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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY
RIBEIRO
ANILCE DE ARAÚJO BRÊTAS
EFEITO DO BALANÇO ELETROLÍTICO DA RAÇÃO DE SUÍNOS CRIADOS EM
CLIMA QUENTE
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2009
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ANILCE DE ARAÚJO BRÊTAS
EFEITO DO BALANÇO ELETROLÍTICO DA RAÇÃO DE SUÍNOS CRIADOS EM
CLIMA QUENTE
Tese apresentada ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias
da Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como parte
das exigências para obtenção do título
de Doutor em Ciência Animal
Orientador: José Brandão Fonseca
CAMPOS DOS GOYTACAZES
2009
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ANILCE DE ARAÚJO BRÊTAS
EFEITO DO BALANÇO ELETROLÍTICO DA RAÇÃO DE SUÍNOS CRIADOS EM
CLIMA QUENTE
Tese apresentada ao Centro de
Ciências e Tecnologias Agropecuárias
da Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como parte
das exigências para obtenção do título
de Doutor em Ciência Animal
Aprovada em 27 de abril de 2009
Banca examinadora
Prof. Rony Antonio Ferreira (DSc. Zootecnia) – UFVJM
Profª. Rita da Trindade Ribeiro Nobre Soares (DSc. Zootecnia) – UENF
Prof. Julien Chiquieri (DSc. Produção Animal) – UENF
Prof. José Brandão Fonseca (PhD.Nutrição de Monogástricos) – UENF
Orientador
Dedico esta obra
A Deus, que iluminou meus caminhos;
À minha filha Ayana Brêtas da Silva;
Ao meu esposo Alessandro Costa da Silva;
Aos meus pais Nailson Antonio Brêtas e Andira de Araújo Brêtas;
À minha irmã Nailce de Araújo Brêtas,
por todo o sacrifício, incentivo, amor e confiança desde o início.
AGRADECIMENTO
A Universidade Estadual do Norte Fluminense pela oportunidade de
realização deste curso e a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de
Janeiro (FAPERJ), pela concessão da bolsa de estudos;
Ao Professor PhD. José Brandão Fonseca, pela amizade, pelo apoio, pelos
conselhos e pela agradável convivência. Aos Professores Dr. Rony Antonio
Ferreira e Dr. Humberto Pena Couto pelos conselhos e pelas sugestões no
aperfeiçoamento deste trabalho e à Professora Drª. Rita da Trindade Ribeiro
Nobre Soares pelos ensinamentos e lição de vida;
Ao Professor Dr. Valene da Silva Amarante Junior, à Professora Dr
a
. Rita
de Maria Seabra Nogueira de Candanedo Guerra e ao Professor Dr. Alessandro
Costa da Silva pela atenção dispensada na execução das atividades de campo e
das análises laboratoriais realizadas na Universidade Estadual do Maranhão;
Aos alunos que participaram do trabalho: Paulo Henrique Corvelo Lima,
Andréia Pereira de Costa, Polyana da Silva Barbosa e Flávio Roberto Lima
Caldas;
À amiga Patrícia Castelo Branco, pela grande amizade pessoal e pela
convivência no período das aulas na Pós-Graduação, e ao Professor Dr. Walter
Esfrain Pereira que apesar de pouco contato, demonstrou amizade nos
ensinamentos, mesmo nas horas contadas;
Aos funcionários, Regina e João Reis, pelo auxílio nas análises no
Laboratório de Solos e Nutrição Animal da Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA). Aos funcionários, em especial, ao Gerente Sr. José de Souza, Sr. Lauro
e ao Sr. Genivaldo da Granja Agrolusa localizada em São Luis - MA pela atenção,
amizade e grande incentivo para a conclusão deste trabalho;
Um sincero obrigado a Jeovana F.C. Campos, secretária do Programa de
Pós-Graduação em Ciência Animal, pelos conselhos, dedicação, apoio em todos
os momentos desta jornada;
Às pessoas que, direta ou indiretamente, contribuíram para a realização
deste trabalho e a Deus, por tudo.
BIOGRAFIA
Anilce de Araújo Brêtas, filha de Nailson Antonio Brêtas e Andira de Araújo
Brêtas, nasceu em 8 de março de 1978, no Rio de Janeiro.
Em outubro de 2000, obteve o título de Zootecnista pela Universidade
Federal de Viçosa, MG.
De 2000 a 2002, trabalhou no SENAR - Serviço Nacional de Aprendizagem
Rural, prestando serviços no Maranhão e como Gerente Geral em Haras no
interior do Estado.
De 2002 a 2004, concluiu o Curso de Mestrado em Zootecnia na
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ).
Em março de 2005, iniciou na Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro (UENF), o curso de Doutorado em Ciência Animal defendendo tese
em abril de 2009.
LISTAS DE TABELAS
Página
Tabela 1
-
Composição das rações experimentais de suínos dos 25 aos 70
kg de peso vivo...............................................................................
31
Tabela 2
Composição químico-mineral (cloreto, sódio, potássio) da água
fornecida para suínos dos 25 aos 70 kg mantidos em condições
naturais de calor recebendo rações com diferentes balanços
eletrolíticos......................................................................................
34
Tabela 3
Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso final (PF),
consumo de N (CN), consumo de lisina (CL), eficiência de
utilização de nitrogênio para ganho (EUNG), eficiência de
utilização de lisina para ganho (EULG) de suínos dos 25 aos 70
kg alimentados com rações contendo diferentes balanços
elet
37
Tabela 4
Consumo de sódio, potássio e de cloreto por suínos dos 25 aos
70 kg alimentados com rações contendo diferentes balanços
eletrolíticos...
...................................................................................
41
Tabela 5
Concentrações séricas de sódio, potássio e cloro em mEq/kg de
suínos dos 25 aos 70 kg alimentados com rações contendo
diferentes balanços eletrolíticos...................................................... 44
Tabela 6
Resultado de frequência respiratória (FR) em movimento por
minuto (mov/min) e temperatura retal (TR) em °C de suínos dos
25 aos 70 kg alimentados com rações contendo diferentes
balanços
eletrolíticos.......................................................................
47
Tabela 7
Composição das rações experimentais de suínos dos 70 aos
110 kg de peso vivo........................................................................ 54
Tabela 8
Composição químico-mineral (cloreto, sódio, potássio) da água
fornecida para suínos dos 70 aos 110 kg mantidos em condições
naturais de calor recebendo rações com diferentes balanços
eletrolíticos............................................
..........................................
57
Tabela 9
Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), peso final (PF),
consumo de N (CN), consumo de lisina (CL), eficiência de
utilização de nitrogênio para ganho (EUNG), eficiência de
utilização de lisina para ganho (EULG) de suínos dos 70 aos 110
kg alimentados com rações contendo diferentes balanços
eletrolíticos......................................................................................
62
Tabela 10
Consumo de sódio, potássio e de cloreto por suínos dos 70
aos 110 kg alimentados com rações contendo diferentes
balanços eletrolíticos....................................................................... 66
Tabela 11
Concentrações séricas de sódio, potássio e cloro em mEq/kg
de suínos dos 70 aos 110 kg alimentados com rações contendo
diferentes balanços eletrolíticos......................................................
69
Tabela 12
Resultado de frequência respiratória (FR) em movimento por
minuto (mov/min) e temperatura retal (TR) em °C de suínos dos
70 aos 110 kg alimentados com rações contendo diferentes
balanços eletrolíticos.......................................................................
72
Tabela 13
Resultado da avaliação da espessura de toucinho (mm),
comprimento de carcaças (cm) e rendimento de carcaças (%) de
suínos dos 70 aos 110 kg alimentados com rações contendo
diferentes balanços eletrolíticos...................................................... 74
Tabela 14
Resultado do peso absoluto (g) de rins, coração e fígado de
suínos dos 70 aos 110 kg alimentados com rações contendo
diferentes balanços eletrolíticos...................................................... 76
SUMÁRIO
Página
1. INTRODUÇÃO GERAL .............................................................................. 15
2. REVISÃO DE LITERATURA ...................................................................... 16
2.1 O equilíbrio acidobásico nos suínos.................................................... 16
2.2 Influência do estresse calórico sobre o desempenho e fisiologia dos
suínos......................................................................................................... 18
2.3 Uso de eletrólitos para manutenção do equilíbrio acidobásico............ 20
2.4 Balanço eletrolítico das rações (BER).................................................. 21
2.4.1 Ajustes nutricionais do balanço eletrolítico no calor.......................... 24
Capítulo 1. ESTUDO DO BALANÇO ELETROLÍTICO PARA SUÍNOS
MACHOS CASTRADOS DOS 25 AOS 70 kg MANTIDOS EM AMBIENTE
DE ALTA TEMPERATURA.............................................................................
Introdução................................................................................................... 27
Material e Métodos..................................................................................... 30
Resultados e Discussão............................................................................. 36
Capítulo 2. ESTUDO DO BALANÇO ELETROLÍTICO PARA SUÍNOS
MACHOS CASTRADOS DOS 70 AOS 110 kg MANTIDOS EM AMBIENTE
DE ALTA TEMPERATURA.............................................................................
Introdução.................................................................................................. 50
Material e Métodos.................................................................................... 53
Resultados e Discussão............................................................................ 60
Conclusões Gerais.................................................................................... 78
Referências bibliográficas......................................................................... 79
RESUMO
Brêtas, Anilce de Araújo, Zootecnista, D.Sc., Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro. Abril de 2009. Efeito do balanço eletrolítico da ração
de suínos criados em clima quente. Orientador: José Brandão Fonseca.
Conselheiros: Rony Antonio Ferreira e Humberto Pena Couto
Este estudo foi realizado com o objetivo de avaliar o desempenho e os parâmetros
fisiológicos de suínos em crescimento e em terminação mantidos em ambiente de
alta temperatura recebendo rações com diferentes balanços eletrolíticos. Foram
utilizados 200 suínos machos castrados distribuídos em delineamento
inteiramente casualizado com cinco tratamentos, para a fase de crescimento T1
(s/supl): ração sem suplementação de eletrólitos formulada com 191 mEq/kg; T2
(supl B): ração com suplementação de bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) formulada
com 250 mEq/kg; T3 (supl B+C): ração com suplementação de (NaHCO
3
) e
cloreto de potássio (KCl) formulada com 250 mEq/kg; T4 (supl B): ração com
suplementação de (NaHCO
3
) formulada com 300 mEq/kg e T5 (supl B+C): ração
com suplementação de (NaHCO
3
) e (KCl) formulada com 300 mEq/kg, com quatro
repetições e 10 animais por unidade experimental. E na fase de terminação T1
(s/supl): ração sem suplementação de eletrólitos formulada com 199 mEq/kg; T2
(supl B): ração com suplementação de bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) formulada
com 250 mEq/kg; T3 (supl B+C): ração com suplementação de (NaHCO
3
) e
cloreto de potássio (KCl) formulada com 250 mEq/kg; T4 (supl B): ração com
suplementação de (NaHCO
3
) formulada com 300 mEq/kg e T5 (supl B+C): ração
com suplementação de (NaHCO
3
) e (KCl) formulada com 300 mEq/kg, com quatro
repetições e 10 animais por unidade experimental. O estudo na fase de
crescimento foi iniciado com 25,3±1,3 kg e foi encerrado quando os animais
atingiram peso médio de 68,8±3,4 kg. Na fase de terminação o experimento foi
iniciado com 68,8±3,4 kg e encerrado com 110,1±2,6 kg. As variáveis de
desempenho avaliadas foram de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP),
peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina (CL), eficiência de
utilização de lisina para ganho (EULG), eficiência de utilização de nitrogênio para
ganho (EUNG) e conversão alimentar (CA). Semanalmente foram avaliados os
parâmetros fisiológicos de freqüência respiratória (FR) e temperatura retal (RT)
dos animais. Ao final do período experimental para ambas as fases foi realizada
coleta de sangue de todos os animais para mensurar as concentrações
sorológicas de Na, K e Cl. As condições ambientais do galpão foram medidas
diariamente. Foram avaliadas as características de carcaça e o peso das vísceras
dos suínos em terminação. A temperatura média para a fase de crescimento
manteve-se em 29,65±1,80°C, com umidade relativa de 69,6±10,4% e
temperatura de globo negro de 31,95±1,98°C e foi calculado o índice de
temperatura de globo e umidade (ITGU) em 80,51±2,44. O estudo dos suínos da
fase de terminação a temperatura média manteve-se em 29,34±2,06°C, com
umidade relativa de 70,4±9,2% e temperatura de globo negro de 31,59±2,53°C.
Foi calculado o índice de temperatura de globo e umidade (ITGU) em 80,98±2,89.
A suplementação de eletrólitos para a fase de crescimento piorou (P<0,05) o CR e
melhorou o CN e o consumo de cloreto quando os animais receberam 300 mEq/kg
na ração. Os demais parâmetros de desempenho avaliados não foram afetados
pelos tratamentos (P>0,05). Não houve diferença (P>0,05) nas respostas
fisiológicas de FR e TR, sendo o mesmo observado para as concentrações séricas
de sódio e cloreto. Os suínos que receberam as rações com maior teor de balanço
eletrolítico apresentaram redução (P<0,05) concentração de potássio no soro dos
suínos. Para a fase de terminação a suplementação de eletrólitos melhorou o
(GP), o (CL) e (EULG). Os demais parâmetros de desempenho avaliados não
foram afetados pelos tratamentos (P>0,05). A correção do balanço eletrolítico
aumentou o consumo de Na, K e Cl. A utilização de eletrólitos reduziu (P<0,05) a
concentração sérica de Na e do peso absoluto do fígado. Não houve diferença
(P>0,05) nas respostas fisiológicas de FR, TR, espessura de toucinho,
comprimento de carcaça e rendimento de carcaça. Rações contendo 250 ou 300
mEq/kg suplementadas com bicarbonato de sódio e/ou cloreto de potássio, não
influenciaram o desempenho na fase de crescimento, porém as mesmas podem
ser usadas para melhor desempenho para a fase de terminação no estresse
calórico.
Palavras- chave: equilíbrio ácido-base, estresse calórico, bicarbonato de sódio,
cloreto de potássio
ABSTRACT
BRÊTAS, Anilce de Araújo, D.Sc., Universidade Estadual do Norte Fluminense
Darcy Ribeiro. April 2009. Effect of electrolyte balance in diet of swine reared
hot welder. Professor Adviser: José Brandão Fonseca. Committee Members:
Rony Antonio Ferreira e Humberto Pena Couto.
This study was conducted to evaluate the effect of the Dietary Electrolyte Balance
(DEB) for growing and finishing swine under high temperatures ambient, receiving
treatments different with five levels of electrolytes. Two hundred barrows with initial
average weight of 25,3±1,3kg, were allotted in a complete block experimental
design of five treatments for growing swine T1- diet without supplementation of
electrolytes with 191 mEq/kg; T2 (supl B)- diet with supplementation of sodium
bicarbonate (NaHCO
3
) with correction of EB to 250 mEq/kg; T3 (supl B+C)- diet
with supplementation of (NaHCO
3
) and chloride potassium (KCl) with correction of
EB to 250 mEq/kg; T4 (supl B)- diet with supplementation of (NaHCO
3
) with
correction of EB to 300 mEq/kg; T5 (supl B+C)- diet with supplementation of
(NaHCO
3
) and (KCl) with correction of EB to 300 mEq/kg) and four replications.
And finishing swine with T1- diet without supplementation of electrolytes with 199
mEq/kg; T2 (supl B)- diet with supplementation of sodium bicarbonate (NaHCO
3
)
with correction of EB to 250 mEq/kg; T3 (supl B+C)- diet with supplementation of
(NaHCO
3
) and chloride potassium (KCl) with correction of EB to 250 mEq/kg; T4
(supl B)- diet with supplementation of (NaHCO
3
) with correction of EB to 300
mEq/kg; T5 (supl B+C)- diet with supplementation of (NaHCO
3
) and (KCl) with
correction of EB to 300 mEq/kg) and four replications. The experimental unit was
composed of ten pigs. The study began with 25,3±1,3kg and finished when the
average weight of the animals was 68,8±3,4Kg. The study of the finishing swine
began with 68,8±3,4 kg and finished with 110,1±2,6 kg. The performance
parameters evaluated were feed intake (FI), daily gain (DG), final weight (FW),
nitrogen intake (NI), lysine intake (LI), efficiency of L utilization for weight gain
(ELUWG), efficiency of N utilization for weight gain (ENUWG), and feed ration:
gain. The physiologic parameters to respiratory frequency (RF) and rectal
temperature (RT) were evaluated. Weekly at finish of the experimental for both
fase period blood was collected of all animals to measure serum concentration of
Na, Cl and K. The environmental conditions were measured daily. Carcass
characteristics and visceral organs weight of the finishing swine were evaluated.
