Download PDF
ads:
Universidade Norte do Paraná
MESTRADO EM ODONTOLOGIA
JOSÉ MÁRIO DA SILVA FILHO
RELAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NO GENE IL-1β
ββ
β E A
REABSORÇÃO RADICULAR APICAL EXTERNA EM PACIENTES
TRATADOS ORTODONTICAMENTE
Londrina
2008
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
2
JOSÉ MÁRIO DA SILVA FILHO
RELAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NO GENE IL-1β
ββ
β E A
REABSORÇÃO RADICULAR APICAL EXTERNA EM PACIENTES
TRATADOS ORTODONTICAMENTE
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Odontologia da Universidade Norte do Paraná,
para obter o Titulo de Mestre, pelo programa de
Pós-Graduação em Odontologia.
Área de Concentração:
Dentística com Ênfase em Prevenção
Orientadora: Profª Dr
a.
Regina Célia Poli-Frederico
Co-orientador: Prof. Dr. Adilson Luiz Ramos
LONDRINA
2008
ads:
3
JOSÉ MÁRIO DA SILVA FILHO
RELAÇÃO ENTRE O POLIMORFISMO NO GENE IL-1
β E A REABSORÇÃO
RADICULAR APICAL EXTERNA EM PACIENTES
TRATADOS ORTODONTICAMENTE
Dissertação apresentada ao Curso de Mestrado
em Odontologia da Universidade Norte do Paraná,
para obter o Título de Mestre, pelo programa de Pós-
Graduação em Odontologia
BANCA EXAMINADORA
Prof. Dr. Luiz Sérgio Carreiro
Julgamento ________________ Assinatura_____________________________
Prof
a
. Dr
a
.Sandra Mara Maciel
Julgamento ________________ Assinatura_____________________________
Prof
a
. Dr
a
. Regina Célia Poli-Frederico
Julgamento ________________ Assinatura_____________________________
Londrina, 03 de dezembro de 2008.
4
DEDICATÓRIA
Este trabalho é inteiramente dedicado à minha família:
A minha esposa amada Andréa Zanata Fávero Silva, meu equilíbrio, minha força,
companheira e amiga, minha total gratidão, pelos anos que me auxilia nos
problemas mais difícieis, agradeço a Deus pela linda família que ela me deu e pela
experiência de ter uma mulher tão especial em minha vida.
Aos nossos filhos Ana Beatrys e José Mario Neto, que com compreensão, muito
carinho e amor, apoiaram-me na concretização desse sonho, e pelos finais de
semanas roubados, pelas viagens de estudo, pelo trabalho, pela ausência nos
momentos que necessitaram da minha atenção, minhas desculpas!
Aos meus dedicados pais, José Mario da Silva (in memorian) e Marilene
Rodrigues da Silva, pelo apoio constante durante toda minha vida, meu muito
obrigado.Procuro e não encontro palavras para descrever todo o sentimento que
sinto em meu coração, por ter tido pais tão dedicados aos seus filhos como vocês!
Aos meus irmãos, Mara, verdadeira guerreira, Alfredo, corajoso e destemido,
Walkirya, irmã casula e sempre carinhosa e Emanoel, livre e aventureiro, pela
fraternal convivência e carinho que tem por mim, meu muito obrigado.
E ao meu irmão de alma e de coração, Leandro Cezar Bataglim, amigo fiel,
companheiro de luta, que sempre compartilhou minhas alegrias e dificuldades, me
ajudando sempre.Amigo e parceiro de clinica na faculdade, onde demos nossos
primeiros passos rumo à odontologia, ética, onde aprendemos fazer do nosso
trabalho, nosso maior divertimento, o meu obrigado, Parça!
Ao meu sogro Sr.Antonio e minha sogra Dna. Alda, meus cunhados, Adriana e
Mauricio, pelos ensinamentos de paz, equilíbrio, e paciência que sempre passaram
para mim, e que me ajudam a tornar um ser mais humano, agradeço!
A todos meus amigos e parentes; Tia Madão, João, Tom, Vando, Tropa, obrigado
pela força nos momentos difíceis e pela alegria dos bons momentos, e aqueles que
esqueci de mencionar, mas que moram também em meu coração, meu muito
obrigado!
5
AGRADECIMENTOS
Ao Prof. Dr. Luiz Reynaldo de Figueiredo Walter, coordenador do curso de Pós-
graduação em Odontologia da Unopar.
Ao Prof. Dr. Alcides Gonini Júnior, que me ensinou os primeiros passos da
carreira acadêmica, de forma simples e objetiva, como um verdadeiro mestre da
odontologia moderna.
Ao Prof. Dr. Adilson Luis Ramos pelos conselhos e incentivo, meus sinceros
agradecimentos.
A Profa. Dra. Sandra Mara Maciel pelas valiosas sugestões.
A todos os Professores do Curso de Mestrado em Odontologia da Unopar
A todos os amigos do curso de Mestrado, Clarissa Vendramel Fernandes, Elaine
Romero, Fabiana Mezzaroba Ortenzi Graciano, Ana Lídia Cota, Larissa Pinceli
Chaves, Lícia Beatriz de Melo Zapatta e ao Leônidas dos Santos Filho, pela
amizade sincera, pelo convívio e força durante o curso.
Às alunas de Iniciação Científica de Odontologia da Universidade Norte do Paraná
- UNOPAR – Augusta Piovezan e Natalia Valarini pela importante ajuda nos
procedimentos laboratoriais;
A minha secretária Nalita Moura Leite, pela boa vontade e auxílio nas atividades
cotidianas e da pesquisa.
Aos pacientes que, com boa vontade, participaram dessa pesquisa.
A todos que contribuíram para que esse trabalho pudesse ser realizado.
6
AGRADECIMENTO ESPECIAL
À Profa. Dra. Regina Célia Poli-Frederico, meu respeito e minha gratidão, pela
paciência, por acreditar em meu projeto e pela sua dedicação durante a execução
desta pesquisa, sempre me auxiliando no caminho do conhecimento, de maneira
simples e objetiva, me fazendo compreender, colocando suas idéias de forma
sugestiva, para melhorar meu aprendizado, como uma verdadeira orientadora.
Obrigado por tudo.
7
“NADA MELHOR DO QUE UM SONHO PARA CRIAR O FUTURO¨
VICTOR HUGO
8
SILVA FILHO, JM. Relação entre o polimorfismo no gene IL-1
β e a reabsorção
radicular apical externa em pacientes tratados ortodonticamente. 2008. 42f.
Dissertação (Mestrado em Odontologia) Universidade Norte do Paraná, Londrina.
Resumo
A reabsorção radicular apical externa (RRAE) é um fenômeno comum
associado ao tratamento ortodôntico. Estudos prévios sugerem que a RRAE
apresenta um componente genético substancial. Este trabalho teve por objetivo
avaliar a relação entre o polimorfismo no gene da interleucina 1β e a reabsorção
radicular apical externa em 50 pacientes de 12 a 30 anos de idade tratados
ortodonticamente durante os anos de 1999 a 2000, assim como investigar a sua
associação com as variáveis: idade, gênero, ocorrência em inclinações vestibulares
e linguais de incisivos superiores e tipo de oclusão. Foram coletados dados dos
prontuários dos indivíduos, e avaliação radiográfica. O DNA foi obtido a partir das
células epiteliais da mucosa bucal. O polimorfismo foi avaliado por meio da reação
em cadeia da polimerase (PCR) seguido de digestão por enzima de restrição,pela
técnica da RFLP. Os produtos foram analisados em gel de agarose a 2% e corados
por brometo de etídeo. Não foram encontradas diferenças estatisticamente
significantes da RRAE em relação à idade, gênero, inclinação dos incisivos
superiores. Entretanto foi verificado associação entre a RRAE e o polimorfismo do
gene da IL-1β, assim como, quando se analisou a RRAE, o polimorfismo segundo a
inclinação dos incisivos superiores. Houve diferença significativa nas freqüências
alélicas e genotípicas do gene IL-1β entre os indivíduos com RRAE e sem esta
condição. Os dados deste estudo sugerem que o alelo 1 do gene da IL-1β aumenta
significativamente o risco para a RRAE.
