Download PDF
ads:
UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS
ESCOLA DE VETERINÁRIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA ANIMAL
DESEMPENHO DO TAMBAQUI (Colossoma macropomum), DA
PIRAPITINGA (Piaractus brachypomum), E DO HÍBRIDO
TAMBATINGA (C. macropomum x P. brachypomum) MANTIDOS
EM VIVEIROS FERTILIZADOS NA FASE DE ENGORDA
Fernanda Gomes de Paula
Orientador: Paulo César Silva
GOIÂNIA
2009
ads:
Livros Grátis
http://www.livrosgratis.com.br
Milhares de livros grátis para download.
ads:
ii
FERNANDA GOMES DE PAULA
DESEMPENHO DO TAMBAQUI (Colossoma macropomum), DA
PIRAPITINGA (Piaractus brachypomum), E DO HÍBRIDO
TAMBATINGA (C. macropomum x P. brachypomum) MANTIDOS
EM VIVEIROS FERTILIZADOS NA FASE DE ENGORDA
Dissertação apresentada
para obtenção do grau de
Mestre em Ciência Animal junto
à Escola de Veterinária da
Universidade Federal de Goiás.
Área de concentração:
Produção Animal
Orientador:
Prof. Dr. Paulo César Silva – U.F.G.
Comitê de Orientação:
Prof. Dr. Romão da Cunha Nunes –
U.F.G.
Prof. Dra. Delma Machado C. Padua –
U.C.G.
GOIÂNIA
2009
ii
Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP)
(GPT/BC/UFG)
Paula, Fernanda Gomes de.
P324d Desempenho do tambaqui (Colossoma macropomum), de pira-
pitinga (Piaractus brachypomum), e do híbrido tambatinga (C.
macropomum x P. brachypomum) mantidos em viveiros
fertilizados, na fase de engorda [manuscrito] / Fernanda Gomes de
Paula. – 2009.
xi,57 f. : il. ; figs., tabs.
Orientador: Prof. Dr. Paulo César Silva; Co-orientador: Prof.
Dr. Romão da Cunha Nunes, Prof
a
. Dr
a
. Delma Machado C. Pádua
Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Goiás,
Escola de Veterinária, 2009.
Bibliografia: f. 50-57.
Inclui lista de figuras, tabelas e de abreviaturas.
Anexos.
1. Tambaqui (Peixe) - Criação 2. Pirapitinga (Peixe) – Criação
3. Tambatinga (Peixe hibrido) - Criação 4. Peixe – Composição
bromatológica – Avaliação 5. Hibridização I. Silva, Paulo César.
II. Nunes, Romão da Cunha. III. Pádua, Delma Machado C. IV.
Universidade Federal de Goiás, Escola de Veterinária. V. Título.
CDU: 639.3.05
iii
iv
Dedico este trabalho a minha mãe (Mª
Aparecida), meu pai (Joaquim), meu
irmão (Alex), tia Josefa, tia Maria de
Jesus, tio Jurandir e tio Juarez pelo
apoio dado em todos os momentos da
minha vida. Ao meu sobrinho João
Rafael. E ao meu orientador Paulo
César Silva, pela imensa contribuição a
minha vida profissional.
v
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus por disponibilizar
condições e colocar as pessoas certas no meu caminho, para vencer mais esta
etapa da minha vida.
À minha família (base sólida) que sempre esteve presente em todos
os momentos me auxiliando na superação dos obstáculos que a vida impõe.
Em especial, a minha mãe (Maria Aparecida G. da Silva) pelo amor
incondicional, dedicação e apoio. Meu pai (Joaquim V. de Paula), apesar de
distante, sempre presente em minha vida. Meu irmão (Alex G. de Paula) pelo
apoio, carinho e proteção. Meus tios: Josefa (segunda mãe), Maria de Jesus,
Jurandir, Mauro; e minha avó Jesuína pelo carinho, incentivo e apoio. Aos
meus avós maternos (Francisca e Leopoldo – in memorian) exemplo de luta e
superação. Meu sobrinho e afilhado João Rafael, uma nova vida na família que
nos inspira na busca do melhor.
Ao meu orientador Paulo César Silva, pela confiança, apoio,
amizade e imensa contribuição feita durante e, principalmente, no final do
curso.
Aos amigos: Janaína Araújo-Santos, Paulo Ricardo Leite, Juliana
Silva, Raquel Priscila Oliveira, Leonardo Farias, Roberta Dias, Cláudia Paula
Rodrigues, Laudicéia Rocha e Rogério Roque. Pelos conselhos, amizade,
companheirismo durante o curso, execução do experimento, dificuldades e nos
momentos de alegrias.
Aos estagiários: Pedro Fellipe Gomides, Danilo Moraes, Pedro
Henrique Costa, Thyago Campos, Rodrigo e Leonardo. Aos funcionários: Alex
(Setor de Piscicultura – EV/UFG), Rodrigo Almeida (CPA/EV/UFG), Éder
Fernandes (DPA/EV/UFG), Jorge e Joaquim (vigias), por colaborar
significativamente em etapas da pesquisa.
Aos professores: Eduardo Beerli, Tatiana Fiuza, Nadja S. M.
Leandro, Milton, Moacir Lage. E aos co-orientadores: Delma M. C. Pádua e
Romão C. Nunes pela contribuição durante a pesquisa.
À Aqüicultura Fazenda São Paulo pela doação dos alevinos
utilizados neste experimento e pelo significativo apoio oferecido durante toda
minha vida profissional. À empresa Rações VB pela doação da ração extrusada
utilizada neste experimento. À FUNAPE/UFG e CNPq pelo apoio financeiro.
vi
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................... 1
2 OBJETIVOS.......................................................................................... 4
3 REVISÃO DE LITERATURA................................................................. 6
3.1 Tambaqui e pirapitinga....................................................................... 6
3.2 Hibridização........................................................................................ 7
3.3 Engorda.............................................................................................. 9
3.4 Desempenho produtivo....................................................................... 10
3.5 Rendimentos corporais....................................................................... 11
3.6 Composição bromatológica do filé.................................................... 12
3.7 Avaliação econômica.......................................................................... 13
4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................... 15
4.1 Local e animais................................................................................... 15
4.2 Tratamentos e delineamento experimental......................................... 15
4.3 Instalações experimentais................................................................... 16
4.4 Preparação dos viveiros ..................................................................... 16
4.5 Alimentação........................................................................................ 16
4.6 Biometria............................................................................................. 17
4.7 Qualidade da água dos viveiros.......................................................... 19
4.8 Avaliação econômica.......................................................................... 20
4.9 Análise estatística............................................................................... 21
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO............................................................. 22
5.1 Qualidade da água.............................................................................. 22
5.2 Desempenho produtivo....................................................................... 24
5.3 Análises corporais............................................................................... 37
5.3.1 Rendimentos corporais................................................................... 37
5.3.2 Índices biométricos......................................................................... 40
5.3.3 Composição bromatológica do filé.................................................. 43
5.4 Avaliação econômica.......................................................................... 46
6 CONCLUSÃO........................................................................................ 49
7 REFERÊNCIAS..................................................................................... 50
8 ANEXOS................................................................................................ 57
vii
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - Níveis de garantia para umidade (UM), proteína bruta
(PB), matéria fibrosa (MF), extrato etéreo (EE), matéria
mineral (MM), cálcio (Ca) e fósforo (P), demonstrados
pelo fabricante das rações utilizadas durante a engorda
do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga
mantidos em viveiros fertilizados.......................................
17
TABELA 2 - Médias da taxa de sobrevivência (TS), peso inicial (PI),
peso médio (PM), biomassa final (BF), produtividade
(PROD), ganho de peso médio (GPM), ganho de peso
da biomassa (GPBio), ganho de peso diário (GPD), taxa
de eficiência protéica (TEP), taxa de crescimento
específico em peso (TCE), consumo de ração (CR) e
conversão alimentar aparente (CAA) do tambaqui, da
pirapitinga e do híbrido tambatinga mantidos em viveiros
fertilizados na fase de engorda.......................................... 24
TABELA 3 - Médias do peso do peixe inteiro (PPI), peso do peixe
eviscerado (PPE), peso da cabeça (PC), peso do filé
(PF), rendimento de peixe eviscerado (%PE), percentual
do peso de cabeça (%PC), rendimento de peso do filé
(%PF) do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido
tambatinga mantidos em viveiros fertilizados na fase de
engorda.............................................................................. 37
TABELA 4 - Médias do índice hepato-somático (IHS) e do índice de
gordura víscero-somática (IGVS) do tambaqui, da
pirapitinga e do híbrido tambatinga mantidos em viveiros
fertilizados na fase de engorda.......................................... 40
TABELA 5 - Médias de umidade (UM), proteína bruta (PB), extrato
etéreo (EE) e cinza (CZ) do filé do tambaqui, da
pirapitinga e do híbrido tambatinga mantidos em viveiros
fertilizados na fase de engorda.......................................... 43
TABELA 6 - Dados médios para quantidade e valor de ração e
alevinos, biomassa total final dos peixes (BT), receita
bruta (RB), custo operacional parcial (COP), receita
líquida parcial (RLP) e incidência de custos (IC), do
tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga
mantidos em viveiros fertilizados na fase de engorda....... 46
viii
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - Média da temperatura (ºC) na água pela manhã e a
tarde durante o experimento..............................................
22
FIGURA 2 - Médias de oxigênio dissolvido na água (mg/L), às 8 h,
durante o experimento....................................................... 24
FIGURA 3 - Médias da taxa de sobrevivência (%) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 27
FIGURA 4 - Médias do peso médio (g) apresentadas pelas espécies
pesquisadas....................................................................... 28
FIGURA 5 - Médias da produtividade (kg/ha) apresentadas pelas
espécies pesquisadas....................................................... 29
FIGURA 6 - Médias de ganho de peso diário (g/dia) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 30
FIGURA 7 - Médias da taxa de eficiência proteica (g/g) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 31
FIGURA 8 - Médias da taxa de crescimento específico (%/dia)
apresentadas pelas espécies pesquisadas....................... 33
FIGURA 9 - Médias do consumo de ração (g) apresentadas pelas
espécies pesquisadas....................................................... 34
FIGURA 10- Médias de conversão alimentar aparente apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 36
FIGURA 11- Médias do rendimento de peixe eviscerado (%PE),
percentual do peso de cabeça (%PC) e rendimento de
filé (%PF) apresentado pelas espécies pesquisadas........ 39
FIGURA 12- Médias do índice hepato-somático (%) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 41
FIGURA 13- Médias do índice de gordura víscero-somática (%)
apresentadas pelas espécies pesquisadas....................... 42
FIGURA 14- Médias dos teores de umidade (%) e proteína bruta (%)
do filé apresentadas pelas espécies pesquisadas............ 44
FIGURA 15- Médias dos teores de extrato etéreo (%) e cinza (%)
apresentadas pelas espécies pesquisadas....................... 45
FIGURA 16- Médias da receita líquida parcial (R$) apresentadas
pelas espécies pesquisadas..............................................
46
FIGURA 17- Médias de indicência de custos (R$/kg) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.............................................. 47
FIGURA 18- Exemplar de tambaqui (Colossoma macropomum) ao
final do experimento.......................................................... 57
FIGURA 19- Exemplar de pirapitinga (Piaractus brachypomum) ao
final do experimento.......................................................... 57
FIGURA 20- Exemplar do híbrido tambatinga (C. macropomum x P.
brachypomum) ao final do experimento............................ 57
ix
LISTA DE ABREVIATURAS
Ca cálcio
CAA conversão alimentar aparente
CZ cinza
EE extrato etéreo
FB fibra bruta
máx. máximo
mín. mínimo
MF matéria fibrosa
MM matéria mineral
OD oxigênio dissolvido
P fósforo
PNR Partial net revenue (receita líquida parcial)
PB proteína bruta
PC production cost (custo de produção)
PV peso vivo
SAS Statistica Analysis System
UE unidade experimental
UM umidade
unid. unidade
ton toneladas
x
RESUMO
Este trabalho foi desenvolvido com o intuito de comparar o desempenho
produtivo, rendimentos corporais, composição bromatológica do filé e avaliação
econômica do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga durante a fase
de engorda, mantidos em viveiros fertilizados, no período de janeiro a outubro
de 2008, com duração de 270 dias. Foram utilizados 300 alevinos de tambaqui
(Colossoma macropomum), 300 alevinos de pirapitinga (Piaractus
brachypomum) e 300 alevinos do híbrido tambatinga (C. macropomum fêmea x
P. brachypomum macho), totalizando 900 alevinos distribuídos aleatoriamente
em 12 viveiros fertilizados. O peso médio inicial do tambaqui, da pirapitinga e
do híbrido tambatinga, foram de 6,16±0,34 g; 9,23±0,24 g; e 8,93±0,33 g,
respectivamente. O delineamento utilizado foi o inteiramente casualizado (DIC),
com três tratamentos (T1: tambaqui, T2: pirapitinga e T3: híbrido tambatinga) e
quatro repetições, totalizando 12 unidades experimentais. Os dados de
desempenho produtivo foram submetidos à análise de co-variância, enquanto
os rendimentos corporais, índices biométricos e composição bromatológica do
filé foram submetidos à análise de variância, e todas as médias foram
comparadas pelo teste t (5%). As médias da taxa de sobrevivência, peso
médio, biomassa final, produtividade, ganho de peso médio, ganho de peso em
biomassa, ganho de peso diário, taxa de eficiência protéica, peso do peixe
inteiro, peso do peixe eviscerado, peso do filé, proteína bruta do filé e cinzas do
filé não apresentaram diferença significativa. O tambaqui e a pirapitinga
apresentaram maior (p<0,05) consumo de ração em relação ao híbrido. A
conversão alimentar aparente do tambatinga foi estatisticamente menor que da
pirapitinga, porém ambas as médias foram semelhantes (p>0,05) ao tambaqui.
A taxa de crescimento específica do tambaqui foi maior (p<0,05) que da
pirapitinga e do híbrido. O tambatinga apresentou maior (p<0,05) rendimento
de peixe eviscerado em relação à pirapitinga, no entanto, o tambaqui foi
semelhante a ambos. O percentual de cabeça foi estatisticamente maior no
tambaqui e no tambatinga em relação à pirapitinga. O rendimento de filé foi
melhor na pirapitinga seguido do híbrido e do tambaqui (p<0,05). O índice
hepato-somático foi superior no tambaqui e na pirapitinga em relação ao
tambatinga (p<0,05). O índice de gordura víscero-somática foi maior (p<0,05)
na pirapitinga em relação ao tambaqui e ao híbrido. O teor de umidade no filé
foi significativamente maior no tambatinga em relação ao tambaqui e à
pirapitinga. O extrato etéreo do filé do tambaqui foi maior (p<0,05) que a média
do híbrido tambatinga e, ambos foram semelhantes à pirapitinga. O custo de
produção foi maior na pirapitinga seguida do tambaqui e do híbrido, no entanto,
a receita líquida parcial foi superior no tambaqui seguido da pirapitinga e do
tambatinga. Diante das condições propostas, pode-se concluir que o tambaqui
foi a espécie que apresentou melhor desempenho produtivo, elevado
rendimento de peixe eviscerado e maior lucratividade. A pirapitinga apresentou
o maior rendimento de filé, sugerindo maior agregação de valor com o
processamento.