The average temperature for growing swine was 29,65±1,80°C, with relative
humidity of 69,6±10,4% and black globe temperature of 31,95±1,98°C and black
globe humidity and temperature index (BGHI) calculated was 80,51±2,44. The
study of finishing swine average temperature was 29,34±2,06°C, with relative
humidity of 70,4±9,2% and black globe temperature of 31,59±2,53°C and black
globe humidity and temperature index (BGHI) calculated was 80,98±2,89. The
supplementation of the electrolytes decreased (P<0,05) the (FI) and improved (NI)
and chloride intake when the animals were fed with rations (300 mEq/kg). The
others performance evaluated were not influenced by treatments (P>0,05). There
were no significant differences (P>0,05) for RF an RT. The same was observed for
serum concentration sodium and chloride. The swine that were fed rations with
high concentration of electrolytes presented lower (P<0,05) concentrations of
potassium in the serum. The supplementation for finishing swine improved
(P<0,05) the (DG), (LI) and (ELUWG). The other performance parameters
evaluated were not influenced by treatments (P>0,05). The correction of electrolyte
balance increased intake of Na, K and Cl. The utilization of electrolytes decreased
(P<0,05) the concentration of Na in the serum and absolute weight of liver. There
was significant difference (P>0,05) for RF and RT, backfat thickness and carcass
yield. Diets with 250 or 300 mEq/kg supplemented with sodium bicarbonate and/or
potassium chloride did not influence the performance of growing swine, but same
can be used the best performance for finishing swine under heat stress.
Key- Words: electrolyte balance, heat stress, sodium bicarbonate, potassium
chloride
15
1. Introdução Geral
Nos últimos anos têm ocorrido maior demanda para o crescimento e
produtividade do setor suinícola brasileiro. Os avanços genéticos atingidos na
suinocultura utilizando plantéis de alto desempenho levaram à ocorrência
freqüente de animais com problemas de consumo de alimento, principalmente em
condições de estresse por calor.
As novas linhagens de suínos são caracterizadas por terem grande
eficiência para converter diferentes tipos de alimentos em proteína animal e,
conseqüentemente, produzir maior carga de calor em seu metabolismo (BROW-
BRANDL et al., 1998). Este genótipo pode determinar a taxa máxima de
crescimento dos suínos, entretanto, elementos climáticos como a temperatura,
afetam a expressão do potencial genético. Todavia, quando submetidos a
temperaturas ambientais acima da zona de conforto térmico, os animais
apresentam mecanismos comportamentais, físicos e químicos para a redução das
taxas metabólicas com a intenção de reduzir sua produção de calor.
Outro mecanismo usado pelos suínos é a regulação dos líquidos do
organismo que compreende a manutenção de concentrações adequadas de água
e eletrólitos e a preservação de íons hidrogênio (H
+
) dentro de uma faixa estreita,
sendo esta proporcional ao melhor funcionamento celular.
Muitas pesquisas demonstraram que a correção do balanço eletrolítico
através da adição de sais nas rações é útil não para melhorar o desempenho
dos animais, mas também como um meio de minimizar os efeitos do desbalanço
de eletrólitos causado pelo estresse calórico.
Neste sentido, a suplementação de sais nas rações dos animais tem sido
usada para aumentar a ingestão de íons específicos, corrigindo mudanças no
equilíbrio acidobásico.
Esta pesquisa teve o objetivo de analisar o efeito do balanço eletrolítico de
rações suplementadas ou não com bicarbonato de sódio e cloreto de potássio
sobre o desempenho de suínos machos castrados em fase de crescimento e
16
terminação, além do efeito desse estudo sobre os parâmetros fisiológicos e de
avaliação de carcaças de suínos criados em clima quente.
2. Revisão de Literatura
2.1. O equilíbrio acidobásico nos suínos
A manutenção da quantidade ideal de íons hidrogênio nos líquidos
intracelular e extracelular depende de um delicado equilíbrio entre ácidos e as
bases existentes no organismo, denominado equilíbrio acidobásico (MACARI et
al., 1994). Esta manutenção tem grande importância fisiológica e bioquímica, visto
que as atividades das enzimas celulares, as trocas eletrolíticas e a manutenção do
estado estrutural das proteínas são profundamente influenciadas por pequenas
alterações na concentração hidrogeniônica do sangue. Entretanto, o equilíbrio
acidobásico não é definido somente em termos da concentração de íons
hidrogênio no sangue (pH), mas deve-se incluir a pressão parcial de dióxido de
carbono (pCO
2
), bicarbonato (HCO
3
-
) e as bases em excesso (PATIENCE, 1990).
O balanço entre ácidos e bases se caracteriza pela busca permanente do
equilíbrio. Face à maioria dos regimes alimentares, o metabolismo orgânico tende
a produzir um excesso de radicais ácidos, não somente em decorrência da
produção de substâncias intermediárias parcialmente oxidadas (ácido pirúvico e
ácido láctico), como da própria combustão completa dos substratos neutros
assimilados. Assim, a quantidade de ácido produzida pode variar, dependendo
das modificações da ração, nível de atividade física ou em função de outros
processos fisiológicos (MACARI et al., 1994).
Os ácidos dos fluidos corporais são originários da dieta consumida e do
metabolismo celular e são classificados como: voláteis, orgânicos e não-voláteis
(fixos). As quantidades de ácidos orgânicos e não-voláteis produzidas nos animais
17
são mínimas, quando comparadas com a quantidade de ácidos voláteis
(BUTCHER e MILES, 1994).
O ácido carbônico é o ácido volátil produzido em maior quantidade no
organismo. No entanto, devido à sua natureza volátil, todo o dióxido de carbono é
rapidamente expirado através dos pulmões assim que é formado.
Os ácidos orgânicos são derivados da incompleta oxidação de
carboidratos e lipídeos. Em condições normais são produzidos em baixas
concentrações, mas em certas condições, quando os lipídeos são utilizados como
fonte de energia, a produção de ácido aceto-acético pode aumentar (BUTCHER e
MILES, 1994).
Os ácidos fixos ou não-voláteis originam-se da oxidação de determinados
componentes das proteínas, como o enxofre de aminoácidos sulfurosos. A
quantidade de ácidos fixos pode aumentar quando a ingestão destes excede os
requerimentos fisiológicos (MACARI et al. 1994).
Para evitar que estes ácidos ou bases em excesso interfiram na
manutenção do pH sanguíneo, três mecanismos estão em atividade para manter o
equilíbrio acidobásico: tampões extra e intracelulares, o ajuste respiratório da
concentração sanguínea de dióxido de carbono e a excreção dos íons hidrogênio
ou bicarbonato pelos rins. Os dois primeiros são responsáveis pela correção
rápida das alterações de pH, enquanto que os rins são responsáveis pela
homeostasia acidobásica em longo prazo e pela excreção do excesso de íons
hidrogênio (CUNNINGHAM, 1992).
Os tampões são substâncias químicas que podem se combinar com
ácidos e bases, com a finalidade de prevenir as mudanças bruscas do pH quando
estas substâncias são adicionadas quantidades relativamente pequenas de ácido
(H
+
) ou bases (OH
-
).
As concentrações relativas dos eletrólitos na alimentação afetam
diretamente o equilíbrio acidobásico dos animais (PATIENCE 1993). A
importância dos eletrólitos no equilíbrio acidobásico é que estes em solução,
comportam-se como íons. Os íons são quantificados em miliequivalentes, que
correspondem à milésima parte de um equivalente-grama. O equivalente de uma
18
substância é a menor porção da substância, capaz de reagir quimicamente e,
corresponde ao peso atômico ou ao peso molecular, dividido pela sua valência.
2.2. Influência do estresse calórico sobre o desempenho e fisiologia
dos suínos
No calor, a redução no consumo de ração é linear e a proporção desta
redução tem mostrado resultados conflitantes na literatura, o que pode estar
associado a muitos fatores, incluindo o genótipo, variação do peso vivo, ração e
variação da temperatura.
Alguns fatores como temperatura ambiente, consumo nutricional e
energético e o desempenho estão intimamente ligados. Esta interação é de
grande importância na formulação de rações para suínos, nas diferentes estações
do ano e localizações geográficas ou ainda para a combinação econômica ótima
entre nutrição e temperatura ambiente (KERR et al., 2003).
Quando a temperatura ambiente efetiva está abaixo ou acima da zona de
termoneutralidade, o comportamento e a utilização de alimento pelo suíno podem
ser sensivelmente modificados. Caso os animais se encontrem fora da zona de
termoneutralidade, os mesmos podem manter a homeotermia, dentro de sua
tolerância, pela alteração na taxa metabólica, modificação na quantidade de
ingestão de alimentos e dissipação de calor corporal (JENSEN, 1991).
Em razão da dificuldade em controlar a dissipação de calor, o animal
modifica a sua produção de calor metabólico. Uma das respostas dos suínos ao
estresse por calor consiste na redução do consumo voluntário e da atividade física
(NIENABER, 1996). Altas temperaturas estão associadas à piora no desempenho
de suínos, principalmente pela redução no consumo de alimento e pelo custo
energético, associado aos processos de termorregulação (MANNO et al., 2006).
19
O menor consumo dos animais pode terminar em redução nas taxas de
ganho de peso, podendo ocasionar grande impacto econômico devido ao maior
tempo necessário para o suíno atingir o peso de abate (FIALHO et al., 2001).
Os metabolismos protéico, energético, mineral e a regulação acidobásica
são processos inter-relacionados, pois influenciam o desempenho dos suínos
(PATIENCE, 1990). As rações dos animais não possuem cargas neutras, contudo
as cargas negativas devem ser balanceadas com as positivas e a soma total dos
eletrólitos fornecidos na ração tem influência direta na regulação do equilíbrio
eletrolítico dos suínos.
A incorporação de eletrólitos na ração exerce influência no equilíbrio
acidobásico e, conseqüentemente, afeta os processos metabólicos relacionados
ao crescimento, desempenho dos animais e à sobrevivência ao estresse calórico
(VIETES et al., 2005).
A condição de conforto térmico do animal dentro de uma instalação, existe
quando o calor produzido pelo organismo dos suínos, somado ao calor ganho do
ambiente, for igual ao calor dissipado.
Neste animais, a temperatura corporal varia em diferentes partes do corpo e
em diferentes momentos, mas a temperatura do núcleo corporal é mantida
independentemente da flutuação ambiental (MOUNT, 1979).
Os suínos apresentam máximo desempenho quando mantidos em
ambiente confortável, representado por uma faixa estreita de temperatura, onde os
processos termorregulatórios são mínimos, na qual a maior proporção da energia
líquida é utilizada para a formação de tecidos (ORLANDO et al., 2001).
Contudo, quando estes animais são submetidos a ambientes de alta
temperatura, ocorre uma tendência em perder a eficácia na utilização de energia
líquida disponível à medida que os suínos acionam mecanismos de
termorregulação para reduzir o impacto do calor ambiente sobre o seu organismo
(KERR et al., 2003).
O estresse é um termo geral que implica em uma ameaça à qual o corpo
precisa se ajustar. Esta adaptação envolve uma série de respostas
neuroendócrinas, fisiológicas e comportamentais que funcionam para tentar
20
manter a homeostase (VON BORELL, 1995). Segundo FRASER (1975), um
animal está em estado de estresse quando ocorrem ajustes anormais ou extremos
em sua fisiologia ou comportamento para ajustar-se a aspectos adversos do seu
ambiente e manejo.
Em geral, nas trocas de calor entre o animal e o ambiente em instalações
onde a temperatura é inferior a 25ºC predominam os processos não evaporativos.
No entanto, em locais onde a temperatura ambiente se encontra acima de 30ºC
predominam as dissipações por processo evaporativo, principalmente através da
evaporação de água pela respiração (ESMAY, 1982).
A reação dos suínos ao estresse calórico, consiste na intensificação da
dissipação do calor por evaporação através do trato respiratório, constituindo
assim em um esforço do animal em reduzir a produção de calor metabólico.
A susceptibilidade ao estresse calórico aumenta à medida que o binômio
umidade e temperatura ambiente ultrapassa a zona de conforto térmico,
dificultando a dissipação de calor, incrementando, conseqüentemente a
temperatura corporal do suíno, com efeito negativo sobre o desempenho. JENSEN
(1982) relatou que, sob estresse de calor, os suínos diminuíram a ingestão de
alimento para uma redução da produção de calor.
Quando os animais estão em estresse calórico, ocorre o comprometimento
da respiração, que promove um aumento da freqüência respiratória, podendo
provocar uma alcalose respiratória. Para compensar esta alcalose os rins
aumentam a excreção de bases como sódio, potássio, magnésio, cloro e
bicarbonato e reduzem a excreção de hidrogênio (TAVARES e FERREIRA, 2005).
2.3. Uso de eletrólitos para manutenção do equilíbrio ácido-base
A manutenção da vida ocorre por meio de fluidos corporais e o equilíbrio
acidobásico é essencial para este processo, onde a quantidade total de água ou
21
fluido corporal em qualquer espécie animal varia em função da espécie, idade,
sexo, estado reprodutivo e nutricional.
O equilíbrio acidobásico e eletrolítico no organismo animal é um mecanismo
complexo, mediado por uma série de elementos químicos, que quando em
excesso ou deficiência, desencadeiam reações orgânicas no sentido de
compensar as alterações ocorridas.
O eletrólito pode ser definido como uma substância química que se dissocia
nos constituintes iônicos, tendo como função fisiológica principal a manutenção do
equilíbrio ácido-base corporal. Os organismos dos animais também dispõem de
sistemas tamponantes em nível sanguíneo, tais como o poder tampão dos
hematócritos, do plasma e dos rins.
O balanço de cátions e ânions na ração tem sido usado na avicultura de
corte, na suinocultura (MOGIN, 1981) e mais recentemente com outras espécies
animais, como ovinos (GRANT et al., 1992) e equinos (COOPER et al., 1995).
O equilíbrio acidobásico, juntamente com a concentração dos eletrólitos
estão relacionados com os mecanismos de absorção digestiva e com as trocas
iônicas que ocorrem entre o sistema digestório e o sangue, sendo que a absorção
de cátions se faz “contra” os íons hidrogênio e tem efeito alcalinizante em nível
sanguíneo, enquanto que a absorção de ânions tem efeito inverso em função da
saída de íons bicarbonato do sangue.
A mudança no metabolismo ocasiona um desvio de nutrientes disponíveis
para a produção, reduzindo a taxa e a eficiência de sua utilização para o
crescimento corporal, modificando a exigência nutricional dos animais (KIEFER et
al., 2005).
2.4. Balanço eletrolítico das rações (BER)
O balanço eletrolítico da ração pode exercer influência no equilíbrio
acidobásico e, conseqüentemente, afetar os processos metabólicos relacionados
22
ao crescimento, à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e ao
desempenho do animal (VIEITES et al., 2005).
Muitas pesquisas demonstram que a correção do balanço eletrolítico
através da adição de sais nas dietas é útil não para melhorar o desempenho
dos animais, mas também pela importância fundamental em minimizar os efeitos
do imbalanço de eletrólitos causado pelo estresse calórico (BORGES, 2001).
Dessa maneira, para que os suínos possam apresentar bom desempenho
produtivo e reprodutivo é essencial a manutenção de suas funções metabólicas
onde o pH do sangue e de outros fluidos orgânicos devem ser mantidos em uma
faixa estreita de variação. Assim, os alimentos consumidos pelos animais
interferem nesse pH e podem causar oscilação entre a alcalinidade e a acidez,
sendo esta diretamente responsável pela maior ou menor influência conforme o
tipo e a quantidade do alimento ingerido pelos suínos.
A aplicabilidade do balanço eletrolítico decorre através do equilíbrio iônico
dos fluidos orgânicos que são responsáveis pela regulação do balanço ácido-
base. Este balanço começa pela identificação das análises minerais necessárias,
transformando-se os valores encontrados em miliequivalentes (mEq), que será a
medida empregada para verificar os valores iônicos encontrados nas rações.
O meio ambiente e a ração influenciam o equilíbrio acidobásico. A
manutenção deste equilíbrio pode ser uma medida importante para melhorar o
desempenho de suínos criados sob altas temperaturas.
MELLIERE e FORBES (1966) apresentaram uma equação para descrever
a inter-relação de cátions e ânions e equilíbrio acidobásico, da seguinte forma:
Nível relativo = mEq em cátions = Ca + Mg + Na + k
mEq em ânions PO
4
+ Cl + SO
4
Os elementos envolvidos nesse equilíbrio são os cátions: sódio (Na
+
),
magnésio (Mg
+
), cálcio (Ca
+
) e potássio (K
+
), e os ânions: cloreto (Cl
-
), sulfato
(SO
4
-2
) e ainda, em nível intracelular, o fosfato dibásico (H
2
PO
4
-
) e algumas
proteínas.
23
O potássio, sódio e cloro têm maior potencial eletrolítico que o magnésio,
enxofre, fósforo e cálcio, sendo que o potencial eletrolítico destes é maior do que o
ferro, manganês, zinco, cobre, selênio, cobalto e iodo. Estes elementos traços têm
a capacidade de funcionar como eletrólitos, mas eles estão presentes em
pequenas quantidades nas rações e em baixas concentrações no tecidos, o que
reduz seu impacto sobre o equilíbrio acidobásico (BORGES, 2003). Isto ocorre,
devido ao potencial eletrolítico dos elementos que os classifica em temos de
importância no equilíbrio eletrolítico do organismo.
