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DESENVOLVIMENTO DE MONOPOLOS QUASE-ESPIRAIS PARA
APLICAÇÕES EM SISTEMAS UWB
Antonio Salvio de Abreu
NATAL – RN
AGOSTO DE 2009
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE
CENTRO DE TECNOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA ELÉTRICA
E DA COMPUTAÇÃO
Desenvolvimento de Monopolos Quase-Espirais para Aplicações em Sistemas UWB
Antonio Salvio de Abreu
Dissertação submetida ao corpo docente
do Programa de Pós-Graduação em
Engenharia Elétrica da Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, como
parte dos requisitos necessários à
obtenção do grau de Mestre em
Engenharia Elétrica.
Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes D’Assunção
NATAL – RN
Agosto de 2009
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Divisão de Serviços Técnicos
Catalogação da Publicação na Fonte. UFRN / Biblioteca Central Zila Mamede
Abreu, Antonio Salvio de.
Desenvolvimento de monopolos quase-espirais para aplicações em sistemas UWB /
Antonio Salvio de Abreu. – Natal, RN, 2009.
98 f. : il.
Orientador : Adaildo Gomes D’ Assunção.
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Centro de
Tecnologia. Programa de Pós- Graduação em Engenharia Elétrica e da Computação.
1. Antena de microfita – Dissertação. 2. Antena monopolo - Dissertação. 3. Antena
patch retangular – Dissertação. 4. Sistema ultra wideband (UWB) – Dissertação. I.
D’Assunção, Adaildo Gomes. II. Título.
RN/UF/BCZM CDU 621.396.67(043.3)
DESENVOLVIMENTO DE MONOPOLOS QUASE-ESPIRAIS
PARA APLICAÇÕES EM SISTEMAS UWB
Antonio Salvio de Abreu
Orientador: Prof. Dr. Adaildo Gomes D’Assunção
NATAL – RN
Agosto de 2009
À minha família. Dedico.
Agradecimentos
Ao meu orientador, Prof. Adaildo Gomes D’Assunção, mestre de grande sabedoria, que
com paciência, dedicação e atenção tornou possível a realização dessa tarefa.
A minha família, filhos e esposa. Analda, Danielle, Daniel e Geralda.
Aos meus irmãos e irmãs.
Aos meus sobrinhos, em especial ao Prof. Dr. em Ciências da Computação (UFPE),
Ricardo Abreu.
Aos meus queridos pais (in memoriam), Severino e Olívia Abreu.
Aos meus colegas professores Gutembergue Soares, pelo acompanhamento,
aconselhamento e ajuda na revisão do trabalho e a Fred Sizenando, pelo estímulo.
Ao Professor Ronaldo Martins pelo apoio nas atividades de laboratório da UFRN.
Ao Professor Alfrêdo, pela presteza que nos recebeu nas instalações do IFPB, em João
Pessoa.
Ao mestrando Robson Cipriano e aos bolsistas Edwin Luize e Lidjanny Micaella, pela
colaboração e preciosa ajuda.
Aos demais colegas professores do Departamento de Engenharia Elétrica da UFRN, meu
muito obrigado.
A todos que contribuíram para que esse trabalho fosse concluído.
A Deus, sem Ele nada seria feito!
i
Resumo
Este trabalho consiste na análise de uma estrutura de antena de microfita projetada
para aplicação em sistemas de banda ultra larga (ultra wideband – UWB). Trata-se de um
estudo prospectivo e analítico onde são experimentadas as modificações na geometria da
antena, observando-se sua adequação aos objetivos propostos. Sabe-se que a antena UWB
deve operar numa faixa de no mínimo 500 MHz, e atender uma banda fracionária maior ou
igual a 25%. É desejável ainda, que a antena atenda às especificações de faixa determinadas
pela FCC – Federal Communication Commission, que em 2002 regulamentou o sistema
UWB designando a largura de banda de 7,5 GHz, numa faixa que varia de 3,1 GHz a 10,6
GHz. fixando a densidade espectral de potência máxima de operação em -41,3 dBm/MHz, e
definindo a banda fracionária em 20%. O estudo parte de uma estrutura de geometria em
forma de @ estilizada, que evolui através de modificações na sua forma, simuladas nos
softwares comerciais CST MICROWAVE STUDIO, versão 5.3.1, e, em seguida, testado
com o uso do ANSOFT HFSS, versão 9. Variações estas, com base em observações de
publicações disponíveis na literatura, referentes a antenas de microfita monopolo planar.
Como resultado é proposta uma antena, denominada Antena Monopolo Quase-Espiral
Planar Retangular para aplicações em sistemas UWB – AMQEUWB, que apresenta
resultados simulados e medidos satisfatórios, coerente com os objetivos do estudo.
Algumas propostas para trabalhos futuros estão citadas.
Palavras-chave: Antena monoplo, patch retangular, Ultra Wideband-UWB.
ii
Abstract
This work is the analysis of a structure of the microstrip antenna designed for
application in ultra wide band systems (Ultra Wideband - UWB). This is a prospective
analytical study where they tested the changes in the geometry of the antenna, observing
their suitability to the proposed objectives. It is known that the UWB antenna must operate
in a range of at least 500 MHz, and answer a fractional bandwidth greater than or equal to
25%. It is also desirable that the antenna meets the specifications of track determined by
FCC - Federal Communication Commission, which regulates the system in 2002
designating the UWB bandwidth of 7.5 GHz, a range that varies from 3.1 GHz to 10, 6
GHz. by setting the maximum power spectral density of operation in -41.3 dB / MHz, and
defining the fractional bandwidth by 20%. The study starts of a structure of geometry in the
form of stylized @, which evolves through changes in its form, in simulated commercial
software CST MICROWAVE STUDIO, version 5.3.1, and then tested using the ANSOFT
HFSS, version 9. These variations, based on observations of publications available from
literature referring to the microstrip monopole planar antennas. As a result it is proposed an
antenna, called Monopole Antenna Planar Spiral Almost Rectangular for applications in
UWB systems - AMQEUWB, which presents simulated and measured results satisfactory,
consistent with the objectives of the study. Some proposals for future work are mentioned.
Keywords: Antenna monopole, rectangular patch, Ultra-Wideband UWB.
iii
Sumário
CAPÍTULO 1 .......................................................................................................................17
INTRODUÇÃO, OBJETIVOS E COMPOSIÇÃO..............................................................17
1.1 – Introdução....................................................................................................................17
1.2 - Objetivo........................................................................................................................ 18
1.3 – Composição .................................................................................................................19
CAPÍTULO 2 .......................................................................................................................22
ANTENAS DE MICROFITA E DE FENDAS....................................................................22
2.1 - Introdução ....................................................................................................................22
2.2 - Parâmetros Fundamentais de uma Antena ...................................................................23
2.2.1 – Impedância de Entrada .........................................................................................23
2.2.2 – Polarização ...........................................................................................................26
2.2.3 – Diagrama de Radiação..........................................................................................26
2.2.3.1 – Largura de Feixe de Meia Potência e Lóbulo Principal ................................27
2.2.3.2 – Lóbulos Laterais ............................................................................................28
2.2.4 – Diretividade ..........................................................................................................28
2.2.5 – Ganho ...................................................................................................................28
2.2.6 – Eficiência..............................................................................................................29
2.2.7 – Largura de Banda .................................................................................................30
2.3 - Linha de Transmissão em Microfita.............................................................................30
2.4 - Antena Tipo Patch Retangular .....................................................................................33
2.4.1 – Forma Geométrica do Patch.................................................................................33
2.4.2 – Materiais Usados como Substrato ........................................................................34
2.4.3 – Métodos de Análise ..............................................................................................35
2.4.4 – Antena Patch Retangular......................................................................................36
2.5 - Sistemas de Alimentação das Antenas de Microfita....................................................38
2.6 - Antenas Tipo Fenda Retangular...................................................................................39
2.7 - Aplicações de Antenas de Microfita ............................................................................41
iv
2.8 – Antenas UWB..............................................................................................................42
2.9 – Requisitos de uma Antena para Aplicações em Sistemas UWB.................................43
2.10 – Síntese do Capítulo....................................................................................................43
CAPÍTULO 3 .......................................................................................................................45
SISTEMA DE BANDA ULTRA LARGA UWB..............................................................45
3.1 – Breve História do UWB...............................................................................................45
3.2 – Sistema Ultra WidebandUWB .................................................................................46
3.3 – Regulamentação UWB.................................................................................................47
3.4 – UWB - Domínio do Tempo e Domínio da Freqüência................................................50
3.5 – Relação Sinal-Ruído em Sistemas UWB .....................................................................51
3.6 – Principais Propriedades dos Sistemas UWB................................................................51
3.7 – Aplicações consagradas com UWB .............................................................................52
3.8 – Síntese do Capítulo......................................................................................................53
CAPÍTULO 4 .......................................................................................................................55
ANTENA MONOPOLO QUASE ESPIRAL RETANGULAR PLANAR PARA
APLICAÇÕES EM SISTEMA DE BANDA ULTRA LARGA - UWB (AMQEUWB) ....55
4.1 – Antena Monopolo com Estrutura em Forma de @......................................................55
4.2 - Antena @ com Modificação do Valor de Abertura, Dimensão C. ..............................59
4.3 - Antena @ com Modificação do Valor de Abertura no Plano de Terra Truncado........60
4.4 - Antena @ com Cortes (dentes) Laterais.......................................................................62
4.5 – Antena em Forma de @ com Dentes Laterais e Fenda na Haste Superior..................63
4.6 – Antena Monopolo Espiral Retangular Planar..............................................................65
4.7 – Antena Monopolo Quase-Espiral Retangular Planar. .................................................66
4.7.1 – Bloqueio Esquerdo ...............................................................................................67
4.7.2 – Bloqueio em Ambos os Lados..............................................................................71
v
4.8 – Antena Monopolo Quase Espiral Retangular Planar com Braço Central....................72
4.9 – Outras Variações na Estrutura da Antena....................................................................79
4.10 – Síntese do Capítulo....................................................................................................80
CAPÍTULO 5 .......................................................................................................................81
PROJETO, CONSTRUÇÃO E MEDIÇÃO DA ANTENA MONOPOLO QUASE-
ESPIRAL RETANGULAR PLANAR PARA APLICAÇÕES EM SISTEMAS DE
BANDA ULTRA LARGA – UWB – (AMQEUWB) ..........................................................81
5.1 – Simulação no software comercial ANSOFT HFSS......................................................81
5.2 – Construções do Protótipo da AMQSUWB..................................................................85
5.3 – Medições Preliminares ................................................................................................87
5.4 – Medições Finais...........................................................................................................89
5.5 - Síntese do Capítulo ......................................................................................................92
CAPÍTULO 6 .......................................................................................................................94
RESULTADOS E PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS ......................................94
6.1 - Comparação dos Resultados.........................................................................................94
6.2 – Sugestões para Trabalhos Futuros...............................................................................96
REFERÊNCIAS ...................................................................................................................97
vi
Lista de Símbolos e Abreviaturas
UWB - Ultra Wideband (Banda ultra larga)
FCC - Federal Communication Commission (Comissão Federal de Comunicações)
CST - Software comercial CST MICROWAVE STUDIO
VSWR - Voltage Standing Wave Ratio (Coeficiente de tensão de onda estacionária)
HFSS - Software comercial ANSONT HFSS
UFRN - Universidade Federal do Rio Grande do Norte
IFPB- Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia da Paraíba
Γ –-Coeficiente de reflexão
V
0
-
- Tensão da onda refletida
V
0
+
- Tensão da onda incidente
Z
L
- Impedância da carga
Z
0
- Impedância característica
β
- Constante de fase
S
11
- Parâmetro da matriz de espalhamento na porta 1
P
inc
média
- Potencia média líquida entrega a carga
P
refl
média
- Potência média refletida
P
média
- Potência média líquida
V
máx
- Amplitude máxima de onda estacionária
V
min
- Amplitude mínima de onda estacionária
- Ângulo de elevação
φ
- Ângulo de azimute
E - Vetor campo elétrico
H - Vetor campo magnético
RL - Return Loss (Perda de retorno)
HPBW - Half Power Beam Width (Feixe de meia potência)
D - Diretividade
θ
vii
A
- Área de feixe da antena
G - Ganho
HP
θ
- Largura de feixe de meia potência no plano
HP
φ
- Largura de feixe de meia potência no plano
φ
e
r
Eficiência de reflexão
e
rad
- Eficiência de Radiação
ref
ε
- Constante dielétrica efetiva
λ
0
- Comprimento de onda no espaço livre
MNM – Multiport Network Model (Modelo de Circuito de Multiporta)
MoM – Method of Moments (Método dos Momentos)
FEM – Finite-Element Method (Método dos Elementos Finitos)
SDT – Spectral Domain Technique (Técnica do Domínio Espectral)
FDTD – Finite-Difference Time Domain (Diferenças Finitas no Domínio do Tempo)
RNA – Redes Neurais Artificiais
f
r
Freqüência de ressonância
f
l
- Freqüência inferior da largura de banda
fh – Freqüência superior da largura da banda
f
0
Freqüência fundamental
BW – Largura de banda
OFDM - Orthogonal Frequency Division Multiplexing (Multiplexação Ortogonal por
Divisão de Freqüência)
C – Capacidade máxima do canal (bit/s)
S/N – Relação sinal – ruído
viii
Lista de Figuras
CAPÍTULO 2
Fig. 2.1: Modelo de Linha de Transmissão ..........................................................................24
Fig. 2.2: Linha de Microfita..................................................................................................31
Fig. 2.3: Antena planar de microfita tipo patch....................................................................33
Fig. 2.4: Representação das formas dos elementos patch de microfita................................34
Fig. 2.5: Antena de microfita e sistema de coordenadas. .....................................................37
Fig. 2.6: (a) Antena tipo fenda retangular. (b) Dipolo complementar.................................39
CAPÍTULO 3
Fig.3.1 - Máscara espectral da FCC para interiores com UWB............................................48
Fig. 3.2: Comparação entre sistemas UWB e Banda Estreita...............................................49
Fig.3.3 - Pulso no sistema UWB...........................................................................................50
CAPÍTULO 4
Fig. 4.1: Dimensões iniciais da antena em forma de @ .......................................................56
Fig. 4.2: Antena de microfita (patch) com forma @ (estilizada), implementada a partir de57
linha de microfita..................................................................................................................57
Fig. 4.3: Plano de terra .........................................................................................................58
Fig. 4.4: Gráfico de perda de retorno – Antena em forma de @..........................................58
Fig. 4.5: Sinal de excitação...................................................................................................59
Fig. 4.6: Perda de retorno com dimensão C = 1mm.............................................................60
Fig. 4.7: Antena em forma @ modificada com plano de terra vazado.................................61
Fig. 4.8: Gráfico de perda de retorno antena em forma @ com plano de terra vazado........61
Fig. 4.9: Antena forma @ com dentes laterais. ....................................................................62
Fig. 4.10: Gráfico de perda de retorno da antena em forma de @ com dentes laterais........63
Fig. 4.11: Antena em forma de @ com dentes laterais e fenda na haste superior................64
Fig. 4.12: Perda de retorno antena em forma de @ com fenda. ...........................................64
Fig. 4.13 - Antena monopolo espiral retangular planar........................................................65
Fig. 4.14: Gráfico de perda de retorno antena monopolo espiral retangular planar .............66
Fig. 4.15: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (com bloqueio esquerdo)......67
Fig. 4.16: Perda de retorno da antena monopolo quase-espiral retangular planar (com
bloqueio esquerdo). ..............................................................................................................67
Fig. 4.17: Carta de Smith – Antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueio
esquerdo). .............................................................................................................................68
Fig. 4.18: Diagrama de radiação 3D – Freqüência 5 GHz ...................................................69
Fig. 4.19: Diagrama de radiação 3D – Freqüência 7,5 GHz ................................................69
Fig. 4.20: Diagrama 3D – Freqüência 10 GHz.....................................................................70
ix
Fig. 4.21: Ganho da antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueio esquerdo).
