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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
A TRAJETÓRIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
PETRÓPOLIS: DE 1969 A 2007
Luciana de Cássia Cardoso
Petrópolis
2008
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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS
FACULDADE DE EDUCAÇÃO
MESTRADO EM EDUCAÇÃO
A TRAJETÓRIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE
PETRÓPOLIS: DE 1969 A 2007
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Educação da Universi-
dade Católica de Petrópolis como requisito
parcial para obtenção do título de mestre.
Autora: Luciana de Cássia Cardoso
Orientadora: Profª Drª. Maria Celi Chaves Vasconcelos
Co-orientadora: Profª Drª Dalva Carolina (Lola) de Me-
nezes Yázbeck
Petrópolis
2008
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Aluno: Luciana de Cássia Cardoso
A TRAJETÓRIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA UNIVERSIDADE CATÓLICA
DE PETRÓPOLIS: DE 1969 A 2007
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Cató-
lica de Petrópolis como requisito parcial para obtenção do título de mestre.
AVALIAÇÃO
1. CONTEÚDO
Grau:_________
2.FORMA
Grau:_________
3.GRAU FINAL:_________
AVALIADO POR
Profª. Drª Dalva Carolina de Menezes Yázbeck ________________________________
Profª Drª Lígia Leite _________________________________
Profª Drª Maria Celi Chaves Vasconcelos _________________________________
Petrópolis, 14 de maio de 2008.
Prof. Dr. Antônio Flávio Moreira
Coordenador
4
Ao Renato meu marido pelo amor e pela imensa compreensão despendida, ao meu
amado filho que está a caminho e que traz novo sentido à vida, à minha querida mãe
Lúcia pela ajuda de todos os momentos e pelo enorme incentivo, ao meu pai Roberto
pela educação e apoio necessário nesta jornada e aos meus irmãos e sobrinhos pelo ca-
rinho e compreensão, sem o apoio de vocês eu nada seria e não teria chegado até aqui.
Aos meus queridos antepassados que são parte de minha essência.
A Deus pelo dom da vida e por manter a chama da coragem e perseverança sempre
acesas em meu interior.
5
AGRADECIMENTOS
Aos professores do curso de fisioterapia da UCP, meus mestres e exemplos de vida, em espe-
cial, aos professores que despenderam parte de seu tempo para as entrevistas: professora Ma-
ria da Graça Tavares Monteiro, professor Pedro Paulo Monteiro, professora e atual diretora da
Escola de Reabilitação Marilia Isabel Winter Hughes Leon e professora Ave Regina de Aze-
vedo Silva.
Aos queridos colegas fisioterapeutas que fizeram parte desta trajetória.
Aos queridos alunos que participaram indiretamente desta jornada.
À professora Drª Maria Celi Chaves Vasconcelos, mestra, companheira, por ter orientado com
firmeza e dedicação o trabalho aqui apresentado.
À querida professora Drª Dalva Carolina (Lola) de Menezes Yázbeck, pela amizade, carinho,
orientação e incentivo, sem palavras para expressar a minha eterna gratidão.
Ao querido Antônio Barile, à Síntia Coelho, à Liliane Cardoso e à Andréia, além dos demais
funcionários da Universidade Católica de Petrópolis pela cordialidade e carinho no atendi-
mento em disponibilizar o material disponível.
Às amigas Alessanda Louzada e Taís Di Mambro pelos momentos de auxílio, de compreen-
são e amizade nesta trajetória final.
À amiga Raquel de Medeiros Marcato pela amizade sem fim.
6
RESUMO
O objetivo do presente trabalho, considerado como histórico-documental, foi pesquisar
a história do Curso de Fisioterapia integrante do quadro da Escola de Reabilitação na Univer-
sidade Católica de Petrópolis, no período entre 1969 a 2007, através do levantamento e da
análise de oito currículos, do corpo docente, das Resoluções do Conselho Universitário da
UCP e de documentos institucionais gerais. A investigação está embasada na legislação do
Conselho Federal de Educação e do Conselho Federal de Fisioterapia de Terapia Ocupacional,
nos seis livros referentes à Escola de Reabilitação e à Faculdade de Fisioterapia, além de do-
cumentos curriculares da Secretaria Geral dos Cursos, ambos considerados documentos de
fonte primária. Isso tudo está apoiado ainda nas três modificações curriculares nacionais rela-
cionadas à graduação em Fisioterapia: de 1963, 1983 e 2002, com as Diretrizes Curriculares
Nacionais do Curso de Fisioterapia, respectivamente. Foram utilizadas ainda, como instru-
mentos de investigação, as entrevistas orais, realizadas com quatro docentes do Curso de Fisi-
oterapia da instituição devido à participação efetiva na história da fisioterapia da UCP desde a
primeira década desta trajetória. O estudo refere-se à história da fisioterapia no mundo e no
Brasil, além da história do Curso de Fisioterapia na UCP, juntamente com a da Escola de Re-
abilitação. Constatou-se que o Curso de Fisioterapia da Escola de Reabilitação da UCP, desde
seu início, procurou estar de acordo com a legislação brasileira e ainda buscar a constante
qualificação institucional, por meio de oito mudanças curriculares, que foram amplamente
realizadas graças à autonomia institucional adquirida. Diversas mudanças foram observadas
ao longo destas três décadas, principalmente em relação à dinâmica curricular, ao corpo do-
cente e em relação à mudança na diretoria da Escola de Reabilitação. Um dos marcos impor-
tantes nesta trajetória foi a criação do Curso de Fisioterapia no ano da regulamentação da pro-
fissão, tornando-se uma das instituições pioneiras em âmbito nacional na área de reabilitação
e que ainda sobrevive na atualidade mesmo em meio às diversas instituições de mesmo porte.
Palavras-Chave: História; Curso de Fisioterapia; UCP.
7
ABSTRACT
The aim of this work, considered as historical-documentary, was to search the history
of the Course of Physiotherapy, part of the Rehabilitation School of Catholic University of
Petropolis, in the period between 1969 to 2007, through the survey and analysis of eight curri-
culum of professors, the Resolutions of the University Council of UCP and general institu-
tional documents. The research is based on the law of the Federal Council of Education and
the Federal Council of Physical Therapy, Occupational Therapy, in the six books concerning
the Rehabilitation School and the Physical Therapy School, besides curriculum documents of
the General Department of courses, both considered primary documents. That is still sup-
ported in three curriculum changes for graduation in Physical Therapy: from 1963, 1983 and
National Curriculum Guidelines for graduation in Physical Therapy 2002, respectively. They
were also used, as instruments for research, oral interviews, performed with four teachers of
the Course of Physiotherapy of the institution, due to effective participation in the history of
physiotherapy in UCP since the first decade of this trajectory. The study refers to the history
of physiotherapy in the world and in Brazil, besides the history of the course at UCP, with the
Rehabilitation School. It was found that the Physiotherapy Course of Rehabilitation School of
UCP, since its insertion, tried to be on agreement to Brazilian Legislation and in a constant
search for institutional qualification, through eight curricular changes, which were widely
held by the institutional autonomy gained. Several changes were observed over these three
decades, especially in relation to the dynamic curriculum, the professors and the change in the
board of the School of Rehabilitation. One of the milestones in this path was the creation of
the Course of Physiotherapy in the year of regulation of the profession, becoming one institu-
tion of the national pioneers in the rehabilitation area, which still survives in the same way
among the various institutions with the same size.
Keywords: History; Course of Physiotherapy; UCP.
8
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ABBR – Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação
ABENFISIO- Associação Brasileira de Ensino em Fisioterapia
ABF – Associação Brasileira de Fisioterapia
AMA – American Medical Association
APF – Associação Portuguesa de Fisioterapia
APTA - American Physical Therapy Association
CAPES – Coordenação de Aperfeiçoamento de pessoal em Nível Superior
CES- Comissão de Ensino Superior
CIDEPE- Centro Interdisciplinar para o Desenvolvimento da Personalidade
CFE – Conselho Federal de Educação
CNE – Conselho Nacional de Educação
CNPQ – Conselho Nacional de Pesquisa
COFFITO - Conselho Federal de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional
CONSUN- Conselho Universitário
CREFITO – Conselho Regional de Fisioterapia e de Terapia Ocupacional
DCN- Diretrizes Curriculares Nacionais
IES – Instituição de Ensino Superior
INAMPS- Instituto Nacional da Assistência Médica da Previdência Social
LDB/EN – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394/96
MEC – Ministério da Educação
NHS – National Health Service
OMS – Organização Mundial da Saúde
PNF- Proprioceptive Neuromuscular Facilitation
SINFITO- Sindicato Representante dos Fisioterapeutas e Terapeutas Ocupacionais
UCB- Universidade Castelo Branco
UCP – Universidade Católica de Petrópolis
UNE – União Nacional dos Estudantes
USP – Universidade de São Paulo
WCPT – World Confederation Physical Therapy
9
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Marcos Históricos Iniciais da Fisioterapia no Brasil ............................................ 42
Quadro 2 - Currículo do Curso de Fisioterapia segundo o Parecer nº388/63 do CFE ............ 63
Quadro 3 - Primeiro Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
1969 .......................................................................................................................................... 66
Quadro 4 - Segundo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
1970 .......................................................................................................................................... 67
Quadro 5 - Terceiro Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
1971 .......................................................................................................................................... 68
Quadro 6 - Quarto Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
1972 .......................................................................................................................................... 69
Quadro 7 - Quinto Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram em
1975 .......................................................................................................................................... 71
Quadro 8 - Relação dos alunos do Curso de Fisioterapia da UCP no período de 1969 a
1972 .......................................................................................................................................... 72
Quadro 9 - Sexto Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram em
1984 .......................................................................................................................................... 78
Quadro 10 - Sétimo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
2001 .......................................................................................................................................... 80
Quadro 11 - Oitavo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram em
2007 .......................................................................................................................................... 89
10
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................................ 12
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 16
2 A FISIOTERAPIA E A CONSTRUÇÃO DE SEU CAMPO DE CONHECIMENTO
E ATUAÇÃO .................................................................................................................... 28
2.1 A FISIOTERAPIA NO MUNDO ............................................................................... 30
2.2 A FISIOTERAPIA NO BRASIL ................................................................................ 41
3 A TRAJETÓRIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA UCP .................................... 52
3.1 A UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS ............................................... 52
3.2 A CRIAÇÃO E A TRAJETÓRIA DA ESCOLA DE REABILITAÇÃO DA UCP ... 59
3.2.1 A Primeira Organização Curricular de Fisioterapia de 1963 e a criação do
Curso de Fisioterapia na UCP ......................................................................... 61
3.2.2 As Modificações Curriculares de Fisioterapia de 1983 e as mudanças ocasi-
onadas no Curso de Fisioterapia da UCP ........................................................ 75
3.2.3 As Diretrizes Curriculares de Fisioterapia de 2002 e a consolidação de
uma formação ..................................................................................................... 86
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS ........................................................................................... 92
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................... 99
LISTA DE ANEXOS ............................................................................................................ 103
11
LISTA DE ANEXOS
ANEXO A- CONVÊNIOS FIRMADOS PELA ESCOLA DE REABILITAÇÃO ....................
ANEXO B- ENCARTE DA PUBLICAÇÃO NO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO DO DE-
CRETO N
O
64.782, DE 3 DE JULHO DE 1969, AUTORIZANDO O FUNCIONAMENTO
DA ESCOLA DE REABILITAÇÃO, JUNTAMENTE COM O PARECER N
O
73/69 ..............
ANEXO C- ESCRITURAS DA MANTENEDORA MITRA DIOCESANA DE PETRÓ-
POLIS ...........................................................................................................................................
ANEXO D- LABORATÓRIO DE CINESIOTERAPIA E DE ELETRICIDADE MÉDICA ...
ANEXO E- ANATÔMICO .........................................................................................................
ANEXO F- LABORATÓRIO DE QUÍMICA ............................................................................
ANEXO G- LISTAGEM DO PRIMEIRO CORPO DOCENTE DO CURSO DE FISIOTE-
RAPIA ..........................................................................................................................................
ANEXO H- LISTAGEM DA PRIMEIRA TURMA DE CONCLUINTES DO CURSO DE
FISIOTERAPIA ...........................................................................................................................
ANEXO I- RECORTE DO DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO, COM O RECONHECIMENTO
DO CURSO DE FISIOTERAPIA DA UCP, EM 27 DE JUNHO DE 1974................................
ANEXO J- ENTREVISTA COM DOCENTES DA UCP ..........................................................
ANEXO K- DECRETO-LEI Nº 938/69 ......................................................................................
ANEXO L- RELAÇÃO DE LIVROS DA BIBLIOTECA NA DÉCADA DE 70 ......................
ANEXO M- CÓPIA AUTÊNTICA DO PARECER 393/69 .......................................................
12
1 INTRODUÇÃO
O presente estudo tem como tema central a trajetória do Curso de Fisioterapia da
Universidade Católica de Petrópolis (UCP), enfocando o impacto da legislão (leis e atos
normativos) emanada pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional
(COFFITO) e pelo Conselho Federal de Educão, posteriormente, substituído pelo Con-
selho Nacional de Educação (CNE), na formação do fisioterapeuta. O eixo de abordagem
utilizado descreve as mudaas nas propostas curriculares em vigor desde a sua criação.
A pesquisa realizada apresenta uma relativa originalidade, pois até o momento tal
trajetória não foi objeto de investigão, especialmente, na área educacional, refletindo,
portanto, a imporncia deste estudo para contribuir tanto no que se refere à hisria da
Instituão, como para a alise da formação do fisioterapeuta.
Os objetivos norteadores do estudo referem-se ao levantamento de dados acerca
do Curso de Fisioterapia da UCP, buscando anali-los no âmbito da Instituição e no âm-
bito do contexto de Ensino Superior no Brasil. Além disso, a pesquisa visa demonstrar os
impactos da legislação espefica nas mudanças ocorridas neste curso, que se constitui
como uma das primeiras experiências de implantão de cursos superiores na área de rea-
bilitação.
Dessa forma, o estudo faz uma análise da trajeria curricular do Curso de Fisio-
terapia da UCP, investigando os oito curculos já trabalhados, tendo como pametro, a
legislação em vigor no que se refere às diretrizes curriculares nacionais para a educão,
bem como às leis e atos normativos referentes à formão do profissional de fisioterapia.
Ao longo de minha prática docente, no Curso de Fisioterapia, atuando nas disci-
plinas de Fundamentos Hisricos, Metodológicos e Filosóficos de Fisioterapia e de
“Ética e Deontologia”, percebi a importância de obter maiores informões que desvelas-
13
sem os aspectos históricos constitutivos da crião e consolidão da formão do fisiote-
rapeuta no Brasil, profiso na qual atuo. A formão recebida na UCP, como aluna egres-
sa no ano de 2001, e a atuação no grupo de pesquisa, que enfoca o estudo da Instituição
em seus aspectos hisricos, de inseão na sociedade petropolitana e das poticas educa-
cionais implementadas nesta Universidade, levaram-me a pesquisar a trajetória do Curso
de Fisioterapia no contexto da história da Instituição, através da análise de documentos
espeficos desde a crião da Escola de Reabilitão e da Deontologia, especificamente,
e seus impactos em algumas propostas curriculares subjacentes.
A UCP como uma das pioneiras na área do ensino da reabilitação, pôde contribuir
de maneira significativa para a história da fisioterapia local e nacional, uma vez que sua
trajetória coincide com o processo de crião do curso em âmbito nacional, ocorrido em
1969. Através da legalização do curso, sua estrutura e sua organizão passaram a ser to-
madas como referência para a formulação das propostas da formação em fisioterapia, con-
comitantes e posteriores a esse momento hisrico.
Segundo OLIVEIRA (2002, p. 18), nos dias atuais, o fisioterapeuta é considerado
um profissional de nível superior cuja atividade destina-se à assistência da saúde da popu-
lão. De acordo com a RESOLUÇÃO COFFITO-80, compete ao fisioterapeuta,
elaborar o diagnóstico fisioterapêutico compreendido como avaliação física, fun-
cional, prescrever, baseado no constatado na avaliação físico-funcional, as técnicas
próprias da Fisioterapia; dar ordenação ao processo terapêutico baseando-se nas
técnicas fisioterapêuticas indicadas; induzir o processo terapêutico no paciente; dar
altas nos serviços de Fisioterapia,...(Brasil, 1997, p.21).
A mesma autora, OLIVEIRA (2002), ao analisar os dois momentos- o primeiro
do fisioterapeuta como auxiliar médico, caracterizado pela submissão e o segundo do fisi-
oterapeuta como profissional de vel superior, caracterizado pela autonomia- e associan-
do-os à evolão hisrica dessa formação, constata que os profissionais foram ao encon-
tro de sua identidade como categoria, buscando atingir a profissionalizão.
14
Para PONTES (2002, p. 6), a fisioterapia brasileira foi fortemente influenciada
pela chamada medicina física, ou seja, pela reabilitação praticada no exterior, especial-
mente na América do Norte e na Europa na Inglaterra e na Alemanha, sobretudo.
Quanto ao aspecto do modelo estrangeiro, MOREIRA (1990, p. 13) analisou cri-
ticamente o femeno da influência americana no Brasil, tendo por referência o desenvol-
vimento do discurso curricular brasileiro, desde sua emerncia nos anos 20 e 30 até
1987. Para ele, podem ser observados dois momentos nessa transferência de teoria curri-
cular: o que perdurou até o icio dos anos 80, caracterizado por adaptão instrumental
do pensamento americano que procurava dar cor local ao material transferido a fim de
melhor empre-lo em nosso ps e, um segundo momento, no qual observam-se grandes
mudanças poticas e econômicas, tanto no cerio nacional como no panorama interna-
cional. Nesse contexto, o currículo oscila, então, entre a tentativa nacional de pura e sim-
ples implantão da experncia americana e a adaptação crítica dessa e de outras experi-
ências, na busca de um desenvolvimento mais independente no campo do currículo. A
segunda perspectiva, no final da década de 1980, acabou por se tornar hegemônica.
Observa-se, nesse momento, o icio de uma importante transformação na teori-
zão curricular no Brasil: a luta pela criação de um campo mais autônomo que assimilas-
se criticamente os modelos externos para uma adaptão que envolvesse a análise tanto da
adequação à realidade brasileira como dos pressupostos ideológicos subjacentes. A conse-
ência foi um campo que reflete, contemporaneamente, uma variada influência de auto-
res e teorias de diferentes países, apesar da presea ainda marcante do discurso america-
no nesse leque de autores e de teorias.
Revisitando OLIVEIRA (2002, p. 155), a autora sinaliza que os modelos curricu-
lares dos cursos de graduão em fisioterapia foram amplamente utilizados tanto para qua-
15
lificar quanto para desqualificar os profissionais envolvidos na garantia da autonomia da
categoria.
No estudo do caso específico da UCP, pode-se remeter a REBELATTO & BO-
TOMÉ (1999, p. 77), cuja afirmão indica que as estruturas curriculares dos cursos de
formão superior são microorganismos que comem a dinâmica organizacional macros-
pica da universidade no que diz respeito ao ensino e à formação de profissionais. Dessa
forma, a organizão curricular de um curso apresenta-se como um componente estrutural
da universidade que possui graus de influência na manuteão do tipo e na forma de fun-
cionamento da instituição e são o reflexo, em menor grau, da maneira pela qual a univer-
sidade vem sendo concebida e gerida.
Importante observar que, em 1969, o Brasil passava por uma situação potica de-
licada: exasperão do regime militar e a delimitação da ideologia dominante. Tal mo-
mento histórico coincide com a regulamentão do Curso de Fisioterapia no Brasil, bem
como é influenciado por outro importante acontecimento na área educacional: a reforma
universitária ocorrida em 1968, cuja inflncia irá perpassar todas as medidas emanadas
pelas Instituições de Ensino Superior no Brasil - IES.
Assim sendo, o presente estudo trata das mudanças na legislação específica acer-
ca da formão do fisioterapeuta ao longo da trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP,
período que remonta de 1969 a 2007. Tal proposta justifica-se ainda como temática de
pesquisa, à medida que esta Instituição constituiu-se como pioneira no Brasil nesse campo
de atuão, tornando-se referencial largamente utilizado para a constituição de outros cur-
sos na área de reabilitação.
Nesse sentido, as questões que nortearam a investigação referem-se a: quais os
antecedentes históricos do Curso de Fisioterapia no Brasil? Como o curso foi criado e im-
plantado na Universidade Católica de Petpolis? Que contexto favoreceu a sua crião?
16
Como se estruturava a organizão curricular? Que legislação embasava sua formatação?
Como podem ser identificadas as diferentes etapas de constituição do Curso de Fisiotera-
pia na UCP?
Ao longo deste estudo, procurei demonstrar possibilidades de respostas às ques-
tões colocadas através da descrição da trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP, cujo
campo de investigão tornou-se ao mesmo tempo fonte e objeto da pesquisa com base na
metodologia que descrevo a seguir.
1.1 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A presente pesquisa constitui-se em um estudo qualitativo, tendo como eixo a in-
vestigão histórico-documental que, segundo LE GOFF (1994, p. 214), se caracteriza
pela análise dos fatos que enfatizam a memória coletiva e sua forma científica: a hisria.
Nela aplica-se a conceituão de dois tipos de materiais: os documentos e os monumentos,
sendo que tais materiais de memória podem apresentar-se sob duas formas principais:
“monumentos (heranças do passado) e os documentos (escolha do historiador).
A pesquisa histórica, segundo RICHARDSON (1985, p. 199) apresenta aconteci-
mentos atuais que se relacionam com o passado; consiste em localizar, avaliar e sintetizar
sistemática e objetivamente as provas para estabelecer os fatos, obter conclues referen-
tes aos acontecimentos do passado, conforme o que neles está relatado. O autor procura
definir a pesquisa histórica como um estudo que pode ser transversal ou longitudinal e,
neste caso, observa-se que é um estudo longitudinal por descrever o desenvolvimento de
um acontecimento atras do tempo, particularmente a trajetória do Curso de Fisioterapia
da UCP num determinado período.
17
Tal trajeria é estudada através de documentos, fazendo necessário destacar que
documento é uma palavra que tem derivão do ato de ensinar, provar. Nessa perspectiva,
os procedimentos metodológicos utilizados inserem-se na conceão de pesquisa histórica
de caráter documental, uma vez que o objeto do estudo compõe-se da documentão exis-
tente nos acervos da Instituição em foco, tanto no que se refere à criação do Curso de Fi-
sioterapia na Universidade Católica de Petrópolis, quanto a sua trajetória curricular a os
dias atuais.
Os autores, fundadores da Escola de Annalles, buscavam uma nova abordagem
histórica e ampliaram a noção de documento a qual incorporei à minha dissertação: “a
história faz-se com documentos escritos, sem dúvida; quando esses existem. Mas pode
fazer-se, deve fazer-se sem documentos escritos, quando não existem(apud BURKE in
GATTI JÚNIOR, 2002, p. 9).
Já, de acordo com GIL (1999, p. 162), a utilização de documentos, como registros
institucionais escritos, podem ser úteis para a pesquisa social. Os dados encontrados nesta
investigão podem ser projetos de lei, relatórios de óros governamentais, dentre outros.
Desse modo, utilizo documentos institucionais da UCP, relacionados à Escola de Reabili-
tão Curso de Fisioterapia com o intuito de desvelar o processo histórico da Fisiotera-
pia na instituição mencionada.
Ainda, de acordo com GIL (2002, p. 116), os documentos de comunicação tam-
m o de grande importância numa pesquisa histórica, como os jornais que possibilitam
aos pesquisadores conhecerem os mais variados aspectos da sociedade atual para que sai-
bam, também, lidar com um passado histórico. Na continuidade desta investigação, depa-
rei-me com jornais, especialmente o Diário Oficial que anuncia a formalização e a legali-
zão relacionada ao funcionamento do Curso de Fisioterapia e da Escola de Reabilitão
da UCP em Petpolis.
18
O mesmo autor supracitado aponta as vantagens da utilizão de fonte documen-
tal que, além de possibilitar o conhecimento do passado, denota a investigação dos proces-
sos de mudança social e cultural. A utilização de documentos históricos faz com que haja
um retorno ao passado e uma viagem até o presente, buscando, assim, entender os as-
pectos atuais de determinadas situações. Corrobora, pom, a idéia de que os documentos
o escritos também são de fundamental importância e entrevistar personagens caracteri-
za-se como uma estragia metodogica complementar ao estudo, apresentando a história
vivenciada, trazendo informações que, muitas vezes, são verídicas e não podem ser encon-
tradas em artigos e textos escritos.
Ainda GIL (2002, p. 117), aponta a entrevista como sendo entre todas as cnicas
de investigação a que apresenta maior flexibilidade, a qual possui caractesticas pprias,
por exemplo, a informal, diferenciando-se da simples conversão por ter como objetivo
sico a coleta de dados. Nesse sentido, a entrevista destaca-se por enfocar um tema espe-
fico e ser parcialmente estruturada, ao estar guiada por uma relação de pontos de inte-
resse que o entrevistador vai explorando ao longo de seu curso. Mas pode ser ainda, to-
talmente estruturada, ao se desenvolver a partir da relão fixa de perguntas.
Assim, neste estudo, fez-se necessária também a utilização de instrumentos como
entrevistas com pessoas que participaram do processo de constituição do Curso de Fisiote-
rapia e que ainda se encontram na Universidade Católica de Petrópolis. Tal contribuição
permite distanciar-se do erro de apresentar um estudo estritamente documental-escrito, de
aspecto puramente de descrão técnica. A história contada por aqueles que a vivenciaram
traz instrumentos para que a pesquisa adquira maior riqueza historiográfica, pois as con-
tribuições não se limitam a fontes documentais, mas tamm se reportam a situões vi-
venciadas, citadas por personagens que, ainda vivos, participaram deste desenvolvimento.
19
De acordo com SAVIANI (2005, p. 27), a importância de estudar as instituições
está em seu resgate cultural e de meria, assim como no entendimento de seu processo
histórico e até mesmo de sua cronologia, cujas análises podem levar à compreensão de
diversas situões atuais.
Segundo GATTI JÚNIOR (2002, p. 6), desde os meados dos anos 50 do século
XX, o campo da pesquisa historiogfica passou por um longo processo de renovação t-
rico-metodológica, impulsionada pelo esfoo de superação de uma historiografia que, em
uma de suas formas, produzia apenas uma descrição dos fatos eminentemente políticos,
construídos sob os auscios da tradição positivista. As inovações pragmáticas ou de pro-
cedimentos de investigação no campo da história tiveram impactos sobre a produção da
história da educação.