Contudo, expressão mais difundida atualmente para determinar o balanço
eletrolítico da ração foi desenvolvida por MOGIN (1981). Para manter o equilíbrio
acidobásico, o suíno deve regular a ingestão e a excreção de ácidos. Nas
situações em que o animal se encontra em equilíbrio acidobásico, ou seja, sem
excesso ou deficiência de ácido ou base, conforme descrito:
(Cátions – Ânions)
ingeridos
= (Cátions – Ânions)
excretados
De acordo com MOGIN (1980), o resultado do poder ácido da ingestão de
Na
+
+ K
+
- Cl
-
, é igual à diferença de cátions e ânions excretados [(cátions
ânions)
excretados
], mais a produção de ácido endógeno (H
+
endógeno
), mais as bases
em excesso (Be). A ingestão ótima de eletrólitos, em termos de equilíbrio
acidobásico, pode minimizar a presença de Be, tendendo a zero. O requerimento
ótimo de balanço eletrolítico é trabalhado em unidades de mEq (Na
+
+ K
+
- Cl
-
) por
kg na ração.
(Cátions – Ânions)
ingeridos
= (Cátions – Ânions)
excretados
+ H
+
endógeno
+ Be
ou
(Na
+
+ K
+
- Cl
-
)
ingeridos
= (Na
+
+ K
+
- Cl
-
)
excretados
+ H
+
endógeno
+ Be
O balanço eletrolítico das rações depende principalmente do conteúdo de
proteína e do tipo de suplementação de sódio utilizado. Os mecanismos de
bombeamento de sódio e potássio em nível celular mantêm normais os níveis
24
desses elementos, tanto no plasma quanto nas células, onde o sódio é retirado
das células através da sua troca por potássio, com gasto de ATP (adenosina
trifosfato).
Os três principais íons envolvidos nos processos metabólicos para a
manutenção da homeostase orgânica são os cátions: sódio, potássio e o ânion
cloreto. Estes íons foram escolhidos, por causa da sua absorção ser maior do que
os demais e por estarem envolvidos diretamente na manutenção do equilíbrio
ácido base.
Segundo MOGIN (1981), o sódio, potássio e cloreto são fundamentais na
manutenção da pressão osmótica e do equilíbrio ácido base dos líquidos
corporais. Assim, os efeitos do balanço iônico da ração sobre o desempenho dos
suínos pode estar relacionado com as variações no balanço ácido base.
Em relação aos elementos não considerados na equação resumida de
MOGIN (1981) pode-se citar que os cátions bivalentes não são rapidamente
absorvidos como os cátions monovalentes, o magnésio é comumente oferecido
nas rações, o fosfato é difícil de ser quantificado, pelo motivo de ser oriundo de
várias fontes alimentares. A taxa de absorção do cálcio é controlada pelo sistema
endócrino e o sulfato está presente em pequenas quantidades nos ingredientes
das rações (BORGES et al., 2003).
2.4.1. Ajustes nutricionais do balanço eletrolítico no calor
Diversos estudos têm sido realizados nos últimos anos para estimar os
melhores teores de balanço eletrolítico para as diferentes fases de
desenvolvimento dos suínos. Para o cálculo do balanço eletrolítico nas rações
(BER) a partir dos valores percentuais dos eletrólitos utilizados nas rações é
empregada a seguinte fórmula:
BE = mEq de Na
+
+ mEq de K
+
- mEq de Cl
-
25
Sendo o miliequivalente (mEq) calculado por:
% do eletrólito na ração x 10.000
peso atômico do eletrólito
Os ajustes nutricionais representam a acidogenicidade ou alcalinidade
metabólica nas rações, podendo estas influenciar a resposta ao estresse térmico.
BUTCHER e MILES (1994) afirmaram que as rações devem ter carga neutra,
então as cargas negativas devem ser balanceadas com as cargas positivas e a
soma de eletrólitos fornecidos na ração tem influência direta na regulação do
equilíbrio eletrolítico do animal.
A utilização de sais na ração pode ser uma alternativa empregada pelos
suinocultores para reduzir as perdas decorrentes do estresse calórico. Entre os
principais sais utilizados destacam-se o cloreto de potássio (KCl) e o bicarbonato
de sódio (NaHCO
3
). A suplementação de KCl e NaHCO
3
na ração tem sido
proposta como forma de minimizar as conseqüências das temperaturas elevadas
sobre o desempenho dos animais (SMITH e TEETER, 1993).
O sódio é o principal cátion presente nos fluidos extracelulares e atua
principalmente no equilíbrio ácido-base. Cerca de 43% do sódio estão nos ossos,
e o restante se localiza em vários compartimentos dos fluidos corporais. O
balanço de sódio é monitorado por receptores de vários tecidos que detectam as
mudanças nos fluidos e na pressão sanguínea (GARDENS-WART e SCHRIER,
1982).
O potássio é o principal cátion representado por quase 90% do meio
intracelular e está envolvido como co-fator de enzimas que participam da
manutenção do equilíbrio ácido-base, transporte de hemoglobina, função cardíaca
e síntese protéica.
É importante considerar que o potássio está presente em abundância na
maioria dos ingredientes que compõe as rações destinadas aos suínos, em
contrapartida o sódio está presente em pequenas quantidades.
26
O ânion cloreto representa 65% do total de ânions do fluido extracelular e
sua função principal é a manutenção do equilíbrio químico com os cátions
presentes. O excesso de sódio pode ser excretado pelos rins, desde que o cloreto
normalmente o acompanhe. O cloro participa ainda do efeito tampão do sangue
em intercâmbio com o bicarbonato (HCO
3
-
) de acordo com SWENSON e REECE
(1993).
Em leitões alimentados com uma ração de 10% de polissacarídeos não
amiláceos (DERJANST-LI et al., 2002), foi verificada igualmente uma melhora na
digestibilidade de nitrogênio, ao passar o balanço eletrolítico de -100 a 200
mEq/kg. No entanto, ao aumentar o teor de polissacarídeos não amiláceos de
10% para 15% na ração, foi observado exatamente o contrário. PATIENCE (1991)
não detectou nenhuma alteração da digestibilidade no nitrogênio ou da lisina de
130 a 440 mEq/kg. No entanto, com 630 mEq/kg foi observada uma degradação
da digestibilidade.
Os suínos em fase de terminação estão mais sujeitos aos efeitos do
estresse por calor (FIALHO et al., 2001). QUINIOU et al. (2000) observaram
relação da temperatura com o consumo de ração e peso vivo, onde os mesmos
concluíram que os animais mais pesados são os mais sensíveis a temperaturas
elevadas, isto ocorre devido à maior dificuldade desta categoria animal em
dissipar calor.
Desta maneira, com este estudo teve-se o objetivo de estudar o balanço
eletrolítico de rações suplementadas ou não com bicarbonato de sódio e cloreto
de potássio sobre o desempenho de suínos machos castrados em fase de
crescimento e terminação, além do efeito do uso destas rações sobre os
parâmetros fisiológicos de suínos mantidos em condições naturais de estresse por
calor.
27
Capítulo 1. Estudo do balanço eletrolítico para suínos machos castrados dos 25
aos 70 kg mantidos em ambiente de alta temperatura
1. Introdução
No Brasil, a melhoria genética dos plantéis de suínos provocou uma
revisão nos níveis nutricionais e no manejo da alimentação, adaptando-os à nova
realidade de produção e à exigência do mercado, refletindo positivamente na
qualidade do produto final.
A suinocultura consiste em importante fator de desenvolvimento
econômico nacional, promovendo efeitos multiplicadores de renda e emprego em
todos os setores da economia e intensificando a demanda de insumos
agropecuários, a expansão e a modernização dos setores de comercialização e da
agroindústria.
A região Nordeste do Brasil, possui um rebanho suíno com alto potencial
genético, porém com produtividade inferior em comparação às demais regiões do
país, em virtude, principalmente, das características climáticas da região. Todavia,
com o uso de instalações adequadas e técnicas modernas de manejo, pode-se
alcançar bons índices zootécnicos, embora estes animais sejam criados fora de
sua zona de conforto térmico (CARVALHO et al., 2004).
O conforto térmico é dependente de diversos fatores, alguns ligados ao
animal, tais como: peso, idade, estado fisiológico, tamanho do grupo, nível de
alimentação e genética, e outros ligados ao ambiente como temperatura,
velocidade do ar, umidade relativa, radiação e tipo de piso.
Segundo PERDOMO (1998), a adequação do meio deve ter caráter
permanente, independentemente da maior ou menor habilidade genética do suíno,
uma vez que a estabilização e a melhoria do conforto térmico são fundamentais
para elevar o nível de independência das edificações em relação ao clima, visando
à otimização do desempenho.
28
É importante considerar a temperatura ambiente, como um dos principais
elementos climáticos não por causa do efeito direto sobre a intensidade das
trocas térmicas, como indiretamente pela influência que exerce sobre os demais
componentes do bioclima.
Em estudos realizados por LE DIVIDICH (1991), para melhor desempenho
produtivo e qualidade de carcaça, a faixa de temperatura entre 20 e 25ºC foi
considerada ideal para suínos em crescimento.
O estresse é entendido como uma reação do animal aos estímulos ou
influências adversas. Estes agentes estressores podem ser de origem física (frio
ou calor), social (alteração da hierarquia dentro de um grupo de animais pelo
manejo sobre a relação homem:animal) ou microbiológicas (bactérias, vírus e
parasitas).
Em situação de estresse, ocorre maior síntese de secreção de esteróides
e corticosteróides que afetam o estado imunitário, resultando em menor
resistência às infecções, aumentando o catabolismo e interferindo na utilização de
nutrientes e síntese de tecidos (VON BORELL, 1995).
O período de estresse por calor pode reduzir a ingestão de alimentos,
apresentar impacto negativo no metabolismo da energia e da proteína, e modificar
a distribuição de gordura corporal. O estresse por calor aumenta a exigência de
energia para mantença, quando comparado à temperatura de conforto térmico,
visto que maior quantidade desta é utilizada pelos suínos para dissipar calor,
principalmente pelo aumento na freqüência respiratória. Isto significa, que menos
energia estará disponível para o crescimento dos animais.
O estresse por calor pode provocar alterações fisiológicas nos suínos e a
manutenção de sua homeostase é fundamental para garantir a expressão de seu
potencial genético para crescimento e produção de carne. Dentre as alterações
fisiológicas que podem influenciar sua produtividade, destaca-se o equilíbrio dos
eletrólitos no fluido corporal. Portando, deve-se dar a devida atenção à
manipulação do balanço eletrolítico das rações no sentido de reverter e/ou
prevenir distúrbios metabólicos relacionados à manutenção da homeostase dos
animais (MOGIN, 1980).
29
Nos suínos, o equilíbrio acidobásico pode influenciar o crescimento, o
apetite, o desenvolvimento ósseo, a resposta ao estresse térmico e o metabolismo
de certos nutrientes, como aminoácidos, minerais e vitaminas (PATIENCE, 1990).
Os principais elementos envolvidos nesse equilíbrio são os cátions sódio
(Na
+
), potássio (K
+
) e magnésio (Mg
2+
) e os ânions cloro (Cl), carbonato (HCO
3
-
) e
ainda, em nível intracelular, o fosfato dibásico (H
2
PO
4
) e algumas proteínas. O Na
e Cl contribuem principalmente para a pressão osmótica do plasma, enquanto
que o Mg, proteínas e fosfatos contribuem para a pressão osmótica do fluido
intracelular (GONZÁLEZ e SILVA , 1999).
Como forma de prevenção para o desequilíbrio acidobásico a
suplementação de rações através do uso de compostos como bicarbonato de
sódio (NaHCO
3
) e cloreto de potássio (KCl) tem sido utilizada em regiões de clima
quente. Todavia, o uso destes sais em formulações práticas necessita de estudos
de forma a fornecer subsídio técnico ao produtor de suínos quando da adoção
desta tecnologia. Desta maneira, com este estudo teve-se o objetivo de avaliar o
desempenho e parâmetros fisiológicos de suínos em crescimento mantidos em
condições naturais de calor recebendo rações com diferentes balanços
eletrolíticos.
30
2. Material e Métodos
O experimento foi conduzido em uma suinocultura comercial localizada no
município de São Luís MA (2°35´S; 44°12´W) durante o período de calor
(outubro a fevereiro) no ano de 2007 e 2008, época de maiores temperaturas na
região. O experimento foi conduzido em condições de criação comercial e as
formulações são aquelas adotadas em programa nutricional da granja comercial.
Durante o período experimental foram utilizados 200 suínos mestiços
(Híbridos) machos castrados, em fase de crescimento, com peso médio inicial de
25,3 ± 1,3 kg. Os animais foram alojados em galpão de alvenaria, coberto com
telha de fibrocimento em duas águas, sem forro, com piso de cimento
parcialmente ripado, dividido em baias iguais de 3,25m x 2,60m cada baia, provido
de bebedouro tipo chupeta e comedouro fixo semi-automático, de concreto com
cinco divisões.
Os animais foram distribuídos em delineamento experimental inteiramente
casualizado, sendo utilizado cinco tratamentos com diferentes teores de balanço
eletrolítico (mEq/kg) da ração suplementada ou não com bicarbonato de sódio
e/ou cloreto de potássio e quatro repetições, 10 animais por unidade experimental.
Os animais permaneceram em experimento recebendo ração e água à vontade
até atingirem o peso médio final de 68,8 ± 3,4 kg.
As rações experimentais foram formuladas à base de milho, sorgo e farelo
de soja, estão de acordo com as exigências nutricionais de suínos machos
castrados de alto potencial genético com desempenho médio na fase em
crescimento, preconizados por ROSTAGNO et al. (2005).
As formulações das rações são apresentadas na Tabela 1.
31
Tabela 1: Composição das rações experimentais
Ingredientes Tratamentos
1 2 3 4 5
Milho 39,110 38,460 37,955 38,030 36,785
Sorgo 30,000 30,000 30,000 30,000 30,000
Farelo de soja 23,800 23,800 23,800 23,800 23,800
Óleo de soja 2,600 2,600 2,600 2,600 2,600
Suplemento
mineral:vitamínico
2
4,000 4,000 4,000 4,000 4,000
Sal comum 0,340 0,320 0,325 0,330 0,335
L-lisina HCl 0,150 0,150 0,150 0,150 0,150
Bicarbonato de sódio - 0,670 0,670 1,090 1,330
Cloreto de potássio - - 0,500 - 1,000
Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição Nutricional
Proteína Bruta (%)
1
18,95 18,80 18,60 18,70 18,30
EB (kcal/kg)
1
3.470 3.468 3.466 3.467 3.464
BE (mEq/kg)
3
191 250 250 300 300
Lisina total (%)
1
0,99 0,98 0,99 0,99 0,99
Cloreto (%)
4
0,220 0,240 0,230 0,250 0,240
Sódio (%)
4
0,270 0,390 0,380 0,500 0,490
Potássio (%)
4
0,530 0,580 0,590 0,600 0,610
Cálcio (%)
4
0,840 0,839 0,838 0,839 0,840
Fósforo total (%)
4
0,560 0,559 0,558 0,559 0,557
1 Composição calculada segundo ROSTAGNO et al. (2005).
2 Conteúdo em kg: Colina:4g, sódio 54g, niacina 554mg, zinco 2750mg, vitamina E
280mg, flúor (Max) 595mg, biotina 1,5mg, solubilidade do fósforo (P) em ácido cítrico a
2% (min) 90%, vitamina K3 56mg, promotor de crescimento 2000mg, cobre 3412mg,
vitamina B12 700mcg, fósforo 62g, vitamina D3 56000ui/kg, ácido pantotênico 289mg,
vitamina A 140000ui/kg, riboflavina 112mg, cobalto 4,6mg, selênio 9mg, tiamina 28mg,
antioxidante 9mg, qsp 1000g.
3 BE Balanço eletrolítico da ração calculado conforme PATIENCE (1990), BE = (Na/23
+ K/39 – Cl/35,5)x 1000
4 Análises realizadas no Laboratório de Solos Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA).
32
Os tratamentos foram os seguintes:
T1: ração sem suplementação de eletrólitos formulada com 191 mEq/kg
(T1 s/supl);
T2: ração com suplementação de bicarbonato de sódio (NaHCO
3
)
formulada com 250 mEq/kg (T2 supl B);
T3: ração com suplementação de NaHCO
3
e cloreto de potássio (KCl)
formulada com 250 mEq/kg (T3 supl B+C);
T4: ração com suplementação de NaHCO
3
formulada com 300 mEq/kg (T4
supl B);
T5: ração com suplementação de NaHCO
3
e KCl formulada com 300
mEq/kg (T5 supl B+C)
Para a correção do balanço eletrolítico, as rações dos tratamentos T2 e T4
continham apenas bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) e as rações dos tratamentos
T3 e T5 continham bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) e cloreto de potássio (KCl),
que foram adicionados em substituição ao milho da ração, sendo os demais
ingredientes mantidos em sua concentração. Os valores de balanço eletrolítico
(BE) das rações experimentais foram calculados, considerando o peso molecular
de cada elemento químico, de acordo com a recomendação de PATIENCE (1990),
por meio da fórmula:
BE = (Na/23 + K/39 – Cl/35,5)
As condições ambientais do galpão foram monitoradas três vezes ao dia
em horários predeterminados (sete, 12 e 17 horas), com auxílio de termômetro de
bulbo seco e bulbo úmido, termômetro de máxima e mínima e termômetro de
globo negro, mantidos em uma baia vazia no centro do galpão à meia altura do
corpo dos animais.
