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iii
E
MERSON
F
AVERO
Avaliação da infiltração perineural e invasão
muscular em carcinoma epidermóide avançado da
boca e orofaringe
Tese apresentada ao Curso de Pós-
Graduação em Ciências da Saúde do Hospital
Heliópolis, Hosphel - o Paulo, para obteão
do Título de Mestre em Ciências da Saúde
Orientador: Prof. Dr. Rogério Aparecido Dedivitis
SÃO PAULO
2009
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iv
FICHA CATALOGRÁFICA
reprodução autorizada pelo autor
Favero, Emerson
Avaliação da infiltração perineural e invasão muscular em carcinoma
epidermóide avançado da boca e orofaringe / Emerson Favero. -- São Paulo ©
2009.
xiv, 74f
Orientador: Rogério Aparecido Dedivitis.
Tese(mestrado)--
Hospital Heliópolis. Programa de Pós-Graduação em Ciências
da Saúde, 2009.
1.
Carcinoma de células escamosas 2.
Neoplasias bucais 3.
Neoplasias
orofaríngeas 4.
Prognóstico - Dedivitis, Rogério Aparecido. II. Hospital
Heliópolis, Hosphel de São Paulo. III. Título
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v
“Nada é tão oculto que não possa ser conhecido, ou o
secreto queo possa vir à luz.
O que vos digo nas trevas que seja dito na luz. E o que
ouvirdes em um sussurro, proclamai do alto do edifício.”
Yehoshua Ben Joseph (Jesus Cristo)
vi
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho aos meus amados filhos Pedro Henrique, João Felipe
e Eduardo Augusto, verdadeiras razões da minha existência. Minha vida sem a
presença de vocês o seria a mesma. Obrigado por terem vindo ao meu
encontro, por dizerem que me amam, mesmo em minha ausência e por me
abraçarem, com amor fraternal. Vos são presentes que Deus nos deu.
À Laís, pelo amor verdadeiro e maduro de toda hora. Pela dedicação na
educação de nossos filhos e por amar a todos intensamente.
À Myrthes por não ter medido esforços durante a minha educação e formação
moral e por estar sempre ao meu lado, em qualquer momento de minha vida.
Ao Belmiro Favero (in memorian), por sempre me ensinar e acreditar que
poderia fazer um mundo melhor. Mostrou-me o caminho para a real descoberta da
Luz. Nunca, jamais esquecerei teus ensinamentos morais e de teu olhar, por vezes
calado. Foi embora eternamente muito cedo para nós, mas suas palavras e conselhos
estão gravados para sempre, entalhados em pedra.
“O homem é feito visivelmente para pensar; é
toda a sua dignidade e todo o seu mérito; e todo
o seu dever é pensar bem”.
Blaise Pascal
vii
AGRADECIMENTOS
Ao amigo e orientador, Professor Rogério Aparecido Dedivitis, pelo auxílio e
pelos verdadeiros ensinamentos de um mestre, sempre me guiando pelo caminho da
certeza, da paz e da sabedoria nas Luzes de seu conhecimento. O meu sincero
MUITO OBRIGADO!
Ao Professor Abrão Rapoport, coordenador do Curso de Pós-Graduação do
Hospital Heliópolis, pela amizade, conselhos e sinceras opiniões nestes anos de
estudo.
Ao Professor Nelson Fontana Margarido, titular da Disciplina de Técnica
Cirúrgica da Universidade de Mogi das Cruzes. Verdadeiro Amigo, por conduzir-me
sempre em direção à Luz.
Ao amado irmão, Aluísio Andrade Júnior, por ter participado diretamente em
minha formação cirúrgica e pela correção do exame clínico de todos os pacientes,
com a paciência que só você possui.
Ao amigo, irmão e sócio, Marcelo Caetano Mello pela dedicação aos nossos
pacientes e por me escutar e apoiar em todos os momentos, mesmo quando errei.
Ao amigo e companheiro de inúmeras horas cirúrgicas, Luiz Gustavo Centeno
Ferraz, pela perfeição na qual operou e participou diretamente de todos os casos aqui
listados. Juntos conseguimos operar todos os casos deste trabalho. Muito obrigado!
Ao sempre amigo e fantástico irmão, Dr. Rogério Fenile, pelos incansáveis
conselhos durante a elaboração desta dissertação e por conservar tão bela amizade há
23 anos, onde ainda nos falamos todas as manhãs.
Ao amigo e perfeccionista, Dr. Kléber Simões do Espírito Santo, por rever e
reclassificar todas as peças cirúrgicas, com tamanha dedicação.
viii
Ao amigo Adriano Zanon da Silva, pela revisão das lâminas deste estudo.
Ao Guilherme Miguel Mitne, pelo perfeito trabalho estatístico aqui realizado.
À sobrinha Ludmila Miranda Favero, pela revisão e tradução dos textos
médicos.
À amiga Maria Helena Vargas, pela carinhosa e pacienciosa correção e
diagramação deste trabalho.
Aos funcionários do Curso de Pós-Graduação do Hospital Heliópolis, em
especial as amigas Rosicler Aparecida Melo e Selma Pagotto, por acreditarem neste
estudo e estimularem para que o sonho chegasse ao final.
Ao Professor Sérgio Altino Franzi pela oportunidade de realização deste
estudo.
À Walter e Sueli Paulette, pelos constantes estímulos à minha formação moral
e acadêmica.
Aos amigos verdadeiros e companheiros de ensino da Disciplina de Técnica
Cirúrgica da Universidade de Mogi das Cruzes, Dr. Carlos Guilherme Giazzi Nassri,
Dr. Carlos Mateus Rotta e Dr. Roberto Storte Matheus, por fazerem mais felizes
todas as nossas segundas feiras.
À Dra Lígia Alda Terzian Rodrigues, por participar diretamente em minha
formação cirúrgica e por operar comigo há 10 anos.
À Dra. Lyege de Oliveira por acompanhar-me na tarefa árdua da cirurgia.
Aos meus amados alunos da graduação do terceiro e sexto ano médico da
Universidade de Mogi das Cruzes, pelo incentivo constante ao estudo.
A Diretoria Clínica do Hospital Luzia de Pinho Melo, em especial ao Dr.
Milton Mioshi, por ter acreditado e favorecido a realização de nosso trabalho.
À Diretoria da Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
ix
(SPDM) pelo apoio ao nosso trabalho.
Aos funcionários do Serviço de Arquivo Médico (SAME) do Hospital das
Clínicas Luzia de Pinho Melo, em especial a Srta. Luiza por ajudar-me no
levantamento e facilitar a captação dos dados do prontuário médico.
A todos os pacientes que participaram deste estudo. Sem vocês, a minha
profissão não teria existido. Obrigado por terem me dado a oportunidade de poder
tratá-los. Sempre serei grato.
x
SUMÁRIO
L
ISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
Lista de tabelas
Lista de figuras
Lista de gráficos
Resumo
Abstract
1
I
NTRODUÇÃO
................................................................................................. 1
2
O
BJETIVOS
.................................................................................................... 5
3
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
............................................................................... 7
3.1
Infiltração Perineural
.....................................................................................8
3.2
Invasão Muscular
........................................................................................11
4
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
.............................................................................. 17
4.1
Casuística
....................................................................................................18
4.1.1 Caracterização da amostra............................................................. 19
4.2
Métodos
.......................................................................................................21
4.2.1 Análise dos dados........................................................................... 21
4.2.2 Análise histopatológica ................................................................... 22
4.3
Análise Estatística
.......................................................................................28
5
R
ESULTADOS
.............................................................................................. 29
5.1 Avaliação do Karnofsky Performance Status (KPS).............................31
5.2 Associação entre as recidivas locais e loco-regionais associadas
com o óbito, infiltração perineural, invasão muscular e padrão de
invasão muscular .................................................................................32
5.3 Associação entre a presença de metástase à distância, infiltração
perineural, invasão muscular e padrão de invasão muscular...............32
5.4 Análise da sobrevida............................................................................33
6
D
ISCUSSÃO
................................................................................................. 39
7
C
ONCLUSÕES
.............................................................................................. 48
8
A
NEXOS
...................................................................................................... 50
9
R
EFERÊNCIAS
............................................................................................. 60
10
A
PÊNDICES
............................................................................................... 69
Bibliografia Consultada
xi
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
HE - Hematoxilina-eosina
HPV - Papiloma vírus humano
KPS - Variável performance status de Karnofsky
pM - Presença de metástase a distância
pN - Presença de linfonodos histopatológicos comprometidos no esvaziamento
cervical
pT - Histopatologia do tumor primário
pTNM - Estádio histopatológico
SBCCP - Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço
SPDM - Sociedade Paulista para o Desenvolvimento da Medicina
TNM - Classificação Internacional das Neoplasias Malignas
xii
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Queixa principal................................................................................. 20
Tabela 2 - Sítio primário ..................................................................................... 20
Tabela 3 - Tipo de invasão muscular................................................................... 30
Tabela 4 - Tempo de sobrevivência e infiltração perineural............................... 36
Tabela 5 - Tempo de sobrevivência e invasão muscular..................................... 37
xiii
LISTA DE FIGURAS
Figura 1- Padrão de invasão muscular tipo pushing. (A) figura
esquemática segundo Anneroth et al. (1987); (B) mina
corada por HE com aumento de 100 X (Caso ID 5)................................ 25
Figura 2 - Padrão de invasão muscular tipo bands. (A) figura
esquemática segundo Anneroth et al. (1987); (B) mina
corada por HE com aumento de 100 X (Caso ID 1)................................ 26
Figura 3 - Padrão de invasão muscular tipo cords. (A) figura esquemática
segundo Anneroth et al. (1987); (B) Lâmina corada por HE
com aumento de 100 X (Caso ID 13)...................................................... 26
Figura 4 - Padrão de invasão muscular tipo dissociation. (A) figura
esquemática segundo Anneroth et al. (1987); (B) mina
corada por HE com aumento de 100 X (Caso ID 23).............................. 27
Figura 5 - Padrão de infiltração perineural, lâmina corada por HE com
aumento de 400 X (Caso ID 3)................................................................ 27
xiv
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Curva de sobrevivência segundo estimador de Kaplan-Meier.............. 33
Gráfico 2- Presença de sobrevida de pacientes com se sem infiltração
perineural............................................................................................... 34
Gráfico 3- Curva de sobrevivência, segundo estimador de Kaplan-Meier
comparando os grupos com e sem infiltração perineural e
óbito ...................................................................................................... 35
Gráfico 4- Sobrevida cumulativa relacionada à doença com e sem
invasão muscular................................................................................... 37
Gráfico 5 - Curva de sobrevida segundo estimador de Kaplan-Meier dos
grupos com e sem invasão muscular e óbito......................................... 38
xv
RESUMO
Introdução: O carcinoma epidermóide da cavidade oral e da orofaringe apresenta
múltiplos fatores histopatológicos e clínicos que poderiam explicar suas altas taxas
de recorrência loco-regional. Objetivos: Correlacionar a infiltração perineural e o
padrão de invasão muscular através da reclassificação histopatológica de carcinoma
epidermóide avançado da boca e orofaringe, com a evolução dos pacientes
submetidos a tratamento cirúrgico, quimioterápico e radioterápico. Métodos: Cento e
três prontuários de pacientes diagnosticados com carcinoma epidermóide avançado
da boca e da orofaringe foram avaliados no período entre janeiro de 2005 e agosto de
2008; tais pacientes foram admitidos no Hospital de Clínicas Luzia de Pinho Melo,
em Mogi das Cruzes, São Paulo. Após a escolha de 33 casos de acordo com o critério
de elegibilidade (confirmação histológica de carcinoma epidermóide da boca ou da
orofaringe, pacientes não tratados previamente, pacientes submetidos a tratamento
com a finalidade curativa e estádios clínicos III e IV), houve reavaliação com o corte
de blocos histológicos dos pacientes, onde a presença de infiltração perineural e o
tipo de invasão muscular foram avaliados. Resultados: Dos 33 casos, 48,5% foram
positivos para infiltração perineural, enquanto 84,9% apresentaram invasão muscular.
