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D: Tá mexendo muito. Ai (chorando). Peraí, minha mãe é minha parceira, então ela me levar me
fortalece, porque ela também acredita. Ela me conduzindo, por ser a mãe, eu sei que ela está me
levando pro lugar certo. Quando eu fui no Gama, eu nem falei para ela, pois sabia que ela não iria. Só
falei depois, porque se eu tivesse falado ela ia ter dito, você sabe, né. Depois eu contei, expliquei e ela
disse que não tinha problema não.
S: Quero te agradecer imensamente.
D: O que isso!
Entrevista 4: feminino, 46 anos, ensino médio, Valentim, feliz; Abadiânia, feliz e comunhão feliz.
S: Eu não conheço a sua história, eu sei que você fez uma cirurgia de coluna, é isso? Conta a sua
história, você foi à Abadiânia?
P: Também e no Valentim também. Eu tenho problema nas três partes da coluna, cervical, dorsal e
lombar. A lombar teve uma época que ela estava horrível, eu ia levantar não conseguia, sentindo dor,
sentindo dor, ia no médico, ele dizia: Você tem uma protusão. Tomava remédio, nada melhorava. Eu fui à
Comunhão e me perguntaram que eu não fazia o tratamento espiritual. Aí resolvi fazer. Comecei a fazer o
tratamento espiritual na Comunhão, fiz um mês, me senti melhor, mas ainda continuava sentindo dor. Um
dia eu chegando à comunhão para entregar donativos, eu disse não posso carregar peso por conta da
minha coluna e uma senhora disse assim: Você já foi ao Valentim? Eu disse: Já ouvi falar, mas nunca fui.
Ela disse: vai lá e vê. Quando eu fui é sempre assim na primeira vez, fui com o pé atrás. Vou, vou ficar
calada e não vou falar nada do que tenho. Aí fui, cheguei lá e tava uma fila imensa, tava no fim da fila e
ele disse: Trás aquela lá! Disse pra mim: Você está com um problema sério de coluna, deita aqui que eu
vou te operar. Fez a cirurgia, tal e disse: Essa aqui você não vai ter problema nenhum, disso aqui você
vai ficar boa, mas tem outras coisas, dessa aqui você vai ficar boa. Realmente eu nunca mais senti. No
dia em que eu fui mesmo, foi um dia que eu acordei e não consegui mexer as pernas. Ficava paralisada,
se mexesse era uma dor, chorando e disse pro meu companheiro: Não agüento mais essa dor! Ele
colocou bolsa de água quente e eu disse pra ele que queria ir lá no Valentim. Ele disse: Você não sabe
onde é. Eu respondi, vamos pro Gama, porque é no gama. Fomos. Chegando lá eu perguntei se
conhecia o Valentim, todo mundo conhece ele lá. Explicaram e chegamos lá. Por sorte foi rapidinho. Ele
me mandou voltar outras vezes. Voltei. O tratamento consiste na hora que você chega lá, ele
simplesmente diz o que você está sentindo, não tem corte não tem nada, usa uma tesoura, mas é uma
tesoura cega, que ele fica o tempo todo com ela na mão, enquanto...quer dizer, não é que ele receba
uma entidade, no caso dele ele ouve os espíritos o tempo todo, ele ouve e vê. Existem sensitivos que
incorporam, como o João lá de Abadiânia, chega uma hora que ele recebe um espírito, e ele faz o
tratamento. O Valentim não ele ouve o tempo todo o espírito dizendo para ele, que é o Bezerra de
Menezes, que era um médico. O Valentim desde criança tinha visões, ele viu que o irmão dele ia morrer,
no final o irmão dele morreu mesmo, era criança, pensou que era sonho. Bezerra de Menezes sempre
aparecia para ele nas horas difíceis e dizia eu vou te ajudar, mas você tem uma missão. Ele arrumava
emprego e caía doente, até que teve uma vez que o Bezerra disse que era a última vez que ajudava ele.
E foi lá embaixo de uma árvore onde ele ficou jogado que ele começou a atender as pessoas. Depois
disso ele nunca mais trabalhou e só trabalha em prol das pessoas, não cobra nada, não tem nada de
dinheiro. A outra preocupação era que ele queria ter uma família, como vai ter uma família se trabalha
das 7 da manhã e vai até meia noite? Direto. Só não trabalha no domingo e sábado até as três. O
trabalho dele é esse, levantar e ajudar as pessoas, essa é a missão dele. O Bezerra disse quando chegar
o momento você vai receber uma família pronta e vai ser muito feliz. Ele depois conheceu uma senhora
que já tinha filhos e que hoje são os filhos dele, as filhas cuidam da parte social da área infantil. Então
cuidam de algumas creches, faz natal para as crianças pobres essa coisa toda.
O meu tratamento eu fiz esse, eu não sabia que eu tinha problema na cervical, ele disse você tem outros
problemas. Isso foi em 2003, eu fui fiz a cirurgia, voltei, ele tirou os pontos. Não acontece nada ele só
passa a tesourinha de novo em você e acabou. No meu caso ele mandou eu voltar, tem pessoas que ele
nem manda voltar. Ele pediu para eu voltar pra fazer umas massagens, eu voltei mais duas vezes, fiz as
massagens. Ponto, tava liberada. Quando eu tive o problema da coluna cervical que eu fiz os exames e
já era o caso de cirurgia, aí eu fui lá nele. Ele disse: Esse teu caso aqui acho que você vai ter que operar.