As leituras dos equipamentos foram utilizadas para o cálculo do índice de
temperatura de globo e umidade (ITGU), segundo metodologia proposta por
BUFFINGTON et al. (1981), considerada por vários autores como o mais
adequado para avaliar o conforto térmico ambiental, pois combina os efeitos da
33
radiação, velocidade do ar, temperatura do bulbo seco e bulbo úmido e as
condições em que os animais estão expostos à radiação solar direta ou
indiretamente, caracterizando o ambiente térmico no qual os animais foram
mantidos.
Para o cálculo do ITGU foi utilizada a seguinte equação:
ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08
Onde:
ITGU = índice de temperatura de globo e umidade;
Tgn = temperatura de globo negro (°K);
Tpo = temperatura do ponto de orvalho (°K).
As variáveis de desempenho avaliadas foram: consumo de ração (CR),
ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), consumo de nitrogênio (CN),
consumo de lisina (CL), eficiência de utilização de lisina para ganho de peso
(EULG) e eficiência de utilização de nitrogênio para ganho de peso (EUNG).
Durante todo o período experimental foram realizadas as pesagens diárias
das sobras e do resíduo de ração. As pesagens dos animais foram realizadas no
início e no final do experimento, para a avaliação do ganho de peso. Para cálculo
do CN, foi considerado consumo de PB dividido pelo coeficiente 6,25. A eficiência
de lisina e de nitrogênio, ambos para ganho, foi avaliada através do consumo
médio de lisina necessário para os animais converterem em ganho de peso.
Para a obtenção dos parâmetros fisiológicos, semanalmente, pela manhã
(9:00 horas) foi obtida a temperatura retal (TR) dos animais, por meio de um
termômetro clínico que era introduzido no reto de cada animal durante um minuto,
juntamente era feita a freqüência respiratória (FR) obtida pela contagem dos
movimentos dos flancos de cada animal durante 15 segundos e este resultado foi
multiplicado por quatro para a obtenção da freqüência respiratória por minutos.
Ao final do período experimental foi realizada a coleta de sangue em todos
os animais através de punção venosa do sinus orbital utilizando-se agulha
esterilizada e seca, para a determinação das concentrações séricas de cloreto,
sódio e potássio. Os animais recebiam ração por 30 minutos, após esse período a
34
mesma era vedada nos comedouros, esse procedimento foi realizado seguindo a
metodologia de DERSJANT-LI et al. (2001), segundo os autores para garantir que
a maior parte dos nutrientes fossem absorvidos em nível de intestino delgado. As
amostras de sangue foram coletadas em seringa plástica (COMB I- SAMPLER®,
Vented Syringe Kits- AVL), devidamente identificadas e centrifugadas a 3.200 rpm
por cinco minutos para a obtenção do soro sangüíneo, posteriormente estocadas a
-20°C.
Para obtenção das concentrações séricas foram utilizados “kits”
comerciais para sódio e potássio (Laborclin
®
) e para cloreto (Labest
®
) de acordo
com a metodologia sugerida pelo laboratório fabricante. As mensurações dos
níveis séricos de sódio e potássio foram realizadas pelo método do eletrodo
seletivo em analisador automático de eletrólitos marca AVL, modelo OMNI-4. A
leitura do cloreto foi feita por fotometria de chama, técnica em que se baseia na
concentração do íon resultante da alteração de cor pela chama.
As coletas para TR e FR foram realizadas duas horas após o fornecimento
da ração, pela manhã (09:00 horas). Amostras de água fornecidas aos animais
durante todo o período experimental foram coletadas para a análise de sua
composição mineral, em cloreto, sódio e potássio, sendo apresentadas na Tabela
2.
Tabela 2: Composição químico-mineral (cloreto, sódio, potássio) da água
fornecida para suínos em crescimento mantidos em condições naturais de calor
recebendo rações com diferentes balanços eletrolíticos
1
Mineral Resultado (mg/L) Padrão (mg/L)
Cloreto 5,6 5,8
Sódio 2,6 2,9
Potássio 0,7 0,8
1
Análise realizada no Laboratório de Solos da UEMA.
A composição da PB das rações experimentais na Tabela 1 foi calculada
segundo ROSTAGNO et al. (2005) e as análises de PB foram realizadas de
acordo com a metodologia descrita por SILVA e QUEIROZ (2002). As análises
minerais de P, Ca, Cl, Na e K foram realizadas de acordo com as técnicas
35
propostas pela A.O.A.C (1990), no Setor de Solos do Laboratório de Solos (LS) da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Para a análise das variáveis de desempenho, o seguinte modelo
estatístico foi utilizado:
Yij = µ + ti + eij
Yij = efeito do tratamento i na repetição j.
µ = média geral das variáveis;
ti = efeito do tratamento i;
eij = erro aleatório associado a cada observação ij.
As somas de quadrado dos tratamentos foram decompostas em
contrastes ortogonais para a análise dos efeitos de balanço eletrolítico sobre as
variáveis de desempenho e dos parâmetros fisiológicos, em 5% de probabilidade.
Todas as análises estatísticas foram efetuadas utilizando-se a versão 7.0 do
Sistema de Análises Estatísticas (SAS, 2005).
36
3. Resultado e Discussão
Durante todo o período experimental a temperatura média manteve-se em
29,65 ± 1,8°C, com uma umidade relativa do ar de 69,6 ± 10,4% e temperatura do
globo negro de 31,95 ± 1,98°C. O índice de temperatura de globo e umidade
(ITGU) foi calculado em 80,51 ± 2,44. O monitoramento desses elementos
climáticos possibilita a descrição da realidade ambiental nas edificações.
A utilização de índices bioclimatológicos na suinocultura permite a
precisão de uma avaliação da situação ambiental, e também uma comparação de
animais mantidos em diferentes regiões (FERREIRA, 2005).
A temperatura média observada de 31,95°C pode ser caracterizada como
estresse por calor para suínos em fase de crescimento (25 aos 70 kg). Estudos
realizados por NÄAS (1995) especificaram que a temperatura crítica superior para
suínos nesta categoria é de 27°C. ORLANDO et al. (2007) descreveram como
faixa ideal de temperatura para conforto térmico para esta categoria animal sendo
de 16 a 24°C. A umidade relativa média do ar verificada está de acordo com os
parâmetros recomendados para a criação de suínos (60 a 80%), conforme
apresentado em SILVA (1999).
De acordo com FERREIRA (2005), os valores de ITGU próximos de 80
caracterizam estresse por calor para suínos em fase de crescimento. O valor de
ITGU calculado (80,51) demonstrou que os animais se encontravam em condições
de estresse por calor. Diversos estudos conduzidos com suínos mantidos em
condições de calor apresentaram valores semelhantes de ITGU (TAVARES, 1999,
2000 e 2005; KIEFER et al., 2005; ORLANDO et al., 2007 e FERREIRA et al.,
2007), sendo respectivamente, como 81,1, 79,7 e 82,8; 82,2; 82,9 e 83
caracterizando estresse por calor para suínos.
Os resultados de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão
alimentar (CA), peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina
(CL), eficiência de utilização de lisina para ganho (EULG) e eficiência de utilização
do nitrogênio para ganho (EUNG) são apresentados na Tabela 3.
37
Tabela 3: Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar
(CA), peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina (CL),
eficiência de utilização de nitrogênio (EUNG) e eficiência de utilização de lisina
(EULis) de suínos em crescimento, mantidos em condições naturais de calor
recebendo rações com diferentes balanços eletrolíticos.
Variáveis
Tratamentos
CR
(g/dia)
GP
(g/dia)
CA PF (kg) CN
(g/dia)
CL
(g/dia)
EUNG
(gGP/g)
EULis
(gGP/g
Lis)
1(s/supl) 2.558 1.176 2,18 73,55 77,54 25,32 14,94 45,76
2(supl B)
250 mEq/kg)
2.517 1.159 2,17 73,00 75,70 24,66 15,54 47,69
3(supl B+C)
250 mEq/kg)
2.546 1.164 2,19 72,70 75,76 25,31 15,32 46,06
4(supl B)
300 mEq/kg)
2.540 1.228 2,06 75,63 75,99 25,14 16,29 48,76
5(supl B+C)
300 mEq/kg)
2.507 1.135 2,20 72,53 70,46 23,82 16,25 47,29
CV (%) 3,85 3,76 4,76 4,79 3,64 4,16 3,35 4,96
QM
resíduo
0,395 0,131 0,194 0,370 0,555 0,157 0,025 0,035
Contrastes Significância
T1vs
T2+T3+T4+T5
* NS NS NS * NS NS NS
T2+T3 vs
T4+T5
NS NS NS NS * NS NS NS
T2 vs T3
NS NS NS NS NS NS NS NS
T4 vs T5
NS NS NS NS NS NS NS NS
* significativo 5% pelo teste T.
Pelos resultados obtidos pode-se notar que a suplementação de eletrólitos
piorou (P<0,05) o consumo de ração (CR) dos animais. Observou-se que os
38
suínos que receberam a suplementação de eletrólitos nas rações apresentaram
redução média de 1,17% no consumo quando comparado com os suínos que não
receberam ração com o balanço eletrolítico corrigido.
A ingestão de sódio pode provocar sede, aumento no consumo de água e
expansão do volume extracelular e conseqüentemente reduzir o consumo de
ração, mas somente acima de um limiar de sensibilidade. Isto pode ter ocorrido
em função do nível de sódio estar acima do requerimento (0,18%), de acordo com
ROSTAGNO et al. (2005), porém abaixo do nível para toxidez (3,2%) para espécie
suína. De acordo com pesquisas realizadas por DIBARTOLA (2007), a
concentração sérica de sódio indica a quantidade de sódio em relação ao volume
de água no fluido extracelular e não fornece informação direta a respeito do
conteúdo total de sódio corporal.
Os animais, em todos os tratamentos avaliados, não apresentaram
concentração sérica de sódio superior a 145 mEq/L, a quantidade referência que
poderia causar hipernatremia, que ocorre quando a ingestão de água é
inadequada ou quando quantidade excessiva de sódio foi ingerida pelos animais.
Assim como, também não apresentaram uma concentração sérica inferior a 136
mEq/L, o que poderia causar uma hiponatremia, que se instala quando o animal é
incapaz de excretar adequadamente o sódio ingerido.
O aumento da ingestão de sódio pode ter induzido à expansão do volume
extracelular e um aumento compensatório da taxa de fluxo glomerular. Dessa
maneira, segundo DIBARTOLA (2007), pode ocorrer uma redução na reabsorção
de sódio e água nos túbulos proximais.
Não foram encontradas evidências biológicas para explicar o maior
consumo de ração pelos suínos que receberam rações sem a suplementação de
eletrólitos, porém, é oportuno salientar que não foram observadas diferenças
(P>0,05) no ganho de peso, conversão alimentar e peso final dos animais,
demonstrando que a suplementação não contribuiu efetivamente para melhora de
desempenho dos suínos.
A suplementação de eletrólitos não afetou (P>0,05) o ganho de peso dos
animais. O ganho de peso dos animais não se deu como uma conseqüência do
39
consumo de ração. Este resultado foi semelhante ao obtido por BUDDE e
CRENSCHAW (2003), que relataram que mudanças no balanço eletrolítico (BE)
na ração de -35 a 212 mEq/kg não afetaram o ganho de peso de suínos em
crescimento.
O balanço eletrolítico obtido pela suplementação de sódio ou potássio nas
rações (tratamentos 2, 3, 4 e 5) pode ter deprimido o apetite dos suínos.
Provavelmente, em função de que as concentrações de potássio (0,58 a 0,61%) e
sódio (0,39 a 0,50%) ultrapassaram a tolerância dos animais. TABELAS
BRASILEIRAS (2005) prescreveram, respectivamente, 0,51% de potássio e 0,18%
de sódio para suínos de alto potencial genético e desempenho médio na fase de
crescimento.
As suplementações de sais nas rações têm sido recomendadas para
aumentar a ingestão de íons específicos, corrigindo mudanças no equilíbrio
acidobásico (BORGES
a
, 2003).
LIZARDO (2006) em revisão sobre uso de bicarbonato de sódio na
alimentação de suínos, concluiu que a mudança na ingestão voluntária de ração
poderia ser uma resposta às variações do balanço eletrolítico, o que caracterizaria
a existência de um mecanismo que permitiria limitar os efeitos de uma ração muito
ácida ou muito básica. Esta mesma possibilidade foi estudada por YEN et al.
(1981) em um experimento no qual a incorporação de 4% de cloreto de cálcio na
ração provocava uma forte redução no consumo e na velocidade de ganho de
peso, enquanto que a adição de 2% de bicarbonato de sódio permitiu restaurar
estes parâmetros em níveis normais.
A modificação do consumo em reposta às variações do balanço eletrolítico
pode tratar-se de um mecanismo de regulação, feito pelos animais, que permitiria
aos mesmos reduzir os efeitos de uma ração acidogênica ou alcalinogênica,
garantindo dessa forma o melhor funcionamento do sistema digestório (MESCHY,
1998).
Os resultados observados para a conversão alimentar (CA) não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos avaliados. Este resultado foi de encontro
aos publicados por HAYDON et al. (1990), onde foi observado melhora nos
40
resultados de conversão alimentar ao serem utilizadas rações com maiores
concentrações de eletrólitos. Segundo os autores, este fato pode estar relacionado
ao melhor aproveitamento dos nutrientes da ração no intestino delgado.
Em uma pesquisa com suínos entre 15 e 30 kg de peso vivo foi observado
um aumento de consumo de ração e melhora na conversão alimentar quando o
balanço eletrolítico passou de -175 até 250 mEq/kg. A partir desse valor, segundo
PATIENCE (1990) houve uma redução no consumo de ração.
PATIENCE e CHAPLIN (1997) não encontraram diferenças significativas
para conversão alimentar quando os suínos em crescimento foram alimentados
com três tipos de rações: controle (BE= 163 mEq/kg), ração acidogênica (BE= -20
mEq/kg) e ração acidogênica compensada (BE= 104 mEq/kg). Os resultados
observados para peso final não foram diferentes (P>0,05) entre os tratamentos
avaliados. Altos níveis de sódio ocasionam aumento significativo no consumo de
água e, conseqüentemente diminuição do consumo de ração e elevação na
excreção de sódio pela urina. Segundo PATIENCE (1990), os valores do balanço
eletrolítico podem influenciar o apetite, a resposta ao estresse térmico e o
metabolismo de certos nutrientes como aminoácidos, vitaminas e minerais.
Os resultados observados para a consumo de nitrogênio (CN) da Tabela 3
foram influenciados (P<0,05) pela correção de balanço eletrolítico e pelos teores
de sais utilizados. O maior consumo de nitrogênio foi observado pelos animais que
receberamo tratamento sem a suplementação de eletrólitos, fato este que
decorreu em função do maior consumo de ração observado. A variação
observada no consumo de nitrogênio dentre os demais tratamentos acompanhou
a flutuação numérica observada no teor de proteína bruta das rações.
LIZARDO (2006) em revisão de literatura sobre a utilização de
bicarbonato de sódio para suínos relatou que aparentemente, houve efeito
benéfico do aumento do balanço eletrolítico sobre a ingestão de ração para leitões
que atingem um platô por volta de 350 mEq/kg.
Apesar da influência sobre o consumo de nitrogênio (CN), verificou-se que
a correção do balanço eletrolítico, neste experimento não influenciou (P>0,05) os
41
resultados de consumo de lisina (CL), eficiência de utilização de lisina para ganho
(EULG) e eficiência de utilização de nitrogênio para ganho (EUNG).
Os resultados dos consumos diários de sódio, de potássio e de cloro
apresentados por suínos em fase de crescimento, alimentados com rações
contendo diferentes balanços eletrolíticos estão demonstrados na Tabela 4.
