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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA
CENTRO DE CIÊNCIAS DA SAÚDE
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS
ODONTOLÓGICAS
ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DO
ESMALTE HUMANO EXPOSTO OU NÃO À AÇÃO DE
AGENTE CLAREADOR APÓS ESCOVAÇÃO COM
DIFERENTES DENTIFRÍCIOS
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
Raquel Pachaly
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DO ESMALTE
HUMANO EXPOSTO OU NÃO À AÇÃO DE AGENTE
CLAREADOR APÓS ESCOVAÇÃO COM DIFERENTES
DENTIFRÍCIOS
por
Raquel Pachaly
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Ciências
Odontológicas da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), em
associação com a Universidade Federal do Rio Grande do Sul
(UFRGS), como requisito para obtenção do grau de
Mestre em Odontologia
Orientadora: Profª. Dra. Roselaine T. Pozzobon
Santa Maria, RS, Brasil
2009
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AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Santa Maria, ao Curso de Odontologia e ao
Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas da Universidade Federal
de Santa Maria, pela oportunidade de crescimento intelectual e pessoal.
À Universidade Federal do Rio Grande do Sul, pela contribuição para a
realização deste Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas.
Aos Professores do Curso de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas, por
contribuírem com meu aperfeiçoamento profissional.
Aos Professores da Disciplina de Dentística, pelos ensinamentos.
Aos Professores Dr. Jorge Abel Flores, Dr. Carlos Alberto Scobar e Dr.Vilmar
Antônio Ferrazzo, pela colaboração para a execução desta pesquisa.
Às funcionárias da Disciplina de Dentística, em especial a Neli Orlandi, pelo
apoio durante a fase experimental e os estágios em docência.
Aos funcionários Ênio e Ivan, técnicos-administrativos do setor de
manutenção, pelo apoio na manutenção dos equipamentos.
À secretária do Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas,
Jéssica Dalcin, pela dedicação dispensada.
Ao Prof. Valduíno Estefanel, pela realização da analise estatística desta
pesquisa. Muito obrigada pelas horas dedicadas à análise e pela disponibilidade de
sempre.
Ao Prof Dr. Aleir De Paris, Coordenador do Curso de Engenharia Mecânica da
UFSM, pela colaboração na realização das Microscopias Eletrônicas de Varredura.
Ao Prof. Dr. Leonardo Romano, do Curso de Engenharia Mecânica da UFSM,
pela atenção dispensada durante a confecção da máquina de escovação.
Ao engenheiro Cristiano Sheurer, pela dedicação e paciência durante a
confecção da máquina de escovação.
À farmacêutica Marta Leão, pela disposição em atender meus pedidos de
análise de pH.
Às empresas, KG Sorensen e Ultradent, pela doação de materiais para o
desenvolvimento desta pesquisa.
Ao Banco de Dentes Permanentes Humanos da UFSM, na pessoa do Prof.Dr.
Jeferson da Costa Marchiori.
À Força Aérea Brasileira, por ter me apoiado para o desenvolvimento deste
projeto.
Aos meus colegas de mestrado, por ter compartilhado comigo o saber.
Às voluntárias Natália Da Cas e Marina Amaral, pela contribuição para a
realização desta pesquisa.
Às amigas de hoje e sempre, Mirélle Bernadini, Joice Schwede, Ana Paula
Shiefelbein, Flávia Pasinato, Juliana Liotto, Manuela Zasso, Maéle Patuzzi, Mariah
Bonilha, pela amizade, companheirismo e apoio em todos os momentos. E em
especial para Lívia Zuchetto que, além da amizade, contribuiu para a execução da
fase experimental desta pesquisa.
A todas as pessoas com as quais convivi durante esse período e que
participaram de alguma forma na execução deste trabalho, com um simples sorriso
ou com alguma ajuda, sempre fundamental na resolução dos problemas.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
À minha orientadora e amiga, Profª. Drª. Roselaine Terezinha Pozzobon, pelo
exemplo de mulher, mãe e profissional, o meu profundo reconhecimento e gratidão
pelo suporte intelectual, pelos conhecimentos transmitidos e pela confiança em mim
depositada.
À família da minha orientadora, Beto, Lucas e Bruno, pelo carinho com que
vocês me receberam em sua casa.
Rose, obrigada pelo apoio constante, pela amizade e dedicação em todos os
momentos!
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aqueles que sempre estiveram ao meu lado:
A Deus, por demonstrar inúmeras vezes sua bondade e por me dar força,
coragem, saúde e proteção.
A meus pais, Rolf e Madalena, pelo amor incondicional, incentivo e apoio
constante, exemplos de amor, profissionalismo e caráter.
A meus irmãos, Rolf e Robson, pela paciência e companheirismo.
Aos meus avós, Léo e Ercília, Neli, pelo exemplo de vida, amor e persistência.
Obrigada a vocês, pessoas que mais admiro...
Amo vocês!!
RESUMO
Dissertação de Mestrado
Programa de Pós-Graduação em Ciências Odontológicas
Universidade Federal de Santa Maria
ANÁLISE DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL DO ESMALTE HUMANO
EXPOSTO OU NÃO À AÇÃO DE AGENTE CLAREADOR APÓS
ESCOVAÇÃO COM DIFERENTES DENTIFRÍCIOS
AUTORA: Raquel Pachaly
ORIENTADORA: Profª. Drª. Roselaine T. Pozzobon
Data e local da Defesa: Santa Maria, 16 de dezembro de 2009
O objetivo deste trabalho foi avaliar in vitro a rugosidade superficial média
(Ra) do esmalte humano exposto ou não à ação de agente clareador com peróxido
de carbamida (PC)10% após escovação com diferentes dentifrícios. Foram utilizados
96 espécimes de esmalte divididos em 2 grupos: GI- exposto à ação de gel
clareador e GII- não exposto à ação de gel clareador e subdivididos em 8
subgrupos de escovação: (CEW) Close-Up Extra Whitening, (CUB) Colgate Ultra
Branco, (CCP) Crest Cavity Protection e (AD) Água Deionizada. Os espécimes do
grupo GI foram submetidos ao tratamento clareador com PC10% por 6h/14 dias; os
do grupo GII ficaram armazenados em saliva artificial por 14 dias. Decorrido este
período, os grupos foram submetidos à 35.600 ciclos em máquina de escovação
mecânica que corresponde a 2 anos e meio de escovação normal, utilizando escova
Oral-B. A Ra foi medida antes e depois da escovação com um Rugosímetro Mitutoyo
SJ 201P. Os resultados foram submetidos à ANOVA e ao Teste de Tukey (5%) e
indicaram que não existe diferença significativa de Ra entre os grupos GI e GII.
Entre os subgrupos de escovação pode-se observar um aumento significativo da
rugosidade para o subgrupo CEW com diferença estatística para o subgrupo CUB.
Os subgrupos CCP e AD apresentaram valores intermediários de Ra, não diferindo
dos demais subgrupos de escovação. Esses resultados estão relacionados com os
diferentes abrasivos presentes na composição dos dentifrícios uma vez que a
abrasividade do dentifrício depende da dureza, forma, tamanho, amplitude da
distribuição e concentração das partículas.
Palavras-Chave: Dentifrícios, Clareamento Dental, Rugosidade.
ABSTRACT
Mastership Dissertation
Dental Science Post-Graduation Program
Federal University of Santa Maria
ANALYSIS OF SURFACE ROUGHNESS OF THE HUMAN ENAMEL
EXPOSED OR NOT THE ACTION OF BLEACHING AGENT AFTER
BRUSHING WITH DIFFERENT DENTIFRICES
Author: Raquel Pachaly
Supervisor: Profª. Drª. Roselaine T. Pozzobon
Date and local of Defense: Santa Maria, 16th December 2009
The aim this study was to evaluate, in vitro, the average surface roughness
(Ra) of human enamel exposed or not to the action of bleaching agent with
carbamide peroxide (CP) 10% after brushing with different dentifrices. Ninety-six (96)
specimen enamel was used and divided into two groups: GI- exposed to the action
of bleaching agent and GII- non exposed to the action of bleaching agent and
subdivided into eight subgroups of brushing: (CEW) Close-Up Extra Whitening,
(CUB) Colgate Ultra White (CPC) Crest Cavity Protection and (DW) deionized water.
The specimens from the GI group were submitted to the bleaching treatment with
PC10% for 6h during14 days; the GII group were stored in artificial saliva for 14 days.
After this period the groups were subjected to 35,600 cycles in the mechanical
toothbrushing machine equivalent to 2 years and a half of the normal brushing, using
the Oral-B toothbrush. The Ra was measured before and after brushing with Mitutoyo
SJ 201P perfilometer. The results were submitted to ANOVA and Tukey test (5%)
and indicated that there is not significant difference in Ra between GI and GII.
Among the subgroups of brushing, it might be observed a significant increase of the
roughness for the CEW subgroup with statistical difference for the CUB subgroup.
The subgroups CCP and DW presented intermediate values of Ra not differing from
the other subgroups of brushing. These results are related to different abrasives
which are present in the composition of dentifrice once the abrasiveness of the
dentifrice depend particle hardness, shape, size, size distribution and concentration.
Key words: Dentrifices, Bleaching Teeth, Roughness
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1: Demarcação e corte das coroas dentais ...................................... 44
Figura 2: Planificação dos espécimes ......................................................... 44
Figura 3: Mensuração dos espécimes ........................................................ 45
Figura 4: Polimento dos espécimes ............................................................ 45
Figura 5: Gabarito de aplicação do gel clareador ....................................... 47
Figura 6: Rugosímetro Mitutoyo Surftest SJ-201P ..................................... 47
Figura 7: Máquina de escovação mecânica ............................................... 51
Figura 8: Fixação dos espécimes na base de resina acrílica .................... 51
Figura 9: Escovação dos espécimes .......................................................... 51
Gráfico 1: Representação gráfica dos valores de Rai e Raf no Grupo I
(exposto à ação de agente clareador) para os diferentes subgrupos
de escovação .............................................................................................. 53
Gráfico 2: Representação gráfica dos valores de Rai e Raf no Grupo II
(não exposto à ação de agente clareador) para os diferentes subgrupos
de escovação .............................................................................................. 54
Figura 10: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Close-Up
Extra Whitening (CEW) ..................................................................................... 55
Figura 11: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Colgate Ultra
Branco(CUB) ...................................................................................................... 55
Figura 12: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Crest Cavity
Protection (CCP) ................................................................................................. 56
Figura 13: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
exposto à ação de agente clareador e escovado com Água Deionizada (AD) ... 56
Figura 14: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
não exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Close-Up
Extra Whitening (CEW) ..................................................................................... 57
Figura 15: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
não exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Colgate
Ultra Branco (CUB) .......................................................................................... 57
Figura 16: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
não exposto à ação de agente clareador e escovado com dentifrício Crest
Cavity Protection (CCP) .................................................................................... 58
Figura 17: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte
não exposto à ação de agente clareador e escovado com Água Deionizada
(AD) ................................................................................................................... 58
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 1: Nome comercial, composição, fabricante e lote dos
dentifrícios .................................................................................................... 42
Quadro 2 - Nome comercial, composição, fabricante e lote do agente
clareador ....................................................................................................... 43
Quadro 3: Grupos estudados ........................................................................ 46
Tabela 1: Médias gerais de Rai e Raf nos Grupos I e II ................................ 52
Tabela 2: Valores de rugosidade superficial média (Ra) para os Grupos I e
II, antes (Rai) e após (Raf) escovação com cada subgrupo ........................ 53
Tabela 3: Comparação dos valores de Rai, Raf e respectivas diferenças
de Ra entre cada subgrupo de escovação nos Grupos I e II ...................... 53
LISTA DE APÊNDICES
APÊNDICE 1
RESUMO DA METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO .................... 74
APÊNDICE 2
ANÁLISE ESTATÍSTICA DA Ra DOS ESPÉCIMES ANTES DA
ESCOVAÇÃO.............................................................................................. 76
APÊNDICE 3
VALORES INDIVIDUAIS DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL MÉDIA (Ra)
DOS ESPÉCIMES DE ESMALTE ANTES (Rai) E APÓS (Raf) A
ESCOVAÇÃO............................................................................................... 77
LISTA DE ANEXOS
ANEXO 1
CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
DA UFSM ...................................................................................................... 82
ANEXO 2
COMPOSIÇÃO DA SALIVA ARTIFICIAL .................................................... 84
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ........................................................................................ 14
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................. 17
2.1 Dentifrícios ........................................................................................ 17
2.2 Agentes clareadores ......................................................................... 23
2.3 Interação entre agentes clareadores e dentifrícios ....................... 36
3 PROPOSIÇÃO ........................................................................................ 39
4 MATERIAL E MÉTODOS ...................................................................... 40
4.1 Delineamento experimental ............................................................. 40
4.2 Planejamento experimental............................................................. 40
4.2.1 Tamanho da amostra ...................................................................... 40
4.3 Materiais estudados ......................................................................... 41
4.4 Seleção e confecção dos espécimes ............................................. 43
4.5 Divisão dos grupos do estudo ........................................................ 45
4.6 Leitura da Rugosidade Superficial ................................................. 47
5.7 Procedimento de escovação .......................................................... 49
5 RESULTADOS ...................................................................................... 52
6 DISCUSSÃO .......................................................................................... 60
7 CONCLUSÃO ........................................................................................ 64
REFERÊNCIAS ........................................................................................ 65
APÊNDICES ............................................................................................. 73
ANEXOS .................................................................................................... 81
1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, é claramente perceptível a crescente preocupação, por
parte dos pacientes, com a estética dental, pois os mesmos querem ter dentes
saudáveis e atraentes e, para isso, fazem uso de produtos cosméticos diretamente
disponíveis no comércio ou buscam tratamentos clínicos em odontologia estética,
tais como restaurações adesivas estéticas e clareamento dental. Esta é uma das
áreas da Odontologia que vem sendo mais difundida, principalmente através da
influência da mídia e do alcance que esta ocupa junto ao paciente. Sendo assim, a
procura por tratamentos clareadores dentais tem aumentado significativamente, o
que faz com que novos produtos com pretensa ação clareadora sejam
constantemente lançados no mercado, para atender ao interesse da população em
tratamentos que promovam uma melhora na aparência do sorriso de maneira mais
conservadora.
Por ser um tratamento conservador, o clareamento dental tornou-se, há muito
tempo, uma alternativa de primeira escolha nos casos de dentes com alterações de
cor. As alterações cromáticas dos dentes ocorrem através da combinação de
manchas intrínsecas e extrínsecas que entram em contato com a estrutura dental.
