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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
FÓSFORO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO AFETADO PELO HISTÓRICO
DE USO DO SOLO E OS EFEITOS AGRONÔMICO E AMBIENTAL
Leandro Bortolon
(Tese)
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ii
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL
FACULDADE DE AGRONOMIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIA DO SOLO
FÓSFORO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO AFETADO PELO HISTÓRICO
DE USO DO SOLO E OS EFEITOS AGRONÔMICO E AMBIENTAL
LEANDRO BORTOLON
Engenheiro-Agrônomo (UFPel)
Mestre em Ciência do solo (UFRGS)
Tese apresentada como
um dos requisitos à obtenção do
Grau de Doutor em Ciência do Solo
Porto Alegre (RS) Brasil
Novembro de 2009
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iii
LEANDRO BORTOLON
Engenheiro Agrônomo (UFPel)
Mestre em Ciência do Solo (UFRGS)
TESE
Submetida como parte dos requisitos
para a obtenção do Grau de
DOUTOR EM CIÊNCIA DO SOLO
Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo
Faculdade de Agronomia
Universidade Federal do Rio Grande do Sul
Porto Alegre (RS), Brasil
Aprovada em:
Pela Banca Examinadora
Homologado em:
por
CLESIO GIANELLO
Professor Orientador
PPG-Ciência do Solo
FLÁVIO A. O. CAMARGO
Coordenador do Programa de Pós-
Graduação em Ciência do Solo
MARINO JOSÉ TEDESCO
PPG-Ciência do Solo
PAULO ROBERTO ERNANI
Departamento de Solos – UDESC
PEDRO ALBERTO SELBACH
Diretor da Faculdade de Agronomia
CARLOS GUSTAVO TORNQUIST
CNPq-PNPD
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iv
Esta oração nos acompanha, eu e a Elis, e nos dá força, dedicação e coragem
para seguir em frente
“This is my Bible. I am what it says I am. I have what it says I have. I can do
what it says I can do. Today I will be taught the word of God. I boldly confess
my mind is alert, my heart is receptive; I’ll never be the same. In Jesus name,
God bless you”
Joel Osteen
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v
AGRADECIMENTOS
A Elisandra, minha esposa e companheira de todas as horas, e de todas
as batalhas enfrentadas durante essa caminhada, pelo amor, renúncia,
compreensão e, especialmente, pela oportunidade de participar diariamente da
sua vida acadêmica como sua colega de graduação, mestrado e doutorado e
por se dispor a participar ativamente deste projeto, contribuindo muito para que
esta conquista fosse alcançada. “God Bless you
Aos meus pais Ady e Maria, pelo exemplo de honestidade, trabalho,
valores e dedicação à família, e pelo estímulo na minha formação. As minhas
irmãs, Juliana e Raquel, pelo apoio e incentivo, mesmo estando distantes.
À família da Elisandra, seu Daltro e dona Lúcia, e às irmãs, Eliana e
Elisângela, pela compreensão e incentivo. Em especial ao Daniel, por todo o
apoio durante esses anos e principalmente durante nossa estadia nos Estados
Unidos. Aos tios de Laguna-SC pela acolhida e respeito.
Ao Prof. Clesio Gianello, pela orientação, apoio, amizade e exemplo
profissional. Por incentivar e propiciar a busca do conhecimento. Ao Prof.
Clesio meu grande apreço e gratidão.
Ao Prof. Marino Tedesco, pelo exemplo profissional, paciência, estímulo,
e amizade. Por transmitir o conhecimento de forma simples e humilde, pela
oportunidade de convivência e pela parceria desde 2003, “craniando” nos
resultados. Ao Prof. Marino meu grande apreço, gratidão e admiração.
À UFPel pela formação acadêmica.
À UFRGS pela oportunidade de realizar este trabalho.
Ao PPGCS pela oportunidade e estrutura oferecida para realizar o curso.
Ao CNPq e a CAPES pela concessão da bolsa de estudos.
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À Fundação Agrisus e LAS-UFRGS pelo apoio financeiro.
Ao USDA-ARS-National Laboratory for the Agriculture and Environment
pela oportunidade de realizar o doutorado sanduíche. Ao pesquisador John L.
Kovar e família, pela amizade, receptividade, atenção e grande interação
durante o período de estada em Ames. Ao amigo Jay Berkey, pela amizade,
pelo interesse no projeto, por todo o apoio durante a realização dos trabalhos.
À Megan Nelson por todo o apoio durante a execução das análises. Aos
amigos Robert , Rita, Jeb and Daniel Burns pela acolhida e amizade.
Aos Professores do PPGCS, pelo aprendizado. Em especial ao Prof.
João Mielnickzuk, pela amizade e conselhos, ao Prof. Ibanor Anghinoni pela
confiança, e ao Prof. Fvio A.O. Camargo pela amizade, apoio e diretrizes as
quais me tornaram uma pessoa melhor, ao Prof. Flávio, meu grande apreço.
Aos colegas de curso e colegas de laboratório pela convivência. Em
especial, Osmar Conte, Andressa Silveira, Fabíola Lopes, André Amaral e Luís
França.
Aos amigos e colega Robson Andreazza e Simone Pieniz pela amizade,
incentivo, companheirismo, parceria, e por compartilharmos bons momentos
durante essa etapa da vida.
Aos funcionários do LAS-UFRGS pelo auxílio e amizade. Em especial,
Bernadete, Daniel, Elio, Lisandra, Pissit, Taís e Vítor.
À família Kosloski de Ijuí nas pessoas da D. Eva e Seu Zica e D. Mari,
Seu Luiz e Cristiano, que abriram as portas da sua casa e da sua propriedade
para a realização do presente trabalho, tornado-se a base de apoio da nossa
equipe de trabalho e facilitando imensamente a realização deste projeto. À
família Kosloski, minha eterna gratidão. À FUNDACEP, nas pessoas de Dr.
Jackson Fiorin e Tiago por todo o apoio nos experimentos de campo. Aos
produtores de Vacaria, Cleverson Dian e Juliano Scopel pela cedência da área
e total apoio durante o experimento.
Aos bolsistas de iniciação científica Samuel Welter e Rodrigo G.O.
Almeida, por todo o apoio e amizade construída.
À Deus por proteger durante as rias viagens de campo pelo planalto
gaúcho durante o acompanhamento dos experimentos.
Ao povo brasileiro, cujos impostos custearam meus estudos desde a
graduação.
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vii
FÓSFORO EM SISTEMA PLANTIO DIRETO AFETADO PELO HISTÓRICO
DE USO DO SOLO E OS EFEITOS AGRONÔMICO E AMBIENTAL
1/
Autor: Leandro Bortolon
Orientador: Clesio Gianello
RESUMO
A produção de alimentos é fundamental para existência humana e ainda são
utilizadas as fontes mundiais de fósforo, um nutriente crítico para a
produtividade das culturas, obtido das rochas fosfáticas. As reservas fosfáticas
poderão ser extintas nos próximos 50-100 anos. A demanda por fósforo é
estimada em crescer entre 50-100% até 2050 com o aumento da demanda
global por alimento e mudanças no hábito alimentar. Desta maneira, são
necessárias alternativas para aumentar a eficiência do uso do fósforo na
agricultura para suprimento de alimento ao longo dos anos. Este estudo
objetivou investigar a dinâmica do fósforo afetado pelo histórico de uso do solo
e a resposta das culturas a adubação fosfatada. Solos com diferente histórico
de uso foram selecionados. Foi desenvolvido um equipamento para coleta de
amostras indeformadas de solo sob sistema plantio direto, para uso em
condições controladas. Foi instalado, também, experimentos em condições de
campo com doses de fósforo para avaliar a resposta das culturas. Um estudo
teórico foi feito para avaliar estratégias para reduzir as perdas de fósforo do
solo por escoamento superficial. Os resultados de resistência do solo à
penetração e densidade do solo em cada local não diferiram estatisticamente.
A metodologia proposta pode ser utilizada em condições controladas com
amostras indeformadas coletadas em solos sob sistema plantio direto. O
rendimento das culturas aumentou com a adição de doses de fósforo diferindo
das doses atualmente empregadas. Entretanto, aspectos ambientais precisam
ser considerados e avaliados na aplicação desses resultados. A incluo de
classes de pH e de matéria orgânica do solo pode melhorar a interpretação dos
teores de fósforo disponível no solo, podendo reduzir as quantidades aplicadas
Os altos teores de sforo nas camadas superficiais do solo associados com
longos períodos de saturação do solo, principalmente durante o inverno,
aumenta o potencial de perda de sforo no solo por escoamento superficial,
devido os altos teores de formas de fósforo suscetíveis à erosão e ao aumento
do grau de saturação de fósforo no solo.
_______________________
1/
Tese de Doutorado em Ciência do Solo. Programa de Pós-Graduação em
Ciência do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre. (92 p.) Novembro, 2009. Trabalho realizado
com apoio financeiro do CNPq, LAS-UFRGS e Fundação Agrisus.
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viii
SOIL PHOSPHORUS UNDER NO TILL AFFECTED BY LAND USE AND THE
EFFECTS ON AGRONOMIC AND ENVIRONMENTAL ASPECTS
1/
Author: Leandro Bortolon
Adviser: Prof. Clesio Gianello
ABSTRACT
Food production is fundamental to our existence, yet we are using up the
world’s supply of phosphorus, a critical ingredient in crop production. Today,
phosphorus is mostly obtained from mine rock phosphate. Existing rock
phosphate reserves could be exhausted in the next 50–100 years. The demand
for phosphorus is predicted to increase by 50–100% by 2050 with increased
global demand for food and changing diets. An alternative way to increase
phosphorus use in agriculture is necessary to supply food for long term. This
study sought to investigate phosphorus dynamics in soils under no till affected
by land use. Soil with contrasting land use were selected and developed and
equipment to sampling undisturbed soil samples to use in controlled conditions.
It was installed field trials with phosphorus doses and application methods to
evaluate the crop yield response. A theory study was carried out to evaluate the
strategies to reduce phosphorus losses by surface runoff. The results did not
statistical differ by soil penetration resistance and soil density in each site and
depth sampled. The proposal methodology can be used to greenhouse studies
with soils under no till. Crops yield increased with phosphate amendment
contrasting with the doses recommended by soil fertility commission of southern
Brazil. However, environmental concerns must be considerate to apply this
data. The inclusion of soil organic matter and soil pH values might improve the
soil available phosphorus interpretation, reducing the phosphorus amounts
applied and increasing the rock phosphate global reserve. The high soil
phosphorus levels in the topsoil layers associate with high periods of soil
saturation, mainly over the winter season, increase the potential soil
phosphorus losses by runoff due the high values on the topsoil layers of both
degree of phosphorus saturation and water extractable phosphorus.
_________________________
1/
Doctorate Thesis in Soil Science Programa de Pós-Graduação em Ciência
do Solo, Faculdade de Agronomia, Universidade Federal do Rio Grande do
Sul. Porto Alegre. (92 p.) November, 2009. Research supported by CNPq,
LAS-UFRGS and Fundação Agrisus.
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ix
SUMÁRIO
1
.
INTRODUÇ
ÃO
GERAL
...........................................
......................
1
2.
CAPÍTULO I
Revisão Bibliográfica
..........................................
4
2.1. O fósforo no contexto de segurança alimentar global e a
produção de bioenergia
................................................................
4
2.2. Manejo do solo e do fósforo na agricultura para proteção do
solo e água
..
.................................................................................
5
2.3. Fósforo em solos tropicais, disponibilidade e funções para
as plantas
.....................................................................................
7
2.4. Dinâmica do P no solo em função do sistema de manejo e
as recomendações de adubação
.
.................................................
9
2.5. Grau de saturação de fósforo no solo e sua relação com
aspectos agronômicos e ambientais ............................................ 13
2.6. Técnicas de determinação de P em solos ............................ 14
2.7 Referências bibliográficas .......................................................
15
3.
CAPÍTULO II
Metodologia para obtenção de amostras
indeformadas de solo sob plantio direto para estudo em
condições controladas ....................................................................
23
3.1. Introdução .............................................................................. 24
3.2. Material e métodos ................................................................ 26
3
.3 Resultados e discussão ..........................................................
30
3.4. Conclusão .............................................................................. 33
3
.
5
Referências bibliográficas
.......................................... ............
3
4
4. CAPÍTULO III
Resposta das culturas ao fósforo e o risco de
perdas de sforo em solos com diferentes históricos de uso e
manejo ...............................................................................................
36
4
.1
.
Introdução ..............................................................................
3
7
4.2. Material e métodos ................................................................ 39
4.2.1. Histórico de uso e manejo do solo ......................................
39
4.2.1.1. Ijuí .................................................................................... 39
4.2.1.2. Cruz Alta ......................................
....................................
40
4.2.1.3. Vacaria .............................................................................
40
4.2.2. Experimento de campo ....................................................... 40
4.2.3. Experimento em condiç
ões controladas .............................
43
4.2.4. Análise estatística ............................................................... 44
4
.3
.
Resultados e discussão ........................................................
.
4
5
4.3.1. Experimento de campo ....................................................... 45
4.3.2. Experimento em condições controladas .............................
51
4.3.3. Relação entre aumento do fósforo no solo e o potencial
de perda
.......................................
.....................................
55
4.4 Conclusão ............................................................................... 58
4.5 Referências bibliográficas .......................................................
59
5
.
CAPÍTULO IV
F
ósforo
extraído pela solução de
M
ehlich
-
1
determinado por colorimetria e ICP em solos do sul do Brasil....
62
5.1. Introdução .............................................................................. 63
5.2. Material e métodos ................................................................ 65
5.3. Resultados e discussão 67
5.4. Conclusão .............................................................................. 72
5.5. Referências bibliográficas ......................................................
73
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6
.
CAPÍTULO
V
Possibilidades
para aumentar a eficiência do
uso do fósforo na agricultura e para a proteção ambiental .........
75
6.1. Introdução .............................................................................. 76
6.2. Teores desforo e manejo do solo ...................................... 78
6.2.1. Propriedades químicas do solo .......................................... 79
6.2.2. Práticas de controle da eroo ........................................... 82
6.3. Considerações finais ............................................................. 88
6.4. Referências bibliográficas ......................................................
89
7
. CONCLUSÕES
FINAIS
.
..
..............................................................
91
8
.
R
ESUMO BIOGRÁFICO
...............................................................
92
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xi
RELAÇÃO DE TABELAS
CAPÍTULO I
I
Página
TABELA
3
.1
.
Atributos físicos e químicos dos solos utilizados no
estudo, na profundidade de zero
20 cm.
.......................
...
28
TABELA
3
.
2.
Índice de cone obtido em quatro classes de solo, em duas
condições de amostragem para cada solo, calculado em
intervalos de 5 cm até 20 cm de profundidade ..................
30
TABELA
3.3.
Densidade do solo obtida em quatro classes de solo, em
duas condições de amostragem para cada solo, em
intervalos de 5 cm até 20 cm de profundidade ..................
31
CAPÍTULO III
TABELA
4.
1.
Caracterização sico-química dos solos das áreas
utilizadas
....................................................................................
41
TABELA
4.2
.
Caracterização físico-química
1
dos solos nas amostras
indeformadas das áreas utilizadas......................................
43
TABELA
4.3.
Análise dos solos na profundidade de 0-10 cm após a
colheita da soja e dados de rendimento das plantas
cultivadas submetidas a doses de fósforo ..........................
46
TABELA
4.4.
Correlação entre formas de fósforo no solo afetado pelo
histórico de uso e adubação fosfatada................................
46
TABELA 4.5.
Análise dos solos na profundidade de 0-5 cm após a
sequência de cinco cultivos submetidos a doses de
fósforo
.
................................................................................
51
TABELA 4.6.
Resposta das culturas ao fósforo em solos com diferente
histórico de uso, conduzido em condições controladas
.
....
52
TABELA 4.7.
Correlação entre formas de fósforo no solo afetado pelo
histórico de uso e adubação fosfatada
.
..............................
53
CAPÍTULO IV
TABELA 5.1
Caracterização química e física dos solos utilizados no
estudo
(1)
...............................................................................
65
TABELA 5.2
Amplitude dos teores de P extraído do por Mehlich-1
determinado por colorimetria (COL) e por espectrometria de
emissão ótica por plasma induzido (ICP), em 595 amostras de
solo do RS, e o limite de detecção dos métodos ........................
68
CAPÍTULO V
TABELA
6
.
1.
Estatística decritiva de alguns atributos
1
e dados de
rendimento
2
das áreas utilizadas
...........................................
80
TABELA
6
.2
.
Coeficientes correlação (r) entre os teores de P nas
diferentes classes de interpretação e o rendimento
relativo das culturas
.................................................................
80
TABELA
6.3
.
Coeficientes correlação (r) entre os teores de P nas
diferentes classes de interpretação e o rendimento
relativo das culturas, em duas classes de pH e do teor de
matéria orgânica dos solos .................................................
81
TABELA
6.4
.
Esquema para o manejo adequado das terras de acordo
com o risco de perda de fósforo .........................................
82
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xii
RELAÇÃO DE FIGURAS
CAPÍTULO I
I
Página
FIGURA
3.
1
.
Detalhe do amostrador: corte frontal (a); vista frontal (b);
projeção amostrador e PVC (c); e vista superior (d) .
.........
27
CAPÍTULO III
FIGURA
4.
1.
Resposta em rendimento de grãos de soja e trigo em Ijuí
(LVdf2), Cruz Alta (LVdf) e Vacaria (LBaf) pela aplicação de
fósforo ........................................................................................
48
FIGURA
4.2
.
Relação entre o rendimento de grãos em solos submetidos
a
doses de fósforo: LVdf2 (a), LVd2 (b) e LBaf (c) .......................
50
FIGURA
4.3
.
Relação entre o rendimento de massa seca de plantas em
solos submetidos a doses de sforo: LVdf2 (a), LVd2 (b) e
LBaf (c) ......................................................................................
54
FIGURA 4.4.
Relação entre o rendimento
relativo de uma cultura, teores de
P no solo (Mehlich-1) e perdido por erosão (P água ou GSP)
(adaptado de Gianello e Wietholter, 2004).
57
CAPÍTULO IV
FIGURA 5.1
.
Relações entre os teores de P extrdo pela solução de
Mehlich-1 determinado por COL e por ICP : a) em todos os
solos; b) em solos com P < 30 mg dm
-3
.................................
68
FIGURA 5.2
.
Relações entre os teores de P extrdo pela solução de
Mehlich-1 determinado por colorimetria (COL) e por ICP,
conforme as classes de textura: a) classe 1: > 60%; b)
classe 2: 40-60%; c) classe 3: 20-40%; d) classe 4: < 20%
de argila, respectivamente .....................................................
70
FIGURA 5.3.
Relações entre os teores de P extrdo pela solução de
Mehlich-1 determinado por colorimetria (COL) e por ICP, e
as doses de P
2
O
5
recomendadas para o milho (para uma
expectativa de rendimento de 8,0 t ha
-1
) ..............................
71
CAPÍTULO
V
FIGURA
6
.
1.
Relação entre o P no solo extraído pela solução de Mehl
ich
-
1,
os teores de matéria orgânica e os valores de pH em
amostras de solo sob plantio direto (LAS-UFRGS, 2008) .........
79
FIGURA 6.2.
Mapa hipsométrico do Distrito Santana, município de Ijuí-
RS, obtido do modelo numérico do terreno, por
interpolação das curvas de vel espaçadas de 20 em 20
metros (Brasil, 1980). (Informações obtidas por Bortolon,
2008, com permissão) .......................................................
85
FIGURA 6.3.
Elementos da paisagem obtido do modelo numérico do
terreno, com base nas curvas de nível espaças de 20 em
20 m (Brasil, 1980), para o Distrito Santana, município de
Ijuí-RS. (Informações obtidas por Bortolon, 2008, com
permiso) .........................................................................
86
FI
GURA 6.4.