..............................................................................................................................................70
Fig. 4.22: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueios E/D)....................71
Fig. 4.23: Gráfico de perda de retorno da antena monopolo quase-espiral retangular planar
(bloqueios E/D). ...................................................................................................................72
Fig. 4.24: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (c/braço central). ..................73
Fig. 4.25: Gráfico da perda de retorno – Antena monopolo quase-espiral retangular planar
(AMQEUWB). .....................................................................................................................73
Fig. 4.26: Gráfico do VSWR da antena AMQEUWB...........................................................74
Fig. 4.27: Diagrama de radiação 3 D - Antena AMQEUWB – Freqüência 5 GHz. ............75
Fig. 4.28 - Diagrama de radiação 3D – Antena AMQEUWB – Freqüência 7,5 GHz..........75
Fig. 4.29: Diagrama de radiação 3D – Antena AMQEUWB – Freqüência 10 GHz............76
Fig. 4.30: Diagrama de radiação 2D – Campo E – Antena AMQEUWB............................76
Fig. 4.31: Diagrama de Radiação 2D – Campo H – Antena AMQEUWB. .........................77
Fig. 4.32: Ganho da antena AMQEUWB.............................................................................78
Fig. 4.33: Carta de Smith da antena AMQEUWB. ..............................................................79
CAPÍTULO 5
Fig. 5.1: Antena AMQEUWB..............................................................................................81
As dimensões da antena AMQEUWB são: W = 45,0 mm, L = 40,0 mm, W
0
= 32,0 mm, L
0
= 28,0 mm, D = 3,0 mm, C = 1,0 mm, N
1
= 0,5 mm, N
2
= 1,0 mm , M
1
= 1,5 mm, M
2
= 3,0
mm, h = 15,0 mm, h
1
= 1,0 mm, S = 5,4 mm e F = 10,0 mm. No lado oposto, o plano de
terra, as dimensões são PT = 4,8 mm, X = Y = 3,0 mm, em coincidência com a linha de
alimentação........................................................................................................................... 81
Fig. 5.2: Antena AMQEUWB – Simulada no software HFSS.............................................82
Fig. 5.3: Perda de retorno – Simulação HFSS. .....................................................................83
Fig. 5.4: Gráfico do VSWR – Simulação HFSS. ...................................................................84
Fig. 5.5: Diagrama de radiação 2D – Simulação HFSS........................................................84
Fig. 5.6: Diagrama de radiação 3D – Simulação HFSS........................................................85
Fig. 5.7: Protótipo da antena AMQEUWB - (a) Lado esquerdo – Face frontal, (b) Lado
direito – Plano de terra. ........................................................................................................86
Fig. 5.7: Analisador de espectro FSH-6 – Rohde Schwarz..................................................87
Fig. 5.9: Gráfico de perda de retorno – Medido no equipamento Rohde Schwarz (escala até
6 GHz). .................................................................................................................................88
Fig. 5.10: Carta de Smith - Medida no equipamento Rohde Schwarz (escala até 6 GHz). ..89
Fig.5.11 - Analisador de redes vetorial da Agilent Technologies N5230A. ........................90
Fig. 5.12: Valor medido da perda de retorno da antena AMQEUWB. ................................90
Fig. 5.13: Valor medido da VSWR da antena AMQEUWB. ................................................91
Fig. 5.14: Medição da carta de Smith da antena AMQEUWB.............................................92
CAPÍTULO 6
Fig. 6.1: Perda de retorno – Valores simulados x medido: (a) Vermelho – Simulação CST,
(b) Preto – Simulação HFSS e (c) – Azul (tracejado) – Valor Medido................................94
Fig. 6.2: Gráfico do VSWR – Valores simulados x medido: (a) Vermelho – Simulação
CST, (b) Preto – Simulação HFSS e (c) – Azul (tracejado) – Valor Medido ......................96
17
CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO, OBJETIVOS E COMPOSIÇÃO
1.1 – Introdução
Nos anos recentes, o surgimento de dispositivos compactos para aplicação em
sistemas de comunicação vem se acentuando cada vez mais, em particular aqueles
destinados a comunicações móveis. A alternativa de mobilidade e o aumento exponencial
do volume desses dispositivos promoveram a queda de preços dos mesmos e provocou a
estimulação do mercado, que vem crescendo aceleradamente, ocasionando uma grande
procura de sistemas de comunicações sem fio pelos consumidores no mundo inteiro, que
apresentam alto grau de atração por esses dispositivos.
Essa tendência tem provocado a procura cada vez maior por dispositivos radiadores
com alta eficiência e banda larga. Um dos sistemas que tem oferecido mais avanços
tecnológicos é o sistema de banda ultra larga – (Ultra Wideband –UWB) [1]. Esse sistema,
aplicável especialmente para ambientes interno (indoor), pois possui capacidade de alcance
de até 10 m. Basicamente é composto por um par de rádios transmissores e receptores que
são capazes de emitir e receber pulsos eletromagnéticos de curtíssima duração, da ordem de
1 ns [1], [2]. Os estudos de antenas para aplicação em sistemas UWB objetivam conceber
antenas de pequenas dimensões, com estrutura muito simples, planar, que possam produzir
baixas distorções e fornecer uma grande largura de banda, com diagrama de radiação
ominidirecional [3].
A banda larga deve, quando possível, ser compatível com a alocação designada pela
FCC – Federal Communication Commission que é de 7,5 GHz e varia de 3,1 GHz a 10,6
GHz. A FCC definiu ainda, que a perda de retorno na faixa de operação deve estar abaixo
18
dos – 10 dB. Definiu ainda que a largura de banda mínima deve ser de 500 MHz, e que a
largura de banda fracionária deve ser igual ou superior a 20% [4].
As antenas planares, como as de microfita, estão sendo muito utilizadas em sistemas
de comunicação sem fio, bem como em aplicações para sistemas UWB. Para obtenção de
antena UWB com características de radiação satisfatórias, pode-se utilizar vários projetos de
antenas, como monopolos planares alimentados por linha de microfita, que são antenas com
base em estruturas compactas e simples, além de apresentarem baixo custo de fabricação
[5], [6].
1.2 - Objetivo
O objetivo principal desta dissertação foi o da realização de um estudo prospectivo,
na busca de uma antena apta a operar em sistema de banda ultra larga – UWB. Para a
concepção desse objetivo utilizou-se do software comercial CST MICROWAVE STUDIO
5.3.1, que foi a ferramenta utilizada na pesquisa de fundamentação do trabalho.
A antena estudada nesta dissertação consiste numa evolução da geometria de uma
antena em forma de @, que experimentou algumas modificações com base em observações
de antenas com configuração de operação em sistemas UWB disponíveis na literatura [7] -
[10].
Foi realizada uma simulação numérica da evolução das modificações da geometria
da antena, registrando-se o comportamento dos parâmetros de perda de retorno de cada
estrutura apresentada, do VSWR (Voltage Standing Wave Ratio) – Coeficiente de tensão de
onda estacionária e da Carta de Smith para algumas delas.. O resultado foi a concepção de
uma antena que se convencionou chamar Antena Monopolo Quase Espiral Planar
Retangular para aplicações em sistemas UWB – AMQEUWB.
19
1.3 – Composição
No Capítulo 2 é realizada uma revisão sobre Antenas de Microfita e de Fenda, onde
são apresentados os conceitos de antenas, alguns tipos usuais dessas antenas e logo a seguir
são descritos os parâmetros fundamentais de antenas com destaque para aqueles parâmetros
a serem usados no decorrer da dissertação. São ainda discutidas as técnicas de alimentação
empregadas em projetos de antenas de microfita, sendo introduzidas importantes
informações sobre a alimentação por linha de microfita, em razão, principalmente, da
mesma ser utilizada no projeto da antena em discussão no trabalho. É feito uma discussão
sobre a antena com forma de patch retangular que é a base de formação da estrutura
estudada. É ainda discutida a antena com forma de fenda. São descritas as aplicações de
antenas de microfita e seus formatos (geometrias). Ao final desse Capítulo é apresentada a
antena para aplicação em sistemas de banda ultra larga – UWB.
No Capítulo 3 é feito uma avaliação do sistema UWB, sendo apresentado um breve
histórico da evolução desse sistema, desde informações de como surgiu esta tecnologia a
a alocação em 2002 pelo FCC da faixa de operação e demais critérios do sistema UWB e
sua regulamentação [11]. Algumas definições são apresentadas: a largura de banda
designada é de 7,5 GHz, na faixa de 3,1 GHz a 10,6 GHz. A densidade espectral de
potência está fixada em -41,3 dBm/MHz. É ainda mostrado que a definição do FCC
especifica que a largura de banda do sistema UWB deve ser de no mínimo 500 MHz, e que
possuir largura de banda fracionária igual ou superior a 20%. Em seguida é mostrado um
tipo de pulso utilizado no sistema e feita uma consideração sobre relação sinal ruído em
sistemas UWB. Posteriormente são apresentadas as principais propriedades de sistemas
UWB e suas aplicações.
No Capítulo 4 é realizada a discussão, com detalhes, da antena objeto dessa
dissertação. Em princípio são descritas as razões de escolha da forma @, com breve
menção do porquê de sua escolha e significado. Em seguida são atribuídas as dimensões da
antena para que sejam realizadas as simulações de perda de retorno e discussão do seu
comportamento, com utilização da ferramenta CST MICROWE STUDIO. A partir desse
ponto são introduzidas modificações no modelo inicial. A primeira experiência foi realizada
20
com redução da área de abertura na estrutura, de dimensão C, e logo a seguir realizada nova
avaliação de perda de retorno, quando se observou uma evolução, no caminho pretendido
da antena em estudo. A modificação seguinte foi com relação às dimensões do plano de
terra, que sofreu uma abertura, confrontando com a linha de alimentação, no lado oposto do
substrato. Nova medição foi realizada, com resultado satisfatório. Em seguida foram
criados dentes (cortes) na parte superior da antena, em ambos os lados, direito e esquerdo e
realizada uma abertura, em fenda, na haste superior da antena. Todas essas modificações
foram acompanhadas de medições simuladas e observações registradas neste capítulo. Em
seguida, foi realizada uma modificação mais significativa, passando a antena a se
comportar com uma espiral retangular. Mais uma vez as simulações de parâmetros de perda
de retorno foram realizadas, que confirmaram a evolução da antena, atendendo os objetivos
traçados para a mesma. Foram ainda realizados bloqueios laterais na antena (esquerdo e
direito), conferido a aparência de uma estrutura fechada. Novas medidas foram realizadas.
Uma conformação UWB se pronunciou em exame ao gráfico de perda de retorno. No final
foi estabelecido um braço central, mostrando a antena da configuração final, cujo gráfico de
perda de retorno, confirmado pelo gráfico do VSWR, mostra uma antena com largura de
banda de 7,5 GHz, com variação de faixa de 3,3 GHz a 10,8 GHz. Foi concebida, por
simulação, a Antena Monopolo Quase Espiral Planar para aplicações em sistema UWB -
AMQEUWB.
No capitulo 5 foram realizadas simulações no software comercial ANSOF HFSS,
com objetivo de cotejar os dados obtidos no Capítulo 4. Os resultados se mostraram
igualmente satisfatórios, com simulação de perda de retorno na faixa de 1,5 GHz a 14,6
GHz, com largura de banda de 13,1 GHz. Um protótipo da antena foi confeccionada na
UFRN. Foram realizadas as medidas preliminares, tambem na UFRN, com o uso do
Analisador de Espectro da Rohde Schwarz, referencia FSH-6, que possui escala de medição
de 100 kHz a 6 GHz. Os gráficos das medidas de perda de retorno, VSWR, e Carta de
Smith, foram traçados. Novas medição foram realizadas na IFPB, em João Pessoa, quando
foi utilizado o Analisador de Redes Vetorial da Agilent Technologies, referência N5230.
Este equipamento permite uma avaliação numa escala maior de 300 kHz a 13,5 GHz,
conferindo uma maior capacidade de avaliação da antena estudada – AMQEUWB.
21
No Capítulo 6 estão apresentados os resultados obtidos nesta dissertação.
Inicialmente foi feito com o uso da ferramenta Matlab, a superposição em um mesmo
gráfico dos valores obtidos por simulação, tanto no software CST, quanto no HFSS, além
dos valores medidos na IFPB. Os resultados apresentam uma antena, já definida como
AMQEUWB, com comportamento perda de retorno melhor que -10 dB, mas com dois
pequenos intervalos que apresentaram valores de perda retorno ligeiramente maiores que
– 10 dB (entre os intervalos de 3,6 GHz a 3,8 GHz e entre 9,6 GHz a 9,8 GHz), mas que
são plenamente aceitáveis do ponto de vista prático, pois correspondem a valores de VSWR
inferiores a 2,3. Assim sendo a AMQEUWB está apta a operar numa faixa de 2,8 GHz a
10,4 GHz, com uma largura de banda de 7,6 GHz. Neste Capítulo são ainda apresentadas
sugestões para trabalhos futuros.