As manchas extrínsecas geralmente são resultados da precipitação superficial de
corantes e pigmentos da dieta (chá preto, café, vinho tinto) ou hábitos (tabagismo)
na película adquirida do esmalte (GOLDSTEIN, 1997; WATTS, ADDY, 2001;
MATHESON et al., 2004; PHILPOTTS et al., 2005; JOINER, 2006). Já as manchas
intrínsecas são determinadas a partir da camada de dentina subjacente à superfície
de esmalte que possui descoloração como resultado de fluorose, trauma, uso de
antibióticos, condições sistêmicas e envelhecimento natural dos dentes
(GOLDSTEIN, 1997; COLLINS et al., 2005; PHILPOTTS et al., 2005). A proporção
do acúmulo de manchas varia entre os indivíduos, mas é acelerada através do uso
de agentes catiônicos, como a clorexidine, ou de sais de metais polivalentes, como
estanho e ferro (ADDY, MORAN, 1995; JOINER et al., 1995; MACPHERSON et al.,
2000; WATTS, ADDY, 2001; COLLINS et al., 2005). Para a remoção dessas
manchas, pode-se optar pelo clareamento dental através do uso de agentes
15
clareadores e/ou dentifrícios clareadores, os quais possuem diferentes mecanismos
de ação.
O método mais popular de clareamento dental é a técnica caseira
supervisionada que, ao utilizar o peróxido de carbamida 10% como agente
clareador, remove tanto as manchas extrínsecas como as intrínsecas (TAM, 1999).
Este agente é muito instável e, quando em contato com os tecidos e com a saliva,
dissocia-se em peróxido de hidrogênio a 3% e uréia a 7%. A uréia degrada-se em
amônia e dióxido de carbono. Já o peróxido de hidrogênio decompõe-se facilmente
em água e oxigênio, penetrando nos poros do esmalte e da dentina, promovendo o
clareamento dental (HAYWOOD, HEYMANN, 1991; HAYWOOD et al., 1991;
FASANARO, 1992; SULIEMAN et al., 2004; ZANTNER, 2007). Entretanto, os efeitos
dos agentes clareadores nas estruturas dentais ainda são controversos, pois alguns
não evidenciam alterações significativas no esmalte e dentina (HAYWOOD et al.,
1990; HAYWOOD et al., 1991; MAIA et al., 2008; WHITE et. al., 2000; LOPES et al.,
2002; WHITE et. al., 2002; ARAUJO et al., 2003; ÇOBANKARA et al., 2004; ÜNLÜ et
al., 2004; MORAES et al., 2006; JOINER, 2007)
enquanto outros informam que os
agentes clareadores caseiros causam alterações morfológicas significativas na
estrutura dental, que vão desde alterações no conteúdo mineral a alterações na
rugosidade superficial e na microdureza da estrutura dental (BITTER, 1992;
McGUCKING et al., 1992; SHANNON et al., 1993; BEM-AMAR et al., 1995; JOSEY
et al., 1996; BITTER, 1998; SMIDT et al., 1998; TURKUN et al., 2002; PINTO et al.,
2004; ANDRADE, 2005; EFEOGLU et al., 2005; MARKOVIC et al., 2007; ZANTNER,
2007). Apesar dessas controvérsias, sabe-se que se ocorrerem alterações
morfológicas nos tecidos dentais, a rugosidade superficial da estrutura poderá
contribuir para o surgimento de manchas extrínsecas e acúmulo de placa, o que
reflete em perda mineral e inflamações nos tecidos gengivais (QUIRYNEN, BOLLEN,
1995; BOLLEN et al., 1997; GÜRGAN et al., 1997; HOSOYA et al., 2003).
Uma outra opção que tem se popularizado é o uso de dentifrícios com
suposta ação clareadora, os quais podem ser facilmente adquiridos pela população
em supermercados e drogarias. Sabe-se que esses dentifrícios clareadores, de certo
16
modo, promovem o clareamento dental, removendo e/ou controlando as manchas
extrínsecas da superfície dental através do processo de abrasão (WATTS, ADDY,
2001; PHILPOTTS et al., 2005). Os agentes abrasivos tipicamente encontrados
nesses dentifrícios clareadores são a sílica hidratada, carbonato de cálcio, dicálcio
fosfato dihidratado (DCPD), pirofosfato de cálcio, alumina, bicarbonato de sódio e
perlite (HEFFERREN, 1998; MEYERS et al., 2000; COLLINS et al., 2005; JOINER,
2006;). A abrasividade dos dentifrícios depende da dureza, forma, tamanho,
amplitude da distribuição e concentração das partículas (NEWBRUN, 1997;
CAMARGO, 2001; PICKLES, 2006). Mas essa abrasividade precisa ser moderada,
para não causar danos aos tecidos duros ou moles (NOGUÉS et al., 2008).
A partir das informações acima expostas e pela observação de situações do
cotidiano, é comum que os pacientes, ao perceberem que seus dentes apresentam
alteração de cor, procurem um atendimento profissional para realizar o clareamento
dental ou utilizem por conta própria dentifrícios clareadores, adquiridos diretamente
no mercado. Muitos desses pacientes também fazem uso dos dentifrícios
clareadores, como uma forma de manutenção do efeito obtido após o clareamento
dental, realizado em consultório. Contudo, os efeitos destes dentifrícios sobre a
rugosidade superficial do esmalte, após o uso de agentes clareadores à base de
peróxido de carbamida, não estão de todo conhecidos. Sendo assim, justifica-se a
necessidade de estudos que demonstrem a existência ou não de alterações
significativas na rugosidade superficial do esmalte clareado, após o uso desses
dentifrícios clareadores.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Para melhor compreensão do assunto, este capítulo divide-se em três partes,
nas quais serão abordados os assuntos principais do presente estudo. Sendo assim,
discorre-se sobre os efeitos dos dentifrícios, dos agentes clareadores de uso caseiro
e da interação dos agentes clareadores com os dentifrícios na estrutura do esmalte
dental.
2.1 Dentifrícios
Meyers et al. (2000) avaliaram clinicamente três dentifrícios comercialmente
disponíveis e determinaram os eventuais efeitos sobre a superfície dentária ou
gengival. Sessenta e quatro participantes foram incluídos neste estudo, os quais
foram aleatoriamente distribuídos em quatro grupos de tratamento: grupo 1 -
escovação com água; grupo 2 - escovação com Colgate (Bicarbonato de Sódio e
Peróxido); grupo 3 – escovação com Macleans (Whitening); grupo 4 – escovação
com Colgate (Sensation Whitening). Todos os participantes foram instruídos a
escovar seus dentes tanto de manhã como à noite, em sua forma habitual, utilizando
apenas os dentifrícios designados, ou água, durante quatro semanas. Todos os
participantes foram obrigados a usar o mesmo tipo de escovas de dentes. Nenhum
outro produto de higiene bucal, tais como enxaguatórios bucais ou fio dental, foi
utilizado durante o período experimental. Antes do início do período de escovação,
todos os participantes foram submetidos a um exame clínico completo dos tecidos
moles e duros, incluindo o índice de sangramento gengival (Löe e Silness). Uma
impressão de polivinil siloxane foi realizada nos seis dentes anteriores e no tecido
gengival no início do ensaio. Após quatro semanas, um segundo exame clínico
completo era realizado e impressões de silicone eram feitas nos dentes anteriores.
Todas as impressões eram vazadas em resina epóxica, para análise por microscopia
à luz e eletrônica. Para microscopia à luz, utilizou-se um microscópio à luz binocular
em aumento de 25x. Para microscopia eletrônica, utilizou-se microscópio eletrônico
de varredura (MEV) em aumento de 100x. Os participantes também foram
convidados a responder a um questionário relativo ao dentifrício utilizado. Os
18
resultados deste estudo indicaram, para microscopia à luz, que os dentes de todos
os grupos de tratamento tiveram vários arranhões e defeitos que pareciam
inalterados após quatro semanas. Mudanças não significativas foram observadas
nos tecidos gengivais para qualquer grupo. Os níveis de placa eram geralmente
mais baixos após quatro semanas, com exceção de alguns dentes do grupo da
água. Não havia nenhuma evidência de aumento da microabrasão para as
superfícies dentárias e gengivais em qualquer grupo de tratamento. Quanto ao
resultado por MEV, os autores observaram mudanças mínimas em todos os grupos,
com característica de superfície inalterada após conclusão do período de
escovação. Poucos e discretos aranhões foram verificados nos dentes de todos os
grupos; porém, não parecia haver nenhuma diferença em quantidade ou
profundidade destes arranhões. As alterações observadas com dentifrícios não
foram significativamente diferentes das mudanças vistas na utilização da água
somente. As respostas dos pacientes aos dentifrícios variaram de acordo com a
preferência e expectativas de cada um. Segundo os autores, estes resultados
indicam que nenhum dos dentifrícios testados causa prejuízos aos dentes ou tecidos
moles.
Fortuna (2000) pesquisou a abrasividade de três dentifrícios comerciais sobre
a região cervical de dentes pré-molares, provocada pela escovação mecânica.
Foram utilizados 24 pré-molares superiores e inferiores, divididos em três grupos de
oito. Os terços apicais das raízes foram seccionadas com disco diamantado, a fim de
obter corpos de prova com 15 mm de comprimento. Em seguida, utilizando escova
Oral B 30 e dentifrícios (Sorriso, Sensodyne e Colgate Branqueador), os corpos de
prova foram submetidos a 30.000 ciclos de escovação em uma máquina de
escovação Equilabor. A rugosidade foi verificada antes e após os corpos de prova
serem submetidos à escovação. Os resultados foram submetidos a Análise de
Variância e ao Teste de Tukey (5%) e indicaram que a escovação promoveu, nos
corpos de prova, maior rugosidade, com diferença estatística em relação aos corpos
de prova sem escovação, para os três dentifrícios. Os dentifrícios apresentaram
diferentes índices médios de abrasão quando associados à escovação mecânica
19
dos dentes; os dentifrícios Colgate Branqueador e Sorriso foram significativamente
mais abrasivos do que o dentifrício Sensodine (p < 0,05).
Camargo et al. (2001) estudaram a abrasividade de amostras de sílica e
carbonato de cálcio, utilizados como abrasivos nos dentifrícios através de um
método radiométrico. Os resultados da RDA (abrasão radioativa em dentina) e
índice abrasivo, obtidos para estes compostos, variaram de 136 a 19. O desvio
padrão relativo da RDA destes resultados variou de 5,9% para 11,8%, mostrando
uma boa precisão no método. Além disso, os resultados obtidos indicaram que os
índices de abrasividade aumentaram com a dimensão das partículas do material. A
comparação entre os diferentes abrasivos com tamanhos semelhantes de partículas
mostrou que a sílica apresenta valores mais elevados do que a RDA carbonato de
cálcio.
Muñoz et al. (2004), em um estudo clínico, avaliaram a eficácia de um
dentifrício fluoretado contendo fluoreto de cálcio, fosfato e bicarbonato de sódio na
superfície de esmalte, em relação a um dentifrício comercialmente disponível
contendo flúor e sílica. Foi realizado um controle, de acordo com a rugosidade
superficial e o brilho do esmalte, de 113 voluntários adultos saudáveis, que tinham
como critério de inclusão o consumo diário de bebida ácida, os quais foram
aleatoriamente divididos para receber 1 dos 2 produtos. Os voluntários eram
instruídos a escovar seus dentes, usando o dentifrício atribuído com escova macia
durante 1 minuto, duas vezes ao dia, durante 3 meses. A rugosidade superficial e o
brilho do esmalte eram avaliados no início e após 1 e 3 meses de escovação, duas
vezes ao dia. Os resultados mostraram uma melhora longitudinal na rugosidade
superficial e no brilho do esmalte, após 1 mês e 3 meses de exames. Após 3 meses
de uso, o teste do dentifrício exibiu uma melhora altamente significativa no brilho
(23,4%, P < .0001) e na rugosidade superficial (13,7%, P <.0001) do valor inicial. O
dentifrício controle não mostrou nenhuma melhora significativa em ambos os
parâmetros longitudinais. As comparações entre os grupos ajustados pelo baselaine
demonstraram uma melhora significativa (P < .0001) na rugosidade superficial e no
brilho do dente para o teste do dentifrício. A partir dos resultados, os autores
20
concluíram que o dentifrício fluoretado, contendo fluoreto de cálcio, fosfato e
bicarbonato de sódio, é eficaz na melhora da lisura e do brilho da superfície dentária
com seu uso regular.
Joiner et al. (2005) determinaram o desgaste do esmalte e da dentina por dois
dentifrícios claredores, utilizando um modelo “in situ”com escovação “ex vivo”. Para
a metodologia, foram utilizados blocos de esmalte e dentina humanos de
aproximadamente 4x4 mm, inseridos na face vestibular de próteses dentárias totais
e parciais de 25 voluntários. Os voluntários eram instruídos a remover suas
próteses duas vezes por dia para a limpeza. Durante a primeira semana, os
espécimes foram lavados duas vezes por dia, por 30 segundos, com água e
escovação, para permitir formação de película. Depois de uma semana, eles
recebiam o dentifrício teste (contendo carbonato de cálcio/perlite ou sílica) e eram
instruídos a escovar sua prótese ex vivo com o dentifrício teste e escovar ao longo
dos blocos, paralelo aos dentes, para simular a técnica “scrub”, onde a escova
contata a área cervical, atingindo simultaneamente o esmalte e a dentina. Dessa
forma, a escovação dos espécimes de esmalte e dentina foi realizada por 30s, duas
vezes ao dia, por um período de 12 semanas. Depois de 4, 8 e 12 semanas, o
desgaste dos blocos de esmalte e dentina foi determinado. O desgaste do esmalte
foi determinado pelo Teste Knoop e o da dentina usando um perfilômetro óptico. A
partir dos resultados, os autores puderam observar que não houve diferença
significativa entre os produtos, após 12 semanas de escovação.
Pickles et al. (2005) abordaram “in vitro” a eficácia na remoção de manchas,
eficácia do flúor e a abrasividade de um novo dentifrício clareador, contendo
carbonato de cálcio e perlite no esmalte e dentina. Para avaliar a eficácia na
remoção de manchas, utilizaram o método de raio de limpeza de película. Para a
eficácia do flúor, usaram os métodos de remineralização, desmineralização e
captação. O método do desgaste foi utilizado para avaliar a abrasividade no esmalte
e na dentina. Os resultados mostraram que o novo dentifrício clareador remove mais
efetivamente as manchas extrínsecas dos dentes do que os três dentifrícios
comercialmente disponíveis. Em relação à abrasividade, não houve diferenças
21
significativas entre o novo dentifrício clareador e os dentifrícios clareadores com
sílica. Observaram, ainda, que a eficácia dos dentifrícios com flúor era superior ao
grupo controle sem flúor, mas não havia diferenças significativas entre os dentifrícios
fluoretados. Sendo assim, baseado nos resultados obtidos, os autores concluíram
que o novo dentifrício clareador que contêm carbonato de cálcio e perlite é eficaz na
remoção de manchas extrínsecas, tendo uma fonte eficaz de flúor, não possuindo
grau abrasividade impróprio para o esmalte ou dentina, quando comparados com
outros dentifrícios comercialmente disponíveis.
Turssi et al. (2005) avaliou in vitro o potencial abrasivo de diferentes
dentifrícios em esmalte, previamente expostos a um refrigerante ácido. Para a
metodologia, foram utilizados 150 blocos de esmalte bovino, medindo
aproximadamente 6x3x2 mm, que foram lixados e polidos. A rugosidade superficial
foi medida para a obtenção dos valores de Ra usando um perfilômetro. As
superfícies externas dos blocos foram cobertas com fita, com exceção de uma janela
de 3x4mm. Após, os espécimes foram expostos a uma bebida ácida ou a água
destilada (controle) por 5 minutos e, em seguida, armazenados em saliva artificial
por 1 minuto. Posteriormente, os espécimes foram submetidos a escovação com
5000 ciclos, usando um dos quatro dentifrícios: regular (RE), bicarbonato de sódio
(BS), controle de tártaro (TC) ou clareador( WT) ou água destilada como controle
(CO) (n=15). Ao final de cinco repetições deste ciclo erosivo/abrasivo, a fita foi
removida e as leituras finais de rugosidade superficial foram realizadas. A
rugosidade consistiu em subtrair o valor basal, a partir das medições pós-tratamento.
Além disso, o desgaste erosivo/abrasivo do esmalte foi determinado pelo
perfilômetro. O Teste ANOVA não mostrou interação significativa entre a condição
do esmalte (erodido e sadio) e dentifrício (P> 0,05) para ambas as rugosidades.
Nenhum efeito significativo foi encontrado para a condição do esmalte e do
dentifrício pela análise do desgaste. A exposição do esmalte às bebidas ácidas
proporcionou um maior ganho de rugosidade do que a água destilada. O teste de
Tukey evidenciou que, para o TC, houve um significativo aumento na rugosidade
superficial, quando comparado com o CO e o WT, enquanto que a BS e RE
induziram um ganho intermediário na rugosidade.
22
Joiner (2006) realizou uma revisão de literatura sobre a remoção de manchas
extrínsecas e a abrasão no esmalte e na dentina por dentifrícios clareadores,
contendo carbonato de cálcio e perlite, na qual ficou evidente que esses dentifrícios
são mais eficientes na remoção de manchas extrínsecas do que aqueles dentifrícios
não clareadores, que contêm sílica em sua composição, utilizando modelos in vitro e
in vivo. Além disso, o autor também observou que o efeito clareador dos dentifrícios
com carbonato de cálcio e perlite não representou um nível clinicamente relevante
de desgaste para o esmalte ou um aumento significante de desgaste para dentina,
quando comparado com os dentifrícios não clareadores, como mostrado nos
modelos in situ com escovação ex vivo.
Joiner et al. (2008) determinou a abrasividade de três dentifrícios clareadores
e de um dentifrício com sílica e mediu a força de escovação usada. Utilizou blocos
de esmalte que foram “identados” com diamante Knoop e posteriormente
esterilizados para serem usados na fase “in situ”. Recrutaram-se 39 voluntários com
prótese total para que três blocos de esmalte fossem colocados nas dentaduras. Os
blocos eram escovados “ex vivo”, duas vezes por dia, quer com dentifrício clareador
contendo perlite (White System) quer com dentifrício clareador comercial (A e B) ou
com dentifrício com sílica. Após 4 e 12 semanas, os blocos eram removidos para
analisar o desgaste. A média de desgaste no esmalte (DP) para o White System,
sílica dentifrício, dentifrício clareador A e B, depois de quatro semanas, foi de 0,14
(0,15), 0,09 (0,16), 0,14 (0,12) e 0,89 (0,93); depois de doze semanas foi 0,24 (0,21),
0,37 (0,73), 0,36 (0,52) e 1,04 (0,98) µm respectivamente. Depois de quatro
semanas, as diferenças de desgaste no esmalte entre o dentifrício clareador B e
todos os outros dentifrícios foram estatisticamente significantes (p <0,003), mas não
depois de doze semanas. A força média da escovação ex vivo foi maior nos
voluntários masculinos do que nos femininos, mas não houve diferença
estatisticamente significante. A partir desses resultados, os autores puderam
concluir que os três dentifrícios clareadores não promovem, significativamente, maior
desgaste no esmalte do que o dentifrício contendo sílica, depois de doze semanas in
situ com escovação ex vivo.
23
2.2 Agentes clareadores
O clareamento de dentes vitais com peróxido de carbamida foi observado
inicialmente por um ortodontista, em 1960, que administrava em seus pacientes um
antisséptico que continha peróxido de carbamida 10%. Porém, a descoberta foi
pouco difundida (DAHL, PALLESEN, 2003). Foi apenas em 1989, quando Haywood
e Heymann (1989) publicaram um artigo que descrevia a técnica que ficou
conhecida como “Clareamento de dentes vitais com protetor noturno”, que esse
procedimento se popularizou. Esta técnica utilizava uma moldeira confeccionada
com resina acrílica sobre o modelo de gesso do paciente, na qual o agente
clareador, uma solução de peróxido de carbamida 10%, era depositada no interior
da moldeira e o paciente permanecia com ela na boca enquanto dormia. Este
procedimento se repetia diariamente, por aproximadamente 2 a 5 semanas.
Haywood et al. (1990) avaliaram o efeito do peróxido de carbamida a 10% na
superfície do esmalte humano. O estudo in vitro incluiu 33 pré-molares humanos
extraídos, sendo que a coroa desses dentes foi dividida ao meio e a metade mesial
serviu de controle, sendo selada, para não ter contato com o agente clareador. A
outra metade foi exposta ao gel clareador por sete horas, seguido de hora de
imersão em saliva artificial, para um total de 245 horas de exposição e 34 horas de
imersão em saliva, o que equivale a aproximadamente 5 semanas de clareamento
caseiro. Após o tratamento concluído, as amostras foram analisadas tanto na área
tratada como na de controle por microscópio eletrônico de varredura (MEV). Os
resultados mostraram que não houve diferença de cor da área coberta com a
exposta ao agente clareador em nenhum dos dentes, indicando a alta difusibilidade
do peróxido de carbamida pela dentina. Também não foi observada diferença na
textura de superfície entre a área tratada e não tratada.
Bitter (1992), através de microscopia eletrônica de varredura, avaliou o efeito
de três marcas comerciais de agentes clareadores à base de peróxido de carbamida
10% em dentes humanos. Uma fita de teflon foi utilizada para recobrir uma metade
de cada dente, deixando a outra exposta ao agente clareador. Após 30 horas de
24
imersão, foi notado o desenvolvimento de porosidades em todos os espécimes, com
ausência de uniformidade, sendo que algumas áreas demonstraram poucas
alterações superficiais e outras um grande número de poros, sugerindo a dissolução
do esmalte.
McGuckin et al. (1992) avaliaram o efeito de três técnicas clareadoras sobre
esmalte dental humano.comparado a um grupo controle. As técnicas clareadoras
utilizadas foram de consultório (Superoxol), sendo que peróxido de hidrogênio 30%
foi aplicado por 30 minutos sobre dentes extraídos e submetidos a um pré-
tratamento com ácido, por quatro aplicações, durante 30 dias, com sete dias de
intervalo; e duas técnicas caseiras, Caseiro1 (Proxigel), em que dentes extraídos
foram submetidos à ação de agentes à base de peróxido de carbamida 10%, por oito
horas e Caseiro 2 (White &Bright), por 24 horas diárias, com intervalo para aplicação
de uma solução de fluoreto de estanho a 4% por três minutos. Quando não expostos
aos agentes clareadores, os dentes eram estocados em uma solução salina, ao
passo que o controle é considerado o remanescente, não tratado. Após o tratamento
clareador, as superfícies coronárias foram examinadas com um microscópio
eletrônico de varredura (MEV) e a superfície topográfica foi medida por um
perfilômetro. Os autores concluíram que houve alteração da superfície de esmalte
com todos os agentes clareadores usados no estudo e que esta variou para cada
solução.
Ben-Amar et al. (1995) observaram o efeito do peróxido de carbamida nas
forças de adesão de resinas compostas às superfícies de esmalte clareado e as
mudanças morfológicas dessa estrutura, através de microscopia eletrônica de
varredura. As superfícies de esmalte dental humano sofreram exposição ao peróxido
de carbamida, a 10%, por 8 horas diárias, pelo intervalo de três semanas
consecutivas. Foram encontradas alterações morfológicas nas superfícies de
esmalte, ficando evidente a presença de algumas áreas com variados graus de
porosidade bem como áreas de superfície bem aplainadas. Os autores salientaram
que tais alterações não foram uniformes em toda a superfície do esmalte e também
25
constataram a diminuição na força de adesão de compósitos às superfícies de
esmalte recém-clareadas.
Zalkind et al. (1996) investigaram possíveis alterações morfológicas no
esmalte, na dentina e no cemento humano, após a aplicação de alguns materiais
clareadores empregados para clareamento dental. Para tal, empregaram-se 21 pré-
molares recém extraídos, que foram seccionados longitudinalmente no sentido
vestíbulo-lingual, em dois segmentos; uma camada do cemento de cada segmento
foi removida de modo que a dentina ficasse exposta. Os espécimes foram divididos
em sete grupos, sendo um controle e os demais tratados, por sete dias, a 37ºC, com
os seguintes materiais clareadores: 1) solução aquosa de peróxido de hidrogênio
30%; 2) solução aquosa de peróxido de carbamida 10%; 3) pasta de perborato de
sódio com água (2 gramas por mililitro) e 4) três produtos comercialmente
encontrados que foram: Nu Smile (M&M Innovations, USA), Opalescence (Ultradent
USA) e Dental Bright (Cura Pharmaceuticals, USA). Sob microscópio eletrônico de
varredura, os autores observaram que ocorrem alterações morfológicas nas
estruturas dentárias, após o tratamento com a maioria dos materiais clareadores,
sendo que o cemento foi o tecido mais afetado, recomendando-se muita cautela
durante o uso de tais produtos.
Tames et al. (1998) estudaram 16 amostras obtidas a partir de oito terceiros
molares inclusos, nos quais foram delimitadas áreas experimentais de 32mm², nas
superfícies vestibular e lingual de cada dente. Foram confeccionadas moldeiras
individuais à vácuo, com alívio interno nas áreas correspondentes às janelas de
esmalte. As amostras ficaram em contato com agente clareador dental à base de
peróxido de carbamida 10%, durante quatro semanas, totalizando 28 períodos de 12
horas contínuas, intercalados por pausas de vinte minutos, nas quais as moldeiras e
o esmalte eram lavados com jatos de água deionizada. Estas eram analisadas no
microscópio eletrônico de varredura (MEV) e, posteriormente, com a finalidade de
observar alterações de esmalte em profundidade, foram submetidas à análise de
Espectrofotometria de Dispersão de Energia (EDE), para determinação
semiquantitativa e qualitativa elemental das estruturas globulares presentes. Foram
26
observadas alterações sem aspecto uniforme na superfície do esmalte, poros de
diâmetros aumentados e embocaduras adotando forma afunilada. Realizaram-se
análises das superfícies de fraturas transversais à área experimental, verificando
grande número de estruturas globulares distribuídas por toda a superfície, sugerindo
um efeito erosivo do agente clareador.
Bitter (1998), com a intenção de avaliar o efeito de alguns agentes
clareadores sobre a superfície do esmalte dos dentes de três pacientes que se
submeteriam à extração completa, para posterior reabilitação com prótese total.
Antes do procedimento cirúrgico, os pacientes foram submetidos a sessões de
clareamento com peróxido de carbamida 10%, pela técnica caseira, por 14 dias, com
30 minutos diários de exposição. O autor observou, após as extrações, sob a luz da
microscopia eletrônica de varredura, alterações que variaram desde a remoção
parcial da camada aprismática do esmalte até a severa exposição dos prismas, com
áreas compatíveis com a desmineralização do esmalte. Essas alterações foram
evidentes até nos últimos dentes a serem extraídos, o que ocorreu depois de 90 dias
de finalizado o tratamento clareador. Segundo o autor, essas alterações no esmalte,
provocadas pelos agentes clareadores, baseados no peróxido de carbamida a 10%,
podem perdurar por longo tempo. Os pacientes devem ser informados quanto ao
potencial dos agentes clareadores alterarem o esmalte.
Leonard Jr. et al. (2001), em um estudo de clareamento vital caseiro in vivo,
avaliaram por microscopia eletrônica de varredura os efeitos que o peróxido de
carbamida 10% causou na morfologia superficial do esmalte, após duas semanas de
tratamento e em seis meses pós-tratamento. Participaram do estudo dez pacientes,
sendo que cada um utilizou uma moldeira com solução clareadora durante oito a dez
horas por 14 dias de tratamento. Foi realizada moldagem inicial dos dentes incisivos
superiores, após 14 dias de tratamento e seis meses pós-tratamento, com modelos
de resina epóxica. Os modelos de resina epóxica foram realizados e preparados
para visualização em microscopia eletrônica de varredura e fotografados com
aumento de duzentas vezes e duas mil vezes. Seis examinadores avaliaram as
alterações da morfologia superficial do esmalte, comparadas com as fotografias do
27
microscópio feitas, inicialmente, após 14 dias de tratamento e seis meses de pós-
tratamento. Esse estudo demonstrou que o regime de 14 dias de clareamento com
peróxido de carbamida 10% tem efeito mínimo na morfologia superficial do esmalte
e que esses efeitos não aumentaram com o tempo.
Turkun et al. (2002) realizaram um estudo in vivo para avaliar os efeitos dos
géis de peróxido de carbamida 10% (Colgate Platinum e Starbright) na morfologia do
esmalte, após 2 semanas de tratamento. Participaram 24 pacientes, sendo que dois
deles tiveram 2 pré-molares extraídos por indicação ortodôntica, antes do início do
tratamento clareador, os quais foram condicionados com ácido fosfórico por 60
segundos. Foram confeccionadas réplicas em resina epóxica para realizar a
microscopia eletrônica de varredura. Essas réplicas foram obtidas por moldagens
dos dentes, previamente extraídos e condicionados, assim como das arcadas dos
pacientes, antes do início do tratamento, imediatamente após as 2 semanas de
clareamento e três meses após o clareamento. Foram encontrados vários graus de
alteração na superfície do esmalte, imediatamente após o clareamento com os géis
de peróxido de carbamida 10%, e a intensidade dessas alterações dependia da
marca do agente clareador e da duração do tempo de aplicação. Entretanto, essas
alterações eram revertidas normalmente dentro de três meses. Os autores também
puderam observar que as alterações produzidas pelos agentes clareadores foram
menos severas do que aquelas oriundas do condicionamento com ácido fosfórico.
Hosoya et al. (2003) realizaram um estudo “in vitro” no qual observaram a
influência do clareamento sobre a alteração da superfície do esmalte e a aderência
de Streptococcus mutans no esmalte dentário. A parte coronal de cada um dos 70
terceiros molares extraídos foi cortada ao meio, em vestibular e lingual, para serem
utilizados para fins experimentais ou controles. Às metades experimentais foram
atribuídas às seguintes condições: (A) esmalte clareado 1, 3 ou 5 vezes utilizando
peróxido de hidrogênio 35% com ou sem condicionamento ácido; (B)
condicionamento ácido sem clareamento. Todas as amostras do grupo controle
eram mantidas intactas em solução salina fisiológica. A rugosidade superficial do
esmalte era medida por 35 pares de amostras. Em um meio de cultura contendo 3%
28
de glicose foram inoculados S. mutans e cultivados por 72 h, antes de adicionar os
outros 35 pares de amostras. Sob microscopia eletrônica de varredura, o número de
colônias de S. mutans foi contado e analisado estatisticamente. Em comparação
com os controles, o esmalte clareado exibiu aumento de colônias de S. mutans. A
repetição do clareamento exibiu maior aderência bacteriana e a contagem máxima
de colônia foi encontrada nas condições de clareamento de cinco tratamentos mais
condicionamento ácido (p </ = 0,01). Comparados aos controles, a rugosidade
aumentou após condicionamento ácido. No entanto, não foi encontrada correlação
linear entre o número de colônias de S. mutans e rugosidade. Dessa forma, os
autores concluíram que tanto a rugosidade superficial quanto a aderência de S.
mutans à superfície do esmalte aumentam após o clareamento.
Cavalli (2003) avaliou “in vitro” os efeitos produzidos pelos agentes
clareadores, contendo peróxido de carbamida. Os objetivos do estudo eram: analisar
a micromorfologia superficial do esmalte, após a utilização de peróxido de carbamida
em baixas concentrações; avaliar os efeitos de diferentes concentrações de peróxido
de carbamida na rugosidade superficial do esmalte humano e examinar as
alterações morfológicas da superfície clareada; observar a ação de géis de alta
concentração de peróxido de carbamida na rugosidade superficial e susceptibilidade
à pigmentação do esmalte humano; investigar os efeitos das concentrações 10%,
15%, 16% e 20% de peróxido de carbamida na resistência à tração do esmalte
clareado e suas características morfológicas e quantificar a resistência de união de
um compósito resinoso na superfície do esmalte tratado com diferentes
concentrações de peróxido de carbamida, 24 horas, 1, 2, 3 semanas após
clareamento. Após a realização das metodologias, a autora pode concluir que o
esmalte humano submetido ao tratamento clareador com peróxido de carbamida
apresenta alteração micromorfológica superficial e a severidade das modificações é
proporcional à concentração do gel. Quando a superfície do esmalte foi submetida a
maiores concentrações do gel clareador, houve aumento da rugosidade e maior
susceptibilidade à pigmentação. A resistência à tração do esmalte clareado foi
menor que o substrato não tratado e a resistência de união do compósito resinoso
foi significativamente diminuída na superfície desse, quando clareado com peróxido
29
de carbamida 10 e 20%. Entretanto, os valores de união foram semelhantes àqueles
do esmalte não clareado, quando o procedimento adesivo foi realizado 21 dias após
o clareamento.
Çobankara et al. (2004) avaliaram in vitro os efeitos dos agentes clareadores
caseiros com peróxido de carbamida 10% e 15% na rugosidade de superfície e
morfologia do esmalte humano. Noventa incisivos inferiores humanos foram
divididos em dois grupos (esmalte e dentina). Os espécimes do grupo dentina foram
desgastados para expor a superfície dentinária. As amostras de ambos grupos
foram aleatoriamente divididas em três grupos principais e divididas em três
subgrupos, de acordo com os tempos de aplicação do clareamento. As amostras
dos grupos esmalte e dentina foram tratadas com peróxido de carbamida 10%
(grupo 1 e 4) e peróxido de carbamida 15% (grupo 2 e 5) e água destilada (grupo 3 e
6). A rugosidade de superfície das amostras foi analisada antes do clareamento,
após quatro horas e após 28 horas de aplicação de clareamento, usando teste de
rugosidade computadorizado. A morfologia da superfície dos espécimes tratados e
do controle também foi examinada por microscopia eletrônica de varredura. Os
resultados mostraram que não houve diferença estatisticamente significante entre
rugosidade de superfície dos espécimes tratados e espécimes de controle.
Pinto et. al. (2004) avaliou a rugosidade, a microdureza e a morfologia
superficial do esmalte dental humano, quando tratado com seis agentes clareadores
(antes e depois do tratamento). As amostras de esmalte dental humano foram
obtidas de terceiros molares e aleatoriamente distribuídas em sete grupos (n = 11):
controle, Whiteness Perfect - peróxido de carbamida a 10% (PC=10%); Colgate
Platinum- PC 10%; Day White 2Z- peróxido de hidrogênio a 7,5% (PH=7,5%);
Whiteness Super-PC 37%; Opalescence Quick - PC 35% e; Whiteness HP- PH 35%.
Os agentes clareadores foram aplicados de acordo com as instruções dos
fabricantes. O grupo controle permaneceu sem tratamento e armazenado em saliva
artificial. O teste de microdureza foi realizado com o indentador Knoop e a
rugosidade superficial foi verificada através do rugosímetro. Observações
morfológicas foram realizadas através da microscopia eletrônica de varredura
30
(MEV). Os resultados foram estatisticamente analisados com ANOVA (dois fatores)
e teste de Tukey (5%) e revelaram uma redução significativa nos valores de
microdureza e um aumento significativo na rugosidade de superfície após o
clareamento. Alterações na morfologia do esmalte após o clareamento foram
observadas através do MEV. Os autores puderam concluir que os agentes
clareadores podem alterar a microdureza, rugosidade e morfologia superficial do
esmalte dental.
Esberard (2004) analisou, em microscopia eletrônica de varredura, a
morfologia do esmalte, da dentina e do cemento, após o clareamento dental. Foram
selecionados 45 dentes e seccionados ao meio, no sentido vestíbulo-lingual,
obtendo 90 espécimes, submetidos às seguintes técnicas de clareamento: Grupo I -
clareado externamente com peróxido de carbamida 10% (Opalescence); Grupo II -
clareado externamente com peróxido de hidrogênio 35% (Laser Peroxide); Grupo III
- clareado externamente com peróxido de hidrogênio 35% (Opalescence Xtra);
Grupo IV - clareado interna/externamente com peróxido de hidrogênio 35% (Lase
Peroxide); Grupo V - clareado interna/externamente com peróxido de hidrogênio
35% (Opalescence Xtra) e; Grupo VI - clareado internamente com pasta de
perborato de sódio + peróxido de hidrogênio 30%. A análise microscópica mostrou
que ocorreram alterações no esmalte, no cemento e na dentina de todos os
espécimes clareados. A porção junção amelocementária foi a parte mais afetada
pelos agentes clareadores estudados, os quais promoveram mudanças no padrão
da junção, aumentando a exposição da superfície dentinária e formando junções do
tipo “gaps” ou fenestradas, exibindo extensas áreas de cemento separado do
esmalte, sem cemento intermediário e com exposição dos túbulos dentinários. Os
grupos I, III, V e VI apresentaram resultados semelhantes após análise estatística;
porém, os grupos II e IV tiveram comportamento um pouco mais agressivo que os
outros, mas não estatisticamente significante.
Baratieri et al. (2004) comentaram que os efeitos que o clareamento provoca
sobre o esmalte, dentina e cemento são controversos, uma vez que, embora haja
alterações na morfologia e composição química do esmalte durante o clareamento,
31
estas alterações não se mostram significativas do ponto de vista clínico. Convém
destacar que a saliva exerce importante papel remineralizador no ambiente oral, o
que acaba atenuando os efeitos adversos do clareamento sobre os tecidos
dentários.
Andrade (2005) avaliou o efeito da técnica de clareamento sobre o esmalte
dental humano, em função da concentração do pH e do número de aplicações dos
agentes clareadores. Os produtos avaliados foram Excel 3 Day White 7,5% (Discus
Dental), Excel 3 Day White 9,5%(Discus Dental), Pola Day 7,5% (SDI), Pola Day
9,5% (SDI), Vivastyle 10% (Ivoclar – Vivadent) e Vivastle 16% (Ivoclar – Vivadent). O
autor concluiu que todos os agentes clareadores utilizados ocasionaram perda do
conteúdo mineral do esmalte dental humano e a concentração do gel clareador com
o mesmo valor de pH não influenciou na quantidade dos elementos químicos
perdidos. O pH dos agentes clareadores influenciou na perda mineral do esmalte
humano, sendo que os clareadores com pH ácido resultaram em maiores perdas,
quantidade semelhante quando o tratamento foi realizado por condicionamento
ácido por 15s. A perda do conteúdo mineral não foi influenciada pelas repetidas
aplicações dos agentes clareadores. As superfícies de esmalte mostraram
alterações de sua topografia original e irregularidades mais severas foram notadas
com a utilização de produtos clareadores com pH ácido. Em algumas áreas, as
modificações se assemelharam às alterações causadas pelo condicionamento ácido.
Yeh et al. (2005) avaliaram os efeitos do clareamento caseiro (peróxido de
carbamida) na morfologia de superfície do esmalte e do grau de dissolução ácida. A
superfície vestibular de 15 pré-molares humanos livres de cárie foi utilizada no
estudo. Os 15 dentes foram cortados ao meio, em direção vestíbulo-lingual e, no
total, 15 pares de espécimes foram obtidos. O grupo A era composto de cinco pares
que estudaram as mudanças na morfologia de superfície e Grupo B consistiu de 10
pares que estudaram a susceptibilidade do esmalte clareado à dissolução ácida. As
metades dos dentes eram preparadas na sequência com uma profilaxia de limpeza
sem flúor. Uma metade dos dentes não era tratada (controle) e a outra metade foi
clareada (experimental) por oito horas por dia, durante 10 dias, usando 10%
32
peróxido de carbamida. Depois do tratamento clareador, as amostras do grupo A e B
foram armazenadas por 7 dias em água destilada. As amostras do grupo A foram
examinadas por microscopia eletrônica de varredura (MEV), na qual apenas as
metades do mesmo dente eram comparadas, para afastar as variações naturais
entre os dentes. As amostras do grupo B foram condicionadas com 37% de ácido
fosfórico, antes de serem examinadas pela MEV. A gravidade do ataque ácido foi
classificada de I a V e as qualidades de cada par foram comparadas. Nos resultados
do MEV, foi demonstrado que a porosidade de superfície aumentou ligeiramente
após o clareamento e a dissolução da superfície pelo ácido fosfórico foi vista no
clareamento, em comparação com o esmalte não clareado.
Basting (2005) discutiu o emprego do peróxido de carbamida nas técnicas de
clareamento dental e seus efeitos na micromorfologia e rugosidade superficial das
estruturas dentais. O autor observou que ainda não se determinou se as alterações
subclínicas na micromorfologia e rugosidade superficial das estruturas dentais são
reversíveis microscopicamente, apesar de não serem perceptíveis clinicamente.
Moraes et al. (2006) examinaram o efeito do peróxido de carbamida a 10% e
35% na rugosidade superficial do esmalte, da porcelana feldspática e de resinas
compostas microfill e microhíbridas. Os corpos de prova dos materiais restauradores
foram confeccionados a partir de um cilindro padronizado e os espécimes de
esmalte foram obtidos da superfície vestibular e lingual de terceiros molares. As
amostras de cada substrato foram dividas em três grupos (n = 10), de acordo com o
tratamento da superfície: água destilada (controle) e peróxido de carbamida a 10% e
35%, sendo que o peróxido de carbamida a 10% era aplicado 3 horas por dia e o de
35% por 30 minutos por semana, ficando armazenados a 37º, por um período de 21
dias. O grupo controle era armazenado em água destilada por 37º. A rugosidade
(Ra) foi medida após 24 horas e depois se repetiu em 7, 14 e 21 dias. Para a análise
estatística, foi usado ANOVA e Teste de Tukey (5% de significância). A partir dos
resultados, os autores observaram que não houve alterações significativas no grupo
controle durante o período da análise, enquanto que, para os expostos ao agente
10%, somente a porcelana mostrou diferenças significativas na rugosidade
33
superficial após os 21 dias (p < 0,05). Para o grupo exposto a 35%, houve aumento
significativo na rugosidade de superfície, durante a primeira e a segunda semana
para o esmalte ( p<0,05), e depois de 21 dias para a porcelana (p<0,05) e para a
resina composta microhíbrida (p<0,05). Para as amostras da resina microfill, não
houve nenhuma alteração significativa ao longo dos 21 dias para os diferentes
tratamentos de superfície nem em relação ao tempo de exposição.
Joiner (2007) revisou a literatura disponível sobre os efeitos dos produtos e
soluções à base de peróxido, nas propriedades do esmalte e da dentina. Todos os
jornais científicos estavam listados no ISI Web of Science e Medline, sendo que os
termos da pesquisa eram peróxido e (esmalte ou dentina) final de 2006. A maioria
dos estudos indicou que os produtos e as soluções contendo peróxido não possuem
efeitos deletérios significativos sobre a morfologia superficial e química do esmalte e
da dentina, como também na microdureza superficial, microdureza subsuperficial do
esmalte e da dentina ou ultraestrutural. Além disso, estudos in vitro indicaram que
eles não têm efeitos relevantes clinicamente significativos sobre a perda de esmalte
e dentina, causada por desafios ácidos erosivos, abrasão por escovação ou
formação de lesão de cárie. Estudos contrastantes mostram efeitos sobre algumas
das propriedades acima referidas que, em geral, possuem algumas limitações nas
análises in vitro, o que não reflete com exatidão as situações in vivo ou os
produtos/soluções que têm especialmente baixo pH, nas quais o processo ácido
erosivo é provavelmente dominante, o que explica as mudanças observadas no
esmalte e na dentina.
Markovic et al. (2007) avaliaram as mudanças na microrugosidade de
superfícice do esmalte, depois do tratamento clareador com peróxido de carbamida
a 10% e 16%, através da microscopia de varredura confocal a laser. Utilizaram vinte
incisivos livres de cárie, extraídos por motivos periodontais, que foram seccionados
ao meio, para representar o grupo experimental e o controle para cada dente. Os
espécimes foram divididos em dois grupos, sendo que os grupos experimentais
eram expostos a peróxido de carbamida a 10% e 16%, durante 4 horas por 7 dias.
Para a análise da microrugosidade, foram realizadas três medidas para cada dente
34
no nível da coroa. A microrugosidade era medida em rugosidade total (Rt) e
rugosidade média (Ra) e descrita em valores. A análise estatística mostrou
alterações significativas da microrugosidade, de acordo com os valores de Rt e Ra,
para ambos os grupos expostos a peróxido de carbamida.
Basting et al. (2007) avaliou in situ a micromorfologia e rugosidade superficial
de esmalte e dentina sadios e desmineralizados, tratados com 10% de peróxido de
carbamida durante 3 semanas. Um agente clareador com 10% de peróxido de
carbamida Opalescence (OPA) foi avaliado e um agente placebo (PLA) não
contendo peróxido de carbamida foi usado como grupo de controle. Quarenta blocos
dentais (10 blocos de esmalte sadio (SE), 10 blocos de esmalte desmineralizado
(DE), 10 blocos de dentina sadia (SD) e 10 blocos de dentina desmineralizada (DD))
foram aleatoriamente fixados sobre a superfície vestibular do primeiro, do segundo
molar superior e do segundo pré-molar superior de 10 voluntários. Os blocos de
esmalte e dentina desmineralizados foram obtidos através de um modelo dinâmico,
utilizando soluções desmineralizantes e remineralizantes. Os voluntários foram
divididos em dois grupos, que receberam o placebo ou o agente clareador em
diferentes sequências e períodos, em estudo duplo cego transversal, com um
período de wash-out de 2 semanas. O grupo 1 recebia o tratamento clareador
enquanto o grupo 2 recebia o tratamento placebo. Em um segundo período, o grupo
1 recebia o tratamento placebo enquanto o grupo 2 recebia o tratamento clareador.
O tratamento clareador era realizado à noite, por aproximadamente 8 horas, durante
3 semanas. A rugosidade foi realizada sobre a superfície dos blocos, seguida da
avaliação em microscópio eletrônico de varredura (MEV). As imagens foram
avaliadas por três examinadores calibrados em duplicado, em dois períodos
diferentes, x1500 (SE e DE) e x2000, ampliação original (SD e DD). Para os
resultados, o teste de Wilcoxon revelou diferenças significativas em termos de
rugosidade para SE e DE tratados com OPA ou PLA. Não foram observadas
diferenças na rugosidade para SD ou DD tratados com OPA ou PLA. Como o valor
Kappa para o inter-examinador, de acordo com as avaliações em MEV, mostrou
reprodutibilidade "moderada" (0,41 < k < 0,60), no período 1 e "substancial" (0,61 < k
< 0,8) no período 2, esta última foi considerada para a análise estatística. O teste
35
McNemar mostou que não havia diferença significativa entre SE, DE, SD ou DD
tratados com OPA ou PLA.
Caballero et al. (2007) analisou o efeito de dois agentes clareadores caseiros
sobre a superfície de esmalte. Foram utilizados os agentes clareadores VivaStyle
(Vivadent), um peróxido de carbamida 10% e FKD (Kin) de 3,5% peróxido de
hidrogênio. Estes foram aplicados em moldeiras para dentes anteriores de 20
pacientes (10 em cada grupo). A aplicação era realizada em 2 e 3 horas por dia,
respectivamente, para 28-33 dias. Réplicas das superfícies dos dentes, antes e após
o tratamento, foram obtidas, as quais foram observadas em microscópio eletrônico
varredura. As imagens obtidas mostraram que as superfícies dos dentes
permaneceram inteiras e a estrutura superficial do esmalte permaneceu normal. Os
resultados mostram que nenhum dos produtos afeta a superfície do esmalte e não
foram observadas alterações no pós-operatório.
Carrilho et al. (2007) avaliaram o efeito do peróxido de carbamida 10% e do
peróxido de hidrogênio a 25%, ativado pela luz de uma lâmpada LED, na rugosidade
da superfície do esmalte e comparam a ação dos dois procedimentos. Obtiveram-se
trinta espécimes, após separação das coroas de quinze pré-molares, divididas no
sentido vertical do longo eixo dentário de vestibular para lingual. Fizeram-se três
grupos de acordo com o tratamento: grupo 1 (sem tratamento); grupo 2, peróxido de
carbamida 10% (Platinum®, 14 dias); grupo 3, peróxido de hidrogênio a 25% (Zoom!
Chairside System® , 60 minutos). Entre os tratamentos, os espécimes foram imersos
em saliva artificial. Antes e 24 horas após os tratamentos, os espécimes foram
analisados pelo teste de rugosidade computorizado. Os resultados foram tratados
por comparação dos valores médios e do desvio-padrão, existindo diferenças entre
os valores médios das rugosidades das amostras dos grupos sem tratamento e
tratados com peróxido de hidrogênio a 25% com luz (parâmetros Ra e Rz) e as do
grupo tratado com peróxido de carbamida a 10% (parâmetro Ra, Rz e Rpm). No
grupo 1, não se identifica um aumento dos valores médios da rugosidade. No grupo
2, os valores médios da rugosidade são, em geral, mais altos para os dentes após o
tratamento. No grupo 3, não se identifica um aumento dos valores médios da
36
rugosidade. Os autores ainda sugerem que outras medições devem ser realizadas,
com intervalo de tempo maior, avaliando a possível regressão destes valores.
Carrilho et al. (2007b) avaliaram as ações do peróxido de carbamida 10% e
do peróxido de hidrogénio a 25%, ativados pela luz de uma lâmpada LED, na
morfologia de superfície do esmalte e compararam a ação dos dois tratamentos.
Obtiveram-se trinta amostras, após separação das coroas de quinze pré-molares
divididas no sentido vertical do longo eixo dentário e de vestibular para lingual.
Fizeram-se três grupos de acordo com o tratamento: grupo controle (sem
tratamento); grupo I: peróxido de carbamida 10% (Platinum®, 14 dias); grupo II:
peróxido de hidrogênio 25% (Zoom!Chairside System®, 60 minutos como
recomendado pelo fabricante). Entre tratamentos, as amostras foram imersas em
saliva artificial. Após 24 horas do fim dos tratamentos, as amostras foram tratadas
para serem observadas em Microscópio Electrônico de Varredura. A observação em
Microscópio Electrônico de Varredura do esmalte das amostras tratadas, comparada
com a do grupo controle, revela uma superfície erodida com acentuadas fendas em
todas as amostras dos grupos II e III, decorridas 24 horas após o tratamento. Estas
são mais evidentes e com um padrão mais pronunciado no grupo III. As alterações
morfológicas da superfície do esmalte ocorrem em todas as amostras sujeitas às
duas técnicas de clareamento nas primeiras 24 horas, mas o Zoom! Chairside
System® pareceu causar alterações mais acentuadas da superfície. Os autores
salientam, ainda, que outras observações devem ser realizadas, com intervalo de
tempo maior, permitindo concluir, quanto à regressão por remineralização, das
alterações morfológicas.
2.3 Interação entre agentes clareadores e dentifrícios
Worschech et al. (2006) avaliaram in vitro a rugosidade do esmalte humano
exposto a 10% de peróxido de carbamida em diferentes tempos e submetido a
diferentes tratamentos superficiais de limpeza. O estudo consistiu de 60 espécimes
de esmalte sadio, distribuídos aleatoriamente para diferentes grupos de tratamento:
G1 – não escovado; G2 - escovado com dentifrício abrasivo com flúor; G3 -
37
escovado com um dentifrício abrasivo sem flúor e; G4 - escovado sem dentifrício.
Foram utilizados 15 espécimes de esmalte por grupo. Os espécimes de esmalte
eram obtidos sequencialmente e polidos com lixa e pastas abrasivas. Um
perfilômetro foi utilizado para obter o valor médio da Ra sobre a superfície de cada
espécime no início e nos tempos experimentais. O clareamento foi realizado sobre a
superfície de esmalte por seis horas diárias. Depois disso, cada espécime recebeu
um tratamento superficial de limpeza e foram armazenados em saliva artificial. A
Análise de Variância (ANOVA) e o Teste de Tukey (alfa = 0,05) revelaram diferenças
significativas na rugosidade, em termos de valores ao longo do tempo para esmalte
clareado e tratado com diferentes métodos de limpeza superficial. G1 e G4 não
apresentaram diferenças significativas na rugosidade ao longo do tempo. G2 e G3
mostraram um aumento significativo na rugosidade superficial. Este resultado
demonstrou, que a utilização exclusiva do peróxido de carbamida 10% não altera a
rugosidade superficial do esmalte, mas os tratamentos de limpeza que empregavam
o uso de escova com dentifrícios abrasivos resultaram em um aumento significativo
na rugosidade superficial do esmalte.
Hilgenberg (2008) avaliaram as características físico-químicas de 3
dentifrícios clareadores (G1- Close-Up Whitening, G2- Sorriso Branqueador; G3-
Sensodyne Branqueador) e sua ação sobre o esmalte bovino, aplicados
isoladamente e após 10 horas de clareamento (peróxido de carbamida à 16%).
Verificou-se o pH, a massa resultante da perda por dessecação e o teor de cinzas
dos dentifrícios. A ação destes sobre o esmalte foi testada em fragmentos de dentes
bovinos (30 corpos-de-prova) nas seguintes condições: 1 - clareamento/escovação;
2 - clareamento/flúor/escovação; 3 - escovação. A rugosidade (Ra, Rt e Ry) foi
avaliada antes e após a escovação em rugosímetro. Os resultados mostraram
diferenças nas características fisicoquímicas dos dentifrícios (Anova - p<0,05): pH:
G1 = 7,9 ± 0,1; G2 = 10,1 ± 0,1 e G3 = 9,1 ± 0,1; perda por dessecação: G1 = 45 ±
1%, G2 = 66 ± 2% e G3 = 40 ± 1%; teor de cinzas: G1 = 18 ± 1%, G2 = 37 ± 2% e
G3 = 16 ± 3%. Houve diferenças na rugosidade inicial e final (Test t - p<0,05). G1
apresentou alterações em todos os parâmetros de rugosidade quando a escovação
foi precedida de clareador. Em G2 o uso do dentifrício alterou Ra. Concluiu-se que
38
existem diferenças nas propriedades fisicoquímicas dos dentifrícios e estas
influenciam seu potencial abrasivo quando associados à escovação. O uso do flúor
após o agente clareador pode reduzir as alterações no esmalte.
3 PROPOSIÇÃO
Este trabalho tem como objetivo:
- Avaliar “in vitro”, comparativamente, a rugosidade superficial média (Ra) do
esmalte humano, exposto ou não a ação de agente clareador com peróxido de
carbamida (PC) 10%, após escovação com diferentes dentifrícios.
- Comparar o efeito dos diferentes dentifrícios na rugosidade superficial média
(Ra) do esmalte humano, exposto ou não à ação de agente clareador com peróxido
de carbamida 10%, utilizando dentifrícios de ação clareadora e convencional.
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Delineamento experimental
Este estudo realizou uma análise da ação de diferentes dentifrícios na
rugosidade superficial média (Ra) do esmalte dental humano exposto ou não à ação
de agente clareador com peróxido de carbamida 10%. Foram utilizados 96
espécimes de esmalte humano, obtidos a partir de terceiros molares hígidos,
proveninetes do Banco de Dentes Permanentes Humanos da UFSM. A variável de
resposta foi a Ra, determinada através da leitura com o uso de um rugosímetro. Ao
final do trabalho apresentamos o resumo de toda a metodologia descrita a seguir
(Apêndice 1).
4.2 Planejamento experimental
Inicialmente foi realizado um estudo piloto, com amostragem reduzida, para
melhor entendimento de como o experimento seria conduzido. O estudo teve como
objetivo determinar sua padronização e a viabilidade da metodologia a ser
empregada bem como o tamanho da amostra.
4.2.1 Tamanho da amostra
O tamanho da amostra (n) foi estabelecido pelo procedimento descrito por
Barbetta (2008). Este procedimento se baseia na diferença mínima entre médias, em
fração do desvio-padrão, que o pesquisador deseja que seja significativa e do valor
do erro tipo II (erro cometido ao aceitar a hipótese da nulidade e de ela ser falsa).
Foi utilizada como diferença mínima significativa a fração de 1,2 desvios-padrão e o
β (probabilidade de cometer o erro tipo II) de 0,20. O tamanho da amostra
encontrado foi de aproximadamente 11. O desvio-padrão encontrado na
amostragem piloto para a diferença de rugosidade foi de 0,39; utilizando 11
repetições, o teste mostrará como significativas diferenças entre médias de
rugosidade maiores que 1,2x0,39=0,47.
41
4.3 Materiais estudados
Para a realização deste experimento, foram utilizados dois dentifrícios
clareadores (Close-up Extra Whitening e Colgate Ultra Branco), um dentifrício
regular (Crest Cavity Protection) e um controle com água deionizada. Esta escolha
foi realizada a partir de consulta na literatura científica e na diferença de composição
entre os dentifrícios (Quadro 1). Em relação à técnica de clareamento, optou-se pelo
clareamento caseiro à base de peróxido de carbamida 10% (Opalescence PF), uma
vez que a literatura mostra ser essa a técnica mais utilizada (Quadro 2).
42
Nome comercial Composição Fabricante Lote
Close-up Extra
Whitening
Carbonato de cálcio
Dióxido de Silício
Sorbitol
Fosfato trissódico
Lauril Sulfato de sódio
Goma de celulosa
Sacarina sódica
Álcool benzilico
Dióxido de Titânio
Monofluorfosfato de sódio
Sabor
Perlite
Sílica
Água
Corante
Close-up 30322
Colgate Ultra Branco
Carbonato de cálcio
Água
Sorbitol
Alumina
Laurilsulfato de sódio
Sabor
Monofluorofosfato de sódio
Silicato de sódio
Goma de celulosa
Bicarbonato de sódio
Sacarina sódica Metilparabeno
Corante
Colgate BR12L
Crest Cavity Protection
Fluoreto de Sódio
Água
Sorbitol
Sílica
Lauril Sulfato de sódio
Fosfato Trissódico
Aroma
Fosfato de Sódio
Goma Xantana
Sacarina Sódica
Carbômero
Corante
Procter &Gamble 8038GE
Quadro 1: Nome comercial, composição, fabricante e lote dos dentifrícios
43
Nome comercial Composição Fabricante Lote
Opalescence PF 10% de peróxido de
carbamida, 0,5% de
Nitrato de postássio e
0,11% (1100ppm) de
íons de Flúor.
Ultradent
Products, Co
C129
Quadro 2 -
Nome comercial, composição, fabricante e lote do agente clareador
4.4 Seleção e confecção dos espécimes
Foram selecionados 48 terceiros molares humanos hígidos extraídos, dos
quais foram obtidos 96 espécimes de esmalte dental. Os dentes foram fornecidos
pelo Banco de Dentes Permanentes Humanos da Universidade Federal de Santa
Maria (Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa, nº
23081.005970/2008-18 -
ANEXO 1).
A limpeza dos dentes foi feita com cureta tipo Gracey, para a remoção
dos tecidos moles e duros, e com pasta de pedra-pomes e água, aplicada com
escova de Robinson em baixa rotação. Após a limpeza, os dentes foram submetidos
ao processo de esterilização em autoclave por 121°-135º C, por 10 minutos. Até o
início do estudo os dentes ficaram armazenados em soro fisiológico, à temperatura
de 5°C.
Para a preparação dos espécimes, as coroas dos dentes foram demarcadas,
com grafite, na superfície vestibular e/ou lingual para delimitar os locais das secções
longitudinais e transversais. As secções de 5 x 5 x 2mm foram realizadas na área
mais plana da coroa (terço médio) a fim de facilitar posteriormente a leitura da
rugosidade (Figura 1). Para o corte, utilizou-se disco diamantado dupla-face (KG
Sorensen) acionado por peça de mão em baixa rotação com irrigação de constantes
jatos de água. Em seguida, os espécimes foram planificados com lixa de granulação
600, do lado contrário à leitura da rugosidade, para que todos os espécimes
tivessem a mesma espessura (Figura 2). Optou-se por não planificar a superfície do
esmalte, a fim de não remover a camada superficial aprismática do esmalte dental
que apresenta quantidade significativa de substância fundamental amorfa, mais
resistente a desmineralização. Após a preparação, os espécimes foram
44
mensurados, utilizando-se um paquímetro digital (Figura 3). Posteriormente, foi
realizado polimento com pasta de polimento extrafina de 6-8 µm (Diamond R- FGM,
Dentscare Ltda, Joinvile - SC), aplicada em disco de feltro, para padronizar a
superfície de todos os fragmentos de esmalte (Figura 4)
Após a confecção, os espécimes foram armazenados em água deionizada até
o momento de serem ou não expostos ao agente claredor.
Figura 1: Demarcação e corte das coroas dentais
Figura 2: Planificação dos espécimes
45
Figura 3: Mensuração dos espécimes
Figura 4: Polimento dos espécimes
4.5 Divisão dos grupos do estudo
Após a confecção dos espécimes de esmalte, estes foram aleatoriamente
divididos em 2 grupos: Grupo I – exposto a ação de agente clareador com peróxido
de carbamida 10%; Grupo II - não exposto. Estes dois grupos foram subdivididos em
8 subgrupos de escovação (n = 12).
46
Subgrupos de escovação Grupo I (n=48)
Clareados
Grupo II (n=48)
Não Clareados
Close-Up Extra Whitening
(CEW)
Subgrupo 1 (n=12) Subgrupo 5 (n=12)
Colgate Ultra Branco
(CUB)
Subgrupo 2 (n=12) Subgrupo 6 (n=12)
Crest Cavity Protection
(CCP)
Subgrupo 3 (n=12) Subgrupo 7 (n=12)
Água Deionizada
(AD)
Subgrupo 4 (n=12) Subgrupo 8 (n=12)
Quadro 3: Grupos estudados
Os espécimes de esmalte dental do Grupo I (n = 48) foram expostos à ação
de um gel de peróxido de carbamida 10% (Opalescence – Ultradent-Co). Para isso,
foi confeccionado um gabarito correspondente a uma gota de gel clareador, para
que todos os espécimes recebessem a mesma quantidade do agente clareador
(Figura 5). O gel foi aplicado em uma lamínula de vidro, sobreposta ao gabarito. Os
espécimes foram posicionados sobre o gel clareador com uma pinça clínica e
armazenados em potes plásticos, cobertos com gaze umedecida em estufa a 37ºC
por 6 horas, durante 14 dias (PINTO et al., 2004; CAVALLI et al., 2005; OLIVEIRA et
al., 2005). Depois de cada aplicação do agente clareador, os espécimes foram
lavados por 10 segundos em água deionizada e armazenados em saliva artificial a
37ºC, simulando um tratamento clareador caseiro completo (ÇOBANKARA et al.,
2004; PINTO et al., 2004; CAVALLI et al., 2005, OLIVEIRA et al., 2005;).
Os espécimes de esmalte do Grupo II (n = 48) foram armazenados em potes
individuais devidamente identificados em saliva artificial a 37ºC, durante os mesmos
14 dias em que foi realizado o tratamento clareador. A saliva foi trocada diariamente
e durante a troca os espécimes foram lavados abundantemente com água
deionizada (Anexo 2 - Composição da saliva artificial).
47
Figura 5: Gabarito de aplicação do gel clareador
4.6 Leitura da Rugosidade Superficial
A rugosidade superficial é o conjunto das irregularidades microgeométricas
que resultam em uma superfície decorrente da interação com processos de
desgaste e que são formadas por numerosos sulcos e ranhuras mais ou menos
variáveis em forma, direção e profundidade (NOVASKI, 1994).
A leitura da Rugosidade Superficial dos espécimes foi determinada através do
Rugosímetro Mitutoyo Surftest SJ-201P, Takatsu-Ku, Kawasaki Kanagaua, Japão
(Figura 6). Este aparelho caracteriza-se por ser de simples operação, fácil
programação, compacto, leve e portátil e pode ser utilizado manualmente.
Figura 6: Rugosímetro Mitutoyo Surftest SJ-201P
48
O aparelho é constituído basicamente por duas partes:
1) Display: semelhante a uma calculadora, apresenta um painel frontal onde
encontram-se os comandos para programar as operações desejadas, um visor de
cristal líquido, composto por dígitos, onde podem ser visualizados os comandos e os
valores numéricos em micrometros (µm) obtidos durante as avaliações da
Rugosidade Superficial de uma determinada superfície.
2) Unidade de acionamento: é o dispositivo onde se encontra posicionada a
ponta de diamante que irá percorrer o espécime, cuja função é detectar picos e
vales, ou seja, a Rugosidade Superficial do mesmo. Para avaliar a Rugosidade
Superficial, através desse rugosímetro, pode-se selecionar diferentes parâmetros, ou
seja, Ra, Rz, Rt e Rm, sendo definidos: Ra como a média aritmética das alturas de
picos e vales encontrados dentro de uma linha central ao longo da área avaliada;
Rz como a média dos valores encontrados em cinco áreas formadas por picos e
vales; Rt como o valor de maior medida obtida de cinco alturas de picos e vales ao
longo de toda a área avaliada e; Rm como a maior das alturas de picos e vales de
uma das cinco longitudes das secções avaliadas. Entretanto, selecionou-se no
presente estudo o parâmetro Ra, por ser o mais utilizado nas metodologias de
odontologia que pretendem avaliar a Rugosidade Superficial (MENEZES et al., 2004;
PINTO et al., 2004; ÇOBANKARA et al., 2004; MORAES et al., 2006; ANTONINI et
al., 2007).
No presente estudo, os espécimes inicialmente foram fixados em uma base
com cera, para facilitar a manipulação dos mesmos durante os registros de Ra. O
rugosímetro foi ajustado para atuar com um “cut-off” (filtro de rugosidade que
minimiza a ondulação da superfície) de 0,25 µm, indicado para medições de
superfícies polidas e ou levemente abrasionadas (RIEL, 2002). O conjunto cera e
espécime foram levados até a unidade de acionamento, onde a ponta de diamante
percorria o diâmetro dos espécimes em 5 diferentes posições, para obter a média
aritmética considerada a rugosidade superficial média (Ra) (MENEZES et al., 2004).
49
Após a divisão em Grupo I e II, os espécimes ficaram armazenados em saliva
artificial por 24 horas para, então, serem submetidos à primeira leitura de Ra (Ra1).
Ao final da exposição ou não ao agente clareador, os espécimes foram
armazenados por 24 horas em saliva artificial e nova leitura de Ra (Ra2) foi feita,
obtendo assim a Ra inicial (Rai) do experimento (Apêndice 3). Após 24 horas da
leitura da Rai, iniciaram-se os procedimentos de escovação, conforme descrito em
detalhes a seguir. Ao final desta etapa, os espécimes foram novamente
armazenados por 24 horas em saliva artificial e a leitura da Ra final (Raf) foi
realizada.
4.7 Procedimento de escovação
Para a execução da escovação, foi idealizada, pela disciplina de Dentística do
Curso de Odontologia da UFSM, uma máquina de escovação projetada e
desenvolvida no Curso de Engenharia Mecânica da UFSM, baseada inicialmente no
protocolo de escovação de Azevedo et al. (2008), que tem por objetivo simular a
escovação dental em um determinado período de tempo (Figura 7). A máquina
consiste em um motor que produz movimentos de vai-e-vem em dez braços, por
meio de polias, nas quais foram fixadas as escovas dentais. Foram utilizadas
escovas dentais Oral-B Indicator Plus 40 (Gillete do Brasil Ltda, Manaus-AM), de
cerdas macias (MURRAY et al., 1986; LAMBRECHTS et al., 2006, LIMA et al.,
2008). A máquina foi regulada de forma a realizar um percurso horizontal de 3.8 cm
sobre o dente, aplicando uma carga axial de 200g, para simular a força empregada
durante os procedimentos de higiene oral (BOER et al., 1985; MURRAY et al., 1986;
AZEVEDO, 2008; LIMA et al., 2008). Foram realizados 35.600 ciclos registrados em
um contador de giros, durante 160 minutos, correspondendo a 2 anos e meio de
escovação normal. A correspondência do tempo de escovação está baseada em
Joiner et al. (2004), os quais afirmam que cada superfície do dente é escovada
durante 5s duas vezes ao dia. Entendeu-se como um ciclo o movimento completo de
vai-e-vem da escova dental (DOMENE, 1998).
50
Em cada procedimento de escovação, foram utilizadas 10 escovas dentais, as
quais foram trocadas na metade do ciclo de escovação total, a fim de evitar que o
desgaste das cerdas das escovas influenciasse no resultado. Para cada subgrupo,
foram escovados 12 espécimes de esmalte. Para a escovação, os espécimes de
esmalte foram fixados em resina acrílica, na base da máquina de escovação, de
modo que os mesmos ficassem salientes, para permitir uma melhor atuação das
cerdas da escovas (GARCIA, 2001)
(Figuras 8 e 9). A base onde os espécimes
estavam fixados na máquina era girada em 90º na metade do ciclo, para a
escovação ser realizada em dois sentidos.
A aplicação dos dentifrícios foi feita na forma de suspensão de dentifrício em
água deionizada na proporção de 1:1 (AZEVEDO et al., 2008).
.
A pasta formada pela
diluição de dentifrício em água deionizada foi injetada manualmente a cada 1
minuto.
Concluídos os testes, os espécimes foram removidos da máquina de
escovação e imediatamente lavados com jatos de água deionizada e,
posteriormente, armazenados em saliva artificial a 37ºC.
51
Figura 7: Máquina de escovação mecânica
Figura 8: Fixação dos espécimes na base de resina acrílica
Figura 9: Escovação dos espécimes
5 RESULTADOS
Os valores individuais da rugosidade superficial média (Ra) dos espécimes de
esmalte antes e após a escovação estão relacionados no Apêndice 4. Os dados
foram submetidos à Análise da Variância e ao teste de Tukey, em nível de 5% de
significância e estão representados nas Tabelas 1, 2 e 3 e Gráficos 1 e 2.
Na Tabela 1, observa-se as médias gerais de Ra dos grupos expostos à ação
de agente clareador (Grupo I) e não expostos (Grupo II). A análise da variância não
evidenciou diferenças significativas entre as médias gerais de Ra dos Grupos I e II.
Isso indica que o comportamento relativo dos subgrupos foi semelhante em ambos
os grupos.
Tabela 1: Médias gerais de Rai e Raf nos Grupos I e II.
Grupos Rai Raf Média Diferença
Grupo I
Grupo II
0,713(0,169)aA 0,769(0,321)aA 0,741(0,407)a 0,056(0,315)a
0,712(0,220)aA 0,716(0,352)aA 0,714(0,455)a 0,005(0,377)a
Média 0,713(0,381)A 0,742(0,491)A 0,727(0,439)
As médias com as mesmas letras minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal não diferem
significativamente entre si pelo teste Tukey (p<0,05). Há diferença mínima significativa pelo teste
Tukey para comparar médias de tratamentos e médias de rugosidades = 0,118 µm; para comparar
médias de rugosidades em cada tratamento ou comparar médias de tratamentos em cada rugosidade
= 0,167 µm; para comparar médias das diferenças = 0,131 µm.
Na Tabela 2 e nos Gráficos 1 e 2, observamos as médias de Rai e Raf nos
Grupos I e II para cada subgrupo de escovação. Para o dentifrício Close-up Extra
Whitening (CEW), ocorreu um aumento estatisticamente significativo de Ra tanto
para o Grupo I como para o Grupo II. Para os outros subgrupos de escovação, não
se observa alteração estatisticamente significativa da Ra.
53
Tabela 2: Valores de rugosidade superficial média (Ra) para os Grupos I e II, antes
(Rai) e após (Raf) escovação com cada subgrupo
Grupo I Grupo II
Subgrupos de
escovação
Rai (±dp) Raf (±dp)
%
Rai (±dp) Raf (±dp)
%
CEW
0,691(0,112)b 0,993(0,264)a 43,7 0,794(0,167)b 1,006(0,488)a 26,7
CUB 0,639(0,163)a 0,506(0,113)a -20,8 0,647(0,166)a 0,472(0,260)a -0,27
CCP 0,735(0,170)a 0,764(0,224)a 3,9 0,724(0,303)a 0,771(0,165)a 6,5
AD
0,789(0,201)a 0,814(0,419)a 3,2 0,684(0,217)a 0,616(0,164)a -9,9
As letras comparam na horizontal as médias inicial e final em cada nível de exposição ou não ao
agente clareador separadamente. Há diferença mínima pelo teste Tukey (p<0,05) para comparar
médias de tempos para cada dentifrício e em cada nível de clareamento = 0,199 µm.
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
CEW CUB CCP AD
Rai
Raf
Gráfico 1: Representação gráfica dos valores de Rai e Raf no Grupo I (exposto à ação de agente
clareador) para os diferentes subgrupos de escovação: CEW (Close-up Extra Whitening), CUB (
Colgate Ultra Branco), CCP (Crest Cavity Protection) e AD (Água Deionizada).
54
0
0,1
0,2
0,3
0,4
0,5
0,6
0,7
0,8
0,9
1
CEW CUB CCP AD
Rai
Raf
Gráfico 2: Representação gráfica dos valores de Rai e Raf no Grupo II (não exposto à ação de agente
claredor) para os diferentes subgrupos de escovação: CEW (Close-up Extra Whitening), CUB (
Colgate Ultra Branco), CCP (Crest Cavity Protection) e AD (Água Deionizada).
Na Tabela 3, observa-se a comparação dos valores de Rai, Raf e as
respectivas diferenças de Ra entre cada subgrupo de escovação dos Grupos I e II.
Para os Grupos I e II, dentro de cada subgrupo de escovação, não foi encontrada
diferença estatisticamente significativa de diferença de Ra (letras maiúsculas na
horizontal). Em relação à Rai, não foi encontrada diferença estatisticamente
significativa entre os subgrupos de escovação. Observou-se resultados semelhantes
tanto para Raf como para a diferença de Ra (letras minúsculas na vertical): Close-up
Extra Whitening (CEW) é estatisticamente diferente do Colgate Ultra Branco (CUB);
por sua vez, Crest Cavity Protection (CCP) e Água Deionizada (AD) não diferem
estatisticamente dos demais subgrupos de escovação, como pode ser visualizado
nas Figuras 10-17.
55
Tabela 3: Comparação dos valores de Rai, Raf e respectivas diferenças de Ra entre
cada subgrupo de escovação nos Grupos I e II.
Grupo I (Clareados) Grupo II (Não clareados)
Subgrupos
de
escovação
Rai
(±dp) Raf (±dp)
Difer. %
Rai(±dp) Raf(±dp)
Difer. %
CEW
0,691(0,112)a 0,993(0,264)a 0,303Aa 43,7 0,794(0,167)a 1,006(0,488)a 0,212Aa 26,7
CUB 0,639(0,163)a 0,506(0,113)b -0,133Ab -20,8 0,647(0,166)a 0,472(0,260)b -0,174Ab -0,27
CCP 0,735(0,170)a 0,764(0,224)ab 0,029Aab 3,9 0,724(0,303)a 0,771(0,165)ab 0,048Aab 6,5
AD
0,789(0,201)a 0,814(0,419)ab 0,025Aab 3,2 0,684(0,217)a 0,616(0,164)b -0,067Aab -9,9
As médias com as mesmas letras minúsculas na vertical e maiúsculas na horizontal não diferem
significativamente entre si pelo teste Tukey (p < 0,05). Há diferença mínima significativa pelo teste
Tukey para rugosidade inicial = 0,209 µm, para rugosidade final =0,311 µm para a variável diferença
de clareadores dentro de dentifrícios = 0,234 µm (horizontal); para dentifrícios dentro de clareadores
= 0,316 µm (vertical).
Após a análise estatística dos dados, com o objetivo de visualizar e ilustrar os
resultados, foi realizada a Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) dos
espécimes de cada subgrupo, escolhidos de forma aleatória, após a escovação.
Foram selecionadas as microscopias que mais representavam os resultados, uma
vez que este trabalho não tinha como objetivo realizar uma análise por MEV
Para a realização da MEV, os espécimes foram submetidos à fixação por
imersão em solução de glutaraldeído 2,5 em 0,1 M de cacodilato de sódio,
tamponado por 6 horas e, em seguida, submetidos à secagem química em graus
ascendentes de etanol: 50%, 5 minutos; 75%, 5 minutos; 90%, 5 minutos; e 100%
durante 3 horas. Após, os espécimes foram imersos em solução de HMDS
(hexamethyldisilazane) por 10 minutos, colocados em um filtro de papel e secos em
temperatura ambiente (PERDIGÃO, 1996; MONTES, 2005). Depois da fixação, os
espécimes foram metalizados com liga de ouro-paládio em metalizadora Desk II
Denton Vacuum (Moorestown, NJ, EUA) e observados em microscópio eletrônico de
varredura JEOL A110 (Jeol Inc Tec. – Tóquio, Japão) em magnificação de 500
vezes.
56
Grupo I (exposto à ação de agente clareador) + escovação em magnificação de
500x
(Figuras 10 a 13).
Figura 10: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Close-Up Extra Whitening (CEW).
Figura 11: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Colgate Ultra Branco(CUB).
CEW-C
CUB-C
57
Figura 12: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Crest Cavity Protection (CCP).
Figura 13: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte exposto à ação de
agente clareador e escovado com Água Deionizada (AD).
CCP - C
AD-C
58
Grupo II (não exposto à ação de agente clareador) + escovação em
magnificação de 500x
(Figuras 14 a 17)
Figura 14: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte não exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Close-Up Extra Whitening (CEW).|
Figura 15: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte não exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Colgate Ultra Branco (CUB).
CEW-NC
CUB-NC
59
Figura 16: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte não exposto à ação de
agente clareador e escovado com dentifrício Crest Cavity Protection (CCP).
Figura 17: Imagem obtida por MEV da micromorfologia superficial do esmalte não exposto à ação de
agente clareador e escovado com Água Deionizada (AD).
CCP- NC
AD-NC
6 DISCUSSÃO
No presente estudo, o efeito da escovação com diferentes dentifrícios, na
rugosidade superficial média do esmalte humano exposto ou não exposto à ação de
agente clareador com 10% de peróxido de carbamida, foi testado.
Ao submeter os valores obtidos de Ra à análise estatística, constatou-se que
o comportamento dos diferentes subgrupos de escovação foi o mesmo, tanto para o
Grupo I como para o Grupo II (Tabela 1). Dessa forma, discutir-se-á o desempenho
de cada subgrupo de escovação isoladamente (Tabelas 2 e 3).
Verificou-se que os dentifrícios, em suas diferentes formulações,
apresentaram comportamentos distintos na rugosidade superficial do esmalte. Isto
pode estar relacionado com os diferentes abrasivos presentes na composição dos
mesmos, o que encontra respaldo no estudo de Pickles (2006), o qual afirma que a
abrasividade do dentifrício depende da dureza, forma, tamanho, amplitude da
distribuição e concentração das partículas. Camargo et al. (2001) demonstraram que
quanto maior o tamanho das partículas abrasivas, maior é a abrasividade do
dentifrício. Entretanto, diferentes tipos de abrasivos com tamanho de partículas
similares apresentam distintos valores de abrasividade. De acordo com os autores,
esta diferença de abrasividade pode ser atribuída à diferença de dureza das
partículas abrasivas. Em relação à forma das partículas abrasivas Ashmore et al.
(1972) observaram que dentifrícios que continham na sua composição carbonato de
cálcio, na forma romboédrica ou ovóide, mais regular, apresentavam menor
abrasividade do que os que possuíam partículas aragoníticas, mais irregulares.
Davis e Winter (1976) mostraram que dentifrícios que continham partículas finas,
tanto de carbonato de cálcio como de sílica, apresentavam menor abrasividade do
que as partículas grosseiras.
Dois dentifrícios com suposta ação clareadora, Close-up Extra Whitening
(CEW) e Colgate Ultra Branco (CUB) e um dentifrício regular, Crest Cavity Protection
(CCP) foram avaliados. O dentifrício regular CCP possui somente sílica como
61
componente abrasivo, enquanto os outros dentifrícios apresentam diferentes
abrasivos na sua composição. O dentifrício CUB apresenta carbonato de cálcio,
alumina, bicarbonato de sódio e silicato de sódio como abrasivos e o dentifrício CEW
contêm, na sua composição, abrasivos do tipo carbonato de cálcio, perlite e sílica.
Perlite é um vidro natural de origem vulcânica, com partículas em forma de lâmina
plana e bordas agudas cortantes. Enquanto em uso, sob carga, as partículas
abrasivas são fracionadas e as bordas cortantes tornam-se arredondadas e rombas.
Desta maneira, as partículas de perlite ficam paralelas à superfície do dente,
reduzindo o potencial de arranhões na superfície, aumentando sua capacidade de
polimento. O uso da perlite como abrasivo é comum em pastas profiláticas e estes
produtos exibem excelente remoção de manchas, combinados com boas
propriedades de polimento e baixa abrasividade (LUTZ et al., 1993; LUTZ et al.,
1993b).
Na Tabela 2 observa-se que somente para o subgrupo de escovação CEW
ocorreu aumento estatisticamente significativo da Ra do esmalte. Isto pode ter
ocorrido devido à presença do abrasivo perlite na composição do dentifrício. Para
Lutz et al. (1993)
,
o aumento da rugosidade do esmalte, após polimento com pastas
profiláticas contendo perlite na composição, pode ser justificado pela performance
da particula, atra vés de processo de arredondamento por desintegração ou pela
mudança de orientação da partícula abrasiva sob carga. Kuroiwa et al. (1993)
,
mostraram que os dentifrícios abrasivos causam no esmalte abrasão leve com
microdesgastes, podendo alterar a camada superficial do esmalte, expondo os
prismas de esmalte gerando uma “nova” superfície, sendo que essa nova superfície
também pode ser observada em nosso estudo, com o aumento da rugosidade para
o CEW. Na Tabela 3, verifica-se que o dentifrício CEW com perlite não difere
estatisticamente do CCP com sílica e da AD, o que está de acordo, em parte, com
os achados de Joiner et al. (2005) e Joiner et al. (2008), os quais verificaram que,
para o nível de desgaste do esmalte, não existia diferença estatística entre
dentifrícios com perlite e com sílica, após doze semanas in situ com escovação ex
vivo, enquanto no presente estudo o tempo de escovação foi equivalente a dois
anos e meio. Também corroboram com os resultados o estudo de Lutz et al. (1993),
62
os quais observaram que não existia diferença estatística de rugosidade entre pasta
profilática com perlite e água.
Ainda conforme a Tabela 3, pode-se verificar que o subgrupo de escovação
CEW é estatisticamente diferente do CUB, o qual apresentou uma média negativa
de diferença de rugosidade. Esta diferença de resultado entre esses dentifrícios
clareadores pode estar relacionada à dinâmica de desgaste da perlite, citada
anteriormente por Lutz et al. (1993), bem como com os distintos valores de dureza
Mohs das partículas abrasivas em suas diferentes combinações. Se for levado em
consideração a dureza do esmalte (dureza Mohs 5 a 8) (LUTZ e IMFELD, 2002), e
for comparada com a composição dos diferentes dentifrícios, observa-se que o
dentifrício CUB possui, na sua composição, abrasivo do tipo alumina, considerada
uma partícula abrasiva de alto valor de dureza Mohs 9,25, além de outros abrasivos
como carbonato de cálcio, bicarbonato de sódio e silicato de sódio derivado da
sílica, com dureza Mohs variando de 2,5 a 5 (NEMBRUN, 1997), enquanto que o
dentifrício CEW possui abrasivos como carbonato de cálcio dureza Mohs 3, sílica e a
perlite com dureza Mohs 5,5 a 7( LUTZ et al,1993b), mais próximo ao esmalte.
Pode-se supor que a combinação de diferentes abrasivos na composição dos
dentifrícios, com distintos valores de dureza Mohs, pode ter contribuído para os
achados deste trabalho. De acordo com Wülkinitz (1997), a mistura de diferentes
abrasivos pode resultar em diferentes padrões de limpeza/abrasividade,
diferentemente de quando são usados individualmente. Acrescenta-se, ainda, que a
adição de abrasivos de polimento do tipo alumina, presente no CUB, com outros
abrasivos, gera aumento do poder de limpeza. Segundo Meyers et al. (2000), alguns
abrasivos são capazes de produzir uma superfície lisa altamente polida mas, ao
fazê-lo, criam uma grande quantidade de perda dentária. Assim, tanto uma
superfície polida como uma superfície rugosa pode ser indicativo de superfície
dentária desgastada, fato que pode ser observado neste estudo com esmalte
exposto à ação de dentifrícios como o CUB e o CEW, respectivamente.
Neste estudo, também verificou-se que a abrasão pode ser causada por
outros fatores não relacionados com os dentifrícios, que já foram citados por
63
Newbrun (1997), como a dureza das cerdas das escovas, a pressão aplicada e a
frequência de escovação, uma vez que o subgrupo de escovação com água
deionizada foi estatisticamente semelhante aos subgrupos de escovação com
dentifrícios.
Considerando a metodologia aplicada, os resultados desta presente
investigação indicaram que, independente do esmalte ter sido exposto ou não a um
agente clareador de uso caseiro a base de peróxido de carbamida 10%, o
desempenho observado nos diferentes subgrupos de escovação resultou em valores
de Ra distintos. Além disso, pode-se observar que o tipo, a forma, o tamanho e
dureza das partículas abrasivas são fundamentais para a escolha correta dos
dentifrícios, mas as informações presentes nas embalagens destes produtos indicam
apenas o abrasivo presente na fórmula. Esse fato reforça a necessidade de novos
estudos a respeito da composição dos mesmos, para que os profissionais possam
recomendar aos pacientes o uso racional dos dentifrícios, de acordo com as
necessidades específicas de cada um.
7 CONCLUSÃO
A partir da metodologia desenvolvida e de acordo com os resultados obtidos
nesta pesquisa, pode-se concluir que:
- Independente de o esmalte humano ser ou não exposto à ação de agente
clareador com peróxido de carbamida 10% os subgrupos de escovação avaliados
nesse estudo não apresentaram diferença estatisticamente significativa na Ra.
- Entre os subgrupos de escovação, pode-se observar um aumento
significativo da Ra para o Close-up Extra Whitening (CEW) com diferença estatística
para o Colgate Ultra Branco (CUB). Os subgrupos Crest Cavity Protection (CCP) e
água deionizada (AD) apresentaram valores intermediários de Ra, não diferindo dos
demais subgrupos de escovação com dentifrícios clareadores.
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APÊNDICES
APÊNDICE 1
RESUMO DA METODOLOGIA EMPREGADA NO ESTUDO
Figura 1 Figura 2 Figura 3 Figura 4
Figura 5 Figura 6
Figura 7 Figura 8 Figura 9 Figura 10
Figura 11 Figura 12
Legenda do resumo da metodologia empregada no estudo:
Figura 1: Dentes selecionados para o estudo.
Figura 2: Secção dos espécimes com disco diamantada dupla face.
Figura 3: Mensuração dos espécimes em paquímetro digital.
Figura 4: Polimento dos espécimes com pasta para polimento.
Figure 5: Armazenagem em saliva artificial dos Grupos I e II.
Figure 6: Primeira leitura de Ra (Ra1).
Figura 7: Aplicação do gel clareador no gabarito.
Figura 8: Posicionamentos dos espécimes do Grupo I sobre o gel clareador.
Figura 9: Armazenagem em saliva artificial dos espécimes do Grupo II.
Figura 10: Leitura do Rai após exposição ao agente clareador (Grupo I) e após
armazenagem em saliva artificial (Grupo II).
Figura 11: Procedimento de escovação.
Figura 12: Leitura da Raf após procedimento de escovação.
APÊNDICE 2
ANÁLISE ESTATÍSTICA DA Ra DOS ESPÉCIMES ANTES DA
ESCOVAÇÃO
Para verificar se o tratamento com gel clareador ou a armazenagem em saliva
artificial influenciou na Ra dos espécimes antes de serem submetidos à escovação
os valores obtidos foram submetidos à Análise de Variância e ao Teste de Tukey a
5% de significância.
De acordo com os resultados, não houve diferença significativa entre as
médias de rugosidade obtidas antes do tratamento nem entre aquelas obtidas após
o tratamento e nem à diferença entre as duas leituras. Somente ocorreu diferença
significativa entre os tempos quando cada grupo de tratamento foi avaliado
isoladamente, situação que não era objeto do estudo.
Este resultado evidencia que a amostra era homogênea em sua Ra antes de
ser realizada a escovação.
Tabela 1: Médias de rugosidade inicial e final para tratamento com gel clareador e
armazenagem em saliva artificial.
Tratamento
Inicial - Ra1 (±dp) Final - Ra2 (±dp) Diferença (±dp)
Gel clareador 0,575 (0,120)aA 0,692 (0,218)aB 0,117 (0,226)a
Saliva artificial 0,603 (0,120)aA 0,713 (0,260)aB 0,109 (0,109)a
As médias seguidas pela mesma letra minúscula na vertical e maiúscula na horizontal não diferem
significativamente pelo teste Tukey (p<0,05). diferença mínima significativa pelo teste Tukey
para comparar médias de tratamentos e médias de tempos =0,054 (vertical), para comparar médias
de tratamentos em cada tempo ou comparar médias de tempos para cada tratamento = 0,076
(horizontal) e diferença = 0,100.
APÊNDICE 3
VALORES INDIVIDUAIS DA RUGOSIDADE SUPERFICIAL MÉDIA
(Ra) DOS ESPÉCIMES DE ESMALTE ANTES (Rai) E APÓS (Raf) A
ESCOVAÇÃO
Grupo Subgrupo Ra inicial Ra final
Espécime R1 R2 R3 R4 R5 Média R1 R2 R3 R4 R5 Média
I 1 1 0,5 0,58 0,5 0,9 0,59 0,61 0,78 0,52 1,23 1,24 1,24 1,00
I 1 2 1,38 0,32 0,58 0,35 0,23 0,57 0,58 0,84 0,61 0,67 0,56 0,65
I 1 3 0,9 0,92 0,45 0,61 0,67 0,71 1,81 1,78 1,15 1,1 1,44 1,46
I 1 4 0,86 0,48 0,52 0,4 1,25 0,70 0,72 0,58 0,8 0,55 0,61 0,65
I 1 5 0,58 0,7 0,95 0,39 0,38 0,60 0,55 1,58 0,44 0,79 0,8 0,83
I 1 6 0,88 0,43 1,21 0,84 0,95 0,86 2,6 0,99 0,97 0,66 1,44 1,33
I 1 7 1,1 0,52 0,25 0,78 0,69 0,67 0,87 0,44 1,7 0,4 0,61 0,80
I 1 8 0,51 0,29 0,5 1,12 0,48 0,58 1,23 1,26 0,99 1,51 0,81 1,16
I 1 9 0,56 0,77 1,7 0,56 0,29 0,78 0,36 1,2 0,31 2,15 0,71 0,95
I 1 10 0,62 0,92 1,31 1,1 0,67 0,92 1,31 1,32 0,88 0,98 1,69 1,24
I 1 11 0,8 0,43 0,6 0,88 0,59 0,66 0,73 0,94 1,15 0,8 1,79 1,08
I 1 12 0,88 0,89 0,67 0,36 0,3 0,62 0,61 1 0,68 0,63 0,91 0,77
I 2 1 0,65 0,26 0,39 1,02 0,62 0,59 0,37 1,13 0,25 0,31 0,7 0,55
I 2 2 0,44 0,5 0,59 0,41 0,77 0,54 0,95 0,81 1,16 0,28 0,31 0,70
I 2 3 0,35 0,49 0,53 0,34 0,46 0,43 0,49 0,45 0,46 0,25 0,22 0,37
I 2 4 0,53 0,76 0,54 0,49 0,46 0,56 0,37 0,32 0,48 0,38 0,43 0,40
I 2 5 0,48 0,39 0,58 0,93 0,37 0,55 0,7 0,6 0,36 0,93 0,44 0,61
I 2 6 0,4 0,68 0,32 0,64 0,64 0,54 0,26 0,61 0,21 0,53 0,31 0,38
I 2 7 0,52 0,8 0,52 1,26 0,7 0,76 0,29 0,3 0,92 1,08 0,34 0,59
I 2 8 1,2 0,71 0,74 1,44 0,51 0,92 1,03 0,33 0,44 0,74 0,28 0,56
I 2 9 0,89 0,41 0,81 0,43 0,87 0,68 0,86 0,31 0,7 0,55 0,52 0,59
I 2 10 0,33 1,11 0,48 0,69 0,58 0,64 0,24 0,23 0,87 0,78 0,56 0,54
I 2 11 0,47 0,52 0,61 0,29 0,62 0,50 0,26 0,78 0,21 0,31 0,24 0,36
I 2 12 1,59 1,42 0,54 0,48 0,75 0,96 0,45 0,31 0,32 0,66 0,35 0,42
I 3 1 1,4 0,45 0,73 0,42 0,82 0,76 0,88 1,06 1,19 0,74 1,02 0,98
I 3 2 1,38 0,49 1,49 0,99 0,95 1,06 0,49 0,86 0,83 0,76 0,9 0,77
I 3 3 0,67 0,86 0,33 0,45 0,75 0,61 0,59 1,02 0,55 0,42 1,04 0,72
I 3 4 1,07 0,94 0,55 0,64 1,49 0,94 0,89 0,58 0,8 0,88 1,88 1,01
I 3 5 0,51 0,5 0,78 1,37 0,61 0,75 0,79 0,89 1,09 2,01 0,62 1,08
I 3 6 0,36 0,49 0,47 0,43 0,97 0,54 0,59 0,88 0,35 0,35 0,47 0,53
I 3 7 0,56 1 0,2 0,34 1,17 0,65 0,46 0,65 0,59 0,87 0,87 0,69
I 3 8 0,77 1 0,93 0,68 0,7 0,82 0,87 0,46 0,71 0,55 0,59 0,64
I 3 9 0,24 0,51 0,69 0,48 0,59 0,50 0,84 1,33 0,84 0,43 0,38 0,76
I 3 10 0,34 0,69 0,43 0,45 0,84 0,55 1,08 0,6 1,42 0,94 1,27 1,06
I 3 11 1,5 0,32 0,68 1,23 0,6 0,87 0,14 0,56 0,49 0,56 0,31 0,41
I 3 12 0,78 1,23 0,6 0,5 0,68 0,76 0,19 0,82 1 0,51 0,1 0,52
I 4 1 1,32 1,33 1,51 0,26 0,26 0,94 0,3 0,44 0,48 0,82 0,26 0,46
I 4 2 0,86 0,82 0,45 2,13 0,64 0,98 0,97 0,65 0,63 0,28 0,37 0,58
I 4 3 0,9 0,92 0,67 0,96 1,17 0,92 0,31 0,72 0,5 0,58 0,62 0,55
I 4 4 0,34 0,71 0,64 0,52 0,67 0,58 2,76 0,27 0,64 0,73 0,14 0,91
I 4 5 0,4 0,48 0,47 0,38 0,89 0,52 0,67 0,23 1,33 1,46 0,48 0,83
I 4 6 0,46 1,32 0,37 1,03 0,81 0,80 0,37 0,61 0,78 0,25 0,75 0,55
I 4 7 0,28 0,41 0,79 1,29 0,24 0,60 1,39 0,29 0,94 0,12 1,01 0,75
I 4 8 0,89 0,54 0,35 1,96 1,69 1,09 2,33 1,32 2,92 0,89 2,55 2,00
I 4 9 0,64 0,78 0,66 0,42 0,68 0,64 0,29 0,57 0,76 0,49 0,46 0,51
I 4 10 0,43 0,44 0,17 0,78 1,01 0,57 0,37 0,79 0,29 1,35 0,79 0,72
I 4 11 0,98 0,59 1,39 1,05 1,13 1,03 0,43 1,21 0,79 2,68 0,49 1,12
I 4 12 0,3 0,85 0,71 0,72 1,47 0,81 0,76 0,78 1,1 0,62 0,63 0,78
II 5 1 0,41 0,93 0,98 0,78 0,61 0,74 1,68 0,63 1,08 0,88 0,62 0,98
II 5 2 0,83 0,21 0,32 0,79 0,96 0,62 1,09 0,52 0,87 0,57 0,8 0,77
II 5 3 0,74 0,2 0,28 0,59 0,95 0,55 0,42 0,47 0,79 0,66 0,65 0,60
II 5 4 0,59 1,26 1,75 0,73 0,91 1,05 0,84 0,72 0,94 0,57 0,56 0,73
II 5 5 0,59 0,62 1,43 1 0,56 0,84 0,37 0,3 0,38 0,45 0,47 0,39
II 5 6 0,32 0,91 0,82 1,36 1,04 0,89 1,16 0,95 0,63 1,11 1,71 1,11
II 5 7 0,51 0,21 0,86 0,36 0,58 0,50 1,18 1,3 0,9 0,67 1,26 1,06
II 5 8 0,67 0,67 0,6 1,18 1,39 0,90 0,88 1,5 1,28 1,75 0,78 1,24
II 5 9 0,92 0,87 0,73 1,3 0,43 0,85 4,41 0,92 3,3 1,79 0,94 2,27
II 5 10 1,74 1,15 0,9 0,51 0,42 0,94 1,6 2,01 0,77 1,47 0,94 1,36
II 5 11 0,75 0,59 0,95 1,41 0,88 0,92 0,74 0,69 1,14 1,34 0,84 0,95
II 5 12 1,86 0,5 0,26 0,52 0,44 0,72 0,47 0,5 0,52 0,72 0,86 0,61
II 6 1 0,51 0,29 0,22 0,7 0,84 0,51 0,27 0,75 0,13 0,27 1,65 0,61
II 6 2 1,3 0,4 0,59 0,89 0,51 0,74 1,13 1,51 0,59 1,46 1,46 1,23
II 6 3 0,67 1,1 0,96 0,79 0,81 0,87 0,46 0,17 0,41 0,28 0,73 0,41
II 6 4 0,39 0,51 0,49 0,68 0,44 0,50 0,58 0,61 0,42 0,48 0,32 0,48
II 6 5 0,49 0,46 0,42 0,71 0,35 0,49 0,22 0,21 0,21 0,18 0,3 0,22
II 6 6 0,44 0,56 0,42 0,45 0,56 0,49 0,82 0,25 0,57 0,19 0,13 0,39
II 6 7 0,67 0,35 0,75 0,64 1,14 0,71 0,42 0,27 0,3 0,16 0,26 0,28
II 6 8 0,85 0,88 0,53 0,35 1,4 0,80 0,92 0,22 0,1 0,13 0,65 0,40
II 6 9 0,6 0,38 0,59 0,41 0,66 0,53 0,35 0,54 0,29 0,40 0,21 0,36
II 6 10 0,37 1,36 0,83 0,33 0,94 0,77 0,46 0,23 0,28 0,24 0,32 0,31
II 6 11 0,28 0,59 1,96 0,97 0,73 0,91 0,2 0,35 0,37 0,22 1,16 0,46
II 6 12 0,47 0,56 0,48 0,34 0,44 0,46 0,24 1,62 0,27 0,16 0,25 0,51
II 7 1 0,43 0,31 1,11 0,58 0,63 0,61 1,52 0,73 0,65 0,99 0,98 0,97
II 7 2 0,49 0,92 0,57 0,58 0,52 0,62 0,56 0,45 0,37 0,96 0,42 0,55
II 7 3 0,42 0,56 1,04 0,79 0,55 0,67 0,47 1,24 1,04 1,47 0,81 1,01
II 7 4 0,67 0,36 0,55 0,61 0,51 0,54 1,03 1,06 0,52 2,05 0,36 1,00
II 7 5 0,74 0,52 0,51 0,47 1,05 0,66 0,42 0,53 0,24 0,67 0,88 0,55
II 7 6 0,5 0,34 1,08 0,43 0,41 0,55 0,48 0,37 0,6 1,14 0,89 0,70
II 7 7 0,94 0,33 0,97 0,68 0,83 0,75 0,81 0,67 0,49 0,90 0,45 0,66
II 7 8 1,45 1,26 0,52 2,26 0,58 1,21 0,64 0,68 0,73 0,56 0,52 0,63
II 7 9 0,55 0,13 0,67 0,32 0,5 0,43 1,34 0,76 0,71 0,53 0,8 0,83
II 7 10 0,3 0,73 0,41 0,54 0,39 0,47 0,49 0,51 1,36 0,64 0,58 0,72
II 7 11 0,72 1,86 1,28 2,53 0,88 1,45 0,62 0,68 0,82 0,76 1,03 0,78
II 7 12 0,46 1,53 0,57 0,62 0,35 0,71 0,49 1,25 0,66 0,93 0,97 0,86
II 8 1 1,06 0,48 0,38 0,69 0,35 0,59 0,83 0,75 0,68 0,62 0,52 0,68
II 8 2 0,85 1,01 0,94 0,23 0,26 0,66 0,46 0,57 0,67 0,75 0,64 0,62
II 8 3 0,43 1,12 0,53 0,38 0,67 0,63 0,35 0,28 0,61 1,31 0,43 0,60
II 8 4 0,29 0,28 0,71 0,78 1,01 0,61 0,73 0,73 0,53 0,57 0,83 0,68
II 8 5 0,31 0,72 0,24 0,47 0,33 0,41 0,63 0,8 0,28 0,66 1,04 0,68
II 8 6 2,6 0,45 0,27 0,78 0,59 0,94 0,37 0,16 0,83 0,34 0,32 0,40
II 8 7 0,26 1,14 0,32 1,85 0,26 0,77 0,28 0,82 0,61 0,51 0,74 0,59
II 8 8 1,93 0,8 1,05 0,61 0,6 1,00 0,45 0,18 0,31 1,08 0,35 0,47
II 8 9 1,18 0,71 1,58 0,50 0,77 0,95 0,79 0,7 2,09 0,62 0,92 1,02
II 8 10 0,47 0,22 0,24 0,63 0,98 0,51 0,56 1,28 0,52 0,34 0,65 0,67
II 8 11 0,36 0,21 0,65 0,14 0,2 0,31 0,59 0,16 0,32 0,43 0,48 0,40
II 8 12 1,21 0,63 0,56 0,96 0,78 0,83 0,67 0,41 1,04 0,45 0,35 0,58
LEGENDA
Subgrupos Grupo I Grupo II
CEW 1 5
CUB 2 6
CCP 3 7
AD 4 8
ANEXOS
ANEXO 1
CARTA DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA DA
UFSM
83
ANEXO 2
COMPOSIÇÃO DA SALIVA ARTIFICIAL
85
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