períodos de balanço energético positivo, como por exemplo, após a ingestão alimentar, a
lipogênese e o armazenamento de TAG no TAB estão estimulados.
O controle na lipólise no TAB é bastante complexo e envolve a interação de
diversos fatores. As catecolaminas são as ativadoras primárias da mobilização de AGs do
TAB induzida pelo jejum. A noradrenalina atua nos tecidos alvos, em uma classe de
receptores de membrana denominados receptores adrenérgicos. Dependendo da afinidade e
do mecanismo de transdução de sinal que estes receptores estão acoplados, estes ainda
podem ser classificados em duas categorias, com diversos subtipos: os receptores α-
adrenérgicos (α1 e α2) e os receptores β-adrenérgicos (β1, β2, β3). A noradrenalina ao se
ligar aos receptores β-adrenérgico, que são acoplados as proteínas Gs localizados na
membrana plasmática dos adipócitos, transmitem o sinal estimulatório à enzima adenilato
ciclase, que catalisa a conversão de ATP em AMPc (adenosina monofosfato cíclico). O
AMPc gerado se liga a proteína quinase dependente de AMPc (PKA) que é ativada pela
dissociação das subunidades regulatórias e catalíticas. Uma vez estimulada, a PKA
fosforila a lípase hormônio sensível (LHS), induzindo a ativação desta enzima e,
subseqüentemente, sua translocação do citosol para o glóbulo de gordura, desencadeando a
hidrólise dos TAGs estocados
2
. Além da LHS, as perilipinas, proteínas que recobrem a
superfície do glóbulo de lipídeos protegendo-os da hidrólise, também são fosforiladas pela
PKA durante o estímulo lipolítico. Estas proteínas, quando fosforiladas, sofrem
modificação conformacional permitindo o acesso da LHS ao glóbulo de gordura
3,4
.
Estudos em camundongos Knockout para perilipinas mostraram que estes animais,
embora consumam a mesma quantidade de alimentos, apresentam uma redução de 30% do
tecido adiposo, quando comparado aos controles
5
. Além disso apresentam uma lipólise
basal (não estimulada) elevada e são resistentes à obesidade induzida pela dieta
6
.