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5 O GRAFCET
Em 1975, pesquisadores e gerentes industriais franceses, envolvidos em
complexos sistemas de controle discreto, reuniram-se para comparar e avaliar os
modelos e métodos para construção de sistemas de controle seqüencial. Coletaram
suas experiências próprias, nas quais usavam dezessete técnicas diferentes: alguns
utilizavam questionários empíricos, outros utilizavam modelos tecnológicos e outros
ainda utilizavam modelos teóricos puros, derivados de “Máquinas de Estado” ou
“Redes de Petri”. Decidiram, então, construir um modelo customizado, mais fácil que
os que, até então, eram utilizados e mais adequado aos sistemas complexos e,
particularmente, aos sistemas de manufatura.
Após dois anos de vários encontros de estudo e trabalhos, propuseram um
modelo chamado GRAFCET. O nome derivou-se de “Graph” – pois o modelo tinha
um fundamento gráfico e AFCET (Association Française Pour La Cybernétique
Économique et Technique) associação cientifica que suportou todo o trabalho.
Os conceitos básicos desse sistema de controle discreto eram extremamente
claros e simples: a “etapa”, a “ação associada à etapa”, a “transição” e a condição
associada à “transição”. A etapa representa um estado parcial do sistema, ao qual uma
ação é realizada. Em determinado instante, uma etapa pode estar “ativa” ou “inativa”.
Para que exista uma transição de uma etapa para outra é necessário que a etapa anterior
esteja ativa e a condição de transição entre as duas etapas seja verdadeira, (FERREIRA,
1994).
A transição, que “conecta” a etapa precedente (uma ou varias etapas) à etapa
seguinte (uma ou varias etapas), representa uma decisão para mudança de estado do
sistema (a ação da etapa precedente é seguida pela ação da etapa seguinte). Para que
uma transição seja efetuada, são necessárias duas condições. (SARQUIS, 1988):
• todos os passos, cuja saída está ligada á entrada da transição, estiverem
ativados;
• a condição associada à transição for satisfeita.