Imagens de satélite aproximadas da região do Distrito
Santana, município de Ijuí, RS, com a classificação das
áreas de risco (a) de acordo com a elevação, a posição
na paisagem, a hidrologia e a próximidade das áreas dos
recursos hidrológicos. No mapa (b), a área classificada
como baixo representa onde o experimento de campo foi
conduzido ..........................................................................
87
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1. INTRODUÇÃO GERAL
O sforo é um nutriente essencial para as plantas e precisa ser suprido
em quantidades adequadas para obtenção de altas produtividades das culturas.
A fonte primária para a produção de fertilizante fosfatadoo as minas de rochas
fosfáticas, e diversas pesquisas e levantamentos reportam que as reservas
globais dessa rocha serão extintas em 50 a 100 anos. Durante este mesmo
período, a demanda global por alimento irá aumentar de 50 a 100%,
aumentando, também, a demanda de sforo para a produção de bioenergia e
como consequência, aumentará o consumo de fósforo. Para sustentar as
reservas finitas de fosfato, a eficiência do uso deste nutriente na agricultura
precisa ser aumentada, especialmente porque apenas 15 a 30% do fósforo
aplicado como fertilizante é aproveitado pelas culturas. O uso do solo com
sistemas conservacionistas de manejo, associado às práticas conservacionistas
de suporte, reduz o movimento do fósforo do solo para águas superficiais.
Nos estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, estima-se em
cinco milhões de hectares a área cultivada sob sistema plantio direto, que se
conduzido com práticas conservacionistas de suporte, reduz
consideravelmente as perdas de solo e água. Além disso, os teores de sforo
na camada superficial (0-10 cm) estão nas classes alto e muito alto em
praticamente 70% dessa área, e o modo de adubação, nesses casos, é a lanço
em superfície. No entanto, no RS as retiradas de terraços e plantio em
contornos em áreas com grande potencial de perdas de solo e água estão
aumentando, sendo frequentemente observados sulcos de erosão e perdas de
solo e água, consequentemente o fósforo associado.
Em termos agronômicos, essa perda de fósforo anual pode ser
pequena, no entanto, sob o aspecto de qualidade de água, o ambiente aquático
poderá se tornar eutrófico num curto espaço de tempo. No RS e, de maneira
geral, em toda a região Sul do Brasil, no período de inverno, normalmente, a
erosividade da chuva é mais baixa do que no verão. Assim, a cobertura do solo
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2
pelos resíduos culturais seria suficiente para dissipar a energia cinética da
chuva. Entretanto, nesse período, o volume de chuva é, normalmente, superior
ao que ocorre no verão. As chuvas com essas caractesticas, de elevado
volume e baixa energia, ao atingir a superfície do solo com pequena
rugosidade superficial, facilitam o escoamento superficial. Essas condições
podem, então, provocar grandes problemas de eroo, mesmo em plantio
direto com expressiva cobertura de solo, havendo o transporte do fósforo
associado ao material orgânico e partículas de solo para o ambiente aquático.
O entendimento desse processo é fundamental no estabelecimento de
melhores práticas de manejo do fósforo na agricultura, sob o enfoque de
manutenção das reservas finitas de fósforo, aumentando a eficiência do uso do
mesmo. Além disso, frente ao aumento na demanda global por alimentos e
crescimento na produção de bioenergia, o aumento do consumo do fósforo se
necessário, e deste modo, práticas de manejo e da fertilidade do solo que visem
o uso eficiente do fósforo na agricultura serão fundamentais para a manutenção,
em longo prazo, das reservas globais finitas desse nutriente. Assim, os objetivos
do presente projeto são: desenvolver um equipamento de coleta de amostras
indeformadas de solo; avaliar a resposta das culturas à adubação fosfatada;
estimar o risco de perda de fósforo em solos sob sistema plantio direto, de
forma a reduzir as perdas deste nutriente para o ambiente aquático; avaliar
métodos de determinação de fósforo; identificar estratégias para o manejo do
sforo na agricultura.
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CAPÍTULO I – Revisão Bibliográfica
SFORO NO SOLO AFETADO PELO USO E MANEJO E RESPOSTA À
ADUBAÇÃO FOSFATADA
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2. CAPÍTULO I - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
2.1. O sforo no contexto de segurança alimentar global e a
produção de bioenergia
A produção de alimentos e energia é fundamental para a existência
humana, e o uso das reservas globais de fósforo (P) é necessário para suprir
esse nutriente essencial e crítico para o cultivo agrícola. Atualmente, o P é
obtido principalmente a partir de fosfato natural, e é muitas vezes combinado
em fertilizantes minerais com ácido sulfúrico, nitrogênio (N) e potássio. As
reservas globais de fosfato natural podem ser extintas nos pximos 50-100
anos (Steen, 1998; Smil, 2000b; Gunther, 2005). A indústria de fertilizantes
reconhece que a qualidade das reservas es diminuindo e os custos de
extração, processamento e transporte está aumentando (Runge-Metzger, 1995;
Driver, 1998; Smil, 2000b; EcoSanRes, 2003).
Outros aspectos a serem considerados são de que: (i) 90% da demanda
global de P são para produção de alimentos, estimando-se em 150 milhões de
toneladas de rocha fosfática por ano (Smil, 2000a,b; Gunther, 2005); (ii) estima-
se que a demanda por P aumentará entre 50-100% até 2050 com aumento da
demanda global por alimento e produção de bioenergia (Cordell et al., 2009); (iii)
o P é um recurso o renovável, como o petróleo, sendo que as reservas
globais comerciais de fosfato serão extintas em 50-100 anos caso sejam
mantidas às taxas de extração atuais (Runge-Metzger, 1995; EcoSanRes, 2003;
Steen, 1998), e o restante das reservas potenciais são de baixíssima qualidade
ou de alto custo de extração; (iv) as reservas de rocha fosfática estão sob
controle de poucos países (principalmente Marrocos, China e Estados Unidos)
e, tamm, sujeitas à influência política internacional. O Marrocos tem quase
monopólio sobre as reservas do oeste do Saara, a China está reduzindo
drasticamente as exportações para segurança doméstica, nos Estados Unidos
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5
restam menos de 30 anos de suprimento, enquanto o oeste europeu e Índia são
totalmente dependentes de importações (Jasinski, 2006; Rosmarin, 2004).
Respostas comuns para problemas de escassez de recursos incluem
preços mais elevados, o uso mais eficiente dos recursos, a introdução de
alternativas pela recuperação dos recursos as o uso. O uso de P se torna mais
eficiente, especialmente na Europa e Estados Unidos. Agricultores na Europa e
América do Norte estão evitando cada vez mais a adubação excessiva de P e
aproveitando a reciclagem do P via resíduos vegetais e aplicação de dejetos de
animais em solos agrícolas (European Fertilizer Manufacturers Association, 2000,
Sharpley et al., 2005). Entretanto, a maioria da discussão sobre o uso eficiente de
P, e a maior parte das medidas para alcançar este objetivo, foram motivadas por
preocupações pela eutrofização causada pelo transporte e movimentação do P
de terras agrícolas para o ambiente aquático (Sharpley et al., 2005, Sharpley et
al., 2008). Embora essas medidas sejam essenciais, elas o são, por si só,
suficientes para atingir a sustentabilidade do P em longo prazo. Uma abordagem
mais integrada e eficaz para a gestão do ciclo do P é necessária, considerando a
escassez de P no futuro e explorar práticas sinérgicas de reduzir perdas,
recuperação e reutilização de P (Cordell et al., 2009).
2.2. Manejo do solo e do fósforo na agricultura para proteção do
solo e água
Os efeitos dos sistemas conservacionistas de manejo do solo sobre a
dinâmica da matéria orgânica do solo são bem reportados, devido à utilização
destas práticas para o sequestro de carbono (C). Os mecanismos para
aumentar os teores de matéria orgânica do solo incluem a diversidade de
plantas no sistema de culturas, manejo dos resíduos e redução na mobilização
do solo, que associados, tendem a aumentar o estoque de matéria orgânica nos
agregados do solo (Tisdall & Oades, 1982; Jastrow, 1996; Bayer at al., 2002;
Bayer et al., 2009). A diferença entre solos, classificada pela distribuição no
tamanho de agregados, pode ser usada para avaliar o impacto do sistema de
manejo do solo, pois a matéria orgânica pode ser protegida da decomposição
dentro dos agregados (Jastrow, 1996; Six et al., 1998; Silva e Mielnickzuk,
1997; Salton, et al., 2008). Práticas de uso e manejo do solo que aumentam a
agregação e os níveis de matéria orgânica do solo, poderiam, tamm,
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aumentar a retenção do P e sua estabilidade. Efeitos da agregação sobre o
sequestro de P em frações químicas podem ilustrar como o uso e manejo do
solo influenciam na distribuição e estabilidade do P no solo (Wright, 2009).
Por outro lado, a manutenção dos restos culturais na superfície do solo e
a redução na mobilização do solo pelo preparo, produzem mudanças na
ciclagem e transformações dos nutrientes no solo (Hedley et al., 1982). As
mudanças no manejo dos resíduos de plantas, resultante da adoção de
sistemas conservacionistas de manejo, m o potencial de alterar a
concentração e distribuição do P no perfil do solo, principalmente nas camadas
mais superficiais. Em geral, a concentração de P em solos em plantio direto
aumenta nos primeiros 5 cm de solo, e diminui com o aumento da
profundidade, quando comparado com sistemas com alto grau de revolvimento.
O acúmulo de P na camada superficial do solo, em sistema plantio direto,
resulta da aplicação de fertilizantes fosfatados em superfície por vários anos,
da liberação durante a decomposição dos resíduos de plantas e animais, da
diminuição da fixação em decorrência do menor contato deste elemento com
os constituintes inorgânicos do solo, das menores perdas de solo por erosão
(Santos et al., 2003) e pela proteção em classes de agregados (Wright, 2009).
A redução do uso de práticas conservacionistas de suporte pelos
agricultores tem sido comum nos estados do RS e de SC, potencializando as
perdas de solo e água e, consequentemente, o P associado. Pesquisas
recentes nesses estados, utilizando-se chuva natural ou simulada, reportaram
consideráveis quantidades de P transportado de solos agrícolas para o
ambiente aquático, que favorecem o processo de eutrofização (Cassol et al.,
2007; Bertol, 2007a; Bertol, 2007b; Gilles et al., 2009).
O objetivo geral dos esforços em reduzir perdas de solo e água, por
consequência reduz as perdas de P da agricultura para o ambiente aquático. No
entanto, o mesmo deveria ser para aumentar a eficiência do uso do P, pelas
entradas balanceadas de P no sistema via fertilizante ou dieta animal com
saídas proporcionais via culturas (grãos ou material vegetal), produção animal,
juntamente com o teor de P no solo. Deste modo, reduzir as perdas de P por
escoamento superficial pode ser feita pelas estratégias de fonte de P e controle
do transporte de P via erosão (Sharpley et al., 2001). Hoje é amplamente
conhecida a capacidade de reduzir o transporte de P de áreas agrícolas por
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erosão. Entretanto, pouca atenção é dada aos fatores que contribuem para a
redução e controle da perda do P dissolvido via escoamento superficial.
2.3.
Fósforo em solos tropicais, disponibilidade e funções para as
plantas
O P contido no material de origem do solo está totalmente na forma de
minerais, com predomínio dos fosfatos de cálcio. O intemperismo desses minerais
e a atuação dos fatores de formação do solo (material de origem, relevo, clima,
organismos, tempo e homem), esse nutriente é liberado para a solução do solo.
Concomitantemente, ocorrem perdas de bases,lica e carbonatos e aumentos na
atividade de elementos como o alumínio e o ferro. Consequentemente há a
transformação dos minerais primários em argilas 2:1 e essas em 1:1 e óxidos.
Após, formam-se minerais fosfatados mais esveis termodinamicamente, parte
do P é adsorvido pela supercie de minerais secundários e parte do P é absorvido
e incorporado pela biomassa e matéria ornica do solo, aumentando a proporção
de P em formas orgânicas (Walker & Syers, 1976). De acordo com esse
paradigma, ambos os processos, geoquímicos e biogicos, transformam os
fosfatos naturais em formas inorgânicas e orgânicas estáveis, com concomitante
transferência desse nutriente para os ambientes aquáticos. Em ecossistemas
menos intemperizados, a quantidade de P é alta e predominam minerais
primários, como a fluorapatita; em solos moderadamente intemperizados, a maior
parte do P encontra-se na forma orgânica e adsorvida fracamente aos minerais
secundários; e nos solos altamente intemperizados, predominam formas
inorgânicas ligadas à fração mineral com alta energia e as formas ornicas
estabilizadas sica e quimicamente. Esse modelo tem sido confirmado por vários
pesquisadores (Tiessen et al., 1984; Smeck, 1985; Roberts et al., 1985; Sharpley
et al.,1987; Agbenin & Tiessen, 1994; Cross & Schlesinger, 1995; Guerra et al.,
1996). Isso sugere que os teores de P dependem inicialmente do material de
origem e que os processos geoquímicos controlam o ciclo do P. Com o avanço do
intemperismo aumentam a importância das frações orgânicas como fontes desse
nutriente aos organismos vivos. Assim, as frações mais lábeis são dependentes
do grau de intemperização, das caractesticas químicas e sicas do solo, da
atividade biológica e da vegetação predominante, entre outras (Cross &
Schlesinger, 1995; Guerra et al.,1996).
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A disponibilidade do P no solo para as plantas depende dos fatores que
afetam o movimento do P da solução do solo até a superfície das raízes, da
capacidade do solo manter P na solução e de outros fatores limitantes ao
crescimento das plantas. A maior parte do P no solo está em formas o
disponíveis para as plantas. Porém, durante o crescimento das mesmas, e devido
ao equilíbrio químico existente entre essas formas e as que estão na solução do
solo, certa quantidade do nutriente torna-se disponível para ser absorvido. Embora
as quantidades e as fontes de nutrientes absorvidos pelas plantas nem sempre
sejam as mesmas das fontes determinadas pelos métodos químicos de análise de
solo, devido às diferenças dos princípios de absorção pelas plantas e dos de
extração pelos métodos químicos, os valores das análises de solo podem ser
correlacionados com as quantidades absorvidas pelas plantas.
A maior parte do P do solo está na fase lida, em formas inornicas,
adsorvido fortemente por ligações covalentes com óxidos e hidróxidos de ferro e
alumínio em solos com reação mais ácida, ou com cálcio em solos com reação
neutra e alcalina, e em formas orgânicas que precisam ser mineralizadas para que
osforo seja disponibilizado às plantas (Sanches & Uehara, 1980).
As plantas absorvem o P da solução do solo nas formas de íons H
2
PO
4
-
e HPO4
2
-
. Após absorvido pela planta, o P permanece na forma de fosfato, não
modificando seu estado de oxidação. O radical fosfato no interior da planta
pode estar como íon livre em solução, ligado a cátions metálicos formando
compostos solúveis ou complexos insolúveis e, na forma mais importante,
ligado a radicais orgânicos. Os compostos fosfatados mais importantes são os
ácidos nucléicos (ADN e ARN), fosfatos de inositol, fosfolipídeos, di e trifosfato
de adenosina (ATP e ADP) e fosfato de nicotinamida adenina nucleotídeo
(NADP). Por fazer parte da constituição destes compostos orgânicos, o P é
essencial para a divisão celular, a reprodução e o metabolismo vegetal
(fotossíntese, respiração e síntese de substâncias orgânicas). Nas sementes, o
P é armazenado principalmente na forma de fitina (sal de Ca e Mg do
hexafosfato de inositol). Esse composto é hidrolisado enzimaticamente durante
a germinação e, então, o P, na forma de íon fosfato livre, pode ser utilizado
pela planta em desenvolvimento. Como os processos metabólicos são muito
intensos nos tecidos em desenvolvimento, o P, em geral, é encontrado em
maiores concentrações nestes tecidos do que nos tecidos velhos. O P é
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bastante móvel na planta, podendo, se necessário, ser deslocado de tecidos
(ou partes) mais velhos para tecidos (ou partes) mais jovens. A concentração
de P nos tecidos vegetais varia entre as espécies, sendo, em geral, maior nas
sementes do que nas outras partes da planta.
2.4. Dinâmica do P no solo em função do sistema de manejo e as
recomendações de adubação.
O método de preparo de solo utilizado por muitos anos no sul do Brasil foi o
convencional, que é constituído por uma aração (0-17/20 cm) seguida de duas
gradagens (Mielnickzuk, 1999). Esse método de preparo desestrutura o solo,
favorece a desagregação e aumenta a vulnerabilidade do solo aos agentes
erosivos, e, além disso, favorece a compactação das camadas mais profundas do
solo. A degradação física do solo combinada com a declividade do terreno,
comprimento de rampa longo, produção anual de grãos e chuvas de alta
intensidade, resulta numa severa erosão (perdas de solo e de água) e declínio da
fertilidade do sistema solo (Wunsche & Denardin, 1980; Mielnickzuk, 1999; Cassol
et al., 2007). Consequentemente, a produtividade nesses solos foi diminuindo
substancialmente ao passar dos anos. Contudo, a adoção de sistemas
conservacionistas de manejo, que minimizam a mobilização do solo e mantêm os
resíduos culturais na superfície do solo, combinados com práticas
conservacionistas de suporte como a rotação de culturas, o cultivo em vel e a
construção de terraços, associados ao fator tempo, permitem a recuperação e
produtividades satisfatórias nesses solos (Castro Filho et al., 1991; Mielnikczuk,
1999; Cassol et al., 2007).
A manutenção dos restos culturais na supercie do solo e a redução na
mobilização do solo pelo preparo produzem mudanças na ciclagem e
transformações dos nutrientes no solo (Hedley et al., 1982). As mudanças no
manejo dos resíduos de plantas, resultantes da adoção de sistemas
conservacionistas de manejo têm o potencial de alterar a concentração e
distribuição do P no perfil do solo, principalmente nas camadas mais superficiais.
Em geral, a concentração de P em solos sob plantio direto aumenta nos primeiros
cinco centímetros de solo, e diminui com o aumento da profundidade, quando
comparado com sistemas com alto grau de revolvimento (Anghinoni, 2007).
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Em experimentos de longa duração, o efeito do plantio direto no acúmulo
de nutrientes na camada superficial tem estreita relação com o aumento nos
teores de matéria orgânica (Amado et al., 2001). O P é o elemento que tem menor
mobilidade no solo. Por esse fato, ocorrem maiores acréscimos, com resultados
da ordem de quatro a sete vezes em seu teor no plantio direto em relação ao
preparo convencional, na camada de 0-5 cm em relação aos outros nutrientes
(Núñez et al., 2003). Ciotta et al. (2002), em experimento conduzido durante 21
anos, concluiu que no solo sob preparo convencional, a incorporação dos adubos
fosfatados, com aração e gradagem, intensificaram as reações de adsorção na
camada arável (0-20 cm). Sob preparo convencional, o conteúdo da matéria
orgânica do solo é reduzido, com conseqüente alteração nas reações das formas
de P inorgânicas dispoveis, no compartimento da biomassa microbiana e nas
formas orgânicas disponíveis (Rheinheimer, 2000).
Em geral, solos submetidos a preparos conservacionistas concentram P
disponível na camada superficial e há estratificação de P no perfil, com redução
da concentração com o aumento da profundidade (Anghinoni, 2007). Em um
experimento com duração de 12 anos foi obtida concentração de 2,42 vezes
maior de P disponível em plantio direto comparado com preparo convencional
na camada de 0 -10 cm; no entanto, na camada de 10-50 cm, a concentração
foi maior no preparo convencional (Lal et al., 1990). O acúmulo de P na
camada superficial do solo em plantio direto resulta da aplicação de fertilizantes
fosfatados, da liberação durante a decomposição dos resíduos de plantas e
animais, da diminuição da fixação, em decorrência do menor contato desse
elemento com os constituintes inorgânicos do solo e das menores perdas de
solo por erosão (Santos et al., 2003).
