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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE FLUMINENSE DARCY RIBEIRO
CAROLINA DE SOUZA GARCIA
DESEMPENHO DE NOVILHOS MANTIDOS EM PASTAGENS DE CAPINS
ELEFANTE E MOMBAÇA
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
Janeiro – 2009
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CAROLINA DE SOUZA GARCIA
DESEMPENHO DE NOVILHOS MANTIDOS EM PASTAGENS DE CAPINS
ELEFANTE E MOMBAÇA
ORIENTADOR: Prof. Alberto Magno Fernandes
CAMPOS DOS GOYTACAZES – RJ
2009
Dissertação apresentada ao Centro
de Ciências e Tecnologias
agropecuárias da Universidade
Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, como requisito parcial para
obtenção do grau de Mestre em
Ciência Animal, na Área de
Concentração de Nutrição e
Produção Animal.
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CAROLINA DE SOUZA GARCIA
DESEMPENHO DE NOVILHOS MANTIDOS EM PASTAGENS DE CAPINS
ELEFANTE E MOMBAÇA
Aprovada em 22 de Janeiro de 2009.
BANCA EXAMINADORA:
Prof. Ricardo Augusto Mendonça Vieira (DSc., Zootecnia) – UENF
Prof. Carlos Augusto de Alencar Fontes (Ph.D.,Ciência Animal) – UENF
Dr. Antônio Gesualdi Júnior (DSc., Zootecnia) – TECNORTE
Prof. Alberto Magno Fernandes (DSc., Zootecnia) – UENF
(Orientador)
Dissertação
apresentada
ao Centro de
Ciências e Tecnologias agropecuárias
da Universidade Estadual do Norte
Fluminense Darcy Ribeiro, como
requisito parcial para obtenção do
grau de Mestre em Ciência Animal, na
Área de Concentração de Nutrição e
Produção Animal.
A montanha da sabedoria, com o pico da iluminação, fica além da planície do
conhecimento.
Antes dela o pântano da ignorância.
A grande massa da humanidade fica presa aí, por desconhecer o segredo da
passagem.
Só se pode passar volitando o pântano – e raros querem abandonar à margem o
peso do orgulho.
Só o coração humilde tem asas.”
(Shi-Ling)
Aos meus amados pais Antônio Mendes Garcia e Maria Áurea de Souza
Garcia exemplos morais e incentivadores que não me deixaram desistir. Afinal,
“Deus ajuda a quem cedo madruga;” não é mesmo D. Áurea?!
À minha amada irmã Ana Beatriz Garcia André e aos meus príncipes Samuel
e Heitor presentes de Deus.
À Vida (in memorian) e Catarina minhas manhães de Sol.
A Pedro meu facho de luz.
“Amor sentimento imortal.”
Dedico.
AGRADECIMENTOS
À Zambi pela oportunidade;
A Pedro por nunca ter desistido de mim;
Aos meus pais, irmã e sobrinhos pelo carinho sempre confortante,
compreensão nas minhas ausências e apoio nas dificuldades;
À Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro por oferecer
condições para realização desta pesquisa;
À amiga Viviane Antunes Pimentel pelo incentivo motivador disso tudo,
obrigado pela compreensão nos meus momentos difíceis, apoio e conselhos;
Ao professor Alberto Magno Fernandes pela credibilidade e paciência;
Ao querido mestre, professor Carlos Augusto de Alencar Fontes pelo apoio
incondicional, ensinamentos, respeito e exemplo;
Ao amigo Nivaldo de Faria Sant’Ana pela imensurável boa vontade, pelos
ensinamentos e conselhos, por se anular por muitas vezes em detrimento do apoio
prestado. Por não me passar apenas ciência, mas também valores. Afinal, “se atalho
fosse bom não era atalho, era caminho.” E, a Roberta e Mariana Sant’Ana pela
cordialidade, carinho e compreensão;
Ao professor Ricardo Augusto Mendonça Viera pelos ensinamentos, solicitude
e descontração;
Aos demais professores do Laboratório de Zootecnia e Nutrição Animal
(LZNA) pelos ensinamentos;
Aos bolsistas Elizabeth Processi (Bebeth) e Paulo Eugênio Câmara (Paulinho)
por toda ajuda e descontração no trabalho de campo;
Aos funcionários do Núcleo de Pesquisa de Zootecnia do LZNA (Colégio
Agrícola): Eliziel Borges Barbosa (matrícula 10311-9), Sérgio Américo Ribeiro Morais
(matrícula 10542-9), Antônio Pereira de Souza (matrícula 10456-2), Christiano
Teixeira Rocha (matrícula10304-4), Cristiano Moço Ferreira (matrícula 10599-9),
João Carlos Tonheres Paes (matrícula 10554-4), Paulo Roberto Bernardo Laurindo
(matrícula 10544-5), Robson Alves de Carvalho (matrícula 10376-2) e Jorge Luiz
Tavares Gióia (matrícula 00782-3) pelo apoio na experimentação a campo;
Aos mais que melhores amigos Anaia Melo Barbosa e Marcus Vinícius Herdy
pela compreensão nas minhas ausências e por todo apoio que sempre me
ofereceram. A verdadeira amizade sempre resistirá ao tempo e às distâncias.
À Dona Emília pelos conselhos, carinho e amizade;
À Vanessa Pereira, Tatiane Barbé, Clarissa Ahmed, Lívia Marcon, Patrícia
Mendonça, Amanda Ribeiro e Soraia Vita pela força e inesquecíveis momentos de
lazer que certamente tornaram essa empreitada mais leve;
Aos meus queridos irmãos e amigos do Templo Universalista Pena Branca,
por todo pensamento positivo para com minha caminhada, pelo apoio nessa jornada.
Em especial a mainha Vanessa Cabral pelo apoio e ensinamentos morais;
A todos aqueles que de certa forma contribuíram de forma positiva com a
realização dessa pesquisa, o meu muito obrigado.
RESUMO
GARCIA, Carolina de Souza, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro; janeiro de 2009; Avaliação do desempenho de novilhos mantidos em
pastagens de capins Elefante e Mombaça; Professor Orientador: Alberto Magno
Fernandes.
Avaliamos o desempenho de novilhos mantidos em pastagens de capins Elefante e
Mombaça. O estudo foi conduzido em Campos dos Goytacazes, RJ, no período de
outubro a dezembro de 2006. Envolveu duas espécies forrageiras - Panicum
maximum, cv. Mombaça, e Pennisetum purpureum, cv. Napier e dois tratamentos,
pastejo ad libitum (AL) e restrito (PR). As forrageiras foram avaliadas sob lotação
intermitente, com período de ocupação de quatro dias e de descanso de 28 dias, a
taxa de lotação foi put and take. O delineamento experimental foi o de blocos
casualizados. Foram utilizados 24 novilhos F
1
Limousin – Nelore 225 kg); os quais
foram divididos em 4 grupos. Três animais de cada grupo receberam os tratamentos
AL e PR. A restrição alimentar foi feita limitando-se o período de pastejo de 3,5
h/dia. O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado. Foram avaliadas
a biomassa de matéria seca total (BT), biomassa de matéria seca verde foliar (BFV),
proporção de folhas, taxa de lotação (TL), composição bromatológica e
digestibilidade in vitro (DIVMS) da extrusa; os consumos de matéria seca (MS),
matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), energia bruta (EB) e fibra em detergente
neutro (FDN), MS por 100 kg de peso vivo, dos capins Elefante e Mombaça; o ganho
de peso individual e por área. O consumo de forragem dos novilhos foi estimado
uma vez, utilizando-se o método de produção fecal/indigestibilidade. A produção
fecal diária foi estimada utilizando-se o indicador óxido crômico. Foi verificado maior
produçao de BT (P<0,01) para o capim-elefante (5204 kg/ha) que para capim-
mombaça (3457 kg/ha) A produção de BFV não diferiu (P>0,05) entre as forrageiras.
A proporção de folhas do capim-mombaça (74,8%) foi superior (P<0,01) à do capim-
elefante (36,7%). A extrusa das gramíneas apresentaram composição bromatológica
semelhantes. O capim-elefante apresentou maiores (P>0,05) digestibilidade de
matéria seca (58%), matéria orgânica (53%), energia bruta (62,6%) e fibra em
detergente neutro (58%) que o capim-mombaça (55%, 51%, 61%, 53%,
respectivamente). A digestibilidade de proteína bruta foi superior para os PR (64%),
enquanto a digestibilidade de energia bruta foi maior para os animais AL (61,8%).
Não houve diferença (P>0,05) entre os níveis de alimentação quanto à
digestibilidade de matéria seca, matéria orgânica e fibra em detergente neutro. o
houve (P>0,05) diferenças entre as forrageiras quanto aos consumos de matéria
seca, de energia metabolizável e de fibra em detergente neutro. Os animais
alocados no capim-mombaça apresentaram maior (P>0,05) consumo de proteína
bruta (0,87 kg/animal/dia) que os alocados no capim-elefante (0,76 kg/animal/dia).
Para todos os nutrientes, o consumo dos animais AL foi superior ao dos animais PR.
Não houve (P>0,05) interação entre forrageira e nível de alimentação. Os animais
AL apresentaram maior ganho de peso que os animais PR. Não houve (P>0,05)
diferenças entre as forrageiras quanto ao ganho de peso por animal e por área. Para
os animais alocados no tratamento AL o ganho de peso vivo médio diário foi de
0,850 kg e o ganho de peso por área foi de 246 kg/ha, no período experimental.