22
CAPÍTULO 2
ANTENAS DE MICROFITA E DE FENDAS
2.1 - Introdução
Uma antena pode ser definida como um transdutor que converte energia
eletromagnética guiada em uma linha de transmissão em energia eletromagnética irradiada
no espaço livre [12].
As antenas surgiram da criação de Heinrich Hertz [13], em 1886, e teve o objetivo
de auxiliar nos estudos e desenvolvimento da teoria eletromagnética clássica, proposta pelo
físico e matemático James Clerk Maxwell [14]. No início, eram formadas por duas placas
de metal conectadas a dois bastões metálicos, que eram ligados a duas esferas, separadas de
certa distância conhecida. Nas esferas estava adaptada uma bobina que gerava descargas
por centelhamento. As centelhas, ao atravessarem o espaço entre as esferas, produziam
ondas eletromagnéticas oscilatórias nos bastões [5].
As antenas podem ser classificadas pelo tipo como: de fio, de abertura, microfita ou
impressa, arranjos e refletoras [15], ou ainda pela estrutura de formação: dipolo, cornetas,
impressas, Yagi-Uda, helicoidal, log-periódica, entre outras.
Diversos tipos de estruturas de antenas têm sido apresentados para uso de acordo
com suas aplicações específicas. Com o avanço das comunicações sem fio, as antenas
planares de microfita com dimensões reduzidas vêm ocupando um espaço importante nas
pesquisas, particularmente nos anos recentes, sendo muito referenciadas na literatura, que
conta com expressivo numero de publicações sobre o assunto. É crescente a aplicação de
antenas de microfita para utilização em sistemas UWB, que permite maiores larguras de
banda e altas taxas com menos interferência.
23
Neste capítulo será discutido a linha de transmissão em microfita, a antena tipo
patch retangular, os sistemas de alimentação das antenas de microfita, antenas tipo fenda
retangular, tipos de substratos, os métodos de análise e a tecnologia UWB aplicada a essas
antenas.
2.2 - Parâmetros Fundamentais de uma Antena
Dentre os parâmetros fundamentais de uma antena são destacados: impedância de
entrada, polarização, diagrama de radiação, diretividade, eficiência e ganho. Todos esses
parâmetros são necessários para caracterizar plenamente uma antena e determinar se ela
está adequada para uma aplicação específica [16]
2.2.1 – Impedância de Entrada
A impedância de entrada aceitável em uma antena indica a largura de banda para a
qual a antena está suficientemente acoplada com a linha de transmissão (casada, ou quase
casada), onde se admite que 10% ou menos do sinal incidente seja refletido. A avaliação
dessa impedância é realizado por observação do coeficiente de tensão de onda estacionária
(Voltage Standing Wave Ratio - VSWR) e da perda de retorno em toda a faixa de interesse.
O VSWR e a perda de retorno são funções do coeficiente reflexão
Γ
. Γ é definido como a
relação entre onda refletida
0
V
e a onda incidente
+
0
V
na linha de transmissão de
impedância
Z
0
acoplada a uma carga com impedância Z
L
, como mostrado na Figura 2.1
[15], [17] - [19].
24
Fig. 2.1: Modelo de Linha de Transmissão
Do modelo da linha de transmissão, tem-se, no ponto
z = L,
0
0
0
0
ZZ
ZZ
V
V
L
L
+
==Γ
+
(2.1)
A tensão e a corrente na linha de transmissão são funções da distância medida a
partir da carga
z (sendo 0 > z > L) e são mostradas nas equações (2.2), (2.3) e (2.4).
)()(
000
zjzjzjzj
eeVeVeVzV
ββββ
Γ+=+=
+
+
(2.2)
)()(
1
)(
0
0
00
0
zjzjzjzj
ee
Z
V
eVeV
Z
zI
ββββ
Γ==
+
+
Γ
(2.3)
onde
λ
π
β
2
=
. é a constante de fase (ou número de onda). (2.4)
O coeficiente de reflexão
Γ
é equivalente ao parâmetro
11
S da matriz de
espalhamento, que define a razão entre a tensão da onda refletida pela tensão da onda
incidente, observada na porta 1. O casamento de impedância perfeito ocorre quando
0
=
Γ
.
O pior caso de casamento (ou descasamento) ocorre quando
1
=
Γ
ou 1, que corresponde
a impedância da carga está em curto circuito ou em circuito aberto.
Z
0
, β
z = 0
z = L
Z
L
V
-
V
+
y
y
25
A potência refletida nos terminais da antena é a principal preocupação associada ao
casamento de impedância.
O tempo médio de fluxo de potência é normalmente medido ao
longo de uma linha de transmissão para determinar a potência média líquida entregue à
carga. A potência média da onda incidente é dada por:
0
0
2Z
V
P
media
inc
+
= (2.5)
A potência média refletida é proporcional a potência média incidente, multiplicada
pelo fator
2
Γ , com sinal negativo (-), em razão do sentido contrário das mesmas, ou seja:
0
2
0
2
2Z
V
P
media
refl
+
Γ= (2.6)
A potência média líquida entregue à carga é, então, a soma das potencias médias
incidente e refletida.
]1[
2
2
0
2
0
Γ=
+
Z
V
P
media
(2.7)
Uma vez que potência entregue à carga é proporcional a (1 -
2
Γ
), um valor
aceitável de Γ que permite que apenas 10% da potência seja refletida é Γ = 0, 3162.
Quando a carga não está perfeitamente casada à linha de transmissão, reflexões na
carga causam ondas caminhantes propagando-se na direção contrária da linha de
transmissão. Isto cria ondas estacionárias indesejáveis na linha de transmissão. O VSWR
mede a razão de amplitudes máximas e mínimas de ondas estacionárias, e pode ser
calculado pela equação a seguir:
26
Γ
Γ+
==
1
1
min
max
V
V
VSWR
(2.8)
O valor típico desejável para o VSWR, para aplicação em projetos de antenas, que
indica um bom casamento de impedância é igual ou menor que 2. Este valor é calculado a
partir do valor designado para
Γ
.
A perda de retorno é outra medida da qualidade do casamento de impedância, e
também depende do valor de Γ , ou do parâmetro
11
S
da matriz de espalhamento. A perda
de retorno é calculada pela equação abaixo:
).log(20)log(10
2
11
Γ== SRL
(2.9)
Um bom casamento de impedância é indicado por uma perda de retorno maior que
10 dB. Em resumo, é necessário, para que ocorra esse bom casamento de impedância, que
antena assuma um comportamento tal que os valores de
3162,0
<
Γ
ou que
2<VSWR
ou
ainda que
dBRL 10< [19].
2.2.2 – Polarização
A polarização de uma antena em uma dada direção é definida como a polarização da
onda transmitida (radiada) pela antena numa dada direção. Polarização da onda radiada é
definida como sendo a trajetória descrita pela extremidade do vetor campo elétrico, quando
vista por um observador que vê a onda se afastando [15]. Esta é uma característica muito
importante das antenas. A polarização pode ser linear, circular ou elíptica, dependendo das
amplitudes e fases das componentes ortogonais que compõem o campo elétrico total da
onda radiada.
2.2.3 – Diagrama de Radiação
27
O diagrama de radiação de uma antena descreve a eficácia do campo radiado em
várias direções da antena a uma distância fixa ou constante. O diagrama na radiação é o
mesmo diagrama na recepção, desde que este descreva as propriedades da antena do lado
receptor. Um diagrama de radiação completo de uma antena é um gráfico tridimensional do
comportamento da radiação em zona distante.
De acordo com definição do IEEE – Standard Definitions of Terms for Antennas
(Termos e Definições de Padrões de Antenas do IEEE) [15], [16], o diagrama de radiação
de uma antena é definido da seguinte forma:
Uma função matemática ou uma representação gráfica das propriedades de
radiação de uma antena em função de coordenadas espaciais. Na maioria dos
casos, o diagrama de radiação é determinado para regiões de campo distante e é
representado como função da coordenada direcional. As propriedades de radiação
incluem a densidade de fluxo de potência, intensidade de radiação, intensidade de
campo, diretividade ou polarização”.
São possíveis a obtenção de diagramas de radiação na forma tridimensional (3D) ou
bidirecional (2D), sendo esta última forma bastante utilizada nos projetos de antenas. Neste
trabalho são apresentados os diagramas 3D e 2D de algumas estruturas de antenas estudas.
2.2.3.1 – Largura de Feixe de Meia Potência e Lóbulo Principal
A largura de feixe de meia potência (Half Power Beam Width – HPBW) é definida
como a distância angular a partir do centro do lóbulo principal até o ponto onde a radiação
(potência) é reduzida em 3 dB, ou seja, reduz a potência do sinal a metade. O lóbulo
principal é o lóbulo de radiação que contém a direção de máxima radiação da antena. Esta
medida é realizada em dois pontos a partir do centro de desse lóbulo principal e representa
a distância angular em torno do centro deste. Esta medida é usualmente empregada para
definir o quanto a antena é direcional.
28
2.2.3.2 – Lóbulos Laterais
Os lóbulos laterais são os lóbulos de radiação existentes em direções diferentes da
do lóbulo principal.
2.2.4 – Diretividade
A diretividade é uma medida da concentração da energia radiada pela antena numa
determinada direção. Por definição, a diretividade é dada pela relação entre a intensidade
de radiação numa determinada direção e a intensidade de radiação média. Pode-se ainda
afirmar que a diretividade é a habilidade de uma antena em concentrar a potência radiada
em uma direção, ou seja, é a propriedade de uma antena captar melhor os sinais em uma
direção do que em outra. A diretividade serve ainda, para indicar até que ponto a antena é
capaz de concentrar energia segundo um ângulo sólido limitado. E quanto menor esse
ângulo, maior a diretividade. [15], [18].
2.2.5 Ganho
O ganho de uma antena (com referência a uma fonte isotrópica, sem perdas)
depende da diretividade e da eficiência da antena. Se a eficiência não é total, o ganho é
menor que a diretividade. O ganho é expresso por:
eDG =
(2.10)
O fator de eficiência e varia de 0 a 1. Desprezando-se as perdas e os efeitos dos
lóbulos secundários, pode-se determinar o ganho por meio da expressão aproximada
abaixo:
00
000.414
HPHP
HPHP
D
φθ
φθ
π
(2.11)
29
Em que
HP
é a largura de feixe de meia potencia no plano
θ
e
HP
φ
é a largura de
feixe de meia potência no plano
φ
.
2.2.6 – Eficiência
A eficiência de uma antena leva em consideração as perdas ôhmicas do material
dielétrico e as perdas por reflexão nos terminais de entrada da antena. A eficiência total da
antena leva em conta a eficiência de reflexão e eficiência de radiação. A eficiência de
reflexão, ou eficiência de casamento de impedância, está diretamente relacionada ao
parâmetro de espalhamento
11
S
ou parâmetro
Γ
. A eficiência de reflexão é indicada por
r
e , e definida matematicamente por: [19]
=Γ= )1(
2
r
e
Eficiência de Reflexão (2.12)
A eficiência de radiação leva em consideração a eficiência de condução e a
eficiência do dielétrico, e é usualmente determinada experimentalmente através de muitas
medidas numa câmera anecóica. A eficiência de radiação é determinada pela razão entre a
potência de radiação
rad
P
e a potencia de entrada nos terminais da antena
in
P
, sendo:
==
in
rad
rad
P
P
e
Eficiência de Radiação (2.13)
A eficiência total é simplesmente o produto da eficiência de radiação pela eficiência
de reflexão. Um valor razoável para a eficiência total de uma antena é em torno de 60% a
90%, apesar de muitas antenas comercias apresentarem valores em torno de 50% a 60%,
devido ao uso de materiais dielétricos de baixo custo.
30
2.2.7 – Largura de Banda
A largura de banda de uma antena é a faixa de freqüência na qual ela opera
satisfazendo a determinados critérios, tais como as mudanças de comportamento na
emissão e recepção de acordo com as variações da freqüência e das características da
antena. Dependendo da necessidade de operação do sistema, para qual a antena esta sendo
aplicada, a largura de banda será função de diversos fatores, tais como: impedância de
entrada, ganho, largura de feixe, posição do lóbulo
principal, nível dos lóbulos secundários
e da polarização.
A largura de banda pode ser definida, ainda, em termos do modelo de radiação ou
do coeficiente de tensão de onda estacionária
(VSWR) e da perda de retorno. Algumas
vezes a largura de banda é expressa em percentagens ou largura de banda fracionária (FB).
Convencionalmente são consideradas de banda estreita as antenas com banda de
freqüências de operação menor que 10% da freqüência nominal. As antenas de banda larga
podem ter uma largura de banda variando de 10% até 50%. As antenas com banda maiores,
da ordem de uma ou várias oitavas, são denominadas multibandas ou banda ultra larga.
2.3 - Linha de Transmissão em Microfita
Uma linha de transmissão em microfita consiste em uma fita condutora separada de
um plano de terra por uma camada dielétrica, como mostra a Fig. 2.2 que apresenta, no
detalhe, a configuração das linhas de campo elétrico e magnético na microfita. Como pode
ser observado, parte das linhas de campo está confinada dentro do dielétrico e parte
estende-se pelo ar acima do
substrato [20].
31
Fig. 2.2: Linha de Microfita.
Uma linha de transmissão construída com dielétrico uniforme, como é caso das
linhas coaxiais, pode suportar um único modo de propagação, pelo menos em uma faixa
específica de freqüência, que é chamado
TEM (Transversal Eletro Magnético) [15]. Nesse
caso, os campos elétrico e magnético são ortogonais entre si e com a direção de
propagação.
Nas linhas em microfita, a transição abrupta entre os dois dielétricos implica numa
distribuição de campo próxima da
TEM. Nesse caso, o modo de propagação é dito “quase -
TEM”
[21]. Uma técnica comum para obtenção das expressões de projetos de microfita é
considerá-las como um capacitor carregado estaticamente, cujos campos elétrico e
magnético estão unicamente no plano transversal.
Essa técnica é conhecida como método
TEM - Estático. Os parâmetros obtidos
através dessa técnica são precisos e satisfazem a maioria dos problemas até alguns GHz, e
atende aos requisitos deste trabalho.
