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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Fernando Nascimento de Oliveira Junior
DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE: O
PÓS-VENDA AGREGANDO VALOR AO PRODUTO
EM UM SEGMENTO DE MERCADO
Taubaté SP
2006
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UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ
Fernando Nascimento de Oliveira Junio
r
DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE: O
PÓS-VENDA AGREGANDO VALOR AO PRODUTO
EM UM SEGMENTO DE MERCADO
Dissertação apresentada para obtenção
do Título de Mestre pelo Curso
Mestrado Profissional em Engenharia
Mecânica do Departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade
de Taubaté.
Área de Concentração: Produção
Orientador: Profº Dr Carlos Alberto
Chaves
Co-orientador: Profº Dr Álvaro
Azevedo Cardoso
Taubaté SP
2006
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FERNANDO NASCIMENTO DE OLIVEIRA JUNIOR
DESDOBRAMENTO DA FUNÇÃO QUALIDADE: O PÓS-VENDA AGREGANDO
VALOR AO PRODUTO EM UM SEGMENTO DE MERCADO
Dissertação apresentada para obtenção
do Título de Mestre pelo Curso
Mestrado Profissional em Engenharia
Mecânica do Departamento de
Engenharia Mecânica da Universidade
de Taubaté.
Área de Concentração: Produção
Orientador: Profº Dr. Carlos Alberto
Chaves
Co-orientador: Profº Dr. Álvaro
Azevedo Cardoso
Data:
Resultado: ____________________________
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Álvaro Azevedo Cardoso Universidade de Taubaté
Assinatura_________________________________________
Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves Universidade de Taubaté
Assinatura__________________________________________
Prof. Dr. Helder Gomes Costa Universidade Federal Fluminense
Assinatura__________________________________________
O48d
Oliveira Junior, Fernando Nascimento de.
Desdobramento da função qualidade: o pós-venda
agregando valor ao produto em um segmento de mercado. /
Fernando Nascimento de Oliveira Junior. – Taubaté: Unitau,
2006.
101 f. ;30 cm.
Dissertação (Mestrado) – Universidade de
Taubaté. Faculdade de Engenharia Mecânica. Curso de
Engenharia Mecânica.
Orientador: Prof. Dr. Carlos Alberto Chaves.
Co-orientador: Profº Dr. Álvaro Azevedo Cardoso
1. Serviços ao cliente. 2. Segmentação
de mercado.
3.Qualidade. I. Universidade de Taubaté. Departamento de
Engenharia Mecânica. II. Título.
CDD
(21)
658.562
Dedico este trabalho a minha esposa e a meus pais que não me deixaram
esquecer a importância das pequenas ações na construção de um projeto.
AGRADECIMENTOS
Sinceramente agradeço:
Aos professores Carlos Alberto Chaves e Álvaro Azevedo Cardoso por me conduzirem à
conclusão deste trabalho.
À UNITAU por criar a oportunidade de realização deste trabalho.
Aos professores que compartilharam sabedoria e conhecimento contribuindo na minha
formação profissional.
Aos amigos e colegas da turma 12 do Programa de Pós Graduação em Engenharia Mecânica
pelo incentivo e apoio.
“Somadas umas coisas e outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem sobra,
e conseguintemente que sai quite com a vida. E imaginará mal; porque ao chegar a este outro
lado do mistério, achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa deste capítulo
de negativas: — Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria.”
Memórias Póstumas de Brás Cubas
Machado de Assis
RESUMO
Este trabalho relata uma pesquisa exploratória em uma empresa da indústria aeronáutica. A
técnica QFD (Desdobramento da Função Qualidade) é utilizada para identificar as
necessidades dos clientes com o objetivo de levantar elementos para avaliação da política de
segmentação de mercado praticada pela empresa visando agregar valor ao produto através do
pós-venda. Os requisitos dos clientes foram identificados através de uma pesquisa de
satisfação realizada durante uma conferência técnica, essas informações foram tratadas de
forma a permitir a aplicação da técnica. A aplicação do QFD propiciou a priorização dos
requisitos logísticos dos clientes, o levantamento de elementos para análise da política de
segmentação de mercado adotada pela empresa e apontou para possíveis lacunas no Pós
Venda que podem propiciar oportunidades de negócio. Foi identificado que a característica de
qualidade “Nº de horas de treinamento do representante técnico/ano” é a característica de
maior relevância para o cliente e que se a empresa concentrar os esforços de melhoria em
32% das características de qualidade priorizadas estaria atingindo os itens que possuem cerca
de 70% da importância corrigida.
Palavras chaves: Serviços ao cliente, Segmentação de mercado, Qualidade, Satisfação do
cliente, Desdobramento da função qualidade.
ABSTRACT.
This paper presents an exploratory research performed in an aeronautical industry company at
one of its market segments. The QFD technique is used to identify the customers’ demands
and how to reveal elements for evaluation of company market segmentation policies looking
for add value to the product by means of After Sales. Customer requirements were identified
through a customer satisfaction survey performed during a technical conference, those
information were treated and considered QFD primary source. The technique utilization made
possible the customer logistics requirements prioritization, reveal elements for evaluation of
market segmentation policies and made evident After Sales gaps that can turn into business
opportunities. It was showed that of technical representative training hours/year” is the
quality characteristics more relevant to the client and if the company fixes one’s attention on
32% of the quality characteristics it will be reaching around 70% of the relevant items.
Keywords: Customer services, Market Segmentation, After Sales, Quality, Customer
Satisfaction, Quality Function Deployment.
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..............................................................................................................11
1.1 Justificativa do Tema .............................................................................................13
1.2 Objetivo ...................................................................................................................14
1.3 Limitações do trabalho...........................................................................................14
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA......................................................................................15
2.1 Estratégia Competitiva ..........................................................................................15
2.2 Gerenciamento Logístico (Revolução nos serviços).............................................17
2.3 Serviços ao cliente...................................................................................................18
2.4 Segmentação de Mercado ......................................................................................21
2.5 Qualidade ................................................................................................................23
2.5.1 Conceitos e Definições de Qualidade ............................................................26
2.5.2 Qualidade em Serviços...................................................................................29
2.5.3 Qualidade Percebida ......................................................................................31
2.5.4 Requisitos de Kano.........................................................................................33
2.6 Desdobramento da Função Qualidade (QFD) .....................................................36
2.6.1 Histórico ..........................................................................................................37
2.6.2 Definições.........................................................................................................38
2.6.3 Abordagens .....................................................................................................39
2.6.3.1 Abordagem das quatro fases (ou de Macabe)..........................................40
2.6.3.2 Abordagem do QFD estendido..................................................................41
2.6.3.3 Abordagem das quatro ênfases (ou de Akao) ..........................................42
2.6.3.4 Abordagem de Robert King.......................................................................43
2.6.3.5 Metodologia de Kaneco..............................................................................45
2.6.3.6 Metodologia de Ribeiro..............................................................................45
2.6.4 Obtendo a Voz do Cliente ..............................................................................46
2.6.5 O QFD em trabalhos recentes .......................................................................51
3 METODOLOGIA...........................................................................................................56
3.1 A empresa................................................................................................................56
3.2 A construção da Casa da Qualidade.....................................................................57
3.2.1 Identificação do cliente...................................................................................58
3.2.2 Conversão das informações primitivas em informações lingüísticas.........58
3.2.3 Reunião das informações lingüísticas similares...........................................59
3.2.4 Identificação dos itens de qualidade demandada ........................................59
3.2.5 Atribuição de importância aos itens de qualidade demandada .................59
3.2.6 Avaliação estratégica da qualidade demandada (Ei) ..................................59
3.2.7 Avaliação competitiva dos itens de qualidade demandada (Mi)................60
3.2.8 Priorização da qualidade demandada (IDi*)...............................................61
3.2.9 Desdobramento das características de qualidade (indicadores de
qualidade)........................................................................................................................61
3.2.10 Relacionamento da qualidade demandada com as características de
qualidade (DQi) ..............................................................................................................61
3.2.11 Especificações atuais para as características de qualidade ........................62
3.2.12 Importância para as características de qualidade (IQj).............................62
3.2.13 Avaliação da dificuldade de atuação sobre as características de qualidade
(Dj) ..........................................................................................................................62
3.2.14 Avaliação competitiva das características de qualidade (Bj) .....................63
3.2.15 Priorização das características de qualidade (IQj*) ...................................63
3.2.16 Identificação das correlações entre as características de qualidade..........64
4 RESULTADOS...............................................................................................................66
4.1 Identificação do cliente.......................................................................................66
4.2 Conversão das informações primitivas em informações lingüísticas.............66
4.3 Reunião das informações lingüísticas similares...............................................67
4.4 Identificação dos itens de qualidade demandada. ...........................................67
4.5 Atribuição de importância aos itens de qualidade demandada (IDi) ............69
4.6 Avaliação estratégica da qualidade demandada (Ei) ......................................71
4.7 Avaliação competitiva dos itens de qualidade demandada (Mi)....................72
4.8 Priorização da qualidade demandada (IDi*)...................................................73
4.9 Desdobramento das características de qualidade............................................75
4.10 Relacionamento da qualidade demandada com as características de
qualidade (DQi) ..............................................................................................................75
4.11 Especificações atuais para as características de qualidade ............................76
4.12 Importância para as características de qualidade (IQj).................................78
4.13 Avaliação da dificuldade de atuação sobre as características de qualidade
(Dj) ..............................................................................................................................79
4.14 Avaliação competitiva das características de qualidade (Bj) .........................80
4.15 Priorização das características de qualidade (IQj*) .......................................81
4.16 Identificação das correlações entre as características de qualidade..............84
5 CONCLUSÕES...............................................................................................................85
5.1 Conclusões...................................................................................................................85
5.2 Recomendações para trabalhos futuros ...................................................................86
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .................................................................................88
APÊNDICES...........................................................................................................................94
11
1 INTRODUÇÃO
A indústria aeronáutica caracteriza-se por ser um setor em que os
dispêndios em P&D e os esforços em aquisição tecnológica são
bastantes elevados. O uso de produtos de alta densidade tecnológica, a
manipulação de novos materiais, equipamentos e máquinas de última
geração, componentes aviônicos, engenharia de sistemas, inovações
de designs e uma força de trabalho de altíssima qualificação, sugerem
que países pobres em capital humano e em tecnologia devem enfrentar
grandes barreiras de entrada para a instalação e o desenvolvimento de
aeronáuticos nacionais. (BERNARDES, 2000 apud ALVES, 2001,
p.27).
A paixão que os brasileiros cultivam pela aviação ganhou força no final do século
XIX e início do século XX quando Santos Dumont surpreendia o mundo com suas invenções.
De Santos Dumont aos dias de hoje muitas mudanças ocorreram na indústria aeronáutica. A
incessante evolução nas ciências resultou em um produto muito diferente do projeto pelo “Pai
da Aviação”.
Segundo Oliveira (2005) a indústria aeronáutica mundial não passou a margem
das modificações produtivas e organizacionais que caracterizaram os anos 80 e 90. Alves
(2001, pg 27) verifica que esta indústria encontra-se em elevado desenvolvimento, o que
implica em atualização constante de ferramentas técnicas e gerenciais para gerar o produto
com eficácia.
Oliveira (2005) explica que a elevada concorrência deste setor, focando de
maneira agressiva a redução de custos de produção e de desenvolvimento de projetos, induziu
as indústrias de aeronaves a se configurarem cada vez mais como indústrias de integração de
sistemas e que, na atual estrutura da cadeia aeronáutica mundial, existe uma concentração de
fornecedores em torno das principais integradoras.
12
“O quadro atual apresenta um cenário onde não os projetos de aeronaves são
próximos, existe também uma semelhança nos fornecedores o que acabou causando uma
elevada concentração ao longo da cadeia produtiva” (OLIVEIRA, 2005, pg 59).
A Indústria é regulamentada por entidades governamentais. Machado et al (2003,
pg01) verifica que os órgãos reguladores do setor aeroespacial têm mecanismos que impedem
que produtos não aprovados por eles sejam utilizados pelos diversos operadores de aeronaves.
Dentre estes mecanismos pode-se destacar: os certificados de produto aprovado, emitidos
pelos próprios órgãos reguladores, e acordos bilaterais entre países para o fornecimento de
itens e aeronaves. “Qualquer que seja o fabricante de itens aeronáuticos, a qualidade exigida
será a mesma e deverá seguir modelos rigorosos de qualidade estabelecidos pelo setor e pelos
órgãos reguladores” (MACHADO et al, 2003, pg 02).
Machado et al (2003, p11) afirma que o produto da indústria aeronáutica é
diferenciado e aponta como principais característica deste mercado: a presença de produtos
quase sempre complexos, tanto em termos de projeto quanto em termos de manufatura, a
qualidade do produto está sempre relacionada com a conformidade às especificações, a
tecnologia empregada no projeto e na manufatura é de alta performance e a mão-de-obra
utilizada necessita de elevado padrão de treinamento.
Lindgren (2004, p94) verifica que os produtos da indústria aeronáutica possuem
elevado valor unitário, alto valor adicionado, são fabricados em séries relativamente pequenas
e possuem ciclo de vida relativamente longo. Ainda segundo este autor estas características
aliadas à complexidade do produto faz com que a assistência técnica pós-venda seja um fator
extremamente importante na decisão de aquisição.
Ter uma estratégia competitiva definida, gerir com propriedade os recursos
financeiros e buscar constantemente identificar oportunidades de negócio são características
13
deste ambiente competitivo e complexo, onde a qualidade dos produtos é condição mínima
para existência da empresa.
1.1 Justificativa do Tema
Alves (2001) explica que a indústria aeronáutica nacional retrocede várias
décadas, demonstrando uma capacidade de inovação através de projetos inteiramente
desenvolvidos no país e salienta que estas atividades são restritas a um pequeno grupo de
países, pois exige grandes investimentos em P&D.
A Empresa alvo deste estudo de caso é uma organização da indústria aeronáutica,
com clientes nos 05 continentes. Situada em um ambiente competitivo em recuperação, após o
fato histórico de 11 de setembro de 2001 nos EUA, compartilha a maioria de seus parceiros e
fornecedores com os poucos concorrentes que possui.
Seu produto precisa atender aos rígidos regulamentos de entidades
governamentais, possui alto valor agregado, tecnologia de vanguarda e tem forte participação
de componentes importados produzidos por gigantes da indústria mundial.
Uma grande variedade de serviços logísticos é necessária para suportar o produto
durante a sua vida útil. A Empresa concorre neste segmento com os seus parceiros e
fornecedores além de pequenas empresas especializada neste tipo de serviços. Buscar a
diferenciação nesse ambiente competitivo é essencial para a sobrevivência da empresa.
A Empresa segmentou o seu mercado em função da utilização de seus produtos. O
mercado foi divido em três grandes segmentos: o Comercial, o Coorporativo e o
Governamental.
O segmento de mercado Governamental introduziu no seu plano de ação para o
Setor de Pós-Venda o levantamento das necessidades logísticas de cada cliente para
14
implantação de um esforço de vendas direcionado, buscando aumentar sua participação da
empresa neste segmento.
O tema é relevante para o negócio da Empresa, em especial para o segmento de
mercado Governamental diante da necessidade de aumentar a participação no faturamento da
empresa.
1.2 Objetivo
O objetivo deste trabalho é verificar como o QFD, aplicado à metodologia
utilizada para avaliação do nível de satisfação do cliente em uma empresa da indústria
aeronáutica (pesquisa de satisfação do cliente), pode auxiliar na identificação do nível de
serviços da empresa, propiciando elementos para avaliação da abordagem de segmentação de
mercado adotada, agregando valor ao produto e identificando oportunidades de negócio.
1.3 Limitações do trabalho
Os resultados desta pesquisa devem ser analisados diante das seguintes limitações:
Por tratar de informações consideradas sensíveis para o negócio da empresa, o
foi possível apresentar dados referentes aos clientes e à pesquisa de satisfação realizada pela
empresa. Assim sendo aspectos como sugestões de melhorias e caracterização dos clientes
(amostra) não foram explorados.
Existe uma defasagem temporal, gerada pela utilização do banco de dados de
2001, entre a realização da pesquisa e aplicação da técnica. O mesmo trabalho realizado com
dados mais atuais pode produzir resultados diferentes.
E por fim, as análises foram realizadas, em sua maioria, pelo pesquisador. O
grupo multifuncional requerido pelo QFD foi formado apenas para o desdobramento das
qualidades demandadas em características de qualidade.
15
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1 Estratégia Competitiva
Quando duas ou mais firmas competem no mesmo mercado, a firma
que possui vantagem competitiva sobre a sua rival, consistentemente,
obtém a maior taxa de retorno ou tem o maior potencial de obter lucro.
A vantagem competitiva depende da capacidade da empresa de criar
valor para seus clientes que excedem os custos da empresa para
produzir o produto. A vantagem competitiva é a chave para a criação
de uma relação duradoura de valor (NARAYANAN, 2001, p14).
Porter (2004, p36) ensina que existem três estratégias genéricas para se obter a
vantagem competitiva:
Liderança no custo total. Onde o custo baixo em relação aos concorrentes
torna-se o tema central de toda estratégia, embora a qualidade, assistência
e outras áreas não possam ser ignoradas.
Diferenciação. Consiste em diferenciar criando algo que seja considerado
único no âmbito de toda a indústria, com o objetivo de proporcionar
isolamento contra a rivalidade competitiva criando lealdade dos
consumidores com relação à marca e, também, uma menor sensibilidade
ao preço.
Enfoque. Resume-se em enfocar um determinado grupo comprador, um
segmento da linha de produto, ou um mercado geográfico. É uma
combinação das políticas mencionadas acima dirigidas para a meta
estratégica em particular.
16
Para Christopher (1997, p03) a vantagem competitiva é encontrada na capacidade
da organização diferenciar-se de seus concorrentes aos olhos do cliente e pela capacidade de
operar a baixo custo. As companhias bem-sucedidas ou têm vantagem pela alta produtividade,
ou têm vantagem em valor, ou uma combinação das duas. A figura 1 ilustra o relacionamento
do modelo de mercado baseado nos três “Cs” (companhia, seus clientes e seus concorrentes).