Palavras-chave: Consumo, digestibilidade, ganho de peso, Elefante, Mombaça
ABSTRACT
GARCIA, Carolina de Souza, Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy
Ribeiro, January 2009; Evaluated performance of steers raised on pasture Elephant
and Mombasa grasses; Advisor Professor: Alberto Magno Fernandes.
We evaluated the performance of steers raised on Elephant and Mombasa grasses.
The study was conducted in the Goytacazes Campos, RJ, during October through
December of 2006. Involved two forage species - Panicum maximum cv. Mombasa,
and Pennisetum purpureum cv. Napier and two treatments, ad libitum (AL) and
restricted (PR) grazing. The forages were evaluated under rotational grazing system
was adopeted of accupation and 28 days of resting four days and rest for 28 days of
resting period and forage availability was put and take system. Were used 24 steers
F
1
Limousin - Nellore (25 ± 38,6 kg) assigned to two treatments, ad libitum (AL) and
restricted (PR) grazing. The food restriction was limiting itself of 3.5 h / day grazing
period We evaluated a higher total dry matter biomass (BT) and dry matter biomass
of green leaves (BFV) and the leaf proportion and stocking rate (TL) and chemical
composition and in vitro digestibility (DIVMS) of extrusa and the intake of dry matter
(CMS) and organic matter (CMO) and crude protein (CPB) and gross energy (CEB)
and neutral detergent fiber (CFDN) and the weight gain and individual by area. The
intake forage for steers was estimated again, using the method of production fecal /
indigestibility. The daily fecal output was estimated using the chromic oxide indicator.
A total dry matter biomass (BT) (P < 0,01) of the elephant grass (5204 kg / ha) higher
than of Mombasa-grass (3457 kg / ha) The BFV yields did not differ (P> 0.05)
between grasses . The leaf proportion on the Mombasa-grass (74.8%) was higher (P
<0.01) of the Elephant-grass (36.7%). The extrusa samples of the grasses presented
similar chemical compositions. The elephant grass presented higher (P> 0.05) dry
matter (58%) and organic matter (53%) and gross energy (62.6%) and neutral
detergent fiber (58%) digestibilities that the Mombasa-grass (55%, 51%, 61%, 53%,
respectively). The of crude protein were higher for PR animals (64%), whereas gross
energy digestibilities were AL animals (61.8%).There were no differences (P> 0.05)
between feeding levels with respect to dry matter, organic matter and neutral
detergent fiber digestibilities. There were no (P> 0.05) differences between grasses
with respect to dry matter and metabolizable energy and neutral detergent fiber
intakes. The animals allocated in Mombasa-grass presented higher (P> 0.05) crude
protein (0.87 kg / animal / day) than those allocated in Elephant-grass (0.76 kg /
animal / day) intakes. For all nutrients, the intake of AL animals was greather than
the PR animals. There was no (P> 0.05) interaction between forage and feeding
level. AL animals presented greather weight gain than the PR animals. There were
no (P> 0.05) differences between grasses with respect to weight gain per animal and
live gain per area. The average daily body weight gain was 0,850 kg/d and the weight
gain per area was 246 kg / ha for the treatment, in experimental period.
Keywords: Intake, digestibility, weight gain, Elephant, Mombasa
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................13
2 REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................15
2.1 INTENSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO A PASTO........................15
2.2.CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E AGRONÔMICAS DAS FORRAGEIRAS
...............................................................................................................................17
2.3. POTENCIAL PRODUTIVO DAS FORRAGEIRAS..........................................18
2.4. CONSUMO ANIMAL A PASTO ......................................................................20
3 MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................................23
3.1 LOCAL E DURAÇÃO DO EXPERIMENTO .....................................................23
3.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL...............................................................23
3.2.1. Forrageira ...............................................................................................23
3.2.2. Animal .....................................................................................................24
3.3. MANEJO DAS FORRAGEIRAS .....................................................................25
3.4. MANEJO DOS ANIMAIS ................................................................................28
3.5 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E
DIGESTIBILIDADE IN VITRO DA MATÉRIA SECA ..............................................30
3.6. ESTIMATIVA DO CONSUMO DE FORRAGEM.............................................31
3.7. ESTIMATIVA DO DESEMPENHO POR ANIMAL E POR ÁREA....................33
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO.............................................................................34
4.1 PRODUÇÃO DE BIOMASSA DAS FORRAGEIRAS .......................................34
4.2 VALOR NUTRITIVO DAS FORRAGEIRAS.....................................................36
4.3 DIGESTIBILIDADE DAS FORRAGEIRAS.......................................................37
4.4. CONSUMO DAS FORRAGEIRAS..................................................................39
4.5 DESEMPENHO ANIMAL.................................................................................42
5 CONCLUSÃO ........................................................................................................46
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................47
13
1 INTRODUÇÃO
Dotado de características climáticas e extensão territorial favoráveis à
pecuária de corte, o Brasil é um dos maiores produtores de carne bovina, possuindo
o maior rebanho comercial do mundo e, nos últimos anos, vem se firmando como o
maior exportador de carne.
Entretanto, em conseqüência da sazonalidade observada na oferta de
forragem e valor nutritivo das forrageiras ao longo do ano, os animais ficam sujeitos
a períodos de ganho (meses chuvosos) alternados a períodos de perda de peso
(meses de seca), levando à produção de animais mais tardios, o que reduz a
produtividade dos rebanhos brasileiros de um modo geral.
No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, a carne consumida é, quase que
totalmente, produzida em outros estados, como conseqüência do tamanho
relativamente pequeno do rebanho e do pouco desenvolvimento desse setor em
comparação ao de outros estados. As regiões norte e noroeste do Rio de Janeiro
têm condições altamente favoráveis à pecuária de corte, com solos de boa
fertilidade e clima propício ao uso da irrigação de culturas forrageiras. Possuem
ainda rebanhos zebuínos numerosos em relação a outras regiões do estado.
A maior disponibilidade de carne depende de uma oferta adequada de
alimentos de qualidade para os animais. Os volumosos são as fontes alimentares
mais econômicas, especialmente quando se utilizam forrageiras de elevada
produtividade, bom valor nutritivo, adaptadas às condições de meio, e manejadas de
forma racional, possibilitando melhoria dos ganhos de peso médios, elevando a
produção por animal e por área. Entretanto, comumente, as taxas de ganho de peso
por animal são limitadas a baixos índices, pela baixa digestibilidade do material
ingerido e pela quantidade restrita de forragem disponível nas pastagens.
As plantas fornecem grande quantidade de biomassa renovável para
produção de energia, devido a sua capacidade de transformar energia solar e CO
2
atmosférico em compostos orgânicos de valor nutricional, e uma porção significativa
desta biomassa está nas forrageiras, que podem ser utilizadas na alimentação
14
animal. No uso de forrageiras na alimentação dos ruminantes tem-se buscado a
máxima disponibilidade de energia contida nelas para diminuição dos gastos com
alimentação. É necessário, no entanto, entender o apenas o processo de
transformação da forragem em carne, mas também compreender e controlar o
processo de produção das forrageiras e sua oferta ao animal na quantidade e
qualidade necessária para aperfeiçoar o sistema de produção.
A produção destes animais em sistema de pastejo requer um investimento
inicial menor que outros sistemas, como confinamentos. Para os sistemas de
produção, o uso eficiente de forrageiras e pastagens como base da alimentação
animal, representa uma das formas mais garantidas de se elevar a produtividade e
reduzir os custos de produção.
Dentre as gramíneas forrageiras tropicais, destacam-se pela produtividade e
valor nutritivo, os cultivares de capim-elefante (Pennisetum purpureum Schum.) e da
espécie Panicum maximum Jacq.. O capim-elefante é considerado uma das
espécies forrageiras de maior potencial de produção de biomassa, atingindo até 80
t/ha/ano de matéria seca (SANTOS, 1995). Na espécie P. maximum destacam-se
atualmente as cultivares Tanzânia e Mombaça, esta última pela elevada produção
(41 t/ha/ano de matéria seca) e bom valor nutritivo (SANTOS et al., 1999).
Em pastagens, a produtividade animal (kg/ha) é definida pelo desempenho
animal e pela taxa de lotação. O desempenho animal é determinado pela quantidade
e qualidade da forragem consumida e pelas características genéticas do animal sob
influência do ambiente. Assim, em estudos sobre o desempenho animal a pasto, é
importante avaliar concomitantemente o consumo e a qualidade da forragem
ofertada. A taxa de lotação, comumente expressa em unidade animal ou número de
animais por hectare, não indica por si nenhum atributo da pastagem. No entanto,
quando associada a uma oferta de forragem pré-estabelecida, é um indicativo do
potencial de produção das pastagens (ROBERTS, 1980).
Em face ao exposto, o presente estudo teve como objetivo avaliar a produção
de biomassa, o valor nutritivo, a digestibilidade e o consumo das forrageiras; e o
desempenho de novilhos, em pastagem de Panicum maximum, Jacq.cv. Mombaça,
e Pennisetum purpureum, Schum. cv. Napier.
15
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 INTENSIFICAÇÃO DO SISTEMA DE PRODUÇÃO A PASTO
Gramíneas tropicais não-adubadas e não-irrigadas podem possibilitar
produções de 3 a 6 @/ha/ano; quando adubadas, podem apresentar produtividades
variando de 15 a 30 @/ha/ano. No entanto, as gramíneas tropicais quando
convenientemente adubadas e irrigadas podem possibilitar produções que variam de
50 a 65 @/ha/ano (STOBBS, 1976; ALEXANDRINO et al., 2005; RIBEIRO et al.,
2008).