Palavras-chave: cachama blanca, composição bromatológica, custo de
produção, gamitana, hibridização
xi
ABSTRACT
This assessment was performed to evaluate the productive performance, body
and fillet yield, chemical composition of the fillet and economic evaluation of
tambaqui, pirapitinga and hybrid tambatinga kept in fertilized ponds. The
present research was carried out at Setor de Piscicultura da Universidade
Federal de Goiás, between January and October the 2008, which lasted 270
days. We used 300 tambaqui (Colossoma macropomum) fingerling, 300
pirapitinga (Piaractus brachypomum) fingerling, 300 hybrid tambatinga (female
C. macropomum x male P. brachypomum), totalizing 900 fingerling randomly
allotted in 12 fertilized ponds. The starter body weight of tambaqui, pirapitinga
and hybrid tambatinga, were 6,16±0,34 g, 9,23±0,24 g and 8,93±0,33 g,
respectively. The experimental design was composed by a completely
randomized with three treatments (T1: tambaqui, T2: pirapitinga and T3: hybrid
tambatinga) and four repetitions, totalizing 12 experimental units. The
performance data were submitted to the analysis of co-variace, while the body
and fillet yield and chemical composition of the fillet were subjected to analysis
of variance and all means were compared by T tests (5%). The average survival
rate (SR), body weight (BW), final biomass (FB), productivity (PROD), weight
gain (WG), weight gain biomass (WGB), weight gain daily (WGD), protein
efficiency rate (PER), weight whole fish (WWF), weight gutted fish (WGF),
weight of fillet (WF), crude fillet protein (CP) and fillet ash were not significantly
different. The tambaqui and pirapitinga had higher (p<0,05) feed intake (FI) in
relation to the hybrid. The apparent feed conversion (AFC) of tambatinga was
statistically lower than the pirapitinga but both averages were similar (p>0,05) to
tambaqui. The specific growth rate (SGR) of tambaqui was higher (p<0,05) than
the pirapitinga and hybrid. The tambatinga showed higher (p<0,05) percentage
gutted fish (% GF) on pirapitinga, however, the tambaqui was similar (p>0,05)
to both. The head percentage (%WH) of tambaqui and tambatinga were higher
than pirapitinga (p<0,05). The fillet percentage (% WF) was better in pirapitinga
followed by the hybrid and tambaqui (p<0,05). Hepato-somatic index (HIS) was
higher in tambaqui and pirapitinga on tambatinga (p<0,05). The viscera-somatic
fat index (VSFI) was higher (p<0,05) in pirapitinga on tambaqui and the hybrid.
Moisture (MO) of fillet was significantly higher in tambatinga than tambaqui and
pirapitinga. The ether extract of the fillet of tambaqui was higher (p <0.05) than
the average of the hybrid tambatinga, and both were similar to pirapitinga. The
production cost (PC) was higher in pirapitinga followed by tambaqui and hybrid
(p<0,05), however, partial net revenue (PNR) was higher in tambaqui followed
by pirapitinga and tambatinga. Considering the conditions proposed, it can be
concluded that tambaqui was the specie that showed better performance, high
yield of gutted fish and greater profitability. The pirapitinga presented the
highest yield of fillet, suggesting greater added value to the processing.
Key-words: cachama blanca, chemical composition, production cost, gamitana,
hybridization
1 INTRODUÇÃO
A aqüicultura caracteriza-se pela criação comercial de organismos que
pelo menos uma fase de sua vida ocorre no meio aquático, como por exemplo:
peixes, camarões, ostras, rãs dentre outros. Ela tem sido considerada uma
ramificação do setor pesqueiro, mas tem se desenvolvido e vem se impondo
como uma atividade pecuária (SCORVO-FILHO, 2003), cujo desenvolvimento e
crescimento sustentável podem compensar o extrativismo representado pela
pesca, especialmente, para espécies em níveis críticos e com necessidade de
recuperação (FRITSCH, 2005).
Segundo SALES (2006), ocorreu um crescimento médio mundial da
aqüicultura na última década cinco vezes maior que o da bovinocultura, da
avicultura e da suinocultura. No período de 1992 a 2002, o produto da aqüicultura
nacional aumentou 825%, enquanto o da mundial, apenas 142% (AYROZA et al.,
2007).
No Brasil, a aqüicultura continental cresceu 46% e, dentre todas as
criações aqüícolas, a piscicultura de água doce respondeu em 2006 por mais de
18% da produção total da aqüicultura brasileira (IBAMA, 2008). Em 2006 a região
Centro-Oeste produziu 33.785 toneladas e o estado de Goiás 25,78% deste total.
Essa atividade vem se profissionalizando, o que é justificado pelo
imenso potencial nas diferentes regiões. O Brasil, em virtude da sua grande
extensão territorial, possui alta produção de grãos que abastecem o mercado
interno e gera lucros com exportação. Em 2008, a safra nacional representada
pelas lavouras de cereais, leguminosas e oleaginosas atingiu 145,8 milhões de
toneladas oriundas dos 47,4 milhões de hectares de área cultivada. No mesmo
ano, a produção de arroz, soja e milho corresponderam a 81, 3% do total de área
cultivada (IBGE, 2009). Os produtos e subprodutos desses ingredientes são a
base da alimentação de animais monogástricos como suínos, aves e peixes,
fornecendo proteína e energia. Em virtude dessa grande produção de grãos, há
no mercado oferta e diversidade de produtos destinados a alimentação animal, o
que confere preços mais acessíveis em relação a outros países.
Conseqüentemente, propicia baixo custo de produção e produtos mais
competitivos.
2
Outra característica importante é o clima, especialmente, a temperatura
da água elevada que influencia positivamente na criação de peixes. Na maior
parte do país, o ano é dividido entre período de chuva (piracema) e de seca. Os
meses chuvosos coincidem com a época cujas médias de temperatura são mais
elevadas. Na maior parte do Brasil a temperatura média da água nesse período
fica acima de 25ºC, recomendada para o bom desempenho dos peixes
(BALDISSEROTTO, 2002).
O Brasil possui 10 bacias hidrográficas distribuídas nas diferentes
regiões com características climáticas particulares, são elas: Bacias do
Amazonas, Tocantins, Parnaíba, São Francisco, Prata, Bacia costeira do Norte,
Nordeste Ocidental, Nordeste Oriental, Sudeste e Sul (CRESCÊNCIO, 2005).
A crescente implantação de usinas hidroelétricas promoveu o
surgimento de lagos, resultantes da construção de barragens, e abriu novas
perspectivas para produção de peixes em tanques-rede nesses lagos e, em
viveiros ou tanques nas áreas adjacentes. O país possui volume de água
suficiente para se tornar o maior produtor de pescado do mundo, com
disponibilidade de 5,5 milhões de hectares em lâmina de água doce em
reservatórios naturais e artificiais (IBAMA, 2005).
A grande diversidade de peixes ocorre na água doce, que representa
0,01% de toda a água do planeta e possui 41% de todas as espécies de peixes. A
zona de maior diversidade de peixes de água doce do mundo é a região
neotropical entre a América do Sul e a América Central (CRESCÊNCIO, 2005).
Assim, outra característica importante da piscicultura brasileira é a diversidade de
espécies criadas. Como já foi mencionado, nas bacias hidrográficas distintas do
Brasil ocorrem inúmeras espécies distribuídas. Atualmente, utiliza-se
comercialmente mais de 30 espécies, com os mais variados hábitos alimentares e
ambientes de vida (SCORVO-FILHO, 2003).
As espécies que mais se destacam em termos de produção de pescado
no país são a tilápia (Oreochromis niloticus), a carpa (Cyprinus carpio) e o
tambaqui (Colossoma macropomum), com 71.253,5; 45.831,5 e 26.662,0
toneladas, respectivamente. O tambaqui é o principal peixe nativo produzido no
Brasil e está incluso no grupo dos peixes redondos representados também pela
3
pirapitinga (Piaractus brachypomum), o pacu (Piaractus mesopotamicus) e seus
híbridos.
O tambaqui e a pirapitinga, assim como o híbrido tambatinga (C.
macropomum, Fêmea X P. brachypomum, Macho), estão entre os peixes
redondos mais criados na piscicultura nacional, com produção de 30.239
toneladas, especialmente nas regiões norte, nordeste e centro-oeste (IBAMA,
2008).
4
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
Comparar o desempenho do tambaqui (Colossoma macropomum), da
pirapitinga (Piaractus brachypomum) e do híbrido tambatinga (C. macropomum
fêmea x P. brachypomum macho) mantidos em viveiros fertilizados na fase de
engorda.
2.2 Objetivos específicos
Avaliar as características de desempenho do tambaqui, da pirapitinga e
do híbrido tambatinga aplicando-se a mesma densidade de estocagem e o
mesmo manejo em viveiros fertilizados na fase de engorda, quanto a:
¾ Desempenho produtivo;
Taxa de sobrevivência;
Peso médio;
Biomassa final e produtividade;
Ganho de peso biomassa, médio e diário;
Taxa crescimento específico em peso;
Consumo de ração;
Conversão alimentar aparente;
Taxa de eficiência protéica.
¾ Rendimentos corporais;
Peso do peixe eviscerado;
Peso do filé;
Peso da cabeça;
Rendimento de peixes eviscerado;
Rendimento de filé;
Percentual de cabeça.
5
¾ Índices biométricos;
Índice hepato-somático;
Índice de gordura víscero-somática.
¾ Composição bromatológica do filé;
Umidade do filé;
Proteína bruta do filé;
Extrato etéreo do filé;
Cinza do filé.
¾ Avaliação econômica.
Incidência de custos;
Receita líquida parcial.
6
3 REVISÃO DE LITERATURA
3.1 Tambaqui e pirapitinga
O tambaqui, Colossoma macropomum (CUVIER, 1818), é um peixe de
piracema nativo das bacias dos rios Amazonas e Orinoco (ANEXO, FIGURA 18),
amplamente distribuído na parte tropical da América do Sul e na Amazônia Central
(ARAÚJO-LIMA & GOMES, 2005). Segundo KUBITZA (2004a), é o segundo maior
peixe de escamas do Brasil, e é a principal espécie da Amazônia cultivada no
país, cuja produção nacional em 2006 chegou a mais de 26.662 toneladas,
correspondendo a 14 % do total (IBAMA, 2008).
Conforme VAL et al. (2000), o tambaqui é considerado uma das
espécies mais importantes para a economia da Amazônia e muito apreciado pelo
sabor. A popularidade do tambaqui é atribuída à facilidade de produção de
alevinos, rápido crescimento, resistência a elevadas temperaturas na água dos
viveiros, ao manuseio, a enfermidades e a baixos níveis de oxigênio dissolvido
(SILVA et al., 1986; ARAÚJO-LIMA & GOMES, 2005; PORTO, 2005). Em
situação de hipóxia, apresenta adaptações comportamentais e fisiológicas para
suportar a adversidade como: aumento da respiração e batimento cardíaco,
aumento da afinidade da hemoglobina pelo oxigênio, redução do metabolismo e
baixa taxa de crescimento (VAL & ALMEIDA-VAL, 1995; e GOMES et al., 2006).
Possui o hábito alimentar onívoro com tendência a herbívoro, filtrador e frugívoro
(NUNES et al., 2006).
É uma espécie bem adaptada às condições de cativeiro e muito usada
nos sistemas intensivos em viveiros, tanques e tanques-rede. Segundo ITUASSU
et al. (2004), essa espécie exibe crescimento compensatório e maior deposição de
proteína corporal quando passa a ser alimentada à vontade após ser submetido a
privação alimentar.
A pirapitinga, Piaractus brachypomum (CUVIER, 1818), é a única
espécie do gênero Piaractus encontrada na Bacia Amazônica (ANEXO, FIGURA
19). Segundo KUBITZA (2004a), é considerado o terceiro maior peixe de escamas
da Amazônia, perdendo apenas para o pirarucu (Arapaima gigas) e para o
tambaqui (Colossoma macropomum).
7
Essa espécie se alimenta principalmente de frutos, sementes, além de
pequenos peixes. Assim, tem habilidade de digerir tanto alimentos de origem
vegetal quanto animal (FERNANDES et al., 2004). Possui crescimento rápido, é
rústica, resistente a elevadas temperaturas na água dos viveiros, ao manuseio, à
enfermidades e a baixos níveis de oxigênio dissolvido. Apresenta, também,
importantes vantagens como ótima adaptação a todo tipo de ração industrializada,
altas taxas de eficiência alimentar, crescimento acelerado e uniforme, além de
boa aceitação no mercado (SILVA et al., 1986; VÀSQUEZ-TORRES, 2005).
De acordo com MORA (2005), a pirapitinga possui menor dimensão de
cabeça e facilidade de descamar, e se destaca ainda por outros aspectos
corporais atrativos como cor prateada e opérculo avermelhado, o que se ajusta ao
gosto e preferência dos consumidores.
Há poucos estudos quanto ao desenvolvimento e desempenho
produtivo dessa espécie. Muitos produtores utilizam-na para realizar hibridização,
seja com o tambaqui, gerando o tambatinga (C. macropomum, fêmea x P.
brachypomum, macho) e o piqui (P. brachypomum, fêmea x C. macropomum,
macho) ou com o pacu, gerando o patinga (P. mesopotamicus, fêmea x P.
brachypomum, macho).
A produção nacional dessa espécie em 2006 foi de 756 toneladas
(IBAMA, 2008).
3.2 Hibridização
Diante de um imenso potencial piscícola, torna-se necessária a
definição de pacotes tecnológicos visando melhorar as condições do ambiente, o
manejo alimentar e potencializar a genética das espécies. A obtenção de peixes
com melhor ganho de peso, conversão alimentar e rendimento de carcaça é o
objetivo de todo piscicultor. Assim, o melhoramento genético é uma das
ferramentas passíveis de serem utilizadas para melhorar as referidas
características zootécnicas. A hibridização é uma das técnicas mais empregadas
geneticamente para elevação de rendimentos produtivos.
8
A hibridização tem como objetivo aproveitar o possível vigor de
heterose, através da junção de duas espécies diferentes (SENHORINI et. al.,
1988). E o principal método para a obtenção de “variedades” novas, que utiliza a
referida heterose como forma eficaz de aumentar a produção em aqüicultura
(LAGLER et al., 1977; WANG & XIA, 2002). PEREIRA (1996) conceituou o termo
heterose, ou vigor híbrido, como caracterização da superioridade média dos filhos
em relação à média dos pais, independente da causa. A hibridização visa ainda à
obtenção de híbridos entre espécies e entre gêneros, com maior rusticidade,
precocidade, produtividade e melhor adaptados ao cultivo, características de
grande importância para a piscicultura (PINHEIRO et al., 1991; SILVA et al., 2000
e BOTERO et al., 2004).