Figura 1 – A vantagem competitiva e os três Cs
Fonte: Christopher, 1997, p03
“Muito tem sido escrito sobre serviços, qualidade e excelência. Não há como fugir
do fato que o cliente no mercado de hoje é mais exigente, não somente em relação à qualidade
do produto, mas também quanto aos serviços” (CHRISTOPHER, 1997. p17).
Segundo Dabdab Neto (2004, p17) os programas de qualidade total difundiram o
conceito de planejamento estratégico e a necessidade de se definir a estratégia competitiva a
ser adotada pela empresa.
Valor
Clientes
Busca benefícios a
preços aceitáveis
Concorrente Companhia
Ativos &
utilização
Ativos &
utilização
Diferenciais de custo
Valor
17
2.2 Gerenciamento Logístico (Revolução nos serviços)
O objetivo do gerenciamento logístico é ligar o mercado, a rede de
distribuição, o processo de fabricação e a atividade de aquisição, de tal
modo que os clientes sejam servidos com níveis cada vez mais altos,
ainda assim mantendo os custos baixos. Em outras palavras, alcançar
objetivo da vantagem competitiva através da redução de custos e da
melhoria dos serviços (CHRISTOPHER, 1997. p22).
Em Revolução nos Serviços Como a empresa pode revolucionar a maneira de
tratar seus clientes Albrecht (1998, p01) salienta a crescente adoção, no final dos anos 80,
de um modelo de administração de serviços como conceito básico de competição no mercado
de serviços. “A administração de serviços é um enfoque organizacional global que faz da
qualidade do serviço, tal como sentida pelo cliente, a principal força motriz do funcionamento
da empresa” (ALBRECHT, 1998, p21).
Percebe-se a explosão do serviço ao cliente.
Enquanto o mercado vai se transformando em um mercado de
commodities, no qual o cliente percebe muito pouco as diferenças
técnicas entre produtos concorrentes, aumenta a necessidade de
criação de vantagem diferencial através do valor adicionado. A
principal fonte deste valor adicionado é o serviço ao cliente
(CHRISTOPHER, 1997, p17).
Para Kotler (1998, p260) quando o produto não pode ser facilmente diferenciado,
a chave do sucesso competitivo, freqüentemente, está na ampliação de serviços que agregam
valor e na melhoria da qualidade.
Dabdab Neto (2004, p29) afirma que a oferta de serviços logísticos é uma forma
de se buscar a vantagem competitiva por diferenciação. Este autor salienta ainda a
necessidade de se conhecer as expectativas dos clientes e conclui: “a oferta de serviços
logísticos é um diferencial ainda pouco utilizado”.
Coelho (2004, p13) observa o mesmo fenômeno e constata que fatores como
tecnologia, preço e qualidade tendem a se igualar ao longo do tempo, assim, as empresas de
18
manufatura têm recorrido à agregação de serviços para criar um diferencial competitivo
sustentável.
2.3 Serviços ao cliente
Figueiredo (2002), analisando a logística do pós-venda, sugere que a satisfação
que um produto proporciona não é relacionada apenas ao produto em si, mas também ao
pacote de serviços que o acompanha e entende valor como a relação entre os benefícios
proporcionados pelo produto e o preço pago pelo cliente mais os custos de acesso ao produto
ou ao serviço associado. “Criar valor para o cliente através do pós-venda significa reduzir
estes custos” (FIGUEIREDO, 2002, p02).
Kotler (1998) explica esta relação através da figura 2 e define: “valor entregue ao
consumidor é a diferença entre o valor total esperado (benefícios esperados) e o custo total do
consumidor na obtenção do produto ou serviço” (KOTLER, 1998, p51).
Segundo Christopher (1997, p36) neste contexto o papel da logística pode ser
visto como o processo de implantação de sistemas e de coordenação do apoio para assegurar
que os objetivos do serviço ao cliente sejam atingidos. “O gerenciamento logístico pode
proporcionar uma fonte de vantagem competitiva” (CHRISTOPHER, 1997, p34).
Figura 2 – Determinantes do valor entregue ao consumidor
Fonte: Adaptado de Kotler (1998, p52)
Valor do Produto
Valor dos Serviços
Valor dos Funcionários
Valor da Imagem
Custo Monetário
Custo Tempo
Custo Energia Física
Custo Energia Psíquica
Valor Total
para o
Consumidor
Custo Total
do
Consumidor
Valor
Entregue ao
Consumidor
19
Envoltório do Produto
A figura 3 desenvolve o conceito de “envoltório de serviços”. No centro o produto
tal qual foi produzido e externamente os valores adicionados pelo serviço ao cliente e pela
logística.
Figura 3 – Utilizando os serviços para valorizar o núcleo do produto
Fonte: Christopher, 1997, p34
Hijjar (2001, p01) assegura que o papel do sistema logístico é garantir os níveis de
serviço determinado. Na opinião deste autor, o não atingimento dos níveis de serviço significa
desbalancear o planejamento de marketing; ultrapassar esses níveis de serviço pode significar
a geração de custos adicionais desnecessários para a empresa.
Nível de serviço logístico é definido por Ballou (1993, p73) como a qualidade
com que o fluxo de bens e serviços é gerenciado. Ballou (1993, p91) afirma ainda que, devido
à possibilidade de geração de custos ou de receita, o seu gerenciamento é um elemento-chave,
vital, no desenvolvimento de estratégias logísticas.
Núcleo do produto
Elementos tangíveis
Qualidade
Característica do produto
Tecnologia
Durabilidade, etc.
Elementos intangíveis
Freqüência do serviço de entrega
Confiabilidade e consistência de entrega
Ponto único de contato
Facilidade de fazer negócio
Apoio pós-venda, etc.
20
Christopher (1997, p37) sugere ainda que, idealmente, todas as estratégias e
sistemas logísticos deveriam ser planejados na seqüência mostrada na figura 4.
Figura 4 – Seqüência ideal para planejamento dos serviços logísticos
Fonte: Christopher, 1997, p37.
Entendendo que o serviço ao cliente pode gerar a almejada vantagem competitiva,
a questão, segundo Hijjar (2001, p01), é como medir a qualidade do serviço. Ainda segundo
este autor, na resposta a esta questão se verifica a necessidade de se conhecer a percepção e
expectativa daqueles que estão recebendo os serviços.
Mas que nível de serviços logísticos oferecer aos clientes para assegurar a
proclamada vantagem competitiva? Hijjar (2000, p01) salienta que ganhar competitividade
através da oferta de serviços de qualidade não significa precisar oferecer elevados níveis de
serviço indiscriminadamente para todos os clientes. Segundo este autor, empresas dos mais
diversos setores vêm percebendo que atuar de forma diferenciada, buscando atender a
diferentes necessidades dos diversos grupos de clientes, é uma das melhores políticas a ser
adotada.
Identificar as necessidades
de serviços dos clientes
Definir os objetivos do
serviço ao cliente
Projetar o sistema
logístico
21
2.4 Segmentação de Mercado
“Segmentação de Mercado: é o processo de identificação de grupos de
consumidores com suficientes características em comum, de modo a tornar possível o projeto
e a oferta de um produto ou serviço que atenda às necessidades específicas de cada grupo”
(GIANESI e CORREA, 1996, p108).
De acordo com Christopher (1997, p38) é importante ter em mente que dois
clientes jamais serão exatamente iguais, entretanto, acontecerá que vários clientes formem
grupos ou “segmentos” caracterizados por uma larga similaridade de necessidades de
serviços.
Segundo Tomari (2003, p27), o conceito Segmentação de Mercado foi
introduzido, na chamada corrente inicial, por Wendel Smith em 1956. Esta corrente foi
seguida pela corrente quantitativa (aborda análises quantitativas de segmentação) e
modernamente pela corrente psicográfica, que estuda o estilo de vida dos indivíduos para
formar os segmentos.
Hijjar (2000, p01) afirma que a segmentação de mercado trata da subdivisão dos
clientes (e potenciais clientes) em grupos distintos, aqueles que pertencerem a um mesmo
grupo deverão apresentar características similares, de forma que seja provável que apresentem
um comportamento de compra similar.
Hijjar (2000, p02) sustenta ainda que existem duas formas de segmentação que
diferem em essência: a segmentação a priori e a segmentação a posteriori. Na primeira delas
(segmentação a priori) os segmentos são formados a partir de características facilmente
identificáveis como a localização dos clientes, o faturamento de cada um ou o volume de
compras realizadas, entretanto, cabe ressaltar que não necessariamente os segmentos
formados apresentarão diferentes exigências de serviço. Na segunda (segmentação a
posteriori) é caracterizada pela formação de segmentos de clientes que indicaram as suas
22
expectativas relacionadas aos serviços a serem prestados por seus fornecedores. Neste caso,
na segmentação a posteriori, é necessário identificar os requisitos do cliente para depois
avaliar a necessidade de agrupá-los em grupos.
Quental et al (2002, p03) afirmam que a segmentação a posteriori, chamada de
segmentação por benefícios, é a mais nobre e a menos entendida das análises, pois trabalha
com as necessidades servidas pelo produto/serviço para diferenciar os grupos de clientes; o
que difere os segmentos é a importância relativa atribuída a cada elemento no conjunto de
possíveis benefícios.
Massoni (2002, p49) argumenta que a Segmentação condições de identificar
oportunidades de mercado e de ajustar os seus compostos de marketing a cada segmento,
concentrando esforços para melhor atender à demanda.
Para Nakagawa (2003, p69), a segmentação busca agrupar um número
suficientemente grande de pessoas por segmento que, para efeitos de compra, tenham
comportamentos razoavelmente homogêneos.
Ballou (1993, p81) recomenda que primeiro se identifique os elementos-chave
que determinam o serviço e as necessidades dos clientes visando à correta administração do
nível de serviço a ser oferecido e alerta: “apesar de o serviço poder ser ajustado para clientes
ou grupos individuais é importante manter a generalidade tanto quanto possível”
(BALLOU, 1993, p85).
A Abordagem de segmentação sugerida por Christopher (1997, p38) abrange 3
estágios:
1. Identificar os componentes chave do serviço ao cliente, tais como são
vistos pelos próprios clientes.
2. Estabelecer a importância relativa que os clientes atribuem àqueles
componentes do serviço.
23
3. Identificar grupos de clientes, conforme a similaridade das preferências de
serviços.
Torna-se necessário definir a técnica a ser empregada visando sistematicamente
identificar e priorizar os requisitos do cliente para então identificar os segmentos.
2.5 Qualidade
Um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende
perfeitamente (projeto sem defeito), de forma confiável (sem
defeitos), de forma acessível (baixo custo), de forma segura
(segurança do cliente) e no tempo certo (entregar no prazo certo, no
local certo e na quantidade certa) às necessidades do cliente
(CAMPOS, 1999, p02).
Segundo Garvin (1992, p03) conhecemos a qualidade como conceito a milênios,
mas recentemente é que ela surgiu como função de gerência formal. Marcineiro (2001),
buscando melhor compreender esta filosofia gerencial, faz um histórico da evolução da
ciência da administração para então discorrer sobre a evolução da qualidade. No relato de
Chiavenato (1993) o atual pensamento administrativo é fruto de uma evolução que pode ser
resumida na forma mostrada abaixo:
Ênfase nas tarefas,
Ênfase na estrutura,
Ênfase nas pessoas,
Ênfase no ambiente e
Ênfase na tecnologia.
“Cada uma destas variáveis provocou, a seu tempo, uma diferente teoria
administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da Teoria Geral da
Administração” (CHIAVENATO, 1993, p11).
Sobre esta evolução nas abordagens da qualidade, Garvin (1992, p03) argumenta
que quase todas as mudanças foram surgindo aos poucos, através de uma evolução regular, e
24
não de inovações marcantes. Nos Estados Unidos, essas descobertas podem ser organizadas
em quatro “eras da qualidade” distintas:
Inspeção,
Controle estatístico da qualidade,
Garantia da qualidade e
Gestão estratégica da qualidade (GARVIN, 1992, p03).
A figura 5 sumariza as principais características das eras da qualidade
mencionadas acima, onde a gestão estratégica da qualidade é, então, o clímax de uma
tendência que teve início há mais de um século (GARVIN, 1992, p45).
Etapas do Movimento da Qualidade
Identificação de
Característica
Inspeção
Controle
Estatístico da
Qualidade
Garantia da
Qualidade
Gestão
Estratégica da
Qualidade
Objetivo Detecção
controle estatístico
da qualidade
coordenação
impacto
estratégico
Visão da
qualidade
problema para
resolver
problema para
resolver
problema para
resolver
oportunidade
estratégica
Ênfase uniformidade uniformidade Prevenção
mercado e
consumidor
Métodos
instrumentos de
medição
instrumentos e
técnicas
estatísticas
programas e
sistemas
planejamento
estratégico
Papel dos
profissionais da
qualidade
inspeção,
classificação,
contagem e
avaliação
solução de
problemas e a
aplicação de
métodos
estatísticos
medidas e
planejamento da
qualidade
estabelecimento
de objetivos,
educação e
treinamento
Responsabilidade
por qualidade
departamento
de inspeção
departamentos de
produção e
engenharia
Todos
todos com forte
liderança da alta
administração
Orientação e
abordagem
qualidade
inspecionada
qualidade
controlada
qualidade
construída
qualidade
gerenciada
Figura 5 – Etapas do Movimento da Qualidade
Fonte: Garvin, 1992, p45
De acordo com Garvin (1992, p261) o movimento japonês pela qualidade foi
guiado inicialmente pelos mesmos conceitos e filosofias que o movimento americano, mas foi
25
de longe mais bem sucedido e se difundiu mais rapidamente. Slack et al (1999, p502) salienta
a distinção entre o planejamento e controle da qualidade e a Administração da Qualidade
Total (TQM), movimento popularizado pelos japoneses. “O TQM envolve muito mais que
qualidade. Envolve a melhoria de todos os aspectos de desempenho da produção e,
particularmente, como essa melhoria deve ser administrada” (SLACK et al, 1999, p502). Para
este autor o TQM pode ser visto como uma extensão lógica da maneira em que a prática da
qualidade tem progredido.
A figura 6 ilustra a visão de Slack sobre a evolução das abordagens para
administração da qualidade.
Administração da Qualidade Total
Envolve toda a qualidade
Garantia da Qualidade
Estratégia da qualidade
Sistemas de qualidade Trabalho em equipe
Controle da Qualidade
Custo da qualidade Empowerment dos funcionários
Métodos estatísticos Solução de problema Envolve consumidores e fornecedores
Inspeção
Desempenho do processo Planejamento da qualidade
Eliminação de erros Padrões de Qualidade
Retificação
Figura 6A Administração da Qualidade Total como evolução das abordagens anteriores para administração da
qualidade
Fonte: Slack et ali (1999, p507)
Na visão de Slack et al (1999, p503) a noção de TQM foi introduzida por
Feigenbaum, tem sido desenvolvida através de várias abordagens e introduzidas por vários
“gurus da qualidade”, como Deming, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby.
26
2.5.1 Conceitos e Definições de Qualidade
Feigenbaum (1990 apud BARBOSA, 2004, p24) introduziu Total Quality Control
(TQC) e em sua abordagem, a qualidade deixa de ser responsabilidade de um departamento
especializado em controle da qualidade e passa a ser função de todas as áreas da empresa.
Para Deming (1990, p18) a qualidade começa com a alta administração, é uma
atividade estratégica e elenca 14 (catorze) pontos para a melhoria da qualidade:
1. Estabeleça constância de propósito para melhora do produto ou serviço.
2. Adote nova filosofia.
3. Deixe de depender da inspeção para conseguir qualidade.
4. Cesse com a prática de aprovar orçamento com base no preço.
5. Melhore constantemente o sistema de produção e serviços.
6. Institua treinamento no trabalho.
7. Institua liderança.
8. Elimine o medo.
9. Elimine barreiras entre departamentos.
10. Elimine lemas.
11. Eliminar padrões de trabalho (cotas) no chão de fábrica.
12. Remova barreiras que privam o trabalhador de se orgulhar do seu
desempenho.
13. Institua um programa vigoroso de educação e auto melhoria.
14. Engaje todos na empresa no processo de realizar a transformação.
Deming (1990, p125) sustenta ainda que a qualidade pode ser definida em
termos de quem a avalia.
Juran (1991, p19) divide o processo básico da qualidade em três fases, a chamada
Trilogia de Juran: o planejamento, o controle e a melhoria da qualidade. Para este “guru”
qualidade pode ser definida como adequação ao uso.
Ishikawa (1986, p41) argumenta que o primeiro passo no Controle da Qualidade é
conhecer as demandas do consumidor e que o estágio ideal é quando o Controle da Qualidade
não precisa de verificação. Entre as grandes contribuições de Ishikawa podemos encontrar o
27
Diagrama de Causa e Efeito, também conhecido como Diagrama Espinha de Peixe, e o Ciclo
PDCA.
A função perda da qualidade de Taguchi (1990 apud Slack et al, 1999, p505)
inclui fatores como custos da garantia, reclamações do consumidor e perda da boa vontade do
consumidor.
Crosby (1979, p131) apresenta um programa de zero defeito, para reduzir o custo
total da qualidade. Este programa pode ser resumido em suas máximas, mostradas a seguir:
1. Qualidade é conformidade às exigências.
2. Não existe esta figura chamada problema de qualidade.
3. Prevenção, não inspeção.
4. Mensure o “preço da não-conformidade”.
5. O padrão de desempenho deve ser “zero defeito”.
A tabela 1 mostra as forças e fraquezas das abordagens mencionadas nos
parágrafos anteriores.
Garvin (1992, p48) salienta ainda que se pode identificar cinco abordagens
principais para a definição de qualidade:
A transcendental, onde qualidade é sinônimo de excelência inata.