Palavras-chave: Reabsorção Radicular, Interleucina-1β, Polimorfismo genético,
Ortodontia.
9
ABSTRACT
External apical root resorption (EARR) can be an undesirable sequela of orthodontic
treatment. Previous studies have suggested that EARR has a substantial genetic
component. The aim of this study was to examined the relationship between the
RRAE and the polymorphisms of the interleukin IL-1 gene, as well as investigated its
association with the variables: age, gender, occurrence in inclinations of superior
incisors. Bucal swabs cells were collected for DNA isolation and analysis by PCR and
RFLP. There were no occurred statistic differences between age, gender, inclinations
of superior incisors with EARR. Persons homozygous for the IL-1β allele 1 presented
RRAE (P < 0.01) as compared with those who are not homozygous for the IL-1β
allele 1. Data indicate that allele 1 at the IL-1β gene increases the risk of EARR.
Key words: Root resorption, Interleukin-1β, Polymorphism Genetic , Orthodontics
10
SUMÁRIO
1.INTRODUÇÃO................................................................................................... 11
2.REVISÃO DE LILIDERATURA.......................................................................... 13
2.1 Reabsorção radicular apical externa(RRAE)......................................... 13
2.2 Predisposição genética a reabsorção radicular apical
externa ................................................................................................................ 15
2.3 Interleucina................................................................................................ 16
3. OBJETIVOS....................................................................................................... 18
4. METODOLOGIA ................................................................................................ 19
4.1 Amostra ......................................................................................................... 19
4.2 Critérios de inclusão .................................................................................... 19
4.3 Critérios de exclusão .................................................................................. 19
4.4 Protocolo de levantamento de dados ...................................................... 20
4.4.1 Análise clínica .......................................................................................... 20
4.4.2 Análise radiográfica ..... .......................................................................... 20
4.4.3 Extração do DNA...... ............................................................................... 21
4.4.4 Análise do polimorfismo lL-1β
ββ
β ................................................................ 22
4.4.5 Análise estatística.................................................................................... . 23
5.RESULTADOS.................................................................................................. . 24
5.1Caracterização da amostra.................................................................................24
5.2 Reaborção radicular apical externa.................................................................25
5.3 O polimorfismo da lL-1β
ββ
β....................................................................................27
6.DISCUSSÃO...........................................................................................................33
11
7.CONCLUSÃO........................................................................................................35
8. REFERÊNCIAS...................................................................................................36
ANEXO 1 .................................................................................................................40
ANEXO 2 .................................................................................................................41
12
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
FIGURA 1 Caracterização dos indivíduos segundo a reabsorção radicular
apical externa.
25
FIRURA 2
Caracterização dos indivíduos segundo o genótipo para o gene
IL-1β.
27
FIGURA 3 Eletroforese dos produtos do RFLP ilustrando os genótipos 1/1,
1/2 e 2/2 decorrentes do polimorfismo do gene da IL-1β. Os
produtos resultantes da digestão foram denominados alelo1
(85pb e 97pb) e alelo 2 (182pb). No: controle negativo da PCR.
M: marcador de peso molecular- 100pb DNA Ladder.
28
FIGURA 4 Caracterização dos indivíduos considerando a ocorrência de
RRAE segundo o genótipo
29
FIGURA 5 Distribuição dos indivíduos com e sem RRAE segundo a
inclinação dos incisivos superiores (NA) e os genótipos para o
gene da IL-1β
30
TABELA 1 Caracterização dos indivíduos segundo o gênero e a faixa etária
(N=50).
24
TABELA 2 Distribuição dos indivíduos segundo a ocorrência de RRAE
considerando-se o gênero, a idade, inclinação dos IS, perfil facial
e polimorfismo no gene IL-1β (N=50).
26
TABELA 3 Distribuição dos genótipos segundo o gênero, a idade e a
inclinação dos incisivos superiores e a ocorrência de reabsorção
em indivíduos tratados ortodonticamente (N=50) -(Pág.30).
31
TABELA 4 Freqüência dos genótipos e dos alelos do gene da IL-1Β. 32
13
LISTA DE ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS.
ANB - Ângulo Cefalométrico formando pelos pontos ANB (A-Ponto
mais profundo do contorno anterior da maxila, N-Ponto mais
anterior da sutura frontonasal, B-Ponto mais profundo do
contorno anterior da mandíbula)
µL - Unidade de medida referente a 1 microlitro
µmol/L - Micromol por litro
bp - Pares de bases
C1 - Comprimento Longitudinal Coronário Inicial
R1 - Comprimento Longitudinal Radicular Inicial
C2
- Comprimento longitudinal coronário controle
R2
- Comprimento longitudinal radicular controle
DNA - Ácido desoxirribonucléico
dNTP - Solução de 2’ – deoxinucleotídeos 5’- trifosfato: dATP ,
dTTP, dCTP e dGTP
dpm - Documentos por minuto
EGF - Fator de crescimento epidérmico
IL-1 β - Interleucina 1 beta
IL-1 - Interleucina 1
IL -1α - Interleucina 1 alfa
RRAE - Reabsorção Radicular Apical Externa
SNGoGn - Ângulo Cefalométrico formado pelo plano SM (S-Centro da
sela túrcica, N-Ponto mais anterior da sutura frontonasal) e o
plano GoGn (Go-Ponto da intersecção das linhas tangentes à
base e o ramo mandibulares,Gn-Ponto mais inferior na sínfise
mentoniana).
1/.PIMx - Ângulo Palatino com incisivo central
IC - Incisivo central
MgCl
2
- Cloreto de magnésio
PCR - Reação em cadeia de polimerase
PGE - Prostaglandina E
RC - Razão de chances
14
TNF - Fator de necrose tumoral
TNFα - Fator de necrose tumoral alfa
V - Volts
15
Introdução
Uma seqüela indesejada no tratamento ortodôntico é a reabsorção radicular
apical externa - RRAE (Al-Qawasmi et al., 2003a). Esta patologia inevitável
(Brezniak e Wasserstein, 2002a) resulta em perda permanente de estrutura
radicular. Em alguns casos esta patologia origina-se de um resultado iatrogênico
associado ao tratamento ortodôntico (BREZNIAK e WASSERSTEIN, 2002b;
HARTSFIELD et al., 2004).
A RRAE acomete principalmente os incisivos centrais superiores, sendo que
mais de um terço dos indivíduos tratados apresentam reabsorção maior que 3 mm e
reabsorção grave (maior que 5 mm), em 2 a 5% da população. (Hartsfield Jr et
al2004.; Killiany,1999; TaithongchaI et al. 1996;). Fatores genéticos, fisiológicos e
anatômicos podem estar envolvidos na etiopatogenia da RRAE (Capelozza Filho e
Silva Filho, 1998). Segundo Barbosa, Graber e Vanarsddall (1996), a etiologia da
reabsorção radicular durante, o tratamento ortodôntico, é complexa e alguns fatores
isolados ou em associações podem contribuir para o seu desenvolvimento, tais
como idade do paciente, tipo de aparelho ortodôntico, duração de força, direção do
movimento dentário e vulnerabilidade dentária.
Para Consolaro (2005), a predisposição à RRAE associada com tratamento
ortodôntico está relacionada com a morfologia radicular (forma, comprimento e
angulação entre coroa e raiz) e com a morfologia óssea (altura, espessura e forma
da crista alveolar).
Harris et al (1997) exploraram a hipótese da influência genética na RRAE e
relataram alta possibilidade de herança.
Recentemente, uma ligação foi identificada entre um polimorfismo no gene IL-
1 e a ocorrência da mesma com o tratamento ortodôntico. Foi observado que a
presença do IL-1β alelo 1 está associado com risco aumentado para a reabsorção
radicular (indivíduos homozigotos para IL-1β alelo 1 apresentam 5 a 6% de risco de
RRAE aumentado comparado com indivíduos não homozigóticos). O alelo 1 codifica
uma citocina deficiente que deve causar um modelamento ósseo menos catabólico e
pode resultar em um stress prolongado que está concentrado na raiz do dente, que
por sua vez poderia provocar uma cascata de eventos relacionados à fadiga,
levando à reabsorção da raiz (AL-QAWASMI et al., 2003a).