Em 2006, o Brasil produziu 13.810,5 toneladas de pescado híbrido
representados pelo tambatinga e o tambacu, C. macropomum fêmea x P.
mesopotamicus macho (IBAMA, 2008).
CREPALDI et al. (2004) compararam desempenho de surubim pintado
(Pseudoplatystoma corruscans) com o híbrido “ponto-e-vírgula” (P. corruscans,
fêmea x Pseudoplatystoma fasciatum, macho), e concluíram que a hibridização
promoveu ganho de peso superior. SENHORINI et al. (1988) compararam o
desenvolvimento do tambaqui, pacu e seus híbridos, confirmando a ocorrência de
heterose para sobrevivência, crescimento e uniformidade.
O tambatinga é um híbrido resultante do cruzamento entre a fêmea de
tambaqui e o macho de pirapitinga (ANEXO, FIGURA 20). Possui rastros
branquiais mais desenvolvidos que a pirapitinga, possibilitando maior eficiência no
processo de filtragem do plâncton existente no meio (GUERRA et al., 1992).
Segundo SILVA-ACUÑA & GUEVARA (2002), esse híbrido possui
facilidade para atingir o peso comercial em curto período de tempo e com baixos
níveis de proteína bruta na dieta, o que representa economia com custo de ração.
Em 105 dias e sob baixa densidade (0,5 peixe/m²), o peso final foi acima de um
quilo, o que possibilita a realização de dois ciclos produtivos durante o ano com
produtividade de até 12 ton/ha/ano.
Em 2006, a produção do híbrido tambatinga no Brasil atingiu 2.821
toneladas, correspondendo a 2,03% do total da produção nacional (IBAMA, 2008).
9
Na região Norte, muitos piscicultores preferem a utilização do híbrido
tambatinga alegando que ele apresenta melhores desempenhos produtivos.
Entretanto, muitas informações são empíricas e é baixo o volume de trabalhos
científicos avaliando o desempenho produtivo desse híbrido nas condições
nacionais.
3.3 Engorda
A etapa de engorda em peixes redondos compreende a fase de alevino
de 2 a 3 g, ou juvenil de 80 a 100 g até o peixe em tamanho de abate, ou seja,
1.000 g (VÁSQUEZ-TORRES, 2005).
Para o tambaqui, a fase de engorda dura entre 240 a 300 dias e,
dependendo da disponibilidade de água, utiliza densidade de estocagem entre 1 a
1,5 peixe/m² em viveiros e tanques, enquanto que para tanques-rede recomenda-
se de 25 a 80 peixes/m³ (KUBITZA, 2004a; ARAÚJO-LIMA & GOMES, 2005).
Conforme SOUZA et al. (1998), a produção de tambaqui pode chegar a
10 toneladas por hectare ao ano. Em viveiros e barragens, essa espécie supera o
peso de abate (média de 3,1 kg) durante engorda de 12 meses e com densidade
abaixo da recomendada, ou seja, 0,325 peixe/m² (MELO et al., 2001).
A pirapitinga atinge peso comercial entre 180 e 365 dias, na densidade
de 1,5 a 3,0 peixes/m² em viveiros e tanques, chegando à produtividade de 12 a
30 toneladas por hectare (VÁSQUEZ-TORRES, 2005).
GRANADO (2000), avaliando pirapitinga submetida a diferentes
densidades de estocagem em tanques-rede, observou que em 330 dias os peixes
já apresentavam peso comercial e produtividade de 12,8 kg/m³.
Para o híbrido tambatinga, não há ainda no Brasil uma tecnologia de
manejo específica aplicada ao cultivo, como densidade de estocagem e dados
quanto à produtividade por área. No entanto, presume-se que se possam adotar
as mesmas recomendações feitas tanto para o tambaqui quanto para a
pirapitinga.
PINHEIRO et al. (1991) observaram a tambatinga em 210 dias de
cultivo na densidade de 0,5 peixe/m², e obtiveram peso final de apenas 300 g e
10
conversão alimentar de 2,9. Esses valores são inferiores devido à alimentação
utilizada nesse experimento: ração para engorda de aves e, portanto, não
balanceada para as exigências nutricionais de peixes.
3.4 Desempenho produtivo
O desempenho é caracterizado por registros realizados ao longo de
todo o cultivo, através de índices referentes ao peso, ganho de peso e conversão
alimentar (OSTRENSKY & BOEGER, 1998).
O crescimento é um fator que expressa a velocidade com a qual os
peixes ganham peso ao longo de um determinado tempo. O peso médio é
utilizado como ferramenta associada ao rendimento do filé, podendo desta forma,
estimar o seu peso (SANTOS et al., 2000).
O peso médio tem grande importância na escolha do processamento
realizado pela indústria, uma vez que influencia nas operações de decapitação,
evisceração, limpeza geral, por métodos manuais e mecanizados. Influencia,
ainda, na adequação e no rendimento da carne quando pré-processada na forma
de corpo limpo, postas ou filés e, na velocidade de resfriamento e congelamento
na indústria (CONTRERAS-GUZMÁN, 1994).
Quando o ganho de peso se refere a uma população é denominado
ganho em biomassa e, está inteiramente relacionado à taxa de sobrevivência,
dentre outros fatores. É utilizado como padrão para o planejamento e avaliação
dos sistemas de produção (KUBITZA et al., 1999).
Consumo de ração determina o quanto de alimento foi fornecido aos
peixes, não necessariamente, define uma ingestão absoluta, pois não ocorre
pesagem das sobras. O consumo de ração é influenciado pela freqüência
alimentar, taxa de alimentação e temperatura (SILVA et al., 2007).
A conversão alimentar aparente é uma variável muito importante dentro
de qualquer atividade produtiva animal. É um índice que correlaciona consumo de
ração/alimento e ganho de peso em um determinado período, e é considerada
ferramenta imprescindível no planejamento de produção em suas inúmeras fases.
11
Normalmente, na fase inicial como alevinagem é mais eficiente que na engorda.
Outros fatores que influenciam a conversão alimentar aparente em peixes é a
densidade de estocagem, sistemas de produção, alimento, qualidade da água e
nível de proteína da ração (GRANADO, 2000; SILVA- ACUÑA & GUEVARA,
2002; ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002). O ideal é atingir valores próximos à
unidade, justamente por ser um indicativo de eficiência na conversão de alimento
em ganho de peso. GOMES et al. (2006) observaram que a medida que se elevou
a densidade de estocagem, em tanques-rede, ocorreu redução na conversão
alimentar aparente.
A taxa de crescimento específico em peso (TCE), expresso em
porcentagem, é uma relação entre o peso final com o inicial e o tempo de criação,
que indica como se comporta o crescimento da espécie. Geralmente, é
influenciado pela fase, densidade de estocagem e manejo alimentar (GRANADO,
2000; MELO et al., 2001; ITUASSÚ et al., 2004).
A taxa de eficiência protéica (TEP) relaciona ganho de peso com
consumo de proteína na dieta. Esta variável é influenciada pelo sistema de
produção e alimento consumido (ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002).
3.5 Rendimentos corporais
O rendimento de carcaça condiciona o aspecto dos produtos e as
estratégias de vendas. Segundo SOUZA et al. (1999), do ponto de vista
econômico e de produção, estudos sobre a carcaça dos peixes são de grande
importância, tornando possível estimar a produtividade tanto para o produtor
como para a indústria de processamento de pescados.
O processamento de pescado e o desenvolvimento de produtos com
valor agregado constituem uma alternativa viável para melhorar a rentabilidade,
mediante a ampliação de seu mercado e incremento no lucro por vendas (MORA,
2005). O rendimento também permite ao produtor planejar a quantidade de peixes
que serão necessários para entregar ao abate. Contudo, ainda há poucos estudos
relacionados ao rendimento da carne de pescado (SANTOS et al., 2000).
12
LAGO et al. (2008), avaliando proporções corporais, afirmaram que o
tambaqui promoveu um aumento significativo no peso da cabeça, tanto usado
como macho quanto como fêmea, em hibridizações. Isto acarreta
comprometimento no rendimento do filé e superestima a parte comestível do
peixe eviscerado. Para as espécies de peixes redondos como o tambaqui, a
pirapitinga e o híbrido tambatinga, o principal produto comercializado é o peixe
eviscerado.
MORA (2005) notou que há diferença no rendimento de carcaça
eviscerada entre as diferentes faixas de peso. Espécies como a pirapitinga e o
híbrido tambatinga, com peso menor que 0,8 kg, possuem alta proporção de
cabeça, sugerindo que sua comercialização seja feita como pescado eviscerado.
Já exemplares com peso de 1,0 a 1,2 kg podem ser comercializados na forma de
postas.
A hibridização entre tambaqui e pacu gerou indivíduos mais pesados e,
em geral, com melhor composição corporal do que a de pacu, aos 140 dias de
idade (REIS-NETO et al., 2007). O híbrido tambatinga, na faixa de peso entre 0,8
e 1,4 kg, apresentou maior rendimento de peixe eviscerado em relação à
pirapitinga (MORA, 2005).
3.6 Composição bromatológica do filé
O produto de maior interesse na piscicultura ainda é a carne do
pescado, sendo os dados ligados à sua composição química importantes no
processo de conservação e elaboração do produto (SANTOS et al., 2000).
A composição química do pescado é extremamente variável, ou seja,
ela diverge de uma espécie para outra e também dentro de uma mesma espécie,
dependendo da época do ano, do tipo e quantidade de alimento disponível, da
qualidade da dieta consumida, do estágio de maturação sexual, da idade, das
condições de cultivo e da parte do corpo analisada (LAGLER et al., 1977;
ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002; SOUZA et al., 2003).
13
O pescado pode ser classificado de acordo com o teor de gordura, e
isto influencia diretamente a performance produtiva e a aceitação do mercado
consumidor, justificada pela alteração da palatabilidade da carne (SANTOS et al.,
2000).
Os filés provenientes de tambaquis criados com altas trocas de água
apresentaram 42% menos gordura do que aqueles criados em água parada, e
maior acúmulo de proteína corporal. Provavelmente, os peixes tiveram maior
gasto energético para manter a posição de seus corpos na coluna de água, o que
ocasionou diminuição na deposição de gordura corporal (ARBELÁEZ-ROJAS et
al., 2002).
De acordo com OLIVEIRA et al. (1997), machos e fêmeas de pacu
(Piaractus mesopotamicus) utilizam o músculo vermelho como depósito de
gordura. Em condições de confinamento, onde os movimentos dos peixes são
restritos, pode haver aumento na deposição de gordura corporal (ARBELÁEZ-
ROJAS et al., 2002).
3.7 Avaliação econômica
A piscicultura no Brasil ainda se encontra em desenvolvimento em
relação a outras atividades, ou seja, os sistemas e as tecnologias de produção
não estão totalmente definidos (BOZANO & CYRINO, 1999). Essa atividade, de
uma forma geral, encontra dificuldades quanto à organização e análise dos custos
e receitas envolvidos na produção. Há poucos trabalhos que analisam os custos e
a rentabilidade na produção de peixes, embora sejam importantes ferramentas
para se obter um panorama fiel do desempenho econômico do empreendimento
(KUBITZA, 2004b).
De acordo com CARNEIRO et al. (1999) e SILVA et al. (2003), os
fatores indicadores de viabilidade econômica para produção em sistema intensivo
são: custo com alevinos, custo com ração, conversão alimentar, taxa de
sobrevivência e preço de venda do peixe.
14
O custo com ração é a variável mais importante na piscicultura, uma
vez que representa de 58 a 68% dos custos de produção da atividade (KUBITZA
et al., 1999; e GOMES et al., 2006)
Os custos com alevinos não são variáveis, considerando um sistema
com a mesma densidade de estocagem. No entanto, a taxa de sobrevivência, o
consumo de ração e a conversão alimentar podem oscilar de um tratamento para
o outro. Como conseqüência promove diferenças no ganho de peso e biomassa
final, que influenciam diretamente a receita bruta. Considerando todas essas
variáveis consegue-se uma análise de rentabilidade confiável (SILVA et al., 2003).
15
4 MATERIAL E MÉTODOS
4.1 Local e animais
O experimento foi conduzido no Setor de Piscicultura do Departamento
de Produção Animal da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás
(DPA/EV/UFG), no período de janeiro a outubro de 2008, com duração de 270
dias.
Foram utilizados 300 alevinos de tambaqui (Colossoma macropomum),
300 alevinos de pirapitinga (Piaractus brachypomum) e 300 alevinos de
tambatinga (C. macropomum, fêmea x P. brachypomum, macho), totalizando 900
alevinos distribuídos aleatoriamente em viveiros fertilizados. No início, o tambaqui,
a pirapitinga e o híbrido tambatinga apresentaram peso médio de 6,16±0,34 g;
9,23±0,24 g; e 8,93±0,33 g, respectivamente.
A densidade para cada tanque foi na proporção de 1,5 peixe/m² e cada
parcela (viveiro) tinha 75 peixes.
4.2 Tratamentos e delineamento experimental
O delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado,
com três tratamentos (T1 – tambaqui, T2 – pirapitinga e T3 – híbrido tambatinga),
quatro repetições, e cada viveiro correspondia a uma unidade experimental.
O modelo matemático utilizado foi:
Y
ij
= µ + E
i
+ R
j
+ ε
ij
Sendo:
Y
ij
= valor da parcela com Espécie i e repetição j (i = 1,2,3; j = 1,2,3,4);
µ = média populacional;
E
i
= efeito da Espécie i;
R
j
= repetição;
ε
ij
= erro experimental.
16
4.3 Instalações experimentais
Como unidades experimentais foram utilizados 12 viveiros escavados
com área de 50 m² cada, adequados ao sistema intensivo, providos de fluxo
individual de água na proporção de 16 L/seg/ha, com registros e tubulações que
permitiram controlar a vazão de abastecimento. O sistema de escoamento foi
instalado de forma a escoar a água do fundo de cada viveiro, o que permitiu o
auto-sifonamento dos resíduos depositados. Os viveiros foram instalados a céu
aberto, cercados com tela anti-pássaros e por cerca elétrica para evitar ataque de
predadores.
4.4 Preparação dos viveiros
Os viveiros foram sanitizados com a aplicação de cal virgem na
proporção de 50 g/m², seguida de vazio sanitário por sete dias. Depois, aplicou-se
calcário dolomítico na proporção de 100 g/m². Posteriormente, realizou-se a
fertilização com esterco de frango, na proporção de 200 g/m² e, logo em seguida,
iniciou-se o enchimento dos viveiros. Após cinco dias, povoaram-se os tanques na
densidade de 1,5 peixe/m².
4.5 Alimentação
Os peixes foram alimentados com ração comercial duas vezes ao dia,
às 8 h e 16 h. No início do experimento, a ração continha 36% de proteína bruta
(PB) e grãos com 2 a 4 mm de diâmetro, até os peixes atingirem o peso de
aproximadamente 120 g. Em seguida, foi fornecido ração com 32% PB e grãos
com 4 a 6 mm de diâmetro, até os peixes atingirem o peso aproximado de 250 g.
Posteriormente, forneceu-se a ração de 28% PB com 6 a 8 mm de diâmetro, até o
final do experimento. A ração era fornecida até a saciedade momentânea e
apresentava os níveis de garantia demonstrados na TABELA 1.