As dimensões das linhas de microfita podem ser determinadas por meio de uma
abordagem baseada em modelos clássicos [15], [22]. Existe um grande número de
expressões analíticas na bibliografia especializada das linhas de microfita. A maioria dessas
expressões são baseadas em curvas de dados experimentais, ou mais usualmente, de
simulações numéricas. As expressões aqui utilizadas levam em conta a espessura da linha
metálica
t. As equações em forma fechada, utilizadas no projeto das linhas, são
apresentadas nas equações (2.14) a (2.19) [23], [24].
32
>
+++=
+=
1 444,1ln667,0393,1
120
1 25,0
8
ln
60
1
0
0
h
W
para
h
W
h
W
Z
h
W
para
h
W
W
h
Z
efef
ref
ef
ef
ref
ε
π
ε
(2.14)
sendo,
h
W
h
W
h
W
ef
+=
(2.15)
+=
+=
ππ
π
π
π
2
1
2
ln1
25,1
2
1
4
ln1
25,1
h
W
para
t
h
h
t
h
W
h
W
para
t
W
h
t
h
W
(2.16)
QhWF
rr
ref
+
+
= )/(
2
1
2
1
εε
ε
(2.17)
2/1
)/101()/(
+= WhhWF (2.18)
hw
ht
Q
r
/
/
6,4
1
=
ε
(2.19)
onde: Z
0
é a impedância característica da linha de transmissão,
ref
ε
é a constante dielétrica
efetiva e
ef
W
é a largura efetiva da linha de transmissão, sendo que nos dois últimos levam-
se em conta as perdas.
33
O subscrito
ef
, presente na largura W e na constante dielétrica
r
ε
indicam que estas
são grandezas efetivas, ou seja, levam em conta as correções
introduzidas pelo modelo.
2.4 - Antena Tipo Patch Retangular
As primeiras publicações sobre antenas de microfita foram feitas em 1953, por
Deschamps [25], nos Estados Unidos da América e, quase ao mesmo tempo, em 1955, por
Gutton e Baissinot [26], na França. Em 1970, Byron [27] apresentou um radiador de fita
condutora separada do plano de terra por um substrato dielétrico.
A configuração mais simples da antena de microfita baseia-se na proposta de Byron,
e consiste de um patch radiante em um dos lados do substrato dielétrico, enquanto o outro
lado existe um plano de terra, conforme ilustra a Fig. 2.3.
Fig. 2.3: Antena planar de microfita tipo patch
2.4.1 – Forma Geométrica do Patch
O patch, em princípio, pode assumir qualquer forma geométrica. Contudo é muito
comum o uso de formas geométricas convencionais, como retangulares, circulares,
poligonais, setor circulares, elípticas, anelares, fractrais entre outras, conforme ilustrado na
Fig. 2.4. O material condutor usado normalmente é o cobre e em algumas aplicações em
ondas milimétricas o ouro, devido à sua maior condutividade. O material condutor (tanto o
cobre quanto o ouro) é aplicado em uma camada muito fina (t < < λ
0
, onde t é a espessura
da camada do condutor e λ
0
é o comprimento de onda da luz no espaço livre). A altura do
34
substrato dielétrico é, também, uma fração muito pequena do comprimento de onda,
(h<< λ
0
, normalmente no intervalo entre 0,003 λ
0
até 0,05 λ
0
). Para o patch retangular, o
comprimento L é da ordem de λ
0
/3 a λ
0
/2 [15].
a) Quadrado b) Retangular c) Circular d) Elíptico
e) Semi Circular f) Triangular g) Anel Circular h) Setor Anelar
i) Fractral
Fig. 2.4: Representação das formas dos elementos patch de microfita.
2.4.2 – Materiais Usados como Substrato
Muitos tipos de materiais podem ser usados como substrato dielétrico nos projetos
das antenas de microfita. São em geral materiais dielétricos isotrópicos, dielétricos
anisotrópicos, ferrimagnéticos, entre outros. Os valores da permissividade relativa
(constante dielétrica)
r
ε
desses materiais, usualmente, variam de 2 a 12 [28] - [31].
35
2.4.3 – Métodos de Análise
Os métodos de análise para antenas de microfita podem ser divididos em dois
grupos . No primeiro grupo, os modelos se baseiam na distribuição de corrente magnética
ao redor da borda do campo, num processo similar ao adotado na análise das antenas de
abertura [32]. São conhecidos como modelos aproximados e introduzem simplificações no
mecanismo de radiação da antena. Fenômenos como a dispersão e propagação de ondas de
superfícies não são, em geral, considerados. Esses modelos são considerados como
aproximados, e em sua maioria são satisfatórios até determinados valores de freqüência,
reduzindo a precisão na predição do desempenho da antena, na medida em que os valores
de freqüência aumentam. Contudo, oferecem uma idéia qualitativa a respeito da antena. As
técnicas analíticas são:
a) Modelo da Linha de Transmissão,
b) Modelo da Cavidade Ressonante e
c) Modelo de Circuito de Multiporta (MNM – Multiport Network Model).
No segundo grupo, os métodos estão baseados na distribuição de corrente elétrica
no patch condutor e no plano de terra, numa forma similar à adotada na análise das antenas
dipolos, usadas em conjunto com o método de análise numérica de onda completa [32].
Esses modelos são ainda conhecidos como modelos de onda completa e não consideram
resultados empíricos. Eles possuem rigorosas formulações matemáticas e dependem de
grande esforço computacional e analítico nas suas aplicações, porém apresentam resultados
mais precisos, sobretudo em freqüências mais elevadas [33], [34]. Desse grupo destacam-se
os seguintes métodos numéricos [5]:
a) Método dos momentos (MoM – Method of Moments),
b) Método dos elementos finitos (FEM – Finite-Element Method),
c) Técnica de domínio espectral (SDT – Spectral Domain Technique) e
d) Método das diferenças finitas no domínio do tempo (FDTD – Finite-Difference
Time Domain [5].
36
As Redes Neurais Artificiais (RNAs) também se apresentam como método
alternativo para modelagem de antenas de microfita.
Atualmente, são constantemente utilizados nas análises de antenas de microfita, os
processos de simulação com o uso de programas comerciais, tais como: CST MICROWAVE
STUDIO, Ansoft Designer
TM
, Ansoft HFSS, entre outros.
Neste trabalho o estudo base da estrutura de antena de microfita foi realizado
através de simulações no software CST MICROWAVE STUDIO, versão 5.3.1, e, logo a
seguir, para a estrutura final, foram realizadas simulações no software Ansoft HFSS,
versão 9.
2.4.4 – Antena Patch Retangular
O retângulo, devido sua fácil formalização geométrica e representação matemática é
sem duvida a forma mais usada de estrutura de patch nas antenas de microfita, devido à
facilidade de configuração e também pela possibilidade de uso de modelos de análise
consagrados, como o Modelo da Linha de Transmissão e o Modelo da Cavidade [14], [29],
[30], com aplicação das teorias de antenas de abertura e de arranjos de antenas.
O patch retangular consiste de uma camada condutora em forma de retângulo, de
uma placa dupla condutora, separada por um substrato dielétrico, sendo a parte de baixo o
plano de terra.
Assim, usando o modelo da cavidade, a antena com patch retangular pode ser
representada por um arranjo de duas aberturas radiantes, cada uma com comprimento W e
altura h, separados por uma distância L, que forma uma linha de transmissão com
impedância característica Z
0
e comprimento L.
Devido às dimensões do patch serem finitas ao longo do comprimento e largura, o
campo nas bordas do patch sofre um efeito de borda ou de franjeamento. Isto é ilustrado
37
ao longo do comprimento, conforme se observa nas Fig. 2.5 (a) e (b) para as duas aberturas
de radiação das antenas de microfita. O mesmo se aplica ao longo da largura. A quantidade
do efeito de borda é função das dimensões do patch, da altura do substrato e da freqüência.
Para o plano principal E (plano xy) o efeito de borda é função da razão do comprimento
do patch L e a altura h do substrato (L/h) e da constante dielétrica ε
r
do substrato. Para
antenas de microfita com L/h >> 1, o efeito de borda é reduzido.
(a) Antena de Microfita (b) Sistema de coordenadas para
cada abertura radiante
(c) Vista Lateral
Fig. 2.5: Antena de microfita e sistema de coordenadas.
O modo de excitação da abertura, mostrada na Fig. 2.5 (b), ao longo do eixo x, é o
x
TM
010
, sendo a componente do campo elétrico da antena patch retangular dada por [14]:
=
φθ
β
θ
β
β
φ
sensen
L
Z
Zsen
X
Xsen
sen
eWhE
jE
e
rj
2
cos
)()(
0
(2.23)
38
sendo:
φθ
β
sensen
L
e
2
cos
o fator de arranjo para as duas aberturas e, (2.24)
φθ
β
cos
2
sen
h
X =
(2.25)
θ
β
cos
2
W
Z
=
(2.26)
e
L
- Comprimento Efetivo da antena patch retangular
W - Largura da antena patch retangular
h
- Altura do substrato dielétrico
λ
π
β
2
=
- Constante de fase (ou número de onda)
2.5 - Sistemas de Alimentação das Antenas de Microfita
As antenas de microfita podem ser alimentadas de muitas maneiras, porem existem
quatro formas mais comuns que são [15], [22]:
a) alimentação por linha de microfita, que é a maneira escolhida para ser usada
neste trabalho, consiste de uma fita fina de largura pequena, comparada com a largura do
patch feita da mesma camada de cobre do patch. É simples de fabricar, fácil de realizar o
casamento de impedância linha de alimentação e
patch. No entanto, com aumento da
espessura do substrato ocorrem as ondas de superfície e a radiação de modos espúrios de
alimentação, o que normalmente limita a largura de banda da antena [15].
b) alimentação com ponta de prova de cabo coaxial, onde o condutor interno do
conector axial é ligado ao
patch, enquanto o outro terminal é ligado diretamente ao plano
39
de terra. Esta forma de alimentação é bastante utilizada. É muito fácil de fabricar e de
conseguir um bom casamento de impedância, além de proporcionar a conexão com baixa
radiação espúria. No entanto conduz a uma largura de faixa estreita, principalmente em
substratos com altura h > 0,02 λ
0
[32].
c) alimentação por aproximação por acoplamento, é a mais difícil de implementar,
das quatro formas de alimentação e também conduz a largura de faixa estreita. É
relativamente fácil de fabricar e possui radiação de modos espúrios moderada.
d) acoplamento por abertura (fenda) consiste na formação em camadas de dois
substratos separados por um plano de terra. Na parte inferior do substrato de baixo existe
uma linha de alimentação de microfita de onde a energia é acoplada para o
patch através de
uma fenda no plano de terra que separa os dois substratos.
2.6 - Antenas Tipo Fenda Retangular
A antena tipo fenda retangular consiste num radiador formado por um corte de uma
fenda estreita numa superfície metálica, como pode ser mostrado pela Fig. 2.6 [17].
Fig. 2.6: (a) Antena tipo fenda retangular. (b) Dipolo complementar.
40
As antenas tipo fenda retangular podem ser construídas através de seções de guias
de onda, que produzirão um diagrama de radiação omnidirecional com uma polarização
horizontal.
A antena é freqüentemente comparada ao dipolo convencional formado por duas
faixas planas de metal. As dimensões físicas das faixas são tais que poderiam se ajustar a
fenda cortada na superfície metálica. Este tipo de antena é chamada de dipolo
complementar, conforme mostrado na Fig. 26 (b) [35].
A antena tipo fenda retangular é comparada ao seu dipolo complementar. Seus
diagramas de radiação são os mesmos. Porém, algumas diferenças importantes existem
entre elas.
Primeiramente, os campos magnéticos e elétricos são permutados. As linhas de
campo elétrico do dipolo são horizontais, enquanto que as de campo magnético formam
enlaces no plano vertical.
Com uma antena tipo fenda, ao contrário, as linhas de campo magnético são
horizontais e as linhas campo elétrico são verticais. As linhas de campo elétrico encontram-
se através das pequenas dimensões da fenda. Como resultado, a polarização da radiação
produzida por uma fenda horizontal é vertical.
Ao contrário, se uma fenda vertical é utilizada, a polarização é horizontal.
Outra diferença entre a antena tipo fenda e o seu dipolo complementar é que a
direção das linhas de campo elétrico e magnético varia abruptamente de um lado ao outro
do metal; já que no caso do dipolo, as linhas de campo elétrico têm a mesma direção
enquanto as linhas de campo magnético formam enlaces
fechados e contínuos.
Quando a energia é aplicada a uma antena tipo fenda, a corrente flui no plano
metálico. Essa corrente não fica confinada nas bordas da fenda, mas sim, espalhada no
41
plano, fazendo com que a radiação ocorra nos dois lados do plano. No caso do dipolo
complementar, entretanto, a corrente fica mais confinada, em conseqüência, uma
quantidade maior de corrente é necessária para produzir a mesma potência de saída.
Utiliza-se na análise dessas estruturas os modelos da cavidade ressonante, o da linha
de transmissão e ainda o modelo de onda completa (incluído o Método dos Momentos).
2.7 - Aplicações de Antenas de Microfita
As principais vantagens das antenas de microfita em relação a outras antenas para
aplicação em microondas são [36]:
Sustentação mecânica com pequeno peso e volume reduzido;
Configuração de perfil plano permitindo que se possam ser adaptadas
às superfícies de montagem;
Baixo custo de fabricação, o que estimula a produção em série;
Facilidade de confecção;
Adaptabilidade às estruturas aerodinâmicas de veículos
aeroespaciais;
Possibilidade de uso em aplicações com polarização linear ou
circular, em alguns casos conseguidos pela simples mudança da
posição do ponto de alimentação;
As antenas de microfita são compatíveis com projetos modulares,
assim dispositivos de estado sólido podem ser agregados na placa do
substrato sem grandes dificuldades;
Na maioria dos casos não é necessária a confecção de cavidades
externas;
As linhas de alimentação e circuitos de casamento de impedância
podem ser fabricados na estrutura da antena.
42
Algumas desvantagens, contudo, são registradas com relação às antenas de
microfita:
Largura de Banda normalmente estreita;
Perdas consideráveis, mesmo com baixo ganho;
Possibilidade de excitação de ondas de superfície com
conseqüente diminuição da eficiência;
Radiações indesejáveis dos alimentadores, junções e alguns
circuitos de casamento;
Baixa capacidade de manuseio de potência, devido às próprias
características da estrutura da microfita.