Voltando a LE GOFF (1994, p. 203), a distinção entre o passado e o presente é
um elemento essencial na concepção do tempo e tem significativa imporncia no proces-
so de construção de uma dissertação na área educacional, na qual a hisria será revelada,
estudada ou apenas exposta.
O passado pode servir para exprimir o presente (apud VENDRS in LE GOFF,
1994, p. 140). Tal afirmativa certamente está ilustrada na trajetória do Curso de Fisiotera-
pia da UCP, porque, ao falarmos do curso, passado e presente, vem à tona uma imbricada
rede, cuja tecedura tem seus reflexos na atualidade.
Tratando-se de uma pesquisa qualitativa, baseada em documentos hisricos, ela
pode ser caracterizada ainda como um estudo de caso, pois, conforme ANDRÉ (1984, p.
51), esta metodologia é entendida como uma investigação sistemática de uma instância
espefica, podendo ser um evento, uma pessoa, um grupo, uma escola, uma instituição,
um programa etc.
20
Ainda de acordo com a autora, o estudo de caso não é um método específico de
pesquisa, mas uma forma particular de estudo. Já BOGDAN (1994, p. 89) relata que, no
estudo de caso, o objeto é uma observação detalhada de um contexto, ou indivíduo, de
uma única fonte de documentos ou de um acontecimento espefico.
De acordo com GIL (2002, p. 116), o estudo de caso é uma investigação delimi-
tada de fatos, pessoas, acontecimentos, documentos, locais que têm uma caracterizão
espefica, ou seja, trata-se de uma forma singular de estudo, apresentando graus diferen-
ciados de dificuldade, ou seja, uma limitão ao trabalho.
Voltando a ANDRÉ (1985, p. 54), o estudo de caso enfatiza a importância da
contextualização das informões e situações retratadas; devendo ser elaborado de modo a
permitir interpretões alternativas e generalizações naturalísticas. Numa perspectiva his-
tórica, tais estudos incidem sobre uma organização específica ao longo de um determinado
tempo, relatando o seu desenvolvimento e podendo ter como base: entrevistas, observa-
ção, documentos e outros.
Dessa forma, a presente pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso por se
tratar de uma investigação sistemática de uma instituição e de uma fonte de documentos
relativos à mesma instituição.
O estudo de caso em questão faz uma abordagem hisrico-documental com refe-
ncias relativas às fontes consultadas que vão desde registros acadêmicos a partir da cria-
ção da Escola de Reabilitação na UCP até a reformulação curricular decorrente da implan-
tão das normas que definiam o currículo mínimo do Curso de Fisioterapia, homologadas
pela Portaria 511/63 do extinto Conselho Federal de Educação (CFE), o qual dotou o
Curso de Fisioterapia de uma organização curricular mais adequada e sistemática. São
abordadas ainda duas outras modificações legais ocorridas, especificamente em 1983, pela
21
Resolução n
o
4/83 do Conselho Federal de Educação (CFE) e a última, em 2002, pela Re-
solução CNE/CES nº 04/2002.
O procedimento metodológico realizado partiu de um levantamento bibliográfico rela-
cionado à história da fisioterapia no Brasil, no qual é feita uma descrição histórica das suces-
sivas etapas percorridas para a transformação do ofício técnico do fisioterapeuta em uma for-
mação construída e adquirida em nível superior. Nesse sentido, tomei como referência os an-
tecedentes históricos das principais Instituições e dos primeiros cursos de Fisioterapia consti-
tuídos, para, em seguida, direcionar o estudo na perspectiva da criação da Escola de Reabilita-
ção, incluindo a Fisioterapia na Universidade Católica de Petrópolis. Nessa etapa, a análise
documental realizada é histórico-local, principalmente por estar relacionada à criação da Es-
cola de Reabilitação e do Curso de Fisioterapia na UCP.
As fontes, consultadas para a escolha dos documentos analisados, são referentes aos
seis livros encontrados no almoxarifado da UCP, nos quais estão descritos desde a planta ar-
quitetônica e atas até os modelos curriculares instituídos na trajetória do curso, além de atas
referentes às reuniões do CONSUN - Conselho Universitário da UCP, apresentadas em sete
livros.
O primeiro livro analisado possui os registros de informações referentes à fundação da
Escola de Reabilitação, cuja autorização foi concretizada pelo artigo 9, da Portaria n
o
4, do
Conselho Federal de Educação (CFE), de 4 de abril de 1963. Nesse primeiro volume, é obser-
vada a documentação exigida pela referida Portaria, incluindo a exposição de motivos, o esta-
tuto e o regimento da Escola de Reabilitação e seus fins. Ao final, são descritos a capacidade
financeira, o laudo de avaliação judicial através da Comarca de Petrópolis, a composição da
direção, assim como do corpo docente inicial com a comprovação de seus curricula vitae.
Ainda no primeiro livro, são encontrados os convênios firmados pela Escola de Reabi-
litação com instituições e hospitais locais (ANEXO A). Ao final dele, também é citada a rela-
22
ção dos livros de medicina utilizados durante o Curso. Tal volume é fechado com o encarte da
publicação no Diário Oficial da União do Decreto n
o
64.782, de 3 de julho de 1969, autori-
zando o funcionamento da Escola de Reabilitação, juntamente com o Parecer n
o
73/69, da
Câmara de Ensino Superior (ANEXO B).
No segundo livro, em continuidade ao primeiro, é descrita de forma detalhada a biblio-
teca, desde a mobília até a relação de todos os livros nas determinadas áreas específicas.
No terceiro, são encontrados os documentos relacionados ao reconhecimento da Esco-
la de Reabilitação, especificando o Curso de Fisioterapia e a documentação regulamentar ex-
pedida pelo reitor, à época, D. José Fernandes Veloso. Ainda de forma aleatória, são descritos
os laboratórios e as salas de aula do Instituto de Ciências Exatas e Naturais, incluindo seu
material didático. Também de forma geral, são descritos materiais constantes de outros seto-
res.
A partir do terceiro volume, as descrições são acompanhadas por fotografias que,
nesse exemplar, se referem à descrição arquitenica dos quatro pavimentos da Instituição.
São citadas e comprovadas também as escrituras da mantenedora MITRA DIOCESANA
DE PETRÓPOLIS (ANEXO C). Ainda relacionadas à mantenedora são mostradas plani-
lhas de remuneração do setor administrativo e buroctico do estabelecimento. Observa-se
a descrão da hierarquia constando os nomes do reitor, secretário e até o do contador. As
fotos desse volume procuram mostrar além da arquitetura dos pdios da UCP, os seus
anexos, como, por exemplo, os laboratórios e a casa do estudante. Relacionados ao Curso
de Fisioterapia estão os laboratórios de cinesioterapia
1
com seus respectivos instrumentos,
assim como os de eletroterapia
2
e o de hidroterapia
3
(ANEXO D). Os laboratórios não
exclusivos, mas essenciais para o curso, tamm o descritos e mostrados por fotografi-
as: o anamico e o laboratório de biologia (ANEXO E). A biblioteca recebe destaque com
1
Local de atividade relacionada à terapia pelo movimento, principal prática da fisioterapia.
2
Terapia através de correntes elétricas, com finalidade terapêutica.
3
Terapia na água.
23
a anotão de livros direcionados para a área de reabilitação. Os laboratórios relacionados
à engenharia, como o de sica e de qmica, são também apresentados por se tratar de
importantes locais para a ptica da fisioterapia (ANEXO F).
No quarto livro, consta a continuidade das descrões já iniciadas nos volumes
anteriores, como os laboratórios. A apresentação, no entanto, é acrescida do roteiro de
servos e de manuais, relacionados às bibliotecas e ao departamento de serviços técnicos.
Ainda fichas e instrumentos de organizão da biblioteca, além da lista de nomes dos
funcionários da biblioteca central. A seguir, há a descrão da relação de livros de medici-
na de reabilitação; filosofia; livros infantis; dicionários; revistas cnicas, dentre outros.
Ao final, há novamente uma lista com os componentes do primeiro corpo docente do Cur-
so de Fisioterapia da UCP, além de seus respectivos curculos com as devidas comprova-
ções (ANEXO G).
No quinto livro, há uma seqüência em relação ao detalhamento dos docentes do
curso, além de atestados de sde para que os mesmos atuem como profissionais da edu-
cação na Instituição. É descrito ainda, de forma clara e sucinta, o funcionamento do curso
com a apresentão de seus horários estabelecidos, além de uma lista contendo dez nomes
que representam a primeira turma de concluintes em 1971 (ANEXO H). Há, também, nes-
te volume, um relatório referente às atividades do ano letivo de 1969, ano do icio da
trajetória do curso, com a relão dos professores, dos alunos matriculados e das discipli-
nas oferecidas à época, bem como uma tabela demonstrativa da porcentagem de aprovação
e um levantamento geral da freqüência da 1
a
série do Curso de Fisioterapia.
Em anexo, verifica-se a descrição de todos os históricos dos alunos desta primeira
turma e, no final, encontram-se recortes do Diário Oficial da União, datados de 1974, em
destaque, por se tratar do reconhecimento do Curso de Fisioterapia da Universidade Cató-
24
lica de Petrópolis, assinado pelo Presidente da Reblica, Ernesto Geiseil, em 27 de junho
de 1974 (ANEXO I).
Já o sexto e último livro é apresentado de forma mais organizada em relação aos
anteriores, e contêm os documentos do curso, alguns deles já citados anteriormente em
outros livros. Destacam-se as Portarias de reconhecimento com o objetivo e com as emen-
tas das disciplinas previstas nagrade curricular do Curso.
Como o estudo tem como fonte de investigação a história documental da Institui-
ção, a metodologia utilizada tem como direcionadores o levantamento e a alise dos re-
gistros oficiais da UCP. Dos seis livros estudados, dois o específicos da Escola de Rea-
bilitação e os outros quatro livros correspondem à elaborão e à instalação do Curso de
Fisioterapia.
Os documentos em questão encontram-se armazenados no almoxarifado da UCP.
Apesar do tratamento e do armazenamento inadequados, é posvel fazer a leitura dos da-
dos contidos nestes volumes de forma clara e precisa, excetuando-se as reproduções xero-
gráficas que, em alguns casos, já perderam a legibilidade. Tal fato constitui-se em mais
uma razão para a realização da pesquisa, tendo em vista a limitada temporalidade de per-
manência dos arquivos na forma como eso guardados.
A escriturão nos livros data de 1953, quando foi criada a Instituição, porém a
ênfase maior es nos registros a partir de 1967 (fundão da Escola de Reabilitação) e de
1969, ano da legalização do Curso de Fisioterapia como nível superior e ano da instalação
e do icio da Faculdade de Fisioterapia. Ressalta-se, dessa maneira, a importância do es-
tudo da Fisioterapia na UCP, pois sua trajetória é iniciada com a legalização em nível na-
cional do curso em questão.
25
Além da pesquisa histórico-documental, foram realizadas quatro entrevistas com
profissionais da área (professores - fisioterapeutas) que fizeram e fazem parte da trajeria
da Instituão e que acompanharam o processo de crião do curso na UCP e a sua norma-
tização pelo Conselho Regional de Fisioterapia no Estado do Rio de Janeiro com o intuito
de complementar o estudo com testemunhos dos participantes da trajeria da Instituição
(ANEXO J).
Para a realização das entrevistas, utilizei as refencias de procedimento aponta-
das por GIL (2002, p. 115), que cita a entrevista como uma forma de interrogão, sendo
um dos importantes instrumentos usuais no momento da coleta de dados e nos levanta-
mentos iniciais, entendida também como uma cnica que envolve duas pessoas numa si-
tuação “face a face”, em que uma delas formula questões e a outra responde. É de funda-
mental importância deixar explícita a colocação da entrevista como uma forma de obten-
ção de dados a partir do ponto de vista dos entrevistados. Assim, o levantamento apresenta
limitações no que se refere ao estudo das relações sociais mais amplas, sobretudo, quando
estas envolvem varveis de natureza institucional.
Voltando a GIL (2002, p. 117), o autor afirma que as perguntas sobre fatos são de
mais cil obtenção, e a entrevista é aplivel a um mero maior de pessoas, possibili-
tando tamm o aulio ao entrevistado com dificuldade para responder, bem como a aná-
lise do seu comportamento o-verbal. Dessa forma, as entrevistas realizadas foram anali-
sadas não só a partir dos fatos relatados, mas também considerando o envolvimento dos
entrevistados com o momento espefico do Curso de Fisioterapia na UCP.
Nessa perspectiva, realizaram-se entrevistas com quatro personagens envolvidos
na trajeria do Curso: uma fisioterapeuta, que foi aluna da segunda turma da Instituição e
também coordena o Curso de Fisioterapia da UCP e três professores formados pela Insti-
tuição em questão e que ainda lecionam na própria Instituição. As perguntas serviram co-
26
mo eixo norteador para a realizão da constituição hisrico-factual, auxiliando na ilus-
tração do contexto da trajetória da Fisioterapia na Instituição ema pauta.
De acordo com as queses, que remetem à participação do docente na hisria da
fisioterapia da UCP, foi observada uma diversidade de iias por parte dos professores
entrevistados, visto que cada um possui uma realidade espefica, ou seja, uma experiên-
cia única, o que torna este estudo singular, com comentários de fatos e mudanças impor-
tantes ao longo da trajetória estudada.
Vale ressaltar também que é variável o tempo de experiência na UCP dos profis-
sionais entrevistados, mas o que entra em consonância é que todos os docentes da Institui-
ção são egressos dela e nela tornaram-se profissionais, o que refoa a fidelidade aos ide-
ais da Instituição em questão. Percebe-se que foi uma experiência relevante o momento
das entrevistas, em virtude das características individualizadas de cada professor.
Importante ressaltar que, dos quatro professores entrevistados, três deles partici-
pam desta história desde a primeira década da implantação do Curso de Fisioterapia, de-
notando uma fidedignidade nos relatos, assim como uma confirmação dos documentos
escritos que corroboraram com os relatos aqui mencionados, o que tornou dinâmico tal
estudo. Os entrevistados eso identificados como M.A; M.G; M.P e M.R, preservando
dessa forma, as entrevistas de cada professor.
Quanto ao recorte temporal da investigação realizada, o peodo escolhido para
iniciar o estudo coincide com um momento delicado da política brasileira (regime militar),
final do governo de Costa e Silva, no qual ocorrem diversas mudaas em todos os níveis,
inclusive com destaque para a área de educação (reforma universiria). Nesta fase, um
marco histórico foi o movimento estudantil, assinalado pela rearticulão dos movimentos
em torno da Uno Nacional dos Estudantes (UNE), que reivindicava, entre outros, o au-
mento de verbas para as Universidades, a solução do problema dos excedentesdo vesti-
27
bular e a anulão dos acordos MEC-USAID. TRINDADE (2001, p. 134) afirma que a
reforma universitária de 1968 traz medidas políticas que pretendiam mudanças positivas
para os estudantes, principalmente no que se refere às pesquisas fomentadas por óros
financiadores de pós-graduão (CNPQ; CAPES). Assim, são observadas, no início da
construção do Curso de Fisioterapia no Brasil, novas iias e conceitos com tendência às
pesquisas, como estava sendo implementado pelas novas escolas de ensino superior brasi-
leiras.
A finalização do estudo já se refere à implantação das últimas Diretrizes Curricu-
lares para Fisioterapia aprovadas em 2002, cujas determinões foram incorporadas à no-
va matriz curricular do Curso de Fisioterapia da UCP.
Ainda dentro desse recorte, o estudo perpassa um peodo de três décadas -1969 a
2007- nas quais são analisadas as mudanças ocasionadas pela legislação espefica de fisi-
oterapia no contexto acadêmico das condições de ensino do curso na UCP.
Sabe-se que um recorte temporal tão abrangente - três cadas - pode inviabilizar
a contextualização do tema no que se refere aos movimentos sociais, políticos e econômi-
cos que ocorreram durante o peodo pesquisado. Contudo, por se tratar de um estudo de
caso, cujo objeto refere-se exclusivamente à trajetória do Curso de Fisioterapia na UCP,
tal periodizão tornou-se posvel, por ampliar ou reduzir sua abrangência na história da
fisioterapia.
28
2 A FISIOTERAPIA E A CONSTRUÇÃO DE SEU CAMPO DE CONHECIMENTO E
ATUAÇÃO
De acordo com a resolução COFFITO-80, publicada em 21 de maio de 1987, a
fisioterapia é
uma ciência aplicada, cujo objeto de estudo é o movimento humano em todas as su-
as formas de expressão e potencialidades, quer nas suas alterações patológicas, quer
nas repercussões psíquicas e orgânicas, com objetivos de preservar, manter, desen-
volver ou restaurar a integridade de órgãos, sistemas ou função
4
. (Brasil, 1987)
É uma profissão da área da sde, cujo objetivo é a promoção da sde e da fun-
ção do corpo humano pela aplicação de teoria para identificar, avaliar, remediar ou preve-
nir disfunções dos movimentos humanos (apud OLIVEIRA in SHEPARD, 1997, p. 17).
Outros autores definem a profissão de acordo com a experncia vivenciada, co-
mo é observado na definição de REBELATTO & BOTOMÉ (1999, p. 290), os quais a
consideram um campo de atuação profissional que visa intervir sobre o movimento ou por
meio dele, em todos os níveis em que possa se apresentar, e não sendo apenas uma área de
conhecimento.
Ainda segundo OLIVEIRA (2002, p. 18), é possível identificar conceões con-
trias, que discordam dessa cientificidade, alegando a ausência de um método próprio de
investigão bem como de um estatuto epistemológico próprio.
Para este estudo, adotou-se a concepção da fisioterapia como uma ciência que uti-
liza conhecimentos e recursos pprios com base nas condições psico-físico-sociais, tendo
por objetivo promover, aperfeiçoar ou adaptar o indiduo à melhoria de qualidade de vi-
4
Brasil, Ministério do Trabalho, Leis e Atos Normativos das Profissões do Fisioterapeuta e do Terapeuta Ocu-
pacional.
29
da. Para isso, utiliza a ão isolada ou conjugada de fontes geradoras termoterápicas
5
, cri-
oterápicas
6
, fototerápicas
7
, eletroterápicas
8
, dentre outras formas de tratamento.
A atividade da fisioterapia foi regulamentada pelo DecretoLei nº 938/69, Lei
6.316/75, Resolução do COFFITO 80 - Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocu-
pacional, Decreto-Lei nº 9.640/84, Lei 8.856/94 e Portarias do Ministério da Saúde. Al-
gumas dessas Leis e Portarias serão abordadas de forma detalhada em catulos posterio-
res deste estudo.
O profissional que atua nesta área é considerado um profissional de saúde, com
formão acadêmico-superior habilitado à construção do diagnóstico dos distúrbios cinéti-
co-funcionais, à prescrão das condutas fisioterapêuticas, sua ordenão e indução no
paciente, bem como ao acompanhamento da evolução do quadro funcional e à sua alta do
tratamento.
O fisioterapeuta presta serviço na área da sde, da educação, do esporte, empre-
sarial, na saúde coletiva, da engenharia dentre outras, atuando ainda no campo da pesqui-
sa. O exercício profissional compreende a avalião fisioterapêutica, a prescrão do tra-
tamento, a indução do processo terapêutico, a alta no serviço de fisioterapia e a reavalia-
ção sucessiva do paciente para a constatação da existência de alterações que justifiquem a
necessidade de continuidade de pticas terapêuticas.
Após conceituar a fisioterapia e o profissional fisioterapeuta, faz-se necessário
entender como esse campo do conhecimento surge e como suas pticas vão sendo elabo-
radas inicialmente no exterior, até chegar ao Brasil como formão em vel superior na
cada de 60.
5
Tratamento através de agentes térmicos.
6
Tratamento através do gelo.
7
Tratamento através de luzes, ex: infra-vermelho (IV).
8
Tratamento através da eletricidade, com aparelhos .
30
2.1 A FISIOTERAPIA NO MUNDO
Oficialmente a fisioterapia tem seu início na Europa, na metade do século XIX,
destacando-se, neste estudo, a Alemanha e a Inglaterra, mas, em virtude da escassez de
informações sobre a história da fisioterapia na Alemanha, pouco se abordado sobre o
contexto neste ps.
De acordo com OLIVEIRA (2002, p. 18), embora seja sabido que diversos recur-
sos físicos utilizados na fisioterapia tenham sido originados na antiguidade, a maioria dos
estudos utiliza documentos descritos por autores que pesquisaram a história da fisioterapia
e que limitaram o peodo de industrialização como marco inicial da trajetória da fisiote-
rapia mundial. Dessa forma, surge a profissão do fisioterapeuta na Inglaterra, que já apre-
sentava destaque no cenário mundial de reabilitação, em virtude dos trabalhos na massote-
rapia
9
realizados pelos doutores Mendell e Cyriax. É observada, também, a cinesioterapia
respiratória
10
, que já era empregada por Winifred Linton, no Brompton Hospital, em Lon-
dres e, sobretudo, são ressaltados os trabalhos de fisioterapia neurogica do casal Karel e
Betha Bobath
11
ainda utilizados na atualidade.
Ainda de acordo com os relatos da autora citada, a partir da segunda metade do
século XVIII, ocorrem na Inglaterra as transformações econômicas e sociais identificadas
como Revolução Industrial. A instria inglesa produzia bens de consumo, entre outros,
tecidos de algodão, fabricados em máquinas de ferro e movidas a vapor. Foi a primeira
Revolução Industrial que tornou a Inglaterra um centro de profundas transformações tec-
nológicas. Na segunda metade do século XIX, outros países como Alemanha, Itália, Bél-
gica, França, Scia e Áustria e, na América, os Estados Unidos da América, na Ásia, o
Japão, iniciaram o seu processo de industrializão.
9
Terapia através de massagens.
10
Tratamento através de exercícios respiratórios.
11
Fundadores do Método Bobath, muito respeitado e utilizado na área de reabilitação neurológica.
31
Naquela época, houve muitas formações sociais, determinadas, dentre outras, pela
prodão em grande escala, mediante a utilização crescente de máquinas. Como a Ingla-
terra foi a nação pioneira no processo industrial, coube a ela também o pioneirismo na
utilização dos recursos técnicos gerados pela própria Revolução Industrial nos tratamentos
relacionados a massagens, exercícios e estímulos sicos e elétricos.
Nesse mesmo país, foram estabelecidos modelos de funcionamento e de práticas
profissionais. Desde meados do século XVIII, os balneários eram muito utilizados e pres-
critos como tratamento médico, cuja credibilidade perdurou nos tempos da industrializa-
ção, pois as propriedades curativas das águas minerais eram atribuídas aos componentes
minerais existentes. Já, no final daquele século, a eletroterapia passava a ser utilizada em
disfunções neurológicas. E, posteriormente, também, foi utilizada com objetivos de anal-
gesia e de estimulação muscular. No culo XIX, foram descritos os tratamentos através
das massagens e suas associações com outras formas de tratamento, passando a ter maior
valor na área médica.
Quanto à primeira organização profissional desse campo do conhecimento, ocor-
reu na Inglaterra, em 1894, quando, em Londres, é fundada a Sociedade de Massagistas
Diplomados, sendo a gênese da organização profissional da classe (apud BARCLAY in
OLIVEIRA, 2002, p. 23). Posteriormente, no início da década de 1920, na Inglaterra,
houve uma mudaa na entidade representativa da categoria com a criação da Sociedade
Patenteada de Massagem e Ginástica dica, ocorrendo, a partir deste fato, congressos
que foram organizados anualmente, tendo a maioria como sede Londres.
Na década de 1930, com as crises mundiais as a quebra da bolsa de New York,
a Inglaterra também foi afetada, caracterizando esse período como anos de depressão eco-
mica e de tensão social. Apesar dessas dificuldades, houve diminuição do mero de
32
mortes, a partir do grande esforço por parte do governo inglês em melhorar a qualidade de
vida principalmente dos jovens, ampliando atividades culturais e desportivas.
Segundo OLIVEIRA (2002, p. 47), no início da década de 1940, o Ministério da
Sde da Inglaterra instalou serviços de fisioterapia e de reabilitação em todos os hospi-
tais de Serviço dico de Emerncia. A maioria dos departamentos se destinava a trata-
mentos ortopédicos, de lesões medulares e de cirurgias plásticas e contavam com equipes
completas de reabilitão, nos quais incluíam exercícios terauticos, exercios com pe-
sos e roldanas, treinamento sico geral, fisioterapia, terapia ocupacional, jogos organiza-
dos, natação, recreações, como ciclismo e caminhada.
Durante o peodo da Segunda Guerra Mundial, os congressos foram cancelados
por dois anos e foram planejados novos servos nacionais de sde, que incluíam desde
assistência preventiva a tratamentos de incapacidades provocadas pelo conflito. Ainda se
formou uma forte tenncia de atuação na área da reabilitão, observada através da ão
de um conselheiro do Ministério da Sde inglês que definiu a reabilitão como “método
pelo qual a função fisiológica é totalmente restabelecida após sua perda temporia por
“lesão ou doença”. Após a Segunda grande Guerra Mundial, de acordo com BARCLAY
(1994, p. 45), houve um considevel aumento no número de profissionais ligados à reabi-
litão.
No período pós-guerra, na Inglaterra, havia um total de 30 escolas de treina-
mento em fisioterapia, institdas por meio de uma vio crítica e de acordo com a propos-
ta de serviços de saúde. Diversos profissionais da área propuseram um roteiro para que a
duração desses cursos aumentasse, para três anos, com um conteúdo curricular que reunia
um conjunto de conhecimentos novos como o de eletroterapia e o de reabilitão moderna.
De acordo com OLIVEIRA (2002, p. 55), nessa época, tamm, um fato influen-
ciou o debate sobre a fisioterapia: o mal da poliomielite acometeu um total de 7.646 crian-
33
ças e jovens durante a primeira grande epidemia em 1947, matando ou incapacitando um
total de 20.000 pacientes nos cinco anos seguintes, somente na Inglaterra. Assim, houve
um aumento nas discussões sobre os aspectos fisiológicos dos recursos e cnicas de tra-
tamentos empregados pela fisioterapia, com questionamentos sobre os benefícios do gal-
vanismo (corrente elétrica), do repouso e da manipulão, bem como da relação cus-
to/benecio, etc. Diante dessa nova fase, chegou-se a um consenso sobre a necessidade de
um número maior de pesquisas.
Em 1948, em Londres, foi criada, a sociedade de fisioterapia World Confederati-
on Physical Therapy (WCPT) que, ligada à Organização Mundial da Saúde (OMS), tinha
como objetivo intensificar a fisioterapia no mundo, o que muito contribuiu para a criação
e divulgação da profissão em muitos países, inclusive, no Brasil.