16
Embora fatores etiológicos que estejam associados à reabsorção radicular
apical externa sejam ainda pouco compreendidos, algumas evidências de fatores
genéticos na predisposição individual à mesma.
17
2 Revisão de Literatura
2.1 Reabsorção radicular apical externa (RRAE)
A ortodontia é a especialidade da odontologia que se caracteriza pela
movimentação dos dentes para uma correta posição nos arcos dentários. Para que
essa movimentação se realize é necessária à aplicação de forças no sistema
biológico que agem sob o princípio de reabsorção no lado de pressão e aposição no
lado de tensão. Ao aplicar uma força no dente cria-se no lado de pressão um
estreitamento do ligamento periodontal e ação compressiva idêntica sobre os seus
limites, isto é, a superfície radicular e óssea. Como o cemento é mais resistente à
reabsorção quando comparado ao osso mais vulnerável, as forças aplicadas
geralmente induzem reabsorção óssea, o dente movimenta e a membrana
periodontal volta a sua dimensão original. Entretanto, a reabsorção de cemento e
dentina também podem ocorrer (Brezniak E Wasserstein, 1993; Capelozza Filho e
Silva Filho, 1998). A presença de reabsorção radicular nos dentes submetidos à
movimentação é um dos efeitos mais indesejados do tratamento ortodôntico. A
terapia ortodôntica pode resultar em um encurtamento radicular iatrogênico e
irreversível, decorrente da reabsorção radicular apical em quase todos os dentes,
sendo mais evidenciada nos incisivos centrais e laterais superiores e inferiores,
variando apenas quanto a sua gravidade (BENDER et al., 1997; CAPELOZZA
FILHO e SILVA FILHO, 1998; DESHIELDS, 1969;).
A reabsorção é uma condição associada tanto a processos fisiológicos quanto
patológicos, resultando em uma perda de dentina, cemento ou osso (NE et al.,
1999). É considerado um processo normal, essencial e fisiológico quando ocorre nos
dentes decíduos para permitir a esfoliação dos mesmos e facilitar o irrompimento do
sucessor permanente (BREZNIAK e WASSERSTEIN, 1993). A reabsorção
patológica, de acordo com a superfície afetada, pode ocorrer em superfície externa
como resultado de uma reação tecidual periodontal ou pericoronária, ou na
superfície interna, a partir de reação do tecido pulpar (SHAFER et al., 1987). São
relatados os seguintes fatores de risco para a reabsorção radicular interna: pela
infecção pulpar e externa por trauma, infecção pulpar, procedimentos de
18
clareamento, procedimentos periodontais, dentes impactados e tratamento
ortodôntico (PIZZO et al., 2007).
Dependendo do método empregado, a reabsorção radicular apical externa
associada ao tratamento ortodôntico pode variar de zero a 100% (BREZNIAK e
WASSERSTEIN, 1993). Embora o tratamento ortodôntico esteja associado à
reabsorção nos incisivos centrais da maxila na maioria dos pacientes sendo que
mais de 1/3 daqueles tratados apresentam mais que 3 mm de perda, a reabsorção
severa (mais que 5 mm) ocorre em apenas 2% da população (TAITHONGCHAI et
al., 1996).
Existem três tipos de reabsorção radicular externa: reabsorção de superfície,
reabsorção inflamatória e reabsorção por substituição. A reabsorção radicular
associada ao tratamento ortodôntico corretivo, devido à aplicação de forças
ortodônticas, pode ser to tipo superficial ou do tipo inflamatória transitória ou
progressiva, no entanto, raramente, observa-se a reabsorção por substituição após o
tratamento ortodôntico (BREZNIAK e WASSERSTEIN, 1993 ;LINGE e LINGE, 1991,;
SHAFER et al., 1987).
Consolaro (2005) estabeleceu critérios para a classificação das reabsorções
dentárias patológicas como: 1-superfície dentária afetada (interna, externa e interna-
externa), 2-fase de evolução do processo (ativa, paralisada e reparada), 3-região
dentária afetada (coronária, cervical, radicular lateral e apical) ,4-extensão do
comprometimento da raiz (simples e múltiplas),5- dimensão da causa do processo
(local, sistêmica e idiopática) e 6- mecanismo de ocorrência do processo
(inflamatória e por substituição).
Malmgren et al. (1982) classificaram as reabsorções radiculares apicais
associadas ao movimento dentário ortodôntico em quatro graus, de acordo com a
gravidade da reabsorção: grau 1 - contorno irregular; grau 2 - reabsorção apical com
menos de 2mm de redução do comprimento radicular; grau 3 - reabsorção apical
com mais de 2mm a um terço de redução do comprimento original da raiz e grau 4 -
reabsorção apical com redução maior que em terço do comprimento original da raiz.
Enquanto alguns graus de reabsorção radicular ocorrem em quase todos os
pacientes (DESHIELDS, 1969), 93% dos adolescentes tratados demonstraram
alguma forma de reabsorção radicular (KUROL, OWMAN-MOLL, LUDGREN, 1996).
Aproximadamente 15% mostraram reabsorção radicular apical moderada à severa
19
(LINGE e LINGE, 1991) e 10-20% dos casos relataram reabsorção severa de >3 mm
(LEVANDER et al., 1994). Contudo, na maioria dos pacientes, a reabsorção
radicular é menor e insignificante (LEVANDER e MALMGREN, 1988).
2.2 Predisposição genética à reabsorção radicular apical externa
Newman (1975) foi o primeiro pesquisador a relacionar características de
hereditariedade com a reabsorção radicular. Foram investigados os seguintes
fatores: as influências genéticas em familiares, as causas sistêmicas, o tipo de
oclusão, historia pregressa médica e dentária e relacionados com a reabsorção
radicular. Suas conclusões foram que dentes com raízes curtas tiveram maiores
reabsorções após o tratamento ortodôntico, embora o padrão de herança não
estivesse claro.
Harris et al. (1997) procuraram verificar a freqüência e a extensão da
reabsorção radicular apical externa relacionada ao tratamento ortodôntico numa
população de 103 pares de irmãos, observando se em irmãos, a freqüência e
extensão se repetiam. Alta possibilidade de herança foi verificada.
Al-Qawasmi et al. (2003a) avaliaram a associação entre os polimorfismos no
genes de IL-1β e a RRAE decorrente do tratamento ortodôntico. Tais genes foram
investigados, pois codificam citocinas conhecidas por estarem envolvidas na
reabsorção óssea acompanhada de movimento dentário ortodôntico. Trinta e cinco
famílias americanas foram examinadas. Células da mucosa bucal foram coletadas
para isolar e analisar o DNA. As RRAE nos incisivos centrais superiores, nos
incisivos centrais inferiores e nas raízes mesial e distal dos primeiros molares
inferiores foram analisadas separadamente e em conjunto. Houve alta evidência
(estatisticamente significante) de associação do polimorfismo IL-1β com a
manifestação da RRAE. Além disso, segundo estes autores, esses achados são
consistentes com a interpretação da RRAE como uma complexa condição
influenciada por muitos fatores, com o gene IL-1β contribuindo com importante
predisposição para este problema.
Em outro trabalho, Al-Qawasmi et al.(2003b) estudaram o polimorfismo no
gene do TNFRSF11A, que codifica a produção do RANK, um mediador essencial na
20
remodelação óssea e na diferenciação das células clásticas e concluíram que existe
relação entre esse marcador e a RRAE. Também consideraram que outros estudos
são necessários para confirmar estes achados iniciais.