As aplicações mais comuns das antenas de microfita são:
Comunicação via satélite;
Comunicações móveis;
Radar Doppler e outros tipos;
Comando e controle;
Telemetria de mísseis;
Sensoriamento remoto;
Radiadores Biomédicos.
2.8 – Antenas UWB
As antenas para aplicação em sistemas de banda ultra larga (Ultra Wideband -
UWB) são designadas especificamente para transmitir e receber energia eletromagnética de
pulso de tempo de duração muito pequeno [1]. As antenas mais convencionais são
dispositivos ressonantes que operam especificamente sobre uma banda de freqüência
relativamente limitada (banda estreita).
43
2.9 – Requisitos de uma Antena para Aplicações em Sistemas UWB
O diagrama de radiação e a eficiência de radiação são características importantes
que devem ser consideradas na concepção da antena para operar sistemas
UWB. É desejável
um diagrama com radiação quase-omnidirecional, na medida em que permite uma melhor
interação entre o transmissor e o receptor. Isso implica na maximização do feixe de meia
potência e minimização a diretividade e do ganho da antena. As perdas no condutor e
dielétrico devem ser minimizadas, a fim de maximizar a eficiência de radiação [19].
Alta eficiência de radiação é indispensável para uma antena aplicada em sistema de
banda ultra larga, porque a densidade espectral de potência de transmissão é extremamente
baixa. Portanto, qualquer excesso de perdas ocorridas na antena pode comprometer o
funcionamento do sistema.
Procura-se uma antena que seja fisicamente compacta e de baixo perfil,
preferencialmente planar. Muitas tecnologias já foram empregadas na procura destes
dispositivos [19]. Neste trabalho busca-se uma antena que possua características próximas
às recomendações da
FCC [37], abaixo descritas:
• A antena deve poder irradiar ou receber ondas eletromagnéticas transitórias
rápidas com freqüências entre 3.1 GHz e 10.6 GHz.
• São necessárias antenas que possam ser usadas sem aterramento, não só por razões
de segurança, mas também para melhorar a mobilidade do sensor.
• Suas dimensões devem ser reduzidas e possuírem baixo peso, para garantir uma
elevada mobilidade.
• As antenas devem ser produzidas a baixo custo.
2.10 – Síntese do Capítulo
Neste capítulo foi realizada uma discussão geral sobre a antenas, enfatizando os
parâmetros fundamentais das antenas, apresentando informações sobre: casamento de
impedância, polarização, diagrama de radiação, largura de feixe de meia potencia e lóbulo
44
principal e lóbulos laterais, diretividade, ganho, eficiência e largura de banda. Na seqüência
foram apresentadas as características de linha de microfita, uma vez que foi o sistema de
alimentação escolhido para aplicação neste estudo. Foram ainda discutidos os materiais
substratos aplicáveis em antenas impressas. Foi feita uma breve discussão sobre alguns
métodos de análise aplicados na avaliação dessas estruturas, inclusive sobre o uso de
programas computacionais, como o
CST MICROWAVE STUDIO e o ANSOFT HFSS.
Outras formas de alimentação são destacadas. São informadas as aplicações usuais de
antenas de microfita. Em seguida foi feito referência às antenas aplicáveis em sistemas de
banda ultra larga –
UWB, enfatizando quais requisitos são esperados neste tipo de antena.
45
CAPÍTULO 3
SISTEMA DE BANDA ULTRA LARGA – UWB
3.1 – Breve História do UWB
A tecnologia
Ultra Wideband - UWB representa, presentemente, uma abordagem
revolucionária para comunicação sem fio, mas, certamente não é um conceito novo. A
primeira rádio
UWB, por definição, foi com base em transmissores de rádio spark gap
1
,
desenvolvida por
Guglielmo Marconi [38], por volta de do ano de 1800 [19].
Este sistema de rádio foi utilizado por várias décadas para transmitir código Morse
através das ondas hertzianas. No entanto, até 1924, os rádios
spark gap foram proibidos na
maioria das aplicações devido às suas fortes emissões e interferências em sistemas de rádio
de banda estreita (ondas contínuas), que foram desenvolvidos no início dos anos 1900 [11],
[19], [39], [40].
Até o início dos anos 60, cresceu o interesse por estudos no domínio do tempo em
eletromagnetismo no
MIT – Massachusetts Institute Tecnology, no
Lincoln Laboratory e no Sperry Research Center [40] e, em 1962 surgiu o
desenvolvimento de estudos por amostragem com uso do osciloscópio pela
Hewlett-
Packard
. Isto permitiu a análise de resposta de impulso em redes de microondas, e
possibilitou o surgimento de métodos para geração de pulsos de sub-nanosegundos de
duração.
Um importante esforço de investigação também foi conduzido em projetos de
antenas incluindo
Rumsey e Dyson [41], [42], que estavam desenvolvendo a antena espiral
logarítmica, e
Ross, que aplicaram as técnicas de medição impulso à concepção dos
elementos de antena irradiando em banda larga [43].
1
Espaço entre dois eletrodos de condução através do qual uma descarga elétrica ou faísca pode ocorrer
46
Por volta do final dos anos 80, a tecnologia
UWB foi classificada como banda base,
livre de portadoras ou tecnologia de impulso, uma vez que o termo "ultra-larga" não foi
utilizado até 1989 pelo Departamento de Defesa dos EUA [19].
Até a recente (2002) atribuição da
FCC ao espectro para uso em UWB, todas as
aplicações
UWB foram permitidas apenas sob uma licença especial.
Por quase 40 anos, no período de 1960-1999, mais de 200 trabalhos foram
publicados em revistas cientificas e mais de 100 patentes foram registradas com temas
relacionadas com a tecnologia de banda ultra larga [43]. O interesse agora está crescendo
exponencialmente, provocado pela atribuição da
FCC, com relação ao espectro UWB, e já
contam com vários pesquisadores explorando projetos de RF, projetos de circuitos, projetos
de sistemas e projetos de antenas, todos relacionados com aplicações de UWB. Diversos
projetos empresariais já começaram com a esperança de criar os primeiros conjuntos de
circuitos integrados comerciais (
chip sets) em UWB, provocando uma revolução em
sistemas de alta velocidade e transferências de dados a curtas distâncias e,
conseqüentemente, maior qualidade dos serviços ao usuário [19].
3.2 – Sistema Ultra WidebandUWB
O sistema UWB é basicamente composto por dois pares de rádio, um na função de
transmissor e o outro como receptor. Eles operam emitindo e recebendo pulsos eletrônicos
extremamente curtos, da ordem de 1 ns de duração [1], [2]. Uma aplicação desse sistema é
o radar
UWB, que emite pulsos em direção a um objeto e detecta o momento em que a
reflexão desse pulso retorna a origem do sistema de radar. A duração do pulso facilita a
leitura vinda do objeto permitindo a distinção entre esta reflexão e outras produzidas por
outros objetos. Genericamente, o sistema
UWB trabalha enviando bilhões de pulso por
segundo através de um espectro de freqüência muito grande, com largura de banda de
alguns GHz. Esses pulsos são emitidos a uma potência extremamente baixa, distribuída por
47
todo espectro de freqüência, diferenciando conceitualmente em operação, com os sistemas
de transmissão em banda estreita [2].
Qualquer sistema de rádio, com largura de banda 25% maior que sua freqüência
central (ou seja, largura de banda fracionária > 25%) pode ser chamada de Ultra
Wideband
(UWB)
. Os equipamentos UWB possuem de 1,5 GHz a 4 GHz de banda, o que gera um
problema regulatório, já que a maior parte das freqüências de 1 GHz a 6 GHz já foi
destinada para outros usos e serviços pelos órgãos reguladores. Para transmitir nestas
freqüências, restou limitar a potencia do sinal, para que não aconteça interferência em
outras transmissões (serviços). Os sistemas
UWB, em telecomunicações, devem trabalhar
com baixíssima densidade de potência, de modo que possam coexistir com os sistemas de
banda estreita convencionais, sem provocar interferência comprometedora. Uma
possibilidade é transmitir os sinais
UWB numa potência abaixo dos limites de interferências
tolerados pelos sistemas convencionais de banda estreita. É importante lembrar que o
sistema de transmissão em
UWB, quando aplicado em telecomunicações, é resistente a
interferências de multipercursos e interferências provocadas por operações clandestinas ou
criminosas. [7].
3.3 – Regulamentação UWB
Nos Estados Unidos, foi determinado pela FCC (Federal Communications
Comission)
que transmissões em UWB podem operar na faixa de 3,1 GHz a 10,6 GHz. Para
o FCC a largura de banda fracionária (largura de banda dividida pela freqüência central)
para sistemas
UWB deve ser maior que 20%, e ainda, que a largura de banda deve ser maior
que 500 MHz.
A máscara espectral
UWB, representada na Fig.3.1, foi definida pela FCC para
permitir uma densidade espectral de potencia de - 41,3 dBm/MHz em toda a banda
UWB.
A operação em banda tão larga implica menor potência, que permite a coexistência pacífica
com sistemas de banda estreita. Estas especificações apresentaram uma variedade de
oportunidades e desafios para as profissionais de engenharia em uma ampla variedade de
segmentos, incluindo circuitos de RF e projetos de sistemas e de antenas [1], [19].
48
Fig.3.1 - Máscara espectral da
FCC para interiores com UWB
A
FCC definiu que as extremidades de uma banda de sistema UWB são fixadas
pelas freqüências, inferior (
)(
l
f
e superior
)(
h
f
da referida banda. A densidade espectral
de potência, neste intervalo, deve estar no mínimo 10 dB abaixo da maior emissão radiada
encontrada no espectro. Para que o sistema seja considerado um sistema de transmissão
UWB é necessário que [11]:
0
f
ff
FB
lh
=
(3.1)
onde
FB é a largura de banda fracional, que deve ser maior ou igual a 0,25, além disso a
diferença
lh
ff
deve ser no mínimo 500 MHz. A freqüência fundamental (
0
f
) é dada
por:
2
0
lh
ff
f
+
=
(3.2)
A largura de banda do sinal será:
Densidade
Espectral
de Potência
(dBm / MHz)
49
)(
lh
ffBW =
(3.3)
A diferença básica da Ultra Wideband para outras tecnologias é precisamente a
possibilidade de transmissão sem freqüência portadora. São transmitidos pulsos individuais
estreitos de baixa densidade de energia ao longo do espectro que é muito largo. A Fig. 3.2
ilustra a comparação entre um sistema UWB e um sistema de banda estreita [2].
Fig. 3.2: Comparação entre sistemas UWB e Banda Estreita
Os sistemas UWB possuem baixa densidade de potência ao longo de uma grande
largura de banda, quando comparados a um sistema de faixa estreita. Neste último, a
distribuição da potência média ocorre precisamente concentrada na pequena faixa de
freqüência. Os sistemas UWB só exercerão interferência com os de faixa estreita numa
pequeníssima fração do espectro, como se observa da Fig. 3.2.
50
3.4 – UWB - Domínio do Tempo e Domínio da Freqüência
Com o objetivo de descrever como algumas redes de microondas funcionavam no
modo transiente, em vez de analisar o espectro frequencial do sistema, optou-se pela análise
a partir de sua resposta quando excitado por um impulso. Assim surgiu o sistema UWB [5].
Na Fig. 3.3 é mostrado um tipo de pulso, no domínio do tempo, utilizado em
sistemas UWB [1], [2]. Este pulso é gerado a partir de uma onda quadrada (ou pulso
retangular), sendo a mesma formada pela limitação do tempo de subida e de descida e por
efeitos de filtragem das antenas transmissoras e receptoras do sistema UWB [44].
Fig.3.3 - Pulso no sistema UWB
O sistema UWB pode também ser implantado referenciado ao domínio da
freqüência, neste caso o sinal é espalhado em multibandas, onde cada banda possui largura
suficiente para ser UWB, conforme conceituação conhecida. Esses sistemas são baseados
em Multiplexação Ortogonal por Divisão de Freqüência – OFDM (Orthogonal Frequency
Division Multiplexing), onde o canal é subdividido em subcanais com subportadoras
ortogonais, permitindo a transmissão a diferentes taxas em cada subportadora [5].
A divisão do sinal em muitas bandas oferece vantagens em relação à maior
imunidade à interferências de banda estreita. Possui, em geral, maior imunidade a
51
interferências de ruídos, permitindo a troca ou isolamento de uma faixa de freqüências,
além da mudança de velocidade de transmissão.
3.5 – Relação Sinal-Ruído em Sistemas UWB
A coexistência de sinais de sistemas de banda estreita, licenciados ou não,
com sistemas UWB, é na realidade uma preocupação, mas pode ser minimizada, primeiro
pelo fato da faixa comum entre eles ser de uma pequena fração da banda larga UWB, e
ainda pelo fato da potência do sinal UWB ser extremamente baixa, se comparada com as
potencias de sinais de faixa estreita. Em segunda análise, e recorrendo os conceitos da
teoria de Shannon (1947) [45]. Sabe-se que a capacidade máxima do canal (C, em bit/s) é
igual ao produto da largura de banda do canal (B, em Hz) pelo logaritmo na base dois da
relação sinal (S, em watt)-ruído (N, em watt), acrescido de 1. Conforme equação abaixo
[37]:
+=
N
S
BC 1log
2
(3.4)
Analisando a equação conclui-se que para aumentar a capacidade de um canal pode-
se aumentar a largura de banda (B), principal característica UWB, aumentar de forma
logarítmica a potência do sinal (S) ou diminuir o ruído (N).
Pela equação (3.4) dá prá deduzir, que sendo B muito grande o sistema UWB é
fortemente recomendado para aplicações em comunicações sem fio de alta velocidade, pois
opera a baixa potência. Assim, com o aumento expressivo da largura de banda, mantendo-
se a capacidade de transmissão, resta uma liberdade na relação sinal-ruído, mantendo os
níveis de potência do sinal, fornecendo mais segurança e robustez, permitindo bom
desempenho do sistema, até mesmo em situações de níveis de ruído maiores.
3.6 – Principais Propriedades dos Sistemas UWB
Os sistemas UWB possuem largura de banda extensa, além de apresentarem pulsos
de curtíssima duração, o que se constituem numa propriedade especial desses sistemas.