A baseada no produto, onde a qualidade é uma variável precisa e
mensurável.
A baseada na produção, onde a qualidade é a conformidade com as
especificações de projeto.
A baseada no valor, onde a qualidade está relacionada com custo e preço.
A baseada no cliente, onde a qualidade é o atendimento das necessidades e
expectativas do cliente.
28
Tabela 1 – Forças e fraquezas de alguns gurus da qualidade
Guru da
qualidade
Forças da abordagem Fraquezas da abordagem
Feigenbaum
Fornece abordagem total ao controle de
qualidade.
Não faz discriminação entre diferentes contextos de
qualidade.
Enfatiza a importância da administração.
Não reúne diferentes teorias da administração em
um todo coerente.
Inclui idéias de sistemas sócio-técnicos.
Promove participação de todos os
funcionários.
Deming
Fornece lógica sistemática e funcional que
identifica estágios da melhoria da qualidade.
O plano de ação e os princípios metodológicos são,
às vezes, vagos.
Enfatiza que a administração antecede a
tecnologia.
A abordagem de liderança e motivação é vista por
alguns como idiossincrática.
Liderança e motivação são reconhecidas
como importantes.
Não trata situações políticas ou coercitivas.
Enfatiza o papel dos métodos estatísticos e
quantitativos.
Reconhece os diferentes contextos do Japão
e da América do Norte.
Juran
Enfatiza a necessidade de deixar de lado a
euforia exagerada e os slogans de qualidade.
Não se relaciona a outros trabalhos sobre liderança
e motivação.
Destaca o papel do consumidor e do
consumidor interno.
Para alguns, desconsidera a contribuição do
trabalhador ao rejeitar iniciativas participativas.
Destaca o envolvimento e o
comprometimento da administração.
Visto como sendo mais forte em sistemas de
controle do que nas dimensões humanas das
organizações.
Ishikawa
Ênfase forte na importância da participação
das pessoas no processo de solução de
problemas.
Parte de seu mérito de solução de problemas é visto
como simplista.
Oferece um composto de técnicas
estatísticas e de orientação par pessoas.
Não lida adequadamente com a passagem das idéias
par a ação nos círculos de qualidade.
Introduz a idéia de círculos de controle da
qualidade.
Taguchi
Abordagem que trata a qualidade desde o
estágio de design.
De difícil aplicação quando o desempenho é difícil
de medir (por exemplo, no setor de serviços).
Reconhece a qualidade como assunto da
sociedade, além de organizacional.
A qualidade é controlada principalmente por
especialistas, em vez de gerentes e operários.
Os métodos são desenvolvidos para
engenheiros práticos em vez de estatísticos
teóricos.
Considerado, geralmente, fraco para motivar e
administrar pessoas.
Forte em controle do processo.
Crosby
Fornece métodos claros fáceis de seguir.
Visto por alguns com culpando os trabalhadores
pelos problemas de qualidade.
A participação do trabalhador é reconhecida
como importante.
Visto por alguns com enfatizando slogans e lugares
comuns, em vez de reconhecer dificuldades
genuínas.
Forte em explicar a realidade da qualidade e
em motivar as pessoas a iniciar o processo
de qualidade.
O programa defeito zero é visto, às vezes, como
algo que evita o risco.
Insuficiente ênfase em métodos estatísticos.
Fonte: Slack et al (1999. p508)
29
2.5.2 Qualidade em Serviços
Kotler (1998, p412) define: serviço é qualquer ato ou desempenho que uma parte
possa oferecer a outra e que seja essencialmente intangível e não resulte na propriedade de
nada. Sua produção pode ou não estar vinculada a um produto físico.
“Qualidade Total dos Serviços pode ser definida como o estado de coisas em que
a organização fornece valor superior a seus principais stakeholders: clientes, proprietários e
empregados” (ALBRECHT, 2002, p270).
Para Gianesi & Correa (1996, p36) as principais características especiais das
operações de serviços são:
a intangibilidade dos serviços. Os serviços são experiências que o cliente
vivencia enquanto que os produtos são coisas que podem ser possuídas.
a presença e a participação do cliente no processo. O cliente é o elemento
que, de alguma forma, dispara a operação [...] constituindo uma entrada do
sistema de operações que não é diretamente controlada pela gestão.
a produção e o consumo de serviços são simultâneos. Geralmente, não há
etapas intermediárias entre a produção de um serviço e seu consumo por
parte do cliente, como conseqüência, serviços não podem ser estocados.
Apesar de o produto serviço ser intangível, Barbêdo (2003, p52) argumenta que a
qualidade em serviços é percebida pelos clientes através de componentes tangíveis (aquilo
que o cliente vê) e intangíveis (aquilo que o cliente sente ao entrar em contato com a
empresa), mas conclui que os componentes intangíveis predominam na composição da
qualidade percebida pelos usuários dos serviços.
Discorrendo sobre características dos serviços, Santos (2000, p02) afirma que a
participação do cliente nos processos de serviços faz com que o foco da melhoria da qualidade
esteja nas atividades em que o cliente participa.
30
Albrecht em sua obra (1998, p26), ao se referir à relação especial entre cliente e
fornecedor, apresenta o conceito de “Horas da Verdade: quando seu produto é um serviço” e
chama a atenção do leitor para o fato de que a relação entre o fornecedor do serviço e o
comprador do serviço está presente em muitos pontos individualizados de contato.
Este fato torna um produto sob forma de serviço fundamental e
inevitavelmente distinto de um produto físico tangível, especialmente
no que se refere à garantia de qualidade. Se você estiver fabricando
um produto físico, como um automóvel ou um televisor, você pode
controlar a qualidade do produto fazendo toda a fabricação num único
lugar e inspecionando os produtos assim que saem da linha de
montagem. Mas, isto não ocorre com os serviços, como a abertura de
contas bancárias ou com a aplicação de medicamentos. Um serviço é
“fabricado” no ato da entrega e, na maioria dos casos, há muitos
pontos de entrega, e não apenas um. (ALBRECHT, 1998. p26)
Albretch (1998, p26) salienta em seu ponto de vista que os métodos tradicionais
de controle de qualidade deixam de ser válidos e que precisamos de um novo conceito de
qualidade de serviço que leve em conta o processo de geração e entrega do produto. “A hora
da verdade é qualquer episódio no qual o cliente entra em contato com qualquer aspecto da
organização e obtém uma impressão da qualidade de seu serviço” (ALBRECHT, 1998. p27).
Albrecht (2002, p265) propõe um modelo de ação para Qualidade Total dos
Serviços baseado em cinco elementos:
pesquisa de mercado e de clientes,
formulação da estratégia;
educação, treinamento e comunicação;
melhoria de processos e
avaliação mensuração e feedback.
“Quando momentos da verdade não são gerenciados, a qualidade dos serviços cai
na mediocridade” (ALBRECHT, 2002, p74).
31
As características do produto serviço descritas acima tornam vital, para o sucesso
do negócio, compreender como a qualidade é percebida pelo cliente. Grönroos (1995 apud
Pasqualli, 2002 p14) defende a idéia de que a qualidade em serviços deve ser, acima de tudo,
“aquilo que os clientes percebem”.
“Os clientes vêem o produto como um conjunto de benefícios e, naturalmente,
escolhem aquele que lhes proporciona o máximo de satisfação, desde que compatível com
seus recursos financeiros” (CHENG, 1995. p59).
2.5.3 Qualidade Percebida
Slack et al. (1999, p417) apresenta três possibilidades nas relações entre
expectativas e percepções dos clientes:
1. Expectativas < Percepções: a qualidade percebida é boa.
2. Expectativas = Percepções: a qualidade percebida é aceitável.
3. Expectativas > Percepções: a qualidade percebida é pobre.
“A qualidade percebida é governada pelo tamanho e pela direção da lacuna entre
as expectativas dos consumidores e suas percepções do produto ou do serviço”
(SLACK, 1999. p417).
“As expectativas dos clientes em relação aos serviços condicionam a satisfação
com os resultados. A qualidade dos serviços é, em boa parte, uma questão subjetiva”
(ALBRETCH 2002, p76).
Slack et al. (1999, p415) ressalta que o problema que pode acontecer ao se basear
a definição de qualidade em expectativas de clientes, é que tanto as expectativas quanto as
percepções em relação ao produto e seu desempenho podem variar de consumidor para
consumidor.
32
Albrecht (1998, p166) descreve a necessidade de fuga da tirania de hipóteses
antiquadas sobre clientes e de uma constante reavaliação das crenças sobre clientes. De
acordo com este autor quanto mais tempo uma empresa está num certo ramo, maiores serão as
chances de que ela realmente não compreenda seu cliente.
“A pesquisa sobre as percepções do cliente [...] pode ajudar a esclarecer aspectos
previamente desconhecidos das necessidades e motivações dos clientes” (ALBRECHT, 1998,
p53). Albrecht (1998, p54) conclui que às vezes, o comportamento do cliente faz sentido
quando realmente se compreende o que ele está tentando comprar.
Albretch (1997 apud Marcineiro, 2001, p61) apresenta a Hierarquia de Valor para
o cliente com quatro níveis, uma forma de entender que benefícios são esperados pelos
clientes:
Básico: são os atributos essenciais da experiência, tangíveis ou intangíveis,
sem os quais é inútil tentar fazer negócio. Assim, o carro novo deve estar
adequadamente montado, acabado e preparado para ser entregue; a
refeição deve ser comível e o local deve estar limpo e mobiliado de forma
adequada e o produto pedido pelo correio deve ser conforme o que
promete o catálogo;
Esperado: são as características agregadas da experiência que o cliente
acostumou-se a considerar como fazendo parte da prática geral do negócio.
Em mantendo os mesmos exemplos do item anterior, seriam algumas
explicações das características do carro que alguém deve fazer, e uma
seleção razoável de pratos no cardápio e preços satisfatórios;
Desejado: são os atributos que o cliente não espera necessariamente, mas
conhece e aprecia se a experiência os incluir. Mantendo-se na mesma
trilha dos itens anteriores, seriam as sugestões úteis dadas a respeito dos
33
cuidados com o carro, a sugestão de pratos especiais dadas pelos
atendentes etc.; e,
Inesperados: são atributos que surpreendem o cliente e adicionam valor
para além dos seus desejos ou expectativas normais. Ainda dentro dos
mesmos exemplos, o vendedor entregaria o carro na casa do cliente, ou em
seu escritório e o gerente do restaurante passaria pela sala com biscoitos
recém-assados gratuitamente para os clientes.
Visando minimizar a possibilidade de entender de forma inadequada as
expectativas dos consumidores, Cheng (1995) recomenda que, antes de ouvir os clientes,
conheçamos a relação que existe entre a avaliação subjetiva do produto (nível de satisfação do
cliente) e a avaliação objetiva (nível de desempenho do produto - suficiência). Segundo
Cheng (1995, p60) as possíveis relações entre estes dois pontos de vista foram identificadas
por Kano e sues colaboradores.
2.5.4 Requisitos de Kano
Segundo Lofgren e Wintel (2005, p09) para entender o papel dos atributos de
qualidade, Kano e seus colaboradores apresentaram um modelo que avalia a qualidade,
baseada na satisfação do cliente e seu grau de suficiência. A teoria explica, para determinado
atributo de qualidade, como classificar o relacionamento entre o grau de suficiência e a
satisfação dos clientes em categorias de qualidade percebida.
Mazur & Bolt (1999, p03) explicam que existem três tipos de requisitos de
clientes a serem considerados para se entender como atender aos requisitos dos clientes (nível
de suficiência do produto) afeta a sua satisfação (nível de satisfação do cliente), conforme
modelo de Kano adaptado mostrado na figura 7.
34
Requisito Revelado: É o que se obtém normalmente quanto se questiona ao cliente
o que ele deseja. A sua presença satisfaz e a sua ausência provoca insatisfação. É o elemento
de qualidade linear para Akao (1996, p86) e Cheng (1995, p60).
Figura 7 – Modelo de Kano adaptado
Fonte: Mazur & Bolt (1999, p03)
Requisito Esperado: É o requisito que por vezes não é mencionado pelo cliente
por ser considerado básico. A sua presença é considerada óbvia e a sua ausência causa
insatisfação. É o elemento de qualidade óbvia para Akao (1996, p86) e Cheng (1995, p60).
Requisito Atrativo: É o requisito que está além das expectativas do cliente. A sua
presença causa excitação, mas a sua ausência pode ser tolerada. É o elemento de qualidade
atrativa de Akao (1996, p86) e Cheng (1995, p60).
Akao (1996, p86) introduz dois novos elementos de qualidade à relação descrita
acima, o elemento de qualidade indiferente (não provoca nem satisfação nem insatisfação) e o
35
elemento de qualidade reversa (pode causar insatisfação quando é suficiente e satisfação
quanto é insuficiente).
Lofgren e Wintel (2005, p09), a exemplo de Akao (1996, p86), referem-se a 05
(cinco) categorias de qualidade percebida e explicam a teoria da qualidade atrativa através da
figura 8.
Figura 8 – Modelo da teoria da qualidade atrativa
Fonte: Adaptado de Lofgren e Wintel (2005)
Segundo Mazur (1993, p03) o descrito acima é dinâmico, o que atrai hoje pode ser
simplesmente esperado amanhã pelos clientes.
Nas palavras de Akao (1996, p90):
No início, o controle remoto era uma qualidade atrativa, porém,
atualmente, quase todos os televisores estão equipados com o mesmo,
o que o transformou em uma qualidade óbvia. Kano e outros autores
apresentaram em um estudo recente a tese de que a avaliação relativa
aos elementos da qualidade sofre um fenômeno de obsolescência com
o passar do tempo, mudando de avaliação atrativa para avaliação
linear e para avaliação óbvia. (AKAO, 1996 p90)
36
Cheng (1995, 60) acrescenta que: o enfoque de desenvolvimento tradicional
apresenta uma tendência ao raciocínio linear (requisito revelado), os itens de qualidade linear
estão relacionados com as necessidades básicas dos clientes e a qualidade atrativa possui a
capacidade de surpreender e encantar os clientes.
Mazur (1993, p03) conclui sua abordagem sobre a teoria da qualidade atrativa
salientando que existe ainda uma dimensão adicional no proposto por Kano, considerando-se
o segmento de cliente que se pretende atingir: servir caviar e champagne pode ser considerado
atrativo em um vôo doméstico, mas pode ser esperado no Concorde de Nova York para
Londres; é essencial saber qual segmento de mercado se quer atingir. Para este autor,
adicionar valor ao produto significa descobrir e disponibilizar os requisitos atrativos ao cliente
antes da concorrência.
Para Hearon e Mazur (2002) o QFD, Quality Function Deployment ou
Desdobramento da Função Qualidade, ajuda assegurar que os requisitos esperados estejam
presentes no produto ou serviço desenvolvido e aponta as oportunidades para construir dos
requisitos atrativos.
2.6 Desdobramento da Função Qualidade (QFD)
A base conceitual desta metodologia (QFD) está em TRADUZIR a
voz dos clientes (seus desejos e necessidades) para especificações de
produtos ou serviços, [...] de modo que estes desejos e necessidades
(também chamados de requerimentos) estejam incorporados aos
produtos ou serviços finais. Em suma, o QFD é uma metodologia de
planejamento estratégico, que traz como característica importante [...]
uma melhoria da Qualidade, no seu sentido mais amplo, ou seja,
satisfazer os desejos e necessidades dos clientes (GUIMARÃES,
1996, p02).
37
2.6.1 Histórico
Akao (1997, p04) explica que QFD (Quality Function Deployment ou
Desdobramento da Função Qualidade) é a tradução literal da expressão japonesa “hinshitsu
kino tenkai”. Akao (1997, p01) relata ainda que o QFD nasceu na segunda metade da década
de 60 em uma época em que a indústria japonesa rompeu com o seu método de produção,
baseado em imitação e cópia desde o fim da guerra mundial, para adotar um processo de
desenvolvimento de produtos calcado na originalidade.
Akao (1997, p01) enfatiza que o QFD nasceu sob a proteção do TQC e, nesta
época, era uma aplicação de matrizes e cartas de controle que, embora estivessem sendo
utilizadas nas indústrias, não chamava a atenção do público. Em 1972 com a publicação das
experiências executadas por Akao e do “Quality Chart”, criado e tornado público pelo
Estaleiro Kobe, uma empresa do grupo Mitsubishi Heavy Industry, todas as idéias e
desenvolvimentos foram integrados e a técnica consolidada no QFD.
Akao esclarece ainda que:
O termo “Casa da Qualidade” (House of Quality) foi primeiro empregado
durante uma conferência no Japão em 1979 e tornou-se popular por ao ser
utilizado para introdução da técnica nos Estados Unidos devido à forma da
matriz (AKAO 1997, p04).
O QFD começou a ser difundido na Europa e nos Estados Unidos em
1983. Na América a disseminação primeiro ocorreu na indústria
automotiva, na Europa a técnica foi primeiro implementada na Itália
(AKAO 1997, p03).
No Brasil O QFD foi introduzido em 1989 durante a Conferência
Internacional de Controle da Qualidade (AKAO 1997, p05).
38
2.6.2 Definições
Para Akao (1996, p20) o QFD é um método que tem por fim estabelecer a
qualidade do projeto, capaz de obter a satisfação do cliente, e efetuar o desdobramento das
metas do referido projeto e dos pontos prioritários, em termos de garantia da qualidade, até o
estágio de produção.
Cheng (1995, p24) afirma que o QFD tem por objetivo:
1- auxiliar o processo de desenvolvimento do produto, buscando, traduzindo e
transmitindo as necessidades e desejos do cliente;
2- garantir qualidade durante o processo de desenvolvimento do produto.
Cheng (1995, p24) afirma ainda que o QFD pode ser aplicado tanto a produtos
(entendido como bens ou serviços) da empresa quanto a produtos intermediários entre clientes
e fornecedores internos.