O tipo mais comum de invasão muscular foi a do tipo cords, com 33,3% de
ocorrência. Quando comparada à presença da doença, recorrência da doença e à
metástase à distância, a infiltração perineural não mostrou significância estatística. A
invasão muscular também não apresentou significância estatística quando comparada
ao KPS. A significância estatística foi observada quando da comparação entre os
tipos de invasão muscular (dissociation) e a presença de metástase à distância.
Através da análise da curva de sobrevivência, foi possível concluir que pacientes com
infiltração perineural e com invasão muscular vivem menos. Também obtivemos um
resultado próximo entre a média e a mediana dos casos de infiltração perineural e
invasão muscular presentes e óbito. Conclusão: um pior prognóstico para casos
com invasão muscular do tipo dissociation. Pacientes com infiltração perineural e
invasão muscular apresentam uma menor taxa de sobrevivência quando comparados
a pacientes que não apresentam tais fatores histopatológicos.
Descritores: Carcinoma de Células Escamosas. Neoplasias Bucais. Neoplasias
Orofaríngeas. Prognóstico.
xvi
ABSTRACT
Introduction: Oral cavity and oropharynx squamous cell carcinoma presents
multiple clinical and histopathological factors, which could explain its high rates of
loco-regional recurrences. Aims: To correlate perineural infiltration and muscular
invasion pattern through histopathological reclassification of advanced mouth and
oropharynx squamous cell carcinoma, with the evolving of patients submitted to
surgical treatment, to radiotherapy or to chemotherapy. Methods: One hundred and
three medical charts from patients diagnosed with advanced mouth and oropharynx
squamous cell carcinomas were evaluated within the period of January 2005 and
August 2008; these patients were admitted in the Hospital de Clínicas Luzia de Pinho
Melo, in Mogi das Cruzes, São Paulo. Thirty-three cases were selected according to
the eligibility criteria (histological confirmation of mouth or oropharynx squamous
cell carcinoma, patients which had not been previously treated, patients submitted to
treatments with healing purposes and clinical stagings III and IV). A revaluation with
the cutting of histological blocks from the patients was performed and, the presence
of perineural infiltration and the type of muscular invasion were evaluated. Results:
From the 33 cases, 48.5% were positive for perineural infiltration, whereas 84.9%
presented muscular invasion. The most common type of muscular invasion was the
cords type, with 33.3% of occurrence. When compared to the presence of the disease,
disease recurrence and distance metastasis, perineural infiltration did not show any
statistical significance. The muscular invasion did not present any statistical
significance when compared to the KPS as well. Statistical significance was observed
when comparing the types of muscular invasion (dissociation) and the presence of
distance metastasis. Through the analysis of the survival curve, it was possible to
conclude that patients with muscular invasion and perineural infiltration lived less.
There was also a close result between the mean and the median of the present
perineural infiltration and muscular invasion cases and death. Conclusions: There is
a worse prognosis for cases with muscular invasion classified as dissociation.
Patients with perineural infiltration and muscular invasion present a lower survival
rate when compared to patients which do not present such histopathological factors.
Key Words: Carcinoma, Squamous Cell. Mouth Neoplasms. Oropharyngeal
Neoplasms. Prognosis.
1 INTRODUÇÃO
I
NTRODUÇÃO
-
2
O câncer da cavidade oral e da orofaringe corresponde ao décimo primeiro
câncer mais comum entre a população mundial e a décima terceira causa de morte
específica por câncer na mesma população. No Brasil as taxas de incidência estimada
para o ano de 2006 em homens foram de 11/100.000 habitantes (Magrin et al., 2008).
Atualmente é o quinto tumor mais comuns entre homens no Brasil.
Segundo Castro et al., 2008, o câncer da cavidade oral, é representado em cerca
de 90% pelo carcinoma epidermóide, sendo o mais freente da rego da caba e
pesco. Kamangar et al. (2006) relatam que, no mundo, a estimativa de novos casos
de neoplasia, no ano de 2002, esteve na ordem de onze milhões e, destes, sete milhões
evoluíram a óbito.
Em relão à neoplasia de cavidade oral, Nagai et al. (1995) e Favero et al.
(2007) afirmam que os fatores de risco para o desenvolvimento de ncer nessa
região anatômica podem estar relacionados ao consumo de álcool, tabagismo, dieta
rica em gorduras saturadas, fatores genéticos e moleculares. Além desses
promotores e efetores potenciais de mutação e transformação neoplásica, Miller e
Johnstone (2001) relacionam a ação derus, em particular, o papiloma vírus
humano (HPV) de ter participão na promão de neoplasias em cavidade oral.
O carcinoma epidermóide de cavidade oral possui múltiplos fatores clínicos,
histopatológicos e de tratamento que poderiam explicar as altas taxas de recidivas
I
NTRODUÇÃO
-
3
loco-regionais, pois é sabido que também as condições demográficas, clínicas,
histopatológicas e terapêuticas estão relacionadas a esses fatores (Magrin et al.,
2008).
Em relação ao estadiamento clínico desses tumores em nosso meio, o maior
percentual dos pacientes que procuram cirurgiões de cabeça e pescoço é de pacientes
portadores de neoplasia de estádios clínicos avançados e, nessas condições, a
importância de realizar o correto estadiamento clínico para uma programação de
tratamento apropriado e conseqüente controle da doença é imperativo. Pode-se
considerar que o estádio clínico avançado desse tumor não é uma condição proibitiva
de tratamento cirúrgico, pois, nessa possibilidade, a associação com tratamento
clínico oncológico concomitante ou mesmo adjuvante.
Tem-se realizado a pesquisa e avaliação de fatores progsticos, entre eles a
possibilidade de invasão neoplásica muscular, seus tipos de invao e espessura do tumor
(Anneroth e Hansen 1984, Anneroth et al. 1987, Urist et al. 1987, Yueh et al. 1998,
Osaki et al. 2000, Eckardt et al. 2004).
Em relação ao padrão de invasão muscular, segundo Anneroth e Hansen
(1984), este foi classificado em quatro graus, denominados menos infiltrativos
(pushing e bands) e os mais infiltrativos (cords e dissociation) sendo que estes
últimos são responsáveis pelas menores taxas de sobrevida
1
.
Entretanto, a infiltração perineural está relacionada com maior recidiva local e
menores taxas de sobrevida. McMahon et al. (2003) deram importância à infiltração
perineural como sendo o principal fator prognóstico e único de importância quando
analisado separadamente.
I
NTRODUÇÃO
-
4
Interessados em contribuir para tais esclarecimentos, procuramos estudar a
invasão muscular e seus tipos e a infiltração perineural no carcinoma epidermóide
avançado da boca e também da orofaringe, no que diz respeito à análise
histopatológica. Portanto, o grau histológico, espessura tumoral, margens de
segurança, êmbolos vasculares, comprometimento linfonodal e também a infiltração
perineural, a invasão muscular e o padrão de invasão tecidual, podem ser indicativos
de importantes condições na escolha do tratamento adequado para esses pacientes.
Assim, a associação de achados clínicos, histopatológicos e tratamento são
fundamentais para um melhor entendimento do potencial biológico de agressividade
destes tumores, no caso do carcinoma epidermóide de boca e orofaringe. O estudo
que propomos contempla a importância da integração clínico-terapêutico e
histopatológico para o estabelecimento de fatores prognósticos.
1
Neste trabalho optou-se por manter os termos originais em inglês para a fidedignidade do
trabalho original.
2 OBJETIVOS
O
BJETIVOS
-
6
Correlacionar a infiltração perineural e o padrão de invasão muscular, por
meio da reclassificação histopatológica do carcinoma epidermóide avançado da boca
e orofaringe, com a evolução de pacientes submetidos aos tratamentos cirúrgico,
radioterápico e quimioterápico, por meio das seguintes associações:
a) infiltração perineural e padrão de invasão muscular com prognóstico;
b) infiltração perineural e padrão de invasão muscular com a sobrevida.
3 REVISÃO DA LITERATURA
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
8
3.1 Infiltração Perineural
Carter et al. (1982) após estudarem tumores da cavidade oral, orofaringe,
hipofaringe e esôfago cervical, concluem que grandes infiltrações nervosas e mais de um
nervo infiltrado o fatores prognóstico de extrema gravidade.
Soo et al. (1986) estudaram 239 casos de tumores da cavidade oral, faringe e
laringe e concluíram que a infiltração perineural é um fator estatisticamente
significante, aumentando as chances de recidiva locoregional, diminuindo a
sobrevida, sendo um sinal de agressão biológica independentemente do tumor
estudado por eles.