A intensificação de sistemas de produção a pasto é possível com a
utilização de forrageiras de elevado potencial de produção de biomassa, mais
exigentes em relação à fertilização. Neste sentido, a adubação nitrogenada é de
suma importância para a manutenção da produtividade das pastagens. Não havendo
limitações por outros nutrientes, a produtividade da pastagem é determinada pela
adubação nitrogenada. O potencial de resposta das forrageiras tropicais ao
nitrogênio é muito elevado: foram relatados incrementos de produção de capim-
elefante até a aplicação de 1.800 kg de N/ha/ano (VICENT-CHANDLER et al. 1964).
A produção de biomassa de forragem varia em função das condições
climáticas, tais como precipitação, temperatura e luminosidade. Deste modo, a maior
produtividade animal é obtida no período chuvoso do ano, enquanto no período seco
a produção de biomassa pode corresponder a apenas 20% da total anual (MARTINS
et al., 2004), o que justifica o crescente interesse dos pecuaristas pela técnica de
irrigação.
Outro aspecto importante no manejo para sistemas intensivos de produção a
pasto é o controle do número de animais na pastagem. A taxa de lotação,
comumente expressa em unidade animal (UA = 450 kg de PV) ou número de
animais por hectare, não indica per si nenhum atributo da pastagem. No entanto,
quando vinculada a uma oferta de forragem pré-determinada, a taxa de lotação é um
indicativo da capacidade de suporte da pastagem (ROBERTS, 1980).
16
O objetivo do manejo da pastagem é proporcionar aos animais um suprimento
diário de forragem em quantidade e qualidade compatíveis com o nível de
produtividade animal pretendido. Em síntese, o regime de pastejo deve maximizar a
produção animal sem afetar a persistência das plantas forrageiras. Deste modo, a
utilização de plantas forrageiras sob condições de pastejo é um fator de grande
importância a ser considerado na exploração de bovinos a pasto.
O regime de lotação intermitente, em oposição à lotação contínua, favorece a
maior eficiência na produção e utilização da biomassa. Complementarmente, a
adoção da taxa de lotação variável (put and take), obtida por meio de uma oferta de
forragem constante, proporciona maior eficiência no desempenho animal,
maximizando assim, os sistemas de produção animal a pasto.
O aumento da taxa de lotação, em um primeiro momento, tende a elevar a
produção animal por área em detrimento ao ganho individual por animal. Ao se
atingir determinado patamar, ocorre o equilíbrio entre a produção por área e por
animal, neste ponto diz-se que a pressão de pastejo é ótima (MOTT, 1980).
Elevando a taxa de lotação acima da pressão ótima de pastejo, tanto a produção por
área quanto a produção por animal tendem a decrescer, podendo ambos apresentar
valores negativos (Figura 1).
Privilegiar a taxa de lotação em detrimento ao ganho de peso dos animais
aumenta a idade de abate e o número de animais mantidos nas pastagens, o que
pode comprometer a viabilidade econômica de sistemas de produção a pasto, pois,
além de reduzir a taxa de desfrute, eleva os gastos com aquisição de animais,
principal componente do custo de produção (RIBEIRO et al., 2008).
17
Figura 1 Relação entre a pressão de pastejo e a resposta no ganho de peso vivo
por animal e ganho por área (MOTT, 1960).
2.2.CARACTERÍSTICAS BOTÂNICAS E AGRONÔMICAS DAS FORRAGEIRAS
De origem africana, o capim-elefante (Pennisetum purpureum) é uma planta
vigorosa, perene, crescimento cespitoso, folhas largas, compridas e alternadas,
colmos cilíndricos, com diâmetro médio de 2,5 cm e de porte elevado, podendo
atingir até 6,0 m de altura (NASCIMENTO JUNIOR, 1975). Sua inflorescência
apresenta formato de espigueta. O florescimento ocorre entre os meses de abril e
maio. Exigente em fertilidade do solo, suporta secas e queimadas, mas não é
tolerante a geadas e alagamentos (NASCIMENTO JUNIOR, 1975).
Dentre as cultivares de capim elefante que são utilizadas no Brasil, seja para
corte ou pastejo, merecem destaque as cultivares: Napier, Mineiro, Cameron,
Vruckwona, Roxo, Taiwan A-146, Taiwan A-148, Porto Rico (MARTINS e
FONSECA, 1994).
Segundo Rodrigues et al. (1975), o elevado potencial produtivo de biomassa do
capim-elefante é geralmente atribuído a uma elevada eficiência fotossintética.
18
Entretanto, para o capim-elefante expressar toda a sua eficiência fotossintética, a
temperatura, a umidade oferta de água e a fertilidade do solo não podem ser
limitantes. O capim-elefante tem sido uma das forrageiras mais usadas em sistemas
de lotação intermitente, utilizando-se período de descanso entre 30 e 45 dias e
período de ocupação variando de um a cinco dias (JACQUES, 1997).
A espécie Panicum maximum, tradicionalmente conhecida como capim-
colonião, muito é utilizada pelos pecuaristas no Brasil. Recentemente a Embrapa
Gado de Corte disponibilizou ao mercado nove cultivares de P. maximum Jacq.,
entre eles o Centenário, em 1988, o Vencedor, em 1990, o Tanzânia, em 1990 e o
Mombaça em 1993 (JANK, 1994; citado por ALEXANDRINO et al. 2005).
O capim-mombaça (Panicum maximum Jacq. cv. Mombaça) tem se destacado
em pastejo tanto em regime de lotação contínua, quanto intermitente. É uma
gramínea perene, de crescimento cespitoso, com altura média de 1,65 m, folhas
longas e quebradiças, com largura média de 3,0 cm e sem serosidade. Os colmos
são levemente arroxeados. Sua inflorescência é uma panícula, com o florescimento
ocorrendo entre os meses de abril e maio.
O capim-mombaça é exigente em fertilidade do solo (VILELA, 2006). Pouco
tolerante à seca, o capim-mombaça tem sua produção de biomassa maximizada em
sistemas produtivos que fazem uso da irrigação (RIBEIRO et al., 2008), ou quando a
disponibilidade de água não é o fator limitante. Não é tolerante a geadas e
alagamentos.
2.3. POTENCIAL PRODUTIVO DAS FORRAGEIRAS
Não havendo limitações, as forrageiras tropicais crescem a taxas elevadas,
proporcionando um grande acúmulo de matéria seca durante o processo de
crescimento (SOTOMAYOR-RÍOS et al., 1974; SOTOMAYOR-RÍOS et al., 1976),
podendo atingir valores três vezes superiores aos alcançados quando se utilizam
forrageiras temperadas (COOPER, 1970). Esse elevado potencial para a produção
de biomassa constitui um dos mais importantes recursos para a produção de
animais ruminantes nos trópicos.
19
Considerado por muitos como a gramínea mais importante e difundida no
mundo para regiões de clima tropical e subtropical (TCACENCO e BOTREL, 1994),
o capim-elefante tem potencial produtivo para atingir a300 toneladas de matéria
verde por hectare por ano (CARVALHO, 1985). Utilizado tradicionalmente como
forrageira para corte (BOTREL et al., 1994), sua utilização em regime de pastejo é
cada vez mais difundida.
Trabalhando com capim-mombaça em regime de corte, Vilela (2006) obteve a
produtividades anuais de 26.846 kg MS/ha com 440 kg N /ha, com intervalo de corte
de 40 dias. Em outro estudo, Veiga (1994) observou aumento na produção do
capim-elefante com o aumento do período de descanso, diminuição da pressão de
pastejo e manutenção da altura de resíduo superior a 40 cm. Entretanto, esse
aumento da produção, sob essas condições implica em diminuição do valor nutritivo,
uma vez que, segundo Van Soest (1994) o teor de proteína bruta (PB) e a
digestibilidade da matéria seca reduz de forma acentuada com a idade das
forrageiras tropicais, ao passo que os teores fibra, lignina e sílica aumentam.
Estudando três cultivares de Panicum maximum (Tânzania, Massai e
Mombaça), Brâncio et al. (2003a) encontraram para o capim-mombaça, produção de
biomassa de matéria seca verde de 2.790 kg/ha, na estação chuvosa e de 2.560
kg/ha, na estação seca. Em revisão sobre o assunto, Derez e Mozzer (1994)
concluíram que o capim–elefante pode proporcionar altos ganhos de peso por área,
principalmente devido à elevada taxa de lotação que suporta, mas também ao seu
alto valor nutritivo, indicado pelos ganhos de peso por ele proporcionado.
O capim-mombaça, cv. Mombaça proporcionou em novilhos nelores, em
regime de pastejo, um ganho de peso vivo de 0,690 kg/dia (BRÂNCIO et al., 2003a).
Avaliando na estação chuvosa o desempenho de novilhos ¾Gir-Holandês com nível
de consumo irrestrito em pastagem de capim-elefante não-irrigada, Erbesdobler et
al. (2002) obtiveram um ganho médio de 0,517 kg/d para os cinco ciclos de pastejo
de 36 dias cada.
Trabalhando com novilhos mestiços em pastagens manejadas em regime de
lotação intermitente, Palieraqui et al. (2006) relataram ganhos de 0,820 e 0,930 kg/d
(capim–elefante) e 0,920 e 0,840 kg/d (capim–mombaça) para, respectivamente,
pastagens irrigas e não-irrigadas. Produtividades elevadas também foram
20
observadas por Derez (1994), que trabalhando com gado leiteiro em pastagem de
capim-elefante, sob lotação intermitente, obteve 15.000 kg de leite por ha/ano.