Nas Américas, o início dá-se na América do Norte, com a Escola de Medicina de
Harvard, no período de 1912 a 1916. O primeiro serviço americano surgiu na Universida-
de de North Western, em 1919, com os setores de massoterapia e de hidroterapia.
Em 1950, as 18 meses de trabalho por parte de um Comitê Provisório constitu-
inte de fisioterapeutas, a Confederão Mundial de Fisioterapia (WCPT) foi oficialmente
lançada em um Congresso realizado em Paris, em 1951.
Segundo CALDAS (2006, p. 30), esta Confederação passou a organizar congres-
sos em todos os continentes a fim de promover a troca de experiências e fortalecer a pro-
fissionalização do fisioterapeuta. Seu encontro inaugural ocorreu em Copenhagem, naque-
le mesmo ano, com 140 fisioterapeutas de 16 pses, dos quais dez, da Inglaterra, a qual
foi representada pelos membros fundadores da Confederação.
Retornando a OLIVEIRA (2002, p. 54), nos dois anos seguintes, a WCPT se es-
forçou no planejamento de um Congresso Internacional, que ocorreu em setembro de
34
1953, contando com 1500 participantes de 25 países. Cada dia do Congresso foi destinado
a discutir uma aplicação particular da fisioterapia, como o tratamento em disfuões neu-
romusculares, em disfunções reumáticas, em disfuões torácicas e em relão às disfun-
ções ocasionadas nas indústrias. O segundo Congresso Internacional da WCPT foi reali-
zado em junho de 1956, em New York e o terceiro ocorreu após três anos, em Paris, con-
tando com 2000 participantes de 35 países.
A experiência obtida no tratamento de seqüelados da Segunda Guerra Mundial
havia ajudado no estabelecimento de uma reabilitação efetiva para pessoas com lesões
nervosas centrais ou periricas e abriu outro campo de interesse para os fisioterapeutas: a
restaurão das fuões motoras em pacientes com doenças reuticas e com fraturas
trauticas e/ou cirurgias e particularmente em idosos.
O aparecimento do pulmão de aço”
12
e de outros ventiladores mecânicos ajuda-
ram a salvar vidas de pacientes com paralisia dos músculos respiratórios, incentivando, de
forma indireta, o desenvolvimento da fisioterapia respiratória. rias técnicas desenvolvi-
das por americanos, principalmente as destinadas ao tratamento da poliomielite, foram
publicadas e tornaram-se mundialmente utilizadas.
Ainda de acordo com OLIVEIRA (2002, p. 52), o período pós-guerra foi caracte-
rizado também por mudanças e expansões nos programas federais de saúde americana. A
mais importante delas foi na esfera de ão das atividades do Serviço blico de Sde. Já
o maior crescimento ocorreu nas áreas de pesquisa, treinamento e desenvolvimento das
atividades médicas. Foram constrdos novos hospitais em mais de 400 cidades america-
nas, velhos hospitais foram reerguidos, assim como centros de reabilitação.
12
Primeiro nome dado ao aparelho de respiração artificial, utilizado em paciente com desordem e/ou disfunção
respiratória.
35
Com a diminuição dos casos de poliomielite, houve uma queda nos fundos finan-
ceiros destinados à fisioterapia nos EUA; evidenciaram-se também novas categorias de
pacientes com disfuões neurológicas, especialmente as rias formas de paralisia cere-
bral. Portanto o grupo mais numeroso de pacientes atendidos passou a ser composto de
adultos e crianças com paralisia cerebral, com condição não progressiva de leo do Sis-
tema Nervoso Central, proveniente de traumas ocorridos antes, durante ou as o nasci-
mento.
A crescente colaboração internacional, o desenvolvimento nas técnicas de treina-
mento muscular e as pesquisas realizadas por um crescente número de fisioterapeutas fo-
ram alguns dos fatores que ajudaram no estabelecimento da fundamentação moderna da
fisioterapia construída nas décadas seguintes.
Na Inglaterra e no mundo, os assuntos de maior interesse continuaram sendo o
tratamento da paralisia cerebral e outros disrbios neurológicos por meio da cnica de
“Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva
13
e outras formas de reeducação muscular.
Houve também conscientização do valor das recreações, como a cavalgada com neis e
natação, e do treinamento dos pacientes em atividades de vida dria.
A publicidade referente à fisioterapia inglesa teve dois bons momentos no início
da década: primeiramente, por ocasião da assisncia de Miss M. J. Saul à Rainha Elizabe-
th, no nascimento do pncipe Andrew e, dois anos após, em virtude do tratamento reali-
zado por Margery Simpson, em Winston Churchill que, com 87 anos, teve uma fratura de
quadril e voltou a caminhar as o tratamento.
Diversas formas de publicidade passaram a ser empregadas em relação à fisiote-
rapia, principalmente através de participações ativas como, por exemplo, em conferências
de administradores hospitalares e em ampliões de publicões de artigos ilustrados em
13
Método PNF - amplamente utilizado em diversas áreas da fisioterapia.
36
revistas da área médica, publicações de livros e monografias, filmes em televisão, e ou-
tros.
OLIVEIRA (2002, p. 53) cita ainda que um jornal espefico da área teve um au-
mento na sua circulação de 4.000 exemplares em 1960, para 16.000 em 1969. Espaços
foram reservados para assuntos profissionais, como trabalho em conselho específico, co-
laboração internacional e registro estatal, reivindicações salariais, campanhas parlamenta-
res e outros assuntos envolvendo o Ministério da Sde. Também eram mantidos artigos
destinados às inovações na área técnica, como o uso da eletroterapia moderna, fisioterapia
em atividade física organizada, reabilitação de amputados e outras técnicas.
Novos grupos de interesse surgiram e uniram-se aos existentes, entre eles, a As-
socião Obstétrica de Fisioterapeutas Patenteados e a Associação de Manipulação dos
Fisioterapeutas Patenteados.
Por volta de 1965, o Comitê Educacional expôs a iia de uma graduão em Fi-
sioterapia, e, em 1967, a University Surrey concordou com a inclusão da fisioterapia em
seus cursos da área de biologia humana. A idéia maior, porém, não foi aprovada. Apesar
disso, a University College, em Dublin, na Irlanda, introduziu um diploma em fisioterapia,
cujo primeiro exame anual conferiu isenção das provas preliminares à Sociedade Européi-
a. Esse fato marca o início de um novo peodo na formação do profissional, caracterizan-
do-a como um curso de nível superior. Durante toda a década seguinte, os roteiros dos
cursos de fisioterapia foram constantemente revistos, mantendo a tenncia em oferecer
uma educação de nível superior.
Na década de 1970, avaaram as conquistas do profissional da fisioterapia na
Inglaterra. Em 1972, pela primeira vez, o Presidente da Sociedade de Fisioterapia passou a
ser um fisioterapeuta e não mais um médico, e a lei que definia o trabalho do fisioterapeu-
ta sob direção do médico foi revista. Pelos pareceres oficiais do icio da década, os fisio-
37
terapeutas obtiveram posições administrativas em todos os níveis. Houve progresso nas
relões industriais e, sob atos de 1971 e 1974, a Sociedade Patenteada foi registrada co-
mo Sindicato, fato que daria à sociedade de fisioterapia mais sucesso nas negociões de
direitos profissionais (OLIVEIRA, 2002, p. 62).
Já nos Estados Unidos, o icio dos anos 60 caracterizou-se por uma diminuição
dos investimentos financeiros, fim das pesquisas sobre a poliomielite e redução da estrutu-
ra administrativa da associação de fisioterapeutas americanos. Em virtude da sua impor-
tância, o tratamento destinado aos pacientes portadores de doenças cnicas e doenças
associadas à idade, tornou-se foco dos serviços empregados pelos fisioterapeutas. Os no-
vos cuidados compreendiam continuidade de serviços preventivos, curativos e reabilitado-
res que necessitavam de uma equipe de profissionais de sde com educação, habilidades
e técnicas especializadas. A população americana contava com número grande de idosos e
encontrava-se mais estimulada a promover a boa sde física, principalmente a dos jo-
vens.
Em 1963, o artigo escrito pela fisioterapeuta Beatrice Thompson, intitulado Di-
agnoses and Procedures in Physical Therapy
14
destacava que os novos currículos de fisio-
terapia deveriam antecipar as mudanças que poderiam ocorrer nas categorias de pacientes,
devendo ser fortalecidas as áreas de patologia e ciências básicas.
Um estudo importante sobre a educação em fisioterapia, realizado pela American
Phisical Therapy Association (APTA), em associação com a fisioterapeuta Catherine A.
Worthingham, diretora da Educação Profissional da Fundação Nacional por 16 anos, pu-
blicado a partir de 1968, analisou 42 modelos curriculares para educação básica em fisio-
terapia, comparando-os com seis outros campos de graduação, incluindo cncias sociais,
engenharia e ciências biológicas.
14
Diagnósticos e Procedimentos em Fisioterapia.
38
A cancia de recursos financeiros, associada ao número reduzido de instrutores
aptos, limitava a formão de doutores na área. Somente 5% dos professores nas escolas
de fisioterapia tinham tulo de doutor, dos quais nenhum era no campo da fisioterapia.
Apenas 28% dos instrutores estavam engajados em pesquisa. O pouco interesse para em-
preender investigações originais privava a profissão das fontes tradicionais da nova ciên-
cia, assim como da validação para a prática clínica corrente.
Diante desse cenário, concluiu-se que a maioria das faculdades de fisioterapia en-
contrava-se em desvantagem para competir nos cargos de liderança na academia e apre-
sentava modelos pobres para a pxima geração. Portanto, suas recomendões destina-
vam-se a tornar a educação em fisioterapia mais relevante aos pades e necessidades con-
temporâneas. A pesquisa enfatizava a necessidade de mudaa no curculo, destacando,
em termos tricos e clínicos, o conceito primário de assistência, predizendo firmemente a
tendência ao cuidado preventivo e à manutenção da saúde.
O relatório final também incluía dados sobre o tempo necessário para o ensino
das várias modalidades e os novos procedimentos adicionados à lista crescente de habili-
dades com as quais o fisioterapeuta necessitava estar familiarizado. Significativos pro-
gressos na área da pesquisa aconteceram as a organização do comitê de pesquisa em
1964.
Em 1965 e 1966, com a decretão de novos programas voltados para os cuidados
relacionados à saúde, grande parte da população passou a ter direito aos tratamentos de
sde. Conseqüentemente, houve um aumento nos recursos financeiros disponíveis para
tais serviços e para o desenvolvimento tecnológico na área. Ainda em 1965, 47 fisiotera-
peutas foram enviados à guerra do Viet. Reconheceu-se, então, a importância da inter-
venção precoce da fisioterapia. Coube aos fisioterapeutas o tratamento de problemas neu-
romusculares e esqueléticos não-cirgicos.
39
Durante a cada de 70, ocorreram desenvolvimentos importantes no aspecto e-
ducacional, com a introdão dos exames de seleção para admissão nos cursos, novo sis-
tema de exames e adequação para treinamento especializado. Várias escolas foram trans-
formadas em escolas policnicas em 1975. Além disso, houve a substituição do currículo
antigo por um novo, que definia a duração dos cursos em três anos.
Segundo OLIVEIRA (2002, p. 61), nos anos seguintes, assim como aconteceu na
Inglaterra, o desenvolvimento tecnológico e os avanços no cuidado da sde desenvolvi-
dos nos Estados Unidos propiciaram o surgimento de várias especialidades dentro da fi-
sioterapia, destacando as áreas de pesquisa, licenciatura, administrão, esportes, pediatri-
a, eletrofisiologia cnica, dentre outras.
A busca pela autonomia profissional tornou-se tema central da APTA e aos seus
membros podem ser creditados os significativos avaos nos padrões de educão e trei-
namento. Em 1960, o grau de bacharelado passou a ser a qualificão mínima aceita pela
APTA. Entre 1965 e 1975, o número de instituições que ofereciam grau de bacharelado
aumentou de 35 para 63, com cerca de 13 delas oferecendo também cursos de pós-
bacharelado.
Atualmente, de forma geral, os estudos de fisioterapia, nos países europeus, em
sua maioria, fazem parte do sistema de educação superior e, em grande parte dos cursos, é
previamente exigido um peodo de escolarização de 12 anos (quando se conclui a forma-
ção secunria), sendo de 18 anos a idade nima para acesso. Dos 28 países que ofere-
cem a formação de fisioterapeuta, em 21 deles a durão é de quatro anos e apenas em
sete, o curso dura três anos (apud ROLDÁR in CALDAS, 2006, p. 31).
Em quase todos os países da Europa, hoje, a fisioterapia constitui uma profiso
regulamentada e registrada. Tais caractesticas seguem os critérios da Converncia Eu-
40
ropéia
15
para homogeneizar os programas de formação dentro do território europeu, facili-
tando a livre circulação desses profissionais. Em Portugal, o Curso e Fisioterapia iniciou-
se em nível técnico, passando a cnico de vel superior em 1985 e, somente em 1997,
passaram a ter direito ao diploma de Bacharel os titulares nas áreas de tecnologia da saú-
de. Ainda segundo CALDAS (2006), existe naquele ps, a Associação Portuguesa de Fi-
sioterapeutas (APF), fundada em 1960, com sede em Lisboa.
Já no Chile, a autora (2006, p. 36), afirma que a fisioterapia como kinesiologia,
tem como óro fiscalizador e regulamentador o chamado “Cogio de kineslogos de
Chile”, fundado em 1969, cuja missão é definir as poticas e estratégias nacionais para
propender a la organizacion, desarrolo protão, prestigio y prerrogativas de lãs nece-
sidades del pais”, além de velar pelo correto exercio profissional e bem-estar de seus
membros e representá-los em vel nacional e internacional. Essa associação chilena, em
1967, se incorporou à WCPT, e em 1969 auxiliou a promulgação da lei que criou os Colé-
gios Profissionais de Fisioterapia.
Dessa forma, percebe-se a intensa busca pela construção de um campo do conhe-
cimento e de pticas, entre os profissionais da fisioterapia, verificada, mormente, nos
países europeus com ênfase para a Inglaterra e observada também nos Estados Unidos,
demonstrando serem países influenciadores e precursores no campo da fisioterapia e ser-
vindo de exemplo para outros países como o Brasil.
15
Convergência Européia é a união de diversos países que apresentavam em suas Universidades o curso de Fisi-
oterapia.
41
2.2 A FISIOTERAPIA NO BRASIL
Segundo REBELATTO & BOTOMÉ (1999, p. 50), no Brasil, o início da fisiote-
rapia implantou-se com a finalidade de solucionar problemas relacionados aos altos índi-
ces de acidentes de trabalho na fase de industrialização, assim como, aqueles voltados aos
pacientes de outras áreas.
É necessário um retorno ao passado no que se refere à história da fisioterapia no
Brasil. Em 1808, a chegada da família real foi determinante para o futuro da fisioterapia,
até então desconhecida neste ps. Os portugueses trouxeram consigo a nobreza lusitana,
na qual estavam os principais profissionais de diversas áreas, incluindo os médicos. Den-
tre as principais contribuições, destaca-se o surgimento das primeiras escolas de ensino
médico, principalmente na cidade do Rio de Janeiro. No culo XIX, os recursos fisiote-
rapêuticos faziam parte da terautica dica, surgindo entre 1879 e 1883, na cidade do
Rio de Janeiro, serviços dicos especializados em medicina sica, eletromagnética e
hidrotepica.
De acordo com FREITAS (2006, p. 25), inicialmente o médico era a referência de
profissional de sde, reconhecido pelos bancos acadêmicos nas questões ligadas à saúde,
e a sua função era extremamente ampliada pela necessidade de buscar novos caminhos
que produzissem respostas cada vez mais eficazes em relação às intercorrências presentes
na saúde da população. O acompanhamento das repercussões na sde das pessoas, produ-
zidas por diversas mudaas sociais (as grandes epidemias, a alterão nos costumes, as
formas de produção e suas conseqüências no trabalho, etc), era de responsabilidade exclu-
siva do médico, o que fez com que o início de uma série de estudos fosse deflagrado por
esse profissional.
42
Tais colocações são importantes para o entendimento da fisioterapia no Brasil,
cujo surgimento como formação, desde o seu início, teve uma forte ligação com a medici-
na, profissão que originou a fisioterapia.
Os primeiros relatos sobre a fisioterapia no Brasil estão relacionados ao desen-
volvimento de pticas terapêuticas (apud BARROS in FREITAS, 2006, p. 28 a 30), des-
critas a seguir no quadro 1, de forma cronológica, apresentando os marcos históricos da
fisioterapia no Brasil:
Quadro 1- Marcos Hisricos Iniciais da Fisioterapia no Brasil.
DATA
MARCOS HISRICOS INICIAIS DA FISIOTERAPIA NO BRASIL
1879 a
1883
Os primeiros serviços de hidroterapia e de eletricidade dica, com destaque para o
dico Artur Silva.
1884
Artur Silva participou da criação do serviço de Fisioterapia no Hospital Miserirdia do
Rio de Janeiro
.
1901
O JornalA Gazeta de Notíciaspublicou em 13 de maio de 1901:
A secção de, tratamento por meio da luz, é a primeira mantida na A-
mérica do Sul e nella se concentram todos os esforços e toda a glória
phototherapia do Dr. Alvim, por ser a sua especialidade, e tem sido do
melhor êxito pela segurança dos resultados scientificos que tem alcan-
çado em sua numerosa clínica”.
1902
O médico Álvaro Alvim publicou o livro Physiotherapia A Electricidade perante a
medicina.
1904
O dico Adolpho Gomes Pereira em sua tese Physioterapia”, apresentada para a ob-
teão do título de Doutor na cadeira de Therautica pela Faculdade de Medicina do
Rio de janeiro, declarou
:
“O estado actual da physioterapia, como a demonstram recentes e im-
portantíssimos trabalhos, é o mais auspicioso possível, si levarmos em
consideração o meticuloso estudo e extensa applicação que lhe outor-
gam os paizes civilizados do velho e novo mundo [...] Guimbail em seu
arroje convencido prophetisa lhe (a physioterapia) o domínio absoluto
na medicina do futuro”.
1909
O médico Edmundo Xavier apresentou um trabalho intitulado Progressos recentes da
Physioterapia”, reforçando a importância da fisioterapia com relão aos recursos de
diagnóstico e tratamento por meio da eletricidade
.
1919
O dico e professor de sica biológica da Faculdade de Medicina da USP, Raphael
Penteado de Barros, fundou o departamento de eletricidade médica.
43
1923
Em seu livro Physioterapia, suas bases scientificas e suas aplicações, o dico Alen-
car de Barros relatou a importância da fisioterapia e sua preocupação com o exercio
profissional dos leigos”.
“São tantas observações, tão numerosos os trabalhos de physioterapia e
clinica demonstrando os magníficos resultados dos banhos de luz, de
vapor, irradiações, duchas, electricidade, massagem, cultura physica etc,
que devem constituir, sem dúvida, com a dietética, o ponto de apoio
principal na cura das doenças”.
1934
Na tese “Dos agentes físicos: fisioterapia”, apresentada por Edilton de Meneses Sam-
paio para a obtenção do grau de Livre Docência na cidade de Recife, além de se ressen-
tir pela inexistência de um serviço de fisioterapia na cidade, ele faz um resumo dos re-
cursos fisioterápicos utilizados à época.
Fonte: FREITAS. M. A Atenção sica Como Campo de Atuão da Fisioterapia no Brasil: As Diretrizes
Curriculares resignificando a ptica profissional. Rio de Janeiro: UERJ, 2006.
FREITAS (2006) demonstra, dessa forma, uma fisioterapia em construção, com
grande inflncia da medicina, tendo em sua formão a conotação de especialização mé-
dica que englobava os recursos terapêuticos que hoje são utilizados pelos fisioterapeutas,
na verdade, desde 1969.
Já FONSECA (2002, p. 35) afirma que em 1947, Camilo Abud, inaugura o pri-
meiro serviço de fisioterapia com caractesticas modernas, no Hospital Carlos Chagas, no
Rio de Janeiro. Acrescenta ainda que, em 1950, surgem novas instituições, como o servo
de fisioterapia da Santa Casa, cujo setor era bem aparelhado e, em anexo, havia um ambu-
latório de reumatologia. Também nesse mesmo ano é criado o serviço de medicina sica
de reabilitação do Instituto dos Industrrios, no Rio de Janeiro.
A organização da fisioterapia no Brasil, observada nos primeiros relatos destaca-
dos anteriormente, foi reforçada por dois fatos relevantes que ocorreram nas cadas de
30 e 50: maior preocupação social com os acidentes de trabalho e a epidemia de poliomie-
lite, respectivamente.
Observa-se, desse modo, segundo FONSECA, (2002), que Rio de Janeiro e São
Paulo seriam os precursores na medicina sica que, no futuro, mais precisamente no final
da década de 1960, seria organizada e criada como Curso Superior de Fisioterapia, pelo
44
Parecer nº 388 do CFE e pelo Decreto Lei nº 938/69. Os personagens principais deste iní-
cio da hisria da fisioterapia no Brasil foram os médicos Arthur Silva, Waldo Rollim de
Moraes e Raphael Penteado de Barros, dentre outros dicos reabilitadores que iniciaram
tratamentos não convencionais, e que, em virtude de sua eficia, aumentaram em termos
de procura, gerando a criação do curso de Auxiliar de Fisioterapia, em 1951.
O Brasil teve um crescimento ainda maior, quando ocorreu a Segunda Guerra
Mundial com a participação do exército brasileiro. O reflexo de tal participação foi de-
monstrado na evolução da fisioterapia, na reabilitação de seqüelas físicas de guerra, com a
modernização dos servos de fisioterapia no Rio de Janeiro e em São Paulo e com a cria-
ção de novas instituições em outras capitais.
O aumento da oferta e da procura fez com que os médicos de reabilitação se preo-
cupassem com a resolubilidade do tratamento, criando, em 1951, em São Paulo, na USP, o
primeiro curso no Brasil para formão de técnicos em fisioterapia, com duração de um
ano, em peodo integral, voltado para os que haviam completado o segundo grau.
Em 1954, é fundada a Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação (ABBR)
no Rio de Janeiro, e, no mesmo ano, um grupo de médicos cria a Sociedade Brasileira de
Reabilitação, e somente em 1956 é que ocorre a criação do curso cnico, promovido pela
ABBR.
Diversas entidades foram criadas, incorporando estes novos profissionais. As
primeiras turmas auxiliavam os médicos em seus consultórios, através da repetão das
prescrições médicas. Então, nessa fase, a fisioterapia restringia-se a monitorar aparelhos,
diferentemente da Europa, que, em alguns países, apresentava-se como uma atividade pro-
fissional independente.
45
Os profissionaisauxiliares não apresentavam conhecimentos suficientes para ga-
rantir sua autonomia profissional, sendo necessária submissão ao médico. Com o cresci-
mento da área, os cursos foram sendo ampliados em mero e no tempo de durão, para
a garantia da melhoria da qualidade de atendimento. Em 1959, na USP, ampliou-se o cur-
so para dois anos, (apud SANCHES in SCHMIDT, 2002, p.21).
Em 1964, o Ministério da Educão estabelece o currículo nimo para o curso
superior de fisioterapia, assim como o aumento de sua durão para três anos, porém,
mantendo a vero tecnicista. Em 1969, atras do Decreto-Lei n
o
938/69, ocorreu a regu-
lamentação do Curso de Fisioterapia e Terapia Ocupacional, descrito a seguir devido a sua
importância hisrica:
Os Ministros da Marinha de Guerra, do Exército e da Aeronáutica Militar, usando
das atribuições que lhes confere o artigo 1º. do Ato Institucional . 12, de 31 de
agosto de 1969, combinado com o parágrafo 1º. do art 2º. do Ato Institucional nº. 5,
de 13 de dezembro de 1968, decretam:
Art. 1º. É assegurado o exercício das profissões de fisioterapeuta e terapeuta ocupa-
cional, observado o disposto no presente.
Art. 2º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional, diplomados por escolas e cursos
reconhecidos, são profissionais de nível superior.
Art. . É atividade privativa do fisioterapeuta, executar métodos e técnicas fisiote-
rápicos com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a capacidade física
do paciente.
Além disso, é interessante notar que o Curso Superior de Fisioterapia é regula-
mentado em plena ditadura militar no Brasil, após os Atos Institucionais 5 e nº 12, e
tem como signatários os ministros militares, o que por si só, fornece pistas sobre o contex-
to de criação tanto da formação, quanto da profiso de fisioterapeuta. O Decreto de Re-
gulamentação estabelecia normas e atividades do fisioterapeuta o qual se constituía no
profissional responsável em executar métodos e técnicas que objetivavam restaurar, man-
ter e melhorar as capacidades sicas e funcionais dos indivíduos. Designava, ainda, que só
a eles competia o direito de dirigir, coordenar óros blicos e/ou particulares em que
estivessem sendo exercidas atividades que a eles competiam. As atividades docentes
relacionadas à área também faziam parte dessa regulamentação. Aos profissionais estran-
46
geiros também era dada a oportunidade de revalidar seus diplomas para exercer a profis-
são no Brasil. Importante destacar que apenas o Ministério da Educação e Cultura é que
poderia registrar os diplomas dos profissionais em questão. Assim, essas e outras atribui-
ções estavam contidas nos Atos e Normas Profissionais do Fisioterapeuta, as quais os re-
m-formados recebiam logo que registravam o diploma no Conselho responsável.
Até meados da década de 70, o havia nenhum óro oficial da profiso, que, à
época, era representada pela Associação Brasileira de Fisioterapia (ABF) que respondia
pela classe. Somente em 1975 é que foram criados os Conselhos Regionais e o Federal de
Fisioterapia e Terapia Ocupacional, caracterizando com isso um amadurecimento em sua
história.
Dessa maneira, são importantes os instrumentos legais que regulamentaram a pro-
fissão, permitindo a sua oficialização de 1969. Segundo FONSECA (2002, p. 40), o cri-
ados ainda em 1975 o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFI-
TO) e os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (CREFITOS), como
órgãos fiscalizadores do exercício profissional e das atividades das respectivas profissões
em todo território nacional, as quais passariam a ser identificadas através da carteira pro-
fissional.
