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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
UNIVERSIDADE FEDERAL DE PELOTAS
INSTITUTO DE BIOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FISIOLOGIA VEGETAL
ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE GENÓTIPOS DO GÊNERO
Plectranthus
JULIANA DE MAGALHÃES BANDEIRA
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Pelotas, sob a orientação da
Profª. Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga,
como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Fisiologia Vegetal,
para obtenção do título de Mestre em
Ciências (M.Sc.).
PELOTAS
Rio Grande do Sul – Brasil
Março de 2007
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Dados de catalogação na fonte:
Ubirajara Buddin Cruz – CRB 10/901
Biblioteca de Ciência & Tecnologia - UFPel
B214a Bandeira, Juliana de Magalhães
Análise da diversidade genética entre genótipos do gênero
Plectranthus / Juliana de Magalhães Bandeira ; orientador
Eugenia Jacira Bolacel Braga ; co-orientador José Antonio
Peters, Valmor João Bianchi. – Pelotas, 2007. – 60f. – Disser-
tação (Mestrado). Programa de Pós-Graduação em Fisiologia
Vegetal. Instituto de Biologia. Universidade Federal de Pelo-
tas. Pelotas, 2007.
1.Fisiologia vegetal. 2. Plectranthus. 3.RAPD. 4.Cultura
in vitro. 5.Extração de óleos essenciais. 6.Diversidade genéti-
ca. I.Peters, José Antonio. II.Bianchi, Valor João. III.Título
CDD: 581.15
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JULIANA DE MAGALHÃES BANDEIRA
ANÁLISE DA DIVERSIDADE GENÉTICA ENTRE GENÓTIPOS DO GÊNERO
Plectranthus
Dissertação apresentada à Universidade
Federal de Pelotas, sob a orientação da
Profª. Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga,
como parte das exigências do Programa
de Pós-graduação em Fisiologia Vegetal,
para obtenção do título de Mestre em
Ciências (M.Sc.).
Aprovada : 26 de março de 2007
_____________________________ ___________________________
Dr. Ariano Martins de Magalhães Jr. Dr
a
. Rosa Lia Barbieri
______________________________ ___________________________
Dr
a
. Beatriz Helena Gomes Rocha Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga
(Orientadora)
iii
Aos meus pais, Celso e Ieda,
Aos meus irmãos, Rafael, Carolina, Letícia e Felipe
Dedico.
Ao meu namorado, Sérgio e amigos
Ofereço.
iv
AGRADECIMENTOS
À Universidade Federal de Pelotas (UFPel), através do Departamento de
Botânica, pela oportunidade e estrutura para realização deste trabalho.
À CAPES pela concessão da bolsa de estudos.
À Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga pela orientação, colaboração,
incentivo, auxílio e amizade, assim como aos professores co-orientadores Dr.
José Antonio Peters e Dr. Valmor João Bianchi.
Ao Dr. Marcos Antonio Bacarin pelo empréstimo das dependências do
Laboratório de Metabolismo Vegetal e materiais necessários para o
desenvolvimento de parte da pesquisa.
Aos professores, colegas e funcionários do Curso de Pós-Graduação em
Fisiologia Vegetal pelo aprendizado, amizade e incentivo.
Aos colegas e amigos do Laboratório de Cultura de Tecidos de Plantas
pelo auxílio e incentivo, os quais se fizeram presentes em todos os momentos
desta caminhada. Em especial ao Alexandre de Carvalho, Antelmo Ralph
Falqueto, Cláudia Simone Madruga Lima, Fabrizio da Fonseca Barbosa,
Guilherme Cardoso, Isabel Corrêa da Silva Rodrigues, Letícia Mascarenhas
Pereira Barbosa, Márcia Vaz Ribeiro e Silvia Rubin.
E, é claro, a todos que de alguma forma contribuíram para realização
deste trabalho.
v
ÍNDICE
LISTA DE ABREVIATURAS vii
SUMÁRIO viii
SUMMARY x
1 INTRODUÇÃO 1
2 REVISÃO DE LITERATURA 6
3 MATERIAL E MÉTODOS 11
3.1 Análise da similaridade genética de quatro espécies do gênero
Plectranthus 11
3.1.1 Material vegetal 11
3.1.2 Extração de DNA 12
3.1.3 Amplificação do DNA pela técnica de RAPD (Randomly Amplified
Polymorphic DNA) 13
3.2 Avaliação do teor do óleo essencial de quatro espécies do nero
Plectranthus 15
3.2.1 Material vegetal 16
3.2.2 Determinação do teor de água 16
3.2.3 Extração, separação e quantificação do óleo essencial 16
3.3 Estabelecimento in vitro de três espécies do gênero Plectranthus
18
3.3.1 Material Vegetal
18
vi
3.3.2 Desinfestação do material vegetal para inoculação in vitro 19
3.3.3 Meio de cultivo para estabelecimento de gemas e meristemas 19
3.3.4 Meios alternativos para estabelecimento do P. grandis e P.
barbatus 20
3.3.5 Avaliações dos experimentos de estabelecimento in vitro 21
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 22
4.1 Análise da similaridade genética de quatro espécies do gênero
Plectranthus 22
4.1.1 Caracterização molecular 22
4.2 Avaliação do teor do óleo essencial de quatro espécies do nero
Plectranthus 30
4.2.1 Determinação do teor de água 30
4.2.2 Extração, separação e quantificação do óleo essencial 31
4.3 Estabelecimento in vitro de três espécies do gênero Plectranthus
32
4.3.1 Estabelecimento de gemas e meristemas in vitro 32
4.3.2 Estabelecimento do P. grandis e P. barbatus em meios
alternativos 34
5 CONCLUSÕES 39
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 40
vii
LISTA DE ABREVIATURAS
MS meio de cultura de Murashige & Skoog
WPM meio de cultura de Lloyd & McCown
ANA ácido α-naftalenoacético
BAP 6-benzilaminopurina
AG
3
ácido giberélico
g L
-1
grama(s) por litro
mg L
-1
miligrama(s) por litro
µg µL
-1
micrograma(s) por microlitro
ng µL
-1
nanograma(s) por microlitro
µg mL micrograma(s) por mililitro
µL microlitro(s)
mM milimolar
mL mililitro(s)
mg miligrama(s)
µmol m
-2
s
-1
micromol por metro ao quadrado por segundos
°C graus Celsius
V volts
cm centímetros
mm milímetro(s)
rpm rotações por minutos
b.s. base seca
b.u. base úmida
viii
SUMÁRIO
BANDEIRA, Juliana de Magalhães, M.Sc. Universidade Federal de Pelotas,
março de 2007. Análise da diversidade genética entre genótipos do gênero
Plectranthus. Orientadora: Profª. Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga.
Conselheiros: Dr. José Antonio Peters e Dr. Valmor João Bianchi.
Plantas medicinais são amplamente utilizadas pela população, pois são
importantes fontes de produtos químicos naturais. Entretanto, podem
apresentar problemas na sua utilização com relação à qualidade e à identidade
genética do material vegetal. Técnicas moleculares auxiliam na identificação de
espécies através da construção das impressões digitais, enquanto que a
cultura de tecidos tem importante papel por proporcionar produção massiva de
plantas, livres de agentes patogênicos e geneticamente uniformes. O gênero
Plectranthus abrange espécies que são referidas como boldo por possuírem
propriedades anti-dispépticas, analgésicas e estimulantes da digestão. O
objetivo deste trabalho foi avaliar a diversidade genética entre quatro espécies
do gênero Plectranthus, através da cnica de RAPD, analisar
quantitativamente seus óleos essenciais e a micropropagação in vitro. A
extração de DNA e amplificação foi realizada pela técnica de RAPD, de quatro
espécies de Plectranthus (P. grandis, P. barbatus, P. neochilus e P.
amboinicus). O óleo essencial destas espécies foi extraído através da
hidrodestilação. Para o estabelecimento de gemas e meristemas de P.
grandis, P. barbatus e P. neochilus foram utilizados os meios MS e MS
suplementado com 0,1 mg L
-1
de BAP, 0,01 mg L
-1
de ANA e 0,1 mg L
-1
de
AG
3
, respectivamente. Como meios alternativos para o estabelecimento de
gemas do P. grandis e P. barbatus, foram utilizados os meios MS e WPM
íntegros e com ¾ da força de seus sais, combinados com 30 e 50 g L
-1
de
sacarose. Maior similaridade genética foi observada entre as espécies P.
neochilus e P. amboinicus (80%), seguido de P. grandis e P. barbatus (77%).
Quanto à concentração de óleo essencial, P. neochilus foi o que apresentou
maior valor (0,43% b.s.), comparado a P. grandis com valores bem menores
ix
(0,09% b.s.). Após 40 dias de cultivo, P. neochilus foi a espécie com melhor
multiplicação no meio MS, enquanto para P. grandis e P. barbatus o meio
alternativo, WPM ¾ com 30 g L
-1
de sacarose apresentou melhor condição
para o desenvolvimento de ambas as espécies. A variabilidade detectada
através da análise de RAPD e a diversidade de respostas obtidas durante a
multiplicação in vitro permitiram uma clara separação entre as quatro espécies
analisadas.
x
SUMMARY
BANDEIRA, Juliana de Magalhães, M.Sc. Universidade Federal de Pelotas,
march, 2007. Analysis of genetic diversity among genotypes of
Plectranthus. Advisor: Drª. Eugenia Jacira Bolacel Braga. Co-advisors: Dr.
José Antonio Peters e Dr. Valmor João Bianchi.
Medicinal plants are widely used, therefore they are important sources of
natural chemical products. However, they can present problems in their use
with regard to quality and to genetic identity of the vegetal material. Molecular
techniques contribute in the identification of species through the construction of
fingerprints, whereas the tissue culture has important hole for providing massive
production of plants, free of pathogenic agents and genetically uniforms.