Robbins et al. (1986) referem que a infiltração perineural pelo carcinoma
epidermóide da cavidade oral é mais comum do que realmente se apresenta e está
relacionado com maior incidência da recidiva local e menores taxas da sobrevida
global.
Calhoun et al. (1994) analisaram carcinoma epidermóide da boca, orofaringe,
laringe e hipofaringe e concluíram que a localização do tumor primário não foi
significativo, juntamente com o grau de diferenciação, porém, o tamanho do tumor
primário, doença avançada no pescoço e também o estádio IV foram significativos
quando comparados e estabelecidos a uma doença mais avançada, o pior prognóstico
e a presença de metástase à distância.
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
9
Woolgar e Scott (1995), após estudo de 45 pacientes portadores de carcinoma
epidermóide de ngua oral e soalho oral, concluíram que a infiltrão perineural é um
fator preditivo positivo quando comparado com a presença de mestase cervical, dizendo
que este fator prognóstico é muito importante.
Mayers e Suen (1996) referem que os pacientes com infiltração perineural
podem ou não apresentar quadro clínico próprio de invasão muscular, paralisia da
função do nervo acometido ou ainda seu quadro clínico pode não estar relacionado
com esses dois fatores. Sob o ponto de vista histológico, a infiltração perineural pode
ocorrer simultaneamente com interferência no suprimento sangüíneo do nervo em
questão, resultando em edema local, desmielinização ou mesmo necrose do nervo.
Dos Santos et al. (1996) estudaram retrospectivamente 58 pacientes com
carcinoma epidermóide do lábio inferior e concluíram que a infiltração perineural
não foi um fator prognóstico com significância estatística em seu estudo, comprando-
se evolução em cinco anos.
O estudo da infiltração perineural teve importante avanço quando Fagan et al.
(1998) publicaram estudo, onde nervos menores de um milímetro invadidos pelo
carcinoma epidermóide da cavidade oral, orofaringe, hipofaringe e laringe são um
fator preditivo positivo na sobrevida.
O mecanismo em que ocorre a infiltração perineural foi descrito por Gath e
Brakenhoff (1999) como sendo necessária uma grande quantidade de células
neoplásicas para que a barreira mucosa do espaço perineural seja ultrapassada,
associando-se assim a uma doença localmente avançada.
Seguindo os critérios citados por Broders (1940) apud Sawair et al. (2003),
após estudo de indivíduos com carcinoma epidermóide avançado da cavidade oral,
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
10
conclui-se que o grau de queratinização tem maior associação com as recorrências
regionais, maior chance de infiltração perineural, pior prognóstico e esse fato
poderia, portanto, alterar o plano terapêutico.
Segundo Shikama et al. (2003), que estudaram os fatores de recorrência do
carcinoma epidermóide em cabeça e pescoço, a infiltração perineural acompanhada
das margens ressecadas, invasão capsular dos linfonodos ressecados e estádio
avançado da doença são fatores importante de recidiva.
Quanto à imporncia da infiltrão perineural, McMahon et al. (2003)
estudando o carcinoma epidermóide da boca e da orofaringe em 332 casos, afirmam
que a presença desse fator progstico indica radioterapia adjuvante e tamm comenta
outros fatores como tumores T3 ou T4, ruptura capsular em linfonodos, acometimento
de mais de um linfonodo ressecado e ainda margens de ressecção comprometidas pela
neoplasia. A infiltração perineural é citada pelos autores como o principal fator de
recidiva dessa neoplasia e também é o único fator isolado, provado e descrito.
O estudo da infiltração perineural no carcinoma epidermóide da cavidade oral
e da orofaringe foi avaliado quanto à sobrevida, recidiva local e regional e ainda
presença de metástase à distância por Rahima et al. (2004). Esses pesquisadores
avaliaram o grau de diferenciação do tumor, a invasão linfática e vascular, infiltração
profunda, margens, comprometimento linfonodal e presença de infiltração perineural,
sendo que suas conclusões explicam importante associação entre a espessura tumoral
(profundidade) e a infiltração perineural. Concluíram que esta última influencia a
metástase loco-regional e também à distância, tendo um importante impacto na
sobrevida, mudando o plano terapêutico com uma cirurgia mais ampla.
Brandwein et al. (2005) afirmam que a infiltração perineural é um fator
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
11
prognóstico tradicional e muito analisado no carcinoma epidermóide oral.
Ojiri (2006) relata a infiltração perineural como uma forma de migração do
tumor, disseminando por meio do endo e perineuro, causando um pior prognóstico e
requerendo um tratamento mais agressivo quando se quer obter a cura.
Liao et al. (2007) comparam 335 casos de carcinoma epidermóide da boca,
somente estádios clínicos III e IVA. Concluíram que a infiltração perineural tem
significância estatística como fator independente somente nos casos de pescoço
negativo. Casos de pescoço positivo, a infiltração perineural não tem importância
como fator prognóstico.
Ramos et al. (2008) afirmam que todos os óbitos ocorridos durante sua
análise, de 40 casos de carcinoma epidermóide de língua e soalho oral, em estádio
precoce, tinham infiltração do espaço perineural e associa esse fator a um pior
prognóstico e óbito.
3.2 Invasão Muscular
O modo como o tumor invade os tecidos profundos e, entre eles, a
musculatura, tem importância em relação ao prognóstico. Estudos comprovam que
pacientes que apresentam um padrão de invasão tecidual classificada como do tipo 4
ou denominada dissociation mostram maior probabilidade de ocorrerem metástases.
São classificados como de padrão de invasão mais infiltrativos, diferentemente do
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
12
que ocorre com os grupos de padrão de invasão do tipo pushing (grupo 1) e os do
tipo bands (grupo 2), que são denominados padrão de invasão menos infitrativos
(Yamamoto et al., 1984; Crissman et al., 1984; Crissman, 1986).
Anneroth e Hansen (1984) afirmam que o padrão de invasão tecidual do tipo
dissociation pode ser definida como um fator prognóstico importante para o
surgimento de metástases em carcinomas epidermóides da boca. Ainda como
importante fator preditivo para a sobrevida, a invasão tecidual e seu padrão de
invasão são muito comentados e discutidos, reafirmando o estudo anterior (Anneroth
et al.,1987).
Em estudo retrospectivo sobre recidiva loco-regional, Shah et al. (1976),
concluíram que tumores infiltrativos e que apresentam margens comprometidas
aumentam a probabilidade de falha de tratamento.
A classificação de Broders (1941) foi estudada e comparada por Anneroth
e Hansen (1984), onde 52 pacientes com carcinoma epidermóide avançado da
língua oral e soalho oral foram comparados em sua estrutura de invasão tecidual,
seu modo de invasão tecidual em relação à membrana basal e estádio da invasão
tecidual, sendo este último classificado como superficial, em cordões, com a
presença de invasão muscular profunda ou mesmo das glândulas salivares e, por
último, a chamada invasão tecidual maciça. Os autores concluíram que a
morfologia do carcinoma epidermóide apresenta variação histopatológica
acentuada, sendo, portanto, a classificação de Broders (1941) limitada em relação à
avaliação do modo de invasão das estruturas, principalmente em relação ao estádio
do tumor.
Anneroth et al. (1987) propõem nova estrutura para análise histológica e
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
13
morfológica. Afirmam que o início da infiltração neoplásica ocorre pela interface fina
e que o quadro de infiltração requer uma análise em três dimensões, diferente daquela
análise inicial feita por estes autores em 1984. Entretanto, os autores classificam o
padrão de invasão tecidual em quatro graus, denominados pushing, bands, cords e
dissociation.
Crissman et al. (1984), após análise de 77 casos de carcinoma espinocelular
da orofaringe tratados de modo neoadjuvante com radioteapia seguido de cirurgia,
afirmam ser o padrão de invasão proposto por Anneroth e Hansen (1984), o único
fator isolado preditivo para a sobrevida com p significante de 0,04.
Urist et al. (1987) estudaram 87 pacientes com carcinoma epidermóide da
cavidade oral e afirmam que a maior recorrência ocorre quando a invasão muscular é
profunda e expressa mais do que seis milímetros.
Nova comparação entre Anneroth et al. (1987) e Broders (1941) é realizada,
dessa vez por Bryne et al.(1989). Esses autores concluíram que somente a invao
tecidual tem valor significativo e, sendo assim, o cririo proposto por Anneroth et al.
(1987) é superior ao proposto por Broders (1941).
Bryne et al. (1992) estudaram 96 casos de carcinoma epidermóide do soalho
oral comparando o grau de queratinização, polimorfismo, mitose, infiltração
plasmocitária e tipo de invasão tecidual, concluindo que o grau de invasão celular é
associado com a agressividade tumoral.
Bundgaard et al. (1996) analisaram vários fatores prognósticos e, entre eles, o
tipo de invasão tecidual estudada por Anneroth et al. (1987), concluindo que o modo
de invasão tecidual tem valor significativo relacionado à recorrência e, assim, ao pior
prognóstico. Já o padrão de invasão não mostrou significância nesse estudo.
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
14
Dos Santos et al. (1996), após estudarem 58 casos de carcinoma epidermóide
do lábio inferior, concluíram que a invasão muscular (tipo mais infiltrativo) não foi
um fator prognóstico com significância ao comparar cinco anos de evolução dessa
doença.
Outros fatores prognósticos foram estudados e classificados como grupo
agressivo (mais infiltrativos - graus 3 e 4) e grupo não agressivo (menos infiltrativos
graus 1 e 2) por Gluckman et al. (1997), não podendo estabelecer com clareza quais
são os fatores agressivos e que fatores prognósticos separados não têm valor.
Os efeitos da perda de peso, sintomas locais, invasão muscular do soalho oral
foram observados por Yueh et al. (1998), que estudaram 308 pacientes com câncer
da cavidade oral e orofaringe, comparando-os com a recorrência, persistência de
doença e a presença de segundos tumores primários e concluíram que pacientes com
invasão muscular profunda têm 5% de sobrevida em um ano e que os piores fatores
para a mortalidade são a invasão muscular e a perda de peso (caquexia).
Em relação à paralisia dos grupos musculares da língua, poderá ocorrer,
segundo King et al. (1999), devido a invasão do grupo muscular (tipo dissociation)
ou do nervo hipoglosso e ratifica a presença de carcinoma epidermóide em estádio
clínico avançado.