São diversos os efeitos que os sistemas de culturas m sobre a dinâmica
do P. O fluxo contínuo de diferentes formas de C, provenientes da decomposição
dos resíduos culturais, associado ao não revolvimento do solo, resulta na
competição pelos tios de carga positiva dos colóides inorgânicos por parte dos
compostos orgânicos, formando complexos orgânicos com os íons de Al
3+
, Fe
3+
e
Mn
2+
(Franchini et al. 2000). O resultado da ocupação dos sítios de carga positiva
na superfície dos colóides inornicos é a minimização da passagem do P-
disponível para o P-não disponível, resultando no aumento da disponibilidade de P
para as raízes das plantas (Rheinheimer, 2000). Silveira & Stone (2001), avaliando
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seis sistemas de rotação de culturas, verificaram que estes não afetaram
significativamente os teores de P disponível no solo, mas de forma gera,l os teores
de P no solo aumentaram com os anos de cultivo em todas as rotações
estudadas. Em um estudo sobre os atributos químicos de um Argissolo do RS
submetido a diferentes sistemas de preparos e culturas, Carballo (2004) obteve
diferenças no P dispovel nas camadas superficiais do solo no sistema plantio
direto e quantidades menores no sistema convencional. Os sistemas de culturas
pouco afetaram as diferenças de P dispovel no solo.
As diferenças obtidas por diversos autores quanto ao acúmulo de P na
superfície do solo no sistema plantio direto altera a profundidade de
amostragem de solo, as classes de interpretação e os teores críticos de P para
cada classe, bem como a recomendação de adubação para as culturas.
As doses de fertilizantes fosfatados recomendadas pela CQFS (2004)
são maiores do que as das recomendações anteriores de Siqueira et al. (1987)
e Comissão... (1989; 1995). No entanto, as faixas de teores de nutrientes e
seus respectivos teores críticos, embora tenham sido ajustados, são os
mesmos dessas recomendações. Schlindwein (2003) e Schlindwein & Gianello
(2004) criticaram os valores de teores críticos utilizados pela CQFS (2004), e
por conseqüência as faixas de fertilidade de P, por ter sido a calibração feita no
sistema convencional de cultivo, sendo que, atualmente, a maior parte da área
com soja, trigo e milho no estado do RS é cultivada no sistema plantio direto.
Além disso, a amostragem de solo é feita na camada de solo de maior
concentração de P e atualmente as culturas têm um potencial de rendimento
maior, necessitando de maiores quantidades de nutrientes para seu
crescimento e exportação.
No sistema plantio direto, destacam-se a maior concentração superficial
de nutrientes, entre eles o P (Eltz et al., 1989; Schlindwein & Anghinoni, 2000)
e o aumento da matéria orgânica (Eltz et al., 1989; Schlindwein & Anghinoni,
2000; Bayer et al., 2009), que associados ao resíduo das culturas mantida na
superfície, diminuem as perdas de solo e nutrientes por erosão (Bertol et al.,
1997; Seganfredo et al., 1997, Cassol et al., 2007) permitindo um melhor
aproveitamento dos fertilizantes aplicados.
A amostragem de solo sob preparo convencional é feita na camada 0-
17/20 cm de profundidade, enquanto que em solos sob plantio direto é feita na
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camada de 0-10 cm. A menor profundidade de amostragem do solo sob
sistema plantio direto, associada à concentrão superficial de P, resulta em
valores mais elevados dos atributos de fertilidade.
Em experimentos de longa duração estudados por Schlindwein &
Anghinoni (2000), foi observado um aumento médio em torno de 50% nos
teores de P nas amostras de solo sob sistema plantio direto, coletadas da
camada 0-10 cm, em relação aos valores da camada 0-20 cm sob preparo
convencional, sugerindo um aumento no valor do teor crítico. Schlindwein &
Gianello et al., (2008) demonstraram que o teor crítico é maior na camada de 0-
10 cm em solos sob sistema plantio direto do que para a mesma camada ou na
camada zero-20 cm em preparo convencional.
O rendimento médio de trigo, soja e milho, em lavoura no RS, aumentou
ao longo do tempo, possivelmente devido à utilização de variedades mais
competitivas e/ou técnicas mais avançadas de produção. Sabe-se que as
necessidades da cultura e a exportação de nutrientes também aumentaram,
sugerindo maiores doses de P para se obter maiores rendimentos (máxima
eficncia econômica). Assim, Schlindwein (2003) demonstrou que não somente o
teor crítico de P aumentou no solo, mas também as doses desses nutrientes. De
acordo com isso, a CQFS (2004) aumentou as doses de P, embora, dependendo
do teor no solo, as doses recomendadas são menores do que as doses sugeridas
por Schlindwein (2003). Desta maneira, estudos em situações controladas, com
amostras indeformadas de solo, delineados com o fim específico de avaliar a
resposta das culturas à adubação fosfatada são necessários.
O método de análise de solo empregado para avaliar o P disponível no
solo para as plantas (Mehlich-1), nos estados do RS e SC, não avalia a
contribuição da fração orgânica de P para a nutrição das plantas, bem como o
aumento da disponibilidade de P no solo pelo aumento do pH. Há, então, a
necessidade da inclusão de alguns fatores que associados ao teor de argila,
estimem (direta ou indiretamente) a contribuição de formas orgânicas de P e o
aumento deste nutriente no solo em função do aumento do pH. A inclusão
desses fatores pode otimizar o uso do P na agricultura, contribuindo para a
manutenção das reservas mundiais de P e reduzindo sua transferência da
agricultura para o ambiente aquático.
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2.5. Grau de saturação de sforo no solo e sua relação com
aspectos agronômicos e ambientais
Dada a baixa disponibilidade de dados referentes à perda de P nas
condições do Sul do Brasil, uma alternativa comum usada por outros países é o
teor de P no solo utilizado para recomendação de adubação, seguindo o princípio
racional de que teores de P no solo acima do teor crítico, o mesmo está
vulnerável a ser removido por erosão. No caso do RS e de SC que possuem um
sistema de recomendação de adubação estabelecido há décadas, e tem sido
constantemente atualizado e aprimorado, esta relação pode ser colocada em
prática. Porém, para aumentar o grau de confiabilidade desta relação, requer alto
investimento em pesquisa, pois precisa-se relacionar dados de teores de P no
solo pelo método de análise (Mehlich-1) e as quantidades de P perdidas por
erosão. Além disso, essa relação deve ser feita cuidadosamente quando usada
para interpretar valores de análises de solo com objetivos ambientais, pois a
calibração dos valores foi feita com base na resposta das culturas ao P no solo, e
não sobre a liberação de P no solo para o ambiente via escoamento superficial.
Uma medida ambiental do P no solo, desenvolvida na Holanda por
Breeuwsna & Silva (1992) para acessar o potencial de perda de P, é o grau de
saturação de P no solo (GSP). O GSP é definido como a relação entre o P
disponível pelo método de análise de solo utilizado para fins de recomendação e
a fixação máxima de P no solo. O GSP é um indicador do potencial de perda de
P, derivado de que a saturação de P no solo é fortemente relacionada com a
dessorção de P no solo, sendo que a dessorção aumenta com alto grau de
saturação de P no solo (Sibbeson e Sharpley, 1997). Aliado a isso, muitos
estudos têm relacionado o GSP com o P perdido por escoamento superficial
(Sharpley, 1995; Pote et al., 1996; Pote et al., 1999, Sharpley et al., 2003). Para
o GSP ser um efetivo e adequado índice ambiental para estimar as perdas de P
do solo para o ambiente, correlações com alto grau de associação devem ser
obtidas com as formas de P mais suscetíveis às perdas por escorrimento
superficial (P particulado ou dissolvido). Diversos estudos têm demonstrado altas
correlações entre o P dissolvido reativo em águas de escorrimento superficial e o
P extraível em água (Pote et al., 1996; Pote et al., 1999; Sharpley et al., 2008;
Agin-Birikorang et al., 2008; Dougherty et al., 2004; Dougherty et al., 2008).
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Deste modo, o P extraível em água pode ser usado como um índice de forma de
P no solo que é rapidamente perdido por escorrimento superficial.
O GSP é baseado na relação entre o valor de P obtido pelo método de
extração de P no solo (Mehlich-1, Mehlich-3, resina, água, etc.) e a capacidade
de adsorção de P no solo, este último obtido pela isoterma de adsorção de
Langmuir (Hughes et al., 2000; Maguire & Sims, 2002). O uso dos valores de
análise de solo para estimar o risco de perda de P tem sido utilizado em países
onde o “Phosphorus Index” (PI) é utilizado, no entanto, o GSP é mais confiável do
que somente o resultado de análise de solo, pois considera a capacidade do solo
em reter P e, tamm, pelos resultados obtidos em estudos de correlação entre o
P dissolvido em águas superficiais entre diferentes tipos de solos (Sharpley et al.,
2003; Ige et al., 2005). Sharpley et al. (1996) reportou alto grau de correlação
entre o P dissolvido por escorrimento superficial e o P obtido por Mehlich-3 (0,72),
no entanto, a relação foi maior quando foi utilizado o GSP (0,86).
No Brasil, e no caso deste trabalho, no RS, são escassas as
informões sobre perdas de P no solo e sua relação com o P no solo
(Mehlich-1, resina, etc..), P dissolvido ou particulado na água. Desta maneira, o
GSP pode ser um índice importante na estimativa do risco de perdas de P em
solos do Sul do Brasil. Além disso, pode ser incorporado ao sistema de
recomendação de adubação, otimizando o manejo do P em áreas de risco,
aumentando a eficiência do uso do P na agricultura e contribuindo para a
manutenção das reservas globais de P, frente ao desafio de demanda
alimentar crescente e produção de bioenergia (Ige et al., 2005; Sharpley et al.,
2003; Kleinmann e Sharpley, 2002; Maguire e Sims, 2002).
2.6. Técnicas de determinação desforo em solos
A solução de Mehlich-1 e determinação por colorimetria são as cnicas
utilizadas para avaliação da disponibilidade de fósforo (P) para as plantas nos
Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, além de vários Estados
brasileiros. No entanto, com o objetivo de aumentar a eficiência dos laboratórios
de análises de solos, técnicas que determinam smultaneamente vários elementos
estão sendo adotadas.
Em âmbito mundial, alguns laboratórios utilizam, alternativamente, a
técnica de espectrometria de emissão ótica por plasma induzido (ICP) para a
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determinação simultânea de vários elementos. Esta técnica baseia-se na emissão
ótica dos átomos excitados no plasma (8000 a 10000
o
C), possibilitando a
determinação simultânea de vários elementos (Mallarino, 2003). A solução
(contendo moléculas) é injetada no plasma, vaporizada instantaneamente,
dissociada e ionizada; por essa técnica, portanto, podem ser determinadas outras
formas de P em adição ao ortofosfato. Por essa razão, o teor de P determinado
por ICP, algumas vezes, é de aproximadamente 50% maior em relação ao
determinado por colorinetria. Algumas pesquisas indicam que o P adicional
provém, principalmente, das formas orgânicas (Hylander et al. 1995; Eckert &
Watson, 1996; Nathan et al 2002; Sikora et al. 2005).
Nos EUA, a utilização da cnica do ICP em laboratórios de análise de solo
expandiu-se rapidamente a partir do início dos anos 90 (Munter, 1990). A
utilização da técnica do ICP para a determinação do teor de P é criticada porque
os valores obtidos diferem entre os métodos, necessitando-se de alterações nas
tabelas de interpretação dos teores de P no solo.
A utilização da técnica de ICP-OES em laboratórios de análise de solo é
recente no Brasil, devido ao alto custo de aquisição e manutenção do
equipamento e pela escassez de trabalhos de pesquisa que mostrem a eficiência
desta técnica em solos brasileiros, necessitando-se de estudos que comprovem a
eficncia da cnica na interpretação e recomendação de P.
2.7 Referências bibliográficas
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CAPÍTULO II
METODOLOGIA PARA OBTENÇÃO DE AMOSTRAS INDEFORMADAS DE
SOLO SOB PLANTIO DIRETO PARA ESTUDO EM CONDIÇÕES
CONTROLADAS
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3.1 INTRODUÇÃO
A avaliação da fertilidade do solo pode ser feita por vários métodos,
dentre eles os testes com plantas a campo ou em vasos. Os testes com plantas
cultivadas em vasos, conduzidos em casas-de-vegetação, podem ser utilizados
para diversos estudos (comparação de fontes de nutrientes, relações solo-
planta, estudos de nutrição de plantas, comparações de métodos de análises
de solo, dentre outros) (Bissani et al. 2008). Além disso, permite o estudo
simultâneo de um grande número de solos, conduzidos em qualquer época do
ano, com reduzido tempo de duração (semana ou meses), e a baixo custo.
O modo de condução desses experimentos representa bem o sistema
convencional de cultivo, pois o solo coletado é desagregado, passado em
peneira (aproximadamente 5 mm de abertura) e posteriormente colocado nos
vasos. No entanto, esse procedimento dificulta os estudos em vasos com
amostras de solos sob sistema plantio direto, pois o revolvimento do solo para o
acondicionamento do mesmo nos vasos altera as suas características físicas
(estrutura, porosidade, densidade, agregação, dentre outras) (Hillel, 1982). Além
disso, alteram a distribuição dos nutrientes, especialmente o carbono e o fósforo
que se acumulam na supercie do solo nesse sistema, formando um gradiente
de concentração (Anghinoni, 2007, Gatiboni et al., 2007). Nesse caso,
avaliações conduzidas em solos sob plantio direto, em vasos, devem preservar
ao ximo as condições físicas originais, destacando a importância de coletas
de amostras com estrutura indeformada representativas destas condições.
Dentre os diversos indicadores do estado físico do solo, principalmente de
compactação, os mais utilizados são a densidade e a resistência mecânica à
penetração (Raper, 2005). Reichert et al. (2003), Reichert et al. (2009) definiram
limites críticos de densidade do solo de acordo com classes texturais, e dessa
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forma seria possível inferir sobre o estado de compactação do solo a partir dos
valores críticos de densidade do solo.. O método padrão para quantificação da
densidade do solo, que envolve a coleta de amostras indeformadas por anéis
volumétricos (Embrapa, 1997), é trabalhoso, demorado e destrutivo.
vários trabalhos publicados na literatura, com estudos em vasos,
utilizando solo sob sistema plantio direto, porém os que utilizaram amostras
indeformadas não especificaram qual o critério adotado para defini-las como tal
(Gatiboni et al., 2007; Rheinheimer et al., 2007; Leite et al., 2006; Pavinato &
Rosolem, 2008; Diekow et al., 2006; Schlindwein et al. 2003). O objetivo do
presente trabalho foi propor um equipamento de obtenção de amostras
indeformadas, de solos sob sistema plantio direto, para estudos em vasos
conduzidos sob condições controladas, e a validação do mesmo pela comparação
de alguns atributossicos do solo nas amostras obtidas e no local de coleta.
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3.2 MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi desenvolvido inicialmente no Laboratório de Análises de Solo
da UFRGS, na elaboração de um equipamento de coleta de amostras
indeformadas de solo. O amostrador foi feito em forma cilíndrica, emo inoxivel,
com as dimensões de 208 mm de diâmetro externo, 300 mm de comprimento e 4
mm de espessura, tendo 200 mm de diâmetro interno para acoplar um tubo de PVC
de 200 mm de diâmetro (Figura 1). A borda inferior do amostrador foi acabada em
formato de bisel, com espessura menor do que um milímetro e afiada para facilitar a
penetração no solo. Na borda inferior em bisel, com tamanho de 50 mm, foi feita
uma sobreposição interna com espessura de 2 mm, para suportar um cilindro de
PVC de mesma espessura. Um cilindro de PVC com as dimensões de 200 mm de
diâmetro externo, 250 mm de profundidade e 2 mm de espessura foi acoplado
dentro do cilindro, de forma que a parte inferior do PVC ficasse apoiada na
sobreposição. Desta maneira se tem a uniformidade entre parede interna do bisel e
parede interna do PVC, permitindo a penetração connua no solo.
Para avaliação da metodologia, foram selecionadas áreas conduzidas em
sistema plantio direto, no estado do Rio Grande do Sul, com mais de 15 anos de
adoção, em solos com diferentes teores de argila, num total de quatro locais, sendo:
um Argissolo Vermelho Distrófico pico (PVd) localizado na Estão Experimental
Agromica da UFRGS (Lat. S 30°0542e Long. O 51°40’32), em Eldorado do
Sul; um Latossolo Vermelho Distrófico típico (LVd2) localizado em área de produção
(Lat. S 244’17” e Long. O 53°41’54”) em Cruz Alta; um Latossolo Vermelho
Distrorrico típico (LVdf2) localizado em área de produção (Lat. S 28°19’55” e Long.
O 555’54) em Ijuí; e um Latossolo Vermelho Distroférricopico (LVdf2) localizado
em área de produção em o Miguel das Missões (Lat. S 28°55’53e Long. O
520’47”). Algumas características físicas e químicas avaliadas nos solos
amostrados são dadas no Tabela 3.1.
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27
180 mm
50 mm 250 mm
300 mm
208 mm
208 mm
300 mm
250 mm
50 mm
4 mm4 mm
200 mm
Cilindro de
PVC
Cilindro de
o inox
a)
b)
c) d)
5 6
200 mm
Cilindro de
PVC
Cilindro de
o inox
180 mm
50 mm 250 mm
300 mm
208 mm
208 mm
300 mm
250 mm
50 mm
4 mm4 mm
200 mm
Cilindro de
PVC
Cilindro de
o inox
a)
b)
c) d)
5 6
200 mm
Cilindro de
PVC
Cilindro de
o inox
Figura 3.1. Detalhe do amostrador: corte frontal (a); vista frontal (b); projeção
amostrador e PVC (c); e vista superior (d)
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28
Tabela 3.1. Atributos sicos e químicos dos solos utilizados no estudo, na
profundidade de zero – 20 cm.
Atributos
1
Solos
PVd LVd2 LVdf2 LVdf2
Municípios de col
eta
Eldorado do
Sul
Cruz Alta Ijuí
São Miguel
das Missões
Areia (g kg
-
1
) 530 640 100 190
Silte (g kg
-
1
) 270 280 190 270
Argila (g kg
-
1
) 200 360 710 540
COT
(g kg
-
1
)
2
21
25
30
23
pH
5,2
5,3
5,5
5,2
1
Conforme Tedesco et al. (1995);
2
Carbono orgânico total
O amostrador foi introduzido no solo por um sistema de levante hidulico
manual (macaco hidráulico tipo garrafa com capacidade de 16 t). Na extremidade
superior do cilindro foi colocada uma tampa de aço com diâmetro de 250 mm e
com espessura de 10 mm. O sistema de levante hidráulico manual foi acoplado
sobre a tampa do amostrador. Como contrapeso, maior que a resistência do solo,
foi utilizado um trator agrícola. O sistema de levante hidráulico manual foi
acionado e como o peso do trator é maior que a resistência do solo, o amostrador
foi então, introduzido no solo por pressão lenta e connua, sem impacto.
Previamente, foi passado óleo mineral na parte externa do amostrador, com a
finalidade de reduzir o atrito entre o solo e o amostrador. O óleo mineral o
entrou em contato com o solo dentro do tubo de PVC; foi um procedimento
adotado para facilitar a introdução do cilindro, principalmente em solos com alto
conteúdo de argila e umidade.
