54
grande crise econômica mundial, aberta em 1929, motivando um decênio de
depressão; a poesia de Guimarães Rosa é avaliada por Guilherme de Almeida
(in Rosa, 1997; p.6) como:
“ Nativa, espontânea, legítima, saída da terra com uma naturalidade
livre de vegetal em ascensão,
Magma
é poesia centrífuga,
universalizadora, capaz de dar ao resto do mundo uma síntese perfeita
do que temos e somos. Há aí vivo de beleza todo o Brasil: a sua terra, a
sua gente, a sua alma, o seu bem e seu mal. Aí estão “Iara”, os “
Ritmos Selvagens”, a “Boiada”, “Gruta de Maquiné”,a “ Maleita”, o “
Luar na mata”, o “Batuque”, o “Caboclo d´água”, e, principalmente,
aquela “Resposta”, que é, sem dúvida, uma das mais espantosamente
verdadeiras e doloridas páginas da nossa literatura; e todos os quatro
poemas de “No Araguaia”, uma quase epopéia na sua verde
simplicidade de água e vegetal. E ao lado disso, as mais finas
emoções líricas, como, por exemplo,“Elegia” e “Ausência”.
O fragmento acima do parecer do também poeta Guilherme de Almeida,
mostra-nos quão impressionista é o julgamento feito pelo escritor paulista,
principalmente através dos adjetivos “centrífuga, universalizadora, capaz de dar
ao resto do mundo tudo o que temos e somos”, os quais revelam a tamanha
pretensão do poeta em afirmar que os intelectuais de nossa literatura mantêm
uma necessidade de provar que a literatura brasileira pode contribuir para a
formação de outras literaturas, já que, desde o nosso Romantismo, mantiveram