A invasão muscular foi relatada juntamente com as metástases loco-regionais
e à distância por Osaki et al. (2000), onde a invasão do tipo dissociation desencadeia
a perda do controle local do carcinoma epidermóide da cavidade oral.
Dedivitis et al. (2003), em estudo comparando o modo de invasão tecidual e a
sobrevida no carcinoma espinocelular da ngua oral, concluíram que os tipos de
infiltração tecidual mais agressivos, chamados pelos autores de grupos celulares sem
R
EVISÃO DA
L
ITERATURA
-
15
limites distintos, crescimento em cordões e crescimento do tipo difuso, foi um fator
de pior prognóstico devido a observância de maior freqüência de metástases
regionais.
Quando comparados carcinoma epidermóide de soalho da boca e da língua
em estádios clínicos I e II e análise de presença de metástases ocultas, a invasão
muscular é o único fator prognóstico presente em ambos os sítios cirúrgicos, com
significância estatística e pode estar associado ao fator prognóstico de sobrevida livre
de doença segundo Amaral et al. (2004).
Eckardt et al.(2004) concluíram que, após estudo comparativo de 100
pacientes, avaliando-se as recidivas de carcinoma epidermóide em cabeça e pescoço,
que as variáveis espessura e invasão muscular são fatores prognósticos importantes
em relação à sobrevida global.
Nemeth et al. (2005), após estudo de carcinomas epidermóides da cavidade
oral, conclui que o prognóstico destes tumores é por demais pobre e atribui dentre os
fatores principais o modo de invasão tecidual.
Liao et al. (2008) analisaram 827 casos consecutivos de carcinoma
epidermóide de boca e sua sobrevida e concluíram que fatores prognósticos
independentes, tais como a margem patológica e espessura tumoral maior ou igual a
10 milímetros, influenciaram diretamente o controle local da doença, a sobrevida
global e sobrevida livre de doença.
Natori et al. (2008), analisando exames ultra-sonográficos pré-operatórios
intra-orais em 110 pacientes portadores de carcinoma epidermóide de língua,
comparando-os com os cortes histopatológicos e com a presença de metástases
cervicais, concluíram que o padrão de invasão do tipo dissociation obtiveram
R
EVISÃO DA
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ITERATURA
-
16
significância estatística em relação à sobrevida e, portanto, são fatores prognósticos.
Yang et al. (2008) citam o padrão de infiltração ora comparado por Anneroth
e Hansen (1984), Anneroth et al. (1987) e Bryne et al. (1989), em padrão de invasão
3 e 4, como um fator agressivo, porém, nessa série estudada e comparando-se 119
casos de câncer de língua, essa classificação de padrão de invasão mais infiltrativa,
mesmo ocorrendo em 92% dos casos, não estão associados com a diminuição de
sobrevida global, que pode ser observada somente nos casos da presença de tumores
satélites com distância maior que 0,5 milímetros do tumor principal.
4 CASUÍSTICA E MÉTODOS
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
18
4.1 Casuística
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Heliópolis, em 13 de novembro de 2007, sob 581 (Apêndice A) e pelo Comitê de
Ética em Pesquisa do Hospital Luzia de Pinho Melo em 17 de julho de 2008
(Apêndice B).
Foram avaliados retrospectivamente 103 prontuários de pacientes com
diagnóstico histopatológico de carcinoma epidermóide avançado da boca e orofaringe
(estádios clínicos III e IV), no período de janeiro de 2005 a agosto de 2008,
admitidos no Serviço de Cirurgia de Cabeça e Pescoço do Hospital de Clínicas Luzia
de Pinho Melo, em Mogi das Cruzes - SP, entidade administrada pela Sociedade
Paulista para o Desenvolvimento da Medicina (SPDM), para tratamento com
intenção curativa.
O estudo baseou-se no estudo de dados, onde foi avaliado o exame propedêutico
dos pacientes admitidos, por meio do exame clínico da boca, orofaringe e pescoço na
admissão no Servo de Cirurgia de Cabeça e Pescoço.
Critérios de inclusão:
Foram avaliados os registros dos prontuários médicos que preencherem os
seguintes critérios de elegibilidade:
- confirmação histológica de carcinoma epidermóide primário da boca ou da
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
19
orofaringe;
- pacientes não submetidos a tratamento oncológico prévio;
- pacientes submetidos a tratamento com finalidade curativa;
- estádio clínico III ou IV.
Critérios de exclusão
Foram excluídos do presente estudo, prontuários de pacientes que
obedeceram um ou mais do seguintes critérios:
- pacientes onde o tratamento principal foi diferente da cirurgia;
- pacientes onde a radioterapia ou a quimioterapia foram tratamentos prévios
a cirurgia;
4.1.1 Caracterização da amostra
Pela análise descritiva dos dados epidemiológicos específicos observamos
que 25 (75,8%) eram do gênero masculino e 8 (24,2%) feminino e que houve
prevalência de brancos com 23 (69,7%) dos pacientes. A média de idade variou de 44
a 79 anos nos homens com média de 58,2 e de 41 a 77 nas mulheres com média de
60,8.
Na Tabela 1, podemos observar a distribuição dos pacientes com relação à
queixa principal, sendo que ferida e dor na boca corresponderam a 66,7%.
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
20
Tabela 1 - Queixa principal
Queixa Número de pacientes %
Ferida/boca 12 36,4
Dor/boca 10 30,3
Caroço 6 18,2
Disfagia 4 12,1
Rouquidão 1 3,0
Total 33 100,0
Com relação aosbitos dos pacientes, o tabagismo mostrou-se presente em 81,8%
deles, e o etilismo presente em 63,6%. Quando associamos o etilismo e o tabagismo, a
presença de ambos ocorreu em 60% dos casos.
Na Tabela 2, observamos a distribuição dos pacientes com relação ao tio
primário.
Tabela 2 - Sítio primário
Sítio primário Número de pacientes %
Lábio 8 24,2
Base da língua 6 18,2
Palato duro 5 15,2
Soalho 4 12,1
Língua oral 3 9,1
Tonsila 3 9,1
Palato mole 3 9,1
Região jugal 1 3,0
Total 33 100,0
Na avaliação das distribuições da classificação pTNM, observamos que em
relação às variáveis pT de tumores iniciais 9 (27,3%) dos casos e 24 (72,7%) eram
estadiados como avançados. em relação ao pN 19 (57,6%) eram pN0 e 11 (33,3%)
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
21
pN+. Tivemos 100% dos pacientes com pM0. Houve quatro casos onde o pT foi 1,
ou seja, o estádio patológico do tamanho do tumor era de até 2 cm, porém o estádio
do pescoço era pN2b ou pN2c, o que mudou o estádio clínico para IVA. Cabe
ressaltar que todos os 33 casos foram operados e 75% (n= 25) foram submetidos a
tratamento combinando com radioterapia adjuvante (Anexo A).
4.2 Métodos
Após a coleta dos dados, foi feita uma reavaliação, com recorte dos blocos
histológicos dos pacientes selecionados, sendo avaliados a presença ou não de
infiltração perineural e o tipo de invasão muscular quando da sua presença. Outros
dados também foram avaliados, tais como: estádio patológico (pTNM), sítio primário
da lesão, invasão vascular e linfática, sendo todos esses dados tabulados em planilha
específica (Anexo B).
4.2.1 Análise dos dados
Os dados foram analisados independentemente por dois pesquisadores (EF e
LGCF), ambos especialistas pela Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e
Pescoço (SBCCP), chamados de pesquisador 1 (EF) e pesquisador 2 (LGCF), os
quais foram responsáveis pela tabulação dos dados do exame loco-regional.
Foram lançadas também as avaliações propeuticas do bio superior e inferior,
mucosa jugal, gengivas,ngua, loja tonsilar, tonsilas, pilares, base da língua, bem como o
exame clínico das cadeias linfonodais cervicais. Os pesquisadores atualizaram os
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
22
estadiamentos clínicos dos pacientes com carcinoma epideride avançado da boca e da
orofaringe, segundo a Classificação Internacional dos Tumores - UICC (Sobin e
Wittekind, 2002)
Nos prontrios dicos em que os pesquisadores encontraram discordância no
exame clínico (estádios clínicos) foram levados para discuso prévia entre os mesmos e
aqueles onde o houvesse concorncia entre os pesquisadores foram submetidos a um
terceiro pesquisador (AAJr), determinando a correta avaliação de estadiamento cnico.
O exame da boca e da orofaringe foi feito com o paciente sentado, usando
luva, luz do tipo lanterna específica e espátula de madeira. Foram avaliados, na
seqüência, os lábios superior e inferior, gengivas, soalho da boca, língua oral ,palato
duro, o palato mole, lojas tonsilares, tonsilas palatinas e a parede posterior da
orofaringe. A base da língua foi examinada pelo toque digital direto e da
laringoscopia indireta.
4.2.2 Análise histopatológica
Foram feitos novos recortes das peças cirúrgicas de 33 pacientes selecionados
e realizadas novas análises, onde foi dada atenção à presença ou não de infiltração
perineural e invasão muscular e seu tipo específico.
Essa análise foi realizada por dois dicos patologistas (KSES e AZS). Quando
houvesse vida entre a alise dos dois, foi feita reuno com ambos para discussão do
caso discordante. Casos onde o houvesse concordância foram submetidos a uma
terceira análise por outro dico patologista (RCO).
Os blocos foram preparados da seguinte maneira: dos blocos de parafina
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
23
originais foram retiradas novas secções histológicas com 4 µm de espessura, por
meio de micrótomo Leica e submetidas a protocolo de coloração pela HE conforme
descrito a seguir:
- desparafinização em xilol a 60°C por 10 minutos e Xilol em temperatura
ambiente por 10 minutos;
- hidratação em três passagens em álcool absoluto, álcool 95% e álcool 80%,
respectivamente;
- hidratação em água corrente, água destilada;
- hematoxilina de Harris por três minutos;
- lavagem em água corrente e água destilada;
- oito imersões em solução de hidróxido de amônio 0,5%
- lavagem em água corrente e água destilada;
- passagens sucessivas em álcool 50%, álcool 80% e álcool absoluto;
- eosina por dois minutos;
- quatro passagens em álcool absoluto para desidratação;
- diafanização em xilol (quatro passagens);
- montagem em Entellan (Merck, EUA).
Foram estudados o tipo do tumor, tipo de invasão muscular seguindo os
critérios de Anneroth et al. (1987) e a presença ou não de infiltração perineural.