Foram introduzidos dois amostradores simultaneamente no solo, utilizando-
se dois macacos hidráulicos, um para cada amostrador. Após a introdução
completa dos mesmos, foi determinada a resistência do solo à penetração (índice
de cone) dentro de um dos amostradores e na área adjacente ao mesmo, na
profundidade de zero a 20 cm, com um penetrômetro eletrônico com
configurações de acordo com as normas contidas na ASAE 2004. A introdução
completa do cilindro foi definida quando a extremidade superior do amostrador
ficasse aproximadamente a 1 cm do nível do solo. Deste modo, evitou-se a
compactação da camada superficial pelo contato com a tampa de suporte do
sistema de levante hidráulico manual. No outro amostrador, a amostra foi mantida
indeformada para a determinação da densidade. As essa avaliação, o
amostrador foi retirado do solo pelo sistema de levante hidráulico do trator
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29
agrícola. A retirada do amostrador foi feita acoplando-se uma corrente nos braços
do levante hidráulico. Essa corrente, por sua vez, foi acoplada em outra corrente
colocada na parte externa do amostrador, fixadas no mesmo por meio de um
encaixe circular de aço de 10 mm em duas extremidades do amostrador. A
corrente do amostrador possui ajuste de tamanho para acoplar o mesmo em
diferentes modelos de tratores agrícolas (altura de trabalho, ajustes de largura,
etc.). A retirada do amostrador foi feita pelo acionamento do sistema hidráulico do
trator (levante de três pontos ou equipamento de levante acoplado ao sistema de
comando hidráulico), de forma lenta e contínua. Após, foi feita a retirada do tubo
de PVC do amostrador, removendo o excesso de solo da extremidade inferior (50
mm), utilizando-se uma faca. O tubo de PVC foi removido manualmente do
amostrador, deslocando-se a parte inferior no sentido da superior. As a retirada
do tubo de PVC, o solo restante na extremidade inferior foi removido com faca,
mantendo-se como vel a extremidade inferior do tubo de PVC. Na extremidade
superior o é necessário ajuste no volume de solo, pois a introdução no solo é
realizada até restar aproximadamente 1cm de distância da extremidade superior
do cilindro. Para evitar perda de solo na extremidade inferior, foi colocada uma tela
de nylon de abertura < 0,3 mm, fixada com atilho de borracha. Durante todo esse
processo, foi mantido um ângulo de aproximadamente 3 na mobilizão do
amostrador/PVC para evitar que a superfície do solo fosse mobilizada.
Foram também coletadas amostras indeformadas de solo pelo método do
anel volumétrico (Embrapa, 1997) nas profundidades de zero a 5,0, 5,0 a 10,0,
10,0 a 15,0 e 15,0 a 20,0 cm na área adjacente de onde o amostrador foi retirado.
Foram evitadas nesse caso áreas com tráfego do rodado do trator, bem como as
desestruturadas por ocasião da retirada do sistema. No Laboratório de Física do
Solo do Departamento de Solos da UFRGS, foi determinada a densidade do solo
nas amostras coletadas com o amostrador, em cada local, pelo método do anel
volumétrico, conforme recomendações Embrapa (1997), nas mesmas
profundidades avaliadas no campo, bem como o teor de umidade em cada
profundidade de amostragem. Para cada local foram feitas quatro repetições de
cada avaliação (densidade do solo e resistência do solo à penetração).
A análise estatística dos dados foi feita com o teste t para comparação de
médias pareadas, ao vel de significância de 1% de probabilidade.
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3.3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os dados de resistência do solo à penetração, expressa em kA (índice de
cone), e a densidade do solo, em cada classe de solo e em cada profundidade,
obtidos no solo e no amostrador são mostrados nas Tabelas 3.2 e 3.3. A
comparação foi feita em cada solo, na mesma profundidade dos valores médios
obtidos das análises físicas no solo e no amostrador proposto.
o foram obtidas diferenças estatísticas significativas nos valores de
resistência do solo à penetração, independentemente do tipo de solo e
profundidade de amostragem (Tabela 3.2). A compactação do solo reduz o
índice de vazios (relação volume de vazios/volume de sólidos) pela
reorganização das partículas do solo, quando submetido a uma força de
compressão (Costa et al., 2003). A introdução do amostrador no solo não causou
compactação do solo, possivelmente pelo modo de introdução do mesmo ser por
pressão lenta e contínua, sem impacto. Alterações na estrutura física das
amostras podem ocorrer próximo da parede do cilindro devido à reacomodação
nas partículas de solo e a entrada do amostrador no perfil do solo.
Tabela 3.2. Índice de cone obtido em quatro classes de solo, em duas
condições de amostragem para cada solo, calculado em
intervalos de 5 cm até 20 cm de profundidade.
Profundidade
Classe de solo
PVd
LVdf2
LVdf2
LVdf2
A
1
S A S A S A S
(cm)
------------------------------ Índice de cone (kPa)
2
------------------------------
0-5
1393 1391 1478 1429 516 605 1699 1802
5-10
2040 1600 1923 1746 1199 1334 2634 2597
10-15
2175 1655 1965 1989 1856 1629 2194 2335
15-20
2079 1901 2048 2088 1946 1783 2220 2381
dia
1922 1639 1853 1823 1379 1338 2187 2279
CV (%)
20 14 13 17 23 24 7 4
Ug (kg kg
-
1
)
0,13 0,13 0,23 0,21 0,27 0,29 0,21 0,22
1
A – amostrador e S – solo;
2
Resistência do solo à penetração expressa em índice de cone (kPa)
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31
Tabela 3.3. Densidade do solo obtida em quatro classes de solo, em duas
condições de amostragem para cada solo, em intervalos de 5 cm
até 20 cm de profundidade.
Profundidade
Classe de solo
PVd
LVd2
LVdf2
LVdf2
A
1
S A S A S A S
(cm) ----------------------------- Densidade do solo (Mg m
-
3
)
1
-------------------------
0
-
5
1,41
1,51
1,48
1,54
1,18
1,15
1,27
1,32
5
-
10
1,50
1,57
1,47
1,55
1,28
1,27
1,41
1,42
10
-
15
1,53
1,62
1,50
1,50
1,32
1,25
1,42
1,43
15-20 1,55 1,63 1,50 1,51 1,30 1,24 1,42 1,44
Média
1,50
1,58
1,49
1,53
1,27
1,23
1,38
1,40
CV (%) 4 4 5 3 8 6 5 4
Ug (kg kg
-
1
)
0,13
0,13
0,23
0,21
0,27
0,29
0,21
0,22
1
A – amostrador e S – solo;
2
Densidade do solo Mg m
-3
A introdução do amostrador no solo por impacto, possivelmente
favoreceria a desestruturação do solo, o rearranjo das partículas de solo,
modificando os valores de resistência do solo à penetração e densidade. A
mesma tendência foi observada para todos os solos, independentemente da
classe textural. Desse modo, a metodologia de obtenção de amostras
indeformadas com uso do equipamento proposto em áreas sob plantio direto
pode ser utilizada em solos com diferentes classes texturais.
o foram observadas diferenças estatísticas significativas nos valores de
densidade do solo nas condições estudadas (Tabela 3.3). O rearranjo das
partículas do solo pela acomodação natural de partículas e pelo tráfego connuo
de máquinas e implementos na superfície do solo ou pelo impacto direto, resulta
em aumento da densidade do solo e modificações no sistema poroso (Hillel,
1982; Costa et al., 2003), bem como em aumento na resistência do solo à
penetração (Costa et al., 2003). A introdução do equipamento no solo não
modifica os valores de densidade do solo, independentemente da classe textural.
Quanto à obtenção de amostras por meio do amostrador proposto notou-
se boa eficiência e agilidade no processo, com poucos eventos de descarte de
amostras por problemas. Um dos maiores cuidados na utilização é com relação à
introdução do cilindro metálico, que deve permanecer exatamente na posição
vertical a fim de evitar inclinações durante penetração no solo, que se acaso
ocorrer tornará necessário reiniciar o processo. Devido à boa resistência do metal
e a borda em bisel não foram observados problemas quanto à presença de raízes
na coleta em áreas agrícolas. Possivelmente seria uma limitação para uso em
coletas onde houvesse vegetação arbustiva ou florestas, em que o diâmetro das
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32
raízes é maior. O mesmo impedimento pode ocorrer em solos com textura
grosseira, com presença de cascalho e calhaus ou então rochas, onde estas
poderiam ser um entrave à introdução do cilindro no perfil, ou então danificando a
borda em bisel e causando desvio no ângulo de introdução. Em solo com elevado
teor de argila, e principalmente se ocorrer a presença de argilominerais
expansíveis, na condição de umidade elevada do solo, a obtenção de amostras
pode ser dificultada ou até impedida pela adesão solo-metal. Recomenda-se a
coleta quando o teor de água no solo abaixo do limite inferior de plasticiadade,
para permitir boas condições de trabalho.
Neste estudo avaliou-se a eficácia do amostrador na obtenção de
amostras indeformadas em sistema plantio direto justamente pela dificuldade de
simular as condições de estrutura de solo encontradas a campo, mas isso não
restringe sua aplicação somente para essas situações. Seu uso para
amostragem em sistemas convencional de preparo de solo é possível e
provavelmente o processo seja mais ágil devido à menor resistência a introdução
no perfil do solo. Neste caso apresentaria a vantagem de manter a estrutura em
termos de não misturar camadas de solo de interesse, podendo as amostras ser
dispostas para cultivo assim como são obtidas no campo. Como não foi avaliado
nessas condições, são necessários estudos de adequação de uso ou ao menos
comprovar se esta cnica é mais eficiente em termos de agilidade na
amostragem, visto que a integridade estrutural das amostras, nesse caso, é
menos relevante.
O uso de amostras indeformadas de solos sob sistema plantio direto
permite a avaliação controlada de diversos tipos de estudo na área da Ciência do
Solo. Pode ser estudada a dinâmica de nutrientes e água em solos sob esse
sistema, comparação de fontes de nutrientes, degradação de resíduos mantidos
em superfície, adição de resíduos orgânicos ou de outra natureza, avaliar o
impacto dos mesmos no solo, estudos de mobilidade de nutrientes, poluentes e
elementos tóxicos no solo. Embora os estudos dessa natureza sejam de caráter
exploratório, são de grande relevância pesquisas em condições controladas, para
posterior aplicabilidade a campo. Além disso, é um tipo de estudo que pode ser
executado simultaneamente com vários tipos de solos, conduzido em qualquer
época do ano a um custo relativamente baixo, o que proporciona agilidade na
condução de experimentos.
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3.4 CONCLUSÕES
O equipamento proposto é eficiente para a obtenção de amostras
indeformadas de solos, não tendo alterado a densidade e a resistência do solo
à penetração em sistema plantio direto, podendo ser usado para estudos em
condições controladas.
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3.5.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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toxidez de alumínio em raízes de soja por culturas antecessoras no Plantio
Direto. Revista Brasileira de Agrociência, Pelotas, v.9, n.2, p.85-88, 2003.
TEDESCO, M.J.; GIANELLO, C.; BISSANI, C.A.; BOHNEN, H.; VOLKWEISS,
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Departamento de Solos da UFRGS, 1995. 147p. (Boletim Técnico, 5).
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CAPÍTULO III
RESPOSTA DAS CULTURAS AO FÓSFORO E O RISCO DE PERDAS DE
FÓSFORO EM SOLOS COM DIFERENTES HISTÓRICOS DE USO E
MANEJO
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4.1 INTRODUÇÃO
O fósforo (P) é o nutriente que atualmente representa o maior custo no
programa de adubação para as culturas. Além disso, as reservas fosfáticas
estão limitadas a suprir P por aproximadamente 100 anos (Cordell et al., 2009).
Dos vários estudos que relatam a problemática do P como recurso finito, alguns
destacam que uma das formas de controlar ou reduzir o consumo de P será
pelo aumento do preço do produto, tanto matéria prima quanto os fertilizantes
comerciais. Deste modo, práticas agronômicas visando o aproveitamento do P
do solo ou do adicionado via fertilizante, mineral ou orgânico, se fazem
necessárias para aumentar a eficiência do uso do P na agricultura.
Sistemas conservacionistas de manejo do solo, como o plantio direto,
ocupam aproximadamente quatro milhões de hectares no estado do Rio
Grande do Sul, principalmente para produção de gos (Cassol et al., 2007).
Nesse sistema, devido o aporte de resíduos na superfície do solo, e a redução
na mobilização do solo pelo preparo, produzem mudanças na ciclagem e
transformações dos nutrientes no solo (Hedley et al., 1982), tendo, por
consequência, acúmulo de P nas camadas superficiais do solo, sendo dependente
do histórico de uso e manejo. O acúmulo de P na superfície do solo, no plantio
direto, altera a profundidade de amostragem de solo, as classes de
interpretação e os teores críticos de P para cada classe, bem como a
recomendação de adubação para as culturas.
As doses de fertilizantes fosfatados recomendadas pela CQFS (2004) são
maiores do que as das recomendações anteriores de Siqueira et al. (1987) e
Comissão... (1989; 1995). No entanto, as faixas de teores de nutrientes e seus
respectivos teores críticos, embora tenham sido ajustados, são os mesmos
dessas recomendações. Schlindwein (2003) e Schlindwein & Gianello (2004)
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38
criticaram os valores de teores críticos utilizados pela CQFS (2004), e por
conseqüência as faixas de fertilidade de P, por ter sido a calibração feita no
sistema convencional de cultivo. No entanto, atualmente, a maior parte da área
com soja, trigo e milho no estado do RS é cultivada em plantio direto. Além disso,
a amostragem de solo é feita na camada de solo de maior concentração de P, e
atualmente as culturas têm um potencial de rendimento maior, necessitando de
maiores quantidades de nutrientes para seu crescimento e exportação.
No estado do RS relatos de produtores, consultores agronômicos,
responsáveis técnicos de cooperativas e fundações de pesquisa, de que
resposta econômica da aplicação de P em doses maiores das recomendadas
pelo Manual de Adubação para os estados do RS e de SC. Os mesmos
consideram baixo o valor do teor crítico de P estabelecido no Manual de
Adubação (CQFS, 2004). No entanto, o aumento das doses de P nas
condições de solo e clima do estado do RS, especialmente em relação ao
relevo, pode proporcionar, além de perdas econômicas, danos ambientais pelo
transporte do P, via escoamento superficial, para os mananciais de água,
favorecendo o processo de eutrofização. Assim, os objetivos deste trabalho
foram avaliar a resposta das culturas ao P, e o potencial de perda deste
nutriente em solos sob diferentes históricos de uso e manejo.
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4.2. MATERIAL E MÉTODOS
Este estudo foi conduzido em experimentos realizados em duas etapas
distintas, uma em campo e outra em condições controladas, utilizando-se áreas
com diferentes e contrastantes históricos de uso e manejo. Foram selecionadas
ts áreas com base no conhecimento pvio do histórico de uso e manejo
diferenciado, situadas nas principais regiões de produção de grãos do estado do
RS, sendo localizadas nos municípios de Ijuí, Cruz Alta e Vacaria. A descrição
detalhada das áreas é feita a seguir.
4.2.1. Histórico de uso e manejo do solo
4.2.1.1. Ij
A área originalmente coberta por mata nativa, sob Latossolo Vermelho
Distroférrico típico (LVdf2), foi iniciada com agricultura em 1900 e a exploração
agrícola foi por mão-de-obra familiar e práticas agrícolas nos moldes europeus.
Houve um período de agricultura colonial (entre 1900 e 1970) com preparo de solo
com tração animal, criação de animais e cultivo de milho, trigo, feijão, lentilha,
mandioca e soja (a partir de 1956) entre outras espécies para subsistência, sendo
o cultivo baseado na fertilidade natural do solo. Na década de 1970, iniciou o
período de agricultura mecanizada com preparo convencional (PC) do solo com
aração e gradagem, aplicação de fertilizantes químicos, sucessão de cultivos de
trigo e soja, além da queima da palha do trigo, resultando em solo degradado
fisicamente. A partir de 1987 foram adotadas práticas conservacionistas de
manejo do solo com preparo reduzido (PR), feito com escarificador e grade, a
palha do trigo deixou de ser queimada e a cultura da aveia foi inserida em rotação
com o trigo. Em 1995 teve icio o plantio direto (PD), mantido até os dias atuais.
A calagem é feita a cada ts anos, com aplicação superficial de 2,0 t ha
-1
. A
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40
aplicação de fertilizantes é feita na linha de semeadura. Nessa área pticas
conservacionistas de suporte como terraços e cultivo em contorno.
4.2.1.2. Cruz Alta
A área foi iniciada com agricultura em 1945 a partir de campo nativo, sob
Latossolo Vermelho Distrófico típico (LVd2), no sistema convencional de cultivo.
Em 1970 foi convertido para pastagem e criação de gado de corte, e em 1989 foi
iniciado o sistema plantio direto com rotação de culturas sendo soja e milho no
verão e aveia+ervilhaca, nabo+tremoço e trigo no inverno. A calagem é feita a
cada 5 anos, superficialmente, na dose de 2,0t ha
-1
. A aplicação de fertilizantes é
feita na linha de semeadura. Nas gramíneas o utilizados em média 180 kg
-1
ha
-
1
ano de N. Nessa área somente o cultivo em contorno como prática
conservacionista de suporte.
4.2.1.3. Vacaria
O campo nativo, sob Latossolo Bruno Aluminoférrico pico (LBaf), foi
utilizado para criação de gado de corte desde 1930. A área foi iniciada com
agricultura em 1991. Foi feita uma aração, duas gradagens, sem aplicação de
calcário no icio do uso agcola. A partir dessa data o solo não foi mais revolvido
e a aplicação de fertilizantes é feita na linha de semeadura. A calagem é feita a
cada 5 anos, com aplicação superficial na dose de 2,0 t
-1
ha. Nessa área é feita
rotação de culturas sendo soja e milho no verão e aveia+ervilhaca e trigo no
inverno. Nas gramíneas são utilizados em dia 180 kg
-1
ha
-1
ano de N.
práticas conservacionistas de suporte como terraço e cultivo em contorno.
4.2.2. Experimento de campo
O experimento foi instalado em parcelas de campo com dimensões
diferentes para cada local, dada a dependência de tipo de semeadora e colhedora
utilizada para as operações e disponibilidade de área dos produtores. Além disso,
as doses de P aplicadas diferiram entre os locais devido à capacidade de
distribuição de fertilizante das semeadoras. Em todos os locais o P foi aplicado
somente uma vez e nos cultivos subsequentes, o P não foi adicionado. A análise
de solo inicial nas áreas antes da instalação do experimento é mostrada na Tabela
4.1, nas profundidades de 0-10, 10-20 e 20-40 cm.
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41
Tabela 4.1. Caracterização físico-química
1
dos solos das áreas utilizadas.
Profundidade
DS
Argila
P K MO Ca Mg Al CTC pH SMP
cm
g cm
-
3
g dm
-
3
mg
dm
-
3
g dm
-
3
---------- cmol
c
dm
-
3
----------
------------------------------------------- LVdf2 -------------------------------------------
0-10 1,27 670 3,9 157 33 6,4 2,6 0,2 15,7 5,2 5,9
10
-
20
1,31
740
1,8
37
2
1
5,6
2,2
0,0
14,5
5,5
6,0
20
-
40
1,42
790
2,0
28
15
5,3
2,5
0,0
13,6
5,4
6,2
---------------------------------------- LVdf ----------------------------------------
0-10 1,52 640 5,0 76 40 4,7 2,3 0,4 15,9 5,1 5,7
10-20 1,44 670 1,0 25 31 4,8 2,5 0,0 13,8 5,5 6,1
20-40 1,39 740 0,8 21 26 3,2 1,9 0,0 11,0 5,4 5,9
---------------------------------------- LBaf ----------------------------------------
0-10 1,01 650 13 198 62 4,8 3,2 2,0 20,8 4,4 4,9
10-20 1,10 690 3,1 107 49 1,7 1,2 4,8 27,7 4,1 4,5
20
-
40
1,11
790
2,0
57
37
1,0
0,6
5,9
29,2
3,9
4,4
1
Tedesco et al. (1995): DS, densidade do solo, método do anel volumétrico (EMBRAPA, 1997); argila, método do
densímetro; P e K disponíveis por Mehlich-1; MO, matéria orgânica por digestão úmida; Ca, Mg e Al extraíveis por KCl
1 mol L
-1
; CTC a pH 7,0; pH em água (1:1); índice SMP.
Em Ij(LVdf2), cada parcela experimental foi de 5,4 m de largura (12
linhas espaçadas em 0,45 cm) por 50 m de comprimento. As doses de P
aplicadas foram de: 0, 30, 60, 120, 240, 450 kg ha
-1
de P
2
O
5
na forma de
superfosfato triplo, na linha de semeadura. Foram feitos três cultivos, sendo o
primeiro de soja (safra 2007/2008), o segundo de trigo (2008) e o terceiro de
soja (2008/2009), no entanto o cultivo de trigo foi perdido devido ao excesso de
chuva no período da colheita. A cultivar de soja utilizada foi a “branquinho” em
ambos os cultivos, tratadas com fungicida e inseticida e inoculadas com rizóbio.