Plectranthus includes species that are commonly know as “boldo” for having
anti-dyspeptics and analgesic properties, and stimulant of digestion. The aim of
this work was to evaluate the genetic diversity among four species of
Plectranthus genus, through RAPD technique and quantitative analysis of their
essential oils and to verify the in vitro micropropagation. The DNA extraction
and amplification of four Plectranthus species (P. grandis, P. barbatus, P.
neochilus e P. amboinicus) was carried out by RAPD. The essential oil of these
species was extracted by hidrodestilation. For the establishment of axillaries
buds and meristems of P. grandis, P. barbatus and P. neochilus, MS and MS
medium supplemented with 0.1 mg L
-1
of BAP, 0.01 mg L
-1
of ANA and 0.1 mg
L
-1
of GA
3
, were used respectively. As alternative medium for the establishment
of axillaries buds of P. grandis and P. barbatus, the MS and WPM medium were
used complete and with ¾ of the concentration of their salts, combined with 30
and 50 g L
-1
of sucrose. Higher genetic similarity was observed between
species P. neochilus and P. amboinicus (80%), followed by P. grandis and P.
barbatus (77%). Regarding the essential oil concentration, the P. neochilus
presented higher value (0.43% b.s.), compared with the P. grandis with lower
values (0.09% b.s.). After 40 days of culture, the P. neochilus was the species
with better multiplication in MS medium, while for P. grandis and P. barbatus the
alternative medium WPM¾ with 30 g L
-1
of sucrose presented better condition
xi
for the development of both species. The variability detected by RAPD and the
diversity of answers obtained during in vitro multiplication, allowed a clear
separation among the four analyzed species.
1 INTRODUÇÃO
A adoção da fitoterapia com orientação científica, para o uso imediato de
vegetais, garante a utilização correta das plantas medicinais com eficácia e
qualidade, contribuindo para a melhoria do vel da saúde. De acordo com
Lorenzi & Matos (2002) um dos maiores problemas da utilização de plantas
medicinais é relativo à identidade destes vegetais. A fitoterapia é baseada em
nomes populares os quais podem variar de acordo com a região. Tais
interpretações taxonômicas errôneas podem induzir a utilização de uma planta
sem o princípio ativo desejado ou, ainda, a utilização de uma planta perigosa.
Por isso, a identificação correta dos vegetais é de suma importância.
Através do desenvolvimento da biotecnologia, diversas técnicas de
marcadores moleculares têm permitido indicar com precisão as variações
genéticas presentes no DNA de qualquer organismo. Quando marcadores
moleculares são utilizados, a possibilidade de identificação de genótipos
aumenta consideravelmente para todas as espécies (Mulcahy et al., 1993).
Marcadores moleculares são pontos de referência nos cromossomos, ou seja,
são seqüências de DNA que podem ser utilizadas para detectar diferenças
entre dois ou mais indivíduos (Castro & Ferreira, 2001).
Técnicas moleculares são largamente utilizadas a fim de caracterizar
plantas, assim como para estudar sua filogenia. A análise de RAPD (Random
Amplified Polymorphic DNA) oferece vantagens por ser tecnicamente simples e
2
2
de rápida execução, além de não requerer nenhuma informação prévia acerca
da seqüência alvo, por utilizar primers curtos de seqüências arbitrárias (Welsh
& McClelland, 1990; Williams et al., 1990; Nakajima et al., 1998). Esta técnica é
baseada na reação de polimerase em cadeia (PCR), a qual promove a
amplificação do DNA, permitindo a comparação direta dos alelos, através da
composição dos nucleotídeos da seqüência. Desta forma, podem-se comparar
os organismos em nível molecular sem a influência do meio ambiente ou da
idade do tecido (Ferreira & Grattapaglia, 1995).
No início da década de 90, técnicas usadas para distinguir cultivares ao
nível de DNA permitiram acessar a variabilidade genética dentro do pool gênico
de espécies cultivadas, assim como identificar a diversidade disponível em
bancos de germoplasma e populações naturais de plantas (Salla et al., 2002).
A demanda de plantas medicinais para utilização na cura ou prevenção
de doenças, torna o cultivo e o extrativismo destes vegetais uma prática cada
vez mais executada na agricultura nacional. No entanto, a exploração de
plantas medicinais da flora brasileira, através da extração direta, nos
ecossistemas tropicais, tem levado à redução drástica das populações naturais
dessas espécies, seja pelo processo predatório de exploração, ou pelo
desconhecimento dos mecanismos de perpetuação das mesmas. Dessa forma,
se faz necessário a domesticação e o cultivo para a obtenção da matéria-prima
de interesse farmacêutico, incorporando a conservação de genótipos em
bancos de germoplasma, juntamente com a implantação de reservas genéticas
(Reis & Mariot, 2002; Castro et al., 2004).
Diante da crescente demanda econômica mundial, esforços de
pesquisadores e estudiosos são requeridos, no intuito de fornecer informações
relativas às plantas de uso medicinal, sendo que a inexistência de material para
propagação com controle fitossanitário é um dos maiores problemas enfrentado
pelos seus produtores (Montanari Jr., 2003).
A multiplicação in vitro tem a finalidade de produzir plantas em larga
escala, com qualidades morfológicas e fisiológicas, garantindo o mínimo de
variação somaclonal, evitando a extração predatória. Estes objetivos são
alcançados através do controle da composição do meio, das condições da
planta matriz, considerando a qualidade e origem dos explantes (Torres et al.,
1998; Kerbauy, 1999).
3
3
A utilização de plantas medicinais que tiveram o valor dos fármacos
confirmados esbarra na dificuldade de obtenção de matéria prima de qualidade
e na quantidade necessária para suprir a demanda requerida pelo mercado
nacional e internacional. Para se ter uma produção confiável de drogas
terapêuticas, é recomendado o cultivo em larga escala de plantas medicinais
(Mantel et al., 1985; Lindsey & Jones, 1985; Corrêa, 1994; Amaral & Silva,
2003).
A micropropagação tem sido direcionada a atividades comerciais,
objetivando a limpeza clonal e multiplicação de espécies ornamentais,
florestais, agronômicas e medicinais. A micropropagação de espécies
aromáticas e medicinais justifica-se pela crescente demanda da indústria
farmacêutica por plantas indexadas, livres de vírus, com alta qualidade
fitossanitária, fisiológica e morfológica, podendo ter a capacidade de síntese de
metabólitos secundários potencializada, através do melhoramento genético
(Martins, 1995; Rout, et al., 2000; Torres et al., 2001; Oliveira & Martins, 1998),
além de possibilitar a obtenção de plantas altamente homogêneas,
possibilitando o aproveitamento da heterose, sem as limitações da produção de
sementes, e ainda há possibilidade de conservação de germoplasma,
garantindo a manutenção da biodiversidade (Echeverrigary et al., 2001).
A composição química dos metabólitos está relacionada com seus
diferentes sítios de produção. Os tricomas glandulares, por exemplo, podem
secretar diversas substâncias (Fahn, 1975), entre estas, óleos essenciais, que
são bastante comuns e ocorrem em gêneros de Verbenaceae, Lamiaceae,
Solanaceae, Asteraceae e Geraniaceae (Metcalfe & Chalk, 1950).
A produção de óleo essencial pode atuar na proteção da parte aérea da
planta contra o ataque de herbívoros e patógenos (Werker, 1993), sendo que a
atividade biológica dos metabólitos secundários é de interesse para diversas
indústrias (Duke, 1994). Portanto, conhecer a estrutura, e estabelecer uma
relação com a produção de princípios ativos, pode contribuir significativamente
no auxílio e na manutenção de caracteres de interesse comercial, através de
programas de melhoramento genético (Franco et al., 1999). Estes compostos
são de grande interesse comercial às indústrias químicas, uma vez que não
apresentam efeitos colaterais, e, portanto não acumulam resíduos xicos no
4
4
organismo como os medicamentos sintéticos, demonstrando maior eficiência
(Mantel et al., 1985; Montanari Jr., 2003).
Além da extração e composição dos óleos, a toxicologia do chá de
diversas plantas tem sido levada em consideração. O controle de qualidade da
droga vegetal é imprescindível, pois muitas espécies de vegetais são vendidas
sem nenhuma garantia de qualidade, favorecendo a venda de espécies
falsificadas além do armazenamento inadequado do vegetal durante sua
comercialização (Mouco et al., 2003).
A família Lamiaceae é extensa, amplamente difundida e é adaptada a
quase todos os habitats. Caracteriza-se pela existência de inúmeras espécies
utilizadas como aromáticas e medicinais, devido à presença de óleos
essenciais, produzidos nos pêlos glandulares ou escamas, densamente
situados nos caules e folhas (Weberling & Schwantes, 1986).
De acordo com Abdel-Mogib et al. (2002), o gênero Plectranthus L’Her
pertence à subfamília Nepetoideae da tribo Ocimaeae, família Lamiaceae, e é
considerado um dos mais ricos em óleos essenciais, tendo como principais
constituintes os monos e sesquiterpenos. Este gênero compreende muitas
plantas de interesse medicinal e econômico, entretanto sua composição
química é pouco conhecida.
Das 300 espécies do gênero Plectranthus, 62 são mencionadas por
possuírem propriedades medicinais, alimentícias, flavorizantes, antissépticas,
repelentes e por serem utilizados como pastagens e plantas ornamentais
(Lukhoba et al., 2006).
De acordo com Marques et al. (2006) várias espécies deste gênero,
muitas referidas como boldo, são utilizadas como plantas medicinais devido às
suas propriedades anti-dispépticas, analgésicas e estimulantes da digestão.
Desta forma, foram estudadas quatro espécies do gênero Plectranthus,
com propriedades medicinais semelhantes, as quais são conhecidas
popularmente como boldo (P. grandis, P. barbatus, P. neochilus e P.
amboinicus). Plectranthus barbatus Andrews e Plectranthus grandis (Cramer)
R.H. Willemse, conhecidos como falso-boldo e boldo-grande, respectivamente,
são muito semelhantes e, por isso, são bastante confundidos, sendo ambos
utilizados para os mesmos fins na medicina popular (Lorenzi & Matos, 2002).