Avaliando o efeito da adubação nitrogenada sobre o desempenho de novilhos
nelores mantidos a pasto de capim-mombaça, Vilela (2006) observou valores de 241
e 586 kg/ha, sem adubação nitrogenada e com 200 kg/ha de N, respectivamente.
Em sistemas intensivos de produção a pasto, a produtividade animal é similar nos
capins mombaça e elefante (RIBEIRO et al., 2008).
2.4. CONSUMO ANIMAL A PASTO
A produtividade animal por área é função da taxa de lotação, determinada pela
disponibilidade de forragem, e do ganho de peso individual do animal, determinado
pelo consumo e qualidade da forragem e por características do animal interagindo
com o ambiente (RIBEIRO, 2004).
Em pastagens tropicais, mesmo no período chuvoso, o ganho em peso dos
animais é baixo quando comparado a animais em confinamento ou mantidos em
pastagens temperadas. O ganho em peso dos animais depende principalmente do
fornecimento de aminoácidos e energia para os tecidos, até o limite genético para
síntese de proteína, o qual provavelmente nunca é alcançado por meio do consumo
de matéria seca do pasto (POPPI & MCLENNAN, 1995).
Kolver (2003) ao rever a literatura constatou que o consumo reduzido de
matéria seca é o principal responsável pelos baixos índices produtivos de animais
mantidos a pasto; o consumo limitado é resultado tanto da limitação física (efeito de
repleção), como da quantidade diária de tempo disponível para o pastejo, que
parte do tempo do animal é dedicada à ruminação e ao descanso. Igualmente
importante é a taxa com que a matéria seca consumida é removida do rúmen pelos
processos de digestão e passagem, que são concorrentes entre si.
Portanto, o baixo consumo das gramíneas tropicais relaciona-se ao alto
conteúdo de fibra e ao maior tempo de retenção desta fibra em detergente neutro no
rúmen (EUCLIDES, 1995). O FDN é um dos componentes do alimento que possui
21
menor taxa de desaparecimento (MERTENS, 1994), conferindo à gramínea menor
digestibilidade.
O animal atinge produções elevadas quando consumo de forragem de
alta qualidade, o que sob pastejo, significa grande disponibilidade de folhas novas
(CORSI et al., 1993). No caso das forrageiras tropicais o consumo é, ainda,
freqüentemente limitado pelo baixo conteúdo de proteína. O alimento deve conter no
mínimo 7% de proteína bruta (PB) como limite inferior, assegurando suprimento de
nitrogênio aos microrganismos do rúmen (VAN SOEST, 1965), abaixo do qual o
consumo cai, por ocorrer modificação na fermentação ruminal e digestão
(ABRAHÃO, 1989).
Segundo Minson (1990) o consumo responde a 75% da variação entre
forragens em termos de desempenho animal. O consumo relaciona-se com o
desempenho dos animais porque determina a quantidade de nutrientes ingeridos, os
quais são necessários para atender as exigências de mantença e produção do
animal (GOMIDE, 1993), isto quando a quantidade de forragem não é limitante
(MERTENS, 1994). O desempenho animal tem como principais determinantes a
relação entre o consumo animal e a digestibilidade da forragem. Sendo o ruminante
um animal seletivo, em situações de oferta de pastagens de baixa digestibilidade, os
animais tendem a manter a seletividade e a diminuir o consumo (MINSON, 1990).
Mott (1973) considerou que o aspecto quantitativo da produção animal é
determinado pela produção de forragem por unidade de área, e a resposta do animal
é uma medida da qualidade da pastagem, isto quando o potencial do animal não é
limitante, a pastagem é ofertada em quantidade e como única fonte de alimento.
O potencial do animal é um fator de difícil controle, uma vez que não basta uma
padronização de aptidão racial. Cada animal carrega consigo características de
comportamento individuais, que podem não atender à resposta esperada quando lhe
é ofertada uma pastagem cultivada por uma forrageira de elevado potencial
produtivo. Assim, o animal deve ser dotado de um potencial para ganho que permita
a máxima expressão do potencial produtivo da forrageira, do mesmo modo que o
ganho de peso animal não deve ser subestimado em detrimento do potencial da
forrageira.
22
Maraschin (1994) alegou que para a avaliação do potencial do animal ou o
potencial da pastagem, devem ser evitados os regimes de lotação contínua e a alta
pressão de pastejo. Deste modo, através da lotação e da oferta de forragem, a
capacidade suporte do sistema de pastejo pode ser estabelecida e/ou ajustada.
McMeekan (1956) elucidou a importância da oferta de forragem de elevada
digestibilidade e em quantidades que não viessem a comprometer o consumo, nem
a expressão do potencial genético-produtivo do animal, quando preconizou que para
que fosse alcançada alta produção animal em pastagens, três condições básicas
deviam ser atendidas: a) produção de uma grande quantidade de forragem com bom
valor nutritivo; b) uma grande proporção desta forragem deve ser consumida pelos
animais, e c) a eficiência de conversão dos animais deve ser elevada.
A quantidade de MS consumida depende também de fatores associados ao
animal, tais como: peso vivo, condição corporal, sexo, idade do animal, estado
fisiológico e grau de maturidade fisiológica (NRC, 1996). Assim, o consumo é uma
função das características do animal, propriedades intrínsecas do alimento e do
manejo da alimentação (MERTENS, 1994). Já a digestibilidade nos ruminantes é um
processo complexo que envolve a interação entre a dieta, população microbiana e o
animal.
23
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 LOCAL E DURAÇÃO DO EXPERIMENTO
O ensaio foi conduzido no cleo de Pesquisa de Zootecnia do Laboratório de
Zootecnia e Nutrição Animal (LZNA) do Centro de Ciências e Tecnologias
Agropecuárias (CCTA) da Universidade Estadual do Norte Fluminense (UENF),
anexo ao Colégio Agrícola Antônio Sarlo, em Campos dos Goytacazes, RJ. O
município de Campos possui coordenadas geográficas de 21º 44’ 47” de Latitude Sul
e 41º 18’ 24” de Longitude Oeste e altitude de 12m, situando-se no Norte do Estado
do Rio de Janeiro. O padrão climático da região é descrito como Aw, tropical quente
e úmido, com período seco no inverno e chuvoso no verão (KÖPPEN, 1948).
O período experimental foi de 64 dias compreendidos na época chuvosa
(Outubro à Dezembro de 2006) e foi precedido de um período de adaptação, em
que os animais foram rotacionados, nos piquetes completando um ciclo de pastejo
em cada forrageira.
3.2. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
3.2.1. Forrageira
Neste trabalho, por imposição das condições disponíveis para a instalação do
experimento e por não haver referência no Norte Fluminense sobre o
comportamento das duas forrageiras envolvidas no estudo, adotou-se um ciclo de
pastejo único e fixo para as duas forrageiras, o qual situa-se dentro de limites
observados para ambas na literatura (Brâncio et al., 2003b; Martins et al., 2004).
O delineamento estatístico foi o de blocos casualizados.
24
A área experimental (9 ha) foi dividida em 36 piquetes de 0,25 ha igualmente
distribuídos entre os capins Mombaça e Napier. As repetições de área foram
conseguidas utilizando-se duas repetições por forrageira, com nove piquetes por
repetição. Os piquetes foram formados sobre solo aluvial de textura argilosa no ano
de 2003. O local não recebia fertilização mineral, adubos orgânicos ou corretivos
desde 2005. As forrageiras foram avaliadas em sistema de lotação intermitente,
durante o período chuvoso (Outubro à Dezembro de 2006), precedido por período
de adaptação (32 dias) em que os animais foram rotacionados nos piquetes. Os
períodos de ocupação e descanso foram de quatro e 28 dias, respectivamente, o
que totalizou 32 dias para o ciclo de pastejo e 64 dias para o período experimental
total. Anteriormente ao início do período experimental, procedeu-se à uniformização
da área por meio de roçada para atingir a altura do resíduo de pastejo pretendido
(30 cm). Nessa ocasião, foi aplicado superfosfato simples de acordo com a análise
de solo. Após a uniformização dos piquetes, e sempre após a saída dos animais dos
piquetes, foram realizadas adubações de cobertura com sulfato de amônio (50 kg/ha
de N) e cloreto de potássio (25 kg/ha de K
2
O).
As variáveis analisadas foram: biomassa de matéria seca total (BT); biomassa
de matéria seca verde foliar (BFV); proporção de folhas; taxa de lotação (TL);
composição bromatológica e digestibilidade in vitro da extrusa das duas forrageiras.
3.2.2. Animal
Como animais experimentais, foram utilizados 24 novilhos F
1
Limousin – Nelore
(225 ± 38,6 kg); os quais foram divididos aleatoriamente em 4 grupos de 6 animais,
que foram alocados ao acaso nas duas forrageiras em cada repetição de área. Três
animais de cada grupo foram designados por sorteio para receberem os
tratamentos: 1 Pastejo ad libitum (AL) em que os animais permaneceram durante
todo o dia nos piquetes; e 2 – Pastejo restrito (PR) com consumo de energia próximo
à mantença. A restrição alimentar foi feita limitando-se o período de pastejo de 3,5
h/dia, conforme metodologia descrita por Fontes et al. (2005). Após esse tempo de
25
pastejo, os animais permaneceram em baias individuais próximas a pastagem, tendo
livre acesso à água e suplemento mineral.
O delineamento estatístico foi o inteiramente casualizado.
A taxa de lotação foi variável (put and take), mantendo-se a biomassa de
matéria seca verde foliar (BFV) em 5,0% (5,0 kg de matéria seca verde foliar / 100
kg de peso vivo) para o capim-elefante e BVF em 6,5% (6,5 kg de matéria seca
verde foliar / 100 kg de peso vivo) para o capim-mombaça, para todos os
tratamentos, com o uso de animais reguladores que foram introduzidos ou retirados
dos piquetes de acordo com a BFV de forragem. A BFV foi estimada antes da
entrada dos animais nos piquetes.
Foram avaliadas as seguintes variáveis: consumo de matéria seca (CMS),
consumo de matéria orgânica (CMO), consumo de proteína bruta (CPB), consumo
de energia bruta (CEB) e consumo de fibra em detergente neutro (CFDN), consumo
de MS por 100 kg de massa corporal e o ganho em massa individual e por unidade
de área.
3.3. MANEJO DAS FORRAGEIRAS
A partir de 75 dias antes do inicio do período de adaptação, os piquetes das
duas forrageiras foram rebaixados na altura do resíduo. Na ocasião, foi aplicado, de
acordo com a análise do solo, adubo fosfatado na forma de superfosfato simples.
Após a homogeneização dos piquetes, e também após a saída dos animais durante
os períodos de adaptação e experimental, foram realizadas adubações de cobertura
com N (totalizando 300 kg/ha) e K
2
O (em quantidade definida de acordo com a
análise do solo), utilizando-se como fontes o sulfato de amônio e o cloreto de
potássio, respectivamente.
O emprego do mesmo manejo para as duas forrageiras avaliadas no presente
trabalho (períodos iguais de ocupação e descanso), foi imposto pela necessidade de
se manter sempre um bebedouro exclusivo (mais saleiro e área de sombra) para
cada um dos quatro grupos de animais experimentais. Tendo em vista a distribuição
26
balanceada (não contígua) de ambas as forrageiras por toda a área experimental e a
exigência da distribuição aleatória dos piquetes nos quatro tratamentos, a adoção de
manejos diferenciados para cada forrageira implicaria na necessidade de acesso
exclusivo à água (mais sal e sombra) em cada um dos 36 piquetes experimentais.
Com a adoção do mesmo manejo para ambas as forrageiras, foi possível
conduzir o experimento com apenas cinco conjuntos de bebedouro, sal e sombrite -
instalados estrategicamente nos corredores de acesso aos piquetes. Além disso,
procurou-se manejar as forrageiras dentro de limites observados na literatura
(BRÂNCIO et al., 2003b; MARTINS et al., 2004).
No manejo da irrigação nas pastagens, foram adotados turnos de rega de sete
dias. A lâmina de água aplicada semanalmente foi estabelecida de modo a repor a
evapotranspiração média mensal histórica, observada nos dez anos anteriores à
pesquisa, registrada no Campus Avançado da UFRRJ em Campos dos Goytacazes.
A precipitação pluviométrica foi medida no local do experimento.
Conforme mencionado anteriormente, a taxa de lotação foi variável (put and
take), mantendo-se a biomassa de matéria seca verde foliar (BFV) com o uso de
animais adicionais (reguladores), que foram introduzidos ou retirados dos piquetes
de acordo com a BFV de forragem.
No cálculo da taxa de lotação foram incluídos os animais fixos e os reguladores
(de peso semelhante aos animais fixos). Foram utilizados seis animais fixos por
repetição de forrageira. Para determinar a quantidade de animais a serem incluídos
no piquete foi utilizada a seguinte fórmula:
BFVd (kg MS/ha) – CFd (kg MS/100kgPV)
NA =
CRd (kg MS/100kgPV)
Onde: NA, é o número de animais; BFVd, a biomassa de matéria seca verde
foliar diária; CFd, consumo diário de MS dos animais fixos, considerando uma
27
pressão de pastejo de 5,0% para o capim-elefante e 6,5% para o capim-mombaça
com base na BFV; e CRd, consumo diário de MS dos animais reguladores,
considerando uma pressão de pastejo de 6% com base na BFV.
A coleta de dados para avaliação da biomassa disponível foi feita no dia
anterior à entrada dos animais em cada piquete, conforme metodologia descrita por
Ribeiro et al (2003). A altura do resíduo foi mantida entre 30 a 50 cm e 80 a 100 cm
para os capins mombaça e elefante, respectivamente.
Foi utilizado um quadro metálico de 1 m de lado (1m
2
), com um dos lados
aberto. A amostragem foi realizada de forma sistemática, em diagonal, retirando-se
10 amostras por piquete (correspondendo a 40 amostras por ha). A forragem contida
no quadro metálico foi cortada a 30 cm do solo.
Da biomassa contida nos quadros, depois de cortada e pesada, foi retirada
uma amostra da forragem que foi utilizada para separação em lâminas foliares e
bainha + caule. Após separação, cada componente foi pesado. Uma sub-amostra foi
seca em forno de microondas, segundo metodologia descrita por Ribeiro et al.
(2003), de modo a se obter rápida estimativa da BFV, para orientar o ajuste da carga
animal (número de animais reguladores a serem usados).
Para análise estatística de biomassa de matéria seca total (BT), biomassa de
matéria seca verde foliar (BFV) e proporção de folhas dos capins Mombaça e
Elefante, utilizou-se o modelo estatístico:
Y
ijk
= µ + F
i
+ R
j
+ FR
ij
+ e
ijk
, em que:
Y
ijk
= Observação referente ao piquete k, da repetição de área j e forrageira i;
µ = Média geral;
F
i
= Efeito da forrageira i, em que i = 1e 2;
R
j
= Efeito da repetição de área j, em que j = 1, 2
FR
ij
= Efeito de interação da forrageira i e da repetição de área j;
28
e
ijk
= Erro associado a cada observação, pressuposto normalmente distribuído, com
média zero e variância σ
2
.
3.4. MANEJO DOS ANIMAIS
No período pré-experimental os animais foram vacinados contra a febre aftosa
e vermifugados. Durante o período experimental, caso houvesse necessidade, foram
feitas aplicações de carrapaticidas e mosquicidas para controle de parasitos, no dia
da pesagem.
Os animais que receberam o tratamento AL permaneciam durante todo o dia
nos piquetes, subindo para o curral duas vezes ao dia (às 09:00 e às 15:00hs)
durante o período de estimação do consumo - fornecimento do indicador (Cr
2
O
3
) e
coleta de fezes - e no término de cada ciclo de pastejo, permaneciam 12h00min em
baias individuais, isentos de alimentação, para pesagem no dia subseqüente.
Os animais que receberam o tratamento PR, com consumo de energia próximo
à mantença, tinham acesso ao pasto apenas 3,5 h/dia, conforme metodologia
descrita por Fontes et al. (2005). Após esse tempo de pastejo, os animais
permaneciam em baias individuais, próximas às pastagens, com livre acesso à água
e suplemento mineral. Sendo, do mesmo modo que os animais do tratamento AL,
sujeitos às práticas para estimação do consumo e ao término de cada ciclo de
pastejo ficavam em jejum por 12h00min para serem pesados no dia subseqüente.
Para coleta de extrusa foram utilizados 2 animais com fístula no esôfago. As
coletas de extrusa foram iniciadas no dia anterior ao da coleta de fezes, durante oito
dias consecutivos. Nos dias de coleta, os animais fistulados eram privados de
alimento 12 horas antes de sua entrada nos piquetes, buscando-se evitar a
contaminação das amostras com conteúdo ruminal pela ruminação no momento da
coleta (HOLECHECK, 1982), tendo acesso irrestrito a água e a mistura mineral;
neste momento foram removidas as cânulas e colocadas as bolsas de coleta,
permitindo os animais pastejarem de 30 a 40 minutos.
29
Para a análise estatística de digestibilidade, consumo e ganho de peso dos
animais, utilizou-se o modelo estatístico:
Y
ijkl
= µ + F
i
+ R
j
+ T
k
+ FR
ij
+ FT
ik
+ RT
jk
+ FRT
ijk
+β
ijk
µ
ijll
e
ijkl
, em que:
Y
ijkl
= Observação referente ao animal l, no tratamento k, na forrageira j da repetição
de área i;
µ = Média geral;
F
i
= Efeito da forrageira i, em que i = 1e 2;
R
j
= Efeito da repetição de área j, em que j = 1, 2;
T
k
= Efeito do tratamento k, em que k = 1 – pastejo ad libitum e 2 – pastejo restrito;
FR
ij
= Efeito de interação da forrageira i e do repetição de área j;
FT
ik
= Efeito de interação da forrageira i e do tratamento k;
RT
jk
= Efeito de interação da repetição de área j e do tratamento k;
FRT
ijk
= Efeito de interação da forrageira i, da repetição de área j e tratamento k;
β
ijk
µ
ijll
= Efeito do peso vivo inicial animal l, dentro da repetição de área j e do
tratamento k, em que l= 1, 2,3;
e
ijkl
= Erro associado a cada observação, pressuposto normalmente distribuído, com
média zero e variância σ
2
.
O termo β
ijk
µ
ijll
foi utilizado como covariável na análise dos efeitos de repetição
de área e tratamento.
30
3.5 DETERMINAÇÃO DA COMPOSIÇÃO BROMATOLÓGICA E DIGESTIBILIDADE
IN VITRO DA MATÉRIA SECA
Uma forma simplificada de determinar a indigestibilidade da matéria seca é
através da digestibilidade in vitro de amostra de extrusa, coletada através da
utilização de animais fistulados no esôfago.
A extrusa esofágica, segundo Lopes et al (1996), é o melhor procedimento para
representar a dieta selecionada pelos animais em condições de pastejo. Isso se
deve ao fato de respeitar o bito de pastejo seletivo dos bovinos, permitindo a
aquisição de amostras da forragem realmente consumida. Segundo Grimess et al.
(1965), a composição botânica não é alterada pelo grau de recuperação das
amostras da fístula esofágica, que se situa entre 53 e 73% do ingerido.
Para coleta de extrusa das forrageiras foram utilizados dois animais fistulados
no esôfago. Os animais passaram por um jejum de 12 horas antes de cada dia de
coleta, em seguida, foram removidas as cânulas, colocadas as bolsas de coleta,
confeccionadas de lona impermeável e dotadas de malha de náilon no fundo para
drenagem do excesso de saliva de modo, a contornar a contaminação por nitrogênio
proveniente da saliva (HOLECHEK,1982).
Os animais foram mantidos em pastejo por 30 a 40 minutos, evitando
contaminação com o conteúdo de rúmen pela ruminação. As coletas de extrusa
foram iniciadas no dia anterior ao da coleta de fezes, durante oito dias consecutivos.
As amostras diárias de extrusa foram acondicionadas em sacos plásticos e
armazenadas em congelador a -15 ºC. As amostras foram secas em estufa por 72
horas a 55 ºC, moídas e posteriormente constituíram quatro amostras compostas,
uma a cada três dias de coleta para cada área da forrageira. As amostras
compostas foram formadas por 30 gramas de MS de cada amostra diária e
acondicionadas em frascos de vidro, para análises laboratoriais.
Foram analisados nas amostras compostas da extrusa os teores de MS a
105ºC, segundo Silva e Queiroz (2002); PB, segundo o método semimicro Kjeldhal,
usando fator 6,25 para conversão de nitrogênio em proteína bruta (ASSOCIATION
OF OFICIAL AGRICULTURAL CHEMIST - AOAC, 1970); matéria orgânica (MO),
31
além do conteúdo de energia bruta (EB), fibra insolúvel em detergente neutro (FDN),
fibra insolúvel em detergente ácido (FDA) e lignina no resíduo do detergente ácido
com uso de permanganato de potássio, segundo por Silva e Queiroz (2002).
A digestibilidade in vitro da matéria seca (DIVMS) seguiu a metodologia
proposta por Tilley e Terry (1963), com um estágio de fermentação. Que utiliza fluido
ruminal e meio de cultura na tentativa de simular o processo anaeróbico da
fermentação ruminal. Sendo o meio de cultura uma solução tampão que simula a
saliva do ruminante (MCDOUGALL, 1948).
3.6. ESTIMATIVA DO CONSUMO DE FORRAGEM
O consumo alimentar individual dos novilhos foi estimado ao final do primeiro
ciclo de pastejo, utilizando-se o método da produção fecal e indigestibilidade.
A produção fecal diária foi estimada utilizando-se o indicador óxido crômico
(Cr
2
O
3
). Em cada determinação, 5 g de Cr
2
O
3
foram fornecidos a cada novilho, duas
vezes ao dia (9:00 e 15:00h), acondicionados em cartucho de papel, colocado
diretamente no esôfago do animal, durante catorze dias consecutivos.
Os primeiros sete dias foram para estabilização, após esse período foram
iniciadas as amostragens, com duração de sete dias, nos quais as amostras fecais
foram obtidas por coleta retal, duas vezes ao dia, no momento do fornecimento do
Cr
2
O
3
. Ao final de cada dia de coleta as amostras eram destinadas à secagem em
estufa por 72 horas a 60 ºC e moídas, para formarem uma amostra composta de
fezes por animal. As amostras compostas foram formadas por 30 gramas de MS de
cada amostra diária e acondicionadas em frascos de vidro, para análises
laboratoriais.
As dosagens de Cr foram feitas pelo método calorimétrico, fazendo-se digestão
nitro-perclórica e leitura em espectrofotômetro UV visível a 440 nm (aparelho
SPEKOL UV visível). A excreção fecal foi estimada utilizando-se a seguinte fórmula:
32
Cromo fornecido (g)
Produção fecal (kg) =
Concentração de cromo nas fezes (g/kg de MS)
Na estimação do consumo de matéria seca da forragem foi utilizada a relação
excreção fecal/indigestibilidade:
Produção fecal (kg) x 100
Consumo de MS (kg) =
100 – digestibilidade da MS
Foram determinados nas amostras compostas das fezes, os teores de matéria
seca (MS), matéria orgânica (MO) proteína bruta (PB), energia bruta (EB), além de
fibra insolúvel em detergente neutro (FDN), segundo metodologia descrita por Silva
e Queiroz (2002). Mediante estas informações, foram estimados os consumos de
MO, PB, EB, energia metabolizável (EM), FDN e a digestibilidade da MS,
digestibilidade da MO, digestibilidade da PB, digestibilidade da EB e digestibilidade
do FDN.
O consumo de energia metabolizável (CEM) foi estimado utilizando-se a
relação: EM = 0,82 x ED (NRC, 1996).
33
3.7. ESTIMATIVA DO DESEMPENHO POR ANIMAL E POR ÁREA
Os animais experimentais foram pesados no dia anterior ao início do
experimento e ao término de cada ciclo de pastejo, em balança apropriada para
pesagem de bovinos, na própria unidade de pesquisa.
Para avaliação do ganho de peso os animais foram pesados a cada 32 dias,
depois de jejum de 14 horas, sendo pesados na manhã do dia seguinte. Tanto os
animais que compunham os grupos dos tratamentos de pastejo restrito (PR), como
os animais que compunham os grupos dos tratamentos de pastejo ad libitun (AL).
O ganho de peso por área foi determinado pelo produto da taxa de lotação
média de cada capim pelo ganho médio diário dos animais fixos de cada tratamento,
multiplicados por 64 (dias de duração do experimento).
Os resultados foram analisados utilizando-se o programa estatístico SAS,
procedimento PROC GLM.
34
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 PRODUÇÃO DE BIOMASSA DAS FORRAGEIRAS
O capim-elefante apresentou maior (P<0,01) produção de biomassa total que
o capim-mombaça. A produção de matéria seca foliar não diferiu (P>0,05) entre as
forrageiras. A proporção de folhas do capim-mombaça foi superior (P<0,01) à do
capim-elefante. Não houve diferenças entre as forrageiras quanto à taxa de lotação
(Tabela 1).
A maior produção de biomassa total (BT) do capim-elefante em relação ao
capim-mombaça foi relatada por diversos autores. Palieraqui et al. (2006) avaliaram
a produtividade de gramíneas irrigadas durante a época seca em regime de lotação
intermitente, com períodos de ocupação e descanso de, respectivamente, 4 dias e
32 dias. As pastagens receberam adubação nitrogenada após cada ciclo de pastejo,
totalizando 400 kg/ha/ano de N. Nestas condições os citados autores relataram
produções de 5.643 e 2.389 kg/ha de MS para, respectivamente, os capins Elefante
e Mombaça.
Ribeiro (2004) estudou durante 2 anos a produtividade dos capins Elefante e
Mombaça nas épocas seca e chuvosa nas mesmas condições de manejo descritas
por Palieraqui et al. (2006). As produções de BT observadas por Ribeiro (2004) para
os capins Elefante e Mombaça foram de, respectivamente, 6.556 e 4.426 (época
seca); 8.459 e 7.596 (época chuvosa).
Correa et al. (1998) verificaram para o capim-mombaça, em regime de corte e
com intervalo de rebrota de 35 dias, uma produção de 3.600 kg/ha de MS.
Trabalhando com capim-elefante irrigado na estação chuvosa, Maldonado et al.
(1997) encontraram uma produção de 6.027 kg/ha de MS, com intervalo de corte de
56 dias. Euclides et al. (2008) avaliando o capim-mombaça durante 5,5 anos,
manejado sob lotação intermitente, com sete dias de ocupação e 35 dias de
descanso e adubação de manutenção com 50 kg/ha/ano de N, obtiveram 3.500
kg/ha de biomassa total.
35
Tabela 1 - Biomassa total média (BT), biomassa de folha verde média (BFV) e
proporção de folhas e taxa de lotação dos capins Elefante e Mombaça
Forrageiras
Variáveis Capim-elefante Capim-mombaça CV (%)
BT (kg/ha) 5204 A 3457 B 38,4
BFV (kg/ha) 1995 2327 33,6
Proporção de folhas (%)
36,7 A 74,8 B 11,15
Taxa de Lotação 4,4 4,6 32,12
Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas diferem entre si ao nível
de probabilidade 0,05.
As variações nos valores relatados na literatura refletem a diversidade das
condições experimentais (regime de corte ou pastejo, período de descanso, altura
do resíduo, condições edafoclimáticas, adubação, irrigação, etc.). No entanto, os
resultados permitem inferir que o potencial de produção de biomassa total do capim-
elefante é superior ao do capim-mombaça. De fato, o capim-elefante é considerado
uma das espécies forrageiras de maior potencial de produção de biomassa,
atingindo até 80 t/ha/ano de matéria seca (SANTOS, 1995).
A superioridade do capim-elefante em relação à produção de biomassa total
tem sido atribuída ao maior desenvolvimento dos colmos. No capim-elefante a
predominância do perfilhamento axilar ou lateral proporciona maior elongação do
colmo, ao contrário do observado no capim-mombaça, cujo perfilhamento
predominante é o basal (PARSONS, 1988).
Por outro lado, essa diferenciação quanto ao hábito de crescimento resulta na
ocorrência de maior proporção de folhas no capim-mombaça. De tal modo, que a
superioridade do capim-elefante em relação ao capim-mombaça é minimizada, ou
mesmo anulada, quando se trata da produção de biomassa de folha verde (BFV),
uma vez que o capim-mombaça apresenta maior proporção de folhas (RIBEIRO et
al. 2004; PALIERAQUI et al. 2006). Isto também foi observado no presente trabalho,
onde a biomassa de folhas verdes (BFV) não diferiu entre as forrageiras, refletindo a
36
maior a proporção de folhas do capim-mombaça, que foi o dobro da observada para
o capim-elefante (Tabela 1).
4.2 VALOR NUTRITIVO DAS FORRAGEIRAS
A composição bromatológica das forrageiras avaliadas (Tabela 2) encontra-se
dentro da faixa de variação observada em estudos anteriores na mesma área: 10 a
14 % para a PB; 65 a 77 % para a FDN; e 50 a 65% para a DIVMS (Palieraqui et al.
2006; Lista et al., 2007; Ribeiro et al., 2009). Os valores observados para a
composição bromatológica de ambas as forrageiras o parecem limitantes para a
digestão da fibra em nível de rúmen (Van Soest, 1994), o que refletiu no ganho
alcançado pelos animais.
Tabela 2 – Composição da extrusa dos capins Elefante e Mombaça
Forrageira
Variáveis Capim-elefante Capim-mombaça
MO (% MS) 90,6 90,6
PB (% MS) 11,7 12,2
FDN (% MS) 69,5 67,4
Lignina (% MS)
*
4,1 3,8
DIVMS (%) 58,9 55,9
* = Lignina determinada em ácido sulfúrico
Diferenças entre as forrageiras têm sido relatadas em regime de pastejo, tanto
em favor do capim-mombaça (PALIERAQUI et al., 2006), quanto do capim-elefante
(RIBEIRO, 2004). Aparentemente os resultados divergentes refletem a multiplicidade
dos fatores que influenciam a produção e qualidade das forrageiras tropicais a pasto
(períodos de ocupação e descanso, pressão de pastejo, etc.), além dos diferentes
37
métodos empregados na amostragem das forrageiras (extrusa, coleta manual e
simulação de pastejo).
Neste sentido, têm sido relatados maiores teores de FDN e PB nas amostras
de extrusa esofágica, em comparação às amostras provenientes da simulação
manual de pastejo (PALIERAQUI et al. 2006). Estes resultados têm sido atribuídos a
contaminação da amostra com nitrogênio da saliva e a lixiviação dos carboidratos
solúveis, que passam com a saliva pelo fundo telado das bolsas coletoras (HOEHNE
et al., 1967).
4.3 DIGESTIBILIDADE DAS FORRAGEIRAS
O capim-elefante apresentou maiores digestibilidades de matéria seca (DMS),
matéria orgânica (DMO), energia bruta (DEB) e fibra em detergente neutro (DFDN),
que o capim-mombaça (Tabela 3). A DPB foi superior para os animais restritos,
enquanto a DEB foi maior para os animais ad libitum. Não houve diferença entre os
níveis de alimentação quanto à DMS, DMO e DFDN (Tabela 3). Não houve (P>0,05)
interação entre forrageira e nível de alimentação.
No caso da DPB, a superioridade do capim-mombaça possivelmente está
relacionada com diferenças entre as proporções das frações nitrogenadas, porém
essa suposição somente poderia ser confirmada com a discriminação da proteína
bruta das forrageiras estudadas, o que poderia ser feito pelo seu fracionamento,
como recomendado por Sniffen et al. (1992).
A maior digestibilidade do capim-elefante corrobora o maior valor nutricional
verificado nessa forrageira no presente estudo (tabela 2). A superioridade do capim-
elefante pode estar relacionada à oportunidade de seleção entre as forrageiras,
conforme mencionado anteriormente, que teria favorecido o capim-elefante em
detrimento do capim-mombaça.
38
Tabela 3 - Digestibilidade da matéria seca (DMS), digestibilidade da matéria
orgânica (DMO), digestibilidade da proteína bruta (DPB), digestibilidade
da energia bruta (DEB) e digestibilidade da fibra em detergente neutro
(DFDN) dos capins Elefante e Mombaça
Nível de Alimentação
Variáveis
Ad libitum
Restrito Médias CV (%)
DMS (%)
Capim-elefante 58 58 58 a
Capim-mombaça 55 55 55 b
Média 57 A 57 A
0,26
DMO (%)
Capim-elefante 53 54 54 a
Capim-mombaça 51 51 51 b
Média 52 A 53 A
1,10
DPB (%)
Capim-elefante 60 62 61 a
Capim-mombaça 64 66 65 b
Média 62 A 64 B
0,75
DEB (%)
Capim-elefante 62,6 62,1 62,3 a
Capim-mombaça 61,0 61,1 61,0 b
Média 61,8 A 61,6 B
0,07
DFDN (%)
Capim-elefante 58 58 58 a
Capim-mombaça 53 54 54 b
Média 56 A 56 A
0,89
Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas e minúsculas nas
colunas diferem entre si ao nível de probabilidade 0,05.
39
O consumo do animal tem sido associado negativamente à digestibilidade do
alimento (ARC, 1980; NRC, 2001). O efeito do consumo sobre a digestibilidade
estaria relacionado à taxa de passagem dos resíduos indigeridos ao longo do trato
gastrointestinal (MERTENS & ELY, 1979). No entanto, neste trabalho não foi
caracterizado efeito do nível de alimentação sobre a digestibilidade das forrageiras.
Segundo o NRC (2001), a redução da digestibilidade em função do consumo é
proporcionalmente maior para dietas mais digestíveis, sendo desconsiderada para
dietas apresentando coeficientes de digestibilidade inferiores a 0,60. De fato, a
menor digestibilidade da dieta desfavorece o consumo, tendo em vista a limitação
física rúmen quanto ao processamento do alimento (VAN SOEST, 1994). Neste
sentido, a digestibilidade média da matéria seca verificada no presente trabalho,
abaixo de 0,60, explicaria a ausência do efeito do nível alimentar.
4.4. CONSUMO DAS FORRAGEIRAS
Não houve diferenças entre as forrageiras quanto aos consumos de matéria
seca (CMS), de energia metabolizável (CEM) e de fibra em detergente neutro
(CFDN). Os animais alocados no capim-mombaça apresentaram maior consumo de
proteína bruta (CPB). Para todos os nutrientes, o consumo dos animais ad libitum foi
superior ao dos animais restritos. Não houve efeito de interação (P>0,05) forrageira
× nível de alimentação sobre as variáveis estudadas (Tabela 4).
Erbesdobler et al. (2002) compararam o consumo de animais restritos (4 horas)
e ad libitum em pastagens de capim-elefante. Segundo os autores, a relação entre o
consumo dos animais restritos e ad libitum foi de aproximadamente 0,60.
Trabalhando com capim-mombaça em regime de lotação intermitente, Silva et al.
(2008) verificaram uma relação de 0,68 entre o consumo de animais ad libitum e
restritos (3,5 horas de pastejo). No presente trabalho, a relação entre animais ad
libitum e restritos foi de 0,51. Os valores relatados encontram-se na literatura em
uma faixa de variação restrita, apesar das diferentes condições experimentais.
40
Tabela 4 - Consumo de matéria seca (CMS), matéria orgânica (CMO), proteína bruta
(CPB), energia metabolizável (CEM), fibra em detergente neutro (CFDN)
e de matéria seca por peso vivo (CMS) em função das forrageiras e dos
níveis de alimentação
Nível de Alimentação
Variáveis
Ad libitum
Restrito Médias CV (%)
CMS (kg/animal/dia)
Capim-elefante 8,8 4,2 6,5 a
Capim-mombaça 9,2 5,0 7,1 a
Média 9,0 A 4,6 B
13,8
CMO (kg/animal/dia)
Capim-elefante 7,9 3,8 5,9 a
Capim-mombaça 8,3 4,5 6,4 a
Média 8,1 A 4,2 B
13,8
CPB (kg/animal/dia)
Capim-elefante 1,03 0,50 0,76 a
Capim-mombaça 1,12 0,61 0,87 b
Média 1,07 A 0,55 B
13,8
CEM (kcal/animal/dia)
Capim-elefante 17,7 8,6 13,2 a
Capim-mombaça 17,8 9,6 13,7 a
Média 17,7 A 9,1 B
13,8
CFDN (kg/animal/dia)
Capim-elefante 6,1 2,9 4,5 a
Capim-mombaça 6,2 3,4 4,8 a
Média 6,1 A 3,1 B
13,8
CMS (% PV/dia)
Capim-elefante 2,9 1,6 2,3 a
Capim-mombaça 3,2 2,0 2,6 a
Média 3,0 A 1,8 B
15,4
Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas e minúsculas nas colunas diferem
entre si ao nível de probabilidade 0,05.
41
A ausência de diferença entre o consumo de nutrientes nas duas forrageiras
não concorda com as maiores DMS e DFDN observadas para o capim-elefante
(Tabela 3). No entanto, o consumo de pasto não é influenciado somente pelo valor
nutritivo da forragem, mas também por fatores como a biomassa, a estrutura da
pastagem, o ambiente (Carvalho et al. 2001), bem como pela interação entre o pasto
e o animal que o consome (Ellis et al., 1999).
Trabalhando com os capins Mombaça e Elefante em regime de lotação
intermitente nas épocas chuvosa e seca, Ribeiro et al. (2008) relataram maiores
consumo de forragem para novilhos pastando capim-elefante na época chuvosa.
Palieraqui et al (2006), em condições experimentais semelhantes às relatadas por
Ribeiro et al. (2008), observaram que o consumo animal foi maior para o capim-
mombaça em relação ao capim-elefante, na época seca do ano.
Com relação aos valores absolutos, Palieraqui et al. (2006) verificaram para
novilhos mestiços - em pastagens de capim-elefante e capim-mombaça, na ausência
e presença de irrigação - variações no consumo entre 2,9 a 3,3% do PV.
Trabalhando com novilhos nelores em pastagens cultivadas com três cultivares de
Panicum, Brâncio et al. (2003b) relataram consumos variando entre 1,9 a 3,4 % do
peso vivo (PV), dependendo da época do ano avaliada. Valores menores de
consumo foram obtidos por Cândido et al., (2005) em pastagens de capim-
mombaça, variando entre 1,7 a 1,9% do PV.
No presente trabalho, para os animais ad libitum foi observado um valor médio
de consumo de 3,0 % do PV, valor este que se encontra em consonância com
valores relatados na literatura (Brâncio et al., 2003; ndido et al., 2005; Palieraqui
et al. 2006).
42
4.5 DESEMPENHO ANIMAL
Os animais ad libitum apresentaram maior ganho de peso que os animais
restritos. o houve diferenças entre as forrageiras quanto ao ganho de peso por
animal (Tabela 5). No entanto, houve uma tendência (P<0,06) dos animais restritos
alocados no capim-elefante apresentarem maior ganho de peso, em relação aos
animais restritos alocados no capim-mombaça.
Tabela 5 - Ganho de peso médio diário (GMD) e ganho de peso por área (GT) em
novilhos em pastejo nos capins elefante e mombaça
1,2
Nível de Alimentação
Variáveis
Ad libitum
Restrito Média CV (%)
GMD (kg/animal/dia)
1
Capim-elefante 0,85 0,32 0,59 a
Capim-mombaça 0,85 0,14 0,50 a
Média 0,85 A 0,23 B
28,41
GT (kg/ha)
2
Capim-elefante 242 90 166 a
Capim-mombaça 250 41 146 a
Média 246 A 66 B
28,41
1
- Animais com peso vivo inicial médio de 225,0 kg;
2
- Ganho de peso total em um período de 64 dias.
Médias seguidas de letras maiúsculas diferentes nas linhas e minúsculas nas colunas diferem
entre si ao nível de probabilidade 0,05.
.
A tendência dos animais restritos alocados no capim-elefante apresentarem
maiores ganhos de peso está relacionada ao elevado e discrepante desempenho
dos animais restritos em uma das repetições de área. Para os três animais foram
verificados ganhos de 0,55; 0,42 e 0,59, com valor médio de 0,52 kg/dia,
possivelmente indicando uma superioridade genética destes animais em relação ao
rebanho.
43
A ausência de diferença entre o ganho de peso nas duas forrageiras concorda
com os resultados de consumo obtidos neste trabalho (Tabela 4). Dentro de raça e
sexo, o ganho de peso animal é determinado principalmente pelo consumo de
energia, desde que seja fornecida uma dieta balanceada, principalmente em relação
às exigências de proteína (FORTIN et al., 1980).
O consumo de PB provavelmente excedeu às exigências dietéticas dos
animais experimentais. Segundo o NRC (2000), o consumo de 0,68 e 0,41
kg/animal/dia de PB atenderia, respectivamente, às exigências dietéticas dos
animais ad libitum e restritos, que ganharam 0,85 e 0,23 kg/dia e pesavam em média
250 kg de PVJ. Neste cálculo foi considerada a exigência líquida de energia
verificada em pastagens de capim-elefante por Fontes et al. (2005).
Neste trabalho, os consumos médios de PB dos animais ad libitum e restrito
foram de, respectivamente, 1,07 e 0,55 kg/dia de PB. Deste modo, a proteína
dietética teria sido consumida em excesso, de 0,38 (ad libitum) e 0,14 kg/dia
(restritos), resultando em perdas de nitrogênio na forma de NH
3
, o que é duplamente
indesejável, uma vez que NH
3
em excesso é convertida em uréia no fígado e este
processo implica em gasto de energia (VAN SOEST, 1994).
O excesso de proteína implica em déficit de energia. No entanto, o consumo de
EM foi, a princípio, superior às exigências dos animais experimentais (Tabela 4).
Considerando-se as eficiências de utilização da EM para mantença (k
m
= 0,63) e
ganho (k
g
= 0,37) relatadas por Fontes et al. (2005) e a exigência líquida para
mantença de 77 kcal/kg
0,75
(NRC, 2000), os animais ad libitum e restritos
apresentariam uma exigência de EM de, respectivamente, 12,6 e 9,0 Mcal/dia.
Tendo em vista o consumo de EM verificado neste trabalho (Tabela 4), o excesso de
energia seria de 5,1 e 0,1 Mcal/dia para, respectivamente, animais ad libitum e
restritos.
Admitindo-se que os erros relacionados à estimação do consumo a pasto foram
de baixa magnitude, este aparente excesso de EM provavelmente foi utilizado pelos
animais em atividades físicas relacionadas ao pastejo. Os animais a pasto
necessitam caminhar para obter o alimento, rico em fibra e com baixo teor de MS.
Conseqüentemente, consomem boa parte do dia pastando.
44
O trabalho muscular extra, decorrente destas atividades, poderia elevar a
exigência de mantença dos animais a pasto entre 25 a 50%, quando comparados a
animais confinados (OSUJI, 1974). De fato, para os animais restritos, mantidos nas
baias a maior parte do tempo, praticamente houve um equilíbrio (0,1 Mcal/dia) entre
o consumo e a exigência de EM, sendo esta estimada sem considerar os gastos
com o pastejo.
Ainda com relação ao equilíbrio proteína/energia na forragem, Poppi &
McLennan (1995) concluíram que a perda de nitrogênio ruminal em forma de NH
3
ocorre quando o teor de PB na forragem consumida excede 210 g de PB/ kg de MO
digestível da pastagem. Acima deste limite haveria perdas de nitrogênio na forma de
amônia; abaixo, o nitrogênio seria limitante e a energia em excesso. Considerando-
se a DMO, o CMO e o CPB (Tabelas 3 e 4), verificou-se uma concentração de 250 g
de PB/ kg de MO digestível consumida pelos animais experimentais.
Este valor, maior que o nível crítico (210 g de PB/ kg de MO), supera a
expectativa para gramíneas tropicais (Poppi & McLennan, 1995) e reforça a hipótese
que houve um excesso de proteína na forragem. A mesma conclusão foi inferida por
Ribeiro et al. (2008).
Não foram observadas diferenças entre as forrageiras quanto ao ganho por
área (Tabela 5), o que pode ser explicado pelo fato de também não ter sido
observado diferenças quanto ao ganho de massa corporal por animal (Tabela 5) e a
taxa de lotação (Tabela 1).
Considerando conjuntamente as épocas seca e chuvosa, Ribeiro et al. (2008)
observaram que os valores médios de ganhos de peso por área foram de 1.025;
930; 1.046 e 826 kg/ha, para o capim-elefante irrigado, o capim-elefante não
irrigado, o capim-mombaça irrigado e o capim-mombaça não irrigado. Esses valores,
em um período de 288 dias, equivalem a ganhos anuais de 1.299; 1.179; 1.325 e
1.046 kg/ha, respectivamente. Ressaltando-se que no trabalho citado foram
adotadas doses elevadas de nitrogênio (400 kg/ha/ano de N) e maiores taxas de
lotação (4,9 e 5,7 para os capins Elefante e Mombaça, respectivamente).
Extrapolando os resultados obtidos neste trabalho para toda a época chuvosa
(180 dias), o ganho por área para os capins Elefante e Mombaça seria de,
respectivamente, 681 e 730 kg/ha.
45
Em trabalhos conduzidos na época chuvosa com novilhos mantidos em
pastagens adubadas e manejadas em lotação intermitente de capins Mombaça e
Elefante, foram encontrados valores médios de ganho de peso, taxa de lotação e
ganho por área de 0,62 kg/dia, 5,0 animais/ha e 432 kg/ha, respectivamente
(ERBESDOBLER et al., 2002; ALEXANDRINO et al., 2005; CÂNDIDO et al., 2005).
De fato, os resultados obtidos neste estudo na época chuvosa foram superiores aos
descritos por esses autores.
46
5 CONCLUSÃO
Os resultados observados nesta pesquisa permitiram a seguinte conclusão:
Ainda que os capins Elefante e Mombaça tenham diferido quanto à produção
de biomassa, a digestibilidade e o consumo de proteína bruta, o desempenho animal
é similar nas condições do presente estudo. Sob as condições da referida pesquisa
em sistemas intensivos de produção a pasto a produtividade animal com os capins
Mombaça e Elefante são similares.
47
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