A adubação com K foi feita de acordo com análise de solo, num total de 75 kg
ha
-1
K
2
O por cultivo, na forma de cloreto de potássio, aplicado a lanço em
superfície, após a semeadura da soja. A colheita da soja foi feita manualmente
por amostragem, colhendo-se 4 linhas centrais de 2 m de comprimento, área
útil de 3,6 m
2
, com 4 repetições. Foram descartadas as áreas de 5 m de
bordadura nas extremidades do comprimento das parcelas.
Em Cruz Alta (LVd2), cada parcela experimental foi de 2,8 m de largura
(6 linhas espaçadas em 0,47 cm) por 28 m de comprimento. As doses de P
aplicadas foram de: 0, 40, 60, 120, 170, 225 kg ha
-1
de P
2
O
5
na forma de
superfosfato triplo, na linha de semeadura. Foram feitos dois cultivos, sendo o
primeiro de soja (safra 2007/2008), o segundo de trigo (2008). As sementes de
soja (FUNDACEP 59 RR) foram tratadas com fungicida e inseticida, e
inoculadas com rizóbio. A adubação com K foi feita de acordo com análise de
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42
solo, num total de 110 kg ha
-1
K
2
O por cultivo, na forma de cloreto de potássio,
aplicado a lanço em superfície após a semeadura da soja. A colheita da soja foi
feita manualmente por amostragem, colhendo-se 4 linhas centrais de 2 metros
de comprimento, área útil de 3,6 m
2
, com 4 repetições. Foram descartadas as
áreas de 3 m de bordadura nas extremidades do comprimento das parcelas. A
cultivar de trigo utilizada foi a FUNDACEP RAÍZES, tratadas com fungicida e
inseticida. A adubação com N foi de 100 kg ha
-1
, sendo 20 kg na semeadura,
40 kg ha
-1
no início do afilamento e 40 kg ha
-1
no início do alongamento. A fonte
de N utilizada foi uréia e as aplicações foram feitas à lanço em superfície. A
adubação com K foi feita de acordo com análise de solo, num total de 110 kg
ha
-1
K
2
O por cultivo, na forma de cloreto de potássio, aplicado à lanço em
superfície, após a semeadura da soja. A colheita da soja foi feita manualmente
por amostragem, colhendo-se 4 linhas centrais de 2 m de comprimento, área
útil de 3,6 m
2
, com 4 repetições. Foram descartadas as áreas de 3 m de
bordadura nas extremidades do comprimento das parcelas.
Em Vacaria (LBaf), cada parcela experimental foi de 7,2 m de largura
(16 linhas espaçadas em 0,45 cm) por 100 m de comprimento. As doses de P
aplicadas foram de: 0, 28, 55, 110, 147 e 276 kg ha
-1
de P
2
O
5
na forma de
superfosfato triplo, na linha de semeadura. Foi feito um cultivo de soja (safra
2007/2008). As sementes de soja (FUNDACEP 59 RR), foram tratadas com
fungicida e inseticida, e inoculadas com rizóbio. A adubação com K foi feita de
acordo com análise de solo, num total de 60 kg ha
-1
K
2
O por cultivo, na forma
de cloreto de potássio, aplicado a lanço em superfície após a semeadura da
soja. A colheita da soja foi feita com colhedora automotriz, colhendo-se 12
linhas centrais de 75 m de comprimento, com área útil de 405 m
2
. Foram
descartadas as áreas de 12,5 m de bordadura nas extremidades do
comprimento das parcelas.
Além do rendimento em cada local, foi avaliado o teor de P nas folhas
das culturas, coletadas na época do florescimento. Na cultura da soja, foi
coletado o terceiro trifólio aberto a partir do ápice, num total de 30 folhas por
parcela. No trigo, foi coletada a folha bandeira, num total de 30 folhas por
parcela. O P nas folhas foi determinado no extrato sulfúrico por colorimetria
(Tedesco et al., 1995).
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43
Após a colheita da soja (2007/2008), em todos locais, (aproximadamente
170 dias após a semeadura) foram coletadas amostras de solos na profundidade
de 0-10 cm. Foram analisados o P total (P
t
), P orgânico total (P
o
) e P inorgânico
total (P
i
) (Kuo, 1996), e o P dispovel extraído por Mehlich-1 (PM
1
) (Tedesco et
al., 1995) e por Mehlich-3 (PM
3
) (Schlindwein & Gianello, 2008). Para avaliar o
potencial de perda de P nesses solos, afetados pelo histórico de uso e adubação
fosfatada, foram determinados o P extraível em água (P
a
) (Kuo, 1996) e o grau de
saturação de P (GSP) (Ige et al., 2005). O GSP foi
obtido pela relação GSP = (P
extraível/P adsorvido) x 100, onde o P extraível foi o determinado pela solução de
Mehlich-1 (mg dm
-3
) e o P adsorvido foi determinado pela capacidade máxima de
adsorção de P (mg dm
-3
) (Volkweiss, 1973).
4.2.3. Experimento em condições controladas
Foram coletadas 24 amostras indeformadas de solos nos mesmos locais
do experimento a campo, em área próxima ao mesmo. As amostras foram
coletadas conforme a metodologia descrita no Capítulo II, utilizando os vasos
de PVC como unidades experimentais, com 4 repetições. A análise de solo
antes da instalação do experimento, nas profundidades de 0-5, 5-10, 10-15 e 15-
20 cm é mostrada na Tabela 4.2.
Tabela 4.2. Caracterização físico-química
1
dos solos nas amostras
indeformadas das áreas utilizadas.
Profundidade
DS
Argila
P K MO Ca Mg Al CTC pH SMP
cm
g cm
-
3
g dm
-
3
mg
dm
-
3
g dm
-
3
---------- cmol
c
dm
-
3
----------
------------------------------------------- LVdf2 -------------------------------------------
0-5 1,08 650 8,0 290 3,6 5,5 2,7 0,3 16,1 5,3 5,9
5
-
10
1,15
670
4,8
131
2,5
5,1
2,5
0,2
15,1
5,2
5,6
10
-
15
1,
27
750
2,6
6
8
3,0
5,3
4,0
0,3
14,9
5,4
5,9
15-20 1,39 790 2,4 43 1,8 5,3 2,6 0,3 13,1 5,5 6,0
-------------------------------------------- LVd2 --------------------------------------------
0-5 1,55 640 9,5 70 4,3 5,9 3,2 0,2 17,3 5,4 5,6
5-10 1,48 670 3,2 29 3,1 6,1 3,1 0,0 15,3 5,7 6,0
10-15 1,40 670 3,1 27 3,5 5,9 2,7 0,0 14,9 5,7 6,1
15-20 1,33 690 2,3 54 2,9 4,5 2,6 0,2 14,0 5,6 6,1
--------------------------------------------
Lbaf
-----------------------------------
---------
0
-
5
1,01
640
9,7
252
7,1
6,0
5,1
0,1
22,4
5,6
5,8
5-10 1,06 670 4,2 127 5,6 4,0 3,4 1,2 21,0 4,9 5,3
10-15 1,19 750 3,0 72 5,1 2,0 1,9 3,6 25,7 4,8 5,0
15-20 1,11 790 3,1 69 4,8 1,3 1,4 4,8 27,3 4,4 4,8
1
Tedesco et al. (1995): DS, densidade do solo, método do anel volumétrico (EMBRAPA, 1997); argila, método do
densímetro; P e K disponíveis por Mehlich-1; MO, matéria orgânica por digestão úmida; Ca, Mg e Al extraíveis por KCl
1 mol L
-1
; CTC a pH 7,0; pH em água (1:1); índice SMP.
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44
O experimento foi conduzido sob condições de precipitação natural em
área aberta pertencente ao Departamento de Solos da UFRGS. Foi aplicado P
em doses equivalentes a 0, 30, 60, 120, 240 e 480 kg ha
-1
P
2
O
5
na forma de
superfosfato triplo, somente uma vez no início do período experimental. O
superfosfato triplo foi previamente moído, em gral de porcelana, para
homogeneizar o tamanho de partículas, e distribuídos uniformemente na
superfície dos solos. Foram feitos cinco cultivos, sendo a sequência composta
por aveia, milho, milho, feijão e trigo, com intervalo sem cultivo de
aproximadamente 30 dias entre os mesmos. As quantidades de plantas por
vaso mantidas, após o desbaste, até a colheita foram de 10 para aveia e trigo e
3 para milho e feijão. Para cada cultivo foram aplicados N e K nas quantidades
equivalentes a 180 kg ha
-1
N e 100 kg ha
-1
K
2
O. A forma utilizada de N foi uréia
e de K foi cloreto de potássio. A aplicação, em solução, foi parcelada em 2
vezes, sendo metade na semeadura e metade 15 dias após a primeira. Na
ausência de precipitação natural, os solos foram irrigados com água destilada
para atingir umidade próximo à capacidade de campo (75-80%). Plantas
daninhas e insetos foram controlados manualmente e não foi observada a
ocorrência de doenças nas plantas. Após 45 dias de cultivo, as plantas foram
cortadas a 1 cm da superfície do solo. O material vegetal foi seco em estufa,
com circulação de ar forçada à 65
o
C, para a determinação do rendimento de
matéria seca. Posteriormente, o material foi moído e o P determinado no
extrato sulfúrico por colorimetria (Tedesco et al., 1995).
Ao final dos cinco cultivos (365 dias após a aplicação dos tratamentos), foi
retirada uma repetição de cada tratamento e feita à separação do solo nas
mesmas profundidades de 0-5, 5-10, 10-15, 15-20 cm, e feitas às mesmas
avaliações do P no solo descrita para as amostras coletadas no campo.
4.2.4. análise estatística
A análise dos dados foi feita pela análise da variância e regressão
polinomial entre o rendimento de plantas (teor na folha, produtividade dos
grãos, P absorvido) e doses de P e a significância verificada pelo teste F
(p<0,05). Foi feita a relação entre os teores de P disponível no solo extraído
por Mehlich-1 e por Mehlich-3 e a relação com o potencial de perda de P.
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4.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.3.1. Experimento de campo
As quantidades de P aplicadas no solo, aumentaram o teor de P
disponível (PM
1
, PM
3
, P
a
), o P total e o P inorgânico total em todos os solos
estudados (Tabela 4.3). Os teores de P orgânico não se alteraram com o a
aplicação das doses de P.
Os aumentos nos teores de P foram exclusivamente
na fração inorgânica, uma vez que os valores de P
o
foram similares e
independentes da dose adicionada. Isso se deve a não variação nos teores de
matéria orgânica pela aplicação do P mineral e com a forte competição
exercida pelos colóides inorgânicos (Rheinheimer, 2000). Assim, os aumentos
de P
i
, resultaram em uma proporção menor de P
o
à medida que o teor total
aumentou (Tabela 4.3 e Tabela 4.4).
O adição de doses de P aumentou as quantidades de P extraído no solo
por Mehlich-1 e Mehlich-3, tendo um alto grau de correlação entre as variáveis
(Tabela 4.4). Os valores de P extraído pelas soluções não diferiram entre si, no
entanto, as quantidades de P extraído pela solução de Mehlich-3 foram em
média, 15% menores das extraídas pela solução de Mehlich-1. Os dados
corroboram com os obtidos por Bortolon & Gianello (2008), que em solos
argilosos, a solução de Mehlich-3 extrai quantidades menores de P em relação
à solução de Mehlich-1.
Em geral, a dose de 60 kg ha
-1
de P
2
O
5
foi suficiente para atingir o teor
crítico estabelecido pela CQFS (2004), para os solos LVdf2 e LVdf, que o
solo LBaf no início do experimento estava com teor na classe “Alto”. As
diferenças nos teores iniciais de P disponível se devem as diferenças no
histórico de uso e manejo dos solos. No caso da área sob LBaf, histórico de
adições de doses de P superiores à exportação pelas culturas e,
principalmente, nessa área não houve o período de cultivo com preparo
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46
convencional de solo, proporcionando perdas de solo e água,
consequentemente nutrientes, atingindo à degradação sico-química, como
ocorreu nas áreas sob LVdf2 e LVdf.
Tabela 4.3. Análise dos solos na profundidade de 0-10 cm após a colheita da
soja e dados de rendimento das plantas cultivadas submetidas às
doses de fósforo.
Doses Solo
1
Planta
2
P
2
O
5
PM
1
PM
3
P
t
P
i
P
o
P
a
GSP P
f
Rend
a
P
f
Rend
b
kg ha
-
1
---------------------- mg dm
-
3
---------------------- %
g kg
-
1
kg ha
-
1
g kg
-
1
kg ha
-
1
--------------------------------------------------------- (LVdf2) ---------------------------------------------------------
0 3,7 4,2 637 457 180 0,2 0,4 2,0 2783 2,2 2889
30 5,1 5,2 642 469 173 0,8 0,6 2,5 2781 2,4 3089
60 7,7 6,7 682 508 174 1,6 0,9 3,3 3380 2,7 3297
120
9,5
10
,3
702
521
181
2,1
1,2
3
,
7
4141
2
,
7
3554
240
22
,2
18
,3
742
568
174
3,5
2,9
4
,
3
4626
3
,
3
3947
450 58,1 51,2 762 608 154 4,8 8,0 4,5 4816 3,3 3821
ANOVA P>F
Doses
0,02
0,04
0,04
0,03
0,10
0,07
0,04
0,01
0,01
0,04
0,06
---------------------------------------------------------- (LVd2) ----------------------------------------------------------
0 5,3 3,5 685 489 196 0,3 0,7 1,8 2207 2,2 2623
40 6,3 4,3 692 501 191 0,6 0,8 2,0 2377 2,1 2490
60
6,5
6,9
705
521
184
1,2
0,9
2
,
0
2326
2
,
8
2880
120 18,7 16,8 721 551 170 2,2 2,5 2,1 2334 2,5 2668
170 28,3 25,6 738 589 149 3,4 4,5 2,2 2495 2,2 2867
225 38,1 32,4 799 601 198 4,1 6,5 2,2 2515 2,7 2866
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,01
0,03
0,01
0,81
0,02
0,01
0,46
0,37
0,25
0,61
---------------------------------------------------------- (LBaf) ----------------------------------------------------------
0
12
,2
10
,8
705
489
216
0,8
1,0
1
,
8
1417
-
-
25
16
,6
17
,0
712
501
211
1,1
1,4
2
,
1
1575
-
-
55 20,1 24,1 725 521 204 1,5 2,4 2,2 1950 - -
110 28,4 28,5 773 551 222 2,8 3,9 2,7 2063 - -
147 32,8 36,7 812 597 215 3,2 4,7 2,8 2444 - -
276 36,1 52,3 869 628 241 4,5 5,8 3,0 2650 - -
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,01
0,03
0,01
0,66
0,04
0,03
0,02
0,01
- -
1
PM
1
P extraível por Mehlich-1; PM
3
P extraível por Mehlich-3; P
t
P total; P
i
P inorgânico total; P
o
P orgânico
total; P
a
– P extraível em água; GSP – grau de saturação de P;
2
P
f
– teor de P na folha; Rend – rendimento de grãos;
a
Safra 2007/2008 com a cultura da soja em todos os locais;
b
Safra 2008 no LVd2 com trigo e safra 2008/2009 com soja
no LVdf2.
Tabela 4.4. Correlação entre formas
1
de fósforo no solo afetado pelo histórico
de uso e adubação fosfatada.
PM
1
PM
3
P
t
P
i
P
o
P
a
GSP
Dose
0,87
**
0,84
**
0,68
*
0,86
**
-
0,19
ns
0,93
**
0,90
**
PM
1
- 0,98** 0,86** 0,90** 0,16
ns
0,91** 0,98**
PM
3
-
-
0,88**
0,89**
0,25
ns
0,89**
0,94**
P
t
- - - 0,91** 0,49
ns
0,84** 0,82**
P
i
-
-
-
-
0,08
ns
0,96**
0,92**
P
o
- - - - - -0,01
ns
0,03
ns
P
a
-
-
-
-
-
-
0,94**
1
PM
1
P extraível por Mehlich-1; PM
3
P extraível por Mehlich-3; P
t
P total; P
i
P inorgânico total; P
o
P orgânico
total; P
a
– P extraível em água; GSP – grau de saturação de P.
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47
Embora o teor crítico tenha sido alcançado pela aplicação de uma dose
relativamente baixa, as culturas responderam em rendimento à aplicação do P
no solo, exceto no solo LVdf (Figura 4.1). A ausência de resposta no LVdf se
deveu, principalmente, pela baixa quantidade de chuva durante o
desenvolvimento das culturas e pelo período de 30 dias sem chuvas na região,
na fase de florescimento e início do enchimento dos grãos. O mesmo período
de estiagem ocorreu no LVdf2, no entanto, a porcentagem de cobertura do solo
após a semeadura no LVdf2 foi maior do que no LVdf (90 e 60%
respectivamente; método da transecta, realizado após a semeadura em todos
os locais). A maior porcentagem de cobertura do solo, favorece a infiltração de
água no solo, reduz as diferenças rmicas e a evapotranspiração do solo,
retendo mais umidade, reduzindo os efeitos de estresse hídrico durante o
desenvolvimento da cultura.
O efeito do tipo de equipamento na semeadura, afeta diretamente a
porcentagem de cobertura do solo, afetando o crescimento e desenvolvimento
das culturas. Outro fator que pode ter contribuído para a ausência de resposta
em rendimento no solo LVdf, foi a alta densidade do solo na camada superficial
(Tabela 4.1). O aumento na densidade do solo reduz a taxa de difuo de
oxigênio para as raízes, ocasionando problemas no desenvolvimento do
sistema radicular superficial, raízes mal formadas, afetando diretamente a
absorção de água e nutrientes (Camargo & Alleoni, 1997; Dias Junior, 2000;
Meurer, 2007). Além disso, nesse solo houve um período de vários anos sob
pastagem e gado de corte, propiciando a compactação superficial pelo pisoteio
dos animais na área.
A resistência do solo à penetração das raízes, além da dependência de
fatores como textura, estrutura, mineralogia, dentre outros, é altamente
dependente da umidade do solo. Neste caso, nos dias de baixa disponibilidade
hídrica, o solo com umidade muito baixa, retém a água com maior tensão nos
poros, baixando a disponibilidade de água, reduzindo a difusão do P até a
superfície das raízes. A essa tensão, somam-se as forças já existentes entre a
fase sólida do solo, fazendo com que, em solos com menor umidade, a
resistência à penetração de raízes seja maior, impedindo, assim, a exploração
do solo pelas raízes para aquisição de água em subsuperfície (Meurer, 2007).
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48
y = -0,02x
2
+ 12,9x + 2657; R² = 0,97**
y = -0,01x
2
+ 1,44x + 2244; = 0,80*
y = -0,02x
2
+ 8,8x + 1412; R² = 0,97**
y = -0,01x
2
+ 6,9x + 2893; = 0,99**
y = -0,01x
2
+ 1,5x + 2599; R² = 0,41
ns
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 100 200 300 400 500
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
Dose de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
Ijsoja 07/08
Cruz Alta soja 07/08
Vacaria soja 07/08
Ijsoja 08/09
Cruz Alta trigo 08
120
170
CQFS (2004)
Schlindwein e Gianello (2008)
Figura 4.1. Resposta em rendimento de grãos de soja e trigo em Ijuí (LVdf2),
Cruz Alta (LVdf) e Vacaria (LBaf) pela aplicação de fósforo.
A resposta das culturas ao P foram significativas, sendo que as mesmas
responderam a doses maiores das estabelecidas pela CQFS (2004). A maior
resposta obtida em relação à dose proposta pode ser devido as
recomendações de adubação e calagem no Rio Grande do Sul e Santa
Catarina (CQFS, 2004) terem sido elaboradas para os sistemas plantio direto e
convencional de cultivo com base em estudos de calibração de P, K e N, feitos
com as culturas cultivadas no sistema convencional, do final da década de 60 a
meados da década de 80 e nos conhecimentos acumulados até sua edição.