Outros detalhes, como a embolização vascular e linfática e o comprometimento das
margens cirúrgicas também foram observados e considerados. Tudo foi anotado em
planilha específica (Anexo C). A seguir, foi refeito o estádio patológico de cada caso
(pT pN pM) e estadiado clinicamente em estádio clinico III, IVA, IVB ou IVC.
Após o novo recorte dos blocos, foram analisadas as seguintes variáveis:
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
24
- infiltração perineural;
- invasão muscular;
- tipo de invasão tecidual (pushing, bands, cords ou dissociation);
- tamanho do tumor (pT);
- presença de linfonodos comprometidos no esvaziamento cervical (pN);
- presença ou não de embolização vascular;
- presença ou não de embolização linfática;
- comprometimento das margens cirúrgicas.
O tipo de invasão muscular foi avaliado microscopicamente por dois médicos
patologistas, segundo a classificação publicada por Anneroth et. al. (1987). Foi
considerada a invasão tecidual, como a invasão muscular do grupo estudado.
São quatro os tipos de invasão muscular, assim classificados e analisados
(Quadro 1):
- Tipo 1 - bordas bem definidas ou mesmo invasão questionável também
chamado de pushing (Figura 1);
- Tipo 2 - invasão em cordões sólidos infiltrativos, membrana basal menos
definida, também chamado de bands (Figura 2);
- Tipo 3 - invao em grupos celulares pequenos e dispersos, com fina
infiltração, com mero de células em cada grupo não sendo
menor que 15, também chamado de cords (Figura 3);
- Tipo 4 - Invasão celular difusa, difundida e por vezes fazendo um único
grupo difusos, ou ainda vários grupos menores, chamado de
dissociation (cordlike type, widespread).
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
25
Quadro 1 - Distribuição do padrão de invasão, segundo Anneroth et al. (1987)
Tipo
Modo de invasão Padrão de invasão Sinonímia utilizada
1 Bordas bem definidas
Superficial Pushing
2 Invasão em cordões sólidos
infiltrativos
Restrito á lâmina própria
Bands
3 Grupos celulares pequenos e
dispersos
Envolvendo músculo e
glândulas salivares
Cords
4 Dissociação celular marcante Invasão profunda e
difusa
Dissociation(Cordlike
type Widespread)
Figura 1- Padrão de invasão muscular tipo pushing. (A) figura esquemática
segundo Anneroth et al. (1987); (B) Lâmina corada por HE com aumento
de 100 X (Caso ID 5)
C
ASUÍSTICA E
M
ÉTODOS
-
26
Figura 2 - Padrão de invasão muscular tipo bands. (A) figura esquemática segundo
Anneroth et al. (1987); (B) Lâmina corada por HE com aumento de 100 X
(Caso ID 1)
Figura 3 - Padrão de invasão muscular tipo cords. (A) figura esquemática segundo
Anneroth et al. (1987); (B) Lâmina corada por HE com aumento de 100 X
(Caso ID 13)
C
ASUÍSTICA E
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ÉTODOS
-
27
Figura 4 - Padrão de invasão muscular tipo dissociation. (A) figura esquemática
segundo Anneroth et al. (1987); (B) Lâmina corada por HE com aumento
de 100 X (Caso ID 23)
A infiltração perineural foi classificada como presente quando a estrutura
neural esteve parcial ou completamente circundada por blocos de células epiteliais
neoplásicas (Figura 5).
Figura 5 - Padrão de infiltração perineural, lâmina corada por HE com aumento de
400 X (Caso ID 3)
C
ASUÍSTICA E
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ÉTODOS
-
28
4.3 Alise Estatística
Foram feitos os seguintes estudos: análise descritiva unidimensional, análise
descritiva multidimensional, associação e dependência de dados qualitativos e análise
de sobrevivência.
O estudo estatístico referiu-se à avaliação de 33 pacientes submetidos à
cirurgia como tratamento ao carcinoma epidermóide avançado de boca e orofaringe.
O estudo, de caráter descritivo analítico, buscou identificar o perfil dos
pacientes, além de testar a possível associação entre algumas variáveis levando-se em
conta o status observado no período do estudo.
A análise foi dividida em duas partes. A primeira, descritiva, dando uma
visão geral dos pacientes e verificando a associação de variáveis considerando-se a
situação do paciente (variável performance status [KPS]) na data da última avaliação.
a segunda parte, denominada análise de sobrevivência, determinou taxa e
média de sobrevida dos pacientes e verificou a possível influência de algumas
covariáveis em suas curvas de sobrevivência.
Foi realizado o teste exato de Fischer, devido ao número de casos. Foi
utilizada a seguinte execução:
- 20 < N < 40;
- Máximo de 20% das caselas com freqüência esperada menor do que 5.
O nível de significância usado (α) foi de 5%, ou seja, α= 0,05 para todas as
comparações.
5 RESULTADOS
R
ESULTADOS
-
30
A observação dos pacientes variou de um a 41 meses, com uma média de 14
meses. Quanto ao óbito, este ocorreu em média aos 15 meses de acompanhamento,
com mediana de 10 meses e com um valor menor de cinco e maior de 29 meses após
a data de início do estudo. Observou-se que a infiltração perineural esteve presente
em 17 pacientes, o que corresponde a 51,5% da amostra. Já a invasão muscular foi
presente em 28 casos, o que corresponde a 84,9% da amostra.
Na Tabela 3, observa-se a distribuição dos pacientes com relação ao tipo de
invasão muscular, sendo que os tipos mais infiltrativos (cords e dissociation)
mostravam-se em 48,5%.
Tabela 3 - Tipo de invasão muscular
Tipo de invasão muscular Número de pacientes %
Cords 11 33,3
Bands 9 27,3
Dissociation 5 15,2
Pushing 3 9,1
Total 28 84,9
R
ESULTADOS
-
31
5.1 Avaliação do Karnofsky Performance Status (KPS)
O KPS determina a situação do paciente no momento da última avaliação, ou
seja, essa situação pode mudar com a evolução. Vinte e cinco (80,6%) pacientes estavam
vivos sem a doença e seis (19,3%), mortos pelo ncer. Houve duas censuras,
representadas por dois indivíduos que morreram de outras causas, diferentes da aqui
estudada.
O KPS foi avaliado como quatro tipos diferentes de variáveis: paciente vivo e
sem doença; paciente vivo e com doença; paciente morto por outras causas e este foi
um fator de censura; e paciente morto pela doença.
Dentre as mortes pelo tumor, do total de seis casos, houve três mortes com a
presença de infiltração perineural e três sem apresentarem esse fenômeno. Quando se
estudou a invasão muscular, observou-se um caso de óbito sem este fenômeno e, em
cinco casos de óbito, a invasão muscular esteve presente. Quanto ao tipo de invasão
muscular dos cinco casos que evoluíram para óbito, houve dois casos classificados
como cords e três casos classificados como dissociation.
Ao comparar-se a variável morte pelo tumor com a infiltração perineural e
invasão muscular e padrão de invasão muscular, não se obteve significância
estatística (p= 1; p= 1; p= 0,07 respectivamente). No entanto, ao cruzarem-se os
dados morte pelo tumor e padrão de invasão muscular, pode-se observar um valor de
p próximo do corte de 5% (p= 0,07). Esse fato ocorreu com os casos mais
infiltrativos (cords e dissociation).
R
ESULTADOS
-
32
5.2 Associação entre as recidivas locais e loco-regionais associadas
com o óbito, infiltração perineural, invasão muscular e padrão de
invasão muscular
Encontraram-se três casos de recorrência local, que correspondem a 9,1% dos
casos estudados e um caso de recorrência regional (3%). As variáveis recidiva local e
recidiva loco-regional foram também agrupadas e estudadas em conjunto com o
óbito, pois, dessa forma, teve-se uma visão da presença de doença em atividade e do
óbito. Quando comparada essas variáveis em conjunto e a presença de infiltração
perineural, não se obteve significância estatística (p= 0,68). Na comparação com as
variáveis invasão muscular e padrão de invasão muscular, também não se obteve
significância estatística (p= 1 e p= 0,08, respectivamente). No caso do padrão de
invasão muscular, o valor de p de 0,08 chama a atenção e está relacionado com doença
mais invasiva no tecido muscular (cords e dissociation)
5.3 Associação entre a presença de metástase à distância, infiltração
perineural, invasão muscular e padrão de invasão muscular
A metástase à distância ocorreu em três casos (9,1%). Em todos os casos, o
local foi o pulmão. É importante relacionar que todos os pacientes em quem a
metástase à distância esteve presente (n= 3), pertencem ao grupo que morreram da
doença (ID 3, 30 e 32). Em todos os casos de metástase à distância os casos foram
classificados como dissociation.
A variável infiltração perineural não mostrou significância estatística (p=
0,60), assim também ocorreu ao comparar-se a invasão muscular (p=1).
Quando se comparou a variável padrão de invasão muscular, houve
significância estatística (p= 0,04).
R
ESULTADOS
-
33
5.4 Alise da sobrevida
Em relação à análise de sobrevida, apresentamos os tempos dios e mediano
dos seis pacientes que morreram pela doea inicial, considerando como censura as duas
mortes ocorridas por outras causas totalizando oito pacientes com evolução para óbito.
Assim, o tempo de sobrevida considerado se o decorrido entre a data da cirurgia e a data
da última avalião. O tempo ximo de observação foi de 41 meses. O primeiro óbito
decorreu cerca de cinco meses da data da primeira observação.
Gráfico 1 - Curva de sobrevivência segundo estimador de Kaplan-Meier
Ao analisar-se o gráfico de sobrevida, conclui-se que, com cerca de 30 meses
de acompanhamento, encontraram-se aproximadamente 60% dos paciente ainda
vivos.
R
ESULTADOS
-
34
Gráfico 2- Presença de sobrevida de pacientes com se sem infiltração
perineural
Quando se analisou a curva de sobrevida em relação a pacientes com e sem
infiltração perineural, observou-se o não cruzamento das linhas, os casos positivos
apresentam a curva abaixo dos pacientes sem infiltração perineural (Gráfico 2).
