buscarmos saber. O ato pedagógico nos pertence, não duvidemos disso.
Segundo Beyer (2006, p. 57),:
Para os professores em atividade, para quem a proposta da
integração/inclusão escolar surge como um adicional “complicador”, uma
formação continuada deveria tentar propiciar ferramentas básicas, tendo em
vista sua capacitação. Evidentemente, esta formação deve ter os requisitos
essenciais para uma condução razoável do processo de ensino-
aprendizagem, desde os fundamentos conceituais da educação
integradora/inclusiva até os aspectos pedagógicos implícitos nesse
processo, tais como a metodologia de ensino, os recursos didáticos, as
formas de aprendizagem de alunos com necessidades especiais, sua
progressão escolar, as questões de avaliação e da terminalidade escolar,
etc.
Comecemos, então, a considerar que mesmo com trezentos ou quinhentos
alunos, não teremos todos esses com NEE. Desta forma, o planejamento da aula e
avaliação diferenciada será realizado para este grupo de alunos que delas
necessitam. É fácil fazer Adaptação Curricular Individualizada? Não. É possível
fazer? É. O professor precisa de apoio pedagógico? Precisa!
Beyer (2006, p. 39) destaca “é importante frisar que a educação inclusiva é
pedagogicamente realizável”, e prossegue (p. 41) dizendo que:
É preciso realçar que a ação pedagógica especializada nas classes
inclusivas é conduzida no contexto institucional da escola, e não
individualmente, como se tratasse de uma prática clínico-terapêutica. Tais
ações não devem desconsiderar, no entanto, as necessidades específicas
de alguns alunos. As ações são desenvolvidas no contexto da sala de aula
com todos os alunos, com intervenção mais intensa, porém, com os alunos
com necessidades especiais.
Assim, é fundamental o professor “abrir-se” para a inclusão, ele necessita sair
do lugar da queixa, que imobiliza, que emperra. É comum ouvirmos nas salas dos
professores reclamações como baixo salário, indisciplina, turmas numerosas, etc.,
muitas, como as citadas, realmente pertinentes.
É bom lembrarmos que Freire (1996, p. 74), no seu livro Pedagogia da
Autonomia, já dizia:
A luta dos professores em defesa de seus direitos e de sua dignidade deve
ser entendida como um momento importante de sua prática docente,
enquanto prática ética. Não é algo que vem de fora da atividade docente,
mas algo que dela faz parte. O combate em favor da dignidade da prática
docente é tão parte dela mesma quanto dela faz parte o respeito que o
professor deve ter à identidade do educando, à sua pessoa, a seu direito de
ser. [...]. “Não há o que fazer” é o discurso acomodado que não podemos