Estudos moleculares realizados por Passinho et al. (2000), através da técnica
5
5
de AFLP (Amplified Fragment Length Polymorphism) demonstraram a
existência de diversidade genética entre ambas as espécies. Plectranthus
neochilus (Schlechtre) (boldo-gambá), segundo Lorenzi & Matos (2002), é uma
planta herbácea muito aromática, com uso semelhante ao de P. barbatus. De
acordo com Lukhoba et al. (2006), P. amboinicus (Lour.) Spreng. também
possui propriedades medicinais semelhantes às das espécies anteriormente
mencionadas.
Além das propriedades medicinais, P. barbatus tem sido utilizado como
indicador da fertilidade do solo, para fazer adubo, e, também, tem sido plantado
às margens de rios para impedir a erosão do solo (Drummond, 1953;
Mwangangi, 1982; Riley & Brokensha, 1988).
Por causa das semelhanças taxonômicas, diversas nomenclaturas têm
sido utilizadas para a mesma espécie de Plectranthus, tornando difícil a coleta
de informações sobre a utilização etnobotânica deste gênero. Além do mais, as
espécies de Plectranthus comumente utilizadas para fins medicinais possuem
um grande número de sinonímias (Lukhoba et al., 2006).
Devido à semelhança das propriedades farmacológicas, o objetivo do
presente trabalho foi avaliar a diversidade genética de quatro espécies do
gênero Plectranthus (P. grandis, P. barbatus, P. neochilus e P. amboinicus),
através da técnica de RAPD e da análise quantitativa dos seus óleos
essenciais, além de averiguar o comportamento in vitro.
2 REVISÃO DE LITERATURA
Atualmente, o custo para o desenvolvimento de medicamentos sintéticos
ou semissintéticos é muito elevado e tem se mostrado pouco frutífero. Furlam
(1998) destaca que 30% dos U$S 300 bilhões referentes ao mercado de
medicamentos estão relacionados aos produtos obtidos através de vegetais,
exigindo uma maior atenção na área de cultivo.
Segundo dados da Associação Brasileira da Indústria de Fitoterápicos, o
setor movimenta R$ 1 bilhão por ano e emprega mais de 100 mil pessoas.
Como o país não investe em pesquisas de plantas medicinais, cerca de 80%
dos fitoterápicos registrados no Brasil são de plantas estrangeiras (Castro et
al., 2004). Estima-se que 250.000 a 500.000 espécies vegetais superiores
foram descritas, que cerca de 5% têm sido estudadas fitoquimicamente e uma
menor porcentagem foi avaliada quanto aos aspectos biológicos. O Brasil
possui 30% das florestas tropicais, com 40 a 200 mil espécies vegetais, das
quais 10 mil são medicinais (Cechinel Filho & Yunes, 1998; Castro et al., 2004).
No Brasil, 63% dos medicamentos disponíveis são consumidos por
apenas 20% da população, o restante possui como única fonte terapêutica o
uso dos recursos naturais. Até o momento, ainda não se conhece quase nada
sobre a composição química de 99,6% das plantas da flora nacional, estimadas
entre 40 mil a 55 mil espécies. Além disso, uma grande quantidade de
compostos secundários isolados de plantas medicinais, com estrutura química
7
7
determinada, ainda não foram estudados quanto às suas atividades
biológicas (Stangarlin et al., 2005). Dados da Organização Mundial de Saúde
(OMS) demonstram que cerca de 80% da população mundial faz o uso de
algum tipo de erva na busca de alívio de alguma sintomatologia dolorosa ou
desagradável. Desse total, pelo menos 30% ocorreu por indicação médica. A
ABIFITO (2006) estima que 82% da população brasileira utiliza, no tratamento
de suas doenças, produtos à base de plantas medicinais. Diversos fatores,
principalmente econômicos e sociais, têm contribuído para o desenvolvimento
de práticas de saúde que incluam a utilização de plantas medicinais (Silva &
Casali, 2000).
Os fitoterápicos representam hoje 10% do capital da indústria
farmacêutica mundial, responsável pela movimentação de US$ 30 bilhões no
ano de 2002. Só nos Estados Unidos, entre 1994 e 2000, as vendas cresceram
de US$ 500 milhões para US$ 5 bilhões. No Brasil, chega a US$ 550 milhões,
com previsão de dobrar este valor até 2010 (Mendonça, 2003). Segundo uma
estimativa feita pela PhytoPharm Consulting, em Berlim, até 2007, a fitoterapia
deve movimentar cerca de US$ 47 bilhões anualmente, sendo que os EUA
podem vir a se tornar o maior mercado de medicamentos fitoterápicos do
mundo, responsáveis por uma participação de US$ 20 bilhões, seguido pela
Europa (US$14 bilhões) e Ásia (US$ 10 bilhões). Os demais países, incluindo o
Brasil, seriam responsáveis por um total de US$ 3 bilhões anuais (Herbarium,
2006).
O interesse crescente pelos fitoterápicos tem suas razões, afinal, está
ligada a um mercado potencial da ordem de bilhões de dólares, seja em países
industrializados ou em países em desenvolvimento. Além de apresentar
menores efeitos colaterais, fornecendo uma maior segurança ainda quando
tilizados de forma adequada, a final, em excesso podem causar toxidez. O
tempo de desenvolvimento e o custeio para a produção de um novo fitoterápico
de qualidade são reduzidos, sendo despendidos no máximo cinco anos,
demandando investimentos da ordem de 2 a 3 milhões de lares, o que
contrasta com a dificuldade de desenvolvimento de novas drogas sintéticas,
que este processo é extremamente caro e demorado, como por exemplo, nos
últimos 20 anos o lançamento no mercado de um novo fármaco sintético,
8
8
requer investimentos da ordem de 500 a 600 milhões de dólares e, um espaço
de tempo nunca inferior a 10 ou 15 anos (Revista Brasileira de Medicina, 2002).
A comercialização de plantas pode se tornar um produto de exportação,
gerando lucros ao produtor rural e ao país. Atualmente, o Brasil exporta ipê-
roxo, espinheira-santa, erva-de-bicho, fáfia, catuaba, chapéu-de-couro, capim-
limão e erva-príncipe, principalmente para os Estados Unidos e Itália. Em
contrapartida, o Brasil importa mais de 1,5 mil toneladas por ano de folhas
secas de sálvia, arnica, ginkgo, babosa, arruda, erva-doce, alcaçuz, alfazema e
até cabelo de milho, os quais são utilizados como diuréticos, além de extratos e
essências para atender as necessidades da indústria nacional (Wilke, 2003).
As rotas que sintetizam os metabólitos primários fornecem moléculas
que são utilizadas como precursoras da síntese dos metabólitos secundários.
Desta forma, as rotas metabólicas estão sob controle da constituição genética
do organismo, sendo que durante estádios particulares do desenvolvimento, ou
durante períodos de estresse, entre outros fatores ambientais, as rotas dos
metabólitos secundários são estimuladas. Conclui-se que as mesmas são
resultantes da especialização celular e que sua manifestação durante certas
fases do desenvolvimento do organismo deve-se à expressão diferencial dos
genes (Mantel et al., 1985; Castro et al., 2004).
Considerando que os fitoquímicos mais valorizados são produtos
originados a partir do metabolismo secundário, os quais possuem substâncias
suficientes com elevada complexidade estrutural, tornando difícil ou mesmo
impossível de serem sintetizados artificialmente. Desta forma, as plantas são
importantes fontes tradicionais de diversos fármacos (Rout et al., 2000).
Os óleos voláteis podem ocorrer em estruturas secretoras
especializadas, dependendo da família, como pêlos glandulares (Lamiaceae),
células parenquimáticas diferenciadas (Laureaceae, Piperaceae, Poaceae),
canais oleíferos (Apiaceae) e em bolsas lisígenas ou esquizolisígenas
(Pinaceae, Rutaceae). Estes óleos podem estar presentes em determinados
partes como nas flores, folhas, cascas, madeira, raízes, rizomas, frutos ou
sementes. Embora todos os órgãos de uma planta possam acumular óleos
voláteis, sua composição pode variar de acordo com sua localização. Óleos
voláteis obtidos de diferentes órgãos de uma mesma planta podem apresentar
composição química, caracteres físico-químicos e odores bem distintos. Cabe
9
9
salientar que a composição química de um óleo volátil, extraído do mesmo
órgão de uma mesma espécie vegetal, pode variar significativamente, de
acordo com a época de coleta, estádio de desenvolvimento, condições
climáticas e de solo (Simões & Spitzer, 2003).
Muitos estudos têm sido realizados em relação à produção de óleos
essenciais. Santos-Gomes & Fernandes-Ferreira (2003) avaliaram esta
característica em brotos cultivados in vitro de Salvia officinales L., onde
segmentos nodais foram estabelecidos em meios de cultivo com diferentes
suplementações hormonais. Os óleos essenciais foram extraídos dos brotos
através da técnica de hidrodestilação, seus compostos foram identificados,
sendo que a concentração dos reguladores de crescimento aparentemente
influenciou no acúmulo dos óleos, provavelmente conseqüente do acúmulo de
biomassa.
Estes compostos possuem funções biológicas importantes para a planta,
pois apesar de não serem essenciais para o crescimento e desenvolvimento do
indivíduo, são essenciais para a sobrevivência e continuidade da espécie
dentro do ecossistema, sendo responsáveis pela defesa da planta contra
agentes externos como doenças, pragas, radiação solar, dentre outros. A
qualidade destas substâncias é fortemente influenciada pelas técnicas de
cultivo e pelas características genéticas da população sob cultivo (Montanari
Jr., 2003).
A espécie P. barbatus é comumente utilizada e conhecida como falso
boldo, boldo do reino ou boldo brasileiro, é originária da África tropical e Índia.