17
TABELA 1-Níveis de garantia para umidade (UM), proteína bruta (PB), matéria
fibrosa (MF), extrato etéreo (EE), matéria mineral (MM), cálcio (Ca) e
fósforo (P), demonstrados pelo fabricante das rações utilizadas
durante a engorda do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga
mantidos em viveiros fertilizados
UM PB MF EE MM Ca P Rações
de
Engorda
% Max
% mín % Max % mín % máx % Max % mín
36% PB 10 36 3 6 12 3 1
32% PB 10 32 3 6 12 3 1
28% PB 10 28 6 6 12 3 1
Enriquecimento das rações 36%PB/32%PB e 28%PB: ácido fólico (2 e 1 mg); ácido pantotênico (50 e 25 mg);
biotina (0,6 e 0,3 mg); cobre (8 e 4 mg); colina (800 e 400 mg); ferro (60 e 30 mg); iodo (0,5 e 0,25 mg); lisina
(0,16 e 0,08 mg); manganês (15 e 7,5 mg); metionina (200 e 100 mg); niacina (80 e 40 mg); selênio (0,3 e
0,15 mg); vitamina A (10.000 e 5.000 U.I.); vitamina B-1 (10 e 5 mg); vitamina B-12 (30 e 15 mg); vitamina B-
2 (20 e 10 mg); vitamina B-6 (10 e 5 mg); vitamina C (300 e 150 mg); vitamina D-3 (1.200 e 600 U.I.);
vitamina E (160 e 60 mg); vitamina K-3 (9 e 4,52 mg) e zinco (80 e 40 mg).
Fonte: Empresa Rações VB.
4.6 Biometria
As biometrias foram realizadas no início do experimento e mensalmente
até o final, exceto nos meses com baixa temperatura da água (máximo 23ºC –
maio a agosto). Os peixes foram capturados aleatoriamente (15 animais de cada
viveiro) e pesados com balança eletrônica (precisão de 0,1 g).
4.6.1 Variáveis de desempenho produtivo
Os peixes e a ração fornecida foram pesados mensalmente até o final
do experimento para a realização dos cálculos das seguintes variáveis de
desempenho:
¾ Peso médio (g) = peso individual médio;
¾ Biomassa final (kg)=número final de peixes x peso médio final;
¾ Produtividade (kg/ha)= (biomassa final x 10.000) ÷ área do viveiro;
¾ Ganho de peso médio (g)= peso final – peso inicial;
¾ Ganho de peso da biomassa (kg)= biomassa final – biomassa inicial;
18
¾ Ganho de peso diário (g/dia) = ganho de peso médio ÷ período em dias;
¾ Consumo de ração (kg)= peso total da ração consumida por unidade;
¾ Conversão alimentar aparente (g/g) = consumo de ração ÷ ganho de peso;
¾ Taxa de sobrevivência (%) = (nº final peixes ÷ nº inicial peixes) x 100;
¾ Taxa de eficiência protéica (g/g)= ganho de peso da biomassa ÷ consumo
de proteína;
¾ Taxa de crescimento específico em peso (% ao dia) = [(ln peso final – ln
peso inicial) ÷ período]x 100.
4.6.2 Variáveis de rendimentos corporais
Ao final do período experimental, quatro peixes de cada unidade
experimental (representando a média da parcela), foram insensibilizados em gelo
com água clorada, em seguida pesados e sacrificados por demedulação. A
filetagem foi realizada por um único operador, com auxílio de um alicate para
retirada da pele, e de uma faca para o corte do filé. Foram avaliados os seguintes
dados:
¾ Peso do peixe eviscerado (peixe inteiro sem vísceras);
¾ Peso da cabeça;
¾ Peso do filé;
¾ Rendimento de peixe eviscerado = (peso do peixe eviscerado ÷ peso do
peixe inteiro) x 100;
¾ Rendimento de filé = (peso do filé ÷ peso do peixe inteiro) x 100
¾ Percentual de cabeça = (peso da cabeça ÷ peso do peixe inteiro) x 100.
4.6.3 Variáveis de Índices biométricos
As vísceras dos quatro peixes capturados de cada viveiro foram
retiradas e colocadas em potes devidamente identificados, logo em seguida,
foram separados o fígado e a gordura presente para serem pesados. Os valores
19
dos pesos do fígado e da gordura foram utilizados para a obtenção dos seguintes
dados:
¾ Índice Hepato-Somático = (peso do fígado ÷ peso do peixe) x 100
¾ Índice Gordura Víscero-Somática = (peso da gordura ÷ peso do peixe)x100
4.6.4 Variáveis de composição bromatológica do filé
Para as análises de composição bromatológica da carne foram
utilizados os filés dos quatro peixes coletados de cada viveiro. Em seguida foram
pesados, embalados com saco plástico identificado e congelados. Antes de
realizar as análises, as amostras foram moídas, homogeneizadas fazendo um
‘pool’ com os quatro filés de cada viveiro para caracterizar as repetições. Foram
determinadas em triplicata as seguintes variáveis: umidade (estufa a 105ºC),
proteína bruta (método de Kjeldahl), extrato etéreo (Soxhlet) e cinzas (mufla a
550ºC) (AOAC, 1984). As análises foram realizadas no Centro de Pesquisa em
Alimentos da Escola de Veterinária da Universidade Federal de Goiás
(CPA/EV/UFG).
4.7 Qualidade da água dos viveiros
As análises de água dos viveiros experimentais foram realizadas no
Setor de Piscicultura, quinzenalmente. Os seguintes parâmetros foram analisados
(às 8 h): pH, utilizando reagentes comerciais padronizados (“kits”) de análise
química da água e oxigênio dissolvido utilizando oxímetro digital; ambos da
empresa ALFAKIT®. A temperatura foi aferida diariamente às 8 h e 17 h com
termômetro de bulbo de mercúrio.
20
4.8 Avaliação econômica
Para a avaliação econômica foi seguida a metodologia proposta por
SILVA et al. (2003), em que se considera apenas o custo operacional parcial
(COP), definido como o valor gasto com ração e alevinos/juvenis, e a receita bruta
(RB) atribuída à venda dos peixes vivos (in natura) no local da produção.
A ração foi cotada a R$ 1,30/kg, R$ 1,19/kg e R$ 0,97/kg para as
rações com 36%, 32% e 28% PB e os alevinos foram adquiridos por R$
0,14/unid., ambos incluindo o frete até o Setor de Piscicultura. O custo com os
alevinos foi obtido através da multiplicação do preço unitário pela quantidade
utilizada por viveiro. O preço de venda dos peixes foi o praticado no comércio
atacadista na região de Goiânia – GO, R$ 4,00/kg PV.
Todos esses valores foram aplicados em relação ao dia do
encerramento da fase experimental (22/10/2008).
Foram calculados os seguintes parâmetros econômicos:
1. Custo operacional parcial
COP= [(QR36 x PR36) + (QR32 x PR32) + (QR28 x PR28)] + (NA x PA)
Sendo:
COP = custo operacional parcial;
QR36 = quantidade média de ração 36% PB/tratamento;
QR32 = quantidade média de ração 32% PB/tratamento;
QR28 = quantidade média de ração 28% PB/tratamento;
PR36 = preço por kg da ração 36% PB;
PR32 = preço por kg da ração 32% PB;
PR28 = preço por kg da ração 28% PB;
NA = número inicial de alevinos por tratamento;
PA = preço unitário dos alevinos.
2. Receita bruta
RB = BT x PP
21
Sendo:
RB = receita bruta;
BT = biomassa total média produzida/tratamento;
PP = preço de venda do kg de peixe.
3. Incidência de Custo
IC = COP ÷ BT
Sendo:
IC = incidência de custo, de acordo com SOLIMAN et al. (2000);
COP = custo operacional parcial;
BT = biomassa total média produzida/tratamento.
4. Receita líquida parcial
RLP = RB - COP
Sendo:
RLP = receita líquida parcial;
RB = receita bruta;
COP = custo operacional parcial.
4.9 Análise estatística
Os resultados do desempenho produtivo foram submetidos à análise de
co-variância, onde o peso médio inicial foi considerado a co-variável. As médias
dos rendimentos corporais, índices biométricos e composição bromatológica do
filé foram submetidas à análise de variância. As médias foram ajustadas pelo
procedimento LSMEANS do programa computacional SAS (2004) e comparadas
pelo teste t (5%).
22
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
5.1 Qualidade da água
A manutenção da qualidade da água é um fator importante para a
obtenção de bom desenvolvimento e sobrevivência no cultivo de peixes
(SIPAÚBA-TAVARES, 1994).
A temperatura média da água durante o período de cultivo foi de
24,8±2,77 ºC. A média pela manhã (8 h) foi de 23,4±2,39ºC e pela tarde (17 h) foi
de 26,3±2,40ºC.
O experimento se iniciou e permaneceu com elevada temperatura da
água no período de janeiro a abril, com média de 26,9±1,6ºC. Em seguida,
passou pelo período de maio a agosto com baixa temperatura da água, média de
22,3±1,8ºC e, nos dois últimos meses (setembro e outubro), obteve-se
temperatura média de 25,8±2,3ºC (FIGURA 1). As médias de temperatura deste
trabalho estão abaixo da faixa considerada adequada para o bom desempenho de
espécies de peixes tropicais como o tambaqui, a pirapitinga e o híbrido
tambatinga, ou seja, recomendam-se valores entre 28 e 30ºC (KUBITZA, 1998).
FIGURA 1- Média da temperatura (ºC) na água pela manhã
e a tarde durante o experimento.
23
A temperatura da água influencia significativamente no desempenho
dos peixes, justamente por se tratar de espécies heterotermas, ou seja, o
metabolismo está relacionado às variações térmicas do ambiente
(BALDISSEROTTO, 2002). Essas variações na temperatura da água promovem
alterações no consumo de ração e na velocidade de crescimento (PEZZATO,
1997). Durante períodos de baixa temperatura os peixes tropicais diminuem o
consumo de alimento e podem até deixar de se alimentar em dias muito frios, o
que resulta em reduzido crescimento (KUBITZA, 1998). Nessas condições os
peixes podem ficar debilitados e susceptíveis a doenças e ao ataque de diversos
tipos de parasitos (VÁSQUEZ-TORRES, 2005).
As espécies avaliadas neste trabalho fazem parte da Bacia Amazônica,
onde a temperatura da água está em torno de 28ºC. O estado de Goiás possui
período de frio mais extenso do que a região norte, e isso refletiu no desempenho
produtivo das espécies pesquisadas.
O pH médio da água foi de 6,8±0,14 e, este valor se encontra dentro da
faixa recomendada: 6,5 a 9,0 (BALDISSEROTTO, 2002). Tambaquis apresentam
melhor crescimento quando criados em águas ácidas com pH entre 4 e 6 (ARIDE
et al., 2004).
O oxigênio dissolvido médio às 8h, foi de 5,88±1,96 mg/L. A variável
oxigênio dissolvido expressou alterações durante o período de cultivo. No início
da pesquisa e durante todo o período de alta temperatura, se manteve em níveis
baixos, ou seja, 3,3±0,82 mg/L. No período mais frio, entre maio e agosto, elevou-
se para níveis mais confortáveis de 6,88±1,92 mg/L (FIGURA 2). GOMES et al.
(2006) afirmaram que o tambaqui é tolerante a ambientes com baixos níveis de
oxigênio dissolvido, como por exemplo, 0,4 mg/L. No entanto, sob tais condições
a produtividade da espécie é comprometida, uma vez que há elevados gastos
energéticos (VAL & ALMEIDA-VAL, 1995).
24
Figura 2- Médias de oxigênio dissolvido na água (mg/L), às 8 h,
durante o experimento.
5.2 Desempenho produtivo
Os resultados dos testes de médias das variáveis relacionadas ao
desempenho produtivo estão demonstrados na TABELA 2.
TABELA 2- Médias da taxa de sobrevivência (TS), peso inicial (PI), peso médio
(PM), biomassa final (BF), produtividade (PROD), ganho de peso
médio (GPM), ganho de peso da biomassa (GPBio), ganho de peso
diário (GPD), taxa de eficiência protéica (TEP), taxa de crescimento
específico em peso (TCE), consumo de ração (CR) e conversão
alimentar aparente (CAA) do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido
tambatinga mantidos em viveiros fertilizados na fase de engorda
Variáveis Tambaqui Pirapitinga Tambatinga CV (%) p
TS (%) 81,67 a 83,66 a 83,67 a 16,77 0,973
PI (g) 6,15 b 9,23 a 8,95 a 3,55 <0,001
PM (g) 344,04 a 316,86 a 268,30 a 16,41 0,158
BF (kg) 20,45 a 20,08 a 16,80 a 18,12 0,309
PROD. (kg/ha) 4.089,8 a 4.016,2 a 3.361,2 a 18,12 0,309
GPM (g) 337,95 a 307,66 a 259,40 a 16,84 0,143
GPBio (kg) 19,99 a 19,39 a 16,13 a 18,71 0,288
CV = coeficiente de variação. p = nível de significância. Médias na mesma linha seguidas de letras
iguais não diferiram entre si pelo teste t (p>0,05).
25
TABELA 2- Médias da taxa de sobrevivência (TS), peso inicial (PI), peso médio
(PM), biomassa final (BF), produtividade (PROD), ganho de peso
médio (GPM), ganho de peso da biomassa (GPBio), ganho de peso
diário (GPD), taxa de eficiência protéica (TEP), taxa de crescimento
específico em peso (TCE), consumo de ração (CR) e conversão
alimentar aparente (CAA) do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido
tambatinga mantidos em viveiros fertilizados na fase de engorda
(Cont.)
Variáveis Tambaqui Pirapitinga Tambatinga CV (%) p
GPD (g/dia) 1,25 a 1,14 a 0,96 a 16,83 0,142
TEP (g/g) 2,22 a 1,61 a 1,95 a 19,87 0,132
TCE (%/dia) 1,49 a 1,31 b 1,26 b 4,14 < 0,01
CR (kg/período) 27,99 a 28,92 a 19,75 b 19,02 0,049
CAA (g/g) 1,41 ab 1,49 a 1,23 b 8,33 0,026
CV = coeficiente de variação. p = nível de significância. Médias na mesma linha seguidas de letras
iguais não diferiram entre si pelo teste t (p>0,05).
As médias de taxa de sobrevivência, peso médio, biomassa final,
produtividade, ganho de peso médio, ganho de peso em biomassa, ganho de
peso diário e taxa de eficiência protéica não apresentaram diferenças (p>0,05)
entre as espécies. As médias do peso médio inicial diferiram (p<0,05) entre as
espécies. A análise de co-variância demonstrou que esta co-variável não
influenciou os outros resultados das variáveis de desempenho produtivo.
As médias da taxa de sobrevivência do tambaqui, da pirapitinga e do
híbrido tambatinga foram de 81,67%; 83,66% e 83,67%, respectivamente
(FIGURA 3). No primeiro mês de cultivo da presente pesquisa (durante cinco
dias), ocorreram ataques noturnos de lontras que foi o principal responsável pela
redução no número final de animais.