52
Eles apresentam algumas vantagens com relação às tecnologias tradicionais em banda
estreita. Podem ser destacadas algumas dessas características [1], [4], [37]:
1.
Possuem altas taxas de dados;
2.
A densidade espectral de potência é extremamente baixa;
3.
Há um melhor compartilhamento de espectro de freqüência;
4.
Permite a localização e comunicação ao mesmo tempo;
5.
Possui robustez contra detecção e interceptação do sinal;
6.
Oferece boa resistência a interferência eletromagnética;
7.
Possui alto desempenho em canais multipercursos;
8.
Possui boa eficiência na penetração de diferentes tipos de materiais;
9.
Opera com transceptores simples, de baixo custo e baixo consumo de potência.
3.7 – Aplicações consagradas com UWB
Um exemplo bastante ilustrativo e genérico da aplicação da tecnologia UWB é o
radar UWB. Este dispositivo caracteriza-se por emitir o pulso UWB em direção a um objeto,
e detectar o momento em que a reflexão deste pulso, produzida no objeto de interesse,
retorna à sua antena [37].
De fato, quando comparado aos sistemas convencionais de radar, o sistema de radar
em UWB proporciona, além de menores perdas de propagação, excelente resolução em
distância.
Essas mesmas propriedades motivam pesquisas para aplicação dos sistemas de
UWB em outras áreas. Dentre diversas áreas de pesquisas existentes sobre o sistema UWB
destacam-se:
- Área médica: monitores de UWB podem observar diretamente as contrações
cardíacas em vez de captar seus impulsos elétricos. A literatura mostra vários artigos
referentes a diagnóstico preciso de câncer de mama com aplicação de tecnologia UWB [46],
[47], [48].
53
- Área automotiva: sua resolução de distância pode aprimorar sistemas automáticos
de estacionamento, de acionamento de dispositivos de segurança, e de prevenção de
colisões;
- Construção civil: os radares de UWB podem auxiliar na avaliação das condições
estruturais de pontes e estradas, e na localização de dutos subterrâneos;
- Área militar: pode facilitar a localização de minas plásticas;
- Serviços de emergência e segurança: pode permitir a localização de pessoas atrás
de paredes ou sob escombros.
- Nas telecomunicações: é possível empregar sistemas de UWB de baixíssima
densidade de potência, de modo que possam coexistir com os sistemas convencionais de
banda estreita, conforme já mencionado, sem causar ou sofrer interferência significante.
Outro fator a considerar no campo das telecomunicações é a resistência que estes sistemas
podem proporcionar contra interferências de múltiplos percursos e interferências
provocadas por operações clandestinas ou criminosas de telecomunicações.
- Casa do futuro: Será permitida a integração, com toda eficiência da automação de
procedimentos de controle, gerenciamento e produção de conforto em projeto de
residências e escritórios cibernéticos com o melhor uso da tecnologia UWB.
3.8 – Síntese do Capítulo
Nestes capítulo discorreu-se sobre a tecnologia UWB, apresentando suas principais
características, com destaque para a faixa de freqüência regulamentada pela FCC, que se
estende de 3,1 GHz a 10,6 GHz, garantindo uma banda de 7,5 GHz. Foram relatadas ainda
as características de funcionamento do sistema, próprio para operar com pulsos de curta
duração e finalmente, feito um destaque das vantagens com relação aos sistemas de banda
54
estreita convencional e suas principais aplicações presentes, alem de outras reservadas ao
futuro.
55
CAPÍTULO 4
ANTENA MONOPOLO QUASE ESPIRAL RETANGULAR PLANAR PARA
APLICAÇÕES EM SISTEMA DE BANDA ULTRA LARGA - UWB (AMQEUWB)
4.1 – Antena Monopolo com Estrutura em Forma de @
O objetivo deste estudo foi investigar uma antena de microfita, com traçado
retangular, planar, monopolo, de uma só camada, que atendesse aos conceitos já definidos
para aplicação em sistemas Banda Ultra Larga – UWB. Dessa forma, seguiram-se
observações de publicações disponíveis na literatura [7]-[9], [50]-[51]. Muitos artifícios
citados nestas publicações foram empregados na busca do resultado ideal da Antena
Monopolo Quase-Espiral para Aplicações em Sistemas UWB (AMQEUWB).
A primeira estrutura estudada consiste em uma antena de microfita, composta
basicamente de linha de microfita, inspirada no símbolo @ (arroba), que lembra a antena
espiral de banda larga, além disso, pela sua importância como um símbolo mundial,
presente em todos os endereços de usuários da rede internacional internet. É de se esperar
que este símbolo seja um dos mais difundidos em todo planeta, devido à penetração dessa
rede. Cabe aqui uma pequena informação sobre a utilização deste símbolo na internet:
“Quando o correio eletrônico foi inventado, o engenheiro Ray Tomlinson, o
primeiro a enviar uma mensagem entre utilizadores de computadores diferentes,
precisou encontrar um símbolo que separasse o nome do utilizador do da máquina
em que este tinha a sua caixa de correio. Não queria utilizar uma letra que pudesse
fazer parte de um nome próprio, pois isso seria muito confuso. Conforme explicou
posteriormente, «hesitei apenas durante uns 30 ou 40 segundos… o sinal @ fazia
todo o sentido» ” [52]. Em inglês @ é entendido como at (equivalente à nossa
preposição “em”).
56
Essa antena foi simulada como sendo impressa em um dos lados de um substrato,
com constante dielétrica relativa do material igual a 4,4 e altura do substrato de 1,58 mm.
Do lado oposto do substrato foi projetado o plano de terra truncado.
Na simulação desta antena, em todo esse Capítulo 4 foi utilizado o programa
comercial CTS MICROWAVE STUDIO [53], versão 5.1.3, que aplica a avaliação no
domínio do tempo e utiliza o software baseado nas Diferenças Finitas no Domínio do
Tempo FDTD – Finite-Difference Time Domain como suporte na simulação dos dados.
Basicamente, a estrutura (geometria) da antena inicial do processo prospectivo foi a
que está mostrada na Fig. 4.1.
Fig. 4.1: Dimensões iniciais da antena em forma de @
As dimensões da antena em forma de @, foram as seguintes: O substrato foi
definido como uma placa de
W x L (45 x 40 mm
2
). A alimentação foi feita por uma linha
de microfita de comprimento de
l (6 mm) largura D (3 mm) projetada com a impedância de
50 , já que a alimentação será nesta mesma impedância, na busca do melhor casamento de
impedância. Esta alimentação foi feita do lado esquerdo da estrutura, em compromisso com
a figura que a mesma representa @ (estilizada). A parte superior, que denominada de patch,
W
L
W
0
L
0
C
D
C
D
57
foi confeccionada com base em um retângulo
W
0
x L
0
(32 x 28 mm
2
) que sofreu
vazamentos (aberturas), com o objetivo de formar a estrutura na formatação @ desejada. A
fita que forma a estrutura @ foi toda projetada na mesma largura da linha de alimentação,
Inicialmente as linhas de abertura
C foram projetadas com o mesmo valor atribuído a fita,
ou seja, 3 mm. O plano de terra truncado, no lado oposto do substrato foi dimensionado
com largura
W (45 mm) e altura PT, com valor definido, após várias avaliações, de 4,8
mm. Existe ainda um espaçamento
gap de 1,2 mm, resultado da otimização da altura do
plano de terra, separando as camadas metálicas situadas em lados opostos do substrato.
A Fig. 4.2, mostra a o desenho da antena simulada no CST, em total compromisso
com as dimensões iniciais definidas na fig.4.1, aplicadas neste estudo.
Fig. 4.2: Antena de microfita (patch) com forma @ (estilizada), implementada a partir de
linha de microfita.
58
O lado oposto, contendo o plano de terra é mostrado na Fig. 4.3.
Fig. 4.3: Plano de terra
Esta estrutura apresentou os valores de perda de retorno, conforme gráfico mostrado
na Fig. 4.4. Adotou-se para todo o estudo de simulação a varredura na faixa de 1 Hz a 20
GHz.
Fig. 4.4: Gráfico de perda de retorno – Antena em forma de @
59
Em toda faixa examinada são apresentados 7 pontos com ressonância.
Pode-se inferir que na simulação com a estrutura na forma original @, foi obtida
uma antena com características multibanda, com forte ressonância em torno da freqüência
de 3,4 GHz, apresentando, nesta freqüência, uma perda de retorno em torno de -45,6 dB.
Outra ressonância ocorre por volta dos 4,8 GHz, com perda de retorno de -32,5 dB.
Em todas as simulações deste capitulo foi utilizado, como sinal de excitação, o
pulso mostrado na Fig. 4.5.
Fig. 4.5: Sinal de excitação
4.2 - Antena @ com Modificação do Valor de Abertura, Dimensão C.
Na busca de um comportamento de maior largura da banda, com o objetivo de
melhorar as perdas por reflexão na antena, estudou-se a redução dos elementos vazados na
estrutura. Inicialmente projetados na mesma dimensão da linha da microfita, base da
estrutura estudada, reduziu-se o valor da abertura para
C para 1 mm. Com essa mudança
pode-se observar uma melhoria em relação ao objetivo de busca da antena UWB. A nova
estrutura apresentou o gráfico de perda de retorno, conforme mostrado na Fig. 4.6.
60
Fig. 4.6: Perda de retorno com dimensão
C = 1mm.
-
Com essa variação, a antena mantém a característica multibanda. Houve, no entanto,
o crescimento dos pontos de ressonância dos 7 apresentados na antena anterior para 9 da
antena com a redução da dimensão
C. Já se observa uma característica UWB a partir de
14,5 GHz, com largura de banda de 5,5 GHz. Há ainda uma incidência de ressonância na
faixa de UWB da FCC (3,1 GHz a 10,6 GHz), indicando uma tendência de melhora do
comportamento da antena com a nova mudança. A melhor ressonância ocorre a 12 GHz,
com valor de perda retorno de -43,2 dB.
4.3 - Antena @ com Modificação do Valor de Abertura no Plano de Terra Truncado.
Nova experimentação foi introduzida na estrutura. Foi realizada uma modificação
no plano de terra truncado. Uma abertura em coincidência com a linha de alimentação,
obedecendo a sua largura, com espessura de mesmo valor. Este recurso foi utilizado na
grande maioria das estruturas de antenas de microfita para aplicação em UWB encontrada
na literatura [5], [7], [46]. Isso foi feito com um propósito de obter de um melhor
casamento de impedância, característica muito difícil de conseguir em antenas com bandas
61
tão largas. Neste caso, adotou-se uma abertura retangular, com largura
X, com 3 mm e
altura
Y, com 3 mm, vazado no plano de terra em coincidência oposta a linha de
alimentação.
A nova antena apresenta estrutura física conforme mostrado na Fig. 4.7.
Fig. 4.7: Antena em forma @ modificada com plano de terra vazado.
Nesta configuração um novo comportamento da antena é apresentado com a
observação do gráfico de perda de retorno mostrado na Fig. 4.8.
Fig. 4.8: Gráfico de perda de retorno antena em forma @ com plano de terra vazado.
62
Nesta nova configuração, acontece uma pequena redução da condição UWB da
estrutura anterior, mesmo assim prevalece a tendência UWB na faixa superior, a partir dos
14,5 GHz. Em compensação a característica multibanda se acentua fortemente, com a
presença de 14 pontos de ressonância, com destaque para a ressonância em 9 GHz, nesta
freqüência a perda de retorno é de -34 dB. As modificações introduzidas contribuíram
favoravelmente na obtenção da antena desejada.
4.4 - Antena @ com Cortes (dentes) Laterais.
Mais uma modificação foi introduzida na estrutura da antena em estudo. Desta feita,
são introduzidos cortes laterais, na parte superior (ambos os lados, direito e esquerdo) do
patch, em forma de batente, que se convencionou chamar de dentes laterais, sempre com o
objetivo de obter uma melhor configuração e casamento de impedância na busca do
objetivo pretendido. Dessa forma a face superior da estrutura foi encurtada em 3 mm (1,5
mm de cada lado), com um batente de 1,5 mm, e logo em seguida expandida em 1 mm, e
novamente encurtada de 0,5 mm, com novo batente com decréscimo de 3 mm. Nos lados
direito e esquerdo da estrutura. A Fig. 4.9 mostra os novos desenhos da nova antena
simulada.
Fig. 4.9: Antena forma @ com dentes laterais.
A seguir está mostrado na fig.4.10 o gráfico de perda de retorno dessa nova
configuração de antena.
63
Fig. 4.10: Gráfico de perda de retorno da antena em forma de @ com dentes laterais.
Novamente são apresentados 14 pontos de ressonância, mas com uma forte
tendência de decréscimos dos valores de perda retorno, numa média inferior ao gráfico de
perda de retorno apresentado pela antena da estrutura anterior, com valores em torno de
-6 dB. No final da faixa de varredura continuam a serem observados sinais de banda larga.
O gráfico de perda de retorno mostra uma incidência igualmente forte de característica
multibanda da antena.
4.5 – Antena em Forma de @ com Dentes Laterais e Fenda na Haste Superior.
Na configuração da antena mostrada no item anterior, foi acrescentada uma fenda na
haste superior da antena, esta fenda tem por finalidade melhorar o processo de radiação da
antena, alem de produzir efeitos de melhora no casamento de impedância da mesma. Este
recurso é também freqüentemente utilizado em estruturas com objetivos similares
disponíveis na literatura [49] - [51], [54]. Dessa forma, a nova configuração se apresenta
conforme mostrado na Fig. 4.11.
64
Fig. 4.11: Antena em forma de @ com dentes laterais e fenda na haste superior.
Para dimensionar a largura e comprimento da fenda, utilizou-se do artifício,
disponível no CST, utilizado nas simulações, de variar uma dimensão da estrutura, no caso
a largura da fenda, permanecendo inalterada a sua altura, em seguida foi realizada a
verificação do comportamento do gráfico da perda de retorno, fazendo-se a variação da
dimensão da largura da fenda, e fixando a altura em 1 mm. O valor otimizado foi de 15
mm.
O gráfico da perda de retorno mostra na Fig. 4.12, o comportamento da nova antena.
Fig. 4.12: Perda de retorno antena em forma de @ com fenda.
65
Semelhantemente ao comportamento da estrutura anterior, a nova antena com fenda
apresenta o gráfico de perda de retorno que permite, mais uma vez, observar a forte
configuração multibanda da antena, mostra ainda, mais acentuadamente, a tendência de
comportamento UWB, agora em vales, primeiro em um vale próximo a freqüência de
8 GHz e outro em torno dos 15 GHz. Nesta configuração a antena ainda não atende o
objetivo pretendido neste estudo.
4.6 – Antena Monopolo Espiral Retangular Planar
Uma nova estrutura foi proposta com base no estudo da antena monopolo com
estrutura em forma de @, discutida nos passos anteriores. A nova estrutura toma a forma de
espiral, mas agrega todas as modificações introduzidas no estudo prospectivo da antena
relatado nos passos anteriores. Agora, experimentou-se deslocar a parte final da estrutura,
abrindo um espaço de radiação, conferindo à conformação de uma espiral a nova estrutura.
Essa abertura, medida pela dimensão
S, foi fixado em 5.4 mm, após diversos estudos
simulados de otimização. A nova configuração da antena assume a forma mostrada na Fig.
4.13.
Fig. 4.13 - Antena monopolo espiral retangular planar.
Nessa nova configuração da antena, o gráfico de perda de retorno mostra um
sensível recuo, na direção dos -10 dB, particularmente nas freqüências próximas a 5 GHz,
acentuando o comportamento esperado. O que pode ser constado com observação da Fig.
4.14.
66
Fig. 4.14: Gráfico de perda de retorno antena monopolo espiral retangular planar
A característica multibanda é mais uma vez acentuada, 15 pontos definem os locais
de ressonância. A maior ressonância ocorre em torno da freqüência de 9 GHz, com perda
de retorno de -42 dB. O aspecto de tendência de banda larga já se apresenta em vales
próximos a 5 GHz e em torno dos 8 GHz. As modificações a que a estrutura foi submetida
apresentam valores promissores.
4.7 – Antena Monopolo Quase-Espiral Retangular Planar.
Nova modificação é introduzida. São realizados bloqueios na forma espiral da
antena em estudo. Observou-se que a estrutura aberta produzia efeitos de radiação que
induzia ao aumento das características multibanda. Apesar de essas características serem de
interesse, o objetivo principal deste estudo é o de obter resultados com uma antena que
opere na faixa UWB, e preferencialmente na faixa liberada pela FCC, ou seja, com largura
de banda de 7,5 GHz, no intervalo de 3,1GHz a 10,6 GHz.
67
4.7.1 – Bloqueio Esquerdo
Dessa forma, foi aplicado, inicialmente, um bloqueio no lado lateral esquerdo da
estrutura, de forma a tratá-la com uma peça compacta, pelo menos do lado esquerdo, o
resultado do novo desenho da estrutura da antena está mostrado na Fig. 4.15. O gráfico de
perda de retorno está mostrado na fig.4.16.
Fig. 4.15: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (com bloqueio esquerdo).
Fig. 4.16: Perda de retorno da antena monopolo quase-espiral retangular planar (com
bloqueio esquerdo).
68
Analisando o gráfico de perda de retorno observa-se o forte comportamento de Ultra
Banda Larga - UWB da nova estrutura apresentada, pode-se assegurar que no intervalo de
6,9 GHz a 12,6GHz, com largura de banda de 5,3 GHz, de valores menores, são muito
próximos a -10dB de perda de retorno, caracterizando-se que a antena apresentada é uma
antena que opera na faixa UWB, na conceituação mais rigorosa existente. Outros intervalos,
em freqüências mais baixas, levam também a conclusão similar.
É mostrada também, para essa configuração, a Carta de Smith, medida para toda
faixa estudada de 1 Hz a 20 GHz, que relaciona uma forte concentração em torno do centro
da carta de Smith, indicando um bom casamento de impedância, nesse entorno. No
intervalo de freqüência de interesse a antena examinada se mostra com boa conformidade
de casamento. A configuração divergente, nos pontos mais radiais justifica-se pelos valores
muito extensos da faixa de freqüência de observação aplicados no estudo. A Fig. 4.17
mostra da Carta de Smith da antena.
Fig. 4.17: Carta de Smith – Antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueio
esquerdo).
69
O diagrama de Radiação em 3D da estrutura visto nas Fig.4.18, Fig. 4.19 e Fig. 4.20
a seguir, mostram o aspecto quase-omnidirecional desejável em antena para operar na faixa
UWB. , com simulações nas freqüências de 5 GHz, 7,5 GHz e 10 GHz, respectivamente.
Fig. 4.18: Diagrama de radiação 3D – Freqüência 5 GHz
Fig. 4.19: Diagrama de radiação 3D – Freqüência 7,5 GHz
70
Fig. 4.20: Diagrama 3D – Freqüência 10 GHz
Segue ainda o diagrama 2D que mostra o ganho da antena em referencia, simulado
em 7,5 GHz, conforme Fig. 4.21.
Fig. 4.21: Ganho da antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueio esquerdo).
71
O ganho apresentado é de 6,6 dB na freqüência de 7.5GHz, com ângulo de meia
potencia de 49,3 º.
4.7.2 – Bloqueio em Ambos os Lados
Uma nova configuração foi simulada, acrescentado o bloqueio da estrutura no lado
direito da mesma, ficando dessa forma, a antena com bloqueios laterais em ambos os lados,
conforme desenho apresentado na Fig. 4.22.
Fig. 4.22: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (bloqueios E/D).
Nessa configuração, a característica UWB se pronuncia fortemente, numa análise ao
gráfico da perda de retorno apresentado na Fig. 4.23, pode-se observar em detalhes esse
comportamento.
72
Fig. 4.23: Gráfico de perda de retorno da antena monopolo quase-espiral retangular planar
(bloqueios E/D).
Com três pequenos intervalos que apresentam perda de retorno de -8,6 dB (resultado
que pode ser considerado bom, do ponto de vista prático), a antena apresenta uma largura
de banda de 8,4 GHz, e opera num intervalo de 4 GHz a 12,4 GHz, mostrando um
desempenho simulado muito promissor.
4.8 – Antena Monopolo Quase Espiral Retangular Planar com Braço Central.
Outra modificação foi examinada e implementada no modelo em estudo. Um braço,
formando uma continuidade da espiral foi acrescentado no centro da estrutura com objetivo
de proporcionar uma melhora do desempenho de radiação da antena. Na Fig. 4.24 é
mostrada a nova configuração. Esse braço, de dimensão
F foi otimizado, após simulações,
em 10 mm.
73
Fig. 4.24: Antena monopolo quase-espiral retangular planar (c/braço central).
Esta configuração atende aos objetivos de simulação principal deste estudo,
passando a ser denominada Antena Quase-Espiral Planar Retangular para aplicações em
sistemas UWB, ou simplesmente antena AQEMUWB. Pode-se concluir em exame ao
gráfico de perda de retorno a sua conformidade e atendimento amplo das exigências da
caracterização de UWB para uma antena. Na Fig. 4.25, observa-se a perda de retorno, na
Fig. 4.26. é mostrado o gráfico do VWSR, nas Figs. 4.27, 4.28 e 4.29 o diagrama de
radiação 3D, simulados nas freqüências de 5 GHz, 7,5 GHz e 10 GHz, respectivamente.
Nas Fig’s. 4.30 e 4.31 os diagramas de radiação 2D, simulado a 7,5 GHz, nos planos E e
H. Ainda na Fig.4.32 é mostrado o ganho da antena e na Fig. 4.33 é apresentada a Carta de
Smith.
Fig. 4.25: Gráfico da perda de retorno – Antena monopolo quase-espiral retangular planar
(AMQEUWB).
74
Conclui-se que a antena simulada neste estudo está apta para aplicação em sistema
Ultra Banda Larga –UWB, apresentando largura de banda de 7,5 GHz, numa faixa de 3,3
GHz a 10,8 GHz. Possui seu ponto de maior ressonância na freqüência de 8,8 GHz, onde
apresenta perda de retorno de -41,5 dB.
Confirmando os dados obtidos, a curva do VSWR da antena está mostrado na Fig.
4.26, e apresenta, na faixa de 3,3 GHz a 10,8 GHz (simulado no mesmo intervalo), o VSWR
menor que 2, caracterizando casamento de impedância aceitável para antena e confirmando
os valores medidos no gráfico de perda de retorno, conforme já mencionado.
Fig. 4.26: Gráfico do VSWR da antena AMQEUWB.
A seguir é mostrado o diagrama de radiação em 3D nas Figs. 4.27, 4.28 e 4.29, da
antena AMQEUWB, simulado nas freqüências de 5 GHz, 7,5 GHz e 10 GHz,
respectiavamente.
75
Fig. 4.27: Diagrama de radiação 3 D - Antena AMQEUWB – Freqüência 5 GHz.
Fig. 4.28 - Diagrama de radiação 3D – Antena AMQEUWB – Freqüência 7,5 GHz.
76
Fig. 4.29: Diagrama de radiação 3D – Antena AMQEUWB – Freqüência 10 GHz
Os diagramas 3D mostram , em todas as freqüências simuladas, uma configuração
quase ominidirecional, compatível com as necessidades de uma antena para aplicações
UWB.
Os diagramas de radiação 2D são mostrados a seguir: Fig.4.30 e Fig.4.31.
Fig. 4.30: Diagrama de radiação 2D – Campo E – Antena AMQEUWB.
77
O diagrama apresentado foi medido na freqüência de 7,5 GHz. Apresenta largura de
feixe de meia potencia (Half Power Beam Width – HPBW) de 52
0
. O nível do lóbulo
principal é de -6,6 dB.
Fig. 4.31: Diagrama de Radiação 2D – Campo H – Antena AMQEUWB.
O ganho absoluto da antena AMQEUWB é mostrado na fig. 4.32.
78
Fig. 4.32: Ganho da antena AMQEUWB.
Observa-se um ganho de 6,8 dB para a mesma freqüência de observação de 7,5
GHz. O aspecto do diagrama do ganho reforça ainda mais o comportamento quase
ominiderecional já observado nos diagramas de radiação.
Da carta de Smith mostrada na Fig. 4.33, observa-se a concentração no centro da
mesma, nas freqüências na faixa de boa resposta de casamento de impedância, e apresenta
mais um comportamento esperado de uma antena apta a operar na faixa UWB.
79
Fig. 4.33: Carta de Smith da antena AMQEUWB.
A carta de Smith mostra a concentração, já observada, de variações concentrada no
centro da carta, acentuando a confirmação do casamento de impedância, particularmente no
intervalo desejado.
4.9 – Outras Variações na Estrutura da Antena
Diversas outras variações foram experimentadas na antena em estudo, desde as
simulações nas dimensões do patch, mudança no posicionamento da linha de alimentação
(alimentação pelo centro da estrutura patch, alimentação pela lateral direita do patch),
variação e procura dos melhores valores de algumas dimensões da antena, além de
continuidade na forma espiral da mesma. Todos esses experimentos levaram a estruturas
que apresentaram perda de retorno a valores piores do os conseguidos com a antena
AMQEUWB sendo, portanto incompatíveis com o objetivo deste trabalho.
80
4.10 – Síntese do Capítulo.
Neste capitulo foi estudado, por simulação no software comercial CST
MICROWAVE STUDIO 5.3.1, uma antena monopolo planar, a partir da formação de uma
estrutura inicial em forma de @ (arroba) estilizada, que experimentou algumas
modificações de configuração (geometria) na busca de uma antena apta a operar na faixa de
banda ultra larga - UWB. Por simulação foi alcançado esse objetivo com uma antena
denominada AMQEUWB, que apresenta configuração de diagrama de radiação
aproximadamente omnidirecional e característica de perda de retorno com largura de banda
de 7,5 GHz, numa faixa de 3,3 GHz a 10,8 GHz, muito próxima daquela designada pelo
FCC de 3,1 GHz a 10,6 GHz.
No próximo capítulo são apresentados os resultados das simulações da antena
AMQEUWB, na forma final, com o auxílio de outro software comercial da ANSOFT HFSS,
que opera no domínio da freqüência, com objetivo de referendar os dados aqui observados.
Serão ainda descritas a realização de confecções de protótipos da antena, que serão
submetidas à medição nos laboratório de telecomunicações dos cursos de Engenharia
Elétrica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN, e do Instituto Federal
de Educação Ciência e Tecnologia – IFPB, em João Pessoa, no estado da Paraíba.
81
CAPÍTULO 5
PROJETO, CONSTRUÇÃO E MEDIÇÃO DA ANTENA MONOPOLO
QUASE- ESPIRAL RETANGULAR PLANAR PARA APLICAÇÕES EM
SISTEMAS DE BANDA ULTRA LARGA – UWB – (AMQEUWB)
5.1 – Simulação no software comercial ANSOFT HFSS.
No estudo prospectivo original, descrito no capitulo anterior, utilizando o software
comercial CST MICROWVE STUDIO, versão 5.3.1, simulou-se, após várias investigações
com modificações na geometria e diversos ajustes e otimizações, uma estrutura de antena
apta para operar na faixa UWB. Assim foi simulada uma antena, que se convencionou
chamar Antena Monopolo Quase Espiral Retangular Planar para aplicação em sistema da
Banda Ultra Larga - UWB (AMQEUWB), conforme mostrado na Fig. 5.1. Esta estrutura
reúne toda característica de uma antena que deve operar na faixa UWB, com 7,5 GHz de
largura de banda, na faixa de 3,3 GHz a 10,8 GHz.
Fig. 5.1: Antena AMQEUWB
As dimensões da antena AMQEUWB são: W = 45,0 mm, L = 40,0 mm, W
0
= 32,0
mm, L
0
= 28,0 mm, D = 3,0 mm, C = 1,0 mm, N
1
= 0,5 mm, N
2
= 1,0 mm , M
1
= 1,5 mm,
C
D
D
F
S
D
l
1
h
1
M
1
M
N
N
W
W
L
0
L
PT
X
Y
L
W
82
M
2
= 3,0 mm, h = 15,0 mm, h
1
= 1,0 mm, S = 5,4 mm e F = 10,0 mm. No lado oposto, o
plano de terra, as dimensões são PT = 4,8 mm, X = Y = 3,0 mm, em coincidência com a
linha de alimentação.
Com o objetivo de confrontar estes dados, a mesma estrutura da antena AMQEUWB
foi submetida à simulação no software comercial ANSOFT HFSS – versão 9, que opera no
domínio da freqüência, com análise numérica baseada no Método dos Elementos Finitos
(FEM – Finite-Element Method) [55] . Os resultados apresentaram-se igualmente
satisfatórios, em relação aos objetivos de obtenção de uma antena que opere na faixa UWB,
a Fig. 5.2 apresentada abaixo mostra a estrutura simulada, com face principal do patch da
antena projetada em HFSS, e seu plano de terra truncado, no lado oposto, com vazamento,
semelhante à configuração estudada mostrada na Fig. 5.2.
Fig. 5.2: Antena AMQEUWB – Simulada no software HFSS.
A antena simulada no software HFSS, apresenta gráfico de perda de retorno,
conforme mostrado na Fig. 5.3,
83
Fig. 5.3: Perda de retorno – Simulação HFSS.
Conforme se observa, a antena AMQEUWB apresenta um comportamento melhor
do que aquele simulado no capitulo anterior, e mostra uma largura de banda livre de
13,1 GHz, para uma faixa de 1,5 GHz até 14,6 GHz, o que atende, com folga, as
recomendações de uma antena com características da banda ultra larga – UWB.
Simulou-se também, no mesmo software, o comportamento do VSWR da antena
AMQEUWB, onde se observa o mesmo comportamento apresentado no gráfico de perda de
retorno. Esse gráfico está mostrado na Fig. 5.4.
84
Fig. 5.4: Gráfico do VSWR – Simulação HFSS.
Da mesma estrutura, observou-se o comportamento do diagrama de radiação em 2D,
simulado em HFSS, apresentado na Fig. 5.5, cujo resultado corrobora com o obtido na
simulação do capitulo anterior de uma antena com características próximas de
omnidirecionalidade, com possibilidade de aplicações em sistemas UWB.
Fig. 5.5: Diagrama de radiação 2D – Simulação HFSS.
85
O mesmo diagrama em 3D está mostrado na Fig. 5.6.
Fig. 5.6: Diagrama de radiação 3D – Simulação HFSS.
O diagrama da radiação 3D simulado no aplicativo HFSS, não apresenta uma
configuração omnidirecional desejável para a antena AMQEUWB, conforme foi obtido na
simulação com o programa CST, mesmo assim mostra a distribuição em todas as direções,
conferindo à antena estudada a possibilidade de aplicações em sistemas UWB.
5.2 – Construções do Protótipo da AMQSUWB
A confecção e montagem do protótipo da AMQEUWB foram realizadas nas
dependências do Laboratório de Telecomunicações do curso de Engenharia Elétrica da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
O procedimento, dado as características de pequenas dimensões da estrutura da
antena, e ainda, pela pouca disponibilidade de recursos, tais como ferramentas
adequadas à obtenção do melhor resultado na montagem do protótipo devido à necessidade
de obediência às dimensões projetadas por simulação, foi muito trabalhoso e necessitou a
86
montagem de várias unidades, com o objetivo de conseguir uma estrutura que retratasse o
mais fielmente possível aquela projetada e simulada por software.
O processo consistiu na elaboração do desenho da peça, utilizando o software Corel
Draw, que serviu de base para confecção do modelo serigráfico, utilizado para confecção
da antena, com aplicação na placa de dupla camada metálica prensada em ambos os lados
de um substrato dielétrico, com características de constante dielétrica
r
ε
igual a 4,4, com
espessura de 1,58 mm. As camadas metálicas em ambos os lados da peça possuem
espessuras de 0,09 mm.
Na seqüência foi feita a fixação dos adesivos obtidos da serigrafia à placa referida, e
em seguida, a mesma foi recortada nas dimensões calculadas. Em seguida foi submetida a
uma imersão numa solução de per - cloreto de ferro, que produziu a corrosão da camada
metálica excedente, tanto do patch, que é a face frontal da antena, quando do plano de terra,
do lado oposto da peça, e produziu a antena AMQEUWB na configuração desejada. Dessa
forma alguns protótipos foram produzidos, na busca de uma estrutura que melhor
representasse os elementos estudados nas simulações. A Fig. 5.7 mostra a estrutura da
antena AMQEUWB produzida.
Fig. 5.7: Protótipo da antena AMQEUWB - (a) Lado esquerdo – Face frontal, (b) Lado
direito – Plano de terra.
87
Na Fig. 5.7 estão mostrados ainda os conectores para acoplamento da alimentação
da antena, para permitir a realização dos testes.
5.3 – Medições na UFRN
As primeiras medições foram realizadas no Laboratório de Telecomunicações da
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, quando foi usada o Analisador de Espectro
FSH-6 da Rohde Schwarz , Fig. 5.7 [56]. Este equipamento permite a realização de
medidas numa escala de 100 kHz a 6 GHz, o que, por si só não é suficiente para análise da
estrutura proposta nesta dissertação. Contudo, como ponto de partida para avaliação dos
resultados a serem medidos foram realizadas as medidas como o uso deste equipamento,
que pode ser visto na Fig. 5.8. Neste equipamento podem ser medidos os parâmetros de
perda de retorno, o VWSR, a Carta de Smith, os Diagramas de Radiação em forma
tridimensional e bidirecional, alem de outras medidas. O principal inconveniente de aplicá-
lo nessas medições refere-se à faixa de freqüência do equipamento, limitada a 6 GHz. Neste
trabalho está sendo pesquisada uma antena que se aplique ao uso em sistema de banda ultra
larga – UWB, cujo resultado do espectro esperado se estende acima de 10 GHz.
Fig. 5.7: Analisador de espectro FSH-6 – Rohde Schwarz.
Os resultados medidos, a seguir apresentados, permitiram a inferir que a antena
AMQEUWB viria apresentar, quando medidas na varredura de faixa de freqüência superior
88
a 10 GHz, com auxílio de equipamento com faixa mais larga, um resultado dentro do
esperado, a exemplo daqueles simulados pelos softwares comerciais CST e HFSS. A Fig.
5.9 apresenta o gráfico da perda de retorno na escala até 6 GHz.
Fig. 5.9: Gráfico de perda de retorno – Medido no equipamento Rohde Schwarz (escala até
6 GHz).
A Carta de Smith, medida, mostra uma concentração forte no centro Carta de Smith,
na faixa próxima ao melhor casamento de impedância da antena, a partir da freqüência de
observação inicial de 2,9 GHz. A Fig. 5.10 destaca a marcação desta freqüência no centro
da Carta de Smith.
89
Fig. 5.10: Carta de Smith - Medida no equipamento Rohde Schwarz (escala até 6 GHz).
5.4 – Medições no IFPB
Outra série de medições foi realizada utilizando o Analisador de Redes Vetorial da
Agilent Technologies, referencia N5230A, mostrado na Fig. 5.11 [57], disponível no
Laboratório de Telecomunicações do curso de Engenharia Elétrica do Instituto Federal de
Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – IFPB, na cidade de João Pessoa.
Uma importante característica desse equipamento é permitir a medida da antena na
faixa de 300 kHz a 13,5 GHz, o que está compatível com os valores aplicáveis para
sistemas de banda ultra larga – UWB, visto que a faixa reservada pela FCC varia de 3,1
GHz a 10,6 GHz.
O protótipo aplicado na realização dos testes foi o mesmo utilizado na medição
realizada na UFRN. A Fig. 5.11 mostra o equipamento no momento da realização de uma
medida. Destaque para o posicionamento da antena quando estava sendo observado o
comportamento do VSWR.
90
Fig.5.11 - Analisador de redes vetorial da Agilent Technologies N5230A.
O gráfico de perda de retorno da antena AMQEUWB medido está mostrado na Fig. 5.12.
Fig. 5.12: Valor medido da perda de retorno da antena AMQEUWB.
91
A antena mostra um bom comportamento a partir de 2,8 GHz, apresentando no
intervalo entre as freqüências 3.3 GHz até 3,8 GHz, o valor de perda de retorno, no pior
caso, ligeiramente maior que – 10 dB (desejado). A partir da freqüência de 3,8 GHz até 9,6
GHz observa-se uma ampla largura de 5,8 GHz da banda, mostrando que a AMQEUWB
atende aos requisitos recomendados de uma estrutura com desempenho para sistemas UWB.
A partir de 9,6 GHz, observa-se novamente valores de perda de retorno ligeiramente
maiores que -10 dB, que se estende até 9,8 GHz. A partir deste ponto até 10,4 GHz a antena
apresenta, novamente, comportamento inferior a – 10 dB.
O gráfico do VSWR está sendo mostrado na Fig. 5.13, e permite observar
comportamento semelhante, referente ao desempenho da antena mostrado no gráfico de
perda de retorno, que se apresenta na maior faixa, com valor inferior a 2. A semelhança de
comportamento é comprovada nos valores entre os intervalos de freqüências de 3,3 GHz a
3,8 GHz e de 9,6 GHz a 9,8 GHz, que são superiores a 2, mas que não ultrapassam 2,3, e
são plenamente aceitáveis do ponto de vista prático. Permitindo inferir que a AMQEUWB é
capaz de operar na faixa continua de 2,8 GHz a 10,4 GHz.
Fig. 5.13: Valor medido da VSWR da antena AMQEUWB.
92
Em seguida foi também medido o comportamento da Carta de Smith, apresentado
na fig. 5.14 onde se observa uma forte concentração de valores no centro da carta,
semelhante às simulações ocorridas com os softwares CST MICROWAVE STUDIO e
ANSOFT HFSS, indicando a representação dos intervalos de proximidade de casamento de
impedância da antena.
Fig. 5.14: Medição da carta de Smith da antena AMQEUWB.
5.5 - Síntese do Capítulo
Neste capitulo, foi mostrado o comportamento da antena AMQEUWB com
simulação no software comercial ANSOFT HFSS e medições na UFRN e no IFPB. A
simulação mostra o gráfico de perda de retorno com largura de banda de 13,1 GHz, numa
faixa de 1,5 GHz a 14,6 GHz.
Em seguida, foi realizada a confecção do protótipo da antena AMQEUWB no
laboratório de Telecomunicações da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN. Confeccionado o protótipo, deu-se seqüência a realização das medidas dos
93
parâmetros da antena. Inicialmente, na UFRN, com utilização do Analisador de Espectro
FSH-6 da Rohde Schwarz, com escala de 100 kHz a 6,0 GHz. Os resultados de perda de
retorno nesse equipamento, apesar de não conclusivos, indicaram uma tendência do bom
comportamento da antena, na faixa UWB, induzindo à necessidade de uma investigação
numa faixa de observação mais ampla.
Na seqüência foram realizadas as medições, nos mesmos protótipos, com o uso do
Analisador Vetorial de Rede da Agilent Technologies referência N5230A, no IFPB. Esse
equipamento opera na faixa de 300 kHz a 13,5 GHz. Foram realizadas medidas de perda de
retorno e VSWR, alem da Carta de Smith, que apresentaram valores esperados dentro dos
objetivos dessa dissertação.
Ao final, foi realizado um estudo comparativo com superposição, num mesmo
gráfico, dos valores simulados e aqueles obtidos por medição, com base no protótipo
construído. No capítulo seguinte será realizada discussão dessa comparação de resultados.
94
CAPÍTULO 6
RESULTADOS E PROPOSTAS DE TRABALHOS FUTUROS
6.1 - Comparação dos Resultados
Com o auxilio da ferramenta Matlab, foi esboçado o gráfico da Fig. 6.1, onde está
mostrado à superposição dos gráficos de perda de retorno simulados nos softwares CST e
HFSS, alem daquele medido no Analisador vetorial de redes. O resultado permite a
possibilidade de comparação dos valores simulados e medido, limitando a freqüência
máxima a 13,5 GHz, em atenção ao equipamento utilizado, mostrado na Fig. 6.1.
Fig. 6.1: Perda de retorno – Valores simulados x medido: (a) Vermelho – Simulação CST,
(b) Preto – Simulação HFSS e (c) – Azul (tracejado) – Valor Medido.
O gráfico mostra uma boa conformação dos valores apresentados. Para simulação
no software CST, obteve-se uma largura de banda de 7,5 GHz, com variação de 3,3 GHz a
95
10,8 GHz. Na simulação com o software HFSS, a largura de banda foi de 13,1 GHz, numa
faixa de 1,5 GHz a 14,6 GHz, enquanto na medição obteve-se uma banda livre de 5,8 GHz,
com faixa livre de 3,8 GHz a 9,6 GHz. Com tolerância de valores medidos isolados
ligeiramente maiores que – 10 dB, apresentado em dois pequenos intervalo (entre 3,3 GHz
a 3,8 GHz e entre 9,6 GHz a 9,8 GHz), o que corresponde ao VSWR igual ou inferior a 2,3,
plenamente aceitável do ponto de vista prático, pode-se admitir que antena AMQEUWB,
possui largura de banda de 7,6 GHz com faixa continua de 2,8 GHz a 10,4 GHz.
Devem-se ressaltar ainda as dificuldades inerentes ao processo de confecção da
antena, principalmente pelas pequenas dimensões da mesma, e pela ausência de
ferramentas adequadas ao processo de montagem.
Mesmo com essas restrições os resultados obtidos podem ser considerados
satisfatórios, uma vez que, mesmo adotando-se os valores medidos mais restritivos, es
assegurado que a antena AMQEUWB proposta opera na faixa UWB, pois possui largura de
banda superior a 500 MHz, alem da largura de banda 25% maior que freqüência central, ou
seja, largura de banda fracionária > 25.
Nestas considerações antena proposta neste estudo, aqui denominada Antena
monopolo quase-espiral retangular planar para aplicações em sistemas de banda ultra larga
UWB - AMQEUWB, é uma estrutura apta a operar em sistemas UWB, numa faixa
continua de 2,8 GHz a 10,4 GHz, com uma largura de banda de 7,6 GHz, muito próxima ao
recomendado pela FCC.
96
Fig. 6.2: Gráfico do VSWR – Valores simulados x medido: (a) Vermelho –
Simulação CST, (b) Preto – Simulação HFSS e (c) – Azul (tracejado) – Valor Medido
6.2 – Sugestões para Trabalhos Futuros
O tema de antena para utilização em sistema UWB é sugestivo a aplicações de
estruturas com geometrias de diversões padrões. Sugere-se para trabalhos futuros o uso de
novas geometrias, sem a perda da facilidade de fabricação, com composição simples,
planares, baixo perfil, com patch na forma circular ou elíptica. Sugere-se ainda, examinar a
estrutura proposta neste trabalho com variação do tipo de substrato.
97
REFERÊNCIAS
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Communication Engineering”, John Wiley & Sons, Ltda, 2004.
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