Recentemente, Al-Qawasmi et al. (2006) pesquisaram o efeito de algumas
características genéticas na suscetibilidade ou resistência para desenvolver
reabsorção radicular devido ao tratamento ortodôntico. Camundongos machos com
nove semanas de oito linhagens diferentes foram distribuídos em oito grupos
caso/controle. Os camundongos receberam aparelhos ortodônticos nos primeiros
molares superiores. Afirmaram que a variação na gravidade da reabsorção
associada à força ortodôntica quando a idade, gênero, alimentação, acomodação,
magnitude e duração da força são controladas, suporta a hipótese de que
suscetibilidade ou resistência à reabsorção radicular associada à força ortodôntica é
uma característica influenciada geneticamente.
2.3 Interleucina
As citocinas são proteínas solúveis, secretadas por lulas, que agem como
mensageiras transmitindo sinais para outras células. Elas participam da iniciação e
manutenção das respostas imune e inflamatória e da regulação do crescimento e
diferenciação das células. Elas não são estocadas na célula, sendo sua síntese
induzida por algum estimulo e iniciada por uma nova transcrição do gene
responsável. Os mRNA que codificam as citocinas são instáveis e são funcionais por
apenas um curto período (SIQUEIRA JUNIOR & DANTAS,2000)
Existem duas formas básicas de interleucina: a alfa (α) e a beta (β)
codificadas por dois genes (IL-1A e IL-1β) localizados no cromossomo 2q13. As IL-1
são produzidas por monócitos/macrófagos em resposta a agressões bacterianas e
estimulam os sistemas enzimáticos que produzem óxido nítrico, prostaglandinas,
leucotrienos e fator de ativação de plaquetas. Entretanto, quando produzida em
quantidade excessiva, esta citocina pode induzir mecanismos que culminam na
reabsorção óssea, inibição da síntese do colágeno e ativação das
metaloproteinases, causando destruição de tecido conjuntivo e osso alveolar. A
produção de mediadores inflamatórios ocorre durante a resposta imune/inflamatória,
a qual possui primordialmente um papel protetor contra patógenos, mas pode se
21
tornar altamente destrutiva quando alterações na quantidade destes mediadores
(AL-QAWASMI et al., 2003 b).
A IL-1 é a citocina que está envolvida no processo inflamatório que ocorre
durante a movimentação dentária como demonstrado por Grieve et al. (1994) e
Uematsu et al. (1996). Estes pesquisadores procuraram identificar e quantificar as
citocina no fluido do sulco gengival humano e constataram níveis significativamente
aumentados de IL-1β no grupo experimental quando comparado ao controle.
Em 2005, Jader et al., evidenciaram o papel importante das IL-1β no processo
inflamatório do movimento dentário ortodôntico.
Al-Qawasmi et al (2003a) apontaram a relação entre o polimorfismo no gene
da IL-1β e a ocorrência de reabsorção radicular apical externa em indivíduos
tratados ortodonticamente. Estes pesquisadores constataram que a presença do
alelo 1 do gene da IL-1β estava associada a um risco aumentado para a reabsorção
radicular periapical externa - indivíduos homozigotos para o alelo 1 do gene da IL-1β
apresentam 5,6% de risco aumentado para a reabsorção radicular apical externa
quando comparado aos indivíduos heterozigotos. O alelo 1 está relacionado a
deficiência de citocina que pode provocar uma modelagem óssea relativamente
menos catabólica devendo resultar em um stress prolongado concentrado na raiz do
dente, o que, por sua vez, poderia desencadear uma cascata de eventos levando a
reabsorção radicular. Esta variação no alelo 1 está sendo considerada como um
marcador genético potencial para a reabsorção radicular apical externa.
Em seus estudos mais recente, Al-Qawasmi et al, (2006) pesquisaram o efeito
de algumas características genéticas no desenvolvimento da RRAE devido ao
tratamento ortodôntico. Camundongos machos com nove semanas de oito linhagens
diferentes foram distribuídos em oito grupos caso/controle.Os camundongos
receberam aparelhos ortodônticos nos primeiros molares superiores.Análise
histológica foi realizada para determinar a reabsorção radicular e mostrou que três
grupos foram altamente susceptíveis à reabsorção radicular.Esses autores ainda
afirmaram que a variação na gravidade da reabsorção radicular associada à força
ortodôntica quando idade,gênero,alimentação,acomodação,magnitude e duração da
força são controlados,suporta a hipótese de que suscetibilidade ou resistência à
reabsorção radicular associada à força ortodôntica é uma característica influenciada
geneticamente.
22
3. Objetivos
3.1 Geral
Avaliar a relação entre o polimorfismo no gene da interleucina 1β e a
reabsorção radicular apical externa em pacientes entre 12 a 30 anos de idade
tratados ortodonticamente.
3.2 Específicos
Avaliar o polimorfismo no gene da IL-1β;
Investigar a associação do polimorfismo do gene da IL-1β com as
variáveis gênero, idade, classificação de Angle para a oclusão, inclinações
vestibulares e linguais de incisivos superiores e reabsorção radicular apical externa.
23
4. Metodologia
4.1-Amostra
Foi desenvolvido um estudo transversal, tendo como universo 50 indivíduos
entre 12 a 30 anos de idade que receberam tratamento ortodôntico corretivo na
clínica odontológica do pesquisador, na cidade de Umuarama-Paraná iniciados nos
anos de 1999 a 2000. Estes pacientes apresentaram teleradiografias laterais e
radiografias periapicais de boa qualidade dos incisivos superiores, anteriores a
coleta das amostras nas fases de pré e pós-tratamento.
A partir destas teleradiografias foram coletados dados como padrão de
crescimento facial, Tipo de má oculsão e perfil facial.
As radiografias periapicais foram tomadas com o mesmo aparelho
radiográfico da marca GNATUS, modelo XR 6010, com cones e posicionadores de
filme radiográficos para dentes anteriores CONE INDICADOR da marca Maquira.
A amostra foi dividida nos seguintes grupos: (1) Grupo estudo, formado por
adultos com reabsorção radicular apical externa (mais de 1 mm). (2) Grupo controle,
formado por adultos sem a reabsorção radicular apical externa. O termo de
consentimento livre e esclarecido foi obtido por escrito (Anexo 2).
O projeto foi submetido à apreciação pelo Comitê de Ética da UNOPAR,
previamente a realização da coleta de dados recebendo parecer favorável a sua
realização (Anexo 1).
4.2 Critérios de inclusão
Todos os participantes apresentaram ausência de tratamento ortodôntico
prévio, teleradiografias e periapicais de boa qualidade realizadas antes e após o
tratamento ortodôntico e ausência de história de trauma nos incisivos superiores..
4.3 Critérios de exclusão
Todos os participantes, com histórico de trauma, fratura de coroa ou
restauração na borda incisal dos incisivos superiores e qualquer sinal clínico de
fissura de esmalte foram excluídos da amostra.
24
4.4 Protocolo de levantamento dos dados
4.4.1 Análise clínica
Foram coletados dados dos prontuários dos indivíduos referentes ao exame
clínico e avaliação radiográfica de acordo com as características dos Padrões
descritas por Capelozza Filho (2004) para a má oclusão, utilizando as medidas
cefalométricas ANB, o tipo de padrão facial e esquelético (SNGoGn,1/.PlMx) e a
quantidade de movimento. Todas as informações foram rigorosamente confirmadas
pelo pesquisador.
Todos os pacientes foram submetidos à mesma técnica de tratamento
corretivo ortodôntico, com brequetes pré-ajustados de prescrição Roth.
Para os pacientes que foram submetidos a extrações, foram usados mecânica
de deslizamento, com fio redondo 0,20mm com ganchos soldados entre os laterais e
caninos, a força elástica gerada por sistemas de elásticos em cadeia (elastik), com
forças de 100 gramas, puxadas pelo gancho do tubo molar ,em ambos os lados, que
foram padronizadas com o uso de um dinamômetro. Em paciente Classe II
esquelética, foi usado elástico intermaxilares, 5/16 ou 3/16 com força de retração
superior anterior de 100 gramas, também padronizadas pelo dinamômetro.
Os fios para o nivelamento eram fios de aço pré-contornados da marca
MORELLI.
4.4.2 Análise radiográfica
Para determinar e calcular as mudanças no comprimento dentário e radicular
em duas radiografias diferentes foi feito o lculo da diferença do tamanho radicular
pré-retração e pós-retração, corrigido pela distorção da imagem radiográfica.