R
ESULTADOS
-
35
Gráfico 3- Curva de sobrevincia, segundo estimador de Kaplan-Meier
comparando os grupos com e sem infiltrão perineural e óbito
R
ESULTADOS
-
36
O Gráfico 3, que considera somente os casos que evoluíram a óbito e compara
a infiltração perineural, permitiu concluir que os pacientes com infiltração perineural
viveram menos ao comparados com aqueles que não tiveram este fenômeno
histopatológico.
Pelas médias, pode-se dizer que, nos pacientes que não tiveram infiltração
perineural, o óbito ocorreu até próximo do vigésimo mês de seguimento (19,4
meses), enquanto que a média dos pacientes com positividade para essa variável
faleceram até próximo do nono mês de seguimento (8,7 meses), com mediana de 9,3
meses. No entanto, os testes de Log-Rank e Wilcoxon de homogeneidade,
demonstraram não haver significância estatística (p = 0,23 e p = 0,28,
respectivamente) (Tabela 4).
Tabela 4 - Tempo de sobrevivência e infiltração perineural
Tempo de
sobrevivência
Sem infiltração
perineural
Com infiltração
Perineural
Médio 19,4 8,7
Mediano 19,8 9,3
Foram observadas diferenças entre o tempo médio de sobrevida dos pacientes
que tiveram a invasão muscular (9,1 meses) contra 29,2 meses daqueles que não
tiveram tal ocorrência histopatológica.
A diferença é bem nítida também em relação à mediana. Pelos testes de
homogeneidade, temos ao nível de significância de 5%, a rejeição da hipótese de
igualdade entre os grupos segundo o teste Log-Rank (p= 0,04), e a não rejeição
segundo o teste de Wilcoxon (p= 0,06). Como o teste Log-Rank é mais significante
que o teste de Wilcoxon por dar mais peso aos maiores tempos de sobrevivência, foi
R
ESULTADOS
-
37
utilizado este para confirmar que o tempo de sobrevivência dos pacientes que não
tiveram invasão muscular é maior que o dos que tiveram a invasão, sem esquecer-se
que esse grupo possui apenas um indivíduo com valores válidos (Tabela 5 e Gráficos
4 e 5).
Tabela 5 - Tempo de sobrevivência e invasão muscular
Tempo de
sobrevivência
Sem invasão
Muscular
Com invasão
Muscular
Médio 29,2 9,1
Mediano 29,2 9,3
Gráfico 4- Sobrevida cumulativa relacionada à doença com e sem invasão
muscular
R
ESULTADOS
-
38
Gráfico 5 - Curva de sobrevida segundo estimador de Kaplan-Meier dos
grupos com e sem invasão muscular e óbito
Ao considerarem-se somente os pacientes que evoluíram para óbito (Gráfico
5), pode-se também observar que os pacientes que têm o fenômeno histopatológico
da invasão muscular vivem menos ao serem comparados com aqueles que não
apresentam a alteração.
6
DISCUSSÃO
D
ISCUSSÃO
-
40
O estudo dos fatores prognósticos sempre despertaram interesse dos
cirurgiões e dos oncologistas clínicos, pois a partir de dados histopatológicos,
poderia- se indicar tratamento adjuvante ou ainda complementação com as armas
terapêuticas disponíveis. Tais fatores podem mudar o paradigma cirúrgico,
determinado por fatores prognósticos, com amplificação das margens de ressecção,
bem como o estudo imediato de margens moleculares.
Sabe-se que a infiltração perineural é um fator prognóstico estudado e
considerado por muitos como determinante de terauticas complementares. Segundo
Kowalski et al. (1999), os aspectos histológicos permitem prever a evolução destes
pacientes e daí, a necessidade de associão terautica.
Comparando-se com Rahima et al. (2004) que estudaram vários fatores
prognósticos em 101 casos de carcinoma epidermóide da boca e da orofaringe, a
infiltração perineural é citada pelos autores como um fator prognóstico importante e
houve significância estatística ao ser comparada com a recidiva local. O que não
ocorreu em nosso estudo, onde tivemos um p de 0,6. A mortalidade dos casos com
infiltração perineural foi maior ao comparados com os casos sem este fator
histopatológico, também com significância estatística. Comparando com o nosso
estudo, também a nossa curva de sobrevida foi bem menor ao compararmos os casos
sem infiltração perineural. A infiltração perineural estudada por nós esteve presente
D
ISCUSSÃO
-
41
em 48% dos casos, ou seja, praticamente metade dos 33 casos estudados. Rahima et
al., em 2004, tiveram 25,7% dos 101 casos analisados de carcinoma epidermóide da
boca e da orofaringe com infiltração perineural. Não observamos significância
estatística quando associado com o performance status de pacientes mortos pela
doença ou ainda com a associação de pacientes vivos com a doença e mortos pela
doença. No entanto, ao compararmos a curva de sobrevida dos pacientes com
infiltração perineural, podemos notar que estes pacientes viveram menos. A
diferença foi de 19,4 meses nos casos sem infiltração perineural e 8,7 meses naqueles
com infiltração perineural. Esse mesmo fenômeno chamou a atenção de Brandwein et
al. (2005), que afirmavam que o infiltração perineural é um fator prognóstico
determinante de uma sobrevida global limitada. Esses autores estudaram 292 casos
de carcinoma epidermóide da boca e concluíram que a infiltração perineural é um
fator prognóstico independente e estatisticamente significante quando comparada
com a recidiva local e diminuição da sobrevida global. Esse último item está de
acordo com nosso estudo, pois tivemos uma curva de sobrevida menor em casos de
infiltração perineural.
Quando estudamos a infiltrão perineural, pudemos verificar que muitos
autores consideravam este dado como importante fator prognóstico. Assim.
Robbins et al. (1986) afirmaram que a redução da sobrevida nestes casos
coincidente com o presente trabalho. Woolgar e Scott (1995) estudaram 45
pacientes com carcinoma epidermóide da língua e do soalho oral, comparando-os
com a presença de metástase cervical e determinaram a infiltração perineural
como fator preditivo positivo importante sem obter significado estatístico com
este fator histopatológico isolado. Em nosso estudo, a infiltração perineural não
D
ISCUSSÃO
-
42
mostrou signifincia também quando comparada a morte pelo tumor ou mesmo
quando comparada entre pacientes vivos e com doença e mortos pela doença,
com p de 0,68.Ao compararmos os dados obtidos com os dados analisados por Dos
Santos et al. (1996), que estudaram 58 pacientes portadores de carcinoma
epidermóide do lábio inferior, podemos concordar com este estudo, pois a infiltração
perineural não teve significância estatística. Esse estudo é próximo do nosso, onde
tivemos o lábio como o principal sítio primário com 24% dos casos.
Fagan et al. (1998) estudando 142 pacientes portadores de carcinoma
espinocelular da boca, orofaringe, hipofaringe e laringe, durante o período de 1981 a
1991
,
concluíram que o carcinoma epidermóide da boca e da orofaringe, ao invadir
nervos até menores de um milímetro, foi significante para a sobrevida e para
recorrência local o que vem corroborar o presente estudo, que a sobrevida
observada nos casos de tumores da boca e da orofaringe foi menor nos casos de
infiltração perineural. Novamente, ao analisar a sobrevida, Nemeth et al. (2005)
atribuíram à infiltração perineural a maior agressividade do tumor, coincidente com o
observado neste trabalho, onde tivemos menor sobrevida nos casos de infiltração
perineural positiva. Apresentamos dados, onde a sobrevida foi maior cerca de 10
meses nos pacientes onde não houve a infiltração perineural.
Quando considerada a piora evolutiva, Ojiri (2006), afirmou ser o tumor mais
agressivo quando infiltração perineural, fato aferido em nosso trabalho devido à
menor sobrevida dos casos de infiltração perineural positiva.
Liao et al. (2007), após estudarem 335 casos de carcinoma epidermóide avançado
da boca nos esdios clínicos III e IVA, concluíram que a infiltração perineural tem
imporncia como fator prognóstico nos casos de pesco negativo. Estes autores
D
ISCUSSÃO
-
43
afirmam que quando o pesco foi positivo, o mesmo fator histopatológico o teve
impacto na sobrevida. Dados próximos aos nossos, pois ao cruzarmos os dados de
pesco positivo com a variante performance status, o obtivemos signifincia
estatística (p= 0,72).Tamm o único caso registrado por s com recorncia regional
o apresentava infiltração perineural. Todavia, Ramos et al. (2008), ao estudarem 40
casos de carcinoma epideride da língua e do soalho oral em estádios iniciais
afirmaram que a infiltração perineural é um fator de pior progstico e preditivo positivo
para o óbito, este último sem significância estastica, exatamente como ocorreu em nosso
estudo onde nosso p foi igual a um, ao comparamos a infiltração perineural e o óbito pela
doença e temos uma curva de sobrevida menor nos casos de infiltrão perineural.
Nesse trabalho foi ainda estudado o tipo e o pado de invasão do tecido
profundo (muscular), com o objetivo de associar a um pior prognóstico. Ao rever a
literatura, autores como Yamamoto et al. (1984) e Crissman (1986) referiram como os
padrões de infiltrão mais infiltrativos (chamodos por nós de cords e dissociation)
como também os mais agressivos.
Ao comparar a invao muscular e seu padrão de invasão com outros fatores
cnicos como recidiva local e loco regional, morte pela doea, presença de doença em
paciente ainda vivo, presea de metástase à disncia e curvas de sobrevida, tivemos
alguns dados importantes, principalmente quando comparamos os tipos de padrão de
invasão mais infiltrativos (cords e dissociation), tendo índices próximos da significância ao
cruzarmos tal fator histopatogico com os dados de morte pela doença e o grupo de
pacientes mortos pela doença e pacientes vivos, porém, com a doea.
Quando analisamos a presença de metástase á distância e o padrão de invasão
tecidual, no carcinoma espinocelular da boca, houve significância estatística (p =
D
ISCUSSÃO
-
44
0,004) e todos os casos apresentaram-se no padrão classificado por Anneroth et al.
(1987) com dissociation, ou seja, o mais infiltrativo. Esse fato confirmou os achados
nos estudos do próprio Anneroth e Hansen (1984) e Anneroth et al. (1987), que
afirmam ser o padrão de invasão tecidual um fator preditivo positivo para a
sobrevida. Nosso estudo corrobora com esse fato, que houve significância
estatística ao comparamos o padrão de invasão muscular e a presença de metástase à
distância. Também temos uma menor sobrevida com significância estatística nos
casos de presença de invasão muscular. Crissman et al. (1984) confirmaram o que
Anneroth (1987) escreveu e afirmou ser a metástase à distância o único fator
preditivo para a sobrevida. Em nosso estudo, ao comparamos o performance status e
a presença de metástase á distância, tivemos significância estatística com p= 0,01,
mostrando este ser um fator importante em relação a sobrevida e controle da doença.
