A extensão deste prazo
suscita justificativa junto à coordenação do curso. Todo resumo e metadados ficarão sempre disponibilizados.
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2
NATALI ALMEIDA GOMES
DESEMPENHO E PARÂMETROS REPRODUTIVOS DE DIFERENTES
LINHAGENS DE CODORNAS JAPONESAS (Coturnix coturnix japonica)
GOIÂNIA
2008
Dissertação apresentada para
obtenção do grau de Mestre em
Ciência Animal junto à Escola de
Veterinária da Universidade
Federal de Goiás
Área de Concentração:
Produção Animal
Orientadora:
Profa. Dra. Nadja Susana Mogyca Leandro
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. José Henrique Stringhini
Prof. Dr. Marcos Barcellos Café
3
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Gomes, Natali Almeida.
G633d Desempenho e parâmetros reprodutivos de diferente li-
nhagens de codornas japonesas (Coturnix coturnix japonica)
/ Natali Almeida Gomes. 2008.
xi, 54 f.
Orientadora: Profª Drª Nadja Susana Mogyca Leandro.
Dissertação (mestrado) – Universidade Federal de Goiás,
Escola de Veterinária, 2008
Bibliografia: f. 49-54.
1. Codornas – Reprodução I. Leandro, Nadja Susana Mogyca
II. Universidade Federal de Goiás. Escola Veterinária. III. Títu-
lo.
CDU: 636.588
4
Aos meus pais, Divino e Ana, que me
apoiaram incondicionalmente e estiveram
ao meu lado nos momentos mais
importantes de minha vida.
DEDICO
5
AGRADECIMENTOS
A Deus, que rege minha vida, obrigada pela força ao concluir mais uma
importante etapa.
À minha família, pelo apoio, incentivo, carinho e por nunca me permitir
enfraquecer frente aos desafios da vida.
Ao meu noivo, Ricardo, pelo constante carinho e envolvimento, sempre
me auxiliando nos momentos mais importantes.
À minha orientadora, Profa. Nadja, obrigada pelo incentivo e pelas
palavras em momentos cruciais. Ficam aqui registrados a gratidão e o afeto de quem
recebeu, além de conhecimentos técnicos, lições de vida que certamente levarei
para onde for.
Aos co-orientadores, Prof. Henrique Stringhini e Prof. Marcos Café,
agradeço pelos conselhos e ajuda em momentos de decisões importantes.
À Profa. Maria Auxiliadora Andrade, agradeço pelo carinho e cuidado com
que me auxiliou na condução do experimento de incubação.
Aos estagiários que auxiliaram no desenvolvimento do projeto, Danillo,
Ítallo, Glauber, Lorena, Januária, Juliana, Lídia e àqueles que de forma transitória
também muito ajudaram. Seria impossível realizar este trabalho sem a ajuda de
todos vocês.
Aos colegas e ex-colegas de pós-graduação, Anderson Mori, Candice
Bergmann, Uilcimar, Eliete, Tatiane, Carla Tanikawa, Leandro Chaves, Líllian
Páscoa, Alzira Gabriela, Sandro, Jorge, João Cardoso (in memorian), Paulo Ricardo,
Rodrigo Leitão, Roberto, Karina Ludovico, Fernanda Taveira, Fernanda Mendes,
Gisele Mendanha, Dúnya e Maria Juliana. Obrigada pelo apoio, pelos momentos de
descontração e pela amizade, que contribuíram para tornar a rotina mais agradável.
Às amigas Fabyola Carvalho e Maíra Matos, que mesmo à distância
sempre estiveram presentes, apioando-me e aconselhando-me.
À Escola de Veterinária, ao Departamento de Produção Animal,
juntamente com seus professores e servidores.
6
“Além da mente humana e como um impulso livre, cria-se a ciência. Esta
se renova, assim como as gerações, frente a uma atividade que constitui o
melhor jogo do homo ludens: a ciência é, no mais estrito e melhor dos
sentidos, uma gloriosa diversão”
(Jacques Barzun).
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2 REVISÃO DE LITERATURA................................................................... 3
2.1 O melhoramento genético na avicultura.................................................. 3
2.2 Incubação de ovos de codornas.............................................................. 10
3 Objetivos e metas.................................................................................... 13
3.1 Geral........................................................................................................ 13
3.2 Específicos............................................................................................... 13
4 MATERIAL E MÉTODOS........................................................................ 14
4.1 Experimento 1: Desempenho de três linhagens de matrizes de
codornas japonesas no período de produção......................................... 14
4.2 Tratamentos e delineamento experimental............................................. 17
4.3 Variáveis estudadas................................................................................ 17
4.4 Análise estatística.................................................................................... 19
4.5 Experimento 2: Parâmetros de incubação em matrizes de codornas
japonesas em diferentes linhagens e idades........................................... 20
4.6 Análise estatística.................................................................................... 23
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................... 24
5.1 Experimento 1.......................................................................................... 24
5.2 Experimento 2.......................................................................................... 41
6 CONCLUSÃO.......................................................................................... 51
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................ 52
8
LISTA DE FIGURAS
Figura 1 Escore de empenamento de codornas............................................ 19
Figura 2 Temperatura máxima e mínima nos meses de outubro de 2006 a
março de 2007.................................................................................
26
Figura 3 Peso de ovos de codornas japonesas leves e pesadas de oito a
26 semanas de idade...................................................................... 34
Figura 4 Curva de nascimento de codorninhas oriundas de matrizes de
codornas japonesas com 24 semanas de idade............................. 45
Figura 5 Curva de eclosão de codorninhas oriundas de matrizes de
codornas japonesas com 33 semanas de idade............................. 48
9
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 Composição de ingredientes e nutricional das rações experimentais
da fase de cria/recria e postura para codornas japonesas................. 16
Tabela 2 Peso vivo da ave, idade ao 1º ovo, idade aos 50% de produção,
idade de pico de produção e persistência de pico de diferentes
linhagens de matrizes de codornas japonesas................................... 25
Tabela 3 Produção de ovos de três linhagens de codornas japonesas
durante o período de seis a 26 semanas de idade............................. 28
Tabela 4 Consumo de ração (g/ave/dia) de diferentes linhagens de codornas
japonesas durante o período de seis a 26 semanas de idade........... 30
Tabela 5 Conversão alimentar kg/dz de três linhagens de codornas
japonesas durante o período de seis a 26 semanas de idade........... 32
Tabela 6 Conversão alimentar kg/kg de três linhagens de codornas
japonesas durante o período de seis a 26 semanas de idade........... 33
Tabela 7 Peso do ovo incubável (g) em codornas poedeiras de seis a 26
semanas de idade............................................................................... 36
Tabela 8 Porcentagem de ovos incubáveis de codornas japonesas de seis a
26 semanas de idade.......................................................................... 37
Tabela 9 Viabilidade de codornas japonesas no período de seis a 26 sema-
nas de idade........................................................................................ 38
Tabela 10 Escore de empenamento de codornas japonesas de diferentes
linhagens com 24 e 40 semanas de idade.......................................... 39
Tabela 11 Produção de ovos, consumo de ração, conversão alimentar kg/kg,
conversão alimentar kg/dz, viabilidade, peso médio do ovo
incubável, peso médio do ovo, porcentagem de ovos incubáveis de
diferentes linhagens de codornas japonesas de 27 a 42 semanas
de idade.............................................................................................. 40
Tabela 12 Peso do ovo, peso na eclosão, relação peso da codorninha/peso do
ovo, peso ao alojamento e relação de perda de peso entre
10
nascimento e secagem na incubadora da progênie de codornas
japonesas matrizes de diferentes linhagens com 15 semanas de
idade.................................................................................................. 42
Tabela 13 Porcentagem de mortalidade de embriões de codornas japonesas
matrizes com 15 semanas de idade oriundas de linhagens
diferentes............................................................................................. 43
Tabela 14 Peso de ovo, peso ao nascer, peso após a secagem na incubadora,
relação entre peso da codorninha e peso do ovo, relação de perda
de peso durante a incubação, relação de perda de peso durante a
secagem na incubadora de codorninhas oriundas de matrizes de
codornas japonesas de diferentes linhagens às 24 semanas de
idade.................................................................................................... 44
Tabela 15 Mortalidade de embriões oriundos de matrizes de codornas
japonesas de diferentes linhagens com 24 semanas de idade.......... 46
Tabela 16 Peso de ovo, peso ao nascer, perda de peso durante a incubação,
perda de peso durante a secagem na incubadora, perda de peso
durante o jejum em codorninhas oriundas de diferentes linhagens
de matrizes de codornas japonesas às 33 semanas de idade........... 47
Tabela 17 Porcentagem de mortalidade de embriões de codornas japonesas;
matrizes com 33 semanas de idade oriundas de linhagens
diferentes............................................................................................. 49
11
RESUMO
O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho e parâmetros reprodutivos de
diferentes grupos genéticos de codornas japonesas entre seis e 26 semanas de
idade. Foram utilizadas 384 codornas japonesas, distribuídas de acordo com
delineamento experimental em blocos casualizados, considerando como blocos os
pesos das aves no início do experimento. Os tratamentos estudados foram três
grupos genéticos, com oito repetições, totalizando 48 parcelas com oito aves cada
(dois machos e seis fêmeas). As aves receberam rações formuladas a partir de
recomendações contidas no NRC (1994) tendo como base farelo de soja e milho
moído. As variáveis de desempenho foram estudadas a cada período de 14 dias e
foram realizados três ensaios de incubação, com 15, 24 e 33 semanas de idade.
Para a análise estatística utilizou-se o procedimento GLM do programa SAS e as
médias comparadas pelo teste t de Student. Em cada ensaio de incubação, foi
adotado o delineamento experimental em blocos casualizados, sendo considerados
blocos as incubadoras, com 70 repetições por tratamento, sendo considerado um
ovo a parcela. As variáveis estudadas foram peso do ovo, eclodibilidade, peso ao
nascer, perda de peso e peso no alojamento. Os resultados foram submetidos à
análise de variância e as médias comparadas pelo teste t de Student (5% de
probabilidade). As linhagens apresentaram diferenças entre si para peso ao início de
produção e idade aos 50% de produção, sendo que a linhagem comercial apresentou
os melhores resultados. Para as variáveis persistência de pico, produção de ovos,
consumo de ração, viabilidade e comportamento de bicagem não foram observadas
diferenças entre as linhagens. O peso das aves influenciou o peso do ovo. Nos
ensaios de incubação, a linhagem comercial apresentou maior peso de ovo incubável
e maior peso ao nascer das codorninhas. Conclui-se no presente estudo que
diferenças significativas para desempenho e parâmetros de incubação entre as
linhagens de codornas japonesas estudadas.
Palavras-chave: codorniz, incubação, reprodução, zootécnico.
12
ABSTRACT
It was the objective of this study to evaluate the performance and reproductive
parameters of different genetic groups of japanese quails between six and 26 weeks
of age. There were used 384 japanese quails, assigned according to the experimental
design (ramdomized blocks), considering the initial live weight of the birds as blocks
in the beginning of the experiment. The treatments were three genetic groups with
eight replicates, in a total of 48 experimental units with eight birds in each
experimental unit (two males and six female). The birds were fed rations according to
recommendations of NRC (1994), having soybean meal and ground corn as the main
components. The variables of performance were studied every 14 days and three
incubation trials were done with 15, 24 and 33 weeks of age. For the statistical
analysis the proc GLM of SAS software was used and the means were compared by
the t Student test. In each incubation study the completely ramdomized blocks
experimental design was used, considering the incubating machines as blocks, with
70 replicates per treatment and one egg as the experimental unit. The parameters
evaluated were the egg weight, hatchability, chick weight at hatching, weight loss and
weight after six hours of fasting. The results were submitted to variance analysis and
the means compared by the t Student test (5% of probability). The genetic groups
presented differences among each other for the live body weight in the beginning of
production, age at 50% of of productiontwere different to body weight at the beggining
and age at 50% of production, where the commercial parent line obtained the best
performance. The parameters peak persistence, eggs production, feed intake,
viability and beak behavior did not present differences among the genetic groups. The
live body weight influenced the egg weight. In the incubation trials the commercial
parent line presented more weight of the incubating egg and more weight of the
chicks at hatching. It was concluded in the present study that there are statistical
differences on the performance and incubating parameters among genetic groups of
japanese quails.
Key-words: incubation, japanese quail, performance, reproduction
13
1 INTRODUÇÃO
O aumento da população mundial é um fato preocupante e certamente
ocasionará maior requerimento energético e protéico para o abastecimento
populacional, levando a preocupação com o aumento de produção de alimentos,
inclusive de origem animal. Segundo relatório estatístico da FAO (2004), o
crescimento populacional anual dos países em desenvolvimento deverá alcançar
1,4% até o ano de 2010 e 1,2% entre 2010 e 2020.
A produção em larga escala de ovos e mesmo carne de codornas, tendo
em vista sua precocidade sexual e alta produtividade, pode ser uma alternativa na
produção de alimentos de alto valor protéico (MURAKAMI, 1991).
O mercado consumidor de ovos de codorna, segundo PICCININ & MORI
(2007), vem se modificando nos últimos anos. Com o advento das indústrias
beneficiadoras de ovos, esses, além de serem vendidos “in natura”, também
passaram a ser comercializados descascados e/ou em conservas por bufês,
churrascarias, lanchonetes e restaurantes com um valor agregado que incentivou
ainda mais a criação dessas aves.
De acordo com os representantes das agroindústrias da cadeia produtiva
de codornas, o consumo dos ovos tem aumentado vertiginosamente nos últimos dez
anos (BRESSAN & ROSA, 2002), sendo estimado um consumo de ovos de codornas
per capita de 9,5.
Segundo o IBGE (2006), no Brasil a criação de codornas de postura
atingiu 6.837.767 aves no ano de 2005, tendo a produção de ovos de codorna
atingido 117.637.567 unidades no mesmo período.
Nos últimos anos, a coturnicultura tem despertado grande interesse de
produtores, empresas e pesquisadores, por exigir investimentos e mão-de-obra
menores que outras culturas. A codorna doméstica (Coturnix japonica) apresenta
ciclo reprodutivo curto, precocidade sexual e ótima taxa de postura (MORI et al.,
2005).
14
Porém, para atingir maior produtividade, o setor coturnícola necessita
ultrapassar alguns obstáculos, como o desenvolvimento de linhagens mais
produtivas. Em outras espécies, como em poedeiras comercias ou frangos de corte,
o melhoramento é realizado por empresas detentoras das marcas e linhagens.
Assim, a coturnicultura difere das demais criações avícolas com interesse comercial
no tocante ao melhoramento genético, que a produção de matrizes de codornas
em algumas regiões do Brasil costuma ser realizado de forma pouco criteriosa,
sendo que o próprio criador produz as matrizes e cria a progênie.
A falta de critérios para a reprodução na criação de matrizes de codornas
acarreta em perda de qualidade do material genético pela endogamia, ou
consangüinidade, o que ocorre quando acasalamentos entre indivíduos com
algum grau de parentesco. A endogamia tem como principal efeito genético o
aparecimento de genes recessivos que, geralmente, provocam alguma alteração na
média do desempenho dos animais (BREDA et al., 2004).
Assim, pesquisas que ajudem a elucidar o perfil de grupos genéticos de
codornas que são comercializados atualmente no Brasil, podem auxiliar o
coturnicultor na escolha das aves a serem utilizadas comercialmente. Além disso, os
estudos mostram a necessidade de investimentos no âmbito do melhoramento
genético em codornas, pois os parâmetros reprodutivos são consideravelmente
afetados pela consangüinidade e são aspectos interessantes ao produtor de
codornas.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 O MELHORAMENTO GENÉTICO NA AVICULTURA
A avicultura comercial tem obtido excelente progresso nas últimas quatro
décadas. Entre as espécies de maior interesse econômico, cujo progresso tem sido
notável, estão poedeiras comerciais, frangos de corte, perus, marrecos, galinhas
d´angola e codornas. Parte do referido progresso é devido à eliminação de linhagens
menos produtivas e as novas técnicas de manejo, nutrição e biossegurança, porém
um fator substancial a esse desempenho é o melhoramento genético animal a partir
da seleção artificial (FIGUEIREDO, 1993).
Atualmente, três espécies de codornas estão disponíveis para a
exploração da coturnicultura industrial: a codorna americana ou a Bobwhite quail
(Colinus virginianus), a japonesa (Coturnix coturnix japonica) e a européia (Coturnix
coturnix coturnix). Essas aves possuem características peculiares que direcionam
suas aptidões para carne (européia e americana) ou ovos (japonesa) (BARRETO et
al., 2007).
Segundo HUNTON (1997), o melhoramento tem propiciado melhores
resultados de desempenho reprodutivo como a redução na maturidade sexual que é
devida principalmente ao progresso genético para produção de ovos.
Para o desenvolvimento de material genético que garanta o potencial de
produção, linhagens devem ser desenvolvidas por seleção para características
complementares ou não, visando à exacerbação dos efeitos genéticos aditivos, e o
posterior cruzamento para explorar a heterose e recuperar os efeitos de uma
possível depressão causada pela endogamia (MARTINS, 2002).
HIDALGO et al. (2007) explanaram que o desenvolvimento das linhagens
implica na estimação de parâmetros genéticos e fenotípicos de forma a orientar as
decisões de seleção que serão tomadas a partir das avaliações genéticas com base
nos dados coletados por meio de testes de desempenho.
Assim, o desenvolvimento de linhagens comercialmente utilizadas na
cadeia avícola é baseado na seleção de características relacionadas ao desempenho
16
zootécnico, o que implica em melhor ganho econômico. De acordo com HIDALGO et
al. (2007), o peso corporal e peso dos ovos são características economicamente
importantes para codornas porque determinam respectivamente o custo de produção
e o valor de produção.
O peso corporal de linhagens e seus efeitos no desempenho têm sido
amplamente estudados em galinhas poedeiras. LEESON et al. (1997), avaliando
poedeiras comerciais Leghorn de quatro grupos genéticos diferentes, denominadas
Babcock, Dekalb, H&N e Shaver, observaram diferenças entre os grupos para peso
corporal, consumo de ração, peso de ovo, embora não tenham observado diferença
para produção de ovos e massa de ovos.
KESHAVARZ (2000) estudou o desempenho de quatro grupos genéticos
de poedeiras comerciais, sendo elas: Babcock B300, Dekalb Delta White, Hy-Line
W36 e Isa-White e verificou efeito da genética para produção de ovos, peso de ovos,
massa de ovos, consumo de ração e conversão alimentar kg/kg.
STERLING et al. (2003) realizaram um levantamento nos Estados Unidos
a respeito da relação entre linhagem, desempenho e temperatura ambiente no local
de criação em 11 linhagens de poedeiras comerciais. Entre as variáveis estudadas,
os autores encontraram evidentes relações entre o peso corporal das aves e as
variáveis estudadas tais como: consumo de ração, ganho de peso, conversão
alimentar, produção de ovos, peso do ovo, massa de ovos, consumo de água e
mortalidade. A produção de ovos das poedeiras mais pesadas foi melhor do que a
das demais linhagens estudadas, tendo o contrário ocorrido para consumo de ração,
conversão alimentar kg/kg e kg/dz e mortalidade, nas quais as poedeiras mais leves
apresentaram melhores resultados.
SILVERSIDES et al. (2006) avaliaram três linhagens de poedeiras, sendo
elas: Babcock B-300 (considerada linhagem de baixo peso para produção de ovos
brancos), ISA-Brown (linhagem de poedeiras de ovos marrons) e Brown Leghorn
(também poedeiras de ovos marrons, porém não selecionada). Como resultados os
autores verificaram diferenças entre as linhagens para a idade ao primeiro ovo,
sendo que a linhagem Brown Leghorn apresentou atraso no início da postura em
relação às demais linhagens estudadas.
17
BARRETO et al. (2007a), comparando dois grupos genéticos de codornas
européias, concluíram que aves que sofrem menor pressão de seleção para
produção de carne produzem ovos de melhor qualidade quando comparadas àquelas
melhoradas exclusivamente para ganho de peso.
OLIVEIRA (2007) citou que o ganho de produtividade em ovos nos últimos
anos em criações de codornas de postura é resultante de melhor tecnologia aplicada
na genética das aves e conclui que houve evolução das características genéticas das
codornas criados no Brasil, sendo que as aves estão mais pesadas, mais produtivas
e com ovos maiores. No entanto, PICCININ & MORI (2007) afirmam que o
investimento em melhoramento genético animal é caro, de longo prazo e está
exposto a competição externa e indefinição de mercado e concluem que o progresso
obtido deve-se à abnegação de produtores, técnicos e pesquisadores.
Em pesquisas com desempenho de codornas japonesas publicadas em
diferentes períodos, verificou-se variação em relação à produção de ovos.
MURAKAMI (1991) avaliou a produção de codornas japonesas de seis a 18 semanas
de idade e encontrou uma produção media de ovos de 83,4%. LEANDRO et al.
(2005), em estudo com codornas japonesas de nove a 24 semanas de idade
encontraram resultados médios de 89,9% de produção de ovos em codornas. UMIGI
et al. (2007) avaliaram o desempenho de codornas japonesas com 21 a 30 semanas
de idade e encontraram valores médios de 89,78%.
De acordo com PICCININ & MORI (2007), alguns cuidados devem ser
tomados para evitar a depressão endogâmica. Em um experimento clássico de
melhoramento animal, realizado por SITTMANN et al. (1966), os autores observaram
que a consangüinidade maternal em codornas japonesas causou declínio na
eclodibilidade variando de três a 10%. Durante o desenvolvimento embrionário, a
consanguinidade maternal teve seu efeito mais forte na mortalidade embrionária no
primeiro período de incubação (um a oito dias), o que tendia a aumentar de acordo
com a consangüinidade materna. Além disso, foi avaliado o efeito da
consangüinidade da progênie, onde pais com 38% de consangüinidade geraram
progênie com 50% de consangüinidade e 20,3% de mortalidade embrionária do
primeiro ao oitavo dia, 8,6% após o oitavo dia e 6,4% de ovos bicados. Pais com
18
25% de consangüinidade originaram prole com 38% e mortalidade embrionária de
10,2%, 5,7% e 7,1% de mortalidade de um a oito dias, depois de oito dias e ovos
bicados, respectivamente. Contrapondo-se a isto, a geração parental sem qualquer
consangüinidade obteve progênie com 25% de consangüinidade e 6,8% e 7,6% de
mortalidade embrionária na primeira semana, da segunda a eclosão,
respectivamente, em relação aos ovos embrionados.
PIAO et al. (2004), avaliando linhagens puras e cruzadas de codornas,
encontraram valores de fertilidade, eclodibilidade, pintos viáveis e viabilidade na
criação, tais como: 67,8%, 58,5%, 43,4% e 98,7%, respectivamente, para linhagens
puras. Em linhagem cruzada a partir de retrocuzamento com uma dessas, os valores
encontrados foram inferiores ou sem diferença estatística se comparados aos da
linhagem parental.
Pesquisas realizadas para avaliar o efeito da genética sobre o
desempenho do período de cria e recria verificaram que existem variações entre as
linhagens de codornas japonesas. MARKS (1993), estudando codornas japonesas
com quatro semanas de idade, selecionadas e não –selecionadas para alto ganho de
peso encontrou diferenças entre as linhagens para conversão alimentar, que não foi
observado por OLIVEIRA (2001), em estudo com diferentes linhagens de codornas
de corte.
MINVIELLE et al. (2002) avaliaram três linhagens de codornas japonesas
e observaram que houve diferença entre elas, tanto para peso vivo quanto para
idade ao primeiro ovo. Às 33 semanas de idade as aves continuaram apresentando
diferença de peso vivo, bem como para peso de ovo. Os autores também
observaram correlação negativa entre idade ao primeiro ovo e número de ovos/ave
às 17, 29 e 45 semanas de idade nas três linhagens.
ALMEIDA (2001), estudando o efeito da interação linhagem e nível
protéico da ração para fêmeas de codornas de corte em crescimento, relata que
fêmeas da linhagem japonesa iniciam sua postura antes das fêmeas da linhagem
européia, indicando maior precocidade da primeira linhagem. As fêmeas da linhagem
européia, no período de 42 a 49 dias, apresentam menos consumo de ração que
19
aquelas da linhagem japonesa, indicando melhor capacidade de aproveitamento do
alimento, ou seja, melhores índices de conversão alimentar.
Estudos com codornas japonesas têm sido realizados com o intuito
adaptar os programas de produção às necessidades das aves de forma a melhor
atender aos interesses produtivos atuais. HUNTON (1997) a maioria dos plantéis
comerciais apresenta produção de ovos acima de 90% por longo período, durante o
ciclo, e acréscimos acima dessa marca se tornam cada vez mais difíceis, devido ao
limite natural de 100%. É possível, porém, ainda certa redução na mortalidade das
galinhas, mas a única característica óbvia para selecionar é a taxa de declínio na
produção após o pico de postura (FIQUEIREDO, 1993).
O estudo de desempenho de diferentes grupos genéticos de codornas tem
sido foco de estudos recentes de pesquisadores, como BARRETO et al. (2007), que
avaliaram dois grupos genéticos e verificaram influência da genética sobre o peso
das aves aos 40 dias de idade, embora os grupos genéticos tenham se equiparado
em relação ao consumo de ração no decorrer do estudo. Os autores concluem que
ambos os grupos genéticos estudados apresentam características produtivas
favoráveis para a criação de matrizes de codornas.
Em estudo com codornas de corte, MÓRI et al. (2005b) avaliaram o
desempenho e verificaram que, a partir da quarta semana de idade, as aves
aumentaram o consumo de ração, ocasionando piora na conversão alimentar, o que
foi favorecido pela intensa atividade das aves. Os autores também observaram
tendência de maior taxa de mortalidade durante a primeira semana, com declínio a
partir da segunda semana de vida das aves.
MINVIELLE et al. (2002) avaliaram três linhagens de codornas japonesas
e observaram que houve diferença entre elas, tanto para peso vivo quanto para
idade ao primeiro ovo. Às 33 semanas de idade as aves continuaram apresentando
diferença de peso vivo, bem como para peso de ovo. Os autores também
observaram correlação negativa entre idade ao primeiro ovo e número de ovos/ave
às 17, 29 e 45 semanas de idade nas três linhagens, indicando que quanto mais
jovens as aves entrarem em postura, melhor será o seu desempenho no decorrer da
fase de produção.
20
Com relação à qualidade de ovos de codornas, alguns estudos mostram
que diferenças entre grupos genéticos de codornas. RICKLEFS & MARKS (1983)
avaliaram a qualidade dos ovos de quatro linhagens de codornas selecionadas para
ganho de peso às quatro semanas de idade e observaram diferenças significativas
para percentagem de gema entre as linhagens estudadas.
SINGH & PANDA (1987) utilizaram quatro linhagens de codornas
japonesas; EL (linhagem de postura), WEL (linhagem de postura de ovos de casca
branca), ML (linhagem de corte) e CL (linhagem de corte controle) para avaliar o
efeito da linhagem sobre a qualidade do ovo. Os autores observaram diferenças
significativas de linhagens sobre a qualidade da gema, do albúmen e espessura de
casca. Embora, PICCININ (2002) não encontrou diferenças para porcentagem de
gema e albúmen entre os grupos genéticos de codornas japonesas.
Em estudo com diferentes grupos genéticos codornas destinadas a
produção de carne, MÓRI et al. (2005a) avaliaram desempenho e qualidade de ovos
de codornas e detectaram diferenças significativas entre as linhagens para massa de
ovos, peso médio dos ovos, gravidade específica e porcentagem de casca. Os
autores desse trabalho concluem que os grupos genéticos de codornas de corte
apresentam capacidade de produção de ovos de qualidade, indicando que as fêmeas
estudadas possuem habilidades como matrizes de pintainhos de corte de codornas.
A seleção genética tem apresentado efeitos secundários no
comportamento dos animais (SIEGEL & DUNNINGTON, 1990). Em codornas tem
sido observado que a seleção para maior produção de substâncias precursoras da
gema está relacionada à mortalidade e demonstrações de medo ou estresse em
codornas japonesas (ELY et al., 1998). Todavia, a influência da seleção genética em
características comportamentais sobre o desempenho produtivo não tem sido
amplamente estudada.
MINVIELLE et al. (2002) sugeriram que as características
comportamentais, especialmente a demonstração de medo ou estresse sejam
introduzidas nos programas de melhoramento genético. JONES & HOCHING (1999)
afirmam que o comportamento de expressar medo extremo ou inapropriado parece
ter efeitos negativos na produtividade e bem-estar em galos (Gallus domesticus).
21
Linhagens de codornas selecionadas para baixo nível de corticosterona
(substância encontrada no plasma e indicativa de estresse) apresentaram maior
precocidade sexual, ou seja, iniciaram mais cedo à postura de ovos e atingiram mais
cedo os 25% de produção, do que a linhagem caracterizada como de alto nível de
estresse (MARIN et al., 2002).
Em poedeiras comerciais, estudos envolvendo a comparação do
desempenho de grupos genéticos distintos têm demonstrado a existência de
diferenças entre os grupos. OLIVEIRA et al. (2002) estudaram o desempenho de
poedeiras comerciais leves e semi-pesadas e encontraram diferenças entre os
grupos para produção de ovos e consumo de ração. Já para as variáveis peso médio
de ovos, conversão alimentar e perda de ovos os autores não verificaram diferença
entre as linhagens.
Com relação à diferenciação em termos de qualidade de ovo entre grupos
genéticos de poedeiras, SCOTT et al. (2000), estudando duas linhagens de
poedeiras comerciais, verificaram efeito da linhagem em componentes internos do
ovo, tais como peso e percentagem de casca, gema e albúmem. OLIVEIRA et al.
(2002), avaliando variáveis de qualidade de ovos de poedeiras comerciais leves e
semi-pesadas, encontraram diferenças entre os grupos genéticos para Unidade
Haugh, índice de gema e índice de albume.
CARVALHO et al. (2007), em estudo realizado com diferentes grupos
genéticos de poedeiras comerciais, encontraram diferenças entre os grupos para
variáveis altura de albume e Unidade Haugh, não tendo o mesmo ocorrido para peso
de ovo, porcentagem de gema, porcentagem de albume e gravidade específica.
22
2.2 INCUBAÇÃO DE OVOS DE CODORNAS
A história da incubação artificial representa um dos capítulos mais
interessantes e importantes dentro do cenário do desenvolvimento da avicultura,
tanto como ciência quanto fator de produção de alimentos (CAMPOS & SANTOS,
2003).
Para garantir melhor desenvolvimento de técnicas de criação específicas
se faz necessário também estudar as características da espécie quanto ao seu
desenvolvimento embrionário e conseqüente rendimento à incubação. PEDROSO et
al., (2006) afirmaram que métodos adotados na incubação de ovos de codornas
costumam ser baseados em dados obtidos com pintos de corte.
Em revisão, foi possível observar a escassez de estudos publicados
envolvendo a incubação de ovos de codorna. Devido às grandes diferenças
existentes entre as espécies avícolas referentes às características genéticas e de
resposta fisiológica para a produção, necessidade de maiores estudos no que diz
respeito ao desempenho reprodutivo de codornas, especificamente quanto ao
rendimento à incubação.
Estudos com linhagens de codornas poderiam ajudar no entendimento de
questões fisiológicas como o desenvolvimento embrionário, o que tem sido
exaustivamente estudado em outras espécies, como matrizes pesadas. WINELAND
& SHOPES (1992) observaram grandes diferenças entre linhagens de matrizes
pesadas quanto à condutância, que depende da qualidade da casca. Sendo assim,
como a condutância depende da qualidade da casca e essa por sua vez é
influenciada pela linhagem, nota-se a importância de se estudar determinados
grupos genéticos a fim de conhecer e melhorar índices de incubação em codornas.
SUAREZ et al. (1997), em estudo realizado com matrizes pesadas,
avaliaram o efeito de cinco linhagens e três idades sobre o tempo de incubação e
peso do pinto ao nascer. Dentre os resultados encontrados pelos autores destacam-
se a diferença significativa entre linhagens, entre idades e a interação entre tais
fatores.
23
TONA et al. (2004) estudaram três grupos genéticos de matrizes pesadas
e encontraram diferenças entre os grupos para peso de ovo incubável, perda relativa
de peso durante a incubação e período de incubação até atingir 50% de eclosão.
Nesse mesmo estudo, os autores verificaram diferença de ganho de peso de pintos
de diferentes grupos genéticos somente a partir de sete dias de idade, não tendo
observado, portanto, diferença entre os grupos genéticos para peso ao alojamento.
O´DEA et al. (2004), em estudo realizado com três diferentes grupos
genéticos de matrizes pesadas, sendo dois grupos considerados comercialmente
modernos e outro não selecionado geneticamente, não observaram diferenças entre
os grupos genéticos para as variáveis peso de ovos, peso do pinto ao nascer,
fertilidade, taxa de eclosão, eclodibilidade e mortalidade embrionária seja ela inicial,
intermediária ou tardia.
Em avaliação realizada com embriões de matrizes leves e pesadas, OHTA
et al. (2004) verificaram influência da genética sobre as variáveis peso de casca e
peso de embrião bem como conteúdo protéico dos embriões, não observando a
mesma influência sobre peso de ovo e conteúdo protéico dos ovos.
WOLANSKY et al. (2006) avaliaram oito grupos genéticos de matrizes
pesadas quanto ao desempenho à incubação e verificaram diferenças entre os
grupos para peso do pinto ao nascer.
A taxa de mortalidade embrionária é importante para se conhecer o
rendimento à incubação de aves, pois traz informações importantes que se bem
interpretadas poderão ajudar a identificar problemas na condução da incubação ou
mesmo ajudarão a diferenciar o desenvolvimento embrionário de espécies diferentes.
Ao avaliarem o desempenho reprodutivo de três linhagens de gansos,
BEDNARCZYK & ROSINSKI (1999) verificaram diferenças entre os grupos genéticos
para eclodibilidade e mortalidade embrionária intermediária.
Alguns estudos com codornas mostram variações para grupos genéticos
com relação aos parâmetros de incubação. WILSON et al. (2003), estudando a
incidência do posicionamento em embriões de codornas Bobwhite de dois grupos
genéticos e pintos de corte de seis diferentes grupos genéticos, observaram que em
24
média 28% dos embriões de pintos de corte na fase final de incubação e em média
25% dos embriões de codornas Bobwhite encontravam-se mal posicionados.
Em trabalhos realizados por PEDROSO et al. (2006), que estudaram o
peso do embrião e a mortalidade embrionária em codorninhas provenientes de
matrizes de 19 semanas de idade, observaram uma mortalidade embrionária durante
todo o período de incubação bastante elevada, 34 %, quando comparada com a
mortalidade embrionária de pintos oriundos de matrizes de corte ou leves, de
linhagens selecionadas para maior desempenho.
25
3 OBJETIVOS E METAS
3.1 Geral
O objetivo foi verificar a influência da linhagem de codornas japonesas
sobre o desempenho produtivo e reprodutivo de fêmeas e de machos, durante todo o
período de produção.
3.2 Específicos
Avaliar diferentes linhagens de codornas japonesas sobre :
- produção de ovos de codornas;
-conversão alimentar
-consumo de ração;
- parâmetros de incubação;
- qualidade das codornas de um dia.
26
4 MATERIAL E MÉTODOS
O experimento foi conduzido no Aviário Experimental do Departamento de
Produção Animal da Escola de Veterinária - UFG (Goiânia - GO), no período de
agosto de 2006 a março de 2007. O experimento foi dividido em duas partes, sendo
realizado um ensaio de desempenho e outro com avaliações dos parâmetros de
incubação de matrizes de codornas japonesas.
4.1 Experimento 1: Desempenho de três linhagens de matrizes de codornas
japonesas no período de produção
4.1.1 Condições experimentais
Foram alojadas 384 codornas japonesas com 40 dias de idade, de três
linhagens diferentes, sendo duas provenientes da Universidade Estadual de Maringá
(UEM), oriundas do Programa de Desenvolvimento de Linhagens da UEM (cujas
denominações são: Azul e Amarela), e uma linhagem comercial.
As aves foram alojadas com um dia de vida em galpão de alvenaria
fechados providos de janelas, no chão em círculo de proteção, piso com cama de
casca de arroz, sendo o mesmo forrado com papel pardo nos primeiros sete dias de
idade. As diferentes linhagens foram criadas em um mesmo ambiente e nas
mesmas condições de manejo, nutrição e sanidade, porém em círculos distintos
durante as fases de cria e recria.
O aquecimento foi realizado com campânulas a gás, mantendo-se a
temperatura ambiente constante a 32 ºC para primeira semana de vida e retirando o
sistema de aquecimento aos 21 dias de idade das aves. Para evitar a fuga das
codornas foi necessária fechar os círculos de proteção com telas de arame a partir
de dez dias de idade.
Foram utilizados na fase de cria e recria, comedouros tipo bandeja e
bebedouros de copo de pressão, contendo pequenas pedras para evitar que as aves
27
se molhassem. O manejo de criação para essa fase foi de acordo com o
recomendado por MURAKAMI & ARIKI (1998), no entanto as aves não foram
debicadas.
O período experimental iniciou quando as codornas completaram 45 dias
de idade, sendo as aves submetidas a um período de adaptação nas gaiolas de
produção por 10 dias. Assim, aos 35 dias de idade as codornas foram distribuídas
de acordo com os tratamentos nas gaiolas em baterias de produção, quando foi
realizado o acasalamento. O estudo foi conduzido até 26 semanas idade das
mesmas, sendo considerados 17 períodos de 14 dias cada.
As baterias de produção eram de aço galvanizado providas de
bebedouros tipo calha e comedouros lineares de alumínio e permaneceram num
galpão fechado de alvenaria e coberto com telhas de barro, com janela tipo
basculante e piso de cimento. A parcela experimental era composta por uma gaiola
de 0,32 x 0,38 e 0,16 m de largura, comprimento e altura, respectivamente, sendo
constituída por dois machos e seis fêmeas.
O programa de luz foi realizado com estímulo crescente a partir do
primeiro ovo, quando as aves receberam luz artificial, com lâmpadas incandescentes,
após 18:00 horas, até atingir uma iluminação diária de 16 horas no pico de produção
e utilizando-se relógio automático para controle do período de luminosidade.
Durante o período experimental, as aves receberam ração ad libitum
distribuída manualmente duas vezes ao dia (08h00min e 16h00min) e a água
disponível durante todo o período.
A ração foi formulada de acordo com os níveis nutricionais propostos pelo
National Research Council - NRC (1994), sendo composta com base em
ingredientes vegetais, como milho e farelo de soja (Tabela1).
28
TABELA 1- Composição de ingredientes e nutricional das rações experimentais da
fase de cria/recria e postura para codornas japonesas
Fases de Criação
Ingrediente (%) Cria/Recria Postura
Farelo de Soja 53,92 33,437
Milho 37,91 55,530
Óleo de soja 4,25 3,076
Fosfato bicálcico 2,53 -
Calcário calcítico 0,81 2,933
Sal comum 0,38 -
DL-Metionina 0,19 0,023
Lisina –HCL 0,00 -
*Suplemento min.
e vit. 0,30
Núcleo 5,000
Total 100 100
Composição Nutricional (%)
PB 24,00 20,000
EM (kcal/kg) 2.900 2.900
Cálcio 1,10 2,500
P Disp 0,60 0,4380
Na 0,18 0,2070
Lisina 1,63 1,0684
Met+Cist 1,05 0,7684
Metionina 0,60 0,4500
Treonina 1,09 -
Triptofano 0,39 -
* Níveis de Garantia/Kg de Produto: Vit.A:125.000UI, Vit.D3:25.000 UI, Vit.E:375mg, Ác.
Pantotênico:230mg,Niacina:750mg, Vit.B1:45mg, Vit.B2:125mg, Vit.B6:50mg, Vit.B12:125mcg,
Vit.K3:30mg, Ácido Fólico:17,5mg,Biotina:2,5mg, Cálcio:195g, Fósforo:78g, Selênio:5mg,
Ferro:1.000mg, Cobre:200mg, Manganês:1.500mg,Zinco:1.250mg, Iodo:12,5mg, Colina:8.750mg,
Metionina:22.275mg, Colistina:155mg.
Durante a fase de produção, os ovos foram colhidos duas vezes ao dia,
sendo anotada em fichas apropriadas a freqüência de postura de cada parcela. A
temperatura e umidade relativa foram registradas, diariamente, na estação
evaporimétrica de primeira classe, localizada no Setor de Engenharia Rural na
29
Escola de Agronomia - UFG.
4.2 Tratamentos e Delineamento experimental
Foram utilizadas três linhagens de matrizes de codornas japonesas,
sendo que duas passaram por processo de seleção genética no Programa de
Desenvolvimento de Linhagens da Universidade Estadual de Maringá (UEM), as
quais foram denominadas UEM 1 e UEM 2. A terceira linhagem estudada, oriunda
de um criatório comercial idôneo, foi denominada COM.
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, com
esquema fatorial 3 x 2 (três linhagens e duas classes de peso), totalizando seis
tratamentos. Foram consideradas como classes o peso vivo das codornas fêmeas
aos 35 dias de idade. Foram utilizados seis tratamentos com oito repetições,
perfazendo um total de 48 parcelas. Cada parcela continha oito aves (dois machos
e seis fêmeas), com um total de 384 codornas.
Foram consideradas duas classes em relação aos pesos das codornas
com 35 dias de idade, sendo a classe leve composta pelas aves com peso médio
de 117g e desvio padrão de 21,63g e a pesada composta por aves com peso
médio de 137g e desvio padrão de 27,12g. Nas tabelas de apresentação de
resultados constam as linhagens a as classes de peso separadamente devido à
não interação entre os fatores.
Análise de Variância ANOVA
Fontes de Variação GL
Total
Linhagem
Classes
47
2
1
Erro 44
30
4.3 Variáveis Estudadas
Os índices de desempenho zootécnico foram obtidos a partir dos dados de
produção de ovos, consumo de ração, conversão alimentar e mortalidade durante o
período de produção de seis a 26 semanas de idade, sendo o desempenho estudado
durante dez períodos de 14 dias, finalizando quando as aves completaram 26
semanas de idade.
4.3.1 Consumo de ração
Foi calculado no final de cada período de 15 dias sendo a sobra de ração
pesada por diferença com a quantidade inicial fornecida, foi calculado o consumo por
ave/dia, em gramas.
4.3.2 Produção de Ovos
Foram colhidos os ovos diariamente, contabilizados durante todo o período
experimental e calculada a percentagem de postura e persistência de pico, assim
como os percentuais de ovos íntegros, sem casca e deformados.
4.3.3 Peso dos Ovos
Foram pesados os ovos dos três últimos dias de cada período em balança
digital da marca Chyo Petit Balance modelo MK 500 C (com precisão de 0,01g).
4.3.4 Índice de conversão alimentar
A conversão alimentar, kg de ração por dúzia de ovos, foi calculada
dividindo-se o consumo de ração pelo total de dúzias produzidas em cada período de
15 dias. Foi considerado para a conversão alimentar (kg de ração/kg de ovos) a
relação entre o consumo de ração e o peso total dos ovos pelo produto entre o
número de ovos produzidos em cada período de 15 dias e o peso médio do
respectivo período.
31
4.3.5 Precocidade sexual
Foi observada a idade da postura do primeiro ovo, bem como a idade em
que o lote alcançou 50% de produção.
4.3.6 Comportamento de bicagem
Para avaliar o comportamento de bicagem das codornas foi utilizado um
esquema de escores referente à quantidade de penas presentes na região dorsal
das aves: escore 3 para as aves apresentando o dorso em perfeito empenamento;
escore 2 para as aves com empenamento parcialmente danificado, apresentando o
dorso com alguns tufos de penas; escore 1 para as aves com empenamento
totalmente danificado, apresentando o dorso completamente depenado. As aves
foram avaliadas quanto ao escore de empenamento em dois momentos: 24 e 40
semanas de idade.
Figura 1- Escore de empenamento de codornas
Fonte: VIEIRA (2003)
32
4.3 Análise Estatística
Os resultados de desempenho foram submetidos à análise de variância
e as médias comparadas pelo teste t de Student (5% de probabilidade) através do
procedimento GLM do SAS (1998). Os resultados de comportamento de bicagem
foram analisados pelo teste Kruskal Wallis de acordo com SAMPAIO (1998),
utilizando-se como ferramenta o programa Microsoft Excel®.
4.4 Experimento 2 : Parâmetros de incubação em matrizes de codornas
japonesas em diferentes linhagens e idades
Os parâmetros de incubação e qualidade das codornas de um dia foram
estudados em três fases do ciclo de produção, em uma fase inicial com 15 semanas
de idade e depois com 24 e 33 semanas de idade.
Foram utilizados 630 ovos de codornas, 495 e 522 ovos, para avaliar os
parâmetros de incubação em matrizes com 15, 24 e 33 semanas de idade. Sendo
avaliadas em cada período as três linhagens estudadas: UEM 1, UEM 2 e COM.
Na avaliação realizada em todos as fases estudadas, ou seja com 15, 24
ou 33 semanas de idade, o delineamento experimental utilizado foi em blocos
casualizados, sendo considerado como blocos as incubadoras, onde cada
incubadora continha ovos de todos os tratamentos e um ovo foi considerado a
unidade experimental.
Os ovos foram armazenados por quatro dias à temperatura ambiente em
salas fechadas e sem interferência de luz solar, até atingir o número de ovos
necessário para a incubação, quando foram selecionados e pesados. Após o
armazenamento os ovos foram distribuídos de acordo com os tratamentos em três
incubadoras automáticas Premium Ecológica modelo IP-130, com capacidade para
300 ovos de codornas cada. As incubadoras foram instaladas em uma mesma sala,
sendo reguladas e monitoradas, diariamente, para manter a temperatura e a
umidade relativa em 37,5°C e 60%, respectivamente, nos primeiros 15 dias e 37,5ºC
e 70% até o final da incubação.
33
Os parâmetros de incubação avaliados em todos os ensaios foram:
4.5.1 Peso do ovo
No momento da incubação, os ovos armazenados foram pesados e a
integridade de casca e formato do ovo foram verificados.
4.5.2 Porcentagem de eclosão de codornas
Na eclodibilidade foi considerada a relação entre pintos nascidos e ovos
incubados e ou ovos férteis, por tratamento.
4.5.3 Porcentagem de mortalidade embrionária
Ao final de 408 horas, os ovos não eclodidos foram abertos e o período da
mortalidade embrionária foi determinado para a fase inicial (1-4 dias), intermediária
(5-14 dias) ou tardia (15-16 dias) de incubação.
4.5.4 Ovos incubáveis
Foram considerados incubáveis os ovos cujas características eram: casca
limpa, íntegra e pigmentada, forma elíptica, sendo descartados aqueles
arredondados ou pontiagudos.
4.5.5 Peso ao nascer ou na eclosão
As codorninhas recém-eclodidas foram pesadas e devolvidas à incubadora
juntamente com suas respectivas cascas para a secagem.
4.5.6 Porcentagem de perda de peso durante a incubação
Foi obtida pela diferença entre o peso do ovo e o peso da codorninha ao
nascer.
4.5.7 Porcentagem de perda de peso durante a secagem na incubadora
Quatro horas após a primeira pesagem, as codorninhas foram pesadas e a
perda de peso foi obtida através da diferença do primeiro e segundo pesos.
34
4.5.8 Porcentagem de perda de peso entre o nascimento e o alojamento
No terceiro período de produção as codorninhas foram submetidas a jejum
de seis horas após a segunda pesagem, a fim de simular o período de envio das
aves ao alojamento.
Para a incubação dos ovos de matrizes às 30 semanas de idade das
codornas, foram também avaliados a perda de peso até o alojamento, que foi obtida
a partir da diferença de peso entre a ave seca e a ave após seis horas de jejum fora
da incubadora.
4.5.9 Peso na retirada
Após quatro horas de secagem na incubadora, as aves foram pesadas e
obtido o peso na retirada da incubadora.
4.5.10 Porcentagem de ovos incubáveis férteis
Após quatro dias de armazenamento, os ovos incubáveis foram
selecionados e quebrados para a avaliação da fertilidade, obtida a partir da relação
entre número de ovos férteis e o número de avaliações em cada tratamento.
As variáveis foram analisadas conforme o modelo matemático que se
segue:
Yijk = u + li + cj + lcij + cijk
Sendo:
Yijk = observação de unidade experimental k da classe de peso j da
linhagem i;
U = constante geral;
li = efeito da linhagem i; i=1;2;3;
cj = efeito da classe de peso j; j=1;2;
lcij = efeito da interação entre linhagem e classe de peo.
35
4.6 Análise Estatística
Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias
comparadas pelo teste t de Student (5% de probabilidade). Os resultados de
mortalidade embrionária foram analisados pelo teste de Qui-quadrado com o auxílio
do programa Microsoft Excel®.
36
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Experimento 1
A maturidade sexual das diferentes linhagens de codornas japonesas
foi avaliada e os resultados encontrados estão apresentados na Tabela 2. Foram
observadas diferenças entre as linhagens (P<0,05) para as variáveis: peso vivo (seis
semanas de idade), idade ao primeiro ovo e aos 50% de produção. Para a idade ao
primeiro ovo, o grupo comercial se equiparou à linhagem UEM 1 e a linhagem UEM 2
foi mais tardia (P<0,05). para a variável idade aos 50% de produção a linhagem
comercial apresentou o melhor resultado, sendo mais precoce em relação às demais
linhagens (P<0,05). Esses dados corroboram com os obtidos por MINVIELLE et al.
(2002), que avaliaram três linhagens de codornas japonesas quanto à precocidade
da maturidade sexual e observaram que houve diferença entre as linhagens para a
idade ao primeiro ovo. Esses autores também observaram correlação negativa entre
idade ao primeiro ovo e número de ovos/ave às 17, 29 e 45 semanas de idade,
sendo que quanto mais jovens as aves entrarem em postura, melhor foi o seu
desempenho no decorrer da fase de produção.
A linhagem comercial apresentou maior peso às seis semanas de idade
(P<0,05), sendo UEM 1 e UEM 2 semelhantes entre si. MINVIELLE et al. (2002)
verificaram diferenças entre três linhagens de codornas japonesas para peso vivo no
inicio de produção.
Não foi observado efeito do peso das codornas sobre a idade de
maturidade sexual (P>0,05), no entanto REIS et al. (2007), em estudo realizado com
codornas japonesas comparando dois pesos corporais aos 37 dias de idade (124,6 x
153,9 g) concluíram que o peso corporal influencia diretamente a idade à maturidade
sexual das aves. Do mesmo modo, em podeiras comerciais, aves mais pesadas
atingem o pico de produção mais precoce em relação a aves mais leves
(SUMMERS, 1994).
37
TABELA 2 - Peso vivo da ave às seis semanas, idade ao primeiro ovo, aos 50% de
produção, de pico de produção e persistência de pico de diferentes
linhagens de matrizes de codornas japonesas
Linhagem Peso
vivo
(g)
Idade 1º
ovo
(semanas)
Idade
50% de
produção
(semanas)
Idade de
pico de
produção
(semanas)
Persistência de
pico
(semanas)
UEM 1 120,19
b
6,53ª 6,94
b
8,05 18,00
UEM 2 121,31
b
6,93
b
7,84
c
8,88 18,55
COM 135,92ª 6,51ª 6,86
a
8,65 17,04
Peso das aves
Leve 119,22
b
6,72 7,36
b
8,75 18,22
Pesada 132,39ª 6,59 7,07
a
8,30 17,50
CV(%) 4,62 4,96 6,01 12,42 12,41
Valor do P
Linhagem <0,0001 0,0007 <0,0001 0,840 0,117
Peso <0,0001 0,206 0,0275 0,734 0,162
Li*Peso 0,255 0,204 0,379 0,540 0,940
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
Conforme exposto por SUMMERS (1994), para que as aves iniciem a
produção de ovos é necessário que elas atinjam a maturidade sexual com peso
corporal adequado. Os animais que entram precocemente e de forma rápida em
produção utilizam alta quantidade de nutrientes ingeridos para alcançar o peso
corporal da ave adulta, e também, uma maior quantidade de suas reservas
orgânicas, para atender as necessidades de produção de massa de ovos. Segundo
JARDIM FILHO (2006) afirma na fase de pré-postura ocorre grande desenvolvimento
do aparelho reprodutor, definindo as características da futura poedeira.
A idade média do primeiro ovo encontrada neste estudo para os diferentes
grupos genéticos foi de 6,5 semanas de idade. De acordo com ALBINO & BARRETO
(2003), as codornas fêmeas começam a manifestar seu desenvolvimento sexual em
38
torno de seis a sete semanas de idade, sendo nesse período que surgem os
primeiros ovos e a produção eleva-se linearmente e atinge o pico de postura por
volta da 12ª a 14ª semanas de vida (ALBINO & BARRETO, 2003). No entanto, o pico
de produção neste estudo foi obtido em média com oito semanas de idade.
Para a variável de persistência de pico de produção, não houve diferença
entre as três linhagens estudadas (P>0,05), mostrando assim que a precocidade de
inicio de produção observada na linhagem comercial não interferiu na persistência de
pico de produção, provavelmente isso ocorreu devido ao peso vivo adequado no
inicio de produção. CARBÓ (1987) cita que poedeiras comerciais que iniciam a
produção de ovos abaixo do peso vivo preconizado pela linhagem apresentam pior
curva de produção.
Na Figura 2 estão dispostos os dados de temperatura máxima e mínima
captados durante o período de seis a 26 semanas de idade das codornas. Os picos
de temperatura mínima coincidem com a baixa produção de ovos no quarto e no
sexto ciclos. No quarto ciclo foi observada maior amplitude térmica, o que pode ser
verificado no gráfico entre 12ª e 13ª semanas de idade das aves.
FIGURA 2- Temperatura máxima e mínima nos meses de outubro de 2006 a
março de 2007
0
5
10
15
20
25
30
35
40
4 10 14 18 22 26
Idade das codornas (semanas)
T
(ºC)
T máx.
T mín.
39
Na Tabela 3 estão apresentados os resultados de produção de ovos de
codornas japonesas provenientes de diferentes grupos genéticos com variação do
peso no início do período de postura. Pode-se observar que não houve diferença
(P>0,05) entre os grupos genéticos para produção de ovos, quando considerado o
período de seis a 26 semanas de idade.
Não houve efeito do peso corporal sobre a produção de ovos durante o
período total de produção (P>0,05), mostrando assim que os pesos no início de
produção (leve - 119,2 e pesada - 132,3) proporcionaram às codornas reservas
orgânicas para a produção de ovos. No entanto, REIS et al. (2007) verificaram que
codornas de maior peso corporal apresentaram maior produção de ovos por um
período de 63 dias após a maturidade sexual. Do mesmo modo, MINVIELLE et al.
(2002) verificaram que codornas que iniciaram a postura com menor peso
continuaram apresentando diferença de peso vivo às 33 semanas de idade.
40
TABELA 3 – Produção de ovos (%) de três linhagens de codornas japonesas durante o período de
seis a 26 semanas de idade
Período de Produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 86,33 90,09 79,54 74,05 75,21 69,99 84,41 82,19 74,48 82,14
UEM 2 78,82 92,69 80,60 75,19 83,19 76,67 79,39 86,69 79,70 81,78
COM 80,78 91,68 82,61 76,92 78,52 79,32 75,33 80,06 75,27 81,13
Peso das aves
Leve 82,48 92,93 81,89 75,52 79,12 74,52 81,22 86,43
a
77,56 82,23
Pesada 81,47 90,04 79,98 75,25 78,83 76,13 78,20 79,53
b
75,41 81,14
CV(%) 12,64 8,45 8,51 7,97 18,12 27,48 16,94 14,71 12,15 6,28
Valor do P
Linhagens 0,119 0,607 0,448 0,422 0,284 0,457 0,208 0,302 0,225 0,878
Peso 0,735 0,202 0,342 0,878 0,945 0,789 0,442 0,057 0,430 0,466
Lin*Peso 0,991 0,520 0,317 0,667 0,688 0,473 0,458 0,076 0,523 0,217
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
41
A média de produção de ovos observada neste experimento durante o
período de 20 semanas de produção foi de 82,2; 81,7 e 81,1% para as linhagens
UEM 1, UEM 2 e COM e foram menores que os valores encontrados por LEANDRO
et al. (2005), em estudo com codornas japonesas de nove a 24 semanas de idade,
no qual a produção de ovos média foi de 89,9%. UMIGI et al. (2007) avaliaram o
desempenho de codornas japonesas com 21 a 30 semanas de idade e encontraram
valores médios de 89,78%.
Pode-se observar também que os picos de produção encontrados para
todas as linhagens estudadas neste experimento (79%) foram inferiores aos citados
por OLIVEIRA (2007), o qual encontrou um pico de produção de ovos de codornas
de postura de 92,5%, em aves com peso vivo de 176,7 g.
Do mesmo modo o consumo de ração (Tabela 4) não diferiu entre os
grupos genéticos estudados (P>0,05) com exceção do período de 18 a 20 semanas
de idade, no qual houve maior consumo para aves do grupo comercial. Em estudos
com linhagens de poedeiras comerciais, OLIVEIRA et al. (2002) e SNOW et al.
(2005) observaram que diferença entre consumo de ração entre linhagens. A
média para consumo de ração por ave está de acordo com os encontrados por
MURAKAMI (1991), os quais mostram que codornas apresentaram um consumo
diário de ração de 26,6 g/ave.
42
TABELA 4 - Consumo de ração (g/ave/dia) de diferentes linhagens de codornas japonesas
durante o período de seis a 26 semanas de idade
Período de Produção
Linhagens
10º Total
UEM 1 19,72 20,63
21,67 21,37 22,29ª 21,09 22,58 20,52 22,34 21,54
UEM 2 18,64 20,08
21,50 21,69 22,65ª 22,91 23,05 20,95 22,86 21,58
COM 19,97 21,02
22,66 22,77 23,91
b
23,17 23,87 21,75 23,40 22,44
Peso das aves
Leve 19,31 20,43
21,67 21,78 22,35a 22,90 22,94 20,81 22,32ª 21,60
Pesada 19,55 20,73
22,22 22,10 23,56b 21,80 23,39 21,33 23,41
b
22,11
CV(%) 9,46 6,94
6,69 7,48 6,83 16,65 7,10 8,02 7,76 5,24
Valor do P
Linhagens 0,100 1,180
0,073 0,063 0,024 0,237 0,116 0,154 0,323 0,067
Peso 0,631 0,471
0,199 0,511 0,010 0,347 0,352 0,301 0,039 0,138
Lin*Peso 0,193 0,205
0,281 0,454 0,949 0,344 0,231 0,317 0,705 0,551
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05)
43
O peso corporal das aves no inicio de produção influenciou o consumo de
ração (P<0,05) durante o primeiro, sexto e nono período de produção, mostrando um
maior consumo de ração pelas aves mais pesadas. Esses dados corroboram com os
resultados de REIS et al. (2007), os quais encontraram maior índice de consumo de
ração para codornas mais pesadas, sugerindo proporcionalidade entre peso corporal
e consumo de ração. Ainda para esses autores, o consumo de ração apresenta alta
correlação positiva com desempenho.
Para os resultados de índice de conversão alimentar kg/dz (Tabela 5),
pode-se observar que houve efeito (P<0,05) entre os grupos genéticos, sendo que os
melhores resultados foram apresentados pelos grupos das linhagens UEM 1 e UEM
2. Os dados médios de conversão alimentar (kg/dz) encontrados neste trabalho
(0,42; 0,41; 0,45) estão de acordo com a literatura (MURAKAMI, 1991; LEANDRO et
al.,2005).
Em relação ao índice de conversão alimentar kg/kg (Tabela 6), não foi
observado diferença (P>0,05) entre as linhagens, porém os valores médios
encontrados para esse índice foram piores (3,35; 3,19; 3,30) em relação aos dados
observados no estudo realizado por SILVA et al. (2006), que obtiveram conversão
alimentar kg/kg de 2,57 em codornas japonesas, no período de seis a 18 semanas
de idade. Anteriormente, MURAKAMI (1991), em experimento com codornas em fase
de postura, mostra índice de conversão alimentar (kg/kg de ovos) de 3,23. Do
mesmo modo, LEANDRO et al. (2005) encontraram 3,22 para conversão alimentar
kg/kg. Ambos os trabalhos foram desenvolvidos com aves comerciais.
44
TABELA 5 - Conversão alimentar kg/dz de três linhagens de codornas japonesas durante o período
de seis a 26 semanas de idade
Período de Produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 0,36 0,36 0,43 0,46 0,41ª 0,43 0,43 0,37
c
0,48 0,42
b
UEM 2 0,38 0,34 0,42 0,46 0,40ª 0,43 0,45 0,38
b
0,46 0,41ª
COM 0,40 0,37 0,44 0,48 0,45
b
0,49 0,47 0,42ª 0,51 0,45c
Peso das aves
Leve 0,37 0,35 0,42 0,46 0,41 0,46 0,45 0,38ª 0,46
b
0,42
Pesada 0,38 0,37 0,44 0,47 0,43 0,44 0,44 0,40
b
0,50ª 0,44
CV(%) 14,41 10,60 9,43 9,93 11,87 17,42 11,45 8,84 12,18 8,06
Valor do P
Linhagens 0,207 0,120 0,324 0,353 0,029 0,116 0,175 0,007 0,075 0,008
Peso 0,324 0,071 0,123 0,731 0,357 0,579 0,664 0,054 0,010 0,112
Lin*Peso 0,635 0,832 0,316 0,776 0,489 0,798 0,332 0,125 0,200 0,232
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
45
TABELA 6 - Conversão alimentar kg/kg de três linhagens de codornas japonesas durante o período de seis
a 26 semanas de idade
Período de Produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 2,91 2,77 3,28 3,52 3,10 3,33 3,34 3,14 3,80 3,35
UEM 2 2,99 2,61 3,21 3,43 2,97 3,23 3,36 3,19 3,53 3,19
COM 2,93 2,70 3,14 3,38 3,14 3,50 3,44 3,34 3,70 3,30
Peso das aves
Leve 2,95 2,70 3,21 3,48 3,08 3,47 3,41 3,14 3,58 3,25
Pesada 2,93 2,68 3,20 3,40 3,06 3,25 3,35 3,31 3,78 3,30
CV(%) 14,60 11,77 9,62 10,09 11,88 19,11 12,79 19,70 12,63 11,55
Valor do P
Linhagens 0,859 0,330 0,516 0,555 0,363 0,481 0,794 0,765 0,249 0,46
Pesos 0,888 0,819 0,911 0,469 0,874 0,283 0,683 0,415 0,137 0,66
Lin*Peso 0,539 0,951 0,287 0,619 0,617 0,810 0,384 0,481 0,168 0,304
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
46
Na Figura 2 pode ser observado o peso do ovo das aves leves e pesadas
no decorrer do período experimental, a partir de oito semanas de idade. Os ovos
oriundos de codornas com menor peso vivo (leve), ao início de produção,
apresentaram peso inferior por todo o período de produção. Tais dados estão de
acordo com os conceitos consolidados em poedeiras comerciais, sendo que aves de
maior peso produzem ovos maiores (OLIVEIRA et al., 2002). Em estudo com
codornas REIS et al. (2007) também encontraram maior peso do ovo para aves mais
pesadas.
Figura 2 - Peso de ovos de codornas japonesas leves e pesadas de oito a 26
semanas de idade
Para a peso de ovos incubáveis (Tabela 7) encontrou-se diferença
(P<0,05) entre os grupos genéticos, sendo que o grupo comercial apresentou maior
peso. Do mesmo modo, esses dados sugerem que o peso corporal da codorna pode
ter influenciado o peso do ovo, que o peso médio no inicio do experimento do
grupo comercial foi de 135,9 g e os grupos de UEM 1 e UEM 2 foram 120,1 g e
121,3g respectivamente. Esse resultado sugere que o comportamento de produção
9,8
10
10,2
10,4
10,6
10,8
11
11,2
11,4
11,6
11,8
8
10 12 14 16
18
20 22 24
Idade das codornas (semanas)
leves
pesadas
Peso do ovo
(g)
47
das codornas é semelhante ao observado em poedeiras comerciais, no qual CARBÓ
(1987) relata que o peso das aves é um fator importante a se considerar, pois o
mesmo está diretamente relacionado com o peso do ovo. Os valores médios de peso
de ovo estão em conformidade com os encontrados por PINHEIRO et al. (2007), que
em estudo com codornas japonesas verificaram média de 10,94g para peso de ovos.
Estudo realizado por SNOW et al. (2005), com diferentes linhagens de poedeiras
comerciais (Hy-Line W36 e Hy-Line W98) encontraram diferença entre as linhagens
com relação ao peso de ovos período de 20 a 50 semanas de idade.No entanto,
CARVALHO et al. (2007) não encontraram diferenças para peso de ovo em
poedeiras leves das linhagens Babcock, Hy-Line e Lohmann e Hisex, no período de
20 a 69 semanas.
Na Tabela 8 estão dispostos os dados de porcentagem de ovos
incubáveis, não tendo ocorrido diferença (P>0,05) entre os grupos genéticos dentro
de cada período de estudo, no entanto quando considerou-se o período total de
produção houve diferença (P<0,05) entre as linhagens, sendo que o grupo comercial
apresentou menor percentagem de ovos incubáveis. Não foi verificadas diferenças
(P<0,05) entre os pesos corporais das codornas sobre a porcentagem de ovos
incubáveis
Na Tabela 9 estão apresentados os dados de viabilidade das aves em
todo o período experimental, não sendo encontrada diferença (P>0,05) entre as
linhagens, concordando com LEDUR et al. (2000), que avaliaram linhagens de
poedeiras Leghorn e não observaram diferença para mortalidade entre os grupos.
Porém entre os pesos das aves observou-se que codornas mais pesadas
apresentaram menor viabilidade, no entanto apenas no décimo período essa
diferença foi significativa (P<0,05). A diminuição da viabilidade observada em
codornas japonesas de maior peso pode levar à suposição de que durante o período
de postura a ave que produz ovos mais pesados sofre maior desgaste orgânico, o
que pode levá-la ao óbito precoce.
A viabilidade total (97%) das codornas durante o período de seis a 26
semanas de idade concorda com a citada por OLIVEIRA (2007), em estudo de
levantamento na viabilidade de granjas de codornas no estado de Minas Gerais.
48
TABELA 7 - Peso do ovo incubável (g) em codornas poedeiras de seis a 26 semanas de idade
Período de Produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 10,42
b
10,95 10,97
b
10,92
b
11,02
b
10,89
b
10,78
b
10,59
b
10,62
c
10,80
c
UEM 2 10,62
b
11,07 11,07
b
11,20
b
11,39
b
11,23
b
11,27
b
10,84
b
11,26
b
11,12
b
COM 11,35ª 11,50 11,79ª 11,91ª 12,00
a
11,75ª 11,90ª 11,21ª 12,11ª 11,72ª
Peso das aves
Leve 10,53
b
10,88
b
11,03
b
11,17
b
11,28
b
11,03
b
11,25
b
10,74
b
10,96
b
10,98
Pesada 11,07ª 11,47ª 11,53ª 11,52ª 11,67ª 11,56ª 11,48ª 11,02ª 11,70ª 11,44
CV(%) 3,39 5,36 11,81 3,48 3,15 4,85 4,30 4,45 5,77 3,07
Valor do P
Linhagens <0,0001 0,526 0,0003 <0,0001 0,0001 0,0007 <0,0001 0,005 <0,0001 <0,0001
Peso <0,0001 0,001 0,002 0,004 0,0006 0,001 0,022 0,055 0,0003 <0,0001
Lin*Peso 0,510 0,768 0,945 0,312 0,651 0,454 0,781 0,619 0,913 0,720
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
49
TABELA 8 - Porcentagem de ovos incubáveis de codornas japonesas de seis a 26 semanas de idade
Período de produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 96,12 94,59 96,36 98,21 95,75 94,95 85,92 91,01 99,05 95,04
UEM 2 95,78 94,52 96,01 98,33 97,67 98,05 90,33 93,44 97,62 96,11ª
COM 95,84 94,27 92,60 95,09 94,54 96,81 86,49 91,42 96,14 93,95b
Peso das aves
Leve 96,55 93,85 93,61 97,38 95,58 96,03 87,76 91,56 98,66 95,03
Pesada 95,27 95,07 96,37 97,05 96,39 97,17 87,40 92,36 96,55 95,04
CV(%) 5,22 4,90 6,04 4,93 4,87 23,75 10,03 8,65 4,22 2,42
Valor do P
Linhagens 0,985 0,970 0,126 0,118 0,159 0,903 0,295 0,642 0,196 0,035
Peso 0,383 0,367 0,104 0,809 0,551 0,643 0,889 0,730 0,083 0,987
Lin*Peso 0,308 0,636 0,021 0,895 0,793 0,278 0,753 0,718 0,072 0,880
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
50
TABELA 9 – Viabilidade de codornas japonesas de seis a 26 semanas de idade
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
Período de Produção
Linhagens 10º Total
UEM 1 98,11 97,99 97,98 97,18 97,18 97,18 97,13 97,13 97,13 97,59
UEM 2 100 98,41 98,41 98,41 98,41 98,41 96,13 95,23 95,16 98,41
COM 100 97,08 97,08 97,10 97,10 97,10 96,10 96,10 94,16 96,44
Peso das aves
Leve 99,32 98,69 98,69 98,16 98,16 98,16 96,34 96,74 96,19ª 98,48
Pesada 99,41 96,96 96,96 96,96 96,96 96,96 95,83 95,27 94,49
b
96,47
CV(%) 2,82 5,41 5,41 6,43 6,43 6,43 5,92 9,59 6,19 5,15
Valor do P
Linhagens 0,109 0,790 0,790 0,795 0,795 0,795 0,267 0,995 0,250 0,560
Peso 0,910 0,266 0,266 0,513 0,513 0,513 0,138 0,687 0,037 0,173
Lin*Peso 0,986 0,588 0,588 0,433 0,520 0,433 0,558 0,768 0,047 0,270
Os dados referentes ao escore de empenamento de codornas
japonesas, que refletem o comportamento de bicagem nas codornas japonesas,
não apresentou diferença (P>0,05) entre as linhagens, nas duas idades estudadas
(24 e 40 semanas de idade) (Tabela 10). Esses dados discordam de MINVIELLE
et al. (2002), que estudaram a imobilidade tônica como indicativo de nível de
estresse em diferentes linhagens de codornas japonesas selecionadas para
produção precoce de ovos e observaram diferenças entre as linhagens.
Embora não tenha sido comparado o comportamento de bicagem entre
as idades, foi verificado maior freqüência de bicagem às 40 semanas de idade. Tal
fato pode sugerir aumento de agressividade das linhagens no decorrer do período
produtivo. VIEIRA (2003), que estudou o escore de empenamento em codornas
japonesas com 12 e 24 semanas de idade não observou piora na cobertura
corporal das aves entre os período de 12 e 24 semanas de idade.
Segundo MARQUES et al. (2007), a codorna pode ter seu desempenho
zootécnico e sua qualidade de vida prejudicados pelo estresse, que desencadeia
uma série de comportamentos anômalos nas aves, propiciando grandes perdas
para os produtores provocadas pelos ferimentos, alta mortalidade e grande
variabilidade na produção.
TABELA 10 - Escore de empenamento de codornas japonesas de diferentes
linhagens com 24 e 40 semanas de idade
Linhagem Idade
24 semanas 40 semanas
UEM 1 2,22 1,89
UEM 2 2,13 1,70
COM 2,05 1,80
Teste de Kruskal Wallis
Escore 1: aves em piores condições de empenamento
Escore 2: aves com empenamento parcialmente danificado
Escore 3: aves com o dorso em perfeito empenamento
ii
O desempenho das codornas japonesas avaliado na fase pós pico, de
27 até 42 semanas de idade das aves (Tabela 11), mostram que não houve
diferenças entre as linhagens para conversão alimentar (P>0,05) embora pode-se
observar maior consumo de ração (P<0,05). No entanto, a viabilidade foi
significativamente pior no período pós-pico para o grupo comercial, o que não
havia sido observado (P>0,05) na fase de pico.
TABELA 11 - Produção de ovos (Prod.), consumo de ração (CR), conversão
alimentar kg/kg (CA kg/kg), conversão alimentar kg/kz (CA
kg/dz), viabilidade (Viab.), peso médio do ovo incubável (PMOI),
peso médio do ovo (PMO), porcentagem de ovos incubáveis
(OINC) de diferentes linhagens de codornas japonesas de 27 a
42 semanas de idade
Linhagem Prod
(%)
CR
(g)
CA
kg/kg
CA
kg/dz
Viab
(%)
PMOI
(g)
PMO
(g)
OINC
(%)
UEM 1 75,04 24,93ª 4,28 0,45 92,77ª 10,87
c
10,82
c
78,00
UEM 2 73,83 25,06ª 4,23 0,46 92,44ª 11,35
b
11,31
b
78,43
COM 75,76 27,27
b
4,30 0,48 84,11b 11,70ª 11,69ª 79,11
Peso das aves
Leve 74,99 25,13ª 4,23 0,45ª 92,50ª 11,21 11,17 78,54
Pesada 74,76 26,37
b
4,31 0,48
b
87,04
b
11,40 11,38 78,48
CV (%) 7,24 7,24 11,28 12,69 9,74 3,30 3,32 2,39
Valor do P
Linhagem 0,584 0,001 0,918 0,350 0,015 <0,0001 <0,0001 0,284
Peso 0,885 0,027 0,567 0,048 0,038 0,088 0,071 0,908
Lin*Peso
0,366 0,201 0,334 0,234 0,290 0,830 0,552 0,640
Médias seguidas por letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
A linhagem comercial pode ser considerada de boa procedência, por ter
apresentado bons índices zootécnicos no período estudado.
5.2 Experimento 2
iii
Na Tabela 13 pode-se observar os parâmetros de incubação de
matrizes de codornas japonesas obtidos às 15 semanas de idade (durante o pico
de produção). A linhagem comercial apresentou maior peso de ovo incubável e
peso da codorninha ao nascer (P<0,05). O maior peso de ovo encontrado na
linhagem comercial pode ser explicado pelo fato dessa linhagem apresentar maior
peso vivo no início do período experimental e consequentemente ovos de maior
peso durante o pico de produção proporcionaram codorninhas de melhor peso ao
nascer. Do mesmo modo, SUAREZ et al. (1997), TONA et al. (2004) e
WOLANSKY et al. (2006), verificaram diferença entre linhagens para peso do ovo
incubável em estudo com matrizes pesadas e de acordo com MAIORKA (2003),
ovos maiores de matrizes pesadas produzem pintos mais pesados na eclosão. No
entanto, OHTA et al. (2004), em estudos com matrizes pesadas, verificaram
diferença entre algumas linhagens estudadas para peso do embrião, mas não
para peso de ovo.
Não há diferença entre as linhagens UEM1 e UEM2 para perda de peso
da codorninha em relação ao peso de eclosão (P>0,05), no entanto ambos os
grupos apresentaram maior perda de peso quando comparados com a linhagem
comercial (P<0,05). Embora, a linhagem comercial tenha proporcionado
codorninhas de maior peso na eclosão e menor perda de peso durante a secagem
na incubadora, o peso da codorninha na retirada da máquina de incubar não
diferiu dos outros grupos genéticos.
A menor perda de peso entre nascimento e secagem na incubadora
sugere melhor resistência da linhagem ao período de espera na incubadora, o que
pode diminuir o índice de mortalidade em incubatórios comerciais de codornas. Os
dados de peso ao nascer da codorninha observados no presente estudo (8,2g) se
aproximam com os dados obtidos por HASSAN et al. (2003), em cujo estudo foi
observado valor médio de 7,2g.
iv
TABELA 12: Peso do ovo (PO), peso na eclosão (PE), relação peso da
codorninha/peso do ovo (RP), peso na retirada (P) e relação de perda
de peso entre eclosão e a retirada da incubadora (RPP) da progênie
de codornas japonesas matrizes de diferentes linhagens com 15
semanas de idade.
Linhagem PO (g) PE (g) RP (%) P (g) RPP (%)
UEM 1 11,06
b
8,21
b
74,27 7,96 2,97
b
UEM 2 11,22
b
8,28
b
73,70 8,07 3,41
b
COM 11,87ª 8,80ª 74,09 8,63 2,21
a
CV(%) 7,50 9,17 4,01 8,89 11,15
Médias seguidas de letras diferentes diferem pelo teste t (P<0,05).
A porcentagem de mortalidade das codornas na fase pós-bicagem
diferiu (p<0,05) entre as linhagens, sendo que na linhagem comercial a
mortalidade embrionária pós bicagem foi menor em relação às outras linhagens. A
percentagem de mortalidade embrionária total de 21,45; 25,87 e 14,87% nas
linhagens UEM 1, UEM 2 e COM, respectivamente, corroboram com os resultados
obtidos por HASSAN et al. (2003) em trabalho realizado com codornas japonesas
às 27 semanas de idade, o qual verificou uma mortalidade embrionária de 24,7%.
SUAREZ et al. (1997) encontraram diferenças entre as linhagens para
motalidade total. Os dados de mortalidade não estão em conformidade com os
encontrados em estudo realizado por BEDNARCZYK & ROSINSKI (1999), mas
concordam com O´DEA et al. (2004), em estudo com matrizes pesadas.
Na análise dos ovos não eclodidos pode-se verificar um percentual de
30% de embriões mal posicionados. Do mesmo modo WILSON et al. (2003)
encontraram valores médios de 28% de embriões de codornas mal posicionados.
No entanto, PEDROSO et al. (2006) que também trabalharam com incubadoras
com ovos posicionados na horizontal, verificaram mortalidade no período total de
incubação de 27,83 %.
v
TABELA 13: Porcentagem de mortalidade de embriões de codornas japonesas
matrizes com 15 semanas de idade oriundas de linhagens
diferentes
Mortalidade (%) Linhagens
UEM 1 UEM 2 COM Valor de x² calculado
Inicial 3,55 2,65 1,50 1,66
Intermediária 3,55 2,65 1,50 1,66
Tardia 6,59 10,10 8,53 1,54
Pós-bicagem 7,76 10,47 3,33 8,18*
Total 21,45 25,87 14,87 -
Eclosão (%) 62,85 71,43 64,70 1,33
* Diferença significativa para Teste de Qui-quadrado.
Dados referentes à incubação realizada às 24 semanas de idade das
matrizes de codornas japonesas estão apresentados na Tabela 15. As variáveis
peso de ovo, peso ao nascer, peso após a secagem na incubadora e relação de
perda de peso durante a secagem foram diferentes entre as linhagens (P<0,05),
tendo a comercial apresentado os melhores resultados.
Os resultados de peso ao nascer de codorninhas oriundas de matrizes
de codornas japonesas com 24 semanas de idade concordam com os dados
apresentados por HASSAN et al. (2003), que verificaram um peso de 7,2 g.
Também concordam com estudo realizado por SUAREZ et al. (1997), por
apresentarem diferenças entre grupos genéticos.
Quando são comparadas as duas idades avaliadas, percebe-se que a
linhagem comercial se manteve com os melhores índices nos dois períodos,
porém a linhagem UEM 2 foi melhor do que a linhagem UEM 1 no segundo
período estudado, inclusive equiparando-se à linhagem comercial no que se refere
à perda de peso durante a secagem na incubadora.
vi
TABELA 14 - Peso de ovo (PO), peso ao nascer (PN), peso na retirada (P),
relação entre peso da codorninha e peso do ovo (Pp/PO), relação de perda de
peso durante a secagem na incubadora (PPS) de codorninhas oriundas de
matrizes de codornas japonesas de diferentes linhagens às 24 semanas de idade
Linhagens PO (g) PN (g) P (g) Pp/PO (%) PPS (%)
UEM 1 10,37c 7,53c 7,21c 72,62 4,28b
UEM 2 10,91b 7,85b 7,57b 71,92 3,50ª
COM 11,62ª 8,49ª 8,19ª 73,23 3,58ª
CV(%) 8,65 10,03 10,48 5,95 63,00
P <0,0001 <0,0001 <0,0001 0,103 0,021
A distribuição de eclosão durante o período de incubação de três
grupos genéticos de codornas japonesas está apresentada na Figura 3. Pode-se
observar que o pico de nascimentos para as três linhagens ocorreu entre 422 e
430 horas de incubação, quando iniciou a queda no número de eclosões. Tais
dados podem inferir proximidade dos grupos genéticos quanto ao período de
incubação. PEDROSO et al. (2006) encontraram um pico de nascimento durante o
período de incubação em codornas japonesas de 398 horas. SUAREZ et al.
(1997), estudando cinco linhagens de matrizes pesadas, observaram efeito da
genética sobre o período de incubação de pintos. TONA et al. (2004) também
verificaram diferença entre linhagens para tempo de incubação até os 50% de
eclosão.
vii
FIGURA 4- Curva de eclosão de codorninhas oriundas de matrizes de codornas
japonesas com 24 semanas de idade
Os dados de mortalidade embrionária da incubação realizada às 24
semanas de idade estão apresentados na Tabela (16), na qual podem ser
observadas diferenças entre as linhagens para a variável mortalidade pós-
bicagem. HASSAN et al. (2003), que estudaram parâmetros de incubação em
matrizes de codornas japonesas, com 27 semanas de idade, encontraram uma
mortalidade embrionária de 24,7%, sendo que a maior taxa foi observada na fase
tardia antes da bicagem (17,5%).
0
5
10
15
20
25
30
35
396
400 404 408 412 416 420 424 428432 436 440 444 448 452 456
Tempo de incubação (horas)
Quantidade de codorninhas nascidas
UEM 1
UEM 2
COM
viii
TABELA 15 - Mortalidade de embriões oriundos de matrizes de codornas
japonesas de diferentes linhagens com 24 semanas de idade
Mortalidade (%) Linhagens
UEM 1 UEM 2 COM Valor de x² calculado
Inicial 4,24 4,24 0,60 4,95
Intermediária - 1,21 - 4,01
Tardia 6,06 4,24 3,63 0,85
Pós-bicagem 1,81 7,27 2,42 7,99*
Total 12,11 16,96 6,65 -
Eclosão (%) 63,63 60,60 80,60 17,70*
1
Fertilidade (%) 66,6 68,16 70,00 P = 0,820
1
Análise de Variância
* Diferença significativa para o Teste de Qui-quadrado.
Os resultados de incubação de matrizes de codornas japonesas de
diferentes linhagens com 33 semanas de idade (Tabela 16) mostram diferenças
entre as linhagens para todos os parâmetros estudados (P<0,05). O grupos
genéticos UEM 1 e UEM 2 apresentaram menor peso de codorninhas ao nascer,
entretanto houve menor perda de peso durante a incubação e nos períodos
posteriores, inferindo maior resistência à desidratação no interior da incubadora.
Os dados dos ensaios de incubação com 24 e 33 semanas de idade,
mostram que a linhagem UEM 2 se igualou a linhagem comercial com relação a
variável de peso ao nascer e até mesmo sendo superior a linhagem comercial a
variável de perda de peso no incubatório e perda de peso até o alojamento (33
semanas de idade). Assim, a linhagem UEM 2 mostra um maior potencial
reprodutivo em relação a UEM1.
TABELA 16: Peso de ovo (PO), peso ao nascer (PN), peso na retirada (P), relação
entre peso da codorninha e peso do ovo (Pp/Po), perda de peso durante a
ix
secagem na incubadora (PPS), perda de peso durante o jejum (PPJ) em
codorninhas oriundas de diferentes linhagens de matrizes de codornas japonesas
às 33 semanas de idade.
Linhagens PO(g) PN(g) P (g) Pp/Po(%) PPS(%) PPJ(%)
UEM 1 10,69
c
7,78
b
7,55
c
72,95 2,27 2,22
UEM 2 11,36
b
8,24ª 8,00
ab
72,67 2,06 2,06
COM 11,54
a
8,44ª 8,24ª 72,41 2,23 2,23
CV(%) 10,74 9,84 9,76 5,25 62,45 62,45
P 0,0001 <0,0001 <0,0001 0,609 0,761 0,761
Médias seguidas por letras diferentes diferem entre si (P<0,05) pelo teste t.
Na Figura 4 estão apresentadas as curvas de eclosão das codorninhas
oriundas de matrizes com 33 semanas de idade. Nota-se que a linhagem
comercial apresentou maior número de nascimentos às 430 horas de incubação,
com queda brusca d nascimentos após 446 horas. A quantidade de codorninhas
durante o pico de eclosão foi inferior àquela encontrada às 24 semanas de idade,
quando se observou aproximadamente 35 codorninhas nascidas naquele período.
Tal fato pode inferir diminuição da vida útil do plantel, pois às 33 semanas de vida
as aves ainda estavam em condições orgânicas favoráveis à cópula e fertilização
dos ovos, não sendo essa idade considerada avançada para a reprodução. O pico
de eclosão ocorreu entre 428, 432 e 440 horas de incubação, para as linhagens
comercial, UEM1 e UEM 2, respectivamente, assim, observa-se uma variação de
12 horas de incubação entre as linhagens.
x
FIGURA 5: Curva de eclosão de codorninhas oriundas de matrizes de
codornas japonesas com 33 semanas de idade.
A freqüência de mortalidade de embriões provenientes de matrizes de
codornas japonesas com 33 semanas de idade está apresentados na Tabela 17,
sendo observada diferença entre as linhagens apenas para a variável mortalidade
do período pós-bicagem. Os valores encontrados no presente estudo corroboram
com PEDROSO et al. (2006). Em relação à mortalidade embrionária no período
pós-bicagem, o efeito da linhagem se manteve desde a primeira incubação.
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
408 412 416 420 424 428 432 436 440 444 448 452 456 460
Tempo de incubação (horas)
Quantidade de codorninhas nascidas
UEM 1
UEM 2
COM
xi
TABELA 17 - Porcentagem de mortalidade de embriões de codornas japonesas;
matrizes com 33 semanas de idade oriundas de linhagens
diferentes
Mortalidade (%) Linhagens
UEM 1 UEM 2 COM Valor de x² calculado
Inicial 3,63 5,45 3,42 2,80
Intermediária 1,21 1,21 0,60 0,40
Tardia 15,75 16,36 11,51 1,83
Pós-bicagem 18,18 13,13 8,48 6,66*
Total 38,77 36,15 24,01 -
Eclosão (%) 40,60 65,45 70,90 33,12*
1
Fertilidade (%) 63,30 65,15 58,80 P=0,816
1
Análise de Variância
* Diferença significativa para Teste de Qui-quadrado.
xii
6 CONCLUSAO
diferenças entre os grupos genéticos de codornas japonesas, sendo
que o desempenho foi diferente no período de produção (6 a 26 semanas) e de
(27 a 42 duas semanas) para conversão alimentar (kg/dz) e peso de ovo, sendo
que o grupo comercial apresentou pior conversão alimentar e maior peso de ovo.
Os parâmetros de reprodução e de incubação estudados nos períodos
de 15, 24 e 33 semanas de idade mostraram que há diferenças entre as linhagens
para peso de codorninhas ao nascer e percentagem de eclosão, sendo os
melhores resultados obtidos pela linhagem comercial.
O estudo de incubação mostrou que a percentagem de eclodibilidade
dos ovos piorou com o aumento da idade dos reprodutores, principalmente nas
linhagens selecionadas pelo programa de desenvolvimento da linhagem pela
UEM.
xiii
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