Esta distorção foi estabelecida pelo seguinte cálculo:
Comprimento longitudinal coronário inicial= C1
Comprimento longitudinal radicular inicial= R1
Comprimento longitudinal coronário de controle= C2
Comprimento longitudinal radicular de controle= R2
Uma regra de três foi usada para calcular a mudança no comprimento
radicular devido ao tratamento. A razão entre o comprimento inicial (C1) e final da
coroa (C2) determina o fator de alteração da radiografia. O R2 será corrigido para a
comparação ao R1 inicial. Assim a quantidade de reabsorção foi quantificada como
25
sendo R1-R2(corrigido)
Estes traçados longitudinais seguiram o longo eixo do dente, na linha média
da polpa radicular, que se apresenta radiolúcida na radiografia periapical, ela foi
traçada no ponto médio, na borda incisal do central superior, até o ponto médio do
contorno radicular. Para corrigir erros de medidas e sua calibração, todas as
medidas foram feitas pelo pesquisador, por 3 vezes, num período de intervalo de
uma semana,usando um negatoscópio, compasso de ponta seca e uma régua
milimétrica.
A concordância intraexaminador foi verificada inicialmente em um grupo de 10
radiografias, através da realização de exames em duplicata, com intervalos de sete
dias entre eles. O teste estatístico do coeficiente Kappa foi utilizado para aferição
(K= 0,97), o qual revelou excelente concordância intraexaminador.
4.4.3 Extração do DNA
O DNA foi extraído a partir das células epiteliais da mucosa bucal dos
pacientes averiguados neste estudo seguindo a metodologia descrita por AIDAR e
LINE, (2007).
Os procedimentos usados neste estudo evitaram o uso de solventes
orgânicos permitindo uma prática laboratorial mais segura. Isto é alcançado pela
remoção das proteínas celulares por desidratação e precipitação com uma solução
de acetato de amônio 8M.
Bochechos com 5 mL de dextrose 3% foram coletados de 50 indivíduos.
Adicionados a cada amostra 3 mL de solução TNE [17 mM Tris-HCL (pH 8,0), 50
mM NaCl, 7 mM EDTA] diluído em etanol 66%.. As células bucais foram
centrifugadas e ressuspendidas em solução contendo 10 mM Tris (pH 8.0), 0.5%
SDS, 5 mM EDTA e proteinase K (20 mg/mL). Após incubação a 55ºC overnigth, as
proteínas foram removidas pela adição de acetato de amônio 8M seguida por
centrifugação. . O DNA foi precipitado com sal/etanol (Figura 7) e ressuspendido em
500uL de tampão TE (10mM Tris pH 7,8; 1mM EDTA). Esta solução contendo o
DNA foi acondicionada a -4
o
C até posterior utilização na reação em cadeia da
polimerase (PCR).
26
4.4.4 Análise do polimorfismo IL-1β
ββ
β
Para a amplificação pela reação em cadeia da polimerase (PCR) do gene da
IL1-β foram utilizados os seguintes iniciadores descritos por AL-QAWASMI et al.
(2003c):
a) Foward 5’- CTC AGG TGT TCC TCG AAG AAA TCA A-3’
b) Reverse 5’- GCT TTT TTG CTG TGA GTC CCG-3’
A mistura da PCR consistiu em um volume total de 50µl, contendo
aproximadamente 500ng de DNA genômico, 1µM de cada primer, 200µM de dNTPs
e duas unidades de Taq DNA polimerase. As soluções foram incubadas em um
termociclador Multi-Gene. As condições de amplificação foram: um ciclo a 95
o
C por
dois minutos de desnaturação inicial, 38 ciclos de amplificação consistindo em cada
ciclo por um minuto a 95
o
C (desnaturação), um minuto a 67
o
C (pareamento dos
iniciadores) e um minuto a 74
o
C (polimerização), e um ciclo a 72
o
C por oito minutos
para a extensão final. O fragmento amplificado apresentou 182pb.
Após a amplificação, 5 µl do produto da PCR foi analisado pela eletroforese
em gel de agarose (1,0%). Posteriormente o gel foi corado por brometo de etídeo e
os fragmentos recém-sintetizados foram visualizados sob luz ultravioleta. O tamanho
do produto amplificado pela PCR seestimado a partir da migração eletroforética
do produto relativo ao marcador de 100 pb DNA Ladder (Invitrogen).
Para a técnica do polimorfismo do comprimento do fragmento de restrição
(RFLP), 12µl do produto amplificado pela PCR foi adicionados a 13µl de solução,
contendo 2,5µl de Tampão NE 10x, 0,2µl de TaqI (10.000U/ml) e 10,3 µl de água
deionizada esterilizada. A solução foi incubada a 37
o
C overnight..
Os produtos resultantes da digestão foram dois fragmentos de 85 pb e 97 pb
denominados de alelo 1 e um fragmento não digerido de 182pb denominado de alelo
2.
Os indivíduos portadores de dois alelos 1 (homozigoto para o alelo1) foram
descritos como 1/1, enquanto que indivíduos homozigoto para o alelo 2 receberam a
descrição 2/2. Já os heterozigotos foram descritos como 1/2.
Os produtos da digestão foram separados por eletroforese em gel de agarose
2% e corados por brometo de etídeo.
27
4.4.5 Análise estatística
Uma vez realizada a coleta dos dados os mesmos foram codificados para
todas as variáveis e categorias estudadas, possibilitando a elaboração de um banco
de dados.. As variáveis foram analisadas dependendo dos objetivos e das medidas
de associação pelo teste de χ
2
(Qui-quadrado). Para a análise do polimorfismo no
gene da IL-1β, a distribuição do genótipo e freqüência alélica nos indivíduos do
grupo controle e do grupo com RRAE foram comparados por meio do teste do χ
2
.
Todos os resultados foram considerados significativos para uma probabilidade de
significância inferior a 5% (P< 0,05).
28
5.RESULTADOS
5.1.Caracterização da amostra
50 indivíduos participaram deste estudo, destes 60% eram do gênero
feminino e maior parcela (54%) apresentava idade entre 12 e 18 anos (Tabela 1).
Tabela 1. Caracterização dos indivíduos segundo o gênero e a faixa etária (n=50).
CARACTERÍSTICAS
n %
Gênero
Masculino
Feminino
Idade
12 a 18 anos
19 a 22 anos
23 ou mais
30 60
20 40
27 54
11 22
12 24
Proporções semelhantes foram encontradas para a oclusão padrão I e II
(48% e 42%, respectivamente). 10% dos indivíduos apresentaram oclusão de
padrão III.
Aproximadamente a metade da população estudada apresentou inclinação
diminuída ou aumentada dos incisivos superiores para a cefalométrica 1. NA (46% e
44%, respectivamente). Somente 10% apresentaram inclinação normal (1.NA = 22º).
Os incisivos superiores, avaliados pela variável 1-PP, apresentaram em 64%
dos casos uma inclinação aumentada (1-PP >110º). 30% dos indivíduos analisados
apresentaram inclinação diminuída (1-PP < 110º) e poucos apresentaram 1-PP igual
a 110º (6%).
Examinando o ângulo formado por SN e plano mandibular, GoGn, foi
29
verificado que 37 (74%) indivíduos eram dolicocefálico e 13 (26%) apresentaram
padrão cefálico do tipo braquicefálico.
5.2 Reabsorção Radicular Apical Externa (RRAE)
Foi observado que 37 indivíduos apresentaram RRAE (74%), enquanto 13
estavam livres deste evento (Figura 1). Não foi observado diferenças
estatisticamente significativa com relação as variáveis idade, gênero, inclinação do
incisivos superiores e padrão do esqueleto cefálico. Entretanto, foi identificada
diferença estatística entre a RRAE e o polimorfismo no gene IL-1β (Tabela 2).
74%
26%
Figura 1 - Caracterização dos indivíduos segundo a reabsorção radicular apical
externa.