Ao analisarmos somente a invasão muscular como um todo e não o padrão de
invasão tecidual, não houve significância estatística, contrariando os achados de
Anneroth et al. (1987), Crissman et al. (1984) e Bryne et al. (1989). No entanto,
ressalta-se que Dos Santos et al. (1996) afirmaram não haver significância estatística
nos casos de invasão muscular e pior prognóstico da doença em cinco anos quando
58 casos de carcinoma espinocelular do lábio foram estudados, concordando com o
nosso estudo, que esta variável histopatológica não mostrou significância quando
comparada com as variáveis morte pela doença, pacientes mortos pela doença e vivos
com a doença, recorrência local e regional e a presença de metástase á distância.
Porém, cabe ressaltar que a nossa curva de sobrevida nos casos de invasão muscular
é menor ao ser comparada aos casos sem invasão muscular e aqui, diferindo da
sobrevida nos pacientes portadores de infiltração perineural, tivemos significância
D
ISCUSSÃO
-
45
estatística.
Osaki et al. (2000) afirmaram que a invasão tecidual do tipo dissociation
desencadeia perda do controle do carcinoma espinocelular da boca, dado este em
conformidade com nosso estudo, pois tivemos mais metástases pulmonares e
significância estatística no tipo dissociation.
Dedivitis et al., 2003, afirmaram que os casos de invasão tecidual descritos
como mais agressivos e chamados pelos autores como grupos celulares sem limites
distintos, crescimento em cordões e crescimento difuso (3, 4C e 4D
respectivamente), tem um pior fator prognóstico ao serem comparados com as
metástases regionais. Estes dados estão de acordo com os nossos estudos, onde
tivemos casos de significância estatística em relação à metástase à distância nos casos
classificados por nós como dissociation, ou seja, os mais agressivos.Também
tivemos menor sobrevida nos casos onde a invasão muscular esteve presente.
Vários autores confirmaram a importância da invasão muscular como
importante fator prognóstico (Eckardt et al., 2004; Natori et al., 2008). Yang et al.
(2008) concordaram com o fato dos padrões de infiltração cords e dissociation serem
os mais agressivos, porém não os relaciona com a diminuição da sobrevida global.
No entanto, tivemos uma sobrevida menor e estatisticamente significante nos casos
onde a invasão muscular esteve presente.
Tivemos várias análises consultadas que não revelaram significância
estatística comparando-se a invasão muscular com a morte pela doença, grupo de
pacientes vivos e com a doença e mortos pela doença, recorrência local e regional e a
presença de metástase á distância. Ressaltamos que obtivemos significância ao
cruzarmos as variáveis metástase à distância e padrão de invasão muscular (p= 0,04).
D
ISCUSSÃO
-
46
Tal fato pode ter ocorrido devido ao número de casos analisados (n=33) e ao número
de óbitos ocorridos pela doença (n=6), pois destes, somente um caso de óbito pela
doença não tinha invasão muscular e dos cinco casos de óbito com invasão muscular,
todos eram considerados os mais agressivos e mais infiltrativos (dois do tipo cords e
três do tipo dissociation). Estes dados foram estudados e estão de acordo com
Anneroth e Hansen (1984), Crissman et al. (1984), Anneroth et al. (1987), Bryne et
al. (1992), Yueh et al. (1998), Osaki et al. (2000), Dedivitis et al. (2003), Amaral et
al. (2004), Nemeth et al. (2005) e Natori et al. (2008).
Quando analisamos a morte pelo tumor e tipo de invasão muscular com os
casos mais infiltrativos (cords e dissociation), observou-se importante desvio
(p=0,07), porém sem significância estatística, reafirmando que o padrão de invasão
muscular mais infiltrativo pode ser um fator importante para o prognóstico.
Ao analisarmos a sobrevida fica claro que pacientes com invasão muscular
tiveram menor tempo de sobrevida (média de 9,1 meses) comparados com aqueles que
o possuíam invasão muscular (média de 29,2 meses). Ao compararmos tais dados com
a literatura, Yueh et al. (1998) confirmam nossos achados e consideraram que pacientes
com invasão muscular profunda tiveram 5% de sobrevida em um ano e Amaral et al.
(2004) afirmaram que a invao muscular é um fator que parece estar associado à
sobrevida livre de doea. Eckardt et al. (2004) conclram ser a invasão muscular um
fator importante na sobrevida global, concordando com nosso estudo. Natori et al. (2008)
concluíram que o padrão de invao tecidual do tipo dissociation teve significância
estatística em relação à sobrevida, parecendo associar-se uma menor sobrevida como
ocorre neste estudo.
Houve diferença quando comparamos a sobrevida de pacientes com invasão
D
ISCUSSÃO
-
47
muscular e pacientes sem esta variável histopatológica, com cerca de 20 meses a
mais nos casos sem invasão muscular. Também observamos que o padrão de
infiltração classificado como dissociation apresenta- se mais agressivo, devido à
presença de metástase à distância.
7
CONCLUSÕES
C
ONCLUSÕES
-
49
1) pior prognóstico nos casos de padrão de invasão muscular classificado
como dissociation (mais infiltrativos).
2) Pacientes com infiltração perineural e com invasão muscular têm uma
menor sobrevida, quando comparados com aqueles que não têm tais fatores
histopatológicos.
8
ANEXOS
A
NEXOS
-
51
Anexo A - Projeto de Pesquisa
Projeto de pesquisa
Estudo das alterações de pares cranianos em pacientes portadores de carcinoma epidermóide avançado
da boca e da orofaringe relacionadas aos fatores prognósticos clínicos, histopatológicos e terapêuticos.
Curso: Ciências da saúde do Hospital Heliópolis
Pesquisadores: Emerson Favero e Prof. Dr. Sérgio Altino Franzi
1 - Número: __________________________________________________________________________
2 - SAME: ___________________________________________________________________________
3 - Iniciais do nome: ____________________Telefone: ___________ - __________________________
4 - Idade: ____________________________________________________________________________
5 - Sexo: (1) Masculino (2) Feminino __________________________________________________( )
6 - Etnia: (1) Branco (2) Negro (3) Amarelo (4) Pardo (5) Outros _________________________( )
7 - Profissão: __________________________
8 - Estado Civil: (1) Solteiro (2) Casado (3) Separado (4) Divorciado (5) Viúvo _________________ ( )
9 - Nacionalidade: _____________________________________________________________________
10 - Naturalidade: ______________________________________________________________________
11 - Procedência: ______________________________________________________________________
12 - Grau de escolaridade: (1) Fundamental incompleto (2) Fundamental
(3)Médio incompleto (4) Médio
(5) Superior incompleto (6) Superior
___________________________________________ ( )
13 - Queixa principal: __________________________________________________________________
14 - Data do início dos sintomas: ____________________________________________________ meses
15
-
Hábitos: (1) Cigarro (2) Cigarro de palha
(3) charuto (4) Cachimbo
(5) Mascar fumo (6) Rapé
___________________________________________ ( )
16 - Tabagismo: (1) + (2) ++ (3) +++ (4) ++++ _________________________________________( )
17 - Etilismo: (1) destilado (2) Fermentado (3) Vinho (4) Cachaça (5) Outros _________________( )
18
-
Quantia de ingesta etílica diária: (1) + (2) ++ (3) +++ (4) ++++ ________________________( )
19 - Antecedentes pessoais de câncer: (1) Sim (2) Não _____________________________________( )
20
-
Antecedentes familiares para câncer: (1) Sim (2) Não _________________________________( )
Avaliação da infiltração perineural e invasão muscular em carcinoma epidermóide avançado da boca
e orofaringe
Curso: Ciências da saúde do Hospital Heliópolis
Pesquisadores: Emerson Favero e Prof. Dr. Rogério Aparecido Dedivitis
A
NEXOS
-
52
21 - Sítio primário: (1) Lábio (2) Gengiva superior (3) Gengiva inferior(4) Palato duro
(5) Língia oral (6) Soalho (7) Mucosa jugal(8) língua e soalho
(9) retromolar (10) Base de língua (11) Amigdala
(12) Parede posterior (13) Palato mole (13) Outro
_________________________________________________ ( )
22 - Lado da lesão primária: (1) Direita (2) Esquerda (3) Linha média ou bilateral
_______________________________________________________________ _______________ ( )
23 - Tamanho da lesão primária: (1) Até 2 cm (2) 2-4 cm (3) Maior que 4 cm
_______________________________________________________________ _______________ ( )
24 - Estádio clínico do pescoço no diagnóstico: (1)NX (2)N1 (3)N2a (3) N2b (4) N2c (5)N3
_______________________________________________________________ _______________ ( )
25 - Presença de metástase a distância no diagnóstico: (1) MX (2) M0 (3) M1
_______________________________________________________________ _______________ ( )
26 - Estádio TNM no diagnóstico: T _________________ N ________________ M _________________
27 - Estádio Clínico no diagnóstico: (1) III (2) IV
_______________________________________________________________ _______________ ( )
28 - Exames Realizados: (1) TC (2) Laringoscopia direta (3) Endoscopia
(4) Rx tórax (5) RX panorâmico (6) USG
(7)outros
_______________________________________________________________ _______________ ( )
29 - Data da cirurgia: _______/_______/__________
30 - Tipo de esvaziamento cervical direito: (1) SOH (2) Lateral
(3) Outros seletivos (4) Radical I
(5) Radical II (6) Radical III - funcional
(7)Radical clássico (8) Não realizado
_______________________________________________________________ _______________ ( )
31 - Tipo de esvaziamento cervical esquerdo: (1) SOH (2) Lateral
(3) Outros seletivos (4) Radical I
(5) Radical II (6) Radical III - funcional
(7)Radical clássico (8) Não realizado
_______________________________________________________________ _______________ ( )
32 - Estádio patológico: PT __________________ PN _________________ PM ____________________
33 - Tamanho da lesão no anátomo-patológico: (1) até 2 cm (2) 2-4 (3) Maior que 4 cm
_______________________________________________________________ _______________ ( )
34 - Invasão vascular: (1) Sim (2) Não ___________________________________________________( )