Provavelmente foi trazida pelos portugueses da Índia, ainda no período
colonial, por isso o nome boldo do reino, pois foi introduzida pelo Reino de
Portugal. Durante este período era muito comum os colonizadores distribuírem
em suas colônias, nas Américas e nas ilhas do Atlântico, mudas e sementes de
plantas medicinais e espécies coletadas no oriente. Por isso, muito tempo,
certas plantas foram incorporadas à nossa flora, de tal forma que são
consagradas como sendo plantas brasileiras (daí o nome boldo brasileiro). Esta
espécie é bastante confundida com o boldo verdadeiro ou boldo do chile,
Peumus boldus Mol., da família Monimiaceae (Lorenzi & Matos, 2002).
O boldo brasileiro apresenta ação terapêutica no estomago e no fígado,
em estudos com as folhas empregadas em maceração aquosa apresentaram
10
10
ação hipossecretora gástrica, ou seja, diminuíram a produção de suco gástrico
além de diminuir também sua acidez. Podendo ser empregar como auxiliar nos
tratamentos de gastrite, dispepsia, azia e mal estar gástrico de uma forma
geral. Como é rico em substâncias amargas, que até o momento ainda não
estão bem elucidadas quimicamente, o boldo também é empregado para
problemas hepáticos como digestão, ressaca, entre outros (Simões et al.,
1998).
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 Análise da similaridade genética de quatro espécies do gênero
Plectranthus
O experimento foi conduzido no Laboratório de Cultura de Tecidos e
Plantas, do Departamento de Botânica, no Instituto de Biologia, da
Universidade Federal de Pelotas (LCTP/DB/IB/UFPel).
3.1.1 Material vegetal
Foram utilizadas plantas de P. grandis, P. barbatus, P. neochilus e P.
amboinicus provenientes de diferentes localidades, conforme a Tabela 1. As
plantas oriundas de Porto Alegre (RS) foram cedidas pelo Instituto
Zoobotânico; as de Passo Fundo (RS) pelo Prof. Delvino Nolla da Universidade
de Passo Fundo (UPF) e as de Florianópolis (SC) pela Farmácia Natureza.
Todas as plantas foram devidamente identificadas utilizando chaves
taxonômicas de Lamiaceae no Laboratório de Anatomia Vegetal.
Duas plantas matrizes de cada espécie foram cultivadas em vasos com
30 cm de diâmetro, contendo terra como substrato, mantidos em casa-de-
12
12
Vegetação, de março de 2005 a março de 2007, com umidade relativa de
aproximadamente 70% e temperatura controlada de 25 - 30 ºC.
Coletou-se em tubos de polipropileno (2 mL) aproximadamente 150 mg
de folhas jovens (último par de folhas expandidas) das quatro espécies de
Plectranthus e das diferentes localidades (Tabela 1), as quais foram
armazenadas em ultrafreezer a -80 °C, até o processamento das amostras,
para extração de DNA.
Tabela 1- Espécies de Plectranthus utilizadas nas análises de similaridade
genética e seus respectivos locais de coleta
Espécie Fonte do material Código
P. grandis
Pelotas/RS PgPel
P. grandis
Florianópolis/SC PgFlo
P. neochilus
Pelotas/RS PnPel
P. neochilus
Porto Alegre/RS PnPOA
P. amboinicus
Pelotas/RS PaPel
P. barbatus
Pelotas/RS PbPel
P. barbatus
Porto Alegre/RS PbPOA
P. barbatus
Passo Fundo/RS PbPF
P. barbatus
Reserva Indígena de Passo Fundo/RS PbRIPF
P. barbatus
Florianópolis/SC PbFlo
3.1.2 Extração de DNA
O DNA genômico foi extraído de folhas previamente isoladas, utilizando
o método CTAB 2%, conforme descrito por Doyle & Doyle (1987). Cerca de
150 mg de cada amostra foi macerada em cadinho contendo nitrogênio líquido
e, logo após, transferidas para tubos de microcentrífuga de 2 mL, onde foi
adicionado 900 µL de tampão de extração (CTAB 2% e 1% de β-mercaptanol),
agitando até homogeneizar a amostra, seguida da incubação em banho-maria
a 65 ºC por 45 min. Após as amostras terem atingido a temperatura ambiente,
foi adicionado igual volume (900 µL) de clorofórmio:álcool isoamílico (C:IA,
24:1), agitando por 5 min. Posteriormente, as amostras foram centrifugadas a
uma velocidade de 12.000 rpm por 10 min; aproximadamente 700 µL do
sobrenadante foram transferidos para um novo tubo de 1,5 mL. Em seguida, foi
13
13
adicionado igual volume (700 µL) de etanol gelado (-20 ºC) e as amostras
foram suavemente agitadas a a visualização do pellet. As amostras foram
novamente centrifugadas a 12.000 rpm para precipitação do DNA e o
sobrenadante foi descartado. O precipitado foi lavado com 500 µL de tampão
de lavagem por 20 min, seguido de uma rápida lavagem com 200 µL de etanol
absoluto. O material ficou em câmara de fluxo laminar exposto à temperatura
ambiente até a completa evaporação do etanol. O pellet foi ressuspenso com
100 µL de TE pH 8,0 contendo RNAse (10 µL mL
-1
) e incubado a 37 ºC, por
1 h. Foi realizada uma segunda etapa de extração, onde foi adicionado 400 µL
de CTAB 2% e após homogeneizar a reação foi acrescentado 700 µL de C:IA,
repetindo todo o processo de centrifugação e purificação do DNA, conforme
descrito acima, sendo que o pellet final foi diluído em água MilliQ autoclavada.
A quantificação do DNA foi realizada após a eletroforese em gel de
agarose 0,8%, comparando a intensidade das bandas com marcador λ
DNA/Hind III, na concentração de 0,5 µg µL
-1
,
e, posteriormente, diluído em
água MilliQ autoclavada para a concentração de trabalho de aproximadamente
10 ng µL
-1
, para ser utilizado na reação de PCR.
3.1.3 Amplificação do DNA pela técnica de RAPD (Randomly
Amplified Polymorphic DNA)
Inicialmente foram realizada reações de PCR para o screening com
primers de RAPD utilizando DNA de P. grandis (Figura 1). Os primers foram
selecionados em função da nitidez e número das bandas e estes tiveram a
reação de amplificação por RAPD repetidas para as demais espécies. Foi
utilizado um total de 36 primers, sendo eles: decâmeros dos kits da Operon
OPX (01 ao 20), OPA (01 e 07), OPAC (07, 16 e 19), OPB (01, 05, 18, 19 e
20), OPF (07 e 19), OPI07 e da British Columbia University UBC (50, 53,
410).
14
14
Figura 1- Reação de RAPD realizada para o
screening dos primers, utilizando DNA do P.
grandis (20 ng µL
-1
). M - marcador 100pb, 1–20
- primers OPX01 à OPX20, B - prova em
branco.
As reações de amplificação foram conduzidas em um aparelho
termociclador de marca MJ Research, Inc, modelo PTC-1000 (Programmable
Thermal Controller) com o seguinte perfil térmico: o primeiro ciclo de 94 ºC por
2 min e 30 s, 36 ºC por 30 s e 72 ºC por 2 min; segundo ciclo repetido por 19
vezes, a 94 ºC por 20 s, 36 ºC por 15 s, 45 ºC por 15 e 72 ºC por 2 min; o
terceiro ciclo a 94 ºC por 30 s, 36 ºC por 15 s, 45 ºC por 45 s e 72 ºC por 2 min
(repetido 18 vezes), e para finalizar um único ciclo de 72 ºC por 10 min.
As reações foram realizadas em tubos de polipropileno de 0,5 mL e o
mix para as reações de PCR tiveram um volume final de 25 µL contendo:
14,5 µL de água MilliQ estéril, 2,5 µL de Tampão 10X (10mM Tris-HCl pH 9,5,
50 mM KCl), 1 µL de Magnésio (MgCl
2
50 mM), 1,8 µL de dNTPs (2,5 mM),
3 µL de cada primer (10 µM), 0,2 µL de Taq DNA polimerase –Invitrogen
(5 U µL
-1
) e 2 µL de DNA genômico (10 ng µL
-1
). Para evitar a evaporação
durante os ciclos do PCR, foi adicionada uma gota de óleo mineral em cada
tubo de reação.
M 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 B
15
15
A reprodutibilidade dos produtos de amplificação foi testada utilizando
DNA proveniente de duas extrações distintas para cada uma das espécies.
Os fragmentos de DNA amplificados com os primers do RAPD foram
separados por eletroforese horizontal em gel agarose 1,5%, a 65 V por cerca
de 90 min. Após a corrida eletroforética o gel foi submetido a um banho de
brometo de etídio (5 µg mL
-1
), durante 40 min. Posteriormente, o gel foi
visualizado na luz UV e fotodocumentado com auxílio de um sistema de
fotodocumentação, modelo E-BOX-100 – marca Vilber Lourmat.
Os fragmentos das reações de PCR foram classificados como presentes
(1) e ausentes (0), formando uma matriz de dados binários. Para o cálculo da
similaridade genética, foi utilizado o coeficiente de Dice (Nei & Li, 1979). Com
base na matriz de similaridade, a análise de agrupamento foi realizada pelo
método das distâncias genéticas médias (UPGMA Unweighted Pair-Group
Method with Arithmetic Means) para posterior elaboração do dendrograma com
auxílio do software NTSYSpc versão 2.1 (Rohlf, 2000). Os dados de
agrupamento foram utilizados para o cálculo de uma matriz cofenética, a fim de
verificar a representatividade do dendrograma em relação aos dados de
similaridade, medido pelo coeficiente de correlação (r). Além disso, com a
utilização do programa computacional Winboot, a matriz com os dados binários
foi utilizada para a análise de Bootstrapping (com 1000 replicações), buscando
inferir a confiança de cada agrupamento representado graficamente no
dendrograma.
3.2 Avaliação do teor de óleo essencial de quatro espécies do gênero
Plectranthus
As análises foram conduzidas segundo metodologia utilizada por
Barbosa (2005), no Laboratório de Metabolismo Vegetal, do Departamento de
Botânica, no Instituto de Biologia, da Universidade Federal de Pelotas
(DB/IB/UFPel).