Tabela 4: Consumos de sódio, de potássio e de cloreto por suínos em fase de
crescimento, alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos
Tratamentos Consumo diário Proporção
Sódio Potássio Cloreto Na K Cl
1 (s/suplementação) 9,91 13,56 5,63 1,76 2,40 1,00
2 (B) 250 mEq/kg 9,81 14,60 5,91 1,65 2,47 1,00
3 (B+ C) 250 mEq/kg 9,77 15,17 6,04 1,62 2,51 1,00
4 (B) 300 mEq/kg 11,79 14,68 5,77 2,04 2,54 1,00
5 (B+ C) 300 mEq/kg 12,69 15,24 6,35 2,00 2,40 1,00
CV(%) 4,02 4,38 5,11 - - -
QM
resíduo
0,064 0,217 0,396 - - -
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 NS NS NS - - -
T2+T3 vs T4+T5 NS NS * - - -
T2 vs T3 NS NS NS - - -
T4 vs T5 NS NS NS - - -
* significativo 5% pelo teste T.
A suplementação de eletrólitos não afetou (P>0,05) os consumos de sódio
e potássio, porém afetou (P<0,05) o consumo de cloreto. Notou-se que os animais
que receberam rações com 300 mEq/kg apresentaram consumo de cloreto 1,5% a
mais que aqueles que receberam rações com 250 mEq/kg.
Apesar de não ter apresentado variação significativa (P>0,05) no consumo
de sódio, notou-se que os animais que receberam rações com 300mEq/kg
apresentaram consumo de sódio 25% a mais que aqueles que receberam rações
42
com 250 mEq/kg. Pode ser verificado na Tabela 4 que a relação de sódio foi maior
nestes animais. Este fato pode ter influenciado positivamente a EUNG e a EULis
que foram, em valores absolutos, superiores respectivamente 5,4 e 2,4% para os
animais que receberam rações com 300mEq/kg em relação aos que receberam
250 mEq/kg.
Quando excesso de sódio na ração, ocorre aumento da osmolalidade
que estimula a liberação do hormônio antidiurético (ADH), proporcionando ao
animal a sensação de sede. A água ingerida dilui o líquido extracelular, promove
inibição de secreção da aldosterona e um aumento na taxa de filtração glomerular,
assim o excesso de sódio e água serão excretados pelos rins (SWENSON e
REECE, 1993).
A absorção intestinal de sódio pode ocorrer por transporte ativo, quando
este é carreado associado à glicose ou aminoácidos ou por transporte passivo,
quando ocorre troca de íons hidrogênio (H
+
) intracelular por sódio. Neste processo
acontece a troca com o cloreto, sendo este conhecido como transporte acoplado
de NaCl (CUNNINGHAM, 1992).
O sódio é o principal cátion presente nos fluidos extracelulares, atuando
essencialmente no equilíbrio acidobásico, na pressão osmótica corporal, na
atividade elétrica das células nervosas e do músculo cardíaco (ÉVORA et al.,
1999).
Os resultados observados para o consumo de potássio na ração não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos avaliados. As flutuações numéricas no
consumo de potássio se deram em razão daquelas decorrentes da formulação das
rações.
É importante ressaltar que o equilíbrio de potássio somente é atingido
quando ocorre igualdade entre a quantidade ingerida através do consumo de
ração com a quantidade excretada, sendo que esta regulagem é função
principalmente dos rins. Quando aldosterona aumenta, a urina elimina maior
quantidade de potássio e o nível de potássio no sangue diminui. Outro mecanismo
regulador baseia-se na permuta com o sódio nos túbulos renais. A retenção de
43
sódio é acompanhada pela eliminação de potássio (SWENSON e REECE, 1993;
ÉVORA et al. 1999).
O teor de sódio na dieta, a concentração de sódio plasmática e a carga de
sódio filtrado podem influenciar as taxas de excreção do potássio. Neste caso, o
excesso de potássio na dieta provoca aumento da eliminação deste e uma
diminuição na eliminação de hidrogênio (H
+
). Como os íons sódio e potássio
aumentaram sua concentração em relação à concentração do cloreto, o pH dos
fluidos corporais pode aumentar e esta é uma resposta à alcalose metabólica
(SWENSON e REECE, 1993).
Os resultados observados para consumo de cloreto na ração foram
diferentes (P<0,05) entre os tratamentos que apresentaram a correção do balanço
eletrolítico.
De acordo com SALVADOR et al. (1999), o aumento do cloreto plasmático
favorece a retenção de H
+
e diminuição da reabsorção de íon bicarbonato (HCO
3
-
)
pelos rins, sendo esta uma resposta à alcalose metabólica.
As funções do Cl
-
estão relacionadas à regulação da pressão osmótica
extracelular e à manutenção do equilíbrio ácido-base no organismo animal
(ANDRIGUETO et al., 2002; BERTECHINI, 2006).
Os tratamentos 4 e 5 utilizando o balanço eletrolítico de 300 mEq/kg
apresentaram maior relação Na:Cl aproximadamente 2,04:1 e 2,00:1,
respectivamente. O bicarbonato de sódio é uma fonte de eletrólitos que apresenta
a vantagem de contribuir com sódio sem incorporar o cloro. No entanto, as
necessidades de cloro são inferiores às de sódio e o uso de cloreto de potássio
deve ser limitado até a satisfação das necessidades de cloro, assim que este se
complementa com as necessidades de sódio.
Conforme observado pela proporção Na:Cl ocorrido no tratamento 5, esta
foi a relação que mais se aproximou do valor 1,96:1, sendo este o valor
recomendado pelo NUTRIENT... (1998), visto que atende às necessidades de
eletrólitos para esta categoria animal.
Os resultados da concentração de sódio, potássio e cloreto no soro de
suínos estão demonstrados na Tabela 5.
44
Tabela 5: Concentrações séricas de sódio, potássio e cloro em mEq/L dos suínos
em fase de crescimento alimentados com rações contendo diferentes balanços
eletrolíticos
Tratamentos Concentração sérica Proporção
Sódio Potássio Cloreto Na
+
K
+
Cl
-
1 (s/suplementação) 139,25 4,93 101,00 1,38 0,049 1,00
2 (B) 250 mEq/kg 137,50 5,08 100,50 1,37 0,051 1,00
3 (B+C) 250 mEq/kg 138,50 5,35 102,00 1,36 0,052 1,00
4 (B) 300 mEq/kg 140,25 4,95 100,25 1,40 0,049 1,00
5 (B+C) 300 mEq/kg 140,25 4,58 100,50 1,40 0,046 1,00
CV(%) 2,69 3,95 3,58 - - -
QM
resíduo
0,143 0,530 0,330 - - -
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 NS NS NS - - -
T2+T3 vs T4+T5 NS NS NS - - -
T2 vs T3 NS NS NS - - -
T4 vs T5 NS * NS - - -
* significativo 5% pelo teste T.
Os resultados observados para concentração sérica de sódio não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
A maior concentração sérica de sódio, não significativa, nos tratamentos 4
e 5, provavelmente foram responsáveis pela ação do hormônio aldosterona que
tem como função a reabsorção de sódio no organismo. As alterações na
reabsorção de sódio em resposta às oscilações de sódio na dieta são mediadas
pelo hormônio aldosterona, sintetizado na zona glomerulosa do córtex adrenal.
Os teores séricos de sódio encontrados no sangue dos animais estão
dentro dos limites considerados normais por KOLB (1972), OSWEILLER e HURD
(1974). De acordo com JARDIM et al. (1987), os valores mensurados para suínos
machos castrados pesando entre 50 e 90 kg foram de 152,1 ± 18,3 mEq/L.
45
Os resultados observados para concentração sérica de potássio foram
diferentes (P<0,05) entre os tratamentos 4 e 5 analisados. O alto consumo de
potássio ocorrido no tratamento 5 pode ter contribuído para um aumento da
excreção urinária deste elemento, em decorrência de sua maior secreção no ducto
coletor. Como conseqüência ocorreu diminuição no nível sérico de potássio para
este tratamento, onde se aproximou do limite mínimo (4,4 mEq/L) citado por
OSWEILLER e HURD (1974) para a espécie suína.
Esta redução do nível sérico de potássio ocorreu em conseqüência da
maior quantidade e atividade da bomba Na
+
, K
+
-ATPase e amplificação das
membranas basolaterais das células principais, que resultaram do aumento da
concentração de aldosterona. Portanto, mais potássio foi bombeado para as
células tubulares, ocasionando maior excreção urinária de potássio, em
decorrência do aumento na concentração de aldosterona, que acarretou maior
excreção de potássio na urina (DIBARTOLA, 2007).
KOLB (1972) mencionou em seu estudo que o valor sérico médio de
potássio de suínos foi de 5,1 mEq/L. Entretanto, JARDIM et al. (1987) observaram
em sua pesquisa com suínos machos castrados com peso vivo entre 50-90 kg um
valor médio de 5,9 ± 1,3 mEq/L de potássio.
Provavelmente, a ingestão de potássio no tratamento 5 atingiu o limiar de
excreção, devido ao fato dos animais tentarem manter constante o equilíbrio
eletrolítico. SAVARIS (2008) observou em seu estudo do balanço eletrolítico em
suínos em crescimento, que a maior ingestão de potássio foi observada nos
animais que consumiram a ração com balanço eletrolítico de 260 mEq/kg, onde foi
atingido o nível crítico desta excreção, portanto este fato foi o motivo dos animais
tentarem manter constante seu balanço eletrolítico sangüíneo.
Os resultados foram contrários aos observados por PATIENCE e
CHAPLIN (1997), que não obtiveram diferenças entre os níveis de potássio no
soro dos animais em diferentes tratamentos analisados.
Os resultados observados para concentração sérica de cloreto não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
46
Todavia, pode ser observado que o menor valor sérico de cloreto foi
observado no tratamento 4. O cloro participa na gênese, manutenção e correção
da alcalose metabólica, logo a diminuição da concentração de cloreto pode
provocar alcalose metabólica. A acidose respiratória pode ser iniciada em
decorrência de um processo de alcalose metabólica no animal, funcionando como
um mecanismo de garantia da homeostase.
O cloreto é importante não apenas para manter a osmolalidade, mas
também participa ativamente do equilíbrio acidobásico. Os rins regulam este
equilíbrio pela troca de íons cloreto, que são reabsorvidos com o sódio. De acordo
com DIBARTOLA (2007), esta maior proporção observada poderia favorecer a
passagem de nutrientes e a retirada de resíduos celulares, além de absorção de
vitaminas hidrossolúveis como a riboflavina.
As concentrações do soro para espécie suína encontrados durante o
período experimental, estão dentro das referenciais para cloreto (94-106 mEq/L)
de acordo com UNESP (1996).
DERSJANT-LI et al. (2002) observaram que o aumento do balanço
eletrolítico nas rações ocasionou uma redução nos níveis de cloreto no plasma e
no soro sangüíneo.
Os resultados referentes às respostas fisiológicas de freqüência
respiratória (FR) e temperatura retal (TR) apresentados pelos animais estão na
Tabela 6.
47
Tabela 6: Resultado de freqüência respiratória (FR) em movimento por minuto
(mov/min) e temperatura retal (TR) em (°C) de suínos em crescimento dos 25 aos
68,8 kg alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos
Tratamentos FR (mov/min) TR (°C)
1 (s/suplementação) 71,24 ± 1,26 39,61 ± 0,02
2 (B) 250 mEq/kg 67,92 ± 1,05 39,59 ± 0,01
3 (B+C) 250 mEq/kg 65,91 ± 0,95 39,59 ± 0,03
4 (B) 300 mEq/kg 61,79 ± 0,83 39,51 ± 0,07
5 (B+C) 300 mEq/kg 67,91 ± 1,08 39,62 ± 0,03
CV(%) 5,12 1,26
QM
resíduo
0,182 0,151
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 NS NS
T2+T3 vs T4+T5 NS NS
T2 vs T3 NS NS
T4 vs T5 NS NS
Os resultados observados para freqüência respiratória (FR) não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
Em valores absolutos, a maior freqüência respiratória, não-significativa,
observada nos suínos que receberam o tratamento 1 pode ter ocorrido em razão
da excessiva eliminação de dióxido de carbono (CO
2
) provocada pela
hiperventilação pulmonar.
O dióxido de carbono é o produto final da oxidação completa de
carboidratos, lipídeos e proteínas. Assim, o metabolismo animal gera, de forma
contínua, grandes quantidades de CO
2
nas células, tornando a pCO
2
tecidual mais
elevada do que a pCO
2
sangüínea. Dessa maneira, uma vez que existe diferença
de pressão, o CO
2
difunde-se a partir das células para o sangue e o plasma.
Os pulmões são responsáveis por uma maior taxa de excreção diária de
ácido carbônico (H
2
CO
3
) e CO
2
em comparação com os rins. Por essa razão, a
48
ventilação alveolar e a excreção de CO
2
têm grande influência no equilíbrio
acidobásico.
O menor número de movimentos respiratórios nos tratamentos 3 e 4, não-
significativos, permitiu que os animais dissipassem calor excedente sem aumentar
o calor produzido pela movimentação muscular em excesso.
O incremento da tensão de CO
2
do sangue e a depleção de íons
bicarbonato causam um aumento na profundidade respiratória. Nesse caso, os
suínos conseguem aumentar o volume de ar inspirado e expirado através do
aumento da profundidade respiratória, ou seja, o ar inspirado penetra com mais
profundidade nos pulmões, permitindo que o volume de ar seja trocado por
números menores de movimento respiratório (DIBARTOLA, 2007).
No plasma, uma parte do CO
2
interage com substâncias tamponantes no
interior dos eritrócitos, outra fração considerável reage com a hemoglobina para
formar compostos carbamino-CO
2
e o restante do CO
2
é hidratado para formar o
ácido carbônico (H
2
CO
3
) que é o mais importante ácido formado no catabolismo
dos nutrientes (MACARI et al., 1999).
Conforme BORGES et al.
b
(2003), animais submetidos a continuado
estresse por calor, têm aumento da freqüência respiratória, resultando em perdas
excessivas de CO
2
, que conduz a diminuição da pressão de CO
2
(pCO
2
), levando
a queda na concentração de ácido carbônico (H
2
PO
3
) e hidrogênio (H
+
). Isto
caracteriza a ocorrência de alcalose respiratória em razão da excessiva
eliminação de CO
2
.
Os resultados observados para temperatura retal (TR) não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
Qualquer elevação maior na temperatura ambiente, acima daquela
considerada como conforto térmico, pode causar aumento da temperatura corporal
destes animais. Os resultados encontrados pelos tratamentos indicam que este
mecanismo de controle homeotérmico foi eficiente nestes animais.
A temperatura retal encontrada neste estudo foi semelhante à observada
por TAVARES et al. (2000), onde a temperatura retal foi de 39,6°C e esses
49
resultados foram inferiores aos resultados encontrados por ORLANDO et al.
(2001) e TAVARES et al. (1999), ambos de 39,4°C.
FERREIRA (2005) citou que a FR de suínos poderá passar de 44 mov/min
aos 21°C, para 82 mov/min aos 32°C. MANNO et al. (2006), em estudos com
suínos em crescimento submetidos ao estresse por calor e alimentação à vontade
verificaram o valor da FR 69 mov/min aos 32°C.
50
Capítulo II. Estudo do balanço eletrolítico para suínos machos castrados dos 70
aos 110 kg mantidos em ambiente de alta temperatura
1. Introdução
A região Nordeste do Brasil, possui um rebanho suíno com alto potencial
genético, porém com produtividade inferior em comparação às demais regiões do
país, em virtude, principalmente, das características climáticas da região. Todavia,
com o uso de instalações adequadas e técnicas modernas de manejo, pode-se
alcançar bons índices zootécnicos, embora estes animais sejam criados fora de
sua zona de conforto térmico (CARVALHO et al., 2004).
De modo geral, suínos em fase de terminação, estão mais sujeitos aos
efeitos do estresse térmico devido a elevadas temperaturas que ocorrem na
maioria das regiões do país durante os meses de verão. QUINIOU et al. (2000)
observaram que existe uma relação direta entre a temperatura, consumo de ração
e peso vivo. Os suínos mais pesados são mais afetados pelas altas temperaturas,
isto ocorre devido à maior dificuldade destes animais em realizarem termólise.
JENSEN (1991) observou que os suínos na fase de terminação quando se
encontravam em temperaturas ambientais acima da temperatura crítica superior,
reduziram significativamente o consumo voluntário de ração, com subseqüente
menor ganho de peso.
De acordo com as pesquisas que foram realizadas por FIALHO et al.,
(2001), o menor consumo dos animais em fase de terminação resultou em grande
impacto econômico para a criação, pois demandou em maior tempo necessário
para que os animais atingissem o peso de abate.
Outro aspecto importante relacionado com o menor consumo de ração
está associado à diminuição do peso do trato gastrintestinal e das vísceras.
Através desta adaptação fisiológica ocorre uma redução da produção de calor,
51
uma vez que esta diminuição pode ser responsável por uma parcela significativa
do calor produzido pelo animal (MACARI et al., 1994).
O balanço eletrolítico se define como a diferença entre os principais
cátions e ânions da ração e representa a acidogenicidade ou alcalinidade
metabólica da mesma, podendo influenciar o apetite e a reposta ao estresse
térmico (PATIENCE, 1990).
Os eletrólitos da ração consumida pelos animais exercem influência no
equilíbrio acidobásico e, conseqüentemente, afetam processos metabólicos
relacionados à resistência a doenças, à sobrevivência ao estresse e aos
parâmetros de desempenho (PATIENCE, 1990).
O balanço cátion ânion altera o equilíbrio acidobásico, e rações aniônicas,
ricas em cloretos tendem a causar acidemia, enquanto que rações enriquecidas
com sódio e potássio tendem a causar alcalemia (JOHNSON e KARUNAJEEWA,
1985; HALLEY et al., 1987).
A manutenção do equilíbrio acidobásico do meio interno tem grande
importância fisiológica e bioquímica, visto que as atividades das enzimas
celulares, trocas eletrolíticas e manutenção do estado estrutural das proteínas do
organismo são profundamente influenciadas por pequenas alterações no pH
sanguíneo.
A importância dos eletrólitos no equilíbrio acidobásico é que estes, quando
em solução, comportam-se como íons. Os íons são quantificados em
miliequivalentes, que correspondem à milésima parte de um equivalente-grama.
MOGIN (1981) estudou os fundamentos do balanço eletrolítico para
suínos e concluiu que o equilíbrio entre os íons pode ser descrito por um cálculo
envolvendo os principais deles, cuja fórmula representativa é o resultado da soma
dos cátions sódio (Na
+
) e (K
+
), subtraindo-se o ânion (Cl
-
), denominado balanço
eletrolítico. Esses são os principais íons considerados nas equações usadas para
estimar o balanço eletrolítico das rações, em razão da sua importância eletrolítica
e também em função de que a absorção destes é superior à dos demais íons.
O período de estresse por calor tem um impacto no metabolismo de
energia e da proteína, e conseqüentemente na distribuição de gordura corporal de
52
suínos em peso de abate. Se os suínos na fase de terminação são criados sob
estresse de calor, estes tendem a depositar a maior parte da gordura visceral e
menor parte nos depósitos subcutâneos (PUPA et al., 2001).
Como conseqüência do estresse calórico os suínos promovem a perda por
evaporação de água por meio do trato respiratório. De acordo com FIALHO
(1994), estes animais aumentam a freqüência respiratória, porém a eficiência
deste processo evaporativo é dependente da umidade relativa do ar e temperatura
ambiente. Segundo FERREIRA (2005), a umidade relativa do ambiente deve estar
na faixa de 40 a 70% para a maioria das espécies domésticas, assim a massa de
ar terá maior capacidade de reter água e o processo poderá ser mais eficaz.
O aumento da freqüência respiratória pode resultar em perdas excessivas
de dióxido de carbono (CO
2
), diminuição da pressão parcial de dióxido de carbono
(pCO
2
), redução na concentração de ácido carbônico (H
2
CO
3
) e hidrogênio (H
+
).
Dessa maneira, uma diminuição na concentração de CO
2
elevará o pH, e a taxa
de ventilação alveolar, ou seja, das trocas entre o ar atmosférico e o ar alveolar, é
que irá determinar a concentração de dióxido de carbono no organismo. Estas
trocas são reguladas por mecanismos complexos e delicados, capazes de manter
a concentração de dióxido de carbono constante.
Como forma de prevenção para o desequilíbrio acidobásico a
suplementação de rações através do uso de compostos como bicarbonato de
sódio (NaHCO
3
) e cloreto de potássio (KCl) tem sido utilizada em regiões de clima
quente. Desta maneira, com este estudo teve-se o objetivo de avaliar o
desempenho e parâmetros fisiológicos e de avaliação das carcaças de suínos em
terminação mantidos em condições naturais de calor recebendo rações com
diferentes balanços eletrolíticos.
53
2. Material e Métodos
O experimento foi conduzido em uma suinocultura comercial localizada no
município de São Luís – MA (2°35´S; 44°12´W) durante o período de verão
(outubro a fevereiro) no ano de 2007 e 2008, época de maiores temperaturas na
região. O experimento foi conduzido em condições de criação comercial e as
formulações são aquelas adotadas em programa nutricional da granja comercial.
Foram utilizados 200 suínos mestiços (Híbridos) machos castrados, em
fase de terminação, com peso médio inicial de 68,8 ± 3,4 kg. Os animais foram
alojados em galpão de alvenaria, coberto com telha de fibrocimento em duas
águas, sem forro, com piso de cimento parcialmente ripado, dividido em baias
iguais medindo 3,25m x 2,60m cada, provido por dois bebedouros tipo chupeta e
comedouro fixo semi-automático, de concreto com cinco divisões.
Os animais foram distribuídos em delineamento experimental inteiramente
casualizado, sendo utilizados cinco tratamentos com diferentes níveis de mEq/kg
de ração suplementada ou não com bicarbonato de sódio e/ou cloreto de potássio
e quatro repetições, onde a unidade experimental foi composta por 10 animais na
baia. Os animais permaneceram em experimento recebendo ração e água à
vontade até atingirem o peso médio final de 110,1 ± 2,6 kg.
As rações experimentais (Tabela 1) foram formuladas seguindo as
recomendações de ROSTAGNO et al. (2005), preparadas à base de sorgo e farelo
de soja, sendo que suas fórmulas serviram para satisfazer as exigências
nutricionais de suínos machos castrados de alto potencial genético com
desempenho médio na fase de terminação.
As rações são apresentadas na Tabela 7.
54
Tabela 7 – Composição das rações experimentais
Ingredientes Tratamentos
1 2 3 4 5
Sorgo 72,680 71,900 71,415 71,484 70,479
Farelo de soja 19,600 19,600 19,600 19,600 19,600
Óleo de soja 3,400 3,400 3,400 3,400 3,400
Suplemento
mineral:vitamínico
2
4,000 4,000 4,000 4,000 4,000
Sal comum 0,220 0,240 0,225 0,230 0,235
L- lisina HCl 0,100 0,100 0,100 0,100 0,100
Bicarbonato de sódio - 0,760 0,760 1,186 1,186
Cloreto de potássio - - 0,500 - 1,000
Total 100,000 100,000 100,000 100,000 100,000
Composição Nutricional
Proteína Bruta (%)
1
17,70 17,69 17,61 17,64 17,63
EM (kcal/kg)
1
3.450 3.440 3.415 3.420 3.410
BE (mEq/kg)
3
199 250 250 300 300
Lisina total (%)
1
0,890 0,880 0,870 0,880 0,870
Cloro (%)
4
0,190 0,260 0,250 0,270 0,280
Sódio (%)
4
0,270 0,400 0,390 0,510 0,500
Potássio (%)
4
0,530 0,590 0,600 0,610 0,630
Cálcio (%)
4
0,700 0,702 0,701 0,703 0,701
Fósforo total (%)
4
0,530 0,529 0,528 0,527 0,528
1 Composição calculada segundo ROSTAGNO et al. (2005).
2 Conteúdo em kg: selênio 8mg, flúor 485mg, vitamina B
12
520mcg, ácido fólico 8,8mg,
vitamina A 93.000ui/kg, vitamina D
3
24.000ui/kg, manganês 836mg, fósforo 49g, cálcio
190g, ácido pantotênico 173mg, promotor de crescimento 1.485mg, vitamina K
3
53mg,
iodo 29,5mg, cobalto 3,6mg, vitamina E 106mg, niacina 426mg, riboflavina 71mg,
antioxidante 9mg, tiamina 13,3mg, sódio 58,5g, cobre 2.126mg, solubilidade de fósforo
(P) em ác. Cítrico a 2% (mín) 90%, zinco 2.049mg, ferro 1.820mg, piridoxina 13,3mg,
biotina 0,42mg, qsp1000g.
3 BE Balanço Eletrolítico da ração calculado conforme PATIENCE (1990), BE = (Na/23
+ K/39 – Cl/35,5)x 1000
4 Análises realizadas no Laboratório de Solos Universidade Estadual do Maranhão
(UEMA)
55
Os tratamentos foram compostos por cinco rações experimentais, onde:
T1: ração sem suplementação de eletrólitos formulada com 199 mEq/kg
(T1 s/supl);
T2: ração com suplementação de bicarbonato de sódio (NaHCO
3
)
formulada com 250 mEq/kg (T2 supl B);
T3: ração com suplementação de NaHCO
3
e cloreto de potássio (KCl)
formulada com 250 mEq/kg (T3 supl B+C);
T4: ração com suplementação de NaHCO
3
formulada com 300 mEq/kg (T4
supl B);
T5: ração com suplementação de NaHCO
3
e KCl formulada com 300
mEq/kg (T5 supl B+C).
Para a correção do balanço eletrolítico, as rações dos tratamentos T2 e T4
continham apenas bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) e as rações dos tratamentos
T3 e T5 continham bicarbonato de sódio (NaHCO
3
) e cloreto de potássio (KCl),
que foram adicionados em substituição ao sorgo da ração, sendo os demais
ingredientes mantidos em sua concentração. Os valores de balanço eletrolítico
(BE) das rações experimentais foram calculados, considerando o peso molecular
de cada elemento químico, de acordo com a recomendação de PATIENCE (1990),
por meio da fórmula:
BE = (Na/23 + K/39 – Cl/35,5)
As condições ambientais do galpão foram monitoradas três vezes ao dia
em horários predeterminados (sete, 12 e 17 horas), com auxílio de termômetro de
bulbo seco e bulbo úmido, termômetro de máxima e mínima e termômetro de
globo negro, mantidos em uma baia vazia no centro do galpão à meia altura do
corpo dos animais.
As leituras dos equipamentos foram utilizadas para o cálculo do índice de
temperatura de globo e umidade (ITGU), proposto por BUFFINGTON et al. (1981).
O ITGU é considerado por vários autores como o mais adequado para avaliar o
conforto térmico ambiental, pois combina os efeitos da radiação, velocidade do ar,
56
temperatura do bulbo seco e bulbo úmido e as condições em que os animais estão
expostos à radiação solar direta ou indiretamente, caracterizando o ambiente
térmico no qual os animais foram mantidos.
Para o cálculo do ITGU foi utilizada a seguinte equação:
ITGU = Tgn + 0,36 Tpo – 330,08
Onde:
ITGU = índice de temperatura de globo e umidade;
Tgn = temperatura de globo negro (°K);
Tpo = temperatura do ponto de orvalho (°K).
As variáveis de desempenho avaliadas foram: consumo de ração (CR),
ganho de peso (GP), conversão alimentar (CA), consumo de nitrogênio (CN),
consumo de lisina (CL), eficiência de utilização de lisina para ganho de peso
(EULG) e eficiência de utilização de nitrogênio para ganho de peso (EUNG).
Durante todo o período experimental foram realizadas as pesagens diárias
das sobras e do resíduo de ração. As pesagens dos animais foram realizadas no
início e no final do experimento, para a avaliação do ganho de peso. Para cálculo
do CN, foi considerado consumo de PB dividido pelo coeficiente 6,25. A eficiência
de lisina e de nitrogênio, ambos para ganho, foi avaliada através do consumo
médio de lisina necessário para os animais converterem em ganho de peso.
Para a obtenção dos parâmetros fisiológicos, semanalmente, pela manhã
(9:00 horas) foi obtida a temperatura retal (TR) de todos os animais, por meio de
um termômetro clínico que era introduzido no reto de cada animal durante um
minuto, juntamente era feita a freqüência respiratória (FR) obtida pela contagem
dos movimentos dos flancos de cada animal durante 15 segundos e este resultado
foi multiplicado por quatro para a obtenção da freqüência respiratória em minutos.
Ao final do período experimental foi realizada a coleta de sangue de todos
os animais através de punção venosa do sinus orbital utilizando-se agulha
esterilizada e seca, para a determinação das concentrações séricas de cloreto,
sódio e potássio. As coletas foram realizadas duas horas após o fornecimento da
ração, pela manhã (09:00 horas). Os animais recebiam ração por 30 minutos,
57
após esse período a mesma era vedada nos comedouros, esse procedimento foi
realizado seguindo a metodologia de DERJANST-LI et al. (2001), segundo os
autores para garantir que a maior parte dos nutrientes fossem absorvidos em nível
de intestino delgado.
As amostras de sangue foram coletadas em seringa plástica (COMB I-
SAMPLER®, Vented Syringe Kits- AVL) e devidamente identificadas e
centrifugadas a 3.200 rpm por cinco minutos para a obtenção do soro sangüíneo,
posteriormente estocadas a -20°C.
Amostras de água fornecida aos animais durante todo o período
experimental foram coletadas para a análise de sua composição mineral, em
cloreto, sódio e potássio, sendo apresentadas na Tabela 8.
Tabela 8: Composição química mineral do cloreto, sódio, potássio da água
fornecida para suínos em terminação mantidos em condições naturais de calor
recebendo rações com diferentes balanços eletrolíticos
1
Mineral Resultado (mg/L) Padrão (mg/L)
Cloreto 5,6 5,8
Sódio 2,6 2,9
Potássio 0,7 0,8
1
Análise realizada no Laboratório de Solos da UEMA.
A proteína bruta das rações experimentais na Tabela 1 foi calculada
segundo ROSTAGNO et al. (2005) e as análises de PB foram realizadas de
acordo com a metodologia descrita por SILVA e QUEIROZ (2002). As análises
minerais de P, Ca, Cl, Na e K foram realizadas de acordo com as técnicas
propostas pela A.O.A.C (1990), no Setor de Solos do Laboratório de Solos (LS) da
Universidade Estadual do Maranhão (UEMA).
Para obtenção das concentrações séricas foram utilizados “kits”
comerciais para sódio e potássio (Laborclin
®
) e para cloreto (Labest
®
) de acordo
com a metodologia sugerida pelo laboratório fabricante. As mensurações dos
níveis séricos de sódio e potássio foram realizadas pelo método do eletrodo
seletivo em analisador automático de eletrólitos marca AVL, modelo OMNI-4. A
58
leitura do cloreto foi feita por fotometria de chama, técnica que se baseia na
concentração do íon resultante da alteração de cor pela chama.
Através de utilização de equipamento de ultra-som digital in vivo modelo
MTU 100, no final da fase de terminação, foram obtidos dados referentes à
espessura de toucinho na posição P
2
a 6,5 cm da lateral esquerda da linha dorsal
em todos os suínos.
Quando os animais apresentaram aproximadamente 110 kg de peso vivo,
foram submetidos ao processo de abate, iniciado com jejum alimentar (12 horas) e
líquido (12 horas) de acordo com SOUZA FILHO et al. (2000). Este processo teve
os seguintes procedimentos: pesagem após o jejum, atordoamento, sangria,
higienização, evisceração, toalete, divisão e pesagem de carcaça, identificação e
resfriamento em câmara fria com temperatura de 2 a 4ºC por 24 horas, como
preconizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS, 1973). Por
convenção a cauda permaneceu na meia-carcaça esquerda.
As carcaças sem sangue, incluindo cabeça e sem pés, foram pesadas
para a avaliação dos seguintes parâmetros: rendimento de carcaça, expresso
como peso da carcaça quente (PCQ) em relação ao peso de abate após o jejum, e
o comprimento de carcaça de acordo com o Método Brasileiro de Classificação de
Carcaça (MBCC), preconizado pela ABCS (1973).
Para o cálculo do rendimento de carcaça (RC) foi utilizada a seguinte
equação, sugerida por FOWLER et al. (1976):
RC = PCQ/PF x 100,
Onde PF = peso final.
Para a retirada dos órgãos como o fígado, rins e coração estes foram
devidamente identificados e posteriormente dependurados à sombra para o
escorrimento do sangue, por aproximadamente 20 minutos e em seguida foram
pesados.
59
Para a análise das variáveis de desempenho, o seguinte modelo
estatístico foi utilizado:
Yij = µ + ti + eij
Yij = efeito do tratamento i na repetição j.
µ = média geral das variáveis;
ti = efeito do tratamento i;
eij = erro aleatório associado a cada observação ij.
As somas de quadrado dos tratamentos foram decompostas em
contrastes ortogonais para a análise dos efeitos de balanço eletrolítico sobre as
variáveis de desempenho e dos parâmetros fisiológicos, em 5% de probabilidade.
Todas as análises estatísticas foram efetuadas utilizando-se a versão 7.0 do
Sistema de Análises Estatísticas (SAS, 2005).
60
4. Resultado e Discussão
Durante todo o período experimental a temperatura média manteve-se em
29,34 ± 2,06°C, com umidade relativa do ar de 70,4 ± 9,2% e temperatura do
globo negro de 31,59 ± 2,53°C. O índice de temperatura de globo e umidade
(ITGU) foi de 80,98 ± 2,89. O monitoramento desses elementos climáticos
possibilita a descrição da realidade ambiental nas edificações.
A umidade relativa do ar, ao atingir valores elevados pode se tornar um
fator limitante para os suínos na fase de terminação, principalmente quando a
temperatura se aproxima dos 30°C. De acordo com SILVA (1999), os animais
acima dos 30 kg de peso vivo, a umidade relativa ótima fica entre 50 e 70% para
caracterizar a zona de conforto térmico.
A utilização de índices bioclimatológicos na suinocultura permite a
precisão de uma avaliação da situação ambiental, e também uma comparação de
animais mantidos em diferentes regiões (FERREIRA, 2005).
Em pesquisa realizada por WHITTEMORE (1980) foi observado uma faixa
estreita de conforto térmico para suínos na fase de terminação com valores entre
16 a 27°C para suínos acima dos 50 Kg de peso vivo. De acordo com POINTER
(1978) e BAÊTA (1997), a temperatura de conforto térmico para esta categoria
animal é de 25°C.
A temperatura média observada 29,34°C foi superior à temperatura
máxima da zona de conforto térmico para os animais na fase de terminação,
dessa forma evidência que os suínos estavam em condições de moderado
estresse por calor.
Mudanças na composição da carcaça parecem ser mais prováveis como
resultado da diferença na ingestão de nutrientes. Isto pode ser resultado de
fatores que influenciam a ingestão de ração durante um longo período de tempo,
como temperatura elevada durante o verão, como sugeriu AFFENTRANGER et al.
(1996).
61
O valor do ITGU obtido neste estudo demonstrou que os animais durante
todo o período experimental estavam submetidos ao estresse por calor. Segundo
FERREIRA (2005), os valores de ITGU próximos de 80 podem caracterizar o
efeito do estresse calórico para suínos em fase de terminação. Outros valores de
ITGU foram observados por TAVARES (2000 e 2005), KIEFER et al. (2005),
FERREIRA et al. (2007) e ORLANDO et al. (2007), sendo respectivamente 81,1 e
79,7; 82,8; 82,2 e 82,9 caracterizando estresse por calor para suínos em fase de
terminação.
Dados analisados por LAGANÁ et al. (1998) descreveram que o clima foi
um fator limitante para a obtenção de máxima produtividade. HANNAS (1999)
relatou em sua revisão que a fase de terminação de suínos apresentou
agravamento da sensibilidade ao calor devido ao aumento da temperatura para
esta categoria animal.
Os resultados de consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão
alimentar (CA), peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina
(CL), eficiência de utilização de lisina para ganho (EULG) e eficiência de utilização
do nitrogênio para ganho (EUNG) são apresentados na Tabela 9.
62
Tabela 9: Consumo de ração (CR), ganho de peso (GP), conversão alimentar
(CA), peso final (PF), consumo de nitrogênio (CN), consumo de lisina (CL),
eficiência de utilização de nitrogênio (EUNG) e eficiência de utilização de lisina
(EULis) de suínos em terminação, mantidos em condições naturais de calor
recebendo rações com diferentes balanços eletrolíticos
Variáveis
Tratamentos CR
(g/dia)
GP
(g/dia)
CA PF
(kg)
CN
(g/dia)
CL
(g/dia)
EUNG
(gGP/g)
EULis
(gGP/gLis)
1 (s/supl) 2.528 766 3,30 110,50 71,58 21,49 10,60 33,73
2 (supl B)
250 mEq/kg
2.536 811 3,13 111,19 71,60 22,31 11,33 36,36
3 (supl B+C)
250 mEq/kg
2.440 776 3,14 109,82 69,75 22,23 10,84 35,12
4 (supl B)
300 mEq/kg
2.557 821 3,11 112,69 71,18 22,30 10,69 34,14
5 (supl B+C)
300 mEq/kg
2.415 770 3,14 109,03 70,13 22,01 11,43 37,04
CV (%) 4,97 5,54 3,31 4,98 4,95 3,20 4,17 4,72
QM
resíduo
0,187 0,355 0,298 0,187 0,290 0,197 0,426 0,153
Contrastes Significância
T1vs
T2+T3+T4+T5
NS * NS NS NS * NS *
T2+T3 vs
T4+T5
NS NS NS NS NS NS NS NS
T2 vs T3
NS NS NS NS NS NS NS NS
T4 vs T5
NS NS NS NS NS NS NS NS
* significativo 5% pelo teste T.
Os resultados observados sobre o consumo de ração (CR) não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos avaliados.
Pelos resultados obtidos pode-se notar que a suplementação de eletrólitos
melhorou (P<0,05) o ganho de peso (GP) dos animais. Observou-se que os
63
suínos que receberam a suplementação de eletrólitos nas rações apresentaram
um aumento médio de 3,59% no ganho de peso quando comparado com os
suínos que receberam ração sem correção do balanço eletrolítico.
A mudança não-significativa, na ingestão voluntária de ração em resposta
às variações do balanço eletrolítico poderia explicar, parcialmente, os resultados
sobre o ganho de peso. Provavelmente, esses tratamentos apresentaram uma
melhora na manutenção da concentração de íons hidrogênio no espaço
extracelular, demonstrando que os eletrólitos suplementados foram responsáveis
pela adequada manutenção da água corporal e do balanço iônico, mesmo no
período de estresse calórico.
Portanto, existe uma tendência contínua a modificações da concentração
hidrogeniônica dos líquidos extracelulares, mas por meio de diversos sistemas, a
concentração de íons hidrogênio (H
+
) é uma das variáveis corporais mais
reguladas, e assim o meio interno permanece uma constante (MACARI et al.,
1994).
MOURA (1999) constatou que a umidade do ar pode influenciar o ganho
de peso dos animais quando a temperatura está acima daquela recomendada
para esta categoria animal.
SILVA (1999) relatou que elevadas temperaturas ambientais parecem ter
efeito depressivo mais pronunciado em suínos modernos com alto potencial
genético, uma vez que o ganho diário de peso é prejudicado. Por outro lado, em
um estudo conduzido por MOREIRA et al. (2003), utilizando suínos com médio
potencial genético, o menor ganho diário de peso proporcionado pela elevada
temperatura foi compensado pela melhora na conversão alimentar.
Não foram observados diferenças (P>0,05) na conversão alimentar e
peso final dos animais, demonstrando que a suplementação contribuiu
efetivamente para melhora de desempenho dos suínos.
O balanço eletrolítico obtido pela suplementação de sódio, potássio e
cloreto nas rações (tratamentos 3 e 5) pode ter deprimido o apetite dos suínos.
Provavelmente, em função de que as concentrações de potássio (0,60 e 0,63%) e
sódio (0,39 e 0,50%) ultrapassaram a tolerância dos animais. ROSTAGNO et al.
64
(2005) prescreveram, respectivamente, 0,52% de potássio e 0,17% de sódio para
suínos de alto potencial genético e desempenho médio na fase de terminação.
Os resultados observados para a conversão alimentar (CA) não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos avaliados. Este resultado foi de encontro
aos relatos de HAYDON et al (1990), onde foi observada melhora na conversão
alimentar ao serem utilizadas rações com maiores concentrações de eletrólitos.
Segundo os autores, este fato pode estar relacionado ao melhor aproveitamento
dos nutrientes da ração no intestino delgado.
HANNAS (1999), em sua revisão, relatou que os suínos em estresse por
calor não apresentaram piora na conversão alimentar, entretanto, os prejuízos
econômicos podem ser decorridos em função do maior número de dias para que
os animais atinjam o peso de abate.
Os resultados observados para a consumo de nitrogênio (CN) e eficiência
de utilização de nitrogênio para ganho (EUNG) não foram diferentes (P>0,05)
quando se utilizou a correção de balanço eletrolítico e quando modificou o nível de
balanço eletrolítico. Contudo, os tratamentos 3 e 5 apresentaram diminuição no
CN, valores não-significativos, quando as rações apresentaram suplementação
com cloreto de potássio (KCl).
Provavelmente, o KCl pode ter ocasionado a inclusão de compostos
ácidos, dessa maneira proporcionando uma diminuição sobre o valor do balanço
eletrolítico no organismo. A quantidade consumida desses íons nas rações produz
uma estreita relação com os mecanismos compensatórios que envolvem a
mobilização desses íons fundamentais para o equilíbrio acidobásico.
A variação observada no consumo de nitrogênio entre os demais
tratamentos acompanhou a flutuação numérica observada no teor de proteína
bruta das rações.
Houve influência dos tratamentos (P<0,05) sobre o consumo de lisina (CL)
e eficiência de utilização de lisina para ganho (EULG). Pelos resultados obtidos
pode-se notar que a suplementação de eletrólitos melhorou (P<0,05) o consumo
de lisina (CL) e a EULG dos animais. Observou-se que os suínos que receberam a
suplementação de eletrólitos nas rações apresentaram um aumento médio de
65
3,24% no consumo quando comparado com os suínos que não receberam rações
com o balanço eletrolítico corrigido.
Observou-se que os suínos que receberam a suplementação de eletrólitos
nas rações apresentaram um aumento médio de 5,44% na eficiência quando
comparado com os suínos que não receberam rações com o balanço eletrolítico
corrigido.
O aumento da ingestão de sódio pode ter induzido à expansão do volume
extracelular, proporcionado pelo mecanismo da sede, e um aumento
compensatório da taxa de fluxo glomerular. Dessa maneira, segundo DIBARTOLA
(2007), pode ocorrer uma redução na reabsorção de sódio e água nos túbulos
proximais. Isso pode ser explicado pelo princípio fisiológico que ocorre devido à
excreção de sódio ser acompanhada pela excreção de água do organismo, dessa
forma pode ter ocasionado melhora no consumo e eficiência de lisina nos
tratamentos com o balanço eletrolítico corrigido.
O valor obtido para o consumo diário de lisina 30,13 g/dia em rações com
0,90% de lisina, trabalhando com suínos machos castrados com 95 aos 122 kg
obtido por AROUCA et al. (2007) foi superior ao obtido neste trabalho (21,49 g/dia)
onde os suínos receberam rações com 0,89% de lisina. A ingestão de lisina total
exigida pelo suíno depende do apetite ou do potencial de ingestão de alimento, da
taxa de deposição de carne magra e da eficiência desta deposição, o que poderia
explicar as diferenças observadas de acordo com HAHN et al. (1995).
O consumo de lisina diário é responsável pela deposição de tecido
muscular na carcaça e o desempenho pode estar associado diretamente ao nível
de lisina nas rações (OLIVEIRA et al., 2002).
Os resultados de consumo diário de sódio, do consumo de potássio e
consumo de cloro estão demonstrados na Tabela 10.
66
Tabela 10: Consumos de sódio, de potássio e de cloreto por suínos em fase de
terminação, alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos
Tratamentos Consumo diário Proporção
Sódio Potássio Cloreto Na K Cl
1 (s/suplementação) 7,29 14,32 5,13 1,42 2,79 1,00
2 (B) 250 mEq/kg 11,15 16,45 7,25 1,54 2,69 1,00
3 (B+C) 250 mEq/kg 10,73 16,89 7,04 1,52 2,40 1,00
4 (B) 300 mEq/kg 13,55 16,21 7,18 1,89 2,26 1,00
5 (B+C) 300 mEq/kg 13,70 17,26 7,67 1,79 2,50 1,00
CV(%) 4,97 4,93 4,92 - - -
QM
resíduo
0,956 0,683 0,901 - - -
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 * * * - - -
T2+T3 vs T4+T5 * NS NS - - -
T2 vs T3 NS NS NS - - -
T4 vs T5 NS NS NS - - -
* significativo 5% pelo teste T.
A correção do balanço eletrolítico da ração para 250 ou 300 mEq/kg
proporcionou maiores consumos (P<0,05) dos três elementos estudados. Uma
vez que o consumo voluntário de ração não foi influenciado entre os tratamentos,
os consumos de sódio, de potássio e de cloreto variaram de acordo com a
concentração destes eletrólitos nas formulações.
Quando excesso de sódio na ração, ocorre aumento da osmolalidade
que estimula a liberação do hormônio antidiurético (ADH), proporcionando ao
animal a sensação de sede. A água ingerida dilui o líquido extracelular, promove
inibição de secreção da aldosterona e um aumento na taxa de filtração glomerular,
assim o excesso de sódio e água serão excretados pelos rins (SWENSON e
REECE, 1993).
O sódio é o principal cátion presente nos fluidos extracelulares, atuando
essencialmente no equilíbrio acidobásico, na pressão osmótica corporal, na
67
atividade elétrica das células nervosas e do músculo cardíaco (ÉVORA et al.,
1999).
Dentre os animais que receberam ração suplementada com eletrólitos,
aqueles que receberam rações com 300 mEq/kg apresentaram maior consumo de
potássio (P<0,05) em relação aos que consumiram rações com 250 mEq/kg. A
maior concentração deste íon na formulação, associado à não variação do
consumo voluntário de ração, contribuiu para tal comportamento.
O potássio é o principal cátion do fluido extracelular e está envolvido em
muitos processos metabólicos, incluindo condução nervosa, excitação, contração
muscular, síntese de proteínas teciduais, manutenção da homeostasia intracelular,
reações enzimáticas, balanço osmótico e equilíbrio acidobásico.
Conseqüentemente, mudanças na homeostase de potássio podem afetar as
funções celulares (NOSE et al., 1988).
É importante ressaltar que o equilíbrio de potássio somente é atingido
quando ocorre igualdade entre a quantidade ingerida através do consumo de
ração com a quantidade excretada, sendo que esta regulagem é função
principalmente dos rins. Quando aldosterona aumenta, a urina elimina maior
quantidade de potássio e o nível de potássio no sangue diminui. Outro mecanismo
regulador baseia-se na permuta com o sódio nos túbulos renais. A retenção de
sódio é acompanhada pela eliminação de potássio (SWENSON e REECE, 1993;
ÉVORA et al.1999).
O teor de ingestão de sódio na dieta, a concentração de sódio plasmática
e a carga de sódio filtrado podem influenciar as taxas de excreção do potássio.
Neste caso, o excesso de potássio na dieta provoca um aumento da eliminação
deste e uma diminuição na eliminação de hidrogênio (H
+
). Como os íons sódio e
potássio aumentaram sua concentração em relação à concentração do cloreto, o
pH dos fluidos corporais pode aumentar e esta é uma resposta à alcalose
metabólica (SWENSON e REECE, 1993).
A taxa de excreção de K
+
pela urina é variável, estando ligada à
concentração plasmática de Na
+
e ao estado de hidratação dos animais, sendo
que as perdas podem ser causadas pelo aumento no consumo de água, que o
68
gradiente osmótico favorece o movimento de água do fluído intracelular para urina,
podendo carrear o K
+
. O aumento de K
+
resulta em maior perda urinária, sendo
que os suínos têm pouca capacidade de conservar o K
+
corporal (SALVADOR et
al., 1999).
O maior consumo de sódio apresentado pelos animais que receberam
rações com eletrólitos pode ter influenciado o resultado observado para consumo
de cloreto pelos suínos. Quando ocorre no organismo excesso de sódio, o
excesso de cloreto acompanha a excreção de sódio que será eliminado pela urina
através da ação dos rins. Este mecanismo do organismo tem como objetivo a
manutenção do equilíbrio das quantidades de cátions-ânions (DEL CLARO, 2003;
POUND et al. 2005). As necessidades de cloro para animais em terminação
poderiam atingir 2,5 g/dia dependendo das condições ambientais, conforme
NUTRIENT (1998).
O aumento no consumo de Cl
-
deprime a excreção de H
+
e a reabsorção
de HCO
3
-
pelos rins. Isto pode contribuir com uma acidificação do sangue e esta
parece ser uma resposta apropriada para a alcalose (SALVADOR et al., 1999).
As funções do cloreto estão relacionadas à regulação da pressão
osmótica extracelular e à manutenção do equilíbrio ácido-base no organismo
animal (ANDRIGUETO et al., 2002; BERTECHINI, 2006).
Os tratamentos 4 e 5 utilizando o balanço eletrolítico de 300 mEq/kg
apresentaram maior relação Na:Cl que os demais tratamentos. O bicarbonato de
sódio tem sido usado na tentativa de minimizar as perdas pelo estresse calórico,
particularmente durante o verão, além de contribuir com sódio sem incorporar o
cloro.
No entanto, as necessidades de cloro são inferiores às de sódio e o uso
de cloreto de potássio deve ser limitado até a satisfação das necessidades de
cloro, assim que este se complementa com as necessidades de sódio.
Conforme observado pela proporção Na:Cl no tratamento 2, esta foi a
relação que mais se aproximou do valor 1,58:1, recomendado pelo NUTRIENT
(1998), para esta categoria animal.
69
Os resultados das concentrações de sódio, potássio e cloreto no soro de
suínos estão demonstrados na Tabela 11.
Tabela 11: Concentrações séricas de sódio, potássio e cloro em mEq/L dos suínos
em fase de terminação alimentados com rações contendo diferentes balanços
eletrolíticos
Tratamentos Concentração sérica Proporção
Sódio Potássio Cloreto Na
+
K
+
Cl
-
1 (s/suplementação) 142,25 5,65 101,00 1,40 0,056 1,00
2 (supl B) 250 mEq/kg 138,50 5,70 100,00 1,39 0,057 1,00
3 (supl B+C) 250 mEq/kg 140,25 5,43 101,25 1,39 0,054 1,00
4 (supl B) 300 mEq/kg 139,25 4,68 100,00 1,39 0,047 1,00
5 (supl B+C) 300 mEq/kg 140,75 6,00 100,25 1,40 0,060 1,00
CV(%) 1,47 4,75 2,89 - - -
QM
resíduo
0,341 0,410 0,091 - - -
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 * NS NS - - -
T2+T3 vs T4+T5 NS NS NS - - -
T2 vs T3 NS NS NS - - -
T4 vs T5 NS * NS - - -
* significativo 5% pelo teste T.
A utilização de eletrólitos nas rações proporcionou redução (P<0,05) da
concentração sérica de sódio nos animais. Este fato ocorreu provavelmente, pela
ação do hormônio aldosterona que tem como uma de suas funções a reabsorção
de sódio no organismo. As alterações na reabsorção de sódio em resposta às
oscilações de sódio na dieta são mediadas pelo hormônio aldosterona, sintetizado
na zona glomerulosa do córtex adrenal.
Como o sódio é o principal cátion do fluido extracelular, os rins atuam no
sentido de reabsorver ao máximo esse íon, substituindo-o por outros cátions.
Neste sentido, como os ácidos fixos do sangue estão na forma de sais de sódio,
70
por exemplo, (Na
2
HPO
4
) um dos mecanismos para poupar sódio é trocá-lo por
íons H
+
. Assim, os rins promovem o intercâmbio de sódio por hidrogênio,
resultando por um lado, em uma acidificação da urina (Na
2
HPO
4
) e, por outro lado,
na recuperação de sódio, que é devolvido à circulação. A vantagem desse
mecanismo, para a preservação da homeostase do organismo, é a conservação
de sódio e a eliminação de ácido (MACARI et al., 1994).
O sódio é responsável pela maior parte da capacidade catiônica do
plasma sanguíneo. A concentração de sódio é mantida relativamente constante no
sangue pela regulação do consumo e excreção do elemento (BLOCK, 1994). Em
virtude de maior disponibilidade de sódio circulante no organismo, a aldosterona
aumentou a quantidade e a atividade de canais de sódio abertos nas membranas
luminais das células principais dos ductos coletores (DIBARTOLA, 2007).
Os teores séricos de sódio encontrados no sangue dos animais estão
dentro dos limites (135-150 mEq/L) considerados normais por KOLB (1972) e por
OSWEILER e HURD (1974). De acordo com JARDIM et al. (1987), os valores
mensurados para suínos machos castrados pesando entre 50 e 90 kg foram de
152,1 ± 18,3 mEq/L.
Os resultados observados para concentração sérica de potássio foram
diferentes (P<0,05) entre os tratamentos 4 e 5 analisados. O maior consumo
absoluto ocorreu por causa das flutuações numéricas decorridas da formulação
das rações.
Esses valores foram semelhantes aos encontrados por JARDIM et al.
(1987), que observaram em sua pesquisa com suínos machos castrados com
peso vivo entre 50-90 kg o valor médio de 5,9 ± 1,3 mEq/L de potássio. Contudo, o
limite sérico de potássio citado por OSWEILER e HURD (1974) para a espécie
suína foi de 4,4, mEq/L e KOLB (1972) mencionou em seu estudo que o valor
sérico médio de potássio de suínos na fase de terminação foi de 5,1 mEq/L.
Os resultados foram contrários aos observados por PATIENCE e
CHAPLIN (1997), que não obtiveram diferenças entre os níveis de potássio no
soro dos animais em diferentes tratamentos analisados.
71
Segundo DEROUCHEY et al. (2003), existe uma relação negativa entre
pH do sangue e as concentrações de potássio, sendo que esta reflete o
movimento do potássio e dos íons H
+
dentro e fora das células em resposta às
mudanças nos valores de pH do sangue.
O nível sérico de K
+
diminui durante o estresse calórico. A diminuição dos
níveis plasmáticos de K
+
é atribuída a um aumento na excreção deste íon durante
o estresse crônico e em aumento de K
+
intracelular comumente encontrado
durante o estresse agudo (BORGES
a
et al., 2003).
O estresse calórico tende a elevar os níveis de aldosterona circulante,
resultando em retenção de Na
+
aumentando a excreção de K
+
, com excessiva
perda de K
+
(Mc DOWELL, 1992).
Os resultados observados para concentração sérica de cloreto não foram
diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
O cloro participa na gênese, manutenção e correção da alcalose
metabólica, pois o aumento da concentração de cloreto no sangue pode provocar
alcalose metabólica. A acidose respiratória pode ser iniciada em decorrência de
um processo de alcalose metabólica no animal, funcionando como um mecanismo
de garantia da homeostase.
A redução da concentração plasmática de cloreto do tratamento 4, valor
não-significativo, foi proporcionada através do tratamento que apresentou o nível
de sódio mais elevado (0,51% de Na). Este resultado está de acordo com
MENTEN et al. (1993), que observaram os efeitos da suplementação
independentemente de sódio e cloro quando pesquisaram a não suplementação
de Cl
-
na dieta.
De acordo com SALVADOR et al. (1999), o aumento do cloreto plasmático
favorece a retenção de H
+
e diminuição da reabsorção de íon bicarbonato (HCO
3
-
)
pelos rins, sendo esta uma resposta à alcalose metabólica.
O cloreto é importante não apenas para manter a osmolalidade, mas
também participa ativamente do equilíbrio acidobásico (DERJANST-LI et al.,
2001). Os rins regulam este equilíbrio pela troca de íons cloreto, que são
reabsorvidos com o sódio. De acordo com DIBARTOLA (2007), esta maior
72
proporção observada poderia favorecer a passagem de nutrientes e a retirada de
resíduos celulares, além de absorção de vitaminas hidrossolúveis como a
riboflavina.
Os valores do soro para espécie suína encontrados durante o período
experimental, estão dentro das referenciais para cloreto (94-106 mEq/L) de acordo
com UNESP (1996). De acordo com DERSJANT-LI et al. (2002), o aumento do
balanço eletrolítico nas rações ocasionou uma redução nos níveis de cloreto no
plasma e no soro sangüíneo.
A concentração de potássio e de sódio do plasma diminui à medida que a
temperatura ambiente aumenta, enquanto que a de cloreto apresenta
comportamento inverso, elevando-se no sangue (BELAY e TEETER, 1993).
Os resultados referentes às respostas fisiológicas de freqüência
respiratória (FR) e temperatura retal (TR) apresentados pelos animais estão
apresentados na Tabela 12.
Tabela 12: Resultado de freqüência respiratória (FR) em movimento por minuto
(mov/min) e temperatura retal (TR) em (ºC) de suínos em terminação dos 68,8 aos
110,1 kg alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos.
Tratamentos FR (mov/min) TR (ºC)
1 (s/suplementação) 71,57 ± 0,73 39,49 ± 0,02
2 (supl B) 250 mEq/kg 70,64 ± 0,27 39,57 ± 0,07
3 (supl B+C) 250 mEq/kg 69,64 ± 0,20 39,59 ± 0,05
4 (supl B) 300 mEq/kg 70,00 ± 0,80 39,54 ± 0,17
5 (supl B+C) 300 mEq/kg 69,99 ± 0,38 39,35 ± 0,10
CV(%) 4,22 2,96
QM
resíduo
0,322 0,561
Contrastes Significância
T1vs T2+T3+T4+T5 NS NS
T2+T3 vs T4+T5 NS NS
T2 vs T3 NS NS
T4 vs T5 NS NS
73
Os resultados observados para freqüência respiratória (FR) e da
temperatura retal (TR) não foram diferentes (P>0,05) entre os tratamentos
analisados.
FERREIRA (2005) citou que a FR de suínos poderá passar de 44 mov/min
aos 21°C, para 82 mov/min aos 32°C. Os resultados encontrados neste estudo,
tanto de FR quanto de TR são característicos de suínos em condições de estresse
por calor. Os valores de TR observados são semelhantes àqueles obtidos por
TAVARES et al. (2000) (39,6°C) e por ORLANDO et al. (2001) e TAVARES et al.
(1999), (39,4°C), sendo que ambos estudaram suínos em estresse por calor.
O dióxido de carbono é o produto final da oxidação completa de
carboidratos, lipídeos e proteínas. Assim, o metabolismo animal gera, de forma
contínua, grandes quantidades de CO
2
nas células, tornando a pCO
2
tecidual mais
elevada do que a pCO
2
sangüínea. Dessa maneira, uma vez que existe diferença
de pressão, o CO
2
difunde-se a partir das células para o sangue e o plasma.
Os pulmões são responsáveis por uma maior taxa de excreção diária de
ácido carbônico (H
2
CO
3
) e CO
2
em comparação com os rins. Por essa razão, a
ventilação alveolar e a excreção de CO
2
têm grande influência no equilíbrio
acidobásico. O incremento da tensão de CO
2
do sangue e a depleção de íons
bicarbonato causam um aumento na profundidade respiratória. Nesse caso, os
suínos conseguem aumentar o volume de ar inspirado e expirado através do
aumento da profundidade respiratória, ou seja, o ar inspirado penetra com mais
profundidade nos pulmões, permitindo que o volume de ar seja trocado por
números menores de movimento respiratório (DIBARTOLA, 2007).
No plasma, uma parte do CO
2
interage com substâncias tamponantes no
interior dos eritrócitos, outra fração considerável reage com a hemoglobina para
formar compostos carbamino-CO
2
e o restante do CO
2
é hidratado para formar o
ácido carbônico (H
2
CO
3
), que é o mais importante ácido formado no catabolismo
dos nutrientes (MACARI et al., 1999).
Conforme BORGES
b
et al. (2003), animais submetidos a continuado
estresse por calor, terão aumento da freqüência respiratória, resultando em perdas
excessivas de CO
2
, que conduz à diminuição da pressão de CO
2
(pCO
2
), levando
74
a queda na concentração de ácido carbônico (H
2
PO
3
) e hidrogênio (H
+
). Isto
caracteriza a ocorrência de alcalose respiratória em razão da excessiva
eliminação de CO
2
.
Como a temperatura retal dos animais não variou com os tratamentos,
pode-se inferir que a ação da freqüência respiratória nos animais sob estresse por
calor foi um ajuste fisiológico eficiente para a manutenção da termorregulação.
Os resultados referentes à avaliação da carcaça são apresentados na
Tabela 13.
Tabela 13: Resultado de avaliação da espessura de toucinho (mm), comprimento
de carcaças (cm) e rendimento de carcaça (%) de suínos na fase de terminação
alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos
Variáveis
Tratamentos Espessura de
Toucinho (mm)
Comprimento
de carcaça (cm)
Rendimento
de carcaça (%)
1 (s/ suplementação) 11,19 92,14 72,14
2 (supl B) 250 mEq/kg 11,26 92,93 73,02
3 (supl B+C) 250 mEq/kg 10,78 91,96 71,96
4 (supl B) 300 mEq/kg 11,00 90,29 70,29
5 (supl B+C) 300 mEq/kg 10,94 92,59 72,59
CV(%) 4,37 3,32 2,49
QM
resíduo
0,193 0,237 0,257
Contrastes
T1vs T2+T3+T4+T5 NS NS NS
T2+T3 vs T4+T5 NS NS NS
T2 vs T3 NS NS NS
T4 vs T5 NS NS NS
A utilização de eletrólitos nas rações dos suínos não afetou (P>0,05) as
características de carcaças avaliadas nos animais.
75
Provavelmente, a genética dos animais utilizados no experimento poderia
explicar, em parte, as semelhanças nos resultados para espessura de toucinho no
ponto P
2
.
Os valores para a espessura de toucinho no ponto P
2
obtidos neste estudo
apresentaram o valor médio de 11,03 mm, sendo este resultado semelhante ao
encontrado por ABREU et al (2007) em suínos machos castrados de alto potencial
genético, com valor médio de 11,94 mm e inferior ao encontrado por CROMWELL
et al. (1993) e WEATHERUP et al. (1998) em suínos machos castrados aos 102 e
92 kg, respectivamente.
Segundo KEMPSTER et al. (1981), o ponto P
2
é a principal medida de
gordura utilizada no processo de avaliação de carcaça na Comunidade Européia.
A avaliação de carcaças de suínos pela ultra-sonografia em tempo real
tem sido adotada na maioria dos trabalhos de avaliação e classificação de
carcaças com ultra-som, graças à sua acurácia, variando 85 a 97% de correlação
com as medidas tomadas diretamente nas carcaças, dependendo da
característica avaliada, e também das técnicas de abate utilizadas (SCHINCKEL
et al., 1994).
O rendimento de carcaça não variou entre os tratamentos provavelmente
devido ao fato de que não houve variação no consumo de ração entre os
tratamentos.
Este resultado foi diferente ao observado por (DOURMAD e LEBRET,
2000), que avaliaram a incorporação de bicarbonato de sódio e o conseqüente
aumento do balanço eletrolítico das rações, e observaram uma melhora
significativa da qualidade de carcaça conforme aumentava a proporção do
bicarbonato.
De acordo com DE LANGE et al. (2003), o peso das vísceras aumenta
com o aumento do consumo de ração, e por outro lado, quanto maior é o peso das
vísceras menor será o rendimento de carcaça (BOGGS e MERKEL, 1993).
O rendimento médio de carcaça (72%) foi semelhante ao relatado por
BERTOL et al. (2001) com valor 72, 53% utilizando machos castrados consumindo
ração à vontade e estes resultados foram inferiores aos limites médios reportados
76
pela literatura 81, 31%, de acordo com FREITAS et al. (2004), que analisaram
carcaças de suínos utilizando medidas convencionais.
Os resultados referentes aos pesos absolutos (g) de rins, coração e fígado
apresentados pelos animais estão na Tabela 14.
Tabela 14 Pesos absolutos (g) de rins, coração e fígado de suínos na fase de
terminação alimentados com rações contendo diferentes balanços eletrolíticos
Variáveis
Tratamentos Peso dos
Rins (g)
Peso do
Coração (g)
Peso do
Fígado (g)
1 (s/ suplementação) 353 358 1.594
2 (supl B) 250 mEq/kg 325 345 1.401
3 (supl B+C) 250 mEq/kg 345 333 1.436
4 (supl B) 300 mEq/kg 333 329 1.453
5 (supl B+C) 300 mEq/kg 340 343 1.497
CV(%) 4,71 4,53 4,22
QM
resíduo
0,300 0,216 0,498
Contrastes Significâncias
T1 vs T2+T3+T4+T5 NS NS *
T2 +T3 vs T4 +T5 NS NS NS
T2 vs T3 NS NS NS
T4 vs T5 NS NS NS
* significativo 5% pelo teste T.
Os resultados observados para os pesos absolutos (g) dos rins e coração
não foram diferentes (P>0,05) entre os tratamentos analisados.
A redução nos pesos de órgãos dos animais mantidos em ambiente
quente, provavelmente, deve-se à tentativa de reduzir a produção de calor pelos
órgãos metabolicamente ativos (ZHAO et al., 1995).
Os rins têm capacidade para excretar íons hidrogênio (H
+
) na acidose
através dos tampões, como bicarbonato. O efeito final da excreção de íons H
+
nos
77
túbulos é aumentar a quantidade de bicarbonato no líquido extracelular. Com a
retenção progressiva de HCO
3
-
, a proporção [HCO
3
-
]/[CO
2
] é normalizada, o pH do
sangue retorna ao valor normal (MACARI et al., 1994).
Durante o período de estresse por calor, o coração pode aumentar o
volume de sangue por minuto, este fato ocorre para atender à maior perda de
calor evaporativa pelo sistema respiratório (MACARI et al., 1994).
O sistema circulatório dos suínos é um sistema fechado, ou seja, o
sistema arteriovenoso/coração possui um volume de sangue que é fixo. Isto
implica que, caso haja necessidade de maior demanda no tecido periférico, o
trabalho do coração tem que aumentar, a fim de que o sangue passe um maior
número de vezes no pulmão para oxigenação, pois não existe a possibilidade de
aumento agudo do volume de sangue para atender à maior necessidade tecidual
de oxigênio (MACARI et al., 1994).
Os resultados observados para o peso do fígado foram diferentes (P<0,05)
entre os tratamentos analisados.
No tratamento 1 onde não ocorreu a suplementação de eletrólitos, o maior
peso do fígado pode estar relacionado à quantidade de proteína bruta formulada
na ração. Conforme BIKKER (1994), o peso do fígado aumenta com o incremento
do consumo de proteína e isso ocorre porque o fígado é um dos principais sítios
de degradação de aminoácidos e metabolismo de nitrogênio.
78
5. Conclusões Gerais
Rações contendo 250 ou 300 mEq/kg, suplementadas com bicarbonato de
sódio e/ou cloreto de potássio, não influenciaram o desempenho de suínos em
fase de crescimento (25-70kg).
Os animais em fase de crescimento foram eficientes em realizar a
homeostase sanguínea em relação às concentrações de sódio e cloreto, mas não
para potássio em nível de 300 mEq/kg.
Rações contendo 250 ou 300 mEq/kg, suplementadas com bicarbonato de
sódio e/ou cloreto de potássio, influenciaram o desempenho de suínos em fase de
terminação (70-100 kg).
79
6. Referências Bibliográficas
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