Além disso, introduziram-se, nos últimos anos, mudanças significativas nos
sistemas de cultivo, destacando-se que a maior parte das áreas de produção
com soja, trigo e milho cultivadas no RS está sob sistema plantio direto; a
profundidade de amostragem do solo sob sistema plantio direto é feita na
camada de maior concentração de nutrientes (0–10 cm); e o rendimento médio
das principais culturas aumentou ao longo do tempo (Schlindwein & Gianello,
2008) o que contribui para as observões frequentes de resposta ao P em
doses maiores das recomendadas.
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49
A dose de 170 kg ha
-1
de P
2
O
5
foi a que proporcionou os maiores
rendimentos de grãos. Esta quantidade é próxima à sugerida por Schlindwein &
Gianello (2008) para solos da classe 1 (> 60% de argila; 190 kg ha
-1
de P
2
O
5
),
sugerindo que as doses atualmente recomendadas podem estar subestimadas
em relação ao potencial produtivo das culturas, sendo necessário a
continuidade de estudos em condições de campo para calibração de doses de
P para as culturas.
Embora este estudo tenha sido desenvolvido num curto período
experimental, os resultados ressaltam a necessidade de revisão das doses
recomendadas, corroborando com relatos de produtores e de responsáveis
técnicos que utilizam o Manual de Adubação, e com dados obtidos por
Schlindwein & Gianello (2008). Além das doses, o teor de P em que houve
maior resposta das culturas, consequentemente foi maior que o teor crítico
estabelecido pela CQFS (2004) (Figura 4.2). Em geral, o teor no solo em que
houve maior resposta das culturas foi próximo ao sugerido por Schlindwein &
Gianello (2008) para solos argilosos, que neste caso, é duas vezes o valor
estabelecido pela CQFS (2004). No entanto, no solo LBaf a resposta ao P foi
linear aa dose máxima, sendo que o teor de P no início do experimento foi
acima do teor crítico.
Os teores de P nas folhas aumentaram com as doses de P (Tabela 4.3)
e em todos os casos, em dose equivalente a 60 kg ha
-1
P
2
O
5
foi atingido o valor
mínimo de P na folha considerado adequado para o desenvolvimento das
culturas, 2,6 e 2,0 para soja e trigo, respectivamente (CQFS, 204).
De maneira geral, no RS, o foram observadas respostas das culturas
ao P em solos com alto teor do elemento (Anghinoni, 2007). No entanto, os
estudos foram conduzidos entre 1994 e 1997 e dessa data até hoje, houve
mudanças, principalmente, no potencial de cultivo das culturas, resultando
numa probabilidade de resposta ao P nesses solos. Deste modo, a
necessidade de estudos em condições controladas com experimentos
delineados com a finalidade de avaliar a resposta ao P, visando à geração de
dados para a calibração de doses a campo.
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50
0
1000
2000
3000
4000
5000
6000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
Teor de P no solo (mg dm
-3
)
P M1
PM1 (2)
PM3
P M3 (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55 60
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
Teor de P no solo (mg dm
-3
)
PM1
PM1 (2)
PM3
PM3 (2)
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
0 5 10 15 20 25 30 35 40 45 50 55
Rendimento de grãos (kg ha
-1
)
Teor de P no solo (mg dm
--3
)
PM1
PM3
a)
b)
c)
PM
1
soja 07/08; r=0,78*
PM
1
soja 08/09; r=0,70*
PM
3
soja 07/08; r=0,77*
PM
3
soja 08/09; r=0,68*
PM
1
soja 07/08; r=0,85*
PM
1
soja 08/09; r=0,59*
PM
3
soja 07/08; r=0,86*
PM
3
soja 08/09; r=0,64*
PM
1
soja 07/08; r=0,98*
PM
3
soja 07/08; r=0,97*
Teor crítico
12 mg dm
-3
Teor crítico
6,1 mg dm
-3
Teor crítico
12 mg dm
-3
Teor crítico
12 mg dm
-3
CQFS (2004)
Schlindwein e Gianello (2008)
CQFS (2004)
Schlindwein e Gianello (2008)
CQFS (2004)
Schlindwein e Gianello (2008)
Teor crítico
6,1 mg dm
-3
Teor crítico
6,1 mg dm
-3
Figura 4.2. Relação entre o rendimento de grãos em solos submetidos às
doses de sforo: LVdf2 (a), LVd2 (b) e LBaf (c).
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51
4.3.2. Experimento em condições controladas
Em geral, os dados obtidos no estudo em condições controladas tiveram
a mesma tendência dos dados obtidos a campo, com aumento dos teores de
PM
1
, PM
3
, P
t
e P
i
com o aumento do P aplicado (Tabela 4.5).
Tabela 4.5. Análise dos solos na profundidade de 0-5 cm após a sequência de
cinco cultivos submetidos às doses de fósforo.
Doses Solo
P
2
O
5
PM
1
PM
3
P
t
P
i
P
o
P
a
GSP
kg ha
-
1
---------------------- mg dm
-
3
---------------------- %
----------------------------------------------------------
LVdf2
----------------------------------------------------------
0 4,7 4,1 673 498 175 0,6 0,4
30 6,9 7,1 699 529 170 0,8 2,1
60 5,0 4,8 716 564 152 1,8 3,8
120 15,6 13,6 739 588 151 2,7 6,3
240 12,7 14,1 768 622 146 4,1 8,4
480 47,1 41,2 804 632 172 5,3 13,0
ANOVA P>F
Doses
0,0
3
0,0
1
0,0
2
0,03
0,
23
0,0
1
0,0
3
---------------------------------------------------------- LVd2 ----------------------------------------------------------
0 4,2 3,9 712 523 189 0,5 0,9
30 5,5 5,1 724 539 185 1,2 1,8
60 8,3 7,6 746 551 195 1,7 2,6
120 12,7 11,4 793 583 210 2,4 4,6
240 13,0 14,6 812 614 198 2,8 6,1
480
22,0
19,7
827
637
190
3
,
9
9
,
3
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,01
0,0
2
0,0
4
0,
64
0,0
3
0,0
3
---------------------------------------------------------- LBaf ----------------------------------------------------------
0 5,2 5,4 739 533 206 0,6 1,1
30 9,9 9,3 742 547 195 1,3 2,3
60 14,2 15,7 785 589 196 2,1 4,1
120 18,6 17,5 824 603 221 3,2 5,8
240
25,5
29,3
898
652
273
3,6
7,3
480
43,1
39,7
902
687
215
5,9
12,1
ANOVA P>F
Doses
0,0
2
0,0
2
0,0
4
0,0
2
0,
79
0,0
2
0,0
4
1
PM
1
– P extraível por Mehlich-1; PM
3
– P extraível por Mehlich-3; P
t
– P total; P
i
P inorgânico total; P
o
P orgânico
total; P
a
– P extraível em água; GSP – grau de saturação de P.
O rendimento de matéria seca de aveia, milho, feijão e trigo aumentaram
com o aumento das doses de P, assim como o P contido na matéria seca e o P
absorvido (Tabela 4.6). Os teores de P extraídos pela soluções de Mehlich-1 e
Mehlich-3 tiveram alto grau de correlação (Tabela 4.7).
A resposta das plantas em produção de matéria seca foi observada em
doses acima de 120 kg ha
-1
P
2
O
5
, corroborando com os dados obtidos a campo,
demonstrando, ainda, a eficácia e representatividade da metodologia de coleta
de amostras indeformadas para uso em condições controladas (Figura 4.2).
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Tabela 4.6. Resposta das culturas
1
ao fósforo em solos com diferente histórico de uso, conduzido em condições controladas.
Doses Aveia Milho Milho Feijão Trigo
P
2
O
5
Rend P
f
P
abs
Rend P
f
P
abs
Rend P
f
P
abs
Rend P
f
P
abs
Rend P
f
P
abs
kg ha
-
1
g/vaso
g
kg
-
1
mg/vaso
g/vaso
g
kg
-
1
mg/vaso
g/vaso
g
kg
-
1
mg/vaso
g/vaso
g
kg
-
1
mg/vaso
g/vaso
g
kg
-
1
mg/vaso
--------------------------------------------------------------------------------------
LVdf2
----------------------------------------------------------------------
-----------------
0
2,4
1,7
4,1
5,1
1,1
5,6
5,5
1,4
7,7
2,3
1,9
4,4
2,9
1,6
4,6
30
3,6
1,8
6,5
5,8
1,3
7,5
8,2
2,5
20,5
3,1
2,6
8,1
3,3
1,6
5,3
60 5,4 2,2 11,9
7,5 1,9 14,3 8,7 2,4 20,9
3,6 2,7 9,7 4,2 1,8 7,6
120 6,1 2,5 15,3
8,2 1,9 15,6 10,2 2,7 27,5
3,4 2,8 9,5 5,1 2,3 11,7
240 7,5 2,8 21,0
7,8 2,3 17,9 12,0 3,1 37,2
4,1 3,1 12,7 5,8 2,4 13,9
480
7,4
2,8
20,7
9
,0
2,1
18,9
12,8
3,1
39,7
4,9
3,1
15,2
6,3
2,6
16,4
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,03
0,02
0,01
0,04
0,02
0,02
0,01
0,
01
0,01
0,02
0,01
0,03
0,01
0,02
--------------------------------------------------------------------------------------- LVd2 ---------------------------------------------------------------------------------------
0
1,6
1,5
2,4
5,
1
1,3
6,6
6
,0
1,1
6,6
2,8
1,8
5,0
2,1
1,3
2,7
30
2,6
2,1
5,5
7,1
2,2
15,6
7,4
1,5
11,1
4,5
2,3
10,4
2,8
1,6
4,5
60
3,3
2,3
7,6
7,6
2,2
16,7
6,7
1,5
10,1
3,7
2,3
8,5
3,5
2,3
8,1
120 4,2 2,8 11,8
6,9 1,9 13,1 8,4 2,0 16,8
4,8 2,6 12,5 3,1 2,3 7,1
240 5,5 3,2 17,6
8,4 2,4 20,2 10,1 2,3 23,2
5,4 2,7 14,6 4,2 2,4 10,1
480 6,0 3,3 19,8
11,6 2,5 29,0 11,1 2,7 30,0
6,7 3,0 20,1 4,3 2,4 10,3
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,03
0,01
0,01
0,03
0,01
0,01
0,03
0,01
0,01
0,02
0,03
0,01
0,04
0,02
--------------------------------------------------------------------------------------- LBaf ---------------------------------------------------------------------------------------
0 3,0 1,9 5,7
5,4 1,5 8,1 5,5 1,3 7,2
3,3 1,8 5,9 2,6 1,3 3,4
30 3,8 2,5 9,5
7,5 1,9 14,3 8,2 1,9 15,6
4,1 1,7 7,0 2,7 1,8 4,9
60
4,4
2,7
11,9
8,6
1,9
16,3
8,7
2,0
17,4
5,7
2,3
13,1
3,6
1,6
5,8
120
5,3
2,9
15,4
7,9
1,9
15,0
10,2
2,3
23,5
4,8
2,0
9,6
4,3
2,3
9,9
240
6
,0
3,3
19,8
9,4
2,3
21,6
12,8
2,0
25,6
6,8
2,5
17,0
4,1
2,1
8,6
480 5,4 3,3 17,8
11,0 2,8 30,8 12,0 2,2 26,4
7,7 2,9 22,3 4,8 2,6 12,5
ANOVA P>F
Doses
0,01
0,02
0,01
0,01
0,04
0,01
0,02
0,01
0,01
0,03
0,03
0,01
0,01
0,03
0,01
1
Rend – rendimento de massa seca de plantas; P
f
– teor de P na folha; P
abs
– P absorvido pela planta ;
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53
Tabela 4.7. Correlação entre formas de fósforo no solo afetado pelo histórico
de uso e adubação fosfatada.
PM
1
PM
3
P
t
P
i
P
o
P
a
GSP
--------------------------------------------- r ---------------------------------------------
Dose 0,85** 0,84** 0,70** 0,87** 0,13
ns
0,91** 0,95**
PM
1
- 0,99** 0,76** 0,82** 0,26
ns
0,91** 0,92**
PM
3
-
-
0,82
**
0,87
**
0,34
ns
0,91
**
0,91
**
P
t
- - - 0,92** 0,66* 0,81** 0,76**
P
i
-
-
-
-
0,33
ns
0,95
**
0,
92
**
P
o
- - - - - 0,15
ns
0,08
ns
P
a
-
-
-
-
-
-
0,98**
Os rendimentos de matéria seca de plantas foram semelhantes entre os
locais, sendo, em média, superior no solo LBaf. Embora nesse solo, houvesse
um alto teor de alumínio trocável nas camadas subsuperficiais (Tabela 4.2), o
mesmo não afetou negativamente o rendimento. Este fato está associado ao
alto teor de matéria orgânica do mesmo, reduzindo o efeito tóxico do alumínio
pela complexação por ácidos orgânicos, ficando indisponível na solução solo
(Meurer, 2007). Além disso, destaca-se o efeito do não revolvimento deste solo
por longo período, potencializando o acúmulo de carbono no perfil do solo,
amenizando o efeito fitotóxico do alumínio para as plantas. Outra observação a
ser feita é em relação ao solo LVdf, onde a campo não foi observada a
resposta às doses de P, no entanto, em condições controladas, as plantas
responderam em rendimento (Figura 4.3), confirmando, em parte, o efeito
negativo da baixa disponibilidade drica no solo sobre a resposta das plantas
em rendimento, ocorrido em campo.
Os valores de P extraído pelas soluções de Mehlich-1 e de Mehlich-3
nas amostras de solo do experimento a campo, não podem ser comparados
com os valores obtidos nas amostras do estudo em condições controladas
pelas seguintes razões: a profundidade de solo amostrado foi diferente entre as
condições, 0-10 cm no campo e 0-5 cm em casa de vegetação; por princípio,
estudos de resposta de doses de nutrientes visando à calibração das mesmas
ou recomendações de adubação, devem ser feitas em condições de campo,
devido à representatividade às condições locais, especialmente ao clima. No
entanto, estudos em condições controladas, auxiliam no entendimento da
resposta a campo pela facilidade de controle de algumas variáveis, como por
exemplo o suprimento de água.
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54
0
2
4
6
8
10
12
14
0 100 200 300 400 500 600
Rendimento de massa seca (g/vaso)
Doses de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
Aveia
Milho
Milho
Feijão
Trigo
0
2
4
6
8
10
12
14
0 100 200 300 400 500 600
Rendimento de massa seca (g/vaso)
Doses de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
Aveia
Milho
Milho
Feijão
Trigo
0
2
4
6
8
10
12
14
0 100 200 300 400 500 600
Rendimento de massa seca (g/vaso)
Doses de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
Aveia
Milho
Milho
Feijão
Trigo
a)
b)
c)
R
2
= 0,65*
R
2
= 0,64*
R
2
= 0,77*
R
2
= 0,85*
R
2
= 0,80*
R
2
= 0,82*
R
2
= 0,89*
R
2
= 0,88*
R
2
= 0,84*
R
2
= 0,70*
R
2
= 0,51*
R
2
= 0,78*
R
2
= 0,63*
R
2
= 0,81*
R
2
= 0,71*
Figura 4.3. Relação entre o rendimento de massa seca de plantas em solos
submetidos às doses de fósforo: LVdf2 (a), LVd2 (b) e LBaf (c).
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55
4.3.3. Relação entre aumento do fósforo no solo e o potencial de perda
Embora os resultados destes estudos indiquem a necessidade de
revisão das doses e valor do teor crítico de P no solo para as culturas, o
aumento nos mesmos, dependendo da magnitude, podem ocasionar
problemas econômicos e ambientais.
O estabelecimento das doses de P (CQFS, 2004), tem por princípio
básico de que todos os demais fatores limitantes ao desenvolvimento vegetal
estão controlados e o único fator limitante é o nutriente em questão. Deste
modo, entende-se que não há limitação física no solo, que são utilizadas
práticas conservacionistas de suporte, como terraços, plantio em contorno,
cobertura permanente e de alta adição de material vegetal, dentre outros.
Entretanto, a realidade do plantio direto no RS é preocupante. É
crescente a redução de uso das práticas conservacionistas de suporte por
parte dos produtores, sem nenhuma base técnica de que isso possa ser feito. A
semeadura vem sendo feita no sentido do declive do terreno, com o objetivo de
aumentar o rendimento operacional. Porém, dependendo do tipo de semeadora
utilizada, pode-se reduzir consideravelmente a cobertura do solo, pelo enterrio
do resíduo vegetal durante a operação, ficando o solo exposto ao impacto
direto da gota da chuva, causando a desagregação e propiciando caminhos
preferenciais de escoamento de água, perdendo-se solo, água e nutrientes.
Além disso, grande parte das áreas sob plantio direto no RS es com os
teores de P no solo, nas classes alto ou muito alto (Martinazzo, 2006), sendo a
adubação fosfatada, nesse caso, feita a lanço em superfície, antecipadamente
à semeadura para diminuir custos e aumentar o rendimento operacional.
O acúmulo de P nas camadas superficiais do solo (Tabela 4.2), o modo
de adubação a lanço em superfície em áreas com declividade, comum nas
lavouras no RS sob plantio direto, potencializa a perda de P nesses solos,
sendo o mesmo transportando via escoamento superficial para os mananciais
de água, favorecendo a eutroficação, conforme reportado em estudos sob
condições de chuva natural e simulada em solos do RS e de SC (Bertol et al.,
2007a, Bertol et al., 2007b, Gilles et al., 2008). No entanto não estudos
desta natureza no Brasil que relacione o teor de P de uso agronômico (P
extraível por Mehlich-1) com o potencial de perda de P objetivando reduzir
perdas e proteger o ambiente aquático.
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56
O P extraível por água (P
a
) tem alta relação com P perdido por
escoamento superficial (Pote et al.,1999; Sharpley et al., 2008), sendo a forma
mais facilmente transportada com a enxurrada. Teores de P entre 0,03 e 0,1
mg L
-1
determinados em água para consumo (humano ou animal) ou para
atividades de recreação são considerados altos e o ambiente está em estado
de eutrofização, afetando as qualidades organolépticas da mesma (cor, sabor e
odor) e com alto custo de tratamento (Sharpley et al., 2008).
As doses de P adicionadas nos solos nos experimentos de campo e sob
condições controladas, propiciaram o aumento dos teores de P
a
, sendo a
correlação com o P extraível por Mehlich-1 e por Mehlich-3 de alto grau de
associação (Tabelas 4.3, 4.4, 4.5 e 4.7). Além disso, o grau de saturação de P
(GSP), um importante índice ambiental para avaliar o potencial de transporte
de P por erosão, aumentou com as doses de P e teve alto grau de correlação
com o P disponível. Os valores de GSP e P
a
foram maiores para os solos
avaliados na camada de 0-5 cm, enfatizando que estratificão do P no solo
favorece o transporte do mesmo via escoamento superficial, especialmente no
RS, pois no período de inverno onde as chuvas são de baixa intensidade, mas
de longa duração, favorecem a saturação do solo por longo período, ocorrendo
perda de solo, água e o P associado à enxurrada.
Para o GSP ser um efetivo indicador ambiental do potencial de perda de
P em solos, um alto grau de correlação deve ser obtido com as formas de P no
solo mais susceveis à erosão. Diversos autores (Ige et al., 2005, Pote et al.,
1999, Pote et al., 1996, Sharpley et al., 2008) reportaram alta relação entre o P
reativo dissolvido no escoamento superficial e o P
a
, podendo ser utilizado como
um índice da forma de P rapidamente perdida por erosão.