Dentre algumas das atribuições dos Conselhos referidos, estão:
Art. 5º. Compete ao Conselho Federal: I - eleger, dentre os seus membros, por mai-
oria absoluta, o seu Presidente e o Vice-Presidente;
II - exercer função normativa, baixar atos necessários à interpretação e execução do
disposto nesta Lei e à fiscalização do exercício profissional, adotando providências
indispensáveis à realização dos objetivos institucionais;
III - supervisionar a fiscalização do exercício profissional em todo o território na-
cional;
IV - organizar, instalar, orientar e inspecionar os Conselhos Regionais e examinar
suas prestações de contas, neles intervindo desde que indispensável ao restabeleci-
mento da normalidade administrativa ou financeira ou a garantia da efetividade do
princípio da hierarquia institucional;
V - elaborar e aprovar seu Regimento, ad referendum do Ministro do Trabalho;
VI - examinar e aprovar os Regimentos dos Conselhos Regionais, modificando o
que se fizer necessário para assegurar unidade de orientação e uniformidade de a-
ção;
47
IX - fixar o valor das anuidades, taxas, emolumentos e multas devidas pelos profis-
sionais e empresas aos Conselhos Regionais a que estejam jurisdicionados;
XI - dispor, com a participação de todos os Conselhos Regionais, sobre o Código
de Ética Profissional, funcionando como Tribunal Superior de Ética Profissional;
XII - estimular a exação no exercício da profissão, velando pelo prestígio e bom
nome dos que a exercem;
Art. 6º. Os Conselhos Regionais de Fisioterapia e Terapia Ocupacional serão orga-
nizados nos moldes do Conselho Federal.
...(Brasil, lei 6.316 do COFFITO de 17 de dezembro de 1975).
Somente em 3 de julho de 1978, é criado e organizado um Código de Ética Pro-
fissional, sendo estabelecidas as principais leis e atos normativos. A Resolução COFFI-
TO-10 é uma das principais Resoluções, por se tratar de um eixo norteador da profiso,
com destaque para o primeiro capítulo que descreve as responsabilidades fundamentais:
Art. 1º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional prestam assistência ao homem,
participando da promoção, tratamento e recuperação de sua saúde
Art. 2º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional zelam pela provisão e manuten-
ção de adequada assistência ao cliente.
Art. 3º. A responsabilidade do fisioterapeuta e/ou terapeuta ocupacional, por erro
cometido em sua atuação profissional, não é diminuída, mesmo quando cometido o
erro na coletividade de uma instituição ou de uma equipe.
Art. 4º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional avaliam sua competência e so-
mente aceitam atribuição ou assumem encargo, quando capazes de desempenho se-
guro para o cliente.
Art. . O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional atualizam e aperfeiçoam seus
conhecimentos técnicos, científicos e culturais em benefício do cliente e do desen-
volvimento de suas profissões.
Art. 6º. O fisioterapeuta e o terapeuta ocupacional são responsáveis pelo desempe-
nho técnico do pessoal sob sua direção, coordenação, supervisão e orientação.
...(Brasil, Resolução COFFITO -10 de 3 de julho de 1978)
Na Resolução apresentada, além do primeiro capítulo, outros cinco o descritos
de forma sucinta e objetiva, incluindo normas para o exercio profissional, o papel do
profissional perante a classe profissional, além dos honorários.
Em 1980, precisamente em 12 de agosto, é expedida a carta sindical pelo Ministé-
rio do Trabalho que reconhece o SINFITO, sindicato representante dos Fisioterapeutas e
Terapeutas Ocupacionais, com o objetivo de defender os interesses trabalhistas dessas
classes, representando uma conquista dos movimentos de classe profissionais, o que deno-
ta um avao social significativo (FONSECA, 2002, p. 41).
48
Ressalta-se que, apenas em 1983, o curso teve acréscimo em sua carga horária,
passando para quatro anos, atendendo à necessidade de melhoria qualitativa e quantitativa
de disciplinas, fato confirmado ainda por FONSECA (2002, p. 42), que afirma que o pe-
odo entre 1983 e 1995 apresentou caractesticas importantes como a preocupação pela
unificão da classe, demonstrada pela troca de experiências, observada em eventos ofici-
ais produtivos, visando à habilitação dos formadores de fisioterapeutas.
Com as novas exincias ministeriais, especialmente a partir da LDBEN
9394/96, foram necesrias outras modificações curriculares. Em 1996, com a Lei de Di-
retrizes e Bases, iniciaram-se tais modificações e, em 2000, as Instituições passaram a
gozar de autonomia quanto à elaboração curricular.
A prática fisioterapêutica consiste em utilizar todos e técnicas mecânicas, tér-
micas, etricas, hidroterapêuticas e movimentos, denotando a complexidade da área. Com
a valorizão da profissão, houve uma expansão de campos de trabalho, que passaram do
consulrio, clínica e hospital para tamm estar em academia, spa, clube, creche, asilo,
empresa e posto de saúde, o que acarretou o surgimento de novas especialidades. A fisio-
terapia passou a fazer parte de equipes de sde da falia, sendo introduzida dessa for-
ma, na saúde blica, em virtude de sua valorizão no contexto da interdisciplinaridade.
Voltando a REBELATTO & BOTOMÉ (1999, p. 75), a fisioterapia como profis-
são da área de saúde, deveria possuir profissionais que fossem capazes de lidar com as
condições de saúde da populão. E, nesse contexto, lidar significa ir além de uma atuão
que objetive somente curar doenças ou auxiliar na recuperação de indivíduos já lesados,
ou seja, executar um trabalho cujo objetivo maior consistiria em propiciar um estado de
condições de sde que permitisse um elevado grau de conforto e segurança à população.
Para isso é necessária a promoção de saúde e a manutenção de boas condições de vida,
além da prevenção de problemas, assim como a assistência curativa e reabilitadora. Nesse
49
sentido, é insuficiente e inadequado definir o ensino superior pelo aprendizado de técnicas
de terapia de problemas já instalados.
Nos documentos relacionados à profissão, observam-se fatores limitantes relati-
vos à sua prática. No Decreto-Lei nº 938/69, o artigo 3º diz que é atividade privativa do
fisioterapeuta executar métodos e técnicas fisiotepicas com a finalidade de restaurar,
desenvolver e conservar a capacidade física do paciente. Nesse caso, o são especifica-
das atividades em que o profissional vai atuar na prevenção. Outro fator limitante é que,
no mesmo Decreto-Lei, é explicitado que o profissional é, por definição do Parecer, c-
nico em fisioterapia”, mas deve ter uma formação de nível superior.
Hoje, o fisioterapeuta brasileiro tem ampliado suas formas de atuação observadas
o em sua prática profissional, mas também nos laboratórios e centros de pesquisa,
porém ainda encontra-se em uma condição subordinada a outros campos de conhecimento
quando comparado a outras profissões também recentes.
FREITAS (2006, p. 24) afirma que a criação de uma nova profissão se dá através
da necessidade de uma resposta social em relão a uma nova demanda, em que as profis-
sões já não dão conta de absorvê-las em seus campos de estudo. No entanto, o processo
que envolve a percepção inicial da necessidade social a a crião de uma nova profiso
é, normalmente, marcado por uma rie de ensaios que, tendo como pano de fundo a busca
de soluções mais rápidas para a nova queso, pode caminhar em duas direções: para a
prodão de novos conhecimentos que culminem no embasamento e na fundamentação da
nova profiso ou para verdadeiras disputas de territórios em que o novo campo de conhe-
cimento é cobiçado por alguns profissionais que, apostando na apropriação, cem no for-
talecimento do status profissional e em ganhos de mercado para a sua profissão.
Percebe-se uma grande mudança do perfil do profissional de fisioterapia a partir
da publicão das Diretrizes Curriculares Nacionais de 2002, buscando novos rumos e
50
construindo uma profiso em que é exigido do aluno um grande esfoo no que compete
ao estudo convencional da área biológica e humana. Tais exincias contidas nas Diretri-
zes Curriculares Nacionais de 2002 do Conselho Nacional de Educação (CNE) têm como
objetivo formar um profissional reflexivo, crítico e humanista, inserido no novo contexto
social e da saúde, interagindo num ambiente interdisciplinar de acordo com a demanda
desse novo mercado de trabalho.
Segundo OLIVEIRA (2002, p. 155), os modelos curriculares dos cursos de gra-
duação em fisioterapia foram amplamente utilizados tanto para qualificar quanto para des-
qualificar os profissionais envolvidos na garantia da autonomia da categoria.
Os pades curriculares adotados no início da trajetória do Curso de Fisioterapia
no Brasil eram aqueles estabelecidos pelo Conselho de Educação dica da American
Medical Association (AMA), responsável pelo reconhecimento das escolas de fisioterapia.
Considerando precários tais programas de ensino, o novo Conselho de Diretores de Esco-
las de Fisioterapia, em acordo com o Departamento de Educão da APTA e do Comitê de
Revisão de Currículos, decidiu realizar uma nova recomendação que incla a graduão
de quatro anos no grau de bacharelado, centralizada na área da fisioterapia.
Uma nova proposta curricular sugeria aumento de 35% no mero total de horas
de sala de aula, principalmente nas áreas de fisiologia, métodos de avalião e ptica c-
nica. O aumento de conteúdo refletia a mudança do papel do fisioterapeuta, a quem não
bastava mais ter conhecimentos sicos em anatomia e fisiologia e domínio de uma série
de procedimentos, mas também entender a racionalidade da aplicão de cada recurso,
que, freqüentemente, fundamentava-se sobre princípios neurológicos.
Percebe-se que o histórico da fisioterapia no Brasil teve seu icio atrelado à fisi-
oterapia americana e sofreu pouca influência européia, no que concerne à sua constrão
profissional, surgindo, em 1951, em o Paulo, como curso técnico com intuito de auxiliar
51
os médicos de reabilitão. Aos poucos, foi ganhando autonomia, passando a ter maior
carga horária e uma melhor organização curricular, fortalecendo seu campo de conheci-
mento e de atuação e, posteriormente, tornando-se, em 1969, um curso de nível superior,
em virtude da sua respeitabilidade na sociedade.
3 A TRAJERIA DO CURSO DE FISIOTERAPIA NA UCP
3.1 A UNIVERIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS
A Universidade Católica de Petrópolis tem o início de suas atividades em 31 de
maio de 1953, a partir da criação da Sociedade Civil Faculdades Católicas Petropolitanas
por iniciativa do Bispo Diocesano de Petrópolis Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra.
Em 1954, é criado o Curso de Direito, pioneiro dentre os que viriam à frente. Em
seguida, precisamente no início da década de 60, a Instituição passou a ser chamada Uni-
versidade Calica de Petpolis, dando-se sua instalão oficial em 10 de março de 1962,
época em que iniciaram as atividades da Faculdade de Engenharia Industrial.
No final da cada de 60, foi criado o Colégio de Aplicação da Universidade Ca-
tólica de Petrópolis e, em 12 de abril de 1969, iniciaram-se as atividades do Centro de
Pesquisas Jurídicas e Práticas Forenses e do Departamento de Esportes da Universidade
Católica de Petpolis.
A Instituição tem por visão: ser referência na promoção do ensino, da pesquisa e
da extensão, calcada na solidez da formão integral do ser humano e na contribuição para
o desenvolvimento da Sociedade
16
.
Segundo a ata da 7 Reunião do Conselho Universitário (CONSUN) da UCP, re-
alizada em 22 de agosto de 1970, de acordo com o estatuto da Universidade Católica de
Petpolis, a UCP, tem por mantenedora a MITRA Diocesana de Petpolis e es sob o
patrocínio de Nossa Senhora do Amor Divino e Santo Tos de Aquino.
Em relão às unidades universitárias, a UCP constitui-se das seguintes unidades:
Institutos Centrais: Instituto de Cncias Exatas e Naturais; Instituto de Teologia, Filosofia
e Ciências Humanas; Instituto de Artes e Comunicação. Já as unidades de Estudos Profis-
16
Projeto Pedagógico Nacional Institucional - PPI de Janeiro de 2007.
53
sionais se concentram na: Faculdade de Direito; Escola de Engenharia; Faculdade de Ci-
ências Ecomicas, Contábeis e Administrativas; Faculdade de Educação e Escola de Re-
abilitação.
De acordo com o estatuto da UCP, consta no capítulo IV- Da Administração das
Unidades Universirias, no art. 41, que o currículo de cada curso, que habilite à obtenção
de diploma capaz de assegurar privilégios para o exercício profissional, abrange as disci-
plinas constantes do currículo mínimo fixado em lei, e outras julgadas necessárias ou con-
venientes pelo respectivo Conselho Departamental, atendidas a flexibilidade de curculos
e a variedade de cursos. Ressalta-se ainda que o currículo pleno dos cursos de graduação
compreenderá o currículo mínimo, disciplinas complementares e disciplinas optativas,
segundo o art. 56, capítulo III, do Estatuto da UCP.
Em relação ao corpo docente da instituição, em seu art. 46, capítulo II, é citado
que os professores da UCP devem ser recrutados “entre pessoas de valor científico, com-
petência cnica, capacidade didática, seriedade profissional, integridade de costumes e de
respeito à doutrina moral católica.
A palavra instituição guarda a idéia de algo que o estava dado e que é criado,
posto, organizado, constituído pelo homem. Apresenta-se como uma estrutura material
que é constituída para atender a determinada necessidade humana, mas não qualquer ne-
cessidade. Sua transitoriedade se define pelo tempo histórico e não pelo cronológico. Cada
uma tem o seu sistema de práticas que, de acordo com o tempo e a população a ser atendi-
da, te a sua particularidade. Por isso, este estudo fez-se peculiar ao abordar uma Institui-
ção que inicia suas atividades na década de 50 do século XX, sob a administração da Igre-
ja Calica. E tal Instituição referenciada tem como missão: realizar–se como comunida-
de voltada para o conhecimento e a cultura sob a luz da cris e na busca da verdade,
54
promovendo a educação integral do ser humano através do ensino, da pesquisa e da exten-
são.
17
Atras do art. 9º da Portaria nº 4 do CFE, datada de 22 de abril de 1968, ocorreu
a autorização para a fundação da Escola de Reabilitão e a sua respectiva manutenção,
segundo os dados do primeiro livro pesquisado, no qual está determinada a capacidade de
matcula inicial para 30 alunos, assinada pelo então reitor Dom José Fernandes Veloso.
De acordo com a exposição de motivos, inserida no primeiro volume do acervo
histórico relacionado à Escola de Reabilitação da UCP, a fundação da Escola teve como
objetivo formar cnicos em fisioterapia e em terapia ocupacional
18
, nos termos da Porta-
ria Ministerial n
o
511, de 23 de julho de 1964 (D.O. 29/07/1964). No documento são abor-
dadas as necessidades e vantagens da criação da Escola voltada para a reabilitão, desta-
cando-se que, à época, o Brasil, apesar dos avanços tecnológicos, tinha poucos graduados
na área, demandando, dessa forma, a crião de uma faculdade direcionada para o setor.
Na Portaria Ministerial nº 511/64, descreve-se que Petpolis, no final da década
de 60, apresentava 400 estabelecimentos industriais, representando, por meio de seu par-
que têxtil, 41% da produção estadual. Nesse sentido, a motivão era de que, grande parte
da população industrial tivesse a necessidade de atendimento no setor de reabilitação em
virtude do volume de afastamentos do serviço, muitas vezes definitivos. Com a criação da
Escola de Reabilitão, os indivíduos poderiam se reabilitados, sendo reintegrados à popu-
lão economicamente ativa da Não. É citado ainda que isso só seria possível com pes-
soal adestrado”.
Nessa época, Petpolis já possa duas clínicas especializadas e havia a necessi-
dade de ampliação de seu corpo clínico habilitado, sendo, portanto, oportuna, a criação de
17
Projeto Pedagógico Nacional Institucional - PPI de janeiro de 2007.
18
Esta forma de definição “técnico” em fisioterapia ainda é observada na atualidade.
55
uma escola de vel superior que formasse fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. Justi-
ficada a conveniência da abertura em 1969, a nova escola, a prinpio, teria como carro-
chefe o Curso de Fisioterapia e em seguida, as sua organização, teria o Curso de Tera-
pia Ocupacional, cujo projeto não saiu do papel.
A UCP já possuía os cursos de Filosofia, de Direito, de Cncias, de Letras, En-
genharia Industrial, Ciências Econômicas, Contábeis e Administrativas. A Escola de Rea-
bilitação seria a quinta unidade universitária, completando o número exigido pela Lei de
Diretrizes e Bases da Educão Nacional n
o
4024/61 (art. 79) para tornar-se universidade,
sendo também a primeira no setor das Ciências Bio-dicas. Além disso, havia o projeto
de fundação da Faculdade de Odontologia, cuja proposta estava em estudo.
Ainda expondo os motivos da implantação da Escola de Reabilitão, são descri-
tas as situões educacionais referentes ao ensino dio na cidade de Petpolis, que, por
possuir seis escolas e em virtude da proliferação de cursinhos preparatórios, indicava uma
boa perspectiva para a aceitão e procura por parte dos pré-universirios em relão à
fisioterapia.
O patrimônio da Instituição é apresentado com intuito de justificar a criação do
curso, provando que era suficiente para as despesas de implementão e de manuteão da
nova Escola e que já dispunha de instalações suficientes para o preenchimento das vagas
que seriam oferecidas. Ainda, na justificativa, é relatada a existência da tesouraria que
seria a única para a Instituição, assim como dos serviços administrativos. No referente à
prática, esta seria realizada na Clínica de Paralisia Cerebral Dr. Pinto Duarte através de
um convênio já firmado.
De acordo com o estatuto da UCP, quarta gina, a Instituição é constituída por
ts categorias: incorporadas; agregadas e complementares. E sobre o regime da universi-
dade, de acordo com alguns itens, a Instituição rege-se pela legislação de ensino em vigor,
56
pelas disposões canônicas apliveis, além do próprio estatuto. Já de acordo com o re-
gimento da Escola de Reabilitação da UCP, seria regida pela legislação federal de ensino,
pelo estatuto da UCP e pelo pprio regimento.
A finalidade da Escola de Reabilitão seria a manutenção em grau superior do
ensino de reabilitação, conferindo os respectivos diplomas nos termos da legislação vigen-
te, assim como realizaria e divulgaria o estudo e pesquisas no ramo, promoveria cursos de
s-graduação, especializão e extensão e manteria intermbio cultural e científico com
instituições congêneres, nacionais ou estrangeiras. Para o melhor cumprimento de suas
finalidades, a Escola, mediante connio, colaboraria com entidades públicas, empresas
privadas e associações culturais e científicas.
Segundo sua organização didática, poderiam ser ministrados na Escola de Reabi-
litão os cursos de graduação, abertos à matcula de candidatos que tivessem concluído
o ciclo colegial ou equivalente e obtida aprovação no concurso de habilitão; ainda seri-
am oferecidos cursos de pós-graduação; de especialização; de aperfeiçoamento, de exten-
são ou quaisquer outros. Os Cursos de Terapia Ocupacional e o de Terapia da Palavra (fo-
noaudiologia) aguardavam regulamentação pelo Conselho Federal de Educão.
Atras do Decreto-Lei n
o
64782, de 3 de julho de 1969, publicado no Diário O-
ficial da União, o presidente da República, Costa e Silva, autorizava o funcionamento da
Escola de Reabilitação da Universidade Católica de Petrópolis, no Estado do Rio de Janei-
ro. Outro documento importante relacionado a essa trajetória é o Parecer n
o
73/69, da Câ-
mara de Ensino Superior, encontrado também no primeiro volume do acervo pesquisado,
cujo assunto era a autorização da Escola de Reabilitação da Universidade Católica de Pe-
tpolis.
A criação da Escola de Reabilitão acontece em uma fase de mudaas educa-
cionais que, de acordo com FÁVERO (1977, p. 45), também preconizava diversas trans-
57
formões no campo econômico e sociocultural, fazendo com que houvesse discussões e,
conseqüentemente, questionamentos referentes ao papel da universidade no Brasil, bem
como o de reformar as instituições de ensino superior já existentes, partindo-se das Esco-
las Superiores Isoladas. Vários acontecimentos sucederam-se no cenário educacional bra-
sileiro a partir da década de 60, em especial, a reforma universitária de 1968, que ilustrava
as reivindicões e propostas dos universitários em relão à reformulão de seus p-
prios direitos.
Por outro ângulo, FERNANDES (1975, p. 157), discute a reforma universitária
relacionando-a a movimentos sociais, apontando-a como sendo por si só uma manifesta-
ção da mudança social em nível institucional. O autor ainda a descreve como tendo um
duplo objetivo: um voltado para a destruão de modelos institucionais do antigo regime e
o outro como uma tentativa de construção de uma universidade nova. Desse modo, ela
surge como uma tentativa de regeneração e de recuperação institucional daquele modelo
ultrapassado e de fachada.
Suas metas estavam relacionadas aos ajustes de atitudes e de comportamentos de
professores e de estudantes inconformados, que demonstravam a necessidade de adaptar a
universidade às exigências educacionais e culturais da sociedade. Seria, segundo FER-
NANDES (1975, p. 157), uma tendência ao aproveitamento racional dos recursos materi-
ais e humanos existentes no ensino superior brasileiro. Na busca ardente de solões al-
ternativas, era aspirada maior autonomia na área educacional e cultural da sociedade bra-
sileira.
Dentre as rias propostas, destacam-se algumas marcantes como a reconstrução
da universidade (em parte, no todo e em seu rendimento) e adaptações da estrutura do
funcionamento e do crescimento. A reforma encontrou resistência tanto por parte de al-
guns setores da sociedade, como dentro das pprias escolas superiores, nas quais havia a
58
tradão cultural de que a elite detinha o poder político institucionalizado e os seus mem-
bros exerciam sua função em nome da coletividade.
Os fatos hisricos relacionados à reforma de 1968 têm como destaque a ação de
estudantes nos movimentos que FÁVERO (1977, p. 45) aponta como pioneiros: o primei-
ro Seminário Nacional das Reformas Universitárias, promovido pela União Nacional dos
Estudantes (UNE); Seminários em Curitiba, em Belo Horizonte, no Sul e em Salvador,
sendo caracterizados como precursores de 1968.
Vale ressaltar ainda as questões levantadas pela comissão da reforma universitária
acerca das inquietações relativas às instituições: a inadequada estrutura do MEC; a crise
de autoridade no sistema educacional; a insuficiente remuneração atribuída aos professo-
res; a liberdade de tedra; a política de ampliação de vagas; a reforma universitária; a
inexisncia de uma liderança estudantil autêntica e democrática e a ausência de fiscaliza-
ção da aplicão de recursos blicos no setor educacional.
Uma ampla movimentação estudantil com intuito de debater as condões das u-
niversidades foi montada no início de 1968, incluindo manifestações de rua, exigindo do
governo da época, presidido por Castelo Branco, soluções, o que resultou na elaboração
do Decreto-Lei n
o
62.937, de 2 de julho de 1968, que implantou o Grupo de Trabalho res-
ponsável pelo estudo urgente das medidas que seriam tomadas pelo Estado com o propósi-
to de resolver a crise em questão. Tal Grupo teve como participantes alguns membros do
MEC, professores representantes de rias instituições brasileiras confessionais e públi-
cas, deputados e estudantes.
Dentre os objetivos desse Decreto, destaca-se o estudo da reforma universitária
brasileira, buscando sua eficiência e modernização, assim como o “desenvolvimento hu-
mano de alto vel”. De acordo com FÁVERO (1977, p. 65-66), os objetivos seriam atin-
gidos se elevassem a universidade ao plano da racionalidade crítica e criadora; houvesse
59
organizão das universidades sob a forma de autarquia, fundação ou associação, assegu-
rando sua autonomia. Ocorre a unificão do vestibular; a estruturação de um ciclo geral;
a criação de curtas carreiras; a substituição do regime seriado pelo de créditos; a implan-
tão dos cursos de s-graduação; a expano do ensino superior e maior atenção à inte-
grão e participação dos estudantes na universidade, bem como a destinão de maiores
recursos para as mesmas instituições. Após a crião do Grupo de Trabalho, o governo
baixou alguns atos, assim, dando início à legislão básica da reforma universitária cujo
objetivo era, entre outros, suprir as diversas necessidades expostas pelos “inconforma-
dos. Desse modo, observa-se uma forte influência da reforma universiria na criação da
UCP, principalmente no que diz respeito à fundação de sua Escola de Reabilitação, visto
que este acontecimento coincide com a mudança educacional da época.
3.2 A CRIAÇÃO E A TRAJETÓRIA DA ESCOLA DE REABILITÃO DA
UCP
A menção a esse importante marco histórico, a reforma universitária, foi neces-
ria por estar paralela ao início da trajetória hisrica do Curso de Fisioterapia da Escola de
Reabilitação da UCP, com seu funcionamento a partir de 1969, peodo pós reforma uni-
versitária de 1968, que procurava nortear as condições de ensino das universidades brasi-
leiras. Nesse contexto, tal fato interferiu nos encaminhamentos iniciais da fisioterapia no
Brasil, assim como na trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP, tendo em vista que este
se encontrava entre os primeiros cursos autorizados e, posteriormente, reconhecido.
De acordo com as atas do Conselho Universitário - CONSUN, especificamente a
ata da 5 sessão, em 22 de abril de 1968, é registrada a criação de mais uma unidade uni-
versitária na UCP, a Escola de Reabilitão, que teria inicialmente os Cursos de Fisiotera-
pia para, logo depois, iniciar os Cursos de Fonoaudiologia e de Terapia Ocupacional.
60
Nessa ocaso, o reitor, Dom José Fernandes Veloso, em ata relatou o processo da
Faculdade a ser criada e, particularmente, seu regimento e o elenco de professores. Tam-
m foi lida a minuta do convênio a ser assinado entre a UCP e a Clínica de Paralisia Ce-
rebral Dr Pinto Duarte, já submetida à apreciação do Conselho de Administrão e Finan-
ças, que o aprovou. Ainda foram discutidas as ementas a serem implantadas nesse novo
curso e, após aprovação, foi encaminhado ao Conselho Federal de Educação o processo de
autorização da nova Faculdade, a fim de que ela pudesse entrar em funcionamento no iní-
cio do ano letivo seguinte. Por unanimidade foi confirmada a escolha do professor Dr.
Júlio Pinto Duarte, como primeiro diretor da Escola de Reabilitação.
Já na ata da 6 reunião do CONSUN da UCP, do dia 14 de junho de 1969, foi
anunciada a aprovão da criação da Escola de Reabilitação pelo Conselho Federal de
Educão, pelo Parecer nº 293/69. Além disso, foi aclamado nesta reuno, o professor Dr.
Júlio Pinto Duarte como diretor indicado para a referida escola, especialmente convidado
para participar do CONSUN. Ainda de acordo com a 6 reunião do CONSUN, foi men-
cionada a data da solenidade de instalação da Escola de Reabilitação, ocorrida no dia 2 de
agosto de 1969, ocasião em que estaria presente a convite da reitoria, o ex-ministro da
sde Dr. Raimundo Brito, para proferir a aula inaugural da nova Unidade. A aprovação
para a realizão do primeiro concurso vestibular para a Escola de Reabilitação, em julho
do mesmo ano, foi tamm assunto da referida ata.