16
16
3.2.1 Material vegetal
As mudas das quatro espécies de Plectranthus foram propagadas por
estaquia e cultivadas em casa-de-vegetação com umidade relativa de
aproximadamente 70% e temperatura controlada de 25 - 30 ºC, por três meses,
aproximadamente, até fornecerem quantidade de material suficiente para o
estabelecimento do experimento.
As plantas foram coletadas entre 8 e 9 horas da manhã, selecionando-
se os ramos mais jovens e sadios. Imediatamente, foram eliminadas as folhas
doentes ou atacadas por insetos. Em seguida foi realizado o desfolhamento
dos ramos, segundo metodologia utilizada por (Barbosa, 2005).
3.2.2 Determinação do teor de água
Para cada uma das quatro espécies, amostras de 10 g de folhas recém
colhidas foram secas em estufa a 65 70 ºC, por um período de 72 h ou até
estabilizar a massa seca, sendo realizadas três repetições de determinação da
matéria seca para cada uma das repetições da extração de óleo. A quantidade
de água das folhas frescas das plantas analisadas foi determinada calculando
a diferença entre a matéria fresca e seca em 100 g de massa fresca expressas
em porcentagem em base úmida (% b.u.), as médias foram submetidas a
análise de variância com nível de 0,05 de probabilidade de erro.
3.2.3 Extração, separação e quantificação do óleo essencial
A extração do óleo essencial das quatro espécies de Plectranthus foi
realizada por hidrodestilação, utilizando o aparelho Clevenger adaptado a um
balão de fundo redondo de 1 L (Figura 2A), onde foi colocado 100 g de folhas
frescas submersas em 500 mL de água destilada, com aquecimento mantido
na temperatura mínima necessária à ebulição. Com o objetivo de facilitar a
extração, as folhas foram cortadas transversalmente a cada 1 cm. O tempo de
extração foi de cinco horas, contados a partir do momento da ebulição, o qual
17
17
foi determinado através de testes preliminares. Durante a extração foram
coletadas alíquotas de 10 mL a cada hora, para não ocorrer o refluxo do óleo.
Na última coleta, após as cinco horas, a coluna de extração do Clevenger foi
lavada com solvente (pentano) para aproveitar os resíduos da amostra.
O material coletado durante a extração foi colocado em um funil de
separação de 500 mL (Figura 2B), onde o óleo essencial foi separado da fase
aquosa utilizando pentano (10 mL) como solvente extrator. Este processo foi
repetido por três vezes a fim de evitar perda de material.
A fração orgânica (óleo + solvente) coletada em um erlenmeyer 100 mL
foi tratada com sulfato de magnésio anidro (MgSO
4
) em excesso até que não
se formassem mais colóides e a solução ficasse turva, para a retirada da água
remanescente. A seguir, a solução foi filtrada para um frasco âmbar e deixada
à temperatura ambiente para evaporação do solvente. Após, com auxílio de
uma pipeta Pasteur, o material foi transferido para um frasco de 10 mL
previamente pesado. Este foi exposto às mesmas condições para total
evaporação do pentano, verificado ao atingir massa constante, atestando a
evaporação total do solvente.
A quantificação do óleo essencial foi realizada através de pesagem em
balança analítica, com precisão de 0,0001 g. O conteúdo do óleo essencial foi
quantificado por material vegetal seco (100 g mL
-1
) e expresso em
porcentagem de base seca (% b.s.). Foram realizadas três extrações de cada
uma das espécies de interesse.
Após a quantificação, os recipientes contendo os óleos essenciais foram
vedados com parafilme, envoltos com papel alumínio e armazenados em ultra-
freezer a -80 ºC, para posteriormente serem analisados qualitativamente por
cromatografia gasosa.
18
18
Figura 2– Aparelho Clevenger acoplado a um balão de fundo
redondo de 1 L utilizado para extração de óleo essencial por
hidrodestilação (A) e funil de separação de 100 mL utilizado para
purificar o óleo essencial através e lavagens com solvente (B).
3.3 Estabelecimento in vitro de três espécies do gênero Plectranthus
Foram realizados dois experimentos, em épocas diferentes, para
estabelecimento das plantas in vitro, tendo em vista as baixas respostas
obtidas.
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Cultura Tecidos
de Plantas, do Departamento de Botânica, no Instituto de Biologia, da
Universidade Federal de Pelotas (LCTP/DB/IB/UFPel).
3.3.1 Material Vegetal
O material vegetal foi solicitado em hortos botânicos, devidamente
identificado, procurando selecionar plantas jovens e sadias, sem indícios de
doenças ou contaminantes. Mudas de P. barbatus e P. neochilus foram
adquiridas no Instituto Zoobotânico de Porto Alegre, enquanto que as de P.
A
B
19
19
grandis foram gentilmente cedidas pelo Sr. Alésio dos Passos Santos da
Farmácia Natureza (Florianópolis/SC). Foram preparadas exsicatas do material
de estudo e as identificações foram confirmadas com o auxílio de uma lupa
através de chaves específicas da família Lamiaceae.
As mudas das plantas foram cultivadas em casa-de-vegetação com
umidade relativa de aproximadamente 70% e temperatura controlada de 25 -
30 ºC, até fornecerem quantidade de material suficiente para o estabelecimento
do experimento, cerca de dois a três meses.
3.3.2 Desinfestação do material vegetal para inoculação in vitro
Brotações das plantas foram coletadas em casa-de-vegetação, levadas
para o laboratório e lavadas em água corrente. Posteriormente os ramos foram
selecionados tendo suas folhas removidas e seccionados de forma a isolar
cada segmento nodal com duas gemas axilares. Este material foi imerso e
mantido em água destilada sob agitação mecânica por 15 minutos. A seguir,
em câmara de fluxo laminar, o material vegetal foi imerso em álcool 70% por 20
segundos e lavado três vezes com água esterilizada. Em seguida, submetido a
um banho de hipoclorito de sódio 1% com três gotas de tween por 20 minutos,
sob agitação mecânica. Na câmara de fluxo laminar, foi novamente enxaguado
com água esterilizada, para posterior isolamento dos explantes e inoculação no
meio de cultivo.
Foram utilizados, como fonte de explantes, na etapa de estabelecimento,
gemas axilares, no primeiro experimento e meristemas no segundo.
3.3.3 Meio de cultivo para estabelecimento de gemas e meristemas
O meio sico utilizado para o estabelecimento de gemas axilares
(primeiro experimento) foi o meio formulado por Murashige & Skoog (1962),
conhecido como MS, com adição de 30 g L
-1
de sacarose e 7 g L
-1
de ágar.
Foram inoculadas, sob condições assépticas em fluxo laminar, 50 gemas de
cada uma das brotações de P. barbatus, P. neochilus e P. grandis.
20
20
Para o estabelecimento dos meristemas (segundo experimento) foi
utilizado o meio especial para meristema que é constituído dos sais básicos do
meio MS acrescido de 0,1 mg L
-1
de BAP (6-Benzilaminopurina), 0,01 mg L
-1
de
ANA (Ácido α-naftalenoacético) e 0,1 mg L
-1
de AG
3
(Ácido giberélico).
Neste experimento foram utilizados 50 meristemas de cada uma das
brotações de P. grandis e P. barbatus, com a finalidade de estabelecer in vitro
um maior número de plantas, tendo em vista a falta de resposta obtida a partir
de gemas (primeiro experimento).
Para ambos os meios, o pH foi ajustado para 5,8 antes da adição do
ágar, sendo em seguida vertidos (10 mL) em tubos de ensaio e esterilizados
em autoclave sob pressão de 1,5 atm, a 121 °C, por 20 minutos.
Os tubos de ensaio contendo os explantes foram mantidos em sala de
crescimento com temperatura controlada de 25 ± 2 °C, submetidos a uma
condição de escuro por sete dias, a fim de evitar a oxidação. Após este
período, foram expostos a uma densidade de fluxo de fótons de 40 µmol m
-2
s
-1
,
provida por mpadas fluorescentes branca-frias, com fotoperíodo de 16 horas
de luz, por 30 dias. Cada experimento de estabelecimento foi repetido por duas
vezes.
As plantas sobreviventes foram multiplicadas em meio MS através de
segmentos nodais de aproximadamente 1 cm, contendo duas gemas axilares,
como fonte de explante, permanecendo por 40 dias de subcultivo.
3.3.4 Meios alternativos para estabelecimento do P. grandis e P.
barbatus
A fim de estabelecer uma condição de cultivo in vitro de P. grandis e P.
barbatus, por sofrerem oxidações e não terem fornecido material suficiente
para micropropagação em nenhum dos tratamentos anteriores, tais espécies
foram submetidas a um novo experimento de estabelecimento (terceiro
experimento).
Como fontes de explante foram utilizadas 80 gemas de ambas as
espécies, devidamente desinfestadas, isoladas de plantas mantidas em casa-
de-vegetação com temperatura (25 - 30ºC) e umidade (70%) controladas.
21
21
Foram utilizados como meios básicos para multiplicação das gemas os
meios MS e o WPM - Wood Plant Media (Lloyd & McCown, 1980) íntegros e
com ¾ da força de seus sais, combinados com duas concentrações de
sacarose (30 e 50 g L
-1
). Cada um dos oito tratamentos foi suplementado com
50 mg L
-1
de ácido cítrico e 40 mg L
-1
de cisteína, como antioxidante. O pH foi
ajustado para 5,8 antes da adição do ágar. Cerca de 10 mL de cada meio de
cultura foi vertido em tubos de ensaio, os quais foram em seguida esterilizados
em autoclave sob pressão de 1,5 atm, a 121 °C, por 20 minutos.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, constituído
de um esquema fatorial 4x2, com dez repetições, sendo cada uma,
representada por um tubo de ensaio contendo uma gema, totalizando 80
gemas, para cada uma das duas espécies.