Com reabsorção
Sem reabsorção
30
Tabela 2. Distribuição dos indivíduos segundo a ocorrência de RRAE considerando-
se o gênero, a idade, inclinação dos IS, perfil facial e polimorfismo no gene IL-1β
(n=50).
Variáveis
RRAE
Com Sem
n (%) n(%)
P
Gênero
Feminino
Masculino
20 (66,6) 10 (33,3)
17 (85,0) 3 (15,0)
0,152
Idade
12-18 anos
19-22 anos
23-30 anos
21 (77,8) 6 (22,0)
8 (72,7) 3 (27,3)
8 (66,7) 4 (33,3)
0,465
Padrão esquelético cefálico
Braquicefálico
Dolicocefálico
11 (84,6) 2 (15,4)
26 (70,3) 11 (29,7)
0,292
Inclinação dos IS
1.NA < 22
1. NA=22
1.NA>22
17 (73,9) 6 (26,1)
3 (60,0) 2 (40,0)
17 (77,3) 5 (22,7)
0,744
Polimorfismo*
Genótipo 1/1
Genótipo 1/2
Genótipo 2/2
28 (96,6) 1 (3,4)
8 (66,7) 4 (33,3)
1 (11,1) 8 (88,9)
0,001
χ
χχ
χ
2
; P < 0,01
31
5.3 Polimorfismo da IL-1β
ββ
β
Pode ser observado na Figura 2 que 58% dos indivíduos eram homozigotos
para o alelo 1, 20% heterozigoto, 22% homozigotos para o alelo 2. A figura 3 ilustra
a eletroforese em gel de agarose (2%) do produto do RFLP nas amostras
analisadas.
A caracterização dos indivíduos segundo a ocorrência de RRAE,
considerando os genótipos, está mostrada na figura 4. Foi observada a ocorrência
de RRAE em 93,1% dos indivíduos com genótipo 1/1, 80% do genótipo 1/2 e 18,2%
para o genótipo 2/2, ressaltando-se que essas diferenças foram significativas
(P=0,001).
58%
20%
22%
Figura 2- Caracterização dos indivíduos segundo o genótipo para o gene IL-1β.
Genótipo 1/1
Genótipo 1/
2
Genótipo
2
/
2
32
Figura 3 Eletroforese dos produtos do RFLP ilustrando os genótipos 1/1, 1/2 e 2/2
decorrentes do polimorfismo do gene da IL-1β. Os produtos resultantes da digestão
foram denominados alelo1 (85pb e 97pb) e alelo 2 (182pb). No: controle negativo da
PCR. M: marcador de peso molecular- 100pb DNA Ladder.
M 1/2 1/1 1/1 2/2 1/1 1/1
No
100 pb
200 pb
600 pb
33
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
genótipo 1/1 genótipo 1/2 genótipo 2/2
Figura 4- Caracterização dos indivíduos considerando a ocorrência de RRAE
segundo o genótipo (χ
2
; P = 0,0001).
Ao se considerar a amostra global, nenhuma associação estatisticamente
significante entre o polimorfismo do gene da IL-1β e as variáveis: gênero, idade,
perfil facial, inclinação dos incisivos superiores pelos ângulos NA e 1-PP. Contudo,
ao se proceder a estratificação por gêneros, idade e inclinação do incisivo superior
houve associação estatisticamente significante como pode ser visualizado na Tabela
3.
Quando se relacionou a inclinação dos incisivos superiores com a RRAE e os
genótipos pode-se observar que 71% dos indivíduos com RRAE e inclinação
diminuída do IS apresentaram o genótipo 1/1. Em contrapartida 83% dos indivíduos
com esta mesma inclinação e sem RRAE apresentaram o genótipo 2/2 (P = 0,001).
Foi verificada que 76% dos indivíduos com inclinação aumentada dos IS (1.NA.>22º)
com RRAE mostraram o genótipo 1/1, enquanto que 60% deles sem RRAE
abrigaram o genótipo 2/2 (P = 0,003). Para os participantes deste estudo com
inclinação normal dos IS não foi observada diferença estatística significativa (Figura
5).
34
1.NA<22 º 1.NA=22º 1.NA>22º
1.NA<22 º 1.NA=22º 1.NA>22º
Figura 5 Distribuição dos indivíduos com e sem RRAE segundo a inclinação dos
incisivos superiores (1.NA) e os genótipos para o gene da IL-1β.
COM REABSORÇÃO
SEM REABSORÇÃO
%
%
Genótipo 1/1
Genótipo 1/2
Genótipo 2/2
Genótipo 1/1
Genótipo 1/2
Genótipo 2/2
35
Tabela 3 Distribuição dos genótipos segundo o gênero, a idade e a inclinação dos
incisivos superiores e a ocorrência de reabsorção em indivíduos tratados
ortodonticamente (n=50).
GENÓTIPOS
1/1 1/2 2/2
n %
n % n
% Valor de P
Genero*
Com RRAE
Feminino
Sem RRAE
Com RRAE
Masculino
Sem RRAE
Idade*
Com RRAE
12-18 anos
Sem RRAE
Com RRAE
19-22 anos
Sem RRAE
Com RRAE
23-30 anos
Sem RRAE
Inclinação IS*
Com RRAE
1.NA <22º
Sem RRAE
Com RRAE
1.N=22º
Sem RRAE
Com RRAE
1.N>22º
Sem RRAE
17 85
1 10
11 65
0 0
15 71
1 17
7 87
0 0
6 75
0 0
13 76
0 0
2 67
1 50
13 76
0 0
3 15
3 30
5 29
1 33
5 24
2 33
1 12
2 67
2 25
0 0
3 18
1 17
1 33
1 50
4 23
2 40
0 0
0,001
6 60
1 6
0,098
2 67
1 5
0,004
3 50
0 0
0,063
1 33
0 0
0,002
4 100
1 6
0,001
5 83
0 0
0,710
0 0
0 0
0,001
3 60
χ
χχ
χ
2
; P < 0,01
36
A Tabela 4 demonstra as freqüências alélicas e genotípicas do gene da IL-1β.
O genótipo homozigoto para o alelo 1 esteve presente em 96,6% dos indivíduos com
RRAE e o genótipo 2/2 apareceu em 11,1% dos pacientes com RRAE. Esta
diferença foi estatisticamente significante (P=0,001). A distribuição genotípica
também revelou que 12 indivíduos eram heterozigotos para esse gene. A
distribuição alélica mostrou que 64 indivíduos com RRAE portavam o alelo 1.
Tabela 4. Freqüência dos genótipos e dos alelos do gene da IL-1β.
GENÓTIPOS (n=50)
1/1
n (%)
1/2
n(%)
2/2
n (%)
Valor de P
Sem RRAE 1 (3,4) 4 (33,3) 8 (88,9)
Com RRAE 28 (96,6) 8 (66,7) 1 (11,1)
P = 0,001
ALELOS (n=100)
1 2
n (%) n (%)
Sem RRAE 6 (6%) 20 (20%)
Com RRAE 64 (64%) 10 (10%)
P < 0,01
χ
χχ
χ
2
37
6.DISCUSSÂO
Apesar de vários estudos investigarem a etiopatogenia da RRAE, nenhum
fator isolado ou em associação foi identificado como responsável por esta ocorrência
a partir do tratamento ortodôntico (Frits et al., 2005; Al-Qawasmi et al., 2006).
Ressalta-se a necessidade de estudos adicionais para desvendar este evento.
O reconhecimento de uma tendência familiar para a RRAE tem sugerido uma
possível relação entre genes e esta condição (Harris; Newman; Kineret, 1975, e
Tolley, 1997). Entretanto, tal constatação não deve estar desvinculada de
componentes do ambiente familiar e outros fatores de risco, tais como: a magnitude
da força, sua duração e o tipo de tratamento ortodôntico, tamanho da raiz dos
dentes, perfil facial, entre outros.
Este trabalho buscou avaliar a influencia de variáveis como idade, gênero,
inclinação dos IS, tipo de oclusão, padrão cefálico esquelético com a RRAE.