Segundo Hauser (1988, p03) a Casa da Qualidade, ferramenta básica do QFD,
pode ser considerada um mapa conceitual que fornece os meios para o planejamento e a
comunicação interfuncional e está baseada na crença que os produtos devem ser projetados
para refletir os desejos e gostos dos consumidores.
Ribeiro et al (2001, p07) explica que o QFD captura as necessidades dos clientes e
conduz esta informação ao longo de todo processo produtivo de maneira a entregar
novamente ao cliente um produto/serviço conforme desejado.
Para Guazzi (1999, p90) o QFD é a melhor metodologia para traduzir a voz do
cliente (subjetiva) em requisitos mensuráveis (objetivos) que permearão e orientarão todas as
fases do processo de desenvolvimento de produtos e serviços garantindo a satisfação do
cliente.
39
O QFD é subdividido em Desdobramento da Qualidade (QD) e Desdobramento
da Função Qualidade em sentido restrito (QFDr) (CHENG, 1995, p24). A figura 9 mostra a
constituição do QFD amplo.
Etapa Objetivo Observações
Necessidade do cliente Inicia pela qualidade que
(Qualidade) representa as necessidades dos clientes.
Desdobram-se as características até
se ter as funções qualidade que são as
especificações do produto
Especificação do Produto
Desdobramento da Qualidade
(QD)
(Função Qualidade)
Especificação do Produto Inicia-se pelas funções qualidade,
(Função Qualidade) desdobrando-se estas até se ter as
especificações de processo.
QFD
(amplo)
Desdobramento da Função
Qualidade (restrito)
(QFDr)
Especificação do Processo
Figura 9 – Composição do QFD amplo
Fonte: Campos (1992).
Cheng (1995, p24) explica que:
O QD visa desdobrar a qualidade, utilizando a lógica da causa e efeito, de
forma sistematizada. O desdobramento parte da voz do cliente, passando
por características da qualidade do produto até chegar a um determinando
valor de um parâmetro de controle do Padrão Técnico de Processo.
O QFD (restrito) é o desdobramento da função do trabalho ou
desdobramento de um conjunto de procedimentos gerenciais e técnicos.
2.6.3 Abordagens
Fiates (1995) salienta que o desdobramento das necessidades dos clientes a o
estágio de produção é feito através do uso de matrizes de relacionamento e de priorização.
Este autor salienta ainda que o modelo conceitual representa o caminho por onde o estudo
40
deve percorrer para alcançar o objetivo desejado, é um plano de trabalho que direciona todo o
processo de desdobramento.
2.6.3.1 Abordagem das quatro fases (ou de Macabe)
Segundo Guazzi (1999, p102) a abordagem de Macabe se tornou conhecida nos
EUA a partir do artigo “The house of quality”, publicado na Harvard Business Review, em
junho de 1988, de autoria de Hauser e Clausing (1988). Guazzi salienta ainda que a
abordagem de Macabe é a abordagem mais conhecida e tem entre seus seguidores o American
Supplier Institute. As quatro fases de Macabe são listadas abaixo e mostradas na figura 10:
Planejamento do Produto,
Desdobramento das Partes,
Planejamento do Processo e
Planejamento da Produção.
Planejamento
do produto
Voz
do
cliente
Matriz de
correlação
Desdobramento
das partes
Planejamento
do produto
Matriz de
correlação
Planejamento
do processo
Desdobramento
das partes
Matriz de
correlação
Planejamento
da produção
Planejamento
do processo
Matriz de
correlação
Figura 10 – Encadeamento das matrizes do QFD das quatro fases
Fonte: Guazzi (1999, p103)
41
As duas primeiras fases dizem respeito ao planejamento e projeto do produto ou
serviço. As fases três e quatro dizem respeito ao planejamento do processo e das atividades de
controle de qualidade. “A Casa da Qualidade é o coração da primeira fase do QFD de quatro
fases”. (GUAZZI, 1999, p104)
2.6.3.2 Abordagem do QFD estendido
Segundo Guazzi (1999, p113), Clausing, Pugh,Witter e Andrade descrevem um
modelo que denominam de QFD estendido que seria uma melhoria do modelo das quatro
fases. “O modelo do QFD - estendido é a execução do modelo das quatro fases, mais a
aplicação do conceito de seleção de Pugh e os desdobramentos através dos diversos níveis de
agregação do produto (produto completo, sistema, subsistema e partes)” (GUAZZI, 1999,
p113). Segundo Fabri e Carvalho (2005, p02) o QFD estendido integra o modelo tradicional
ao processo de seleção de conceitos. A figura 11 ilustra o modelo do QFD estendido.
Neste modelo, a seleção de conceitos é feita em múltiplos níveis.
Pode-se observar que o modelo das quatro matrizes é repetido três
vezes, sempre intercalado pelo processo de seleção de conceitos de
PUGH, para produto e processo. Este processo deve partir da
arquitetura do sistema total a ser desdobrado em subsistemas,
componentes e partes. (FABRI E CARVALHO, 2005, p11).
Sobre a aplicação desta abordagem, Fabri e Carvalho (2005, p11) informam: o
EQFD (QFD estendido) é utilizado quando o projeto a ser desenvolvido é de cunho dinâmico.
42
Figura 11 – Modelo do QFD estendido
Fonte: Carvalho (1997)
2.6.3.3 Abordagem das quatro ênfases (ou de Akao)
Segundo Guazzi (1999, p120) a abordagem desenvolvida por Akao foi a primeira
a ser divulgada no Ocidente e este é um método para se desenvolver um projeto de qualidade
dirigido à satisfação dos clientes, traduzindo as suas necessidades em especificações de
projeto. As quatro ênfases de Akao são mostradas a seguir:
ênfase da qualidade;
ênfase da tecnologia;
ênfase de custos; e
ênfase da confiabilidade.
A figura 12 mostra o modelo conceitual, simplificado, de Akao.
43
Qualidade I Tecnologia II Custos III Confiabilidade
requisitos do consumidor
requisitos do
consumidor
requisitos do
consumidor
x x x
Produto
características do produto
desdobramento
do mecanismo
avaliação do mercado quanto a
preço, participação e lucro
árvore de falha
desdobramento
de função
desdobramento
de função
desdobramento
de função
desdobramento
de função
x x x x
Sistemas
e função
características
do produto
requisitos do
consumidor
desdobramento
do mecanismo
estudo de gargalos
árvore de falha
partes partes
x x
Partes
características do produto
desdobramento
do mecanismo
desdobramento dos custos das
partes
análise de
falhas
método de desdobramento e planejamento
cartas de controle e
Produção
garantia da qualidade
Figura 12 – Modelo simplificado do QFD das quatro ênfases
Fonte: Guazzi (1999, p120)
Guazzi (1999, p119) observa que este modelo apresenta, na horizontal, o
desdobramento dos requisitos conforme as quatro ênfases mencionadas e, na vertical, o
desdobramento do produto.
Akao (1996, p97) explica que o lado esquerdo da figura 12 (primeira coluna) se
refere ao Desdobramento da Qualidade, cujo objetivo é conseguir implementar o
desenvolvimento de uma mercadoria vendável, como apenas isto não basta para controlar as
qualidade negativas torna-se necessário vinculá-lo ao Desdobramento da Confiabilidade.
“Cada uma dessas partes deve ser desdobrada na seqüência [...] de cima para baixo” (AKAO,
1996, p93)
2.6.3.4 Abordagem de Robert King
Segundo Guazzi (1999, p118) Bob King reorganizou a abordagem de Akao
agrupando as matrizes em uma única matriz denominada Matriz das Matrizes, visando uma
melhor compreensão e facilidade para implementar do QFD.
44
A
B
C
D
E
F
b Carac de
Qualidade
Funções
Mecanismos -
Nível de
detalhe
h Modo de
falha do
produto
g Novos
Conceitos
Engenharia
de Valor
1
a Req do cliente
a Req do cliente
Novas tecnologias
a Req do cliente
a Req do cliente
b Carac de
Qualidade
Custos
Mecanismos -
Nível de
detalhe
h Modo de
falha do
produto
g Novos
Conceitos
FTA
FMEA
2
c Funções
Análise Competitiva
c Funções
c Funções
c Funções
b Carac de
Qualidade
Valores
Alvo
Mecanismos -
Nível de
detalhe
h Modo de
falha do
produto
g Novos
Conceitos
Análise
fatores
(Taguchi)
3
b Carac de Qualidade
b Carac de Qualidade
b Carac de Qualidade
b Carac de Qualidade
b Carac de Qualidade
b Carac de
Qualidade
Valores
Alvo
Mecanismos -
Nível de
detalhe
h Modo de
falha do
produto
g Novos
Conceitos
Projetos e
melhorias
4
e Componentes - 2º nível de detalhe
Componentees Críticos
e Componentes - 2º nível de detalhe
e Componentes - 2º nível de detalhe
Sumário
G-1
G-2
G-3
G-4
G-5
G-6
5
a Req do cliente
a Req do cliente
Novas tecnologias
a Req do cliente
a Req do cliente
Tabela de
Garantia de
qualidade
Desdobramento
dos
Equipamentos
Tabela de
planejamento do
Processo
FTA
FMEA de
Processo
Padrão técnico
do Processo
Figura 13 – Modelo conceitual de King - Matriz das Matrizes
Fonte: Adaptado de Jesus (2001, p26)
45
Segundo Guazzi (1999, p118) Bob King reorganizou a abordagem de Akao
agrupando as matrizes em uma única matriz denominada Matriz das Matrizes, visando uma
melhor compreensão e facilidade para implementar do QFD.
Guazzi (1999, p123) relata que King, além de indicar qual das ferramentas de
qualidade se adapta ao objetivo de utilização das matrizes, sugere uma seqüência diferente de
desdobramentos para cada tipo de aplicação.
A figura 13 mostra o modelo conceitual de King.
2.6.3.5 Metodologia de Kaneco
Guazzi (1999, p118) ainda acrescenta o roteiro desenvolvido por Kaneco (1991),
composto por seis matrizes, a partir da abordagem de Akao para aplicação no setor de
serviços. A tabela 2 mostra as matrizes propostas por Kaneco.
Tabela 2 – Abordagem de Kaneko
Matriz 1
Qualidade requerida versus
Elementos da qualidade
Matriz 2
Elementos da qualidade
versus
Funções ou Processos
Matriz 3
Funções ou Processos versus
Partes unitárias
Matriz 4
Partes unitárias versus
Aspectos técnicos
Matriz 5
Aspectos técnicos versus
Custos
Matriz 6
Aspectos técnicos versus
Confiabilidade
Fonte: Guazzi (1999, p125)
2.6.3.6 Metodologia de Ribeiro
Ribeiro (2001) elaborou, a partir da abordagem de Akao, uma abordagem do QFD
para aplicação no setor de Serviços e outra para aplicações em Manufatura, ambas partindo de
uma pesquisa de mercado. O método recomendado para manufatura utiliza quatro matrizes:
I. Qualidade,
46
II. Produto,
III. Processos e
IV. Recursos.
O método recomendado para serviços utiliza três matrizes:
I. Qualidade,
II. Serviços e
III. Recursos.
A Tabela 3 relaciona cada abordagem e sua recomendação de aplicação.
Tabela 3 – Abordagens de QFD e suas aplicações
Abordagem Utilização
QFD das quatro fases (Macabe)
produtos maduros, físicos e não-físicos (hardware e
software, incluindo serviços), planejamento
estratégico
QFD – estendido
produtos dinâmicos físicos e não-físicos
QFD das quatro ênfases (Akao)
produtos dinâmicos, físicos e mecânicos (hardware)
QFD de Bob King
produtos dinâmicos, físicos e mecânicos (hardware)
QFD de Kaneko
aplicável especialmente em serviços
QFD de Ribeiro
aplicável a manufatura
QFD de Ribeiro
aplicável em serviços
Fonte: Adaptado de Guazzi (1995, p122)
2.6.4 Obtendo a Voz do Cliente
Cheng (1995, p63) argumenta que a primeira fase no desenvolvimento de novos
produtos é identificação das necessidades dos clientes e as informações provenientes do
mercado e do cliente o essenciais. Cheng (1995, p63) ressalta ainda que a empresa deve
usar toda informação disponível para melhorar a qualidade de suas decisões.
47
Akao (1996, p48) afirma ser necessário coletar não apenas as informações
provenientes da área comercial e as relativas às reclamações (qualidades negativas), mas
também as informações positivas e sugere que o melhor método para se obter a voz do cliente
é o diálogo direto.
Ribeiro (2001, p11) explica que existem dois tipos de fontes para voz do cliente:
Fontes Secundárias: Com a definição dos dados que precisam ser coletados,
primeiramente busca-se a informação disponível para consulta com dados que
foram coletados. Estas fontes podem ser: banco de dados da empresa, catálogos,
registros em órgãos governamentais, etc.
Fontes primárias: São dados brutos que nunca foram coletados, envolvendo
o acesso direto a consumidores, telespectadores, intermediários, leitores, etc.
Cheng (2005, p63) classifica a fonte para obtenção de dados através de pesquisas
como fonte primária. As fontes secundárias, segundo Cheng (1995, p70), são: as reclamações,
as informações colhidas através de cartões de opinião distribuídos no ato da compra e
informações internas.
Cheng (1995, p68) alerta que no início estamos interessados em descobrir quais
são as necessidades e desejos dos clientes (qualidades exigidas) e que as técnicas mas
apropriadas nesta fase são qualitativas como:
entrevistas individuais,
entrevistas em grupos e
observação direta.
Ainda segundo Cheng (1995, p69), as técnicas quantitativas são apropriadas
quando estamos interessados em informações numéricas como o grau de importância das
qualidades exigidas obtidas com as pesquisas qualitativas. “Neste caso a técnica adequada é o
levantamento por questionário (survey)” (CHENG, 1995, p69).
48
Na linha sugerida por Cheng (1995), Ribeiro (2001, p09) recomenda que a voz do
cliente seja obtida através de pesquisa de mercado seguindo o planejamento mostrado na
figura 14.
Figura 14 – Obtenção da voz do cliente
Fonte: Ribeiro (2001, p09) Adaptado.
Akao (1996, p53) salienta que as informações são apresentadas pelos clientes
(informações primitivas) de diversas formas, tornando-se necessário extrair das informações
primitivas as exigências fundamentais dos clientes. Akao (1996, p50) recomenda, ainda, a
abordagem mostrada na figura 15 para a obtenção da voz do cliente:
Identificação do problema
e objetivos da pesquisa
Planejamento da pesquisa
Questionário aberto
(técnica qualitativa).
Levantamento das
qualidades exigidas pelos
clientes
Questionário fechado
(técnica quantitativa).
Atribuição de importância
aos itens de qualidade
exigida pelos clientes.
49
1. Converter as informações primitivas (dados brutos coletados junto aos clientes) em
informações lingüísticas de expressão concisa, sem conter mais de um significado.
2. Reunir todas as informações lingüísticas similares e formar conjuntos com estas
informações. Determinar uma única linguagem representativa para cada conjunto
formado.
3. Considerar estas linguagens representativas como itens de nível terciário e continuar com
o agrupamento em conjuntos similares para formar itens secundários e primários.
Figura 15 – Procedimento para obtenção da voz do cliente
Fonte: Akao (1996, p50) Adaptado
Akao (1996, 54) reconhece que ao se extrair as qualidades exigidas através da
metodologia sugerida acima poderão surgir milhares de exigências dos clientes dificultando o
processo de consolidação das mesmas em linguagem comum e recomenda a utilização do
método KJ (Diagrama de Afinidade).
A figura 16 exemplifica a utilização do Diagrama de Afinidade para revelar os
itens de nível terciário.
Akao (1996, p65) afirma que o grau de importância de cada item de qualidade
exigida pelo cliente pode ser determinado tomando-se como referência o número de vezes
(percentualmente) em que o item foi citado nas informações prestadas pelos clientes.
A repetição das mesmas exigências indica que o grau de interesse é
bem alto. A partir disso, é possível pensar no método de fazer com
que essa percentagem da freqüência de repetição seja ela própria
considerada grau de importância. Para se fazer isto, é importante
conhecer a origem das informações primitivas utilizadas. Por que se
estas informações forem falsas, o grau de importância obtido será
também falso (AKAO, 1996, p62).
50
Passo 1: Escrever os itens de qualidade exigida em cartões autocolantes.
a1 a2
...
a99 a100
Passo 2: formar "ilhas" de 4 a 5 itens com conteúdo similar (idéias afins).
a1 a7
...
a2
...
a11
a13 a62 a17 a91
Passo 3: Criar um título para
cada grupo formado. Guardar os itens iniciais atrás do cartão com
título.
b1 b2
a1 a7
...
a2 a11
a13 a62 a17 a91
Passo 4: Repetir passo 2 e passo 3 para os títulos criados.
c1 c2
b1 b7
...
b2 b21
b13 b62 b15 b22
Passo 5: Repetir passo 2 e passo 3 com os novos títulos até que não existam mais idéias afins.
Figura 16 – Diagrama de Afinidade para extração da qualidade exigida
Fonte: Cheng (1995, p75) Adaptado
Na descrição de Ohfuji et al (1997 apud Carnevalli et al, 2005, p04) o
procedimento para o uso da AHP é o seguinte:
1. Montar o formulário do método AHP (na realidade este formulário é uma
matriz formada por duas tabelas idênticas);
2. Fazer a comparação de cada item em par, fixando o item da linha e
comparando-o com os itens de cada coluna. Para isto, são utilizados os
valores comparativos de 1/9 a 9 onde 1- igual importância; 3- pouco mais
importante; 5- o item da linha é importante em comparação com o item da
51
coluna; 7- mais importante; 9- muito mais importante; 2, 4, 6 e 8 são
números intermediários e os valores 1/2 a 1/9 são usados quando o item da
coluna tem um valor superior a 1 em relação ao item fixado na linha;
3. Repetir o procedimento para cada linha, e calcular a média geométrica de
cada linha;
4. Fazer a somatória da coluna da média geométrica e calcular o peso em
porcentagem de cada linha dividindo-se o valor da média geométrica com
o valor da somatória;
5. Nos casos da tabela da qualidade exigida do QFD, que tem os seus dados
agrupados pelo diagrama de afinidades em grupos hierarquizados de 1°, 2°
e 3° níveis, pode-se aplicar o procedimento 1 a 4 para a coluna do nível
e por grupo na coluna do nível, pertencente em cada item do nível.