A inoculação foi conduzida em condições assépticas em fluxo laminar e
os tubos de ensaio foram mantidos em sala de crescimento com temperatura
controlada de 25 ± 2 °C, submetidos a uma condição de escuro por sete dias a
fim de evitar a oxidação. Após este período, foram expostos a uma densidade
de fluxo de fótons de 40 µmol m
-2
s
-1
, provida por lâmpadas fluorescentes
branca-fria com fotoperíodo de 16 horas de luz, por 40 dias.
3.3.5 Avaliações dos experimentos de estabelecimento in vitro
Para P. neochilus foram realizadas, após 40 dias de subcultivo em meio
MS (primeiro experimento), avaliações da média da altura (cm), do número de
gemas e do comprimento das raízes (cm) de quatro repetições, sendo cada
uma representada por um frasco contendo quatro explantes.
Tendo em vista as baixas respostas obtidas in vitro para as espécies P.
grandis e P. barbatus somente foram possíveis ser analisadas, ao final do
primeiro e segundo experimento, a porcentagem de contaminação e de
oxidação dos explantes.
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 Análise da similaridade genética de quatro espécies do gênero
Plectranthus
4.1.1 Caracterização molecular
A extração do DNA genômico foi realizada com sucesso pelo método
utilizado. Os primers foram selecionados em função da nitidez e número das
bandas fornecidas pelo screening.
Dos 36 primers testados, em quatro não se obteve amplificação (OPX04,
OPX10, OPX11 e OPAC16), e outros cinco por apresentarem bandas fracas
(OPX02, OPX03, OPX15, OPX19 e UBC50) também o foram utilizados para
a realização das análises. Dos 27 primers restantes, todos apresentaram
polimorfismo conforme pode ser observado na Tabela 2, os quais produziram
um total de 284 perfis. Destes apenas 29 (10,21%) foram monomórficos e 255
(89,79%) foram polimórficos. O número dio de polimorfismo apresentado
para cada primer foi de 9,44. Alguns produtos polimórficos estão apresentados
na Figura 3, onde pode ser observada ainda uma banda característica do
primer OPX20, de aproximadamente 1350pb, a qual permite diferenciar
23
23
P. amboinicus dos demais genótipos, além de duas bandas características do
primer OPX19, que diferenciam P. grandis de P. barbatus1350 e 700pb).
Tabela 2- Polimorfismo detectado com os primers selecionados para as
reações de RAPD das quatro espécies do gênero Plectranthus
Número de fragmentos amplificados
Primer
Monomórficos Polimórficos Total
OPX01 2 15 17
OPX05 0 6 6
OPX06 0 13 13
OPX07 0 17 17
OPX08 0 10 10
OPX09 1 12 13
OPX12 3 18 21
OPX13 1 2 3
OPX14 1 7 8
OPX16 0 6 6
OPX17 0 8 8
OPX18 2 10 12
OPX20 0 11 11
OPA01 3 8 11
OPA07 2 7 9
OPAC07 2 7 9
OPAC19 2 6 8
OPB01 0 13 13
OPB05 1 8 9
OPB18 2 11 13
OPB19 1 10 11
OPB20 1 7 8
OPF07 0 11 11
OPF19 1 5 6
OPI07 3 12 15
UBC53 1 8 9
UBC410 0 7 7
Total 29 255 284
24
24
Figura 3- Produtos da amplificação com marcadores do tipo
RAPD em quatro espécies de Plectranthus, gerados pelos
primers OPB20 e OPX19, respectivamente. B amostra em
branco, sem adição de DNA; M marcador molecular λ 100pb,
Pg – P. grandis, Pn P. neochilus, PaP. amboinicus, Pb – P.
barbatus. Demais abreviações são correspondentes a
localização de cada genótipo (Tabela 1).
Considerando somente o perfil eletroforético das plantas de P. barbatus
de diferentes localidades, pode ser observado polimorfismo em oito dos 27
primers testados, fornecendo um total de 92 bandas, destas, 11 (11,96%)
foram polimórficas e 81 (88,04%) monomórficas (Tabela 3). Alguns produtos
polimórficos estão apresentados na Figura 4.
M Pg Pg Pn Pn Pa Pb Pb Pb Pb Pb B B Pg Pg Pn Pn Pa Pb Pb Pb Pb Pb M
Pel Flo Pel POA Pel Pel POA PF RIPF Flo Pel Flo Pel POA Pel Pel POA PF RIPF Flo
±1350pb
±1350pb
±700pb
25
25
Tabela 3- Polimorfismo detectado com primers RAPD somente entre genótipos
do P. barbatus provenientes de cinco diferentes locais
Número de fragmentos amplificados
Primer
Monomórficos Polimórficos Total
OPX08 9 1 10
OPX09 12 1 13
OPX12 20 1 21
OPX20 7 4 11
OPAC07 8 1 9
OPB05 8 1 9
OPB20 7 1 8
OPF07 10 1 11
Total 81 11 92
Figura 4- Produtos da amplificação de
RAPD para a espécie P. barbatus
gerados pelo primer OPX09. B - prova em
branco, M - marcador molecular λ 100pb,
Pg P. grandis, Pn P. neochilus, Pa
P. amboinicus, Pb P. barbatus. Demais
abreviações são correspondentes ao
local de coleta do material (Tabela 1).
B Pg Pg Pn Pn Pa Pb Pb Pb Pb Pb M
Pel Flo Pel POA Pel Pel POA PF RIPF Flo
26
26
Conforme pode ser observado no dendrograma (Figura 5) verificou-se
uma elevada similaridade, principalmente entre os genótipos do P. barbatus.
Segundo Paton et al. (2004), por causa da grande similaridade dos caracteres
morfológicos, algumas espécies de Plectranthus são difíceis de serem
diferenciadas das espécies do mesmo gênero e também entre os gêneros
estreitamente correlacionados.
O uso de marcadores do tipo RAPD permitiu uma clara separação entre
as quatro espécies de Plectranthus analisadas (Figura 5). Com a utilização de
27 marcadores RAPD, obteve-se uma similaridade genética média de 53% e,
na análise entre os dados da matriz de similaridade e da matriz cofenética,
obteve-se um valor de correlação (r) de 0,99, demonstrando elevada
representatividade dos dados de similaridade genética no dendrograma.
De maneira geral, também se obteve altos valores de bootstrapping em
quase todos os s do dendrograma, sendo um indicativo de que o
dendrograma é consistente e realmente existe uma clara separação entre as
diferentes espécies do gênero Plectranthus analisadas. Os menores valores de
bootstrapping foram verificados entre P. barbatus de Pelotas e P. barbatus de
Florianópolis (49,1) e entre P. barbatus de Passo Fundo e P. barbatus da
Reserva Indígena de Passo Fundo (51,7) (Figura 5).
27
27
Figura 5- Dendrograma de similaridade genética obtido pelo método UPGMA
com 27 primers RAPD, a partir de genótipos de Plectranthus spp. provenientes
de várias localidades da Região Sul do Brasil (SMG - similaridade genética
média de 53%).
*
Bootstrapping.
Muito embora Plectranthus spp. seja alógama, era de se esperar
elevada variabilidade genética intra e interespecífica. Pela inferência no
dendrograma (Figura 5), embora seja possível observar uma clara separação
entre as espécies estudadas, verifica-se que P. grandis e P. barbatus são mais
próximos geneticamente, com similaridade em torno de 77%, indicando assim
uma possível origem comum. Por outro lado, o mesmo se verifica para P.
amboinicus e P. neochilus, que apresentaram similaridade genética em torno
de 80% entre si, porém apresentam baixa similaridade em relação às demais
espécies analisadas (aproximadamente 12%) (Quadro 1 - Anexo).
Segundo Lorenzi & Matos (2002), P. barbatus e P. grandis são muito
semelhantes, por isso são bastante confundidos. Lukhoba et al. (2006)
realizaram uma revisão etnobotânica com 62 espécies de Plectranthus,
constatando que cerca de 30% das citações literárias consideram P. grandis
*
28
28
uma sinonímia de P. barbatus, considerando ambas as espécies como se
fossem apenas uma. No presente trabalho obteve-se uma clara separação das
duas espécies, o que corrobora com a classificação realizada por Passinho et
al. (2000), que através da técnica de AFLP (Amplified Fragment Lenth
Polymorphism) demonstrou a existência de variabilidade genética entre ambas
as espécies, atestando sua autenticidade.
Os marcadores de DNA apresentam vantagens e superam muitos dos
limites dos marcadores morfológicos, confirmando que a técnica de RAPD gera
polimorfismo em grande número, além de não sofrerem influência de fatores
ambientais e estádio de desenvolvimento, permitindo que a planta seja
identificada em qualquer estádio do ciclo vegetativo (Borém, 1998; Sansavini,
1998).
Vinte e quatro primers permitiram diferenciar as espécies de P. grandis e
P. barbatus, apresentando um total de 164 bandas, onde 37,20% são
polimórficas e 62,80% monomórficas, sendo que, destes, o que apresentou
maior polimorfismo foi o primer OPX01, com oito bandas polimórficas,
enquanto que 32,84% das 134 bandas geradas a partir de 21 primers RAPD
possibilitaram a diferenciação entre P. neochilus e P. amboinicus.
Paton et al. (2004), através da análise filogenética de regiões trnL - trnF
e rps16, elaboraram um dendrograma que une as espécies de P. barbatus e P.
amboinicus com bootstrap de 67%. Diferentemente, no presente trabalho
obteve-se uma similaridade genética média de 53%, onde as quatro espécies
ficaram claramente separadas num primeiro subgrupo representado por P.
grandis e P. barbatus, enquanto que P. neochilus e P. amboinicus se localizam
no segundo subgrupo (Figura 5). Essa diferença de agrupamento está
diretamente relacionada ao tipo de abordagem genômica, uma vez que a
análise de RAPD detecta locos aleatórios dispersos por todo o genoma, no
trabalho de Panton et al. (2004) foram analisadas seqüências específicas, as
quais, em se tratando de espécies relacionadas, podem conduzir a esse tipo de
classificação.
De acordo com Casas et al. (1999), os marcadores moleculares são
muito utilizados tanto para estudar a variabilidade genética entre espécies
quanto para identificar a similaridade entre diferentes acessos.