Estes valores foram superiores ao encontrado por MELO et al. (2001)
(76%), avaliando o tambaqui em viveiros de argila e em barragens durante 12
meses. Normalmente, experimentos conduzidos em unidades experimentais
amplas, como viveiros, tanques e barragens, podem acarretar em taxas reduzidas
de sobrevivência. Isto é justificado pela dificuldade em controlar o ataque de
predadores, como pássaros, lontras, peixes invasores e o próprio homem.
IZEL & MELO (2004) avaliaram o crescimento do tambaqui em tanques
escavados durante oito meses, com estrutura similar a desta pesquisa, e notaram
26
taxa de sobrevivência de 95,24%. ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002), testando
sistemas de produção de juvenis de tambaqui, observaram valores de 100% e
96% de sobrevivência, para viveiros com baixa e alta renovação,
respectivamente.
Os dados da presente pesquisa foram inferiores aos encontrados em
sistemas com áreas mais limitadas como tanques-rede. A média do tambaqui foi
inferior a encontrada por SILVA et al. (2007) (95,4%), testando taxa de
alimentação (5% ao dia) e freqüência alimentar (duas vezes ao dia) para a
mesma espécie, em gaiolas, durante 45 dias, enquanto GOMES et al. (2006),
avaliando densidade do tambaqui no mesmo sistema, durante oito meses,
obtiveram sobrevivência de 97,0% e 99,7% para 50 e 20 peixes/m³,
respectivamente.
Os dados da pirapitinga foram inferiores aos encontrados por
GRANADO (2000), avaliando a mesma espécie submetida a diferentes
densidades em tanques-rede durante 330 dias, respectivamente 92 e 97% de
sobrevivência para 14 e 28 peixes/m³.
A taxa de sobrevivência do híbrido no presente experimento foi menor
que a observada por SILVA-ACUÑA & GUEVARA (2002), testando níveis de
proteína sobre o crescimento do tambatinga durante 105 dias, respectivamente
94,48 e 91,64% para 28 e 24% de PB.
FIGURA 3- Médias da taxa de sobrevivência (%) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.
27
Os dados de peso médio verificados neste experimento após 270 dias
foram de 344 g, 316 g e 268 g para o tambaqui, a pirapitinga e o híbrido,
respectivamente (FIGURA 4).
Os pesos foram inferiores aos encontrados na literatura e isto pode ser
justificado pela baixa temperatura média do período pesquisado (24,8ºC). IZEL &
MELO et al. (2004), avaliando tambaqui em tanques escavados durante oito
meses com temperatura média de 28,9ºC, observaram peso médio de 1,8 kg. Em
outro experimento, tambaquis criados sob a mesma temperatura por 170 dias, em
viveiros com baixa renovação de água, atingiram peso médio de 883,7 g
(ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002).
Dados mais próximos aos encontrados na presente pesquisa foram
obtidos por PADILLA (2000), testando níveis de proteína na dieta de tambaquis
durante 180 dias, respectivamente 409,9 e 673,2 g, para rações com 18 e 24%
PB, e por PADILLA et al. (2000), valores entre 517 e 466 g, ao substituírem a
farinha de peixe por silagem biológica de peixe em rações para juvenis de
tambaqui.
O peso médio do híbrido tambatinga foi menor do que o observado por
SILVA-ACUÑA & GUEVARA (2002) que obtiveram valor de 1.246,8 g, submetidas
à temperatura de 26,4ºC durante 105 dias e sob densidade de 0,5 peixe/m².
Os dados de peso médio foram inferiores, também, aos obtidos por
GOMES et al. (2006), testando diferentes densidades do tambaqui em tanques-
rede, a temperatura de 30,7ºC, respectivamente 1052,3 e 945,3 g, para 20 e 50
peixes/m³. A espécie pirapitinga, em tanques-rede, com temperatura de 28,1ºC
apresentou peso médio de 751,5 g ao final de 330 dias (GRANADO, 2000).
28
FIGURA 4- Médias do peso médio (g) apresentadas pelas
espécies pesquisadas.
As médias de biomassa total para o tambaqui, a pirapitinga e o híbrido
tambatinga foram de 20,44 kg, 20,08 kg e 16,80 kg, respectivamente. Os dados de
produtividade extrapolados para kg/ha foram de 4.089,8 kg/ha; 4.016,2 kg/ha e
3.361,2 kg/ha, para o tambaqui, a pirapitinga e o tambatinga, respectivamente
(FIGURA 5).
PADILLA (2000), testando níveis de proteína na dieta de tambaqui,
obteve produtividade semelhante por ciclo, ou seja, de 4.099,7 kg/ha e 6.732,1
kg/ha para 18% e 24% de PB, respectivamente, entretanto, em menor tempo que
o deste estudo, apenas 180 dias.
Para o tambaqui, as médias de produtividade também são inferiores a
verificada por MELO et al. (2001), 10.075 kg/ha/ciclo de 12 meses, em viveiros de
argila e barragens, e por IZEL & MELO (2002), 7.200 kg/ha/ciclo de oito meses. A
produtividade do tambatinga também foi inferior a 5.890,62 kg/ha/ciclo de 105
dias obtida por SILVA-ACUÑA & GUEVARA (2002), criando o híbrido em viveiros
com baixa densidade.
29
FIGURA 5- Médias da produtividade (kg/ha) apresentadas pelas
espécies pesquisadas.
As médias do ganho em biomassa foram de 19,99 kg, 19,39 kg e
16,14 kg, para o tambaqui, a pirapitinga e o híbrido tambatinga, respectivamente.
Já o ganho de peso médio para as referidas espécies foram de 337,95 g; 307,66
g e 259,40 g, respectivamente, e o ganho de peso diário foi de 1,25 g/dia; 1,14
g/dia e 0,96 g/dia, respectivamente (FIGURA 6).
Os valores de ganho de peso diário foram inferiores aos verificados por
IZEL & MELO (2004) (1,69 g/dia), avaliando o tambaqui em unidades
experimentais similares por 240 dias e sob baixa densidade (menos de um peixe
por m²). Valor bem superior ao encontrado na presente pesquisa foi obtido ainda
por ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002), também para o tambaqui, em viveiros com
baixa renovação de água, após 170 dias (4,5 g/dia). Entretanto, o valor do ganho
de peso diário do tambaqui se encontra dentro da faixa verificada por PADILLA
(2000), testando níveis de proteína, que variou entre 1,1 e 1,8 g/dia para 18% e
24% de PB, respectivamente.
As condições são basicamente as mesmas, no entanto, é provável que
a elevada densidade adotada neste experimento (1,5 peixes/m²), tenha
comprometido o desempenho. Isto pode ser comprovado por ARBELÁEZ-ROJAS
et al. (2002), que avaliando sistemas de engorda percebeu menor ganho de peso
diário em tanques com alta densidade (9,6 peixes/m²) e renovação de água (1,05
30
g/dia) em relação a viveiro com menor densidade (1 peixe/m²) e baixa renovação
de água (4,5 g/dia), durante 170 dias.
Em viveiros, tanques e barragens o tambaqui normalmente possui
elevado crescimento em virtude da maior disponibilidade de alimento natural
(plâncton) e estando em menor densidade (ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002).
No entanto, há pesquisas com tanques-rede em que foram obtidos
ganhos de peso diário elevados. Tambaquis submetidos a diferentes taxas de
alimentação, 5 e 7,5% ao dia, apresentaram valores entre 1,66 g/dia e 1,88 g/dia,
respectivamente (CHAGAS et al., 2005).
A média de ganho de peso diário da pirapitinga (1,14 g/dia) foi menor
de que a observada por GRANADO (2000), avaliando a densidade em tanques-
rede para a mesma espécie durante 330 dias (2,56 e 1,45 g, para 14 e 28
peixes/m³, respectivamente).
As médias inferiores obtidas neste estudo para o ganho de peso diário
das três espécies, também podem ser justificadas pela baixa temperatura média
verificada durante o experimento.
FIGURA 6- Médias de ganho de peso diário (g/dia) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.
As médias da taxa de eficiência protéica foram de 2,22 g/g para o
tambaqui, 1,61 g/g para a pirapitinga e 1,95 g/g para o híbrido tambatinga
(FIGURA 7).
31
Criações de peixes realizadas em viveiros com baixa renovação de
água, normalmente permitem maior eficiência da utilização da proteína da dieta.
Tambaquis criados em viveiros com baixa renovação de água apresentaram
maior taxa de eficiência (2,55 g/g) em relação àqueles criados com alta renovação
de água (1,86) (ARBELÁEZ-ROJAS et al., 2002). A média da taxa de eficiência
protéica do tambaqui na presente pesquisa foi abaixo do valor observado pelos
referidos autores sob condições de baixa troca de água.
A pirapitinga apresentou média inferior ao que foi observado por
PALACIOS et al. (2006), avaliando o efeito de dietas formuladas com plantas
nativas peruanas durante 60 dias, 2,5 g/g e 3,13 g/g para tratamento controle e
com maca (Lepidium meyenii), respectivamente.
As médias do tambaqui (2,22 g/g) e do híbrido (1,95 g/g) encontrada
neste estudo estão próximas ao valor referenciado por STEFFENS (1987) citado
por ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002), que indica valores em torno de dois como
bom padrão de referência. Já a média da pirapitinga, embora semelhante às
outras espécies pesquisadas (p>0,05), está abaixo (19,5%), indicando que essa
espécie, sob as condições propostas, pode ser pouco eficiente no aproveitamento
da proteína da dieta.
FIGURA 7- Médias da taxa de eficiência proteica (g/g)
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
32
5.2.1 Taxa de crescimento específico
As médias da taxas de crescimento específico do tambaqui, da
pirapitinga e do híbrido tambatinga foram de 1,49%/dia, 1,31%/dia e 1,26%/dia,
respectivamente (FIGURA 8), sendo que os valores da pirapitinga e do híbrido
não diferiram entre si (p>0,05), no entanto, foram inferiores (p<0,05) em relação
ao tambaqui (TABELA 2).
O tambaqui apresentou a melhor taxa de crescimento específico em
relação às outras espécies. Foi superior também, aos valores verificados por
ITUASSÚ et al. (2004), que avaliara o desenvolvimento do tambaqui, no entanto
os peixes fora submetidos a períodos de privação alimentar, que variou entre
0,83%/dia e 0,90%/dia. Por outro lado, corrobora com os dados observados por
CHAGAS et al. (2005), entre 1,45 e 1,55%/dia, respectivamente para 5 e 7,5%
de alimentação diária, em tanques-rede.
Já ARIDE et al. (2006), avaliando o crescimento e sobrevivência do
tambaqui submetido a diferentes fotoperíodos durante 45 dias, verificara alta taxa
de crescimento específico (3,67%/dia) em relação ao presente experimento
(1,49%/dia). Maiores valores foram observados por SILVA et al. (2007), testando
taxa de alimentação e freqüência alimentar com juvenis de tambaqui durante 45
dias em tanques-rede, média de 5,07% ao dia. Provavelmente, os valores
observados por esses autores foram superiores por estarem se referindo ao
crescimento na fase inicial, que normalmente, é maior no primeiro mês de cultivo.
A média da pirapitinga foi semelhante em relação ao híbrido (p>0,05),
no entanto, foi menor em relação ao tambaqui (p<0,05). Valores inferiores foram
observados por GRANADO (2000), entre 0,5%/dia e 0,3%/dia para 14 e 28
peixes/m³, respectivamente, em tanques-rede, onde houve redução desta variável
com o aumento da densidade.
33
FIGURA 8- Médias da taxa de crescimento específico (%/dia)
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
5.2.2 Consumo de ração
O consumo de alimentos pelos peixes varia de acordo com vários
fatores: espécie, fase da vida, qualidade do alimento, qualidade da água, sistema
de produção, densidade de estocagem, manejo alimentar, pós-restrição alimentar,
entre outros (PEZZATO, 1997; SOUZA et al., 2003 e GOMES et al., 2006)
Os dados do consumo de ração do tambaqui e da pirapitinga não
diferiram (p>0,05) entre si, e ambos foram superiores (p<0,05) ao observado no
híbrido (TABELA 2). As médias do consumo para o tambaqui, a pirapitinga e o
híbrido tambatinga foram de 27,99 kg; 28,92 kg e 19,75 kg, respectivamente
(FIGURA 9).
O baixo consumo de ração pode ser justificado pelo comportamento
das espécies avaliadas que reduzem o metabolismo em temperaturas mais
baixas como foi verificado no inverno (22,3ºC), o que fez diminuir drasticamente o
consumo de ração.
34
FIGURA 9- Médias do consumo de ração (g) apresentadas pelas
espécies pesquisadas.
5.2.3 Conversão alimentar aparente
Os resultados da conversão alimentar aparente foram diferentes entre
os tratamentos (p<0,05). A conversão alimentar aparente da pirapitinga não diferiu
da do tambaqui (p>0,05), e a desta espécie foi semelhante ao híbrido (p>0,05).
No entanto, a pirapitinga apresentou diferença (p<0,05) em relação ao tambatinga
(TABELA 2).
As médias para conversão alimentar aparente da pirapitinga, do
tambaqui e do híbrido tambatinga foram de 1,49; 1,41; e 1,23; respectivamente
(FIGURA 10). Estes valores estão de acordo com os dados de literatura para
essas espécies. E abaixo do que foi encontrado em trabalhos de PADILLA (2000)
e PADILLA et al. (2000), em tambaquis alimentados com diferentes alimentos e
níveis de proteína e energia na dieta apresentara conversão alimentar de 2,7 e
3,1 respectivamente.
Em viveiros com baixa renovação de água ocorre produção de plâncton
que pode ser filtrado pelo tambaqui. O plâncton é formado por microorganismos
com elevados níveis de proteína, presentes abundantemente na água dos viveiros
e servem como uma suplementação alimentar para a espécie, otimizando a
conversão alimentar (KUBITZA, 1999).
35
O tambaqui e o híbrido tambatinga são eficientes no processo de
filtragem do plâncton existente no meio, justamente por possuir maior número de
rastros branquiais em relação à pirapitinga (GUERRA et al., 1992). Na presente
pesquisa, as médias da conversão alimentar aparente seguiram essa lógica, ou
seja, foi melhor no híbrido, seguido do tambaqui e pior na pirapitinga.
Neste experimento, o híbrido apresentou a melhor conversão alimentar
(1,23) em relação às outras espécies, no entanto, a média está acima do
verificado por SILVA-ACUÑA & GUEVARA (2002), entre 1,13 e 1,21 para dietas
fornecidas ao tambatinga, com 28 e 24% de proteína bruta, respectivamente.
O tambaqui apresentou conversão similar tanto em relação ao híbrido
quanto a pirapitinga. ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002) observaram que o tambaqui
criado em viveiros com baixa renovação de água possui melhor conversão
alimentar (1,35) do que em sistema com alta renovação (1,80). Para tambaquis
criados em viveiros de argila e barragens observaram conversão de 1,5 ao final
de 12 meses (MELO et al., 2001), enquanto que pesquisa realizada por IZEL &
MELO (2004) encontraram 1,2 em 240 dias para a mesma espécies.
Em tanques-rede, devido à alta renovação de água, não há condições
para produzir plâncton com abundância e o principal alimento dos peixes é a
ração. Por isso, os dados de conversão alimentar são piores nesse tipo de
unidade produtiva.
GOMES et al. (2006) observaram melhora na conversão com o
aumento da densidade em tanques-rede, ou seja, 1,88 e 2,85 com 50 peixes/m³ e
20 peixes/m³, respectivamente. Por outro lado, o aumento da taxa de alimentação
pode piorar a conversão alimentar. CHAGAS et al. (2005), testando diferentes
taxas de alimentação para o tambaqui cultivados em tanques-rede, observaram
conversão alimentar aparente de 2,9 e 5,99 para 5 e 10% ao dia,
respectivamente. Piores valores de conversão alimentar observados neste estudo
podem ser justificados pelo fornecimento ad libitum da ração.
A pirapitinga foi à espécie que apresentou pior conversão alimentar
aparente (1,49). PALACIOS et al. (2006), após 60 dias de cultivo de pirapitinga
alimentadas com ração formulada com camu camu (Myrciaria dúbia - planta
nativa peruana), observaram menor conversão alimentar aparente (1,41). Mesmo
assim, os dados da presente pesquisa foi melhor em relação aos dados
36
apresentados por GRANADO (2000), avaliando o efeito da densidade em
pirapitingas criadas em tanques-rede, 1,9 a 3,0 para 14 e 28 peixes/m
3
,
respectivamente.
FIGURA 10- Médias de conversão alimentar aparente
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
Na análise do desempenho produtivo a maioria das variáveis
analisadas não apresentou diferença significativa entre o tambaqui, a pirapitinga e
o híbrido tambatinga. Para algumas delas (taxa de crescimento específico,
consumo de ração e conversão alimentar aparente) as diferenças foram
determinantes na avaliação das espécies.
A pirapitinga obteve maior consumo de ração, pior conversão alimentar
aparente e menor taxa de crescimento específico, sendo o pior desempenho
produtivo entre as três espécies, pois consumiu mais alimento e cresceu menos.
Já o híbrido tambatinga apresentou menor conversão alimentar aparente e taxa
de crescimento específico, com menor consumo de ração e, em virtude disso,
baixo crescimento.
O tambaqui foi a espécie que apresentou maior taxa de crescimento
específico, no entanto, teve maior consumo de ração em relação ao tambatinga e
conversão alimentar aparente mediana. Portanto, demonstrou eficiência
intermediária em transformar os nutrientes da ração em ganho de peso e em
37
maior crescimento, demonstrando, assim, ser a espécie com melhor desempenho
produtivo.
5.3 Análises corporais
No final do experimento, os peixes amostrados para a determinação de
rendimento corporal e de filé possuíam peso médio de 337,13 ± 90,44 g; 322,44 ±
48,67 g; e 251,63 ± 46,11 g para o tambaqui, pirapitinga e o híbrido tambatinga,
respectivamente. Não foram observadas diferenças estatísticas entre os
tratamentos (p>0,05).
5.3.1 Rendimentos corporais
As médias dos dados das proporções e rendimentos corporais estão
demonstradas na TABELA 3 e FIGURA 11.
TABELA 3- Médias do peso do peixe inteiro (PPI), peso do peixe eviscerado
(PPE), peso da cabeça (PC), peso do filé (PF), rendimento de peixe
eviscerado (%PE), percentual do peso da cabeça (%PC),
rendimento de peso do filé (%PF) do tambaqui, da pirapitinga e do
híbrido tambatinga mantidos em viveiros fertilizados na fase de
engorda
Variáveis Tambaqui Pirapitinga Tambatinga CV (%) p
PPI (g) 337,13 a 322,44 a 251,63 a 21,39 0,194
PPE (g) 300,75 a 273,69 a 227,56 a 20,55 0,218
PC (g) 76,31 a 57,75 b 55,69 b 18,12 0,059
PF (g) 133,75 a 141,38 a 105,19 a 22,23 0,215
PE (%) 89,37 ab 87,10 b 90,64 a 2,03 0,059
PC (%) 22,98 a 18,05 b 22,34 a 5,58 <0,01
PF (%) 39,49 c 43,76 a 41,89 b 2,27 <0,01
CV = coeficiente de variação. p = nível de significância. Médias na mesma linha seguidas de letras
iguais não diferiram entre si pelo teste t (p>0,05).
38
Entre as espécies analisadas pode-se observar que não houve
diferença estatística para as variáveis PPI, PPE e PF (p>0,05). No entanto, o
tambaqui apresentou maior valor (p<0,05) para o peso de cabeça (76,31 g) em
relação à pirapitinga (57,75 g) e o híbrido (55,69 g). Isto não é almejado em
virtude do comprometimento que acarreta ao rendimento de filé, uma vez que a
porcentagem de cabeça tem relação inversa com o rendimento corporal
(CONTRERAS-GUSMÁN, 1994).
O percentual de cabeça no tambaqui (22,98%) e no híbrido (22,34%)
foram semelhantes (p>0,05), e diferiram (p<0,05) em relação a da pirapitinga
(18,05%). LAGO et al. (2008), avaliando tambaqui, pacu e seu híbrido durante
recria de 140 dias, observaram no tambaqui a proporção de cabeça de 29,4% e
27,9% para o híbrido tambacu, e comentaram que nessa fase, o maior tamanho
da cabeça é considerado ideal, por representar captura de alimentos mais
eficiente. FARIA et al. (2003), avaliando o rendimento do processamento do pacu,
obtiveram menor porcentagem de cabeça (16,57%) do que os valores
encontrados na presente pesquisa.
Quanto ao rendimento do peixe eviscerado, maior valor (p<0,05) foi
mostrado pelo o híbrido (90,64%) apenas em relação à pirapitinga (87,10%), que
por sua vez, foi semelhante (p>0,05) ao tambaqui (89,37%). O híbrido,
aparentemente, apresentou menor volume da cavidade abdominal em relação aos
exemplares puros. Isto pode ser confirmado por MORA (2005) que verificou, na
faixa de peso de 801-1000 g, o rendimento de carcaça eviscerada de 87,1% e
86,8% para o tambatinga e a pirapitinga, respectivamente, e ainda notou que para
a faixa de 1201-1400 g, o híbrido (85,7%) apresentou maior rendimento em
relação à pirapitinga (80,8%). No entanto, LAGO et al. (2008) encontraram maior
rendimento para o tambaqui (89,0%) em relação ao híbrido tambacu (86,2%) e o
pacu (84,4%). Já FARIA et al. (2003) encontraram rendimento para o pacu
eviscerado (88,98%) abaixo dos valores observados com o tambaqui e o
tambatinga no presente experimento.
Para o rendimento de filé, a pirapitinga (43,77%) deferiu tanto do
híbrido (41,89%) quanto do tambaqui (39,50%) (p<0,05). A pirapitinga, apesar do
pior rendimento de peixe eviscerado, apresentou menor proporção de cabeça e
isto foi decisivo para obter o maior rendimento de filé, propiciando maior valor
39
agregado. FARIA et al. (2003) verificaram rendimento de filé do pacu (46,73%)
superior às médias notadas nesta pesquisa.
O híbrido demonstrou rendimentos corporais com melhor proporção de
peixe eviscerado e a segunda melhor para o de filé. O tambaqui possui menor
rendimento de filé, que é justificado pela maior proporção de cabeça,
corroborando com os resultados apresentados por FARIA et al. (2003).
FIGURA 11- Médias do rendimento de peixe eviscerado (%PE),
percentual do peso de cabeça (%PC) e rendimento
de filé (%PF) apresentado pelas espécies
pesquisadas.
O tambaqui apresentou maior peso e percentual de cabeça em relação
à pirapitinga, rendimento de peixe eviscerado intermediário e menor rendimento
de filé. Portanto, é uma espécie que pode ser comercializada preferencialmente
na forma de peixe eviscerado.
O híbrido tambatinga apresentou maior percentual de cabeça em
relação à pirapitinga, maior rendimento de peixe eviscerado e rendimento de filé
intermediário. Tais dados permitem considerar que o híbrido pode ser
comercializado na forma de peixe eviscerado e também, pode ser processado e,
assim, agregar mais valor ao produto final.
A pirapitinga teve menor percentual de cabeça e rendimento de peixe
eviscerado, proporcionando maior rendimento de filé. Esses resultados permitem
40
definir que essa espécie pode ser comercializada na forma de peixe eviscerado, e
preferencialmente na forma de filé agregando mais valor ao peixe.
5.3.2 Índices biométricos
As médias dos dados do índice hepato-somático e do índice de gordura
víscero-somática das espécies pesquisadas estão expostos da TABELA 4.
TABELA 4- Médias do índice hepato-somático (IHS) e do índice de gordura
víscero-somática (IGVS) do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido
tambatinga mantidos em viveiros fertilizados na fase de engorda
Variáveis Tambaqui Pirapitinga Tambatinga CV (%) P
IHS (%) 1,4158 a 1,3802 a 1,1830 b 6,36 <0,01
IGVS (%) 2,7500 b 3,5445 a 2,7267 b 10,40 <0,01
CV = coeficiente de variação. p = nível de significância. Médias na mesma linha seguidas de
mesmas letras não diferiram entre si pelo teste t (p>0,05).
Para o índice hepato-somático (IHS) não houve diferença entre as
espécies puras (p>0,05), no entanto, o híbrido apresentou menor valor em relação
ao tambaqui e a pirapitinga (p<0,05). O tambaqui, a pirapitinga e o híbrido
apresentaram médias de 1,4158%; 1,3802% e 1,1830%, respectivamente
(FIGURA 12).
Esta variável é utilizada como forma de quantificar o estoque
energético imediato (glicogênio) em peixes, que pode ser mobilizado no período
de inverno, vitelogênese, reprodução e/ou estresse (CYRINO et al., 2000; e
QUEROL et al., 2002).
O tambaqui e a pirapitinga apresentaram altos valores para IHS,
indicando a possibilidade de maior reserva energética no fígado. Mesmo assim,
ambas as médias foram inferiores as encontradas por ITUASSU et al. (2004) que
avaliaram a privação alimentar em tambaqui, e encontraram 1,6% e 2,2%, para 0
e 14 dias de restrição, respectivamente.
Valor mais elevado (2,7%) foi encontrado por SOUZA et al. (2002), em
estudo com restrição alimentar em pacu. Segundo esses autores, a restrição
41
alimentar afeta as reservas energéticas do fígado para auxiliar a manutenção dos
processos vitais com a falta de alimento.
FIGURA 12- Médias do índice hepato-somático (%) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.
No índice de gordura víscero-somática, a pirapitinga apresentou maior
valor em relação ao tambaqui e ao híbrido (p<0,05), que por sua vez, foram
semelhantes (p>0,05). As médias para a pirapitinga, o tambaqui e o híbrido foram
de 3,54%; 2,75%; e 2,72%; respectivamente (FIGURA 13).
Nota-se que a pirapitinga possui maior capacidade de deposição de
gordura na cavidade abdominal, o que comprometeu o rendimento de peixe
eviscerado, ou seja, apresentou menor média para esta variável (p<0,05). O
tambatinga possui o menor índice gordura víscero-somática em relação às outras
espécies, o que refletiu em maior média para a variável rendimento de peixe
eviscerado (p<0,05).
A deposição de gordura na cavidade abdominal pode ser utilizada pelo
peixe em condições de restrição alimentar (SOUZA et al., 2002). O tambaqui e o
híbrido tambatinga apresentaram menores índices, indicando menor reserva
energética (gordura víscero-somática).
As médias observadas na presente pesquisa estão abaixo das
verificadas por OLIVEIRA et al. (1997) que avaliaram o índice gordura víscero-
42
somática no pacu, e observaram resultados de 4,56% e 7,58% para os meses de
maio e fevereiro, respectivamente.
Os índices de gordura víscero-somática nos três tratamentos foram
próximos aos encontrados por SOUZA et al. (2002), em pacu alimentado duas
vezes ao dia, com valores entre 2,4% a 3,0 %.
FIGURA 13- Médias do índice de gordura víscero-somática (%)
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
Os dados obtidos para os índices biométricos são insuficientes para
assegurar habilidade das espécies estudadas em usar ou manter reserva
energética imediata (do fígado) ou secundária (da gordura visceral) durante um
período crítico como baixo consumo de ração em virtude da baixa temperatura da
água. Nas condições da presente pesquisa, teria sido mais conclusivo relacionar
o IHS com os níveis de glicogênio presente no fígado e nos músculos.
5.3.3 Composição bromatológica do filé
As médias das análises da composição bromatológica dos filés estão
expostos na TABELA 5. Para as variáveis: proteína bruta e cinza, não houve
diferença entre as espécies (p>0,05).
43
TABELA 5- Médias de umidade (UM), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE) e
cinza (CZ) do filé do tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga
mantidos em viveiros fertilizados na fase de engorda
Variáveis Tambaqui Pirapitinga Tambatinga CV (%) p
UM (%) 74,97 b 74,45 b 77,51 a 1,67 0,017
PB (%) 19,45 a 18,87 a 19,77 a 9,84 0,800
EE (%) 3,79 a 3,34 ab 2,49 b 24,49 0,113
CZ (%) 1,13 a 1,14 a 1,19 a 5,02 0,311
CV = coeficiente de variação. p = nível de significância. Médias na mesma linha seguidas de
mesmas letras não diferiram entre si pelo teste t (p>0,05).
O híbrido tambatinga apresentou maior umidade (p<0,05) em relação
ao tambaqui e a pirapitinga (TABELA 5 e FIGURA 14). De acordo com
ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002), a maior porcentagem de umidade no filé pode
estar relacionado ao menor desenvolvimento das fibras musculares.
No geral, os dados de umidade se encontram acima dos verificados por
SOUZA (1998), avaliando restrição alimentar em pacu, (entre 65,02 e 72,66%);
por MEER et al. (1997) (72%), em peixes alimentados com farinha de peixe, e por
ALMEIDA & FRANCO (2006) em tambaqui (72%). ARBELÁEZ-ROJAS et al.
(2002) observaram maior teor de água corporal em peixes criados com baixa
renovação de água.
A média de extrato etéreo do tambaqui foi maior (p<0,05) que do
híbrido, no entanto, ambos foram semelhante a da pirapitinga. As porcentagens
de extrato etéreo nos filés foram de 3,79%; 3,34% e 2,49% para o tambaqui,
pirapitinga e do híbrido tambatinga, respectivamente (FIGURA 15). Estes dados
levam a acreditar que, sob as condições do presente estudo, apresentam carne
mais magra em relação ao observado por ALMEIDA & FRANCO (2006) (4,8%)
em tambaquis cultivados. SOUZA et al. (2002), avaliando ciclos de restrição
alimentar em juvenis de pacu, verificaram valores de extrato etéreo bem
superiores aos do presente estudo (entre 6,0 a 18%).
ARBELÁEZ-ROJAS et al. (2002) verificaram variação no teor de
gordura do filé em tambaqui, 1,4% a 2,41%, para sistema intensivo e semi-
intensivo, respectivamente.
Uma inversão entre umidade e extrato etéreo no filé foi observada nos
tratamentos do presente trabalho. O tambaqui obteve menor porcentagem de
44
umidade e maior teor de gordura no filé em relação ao híbrido, por outro lado, o
híbrido apresentou maior teor de umidade e menor porcentagem de extrato etéreo
em relação às outras espécies. Esses dados corroboram com os resultados
obtidos por SOUZA et al. (2002), que verificaram hidratação dos tecidos e
diminuição nos teores de extrato etéreo em pacus submetidos a períodos de
restrição alimentar.
Os níveis de proteína bruta dos filés de tambaqui, pirapitinga e do
híbrido tambatinga foram de 19,45%; 18,87% e 19,77%, respectivamente
(FIGURA 14). Estes valores são superiores aos encontrados por MEER et al.
(1997), testando farinha de peixe e farelo de soja em juvenis de tambaqui (14,1%
PB), bem como SOUZA et al. (2002), avaliando restrição alimentar em pacu (entre
13,96 e 15,48%) de proteína bruta.
FIGURA 14- Médias dos teores de umidade (%) e proteína bruta
(%) do filé apresentadas pelas espécies
pesquisadas.
O teor de cinza nos filés foram para o tambaqui, pirapitinga e o híbrido
tambatinga de 1,13%, 1,14% e 1,19%, respectivamente (FIGURA 15). SOUZA et
al. (2002), avaliando restrição alimentar em pacu, verificaram valores variando
entre 1,49-1,86% de cinza. MEER et al. (1997), testando farinha de peixe e farelo
de soja em tambaqui, observaram 3,08% de cinzas.
45
FIGURA 15- Médias dos teores de extrato etéreo (%) e cinza (%)
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
O maior percentual de umidade e a menor deposição de gordura no
tecido do filé do híbrido demonstraram a ocorrência de inversão entre essas
variáveis. Esses resultados podem indicar também que o tambatinga apresentou
baixo desenvolvimento das fibras musculares devido à maior média de umidade.
No entanto, esses dados são pouco conclusivos, ou seja, é necessário promover
pesquisas que avaliem melhor a disposição dessas espécies e do sistema de
produção para promover desenvolvimento muscular e influenciar na composição
bromatológica do filé.
5.4 Avaliação econômica
As médias das variáveis utilizadas na avaliação econômica estão
demonstradas na TABELA 6. Os custos com alevinos não variaram entre os
tratamentos (R$10,50) porque a densidade utilizada foi à mesma.
46
TABELA 6- Dados médios para quantidade e valor de ração e alevinos, biomassa
total final dos peixes (BT), receita bruta (RB), custo operacional parcial
(COP), receita líquida parcial (RLP) e incidência de custos (IC), do
tambaqui, da pirapitinga e do híbrido tambatinga mantidos em viveiros
fertilizados na fase de engorda
Ração Alevinos BT RB COP RLP IC
Tratamento
Kg
R$
(a)
Unid
R$
(b)
kg
R$
R$
(a+b)
R$ R$/kg
Tambaqui 27,36 33,10 75 10,50 20,45 81,80 43,60 38,20 2,15
Pirapitinga 28,39 34,05 75 10,50 20,08 80,32 44,55 35,77 2,25
Tambatinga 19,19 23,52 75 10,50 16,81 67,22 34,02 33,20 2,04
RB = BT x PP (preço de venda do kg de peixe); RLP = RB - COP; IC = COP/BT.
A biomassa total influenciou as variáveis receita bruta e receita líquida
parcial. A receita líquida parcial foi maior no tambaqui (R$ 38,20), média na
pirapitinga (R$ 35,77) e inferior no híbrido (R$ 33,20) (FIGURA 16). Esses dados
estão próximos a faixa de valores observados por SOUZA et al. (2003), que
obtivera receitas entre R$ 34,98 e R$ 44,92, em estudos em viveiros com a
mesma área, no entanto, com pacu submetido a restrição alimentar.
FIGURA 16- Médias da receita líquida parcial (R$) apresentadas
pelas espécies pesquisadas.
47
O item ração é o que apresenta maior importância dentro do custo de
produção, MELO et al. (2001) observaram que os gastos com alimentação
corresponde a 69,92% do total.
As despesas com ração variou entre as três espécies, sendo
determinante para as variáveis custo operacional parcial (R$) e incidência de
custos (R$/kg). A pirapitinga apresentou maior custo com ração e,
conseqüentemente, maior custo operacional parcial (R$ 34,05 e R$ 44,55),
seguido do tambaqui (R$ 33,10 e R$ 43,60) e do híbrido (R$ 23,52 e R$ 34,02),
respectivamente (TABELA 6).
A incidência de custos foi maior na pirapitinga (R$ 2,25/kg), seguida
pelo tambaqui (R$ 2,15/kg) e pelo híbrido (R$ 2,04/kg) (FIGURA 17). O tambaqui
obteve incidência de custos intermediária, no entanto, a média foi maior quando
comparado ao custo de produção (R$2,04/kg) da mesma espécie criada em
viveiros com baixa renovação de água por 240 dias (IZEL & MELO et al., 2004).
Porém, foi menor que os valores verificados com tambaquis criados em viveiros
de argila e barragens durante 12 meses (R$ 2,23/kg) (MELO et al., 2001) e em
tanques-rede durante oito meses (R$ 3,70/kg) (SILVA et al., 2007).
FIGURA 17- Médias de Indicência de custos (R$/kg)
apresentadas pelas espécies pesquisadas.
A avaliação econômica foi importante para definir a espécie que
proporciona maior retorno financeiro. O tambatinga apresentou menor custo por
48
quilo de peixe produzido, no entanto, teve baixa produção em biomassa que
proporcionou a pior receita líquida parcial e, conseqüentemente, menor
lucratividade.
A pirapitinga resultou em maior consumo de ração que refletiu em
elevado custo operacional parcial e a maior incidência de custos. Essa espécie
apresentou produção em biomassa intermediária e, conseqüentemente, receita
líquida mediana.
O tambaqui, por apresentar consumo de ração intermediário, obteve
incidência de custos mediana. Esta espécie, apesar de possuir custo de produção
superior ao híbrido, compensou com a maior biomassa que refletiu em receita
líquida parcial superior e, portanto, maior lucratividade.
49
6 CONCLUSÃO
Diante das condições experimentais do presente estudo, foi possível
concluir que o tambaqui foi à espécie que apresentou melhor desempenho
produtivo, elevado rendimento de peixe eviscerado, embora com maior teor de
gordura no filé, e maior lucratividade. Porém, a pirapitinga foi a que apresentou o
maior rendimento de filé, sugerindo maior agregação de valor com o
processamento da referida espécie.
No entanto, a baixa temperatura da água durante a condução do
experimento influenciou o desempenho das espécies e do híbrido, sugerindo a
realização de pesquisas comparando esses peixes sob as mesmas condições de
manejo propostas, em regiões com temperaturas elevadas durante todo o ano.
50
7 REFERÊNCIAS
1. ALMEIDA, N. M.; FRANCO, M. R. B. Determination of essential fatty acids in
captured and farmed tambaqui (Colossoma macropomum) from the brasilian
amazonian area. JAOCS, v.83, n.8, p.707-711, 2006.
2. ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS. Official methods of
analysis of the Official Analytical Chemists. Arlington: A.O.A.C., chapter 33,
1984.
3. ARAÚJO-LIMA, C.A.R.M.; GOMES, L.C. Tambaqui (Colossoma
macropomum). In: BALDISSEROTTO, B., GOMES, L.C. (Org.). Espécies
nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria: Editora UFMS, 2005. p.
175-202.
4. ARBELÁEZ-ROJAS, G.A.; FRACALOSSI, D.M.; FIM, J.D.I. Composição
corporal de tambaqui, Colossoma macropomum, e matrinxã, Brycon cephalus,
em sistemas de cultivo intensivo, em Igarapé, e semi-intensivo, em viveiros.
Revista Brasileira de Zootecnia, v.31, n.3, p.1059-1069, 2002.
5. ARIDE, P. H. R.; ROUBACH, R.; NOZAWA, S. R.; VAL, A. L. Tambaqui growth
and survival when exposed to different photoperiods. Acta Amazônica, v.36,
n.3, p.381-384, 2006.
6. AYROZA, L.M.S.; FURLANETO, F.P.B; AYROZA, D.M.M.R.; SUSSEL, F.R.
Piscicultura no médio Paranapanema: situação e perspectivas. Disponível em:
ftp://ftp.sp.gov.br/ftppesca/piscicultura_paranapanema.pdf. Acesso em 10 mai.
2007.
7. BALDISSEROTTO, B. Fisiologia de peixes aplicada à piscicultura. Santa
Maria: Ed. UFSM, 2002, 212p.
8. BOTERO, M., FRESNEDA, A., MONTOYA, A. F., ÁNGEL, M. O. Descripción
del desarrollo embrionário de zigotos híbridos obtenidos por el cruce de
machos de Cachama Blanca (Piaractus brachypomus) y hembras de Cachama
Negra (Colossoma macropomum). Revista Colombiana Ciência Pecuária,
Medellín, v.17, (Suplemento), p.38-45, 2004.
9. BOZANO, G. L. N.; CYRINO, J. E. P. Produção intensiva de peixes em
tanques-rede e gaiolas – Estudo de casos. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E
NUTRIÇÃO DE PEIXES, 3, 1999, Campinas. Anais... Campinas: CBNA, 1999.
p. 53-60.
10. CARNEIRO, P. C. F. et al. Estudo de caso de criação comercial de tilápia
vermelha em tanques-rede – Avaliação econômica. Inf. Econ. São Paulo,
v.29, n.3, p.52-61, 1999.
51
11. CHAGAS, E.C.; GOMES, L.C.; MARTINS-FILHO, H.; ROUBACH, R.;
LOURENÇO, J.N.P. Desempenho de tambaqui cultivado em tanques-rede, em
lago de várzea, sob diferentes taxas de alimentação. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, Brasília, v.40, n.8, p. 833-835, ago. 2005.
12. CONTRERAS-GUZMÁN, E. S. Bioquímica de pescados e derivados.
Jaboticabal: FUNEP. 1994, 409p.
13. CREPALDI, D.V.; MIRANDA, M.O.T.; RIBEIRO, L.P.; TEIXEIRA, E.A.; MELO,
D.C.; SOUSA, A.B. Comparação do desempenho de surubim puro,
Pseudoplatystoma coruscans” e o híbrido “P. coruscans x Pseudoplatystoma
fasciatum” em três densidades de estocagem. In: REUNIÃO ANUAL DA
SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 41., 2004, Campo Grande.
Anais eletrônicos... [CD-ROM], Campo Grande, SBZ, 2004.
14. CRESCÊNCIO, R. Ictiofauna Brasileira e seu potencial para criação. In:
BALDISSEROTTO, B., GOMES, L.C. (Org.). Espécies nativas para
piscicultura no Brasil. Santa Maria: Editora UFMS, 2005, p. 23-36.
15. CYRINO, J. E. P.; PORTZ, L.; MARTINO, R. C. Retenção de proteína e
energia em juvenis de “Black bass” Micropterus salmoides. Scientia Agricola,
v.57, n.4, p.609-616, out./dez. 2000.
16. FARIA, R. H. S. A.; SOUZA, M. L. R.; WAGNER, P. M.; POVH, J. A.;
RIBEIRO, R. P. Rendimento do processamento da tilápia do Nilo (Oreochromis
niloticus Linnaeus, 1757) e do pacu (Piaractus mesopotamicus Holmberg,
1887). Acta Scientiarum. Animal Sciences, Maringá, v.25, n.1, p.21-24,
2003.
17. FERNANDES, J. B. K.; LOCHMANN, R.; BOCANEGRA, F. A. Apparent
digestible energy and nutrient digestibility coefficients of diet ingredients for
pacu Piaractus brachypomus. Journal of the World Aquaculture Society.
v.35, n.2, June, 2004.
18. FRITSCH, J. In: BALDISSEROTTO, B., GOMES, L.C. (Org.). Espécies
nativas para piscicultura no Brasil. Santa Maria: Editora UFMS, 2005, p. 13-
14.
19. GOMES, L. C.; CHAGAS, E. C.; MARTINS-JUNIOR, H.; ROUBACH, R.; ONO,
E. A.; LOURENÇO, J. N. P. Cage culture of tambaqui (Colossoma
macropomum) in a central Amazon floodplain lake. Aquaculture, v.253, p.374-
384, 2006.
20. GRANADO, A. Efecto de La densidad de cultivo sobre el crecimiento del
morocoto, Piaractus brachypomus, CUVIER, 1818, (PISCES:
CHARACIFORMES), confinado en jaulas flotantes. Saber, v.12, n.2, p.3-7,
2000.
52
21. GUERRA, H.F., ALCANTARA, F.B., SANCHEZ, H.R., AVALOS, S.Q.
Hibridacion de paco, Piaractus brachypomus (Cuvier, 1818) por gamitana,
Colossoma macropomum (Cuvier, 1818) en Iquitos – Peru. Folia Amazonica.
Iquitos, v.4, n.1, p.107-114, 1992.
22. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE:
Indicadores Agropecuária – Levantamento Sistemático da Produção Agrícola
2009 [on-line], 2009. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/indicadores/agropecuaria/lspa/lspa_20
0902comentarios.pdf. Acesso em: 22 fev. 2009.
23. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA: Diretoria de fauna e recursos hídricos
pesqueiros. Estatística da Pesca 2005 [on-line], 2005. Disponível em:
http://200.198.202.145/seap/Dados_estatísticos/boletim2005a(tabela).pdf.
Acesso em: 08 mai. 2007.
24. INSTITUTO BRASILEIRO DO MEIO AMBIENTE E DOS RECURSOS
NATURAIS RENOVÁVEIS – IBAMA: Estatística da Pesca 2006 Brasil:
grandes regiões e unidades de federação. Brasília: IBAMA, 2008. 174p.
25. ITUASSÚ, D.R.; SANTOS, G.R.S.; ROUBACH, R.; PEREIRA-FILHO, M.
Desenvolvimento de tambaqui submetido a períodos de privação alimentar.
Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.39, n.12, p. 1199-1203, dez.
2004.
26. IZEL, A.C.U.; MELO, L.A.S. Criação de tambaqui (Colossoma macropomum)
em tanques escavados no Estado do Amazonas. [on-line]. Manaus: Embrapa
Amazônia Ocidental, 2004. Disponível em:
http://www.cpaa.embrapa.br/servicos/livraria/arquivos_gratis/Doc_32.pdf.
Acesso em: 10 dez. 2008.
27. KUBITZA, F. Coletânea de informações aplicadas ao cultivo do tambaqui, do
pacu e de outros peixes redondos. Panorama da Aqüicultura. Rio de Janeiro,
v.14, n.82, p. 49-55, mar/abr. 2004a.
28. KUBITZA, F. Controle financeiro na aqüicultura. Jundiaí: F. Kubitza, 2004b.
79p.
29. KUBITZA, F. Nutrição e alimentação dos peixes cultivados. 3.ed. Jundiaí:
F. Kubitza, 1999. 123p.
30. KUBITZA, F.; LOVSHIN, L.L.; ONO, E.A.; SAMPAIO, A.V. Planejamento da
produção de peixes. 3.ed. Jundiaí: F.Kubitza, 1999, 77p.
31. KUBITZA, F. Qualidade da Água na Produção de Peixes. Campo Grande: F.
Kubitza, 1998, 60p.
32. LAGLER, K.F., BARDACH, J.E., MILLER, R.R., PASSINO, D.R.M.
Ichthyology. 2.ed. New York: JOHN WILEY & SONS, 1977, p. 388-390.
53
33. LAGO, A. A.; REIS-NETO, R. V.; FREITAS, R. T. F.; SERAFINI, M. A.;
ARAÚJO, M. G.; PIMENTA, M. E. S. G.; ALLAMAN, I. B. Avaliações das
proporções corporais de juvenis de Pacu (Piaractus mesopotamicus),
Tambaqui (Colossoma macropomum) e seus híbridos. In: REUNIÃO ANUAL
DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 45., 2008, Lavras. Anais
eletrônicos... [CD-ROM], Lavras, SBZ, 2008.
34. MEER, M. B. V.; HERWAARDEN; H.; VERDEGEM, M. C. J. Effect of number
of meals and frequency of feeding on voluntary feed intake of Colossoma
macropomum (Cuvier). Aquaculture Research, v.28, p.419-432, 1997.
35. MELO, L.A.S.; IZEL, A.C.U.; RODRIGUES, F.M. Criação de tambaqui
(Colossoma macropomum) em viveiros de argila/barragens no estado do
Amazonas [on-line]. Manaus: Embrapa Amazônia Ocidental, 2001. Disponível
em:
http://www.cpaa.embrapa.br/serviços/livraria/arquivos_gratis/Doc%2018.pdf.
Acesso em: 10 abr. 2007.
36. MORA, J.A. Rendimento de la canal em cachama blanca (Piaractus
brachypomus) y el híbrido Colossoma macropomum x P. brachypomus.
Procesamiento primario y productos con valor agregado. Bioagro,
Barquisimeto-Venezuela ,v.17, n.3, p.161-169, 2005.
37. NUNES, E.S.; CAVERO, B.A.; PEREIRA-FILHO, M.; ROUBACH, R. Enzimas
digestivas exógenas na alimentação de juvenis de tambaqui. Pesquisa
Agropecuária Brasileira. Brasília, v.41, n.1, p. 139-143, jan. 2006.
38. OLIVEIRA, E. G.; URBINATI, E. C.; SOUZA, V. L. ROVIERO, D. P. Índice
gordura-víscero-somático e níveis de lipídio total em diferentes tecidos de
pacu (Piaractus mesopotamicus, HOLMBERG, 1887). Boletim do Instituto da
Pesca, v.24, especial, p.97-103, 1997.
39. OSTRENSKY, A.; BOEGER, W. Piscicultura: fundamentos e técnica de
manejo. Guaíba: Editora Agropecuária, 1998, p.211.
40. PADILLA, P. P. Efecto del contenido proteico y energético de dietas en el
crecimiento de alevinos de gamitana (Colossoma macropomum). Folia
Amazónica, v.10, n.1-2, p.81-90, 2000.
41. PADILLA, P. P.; ALCÁNTARA, F. B.; GARCÍA, J. T. Sustitución de La harina
de pescado por ensilado biológico de pescado en raciones para juveniles de
gamitana, Colossoma macropomum. Folia Amazónica, v.10, n.1-2, p.225-
240, 2000.
42. PALACIOS, M. E.; DABROWSKI, K.; ABIADO, M. A. G.; LEE, K. J. Effect of
diets formulated with native Peruvian plants on growth and feeding efficiency of
red pacu (Piaractus brachypomus) juveniles. Journal of the World
Aquaculture Society. V.37, n.3, p.246-255, 2006.
54
43. PEREIRA, J.C.C. Melhoramento genético aplicado à produção animal.
Belo Horizonte: JCCPereira, 1996. 146p.
44. PEZZATO, L. E. O estabelecimento das exigências nutricionais das espécies
de peixes cultivadas. In: SIMPÓSIO SOBRE MANEJO E NUTRIÇÃO DE
PEIXES, 1., Piracicaba, 1997. Anais... Piracicaba: CBNA, 1997. P.45-62.
45. PINHEIRO, M.H.P.; SILVA, J.W.B.; NOBRE, M.I.S.; PINHEIRO, F.A. Cultivo
do híbrido tambaqui, Colossoma macropomum CUVIER, 1818, com a
pirapitinga, C. brachypomum CUVIER, 1818, na densidade de 5.000
peixes/ha. Ciência Agronômica, Fortaleza, v.22, n.1/2, p. 77-87, jun/dez.
1991.
46. PORTO, M.S.A. Indicadores de estresse em peixes da Amazônia:
sensibilidade em face do tipo de estressor. 2005. 38 f. Dissertação
(Mestrado em Biotecnologia) – Instituto Nacional de Pesquisa da Amazônia,
Universidade Federal do Amazonas, Manaus.
47. QUEROL, M. V. M.; QUEROL, E.; GOMES, N. N. A. Fator de condição
gonadal, índice hepatossomático e recrutamento como indicadores do período
de reprodução do Loricariichthys platymetopon (Osteichthyes, Loricariidae),
Bacia do Rio Uruguai Médio, Sul do Brasil. Iheringia, Sér. Zool., Porto Alegre,
v.92, n.3, p.79-84, 2002.
48. REIS-NETO, R.V., SERAFIM, M., FREITAS, R.T.F., ALLAMAN, I.B., ARAÚJO,
M.G., SANTOS, V.B., FREATO, T.A., ROSSATO, L.V. Efeito dos cruzamentos
de pacu Piaractus mesopotamicus com tambaqui Colossoma macropomum
sobre os rendimentos corporais e peso de juvenis aos 140 dias de idade. In:
CONGRESSO BRASILEIRO DE PRODUÇÃO DE PEIXES NATIVOS DE
ÁGUA DOCE. 1., 2007, Dourados. Anais eletrônicos... [CD-ROM], Dourados:
EMBRAPA, 2007.
49. SALES, D.S. Aqüicultura desenvolvida precisa de software específico. In:
Anuário da Pecuária Brasileira – Anualpec 2006. São Paulo: Prol Editora
Gráfica, 2006. p.287-290.
50. SANTOS, A.B.; MELO, J. F.B.; LOPES, P.R.S.; MALGARIM, B. Composição
química e rendimento do filé da traíra (Hoplias malabaricus). Revista da
FZVA, Uruguaiana, v.7/8m p. 140-150, 2000/2001.
51. Statistica Analysis System - SAS, Version 2.1.40. SAS Institute Inc., Cary,
NC, USA, 2004.
52. SCORVO-FILHO, J.D. Panorama da Aqüicultura Nacional. In: Informes
Técnicos – Associação Catarinense de Aqüicultura, 2003. Disponível em:
http://www.acaq.org.br/arquivos/Panorama_aquicultura_nacional.PDF. Acesso
em: 18 mai. 2007.
55
53. SENHORINI, J.A.; FIGUEIREDO, G.M.; FONTES, N.A.; CAROLSFELD, J.
Larvicultura e alevinagem do pacu, Piaractus mesopotamicus (HOLMBERG,
1887), tambaqui, Colossoma macropomum (CUVIER, 1818) e seus híbridos.
Boletim Técnico CEPTA, Pirassununga, v.1, n.2, p. 19-30, jul/dez, 1988.
54. SILVA, C. R.; GOMES, L. C.; BRANDÃO, F. R. Effect of feeding rate and
frequency on tambaqui (Colossoma macropomum) growth, production and
feeding costs during the first growth phase in cages. Aquaculture, v.264,
p.135-139, 2007.
55. SILVA, J.W.B.; CAMINHA, M.I.O.; NOBRE, M.I.S.; BARROS-FILHO, F.M.
Resultados de um ensaio sobre o cultivo do híbrido do tambaqui, Colossoma
macropomum CUVIER, 1818, com a pirapitinga C. brachypomum CUVIER,
1818, realizado no centro de pesquisa ictiológico “Rodolpho Von Ihering”
(Pentecostes, Ceará, Brasil). Ciência Agronômica. Fortaleza, v.17, n.2, p.7-
18, dez. 1986.
56. SILVA, P. C.; KRONKA, S. N.; SIPAÚBA-TAVARES, L. H.; SILVA-JUNIOR, R.
P.; SOUZA, V. L. Avaliação econômica da produção de tilápia (Oreochromis
niloticus) em sistema “raceway”. Acta Scientiarum. Animal Sciences,
Maringá, v.25, n.1, p.9-13, 2003.
57. SILVA, P.C., PÁDUA, D.M.C., FRANÇA, A.F.S., PÁDUA, J.T., SOUZA, V.L.
Milheto (Pennisetum americanum) como substituto do milho (Zea mays) em
rações para alevinos de tambacu (híbrido Colossoma macropomum fêmea X
Piaractus mesopotamicus macho). ARS Veterinária, v.16, n.2, p.146-153,
2000.
58. SILVA-ACUÑA, A.; GUEVARA, M. Evaluación de dos dietas comerciales sobre
el crecimiento del híbrido de Colossoma macropomum x Piaractus
brachypomus. Zootecnia Tropical, Maracay, v.20, n.4, 2002.
59. SIPAÚBA-TAVARES, L. H. Limnologia aplicada à aqüicultura. Jaboticabal:
FUNEP, 1994, 70p.
60. SOLIMAN, A. K.; ATWA, A. M. F.; ABAZA, M. A. Partial replacement of fish
meal proteína with Black seed meal proteína, with and without lisien and
methionine supplementation, in diets of Nile Tilapia (Oreochromis niloticus). In:
TILAPIA AQUACULTURE – INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON TILAPIA
AQUACULTURE, 5, 2000, Rio de Janeiro. Proceedings... Rio de Janeiro, RJ,
2000, v.1, p.187-196.
61. SOUZA, V. S. Efeito da restrição alimentar e da realimentação no
crescimento e metabolismo energético de juvenis de pacu (Piaractus
mesopotamicus HOLMBERG, 1887). 1998. 118 f. Tese (Doutorado em
Aqüicultura) – Universidade Estadual Paulista, Centro de Aqüicultura,
Jaboticabal.
56
62. SOUZA, M. L. R.; LIMA, S.; FURUYA, W. M.; PINTO, A. A.; LOURES, B. T. R.
R.; POVH, J. A. Estudo de carcaça do bagre africano (Clarias gariepinus) em
diferentes categorias de peso. Acta Scientiarum. Animal Science, v.21, n.2,
p.637-644, 1999.
63. SOUZA, R.A.L.; MELO, J.S.C.; PEREIRA, J.A.; PERET, A.C. Determinação da
densidade de estocagem de alevinos de tambaqui Colossoma macropomum
CUVIER, 1818 (Pisces, Characidae), no estado do Pará – Brasil. Boletim
Técnico do CEPTA, Pirassununga, v.11, p.39-48, 1998.
64. SOUZA, V.L., URBINATI, E.C.; GONÇALVES, D.C.; SILVA, P.C. Composição
corporal e índices biométricos do pacu, Piaractus mesopotamicus Holmberg,
1887 (Osteichthyes, Characidae) submetido a ciclos alternados de restrição
alimentar e realimentação. Acta Scientiarum, Maringá, v.24, n.2, p.533-540,
2002.
65. SOUZA, V.L., URBINATI, E.C.; MARTINS, M.I.E.G.; SILVA, P.C. Avaliação do
crescimento e do custo da alimentação do pacu (Piaractus mesopotamicus
Holmberg, 1887) submetido a ciclos alternados de restrição alimentar e
realimentação. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.1, p. 19-28, 2003.
66. STEFFENS, W. Principios fundamentales de La alimentación de los
peces. Zaragoza: Acribia, 1987. 350p.
67. VAL, A.L.; ROLIM, P.R.; RABELO, H. Situação atual da aqüicultura na região
norte. In: VALENTI, W.C.; POLI, C.R.; PEREIRA, J.A.; BORGHETTI, J.R.
(Ed.). Aqüicultura no Brasil: bases para um desenvolvimento sustentável.
Brasília: CNPq/MCT, p. 247-266, 2000.
68. VAL. A. L.; VAL-ALMEIDA, V. M. F. Fishes of the Amazon and their
environment: physiological and biochemical aspects. Springer:
Heidelberg, 1995, 224p.
69. VÀLQUEZ-TORRES, W. A pirapitinga: reprodução e cultivo. In:
BALDISSEROTTO, B.; GOMES, L.C. Espécies natives para piscicultura no
Brasil. Santa Maria: Editora UFMS, 2005, p.203-224.
70. WANG, J., XIA, D. Studies on fish heterosis with DNA fingerprinting.
Aquaculture Research, v.33, n.12, p.942-947, 2002.
57
8 ANEXOS
FIGURA 18-Exemplar de tambaqui (Colossoma
macropomum) ao final do experimento.
FIGURA 19-Exemplar de pirapitinga (Piaractus
brachypomum) ao final do experimento.
FIGURA 20-Exemplar do híbrido tambatinga (C.
macropomum x P. brachypomum) ao final do
experimento.
Livros Grátis
( http://www.livrosgratis.com.br )
Milhares de Livros para Download:
Baixar livros de Administração
Baixar livros de Agronomia
Baixar livros de Arquitetura
Baixar livros de Artes
Baixar livros de Astronomia
Baixar livros de Biologia Geral
Baixar livros de Ciência da Computação
Baixar livros de Ciência da Informação
Baixar livros de Ciência Política
Baixar livros de Ciências da Saúde
Baixar livros de Comunicação
Baixar livros do Conselho Nacional de Educação - CNE
Baixar livros de Defesa civil
Baixar livros de Direito
Baixar livros de Direitos humanos
Baixar livros de Economia
Baixar livros de Economia Doméstica
Baixar livros de Educação
Baixar livros de Educação - Trânsito
Baixar livros de Educação Física
Baixar livros de Engenharia Aeroespacial
Baixar livros de Farmácia
Baixar livros de Filosofia
Baixar livros de Física
Baixar livros de Geociências
Baixar livros de Geografia
Baixar livros de História
Baixar livros de Línguas
Baixar livros de Literatura
Baixar livros de Literatura de Cordel
Baixar livros de Literatura Infantil
Baixar livros de Matemática
Baixar livros de Medicina
Baixar livros de Medicina Veterinária
Baixar livros de Meio Ambiente
Baixar livros de Meteorologia
Baixar Monografias e TCC
Baixar livros Multidisciplinar
Baixar livros de Música
Baixar livros de Psicologia
Baixar livros de Química
Baixar livros de Saúde Coletiva
Baixar livros de Serviço Social
Baixar livros de Sociologia
Baixar livros de Teologia
Baixar livros de Trabalho
Baixar livros de Turismo