Foi obtida uma correlação de alto grau de associação entre o GSP e o
P
a
, sendo uma ferramenta útil para otimizar o uso do P em solos sob plantio
direto no RS, podendo ser facilmente incorporado no sistema de
recomendação de adubação. Geralmente, valores de GSP maiores do que 5%
para solos ácidos o considerados solos com risco de perda de P com efeito
direto nas águas superficiais (Smil, 2000). O valor de 5% foi atingido nos solos
avaliados na camada de 0-5 que receberam doses de 120 kg ha
-1
P
2
O
5
. Para a
mesma dose, no entanto, na camada de 0-10 cm, os valores de GSP foram
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57
abaixo de 5%, porém os valores de P
a
o considerados altos e com risco de
perdas por erosão.
De forma hipotética, o que deve ser buscado é a associação entre os
teores críticos para as culturas e para o ambiente, de forma a minimizar as
perdas de P para o ambiente (Figura 4.4).
Muito
baixo Baixo Médio
Muito
altoAlto
Rendimento relativo – %
Muito
alto
Muito
baixo
Baixo Médio
P perdido por erosão
Classes de disponibilidade de P no solo
TC
cultura
TC
ambiente
Figura 4.4. Relação entre o rendimento relativo de uma cultura, teores de P no
solo (Mehlich-1) e perdido por erosão (P água ou GSP) (adaptado
de Gianello & Wietholter, 2004).
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4.4. CONCLUSÃO
resposta das culturas à adubação fosfatada em solos com diferente
histórico de uso e manejo com doses de P maiores das recomendadas
atualmente. O teor crítico de P é o dobro do que vem sendo empregado. O uso
de amostras indeformadas é eficiente para o estudo da resposta das plantas à
adubação fosfatada. O aumento das doses de P propicia perdas de P por
erosão por aumentar a disponibilidade de formas suscetíveis de serem
transportadas via escoamento superficial. Estratégias de manejo da adubação
fosfatada são necesrias para otimizar o uso do P na agricultura e ambiente.
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4.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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S.J. Análise de solo, plantas e outros materiais. 2. ed. Porto Alegre:
Departamento de Solos da UFRGS, 1995. 147p. (Boletim Técnico, 5).
VOLKWEISS, S.J. Factors affecting phosphate sorption by soils and
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1973.
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CAPÍTULO IV
FÓSFORO EXTRAÍDO PELA SOLUÇÃO DE MEHLICH-1 DETERMINADO
POR COLORIMETRIA E ICP EM SOLOS DO SUL DO BRASIL
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5.1. INTRODUÇÃO
A solução de Mehlich-1 é utilizada para avaliação do fósforo disponível
para as plantas em solos do Estado do Rio Grande do Sul. A metodologia de
determinação de fósforo é baseada na espectrometria de absorção molecular
(colorimetria - COL). Em âmbito mundial, alguns laboratórios utilizam,
alternativamente, a técnica de espectrometria de emissão ótica por plasma
induzido (ICP) para a determinação simultânea de vários elementos
A solução de Mehlich-1 (M
1
) é utilizada para avaliação da disponibilidade
de fósforo (P) para as plantas nos Estados do Rio Grande do Sul e de Santa
Catarina, além de vários Estadoss brasileiros. Essa solução foi proposta por
Mehlich (1953) para a avalião da disponibilidade de P, K e de outros
nutrientes; a determinação do teor de P é feita por espectrometria de absorção
molecular (colorimetria-COL). A determinação colorimétrica do P extraído é feita
com a adição de molibdato de amônio que reage com o fosfato na solução,
formando um complexo fosfomobdico. A solução de 1,2,4 amino-naftol-sulfônica
é utilizada como solução redutora, conferindo coloração azul ao extrato. A cor da
solução aumenta com a concentração de fosfato extraído (Tedesco et al. 1995).
A forma de P determinada por esta técnica é o ortofosfato.
As determinações individuais dos teores de P (por colorimetria - COL) e
de outros elementos contidos no extrato requerem maiores tempo, diversidade
de reagentes e custo de mão-de-obra. Atualmente a possibilidade de
utilização da técnica analítica de espectrometria de emissão ótica por plasma
induzido (ICP-OES), pela qual podem ser determinados vários elementos
(inclusive o P), aumentando a eficiência do laboratório. Esta técnica baseia-se na
emissão ótica dos átomos excitados no plasma (8000 a 10000
o
C), possibilitando
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64
a determinação simultânea de vários elementos (Mallarino, 2003). A solução
(contendo moléculas) é injetada no plasma, vaporizada instantaneamente,
dissociada e ionizada; por essa técnica, portanto, podem ser determinadas
outras formas de P em adição ao ortofosfato. Por essa razão, o teor de P
determinado por ICP, algumas vezes, é de aproximadamente 50% maior em
relação ao determinado por COL. Algumas pesquisas indicam que o P adicional
provém, principalmente, das formas orgânicas (Hylander et al. 1995; Eckert &
Watson, 1996; Nathan et al 2002; Sikora et al. 2005).
Nos EUA, a utilização da técnica do ICP em laboratórios de análise de
solo expandiu-se rapidamente a partir do início dos anos 90 (Munter, 1990). A
utilização da técnica do ICP para a determinão do teor de P é criticada porque
os valores obtidos diferem entre os métodos, necessitando-se de alterações nas
tabelas de interpretação dos teores de P no solo. Além disso, as doses de P2O5
recomendadas atualmente foram determinadas com a utilização da cnica
colorimétrica. No entanto, diversos trabalhos de calibração das doses de
P2O5 recomendadas com base no teor de P no solo determinado por ICP, em
alguns Estados deste país (Mallarino, 2003; Pittman et al, 2005).
A utilização da técnica de ICP-OES em laborarios de análise de solo é
recente no Brasil, devido ao alto custo de aquisição e manutenção do
equipamento e pela escassez de trabalhos de pesquisa que mostrem a
eficiência desta técnica em solos brasileiros. No Estado do Rio Grande do Sul,
o foram observadas diferenças apreciáveis entre os teores de P extraído pela
solução de Mehlich-1 em alguns solos utilizando a técnica de ICP e por COL
(Bortolon et al., 2007a; Bortolon et al 2007b), necessitando-se ampliar esta
verificação com maior abrangência de solos.
O objetivo deste trabalho foi: (1) determinar a relação entre o P extraído
pela solução de Mehlich-1 determinado por COL e por ICP em solos do Estado
do Rio Grande do Sul; (2) verificar possíveis diferenças nas recomendações de
P
2
O
5
para o milho, utilizando-se a tabela de interpretação e as recomendações
de adubação utilizando-se os teores de P disponível determinado por
colorimetria e por ICP.
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5.2. MATERIAL E MÉTODOS
O estudo foi conduzido no Laboratório de Análises de Solo do
Departamento de Solos da Faculdade de Agronomia da UFRGS. Foram
utilizadas 595 amostras de solo representativas de diferentes regiões do
Estado do Rio Grande do Sul, com ampla variação nas características sicas,
químicas e mineralógicas, pertencentes às classes Latossolo, Argissolo,
Cambissolo, Planossolo, Neossolo, Nitossolo, Vertissolo, Chernossolo,
Luvissolo e Gleissolo, (Tabela 5.1).
Tabela 5.1. Caracterização química e física dos solos utilizados no estudo
(1)
.
Parâmetros pH Índice SMP Argila MO
------------- g dm
-
3
-------------
Mínimo 4,2 4,9 60 7
Máximo 7,0 7,0 790 71
Média 5,4 5,9 360 37
Mediana 5,3 5,9 380 34
(1)
Conforme Tedesco et al. (1995); MO – matéria orgânica do solo.
O P foi extraído conforme a metodologia descrita por Tedesco et al.
(1995). Foram utilizados 3 dm
3
de solo e 30 mL de solução extratora Mehlich-1.
As amostras foram agitadas por 5 minutos em agitador horizontal com 120
oscilações por minuto e após, decantação por 16 horas. A determinação do P
no extrato foi feita por duas metodologias: colorimetria (Tedesco et al., 1995) e
por ICP (Sikora et al. 2005).
Os teores de P no solo foram determinados em triplicata no mesmo dia e
em três dias diferentes, num total de nove repetições. As quantidades de P
extraído pela solução de Mehlich-1, determinado pelas duas metodologias,
foram relacionadas entre si e as médias comparadas pelo teste de comparação
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66
simples de médias pareadas (teste t). Foi determinado o coeficiente de
correlação para verificar o grau de associação entre as variáveis. Foi feita a
relação entre o P determinado pelas duas técnicas com os atributos do solo.
Além disso, foram relacionadas as quantidades de P
2
O
5
recomendadas para a
cultura do milho (expectativa de rendimento de 8,0 t ha
-1
), de acordo com o teor
de P no solo extraído pela solução de Mehlich-1 determinado por COL e por
ICP, utilizando-se a tabela de interpretação estabelecida para o método
colorimétrico (CQFS, 2004).
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5.3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os coeficientes de variação entre repetições de determinações de P
extraído pela solução de Mehlich-1 diferiram, sendo de 26% e 16% para as
técnicas COL e por ICP, respectivamente. O menor coeficiente de variação da
técnica do ICP pode ser atribuído à maior sensibilidade (menor limite de
detecção - Tabela 5.2) e à menor variabilidade na execução da mesma. A
maior variabilidade observada na determinação do teor de P por COL pode ser
devida às diferenças no preparo de soluções, temperatura ambiente, pH e
tempo decorrido entre a adição do redutor (ácido 1,2,4 amino-naftol sulfônico) e
a determinação analítica. Estas interferências não são observadas na técnica
do ICP, em que a solução extraída é vaporizada diretamente no atomizador. Os
espectrômetros disponíveis atualmente no mercado apresentam tecnologia
adequada para minimizar as fontes de variação intrínseca do equipamento
como transporte da solução para o nebulizador, potência do gerador de
radiofreqüência, vazão do argônio e do gás de corte, dentre outros (Skoog et
al, 2002; Boss & Fredeen, 2004).
As quantidades de P extraído do solo pela solução de Mehlich-1
determinado pelas duas técnicas são mostradas na Tabela 5.2. O P
determinado por COL variou de 2,0 até 77,1 mg dm
-3
e por ICP variou de 0,6
até 83,3 mg dm
-3
. A relação entre as quantidades de P determinado por COL e
por ICP teve alto grau de associação (r=0,94**) (Figura 5.1a). A distribuição de
freqüência das amostras corresponde a 26, 34, 16, 23 e 1 % nas classes Muito
Baixo, Baixo, Médio, Alto e Muito Alto, respectivamente, sendo que 76% das
mesmas estão abaixo da classe Alto. Conforme o Manual de adubação e de
calagem para os Estados do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina (CQFS,
2004), a quantidade de P
2
O
5
recomendada para adubação em solos com teor
de P na classe Muito Alto corresponde à exportada pelas culturas. Foi,
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68
portanto, estabelecida a relação entre os teores de P determinado por COL
menores do que 30 mg dm
-3
e os determinados por ICP (Figura 5.1b). Este
valor é o centro da faixa de variação dos teores de P da classe Alto. A relação
entre o P determinado por ICP e por COL (Figura 1b) teve alto grau de
associação (r=0,84**) e as quantidades médias de P extraído pelas duas
técnicas não diferiram estatisticamente (Tabela 5.2), podendo serem utilizadas
as duas técnicas de determinação de P no solo.
Tabela 5.2. Amplitude dos teores de P extraído do por Mehlich-1 determinado
por colorimetria (COL) e por espectrometria de emissão ótica por
plasma induzido (ICP), em 595 amostras de solo do RS, e o limite
de detecção dos métodos
Parâmetros
Teor de P no solo (mg dm
-
3
)
COL
1
ICP
2
Todos os solos
Média 8,4 9,6
Míni
mo
2,0
0,6
Máximo 77,1 83,3
Mediana
5,7
6,6
Solos com teor de P < 30,0 mg dm
-
3
(Mehlich-1)
Média
6,9
7,4
Mínimo 2,0 0,6
Máximo 25,0 31,0
Mediana 5,6 6,4
Limite de Detecção 1,3 0,7
(1)
Conforme Tedesco et al. (1995);
(2)
conforme Sikora et al. (2005).
P - Mehlich-1 - COL (mg dm
-3
)
0 20 40 60 80 100
P - Mehlich-1 - ICP (mg dm
-3
)
0
20
40
60
80
100
a)
r = 0,94**
n = 595
ICP = 1,20 COL
P - Mehlich-1 - COL (mg dm
-3
)
0 5 10 15 20 25 30
P - Mehlich-1 - ICP (mg dm
-3
)
0
5
10
15
20
25
30
35
b)
r = 0,84**
n = 532
ICP = 1,02 COL
P - Mehlich-1 - COL (mg dm
-3
)
0 20 40 60 80 100
P - Mehlich-1 - ICP (mg dm
-3
)
0
20
40
60
80
100
a)
r = 0,94**
n = 595
ICP = 1,20 COL
P - Mehlich-1 - COL (mg dm
-3
)
0 5 10 15 20 25 30
P - Mehlich-1 - ICP (mg dm
-3
)
0
5
10
15
20
25
30
35
b)
r = 0,84**
n = 532
ICP = 1,02 COL
P Mehlich-1 COL (mg dm
-3
) P Mehlich-1 COL (mg dm
-3
)
P – Mehlich-1 – ICP (mg dm
-3
)
a)
r = 0,94**
n = 595
ICP = 1,20 COL
b)
r = 0,84**
n = 532
ICP = 1,02 COL
Figura 5.1. Relações entre os teores de P extrdo pela solução de Mehlich-1
determinado por COL e por ICP : a) em todos os solos; b) em solos
com P < 30 mg dm
-3
.
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69
A separação dos solos por classes de argila (Figura 5.2) não afetou
negativamente a correlação entre os teores de P determinados pelos dois
métodos. Os coeficientes de correlação apresentaram alto grau de associação
entre as variáveis, dentro de cada classe de argila, e as quantidades médias de P
determinado por ambas as metodologias não diferiram estatisticamente dentro das
mesmas (dados não mostrados). O teor de argila dos solos, portanto, não afetou a
determinação do P por ICP. A relação feita entre a diferença relativa (ICP-COL), e
os valores de pH e os teores de matéria orgânica, apresentaram um baixo grau de
relação, sem significância estatística (dados não mostrados). Este fato possibilita
afirmar que as formas de P determinadas por ambas as metodologias não
diferem, e que a solução de Mehlich-1 não extrai grandes quantidades de P
orgânico do solo. Embora houve a variação de 6% a mais nos valores de P
determinado por ICP em solos argilosos (>60% de argila) comparado ao
colorimétrico, em média, os valores não diferiram entre si pelo teste de
comparação de médias (teste t).
Os trabalhos publicados comparando as duas técnicas de determinação de
P extraído pela solução de Mehlich-1 são escassos (Milagres, et al., 2007).
Entretanto, para a solução de Mehlich-3, há diversos trabalhos que mostram
diferenças entre as mesmas. As diferenças o atribuídas aos teores de matéria
orgânica, valores de pH e textura do solo. Porém não há convergência entre os
autores e as diferenças nem sempre são observadas para os mesmos atributos
(Mallarino, 2003; Hylander et al, 1995; Eckert & Watson, 1996; Nathan et al, 2002;
Sikora et al, 2005; Pittman et al, 2005). Nos Estados Unidos o uso do ICP para
análise de P no solo é criticada, pois a calibração dos teores no solo foi
estabelecida com base no método colorimétrico. Diversos Estados americanos
possuem a calibração feita para o P determinado por ICP; no entanto, alguns
Estados utilizam uma equação de conversão dos valores de P determinado por
ICP para o COL (Mallarino, 2003; Hylander et al, 1995; Eckert & Watson, 1996;
Nathan et al, 2002; Sikora et al, 2005; Pittman et al, 2005).
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70
P - Mehlich-1 - COL (mg dm
-3
)
71
adubação conforme a CQFS (2004). As relações entre as quantidades
recomendadas de P
2
O
5
para a cultura do milho apresentaram um alto grau de
associação e diminram com o aumento do teor de P no solo (Figura 5.3). As
quantidades médias de P
2
O
5
recomendadas para a cultura do milho não diferiram
entre as metodologias de determinação de P. A separação dos solos por classes
de argila o afetou a estimativa das doses (dados não mostrados). Os
interceptos das equações de regressão ajustados para os dados não diferiram
estatisticamente, sendo semelhantes para as duas metodologias,
independentemente da classe de argila. A tabela de interpretação do teor de P
estabelecido pelo método colorimétrico pode ser, portanto, utilizada para a
interpretação dos valores de P determinado por ICP, sendo recomendadas
quantidades semelhantes de fertilizante fosfatado para as culturas.
Teor de P no solo (mg dm
-3
)
0 5 10 15 20 25
Dose de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
0
20
40
60
80
100
120
140
160
180
200
COL y = 0,18x
2
- 8,9x + 198,2
R² = 0,99**
ICP y = 0,17x
2
- 8,6x + 196,3
R² = 0,99**
P no solo extraído pela solução de Mehlich-1 (mg dm
-3
)
Dose de P
2
O
5
(kg ha
-1
)
COL y = 0,18x
2
– 8,9x + 198,2
R
2
= 0,99**
ICP y = 0,17x
2
– 8,6x + 196,3
R
2
= 0,99**
Figura 5.3. Relações entre os teores de P extrdo pela solução de Mehlich-1
determinado por colorimetria (COL) e por ICP, e as doses de P
2
O
5
recomendadas para o milho (para uma expectativa de rendimento de
8,0 t ha
-1
).
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5.4. CONCLUSÃO
A técnica de espectrometria de emissão atômica por plasma indutivamente
acoplado (ICP-OES) pode ser utilizada para a determinação do P extraído do solo
pela solução de Mehlich-1 em solos do Estado do Rio Grande do Sul, e a
interpretação dos teores de P determinado por esta cnica pode ser feita com a
tabela estabelecida para o método.
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5.5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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Anais...Viçosa, 2007b. CD-ROM.
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Santa Catarina. 10.ed. Porto Alegre : SBCS/NRS, 2004. 410p.
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SKOOG, D.A. et al. Princípios de análise instrumental. Porto Alegre:
Bookman, 2002. 628p.
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S.J. Alise de solo, plantas e outros materiais. 2. ed. Porto Alegre:
Departamento de Solos da UFRGS, 1995. 147p. (Boletim Técnico, 5).
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CAPÍTULO V
POSSIBILIDADES PARA AUMENTAR A EFICIÊNCIA DO USO DO
FÓSFORO NA AGRICULTURA E PARA A PROTEÇÃO AMBIENTAL
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6.1. INTRODUÇÃO
O P é um nutriente essencial para todas as formas de vida, sendo
utilizado intensivamente na agricultura para a produção de alimentos. Em solos
tropicais, o P é um nutriente limitante para as culturas, requerendo a aplicação
de alta quantidade de fertilizante fosfatado para a obtenção de rendimentos
adequados. Devido a esse enfoque, muitos produtores que cultivam o solo sob
sistemas conservacionistas de manejo, como o plantio direto, aplicam
quantidades de P no solo maiores que as necessárias, originando um acúmulo
desse nutriente em superfície (Sá, 1993; 1999; Rheinheimer, 2000),
principalmente na camada de zero-2,5 cm, podendo atingir valores próximos a
100 mg dm
-3
(P-M
1
).
O acúmulo de P nessa profundidade pode deteriorar a qualidade da
água, pela transferência do P pela enxurrada. O P originado da agricultura é
reconhecidamente poluidor de águas superficiais (Sharpley et al., 2008) e
práticas adequadas de manejo do P devem ser adotadas para o melhor
aproveitamento deste nutriente no processo produtivo.
anos, Países como os Estados Unidos, Reino Unido e Holanda,
adotaram medidas para otimizar o processo produtivo com ênfase na utlizão
do P. Por exemplo, nos Estados Unidos foram implantadas as denominadas
“melhores práticas de manejo do P” (best managements practices - BMP of P),
visando a aumentar a eficiência do uso do P na agricultura para proteger o
sistema aquático (Sharpley et al., 2003).
As medidas diferem conforme o nível de aplicabilidade, sendo agrupadas
em quatro grupos principais, sendo: (a) controle local (na propriedade) e em
micro bacia hidrográfica, (b) controle de P na dieta animal visando ao uso dos
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77
dejetos animais como fonte de P; (c) manejo adequado de fontes de P; e (d)
manejo dos processos de transferência do P de áreas agcolas para águas
superficiais (Sims & Kleinmann, 2005). Considerando a realidade brasileira, em
especial o estado do RS, algumas dessas “melhores práticas” de manejo de P
poderiam ser introduzidas, com o objetivo de reduzir as perdas desse nutriente
para o ambiente. Desta forma, aumentar-se-ia a eficiência do uso do P na
agricultura, pela redução dos impactos na qualidade da água e pela reciclagem
do P (dejetos de animais), contribuindo para a sustentabilidade da produção
agrícola a longo prazo, e reduzindo o consumo das reservas finitas de P.
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6.2. TEORES DE FÓSFORO E MANEJO DO SOLO
A implementação de práticas de manejo de P depende de vários fatores
de natureza econômica, social e política. Porém, há algumas práticas que
podem ser facilmente implementadas sem uma dependência direta de outros
fatores.
No âmbito de microbacia hidrográfica, o uso do solo em conformidade com
a sua aptidão é uma prática de cil execução. No estado do RS, são
frequentemente utilizadas terras em desacordo com sua capacidade de uso, como
por exemplo, áreas com solos arenosos, rasos e de declividade acentuada,
utilizadas para produção de fumo, olerícolas ou horticultura, frequentes nas
regiões da Serra, Depressão Central e no Litoral. Em muitos casos é utilizado o
sistema convencional de cultivo, propiciando a perda de P do solo para o
ambiente aquático. Além disso, lavouras para produção de grãos sob plantio direto
estão localizadas em áreas de declive acentuado. Neste último caso, devido à alta
frequência de teores de P nas classes “alto” e “muito alto”, é utilizada a adubação
das culturas a lanço e em superfície; esta prática constitui um grande potencial de
perda de P em solos sob plantio direto, sendo necessária a adequação da
capacidade de uso do solo ou a adoção de práticas de controle da erosão hídrica.
Outra alternativa vvel para otimizar o manejo do P é a utilização da
análise de solo. Nos estados do RS e de SC é utilizado o sistema de
recomendações de adubação e de calagem para as culturas (CQFS, 2004)
baseado na análise de solo e no rendimento das culturas. Assim, a utilização
dos teores de P no solo associada às formas de aplicação do adubo fosfatado
menos suscetíveis à erosão podem ser uma ferramenta útil para reduzir o
impacto da adubação fosfatada para o ambiente, conforme comentado no
Capítulo III. No entanto, o extrator de Mehlich-1 utilizado para avaliar a
disponibilidade de P para as plantas não associa o aumento da disponibilidade
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79
de P no solo com os aumentos do pH ou dos teores de matéria orgânica
(Figura 6.1). Pode-se observar na Figura 6.1 que a ocorrência de um grande
número de solos com teores de P até 20 mg dm
-3
, e com valores de pH
menores que 5,5, com possível ocorrência de Al trocável.
Matéria orgânica (%)
0 1 2 3 4 5 6 7
pH
0 1 2 3 4 5 6 7
Teor de P no solo - Mehlich-1 (mg dm
-3
)
0
10
20
30
40
50
MOS
pH
Figura 6.1. Relações entre o teor de P no solo extraído pela solução de
Mehlich-1 e os teores de matéria orgânica (MOS) e os valores de
pH em água em amostras de solo sob plantio direto (Informação
do laboratório de Análise de Solos - UFRGS, 2008).
6.2.1. Propriedades químicas do solo
A utilização de classes de pH e de teores de matéria orgânica do solo
poderia ser considerada como alternativa viável para aumentar a confiança na
estimativa de interpretação da disponibilidade de P para as culturas.
Este procedimento pode ser testado utilizando-se os dados obtidos por
Nicolodi (2003) em 125 lavouras de soja e cevada sob plantio direto
consolidado, nos municípios de Cruz Alta, Não-me-Toque e Ibirubá, no estado
do RS. Os teores de argila variaram de 3 a 75%; os teores de P no solo
variaram de 2,3 a 36,6 mg dm
-3
; os teores de MOS variaram de 1,2 a 3,8%; os
valores de pH em água variaram de 4,3 a 4,2; os rendimentos variaram de 0,2
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80
a 6,0 kg ha
-1
; e o rendimento relativo variou de 7 a 100% (Tabela 6.1). Foi
calculada a correlação entre o rendimento relativo destas culturas e os teores
de P no solo, nas diferentes classes de interpretação utilizadas atualmente
(CQFS, 2004). Pode-se observar na Tabela 6.2 que os coeficientes de
correlação foram estatisticamente significativos nas classes de interpretação
“muito baixo”, “baixo” e “médio” dos teores de P no solo. Na curva média de
respostas das culturas à adubação fosfatada, estas classes situam-se abaixo
do teor crítico de P, que representa a obtenção de 90% do rendimento relativo.
Nos locais em que os teores de P no solo situaram-se nas classes alto” e
“muito alto”, a correlação não foi significativa. Estas classes correspondem às
situações em que é recomendada a adubação fosfatada de manutenção
(classe “alto”) ou de reposição (classe “muito alto”) (CQFS, 2004). Nestas duas
situações, a quantidade recomendada de adubo fosfatado poderia ser
excessiva ou com baixa eficiência, gerando desperdício de P e poluição
ambiental, caso ocorra erosão do solo. Deve-se salientar, entretanto, que a
população das lavouras estudadas é bastante homogênea quanto aos fatores
de clima, solo, práticas culturais, etc. Em condições diferentes, entretanto, foi
observada resposta positiva à adubação fosfatada, mesmo com teores de P
nas clases “alto”, conforme foi apresentado no Capítulo III.
Tabela 6.1. Estatística decritiva de alguns atributos
1
e dados de rendimento
2
das áreas utilizadas.
Parâmetros
Argila P MOS pH Rend RR
% mg dm
-
3
% kg ha
-
1
%
Mínimo 34 2,3 1,2 4,3 0,2 7
Máximo 75 36,6 3,8 6,2 6,0 100
Média 36 14,2 2,3 5,3 3,5 75
Mediana 37 12,4 2,4 5,3 3,6 80
1
Tedesco et al. (1995); MOS: matéria orgânica do solo
.
2
Rend: rendimento; RR: rendimento relativo
Tabela 6.2. Coeficientes correlação (r) entre os teores de P nas diferentes
classes de interpretação e o rendimento relativo das culturas.
Classes de interpretação
dos teores de P
1
Rendimento relativo
----
r
----
Muito Baixo 0,30*
Baixo
0,43*
Médio 0,53*
Alto
-
0,28
ns
Muito Alto -0,07
ns
1 Conforme a CQFS (2004); * coeficiente de correlação significativo à 95% de probabilidade;
ns
: não significativo
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81
Foram também calculadas as correlações entre os rendimentos relativos
das culturas obtidos nas 125 lavouras (Nicolodi, 2003), nas diferentes classes
de interpretação dos teores de P no solo e os valores de pH (em água) e os
teores de matéria orgânica (Tabela 6.3). Pode-se observar que foram obtidos
coeficientes de correlação significativos nos casos em que os teores de P no
solo situaram-se abaixo do teor crítico (“muito baixo”, “baixo” e “médio”), em
solos com pH <5,5 e teor baixo de matéria orgânica (2,5%). Nestes caso há
possibilidade de ocorrência de Al trocável, que prejudica o desenvolvimento
das culturas. Semelhantemente ao que foi observado para o rendimento
(Tabela 6.2), o foi observada correlação nas doses “alto” e “muito alto” de
teores de P. Entretanto, coeficientes de correlação estatisticamente
significativos foram tamm obtidos nos casos em que os teores de P
situaram-se nas classes “alto” e “muito alto”, em solos ácidos (pH <5,5), mas
com teor mais alto de matéria orgânica (> 2,5) (Tabela 6.3). O adubo fosfatado
nesse caso pode ter apresentado efeito neutralizante da acidez, potencializado
pelo maior teor de matéria orgânica do solo.
Tabela 6.3. Coeficientes correlação (r) entre os teores de P nas diferentes
classes de interpretação e o rendimento relativo das culturas, em
duas classes de pH e do teor de matéria orgânica dos solos.
Classes de Classe pH
Interpretação
<5,5 5,5
dos teores
Classe de matéria orgâni
ca do solo (%)
de P
1
2,5 2,6-5,0 2,5 2,6-5,0
Muito Baixo 0,46* - - -
Baixo 0,48* - - -
Médio
0,53*
-
-
-
Alto -0,04
ns
0,45* 0,46* 0,11
ns
Muito Alto
0,08
ns
0,43*
0,19
ns
-
0,10
ns
1 Conforme a CQFS (2004); * coeficiente de correlação significativo à 95% de probabilidade;
ns
: não significativo
No sistema plantio direto, solos com valores que propiciam a ocorrência
de Al trocável (pH <5,5) podem indicar que: a) a correção inicial da acidez do
solo foi inadequada; b) a manutenção de valores adequados de pH no solo
(>5,5) está sendo descurada; e/ou, c) a perda de solo por erosão superficial
está ocorrendo em quantidadess excessivas para este sistema.
O levantamento feito por Nicolodi (2003) não inclui um número
sufuciente de pontos para calcular as correlações em todas as classes de
teores de P. Como primeira aproximação, poder-se-ia conduzir um estudo em
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82
vasos, com as diferentes classes de teores de P e de matéria orgânica, em
dois níveis de pH do solo, conforme previsto na Tabela 6.3. Poderiam ser
coletadas amostras indeformadas de solo, utilizando-se o equipamento descrito
no Capítulo II.
6.2.2. Práticas de controle da erosão
A eficiência do uso do P na agricultura pode ser aumentada com a
utilização de práticas conservacionistas adequadas para o controle do
transporte do solo e água em lavouras (Sharpley et al., 2008). Atualmente no
estado do RS estão sendo descuradas as práticas conservacionistas de
suporte no sistema plantio direto como terraços, curvas de nível, plantio em
contorno, cultivo em faixas, além da aplicação de fertilizante fosfatado (mineral
ou orgânico) a lanço em superfície, e não raramente com máquinas e
equipamentos inadequados. Desta maneira há necessidade de incentivar a
utilização das práticas conservacionistas, a sustentabilidade da produção
agrícola, e a redução da transferência do P para o ambiente aquático.
A aplicação de P visando à redução de perda deste nutriente, conforme
proposto por Whiters et al. (2003) (Tabela 6.4), pode ser feita pela identificação
de áreas de risco. Para tanto, devem ser considerados: a) as classes de
aptidão; b) a posição na paisagem; c) o tipo de solo, o regime hídrico e a
intensidade das chuvas. Além disso, deve ser considerado o tipo de manejo do
solo, o teor de P (disponível e suscetível à erosão) e a fonte a ser utilizada,
propiciando o estabelecimento de doses, fonte e época de aplicação de P.
Tabela 6.4. Esquema para o manejo adequado das terras de acordo com o
risco de perda de fósforo.
Risco de perda de P na área
Baixo
Médio
Alto
Mu
ito Alto
Situação ba
paisagem
Sem coneo
direta com águas
superficiais
Indireta
(
conexão
com águas
superficiais)
Rápida e direta
conexão com
águas superficiais
Prolongada
conexão com
águas superficiais
Forma
de manejo
Sem restrições
Risco facilm
ente
sevitado pelo
controle da erosão
Restrições
de
uso
no caso do controle
de eroo não
reduzir as perdas
Vedado o
uso
agrícola
Práticas
requeridas
Práticas
básicas de
controle da erosão
Práticas
básicas de
controle da erosão
Pticas
básicas de
controle da erosão;
adequação de
doses, fontes e
época de aplicação
de P
Vedado o
uso
agrícola
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83
O esquema proposto por Whiters et al. (2003) pode ser inserido nas
condições do estado do RS, pois as ações necessárias para a redução das
perdas de P são as pticas básicas de controle da erosão drica (terraços,
plantio em contorno, cultivo em faixas, etc.). É necessário, portanto,
estabelecer o risco de perda de P conforme a classificação da capacidade de
uso do solo. No entanto, o estabelecimento da capacidade de uso das terras a
campo apresenta alto custo.
Este procedimento pode ser exemplificado para o local em que foi
conduzido o experimento de campo, no Distrito Santana do município de ijuí,
RS. A partir do levantamento geográfico, pode ser elaborado o mapa de
elevações do terreno (em metros), conforme mostrado na Figura 6.2. Os
elementos da paisagem reas deposicionais, encostas e topos das elevações
do terreno) são localizadas a seguir (Figura 6.3).
Com base nesses mapas, pode-se utilizar o sistema de informações
geográficas, e imagens de satélite para localizar as áreas com risco de perda
de P, estabelecendo-se as classes de risco; nesta avaliação, pressupõe-se que
a elevão do terreno associada à posição na paisagem (proximidade do
ambiente aquático) potencializa a transferência do P para esse ambiente, por
transporte pela água da enxurrada. Conforme é mostrado na Figura 6.4, podem
ser delimitadas na imagem de satélite as áreas com potencial de risco de perda
de solo (e de P). Esta informação é essencial para a assistência técnica aos
produtores.
Após a geração desses mapas, podem ser determinados os teores de P
nessas áreas e estabelecidas as classes de disponibilidade, com a finalidade
de indicar as melhores práticas de manejo de P para cada caso. Deste modo,
pode-se otimizar o uso do P na agricultura, mantendo a sustentabilidade da
atividade agrícola ao longo do tempo.
No entanto, para aumentar a acuracidade desta proposição, são
necessários estudos “in situ” de avaliação de perdas de solo, água e P em
cada classe de risco de perda de P. Podem ser testados níveis, fontes e modos
de aplicação de P, além da intensidade, duração e frequência da chuva,
visando, ambos, o rendimento das culturas com máximo retorno econômico e a
proteção da qualidade da água (Sharpley et al., 2008). A avaliação “in situ
pode ser feita utilizando a metodologia estabelecida pelo SERA-17 (Southern
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84
Extension-Research Activity, 17th group) descrita no “National P Research
Project Protocols” (http//www.sera17.ext.vt.edu) onde é dada a descrição de
simuladores de chuva para avaliação “in situ” (Sharpley et al., 2003; Shigaki et
al., 2006), ou coleta de amostras de solo de cada local e avaliação das perdas
(solo, água e P) em condições controladas (“Indoor”) (Shigaki et al., 2007). As
metodologias propostas pelo SERA-17, tanto em campo quanto e em
laboratório, podem ser extrapoladas para uma microbacia hidrográfica
(Sharpley et al., 2003). A utilização combinada de mapeamento de solos, com
avaliação das perdas de P nas condições citadas, podem contribuir
significativamente para o aumento da eficiência do uso do P na agricultura
brasileira, reduzindo o impacto econômico provocado pelas perdas de P em
áreas de risco, e protegendo o ambiente aquático pela adequação do manejo
do uso da terra e da adubação fosfatada.
Este procedimento pode ser inicialmente oneroso. Em áreas que
apresentam topografia uniforme, entretanto, a possibilidade de extrapolação
dos resultados obtidos pode viabilizar o custo do projeto inicial.
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85
Rio Potiri
Rio Ij
BR 285
R
S
15
5
Figura 6.2. Mapa hipsométrico do Distrito Santana, município de Ijuí-RS, obtido
do modelo numérico do terreno, por interpolação das curvas de
nível espaçadas de 20 em 20 metros (Brasil, 1980). (Informações
obtidas por Bortolon, 2008, com permissão).
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86
Figura 6.3. Elementos da paisagem obtido do modelo numérico do terreno, com
base nas curvas de vel espaças de 20 em 20 m (Brasil, 1980),
para o Distrito Santana, município de Ijuí-RS. (Informações obtidas
por Bortolon, 2008, com permiso).
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87
MA
B
A
MA
M
Legenda
Risco de perda de P
--BAIXO
--MÉDIO
--ALTO
--MUITO ALTO
a)
B
Área exp campo
M
A
MA
b)
Figura 6.4. Imagens de satélite aproximadas da região do Distrito Santana,
município de Ijuí, RS, com a classificação das áreas de risco (a)
de acordo com a elevação, a posição na paisagem, a hidrologia e
a próximidade das áreas dos recursos hidrológicos. No mapa (b), a
área classificada como baixo representa onde o experimento de
campo foi conduzido.
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6.3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
As práticas destinadas a reduzir as perdas de P e aumentar a sua
eficiência na agricultura podem ser aplicadas com investimentos relativamente
baixos no estado do Rio Grande do Sul. O uso da análise de solo, com
separação das classes de disponibilidade de P de acordo com o valor de pH e
o teor de matéria orgânica, poderá ser melhor estudado em condições
controladas, em diferentes níveis de P, pH e matéria orgânica do solo e
avaliando-se o rendimento das culturas. O uso de cnicas de levantamento do
solo e mapeamento digital é uma alternativa eficaz para estabelecer potenciais
áreas de risco, podendo-se indicar as práticas mais adequadas de manejo do
adubo fosfatado.
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6.4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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2
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7. CONCLUSÕES FINAIS
As amostras de solo coletadas com o equipamento proposto podem ser
utilizadas para estudos em condições controladas. Há resposta das culturas ao
fósforo em solos com diferente histórico de uso e manejo. As doses e o teor de
fósforo onde foram obtidos os maiores rendimentos o maiores dos
atualmente recomendados. A metodologia de coleta de amostras indeformadas
de solo é eficiente para avaliar a resposta do sforo em condições controladas.
A adição de fósforo no solo aumenta as formas de fósforo suscetíveis à erosão,
favorecendo as perdas e a eutrofização.
Foram utilizados neste estudo solos argilosos, com alta capacidade de
retenção de fósforo. Se forem considerados os mesmos princípios para solos
com menores teores de argila, o potencial de risco de perda de fósforo é ainda
maior. Desta maneira, é importante o estabelecimento de melhores práticas de
manejo de fósforo na agricultura, frente aos desafios de aumento na demanda
global por alimentos e produção de bioenergia, declínio das reservas finitas de
rocha fosfática para suprimento global e a proteção da qualidade da água.
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8. RESUMO BIOGRÁFICO
Leandro Bortolon, filho de Ady João Bortolon e Maria Machado Bortolon,
nasceu em 03 de novembro de 1978, em Xanxerê, Santa Catarina. Estudou no
Colégio La Salle, completando a formação elementar e a formação no ensino
médio. Em 1997 ingressou na Faculdade de Agronomia “Eliseu Maciel” da
Universidade Federal de Pelotas, graduando-se como Engenheiro Agrônomo
em 2003. Em março de 2003 iniciou seus estudos de Mestrado em Ciência do
Solo no Programa de Pós-Graduação em Ciência do Solo da Universidade
Federal do Rio Grande do sul, obtendo o grau de Mestre em Ciência do Solo
em agosto de 2005. De setembro de 2004 a Julho de 2005 foi coordenador de
pesquisa em fertilidade do solo na Fundação Rio Verde (Lucas do Rio Verde,
MT), e no mesmo período foi consultor agronômico na rego Médio Norte do
MT. De setembro de 2005 até março de 2006 foi pesquisador associado do
Laboratório de Análises de Solos da Universidade do Rio Grande do Sul. Em
mao de 2006 iniciou seus estudos de Doutorado em Ciência do Solo no
Programa des-Graduação da Faculdade de Agronomia da Universidade
Federal do Rio Grande do Sul. No período de setembro de 2008 a setembro de
2009 realizou estágio de doutoramento no USDA-ARS-National Laboratory for
the Agriculture and Environment, Ames, Iowa, sob a orientação do Ph.D. John
L. Kovar. Casou-se com Elisandra S.O. Bortolon em maio de 2008. Recebeu
em 2009 o prêmio internacional “IPNI Scholar Award - In recognition of an
outstanding scholastic record, and in appreciation of contributions to the
agricultural sciences”. É membro da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo,
do cleo Regional Sul e do International Union of Soil Science desde 2007; e
da Soil Science Society of America, Agronomy Society of America e Crop
Science Society of America desde 2008.
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