29
29
No presente trabalho, foi observado uma alta similaridade entre os
genótipos da espécie P. barbatus em relação aos diferentes locais de coleta
(próximo a 100%). A maior similaridade genética foi registrada entre as plantas
coletadas em Passo Fundo (PF) e na Reserva Indígena de Passo Fundo
(RIPF) com 99,61%, provavelmente devido à proximidade das regiões,
enquanto que a maior distância genética foi observada para os espécimes
coletados em Pelotas e Reserva Indígena de Passo Fundo (96,10%) (Figura 5).
Embora seja estimado que o número mínimo de primers polimórficos,
necessários para análise de variabilidade genética usando o coeficiente de
Dice seja 12, possivelmente com um maior número de primers, além dos 27
utilizados, poderá ser detectado maior variabilidade genética, principalmente
entre os genótipos de P. barbatus (Valmor Bianchi, comunicação pessoal).
Apesar da técnica RAPD ser considerada por muitos pesquisadores
como sendo de baixa repetibilidade dos resultados, quando utilizada
corretamente e comparada a outras técnicas moleculares, conforme observado
em diversos trabalhos com outros grupos de plantas, ela mostra-se eficiente no
estudo da variabilidade genética. No presente trabalho demonstrou-se que a
técnica RAPD é de grande aplicabilidade para estudo de variabilidade genética
das espécies de Plectranthus. Além do mais, essa técnica é mais rápida, mais
simples, requer menor quantidade de DNA e é mais barata, quando comparada
às outras técnicas moleculares, conforme mencionada por Upadhyay et al.
(2004).
Embora no presente trabalho tenha sido detectado baixa variabilidade
entre genótipos da mesma espécie, a técnica de RAPD foi eficiente para a
diferenciação das mesmas, podendo ser útil também para mapear
características de interesse ao melhoramento. De acordo com Shimada et al.
(1999), análises de RAPD são capazes de revelar polimorfismo do DNA até
mesmo de espécies altamente relacionadas.
Por se tratar de espécies com grande potencial de aproveitamento na
produção de fármacos, a variabilidade existente entre as diferentes espécies de
Plectranthus pode ser utilizada para seleção de genótipos com características
melhoradas. Entretanto, para que isso seja possível, um estudo mais apurado
sobre a variabilidade com maior número de marcadores se faz necessário, bem
como deverão ser conduzidos trabalhos sobre a biologia reprodutiva destas
30
30
espécies para verificar se possibilidade de transferência de genes entre
estas espécies pelo processo de melhoramento assistido.
4.2 Avaliação do teor de óleo essencial de quatro espécies do gênero
Plectranthus
4.2.1 Determinação do teor de água
Houve diferença estatística em relação ao teor de água nas folhas das
espécies analisadas, sendo que a maior média foi apresentada para o P.
neochilus, com 93,12% b.u., não diferindo estatisticamente do P. amboinicus e
a menor dia, de 87,16% b.u. para P. barbatus (Figura 6). Estes resultados
foram de acordo com o esperado, que as espécies P. neochilus e P.
amboinicus se assemelham morfologicamente, ambas possuem folhas
pequenas e suculentas, com aproximadamente 6 cm de comprimento.
Enquanto que o as outras duas espécies, são bastante confundidas entre si,
possuindo folhas maiores (chegando a 12 cm de comprimento) e mais largas
(com aproximadamente 10 cm de largura), além de serem menos espessas
que as primeiras.
A
A
B
B
84
85
86
87
88
89
90
91
92
93
94
Teor de água (% b.u)
P. neochilus P. amboinicus P. grandis P. barbatus
Figura 6- Determinação do teor de água por massa
fresca de plantas de Plectranthus.
As médias foram
comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey em nível
de 5% de probabilidade.
31
31
4.2.2 Extração, separação e quantificação do óleo essencial
A partir dos resultados analisados, foi observada diferença significativa,
ao nível de 5% de erro, em relação à quantificação do óleo essencial para as
espécies de interesse (Figura 7). P. amboinicus possui maior teor de óleo
essencial (0,43% b.s.), não diferindo apenas do P. neochilus, enquanto que P.
grandis apresentou os menores valores (0,09% b.s.).
Como esperado, as espécies que apresentaram maior teor de água,
possuem menor matéria seca e, consequentemente menor concentração de
óleo essencial por grama de massa seca. O comportamento diferenciado entre
as espécies é intrínseco das características morfológicas. Os dois principais
grupos formados pela da análise de marcadores moleculares são confirmados
através deste experimento, onde foi possível observar que a concentração de
óleos essenciais por grama de massa seca é menor para o primeiro grupo,
composto por P. grandis e P. barbatus, e maior para o segundo, P. neochilus e
P. amboinicus, demonstrando a existência de maior proximidade e similaridade
entre as espécies de cada grupo.
A
A
B
B
0
0,05
0,1
0,15
0,2
0,25
0,3
0,35
0,4
0,45
Teor de óleo essencial
(% b.s.)
P. amboinicus P.neichilus P. barbatus P. grandis
Figura 7- Teor de óleo essencial extraído de folhas
frescas de quatro espécies de Plectranthus.
As médias
foram comparadas estatisticamente pelo teste de Tukey em
nível de 5% de probabilidade.
De acordo com Abdel-Mogib (2002), a constituição química das espécies
do gênero Plectranthus é pouco conhecida, sendo que estas são ricas em
P. neochilus
32
32
óleos essenciais, possuindo em sua constituição teores abaixo de 0,5% de óleo
volátil por base seca, concordando com os baixos valores encontrados no
presente trabalho.
Os maiores constituintes dos óleos essenciais deste gênero são os
mono e sesquiterpenos. Cerca de 140 diterpenóides foram identificados, de
glândulas foliares, para espécies de Plectranthus (Abdel-Mogib, 2002).
Pode ser observado um comportamento similar quanto ao teor de água
e quantidade de óleo essencial (Figuras 6 e 7). Considerando que os
constituintes dos óleos essenciais das quatro espécies em estudo sejam
semelhantes, tanto na composição quanto na sua concentração, sugere-se que
P. amboinicus é a espécie mais indicada para o cultivo, por apresentar menor
massa seca e maior concentração de óleo essencial.
4.3 Estabelecimento in vitro de três espécies do gênero Plectranthus
4.3.1 Estabelecimento de gemas e meristemas in vitro
A desinfestação com hipoclorito de sódio foi efetiva, pois reduziu
consideravelmente a contaminação por fungos e bactérias na primeira semana
de incubação das gemas de P. grandis, P. barbatus e P. neochilus (primeiro
experimento). Após 30 dias de cultivo no meio MS houve oxidação de quase a
totalidade das gemas para as espécies de P. grandis (95%) e P. barbatus
(92%), enquanto que 70% das gemas do P. neochilus foram bem sucedidas no
estabelecimento in vitro em meio MS.
Esta diferença de comportamento das espécies em relação à oxidação
pode ser decorrente de uma maior lignificação dos tecidos de P. grandis e P.
barbatus em relação ao P. neochilus. De acordo com Andrade et al. (2002), a
oxidação ocorre em função da liberação de compostos fenólicos que se
concentram no interior dos frascos quando a planta é cultivada in vitro, os quais
são precursores da síntese de lignina e liberados dos tecidos perante injúria ou
senescência. O acúmulo de polifenóis e produtos de oxidação, como melanina,
33
33
suberina, lignina, cutina e calose, em torno da superfície excisada, modifica a
composição do meio de cultivo, assim como a absorção de metabólitos. Os
polifenóis são derivados do metabolismo secundário, os quais exercem
importante papel no metabolismo das espécies e, ainda atuam na defesa
contra predadores e microrganismos (Teixeira, 2001).
As gemas sobreviventes do primeiro experimento, após 30 dias de
cultivo, foram transferidas para frascos de vidro contendo cerca de 40 mL de
meio MS semi-sólido a fim de tentar a multiplicação. Após 40 dias de
subcultivo, apenas o P. neochilus foi multiplicado com sucesso no meio MS
sem necessidade de tratamento adicional (Figura 8A). as outras duas
espécies, tiveram o desenvolvimento prejudicado (Figura 8B e 8C) e o
apresentaram material suficiente para experimento de micropropagação.
Figura 8- Aspecto das plantas de P. neochilus (A), P. barbatus
(B) e P. grandis (C) após o estabelecimento in vitro de gemas
axilares em meio MS por 30 dias e subcultivados em meio MS
por 40 dias.
As plantas de P. neochilus foram multiplicadas com sucesso, através de
segmentos nodais, em meio MS sem adição de nenhum tipo de regulador de
crescimento. Após 40 dias de subcultivo foi observada uma altura dia de 10
cm, comprimento médio das raízes de 14 cm e 13 gemas em média por planta.
Após 30 dias de cultivo dos meristemas de P. grandis e P. barbatus em
meio MS suplementado com 0,1 mg L
-1
de BAP, 0,01 mg L
-1
de ANA e 0,1 mg
L
-1
de AG
3
(segundo experimento)
,
houve 100% de oxidação para ambas as
A
B
C
34
34
espécies. Segundo Flores et al. (1998), a oxidação fenólica tem sido um dos
principais problemas na fase de estabelecimento de cultivos in vitro. Estes
compostos fenólicos são oxidados pelas enzimas polifenases produzindo
substâncias tóxicas, as quais atuam inibindo o crescimento dos explantes,
podendo causar a morte, além de escurecer o meio de cultura (Sato et al.,
2001).
4.3.2 Estabelecimento do P. grandis e P. barbatus em meios
alternativos
Após a primeira semana de cultivo no escuro, para evitar a oxidação dos
explantes, nos meios MS e WPM íntegros e com três quartos da concentração
de seus sais, combinados com 30 e 50 g L
-1
de sacarose, para o
estabelecimento in vitro de P. grandis e P. barbatus, houve uma reduzida taxa
de contaminação por fungos e bactérias com uma média de 12,5% para P.
grandis e 15% para o P. barbatus (Tabela 4) demonstrando que o sistema de
desinfestação com hipoclorito de sódio 1% foi suficiente (terceiro experimento).