Repete-se o processo para o nível, e neste caso o valor final (grau de
importância) dos itens do nível será dado pela multiplicação dos pesos
dos itens de 1°, 2° e 3° níveis, por agrupamento a que cada item pertença.
Mazur (1993, p05) afirma que a melhor ferramenta para se determinar o grau de
importância de cada item de qualidade é a AHP (Analytic Hierarqichy Process).
2.6.5 O QFD em trabalhos recentes
Carnevalli e Miguel (2002) comparando a aplicação do QFD em quatro pesquisas,
executadas no Brasil, Suécia, Reino Unido e Japão e Estados Unidos, concluiu que: as
companhias iniciaram a aplicação do QFD com objetivo de aumentar a satisfação do cliente e
aperfeiçoar o seu processo produtivo, a maioria das companhias eram empresas grandes e
52
produziam bens e que os benefícios foram variados, a maioria subjetivos, tais como melhoria
de comunicação entre áreas funcionais da corporação.
Sassi e Miguel (2002) em uma análise sobre a aplicação do QFD através de
estudos de casos apresentados em conferências no Brasil, verificaram que a metodologia vem
sendo mais aplicada no setor de serviços (mais da metade) na tentativa de melhorar a
prestação de serviços com o apoio da metodologia do QFD e conseqüentemente aumentar a
satisfação dos clientes. Relatam ainda que a diversidade de aplicação do QFD é muito
abrangente, podendo ser aplicada para melhoria ou para desenvolvimento de novos produtos e
serviços.
Carnevalli et al. (2005) apresenta uma pesquisa sobre as dificuldades encontradas
na aplicação do QFD visando desenvolver um modelo que minimize algumas das dificuldades
relatadas na literatura recente e conclui que:
1. o trabalho em equipe e o apoio da alta administração são pré-requisitos
para implantação do QFD;
2. as dificuldades mais importantes estão relacionadas com a dificuldade
em fazer pesquisa de mercado e com a falta de comprometimento da
equipe;
3. e que se faz necessário medir a eficácia do QFD pela satisfação dos
clientes e verificar possibilidade de melhoria da estrutura da empresa
para consolidar o QFD.
A seguir encontram-se listadas pesquisas publicadas sobre a aplicação do QFD em
serviços, onde se procurou salientar a abrangência de aplicação da técnica e a forma como a
voz do cliente foi obtida:
a) Silva et al (1996) utilizaram o QFD para planejar a atividade de treinamento
em uma empresa que necessitava se estruturar e qualificar seus funcionários.
53
Um modelo foi proposto para o setor de treinamento visando planejar um
curso sobre o uso de micrômetro. Uma das entradas da casa da qualidade
(voz do cliente) foi o objetivo do curso.
b) Faria e Silva (2004) utilizaram o QFD para relacionar as qualificações-chave
com as técnicas pedagógicas passíveis de serem utilizadas em curso de
empreendorismo. A casa qualidade foi representada pela matriz
Qualificações-chave x Técnicas pedagógicas. O resultado foi a priorização
das técnicas pedagógicas, gerando uma sugestão de distribuição da carga
horária para o desenvolvimento das qualificações-chave.
c) Ribeiro et al (2001) para desenvolver um plano de melhoria de um clube
social utiliza uma pesquisa de mercado e observação do comportamento dos
usuários com entrada para identificar a qualidade demandada pelo cliente.
d) Gilioli et al (2005) e Gilioli (2006) entrevistaram clientes de uma
concessionária por meio de um questionário aberto e em seguida, um
questionário fechado para identificação da qualidade demandada pelos
proprietários de veículos com até quatro anos de uso. O resultado foi a
geração de um plano de melhorias a ser aplicado na assistência técnica.
e) Matsuda et al (2000), Jesus (2001), Bratz (2001) e Porto (1999) também
optaram por obter a voz do cliente em duas fases ao aplicarem o QFD para o
planejamento do serviço de enfermagem, na assistência técnica de uma
empresa do setor bancário, no plantão médico de uma casa de saúde e nos
processo de um hospital, respectivamente. Na primeira fase um formulário
aberto e na segunda fase um formulário fechado para priorização dos itens de
qualidade demandada.
54
f) Mazur (1996) entrevistou os clientes internos (alunos) e externos (empresas)
para planejar o curso de Gerenciamento da Qualidade Total (TQM) na escola
de Engenharia da Universidade de Michigan. Mazur conclui ser possível
utilizar o QFD em todos os níveis da atividade educativa.
g) Moysés e Turrioni (2000) utilizam a técnica conhecida como Braimstorming
para identificar as necessidades dos clientes de um curso de hotelaria.
h) Barbêdo et al (2003) valeu-se de duas pesquisas realizadas na biblioteca da
área de saúde de uma universidade para levantar as necessidades de seus
usuários (alunos e professores). Na primeira pesquisa foi aplicado um
formulário aberto com professores e alunos. A segunda pesquisa foi
composta por um benchmarking visando comparar a biblioteca em estudo
com outras bibliotecas da área de saúde. A Casa da Qualidade foi montada
com o resultado destes trabalhos utilizando-se a técnica de grupo de foco.
Grupo de foco é definido por este autor como: “uma entrevista simultânea
realizada em um grupo de seis a doze pessoas com o objetivo de avaliar
produtos e/ou serviços e identificar atitudes, esperanças, anseios e
expectativas das pessoas envolvidas”.
i) Liphaus et al (2005) utilizou a entrevista de engenheiros com clientes para
levantar as necessidades e características dos processos dos clientes de uma
empresa do setor de ferramentas superabrasivas.
j) Amaral et al (2005) utilizou formulário fechado enviado por correio para
levantar as necessidades dos clientes do setor de operações e serviços de uma
empresa de elevadores.
55
k) Mazur (1993) revela as qualidades demandadas pelos clientes utilizando o
diagrama de afinidades e identifica o grau de importância com a AHP para
desenvolver uma aplicação do QFD para uma Consultoria Japonesa.
l) Nascimento (2002) aplica o QFD utilizando os dados disponíveis em uma
assistência técnica (qualidades negativas) de uma empresa do setor de
tecnologia para levantar às necessidades dos clientes. A importância de cada
item foi determinada com base no grau de severidade de cada qualidade
negativa na análise do grupo de QFD.
m) Mendonça (2003) utilizou o questionário aberto para levantar as necessidades
dos clientes internos e externos de um curso de educação profissional e
priorizou os itens de qualidade demandada utilizando o número de vezes que
o mesmo foi citado como grau de importância.
56
3 METODOLOGIA
Para atingir o objetivo proposto foi utilizado o QFD através da utilização de sua
primeira matriz, a Matriz da Qualidade ou Casa da Qualidade. A voz do cliente foi revelada e
a Casa da Qualidade construída através de uma adaptação do modelo proposto por Ribeiro
(2001) quando o seu produto é um serviço.
As etapas desenvolvidas encontram-se detalhadas a seguir:
3.1 A empresa
3.2 A Construção da Matriz da Qualidade
3.1 A empresa
A empresa alvo deste estudo de caso é uma organização da indústria aeronáutica,
com clientes nos 05 continentes e cujo produto possui alto valor agregado. Esta empresa,
visando obter vantagem competitiva sobre seus concorrentes, adotou uma estratégia de
segmentação baseada na utilização de seus produtos. Trata-se, portanto, de uma modalidade
de Segmentação a Prirori.
Com base na utilização dos produtos, o mercado foi divido em três grandes
segmentos: o Comercial, o Coorporativo e o Governamental. O segmento de mercado
Governamental introduziu no seu plano de ação para o Setor de Pós-Venda o levantamento
das necessidades logísticas de cada cliente para implantação de um esforço de vendas
direcionado, buscando aumentar a sua participação no faturamento da empresa.
57
3.2 A construção da Casa da Qualidade
A metodologia proposta por Ribeiro (2001) para a construção da Casa da
Qualidade possui as seguintes fases:
1. Identificação dos clientes
2. Ouvir a voz do cliente (Pesquisa de mercado)
3. Desdobramento da qualidade demandada
4. Importância dos itens de qualidade demandada (IDi)
5. Avaliação estratégica da qualidade demandada (Ei)
6. Avaliação competitiva dos itens de qualidade demandada (Mi)
7. Priorização da Qualidade Demandada (IDi*)
8. Desdobramento das características de qualidade (indicadores de qualidade)
9. Relacionamento da qualidade demandada com as características de qualidade (DQi),
10. Especificações atuais para as características de qualidade
11. Importância para as características de qualidade (IQi)
12. Avaliação da dificuldade de atuação sobre as características de qualidade (Dj)
13. Avaliação competitiva das características de qualidade (Bj)
14. Priorização das características de qualidade (IQj*)
15. Identificação das correlações entre as características de qualidade
As primeiras quatro (04) fases para construção da Casa da Qualidade do modelo
de Ribeiro (2001) foram realizadas de forma alternativa. As duas primeiras (Identificação dos
clientes e Ouvir a voz dos clientes) foram realizadas pela empresa. As duas fases seguintes
(Desdobramento da qualidade demandada e Importância dos itens de qualidade demandada
(IDi)) foram executadas seguindo o proposto por Akao (1996) mostrado no capítulo 2.6.4
(obtendo a voz do cliente).
As fases cumpridas neste estudo de caso para construção da Casa da Qualidade
são descritas a seguir:
58
3.2.1 Identificação do cliente
A Empresa realiza trienalmente uma conferência técnica com os clientes do
segmento de mercado governamental. Neste evento são discutidos aspectos técnicos sugeridos
pelos clientes e de interesse da empresa.
A identificação dos clientes e a coleta dos dados relativos à voz dos clientes foram
realizadas pela empresa durante a conferência técnica realizada no ano 2001. Este evento foi o
escolhido para este estudo de caso, porque, nesta conferência, estavam representados 100%
dos clientes do segmento governamental, no total cerca de 80 pessoas representando 29
clientes. Os clientes, em sua grande maioria, são representados por gerentes ou técnicos
responsáveis pela manutenção e logística de suporte ao produto.
Ao final do evento, os participantes foram convidados a participar de uma
pesquisa de satisfação do cliente. Esta pesquisa era composta por um questionário fechado
onde os clientes eram estimulados a avaliar os diversos itens relacionados com a função do
Pós-Venda da empresa. Ao final da avaliação de cada função havia espaço para comentários.
Estes comentários foram considerados informações primitivas.
De posse destes dados os seguintes passos foram dados para revelar a voz dos
clientes.
3.2.2 Conversão das informações primitivas em informações
lingüísticas
As informações primitivas colhidas durante a conferência técnica foram,
criticamente, analisadas e transformadas em informações lingüísticas de expressão concisa
que pudessem representar os desejos e necessidades dos clientes.
59
3.2.3 Reunião das informações lingüísticas similares
As informações lingüísticas julgadas similares foram reunidas de modo a formar
conjuntos de informações que possuíam afinidades através do modelo de diagrama de
afinidades proposto por Cheng (1995) na figura 16 (página 50). Estes conjuntos receberam
uma denominação em linguagem que pudessem representá-los.
3.2.4 Identificação dos itens de qualidade demandada
Estes conjuntos, agora representados por uma linguagem única, foram
considerados os itens de qualidade demandada de nível terciário.
O processo, então, se repetiu visando revelar os itens de qualidade demandada de
nível secundário e primário.
Efetuou-se o desdobramento da qualidade demandada organizando-se os itens de
qualidade demandada de nível terciário, secundário e primário em uma árvore lógica. Os itens
de nível terciário formam as linhas da Matriz da Qualidade.
3.2.5 Atribuição de importância aos itens de qualidade demandada
A importância de cada item de qualidade demandada de nível terciário foi
determinada tomando-se como referência o número de vezes (percentualmente) em que o item
foi citado (freqüência) nos comentários. Determinou-se a importância dos itens de nível
terciário (IDi) conforme mostrado abaixo:
IDi = Nº. de vezes que o item foi citado X100 (1)
Nº. total de comentários
Para os itens de nível secundário a importância é o somatório das importâncias de
seus itens terciários.
3.2.6 Avaliação estratégica da qualidade demandada (Ei)
60
Analisou-se a relevância de cada item de nível terciário para os negócios da
empresa, tendo em vista as metas estabelecidas no Plano de Metas Setoriais. Realizou-se a
análise em função da importância do item em relação à competitividade e sobrevivência
estratégica da empresa no ambiente competitivo estudado. Utilizou-se a escala mostrada
abaixo na tabela 4:
Tabela 4 – Escala para avaliação Estratégica da qualidade demandada
Peso Análise
0,5 Importância pequena
1,0 Importância média
1,5 Importância grande
2,0 Importância muito grande
Fonte: Ribeiro (2001)
3.2.7 Avaliação competitiva dos itens de qualidade demandada (Mi)
Analisou-se cada item de qualidade demanda, buscando-se a comparação com a
concorrência (benchmark). Os valores, notas, atribuídos pelos clientes quando do
preenchimento do formulário foram utilizados como referência. Desta forma uma nota baixa
representava que a empresa estava em desvantagem frente a concorrência e uma nota alta que
a posição da empresa era, no mínimo igual a da concorrência. Adicionou-se a este
procedimento a percepção da empresa sobre o mercado. A escala adotada é mostrada na
tabela 5:
Tabela 5 – Escala para avaliação Competitiva da qualidade demandada
Peso Análise
0,5 Acima da concorrência
1,0 Igual a concorrência
1,5 Abaixo da concorrência
2,0 Muito abaixo da concorrência
Fonte: Ribeiro (2001)
61
3.2.8 Priorização da qualidade demandada (IDi*)
Os itens de qualidade demandada foram priorizados calculando-se a importância
corrigida de cada item (IDi*). Este lculo levou em consideração a importância de cada item
(IDi), a avaliação estratégica (Ei) e a avaliação competitiva (Mi), usando-se a fórmula
proposta por Ribeiro (2001):
IDi* = IDi x Ei x Mi
(2)
3.2.9 Desdobramento das características de qualidade (indicadores de
qualidade)
Nesta etapa, os itens de qualidade demandada (aspectos subjetivos) foram
associados a uma ou mais características de qualidade (aspectos técnicos) que servissem para
mensurar a qualidade e traduzi-las em requisitos técnicos, mensuráveis e objetivos. Cada
característica de qualidade foi considerada um indicador de qualidade a ser monitorado pela
empresa. As características de qualidade preenchem as colunas da matriz da qualidade.
3.2.10 Relacionamento da qualidade demandada com as características
de qualidade (DQi)
Nesta etapa preencheu-se a matriz da qualidade. Os itens da qualidade demandada
são cruzados com os itens das características de qualidade e são estabelecidas as intensidades
dos relacionamentos. A escala da tabela 6 foi utilizada.
O estabelecimento das relações foi feito respondendo-se a seguinte questão: se a
característica da qualidade x for mantida em níveis excelentes, estará assegurada a satisfação
da qualidade demandada y? Se a resposta for sim, então a relação é forte (9); se a resposta for
não há relacionamento, então a célula não foi preenchida.
62
Tabela 6 – Escala de intensidade de relacionamentos
Peso Relacionamento
9 Muito forte
6 Forte
3 Médio
1 Fraco
Fonte: Ribeiro (2001)
3.2.11 Especificações atuais para as características de qualidade
Buscou-se identificar na estrutura da empresa as especificações atuais (metas)
para os itens de característica de qualidade (indicadores de qualidade) relacionados no item
3.3.4. Quando esta informação não foi disponibilizada ou não havia sido determinada, a
coluna foi deixada em branco.
3.2.12 Importância para as características de qualidade (IQj)
Calculou-se a importância técnica das características de qualidade (IQj) levando-
se em consideração as intensidades dos relacionamentos entre as qualidades demandadas e as
características de qualidade (DQij) e o índice de importância corrigido da qualidade
demandada (IDi*). A fórmula, mostrada abaixo, sugerida por Ribeiro (2001) foi utilizada para
cumprimento desta etapa:
IQj =
=
n
j
DQijIDi
1
x *
(3)
Para facilitar o manuseio dos dados, o resultado de cada somatório foi dividido
por 10.
3.2.13 Avaliação da dificuldade de atuação sobre as características de
qualidade (Dj)
Avaliou-se, nesta etapa, a dificuldade de modificar as especificações das
características de qualidade. Utilizou-se a escala mostrada na tabela 7:
63
Tabela 7 – Escala para avaliação da dificuldade de implementação de melhorias
Peso Análise
0,5 Muito Difícil
1,0 Difícil
1,5 Moderado
2,0 Fácil
Fonte: Ribeiro (2001)
3.2.14 Avaliação competitiva das características de qualidade (Bj)
Realizou-se um benchmark técnico, onde o desempenho da empresa é comparado
com o desempenho dos concorrentes em termos das características de qualidade (aspectos
técnicos). Verificou-se, também, a possibilidade de haver inconsistência entre as informações
da avaliação competitiva das qualidades demandadas. A tabela 8 mostra a escala utilizada.
Tabela 8 – Escala para avaliação Competitiva das características de qualidade
Peso Análise
0,5 Acima da concorrência
1,0 Igual a concorrência
1,5 Abaixo da concorrência
2,0 Muito abaixo da concorrência
Fonte: Ribeiro (2001)
3.2.15 Priorização das características de qualidade (IQj*)
A priorização das características de qualidade foi calculada levando em conta a
importância de cada item de característica de qualidade (IQj), a dificuldade de atuação sobre
as características de qualidade (Dj) e os resultados da avaliação competitiva (Bj). Para o
calculo da importância corrigida (IQj*) utilizou-se a fórmula, recomendada por Ribeiro
(2001) mostrada a seguir:
IQj* = IQj x
Dj
x
Bj
(4)
64
O fator calculado de cada item foi determinado, também, percentualmente.
3.2.16 Identificação das correlações entre as características de qualidade
Nesta etapa, verifica-se a influência que uma característica de qualidade tem sobre
as demais. O Objetivo foi verificar se a melhora no desempenho de um item influência
negativamente em outro.
As correlações podem ser positivas ou negativas, e fortes ou fracas, a seguinte
notação foi utilizada para representar essas correlações, seguindo o recomendado por Ribeiro
(2001):
= negativa forte
- negativa fraca
+ positiva fraca
* positiva forte
A figura 17 mostra, esquematicamente, a Matriz da Qualidade construída através
da metodologia proposta por Ribeiro (2001).
65
Desdobramento das
Características de Qualidade
IDi Ei Mi IDi*
Desdobramento da
qualidade demandada
Relacionamento da
qualidade
demandada (QDi)
com as
características de
qualidade (CQi) -
(DQij)
Importância da QQ
Avaliação Estratégica das
QD
Avaliação competitiva das
QD
Importância corrigida das
QD
Especificações atuais das
CQ
IQj
Importância técnica das CQ
Dj
Dificuldade de atuação das
CQ
Bj
Avaliação competitiva das
CQ
IQj*
Importância corrigida das CQ
Figura 17 – Matriz da Qualidade
Fonte: Ribeiro (2001)
Voz
do
cliente
Correlação entre as
CQ
66
4 RESULTADOS
4.1 Identificação do cliente
A empresa disponibilizou os dados da pesquisa de satisfação do cliente efetuada
durante a Conferência Técnica de 2001. Conforme mencionado no Capítulo 3 (Metodologia),
as etapas relativas à identificação do cliente e a coletar a voz dos clientes (incluindo a
elaboração do instrumento de coleta) foram executadas pela empresa.
A primeira análise dos dados revelou a existência de 87 (oitenta e sete)
comentários. Estes foram considerados informações primitivas (dados brutos), permitindo
assim o início do processo para revelar a voz dos clientes.
4.2 Conversão das informações primitivas em informações
lingüísticas
A análise crítica das informações primitivas revelou 114 (cento e catorze)
informações lingüísticas. Buscou-se identificar a qualidade demandada abordada pelo cliente,
sem levar em consideração se o comentário era um elogio ou uma reclamação.
Durante o processo de conversão das informações primitivas em informações
lingüísticas, verificou-se que parte dos pesquisados abordou mais de um item avaliado em um
único comentário, desta forma, ao proceder a análise crítica do comentário, foi necessário
desmembrá-lo gerando mais de uma informação lingüística para representar a mesma
informação primitiva.
Este fato apontou para um possível vício de formação do instrumento de coleta
que induziria o cliente a agrupar comentários de itens avaliados pertencentes a grupos
diferentes.
67
Esta impressão foi confirmada ao se constatar que a estrutura do instrumento para
coleta da voz do cliente utilizado pela empresa trazia em seu corpo itens de níveis diferentes e
itens de subgrupos distintos em um mesmo grupo. Notou-se ainda que, embora os campos
destinados à identificação do cliente não permitissem a sua identificação de forma eficaz, a
maioria dos comentários originava-se de um mesmo usuário, fato este que pode ser explicado
pelo maior número de participantes deste cliente.
Apesar dos vícios no formulário de pesquisa e na identificação dos clientes, a
conferência técnica é adequada para coleta de dados devido ao índice de participação dos
clientes. Entretanto, o instrumento utilizado deve ser modificado de forma a permitir o
tratamento estatístico dos dados e, conseqüentemente, maior precisão nos resultados obtidos
através da técnica utilizada.
Com base nas informações resultantes dos desdobramentos citados acima, foi
possível desenvolver uma proposta de formulário fechado a ser aplicado, baseado na
recomendação de Ribeiro (2001). Esta proposta é mostrada no apêndice A.
4.3 Reunião das informações lingüísticas similares.
A verificação das afinidades entre as informações lingüísticas resultou na
formação de 24 grupos que receberam uma denominação que pudesse representá-los. A tabela
9 mostra os 24 (vinte e quatro) grupos de informações lingüísticas formados e a freqüência
com que foram citados pelos clientes.
4.4 Identificação dos itens de qualidade demandada.
Estes 24 (vinte e quatro) grupos foram considerados os itens de qualidade
demandada de nível terciário que preencherão as linhas da matriz da qualidade.
68
Tabela 9 – Grupos de informações lingüísticas
Informações Lingüísticas Freqüência
Eficácia das visitas técnicas
7
Freqüência das visitas técnicas
10
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas
7
Menor tempo da resposta a consultas de rotina
7
Menor tempo da resposta a consultas em emergência
5
Aumentar canais de comunicação
6
Informar o andamento da consulta técnica efetuada
7
Honestidade da empresa
2
Atitude frente aos problemas
2
Conhecer o cliente
6
Adequar procedimentos de manutenção
9
Utilizar manuais eletrônicos
3
Revisar manuais com maior freqüência
5
Detalhar catálogo de peças
2
Editar manuais específicos do cliente
2
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
5
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
4
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
4
Melhorar controle da qualidade de peças
3
Agilizar respostas à pedidos de cotação
6
Detalhar informações nas cotações e NFs
2
Minimizar falta de itens em estoque
3
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
4
Preços adequados para as peças
3
Total
114
O processo se repetiu e os 24 (vinte e quatro) itens de nível terciário se reuniram
em 07 (sete) grupos considerados os itens de qualidade demandada de nível secundário. Estes
07 (sete) grupos, por sua vez, formaram um único grupo denominado Suporte ao Produto.
Este novo grupo foi considerado o item de qualidade demandada de nível primário. A tabela
10 mostra o produto do desdobramento da qualidade demandada, a Árvore de Qualidade
Demandada pelos clientes.
69
Tabela 10 – Árvore de qualidade demandada pelo cliente
Nível Primário Nível Secundário Nível Terciário
Eficácia das visitas técnicas
Visitas Técnicas
Freqüência das visitas técnicas
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas
Menor tempo da resposta a consultas de rotina
Respostas a Consultas
Menor tempo da resposta a consultas em emergência
Aumentar canais de comunicação
Comunicação
Informar o andamento da consulta técnica efetuada
Honestidade da empresa
Atitude frente aos problemas
Relacionamento
Conhecer o cliente
Adequar procedimentos de manutenção
Utilizar manuais eletrônicos
Revisar manuais com maior freqüência
Detalhar catálogo de peças
Editar manuais específicos do cliente
Publicações Técnicas
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
Treinamento
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
Melhorar controle da qualidade de peças
Agilizar respostas à pedidos de cotação
Detalhar informações nas cotações e NFs
Minimizar falta de itens em estoque
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
Suporte ao Produto
Peças de Reposição
Preços adequados para as peças
4.5 Atribuição de importância aos itens de qualidade demandada
(IDi)
A importância dos itens de qualidade demandada de nível terciário foi
determinada tomando-se o número de vezes (freqüência) com que o item foi citado em
relação ao total de comentários (114 comentários). A tabela 11 mostra, para os itens tomados
como exemplo, a aplicação deste procedimento.
Tabela 11 – Cálculo da importância dos itens de nível terciário
Nível Terciário Freqüência
Cálculo Importância
Eficácia das visitas técnicas 7 (7/114)*100= 6,14 6,1
Freqüência das visitas técnicas 10 (10/114)*100= 8,77 8,8
70
A tabela 12 mostra os itens de qualidade demandada de terceiro nível em ordem
decrescente de importância. Verificamos que o item “freqüência das visitas técnicas” é o item
de maior relevância para o cliente.
Tabela 12 – Importância dos itens de nível terciário
Nível terciário Importância (IDi)
Freqüência das visitas técnicas
8,77
Adequar procedimentos de manutenção
7,89
Eficácia das visitas técnicas
6,14
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas
6,14
Informar o andamento da consulta técnica efetuada
6,14
Menor tempo da resposta a consultas de rotina
6,14
Agilizar respostas à pedidos de cotação
5,26
Aumentar canais de comunicação
5,26
Conhecer o cliente
5,26
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
4,39
Menor tempo da resposta a consultas em emergência
4,39
Revisar manuais com maior freqüência
4,39
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
3,51
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
3,51
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
3,51
Melhorar controle da qualidade de peças
2,63
Minimizar falta de itens em estoque
2,63
Preços adequados para as peças
2,63
Utilizar manuais eletrônicos
2,63
Atitude frente aos problemas
1,75
Detalhar catálogo de peças
1,75
Detalhar informações nas cotações e NFs
1,75
Editar manuais específicos do cliente
1,75
Honestidade da empresa
1,75
Total
100
A importância dos itens secundários foi calculada somando-se as importâncias de
seus itens de nível terciário. Desta forma, observando a tabela 10 (árvore de qualidade
demandada pelo cliente), verificamos que o item de nível secundário “visitas técnicas” foi
desdobrado em dois itens de nível terciário: “eficácia das visitas técnicas” (de importância
igual a 6,1) e freqüência das visitas técnicas (de importância igual a 8,8), portanto, a
importância do item de nível secundário visitas técnicas é igual a 14,9 (6,1+8,8).
O apêndice B mostra a importância dos itens de qualidade demandada de vel
secundário e terciário.
71
4.6 Avaliação estratégica da qualidade demandada (Ei)
O produto da avaliação estratégica é mostrado na tabela 13. Pode-se notar que,
pela avaliação executada, “detalhar informações nas cotações e NFs” é um item de pouca
importância (peso=0,5), enquanto que “freqüência das visitas técnicas” foi considerado de
grande importância (peso=2,0) para o negócio da empresa.
Tabela 13 – Avaliação estratégica da qualidade demandada
Avaliação
IDi E
i
M
i
IDi*
QUALIDADES DEMANDADAS
Eficácia das visitas técnicas 6,1
1,5
Freqüência das visitas técnicas 8,8
2,0
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas 6,1
2,0
Menor tempo da resposta a consultas de rotina 6,1
1,5
Menor tempo da resposta a consultas em emergência 4,4
2,0
Aumentar canais de comunicação 5,3
1,5
Informar o andamento da consulta técnica efetuada 6,1
1,0
Honestidade da empresa 1,8
2,0
Atitude frente aos problemas 1,8
2,0
Conhecer o cliente 5,3
1,5
Adequar procedimentos de manutenção 7,9
2,0
Utilizar manuais eletrônicos 2,6
1,0
Revisar manuais com maior freqüência 4,4
0,5
Detalhar catálogo de peças 1,8
1,5
Editar manuais específicos do cliente 1,8
0,5
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos 4,4
2,0
Adequar os cursos teóricos ao público alvo 3,5
1,0
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos 3,5
1,0
Melhorar controle da qualidade de peças 2,6
2,0
Agilizar respostas à pedidos de cotação 5,3
1,0
Detalhar informações nas cotações e NFs 1,8
0,5
Minimizar falta de itens em estoque 2,6
1,5
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia 3,5
1,0
Preços adequados para as peças 2,6
1,0
72
4.7 Avaliação competitiva dos itens de qualidade demandada (Mi)
A tabela 14 mostra o resultado da avaliação competitiva, tomou-se como
referencial as empresas deres do mercado. O desempenho da empresa foi considerado acima
da concorrência (peso=0,5) apenas no item “eficácia das visitas técnicas” e em nenhum a
avaliação considerou que o desempenho fosse muito abaixo da concorrência (peso=2,0).
Tabela 14 – Avaliação competitiva da qualidade demandada
Avaliação
IDi E
i
M
i
QUALIDADES DEMANDADAS
Eficácia das visitas técnicas 6,1
1,5 0,5
Freqüência das visitas técnicas 8,8
2,0 1,5
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas 6,1
2,0 1,0
Menor tempo da resposta a consultas de rotina 6,1
1,5 1,0
Menor tempo da resposta a consultas em emergência 4,4
2,0 1,0
Aumentar canais de comunicação 5,3
1,5 1,0
Informar o andamento da consulta técnica efetuada 6,1
1,0 1,0
Honestidade da empresa 1,8
2,0 1,0
Atitude frente aos problemas 1,8
2,0 1,0
Conhecer o cliente 5,3
1,5 1,0
Adequar procedimentos de manutenção 7,9
2,0 1,5
Utilizar manuais eletrônicos 2,6
1,0 1,0
Revisar manuais com maior freqüência 4,4
0,5 1,5
Detalhar catálogo de peças 1,8
1,5 1,0
Editar manuais específicos do cliente 1,8
0,5 1,5
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos 4,4
2,0 1,5
Adequar os cursos teóricos ao público alvo 3,5
1,0 1,0
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos 3,5
1,0 1,5
Melhorar controle da qualidade de peças 2,6
2,0 1,0
Agilizar respostas à pedidos de cotação 5,3
1,0 1,0
Detalhar informações nas cotações e NFs 1,8
0,5 1,0
Minimizar falta de itens em estoque 2,6
1,5 1,0
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia 3,5
1,0 1,0
Preços adequados para as peças 2,6
1,0 1,0
73
4.8 Priorização da qualidade demandada (IDi*)
Os itens de qualidade demandada priorizados, ou a importância dos itens de
qualidade demandada corrigida pelas avaliações estratégicas e de competitividade, são
mostrados na tabela 15.
Constatou-se que o item de qualidade demandada “freqüência das visitas técnicas
é o item de qualidade que os clientes deste segmento mais valorizam.
Tabela 15 – Priorização da qualidade demandada
Avaliação
IDi E
i
M
i
IDi*
QUALIDADES DEMANDADAS
Eficácia das visitas técnicas 6,1
1,5 0,5 5,3
Freqüência das visitas técnicas 8,8
2,0 1,5 15,2
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas 6,1
2,0 1,0 8,7
Menor tempo da resposta a consultas de rotina 6,1
1,5 1,0 7,5
Menor tempo da resposta a consultas em emergência 4,4
2,0 1,0 6,2
Aumentar canais de comunicação 5,3
1,5 1,0 6,4
Informar o andamento da consulta técnica efetuada 6,1
1,0 1,0 6,1
Honestidade da empresa 1,8
2,0 1,0 2,5
Atitude frente aos problemas 1,8
2,0 1,0 2,5
Conhecer o cliente 5,3
1,5 1,0 6,4
Adequar procedimentos de manutenção 7,9
2,0 1,5 13,7
Utilizar manuais eletrônicos 2,6
1,0 1,0 2,6
Revisar manuais com maior freqüência 4,4
0,5 1,5 3,8
Detalhar catálogo de peças 1,8
1,5 1,0 2,1
Editar manuais específicos do cliente 1,8
0,5 1,5 1,5
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos 4,4
2,0 1,5 7,6
Adequar os cursos teóricos ao público alvo 3,5
1,0 1,0 3,5
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos 3,5
1,0 1,5 4,3
Melhorar controle da qualidade de peças 2,6
2,0 1,0 3,7
Agilizar respostas à pedidos de cotação 5,3
1,0 1,0 5,3
Detalhar informações nas cotações e NFs 1,8
0,5 1,0 1,2
Minimizar falta de itens em estoque 2,6
1,5 1,0 3,2
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia 3,5
1,0 1,0 3,5
Preços adequados para as peças 2,6
1,0 1,0 2,6
74
A priorização obtida é apresentada em forma de gráfico, conhecida como
Diagrama de Pareto, no apêndice C e em ordem decrescente de prioridade na tabela 16 para
facilitar a interpretação dos dados.
Tabela 16 – Qualidade demandada – Ordem decrescente de prioridade
Avaliação
Peso E
i
M
i
IDi*
QUALIDADES DEMANDADAS
Freqüência das visitas técnicas 8,8
2,0 1,5 15,2
Adequar procedimentos de manutenção 7,9
2,0 1,5 13,7
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas 6,1
2,0 1,0 8,7
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos 4,4
2,0 1,5 7,6
Menor tempo da resposta a consultas de rotina 6,1
1,5 1,0 7,5
Aumentar canais de comunicação 5,3
1,5 1,0 6,4
Conhecer o cliente 5,3
1,5 1,0 6,4
Menor tempo da resposta a consultas em emergência 4,4
2,0 1,0 6,2
Informar o andamento da consulta técnica efetuada 6,1
1,0 1,0 6,1
Eficácia das visitas técnicas 6,1
1,5 0,5 5,3
Agilizar respostas à pedidos de cotação 5,3
1,0 1,0 5,3
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos 3,5
1,0 1,5 4,3
Revisar manuais com maior freqüência 4,4
0,5 1,5 3,8
Melhorar controle da qualidade de peças 2,6
2,0 1,0 3,7
Adequar os cursos teóricos ao público alvo 3,5
1,0 1,0 3,5
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia 3,5
1,0 1,0 3,5
Minimizar falta de itens em estoque 2,6
1,5 1,0 3,2
Utilizar manuais eletrônicos 2,6
1,0 1,0 2,6
Preços adequados para as peças 2,6
1,0 1,0 2,6
Honestidade da empresa 1,8
2,0 1,0 2,5
Atitude frente aos problemas 1,8
2,0 1,0 2,5
Detalhar catálogo de peças 1,8
1,5 1,0 2,1
Editar manuais específicos do cliente 1,8
0,5 1,5 1,5
Detalhar informações nas cotações e NFs 1,8
0,5 1,0 1,2
Esta etapa, priorização da qualidade demandada, foi necessária neste estudo de
caso para fornecer à empresa, ao priorizar os itens de qualidade, elementos para avaliação da
política de segmentação do mercado.
75
Nota-se que os clientes deste segmento dão muita importância a itens como
“freqüência de vistas técnicas” e “adequar procedimentos de manutenção”. Por outro lado,
itens como “detalhar informações de NFs” e “editar manuais específicos do cliente” são
considerados menos importantes.
A metodologia forneceu elementos importantes para avaliação da política de
segmentação que devem ser contrapostos às informações dos demais segmentos. O resultado
desta atividade mostrará se clientes de diferentes segmentos possuem expectativas diferentes
em relação aos serviços do Pós-Venda.
4.9 Desdobramento das características de qualidade
Os indicadores de qualidade (característica de qualidade) referentes aos itens de
qualidade demandada foram identificados na estrutura da empresa. Quando o indicador não
foi encontrado, ao menos uma característica de qualidade foi atribuída ao item de qualidade
demandada. A tabela 17 mostra a correlação entre os itens de qualidade demandada e as
características de qualidade.
A necessidade de se determinar as características de qualidade, por falta da
informação na estrutura da empresa, revelou que alguns itens de qualidade demandada, não
estavam sendo monitorados pela empresa.
4.10 Relacionamento da qualidade demandada com as características
de qualidade (DQi)
A intensidade de cada relacionamento entre os itens de qualidade demandada
(linhas) e as características de qualidade (colunas) é apresentada no apêndice D (matriz da
qualidade totalmente preenchida).
A matriz se revelou elemento importante por dar visibilidade às analises feitas.
76
Tabela 17 – Atribuição de características de qualidade
Qualidade demandada Características de qualidade
Avaliação das visitas pelo cliente
Eficácia das visitas técnicas
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano
Nº de visitas técnicas/ano
Freqüência das visitas técnicas
Número de Representantes Técnicos por cliente
% de recorrência de problemas/ano
Existência de um banco de dados de soluções propostas
Eficiência da solução proposta em consultas
técnicas
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano
Menor tempo da resposta a consultas de
rotina
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina
Menor tempo da resposta a consultas em
emergência
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência
Aumentar canais de comunicação de canais de comunicação com o cliente
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo
cliente
Informar o andamento da consulta técnica
efetuada
de reclamações por falta de informação do andamento da
consulta
Honestidade da empresa Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano
Atitude frente aos problemas Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa
Conhecer o cliente de pesquisas de satisfação do cliente
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano
Adequar procedimentos de manutenção
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano
Utilizar manuais eletrônicos Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico
Revisar manuais com maior freqüência Nº de revisões dos manuais/ano
Detalhar catálogo de peças
de consultas de peças que não estão no catálogo de
peças/mês
Editar manuais específicos do cliente
de reclamações por falta de informações específicas do
cliente
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos Nº de reclamações (BS)/ano
% de satisfação dos alunos
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano
Aumentar as horas de treinamento prático
nos cursos
Relação entre horas de treinamento prático/teórico
Nº de Reclamações de desvios em peças
Melhorar controle da qualidade de peças
Existência de um programa de gestão da qualidade na
fabricação
Agilizar respostas à pedidos de cotação % de cotações emitidas no prazo/mês
Detalhar informações nas cotações e NFs de solicitações de informações das cotações e NFs
Minimizar falta de itens em estoque
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de
peça
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia Melhorar o processo de gerenciamento da
garantia
% de garantias atendidas fora do prazo
Existência de um sistema de formação de preços
Preços adequados para as peças
Existência de um programa de análise do mercado
4.11 Especificações atuais para as características de qualidade
Assim como para atribuição das características de qualidade, buscou-se na
estrutura da empresa as especificações (metas) para as características de qualidade utilizadas
77
para empresa. Quando esta informação não foi encontrada, a célula foi deixada em branco,
conforme mostrado na tabela 18.
Tabela 18 – Especificações atuais das características de qualidade
Características de Qualidade Especificações Atuais
Avaliação das visitas pelo cliente
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano
420 h/ano
Nº de visitas técnicas/ano
Número de Representantes Técnicos por cliente
% de recorrência de problemas/ano
Existência de um banco de dados de soluções propostas
Parcial
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano
420 h/ano
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina (7 dias)
100%
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência (1 dia)
90%
Nº de canais de comunicação com o cliente
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa
Nº de pesquisas de satisfação do cliente
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano
420 h/ano
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico
Nº de revisões dos manuais/ano
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente
Nº de reclamações (BS)/ano
% de satisfação dos alunos
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano
420 h/ano
Relação entre horas de treinamento prático/teórico
Nº de Reclamações de desvios em peças
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação
% de cotações emitidas no prazo/mês
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia
% de garantias atendidas fora do prazo
Existência de um sistema de formação de preços
Existência de um programa de análise do mercado
Verificou-se na estrutura da empresa, a não existência de características de
qualidade para determinadas qualidade demandadas pelos clientes, consequentemente, estes
itens não possuíam metas ou valores alvo formais. A análise da tabela 19 nos mostra que, por
exemplo, o indicador de qualidade “freqüência das visitas cnicas”, eleito de grande
importância para o negócio da empresa, não possui uma especificação formal. Estas lacunas
78
no sistema logístico da empresa podem representar oportunidades de negócio, ao revelar itens
considerados importantes pelos clientes podem estar sem o tratamento devido dentro da
estrutura da companhia.
4.12 Importância para as características de qualidade (IQj)
A tabela 19 apresenta a importância técnica para as características de qualidade.
Nesta tabela podemos observar que “nº de horas de treinamento do representante técnico” é a
característica técnica de maior valor.
Tabela 19 - Importância técnica das características de qualidade
Importância
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE
IQj
Avaliação das visitas pelo cliente 20,8
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano 45,9
Nº de visitas técnicas/ano 28,0
Número de Representantes Técnicos por cliente 30,0
% de recorrência de problemas/ano 21,7
Existência de um banco de dados de soluções propostas 39,9
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano 45,3
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina 12,2
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência 9,9
Nº de canais de comunicação com o cliente 18,0
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente 17,1
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta 13,4
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano 6,4
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa 12,4
Nº de pesquisas de satisfação do cliente 16,0
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano 21,5
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano 27,8
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico 6,2
Nº de revisões dos manuais/ano 19,3
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês 2,3
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente 2,4
Nº de reclamações (BS)/ano 10,3
% de satisfação dos alunos 11,0
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano 4,8
Relação entre horas de treinamento prático/teórico 11,2
Nº de Reclamações de desvios em peças 3,3
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação 5,6
% de cotações emitidas no prazo/mês 5,4
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs 1,1
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça 2,9
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia 3,8
% de garantias atendidas fora do prazo 3,8
Existência de um sistema de formação de preços 3,0
Existência de um programa de análise do mercado 3,0
79
4.13 Avaliação da dificuldade de atuação sobre as características de
qualidade (Dj)
A característica de qualidade “Nº de visitas técnicas por ano” foi considerada de
fácil atuação pela empresa (peso 2,0). A tabela 20 mostra os resultados desta avaliação.
Tabela 20 - Avaliação da dificuldade de atuação
Avaliação
Dificuldades
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE
IQj Dj
Avaliação das visitas pelo cliente 20,8 1,0
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano 45,9 2,0
Nº de visitas técnicas/ano 28,0 2,0
Número de Representantes Técnicos por cliente 30,0 1,0
% de recorrência de problemas/ano 21,7 1,0
Existência de um banco de dados de soluções propostas 39,9 1,0
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano 45,3 2,0
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina 12,2 1,0
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência 9,9 1,0
Nº de canais de comunicação com o cliente 18,0 2,0
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente 17,1 2,0
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta 13,4 1,5
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano 6,4 1,0
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa 12,4 1,0
Nº de pesquisas de satisfação do cliente 16,0 1,0
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano 21,5 1,0
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano 27,8 2,0
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico 6,2 1,0
Nº de revisões dos manuais/ano 19,3 1,0
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês 2,3 1,0
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente 2,4 1,0
Nº de reclamações (BS)/ano 10,3 1,5
% de satisfação dos alunos 11,0 1,5
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano 4,8 1,0
Relação entre horas de treinamento prático/teórico 11,2 1,0
Nº de Reclamações de desvios em peças 3,3 1,5
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação 5,6 2,0
% de cotações emitidas no prazo/mês 5,4 1,0
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs 1,1 1,0
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça 2,9 0,5
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia 3,8 1,0
% de garantias atendidas fora do prazo 3,8 0,5
Existência de um sistema de formação de preços 3,0 2,0
Existência de um programa de análise do mercado 3,0 2,0
80
4.14 Avaliação competitiva das características de qualidade (Bj)
O benchmark técnico, mostrado na tabela 21 revela que o desempenho da empresa
na característica “Nº de vistas técnicas por ano” foi considerado superior aos dos
concorrentes, enquanto que “Nº de reclamações de BS/ano” foi considerado abaixo da
concorrência.
Tabela 21 - Avaliação competitiva das características
Avaliação
Competitiva
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE
IQj Dj
Bj
Avaliação das visitas pelo cliente 20,8 1,0
1,0
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano 45,9 2,0
1,0
Nº de visitas técnicas/ano 28,0 2,0
0,5
Número de Representantes Técnicos por cliente 30,0 1,0
1,5
% de recorrência de problemas/ano 21,7 1,0
1,5
Existência de um banco de dados de soluções propostas 39,9 1,0
1,5
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano 45,3 2,0
1,0
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina 12,2 1,0
1,0
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência 9,9 1,0
1,0
Nº de canais de comunicação com o cliente 18,0 2,0
1,0
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente 17,1 2,0
1,0
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta 13,4 1,5
1,0
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano 6,4 1,0
0,5
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa 12,4 1,0
0,5
Nº de pesquisas de satisfação do cliente 16,0 1,0
0,5
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano 21,5 1,0
1,0
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano 27,8 2,0
1,0
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico 6,2 1,0
1,0
Nº de revisões dos manuais/ano 19,3 1,0
1,0
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês 2,3 1,0
1,0
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente 2,4 1,0
1,0
Nº de reclamações (BS)/ano 10,3 1,5
1,5
% de satisfação dos alunos 11,0 1,5
1,0
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano 4,8 1,0
1,0
Relação entre horas de treinamento prático/teórico 11,2 1,0
1,0
Nº de Reclamações de desvios em peças 3,3 1,5
1,5
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação 5,6 2,0
1,0
% de cotações emitidas no prazo/mês 5,4 1,0
1,0
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs 1,1 1,0
1,0
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça 2,9 0,5
1,0
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia 3,8 1,0
1,0
% de garantias atendidas fora do prazo 3,8 0,5
1,0
Existência de um sistema de formação de preços 3,0 2,0
1,0
Existência de um programa de análise do mercado 3,0 2,0
1,0
81
4.15 Priorização das características de qualidade (IQj*)
O produto desta atividade é mostrado na tabela 22. Pode-se notar que, após as
correções efetuadas pelas avaliações competitivas e de dificuldade de atuação, a característica
“Nº de horas de treinamento do representante técnico/ano” foi considerada de maior
relevância, enquanto que “Nº de solicitações de informações das cotações e NFs” foi a de
menor relevância.
Tabela 22 – Priorização das características de qualidade
Avaliação
Priorização
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE
IQj Dj Bj IQj*
Avaliação das visitas pelo cliente 20,8 1,0 1,0 20,8
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano 45,9 2,0 1,0 64,8
Nº de visitas técnicas/ano 28,0 2,0 0,5 28,0
Número de Representantes Técnicos por cliente 30,0 1,0 1,5 36,8
% de recorrência de problemas/ano 21,7 1,0 1,5 26,6
Existência de um banco de dados de soluções propostas 39,9 1,0 1,5 48,9
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano 45,3 2,0 1,0 64,0
% de consultas atendidas dentro do tempo – Rotina 12,2 1,0 1,0 12,2
% de consultas atendidas dentro do tempo – Emergência 9,9 1,0 1,0 9,9
Nº de canais de comunicação com o cliente 18,0 2,0 1,0 25,5
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente 17,1 2,0 1,0 24,2
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta 13,4 1,5 1,0 16,4
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano 6,4 1,0 0,5 4,5
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa 12,4 1,0 0,5 8,8
Nº de pesquisas de satisfação do cliente 16,0 1,0 0,5 11,3
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano 21,5 1,0 1,0 21,5
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano 27,8 2,0 1,0 39,3
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico 6,2 1,0 1,0 6,2
Nº de revisões dos manuais/ano 19,3 1,0 1,0 19,3
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês 2,3 1,0 1,0 2,3
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente 2,4 1,0 1,0 2,4
Nº de reclamações (BS)/ano 10,3 1,5 1,5 15,4
% de satisfação dos alunos 11,0 1,5 1,0 13,4
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano 4,8 1,0 1,0 4,8
Relação entre horas de treinamento prático/teórico 11,2 1,0 1,0 11,2
Nº de Reclamações de desvios em peças 3,3 1,5 1,5 5,0
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação 5,6 2,0 1,0 8,0
% de cotações emitidas no prazo/mês 5,4 1,0 1,0 5,4
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs 1,1 1,0 1,0 1,1
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça 2,9 0,5 1,0 2,1
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia 3,8 1,0 1,0 3,8
% de garantias atendidas fora do prazo 3,8 0,5 1,0 2,7
Existência de um sistema de formação de preços 3,0 2,0 1,0 4,3
Existência de um programa de análise do mercado 3,0 2,0 1,0 4,3
82
A tabela 23 apresenta em ordem decrescente de prioridade as características de
qualidade e o Diagrama de Pareto para esta priorização é mostrado no apêndice E.
Tabela 23 – Características de qualidade – Ordem decrescente de prioridade
Avaliação
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE
IQj Dj Bj IQj*
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano 45,9 2,0 1,0 64,8
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano 45,3 2,0 1,0 64,0
Existência de um banco de dados de soluções propostas 39,9 1,0 1,5 48,9
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano 27,8 2,0 1,0 39,3
Número de Representantes Técnicos por cliente 30,0 1,0 1,5 36,8
Nº de visitas técnicas/ano 28,0 2,0 0,5 28,0
% de recorrência de problemas/ano 21,7 1,0 1,5 26,6
Nº de canais de comunicação com o cliente 18,0 2,0 1,0 25,5
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente 17,1 2,0 1,0 24,2
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano 21,5 1,0 1,0 21,5
Avaliação das visitas pelo cliente 20,8 1,0 1,0 20,8
Nº de revisões dos manuais/ano 19,3 1,0 1,0 19,3
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta 13,4 1,5 1,0 16,4
Nº de reclamações (BS)/ano 10,3 1,5 1,5 15,4
% de satisfação dos alunos 11,0 1,5 1,0 13,4
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina 12,2 1,0 1,0 12,2
Nº de pesquisas de satisfação do cliente 16,0 1,0 0,5 11,3
Relação entre horas de treinamento prático/teórico 11,2 1,0 1,0 11,2
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência 9,9 1,0 1,0 9,9
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa 12,4 1,0 0,5 8,8
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação 5,6 2,0 1,0 8,0
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico 6,2 1,0 1,0 6,2
% de cotações emitidas no prazo/mês 5,4 1,0 1,0 5,4
Nº de Reclamações de desvios em peças 3,3 1,5 1,5 5,0
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano 4,8 1,0 1,0 4,8
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano 6,4 1,0 0,5 4,5
Existência de um sistema de formação de preços 3,0 2,0 1,0 4,3
Existência de um programa de análise do mercado 3,0 2,0 1,0 4,3
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia 3,8 1,0 1,0 3,8
% de garantias atendidas fora do prazo 3,8 0,5 1,0 2,7
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente 2,4 1,0 1,0 2,4
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês 2,3 1,0 1,0 2,3
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça 2,9 0,5 1,0 2,1
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs 1,1 1,0 1,0 1,1
A tabela 24 torna evidente que desenvolvendo-se as 11 primeiras características
de qualidade (cerca de 32% dos itens) da metodologia de Ribeiro, estar-se-ia priorizando os
itens que possuem cerca de 70% do total de importância corrigida.
83
Tabela 24 – Característica de qualidade acumulada (valores percentuais)
CARACTERÍSTICA DA QUALIDADE IQj* IQj*%
Acum
1
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano
64,8 11,3%
11,3%
2
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano
64,0 11,1%
22,4%
3
Existência de um banco de dados de soluções propostas
48,9 8,5% 30,9%
4
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano
39,3 6,8% 37,8%
5
Número de Representantes Técnicos por cliente
36,8 6,4% 44,2%
6
Nº de visitas técnicas/ano
28,0 4,9% 49,0%
7
% de recorrência de problemas/ano
26,6 4,6% 53,7%
8
Nº de canais de comunicação com o cliente
25,5 4,4% 58,1%
9
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente
24,2 4,2% 62,3%
10
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano
21,5 3,7% 66,0%
11
Avaliação das visitas pelo cliente
20,8 3,6% 69,7%
12
Nº de revisões dos manuais/ano
19,3 3,3% 73,0%
13
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta
16,4 2,8% 75,9%
14
Nº de reclamações (BS)/ano
15,4 2,7% 78,5%
15
% de satisfação dos alunos
13,4 2,3% 80,9%
16
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina
12,2 2,1% 83,0%
17
Nº de pesquisas de satisfação do cliente
11,3 2,0% 84,9%
18
Relação entre horas de treinamento prático/teórico
11,2 1,9% 86,9%
19
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência
9,9 1,7% 88,6%
20
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa
8,8 1,5% 90,1%
21
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação
8,0 1,4% 91,5%
22
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico
6,2 1,1% 92,6%
23
% de cotações emitidas no prazo/mês
5,4 0,9% 93,5%
24
Nº de Reclamações de desvios em peças
5,0 0,9% 94,4%
25
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano
4,8 0,8% 95,2%
26
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano
4,5 0,8% 96,0%
27
Existência de um programa de análise do mercado
4,3 0,7% 96,8%
28
Existência de um sistema de formação de preços
4,3 0,7% 97,5%
29
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia
3,8 0,7% 98,2%
30
% de garantias atendidas fora do prazo
2,7 0,5% 98,6%
31
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente
2,4 0,4% 99,0%
32
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês
2,3 0,4% 99,4%
33
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça
2,1 0,4% 99,8%
34
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs
1,1 0,2% 100,0%
Esta etapa, priorização das características de qualidade, foi necessária neste estudo
de caso para mostrar à empresa os indicadores de qualidade relevantes para satisfazer os
clientes deste segmento.
A metodologia empregada para priorização das qualidades demandas (IQi*)
forneceu informações relevantes para mostrar a empresa onde concentrar seus recursos para
atender os clientes.
84
4.16 Identificação das correlações entre as características de qualidade
Verificou-se que as correlações entre as características de qualidade são todas
positivas e que quando analisadas características primárias de uma mesma característica
secundária, as correlações, em sua maioria são fortes. Em razão de não existirem correlações
negativas e das correlações positivas não acrescentarem informações relevantes ao
desenvolvimento deste trabalho, a tabela referente a esta atividade foi suprimida do corpo
deste trabalho. Desta forma, como esta etapa corresponde a construção do teto da casa da
qualidade, a matriz construída ficou com o formato mostrado na figura 18.
Desdobramento das
Características de Qualidade
IDi Ei Mi IDi*
Desdobramento da
qualidade demandada
Relacionamento da
qualidade
demandada (QDi)
com as
características de
qualidade (CQi) -
(DQij)
Importância da QQ
Avaliação Estratégica das
QD
Avaliação competitiva das
QD
Importância corrigida das
QD
Especificações atuais das
CQ
IQj
Importância técnica das CQ
Dj
Dificuldade de atuação das
CQ
Bj
Avaliação competitiva das
CQ
IQj*
Importância corrigida das CQ
Figura 18 – Matriz da Qualidade
Fonte: Adaptado de Ribeiro (2001)
Importante registrar que os resultados aqui descritos refletem as necessidades dos
clientes do segmento pesquisado em 2001, ano em que os dados foram colhidos. A diferente
realidade do produto, bem como dos clientes, em 2006, ano em que a técnica foi aplicada,
pode levar a resultados diferentes.
Voz
do
cliente
85
5 CONCLUSÕES
5.1 Conclusões
Este estudo de caso, uma aplicação de QFD nos dados do pós-venda (pesquisa de
satisfação) de uma empresa da indústria aeronáutica, mostrou que a técnica é uma importante
ferramenta de planejamento da qualidade e que:
A conferência técnica é adequada para coleta de dados, apesar dos cios no
formulário de pesquisa e na identificação dos clientes, devido ao índice de participação dos
clientes.
O instrumento para coletar a voz do cliente deve ser modificado de forma a
permitir o tratamento estatístico dos dados e, conseqüentemente, um melhor aproveitamento
da técnica utilizada.
O item freqüência das visitas técnicas” é a qualidade demandada de maior
importância para os clientes.
A priorização das qualidades demandadas revelou elementos para avaliação da
abordagem utilizada para segmentação de mercado.
Após as avaliações Estratégicas e Competitivas o item “freqüência das visitas
técnicas” é a qualidade demandada de maior importância corrigida.
Existem características de qualidade relevantes para o cliente que não são
monitoradas pela empresa.
Revelou lacunas no sistema logístico que podem se traduzir em oportunidades
de negócio.
86
A matriz da qualidade se mostrou elemento capaz de dar visibilidade às
análises feitas.
O item “nº de horas de treinamento do representante técnico” é a característica
da qualidade de maior importância técnica.
A priorização das características de qualidade mostrou à empresa os
indicadores de qualidade relevantes para satisfazer os clientes deste segmento.
A característica de qualidade “Nº de horas de treinamento do representante
técnicos/ano” é a de maior importância corrigida após as avaliações de Dificuldade e
Competitiva.
Demonstrou que concentrando-se os esforços na melhoria de 32% das
características de qualidade estar-se-ia atingindo cerca de 70% do total de importância
corrigida.
O estudo de caso realizado tornou explícito o problema, propiciou o
entendimento da técnica utilizada e a necessidade de compreensão das necessidades do
cliente.
5.2 Recomendações para trabalhos futuros
Considerando-se os resultados obtidos nesta pesquisa recomenda-se aproveitar a
oportunidade gerada pela conferência técnica e aplicar a técnica para identificar as qualidades
demandadas por cada cliente deste segmento, avaliando assim se estes possuem expectativas
em comum.
Recomenda-se também uma mudança na forma de se obter a voz do cliente. Esta
atividade deve ser executada em duas etapas: um formulário aberto, para identificar as
qualidades demandadas, e um formulário fechado para se efetuar a priorização necessária. A
87
primeira etapa pode ser executada, por exemplo, durante o processo de envio e confirmação
da participação no evento. A segunda etapa pode ser executada durante a conferência.
Por fim recomenda-se estender a aplicação da técnica aos clientes da empresa
pertencentes aos demais segmentos.
88
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APÊNDICES
95
Apêndice A - PROPOSTA DE FORMULÁRIO FECHADO - adaptado de Ribeiro (2001)
Pesquisa sobre Prestação de Serviços da Assistência Técnica
Cliente: Data:
Nome: Companhia:
Função: Tempo na função:
O objetivo desta pesquisa é identificar as necessidades dos clientes e priorizar as ões que devem ser
implementadas na Assistência Técnica visando alimentar o processo de melhoria contínua e garantir da Satisfação
do Cliente.
A EMPRESA, desde já, agradece a sua participação.
1. Coloque em ordem de importância os itens relacionados abaixo, levando-se em conta a qualidade na prestação
de serviços de assistência técnica em veículos. Considere 1 o mais importante e 5 o menos importante.
( )
Visitas Técnicas
( )
Respostas a Consultas
( )
Comunicação
( )
Relacionamento
( )
Treinamento
( )
Publicações Técnicas
( )
Peças de Reposição
2. Com relação aos serviços mencionados acima, o nível de serviço oferecido pela empresa, quando comparada
com seus principais concorrentes, está (Caso não tenha condições de avaliar deixe a linha em branco):
Muito Abaixo Abaixo Igual Acima Muito Acima
Visitas Técnicas
Respostas a
Consultas
Relacionamento
Publicações
Técnicas
Treinamento
Peças de Reposição
Comentários:
3. Levando-se em consideração as Visitas Técnicas, avalie a importância dos itens mostrados abaixo no
desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Eficácia
Freqüência
Comentários:
96
Continuação do Apêndice A – Proposta de Formulário fechado - adaptado de Ribeiro (2001)
4. Levando-se em consideração as Respostas a Consultas, avalie a importância dos itens mostrados abaixo no
desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Eficiência da Solução Proposta
Tempo da Resposta - Rotina
Tempo da Resposta - Emergência
Comentários:
5. Levando-se em consideração a Comunicação com a empresa, avalie a importância dos itens mostrados abaixo
no desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Nº de canais de comunicação
Status das solicitações efetuadas
Comentários:
6. Levando-se em consideração o Relacionamento cliente/empresa, avalie a importância dos itens mostrados
abaixo no desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Clareza de propósito
Atitude frente aos problemas
Conhecimento do cliente
Comentários:
7. Levando-se em consideração o Treinamento, avalie a importância dos itens mostrados abaixo no desempenho
de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Cursos Teóricos
Treinamento Prático de
Manutenção
Comentários:
97
Continuação do Apêndice A – Proposta de Formulário fechado - adaptado de Ribeiro (2001)
8. Levando-se em consideração as Publicações Técnicas, avalie a importância dos itens mostrados abaixo no
desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Procedimentos de manutenção
Manuais eletrônicos
Revisão de manuais
Informações do catálogo de peças
Manuais específicos para o
cliente
Boletins Técnicos
Comentários:
9. Levando-se em consideração os serviços relacionados com Peças de Reposição, avalie a importância dos itens
mostrados abaixo no desempenho de sua missão.
Sem
Importância
Pouco
Importante
Relativamente
Importante
Importante
Muito
Importante
Controle da qualidade de peças
Respostas à pedidos de cotação
Informações nas cotações e NFs
Itens em estoque no fabricante
Gerenciamento da garantia e
reparos
Tempo de retorno do item
Cumprimento dos prazos
Comentários:
98
APÊNDICE B – Importância dos itens de qualidade demandada, níveis terciário e secundário
Nível Primário
Nível Secundário
Freqüência
Importância
(IDi)
Nível Terciário
Freqüência
Importância
(IDi)
Eficácia das visitas técnicas 7 6,1
Freqüência das visitas técnicas 10 8,8
Visitas Técnicas 17 14,9
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas 7 6,1
Respostas à
Menor tempo da resposta a consultas de rotina 7 6,1
Menor tempo da resposta a consultas em emergência 5 4,4
Consultas
19 16,7
Aumentar canais de comunicação 6 5,3
Informar o andamento da consulta técnica efetuada 7 6,1
Comunicação 13 11,4
Honestidade da empresa
2 1,8
Atitude frente aos problemas
2 1,8
Conhecer o cliente
6 5,3
Relacionamento 10 8,8
Adequar procedimentos de manutenção
9 7,9
Utilizar manuais eletrônicos
3 2,6
Publicações
Revisar manuais com maior freqüência
5 4,4
Detalhar catálogo de peças
2 1,8
Editar manuais específicos do cliente
2 1,8
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
5 4,4
Técnicas
26 22,8
Adequar os cursos teóricos ao público alvo 4
3,5
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
4
3,5
Treinamento 8 7,0
Melhorar controle da qualidade de peças
3
2,6
Agilizar respostas à pedidos de cotação
6
5,3
Peças de
Detalhar informações nas cotações e NFs
2
1,8
Minimizar falta de itens em estoque
3
2,6
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
4
3,5
Preços adequados para as peças
3
2,6
Suporte Ao Produto
Reposição
21 18,4
99
APÊNDICE C – Pareto das Qualidades Demandadas
Pareto das Qualidades Demandadas
2,1
2,5
2,5
2,6
3,7
3,8
5,3
6,1
6,2
6,4
6,4
7,6
8,7
15,2
1,2
1,5
2,6
3,2
3,5
3,5
4,3
5,3
7,5
13,7
1
Frequência das visitas técnicas
Adequar procedimentos de manutenção
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
Menor tempo da resposta a consultas de rotina
Conhecer o cliente
Aumentar canais de comunicação
Menor tempo da resposta a consultas em emergência
Informar o andamento da consulta técnica efetuada
Eficácia das visitas técnicas
Agilizar respostas à pedidos de cotação
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
Revisar manuais com maior frequência
Melhorar controle da qualidade de peças
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
Minimizar falta de itens em estoque
Utilizar manuais eletrônicos
Preços adequados para as peças
Honestidade da empresa
Atitude frente aos problemas
Detalhar catálogo de peças
Editar manuais específicos do cliente
Detalhar informações nas cotações e NFs
APÊNDICE D – Matriz da Qualidade
Avaliação das visitas pelo cliente
de horas de treinamento do Representante
Técnico/ano
Nº de visitas técnicas/ano
Número de Representantes Técnicos por cliente
% de recorrência de problemas/ano
Existência de um banco de dados de soluções propostas
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência
Nº de canais de comunicação com o cliente
Existência de um sistema de acompanhamento da
consulta pelo cliente
Nº de reclamações por falta de informação do andamento
da consulta
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa
Nº de pesquisas de satisfação do cliente
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico
Nº de revisões dos manuais/ano
de consultas de peças que não estão no catálogo de
peças/mês
de reclamações por falta de informações específicas
do cliente
Nº de reclamações (BS)/ano
% de satisfação dos alunos
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano
Relação entre horas de treinamento prático/teórico
Nº de Reclamações de desvios em peças
Existência de um programa de gestão da qualidade na
fabricação
% de cotações emitidas no prazo/mês
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta
de peça
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia
% de garantias atendidas fora do prazo
Existência de um sistema de formação de preços
Existência de um programa de análise do mercado
IDi Ei Mi IDi*
Eficácia das visitas técnicas
9 9 6 6 3 6 3 1 1 1 1 6,1 1,5 0,5 5,3
Frequência das visitas técnicas
6 6 9 9 1 1 1 3 3 1 1 8,8 2,0 1,5 15,2
Eficiência da solução proposta em consultas técnicas
6 1 1 9 9 9 1 1 1 1 3 1 6,1 2,0 1,0 8,7
Menor tempo da resposta a consultas de rotina
6 1 1 9 9 9 1 3 3 1 1 1 3 1 6,1 1,5 1,0 7,5
Menor tempo da resposta a consultas em emergência
6 1 1 9 9 3 9 3 3 1 1 1 3 1 4,4 2,0 1,0 6,2
Aumentar canais de comunicação
9 5,3 1,5 1,0 6,4
Informar o andamento da consulta técnica efetuada
1 6 1 1 3 6 6 9 9 3 3 6,1 1,0 1,0 6,1
Honestidade da empresa
1 1 6 3 9 3 3 1,8 2,0 1,0 2,5
Atitude frente aos problemas
3 6 6 6 6 9 3 3 1 3 9 3 1,8 2,0 1,0 2,5
Conhecer o cliente
6 6 6 9 6 3 3 3 1 1 3 6 9 1 6 6 6 1 1 1 1 1 5,3 1,5 1,0 6,4
Adequar procedimentos de manutenção
1 6 1 1 1 1 6 1 9 9 1 9 1 1 1 7,9 2,0 1,5 13,7
Utilizar manuais eletrônicos
1 3 9 2,6 1,0 1,0 2,6
Revisar manuais com maior frequência
1 9 9 1 1 4,4 0,5 1,5 3,8
Detalhar catálogo de peças
1 1 6 9 3 1,8 1,5 1,0 2,1
Editar manuais específicos do cliente
1 1 1 9 1,8 0,5 1,5 1,5
Aumentar a eficiência dos boletins técnicos
1 6 3 9 6 6 1 1 1 3 6 3 9 3 4,4 2,0 1,5 7,6
Adequar os cursos teóricos ao público alvo
1 9 9 6 3,5 1,0 1,0 3,5
Aumentar as horas de treinamento prático nos cursos
1 6 9 3,5 1,0 1,5 4,3
Melhorar controle da qualidade de peças
3 1 1 1 9 9 2,6 2,0 1,0 3,7
Agilizar respostas à pedidos de cotação
9 5,3 1,0 1,0 5,3
Detalhar informações nas cotações e NFs
9 1,8 0,5 1,0 1,2
Minimizar falta de itens em estoque
3 3 3 3 3 1 1 1 9 2,6 1,5 1,0 3,2
Melhorar o processo de gerenciamento da garantia
1 1 1 9 9 3,5 1,0 1,0 3,5
Preços adequados para as peças 9 9 2,6 1,0 1,0 2,6
Especificações atuais
420 h/ano
Parcial
420 h/ano
100%
90%
420 h/ano
420 h/ano
IQj 1,1 2,9 2,3 2,4 3,8 3,8 3,0 3,0 6,4 4,8 3,3 5,4 6,2 5,6 12,4 9,9 11,2 16,0 12,2 11,0 10,3 13,4 19,3 20,8 21,5 17,1 18,0 21,7 28,0 30,0 27,8 39,9 45,3 45,9
Dj 1,0 0,5 1,0 1,0 0,5 1,0 2,0 2,0 1,0 1,0 1,5 1,0 1,0 2,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,5 1,5 1,5 1,0 1,0 1,0 2,0 2,0 1,0 2,0 1,0 2,0 1,0 2,0 2,0
Bj 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 0,5 1,0 1,5 1,0 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 0,5 1,0 1,0 1,5 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,5 0,5 1,5 1,0 1,5 1,0 1,0
IQj* 1,1 2,1 2,3 2,4 2,7 3,8 4,3 4,3 4,5 4,8 5,0 5,4 6,2 8,0 8,8 9,9 11,2 11,3 12,2 13,4 15,4 16,4 19,3 20,8 21,5 24,2 25,5 26,6 28,0 36,8 39,3 48,9 64,0 64,8
QUALIDADES DEMANDADAS
CARACTERÍSTICAS DE QUALIDADE
101
APÊNDICE E – Pareto das Características de Qualidade
1,1
2,1
2,3
2,4
2,7
3,8
4,3
4,3
4,5
4,8
5,0
5,4
6,2
8,0
8,8
9,9
11,2
11,3
12,2
13,4
15,4
16,4
19,3
20,8
21,5
24,2
25,5
26,6
28,0
36,8
39,3
48,9
64,0
64,8
Nº de horas de treinamento do Representante Técnico/ano
Nº de horas de treinamento do Eng de Suporte/ano
Existência de um banco de dados de soluções propostas
Nº de horas de treinamento do Eng de Manutenção/ano
Número de Representantes Técnicos por cliente
Nº de visitas técnicas/ano
% de recorrência de problemas/ano
Nº de canais de comunicação com o cliente
Existência de um sistema de acompanhamento da consulta pelo cliente
Nº de reclamações (Procedimento de Manutenção)/ano
Avaliação das visitas pelo cliente
Nº de revisões dos manuais/ano
Nº de reclamações por falta de informação do andamento da consulta
Nº de reclamações (BS)/ano
% de satisfação dos alunos
% de consultas atendidas dentro do tempo - Rotina
Nº de pesquisas de satisfação do cliente
Relação entre horas de treinamento prático/teórico
% de consultas atendidas dentro do tempo - Emergência
Nº de pesquisas de confiança dos clientes na empresa
Existência de um programa de gestão da qualidade na fabricação
Relação entre manuais "Hard Copy"/Eletrônico
% de cotações emitidas no prazo/mês
Nº de Reclamações de desvios em peças
Nº de horas de treinamento do Instrutor/ano
Nº de pesquisa de imagem da empresa com clientes/ano
Existência de um programa de análise do mercado
Existência de um sistema de formação de preços
Nº de Reclamações sobre o processo de garantia
% de garantias atendidas fora do prazo
Nº de reclamações por falta de informações específicas do cliente
Nº de consultas de peças que não estão no catálogo de peças/mês
% de pedidos de peças atendidos fora do prazo por falta de peça
Nº de solicitações de informações das cotações e NFs
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