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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ANÁLISE DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA NA
OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
ROBERVAL MADEIRA DA SILVA
ORIENTADOR: IVAN MARQUES DE TOLEDO CAMARGO
CO-ORIENTADORA: ALESSANDRA MACEDO DE SOUZA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
EM ENGENHARIA ELÉTRICA
BRASILIA/DF: 07 DE DEZEMBRO DE 2009
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ii
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA
FACULDADE DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELÉTRICA
ANÁLISE DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA NA
OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
ROBERVAL MADEIRA DA SILVA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO SUBMETIDA AO DEPARTAMENTO DE
ENGENHARIA ELÉTRICA DA FACULDADE DE TECNOLOGIA DA
UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA, COMO PARTE DOS REQUISITOS
NECESSÁRIOS PARA A OBTENÇÃO DO GRAU DE MESTRE EM
ENGENHARIA ELÉTRICA.
APROVADA POR:
________________________________________________
Prof. Ivan Marques de Toledo Camargo, UnB, Dr.
(Orientador)
________________________________________________
Prof. Francisco Damasceno Freitas, UnB, Dr.
(Examinador interno)
________________________________________________
Eng. João Odilon Freitas e Silva, Dr.
(Examinador externo)
BRASILIA/DF: 07 DE DEZEMBRO DE 2009
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iii
FICHA CATALOGRÁFICA
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Silva, R. M. (2009). Análise de Estabilidade Transitória na Otimização de Sistemas
Elétricos de Potência. Dissertação de Mestrado em Engenharia Elétrica, Publicação
PPGENE.DM-405/09, Departamento de Engenharia Elétrica, Universidade de Brasília,
Brasília, DF, 83p.
CESSÃO DE DIREITOS
NOME DO AUTOR: ROBERVAL MADEIRA DA SILVA
TÍTULO DA DISSERTAÇÃO DE MESTRADO: Análise de Estabilidade Transitória na
Otimização de Sistemas Elétricos de Potência
GRAU / ANO: Mestre / 2009
É concedida à Universidade de Brasília permissão para reproduzir cópias desta dissertação
de mestrado e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
científicos. O autor reserva outros direitos de publicação e nenhuma parte desta dissertação
de mestrado pode ser reproduzida sem a autorização por escrito do autor.
_____________________________________
Roberval Madeira da Silva
Faculdade de Tecnologia – Departamento de Engenharia Elétrica
70910-900 – Cx. Postal 04591 – Brasília – DF – Brasil
SILVA, ROBERVAL MADEIRA DA
Análise de Estabilidade Transitória na Otimização de Sistemas Elétricos de
Potência. [Distrito Federal] 2009.
xix, 83p., 297 mm (ENE/FT/UnB, Mestre, Engenharia Elétrica).
Dissertação de Mestrado.
Universidade de Brasília – Faculdade de Tecnologia.
Departamento de Engenharia Elétrica.
1. Fluxo de Potência Ótimo 2. Estabilidade Transitória
3. Método de Euler 4. Ângulo no Centro de Inércia
I. ENE/FT/UnB
II.
T
iv
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho à minha esposa, por seu amor, companheirismo e
incentivo, que estiveram sempre presentes em nosso relacionamento.
v
AGRADECIMENTOS
Para que este projeto se tornasse realidade, foi de fundamental importância o apoio
daqueles aos quais agradeço neste momento.
À Deus, pelas bênçãos que tem me concedido ao longo de minha vida e trajetória
profissional.
Ao Prof. Ivan Marques de Toledo Camargo, orientador desta dissertação, pelo seu
pronto atendimento quando da substituição da Prof. Alessandra. Agradeço em especial
seus ensinamentos e competência técnica.
À Prof. Alessandra Macedo de Souza, pelos ensinamentos transmitidos ao longo do
período em que estive sob sua orientação.
À minha esposa, por seu incentivo e apoio, sem os quais não teria conseguido concluir
este trabalho.
Ao ONS, na pessoa de João Odilon Freitas e Silva, pelo apoio e liberação para
realização do curso de mestrado.
Ao Eng. Carlos Antônio da Silva Rita, pelos valiosos ensinamentos em programação
computacional.
Ao Departamento de Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília, pelo privilégio
de desenvolver esta pesquisa e pelo apoio financeiro na participação do VIII CLAGTEE.
A todas as pessoas que, de alguma forma, me ajudaram direta ou indiretamente.
vi
ANÁLISE DE ESTABILIDADE TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO
DE SISTEMAS ELÉTRICOS DE POTÊNCIA
Autor: Roberval Madeira da Silva
Orientador: Ivan Marques de Toledo Camargo
Co-Orientadora: Alessandra Macedo de Souza
Programa de Pós-graduação em Engenharia Elétrica da Universidade de Brasília.
Brasília/DF, 07 de dezembro de 2009.
RESUMO
Esta dissertação apresenta uma metodologia para associação de estudos de estabilidade
transitória de ângulo de rotor com estudos de otimização de sistemas elétricos de potência.
Nesta metodologia, são alterados, nas restrições do Fluxo de Potência Ótimo (FPO), os
limites de potência ativa do(s) gerador(es) previamente identificado(s) através do cálculo
da diferença angular entre cada gerador e o Centro de Inércia (CI), na condição pré-
perturbação.
O FPO é utilizado para calcular o despacho que resulte no menor valor de perdas
elétricas na transmissão, do ponto de vista estático. Em seguida, são realizadas diversas
simulações de estabilidade transitória, avaliando o comportamento dos ângulos de rotor
frente aos critérios de segurança dinâmica estabelecidos. Caso os critérios de segurança
sejam violados, será necessário repetir a execução do FPO até que seja encontrado um
ponto de operação que atenda aos critérios do FPO e aos critérios de segurança dinâmica.
Com o cálculo da diferença angular entre os geradores e o CI, a repetição do FPO deixa
de utilizar o método de tentativa e erro”, uma vez que é possível estabelecer o sentido da
variação na potência ativa do(s) gerador(es) mais crítico(s). Os geradores que possuem
maior defasagem angular em relação ao CI terão seu despacho de potência ativa restringido
a valores próximos ao seu limite inferior, nas situações em que o ângulo do gerador for
maior que o ângulo do CI, ou ao seu limite superior (ângulo do gerador menor que o
ângulo do CI). Esta metodologia foi testada em uma rede de 9 barras e em um sistema real
de 41 barras.
vii
TRANSITORY STABILITY ANALYSIS IN THE ELECTRIC POWER
SYSTEM OPTIMIZATION
Author: Roberval Madeira da Silva
Advisor: Ivan Marques de Toledo Camargo
Co-Advisor: Alessandra Macedo de Souza
Electrical Engineering Graduation Program at the Univesity of Brasília.
Brasília/DF – Brazil: December 7th - 2009.
ABSTRACT
This dissertation presents a methodology to associate angle transitory stability analysis
with electric power system optimization studies. Whenever dynamic security criteria are
violated in a pre-disturbance condition, the active power generation capacity constraints
are modified in the optimal power flow (OPF) for generators previously selected. The
selection is based on the calculation of the angular displacement between each generator
and the Inertial Center (IC).
The OPF is used for dispatch calculation which results in lowest transmission losses,
concerning the static point of view. Then, several transitory stability simulations are
accomplished to evaluate the rotor's angle behavior in relation to established dynamic
security criteria. In the occurrence of security criteria violations, a new optimal dispatch is
calculated, and the process is repeated until reaching an operation point with no violations.
Once the presented methodology makes use of angular displacement calculations to
select which generators are candidates to solve the security problem, the usual empiric
check-and-bound methods are not utilized. The method presented in this work allows to
identifying the generators with greater angular displacements, choosing them and changing
their active power constraint. The constraint is changed to a value close to the generator’s
lower limit of generation capacity if the generator's angle is larger than the IC's angle. On
the contrary, the generator's active power constraint is changed to its upper generation
capacity limit. The methodology was tested with a 9-bus network and a real 41-bus
system.
viii
Sumário
1 INTRODUÇÃO 1
1.1 INTRODUÇÃO GERAL 1
1.2 MOTIVAÇÃO 2
1.3 OBJETIVO 4
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO 7
2 O FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO 8
2.1 O PROBLEMA DE FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO 8
2.2 O MÉTODO PRIMAL-DUAL BARREIRA LOGARÍTMICA 11
2.3 PROBLEMAS NÃO LINEARES 17
3 O PROBLEMA DA ESTABILIDADE 19
3.1 DEFINIÇÕES DE ESTABILIDADE 19
3.2 O MODELO DA MÁQUINA SÍNCRONA 21
3.3 O ÂNGULO DE CARGA DA MÁQUINA SÍNCRONA E A EQUA-
ÇÃO SWING 24
3.4 O MODELO CLÁSSICO EM UM SISTEMA MULTIMÁQUINAS 30
3.5 CÁLCULOS PRELIMINARES PARA ESTUDOS DE ESTABILIDA-
DE TRANSITÓRIA 32
3.6 O MÉTODO DE EULER MODIFICADO 35
3.7 O CENTRO DE INÉRCIA DO SISTEMA 38
ix
4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE
ANÁLISE TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS
ELÉTRICOS 39
4.1 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL 39
4.2 VALIDAÇÃO DA FERRAMENTA DE ANÁLISE DE ESTABILIDA-
DE TRANSITÓRIA NO SISTEMA DE 9 BARRAS 41
4.3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ANÁLISE DE ESTABILIDA-
DE TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
UTILIZANDO O SISTEMA DE 9 BARRAS 44
4.3.1 Solução do sistema de 9 barras pelo fluxo de potência ótimo 45
4.3.2 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 9 barras 47
4.3.3 Execução do FPO para o sistema de 9 barras com elevação
da geração da máquina 2 51
4.3.4 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 9 barras
com elevação da geração da máquina 2 52
4.4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ANÁLISE DE ESTABILIDA-
DE TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
UTILIZANDO O SISTEMA DE 41 BARRAS 54
4.4.1 Solução do sistema de 41 barras pelo fluxo de potência ótimo 56
4.4.2 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras 59
4.4.3 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da
geração da máquina 6 62
4.4.4 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras
com elevação da geração da máquina 6 64
4.4.5 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da
geração das máquinas 6 e 7 65
4.4.6 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras
com elevação da geração das máquinas 6 e 7 67
4.4.7 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação
da geração da máquina 7 e geração máxima na máquina 6 68
4.4.8 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras
com elevação da geração da máquina 7 e geração máxima na
máquina 6 70
x
4.4.9 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com geração
máxima nas máquinas 6 e 7 71
4.4.10 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras
com geração máxima nas máquinas 6 e 7 73
5 CONCLUSÕES GERAIS E SUGESTÕES PARA TRABALHOS
FUTUROS 77
5.1 CONCLUSÕES GERAIS 77
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS 78
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 80
xi
Lista de Tabelas
4.1 Dados de transformadores e linhas de transmissão para o sistema de 9
barras 42
4.2 Dados de geradores para o sistema de 9 barras 43
4.3 Solução do FPO para o sistema de 9 barras 46
4.4 Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia para
o sistema de 9 barras 49
4.5 Solução do FPO para o sistema de 9 barras com elevação da geração da
máquina 2 51
4.6 Geração no sistema de 9 barras na primeira (insegura) e na última
(segura) solução 54
4.7 Perdas no sistema de 9 barras na primeira (insegura) e na última
(segura) solução 54
4.8 Dados dos geradores para o sistema de 41 barras 55
4.9 Solução do FPO para o sistema de 41 barras 58
4.10 Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia para
o sistema de 41 barras 61
4.11 Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 6 63
4.12 Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação da geração da máquina 6 65
4.13 Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração das
máquinas 6 e 7 66
4.14 Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação da geração das máquinas 6 e 7 68
4.15 Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 7 e geração máxima na máquina 6 69
xii
4.16 Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação da geração da máquina 7 e geração máxima na máquina 6 71
4.17 Solução do FPO para o sistema de 41 barras com geração máxima nas
máquinas 6 e 7 72
4.18 Geração no sistema de 41 barras na primeira (insegura) e na última
(segura) solução 75
4.19 Perdas no sistema de 41 barras na primeira (insegura) e na última
(segura) solução 75
xiii
Lista de Figuras
1.1 Ilustração da metodologia proposta 6
2.1 Exemplo de função côncava e função convexa 18
2.2 Exemplo de função nem convexa nem côncava 18
3.1 Classificação de estabilidade de sistemas de potência 20
3.2 Circuito equivalente da máquina síncrona no modelo clássico 22
3.3 Diagrama fasorial da máquina síncrona no modelo clássico 23
3.4 Referência fixa e rotativa para posição do rotor 26
3.5 Variação de P
e
com δ 29
3.6 Representação do gerador para cálculo do
δ
0
33
3.7 Representação gráfica do método de Euler modificado 36
4.1 Sistema clássico de nove barras e três geradores 42
4.2 Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras 44
4.3 Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras
considerando curto-circuito trifásico na linha 5-7 48
4.4 Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras
considerando curto-circuito trifásico na linha 4-5 49
4.5 Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras
considerando curto-circuito trifásico na linha 4-5, com elevação da
geração da máquina 2 52
4.6 Comportamento dos ângulos de rotor entre as máquinas 1e 3
considerando curto-circuito trifásico nas linhas 4-6, 7-5, 6-9, 7-8 e 8-9,
com elevação da geração da máquina 2 53
4.7 Sistema equivalente de 41 barras e 13 geradores 55
xiv
4.8 Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20 60
4.9 Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20 e elevação da geração da máquina 6 64
4.10 Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20 e elevação da geração das máquinas 6 e 7 67
4.11 Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20, elevação da geração da máquina 7 e geração
máxima na máquina 6 70
4.12 Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 e entre as máquinas 1 e 10
considerando curto-circuito monofásico na linha 19-20 e geração
máxima nas máquinas 6 e 7 73
4.13 Comportamento dos ângulos de rotor entre as máquinas 1 e 10
considerando curto-circuito monofásico nas linhas 20-22, 23-24, 27-30,
32-36, 35-36, 36-37 e 38-39 74
xv
LISTA DE SÍMBOLOS, NOMENCLATURA E ABREVIAÇÕES
CI Centro de Inércia
FPO Fluxo de Potência Ótimo
SEP Sistemas Elétricos de Potência
SEB Sistema Elétrico Brasileiro
DE Despacho Econômico
MA57 Técnica de esparsidade elaborada pelo Grupo de Algoritmos
Numéricos do Laboratório Harwell do United Kingdom Atomic
Energy Authority
H Constante de Inércia
Anarede Programa de Análise de Redes – CEPEL
PlotCepel Programa de Plotagem gráfica – CEPEL
CEPEL Centro de Pesquisas em Energia Elétrica – ELETROBRÁS
UFJF Universidade Federal de Juiz de Fora
UnB Universidade de Brasília
FEUP Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto
IEEE Institute of Electrical and Electronics Engineers
CLAGTEE Congresso Latino-Americano de Geração e Transmissão de Energia
Elétrica
k e m Nós (barras) conectados diretamente por um ou mais ramos
NL Número total de linhas de transmissão
V e
θ
Vetores da magnitude e fase da tensão, respectivamente
t Tap dos transformadores, tempo (variável independente)
Q Potência reativa em geral, podendo ser identificada pelo subíndice
P Potência ativa em geral, podendo ser identificada pelo subíndice
F
km
Fluxo de potência ativa no ramo entre os nós k e m
xvi
t
j
Tap do transformador j
V
k
Módulo da tensão no nó k
f
km
(V,
θ
, t) Função perdas de potência ativa na transmissão
Conjunto de barras vizinhas à barra k
C
k
G
k
PeP Potências ativas, geradas e consumidas, respectivamente
g
km
Condutância da linha de transmissão
b
km
Susceptância da linha de transmissão
sh
km
b
Susceptância shunt da linha de transmissão
min
k
Q Limite mínimo de potência reativa gerada
max
k
Q Limite máximo de potência reativa gerada
min
k
P Limite mínimo de potência ativa gerada
max
k
P Limite máximo de potência ativa gerada
min
k
V Limite mínimo das magnitudes das tensões
max
k
V Limite máximo das magnitudes das tensões
min
j
t
Limite mínimo dos taps dos transformadores
max
j
t
Limite máximo dos taps dos transformadores
max
ativo
F Limite de fluxo de potência ativa nas linhas de transmissão
g(x) Vetor das equações de balanço da rede elétrica
h(x) Vetor das inequações funcionais da rede elétrica
maxmin
xex Vetores dos limites das variáveis de controle e de estado do
problema
maxmin
heh Vetores dos limites das restrições funcionais h(x)
1
s
e
3
s
Vetores das variáveis de folga
xvii
2
s
e
4
s
Vetores das variáveis de excesso
µ
Parâmetro de barreira
4321
,,,,
ππππλ
Vetores multiplicadores de Lagrange
),,,(
21
ππλ
xW
Matriz Hessiana
)()( xgxJ
x
=
Matriz Jacobiana, dada pela derivada das restrições de igualdade em
relação as variáveis do problema
)(xh
x
Matriz Jacobiana, dada pela derivada das restrições funcionais em
relação as variáveis do problema
I Matriz identidade
'
i
E
Força eletromotriz da máquina i
t
V
Tensão nos terminais da máquina
a
r
Resistência de armadura
'
d
x
Reatância transitória de eixo direto do enrolamento do estator
i
I
Corrente elétrica fornecida pela máquina i
l
T
Soma algébrica de todos os torques (N.m)
α
Aceleração angular mecânica (rad/s
2
)
I
Momento de inércia (kg.m
2
)
e
θ
Ângulo elétrico do rotor
m
θ
Ângulo mecânico do rotor
p
Número de pólos da máquina
f
Frequência
rpm
Rotação por minuto
ω
Velocidade angular
xviii
δ
Ângulo de torque (posição do rotor com relação à uma referência
rotativa)
0
ω
Velocidade angular nominal
α
Aceleração angular mecânica
l
T
Soma algébrica de todos os torques atuantes no rotor (torque líquido)
BASE
T
Torque base
BASE
P
Potência base
BASE
ω
Velocidade angular base
π
Número pi = 3.1415926535...
m
T
Torque mecânico proveniente da turbina, podendo ser identificada
pelo subíndice
e
T
Torque elétrico fornecido pelo gerador, podendo ser identificada
pelo subíndice
m
P
Potência mecânica proveniente da turbina, podendo ser identificada
pelo subíndice
e
P
Potência elétrica fornecida pelo gerador, podendo ser identificada
pelo subíndice
M
P
Potência máxima fornecida pelo gerador, podendo ser identificada
pelo subíndice
Y
Admitância de barra, podendo ser identificada pelo subíndice
G
Condutância de barra, podendo ser identificada pelo subíndice
B
Susceptância de barra, podendo ser identificada pelo subíndice
Y
nn
Submatriz admitância considerando apenas os nós que possuem
gerador conectado
Y
nr
ou Y
rn
Submatriz admitância considerando as ligações entre os nós que
possuem gerador conectado aos nós que não possuem gerador
conectado
xix
Y
rr
Submatriz admitância considerando apenas os nós que não possuem
gerador conectado
y
Variável genérica dependente numa equação diferencial, podendo
ser identificada pelo subíndice
CI
δ
Ângulo no Centro de Inércia
1
Capítulo 1 INTRODUÇÃO
1.1 INTRODUÇÃO GERAL
Em Sistemas Elétricos de Potência (SEP) de grande porte, como o Sistema Elétrico
Brasileiro (SEB), a operação é efetuada para que o atendimento às cargas ocorra de forma
econômica e segura, respeitando as diversas restrições energéticas e elétricas que possam
existir. Entenda-se por restrições energéticas como sendo o controle de reservatórios e a
limitação na capacidade de geração das usinas, entre outras. As restrições elétricas
referem-se a limites físicos em equipamentos e limites de segurança dinâmicos para
intercâmbios entre regiões, entre outras.
Para atendimento a essas restrições, é necessário que o sistema elétrico seja
constantemente avaliado por meio de resultados de simulações. Com esta finalidade, são
utilizadas ferramentas para análise estática (fluxo de potência) e análise de estabilidade
transitória (transitórios eletromecânicos). Na análise estática é avaliado se o ponto de
operação definido atende às restrições de carregamento em equipamentos, bem como aos
limites de intercâmbio (definidos nos estudos de análise de estabilidade transitória) e ao
controle de tensão. Na análise de estabilidade transitória são definidos os limites de
intercâmbio entre regiões, para os quais o sistema deve permanecer estável diante de
determinados eventos, a exemplo dos curtos-circuitos com desligamento de linhas de
transmissão.
Outra ferramenta que tem sido importante nas últimas décadas é o Fluxo de Potência
Ótimo (FPO), pela qual objetiva-se determinar um ponto de operação que atenda à
determinada função objetivo, podendo ser esta função objetivo: mínimo custo de geração,
mínimas perdas elétricas na transmissão, máxima transferência de energia, entre outros. O
ponto de operação definido pelo FPO deve ainda atender a um determinado grupo de
restrições, podendo ser: limite mínimo e máximo de tensão, limite mínimo e máximo de
2
geração de potência ativa, limite máximo de fluxo em determinados equipamentos. O FPO
é capaz de garantir um ponto de operação que seja seguro do ponto de vista estático, ou
seja, sem que haja violação de limites físicos ou restrições operativas.
As empresas responsáveis pela operação dos sistemas elétricos buscam coordenar e
controlar a operação dos sistemas de geração e transmissão de energia elétrica,
assegurando a otimização econômica. Nesta situação, o FPO torna-se uma ferramenta
fundamental para se decidir o despacho final e o ponto de operação do sistema. No entanto,
como mencionado anteriormente, o FPO garante o atendimento às restrições de segurança
estática. Por outro lado, apenas com a utilização do FPO, não é possível assegurar que o
sistema seja estável quando submetido a determinadas contingências [Alam, 2006].
A estabilidade de um sistema de potência está ligada ao comportamento dinâmico das
máquinas síncronas após a ocorrência de uma perturbação (evento). Se a perturbação não
envolver qualquer mudança na configuração do sistema, as máquinas deverão voltar ao
mesmo estado de operação inicial em um tempo finito após a extinção da perturbação.
Porém, se houver qualquer mudança na configuração do sistema, tais como alteração na
carga, geração, linhas de transmissão, etc., have um desequilíbrio entre a geração e a
carga. Consequentemente, as máquinas deverão estabelecer-se em um novo ponto de
operação. Em qualquer caso, todas as máquinas síncronas interligadas deverão permanecer
em sincronismo se o sistema for estável.
1.2 MOTIVAÇÃO
A utilização do FPO associada a estudos de estabilidade transitória, é cada vez mais
frequente [Alam, 2006] [Hakim, 2009] [Gan, 2000] e [Valenzuela, 2004]. Esta associação
tem como objetivo maximizar o aproveitamento das condições energéticas sazonais nos
sistemas, possibilitando que o sistema possa suportar dinamicamente as possíveis
contingências.
As primeiras propostas para inclusão de restrições de estabilidade transitória na formulação
de FPO foram apresentadas em [Scala, 1998] e [Gan, 1998]. Em [Tuglie, 2000] avalia-se a
aplicação de FPO com restrições de estabilidade transitória para avaliar dinamicamente a
capacidade de transferência de energia.
3
O SEB pode ser considerado um bom exemplo para este tipo de análise, por ser um sistema
hidrotérmico de grande porte, atualmente com cerca de 103.000 MW de potência instalada.
É predominantemente hidroelétrico, com mais de 80% de sua capacidade total advinda de
geração hidráulica. Devido à magnitude deste sistema interligado e à existência de
restrições físicas associadas à transmissão de energia elétrica por longas distâncias, o SEB
foi dividido em quatro subsistemas interligados por uma extensa rede de transmissão,
sendo eles: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste e Norte [Monteiro, 2009].
Para que se possa aproveitar ao máximo as sazonalidades intrínsecas ao SEB, a
programação da operação é efetuada de forma a obter a máxima transferência de energia
das regiões que estiverem em seu período úmido, ou seja, elevadas afluências aos
reservatórios das usinas hidroelétricas, para as regiões que estiverem no período seco,
mantendo assim um controle adequado dos reservatórios.
Uma vez atendidas as restrições energéticas, é importante que a operação praticada resulte
também na minimização das perdas elétricas na transmissão, o que certamente contribuirá
para um melhor aproveitamento dos recursos hidrotérmicos. Para este objetivo, o FPO
apresenta-se como importante ferramenta, uma vez que pode definir o despacho que
minimize as perdas na transmissão e ainda atenda as restrições eletro-energéticas, do ponto
de vista estático.
Para se garantir também um ponto de operação seguro do ponto de vista de estabilidade
transitória, é que se pretende inserir a análise de estabilidade transitória a partir do
resultado do estudo de FPO.
Neste trabalho será estudado o problema de estabilidade transitória de ângulo de rotor, ou
seja, estabilidade a grandes perturbações. Para tanto, será necessária a resolução da
equação
swing
das máquinas síncronas, a qual define o comportamento do ângulo de rotor.
Existem diversos métodos de solução da equação
swing
, como, por exemplo, a expansão
da série de Taylor [Haque, 1988] ou ainda a regra trapezoidal [Alam, 2006]. Utiliza-se,
neste trabalho, o método de Euler modificado por se tratar de um método de fácil
implementação e adequado ao problema estudado [Mota, 2006].
4
Uma das formas de garantir a estabilidade do sistema é definindo um limite para a variação
angular das máquinas do sistema em relação ao ângulo de uma máquina tomada como
referência [Fontoura, 2006]. Analogamente, pode-se usar também o Centro de Inércia (CI)
do sistema como referência, sendo esta prática mais freqüente na literatura [Gan, 2000]
[Yuan, 2003] e [Gan, 2003].
Outra questão importante é a estratégia a ser adotada caso o ponto de operação, definido
pelo FPO, não atenda aos critérios de estabilidade quando da aplicação de perturbações.
Nestas situações, considerando que a topologia do sistema em estudo não será alterada de
forma a garantir a estabilidade, entende-se que a geração das máquinas ncronas deve ser
modificada, para garantir um ponto de operação que seja seguro em perturbações. Em
geral, utiliza-se do procedimento de tentativa e erro, associado à experiência dos analistas
para definir quais geradores terão sua geração alterada [Alam, 2006], [Hakim, 2009] e
[Gan, 2000].
1.3 OBJETIVO
O objetivo deste trabalho é o desenvolvimento de uma metodologia para realimentação do
FPO, nas situações em que o sistema não atenda aos critérios de estabilidade,
determinando o sentido de variação da potência ativa para o(s) gerador(es) considerado(s)
mais crítico(s).
Para identificação do(s) gerador(es) mais crítico(s), será calculada a diferença angular de
cada um dos geradores para o CI, na condição de regime permanente (pré-perturbação)
definida pelo FPO. Aquele(s) gerador(es) que estiver(em) “mais afastado(s)” (do ponto de
vista angular) do CI terá(ão) seu despacho de potência ativa restringido a valores próximos
ao seu limite inferior (ângulo do rotor do gerador maior que o ângulo do centro de inércia)
ou a valores próximos ao seu limite superior (ângulo do rotor do gerador menor que o
ângulo do centro de inércia).
A estabilidade é avaliada pela variação angular de cada gerador com todos os demais
geradores do sistema. Para que o caso seja aprovado (sistema estável) todos os geradores
deverão permanecer em sincronismo e as variações angulares entre as máquinas deverão
ficar restritas a um determinado valor máximo. Uma vez que não é possível prever as
5
contingências às quais o sistema estará submetido, será utilizada a análise de
multicontingências, proposta por [Bruno, 2002] e [Yuan, 2003], na qual simula-se diversas
perturbações possíveis, sendo que o sistema deverá suportar a todas individualmente.
Para alteração dos limites de potência ativa dos geradores selecionados, propõe-se utilizar
como critério a modificação do limite inferior ou superior, a depender da diferença angular
entre a máquina e o CI, em 50% da diferença entre o limite máximo e o limite mínimo do
gerador. Exemplificando, caso a metodologia indique necessidade de elevar a geração de
potência ativa do gerador
i
, o novo valor de potência mínima, na restrição do FPO, será:
+=
2
minmax
minmin
originalPoriginalP
antigoPnovoP
ii
ii
. Caso o resultado indique um
novoP
i
min
maior que
max
i
P
, o
novoP
i
min
assumirá o valor de
max
i
P
.
De forma análoga, caso seja necessário reduzir a geração de potência ativa do gerador
j
, o
novo valor de potência máxima, na restrição do FPO, será:
=
2
minmax
maxmax
originalPoriginalP
antigoPnovoP
jj
jj
. Caso o resultado indique um
novoP
j
max
menor que
min
j
P
, o
novoP
j
max
assumirá o valor de
min
j
P
.
A formulação proposta para alteração dos limites mínimo e máximo, e a referência de 50%
da diferença entre o limite máximo e o limite mínimo do gerador, utilizadas neste trabalho,
foram definidas de forma arbitrária, podendo ser alteradas em trabalhos futuros.
Desta forma, a proposta de investigação é composta das seguintes etapas, ilustradas pela
Figura 1.1:
Primeiramente, executa-se o FPO, cuja função objetivo é minimizar as perdas
elétricas na transmissão, considerando as diversas restrições estáticas existentes, e
já apresentadas anteriormente.
Para o ponto de operação definido, executam-se várias simulações de estabilidade
transitória, verificando se o sistema mantém-se estável e atendendo aos critérios de
segurança de estabilidade definidos, quando submetido às diversas perturbações
possíveis.
6
Caso um ou mais critérios sejam violados, as restrições de potência ativa nos
geradores identificados pela metodologia desenvolvida são alteradas no problema
do FPO.
Este procedimento é repetido até que não haja violações dos critérios de segurança.
Neste ponto, o despacho final (seguro) foi encontrado.
Fig. 1.1 – Ilustração da metodologia proposta
A metodologia apresentada foi testada, através de estudos de caso, em um sistema fictício
de 9 barras e 3 geradores, apresentado em [Anderson, 2003] e em um sistema real de 41
barras e 13 geradores, representando a interligação entre as regiões Norte e
Sudeste/Centro-Oeste do SEB.
Caso Base
FPO
Despacho
Ótimo
Avaliação de
Estabilidade
Transitória
Seguro?
FIM
Método de
redespacho
Não
Sim
7
1.4 ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
O trabalho está organizado na forma a seguir:
O capítulo 2 apresenta uma breve descrição da utilização do FPO e do método de solução
utilizado.
No capítulo 3 se abordada a representação da máquina síncrona nos estudos de
estabilidade transitória, com atenção para o controle do ângulo de rotor. Ainda neste
capítulo será apresentado o problema de estabilidade transitória e a resolução das equações
diferenciais no domínio do tempo.
No capítulo 4 serão apresentados os resultados das simulações efetuadas em um sistema
fictício de 9 barras e no sistema real de 41 barras.
O capítulo 5 traz as conclusões finais do trabalho juntamente com suas principais
contribuições. Sugestões para trabalhos futuros são também apresentadas.
8
Capítulo 2 O FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO
Para implementação da metodologia proposta foi utilizado o problema de FPO na forma
estudada e implementada em [Souza, 2005]. A programação do FPO o foi refeita ou
alterada neste trabalho, tendo sido utilizada como ferramenta no desenvolvimento da
metodologia proposta.
Neste capítulo serão apresentados o desenvolvimento do modelo do problema de FPO e o
método primal-dual barreira logarítmica aplicado à solução deste problema.
2.1
O PROBLEMA DE FLUXO DE POTÊNCIA ÓTIMO
O Fluxo de Potência Ótimo é uma ferramenta para análise de SEP. Está em
desenvolvimento desde a década de 60, onde teve a sua origem. O FPO surgiu a partir do
problema de Despacho Econômico (DE), originalmente utilizado em concessionárias de
eletricidade, fornecendo como resultado a potência gerada pelas unidades geradoras para
atender a demanda total do sistema ao menor custo [Souza, 2005].
O problema de FPO marcou o fim do período clássico do DE. O problema de DE passou a
ser um caso particular do problema de FPO e um novo modelo passou a ser considerado,
onde acrescentaram-se restrições físicas e operacionais do sistema elétrico. As restrições
adicionadas ao modelo inicial foram: equações de balanço da rede elétrica e limites de
geração de potência reativa, de fluxo de potência em linhas de transmissão, de tensão, de
taps de transformadores, entre outras.
O modelo inicial, que possuía somente restrições lineares, passou a conter restrições
funcionais não-lineares. Aumentando, desta forma, o nível de dificuldade na solução do
problema. O FPO ajusta de forma ótima as variáveis de controle e de estado do sistema e,
9
simultaneamente, resolve o problema de fluxo de potência, que é formado pelas equações
de balanço da rede elétrica.
Em muitos modelos de FPO, a função objetivo custo na geração de potência foi mantida,
porém, em outros modelos outras funções foram consideradas como, por exemplo, a
função perdas de potência ativa no sistema de transmissão, o qual foi considerado neste
trabalho, conforme apresentado em (2.1).
max
jj
min
j
max
kk
min
k
max
ativokm
max
kk
min
k
max
kk
min
k
k
k
NL)m,k(
km
ttt
dortransformadetapdeLimite
VVV
:tensãodeLimite
F)t,,V(F
:otransmissãnaativofluxodeLimite
P)t,,V(PP
:ativapotênciadegeraçãonaLimite
Q)t,,V(QQ
:reativapotênciadegeraçãonaLimite
0)t,,V(Q
0)t,,V(P
:elétricosistemadobalançodeEquações
:asujeito
)t,,V(fMinimizar
θ
θ
θ
=θ
=θ
θ
onde:
k e m - nós (barras) conectados diretamente por um ou mais ramos.
NL - número total de linhas de transmissão.
Ve θ - vetores da magnitude e fase da tensão, respectivamente.
t - tap dos transformadores.
Q
k
- potência reativa no gerador k.
P
k
- potência ativa no gerador k.
(2.1)
10
F
km
- fluxo de potência ativa no ramo entre os nós k e m.
t
j
- tap do transformador j.
V
k
- módulo da tensão no nó k.
max
k
min
k
QeQ
- limites mínimos e máximos da potência reativa gerada.
max
k
min
k
PeP
- limites mínimos e máximos da potência ativa gerada.
max
k
min
k
VeV
- limites mínimos e máximos das magnitudes das tensões.
max
j
min
j
tet
- limites mínimos e máximos dos taps dos transformadores.
max
ativo
F
- limite de fluxo de potência ativa nas linhas de transmissão.
f
km
(V, θ, t) - função perdas de potência ativa na transmissão dada por:
)cosVV2VV(g)t,,V(f
km
m
k
2
m
2
k
km
km
θ+=θ
(2.2)
As equações de balanço do sistema elétrico são dadas por:
a)
Potência ativa para as barras de carga e de controle de reativo:
;)t,,V(PPP)t,,V(P
m
km
C
k
G
kk
θ=θ
(2.3)
onde:
)senbcosg(V)Vt(g)Vt()t,,V(P
km
km
km
km
m
k
km
2
k
km
θ+θ=θ
- conjunto de barras vizinhas à barra k.
C
k
G
k
PeP
- potências ativas, geradas e consumidas, respectivamente.
g
km
, b
km
- condutância e a susceptância da linha, respectivamente.
b)
Potência reativa para as barras de carga:
;)t,,V(QQQ)t,,V(Q
m
km
C
k
G
kk
θ=θ
(2.4)
onde:
)sengcosb(V)Vt()bb()Vt()t,,V(Q
km
km
km
km
m
k
sh
km
km
2
k
km
θθ++=θ
C
k
G
k
QeQ
- potências reativas, geradas e consumidas, respectivamente.
11
Limite na geração de potência reativa para as barras de controle de reativo e barras
de geração:
)sengcosb(V)Vt(
)bb()Vt()t,,V(Q
kmkmkmkmmk
m
sh
kmkm
2
kk
θθ+
+=θ
(2.5)
onde:
sh
km
b
- susceptância shunt da linha.
Limite na geração de potência ativa para as barras de geração:
θ+θ=θ
m
kmkmkmkmmkkm
2
kk
)senbcosg(V)Vt(g)Vt()t,,V(P
(2.6)
Limite de fluxo de potência ativa na transmissão:
)senbcosg(V)Vt(g)Vt()t,,V(F
km
km
km
km
m
k
km
2
k
km
θ+θ=θ
(2.7)
Em termos gerais, o problema de FPO é definido como sendo não-linear, não-convexo e de
grande porte, possuindo um grande número de variáveis e restrições. Essa característica
torna o FPO um desafio para pesquisadores desta área, como mencionado em [Stott, 1980].
Muitas técnicas de otimização são encontradas na literatura com o objetivo de resolver o
problema de FPO [Momoh, 1994]. Na próxima seção será apresentado o método de pontos
interiores – primal-dual barreira logarítmica –utilizado na solução do Problema (2.1).
2.2
O MÉTODO PRIMAL-DUAL BARREIRA LOGARÍTMICA
Entre as diversas técnicas existentes para a resolução do problema de FPO, o método
desenvolvido em [Souza, 2005] e utilizado neste trabalho foi o primal-dual barreira
logarítmica, o qual será tratado a seguir.
Com o objetivo de simplificar o modelo matemático, o método será apresentado partindo
de um modelo geral de um problema de programação não-linear. Considere o seguinte
problema de otimização generalizado:
12
maxmin
maxmin
xxx
h)x(hh
0)x(g
:asujeito
)x(fMinimizar
=
(2.8)
onde:
f(x) - função escalar, a qual representa o desempenho do sistema.
g(x) - vetor das equações de balanço da rede elétrica, onde n > m.
h(x) - vetor das inequações funcionais da rede elétrica.
maxmin
xex - vetores dos limites das variáveis de controle e de estado do problema.
maxmin
heh - vetores dos limites das restrições funcionais h(x).
No método primal-dual barreira logarítmica as restrições de desigualdade canalizadas são
representadas como duas restrições de desigualdade. Nessas restrições são inseridas
variáveis de folga ou excesso, transformando-as em igualdades. Desse modo, (2.8) pode
ser reescrito como:
0s,s,s,s
xsx
xsx
hs)x(h
hs)x(h
0)x(g
:asujeito
)x(fMinimizar
4321
min
4
max
3
min
2
max
1
=
=+
=
=+
=
(2.9)
onde:
1
s
e
3
s
- vetores das variáveis de folga.
2
s
e
4
s
- vetores das variáveis de excesso.
13
As variáveis de folga ou excesso devem ser estritamente positivas, pois são incorporadas à
função objetivo por meio da função barreira logarítmica apresentada em [Frisch, 1955], a
qual é dada por:
0x,x,xln)x(B
n
n
1i
i
>
=
=
(2.10)
e de um parâmetro de barreira
µ
.
Dessa forma, (2.10) pode ser reescrito como:
min
4
max
3
min
2
max
1
n
1j
j4
n
1j
j3
p
1i
i2
p
1i
i1
xsx
xsx
hs)x(h
hs)x(h
0)x(g
:asujeito
)slnslnslnsln()x(fMinimizar
=
=+
=
=+
=
+
+
+
µ
====
(2.11)
onde é o parâmetro de barreira, o qual tende a zero durante o processo iterativo, ou seja,
0
10
µ>>µ>µ
.
Associa-se ao Problema (2.11) a função Lagrangiana, que é dada por:
)xsx(
)xsx(
)hs)x(h(
)hs)x(h(
)x(g
)slnslnslnsln()x(fL
min
4
T
4
max
3
T
3
min
2
T
2
max
1
T
1
T
n
1j
j4
n
1j
j3
p
1i
i2
p
1i
i1
π+
++π+
+π+
++π+
+λ+
+
+
+
+
µ=
====
(2.12)
onde:
14
4321
,,,,
ππππλ
- vetores multiplicadores de Lagrange.
As condições necessárias de primeira-ordem são aplicadas em (2.12), gerando um sistema
de equações não-lineares dado por:
0L
x
=
0)x(h)x(h)x(g)x(f
43x
T
2x
T
1x
T
x
=π+π+π+π+λ+ (2.13)
0L =
λ
0)x(g
=
(2.14)
0L
1
=
π
(
)
0hs)x(h
max
1
=+
(2.15)
0L
2
=
π
(
)
0hs)x(h
min
2
=
(2.16)
0L
3
=
π
(
)
0xsx
max
3
=+ (2.17)
0L
4
=
π
(
)
0xsx
min
4
=
(2.18)
0L
1
s
=
(
)
0eS
1
1
1
=π+µ
(2.19)
0L
2
s
=
(
)
0eS
2
1
2
=πµ
(2.20)
0L
3
s
=
(
)
0eS
3
1
3
=π+µ
(2.21)
0L
4
s
=
(
)
0eS
4
1
4
=πµ
(2.22)
onde:
;
1
1
e
=
4321
S,S,S,S - matrizes diagonais cujos elementos são:
1
4
1
3
1
2
1
1
s,s,s,s
,
respectivamente.
O sistema de Equações não-lineares de (2.13) a (2.22) é resolvido pelo método de Newton.
Esse método utiliza a expansão em série de Taylor até primeira-ordem das equações do
sistema, gerando um sistema do tipo Ax = b; onde as direções de busca
(
)
43214321
s,s,s,s,,,,,,x ππππλ são utilizadas na atualização das
variáveis. Dessa forma, tem-se o seguinte sistema de equações:
15
0))x(h())x(h(
))x(g(x))x(h)x(h)x(g)x(f(L
432
T
x1
T
x
T
x
2
xx
T
2
2
xx
T
1
2
xx
T2
xxx
=π+π+π+π+
λ+π+π+λ++
(2.23)
0x)x(gL
x
=+
λ
(2.24)
0sx)x(hL
1x
1
=++
π
(2.25)
0sx)x(hL
2x
2
=+
π
(2.26)
0sxL
3
3
=++
π
(2.27)
0sxL
4
4
=+
π
(2.28)
0sSL
11
2
1s
1
=π+µ+
(2.29)
0sSL
22
2
2s
2
=πµ+
(2.30)
0sSL
33
2
3s
3
=π+µ+
(2.31)
0sSL
44
2
4s
4
=πµ+
(2.32)
Reescrevendo as Equações de (2.23) a (2.32) na forma matricial, tem-se o seguinte
sistema:
=
π
π
π
π
λ
µ
µ
µ
µ
ππλ
π
π
π
π
λ
L
L
L
L
L
L
L
L
L
L
s
s
s
s
x
S000I00000
0S000I0000
00S000I000
000S000I00
I00000000I
0I0000000I
00I000000)x(h
000I00000)x(h
000000000)x(J
0000II)x(h)x(h)x(J),,,x(W
4
3
2
1
4
3
2
1
s
s
s
s
x
4
3
2
1
4
3
2
1
2
4
2
3
2
2
2
1
T
x
T
x
T
xx21
(2.33)
onde:
)x(h)x(h)x(g)x(f),,,x(W
2
xx
T
2
2
xx
T
1
2
xx
T2
xx
2
1
π+π+λ+=ππλ
- matriz Hessiana.
)x(g)x(J
x
=
- matriz Jacobiana, dada pela derivada das restrições de igualdade em
relação as variáveis do problema.
)x(h
x
- matriz Jacobiana, dada pela derivada das restrições funcionais em relação as
variáveis do problema.
I - matriz identidade.
16
Com o objetivo de detalhar mais a matriz Hessiana da Lagrangiana dada em (2.33), as
submatrizes
),,,x(W
21
ππλ
e J(x) serão escritas em termos das variáveis do problema de
FPO visto em (2.1):
θ
θ
θ
θ
θ
=ππλθ
2
222
2
2
22
22
2
2
21
t
L
t
L
Vt
L
t
LL
V
L
tV
L
V
L
V
L
),,,t,,V(W
(2.34)
θ
θ
=θ
t
Q
t
P
QP
V
Q
V
P
)t,,V(J
kk
kk
kk
(2.35)
A matriz Hessiana da Lagrangiana do Sistema (2.33) é esparsa e simétrica de posição e
valor. Essas características foram exploradas no processo de solução do sistema. Uma
técnica de esparsidade elaborada pelo Grupo de Algoritmos Numéricos do Laboratório
Harwell do United Kingdom Atomic Energy Authority foi utilizada. Esta técnica usa uma
variante da eliminação de Gauss e é conhecida como MA57. A sub-rotina MA57 necessita,
como informação, somente os valores não-nulos da matriz triangular superior (ou inferior).
Com isso, economiza-se memória e tempo de processamento, uma vez que o número de
elementos a serem calculados e armazenados é bem menor. O problema de FPO foi
implementado em Linguagem C++ e a sub-rotina MA57 em Fortran, logo, realizou-se um
link entre essas duas linguagens. A matriz Hessiana da Lagrangiana é formada por
submatrizes de fácil implementação, tais como: as matrizes identidades e as referentes às
variáveis de folga e de excesso. Devido ao fato dessas matrizes possuírem somente
elementos na diagonal principal, isto se torna um atrativo na implementação do algoritmo.
O método primal-dual barreira logarítmica, por acrescentar novas variáveis ao problema
variáveis de folga e de excesso –, torna a dimensão da matriz Hessiana da Lagrangiana
17
consideravelmente grande quando comparada a outros métodos. A dimensão dessa matriz
para o problema de FPO é igual a:
Dimensão = 6.(número de barras do sistema) +
5.(número de barras do tipo controle de reativo) +
2.(número de barras de carga) + (2.36)
8.(número de barras de geração) +
5.(número de
taps
variáveis) +
2.(número de restrições de fluxo de potência ativa na transmissão) – 1
2.3 PROBLEMAS NÃO LINEARES
Em geral, os problemas (2.1) ou (2.11) representam um problema de otimização com
restrições não lineares [Momoh, 1950]. Quando a função objetivo é convexa ou côncava e
todas as restrições são expressas como equações lineares, o espaço de solução é também
convexo ou côncavo e o ótimo global pode ser determinado usando métodos numéricos.
Nestes casos, o ótimo local é necessariamente o ótimo global [Geidl, 2007]. A Figura 2.1
ilustra uma função côncava, na qual pode ser identificado o máximo da função (ótimo
global), e outra função convexa, na qual pode ser identificado o mínimo da função (ótimo
global).
Fig. 2.1 – Exemplo de função côncava e função convexa
Quando a função objetivo é do tipo nem convexa nem côncava, e as restrições não são
lineares, o espaço de solução deixa de ser convexo (ou côncavo). Os métodos numéricos
podem ser utilizados, assim como na situação anterior, mas o resultado não representa,
18
necessariamente, o ótimo global. Dependendo da estimativa inicial, a solução do problema
poderá ser apenas o ótimo local. A Figura 2.2 ilustra uma função do tipo nem convexa nem
côncava.
Fig. 2.2 – Exemplo de função nem convexa nem côncava
f(x)
x
19
Capítulo 3 O PROBLEMA DA ESTABILIDADE
Conforme apresentado no Capítulo 1, a estabilidade de qualquer sistema de potência
dependerá do comportamento dinâmico das máquinas síncronas após a ocorrência de
alguma perturbação, ou seja, de sua capacidade em se manter em sincronismo em
condições transitórias.
Neste capítulo apresentaremos uma revisão sobre o problema da estabilidade no sistema de
geração e transmissão, com enfoque para a estabilidade transitória de ângulo de rotor. Para
tanto, serão abordadas a modelagem das máquinas síncronas em simulações de estabilidade
transitória, o efeito da variação de ângulo de carga do gerador na estabilidade do sistema, a
equação diferencial que determina o comportamento do ângulo de carga (equação
swing
) e
o método de Euler para sua solução. Trataremos também sobre o Centro de Inércia de um
sistema elétrico e a modelagem dos equipamentos deste sistema.
3.1 DEFINIÇÕES DE ESTABILIDADE
O termo ‘‘estabilidade de sistemas de potência’’ é aplicável a sistemas de potência em
corrente alternada para denotar uma condição em que as várias máquinas síncronas do
sistema permanecem mutuamente em sincronismo. ‘‘Instabilidade’’, por outro lado, denota
uma condição que envolve perda de sincronismo [Mata, 2005].
Em [Kundur, 1994] o autor apresenta uma classificação do problema de estabilidade em
categorias, conforme pode ser observado na Figura 3.1. A classificação da estabilidade
facilita sua análise, bem como a determinação dos fatores que contribuem para uma
possível instabilidade, além da definição dos métodos de solução.
20
Fig. 3.1 – Classificação de estabilidade de sistemas de potência
Conforme apresentado na Figura 3.1, dois tipos de estudos de estabilidade estão presentes
na literatura: Estabilidade Dinâmica e Estabilidade Transitória.
Estabilidade Transitória refere-se aos fenômenos que se seguem à ocorrência de uma
grande e súbita perturbação em um sistema de potência, a exemplo dos curtos-circuitos e
perdas de grandes geradores, sendo sua solução obtida no domínio do tempo. O período de
tempo sob estudo pode variar de uma fração de segundo, quando a estabilidade da primeira
oscilação é determinada, para períodos superiores a 10 segundos, nos casos em que a
estabilidade para múltiplas oscilações deve ser examinada.
O termo ‘‘Estabilidade Dinâmica’’ é empregado para descrever a resposta de um sistema a
pequenas perturbações, a exemplos das variações de carga, ou a controles automáticos mal
ajustados, sendo geralmente provocada pela existência de um modo de oscilação instável
associado a algum elemento de controle. O problema pode ser resolvido tanto no domínio
do tempo quanto no domínio da frequência.
Nos estudos de estabilidade dinâmica, as equações do sistema são linearizadas em torno de
um ponto de operação estável, e o modelo matemático utilizado é um conjunto de equações
diferenciais lineares, descrito na equação a seguir.
xAx
.
=
(3.1)
Estabilidade de
Sistemas de Potência
Estabilidade de
Freqüência
Estabilidade de
Ângulo de rotor
Estabilidade de
Tensão
Estabilidade a
pequenos
sinais
(dinâmica)
Estabilidade a
grandes sinais
(transitória)
Estabilidade a
pequenos
sinais
(dinâmica)
Estabilidade a
grandes sinais
(transitória)
21
As técnicas de análise empregadas neste caso são as de sistemas lineares. A análise está
diretamente associada ao estudo dos autovalores da matriz de transição de estados em
(3.1). Nesse tipo de estudo, o interesse recai no comportamento do sistema ao longo do
tempo e, portanto, a influência de reguladores deve ser levada em consideração, uma vez
que a ação dos reguladores é eficaz após alguns segundos.
Nos estudos de estabilidade transitória, as não-linearidades inerentes aos sistemas de
potência, em especial na relação potência-ângulo, não podem ser desprezadas, e o modelo
matemático utilizado neste estudo é um conjunto de equações diferenciais não-lineares.
Neste trabalho o foco será a estabilidade transitória de ângulo de rotor, a qual depende
fortemente do ponto de operação inicial (regime permanente) e da severidade da
perturbação aplicada [Kundur, 1994].
Pode-se entender a estabilidade de um sistema como uma condição de equilíbrio entre
forças opostas. As máquinas síncronas interconectadas mantêm-se sincronizadas através de
forças denominadas “forças restauradoras”. No estado de regime permanente existe um
equilíbrio entre o torque mecânico motriz e o torque de carga elétrica em cada máquina,
fazendo com que a velocidade do rotor permaneça constante. Se o sistema é perturbado,
esse equilíbrio se desfaz, resultando em aceleração ou desaceleração dos rotores das
máquinas [Kundur, 1994].
A preocupação primordial nos estudos de estabilidade transitória é a verificação da
manutenção do sincronismo entre as máquinas num curto período de tempo após a
ocorrência do distúrbio, durante o qual, a ação dos controladores o causa efeitos
significativos no comportamento do sistema.
3.2 O MODELO DA MÁQUINA SÍNCRONA
Durante o período transitório, o sistema “visto” pela máquina síncrona é modificado por
variação de suas grandezas, tais como [Mota, 2006]: tensão terminal, impedância “vista”
pela máquina, ângulo de torque, freqüência, etc.
22
Consequentemente, haverá variação da potência de saída da máquina, acarretando um
desequilíbrio entre os torques mecânico e elétrico, dando origem às oscilações na máquina.
Até que a variação da velocidade seja sentida e corrigida pela turbina (regulador de
velocidade), a variação da potência de saída será compensada pela energia armazenada nas
partes girantes da máquina, podendo ocorrer perda de estabilidade.
Quando um gerador síncrono perde o sincronismo do resto do sistema, o seu rotor gira
numa velocidade maior (ou menor) da que é necessária para gerar energia na frequência do
sistema. O desacoplamento entre a velocidade do campo do estator de uma máquina, que
possui uma freqüência de rotação imposta pelos outros geradores do sistema, e a
velocidade do campo do seu rotor resulta em grandes flutuações na potência de saída desta
máquina, nas correntes e nas tensões, fazendo com que o sistema de proteção isole a
máquina do resto do sistema. A perda de sincronismo pode ocorrer entre um gerador e o
resto do sistema ou entre grupos de geradores. Neste último caso, o sincronismo poderá ser
mantido nos sistemas isolados, formados por grupos de máquinas.
Para representação da máquina síncrona no estudo de estabilidade transitória será adotado,
neste trabalho, o denominado “modelo clássico”, no qual a máquina é modelada através de
uma fonte de tensão atrás da reatância transitória. Essa tensão é constante em módulo,
porém varia sua posição angular. Este modelo despreza o efeito da saliência e considera o
fluxo concatenado no campo como uma constante, produzindo, desta forma, uma
modelagem conservativa [Mota, 2006]. As Figuras 3.2 e 3.3 ilustram o modelo clássico.
Fig. 3.2 – Circuito equivalente da máquina síncrona no modelo clássico
E’
V
t
x’
d
r
a
23
Fig. 3.3 – Diagrama fasorial da máquina síncrona no modelo clássico
A força Eletromotriz (E
), cujo módulo é considerado constante, é obtida através das
condições de pré-defeito do sistema [Ferreira, 1995]:
i
d
i
a
t
i
IXjIrVE
+=
...
'
'
(3.2)
onde:
'
i
E
- Força eletromotriz da máquina
i
t
V
- Tensão nos terminais da máquina
a
r
- Resistência de armadura
'
d
X
- Reatância transitória de eixo direto do enrolamento do estator
i
I
- Corrente elétrica fornecida pela máquina
i
A corrente
i
I
é função da potência fornecida pelo gerador
i
.
i
i
i
V
S
I
= (3.3)
Para o modelo clássico assumem-se as seguintes simplificações [Anderson, 2003]:
Potência mecânica de entrada permanece constante durante o período transitório.
O amortecimento é desprezado.
A máquina síncrona é representada (eletricamente) como uma fonte de tensão
constante atrás de uma reatância transitória.
r
a
I
t
jx’
d
I
t
I
t
V
t
E’
Ref
δ
24
O ângulo mecânico do rotor das máquinas síncronas coincide com o ângulo de fase
elétrico da tensão atrás da reatância transitória.
O modelo clássico deve ser utilizado para estudos de estabilidade em sistemas de potência
apenas no período de tempo durante o qual a resposta dinâmica do sistema é largamente
dependente da energia cinética armazenada nas massas rotativas [Anderson, 2003]. Para
um sistema de potência realístico, esse modelo é válido quando o tempo de simulação é
pequeno e o regulador de tensão lento. Ainda assim, este modelo é bastante utilizado,
devido sua facilidade de implementação e economia de tempo de processamento. Além
disto, os resultados obtidos podem ser considerados coerentes, de forma qualitativa, com
os obtidos com modelos mais completos.
Esse modelo é conhecido como modelo de ordem por existir apenas uma equação
diferencial de 2ª ordem associada à equação mecânica da máquina [Mota, 2006].
3.3 O ÂNGULO DE CARGA DA MÁQUINA SÍNCRONA E A EQUAÇÃO SWING
Voltando ao modelo de ordem, e considerando a tensão terminal como referência, isto é,
0=
t
t
VV
, a tensão interna da quina será
δ
=
'
'
EE , que pode ser determinada a
partir das condições iniciais, ou seja, neste trabalho o ponto de operação definido no FPO.
Durante o regime transitório, o módulo de
E’
é mantido constante, enquanto o ângulo entre
a posição do rotor e a referência (ângulo de carga) varia de acordo com a equação de
oscilação da máquina (equação
swing
) [Mota, 2006].
A resolução da equação
swing
diferencial de segunda ordem determinará o
deslocamento angular entre duas máquinas, ao longo do período transitório. Para estudos
de estabilidade transitória, o ângulo de carga é a melhor grandeza para ser avaliada, uma
vez que seu comportamento é determinante para que as máquinas síncronas mantenham-se
em sincronismo.
Considere o modelo clássico de uma máquina contra um barramento infinito.
25
A partir da lei da mecânica, relacionada com massas girantes, tem-se a expressão do torque
líquido que atua no rotor:
IT
l
.
α
=
(3.4)
onde:
l
T
- Soma algébrica de todos os torques (N.m)
α
- Aceleração angular mecânica (rad/s
2
)
I
- Momento de inércia (kg.m
2
)
Da teoria de máquinas síncronas, o ângulo elétrico
θ
e
, medido com relação a uma
referência fixa, é relacionado com o ângulo mecânico do rotor,
θ
m
, pela equação (3.5):
me
p
θθ
2
=
(3.5)
onde:
p
- número de polos da máquina
e
θ
- ângulo elétrico do rotor
m
θ
- ângulo mecânico do rotor
=
602
rpmp
f
(3.6)
onde:
f - frequência
rpm - rotação por minuto
Combinando as equações (3.5) e (3.6) temos que:
me
rpm
f
θθ
60
= (3.7)
26
No entanto, em estudos de estabilidade, não é conveniente medir o deslocamento angular
em relação a uma referência fixa, mas sim a uma referência rotativa, a exemplo da
diferença angular entre duas máquinas síncronas. A Figura 3.4 ilustra a posição do rotor na
referência rotativa.
Fig. 3.4 – Referência fixa e rotativa para posição do rotor
Na referência rotativa, a velocidade angular é dada por:
0
ω
θ
δ
ω
==
dt
d
dt
d
e
(3.8)
onde:
ω
- velocidade angular
δ
- ângulo de torque (posição do rotor com relação à uma referência rotativa)
0
ω
- velocidade angular nominal
A aceleração angular é dada por:
2
2
2
2
dt
d
dt
d
e
θδ
α
== (3.9)
onde:
α
- aceleração angular mecânica
Associando as equações (3.4) e (3.7), temos a nova equação que define o Torque Líquido:
Referência fixa
δ
Referência rotativa
Posição do rotor
ω
0
t
ω
0
θ
e
27
2
2
.
60 dt
d
f
rpm
IT
l
δ
=
(3.10)
onde:
l
T - soma algébrica de todos os torques atuantes no rotor (torque líquido)
Usualmente, a representação do torque é feita em p.u. (por unidade). Sabendo que o torque
base é definido como sendo o torque necessário para produzir a potência nominal da
máquina na velocidade mecânica nominal, ou seja:
BASE
BASE
BASE
P
T
ω
= (3.11)
60
2
rpm
BASE
πω
= (3.12)
onde:
BASE
T - torque base
BASE
P - potência base
BASE
ω
- velocidade angular base
Temos que o torque líquido (em p.u.) será dado por:
2
2
2
2
.
)60(.
)(..2
.).(
dt
d
Pf
rpmI
T
T
upT
BASEBASE
l
l
δπ
== (3.13)
onde:
π
- número pi = 3.1415926535...
Neste momento, é conveniente introduzirmos uma nova variável, denominada constante de
inércia (H), definida como sendo a energia cinética em MW.s ou MJ à velocidade nominal,
armazenada nas partes girantes, por MVA (nominal da máquina). H é dado em
MW.s/MVA, em MJ/MVA ou apenas em segundos (s). Como H exprime uma energia
armazenada em p.u. de potência, esse valor não varia muito de uma máquina para outra,
quando expressa nos valores de potência nominal das máquinas.
28
Por definição, H é dado por:
BASE
P
rpm
I
H
2
)
60
..2
.(.
2
1
π
= (3.14)
Substituindo (3.14) em (3.13), temos que:
2
2
.
. dt
d
f
H
T
l
δ
π
=
(3.15)
O torque líquido atuante no rotor é dado pela diferença entre o torque mecânico
proveniente da turbina e o torque elétrico fornecido pelo gerador.
eml
TTT = (3.16)
onde:
m
T - torque mecânico proveniente da turbina
e
T - torque elétrico fornecido pelo gerador
Por convenção, T
m
positivo acelera a máquina e T
e
positivo desacelera a máquina. Então, a
equação swing pode ser escrita, a partir da equação (3.15), da seguinte forma:
).(
.
2
2
em
TT
H
f
dt
d
=
πδ
(3.17)
Em p.u., e na velocidade angular síncrona, torque e potência são iguais, e para pequenas
variações na velocidade angular, a equação swing da máquina síncrona pode ser escrita em
função da potência:
).(
.
2
0
2
2
em
PP
H
dt
d
=
ωδ
(3.18)
onde:
29
m
P - potência mecânica proveniente da turbina
e
P - potência elétrica fornecida pelo gerador
Uma vez que, para o modelo clássico de máquina síncrona, adotado neste trabalho, os
efeitos da turbina e do regulador de velocidade não são levados em conta, a potência
mecânica será mantida constante – e igual ao valor da potência elétrica no ponto de
operação pré-perturbação – durante todo o período transitório.
Desprezando a resistência de armadura, a potência elétrica será dada por:
δδ
senPsen
x
VE
P
M
d
t
e
== .
'
'
(3.19)
onde:
M
P
- potência máxima fornecida pelo gerador
A variação de P
e
com
δ
é mostrada na Figura 3.5 a seguir.
Fig. 3.5 – Variação de P
e
com δ
A partir da equação (3.19) e da figura 3.5 pode-se observar o acoplamento existente entre a
potência de saída da máquina síncrona e o ângulo de carga. Teoricamente, a máxima
potência de saída da máquina é obtida quando o ângulo de carga for igual a π/2.
δ
P
e
P
M
π
/2
30
Conforme apresentado anteriormente, a estabilidade transitória é dependente das condições
iniciais do sistema. Isto quer dizer que, defasagem angular elevada entre as diversas
máquinas síncronas do sistema, em regime permanente, poderá contribuir para a perda de
sincronismo entre estas máquinas.
Como poderá ser observado no capítulo 4 deste trabalho, a medida adotada para garantir
que o sistema, quando apresentado comportamento instável no período transitório, passe a
ser estável, será a alteração nas limitações de potência ativa gerada por algumas máquinas
síncronas. A partir do controle da potência gerada, consegue-se aumentar ou reduzir o
ângulo de carga da máquina síncrona, em regime permanente (ver equação 3.19), fazendo
com que esta “se aproxime” do centro de inércia e, por conseqüência, das demais
máquinas, ou seja, reduzindo a defasagem angular entre elas.
É importante lembrar que, para o modelo clássico, adotado neste trabalho, a tensão interna
da máquina síncrona mantém-se constante durante o período transitório.
3.4 O MODELO CLÁSSICO EM UM SISTEMA MULTIMÁQUINAS
As simplificações consideradas para o modelo de uma máquina contra um barramento
infinito (item 3.2) permanecem válidas para o sistema multimáquinas.
Assim como no sistema de uma máquina, as tensões internas
'
i
E
são determinadas nas
condições de regime permanente e mantidas constantes durante o período transitório. Neste
trabalho, as tensões terminais
i
V
foram obtidas pelo ponto de operação definido pelo FPO,
enquanto as correntes
i
I
e as tensões internas
'
i
E
foram calculadas através das equações
(3.3) e (3.2), respectivamente.
A matriz admitância para um sistema de n geradores, vista a partir do terminal destes
geradores é definida por [Anderson, 2003]:
= EYI . (3.20)
31
Onde
Y
é formada pelos elementos diagonais
ii
Y
e pelos elementos fora da diagonal
ij
Y
.
Por definição:
iiiiiiii
ii
jBGYY +==
θ
(3.21)
é a soma de todas admitâncias conectadas ao nó
i
.
ijijijij
ij
jBGYY +==
θ
(3.22)
é o negativo da admitância entre o nó
i
e o nó
j
.
A potência injetada na rede através do
i
, ou seja, a potência de saída da máquina
i
, é
dada por:
=
ii
i
IEeP
(3.23)
Desta forma, para o sistema multimáquinas, a equação (3.19) passa a ser:
=
++=
n
ij
j
jiijijjiiiiei
YEEGEP
1
2
)cos(
δδθ
i = 1, 2,......, n
=
++=
n
ij
j
jiijjiijjiiiiei
GsenBEEGEP
1
2
)]cos()([
δδδδ
i = 1, 2,......, n (3.24)
A equação swing (3.18) passa a ser definida por:
])cos(.[
.2
1
2
0
2
2
=
+=
n
ij
j
jiijijjiiiim
YEEGEP
Hdt
d
δδθ
ωδ
(3.25)
Conforme descrito anteriormente, em regime permanente (antes da perturbação), a
potência mecânica P
m
é considerada como igual à potência elétrica P
e
, ou seja:
=
++=
n
ij
j
jiijijjiiiimi
YEEGEP
1
00000
2
0
)cos(
δδθ
(3.26)
32
O subscrito 0 é utilizado para representar as condições de regime permanente.
Para um sistema multimáquinas, haverá um grupo de equações (3.25) a serem resolvidas.
Por se tratarem de equações não lineares, a obtenção dos valores dos
δ
i
ao longo do
período transitório deverá ser efetuado por integração numérica. A bibliografia [Anderson,
2003] apresenta alguns métodos computacionais para solução de equações diferenciais.
Neste trabalho utilizaremos o método de Euler modificado, apresentado em [Mota, 2006] e
detalhado no item 3.6 deste trabalho, dado a sua facilidade de implementação
computacional e precisão nos resultados.
3.5 CÁLCULOS PRELIMINARES PARA ESTUDOS DE ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA
Nos estudos de estabilidade angular transitória devem ser considerados os seguintes passos
preliminares [Anderson, 2003]:
a)
Conversão de todos os dados para uma mesma base:
Todos os dados do sistema devem ser convertidos para uma base comum. A base de
100MVA é comumente utilizada, sendo esta adotada neste trabalho.
b)
Conversão das cargas para o modelo de impedância ou admitância constante:
Os dados necessários para esta etapa são obtidos do estudo de fluxo de carga (ou FPO). Se
uma determinada barra de carga possui uma tensão
L
V
, potência ativa
L
P
, potência
reativa
L
Q
e corrente
L
I
fluindo através de uma admitância
L
L
L
BjGY
+= , então:
)()]([
2
L
L
L
L
LLL
L
L
LL
BjGVBjGVVIVjQP
===+ (3.27)
A admitância equivalente na barra de carga é dada por:
)/(/
22
LLLL
L
VQjVPY =
(3.28)
33
c)
Cálculo da tensão interna em regime permanente:
As tensões internas dos geradores
0ii
E
δ
são calculadas a partir do ponto de operação
definido pelo FPO, utilizando as equações de fluxo de carga. Os ângulos internos, em
regime permanente, são obtidos através da tensão das barras terminais dos geradores
α
V
, utilizando esta tensão terminal como referência, conforme Figura 3.6.
Fig. 3.6 – Representação do gerador para cálculo do
δ
0
Definindo
21
jIII +=
, e utilizando a relação
=+ IVjQP , temos que
VjQPjIII
/)(
21
=+=
. Dado que
+= IjxVE
d
''
δ
, temos que:
)/()/(
'''
VPxjVQxVE
dd
++=
δ
(3.29)
O ângulo inicial
δ
0
é, então, calculado adicionando o ângulo
α
da tensão terminal de
regime permanente ao ângulo
δ
, ou seja:
αδδ
+=
'
0
(3.30)
d)
Cálculo das matrizes admitância:
A matriz admitância
Y
deverá ser calculada para cada condição da rede (pré-falta, durante
a falta e pós-falta), em função das modificações na admitância da rede, seja a inclusão de
uma nova admitância para a terra (curto-circuito) ou pela abertura de uma linha de
transmissão (eliminação da falta). Para tanto, os seguintes passos são necessários:
x’
d
0
ii
E
δ
0
=
VV
α
'
θ
I
34
As cargas deverão estar convertidas para admitância constante.
A reatância transitória de cada gerador será adicionada à reatância do respectivo
transformador elevador. Com esta medida é possível evitar o procedimento de
criação de nós fictícios, o que aumentaria a dimensão da matriz admitância no
número de geradores representados na rede.
Todos os demais elementos de impedância são convertidos para admitância.
e)
Redução das matrizes admitância às barras dos geradores:
A admitância apresentada em (3.25) refere-se à admitância entre os nós de cada dois
geradores. Uma vez que as barras dos geradores não estão, necessariamente, conectadas
fisicamente, será necessário reduzir a matriz
Y
, para cada condição da rede (pré-falta,
durante a falta e pós-falta), às barras dos geradores. Desta forma, a matriz
Y
será reduzida
da dimensão
número de barras
para a dimensão
número de geradores
.
A redução da matriz
Y
pode ser efetuada a partir de operações matriciais, lembrando que,
à exceção dos nós dos geradores, todos os demais nós possuem injeção de corrente igual a
zero.
Dado que
YVI
=
, onde
=
0
n
I
I , as matrizes
Y
e
V
podem ser representadas da seguinte
forma:
=
r
n
rrrn
nrnnn
V
V
YY
YYI
|
|
0
(3.31)
onde o subscrito
n
refere-se aos nós dos geradores e o subscrito
r
refere-se aos demais nós.
Desta forma, a submatriz
V
n
possui dimensão (
n
x 1) e a submatriz
V
r
possui dimensão (
r
x 1).
Expandindo (3.31),
35
rnrnnnn
VYVYI
+=
rrrnrn
VYVY
+=
0
Eliminando
V
r
temos:
nrnrrnrnnn
VYYYYI
)(
1
=
(3.32)
A matriz )(
1
rnrrnrnn
YYYY
é o resultado da redução da matriz
Y
e, como foi dito, possui
dimensão (
n
x
n
), onde
n
é o número de geradores da rede.
3.6 O MÉTODO DE EULER MODIFICADO
Após os cálculos iniciais, apresentados no item 3.5 anterior, deve-se proceder a resolução
das equações diferenciais (3.25) que determinam o comportamento da diferença de ângulo
de rotor entre as diversas máquinas síncronas.
Para este trabalho, foi escolhido o método de Euler modificado, que apresenta fácil
implementação computacional e precisão nos resultados, considerando os modelos aqui
utilizados. A seguir apresenta-se a explanação do método de Euler original, evoluindo para
o método de Euler modificado [Mota, 2006].
a)
Método de Euler:
Dada uma equação diferencial de primeira ordem ),(
ytf
dt
dy
=
, onde
t
é o tempo (variável
independente) e
y
, a variável genérica dependente. A solução será da forma
y=g(t,c)
, onde
c
é uma constante determinada pelas condições iniciais [Stagg, 1968].
Parte-se do princípio de que, desde que se tenha uma curva suave e contínua, pequenos
segmentos podem ser considerados como linhas retas.
Para um ponto inicial (
t
o
,y
o
) na curva, uma variação de
y
pode ser calculada por:
t
dt
dy
y =
0
onde
0
dt
dy
é a declevidade da curva em (
t
o
,y
o
), e pode ser obtida por
36
substituição de (
t
o
,y
o
) na equação diferencial ),(
ytf
dt
dy
=
, e
t
é a variação do tempo
(intervalo de integração). Então, t
dt
dy
yy +=
0
01
.
Logo, partindo de um valor inicial (
t
o
,y
o
), vários valores de
y
podem ser calculados:
t
dt
dy
yy +=
1
12
, t
dt
dy
yy +=
2
23
e assim por diante.
b)
Método de Euler modificado:
No método de Euler,
dt
dy
, calculado no início do intervalo, permanece constante durante
todo o intervalo.
Um melhoramento pode ser obtido calculando-se um novo valor de
dt
dy
no fim do
intervalo e considerando a média dos dois para o cálculo de
y
, como segue:
t
dt
dy
dt
dy
yy
ttt
ttt
+
+=
+
+
2
)(
)()(
(3.33)
e assim por diante, conforme ilustrado na Figura 3.7 a seguir.
Fig. 3.7 – Representação gráfica do método de Euler modificado
2
01
+
dt
dy
dt
dy
)0(
1
dt
dy
0
dt
dy
)0(
1
dt
dy
),( ctgy
=
)0(
1
y
0
y
1
y
1
t
0
t
t
y
37
c)
Solução da equação
swing
:
A equação diferencial de segunda ordem (3.18) ).(
.
2
0
2
2
em
PP
H
dt
d
=
ωδ
pode ser desdobrada
em duas equações diferenciais de primeira ordem, que são resolvidas pelo método de Euler
modificado, conforme segue:
0
)(
ωω
δ
=
t
dt
d
(3.34)
[ ]
)(
0
tPP
H
f
dt
d
em
=
π
ω
(3.35)
onde:
f
0
- freqüência nominal
Aplicando o método de Euler,
t
dt
d
t
ttt
+=
+
)(
)(
)1(
)(
δ
δδ
, com
)(
t
dt
d
δ
calculado em (3.34)
e
t
dt
d
t
ttt
+=
+
)(
)(
)1(
)(
ω
ωω
, com
)(
t
dt
d
ω
calculado em (3.35)
sendo
δ
(t)
e
ω
(t)
conhecidos inicialmente.
Agora,
)(
tt
dt
d
+
δ
e
)(
tt
dt
d
+
ω
serão calculados em (3.36) e (3.37), usando
)1(
)(
tt +
δ
e
)1(
)(
tt +
ω
calculados anteriormente.
Finalmente, usando Euler modificado,
t
dt
d
dt
d
ttt
ttt
+
+=
+
+
2
)()(
)()(
δδ
δδ
(3.36)
38
t
dt
d
dt
d
ttt
ttt
+
+=
+
+
2
)()(
)()(
ωω
ωω
(3.37)
3.7 O CENTRO DE INÉRCIA DO SISTEMA
A distância do ângulo de rotor de determinada máquina síncrona para o centro de inércia
do sistema pode influenciar na estabilidade ou instabilidade transitória do sistema
[Chattopadhyay, 2000].
Em algumas bibliografias [Hakim, 2009], [Gan, 2000] o centro de inércia é utilizado como
referência rotativa para avaliar o deslocamento angular das máquinas. Alguns autores
incluem o centro de inércia como restrição no problema de FPO, limitando, desta forma, a
defasagem angular das máquinas para o referido centro de inércia.
Para um sistema com
ng
geradores com ângulos de rotor
δ
i
, e constante de inércia
H
i
, a
posição angular do centro de inércia
δ
CI
é definida como:
=
=
=
ng
i
i
ng
i
ii
CI
H
H
1
1
δ
δ
(3.38)
Uma vez que não se pode afirmar, com certeza, a partir de qual valor de diferença angular
entre as máquinas síncronas e o centro de inércia o sistema passaria de estável para
instável, optou-se, neste trabalho, pela não utilização desta restrição no problema de FPO.
O centro de inércia será utilizado como referência para definir, em caso de instabilidade,
quais serão os geradores candidatos a terem suas limitações no despacho de potência ativa
alterados na nova execução do FPO.
39
Capítulo 4 RESULTADOS DA APLICAÇÃO DA METODOLOGIA
DE ANÁLISE TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS
ELÉTRICOS
Neste capítulo serão apresentados os resultados obtidos na aplicação dos estudos de FPO
complementados com estudos de estabilidade transitória angular. Inicialmente, se
apresentada a implementação computacional do método. Em seguida será efetuada a
validação da ferramenta implementada para simulação de estabilidade transitória,
utilizando o sistema clássico de 9 barras para, finalmente, apresentar os resultados obtidos
na aplicação da metodologia nos sistemas de 9 e de 41 barras. Para ambos os sistemas
observa-se a coerência na utilização do CI como referência para determinação dos
geradores que terão seu despacho de potência ativa alterado, objetivando obter um ponto
de operação que seja estável diante de perturbações.
4.1 IMPLEMENTAÇÃO COMPUTACIONAL
Para aplicação da metodologia definida neste trabalho foram utilizados dois ambientes de
simulação, sendo um para a análise de FPO e outro para a análise de estabilidade
transitória, conforme será apresentado a seguir.
Para a análise de FPO foi utilizado um programa implementado em [Souza, 2005],
utilizando linguagem C++, o qual não sofreu alterações neste trabalho.
A seguir tem-se uma breve descrição das sub-rotinas implementadas para solução do
problema de FPO.
Leitura de Dados
são sub-rotinas responsáveis pela leitura dos dados de barra, de linhas
e dos limites das variáveis do sistema elétrico.
40
Inicia Variáveis
são sub-rotinas que inicializam as variáveis utilizadas pelo método
primal-dual barreira logarítmica, como o vetor s, os multiplicadores de Lagrange
e
, o
parâmetro de barreira
e parâmetro de atualização
.
Topologia da Rede
descreve as ligações existentes entre as barras do sistema. É de
fundamental importância para a construção do vetor gradiente e da matriz Hessiana da
Lagrangiana.
Constrói Sistema
constrói o vetor gradiente e a matriz Hessiana da Lagrangiana para o
sistema. A matriz Hessiana da Lagrangiana é construída de forma vetorial.
MA57
sub-rotina em Fortran responsável pela solução do sistema de equações. Para esta
sub-rotina, enviam-se os seguintes dados: vetor gradiente, matriz Hessiana da Lagrangiana
em formato vetorial, vetores que indicam a linha e a coluna de cada elemento na matriz, a
dimensão da matriz e o número de elementos não-nulos. Essa sub-rotina utiliza somente a
diagonal principal e a matriz triangular superior da matriz Hessiana da Lagrangiana.
Atualização das Variáveis
com a solução do sistema e calculado os passos primais e
duais, atualiza-se todas as variáveis do problema de otimização.
Saída
gera o arquivo de saída que contém os resultados obtidos pelo programa, ou seja,
os valores de tensão, fluxos e geração.
A implementação computacional do programa de estabilidade transitória foi efetuada nas
linguagens C++ e Matlab. Apresenta-se a seguir uma breve descrição das principais sub-
rotinas implementadas.
Leitura de Dados
– são sub-rotinas responsáveis pela leitura dos dados de barra, de linhas,
do ponto de operação definido no FPO e dos eventos relacionados à perturbação a ser
aplicada.
Operações com a matriz admitância
nestas sub-rotinas são construídas as matrizes
admitâncias para as condições pré, durante e pós-perturbação. Também são efetuadas as
operações de redução destas matrizes aos nós dos geradores.
41
Cálculo das variáveis dos geradores
são efetuados os cálculos necessários para
determinação do módulo e fase da tensão interna do gerador, em regime permanente. A
fase da tensão interna seo ângulo de rotor (
δ
). Nestas sub-rotinas também é calculado o
ângulo no centro de inércia, bem como a diferença angular de cada máquina para o referido
centro de inércia.
Resolução da equação swing
utilizando o método de Euler modificado é resolvida a
equação
swing
ao longo do período de simulação transitória.
Saída
gera o arquivo de saída, com o comportamento da diferença de ângulo de rotor
entre cada duas máquinas do sistema, para ser visualizado com a utilização do programa
Plot Cepel [Cepel, 2009].
4.2 VALIDAÇÃO DA FERRAMENTA DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA NO SISTEMA DE 9 BARRAS
Em [Anderson, 2003] tem-se um sistema de nove barras e três geradores, utilizado pelos
autores para estudos do problema de estabilidade transitória. Neste sistema, a
representação dos elementos (geradores, linhas de transmissão e cargas) foi efetuada na
mesma forma apresentada no capítulo 3 deste trabalho. O diagrama do sistema está
apresentado na Figura 4.1 a seguir [Neto, 2009].
42
Fig. 4.1 – Sistema clássico de nove barras e três geradores
Na Tabela 4.1 estão apresentados os dados de transformadores, linhas de transmissão e
elementos
shunt
, enquanto na Tabela 4.2 podem ser encontrados os dados dos geradores
representados no sistema.
Tabela 4.1 – Dados de transformadores e linhas de transmissão para o sistema de 9 barras
Impedância
[pu]
Admitância
Equipamento
barras
terminais
R X G [pu]
B [Mvar]
1-4 0 0.1184
0 -8.4459
2-7 0 0.1823
0 -5.4855
Transformadores
3-9 0 0.2399
0 -4.1684
4-5 0.0100
0.0850
1.3652
-11.6041
4-6 0.0170
0.0920
1.9422
-10.5107
5-7 0.0320
0.1610
1.1876
-5.9751
6-9 0.0390
0.1700
1.2820
-5.5882
7-8 0.0085
0.0720
1.6171
-13.6980
Linhas de
transmissão
8-9 0.0119
0.1008
1.1551
-9.7843
5-0 1.2610
-0.2634
6-0 0.8777
-0.0346
8-0 0.9690
-0.1601
4-0 0.1670
7-0 0.2275
Admitâncias
Shunt
9-0 0.2835
43
Tabela 4.2 – Dados de geradores para o sistema de 9 barras
Dados Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3
Tipo Hidroelétrica Termoelétrica Termoelétrica
Potência Nominal [MVA] 247.5 192.0 128.0
Tensão [kV] 16.5 18.0 13.8
x’d [pu] 0.0608 0.1198 0.1813
H [s] 23.64 6.40 3.01
Uma vez que o ponto de operação apresentado em [Anderson, 2003] não foi definido por
um estudo de FPO, mas sim por um fluxo de potência convencional, foi necessário realizar
também a simulação de fluxo de potência, objetivando obter o mesmo ponto de operação
da bibliografia. Para este fim, foi utilizado o software Anarede (Programa de Análise de
Redes) [Cepel, 2009a]. Na Figura 4.1 podem ser observados os valores de tensão nos nós
(módulo e fase) e geração nas máquinas síncronas para o ponto de operação definido no
fluxo de potência convencional.
De posse dos dados do sistema de 9 barras, apresentados nas Tabelas 4.1 e 4.2, procedeu-
se a modelagem deste sistema no programa de análise de estabilidade transitória,
considerando o ponto de operação apresentado na Figura 4.1. Em seguida foi efetuada a
simulação de estabilidade transitória, aplicando, como perturbação, um curto-circuito
trifásico na linha de transmissão entre as barras 5 e 7, nas proximidades da barra 7. O
curto-circuito foi aplicado após 200ms de simulação, ou seja, em
t =
0.200s, e eliminado
após 5 ciclos (
t
= 0.283s) pela abertura da linha 5-7.
Como resultado da simulação de estabilidade transitória obteve-se o comportamento da
diferença entre o ângulo de rotor das máquinas 2 e 3, adotando a máquina 1 como
referência rotativa, ou seja, (
δ
2
-
δ
1
) e (
δ
3
-
δ
1
), conforme apresentado na Figura 4.2.
44
0,
9,
18,
27,
36,
45,
54,
63,
72,
81,
90,
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Delta (barra_2 - barra_1)
Delta (barra_3 - barra_1)
Fig. 4.2 – Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras
A Figura 4.2 apresenta comportamento idêntico ao apresentado na bibliografia [Anderson,
2003] para as diferenças de ângulo de rotor. Desta forma, foi possível concluir pelo
sucesso na implementação do programa para simulação de estabilidade transitória,
validando a ferramenta.
4.3 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
UTILIZANDO O SISTEMA DE 9 BARRAS
O sistema de 9 barras, utilizado neste trabalho, foi escolhido para validar a ferramenta para
simulação de estabilidade transitória, conforme apresentado no item 4.2, e também para
aplicação da metodologia definida neste trabalho. Os dados do sistema são aqueles
apresentados nas Tabelas 4.1 e 4.2. O ponto de operação inicial está apresentado na Figura
4.1.
A metodologia será aplicada obedecendo as seguintes etapas, já apresentadas no capítulo 1:
Execução do FPO, considerando as restrições estáticas (limites de tensão e
geração).
45
Para o ponto de operação definido pelo FPO, executa-se a simulação de
estabilidade transitória, verificando se o sistema atende aos critérios de segurança
dinâmica estabelecidos.
Caso o sistema não atenda aos critérios de estabilidade, as restrições de potência
ativa gerada são alteradas no problema do FPO, estabelecendo assim um ponto de
operação seguro do ponto de vista dinâmico.
A seguir serão detalhadas cada uma destas etapas.
4.3.1 Solução do sistema de 9 barras pelo fluxo de potência ótimo
O problema de FPO para o sistema de 9 barras será conforme apresentado a seguir:
Minimizar
+
NLmk
kmmkmkkm
VVVVg
),(
22
)cos2(
θ
sujeito a: (4.1)
28.10
92.10
47.20
1.19.0
0
0
3
2
1
=
=
P
P
P
V
Q
P
k
k
k
A função objetivo representa o somatório das perdas de potência ativa nas linhas de
transmissão do sistema. Para a barra de carga, m-se duas equações de igualdade que
são as equações de balanço da rede
(
)
KK
QeP .
Para as barras de geração, tem-se a restrição canalizada de geração de potência ativa
(
)
K
P ,
sendo que, o limite máximo considerado refere-se à capacidade nominal de cada gerador.
Os limites estão apresentados em p.u., na base 100MVA.
Todas as tensões
(
)
K
V são canalizadas, possuindo limite mínimo de 0.9 p.u. e máximo de
1.1 p.u, na base de cada nível de tensão do sistema.
46
A Tabela 4.3 apresenta a solução do FPO.
Tabela 4.3 – Solução do FPO para o sistema de 9 barras
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9002 0.0 243.9 -13.0 0.0 0.0
2 geração 1.0561 -18.6 39.7 54.4 0.0 0.0
3 geração 1.0497 -17.8 39.3 38.8 0.0 0.0
4 carga 0.9218 -9.7 0.0 0.0 0.0 0.0
5 carga 0.9251 -17.7 0.0 0.0 125.0 50.0
6 carga 0.9399 -16.5 0.0 0.0 90.0 30.0
7 carga 1.0241 -19.9 0.0 0.0 0.0 0.0
8 carga 1.0132 -21.8 0.0 0.0 100.0 35.0
9 carga 1.0283 -19.1 0.0 0.0 0.0 0.0
onde:
P
G
: Potência ativa gerada (em MW)
Q
G
: Potência reativa gerada (em Mvar)
P
C
: Potência ativa consumida (em MW)
Q
C
: Potência reativa consumida (em Mvar)
referência: barra swing, slack ou V. Possui o módulo e fase da tensão constantes. Na
entrada de dados do sistema utiliza-se o código “2 para representar este tipo de barra.
geração: barra de geração ou PV. Possui geração de potência ativa e módulo de tensão
constantes. Na entrada de dados do sistema utiliza-se o código 1” para representar este
tipo de barra. Para que esta máquina tenha sua geração alterada quando submetida ao FPO,
o código representativo deverá ser alterado para “ -1”.
carga: barra de carga ou PQ. Possui geração de potência ativa e reativa constantes. Na
entrada de dados do sistema utiliza-se o código “0 para representar este tipo de barra.
Como pode-se observar na Tabela 4.3, para minimizar a função objetivo foi elevada a
geração do gerador 1, reduzindo nos geradores 2 e 3, uma vez que, conforme Figura 4.1, a
geração original era de 71.6MW, 163MW e 85MW, para os geradores 1, 2 e 3,
respectivamente.
Apesar da barra 1 ser a barra de referência, o módulo da tensão não é mantido em 1.000
p.u., uma vez que, na implementação do FPO, as variáveis de tensão foram mantidas livres
para todas as barras, respeitando apenas aos limites estabelecidos na lista de restrições.
47
A etapa seguinte será a simulação de estabilidade transitória, para avaliar se o sistema
atende aos critérios de estabilidade.
4.3.2 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 9 barras
Dado o sistema de 9 barras, no ponto de operação definido pelo FPO (Tabela 4.3) foi
repetida a simulação do item 4.2, ou seja, um curto-circuito trifásico, na linha de
transmissão entre as barras 5 e 7, nas proximidades da barra 7. O curto-circuito foi
aplicado após 200ms de simulação, ou seja, em t = 0.200s, e eliminado após 5 ciclos (t =
0.283s) pela abertura da linha 5-7.
Para que o ponto de operação seja aprovado, ou seja, considerar que o sistema suporta a
perturbação aplicada, deverão ser atendidos os seguintes critérios dinâmicos de segurança:
Cada um dos geradores deverá manter-se em sincronismo com os demais. Para
considerar que o gerador se manteve em sincronismo, a diferença de ângulo de
rotor entre este e os demais geradores não poderá apresentar crescimento
ininterrupto, ou seja, deverá oscilar em torno de um ponto.
O módulo da diferença angular máxima entre cada dois geradores não deverá ser
superior a 90 graus. Este critério é baseado na teoria de transferência de potência,
apresentada no capítulo 3 deste trabalho (ver Figura 3.5 e equação 3.19).
Conforme apresentado no capítulo 3, este trabalho considera o modelo clássico para a
máquina síncrona, o qual despreza o efeito do amortecimento. Desta forma, nas situações
em que não houver perda de sincronismo, é esperado que os ângulos de rotor apresentem
comportamento oscilatório.
Como resultado da simulação de estabilidade transitória obteve-se o comportamento da
diferença entre o ângulo de rotor de cada duas máquinas, ou seja, (
δ
1
-
δ
2
), (
δ
1
-
δ
3
) e (
δ
2
-
δ
3
),
conforme apresentado na Figura 4.3.
48
-8,5
4,3
17,
29,8
42,5
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_2)
Delta (barra_1 - barra_3)
Delta (barra_2 - barra_3)
Fig. 4.3 – Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras considerando
curto-circuito trifásico na linha 5-7
Como pode ser observado, no ponto de operação definido pelo FPO, os geradores mantém-
se em sincronismo. A diferença de ângulo de rotor não supera, em módulo, o limite de 90
graus estabelecido.
Desta forma, pode-se considerar que, para a perturbação aplicada, o ponto de operação
definido pelo FPO é seguro. No entanto, deve-se avaliar se o sistema suporta, além da
perturbação aplicada, outros eventos. Procede-se, a seguir, a simulação de um curto-
circuito trifásico, na linha de transmissão entre as barras 4 e 5, nas proximidades da barra
4. O curto-circuito foi aplicado após 200ms de simulação, ou seja, em t = 0.200s, e
eliminado após 5 ciclos (t = 0.283s) pela abertura da linha 4-5.
Como resultado da simulação de estabilidade transitória obteve-se o comportamento da
diferença entre o ângulo de rotor de cada duas máquinas, ou seja, (
δ
1
-
δ
2
), (
δ
1
-
δ
3
) e (
δ
2
-
δ
3
),
conforme apresentado na Figura 4.4.
49
-48
736
1521
2306
3090
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_2)
Delta (barra_1 - barra_3)
Delta (barra_2 - barra_3)
Fig. 4.4 – Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras considerando
curto-circuito trifásico na linha 4-5
Como pode ser observado, para aplicação do curto-circuito na linha 4-5, o gerador 1 perde
sincronismo dos geradores 2 e 3, embora os geradores 2 e 3 mantenham sincronismo entre
si. Uma vez que o sistema está sujeito a curtos-circuitos em qualquer uma de suas linhas de
transmissão, o sistema deve suportar, de forma não simultânea, a aplicação de curto-
circuito em todas as linhas de transmissão. Desta forma, o ponto de operação não pode ser
considerado como seguro, por não suportar a perturbação simulada.
Para garantir que o sistema seja seguro, a metodologia definida neste trabalho estabelece
que as restrições de potência ativa das máquinas síncronas devem ser alteradas. Para
definir qual gerador será submetido a esta etapa, utilizaremos o conceito do centro de
inércia, através do qual observaremos qual gerador está mais afastado do centro de inércia.
A Tabela 4.4 apresenta a diferença angular entre cada gerador e o centro de inércia. Como
pode-se observar, o gerador 2 é o mais afastado do CI, seguido pelo gerador 3.
Tabela 4.4 – Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia para o
sistema de 9 barras
Diferença de ângulo entre gerador e CI [graus] Ângulo no CI
[graus]
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3
3.02 7.45 -19.3 -17.4
50
A metodologia apresentada neste trabalho propõe alterar os limites de potência gerada para
as máquinas mais afastadas do CI, neste caso, a quina 2 e efetuar novamente a
simulação de FPO.
Uma vez que a diferença de ângulo da máquina 2 para o CI foi negativa, pode-se concluir
que o ângulo desta máquina é, numericamente, inferior ao ângulo no CI. Tomando como
base a teoria apresentada no capítulo 3 (Figura 3.3), para elevarmos o ângulo de rotor da
máquina 2 será necessário elevarmos a corrente de saída do gerador. Para tanto será
elevada a geração de potência ativa da máquina 2, por meio da elevação de seu limite
mínimo de potência ativa na restrição do FPO e calculado um novo ponto de operação do
sistema.
De acordo com a proposta deste trabalho para alteração dos limites na formulação do FPO,
conforme apresentado no capítulo 1, o novo valor de potência mínima na restrição do FPO,
para o gerador 2, seria:
pu
originalPoriginalP
antigoPnovoP 96.0
2
092.1
0
2
min
2
max
2
min
2
min
2
=
+=
+=
.
Conforme apresentado no capítulo 2, o método primal-dual barreira logarítmica utiliza-se
dos parâmetros de barreira para converter restrições de desigualdade em restrições de
igualdade. Com isto, utilizando-se este método em particular, podem ocorrer situações em
que o ponto de operação não atenda a um ou mais limites de potência, o que aconteceu,
neste caso, com a máquina 2.
Para garantir o aumento na geração da máquina 2 optou-se, então, por retirar a máquina da
formulação do FPO e manter a geração constante e igual ao novo valor de potência mínima
calculado na formulação proposta, ou seja, 0.96pu (96MW). Caso este valor não seja
suficiente para garantir a estabilidade do sistema, a geração desta ou de outra máquina, será
novamente alterada, mantendo a mesma formulação.
Para que a geração desta máquina não seja alterada durante a execução do FPO, basta
alterar o código identificador de “ -1”para “ 1” na entrada de dados.
51
4.3.3 Execução do FPO para o sistema de 9 barras com elevação da geração da
máquina 2
Mantendo fixa a geração do gerador 2, o problema de FPO para o sistema de 9 barras passa
a ser da seguinte forma:
Minimizar
+
NLmk
kmmkmkkm
VVVVg
),(
22
)cos2(
θ
sujeito a: (4.2)
28.125.0
47.21.0
1.19.0
0
0
3
1
=
=
P
P
V
Q
P
k
k
k
A Tabela 4.5 apresenta a nova solução do FPO.
Tabela 4.5 – Solução do FPO para o sistema de 9 barras com elevação da geração da
máquina 2
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9933 0.0 183.7 17.0 0.0 0.0
2 geração 1.0118 -5.7 96.0 10.7 0.0 0.0
3 geração 1.0147 -9.1 38.6 2.4 0.0 0.0
4 carga 0.9892 -6.2 0.0 0.0 0.0 0.0
5 carga 0.9672 -11.2 0.0 0.0 125.0 50.0
6 carga 0.9823 -10.7 0.0 0.0 90.0 30.0
7 carga 1.0069 -9.1 0.0 0.0 0.0 0.0
8 carga 0.9966 -12.0 0.0 0.0 100.0 35.0
9 carga 1.0136 -10.3 0.0 0.0 0.0 0.0
Como pode-se observar na Tabela 4.5, a nova execução do FPO resultou em redução na
geração da máquina 1. O FPO efetuou também uma pequena elevação na geração da
máquina 3. Ressalta-se que a máquina 2 teve sua geração fixada em 96MW.
A etapa seguinte será repetir a simulação de estabilidade transitória, para avaliar se o
sistema é ou não estável.
52
4.3.4 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 9 barras com elevação
da geração da máquina 2
Considerando o novo ponto de operação definido pelo FPO, foi repetida a simulação de
curto-circuito trifásico, na linha de transmissão entre as barras 4 e 5, nas proximidades da
barra 4.
Como resultado da simulação de estabilidade transitória obteve-se o comportamento da
diferença entre o ângulo de rotor de cada duas máquinas, ou seja, (
δ
1
-
δ
2
), (
δ
1
-
δ
3
) e (
δ
2
-
δ
3
),
conforme apresentado na Figura 4.5.
-24,4
0,4
25,1
49,8
74,5
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_2)
Delta (barra_1 - barra_3)
Delta (barra_2 - barra_3)
Fig. 4.5 – Comportamento dos ângulos de rotor para o sistema de 9 barras considerando
curto-circuito trifásico na linha 4-5, com elevação da geração da máquina 2
Como pode ser observado, no novo ponto de operação definido pelo FPO, os geradores
mantém-se em sincronismo. A diferença de ângulo de rotor não supera, em módulo, o
limite de 90 graus estabelecido. Desta forma, pode-se considerar que, para a perturbação
aplicada, o novo ponto de operação é seguro.
Assim como efetuado para o ponto de operação anterior, faz-se necessário avaliar se o
sistema atende aos critérios de estabilidade para perturbações nas demais linhas de
transmissão. Desta forma, foram simulados curtos-circuitos em todas as outras linhas de
transmissão do sistema, sendo elas: 4-6, 7-5, 6-9, 7-8 e 8-9. Para todas estas perturbações,
53
os geradores mantiveram-se em sincronismo e não violaram o limite de 90 graus, em
módulo, estabelecido para este trabalho. A tulo de ilustração apresentam-se, na Figura
4.6, o comportamento da diferença de ângulo de rotor entre as máquinas 1 e 2, para as
perturbações descritas.
-28,4
-10,3
7,8
26,
44,1
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Tempo [s]
LT 4-6
LT 7-5
LT 6-9
LT 7-8
LT 8-9
Fig. 4.6 – Comportamento dos ângulos de rotor entre as máquinas 1 e 2 considerando
curto-circuito trifásico nas linhas 4-6, 7-5, 6-9, 7-8 e 8-9, com elevação da geração da
máquina 2
As simulações efetuadas para o sistema de 9 barras comprovam a eficiência da
metodologia adotada, onde foi observado:
A execução do FPO, observando apenas a capacidade máxima de geração para cada
máquina resultou em um ponto de operação inseguro, uma vez que houve perda de
sincronismo para o curto-circuito na linha 4-5.
A monitoração da diferença angular para o CI identificou a necessidade de elevar a
geração de potência ativa da máquina 2.
A execução do FPO, considerando nova restrição de potência ativa para a máquina
2, resultou em um novo ponto de operação, o qual atendeu aos critérios
estabelecidos neste trabalho, ou seja, o novo ponto de operação é seguro.
54
A Tabela 4.6 apresenta os valores de potência ativa gerada por máquina na primeira
solução (caso inseguro) e na última solução (caso seguro) do FPO, enquanto a Tabela 4.7
apresenta os valores de perdas elétricas totais na transmissão para estes dois casos.
Tabela 4.6 – Geração no sistema de 9 barras na primeira (insegura) e na última (segura)
solução
Potência Gerada (MW)
Gerador
Caso inseguro Caso seguro
1 243.9 183.7
2 39.7 96.0
3 39.3 38.6
Tabela 4.7 – Perdas no sistema de 9 barras na primeira (insegura) e na última (segura)
solução
Perdas (MW)
Caso inseguro Caso seguro
7.77 3.29
Pela tabela 4.7 observa-se que as perdas no caso denominado como seguro foram menores
que no primeiro caso. Este resultado é justificado pela não-linearidade e não-convexidade
da função objetivo e das restrições, conforme apresentado no capítulo 2.
4.4 APLICAÇÃO DA METODOLOGIA DE ANÁLISE DE ESTABILIDADE
TRANSITÓRIA NA OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS ELÉTRICOS
UTILIZANDO O SISTEMA DE 41 BARRAS
A metodologia apresentada neste trabalho mostrou-se eficiente quando utilizada no sistema
fictício de 9 barras. No entanto, para comprovar sua efetividade, faz-se necessária a
utilização de sistemas de maior porte. Por este motivo, as avaliações efetuadas para o
sistema fictício serão agora repetidas no sistema de 41 barras e 13 geradores, representando
a interligação entre as regiões Norte e Sudeste/Centro-Oeste do SEB, conforme Figura 4.7
a seguir.
55
Fig. 4.7 – Sistema equivalente de 41 barras e 13 geradores
Na Tabela 4.8 estão apresentados os dados dos geradores representados no sistema.
Tabela 4.8 – Dados dos geradores para o sistema de 41 barras
Geradores
Número
Nome
Potência Nominal
[MVA]
Tensão
[kV]
x’d
[pu]
H
[s]
1
Tucuruí – Grupo 1
(Geradores 1, 3, 5, 7 e 9)
1750 13.8 13.998 0.0833
2
Tucuruí – Grupo 2
(Geradores 2 e 6)
700 13.8 9.332 0.1250
3
Tucuruí – Grupo 3
(Geradores 4 e 8)
700 13.8 9.332 0.1250
4
Tucuruí – Grupo 4
(Geradores 13, 15 e 16)
1110 13.8 12.00 0.1000
5
Tucuruí – Grupo 5
(Geradores 14, 17 e 20)
1110 13.8 12.00 0.1000
6 Lajeado 540 13.8 9.192 0.1167
7 Peixe Angical 332 13.8 5.612 0.1750
8 Serra da Mesa 431 15.0 5.500 0.2890
9 Emborcação 1192 16.5 9.444 0.1600
10 Nova Ponte 510 13.8 14.73 0.1000
11 São Simão 1120 16.5 24.91 0.0625
12 Itumbiara 1900 13.8 21.55 0.0520
13 Marimbondo 1488 13.8 40.40 0.0412
56
Para o sistema de 41 barras e 13 geradores, será novamente utilizada a metodologia
desenvolvida neste trabalho, ou seja:
Execução do FPO, considerando as restrições estáticas (limites de tensão e
geração).
Para o ponto de operação definido pelo FPO, executam-se diversas simulações de
estabilidade transitória, verificando se o sistema mantém-se estável e atendendo aos
critérios de segurança dinâmica estabelecidos.
Caso o sistema não atenda aos critérios de estabilidade, as restrições de potência
ativa gerada são alteradas no problema do FPO, estabelecendo assim um ponto de
operação seguro do ponto de vista dinâmico.
A seguir serão detalhadas cada uma destas etapas.
4.4.1 Solução do sistema de 41 barras pelo fluxo de potência ótimo
O problema de FPO para o sistema de 41 barras será conforme apresentado a seguir:
Minimizar
+
NLmk
kmmkmkkm
VVVVg
),(
22
)cos2(
θ
sujeito a: (4.3)
49.180.8
90.100.1
12.120.7
10.530.3
19.160.7
31.408.1
32.30.0
40.50.0
11.105.7
11.105.7
0.77.4
0.77.4
50.177.4
1.19.0
0
0
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
=
=
P
P
P
P
P
P
P
P
P
P
P
P
P
V
Q
P
k
k
k
57
A função objetivo representa o somatório das perdas de potência ativa nas linhas de
transmissão do sistema. Para a barra de carga, m-se duas equações de igualdade que
são as equações de balanço da rede
(
)
KK
QeP .
Para as barras de geração, tem-se a restrição canalizada de geração de potência ativa
(
)
K
P ,
sendo que, o limite máximo considerado refere-se à capacidade nominal de cada gerador.
Para limite mínimo foi utilizada a geração nima de cada usina definida por sua curva de
capabilidade [ONS, 2009]. Os limites estão apresentados em p.u., na base 100MVA.
Todas as tensões
(
)
K
V são canalizadas, possuindo limite mínimo de 0.9 p.u. e máximo de
1.1 p.u, na base de cada nível de tensão do sistema.
A Tabela 4.9 apresenta a solução do FPO.
58
Tabela 4.9 – Solução do FPO para o sistema de 41 barras
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9819 0.0 857.0 -195.7 0.00 0.00
2 geração 0.9886 -1.6 678.9 -176.3 0.00 0.00
3 geração 0.9886 -1.6 678.9 -176.3 0.00 0.00
4 geração 0.9912 0.1 1050.6 -162.7 0.00 0.00
5 geração 0.9603 0.9 1104.8 -353.2 0.00 0.00
6 geração 0.9829 -16.2 15.0 -168.6 0.00 0.00
7 geração 0.9575 -6.0 325.4 -197.8 0.00 0.00
8 geração 1.0020 -15.1 108.2 -186.7 0.00 0.00
9 geração 0.9604 -7.8 846.7 -438.1 0.00 0.00
10 geração 0.9868 -10.1 383.8 150.0 0.00 0.00
11 geração 0.9007 4.8 1116.1 -397.9 0.00 0.00
12 geração 1.0081 1.2 1873.9 194.5 0.00 0.00
13 geração 0.9844 -2.9 880.0 -434.2 0.00 0.00
14 carga 1.0736 -7.6 0.00 0.00 181.00 13.00
15 carga 1.0775 -8.3 0.00 0.00 0.00 0.00
16 carga 1.0932 -16.5 0.00 0.00 0.00 0.00
17 carga 1.0191 -16.4 0.00 0.00 0.00 0.00
18 carga 1.0513 -19.5 0.00 0.00 1853.00 216.00
19 carga 1.0881 -13.0 0.00 0.00 271.00 161.00
20 carga 1.0934 -17.8 0.00 0.00 0.00 0.00
21 carga 1.0914 -17.7 0.00 0.00 203.00 4.00
22 carga 1.0506 -22.9 0.00 0.00 1731.00 94.00
23 carga 1.0918 -13.4 0.00 0.00 102.00 -92.00
24 carga 1.0999 -16.6 0.00 0.00 -36.00 -27.00
25 carga 1.0988 -16.5 0.00 0.00 102.00 -9.00
26 carga 1.0999 -16.4 0.00 0.00 0.00 0.00
27 carga 1.0966 -16.2 0.00 0.00 0.00 0.00
28 carga 1.0907 -15.9 0.00 0.00 0.00 0.00
29 carga 1.0349 -12.5 0.00 0.00 32.00 -8.00
30 carga 1.0942 -16.7 0.00 0.00 300.00 -26.00
31 carga 1.0973 -16.5 0.00 0.00 31.00 100.00
32 carga 1.0918 -16.5 0.00 0.00 780.00 274.00
33 carga 1.0911 -16.2 0.00 0.00 0.00 0.00
34 carga 1.0837 -15.4 0.00 0.00 158.00 -69.00
35 carga 1.0564 -12.4 0.00 0.00 460.00 61.00
36 carga 1.0538 -6.6 0.00 0.00 445.00 -27.00
37 carga 1.0361 -14.0 0.00 0.00 1042.00 -235.00
38 carga 0.9981 -17.6 0.00 0.00 970.00 -9.00
39 carga 0.9985 -2.4 0.00 0.00 0.00 0.00
40 carga 1.0217 -6.9 0.00 0.00 1481.00 -585.00
41 carga 0.9906 -2.4 0.00 0.00 -312.00 169.00
A etapa seguinte será a simulação de estabilidade transitória, para avaliar se o sistema
atende aos critérios de estabilidade.
59
4.4.2 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras
Dado o sistema de 41 barras, no ponto de operação definido pelo FPO (Tabela 4.9) foi
efetuada a simulação de um curto-circuito monofásico, na linha de transmissão entre as
barras 19 e 20, nas proximidades da barra 19. O curto-circuito foi aplicado após 200ms de
simulação, ou seja, em t = 0.200s, e eliminado após 100ms (t = 0.300s) pela abertura da
linha 19-20. Para representar o curto-circuito monofásico foi inserido um reator de 4.0p.u.,
representando a potência de curto-circuito monofásica do barramento 19 [ONS, 2008].
Para que o ponto de operação seja aprovado, ou seja, considerar que o sistema suporta a
perturbação aplicada, novamente deverão ser atendidos os seguintes critérios dinâmicos de
segurança:
Cada um dos geradores deverá manter-se em sincronismo com os demais. Para
considerar que o gerador se manteve em sincronismo, a diferença de ângulo de
rotor entre este e os demais geradores não poderá apresentar crescimento
ininterrupto, ou seja, deverá oscilar em torno de um ponto.
O módulo da diferença angular máxima entre cada dois geradores não deverá ser
superior a 90 graus. Este critério é baseado na teoria de transferência de potência,
apresentada no capítulo 3 deste trabalho (ver Figura 3.5 e equação 3.19).
Conforme apresentado no capítulo 3, este trabalho considera o modelo clássico para a
máquina síncrona, o qual despreza o efeito do amortecimento. Desta forma, nas situações
em que não houver perda de sincronismo, é esperado que os ângulos de rotor apresentem
comportamento oscilatório.
Como resultado da simulação de estabilidade transitória foi monitorado o comportamento
da diferença entre o ângulo de rotor de cada duas máquinas, ou seja, (
δ
1
-
δ
2
), (
δ
1
-
δ
3
) , ... ,
(
δ
1
-
δ
13
), (
δ
2
-
δ
3
), (
δ
2
-
δ
4
) , ... , (
δ
2
-
δ
13
), ... , (
δ
12
-
δ
13
). Dado a grande quantidade de
diferenças angulares monitoradas (78) apresentaremos, ao longo deste capítulo, apenas
aquelas mais relevantes.
60
Para a simulação tratada neste item, apresenta-se na Figura 4.8 o comportamento da
diferença angular entre as máquinas 1 e 6.
71
961
1850
2740
3630
0, 0,4 0,8 1,2 1,6 2,
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_6)
Fig. 4.8 – Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20
Como pode ser observado, para aplicação do curto-circuito na linha 19-20, o gerador 1
perde sincronismo com o gerador 6, o mesmo acontecendo para outros geradores do
sistema. Desta forma, o ponto de operação não pode ser considerado como seguro, por não
suportar a perturbação simulada.
Para garantir que o sistema seja seguro, a metodologia definida neste trabalho estabelece
que as restrições de geração pelas máquinas síncronas devem ser alteradas. Para definir
qual gerador será submetido a esta etapa, utilizaremos novamente o conceito do centro de
inércia, através do qual observaremos qual gerador está mais afastado do centro de inércia.
A Tabela 4.10 apresenta a diferença angular entre cada gerador e o centro de inércia. Como
pode-se observar, o gerador 6 é o mais afastado do CI.
61
Tabela 4.10 – Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia para o
sistema de 41 barras
Diferença de ângulo entre gerador e CI [graus] Ângulo
no CI
[graus]
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 4 Gerador 5
18.11 8.63 8.63 14.18 25.62
Gerador 6 Gerador 7 Gerador 8 Gerador 9 Gerador 10
-52.89 0.94 -19.15 34.94 -29.28
Gerador 11 Gerador 12
Gerador 13
37.99
17.87 4.26 -16.26
A metodologia apresentada neste trabalho propõe alterar os limites de potência gerada para
as máquinas mais afastadas do CI, neste caso, a máquina 6, e efetuar novamente a
simulação de FPO.
Uma vez que a diferença de ângulo da máquina 6 para o CI foi negativa, pode-se concluir
que o ângulo desta máquina é, numericamente, inferior ao ângulo no CI. Tomando como
base a teoria apresentada no capítulo 3 (Figura 3.3), para elevarmos o ângulo de rotor da
máquina 6 será necessário elevarmos a corrente de saída do gerador. Para tanto se
elevada a geração de potência ativa da máquina 6.
Assim como para o sistema de 9 barras, e de acordo com a proposta deste trabalho para
alteração dos limites na formulação do FPO, conforme apresentado no capítulo 1, o novo
valor de potência mínima na restrição do FPO, para o gerador 6, seria:
pu
originalPoriginalP
antigoPnovoP
70.2
2
040.5
0
2
min
6
max
6
min
6
min
6
=
+=
+= .
Utilizando-se da mesma estratégia, ou seja, para garantir o aumento na geração da máquina
6, optou-se por retirar a máquina da formulação do FPO e manter sua geração constante e
igual ao valor calculado na formulação proposta, ou seja, 2.70p.u. (270MW). Caso este
valor não seja suficiente para garantir a estabilidade do sistema, a geração desta ou de outra
máquina, será novamente alterada, mantendo a mesma formulação.
62
Para que a geração desta máquina não seja alterada durante a execução do FPO, foi
alterado o código identificador de -1”para “ 1” na entrada de dados.
4.4.3 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 6
Mantendo fixa a geração do gerador 6, o problema de FPO (4.3) para o sistema de 41
barras, será alterado pela exclusão das restrições de potência ativa para o gerador 6.
A Tabela 4.11 apresenta a nova solução do FPO.
63
Tabela 4.11 – Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 6
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9500 0.0 935.4 -271.9 0.00 0.00
2 geração 0.9666 -2.3 700.0 -207.5 0.00 0.00
3 geração 0.9667 -2.3 699.9 -207.0 0.00 0.00
4 geração 0.9980 -0.8 1097.8 -89.1 0.00 0.00
5 geração 0.9980 -0.8 1097.8 -89.1 0.00 0.00
6 geração 0.9564 -13.1 270.0 -170.5 0.00 0.00
7 geração 0.9501 -20.5 -17.1 (*) -199.9 0.00 0.00
8 geração 0.9733 -14.3 408.8 -189.2 0.00 0.00
9 geração 0.9502 -14.4 681.3 -330.5 0.00 0.00
10 geração 0.9508 -15.9 377.3 74.2 0.00 0.00
11 geração 0.9503 -0.6 1012.6 -24.3 0.00 0.00
12 geração 0.9503 -7.3 1189.2 -222.7 0.00 0.00
13 geração 0.9514 -1.2 1470.0 -491.7 0.00 0.00
14 carga 1.0572 -8.8 0.00 0.00 181.00 13.00
15 carga 1.0743 -9.6 0.00 0.00 0.00 0.00
16 carga 1.0724 -18.5 0.00 0.00 0.00 0.00
17 carga 0.9957 -16.5 0.00 0.00 0.00 0.00
18 carga 1.0423 -20.9 0.00 0.00 1853.00 216.00
19 carga 1.0739 -14.6 0.00 0.00 271.00 161.00
20 carga 1.0763 -19.8 0.00 0.00 0.00 0.00
21 carga 1.0741 -19.8 0.00 0.00 203.00 4.00
22 carga 1.0330 -25.2 0.00 0.00 1731.00 94.00
23 carga 1.0770 -15.2 0.00 0.00 102.00 -92.00
24 carga 1.0812 -18.8 0.00 0.00 -36.00 -27.00
25 carga 1.0787 -19.0 0.00 0.00 102.00 -9.00
26 carga 1.0779 -19.4 0.00 0.00 0.00 0.00
27 carga 1.0739 -19.6 0.00 0.00 0.00 0.00
28 carga 1.0686 -19.6 0.00 0.00 0.00 0.00
29 carga 1.0222 -20.2 0.00 0.00 32.00 -8.00
30 carga 1.0709 -20.0 0.00 0.00 300.00 -26.00
31 carga 1.0734 -19.6 0.00 0.00 31.00 100.00
32 carga 1.0671 -20.3 0.00 0.00 780.00 274.00
33 carga 1.0670 -20.2 0.00 0.00 0.00 0.00
34 carga 1.0607 -20.1 0.00 0.00 158.00 -69.00
35 carga 1.0341 -18.3 0.00 0.00 460.00 61.00
36 carga 1.0205 -12.7 0.00 0.00 445.00 -27.00
37 carga 1.0109 -20.0 0.00 0.00 1042.00 -235.00
38 carga 0.9795 -23.3 0.00 0.00 970.00 -9.00
39 carga 1.0065 -6.7 0.00 0.00 0.00 0.00
40 carga 0.9997 -8.2 0.00 0.00 1481.00 -585.00
41 carga 0.9883 -5.6 0.00 0.00 -312.00 169.00
(*) Observa-se que a geração estabelecida pelo FPO, para a máquina 7, foi inferior ao seu
limite nimo. Isto deve-se à característica do método primal-dual barreira logarítmica,
64
conforme mencionado no item 4.3.2. A máquina 7 teve sua geração modificada para
0MW.
A etapa seguinte será repetir a simulação de estabilidade transitória, para avaliar se o
sistema é ou não estável.
4.4.4 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras com
elevação da geração da máquina 6
Considerando o novo ponto de operação definido pelo FPO, foi repetida a simulação de
curto-circuito monofásico, na linha de transmissão entre as barras 19 e 20, nas
proximidades da barra 19.
Para a simulação tratada neste item, apresenta-se na Figura 4.9 o comportamento da
diferença angular entre as máquinas 1 e 6.
5,4E+1
6,4E+3
1,3E+4
1,9E+4
2,5E+4
0, 1, 2, 3,01 4,01 5,01
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_6)
Fig. 4.9 – Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20 e elevação da geração da máquina 6
Como pode ser observado, este novo ponto de operação também não pode ser considerado
como seguro, por não suportar a perturbação simulada.
65
Utilizando novamente a metodologia definida neste trabalho deve-se observar qual gerador
está mais afastado do centro de inércia.
A Tabela 4.12 apresenta a diferença angular entre cada gerador e o centro de inércia. Como
pode-se observar, o gerador 7 é, agora, o mais afastado do CI.
Tabela 4.12 – Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação da geração da máquina 6
Diferença de ângulo entre gerador e CI [graus] Ângulo
no CI
[graus]
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 4 Gerador 5
27.50 13.22 13.19 12.82 12.82
Gerador 6 Gerador 7 Gerador 8 Gerador 9 Gerador 10
-26.13 -60.45 20.19 19.84 -31.62
Gerador 11 Gerador 12
Gerador 13
36.81
-1.88 -5.96 2.76
Assim como efetuado para a máquina 6, para garantir o aumento na geração da máquina 7,
optou-se por retirar a máquina da formulação do FPO e manter sua geração constante e
igual ao valor calculado na formulação proposta,
pu
originalPoriginalP
antigoPnovoP
66.1
2
032.3
0
2
min
7
max
7
min
7
min
7
=
+=
+= , ou seja,
166MW. Caso este valor não seja suficiente para garantir a estabilidade do sistema, a
geração desta ou de outra máquina se novamente alterada, mantendo a mesma
formulação.
Para que a geração desta máquina não seja alterada durante a execução do FPO, foi
alterado o código identificador de -1”para “ 1” na entrada de dados.
4.4.5 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração das
máquinas 6 e 7
Mantendo fixa a geração dos geradores 6 e 7, o problema de FPO (4.4) para o sistema de
41 barras, será alterado pela exclusão das restrições de potência ativa para o gerador 7.
66
A Tabela 4.13 apresenta a nova solução do FPO.
Tabela 4.13 – Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração das
máquinas 6 e 7
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9601 0.0 695.4 -320.1 0.00 0.00
2 geração 0.9822 -0.1 698.0 -189.6 0.00 0.00
3 geração 0.9791 -0.1 698.9 -208.5 0.00 0.00
4 geração 0.9896 1.8 1086.5 -191.4 0.00 0.00
5 geração 0.9896 1.8 1086.5 -191.4 0.00 0.00
6 geração 0.9806 -8.8 270.0 -161.3 0.00 0.00
7 geração 0.9784 -9.6 166.0 -187.9 0.00 0.00
8 geração 1.0014 -13.6 82.0 -176.7 0.00 0.00
9 geração 0.9620 -6.8 649.9 -360.8 0.00 0.00
10 geração 0.9771 -6.6 480.7 147.5 0.00 0.00
11 geração 0.9604 7.4 1082.5 -30.6 0.00 0.00
12 geração 0.9600 4.2 1786.9 -171.2 0.00 0.00
13 geração 0.9601 3.3 1134.8 -555.7 0.00 0.00
14 carga 1.0697 -6.4 0.00 0.00 181.00 13.00
15 carga 1.0810 -6.9 0.00 0.00 0.00 0.00
16 carga 1.0926 -13.9 0.00 0.00 0.00 0.00
17 carga 1.0169 -12.0 0.00 0.00 0.00 0.00
18 carga 1.0523 -18.1 0.00 0.00 1853.00 216.00
19 carga 1.0884 -11.4 0.00 0.00 271.00 161.00
20 carga 1.0933 -16.0 0.00 0.00 0.00 0.00
21 carga 1.0912 -15.9 0.00 0.00 203.00 4.00
22 carga 1.0504 -21.1 0.00 0.00 1731.00 94.00
23 carga 1.0920 -11.8 0.00 0.00 102.00 -92.00
24 carga 1.0997 -14.6 0.00 0.00 -36.00 -27.00
25 carga 1.0984 -14.4 0.00 0.00 102.00 -9.00
26 carga 1.0987 -14.5 0.00 0.00 0.00 0.00
27 carga 1.0954 -14.5 0.00 0.00 0.00 0.00
28 carga 1.0905 -14.3 0.00 0.00 0.00 0.00
29 carga 1.0458 -12.8 0.00 0.00 32.00 -8.00
30 carga 1.0916 -14.8 0.00 0.00 300.00 -26.00
31 carga 1.0942 -14.6 0.00 0.00 31.00 100.00
32 carga 1.0864 -14.5 0.00 0.00 780.00 274.00
33 carga 1.0864 -14.3 0.00 0.00 0.00 0.00
34 carga 1.0779 -13.5 0.00 0.00 158.00 -69.00
35 carga 1.0489 -10.4 0.00 0.00 460.00 61.00
36 carga 1.0318 -3.7 0.00 0.00 445.00 -27.00
37 carga 1.0273 -11.5 0.00 0.00 1042.00 -235.00
38 carga 0.9955 -14.8 0.00 0.00 970.00 -9.00
39 carga 1.0184 1.1 0.00 0.00 0.00 0.00
40 carga 1.0102 -2.0 0.00 0.00 1481.00 -585.00
41 carga 0.9995 1.5 0.00 0.00 -312.00 169.00
67
A etapa seguinte será repetir novamente a simulação de estabilidade transitória, para
avaliar se o sistema é ou não estável.
4.4.6 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras com
elevação da geração das máquinas 6 e 7
Considerando o novo ponto de operação definido pelo FPO, foi repetida a simulação de
curto-circuito monofásico, na linha de transmissão entre as barras 19 e 20, nas
proximidades da barra 19.
Para a simulação tratada neste item, apresenta-se na Figura 4.10 o comportamento da
diferença angular entre as máquinas 1 e 6.
4,6E+1
4,3E+3
8,6E+3
1,3E+4
1,7E+4
0, 1, 2, 3,01 4,01 5,01
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_6)
Fig. 4.10 – Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20 e elevação da geração das máquinas 6 e 7
Como pode ser observado, este novo ponto de operação também não pode ser considerado
como seguro, por não suportar, novamente, a perturbação simulada.
Pela metodologia apresentada, deve-se observar novamente a diferença de ângulo de rotor
de cada máquina para o centro de inércia, conforme apresentado na Tabela 4.14.
68
Tabela 4.14 – Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação de geração das máquinas 6 e 7
Diferença de ângulo entre gerador e CI [graus]
Ângulo
no CI
[graus]
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 4 Gerador 5
16.96 7.98 9.23 13.84 13.84
Gerador 6 Gerador 7 Gerador 8 Gerador 9 Gerador 10
-28.66 -26.82 -19.93 22.60 -25.07
Gerador 11 Gerador 12
Gerador 13
42.06
2.22 10.28 -4.79
Da Tabela 4.14 observa-se que o gerador 6 apresenta novamente a maior diferença de
ângulo de rotor para o centro de inércia.
Novamente, para garantir o aumento na geração da máquina 6, sua geração será mantida
constante e igual ao valor calculado na formulação proposta,
pu
originalPoriginalP
antigoPnovoP
40.5
2
040.5
70.2
2
min
6
max
6
min
6
min
6
=
+=
+= , ou
seja, 540MW. Caso este valor não seja suficiente para garantir a estabilidade do sistema, a
geração de outra máquina, será novamente alterada, mantendo a mesma formulação.
4.4.7 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 7 e geração máxima na máquina 6
A Tabela 4.15 apresenta a nova solução do FPO, considerando a elevação de geração da
máquina 7 e geração máxima na máquina 6.
69
Tabela 4.15 – Solução do FPO para o sistema de 41 barras com elevação da geração da
máquina 7 e geração máxima na máquina 6
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9517 0.0 1173.2 -190.0 0.00 0.00
2 geração 0.9680 -5.3 623.6 -175.9 0.00 0.00
3 geração 0.9770 -4.7 698.9 -114.1 0.00 0.00
4 geração 0.9505 -6.9 712.8 -336.1 0.00 0.00
5 geração 0.9505 -6.9 712.8 -336.1 0.00 0.00
6 geração 0.9998 -6.6 540.0 -70.7 0.00 0.00
7 geração 0.9935 -12.9 166.0 -168.1 0.00 0.00
8 geração 1.0014 -16.7 90.5 -188.4 0.00 0.00
9 geração 1.0241 -10.0 658.4 78.1 0.00 0.00
10 geração 0.9500 -9.4 467.6 -41.4 0.00 0.00
11 geração 0.9505 5.1 1071.9 -64.3 0.00 0.00
12 geração 0.9501 1.7 1799.7 -275.5 0.00 0.00
13 geração 0.9518 1.6 1204.2 -561.0 0.00 0.00
14 carga 1.0519 -11.1 0.00 0.00 181.00 13.00
15 carga 1.0572 -13.0 0.00 0.00 0.00 0.00
16 carga 1.0920 -16.8 0.00 0.00 0.00 0.00
17 carga 1.0211 -13.0 0.00 0.00 0.00 0.00
18 carga 1.0272 -24.2 0.00 0.00 1853.00 216.00
19 carga 1.0735 -16.3 0.00 0.00 271.00 161.00
20 carga 1.0819 -20.5 0.00 0.00 0.00 0.00
21 carga 1.0807 -20.2 0.00 0.00 203.00 4.00
22 carga 1.0393 -25.6 0.00 0.00 1731.00 94.00
23 carga 1.0780 -16.6 0.00 0.00 102.00 -92.00
24 carga 1.0938 -18.5 0.00 0.00 -36.00 -27.00
25 carga 1.0965 -17.8 0.00 0.00 102.00 -9.00
26 carga 1.0991 -17.8 0.00 0.00 0.00 0.00
27 carga 1.0968 -17.7 0.00 0.00 0.00 0.00
28 carga 1.0924 -17.6 0.00 0.00 0.00 0.00
29 carga 1.0531 -16.1 0.00 0.00 32.00 -8.00
30 carga 1.0946 -18.0 0.00 0.00 300.00 -26.00
31 carga 1.0970 -17.8 0.00 0.00 31.00 100.00
32 carga 1.0914 -17.7 0.00 0.00 780.00 274.00
33 carga 1.0928 -17.4 0.00 0.00 0.00 0.00
34 carga 1.0897 -16.5 0.00 0.00 158.00 -69.00
35 carga 1.0701 -13.3 0.00 0.00 460.00 61.00
36 carga 1.0303 -6.3 0.00 0.00 445.00 -27.00
37 carga 1.0332 -14.3 0.00 0.00 1042.00 -235.00
38 carga 0.9982 -17.5 0.00 0.00 970.00 -9.00
39 carga 1.0116 -1.3 0.00 0.00 0.00 0.00
40 carga 1.0034 -4.1 0.00 0.00 1481.00 -585.00
41 carga 0.9927 -0.7 0.00 0.00 -312.00 169.00
A etapa seguinte será repetir novamente a simulação de estabilidade transitória, para
avaliar a estabilidade do sistema.
70
4.4.8 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras com
elevação da geração da máquina 7 e geração máxima na máquina 6
Considerando o novo ponto de operação definido pelo FPO, foi repetida a simulação de
curto-circuito monofásico, na linha de transmissão entre as barras 19 e 20, nas
proximidades da barra 19.
Para a simulação tratada neste item, apresenta-se na Figura 4.11 o comportamento da
diferença angular entre as máquinas 1 e 6.
3,8E+1
6,1E+3
1,2E+4
1,8E+4
2,4E+4
0, 0,6 1,2 1,81 2,41 3,01
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_6)
Fig. 4.11 – Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 considerando curto-circuito
monofásico na linha 19-20, elevação da geração da máquina 7 e geração máxima na
máquina 6
Como pode ser observado, este novo ponto de operação também não pode ser considerado
como seguro, por não suportar, novamente, a perturbação simulada.
Pela metodologia apresentada, deve-se observar novamente a diferença de ângulo de rotor
de cada máquina para o centro de inércia, conforme apresentado na Tabela 4.16.
71
Tabela 4.16 – Diferença de ângulo de rotor entre os geradores e o centro de inércia com
elevação da geração na máquina 7 e geração máxima na máquina 6
Diferença de ângulo entre gerador e CI [graus]
Ângulo
no CI
[graus]
Gerador 1 Gerador 2 Gerador 3 Gerador 4 Gerador 5
26.39 2.97 3.31 5.43 5.43
Gerador 6 Gerador 7 Gerador 8 Gerador 9 Gerador 10
-11.26 -29.31 -26.05 -7.16 -20.02
Gerador 11 Gerador 12
Gerador 13
39.11
3.82 13.53 -1.19
Da Tabela 4.16 observa-se que o gerador 7 apresenta novamente a maior diferença de
ângulo de rotor para o centro de inércia.
Novamente, para garantir o aumento na geração da máquina 7, sua geração será mantida
constante e igual ao valor calculado na formulação proposta,
pu
originalPoriginalP
antigoPnovoP
32.3
2
032.3
66.1
2
min
7
max
7
min
7
min
7
=
+=
+= , ou
seja, 332MW. Caso este valor não seja suficiente para garantir a estabilidade do sistema, a
geração desta ou de outra máquina, será novamente alterada, mantendo a mesma
formulação.
4.4.9 Execução do FPO para o sistema de 41 barras com geração máxima nas
máquinas 6 e 7
A Tabela 4.17 apresenta a nova solução do FPO, considerando geração máxima nas
máquinas 6 e 7.
72
Tabela 4.17 – Solução do FPO para o sistema de 41 barras com geração máxima nas
máquinas 6 e 7
Barra Tipo V(pu)
o
P
G
(MW)
Q
G
(Mvar) P
C
(MW)
Q
C
(Mvar)
1 referência
0.9505 0.0 508.5 -394.6 0.00 0.00
2 geração 0.9796 1.6 699.8 -207.1 0.00 0.00
3 geração 0.9830 1.5 695.9 -186.9 0.00 0.00
4 geração 0.9870 -0.2 706.4 -270.0 0.00 0.00
5 geração 0.9870 -0.2 706.8 -270.0 0.00 0.00
6 geração 1.0141 4.5 540.0 -38.6 0.00 0.00
7 geração 0.9831 4.7 332.0 -157.5 0.00 0.00
8 geração 0.9968 -0.9 315.4 -171.0 0.00 0.00
9 geração 0.9513 4.7 591.9 -322.3 0.00 0.00
10 geração 0.9510 6.0 495.5 93.1 0.00 0.00
11 geração 0.9501 22.7 1130.0 15.9 0.00 0.00
12 geração 0.9504 17.4 1766.3 -105.6 0.00 0.00
13 geração 0.9501 20.9 1442.6 -483.2 0.00 0.00
14 carga 1.0700 -4.7 0.00 0.00 181.00 13.00
15 carga 1.0829 -5.9 0.00 0.00 0.00 0.00
16 carga 1.0949 -5.5 0.00 0.00 0.00 0.00
17 carga 1.0283 -1.8 0.00 0.00 0.00 0.00
18 carga 1.0538 -16.8 0.00 0.00 1853.00 216.00
19 carga 1.0913 -8.0 0.00 0.00 271.00 161.00
20 carga 1.0942 -11.2 0.00 0.00 0.00 0.00
21 carga 1.0908 -10.7 0.00 0.00 203.00 4.00
22 carga 1.0504 -16.1 0.00 0.00 1731.00 94.00
23 carga 1.0943 -8.1 0.00 0.00 102.00 -92.00
24 carga 1.1000 -8.1 0.00 0.00 -36.00 -27.00
25 carga 1.0980 -6.5 0.00 0.00 102.00 -9.00
26 carga 1.0976 -5.7 0.00 0.00 0.00 0.00
27 carga 1.0943 -5.4 0.00 0.00 0.00 0.00
28 carga 1.0894 -5.0 0.00 0.00 0.00 0.00
29 carga 1.0444 -1.6 0.00 0.00 32.00 -8.00
30 carga 1.0887 -5.2 0.00 0.00 300.00 -26.00
31 carga 1.0907 -4.8 0.00 0.00 31.00 100.00
32 carga 1.0798 -4.3 0.00 0.00 780.00 274.00
33 carga 1.0798 -4.1 0.00 0.00 0.00 0.00
34 carga 1.0676 -2.7 0.00 0.00 158.00 -69.00
35 carga 1.0339 1.4 0.00 0.00 460.00 61.00
36 carga 1.0167 9.4 0.00 0.00 445.00 -27.00
37 carga 1.0093 0.7 0.00 0.00 1042.00 -235.00
38 carga 0.9761 -2.3 0.00 0.00 970.00 -9.00
39 carga 1.0035 15.9 0.00 0.00 0.00 0.00
40 carga 0.9975 14.0 0.00 0.00 1481.00 -585.00
41 carga 0.9855 16.8 0.00 0.00 -312.00 169.00
A etapa seguinte será repetir novamente a simulação de estabilidade transitória, para
avaliar a estabilidade do sistema.
73
4.4.10 Simulação de estabilidade transitória para o sistema de 41 barras com geração
máxima nas máquinas 6 e 7
Considerando o novo ponto de operação definido pelo FPO, foi repetida a simulação de
curto-circuito monofásico, na linha de transmissão entre as barras 19 e 20, nas
proximidades da barra 19.
Para a simulação tratada neste item, apresenta-se na Figura 4.12 o comportamento da
diferença angular entre as máquinas 1 e 6 e entre as máquinas 1 e 10.
-20
6
33
59
86
0, 0,6 1,2 1,81 2,41 3,01
Tempo [s]
Delta (barra_1 - barra_6)
Delta (barra_1 - barra_10)
Fig. 4.12 – Diferença angular entre as máquinas 1 e 6 e entre as máquinas 1 e 10
considerando curto-circuito monofásico na linha 19-20 e geração máxima nas máquinas 6 e
7
Como pode ser observado, no novo ponto de operação definido pelo FPO, os geradores
mantém-se em sincronismo. A diferença de ângulo de rotor não supera, em módulo, o
limite de 90 graus estabelecido. Cumpre destacar que as diferenças angulares entre os
demais geradores mantiveram-se dentro dos critérios de segurança.
Desta forma, pode-se considerar que, para a perturbação aplicada, o novo ponto de
operação é seguro.
74
Faz-se necessário, então, avaliar se o sistema atende aos critérios de estabilidade para
perturbações nas demais linhas de transmissão. Desta forma, foram simulados curtos-
circuitos em outras linhas de transmissão do sistema, sendo elas: 20-22, 23-24, 27-30, 32-
36, 35-36, 36-37 e 38-39. Para todas estas perturbações, os geradores mantiveram-se em
sincronismo e não violaram o limite de 90 graus, em módulo, estabelecido para este
trabalho. A título de ilustração apresentam-se, na Figura 4.13, o comportamento da
diferença de ângulo de rotor entre as máquinas 1 e 10 para as perturbações descritas.
-20
6
33
60
87
0, 0,6 1,2 1,81 2,41 3,01
Tempo [s]
LT 19-20
LT 20-22
LT 23-24
LT 27-30
LT 32-36
LT 35-36
LT 36-37
LT 39-38
Fig. 4.13 – Comportamento dos ângulos de rotor entre as máquinas 1 e 10 considerando
curto-circuito monofásico nas linhas 20-22, 23-24, 27-30, 32-36, 35-36, 36-37 e 38-39 e
geração máxima nas máquinas 6 e 7
Em função da maior complexidade do sistema de 41 barras, quando comparado com o
sistema de 9 barras, a metodologia aplicada exigiu um maior número de simulações, onde
cada etapa foi executada cinco vezes até que fosse encontrado o ponto de operação
considerado como seguro.
Ainda assim, as simulações efetuadas para o sistema de 41 barras comprovam a eficiência
da metodologia adotada, onde novamente foi observado:
A execução do FPO, observando apenas a capacidade máxima de geração para cada
máquina resultou em um ponto de operação inseguro, uma vez que houve perda de
sincronismo para o curto-circuito na linha 19-20.
75
A monitoração da diferença angular para o CI identificou a necessidade de elevar a
geração de potência ativa das máquina 6 e 7.
A execução do FPO, considerando nova restrição de potência ativa para as
máquinas 6 e 7, resultou em um novo ponto de operação, o qual atendeu aos
critérios estabelecidos neste trabalho, ou seja, o novo ponto de operação é seguro.
A Tabela 4.18 apresenta os valores de potência ativa gerada por máquina na primeira
solução (caso inseguro) e na última solução (caso seguro) do FPO, enquanto a Tabela 4.19
apresenta os valores de perdas elétricas totais na transmissão para estes dois casos.
Tabela 4.18 – Geração no sistema de 41 barras na primeira (insegura) e na última (segura)
solução
Potência Gerada (MW)
Gerador
Caso inseguro Caso seguro
1 857.0 508.5
2 678.9 699.8
3 678.9 695.9
4 1050.6 706.4
5 1104.8 706.8
6 15.0 540.0
7 325.4 330.0
8 108.2 315.4
9 846.7 591.9
10 383.8 495.5
11 1116.1 1130.0
12 1873.9 1766.3
13 880.0 1442.6
Tabela 4.19 – Perdas no sistema de 41 barras na primeira (insegura) e na última (segura)
solução
Perdas (MW)
Caso inseguro Caso seguro
125.85 135.22
Pela tabela 4.19 observa-se que foi possível garantir um ponto de operação seguro com
pequeno incremento nas perdas totais.
76
Apesar das simplificações intrínsecas ao modelo clássico para representação da máquina
síncrona, sua utilização permite avaliar, satisfatoriamente, o comportamento do sistema no
problema de estabilidade transitória.
77
Capítulo 5 CONCLUSÕES GERAIS E SUGESTÕES PARA
TRABALHOS FUTUROS
5.1 CONCLUSÕES GERAIS
Esta dissertação apresentou uma metodologia para associação de estudos de estabilidade
transitória angular aos estudos de fluxo de potência ótimo. O estudo foi aplicado a dois
sistemas distintos: Um sistema de 9 barras e 3 geradores, clássico em estudos de
estabilidade, apresentado na bibliografia [Anderson, 2003] e um sistema de 41 barras e 13
geradores, representando a interligação em 500kV entre as regiões Norte e Sudeste/Centro-
Oeste do Sistema Elétrico Brasileiro, construído a partir de dados reais do sistema.
Com a evolução do problema de FPO, alguns autores incluíram restrições de segurança
dinâmica à formulação do FPO, a exemplo da máxima abertura angular entre máquinas e o
centro de inércia do sistema, para garantir que o ponto de operação definido pelo FPO seja
seguro diante de perturbações no sistema. Neste trabalho optou-se por acompanhar o
comportamento da diferença angular entre pares de máquinas, observando se os critérios
de segurança dinâmica estabelecidos seriam violados.
Um dos problemas na associação de estudos de estabilidade transitória aos estudos de FPO
é a definição do melhor despacho de potência ativa que atenda às restrições estáticas e
dinâmicas. Neste trabalho foi apresentada a metodologia de utilização do centro de inércia
para definir os geradores candidatos a terem sua geração de potência ativa alterada.
Monitorando a diferença angular entre cada gerador e o centro de inércia, ainda na
condição de pré-perturbação, ou seja, no ponto de operação definido pelo FPO, pode-se
observar quais geradores estão mais afastados” do centro de inércia, sendo aqueles com
maior defasagem angular.
78
Ao executar as simulações de estabilidade transitória foi possível observar que, via de
regra, a perda de sincronismo envolveu os geradores com maior defasagem angular para o
centro de inércia. De acordo com a metodologia proposta, estes geradores tiveram sua
geração alterada, no sentido de aproximá-los do centro de inércia. Em seguida foi repetida
a análise, incluindo nova execução do FPO e, para este novo ponto de operação, nova
execução das simulações de estabilidade transitória.
Com a utilização desta metodologia foi possível encontrar um ponto de operação definido
pelo FPO que suportasse, sem violação dos critérios de segurança, as perturbações
aplicadas na simulação de estabilidade transitória. Para o sistema de 9 barras, foram
necessários dois ciclos envolvendo FPO e estabilidade transitória. Para o sistema de 41
barras este ciclo foi executado cinco vezes, dada a maior complexidade do sistema.
Com os resultados obtidos conclui-se pela eficácia da metodologia proposta, através da
qual foi possível identificar facilmente os geradores que deveriam ter sua geração alterada
de forma a garantir um ponto de operação que atendesse a função objetivo e restrições
estáticas do FPO, bem como os critérios de segurança definidos para a simulação de
estabilidade transitória.
5.2 SUGESTÕES PARA TRABALHOS FUTUROS
Os problemas de FPO e de estabilidade transitória vêm sendo estudados em larga escala,
por diversos autores, podendo ser encontradas diversas contribuições para evolução do
assunto. Exemplo destas contribuições, a metodologia apresentada nesta dissertação não
esgota a possibilidade de evolução do tema.
Por se tratar de programas distintos, as alterações no programa de FPO, da geração de
potência ativa dos geradores identificados pela simulação de estabilidade transitória, foram
efetuadas de forma manual. Para evolução do tema, considera-se importante a fusão das
ferramentas de FPO e estabilidade transitória em uma única ferramenta, a qual possibilite,
de forma automática, a identificação do atendimento aos critérios de segurança, os
geradores candidatos a terem sua geração alterada e a implementação desta alteração no
problema de FPO, repetindo o processo até que se encontre o ponto de operação seguro,
isto facilitado pela metodologia de seleção dos geradores, desenvolvida neste trabalho.
79
Outro avanço está na própria representação da máquina síncrona e na relação custo x
benefício de se detalhar melhor a máquina. Alguns autores consideram que a representação
do fluxo no enrolamento de campo proporciona uma melhor avaliação do fenômeno de
estabilidade. Comprovou-se neste trabalho que o modelo clássico apresenta facilidade de
uso e garante resultados satisfatórios para as análises propostas.
Quanto à ferramenta de FPO utilizada, é interessante repetir o problema com a utilização
de outros métodos, avaliando os resultados obtidos no FPO, em função da não-linearidade
e não-convexidade do problema. Sugere-se ainda avaliar, em outros métodos, o
comportamento das variáveis frente às restrições estabelecidas, face ao comportamento
verificado no método primal-dual barreira logarítmica, pelo qual algumas restrições de
desigualdade não foram atendidas.
80
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