35 - Infiltração perineural: (1) Sim (2) Não ______________________________________________( )
36 - Embolização linfática: (1) Presente (2) Ausente ________________________________________( )
37 - Invasão muscular: (1) Sim (2) Näo _________________________________________________( )
38 - Margens cirúrgicas: (1) Livres (2) Comprometidas (3) Exíguas __________________________( )
A
NEXOS
-
53
39 - Números de linfonodos dissecados: ____________________________________________________
40 - Número de linfonodos comprometidos: ________________________________________________
41 - Número de linfonodos com rotura capsular _____________________________________________
42 - Cadeias linfáticas comprometidas: (1) IA (2) IB (3) IIA (4) IIB (5) III (6) IV (7) V (8) VI (9) VII
_______________________________________________________________ _______________ ( )
43 - Número do anátomo-patológico: ______________________________________________________
44 - Data da radioterapia: ________/_______/_________ até ________/_________/___________
45 - Tipo de aparelho da radioterapia: (1) Acelarador linear (2) Cobalto
(3) Braquiterapia (4)Outros
_______________________________________________________________ _______________ ( )
46 - Dose da radioterapia no sítio primário: ______________________________________________ cGy
47 - Dose da radioterapia cérvico-facial: ________________________________________________ cGy
48 - Dose da radioterapia fossas: ______________________________________________________ cGy
49 - Data de início da quimioterapia: _________/__________/__________
50 - Data da última sessäo de quimioterapia: __________/__________/___________
51 - Tipo de quimioterapia: (1)Neoadjuvante (2)Adjuvante
(3)Concomitante (4)Paliativa
_______________________________________________________________ _______________ ( )
52 - Principais drogas quimioterápicas e doses: ______________________________________________
_______________________________________________________________ __________________
_______________________________________________________________ __________________
_______________________________________________________________ __________________
53 - Avaliação da recidiva: (1) Local (2) Loco-regional (3) Distância
_______________________________________________________________ _______________ ( )
54 - Data da recidiva:_________/_________/___________
55 - Local da metástase a distância: _______________________________________________________
56 - Segunda neoplasia primária: (1)Sim (2)Não
_______________________________________________________________ _______________ ( )
57 - Data do diagnóstico da segunda neoplasia primária: _________/________/___________
58 - Tipo do tratamento da recidiva: _______________________________________________________
_______________________________________________________________ __________________
_______________________________________________________________ __________________
59 - Data da última avaliação: _________/____________/______________
60 - Performance status: (1) Vivo sem doença (2)Vivo com doença
(3)Morte pela neoplasia (4) Morte por outras causas
_______________________________________________________________ _______________ ( )
A
NEXOS
-
54
EXAME CLÍNICO OBSERVADOR 1 – Dia Zero
61 - Trigêmeo (V): (1) Não
(2) Dor na face ou dentes
(3)Alteração tônus do masseter e/ou temporal
(4) Desvio da mandíbula para o lado da lesão
_______________________________________________________________ ( )
62 - Facial (VII): (1) Não
(2) Desvio da rima
(3) Ausência do movimento de piscar
(4) Lagoftalmo
(5) Ausência de contrair o platisma ao cerrar os dentes
(6) Dificuldade em contrair a fronte
_______________________________________________________________ ( )
63 - Glossofaringeo e vago (IX e X): (1) Não
(2) Desvio do palato
(3) Desvio da parede posterior da orofaringe durante a fonação
(4) Disfagia
(5) Abolição do reflexo velopalatino
_______________________________________________________________ ( )
64 - Acessório (XI): (1) Não
(2) Dificuldade em elevar o ombro
(3) Atrofia do Esternocleidomastoideo
(4) Aumento da fossa supraclavicular
(5) Atrofia do Trapézio
_______________________________________________________________ ( )
65 - Hipoglosso (XII): (1) Não
(2) Desvio da língua
(3) Imobilidade da língua
(4) Atrofia da Língua
_______________________________________________________________ ( )
A
NEXOS
-
55
EXAME CLÍNICO OBSERVADOR 2 – Dia zero
66 - Trigêmeo (V): (1) Não
(2) Dor na face ou dentes
(3)Alteração tônus do masseter e/ou temporal
(4) Desvio da mandíbula para o lado da lesão
_______________________________________________________________ ( )
67 - Facial (VII): (1) Não
(2) Desvio da rima
(3) Ausência do movimento de piscar
(4) Lagoftalmo
(5) Ausência de contrair o platisma ao cerrar os dentes
(6) Dificuldade em contrair a fronte
_______________________________________________________________ ( )
68 - Glossofaringeo e vago (IX e X): (1) Não
(2) Desvio do palato
(3) Desvio da parede posterior da orofaringe durante a fonação
(4) Disfagia
(5) Abolição do reflexo velopalatino
_______________________________________________________________ ( )
69- Acessório (XI): (1) Não
(2) Dificuldade em elevar o ombro
(3) Atrofia do Esternocleidomastoideo
(4) Aumento da fossa supraclavicular
(5) Atrofia do Trapézio
_______________________________________________________________ ( )
70 - Hipoglosso (XII): (1) Não
(2) Desvio da língua
(3) Imobilidade da língua
(4) Atrofia da Língua
_______________________________________________________________ ( )
A
NEXOS
-
56
EXAME CLÍNICO OBSERVADOR 1 – dia 60
71 - Trigêmeo (V): (1) Não
(2) Dor na face ou dentes
(3)Alteração tônus do masseter e/ou temporal
(4) Desvio da mandíbula para o lado da lesão
_______________________________________________________________ ( )
72 - Facial (VII): (1) Não
(2) Desvio da rima
(3) Ausência do movimento de piscar
(4) Lagoftalmo
(5) Ausência de contrair o platisma ao cerrar os dentes
(6) Dificuldade em contrair a fronte
_______________________________________________________________ ( )
73 - Glossofaringeo e vago (IX e X): (1) Não
(2) Desvio do palato
(3) Desvio da parede posterior da orofaringe durante a fonação
(4) Disfagia
(5) Abolição do reflexo velopalatino
_______________________________________________________________ ( )
74- Acessório (XI): (1) Não
(2) Dificuldade em elevar o ombro
(3) Atrofia do Esternocleidomastoideo
(4) Aumento da fossa supraclavicular
(5) Atrofia do Trapézio
_______________________________________________________________ ( )
75 - Hipoglosso (XII): (1) Não
(2) Desvio da língua
(3) Imobilidade da língua
(4) Atrofia da Língua
_______________________________________________________________ ( )
A
NEXOS
-
57
EXAME CLÍNICO OBSERVADOR 2 – dia 60
76 - Trigêmeo (V): (1) Não
(2) Dor na face ou dentes
(3)Alteração tônus do masseter e/ou temporal
(4) Desvio da mandíbula para o lado da lesão
_______________________________________________________________ ( )
77 - Facial (VII): (1) Não
(2) Desvio da rima
(3) Ausência do movimento de piscar
(4) Lagoftalmo
(5) Ausência de contrair o platisma ao cerrar os dentes
(6) Dificuldade em contrair a fronte
_______________________________________________________________ ( )
78 - Glossofaringeo e vago (IX e X): (1) Não
(2) Desvio do palato
(3) Desvio da parede posterior da orofaringe durante a fonação
(4) Disfagia
(5) Abolição do reflexo velopalatino
_______________________________________________________________ ( )
79- Acessório (XI): (1) Não
(2) Dificuldade em elevar o ombro
(3) Atrofia do Esternocleidomastoideo
(4) Aumento da fossa supraclavicular
(5) Atrofia do Trapézio
_______________________________________________________________ ( )
80 - Hipoglosso (XII): (1) Não
(2) Desvio da língua
(3) Imobilidade da língua
(4) Atrofia da Língua
_______________________________________________________________ ( )
A
NEXOS
-
58
Anexo B - Avaliação da infiltração perineural e da invasão muscular
Avaliação da infiltração perineural e do tipo de invasão muscular em carcinoma
epidermóide avançado da boca e da orofaringe: estudo de 30 casos
1 - Nome: _____________________________________________________________________
2 - Idade: ______________________________________________________________________
3 - Número da lâmina: __________________________________________________________
4 - Tumor primário: ____________________________________________________________
5 - Estádio pré- operatório: T___ N___ M___
6 - Estádio patológico: PT___ PN___ PM___
7- Invasão Peri- neural: ( )Sim ( )Não
8 - Tipo de Invasão Muscular
( ) Ausente
( ) “Pushing” ( ) “Bands” ( ) “Cords” ( ) “Dissociation”
A
NEXOS
-
59
Anexo C - Dados dos pacientes
ID SEXO TUMOR PRIMÁRIO T N RXT ADJ
1 M Lábio Inferior 3 0 Não
2 M Base da língua 3 0 Sim
3 M Palato duro 3 1 Sim
4 M Tonsila 3 0 Sim
5 M Tonsila 3 0 Sim
6 M Palato mole 3 5 Sim
7 F Lábio inferior 3 0 Sim
8 M Lábio inferior 3 0 Sim
9 M Lábio inferior 3 0 Sim
10 F Base da língua 3 0 Sim
11 M Soalho da boca 2 4 Sim
12 M Palato mole 3 0 Sim
13 M Palato duro 3 0 Sim
14 M Lábio inferior 3 0 Não
15 M Língua oral 3 1 Sim
16 M Labio inferior 3 0 Sim
17 M Tonsila 3 3 Sim
18 M Base da língua 3 0 Não
19 F Região jugal 3 0 Não
20 F Língua oral 3 0 Sim
21 M Base da língua 3 0 Sim
22 M Base da língua 3 1 Sim
23 F Lábio inferior 3 0 Sim
24 M Palato duro 3 0 Sim
25 M Base da língua 3 0 Sim
26 F Labio inferior 3 0 Não
27 M Soalho da boca 3 0 Não
28 M Palato mole 3 0 Não
29 M Língua oral 3 0 Sim
30 M Soalho da boca 3 0 Sim
31 F Palato duro 4 0 Sim
32 F Palato duro 3 0 Sim
33 M Soalho da boca 4 1 Sim
9
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10
APÊNDICES
A
PÊNDICES
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70
Andice A - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Heliópolis
A
PÊNDICES
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71
Andice B - Aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital
Luzia de Pinho Melo
A
PÊNDICES
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B
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