Tabela 4- Porcentagem de contaminação das gemas de P. grandis e P.
barbatus após sete dias de cultivo nos diferentes meios de cultura
Contaminação por fungos e
bactérias (%)
Tipo de meio de
cultura
Concentração de
sacarose (g L
-1
)
P. grandis P. barbatus
MS 30 10 0
MS 50 10 30
MS ¾ 30 0 10
MS ¾ 50 10 10
WPM 30 0 30
WPM 50 30 20
WPM ¾ 30 10 10
WPM ¾ 50 30 10
Total 12,5% 15%
Segundo Teixeira (2001), o cultivo dos explantes no escuro ou em baixa
densidade de fluxo de fótons durante as primeiras semanas da fase de
35
35
estabelecimento, pode resultar na diminuição da oxidação fenólica. O cultivo
em condições de luminosidade intermediária, mesmo após o período das
primeiras semanas da etapa de estabelecimento das culturas, contribui para
prevenir a oxidação e melhorar o crescimento dos explantes.
Ao término do experimento, após 40 dias de cultivo em câmara de
crescimento com condição de luz e temperatura controladas, houve um
elevado índice de oxidação dos explantes (Tabela 5), onde em média 52,94%
das gemas de P. grandis oxidaram e 73,53% de P. barbatus.
Tabela 5- Porcentagem de oxidação das gemas de P. grandis e P. barbatus
após 40 dias de incubação nos diferentes meios de cultura
Oxidação das gemas (%)
Tipo de meio de
cultura
Concentração de
sacarose (g L
-1
)
P. grandis P. barbatus
MS 30 55,56 50,00
MS 50 33,33 85,71
MS ¾ 30 40,00 77,78
MS ¾ 50 66,67 55,56
WPM 30 87,50 85,71
WPM 50 57,14 87,50
WPM ¾ 30 55,56 77,78
WPM ¾ 50 28,57 77,78
Total 52,94% 73,53%
Campos (2005) observou para Prunus spp. que percentuais mais
elevados de oxidação ocorrem em meios que apresentam concentrações
maiores de sais, concordando com Teixeira (2001), o qual afirma que meios de
cultivos com sais reduzidos possibilitam a redução das oxidações em explantes
de espécies lenhosas. No presente trabalho, nenhum tipo de correlação entre
os percentuais de oxidação e as concentrações de sais nos meios de cultivo foi
observado, confirmando a possibilidade da oxidação estar relacionada com a
produção de metabólitos secundários, como os compostos fenólicos
sintetizados pelas espécies em estudo.
O crescimento dos explantes foi muito baixo, a maioria desenvolveu
apenas o primeiro par de folhas com aspecto de hiperidricidade. Somente P.
grandis nos meios MS com 50 g L
-1
de sacarose e WPM ¾ com 30 g L
-1
de
36
36
sacarose apresentaram um bom desenvolvimento com enraizamento (Figura
9B e 9C). Para P. barbatus no meio WPM ¾ com 30 g L
-1
de sacarose, as
gemas se desenvolveram, apresentando o primeiro par de folhas verdes com
pouca oxidação na porção basal do explante (Figura 9O).
Figura 9- Aspecto das plantas de P. grandis (A-H) e P.
barbatus (I-P) após 40 dias de cultivo em meio MS e WPM
com ¾ da força de seus sais e na sua composição total,
combinados com 30 e 50 g L
-1
de sacarose, suplementados
com 50 mg L
-1
de ácido cítrico e 40 mg L
-1
de cisteína.
Para ambas as espécies de Plectranthus, a concentração de 30 g L
-1
de
sacarose apresentou melhores resultados, contrastando com estudos
realizados por Romano (1995) com Quercus suber L. e Nicoloso et al. (2003)
com Pfaffia glomerata (Spreng.) Pedersen, onde o aumento da concentração
de sacarose favoreceu o alongamento das plantas com maior mero de
gemas, demonstrando a necessidade particular de cada espécie.
A sacarose é um carboidrato encontrado com abundância nos tecidos
vegetais, sendo sintetizado indiretamente através da fotossíntese. Quando
cultivadas in vitro, as plantas o produzem todo o açúcar necessário ao seu
crescimento, portanto, a sacarose é adicionada ao meio de cultivo (Kyte &
A
B
C
D
E
F
G
H
I
J
K
L
M
N
O
P
MS 30 g L
-
1
MS 50 g L
-
1
MS ¾ 30 g L
-
1
MS ¾ 50 g L
-
1
WPM 30 g L
-
1
WPM 50 g L
-
1
WPM ¾ 30 g L
-
1
WPM ¾ 50 g L
-
1
MS 30 g L
-
1
MS 50 g L
-
1
MS ¾ 30 g L
-
1
MS ¾ 50 g L
-
1
WPM 30 g L
-
1
WPM 50 g L
-
1
WPM ¾ 30 g L
-
1
WPM ¾ 50 g L
-
1
37
37
Kleyn, 1999). Segundo Caldas et al. (1998), a sacarose é o carboidrato mais
utilizado nos meios nutritivos por suportar elevadas taxas de crescimento para
a maioria das espécies vegetais. A concentração de sacarose comumente
utilizada no cultivo in vitro é de 30 g L
-1
, no entanto, esta condição pode variar
para cada espécie (Lakso et al., 1986).
Segundo Hartmann et al. (1997), para muitas espécies de plantas pode
ser utilizado o meio de cultura diluído, para o processo de multiplicação, sem a
necessidade de utilizar sua composição integral, reduzindo custos laboratoriais.
A utilização de meio de cultura diluído tem demonstrado bons resultados
tanto para espécies medicinais, como para outras plantas, como relatado por
Oliveira & Pasqual (1995), que testaram diferentes concentrações de meio MS
para estabelecer as condições ideais de propagação de crisântemo
(Dendranthema grandiflora Tzvelev) e recomendaram a utilização de MS ¾
com 60 g L
-1
de sacarose. De acordo com Barros & Castro (1995), o meio MS
com ¾ de seus sais e vitaminas foi o mais adequado para regeneração da
macela (Achyrocline satureoides (Lam.) D.C.), uma planta medicinal.
No presente trabalho observou-se um melhor desenvolvimento das
plantas no meio WPM diluído para ambas as espécies, concordando em parte,
com estudos feitos por Bosenbecker (2001), onde a micropropagação de
meristemas caulinares de camomila romana foi mais satisfatória em MS com
75% da concentração de seus sais e vitaminas.
O meio de cultura WPM tem sido descrito e utilizado como alternativa
para o meio MS, sua formulação foi especialmente desenvolvida para espécies
lenhosas, tendo como característica, baixas concentrações de sais (Harttmann
& Kester, 1989; Grattapaglia & Machado, 1998). Segundo Harada & Murai
(1996), o meio WPM tem concentrações de sais menores do que o MS e, desta
forma, apresentou melhores condições para a micropropagação de Prunus
mume Sciebold & Zucc.
Um dos mais importantes componentes do meio de cultura é o
nitrogênio, sendo que o MS possui em sua constituição maiores índices de
nitrogênio inorgânico enquanto que outras formulações possuem níveis mais
baixos. Algumas espécies requerem ou toleram índices mais elevados deste
elemento no meio de cultivo do que outras. O balanço entre NH
4
+
e NO
3
-
é
bastante crítico para a cultura de células e regeneração de plantas. No geral,
38
38
existe uma tendência de usar níveis mais baixos de NH
4
+
do que NO
3
-
nos
meios de cultura de tecido de plantas (Dixon & Gonzales, 1996).
O meio WPM possui menor concentração de sais básicos do que o MS,
sendo que a relação de amônio:nitrato é de 0,52 mM para o MS e 0,51 mM
para o WPM, e a força nica total é de 94,25 mM e 42,39 mM,
respectivamente (McCown & Sellmer, 1987).
4 CONCLUSÕES
Através da técnica de RAPD observa-se maior similaridade genética
entre as espécies P. neochilus e P. amboinicus, seguido de P. grandis e P.
barbatus. Verifica-se também uma separação da espécie P. barbatus em
relação aos diferentes locais de coleta, sendo que a maior similaridade é
encontrada nas amostras coletadas em regiões mais próximas
geograficamente.
Em relação à quantificação de óleos essenciais maior concentração
em P. amboinicus seguido de P. neochilus, P. barbatus e P. grandis.
Pôde ser observado que o meio MS é apropriado para o
estabelecimento e multiplicação in vitro de P. neochilus, enquanto que o meio
WPM ¾ com 30 g L
-1
de sacarose é o mais adequado para o estabelecimento
in vitro de P. grandis e P. barbatus.
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markers. Nucleic Acids Research. Oxford, v.18, n.22, p.6531-6535, 1990.
APÊNDICE
P.grandis/Pel 1.000
P.grandis/Flor 0.968 1.000
P.neochilus/Pel 0.129 0.130 1.000
P.neochilus/POA 0.113 0.113 0.979 1.000
P.amboinicus/Pel 0.110 0.111 0.800 0.812 1.000
P.barbatus/Pel 0.786 0.789 0.138 0.114 0.086 1.000
P.barbatus/POA 0.773 0.785 0.152 0.128 0.102 0.968 1.000
P.barbatus/PF 0.770 0.781 0.159 0.136 0.101 0.964 0.996 1.000
P.barbatus/RIPF 0.775 0.778 0.167 0.143 0.109 0.961 0.992 0.996 1.000
P.barbatus/Flor 0.781 0.785 0.160 0.136 0.110 0.976 0.976 0.973 0.977 1.000
Pg/Pel Pg/Flor Pn/Pel Pn/POA Pa/Pel Pb/Pel Pb/POA Pb/PF Pb/RIPF Pb/Flor
Quadro 1 Valores de similaridade genética calculados com o coeficiente de
Dice, utilizando dados gerados com 27 primers RAPD.
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