Entretanto, esta pesquisa não revelou diferenças estatisticamente significantes em
relação às mesmas. Este fato pode ser influenciado pelo número amostral do
presente estudo.
Com relação a idade, outros trabalhos também não demonstraram uma
associação entre esta variável e RRAE (BAUMRIND et al., 1996 ; HARRIS et al.,
1997; HENDRIX et al., 1994).
Neste estudo não se pode observar a associação entre gênero e RRAE,
apenas o estudo de Kjaer (1995) relatou ter encontrado mais RRAE em mulheres do
que em homens.
Conclusões controversas são vistas na literatura sobre a possível associação
causal entre o tipo de má oclusão e RRAE (Baumrind et al., 1996; Hendrix et al.,
1994;Mirabella & Artun, 1995; Sameshima & Sinclair, 2001a ;Taithongchai et al.,
1996;). Neste estudo foi encontrada ausência de associação entre estas variáveis.
Vale ressaltar, que muitos fatores estão envolvidos no tratamento de uma
oclusão, tanto dentaria quanto esquelética, gerando diversas variáveis de risco à
RRAE.
Como a movimentação ortodôntica esta relacionada diretamente com o tipo
de oclusão, a quantidade de movimento ortodôntico pode estar positivamente
associado com a extensão da RRAE (Parker & Harris, 1998).Em seus estudos
38
Parker & Harris(1998) atribuíram á extensão do movimento dentário a
responsabilidade de 90% do total da variação da RRAE.Em um trespasse horizontal
aumentado é possível uma maior possibilidade de RRAE nos incisivos devido a
quantidade de retração durante o tratamento ortodôntico (BECK & HARRIS, 1994;
HARRIS et al., 1997).
Diante deste fato, a presente investigação avaliou a associação entre RRAE e
o polimorfismo da IL-1β em pacientes tratados ortodonticamente, verificando-se uma
associação entre estas duas variáveis. Foi constatado uma diferença significativa
para as freqüências genotípicas e alélicas, entre os grupos com e sem RRAE. Fato
digno de nota, é que indivíduos portadores do alelo 1 estão mais predispostos a
desenvolver a RRAE ou indivíduos com o genótipo homozigoto para o alelo 2 (2/2)
estão protegidos desta condição. Estes resultados são concordantes com os
achados de AL-Qawasmi et al. (2003ª). Estes autores sugeriram que a IL-1β
estimula a reabsorção óssea, assim como as células clásticas durante o movimento
ortodôntico. Assim a baixa produção de IL-1 β pode resultar em menor reabsorção
do osso cortical da interface com o ligamento periodontal levando a RRAE. O alelo
2 do gene da IL-1β tem sido associado a um aumento de 4% na produção de IL -1β
(Di Giovine et al., 1992; Pociot et al., 1992;), justificando a proteção que este alelo
confere ao indivíduo contra a RRAE.
Esses achados são consistentes com a interpretação de que a RRAE é uma
condição complexa influenciada por vários fatores, tendo uma importante
contribuição do gene da IL-1 β para a predisposição deste problema indesejável.
É relevante determinar o envolvimento de genes relacionados à RRAE, antes
do início do tratamento ortodôntico, pois assim, o tratamento poderá ser
possivelmente controlado, com forças leves, intervalo curto entre as manutenções
ortodônticas e tomadas radiográficas periódicas, resultando em uma predição mais
precisa deste tipo de reabsorção..
39
7.CONCLUSÃO
Dentro das limitações deste estudo, pode-se concluir que:
- Não houve diferença estatisticamente significante na ocorrência de RRAE em
relação à idade, gênero, inclinação dos IS e má oclusão.
- Maior parcela dos indivíduos tratados ortodonticamente apresentaram RRAE;
- A grande maioria dos indivíduos eram homozigotos para o alelo 1.
- Indivíduos com inclinação diminuída dos IS pertencentes ao genótipo 1/1,
apresentaram 71% de RRAE, em contrapartida 83% dos indivíduos com esta
mesma inclinação e sem RRAE apresentaram o genótipo 2/2.
- O polimorfismo estudado no gene da IL-1β teve uma associação estatisticamente
significante com a RRAE.
- Com dados tão significantes, seria prudente, todos os pacientes fazerem o exame
do polimorfismo do gene IL-1β como um exame complementar para o tratamento
ortodôntico, possivelmente como uma conduta de rotina clínica.
40
8.Referências
Aidar M, Line SRP. A simple and cost-effective protocol for DNA isolation from
buccal epithelial cells. Braz Denty J 2007, 18(2):148-152.
Al-Qawasmi RA, Hartsfield JK Jr, Everett ET, Flury L, Liu L, Foroud TM et al.
Genetic predisposition to external apical root resorption. Am J Orthod
Dentofacial Orthop 2003;123:242-52. (a)
Al-Qawasmi RA, Hartsfield JK Jr, Everett ET, Flury L, Liu L, Foroud TM et al.
Genetic predisposition to external apical root resorption in orthodontic
patients: linkage of chromosome-18 marker. J Dent Res 2003;82:356-60. (b)
Al-Qawasmi RA, Hartsfield JK Jr, Everett ET, Weaver MR, Foroud TM, Faust DM,
Roberts WE. Root resorption associated with orthodontic force in inbred mice:
genetic contributions. Eur J Orthod. 2006 Feb;28(1):13-9.(c)
Baumrind S, Korn EL, Boyd RL. Apical root resorption in orthodontically treated
adults.Am J Ortod Dentofacial Orthop 1996 Sept;110(3):311-20.
Beck BW, Harris EF.Apical root resorption in orthodontically treated subjects:Analysis
of edgewise and light wire mechanics. Am J Othod Dentofacial Orthop 1994 Apr;
205(4):350-61.
Bender IB, Byers MR, Mori K. Periapical replacement resorption of permanent, vital,
endodontically treated incisors after orthodontic movement: report of two cases. J
Endod. 1997 Dec;23(12):768-73.
Brezniak N, Wasserstein A Root resorption after orthodontic treatment. Part 2.
Literature review. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1993, 103:138-146.
Brezniak N, Wasserstein A (2002a). Orthodontically induced inflammatory root
resorption. Part I: The basic science aspects. Angle Orthod 72:175-179.
41
Brezniak N, Wasserstein A (2002b). Orthodontically induced inflammatory root
resorption. Part II: The clinical aspects. Angle Orthod 72:180-184.
CAPELOZZA FILHO, L. Diagnóstico em Ortodontia. Maringá: Dental Press, 2004.
Consolaro, A. Reabsorções dentárias nas especialidades clínicas. 2. ed. Maringá:
Dental Press International, 2005.
Di Giovani et al,1992, Pociot et al (1992) .Interleucina I beta+alello 2:associacio with
desease status in adult peiodontiis-Jornal of Clinical Periodonology.
DeShields RW. A study of root resorption in treated Class II, Division I
malocclusions. Angle Orthod. 1969 Oct;39(4):231-45.
Fritz U, Rudzki-Janson I, Paschos E et al. Light microscopic and SEM findings after
orthodontic treatment-analysis of a humam specimen. J Orofac Orthop 2005
Jan;66(1):39-53.
Graber TM, Vanarsdall nior RL, Barbosa JA. Ortodontia, princípios e técnicas
atuais. 2ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan; 1996. p.897.
Grieve WG, Johnson GK, Moore RN et al. Prostaglandin E (PGE) and intertleukin-1
beta (IL-1 beta) levels in gingival crevivular fluid during human orthodontic tooth
movement. Am J Orthod Dentofacial Orthop 1994, 105(4):369-74.
Harris EF, Kineret SE, Tolley EA. A heritable component for external apical root
resorption in patients treated orthodontically. Am J Orthod Dentofacial
Orthop 1997;111:301-9.
Hartsfield J K, Everett E T, Al-Qawasmi R A Genetic factors in external apical root
resorption and orthodontic treatment. Critical Reviews in Oral Biology and
Medicine 2004.15:115 – 122
42
Hendrix I, Carels C, Kuipers-Jagtman AM et al.A radiographic study of posterior
apical root resorption in orthodontic patients, Am J Orthod Dentofacial Orthop
1994 Apr; 105(4): 345-9.
Kajaer I. Morphological characteristics of dentitions developing excessive root
resorption during orthodontic treatment. Eur J Orthod 1996 Feb;17(1):25-34
Killiany DM. Root resorption caused by orthodontic treatment: an evidence-based
review of literature. Semin Orthod. 1999 Jun;5(2):128-33.
Kurol J, Owman-Moll P, Lundgren D. Time-related root resorption after application of
a controlled continuous orthodontic force. Am J Orthod Dentofacia Orthop. 1996
Sep;110(3):303-10.
Levander E, Malmgren O (1988). Evaluation of the risk of root resorption during
orthodontic treatment: a study of upper incisors. Eur J Orthod 10:30-38.
Levander E, Malmgren O, Eliasson S. Evaluation of root resorption in relation to two
orthodontic treatment regimes. A clinical experimental study. Eur J Orthod. 1994
Jun;16(3):223-8
Linge L, Linge BO. Patient characteristics and treatment variables associated with
apical root resorption during orthodontic treatment. Am J Orthod Dentofacial
Orthop 1991, 99:35-43.
Malmgren O, Goldson L, Hill C, Orwin A, Petrini L, Lundberg M. Root resorption
after orthodontic treatment of traumatized teeth. Am J Orthod. 1982
Dec;82(6):487-91.
Mirabella AD, Artun J. Risk factors for apical root resorption of maxillaru anterior
teeth in adult orthodontic patients.Am J Orthod Dentofacial Orthop 1995
July;108(1):48-55.
43
Ng RF, Witherspoon DE, Gutmann JL (1999). Tooth resorption. Quintessence Int
30:9-25.
Newman WG Possible etiologic factors in external root resorption. Am J Orthod
1975, 67:522-539.
Pizzo G, Licata ME, Guiglia R, Giuliana G. Root resorption and orthodontic
treatment. Review of the literature. Minerva Stomatol. 2007 Jan-Feb;56(1-
2):31-44.
Parker RJ, Harris EF. Directions of orthodontic tooth movements associated with
external apical root resorption of the maxillary central incisor. Am J Orthod
Dentofacial Orthop 1998 Dec; 114(6): 677-83..
Pociot-92
Sameshima Gt, Sinclair PM.Predicting and preventing root resorption:Part I
Diagnostic factors. Am J Orthod Dentofaical Orthop 2001a May;119(5):505-10
Shafer WG, Hine MK, Levy BM. Tratado de Patologia Bucal. Rio de Janeiro:
Interamericana; 1987.
Taithongchai R, Sookkorn K, Killiany DM. Facial and dentoalveolar structure and the
prediction of apical root shortening. Am J Orthod Dentofacial Orthop
1996,110:296-302.
Uematsu S, Mogi M, Deguchi T. Interleukin (IL)-1 beta, IL-6, tumor necrosis factor-
alpha, epidermal growth factor, and beta 2-microglobulin levels are elevated in
gingival crevivular fluid during human orthodontic tooth movement. J Dent Res.,
1996, 75*1):562-7.
44
ANEXO 1
Comitê de Etica em Pesquisa
PARECER CONSUBSTANCIADO
PROTOCOLO: PP 285/07
RESPONSÁVEL: Regina Célia P011- Frederico
O Comitê de Ética em Pesquisa da Unopar analisou e APROVOU quanto ao aspecto ético o
projeto “Predisposições genética à reabsorção radicular apical externa.”.
O CEPIUNOPAR estabelece:
a) O sujeito da pesquisa tem a liberdade de recusar-se a participar ou de retirar seu
consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalização alguma e sem prejuízo ao
seu cuidado (Res. CNS 196/96 tem IV.1.f) e deve receber uma cópia do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido, na íntegra, por ele assinado (Item IV.2.d).
b) O pesquisador deve desenvolver a pesquisa conforme delineada no protocolo aprovado e
descontinuar o estudo somente após análise das razões da descontinuidade pelo
CEP/UNOPAR (Res. CNS item IlI.3.z), aguardando seu parecer, exceto quando perceber
risco ou dano não previsto ao sujeito participante ou quando constatar a superioridade de
regime oferecido a um dos grupos da pesquisa (Item V.3) que requeiram ação imediata.
c) O CEP/UNOPAR deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes
que alteram o curso normal do estudo (Res. CNS Item V.4). É papel do pesquisador
assegurar medidas imediatas adequadas frente a evento adverso grave ocorrido (mesmo
que tenha sido em outro centro) e enviar notificação ao CEP/UNOPAR junto com seu
posicionamento.
d) Eventuais modificações ou emendas ao protocolo devem ser apresentadas ao
CEP/UNOPAR de forma clara e sucinta, identificando a parte do protocolo a ser modificada
e suas justificativas.
e) Semestralmente devem ser encaminhados relatórios parciais e ao término do projeto o
relatório final.
Londrina, 03 de dezembro de 2007
Prof. Dr. Héftiifoshi Suguimoto
Presidente do C.E.P. UNOPAR
COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA Av. Pans, 675— Jd. Piza — CLP: 86041-140. Fone: (43) 3371-7834— LONDRINA-PR-
CAMPUS DE LONDRINA (CCBSICCECA): Av. Pano, 675— Jd. Pina CEP: 86041-140 — C.P. 401 — Fone/Fax: (43) 371-7700
— LONDRINA-PR -
45
ANEXO 2
PESQUISA SOBRE A PREDISPOSIÇÃO GENÉTICA À REABSOÃO
RADICUALR APICAL EXTERNA E TRATAMENTO ORTODÔNTICO.
C
ARTA DE INFORMAÇÃO AO
PACIENTE
Prezado(a) Senhor(a):
A Unopar, através de seu Curso de Mestrado em Odontologia, pretende desenvolver
pesquisa para estudar a reabsorção radicular (diminuição do comprimento da raiz dos dentes) que
pode ocorrer durante o tratamento ortodôntico. Esta pesquisa será útil para que, em uma etapa
posterior, ações de controle e prevenção deste tipo de alteração sejam planejadas e desenvolvidas
por professores e alunos.
O estudo terá o seguinte objetivo:
Avaliar a predisposição genética à reabsorção radicular.
Para tanto, serão adotados procedimentos que foram amplamente utilizados em
pesquisas/estudos anteriores e que se mostraram totalmente seguros. Resumidamente, serão
realizados:
Coleta de saliva por meio de um bochecho com solução de glicose para coletar algumas
células que servirão para o exame de laboratório.
O exame de laboratório tem a finalidade de verificar se a reabsorção radicular é uma
condição genética que passa de pai para filho.
Será garantido ao (à) participante: que receba respostas a qualquer pergunta ou
esclarecimento a qualquer dúvida acerca dos procedimentos, riscos, benefícios e outros assuntos
relacionados com a pesquisa; a liberdade de retirar seu consentimento a qualquer momento e deixar
de participar do estudo, sem qualquer prejuízo; a segurança de que não será identificada e que se
manterá o caráter confidencial da informação relacionada com sua privacidade.
Terminada a pesquisa, os resultados, que são de minha inteira responsabilidade, estarão à
sua disposição.
........................................................................................................................................
T
ERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
Pelo presente instrumento que atende às exigências legais, o(a) Sr(a)
_______________________________, portador(a) da cédula de identidade no. ____________, após
leitura minuciosa da CARTA
DE
INFORMAÇÃO
AO
PACIENTE, devidamente explicada pelos
profissionais em seus mínimos detalhes, ciente dos procedimentos aos quais será submetido, o
restando quaisquer dúvidas a respeito do lido e explicado, firma seu CONSENTIMENTO
LIVRE
E
ESCLARECIDO,
concordando em participar da pesquisa proposta, sem qualquer despesa e sem
qualquer tipo de pagamento por esta participação.
Por estarem de acordo, assinam o presente termo.
____________________________ __________________________
Assinatura do Participante Assinatura do(a) Pesquisador(a)
Dr. José Mário da Silva Filho
Umuarama, de de 2008
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo