Atualmente, a barita é explorada em 66 países, sendo a China (3,5 Mt), a Índia (0,9
Mt) e os EUA (0,4 Mt) os maiores produtores e, também, os detentores das maiores
reservas (SEARLS, 2004). Em termos mundiais, cerca de 90% da barita produzida
destina-se ao uso de perfuração de poços de petróleo e parte significativa dos 10%
restantes destina-se à manufatura de carbonato de bário para a fabricação de vidros de TV
(GRIFFITHS, 1995 e HARBEN, 2002). No Brasil o perfil típico de consumo da barita tem
a seguinte distribuição: indústria química 50%; indústria petrolífera 35%; outros (tinta,
papéis, borracha, vidros, abrasivos etc.) 15% (VÉRAS, 2004).
No Brasil, as principais ocorrências estão localizadas nos Estados da Bahia, Minas
Gerais, Paraná e Goiás. Apenas as ocorrências da Bahia têm importância econômica. Essas
reservas estão distribuídas em doze municípios, sendo as mais importantes as de Aramari,
Camamu, Campo Formoso, Ibitiara e Miguel Calmon. As reservas dos outros estados são
pequenas e apresentam problemas que inviabilizam seu aproveitamento econômico. Em
Minas Gerais, a jazida de Araxá (Complexo Carbonatítico do Barreiro) que representa
99,0% das reservas brasileiras, tem baixo teor de barita e apresenta níveis de
radioatividade que interferem na perfilagem gama dos poços de perfuração, muito usada
na fase de exploração de petróleo. As reservas de Goiás e do Paraná são pequenas e
apresentam dificuldades de beneficiamento (BRAZ, 2002). O mais importante é o depósito
de Altamira, localizada a 1 km da vila de Itapura, município de Miguel Calmon-BA. A
área mineralizada é constituída por quartzitos, biotita-clorita xistos, gnaisses, pegmatitos e
anfibolitos. A reserva medida é da ordem de 364 mil toneladas, com teor médio de 85,7%
de BaSO
4
.
As principais empresas produtoras de barita no Brasil são: a Química Geral do
Nordeste S/A (QGN), controlada pelo Grupo Carbonor/Church & Dwight Co, com
unidade industrial instalada em Feira de Santana; Baroid Pigmina Comercial e Industrial
Ltda., controlada pela Halliburton Ltda., instalada na Ilha Grande, município de Camamu
e Mamoré Mineração Ltda., controlada pelo Grupo Paranapanema, com jazida em Seabra
e unidade de moagem em Maiquinique (DNPM, 2001).
A produção mundial de barita para 2010 será da ordem de 4,3 a 7,2 milhões de
toneladas. A barita ou baritina, minério de bário, por sua ampla distribuição geológica e
geográfica é a principal fonte de sais de bário elementar, e ainda o insumo básico para a
indústria petrolífera e outros segmentos industriais. As especificações de barita usada em
lama de perfuração de óleo e gás são normalizadas internacionalmente pela API
(American Petroleum Institute) e OCMA (Oil Companies Material Association), e
nacionalmente são determinadas pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas)
e PETROBRAS. A barita usada na indústria petrolífera ou de grau lama participa com
80% da demanda mundial. No Brasil, o consumo elevou-se expressivamente entre os anos
de 1981 a 1988, cuja demanda consumiu aproximadamente 70% da produção nacional. As
características da lama de perfuração e da quantidade de barita contida variam
grandemente, em função de fatores, tais como: gradiente de pressão dos poços,
profundidade relativa, tempo de perfuração, e kicks de cabeceio (provocam piques
imprevisíveis no consumo de barita) (VÉRAS, 2001).
Assim, as especificações de uso para lama de perfuração requerem minério de
granulação fina e homogênea, alta densidade e inércia química, livre de sais solúveis; deve
apresentar o minério teor mínimo de 92% em BaSO
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, peso específico mínimo de 4,2
g/cm
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, máximo de 250 ppm em sais solúveis, até 5% de óxido de ferro, granulometria de
90-95% passando pela peneira de 325 mesh e viscosidade máxima de 60 centipoise. A
partir de 1988, a indústria química tornou-se o primeiro setor demandante de barita,
embora em termos mundiais responda por apenas 10 a 12% do consumo. No Brasil, o
consumo de barita para a produção de sais de bário é de 55% em relação ao total do