Em 20 de setembro de 1969, através da ata da 66ª reunião do CONSUN da UCP,
por unanimidade foi aprovada a indicação para o cargo de primeiro vice-diretor da Escola
de Reabilitação, o professor Jorge Ferreira Machado.
Cabe ressaltar um momento significativo na história da Escola de Reabilitação,
ocorrido em 21 de novembro de 1970, de acordo com a ata da 81ª reunião do CONSUN,
que aprovava a nova estruturação departamental da Universidade, no que diz respeito a
61
Escola de Reabilitão, subdividida em: Departamento de Reabilitão, Fisioterapia Geral
e Aplicada; Ética, Hisria e Fundamentos da Reabilitão; Administração Aplicada e Or-
ganização de Centros de Reabilitação, Fundamentos de Neurologia em Reabilitação, Fun-
damentos de Traumato - Ortopedia em Reabilitão, Fundamentos de Clínica dico -
Cirúrgica em Reabilitão e Cinesiologia. Tal proposta foi apresentada pelo diretor da
Escola de Reabilitação e foi aprovado que ele elegesse coordenadores para os respectivos
departamentos.
3.2.1 A Primeira Organizão Curricular de Fisioterapia de 1963 e a
criação do Curso de Fisioterapia na UCP.
O currículo deve ser considerado não como uma mera ilusão, camada superficial
da prática escolar de alunos e professores, mas como uma realidade social, historicamente
espefica, expressando relações de produção particulares entre pessoas, algo que possui
vida própria (YOUNG apud in GOODSON, 2001, p. 18-21).
Segundo GOODSON (2001, p. 21), o curculo escrito torna-se um testemunho
visível, público e sujeito a mudanças, constituindo uma lógica que se escolhe para, medi-
ante sua rerica, legitimar uma escolarizão; além de promulgar e justificar determina-
das intenções sicas de escolarização, à medida que vão sendo operacionalizadas em es-
truturas e instituições.
Com a fisioterapia não foi diferente e, de acordo com TEIXEIRA (2004, p. 31),
as atuais Diretrizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia, apro-
vadas pelo Parecer CNE/CES nº 1210/2001, em 12 de setembro de 2001, e instituídas pela
Resolução CNE/CES nº 4, em 19 de fevereiro de 2002, foram resultantes de um processo
62
histórico que envolveu diversos documentos que, de forma direta ou indireta, contribuíram
para a sua elaboração.
O primeiro documento relevante nessa trajetória foi o Parecer nº 388/63, aprova-
do pelo, então, existente Conselho Federal de Educação, em 10 de dezembro de 1963.
Houve naquele momento, a fixação do currículo nimo do Curso de Fisioterapia que, até
essa data, como relatado no histórico, era um curso técnico.
O ministro de Estado de Educão e Cultura, Fvio Suplicy Lacerda, à época, a-
través da Portaria Ministerial nº 511/64
19
, de 23 de julho de 1964, fixou o currículo míni-
mo do Curso de Fisioterapia para a formão do cnico em vel superior de fisioterapia.
Como já abordado, em decorncia da falta de experncia de professores habilitados e das
limitações de equipamentos, a formação era baseada em um sistema modesto e exeqüível.
O currículo inicial compreendia matérias comuns e matérias espeficas. As pri-
meiras são: Fundamentos de Fisioterapia; Ética e História da Reabilitação; Administração
Aplicada. As específicas compreendiam: Fisioterapia Geral e Fisioterapia Aplicada. O
curso tinha duração de três anos. Segundo TEIXEIRA (2004, p. 32), a grade curricular
era considerada fechada, fazia parte de um sistema de ensino inflexível e ineficaz, pois o
importante era apenas a transmissão do conhecimento.
A seguir, no quadro 2, apresenta-se o curculo do Curso de Fisioterapia, segundo
o Parecer nº 388/63, do Conselho Federal de Educação.
19
BRASIL, Ministério da Educação. Currículo Mínimo dos Cursos de Graduação. Portaria Ministerial nº511/64.
4.ed. Brasília, 1981.
63
Quadro 2- Currículo do Curso de Fisioterapia - Parecer 388/63 do CFE:
Matérias Comuns Matérias Espeficas
Fundamentos de Fisioterapia Fisioterapia Geral
Ética e História da Reabilitação
Fisioterapia Aplicada
Administração Aplicada
Fonte: Quadro construído a partir das atas do CONSUN/UCP de 1963
.
Para atender às Diretrizes Curriculares de 1963, a UCP apresentava no primeiro
volume dos livros de registro pesquisados, em sua visima página, o regimento da Escola
de Reabilitão, no qual se faz menção à organização didática. A organização curricular
do Curso de Fisioterapia previa a divisão em disciplinas gerais e espeficas, totalizando
ts anos de curso, com carga horária mínima de 180 horas de aula anuais e 28 horas/aula
semanais.
De acordo com o documento de capa do livro de registro citado, o então reitor en-
caminhou um requerimento pedindo autorização ao MEC para o início das atividades da
Escola de Reabilitação, em 22 de abril de 1968, através de uma exposição de motivos que
enfatizava as principais demandas de criação da Escola para formação de fisioterapeutas e
terapeutas ocupacionais em Petrópolis, particularmente pelo alto índice de crescimento
populacional da cidade, e tendo como base legal a Portaria Ministerial nº 511, de 23 de
julho de 1964 (D.O. 29-07-1964).
Em 13 de outubro de 1969, ocorreu o reconhecimento do Curso de Fisioterapia
em nível superior através do Decreto-Lei nº 938/69 (ANEXO K), já citado no capítulo
anterior. O documento considerava como atividade privativa do fisioterapeuta executar
métodos e técnicas da fisioterapia com a finalidade de restaurar, desenvolver e conservar a
capacidade física do indivíduo, conforme é mencionado no art. do referido Decreto.
64
Observando a atividade específica da fisioterapia, a Escola de Reabilitão, assim
como o Curso de Fisioterapia, procuraram, desde a criação, estar em consonância com as
exincias estabelecidas, o que pode ser constatado na organização e construção dos labo-
ratórios espeficos (do ensino biológico e das disciplinas aplicadas), assim como na bi-
blioteca e no espaço adequado para as aulas teóricas.
No terceiro, quarto e quinto livros pesquisados, são descritos os laborarios rela-
cionados ao ensino de fisioterapia, que nesta Instituição compreendia: Laboratórios de
sica I e II; de Química, ambos fazendo parte da Escola de Engenharia da UCP; e os de
Anatomia, de Cinesiologia e do de Eletroterapia da Escola de Reabilitão
20
.
A parte prática do currículo era realizada na Cnica de Paralisia Cerebral Dr. Pin-
to Duarte e era considerado o Centro de Medicina sica e Reabilitação da cidade de Pe-
tpolis. O espo era amplo, com aparelhagem dispovel, mesas estofadas que facilita-
vam a movimentão dos membros superiores e inferiores; cubas para banho de parafina,
bicicleta ergométrica, roda náutica, barra paralela, com tablado, dentre outros. A sala de
eletroencefalografia estava equipada comveis e aparelhos espeficos para exames
neurológicos. Era considerado um centro de refencia para o atendimento na área neuro-
lógica e, como parceira da UCP, oferecia qualidade em atendimento e opções de tratamen-
to na área de reabilitação.
As salas de hidroterapia e de eletroterapia, importantes locais para prática clínica,
apresentavam-se bem equipadas e modernas para o icio da década de 70. Com piscina
trapezoidal e tubulões para abastecimento e escoamento; turbilhão para membros supe-
riores e outro para membros inferiores; diversas macas, aparelhos elétricos (correntes fa-
dica, galvânica, ondas-curtas, ultra-som, infra-vermelho). O laboratório anatômico, con-
20
Hoje, a estrutura permanece no mesmo local.
65
tinha tanques com tampas, com caveres em solução de formol, estantes, painel com as-
pecto do corpo humano, etc.
21
Voltando ao quarto livro, uma importante descrição faz-se necessária, visto a sua
importância para a Instituição, que é a da Biblioteca Central da UCP, possuidora no icio
da década 70, de um acervo de 19.752 livros, datado em 13 de junho de 1973, dos quais
387 eram voltados à medicina e 837 às obras gerais relacionados à Saúde (ANEXO L).
Em relação aos diretores da Escola de Reabilitão no peodo de 1969 a 1983,
estiveram no cargo de diretor: Dr Júlio Pinto Duarte (de 1969 a 1976) e o Dr Mazantini
(de 1976 a 1983), ambos, médicos da cidade de Petpolis.
O Curso de Fisioterapia da UCP procurava estar de acordo com as exincias le-
gais, por isso observa-se uma constante mudança curricular em sua trajetória. Desde 1969
a UCP possuía um currículo formado de acordo com o Parecer nº 388/63- CFE, que esta-
belecia o currículo nimo exigido.
O Curso de Fisioterapia passou por grandes mudanças curriculares, contudo, no
decorrer de sua história ocorreram tamm pequenas alterões disciplinares. Nesse con-
texto há que se destacar momentos de imporncia nacional: as mudanças de Diretrizes
Curriculares Nacionais, que coincidem com as modificões curriculares desta instituição.
O primeiro curculo utilizado no Curso de Fisioterapia da UCP atendia ao dis-
posto no curculo nimo fixado pelo MEC e estava organizado conforme o quadro 3 a
seguir.
21
O laboratório Anatômico situava-se na Rua Monsenhor Bacelar nº 94.
66
Quadro 3- Primeiro Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram
em 1969.
Disciplina créditos Horas/aula
Anatomia 18 270
Fisiologia 08 120
Fisioterapia Geral 12 180
Ética, História e Fundamentos da
Reabilitão
03 45
Administração Aplicada 02 30
Religo 16 240
Educação Física 12 180
Cinesiologia 08 120
Fundamentos de Neurologia em Rea-
bilitação
08 120
Fundamentos de Clínica dica e
Cirurgia em Reabilitão
08
120
Fundamentos de Traumato- Ortopedia
em Reabilitação
08 120
Fisioterapia Aplicada 48 720
Estudos de Problemas Brasileiros 04 60
Psicologia Aplicada 06 90
Total da Carga Horia 161 2.415h
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP.
Esse primeiro currículo totalizava 2.415 horas/aula, com 161 créditos, distribuí-
dos de acordo com a necessidade do curso.
Vale mencionar o treinamento prático que era realizado na terceira série, último ano
de curso, no qual era necessário o cumprimento de 1000 a 1200 horas de estágio prático, ca-
racterizado pelo trabalho intensivo e obrigatório em diversos departamentos da Escola, cuja
finalidade era a aplicabilidade dos conhecimentos teóricos na prática clínica.
A seguir, no quadro 4, é apresentada a relação das disciplinas oferecidas aos alunos
ingressantes no Curso de Fisioterapia da UCP, no ano de 1970, constituintes do segundo cur-
rículo do curso.
67
Quadro 4- Segundo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram em
1970.
Disciplinas Nº Créditos Horas/Aula
Anatomia 18 270
Fisiologia 08 120
Fisioterapia Geral 12 180
Ética, História e Fundamentos da
Reabilitão
03 45
Administração Aplicada 02 30
Religo 16 240
Educação Física 12 180
Cinesiologia 08 120
Fundamentos de Neurologia em Rea-
bilitação
08 120
Fundamentos de Clínica dica e
Cirúrgica em Reabilitação
08 120
Fundamentos de Traumato- Ortopedia
em Reabilitação
08 120
Fisioterapia Aplicada 48 720
Estudos de Problemas Brasileiros 04 60
Psicologia Aplicada à Reabilitação 06 90
Noções de Enfermagem 01 15
Introdução à Psicopatologia e Psicolo-
gia do Excepcional
04 60
Total da Carga Horia
161 2.415h
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP.
O segundo curculo mantinha a mesma carga horia, assim como o mesmo -
mero de créditos do primeiro, porém houve a incluo de duas disciplinas: Nões de En-
fermagem (um crédito) e Introdução à Psicopatologia e Psicologia do Excepcional (quatro
créditos). Para que não houvesse modificação da carga horia, foi feita a redistribuição de
créditos nas disciplinas: Religião, que de 16 passou para 14 créditos; Cinesiologia, que de
oito passou para cinco cditos; Fundamentos de Traumato-Ortopedia em Reabilitão,
que de oito passou a quatro créditos. Um dado significativo foi o aumento de cditos na
disciplina de Fisioterapia Aplicada que, de 48 passou a ter 52 cditos, ou seja, uma valo-
rizão da disciplina mais direcionada à profissionalização.
68
A seguir, o quadro 5 apresenta o terceiro currículo do Curso de Fisioterapia da
UCP, voltado para os ingressantes em 1971.
Quadro 5- Terceiro Curculo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram em
1971.
Disciplinas Nº Créditos Horas/Aula
Anatomia 18 270
Fisiologia 08 120
sica 03 45
Fisioterapia Geral 22 330
Ética, História e Fundamentos da Reabilita-
ção
03 45
Administração Aplicada 02 30
Ciências Morais e Religiosas 01 180
Educação Física 12 180
Cinesiologia 05 75
Neurologia Aplicada à Fisioterapia 08 120
Clínica dica-Cirgica Aplicada à Reabili-
tação
07 105
Traumato-Ortopedia Aplicada à Reabilitação 04 60
Fisioterapia Aplicada 16 240
Estudos de Problemas Brasileiros 04 60
Psicologia Aplicada à Reabilitação 06 90
Noções de Enfermagem 01 15
Introdução à Psicopatologia e Psicologia do
Excepcional
04 60
Patologia Geral em Reabilitação 02 30
Total da Carga Horia 137 2.055h
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP.
Apesar da diminuição na carga horária, de 2.415 para 2.055 horas/aula, houve o
acréscimo de duas disciplinas: sica (três cditos - 45h) e Patologia Geral (dois cditos
–30h). Além disso, foi alterada a carga horária de algumas disciplinas: Fisioterapia Geral
que, de 18 passou para 22 créditos (330h); a disciplina Religião que passou a ser chamada
de Ciências Morais e Religiosas (de 14 passou para 12 créditos - 80h); a disciplina Fun-
damentos de Neurologia em Reabilitação que passou a ser chamada de Neurologia Apli-
69
cada à Reabilitação; Fundamentos de Cnica Médica e Cirúrgica em Reabilitão que
passou para Cnica Médica e Cirgica em Reabilitação (de oito passou a ter sete créditos
- 105h); Fundamentos de Traumato-Ortopedia Aplicada à Reabilitação passou a ser Trau-
mato-Ortopedia em Reabilitação; a disciplina Fisioterapia Aplicada teve redução em sua
carga horária, passando a ter 16 créditos (240h) e o mais 52 cditos: uma mudança bas-
tante significativa, em uma redução considerável de 540 horas/aula.
No quadro 6, a seguir, é descrito o quarto curculo do Curso de Fisioterapia da
UCP, no qual novas mudanças foram introduzidas para os alunos ingressantes em 1972.
Quadro 6- Quarto Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram em 1972.
Disciplinas Nº Créditos Horas/Aula
Anatomia I e III 18 270
Fisiologia I e II 08 120
sica 04 60
Fisioterapia Geral I, II, III, IV e V 30 450
Ética e Fundamentos da Reabilitão 02 30
Administração Aplicada à Reabilitão 02 30
Ciências Morais e Religiosas (Doutrina
Social da Igreja)
12 180
Educação Física 12 180
Cinesiologia 05 75
Neurologia Aplicada à Fisioterapia I e II 08 120
Clínica dica - Cirúrgica Aplicada à
Reabilitão I e II
09 135
Traumato-Ortopedia Aplicada à Reabili-
tação I e II
04 60
Fisioterapia Aplicada I, II e III 20 300
Estudos de Problemas Brasileiros I e IV 04 60
Psicologia Aplicada à Reabilitação I e II 06 90
Noções de Enfermagem 01 15
Introdução à Psicopatologia e Psicologia do
Excepcional
04 60
Total da Carga Horia 149 2.235h
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP.
70
Nesse quarto curculo ocorreu um aumento da carga horia, apesar da excluo
da disciplina Patologia Geral; houve inclusão de novas disciplinas ou ampliação de outras
como: Anatomia II; Fisiologia II, Estudos de Problemas Brasileiros IV; Fisioterapia Geral
II, III, IV e V; Psicologia Aplicada à Reabilitação II; Neurologia Aplicada à Fisioterapia
II; Traumato-Ortopedia Aplicada à Reabilitação II; Cnica Médica Aplicada à Reabilita-
ção II; Fisioterapia Aplicada II e III.
Algumas mudaas no novo formato curricular foram observadas, por exemplo,
na disciplina de sica os créditos aumentaram de três para quatro (60h); em Ética houve
diminuição de três para dois créditos (30h); em Fisioterapia Geral a mudança foi de 22
para 30 créditos (450h); já na Clínica Médica ocorreu um aumento de sete para nove cré-
ditos (135h) e em Fisioterapia Aplicada de 16 para 20 (300h).
Para os alunos que ingressaram nos anos de 1973 e 1974, não aconteceram modi-
ficões curriculares, sendo apenas observado que a disciplina de sica passou a ser cha-
mada de Elementos de sica, mas sem alteração de sua carga horária.
Vale ressaltar, como consta na ata da 10 reuno do CONSUN, de 7 de junho de
1974, o comunicado sobre o reconhecimento do Curso de Fisioterapia pelo Parecer n
692/74.
A seguir, no quadro 7, é apresentada a descrição do quinto curculo do Curso de
Fisioterapia da UCP, voltado para os ingressantes em 1975.
71
Quadro 7- Quinto Curculo do Curso de Fisioterapia da UCP- Alunos que ingressaram
em 1975.
Disciplinas Nº Créditos Horas/Aula
Anatomia I e III 18 270
Fisiologia I e II 08 120
sica 04 60
Fisioterapia Geral I, II, III, IV e V 30 450
Ética e Fundamentos da Reabilitão 02 30
Administração Aplicada à Reabilitão 02 30
Ciências Morais e Religiosas (Doutrina
Social da Igreja)
12 180
Educação Física
12 180
Cinesiologia 05 75
Neurologia Aplicada à Fisioterapia I e
II
12 180
Clínica Médica - Cirúrgica Aplicada à
Reabilitão I e II
09 135
Traumato - Ortopedia Aplicada à Rea-
bilitação I e II
04 60
Fisioterapia Aplicada I, II e III 28 420
Estudos de Problemas Brasileiros I e IV
04 60
Psicologia Aplicada à Reabilitação I e
II
06 90
Noções de Enfermagem 01 15
Introdução à Psicopatologia e Psicologia
do Excepcional
04 60
Total da Carga Horia 161 2.415h
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP
.
Nesse currículo, ocorreu um novo aumento da carga horia que, de 2.235 ho-
ras/aula, passou a ter 2.415 horas/aula ou 161 créditos. As mudanças significativas foram
em duas disciplinas de relevância para a formão do futuro fisioterapeuta: Neurologia
Aplicada à Fisioterapia, que de oito passou a ter 12 créditos (180h) e Fisioterapia Aplica-
da, que passou a ter 28 créditos (420h) ao invés dos 20 créditos anteriores.
As constantes mudanças nos componentes curriculares observadas ao longo dos
anos de 1969 a 1975, demonstram que no espo de seis anos, a dirão e os professores
72
do Curso de Fisioterapia da UCP buscavam adequar o que estava previsto na legislão à
prática e as demandas tanto dos estudantes quanto da sociedade. Tais fatos revelam que,
pela falta de pametros decorrente do pioneirismo da UCP na implantão do Curso de
Fisioterapia, a ppria instituição precisou experimentar suas hipóteses para poder avaliar
e encontrar as formas mais adequadas para a sua composão curricular.
Nos seis anos posteriores, ou seja, de 1976 a 1982, não foi observada nenhuma
mudança curricular no que diz respeito à carga horária e às alterões de disciplinas do
Curso de Fisioterapia da UCP. A partir de 1983, o Curso de Fisioterapia da UCP sofreria
significativas alterações no sentido de atender as alterações curriculares publicadas.
Voltando ao icio da trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP, com relação ao
corpo discente, a primeira turma constava de 13 alunos, que ingressaram no ano de 1969,
dos quais dez se tornaram egressos em 1971.
O quadro 8, a seguir, ilustra o número de inscritos, classificados (vestibular) e
matriculados no peodo de 1969 a 1972, ressaltando-se que na primeira turma todos os
formandos eram mulheres.
Quadro 8- Alunos do Curso de Fisioterapia de 1969 a 1972.
Ano
Inscritos
Classificados
Matriculados
rie rie série
1969 15 13 13 - -
1970 19 16 17 12 -
1971 35 33 30 09 12
1972 69 30 33 22 10
Fonte: Secretaria Geral dos Cursos. Relatório do Concurso Vestibular- 1969-1972 da UCP
.
Nota-se a crescente procura pelo Curso de Fisioterapia da UCP, nos quatro pri-
meiros anos de existência, e também que, dos 13 alunos matriculados na primeira turma,
apenas três alunos não concluíram o curso naquele peodo.
73
Do primeiro corpo docente do Curso de Fisioterapia, faziam parte os seguintes
professores: Donaldo D’Angelo (Fundamentos de Traumato-Ortopedia em Reabilitão);
Giorgio Mazzantoni (Anatomia); Sebastião Faillace (Anatomia); Hilton Baptista tica e
História da Reabilitão e Administrão Aplicada à Reabilitação); Luis dos Santos (Fisi-
ologia); Maucio Sather (Cinesiologia e Fundamentos de Traumato- Ortopedia em Reabi-
litão); Julio Pinto Duarte (Fundamentos de Neurologia em Reabilitação); Luiz Grinztjan
(Física); Luiz Ramos Gomes (Educação Física); Otto de Alencar Sá Pereira (Estudos de
Problemas Brasileiros) e Vitória Aparecida de Alvarenga Bastos Irmã Dulce (Noções de
Enfermagem); Camilo Manoel Abud (Fisioterapia Geral); Jorge Ferreira Machado (Fun-
damentos de Clínica Médica e Cirurgia em Reabilitação); Jorge Estebenet Santos (Funda-
mentos de Clínica Médica e Cirúrgica) e Hanns Ludwig Lippmann (Psicologia Aplicada à
Reabilitação); Pe. Benedicto Aguiar Salvador Ribeiro (Religião); Antonio Eunio Aze-
vedo Taulois (sica); Bruno Filomeno Polito (Anatomia); Gilberto Martins Ribeiro (Fi-
sioterapia Geral); Henrique Ayres de Vasconcelos (Anatomia); Heraldo Antonio Faria
Cidade (Psicologia Aplicada à Reabilitação).
Em 26 de novembro de 1976, de acordo com a ata da 114ª reunião do CONSUN
da UCP, foi colocado em discussão o anteprojeto da criação do Centro Interdisciplinar
para o Desenvolvimento da Personalidade - CIDEPE, aprovada com a seguinte Resolução:
O Conselho Universitário da UCP, no uso de suas atividades, considerando que no
domínio das atividades de extensão próprias da Universidade é da máxima impor-
tância proporcionar à comunidade profilaxia e terapêutica de problemas bio-psico-
sociais de qualquer natureza. Considerando a importância de elaborar instrumentos
eficazes para a promoção e o desenvolvimento da personalidade da criança e do a-
dolescente, em especial dos excepcionais, considerando a necessidade de estágio
supervisionado para fazer os alunos dos cursos de Psicologia, Fisioterapia, Fonoau-
diologia e Orientação Educacional que obedeçam às exigências atuais de metodo-
logia e tecnologia numa filosofia interdisciplinar, Resolve:
1)Criar o Centro Interdisciplinar para o Desenvolvimento da Personalidade da
UCP, órgão suplementar diretamente vinculado à Reitoria. 2) A Direção do Centro
e sua equipe interdisciplinar serão nomeadas pelo Reitor da Universidade. 3) Uma
vez constituída a Direção do CIDEPE deverá, no prazo de 60 dias, encaminhar a es-
te Conselho o ante-projeto do regimento Interno do centro. 4) Esta Resolução entra
em vigor na data de sua aprovação.
74
Outro acontecimento de destaque foi a mudança da direção da Escola de Reabili-
tão, devido ao afastamento do professor Julio Pinto Duarte. Assumiu o cargo, o profes-
sor Giorgio Mazzantini, com a aprovão do Grão-Chanceler, mantendo-se na vice- dire-
toria o professor prof. Jorge Machado, de acordo do com a ata da 11 reunião CONSUN,
de 19 de março de 1977.
Em 20 de fevereiro de 1981, o Conselho, acolhendo a proposta da reitoria e por
maioria dos votos, reconduziu, mais uma vez, o mandato dos professores Giorgio Mazzan-
tini e Jorge Ferreira Machado, como diretor e vice-diretor da Escola de Reabilitão, res-
pectivamente.
Outro fato importante para a história da fisioterapia na UCP foi a assinatura do
convênio entre a UCP e o INAMPS, com o objetivo de fornecer atendimento nas áreas de
Fonoaudiologia e Fisioterapia no CIDEPE, relatado na ata da 14 reunião do CONSUN
da UCP, em 25 de junho de 1982.
A UCP exigia dos docentes, além do curriculum vitae, a declaração de disponibi-
lidade de horio para lecionar na Escola de Reabilitação da UCP, assim como um com-
provante de resincia e um atestado de conduta moral, obtido em cartório, por se tratar
de uma Instituição Calica, na qual a conduta moral de seus funcionários era um item
considerado e avaliado.
Atras do estudo realizado, percebe-se grande preocupação da UCP desde o iní-
cio do Curso de Fisioterapia com a qualidade do ensino oferecida aos alunos da Escola de
Reabilitação, ao contratar professores experientes, dispostos a socializar seus conhecimen-
tos, além de possrem “boa conduta”. A justificativa relacionada à exigência de “boa
condutaera dada por se tratar de uma instituição confessional, cuja formação é pautada
na moral cristã e na religião.
75
3.2.2. As Modificações Curriculares de Fisioterapia de 1983 e as mudanças
ocasionadas no Curso de Fisioterapia da UCP
Em 28 de fevereiro de 1983, em substituição à Portaria Ministerial 511/64,
surgiu a Resolução 4/83, estabelecendo o novo curculo mínimo do Curso de Gradua-
ção de Fisioterapia.
Portanto, no período de 1969 e 1983, a formação acamica do fisioterapeuta es-
tava embasada no currículo mínimo estabelecido com o início do Curso de Fisioterapia no
Brasil. O novo curculo nimo de 1983 foi um marco histórico em relação às limitações
na atuação profissional do fisioterapeuta.
Vale ressaltar, nessa época, a mudança na diretoria da Escola de Reabilitação,
tendo o professor Valter José Silero assumindo o cargo de diretor da Escola de Reabilita-
ção, conforme o mencionado na ata da 156 ª reunião do CONSUN da UCP, em 16 de ju-
nho de 1984. Três anos depois, o mesmo professor foi reconduzido para mais um mandato
no cargo de diretor, aprovado pela ata da 16 reunião do CONSUN, de 07 de agosto de
1987.
De acordo com a Resolução nº 4/83, o curculo mínimo do Curso de Graduação
em Fisioterapia compreendia, quatro ciclos: a) Ciclo I: Matérias Biogicas; b) CicloII:
Matérias de Formação Geral; c) Ciclo III: Matérias Pré-profissionalizantes; d) Ciclo IV:
Matérias Profissionalizantes.
As disciplinas relacionadas ao Ciclo II, de formação geral, incluíam estudos dos
aspectos psicossociais do indivíduo, como Antropologia, Psicologia e Introdução à saúde
blica. A metodologia da pesquisa científica também estava sendo introduzida no curso.
Observam-se neste ciclo disciplinas que ampliaram a visão do aluno em relação ao lado
humano do paciente.
76
No que se refere ao Ciclo III, à Fisioterapia Geral verifica-se uma maior especifi-
cidade, ao serem incluídas disciplinas que estudavam os tratamentos que ainda são utiliza-
dos atualmente nessa profissão, como Eletroterapia, Termoterapia, Hidroterapia e Cinesio-
terapia, dentre outras de mesma relevância profissional.
Nos anos 80, a preocupação da UCP era estar de acordo com as novas abordagens
terapêuticas. Segundo os documentos da Secretaria Geral dos Cursos, desde 1984 o Curso
de Fisioterapia passou a ter quatro anos, devido à inclusão de novas disciplinas, tais como:
Biologia Básica; Histologia; Bioqmica; Biofísica; História da Fisioterapia
22
; Patologia
Geral; Ética e Deontologia; Estatística Básica; Eletroterapia; Termoterapia; Fototerapia;
Hidroterapia; Mecanoterapia; Metodologia de Ensino e Pesquisa; Exercícios Terauticos;
Reeducação Funcional; Massoterapia e Manipulão; Bases e Métodos de Avalião; Sa-
úde Pública; Fisioterapia Aplicada à Ginecologia Obstetcia, que totalizavam 3705 ho-
ras/ aula (247 créditos).
A relevante mudaa ocorreu com a inclusão de um grande número de disciplinas
espeficas, assim como, das disciplinas aplicadas, além de disciplinas da área de ciências
exatas, como a Estastica, e da área de ciências humanas, como a Metodologia e Pesquisa,
matérias essenciais para a formação do fisioterapeuta pesquisador.
Em relão ao Ciclo IV, o descritas disciplinas mais elaboradas e complexas,
pois há uma abordagem patológica associada ao tratamento, como em Fisioterapia aplica-
da à Ortopedia e Traumatologia, à Neurologia, à Pediatria, dentre outras de igual impor-
tância.
A Resolução 10/83, entrou em vigor em 7 de mao de 1983, pouco modifican-
do o sistema de “grades curriculares fechadas”. Segundo TEIXEIRA, (2004, p. 34) este
22
Passou a se estudar a história da Fisioterapia e não mais da reabilitação, desvinculando, em parte, a fisioterapia
da medicina de reabilitação, procurando ter uma identidade própria.
77
curculo mínimo estabelecido vigorou até 2001, quando foram aprovadas as novas Dire-
trizes Curriculares Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia. Ainda de acordo
com a autora, em 1997 teve início a discuso sobre o documento mencionado, quando foi
elaborado o Parecer 776/97 MEC/CNE, aprovado pela Comissão de Ensino Superior,
em 3 de dezembro de 1997, denominado: Orientação para as Diretrizes Curriculares dos
Cursos de Graduão”.
De acordo com o Parecer nº 583/2001
23
, referente à Orientação para as Diretrizes
Curriculares dos Cursos de Graduão, foi proposta uma adequação para cada curso de
graduação, segundo o MEC, discutidas pela comunidade acadêmica.
Ao indagar sobre os impactos da mudança curricular, aos professores do Curso de
Fisioterapia da UCP, M.P. e M.G
24
. que atuaram nessa época, ambos afirmaram que a
grande mudaa foi aquela ocorrida em 1984, época que coincide com a entrada do pri-
meiro diretor da Escola de Reabilitão (1989), que não era médico e, sim, fonoaudiólogo.
A mudaa, segundo os professores, aconteceu ao longo dessa gestão, porque, até então, a
influência da medicina era muito forte, observada tanto na biblioteca da instituição como
em toda a estruturação do curso. Ainda de acordo com a professora M.G.: a mudança
curricular foi em 1984, pois o curso tinha duração de três anos e passou a ter quatro anos,
na verdade, a entrada do novo diretor fez uma pontificão significativa nas mudaas
curriculares”.
25
Nessa época algumas modificões curriculares já se faziam necessárias, pois, du-
rante seis anos, houve uma estagnação nesse contexto, que volta a ser discutido em 1983
ao entrar em vigor as Diretrizes Curriculares de 1983. Pode-se afirmar que esse foi um
23
BRASIL, Ministério da Educação. Orientação para as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação. Pare-
cer 583/2001. Disponível em : <http:/www.mec.gov.Br/cne/ftp/ces? CES0583.doc> Acesso em: 10 de julho
de 2007.
24
Entrevistas realizadas com os professores em 12 de junho de 2007.
25
Idem
78
marco na história da fisioterapia da UCP, com a implementão do novo currículo do Cur-
so de Fisioterapia e com a implementação do Conselho de Coordenação do Ensino e Pes-
quisa, na Instituição, por meio da Resolução 10/83. Tais fatos ocorrem precisamente em
25 de novembro de 1983, fazendo com que o novo curculo entrasse em vigor no primei-
ro semestre de 1984.
O quadro 9, a seguir, apresenta as mudanças curriculares para os alunos que in-
gressaram em 1984, cujo momento foi de grandes modificações curriculares.
Quadro 9- Sexto Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que Ingressaram
em 1984.
Disciplinas - 1º Período (28 cditos) Disciplinas - 2º Período (24 cditos)
Biologia Básica Anatomia IX
Anatomia VIII Fisiologia VII
Histologia Patologia Geral
Bioquímica III Ética e Deontologia
Biosica Estatística Básica
História da Fisioterapia Fundamentos de Psicologia
Fundamentos de Sociologia e Antropologia Realidade Social Brasileira II
Realidade Social Brasileira I Ciências Morais e Religiosas II
Ciências Morais e Religiosas Educação Física II
Educação Física I * * Todo aluno deverá cumprir durante o curso
quatro créditos em Educão sica ou em
disciplina (s) Eletiva (s).
Disciplinas - 3º Período (31 cditos) Disciplinas - 4º Período (31 cditos)
Patologia dos Órgãos e Sistemas Exercício Terapêutico
Cinesiologia II Reeducação Funcional
Eletroterapia Massoterapia e Manipulão
Termoterapia Neurologia Aplicada à Fisioterapia II
Fototerapia Traumato-Ortopedia Aplicada à Fisioterapia II
Hidroterapia Bases de Métodos e cnicas de Avaliação em
Fisioterapia
Mecanoterapia Sde blica
Metodologia do Ensino e Pesquisa Administração Aplicada à Fisioterapia
Neurologia Aplicada à Fisioterapia I Ciências Morais e Religiosas IV
Traumato-Ortopedia Aplicada à Fisioterapia I
79
Ciências Morais e Religiosas III
Disciplinas - 5º Período (35 cditos) Disciplinas - 6º Período (34 cditos)
Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumato-
logia I
Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumato-
logia II
Fisioterapia Aplicada à Reumatologia I Fisioterapia Aplicada à Reumatologia II
Fisioterapia Aplicada à Neurologia I Fisioterapia Aplicada à Neurologia II
Fisioterapia Aplicada à Pneumologia I Fisioterapia Aplicada à Pneumologia II
Fisioterapia Aplicada à Cardiologia I Fisioterapia Aplicada à Cardiologia II
Fisioterapia Aplicada às Condições Sanitárias I
Fisioterapia Aplicada às Condições Sanitárias
II
Ciências Morais e Religiosas VIII
Disciplinas - 7º Período (32 cditos) Disciplinas - 8º Período (32 cditos)
Prática de Fisioterapia Supervisionada I Prática de Fisioterapia Supervisionada III
Prática de Fisioterapia Supervisionada II Prática de Fisioterapia Supervisionada IV
Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e Obste-
trícia
Prática de Fisioterapia Supervisionada V
Fisioterapia Aplicada à Pediatria I Prática de Fisioterapia Supervisionada VI
Fisioterapia Aplicada à Pediatria II
Total da Carga Horia: 247 créditos- 3.705h/aula
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP
Tal mudança curricular aumentou não só a carga horia do curso, como tamm
a diversidade das disciplinas oferecidas.
Fato importante ocorreu no ano de 1990, com a aprovão por unanimidade da
indicação do professor Gerson de Aguiar Loureiro, em substituão ao professor Valter
José Silero no cargo de Diretor da Escola de Reabilitão, de acordo com a ata da 180ª
reuno do CONSUN da UCP.
Já no ano de 1997, na ata da 210ª reunião do CONSUN da UCP, foi mencionada a
necessidade de se implantar a Pesquisa e a Extensão na Universidade, e que tais seriam
incorporadas às unidades universitárias que teriam mais autoridade no gerenciamento e no
atendimento às novas exincias da LDBEN.
80
Foi aprovada a criação de duas disciplinas eletivas por proposta da Direção da
Escola de Reabilitação: Farmacologia (dois créditos) e Diagnóstico por Imagem (dois cré-
ditos), atras da ata da 213ª reunião do CONSUN da UCP.
Observa-se ainda um importante avanço referente à implantação do curso de s-
graduação “lato sensuem Fisioterapia Neurofuncional, iniciado em agosto de 2000, com
duração de 500 horas, em aproximadamente 14 meses, de acordo com a ata da 21 reuni-
ão do CONSUN da UCP, em 25 de junho de 2000.
Em 10 de outubro de 2000, atras da 217 ª ata da reunião do CONSUN da UCP,
e da Resolução 56/00, foi aprovado o novo currículo do Curso de Fisioterapia.
A seguir, o quadro 10, apresenta um novo formato curricular para os ingressantes
em 2001.
Quadro 10- Sétimo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram
em 2001.
Disciplinas - 1º Período (28 cditos) Disciplinas - 2º Período (33 cditos)
Introdução à Fisioterapia Introdução à Psicologia
Introdução ás Cncias Sociais Introdução à Teologia II
Introdução à Teologia I Anatomia II
Anatomia I Infortica Aplicada á Fisioterapia
Genética Fisiologia
Histologia Patologia Geral
Microbiologia Básica Imunologia
Bioquímica Biosica em Fisioterapia
Metodologia do Estudo e da Pesquisa Cultura Brasileira
Linguagem e Redão Bioestatística
Saúde blica
Disciplinas Eletivas
Disciplinas - 3º Período (33 cditos) Disciplinas - 4º Período (34 cditos)
Cinesiologia I Cinesiologia II
Patologia dos Órgãos e Sistemas Cinesioterapia
Eletroterapia Recursos Terauticos Manuais
81
Fototermoterapia Métodos de Avaliação em Fisioterapia
Hidroterapia Elementos de Psicomotricidade
Mecanoterapia Fisioterapia Dermato-Funcional
Neurofisiologia Fisioterapia Preventiva
Neuroanatomia Pesquisa em Fisioterapia
Ética Geso Administrativa Aplicada à Saúde
Disciplinas Eletivas Imagenologia
Disciplinas Eletivas
Disciplinas - 5º Período (34 cditos) Disciplinas - 6º Período (36 cditos)
Fisioterapia em Neurologia I Fisioterapia em Neurologia II
Fisioterapia em Traumato-Otropedia Fisioterapia em Geriatria
Fisioterapia Pneumologia Fisioterapia em Cardiologia
Fisioterapia em Angiologia Fisioterapia Hospitalar
Fisioterapia Disfuões Posturais Fisioterapia Gineco-Obstetcia
Fisioterapia em Oncologia Fisioterapia em Pediatria
Fisioterapia em Reumatologia Fisioterapia Desportiva
Ergonomia Psicologia Aplicada à Saúde
Órteses e Próteses Ética Profissional em Fisioterapia
Disciplinas Eletivas Farmacologia
Disciplinas Eletivas
Disciplinas - 7º Período (35 cditos) Disciplinas - 8º Período (35 cditos)
Trabalho de Concluo de Curso em Fisiotera-
pia I
Trabalho de Concluo de Curso em Fisiotera-
pia II
Esgio Supervisionado em Fisioterapia I Estágio Supervisionado em Fisioterapia II
Total da Carga Horária: 268 créditos- 4.140
h/aula
Total da Carga Horia: 268 créditos- 4.140 h/aula
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP.
Esse novo curculo, aprovado em 10 de outubro de 2000 pelo Conselho Universi-
tário da Universidade de Petpolis, por meio da Resolução nº 56/00, mostrava um forma-
to mais atualizado, com novas disciplinas tais como: Ergonomia, Fisioterapia nas Disfun-
ções Posturais, Fisioterapia em Oncologia, Órteses e Pteses, Fisioterapia Dermato-
Funcional, Fisioterapia em Angiologia, Imagenologia e Fisioterapia Desportiva. Além
disso, foram condensadas algumas matérias como Fisioterapia Pediátrica, pois anterior-
82
mente havia duas, e procedeu-se à mudança de nomenclatura de outras disciplinas tais
como, como Fisioterapia em Condições Sanitárias que passou para Fisioterapia Preventi-
va. A carga horária foi alterada de 3.705 para 4.140 horas/aula (268 créditos).
Em 12 de fevereiro de 2001, o reitor da UCP comunicou a reforma da Clínica
Escola de Fisioterapia, entregue à Escola de Reabilitação.
No que concerne à dirão da Escola de Reabilitação no peodo compreendido
entre 1984 e 2001, estiveram à frente: o professor Walter Silero (1984 a 1992) e o profes-
sor Gerson Loureiro (1992 a 2001). Vale ressaltar que, com a entrada do professor Gerson
Loureiro, houve uma modificação do perfil da diretoria que antes era ocupada por di-
cos.
Em relão ao corpo docente pode ser verificada a relação dos docentes que esti-
veram na Escola de Reabilitação da UCP desde a primeira formatão do curso até a últi-
ma década (de 1996 a 2005). A seguir, a relação dos docentes que participaram da última
composição e suas disciplinas em 1996
26
: Ana Lúcia C.M da Costa Habib (Fisioterapia
Aplicada às Condões Sanitárias I e II, Fototerapia, Massoterapia e Manipulação, Termo-
terapia, Prática Fisioterápica Supervisionada I, II e VI); Annio Eugênio de A Taulois
(Biosica I); Antônio Rubens de Meira Coelho (Fundamentos de Psicologia, Introdão á
Psicologia e Psicologia Aplicada á Sde); Ave Regina de Azevedo Silva (Exercício Te-
rapêutico, Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia I, Fisioterapia Aplicada à
Reumatologia I, Mecanoterapia; Prática Supervisionada I, II, III, IV, V e VI e Reeducão
Funcional); Carlos Renato Alves de Souza (Administrão Aplicada à Fisioterapia); Clari-
ce Baldotto (Fisioterapia Aplicada à Pneumologia I e II, Fisioterapia Aplicada à Pediatria
II); Cristina Erzsebet Maria Kurthy (Fisioterapia Aplicada à Neurologia II e Exercício
26
Em anexo encontra-se a relação dos anos e disciplinas específicas de cada professor, relativas ao período de
1996 a 2005.
83
Terapêutico); Cristina Grigorowsky Botelho (Metodologia de Ensino e Pesquisa); Douglas
Munhoz Montis (Histologia e Fisiologia VII); Dulce Alia Santos (Fisioterapia Aplicada
à Cardiologia I e II, Ptica Fisiotepica Supervisionada I, II, III, IV, V, e VI); Gilda Ri-
beiro Pinto Barreto (Fundamentos de Sociologia e Antropologia); lcio Heleno Ferreira
Campos (Patologia dos Óros e Sistemas e Patologia Geral); Helena Maria Scherlowski
L. David (Sde Pública); Jefferson Rodrigues Martins (Traumato Ortopedia Aplicada à
Fisioterapia I e II); Jorge Roberto Cilento (Anatomia IX, Neurologia Aplicada à Fisiotera-
pia I e II); José Antônio S F A Pinna Cabral (Anatomia IX e VIII); José Annio Simões
Bordeira (Estastica sica); José Augusto Carneiro (Cncias Morais e Religiosas I, II e
III); José Hamilton Lopes (Realidade Social Brasileira I e II); gia Cora de Albuquer-
que (Bioquímica III); Lina Meibe Madureira de A. Pires (Biologia sica); Manoel da
Costa Silveira (Exercício Terapêutico, Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia
I, Fisioterapia Aplicada à Reumatologia I, Mecanoterapia e Reeducão Funcional); Maria
da Gra Tavares Monteiro (Prática Supervisionada I, II, III, IV, V e VI, Fisioterapia A-
plicada à Pediatria I, Fisioterapia Aplicada à Neurologia II); Maria Luíza Goalves (Prá-
tica Supervisionada I, II, III, IV, V e VI); Marilia Isabel Winter Hughes Leon (Eletrotera-
pia, Fisioterapia Aplicada à Ginecologia e Obstetrícia, Hidroterapia, Ptica Supervisiona-
da I, II, III, IV, V e VI, Termoterapia); nica Luiza de Moura tica e Deontologia; His-
tória da Fisioterapia, Fisioterapia Aplicada à Reumatologia II e Prática Supervisionada III,
IV, V e VI); Paulo Francisco Machado (Ciências Morais e Religiosas IV e VIII); Pedro
Paulo Monteiro (Fisioterapia Aplicada à Neurologia I e Ptica Supervisionada VI, Condi-
ções Sanitárias II); Sônia Maria Peixoto B de Souza (Bases Metodogicas e cnicas de
Avalião Fisioterápicas e Cinesiologia II).
Em 1997, foram incluídos no corpo docente: Carlos Augusto Nunes (Neurologia
Aplicada à Fisioterapia I e II); Geraldo Marques da Costa (Fundamentos de Sociologia e
84
Antropologia); Luiz Antônio de Souza (Sde Pública); nica de Barros Cilento (Fisio-
terapia Aplicada à Neurologia II); Edmundo Coelho da Cunha (Ciências Morais e Religio-
sas IV); Rogério Carvalho de Oliveira (Ciências Morais e Religiosas VIII).
Em 1998, foram contratados para o Curso de Fisioterapia os docentes: Alexandre
César Bomfim Costa (Anatomia IX e VIII); Elisa B. B Dell’Orto Van Eyken (Fisioterapia
Aplicada à Neurologia I e Fisioterapia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia II, Cinesio-
logia II, Prática Supervisionada IV, V, VI); Otto de Alencar As Pereira (Realidade Social
Brasileira I).
No ano seguinte, o Curso de Fisioterapia continuou a demandar novos docentes,
entre eles: Ana Cristina Gonçalves Ribeiro (Histologia); Fabíola Leite França (Fisiotera-
pia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia II); Geraldo Policarpo de Carvalho (Ciências
Morais e Religiosas VIII); Jorge Luiz Barillo (Fisiologia VII); Luiz Garcia Mello (Ciên-
cias Morais e Religiosas I e II); Mariana A Pereira (Histologia); Alessandra Barreiras Be-
lerique (Fototerapia); And Ricardo Asthine (Ciências Morais e Religiosas III); José Da-
niel Mendes Barcelos (Administração Aplicada à Fisioterapia).
No ano 2000, com a saída de alguns professores e em virtude do crescimento na
procura pelo curso, muitos professores foram requisitados para a Faculdade de Fisiotera-
pia da UCP, listando-se: Adakrishna Sampaio S. de Oliveira (Fisioterapia Aplicada à Or-
topedia e Traumatologia I); Rorio Muller (Administração Aplicada à Fisioterapia); Ale-
xandre Augusto Abrunhosa (Fisioterapia Aplicada à Pneumologia I e II); Edwin Henry F.
Dell Castillo (Ciências Morais e Religiosas VIII); Fabiano Ribeiro de Souza Carvalho
(Fisioterapia Aplicada à Pediatria II); Farley Campos (Fisioterapia Aplicada à Pneumolo-
gia I e II); Lia Bott de Aquino (Realidade Social Brasileira I e II); Márcia Alves Fernan-
des (Fisiologia VII); Miriam Mariano Iliescu (Metodologia de Ensino e Pesquisa); Nelson
Luiz Panza P. da Silva (Estatística Básica); Pedro José Labronici (Traumato-Ortopedia
85
Aplicada à Fisioterapia I e II); Pedro Paulo de Carvalho Rosa (Cncias Morais e Religio-
sas I e II); Sérgio Martello de Souza (Administração Aplicada à Fisioterapia); Adriano
Rosa da Silva (Realidade Social Brasileira II); Fernanda Frigeri (Fisioterapia Aplicada às
Condões Sanirias I e Mecanoterapia); José Maria Pereira (Cncias Morais e Religio-
sas II), Roberto Mendes Zogbhi (Ciências Morais e religiosas I).
Em 2001, a demanda ainda comportava novas contratões e ingressaram como
docentes no Curso de Fisioterapia: Fernanda Coutinho Lardosa Brant (Exercio Terapêu-
tico e Hidroterapia); Gianfranco Castellanso Melzi (Cncias Morais e Religiosas III e
VIII); Marcelo Jose Fonseca Fernandes (Linguagem e Redação); Ronaldo Brant Santos
(Condições Sanitárias II); Tarcísio Nascentes dos Santos (Ciências Morais e religiosas
IV); Bruno Clemente Guingo (Informática Aplicada à Fisioterapia); ndida Maria Cam-
pello Corbett (Cultura Brasileira); Érika Spangenberg Tarre Borges (Imunologia); fer-
son Jose Moebus Retondar (Metodologia de Ensino e Pesquisa); Jo Ozanam de Castro
(Ciências Morais e Religiosas VIII); Lilia Athayde Abelheira (Fisioterapia Aplicada à
Pediatria II); Moana Cabral de Castro Mattos (Massoterapia e Manipulação, Ptica Fisio-
terápica Supervisionada I e II); Oswaldo Monteiro Del Cima (Biosica em Fisioterapia);
Rinaldo Pitzer (Administração Aplicada à Fisioterapia); Sandro Emílio Vieira (Fisiotera-
pia Aplicada à Ortopedia e Traumatologia I e II).
Percebe-se que o peodo de 1993 a 2000 foi de grandes modificações curricula-
res e institucionais. De acordo com os documentos consultados, havia por parte da Facul-
dade de Fisioterapia da UCP uma constante preocupão em estar atualizada com as
DCNs e atender a demanda de alunos.
86
3.2.3- As Diretrizes Curriculares de 2002 e a consolidação de uma formação.
Em 2001, são propostas linhas gerais para definir o perfil competências e habi-
lidades almejadas para os egressos dos diferentes cursos de graduão, nas diversas á-
reas do conhecimento. Para a fisioterapia, especificamente, as normas são aprovadas em
12 de setembro de 2001 e instituídas como Diretrizes Curriculares Nacionais para o Curso
de Fisioterapia, no dia 19 de fevereiro de 2002.
Nesse momento histórico para a fisioterapia brasileira, há uma reformulação cur-
ricular mais flexível, possibilitando a autonomia de construção da matriz curricular por
parte de cada IES. Essa autonomia e flexibilidade no planejamento eram tamm garanti-
das pela LDBEN nº 9.394/96
27
e asseguradas pelo Parecer nº 776/97, do MEC/CNE, refe-
rente à Orientação para as Diretrizes Curriculares dos Cursos de Graduação.
A UCP participa desse momento de mudança, como é observado na sexta altera-
ção curricular. Procurando aproveitar de sua autonomia universitária, e estar atualizada
com esses novos direcionamentos, a UCP acrescentou novas disciplinas à sua matriz cur-
ricular, tais como: Fisioterapia Dermato-Funcional e Fisioterapia em Oncologia. O objeti-
vo era de atualização em relação ao mercado de trabalho na área da saúde.
Segundo a ata da 220ª reuno do CONSUN da UCP, houve a aprovão do curso
de pós-graduão lato-sensu” em Fisioterapia Neonatal e Pediátrica, oferecido pela Esco-
la de Reabilitação e ainda a aprovação da disciplina eletiva: Hipoterapia (30horas/aula).
A professora M.A.
28
descreve tal momento, observando, que em 2002, com a a-
provão das Diretrizes Curriculares, o profissional de saúde passou a ficar mais prepara-
do para trabalhar com as questões da sde blica, devido às necessidades do mercado de
27
BRASIL, Ministério da Educação. LDB- Lei 9.394, Lei de Diretrizes Curriculares e Bases da educação Nacio-
nal. Disponível em : http://www.mec.gov.br/home/legislacao/default.shtm#superior Acesso em 02 fevereiro de
2006.
28
Entrevista realizada com a professora em 12 de junho de 2007.
87
trabalho que se ampliaram, ao mesmo tempo em que ele pôde também ampliar a sua p-
pria prática em pesquisa e extensão. Tais mudanças iam ao encontro das competências e
habilidades descritas nas Diretrizes Curriculares de 2002, que preconizam a formação do
acamico de fisioterapia como uma formão generalista, humanista, ctica e reflexiva,
para atuar em todos os veis de atenção em sde, seja preventivo, seja curativo e o
apenas no setor terciário (reabilitação).
A mesma professora declara ainda que a UCP está atualmente envolvida com tra-
balhos na comunidade de forma mais consistente (em equipes de PSF)
29
, levando o aca-
mico a uma inserção precoce no campo de trabalho e ampliando os horizontes do aluno
recém chegado à faculdade.
Também é refoado pelas professoras M.A. e M.G. que, de acordo com o Parecer
1210/2001, MEC/CNE, as Diretrizes Nacionais do Curso de Graduação em Fisioterapia
estabelecem:
Permitir que os currículos propostos possam construir perfil acadêmico e profissio-
nal com competências, habilidades e conteúdos, dentro de perspectivas e aborda-
gens contemporâneas de formação pertinentes e compatíveis com referências na-
cionais e internacionais, capazes de atuar com qualidade, eficiência e resolutivida-
de, no Sistema Único de Saúde (SUS), considerando o processo da Reforma Sanitá-
ria Brasileira (MEC/CNE, Parecer nº1210/2001, p. 3)
A UCP mais uma vez, procurando melhorar o currículo do Curso de Fisioterapia,
faz nova modificão, observada na Resolução nº 26/04, de 22 de Dezembro de 2004, do
Conselho Universitário da Universidade Calica de Petrópolis, que aprovou as alterações
no curculo do Curso de Fisioterapia e fixou novos pré-requisitos curriculares para as
disciplinas, entre elas, Fisiologia, Sde blica, Mecanoterapia, Neurofisiologia, Cinesi-
oterapia, Elementos de Psicomotricidade, Fisioterapia Dermato-Funcional, Fisioterapia
Preventiva, Imagenologia, Fisioterapia em Pneumologia, Fisioterapia em Angiologia, Fi-
29
Programa de Saúde da Família- MS
88
sioterapia em Disfunções Posturais, Fisioterapia em Oncologia, Ergonomia, Órteses e Pró-
teses, Fisioterapia em Geriatria, Fisioterapia em Cardiologia, Fisioterapia Hospitalar, Fisi-
oterapia Gineco-Obstetrícia, Fisioterapia em Pediatria, Fisioterapia Desportiva, Psicologia
Aplicada à Saúde, Ética Profissional em Fisioterapia e Farmacologia. Ainda procura esta-
belecer, como pré-requisito curricular para matcula na disciplina Trabalho de Concluo
de Curso em Fisioterapia I, a prévia aprovão em disciplinas que representem um quanti-
tativo mínimo de 160 créditos acadêmicos, incluída a disciplinas Pesquisa em Fisioterapia.
Para atender a essas novas disciplinas apresenta-se a seguir a relão de docentes
que ingressaram no período de 2002 a 2005.
Os professores que ingressaram em 2002: Eliane dos Santos de S. Coutinho (Bio-
estastica); Henrique Nogueira de as Earp (Biofísica em Fisioterapia); Vicente Schahter
Guidoreni (Biosica em Fisioterapia); Gilson Andrade da Silva (Ética); Selni Bispo Frade
(Imagenologia); Zuleide Roque Carrapateira (Elementos de Psicomotricidade); Márcia
Alves Fernandes (Fisiologia); Miriam Ribeiro Calheiros de Sá (Fisioterapia Aplicada à
Pediatria II).
No ano seguinte, ingressaram no corpo docente da Faculdade de Fisioterapia da
UCP, a professora Anda de Almeida Lima (Neuroanatomia); Elisameli Paiva Vilhena
Leite (Psicologia Hospitalar); Elisângela Pedrosa Moreira (Fisioterapia em Oncologia);
Geraldo de A . Marano Neto (Bioestatística); Marco Antonio de Andrade (Biosica em
Fisioterapia); Marcos Cintra Silveira (Neurofisiologia); Nelson Marques Ribeiro Junior
(Ergonomia, Fisioterapia Aplicada às Condições Sanitárias I, Fisioterapia Dermato-
Funcional e Mecanoterapia); Pedro Hussak Van Velthen Ramos tica); Sheila Ferreira
Neiva (Linguagem e Redação); Ana Maria Galheigo Damaceno (Fisiologia); Carlos Al-
berto de F e Silva (Gestão Administrativa Aplicada à Sde); Célia Torres de Oliveira
(Neuroplasticidade); Helio Roberto Diniz Moura (Farmacologia); Jose Ozanam de Castro
89
(Seminário picos em Teologia); Priscila Rohen dos Santos (Imunologia); Tânia Maria
Paiva Del Duca Frazao (Hipoterapia).
Já em 2004, Julia de Brito Gornates (LIBRAS); Lara Ambrósio de Fraa e Silva
(Prática de Fisioterapia Supervisionada II) passaram a fazer parte do corpo docente. E em
2005 ingressaram Renata Rocha Bordeira (Ergonomia), Pricila Vanessa da S. Z. Capriles
(Biosica em Fisioterapia) e Stefano Volani (Introdução à Teologia II).
Em seguida, é descrito o curculo voltado para os alunos ingressantes no ano de
2007.
Quadro 11- Oitavo Currículo do Curso de Fisioterapia da UCP - Alunos que ingressaram
em 2007
Disciplinas - 1º Peodo (24 créditos) Disciplinas - Período (22 créditos)
Introdução à Fisioterapia Introdução á Teologia I
Introdução à Filosofia Anatomia II
Anatomia I Anatomia III
Genética Patologia Geral
Histologia Biofísica em Fisioterapia
Microbiologia sica e Biossegurança Ética
Bioqmica Gestão Administrativa Aplicada à Sde
Metodologia do Estudo e da Pesquisa Bioestatística
Sociologia Sde blica e Epidemiologia
Fototermoterapia e Mecanoterapia
Disciplinas - 3º Peodo (24 créditos) Disciplinas - Período (24 créditos)
Cinesiologia I Cinesioterapia
Fisiologia Humana Recursos Terapêuticos Manuais
Patologia dos Óros e Sistemas Fisioterapia Dermato-Funcional
Introdução à Teologia II Fisioterapia Preventiva e na Saúde Escolar
Hidroterapia Pesquisa em Fisioterapia
Neuroanatomia Diagnóstico por Imagens e Exames Com-
plementares
Neurofisiologia Ética Profissional em Fisioterapia
Psicologia e Psicossomática Fisiologia do Exercício I
90
Métodos de Avaliação em Fisioterapia Fisioterapia na Saúde do Trabalhador
Eletroterapia Fisioterapia na Saúde Comunitária I
Disciplinas - 5º Peodo (24 créditos) Disciplinas - Período (28 créditos)
Fisioterapia em Neurologia I Fisioterapia em Neurologia II
Fisioterapia em Traumato-Ortopedia Fisioterapia em Cardiologia
Fisioterapia Pneumologia Fisioterapia na Sde da Mulher
Fisioterapia em Doenças Vasculares Peri-
ricas
Fisioterapia em Pediatria
Órteses e Próteses Fisioterapia Desportiva
Farmacodimica Fisioterapia em Reumatologia
Fisioterapia na Saúde do Idoso Fisioterapia em Intensivismo
Fisioterapia no Acompanhamento Ambula-
torial
Projeto de Pesquisa
Fisioterapia na Saúde Comunitária II Fisioterapia no Acompanhamento Hospita-
lar
Psicomotricidade
Disciplinas - 7º Peodo (32 créditos) Disciplinas - Período (35 créditos)
Trabalho de Conclusão de Curso em Fisio-
terapia I
Trabalho de Conclusão de Curso em Fisio-
terapia II
Estágio Supervisionado em Fisioterapia I Estágio Supervisionado em Fisioterapia III
Estágio Supervisionado em Fisioterapia II Estágio Supervisionado em Fisioterapia IV
Total da Carga Horária: 210 cditos- 4.068 h/aula
Fonte: Quadro construído a partir da leitura de Documentos Institucionais da UCP
Nesse curculo, apesar da redução da carga horária total do Curso de Fisioterapi-
a, que passou de 4140 horas/aula para 4068 horas/aula, percebe-se a modificação da no-
menclatura, adquirindo um significado mais abrangente em algumas marias como, por
exemplo, Fisioterapia Gineco-Obstetcia que passou a ser chamada Fisioterapia na Sde
da Mulher e Geriatria, que passou a ser Sde do Idoso.
As mudanças institucionais afetaram o perfil do egresso, pois se observa que os
alunos ficaram mais participativos, ou seja, envolveram-se de fato com a comunidade.
Devido à inserção do aluno na realidade social ainda como acadêmico, o mesmo se depara
com a ptica clínica no início de sua graduão, o que é exigido pelas Diretrizes Curri-
91
culares Nacionais do Curso de Graduão em Fisioterapia de 2002, que recomenda a for-
mão do aluno de cater mais humanista, generalista, com caractesticas cticas e re-
flexivas para que assim, ele esteja mais preparado para lidar com o contexto social em
todos os veis de saúde.
Ao buscar recompor a trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP, por meio do
levantamento e análise de suas oito mudanças curriculares, bem como da citação do corpo
docente em cada etapa de funcionamento dessa graduão, foi possível acompanhar as
peculiaridades que marcaram a formação oferecida aos alunos, ao longo de três décadas de
sua existência na cidade de Petpolis.
As Diretrizes Curriculares emanadas pelo CFE e, posteriormente pelo CNE deno-
tam, em sua aplicão no Curso de Fisioterapia da UCP, mudanças o apenas dos com-
ponentes curriculares e de carga horária, mas, especialmente, do perfil do egresso que foi
sendo construído e consolidado nos últimos anos. Esse movimento o foi isolado, mas
fazia parte da inserção de novos campos do conhecimento e da ptica profissional advin-
dos da especialização cada vez maior e da complexidade que os avanços cienficos impu-
nham e imem à contemporaneidade.
Nesse sentido, a UCP foi pioneira, mas, principalmente revela em sua trajetória o
próprio caminhar da Fisioterapia como formação de nível superior no Brasil, pois a cons-
tante busca de adequação às diretrizes e a constituição de um corpo docente cada vez mais
identificado ao projeto do Curso, o marcas que estão presentes tanto nos documentos e
registros preservados, como na fala daqueles que testemunharam essa história, constrda
pelo desafio de dirigentes, professores e alunos de pôr em prática o ideal de um campo do
conhecimento aunomo e necesrio às demandas da sociedade.
92
4 CONSIDERAÇÕS FINAIS
A Universidade Calica de Petpolis surgiu em 1953, como Sociedade Civil
“Faculdades Calicas Petropolitanas tendo como mantenedora a MITRA diocesana de
Petpolis. Trata-se de uma instituição de cater confessional cuja missão é a de realizar-
se como comunidade voltada para o conhecimento e a cultura, sob a luz da cris e na
busca da verdade, promovendo a educação integral do ser humano através do ensino, da
pesquisa e da extensão. O interesse em se tornar universidade, no final da cada de 60,
levou à construção do projeto de crião da Escola de Reabilitão, como quinta unidade
universitária.
Foi a partir daquele momento que tem icio este estudo, caracterizado como uma
pesquisa histórico-documental, cujo eixo norteador é a trajetória do Curso de Fisioterapia
da UCP, no peodo de 1969 a 2007. Por meio de uma investigação histórica, são apresen-
tados documentos escritos e orais, demonstrando de forma sistemática a história do Curso
de Fisioterapia e da Escola de Reabilitação desta instituição. Tal história é perpassada pe-
las ts Diretrizes Curriculares Nacionais estabelecidas e seus impactos na formão ofe-
recida por esta IES, bem como nas oito modificões curriculares realizadas.
Além de buscar o significado de sua criação e a dinâmica associada a este contex-
to, a trajeria é também contada por meio de entrevistas realizadas com quatro professo-
res atuantes na história em questão. O estudo foi complementado ainda pela legislão do
Curso de Fisioterapia, dentre eles os Decretos do Conselho Federal de Fisioterapia e de
Terapia Ocupacional - COFFITO relacionados aos dados aqui apresentados.
A crião da Escola de Reabilitação tem início no final da cada de 60 do culo
XX, mais especificamente em 1968, estimulada pela demanda de crescimento da educação
superior no Brasil, e especificamente, pelo crescimento populacional no município de Pe-
tpolis e região, com muitos jovens que terminavam o então científico, e não queriam
93
mais ser obrigados a sair da cidade, além de outro fator importante, o do município sitiar
indústrias de relevo para o estado do Rio de Janeiro. Nesse caso, o Curso de Fisioterapia
contribuiria no que concerne aos acidentes e lesões provocadas pelo ambiente de trabalho.
Dessa forma, a criação de uma Escola de Reabilitação seria fundamental à assistência des-
ses profissionais que por ventura estivessem momentânea ou permanentemente incapaci-
tados. O Curso de Fisioterapia, pioneiro no quadro da Escola de Reabilitão, passa nessa
época a sediar a primeira turma, com 13 alunos matriculados, dos quais dez conclram o
Curso em 1971. Ressalte-se que em 13 de outubro de 1969 o curso mencionado estava
sendo regulamentado e reconhecido pelo Decreto-Lei 938/69, numa época de mudanças
educacionais nacionais importantes como a reforma universitária, em meio à ditadura mi-
litar.
A inclusão da Escola de Reabilitação na UCP deve-se também ao fato do pionei-
rismo na área de reabilitação em que se encontrava o Rio de Janeiro, principalmente no
Hospital Misericórdia. Na área acadêmica, a Escola foi precursora, juntamente com a de
São Paulo, que iniciou o primeiro curso ainda como técnico em Fisioterapia na década de
50 do século XX, com a USP e com a do Rio de Janeiro na ABBR. Devido à proximidade
de Petrópolis com a cidade do Rio de Janeiro, percebe-se certa influência e interesse na
área reabilitadora.
A UCP esteve sempre preocupada em estar atualizada em relão às leis e exi-
ncias do mercado desde a sua primeira formatação curricular. Na documentão em que
é apresentado o seu primeiro formato curricular, constata-se que este é idêntico ao currícu-
lo nimo exigido pelo Conselho Federal de Educão. Mudanças semelhantes acompa-
nharam as exincias curriculares posteriores, principalmente nos três momentos de signi-
ficativa importância, quando da publicação das alterações curriculares nacionais e das
DCNs.
94
As modificações curriculares foram diversas, totalizando oito, o que sugere uma
dinâmica muito intensa, justificada no estatuto da UCP, quando afirma que o currículo de
cada curso, que habilite à obteão de diploma capaz de assegurar privigios para o exer-
cio profissional, deve abranger as disciplinas constantes do currículo mínimo fixado em
lei, e outras julgadas necesrias ou convenientes pelo respectivo Conselho Departamen-
tal, atendendo à flexibilidade de curculos e à variedade de cursos.
O curculo pleno dos cursos de graduão compreende o currículo mínimo, dis-
ciplinas complementares e disciplinas optativas, justificando a dimica curricular dos
anos subseentes. São observadas, muitas vezes, mudanças de carga horária do curso, de
forma oscilaria e mudanças nos nomes das disciplinas assim como no número de crédi-
tos de matérias.
De acordo com as implantações curriculares nacionais e com as Diretrizes Curri-
culares Nacionais, houve três momentos relevantes, também observados em mudanças na
UCP, especificamente no Curso de Fisioterapia, o qual acompanha tais modificações, in-
cluindo mais tempo de integralizão. Iniciou com três anos de duração, em 1969 e, em
1984, passou a ter quatro anos de duração (acompanhando a segunda modificação curricu-
lar). Nesse período ocorreram grandes modificações referentes às disciplinas mais espe-
ficas voltadas para a formação do profissional de fisioterapia; o terceiro grande momento
foi em 2002, com as DCNs que ainda manm forte inflncia na área educacional rela-
cionada à fisioterapia. Nesse sentido, fator muito significativo foi a autonomia dada às
IES em relão às matrizes curriculares, não havendo mais modelo e exincias espefi-
cas como nos anos anteriores. Com isso, é observado, neste oitavo e último formato curri-
cular do Curso de Fisioterapia da UCP, uma diversidade de disciplinas com nomenclaturas
mais atualizadas, o que é demonstrado no último capítulo deste estudo.
95
Em relão ao corpo docente, que apesar de estar apenas citado, é interessante
mencionar que inicialmente a forte influência médica imperava na Escola de Reabilitação
por causa da escassez de profissionais fisioterapeutas e do pioneirismo da UCP em ter
criado o Curso concomitante a sua regulamentão. Essa influência é observada também
na grade curricular que, inicialmente, é voltada para a área de clínica dica e medicina
sica de reabilitão, o que o acontecia somente na UCP, devido à prematuridade do
Curso. Os anos, porém, se passaram e por mais que se fizessem modificações curriculares,
ainda não eram notadas disciplinas específicas no que concerne à fisioterapia. Somente na
cada de 80, com a segunda modificação curricular nacional, é que se percebe uma iden-
tidade mais elaborada na área de fisioterapia, fato observado também na UCP.
Essa prerrogativa é confirmada ainda quando se observa, na direção da Escola de
Reabilitação, somente médicos, como é citado na entrevista de M.G e de M.P, ao declarar
que até meados da década de 80, a diretoria da Escola de Reabilitão era composta exclu-
sivamente por médicos, e que tal situação foi modificada no icio da década de 90, com a
entrada do professor G. que era fonoaudlogo e que passaria a modificar o perfil da Esco-
la, assim houve uma significativa modificação no quadro da diretoria, a partir deste mo-
mento. Os professores entrevistados fizeram menção a isso, por se tratar de um aspecto
marcante, pois a partir deste momento, somente profissionais da Escola de Reabilitão
(fisioterapeutas e fonoaudiólogos) passaram a fazer parte da direção, o que certamente
contribuiu para a construção de uma nova identidade em relão ao Curso de Fisioterapia.
Este passou a ter mais autonomia em relão à formatão curricular e inclusão de exten-
são e de pesquisa, culminando em 2001 com a implantão de cursos de Pós-Graduação
na área, que caracterizam o momento de indepenncia e maturidade da universidade.
Em relação aos recursos utilizados, a UCP é possuidora de diversos aparelhos de
reabilitação geral. Já em relação à biblioteca, acolhe referências atuais, e os professores,
96
especialmente os médicos, eram qualificados, até porque não havia fisioterapeutas brasi-
leiros, uma vez que o curso foi reconhecido como ensino superior em 1969, ano das ativi-
dades, como está descrito em ts dos seis livros da Instituição.
A Escola de Reabilitão da UCP possa e possui laboratórios equipados para a
prática de disciplinas e estágios supervisionados, tais como ambientes procios ao estudo
de anatomia humana, histologia, eletricidade, biofísica, dentre outros. Cabe ressaltar o
convênio que a UCP mantinha com a Cnica de Paralisia Cerebral Dr Pinto Duarte, local
de aulas práticas e de esgio, local de refencia em tratamento neurológico, cujo convê-
nio findou em meados dos anos 80. Uma aquisição de grande importância, contudo, foi o
CIDEPE, considerada a clínica-escola da Escola de Reabilitação e um local de significati-
va atuação dos acadêmicos, no que se refere ao atendimento ambulatorial, com pacientes
de diversas áreas da fisioterapia.
Respondendo às queses levantadas no icio desta pesquisa, são apresentados os
antecedentes históricos, a crião e a implantão do Curso de Fisioterapia da UCP, volta-
do para a área de reabilitão, na cidade de Petrópolis, atendendo ao grande número de
jovens estudantes na cidade que almejavam dar continuidade aos seus estudos.
Implantada a partir da documentação descrita nos primeiros catulos, a Escola de
Reabilitação é criada em 1968, em 22 de abril, estando à frente de diversas instituições
nacionais, pois, somente um ano depois, através do Decreto–Lei 938/69, é que a fisiotera-
pia passa a ser reconhecida como curso de vel superior. Ainda são apresentados no estu-
do, sua estrutura e a sua organização curricular que, inicialmente, procurou ter o currículo
mínimo como estrutura norteadora, e, a partir de sua implantão, adquiriu certa autono-
mia para pequenas modificações curriculares.
A legislão foi abordada principalmente nos Decretos-Lei institdos em nível
federal e em artigos institdos nas reuniões do CONSUN da UCP. Pode - se afirmar que
97
houve diferentes etapas nessas três décadas, no que se refere à trajetória da fisioterapia na
UCP: inicialmente uma submiso à medicina, devido à sua imaturidade, por ser ainda
pioneira na área, a forte influência das cadeiras clínico-médicas e a composição de seu
corpo docente, constituído por médicos. A pequena carga horária inicial do curso, corres-
pondente a ts anos de formão, mostrava também uma certa limitação na vivência prá-
tica, que foi sendo modificada com o tempo. Uma terceira etapa é observada em meados
dos anos 90 a 2000, com a autonomia dada pelo MEC às IES, percebendo se que o Cur-
so de Fisioterapia da UCP passou a ter maior independência apresentada em sua grade
curricular e na implantação de novas disciplinas, mais atualizadas com o mercado de tra-
balho. Ainda na implantação de cursos de extensão e de pós graduão, nota-se uma
Fisioterapia mais organizada e atualizada na UCP.
De acordo com Saviani (2005, p. 27), o resgate cultural e de memória propor-
cionado pelo estudo das instituições leva à compreensão de diversas situões atuais, ten-
do sido o que esta pesquisa realizou em parte, procurando analisar a trajetória do curso
mencionado. Visando a uma contribuição escrita no que tange à hisria educacional e da
fisioterapia, especificamente da UCP, tal investigação faz-se significativa, devido à rele-
ncia que esta universidade apresenta em nível nacional.
Citado por REBELATTO e BOTOMÉ (1999, p. 75), a fisioterapia como profissão
da área da saúde procura, no âmbito de formação profissional, formar indivíduos que bus-
cam o somente curar doeas, mas trabalhar para a melhoria das condições de sde da
população. Neste estudo é percebida uma preocupão com esta formação, quando se
constata que a UCP investiu e investe em programas sociais e na inserção acadêmica do
aluno nas comunidades mais carentes, procurando despertar a noção de cidadania e a vi-
ncia profissional de forma mais precoce, o que corresponde às exincias propostas
98
pelos órgãos competentes no que se refere às modificações curriculares e às competências
e habilidades dos cursos de vel superior em sde.
A Faculdade de Fisioterapia da UCP, desde seu icio, procurou estar atualizada
em relação ao ensino. Isso foi visto em suas oito modificações curriculares implementadas
ao longo desta trajetória - 1969 a 2007 - e na constituição de seu corpo docente que atu-
almente é quase que exclusivamente formado de fisioterapeutas docentes. A diretoria da
Escola de Reabilitão é composta de fisioterapeutas desde 2001, o que em muito valoriza
a classe e a profissão, mantendo os interesses da área sempre em primeiro lugar.
O presente estudo procurou recompor por meio de fontes dispoveis, parte da
história/trajetória do Curso de Fisioterapia da UCP. No entanto, outros estudos fazem-se
necessários para, a partir dos dados descritos, procederem-se análises dos aspectos políti-
cos e sociais que envolveram o contexto enfocado.
99
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103
ANEXO J
ENTREVISTAS COM DOCENTES DA UCP
Entrevistas realizadas em 12 de junho de 2007. Professores: M.P e M.G na Cnica Escola
da UCP- CIDEPE.
Pesquisadora: Qual a sua participação na História do Curso de Fisioterapia da UCP?
M.P: Eu comecei na universidade como aluno em 1984, fiz o curso de fisioterapia depois me
formei, um ano depois eu comecei a dar aula de e neurologia, e dentro desta aula eu estou até
hoje, vai fazer 19 anos que estou na universidade, e nessa trajetória eu dei aula de neurologia
depois de prevenção (fisioterapia preventiva) que não tinha este nome, tinha o nome de Con-
dições Sanitárias e depois comecei no estágio, como supervisor de estágio, que fiquei 15 a-
nos, depois s, larguei minha disciplina de neurologia, que dava aula de lesão de nervos
periféricos, larguei a de condições sanitárias, depois comecei a fazer o meu mestrado e come-
cei a fazer é, o que aliás tem uma coisa interessante eu acho que dentro da história que não
que aliás tem uma coisa interessante que dentro da historia da fisioterapia nós tínhamos no
currículo duas disciplinas de pediatria e não tínhamos nenhuma disciplina de para e na Condi-
ções Sanitárias II, eu lancei a prevenção em geriatria foi a vez na história aqui da UCP,
então tem uma coisa que acho interessante colocar que depois disso a disciplina surgiu, e eu
estive em São Paulo fazendo o meu mestrado e quando voltei, tinha um outro professor dando
a disciplina;
Pesquisadora: Ao longo de sua trajetória estudantil e profissional junto à UCP, quais as
principais mudanças ocorridas na condução pedagógica e administrativa do Curso?
M.P: Emendou a resposta... e com a mudança eu retornei para geriatria e acho que tem essa
questão que acho que é muito interessante na história, porque foi a 1
a
vez dentro do curso de
fisioterapia que teve essa abordagem geriátrica, porque antes não tinha, e tem uma outra ques-
tão também que acho interessante que é a hanseníase, dentro da minha história, que eu trouxe
a abordagem em hanseníase, ou seja, como a fisioterapia pode contribuir com os pacientes
hansenianos, e , acho dentro da minha história é isso, e hoje por exemplo dou disciplina dife-
rente, ah, também tem uma coisa interessante dentro dessa história, eu fui o 1
o
professor não
médico a ministrar uma disciplina de neurofisiologia na faculdade, porque antes era médi-
co que dava essa disciplina, e acho que isso também é legal porque faz parte da história da
faculdade, porque tinha esse preconceito de achar que só o médico podia falar de anatomia ou
de fisiologia, e eu me lembro que eu fui o 1
o
profissional não médico a dar a disciplina de
neurofisiologia para psicologia e não fisioterapia.
Pesquisadora: Qual a sua participação na História do Curso de Fisioterapia da UCP?
M.G: eu entrei na universidade, como aluna em 1976, e eu me formei em 1978, e naquela
época eu entrei, e ah, e em 1977, durante o período em que era aluna, a universidade rompeu
o convênio com a clínica Pinto Duarte, que tinha sido a clínica que tinha dado origem ao cur-
so, isso deve constar na sua história para e em 1977 rompe o convênio, e eu estava durante
o curso , então, nós continuávamos, assim durante as aulas a ter aulas , na Clínica Pinto Duar-
te, algumas, com alguns bloqueios, dentro da Clínica e a Universidade teve que construir
um lugar para estágio, que foi aqui no CIDEPE e daí constrói e monta o CIDEPE em 1977,
com esse rompimento e o curso de Fono vem para e em 78 no meu último ano de estágio
eu fazia estágio na Pinto Duarte ainda, e em outros estágios aqui em Petrópolis, na Providên-
cia, e foi aberto então o setor de fisioterapia na Instituição mas não tinha convênio, então eu
vim fazer estágio aqui, eu fui a primeira estagiária de fisioterapia da Clínica Escola, do antigo
CIDEPE, e nessa mesma época, bom eu me formo em 78, e em 79, a minha supervisora
que era a M.L, entra no mestrado, que a Universidade de Guadalajara traz em convênio, o
mestrado em educação para ser dado aqui na UCP, para os professores da UCP. E a professo-
ra M.L entra para o mestrado e ai a parte da fisioterapia da clínica fica sem ninguém, então eu
104
entro, pra ser a fisioterapeuta que assume o setor na ausência da M.L, então eu assumi o setor,
entrei para ser supervisora de estágio na época, e como eu estava aqui eu ajudei para ela poder
fazer o mestrado, e ai foi minha primeira experiência acadêmica, e aí eu entro para a universi-
dade e eu fui contratada pela universidade para ser fisioterapeuta- funcionária da clínica,
que atendia os pacientes aqui, porque não tinha aluno, não tinha ninguém e eu tinha que aten-
der para fazer volume de pacientes para os alunos poderem posteriormente vir para cá, e
vieram em 82.
Então eu fui funcionária, trabalhando aqui atendendo paciente, e os supervisores traziam os
seus alunos e alguns pacientes aqui e eu participava e ajudava, e depois eu entrei como super-
visora de estágio em 82 e já estavam aqui os alunos, já estavam participando já tinha convênio
com SUS e eu continuava como funcionária atendendo fazendo cursos atendendo e aí e em 82
eu começo e em 85 eu começo a dar as matérias, sou professora das matérias do currículo
novo, então foi a primeira modificação curricular desde aquele currículo, que eu fiz, de 69 a
primeira mudança foi em 84 e chegam no estágio essas matérias relacionadas à fisioterapia
aplicadas só em 87,aí eu entrei na matéria de fisioterapia em neurologia I e neurologia II e de
pediatria I pediatria II e sendo sempre supervisor de estágio atualmente continuo sendo super-
visora de estágio da clínica somente supervisionando estágio de pacientes neurológicos, e eu
fui a fisioterapeuta da clínica que queria atender pacientes da minha especialidade que eu
não tinha como supervisionar, até porque eu não tinha experiência mesmo e então, atualmente
eu sou supervisora de estágio ainda e ministro a disciplina de fisioterapia aplicada em pedia-
tria e psicomotricidade que é matéria nova, do currículo novo, continuo em abordagem em
pediatria, minhas matérias, é, são 29 anos de universidade.
Pesquisadora: Ao longo de sua trajetória estudantil e profissional junto à UCP, quais as
principais mudanças ocorridas na condução pedagógica e administrativa do Curso?
M.G: a primeira mudança mais importante foi com a mudança da direção, que aconteceu com
a entrada do G., essa foi a primeira mudança pedagógica, em 2001, a mudança curricular em
1984, a entrada do G. foi significativa, no decorrer da gestão que sentimos diferença.
M.P: Foi uma mudança, pois Até então não nhamos tido nenhum diretor não médico, então,
ele era fonoaudiólogo, tudo estava nas mãos dos médicos, é importante falar, porque toda a
estruturação do curso era da medicina, o G. foi o primeiro não médico, em 1989
M.G: A mudança curricular foi em 1984, quando o Pedro entrou, o curso era três anos e pas-
sou para 4 anos, na a verdade a entrada do G., como diretor fez uma pontificação significati-
va, na em, mudanças curriculares, mas ele fez alterações no decorrer da gestão dele, nós sen-
timos diferença., gradativamente, não imediatamente, pois a outra mudança curricular foi bem
depois, foi na direção do G. com a L.A, que foi muito forte,
M.P: Mas antes a M.L entra, antes da L.A, nós sabíamos muito bem assim, para onde está-
vamos indo, foi um momento de transição mesmo, ficamos muito confusos, como seria, se
melhor ou pior a gente não sabia muito bem como seria isso.
Pesquisadora: Tanto pedagógica quanto significativa do curso.
M.P: E a questão pedagógica é uma questão muito séria, eu ainda fico vendo não é só aqui na
UCP, eu tenho experiência em outros lugares, e já dei aula em outros lugares, então eu perce-
bo isso em todos os lugares que eu vou, o quanto dentro de uma área como a fisioterapia, o
quanto é difícil a pedagogia estar permeando esse ensino, eu vejo que as pessoas mesmo fa-
zendo curso de mestrado, cursos de técnica de didática, ainda ficam muito na questão pragmá-
tica da fisioterapia eu percebo muito isso, é uma questão muito forte.
Pesquisadora: Após essas mudanças aponte os pontos positivos e as fragilidades decorrentes
dos rumos implantados.
M.P: Depois do último currículo, acho que estamos passando por outra mudança, com a dire-
ção da M.A, acho que a coisa começando a tomar uma direção, acho que estou sentindo
assim, um equilíbrio, mas assim que estamos num momento mais de harmonia, do que de
105
avanço, acho que na construção educacional nós estamos precisando ir além do que estamos
acho que estamos muito lentos, quase parados, e eu percebo também que existe toda uma cul-
tura da não- leitura que eu vejo isso nos meus alunos, que é uma cultura que está muito forte
também, então não é a questão da direção, que tenta, da maneira que ela pode, mas existe
toda uma cultura também da não – leitura, que as pessoas não estão lendo, você traz um texto
um pouco diferenciado e eles recusam e não lêem, então é muito difícil, e eu tenho uma
coisa assim, e tenho pensado muito sobre isso a informação ela está aí, democratizamos a in-
formação, mas é muito fácil você atingir o conhecimento ao mesmo tempo as pessoas desa-
nimam, pela facilidade se desmotivam em relação a essa busca, as pessoas estão muito des-
motivadas, e dentro dessa questão de receber estão mais preocupadas em passar, ou ter o di-
ploma ou o papel do que se formar como pessoas como indivíduos como profissionais, então
vejo que estamos passando por um momento de bonança, a tempestade passou, porque tive-
mos uma dificuldade, no sentido que as pessoas que as pessoas estavam batendo a cabeça e
entrou a questão do egocentrismo e a história foi uma loucura isso tudo e nós perdemos a
idéia do que era a educação, era mais uma coisa de cumprir e pronto.
M.G: E eu pude sentir também nessa época deste nesse conflito máximo que tivemos aqui,
que a UCP sempre tinha uma identidade, e essa identidade foi construída a partir da História,
a partir dos professores que se juntaram ao grupo e as pessoas que foram envolvidas, e foram
cumprindo essa característica da Universidade, e com essa ultima mudança, nós percebemos a
perda da identidade, o que antes existia que fazia um diferencial da instituição frente às outras
se perdeu em função de uma dissolução dessa característica, isso foi dissolvido, não valoriza-
do, não havia mais a valorização do profissional que existia na instituição, e sim a valorização
do profissional externo à instituição que não era envolvido com a identidade da Universidade,
então o Curso de Fisioterapia perdeu a sua identidade, uma coisa que nós percebemos, que por
exemplo o curso de Direto não perdeu tanto a identidade, o nosso não, sabe, começou a ter
uma influência externa muito forte e o curso se dissolveu nas suas características, pela não
valorização dos profissionais que existiam na época e que na verdade fizeram a história da
instituição.
M.P: E o que é interessante é que quando a D. ela entra na direção, ela tenta registrar, ela en-
tra em 2003, quando entrou ela tenta trazer as pessoas de volta, tanto é q eu volto para dar
aula de geriatria, a M.G volta para dar aula de pediatria, porque todos tinham saído, a gente
ficou só no estágio, e aí por exemplo a M.A volta para as suas disciplinas, que tinha perdido, e
aí começamos a retornar, e a M.A hoje como diretora ela continua tentando manter a iden-
tidade, agora por isso que estou te falando, agora estamos num momento tranqüilo, mas a gen-
te vai ter que ir para frente
M.G: A gente agora tem que começar a nadar, para que a gente possa continuar crescendo
agora, a sentir de novo dentro da instituição, para que a gente possa continuar crescendo ago-
ra, porque o curso de acordo com a evolução do curso também de acordo com toda a evolu-
ção e a criação das universidades outras que vieram a modificar, o tipo de aluno que começa
a ingressar na instituição, a gente precisa também estar reformulando isso daí. A História da
UCP não é separada da História da Fisioterapia no Brasil, mas ao invés de tentarmos nos
manter com a estrutura que nós tínhamos, investindo nela fazendo ela crescer, foi acreditado
muito mais num modelo externo que não era nosso, e portanto nós perdemos a nossa identi-
dade num momento difícil que é da construção e do chamamento dos alunos das outras insti-
tuições.
Pesquisadora: Na sua opinião, como essas mudanças afetaram o perfil do egresso e qual o
impacto dessas circunstâncias no mercado de trabalho?
M.P: Uma questão que começamos a perceber na realidade de Petrópolis, um vel muito
ruim do profissional, pois não tínhamos reclamação, pelo contrário.
106
M.G: Pelo contrário, o aluno da UCP era referência, principalmente na área de neurologia,
nós tínhamos uma clínica em Santos que constantemente os alunos daqui da UCP eles eram
encaminhados para lá, para São Paulo, pela solicitação pela formação desses alunos, não
em Santos como outras cidades, eram sempre reconhecidos, os empregos garantidos então
com essa modificação de professores aqui, os atuais da época que vieram a quebrar essa iden-
tidade desse aluno, então não queriam mais ter essa característica, então por isso queriam i-
gualar aos outros por baixo, até porque nós começamos a perceber o quanto que os profissio-
nais da cidade começaram a ter uma conotação mais ativa, e uma reclamação pelo mercado de
trabalho, não o interno da cidade como os próprios alunos que saíam, que começou tam-
bém a contribuir para a diminuição do interesse dos alunos de procurarem Petrópolis, porque
eles vinham para Petrópolis porque era uma Universidade de referência, porque era falado que
aqui o aluno “de lá” tem determinado perfil, e nós perdemos essa identidade. O que caracteri-
za a formação do aluno de Petrópolis
Entrevista realizada em 12 de junho de 2007. Professora: M.R, na Clínica Escola da
UCP- CIDEPE.
Pesquisadora: Qual a sua participão na História do Curso de Fisioterapia da UCP?
M.R: A minha participação na História da UCP: terminei o curso de graduação em 1978,
depois fui convidada em 1983, para fazer uma substituição em duas disciplinas, e depois
eu fui contratada para trabalhar na UCP, ministrei várias disciplinas, entrei como pro-
fessora auxiliar de ensino, depois passei para professora assistente e atualmente estou co-
mo professora adjunta; já ministrei rias disciplinas: Fisioterapia aplicada a Reumatolo-
gia, a Traumato Ortopedia, Trabalho de Conclusão de Curso e participo também de ini-
ciação científica com os alunos.
Pesquisadora: Ao longo de sua trajeria estudantil e profissional junto à UCP, quais as
principais mudanças ocorridas na condução pedagica e administrativa do Curso?
M.R: Ela está evoluindo de acordo com o momento e com a necessidade.
Pesquisadora: Após essas mudanças aponte os pontos positivos e as fragilidades decorren-
tes dos rumos implantados.
M.R: Os pontos positivos, o crescimento, não houve nenhuma fragilidade.
Pesquisadora: Na sua opinião, como essas mudaas afetaram o perfil do egresso e qual
o impacto dessas circunstâncias no mercado de trabalho?
M.R: No nosso perfil de aluno só vejo coisas positivas.
Entrevista realizada em 12 de junho de 2007. Professora: M.A na residência da diretora.
Pesquisadora: Qual a sua participação na História do Curso de Fisioterapia da UCP?
M.A Eu entrei para a UCP em 1971, fui da terceira turma de fisioterapia, me formei em 1973,
o curso até então eram 3 anos; em 1974, no primeiro ano de formada, embora eu não estives-
se vinculada à Universidade, eu mantinha um contato muito próximo, porque o local de está-
gio dos alunos do curso que até então era conveniada com a Clínica Pinto Duarte, eu estava
contratada como fisioterapeuta e no início de 1975, eu fui contratada como professora, na
época a disciplina era Fisioterapia geral I, que compreendia as disciplinas: termoterapia, foto-
terapia, eletroterapia e hidroterapia num bloco só, destas disciplinas a de eletroterapia até en-
tão, eu leciono, e a de hidroterapia que tive 4 períodos afastada, mas retornei no período
passado, de para houve várias mudanças no currículo, até mesmo porque o MEC não
tinha normas, não tinha orientações não tinham as diretrizes curriculares como existem hoje, e
aí cada curso tinha suas características, e uma coisa muito forte da nossa Escola aqui é que ela
sempre foi vinculada à área de neurologia, mesmo porque, foi a primeira Escola a utilizar o
107
Método Bobath que foi trazido para o Brasil pelo fundador do Curso de Fisioterapia - Dr Ju-
lio Pinto Duarte, que era amigo pessoal do casal Bobath, então ele trouxe o Método Bobath
para o Brasil, inclusive ele trouxe também o casal algumas vezes aqui, e algumas 10 fisiotera-
peutas dentre elas a M.L e a M.C que em outros momentos foram para Londres para fazer a
qualificação e as outras que não ficaram vinculada á Universidade mas que foram através des-
te contato com o Dr Pinto Duarte para Londres para fazer a formação na Paralisia Cerebral.
Como comentei, inicialmente nós não tínhamos a diretrizes curriculares, o MEC não sinaliza-
va isso, o curso existia, nós tínhamos uma direção, que era exercida pelo Dr Julio Pinto Duar-
te, já que estamos falando de histórico, o Dr Julio Pinto Duarte foi o primeiro diretor, seguido
do Dr M., o segundo e posteriormente foi o Dr W.O, que era médico- neurocirurgião, depois
nós tivemos 3 mandatos, na direção Escola de Reabilitação que congrega os Cursos de Fono-
audiologia e Fisioterapia na época, e atualmente temos o Curso de Educação Física também,
foi dirigida durante 3 mandatos pelo G. que é fonoaudiólogo, e a partir de 2003, foi dirigido
pela professora L.A, em 2004, assumiu a D. e eu assumi em 2006 a direção, e de 2004 a 2006,
portanto 2 anos, eu estava na coordenação enquanto a L.A estava na direção da unidade, sen-
do que infelizmente o Curso de Fonoaudiologia nesse período que terminou agora foi tempo-
riariamente interrompido.
Pesquisadora: Ao longo de sua trajetória estudantil e profissional junto à UCP, quais as
principais mudanças ocorridas na condução pedagógica e administrativa do Curso?
M.A: Bom, em relação á questão didática pedagógica, como eu comentei antes, nós não tí-
nhamos diretrizes ou orientações como são amplamente são difundidas hoje, mas o Curso era
estruturado segundo as normas que o MEC determinava que eram muito amplas, não tinham
um detalhamento que se tem hoje, e nós estamos no currículo do nosso Curso , sempre a-
tendendo às modificações em função até das demandas do mercado, da inclusão de novas
sub-áreas da fisioterapia e de áreas novas porque em 1973, a gente tinha a Ortopedia, bem
definida, a Neurologia e a Fisioterapia Respiratória, começava algum movimento no Brasil
que ainda não era presente, e a realidade que se hoje na evolução da fisioterapia respirató-
ria é assustadora, depois com as mudanças do currículo houve uma necessidade de nós dire-
cionarmos as nossas atuações focando não mais numa formação generalista que até então era
preconizado, mas para uma formação mais especializada e com isso veio a necessidade de
aumentar a formação acadêmica que até então nós não tínhamos facilidade de fazer os cursos
de pós –graduação, então fazíamos cursos técnicos como o Bobath, o Kabat, cursos de forma-
ção mais técnica profissional, mas não de formação acadêmica, em 1997, eu iniciei o mes-
trado em Motricidade Humana que foi extremamente útil, num momento em que coincidia
exatamente com a promulgação ou liberação da Lei de Diretrizes e Bases que foi no final de
1996 e eu comecei o mestrado em 1997, porque era uma maneira de sobreviver no mercado e
mesmo porque havia uma necessidade maior de uma qualificação mais específica dos profes-
sores, depois em 2001, eu fui fazer o doutorado na Argentina, infelizmente no finalzinho,
coincidiu com a crise da Universidade mas não foi abandonado, o projeto não foi abortado, eu
estou com o projeto de retornar isso; mas a partir de 1990, eu trabalhava na área de saúde
da mulher, o governo já determinava os programas de saúde, tinha começado com o programa
de saúde da criança e da mulher por volta do final de 1986, 1987, e em 1990, depois da pro-
mulgação da Constituição de 1988, as prefeituras começaram a fazer concurso para contrata-
ção de profissionais, então também Petrópolis foi uma das primeiras prefeituras a fazer con-
curso para várias áreas da saúde, abriu o primeiro público aqui no município, disponibilizava
vaga para fisioterapeuta, e eu fiz e desde essa época eu tenho me dedicado às ações da fisiote-
rapia na saúde da mulher e eu tinha um interesse muito grande de conseguir estar no municí-
pio fazendo isso porque eu queria ter um local para levar os alunos para poderem vivenciar
essa realidade no serviço público, eu particularmente me considero pioneira até no país, fa-
zendo esse trabalho vinculado à fisioterapia em Ginecologia e Obstetrícia, dentro do serviço
108
público, quer dizer ações que hoje o Ministério da Saúde preconiza como: Humanização do
parto, o relaxamento o controle da dor por parto normal, faço isso muito tempo e acho
que passei isso para alguns alunos que se interessaram pela área, eu desenvolvi um trabalho
bastante voltado para a questão do aleitamento materno, que são 24 anos exatamente, coinci-
de com a minha primeira gravidez também , que eu passei a me interessar mais pelas pessoas
do aleitamento materno e também foi uma área em que houve um significativo crescimento
com ações e desenvolvimento de vários atores de diferentes segmentos, o assunto aleitamento
não é um assunto que pertence ao pediatra, ao obstetra, ao ginecologista, é um assunto que
envolve qualquer profissional da área de saúde, e com isso as ações pedagógicas sempre a-
companhavam esse movimento da saúde paralela com as ações de educação, embora, nós não
percebêssemos até bem pouco tempo essa intenção do Ministério da educação de estar for-
mando um profissional de saúde que estivesse em consonância com as ações de saúde imple-
mentada no país, só a partir do final do governo do Fernando Henrique mais no início do
governo Lula, é que começou a haver uma preocupação manifesta, quando em 2002, com a
liberação das diretrizes curriculares, o profissional de saúde tinha que estar apto para trabalhar
com as questões da saúde pública, também a gente pode atribuir ao próprio papel do profis-
sional de fisioterapia, que era sempre vista como profissional de reabilitação, então não se
tinha essa idéia ou a dimensão da necessidade de uma intervenção precoce em relação a pro-
moção, a prevenção de saúde, embora nós fizéssemos com a questão do aleitamento, as ações
com as gestantes e tudo mais, mas, ele não estava explicitamente declarado, e hoje em dia nós
temos profissionais e aí, com a questão do mestrado, eu passei a estar mais fazendo orienta-
ções de trabalhos acadêmicos, na supervisão de estágio, e atualmente eu estou no Programa
de Saúde da Família, fazendo não fazendo as ações de promoção de saúde, mas também
fazendo, atendendo uma parcela da população e que é a que mais precisa de nossos atendi-
mentos, que é o paciente acamado domiciliar, é aquele que mora no local de difícil acesso que
não tem condições de ter um acesso de carro, até por conta da realidade geográfica do muni-
cípio, é muito morro, então quem não pode pagar um atendimento particular é porque mora
num local em que o carro, o táxi, a ambulância não chegam e fica preso e limitado ao seu
espaço físico, então nós vamos com os alunos, fazemos a visita domiciliar e além disso, nós
também fazemos outras ações, porque a fisioterapia não é a questão do atendimento da
saúde pública , mas atendemos também um outro segmento com uma prática que no municí-
pio ela é inovadora, porque nós fazemos atendimento ambulatorial fora do espaço da clínica
que é numa piscina, num local que a Universidade mantém conveniado, e nós fazemos
promoção de saúde, com grupos de hipertensos e diabéticos, pacientes ortopédicos, neuroló-
gicos, reumatológicos e toda essa demanda é do serviço público, então o tem um paciente
que poderia estar custeando o tratamento, a posição é precisar daquilo, é não ter condição de
pagar, às vezes a dificuldade é até maior quando o paciente não tem passe, temos custear o
transporte, acho que nesse tempo todo, nós estamos evoluindo, conforme o momento está
ditando, as nossas ações são sempre em consonância com as orientações do MEC do Ministé-
rio da Saúde, atualmente a gente tem participado da ABENFISIO, que é Associação Brasilei-
ra de Ensino em Fisioterapia, que inclusive orienta e regulamenta as atividades dos profissio-
nais docentes, tudo sempre uma consonância muito grande junto ao Conselho de Fisioterapia ,
mesmo porque a presidente do Conselho de Fisioterapia da região que é o estado do Rio e
o Espírito Santo, é uma ex-aluna nossa a R.B uma que formou na turma de 1978, e isso nos dá
uma proximidade muito grande de estarmos articulando, tendo um pensamento coletivo para
a formação de profissionais que vão atender a demanda nacional e a gente passa a ver o paci-
ente pela visão tecnicista, uma atuação dicotomizada, uma atuação mais integrada, mais ple-
na, muito multidisciplinar, na questão do PSF, a gente tem essa oportunidade, a médica, a
enfermagem, os agentes de saúde, nós temos também parceria com a Fundação Municipal de
Saúde onde os alunos fazem estágio no Hospital Universitário que também tem curso de me-
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dicina, o curso de enfermagem e o curso de nutrição, então os próprios alunos se integram e
se inter-relacionam com profissionais de outras áreas mas todas da saúde e contribuindo, di-
fundindo, a sua área e conhecendo um pouco mais da área do outro.
Pesquisadora: Após essas mudanças aponte os pontos positivos e as fragilidades decorrentes
dos rumos implantados.
M.A: Em relação aos pontos positivos foi uma ampliação desse universo de conhecimento,
uma vez que a gente vive essa era da informação, que não tem mais limite, e aí por outro lado,
a dificuldade em dar conta de tanta informação, não se tem mais um profissional que en-
tenda de tudo, ele pode ter um entendimento macro, mas aquela especialização, se faz
uma determinada área, uma ou duas áreas no máximo, agora mesmo ontem, voltou do Canadá
a nossa coordenadora, ela foi no Congresso Mundial de Fisioterapia e o que ela nos relatou
foi o seguinte, que a diferença que ela vê em relação à fisioterapia do Canadá e a que nós pra-
ticamos é uma diferença financeira, os países avançados tem muita tecnologia, realidade vir-
tual para análise de marcha , mas o conhecimento que se produz tecnicamente não se dife-
rencia muito daquilo que se pratica, então a nossa fisioterapia ela está em consonância com a
fisioterapia mundial , mesmo porque se levar em consideração as orientações que são dadas o
Ministério da Saúde, que está vinculada a Organização Mundial de Saúde, a gente não pode
fazer diferente; como desvantagem se diria a falta de tempo para poder dar conta de mais coi-
sas, porque apesar de estar completando 34 anos de formada eu sinto o mesmo entusiasmo
que eu tinha de recém-formada, eu adoro trabalhar com a fisioterapia, eu adoro esses movi-
mentos, porque eu não gosto muito de rotina, e por isso essa chance de estar em diferentes
locais isso me mantém muito motivada de poder fazer mais e estar atuando de forma mais
intensa, mas uma coisa que a gente tem vantagem agora que eu considero interessante é essa
valorização de você trabalhar com as diferenças tratando diferente os diferentes, ou seja dan-
do mais para quem precisa mais, e isso é muito legal, estar participando de projetos de inclu-
são social, a gente está praticando aquilo que está na lei, a gente tem uma legislação maravi-
lhosa, uma das melhores do mundo, mas que nem tudo que está ali na prática acontece, então
acho que a gente tem uma percepção da nossa responsabilidade social maior uma coisa que a
gente não tinha, e eu considero isso como uma vantagem, mas as desvantagens são as limita-
ções que a gente tem, principalmente as limitações financeiras, que empaca muito as inten-
ções, melhoras que a gente poderia ter, mas eu acho e digo o seguinte que se eu não posso
comer filé mignon, de fome eu não vou morrer, eu como arroz com feijão, e vou estar muito
bem alimentada e é o melhor que eu posso dar .
Pesquisadora: Na sua opinião, como essas mudanças afetaram o perfil do egresso e qual o
impacto dessas circunstâncias no mercado de trabalho?
M.A: Como que essas mudanças afetaram: afetaram num sentido de um envolvimento muito
mais precoce, uma vez que fundamentada nas questões do MEC, nós entendemos que o aluno
tem que ter uma inserção precoce com a realidade o mais precoce possível, então ele não vai
ter noção do que é a pobreza, do que são dificuldades sociais quando ele está fazendo estágio,
vai vivenciar isso quando ele entra para Universidade, até porque essas atividades comple-
mentares permitem que eles tenham uma atuação em atividades comunitárias, em atividades
de ensino e pesquisa , de caráter o conhecimento que eles produzem na academia , eles podem
tornar viáveis e reais o acontecimento daquilo que ele pratica que ele idealiza, o que numa
condição de privilégio ele tem acesso por estar em uma universidade, então eu acho que isso
contribui para uma formação de indivíduos muito mais comprometidos socialmente, muito
mais envolvidos e engajados, o que certamente deverão ser melhores profissionais se não tive-
rem essa formação técnico-profissional, eles têm nesse eixo transversal da dimensão social
do homem cultural, e isso tem sido muito mais valorizado nas questões éticas, bioéticas, isso
tem sido trazido em pauta, fazendo uma interface com as disciplinas em cada bloco de uma
forma muito mais interligada multidisciplinar e muito mais do que isso, interdisciplinar, eu
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acho que o profissional é um profissional com mais competência, por outro lado, ele nunca
vai estar pronto, então ele aprende a aprender, e nós docentes funcionamos como facilitado-
res, e nós estamos sempre aprendendo também, não tem mais essa coisa do professor que se
formou , se graduou, e ele já está pronto, ele não vai estar pronto, se ele achar que está pronto
ele pode se aposentar, eu estou aposentada nove anos e nunca trabalhei e estudei tanto na
minha vida, tudo agora, não tem como parar, isso vai sendo como uma bola de neve, não tem
como parar, acho que muita coisa ainda a ser feita para ser descoberta, saúde para a gente
poder parar essas coisas, e acho muito legal ver você ex-aluna, estar envolvida, também
com essas questões, e a gente que os alunos agora estão muito mais precocemente mais
envolvidos, estão na pós –graduação, na continuidade muito mais cedo do que era no nosso
tempo.
111
ANEXO L
RELAÇÃO DE LIVROS DA BIBLIOTECA DA UCP NA CADA DE 70.
tulo Livros Volumes
Fundamentos de Clínica Médica e Cirurgia em Reabilitação
5 5
Fundamentos de Neurologia em Reabilitão 28 28
Psicologia Aplicada à Reabilitação 3 3
Fisioterapia Geral e Cinesiologia 6 6
Fundamentos de Traumato e Ortopedia em Reabilitão 2 2
Ética, História e Fundamentos de Reabilitação 5 5
Filosofia 8 8
Cultura Geral 70 86
Literatura Infantil 38 42
Música 4 4
Diciorios 24 29
Revistas Técnicas (Revista Brasileira de Medicina e Jour-
nal of Rehabilitation)
76 82
Psicologia 202 209
Testes Psicológicos 44 45
Paralisia Cerebral 90 92
Desenho Geral e Técnico 28 28
Biologia 146 146
Medicina Geral 49 65
Pediatria 55 77
Puericultura 18 18
Pedagogia Geral 30 33
Pedagogia Especial 22 22
Reabilitão Geral 105 110
Poliomielite 18 18
Neurologia 121 129
Anatomia e Fisiologia 48 48
Psiquiatria 29 30
Anais de Congresso 76 82
112
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
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Baixar livros de Biologia Geral
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Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
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Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo