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“atributos desejáveis para os professores de Filosofia”. Saliento, no entanto, que
muitos destes atributos referem-se à docência de uma maneira geral, e não apenas
vinculada à Filosofia. Parece-me, porém, que este vínculo docência-Filosofia é
produtivo, colaborando para dar visibilidade a alguns atributos de modo especial.
Laura destaca que o professor precisa ensinar as pessoas a pensar; Isadora,
por outro lado, apela para o conhecimento que nasce da vivência – ela afirma que
seu amigo já possui muita vivência e, portanto, é sábio, uma vez que “viver
intensamente é uma forma de sabedoria”. Ela destaca também que, sendo professor
de Filosofia, ele poderá abrir novos horizontes e novos anseios aos alunos. O
docente teria, então ferramentas para lapidar a “pedra bruta” que seríamos nós sem
o pensamento filosófico.
Ana Paula ressalta a qualidade das aulas serem um “ir e vir”, nas quais “o
professor e os alunos ocupam os mesmos espaços de troca, experimentação e
construção do conhecimento”. Cleiva, por sua vez, salienta a possibilidade de lançar
novos olhares, estando professor e alunos lado a lado. Estas formas de entender a
docência produzem relações plurais entre professores e alunos, tendo como objetivo
o desenvolvimento do pensamento reflexivo.
Hilda faz referência a um professor que precisa ser apaixonado pelo que faz,
empenhado ao máximo, fazendo sempre o melhor e capaz, desse modo, de iluminar
e apaixonar os alunos pelo conhecimento e pela reflexão. Andréia apresenta o agir
autônomo dos alunos, conquistado numa relação não impositiva com o professor, na
oposição que ela cria, trazendo duas imagens de aula de Filosofia, o aprender
parece estar vinculado a uma atitude autônoma, caso contrário, “uns fingem que
ensinam, outros que aprendem”.
Nas representações aqui analisadas, destacam-se certos atributos tidos como
desejáveis para professores de Filosofia. Eles são representados como sujeitos
dedicados, apaixonados pela Filosofia, devotados, inquietos, que vivem em eterna
busca, que devem ler constantemente, que indagam sobre si mesmos e sobre a
realidade. Eles devem assumir um papel de mediadores e/ou facilitadores das
aprendizagens, favorecendo práticas reflexivas. A eles, também, se reserva um
papel de orientador no ofício do estudo e da vida. Sobre sua prática docente, são